unidade 2 parte 2

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30/03/2015 1 Mercado Financeiro: Taxas de Juros de Mercado, Risco e Estrutura a Termo da Taxa de Juros Unidade 2 Parte 2 Prof a . Gisele F. Tiryaki ECO 174 Economia Monetária FCE/UFBA Sumário Estrutura de Risco da Taxa de Juros Estrutura a Termo da Taxa de Juros Definição Curva de Rendimento: Definição e Teorias Mercados Segmentados, Expectativas e “Habitat Preferido” Informação e Eficiência do Mercado Financeiro Estratégias de Investimento Anomalias

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Economy & Finance


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Page 1: Unidade 2   parte 2

30/03/2015

1

Mercado Financeiro: Taxas de Juros de Mercado,

Risco e Estrutura a Termo da Taxa de Juros

Unidade 2 – Parte 2

Profa. Gisele F. Tiryaki

ECO 174 – Economia Monetária

FCE/UFBA

Sumário Estrutura de Risco da Taxa de Juros

Estrutura a Termo da Taxa de Juros

Definição

Curva de Rendimento: Definição e Teorias

Mercados Segmentados, Expectativas e “Habitat Preferido”

Informação e Eficiência do Mercado Financeiro

Estratégias de Investimento

Anomalias

Page 2: Unidade 2   parte 2

30/03/2015

2

Estrutura de

Risco da Taxa de

Juros

Definição e Determinantes Estrutura de risco: diferenças na precificação de ativos com mesmo

prazo de maturação, mas com características diferenciadas

Nota do Tesouro Nacional c/vencimento em 2025: 13,4%

Empréstimo residencial – Pessoas Físicas/Mercado: 12,5%

Taxa média de juros em op. crédito: 25.1%

Debêntures: define-se percentual acima da NTN

Determinantes:

Probabilidade de não pagamento (default)

Liquidez

Custo de informação

Tributação do retorno esperado

Prêmio de risco: diferença entre a taxa de juros de um título e a taxa de

título livre de risco para um mesmo vencimento

Page 3: Unidade 2   parte 2

30/03/2015

3

Estrutura de Risco – Estados Unidos

Fonte: Hubbard (2005)

Estrutura de Risco – Brazil

Fonte: BCB (2015)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

mar

/00

nov/

00

jul/

01

mar

/02

nov/

02

jul/

03

mar

/04

nov/

04

jul/

05

mar

/06

nov/

06

jul/

07

mar

/08

nov/

08

jul/

09

mar

/10

nov/

10

jul/

11

mar

/12

nov/

12

jul/

13

mar

/14

nov/

14

Selic acumulada no mês anualizada - % a.a.

CDI acumulada no mês anualizada base 252 - % a.a.

Taxa média de juros das operações de crédito - Total - % a.a.

Page 4: Unidade 2   parte 2

30/03/2015

4

Determinantes Risco de Default (não pagamento): empresas que oferecem

maior risco ao investidor de não honrar o pagamento de um título

têm que ofertar uma maior taxa de juros

Implicação: preço do ativo seguro excede o preço do ativo

mais arriscado

O que aconteceria se, em função de uma recessão e seu

impacto negativo sobre a lucratividade das empresas, os

investidores acreditassem que a possibilidade de não

pagamento do ativo mais arriscado se elevasse?

Prêmio de Risco de Default e Retorno

de Ativos: “Fuga para a Qualidade”

Baixo Risco de Não Pagamento Alto Risco de Não Pagamento

Pre

ço d

e B

,

P(R

$)

Quantidade de Bônus de

Baixo Risco, R$ bilhões

1. Investidores

↓ a carteira de

ativos

arriscados

Quantidade de Bônus de

Risco Elevado, R$ bilhões

Seguro0

Seguro1

Arriscado0

Arriscado1

2. Investidores

demandam mais

ativos seguros

3. Prêmio

de Risco de

Default ↑ Pre

ço d

e B

,

P(R

$)

Daniel Suzarte
Nota
Eleva-se tbm a tx de juros
Page 5: Unidade 2   parte 2

30/03/2015

5

Determinantes Liquidez: investidores requerem um prêmio de liquidez para adquirir ativos

que são menos líquidos do que títulos governamentais

O que aconteceria com um ativo com baixa liquidez que se torna ainda mais

ilíquido?

Pre

ço d

e B

,

P(R

$)

Pre

ço d

e B

,

P(R

$)

Ativo com Liquidez Elevada Ativo com Liquidez Reduzida

1. Demanda por

ativos de baixa

liquidez ↓

2. Demanda por

ativos de alta

liquidez ↑

3. Prêmio de

liquidez ↑

Determinantes Custo de aquisição de informação: a necessidade de

dedicar tempo e dinheiro para aquisição de informação sobre

um ativo reduz o retorno esperado no investimento

Diferenças na aquisição de informação levam a diferenças nas

taxas de juros

Custo: contratação de analistas ou aquisição de informação

junto a empresas especializadas (S&P, Merrill Lynch)

Variação na avaliação de risco do mercado: modificações no prêmio de

risco

Um aumento no custo de se obter informação sobre um ativo

eleva o prêmio de informação deste...

Page 6: Unidade 2   parte 2

30/03/2015

6

Prêmio de Custo de Informação P

reço

de

B,

P(R

$)

Pre

ço d

e B

,

P(R

$)

Mercado de Ativos com Baixo

Custo de Informação

1. Demanda por

ativos com alto

custo de info. ↓

2. Demanda por

ativos com alto

custo de info. ↑

3. Prêmio de

custo de

info. ↑

Mercado de Ativos com Alto

Custo de Informação

Info (-)

Info (-)

Info (-)

Info (+)

Info (+)

Info (+)

Determinantes Tributação: diferenças na forma como os ativos são

tributados podem levar os investidores a requererem um

prêmio adicional relativo ao peso dos impostos

Relevante para o investidor: retorno líquido de impostos

Obrigação tributária diferida: beneficia o investidor ao reduzir o

valor presente dos impostos a serem pagos somente no

vencimento ou na venda do ativo

O que acontece quando um ativo passa a ser tributado?

Page 7: Unidade 2   parte 2

30/03/2015

7

Prêmio Relacionado à Cobrança de

Impostos P

reço

de

B,

P(R

$)

Pre

ço d

e B

,

P(R

$)

Mercado de Ativos sem

Cobrança de Impostos

1. Demanda por

ativos com

tributação sobre

ganhos↓

2. Demanda por

ativos não

tributados

3. Prêmio de

impostos ↑

Mercado de Ativos com

Cobrança de Impostos

Imp (0)

Imp (0)

Imp (0)

Imp (+)

Imp (+)

Imp (+)

Em Resumo... Prêmio de risco: diferença entre o retorno de um ativo e o

retorno de um ativo livre de risco com prazos de maturação

semelhantes

Componentes do prêmio de risco:

Risco de Default

Risco de Baixa Liquidez

Risco de Custo de Informação

Risco de Cobrança de Impostos

Analistas utilizam o prêmio de risco como indicador de

recessão futura

Page 8: Unidade 2   parte 2

30/03/2015

8

Estrutura a

Termo da Taxa

de Juros

Definição e Determinantes Definição: efeito de diferenças no prazo de maturação de ativos

financeiros no retorno esperado destes

Comparação de ativos com mesmo nível de risco de default,

liquidez, custo de informação e carga tributária

Ativos normalmente utilizados na análise: títulos

governamentais com diferentes prazos de maturação

Outros ativos utilizados: comercializados na BM&F

Page 9: Unidade 2   parte 2

30/03/2015

9

Definições - Fonte:

http://www3.tesouro.gov.br Letra do Tesouro Nacional (LTN): título com rentabilidade

definida (taxa fixa) no momento da compra. Forma de

pagamento: no vencimento

Nota do Tesouro Nacional série F (NTN-F): título com

rentabilidade prefixada, definida no momento da compra. Forma

de Pagamento: semestralmente (juros) e no vencimento

(principal)

Letra Financeira do Tesouro (LFT): título com rentabilidade

diária vinculada à taxa de juros básica da economia (taxa média das

operações diárias com títulos públicos registrados no sistema

SELIC, ou, simplesmente, taxa Selic)

Definições – Fonte:

http://www3.tesouro.gov.br Nota do Tesouro Nacional série B (NTN-B): título com

rentabilidade vinculada à variação do IPCA, acrescida de juros

definidos no momento da compra. Forma de Pagamento:

semestralmente (juros) e no vencimento (principal).

Nota do Tesouro Nacional Principal série B (NTN-B

Principal): título com rentabilidade vinculada à variação do

IPCA, acrescida de juros definidos no momento da compra .

Forma de pagamento: no vencimento

Nota do Tesouro Nacional série C (NTN-C): título com

rentabilidade vinculada à variação do IGP-M, acrescida de juros

definidos no momento da compra

Page 10: Unidade 2   parte 2

30/03/2015

10

Títulos

do

Tesouro

Nacional

Títulos

do

Tesouro

Nacional

Page 11: Unidade 2   parte 2

30/03/2015

11

Curva de Rendimento Curva de rendimento (yield curve): relaciona o retorno em ativos

similares, mas com diferentes prazos de vencimento Inclinação ascendente: rendimentos maiores para títulos com

maturação mais longa

Inclinação constante: rendimentos iguais, independente do prazo de maturação

Inclinação descendente: rendimentos menores para títulos com maturação mais longa

Curva de rendimento típica: Curva com inclinação ascendente que se movimenta verticalmente ao

longo do tempo, mas que não muda de formato Rendimentos dos títulos de curto e longo prazo se movimentam na

mesma direção e proporção ao longo do tempo em resposta a fatores diversos: elevada correlação positiva

Curva de Rendimento Típica

% a.a.

Prazo de Vencimento 1 ano 2 anos 5 anos

13%

13,8%

Page 12: Unidade 2   parte 2

30/03/2015

12

Explicando a Curva de Rendimento

Teorias:

Mercados Segmentados

Expectativas

“Habitat Preferido”

Como julgar a validade de uma teoria?

Consistência lógica: a teoria oferece um modelo do mercado

financeiro que é internamente consistente e que explica eventos

reais?

Capacidade de previsão: a teoria consegue explicar os dados

estatísticos reais das curvas de rendimento?

Teoria dos Mercados Segmentados Hipótese: o rendimento de cada instrumento com prazo de

vencimento diferente é determinado em um mercado separado (curvas de demanda e oferta de mercado específicas)

Preferência por período específico: emprestadores e tomadores de recursos têm objetivos pré-definidos e não estão dispostos a se deslocarem para o mercado de ativos com outros prazos, senão aquele previamente escolhido

Exemplo 1: uma firma com pretensão de investir em um projeto cujo retorno ocorrerá em um prazo de 20 anos procurará fazer com que o pagamento de seus débitos sejam sincronizados com suas receitas esperadas

Exemplo 2: emprestadores de recursos poupam para aposentadoria ou para o pagamento da universidade de seus filhos

Page 13: Unidade 2   parte 2

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13

Teoria dos Mercados Segmentados Implicação: ativos semelhantes, mas com diferentes prazos de

vencimento, não são substitutos

A curva de rendimentos pode ter qualquer inclinação a depender das condições de mercado para cada ativo

Validade?

Consistência lógica: dado que a curva de rendimento tende a ter inclinação positiva, a teoria tem consistência lógica desde que investidores demonstrem maior preferência por ativos com curto prazo de maturação

Capacidade de previsão: a teoria explica a inclinação da curva, mas não tem como explicar o movimento sincronizado dos retornos de ativos com prazos de maturação diferenciados observado ao longo do tempo

Teoria das Expectativas Hipótese: investidores consideram que ativos semelhantes, mas

com diferentes prazos de maturação, são perfeitamente substitutos

O que acontece quando a taxa de rendimento para títulos que vencem

em 1 ano excede a taxa de rendimento de títulos que vencem em 2

anos?

Demanda por T1 cresce e demanda por T2 reduz

Resultado: expectativa de rendimento futuro declinante para T1

Equilíbrio requer que o retorno no ativo de longo prazo seja igual à

média do retorno de ativos de curto prazo durante aquele período

n

iiii

e

nt

e

tt

tn

1,11,1,1

,

...

Page 14: Unidade 2   parte 2

30/03/2015

14

Teoria das Expectativas Implicação: a inclinação da curva de rendimentos depende da

expectativa de desempenho futuro dos rendimentos de curto prazo

Se espera-se que o rendimento de títulos de curto prazo irá crescer, a curva de rendimento tem inclinação positiva

Se espera-se que o rendimento de títulos de curto prazo permanecerá no mesmo patamar, a curva de rendimento é perfeitamente elástica

Se espera-se que o rendimento de títulos de curto prazo irá decrescer, a curva de rendimento tem inclinação negativa

Conclusão: a curva de rendimentos permite estimar o comportamento futuro das taxas de juros

Teoria das Expectativas Exemplo: considere as curvas a seguir

Prazo de

Maturação

Prazo de

Maturação

Prazo de

Maturação

Espera-se que o

rendimento de ativos

com prazo de

maturação de 1 ano ↑

Espera-se que o

rendimento de ativos

com prazo de

maturação de 1 ano se

mantenha constante

Espera-se que o

rendimento de ativos

com prazo de

maturação de 1 ano ↓

Page 15: Unidade 2   parte 2

30/03/2015

15

Teoria das Expectativas: Estimando o

Comportamento Futuro das Taxas de Juros

Exemplo 1a: Curva de inclinação positiva Qual o valor da taxa de juros esperada para títulos com prazo de maturação

de 1 ano daqui a um ano, se a taxa atual de títulos com vencimento em 1 ano

é 6% e a taxa atual de títulos com vencimento em 2 anos é 7%?

Qual o valor da taxa de juros esperada para títulos com prazo de maturação

de 1 ano daqui a dois anos, se a taxa atual em títulos com vencimento em 1

ano é 6% e em títulos com vencimento em 3 anos é 8%?

72

6 2,1

eii1,2

e = 8%

83

86 3,1

eii1,3

e = 10%

Teoria das Expectativas: Estimando o

Comportamento Futuro das Taxas de Juros

Exemplo 1b: Curva de inclinação constante Qual o valor da taxa de juros esperada para títulos com prazo de maturação

de 1 ano daqui a um ano, se a taxa atual em títulos com vencimento em 1 ano

é 6% e a taxa atual em títulos com vencimento em 2 anos é 6%?

Qual o valor da taxa de juros esperada para títulos com prazo de maturação

de 1 ano daqui a dois anos, se a taxa atual em títulos com vencimento em 1

ano é 6% e em títulos com vencimento em 3 anos é 6%?

62

6

XX = 6%

63

66

XX = 6%

Page 16: Unidade 2   parte 2

30/03/2015

16

Teoria das Expectativas: Estimando o

Comportamento Futuro das Taxas de Juros

Exemplo 1c: Curva de inclinação declinante Qual o valor da taxa de juros esperada para títulos com prazo de maturação

de 1 ano daqui a um ano, se a taxa atual em títulos com vencimento em 1 ano

é 6% e a taxa atual em títulos com vencimento em 2 anos é 5,5%?

Qual o valor da taxa de juros esperada para títulos com prazo de maturação

de 1 ano daqui a dois anos, se a taxa atual em títulos com vencimento em 1

ano é 6% e em títulos com vencimento em 3 anos é 5%?

5,52

6

XX = 5%

53

56

XX = 4%

Teoria das Expectativas Em resumo... A teoria implica que a inclinação da curva de rendimentos é

determinada pelas expectativas dos investidores Na ausência de imperfeições de mercado, a existência de substituição

perfeita requer que o retorno esperado em ativos semelhantes com diferentes prazos de maturação seja igual, dado o período de manutenção do investimento

Se o retorno atual em um ativo com longo prazo de maturação excede o retorno atual de ativo semelhante com curto prazo de maturação, o retorno esperado nos ativos de curto prazo deve se elevar Se a taxa de juros de um título do governo com 10 anos de vencimento

excede a taxa de juros de um título do governo com 1 ano de vencimento, espera-se que a taxa de juros de títulos do governo com 1 ano de vencimento cresça ao longo dos próximos 10 anos

Page 17: Unidade 2   parte 2

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17

Teoria das Expectativas

Consistência lógica e capacidade de previsão?

A teoria oferece uma explicação lógica para o movimento

sincronizado dos retornos de ativos com prazos de maturação

diferenciados observado ao longo do tempo

De acordo com a teoria, se a curva de rendimentos tem

inclinação positiva, as taxas de rendimento de ativos de curto

prazo devem sempre crescer, o que não é consistente com o que

se observa no mercado

Teoria do “Habitat Preferido” Hipótese: investidores levam em consideração o retorno esperado e o

prazo de maturação dos ativos

Ativos com diferentes prazos de maturação são substitutos imperfeitos: investidores tem um prazo de maturação de preferência (habitat), mas podem ser induzidos a adquirir ativos com prazos diferentes a depender do diferencial em retorno esperado

Habitat preferido é normalmente o curto prazo

É preciso pagar um prêmio para induzir os investidores a adquirir um ativo com prazo maior de maturação

Exemplo: um investidor preferiria adquirir títulos com vencimento em um ano com retorno atual de 6% e retorno esperado para o próximo ano de 8% do que comprar um título com vencimento de dois anos e retorno de 7% O título com prazo de vencimento de dois anos somente seria adquirido se o

retorno fosse maior que 7%

Page 18: Unidade 2   parte 2

30/03/2015

18

Teoria do “Habitat Preferido”

Teoria das expectativas :

Teoria do “Habitat Preferido”:

Implicação: a teoria do “habitat preferido” prevê a existência de uma inclinação embutida positiva na curva de rendimentos Curva de rendimentos constante: taxa de retorno esperada em ativos

de curto prazo deve declinar moderadamente no curto prazo Curva de rendimentos ascendente: taxa de retorno esperada em

ativos de curto prazo deve aumentar no curto prazo, mas em proporção menor do que a indicada pela teoria das expectativas

Curva de rendimentos declinante: taxa de retorno esperada em ativos de curto prazo deve declinar de forma significativa no curto prazo

n

i...iii

e

1nt,1

e

1t,1t1

t,n

t,n

e

1nt,1

e

1t,1t1

t,n hn

i...iii

Teoria do “Habitat Preferido” Consistência lógica e capacidade de previsão?

A teoria apresenta consistência lógica e oferece explicações para

o movimento sincronizado dos retornos de ativos com prazos de

maturação diferenciados observado ao longo do tempo e para a

inclinação positiva da curva de rendimento típica

Curvas de rendimento invertidas: utilizadas para prever

períodos recessivos com três a quatro trimestres de

antecipação

Page 19: Unidade 2   parte 2

30/03/2015

19

Estrutura a Termo das Taxas de Juros Exemplo: assuma que um investidor possui R$1.000 para investir em títulos do

governo no dia 01 de janeiro de 2004. É possível adquirir títulos com prazo de 1 ano que estão remunerando em 4%, títulos com prazo de 2 anos com remuneração de 5%, títulos com prazo de 3 anos com remuneração de 5,5% ou títulos com prazo de 4 anos com remuneração de 6%. O investidor espera que as taxas de remuneração em ativos com maturação de 1 ano tenham um rendimento de 6,5% em 01 de janeiro de 2005, 7% em 01 de janeiro de 2006 e 9% em 01 de janeiro de 2007. O investidor espera manter o portfolio até 01 de janeiro de 2008. Qual das alternativas abaixo oferece o maior retorno esperado até esta data? Adquirir um título com prazo de maturação de 4 anos.

Adquirir imediatamente um título com prazo de maturação de 3 anos e, em 2007, um título com prazo de 1 ano.

Adquirir imediatamente dois títulos com prazo de maturação de 2 anos; em 2006, um título com prazo de 1 ano; e, em 2007, um título com prazo de 1 ano.

Adquirir imediatamente um título com prazo de maturação de 1 ano e, em 2005, 2006 e 2007, adquirir títulos com prazo de maturação de 1 ano.

Estrutura a Termo das Taxas de

Juros – Exemplo

Prazo Taxa Hoje Taxa Esperada

(rt,1 ano)

Taxa Esperada

Exp. Racionais

Venct. 1 ano 4% - -

Venct. 2 ano 5% 6,5% (4 + X)/2 = 5% => X = 6%

Venct. 3 ano 5,5% 7% (4 + 6 + X)/3 = 5,5% => X = 6,5%

Venct. 4 ano 6% 9% (4 + 6 + 6,5 + X)/4 = 6% => X = 7,5%

Daniel Suzarte
Nota
Está é a alternativa correta.
Page 20: Unidade 2   parte 2

30/03/2015

20

Informação e

Eficiência no

Mercado

Financeiro

Introdução Foco: informação presente nos preços de mercado de ativos

financeiros

Referencial teórico inicial: Hipótese do Mercado Eficiente

Pressuposto: expectativas racionais Agentes econômicos utilizam toda a informação disponível no processo

decisório: informações históricas e expectativas futuras/previsões

Expectativas adaptativas: somente informações passadas são levadas em consideração (preços de mercado são ajustados à medida que informação sobre preços ou retornos no passado é disponibilizada)

Consequência: preços de mercado constituem indicadores para as decisões econômicas e financeiras

Preço de mercado: valor presente do instrumento financeiro

Page 21: Unidade 2   parte 2

30/03/2015

21

Expectativas Racionais Preço de mercado: melhor estimativa do valor presente dos

retornos esperados de um ativo financeiro (“valor fundamental”)

PE = PP, onde E = esperado e P = previsto (melhor estimativa)

Preço de mercado > PE : investidores vendem o ativo, levando à redução do preço de mercado

Preço de mercado < PE : investidores compram o ativo, levando ao aumento do preço de mercado

Longo prazo: tendência do preço de mercado = PE

Pt – PtE = erro aleatório (erro não previsível)

Hipótese do Mercado Eficiente: a busca por lucro faz com que o preço de mercado incorpore toda a informação disponível aos investidores

Hipótese do Mercado Eficiente Pressupostos: existem custos de informação, mas os custos de

transação são negligenciáveis

Implicação: decisões de investimento dos agentes econômicos

fazem com que as discrepâncias entre o preço de mercado e o

“valor fundamental” (preço previsto quando se incorpora

toda a informação disponível) desapareçam

Ganhos individuais no curto prazo: agentes que disponibilizam

mais recursos na obtenção de informação

Longo prazo: oportunidades de lucro deixam de existir

Page 22: Unidade 2   parte 2

30/03/2015

22

Preço Esperado Dois componentes:

Receita esperada durante o tempo que o ativo é mantido (DE)

Ganho de capital esperado ao final do período em que se mantém o ativo (PE)

Exemplos:

(i) Ações: DE = dividendos pagos; PE = preço obtido com a venda das ações

(ii) Títulos de cupom: DE = pagamentos do cupom; PE = preço obtido com a venda do título ou quando o título é resgatado

i = taxa de juros ajustada ao risco

nti

P

i

DP

n

E

nn

t

E

t ,...,2,1,)1(11

0

Flutuações no Preço de Mercado Fatores que afetam o preço de mercado:

Retorno esperado

Taxa de juros

Risco de default

Liquidez

Custo de informação

Fato: flutuações diárias do preço de mercado podem ser

significativas

A hipótese do mercado eficiente pode justificar tais flutuações?

Page 23: Unidade 2   parte 2

30/03/2015

23

Índice Bovespa – Variação Mensal

Fonte: BCB (2015)

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

120

140 ja

n/87

abr/

88

jul/

89

out/

90

jan/

92

abr/

93

jul/

94

out/

95

jan/

97

abr/

98

jul/

99

out/

00

jan/

02

abr/

03

jul/

04

out/

05

jan/

07

abr/

08

jul/

09

out/

10

jan/

12

abr/

13

jul/

14

Var

iaç

ão %

Me

nsa

l

Índice Bovespa – Volatilidade Anual

Fonte: BCB (2015)

0

10

20

30

40

50

60

1987

19

88

1989

19

90

1991

19

92

1993

19

94

1995

19

96

1997

19

98

1999

20

00

2001

20

02

2003

20

04

2005

20

06

2007

20

08

2009

20

10

2011

20

12

2013

20

14

De

svio

Pad

rão

- V

ar. %

Me

nsa

l

Page 24: Unidade 2   parte 2

30/03/2015

24

Índice Bovespa

Fonte: BCB (2015)

-50

-40

-30

-20

-10

0

10

20

30

40 ja

n/95

dez/

95

nov/

96

out/

97

set/

98

ago/

99

jul/

00

jun/

01

mai

/02

abr/

03

mar

/04

fev/

05

jan/

06

dez/

06

nov/

07

out/

08

set/

09

ago/

10

jul/

11

jun/

12

mai

/13

abr/

14

Var

iaç

ão %

Me

nsa

l

Índice Bovespa

Ver link: http://www.enfoque.com.br/poster/ibovespa/view_ibovespa_enfoque.aspx

-20

-15

-10

-5

0

5

10

15

20

1 2 3 4 5 8 9 10 11 12 15 16 17 18 19 22 23 24 25 26 29 30

Var

iaçã

o %

IB

OV

ESP

A, U

S$

Setembro de 2008

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30/03/2015

25

Índice Bovespa

Fonte: BCB (2015)

-15

-10

-5

0

5

10

15

Var

iaç

ão %

Me

nsa

l

Flutuações do Preço de Mercado Exemplo: assuma que investidores esperam que o pagamento de

dividendos de uma Empresa A cresça a uma taxa de 4% ao ano

indefinidamente e que o dividendo por ação hoje seja de R$2,00. Dado

que a taxa de juros ajustada ao risco é de 10% e assumindo que o valor

de uma ação hoje é o valor presente dos dividendos futuros, temos que:

ou

Logo, se g = 4%, PVA = R$34,67. O que aconteceria se alguma notícia

negativa sobre a empresa fizesse com que os investidores revisassem sua

estimativa de g para 2%? Qual seria a variação no preço de mercado das

ações?

...)1(

16.2

1

08.22

iiPVA

gi

gPVA

100,2

PVA = R$25,5 (∆ = -26.7%)

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26

Estratégias de Investimento

Aumentos no(a)... Sinalizam que... Porque...

Preços das ações Empresas devem investir mais Existem mais

oportunidades de

investimento

Preços dos títulos Poupadores: devem reduzir a

taxa de retorno esperada

Tomadores de empréstimos:

devem investir mais

O risco de default ou a

taxa de juros declinou

Prêmio de risco Poupadores: devem elevar a

taxa de retorno esperada

Tomadores de empréstimos:

devem reduzir o investimento

Houve aumento no risco

de default, redução na

liquidez ou aumento no

custo de informação

Estratégias de Investimento

Aumentos no(a)... Sinalizam que... Porque...

Inclinação positiva na

curva de rendimentos

(estrutura a termo)

Poupadores devem requerer

maiores retornos nos ativos de

longo prazo em relação aos ativos

de curto prazo

A taxa de inflação esperada

ou a taxa de juros reais

esperada se elevou

Diferença entre a taxa

real de juros no

mercado internacional e

no mercado doméstico

Poupadores devem ajustar seus

portfólios, direcionando recursos

para o mercado internacional e as

taxas de câmbio vão se modificar

Houve mudanças nas

preferências internacionais

no direcionamento de

recursos

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27

Hipótese do Mercado Eficiente

Implicações para as estratégias de alocação de portfólio:

Se informação está disponível para todos, oportunidades para

ganhos acima da média são exploradas no processo de

comercialização de ativos: na ausência de informação

privilegiada, a melhor opção é manter um portfólio

diversificado

Se os preços refletem a informação disponível, movimentos

constantes de recursos de um ativo para outro não são

indicados: na ausência de informação privilegiada, a melhor

opção é manter o portfólio escolhido por um longo período de

tempo

Hipótese do Mercado Eficiente Implicações para as estratégias de alocação de portfólio:

Conselhos de analistas financeiros ou de agências não ajudam

significativamente em prever o preço futuro dos ativos

financeiros: essa informação já está presente nos preços dos

ativos (atuação dos investidores “bem informados”)

Previsões dos preços de mercado são inúteis, pois a diferença

entre o preço esperado e o preço de mercado reflete

movimentos aleatórios: somente o componente inesperado dos

anúncios de empresas afetam o preço de mercado

Preços dos ativos financeiros seguem um “caminho ou passeio aleatório”

(random walk)

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Validade da Hipótese do Mercado

Eficiente?

Diferenças entre as implicações da hipótese do mercado

eficiente e a realidade

Anomalias de preço

Reversão de média

Excesso de volatilidade

Crise de 1987

Anomalias de Preço Efeito das firmas pequenas: investidores de pequeno porte têm

obtido ganhos acima do “normal” ao investirem em firmas

pequenas

Justificativa: baixa liquidez e alto custo com informação explica

porque o retorno em tais ativos proporciona ganhos acima da média

Efeito “Janeiro”: por um longo período, as taxas de retorno de

ativos em cada “janeiro” eram acima do normal

Justificativa: investidores vendem ativos onde incorreram em perdas

no final do ano para minimizar gastos com impostos e voltam a

comprar em janeiro para re-balancear seus portfólios

Problema com a justificativa: os grandes investidores institucionais,

fundos de pensão, não pagam impostos

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-40

-20

0

20

40

60

80

100

120 19

90-9

1

1991

-92

1992

-93

1993

-94

1994

-95

1995

-96

1996

-97

1997

-98

1998

-99

1999

-00

2000

-01

2001

-02

2002

-03

2003

-04

2004

-05

2005

-06

2006

-07

2007

-08

2008

-09

2009

-10

2010

-11

2011

-12

2012

-13

2013

-14

Var

iaç

ão %

Dez Jan

Efeito “Janeiro” – Bovespa

Fonte: BCB (2014)

Efeito somente observado em

9 das 24 observações estudadas

Reversão de Média Fato: ativos financeiros com elevados retornos hoje tendem a

apresentar baixos retornos no futuro (e vice-versa)

Implicação: preços de mercado seriam previsíveis!

Justificativa de alguns economistas: evidência somente

comprovada para ações de pequenas empresas no período

anterior à 2ª Guerra Mundial

Maioria dos investidores: preços de mercado seriam

imprevisíveis

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30

Volatilidade Excessiva

Preços no mercado acionário seriam mais voláteis do que o

consistente com a hipótese da eficiência de mercado? Não há

consenso...

Evidência empírica: preços de mercado aparentemente

flutuam muito mais do que seria justificado por flutuações no

“valor fundamental” das ações

Crise de 1987 “Black Monday”: em 19/10, a Dow Jones Industrial Average

perdeu 23% do seu valor, sem ter ocorrido nenhuma informação

adicional que justificasse tal desempenho

Não houve nenhuma dramática reavaliação da lucratividade das

empresas americanas

Possíveis explicações:

“Noise traders” e comportamento de manada

Bolhas e a teoria do “maior ingênuo” (greater fool): investidores mais

informados podem obter ganhos acima da média ao comercializarem

ações acima do valor fundamental

Problema: bolha cresce mais do que a economia, eventualmente estourará

Bolhas e o “espírito animal”: Shiller e irracionalidade

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31

Black Monday

* Jan-Ago/1987:

crescimento de 44%

no índice

(crescimento

econômico e “junk

bonds”)

* Possibilidade de

guerra com Iraque

* Automatização e

Program Trading

Ciclo de Emoções dos Investidores

Ponto de Máxima Oportunidade

Financeira

Otimismo

Empolgação

Arrebatamento

Euforia Ansiedade

Negação

Medo

Desespero

Pânico

Rendição

Desânimo Depressão

Esperança

Alívio

Otimismo

Ponto de Risco Financeiro Máximo “Fiz um grande

Investimento!!!”

“Investir no mercado

financeiro não é para

mim.”

“Isso é só uma perda

temporária. Sou investidor

de longo prazo.”