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Língua Portuguesa: Laboratório de Texto I Prof. Carlos Magno Email: [email protected]

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Língua Portuguesa: Laboratório de Texto I

Prof. Carlos MagnoEmail: [email protected]

Tema: FATORES DA TEXTUALIDADE DVD da disciplina Resumo da I Unidade:

Tópico 1 – O conceito de texto Tópico 2 – Fatores de textualidade – a coerência; Tópico 3 – Fatores de textualidade – a

intertextualidade Tópico 4 – Fatores de textualidade –

situacionalidade, informatividade, intencionalidade e aceitabilidade.

PLANO DE AULA

Conceito antigo:

Uma produção escrita, em linguagem

cuidada, que expressa as

informações de forma clara e

objetiva.

Tópico 1 – Conceitos de texto

Texto = qualquer produção linguística, falada ou escrita, de

tamanho variável, que possa fazer sentido numa situação de

comunicação.

Tópico 1 – Conceitos de texto

a) A linguagem é a forma

de expressar

o pensament

o.

b) a linguagem

é um instrument

o de comunicação – ligada à teoria da comunicaç

ão.

c) A linguagem

é uma forma de “inter-

ação”: o falante age

sobre o ouvinte.

Linguagem, segundo Geraldi

O texto é um evento sociocomunicativo, que ganha

existência dentro de um processo interacional. Todo texto é resultado

de uma coprodução entre interlocutores: o que distingue o texto escrito do falado é a forma como tal coprodução se realiza.

Texto, segundo Koch e Elias

a) O produtor do texto: materializa seu “projeto de dizer” , fazendo uso de uma

série de estratégias textuais e orientando o interlocutor, a

partir de várias marcas textuais para a construção de sentidos.

Explicando o conceito de Koch

b) o texto: construído estrategicamente, devido às escolhas linguísticas feitas pelo produtor, de modo a

estabelecer limites em relação às leituras possíveis.

Explicando o conceito de Koch

Qualquer produção linguística, falada ou escrita, de qualquer tamanho, que possa fazer sentido numa

situação de comunicação humana, isto é, numa situação

de interlocução”.

“Como está o frango?” – o que

significa?

Texto, segundo Val

Textualidade = conjunto de características que fazem com que um texto seja texto, e não apenas

uma sequência de frases ou palavras.

Tópico 2 – Fatores de Textualidade: A Coerência

Um texto coerente significa compreender a partir dos

conhecimentos e das habilidades de interpretação que possuímos, as relações (causa e consequência/

comparação/oposição etc.) estabelecidas entre as ideias do texto e considerá-las compatíveis com nossos

conhecimentos.

Tópico 2 – Fatores de Textualidade: A Coerência

“Já acabou?”

“Ué, tá faltando um pedaço”.

“E aí, como é que termina a história?”Necessidade de inteireza: “ter começo, meio e

fim”.

“Fugiu do tema”.

“Não diz coisa com coisa”.

“sem pé nem cabeça”.

Tópico 2 – Fatores de Textualidade: A Coerência

A coerência é responsável pelo sentido do texto, envolvendo fatores lógico-semânticos e cognitivos,

já que a interpretabilidade do texto depende do conhecimento partilhado entre os interlocutores. Um

texto é coerente quando compatível como conhecimento de mundo do receptor. Observar a

coerência é interessante, porque permite perceber que um texto não existe em si mesmo, mas sim constrói-se na relação emissor-receptor-mundo.

Tópico 2 – Fatores de Textualidade: A Coerência, Simon

1. Repetição: necessária retomada de elementos no decorrer do discurso. Um texto coerente tem

unidade, já que nele há a permanência de elementos constantes no seu desenvolvimento. Um texto que trate a cada passo de assuntos diferentes sem um explícito ponto comum não tem continuidade. Um

texto coerente apresenta continuidade semântica na retomada de conceitos, ideias. Isto fica evidente na utilização de recursos linguísticos específicos como

pronomes, repetição de palavras, sinônimos, hipônimos, hiperônimos etc.

4 Regras da Coerência, segundo Simon

2. Progressão: O texto deve retomar seus elementos conceituais e

formais, mas não deve limitar-se a isso. Deve, sim, apresentar novas

informações a propósito dos elementos mencionados. Os

acréscimos semânticos fazem o sentido do texto progredir.

4 Regras da Coerência, segundo Simon

3. Não-contradição: um texto precisa respeitar princípios lógicos elementares. Não pode afirmar A e o contrário de A.

Suas ocorrências não podem se contradizer, devem ser compatíveis entre

si e com o mundo a que se referem, já que o mundo textual tem que ser

compatível com o mundo que representa.

4 Regras da Coerência, segundo Simon

4. Relação: um texto articulado coerentemente possui relações

estabelecidas, firmemente, entre suas informações, e essas têm a ver umas com as

outras. A relação em um texto refere-se à forma como seus conceitos se encadeiam,

como se organizam, que papeis exercem uns em relação aos outros. As relações entre os

fatos têm que estar presentes e ser pertinentes.

4 Regras da Coerência, segundo Simon

Tópico 3 – Fatores de textualidade – a intertextualidade

O texto redistribui a língua.

Todo texto é um intertexto: outros textos estão presentes neles.

A produção e recepção do texto dependem do conhecimento de outros textos por parte dos

interlocutores.

Cada texto retoma textos anteriores, reafirmando uns e contestando outros.

Tópico 3 – Fatores de textualidade – a intertextualidade

Intertextualidade é diálogo entre textos.

Bakhtin: Dialogismo, polifonia ou discurso reportado são sinônimos, e referem-se às inserções de outras

vozes no texto.

Fazer uso das palavras é nos encontrarmos com o discurso do outro, com as palavras desse outro.

Apenas Adão chegou com a primeira palavra num mundo virgem.

Tópico 3 – Fatores de textualidade – a intertextualidade

É a situação social imediata e o meio social em que se inserem

locutor e interlocutor que determinam a

estrutura enunciativa.

Polifonia, segundo Bakhtin

– encontro de várias vozes que

“falam” no mesmo lugar, na

mesma enunciação.

“Todo texto se constrói como

mosaico de citações, todo

texto é absorção e transformação

de um outro texto” (Kristeva).

Tópico 3 – Fatores de textualidade – a intertextualidade

A presença da intertextualidade cumpre

diversos papéis no texto: dar veracidade, credibilidade ao texto, mostrar aprovação ou

reprovação em relação a algum fato etc.

Tópico 3 – Fatores de textualidade – a intertextualidade

Com quantos textos se faz um texto?

Intertextualidade

Tópico 4 – Fatores de textualidade – situacionalidade, informatividade, intencionalidade e aceitabilidade.

Tópico 4 – Fatores de textualidade – situacionalidade,

informatividade, intencionalidade e

aceitabilidade.

Refere-se ao conjunto de fatores

que tornam um texto relevante

para dada situação de comunicação.

Tópico 4 – Fatores de textualidade – situacionalidade

Da situação para o texto: O texto é

elaborado observando-se

para qual situação se destina: o grau de formalidade, a

variedade linguística, o

público-alvo, etc.

Do texto para a situação: o autor de um texto tem

objetivos, crenças, interesses que se refletem na forma com o elabora o

texto. Os referentes

textuais não são idênticos aos do

mundo real.

DUAS PERSPECTIVAS DA SITUACIONALIDADE

Está relacionada ao grau de

previsibilidade das informações que

aparecem no texto.

Baixo grau de informatividade:

informações que o leitor/interlocutor já

conhece, informações óbvias.

Alto grau de informatividade:

informações novas.

Tópico 4 – Fatores de textualidade – Informatividade

Diz respeito ao nível de novidade que cada um atribui a um texto.

Informatividade

Modo como os emissores usam textos para perseguir e realizar suas intenções

produzindo, para tanto, textos adequados à obtenção dos efeitos desejados.

Ele usa o gênero textual adequado (artigo, notícia, bilhete, etc.) para produzir os efeitos

desejados (convencer, informar, vender, comparar, provar etc.)

Tópico 4 – Fatores de textualidade:intencionalidade

Cooperação, quando duas pessoas

interagem por meio da linguagem.

Elas se esforçam por fazer-se

compreender e procuram calcular o

sentido do texto.

Tópico 4 – Fatores de textualidade:Aceitabilidade

SIMON, Maria Lúcia Mexias. A construção do texto: coesão e coerência textuais, conceitos de tópico. http://www.filologia.org.br/ revista/40suple/a_construcao_de_texto.pdf. Acesso em: 02 out. 2013.

TAFNER, Elisabeth Penzlin. Língua Portuguesa: Laboratório de texto. Indaial: Uniasselvi, 2011.

Referências