união bancária mecanismo europeu de estabilidade · de estabilidade, sob rigorosa...
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União Bancária
&
Mecanismo Europeu de Estabilidade
Carlos Costa Pina
Lisboa, 8 de Maio de 2017
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Discussão:
1. Banca e finanças públicas – duas teses
desmentidas pelo Independent Evaluation Office
do FMI (Julho/2016):
(i) a dívida pública como determinante do PAEF;
(ii) os problemas da banca como “casos de policia”;
2. Sistema bancário – duas teses perigosas:
(i) foco necessário na actividade doméstica;
(ii) necessidade de consolidação;
3. União Bancária: ilusões e seis riscos
subsistentes…;
4. Mecanismo Europeu de Estabilidade: puro apoio
de liquidez ou solução para reestruturações…?
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1. Da crise à União Bancária (UB)
2. Desafios do sistema bancário
3. UB e contágio banca-soberano
(i) Política monetária
(ii) Sistema bancário paralelo
(iii) Mecanismos de financiamento da resolução
(iv) Garantia de depósitos
(v) Activos por impostos diferidos
(vi) Apoio público extraordinário
4. Mecanismo Europeu de Estabilidade
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Crises financeiras desde 1925…
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• Subprime imobiliário nos EUA, 2007
• Activos tóxicos e efeitos de contágio
Imobiliária
Sistema
Financeiro
Económica
• Crise de liquidez nos sistemas bancários, 2008
• Reacção dos Estados: garantias e capitalização
• Recessão económica europeia, 2009
• Reacção dos Estados: medidas fiscais anti-cíclicas
• Opções de phasing-out: soft vs hard landing, 2010
Dívidas
Soberanas…
• Crise de liquidez nos sistemas financeiros público e privado (2010/11)
• Medidas de austeridade (2011/12…)
• Sistema bancário (liquidez, capital & rentabilidade), economia e
emprego (2012…)
As fases/faces da crise…
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Perfil dos países afectados…
×
dimensão
centralidade
+
+
_
_
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• Assimetrias da UEM e posição errática das instituições
internacionais (CE, FMI, ONU…) pós-2008:
(i) 2009: medidas orçamentais anti-cíclicas;
(ii) 2010: prudência e gradualismo na sua retirada (phasing-
out & double dip);
(iii) 2011: reacção dos mercados e primazia da consolidação
orçamental vs estabilização macro e sustentabilidade da
dívida;
Restrições
externas
FEEF / MEEF
Restrições
internas
• Tese oficial: “It’s mainly fiscal?”
• Poupança interna; capital & investimento; competitividade,
procura externa e exportações;
• Mea culpa do FMI: falhas de supervisão; negligência da
subcapitalização, liquidez e qualidade dos activos dos bancos;
… e as restrições externas e internas.
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| 7Fonte: Comissão Europeia, Previsões de Outono
Dívida no
PIB (2010)
Deficit
orçamental
(2010)
A situação de partida…
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Debt implicit interest rate in 2010e
3.63.5
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(%)
Fonte: IGCP e Previsões de Primavera 2010, Comissão Europeia
Período pré-PAEE: taxa de juro implícita em linha com a
média da zona euro…
Taxa de juro implícita do stock de dívidaa 9 Fevereiro de 2011
Evolução da taxa de juro em mercado secundárioBT 3 meses e OT 10 anos; Maio 2010 a Maio 2011
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A teoria das responsabilidades contingentes…
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Determinantes da assistência financeira externa…
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O problema das contas externas (fluxo)…
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O problema das contas externas (stock)…
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Austeridade e amplificação da divergência vs UE…
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“o incumprimento dos limites originais do programa para o défice e a dívida, em 2012 e 2013, foi determinado
por uma queda (…) na procura interna e (…) nas receitas tributárias”, “o nível de desemprego e de desemprego
jovem são muito graves” e “exigem a rápida transição para (…) a fase do investimento! Esta evolução exige
credibilidade e confiança.” (Vitor Gaspar, Julho/2013)
Ajudas à banca:
~ €21mil milhões;
11,5%PIB
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Taxas das obrigações no período da crise…
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Taxas das obrigações desde 1990 e no pós-crise…
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A expansão do balanço do BCE…
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Modelo de Governação Económica da área do euro…
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Supervisão
do Sistema
Financeiro
Supervisão e
coordenação
Económica e
Orçamental
Resolução
de Crises (?)
Política Monetária
EU budget…?
EU treasury…?
Amplifier machine…?
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• UEM s/ união económica; união financeira s/ orçamento comum,
união mercado capitais…;
• União bancária: poderes centrais c/ responsabilidades locais;
• Insuficiências sucessivas: Six Pack/2011; Tratado Orçamental/2012;
Two Pack/2013; Cinco cenários/2017…
UEM
Política Fiscal
vs. Monetária
• Prioridades: 1.º moeda; 2.º finanças; 3.º economia, emprego,
sociedade;
• PDE: consequências ≠ consoante tempo em que ocorrem (2005 vs
2011);
• Falhanço europeu na revisão do PEC 2005 e 2011;
• Tripla vantagem alemã: excedente externo; financiamento; e resgate
da exposição bancária à dívida periférica.
Gestão da estabilidade na UEM… (1/2)
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FEEF / MEEF
• Reg.º 407/2010, de 11/5
• Instrumentos: empréstimos & a excepcional intervenção em
mercado
• Dependência do BCE & reforço do FMI
MEE
• Pós – 2013, estabilidade sistémica & mecanismo decisório
• Segurança financeira vs. Confiança
• Sustentabilidade da dívida vs. reestruturação
• Participação de credores privados: CAC e cláusulas de
agregação
Gestão da estabilidade na UEM… (2/2)
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1. Da crise à União Bancária (UB)
2. Desafios do sistema bancário
3. UB e contágio banca-soberano
(i) Política monetária
(ii) Sistema bancário paralelo
(iii) Mecanismos de financiamento da resolução
(iv) Garantia de depósitos
(v) Activos por impostos diferidos
(vi) Apoio público extraordinário
4. Mecanismo Europeu de Estabilidade
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NPL &
qualidade
activos
Rentabilidade e
crescimento
externo
• Plano de resolução de NPL (activos bancários vs. passivos
PME)
• Processos de insolvência e recuperação;
• Política de provisionamento;
• Valorização de activos e colaterais;
• Contração do mercado;
• Expansão da supervisão
• Definição do novo modelo: único vs. dualista
• A questão específica da resolução
Desafios do sistema bancário…
Rentabilidade
e crescimento
externo
Reforma da
supervisão
• Margem financeira e rentabilidade do capital;
• Racionalização de custos;
• Concentração e consolidação: prioridades de 2.ª ordem;
• Equívoco da concentração na actividade doméstica;
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A contracção dos balanços bancários…
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O crescimento dos NPL’s…
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… face à perspectiva europeia.
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O problema da rentabilidade…
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…face à rentabilidade na área do euro.
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O desafio da base de custos…
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…face à situação na área do euro.
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População coberta por agência…
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População por colaborador bancário…
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Resultado da consolidação e reestruturação recentes…
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Necessidade de consolidação em Portugal (?)…
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Concentração (Top 5)…
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1. Da crise à União Bancária (UB)
2. Desafios do sistema bancário
3. UB e contágio banca-soberano
(i) Política monetária
(ii) Sistema bancário paralelo
(iii) Mecanismos de financiamento da resolução
(iv) Garantia de depósitos
(v) Activos por impostos diferidos
(vi) Apoio público extraordinário
4. Mecanismo Europeu de Estabilidade
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Pilares da União Bancária…
35
Mecanismo
Único de
Rsolução
(MUR)
Mecanismo
Único de
Supervisão
(MUS)
Sistema
Europeu de
Seguro de
Depósitos
(SESD)
Single Rulebook
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• Novos riscos s/ sistemas bancários: taxas de juro, funding for
lending e qualidade dos activos;
• Instrumentos não convencionais e Helicopter Money;
• LTRO suplementares (3m, 6m, 12m e 36m c/ full allotment);
• SMP/2010; APP: CBPP (2009); ABSPP (2014); PSPP (2015);
CSPP (2016); Targeted LTRO (2014);
Política
monetária
Sistema
bancário
paralelo
• Contributo causal para a crise: uma tese útil…;
• Aspectos causais não propriamente paralelos: titularização;
• Regulação reforçada em áreas não propriamente causais:
OICVM (FMM & ETF); FIA (FRA; FII; FCR); derivados OTC &
EMIR; short selling; CDS’s; Repos & empréstimos de v.m.;
Contágio banca-soberano… (1/3)
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MUR
SESD
• Para 2024: período de transição de 8 anos – Resseguro (2016/19);
Co-seguro (2019/23); Seguro integral (2024);
• Dupla protecção: não resolução de depósitos & protecção
SGD/FESD;
• Risco: recusa de reembolso por factos não imputáveis ao
depositante ou SGD;
• Ausência de apoio financeiro público vs insuficiência do SESD;
Contágio banca-soberano… (2/3)
• Inicio em 1JAN2016 mas c/ recursos plenos do FUR em… 2023;
• Ausência de mecanismo de financiamento intercalar e de backstop
comum;
• Decisão central (MUR) & financiamento nacional (MNFR);
• Grupos bancários: financiamento limitado no FUR (empréstimos não
obrigatórios; não uniformes; burden sharing c/ negociação ad-hoc);
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• A preferência implícita por créditos fiscais vs direito à dedução;
• A elegibilidade ficcionada de f.p.p.n.1;
• Capitalização via CoCo’s/2012 & reembolso com créditos fiscais: a
troca do certo pelo incerto;
• Conversão de créditos em capital pelo Estado: aumento de risco;
redução de remuneração; e abdicação de intervenção.
DTA’s
• Admitido em caso de “perturbação grave da economia de um
Estado-membro e para preservar a estabilidade financeira”;
• Casos excepcionais de crise sistémica: admitidos instrumentos
públicos de estabilização c/ com contribuição paralela de accionistas e
credores (≥8% passivo total + f.p.);
• Apoio ao capital próprio vs. propriedade pública temporária – dupla
subsidiariedade.
Contágio banca-soberano… (3/3)
Apoio público
extraordinário
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1. Da crise à União Bancária (UB)
2. Desafios do sistema bancário
3. UB e contágio banca-soberano
(i) Política monetária
(ii) Sistema bancário paralelo
(iii) Mecanismos de financiamento da resolução
(iv) Garantia de depósitos
(v) Activos por impostos diferidos
(vi) Apoio público extraordinário
4. Mecanismo Europeu de Estabilidade
![Page 41: União Bancária Mecanismo Europeu de Estabilidade · de estabilidade, sob rigorosa condicionalidade, adequada ao instrumento financeiro escolhido, em benefício de membros (…)](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052809/6077a13aed0d2e458f649ec0/html5/thumbnails/41.jpg)
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Capital &
Missão
Rentabilidade e
crescimento
externo
• MEE vs FEEF e responsabilidades dos EM;
• Capital autorizado: €700 mil milhões, para “(…) prestar apoio
de estabilidade, sob rigorosa condicionalidade, adequada ao
instrumento financeiro escolhido, em benefício de membros
(…) se tal for indispensável para salvaguardar a estabilidade
financeira da área do euro… e dos seus Estados-membros.”;
• Condicionalidade: simples condições de elegibilidade →
programa de ajustamento macroeconómico;
Mecanismo Europeu de Estabilidade…
Instrumentos
de assistência
financeira
• Assistência financeira cautelar (v.g. linha de crédito cautelar);
• Assistência financeira de recapitalização de IC (empréstimo);
• Empréstimos;
• Apoio mercado primário (eficiência de custos da assistência);
• Apoio mercado secundário (evitar riscos de contágio);
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Rentabilidade e
crescimento
externo
• Escolha do instrumento de assistência: Estado-membro;
• Escolha da condicionalidade: negociação;
• Avaliação pela CE/BCE: (i) risco; (ii) sustentabilidade da
dívida (c/ FMI); (iii) necessidades de financiamento;
• Decisões por comum acordo;
• Posição credora subordinada ao FMI;
• Mecanismo de liquidez vs mecanismo de reestruturação (?)
• Dívida pública: alívio nominal vs alívio do respectivo NPV;
Mecanismo Europeu de Estabilidade…
Processo &
condições
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Sustentabilidade das dívidas públicas…
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O recente efeito dos juros da dívida…
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Fonte: INE, Banco de Portugal e Ministério das Finanças
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O efeito juros no quadro do PE 2017/21…
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A almofada de liquidez…
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A ideia do Fundo de Reestruturação Europeu…
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… para uma dívida pública parcialmente mutualizada (?)…
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“L’Europe se fera par la
monnaie ou ne se fera
pas”…(?)
Jacques Rueff
“…a Europa não é um
conjunto agregado. É uma
colecção de nações que
têm os seus próprios
orçamentos (…) e os seus
próprios mercados laborais
(…), mas que não têm
moedas próprias. E isso cria
uma crise.”
Paul Krugman
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