universidade candido mendesfiles.prof-fabiouriarte.webnode.com.br/...produzir_uma_monografia.pdf ·...
TRANSCRIPT
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
COMO PRODUZIR UMA MONOGRAFIA PASSO A PASSO...
...Siga o mapa da mina.
Prof. Marco Antonio Larosa
Prof. Fernando Arduini Ayres
Rio de Janeiro
2005
3
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
COMO PRODUZIR UMA MONOGRAFIA PASSO A PASSO...
...Siga o mapa da mina.
OBJETIVOS:
Esta publicação atende a complementação didático-
pedagógica de metodologia da pesquisa e a produção
e desenvolvimento de monografia, para o curso de pós-
graduação, mestrado, doutorado... Pelos autores.
4
AGRADECIMENTOS
A todos os autores, corpo docente do Instituto “A Vez do
Mestre”, à professora Márcia Chaves de Souza pela revisão
dos textos, à Edna Brito pelo auxílio na formatação. Aos
alunos e pessoas que, direta e indiretamente, contribuíram
para a confecção desse trabalho acadêmico e sua constante
atualização.
5
DEDICATÓRIA
Dedico esse livro a minha mulher Lílian, que tanto colaborou
para a confecção e o aperfeiçoamento desse trabalho.
Também a Maria Clara e João Lucca meus filhos, pela
alegria que trouxeram ao nosso lar.
Marco Antonio Larosa
À Laura Arduini, minha mãe e primeira professora na
universidade da vida.
Fernando Arduini
6
RESUMO
As aulas iniciais de metodologia da pesquisa são consideradas por
muitos alunos uma disciplina difícil, complexa e de pouca aplicabilidade, porém,
por se tratar de trabalho acadêmico, a linguagem deve ser culta e específica, o
que dificulta a compreensão do leitor leigo no assunto. Entretanto, esse não é o
maior dos problemas. Como docentes, observamos que, a grande preocupação
inicial dos alunos é com o formato da monografia. “– Professor, como é uma
monografia? O senhor tem uma cópia para que a gente possa ver? Posso
copiar uma na biblioteca para ver como é que é?” São muitas perguntas, mas a
mais importante, normalmente não é formulada – “Como produzir uma
monografia?” O trabalho de formatação é o mais fácil, difícil é escolher o tema
principal e iniciar o aprofundamento nos conteúdos. Depois, mais um processo
de aprofundamento até a busca do tema particular, devidamente delimitado, e
aí sim, coletar os dados necessários para a confecção da monografia. Neste
livro, estruturado propositalmente no formato de uma monografia para
possibilitar uma familiarização imediata do alunado com tais trabalhos, procura
ensinar, passo a passo, como produzir um eficiente trabalho acadêmico.
Visualize o livro, você verá como é uma monografia, o livro já está no formato
de um trabalho acadêmico, com toda a formatação, a paginação e o
desenvolvimento de capítulos. Afinal, o livro foi diagramado como uma
monografia. É só olhar, estudar e deixar de se preocupar com o sintoma que
mais provoca a tal da TPM – Tensão Pré-Monográfica, entre os alunos: o
formato.
7
METODOLOGIA
A metodologia utilizada destina-se a apoiar as aulas e palestras de
conteúdo programático teórico, bem como as vivências adquiridas no decorrer de
outros cursos ou no próprio mercado de trabalho, tornando o assunto mais
atraente e compreensível para os educandos.
O aluno terá um livro bem didático, acompanhará passo a passo, como
trilhar os caminhos que levam à excelência de uma monografia. Utilizamos como
referência, bibliografias (oferecidas ao aluno para consulta), pesquisa de campo
(coleta de dados nas salas de aula, nos cursos de graduação e pós-graduação),
além da experiência dos autores no Mestrado e Doutorado.
Ao contrário das normas tradicionais, onde os conceitos de Ciência e
Metodologia Científica são apresentados no primeiro capítulo de qualquer livro
sobre o assunto, optamos por iniciar nosso trabalho pelo que nos parece ser a
grande dificuldade do alunado: a escolha do tema e o caminho a seguir.
A necessidade dos alunos (adequação) em buscar uma qualificação no
decorrer de cada curso, para melhor se estabelecer ou entrar no mercado de
trabalho, leva o professor de metodologia a avaliar periodicamente seus conceitos
e conteúdos. Assim, mantém a motivação do discente, em cada passo trilhado em
direção à conclusão do trabalho.
A proposta deste livro é adequar e valorizar o trabalho acadêmico que,
muitas das vezes, é recolhido à biblioteca, tornando-se esquecido entre tantos
outros, até que algum interessado venha consultá-lo. Nesta proposta, objetiva-se
buscar uma dissertação acadêmica adequada à realidade do mercado, criando-se
assim uma “monografia proposta” ou simplesmente um projeto, pronto a ser
implantado. Ou, ainda, o início do estudo científico de um tema, que o aluno
8
poderá aprofundar em sua vida acadêmica, num posterior mestrado ou doutorado,
ou em sua vida profissional.
Ao final do livro, como anexo, é fornecido um exemplo de monografia, que
mostra, em detalhes, como configurar o processo de diagramação e o
preenchimento correto de cada uma das páginas que constituem o trabalho
monográfico.
Torna-se importante ressaltar que, em paralelo à utilização deste livro, o
monografista deverá utilizar o apoio da orientação de monografia, ou seja, o
professor de orientação metodológica e, se for o caso, de orientadores de
conteúdo (professores ou profissionais da área em estudo).
Cabe ao orientador a responsabilidade de manter o orientando no
caminho correto, no foco, no objetivo traçado no projeto de pesquisa. Cabe,
ainda, reconhecer seus erros de avaliação, sabedor de suas limitações. O
amadurecimento do orientador é a conseqüência natural de quem busca o
aperfeiçoamento.
9
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 10
CAPÍTULO I
O TEMA É O PROBLEMA ? 12
CAPÍTULO II
METODOLOGIA CIENTÍFICA 26
CAPÍTULO III
O PROJETO DE PESQUISA 52
CAPÍTULO IV
A CONFIGURAÇÃO 60
CONCLUSÃO 68
ANEXOS 74
ÍNDICE 87
ÍNDICE DE FIGURAS 89
10
INTRODUÇÃO iência: trata-se de conhecimento público através de textos de
pesquisa, o preparo de livros para o ensino e a organização de
documentos com informações para públicos diferenciados. Estas são algumas
das faces importantes do vasto processo de comunicação que sustenta
permanentemente as atividades acadêmicas.
etodologia Científica: trata-se do conjunto de etapas,
ordenadamente dispostas, a serem vencidas na investigação de um
fenômeno, fato social ou mercadológico. Preocupa-se em descrever o problema e
sempre que possível, explicando ponto a ponto.
onografia: trata-se de trabalho acadêmico que, incentivando o hábito
da pesquisa, procura apresentar contribuições pessoais à ciência,
através do estudo de um assunto único e das reflexões obtidas neste processo.
A comunicação direta viabiliza o intercâmbio de idéias e experiências
entre as pessoas e os meios sociais, previamente definidos; já a comunicação
indireta, feita por meio de documentos, assume importância cada vez maior em
nossa sociedade. A produção acadêmica, a armazenagem de informações e o
uso de documentos constituem etapas essenciais para as variadas alternativas de
acesso à informação, preocupação maior da sociedade na busca permanente
para resolver problemas emergentes e prever o futuro próximo.
C
M
M
11
A pesquisa é muito importante para a educação ou o desenvolvimento
empresarial, pois através da busca de conhecimento e do aprofundamento de
conteúdos o pesquisador descobre parâmetros que estão relacionados à sua
realidade sócio-econômica. A história se repete muitas vezes e, com os erros do
passado, aprendemos a viver o presente e a prevenir o futuro. Esta definição de
educação, ou desenvolvimento, como processo de formação da competência
humana, busca a qualidade que é encontrada no conhecimento inovador, o ponto
de partida para a formação ética do indivíduo.
A pesquisa proporciona um questionamento crítico e criativo dos
problemas sociais, ou seja, deixa-se o discurso de lado e buscam-se as razões,
discute-se dialeticamente o problema, até encontrarem-se soluções possíveis.
Assim, viabiliza-se o trabalho monográfico em busca de um ganho social.
Neste curso, o aluno vai encontrar na pesquisa, não só um instrumento
de ensino, mas também uma poderosa ferramenta, que pode ser muito útil na
vida cotidiana e no seu desenvolvimento profissional e pessoal, pois no momento
em que o educando se aprofunda em determinado tema, ele amplia seus
conhecimentos, tornando-se capaz de formar uma opinião sólida sobre esse
mesmo fato.
12
CAPÍTULO I O TEMA É O PROBLEMA ?
“Se realmente entendemos o problema, a resposta virá dele, porque a resposta não está separada do problema.” Jiddu Krishnamurti (1895 — 1986)
Antes de apresentar a problematização na visão acadêmico-científica,
vamos conversar um pouco sobre a principal dificuldade encontrada pelo aluno
quando é chegada a hora de fazer sua monografia. A escolha do tema. Parece
residir aí a grande dificuldade dos alunos em dar a partida em seu trabalho. É
claro que uma monografia não é só o tema, pois existe muito a desenvolver até
a conclusão do trabalho, mas, acredite, com a área de estudo definida, a tarefa
torna-se bem mais fácil.
A escolha da área de estudo (é dela que virá nosso tema) é o ponto de
partida da investigação a ser feita e, portanto, da monografia. É preciso,
primeiro, reconhecer as áreas ou assuntos cobertos pelo seu curso em que
você tenha maior interesse ou para os quais tenha aptidão. Trabalhar em algo
que seja do seu interesse pessoal trará maior motivação e, em conseqüência,
as chances de acerto e da confecção de uma boa monografia aumentarão
muito.
Outro fator que poderá ajudar bastante para obtermos um bom trabalho,
é a escolha de um tema que já esteja sendo trabalhado pelo aluno em outras
atividades. Além da imediata familiarização com o conteúdo, haverá um grande
ganho, também, na coleta de informações sobre o assunto, já que boa parte das
fontes estará fazendo parte do cotidiano do discente. Lembre-se de que a
participação em estágios também pode servir como uma boa base de pesquisa
para a monografia.
13
Para os alunos dos cursos empresariais, a opção de escolher um tema
na área em que atua é particularmente interessante pois, além de dispor da
própria empresa como cenário para estudo, poderá contar com o auxílio de
profissionais com maior experiência na área para ajudá-lo. Quem sabe seu
próprio superior não teria interesse em atuar como co-orientador da sua
monografia? Neste caso, é possível que o trabalho não venha a ser tão
acadêmico, mas, com certeza, apresentará soluções práticas e úteis, que
poderão servir para análises futuras da empresa ou do mercado. Um bom
trabalho poderá até vir a ser implementado na organização e, mesmo que não
seja, seus superiores saberão que você está interessado na empresa e em
crescer com ela.
Outra boa dica é lembrar que, por mais interessante e desafiante que
seja um tema desconhecido, é preciso, antes da sua escolha, que se tenha
certeza da existência de fontes de consulta disponíveis. De nada adianta um
excelente tema, se não tivermos como coletar informações ou aprofundar o
estudo sobre ele. Uma bibliografia mínima é necessária. É claro que a Internet é
uma boa fonte de consulta, mas seus dados não bastam para elaborar uma
monografia. Arquivos, depoimentos, livros e periódicos serão importantes no
aprofundamento da questão. Portanto, verifique a validade do seu tema. Por
vezes, identificamos temas que, à primeira vista, parecem excelentes, mas,
após uma análise mais criteriosa, não justificam um longo trabalho de análise.
Converse com seu orientador sobre o tema que pretende desenvolver.
Discuta com ele suas propostas e aceite as sugestões de um profissional que
tem profunda experiência no desenvolvimento desta atividade. Às vezes, ele vai
parecer chato (refazer de novo?) mas, na verdade, estará procurando melhorar
seu trabalho.
Bom, por agora chega de dicas. Até porque, cá entre nós, o tema não
precisa ser definitivo. Pode ser que, com o andamento da pesquisa, você resolva
14
fazer pequenas alterações no tema. Não é problema, mas não esqueça de
conversar com seu orientador sobre essa possibilidade. Vamos, então, continuar
nosso estudo.
1.1 - O Problema
Em busca do que pesquisar, o educando normalmente parte de um tema
definido e complexo. Ele possui conhecimento pré-concebido do tema ou
percebido durante o dia-a-dia, mas sem o devido aprofundamento. Este processo
é considerado normal, afinal, é comum partir do geral para o particular, atingindo
a delimitação em um assunto.
O tema amplo permite que o educando busque cada vez mais
informações, conceitos e teorias que lhe permitam conhecimento profundo sobre
o tema particular. Somente a partir deste conhecimento, o aluno poderá buscar
particularidades (na linguagem acadêmica chama-se variáveis) sobre o tema, que
lhe indiquem uma questão a ser resolvida. A segmentação do tema permite maior
facilidade na busca de dados e um aprofundamento direcionado.
O problema se resume a um fato que deve ser resolvido através da
pesquisa que se inicia a partir de algum tipo de indagação. A utilização da palavra
problema, não significa que algo está errado, podemos também evoluir de algo
que está funcionando bem ou até antever uma situação que poderá acontecer em
um futuro bem próximo. Reciclar profissionais para o mercado de trabalho ou
tornar um software mais eficiente são tarefas que servem como exemplos típicos
de problemas a serem resolvidos. O problema pode ser definido de diferentes
formas. Por exemplo:
questão matemática que necessita de solução;
diferença entre a situação atual e a situação desejada;
15
questão não solvida, objeto de discussão, em qualquer área de
conhecimento;
proposta duvidosa que pode ter diversas soluções;
questões difíceis de explicar ou resolver;
conflitos afetivos que afetam o equilíbrio psicológico dos indivíduos.
Observe-se que todas as questões acima necessitam de um estudo para
conhecer-se a resposta. A situação problema de uma monografia não é diferente
das definições sobre o assunto. A que mais se aproxima da definição científica é
a terceira questão, porque para realizar uma pesquisa científica é necessário
verificar se o problema cogitado se enquadra na categoria de científico. Alguns
exemplos podem nos dar a noção do que é problema científico ou não. Como
analisar as seguintes propostas? Quais são as científicas?
O que se deve fazer para que os motoristas de ônibus parem no ponto?
Como otimizar a utilização de energia?
Qual a melhor técnica para recuperar jogadores de futebol lesionados?
São problemas que afetam o dia a dia de cada situação específica,
entretanto, podem ser considerados científicos? Não. A pesquisa científica não
pode dar respostas a questões normalmente técnicas ou estratégicas. Essa tarefa
cabe ao proponente ou ao responsável pelo setor (um engenheiro, um
administrador, um economista, um gerente, entre outros); ou seja, a pesquisa
para solucionar os problemas pode ser determinada por razões de ordem prática
ou intelectual.
A partir dessas considerações, pode-se dizer que um problema é
considerado como de ordem científica, quando permite que variáveis por ele
identificadas possam ser observadas, manipuladas e, é claro, testadas. Testar
significa apurar se o fato ocorre no cotidiano que o educando escolheu para
estudo, com uma resposta presumida, positiva ou negativa. Testar uma variável
não significa que ela já exista. O educando pode colher informações que
16
identifiquem indícios de que um fato percebido pode vir a ser um problema em um
futuro próximo. Abaixo são apresentados alguns exemplos de problemas, antigos
ou futuros, que dispõem de variáveis passíveis de teste:
Estudantes oriundos de escolas particulares obtêm melhor
aproveitamento nos exames vestibulares?
Estudantes admitidos nas universidades pelo sistema de cotas
apresentam um desempenho inferior aos demais colegas?
O aumento da participação feminina no mercado de trabalho aumenta o
número de divórcios nas grandes capitais brasileiras?
A obrigatoriedade de ter produzido uma monografia durante a graduação
melhora as condições de empregabilidade de um recém formado?
Por vezes, mesmo um assunto que já tenha sido alvo de estudos por
outros pesquisadores pode motivar um outro pesquisador a efetuar nova
exploração, visando o aprofundamento de algumas relações e condições já
identificadas anteriormente ou o encontro de novas possíveis variações.
1.2 – Pesquisa Preliminar
No momento em que o educando se prepara para escolher o tema a ser
pesquisado na monografia, deve levar em conta a necessidade de procurar um
tema que faça parte da sua área de estudo, mereça ser investigado e que possa ser
formulado e delimitado. A dica para facilitar este processo preliminar é que o
educando busque um tema em que ele já possua algum conhecimento, mesmo que
superficial, seja através de leitura (autodidata) ou por força da prática do trabalho no
meio (vivência). A afinidade intelectual do estudante com o assunto escolhido
colabora para o bom desenvolvimento do trabalho. Assim, é possível ao educando :
• ter uma visão geral sobre o tema escolhido;
• localizar o problema no meio social;
17
• diagnosticar ligações e estado de dependência com relação a outros
temas;
• identificar possibilidades para o esclarecimento de um fato.
1.2.1 - Formulando o problema.
A formulação do problema se inicia através do estudo da literatura
disponível sobre o assunto; é preciso aprofundar-se no conteúdo para conhecer
um objeto, assim como discutir o assunto com pessoas experientes neste campo
de estudo.
1.2.2- Regras para formulação do problema.
Na busca de soluções científicas para os problemas, desenvolveram-se
regras básicas que facilitam o encontro da situação problema, fato gerador do
interesse pela pesquisa que se desenvolverá. Segundo Gil (2002), devem ser
observadas as seguintes regras:
A) o problema deve ser formulado como uma pergunta;
B) o problema deve ser claro e preciso;
C) o problema deve ser empírico (baseado em experiências);
D) o problema deve ser suscetível de solução;
E) o problema deve ser delimitado a uma dimensão viável, ou seja,
possível de executar, mensurar.
A) A formulação da pergunta remete o leitor do projeto a uma apresentação
clara e rápida do assunto estudado. Além disso, a utilização da pergunta
identifica imediatamente o problema que se pretende pesquisar. Porém,
deve-se registrar que a pergunta formulada não deve ter o formato de uma
pergunta de questionário, ou de opinião, que pode ser respondida de
18
imediato. Ao contrário, deverá ser capaz de gerar as dúvidas que serão
respondidas com o desenvolvimento e o resultado do trabalho.
Ex: Pretendo pesquisar sobre o problema das altas mensalidades
cobradas pelas escolas. Ou, reformulando a questão: que fatores levam
as escolas a aumentarem as mensalidades?
B) Os problemas não podem ser formulados de maneira vaga, fazendo
com que o consultor tenha dificuldade em saber do que se trata e por
onde começar a resolver a questão.
Ex: O que determina a natureza humana? Pode ser a criação familiar;
pode ser o meio social, ou podem ser diversas outras causas. Afinal, qual
é o problema do proponente? Não está claro, logo, não é possível
identificá-lo.
C) Os problemas científicos que se referem a valores regionais, étnicos,
raça, religião, entre outros, devem ser tratados de forma completamente
isenta e imparcial pelo profissional. Estes problemas, tratados sem a
isenção necessária, conduzem inevitavelmente a julgamentos morais e
considerações subjetivas, invalidando os propósitos da investigação
científica, que devem possuir a objetividade como uma das suas mais
importantes características.
Ex: A Mulher deve ocupar o lugar do homem no mercado de trabalho?
D) Um problema só deve ser utilizado, ou escolhido, quando existirem
formas de apresentar sua solução. De nada adianta escolher um tema
claro e interessante se o educando não dispuser de meios de pesquisa
para o desenvolvimento e a avaliação do assunto.
19
Ex: “A partir de uma base no planeta Marte, será possível desvendar o
mistério relacionado à última fronteira da galáxia”. Sem tecnologia
adequada para montar a base e depois investigar a fronteira final, só na
“Enterprise” com Dr. Spock e tudo.
E) Normalmente os primeiros passos de uma pesquisa tendem à
amplitude, sendo necessário um certo tipo de delimitação por parte do
orientador. A delimitação faz-se necessária para um maior
aprofundamento no tema específico e, também, por conta da
disponibilidade de recursos e meios para a pesquisa.
Ex: A educação no Brasil é falha? Seria necessário delimitar que área da
educação se pretende pesquisar. O que vai ser estudado, a educação
infantil, a educação básica, o ensino médio ou o ensino superior? O ensino
público ou o privado? Num País como o nosso, de dimensão continental e
distintas realidades regionais, parece bem provável que uma delimitação
geográfica seja obrigatória.
OBS: Notem que em todos os casos, principalmente no último, a
principal técnica é a da “pirâmide invertida”, passamos da generalidade a um
fato específico. Centrar o problema é o grande segredo para o sucesso de uma
pesquisa. Com uma bibliografia direcionada e planejamento da metodologia a
ser aplicada, ganha-se tempo.
1.3 – Tema Específico
Ao fim da busca do conhecimento sobre o tema generalizado, inicia-se
outro processo em busca da excelência, que é o tema específico. O tema deve
ser muito bem escolhido, pois dele dependerá o sucesso ou o fracasso da
monografia. Para facilitar o processo de escolha, o educando deve seguir os
mesmos padrões que utilizou na escolha do tema generalizado. É claro que o
20
aluno já terá um conhecimento razoavelmente profundo sobre o tema e não
será difícil delimitar o objeto de estudo, ou seja, o tema segmentado.
Com o tema definido, exclua itens que, por serem irrelevantes, não se
inserem no contexto atual. Acrescente os dados necessários para aprimorar ou
desenvolver o planejamento do novo tema. O educando poderá traçar um
roteiro de estudo para então definir, inicialmente, os pontos de estudo e
aprofundamento. Como exemplo, podem ser utilizados os seguintes temas:
a) Minha formação neste curso é a Educação. O que ocorre hoje no meio
social em que estou inserido que envolva a Educação e que represente
um problema ou que, a partir dela, apresente solução.
b) Vamos dissertar sobre globalização, os problemas sociais que decorrem
desta nova ordem social. Estude, leia, tome conhecimento sobre a
globalização. O que é? Onde foi criada ou surgiu? Com que objetivos?
Quais as causas e efeitos na sociedade? De que forma afeta o meio social
em que estou inserido? Exercite perguntas e questionamentos sobre o
tema para obter uma visão mais ampla.
c) Ao aprofundar-se no assunto, identifique o curso em questão, por
exemplo, “A Educação na Globalização”. Pode-se levantar algumas
variáveis sobre o fato, como: é possível, através da educação, preparar a
sociedade para a nova realidade social? A universidade é a última
instituição a se adequar à nova realidade? A formação profissional é
adequada às novas necessidades de mercado? A educação pode evitar o
desemprego? Neste mercado global, a educação continuada é solução?
d) Entre os questionamentos, o educando deve escolher o tema que mais lhe
ofereça opções bibliográficas, acesso direto às informações, como
estágios ou atividades práticas. As questões pessoais do aluno (gosta ou
21
domina o tema, vivencia tal realidade) também devem ser levadas em
conta na hora da escolha.
e) O educando pode, neste momento, propor um título para a monografia: “A
educação continuada requalificando o profissional”. Feito isso, mãos à
obra em direção ao aprofundamento e ao levantamento de dados sobre o
título proposto.
O primeiro passo seria buscar a bibliografia sobre o tema e, depois,
consultar as bibliografias sugeridas por cada autor em suas obras. O segundo,
pedir a intervenção do orientador para ajudá-lo. Jornais, revistas, Internet,
entrevistas com personalidades do meio em questão também são ótimas fontes
de informação.
1.4 – Montando o título
Lembrando que o título parte de um questionamento ou pergunta, busque
nomes breves, pois títulos muito longos mostram que sua capacidade de ser
sucinto e objetivo não é muito boa. Lembre-se de que a monografia tem a sua
cara. O título longo tende a desmotivar o leitor a se interessar pela sua obra. Veja
um mau exemplo:
“A influência dos meios de comunicação de massa, em particular a
televisão, na aquisição de opinião, pois povo sem conhecimento é suscetível a
manipulação”.
O título deve antecipar ao leitor o escopo da monografia. Evite excesso de
adjetivos, termos técnicos ou palavras que dificultem o acesso do leitor à
informação contida na monografia. Lembre-se, nem todos os leitores são do
mesmo ramo de atividade que você. Veja, agora, o bom exemplo: “Sociedade
esclarecida sofre influência da mídia televisiva ?”
22
1.5 - A Hipótese
Podemos dizer que a Hipótese é uma suposta solução antecipada para o
problema proposto. Ou, o reconhecimento antecipado de sua causa geradora.
Após a formulação do problema (que deve ter sido feita em forma de pergunta)
e da pesquisa bibliográfica preliminar, é possível ao pesquisador construir
hipóteses que orientarão seu trabalho investigativo. As hipóteses poderão ser
testadas ao longo do trabalho, comprovando ou não a suposta solução
antecipada.
Tomemos como exemplo a suposição do seguinte problema: Por que o
número de alunos que cursam pós-graduação no Brasil é incompatível com o
número de graduados que se formam anualmente?
Após uma pesquisa preliminar, o pesquisador poderia ter sugerido as
seguintes hipóteses:
• O aumento da concorrência na oferta de cursos de graduação
gerou uma queda nos preços das mensalidades, possibilitando um
grande crescimento do número de matrículas em tal setor.
• Na pós-graduação é encontrada uma situação de exclusão social,
pois os graduados de baixa renda não dispõem de recursos
financeiros para arcar com os altos custos deste nível de ensino.
O pesquisador dará continuidade a seu trabalho investigativo,
direcionando-o para testar as hipóteses sugeridas. Não se pode, contudo,
considerar que as hipóteses propostas estarão sempre certas. Possivelmente,
algumas poderão ser negadas ao longo do trabalho, o que não significa que a
pesquisa esteja errada, mas sim que novos conhecimentos estão sendo
adquiridos na resolução do problema.
23
1.5.1 - Classificando as hipóteses.
A hipótese é, portanto, um acontecimento incerto, uma orientação para
a investigação de um fato do cotidiano, uma suposição sobre uma possível
resposta para um problema, da qual não se tem certeza. Podemos classificar
as hipóteses em duas grandes áreas: hipóteses casuísticas e hipóteses
cotidianas.
Hipótese Casuística: Baseada em fato ocorrido, porém sem
comprovação. Muito utilizada em pesquisas de caráter histórico, apresentam a
versão do pesquisador sobre um fato já conhecido, mas sobre o qual não
existem registros completamente confiáveis. Como, por exemplo, a versão que
propõe que Tiradentes não foi mártir da Inconfidência e, sim, que foi enforcado
para encobrir os verdadeiros líderes do movimento e acabou servindo de
exemplo na prevenção de futuros golpes.
Hipótese Cotidiana: Antecipa que determinada característica ocorre
com maior ou menor freqüência em determinado grupo, sociedade ou cultura.
Ex: “É elevado o número de pessoas que buscam cursos de pós-graduação
para qualificar-se no mercado de trabalho”; ou, “A procura pelo esoterismo é
muito comum na classe média”.
1.5.2 - Buscando a Hipótese.
O educando, durante o trabalho de construção da hipótese, deverá contar
principalmente com sua capacidade de observação dos fatos, a avaliação de
estudos anteriores e o conhecimento das teorias já existentes sobre o tema. É
claro que a criatividade é sempre bem vinda e uma boa intuição poderá ajudar
bastante.
24
Independente do número de hipóteses que o educando, ou
pesquisador, tenha alcançado neste primeiro momento, é necessário, a seguir,
depurar os resultados obtidos verificando se as componentes da lista obtida
são testáveis ou não. Eventualmente, algumas delas, após um maior
aprofundamento, poderão ser abandonadas.
Para obter um melhor resultado na hipótese proposta, procure a clareza
na apresentação dos conceitos, escolha a simplicidade na sua construção, seja
específico na identificação do que vai ser testado e evite utilizar julgamentos de
valor.
É bom lembrar que, no processo inicial da pesquisa, o educando
aponta uma hipótese com base no seu conhecimento do fato, naquele
momento. Com o passar do tempo e o aprofundamento dos conceitos e teorias,
essa mesma hipótese poderá sofrer alterações. Isto é absolutamente normal.
Não se preocupe.
1.5.3 – A utilização de Variáveis
Utiliza-se o termo Variável para nomear os diversos objetos de estudo
passíveis de assumir, ao longo de um trabalho científico, valores, estados ou
aspectos diferenciados, dependendo das circunstâncias apresentadas. Por
exemplo, o salário é uma variável, porque pode ser representado por diversos
valores. O mesmo ocorre com número de alunos, valores de mensalidades,
quantidade de ônibus numa cidade, idade, etc.
Embora alguns objetos de estudo não assumam valores numéricos e sim
categorias, como, por exemplo, nível de escolaridade (básico, médio, superior),
também podem ser identificados e tratados como variáveis. Como o Brasil é o
país dos fenômenos, também podemos incluir os sem-teto, os descamisados, os
sem-terra, os órfãos da Encol, etc.
25
No primeiro exemplo de hipótese apresentado no item 1.5, podemos
identificar as variáveis oferta de cursos de graduação, preços de mensalidades e
número de matrículas, todas podendo ser valoradas, ou seja, representadas de
forma numérica. Já no segundo exemplo, a variável custo de ensino, também
valorada, aparece junto à variável baixa renda que não é, necessariamente,
representada por um valor numérico, podendo ser identificada, também, por
classes ou categorias.
Normalmente, as hipóteses identificam dois tipos básicos de relações entre
as variáveis objeto de estudo: Associação, quando existe a relação entre as
variáveis, mas estas não sofrem influência uma da outra; ou Dependência,
quando uma ou mais variáveis sofrem interferências diretas de outras.
26
CAPÍTULO II METODOLOGIA CIENTÍFICA
“Através da ciência é possível resolver problemas
em benefício do homem”.
Planejar e cumprir metas só será possível através da utilização de
ferramentas que encaminhem o educando às respostas concretas do problema
proposto - que precisa ser conhecido profundamente para, só então, ser discutido
dialeticamente. Através da ciência, é possível resolver problemas em benefício do
homem. A busca pela sobrevivência financeira e biológica do ser humano é o
maior desafio da ciência nos dias de hoje.
A ciência se divide em dois níveis: o de produção do conhecimento
científico (interiorizar os conteúdos, a partir de pressupostos ou do conhecimento
cotidiano) e o da produção da ciência propriamente dita (ciência como instituição
e prática social do saber).
2.1 - O Papel da Metodologia
Consiste em um plano detalhado de como alcançar os objetivos,
respondendo a questões e testando hipóteses formuladas. Traduzindo o
“academês”, a metodologia é o ato que guia o aluno na investigação da verdade,
cientificamente. É uma disciplina acadêmica construída a partir do princípio aceito
de que não há produção de conhecimento científico, ou melhor, da ciência, a não
ser através da pesquisa. Portanto, objetiva que o educando adquira a teoria e os
instrumentos metodológicos básicos para a formação de um pesquisador, através
de métodos e técnicas de pesquisa que serão aplicados em cada fase do
processo de desenvolvimento da monografia.
27
Processo esse, com etapas bem definidas, como: problematização, coleta
de dados, mensuração, formação do tema e das hipóteses, levantamento de
variáveis hipotéticas, reavaliação dos dados e produção do projeto inicial, as quais
serão amplamente abordadas nesse livro.
2.1.1 - Pesquisa Científica
O conhecimento descoberto através da pesquisa pode ser aplicado a
muitas atividades cotidianas e profissionais, seja na solução de problemas,
na convivência interpessoal, na formação de opinião através da retórica, no
cotidiano profissional, e muitas outras. A palavra pesquisa se origina no
latim, no verbo perquiro, que significa “procurar; buscar com cuidado;
procurar por toda parte; informar-se; inquirir; perguntar; indagar bem;
aprofundar na busca”. O particípio passado desse verbo latino é perquisitum.
O primeiro R se transformou em S na passagem do latim para o espanhol,
daí, seguindo o caminho histórico, surgiu o verbo pesquisar, que
conhecemos hoje. Percebe-se que os significados desse verbo em latim
insistem na idéia de uma busca feita com cuidado e profundidade. (Bagno,
M., 2000).
A pesquisa faz parte do cotidiano de qualquer cidadão, é só observar
como se comportam as pessoas diante de algum fato. Por exemplo, quando
um cantor famoso de MPB se envolve com o crime organizado, por se tratar
de uma pessoa pública, você busca informações em diferentes veículos de
comunicação de massa, como: jornais, revistas telejornais, programas de
rádio, ou seja, você pesquisa.
O homem é um ser curioso, um simples fato, como encontrar as ruas
escuras, provoca uma série de perguntas: – O que está acontecendo aqui?
Será que o corte de energia é geral? Essas indagações no consciente
humano logo se tornarão ações lógicas, na tentativa de descobrir o que está
28
acontecendo - início da coleta de dados. Tentar responder às perguntas e ter
uma opinião sobre o ocorrido nada mais é do que o exercício de pesquisa
com base no conhecimento disponível.
• Conhecimento Intuitivo: A intuição é um conhecimento que, pela
característica de alcançar o objeto sem “meio” ou intermediários,
assemelha-se ao fenômeno do conhecimento sensorial. Na intuição
sensorial, os sentidos não analisam, não comparam e não julgam. O
conhecimento surge no instante em que se percebe, ou seja, é um
dado de experiência interna apreendida imediatamente. O ser humano
passa a conhecer o que está a sua volta, desde o nascimento, através
dos órgãos dos sentidos, que têm a função de transmitir ao cérebro a
existência dos objetos por intermédio de algumas de suas
características, da sensação que elas provocam. A reflexão, que
também faz parte desse processo, pode ser entendida como a ação de
examinar o conteúdo por meio do entendimento, da razão.
• Conhecimento Antecipado: Antecipa um fenômeno natural ou
social, uma ação e uma realidade pessoal ou de um grupo, ou seja, a
experiência externa utiliza os órgãos dos sentidos para a apreensão do
objeto e a experiência interna limita-se a comparar os diferentes dados
da experiência externa. Exemplificando, através da visão e da audição
podemos distinguir os fatos ao redor, como cores, tamanhos, formas,
etc.
• Conhecimento Cotidiano: Informações recebidas do macromeio
social (onde se habita) que estimulam o aprofundamento na matéria ou
tema abordado. A apuração da informação oferece um conhecimento
sobre ela, que podemos classificar como diferença pessoal, ou seja, de
interesse de uma ou duas pessoas.
29
• Conhecimento Científico: Adquire-se através da comprovação de sua
veracidade, por leis e causas, por instrumentos reconhecidos pela
sociedade científica. Seu resultado será de domínio público e de grande
benefício no campo social.
• Conhecimento teológico ou mítico: Detém-se na pesquisa dos fatos
ou na análise dos conteúdos dos dogmas à procura de evidência, como
cita São Tomás de Aquino: “Na verdade, o filósofo tira seu argumento das
próprias causas das coisas, enquanto que o fiel o toma da causa
primeira, a saber, porque assim foi divinamente revelado”. Esse
fundamento do conhecimento teológico leva o fiel a aceitar como verdade
incontestável o dogma da fé. O conhecimento teológico exige a fé que
brota do desejo e da submissão, a partir da autoridade magistral de Deus.
O conhecimento revelado – relativo a Deus – aceito pela fé teológica
constitui o conhecimento teológico. É aquele conjunto de verdades a que
os homens chegaram com o auxílio de sua inteligência, mas mediante a
aceitação dos dados da revelação divina.
Se não houvesse pesquisa, todas as grandes invenções e descobertas
científicas não teriam acontecido. E é bastante lógico que, nas Universidades, a
pesquisa também se torne muito importante. Cabe aos professores vencer a
resistência à pesquisa ainda presente nos alunos, de modo geral.
O Professor Universitário que se limita a dar suas aulas sem estar
engajado em algum projeto de pesquisa não é visto com bons olhos pelos seus
colegas. Afinal, a Universidade não pode ser apenas um “depósito” do
conhecimento acumulado ao longo dos séculos. Ela deve ser, também, uma
“fábrica” de conhecimento novo. E esse conhecimento novo só se consegue...
pesquisando.
30
No Brasil, por exemplo, em nível nacional, existem entidades como a
CAPES e o CNPq e, no estadual, a FAPERJ, a Fundação Getulio Vargas, a
FIOCRUZ, o IUPERJ, o Databrasil, entre outras, que financiam ou produzem
projetos de pesquisa. Existem também fundações privadas que apóiam
pesquisadores, dando-lhes condições de levar adiante seus projetos.
2.1.2 – Leitura Preliminar
Ao definir o assunto que pretenda estudar, é necessário uma leitura
preliminar para que se possa identificar, com mais conhecimento de causa, o
tema que se pretende pesquisar na monografia. É a etapa em que se forma a
idéia sobre o conteúdo geral a ser estudado.
No momento em que se escolhe um tema generalizado, busca-se
contato com autores (bibliografias) que permitam um maior conhecimento sobre
o assunto. Nesta fase, não se deve buscar autores preferenciais, leia todos que
puder sobre o tema. Afinal, cada autor tem a sua visão ou versão sobre o
assunto e, na busca pela verdade científica, não se pode deixar ser
influenciado ou ter uma opinião formada sobre o fato.
As leituras sucessivas permitem uma entrada segura no conhecimento
procurado, que lhe dará base, em direção à pesquisa por um tema mais
específico. Neste momento, as leituras lhe darão uma idéia concreta sobre as
dificuldades, questionamentos, discordâncias e opiniões assumidas que vão
esclarecer o assunto e possibilitar ao pesquisador algumas pistas sobre o
tema principal a ser pesquisado na monografia.
O pesquisador deve ter paciência, pois a meta é adquirir conhecimento
sobre o tema para, então, produzir ações interiorizadas (conscientização do fato)
em direção a novas ações exteriorizadas (opinião que possibilite discussão
31
dialética sobre o tema). O importante é saber se situar sobre o problema em
questão, como exemplifica o pesquisador Augusto Thompson:
“... importa situar-se na geografia do problema, divisar estradas, caminhos, encruzilhadas, esquinas, becos sem saída, passagens de nível, aclives e declives, as planícies amenas, os picos e grotões assustadores. Aja como contemplador, interessado, arguto, atento, mas despido da intenção de intervir.” (THOMPSON, 1991, P.20)
Numa linguagem mais simples: É hora de conhecer a floresta. Veja-a de
cima, atente para sua extensão e seus acidentes geográficos. Mais tarde,
dispondo do conhecimento já adquirido sobre a floresta, você escolherá qual
árvore ou riacho estudará de perto.
É importante lembrar que o pesquisador deve ter consciência de que o
tema não pode ultrapassar as fronteiras do curso que estuda, sob pena de
proporcionar um aprofundamento em várias direções e o distanciamento cada vez
maior em relação à situação problemática prevista. Isto ocorrendo, a monografia
pode não levar a lugar algum. Mantenha-se fiel ao tema e direcione sua pesquisa
bibliográfica neste sentido. As dificuldades surgirão no momento em que você se
aprofundar mais e mais no assunto. Não é tarefa fácil nem simples e demanda
tempo e dedicação.
2.1.3 - A Metodologia
É o método para se conseguir o conhecimento verdadeiro, analisando o
objeto real, viabilizando sua comprovação e benefícios sociais, ou seja, o
conhecimento é provado por qualquer pessoa em qualquer parte do universo. A
ciência cria novos objetos de estudo que não existem no cotidiano.
O que existe no cotidiano é o conhecimento superficial ou por vivências e
não o conhecimento profundo do fato. Como exemplo, a famosa medicina
popular, que é o conhecimento de ervas e poções milenares com características
32
curativas. Após a comprovação científica, este conhecimento cotidiano
transformou-se, chegando ao que se convenciona chamar de Homeopatia.
2.1.4 – Metodologia na Investigação Científica
É um estudo com dois enfoques definidos, Empírico e Teórico. Assim, o
autor poderá definir que linha de trabalho adotar. Sempre de acordo com o seu
cotidiano, afinal, se ele possuir pouco tempo para a pesquisa, em razão de sua
atividade econômica ocupar grande parte do tempo disponível, a opção racional
será pela pesquisa bibliográfica.
• Empírico: trabalha diretamente com o objeto real. Ex: O antropólogo
observa o ciclo de vida de uma espécie em extinção, do nascimento ao
ataque de predadores, mas sem poder interferir em seu curso natural.
• Teórico: são idéias e conceitos, científicos ou não, que serão
fundamentados a partir de documentos, livros ou de outras pesquisas. Ex:
Monografias realizadas com base em uma “idéia” ou problema a ser
resolvido, em que o pesquisador busca comprovar o fato através de
publicações que reforçam sua “idéia”.
A investigação deve ser iniciada a partir de um planejamento que parte da
concepção teórica (o problema, os objetivos e hipóteses) e da escolha do método
que será utilizado na investigação (instrumentos de avaliação e captação de
conteúdos). OBS: Toda investigação é empírica ou teórica, sendo que ambas
partem de um planejamento fundamentado na teoria ou na aplicação prática.
2.1.5 – A razão da Pesquisa
O interesse em pesquisar é inerente a raça humana. Foi através da
pesquisa, mesmo que efetuada sem base metodológica, que a raça humana
33
conseguiu desenvolver seus conhecimentos e sair da idade da pedra. Através da
pesquisa o homem dominou o fogo, construiu habitações e criou armas que o
ajudavam a caçar seus alimentos. De lá para cá, muita coisa mudou, mas a
mesma razão prática – buscar novos meios de fazer alguma coisa, o
aperfeiçoamento do que já existe, a eficácia, a cura para alguma doença –
continua a existir. Hoje, é claro, esta razão prática é estimulada pelos interesses
mercadológicos. É a pesquisa aplicada (conhecer para dominar). O conhecimento
sobre algo novo, melhor ou mais barato, poderá vir a ser um sucesso de vendas
e, por isso, muito tempo e dinheiro é investido em pesquisas.
Mas não se pesquisa apenas pela ordem prática. O homem é curioso,
sempre foi. Pesquisa-se pelo simples, e soberbo, prazer de adquirir
conhecimento, de crescer intelectualmente, de descobrir as causas dos
acontecimentos ou de visualizar novos horizontes científicos. É a chamada
pesquisa “pura” (conhecer para conhecer).
Obviamente, a ciência e o conhecimento crescem com base nos dois
grupos. Pesquisas inicialmente classificadas como “aplicadas”, em seu decorrer,
por vezes, seguem em direção à ciência “pura” e vice-versa.
2.2 - A Pesquisa
A pesquisa, vista de forma simples, como apresentado no item anterior,
pode então ser definida como a busca da solução de problemas. Sejam eles
pré-existentes, conhecidos e de ordem prática ou, até mesmo, problemas que
existam ainda apenas na curiosidade, nas dúvidas e nos questionamentos
interiores do pesquisador.
A pesquisa científica, partindo dos mesmos princípios acima
mencionados, utiliza métodos e técnicas para a correta identificação do
problema, a observação da realidade, a verificação e a mensuração dos
34
resultados, de forma sistemática e racional. As conclusões obtidas em
pesquisas feitas desta forma metodológica permitem que o conhecimento
científico adquirido tenha precisão e objetividade.
O pesquisador: Os argumentos acima são importantes para
compreendermos os motivos que levam uma pessoa a pesquisar e
sua importância para a sociedade. Na verdade, esse conhecimento
deve ser associado a um lado interessado, ou seja, o sucesso da
pesquisa e de suas descobertas para o mundo, dependem das
habilidades do pesquisador. O trabalho dos pesquisadores deve ser
pautado inicialmente pelo conhecimento do assunto e, sobretudo, pela
curiosidade, pela disciplina e, digamos assim, pela teimosia.
Dificuldades com certeza serão encontradas ao longo da tarefa, mas a
perseverança e a auto-disciplina encaminharão o pesquisador ao
encontro da solução dos problemas.
A realidade do pesquisador: Ciência e romantismo são coisas do
passado, quando o descobridor era reconhecido como um gênio.
Hoje, o pesquisador depende, além de suas habilidades pessoais para
desenvolver o processo de criação científica, dos recursos disponíveis
para o desenvolvimento da pesquisa.
O capital: Possui um papel fundamental no processo, afinal não se
pode duvidar da interferência do poder econômico no resultado, ou
seja, o trabalho com amplos recursos tem maior probabilidade de ser
bem sucedido em um empreendimento de pesquisa, do que outro em
que os recursos sejam deficientes.
Qualquer pesquisa deverá levar em consideração o problema dos
recursos disponíveis. Para isso, deve-se estar atento aos gastos decorrentes
da aquisição de material e equipamento necessário, gerando assim economia
de tempo em busca da agilidade necessária para a confecção do trabalho. O
35
pesquisador precisa elaborar um orçamento adequado, ou seja, administrar
seu trabalho de pesquisa. Alguns pesquisadores se sentem constrangidos
com esta imposição, mas é fundamental para que o trabalho não sofra
interrupções.
Não é mais possível dissociar a pesquisa científica das práticas
sociais que as sustentam, a saber, interesses sócio-econômicos e políticos,
prioridades institucionais, estrutura de poder das agências financiadoras,
ideologia, entre outros. Só pelo desenvolvimento do ensino e da pesquisa
será possível compreender exatamente o significado do papel crítico que as
instituições de ensino devem desenvolver.
O planejamento, uma antecipação da investigação, é o passo mais
importante em direção à monografia. Neste momento, o educando busca um
assunto ou problema a ser investigado e através de ações internas, procura
antever em qual direção deve seguir para resolver o problema, se há
bibliografias sobre o assunto, se o fato que pretende dissertar é atual ou
antigo, se o tema pode ser investigado em seu habitat ou a distância, o custo
operacional para o desenvolvimento e se há tempo hábil para buscar a
solução.
É importante lembrar que o pesquisador deve ter noção do tempo a ser
utilizado na finalização da pesquisa, calcular o custo estimado para concluí-la
no prazo e definir se o tema é atual ou não. Tema atualizado requer tempo e
dedicação, afinal não existem muitas bibliografias disponíveis e não se
surpreenda se, ao término do trabalho, você concluir que deve publicá-lo, já
que não há quase nada no mercado sobre o assunto e o seu livro talvez seja
uma excelente fonte para futuras pesquisas.
36
2.2.1 - Classificação da Pesquisa
As pesquisas são classificadas de várias formas. Cada autor, ou
pesquisador, prefere utilizar uma classificação mais próxima da sua visão e de
seus critérios particulares sobre o assunto. Neste trabalho optou-se por
apresentar uma classificação genérica, mas que abrangesse as formas de
pesquisa mais utilizadas nas monografias. São elas:
Pesquisas Bibliográficas: permitem ao pesquisador obter conhecimento
para a solução do problema através da busca referências ao assunto
estudado em documentos, livros etc. publicados anteriormente. Pode
atuar como parte de outras formas de pesquisa ou de forma
independente.
Pesquisas Explorativas: permitem ao pesquisador absorver mais
conhecimento pela aproximação ao assunto, de forma a melhor
compreender o universo estudado e “afinar” seu relacionamento com o
problema proposto. Através dela, o pesquisador obtém um
aprofundamento no assunto, identificando os fatores históricos que o
envolvem. A pesquisa bibliográfica, citada acima, e o levantamento de
informações no próprio campo são recursos usados pelo pesquisador
neste tipo de pesquisa.
Pesquisas Descritivas: Permitem ao pesquisador observar e registrar
fatos do cotidiano, perfis de grupos, opiniões, dogmas etc.. Após a análise
dos registros obtidos é possível ao pesquisador efetuar a correlação dos fatos
observados, definir o que aconteceu, como, quando e onde ocorreu. As
conhecidas pesquisas de opinião, eleitorais ou de motivação (procuram saber
as razões ocultas de alguma atitude) fazem parte desta categoria.
37
Pesquisa Experimental: O pesquisador produz “experimentos”, sobre um
determinado assunto estudado, manipulando as variáveis e observando os
resultados da manipulação num verdadeiro estudo de causa e efeito. Por
exemplo, “O que acontece com a variável X se alterarmos de uma certa forma
a variável Y?”. Identificando as relações entre as variáveis do estudo e a
lógica das alterações produzidas pela variável independente na variável
dependente, o pesquisador reconhecerá as causas do fenômeno em estudo.
Embora o termo “experimental” nos remeta a experiências executadas em
laboratório, estas pesquisas não se limitam ao ambiente laboratorial, podendo
também ser utilizadas em trabalhos de campo.
Pesquisas Explicativas: Bem próxima da Pesquisa Experimental, a Pesquisa
Explicativa, como indica seu nome, pretende “explicar” as causas de um
fenômeno utilizando a observação ou o experimento. Ao final o pesquisador
espera conhecer as razões que levam o fato a ocorrer, quem são os atores
envolvidos, e quais conseqüências do ocorrido.
2.2.2 – O Planejamento Inicial da Pesquisa
Independente do tipo de pesquisa selecionado dentre a classificação
apresentada, o pesquisador deverá planejar de que forma ela será executada
para que os objetivos propostos sejam alcançados. O desenho da pesquisa
deverá prever que informações (dados) serão trabalhadas, onde serão
encontradas, como serão coletadas e de que forma serão analisadas.
2.3 - Coleta de dados
Para se coletar dados é necessário saber, é óbvio, o que se busca. Para
se acertar a flecha, é necessário conhecer o alvo. A partir do tema escolhido, são
procuradas informações em livros, documentos, artigos científicos e periódicos
38
direcionados, como revistas especializadas ou em periódicos de grande tiragem
(voltados para a massa) que penetram em grandes núcleos sociais.
As pesquisas inicialmente são desenvolvidas quase que
exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Seguindo o que foi pesquisado,
busca-se mais informação em outros tipos de publicações válidas, tanto de
conteúdo científico quanto de domínio público. A Internet está na categoria de
domínio público, mas cuidado, já que nem sempre é possível confirmar a
veracidade de suas fontes.
Nas monografias voltadas para o ambiente empresarial, por vezes será
necessária a busca de informações sobre o mercado, a indústria – aí
compreendida como a área da atuação empresarial estudada – ou, até mesmo,
sobre os concorrentes. Tal tarefa, que poderíamos chamar de monitoração do
ambiente externo pode, a princípio, parecer difícil e complexa, mas, segundo
Henry Dou (1995), a maior parte das informações sobre o mercado ou sobre os
concorrentes está disponível sem custo, bastando ter capacidade de
organização para coletá-las.
FORMAL
40%
INFORMAL
40%
ESPECIALISTAS
10%
EVENTOS
10%
Figura 1 – Fontes de Informação segundo Henry Dou
39
2.3.1- Pesquisando Bibliografias
O início de qualquer pesquisa normalmente parte de um material já existente
como livros e artigos publicados. Na verdade, boa parte dos estudos é desenvolvida
com base em outras publicações sobre o assunto, seja como fonte de consulta ou
como ponto de partida para uma contestação. Não se esqueça de que o que importa
é conhecer a fundo o assunto escolhido, como forma de agilizar a pesquisa e, por
conseqüência, a monografia.
Uma monografia inicialmente se desenvolve a partir de consultas prévias
sobre o tema. Os livros e artigos, encontrados facilmente em bibliotecas ou nos
arquivos das redações de jornais e revistas, representam a base documental que
sustentará a sua tese, ou servirão de base para o desenvolvimento da dissertação. É
bom lembrar que na monografia devem constar referências bibliográficas dos
autores consultados que comprovem a veracidade da proposta do trabalho.
As fontes podem ser encontradas de acordo com a necessidade do
pesquisador, em diferentes meios de comunicação, como na seguinte orientação:
Livros em geral: Podem ser de caráter técnico ou literário. Neste item
incluem-se, também, as monografias e teses que, por tratar do assunto
estudado, devem fazer parte da pesquisa bibliográfica.
Manuais de Consulta: São as fontes de referência. Através delas obtêm-
se rapidamente as informações procuradas; é o caso de enciclopédias,
anuários, dicionários, ou catálogos.
Periódicos: são os jornais e as revistas publicados periodicamente, que
apresentam notícias, entrevistas, informações e artigos diversos, com a
participação de vários colaboradores ou autores. Em alguns casos são
veículos voltados para a cobertura de assuntos específicos (científicos ou
não), que podem se tornar uma fonte de consulta rica e atualizada.
40
Impressos Diversos: são os variados tipos de publicações que possuem
conteúdo específico de uma empresa ou entidade de classe, informativos,
trabalhos acadêmicos e páginas científicas na Internet. Por exemplo, os
informativos do Conselho Regional de Medicina (CREMERJ), as
jurisprudências fornecidas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
disponibilizadas na Internet, entre outros.
Mídia Magnética: As novas formas de armazenamento e divulgação das
informações têm trazido mais facilidade aos pesquisadores. Além da
Internet, uma ferramenta de pesquisa extremamente rápida, o
pesquisador dispõe cada vez mais de informações distribuídas em mídias,
magnética ou eletrônica, que suportam um grande volume de dados em
um mínimo de espaço, permitindo a utilização de índices e ferramentas de
localização rápida de assuntos ou palavras-chave.
Figura 2 — Exemplo de CD-ROM
Na figura 3 a seguir, é reproduzido o Ciclo da Comunicação e Informação, como
apresentado por Leda Vânia (1998). Sob tal enfoque, os canais de comunicação seriam
alimentados pela própria ciência, pela indústria e por unidades de desenvolvimento de
41
tecnologia. Informações recuperadas através da Internet (que não aparece na figura)
podem ser classificadas como informais, semiformais, formais ou mesmo superformais,
dependendo da origem e do tipo do site que as forneça.
Figura 3 — Ciclo da Comunicação e Informação
Canais
Informais Formais Semiformais Superformais
Telefone E-mails
Primária
Livros Patentes
Periódicos
Terciária Secundária
Autor Análise por profissionais
da informação
Bibliografia da
bibliografia
Bibliotecas Virtuais
Livros
Catálogo Resumo Bibliografia
Relatórios
Ciência Tecnologia Indústria
Figura 3 — Ciclo da Comunicação e Informação
42
2.3.2- Pesquisa Documental
Importantes pesquisas são elaboradas exclusivamente a partir de
documentos que não são localizados em bibliotecas. Identificam-se pesquisas
elaboradas a partir de fontes documentais como: correspondência pessoal,
documentos cartoriais, registros de batismo, entre outros.
A Pesquisa Documental leva o pesquisador a trabalhar com documentos
que ainda não receberam tratamento ou análise de profissionais específicos da
área de informação e que podem ser encontrados sob diversas formas, nos mais
variados locais. Cabe ao pesquisador, além de identificar as informações
procuradas nas fontes analisadas, ser criterioso ao avaliá-las, pois podem ser
subjetivas e oriundas de fontes não representativas.
Neste tipo de pesquisa serão encontrados documentos classificados como
Primários, por não terem recebido nenhum tratamento, como registros
públicos, por exemplo, e também os documentos classificados como
Secundários, por já terem sofrido algum tipo de análise.
• Tipos de documentos Primários: correspondências individuais, fotos,
anotações pessoais, diários, comunicados internos, memorandos, súmulas,
atas de assembléias, entrevistas ao vivo, etc.
• Tipos de documentos Secundários: relatórios diversos, divulgação de
pesquisas, catálogos de empresas, relatórios de empresas, anuários
estatísticos, entrevistas editadas, etc.
2.3.3 - Pesquisando por Entrevistas e Questionários
Em alguns tipos de trabalho, será necessário conhecer a opinião ou
entendimento de um grupo de pessoas sobre um determinado assunto
compreendido no objeto da pesquisa. Será feita, portanto, pelo menos uma
43
interrogação, sobre um determinado assunto, a um determinado grupo de pessoas.
Qual a melhor forma de executar esta tarefa? Será melhor usar entrevistas
pessoais, conversando com o entrevistado, ou preparar questionários para que eles
respondam? Cada caso é um caso, e tudo depende de um bom planejamento onde
sejam considerados os dados que se pretende coletar, o grupo que irá prestar as
informações e, é claro, os recursos disponíveis.
Entrevistas podem funcionar bem, mas é importante ressaltar que as
características do entrevistador (mais ou menos tímido, profundidade ou não de
conhecimento sobre o assunto) podem vir a determinar a qualidade dos dados a
serem obtidos. É importante que as perguntas sejam previamente selecionadas e
padronizadas, que o entrevistador receba treinamento sobre como apresentá-las e
como deverão ser registradas as respostas. Ainda no treinamento do entrevistador,
deve ser valorizada a questão da imparcialidade no momento da entrevista. Ele, o
entrevistador, pode ajudar o entrevistado a entender a pergunta, mas o cuidado
para não induzir à uma resposta deve ser constante.
A utilização de Questionários traz algumas facilidades na coleta de
informações. Por eliminar a necessidade de treinamento de pessoal de campo, pois
neste caso não há atuação de entrevistadores, o questionário já apresenta uma
grande vantagem de custo em comparação com a entrevista. A possibilidade do
entrevistado responder ao questionário sem a presença do entrevistador - com
algum anonimato portanto - e no momento em que achar mais conveniente pode
representar uma maior fidelidade, ou isenção, nas respostas apresentadas.
Com o uso da tecnologia é possível enviar os questionários por e-mail para
um grande número de pessoas e obter os dados pretendidos com uma boa rapidez.
Mas, cuidado! Não superestime a capacidade de resposta dos entrevistados. Não é
por que você enviou 50 questionários que deve contar que vai receber 50 respostas
sem problemas. Se, em seu planejamento, estimou trabalhar com 50 questionários
respondidos, envie 80 ou 100. Nos dias de hoje, todos tem muito para fazer e
44
mesmo responder a um pequeno questionário pode ser considerado um trabalho
(não remunerado) a mais, levando o dito a ser engavetado e esquecido. Sem pena.
Prepare-se para cobrar. Mas sem perder a ternura. Ao enviar o questionário
indique/solicite uma data limite para a resposta e, de preferência, se comprometa a
compartilhar o resultado geral da pesquisa com os questionados. Perto da data,
telefone ou mande um lembrete cordial sobre a data de fechamento da pesquisa e a
importância da resposta do questionado. Findo o prazo estipulado, faça um balanço
do que foi recebido e, se o número não for suficiente, reinicie a cobrança, dizendo
que o prazo era curto, mas que devido a importância dos entrevistados conseguiu
uma prorrogação..... as vezes implorar dá resultado.
Em princípio, os questionários originais, ou os boletins de entrevistas, já
respondidos, devem acompanhar a Monografia na forma de anexos, mas isso só é
válido quando se trabalha com uma massa pequena de consulta. Para pesquisas,
onde seja utilizado um grande número de questionários ou entrevistas, é melhor
demonstrar a tabulação dos resultados nos capítulos que tratam do assunto e
apresentar apenas um modelo do questionário entre os anexos.
2.4 - Ficha Bibliográfica
Tudo que for interessante anote. Resenhas de livros e de artigos,
resumos de posições, súmulas de pontos de vista, frases, trechos de obras
literárias, etc. Sobretudo pensamentos que lhe ocorram constantemente ou não
em relação ao tema proposto pelo autor. O importante é registrar logo as idéias
que vão surgindo. Deixando para depois, elas simplesmente vão dar uma volta na
praia, ou ir ao mercado.... De pouco adianta reunir farto material, se inscrito numa
montanha de folhas e rascunhos bem rabiscados, em retalhos de papel, em
blocos comuns. Os assuntos se misturam e depois nem você próprio conseguirá
entender. Na hora da montagem da monografia, tempo perdido e desespero
iminente. Neste momento, você perceberá a inutilidade da pesquisa que lhe
custou tanto tempo e dinheiro.
45
Calma! Organize-se. Constitua um arquivo. Selecione uma pequena pasta
ou fichário, onde você possa depositar suas fichas bibliográficas em vez de fazê-
lo em folhas soltas ou cadernos. Veja, a seguir, um exemplo de ficha simples que
pode ser produzida por você. Frente Verso
Figuras 4a e 4b — Frente e Verso de Ficha Bibliográfica
Assunto: O Lúdico
Tema: Efeitos da Globalização na Educação e na formação do indivíduo
Citação 1:
“O corpo é uma totalidade e uma estrutura interna fundamental ao
desenvolvimento mental, afetivo e motor da criança”.
(LAPIERRE & AUCOUTURIER, 1986, P.34)
Citação 2:
Nº da Ficha: 3
Bibliografia:
LAPIERRE & AUCOUTURIER. A Simbologia do Movimento. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1986.
Comentário: o corpo e a imagem corporal são importantes para uma
vivência significativa, e sabendo que toda a aprendizagem deve começar do
conhecido para o desconhecido, do concreto para o abstrato, realmente
encontramos nessa via um método de trabalho de fácil assimilação e
comunicação do arteterapeuta com as crianças e entre elas mesmas.
46
Figura 5 — O auxílio da informática
Utilizando a informática você pode construir algo mais sofisticado.
Produzir um arquivo no WORD é bem simples e funcional para a armazenagem
segura e eficiente da coleta de todos os seus dados, principalmente ao navegar
na grande rede. A partir do botão Iniciar, clique em Windows Explorer. Ao abrir a
janela, busque a raiz (drive C). Selecione o drive C e se abrirá mais uma janela,
veja o exemplo na Figura 6:
Figura 6 — Botão iniciar, busca pelo Windows Explorer
47
Ao abrir a janela, busque a raiz, clique no drive C e depois em Arquivo.
Clique em “Novo” na janela que se abrirá e depois em pasta (ver Figura 7). Uma
nova pasta se abrirá e você deve digitar o nome que quer para ela (ver Figura 8).
Figura 7 — Criando a Nova Pasta
Figura 8 — Raiz do drive C com Nova Pasta
48
Repita o processo, agora a partir da pasta já criada, criando sub-pastas
com nomes correspondentes ao assunto, tema ou título da busca dos dados
coletados (ver Figura 9).
Figura 9 — Criando-se Sub-Pastas.
2.4.1 - A Ficha
Conceito: é um conjunto de elementos que permite a identificação, no
todo ou em parte, de documentos impressos ou registrados em diversos
tipos de material. É indispensável à identificação de publicações
mencionadas em qualquer trabalho.
Objetivos: do cuidado com as fichas depende um dos arremates da obra,
a lista bibliográfica, tanto quanto a correta apresentação das notas de
rodapé ou de final de capítulo.
Elementos Complementares: são aqueles elementos opcionais que,
acrescentados aos essenciais, permitem caracterizar melhor as
publicações referenciadas em bibliografias ou resumos.
49
Observe-se que existem outras fontes de consulta e, para cada elemento,
há uma única regra ou ordem de descrição, embora tenham características
próprias quanto à forma de apresentação. As especificações a seguir identificam
os elementos das referências bibliográficas e estabelecem uma ordem ou
seqüência padronizada para a apresentação.
Monografias (livros, folhetos, dissertações...). Os elementos são: autor,
título, indicadores de responsabilidade, edição (local, editor e ano de
publicação) descrição física (nº de páginas ou volumes, ilustração,
dimensão, série ou coleção, notas especiais). Ex: DIAS, Gonçalves:
Gonçalves Dias. poesia. Organizado por Manuel Bandeira; revisão crítica
por Maximiano Silva. 11º ed., Rio de Janeiro: Agir, 1983. 80 p. Nossos
Clássicos.
Coleções ou Revistas: REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA. Rio de
Janeiro; IBGE, 1990. Trimestral. Boletim Bibliográfico do IBGE.p.34.
Sem Autoria Própria: autor, título, edição (local, editor e ano de
publicação), localização da parte referenciada. Ex: SOARES, Fernandes,
BURLAMAQUI, Carlos Kopke. Pesquisas brasileiras, 1 e 2 graus. São
Paulo: Formar, 1972. Vol. 3: Dados estatísticos, micro-regiões.
Com Autoria Própria: ORLANDO, José, LEME, Edson. Utilização agrícola
dos resíduos de agroindústria. In: SIMPÓSIO SOBRE FERTILIZANTES
NA AGRICULTURA BRASILEIRA, 1994. Brasília. Anais: EMBRASA,
Departamento de Estudos e Pesquisas, 1994. P.451-459.
Fascículos, Suplementos e Números especiais: CONJUNTURA
ECONÔMICA. As 500 maiores micro empresas do Brasil. Rio de Janeiro:
SEBRAE, vol. 7, 1995. Suplemento.
50
Artigos e Jornais: Biblioteca Climatiza seu Acervo. O Globo, Rio de
Janeiro, 4 mar.1991. p.11, caderno c.
Texto retirado da Internet: Em caso de autor definido – NISKIER, Arnaldo.
Consciência Educativa. www.ABL.com.br . 1-1 p., acessado em dia/mês/ano.
Texto retirado da Internet www.bradesco.com.br. Banco Bradesco, Bradesco
saúde, 1-4 p., acessado em dia/mês/ano.
É fundamental produzir cópias ou backup dos arquivos em disquete ou
CD-ROM, evitando assim a perda do material. Em caso de danos no seu
computador PC, a cópia pode salvar a sua vida. Ou a sua nota.
2.4.2 – Citação
As citações também são armazenadas nas fichas, facilitando o
processo de arrumação no texto, de acordo com o conteúdo. A citação é um
importante aliado na confirmação do que o autor propõe, ou seja, funciona
como uma base de sustentação teórica que traz “veracidade” ao conteúdo
proposto. Uma monografia não pode ser baseada somente em experiências
pessoais, necessita dividir com outros autores as mesmas experiências. Assim,
o autor diminui a contestação de um avaliador ou banca examinadora. Com
base em outros autores, o educando pode fazer comparações com a sua
realidade ou, até, com outros autores e, assim, formar uma opinião própria.
Para se utilizar a configuração abaixo, ou recuo, em que o texto em itálico
está posicionado à direita da página, o texto citado deve ter mais de três linhas.
Caso contrário, a citação permanece no corpo do texto entre aspas. Para efetuar
o recuo, marque o texto a ser recuado, depois arraste o cursor na régua do
WORD até o nº 4 (como na Figura 10) e solte.
51
Figura 10 — Seleção e recuo da citação
Ex. O importante é saber se situar sobre o problema em questão como
exemplifica o pesquisador Augusto Thompson: “importa situar-se na geografia
do problema, divisar estradas, caminhos, encruzilhadas, esquinas, becos sem
saída, passagens de nível, aclives e declives, as planícies amenas, os picos e
grotões assustadores” (THOMPSON, 1967, p.18).
Nunca é demais lembrar que as citações devem ser reproduzidas com o
mesmo texto que foi retirado do livro ou publicação, sem que nenhuma palavra
seja modificada. É importante que no mesmo texto conste a fonte, ou seja, o
nome do autor, o ano de publicação e a página de onde você retirou o texto. A
referência bibliográfica completa deve ser reproduzida na "Bibliografia” (ver
Capítulo IV).
52
CAPÍTULO III O PROJETO DE PESQUISA
“O projeto de pesquisa é o início consciente da
descoberta”
Para a apresentação de um projeto de pesquisa é necessário ter os
objetivos bem determinados, assim como o plano de coleta e análise de dados. A
redação do projeto exige que se disponha de informações seguras acerca de todos
esses tópicos. Pode ocorrer que em algumas situações se faça necessário
apresentar, por escrito, as intenções de pesquisa. Neste caso, redige-se um projeto
provisório, mais adequadamente denominado anteprojeto.
Existem vários tipos de pesquisa, logo, não existe uma padronização. Afinal,
cada instituição de ensino procura uniformizar seus trabalhos acadêmicos, ou seja,
identificar de forma particular sua produção acadêmica. Isso explica as diferentes
formas encontradas na formatação de trabalhos acadêmicos. Contudo, é possível
definir um esquema capaz de abranger a maioria dos tipos que habitualmente
aparecem nos projetos de pesquisa. Este esquema inclui os itens que formam um
conjunto ordenado de ações lógicas que compõem o projeto de pesquisa:
• Tema – fato, fenômeno ou assunto a ser estudado;
• Título – nome do estudo de acordo com o conteúdo;
• Problema – questão central a ser enfocada escrita em forma de pergunta;
• Justificativas – o porquê do estudo, que razões o levaram a pesquisar o
assunto;
• Objetivos – gerais e específicos, indicando o que se pretende atingir;
• Hipótese – possível solução antecipada do problema;
• Delimitação – apresenta a área real que será coberta pelo estudo;
• Procedimento Metodológico – como pretende desenvolver o trabalho;
53
3.1 - Identificação
São apresentados dados essenciais à identificação do projeto. Título
e subtítulo, entidade a que se destina o projeto, entidade executora,
coordenador, equipe técnica (se houver), local e data. Este roteiro facilita a
vida do educando na montagem final da monografia.
3.2 - Justificativa
Consiste na apresentação, de forma clara, objetiva e rica em detalhes,
das razões de ordem teórica ou prática que justificam a realização da
pesquisa ou o tema proposto para avaliação inicial. No caso de pesquisa de
natureza científica ou acadêmica, a justificativa deve indicar:
a) o estágio de desenvolvimento dos conhecimentos referentes ao
tema;
b) as contribuições que a pesquisa pode trazer, no sentido de
proporcionar respostas aos problemas propostos ou de ampliar as
formulações teóricas a esse respeito;
c) a relevância social do problema a ser investigado;
d) a possibilidade de sugerir modificações no âmbito da realidade
proposta pelo tema.
No caso de pesquisa de natureza prática, a justificativa deve
considerar os objetivos da instituição e os benefícios que os resultados da
pesquisa poderão proporcionar. Atenção, neste caso a pesquisa não foi
testada e vale a vivência ou a experiência do educando, para aferir possíveis
afirmativas.
54
3.3 - Objetivos
A apresentação dos objetivos varia em função da natureza do projeto.
Nos objetivos de pesquisa, cabe identificar claramente o problema, apresentar
sua delimitação, bem como apresentar as hipóteses a serem testadas.
Apresentam-se os objetivos de forma geral e específica.
3.4 – Sistema Conceitual
Este sistema é exigido em pesquisas muito complexas, temas difíceis de
desenvolver. Para isso, é necessário definir de forma clara e precisa os conceitos
contidos no problema e nas hipóteses, porém, muitos projetos de pesquisa não
exigem tantos detalhes do sistema conceitual, por se referirem a problemas e
hipóteses cujas referências são empíricas (trabalham diretamente com o objeto
real), assim, se tornando imediatas. Neste caso, quando o pesquisador quer
verificar um fato relacionado com sexo, idade, escolaridade, entre outros, ele deve
buscar o objeto de observação e estudo (pesquisa de campo) para checar a
veracidade das informações.
3.5 – Teoria de Base
As pesquisas no campo da Psicologia, Sociologia, Antropologia, Ciências
Políticas e Economia se apóiam em teorias. Neste caso, é importante indicar a
teoria ou as teorias que fornecem a orientação geral da pesquisa.
Obs: Nem sempre é possível definir com clareza qual a teoria que lhe
dará sustentação, principalmente se o assunto é muito recente e ainda não há
respostas concretas que o definam; por isso, este item não aparece em muitos
projetos de pesquisa.
55
3.6 – Metodologia
A redação de um projeto de pesquisa é constituída pela especificação da
metodologia a ser adotada. O educando ainda não possui profundidade suficiente
no tema que o habilite a definir, com conhecimento de causa, o melhor método
para buscar as informações pertinentes ao desenvolvimento do tema proposto:
• tipo de delineamento (traçar o esboço da pesquisa);
• amostragem;
• técnica de coleta de dados;
• análise dos dados;
• forma de relatório.
Cabe ao professor ou orientador trilhar esses caminhos junto com o
educando, em uma conversa franca e esclarecedora sobre a justificativa e os
objetivos do aluno, ou seja, como buscar informações e até onde ele quer chegar
com a proposta. A orientação é importante e de muita responsabilidade. O
professor deve ser conhecedor do tema escolhido pelo aluno.
3.7 – Suprimentos e Equipamentos
Os insumos necessários para a realização da pesquisa devem ser
indicados de maneira detalhada. Os equipamentos e suprimentos variam
consideravelmente de acordo com o tipo de pesquisa. Dentre os diversos itens
que podem ser considerados, formulamos os seguintes:
• questionários e formulários;
• impressos especiais para registro;
• manuais de instrução para os pesquisadores;
• equipamentos de registro (papel, caneta, computador, gravador, vídeo);
• pessoal para o trabalho de campo
56
3.8 – Cronograma
O projeto deve esclarecer acerca do tempo necessário ao
desenvolvimento da pesquisa, indicando o tempo correspondente a cada uma das
fases, bem como os momentos em que estas se interpõem. Muitas das atividades
são desempenhadas simultaneamente; é necessário ter a indicação de quando
isto ocorre. Na matriz abaixo, as linhas indicam as fases da pesquisa e as
colunas, o tempo previsto para a realização.
Atividades JAN FEV MAR ABR MAI JUN
TEMA
COLETA
Tema Principal
Coleta segmentada
Projeto de Pesquisa
1º avaliação do orientador
2º avaliação do orientador
3º avaliação do orientador
Início de produção de
textos
Outros...
Figura 11 — Cronograma de atividades
57
3.9 - Anexos
Devem ser anexados ao projeto de pesquisa os modelos dos
instrumentos a serem utilizados para a coleta de dados, tais como: formulários,
questionários e escalas de atitudes. Anexe também os modelos de outros
materiais impressos, como: manuais de instrução, mapa das áreas de
investigação etc... Caso o educando utilize questionários em um primeiro
momento da pesquisa, nos quais o objeto de observação seja contemplado, é
importante anexar tais documentos. O aluno deve incluir os questionários
preenchidos quando o número de páginas não for muito volumoso.
3.10 - Bibliografia
Nos projetos, devem ser relacionados os livros, artigos e outras
publicações consultadas, bem como todas as fontes de potencial interesse para o
desenvolvimento da pesquisa. Isto permitirá que o orientador e a banca
examinadora possam buscar a veracidade de alguma citação e da própria teoria
apresentada.
3.11 - Como apresentar o projeto de pesquisa
Embora uma excessiva padronização, em muitas situações, possa ser
prejudicial, a tendência é utilizar fórmulas padronizadas para facilitar os trabalhos de
elaboração, discussão e aprovação do projeto. A seguir, é reproduzida uma
padronização para a apresentação do projeto de pesquisa. O formato é adequado
aos cursos de pós-graduação, pois possibilita uma visão generalizada do que pensa
o aluno para a sua monografia e é utilizado como padrão nos cursos do “Projeto A
Vez do Mestre”. Porém, isso não inviabiliza a necessidade de uma conversa
pessoal com o orientador, afinal, alguns possuem dificuldades em dissertar sobre o
que realmente pensam (ver figura 12).
58
Nome do(a) Aluno(a):
Curso: Base:
TEMA (fato ou fenômeno a ser
estudado)
TÍTULO (Nome do estudo de
acordo com o conteúdo)
PROBLEMA
(Questão central a ser enfocada em seu estudo escrita sob a forma de
pergunta)
JUSTIFICATIVA (O porquê de seu estudo,
incluindo de forma resumida a orientação
teórica – livros, estudos, pesquisa, etc. – que
pretende seguir)
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E
DESENVOLVIMENTO INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
Projeto de Pesquisa
59
OBJETIVO
GERAL (Propósito central de seu
estudo?)
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS (outros objetivos que seu
trabalho pretenda)
HIPÓTESE (Possível resposta ao
problema acima formulado)
ou QUESTÕES SECUNDÁRIAS (Em caso de estudo
exploratório)
DELIMITAÇÃO (Especificação do objeto
de estudo e onde o mesmo será estudado)
PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
(Como pretende desenvolver o trabalho?
Enfocar detalhes da Amostra, metodologia
empregada e referências bibliográficas)
Figura 12 — Projeto de Pesquisa
60
CAPÍTULO IV A CONFIGURAÇÃO
“A configuração revela a beleza e clareza nos
indicadores de informação”
Pronto, chegamos ao momento de formatar a monografia de acordo com
as configurações básicas previstas pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT). Atenção nas explicações de seu professor, pois as
configurações a seguir podem trazer alguma dúvida e as regras da ABNT sofrem
alterações anuais, podendo apresentar algumas modificações nas configurações
atuais.
4.1 - Configuração de página
A formatação é o momento em que se transforma em resultado gráfico o
resultado de tanta coleta de dados e dissertações. A monografia ganha forma e
estilo, motivando ainda mais seu autor a buscar o melhor de si. Se você não
domina o programa WORD, poderá acompanhar passo a passo, ao longo deste
capítulo, todas as etapas necessárias à formatação do texto, inclusive com
ilustrações. A seguir, você verá como efetuar a configuração das páginas.
Posicione o cursor sob a palavra Arquivo, ao alto e à esquerda do seu
WORD. Ao abrir o Menu, procure a opção “Configuração de Página” e clique nela.
Depois, na formatação da margem à esquerda, indica-se 3,5 cm, o que facilita o
processo de encadernação dos diferentes modelos existentes.
• Papel: formato A4
• Margem Superior: 3,00 cm
• Margem Inferior: 3,00 cm
61
• Margem Esquerda: 3,50 cm
• Margem Direita : 2,50 cm.
• Espaçamento entre linhas: 1,50 cm
• Fonte: Arial.
• Alinhamento - Texto Justificado
• Cabeçalho – 2,50 cm
• Rodapé – 1,50 cm
Figura 13 — Configuração de página
62
Figura 14 — Formatar margens
Para formatação do entre linhas, busque na régua do seu Word a palavra
“FORMATAR”, em seguida clique na palavra ‘PARÁGRAFO’, e na caixa ‘ENTRE
LINHAS”, selecione 1,5 linha, como na figura 15. Aproveite para selecionar 6pt
nas caixas “ANTES” e “DEPOIS” e você já estará configurando o salto de linhas
correto entre parágrafos.
Figura 15 — Formatar entrelinhas
63
4.2 - Corpo de Fonte:
Criar uma padronização para a utilização das fontes no texto. O trabalho
fica mais “limpo” e com um visual bonito. No entanto, a padronização não diz
respeito apenas à aparência do trabalho, trata-se de um importante guia, para o
leitor identificar as diferenças entre títulos de conteúdo, tópicos e subtópicos.
• Para Títulos: 16 (caixa alta e negrito)
• Para Tópicos ou sub-títulos: 14 (caixa baixa e negrito)
• Para Texto: 12 (caixa baixa)
• Para Nota de Rodapé: (automático do Windows, depende da versão).
4.3 - Numeração de Página
No Menu do WORD, posicione o cursor na opção Inserir. Procure por
Numero de Página. Configure o posicionamento de acordo com as regras
solicitadas: Superior ao alto, margem direita. A Capa não recebe numeração, que
deve ser iniciada na Folha de Rosto. Como formatar: clicando em Formatar, surge
outra janela, onde você define arábicos, romanos... e o número da página
desejado.
Figura 16 — Formatar posição do número de páginas
64
Figura 17 — Formatar numeração das páginas
4.4 – Quebra de página
É importante que, ao final da digitação das 28 linhas (podendo chegar a
30 para não ocorrer quebra de parágrafo), seja inserida uma quebra de página,
para não desconfigurar o trabalho. Assim, você garante a integridade física do
que foi digitado em cada página. É uma das formas de manter exatamente o que
está configurado e escrito nas diferentes versões do Word. Quando você trabalha
em um PC, existe um tipo de formatação, mas quando se abre o material em um
outro PC, pode ocorrer uma desconfiguração parcial desse material. No Menu,
clicar na opção Inserir, depois em Quebra de Página. Marque a opção Quebra de
Página e clique em OK.
Figura 18 — Formatação da quebra de página
65
4.5 – Os Arquivos
Em algumas instituições de ensino, é exigida numeração de página em
romanos, da capa até o sumário, na margem inferior ao centro. Nesse caso, é
recomendável dividir o trabalho em duas pastas ou arquivos em seu computador.
A primeira, da capa ao sumário. A segunda, da introdução à folha de avaliação.
Isto facilita a paginação no WORD. Pelas novas normas da ABNT a numeração
simplesmente não aparece no primeiro arquivo, mas as páginas são contadas e
seus números são indicados a partir da Introdução.
4.5.1 - Os tópicos.
É importante seguir, com atenção, os tópicos de formatação da
monografia (abaixo) que, no “Instituto A Vez do Mestre”, também são itens
avaliados pelos orientadores. Atenção para não perder pontos na sua monografia.
• CAPA: nome da instituição de ensino, título da monografia, nome do autor,
do orientador, do co-orientador (se existir),e a data da entrega.
• FOLHA DE ROSTO: nome da instituição de ensino, título da monografia e objetivos do trabalho acadêmico, nome do curso e autor.
• AGRADECIMENTOS: são os agradecimentos a parentes, amigos, tutores e
pessoas importantes para a realização do trabalho acadêmico.
• DEDICATÓRIA: o educando dedica seu trabalho de monografia a alguma
pessoa em especial, uma personalidade, a uma preocupação social, etc...
• RESUMO: em uma lauda, o educando deve resumir o trabalho de forma
clara, objetiva e sucinta. O correto é apontar a situação problema e sua
solução em único parágrafo, com até 250 palavras.
66
• METODOLOGIA: os métodos que levam à resposta do problema proposto.
Pesquisa de campo, bibliográfica, observação do objeto de estudo, as
entrevistas, os questionários, etc.
• SUMÁRIO: um resumo do índice, em que entram os capítulos, seus títulos,
seguidos do número da página. Pagina-se a introdução, os capítulos, o
título do capítulo, a bibliografia, os anexos, o índice e a folha de avaliação,
quando exigida.
4.5.2 - Da introdução a Folha de Avaliação.
• Introdução: forma de posicionar o leitor sobre o que está por vir na
literatura desenvolvida. Neste momento, conta-se o problema proposto e o
que o autor pretende abordar no decorrer do trabalho acadêmico.
• Capítulos: desenvolvem-se os itens pesquisados, de acordo com uma
ordenação lógica, clara e rica em informações.
• Conclusão: momento de reflexão e opinião a respeito da proposta que
acaba de apresentar no capítulo final.
• Anexos: local onde se agrupam os recortes de jornais, revistas e demais
impressos como gráficos, entrevistas, balancetes, etc. É importante citar a
fonte de consulta, no formato de um clipping (nome do veículo, data, nº,
edição, caderno, página).
• Bibliografia Consultada: são os livros, materiais impressos, sites na
Internet, que consultou, mas não citou no trabalho. Estes devem ser
transcritos em ordem alfabética, partindo do sobrenome (caixa alta), como
no fichamento bibliográfico já estudado.
67
• Bibliografia Citada (opcional)l: ideal para trabalhos com grande volume de
bibliografias; então, para facilitar o acesso do leitor às informações, busca-
se a Bibliografia Citada. No momento de transcrever, surge em ordem de
citação. Se o mesmo autor aparece na 2ª citação e na 18ª, transcreva duas
vezes, respeitando a ordem de surgimento.
• Índice: como nos livros, um completo informe do conteúdo da obra. O
índice é paginado da seguinte forma: inicia-se na Folha de Rosto, seguindo
pela introdução, pelos capítulos, conclusão, anexos e bibliografia. São
paginados os tópicos e os sub-tópicos, ou seja, 1.1 e 1.1.1.
• Folha de Avaliação (opcional): é a página original do conceito ou conceitos,
na avaliação por uma banca examinadora. Nessa página, informa-se o
nome da instituição, departamento, nome e nível do curso. O título
completo da monografia, seu autor e o nome do orientador. Reserva-se o
espaço previsto para a assinatura do avaliador e para o conceito. No caso
de banca examinadora, coloca-se espaços para as três ou mais
assinaturas e os respectivos espaços para os conceitos. Inclui-se também
um espaço para o conceito final.
68
CONCLUSÃO
Ao tratar-se de monografia, o problema enfrentado nas salas de aula dos
cursos de graduação e pós-graduação é que grande parte do corpo discente é
constituído de pessoas que nunca produziram um trabalho acadêmico de final de
curso. O medo natural do desconhecido traz aos alunos a ansiedade e um
conjunto de preocupações meramente burocráticas sobre como formatar uma
monografia. Mesmo os alunos recém-formados apresentam o mesmo sintoma,
pois não tiveram uma base de orientação metodológica na graduação, segundo
seus próprios relatos.
Com a utilização deste livro, o educando receberá informação suficiente
para compreender e valorizar a importância do trabalho acadêmico em seu futuro
profissional. Além disso, contará com exemplificações claras do que é uma
monografia e como produzi-la, reduzindo a ansiedade e as preocupações com
questões relativas à formatação e à configuração do trabalho. A afirmativa está
baseada em três fatores muito importantes: as vivências dos autores na
coordenação, produção e orientação de trabalhos acadêmicos; o formato da obra,
pois sua estrutura é a mesma de uma monografia, desde a capa até a folha de
avaliação, permitindo uma familiarização imediata com tal tipo de trabalho; e, por
fim, a disponibilidade, para os alunos, de um exemplo de monografia na forma
digital. Assim surgiu a proposta de produzir uma apostila nos moldes de uma
monografia. As pessoas envolvidas não percebiam que estavam diante de uma
monografia. Foi necessário estimulá-las a perceber, em demonstrações
comparativas com outras monografias.
No início da cada curso, percebia-se uma tensão pela obrigatoriedade
da produção de um trabalho acadêmico. A partir da terceira aula, os alunos
recebiam a apostila da disciplina e desenvolvia-se o trabalho de comparação (de
mão em mão, apostila e monografia). A tensão era reduzida entre os educandos,
69
proporcionalmente ao aprofundamento na leitura dos conteúdos do material e à
percepção de seu formato monográfico.
O mais gratificante foi ouvir dos alunos que a apostila foi muito
importante para a finalização das monografias. Essa reação positiva manifestou-
se, também, entre os educandos de outras classes do Projeto que, a partir da
indicação de seus professores e orientadores, utilizaram a apostila na conclusão
de seus cursos.
Esses momentos de satisfação pelo objetivo cumprido, levaram o
primeiro autor, com a colaboração do segundo, a aprimorar esse trabalho e a
transformá-lo nesse livro que, sem dúvida, trará grandes benefícios, no que se
refere à pesquisa científica, de uma maneira geral, e aos monografistas, em
particular.
Para complementar este livro, um arquivo em meio digital com uma
monografia exemplo está disponível na Internet. Para obter sua cópia acesse
www.vezdomestre.com.br no link Monografias, preencha o questionário de
avaliação do livro, indique seu endereço eletrônico e o arquivo Exemplo de
Monografia será enviado automaticamente para você. O arquivo, criado em
WORD, já foi formatado de acordo com os padrões exigidos para uma
monografia. Substitua o conteúdo do exemplo pelo conteúdo do seu trabalho,
aproveitando a formatação já existente.
Pronto, nossa parte está feita. Oferecemos a você os conhecimentos e
procedimentos necessários para produzir uma boa monografia, adquirir
familiaridade com o trabalho e pôr fim naquelas preocupações iniciais: um arquivo
já formatado como exemplo. Agora é a sua vez. Tenha confiança em você
mesmo, converse com seu orientador, escolha seu tema, estude, pesquise e
mãos à obra. É hora de trabalhar, boa sorte!
70
BIBLIOGRAFIA
ABNT. Apresentação de relatórios técnico-científicos. Rio de Janeiro: 2001.
ABNT. Referências Bibliográficas. Rio de Janeiro: 2001.
ABNT. Apresentação de citações em documentos. Rio de Janeiro, 2001.
ANDRADE, Margarida de Andrade. Introdução à Metodologia do Trabalho
Científico. 3ª. ed. SP: Atlas, 1999.
ARAÚJO, Vânia M. R. H. In: Ciência da Informação. Curso de especialização em
Inteligência Competitiva. Rio de Janeiro: MCT/INT, CNPq/IBICT, UFRJ/ECO, 1998
AZEVEDO, Israel Belo de. O Prazer da Produção Científica. São Paulo: Editora
Unimep, 1995, 206 p.
BAGNO, M. Pesquisa na Escola. SP: Loyola, 2000.
BASTOS, Lília da Rocha e ou. Manual para a Elaboração de Projetos e Relatórios
de Teses, Dissertações e Monografias. Rio de Janeiro: Guanabara Koogam,
1995.
CARVALHO, Alex. MORENO, Eleni et al. Aprendendo Metodologia Científica. SP:
Nome da Rosa, 2000.
CERVO, A. L. e BERVIAN, P. A. Metodologia Científica. SP: Makron Books, 1996.
CHAVES, Marco Antônio. Técnicas Introdutórias de Estudo. Rio de Janeiro, A Vez
do Mestre – Metodologia da Pesquisa, Módulo I, 2001.
71
COSTA, Palmiro Ferreira da. Delimitação da Pesquisa. Rio de Janeiro, A Vez do
Mestre – Metodologia da Pesquisa, Módulo IV, 2001.
DEMO, Pedro. Pesquisa e Construção do Conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo
Brasileiro, 1996.
___________. Pesquisa científica em ciências sociais. 2ª ed. São Paulo: Loyola,
1989.
DOU, Henri. Veille Technologique et Compétitivité. Paris: Dunod, 1995.
ECO, U. Como se faz uma tese. SP: Perspectiva, 1983.
ESPIRITO SANTO, Alexandre. Delineamento de metodologia científica. São
Paulo: 1992.
GALLIANO, A Guilherme, O Método científico: teoria e prática. São Paulo:
Harbra, 1986.
GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa, São Paulo: Atlas 1991.
GOLDEMBERG, Miriam. A Arte de Pesquisar. 2ª.ed. RJ: Record, 1998.
HUHNE, Leda Miranda. Metodologia Científica. Rio de Janeiro: Agir, 1995.
KERSCHER, M. A., KERSCHER, S. A. Monografia como fazer. RJ: Thex, 1999.
KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de Metodologia Científica: Teoria da Ciência
Prática da Pesquisa. Petrópolis: Vozes, 1997.
LAKATOS, E. M., MARCONI, M de A. Metodologia do trabalho científico. SP:
Atlas, 1987.
72
LOURENÇO, Jorge Tadeu Vieira. Apostila de Metodologia da Pesquisa - Rio de
Janeiro, A Vez do Mestre, 2002.
MADEIRA, Yasmin Mª R. Pesquisa, formulação do problema e construção da
hipótese. Rio de Janeiro, A Vez do Mestre – Metodologia da Pesquisa, Módulo II,
2001.
MELGAÇO, Bernardo M. Silva. Notas de Aulas. RJ: Universidade Cândido
Mendes. Pós-Graduação Lato Sensu, 1999.
OLIVEIRA, Maria Esther de Araújo. Projeto de Pesquisa. Rio de Janeiro, A Vez
do Mestre – Metodologia da Pesquisa, Módulo VI, 2001.
PARRA FILHO, Domingos e SANTOS João Almeida. Metodologia Científica. SP:
Futura, 1998.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa Social: Métodos e Técnicas. 3ª. ed. SP:
Atlas, 1999.
RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 26 ed.
Petrópolis: Vozes, 1999.
RUIZ, J. A. Metodologia Científica, SP: Atlas, 1980.
SALOMON, D. V. Como fazer uma monografia. SP: Martins Fontes, 1994.
SANTOS, J. A., Filho, D. Metodologia Científica. SP: Futura, 1998.
SEVERINO, J. Metodologia do trabalho científico; diretrizes para o Trabalho
científico-didático na universidade. SP: Cortez & Moraes, 1975.
73
SCHNEIDER, Elizabeth. (coord.). Manual de normalização de trabalhos técnicos,
científicos e culturais. Petrópolis: Vozes, 1994.
THOMPSON, Augusto. Manual de orientação para preparo de monografia. 2ª ed.
Rio de Janeiro: Forense-universitária, 1991, 158 p.
THIOLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez, 1996.
TRIVIÑOS, Augusto N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais. São Paulo:
Atlas 1992.
WEBER, Max. Metodologia das ciências sociais. Vol I e II. SP: Cortez, 1992.
www.vezdomestre.com.br, ícone monografia, Rio de Janeiro – Universidade
Candido Mendes – 2004, acesso em 04/05/2005.
74
ANEXOS Índice de anexos
O autor utiliza esse espaço para trazer conteúdos de apoio, objetivando
aprofundar a prática da pesquisa e suas diferentes formas de produção. Assim, o
educando recebe uma bibliografia de apoio na confecção de questionários,
entrevistas, mensuração dos resultados entre outros. Nesta obra, nos anexos de
1 a 7, você terá exemplos dos anexos mais comuns nos cursos de
especialização, mestrado e doutorado.
Anexo 1 >> Conteúdo de revistas especializadas;
Anexo 2 >> Entrevistas;
Anexo 3 >> Reportagens;
Anexo 4 >> Internet;
Anexo 5 >> Questionários;
Anexo 6 >> Gráficos;
Anexo 7 >> Fotos;
Anexo 8 >> Dicas de Professores Orientadores.
75
ANEXO 1 PRODUZINDO O MATERIAL
Revista ISTOÉ – Nº 1710 Capa Do outro lado da vida Morte do médium Chico Xavier no dia da conquista do penta leva 100 mil pessoas ao velório e comove a maior comunidade espírita do mundo Camilo Vannuchi – Uberaba (MG)
Manhã de segunda-feira em Yokohama, noite de domingo em Uberaba, no triângulo mineiro. Enquanto a delegação brasileira voltava da farra e preparava as malas para deixar o Japão, Chico Xavier iniciava também sua última viagem. Vivo, o médium mais famoso do Brasil anunciou seu desejo de morrer em um dia em que o País estivesse em festa. No dia 30 de junho, como se quisesse aproveitar a oportunidade, Chico Xavier quis saber o resultado da Copa e manteve-se sereno o resto do dia. Percorreu cada ambiente de sua casa, visitou todas as salas da Casa da Prece – o centro onde promovia sessões de psicografia, a escrita de mensagens ditadas por espíritos –, e se recolheu logo após o jantar. Em menos de dez minutos, uma parada cardíaca selou sua trajetória neste planeta. Como dizem os espíritas, Chico Xavier desencarnou, aos 92 anos, para permanecer em espírito entre os compatriotas. Enquanto a Seleção Brasileira percorria as ruas de Brasília ao lado de Ivete Sangalo, 100 mil pessoas compareciam ao velório de Chico Xavier, na terça-feira 2. Algumas personalidades foram se despedir do médium. Entre elas, o ator Norton Nascimento, o presidente da Câmara dos Deputados Aécio Neves e o casal Caio Blat e Ana Ariel, os últimos a encontrá-lo vivo. “Fomos à Casa da Prece no sábado e estávamos chegando em São Paulo quando recebemos a notícia de que ele havia morrido. Voltamos na hora”, conta o ator. Caio Blat abraçou o espiritismo por influência da esposa, a cantora Ana Ariel. Filha da espírita Eliana dos Santos, que dirige um centro em Campinas, ela visitava Chico Xavier há uma década. “Fica um sentimento de saudade muito grande. Mas também de fé. Acredito que ele esteja feliz neste momento”, diz Ana. “Os espíritas não guardam luto. Por isso o velório é feito com música e roupas coloridas”, resume.
76
ANEXO 2 ENTREVISTA
Revista Advertising – Propaganda e Publicidade JUN/2002 – p.5 Carlos Murilo Moreno é casado e tem três filhos. É formado em publicidade e propaganda pela Universidade Federal de Minas Gerais. Começou sua carreira trabalhando na área de publicidade do Sistema Globo de Rádio, em Belo Horizonte. “Eu era contato, saía na rua para vender reclame”, lembra. Saiu para trabalhar na TV Alterosa, uma afiliada do SBT, que pertence ao grupo Diários Associados. Da TV foi para a Shell, onde ficou quase 10 anos. “A Shell tinha um cargo que era um cara local, que fazia tudo quanto era ação para poder aumentar o fluxo de gente no posto.” Depois foi para o Rio de Janeiro, onde fez de tudo: publicidade de diários industriais, marca, revista, lançamento de produto. No final de 1995, foi para a Fiat, empresa na qual ocupa o cargo de gerente de publicidade. AD – Qual o segredo que vocês usaram para desbancar as outras gigantes e chegar à liderança do mercado? CMM – O segredo está em entender o que o consumidor quer. A principal arma da Fiat foi não virar de costas para o consumidor. Foi sempre perguntar para ele do que é que ele está gostando e do que é que ele não está gostando. E tentar entregar o produto que ele quer da melhor forma, no melhor custo, com o melhor preço. AD – E a partir de que momento vocês começaram a fazer isso? CMM – Não existe um momento específico. O momento em que a Fiat começou a aparecer no cenário brasileiro foi em 1990, quando chegou o motor de mil cilindradas. O governo mudou a legislação de IPI, o imposto caiu de 34% para 10%. E aí as pessoas começaram a comprar o carro 1.0, porque ficou mais acessível. Naquele momento só a Fiat ousou lançar o motor 1.0. E as pessoas que só tinham dinheiro para comprar carro usado passaram a ter pela primeira vez a possibilidade de ter um carro zero. AD – É uma coisa que meio que morreu hoje, porque os carros populares não são mais tão populares. CMM – Mas os populares continuam tendo a mesma característica, que é a acessibilidade. A diferença é que o imposto chegou, em 1993, a 0,1%, ou seja, não existia imposto de IPI. E hoje o preço do carro em dólar é mais barato do que em 1993, a diferença é que tem mais imposto. Então a empresa, a indústria automobilística ganha menos do que naquele período. E hoje as pessoas estão com menos dinheiro do que no começo do Plano Real. Então por isso as pessoas falam: “Ah, o carro está menos acessível”. AD – Quais são os pontos marcantes da trajetória da Fiat no Brasil? CMM – A Fiat chegou em 1976, lançando o 147. Acho que a gente poderia marcar cinco ou seis principais momentos da Fiat. 1976, com o lançamento do 147 e a chegada da marca no Brasil. O Uno chega em 1983, mas o grande momento dele é no lançamento do Mille. Temos também o lançamento do Tempra, que foi a primeira entrada da Fiat no chamado segmento alto, em 1991 para 1992. A gente tem também o Tipo, que foi o primeiro carro importado a preço popular. Naquela época um Tipo custava R$ 15 mil.
77
ANEXO 3 REPORTAGENS
Jornal O Globo – Caderno País - Rio, 6 de Julho de 2002
Vestibulandas gaúchas são presas por fraude eletrônica PORTO ALEGRE - Três estudantes foram presas neste sábado acusadas de tentar fraudar o vestibular para o curso de Medicina da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), no Rio Grande do Sul. As candidatas escondiam nas roupas um aparelho eletrônico que recebia as respostas da prova. As candidatas pagariam R$ 17 mil pelo serviço, que a polícia suspeita seja obra de uma quadrilha especializada neste tipo de fraude. As estudantes foram indiciadas por estelionato e podem pegar de um a quatro anos de prisão. A Ulbra cancelou as provas das três.
78
ANEXO 4 INTERNET
www.observatoriodaimprensa.com.br HISTÓRIA & RIO+10
Futebol, ambiente e auto-estima Ulisses Capozzoli (*) Destaques ao noticiário esportivo e às turbulências político-econômicas dos últimos dias tiraram das primeiras páginas o espaço que caberia ao comitê internacional que visitou o Brasil na semana passada para debater a Rio+10, reunião marcada para ocorrer na África do Sul, entre agosto e setembro próximos. Representantes dos países industrializados e o presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, comprometerem-se a encaminhar uma pauta de sugestões colhidas no Brasil capazes de revitalizar o Fundo Ambiental Global, mecanismo de financiamento de decisões adotadas durante a Eco-92, no Rio, e que, na maior parte dos casos, não foram além das palavras. É compreensível que a imprensa tenha dedicado maior espaço à possibilidade de o Brasil conquistar o "penta", ruidosamente comemorado a partir do encerramento do jogo com a Alemanha, que a temas mais herméticos e de soluções mais difíceis. Mal posicionado no ranking internacional quanto aos riscos potenciais que ofereceria a investidores/especuladores internacionais, o Brasil tem refletido, no cotidiano de sua população, um indisfarçável sentimento de inferioridade por uma pretensa incapacidade de acertar o passo. Daí a importância da conquista do pentacampeonato de futebol. As jogadas de genialidade que encantaram até mesmo os adversários do Brasil são um bálsamo à nossa auto-estima em baixa. Mas a criatividade não é uma habilidade isolada. Se podemos reverter as situações mais adversas entre as quatro linhas do gramado, não há razão para pensar que sejamos incapazes de encontrar soluções para dificuldades em outras áreas. Até porque, ao menos no Brasil, o futebol integra profundamente a cultura, constelação de valores que dá identidade ao mundo.Em outros países a magia do futebol não encanta tanto quanto aqui. No Brasil, o reino mágico do futebol é o único que leva cortadores de cana, colhedores de laranja, mecânicos e borracheiros, especialmente negros, da vida dura e sem perspectiva de futuro, ao estrelato planetário, com direito a uma corte de bajuladores e ganhos de fazer inveja a um sultão. No ambiente de comemorações da conquista, certamente vale a pena retomar as questões envolvendo a Rio+10, e isso por várias razões. Uma delas é que o Brasil pode fazer uma série de negociações em escala global capazes de melhorar a sorte de sua população. A oferta de água potável, um dos itens da Agenda 21, o conjunto de medidas que deveriam ser implementadas a partir do encontro do Rio, é uma questão estratégica, estreitamente ligada à saúde pública.
79
ANEXO 5 QUESTIONÁRIOS
Os questionários originais já respondidos devem ser anexados quando a
massa de pesquisa (volume de páginas) for compatível com a monografia
desenvolvida. Quando o número de questionários respondidos for excessivo, é
melhor anexar apenas uma cópia do modelo utilizado. Não importa a quantidade,
o que importa é a veracidade dos fatos.
Nas questões abaixo, circule a opção que melhor expressa sua avaliação, utilizando a escala de 1 a 5, onde 1 significa péssimo, 2 ruim, 3 regular, 4 bom e 5 ótimo. I – AVALIAÇÃO DO CURSO Coordenação Péssimo Ruim Regular Bom Ótim
o − Atenção e disponibilidade da coordenação do curso aos alunos... 1 2 3 4 5 − Interesse da coordenação na resolução de problemas dos alunos. 1 2 3 4 5 − Acompanhamento didático da coordenação. ................................ 1 2 3 4 5 Curso Péssimo Ruim Regular Bom Ótim
o 41 – Relação entre a mensalidade e o ensino oferecido . 1 2 3 4 5
42 − Avaliação geral do curso ........................................................ 1 2 3 4 5 Disciplinas Péssimo Ruim Regular Bom Ótim
o 43 − Estrutura da grade curricular ................................................... 1 2 3 4 5 44 − Conteúdo programático das disciplinas .................................. 1 2 3 4 5 45 − Relevância das disciplinas para o exercício da profissão ....... 1 2 3 4 5 46 − Nível de exigência das disciplinas .......................................... 1 2 3 4 5 Ensino Péssimo Ruim Regular Bom Ótim
o 47 − Compatibilidade entre exames/provas e conteúdos dos curso 1 2 3 4 5 48 − Interação entre teoria e prática ................................................ 1 2 3 4 5 49 − Metodologia de ensino ............................................................ 1 2 3 4 5 50 − Formulação adequada dos objetivos das disciplinas ............... 1 2 3 4 5 51 − Adequação da carga horária ao curso ..................................... 1 2 3 4 5 52 − Utilização de recursos audiovisuais ........................................ 1 2 3 4 5 53 − Bibliografia utilizada .............................................................. 1 2 3 4 5 54 − Monitoria de curso .................................................................. 1 2 3 4 5
80
ANEXO 6 GRÁFICOS - EX
Os resultados dos questionários são transformados em gráficos.
Normalmente, estes são muito grandes para povoar o corpo do texto da
monografia. Então, você deve fazer a referência no texto e remeter o leitor até
esse espaço. Não esqueça de legendar cada gráfico. Alguns alunos pesquisam
em empresas e seus balancetes, caso sejam utilizados, também devem ser
inseridos nesse espaço.
Total de inscritos - RJ
0
10000
20000
30000
40000
50000
91 92 93 94 95 96
Anos
DireitoEconomiaAdministraçãoContábeis
81
ANEXO 7 FOTOS
A utilização de imagens como fotografias, comunicação não verbal, ajuda o
leitor a compreender melhor os resultados ou o desenvolvimento de um trabalho.
Veja os exemplos abaixo:
Foto X – Trabalho da turma de Psicomotricidade
Foto Y – Trabalho da turma de Arteterapia
82
ANEXO 8 DICAS DE PROFESSORES ORIENTADORES
1 – Capriche na Introdução e na Conclusão. É lá que a banca examinadora vai
tomar a primeira posição sobre a avaliação do trabalho e vai ter seu interesse
despertado ou não.
2 – Se seu trabalho tiver muitos capítulos ou capítulos extensos, utilize uma
conclusão ao final de cada um deles. Além de facilitar a compreensão para quem
avalia, ajuda você a montar a conclusão do trabalho.
3 – Atenção na formatação. Utilize os parâmetros da instituição em que você vai
apresentar o trabalho de forma correta. E, lembre-se, a apresentação também
conta. Apresente um trabalho organizado e limpo.
4 – Cuidado com o português. Faça uma boa revisão ortográfica e gramatical. Um
bom trabalho muitas vezes é mal visto por conta de erros de escrita.
5 – Cada parágrafo deve conter início, meio e fim. Parágrafo iniciado deve ser bem
explorado, apresentando a idéia ou relato até chegar a um final do raciocínio.
6 – Para produzir um trabalho monográfico é necessário que se tenha uma boa
leitura. Quer dizer, é necessário que a sua leitura permita obter uma boa
compreensão do texto lido e uma interpretação correta do pensamento do autor.
Faça anotações a medida que for lendo. A confecção de resumos é uma prática
recomendável.
7 – A hora de trabalhar na monografia deve ser dedicada somente a ela.
Preocupações e interrupções atrapalham a concentração na leitura ou na escrita.
Procure definir horários e locais apropriados (luz, ambiente, posição) para o
estudo ou desenvolvimento do seu trabalho.
83
8 – Na hora em que você estiver a frente da folha de papel em branco e aparecer
aquele desespero de que não vai conseguir escrever nada, não se preocupe. É
assim mesmo, acontece com todo mundo, não desista. É preciso coragem,
determinação, estudo e compromisso consigo mesmo antes de tudo.
9 - Se você escreveu um texto hoje e o achou ruim, não o jogue fora. Amanhã,
você poderá melhorá-lo e não estará partindo do ponto inicial. Este procedimento
ajuda a vencer o medo do papel em branco.
10 – Começar é sempre o mais difícil, mas o importante é começar. Veja, e utilize,
a dica que nos oferece Goethe:
“Até o momento que uma pessoa assume um compromisso, há hesitação, há a possibilidade de voltar atrás, o que sempre é ineficiente quando se trata de todos os atos de iniciativa e criação. Existe uma verdade elementar cuja a ignorância mata incontáveis idéias e planos esplêndidos: a de que a pessoa se compromete definitivamente, então a providência funciona também. Toda espécie de coisa acontece para ajudar aquilo que, de outro modo, nunca teria acontecido. O que quer que seja que você for fazer ou sonhar, que pode fazer, comece. A coragem tem gênio, poder e mágica em si.” Johann Wolfgang Goethe, escritor alemão, (1749-1832).
11 – A presença de gráficos sempre traz uma boa aparência ao trabalho, mas
devem ser utilizados quando realmente forem pertinentes. E, lembre-se, cite a
fonte, identifique o gráfico e comente com suas palavras o que ele representa.
12 - Quando for justificável, faça a citação do autor pesquisado. Fundamenta sua
pesquisa além de enriquecer e complementar o texto. Mas, lembre-se, nada
exageros nas citações, a monografia deve apresentar, principalmente, a
exposição de idéias e o texto do próprio monografista.
13 – O resultado de um trabalho acadêmico pode ser objetivo de comprovação
futura. Ao ser redigida a monografia, o aluno deve estar preocupado em
84
comprovar suas afirmativas e conclusões, para isto terá que dizer a fonte da
informação ou o resultado de uma pesquisa ou entrevista.
14 - A monografia, quando bem fundamentada teoricamente e relacionada à
prática do seu autor, garante a qualidade do produto final. Não é importante ousar
no tema, pois a simplicidade deste é a chave do bom trabalho e da facilidade da
escrita pelo autor.
15 – A monografia depois de apresentada é um documento público e estará
disponível para consulta em bibliotecas tradicionais ou digitais, como CD-ROMs
ou Internet. Tenha certeza de que seu trabalho é original, respeita a autoria
intelectual de outrem e que cita todas as fontes utilizadas. A utilização de material
de terceiros de forma anti-ética pode se tornar uma fonte de problemas futuros.
16 - Sabemos que muito do material bibliográfico clássico foi publicado há mais de
20 anos, mas um trabalho acadêmico, além de apresentar as idéias clássicas deve
apresentar o debate atual para contextualização e contemporização. Observe sua
bibliografia, lembre-se de incluir os livros estudados nas disciplinas que você cursou
e que contribuíram para seu aporte teórico.
17 - É importante que o problema seja sempre escrito sob a forma de pergunta,
afinal ele é, acima de tudo, um questionamento sobre um determinado objeto, fato
ou situação que você deseja conhecer, analisar ou demonstrar.
18 - O trabalho monográfico é uma das exigências para obtenção do grau de
especialista ou outro título acadêmico. Portanto, o texto para a folha de rosto (no
lugar do objetivo) deve ser algo parecido com: Monografia apresentada ao
Instituto A Vez do Mestre - Universidade Candido Mendes como parte dos
requisitos para a obtenção do Grau de Especialista em (Nome do seu curso).
85
19 – Material retirado da Internet deve ser impresso e arquivado imediatamente,
pois se transformará em anexos para a monografia. É importante não esquecer
de anotar no material a data da consulta pois os conteúdos da Internet são
extremamente voláteis.
20 – Embora o resumo seja apresentado no início da monografia, ele só deve ser
redigido quando você atingir o final da produção de seu texto. Quando tudo
estiver pronto, releia tudo (de preferência em voz alta) para identificar possíveis
erros e os principais pontos e objetivos de seu trabalho monográfico, só então,
redija o resumo que será apresentado na monografia.
21 – Antes de começar seu trabalho estabeleça a sua estrutura numa seqüência
lógica, de modo a apresentar a solução apropriada ao problema abordado.
22 – Ao iniciar um capítulo tenha clareza do que pretende dizer e das fontes de
consulta que serão utilizadas.
23 – Lembre-se de que seu trabalho pode vir a ser lido por alguém, ao contrário
de você, leigo no assunto. Procure ser claro, didático e objetivo.
24 – Calma, você não está sozinho. Peça ajuda aos teóricos. Vá aos livros e retire
tudo que precisar para basear seu trabalho. Neste momento você é um
pesquisador.
25 - Fazer um bom projeto facilita muito a produção da monografia. Delimitando
seu tema, e justificativa, objetivos e metodologia de desenvolvimento você pode
escrever sua introdução, descrever seus objetivos e uma breve descrição dos
capítulos.
26 – Antes de se decidir sobre um tema, busque referências sobre ele. Proponha
um tema que você já tenha segurança sobre fontes acessíveis de pesquisa.
86
27 – Faça resenhas dos livros, artigos ou outros materiais que tenha lido. Mesmo
que não os utilize de imediato, poderão ser úteis no desenrolar do trabalho.
28 – Assim como o pintor que projeta na tela suas idéias e visões, quem escreve
uma monografia deve deixar fluir sua intuição com conhecimento, seriedade e
competência.
29 – Quando a monografia contiver muitas tabelas, quadros, ou fizer referências a
artigos de outros autores, leis etc.. tal material deve ser colocado em “Anexos” no
final do trabalho, para que o desenvolvimento dos capítulos não seja atrapalhado.
Quando estes recursos são usados com fartura ao longo do trabalho, um índice
de tabelas ou quadros, colocado logo após o índice obrigatório, ajuda bastante o
leitor.
30 – Não considere sua monografia como apenas mais um trabalho, uma
obrigação ou uma exigência a ser cumprida. Entenda a monografia como uma
chance de você conhecer profundamente um tema dentro da formação
pretendida. Se seu trabalho for feito com seriedade, competência, dedicação,
sede de conhecimento e, principalmente, amor, mais que um trabalho, sua
monografia poderá se transformar em um objetivo de vida. Aproveite.
87
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 10
CAPÍTULO I 12
O TEMA É O PROBLEMA ? 12 1.1 - O Problema 14
1.2 – Pesquisa Preliminar 16 1.2.1 - Formulando o problema. 17 1.2.2- Regras para formulação do problema. 17
1.3 – Tema Específico 19 1.4 – Montando o título 21 1.5 - A Hipótese 22
1.5.1 - Classificando as hipóteses. 23 1.5.2 - Buscando a Hipótese. 23 1.5.3 – A utilização de Variáveis 24
CAPÍTULO II 26
METODOLOGIA CIENTÍFICA 26 2.1 - O Papel da Metodologia 26
2.1.1 - Pesquisa Científica 27 2.1.2 – Leitura Preliminar 30 2.1.3 - A Metodologia 31 2.1.4 – Metodologia na Investigação Científica 32 2.1.5 – A razão da Pesquisa 32
2.2 - A Pesquisa 33 2.2.1 - Classificação da Pesquisa 36 2.2.2 – O Planejamento Inicial da Pesquisa 37
2.3 - Coleta de dados 37 2.3.1- Pesquisando Bibliografias 39 2.3.2- Pesquisa Documental 42 2.3.3 - Pesquisando por Entrevistas e Questionários 42
2.4 - Ficha Bibliográfica 44 2.4.1 - A Ficha 48 2.4.2 – Citação 50
CAPÍTULO III 52
O PROJETO DE PESQUISA 52 3.1 - Identificação 53 3.2 - Justificativa 53 3.3 - Objetivos 54 3.4 – Sistema Conceitual 54 3.5 – Teoria de Base 54 3.6 – Metodologia 55 3.7 – Suprimentos e Equipamentos 55 3.8 – Cronograma 56
88
3.9 - Anexos 57 3.10 - Bibliografia 57 3.11 - Como apresentar o projeto de pesquisa 57
CAPÍTULO IV 60
A CONFIGURAÇÃO 60 4.1 - Configuração de página 60 4.2 - Corpo de Fonte: 63 4.3 - Numeração de Página 63 4.4 – Quebra de página 64
4.5.1 - Os tópicos. 65 4.5.2 - Da introdução a Folha de Avaliação. 66
CONCLUSÃO 68
ANEXOS 74
ÍNDICE 87
ÍNDICE DE FIGURAS 89
89
ÍNDICE DE FIGURAS
FIGURA 1 – FONTES DE INFORMAÇÃO SEGUNDO HENRY DOU 38
FIGURA 2 — EXEMPLO DE CD-ROM 40
FIGURA 3 — CICLO DA COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO 41
FIGURAS 4A E 4B — FRENTE E VERSO DE FICHA BIBLIOGRÁFICA 45
FIGURA 5 — O AUXÍLIO DA INFORMÁTICA 46
FIGURA 6 — BOTÃO INICIAR, BUSCA PELO WINDOWS EXPLORER 46
FIGURA 7 — CRIANDO A NOVA PASTA 47
FIGURA 8 — RAIZ DO DRIVE C COM NOVA PASTA 47
FIGURA 9 — CRIANDO-SE SUB-PASTAS. 48
FIGURA 10 — SELEÇÃO E RECUO DA CITAÇÃO 51
FIGURA 11 — CRONOGRAMA DE ATIVIDADES 56
FIGURA 12 — PROJETO DE PESQUISA 59
FIGURA 13 — CONFIGURAÇÃO DE PÁGINA 61
FIGURA 14 — FORMATAR MARGENS 62
FIGURA 15 — FORMATAR ENTRELINHAS 62
FIGURA 16 — FORMATAR POSIÇÃO DO NÚMERO DE PÁGINAS 63
FIGURA 17 — FORMATAR NUMERAÇÃO DAS PÁGINAS 64
FIGURA 18 — FORMATAÇÃO DA QUEBRA DE PÁGINA 64
90
OS AUTORES
Marco Antonio Larosa
>> Graduado em Comunicação Social – UGF-RJ;
>> Pós –Graduado em Docência do Ensino Superior – UGF-RJ;
>> Mestre em Psicopedagogia – U de La Habana – Cuba;
>> Doutorando em Educação - U de La Habana – Cuba;
>> Professor – UGF, UNICARIOCA, UCAM, UNESA e F. Pinheiro Guimarães;
>> 20 anos como jornalista e comunicador – Rádios Tupi, Nacional, Globo,
Manchete e outras;
>> Coordenador do Curso de Comunicação Social - UCAM;
>> Editor dos Jornais de bairro e universitários – Comunitário de Jacarepaguá,
Nosso Tempo, Informe Rodoviário, Folha da Pinheiro. Tempo Carioca e
Comunicando;
>>Televisão – Expertise Comunicação – produtora e núcleo de comunicação.
Fernando Arduini Ayres
Graduado em Administração de Empresas – FRNL-RJ;
Pós-Graduado em Sistemas de Informação – PUC-RJ;
Pós-Graduado em Inteligência Competitiva – INT-UFRJ-RJ;
Diplôme de Études Approfondies em Information Scientifique et Technique
– Université D’AIX-Marseille III;
Doutor em Sciences de l’Information et de la Communication - Université
D’AIX-Marseille III;
Professor – FRNL, UCAM;
Coordenador Geral do Instituto A Vez do Mestre – Universidade Candido
Mendes.