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<> <> <> <> UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM FACULDADE INTEGRADA <> PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” <> <> <> <> INCLUSÃO NA ESCOLA: UMA PEDAGOGIA PARA A EXCLUSÃO? <> <> <> Por: LUIZ CARLOS DURAN SOBRINHO <> <> <> Orientadora Profa. EDLA TROCOLI JANEIRO/2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM FACULDADE INTEGRADA

<> PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

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INCLUSÃO NA ESCOLA:

UMA PEDAGOGIA PARA A EXCLUSÃO?

<>

<>

<>

Por: LUIZ CARLOS DURAN SOBRINHO

<>

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Orientadora

Profa. EDLA TROCOLI

JANEIRO/2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM FACULDADE INTEGRADA

<> PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

<>

<>

<>

<>

INCLUSÃO NA ESCOLA:

UMA PEDAGOGIA PARA A EXCLUSÃO?

<>

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Apresentação de monografia a Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau

de especialista em educação inclusiva.

POR: LUIZ CARLOS DURAN SOBRINHO.

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela força que recebi diretamente

dele ou através daqueles que foram seus

instrumentos para amparar-me, aliviar-me,

incentivar-me e fortalecer-me nessa jornada.

Muito obrigado a todos e que Deus os cubra de

abundantes bênçãos.

4

DEDICATÓRIA

A você que acreditou em mim, que compartilhou

meus ideais, alimentou-os, incentivou-me a

prosseguir na jornada, fossem os obstáculos. A você

que perto ou mesmo distante, permaneceu ao meu

lado, lutando comigo, apoiando-me materialmente

ou espiritualmente, dedico a minha conquista com

mais profunda emoção, admiração, gratidão e

respeito.

5

RESUMO

Este trabalho monográfico, tendo como título: Inclusão na escola: uma

pedagogia para a exclusão? Propõe analisar tal questão, frente a proposta de

inclusão, sendo ela uma corrente da educação especial, onde é discutido a

inserção de alunos portadores de deficiência em turmas regulares, passando

pelos diversos debates que a permeiam. Assim, esse estudo, tendo como

tema: Atuação de docentes frente à inclusão, objetivou detectar, a partir dos

relatos de professores selecionados, os conhecimentos, e o tipo de formação

que eles consideram necessários para que o processo de inclusão de alunos

portadores de deficiência nas classes regulares de ensino se efetive, de fato,

com qualidade e se eles, os professores, são receptivos à proposta da inclusão

no ensino regular.

6

METODOLOGIA

Diversas foram as etapas que compuseram este trabalho.

Primeiramente foi feita uma revisão bibliográfica que colaborou,

acentuadamente, para a elucidação de aspectos referentes à concepção de

deficiência, história do atendimento prestado às pessoas com deficiência,

conceitos de integração e inclusão e também formação de professores.

Contudo, não podemos omitir que a revisão bibliográfica não se deu

somente no início desta pesquisa, mas também ao longo desta, novas revisões

da literatura foram realizadas.

Na segunda etapa, ou seja, a coleta de dados, esta se deu através da

distribuição de um questionário (roteiro de aplicação de questionário, que se

encontra em anexo) aos professores selecionados, de modo que cada

informante pudesse levá-lo para sua residência e lá respondesse com mais

tranqüilidade, quando então, informações básicas foram dadas aos mesmos,

tais como: os objetivos do estudo, o caráter das perguntas e como se daria a

aplicação do questionário.

Deve-se ressaltar que, a fim de proteger a identidades dos

entrevistados, procuramos identificá-los no texto por nomes fictícios.

Na etapa seguinte, após os questionários terem sidos recolhidos, os

dados foram analisados nos dando uma ideia, de como é possível

alcançarmos o ideal democrático da educação única e para todos.

E finalmente, digitamos e enviamos à orientadora o trabalho

monográfico.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Da segregação à inclusão 12

CAPÍTULO II - Paradigmas dicotômicos ao longo do tempo 19

CAPÍTULO III – Uma formação para a diversidade 25

CONCLUSÃO 33

BIBLIOGRAFIA 37

ANEXOS 39

ÍNDICE 40

FOLHA DE AVALIAÇÃO 41

8

INTRODUÇÃO

Este estudo articula-se no âmbito da linha de pesquisa em educação

especial e é um estudo de natureza exploratória, com um enfoque qualitativo.

Muito se tem discutido sobre alunos portadores de deficiência e de seu

acesso às escolas/salas do ensino regular. Os métodos, também são bastante

debatidos e estudados para facilitar o aprendizado desses estudantes.

Mas, para que uma sociedade seja justa, ela deve dar oportunidade

para todos, a começar na escola, já que numa escola inclusiva, os alunos

aprendem a conviver com a diferença e se tornam cidadãos solidários.

Já é notório que é irreversível o movimento pela proposta da inclusão na

área da educação no Brasil, pois o crescimento nas estatísticas divulgadas nos

últimos anos por órgãos de pesquisas educacionais, como o INEP, por

exemplo, nos dão conta de que o crescimento do número de estudantes com

alguma deficiência aumentam a cada ano na rede regular de ensino.

Esse crescimento não acontece por acaso, pois a nossa Constituição

Federal de 1988, em especial, no inciso III do art. 208, garante o acesso ao

ensino regular a todas as pessoas portadoras de deficiência, sem exceção.

Onde lemos:

¨ Art. 208 – O dever do estado com a educação será

efetivado mediante a garantia de:

III – Atendimento educacional especializado aos

portadores de deficiência preferencialmente na rede

regular de ensino.

Porém, deve-se ressaltar que só o ingresso no ensino regular não

garante a inclusão dessas pessoas. É preciso, no entanto, também, o

comprometimento de todos os atores envolvidos com a escola, isto é, o

envolvimento no acolhimento dessa proposta pelos gestores, funcionários,

corpo docente e até mesmo pelo corpo discente e pelas famílias.

9

Por isso, entendemos que mudanças no âmbito da educação se fazem

necessárias, no sentido de se abraçar a proposta da inclusão, em oposição à

segregação e à discriminação de alunos portadores de deficiência no seio do

ensino regular.

Mas ainda há pessoas que crêem como a melhor maneira de atender às

necessidades de alunos ¨incapazes,¨ o seu isolamento do resto da

comunidade em classes escolares e instituições especializadas, o que, para

nós, é uma solução ultrapassada.

A educação de indivíduos com deficiência tem representado um desafio

constante para educadores quanto a forma de viabilizá-la nas classes comuns

do ensino regular. Esse desafio é ainda maior, quando se impõe a exigência

de que sejam processadas modificações substanciais na escola, para que

sejam atendidas e respeitadas as peculiaridades por essa clientela. A

educação dispensada a estas pessoas em instituições especializadas,

atualmente consideradas como segregadora, sob a crítica de separá-las da

maior parte dos alunos não deficientes, vem sendo amplamente discutida..

Paralelamente, discute-se tambem o princípio de inclusão que retira do

aluno o compromisso da adequação, sendo isto atribuído à escola, assim,

cabe à escola a responsabilidade de adaptar-se para atender a diversidade

apresentada pelo seu alunado, independente de suas características.

Porem, inserir o aluno historicamente excluído do convívio comum, não

é tarefa simples e nem se dá num passe de mágica. Apesar das legislações

que amparam e asseguram esse direito, na prática, elas não são suficientes

para garantir a execução e a qualidade das relações entre pessoas.

Assim, os profissionais da educação se vêem cercados pela

necessidade de vislumbrar alternativas, que favoreçam a inclusão de alunos

com deficiência no ensino regular, de modo que a mesma represente um

ganho real para todos os envolvidos no processo educacional.

Refletir esta questão é se colocar diante de uma gama de

possibilidades. Os caminhos neste sentido são amplos, entrelaçados e

intimamente interligados. Com isso, uma pergunta permanece sempre viva: o

que é necessário para que a inclusão seja possível na conhecida realidade da

escola pública?

10

Contudo, sabemos que as dificuldades vividas pelo professor no

trabalho com o aluno que, por diferentes razões, se distancia do aluno

considerado ideal, denuncia de alguma forma a precariedade com que a

questão da excepcionalidade é apresentada, ou mesmo omitida, nos cursos de

formação inicial que habilitam para o exercício do magistério.

Com os professores já no exercício da profissão é preciso, então. rever

sua formação, agora em outra condição, para que se supere o simples ato de

criticar os cursos de formação inicial e, além disso, que a formação continuada

em serviço não represente uma complementação ou tentativa de superação

das possíveis falhas que, porventura, tenham ocorrido da formação inicial.

Com a democratização da escola, sua função, deve ser reavaliada,

deixando de ser segregativa, para passar a ser mais abrangente, portanto, a

escola deve ser inclusivista na formação de cidadãos conscientes e ativos, em

que todas as minorias não sejam mais discriminadas e alijadas de seus

direitos, objetivando a inclusão social e a igualdade de oportunidades.

Desde o surgimento da proposta de inclusão, educadores e estudiosos

dividem a sua opinião a respeito desse movimento. Uns defendem a inserção

de toda e qualquer criança na classe regular, ou seja, defendem a inserção de

todo e qualquer aluno, desde dos portadores de deficiências mais leves até as

mais severas. Outros porem, não apóiam totalmente a união do sistema de

ensino especial ao regular, e colocam em dúvida a noção de que todo e

qualquer aluno poderia ser ensinado com sucesso, na classe regular.

O princípio da inclusão surgiu a partir das discussões sobre a garantia

de uma educação de qualidade para todos, que além de promover metas reais

de atendimento para todas as crianças que estivessem fora da escola, propôs

a inserção da educação especial dentro dessa estrutura de ¨educação para

todos¨.

Estas ideias foram discutidas e garantidas na famosa Conferência de

Salamanca, no documento chamado de ¨Declaração de Salamanca e Linha de

Ação sobre Necessidades Educativas Especiais.¨

E foi justamente a partir desta Declaração que se oficializou o termo ¨

¨inclusão¨ no campo da educação.

11

Então, o princípio da inclusão vem sendo considerado como uma nova

perspectiva de inserção de alunos com necessidades educacionais na turma

regular, por propor que todos sejam atendidos, desde o inicio de sua

escolaridade nas escolas regulares.

Mas, é importante salientar que a inclusão demanda mudanças na

organização, funcionamento e posicionamento tanto da Educação Especial

quanto da educação de uma maneira geral. Implica em questionar os modelos

atuais de atendimento aos indivíduos portadores de necessidades

educacionais especiais, assim como o atual sistema de ensino que favorece a

evasão escolar, repetência e o fracasso escolar.

É preciso acrescentar que acreditamos que a concretização da

proposta de inclusão depende do esforço conjunto de todos, assim como de

uma reforma educacional, de um ensino cooperativo, da existência dos

serviços de suporte ou de uma equipe multidisciplinar na escola, de uma

melhor formação dos profissionais de educação e áreas afins.

Não podemos omitir que a proposta de inclusão causa um impacto,

pois pressupõe a extinção dos modelos de atendimento segregativos. Esta

postura é considerada polêmica entre estudiosos, que reconhecem a

importância deste atendimento para as pessoas com necessidades

educacionais especiais, especialmente aqueles com deficiências severas ou

profundas, sendo questionado se estes se beneficiaram com a inclusão dos

mesmos no ensino regular.

Na a concretização deste estudo vários foram os autores em suas

literaturas que tiveram um papel fundamental na colaboração para este trilhar.

Para alcançar o objetivo proposto, iniciou-se por retomar um breve histórico da

deficiência, do percurso do movimento de inclusão e da superação da

estigmatização. Tambem foi nossa pretensão fazer uma revisão da

conceituação de algumas terminologias. Posteriormente, procuramos enfocar a

importância da formação inicial e continuada de professores em serviço.

Assim, esta trajetória possibilitou considerações acerca da formação

de professores e forneceu indícios de que a formação continuada em serviço

pode representar uma grande contribuição para o sucesso da inclusão do

aluno com deficiência em classes regulares.

12

CAPÍTULO I

DA SEGRAGAÇÃO À INCLUSÃO

O presente capítulo traz a proposta de contextualizar historicamente o

entendimento da deficiência.

Assim, desde que o homem surgiu sobre a superfície do planeta Terra,

alguma coisa o une aos de sua espécie, tornando-os comuns: a diferença.

Deus é perfeito em sua criação e não permite que o maior dos

monumentos e nem a mais ínfima das criaturas, sejam iguais. Entre os

homens, a distinção é o que de fato os aproxima, como por exemplo, o homem

e a mulher.

Mas, a humanidade no apogeu de sua inteligência, permanece através

do tempo mostrando-se frágil e imatura em relação às diferenças individuais,

dentro do próprio grupo social.

1.1- A DIVERSIDADE NA ERA CRISTÃ

Na época bíblica, as deficiências eram vistas como um castigo e todo

aquele que possuía alguma deficiência era visto como pecador, pois era esse o

comportamento da sociedade daquela época, conforme podemos perceber

nas seguintes passagens bíblica.

• Em Jo 9,2 – A cura de um cego de nascença.

Quando os discípulos de Jesus lhe perguntaram: “Rabi, quem pecou, ele

ou seus pais, para que nascesse cego?¨

• Em Mt 9,2 – A cura do paralítico de Cafarnaum

Quando trouxeram a Jesus, um paralítico deitado numa cama. Jesus,

vendo sua fé, disse ao paralítico: ¨Tem ânimo, meu filho; os teus pecados te

são perdoados¨.

É com esta concepção que relaciona deficiência com pecado que nos

permite a compreender os horrores da segregação e da estigmatização na

época bíblica, quiçá ainda hoje em dia.

13

Na idade média as pessoas com alguma deficiência foram temidas,

perseguidas, até executadas, isso porque eram vistas como pessoas más, que

se justificam por sua apareça execrável. Assim uma infinidade de pessoas foi

sacrificada através da fogueira da inquisição, uma vez que a sociedade não

necessitava de estorvos humanos em sua convivência.

Contudo segundo dados compilados por Kirk (1972) apud Andrade

(1996). A difusão do cristianismo ocorreu simultaneamente a um movimento

assistencialista às pessoas com deficiências, mas associado à proteção e a

pena.

Entretanto, é só nos séculos XVIII e XIX que surgem instituições que

oferecem asilos e uma educação exclusiva a essas pessoas. Mas é só no

século XX que se inicia a aceitação e integração dessas pessoas na

sociedade.

1.2- UM OLHAR DIFERENCIADO

Podemos perceber que até surgir às instituições exclusivas às pessoas

portadoras de deficiência, estes se encontravam a margem, segregados. Mas,

a partir de então, esse segmento da sociedade passa a ter a possibilidade,

especificamente, na área da educação, de uma formação, isto é, de uma

educação ”especial”, segregada em relação aos demais, só vindo a serem

vistos pela sociedade com um novo olhar no final do século XX: é a inclusão.

A inclusão tem sido um tema muito debatido e estudado sob as mais

diversas óticas, geralmente contraposto à noção da exclusão e entendido

como um direito.

Assim, em 1994 foi assinado na cidade de Salamanca (Espanha), por

diversos países, entre eles o Brasil, um documento final da Conferência

Mundial de Educação Especial chamado de “Declaração de Salamanca”, que

delineia a proposta de inclusão, onde todas as pessoas devem ser atendidas

nas escolas regulares.

Então podemos dizer que a Educação Inclusiva pressupõe o

atendimento a todos os alunos, onde um mesmo currículo esteja aberto às

diferenças, garantindo o direito à construção de conhecimentos e valores.

14

1.3- ESTIGMATIZAÇÃO: UMA PRISÃO SEM GRADES

Na modernidade, a desenfreada busca pelo padrão de beleza e de

perfeição humana, através da mídia, levou as pessoas com deficiências a se

defrontarem, talvez, com o momento mais tortuoso de suas vidas: a

segregação social.

Haja vista que a sociedade se condicionou a observar negativamente

qualquer indivíduo que difere do padrão de normalização aceito pelo grupo, o

que aliás, pode provocar uma série de preconceitos em relação as pessoas

que se apresentam com qualquer tipo de deficiência.

O incomodo que a visão das pessoas com deficiência provocam nas

pessoas ditas ”normais” é porque aquelas reflete como um espelho para estas,

já que vemos refletido o perigo de nossa deficiência potencial, fazendo-nos

enxergar nossas imperfeições, limitações e nossa mortalidade.

Segundo Glat (1991), para não vermos nossa imagem fragilizada,

preferimos não notar as pessoas com deficiências. Por isso é tão difícil aceitá-

las como igual a nós, porque aceitá-las significa aceitar nossa própria

imperfeição e alteridade.

1.4- A DEFICIÊNCIA E A SOCIEDADE

A deficiência física é um fato concreto e real, que se relaciona com a

representação corporal idealizada. Tentar negá-la é tomar uma atitude de

desrespeito às pessoas portadoras de deficiência, o que, aliás só vem a

reforçar a situação de segregação a que estão condicionados historicamente.

As pessoas portadoras de deficiência, em função por se desviarem dos

padrões estabelecidos pela sociedade, sempre foram estigmatizadas,

rotuladas, marginalizadas, segregadas e discriminadas. Esta situação vem

sendo denunciada por pesquisadores que se empenham em compreendê-la,

para que venham a indicar caminhos no sentido da reflexão e superação dos

limites impostos pela dicotomia entre normalidade e anormalidade, os quais

impõe ao ¨deficiente¨ a condição de inferioridade em relação a maioria dos

seres humanos.

Na atualidade, a globalização impõe uma ética, a da competitividade,

que justifica os individualismos arrebatadores e possessivos, que podem ser

15

de ordem econômica, política, social e também individual. Assim, acabamos

por constituir o outro como coisa, tendo um comportamento de desrespeito às

pessoas, principalmente por aquelas que apresentam características inerentes

a sua condição física.

Assim a deficiência é vista como uma condição inábil e dolorosa por

suas limitações orgânicas intrínsecas, mas, também pelas limitações sociais

que ela acarreta.

Ser diferente, ameaça a estabilidade social, uma vez que traz à tona a

consciência das nossas possíveis imperfeições e limitações. A sociedade

ocidental está acostumada a valorizar uma imagem corporal idealizada, bem

como padrões de comportamento e papéis sociais aprendidos a princípio,

através da própria família, o que ocasiona na criação de estigmas e

estereótipos que discriminam e marginalizam pessoas com necessidades

educacionais especiais, pois estas, são consideradas atípicas. Porem,

devemos lembrar que o indivíduo não é algo que lhe atribuem, mas o que faz e

como faz.

Então qualquer indivíduo que fuja dos padrões de normalização aceitos

pela sociedade, provavelmente irá desencadear uma série de preconceitos.

Por isso o aspecto que precisa ser mais pensado, portanto, é que não

se pode pensar em inclusão dos portadores de deficiência, sem haver a

preocupação sobre o tipo de relação que as pessoas, de modo geral,

estabelecem com eles.

Não é nossa pretensão aprofundar as discussões acerca do papel da

sociedade no desenvolvimento sócio-afetivo do portador de deficiência. Pois,

para que isso fosse feito seria preciso pesquisar todos os setores sociais em

que estamos inseridos, como por exemplo, a família, o trabalho, as amizades,

enfim as suas vivências.

Porém, é nosso intuito apontar algumas reações da sociedade perante a

pessoa portadora de deficiência, sem contudo, ter a pretensão de culpar esta

mesma sociedade de sua falta de esclarecimento sobre o assunto. Assim,

vemos e sentimos a necessidade da escola em atuar de maneira mais

esclarecedora nesta relação: portador de deficiência X sociedade.

16

Conforme Glat (1998), a primeira reação é abordar a maneira como o

diferente ou o anormal perturba a estabilidade e a previsibilidade das

interações sociais.

Pelo fato do portador de deficiência não corresponder às expectativas

sociais da maneira que gostaríamos e, como, geralmente as pessoas não

estão preparadas para lidar com o diferente, acabamos por o afastarmos

fisicamente, se possível ou moralmente, se sua presença for inevitável.

É esta a situação que na maioria das vezes encontramos, o que, leva a

pessoa portadora de deficiência a se encontrar à margem da sociedade e

conseqüentemente, isto faz com que a maioria das pessoas tenham pouca ou

nenhuma oportunidade de interagir com os portadores de deficiência, assim,

esta situação acaba por aumentar as representações preconceituosas e

estereotipadas.

Uma vez que o contato social desses indivíduos (fora raras exceções)

está resumido aos seus familiares, aos profissionais que trabalham com eles,

às outras pessoas com o mesmo tipo de deficiência, eles acabam sem

motivação a almejar outra postura que não seja a de deficiente.

Desse modo, a prática social da pessoa com deficiência fica tão

restringida e/ou limitada, que as pessoas não tomam conhecimento de suas

potencialidades, mesmo que limitadas. Então, por uma atitude de proteção,

pena ou medo ou até mesmo de indiferença, deixam de comentar assuntos

pessoais ou de ordem política e econômica perto das pessoas com

deficiência, como se nada disso pudesse abalar o seu mundo estigmatizado e

vazio de informações.

Talvez o fracasso da inclusão social se deva, em parte, à própria falta

de experiência social dos portadores de deficiência, que por mais contato que

tenham nos movimentos sociais, são as que são considerada menos

interessante, que delas nada tem a se esperar, mas, que elas tem muito a

aprender.

A contaminação é outro motivo para o isolamento, pois, muitas pessoas

acham que podem se contaminar quando em contato com os deficientes,

assim, evitam o contato. Parece inacreditável, mas ainda há pessoas

desinformadas de que a deficiência não ¨pega¨. No entanto é possível

17

encontrarmos pais que desaprovam alunos portadores de deficiência na

mesma classe de seus filhos, isso porque as crianças podem imitar o

comportamento delas e regredir em seu desenvolvimento.

Inclusive, há adolescente que não gostam de serem vistos com pessoas

portadoras de deficiência, pois temem de serem rotulados de ¨retardados.¨

Uma outra razão, porque os portadores de deficiência e outros grupos

discriminados nos incomodam é que provocam sentimentos de ambivalência

em relação a eles, conforme destaca Glat (1998).

Gibbons (1986) apud Glat (1998) chega a argumentar que

¨... razão principal porque pessoas não estigmatizadas

evitam os que são estigmatizadas não é devido a um

forte desagrado, mas sim porque elas ficam confusas em

relação a seus próprios sentimentos. A confusão se

origina do fato de que pessoas não estigmatizadas

mantém sentimentos tanto negativos, quanto positivos

em relação às que são estigmatizadas.¨ (p. 127)

Estes sentimentos de pena ou de luta contra as injustiças, logo acarretam

outros sentimentos, assim a pessoa dita ¨normal¨ ao se comparar com alguns

portadores de deficiência, agradece por ser normal, quando então, vem a se

sentir culpada por ficar satisfeita com a sua situação. Este tipo de conflito

interno tambem dificulta o relacionamento com as pessoas portadoras de

deficiência, impedindo a naturalidade e espontaneidade de ação. (Glat,1998).

Colleman (1986) apud Glat (1998) argumenta

¨Consequentemente qualquer atributo pode ser

tornar um estigma. Ninguém nunca sabe realmente

quando ou se ele ou ela adquirirá um estigma, ou

quando as normas sociais podem mudar e

estigmatizar um traço que ele ou ela possua. Negar

essa verdade pela tentativa de isolar as pessoas

estigmatizadas... é uma manifestação desse medo

subjacente.¨ (p. 226)

18

Contudo, a visão do portador de deficiência nos incomoda porque ela

funciona como um espelho, no qual vemos refletida a ameaça de nossa

deficiência potencial.

O ser humano gosta de se sentir forte, completo e luta para alcançar a

saúde eterna, enquanto que o portador de deficiência nos faz ver a

fragilidade, a nossa própria instabilidade e efemeridade.

19

CAPÍTULO II

PARADIGMAS DICOTÔMICOS AO LONGO DO TEMPO

Este capítulo versa sobre expressões conceituais dos termos mais

usuais ao longo do tempo, sobre os quais procurou-se fazer uma reflexão

dessas mesmas terminologias.

Deve-se salientar que os conceitos são fundamentais para o

entendimento das práticas sociais, já que eles podem moldar as ações de uma

sociedade inteira, permitindo, inclusive, que órgãos governamentais analisem

programas, serviços e políticas sociais, pois os conceitos acompanham a

evolução de certos valores éticos, como por exemplo, aqueles em torno das

pessoas portadoras de deficiência.

Portanto, é imprescindível dominarmos bem os conceitos inclusivista

para que possamos ser participantes ativos na construção de uma sociedade

que seja realmente para todas as pessoas, independentemente de sua cor,

idade, gênero, tipo de necessidade especial e qualquer outro atributo pessoal.

É evidente que muitas pessoas podem se sentir incomodadas com o

uso de uma determinada linguagem que venha se tornar ofensivamente

inapropriada. Tal incômodo pode e deve nos levar a confrontar as nossas

próprias atitudes, os nossos próprios preconceitos e também o nosso próprio

uso da linguagem. Pois, o uso contínuo de determinada terminologia pode ser

considerada tão inaceitável quanto a linguagem sexista ou racista, que cria

estereótipos baseados na ideia das características comuns vinculada a um

rótulo.

2.1- O CONCEITO DE EXCEPCIONAL

Conforme Mazotta (1993) a definição do termo excepcional é

contemporânea, controvertida e não universal. No Brasil este termo é

historicamente usado com diferentes significados. Entre as décadas de 1950 e

1960, o termo era empregado como sinônimo de ¨retardado mental¨ ou

¨deficiente mental¨.

20

Já na década de 1970 o termo excepcional abrangia um grupo ainda

maior de pessoas com necessidades sociais e educacionais, genericamente,

educandos com necessidades especiais.

E na década de 1980, o termo era empregado com sentido mais restrito

à educação formal, referindo-se aos alunos com necessidades educacionais

escolares especiais.

Assim, para nós, fica claro, que ao longo dos anos tentou-se agrupar e

rotular as pessoas com necessidades educacionais especiais, o que nos leva a

concluir que estes indivíduos sempre estiveram à margem dos grupos sociais

nas discussões quanto ao seu papel e participação na vida social.

2.2- O CONCEITO DE DEFICIÊNCIA

Este, ao longo dos anos vem tendo diversas modificações e, portanto

vem influenciando o discurso e as ações em torno das pessoas com

necessidades especiais.

Mas, foi entre as décadas de 1960 e 1970, com o desenvolvimento de

tendências nas áreas da psicologia, medicina e educação que mudanças

significativas ocorreram resultando em consistentes modificações na

concepção de deficiência.

De acordo com Glat (s.d.) o termo ¨portadores de deficiências¨ passou a

ser substituído nos documentos oficiais (MEC-SEESP, 1994) e na maioria dos

trabalhos acadêmicos pela expressão portadores de necessidades especiais,

indicando um afastamento conceitual do modelo clínico ou médico, que

considera a deficiência como uma característica específica, intrínseca e

permanente do indivíduo.

É possível percebermos que houve um desvio do modelo centrado na

deficiência para um modelo de um paradigma psicossocial, já que qualquer

indivíduo – não apenas os deficientes – podem em algum momento de suas

vidas, ter uma dificuldade em determinada área, vindo a necessitar de uma

atenção profissional especializada. E além de tudo, não existirá o peso da

estigmatização e marginalização como indivíduos desviantes e incapazes,

como sugere o termo ¨portadores de deficiências¨.

21

Hoje, há uma nova terminologia para designar as pessoas com

deficiências, independentemente do tipo ou grau da deficiência, utilizam-se os

termos ¨diversidade funcional¨ e ¨diferença funcional¨, uma vez que estes não

enfatizam os aspectos negativos comum na terminologia ¨pessoa com

deficiência¨.

De acordo com o escritor Ray Pereira, em seu blog ¨diversidade

funcional¨, a diversidade funcional é definida como um termo alternativo ao de

deficiente, uma vez que aquele começou a ser utilizado no Foro de Vida

Independente realizado na Espanha no mês de janeiro de 2005, onde também

se discutiu a substituição de outros termos que tem conotação pejorativa.

E é exatamente por isso e por concordarmos com esta nova

terminologia que passamos a adotá-lo sempre que se fizer necessário.

2.3- NECESSIDADE EDUCATIVAS ESPECIAIS OU

NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

Conforme Marchesi e Martin (1995) o termo ¨necessidades educativas

especiais¨ surge na década de 1970 nos países anglo-saxônicos, na tentativa

de substituir o termo ¨deficiência¨ e o atendimento dispensado a estes

indivíduos.

Esta terminologia passa a ter maior destaque após ser adotada nos

princípios da já mencionada Declaração de Salamanca, que é um documento

norteador da proposta de inclusão.

Com este termo, a ênfase não está mais na diversidade funcional

(deficiência), nem no aluno, mas, na escola, na capacidade desta em preparar-

se para atender a este aluno com necessidades especiais e a todos os outros.

Numa análise da bibliografia acerca do assunto em questão, pode-se

verificar a utilização de dois termos referindo-se ao mesmo conceito, são eles:

necessidades educativas especiais e necessidades educacionais especiais.

Todavia Sassaki (1997) nos esclarece, dizendo:

¨... não existem necessidades educativas, o vocábulo

¨educativo¨ segundo os melhores dicionários, quer

dizer ¨que educa, que serve para educar¨. Então o

22

que seria uma necessidade que educa, que serve para

educar quando queremos nos referir a uma necessidade

especial de um determinado estudante? O adjetivo¨

educativo¨ é apropriado por exemplo, nos termos ¨filme

educativo¨, ¨campanha educativa¨...

Já o vocábulo ¨educacional¨ significa ¨concernente

à educação; no âmbito ou área da educação¨. Assim, por

exemplo, temos ¨política educacional¨, ¨direitos

educacionais¨...

Conclui-se daí que a expressão correta é

¨necessidades educacionais especiais¨, ou seja,

¨necessidades no âmbito da educação¨ (ou concernente

à educação)¨.

Desse modo, concluímos que o termo necessidades educacionais

especiais decorre em mudanças, em preparação e adequação da escola.

Portanto, essa mudança de termos, deve também nos levar a uma

reflexão em favor de uma real inserção do portador de necessidades especiais

na sociedade, que deve adaptar-se a ele, dando condição ao mesmo de

incluir-se na comunidade.

2.4- DA INTEGRAÇÃO À INCLUSÃO

A proposta de integração das pessoas com necessidades educacionais

especiais surge na Escandinávia, a partir do princípio da normalização.

Princípio este que significa, oferecer ao aluno com necessidades especiais, os

mesmos recursos profissionais e institucionais que qualquer aluno dito ¨normal¨

sempre teve, permitindo o seu desenvolvimento como estudante, pessoa e

cidadão.

Desse modo a educação especial deixa de ser vista como

assistencialista e protecionista, assumindo o seu papel voltado a educação.

Ainda, podemos perceber que há um resgate na condição de cidadania

dessas pessoas, o que aliás vem valorizar os seus direitos e a sua participação

na sociedade.

23

Para Mantoan (1999) o princípio da normalização pode ser

compreendido assim:

¨A normalização visa tornar acessível às pessoas

socialmente desvalorizadas, condições e modelos de

vidas análogos aos que são disponíveis de um modo

geral ao conjunto de pessoas de um dado meio ou

sociedade; implica a adoção de um novo paradigma de

entendimento das relações entre as pessoas fazendo-se

acompanhar de medidas que objetivam a eliminação de

toda e qualquer forma de rotulação.¨

Deve-se ressaltar que o termo normalização foi, entretanto, por muitos

interpretados de forma a ainda colocar nas pessoas com diferença funcional o

compromisso da modificação de sua condição ou até da cura. Na realidade

trata-se de respeitar as suas especificidades e oferecer-lhes condições para

que usufruam de seus direitos e exercitem seus deveres, valorizando assim as

suas oportunidades de vida em sociedade.

A proposta da integração consiste numa corrente principal

(mainstreaming), cujo objetivo é proporcionar ao aluno um ambiente o menos

restritivo possível, uma vez que, ninguém aprende quando não tem liberdade e

não se vê valorizado globalmente.

Contudo, essa corrente de integração tem como metáfora o chamado

¨sistema de cascata¨. Cascata porque o aluno entra e transita, descendo ou

subindo na cascata conforme suas necessidades específicas.

A cascata possui alguns níveis, que vão desde a inserção do estudante

na classe regular (com material especial ou assistências do professor) até o

ensino à domicílio, em casos mais graves.

No entanto, esta corrente é vista por nós como segregadora, pois com o

ensino a domicílio, por exemplo, a escola se vê desobrigada de se reestruturar

para manter os alunos que não conseguem acompanhar a turma. Além disso,

o aluno com diferença funcional só fica parte do tempo da aula na classe de

ensino regular, sendo que na outra parte do tempo, ele é levado para ficar em

classe ou na sala de recursos destinadas para essa clientela, dita ¨especial.¨

24

Hoje, a educação especial procura seguir por um novo caminho, é a

chamada educação inclusiva, que promove o direito de qualquer pessoa à

educação, em especial, as pessoas com ¨diferenças funcionais¨, que ao longo

da história humana, foram excluídas do convívio social.

Enquanto a corrente da integração tem como objetivo o indivíduo, a

corrente da inclusão tem como foco central a escola e o sistema educacional

em que ela está inserida.

Vale ressaltar que a inclusão não diz respeito só as pessoas com

diferenças funcionais, mas de todas as pessoas excluídas da educação.

Assim como a integração tem a sua metáfora (o sistema de cascata), a

inclusão tambem tem a sua: é o caleidoscópio, isso porque a imagem

produzida num caleidoscópio, para alcançar o máximo de sua beleza é preciso

que haja a interação de todas as partes diferentes, ¨em formas, em cores e

tamanhos, que o compõe.¨

Então podemos dizer que na inclusão as políticas educacionais devem

favorecer que todas as escolas devem criar mecanismos para que se possam

respeitar as necessidades diversas de seus alunos.

Esta é uma preocupação presente também em nossas reflexões pois

acreditamos que incluir a pessoa com necessidade especiais não é colocá-la

em um determinado lugar e pronto; mas sim fornecer à ela condições para que

a inclusão ocorra, sendo que isto não depende somente do indivíduo, mas sim

de todos nós. É a sociedade quem deve adaptar-se a esta pessoa, e mais do

que isso, somos nós quem devemos favorecer condições para que a inclusão

realmente se concretize.

Em nossa pesquisa pudemos concluir que a inclusão da pessoa com

necessidades educacionais especiais é altamente desejável. No entanto, esta

proposta necessita de maiores questionamentos e estudos, para que as ideias

e os anseios de todos se transforme em ações concretas.

25

CAPÍTULO III

UMA FORMAÇÃO PARA A DIVERSIDADE

Neste capítulo discutiremos sobre a formação inicial e a formação em

serviço ou continuada, fazendo uma análise dos relatos da prática pedagógica

dos sujeitos (professores) selecionados.

3.1- UMA FORMAÇÃO MAIS HUMANIZADA

No momento em que a escola socializa o discurso social da diferença,

ela desmistifica o preconceito.

Neste caso, cabe ao professor/educador apurar o seu olhar, humanizar-

se, sensibilizando-se na sua práxis a uma escuta transformadora que acolhe e

impulsiona o ser em formação a um sujeito pleno e capaz de se realizar, tenha

ele ou não necessidades educacionais especiais.

O sujeito se constitui na relação com o outro, na interação com seus

pares, com a cultura e tambem na diversidade, para que então, se construa

uma verdadeira cidadania.

Assim, podemos dizer que as pessoas com diferenças funcionais

quando incluídas na escola regular, podem e devem transformar o estigma de

incapacidade e ¨deficiência¨ em possibilidades.

A proposta de inclusão incide em uma série de transformações, de

preparações e adaptações ou adequações para que realmente se promova a

inserção de todo e qualquer aluno em uma escola, em uma sociedade mais

justa e igualitária.

Todavia, a formação dos professores tem sido apontada como uma das

causas do problema de baixa qualidade de ensino. No momento em que a

proposta de inclusão ganha ênfase, este tema adquire maior importância entre

os educadores.

Por isso, é preciso repensar e promover currículos que levem os

professores a trabalhar com a diversidade encontrada no universo dos

educandos.

26

Para nós a formação inicial e a capacitação de professores quando

voltada para efetivar a inclusão escolar deve ser a de levar esses profissionais

a uma reflexão constante sobre a prática escolar, questionando-a de modo que

possam aprender com sua própria experiência, compartilhada com seus

colegas, rompendo com a visão individualista da formação e do exercício

profissional.

Esperamos assim, que com esta preparação e esta promoção o

professor se torne mais confiante em sua capacidade de atender à diversidade

de alunos.

3.2- OS SUJEITOS

Os sujeitos definidos nesta pesquisa, são professores graduados em

cursos de licenciatura plena.

Então, para selecionar estes sujeitos critérios foram determinados.

Assim, adotamos como critério determinante, docentes que estivessem em

pleno exercício profissional em sala de aula, em instituição de ensino público

formadora de professores – curso normal –, e que estivessem lecionando em

turmas do último ano, ou seja, turmas do quarto ano, dando assim um limite no

quantitativo de sujeitos e uma maior qualidade na análise dos dados.

A justificação desta escolha, é em função de que estes docentes

poderiam trazer maiores contribuições, pelo fato de estarem em contato direto

e atual com a realidade de uma instituição formadora de professores para o

primeiro segmento do ensino fundamental.

O intuito foi o de aplicar um questionário e fazer uma análise das

respostas dos sujeitos selecionados. Entretanto, deve-se ressaltar que nem

todos os sujeitos devolveram o questionário respondido, o que levou a retardar

a confecção deste trabalho e quiçá a demonstrar no mínimo, a falta de

interesse com o assunto deste estudo.

A amostra final foi composta por 14 docentes que atendiam os critérios

já mencionados.

Tambem gostaríamos de acrescentar que no item 3.3 deste trabalho,

iremos utilizar as respostas de alguns professores, isto é, de alguns sujeitos

selecionados, como exemplos e referências.

27

3.3- REFLETINDO PARA UM NOVO OLHAR

Para uma melhor sistematização deste estudo, agrupamos as

informações fornecidas pelos sujeitos da pesquisa em categorias, organizadas

em quatro grupos: conceito de diferença funcional; conceito de inclusão;

inclusão do aluno com necessidades educacionais especiais no ensino regular

e; formação de professores.

3.3.1- DIVERSIDADE FUNCIONAL: UMA DISCUSSÃO

CONCEITUAL

Reconhecer as representações sociais que os professores tem acerca

da diversidade funcional ou do aluno com diferença funcional é certamente um

ponto de partida para qualquer estudo que objetive a análise e compreensão

de situações que os coloque em interação.

Todavia, alguns definiram como algo próprio da pessoa. As

representações mais comuns, referiam-se a ideia de dificuldade, restrição,

limitação, ausência e incapacidade. Devemos assinalar, que estas definições

colocam o indivíduo com necessidades especiais numa posição de

inferioridade corpórea em comparação com o corpo perfeito.

¨A incapacidade de realizar, por motivos alheios a

sua vontade.¨ (azul marinho)

¨Dificuldade em alguma área..¨ (roxo)

¨É um tipo de limitação que algumas pessoas

possuem.¨ (pêssego)

Alguns professores em suas respostas conceituaram diversidade

funcional a partir da comparação qualitativa dos indivíduos com necessidades

especiais com os normais, passando pelos padrões de normalidade social,

cultural e orgânica.

28

¨É um déficit de alguma função orgânica ou uma

combinação delas.¨ (verde)

¨É a deficiência (prejuízo) de uma das habilidades

ou sentidos.¨ (laranja)

A diversidade funcional apareceu tambem como um erro da natureza,

um obstáculo, na resposta de um dos entrevistados.

¨Determinado tipo de defeito ou imperfeição

apresentada por um indivíduo.¨ (branco)

Assim, podemos perceber que o desconhecimento acerca da

diversidade funcional ainda é grande, e em sua maioria é estereotipada como:

limitação, incapacidade, anormalidade entre outros.

3.3.2- CONCEITO DE INCLUSÃO

Para alguns dos sujeitos, o conceito de inclusão é de que a proposta

está associada à participação das pessoas com necessidades educacionais

especiais nas escolas, assim como na sociedade.

Todavia, ao se posicionarem sobre essa corrente da educação especial,

não se detiveram na conceituação do termo, onde alguns utilizaram

expressões voltadas mais para os seus sentimentos em relação à inserção do

aluno com diferença funcional nas classes de ensino regular.

¨Seria inseri-los em classes de alunos ditos normais,

mas dando recursos para que os mesmos consigam

aprender o conteúdo¨ (pêssego)

¨Seria oportunidade grandiosa para que o aluno

sinta-se em igualdade.¨ (branco)

29

Mas, um dos professores se posicionou contra a inclusão, pois o mesmo

respondeu que é

¨um crime¨ (azul)

3.3.3- INCLUSÃO DO ALUNO COM NECESSIDADES

EDUCACIONAIS NO ENSINO REGULAR

Foi nosso intuito tambem, saber se os sujeitos selecionados

concordavam com a proposta de inclusão no ensino regular e se faziam

alguma ressalva à algum aluno com diferença funcional.

Dos 14 professores pesquisados, 13, ou seja, 92,8% do total dos

sujeitos, responderam que concordam com a inclusão no ensino regular, mas

destes, 4 fazem restrições à inserção de alunos com determinados tipos de

diferenças funcionais em classes do ensino regular, apresentando as seguintes

ressalvas:

- ¨as deficiências com mais agressividade ...¨ (laranja)

- ¨os alunos com mais de uma deficiência é complicado.¨ (verde)

- ¨penso que os casos mais grave de ¨retardo mental¨ necessitam de atenção

exclusiva numa classe que não comporta a regular.¨ (violeta)

- paraplégicos, surdos, mudos, poderiam permanecer alguns casos...¨ (branco)

Pudemos ainda, constatar a falta de leitura da maioria dos entrevistados

sobre legislação a respeito da inclusão, quando perguntamos se ele – o sujeito

– conhecia a política/legislação que garante os direitos daqueles que tem

diferenças funcionais.

Tambem perguntamos aos sujeitos, séc eles acham que deveriam

receber algum treinamento ou supervisão (apoio) para atuar com alunos com

necessidades educacionais especiais. As respostas foram unânimes que sim.

Observamos, contudo, que há obstáculos a serem vencidos para que a

inserção dos alunos com necessidades educacionais especiais realmente

aconteça.

30

3.3.4- FORMAÇÃO DE PROFESSORES

É preciso que haja uma preocupação com a formação de professores,

para que estes, sejam aptos a trabalhar com alunos com necessidades

especiais.

No Brasil, essa preocupação é relativamente recente, pois está

associada à mais nova concepção adotada na educação especial: a inclusão.

Assim, não fosse o aparecimento dessa proposta ainda estaríamos a

ignorar a necessidade de se incluir esse conteúdo nos currículos dos cursos de

formação de professores – o curso normal – por exemplo, pois alguns

acreditam não precisar trabalhar com educação especializada, nas escolas

regulares.

Cabe ressaltar que em nossas pesquisas, constatamos que há uma

Portaria do Ministério da Educação de no 1793 de 27 de dezembro de 1994

que recomenda a inclusão da disciplina de educação especial nos currículos

dos cursos de formação de professores, ato que veio favorecer o processo de

preparação profissional para o trabalho com alunos com necessidades

especiais e a conseqüente inclusão na rede regular de ensino.

Tambem observamos que dos 14 sujeitos pesquisados, só 5, isto é,

35,7% dos professores pesquisados, estudaram algum assunto relativo à

educação especial, respondendo o seguinte:

¨adicional e outros¨ (bege)

¨os tipos de deficiências e como tratá-los¨ (laranja)

¨disciplina educação especial¨ (azul marinho, rosa e

pêssego)

Em relação aos outros 64,3% dos professores pesquisados, nem ao

menos tiveram aula que abordasse o assunto em questão. Mas tambem, pode

ter ocorrido de terem esquecido de algum texto ou livro indicado por algum

professor.

Quando foi perguntado aos sujeitos se eles se achavam preparados

para trabalhar com qualquer aluno, inclusive, os que tivessem alguma

diferença funcional ou com algum problema de aprendizagem, onze

31

professores responderam negativamente, ou seja, 78,5% não se acham

preparados para ter como clientela em sala de aula, alunos com necessidades

especiais. Mas 21,4%, ou seja, 3 professores responderam que se acham

aptos a assumirem classes que tenham alunos com necessidades especiais.

Então podemos perceber que estes resultados confirmam o percentual

obtido das respostas da questão anterior, ou seja, temas sobre educação

especial não foram abordados nas aulas da maioria dos sujeitos.

Ao analisarmos as respostas da seguinte questão: em que aspectos a

sua formação profissional lhe possibilita trabalhar com o aluno com

diferença funcional? Pudemos notar em algumas respostas que apesar de

terem poucas informações sobre o aluno com necessidades especiais e de

como poderiam vir a estruturar o trabalho pedagógico, é desejo dos sujeitos

obterem os conhecimentos para melhor atuação com aqueles alunos.

- ¨permite que eu trabalhe.¨ (marron)

- ¨a partir de uma capacitação específica.¨ (azul marinho)

- ¨somente boa vontade.¨(bege)

- ¨estou fazendo pedagogia e as disciplinas que estou tendo vão me dar base

para isto.¨ (pêssego)

- considero que minha formação profissional não é suficiente para o trabalho

com alguns tipos de deficiência.¨ (rosa)

Tambem perguntamos aos sujeitos, quais seriam os conteúdos,

assuntos, conhecimentos que gostariam de obter para atuar e realizar o

trabalho com o aluno com diferença funcional. Sendo algumas das respostas

as seguintes:

- ¨psicopedagogia e libras.¨ (bege)

- ¨todos os conteúdos necessários à formação de um cidadão pleno.¨ (marron)

- ¨avaliação (como? O que valorizar? Como negociar?).¨ (laranja)

- ¨educação especial de uma forma geral.¨ (lilás)

- ¨as características das diferentes deficiências e formas, próprias de trabalho.¨

(rosa)

32

Perguntamos ainda aos sujeitos, se eles gostariam de dar alguma

sugestão para a formação de professores. Então, procuramos sintetizar as

respostas desta pergunta, como se segue:

- realização de palestras e oficinas sobre educação especial. Além de cursos

de libras e braile durante a formação inicial;

- ter uma disciplina exclusiva no curso de formação inicial com a temática da

inclusão;

- durante a formação inicial ter debates que discutisse políticas públicas e

política pedagógica voltada para a inclusão.

Desse modo, ao finalizar este capítulo acreditamos ser o próprio

professor, uma das pessoas mais indicada para identificar e citar dúvidas,

curiosidades e anseios para que sejam levados em consideração no momento

em que for planejado os programas e a grade curricular dos cursos de

instituições formadoras de professores.

33

CONCLUSÃO

A realização desta pesquisa nos levou a uma reflexão sobre a formação

de professores necessária, para que a inclusão de alunos com diferenças

funcionais possa ser efetivada com qualidade.

Ainda que não tenha sido nosso propósito discutir o processo de

inclusão do aluno com diferença funcional na escola, mas sim discutir uma

formação de professores que favoreça este processo, pois tal questão não

pode ser deixada de lado, uma vez que ficou evidenciada a importância dessa

temática.

Os relatos demonstraram que não se obtêm resultados significativos

com os professores, sobre sua formação, sem se dispor a compreender todo o

contexto que envolve a atividade docente. Portanto, refletir sobre a formação

de professores a partir da análise de suas necessidades exige que sejam

compreendidos todos os desejos, anseios, preferências e dificuldades em

torno da circunstância enfocada.

Tendo como ponto de partida os relatos dos professores selecionados,

foi possível identificar as suas representações a respeito da diversidade

funcional ou de pessoas com diferença funcional, a qual, influencia o tipo de

relação estabelecida entre os professores e seus alunos.

Os ¨sujeitos, ou seja, os professores evidenciaram uma concepção

estereotipada acerca da diversidade funcional, vinculada principalmente a ideia

de incapacidade e de fragilidade que de antemão já impõe um limite conceitual

que menospreza as possibilidades da pessoa com diferença funcional.

Contudo percebemos um avanço nas considerações em torno do aluno

com diferença funcional pelo menos no tocante às possibilidades de sua

inserção nas classes regulares. Com exceção de um professor os demais

disseram favoráveis a inserção dos alunos com diferença funcional nas classes

regulares de ensino. Essa consciência parece estabelecida mesmo com

alguma restrições e dificuldade.

Esta pesquisa tambem nos levou a perceber a falta de informação no

que diz respeito às pessoas com diferenças funcionais. Dos 14 professores

34

selecionados, somente 5 haviam estudado temas sobre educação especial em

seus cursos de formação inicial. E o que mais nos assustou é que aqueles que

haviam estudado, pouco se sabe daquilo que superficialmente havia sido

transmitido.

Portanto, este e tantos outros fatos só vem reforçar a grande

necessidade de se investir na formação de professores, inclusive, na

reformulação de suas grades curriculares, já que os sujeitos desta pesquisa,

queixaram-se da existência de uma grande distância entre o que aprenderam e

o que precisam saber na prática.

A análise das respostas dos questionários nos revelou que os

professores pesquisados apontam como uma necessidade fundamental, o

investimento nos cursos de formação e ainda a necessidade destes serem

levados a uma reflexão constante.

Transformar o discurso sobre inclusão em uma prática generalizada e

permanente tem sido atribuído por especialistas a diversos aspectos. Onde o

despreparo dos profissionais do sistema regular de ensino para receber os

alunos com necessidades educacionais especiais tem se tornado uma imensa

barreira para a sua então concretização.

Todavia, este fator é agravado pelo grande número de alunos nas salas

de aula, sendo que, possivelmente, boa parte dos quais apresentam

dificuldades de aprendizagem. Por isso, a presença de 2 ou 3 alunos com

necessidades educacionais especiais na mesma classe, acaba por tornar uma

sobrecarga para o professor que não tem de fato a mínima condição de

oferecer a esses alunos a atenção que eles precisam.

Apesar da proposta da inclusão ter sido considerada como legítima

entre a maioria dos sujeitos, estes não omitiram as dificuldades e os temores

para a concretização da mesma.

Pudemos ainda, perceber que a maioria tem um desconhecimento

quase que total acerca da legislação que garante o acesso do aluno com

diferenças funcionais no ensino regular. Assim, diante desses fatos é

compreensível, que exista professores que tendem a rejeitar a proposta de

inclusão que é almejada em lei, até por não possuírem condições concretas e

35

subjetivas para atuarem com segurança na realização de suas práticas

pedagógicas.

Contudo, acreditamos que a inclusão de alunos com diferença funcional

no ensino regular só traz vantagens a até benefícios, tanto para o aluno com

diferença funcional, como para os outros alunos, e tambem para o próprio

professor.

Dentre as vantagens, estaria a socialização e do desenvolvimento do

aluno com diferença funcional, isso por causa, do modelo de comportamento

apresentado pelos alunos ¨normais¨, nos quais, aqueles alunos poderiam se

espelhar. Aos demais alunos seria benéfico em função destes adquirirem

atitudes de solidariedade e de respeito em relação aos seus colegas com

necessidades especiais. E em relação ao professor, o benefício estaria na

convivência com o dito aluno ¨especial¨, isso por representar uma oportunidade

de crescimento profissional e até mesmo, pessoal.

Desse modo, no nosso entendimento, a convivência com a pessoa que

seja diferente funcional pode e deve, ser uma das medidas favoráveis de

prevenção contra o preconceito e a discriminação, pois estes são fenômenos

aprendidos culturalmente e cultivado pela ignorância diante do desconhecido.

Assim, o cotidiano escolar representa uma grande e ótima oportunidade

para o desenvolvimento de valores que possibilitem o respeito às

peculiaridades de cada um.

Tambem acreditamos que na formação inicial, os propensos

professores, devem estudar e conhecer muito acerca da diversidade funcional,

bem como da melhor forma de trabalhar com estes alunos.

Então, sugerimos que durante a formação inicial, houvesse entre outras,

como medidas a serem implementadas nesses cursos de formação,

seminários e mesas redondas, com a presença de especialistas/estudiosos,

que discutisse a temática da inclusão na escola regular. Estes eventos tambem

poderiam ser realizados em dias de aula de disciplinas afins, onde a presença

dos alunos seria obrigatória. Além disso, poderia ser implementada a prática

supervisionada, através de estágio e/ou a visitação a locais onde possam ser

observados profissionais desenvolvendo trabalhos com alunos com

necessidades especiais.

36

Acreditamos ainda, ser muito importante e fundamental a formação

continuada, pois o professor que foi orientado para trabalhar em turmas

homogêneas precisa ser reorientado para trabalhar em turmas heterogêneas,

pois do contrário, continuaremos a termos uma educação excludente.

Assim, numa escola verdadeiramente democrática, todos participam e

se integram, sem exclusões, sendo cada qual reconhecido em sua

individualidade, uma vez que, o direito a igualdade de oportunidade e que

defendemos enfaticamente, não significa um modo igual de educar a qualquer

um, mas, dar a cada um o que necessita em função de seus interesses

individuais.

Portanto, a palavra de ordem deve ser a de equidade, significando,

educar de acordo com as diferenças individuais, sem que a existência de

dificuldade se converta em impedimento.

Se a inclusão é uma utopia para alguns, para nós é um sonho possível,

então, devemos com coragem e afetuosidade difundir e transformar esse

sonho em realidade para que amanhã não venhamos a nos culpar. Pois

conforme o grande mestre Paulo Freire (s.d.) disse:

¨Ai de vós, educadores,

se deixarmos de sonhar

sonhos possíveis¨

Finalmente, com este estudo, acreditamos que os questionamentos

acerca da proposta da inclusão na escola e da formação de professores não

estão resolvidos, pelo contrário, consideramos ser este nosso trabalho uma

contribuição para os questionamentos já existentes e para os que irão surgir.

37

BIBLIOGRAFIA

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desafio. 2ª ed. Wak editora. Rio de Janeiro, 2005.

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Nacional. Publicação da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro,

1997.

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38

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___________ Conceituação Necessidades Especiais. Mesa Redonda.

Seminário sobre 3ª idade (s/d).

MANTOAN, Maria. Teresa. Eglér. (org.) Caminhos pedagógicos da inclusão.

Como estamos implementando a educação (de qualidade) para todos nas

escolas brasileiras. Memnon edições científicas. São Paulo, 2001.

____________. Os sentidos da integração e da inclusão, no contexto da

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12 (3): 12 – 16. Juiz de Fora. Fundação Catarinense de educação especial,

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RAY, Pereira. http//Diversidade Funcional.blogspot.com/, acesso em

21/01/2011.

SASSAKI, Romeu Kasumi. Inclusão: construindo uma sociedade para

todos. Rio de Janeiro. Wva, 1997.

39

ANEXO

Roteiro de entrevista

1- Identificação:

Nome:___________________________ idade: ______ disciplina: _______

2- diversidade funcional: Inclusão

a) Qual o seu conceito de diversidade funcional?R:___________________

b) O que você entende por inclusão de alunos com diferenças funcionais

(portadores de deficiências) no ensino regular? R:____________________

c) Você acha possível a inclusão do aluno com diferenças funcionais no

ensino regular? ( ) sim ( ) não

d) Que tipo de aluno com diferenças funcionais, você acha que poderia ser

incluído no ensino regular? Qualquer tipo de diferença funcional ou você

faria alguma restrição a algum tipo?R:_____________________________

e) Você se interessa em participar de eventos que tem como temática a

inclusão? ( ) sim ( ) não

f) Você se acha preparado para realizar um trabalho com qualquer aluno

com alguma diferença funcional ou problema de aprendizagem? R:______

g) Em seu curso de formação inicial houve alguma disciplina ou estudou

algum assunto referente à inclusão? ( ) sim ( ) não Quais?_______

h) Em que aspectos a sua formação profissional lhe possibilita trabalhar

com o aluno com diferença funcional? R:___________________________

i) Você acha importante o professor, após o término da sua formação

inicial, ter uma formação continuada? ( ) sim ( ) não

j) Você acredita na formação em serviço (continuada)? ( ) sim ( ) não

k) Quais os conteúdos, assuntos, que você acha importante conhecer para

o trabalho em sala , considerando todo e qualquer aluno? R:___________

l) Conhece a legislação que garante os direitos da pessoa com diferença

funcional, em especial, do aluno com diferença funcional? ( ) sim( ) não

m) Você acha que deveria ter recebido treinamento (apoio) para atuar com

aluno com diferenças funcionais? ( ) sim ( )não

n) Gostaria de dar alguma sugestão para formação de professores, no que

diz respeito a inclusão? R:______________________________________

40

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I DA SEGREGAÇÃO À INCLUSÃO 12

1.1 – a diversidade na era cristã 12

1.2 – um olhar diferenciado 13

1.3.- a estigmatização: uma prisão sem grades 14

1.4 – a deficiência e a sociedade 14

CAPITULO II PARADIGMAS DICOTÔMICOS

AO LONGO DO TEMPO 19

2.1- o conceito de excepcional 19

2.2- o conceito de deficiência 20

2.3- necessidades educativas especiais ou necessidades

educacionais especiais 21

2.4- da integração à inclusão 22

CAPITULO III UMA FORMAÇÃO PARA A DIVERSIDADE 25

3.1- uma formação mais humanizada 25

3.2- os sujeitos 26

3.3- refletindo para um novo olhar 27

3.3.1- diversidade funcional: uma discussão conceitual 27

3.3.2- o conceito de inclusão 28

3.3.3- inclusão do aluno com necessidades educacionais

especiais no ensino regular 29

3.3.4- formação de professores 30

CONCLUSÃO 33

BIBLIOGRAFIA 37

ANEXOS 39

ÍNDICE 40

41

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES - AVM

FACULDADE INTEGRADA

Título da Monografia: Inclusão na Escola: uma pedagogia para a

exclusão?

Autor: Luiz Carlos Duran Sobrinho

Data da entrega: janeiro de 2011

Avaliado por: Profa Edla Trocoli Conceito: