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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Por: José Claudio da Silva Fonseca Orientador Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

RELACIONAMENTO COM O CLIENTE

Por: José Claudio da Silva Fonseca

Orientador

Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

RELACIONAMENTO COM O CLIENTE

OBJETIVOS:

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Logística Empresarial.

Por: José Claudio da Silva Fonseca

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AGRADECIMENTOS

Deus, senhor do Universo, ao qual deposito toda minha

fé.

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DEDICATÓRIA

À minha esposa, pela paciência e compreensão nos

momentos difíceis. Também às minhas filhas Thaynara e

Beatriz, pela imensa alegria que me dão.

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RESUMO

Em busca de equilíbrio financeiro as empresas vêm se planejamento e montando

estratégias para que possam manter e aumentar sua base de clientes, aumentando

assim, seus níveis de venda traduzindo em maiores lucros. É comum encontrarmos

casos de mau atendimento, seja presencial, pela Internet ou por telefone, que muitas

vezes passam despercebidos pela Direção das empresas, e que geram perdas de

receitas. Diante de um mercado onde os clientes estão cada vez mais exigentes, as

empresas buscam a fidelização de seus clientes em relação à sua marca e seus

produtos, para tanto, é necessário relacionar-se cada vez mais, oferecendo diversas

formas de atendimento. As empresas buscam conhecer melhor seus clientes através de

técnicas e ferramentas tecnológicas capazes de armazenar e analisar dados destes

clientes, quanto a características individuais, regionais, geográficas, costumes,

tendências etc. Desta forma, as empresas podem prestar diversas formas de

atendimento, inclusive atendimento personalizado, visando encantá-los e conseguindo

fidelidade para uma parceria cada vez mais duradoura.

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METODOLOGIA

A coleta de dados para o trabalho provém de pesquisa do tipo bibliográfica

baseada em leitura de materiais publicados em livros e revistas adquiridos em livrarias

e por assinatura mensal e em informações contidas em sites da Internet. Baseado

também, em materiais extraídos da participação no curso ‘Marketing de

Relacionamento e CRM’ da UNIVERSAS – Universidade Corporativa SulAmérica.

Pesquisa também do tipo descritiva, porque visa descrever o comportamento das

empresas com as práticas de apuração de informações de seus clientes e analisá-las.

As informações adquiridas serão tratadas para que se possa obter uma

conclusão sobre quais são as estratégias das empresas para aumentar a fidelização de

sua carteira de clientes.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO 2 – Relacionamento com o cliente 10

2.1 – O Marketing Tradicional X Marketing de Relacionamento 14

2.2 – O Marketing de Relacionamento no Varejo 19

2.3 – CRM – Customer Relationship Management 21

2.4 – Tipos de Clientes 26

CAPÍTULO 3 – Como conquistar e reter clientes 27

3.1 – Fidelização 31

3.2 – Modelos de programa de fidelidade 33

3.3 – A Satisfação do cliente 34

CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA 38

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1 – INTRODUÇÃO

Identificar o público-alvo significa conhecer suas necessidades e

expectativas atuais e futuras. Isso possibilita não só criar serviços

adequados a tais necessidades, como também desenvolver uma filosofia

interna voltada para a satisfação desses consumidores. Pode-se dizer

que a definição do público alvo é como a escolha do destino de uma

viagem: enquanto não se sabe aonde ir, não se sabe que mapa comprar

e muito menos que rotas escolher (SPILLER; PLÁ; DA LUZ; DE SÁ,

2006, p.61)

O que diferencia hoje, efetivamente, uma empresa de outra, é a forma como trata

e atende seus clientes corporativos ou consumidores finais. Ou seja, são os serviços

prestados na pré e na pós-venda que criam valor e se constituem em diferencial. Daí a

importância de se conhecer bem o seu produto e o da concorrência a fim de se ter um

diferencial atrativo. O cliente de hoje procura excelência no atendimento e serviços

agregados. Se não há pós-venda o cliente fica livre para apreciar novas marcas.

Serviços qualificados dependem de pessoas bem-treinadas, preparadas e

motivadas, com autonomia proporcional às suas funções e capazes de se antecipar às

demandas dos clientes, surpreendendo-os e superando as suas expectativas.

Dada a diversidade da oferta e a pouca diferenciação entre os produtos,

diferenciar-se por meio dos serviços é mais um dos desafios que as empresas

enfrentam na busca por modelos inovadores e sustentáveis, que viabilizem a sua

permanência em um mercado extremamente competitivo. A busca por excelência e

diferenciação na prestação de serviços deve ser tema recorrente no dia a dia de toda

empresa, seja ela pequena, média ou grande. O foco principal de todas as ações deve

estar direcionada à satisfação do cliente. Para tanto, a empresa precisa, antes de tudo,

saber quem é o seu cliente-alvo e entender suas necessidades.

O cliente satisfeito divulga de uma a três vezes sua alegria e esquece o

assunto em busca de outras novidades, enquanto isso, aquele que ficou insatisfeito

com uma compra, um serviço ou atendimento, propagará seu infortúnio a vinte

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possíveis novos clientes, sua desdita o acompanhará por mais tempo, este é um

comportamento típico do ser humano. Partindo-se deste princípio, deve-se levar em

consideração que o custo de um cliente perdido é dez vezes mais caro do que a

manutenção do mesmo.

Como num casamento, após a manutenção do cliente, deve-se motivá-lo a se

manter fiel. O objetivo da fidelização é reter os clientes, evitando que migrem para a

concorrência aumentando o valor dos negócios por eles proporcionados. As empresas

anseiam por clientes fiéis para obterem vantagens financeiras. Mas como conseguir

esta fidelização?

Segundo Volpi (2007, p.145) ‘Relacionamentos nutrem-se de fidelidade. A

fidelidade sobrevive com transparência. A transparência nasce quando há

cumplicidade. A cumplicidade traz intimidade. A intimidade cultiva-se com lealdade. A

lealdade produz laços duradouros. Os laços duradouros selam o compromisso. E tudo

isso gera amor, alicerce sobre o qual são construídos relacionamentos prósperos e

verdadeiros’

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2 – O RELACIONAMENTO COM O CLIENTE

Vítima dos preços abusivos e dos produtos e serviços de limitada qualidade, o

cliente sempre saiu perdendo. Na batalha pelo cliente, a regra era guerrear para, antes,

conquistar o monopólio. Sem concorrência, a fidelidade tornava-se uma questão de

falta de opção. Esse status começou a mudar nos anos 90, com a criação do Código de

Defesa do Consumidor em 1991. Com a regularização e normatização das relações

entre empresas e consumidores no Brasil, várias empresas lançaram seu Serviço de

Atendimento ao Consumidor (SAC).

Naquela época, os consumidores raramente manifestavam seu

descontentamento, face uma inflação galopante e dos custos exorbitantes em que eram

praticados. A entrada em vigor do Plano Real em 1994 devolveu a noção dos preços

relativos na economia, contribuindo para o surgimento do consumidor moderno

brasileiro. Em 1998, com a privatização das telecomunicações, tivemos um crescimento

muito significativo do acesso à telefonia fixa e principalmente móvel, passando de

pouco mais de 20 milhões de terminais para mais de 130 milhões em menos de dez

anos.

E o Brasil da colônia nunca mais foi o mesmo. Emergiram indústrias de

desenvolvimento de mão de obra e capacitação. Milhões de trabalhadores foram

formados e habilitados, inicialmente pelos SAC´s e posteriormente pelos call centers,

contact center e centrais de relacionamento com o cliente. São atualmente, mais de um

milhão de brasileiros servindo, atendendo e se relacionando com clientes e

consumidores em todo o País. A maioria, no início de seu ciclo de trabalho recebe

educação, treinamento, melhora seu vocabulário, aprende a relacionar-se e

transacionar, a trabalhar e conviver em equipe. Incluída digitalmente, se atualiza com

valores e princípios corporativos e leva para o topo da organização a melhor das

mensagens, que é o espírito de bem servir ao cliente.

Atualmente tem aumentado significativamente nas empresas, independente do

porte, a busca não só por aumentar sua rede de novos clientes, mas alcançar meios de

manter os já conquistados ao longo dos anos. Obviamente, este é um interesse

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financeiro e mercantil, uma vez que a clientela é a válvula propulsora do mercado

consumidor.

Alguns empreendimentos acabam buscando fórmulas mágicas ou receitas de

bolo para fidelizar os clientes e a qualquer custo mantê-los, sem ao menos pesquisar

quem são seus possíveis e eventuais clientes em potencial, sem conhecer a cultura e

tampouco o que os motivam a alimentar o mercado.

Conforme definição do dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira,

relacionamento significa a “capacidade de relacionar-se, conviver ou comunicar-se com

os outros; ligação de amizade, afetiva, profissional, condicionado por uma série de

atitudes recíprocas”.

Para uma definição mais pertinente ao tema, tomamos como conceito por

relacionamento Kotler que, entende ser “a construção satisfatória em longo prazo com

partes-chaves-consumidores, fornecedores e distribuidores – para reter sua preferência

e negócios em longo prazo”.

A partir destes conceitos alguns requisitos fundamentais para o estabelecimento

de relacionamento, que podem ser traduzidos da seguinte forma:

• Comunicação eficaz;

• Confiança, lealdade, fidelidade e respeito.

Esses requisitos são a base para a tão desejada fidelização do cliente, e levam

em seu bojo outros aspectos que podemos topicalizar como:

• Definir um ciclo de comunicação com o cliente – desde o contato inicial até a

obtenção da resposta;

• Interagir com o cliente;

• Ouvir o cliente cuidadosamente;

• Desenvolver pesquisas sistemáticas entre os clientes;

• Desenvolver a propaganda de resposta direta – de modo que a mesma

induza o cliente a se comunicar com a empresa;

• Transformar compradores em adeptos.

Portanto, a empresa pode desenvolver o seu modelo de relacionamento com o

cliente a partir das regras específicas, de acordo com o tipo de relacionamento

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desejado e características inerentes ao seu modo de atuar no mercado, destacando-se

os modelos a seguir:

• Modelo de recompensas: premia a repetição da compra por intermédio de

bônus e incentivos. Exemplo: Milhagens e cartões de fidelidade.

• Modelo educacional: existe um programa de comunicação interativo enviado

periodicamente ou a pedido do cliente, educando-o para o consumo do

produto;

• Modelo contratual: é um clube de clientes, no qual se paga uma taxa para

usufruir benefícios exclusivos;

• Modelo de afinidade – é um clube de clientes, mas agrega pessoas segundo

um interesse específico, normalmente divulgado através de uma publicação;

• Modelo de serviço de valor agregado – o cliente é reconhecido pelo uso de

um serviço agregado durante a compra do produto / serviço contratado.

Exemplo: Redes de hotelaria, que providenciam o traslado aeroporto-hotel do

cliente;

• Modelo de aliança – utilizado por organizações não-concorrentes, que se

associam para prestar serviços a seus clientes comuns. Exemplo:

Companhias aéreas que fazem reservas de carros para seus clientes com as

locadoras de veículos.

Muitos clientes são condicionados à compra pelo simples fato de o produto carregar

uma marca. Esta, seguramente, já se consolidou no mercado e adquiriu espaço –

associando-o à boa qualidade do produto ou da marca, assim, podemos citar:

• Marcas de excelência – inspiram confiança, respaldada no histórico e

conceituação de produto. Exemplo: Leite Moça da Nestlé;

• Marcas de identidade: o consumidor se identifica, de acordo com sua

personalidade ou estilo de vida. Exemplo: cartão de crédito American

Express, carros modelo Ferrari;

• Marcas de aventura – são as que apresentam mudanças sociais e

tecnológicas. Exemplo: relógio de pulso Swatch, referência em inovação no

desing;

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• Marca de associação – produto associado ao uso de uma personalidade.

Exemplo: Mach3 – Kaká, Robinho e Cristiano Ronaldo.

O modelo e a confiabilidade da marca buscam, em sua individualidade, formas

diferenciadas de criar e manter um relacionamento duradouro e estável entre o

fornecedor e o cliente, usando um conceito específico de reconhecimento, cabendo a

cada empresa escolher aquele que mais se identifica e adapta-se a fim de atender às

expectativas de seus clientes. Apesar de todos os riscos associados, outros benefícios

podem compensar os custos dos programas de fidelização de clientes, dentre os quais

podemos destacar:

• Redução do custo de aquisição de clientes;

• Maior resistência dos consumidores às ofertas dos concorrentes;

• Menores motivos para os consumidores buscarem soluções alternativas;

• As recompensas pela fidelidade do cliente são o diferencial do produto em

relação ao dos concorrentes;

• Maior possibilidade de vendas cruzadas;

• Possibilidade de testes de produtos com clientes fiéis, entre outros.

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2.1 – O MARKETING TRADICIONAL X MARKETING DE RELACIONAMENTO

Para Bowersox e Closs (2001), as estratégias tradicionais de marketing se

concentram na obtenção de trocas ou transações exitosas com os clientes, para

direcionar aumentos na receita e no lucro. Considera todos os clientes em potencial

efetuando uma média de suas necessidades e então procura projetar um produto e um

processo que atenderá às necessidades do cliente regular.

Para Peppers e Rogers (2001), no marketing tradicional, as empresas tem

produtos personalizados e dificilmente consegue diferenciar seus clientes. Se uma

empresa perde um cliente e ganha outro, considera seu “mercado” estável. A empresa

desenvolve sua estratégia para um “cliente médio” o que não significa que seu cliente é

fiel. Desenvolve comunicação unidirecional, através da mídia de massa, pois seu

objetivo é aumentar o número de clientes e, consequentemente, aumentar sua

participação no mercado.

Segundo Ribeiro (1999), objetivo final do marketing tradicional é a maximização

do lucro. A empresa dedica-se a produção de bens e serviços que serão vendidos no

mercado através de transações com os clientes. Cada transação é independente de

todas as outras transações e guiada somente pelo mecanismo de ganho a curto prazo.

Para Gordon (1998), marketing de relacionamento é o processo contínuo de

identificação e criação de novos valores com os clientes individuais e o

compartilhamento de seus benefícios durante uma vida toda de parceria. Assim,

Gordon reforça a importância da longevidade no compartilhamento de vantagens

mútuas, cabendo às empresas a tarefa de encontrar e inovar continuamente junto aos

seus clientes.

O marketing de relacionamento visa o relacionamento de longo prazo. Além

disso, ele busca uma forma individualizada de entender e atender os clientes.

Há outros muitos conceitos de Marketing de Relacionamento, contudo, todos

chegam a um mesmo denominador: O relacionamento de longo prazo.

“Marketing de relacionamento identifica, estabelece, mantém e

melhora o relacionamento com os clientes e outros interessados

(“stakeholders”) com lucratividade, de maneira que os objetivos de todas as

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partes envolvidas sejam atingidos; isto se dá por meio de uma troca mútua e

cumprimento de promessas” (Grönroos, 1995)

Grönroos enfoca relacionamento como uma troca entre as partes pela qual todos

ganham, além de ressaltar a importância de uma empresa cumprir o básico prometido

aos seus clientes.

“Marketing de relacionamento é o marketing para ganhar, construir e manter

um relacionamento forte e duradouro com os clientes industriais” (Jackon, 1985). Esta

definição de Jackson contempla os clientes industriais comparativamente ao mercado

de massa. Sua preocupação principal está no entendimento de como um fornecedor no

“Business to Business” escolhe a melhor estratégia para cada cliente individualmente e,

em cada situação específica, utilizando tanto o marketing de transação quanto o

marketing de relacionamento.

A diferenciação entre os dois conceitos de marketing em seus diversos

aspectos são o foco e a medida de sucesso para a análise dos resultados das

atividades de marketing. As principais diferenças podem ser exemplificadas no quadro

1:

Marketing Tradicional Marketing de Relacionamento

Cliente médio Cliente individualizado

Cliente anônimo Cliente com perfil definido

Produto padronizado Oferta sob medida

Produção em massa Produção sob medida

Distribuição em massa Distribuição individualizada

Propaganda em massa Mensagem individualizada

Promoção em massa Incentivos individualizados

Mensagem unidirecional Mensagem bidirecional

Economia de escala Economia de escopo

Participação de mercado Participação do cliente

Todos os clientes Apenas clientes rentáveis

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Atração do cliente Retenção do cliente

Fonte: KOTLER, Philip (1998, p.627)

Quadro 1: Marketing Tradicional versus marketing de relacionamento

Abaixo segue o quadro 2, construído por Ribeiro (1999, p. 128) onde concentra

esforços em comparar marketing sob a perspectiva de relacionamento em relação à de

transações. Afirma que um é o oposto do outro:

Grupos de análise Marketing Transacional Marketing Relacional

Objetivo Fazer uma venda que é o

resultado final e a medida

de sucesso. Satisfazer o

consumidor (o

consumidor compra

valor).

Criar um consumidor (a

venda é o começo de um

relacionamento). Integração

do consumidor (geração de

valor interativo).

Duração Começo e fim

determinados.

Processo contínuo.

Compreensão do

consumidor

Consumidor é anônimo.

Comprador e vendedor

são independentes.

Comprador e vendedor são

independentes.

Domínio da função de

marketing

Marketing Mix Marketing interativo

(suportado pelos objetivos

do marketing mix).

A tarefa de marketing e

critérios de

performance

Acesso ao mercado é

baseado em produto e

preço. Maior sensibilidade

ao preço. Foca na

conquista de novos

clientes.

Acesso ao mercado é

baseado em competência

para resolver problemas.

Menor sensibilidade ao

preço. Foco no valor

alcançado junto a clientes

atuais.

Método Negociação. Colaborativo e participativo.

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Condução Transações atrativas de

curto prazo.

Comprometimento e

confiança.

Estilo Independência. Dependência mútua.

Principais aspectos de

troca

Foco em produto. Venda

como uma conquista.

Eventos discretos.

Monólogo com a base de

clientes existentes.

Foco em serviço. Venda

como um acordo. Processo

contínuo (histórico). Diálogo

individualizado.

Domínio da função da

qualidade

Domina a qualidade como

resultado (dimensão

técnica da qualidade).

Qualidade das interações

cresce em importância e

pode vir a ser dominante

(dimensão funcional da

qualidade).

Mensuração da

satisfação do

consumidor

Monitoramento da

participação de mercado.

Administração da base de

clientes.

Sistema de informação

do consumidor

Pesquisa de satisfação. Sistema de feedback do

consumidor.

Quando realizando o

plano de negócio

Busca conselhos e

sugestões que podem ser

consideradas ou não.

Tenta construir uma rede de

relacionamentos.

Interdependência entre

marketing, operações e

pessoal

Interface de nenhuma ou

limitada importância

estratégica.

Interface de substancial

importância estratégica.

O papel do marketing

interno

Marketing interno de

nenhuma importância

limitada.

Marketing interno de

substancial importância

estratégica para o sucesso

do negócio.

Principal vantagem Dinheiro nas mãos. Conhecimento íntimo das

necessidades de mercado

desenvolvido ao longo do

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tempo.

Principal desvantagem Vulnerabilidade em

função de uma melhor

oferta realizada pela

concorrência.

Vulnerabilidade devido à

dependência do parceiro.

Melhor forma que

poderia chamar

Orientação de baixo para

cima (Bottom-line

oriented)

Orientação para o

crescimento

(Knowledgeoriented).

Tendências Estilo tradicional está em

declínio

Estilo está ganhando

popularidade.

Fonte: RIBEIRO (1999, p.27)

Quadro 2: Comparação entre Marketing transacional e marketing Relacional

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2.2 – O MARKETING DE RELACIONAMENTO NO VAREJO

Enquanto o marketing tradicional usualmente empregado no varejo tem como

foco atrair o maior número possível de consumidores através da prática de redução de

preços das mercadorias aliada ao dispêndio em propaganda massiva, o marketing de

relacionamento busca atingir aumento de lucratividade nos negócios a partir da

estratégia de diferenciação e relacionamento individualizado com seu público.

Ricardo Pomeranz argumenta em sua redação sobre marketing de

relacionamento no varejo que:

“Primeiramente, competir por preço envolve a capacidade da

empresa em suportar grandes pressões da concorrência, comprometendo uma

expressiva parte dos fluxos de caixa presentes. Segundo, a hipótese de que a

maioria dos clientes dos concorrentes vai ser atraída e mantida pelas melhores

ofertas de preço não parece ter respaldo na pesquisa da Viridict Research que

diz que 70% das mudanças de consumidores para lojas rivais em 2000 nos

EUA foram resultado da má experiência de compra e não da questão do preço”.

Portanto, podemos inferir que isso significa que assim que os preços voltem

aos níveis normais, os clientes retornam para suas marcas preferidas.

A propaganda massiva, no mesmo sentido, consome grane parte das margens

dos anunciantes com a promessa de atrair mais consumidores para as lojas. Os

investimentos necessários, porém, precisam ser intensos para a marca se destacar no

meio da concorrência dos comerciais de televisão, dos anúncios nas revistas e dos

outdoors espalhados nas ruas da cidade. E a tendência é que esses custos se tornem

cada vez maiores.

O marketing de relacionamento, por outro lado, utiliza como ponto de partida o

cliente para atingir o diferencial competitivo, tornando os clientes fiéis à marca. O cliente

satisfeito compra mais, é mais barato de manter e ainda indica outros potenciais

consumidores para a companhia. O tratamento diferenciado dos clientes deve ser

diretamente proporcional ao seu valor para a marca. Quanto mais importante cada

consumidor for individualmente para a empresa, mais benefícios ele receberá. O valor

está relacionado à lucratividade gerada pelo cliente ao longo de todo o seu ciclo de

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relacionamento. Os benefícios, por sua vez, podem ser baseados na dimensão

financeira, como descontos na compra de novos produtos; ou na dimensão de serviços,

como tratamento diferenciado no caixa, estacionamento VIP e brindes especiais, o que

caracteriza o já discutido em como reter clientes/modos de fidelização. A premissa

básica é que o comportamento diferenciado gera recompensa superior.

Segundo Frederich Reichheld em “A estratégia da lealdade”, aumentos de 5%

na retenção de clientes podem gerar aumentos de lucratividade de mais de 95%

dependendo da categoria de negócios. Em vez de focar apenas na venda de produtos

através de promoções que divulgam massivamente preços menores do que a

concorrência, os supermercadistas deveriam alocar parte dos investimentos na

manutenção dos clientes de maior valor e maior potencial de realização de lucros. Os

impactos nas margens alcançadas podem ser significativos.

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2.3 – CRM - CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT

Construir relações de longo prazo e leais com os clientes é a chave para a

obtenção de resultados positivos nos negócios.

Segundo a Wikipédia, O Customer Relationship Management traduzido para a

língua portuguesa significa Gestão de Relacionamento com o cliente. Trata-se de

ferramentas criadas para automatizar as funções de contato com os clientes,

compreendendo sistemas informatizados e fundamentalmente uma mudança de atitude

corporativa, que objetiva ajudar as companhias a criar e manter um bom

relacionamento com seus clientes, armazenando e inter relacionando de forma

inteligente, informações sobre suas atividades e interações com a empresa.

Segundo BINATO, CRM é uma mudança completa na organização que envolve

o desenvolvimento do capital intelectual e mudanças na estrutura organizacional. Não é

algo voltado apenas para coletas de dados, mas também determinar quais dados são

adequados. Envolve a preparação do primeiro time de executivos e a média gerência,

bem como, equipes de vendas e atendentes de call centers em como OUVIR os

clientes.

O cliente é o centro dos processos de negócios. Empresas que conhecem bem

seus clientes conseguem criar respostas personalizadas, antecipando suas vontades e

respondendo de forma precisa aos seus desejos atuais.

O CRM entra para possibilitar todo tipo de contato entre o cliente e a empresa,

mesmo que sua frequencia seja rotineira (de forma contínua), regular (de forma

periódica ou sazonal) ou extraordinária (de forma não frequente).

Portanto, torna-se imprescindível que as empresas planejem os seus produtos

e serviços considerando todas essas formas de interação, de forma a evitar que

problemas venham a acontecer.

Sob o ponto de vista do cliente, o professor Alexandre Melo apresenta os

seguintes relacionamentos interativos podem acontecer em um momento da verdade

com a empresa:

• Interação entre o pessoal de contato da empresa com o cliente: este é o

tipo de interação na qual o cliente se torna também produtos do serviço e

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inicia um relacionamento com a empresa, interagindo com o seu pessoal de

contato;

• Interação entre clientes: nesta interação os clientes produzem parcialmente

e conjuntamente o serviço, desde que a empresa provedora ofereça

sistema, ambiente e pessoal adequado;

• Interação entre o cliente e os produtos e ambiente físico da empresa:

quando o cliente interage com o ambiente, mesas, sinais, quadros, cores e

música proporcionados pela empresa provedora.

• Interação entre o cliente e os sistemas de serviço da empresa: trata-se da

interação entre os seres humanos e os sistemas da empresa, que tem a

amabilidade, cortesia e facilidade de uso como fatores cruciais no

relacionamento.

O professor conclui, dizendo que:

“Torna-se imprescindível para as empresas planejarem seus produtos

e serviços considerando todas estas formas de interação, já que problemas

relativos à qualidade da entrega podem ocorrer em qualquer momento e em

qualquer ponto do processo de consumo, causados por erros do pessoal de

contato da empresa, falta de interesse do próprio cliente na interação ou por

problemas existentes atrás da linha de visibilidade”.

Sob a ótica do CRM, marketing deve ser encarado como um processo e não

somente como um departamento ou função na empresa. O processo de marketing se

inicia nas pesquisas de entendimento das necessidades e desejos dos clientes,

passando pelo tratamento dos dados e informações captadas e desaguando na

concepção e operacionalização de ações e campanhas de relacionamento

diferenciadas.

O processo de marketing deve incorporar os novos conceitos de

relacionamento, agregando ao marketing tradicional a orientação de foco no cliente, e

ter como responsabilidade principal prover a comunicação adequada e personalizada

na relação da empresa com seus clientes.

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É no processo de vendas que a empresa relaciona-se comercialmente com

seus clientes, fazendo uso dos vários canais de vendas por ela disponibilizados. O

“momento da verdade”1 junto ao cliente, porém, processo de vendas, visto de forma

estendida, não se inicia nem tampouco é concluído apenas no momento do seu

fechamento.

O processo de pós-venda abrange as interações de uma empresa com seus

clientes ou vice-versa após a realização da venda. Cada nova transação gera um novo

momento de pós-venda e pode ter características diferentes. Esse processo é

executado por várias pessoas ou departamentos distintos na empresa, que são

responsáveis pelas ações ou informações requisitadas pelos clientes, normalmente

através do processo de atendimento.

Portanto, para que uma estratégia de CRM seja eficaz, é necessário que os

processos estejam integrados e as informações sobre os clientes estejam

disponibilizadas de forma homogênea, para que todos que interagem tenham fácil

acesso a elas.

Esses processos irão interagir e se integrar com os demais processos de

gestão existentes na empresa, quando se torna necessário o acesso a informações

desta natureza requisitadas pelos clientes.

Em termos tecnológicos a plataforma apresenta as seguintes características:

• Vendas: prospecção, previsões, sincronização no sistema;

• Serviço ao cliente: registro e acompanhamento de questões, problemas,

reclamações, sugestões, pedidos de informação. Acompanhamento dos

assuntos, agendamento, gestão do conhecimento;

• Marketing: Armazenagem de dados permite descobrir relações não antecipadas

e padrões de consumo e comportamento;

• Coerência e inter operacionalidade: Sistema de workflow que permite o fluir dos

processos dentro e entre módulos;

1 Conceito introduzido em 1970 por Normann como uma metáfora para o encontro existente entre o cliente e o pessoal de contato de uma empresa de serviços.

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• Melhor gestão dos recursos existentes: Otimização do tempo dos recursos

humanos e de máquinas que estariam sendo utilizados para processamentos

manuais e automaticamente.

Através destes sistemas são passíveis de observação os seguintes processos:

• Planejamento: Verifica-se um plano de atividades rigoroso, com identificação de

todos os pontos críticos de relacionamento e a estrutura do fluxo de trabalho.

• Marketing relacional: Identificar, segmentar, interagir, configurar através de

programas de fidelização, com identificação clara e construção de perfis de

consumidor.

• Produtos e serviços de qualidade: Com a concorrência acirrada, ter menor

tolerância ao erro, a falta de qualidade e à ineficiência. Ênfase na gestão do

conhecimento.

• Soluções de e-CRM: Atuando na automatização de tarefas rotineiras, na

estruturação do relacionamento com o cliente e no processamento da informação

transacional, entre outros.

• Portal e-commerce atrativo: Bem estruturado e eficiente, promove a divulgação

de produtos e serviços e partilha de informação.

• Acrescentar valor ao relacionamento: Conhecimento obtido deve orientar o

relacionamento. Assim, quem compra deve receber exatamente o que deseja

comprar com a informação que realmente lhe interessa.

• Integração de outros canais de comunicação: telefone, fax, contato pessoal,

carta etc. Os dados recolhidos por este meio devem ser inseridos numa base de

dados global.

• Detecção de oportunidades de negócios: Através da análise de dados,

reconhecer os padrões de comportamento econômico e de relacionamento,

podendo surgir novas formas de criar novos negócios.

São tipos de CRM:

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CRM Operacional: visa criação de canais de relacionamento com o cliente.

CRM Analítico: busca obter uma visão consistente do cliente, usando os dados

recolhidos pelo CRM Operacional para obter conhecimento que permita otimizar e gerar

negócios.

CRM Colaborativo: foca na obtenção do valor do cliente através de

colaboração inteligente, baseada em conhecimento.

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2.4 – TIPOS DE CLIENTES

Segundo SPILLER; PLÁ; DA LUZ; DE SÁ são tipos de clientes:

• Cliente decidido: Sabe o que quer e tem conhecimento do produto. Já sondou os

concorrentes mais próximos e muitas vezes, está pronto para fazer uma compra

imediata.

• Cliente indeciso: Normalmente busca informações que subsidiem sua decisão de

compra e compara as diferentes condições oferecidas pela concorrência.

• Cliente confuso: Tem uma vaga noção dos seus desejos e necessidades e se

mostra indeciso diante de muitas opções.

• Cliente apressado: Dá mostras de agitação e impaciência.

• Cliente sem pressa: É metódico, raramente compra por impulso e costuma

pensar duas vezes antes de tomar qualquer decisão.

• Cliente comunicativo: Muitas vezes deseja apenas estabelecer um simples

contato social.

• Cliente não comunicativo: Dificilmente procura estabelecer qualquer tipo de

comunicação verbal.

• Cliente atento: Costuma prestar muita atenção no que dizem os funcionários da

empresa, fazendo-lhes muitas perguntas.

• Cliente desatento: Costuma chegar acompanhado de crianças impacientes ou

estar preocupado com algum outro problema, de modo que é difícil prender sua

atenção.

• Cliente que só diz sim: Deseja ser socialmente aceito e frequentemente está

disposto a gastar algum dinheiro com quem o receba bem.

• Cliente estrela: Gosta de atrair as atenções para si mesmo, frequentemente

fazendo pedidos absurdos e tentando demonstrar mais conhecimento do que

realmente possui.

• Cliente negociador: Deseja sentir que está ganhando alguma vantagem extra

com a compra.

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3 – COMO CONQUISTAR E RETER CLIENTES

Conquistar e reter clientes é tarefa árdua que exige muita dedicação e esforço

de toda a empresa.

Muitos gerentes e vendedores acreditam que o mais importante é fazer vendas,

e não há dúvida de que isso é importante, mas efetuar vendas gera receita a curto

prazo, enquanto conquistar clientes gera receita a curto, médio e longo prazo. As

empresas estipulam metas atrás de metas na busca por novos clientes e muitas vezes

pecam em não dar atenção na mesma proporção aos clientes antigos. Outro erro muito

comum é não colocar em prática um conceito do pós-venda. Os vendedores, para

atingir metas, empurram literalmente a venda, persuadindo e manipulando o cliente.

Esse tipo de venda coercitiva não ganha clientes, aliás, os afasta, pois uma vez que

adquirem um produto somente pelo estado emocional, pelo momento, pela

empolgação, tendem a acordar pela manhã arrependidos da compra. Muitos se sentem

enganados pelo vendedor e não voltam mais à empresa. “ O segredo é entender os

problemas do cliente e apresentar soluções para ajudá-lo a ter lucro e sentir-se

satisfeito com a transação”. (Francis Rodgers) É preciso descobrir exatamente o que o

cliente quer, ou do que precisa, e ver se pode atendê-lo com seu produto ou serviço.

Vender gera lucro. Ajudar as pessoas a comprar gera clientes. Gerar cliente é gerar

lucro através dos relacionamentos. Kotler afirma em “Administração de Marketing”, que

os consumidores que estiverem apenas satisfeitos estarão dispostos a mudar quando

surgir uma melhor oferta. Os plenamente satisfeitos estão menos dispostos a mudar. A

alta satisfação ou o encanto cria afinidade emocional com a marca. O resultado é a alta

lealdade do consumidor. Para se chegar a excelência é preciso colocar em prática

atitudes excelentes para gerar resultados: Treine Seus Colaboradores Cada vez que

um cliente entra em contato com a empresa, sai com uma impressão melhor ou pior a

respeito dela. Para o cliente, o funcionário que o atende representa a empresa. Uma

pesquisa que investigava “Porque as empresas perdem clientes” constatou o seguinte:

3% se mudam 5% desenvolvem outros contatos 9%mudam por razões competitivas

14%estão descontentes com o produto e 68% deixam de ser clientes devido a uma

atitude de indiferença em relação a eles, por parte do proprietário, do gerente ou de

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algum funcionário. É preciso treiná-los para um atendimento de excelência, mas é

preciso também valorizá-los e gratificá-los. Somente um funcionário satisfeito com a

empresa conseguirá um resultado extraordinário no atendimento aos clientes. “Motive-

os, treine-os, interesse-se por eles, faça deles vencedores. Sabemos que, se tratarmos

corretamente nossos funcionários, eles tratarão bem os clientes. E, se os clientes forem

bem tratados, eles voltarão.” (J.W.Marriott Jr., presidente da Marriott Corporation)

Personalize o Atendimento e Descubra o que o Cliente Deseja. Desenvolva um

relacionamento especial com seus clientes e trate cada um deles de forma diferenciada.

Os clientes compram sua satisfação pessoal e soluções para problemas. O grande

objetivo é saber como oferecer exatamente o que o cliente precisa. Para isso, é preciso

avaliar ao máximo o perfil de cada um e personalizar o atendimento de acordo com sua

preferência. Ofereça-lhes algo que ninguém mais esteja provendo. Descubra e

satisfaça suas necessidades. Cada cliente é um indivíduo especial que deseja ser

tratado como tal. Vários aspectos influenciarão na sua compra: sua personalidade,

desejos e razões. E, na medida em que você o tratar como alguém especial e ajudá-lo

a resolver os problemas, eles continuarão sendo clientes fiéis. Obtenha feedback

freqüentemente. Em média, uma empresa ouve apenas 4% de seus clientes

insatisfeitos. Os outros 96% nunca irão reclamar para sua empresa que estão

insatisfeitos ou foram mal atendidos. Simplesmente eles não voltam e você não tem a

chance de descobrir em que errou, e como fazer para melhorar. Por isso, procure

sempre avaliar a satisfação de seus clientes e ex-clientes. É preciso saber por que

perdeu aquele cliente. Ouça os 4% que reclamaram para você, pois eles podem estar

lhe dando uma chance para reconquistá-lo e para que a empresa melhore. Segundo o

Ph. D Michael Le Boeuf, autor de “Como Conquistar Clientes e Mantê-los para Sempre”,

70% dos clientes que reclamaram comprarão novamente de você, se resolver o

problema em favor deles, e 95% comprarão novamente se o problema for resolvido

imediatamente. Encante o cliente. Faça algo além do que o cliente espera. Quando se

surpreende positivamente o cliente, você o fideliza. Independentemente do seu

seguimento, procure sempre criar novos produtos e serviços, sempre melhorando

aqueles já existentes. Num mercado tão competidor e desleal, onde grandes empresas

compram em grande quantidade, negociando melhor preço e consequentemente

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vendendo por menor preço, colocando em risco as pequenas empresas, ganhe da

concorrência pela qualidade no atendimento e relacionamento com os clientes. Um

cliente satisfeito é a melhor estratégia de negócios. (Artigo publicado originalmente na

Revista Meio Empresarial, como matéria em sua primeira edição em Dezembro de

2006.)

Voltando à discussão do cenário onde está inserido o cliente, ratificamos que é

outro. Com o passar do tempo, é fortalecida a imagem do cliente mais exigente, mais

criterioso, mais sensível aos detalhes e ao atendimento, mais consciente de seus

direitos.

Os sofisticados sistemas de atendimento, a velocidade da Internet, o marketing

e suas ações online, busca pela otimização e os nichos do mercado, enfim, todas as

ações estão relacionadas com a arte de vender. Muito pouco se discute sobre a

retenção, embora todos os discursos sigam o caminho da “fidelidade”.

Reter continua sendo o ato de vender o produto/serviço, porém para o mesmo

cliente e com outras argumentações. Muitas vezes, o consumidor já provou os

benefícios e, algumas vezes, não percebeu o valor agregado do que adquiriu.

As objeções podem ainda não ser conhecida pela empresa, a irritação do

cliente aumentar, existe intolerância e a qualidade da venda é questionada. Em outras

palavras, o clima é totalmente desfavorável, principalmente quando existem desgastes

gerados no pós-venda, frutos da não qualidade do relacionamento que mantemos com

os nossos clientes. Muitas vezes, contatos anteriores não são possíveis de serem

revertidos.

Existe um paradigma que retemos um cliente somente quando temos alguma

vantagem financeira. Isso é um paradigma e, portanto, pode ser quebrado. Todos os

valores de uma empresa devem e podem ser oferecidos no momento da negociação.

Muitas vezes o simples ato de escutar, isto é, ouvir e entender uma reclamação, já é o

bastante para criarmos um vínculo positivo com o cliente. O que acontece muitas vezes

é que desistimos dele antes mesmo dele já ter desistido de nossos produtos e serviços,

ou oferecemos um grande desconto sem saber ao certo o motivo do descontentamento,

adiando somente o momento do cancelamento.

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O profissional de retenção precisa usar a sensibilidade para identificar o motivo

pelo qual o cliente está insatisfeito, que envolve diretamente o conhecimento das

técnicas de sondagem. Identificado o motivo da insatisfação, o profissional necessita ter

habilidade para perceber quais os benefícios que podem se tornar vantagem na ótica

do cliente. Isso é retenção: o cliente coloca uma situação crítica, o profissional percebe

uma oportunidade e argumenta eficientemente mostrando que o produto ou serviço tem

outros valores que podem ser positivos.

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3.1 - FIDELIZAÇÃO

As empresas têm buscado recompensar a lealdade de seus clientes

preferenciais com serviços diferenciados ou descontos de preço. Mais recentemente, os

programas de fidelização baseados em recompensas se tornaram presentes em vários

segmentos do mercado, como por exemplo:

• Programas de fidelização baseados em volumes de utilização de serviços,

como os programas de compras frequentes, comuns em companhias

aéreas e hotelaria;

• Cartões de crédito que oferecem descontos crescentes em novas

compras, que vêm sendo muito explorados no segmento de varejo, como

supermercados e lojas em geral;

• Incentivos para a indicação de amigos e parentes se tornarem usuários ou

clientes, que são muito explorados por empresas de assinatura de

revistas, televisão a cabo e na indústria imobiliária.

Geralmente, o objetivo desses programas é estabelecer um nível mais elevado de

retenção de clientes nos seus segmentos mais lucrativos pelo aumento de sua

satisfação e valor percebido. Além disso, um programa de fidelização adequadamente

desenhado visa aumentar a influência na preferência em futuras compras dos clientes,

por um aumento no nível de uso.

O que começou com uma estratégia utilizada por pequenas empresas em ações de

vendas por catálogo evoluiu para uma indústria em que empresas de marketing direto

vêm criando programas de fidelização aplicados a uma grande variedade de serviços e

produtos com o objetivo de reforçar as marcas junto a seus clientes.

Mas, será que os clientes valorizam um programa de fidelização? Será

que ele realmente aumenta a duração do relacionamento de uma empresa com

seus clientes e o nível de utilização de seus produtos?

Naturalmente, as empresas que oferecem programas de fidelização acreditam

que suas iniciativas têm um efeito positivo de longo prazo na avaliação e no

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comportamento de seus clientes. Uma vez implementado um programa de fidelização,

os clientes são crescentemente expostos a um espectro completo de “momentos da

verdade”, incluindo experiências que podem levá-los a trocarem de fornecedor. O

impacto dos programas de fidelização será determinado não só pelos níveis de

utilização, mas também pelo processo das experiências nos diversos pontos de contato

da empresa com seus clientes.

Conclui-se então que para oferecerem benefícios reais para as empresas e

clientes, os programas de fidelização devem ser utilizados de diferentes maneiras de

acordo com seus diferentes consumidores. Para que a empresa saiba que tipo é cada

um dos seus clientes, deve utilizar-se de técnicas de segmentação de mercado. No

entanto, a maior parte dos programas de fidelização baseia-se no nível de rendimento

do cliente e não ajustados para seu segmento.

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3.2 – MODELOS DE PROGRAMAS DE FIDELIDADE

Os programas de fidelização são considerados de grande importância na

construção de relacionamentos estáveis e duradouros com clientes. A fidelização pode

ser fruto das características intrínsecas ou extrínsecas dos produtos / serviços ou do

valor agregado percebido pelos clientes. Há vários tipos de programa de fidelização que

podem ser utilizados de acordo com o tipo de relação desejada pela empresa com seus

clientes e a natureza do negócio em que está envolvida, entretanto, segundo o

professor Alexandre Melo2, há quatro grandes níveis crescentes de benefício que

permitem às empresas definirem e fundamentarem o tipo de programa de fidelização

mais adequado em cada momento de maturidade com seus clientes. São eles:

• Benefícios de oferta de serviços adicionais: Inicialmente, as empresas

buscam um nível de relacionamento em que predomina a oferta

complementar de novos serviços e de melhor qualidade nos produtos e

serviços atuais, visando aumentar o nível de atendimento das

necessidades dos clientes.

• Benefícios financeiros: Nesse estágio são oferecidos estímulos e

recompensas por frequência de consumo e nível de utilização, que são

trocados por vantagens e benefícios quantitativos para os clientes.

• Benefícios sociais: A partir de uma maturidade no relacionamento, a

oferta de benefícios apenas financeiros deixa de ser relevante e

primordial e se busca desvincular uma compra como sendo o momento

mais significativo do relacionamento da empresa com o cliente. O

objetivo disso é aumentar o envolvimento do cliente com a marca pelo

estímulo em particular de ações e eventos fomentados pela empresa.

• Benefícios estruturais: Em um estágio avançado de relacionamento, a

empresa passa a desenvolver e a entregar para seus melhores

clientes produtos e serviços customizados e personalizados,

objetivando construir uma dependência mútua estrutural.

2 Mentor do curso e-learning ‘Marketing de relacionamento e CRM’ da Universidade Corporativa da SulAmérica Seguros.

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3.3 – A SATISFAÇÃO DO CLIENTE

Tomando por base as expectativas dos clientes, pode-se definir satisfação

como a extensão pela qual as expectativas dos clientes em relação a um produto ou

serviço são atendidas por meio do grau de valor percebido.

Satisfação é geralmente conceituada como um julgamento que segue um ato

de compra ou uma série de interações do consumo com um produto; entretanto,

segundo Donald J. Bowersox e David J. Closs, na construção de um programa de

satisfação do cliente a primeira questão que deve ser respondida é: “o que significa

dizer que o cliente está satisfeito?”. Essa pergunta é muito pertinente, uma vez que o

ato de venda e compra não caracteriza a total satisfação do cliente, então a partir disso

muitas empresas pecam em não buscarem e avaliarem se a expectativa do cliente foi

atingida favoravelmente.

Em Logística Empresarial, Bowersox e Closs seguem dizendo que:

“A noção de satisfação do cliente impele o comprometimento para

além do serviço básico. Ela envolve uma combinação de acordos altamente

seletivos de serviços com agregação de valor e, quando apropriado, o

compromisso de atendimento de pedido perfeito. A satisfação do cliente

acarreta um compromisso total da empresa”.

O conceito de Bowersox e Closs endossa o que inferimos que a satisfação é o

início ou uma conseqüência de transição que culmina em um estado de lealdade.

A transformação da satisfação em lealdade é um processo similar ao de uma

semente que requer luz solar, água e nutrientes do solo para brotar. Esses ingredientes

são análogos à determinação pessoal e suporte social, sem os quais a satisfação

permanece dormente. Caso os requisitos necessários estejam presentes, as sementes

brotam e crescem, mas somente aquelas mais fortes que possuem a saúde necessária

para competir com os novos entrantes.

Se as expectativas de um cliente em relação ao desempenho de um fornecedor

são satisfeitas ou excedidas, o cliente estará satisfeito. Ao contrário, se o desempenho

percebido for inferior ao do que o cliente esperava, o cliente estará insatisfeito. Muitas

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companhias adotaram essa estrutura para avaliar a satisfação do cliente, e seguem o

compromisso de satisfazer ou exceder as expectativas dos clientes.

Monitorar o grau de satisfação é também uma forma de manter e

recuperar clientes. Tal monitoração é fundamental para que as empresas

ofereçam qualidade e os serviços que eles desejam. Para tanto, a melhor

estratégia é ouvir os clientes de forma ativa. As empresas precisam

encontrar formas criativas de conhecer melhor suas atitudes, preferências

e desejos de seus consumidores. Não fazer suposições e saber

precisamente o que o cliente quer é vital. Também é importante

pesquisar os concorrentes, fazer regularmente a auditoria dos serviços e

buscar incansavelmente mais informações sobre os consumidores. Uma

empresa não deve dar-se por satisfeita e acreditar que já conhece a

fundo as preferências de sua clientela. Os clientes mudam, logo, as

informações sobre eles também mudam. (SPILLER, pag. 72)

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CONCLUSÃO

Resultados invejáveis são obtidos sempre com a cumplicidade dos clientes leais.

Clientes leais promovem espontaneamente as empresas que admiram, além de as

defenderem contra a competição predadora. Mas como se pode ter uma base

confiável de clientes leais? Tratando todos da mesma forma? Fazendo tudo o que

eles pedem? Concedendo-lhes toda espécie de descontos? Criando promoções a

torto e a direito? Comprando-lhes a "fidelidade" e acreditando nisso? Clientes se

ligam para valer àqueles em quem podem confiar e com quem podem compartilhar

seus sonhos, ambições e compromissos com o futuro. Não importa se, trata de um

cliente individual ou uma empresa-cliente. Em ambos os casos, são pessoas movidas

por motivações próprias do ser humano em qualquer circunstância.

Estratégia de retenção e fidelização através de recolhimento de dados dos clientes é

uma das possíveis formas de manter a empresa à frente no mercado, deixá-la

competitiva e rentável, de forma que ambos os lados tenham a ganhar.

Quanto ao gerenciamento de relacionamento, independente do tipo de carteira

de clientes, posto que não há fórmulas mágicas, o que se pode averiguar é que o

simples fato de deixá-lo encantado com um relacionamento ágil e transparente, torna-

se o viés mais enriquecedor, ética e financeiramente, para a empresa.

A e concorrência acirrada entre as empresas demonstra que a satisfação do

cliente não se resume à aquisição de produto ou serviço, mas na sua avaliação

contínua no pós-venda. E ele espera que a empresa possa continuar prestando-lhe

atendimento, e de qualidade mesmo após ter-se encerrado o processo de aquisição. A

relação entre uma empresa e seu cliente é para sempre. Se isso não ocorre, ele tende

a procurar outros produtos, outras marcas e fornecedores.

O marketing de relacionamento parte deste princípio e desta constatação e

pratica o conceito de fidelização do cliente. Investe, prioritariamente, na manutenção do

cliente já conquistado, que é a retenção, embora não descarte a conquista do cliente

potencial, porque está cada vez mais difícil conquistar clientes e cada vez mais fácil

perder os que já se possui.

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Apóia-se em bancos de dados inteligentes que permitem um conhecimento

mais profundo das demandas, expectativas e necessidades dos clientes, o que garante

às organizações adequação na oferta de produtos e serviços aos seus consumidores.

Num mundo marcado pelo excesso de similaridade entre empresas e produto,

a grande vantagem do marketing de relacionamento é a capacidade de ser algo a mais

onde todo o resto é igual. De trazer para o consumidor um motivo concreto para

escolher a sua marca em detrimento das outras.

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BIBLIOGRAFIA

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