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1 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS - GRADUAÇÃO “LATO SENSU” GESTÃO AMBIENTAL INSTITUTO A VEZ DO MESTRE TRATAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - PROBLEMAS E SOLUÇÕES Por: Ida Pereira Spritzer Orientador: Prof.: Francisco Carrera Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS - GRADUAÇÃO “LATO SENSU” GESTÃO AMBIENTAL

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

TRATAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - PROBLEMAS E SOLUÇÕES

Por: Ida Pereira Spritzer

Orientador: Prof.: Francisco Carrera

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS - GRADUAÇÃO “LATO SENSU” GESTÃO AMBIENTAL

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

TRATAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - PROBLEMAS E SOLUÇÕES

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial

Para obtenção do grau de especialista em

Gestão Ambiental.

Por: Ida Pereira Spritzer

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AGRADECIMENTOS

À minha família, que soube ter paciência;

Aos meus amigos que me suportaram

e a Deus, por me manter com saúde e

Sabedoria.

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DEDICATÓRIA

A um amigo em especial, Prof.

Alexandre de Gusmão Pedrini

Por suas sugestões, carinho e

Paciência.

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RESUMO

Com a promulgação de várias Leis e Decretos sobre Resíduos Sólidos,

incluindo aí a Constituição Federal de 1988, Art. 225, § 3º, o Estado teve que

se adequar e resolver a destinação dos seus resíduos.

Foram abordados os diversos problemas pelos quais o Estado do Rio de

Janeiro tem enfrentado, com relação à disposição dos seus resíduos, e as

soluções encontradas e a prática realizada.

É observada a existência de soluções que podem poluir menos e gerar energia,

e dar outros usos aos resíduos de difícil descarte, como por exemplo, os

pneus.

Verifica-se, também, que há uma necessidade vital de se aplicar a Educação

Ambiental à população, para que nossos resíduos possam ter um destino

voltado à geração de renda para àquelas que trabalham como catadores de

lixo e de geração de energia.

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METODOLOGIA

Foram utilizadas várias referências bibliográficas, já que o tema contém um

vasto material, matérias de jornais, links da Internet, manuais, livros.

Foram selecionadas literaturas importantes na área, bem como, legislação

sobre o tema, fazendo-se uma síntese crítica sobre o mesmo. Foi dada

relevância a autores de variadas percepções filosóficas, com o fim de

enriquecer o debate.

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SUMÁRIO

Introdução .............................................................................................. 08

1. Um breve histórico ................................................................. 08

2. Definição ................................................................................ 10

3. Geração de Resíduos no Est. Do Rio de Janeiro .................. 13

3.1. Definição ..................................................................... 14

4. Legislação Pertinente ............................................................ 15

5. Usina Verde ........................................................................... 19

5.1. Funcionamento ........................................................... 20

6. Biogás de Aterros Sanitários ................................................. 23

6.1. Projetos ....................................................................... 23

7. Educação Ambiental .............................................................. 25

7.1. O que é Educação Ambiental? ................................... 25

8. Coleta Seletiva ...................................................................... 27

8.1. Reciclagem ................................................................. 27

9. Agenda 21 Local .................................................................... 29

Considerações Finais............................................................................. 30

Bibliografia ............................................................................................. 31

Anexos ................................................................................................... 35

Artigos Internet ............................................................................ 35

Fotos Usina Verde ....................................................................... 44

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INTRODUÇÃO

1 - Um breve histórico

Num primeiro momento de nossa existência, os homens pré-históricos viviam

da caça e da pesca e utilizavam peles dos animais abatidos como vestimentas

e, quando os alimentos acabavam numa região, mudavam-se para uma outra

onde houvesse abundância de comida. Logo, o lixo produzido por eles era

decomposto pela própria natureza, e, pelo fato de ser uma população pequena,

a produção dos resíduos também em menor grau. Estes eram compostos,

basicamente, de matéria orgânica e ossadas.

Em outro momento, os humanos passaram a ficar mais tempo em um

determinado lugar, deixando assim a condição de nômades, havendo um

aumento de população neste local, gerando assim, resíduos em maior

quantidade que continham, além de restos de comida, grandes quantidades de

excrementos animal e humano. (Recicloteca, www.recicloteca.org.br

visualizado em 25/02/2011)

A partir da Revolução Industrial (séc. XVIII), houve um aumento da produção

de bens, e, a partir da segunda metade do Sec. XX, novos padrões de

consumo foram adotados e, consequentemente, a geração dos resíduos

aumentou descontroladamente. Nessa onda, os produtos produzidos

antigamente eram considerados bens duráveis e, hoje em dia, somos uma

geração que consome produtos descartáveis, isto é, não consertamos mais e

sim trocamos por novos modelos. Aliado a isso, novas tecnologias foram

desenvolvidas, contribuindo para o aumento da variedade de produtos com

materiais de difícil degradação e maior toxicidade (ANVISA - Gerenciamento

dos Resíduos de Serviços de Saúde, 2006)

Com o aumento da produção de resíduos e de seu descarte sem controle,

começamos a ter a preocupação com doenças. Onde descartar? Em Atenas,

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foram criados os primeiros lixões para que o lixo pudesse ser depositado,

porém eram a céu aberto e, por lá, passavam ratos, baratas e outros tipos de

insetos.

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2 - Definição

Segundo Dicionário Aurélio (Mini Dicionário Aurélio, 6ª Ed) LIXO é o que se

varre da casa, da rua, e se joga fora; entulho. E RESÍDUO é o que resta de

qualquer substância; restos. Para a ABNT NBR 10004/1987, a definição de

RESÍDUOS é: nos estados sólidos e semissólidos, que resultam de atividades

da comunidade, de origem industrial, doméstica, comercial, agrícola, de

serviços e de varrição.

Resíduos Sólidos são os restos das atividades humanas, consideradas pelos

geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis.Apresentam-se

geralmente sob estado sólido, semissólido ou semi-líquido.

(www.votorantim.sp.gov.br/sema/residuos_solidos/residuos_solidos.html,

visualizado em 03/03/2011)

Diariamente são depositados no aterro sanitário cerca de 50,6 toneladas de

lixo, recolhidos no município (residências e comércio em geral).

Como observado, tem-se várias definições sobre resíduos e lixo e ambos são

bem parecidos, porém, há uma diferença bem importante entre eles, que, neste

caso, diz respeito aos resíduos. Eles sofrem um processo químico que permite

que os mesmos possam ser reaproveitados.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305, de 02 de agosto de

2010), define a classificação quanto a sua origem e sua periculosidade:

a) Por sua natureza física: seco e molhado;

b) Por sua composição química: matéria orgânica e matéria inorgânica;

c) Pelos riscos potenciais ao meio ambiente: perigosos, não inertes e inertes

(NBR 10004)

Resíduo domiciliar: É aquele originado da vida diária das unidades familiares,

constituídos por restos de alimentos, tais como: cascas de frutas, verduras,

produtos deteriorados, restos de alimentos, jornais, revistas, garrafas plásticas

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e de vidro, embalagens em geral, papel higiênico, fraldas descartáveis, entre

outros.

Resíduo comercial: É aquele originado dos diversos estabelecimentos

comerciais e de prestação de serviços. Ex.: supermercados, estabelecimentos

bancários, lojas, bares, hotéis, restaurantes, etc.

Resíduo público: São aqueles resultantes dos serviços: de limpeza de vias

públicas (varrição manual, varrição mecânica, limpeza de córregos e canais e

de terrenos, e limpeza das áreas de realização de feiras-livres.

Resíduos dos Serviços de Saúde: Pela Resolução 306 da ANVISA (RDC nº

306, da ANVISA, de dezembro de 2004), pela Resolução 358 do CONAMA

(Resolução nº 358, do CONAMA, de maio de 2005) e pela Resolução SMA 33

(Resolução nº 33, da SMA, de 10/09/2002), definem-se como geradores de

RSS todos os serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou

animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo;

laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios, funerárias e

serviços onde se realizem atividades de embalsamamento (tanatopraxia e

somatoconservação); serviços de medicina legal; drogarias e farmácias

inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área

de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos

farmacêuticos, importadores, distribuidores e produtores de materiais e

controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde;

serviços de acupuntura; serviços de tatuagem, dentre outros similares. Tipos

de resíduos gerados: agulhas, gazes, seringas, bandagens, algodão, órgãos e

tecidos removidos, meios de cultura e animais usados em testes, sangue

coagulado, luvas descartáveis, remédios vencidos, e uma gama de outros

resíduos. Estes podem ser sépticos, ou seja, que contêm ou potencialmente

podem conter germes patogênicos e assépticos tais como: papéis, restos da

preparação de alimentos, e outros materiais que não entraram em contato

direto com pacientes, estes resíduos podem ser considerados como

domiciliares e até mesmo recicláveis.

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Lixo de Portos, Aeroportos, Terminais Rodoviários e Ferroviários: Os

resíduos produzidos nestes locais são de características sépticas ou

assépticas.

Sépticas: Provoca infecção. Contém germes patogênicos. Basicamente

originam-se de material de higiene e asseio pessoal e restos de alimentos que

podem veicular doenças provenientes de outras cidades, estados ou países.

Assépticas: Resíduos isentos de germes patogênicos, são considerados como

domiciliares.

Lixo Industrial: É originário das diferentes atividades industriais, portanto

apresentam características e composição muito variada, pode ser um resíduo

inerte ou altamente tóxico. Composição do resíduo: cinzas, lodos, óleos,

resíduos alcalinos ou ácidos, plástico, papel, madeira, fibras, borracha, metal,

escórias, vidros, cerâmicas, etc.

Lixo Agrícola: São os resíduos sólidos das atividades agrícolas e da pecuária,

como embalagens de adubos, ração, restos de colheitas e esterco de animal

(grande escala).

Entulho/Caliça: São Resíduos da Construção Civil (Resolução CONAMA 307

de 05/07/2002) o resultante das demolições e restos de obras, solos e

escavações. Este material geralmente é inerte e sendo assim, passível de

reaproveitamento.

Resíduos Volumosos: São os resíduos provenientes de processos não

industriais, constituídos basicamente por materiais volumosos não removidos

pela coleta pública municipal rotineira, como móveis e equipamentos

domésticos inutilizados, grandes embalagens e peças de madeira,

resíduos vegetais provenientes da manutenção de áreas verdes públicas ou

privadas e outros.

(www.votorantim.sp.gov.br/sema/residuos_solidos/residuos_solidos.html,

visualizado em 03/03/2011)

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3 - Geração de Resíduos no Estado do Rio de Janeiro

O Estado do Rio de Janeiro possui 92 Municípios, onde se produz,

aproximadamente, 17.000 toneladas de resíduos por dia, sendo que, somente

na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, com 19 Municípios,

aproximadamente, 15.000 ton/dia.

Tem-se, no total 12 Aterros Sanitários Licenciados; 16 Aterros Controlados; 07

Aterros Sanitários em licenciamento; 10 Unidades de Triagem e Compostagem

em fase de implantação; 57 Unidades de Triagem e Compostagem

implantados, desde 1977, sendo que 35 Unidades funcionando normalmente;

62 vazadouros (lixões), sendo que 48 deles operando com a presença de

catadores, animais (ratos, urubus, insetos) (Regulação dos Resíduos Sólidos

no Estado do Rio de Janeiro¸ em www.app.crea-

rj.org.br/portalcreav2midia/documentos).

Mapa. 1 – Mapa da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, mostrando a ocorrência de unidades de recepção de lixo nos 19 municípios que a compõe

(Regulação dos Resíduos Sólidos no Estado do Rio de Janeiro. AGENERSA, 2010)

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3.1 - Definição (www.lixo.com.br, visualizado em 04/02/2011)

Lixão: Uma área para a disposição final de resíduos sólidos sem nenhuma

preparação do solo para recebê-los. Não existe nenhum sistema de tratamento

dos efluentes líquidos (chorume), sendo que estes efluentes penetram pela

terra contaminando o solo e o lençol freático. Insetos, ratos, urubus convivem

com catadores que procuram material para reciclar, adultos e crianças a

procura de alimentos, transmitindo-lhes doenças. O lixo fica exposto sem

nenhum procedimento que evite danos ambientais e sociais.

Aterro Controlado: É uma fase entre o Lixão e o Aterro Sanitário. Normalmente,

o Aterro Controlado já foi um lixão que acabou sendo remediado. Este recebeu

uma camada de argila e grama (seladas com manta impermeável que protege

a pilha das chuvas) e o início de captação do chorume e do gás metano. O lixo

depositado nesses aterros recebem cobertura diária com terra. Neste caso, o

chorume é levado novamente ao topo da pilha para dificultar a sua absorção.

Aterro Sanitário: É a disposição mais adequada para o armazenamento dos

resíduos sólidos. O terreno do Aterro Sanitário é previamente preparado com o

nivelamento do solo e com o selamento da base com argila e mantas de PVC.

Com esses cuidados, o lençol freático não será contaminado pelo chorume,

pois é coletado por drenos que o encaminharão para poços de acumulação,

sendo, durante 6 meses, recirculado sobre a massa do lixo aterrada. Após esse

período, o chorume acumulado é encaminhado a uma estação de tratamento

de efluentes. Não há proliferação de vetores e não há a presença de catadores.

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4 - Legislação Pertinente

O Governo Estadual institui a separação dos resíduos recicláveis produzidos

por órgãos públicos, com destinação às Associações e Cooperativas de

Catadores (coleta dos Resíduos de forma solidária) e os resíduos recicláveis

descartados, que são materiais passíveis de retorno ao seu ciclo produtivo,

rejeitados pelos órgãos públicos (Logística Reversa) (Decreto nº 40.645, de 08

de março de 2007).

A Logística Reversa se dá quando a indústria recolhe o seu material para que o

mesmo possa ser reutilizado/reciclado e retorne à sua linha de produção,

gerando uma maior lucratividade e um ambiente mais limpo.

Foram instituídas regulamentações Estaduais, que se relacionam diretamente

ao gerenciamento dos Resíduos. São elas aplicadas pelo INEA (Instituto

Estadual do Ambiente):

• Regulamentação: Lei 4191, de 30/09/2003, que dispõe sobre a Política

Estadual de Resíduos Sólidos, estabelecendo procedimentos, normas e

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critérios referentes à geração, acondicionamento, armazenamento,

coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos no

Estado do Rio de Janeiro;

• Regulamentação: Lei 2011, de 10/07/1992, que institui o Programa de

Redução do Resíduo com metas anuais de redução de, no mínimo, 10%

do volume de cada resíduo até que se alcance 50% de redução;

• Regulamentação: Lei 3007, de 09/07/1998, que dispõe sobre o

armazenamento, transporte e queima de resíduos tóxicos no Estado do

Rio de Janeiro;

• Regulamentação: Diretriz do INEA 07-1310, de 2004, que estabelece a

metodologia do Sistema de Manifesto de Resíduos Industriais,

implantado pelo INEA, para o controle de resíduos industriais gerados

no Rio de Janeiro, desde a sua origem até a destinação final.

(Manual de Gerenciamento de Resíduos – Guia de Procedimento Passo a

Passo – Sistema Firjan, 2006)

Em 2005, o Governo do Estado institui a Agência de Energia e Saneamento

(AGENERSA), como órgão regulador, que irá controlar e fiscalizar as

concessões e permissões de serviços públicos concedidos no Estado do Rio

de Janeiro em relação à energia e serviços de esgoto sanitário e industrial, de

abastecimento de água e de coleta e disposição dos resíduos sólidos

prestados pelas empresas outorgadas, concessionárias e permissionárias.

(Regulação dos Resíduos Sólidos no Estado do Rio de Janeiro.

AGENERSA, 2010)

O Município do Rio de Janeiro despeja seus resíduos no Aterro de Gramacho

(Duque de Caxias) diariamente, aproximadamente 9.000 ton/dia. Este ainda é

um lixão e terá suas atividades encerradas em dezembro de 2011. Seus

catadores deverão constituir uma Cooperativa para poder continuar a retirar

material reciclável do Aterro Sanitário que será utilizado no lugar do lixão.

Neste caso, os CTR (Centros de Tratamento de Resíduos) disporão de locais

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para os resíduos que já foram separados e para onde os futuros

cooperativados deverão se dirigir.

Para construir CTRs é necessário que haja terrenos disponíveis em cada

Município e os mesmos deverão ter uma topografia adequada e verba e, como

muitos municípios não têm estrutura física e nem condições de arcar com os

custos, foi proposta uma preliminar para o consórcio intermunicipal, para a

implantação de Aterros Sanitários. Com isso, Municípios menores teriam

postos de coleta seletiva, utilizando os recicláveis para a venda e os resíduos

finais seriam, então, levados aos Municípios que tenham o Aterro Sanitário

instalado e, para estes últimos haveria uma economia de escala, uma

sustentabilidade financeira com a adequação de receitas, através do

estabelecimento de taxas ou tarifas para a utilização dos seus Aterros

Sanitários; venda de gás gerado em forma de energia.

Mapa 2: Propostas de Aterros Sanitários Intermunicipais

Região Metropolitana do Rio de Janeiro e Arco Rodoviário (Regulação dos

Resíduos Sólidos no Estado do Rio de Janeiro. AGENERSA, 2010)

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Mapa 3: Formação atual dos consórcios intermunicipais (Regulação dos

Resíduos Sólidos no Estado do Rio de Janeiro. AGENERSA, 2010)

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5 - Usina Verde

Como já exposto acima, os CTR’s requerem de terrenos específicos para

poderem ser construídos. Como o espaço para tal é exíguo e caro, um projeto

em andamento no campus da UFRJ, na Ilha do Fundão, pode mostrar a saída

para o problema. A destinação final do lixo produzido nas grandes cidades

através da sua queima. Implantada em uma área de 5.000 metros quadrados, a

Usina Verde – termoelétrica - produz energia a partir de resíduos, substituindo

o óleo diesel ou carvão. É uma unidade piloto que tem capacidade para gerar

força e luz suficientes para abastecer 2 300 residências. Para isso, incinera 30

toneladas de lixo por dia, o equivalente à quantidade produzida por uma

população de 45.000 pessoas. Os resíduos vêm de um aterro sanitário da

Comlurb (Companhia de Limpeza Urbana), no Caju.

Quando 1: Energia Elétrica Gerada por uma Usina Verde

A unidade piloto, com tecnologia desenvolvida pelos pesquisadores da

Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia da UFRJ

(Coppe), em parceria com o grupo Arbi, da iniciativa privada, é um sucesso tão

grande que uma nova usina foi construída, também no campus desta

universidade. Esta é maior e tem capacidade para incinerar 150 toneladas por

dia. Com isso, a energia gerada será suficiente para iluminar toda a UFRJ,

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Diariamente, entre alunos e funcionários, 65.000 pessoas circulam pelas

instalações da universidade, na Ilha do Fundão.

Evitar que a usina emitisse mais poluição era a grande preocupação dos

pesquisadores. A tecnologia desenvolvida, um sistema de purificação da

fumaça que sai da fábrica, consegue limpá-la antes que seja lançada no meio

ambiente. O que sai contém vapor d'água e gás carbônico, este ainda maléfico,

mas menos nocivo que o gás metano, que sai dos lixões. Este é o grande

problema, já que é considerado o causador do efeito estufa.

A universidade já foi procurada por prefeitos, secretários de meio ambiente e

empresários interessados em construir usinas similares. Atualmente, a equipe

da Coppe desenvolve programas para quatro usinas semelhantes: duas serão

instaladas em siderúrgicas; a terceira, numa fábrica de cimento; e a última,

numa indústria de reciclagem de papel. Quanto mais usinas verdes instaladas,

menor a conseqüência ao Meio Ambiente (www.

planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/conteudo_273355.shtml, visualizado

em 10/02/2011).

5.1 Funcionamento (Usina Verde –

www.usinaverde.com.br/tecnologia, visualizado em 13/02/2011)

Somente são submetidos ao tratamento térmico a matéria orgânica e os

resíduos combustíveis não recicláveis (papel e plástico contaminado com

matéria orgânica, etc) ou seja, exatamente o material que seria destinado ao

Aterro. O tratamento térmico dos resíduos no forno ocorre, em média, a 950º C.

A oxidação dos gases, na câmara de pós-queima, ocorre a +/- 1050°C, com

tempo de residência de 2 segundos. As cinzas são recolhidas em arrastadores

submersos em corrente de água e lançadas no decantador. O vapor gerado

pela caldeira acionará um Turbo-gerador, gerando aproximadamente 600 kW

de energia elétrica por tonelada de lixo tratado.

É importante lembrar que a Usina Verde não pode ser considerada uma

Termoelétrica, já que esta só gera a energia, enquanto que uma usina verde,

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além de aproveitar o potencial energético contido em resíduos que seriam

simplesmente enterrados, contribui com a conservação da energia contida nos

materiais separados para fins de reciclagem (alumínio, metais ferrosos, vidros

etc..)

Analisando a tecnologia Usina Verde à luz das recomendações da Convenção

de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs), observamos a

mais absoluta sintonia: Usina Verde – www.usinaverde.com.br/tecnologia,

visualizado em 13/02/2001)

• No processo Usina Verde a oxidação térmica dos gases é completa,

ocorrendo a uma temperatura de cerca de 1050º C e com excesso de ar

na queima de 110%, o que se reflete na eliminação total do monóxido de

carbono. Os resultados dos testes indicam, no máximo, 2 ppm de CO

nos gases emitidos na chaminé. Por outro lado, o método de limpeza

dos gases por absorção em solução de lavagem com pH alcalino

mostra-se bastante eficaz.

• O processo Usina Verde utiliza sistemas fechados de gases de

combustão (pressão negativa) e de lavagem com água alcalinizada em

circuito fechado.

• No processo Usina Verde os resíduos são tratados a uma temperatura

mínima de 850ºC, e os gases, na câmara de pós-combustão, são

submetidos a uma temperatura de 1050ºC com tempo de residência

mínimo de 2 segundos. As temperaturas são controladas

automaticamente. Usina Verde – www.usinaverde.com.br/tecnologia,

visualizado em 13/02/2001)

O escopo do Projeto de MDL da Usina do CT Usina Verde é, exclusivamente, a

eliminação das emissões do gás metano que seria gerado caso a mesma

matéria orgânica tratada termicamente fosse depositada em seu destino final

atual (Aterro de Gramacho/RJ). Entretanto, nas Usinas comerciais este escopo

poderá ser bastante ampliado, considerando:

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• a) A localização da Unidade ao lado de um aterro ou lixão desativado,

com a captação do biogás e sua utilização como combustível auxiliar no

processo ou mesmo na geração de energia adicional, dará margem a

créditos de carbono oriundos da redução de emissão do metano (cerca

de 50% da composição do biogás de aterro) gerado pelo material ali

depositado.

• b) A substituição da energia produzida a partir de combustíveis fósseis

pela energia gerada a partir do lixo, considerada internacionalmente

como fonte alternativa e renovável. No Norte do Brasil, por exemplo,

parte expressiva da energia consumida é gerada em termelétricas a

diesel.

• c) Redução das emissões do transporte do lixo, durante a coleta e na

transferência para o aterro, que em geral localiza-se distante dos centros

geradores de resíduos. (Usina Verde –

www.usinaverde.com.br/tecnologia, visualizado em 13/02/2001)

Fig. 2 – Esquema de uma usina Verde (Usina Verde –

www.usinaverde.com.br/tecnologia, visualizado em 13/02/2001)

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6 – Biogás de Aterros Sanitários

A emissão do gás metano que é produzido na disposição final dos resíduos nos

aterros sanitários é o grande vilão do efeito estufa.

Os principais produtos resultantes de um aterro são os gases (metano CH4,

dióxido de carbono CO2, amônia NH3, hidrogênio H2, gás sulfídrico H2S,

nitrogênio N2 e oxigênio O2), sendo que o CH4 e o CO2 são os principais gases

provenientes da decomposição anaeróbica dos resíduos orgânicos, e o

chorume.

O objetivo do aproveitamento energético do biogás produzido nos aterros é

convertê-lo em uma forma de energia útil – eletricidade, vapor, combustível

para caldeiras ou fogões, combustível veicular ou para abastecer gasodutos

com gás de qualidade. (www.mma.gov.br, visualizado em 16/12/2010)

6.1 Projetos

• O Plano Nacional de Mudanças do Clima contém metas para o aumento

da reciclagem de resíduos sólidos para 20% até o ano de 2015.

• Programa de Compra de Resultados futuros no Manejo de Resíduos

Sólidos, cujo objetivo é a busca de sustentabilidade no processamento

de resíduos. Este programa cria investimentos em aterros sanitários e

galpões de triagem que visem à utilização de técnicas adequadas,

inclusive na destinação do biogás de aterros sanitários.

• O Ministério do Meio Ambiente (MMA) está em parceria com a Agência

Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para o desenvolvimento de um

projeto que visa a criação de um mercado com valores de venda da

energia produzida que tornem o mercado de comercialização do biogás

rentável. (www.mma.gov.br, visualizado em 16/12/2010).

• O governo do Rio de Janeiro começou a testar o asfalto sustentável para

aumentar a segurança nas estradas e espera adotar a iniciativa em todo

o estado. Ele é feito com uma mistura de pneus velhos triturados que

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deixam a pista menos escorregadia em dias de chuva. Além disso, a

expectativa é de que o piso tenha a durabilidade de 20 anos, o dobro em

relação à recapeamentos comuns. A primeira estrada brasileira a

receber 35 quilômetros desse tipo de asfalto será a RJ-122, conhecida

como Rio-Friburgo, na região metropolitana do Rio. Cada metro

quadrado de asfalto ecológico retira do meio ambiente o equivalente a

um pneu usado. O pavimento, por sua alta viscosidade, reduz os ruidos

e garante uma massa asfáltica com alto coeficiente de atrito, que pode

reduzir o número de acidentes nas pistas. Esse projeto foi criado em

2010. Ressalva: Não há estudos que comprovem que os

hidrocarbonetos, que compõem os pneus, com o passar do tempo e em

dias de chuva, não serão percolados e, consequentemente, irão dar no

lençol freático.

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7 - Educação Ambiental

Muito se diz que a população também é um agente importante para a poluição

do Meio Ambiente, através de descartes dos resíduos sem nenhuma

preocupação em separar o que poderia ser reciclado ou reutilizado. Sem

dúvida, sem as informações de como proceder influenciam tais atitudes.

7.1 O que é Educação Ambiental?

A Conferência de Tbilisi (1977) a definiu como:

(...) um processo permanente no qual os indivíduos e a comunidade tomam

consciência de seu meio ambiente e adquirem o conhecimento, os valores, as

habilidades, as experiências e a determinação que os tornam aptos a agir -

individual e coletivamente a resolver os problemas ambientais.

Segundo ProNEA, 2005, que adota o TEASS, (Pelliccione & Pedrine, 2009) a

Educação Ambiental:

É o alicerce que sustenta o processo de mudanças de comportamento que

conduzem à sustentabilidade, comprometida com a formação humanizadora e

transformadora da sociedade, a partir de um entendimento crítico e

contextualizado da realidade. A partir dela pretende-se resgatar um novo

horizonte epistemológico em que o ambiental é pensado como sistema

complexo de relações e interações da base natural e social e, sobretudo,

definido pelos modos de sua apropriação pelos diversos grupos, populações e

interesses sociais, políticos e culturais que aí se estabelecem.

No Brasil, para que esses objetivos sejam atingidos, a Política Nacional de

Educação Ambiental (Lei 9.795/99 e Decreto 4.281/02) estabelece que os

temas ambientais devem estar presentes durante todo o processo de

escolarização, até o Ensino Superior, de forma transversal, em todos os níveis

e disciplinas. (Agenda 21 Local – Comperj visualizado em 12/02/2011).

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Atualmente, os resíduos sólidos domiciliares se resumem à coleta seletiva e à

política dos 3Rs: reduzir, reutilizar e reciclar os resíduos. No entanto, de uma

maneira geral, a ênfase dos programas de coleta seletiva está na reutilização e

no reciclar e não no reduzir o consumo, que se caracteriza como o principal

problema. (Izabel Cristina, Educação Ambiental, Resíduos Sólidos Urbanos e

Sustentabilidade, 05/12/2003).

Mas, no Brasil, com o momento econômico favorável, classes sociais menos

privilegiadas passaram a ter o consumo, principalmente de eletro-eletrônicos,

como base de melhoria de vida, logo, a quantidade desse tipo de resíduo

aumentou consideravelmente.

Porém, ao mesmo tempo que se aumentou o consumo dessas classes sociais,

o mesmo não aconteceu em relação ao saneamento básico. Temos milhares

de pessoas no Estado que ainda não têm esgotamento sanitário e água

tratada, vivem em áreas de risco, sofrendo com as enchentes e deslizamentos

de encostas, colocando assim a saúde desta população em perigo constante.

Como falar em Educação Ambiental se o poder Público não faz sua parte?

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8 – Coleta Seletiva

É a coleta dos resíduos orgânicos e inorgânicos, secos ou úmidos, recicláveis

ou não recicláveis.

É um tratamento dado ao resíduo, que começa na fonte geradora com a

separação dos materiais e com a coleta realizada pelo poder público, privado

ou por catadores. Esse material será separado nas centrais de triagem, os

quais serão organizados e embalados para serem vendidos à empresas que

reciclarão esses produtos, tornando-os em outros insumos, na cadeia

produtiva.

Conforme a Resolução CONAMA 275, de 25/04/2001, estabelece o código de

cores para os diferentes tipos de resíduos, sendo adotado na identificação de

coletores e transportadores:

AZUL: papel/papelão ROXO: resíduos radioativos

LARANJA: resíduos perigosos AMARELO: metal

VERMELHO: plástico MARROM: resíduos orgânicos

BRANCO: resíduos de saúde PRETO: madeira

VERDE: vidro CINZA: resíduo não reciclável ou misturado,

ou contaminado não passível de separação.

8.1 Reciclagem

A reciclagem é, talvez, o ato mais desenvolvido dentre os 3R’s. As

cooperativas fazem a separação de todo o material que possa ser reciclado e

que é vendido às empresas que fazem outros produtos a partir de um já

existente, oferecendo uma fonte de renda aos catadores e cooperativados. É o

caso das latas de alumínio, que podem se transformar em novas latas, a um

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custo menor do que a lata original; das garrafas Pet, que estão se

transformando em bolsas, roupas, vassouras. Essas garrafas também são

reutilizadas como móveis e até na feitura de casas. As sacolas plásticas já

estão sendo feitas de material retornável e/ou biodegradável. O nosso

problema maior é com os resíduos de eletro-eletrônicos. Estes, a própria

indústria que os fabricou tem que dar conta do que fazer com estes resíduos

(Logística Reversa), aumentar a durabilidade dos produtos e oferecer

informação ao cliente sobre o valor ambiental e social dos produtos reciclados.

Com a doação de seus resíduos recicláveis às cooperativas de catadores, as

empresas estimulam o crescimento dessa atividade, promovendo inclusão

social, geração de renda e expansão de postos de trabalho com qualidade,

capacitando às cooperativas em investir em gestão organizacional, instalações

melhores e em segurança do trabalho (Vínculos de Negócios Sustentáveis em

Resíduos Sólidos – Instituto Ethos).

Quadro 1: MATERIAIS RECICLÁVEIS QUE PODEM SER DOADOS ÀS

COOPERATIVAS

Papel De escritório (branco), de arquivos, formulários contínuos, revistas,

jornais, papelão, papel misto, envelopes, cartolinas, papelão misto

Plástico Garrafas PET, brinquedos plásticos, copos, potes, capas de CD, chinelos,

embalagens de produtos de limpeza, sacos, pallets, canos, mangueiras,

pias

Metal/alumínio Latas, chapas de alumínio, panelas

Aço Latas, arquivos, barras, sucatas, chapas, arames, pregos, inox

Cobre Fios, peças e cabos

Vidro Garrafas de todos os tipos e todas as cores, garrafões, potes, copos,

cacos, embalagens de perfume

Outros Embalagens longa vida, chapas de raio X, sacos de ráfia, cartuchos de

impressão, baterias e embalagens de isopor, embalagens de

equipamentos eletro-eletrônicos.

(Vínculos de Negócios Sustentáveis em Resíduos Sólidos – Instituto Ethos)

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9 – Agenda 21 Local

A Agenda 21 para o Rio de Janeiro tem itens relacionados à melhoria do

ambiente como um todo, incluindo a Educação Ambiental, moradia, transportes

coletas seletivas para os resíduos sólidos, entre outros. Neste ponto, é urgente

a participação da coletividade para que todos os projetos e anseios sejam

validados pelo Poder Público. A participação, essencial em um processo de

Agenda 21 Local, tem a função de aproximar o cidadão da gestão e das

políticas públicas. Dessa maneira, ele conquista espaço, garante a elaboração

de um planejamento que reflita as necessidades locais e acompanha sua

implantação. (Agenda 21 Local - Comperj, visualizado em 12/02/2011)

A mobilização social é importantíssima ao processo de participação. Ela

acontece quando um grupo de indivíduos se reúne e decide agir para um bem

comum, se tornando responsável e capaz de transformar sua realidade.

O desenvolvimento local depende do acesso a informações organizadas e

disponibilizadas com transparência a todos os interessados. Para que possam

participar efetivamente dos processos decisórios e influenciar as políticas

locais, os cidadãos devem estar bem informados sobre os problemas,

oportunidades e potenciais da região. (Agenda 21 Local - Comperj, visualizado

em 12/02/2011).

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Considerações Finais

Tomar consciência dos hábitos de consumo, pensar sobre todos os materiais

presentes em cada objeto, sua origem e destinação final requer uma revisão de

hábitos, costumes e valores. A fim de atingir a escala necessária para fazer a

diferença, todas as esferas sociais precisam estar envolvidas nesta

transformação: governos, empresas, ONGs e cidadãos. As mudanças

necessárias são profundas, mas o movimento do consumo consciente afirma

que o poder de promovê-las está ao alcance de cada um, em sua própria vida,

em seus atos cotidianos. (Comperj, visualizado em 12/02/2011)

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BIBLIOGRAFIA

ANVISA – Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde. Brasília,

2006

COMPERJ - Agenda 21 Local - visualizado em 12/02/2011

ETHOS, Instituto & AVINA – Vínculos de Negócios Sustentáveis em

Resíduos Sólidos. São Paulo, 2007

FERREIRA, A. B. de H. – Mini Dicionário da Língua Portuguesa 6ª Ed, São

Paulo, Editora Positivo, 2004

FIRJAN, Sistema – Manual de Gerenciamento de Resíduos. Guia de

Procedimento Passo a Passo. 2006

PELLICCIONE, N. B. B & PEDRINI, A. de G., CONTRIBUIÇÃO DA

ACADEMIA NA EAEB – II Simpósio de Educação Ambiental Empresarial do

Rio de Janeiro, 27 a 29 de outubro, 2009

PEQUENO, P. – Regulação dos Resíduos Sólidos no Estado do Rio de

Janeiro. AGENERSA, 2010

TENÓRIO J. A. S. & ESPINOSA, D. C. R., Controle Ambiental de Resíduos

in PHILIPPI, A. Jr., ROMÉRIO, M. A. & BRUNA, G. C. (organizadores) – Curso

de Gestão Ambiental. – São Paulo - EdUSP– 2009

ZANETI, I. C. – Educação Ambiental, Resíduos Sólidos Urbanos e

Sustentabilidade. Tese de Doutorado – Brasília, 05/12/2003

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LEIS, DECRETOS, RESOLUÇÕES E NBR’S

DECRETO Nº 40.645, de 08/03/2007 – Institui a separação dos resíduos

recicláveis descartados pelos órgãos e entidades públicas estaduais direta e

indireta, na fonte geradora, e a sua destinação às associações e cooperativas

dos catadores de materiais recicláveis, e dá outras providências.

LEI 9.795, de 27/04/1999 – Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA)

LEI 12.305, de 02/08/2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos

LEI 9.605, de 1998 – Lei de Crimes Ambientais

LEI 4191, de 30/09/2003 – Política Estadual de Resíduos Sólidos

LEI 2011, de 10/07/92 – Programa de Redução de Resíduos

LEI 3007, de 09/07/1998 – Dispõe sobre o armazenamento, transporte e

queima de resíduos tóxicos no Estado do Rio de Janeiro

RESOLUÇÃO CONAMA 275, de 25/04/2001- Estabelece código de cores para

os diferentes tipos de resíduos.

RDC nº 306, da ANVISA, de dezembro de 2004

RESOLUÇÃO nº 358, do CONAMA, de maio de 2005 Resíduos Sólidos de

Saúde

RESOLUÇÃO nº 33, da SMA, de 10/09/2002

ABNT NBR 10004/1987

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LINKS

CTR Nova Iguaçu - www.ctrnovaiguacu.com.br – visualizado em 28/10/2010

www.mma.gov.br – Departamento de Ambiente Urbano. Secretaria de

Recursos Hídricos e Ambiente Urbano. Aproveitamento Energético do

Biogás de Aterro Sanitário. Visualizado em 16/12/2010

____________________, Reciclagem e Reaproveitamento. Visualizado em

16/12/2010

www.app.crea-rj.org.br/portalcreav2midia/documentos - Regulação dos

Resíduos Sólidos no Estado do Rio de Janeiro. Visualizado em 03/03/2011

www.lixo.com.br – visualizado em 10/01/2011

www.recicloteca.org.br – Histórico do lixo. Visualizado em 03/03/2011

www.webartigos.com.br/JairoPinheiro - Lixo Urbano. Publicado em 31/10/2008.

Visualizado em 03/03/2011

www.planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/conteudo_273355.shtml,

visualizado em 10/02/2011

www.votorantim.sp.gov.br/sema/residuos_solidos/residuos_solidos.html,

visualizado em 03/03/2011

www.usinaverde.com.br/tecnologia, Usina Verde, visualizado em 13/02/2011

www.usinaverde.com.br, visualizado em 13/02/2011

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www.planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/conteudo_273355.shtml,

visualizado em 10/02/2011.

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ANEXOS

Artigos Internet (www.ctrnovaiguacu.com.br)

A CTR Nova Iguaçu

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, 64%

dos resíduos dos municípios vão para os lixões a céu aberto, que degradam o

meio ambiente e a saúde pública. Mas em Nova Iguaçu, cidade situada a 50

km do Rio de Janeiro, a situação é diferente, pois foi implantada em 2003, com

investimentos do Grupo S.A. Paulista uma iniciativa modelo - a Central de

Tratamento de Resíduos Nova Iguaçu S/A.

Totalmente licenciada nas esferas municipal (Secretaria de Meio Ambiente de

Nova Iguaçu), estadual (Feema) e federal (Ibama), sob supervisão direta do

Ministério Público do Rio de Janeiro, o empreendimento está apto a fazer a

recepção, tratamento e destinação final de resíduos sólidos urbanos e

industriais, de serviços de saúde (RSS) e de entulho provenientes da

construção civil.

Com infra-estrutura própria e tecnologias de última geração, a central é

composta por um aterro sanitário e industrial fundamentado em critérios de

engenharia e normas operacionais específicas que permite um confinamento

seguro, em termos de controle da poluição ambiental e proteção da saúde

pública; uma unidade de tratamento de resíduos de serviços de saúde, uma

unidade de tratamento de chorume e aproveitamento energético do biogás,

uma unidade de britagem de entulho e uma unidade de gerenciamento de

resíduos industriais que inclui um laboratório; além de centro de educação

ambiental e viveiro de mudas de Mata Atlântica.

O encerramento e a recuperação do “Lixão da Marambaia”, local que por quase

duas décadas recebeu todo o resíduo de Nova Iguaçu sem qualquer controle

ambiental, foi incorporado ao projeto e se tornou um dos destaques do

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empreendimento. Toda a área está sendo coberta por mudas de Mata Atlântica

onde será instalada uma planta de geração de energia limpa e um parque de

lazer para a comunidade.

Como chegar na CTR?

O nosso endereço é Estrada de Adrianópolis, 5.213 – Santa Rita – Nova

Iguaçu e o telefone é (21) 3767-2500.

Acesso pela Via Dutra sentido São Paulo: Passando pela casa de shows Rio

Sampa, contar três viadutos, avistando o Motel Medieval (parece um castelo)

no lado direito. Entrar na rua do motel (entre o motel e o posto de gasolina) e

seguir em frente até o final da rua. Posteriormente, seguir as placas do Hospital

da Posse e de Tinguá. Você chegará na Estrada de Adrianópolis (a rua termina

nela). Seguir pela Estrada de Adrianópolis sentido Tinguá/Hospital da Posse

por aproximadamente 4 km. A CTR do lado esquerdo da via e é vizinha de uma

grande estação de Furnas .

Procedimentos para Cadastro

O sistema de controle de resíduos industriais de grandes geradores envolve as

seguintes etapas:

• cadastramento dos geradores

Cada estabelecimento gerador de resíduo deve preencher um formulário de

cadastramento. Este formulário possui dados de identificação do gerador e

informações sobre os resíduos gerados. Para estabelecimentos industriais é

também obrigatória a apresentação - no ato do cadastramento, de Notificação

de Aprovação ou Autorização para Disposição de Resíduos Industriais, emitido

pela FEEMA, comprovando a viabilidade do recebimento dos resíduos e de

análise laboratorial de acordo com a NBR 10.004, 10.005, 10.006 e 10.007 da

ABNT.

• cadastramento dos transportadores

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Se o gerador possuir veículo apropriado para o transporte e descarga de seu

resíduo, ele mesmo pode se cadastrar também como transportador. Caso a

empresa geradora não possua veículo apropriado ou, por qualquer outro

motivo, deseje terceirizar os serviços de coleta e transporte de resíduos,

existem transportadoras já cadastradas, especializadas neste serviço, que

podem ser contratadas. Mesmo contratando uma empresa para transporte de

seus resíduos, a empresa geradora sempre será responsável por estes

resíduos.

• manifesto de resíduos

No ato da descarga dos resíduos na CTR Nova Iguaçu, a empresa

transportadora deverá apresentar uma via do manifesto de resíduos de cada

empresa geradora para a qual está realizando o transporte. O manifesto de

resíduos vincula a responsabilidade pelos resíduos ao gerador e ao

transportador.

O monitoramento da entrada de resíduos é realizada por meio de: análises

expeditas com duração de até 1 hora – nestes casos o veículo fica aguardando

aprovação nos testes para a descarga; análises completas periódicas de

acordo com a NBR 10.004 da ABNT; análises de parâmetros críticos, de

acordo com o tipo de resíduo.

Aterros sanitário e industrial

O aterro sanitário da Central de Tratamento de Resíduos de Nova Iguaçu é

uma solução totalmente segura para dispor resíduos sólidos, conservando o

meio ambiente. É o único aterro sanitário, de grande porte, licenciado pela

agência estadual de controle ambiental (FEEMA), para operar no estado do Rio

de Janeiro.

Possui dupla impermeabilização da base do terreno, com uma camada de 1,10

m de solo argiloso compactado com baixíssima permeabilidade, protegida por

manta de PEAD (Polietileno de Alta Densidade). Assim, tem-se uma dupla

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garantia que impede qualquer percolação do chorume para o solo e o lençol

freático.

A CTR Nova Iguaçu também faz a drenagem das águas pluviais para evitar sua

contaminação pelo chorume. Os taludes das células têm proteção vegetal para

que não haja erosão, e todo o solo a ser utilizado para cobertura do lixo é

extraído do próprio local.

Periodicamente, são coletadas amostras de água de 16 poços de

monitoramento do lençol freático e de 6 pontos de água superficial para

análises. Há ainda, o controle de pesagem dos resíduos que chegam ao aterro,

através de sistema informatizado, e também, o controle da qualidade dos

resíduos realizados pelo laboratório instalado dentro da CTR-NI em parceria

com o Centro de Tecnologia Ambiental (CTA) da Firjan.

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14/03/2011 13h18 - Atualizado em 14/03/2011 14h45 (g1.globo.com/rio-de-

janeiro)

Seropédica vai receber parte de lixo que iria para Gramacho, no RJ

Secretário do Ambiente se reúne para traçar plano estratégico.

Objetivo é desafogar lixão de Gramacho, na Baixada Fluminense.

Carolina Lauriano Do G1 RJ

imprimir

Minc se reúne com autoridades e

catadores

(Foto: Carolina Lauriano / G1)

Parte do lixo carioca deixará de ir, já no fim de março, para o aterro sanitário de

Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e será levado para a

nova central de tratamento de lixo em Seropédica, também na Baixada.

“Finalmente o novo aterro de Seropédica começa a funcionar esse fim de mês,

recebendo material”, disse o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, que

participa de uma reunião nesta segunda-feira (14), com autoridades e líderes

comunitários.

O objetivo, segundo Minc, é ‘desafogar’ o lixão de Gramacho - o maior aterro

sanitário a céu aberto da América Latina – para que ele seja desativado em

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2012. O local está com a capacidade esgotada e há o risco de o chorume

gerado pelo acúmulo de lixo e absorvido pelo solo contaminar a Baía de

Guanabara.

Recuperação

A comissão discute um plano estratégico para a recuperação socioambiental e

de infraestrutura da região, além de uma proposta de trabalho para os cerca de

2.500 catadores. Em funcionamento há 30 anos, o lixão de Gramacho recebe

mais de 8 mil toneladas de resíduos por dia.

A licença para a construção do aterro em Seropédica foi concedida pela

prefeitura do município em agosto de 2010. A proposta é que a central receba

todo o lixo produzido no município do Rio, de Seropédica e Itaguaí.

Tião, personagem do filme "Lixo

Extraordinário",

luta por geração de emprego para catadores

(Foto: Carolina Lauriano / G1)

Preocupação é gerar emprego para catadores

A grande preocupação de autoridades e cooperativas presentes na reunião é

achar uma solução para gerar emprego e renda para os 2.500 catadores de

lixo de Gramacho. Contando com a família de cada um deles, somam-se cerca

de 7 mil pessoas atingidas pela desativação do aterro.

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A Secretaria municipal de Trabalho de Caxias e o Ministério do Trabalho vão

oferecer três mil vagas de emprego. Entretanto, elas são restritas a pessoas

com segundo grau completo. “Isso só pega de 10% a 30% dos catadores de

Gramacho”, afirmou Minc.

Entre os catadores presentes na reunião estava Sebastião Carlos dos Santos,

o Tião, personagem principal do documentário “Lixo Extraordinário”. “A maior

reivindicação hoje é a geração de trabalho e renda. Como essas pessoas vão

ficar após esse fechamento, quais serão as alternativas?”, questionou ele.

Tião criticou alguns programas apresentados, como o do Pro Jovem, que

sugere capacitar apenas jovens de 18 a 29 anos. “Eu tenho 32 e ficaria de

fora”, ressaltou ele.

De acordo com levantamento do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade

(Iets), apenas um terço dos 2.500 catadores participam do Bolsa Família.

Entretanto, outro um terço desses trabalhadores (cerca de 800 pessoas),

afirma o instituto, tem condição de participar do programa do governo federal,

mas não está incluída por não possuir documentação. “Um mutirão está sendo

feito com as secretarias de Trabalho e Ação Social, para solucionar isso”,

afirmou o secretário.

1% do lixo do Rio passa por coleta seletiva, diz Minc

Uma outra oportunidade para esses catadores poderá vir através de uma ajuda

do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que tem

como proposta disponibilizar uma verba não reembolsável para construir

galpões e adquirir caminhões. Com isso, os catadores poderiam trabalhar na

coleta seletiva.

Segundo Minc, atualmente apenas 1% do lixo do Rio passa por coleta seletiva.

Ele afirmou que a meta é aumentar para 10% até 2014. “É um bom momento

para o Rio avançar na coleta seletiva e empregar esses catadores de forma

digna, esse é o nosso desafio e essa também é uma oportunidade”, resumiu

ele.

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De acordo com o secretário, uma outra proposta é a verba de R$ 1,5 milhão

por ano do Fundo de Valorização de Catadores. Minc ressaltou também a

exploração do gás metano no bairro, que é de grande valor comercial. A Caixa

Econômica Federal doará R$ 2,8 milhões para equipar e ajudar na coleta

seletiva de Caxias.

24/03/2011 16h54 - Atualizado em 24/03/2011 17h02

Prefeitura do Rio e BNDES investem R$ 50 milhões em coleta seletiva

O programa prevê a construção de seis centrais de triagem. Objetivo é também aumentar fonte de renda dos catadores.

Aluizio Freire Do G1 RJ

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Prefeitura do Rio e BNDES fazem parceria para ampliar coleta seletiva (Foto: Aluizio Freire/G1)

A Prefeitura do Rio lançou, na tarde desta quinta-feira (24), no Palácio da Cidade, Zona Sul do Rio, um projeto de ampliação de coleta seletiva de lixo que pretende atender a todos os bairros cariocas. O objetivo é quintuplicar a coleta seletiva que hoje é de aproximadamente 1% na cidade.

O anúncio do Programa de Ampliação da Coleta Seletiva, criado a partir de uma parceria da prefeitura e do BNDES, foi feito pelo prefeito Eduardo Paes. O investimento total é de R$ 50 milhões – R$ 28 milhões da prefeitura e R$ 22 milhões do BNDES.

“O Rio assume esse desafio para ser exemplo, ser modelo em coleta seletiva. Mas, evidentemente, que, para isso, as pessoas precisam aprender a ter a cultura de separar o seu lixo”, disse Paes.

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De acordo com o prefeito, todo o programa será acompanhado de campanhas educativas para a população, a fim de incentivar a adesão à coleta seletiva.

Estão previstas a construção de centrais de triagem que devem ser concluídas em três anos. A primeira etapa vai atender o Centro, Zona Portuária e Zona Sul. A segunda, Zona Norte e parte da Zona Oeste, com a construção, no ano que vem, de duas centrais nos bairros de Bangu e Irajá.

Na última fase, prevista para 2013, o programa vai para o restante da Zona Oeste, com a implementação de centrais em Campo Grande, Vargem Pequena e um terceiro bairro a ser definido.

Ao todo, serão construídas seis centrais de triagem. Os catadores, organizados em cooperativas, serão treinados e capacitados.

Os catadores farão a separação e comercialização dos produtos a partir do material reciclável separado pela população e coletado pela Comlurb. A finalidade é que os catadores possam vender os produtos a um preço que garanta uma fonte de renda melhor a esses trabalhadores.

A primeira central terá capacidade para receber e processar 30 toneladas por dia de papéis, papelão, plásticos, vidros, metais e outros produtos recicláveis.

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FOTOS

Usina Verde, Ilha do Fundão – Rio de Janeiro

(www.usinaverde .com.br)

Área de recepção de resíduos

Separação dos resíduos

Forno de Incineração

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Caldeira e Casa do Turbo-Gerador

Sistema de Lavagem de Gases

Decantador e Torre de Refrigeração

O que é feito com as cinzas, após a queima dos resíduos

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Vapor que sai da queima, já filtrado