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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GRADUAÇÃO EDUCAÇÃO INCLUSIVA
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÂNCIA DA EXPRESSÃO CORPORAL PARA A CIDADANIA
Por: Hércules Angelo dos Santos
Orientador por: Edla Trocoli
Orientador
Edla Trocoli
Rio de Janeiro 2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS - GRADUAÇÃO LATO SENSU
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÂNCIA DA EXPRESSÃO CORPORAL PARA A CIDADANIA
Apresentação de monografia no Instituto a Vez do
Mestre Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para orientação do grau de
especialista Educação Inclusiva
Rio de Janeiro 2012
3
AGRADECIMENTOS
Primeiro quero agradecer a Deus por ter me
ajudado a chegar até aqui. Por estar me
capacitando nesta árdua missão que é a educação
no mundo de hoje, e principalmente educação
inclusiva.
A Senhora minha mãe: Alda Lucas, por todo apoio
e incentivo dado a mim, igualmente a irmã que mais
amo: Elica Angelo e aos meus amigos (as) irmãos,
Leonardo, Tânia, Paulo Cesar, Leandro e Juliana.
A minha orientadora por aceitar o desafio de me
instruir, neste tema tão amplo.
A família Favor de mel e Ao projeto luar. Aos meus
ex-professores, amigos e colegas por sempre me
incentivarem neste ritual de passagem e a todos
em geral por também sempre acreditarem em mim.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a duas
pessoas singulares na
minha vida, a Senhora
minha mãe e minha única
irmã por tudo, pois sem
vocês por perto, nada seria
possível.
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RESUMO
O que veremos aqui é uma evolução da humanidade, e, em geral, as
pessoas ditas “ser” diferentes como os portadores de necessidades especiais,
que fazem algo fora do seu cotidiano escolar mostrando ser importantes ao
futuro dos jovens e adultos.
Conhecendo a força contida nestas pessoas, o brilho que emana de
seus olhares e por tudo que já construíram um com o outro, imagine como
seria bom criar uma janela para contar aos vizinhos que moram logo ali como
podem mudar o nosso mundo, e que com força, e boa vontade e criatividade
tudo é possível.
.
6
METODOLOGIA
A pesquisa foi feito em uma (ONG) chamada Luar Sem Limites com
objetivo de demonstra a importância do Projeto voltado para
atividade corporal, colaborando, assim, para o desenvolvimento
afetivo, social, cognitivo e psicomotor dos jovens portadores de
necessidade intelectuais.
Investigar o efeito desta arte, em especial a música e a dança, no
desenvolvimento destes jovens entre 16 e 40 anos, instigou a
apresentação do trabalho da ONG Projeto Luar de dança, subgrupo
da ONG Luar sem Limites, localizado no segundo distrito de Duque
de Caxias em Jardim Primavera. Responder Até que ponto a
expressão corporal contribui para cidadania, destes jovens e
familiares, e seu crescimento psicomotor e o exercício de cidadania.
Concluímos que somente um trabalho feito com estrutura e
objetivos, bem como maior auto – estima, dará base para encarar o
desafio desse mundo globalizado. Um trabalho baseado em
criatividade, sensibilidade expressão afetiva e no movimento
corporal, talvez seja uma possibilidade viável para vencer as etapas
da vida. O grupo Sem Limites vem mostrar isso.
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SUMÁRIO
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
INDICE 7
INTRODUÇÃO 9
Capitulo l - A comunicação humana 11
1.1 - A formação da boca 11
1.2 - Formações da língua 13
Capitulo ll Historia da educação Especial. 20
2.1 - História Mundial Educação Especial 20
2.2 - História da Educação no Brasil 26
8
Capitulo lll - Um novo sonho é possível 33
3.1 Projeto Luar 33
3.2 Sem Limites 40
Confederações finais 47
Referencia Bibliográficas. 49
9
INTRODUÇÃO
“...Vida é fazer todo sonho brilhar..."
Música: Papel Machê Interprete: João Bosco
Está sendo um sonho brilhante cumprir este ritual de passagem e
apresentar sob forma de monografia este trabalho. Neste primeiro capitulo,
retornaremos a um passado distante relembrando o surgimento das primeiras
células, a evolução da mão, do pé, órgãos e movimentos do homo sapiens e
sua evolução, chegando até a junção dos movimentos e a criação da
linguagem para maior compreensão sobre o processo de comunicação da
espécie humana, que provoca transformação. Isso é aprendizagem cultural.
E como esta cultura se desenvolve com relação àqueles homo sapiens
que não se expressavam como os outros, às pessoas com necessidades
especiais. No segundo capitulo, mostraremos do século XVlll até as conquistas
atuais, como estas pessoas e seus familiares atravessaram as barreiras do
preconceito e ,principalmente, no que diz respeito à inclusão de pessoas com
necessidade especiais, como esta comunicação foi possível ao longo deste
tempo até chegar ao Brasil, como ter a consciência deste processo e como
seria melhor se tivesse mais investimentos dos governos e ONG’s espalhadas
pelo Brasil.
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O objetivo deste trabalho é apresentar, através da expressão corporal, o
trabalho sério realizado por uma ONG da baixada fluminense que vem
aumentando a inclusão e a auto-estima de pessoas com necessidades
especiais, bem como, o melhoramento do convívio e das relações com seus
familiares através da dança. Ressaltar a importância do movimento corporal,
orientando-o para o crescimento psicomotor e para a cidadania. Esse trabalho
é um desafio deste mundo globalizado, baseado na criatividade e na
sensibilidade afetiva, assim como, no movimento corporal. Talvez tal pesquisa
seja uma possibilidade viável para a quebra de preconceitos ainda existentes.
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CAPITULO l
A comunicação Humana
Neste primeiro capitulo abordamos, superficialmente, a origem de
alguns órgãos dos corpos dos vertebrados correlacionados à fala
(boca, língua e faringe) e expressão corporal propriamente dita. A
comunicação no início era feita através de formas sonoras olfativas
ou visuais, dentre outras. Essa comunicação era usada
intuitivamente para sobrevivência ou adaptação de membros de
uma mesma espécie; e também entre espécies diferentes no
convívio de um mesmo ambiente.
1.1 - A formação da boca.
A origem da formação da boca é a partir da depressão epiblastica
situada dentro da extremidade anterior do cérebro e em contato com
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a respectiva face vertebral. Em uma segunda ação do
desenvolvimento, temos o fundo do estomódeo (membrana didémica,
epi-hipoblástica membrana fareje) começando a romper-se na
terceira semana de gestação, ficando assim aberta a comunicação
do cérebro como a do exterior.
Fica difícil precisar no ser adulto formado o limite primitivo da boca e
da faringe. Todo epitélio até os pilares de abóbada palatina e o
epitélio da parte superior de língua (a diante do V lingual), provém do
estomódeo;e do estomódeo provem também as glândulas salivares e
o esmalte dentário.
13
1.2 - Formação da língua.
Este órgão é constituído por três esboços. O esboço impar,
proveniente do espessamento do pavimento buço- faringe entre as
bases dos dois primeiros sucos branquiais e dois esboços pares que
provem dos segundo e terceiro arco branquiais. No meio dessa
estrutura lingual há um espessamento chamando cópula.
Entre o tuberculum impar e seus anexos, existe, por um lado, uma
linha de língua. Essa linha (V) língua e os esboços pares com a
copular são a natureza da base da língua.
A formação da faringe e a porção anterior do tubo digestivo formam a
faringe; e os princípios derivados como tireóide e aparelho
respiratório.
Parti do princípio que a conduta sócio-motora tende a uma
complexidade crescente, adaptação progressiva, que vai dos
invertebrados a vertebrados. A simetria bilateral consiste em
perceber a importância capital da coluna vertebral, não só porque
sustenta os órgãos, mas também, porque constitui o principio e o fim
de todas as condutas sensório- motoras. A coluna contém na sua
extremidade anterior a cabeça (cafalização) e na sua extremidade
14
posterior a cauda, o que advém de uma lei fundamental de
desenvolvimento dos vertebrados: a lei cefalacaudaul, lei essa que
exemplifica o desenvolvimento embriológico e a autogênese da
motricidade no ser humano.
Os animais vertebrados dispõem todos de uma coluna e cabeça. A
coluna suporta os órgãos responsáveis pela grande função de
respiração, circulação e digestão. A cabeça concentra as estruturas
mais sensíveis dos órgãos sensórios de orientação e adaptação, o
esqueleto axial ( eixo principal) o mais fundamental e ao passo
que os membros anteriores, iguais ao membros posteriores
inferiores, constituem o perpendicular, único á coluna por duas
cinturas articulares: a escápula e a pélvis.
A simetria bilateral é fundamental, pois dai advêm adaptações nos
animas vertebrados, uma maior facilidade de movimento; separação
das narinas e da cavidade bucal; sistema de equilíbrio e uma coluna
vertebral flexível, entre outros. A motricidade permitiu a conquista do
ambiente terrestre e á libertações anatômicas sucessivas, focadas
por Lerei Homnhar tais como (i) da cabeça em relação ao solo e (II)
do cérebro em relação ao maciço foco dental.
Desta forma, em termos de evolução a motricidade é uma condição
de adaptação vital. Só pela motricidade que a intuição é satisfeita e é
somente em função dessa necessidade se justifica os processos de
relação com o meio ambiente (os animais inclusive o homem obtém
determinados alimentos a partir do seu envolvimento)
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A motricidade é o complemento da celebração, isto é a tregulação e
o controle que a motricidade humana atingiu através dos empós ,
sendo, portanto, a condição em termos ontogenéticos e foi a
condição em termos filogenéticos da evolução do cérebro hoje. Este
órgão central assume alguns comportamentos tais como processos
motores materializadas de adaptação( andar, correr alimentar-se,
lutar, entre outros); e da relação " inteligível" entre a situação fatores
exageros e ação ( fatores endógenos) , endógeno quer dizer vem de
dentro.
Já as unhas, ao contrário das garras,são conseqüências da adaptação
ao envolvimento arborial. A mão ainda sim sofre transformação,
abandonando, assim, a sua forma retangular dado que, em termos de
coordenações motoras, tal forma facilita a especialização do polegar.
A mão se emancipa, a função de locomoção arborial tem novas
funções de ordem exteraceptora, função perceptivas e exterfectora,
função motoras com uma característica exploratória do meio
passando a servir para levar alimentos até a boca e separar os
alimentos em geral. A mão se torna a grande obreira da civilização,
pois com ela o ser humano pode apanhar segurar, bater, catar,
lançar, puxar e empurrar; ou seja, vai ser um dispositivo fundamental
ao desenvolvimento psicológico da criança. A mão assume a função
de construção, de transformação e de fabricação surgindo como o
instrumento corporal privilegiado e materializado da evolução
cerebral.
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Segundo FONSECA (1998, p 57) “uma das grandes diferenças que
separam os primatas do homem é o pé. No homem o pé assume uma
especialização hierárquica que tem a ver com a postura bípede e a
marchar" O pé humano tem o arco, longitudinal idêntico ao dos
primatas, mas é único quanto ao transversal, devido aos ligamentos
aos ossos de tarso que suporta anti-graviticamente o peso do corpo,
pois só assim pode criar o grau de tensão muscular adequado e
necessário ao equilíbrio, à propulsão e o movimento corporal que
está envolvido na marcha. No homem, por motivos da marcha
bípede, os metatarsos são os mais robustos, refletindo desde o
calcanhar ao bordo extremo do pé e por último ao terço ântero-
interior ao dedo do pé. Todos os dedos são reduzidos e o dedo
grande é particularmente robusto, perdendo a sua função, juntando-
se paralelamente ao restante para efeito de especialização na função
de sustentação. O pé abandona progressivamente as funções de
pressão para desenvolver de locomoção.
Os membros anteriores como órgão de exploração, o omoplata, por
exemplo, passa para a zona posterior do tórax, aproximando-se da
coluna, as clavículas alongam – se, o tórax reduz a sua amplitude
posterior e os membros superiores desenvolve em comprimento, logo
contribuindo para libertação progressiva dos membros anteriores, e
para uma elevação e recuo do centro da gravidade que favorece
naturalmente a locomoção arborial.
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O homem ao longo do seu tempo atingiu o nível mais alto do felogênio da
motricidade, isto é, a capacidade de fabricar um instrumento socialmente
útil, mas também como produto de uma consciência, o que reflete não só
um tipo especial de organização social, mas também o próprio despertar da
palavra. Se adaptado ao eixo e transformando a natureza, o trabalho e a
produção do homem e sua representação, do ato ao pensamento, aos
valores, ultrapassando assim os limites biológicos, e alcançando o domínio
extra-biológicos. Religião, dança moral, justiça, arte, ciência, ou seja, numa
palavra a cultura, que por definição é impossível sem a libertação biológica
que a antecedeu.
O cérebro, como órgão central da motricidade, é o mas complicado
objeto que a ciência algumas vezes tentou compreender. Segundo
Vygotstky, em 1987, que a consciência não é mais do que o "contato
social consigo mesmo”, ou seja, ela sai dos limites, de uma
explicação biológica reducionista, para se projetar nas formas
objetivas da vida social em relação ao homem e a natureza.
Biologicamente o cérebro conseguiu especificidade e complexidade
em apenas 10.000 anos uma interação histórico-evolutiva desde o
diminuto cérebro dos animais mais simples ao cérebro humano de
1350 gramas fazendo assim um vertebrado dominante. O homem
como ser torna produto da evolução entre deuses e animais, e seu
sucesso não esta em uma herança inata, e sim numa herança
adquirida, ele não aceitou inicialmente, mas mudou todos os
envolvimentos por onde passou, por meio de sua motricidade prática,
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com as suas invenções refez, refaz e refará o seu envolvimento,
pondo em prática uma involução não-biológica, mas sociocultural.
Já Humberto Maturana, reafirma o que pensa Piaget e outros
pensadores acrescendo que mudar de linguajar muda também as
ações de todo um povo.
Todo esse desenvolvimento pode ser facilitado pelo padrão de três
sistemas no organismo, que possuem uma existência independente
no nascimento, e são encontrados em toda a vida animal. Esses
sistemas podem ser chamados de fazer, perceber e sentir, ou seja,
os atos ou ações, discriminações ou distinções do comportamento. O
fazer começará com distinções muito refinadas de movimentos
internos e externos, com reflexos e movimentos grosseiros. Com o
passar do tempo terminará mais habilidoso cada movimento. Já o
perceber será algo autônomo de sentimentos e emoções com
estimulo para uma experiência psicológica de determinada forma,
percepção que pode estar restrita aos humanos. O sentir é
freqüentemente acompanhado por sons e expressões que, a partir de
uma analogia com o comportamento humano, parecem sinalizar
sentimentos de prazer, angústia, dor, pavor ou entusiasmo, deixando
claro que tudo isto não restringe só seres humanos, mas a todos os
tipos de animais.
Mas, quando se considera a comunicação humana, parece claro, que
existe uma maior liberdade naquilo que o indivíduo escolhe e
comunica. O ser humano pensa e é caracterizado, cada vez mais,
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por sua capacidade de empregar o novo, como instrumento de
palavras e vários sistemas simbólicos, a fim de transmitir
conhecimento e combinações de tópicos com aquele que o
organismo sentiu, discriminou, acreditou e fez. O momento maior
desse progresso psicológico ocorre quando os três sistemas, até
então separados, se combinam em um todo mais integrado e flexivo,
seja ele a união em estado de espírito ou uma expressão.
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CAPITULO ll HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL MUNDIAL.
“Até o século XVlll, as nações sobre deficiência estavam sempre ligadas ao misticismo e o cultismo. Não havia o entendimento sobre diferenças individuais e a condição de deficiente era considerada imutável... Segundo MAZZOTA 1999 cederj p.23”
2.1 - Até o século XVlll, deficiência era tabu, aberração, ser portador
de algum tipo de patologia, era quase, como não ser humano, não
ter alma, nem espírito e muito menos coração. A ciência ainda não
tinha resposta para os casos, a família não tinha conhecimento
alguns sentiam vergonha, em muitos despertavam medo, asco e a
própria religião os viam como endêmoniados, criaturas que nada
tinham a ver com a imagem e semelhança de Deus. Podiam ser
tudo menos filhos de Deus. Então não tinham direitos a nada,
(perante a sociedade) não eram cidadãos, para eles não existiam
democracia nem igualdade, eram marginalizados, ignorados. Havia
um consenso social extremamente pessimista que a condição geral
21
de um deficiente era imutável, com esta idéia nada era feito ou
organizado para atender as necessidades dos deficientes nem em
grupos nem individualmente.
Houve, porém um momento em que pessoas (profissionais, leigos,
mulheres, homens, deficientes) começaram a se mobilizar no meio
social em que vivia buscando sensibilizar o outro e propor um meio
de atender suas necessidades, abriu espaço em várias áreas da vida
social para construir conhecimento e alternativas para melhorar a
condição de vida.
As ações que deu início ao processo de transformação no modo de
viver dos deficientes e o conceito da sociedade em relação e que
refletiu em atitudes de grupos sociais e terminou por concretizar
projetos educacionais que se expandiram para os Estados Unidos da
America, Canadá... E mais tarde para outros países incluindo o
Brasil.
Não foram tais ações realizadas por uma só pessoa. Vários líderes se
empenharam.
Até o final do século XlX algumas expressões eram usadas como
referencias ao atendimento educacional e aos portadores de
necessidade especiais. Ex: Pedagogia de anormais, pedagogia das
assistências sociais, pedagogia emendativas, pedagogia curativa ou
terapêutica. Algumas são usadas indevidamente até hoje.
A primeira obra empresa sobre educação de deficientes coube a
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JEAN PAL BONET, em 1620 na França com o titulo “Redação das
letras e arte de ensinar os mudos a fala" E a primeira instituição
especializada para a educação de surdos mudos foi 1770, em Paris,
ele inventou o método dos sinais, os trabalhos do abade teve muito
projeção e fez com que o inglês THOMAS BRASDWOOD 1715 /1806
e o Alemão SAMUEL HEINECK 1729 /1790 fundassem em seu
países instituições para educação dos surdos e mudos.
Heinecke inventou a leitura labial, este método fez oposição ao
método dos sinais e desde então, há discussão sobre a validade de
um e de outro método.
Valentim Hair, esse é o nome de mais destaque na educação de
deficientes visuais. Ele criou, em Paris, no ano 1784, o Instituto
Nationale des Jeunes aveugles. (Instituto nacional dos jovens cegos)
Valentim utilizava letras em relevo para ensinar. Esse método fez
tanto sucesso que chamou a atenção de outros países da Europa,
que seguindo o exemplo de Hauy, implantou-o.
Em 1819 francês, Charles orbu ,oficial do exercito, idealizou um
processo de escrita no campo de batalha e percebeu que seria de
grande proveito para os jovens cegos. O processo de escrita era
codificado e expresso por pontos salientes. Os professores se
interessaram e começaram a utilizá-lo com os alunos. Em 1829 um
jovem cego chamado Dous Braile (1809. 1852), estudante do
Instituto, adaptou o código militar criado por Barbier, para as
necessidades dos cegos, a princípio a adaptação foi denominada de
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sono grafia e mais tarde de Braile, e desde então, não foi criado outro
meio de leitura e escrita que atenda melhor as necessidades dos
deficientes visuais que chegue a ter salientes na célula Braile. Esse
código possibilita sessenta e três combinações e "através deste
método, o aluno aprende: Matemática, música, química, física. Hoje o
Braile não é só um código, é o mais importante meio de leitura e
escrita.
Os deficientes físicos tiveram em 1830, em Munique na Alemanha,
uma fundação destinada a educar os coxos, os manetas, paralíticos.
(O médico Jean Marc Itard 1774.1838) nessa mesma época, no
começo do século XlX, deu inicio ao atendimento educacional aos
deficientes mentais, débeis mentais ou idiotas como se dizia. Ele foi a
primeira pessoa a usar métodos sistematizados para o ensino de
deficientes. Durante cinco anos Itard se dedicou a ensinar um
menino selvagem de 12 anos, capturado na floresta de aveyran, no
sul da França, por volta de 1800. Em 1801 ele publicou um livro que
é considerado o primeiro manual de educação de retardado. Itard
deixou um discípulo o médico e seu ex- aluno EDWARD Seguin deu
seguimento ao processo iniciado por Itard, abriu o 1 internato
público da França. Ele acreditava que o sistema nervoso do
portador de relato mental podia ser reeducado e baseado nisso
criou um currículo para eles usando treinamento motor e sensorial,
introduzindo a música e materiais coloridos, entre outros meio para
motivar os alunos.
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Johann Gugfenbuhl, médico da mesma época de Itard, aliou o
tratamento médico com o educacional, focalizando em exercícios de
treinamento sensorial. Suas técnicas foram usadas em vários países
da Europa e Ásia.
Maria Montessori enfatizou a auto-educação e utilizou entre os
materiais didáticos blocos, encaixe, recortes, objetos coloridos e
letras em relevo.
A abertura da primeira escola para cegos totalmente subsidiada pelo
Estado foi a Obio School for tTheblend em 1831, isso foi de suma
importância, pois fez com que a sociedade percebesse que o estado
tinha obrigação com a educação dos portadores de deficiências.
Em 1848, foi criado o primeiro internato publico para deficientes
mentais em Massa Chussets, o método seguido era o desenvolvido
por Seguin.
O período de 1817 a 1850, foi de grande atividade em prol de
benefícios das crianças diferentes. Abriram instituições para cegos
surdos e retardados mentais, já os programas para crianças com
deficiências físicas demoraram décadas para acontecer.
Nos anos de 1850 a 1920, houve nos estados Unidos um aumento
crescente das escolas residenciais, mas na última década de XlX
elas foram consideradas inaptas para a educação dos deficientes
mentais. Começou então ser desenvolvido um programa de externato
(visto que as escolas residenciais estavam sendo vista como lugar de
25
pessoas que não tinham e nem conseguiriam nenhum tipos de
independência e sem possibilidade de educação).
E no ano de 1896, foi inaugurada a primeira classe especial diária de
retardados mentais. Em 1900, em Chicago, a primeira classe para
cegos e também a primeira classe em escola pública para crianças
aleijadas. Uma notícia de jornal publicado nos TIMES DENEW YORK
pelo pai de uma criança com paralisia cerebral em 1940 deu inicio a
organização para criar uma associação através da associação
levantou fundos para pesquisas centros de tratamentos e
estimularam organizações governamentais a fazer uma nova
legislação que proporcionasse recursos para pesquisa, treinamento
profissional e tratamento.
A fundação chamada NEW YORK STATE CEREBRAL. PATSY
ASSOCIATIONS fez de seus fundadores ícones lembrados e se
seguidos até hoje. Por volta de 1950 pais de crianças com deficiência
mental começaram a se organizar na intenção de proporcionar
atendimentos para seus filhos nas escolas publicas, uma vez que
eram excluídos devido a leis e regulamentos que colocavam
obstáculos ao ingresso de deficientes. Seguindo os passos dos
fundadores do NEW YORK STATE CEREBRAL PATS, criaram o
NATIONAL ASSOCIATIO FOR RETARDED CHILRREN - NARC.
Essa última exerceu grande influência em vários países, tendo
inclusive inspirado às crianças das associações de pais e amigos dos
Excepcionais APAE no Brasil.
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2.2. EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL.
José Alvarez de Azevedo, estudante do instituto dos jovens cego de
Paris, fundado por Valentin Houy no século XVlll, a ele se deve em
parte o começo do ensino especial no Brasil. Vindo de Paris
despertou o interesse do ministro do Império conselheiro Couto
Ferraz, esse influenciou Dom Pedro ll a criar, no Brasil, o instituto que
foi inaugurado no dia 17 de setembro de 1854, com o nome de
Imperial Instituto dos meninos cegos.
No ano de 1890, em 17 de maio, um decreto mudou o nome do
Instituto para: Instituto nacional de cegos, mais tarde em 24 de
janeiro de 1891, outro decreto mudou mais uma vez o nome da
escola, desta vez para Instituto Benjamin Constant (IBC) em
homenagem ao seu ilustre ex – professor e ex – diretor Benjamim
Consttant Boletto de Magalhães.
Foi também Dom Pedro ll que , em 1957, fundou, no Rio de Janeiro
Imperial, o Instituto dos surdos – mudos. Cem anos após sua
fundação passou a chamar-se Instituto nacional de educação de
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surdos (INES). A característica desse Instituto sempre foi a de um
estabelecimento educacional voltado para a educação literária e o
ensino profissionalizante de meninos, e o ensino profissionalizante de
meninos surdos - mudos.
Ainda no segundo império outras ações voltadas para os atendimentos
pedagógicos ou médicas-pedagógicas, foram concretizadas. No
século XX, a sociedade e os órgãos governamentais se interessam
(através do movimento) pela educação do deficiente, isto se confere
através de trabalho científico e técnico publicado, até 1950 quarenta
estabelecimentos prestavam algum tipo de atendimento escolar
especial a deficientes mentais e mais 14 atendiam alunos com outras
deficiências.
Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do
Sul, Porto alegre, São Paulo, foram os principais e pioneiros estados
do Brasil que criaram institutos especializados em educação especial.
“Quem tem essa marca no peito tem a bonita mania de ter fé na vida.
Maria, Maria
Milton nascimento “
Alguns institutos que montavam e continuavam fazendo a histórias da
educação especial no Brasil. Instituto Benjamin Constant (com
informações já dadas acima) em parceria com a fundação Getulio
Vargas do RJ, realizou o primeiro curso de especialização de
professores na didática de cegos. No período de 1931 a 1973 passou
a realizar o curso em convênio com o Instituto nacional de estudo
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pedagógico. INEP
Instituto de cego Padre Chico criado em 1928 em São Paulo, atende
crianças em idade escolar, a partir de 1930 o governo do estado
assume a responsabilidade de remuneração do corpo docente,
atividades orientadas pelo professor cego Mauro Montagna. O ensino
da leitura em Braile com o professor Alfredo Chantagnier. Funciona
como internato, semi - internato e externato. Tem escola de primeiro
grau, cursos de artes industriais, educação para o lar, orientação e
mobilidade além de prestação de assistência média, dentária e
alimentar.
Fundação para o livro do cego no Brasil ( FLCB ) instalado em São
Paulo em 1946 graças aos esforços de Dorina de Gouvêa No Will
professora de deficientes que perdeu a visão as 17 anos tendo
como finalidade a integração do deficiente visual na sociedade
como cidadão em todo sentido da palavra, em 1990 a fundação
passou a se chamar fundação Dorina de Gouveia No Will.
Instituto Santa Terezinha, especial para deficientes auditivos foi criado
por inativas do Bispo Dom Francisco de Campo Barreto em 15 de
abril de 1929 em Campinas São Paulo, de natureza particular tem
convenio com a LBA e governos federal, estaduais e municipais e
com ABM, (entidade religiosa da Alemanha).
Na área de educação infantil especial é muito conceituado aos
deficientes auditivos primeiro grau, atendimento médio,
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fonoaudilógico, psicológico e assistente social. Escola municipal de
educação infantil de primeiro grau para deficientes auditivos, Helen
Keller fundada em 1951 pelo prefeito doutor Armando de arruda
Pereira. As atividades desenvolvidas nesse estabelecimento levaram
a criação de mais quatro no mesmo ano.
Instituto educacional São Paulo IESP, fundado em 18 de outubro de
1954 trabalha com deficientes auditivos. Em 1965 formou sua
primeira turma do curso ginasial. Em 1969 foi dado á fundação são
Paulo. A partir dai, além de atender crianças com déficit auditivo em
regime escolar, passou a atender, em clinica, crianças e adultos com
distúrbios de comunicação.
O atendimento a deficientes físicos, não sensoriais, feito na Santa
casa de Misericórdia, com propósitos educacionais foi iniciado em
São Paulo, no ano de 1932 com movimento escolar iniciado em
1931, até neste ano foi criada a classe especial mista do Pavilhão
Fernandinho.
Lar escola São Francisco, fundado em 1943, instituição e escola
particular, especializada em deficientes físicos, o lar foi fundado por
Maria Hecilda Campos Salgado, sendo atuante nos meios de
educação, percebeu que depois de certa idade os alunos não tinham
nenhuma perspectiva a não ser esmolar ou vender bilhete, Muitos
apoiados pela família. Então buscou apoio de voluntários e diretores
e consegui criar um lar para aqueles que nunca tinham tido em 1950
o LAR-ESCOLA tornou-se membro da INTERNATION SOCIETY
30
FOR REHABILITATION OF CRIPPLEL.Atualmente,INTERNATIONAL
SOCIETY FOR DESABLED,o lar tem convênio com a Secretaria de
Educação do Estado, e com a Escola Paulista de MEDICINA DESDE
1964, aquela faculdade credenciou o LAR-ESCOLA como seu
Instituto de Reabilitação,em nível universitário.
Associação de assistência defeituoso-AACD. Fundada em 1950 é um
dos mais importantes centros de reabilitação do Brasil, atende
deficientes físicos não-sensoriais e portadores de paralisias cerebral
e pacientes com problemas ortopédicos, tem convênios com órgãos
públicos e privados nacionais e estrangeiros, entre seus
atendimentos estão: psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia, terapia
ocupacional e serviço social, também têm classes especiais e setor
que completa a educação escolar. A AACD funciona como: internato,
semi- internato e externato.
Instituto Pestalozze (SOCIEDADE PESTALOZZE DO BRASIL).
Criado em 1926 por um casal de professores Tiago e Johanna Wurt
no Rio Grande do Sul. O instituto tem convênios com instituições
públicas Estaduais e Federais. Inspirado na concepção da pedagogia
social do educador suíço Henrique Pestalozze. Atende crianças e
adolescentes mentais, reeducando o para uma possibilidade de vida
melhor, através de atendimento como fonoaudióloga, terapia
ocupacional, psicologia, psicomotricidade, psicopedagogia, oficinas
pedagógicas que dão suporte a educação escolar e orientação pré
profissionalizantes para os jovens deficientes mentais, oficinas de
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marcenaria, cerâmica e trabalhos manuais vários e simples. Foi a
sociedade Pestalozze que organizou (internamente) o primeiro curso
intensivo de especialização de professores, até então não havia
curso de formação para atender deficientes mentais.
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais. A primeira
associação de pais e amigos dos excepcionais foi fundada em
dezembro de 1954, no Rio de Janeiro. Um grupo juntamente com
outros pais recebeu apoio, orientação e estimo de um casal norte-
americano membro da NATIONAL ASSOCIATION FOR RETARDED
CHILDREN-NARC - organização fundada em 1950 nos Estados
Unidos da America.
O movimento criado pela APAE induziu autoridades do governo a
tratarem os problemas do excepcional, e algumas leis foram votadas.
APAE mantém alem de atendimentos ambulatoriais, núcleo de
aprendizagem e atividades profissionais, também tem o setor escolar
para deficientes mentais treináveis. Helena Antippof deu nome ao
centro ocupacional que tem como objetivo proporcionar habilitação
profissional a adolescentes deficientes mentais do sexo feminino.
A formação e organização de grupos e instituições foram não só
sensibilizado e dando uma nova visão à sociedade em relação aos
portadores de deficiência, mais também pressionando os órgãos
públicos a assumirem responsabilidades para com eles. Através do
trabalho desses grupos e instituições que mulheres, homens e
32
profissionais que se comprometeram com a causa e trabalharam não
só internamente como começa a externar as necessidades através
de campanha. A primeira campanha foi em prol da educação de
surdo em 1958 em seguida José Espindola Veiga (no mesmo ano)
criou a campanha nacional de educação para deficientes visuais.Em
1960 liderado pelas sociedades de pais e amigos dos excepcionais e
recebendo o apoio do ministro da cultura e educação Pedro Paulo
Penito, criou a campanha nacional de educação e reabilitação de
deficientes mentais.
Em 1973 o presidente Emilio Garrastado Médici, criou o CENESP;
este o objetivo de âmbito nacional era expandir e melhorar o
atendimento ao excepcional (Centro Nacional de Educação Especial).
Com a SUS criação foi extinta a campanha nacional de educação de
cego e reabilitação de deficientes mentais. Cabia ao CENESP,
Planejar o desenvolvimento da educação especial. Acompanhar,
controlar e avaliar a execução de programa e projetos de educação
especial. Promover ou realizar pesquisas e experimentações que
visam a melhoria da educação dos excepcionais. Manter uma rede
integrada e atualizada de informações na área da educação. Divulgar
os trabalhos sob sua responsabilidade assim como de outras fontes,
que tragam contribuição à educação especial. Promover, se
necessária, a participação da execução de programas de prevenção,
amparo legal, orientação ocupacional (...) procurando envolver nessa
programação, além dos alunos, os pais e professores e a
33
comunidade em geral.
Em 1986 o CENESP foi extinto dando lugar ao SESPE. Secretaria
de educação especial, que atuou até 1990 e as atribuições da
educação especial passou a ser da MAIO, secretaria nacional de
educação básica, junto a esta secretaria incluíram o DESE,
Departamento de educação supletiva e especial. No final de 1992
reapareceu a secretaria de educação especial. O MEC é o
responsável pela secretária.
34
CAPITULO lll
Um novo sonho é possível
3.1 Projeto luar Na Baixada fluminense, um cinturão de cidades
dormitórios cercando o Rio de Janeiro com uma população estimado
em quatro milhões de habitantes e apresentando um quadro
preocupante em termos ambientais. A região se caracteriza ainda por
altos índices de violência, que atinge de forma especial às crianças e
os jovens. As drogas são problemas endêmicos e as opções de
atividades culturais para os jovens praticamente não existi ou não
existia.
O trabalho foi iniciado no interior de uma igreja, e no começo
envolvia aulas de balé para cerca de vinte crianças daquela
comunidade. Hoje, transcorridos 21 anos, o projeto com mais de
1300 crianças e jovens (meninas e meninos) com idade variando
entre 3 e 30 anos divididos em 35 grupos dos quais 25 dirigidos
por monitores integrantes do grupo original, com aulas de dança
clássica e contemporânea. Esses grupos se distribuem pelas mais
35
diversas regiões de Duque de Caxias, zona oeste do município do
Rio de janeiro, Campo grande e Paciência e no centro da cidade do
Rio de Janeiro.
A idealizadora deste ONG se chama Rita Serpa, formada em dança
clássica e dança contemporânea pelo método da Nina Verchinina,
desde a década de 1970 Serpa começou a se envolver com o que
seria hoje a dança social, foi no dia 18 de abril de 1990, que fundou o
projeto luar de dança a convite de um amigo padre que há tempos a
convidava para ir à baixada fluminense conhecer o grupo de crianças
da igreja Nossa Senhora de San´tana da Paróquia do bairro Pilar em
Duque de Caxias. E foi com os olhos cheios de lágrimas que essa
corajosa mulher relatou sobre aquele primeiro encontro com as
crianças, pois está guardada em sua memória afetiva a seguinte
imagem.
Todos me ouvindo. Olhos vivos de vida e sonhos. Eu estava ali em Jardim primavera, longe de casa, com medo de a chuva e das enchentes. Foi um dia de muita chuva, a vida me deu o Luar... Crianças atentas sim, normal naquela época, por lá, mas aqueles meninos e meninas eram mais fortes que tudo. E eu nem sabia que naquele jardim com a ajuda da chuva, plantaria minhas sementes para nunca mais sair.
36
Porque a dança? A dança trabalha diretamente o corpo com o
sentimento e o corpo tem um forte apelo junto á juventude. Através
do balé as crianças e jovens desenvolvem a disciplina e a harmonia.
O trabalha de expressão corporal melhora a postura e a aparência
elevando assim a auto- estima.
O contato com a música de qualidade e com literatura amplia os
horizontes culturais. O projeto Luar de dança trabalha com elementos
de história da arte, buscando sempre colocar em contexto histórico a
cada música nova apresentada as crianças e jovens. A convivência
com os demais membros dos grupos se da de forma solidária, sem o
sentido de competição tão comum nas academias. Dentro dos
grupos, esses jovens convivem em um ambiente sadio e produtivo.
De igual forma trabalhando com educação ambiental, procurando
conscientizar as crianças e jovens do impacto dessa questão na
qualidade de vida de suas próprias comunidades e de sua
responsabilidade individual e coletiva. Nesse sentido, o projeto busca
parcerias com outras organizações de forma a melhorar
pedagogicamente seus professores nesse campo.
A grande penetração do luar nas famílias e nos diversas
comunidades onde atua representa um grande potencial para este
tipo de trabalho. O projeto inclui um forte elemento de educação
alimentar, buscando incutir nas crianças hábitos alimentares
saudáveis. O projeto trabalha com crianças junto à comunidade,
buscando fixar sua identidade e referencia. A técnica assimilada é
37
utilizada para expressar a realidade de seu dia-a-dia onde a
participação das famílias é estimulante e a resposta tem sido
excelente, segundo o relato dos próprios familiares e professores
atuantes do projeto.
Serpa nos conta que são constantes os convites para que os diversos
grupos apresentem suas coreografias em atividades escolares e em
festas comunitária. As famílias e a comunidades acompanham de
perto a evolução de cada grupo, acreditando firmemente que
enquanto a criança possuir um referencial forte na família, escola e
comunidade, não se transformará numa criança de rua.
A companhia luar de dança é o coração e alma do projeto composta
por dezesseis bailarinos e bailarinas e dirigida e orientada pela
coordenadora e diretora do projeto Rita Serpa. Segundo suas
palavras este é o centro de excelência, lá ou aqui se forma e se
aperfeiçoa os professores que reproduzem trabalhos nas
comunidades em que atuam. Com um nível técnico profissional, este
grupo já se apresentou em diversos Estados do país e no exterior. È
uma prova viva de que a arte oriunda desta região, tão corrente, pode
atingir um alto grau de satisfação e originalidade.
Nestes sentidos este grupo também faz o papel de vitrine do projeto,
já tendo sido objeto de extensa cobertura jornalística, através de
matérias do Globo Reporte Fantástico, Gente que faz Ação Global,
além de cobertura de agencia internacional (AT, CNN, BBC) com
ampla divulgação na Europa e Estada Unidos.
38
Além das apresentações de caráter profissional, que divulgam o
grupo e aperfeiçoa a técnica dos professores, o grupo Luar tem serio
compromisso com a região onde nasceu e atua: A comunidade
carente da Baixada Fluminense onde são realizados apresentações
nessas comunidades. Mas que simples espetáculos, estas
apresentações são parte fundamental de nossa estratégia para
ampliação do trabalho. O impacto das apresentações gera um
ambiente favorável e é comum que pessoas das próprias
comunidades tomem a iniciativa de propor o inicio de um trabalho de
dança envolvendo as crianças e jovens de Duque de Caxias e
entorno.
Os Reflexos do Luar, Raios do Luar, Luar sem limites (...). Cada um
dos sessenta e seis grupos que atualmente compõem esse projeto
tem seu próprio nome, escolhido pelos alunos em votação, mas cada
um deles leva a marca do Luar. Cada um deles tem como professor
um dos membros do grupo original ou da segunda geração de
professores. À medida que se aperfeiçoam os alunos desses grupos -
filhos se aproximam do nível do grupo - mãe e seus componentes já
podem assumir o papel de professores.
Com este crescimento do projeto foi preciso estabelecer parcerias
entre elas com algumas escolas municipais da região, integrando a
dança e a arte ao currículo escolar em geral. Estas atividades
envolvem seis a sete escolas em Duque de Caxias, e a parceria que
teve inicio junto às direções de cada instituição escolar iniciou
39
negociações, que está em andamento com a secretaria municipal de
Duque de Caxias.
40
3.2 Sem Limites. O projeto Luar, por menor que pareça, sempre está a
frente, inovando com sua atuação na comunidade onde atua. Entre
estas inovações está o grupo que fundamenta este meu trabalho de
inclusão e cidadania: o Luar sem limites, como já foi citado acima
pela diretora do projeto Rita Serpa.
Amanhã este toda a esperança
por menor que pareça.
Amanhã
(Guilherme Arantes)
O grupo Luar sem Limites surgiu da parceria entre o projeto Luar e a
Escola Municipal Regina Celi da Silva Cerdeira, que uma das escolas
de referencia do município com alunos portadores de necessidade
especiais. Desde ano de 2003 esta parceria foi feita por um pro
professor da Cia luar o Senhor Mario Junior Martins que vem
divulgando na comunidade a importância da inserção de pessoas
portadoras de necessidade especiais e vida cotidiana. O fato de um
aluno portador de necessidade especial precisar de um atendimento
especial, não quer dizer que o mesmo deva ser privado de uma
participação dentro de qualquer meio social.Tendo em vista que essa
integração é um grande apoio ao desenvolvimento do aluno como
pessoa.
O integrante é uma ação inclusiva de pessoas portadoras de
necessidades especiais, nos grupos sociais, espaços e instituições
41
em que os mesmo poderiam estar inseridos através de instrumentos
digitais e tecnológicos. A partir de atividades como informáticas
edição de vídeos, músicas danças entre outros, possibilitando para
além da inclusão digitais e interações social.
Este mesmo grupo, de nome aprendizarte, que é uma ação
educativa que nos últimos 3 anos sensibilizou cerca de sessentas e
oitenta pessoas das comunidades, onde esses alunos vivem, através
de apresentações, palestras, oficinas e de encontros de formação
teórica e prática com alunos do curso normal (formação de
professores). Ao aproximar estudantes de nível médio ao
conhecimento das classes de educação especial e a aplicação de
atividades extras curriculares esta iniciativa abre fronteiras para
novas experiências relacionadas com a inclusão.
O resultado desse trabalho tem sido a abertura de espaços de
atuação para estes alunos dentro da própria comunidade, em lojas,
creches e fábricas.
Assim como a ONG trabalha com alimentação de qualidade, o Sem
limites também trabalha igualmente com este grupo com a horta e
uma atividade de construção da autonomia a partir da prática de
cultivo de plantas, com atividades que visam criar espaços de
atuação deles buscando sua autonomia e a perda total da
dependência familiar. Desenvolver-se a partir de um tripé: Atividade
42
que possibilita a descoberta formação de autonomia do aluno -
viveiro (espaço de germinação de mudas de plantas), oficinas de
sensibilização, socialização e formação criando espaços de diálogos
com familiares e afins. Atividades que preparem os alunos para
possíveis espaços de trabalho. Oficinas de cultivo e plantio em horta
e jardinagem, venda de produtos, laboratório de confecção de blusas
e estamparia com famílias, o corpo escolar, a comunidade,
organizações e instituições locais.
Para melhor fundamentar este trabalho em uma das visitas na ONG
interagimos com alguns familiares “mães” para saber como elas
veem este trabalho de inclusão feita com seus filhos. A mãe da aluna
Roberta me relatou que no inicio não conseguia imagina sua filha
como uma artista, com potencial para se apresenta em teatro do
grande Rio e baixada Fluminense, pois a mesma que porta a
síndrome de Dawn e muito tímida e já chegou a fazer um Padede
com outro aluno em uma das suas apresentações com o sem limites
fora do espaço escolar, sendo muito aplaudidos por todos, no palco
ela deixa a timidez de lado, Roberta termina o seu dialogo recitando
um trecho de uma musica para fazer um trocadilho entre o seu amor
pela sua filha e o sem limites.
Vivo por ela Ninguém duvida, Porque ela e tudo na minha vida
Amor sem limites
(Roberto Carlos)
43
Outra mãe, do aluno Alex, relatou que apesar de não ter um laudo
fechado seu filho sempre gostou de tecnologia e de dança, e que
ainda sofre com alguns olhares preconceituosos na rua, mais que
conseguem vencer estas barreiras e que e de grande satisfação ver
seu filho flutuar no palco há sete anos, e que neste projeto deposita
sua esperança de um mundo melhor, um futuro melhor para o seu
filho.
Outra mãe interrompe a conversa dizendo que apesar das
necessidades especiais, inclusão de varias patologias com quadro
clínicos, diagnósticos e tratamento diferenciado ela se surpreende a
cada dia no convívio com pessoas que possuem diferentes
necessidades, por exemplo, eles podem estar fechados, presos a
suas limitações, no entanto tem sempre alguma coisa, que chama
atenção deles, e nisto eles focam; daí vem à surpresa, pois
conseguem assimilar e realizar atividades que envolvam o objeto de
sua atenção, o conteúdo dado.
A integração ou inclusão é um processo de participação e cidadania
de cada pessoa num contexto de relações o que determina a sua
interação com os diversos grupos sociais, implicando assim na
reciprocidade, sob o enfoque escola, é um processo gradual onde
podemos media formas diferentes de acordo com as necessidades,
44
características, habilidade e interesse de cada aluno.
Pelo que pode perceber, não pode negar que se tem avançando, em
vista há anos atrás, mais ainda, estamos num processo que e
político, social econômico, histórico e pedagógico.
O que se vê hoje no projeto e forma de media a integração não só na
escola mais providencia em prol da integração com a comunidade e
familiares dos envolvidos principalmente uma atitude de não –
rejeição de todos com o portador de deficiência, o que se torna
fundamental para a valorização da sua auto – imagem e da sua auto
- estima.
Este grupo do Luar Sem limites é um espaço social privilegiado para o
debate, devido as suas funções políticas contemporânea,
independentemente de que os protagonistas sejam, ou não os
portadores de deficiência, ou necessidades educativas especiais na
qual se torna mais abrangente na literatura atual.
A inclusão beneficia a todos uma vez que sadio os sentimentos de
respeito à diferença, de cooperação e de solidariedade podem se
desenvolver. Trata-se de uma ideologia, sem duvida e não uma
utopia. E um ideal que pressupõe um mundo diferente desse nosso
em que a agressividade, o preconceito e a competitividade não sejam
tão avassaladoras; um mundo no qual a cooperação não tenha como
pressuposto moral e piedade, generadora de benemerência, o que
precisamos e continua a negar e denuncia injustiças sociais e
45
modelos políticos- econômicos que os produz, reproduz e mantém e
devemos fazer isto não por caridade, mas por direito de cidadania,
GARNER (P.273) traduz muito bem nosso sentimento, e dos alunos.
“O poeta... é levado a uma paixão, pelo menos a certo estado de animo, por seus objetos: Ele não consegue resistir ao violento desejo de expressar seus sentimentos, ele é transportado... Ele fala mesmo que ninguém o escute, porque seus sentimentos não o deixa fica em silencio.
Sabemos que amor- próprio, dignidade, sentir-se importante, uma
pessoa, um humano. Está ai a alma do Projeto: Restaurar a
dignidade, à arte para isso também é fundamental, insubstituível,
trabalha com a emoção, com o que existe de mais profundo nas
pessoas.
A transformação que ocasiona e por vez sutil, mas imensa e
poderosa, isto em uma região onde nada muda nunca. Através da
dança estes jovens se descobrem belos e percebem que seu corpo
deve ser respeitado. Isto se manifesta na maneira como caminha, na
sua postura e cabeça erguida e a espinha ereta.
As crianças que iniciaram este trabalho há 21 anos com a Rita Serpa,
hoje cresceram e são adultos. Este vivendo essa mesma experiência
transformadora junto de seus próprios alunos seja ele portador de
necessidade especial ou não, reforçando que a arte em prol da vida
não tem preconceito e vence todas as etapas em prol da vida
46
comprometida com o cotidiano duro e pobre dessas crianças e
jovens. Através da arte estão construindo um novo caminho para sua
própria beleza e dignidade, com diz na musica O que e o que de
Gonzaguinha.
Há quem fale que é um divino mistério profundo. E o sopro do criador numa atitude repleta de amor
Você diz que luta e prazer Ela diz que a vida é viver.
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CONCLUSÃO
Como podemos perceber durante o desenvolvimento destes três
capítulos tudo isso só aconteceu, porque teve uma célula embrionária,
desde o surgimento do homo- sapiens e a evolução de seus membros
superiores e inferiores.; e que pessoas diferentes, pessoas anormais,
pessoas doidas, dementes, idiotas, sempre existiram e sempre existirão,
mas a cada tempo que passa pessoas engajadas, homens, mulheres, pais,
profissionais vão criando meios de mostrar à sociedade que é possível a
inclusão, que é necessário oferecer melhores condições de vida, ao portador
de necessidades especial, seja qual patologia for.
E necessário que o poder público se responsabilize e toda
sociedade também se dedique, criando espaço, ajudando os já existentes
capacitando profissionais, para que tenham desde crianças atendimento não
só medico, mas principalmente educacional e social.
Já na Baixada Fluminense, mais especificamente no segundo distrito
de Duque de Caxias, em Jardim Primavera, surgiu (no ano de 2003) o grupo
Luar Sem Limites que tem como celular - manter o professor Mario Junior
Martins que aceitou o desafio de ensinar a sua arte, aprendida com a
Senhora Rita Serpa, a dança social visando à integração e inclusão em sua
comunidade.
Esta pesquisa foi feita nesse pólo do Projeto Luar, com a finalidade
de perceber como esta arte da dança pode modificar as vidas destas
pessoas e seus familiares.
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Concluímos que realmente em vista de outras crianças, jovens e
familiares que no seu dia – a –dia nada fazem, só indo da escola pra casa, e
de casa pra escola, as que fazem algum tipo de atividade ligado a arte
desenvolvem uma auto - estima diferenciada, uma responsabilidade
consciente com o seu corpo, além de adquire um jeito de ser comportar,
dialogar perante algumas atividades de criação, demonstram maior interesse
pela vida, além de ter mais clareza sobre o que pretende para o seu futuro.
(...) Certo dia lendo o Livro Dança e Educação em Movimento meu
interesse foi despertado por uma frase de KLAUS VIANNA, que bem traduz
o que o Projeto Luar, juntamente com o Sem Limites, vem possibilitando aos
que participam dele, transcrevo para finalizar e deixo como reflexão a
importância desse Projeto erradicado aqui na Baixada Fluminense “Não
decore passos, aprenda um caminho.
49
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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Porto Alegre: Artes medicas 1998
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MEC
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MAZZOTTA, Marco. J. S. Educação Especial no Brasil, Historia e Política,
Publicas 5 ed Editora Cortez São Paulo 2005
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PIAGET. J. Seis Estudos de Psicologia. Rio de Janeiro Ed. Forense, 1967.
PORGET, lovis. Educação Artística; Luxo ou Necessidade? São Paulo:
Summins Editorial 1982
RIGUEIRA, Adalbert Viana,Araujo, Walerio de Melo, Amaral, Eliane Vianna.
Coordenação Psicomotora 3 ed Volume l
51
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
AGRADECIMENTO
DEDICATÓRIA
RESUMO
METODOLOGIA
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
(TÍTULO)
1.1 - A Busca do Saber
1.2 – O prazer de pesquisar
1.2.1 - Fator psicológico
1.2.2 - Estímulo e Resposta
CONCLUSÃO
ANEXOS
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BIBLIOGRAFIA CITADA
ÍNDICE