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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Relações do Desenvolvimento Econômico e a degradação
ambiental: um exemplo da Cidade do Rio de Janeiro.
Por: Ana Cristina de Oliveira Siqueira.
Orientador
Prof. Mestre: Maria Esther Araújo.
Niterói
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2006
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE.
Relações do Desenvolvimento Econômico e a degradação
ambiental: um exemplo da Cidade do Rio de Janeiro
Apresentação de monografia à Universidade Candido
Mendes como requisito parcial para obtenção do grau
de especialista em Planejamento e Educação
ambiental.
Por. Ana Cristina de Oliveira Siqueira.
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AGRADECIMENTOS
A Deus, pois sem Ele nada seria possível. Agradeço por mais esta vitória
e por continuar a me dar força para que e continue essa longa caminhada. Em
seguida agradeço a minha mãe Maria a meus irmãos e ao meu marido
Marcelo, eternos incentivadores de meus estudos. Tudo que conquistei até
hoje devo a eles. Pelo carinho e compreensão, o meu muito obrigada por
vocês estarem sempre ao meu lado.
A minha orientadora Maria Esther Araújo, que mesmo muito ocupada me
deu o apoio necessário estimulo para produzir esta monografia. Além de uma
ótima Professora e seu extremo bom humor e seriedade me ajudou no meu
amadurecimento intelectual.
Aos funcionários da Biblioteca de Pós-Graduação da UFRJ Pedro e Luisa
que sempre estavam dispostos a ajudar nas horas em que eu mais precisava,
mesmo no período de greve. Aos meus amigos da Pós-graduação Renata
Arraes Guimarães e Arinelson pela agradável convivência e, acima de tudo
pela amizade verdadeira no qual em tenho a honra de dizer que será eterna.
Por fim, a todos pesquisadores do IPPUR da UFRJ (Instituto Pesquisa e
Planejamento Urbano e Regional), que me ajudaram nesta pesquisa, em
especial ao pessoal do METRODATA, e as queridas amigas Cynthia Rangel e
Elisabeth. E a todos que direta e indiretamente me ajudaram a chegar ao fim
desta monografia.
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Dedicatória
In memorian de meu querido e
amado Pai Jair Silva que mesmo
do Céu, me ajudou nos
momentos mais difíceis. Pai,
você sempre será uma fonte
inesgotável de amor e de
perseverança. Mesmo no Céu com
certeza se alegra e muito se
orgulhada da sua filha
“Aninha”. Beijos.
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RESUMO
Este trabalho tem como tema Evolução Urbana do Rio de Janeiro e
degradação ambiental. Com este objeto surgiu a problemática: Será que todos
são responsáveis e igualmente afetados pela degradação ambiental na cidade
do Rio de janeiro?
O trabalho pretende apresentar de uma forma sucinta os interesses
envolvidos na preservação do meio-ambiente Esse trabalho tem como objetivo
trazer à tona os inúmeros grupos sociais e variáveis culturais. Quando se trata de
degradação ambiental, não há nunca uma única causa isolada. Por isso nossas
análises precisam estar atentas à complexidade de interação dos atores sociais,
seus diferentes interesses e valores. Analisando as estratégias dos atores
sociais na preservação do meio-ambiente. E observar os verdadeiros
responsáveis pela degradação ambiental e os mais afetados.
A partir destes objetivos as hipóteses são:
Será que a pobreza é responsável pela degradação ambiental?
Será que ricos e pobres têm as mesmas estratégias para preservação do meio-
ambiente?
Será que todos são igualmente afetados pela degradação ambiental?
O primeiro capítulo trata das relações do desenvolvimento econômico e a
degradação ambiental. Mostrando os diversos interesses em uma escala mais
global e analisando os seus conflitos.
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O segundo capítulo é uma analise histórica dos vários congressos
ambientais, mostrando suas incongruências e os frutos de tantos discursos a
cerca desse objeto de estudo tão mistificado e importante.
E por fim, no último capítulo parto para uma escala local e examino as
questões ambientais no caso da Evolução Urbana da Cidade do Rio de Janeiro,
fazendo uma busca histórica até os dias atuais e os diversos conflitos entre os
grupos sociais ao longo do tempo. Ainda trabalho a Educação Ambiental suas leis
e aplicações e as possíveis soluções para os problemas ambientais.
METODOLOGIA
Este trabalho foi produzido com várias fontes bibliográficas das mais
diversa disciplina como Geografia, antropologia, sociologia e algumas leis que
regem a Educação Ambiental comparando os diversos autores. Também foram
utilizadas fontes de jornais de grande circulação como Jornal O Globo e Jornal do
Brasil para uma amostragem de exemplos do Desenvolvimento Urbano na
Cidade do Rio de Janeiro. Por fim, foi uma análise exploratória comparativa dos
dados.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Relações do desenvolvimento Econômico e a degradação
ambiental. 10
CAPÍTULO II - As principais Conferências Internacionais. 15
CAPÍTULO III – Problemas ambientais na Cidade do Rio de Janeiro 19
3.1- Educação Ambiental e suas indefinições 22
CONCLUSÃO 28
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 35
ANEXOS 30
ÍNDICE 38
8
FOLHA DE AVALIAÇÃO 39
INTRODUÇÃO
É notório que a preocupação inerente à temática ambiental vêm se
intensificando nas últimas décadas e, concomitantemente, as iniciativas dos
vários setores da sociedade para o desenvolvimento de atividades, projetos e
congêneres no intuito de educar as comunidades, procurando sensibilizá-las para
as questões ambientais, e mobilizá-las para a modificação de atitudes nocivas e
a apropriação de posturas benéficas ao equilíbrio ambiental. Neste sentido, a
busca pelo desenvolvimento sustentável, em que se pretende conciliar
crescimento econômico e conservação ambiental torná-se essencial.
A história da humanidade pode ser contada pela evolução tecnológica,
mas também pela degradação causada por ela ao meio ambiente. Ao longo dos
séculos devastamos e poluímos a Terra, afetando a vida de plantas e animais e a
qualidade da água e do ar, por esses motivos enfrentamos hoje problemas
ambientais mundiais e locais. Percebemos que em muitos casos, a pobreza é
responsabilizada como a principal causadora da degradação ambiental, porém
não se observa uma profunda reflexão sobre as verdadeiras causas da pobreza e
averiguação dos verdadeiros culpados.
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Em uma escala global os países do Norte, que se beneficiam da difícil
situação econômica dos países do Sul, ou melhor, seria dizer que são os
causadores deste estado de subdesenvolvimento? Não admitem que durante
séculos exploraram a exaustão as riquezas dos países situados abaixo da linha
do equador, eximem-se de suas responsabilidades como os maiores agentes
poluidores do planeta, continuam a consumir cada vez mais, não acenam com
qualquer planejamento de redução dos seus gastos, ao contrário, pagam pelo
direito de continuar a poluir, atribuem aos pobres todas as mazelas do mundo,
em especial a perda paulatina da qualidade de vida, fruto da degradação do
meio ambiente em todas as suas formas.
Em um contexto local, temos o exemplo do processo de expansão urbana
das cidades tornou-se um acelerado meio de degradação ambiental, em que se
observa a busca do desenvolvimento econômico acima de qualquer questão
ambiental. A cidade do Rio de Janeiro nas primeiras décadas do século XX onde
a cidade começa a ser palco de uma reorganização do espaço urbano nunca
visto. A cidade passou por um processo urbanístico pautado em interesses
políticos e econômicos em que desde o início da sua colonização foi uma
verdadeira luta contra os obstáculos naturais que acabou por conduzir a uma
degradação da qualidade ambiental, afetando plantas, animais e o próprio
homem. Através da derrubada de morros, aterro de rios, devastação de áreas
verdes, crescimento acelerado da população, problemas sanitários e o
surgimento das favelas a cidade foi crescendo sem infra-estrutura adequada e
como conseqüência temos a geração de problemas ambientais tanto para o
meio físico, como para sua população, principalmente a população de baixa
renda, que passa a ser vítima deste processo de desenvolvimento. Este estudo
pretende discutir as relações entre o desenvolvimento econômico, neste contexto
se insere a evolução urbana, e as questões ambientais, a fim de conhecer os
fatores que causam a degradação ambiental para a busca do desenvolvimento
sustentável.
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CAPÍTULO I
I- Relações do Desenvolvimento Econômico e a degradação ambiental.
Segundo BECKER (1992:128) Nos últimos anos tem crescido de forma
significativa, tanto na mídia quanto nos movimentos sociais organizados, a
consciência da importância da preservação do meio-ambiente. Mais o que é o
meio-ambiente? Muitas vezes nós caímos na insídia de ligar o termo meio-
ambiente ao meio físico, ligando a florestas, mares a ecossistemas. O primeiro
passo é a necessidade de desnaturalizar o conceito de meio-ambiente. A
tendência dominante é a concepção naturalizada do ambiente, que enfatiza o
“meio físico”. Repensar o conceito de meio de ambiente implica desenvolver
uma abordagem mais interativa que supere essa noção exclusivamente
biogeográfica do ambiente que por sua vez, o confunde com ecossistemas
naturais e evite o erro de dissociar os seus constituintes físicos e sociais, “porque
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o ambiente é o resultados da interação da lógica da natureza com a lógica da
sociedade. Trata-se, portanto de uma concepção social do ambiente”.
Se meio ambiente estivesse ligado ao ambiente natural, a degradação
ambiental também seria diretamente proporcional a isso, pois, seria entendida
de maneira restrita à ruptura do equilíbrio de ecossistemas naturais. Mas o
enfoque de degradação ambiental tem ênfase na interação da natureza com a
sociedade. A degradação ambiental é entendida como o solapamento da
qualidade de vida de uma coletividade na esteira dos impactos negativos
exercidos sobre o ambiente – que tanto pode ser “ambiente natural” ou recursos
naturais quanto o “ambiente construído”, com se patrimônio histórico e
arquitetônico, seu valor simbólico e afetivo.
Segundo Souza (2000:117) “Qualidade de vida é algo muito abrangente.
Ela engloba também aquelas coisas que não podem ser simplesmente
adquiridas pelos indivíduos no mercado, mas que interferem no bem estar como
beleza cênica, qualidade do ar e a liberdade política.”
No Brasil a questão ambiental não pode ser desassociada desigualdades
das que ocorrem com a sociedade tão desigual, onde a parcela dos 10 % mais
ricos controla cerca de 50% da renda nacional, situação expressa em
indicadores sociais extremamente desfavoráveis. (BECKER,1992:130).
Por isso é preciso considerar a posição que os diferentes grupos sociais
ocupam na esfera da produção que definirá sua responsabilidade na gestão da
economia do espaço, logo sua responsabilidade relativamente à problemática
ambiental, ou seja, os diferentes grupos sociais não são igualmente repensáveis,
e muito menos igualmente afetados, pela degradação ambiental. Não
compartilham, portanto, nem dos mesmos interesses nem as mesmas
estratégias para proteger o meio-ambiente. Mais do que isso, aqueles que
privilegiam o meio ambiente com estoque de insumos produtivos tendem, na
realidade, a protegê-la das demandas das populações que dela necessitam com
elemento de sobrevivência.
É muito comum colocarem os pobres urbanos como responsáveis pela
degradação para camuflar os problemas provocados pelas classes mais
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abastadas. A pobreza acaba sendo a responsável pela construção de casa na
beira dos rios, desmatamento nas encostas dos morros, pela poluição visual e
pelos problemas urbanos. Mas será que estes estão satisfeitos com a situação
em que vivem? Será que são eles os verdadeiros responsáveis pela degradação
ambiental?
Alguns autores com uma grande preocupação acabam se perdendo em
suas formulações e colocam a culpa nos pobres como Homes Roslton (1996:12)
que inicia o seu texto: “Que morram as pessoas famintas, que viva a floresta”
Após examinar o problema do desflorestamento e perda da biodiversidade
natural no Brasil, África do Sul e Madagascar. Ele indaga se é necessário
alimentar pessoas ou salvar a natureza, criticando a declaração da Rio-92 e
denunciando o seu tom marcadamente antropocêntrico. O filosofo argumenta
que, muitas vezes deixamos de salvar a natureza para alimentar pessoas
famintas nós não estamos ganhando, mais sim perdendo. Assim, ele conclui que
nós só devemos salvar a natureza mesmo que isso resulte na morte de pessoas
famintas.
Segundo HERCULANO (1992:10) o relatório de Brundtland
(CMMAD/1998) tem chamado a atenção para relação causa e efeito entre a
degradação ambiental e a pobreza. Ou seja, a pobreza nesse relatório também
geraria a degradação ambiental no tocante em que pobres iriam desmatar
encostas, interromper caminhos naturais de drenagens rio e etc.
O Desenvolvimento Sustentável seria uma proposta de conciliação entre o
crescimento econômico e a conservação ambiental, o que só será conseguido a
partir da instauração de uma nova Organização Mundial. As causas da
deteriorização ambiental para o relatório seriam: O uso de tecnologia poluidora; o
aumento demográfico e a intensificação da miséria. A causa primordial da
deteriorização ambiental é tida como sendo a pobreza, muito mais que os
dejetos tóxicos do Primeiro Mundo.
O relatório também busca algumas soluções como: Reorientar tecnologias
e institucionalização de meios de fiscalização internacionais; controle
populacional para o Terceiro Mundo; e política de ajustes e de ajuda financeira
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dos países ricos aos países em desenvolvimento. Uma política antiprotecionista,
já que é pura ilusão achar que os países em desenvolvimento possam viver por
seus próprios meios.
Fica claro que os problemas ambientais para o relatório não são
causados pela alta emissão de CO2 (gás carbônico) para atmosfera, destruição
de florestas e degradação das águas e crescente demanda de matérias-primas
provocadas pelo nível de desenvolvimento alcançado pelos países desenvolvidos,
mas sim pelo atraso dos países subdesenvolvidos. A solução para esses
problemas seria a ajuda para essas sociedades “arcaicas” tomando como os
Estados Unidos como paradigma da boa sociedade.
Segundo Furtado “O Mito do Desenvolvimento Econômico” foi produzido
para mobilizar os povos de periferia a aceitar os sacrifícios, legitimar a
destruição de sua cultura e justificar a forma de dependência. O desenvolvimento
autêntico seria aquele que viesse transformar as estruturas sociais e as formas
de comportamento que acompanham a acumulação no sistema de produção.
O termo Desenvolvimento Sustentável tornou-se superficial, pois, não se
interessa em discutir as verdadeiras causas da pobreza, apontando apenas
medidas paliativas para combatê-la. Nesta análise há um desprezo das causas
mediatas da segregação e da pobreza (falta de teor cientifico na análise) e
ênfase nas causas imediatas (como a favelização), sendo estas na verdade
conseqüência das primeiras. Que mecanismos induzem os favelados a se
localizarem em áreas de risco? Na verdade, além de não serem, sob um ângulo
estrutural os culpados, os pobres urbanos são isso sim, as principais vítimas dos
problemas derivados de usas estratégias de sobrevivência, como no caso dos
deslizamentos e desmoronamentos em encostas favelizadas.
O desenvolvimento sustentável na verdade defende o capitalismo
ecológico, ou conforme HERCULANO (1992:44), “a proposta do desenvolvimento
sustentável, tal como vem ganhando corpo, é uma soma de mecanismos de
ajustes em prol de um capitalismo soft”.
A questão da superpopulação mundial é até um tema muito discutido por
todos, quando dizem que a Terra não tem capacidade de abastecer a população.
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Fazendo nos remeter a uma teoria antiga de Malthus e depois esta teoria
melhorada no qual coloca a culpa do subdesenvolvimento no crescimento
populacional, a Neo-Malthusiana. Essa teoria propõe o movimento de
crescimento populacional zero como a única forma de evitar a degradação
ambiental. A explosão demográfica prejudica não só as massas de jovens
amontoados e mal alimentados que dela resultam, mas causa também danos
incontáveis em outras esferas. O consenso geral (para os países desenvolvidos)
é que o crescimento projetado para a população mundial não pode ser
sustentado com os nossos atuais padrões de níveis de consumo.
Segundo Kennnedy (1993:29) (...) como 95% dos aumentos populacionais
esperados entre hoje e 2025 devem ocorrer nos países em
desenvolvimento, poderia parecer que o problema fundamental se
localiza neles. Se os habitantes da África, da América Central e de
outros lugares moderassem seus hábitos de procriação intensiva, não só
precisariam menos dos alimentos da Terra, como também provocariam
menor dano às suas florestas tropicais, abastecimento de água e
ecossistema em geral. Além disso, como essas atividades contribuem
para o aquecimento global, a explosão populacional no Hemisfério Sul
ameaça afetar os mais desenvolvidos do Norte.
Mesmo que isso fosse verdade, os Países do Norte representam uma
pressão muito maior sobre os recursos da Terra. Segundo um cálculo, um bebê
americano médio representa duas vezes o dano ambiental de uma criança
sueca, três vezes o de uma italiana, treze vezes o de uma brasileira, trinta e cinco
o de uma indiana e duzentas e oitenta e oito vezes o de uma criança chadiana ou
haitiana, por que o seu nível de consumo será, durante toda vida, muito maior
(Kennedy,1993:29).
Então como colocar puro e simplesmente a culpa no aumento populacional
dos Países do Sul? Será que o questionamento não seria: Será que bastaria
talvez, renunciar ao segundo o ao terceiro automóvel? Nesse sentido o que se
pede é um consumo sustentável e a preocupação de alguns atores sociais em
preservar o meio-ambiente como forma de insumos produtivos. Antes de tudo,
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temos que colocar o problema em perspectiva e reconstituí-lo. Isso nos permite
trazer à tona os inúmeros grupos sociais e variáveis culturais. Quando se trata de
degradação ambiental, não há nunca uma única causa isolada. Por isso nossas
análises precisam estar atentas à complexidade e interação dos atores sociais,
seus diferentes interesses e valores.
Segundo ACSELRAD (1992:19) “... em nome da conservação da
natureza, os interesses dominantes têm procurado conservar as
estruturas de poder que engendraram o atual modelo de
desenvolvimento social, e ecologicamente predatório”.
Então é preciso buscar um desenvolvimento que não se limite a preservar
a oferta de preços dos recursos naturais enquanto insumos produtivos. Está
ordem na sociedade está causando uma desordem na natureza. A crise
ambiental coloca, portanto sem questão o modo de organização.
II-Congressos mais importantes de Meio-Ambiente.
A preocupação com a questão ambiental é muito mais antiga que qualquer
Conferência Internacional de Meio-ambiente. Remontando o século XVIII, temos
uma visão romântica, arcadiana, que idealizava o mundo rural em contra posição
a vida urbana. Essa corrente critica o pensamento moderno de dominação da
natureza, como se o homem fosse um ser singular, que não fazia parte do meio.
A ciência moderna que surgiu com Newton, Bacon e Descartes passou a ver a
natureza como uma máquina que poderia ser estudada e controlada.
Já no século XX, surgem movimentos na França, Alemanha e Espanha
que lutam contra o uso da bomba atômica, pelo fim da Guerra do Vietnã e pela
produção de energia nuclear. A sensação de estar em um planeta que a
qualquer hora possa explodir com um simples “tocar de um botão”, causou um
imenso desconforto e deu origem a esses movimentos sociais que foram
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denominados como “Hippie”, que valorizavam a cultura oriental milenar e a vida
não urbana.
Por essa gama de acontecimentos em 1972, foi suscitada pela Suécia em
1969, durante a XXIII Assembléia Geral da ONU. Já naquela época a
degradação ambiental era tema de preocupações gerais. Contudo, foi o
desastre na Baía de Minamata, no Japão que detonou a solicitação sueca de que
a ONU votasse uma resolução a favor da realização de uma conferência
Internacional sobre meio-ambiente. A proposta foi aceita e aconteceu em
Estolcomo. (HERCULANO, 1992:9)
Na Conferência de Estolcomo as questões econômicas foram
amplamente consideradas e discutidas. Os governos uniram-se para discutir
questões da degradação ambiental e daí foi apresentado o Desenvolvimento
Sustentável um modelo que deveria ser copiado por todos os países do mundo.
Vários países participaram desta conferência além das ONGs.
Segundo Carvalho (2002:48) Vários documentos foram legados nesta
Conferência como: a “Declaração sobre o Ambiente humano”, o “Plano de ação
Mundial”, que entre diferentes pontos estratégicos, ressaltou a urgência de um
Programa Internacional de Educação Ambiental (princípio 21) e forneceu bases
iniciais para a constituição de uma a Agenda Global. E a Comissão Mundial de
Meio-ambiente e Desenvolvimento( CMMAD) é o Relatório de Bruntland.
A partir desta Conferência pode se observar à visão bem antropocêntrica
do homem no qual os recursos naturais estariam esgotando e a sua preservação
era necessária para sua sobrevivência. Não se trata aqui de definir o lugar do
homem nessa relação, mas sim, de ressaltar a interdependência e interatividade,
onde o homem e o meio se desenvolvem mutuamente sem que um
necessariamente tenha que assumir uma posição dominante. Apesar destes
desvios, essa Conferência foi de fundamental importância a nível mundial para se
discutir a Crise Ambiental. (Carvalho, 2002:47)
A Conferência de Choisa no Peru em 1976, também foi muito importante
para uma definição de Educação Ambiental esses pressupostos e juntamente
com os que foram obtidos em Tblisi ( realizada no ano seguinte) formaram uma
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base sólida de sustentação para uma proposta de Educação Ambiental
verdadeiramente ambiental e popular. Em Choisa foi produzido o conceito que
mais se aproxima de Educação ambiental. (Carvalho, 2002:50)
“A educação Ambiental é ação educativa permanente pela qual a
comunidade educativa tende a tomada de consciência de sua realidade global,
do tipo de relações que os homens estabeleceram entre si com a natureza dos
problemas derivados destas relações”.(Choisa, apud Carvalho, 2002:50)
A Conferência das Nações Unidas sobre Meio-ambiente e
Desenvolvimento a Eco92, contou com o apoio de vários governos além da
participação de várias ONGs, com um resultado pacífico, para a reorientação de
um novo modelo para a gestão dos recursos naturais. Várias discussões tiveram
grande relevância como Desenvolvimento Sustentável e o seu fruto com a Carta
da Terra. Essa Carta reúne 27 princípios genéricos com o objetivo básico de
orientar as questões entre o meio-ambiente e desenvolvimento visando o
Desenvolvimento Sustentável e melhores condições de vida para todos. Esse
documento foi assinado por todos Chefes de Estado, que se comprometeram em
respeitar. Na Conferência do Rio-92, a cooperação prevaleceu sobre o conflito.
Neste sentido, ao abrir novos caminhos para o diálogo multilateral, colocando os
interesses globais como sua principal preocupação, o significado da Cúpula do
Rio foi muito além dos compromissos concretos assumidos, pois mostrou as
possibilidades de compreensão.
Os compromissos específicos adotados pela Conferência Rio-92 incluem
duas convenções, uma sobre Mudança do Clima e outra sobre Biodiversidade, e
também uma Declaração sobre Florestas. A Conferência aprovou, igualmente,
documentos de objetivos mais abrangentes e de natureza mais política: a
Declaração do Rio e a agenda 21. Ambos endossam o conceito fundamental de
desenvolvimento sustentável, que combina as aspirações compartilhadas por
todos os países ao progresso econômico e material com a necessidade de uma
consciência ecológica. Além disso, por introduzir o objetivo global de paz e de
desenvolvimento social duradouros, a Rio-92 foi uma resposta tardia às gestões
dos países do Sul feitas desde a reunião de Estocolmo.
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Cerca de 10.000 delegados, e observadores e jornalistas participaram do
evento de alto nível realizado em Quioto, Japão em dezembro de 1997. A
Conferência culminou na decisão de se adotar um protocolo segundo o qual
países industrializados reduziriam suas emissões combinadas de gases de
efeito estufa pelo menos 5% em níveis de 1990 até o período de 2008 e 2012.
Foi aberto para assinatura em 16 de março de 1998. Na verdade esse protocolo
foi necessário para analisar se é suficiente enviar um sinal á indústria e os
governo para que comecem a mudar o sistema energético atual para o outro.(
Quioto/1997)
Dez anos após a Conferência Mundial Sobre Desenvolvimento
Sustentável, aconteceu em Joanesburgo, na África do Sul o Rio+10. Junto a
líderes nacionais foram adotada medidas concretas para identificação de metas
quantificáveis para ação de forma eficaz da Agenda 21. Avaliaram-se os
avanços obtidos e ampliou-se o escopo para chamadas Metas do Terceiro
Milênio que visavam, além de garantir sustentabilidade ambiental: erradicar a
fome e a pobreza extremas; alcançar uma mínima educação primaria; erradicar a
AIDS; melhorar a vida daqueles que moram nas favelas. (Coelho 2002:1)
O tema referente a metas quantitativas e prazos para implantação de
energias renováveis, propostos foi o tema central da conferência. O resultado
não foi o esperado, foi considerado no mínimo frustrante pelo os ambientalistas e
pela imprensa.
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III - Problemas ambientais na Evolução Urbana no
Rio de Janeiro.
O processo de expansão urbana do Rio de Janeiro foi desde do início da
sua colonização uma verdadeira luta contra os obstáculos naturais.
SEGUNDO ABREU(1993:203) Toda planície onde atualmente está situado o
centro do Rio de Janeiro era uma extensa área pantanosa cercada pelos morros
do Castelo, Santo Antônio, de São Bento, da Conceição e do Desterro (Santa
Teresa). Em meio ao pântano, existiam diversas lagoas: a do boqueirão
(Passeio Público), ligada ao mar, de Santo Antônio (Carioca) do Desterro (Lapa),
da Sentinela (Largo de São Francisco) e da Pavuna (Central do Brasil). O Largo
da Carioca hoje ocupa a área onde antes existia a lagoa de Santo Antônio, cujas
margens se estendiam até o local em que foi construído o Teatro Municipal. A
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chuvas torrenciais, que desde a fundação da cidade trazem problemas aos seus
habitantes, formavam grandes enxurradas que deslizavam das encostas dos
morros, transbordando a lagoa e alimentando os pântanos que a cercavam. O
solo dessa região, praticamente ao nível do mar, mantinha-se sempre
encharcado, o que pode ser constatado ainda hoje, nesta os inúmeros problemas
de infiltração nas fundações dos prédios desta área.
Rua da Vala foi aberta em 1641, atual Uruguaiana. Esta vala foi aberta por
motivos da epidemia de varíola. Foi aberto também um cano ligando à vala para
ajudar a escoar as águas da lagoa de Santo Antônio, que ia da a Praça XV à rua
Sete de Setembro. Em 1709, os franciscanos comovidos pelo sofrimento dos
escravos vitimados pela varíola, solicitaram às autoridades a cessão de um
terreno no Largo.(ABREU,1993:203)
Na despedida do século XIX o centro do Rio mudara pouco. A monarquia
tinha caído e a república engatinhava. Os costumes se mantinham com muitas
das características que nortearam todo o século. Os velhos casarões coloniais,
que na sua maioria havia sofrido plástica na fachada, apresentavam um estilo
eclético, já com forte influencia francesa. O traçado urbano era o mesmo - ruas
estreitas sem ventilação ou asseio. A cidade crescera muito e os bairro
residências se afastaram do centro, levando consigo a burguesia. Com isso,
as classes mais baixas passaram a ocupar e se amontoar nos casarões do
centro. Mais ainda não existia pressa para nada.
Para Abreu (1993:204) “... não há dúvidas que o surgimento da favela na
cidade está umbilicalmente ligado ao Morro de Santo Antônio, fato que passou
despercebido de todos que trataram do assunto até agora. Isto se explica, com
certeza, por ter sido a partir do Morro da Providência/Favela, e não do Morro de
Santo Antônio (que acabou tendo quase todos os seus barracos removidos em
1901, que o termo favela difundiu-se pela cidade, atingindo mais tarde todo o
país)”.
Surge a primeira Favela em 1893. O grande número de cortiços
espalhado pela cidade no século XIX representava local de irradiação das
epidemias. Durante a Reforma de Pereira Passos, que não tinha só como
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objetivo higienizar a cidade como também adequar a cidade às novas exigências
econômicas e sociais, os cortiços foram aos poucos sendo erradicados da
cidade. O seu clímax foi com a demolição do cortiço "Cabeça de Porco" em
1893, deixando quatro mil pessoas sem abrigo. Tocado quase num rompante de
benevolência o prefeito Barata Ribeiro autorizou o deslocamento dos moradores.
"O Prefeito Barata Ribeiro, num magnânimo rompante de
generosidade, mandou facultar à gente pobre que habitava naquele
recinto a retirada das madeiras que poderiam ser aproveitadas em
outras construções. De posse do material para erguer casinhas
precárias, alguns moradores devem ter subido o morro que existia lá
mesmo por detrás da estalagem”.(VAZ, 1994: 487).
Com a erradicação dos cortiços a população que necessitava residir
próximo ao centro foi obrigada a arcar com o ônus de morar nos subúrbios e
pagar o transporte. Assim o subúrbio se tornou à nova opção de habitação
popular.
A favela foi uma solução, que para muitos e para o próprio poder publico
seria uma saída provisória para o problema da habitação. Dessa forma à favela
configura-se cada vez mais como local de moradia permanente, sendo
importante acabar com o mito que a favela é um “trampolim para a cidade”.
O perfil dos conflitos ambientais no Rio de Janeiro envolve o Estado como
principal articulador e controlador e a sociedade civil expressa em divisão de
classes sociais cada uma com o seu interesse. E assim gerando esses conflitos
pala preservação.
Isso pode ser verificado na análise, que se segue, atores sociais
envolvidos no contexto dos conflitos ambientais, no Rio de Janeiro. Os diferentes
interesses recorrentes, ao longo deste século, no Rio de Janeiro, ambos
centrados na defesa da "ordem" e na crítica ao crescimento desordenado da
cidade. Há significativa "ressonância" entre, de um lado, o princípio de "ordem"
contido em várias versões do meio ambiente enquanto assunto público e, de
outro, as idéias oriundas do urbanismo referentes à administração racional do
espaço. A diferença entre os dois temas culturais é que, enquanto um versa
22
sobre a "ameaça das habitações populares", enfatizando a desordem
proveniente dos modos de vida "atrasados" e perigosos de segmentos das
classes de baixa renda, o outro estrutura-se a partir da oposição "conservação x
crescimento" e tem como objeto de crítica a lógica "expansionista" do mercado.
(FUNKS, 1998:12)
Enquanto a expansão do Rio de Janeiro até a primeira metade deste
século aparecia, para alguns autores, assim como uma “saga do homem em luta
contra a natureza”, hoje é necessário constatar que essa imagem de herói-
civilizador esconde o fato de que a tecnologia e os interesses econômicos,
menos que subjugarem um “inimigo”, na verdade conduziram a um solapamento
da qualidade ambiental afetando plantas, animais e o próprio homem. A ironia
desse processo reside em que o “inimigo” ás vezes reage contra os abusos,
ainda que apenas esporadicamente. Entretanto, os que mais sofrem com a
vingança das forças da natureza são precisamente aqueles que são vitimas da
segregação sócio-espacial induzida. Essa reação das ‘”forças da natureza” a
perturbações antropogênicas pode ser cristalinamente exemplificada através da
tragédia das favelas do Rio de Janeiro. (SOUZA, 2000:120)
3.1- Educação Ambiental e suas (in)definições.
(...) meio ambiente diz respeito à sua qualidade de "bem público".
Neste caso, assim como os bens públicos produzidos pelo Estado,
a proteção do meio ambiente visa o atendimento de algo definido
como uma necessidade da sociedade como um todo. Uma das
formulações mais bem elaboradas do meio ambiente enquanto
bem público encontra-se na legislação. No âmbito do direito
internacional, o meio ambiente vem sendo considerado, desde a
década de 1970, um "bem comum da humanidade" e evoluindo no
sentido de se referir ao "interesse comum da humanidade" .
23
Seguindo a mesma direção, no Brasil, o elemento comum entre os
princípios que presidem a proteção jurídica do meio ambiente é a
universalidade do sujeito, assim como do objeto, desse interesse:
ao elegê-lo como um bem público, o Legislador supôs a existência
difusa e homogênea desse interesse por toda a sociedade.
(Mancuso 1991:13).
Há uma grande necessidade que esse meio-ambiente se perpetue, e para
isso é necessário que o homem aprenda a cuidar e a preservar. A partir daí,
surge à necessidade da Educação Ambiental, enquanto processo de ações
sócios-ambientais, com objetivo de suscitar e despertar valores, reeducando a
pessoa humana para relação mais sustentável entre natureza e sociedade é hoje
um dos grandes desafios éticos.
Segundo Reigota (1991) (...)não falemos mais em educação ambiental
mais simplesmente em educação, como direito inalienável do homem,
visando não só a utilização racional dos recursos naturais, mas também a
participação nas decisões que lhe dizem respeito, estabelecendo uma
nova relação com a natureza, desenvolvendo uma nova razão que não seja
sinônimo de autodestruição. ( apud Carvalho, 2002:37)
O relatório do Cima, preparatório para o Rio-92 declarou abertamente que
um dos maiores problemas para o desenvolvimento da Educação ambiental foi o
fato dela ter sido sempre tratada como relativa, sendo tratada como questão
ambiental que estaria relacionada a questões técnicas puramente biológicas.
(apud Carvalho, 2002)
Por se apresentar às vezes com esse caráter puramente biogeográfico, a
impressão é que um técnico pode resolver todos os problemas ambientais.
Nesse sentido, não a necessidade da participação de “todos”. A educação
ambiental nos estimula a refletir e a repensar as práxis sociais, exigindo uma
visão mais global, holística e solidária. A maioria dos problemas ambientais que
ocorrem no mundo, hoje, poderia ser evitada se a educação ambiental fizesse
parte da formação das gerações passadas.
24
Para falarmos em educação ambiental, antes de qualquer coisa é
necessário que retomemos a Lei Nacional de Educação Ambiental (Lei n 9.795,
27/09/99), explicita claramente no artigo primeiro o conceito e o significado da
mesma, na verdade, ainda existe confusão tanto em nível da teoria como na
prática, particularmente no que diz respeito ás atividades não-formais. No Brasil
temos que reconhecer que as atividades não-formais de educação ambiental é
promovida pelas ações e práticas educativas voltadas á sensibilização da
coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização na defesa da
qualidade do meio ambiente, estão bem à frente das atividades formais nas
escolas e universidades, em nível curricular. É reconhecida como um instrumento
pelo qual o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,
habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à qualidade de vida e sua
sustentabilidade”. Desta forma, pretende incentivar a mobilização dos cidadãos a
partir, do reconhecimento das causas e das conseqüências dos impactos
socioambientais que afligem o planeta, buscando satisfazer as necessidades
fundamentais do ser humano ao mesmo tempo em que são respeitados os
direitos das gerações futuras a terem qualidade de vida.
O governo visando à melhoria da qualidade da educação pública no Brasil
desenvolveu os PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais, que é um conjunto de
documentos preparados pelo MEC com a colaboração de inúmeros
especialistas e a cooperação de instituições pesquisas educacionais. Os
documentos editados e distribuídos pelo Ministério e aprovados no Conselho
Nacional de Educação. O PCN incorpora um currículo com flexibilidade e
abertura uma vez que os temas propostos - Ética, Meio Ambiente, Pluralidade
Cultural Saúde e Orientação Sexual - podem ser contextualizados e priorizados
de acordo com as diferentes realidades locais e regionais. A eleição desses
temas levou em conta a urgência social, a abrangência nacional, a possibilidade
de ensino e aprendizagem no ensino fundamental e o favorecimento da
compreensão da realidade e a participação social.
25
No artigo 4° da lei n 9.795, 27/09/99. São princípios básicos da educação ambiental: I - o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;
No inciso I deste artigo, fica claro o enfoque que todos tem que ter acesso
à educação ambiental de forma democrática e participativa. Mais o que
acontece na maioria das vezes, é que a população carente não tem as mesmas
formas de reivindicação e inclusão neste processo.
Infelizmente, faz-se mister que essas palavras encontram amparo e
respaldo em um tipo de leitura estereotipada bastante forte entre os segmentos
da classe média e da elite urbana carioca. Alguns exemplos são abundantes no
quotidiano do Rio de Janeiro, como a publicação, pelo jornal O Globo de
29/4/2001.Com o comentário do secretário de Urbanismo Sirkis.(anexos1)
“(...) são fundamentais programas para conter a expansão das
favelas e impedir que continuem avançando sobre áreas
verdes”.(Jornal O Globo, 29/04/2001, Rio).
A população carente que precisa morar na cidade sempre é mal vista, e
não é informada sobre os seus direitos. O que acontece com as leis que são
aplicadas somente, para uma parcela da população, como na matéria do jornal O
Globo de 2/04/ 2000.
“ Moradores da Zona Sul querem pôr um ponto final nas
invasões e no desmatamento dos morros da Saudade e dos
Cabritos - que compõem a paisagem de Lagoa, Copacabana e
Botafogo - e preparam um abaixo-assinado para encaminhar ao
Ministério Público estadual nos próximos dias. Eles entendem
que a solução definitiva para conter a ocupação irregular passa
pela delimitação de uma área de proteção ambiental (APA) e
pela criação de três parques. Vão pedir ao MP que pressione a
Prefeitura a aperfeiçoar a legislação e a fazer a vigilância da
região, para impedir novas agressões ao meio ambiente e que
o processo de favelização se volte para o lado da Lagoa.”
(Jornal o Globo, 2/04/ 2000, Rio).
26
Esta remoção serveria para construção de parques na Zona Sul, para que
a classe média não tivesse que se deparar com a pobreza e com as
desigualdades que acontecem no Rio de janeiro (ou seria País?). Afinal essa
população paga impostos e merece uma paisagem bonita, verde, natural.
Também tem que se lembrar que além do impacto ambiental há o impacto no
valor dos imóveis da Zona Sul. .(anexos 2)
Em outro artigo do Jornal do Brasil do dia 03/11/2001 ,sob o titulo “ Renda
média três vezes maior do que a do município e coberturas de R$ 6 milhões
convivem com crescimento de favelas” . Relata a questão do crescimento
desordenado da Barra da Tijuca. Mais a preocupação não é com a construção
de prédios, hotéis e shoppings. .(anexos3)
Prédios de arquitetura pós-moderna, shopping centers repletos de grifes
famosas e (...). A renda média mensal da população de 175 mil habitantes
da Barra, de acordo com as estatísticas do Instituto Pereira Passos, é de
18 salários mínimos, três vezes maior do que a do município. Mas a
réplica da Estátua da Liberdade, fincada na entrada do New York City
Center convive com as mazelas decorrentes do progresso. Trânsito
caótico, aumento da população de rua, favelização, empreendimentos
imobiliários falidos e poluição ambiental são alguns dos problemas.
Apesar de o bairro, com 175 mil habitantes, ainda estar engatinhando em
termos de ocupação - com 8% da população prevista de 2 milhões de
pessoas - são crescentes as preocupações com crescimento
desordenado. O arquiteto Rodrigo Azevedo critica o desrespeito à
legislação ambiental. ''Não era isso o que Lúcio Costa previa'', afirma,
ressaltando que a filosofia do plano de ocupação do urbanista - datado de
1969 - tinha como meta harmonizar crescimento e preservação da
natureza.
O arquiteto Marcelo Santiago, professor de Técnicas da Construção da
Universidade Estácio de Sá, discorda. ''O fundamental é para não agravar
a já precária infra-estrutura sanitária do bairro. Não vejo problemas na
construção de edifícios e hotéis'', diz, julgando que a cidade não tem
27
outras opções de espaço para crescer. O vice-presidente da Câmara
Comunitária da Barra, David Zee, é ainda mais otimista.''Enquanto o
crescimento do resto da cidade foi muito desordenado, estamos
empenhados em projetar, aqui, um bairro com qualidade de vida bem
melhor. A idéia é não repetir os erros de Copacabana'', diz,
(...) do outro lado do bairro, moradores dos condomínios Itália Fausta, Village e
Engenheiro Neves da Rocha, na área do Itanhangá, também tentam preservar o
verde. Eles estão preocupados com o crescimento de construções irregulares
do Morro do Banco, que já foi beneficiado pelo Programa Favela-Bairro. ''Se o
próprio poder público legalizou o que era irregular, fica complicado fazermos
alguma coisa'', censura a publicitária Mariana Rocha Penna, moradora do
Village. A menos de sete quilômetros, outra expansão - a da favela de Rio das
Pedras - vai encaminhando-se em direção a região central da Barra. O
subprefeito Alexander Vieira da Costa garante que está atento ao fenômeno.
''Estamos monitorando estas ocorrências. O controle da ordem urbana é
fundamental para o progresso da cidade'', afirma.” (Jornal do Brasil, Cidade
03/11/2001)
Neste artigo demonstra a preocupação com a ocupação desordenada?
Ou o tipo de ocupação desordenada? O desenvolvimento e os problemas
ambientais são bem vindos, quando vêm à esteira da construção de edifícios,
hotéis entre outras construções.
É importante observar que a ocupação desordenada também produzida
por ricos, não só pela população favelada. Essa população não tem poder de
barganha e nem formas de reivindicação. A não ser em épocas de eleições, é
claro. Período que os nossos governantes se importam “realmente” com esses
problemas.
NO Art. 5° . Em os objetivos fundamentais da educação ambiental. I - o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos; II - a garantia de democratização das informações ambientais; III - o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e social;
28
IV - o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania; V - o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro e macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade; VI - o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia; VII - o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade. Depois da leitura aplicada deste artigo 5°, observamos que as leis têm
aplicações diferentes para diferentes grupos sociais envolvidos. É uma falácia
pensar que o meio-ambiente não está imbricado diretamente com as questões
sociais. O inciso 1 deste artigo é esquecido ou ignorado?
Se a educação ambiental fosse mais divulgada entre todas as classes
sociais, seria mais fácil a sua expansão, e não ficaria concentrada em
determinados espaços. O tema transversal Meio Ambiente deve ser trabalhado
de forma implícita nas questões diárias de cada disciplina escolar. Ela é
necessária para capacitar o aluno como cidadão que se veja como um ser
histórico, para entender o meio ambiente como resultado de todas as ações
humanas.
A grande verdade é que esta Educação Ambiental foi sendo desenvolvida
nas escolas muito precariamente porque a partir de um tema transversal tem-se
ou não obrigatoriedade de usá-lo. Na verdade, todos os Parâmetros são apenas
parâmetros. Então o tema ficou à mercê de objetivos dos projetos pedagógicos
de cada escola. E como resultado temos uma participação sem força e
desorganizada que não assegura condições para que suas reivindicações
acerca do meio ambiente adquiram o grau de visibilidade para o debate e ações
públicas.
CONCLUSÃO
Com o decorrer da história da humanidade, o homem criou e deu a si
próprio instrumentos para a sua própria destruição. O risco hoje não vem de
29
algum cataclismo natural produzido pela própria Terra, mas vem da própria
atividade humana. A nossa sociedade se organizou muito mais na insensatez do
que na sabedoria, e esse estilo de vida, que é globalizado, está ligado a
destruição dos ecossistemas, a ameaça nuclear, esgotamento dos recursos
naturais, alterações climáticas e a falta de compaixão, relegando milhões de
pessoas à miséria absoluta.
Todo o desenvolvimento centrado em interesses econômicos e políticos
geram a degradação ambiental, que se torna atualmente, um assunto primordial
frente ao confronto estabelecido entre o capitalismo atual e a sustentabilidade do
planeta. Os países do Norte especializaram-se na poluição industrial e têm
conseguido exportar parte dessa poluição para os países do Sul, quer sob forma
de venda de lixo tóxico, quer pela transferência de algumas das indústrias mais
poluentes.
Os países ricos apontam, muitas das vezes, a pobreza como sendo a
principal responsável pela degradação ambiental. Eles acusam que nos países
pobres o crescimento populacional somado à grande produção de lixo,
desmatamentos e crescimento urbano desordenado gera a degradação.
Analisando este fato, observamos que os países ricos, em sua busca pelo
desenvolvimento ilimitado, destroem o meio ambiente de maneira local e global e
que esta acusação, ao contrário, é uma maneira de desviar as atenções dos
verdadeiros culpados.
Evidentemente que os movimentos sociais contra a degradação do meio
ambiente vem se articulando de forma crescente, buscando democraticamente a
implantação de um novo modelo de cidadania. Pois a defesa destes direitos
ambientais une lutas sociais, seja pelo acesso a bens coletivos como a água e o
ar, seja pelo acesso a recursos naturais de uso comuns necessários à existência
de grupos, ou seja, pela garantia de uso público do patrimônio natural. Neste
sentido, a busca pelo desenvolvimento sustentável das sociedades é o caminho
que deve ser seguido para o equilíbrio entre o desenvolvimento e a conservação
do meio ambiente. Ou criamos um novo caminho ou vamos ao encontro da
exaustão do planeta e a nossa própria destruição. Em relação à evolução urbana
30
e suas conseqüências na degradação ambiental, tomando como exemplo a
cidade do Rio de Janeiro, notamos que esta se deu à custa de interesses
políticos e econômicos, terminando por provocar a devastação do meio físico e
de sua população. Hoje nos vemos em meio à violência urbana destruição do
meio natural, crescimento de favelas com a diminuição da qualidade de vida da
população em geral. Por esses motivos é preciso reinventar o futuro, abrir um
novo horizonte de possibilidades, fazer despertar em nós o sentimento de
compaixão. É preciso um pacto social entre os povos e uma nova aliança de paz
e de cooperação com a Terra, nossa casa comum.
Por este motivo é de fundamental importância da educação ambiental que
tem como objetivo suscitar e despertar valores, reeducando a pessoa para uma
relação mais sustentável entre natureza e sociedade é hoje um dos grandes
desafios éticos. A Educação Ambiental nos estimula a refletir e a repensar as
práxis sociais, dentro de modelos contínuos e permanentes, envolvendo todas as
etapas do ensino formal e não-formal. A educação ambiental exige de nós uma
visão mais global do meio ambiente. Para isso aconteça, é necessário lembrar a
constituição intrínseca da pluralidade da liberdade humana. Em que se
compreende a partir de sua relação com o Transcendente, com o Cosmos e com
a Sociedade. Nesse horizonte, em que as referidas relações se encontram
profundamente articuladas, é que podemos colocar a questão de uma ética
voltada para Educação Ambiental.
ANEXO 1
31
Jornal O Globo, 29 de maio de 2001. Caderno: Rio.
Cidade inchada pelas favelas. Estudo revela que o Rio voltou a crescer e ganhou uma Petrópolis entre 96 e 2000. Secretário defende rigor urbanístico.
· Tamanho crescimento das favelas motiva o secretário de urbanismo a
considerar a questão como um desafio a ser enfrentado com urgência.
Sirkis entende são fundamentais programas para conter expansão das
favelas e impedir que continuem avançando sobre as áreas verdes.
- O problemas tem de ser tratado com rigor urbanístico. Mas é necessário o
apoio das comunidades para conter o crescimento das favelas – diz Sirkis.
- O secretário defende a ainda a regularização fundiária e programa de
geração de emprego para áreas faveladas:
- O projeto Favela-Bairro não pode apenas se limitar a benfeitorias nos
lugares onde é realizado. É necessário fazer bem mais do que isso.
32
Anexo 2
Jornal o Globo, domingo, 2 de abril de 2000
Zona Sul dá um basta às invasões de encostas Selma Schmidt Moradores da Zona Sul querem pôr um ponto final nas invasões e no desmatamento dos morros da Saudade e dos Cabritos - que compõem a paisagem de Lagoa, Copacabana e Botafogo - e preparam um abaixo-assinado para encaminhar ao Ministério Público estadual nos próximos dias. Eles entendem que a solução definitiva para conter a ocupação irregular passa pela delimitação de uma área de proteção ambiental (APA) e pela criação de três parques. Vão pedir ao MP que pressione a Prefeitura a aperfeiçoar a legislação e a fazer a vigilância da região, para impedir novas agressões ao meio ambiente e que o processo de favelização se volte para o lado da Lagoa. Mas a Prefeitura garante que está agindo e anuncia a derrubada de 68 casas construídas na encosta dos Cabritos e da Saudade. O subprefeito do Grande Flamengo, Marcelo Maywald, diz que será feita em maio a desocupação de 21 casas da favela conhecida como Mangueira II, construídas ilegalmente no Morro da Saudade, na altura dos números 59 da Rua Pinheiro Guimarães e 9 da Rua Real Grandeza. Já o programa Favela-Bairro no Morro dos Cabritos está instalando marcos de metal - interligados por cabos de aço - e placas para demarcar os trechos de encosta a partir dos quais as favelas existentes na área não poderão crescer. De fora dos marcos estão 47 casas, que irão abaixo. Mas a legislação continuará capenga no curto prazo. A única APA delimitada e com parâmetros urbanísticos definidos é a do Sacopã (abrange parte da encosta). A APA dos morros da Saudade e dos Cabritos foi criada por lei em 1992, mas sua delimitação ainda não foi feita. A mesma lei autoriza a implantação dos parques da Saudade e José Guilherme Merquior, que também não foram criados. O Parque Florestal da Saudade foi criado informalmente (sem qualquer lei ou decreto) em 1988 e acabou fechado. - Uma das dificuldades para delimitar a APA da Saudade e dos Cabritos e criar os parques é descobrir a titularidade dos imóveis. Poucos são municipais. Teremos de desapropriar os imóveis e indenizar os proprietários - diz Bontempo. Outro empecilho são os recursos. - A delimitação da APA e a criação de novos parques terão que ficar para o ano que vem. Este ano, na Zona Sul, estamos gastando R$ 1,3 milhão para construir o Parque Penhasco Dois Irmãos e R$ 1,5 milhão para reformar o
33
Parque da Cidade - informa a responsável pela Secretaria de Meio Ambiente na Zona Sul, Marília Sampaio. Só que os moradores da Zona Sul não estão dispostos a abrir mão da delimitação da APA e da implantação dos parques. Representantes de associações de moradores da Lagoa estiveram com o prefeito Luiz Paulo Conde duas vezes no ano passado. Como os entendimentos não avançaram, uniram-se a associações de Botafogo, Leblon, Jardim Botânico, Horto, Laranjeiras, Fonte da Saudade e Humaitá para recorrer ao MP. Legislação à parte, o Favela-Bairro instalou até agora 1.980 metros de cerca para delimitar a área do Morro dos Cabritos a partir da qual as favelas (Tabajaras e Seiscentos, entre outras) não poderão se expandir. A previsão da Secretaria de Habitação é concluir a instalação dos 811 metros de marcos e cabos de aço restantes em dois meses. O órgão acredita que em julho o morro entrará em obras de urbanização, que deverão custar R$ 6,3 milhões e beneficiar 2.743 pessoas. As 47 famílias que se encontram fora do espaço permitido serão reassentadas dentro da comunidade. A invasão mais recente na região ocorreu no trecho da encosta do Morro da Saudade de frente para as ruas Pinheiro Guimarães e Real Grandeza, em Botafogo. É nesse ponto que o subprefeito Marcelo Maywald promete demolir 21 casas. Segundo ele, todos os moradores foram notificados: - Trata-se de uma área de proteção ambiental e de risco - explica o subprefeito. A presidente da Associação de Moradores de Botafogo, Regina Chiaradia, observa que a repressão às invasões nos morros dos Cabritos e da Saudade não pode se limitar às invasões de pobre: - É preciso reprimir as invasões de rico, que também ocorrem nesses morros - afirma Regina.
34
Anexo 3
Jornal do Brasil, Cidade, domingo, 3 de novembro de 2001
Paraíso e inferno são vizinhos na Barra
Renda média três vezes maior do que a do município e coberturas de R$ 6 milhões convivem com crescimento de favelas Prédios de arquitetura pós-moderna, shopping centers repletos de grifes famosas e letreiros poliglotas cercam uma maioria de ricos. A renda média mensal da população de 175 mil habitantes da Barra, de acordo com as estatísticas do Instituto Pereira Passos, é de 18 salários mínimos, três vezes maior do que a do município. Mas a réplica da Estátua da Liberdade, fincada na entrada do New York City Center convive com as mazelas decorrentes do progresso. Trânsito caótico, aumento da população de rua, favelização, empreendimentos imobiliários falidos e poluição ambiental são alguns dos problemas. Apesar de o bairro, com 175 mil habitantes, ainda estar engatinhando em termos de ocupação - com 8% da população prevista de 2 milhões de pessoas - são crescentes as preocupações com crescimento desordenado. O arquiteto Rodrigo Azevedo critica o desrespeito à legislação ambiental. ''Não era isso o que Lúcio Costa previa'', afirma, ressaltando que a filosofia do plano de ocupação do urbanista - datado de 1969 - tinha como meta harmonizar crescimento e preservação da natureza. O arquiteto Marcelo Santiago, professor de Técnicas da Construção da Universidade Estácio de Sá, discorda. ''O fundamental é para não agravar a já precária infra-estrutura sanitária do bairro. Não vejo problemas na construção de edifícios e hotéis'', diza, julgando que a cidade não tem outras opções de espaço para crescer. O vice-presidente da Câmara Comunitária da Barra, David Zee, é ainda mais otimista.''Enquanto o crescimento do resto da cidade foi muito desordenado, estamos empenhados em projetar, aqui, um bairro com qualidade de vida bem melhor. A idéia é não repetir os erros de Copacabana'', diz, Erros já há muitos e tenta-se evitar outros. Os moradores do condomínio Malibu estão há sete anos travando uma guerra judicial para impedir que a empresa Comércio Importação e Exportação Três Irmãos leve adiante a construção de um clube recreativo às margens da Lagoa de Marapendi. Eles conseguiram embargar a obra, mas aguardam um parecer definitivo da justiça.''Não permitiremos que a especulação imobiliária destrua o local em que moramos'', revolta-se Paulo Carraro, engenheiro civil e morador do condomínio. Ele lembra que o Malibu é um dos poucos condomínios da Barra que tem estação de tratamento de esgoto. Do outro lado do bairro, moradores dos condomínios Itália Fausta, Village e Engenheiro Neves da Rocha, na área do Itanhangá, também tentam preservar o verde. Eles estão preocupados com o crescimento de construções irregulares do Morro do Banco, que já foi beneficiado pelo Programa Favela-Bairro. ''Se o próprio poder público legalizou o que era irregular, fica complicado fazermos alguma coisa'', censura a publicitária Mariana Rocha
35
Penna, moradora do Village. A menos de sete quilômetros, outra expansão - a da favela de Rio das Pedras - vai encaminhando-se em direção a região central da Barra. O subprefeito Alexander Vieira da Costa garante que está atento ao fenômeno. ''Estamos monitorando estas ocorrências. O controle da ordem urbana é fundamental para o progresso da cidade'', afirma.
36
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37
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habitação coletiva na cidade do Rio de Janeiro- Estudo da modernidade através da
moradia. USP - Tese de Doutorado apresentada à faculdade de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade de São Paulo.
38
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 9
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Relações do desenvolvimento Econômico e a degradação
ambiental. 10
CAPÍTULO II - As principais Conferências Internacionais. 15
CAPÍTULO III – Problemas ambientais na Cidade do Rio de Janeiro 19
3.1- Educação Ambiental e suas indefinições 22
CONCLUSÃO 28
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 35
ANEXOS 30
ÍNDICE 37
FOLHA DE AVALIAÇÃO 38
39
40
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Candido Mendes.
Título da Monografia: Relações do Desenvolvimento Econômico e a
degradação ambiental: um exemplo da Cidade do Rio de Janeiro
Autor: Ana Cristina de Oliveira.
Data da entrega: 28/01/2006
Avaliado por: Maria Esther Araújo Conceito: