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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE ASPECTOS RELEVANTES DA FAMÍLIA BRASILEIRA ATUAL NA FORMAÇÃO INTEGRAL DO INDIVÍDUO Por: Camila Lopes Valente Orientador Prof. Edla Trocoli Nova Friburgo 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

ASPECTOS RELEVANTES DA FAMÍLIA BRASILEIRA ATUAL NA

FORMAÇÃO INTEGRAL DO INDIVÍDUO

Por: Camila Lopes Valente

Orientador

Prof. Edla Trocoli

Nova Friburgo

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

ASPECTOS RELEVANTES DA FAMÍLIA BRASILEIRA ATUAL

NA FORMAÇÃO INTEGRAL DO INDIVÍDUO

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Educação

Infantil e Desenvolvimento.

Por: Camila Lopes Valente

3

AGRADECIMENTOS

À Deus, pela oportunidade da vida.

Aos pais, José Valdecy A. Valente e

Libéria L. Valente, pela vida amorosa.

Aos mestres, pela sabedoria de ensinar

e aprender.

Ao noivo Rafael Fernandes e a irmã

Carolina Valente por partilharem do

meu sonho e nele acreditarem.

Aos amigos que conquistei, dividi

alegrias e dificuldades.

Ao Colégio Anchieta, laboratório vivo,

fonte de desafios e crescimento.

À Universidade Cândido Mendes, pela

oportunidade de construir-me

especialista em Educação Infantil.

4

DEDICATÓRIA

Aos professores da Educação Infantil,

que participam amorosamente e

comprometidamente com a arte de cuidar

e educar dos pequeninos.

Que todos os dias semeiam com sua

prática a esperança e alimentam com

amor o sonho de vê-los crescer como

seres humanos singulares, dignos e

felizes.

Acreditem na vida, invistam nas crianças,

na capacitação pessoal-profissional,

partilhem e cultivem sonhos. Sintam-se

verdadeiramente aprendentes e

ensinantes.

5

RESUMO

A presente monografia reflete sobre a importância da família,

destacando alguns aspectos relevantes da família brasileira atual na formação

integral do indivíduo.

Este tema justifica-se pela preocupação de resgate das relações entre

as pessoas.

Sendo o relacionamento social de suma importância para o ser humano,

deveria acontecer no seio da sua família o aprendizado primeiro sobre respeito

e valores em geral.

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METODOLOGIA

Este trabalho pretende ser desenvolvido com leituras de livros, de

artigos especializados sobre o assunto.

Serão feitas, também, pesquisas na Internet visando a um

acompanhamento nos sites sobre o comportamento da família atual.

As informações obtidas serão analisadas e registradas com relação

própria e com citações dos autores pesquisados, facilitando, assim, a

elaboração corrente do texto final.

Serão empregados métodos de pesquisa social e bibliográfica.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Histórico, Origem da Família 10

Nuclear

CAPÍTULO II - Concepções de Família 17

CAPÍTULO III – Pesquisa Sobre a Família 28

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40

BIBLIOGRAFIA CITADA 42

ÍNDICE 43

FOLHA DE AVALIAÇÃO 45

8

INTRODUÇÃO

A família brasileira atual se encontra inserida num contexto cujos

paradigmas não se referem totalmente aos anteriores. Tudo é tão novo, que,

na maior parte das vezes, não conseguimos nos reconhecer na sociedade em

que vivemos.

Devido às crises sócio-econômica, moral e ética, a família em geral

deixa de ser referência para a formação do indivíduo como um ser integral.

Há, além disso, questões relevantes a serem postas em destaque. Qual vem a

ser o limite da atuação da família na formação integral do indivíduo? Como os

responsáveis podem exercer autoridade sobre os filhos sem autoritarismo? Até

que ponto o panorama social atual influencia na atitude dos pais e dos filhos?

Espera-se com esta pesquisa apresentar a relevância da família na

formação de um ser humano integral. O presente trabalho visa, ainda,

relacionar aspectos de divergência entre a família tradicional e a moderna na

constituição do indivíduo, além de abordar pontos de vista de diversos

profissionais da área de educação sobre a postura do jovem, de maneira geral,

na sociedade.

O tema escolhido “Aspectos relevantes da família brasileira atual na

formação integral do indivíduo” justifica-se pela preocupação de resgate das

relações entre as pessoas.

Sendo o relacionamento social de suma importância para o ser humano

deveria acontecer no seio da sua família o aprendizado primeiro sobre respeito

e valores em geral.

Há que se resgatar os valores anteriores ou aprender a conviver com os

novos? De qualquer forma, justifica-se a discussão, na medida em que

estamos no “olho do furacão”, ou seja, em meio a uma crise social sem

precedentes.

A dualidade entre os caminhos mencionados anteriormente é o foco

motivador deste trabalho monográfico, por ser considerada responsável pela

9

angústia dos pais frente ao processo de construção de valores que guiarão o

indivíduo pessoal e socialmente para o resto de suas vidas.

Faz-se também necessário colocar a relevância da ética e da moral no

processo de construção de valores norteadores do comportamento não só

individual como social.

Este trabalho pretende ser desenvolvido com leituras de livros, de

artigos especializados sobre o assunto.

Serão feitas, também, pesquisas na Internet visando a um acompanhamento

nos sites sobre o comportamento da família atual. As informações obtidas

serão analisadas e registradas com redação própria e com citações dos

autores pesquisados, facilitando, assim, a elaboração coerente do texto final.

Quanto ao critério para identificação dos assuntos a serem arrolados,

numa primeira fase, será feita uma análise dos títulos sugeridos pelos

professores e na Internet, procurando identificar aqueles que melhor atenderão

ao conhecimento e desenvolvimento do tema. Serão empregados métodos de

pesquisa social e bibliográfica.

Após essas considerações iniciais, passo a esclarecer que o trabalho será

estruturado da seguinte maneira: no primeiro capítulo, será abordado um breve

histórico da família nuclear, seguido de dados sobre a família brasileira

contemporânea.

No segundo, haverá uma exposição sobre concepções de família, suas

estruturas, formação, mudanças ocorridas e exemplo familiar.

No terceiro capítulo, será apresentada uma pesquisa ilustrativa sobre a

família, realizada pelo Datafolha e publicada pelo Jornal de São Paulo.

Virão a seguir as considerações finais a que pude chegar com esta análise

e, finalmente, a referência de que me servi para meu embasamento teórico.

10

CAPÍTULO I

HISTÓRICO

ORIGEM DA FAMÍLIA NUCLEAR

Segundo antropólogos, um dos marcos da separação entre o

homem e os demais primatas foi o advento da família nuclear. Formada por

pai, mãe e filhos que vivem juntos, ela se opõe à chamada família estendida,

na qual os animais andam em bandos e as relações entre os membros

consanguíneos se dão de outras formas.

A mais antiga ossada de família nuclear já identificada data de quatro

mil e seiscentos anos antes de Cristo. Constava de pai, mãe e filhos de cinco e

nove anos de idade, que estavam enterrados juntos. Suas fraturas sugeriam

que foram vítimas de um massacre.

Até meados do século XX, prevalecia entre os antropólogos a ideia de que a

família nuclear era uma instituição apenas cultural, consagrada em mitos como

Adão e Eva, a primeira das famílias, segundo a Bíblia.

Segundo o biólogo holandês Frans de Waal, um dos maiores

primatologistas da atualidade, machos que ficavam perto das fêmeas tinham

mais chances de ter relações sexuais com elas e consequentemente ter mais

descendentes que os machos que apareciam apenas eventualmente.

A relação estável ganhou espaço porque, entre humanos, a criação de

um filho exige mais tempo do que a de outros primatas. O pai, estando por

perto, garantia comida, proteção contra predadores e assegurava a

sobrevivência da prole. O instinto familiar é ancestral ao Homo Sapiens.

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1.1 – Histórico da Família Brasileira

Para compreendermos a família brasileira atual, sua estruturação, suas

características, foi feita uma retomada histórica. Primeiramente, foi abordada a

história da organização familiar no Brasil, a “família patriarcal”.

CORRÊA (1982), em “Repensando a Família Brasileira”, mostra que sua

história começa nas regiões onde foram implantadas as grandes unidades

agrárias de produção, os engenhos de açúcar, as fazendas de criação ou as

plantações de café, no século XVI, transformando-se em matriz da sociedade

colonial inteira até meados do século XIX.

Questiona, ainda, as abordagens apresentadas pelos autores GILBERTO

FREYRE (Casa-Grande & Senzala) e ANTÔNIO CÂNDIDO ( “The Brazilian

Family”). A maneira como GILBERTO FREYRE denominou a família brasileira

não é representativa, visto que na mesma época existiam outras formas de

composição familiar no Brasil. Na crítica a GILBERTO FREYRE, aparece a

exclusão de todos os segmentos sociais que contribuíram para a compreensão

de família patriarcal da época, como a escravidão indígena, que teve papel

fundamental na povoação do país.

No início do século XIX, a corte portuguesa imperava no Brasil colonial. Nesse

período surge uma oposição entre o Estado colonial e a família senhorial

brasileira.

O respeito pela criança e pela mulher passou a ter lugar de destaque na

família. A mulher é percebida como responsável pela formação dos filhos. No

relacionamento conjugal, a higiene introduz normas que afetam as relações; a

intimidade permite um fluxo objetivo mais harmônico entre os membros da

família. A casa é modificada arquitetonicamente para melhorar o contato entre

o ambiente doméstico e o meio social.

Os pais preocupam-se com o desenvolvimento físico e sentimental dos filhos,

educam-nos para adquirir maior consciência de suas próprias individualidades.

O amor entre pais e filhos torna-se energia moral responsável pela coesão

familiar. ( COSTA, 1989).

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A medicina reafirma a posição da mulher no lar como o principal agente

da ideologia da família. Para isso, o casamento é instituído e o pai ganha um

papel significativo nessa relação. A citação de JURANDIR FREIRE COSTA,

em seu livro “Ordem Médica e Norma Familiar” (1989), ilustra este momento

com as seguintes colocações:

“O pai antigo era fundamentalmente um proprietário. Possuía bens, escravos, mulheres e filhos, a quem impunha sua lei e seu direito sem maiores obrigações para com terceiros. Deveres só consigo mesmo;(...) o ´pai higiênico´ nasceu com sua outra ética e outra profissão. (...) Seus deveres eram inúmeros, seus direitos diminutos. Devia prover a subsistência material da família, otimizar a reprodução física da raça e maximizar o patriotismo da sociedade”. ( COSTA, 1989, p. 239-240)

Assim, o homem perde seu poder absoluto, porém passa a ser visto

como modelo mais sensual e menos amoroso, mais racional e menos

sentimental; mais inteligente e menos objetivo. Além de trabalhar e manter a

família tinha de cuidar do corpo e do sexo. Com a higiene, esse homem vai

atuar sobre os filhos:

...”vai casar para ter filhos; trabalhar para manter os filhos; ser honesto

para dar bom exemplo aos filhos; investir na saude e na educação dos filhos;

poupar pelo futuro dos filhos, submeter-se a todo tipo de opressão pelo amor

dos filhos; enfim, ser acusado e aceitar a acusação, ser culpabilizado e aceitar

a culpa, por todo tipo de mal físico, moral ou emocional que ocorresse aos

filhos”. ( COSTA, 1989, P. 251).

Apesar de alguns estudos darem muita ênfase ao quadro da estrutura

familiar patriarcal no início do século XVI, outros estudos apontam para

aspectos diferentes da composição familiar no Brasil. Para SAMARA (1987),

houve uma exagerada tendência à moral e à pureza, conforme historiadores e

romancistas descreverem o quadro, esteriotipando algumas relações. Segundo

a autora, houve uma ruptura na complexidade familiar, levando pais a se

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separarem dos filhos solteiros e casados, de genros, de noras, e netos, não

vivendo com isso a mesma estrutura dos séculos XVIII e XIX, como era vivida

na “Casa-Grande & Senzala”, de GILBERTO FREIYRE.

A excessiva ênfase dada à autoridade do homem (marido) sobre a

mulher, no modelo patriarcal, não retrata outras formas de problemas

vivenciados. As mulheres, ociosas e recatadas, teriam, sob o ponto de vista da

historiografia tradicional, um estilo de vida restrito ao lar, segregadas e com

raras oportunidades de aparecer em público. As pinturas da época retratam

outra faceta da realidade: acrescentam imagens das mulatas, negras e

brancas pobres que andavam pelas ruas em busca da sobrevivência, ou viviam

vida promíscua ( prostituição). (p.34).

O quadro se apresenta no final do período colonial com características

marcantes, mostrando que na prática os valores tradicionais de submissão da

mulher estavam sendo afetados e modificados, embora a autoridade

permanecesse nas mãos do sexo masculino. Nota-se, nesse período, a saída

do homem do lar, levando a mulher a chefiar a casa. Inúmeras mulheres

começam a participar da vida ativa da sociedade, abrindo negócios, assumindo

cargos, assumindo chefia da família e trabalhando para manter os filhos.

(SAMARA, 1987).

A família contemporânea das classes populares luta pela sobrevivência,

enfrenta o estado de miséria, a desumanização, a perda de vínculos. De outro

lado, surgem os laços estreitos e amplos de solidariedade entre as famílias.

Essa luta pela sobrevivência aumenta a intimidade nos pequenos cortiços.

1.2. A formação de uma família

Quando um bebê nasce é responsável também pelo nascimento de uma

nova família. É a presença do primeiro filho que transforma um casal em

família.

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A separação de um casal sem filhos é muito mais simples que uma

separação de cônjuges que também são pais. É possível virar ex-marido ou

ex-mulher, mas pais são sempre pais, mesmo separados.

Com o nascimento de um bebê, nasce também um pai e uma mãe. A

mãe tem certeza da maternidade: a gravidez é sua garantia. Um filho

desenvolve o vínculo com a mãe antes mesmo de nascer.

A história tem demonstrado que o homem não tem tanta certeza de sua

paternidade. Não são tão raros os casos em que pais exigem exames de DNA

para comprovar a paternidade.

Na própria língua portuguesa a assimetria é evidente. Pai é sempre pai,

seja no singular ou no plural. Mãe é mãe somente no singular, pois no plural, a

palavra pais abrange o pai e a mãe.

As reuniões escolares são atividades mais familiares às mães que os

pais masculinos. Em reuniões escolares que chamam as mães, os pais

masculinos não vão. Nas reuniões de pais da escola, a grande maioria é

composta por mães, pois os pais masculinos geralmente não participam.

1.3. Família de Édipo

Pai e mãe são diferentes também em outro aspecto. É quase

impossível deixar de ser mãe. No entanto, deixa-se de ser pai com grande

facilidade. Na mitologia grega, há histórias em que pais masculinos matam

seus filhos masculinos pela disputa do poder.

Laio, pai de Édipo, mandou matá-lo porque o oráculo de Tebas

profetizou que o rei seria morto pelo próprio filho, que usurparia seu trono. Seu

criado levou Édipo para a floresta, pendurou-se numa árvore com um gancho

espetado nos pés e lá o abandonou. O menino foi encontrado por pastores que

o chamaram de Édipo, que significa “pés inchados”, e levaram-no ao Rei de

Corinto que o adotou. Já adolescente, Édipo ouviu do oráculo que mataria seu

pai e se casaria com sua mãe. Ele não sabia que era filho adotivo, por isso

fugiu para Tebas para evitar a tragédia.

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Numa “briga de estrada”, acabou matando Laio, sem saber que este

era seu pai. Por ter decifrado o Enigma da Esfinge que guardava Tebas, foi

pelo seu povo transformado em herói.

Como herói conheceu a rainha Jocasta, casou-se com ela e teve filhos.

Foi então que outro oráculo lhe confirmou: Édipo tinha matado seu pai, Laio, e

casado com sua mãe, Jocasta.

Sigmund Freud, criador da Psicanálise, eternizou o mito com o

Complexo de Édipo: competir com o pai pelo amor da mãe.

1.4. Pai menos educador que mãe

O problema da participação do pai na educação dos filhos tem uma

origem muito antiga. Falo desse problema, pois o pai faz muita falta no

cotidiano da educação.

Não é tão difícil encontrar ex-pais como também não é difícil encontrar

filhos procurando seus pais DNA. Pai DNA é o nome que dou ao pai biológico

identificado graças aos exames de carga genética.

É interessante observar o comportamento de alguns animais na relação

pai-filho. Num grupo de leões, por exemplo, quando um novo chefe vence uma

luta, costuma matar os filhotes do leão vencido. Com seus filhotes mortos, as

leoas entram no cio e são cobertas pelo novo chefe. Isso significa que elas

mantêm o novo DNA mais forte para sua descendência.

Talvez um estudioso do comportamento de leões pudesse pesquisar

quais complexos desenvolveriam os leõezinhos contra este “novo marido” da

mãe. Querer matar o grande leão talvez sem seja uma disputa de poder, mas

uma questão de sobrevivência dos leõezinhos.

Na natureza, a mãe, de modo geral, mata mais seus companheiros

sexuais que os seus filhos. O pai, na natureza, também de modo geral, mata

mais seus filhos que sua companheiras sexuais. É comum o homem ser mais

macho do que pai e a mulher mais mãe do que fêmea.

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Numa briga entre mãe e filhos, o homem geralmente protege mais a sua

companheira que os seus filhos. Numa briga entre pai e filhos, a mulher

geralmente protege mais os seus filhos que o seu companheiro.

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CAPÍTULO II

CONCEPÇÕES DE FAMÍLIA

A família representa um social primário que influência e é influenciado

por outras pessoas e instituições. É um grupo de pessoas, ou um número de

grupos domésticos ligados por descendência (demonstrada ou estipulada) a

partir de um ancestral comum, matrimônio ou adoção. Dentro de uma família

existe sempre algum grau de parentesco. Membros de uma família costumam

compartilhar do mesmo sobrenome, herdado dos ascendentes diretos. A

família é unida por múltiplos laços capazes de manter os membros

moralmente, materialmente e reciprocamente durante uma vida e durante as

gerações.

Podemos, então, definir família como um conjunto invisível de

exigências funcionais que organiza a interação dos membros da mesma,

considerando-a, igualmente, como um sistema que opera através de padrões

transacionais. Assim, no interior da família, os indivíduos podem constituir

subsistemas, podendo estes ser formados pela geração, sexo, interesse e/ ou

função, havendo diferentes níveis de poder, e onde os comportamentos de um

membro afetam e influenciam os outros membros. A família, como unidade

social, enfrenta uma série de tarefas de desenvolvimento, diferindo a nível dos

parâmetros culturais, mas possuindo as mesmas raízes universais

(MINUCHIN,1990).

2.1. Estruturas familiares

A família assume uma estrutura característica. Por estrutura entende-se

“uma forma de organização ou disposição de um número de componentes que

se interrelacionam de maneira específica e recorrente” (WHALEY e WONG,

1989; p.21). Deste modo, a estrutura familiar compõe-se de um conjunto de

indivíduos com condições e em posições, socialmente reconhecidas, e com

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uma interação regular e recorrente também ela, socialmente aprovada. A

família pode, então, assumir uma interação regular e recorrente também ela,

socialmente aprovada. A família pode, então, assumir uma estrutura nuclear ou

conjugal que consiste num homem, numa mulher e nos seus filhos, biológicos

ou adotados, habitando num ambiente familiar comum. A estrutura nuclear tem

uma grande capacidade de adaptação, reformulando a sua constituição,

quando necessário.

Existem também famílias com uma estrutura de pais únicos ou

monoparental, tratando-se de uma variação da estrutura nuclear tradicional

devido a fenômenos sociais, como o divórcio, óbito, abandono de lar,

ilegitimidade ou adoção de crianças por uma só pessoa.

A família ampliada ou extensa (também dita consanguínea) é uma

estrutura mais ampla, que consiste na família nuclear, mais os parentes diretos

ou colaterais, existindo uma extensão das relações entre pais e filhos para

avós, pais e netos.

Para além destas estruturas, existem também as denominadas de

famílias alternativas, sendo elas as famílias comunitárias e as famílias

homossexuais.

As famílias comunitárias, ao contrário dos sistemas familiares

tradicionais, onde a total responsabilidade pela criação e educação das

crianças se refere aos pais e à escola, nelas, o papel dos pais é

descentralizado, sendo as crianças da responsabilidade de todos os membros

adultos.

Nas famílias homossexuais, existe uma ligação conjugal ou marital entre

duas pessoas do mesmo sexo, que podem incluir crianças adotadas ou filhos

biológicos de um ou ambos os parceiros.

Quanto ao tipo de relações pessoais que se apresentam numa família,

Lévi-Strauss (1982) refere-se a três tipos de relação. São elas, a de aliança

(casal), a de filiação (pais e filhos) e a de consanguinidade (irmãos). É nesta

relação de parentesco, de pessoas que se vinculam pelo casamento ou por

uniões sexuais, que se geram os filhos.

19

Segundo ATKINSON e MURRAY (cit. Por VARA, 1996), a família é um

sistema social uno, composto por um grupo de indivíduos, cada um com um

papel atribuído e, embora diferenciados, consubstanciam o funcionamento do

sistema como um todo. O conceito de família, ao ser abordado, evoca,

obrigatoriamente, os conceitos de papéis e funções, como se pode verificar.

Em todas as famílias, independentemente da sociedade, cada membro

ocupa determinada posição ou tem determinado estatuto, como, por exemplo,

marido, mulher, filho ou irmão, sendo orientados por papéis. Papéis estes, que

não são mais do que, “as expectativas de comportamento, de obrigações e de

direitos que estão associados a uma dada posição na família ou no grupo

social” ( DUVALL; MILLER cit. Por STANHOPE, 1999; P. 502).

2.2. Formação pela família

“Eu queria que meu corpo fosse um ninho para o meu filho.” Rubem Alves.

Pode-se dizer que a educação começa no berço. Na verdade, a

educação pode começar já no útero. Sabe-se, através de pesquisas, que a

criança ouve “ruídos” do mundo externo e sabe distinguir entre voz do pai e da

mãe. Pelo tom de voz, o bebê poderá educar sua escuta e quem sabe sua fala

futura.

Desde sempre, a família acaba por surgir como um lugar onde aprende

a viver, ser e estar, e onde se começa o processo de conscientização dos

valores sociais inerentes à vida em sociedade e sem os quais, esta não

consegue subsistir. É neste ambiente que o indivíduo aprende a respeitar os

outros e a colaborar com eles.

A família é uma instituição privilegiada, pois é no seu seio que o homem

nasce e existe, despertando-se como pessoa.

Para SERRA (1999), a família tem como finalidade principal, a de

proteção. Reforça ainda, que a família ajuda a manter a saude física e mental

20

do indivíduo, por constituir o maior recurso natural para lidar com situações

potencializadoras de “stress” associadas à vida na comunidade. Especialmente

a figura materna desempenha papel fundamental no atendimento das

necessidades básicas da criança: alimentação, proteção e as primeiras noções

de estar no mundo, a qual chamamos formar.

Formar é uma palavra de origem latina, que instaura a ideia de “dar

forma aquilo que está disforme”. Entretanto, o desafio que se propõe à família

atual é que se passa fazer frente à questão da formação enquanto construção,

como um processo que contribua na organização dos conhecimentos e

pensamentos.

A intenção é a de auxiliar na construção de uma nova sociedade mais

harmônica e reflexiva. Isto significa, de certa maneira, encontrar para a

educação familiar alternativas democráticas, proporcionando às crianças o uso

de ferramentas com o objetivo para um “correto pensar”.

2.3. Mudanças na família

A Antropologia pode ajudar a compreender as diferenças entre pai e

mãe, por exemplo.

Um estudo do antropólogo Luiz Almeida Marins Filho sobre aborígenes

australianos revelou que várias sociedades primitivas eram matrilineares.

Os filhos ficavam com a mãe, que pertencia a um clã. O pai pertencia a

outro clã, onde estava a sua própria mãe. Não havia consanguinidade, pois pai

e mãe eram de clãs diferentes. Assim, quem educava o filho era a família da

mãe e o real protetor era o irmão da mãe.

Foi somente com o advento da agricultura na Mesopotâmia, há doze mil

anos, que as sociedades nômades começaram a tornar-se sedentárias, dando

início à civilização urbana, e o modelo de família mudou para o que

conhecemos hoje em dia.

21

De acordo com Aranha (1996), “a família por ser uma instituição social e

historicamente situada, está sujeita a mudanças de acordo com as relações

estabelecidas entre os homens”. Hoje, o que se observa é certo

distanciamento dos pais da tarefa de educar os filhos, visto que circunstâncias

históricas ligadas ao avanço e à hegemonia do capitalismo colocam em

primeiro plano o mundo do trabalho.

Nesse sentido, pais e mães, ausentes do mundo do lar, acabam por

delegar à escola a educação dos seus, o que gera uma certa transferência de

funções daquela instituição que tradicionalmente oferecia as bases sólidas

para a formação do sujeito para aquela que cumpria essencialmente a função

de socializar. Um bom exemplo dessa situação são os casos de pais que não

conseguem estabelecer limites claros em casa e cobram da escola o jeito de

se comportar das crianças.

Na nossa época, o relativismo moral tem se tornado semelhante a um

novo código de ética. Há um crepúsculo de valores que pode chegar a ser

dramático. Os juízes de valor não obedecem a um critério permanentemente, o

comportamento é bom ou mau em função das circunstâncias, do ponto de

vista pessoal, da opinião da maioria. Sobre esses juízes, Marilena Chauí

( 2000:336) considera que:

Não se procura viver e proclamar a verdade, mas relativizar a verdade para

que sirva às próprias conveniências e desejos. Há um conflito de valores e

gerações. Temos dois exemplos claros: nos jovens, a droga, e nos adultos, as

rupturas conjugais. Ambos os aspectos, nos colocam diante da fragilidade

existente nos nossos dias. Como faltam os valores, também faltam os

compromissos. Os compromissos representam estabilidade; os desejos levam

à versatilidade. Estes, tal como as sensações, variam de acordo com os

estados de ânimo ou a situação orgânica.

A família na atualidade vive uma crise, sem dúvida. Os diversos

modelos familiares estão confrontados, com uma decadência da autoridade

paterna, com dissoluções de costumes e com um desgaste dos princípios.

Esse confronto cria dificuldades em nível de estabilização social. Porém, só a

22

família é a instituição que pode assegurar a continuidade da civilização. Há de

haver uma saída. E a saída estará na família.

Considerando os novos tempos e os tipos de família que compõem a

sociedade, tentamos compreender este caos que se apresenta

cotidianamente e que nos amedronta: filhos assassinam pais e vice-versa,

irmãos se degladiam, marido mata a mulher, casamentos desfeitos após anos

de convivência ou com pouco tempo; filhos revoltados, desajustados e

infelizes. Jovens que estão se matando pelo uso das drogas. O que está

ocorrendo com as famílias?

No nosso cotidiano, a realidade da família está profundamente mudada.

Não são muitas delas bem constituídas no estilo tradicional, formadas por pai,

mãe e filhos, vivendo na unidade e compreensão.

Devemos ampliar o nosso conceito de família e pensar em grupos

diferenciados, constituídos por várias pessoas morando na mesma casa, mas

que podem estar unidos por segundas núpcias, com filhos que não são irmãos

entre si, às vezes, avós, tios ou outros parentes formando, assim, uma família

diferente. São frequentes os casos em que o que une pessoas não são os

laços de sangue ou parentesco, que mesmo quando existem não são garantia

de vínculos estreitos e clima familiar.

Toda a convivência humana é difícil, complicada. Frequentemente, os

interesses pessoais se sobrepõem aos valores comuns. É preciso que as

pessoas saibam que fazem diferença quando realizam bem o seu trabalho,

que a sua honestidade é um valor, que essa crença constrói esse país.

O filósofo Sócrates, conhecido pela máxima “apenas sei que nada sei”,

chama à reflexão e à percepção para uma verdadeira arte de viver: elevar o

diálogo ao patamar mais alto quanto possível, (ou seja, nada sou sem a

existência do outro). Serve de incentivo às pessoas, a refletirem sobre

aspectos importantes da vida. Platão, por exemplo, o mais brilhante discípulo

de Sócrates, ressalta sobre o valor da ética: a ética para muitos. Em tempos

como que vivemos, ser ético é essencial para qualquer atitude e ganha

significado em nosso dia a dia. Muitas vezes, confundem-se os termos ética e

moral.

23

Pode-se definir moral como o conjunto de princípios orientadores do

comportamento humano tendo como base, os valores cultivados pela

sociedade. Já a ética aponta para uma reflexão filosófica sobre os princípios

morais, tentando compreender os fundamentos das normas e das proibições.

A moral é praticada no nosso dia a dia através de nossas ações; a ética

seria a teoria sobre essas ações. Na verdade, a ação obedece a um critério de

cooperação social entre cidadãos. É uma ação moral. Existe uma ética

pensando essa ação, pois a cooperação é um critério de preservação da

própria espécie humana.

Segundo o Psicanalista Jurandir Freire Costa, a própria psicanálise foi

responsável por certa irresponsabilidade, principalmente por volta dos anos

1970, quando se costumava dizer que a religião já havia feito muitos de nós se

sentirem culpados. Desse modo, a Psicanálise incentivava

“... a pessoa ao encontrar o seu próprio desejo e o próprio prazer. Não tem

nada a ver com o que Freud pensava. Ele nunca imaginou a vida como uma

Disneylândia. As noções fundamentais do mesmo são as que dizem que nada

existe de mais importante do que a responsabilidade do sujeito para consigo e

para com o outro.”

Na opinião de Paulo Freire, mulheres e homens, seres histórico-sociais, nos

tornamos capazes de comparar, de valorizar, de intervir, de escolher, de

decidir, de romper. Por tudo isso, nos fizemos seres éticos. Só somos porque

estamos sendo. Estar sendo é a condição, entre nós, para ser. Não é possível

pensar os seres humanos longe, sequer, da ética, quanto mais fora dela. Estar

longe ou pior, fora da ética, entre nós, mulheres e homens, é uma

transgressão.

Voltando a analisar a sociedade moderna, observa-se que uma das mudanças

mais significativas é a forma como a família se encontra estruturada. Aquela

família tradicional, constituída de pai, mãe e filhos tornou-se uma raridade.

Existem famílias dentro de famílias. Com as separações e os novos

casamentos, aquele núcleo familiar mais tradicional tem dado lugar a

diferentes famílias vivendo sob o mesmo teto. Esses novos contextos

familiares podem gerar muitas vezes, uma sensação de insegurança e até

24

mesmo de abandono, pois a ideia de um pai e de uma mãe cuidadores, dá

lugar a diferentes pais e mães “gerenciadores” de filhos que nem sempre são

seus. Sendo assim, filhos podem estar perdidos, sem saber quais são as

regras mais elementares da convivência em sociedade destinadas

principalmente, a regular as relações humanas.

Antigamente, as funções exercidas dentro da família eram bem

definidas, hoje, o casal além de assumir diferentes papéis, conforme as

circunstâncias sai todos os dias para suas atividades profissionais. Assim,

observa-se que, em muitos casos, crianças e adolescentes acabam ficando

aos cuidados de parentes (avós, tios), estranhos (empregados) ou das

chamadas babás eletrônicas, como a TV e a Internet, vendo seus pais

somente à noite.

Toda essa situação acaba gerando uma série de sentimentos conflitantes, não

só entre pais e filhos, mas também entre os próprios pais. E um dos

sentimentos mais comuns entre estes é o de culpa. É ela que, na maioria das

vezes, impede um pai ou uma mãe de dizer “não” às exigências de seus filhos.

É ela que faz um pai dar a seu filho tudo o que ele deseja, pensando que

assim poderá compensar a sua ausência. É a culpa que faz uma mãe não

avaliar corretamente as atitudes de seu filho, pois isso poderá significar que ela

não esteve suficientemente presente para corrigi-las.

Enfim, a culpa de não estar presente, de forma efetiva e construtiva na

vida de seus filhos que faz, muitas vezes, um pai ou uma mãe ignorarem o que

se passa com eles.

Assim, pai e mães acabam tornando-se reféns de seus próprios filhos.

Com receio de contrariá-los, reforçam atitudes inadequadas e, com isso,

prejudicam o seu desenvolvimento, não só intelectual como também mental e

emocional.

2.4. Pelo exemplo

25

“Se antes as pessoas almejavam ser íntegras, solidárias, honestas como

foram seus pais, hoje isso parece não ter mais valor”, para Jurandir Costa.

Entretanto, diz ele, “há também o pai que batalha e tem coragem se impuser

ao filho, para que depois o filho agradeça.” (2004, p. 9 a 13).

Acredita-se que, uma boa forma de educar seja pelo exemplo; é a consciência

de não ter se omitido, negligenciado, e a certeza de ter repassado o melhor de

si para os filhos. Já diz um ditado: “As palavras movem, mas os exemplos

arrastam”. Ensinar valores éticos, morais e espirituais faz parte do exemplo a

ser dado. A conscientização vem seguida da ação. A receita do diálogo ainda

parece ser o caminho mais eficiente.

Num mundo globalizado, torna-se necessária a aproximação da família. Há a

necessidade de uma qualidade no tempo dispensado aos filhos.

Nossas crianças e adolescentes são bombardeados de informações

recebendo também educação pela mídia, pela escola, por amigos e tantas

outras fontes de aprendizado. Toda esta avalanche tanto pode levar ao

desenvolvimento sadio quanto ao desenvolvimento nocivo. Certamente,

nossos filhos encontram-se bem mais informados do que nós, pais, sobre a

realidade para a sua idade e de seu tempo.

A pedagogia do terror, do medo, da mentira com objetivo de intimidá-los e

nutri-los pelo medo, não funcionam mais. Não existe tampouco possibilidade

de colocá-los numa redoma para protegê-los das adversidades da vida.

Algo fundamental, e que se faz urgente, está pautado na diminuição da

distância existente entre as pessoas. A desinformação leva ao medo, este

produz a insegurança e por consequência o preconceito que colabora para a

rotulação, promovendo ainda mais a distância.

Nosso comportamento diante da sociedade é o reflexo do que recebemos

através da educação de um modo geral. Os exemplos dos pais nas atitudes e

nos gestos norteiam a educação dos filhos por toda a vida.

As crianças aprendem o que é respeito quando observam seus pais

tratando um ao outro, assim como os membros de sua própria família, com

gentileza e considerações. E também quando crescem convencidas de que a

maneira como foram tratadas é como devem tratar os outros. Gentileza e

26

consideração são marcas de respeito: podem ser manifestadas de mil

pequenas formas, dia após dia, semana após semana, ano após ano.

Nossa disposição para oferecer solidariamente um ao outro e a nossos filhos

ensinando-lhes como respeitar seus semelhantes. Através de nosso exemplo,

mostramos que respeito também significa aceitar as outras pessoas como ela

são, admitir que suas necessidades têm o mesmo peso das nossas e que, às

vezes, há até de vir antes das nossas.

Os filhos possuem uma noção muito prática de equidade e justiça: o que

é justo é certo; o que é injusto é errado. Estão habituadas aos jogos e

brincadeiras com regras claras definindo o que é justo e esperam que todo

mundo siga as mesmas regras.

Evidentemente, não é isto o que acontece no mundo real, embora existam

momentos em que todos gostaríamos que houvesse um livro de regras da vida

determinando qual maneira certa de proceder e que fosse respeitado por

todos.

A justiça é uma questão das mais sérias. Mas a noção de justiça e

equidade de nossos filhos começa com coisas pequenas também. Se

encararmos de modo respeitoso seus anseios de serem tratados de modo

justo, eles terão os fundamentos de que necessitam para estender o mesmo

tipo de respeito aos outros. É um grande salto dos seus direitos dentro de casa

para os direitos das pessoas no mundo inteiro, mas, com a nossa ajuda, verão

que um mundo com justiça para todos é algo por que podemos trabalhar juntos

e que este é um dos mais nobres desafios do homem.”

A melhor maneira de ensinar aos filhos conceitos abstratos, como

gratidão e solidariedade, é por meio de exemplos concretos. “As crianças

aprendem imitando os adultos”, afirma a psicopedagoga Nívea Fabrício, do

Colégio Graphein, em São Paulo.

Dizer uma coisa e fazer outra pode confundir a cabecinha delas.

“Os pais falam que o filho tem de respeitar o colega, mas, ao mesmo tempo,

violam as leis de trânsito, falando ao celular ou ultrapassando o sinal

vermelho”, exemplifica Nívea. Os pequenos protestam ao testemunhá-los

quebrando as regras: “Não pode fazer isso, mamãe!” “Os pais são o principal

27

modelo do filho. Por isso, é natural serem observados o tempo inteiro”, explica

a psicóloga Ana Cássia Maturano. Segundo ela, as crianças são pouco

flexíveis e costumam seguir “ao pé da letra” as regras. “O respeito ao grupo é

muito importante nessa faixa etária, daí vem a cobrança”, ressalta a mesma.

Além da coerência no discurso, se você infringiu um combinado na frente do

seu filho, os especialistas recomendam pedir desculpas, reforçando que ele

tem razão em corrigir os “infratores”. “Caso contrário, ele pode achar que é

normal, ou até divertido, desrespeitar as regras”, alerta Ana Cássia.

As necessidades humanas para uma formação emocional saudável não

mudaram, então, como enfrentar esse conflito?

Existem, sim, muito tipos de família hoje em dia, e essa instituição social,

nem de longe se parece com o modelo patriarcal existente antes. Porém, nem

por isso, se desviou dos deveres que a família tem em relação à educação,

provimento do sustento, condições de vida dignas e de respeito perante o

sujeito que ela forma.

A formação familiar é diversificada, com certeza, mas de forma alguma

pode ser negligente ou irresponsável a ponto de empurrar as suas

responsabilidades para outras instituições.

28

CAPÍTULO III

PESQUISA SOBRE A FAMÍLIA

A pesquisa realizada a seguir revela as mudanças no perfil da família

brasileira.

A edição de domingo, 07 de outubro de 2007 da Folha de São Paulo traz a

pesquisa nacional do Datafolha, realizada em 211 municípios, que traçou um

novo perfil da família brasileira. O resultado indica uma mudança nos hábitos,

valores e opiniões no país desde 1998, quando a Folha realizou a primeira

edição do mesmo levantamento.

Segundo a pesquisa, 49% dos brasileiros são casados. Já o número

médio de pessoas por casa é de 3,8 enquanto 2,7 é a quantidade média de

filhos por família. Sobre a renda, 35% dos brasileiros ganham até dois salários

mínimos, e outros 24% ganham entre dois e três salários mínimos.

Entre as principais mudanças detectadas pela pesquisa, entre dois

períodos, está a maior tolerância das famílias para aspectos como perda da

virgindade, sexo no namoro e na casa dos pais, gravidez sem casamento e

homossexualismo. Por outro lado, cresceu a rejeição à prática do aborto, o uso

de drogas é condenado, e a fidelidade é mais valorizada que uma vida sexual

satisfatória.

O levantamento é mostrado em revista com 74 páginas. Especialistas,

cientistas sociais e colunistas do jornal fazem interpretação das mudanças.

3.1. Muitas mudanças

Está longe de ser um “liberou geral”. Mas de 1998 a 2007 mudou

bastante coisa nas atitudes dos brasileiros com relação à sexualidade, à moral

e à família. A pesquisa do Datafolha feita neste ano, que repete questões

feitas quase dez anos atrás, apresenta sinais contraditórios. Diminui (muito) a

29

rejeição ao homossexualismo. Mas também aumenta a rejeição ao aborto.

Cresce a importância atribuída à religião. Mas ver a filha solteira engravidar já

não alarmaria tanta gente.

A aceitação ao homossexualismo parece estar como dizem,

“bombando”. Leia-se a pergunta. “Se você soubesse que um filho homem está

namorando um homem, você consideraria um problema muito grave, mais ou

menos grave, pouco grave ou não consideraria um problema?”

Em 1998, 77% dos entrevistados achavam que essa situação seria

“muito grave”. O índice caiu 20 pontos percentuais em nove anos: hoje, só 57%

teriam essa reação. Se o “problema” ocorresse com uma filha, os níveis de

tolerância não se alterariam significativamente: 55% dos entrevistados não

achariam “muito grave” se ela namorasse outra garota.

Os dados surpreendem bastante, uma vez que num livro recém-publicado, A

Cabeça do Brasileiro, de Alberto Carlos de Almeida (editora Record), o

homossexualismo é objeto de forte rejeição. A pesquisa foi feita em 2002 e

mostra que 89% da população afirma ser “totalmente contra” ou “um pouco

contra” o sexo entre dois homens.

3.2. Homossexualismo e raça

Cinco anos de intervalo entre uma pesquisa e outra não explicam tudo,

e sem dúvida entramos aqui no labirinto das sutilezas metodológicas. É que a

pergunta feita na pesquisa de Alberto Almeida é um bocado diferente. Em vez

de imaginar a situação de um filho namorando outro homem, o questionário

indaga diretamente se o entrevistado aprova ou rejeita “o homossexualismo

masculino” em geral. Pode-se imaginar que ele condene a prática, pensando

nas suas próprias preferências ou nas “leis da natureza”, sem, entretanto

arrancar os cabelos se um filho a experimentasse.

Mesmo assim, o avanço é espantoso. Ainda mais quando só 3% da

população consideram “moralmente aceitável” fazer um aborto, contra 87%

30

que acham isso “moralmente aceitável” fazer um aborto, contra 87% que

acham isso “moralmente errado”, e 6% que, estranhamente, afirmam não ser

essa “uma questão moral”.

Os maiores sinais de liberação e modernidade talvez apareçam, na verdade,

quando determinadas “questões” simplesmente deixam de ser. . . “questões”.

De 1998 a 2007, subiu de 76% para incríveis 92% o índice de entrevistados

que não considerariam um problema se o filho namorasse uma pessoa de

outra cor. Com a filha, a toada muda um pouco: o índice baixa para 85%.

Mesmo assim, eis uma questão em que a teoria faria bem em ser testada na

prática.

3.3. Modernidade

Em 1998, quando foram publicados os números da primeira pesquisa foi

lembrado alguns costumes e preconceitos que os brasileiros conheceram na

infância, durante os anos 1960.

Os familiares mais velhos costumavam reclamar quando grávidas usavam

biquíni; divórcio, ou “desquite”, que era o que havia na época, surgia

indubitavelmente como um acontecimento raro e de considerável gravidade.

Hoje, nenhum pesquisador nem sequer cogitaria colocar questões sobre

divórcio num levantamento de opinião. O assunto foi vencido pela

modernidade. Seria o caso de dizer que pergunta boa, numa pesquisa sobre

sexualidade, é pergunta morta. As melhores notícias, como se sabe, são

aqueles de que ninguém se dá conta.

Os maiores sinais de liberalização talvez apareçam quando determinadas

questões deixam de ser questões; o assunto é vencido pela modernidade.

3.4. Lugar de mulher é em casa

31

Para as feministas, esse, sim, é um número alarmante. No mesmo país

em que, segundo o dado mais recente do IBGE, 29,2% dos lares são

chefiados por mulheres, 33% dos entrevistados pelo Datafolha acham que as

mulheres devem deixar de trabalhar fora para cuidar dos filhos. Na

segmentação por sexo, a resposta foi dada por 36% dos homens e 30% das

mulheres ouvidas.

Outros 49% dos brasileiros aceitam que a mulher trabalhe desde que o salário

dela seja realmente necessário para o orçamento familiar. O índice dos que

defendem que a mulher deve abrir mão do trabalho pelos filhos é menor entre

os que cursaram o ensino superior: 19%. O que, no entanto, não deixa de ser

um número alarmante, segundo a assistente social Sonia Coelho, militante da

Sempreviva Organização Feminista ( SOF).

Para ela, os dados revelam que a melhoria das condições das mulheres na

sociedade não depende apenas da evolução do nível educacional da

população. “Mais do que uma mudança ideológica sobre o papel da mulher, é

necessária uma mudança na atuação do Estado no setor”, acha.

(Coelho,2007).

Para ela, enquanto as mulheres tiverem que se redobrar para conciliar sua

atividade remunerada e a maternidade, dificilmente poderão concorrer em pé

de igualdade com os homens no mercado de trabalho. E, se não puderem

concorrer com eles, tampouco conseguirão derrubar a opinião arraigada de

que a maternidade é o seu principal papel na sociedade. “É preciso acabar

com a ideia de que a mulher só trabalha para complementar a renda do

marido”, afirma.

A saída, segundo a feminista: “O Estado deveria garantir condições para

que elas tenham filhos sem serem prejudicadas por isso. Oferecer vagas em

creches e promover campanhas que combatam a discriminação no mercado

de trabalho estão entre as ações prioritárias”, defende. (2007).

3.5. Comportamento de risco

32

A discussão intensa, nos últimos anos, sobre a descriminalização da maconha

ainda não provocou mudanças significativas na opinião pública. A nova

consulta apontou só uma pequena queda nas respostas “muito grave” à

pergunta sobre o que o entrevistado pensaria de o filho ou a filha fumar

maconha. No caso de filhos homens, caiu de 78% para 72%. No caso de

filhas, oscilou de 80% para 78%. Fumar maconha ainda é considerado

moralmente errado por 85% das pessoas, número só abaixo do que diz

respeito a praticar o aborto (87%).

“A violência tem piorado, a criminalidade aumenta exponencialmente, e isso

está sendo associado, correta ou incorretamente, ao tráfico de drogas e à

acusação que se faz aos usuários de também serem responsáveis pela

violência”, avalia o antropólogo Gilberto Velho (1987), do Museu Nacional da

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Já tendo acompanhado por muito tempo pesquisa com usuários, ele diz ter

ouvido muitos relatos de pessoas que deixaram as drogas “por causa do

banditismo, assumindo que tinham algum tipo de responsabilidade”.

Velho, argumenta que, ao contrário do que indicar os números, a maconha é

muito difundida. As respostas, dadas pode não ver problema nenhum em

fumar maconha, mas é ato ilícito”, afirma ela. (Vermelho/FSP – publicado em

08/10/2007).

A opção “muito grave” fica num patamar mais alto quando o tema é

cocaína, mas também sem alteração significativa: 83% dos entrevistados

avaliaram assim o ato entre os filhos ( contra 87% de 1998 ) e 86% se fossem

filhas ( contra 84%).

O índice mais alto de “muito grave” é no item “fazer parte de uma

gangue violenta”.

Pensando em filhos homens, 89% cravaram a resposta e, em mulheres, 90%.

Em 24 de junho, num caso de repercussão nacional, jovens espancaram a

doméstica Sirlei Dias Carvalho no Rio. No último dia 16 de outubro, três

adolescentes mataram um índio em Minas Gerais.

Sobre o filho ser corrupto, 80% das pessoas avaliaram a hipótese como muito

grave – sobre as filhas, 83%.

33

3.6. Moral mais - de - 20

O que vale para o brasileiro em geral não vale para os que vivem renda

superior a 20 salários mínimos mensais, é o que se conclui avaliando as

respostas sobre questões morais. Começa na pergunta sobre mentir ao

declarar o Imposto de Renda. Enquanto, na média, 66% consideram a atitude

“moralmente errada”, na turma dos mais de 20 – que o leão também tende a

morder com mais força – o índice é de 46%. Para 29%, a mentira nesse caso

nem é uma questão moral. Nessa parcela de renda, o comportamento

homossexual é aceito por 31%, enquanto a média estaciona em 21%. No

aborto, o índice de 87% de “moralmente errado” para 87% cai a 69% para os

que ganham mais de R$7.600.

Entre os que ganham mais de 20 salários mínimos mensais, cai para 50% os

que consideram muito grave fumar maconha.

A diferença de 20 pontos se mantém na questão das drogas. Na média, 87%

consideram fumar maconha “moralmente errada”. Entre os mais – de - 20,

67%. Beber excessivamente? Na média, 79%, contra 54% dos mais ricos. Já

entre os que ganham até dez salários mínimos, a reprovação à bebedeira

alcança 80%, um abismo de 26 pontos em relação à classe mais alta.

São também os mais ricos que preferem mentir a magoar os sentimentos

alheios: 40% aceitam a prática, contra 22% na faixa de ganhos médios e 18%

entre os menos – de – dez.

3.7. A família brasileira

- 3,8 é o número médio de pessoas por casa.

- A quantidade média de filhos por família é 2,7.

- 27% dos casais estão juntos há mais de dez anos e menos de 20 anos.

- Os casados com filhos que têm renda de até dez salários mínimos são 91%.

- Os brasileiros que não costumam conversar durante as refeições equivalem a

30%.

34

- 35% dos brasileiros ganham até dois salários mínimos, e outros 24%

ganham entre dois e três salários mínimos.

- 65% têm escolaridade de nível médio e 15% nível superior.

- 49% dos homens arcam com a maior parcela das despesas da família. Entre

as mulheres, esse percentual cai para 29%.

3.8. Relações de família

- 76% dos entrevistados avaliam como ótima/boa a relação com o pai,

enquanto 91% dizem o mesmo da relação com a mãe.

- 71% consideram ótimo/bom o relacionamento com irmãos e 68% com irmãs.

- No caso do almoço dominical com pai/mãe, 92% professam o hábito; com os

filhos, 96%. Com outros integrantes da família, 90% almoçam com avô/avó.

- Em 90% dos casos em que o filho fica doente quem cuida é a mãe, contra

15% o pai.

Acompanhar refeições (83%, elas a 18%, eles); levar ao médico ou dentista

(89% a 22%); e ir a reuniões na escola ( 78% a 21%).

- Para 93% delas, o relacionamento é considerado ótimo/bom com os filhos. E

65% avaliam ter dedicado o tempo necessário aos filhos. Já entre os homens,

88% avalia a relação com filhos como ótima/boa e apenas 49% acham que

dedicaram o tempo necessário.

3.9. Solidão pesa mais para elas

- 60% de quem mora sozinha na região Sul avalia a experiência como

ótima/boa; é o maior percentual do país.

35

- 38% dos que moram sozinhos nas regiões Norte/Centro-Oeste avaliam a

experiência como ótimo-boa. No Nordeste, são 42%; no Sudeste, 54%.

- Na faixa dos 26 aos 40 anos, 77% das mulheres reclamam da falta de

companhia; eles são apenas 30%.

- 37% dos brasileiros são solteiros.

- 24% de mulheres e homens solteiros no país moram com os pais.

3.10. Impactos da separação

- 1 em cada três jovens diz ser filho de pais separados, mas apenas 9% dos

entrevistados declaram esta situação.

- 6% são viúvos.

- Em 75% dos casos é a mulher que ajuíza o pedido de divórcio.

- Só 45% pagam pensão. 43% dos que ganham de dez a 20 salários mínimos

pagam, contra 31% dos que recebem mais de 20 salários.

- O percentual de homens que paga pensão para a ex-mulher é de 7%. Entre

as mulheres, a taxa das que pagam pensão aos filhos é de 1%.

- 1 em cada três jovens é filho de separados.

- 22% dos sulistas têm os pais separados, contra 25% em todas as outras

regiões do país.

36

- 2% dos entrevistados declaram ter filhos de outra relação, e menos ainda,

1%, convivem com filhos de casamento anterior e do atual.

3.11 Casamento e fidelidade

- Quatro em cada dez mulheres votaram na “fidelidade” como o item mais

importante para um casamento feliz. 35% delas preferiram o “amor”, 14% a

“honestidade” e, surpresa, “filhos” e “vida sexual satisfatória” foram a opção de

apenas 5%.

- Para 37% dos homens a fidelidade também é o mais importante para o

casamento, seguido de 35% o amor.

- 49% de brasileiros casados

- 44% selam a união tanto em cartório de registro civil quanto em igreja

- Entre os homens, 50% querem se casar novamente e 318, não; entre

mulheres, o cenário é o oposto.

- A classe A/B trai mais: 24% contra 16% na D/E

- Entre os que têm de 16 a 25 anos, 92% dos homens afirmam que o

casamento está “ótimo” e “bom”. A diferença com as mulheres é de apenas

três pontos percentuais: 8%.

-Depois dos 41 anos: 87% dos homens consideram “bom ou ótimo” o seu

casamento, contra 77% das mulheres.

- 14% dos casais entrevistados não têm filhos.

37

- Solteiros que já se casaram ou viveram com alguém como se fossem

casados são 17%

- 84% discorda de que o casamento deva ser mantido pelo “bem dos filhos”.

3.12. Drogas e homossexualismo

- Entre os que ganham mais de 20 salários mínimos mensais, cai para 50% os

que consideram muito grave fumar maconha.

- No Norte/Centro-Oeste e no Sul a tolerância ao homossexualismo cai para

15% no Nordeste, 10%.

- 57% acham que uma relação homossexual de um filho homem é “muito

grave”. Já se ocorresse com uma filha, 55% dos entrevistados não achariam

“muito grave”.

3.13. Aborto

- 87% condenaram a interrupção da gravidez. No caso de acontecer dentro da

família o número para 71%.

- A resposta de o aborto ser “moralmente errado” foi dada por 90% dos que

têm ou cursam ensino fundamental e por 77% dos de ensino superior.

- 82% responderam que forneciam apoio para que a filha levasse a frente

gravidez em qualquer situação. Mas quando a pergunta troca de gênero e se

38

refere a um filho que engravidasse uma garota, o índice dos que apoiariam o

nascimento em qualquer circunstância cai para 71%.

- 15% dos pais entrevistados pressionam filhos a casar quando há a gravidez.

39

CONCLUSÃO

Há a garantia que uma das comunidades que conseguiu sobreviver a

tudo, desde o início, há mais de dez mil anos, até os dias de hoje, é a familiar.

Ela se adapta a todos os tipos de mudanças: de número, de poder, de política,

de sociedade, de riqueza, de cultura, de gênero, de religião, de língua, de raça,

de cor, etc.

A família garante a perpetuação e a sobrevivência da espécie custe o

que custar. Dificilmente vamos encontrar adultos totalmente dedicados à

educação dos descendentes, como os pais. Desde a vida uterina até

praticamente a morte, os membros da família passam por ciclos de

dependência; a última fase é a senilidade, que nos torna dependentes outra

vez.

Portanto, por tudo que foi pesquisado ratifica-se que a família esteve,

está e sempre estará presente claramente com as funções biológica, de

garantir a proteção e os cuidados às novas gerações, e social, de transmissão

de padrões e normas de cultura bem como tantas outras funções. Desta

maneira, o modelo familiar pode mudar, mas seu caráter instrumental de

formação do indivíduo dentro da população permanece.

Á família caberá o dever de educar...

Família é doação.

A família assume os seus.

A família, meu teto, meu chão.

Na família, o porto seguro.

Com a família, o conviver...

40

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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Acesso em 05/09/2010

43

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

HISTÓRICO, 10

ORIGEM DA FAMÍLIA NUCLEAR

1.1 – Histórico da família brasileira 11

1.2 – A formação de uma família 14

1.3 – Família de Édipo 14

1.4 – Pai menos educador que mãe 15

CAPÍTULO II

CONCEPÇÕES DE FAMÍLIA 17

2.1 - Estruturas familiares 17

2.2 – Formação pela família 19

2.3 – Mudanças na família 20

2.4 – Pelo exemplo 25

CAPÍTULO III

PESQUISA SOBRE A FAMÍLIA 28

3.1 - Muitas mudanças 28

3.2 - Homossexualismo e raça 29

3.3 – Modernidade 30

3.4 – Lugar de mulher é em casa 30

3.5 - Comportamento de risco 31

44

3.6 – Moral mais – de – 20 33

3.7 - A família brasileira 33

3.8 – Relações de família 34

3.9 – Solidão pesa mais para elas 34

3.10 – Impactos da separação 35

3.11 – Casamento e fidelidade 36

3.12 - Drogas e homossexualismo 37

3.13 – Aborto 37

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40

BIBLIOGRAFIA CITADA 42

ÍNDICE 43

45

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Instituto A Vez do Mestre

Título da Monografia: Aspectos Relevantes da Família Brasileira Atual na

Formação Integral do Indivíduo

Autora: Camila Lopes Valente

Data da entrega: 25/01/2011

Avaliado por: Edla Trocoli Conceito: