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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
CURSO TERAPIA DE FAMÍLIA
PENA ALTERNATIVA
Por: Márcia de Araújo Soares
Orientadora
Professora Ms. Maria da Conceição Maggioni Poppe
Rio de Janeiro
2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
CURSO TERAPIA DE FAMÍLIA
PENA ALTERNATIVA
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Terapia de
Família.
Por: Márcia de Araújo Soares
Rio de Janeiro
2010
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AGRADECIMENTOS
Agradeço acima de tudo a DEUS por me permitir chegar até aqui e superar todos os obstáculos dando me forças para continuar.
A minha querida mãe por está sempre ao meu lado apoiando, incentivando, acreditando e torcendo por mim.
Aos meus “anjos da guarda” pessoas especiais que Deus sempre coloca em meus caminhos.
E finalmente a todos os meus amigos conquistados.
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"Os homens não precisam,
absolutamente, ser levados pelos
caminhos extremos; deve-se procurar
os meios que oferece para os
conduzir."
MONTESQUIEU - "O Espírito das Leis”
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RESUMO
O presente trabalho se propôs traçar o perfil dos prestadores de serviços comunitários que cumprem a medida na SEMPEV. Para tanto achou-se necessário contextualizar como a exclusão social contribui para o aumento da criminalidade, bem como a falência do sistema prisional, mostrando a natureza das penas privativas de direitos, e atuação do Serviço Social junto aos apenados e novos arranjos familiares. A metodologia utilizada para a coleta dos dados, foi através de pesquisa, qualitativa, utilizando como instrumento entrevistas semi-estruturadas através sete entrevistado considerando a visão que tinham da medida antes e após sentença e os impactos ocorrido em seu cotidiano em decorrência da mesma. Dentro desse contexto de privação de liberdade e de falta de oportunidades, a recuperação do apenado para viver na sociedade parece uma utopia, pois consideram a prisão uma tortura psicológica que não recupera os apenados, ao contrário, torna-os piores.
Palavras chave: Exclusão Social, Falência do Sistema Prisional, Família,
Penas Alternativas.
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METODOLOGIA
A pesquisa baseia-se nos fatos apresentados no dia a dia da Secretaria
Municipal de Assistência Social e Prevenção à Violência (SEMPEV) em
especial Plantão Social, por ser um setor que lida com as diversas expressões
da questão sociais dentre elas o cumprimento das penas alternativas.
Nesta perspectiva o olhar que se tem sobre os portadores de serviços
comunitário será determinado pela noção de produção de subjetividade. São
colocadas em questão as formas de existência. Para que pudesse responder
minhas inquietações, é o da própria instituição que não possui material
sistematizado, foi necessário traçar o perfil sócio econômico dos cumpridores
de medidas, com o objetivo de conhecer o seu público, para melhor direcionar
os programas de acordo com sua realidade.
Este movimento confere como objetivo máximo reintegrar do indivíduo o
mesmo à sociedade. Prioriza formas alternativas que visam à reabilitação
social, ou seja, o resgate de poder, como forma de controle social.
Para se tratar de um tema que perpassa valores éticos e morais foi
necessário utilizar a realização deste estudo, a técnica de pesquisa com
abordagem qualitativa.
Segundo MINAYO (1999) se preocupa nas ciências sociais, com um
nível de realidade que não pode ser quantificado, ou seja ela trabalha com o
universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes que
corresponde a um espaço mais profundo das relações dos processos e dos
fenômenos que não podem ser reduzidos a operacionalização de variáveis.
A pesquisa foi realizada através de entrevistas semi-estruturada, foi
devido à questão da interação que se tem com o entrevistador pós a mesma
permite conhecer com maior clareza suas particularidades.
Entrevistas é um Instrumento privilegiado de coleta de informações para as ciências sociais é a possibilidade de a fala ser reveladora de condições estruturais, de sistema de valores, normas e símbolos (sendo ela mesma um deles) e ao mesmo tempo ter a magia de transmitir, através de um porta-voz, as representações de grupos determinados, em condições históricas, sócio-econômicas e culturais específicas. (MINAYO, 2003,p.44).
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O instrumento de coleta de dados utilizados para elaboração do
trabalho, se constituiu na aplicação de questionário (Anexo 3) com perguntas
fechadas e abertas com sete apenados, que se deu na própria Secretária com
autorização para realização da pesquisa ( Anexo 1) que foi utilizado o termo
de consentimento livre e esclarecido (Anexo 2) durante três semanas levando
em conta que o cumprimento da pena ocorre em dias alternados.
Foi adotada, ainda a técnica de observação do participante que Segundo
Minayo (2000) este tipo de técnica se realiza através do contato direto do
pesquisador com o fenômeno observado.
.Completa o mesmo autor dizendo que é uma técnica necessária para
obter informações sobre a realidade dos atores sociais em seu próprio
contexto. A importância dessa técnica reside no fato de podermos captar uma
variedade de situações ou fenômenos que não são obtidos por meios de
perguntas.
Para manter o anonimato dos apenados foi utilizada a estratégia de dar
os nomes fictícios.
Apesar de ter contato direto com alguns dos entrevistados, senti muita
resistência por parte deles antes e durante a realização das entrevistas.
Mesmo explicando sua finalidade o questionário era respondido com muito
receio, principalmente quando chegava às perguntas abertas percebi o quanto
era difícil tocar no assunto. Que de certo modo afetava o preenchimento do
questionário.
A Secretaria Municipal de Assistência Social e Prevenção à Violência
situada a Rua Terezinha Pinto, n° 297- Centro de Nova Iguaçu, região
Metropolitana do Rio de Janeiro. Foi criada no mês de maio de 2006, com a
fusão das Secretarias de Promoção Social, Agricultura, Comercio, Trabalho e
Idoso passando assim a desenvolver diversos programas voltados para a
promoção social da população.
Cada antiga Secretaria é coordenada por um secretário adjunto
especifico, tendo como Política Institucional a Constituição Federal de 1988
que traz uma nova concepção para a Assistência Social Brasileira. Incluindo
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no âmbito da Seguridade Social e regulamentada pela Lei Orgânica da
Assistência Social – (LOAS) Que de acordo com seu artigo primeiro a
Assistência Social, é direito do cidadão e dever do Estado, ela é Política de
Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada
através de um conjunto integrado de iniciativa pública e da sociedade para
garantia do atendimento ás necessidade básicas.
Nesse sentido, pode-se afirmar que a LOAS estabelece uma nova matriz
para a assistência social brasileira, iniciando um processo que tem como
perspectiva torná-la visível como política pública, e como direito aos que delas
necessitarem.
O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) regula em todo o
território nacional a hierarquia, os vínculos e as responsabilidades do sistema
de serviços, benefícios, programas e projetos de assistência social, de caráter
permanente ou eventual, executados e providos por pessoas jurídicas de
direito público sob critério universal e lógica de ação em rede.
A Secretaria funciona de segunda a sexta feira das 9 às 18 horas, está
localizada na Cidade de Nova Iguaçu Munícipio do Estado do Rio de Janeiro
região da Baixada Fluminense.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8............................................................................................ 10
CAPITULO 1 :
O SISTEMA PENAL E A INSERÇÃO DOS PENADOS NA SOCIEDADE...... 12
1.1 – Exclusão Social.......................................................................... 12
1.2 - Falência do Sistema Prisional................................................... 14
1.3 - Penas Restritivas de Direito 8...................................................16
1.4 - O Papel do Assistente Social junto aos PSC 8........................ 17
CAPITULO 2 :
FAMÍLIA NOVOS ARRANJOS, NOVOS PAPEIS.......................................... 21 2.1 – A Revalorização da Família pelo Estado 8.............................. 22 2.2 - Políticas Sociais Brasileiras 8.................................................. 23
CAPITULO 3 : ANÁLISES DOS DADOS COLETADOS........................................................ 25
3.1 - Dados Utilizados para Análises 8............................................ 26 3.2 - Entrevistas 8............................................................................. 29
CONSIDERAÇÕES FINAIS 8........................................................................ 34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 8........................................................... 37 ANEXOS: 8.................................................................................................... 39 Anexo 1 8........................................................................................................40 Anexo 2 8........................................................................................................41 Anexo 3 8....................................................................................................... 42
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INTRODUÇÃO
De acordo com Dotti (1999) a nossa realidade carcerária é
preocupante, os nossos presídios e as nossas penitenciárias, abarrotados,
recebem a cada dia um grande número de indiciados, processados ou
condenados, sem que se tenha a mínima estrutura para recebê-los; e há,
ainda, milhares de mandados de prisão a serem cumpridos; ao invés de
lugares de ressocialização do homem, tornam-se, ao contrário, fábricas de
criminosos, de revoltados, de desiludidos, de desesperados; por outro lado, a
volta para a sociedade (através da liberdade).
Ao invés de solução, muitas das vezes, torna-se mais uma via crucias
pois são homens fisicamente libertos, porém, de tal forma estigmatizados que
tornam-se reféns do seu próprio passado.
Para atender a atual realidade que se encontra o sistema carcerário
surgiu a necessidade de buscar alternativas para punir o indivíduo que comete
crime cujo o juiz considera ser de baixo potencial ofensivo, visando-o evitar
sua degradação e contaminação pelo sistema penitenciário, pós não há uma
separação entre os réus primários e aqueles considerados de alta
periculosidade, ou seja, todos habitam o mesmo espaço , transformando-os em
pessoas ainda mais, cruéis e revoltados por conta da violação de seus direitos.
No Brasil, através do decreto lei n° 7.209 de 11/ 04/84, que trás a
reforma do Código Penal de 1940, se configura na da primeira lei que substitui
a pena de prisão por uma forma mais justa, educativa e útil, não só para o
apenado como também sua família e sociedade.
Percebe-se que a substituição da pena privativa de liberdade para a
pena restritiva de direito tem se mostrado de grande relevância para poder
judiciário, pós sua aplicação, visa ao mesmo tempo punir o indivíduo pelo ato
ilícito que cometeu, como também se preocupa em conscientizar o réu no
sentido educativo de modo que o mesmo possa ser reintegrado á sociedade,
pós o permite cumprir sua pena sem ser privado de liberdade.
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Através desta realidade procurei realizar uma pesquisa de caráter
qualitativo.
Como instrumento de coleta de dados, foi utilizada entrevista semi-
estruturada realizada na própria secretaria, que se constituiu na aplicação de
questionário com perguntas fechadas e abertas na qual que possibilitou melhor
compreensão para análise dos resultados.
Sendo assim o objetivo deste trabalho e traçar o Perfil dos prestadores
de serviços comunitário, que cumprem a medida na Secretaria Considerando à
visão sobre o cumprimento das penas e os impactos decorrentes da medida
em suas vidas.
No primeiro capítulo será apresentada a parte teórica da pesquisa, que
aponta a exclusão social como fator que contribui para o aumento da
criminalidade. Traz uma breve discussão sobre a falência das prisões bem
como a natureza das penas alternativas. Por fim, como se dá a atuação do
Serviço Social junto aos prestadores de serviços comunitários.
No segundo capítulo será apresentado os novos arranjos familiares e as
transformações ocorridas, a revalorização da família pelo Estado e uma breve
abordagem as políticas sociais Brasileira.
Finalizando, o terceiro capítulo a análise dos dados coletados, nas
entrevistas realizadas com os prestadores de serviços comunitários, que
cumprem a medida na secretaria tal como sua compreensão sobre a pena
alternativa e os impactos da medida ocorridas após a sentença em sua vidas.
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CAPITULO 1
O SISTEMA PENAL E A INSERÇÃO DOS PENADOS NA SOCIEDADE
Sabe-se que nos últimos séculos a pena de prisão tem sido a única
forma do Estado, punir e combater a criminalidade, que a cada dia esta mais
acelerada devido a exclusão social. Percebe-se que não á preocupação de
adotar um sistema justo capaz de ressocializar o individuo para que o mesmo
passa se integrar, sem oferecer danos a sociedade.
Segundo Dotti (1999) a prisão tem sido nos últimos séculos a esperança
das estruturas formais do direito em combater o processo da criminalidade. Ela
constitui a espinha dorsal dos sistemas penais de feição clássica. È tão
marcante a sua influência em todos os setores das reações criminais que
passou a funcionar como centro de gravidade dos programas destinados a
prevenir e a reprimir os atentados mais ou menos graves aos direitos da
personalidade e aos interesse da comunidade e do Estado.
1.1- Exclusão Social
A exclusão social é entendida por Spozati (2001) como uma
impossibilidade de poder partilhar o que leva à vivência da privação, da recusa,
do abandono, e da expulsão inclusive, com violência de um conjunto da
população, por isso, uma exclusão social e não pessoal. Não se trata de um
processo individual, embora atinja pessoas, mas de uma lógica presente nas
várias formas de relações econômicas, sociais, culturais e políticas da
sociedade brasileira.
Esta situação de privação coletiva é que se entende por “exclusão
social” Ela inclui pobreza, discriminação, subalternidade, não equidade, não
acessibilidade, representação pública.
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Neste sentido percebe-se que a exclusão social esta ligada a diversos
fatores presentes na sociedade, e seu agravamento provém em decorrência da
crise econômica que acaba gerando falta de recursos básicos para que o
cidadão tenha um vida digna. Mas que não se compreende só de subsídio
materiais.
De acordo com IBCCrim (2000) a miséria econômica e cultural em que
vivemos é, sem dúvida, a responsável por este alto índice de violência
existente hoje em nossa sociedade; tal fato se mostra mais evidente (e mais
chocante) quando se constata o número lado a lado, com um sistema de vida
diferenciado de qualquer parâmetro de dignidade, iniciando-se logo na
marginalidade, na dependência de drogas lícitas e ilícitas, na degenerescência
moral, no absoluto desprezo pela vida humana (inclusive pela própria), no ódio
e na revolta.
Tendo em vista que, vivemos em uma sociedade onde o próprio sistema
capitalista já nos torna de certo modo excludentes as desigualdades sociais
acabam gerando profundas contradições que atingem diretamente os mais
pobres, que diante das dificuldades a eles exposta estão mais propensos a se
envolver em atos ilícitos elevando-se a cada dia o aumento da criminalidade.
Para Siqueira (2003) é inegável que a criminalidade e a exclusão social
caminham juntas. Não que todo excluído econômico vá se tornar um marginal,
mas será um marginalizado com grandes possibilidades de trilhar a vida do
crime, violando desta forma, o ordenamento jurídico legal criado pelos setores
dominantes da sociedade, não lhe restando outro destino que não seja o
confinamento nas prisões.
Uma vez que os direitos básicos de cidadania não se constituem um
privilégio, está garantido pela Constituição Federal, mas na realidade os fatos
nos mostram que na prática não é o que acontece, após a distinção entre
classes sociais é percebida notoriamente, as desigualdades sociais, acabam
diferenciando e rotulando o indivíduo (pobre, favelado) uma vez que não se
tem a mesma oportunidade.
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Segundo Karam (1991), aquele que foi privado durante toda sua vida
(principalmente no seu início) dessas mínimas condições estariam mais
propensos ao cometimento do delito, pelo simples fato de não haver para ele
qualquer outra opção. Tendo em vista que o mercado de trabalho esta cada vez
mais exigente o mesmo acaba deixando de fora uma parte expressiva da
população o que acaba que acentuando as diferenças entre as classes sociais.
Mas o que fazer com essa massa sobrante que não possui mão de obra
qualificada.
Em meio ao desemprego e a miséria uns optam por caminhos
alternativos como o trabalho informal, (mas que se faz necessário capital
inicial). Outros se vêm em meio ao desespero, acabam entrando cada vez
mais cedo para o caminho do crime.
1.2- Falência do Sistema Prisional
De acordo com Bitencourt (2006) quando a pena prisional se converteu
na principal resposta penológica, especialmente a partir do século XIX,
acredito-se que poderia ser um meio adequado para conseguir a reforma do
delinquente. Durante muito tempo imperou um ambiente otimista,
predominando a firme convicção de que a prisão poderia ser um meio idôneo
para realizar todas as finalidades da pena e que, dentro de certas condições,
seria possível reabilitar o delinquente. Esse otimismo inicial desapareceu e
atualmente predomina certa atitude pessimista, que já não se tem muita
esperança sobre os resultados que se possa conseguir com a prisão
tradicional.
Nos dias atuais percebe-se que a pena privativa de liberdade já não tem
correspondido sua finalidade inicial que e punir o indivíduo que cometeu algum
tipo de crime através do cárcere. Compreende-se que este método tem se
mostrado arcaico para a ressocializar o indivíduo pós acaba tendo o sentido
inverso à medida que se tornam pessoas revoltadas e injustiçadas. Salvo os
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casos de real necessidade, onde o sujeito compromete a paz e a ordem na
sociedade.
Para Noronha (2001) a segregação, o cárcere, já cumpriu sua missão
histórica, de sorte hoje em dia é buscar-se uma pena substitutiva, reservando-
se a prisão somente para os casos mais graves, de reconhecida periculosidade
por parte do condenado
No entanto, a precariedade do sistema carcerário dentre elas a
superlotação, falta de condições mínimas de saúde, violação dos direitos
Humanos, que implica em maus tratos acabam sendo um fator de agravamento
da criminalidade à medida que o condenado acaba gerando sentimento de
revolta, que muitas das vezes acabam em rebeliões, como uma forma negativa
de se chamar atenção das autoridades.
Segundo Hulsman (1997) a experiência do processo e do encarcera
mento produz nos condenados um estigma que pode se tornar profundo. Há
estudos científicos, sérios e reiterados, mostrando que as definições legais e a
rejeição social por elas produzida podem determinar a percepção do eu como
realmente ‘desviante’ e, assim, levar algumas pessoas a viver conforme esta
imagem, marginalmente.
Sendo assim, mesmo cumprindo sua pena ele nunca vai deixar de ser
rotulado como ex-presidiário, e agora o que fazer para se integrar a sociedade?
Arrumar um emprego se torna ainda mais difícil, mas como reverter essa
situação?
Diante das enumeras dificuldades encontradas ao seu retorno a
sociedade o narcotráfico na maioria das vezes acaba sendo um atrativo a mais,
para essas pessoas pós proporciona dinheiro de forma rápida e fácil, mais que
na maioria dos casos acaba propiciando a condição de encarcera mento.
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1.3- Penas Restritivas de Direitos
As chamadas penas alternativas e dentre elas as restritivas de direitos
foram incluídas no sistema legal Brasileiro, quando a reforma da parte geral do
Código Penal, ocorrida em 1984, com a expressa intenção de funcionarem
como substitutivos penais para as penas privativas de liberdade para as penas
restritivas de direitos.
Quanto sua classificação se consiste: prestação pecuniária, perda de
bens e valores, prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, a
interdição temporária de direitos e a limitação de fim de semana.
Segundo a Lei 7.209/84 que deu ênfase no sistema de penas
alternativas, onde de acordo com o Código Penal terão direito aos substitutivos
penais os condenados cujo, os crimes cometidos forem considerados de baixo
poder lesivo a vítima. A conversão das penas restritivas de liberdade para as
penas restritivas de direito não pode aplicada diretamente, após o juiz fixar a
pena de prisão, a mesma poderá ser substituídas por uma ou mais se for o
caso. Mas é necessário estar presente às condições de admissibilidade.
De acordo com artigo 44 do Código Penal que segundo Jesus (2002) as
penas alternativas são substitutivas quando: a) não superior a quatro anos e se
o crime não for cometido com violência ou grave ameaça á pessoa, ou
qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; b) se o réu não for
reincidente em crime doloso; c ) a culpabilidade, os antecedentes, a conduta
social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as
circunstâncias que essa substituição é suficiente.
O juiz leva em consideração a culpabilidade do indivíduo, bem como
também seus antecedentes criminais e sua conduta perante a sociedade. Se
caso as condições forem favoráveis será possível realizar a substituição da
pena privativa de liberdade pela privativa de direitos. Essa sanção possibilita o
condenado cumprir sua sentença sem que seja privado de sua liberdade.
Dentre os vários tipos de pena alternativa, a que mais tem se mostrado
adequada é a prestação de serviços comunitário, pois consegue atingir
resultados satisfatório na ressocialização dos apenados, uma forma de punir o
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indivíduo de uma forma mais educativa, dando-lhe condições de resgate da
cidadania.
De acordo com o C.P, a prestação de serviços à comunidade ou
entidades públicas trata-se de uma pena restritiva de direito que geralmente é
aplicável ás condições de condenação superior a seis meses.
Diante desse contexto o apenado realizará tarefas gratuitas as entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos, estabelecimentos estatais e programas comunitários.
As tarefas serão atribuídas conforme aptidão do apenado, devendo ser
cumprida á razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixada de
modo a não prejudicar sua jornada normal de trabalho.
Para Jesus (2001) a prestação de serviço á comunidade, foi, em nosso
entendimento, o maior exemplo de evolução do direito penal moderno.
Isso se deve porque, ao mesmo tempo em que pune a agressão
praticada,valoriza o condenado,dando-lhe a oportunidade de , por meio de
trabalho,demonstra suas aptidões profissionais e artísticas, as quais serão
certamente,aproveitadas após o cumprimento da sanção,retirando da senda do
crime o infrator, levando-o ao exercício consciente da cidadania.
A pena privativa de direito poderá ser convertida para a pena de prisão, quando houver o descumprimento injustificado das restrições impostas pelo juiz.
1.4- O Papel do Assistente Social junto aos PSC
Os principais desafios na atualidade para os Assistentes Sociais que
atuam diretamente com os Prestadores de Serviço comunitário são vários, visto
que este profissional trabalha com as questões sociais nas suas múltiplas
expressões.
Neste caso especifico cabe ao Serviço Social o papel de supervisionar o
cumprimento da medida orientando e esclarecendo o apenado sobre seus
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direitos e deveres com o compromisso com a consolidação da cidadania e
justiça social.
De acordo como Colmán (2001) caráter preventivo dessas modalidades
de programas, o envolvimento comunitário necessário para sua viabilização e o
grande potencial de retorno para a sociedade tornam a atuação junto a estes
programas de acompanhamento um espaço privilegiado de atuação do Serviço
Social.
O Profissional que atua nesse tipo de programa de (prestação de
serviços comunitários) necessita o tempo todo instrumentalizar seu
conhecimento técnico, ético, político e ideológico, em sua prática diária. Faz se
necessário ser criativo e estar comprometido com o processo de
transformação do apenado, objetivando possibilidades de ação, pautada numa
perspectiva de mudança. Considerando que o profissional de serviço social
possui capacidade de decifrar a realidade.
Ao Serviço Social cabe o papel orientador e esclarecedor dos direitos e
deveres desse cidadão, bem como o compromisso de estabelecer uma
relação de confiança e credibilidade. Começando neste momento uma nova
etapa na vida do beneficiário, etapa esta de re educação, ressocialização e de
resgate a princípios básicos de cidadania.
Com alguns, fica mais fácil realizar um trabalho de conscientização, pelo
fato do crime ter sido um mero acaso da vida, facilitando dessa forma com que
ele reconheça a importância de cumprir sua pena em liberdade.
Já com outros, tristes vidas entrelaçadas no mundo do crime, que não
possuem nenhum objetivo de vida, nem tampouco dão valor à mesma, o
trabalho passa a ser mais árduo e intenso, o que não significa dizer que não
tem jeito. Pelo contrário, é aí que inicia o desafio profissional.
Para que o profissional de Serviço Social consiga resultado positivo em
seu trabalho faz necessário estabelecer uma relação de confiança junto ao
apenado levando-o a uma reflexão sobre a realidade, para que ele sinta
necessidade de mudar. Para isso acontecer, é necessário que o mediador, ou
seja, o profissional de serviço social trace metas que o beneficiário precisará
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atingir. E que este profissional trabalhe com mecanismos de incentivos, com
respeito à dignidade humana e com resgate da auto estima, dando ao
beneficiário um pouco de credibilidade e incentivo para que ele pense no seu
futuro. Orientando para que ele comece ou retome seus estudos, ou para que
faça curso profissionalizante objetivando uma futura inserção no mercado de
trabalho ou um melhoramento de função, caso esteja trabalhando. Bem como
esclarecendo suas obrigações para que reconheça e respeite os direitos do
próximo e apoiando-o para que ele consiga provar para si mesmo, para as
autoridades que lhe conferiram o direito, para sua família e para a
comunidade que o acolheu, que merece a oportunidade que lhe foi oferecida.
Freire (1998) chama atenção sobre a importância de atuar e refletir com
os indivíduos com quem trabalha a fim de conscientizar-se junto com eles das
reais necessidades de sua sociedade.
Isto implica a necessidade constante do profissional de serviço social de
ampliar cada vez mais seu conhecimento, não só do ponto de vista de seus
métodos e técnicas de ação, mas também dos limites de objetivos com os
quais se enfrenta no seu fazer. Levando o homem a conhecer sua força interior
através da reflexão, para que assim venha tomar consciência sobre os seus
atos.
No que se refere à prestação de serviço à comunidade – PSC -
modalidade essa, a nosso ver a mais educativa das penas que substitui à
prisão, o trabalho realizado pelo serviço social será muito mais sistematizado
do que os outros tipos de pena, visto que envolverá, além da pessoa do
beneficiário, um representante da sociedade civil que faz parte das
sociedades parceiras ou rede social e o agente mediador. O Assistente Social
trabalhará em sintonia com as partes, visando à recuperação do beneficiário e
consequentemente melhorando o todo, que é a sociedade.
Esse trabalho de resgate da cidadania é estruturado passo a passo,
são sempre desenvolvidas novas estratégias de combate aos maus costumes
que o beneficiário possui, independente de ser maus costumes adquiridos na
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prisão, ou mesmo desvios de condutas referentes a uma educação doméstica
mal administrada.
É importante que, a partir da entrevista, o beneficiário reconheça que
existem normas na sociedade da qual ele faz parte que necessitam ser
cumpridas, e que a pena a ele imposta é reflexo do descumprimento dessas
normas. Ainda é imprescindível frisar que nesta nova fase, todo trabalho
realizado é para ele e que tudo depende dele e se alguma coisa sair errada
ele será o próprio penalizado.
Após essa etapa, ele é avaliado psicologicamente, e depois é marcada
a audiência admonitória. No dia da audiência o juiz, com anuência do
Ministério Público, decidirá, através dos pareceres sugestivos, social e
psicológico, o melhor local, dia e atividades para o prestador desenvolver seu
serviço. Esta audiência também possui caráter re educativo, pois quando o
beneficiário se depara com as autoridades competentes que decidirão a forma
mais viável para execução de sua pena, firmará acordos que será
imprescindível cumprir.
Da audiência o beneficiário sai ciente de suas obrigações penais e seus
direitos, e também com o compromisso de se apresentar, junto com o Serviço
Social, na entidade credenciada e sugerida pela equipe técnica. No dia e hora
marcado o beneficiário se apresentará no local, e o Assistente Social tomará
todas as providências necessárias juntamente com o orientador da instituição,
para melhor adaptá-lo ao ambiente de prestação de serviço. Ainda é
negociado qualquer assunto que seja do interesse da entidade ou do
prestador de serviço, objetivando a execução do cumprimento de forma
adequada a este modelo humanicista.
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CAPITULO 2
FAMÍLIA: NOVOS ARRANJOS, NOVOS PAPÉIS
Em decorrência das transformações econômicas e tecnológica, mas,
também,culturais da sociedade, o conceito sobre família ganhou diferentes
interpretações, isto porque a tradicional família nuclear burguesa – composta
por um casal legalmente unido, com dois ou três filhos,no qual o homem
assumia o papel de chefe de família e a mulher as tarefas do lar – está em
extinção. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social:
“ família é um grupo ligado por laços de parentesco ou afinidade, que formam um grupo doméstico, vivendo sobre o mesmo teto e que se mantém pela contribuição de seus membros ”. Até mesmo, em termos jurídicos, a acepção acerca de família demonstra que já são reconhecidas as novas formas de organização, gestão estrutura deste núcleo.(http://www.mds.gov.br., acesso em 12/2009).
“O que identifica a família não é nem a celebração do casamento, nem a diferença do sexo do par ou o envolvimento de caráter sexual. O elemento distintivo da família, que a coloca sobre o manto da juricidade, é a identificação de um vínculo afetivo, a unir pessoas, gerando comprometimento mútuo, solidariedade, identidade de projetos de vida e propósito em comum”. (Dias,M.B. Artigos 2004,http://www.advogado.adv.br., acesso em 12/2009).
Embora a hegemonia do modelo familiar nuclear continue ditando a
norma, este vêm alterando-se e dando espaço a outros arranjos familiares. Isto
quer dizer que, muitas famílias compõem - se de membros em que o
parentesco e a co-sanguinidade não são elementos constitutivos composição
de uma residência. Devidos as transformações ocorridas na composição
familiar, houve alterações significativas dos novos papéis a serem
desempenhado por seus membros. Contudo, essas novas responsabilidades
estão mais voltadas em prover a subsistência da família do que da gestão do
lar.
A situação de miséria, a exclusão do acesso aos direitos básicos, os
problemas enfrentados em relação a satisfação de necessidades pessoais,
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fazem com que as família pauperizadas sejam as principais protagonistas
desses novos arranjos familiares. A crescente exclusão do processo de
trabalho configura-se como ameaça constante entre as famílias pobres.
“O empobrecimento da família impõe mudanças significativas na organização familiar, criando novos desafios e dificuldades de suas funções primordiais de proteção, de pertencimento , de construção de afetos, de educação, de socialização”. (Losacco,2005,p.65).
2.1- A Revalorização da Família pelo Estado
A instituição familiar sempre foi parte integrante dos arranjos de
proteção social, e os governos brasileiros sempre se beneficiaram dessa
participação solidaria da família na provisão do bem -estar de seus membros. A
família vem sendo revalorizada não somente por ser a instituição base para o
desenvolvimento social dos indivíduos, mas, justamente pelo seu caráter
informal, livre de constrangimentos burocráticos.
Dessa forma as famílias é convocada pelo o Estado a assumir suas
responsabilidades quanto ao provimento das necessidades fisiológicas e
sociais. Vale relembrar que, “ a relação família e Estado é conflituosa desde o
princípio, por estar menos relacionada aos indivíduos e mais à disputa de
controle sobre o comportamento dos indivíduos...” ( Mioto, 2004,p.45).
Apesar da centralidade dos programas sociais voltados para família,
antes de lhe atribuir a, a quase exclusiva, responsabilidade com a reprodução
social e o futuro de seus membros, deve-se levar em consideração as novas
expressões da questão social no Brasil. O Estado não pode simplesmente se
desobrigar de suas funções, de modo a sobrecarregar famílias pauperizadas e
que, no atual contexto, encontra-se fragilizadas, vitimizadas pela precárias
condições de vida e pela violência urbana.
“... em decorrência da grave crise econômica do pais, expressa no desemprego crescente, rebaixamento dos salários, precarização das condições e relações de trabalho, desregulamentação de direitos sociais, observa-se uma fragilidade da família para cumprir seu papel no âmbito da reprodução social, funcionando como suporte material e de integração social, a partir da qual os indivíduos podem encontrar refúgio para as situações de exclusão” ( Alencar, 2004p.64) .
23
O Estado tem o dever quanto a esta família é claro e não pode se furtar
a isto, faz –se necessário investimentos de políticas públicas direcionadas ao
cuidado e proteção desta família. Fortalecendo as estrutura familiar, estaremos
propiciando a construção da cidadania.
2.2- Políticas Sociais Brasileiras
Segundo Spozati (2003), as políticas, no âmbito do capital, não foram
desenvolvidas de modo que pudessem diminuir as desigualdades sociais, tratar
com veemência a questão social. As políticas brasileiras foram mecanismos
criados para amenizar os conflitos gerados pelas mazelas do capital, a partir da
concentração desigual de renda, de forma a garantir através de mecanismo
políticos, a manutenção da hegemonia/ ideologia do aparelho estatal.
As políticas sociais formuladas numa concepção de assistencialismo,
transformaram – se em serviços visto pela população pauperizada como
“benefícios” e não como serviços que se constituem em direitos sociais. Dessa
forma, o Estado reproduz sua dominação estabelecendo, através de ações
paliativas que não fornecem respostas satisfatórias ás necessidades da
população, uma dependência social que perpassa gerações.
“ Para o capital,a política social pode ser utilizada como importante mecanismo de garantia de um consumo mínimo de uma significativa parcela da classe trabalhadora, bem como na possibilidades desta de instituir o consenso enquanto um relevante recurso de dominação, através da difusão da ilusão de uma sociedade justa. Durante muito tempo a lógica de atendimento ás políticas sociais gerou em torno do operário e de sua família (...) Hoje com a eliminação cada vez mais sistemáticas do trabalho vivo, com o aumento do exército- industrial de reserva e de criação de uma de uma parcela da população que está sendo definida como inimpregável (visto que nem ocasionalmente participa do mercado de trabalho formal) novos discursos vêm sendo firmados em relação ás políticas sociais. (Sarto, 2002,p.122).
Com a crescente participação da sociedade civil na esfera pública,
incentivada pelo Estado, esta vem assumindo grande parte dos serviços sociais
que seriam de obrigação do Governo. Vemos, então, ações realizadas pelas
ONG’s e instituições privadas, inclusive empresas, que nada tem a ver com a
caridade difundida por igrejas nos séculos XIX e metade do Século XX. Porém,
24
as ações desenvolvidas por estas instituições não configuram-se como direitos
sociais, uma vez que utilizam –se de processos seletivos para determinar seu
público alvo.
“ Assistência, filantropia e benemerência têm sido tratadas no Brasil como irmãs siamesas , substitutas uma das outras . Entre conceitos, políticas e práticas, tem sido difícil distinguir o compromisso e competência de cada uma destas áreas, entendidas como sinônimos, porque de fato escondem na relação Estado – sociedade a responsabilidade pela violenta desigualdade social que caracteriza o pais” (Mestriner, 2001,p.14)
As questões que envolvem a pobreza no geral, como falta de emprego,
de estudo e de qualificação são refletidas diretamente na estrutura nas
famílias. Não se pode analisar a família sem contextualizá-la dentro do eixo
econômico e social em que ela esta inserida.
25
CAPÍTULO 3
ANÁLISES DOS DADOS COLETADOS
Todos os entrevistado são do sexo masculino, moradores de Nova
Iguaçu, município do Rio de Janeiro, que cumprem pena alternativa na
SEMASPV.
O campo de pesquisa foi na Secretaria Municipal de Assistência Social e
Prevenção à Violência (SEMPEV), situada a Rua Terezinha Pinto, nº 297 –
Centro de Nova Iguaçu, região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Para cada entrevistado foi apresentado um questionário para
Identificação e Condições Sócio-Econômicas dos prestadores de serviços
comunitários (Apenados).
Após a análise dos dados coletados, conclui-se que o perfil dos
prestadores de serviços comunitários, predomina a cor negra, idade média
entre vinte e trinta e cinco anos, é oriunda de família nuclear simples, mas não
possuem união formal vivem com companheira. Com profissões diversificadas
prevalece o setor do mercado informal com renda mensal de até dois salários
mínimos.
O artigo 14 aparece como de maior incidência entre os apenados que de
acordo com o Código Penal constitui porte ilegal de arma. Antes da sentença
possuíam apenas conhecimento vago sobre a pena alternativa, considerando
que apenas sabiam de sua existência, mas não compreendiam a aplicação da
medida. Mas que agora após o julgamento e o cumprimento sentença fez com
que parassem para refletir sobre suas vidas, ocasionando o reconhecimento de
que não valeu “a pena” o envolvimento nos crimes cometidos.
Após a execução da pena alternativa perceberam a oportunidade de
cumprir a sentença em liberdade. Mas concordam que a medida trouxe
impactos em seu cotidiano em duas áreas específicas: no campo profissional
ocasionou perda econômica uma vez que tiram um dia da semana para a
prestação de serviços comunitários.
26
Também aparece o campo familiar ao serem tratados com preconceito
que se da na maioria às vezes em forma de comentários maldosos de parentes
e amigos o que acaba ocasionando a perda do vinculo afetivo entre os
membros da família.
Perfil dos entrevistados
Faixa etária 20 á 35 anos
Raça Negra
Nível de Escolaridade Ensino Fundamental incompleto
Renda Mensal Dois salários mínimos
Mercado de Trabalho informal
Artigo de maior incidência 14- porte ilegal de arma
Visão sobre a pena Alternativa Possuíam somente conhecimento
vago
Impacto no cotidiano Setor econômico e familiar
3.1 - Dados utilizados para análises
Faixa etária e artigo de maior incidência
Considerando a idade dos sete, prestadores de serviços comunitários,
no ato de sua sentença compreendem-se em vinte e seis, trinta e dois, trinta e
cinco, trinta e sete, quarenta e dois, quarenta e três e cinquenta e sete anos. O
que se constata que os apenados estão entre a faixa jovem da população
brasileira.
As infrações praticadas compreendem-se da seguinte forma um
apenado foi condenado por estelionatário (171), dois praticaram furto (155) e
27
com maior incidência aparece o artigo (14) do Código Penal que constitui “porte
ilegal de arma”.
De acordo com Pereira (2004) portar, deter, adquirir, fornecer, receber,
ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar,
remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou
munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com
determinação legal ou regulamentar. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro)
anos, e multa.
.
Raça e nível de escolaridade
Em relação ao quesito raça/cor, segundo a concepção dos entrevistados
constitui-se em três negros, dois brancos e dois pardos. O que constata a cor
negra predomina nos cumpridores de serviços comunitários. Diante dessa
realidade apresentada percebe-se que, os jovens negros encontram dificuldade
de interação social decorrente da discriminação racial o que acaba os tornando
mais veneráveis a pratica do crime.
Quanto ao nível de escolaridade, quatro possui o ensino fundamental
incompleto, apenas dois consegui terminar o ensino fundamental e somente
um concluiu o ensino médio. O que comprova que no Brasil ainda existe
milhões de pessoas que não conseguem terminar os estudos, o que me leva a
entender o porquê se encontram atuando no mercado de trabalho informal,
uma vez que se encontram excluído do contexto formal das empresas
capitalista que acaba de certo modo sendo associado a sua renda.
Melhor expressando: uma pessoa que possui maior escolaridade chega
a ganhar cerca de 15 vezes mais do que uma pessoa com pouca escolaridade
ou sem nenhuma. Uma vez que os postos de trabalho ficam mais escassos o
que acaba acarretando o agravamento das questões sociais.
Segundo IBGE (1997) a educação é a mais poderosa estratégia contra a
desigualdade social, que não se resume a desigualdade de renda, mas tem
28
haver com o acesso e exercício de todos os direitos de Cidadania, previstos na
Constituição Brasileira de 1988 .
Estado civil
O estado civil que os prestadores se encontravam no ato da condenação
fica compreendido da seguinte maneira, dois solteiros apenas um apenado é
casado legalmente e quatro moram com companheira, compreendendo-se
assim famílias nuclear simples cuja organização mais antiga compreende-se
pai, mãe, e os filhos deste mesmo casal presentes no domicílio. Não há a
presença de outros indivíduos (menores de 18 anos sob responsabilidade).
Para Torres (1993) o padrão clássico da moderna família nuclear
burguesa tornou-se parâmetro social e político, modelo de comportamento em
posição à decadência e degeneração moral que segundo especialistas
caracterizavam as famílias das classes populares.
Mercado de trabalho e Profissão
Com profissões diversificadas que compreende desde vendedor de
seguros, á ambulante, segurança, chaveiro, ajudante de obra e comerciante
consegue uma renda mensal que varia entre um a dois salários mínimos.
Percebe-se que o setor informal ganha destaque entre os apenados, por
constituir uma forma alternativa para a grande parte do contingente de pessoas
que a globalização vem expulsando das empresas capitalista.
De acordo com IBGE (2007) a influência do setor informal na
composição do mercado de trabalho vem sendo progressiva. Na década de 90,
o trabalho por conta-própria teve um crescimento de 29,7% e, atualmente,
compõe 27,1% do conjunto de ocupações. Acrescentando-se os 15,9% de
empregados sem carteira assinada, temos na região 43% dos trabalhadores na
informalidade.(http://www.ibge.gov.br., acesso 10/2009).
Visão sobre as penas alternativas e os impactos ocorridos
29
Quando perguntados sobre a visão que se tinha sobre a aplicação da
pena alternativa, notamos que possuíam conhecimento vago sobre a aplicação
da pena alternativa, apenas sabiam de sua existência, mas não compreendiam
a aplicação da medida. E que após o julgamento a sentença propiciou a todos
a reflexão sobre suas vidas, quanto ao reconhecimento de que “não valeu a
pena” o envolvimento nos delitos cometidos.
Dos sete (7) entrevistados seis (6) consideram “justa” sua sentença, e
apenas um (1) se sentiu injustiçado, mas apesar de tudo percebem a
oportunidade de cumprir a pena em liberdade.
Nesse contexto, o cumprimento da medida trouxe impactos em suas
vidas onde dois campos tiveram destaque: Com maior ênfase aparece o campo
“profissional” com a perda econômica, levando em conta que estão fora do
setor formal. No setor “familiar” o que, mas chamou atenção, foi o sentimento
de angustia ao relatar o preconceito que aparece em forma de comentários
maldosos por amigos e familiares. Hoje as famílias, sobretudo a de baixa renda
enfrentam sérios problemas na tentativa de se manter e socializar os seus
membros.
As dificuldades de relacionamento afetivo e as demandas de ordem
econômica são desafios internos que se apresentam no cotidiano dos grupos
familiares.
3.2– Entrevistas
Vale ressaltar que os nomes dos entrevistados foram preservados, e os
que aparecem nas entrevistas abaixo são todos fictícios.
O primeiro entrevistado é Janeiro que tem 57 anos, cor branca, possui
ensino fundamental incompleto ele é divorciado legalmente da primeira esposa,
mas atualmente vive com a segunda companheira, mora em casa própria com
quatro cômodos conformando-se assim uma família nuclear reconstituída.
Trabalha no mercado informal como vendedor de seguros onde consegue uma
renda mensal de até dois salários mínimos.
30
Janeiro foi autuado no artigo 171 (estelionato) é terá que cumprir pena
durante o período de um ano com carga horária de oito horas semanais. Antes
de sua sentença ele não tinha nenhum conhecimento sobre a pena alternativa,
mas agora para ele, a medida foi “... bom para refletir sobre a situação, por
poder perceber que a melhor coisa na vida de um homem é a liberdade...” (sic).
O mesmo não considera a sua pena “justa”, por achar que foi mal interpretado
quanto as suas ações, considerando-se que a “vitima” tinha conhecimento de
pessoas influentes]. Ele relata que o cumprimento da pena trouxe impactos em
suas vidas em dois aspectos: no campo profissional teve a perda de seu
emprego que, consequentemente, comprometeu sua vida familiar gerando
conflitos em casa ocasionando a separação de seu cônjuge. Afirma também
que ás vezes sofre preconceito perante a sociedade, mediante os olhares
maldosos de amigos e da família.
O segundo entrevistado é Fevereiro, de cor branca, com 32 anos, que
possui ensino fundamental incompleto ele vive com a companheira e dois
filhos, morando numa casa de aluguel com três cômodos. Sua família pode ser
considerada nuclear simples. Trabalha no mercado informal como vendedor
ambulante, e mensalmente consegue uma renda de até dois salários mínimos.
Antes de sua sentença revela que não tinha conhecimento do que seria
a pena alternativa, mas afirma que agora teve a oportunidade de reconhecer a
necessidade de trabalhar, e se integrar a sociedade e a família “... agora
percebo que o que eu fiz não valeu a pena... ” (sic).
Autuado no artigo 155 (furto) terá que cumprir a pena durante dois anos
e seis meses compreendendo oito horas semanais.
Considera “justa” a aplicação de sua sentença, para ele os impactos
ocorridos em seu cotidiano foram em relação ao trabalho com a perda
econômica e no campo familiar, por perceberem rejeição por parte de seus
familiares. Ele ressalta a dificuldade de seus parentes em aceitarem a condição
em que se encontravam no ato de sua infração. Perante a sociedade também
sofre preconceitos por parte de amigos e vizinhos.
31
Março é o terceiro entrevistado, ele tem 43 anos é de cor negra, possui
ensino médio completo, divorciado legalmente da primeira esposa, atualmente
mora com uma companheira em casa própria com cinco cômodos. Sua família
pode ser considerada nuclear reconstituída segundo a classificação de (AMAS,
1995) são famílias, em que a mãe ou o pai está vivendo outra união. Ele
trabalha no mercado informal como segurança onde consegue uma renda
mensal de dois salários mínimos, sua visão a respeito da pena alternativa
antes de sua sentença era “... uma de punir e ter certeza de não haver
impunidade, sem que prejudique, a quem tiver sendo julgado...” (sic). Logo
após sua sentença a sua concepção sobre o assunto relacionado mudou, para
ele agora “... é uma forma mais branda de se cobrar algo de errado que
façamos...” (sic). Também considera a aplicação de sua pena “justa”.
Autuado no artigo 14 (atentado ao pudor) terá que cumprir a prestação
de serviços comunitários no prazo de um ano. Sua sentença trouxe impactos
em seu cotidiano no campo profissional, uma vez que tem dificuldade de
cumpri-la “... quando justifico meu atraso devido a distância para chegar a meu
trabalho sofro preconceito por conta de comentários maldosos junto aos meus
colegas de trabalho...” (sic). O mesmo afirma também que no campo familiar
ocorreram impactos negativos ao relatar que “... percebo que ocorreu a perda
da moral perante meus filhos...” (sic).
O quarto entrevistado é Abril, ele é ajudante de obra, tem 26 anos, é
negro, possui ensino fundamental incompleto e ganha por mês exercendo sua
função no mercado informal como camelo consegue uma renda de até dois
salários mínimos ele é solteiro e mora com sua mãe numa casa alugada com
três cômodos.
Diferente do entrevistado anterior sua família pode ser considerada
monoparental feminina simples por não haver a presença do pai em sua casa.
Foi autuado no artigo 155 (furto) tendo assim que cumprir durante dois anos e
quatro meses sua pena. Para ele, antes de ser julgado “... não tinha visão
sobre o que seria a pena alternativa, por não ter tido contato com ninguém que
tenha passado por isso...” (sic). Agora, ele pensa em trabalhar para organizar
sua vida perante o fato ocorrido. Ele percebe que “não valeu a pena” ter se
32
envolvido nesta situação. Também considera “justa” a sua sentença e afirma
que o cumprimento da pena teve impacto no seu cotidiano no campo familiar,
ao lembrar que “... os parentes me olharam diferente, percebo que ficam
comentando um com os outros...” (sic). Perante a sociedade também se sente
envergonhado, mas mostra insatisfação ao julgamento de amigos e vizinhos
quando enfatiza que “... eles não podem me julgar porque não sabem o que
aconteceu...” (sic).
O quinto entrevistado é Maio, ele tem 37 anos, é de cor parda e tem
ensino médio completo, trabalha como chaveiro, atua no mercado informal cuja
renda é em média dois salários mínimos; ele é casado e mora com esposa e
dois filhos em casa própria com quatro cômodos, compreendendo assim uma
família nuclear simples. Antes de sua sentença, possuía um conhecimento
vago sobre o que seria a pena alternativa, mas não tinha noção em quais
casos seria aplicada a medida.
Agora sua opinião confirma o que ele pensava”...acho uma forma
alternativa para que o cidadão tenha mais consciência sobre seus atos...”(sic).
Considera “justa” a sua sentença, mas ressalta que”..cada caso é um
caso e que não podem julgar sem que se saibam os motivos...”(sic). Autuado
no artigo 14 da lei 10826/03 (porte ilegal de arma) cumprirá pena durante dois
anos na Secretaria. Para ele, o único impacto ocorrido em seu cotidiano de
pois da aplicação da medida foi perante a sociedade, sobre p preconceito que
sofre”... os comentários, mesmo que sejam inocentes sem saber o que
aconteceu...”(sic).
O sexto entrevistado é Junho, ele tem 35 anos, de cor parda, possui
ensino médio completo, solteiro, mora em casa própria, sua família é
considerada nuclear simples. Profissão policial militar, mas atualmente trabalha
no mercado informal como chefe de segurança onde lhe permite uma renda
mensal acima de quatro salários mínimos. Autuado no artigo 14 da lei
10826/03 (porte ilegal de arma) onde terá que cumprir no período de um ano e
quatro meses. Considera “justa” a aplicação de sua pena. Antes da aplicação
da sentença sua visão sobre a pena alternativa é que era “BOBAGEM...”(sic).
33
O cumprimento da pena teve impacto em seu cotidiano no que
corresponde o campo profissional “... atrapalha-me...” (sic). Também confirma
que sofre preconceito em rela cão ao cumprimento da medida em relação ás
“... pessoas...” (sic).
O sétimo e último entrevistado é Julho ele tem 42 anos, é de cor branca,
tem ensino superior incompleto, ele é casado, mora com esposa e dois filhos
em casa própria com oito cômodos. Sua família pode se ser considerada
nuclear simples.
Trabalha no mercado formal como comerciante e consegue uma renda
mensal acima de quatro salários mínimos. Antes da sentença sabia da
existência da pena alternativa, mas tinha um conhecimento superficial.
Agora após ser julgado “... penso que é um modo muito justo para
pequenas alterações sociais, mas que inclusive me explorou muito o meu lado
solidário...” (sic). Considera “justa” a aplicação de sua sentença. Autuado no
artigo 14 (porte ilegal de arma) ele terá que cumprir durante dois anos a
prestação de serviços comunitários. Relata que o único impacto ocorrido em
seu cotidiano após sua sentença é a “... ausência de meu comércio...” (sic).
O mesmo afirma também que não sofre nenhum tipo de preconceito em
relação ao cumprimento da pena.
Na realização de cada entrevista, foi relatado aos entrevistados o
objetivo da pesquisa e apresentado o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, respeitando os aspectos éticos de acordo com a Resolução
196/196.
Os dados interpretados e analisados nos direcionam a uma reflexão
sobre a concretização de seus direitos, percebe-se que a maioria dos
entrevistados, relatou sentimentos negativos, percebemos ainda que o medo, a
vergonha de se expor e a dependência financeira constituíram um sério fator.
34
CONSIDERAÇÔES FINAIS
Diante da pesquisa realizada foi possível verificar que a exclusão social
contribui de modo significante para o aumento da criminalidade. Percebe-se
que a privação de direitos, como também a falta de recursos, não se evidencia
só em bens materiais, o que gera consequências á sociedade.
Nesse contexto percebe-se que o encarcera mento como forma de
punição é questionável quanto ao resultado desejado de recuperação do
apenado, considerando a estrutura atual do sistema prisional, concepção da
tortura física, e psicológica que afeta a recuperação dos apenados, torna-os
expostos a probabilidade de reincidência.
As perspectivas de vida do pós-apenado, facilitam para que esses
indivíduos sofram antecipadamente, pois não vislumbram um futuro promissor
no mercado de trabalho, mas sim, o enfrentamento de uma nova batalha pela
sobrevivência. Isso ocorre pela estigmatização que o apenado está exposto
como sujeito histórico perante o cumprimento da sentença.
Percebe-se que os apenados encontram algumas dificuldades na
sociedade quando perpassam pelo processo de inserção no mercado de
trabalho. Pois esbarram com o preconceito, dificultando assim o acesso a uma
oportunidade, tornando-os cada vez mais vulneráveis.
A fim de minimizar este problema a pena alternativa tem sido uma
estratégia do poder Judiciário, como forma de punir e promover ações
vivenciais produtivas de inclusão na sociedade. Uma esperança de vida em
usufruir da ressocialização em processo de liberdade e exercício da cidadania.
O cumprimento do procedimento de penas alternativas contribui também
para minimizar a super-lotação, que se encontra o sistema entre outros fatores.
35
As mudanças ocorrida na composição da família contribuíram para
alterações significativa nos padrões familiares. Na atualidade muitas famílias
vivem a margem da sociedade, sem condições básicas de sobrevivência,
muitas vezes resistindo com mínimos recursos.
O aumento da criminalidade como alternativa de sobrevivência sem
distinção de quem o faça, é um dos principais motivos pelo qual ocorre a perda
dos vínculos familiares causando muitas vezes o abandono familiar.
A instituição familiar mesmo com suas transformações, pode ser
essencial, para o retorno desse individuo que muitas vezes ver na família, a
condição integradora ou desintegradora de uma nova realidade.
Principalmente pelo aspecto econômico, onde as relações sociais acaba
se perdendo, o desemprego crescente faz com que o indivíduo passa ter o
crime, como única alternativa de sobrevivência por conta da carência de
recursos que o Estado proporciona.
É importante ressaltar que os familiares necessita de um espaço voltado
para Terapia de Família com acompanhamento em grupos, para o
fortalecimento dos laços afetivos, resgate de vínculos relacionais e um espaço
de reflexão para que se busca alternativas e que esclareça os seus deveres e
direitos
No que se refere ao baixo nível de escolaridade, percebe-se a
necessidade de um programa direcionado aos prestadores de serviços
comunitários, como uma proposta de recuperação do tempo perdido, investindo
na educação e cultura, privilegiando a redução da pena para cada ano
concluído. Portanto para que isso se concretize é necessária a atuação
conjunta do Estado como facilitador da execução da proposta teórica e prática.
Assim, diante do exposto cabe a importância do trabalho do Assistente
social, uma vez que o mesmo trabalha no seu cotidiano com a inclusão social,
assumindo um compromisso ético e demonstrando aos beneficiários que estão
inseridos nesse processo direcionando-os a melhor forma de cumprimento da
pena para eles. Acompanhando e dando subsídios para que os mesmos
encontrem motivos suficientes para não delinquir mais.
36
São esses profissionais que estão mais conectados com a realidade
concreta das pessoas, pois tem a responsabilidade e o comprometimento
social que norteará o processo da melhoria na qualidade de vida, minimizando
as mazelas das desigualdades sociais.
Finalizando, afirma-se que as considerações formuladas nesse trabalho
são iniciais, sendo esta pesquisa apenas uma semente e que, muitos outros
estudos possam surgir nesta questão.
Portanto esse estudo demonstra a relevância do tema para aqueles que
militam no campo da assistência social, bem como para aqueles que procuram
inteirar-se do tema aqui desenvolvido.
37
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39
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htpp://jus.2uol.com.br. Acesso em: outubro de 2009.
ANEXOS
Índice de anexos
ANEXOS 1 >> Solicitação para realização da pesquisa;
ANEXOS 2 >> Termo de consentimento livre e esclarecido;
ANEXOS 3 >> Questionário;
40
ANEXO 1
SOLICITAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DE PESQUISA
Rio de Janeiro, ____de_____ 2010.
Venho por meio desta, solicitar a autorização para Márcia de Araújo
Soares regularmente matriculada na Pós-Graduação “LATO SENSU” do Curso
de Terapia de Família da Universidade Candido Mendes Instituto A Vez do
Mestre possa desenvolver pesquisa de campo, relacionada à sua monografia
intitulada” Pena Alternativa“ com os prestadores de serviços comunitário que
cumpre medida na Secretaria Municipal de Assistência Social e Prevenção à
Violência .
Desde já agradeço a sua colaboração.
41
ANEXO 2
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu–––––––––––––––––––––––––––––––––––,R.G:––––––––––––––––
declaro, por meio deste termo, que concordei em ser entrevistado(a) na
pesquisa de campo referente a monografia intitulada
" Pena Alternativa" desenvolvida na Pós-Graduação “LATO SENSU” do
Curso de Terapia de Família da Universidade Candido Mendes Instituto A Vez
do Mestre. Fui informado(a), ainda, de que a pesquisa é coordenada por
Márcia de Araújo Soares aluna da graduação, matrícula no 05102736 poderei
consultar a qualquer momento que julgar necessário através do telefone nº (21)
81839707 ou e-mail [email protected].
Afirmo que aceitei participar por minha própria vontade, sem receber
qualquer incentivo financeiro e com a finalidade exclusiva de colaborar para o
sucesso da pesquisa. Fui informado(a) dos objetivos estritamente acadêmicos
do estudo, que, em linhas gerais é Traçar o perfil sócio econômico dos
cumpridores de pena alternativa.
Fui também esclarecido(a) de que os usos das informações por mim
oferecidas estão submetidos às normas éticas destinadas à pesquisa
envolvendo seres humanos, da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
(CONEP) do Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde.
Minha colaboração se fará por meio de entrevista, a partir da assinatura
desta autorização. O acesso e a análise dos dados coletados se farão apenas
pelo(a) pesquisador(a) e/ou seu(s) orientador(es)/ coordenador(es).
O(a) pesquisador(a) principal da pesquisa me ofertou uma cópia
assinada deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, conforme
recomendações da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP).
42
Fui ainda informado(a) de que posso me retirar dessa pesquisa a
qualquer momento, sem prejuízo para meu acompanhamento institucional e
sem sofrer quaisquer sanções ou constrangimentos
Rio de Janeiro, ____ de _________________ de _____
Assinatura do(a) participante: ______________________________
Assinatura do(a) pesquisador(a): ____________________________
43
ANEXO 3
QUESTIONÁRIO
BLOCO I – Identificação e Condições Sócio-econômicas
Nome:_____________________________
Faixa etária:
( ) menor de 18 anos ( ) 20 a 35 anos ( ) acima de 50 anos
( ) 18 a 20 anos ( ) 35 a 50 anos
Raça:
( ) Branco ( ) Negro ( ) Amarelo ( ) pardo ( ) indígena
Nível de Escolaridade:
( ) Ensino Fundamental Completo ( ) Ensino Fundamental
Incompleto
( ) Ensino Médio Completo ( ) Ensino Médio Completo
( ) Ensino Superior ( ) Ensino superior incompleto
Estado Civil: ( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Divorciado ( ) Viúvo ( ) companheiro
Profissão: _____________________________
Ocupação Atual: _______________________
( ) Mercado Formal ( ) Mercado Informal
Renda familiar:
( ) 1 á 2 salários ( ) 3 á 4 salários ( ) acima de 4 salários ( )
Nenhuma
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Tipo de Residência:
( ) Própria ( ) Alugada ( ) Cedida ( ) Invadida
Numero de Cômodos: _________
Componentes familiares:
Vínculo Idade Ocupação Renda
BLOCO II - Visão sobre as Penas Alternativas
Qual era a sua visão da pena Alternativa antes da sentença?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
O que você pensa Agora:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Você considera justa a aplicação da pena:
( ) Sim ( ) Não
45
Qual o artigo de sua sentença:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Período de cumprimento: ________________
Carga Horária: ______ Dia da semana: ____________
BLOCO III – Impactos no cotidiano dos Apenados
O cumprimento da Pena Alternativa teve impacto no seu Cotidiano:
( ) Sim ( ) Não
Em caso afirmativo especifique os impactos ocorridos:
( ) Trabalho _____________________________________________
( ) Família ___________________________________________
( ) Sociedade____________________________________________ ( ) Outros ______________________________________________ Sofreu ou Sofre algum tipo de preconceito referente ao cumprimento de pena? ( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes Em caso afirmativo especifique: