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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O PRAZER DE ESTUDAR
Por: Elenice Barcellos da Silveira
Orientador:
Prof. Nilson Guedes de Freitas
Rio de Janeiro
2005
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O PRAZER DE ESTUDAR
Apresentação de monografia à Universidade
CandidoMendes como condição prévia para a
conclusão do Curso de Pós Graduação “Lato Sensu”
em Psipedagogia
Rio de Janeiro
2005
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia , aos educadores que lutam
para que seus educandos , possam num futuro bre-
ve resgatar o verdadeiro valor da educação. Nossos
sonhos e realizações serão as sementes, colhidas
no jardim das emoções de nossos jovens.
AGRADECIMENTOS
...a Deus que permitiu a concretização do
meu sonho, de finalizar o curso. Aos
meus pais, as minhas filhas e a minha
irmã que por amor, dedicaram um pouco
de suas vidas, para que eu suba mais um
degrau de conhecimento na minha
formação acadêmica.
EPÍGRAFE
“Ser feliz não é ter uma vida perfeita. Mas usar
das lágrimas para irrigar a tolerância . Usar as
perdas para refinar a paciência. Usar as falhas
para esculpir a serenidade. Usar a dor para la-
pidar o prazer. Usar os obstáculos para abrir as
janelas da inteligência.” ( Augusto Cury)).
RESUMO
A presente pesquisa bibliográfica, tem como objetivo, estimular o processo ensino-aprendizagem, nos jovens do 2º segmento do ensino fundamental, das escolas públicas do Rio de Janeiro. Estabelecer soluções, para que o jovem de baixa renda, através do conhecimento adquirido na escola, descubra motivações para enfrentar os desafios exteriores e os conflitos interiores. A pedagogia e a psicopedagogia, poderão buscar um novo perfil para o professor em sala de aula, que este não seja um mero condutor de conteúdo mas um estimulador de novos cientistas e pesquisadores. O conhecimento das causas que proporcionam o desestímulo do educando, a conscientização dos erros que prejudicam a educação e as soluções para suprir as dificuldades encontradas, são fatores que favorecerão o processo ensino-aprendizagem. O descaso do nosso governo, pode colocá-lo em uma posição privilegiada, muitos poderiam argumentar, que o mesmo faliria se investisse na educação, visto que incentivar um jovem a pensar e não ser um mero repetidor de informações, é criar um cidadão questionador de seus direitos e capacitados de se tornarem uma geração satisfeita, menos ansiosa, desmotivada e despreocupada com o futuro, tornando-se engenheiros de idéias, que possuem um enorme potencial intelectual. Pesquisadores como Augusto Cury, Paulo Freire, João Gasparin,entre outros buscam uma nova metodologia, para inserirem na educação uma nova meta, que proporcione resultados favoráveis e que nossos jovens não precisem procurar consultórios psiquiátricos, mas prevenção de sua saúde mental em sala de aula, tendo em nós, educadores o pilar da educação. Palavras chaves: Aprendizagem, educador, educando, memória e emoção.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
1. Os jovens e o processo ensino-aprendizagem 11
2. O professor em sala de aula 19
3. Uma nova escola 25
CONCLUSÃO 31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 33
ANEXO 34
ÍNDICE 35
FOLHA DE AVALIAÇÃO 36
INTRODUÇÃO
A educação precisa passar por uma reforma, psicopedagogos e
professores precisam utilizar de técnicas psicopedagógicas, para estimularem o
processo de aprendizagem, nos jovens, do 2º segmento, das escolas públicas do
Rio de Janeiro.
Esta pesquisa teve como objetivo, estabelecer soluções, para que o
jovens do 2º segmento, do ensino fundamental, das escolas públicas do Rio de
Janeiro, através do conhecimento adquirido na escola, descubra motivações para
enfrentar os desafios exteriores e os conflitos interiores.
Precisamos buscar um novo perfil, através de treinamento adequado, para
o professor em sala de aula, que este não seja um mero condutor de conteúdos,
mas um estimulador de novos cientistas e pesquisadores, através de uma
dinâmica, na qual faça parte do dia a dia do educando. Ensinar a matéria
estimulando a emoção dos alunos desencadeia o pensamento, melhora a
concentração e produz um registro privilegiado da memória.
A presente pesquisa bibliográfica, teve como objetivo, percebermos que o
sistema educacional transforma os professores em máquinas de ensinar e os
alunos em máquinas de aprender. Que dentro desse processo de desvalorização
da educação, poucos alunos de fato aprendem e quando aprendem não sabem
para que serve o conhecimento que adquiriram. Para o governo, este descaso,
pode colocá-lo em uma posição privilegiada, muitos poderiam argumentar que o
mesmo faliria se investisse na educação, visto que incentivar um jovem a pensar e
não ser um mero repetidor de informações, é criar um cidadão questionador de
seus direitos.
Se desprezamos nossos educadores, desprezamos nossos jovens,
asfixiamos nosso futuro. Vemos uma juventude massacrada pelo sistema. Nossos
filhos perdendo sua identidade, tratados como mero consumidores. Os jovens de
hoje serão os políticos, os empresários e os profissionais de amanhã, que não
seja apenas um bordão, mas uma realidade. A educação não precisa passar
apenas por conserto, mas por uma revolução, quem sabe caminharmos em busca
de uma educação mais digna, onde ao invés do conhecimento pronto que é
passado em sala de aula, trabalharmos com a dúvida e formarmos pensadores.
Neste sistema, damos o conhecimento pronto e não estimulamos a criatividade, o
pensamento e a discordância.
O índice de agressividade, ansiedade, depressão, farmacodependência e
alienação social entre os jovens aumenta mais e assusta as famílias. Os jovens
estão despreparados para enfrentar os desafios exteriores e os conflitos interiores.
Não sabem proteger sua emoção, administrar seus pensamentos, expor suas
idéias, pensar antes de reagir. Todos, governo, família, escola e principalmente o
jovem, ganharíamos se tornássemos essa geração tão insatisfeita, ansiosa,
alienada, desmotivada e despreocupada com o futuro, em engenheiros de idéias
que possuem um enorme potencial intelectual.
Devido a mudanças ocorridas nos últimos tempos ( violência, competição,
correria do dia a dia ), criamos para nossas crianças e jovens um mundo
encarcerado dentro de si. Procuramos dar o melhor, tivemos uma excelente
intenção, dando-lhes em bens materiais, mas retirando a vivência da infância, que
necessitam inventar , correr riscos, frustrar-se, ter tempo para brincar e se
encantar com a vida. Não imaginávamos o quanto a criatividade, a felicidade, a
ousadia e a segurança do adulto depende destes momentos, para formar as
matrizes da memória e a energia emocional.
Atacamos nossos jovens com excesso de informações, que através da
mídia são passado pela TV ou pelo computador. Estamos informando os jovens e
não formando sua personalidade, deixando de estimular o desenvolvimento das
funções mais importantes da inteligência. Os computadores ajudam a informar os
alunos, mas apenas os professores são capazes de formá-los.
A educação moderna está em crise por não ser humanizada, o professor
precisa cumprir seu plano de aula, mas é primordial humanizar-se para que esteja
mais próximo de seus alunos.
Veremos nos capítulos que compõe esta pesquisa, os jovens e o processo
ensino-aprendizagem com o objetivo de conhecer as causas que desestimulam a
educação. O professor em sala de aula, conscientizar nossos educadores dos
erros que prejudicam o processo ensino-aprendizagem. Por último, a necessidade
de reformularmos nosso projetos escolares, criando uma nova escola,
estabelecendo soluções que estimulem os jovens à motivarem pelo processo
ensino-aprendizagem. Esta pesquisa bibliográfica foi baseada em estudo do
seguintes teóricos: Augusto Jorge Cury, Paulo Freire, João Luiz Gasparin e
Vigotsky.
O nosso modelo de educação deverá ensinar nossos jovens a criticar e
filtrar suas emoções, a enfrentarem os problemas da vida como enfrentam as
provas escolares, a resolverem os problemas existenciais como resolvem os
problemas matemáticos, .prevenindo a ansiedade, a depressão, sintomas
psicossomáticos e transtornos emocionais. A educação é a consciência do
inacabado, onde o pensamento constrói uma arquitetura de idéias, estamos
ensinando como um ancião e aprendendo como as crianças, passíveis as
mudanças, podemos produzir uma educação excelente, trabalhando nos solos
mais difíceis de serem cultivados: a inteligência e o território da emoção de nossos
jovens.
1. OS JOVENS E O PROCESSO ENSINO –
APRENDIZAGEM
Para entendermos a educação do jovens nos dias de hoje , devemos a
priori, iniciar uma reflexão enfocando a infância, sujeito de nossas práticas e suas
relações com a sociedade atual. Precisamos compreender o que é ser criança
hoje, como a família e a instituição educacional, estão preparando-as para o
futuro. Tal compreensão possibilita-nos enxergar como e por onde podem ocorrer
mudanças qualitativas no tempo presente. Nem sempre a infância mereceu o
lugar de destaque que tem hoje na nossa sociedade. O historiador Philipe Áries
(1981) nos revela que o sentimento da infância é uma construção social, invenção
de uma nova forma de organização da sociedade e de uma nova mentalidade que
passa a ver a criança como alguém que precisa ser cuidada, educada e preparada
para vida futura. O novo sentimento de infância passa ver a criança e
posteriormente o adolescente como o futuro da nação.
Diversos autores vêm se dedicando à reflexão sobre as relações entre a
infância, a adolescência e a contemporaneidade, denunciando, entre outros
aspectos: o isolamentos do sujeito e o empobrecimento das relações comunitárias
e familiares; a perda crescente do espaço físico interno e externo, com moradia
cada vez menores e precárias e a não utilização pelas crianças dos espaços
públicos para brincadeiras coletivas; a erotização precoce; a grande exposição a
TV, computadores que transformam nossos sujeitos em repetidores de idéias e
não pensadores e criadores, na maioria das vezes sem a mediação dos adultos e
a conseqüente exposição a todo tipo de programa, informação e a cultura do
consumo como forte mediadora das relações.
Obtivemos com o passar das fases vivenciadas por cada ser, jovens que
não acreditam no futuro, que se distanciam de seus pais e professores, por terem
medo de se expor, vivem represados em seu próprio mundo. Pecamos por
excesso de cuidados, por termos medo de passar nossa história de vida, seja esta
alegre ou triste, mas nos mostrar como seres humanos. Na escola a situação se
agrava, professores e alunos vivem juntos durante anos, mas não se conhecem,
não há troca das emoções vivenciados por ambos os lados e talvez a falta desta
comunicação retarde a abertura da janela que supriria tantos conflitos existenciais
e educacionais por parte de nossos jovens.
Sobrecarregados de informações, não sabem como e onde usá-las não
produzimos pensadores e estimulamos o prazer do conhecimento, com isso é
necessário mantemos nossos jovens em sala de aula com maior qualidade de
tempo do que como mero telespectador, passivo, preocupado apenas com a
freqüência do que com a formação da sua personalidade.
1.1. Relações entre pais e filhos no processo ensino-aprendizagem. Os filhos não precisam que seus pais sejam iguais aos heróis das
histórias em quadrinhos, mas seres humanos passíveis de erros e acertos, que
superem a dificuldade do diálogo e falem a mesma linguagem. Para que não
descubram na rua, de forma errônea respostas as suas dúvidas, pois estas
poderiam ser explicadas dentro do próprio seio familiar.
A participação nas decisões familiares revela em um crescimento interior
onde sua posição o faz integrante da família e responsável pelo bem estar da
mesma, não se tornando alienado ou um ser a parte,que se encontra em um papel
indefinido onde às vezes é tratado como criança, não sendo capaz de realizar
algumas tarefas e em outras como adulto sendo responsável pelos seus atos.Este
desequilíbrio poderá ser amenizado se nós estivermos o mais próximo de nossos
filhos, descobrindo sempre que possível o alívio da tensão vivida por estes
momentos da vida tornando-os mais seguros nas suas decisões.
Os vínculos que traçamos com nossos filhos serão marcados na memória,
sejam positivos ou negativos e não poderão ser eliminados apenas reeditados
através de novas experiências, sendo um processo possível, mas complicado,
tendo consciência deste fato, porque não evitamos. Estas experiências possuem
um alto volume emocional, provocam um registro privilegiado na memória e
acumulativo, sempre que se façam presentes por pensamentos e emoções
negativas ou saudáveis, podendo trazer sérios danos para saúde mental do nosso
adolescente. A mídia sem ajuda de conhecimentos científicos pronunciam
desgraças e miséria com maior freqüência, estes fatos geram maior tensão
conduzindo a um arquivamento privilegiado da memória, por isso somos seres
intranqüilos sofremos antecipadamente e temos medo do amanhã. Porque não
refazemos este quadro com estímulos positivos, pois dependemos da memória
como um terreno responsável pela educação. Adiante teremos um maior
conhecimento da memória no processo ensino-aprendizagem.
Educar não é uma tarefa fácil, mas se conhecermos o que podemos evitar
e transforma nosso jovens em administradores de suas vidas, saberem o que
querem e onde querem chegar, utilizarão melhor o seu tempo, aproveitando o
conhecimento que, é passado no dia a dia. Para isso os pais devem abdicar de
uma postura autoritária, e manipuladora para serem orientadora, visto pela ordem
cronológica possuem um pouco mais de vivência e que podemos passar de uma
maneira afetuosa onde o diálogo deve estar sempre presente, enriquecendo a
inteligência e a emoção.
Corrigir os erros sem explicar as causas é ditarmos regras como se
fossem máquinas, sendo cada jovem um mundo a ser explorado, não
estimularmos desta a arte de pensar, produzirmos robôs e não seres pensantes. O
processo de buscar, de investigação de correção de atitudes é o caminho que
predispõe o espírito do educando para aprendizagem significativa, uma vez que
são levantadas situações-problema que estimulam o raciocínio.
Os jovens apreciam pessoas inteligentes e para isso não é necessário ser
um intelectual ou cientista, para transmitir o conhecimento basta criar histórias e
inserir nelas lições de vida, as mensagens serão registradas estes começarão a
construir a sua própria história. Segundo Cury ( 2003, p.51 ),”Pais brilhantes são
semeadores de idéias e não controladores e seus filhos”.
É preciso que revisemos nossos conhecimentos e nossas verdades,
procurando enxergar as formas peculiares que têm os jovens de pensar e de agir
sobre o mundo. Só assim nossas interações ou intervenções poderão ultrapassar
a mera reprodução de modelos que consideramos adequados e inquestionável
para o desenvolvimento humano, trazendo ao contrário transformações
qualitativas e significativas nas relações, tanto do jovem quanto nossas com o
mundo e o conhecimento.Não podemos compreender os jovens fora de suas
relações com sociedade, tendo a família como, na qual esta vivendo e
desvinculada de suas interações com os sujeitos e com a cultura do grupo social
no qual está inserido.Essas relações são composta de subjetividade, isto é, de sua
forma de sentir, pensar e agir sobre o mundo. Para educar precisamos aprender
sempre e conhecer na plenitude a palavra paciência, quem não a tem desiste e
quem não consegue aprender não encontra caminhos inteligentes
1.2. Relação entre educadores e educandos
A visão geral de um bom educador se alicerça na sua formação
acadêmica e a segurança que transmite as informações em sala de aula, mas
para os jovens seus desejos ultrapassam, que seus professores não o vejam
sendo mais um número em sala de aula, mas um ser complexo, com
necessidades peculiar.
A incisão da TV com seus super-heróis confundem a mente dos jovens
devido ao impacto que diferentes personalidades são registradas na memória com
mais intensidade, pais e professores não conseguem abstrair para si a capacidade
de influenciar no mundo psíquico dos jovens;por isso seus gestos e palavras não
sofrem um arquivamento privilegiado da memória que estimulam o
desenvolvimento da inteligência. Freqüentemente os educadores precisam gritar
para obter o mínimo de atenção. A velocidade de informações obtidas faz com que
nossos jovens necessitem de novos estímulos a todo tempo numa tentativa de
aliviar a ansiedade, diminuindo sua concentração, com isso mexem com os
colegas, tem conversas paralelas e não participam do conteúdo das aulas,cabe
aos educadores reverem seus conceitos e melhor administrarem seus planos de
aula. Este processo pode ser visto como a principal causa da crise na educação
mundial.
O estresse gerado nos dias atuais está promovendo o afastamento na
formação de professores, principalmente no ensino fundamental e médio, poucos
se profissionalizam nesta área, mas seja digno de reconhecer que são o alicerce
da vida desses jovens juntamente com seus pais.Cury, ( 2003, p. 63 )”damos valor
ao mercado de petróleo, de carros,de computadores,mas não percebemos que o
mercado da inteligência está falindo”.
Precisamos perceber que por trás de baixos salários, resgate da
dignidade dos professores e saúde mental, existem nossos alunos perdidos neste
vulcão de informações, são vítimas. Atrás dos piores alunos há um mundo a ser
descoberto e explorado, que estes precisam ser resgatados, que com paciência
despertemos seus interesses, afinal fomos nós que escolhemos ser educadores,
são tão vítimas como nós neste sistema educacional que já se encontra falido.
Acomodarmos-nos é concordar com o que vivemos, é não semear novos
horizontes dentro do processo educativo.
Não podemos nos comparar a um computador, que podem gerar gigantes
na ciência, mas crianças na maturidade, não são programados para sentimentos
como gentileza, solidariedade, tolerância, altruísmo, enfim, todas as áreas da
sensibilidade não podem ser ensinadas por máquinas e sim por seres humanos,
por isso somos insubstituíveis, somos da escola clássica, mas também da escola
da vida. Educar com sentimento é estimular o aluno a pensar antes de reagir,a
não ter medo do medo, a ser líder de si mesmo, autor da sua história, a saber
filtrar os estímulos estressantes e a trabalhar não apenas com fatos lógicos e
problemas concretos, m,as também com as contradições da vida.
Devemos estar atentos a maneira pela qual avaliamos nossos alunos, as
provas escolares estimulam a repetição de informações, mas não promovem a
criatividade, não estimulam o desenvolvimento livre do pensamento,não cultivam o
raciocínio esquemático e impedem a capacidade de argumentação, Engessam a
inteligência, bloqueando o pensamento livre e criativo. Estimularmos nossos
alunos abrir a janela da mente, a ter ousadia para pensar, questionar debates,
romper paradigmas, é manter o conhecimento registrado na memória e sempre
que precisarem poderão utilizá-los para resolver problemas que emergir no dia a
dia.
Entre corrigir o comportamento inadequado dos alunos, porque não
resolvermos os conflitos, o silêncio em primeiro instante é a melhor saída para
acalmar o calor do conflito e só depois interceder, para que os ânimos se acalmem
e o processo aprendizagem possa ocorrer. A tensão emocional faz com que a
memória se feche obstruindo a construção do pensamento, reagimos por instinto e
não com a inteligência. Com atitudes passíveis, ao invés de lições de moral,
podemos surpreender nossa classe levando-os, a mergulhar e confrontar consigo
mesmos. Surpreendemos nossos alunos com gestos inesperados, poderemos
resolver o conflito em sala de aula, levando-os a pensar, a mergulhar dentro de si
mesmos, a se confrontar consigo mesmos, não é uma tarefa fácil, mas também
não é impossível. Afirma Cury,( 2003, p.78 ) “o afeto e a inteligência curam as
feridas da alma, reescrevem as páginas fechadas do inconsciente.
A emoção é de suma importância como elemento condutor e catalisador
do processo educativo. A memória desempenha um papel especial no processo
psico-dinâmico da construção dos pensamentos, não como mero armazém de
informações e experiências, mas uma função psicológica que deve ser usada
como suporte da arte de pensar, como apoio da criatividade e como fator
preponderante na formação da inteligência, por isso, nossos registros positivos ou
negativos irão influenciar o processo ensino- aprendizagem. Vygotsky (2001, p.
198) afirma que ”memória significa emprego e participação da experiência anterior
no comportamento presente.”.
O conhecimento do funcionamento e dos papéis da memória pode ser a
ferramenta necessária na qualidade de ajuda prestada pelo educador.A emoção
determina a qualidade dos registros na memória e a precisão de sua posterior
reconstrução, uma vez que não existe lembrança pura, mas reconstrução dos
fatos passados que ocorre pro meio da realização constante de associações das
informações recebidas com as pré-existentes, produzindo assim, novos
aprendizados.
Trabalhar com a emoção é desenvolver as funções mais importantes da
inteligência, é perceber o aluno como um ser único e transmitir o conhecimento de
forma positiva para que este seja registrado na memória sobrepondo as
experiências negativas.Os professores podem valer-se de técnicas
psicopedagogicas que privilegiem o canal da emoção como fator catalisador no
processo ensino-aprendizagem. Como por exemplo podemos citar: a exposição
interrogada, a exposição dialogada, a arte de contar história, a humanização do
conhecimento e a humanização do professor.
Observamos que o educador de maneira geral e especificamente o
psicopedagogo, podem aprender a desenvolver técnicas que valendo-se do
colorido emocional atinjam o sentimento do aprendiz garantindo maior qualidade
no seu aprendizado. Conhecer o funcionamento da mente, respeitar a
subjetividade do educando e saber trabalhar as emoções no processo educativo
pode ser fator determinante de sucesso na atividade docente.
Devemos aprimorar nosso conhecimento nos papéis da memória que se
encontram interligados as nossas emoções, para podermos encontrar ferramentas
necessárias e reconstruir a educação, revolucionar nossos conceitos. Essas
mudanças reformularam a construção do saber e do aprender. Conscientizarmos
que como educadores e seres humanos somos falhos e nossos erros poderão
afetar a emoção dos educandos e prejudicar seu rendimento escolar. Minimizar
nossos erros e perceber o universo de cada aluno ´é permitir que o mesmo
busque dentro de si suas capacidades que se desenvolvam no processo natural
do seu crescimento, com acertos e erros. A nossa postura como educador poderá
favorecer este processo educativo se nos mostrarmos professores humanizados.
2. O PROFESSOR EM SALA DE AULA
Como todo processo sempre se encontram em evolução, a educação não
pode ser vista de forma diferente, como um momento estático em cada fase do
aluno, tudo que abordarmos em sala de aula estará sendo registrado
positivamente ou negativamente a personalidade deste ser e sairá das paredes da
sala de aula, do muro da escol, pata sua vida no cotidiano. Ser um educador é
estar ciente que além do conhecimento dentro do magistério, conhecer seus
alunos na integra com defeitos e acertos visto que cada ser humano é um
universo a ser descoberto. Permitir que ele busque dentro de si suas capacidades,
não limitando-o para vida permitindo que desenvolva o processo natural do seu
crescimento, deixemos nossos jovens tornarem-se pensadores e não meros
repetidores de idéias.
Com a crise da educação, não basta sermos bons, precisamos encontrar
a magnitude da evolução da educação, buscar dentro de nossos jovens o desejo
de aprender, sairmos de uma posição comodista e integrarmos às mudanças
encontradas na contemporaneidade, as sementes que plantamos, poderão não
ser vistas pior nós, mas com certeza darão bons frutos amanhã.
O passado nos dá a base para o que somos hoje, não devemos negá-lo,
mas atualizá-lo para os dias atuais ao invés de um professor engomado atrás de
uma mesa, nossos alunos precisam de educadores humanizados que os levem a
pensar antes de reagir, a expor suas idéias, a criar novos conceitos, gerenciar
seus pensamentos e que possam informar como um ancião, mas também
aprender como uma criança. O que gera uma relação feliz é a troca, a humildade
de reconhecer que usamos sempre ensinando e aprendendo com os outros e
esse contato vai nos transformar em alunos e professores, bons, ótimos ou não
tão ótimos assim.
Não será com o excesso de informações, seja através de livros ou
palestras,que vamos nos tornar excelentes educadores, mas parte do processo de
lapidação do nosso caráter e esse será colocado em sala de aula.
Observamos que o educador de maneira geral e especificamente o
psicopedagogo podem aprender e desenvolver técnicas que se valendo do
colorido emocional atinjam o sentimento do aprendente, garantindo maior
qualidade no seu aprendizado. Conhecer o funcionamento da mente, respeitar a
subjetividade do aprendente e saber trabalhar as emoções no processo de ensino
pode ser fator determinante de sucesso na atividade docente em sala de aula.
2.1. Conhecimento dos cinco papéis da memória humana
O progresso da neurociência somado com a teoria psicopedagógica tem
aberto grandes avenidas para o entendimento da mente humana, que não se
resume à esfera física ou à esfera psicológica.
A memória desempenha um papel importante no processo psicodinâmico
da construção dos pensamentos. O registro da memória e voluntário e automático,
não pode ser apagado , mas reeditado à partir de novas experiências. Nossos
pensamentos estão muito ligados com os sentidos e são a conexão das idéias
com o mundo lógico. Para que os pensamentos conscientes sejam gerados é
necessário que haja o registro de milhares de informações e emoções no solo da
memória. Estes registros constituem o alicerce para a formação de idéias.
A memória não é um mero armazém de informações e experiências, por
isso esquecemos alguns fatos para não sobrecarregarmos nossas mentes, é
como uma válvula de escape descarregando mediante tantas informações que
recebemos no transcorrer de nossas vidas. A memória é uma função psicológica
que deve ser usada como suporte da arte de pensar, como apoio à criatividade e
como fator preponderante no processo de formação da inteligência. Ela não tem o
papel de um depósito temporário, mas é a esfera onde ocorre a elaboração das
informações e das emoções durante a execução de diferentes tarefas cognitivas,
como por exemplo a compreensão, o aprendizado e o raciocínio.
A emoção determina a qualidade dos registros da memória e precisão de
sua posterior reconstrução, uma vez que não existe lembrança, mas reconstrução
dos fatos passados. Esse processo de construção ocorre por meio de realização
constante de associações da informações recebidas com as associações pré
existente produzindo assim novos aprendizados.
Ao estudar os papéis da memória em sua Teoria da Inteligência Multifocal,
Cury (1998), fala de cinco fenômenos que quando compreendidos pelos
educadores podem oferecer ferramentas eficazes para se atuar na construção do
saber e do aprender. Resumidamente, trata-se dos seguintes pontos:
· O registro da memória é involuntário, acontece de forma automática
independente da vontade humana, assim como os pensamentos e
emoções, quando não desejamos lembrar de um fato, se torna mais difícil
esquecê-lo do que se aprendemos a conviver com ele. Aprendendo a viver
com nossas emoções, melhoramos nossa qualidade de vida que
influenciará no nosso futuro emocional.
· A emoção determina a qualidade do registro. Toda vez que há um volume
de tensão, positivo ou negativo, é registrado de maneira privilegiada na
memória e as experiências com alta carga emocional ficam disponíveis
para serem lidas na memória e geram milhares de novos pensamentos e
emoções. Alguns casos onde o sofrimento e a ansiedade ocorrem de forma
acentuada provocam um bloqueio na memória, que é uma defesa do
inconsciente que evita o resgate e a reprodução da dor emocional.
· A memória não pode ser deletada, como acontece nos computadores, mas
sim reeditadas acrescentando “novas cores e sabores” aos registros
históricos. No homem só é possível ocorrer quando há lesões cerebrais.
Para reeditar novas lembranças na memória, poderemos utilizar técnicas
cognitivas que atuam nos sintomas ou técnicas analíticas que atuam nas
causas, o ideal é unirmos as duas, aprendermos a gerenciar nossos
pensamentos e emoções.
· A capacidade da memória registrar um fato depende da emoção, o
pensamento será afetado se uma pessoa estiver tranqüila ou ansiosa. Não
adianta preparar uma aula se os alunos não estiverem estimulados para
permitir a entrada de novos conhecimentos que serão processados em
experiências subjetivas que subsidiarão seu desenvolvimento pessoal.
Emoção positiva garante um registro privilegiado da memória.
Conquistamos, primeiro a emoção e depois a razão. Segundo Cury, (2003,
p.112) “medo, ansiedade e o estresse travam os arquivos e bloqueiam os
pensamentos.”
· A lembrança pura, como muitos educadores acreditam, não existe, elas
são reconstruídas. Os pensamentos e emoções que ocorrem em um
determinado momento não serão lembrados da mesma forma que
aconteceram porque a memória nos fará construir novas idéias. Só existe
lembrança pura das informações destituídas de experiências sociais ou
emocionais, ou seja das informações lógicas, como os números. Não as
“decorebas” e sim as deduções e ao entendimento de princípios.
Reconstruir o conhecimento é atraente e abre as janelas da memória.
2.2. Redução dos erros prejudiciais ao processo ensino
aprendizagem
Devemos nos conscientizar, enquanto educadores , como nossas atitudes
poderão ser benéficas ou não, para o desenvolvimento da personalidade de
nossos jovens. Não participarmos do mundo de nossos alunos, saber ouvi-los e
respeitá-los, podem gerar transtornos emocionais que prejudicaram seu
desempenho no processo educativo assim como na sua vida pessoal. Talvez nós,
professores e psicopedagogos, poderemos atuar de forma positiva na vida deles
para que estes não precisem chegar a um consultório psiquiátrico, onde a
indústria de antidepressivos e tranqüilizantes se tornem poderosas, mas em sala
de aula onde os livros sejam mais prazerosos e formemos jovens inteligentes e
felizes. Conheceremos alguns erros prejudiciais :
· A correção feita publicamente sobre o erro de uma pessoa produz
humilhação e traumas difíceis de ser superado, essa intervenção só deve
ocorrer, caso ofenda ou agrida outra. Levar o jovem a refletir sobre sua
ação é educar com sabedoria.
· A hierarquia que existe na vida, pai para filho, educador para educando,
não é prejudicial se não exercermos de forma doentia a autoridade que nos
é concedida, temos que ter conhecimento e condições para exercê-la. O
autoritarismo poderá controlar a inteligência. A autoridade com o diálogo é
ferramenta imprescindível no processo educacional, com ela podermos
colocar limites e educar a emoção de nosso jovens.
· Criticar só é educativo quando estimula e não deprecia. Nossos jovens
devem ter o direito de refletir, para ter suas próprias experiências, orientá-
los, despirmos de nossas histórias, poderemos no caminho da emoção,
mostrar um pouco do mundo que conhecemos, que também fazemos
parte e erramos.
· Não devemos reagir no primeiro momento de um conflito, o melhor é sair
de cena e controlar nossa emoção, agir sem pensar punir sem dar
explicação não educa porque não faz a pessoa repensar sua atitude,
penetrar dentro de si mesmo e aprender a se colocar no lugar do outro.
“Para educar, use primeiro o silêncio e depois as idéias.” ( Cury, 2003, p.
95 )
· Educar é ter paciência de compreender o outro. Atrás de cada aluno existe
um universo de emoções, se resgatamos nossos alunos arredios damos a
chance de vê-los crescer, sem fazer promessas que não poderemos
cumprir, apenas com confiança e afeto.
O sonho e a esperança de mudarmos este processo educativo no qual
estamos atravessando, nos dá a chama necessária para sermos educadores, por
isso não apaguemos em nossos jovens esta chama para não tirarmos o fôlego
emocional e a coragem para viver.
3. UMA NOVA ESCOLA
As mudanças que poderemos oferecer a cultura educacional, seja numa
escola privativa ou numa escola pública onde as dificuldades são maiores não
dependerá a princípio das condições financeiras da instituição, esta mudança
deverá ocorrer no ambiente social e psíquico dos alunos e dos professores. As
técnicas aplicadas nas escolas dependerá do treinamento dos professores,de uma
nova exposição do conteúdo didático, da humanização do conhecimento e do
professor, de integrar a escola com a vida, de educar a auto-estima do aluno e
interagir com os educandos emocionalmente dentro e fora de sala de aula
A doença que encontramos na educação e em nossos educadores é
reflexo do excesso de informações que nossos jovens tem recebido, seja pela TV
ou pelos computadores. Os avanços científico-tecnológicos não são dispensáveis
pelo contrário, são de grande eficácia para expandir o conhecimento, mas como
meios auxiliares e não como substitutos dos professores. A primeira vista pode
parecer que os professores perderam a sus função de transmissores e
construtores do conhecimento, para os equipamentos tecnológicos, mas é o
mestre do ponto de vista didático-pedagógico quanto político que apresentam
mudanças efetivas dentro da sala de aula e na sociedade.
As dificuldades dos jovens em se interessar pelo currículo escolar se
baseia em não lhe darmos o direito de dizer quais as “pré-ocupações” que estão
em suas mentes e nos seus sentimentos escolares, de que forma usaram o
conteúdo aprendido na sua vida, por isso devemos criar um clima de pré-
disposição favorável à aprendizagem e não que decorem, de forma constrangida e
sem interesse os conhecimentos que deveriam ser apropriados, ou seja tornados
próprios.
Segundo Gasparin ( 2003, p.15 ), “ uma das formas para motivar os
alunos é conhecer sua prática social imediata a respeito do conteúdo curricular
proposto”. Devemos respeitar os diferentes níveis do conhecimento que o aluno
traz consigo à escola advindos do contexto do seu lar, de seu bairro, de sua
cidade marcando sua origem social.
Os conteúdos curriculares não interessam inicialmente aos educandos é
necessário relacioná-los às suas opiniões. Implica em fazer um mapeamento, um
levantamento das representações do conhecimento dos alunos sobre o tema a ser
estudado. A maior dificuldade para um jovem reside na descoberta dos aspectos
essenciais de um conceito e na compreensão de sua importância .
A relação entre noções velhas e novas, tanto na escola como fora dela, na
vida cotidiana, é uma preocupação de educadores e psicólogos. Assim as
concepções precedentes sobre um determinado assunto podem facilitar ou
dificultar a aquisição do novo material
É de ressaltarmos que o diálogo pedagógico entre professor e aluno,
fundamenta o processo ensino-aprendizagem, gera confiança e possibilita
também que esta relação caminhe no sentido da superação da contradição, da
dicotomia que possa existir, onde ambos, como sujeitos, se educam e crescem
juntos, pois ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se educa sozinho.
3.1. Mudanças no conceito da educação
A competência técnico científica e o rigor de que o professor não deve
abrir mão no desenvolvimento do seu trabalho, não são incompatíveis com a
amorosidade necessária às relações educativas. Uma pedagogia fundada na
ética, no respeito à dignidade e a própria autonomia do educando. A convivência
amorosa com os alunos, a postura curiosa e aberta provoca nos educadores a se
assumirem enquanto sujeitos sócio-histórico-culturais do ato de conhecer, e que
ele pode falar do respeito à dignidade e autonomia do educando. Essa postura
ajuda a construir o ambiente favorável à produção do conhecimento onde o medo
do professor e o mito que se cria em torno da sua pessoa vão sendo revelado. De
nada adianta o discurso competente se a ação pedagógica é impermeável a
mudanças, “ensinar não é transferir conhecimento mas criar as possibilidades
para a sua produção ou a sua construção”. ( Freire, Paulo, 1.999, p. 25 )
Os conteúdos determinados no currículo escolar deveriam ser definidos
não pelos professores, individualmente, mas pelo corpo de professores de uma
escola ou de cada uma das áreas de conhecimento, tendo como fundamento a
prática social, mais especificamente as necessidades sociais do momento
histórico atual. Caberia aos professores, ler as necessidades sociais e selecionar
os conhecimentos historicamente produzidos que mais adequadamente
satisfaçam às exigências do grupo.
Vermos a educação como um processo que está intimamente ligado ao
crescimento do ser humano, não só do ponto de vista do conhecimento adquirido
mas nas mudanças que irão perpetuar em sua personalidade. Que podemos
implantar novos projetos dentro da escola e suprir a anorexia intelectual que
nossos jovens vem demonstrando em sala de aula.
Existem técnicas já implantadas em algumas escolas, que têm obtido bons
resultados no processo ensino-aprendizagem. O estresse e os gritos dos
professores implorando silêncio, os níveis de ansiedade, as conversas paralelas e
os atritos entre os alunos atenuaram-se com isso cresceram a concentração, o
prazer de aprender e a participação. Se incluirmos no curso do magistério o
treinamento destas técnicas psicopedagógicas, que será citadas a seguir, assim
como tantas outras que poderão surgir com o nosso desempenho em educar
nossos jovens a extraírem força das fragilidade, segurança do medo, esperança
da desolação, sorriso das lágrimas e sabedoria do fracasso, poderemos estar
formando a escola dos nossos sonhos.
3.2. O sonho como virtude
Se conhecemos os problemas,como educadores, temos como objetivo
encontrar soluções para a educação destes jovens. “não importa o tamanho do
nosso obstáculo, mas o tamanho da motivação que temos para superá-lo ( CURY,
2003, P. 101 ) . sonharmos com uma nova escola é acreditarmos em um futuro
melhor. Quanto melhor for a qualidade de educação, menos importante será o
papel do psiquiatra neste século. Se a emoção está diretamente ligada a
qualidade do registro da memória, quando não emoção os alunos ficam disperso e
sem concentração. Trazer a música suave para sala de aula gera uma dimensão
emocional onde o conhecimento toma um novo paladar, alivia a tensão, aquieta o
pensamento e melhora a concentração e a assimilação do conteúdo.
A disposição dos alunos em sala de aula é lesiva, o enfileiramento produz
distração e obstrui a inteligência, precisam ver o rosto um dos outros e não a nuca
do colega da frente, dispo-los em círculo ou em forma de U permite a participação
onde poderão expressar suas opiniões quanto ao conteúdo que está sendo
abordado e a interação social dará um grande salto.
O debate gerado em sala de aula provoca a inteligência, melhor que a
resposta é a dúvida do aluno quanto a exposição realizada pelo professor, ela
gera o estresse positivo que abre as janelas da inteligência. Segundo Cury ( 2003,
p.127 ), “ a exposição interrogada conquista primeiro o território da emoção,
depois o palco da lógica e em terceiro lugar, o solo da memória “. O debate poderá
ser de forma interrogada, onde questionamos o conhecimento sem perguntas ou
na exposição dialogada com várias perguntas.
Contando histórias, deixamos de ser educadores rígidos e formais,
surpreendemos nossos alunos com uma educação agradável e ensinamos a
matéria de uma forma mais suave, já que as notícias diárias são uma avalanche
de fatos ruins, que é arquivada no mercado da memória, podemos substituir as
aulas por um processo mais dinâmico e saudável.
O conhecimento humanizado é a melhor maneira de produzir pessoas que
pensam, nutri-las com um conhecimento com vida, personalizado. Falarmos da
história dos pensadores é tão importante quanto a história da ciência, do
conhecimento que eles produziram, das emoções que vivenciaram. A ciência
raramente causou danos a humanidade, os que utilizaram sem consciência crítica
é que causaram danos. Os jovens ao saírem do ensino fundamental, poderão se
espelhar em modelos de empreendedores, se conhecerem um pouco de sua vida,
exposta pelo professor em sala de aula. Deveriam ser reservados pelo menos,
15% do tempo de aula e estimular a paixão pelo conhecimento e a produção de
engenheiros de idéias. Cury ( 2003, p. 137 ) afirma “ convictamente que
humanizar o conhecimento é fundamental para revolucionarmos a educação “.
A humanização do conhecimento é tão importante quanto a humanização
dos educadores, não podemos separar o professor, enquanto ser humano, da
matéria, somente ele pode estimular a criatividade, a superação dos conflitos, o
encanto pela existência, a educação para a paz, para o consumo, para o exercício
dos direitos humanos e como poderá fazer isto, se estiver escondido atrás de um
pedaço de giz ou de sua matéria, sem mostrar para os alunos um pouco de sua
história.
O sentimento que o jovem têm por si mesmo, eleva a auto-estima, produz
segurança, que permite colocar seus pensamentos sem medo, diante das
pessoa. Devemos como educadores elogiar antes de criticar, promover a auto-
estima, compreendendo o funcionamento da mente, estamos prevenindo
problemas emocionais que podem refletir na vida do educando.
O gerenciamento do pensamento faz parte da educação, devemos
ensinar nossos jovens como dirigir empresas e máquinas como também a sua
própria vida, para que sejam fortes no mundo externo e líderes nos solos da
mente. Prevenirmos as doenças emocionais, produziremos autores e não vítimas
da própria história. Não adianta promovermos conhecimento para resolver
problemas matemáticos, senão sabemos resolver os problemas da vida.
A participação dos jovens nos projetos sociais deve ser a grande meta da
educação, para que se tornem solidários, promovam a cidadania, desenvolvam a
responsabilidade, expandindo a capacidade de trabalhar em equipe, trabalhando
temas transversais: a educação para a saúde, para a paz, para os direitos
humanos. O tempo ocioso que gera tanta ansiedade, pode ser substituído se o
engajarmos em projeto sociais, terão sua emoção estruturada, acalmaram seus
pensamentos e aprenderão a compartilhar com os problemas dos outros,
arquitetando possíveis soluções que impulsionarão sua inteligência.
Se nosso governo e a população acreditassem em nossos educadores e
que estes saíssem de uma postura passiva para empreendedores da educação,
por sua importância dentro do contexto da vida de crianças, jovens e adultos,
preveniríamos contra as síndromes existentes nos tempos atuais e devolveríamos
as instituições uma educação humanizada.
Precisamos ampliar os horizontes de nossos jovens, formá-los para que
façam a diferença de nosso mundo, propondo mudanças, que resgatem seu
sentido existencial e o sentido do mundo. Devemos rever o processo ensino-
aprendizagem, os jovens precisam de uma educação surpreendente.
CONCLUSÃO
A presente pesquisa, tentou responder o seguinte problema: como
podemos estimular o processo de aprendizagem, nos jovens do 2º segmento do
ensino fundamental das escolas públicas do Rio de Janeiro? O objetivo é
estabelecer soluções, para que o jovem de baixa renda, através do conhecimento
adquirido na escola, descubra motivações para enfrentar os desafios exteriores e
os conflitos interiores.
O trabalho teve como hipótese, buscar um novo perfil em sala de aula,
que este não seja um mero condutor de conteúdos, mas um estimulador de novos
cientistas e pesquisadores através de uma dinâmica, na qual o conhecimento faça
parte do dia a dia do educando. Ensinar a matéria estimulando a emoção dos
alunos desencadeia o pensamento, melhora a concentração e produz registro
privilegiado da memória. De acordo com a mesma, a pesquisa foi válida, visto que
no capítulo 1, temos uma visão ampla de como se encontra a educação nos dias
de hoje e como os educando as vêem. Como os vínculos entre pais e filhos, entre
educadores e educandos, podem influenciar positivamente ou negativamente, no
processo ensino-aprendizagem. No capítulo 2, como os professores atuam em
sala de aula, como o desconhecimento dos papéis da memória humana
influenciam na educação e como nossas atitudes poderão ser prejudiciais para o
desenvolvimento da personalidade de nossos jovens. No capítulo 3, podemos
fechar nossa pesquisa, com a esperança de formarmos uma nova escola,
mudando conceitos arcaicos da educação, trazendo o passado como experiência
e abrindo uma nova porta para o futuro de nosso jovens, com novas técnicas
psicopedagógicas que traduzirão num novo modelo para a educação.
Durante o desenvolvimento da pesquisa, foi possível perceber a
necessidade de ampliar nossos conhecimentos sobre a memória, a emoção, as
inteligências múltiplas, elaborarmos e aprimorarmos as técnicas já desenvolvidas
por alguns pesquisadores, A colaboração dos psicopedagogos e professores,
com suas experiências, aumentarão nosso progresso nesta jornada, desde que
conscientizarmos que somos nós a semear as primeiras sementes, para um novo
cultivo.
Nós educadores somos eternos pesquisadores, a evolução da
humanidade, faz com que novos caminhos surjam e novas fontes tecnológicas
apareçam, devemos acompanhar de perto o progresso que muitas vezes nos
assusta, mas se adaptados adequadamente ao ser humano, pode se tornar mais
uma fonte de informações a nos auxiliar na tarefa de formar nossos educandos
para o mundo profissional, mas principalmente para a vida.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA CURY, Augusto Jorge - Pais Brilhantes, Professores Fascinantes. Sextante. RJ, 2003. CURY, Augusto Jorge - Nunca Desista de seus sonhos. Sextante. RJ, 2004. FREIRE, Paulo - Pedagogia da Autonomia. Pais e Terra. RJ, 1999. GASPARIN, João Luiz - Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. Autores Associados , SP, 2003. VIGOTSKY, L. - A Formação Social da Mente - Martins Fontes. SP, 1987.
ANEXO
ÍNDICE
CAPA 1
FOLHA DE ROSTO 2
DEDICATÓRIA 3
AGRADECIMENTO 4
EPÍGRAFE 5
RESUMO 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
1. Os jovens e o processo ensino-aprendizagem 11
1.1 Relação entre pais e filhos 12
1.2 Relação entre educadores e educandos 15
2. O professor em sala de aula 19
2.1 Conhecimento dos cinco papéis da memória 20
2.2 Redução dos erros prejudiciais ao processo ensino-aprendizagem 23
3.Uma nova escola 25
3.1 Mudanças no conceito da educação 26
3.2 Sonho como virtude 28
CONCLUSÃO 31
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 33
ANEXO 34
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PROJETO A VEZ DO MESTRE Pós- Graduação “Lato Sensu”
Título do livro: O prazer de estudar
Data da entrega: 1º de outubro de 2005
Avaliado por: ________________________________ Grau__________.
______________, ____ de ____________ de 200___