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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A INFLUÊNCIA DA MÚSICA AMBIENTE SOBRE OS ALUNOS COM N.E.E. NOS EXERCÍCIOS NA SALA DE ESTIMULAÇÃO DA APAE DE SÃO MATEUS Por: Emilson Dantas dos Santos Orientador Profª. Dª. Maria Esther de Araujo oliveira São Mateus 2008

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A INFLUÊNCIA DA MÚSICA AMBIENTE SOBRE OS ALUNOS

COM N.E.E. NOS EXERCÍCIOS NA SALA DE ESTIMULAÇÃO DA

APAE DE SÃO MATEUS

Por: Emilson Dantas dos Santos

Orientador

Profª. Dª. Maria Esther de Araujo oliveira

São Mateus

2008

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A INFLUÊNCIA DA MÚSICA AMBIENTE SOBRE OS ALUNOS

COM N.E.E. NOS EXERCÍCIOS NA SALA DE ESTIMULAÇÃO DA

APAE DE SÃO MATEUS

Apresentação de Monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em

Psicomotricidade.

Por: Emilson Dantas dos Santos.

3

AGRADECIMENTOS

.... a todos os alunos, pais, funcionários

e amigos da APAE de São Mateus...

4

DEDICATÓRIA

....dedico este trabalho ao meus pais

Albérico e Isabel, minha esposa Zeni e

meus queridos filhos Gabriel, Isabella,

Helena, Júlio e Roberto...

5

RESUMO O presente trabalho tem como objetivo abordar o estudo de gêneros e estilos

musicais, para a apreciação dos alunos atendidos na sala de estimulação da

APAE – São Mateus – ES, para que através destes possamos buscar mais

conhecimento e ainda somar com outras técnicas já aplicadas no atendimento

desta sala. A pesquisa envolveu 20 crianças de 02 a 10 anos de idade (sexo:

10 do sexo masculino e 10 do sexo feminino) com características de deficiência

neuromotora, atendidas em duas sessões semanais de 30 minutos. A pesquisa

foi desenvolvida no período de 05 de maio a 31 de outubro de 2008. Foram

aplicados 08 gêneros musicais com estilos, sons e ritmos variados: forró,

relaxamento, pop, popular, axé, folclórica, clássica e rock. As coletas de dados

foram feitas através da observação, relato de experiência, diário de campo,

fotografias, filmagens e questionário. Conclui-se que, a música ambiente na

sala de estimulação tende a mudar os conceitos da educação psicomotora,

educando o movimento, ao mesmo tempo em que põem em jogo as funções da

inteligência dos portadores de necessidades educativas especiais.

6

METODOLOGIA

Os procedimentos metodológicos estão embasados em pesquisa bibliográfica,

onde foram consultadas bibliografias de autores, artigos coletados na internet,

revistas e demais materiais para a contextualização da parte teórica do

trabalho.

Foi realizada também uma pesquisa de campo na APAE – São Mateus no

período de 05 de maio a 31 de outubro de 2008. O público-alvo da pesquisa

abrangeu 20 crianças de 02 a 10 anos de idade (sexo: 10 masculino e 10

feminino), com características de deficiência neuromotora, atendidas em duas

sessões semanais de 30 minutos

Foram aplicados 08 gêneros musicais com estilos, sons e ritmos variados:

forró, relaxamento, pop, popular, axé, folclórica, clássica e rock.

Material de consumo: aparelho de som, CDs, brinquedos educativos,

prancheta, papel A4, computador, cronômetro, canetas, bola e rolo Bobath e

colchonete.

Material permanente: sala de estimulação.

As coletas de dados foram feitas através da observação, relato de experiência,

diário de campo, fotografias, filmagens e questionário.

A análise estatística utilizada foi a porcentagem de apreciação musical das

crianças em relação aos gêneros e estilos aplicados.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 8

CAPITULO I - A MÚSICA, HISTÓRIAS E CONCEITOS...................................10 1.1 – Os primeiros elementos ........................................................................... 12

1.2 – A música ocidental .................................................................................. 13

1.3 – A música no Brasil ................................................................................... 14

CAPITULO II - EDUCAÇÃO PSICOMOTORA E A CRIANÇA COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS...................................................18 2.1 – A estimulação .......................................................................................... 19

2.2 – A educação e reeducação psicomotora .................................................. 21

CAPITULO III - A MÚSICA NA EDUCAÇÃO.....................................................24 3.1 – Os sons e a música ................................................................................. 25

3.2 – A pedagogia musical ............................................................................... 28

CAPITULO IV - A INFLUÊNCIA DA MÚSICA AMBIENTE SOBRE OS ALUNOS CO N.E.E. NOS EXERCÍCIOS NA SALA DE ESTIMULAÇÃO DA APAE - SÃO MATEUS............................................................................................................31 4.1 – Materiais e métodos ................................................................................ 32

4.2 – Resultados .............................................................................................. 32

CONCLUSÃO ................................................................................................... 33

ANEXOS............................................................................................................34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ....................................................................... 49

BIBLIOGRAFIA CITADA .................................................................................. 50

INDICE...............................................................................................................52

FOLHA DE AVALIAÇÃO....................................................................................53

8

INTRODUÇÃO

O mundo é um universo musical, repleto de ritmos. O som esta em

toda parte: dos animais às máquinas, do vento e da chuva aos ruídos do mar,

da cidade ao campo, do interior ao exterior dos edifícios, dos bebês aos

adultos. Contudo, os sons não são iguais. Existem aqueles agradam e também

os que desagradam.

Se o homem e a música, existencialmente, pertencem um ao outro, e a

música, é um elemento essencial dos atributos humanos, então o homem sem

a música não é homem e o mundo sem música não é mundo: ambas, homem

sem música e o mundo sem música são contradições indispensáveis

(ZUKERKANDL apud QUEIROZ, 2004).

Entre os povos antigos, os gregos dedicaram grande importância à

música na educação. A música entre eles tinha papel sociocultural, isto é não

visava formar o artista, mas o indivíduo. Aristóteles já dizia que “a música

educa”, colocando-a ao lado da filosofia e da matemática.

Portanto, dentre suas diversas atribuições, a música tem importância

fundamental no desenvolvimento humano especificamente no processo ensino-

aprendizagem.Neste contexto, a contribuição dada pela psicomotricidade à

educação física é uma aliança a ser construída, ampliada e estudada, dentro

da musicalização, onde um dos seus objetivos é o desenvolvimento da

musicalidade do aluno com Necessidades Educativas Especiais (N.E.E.), que

difere dos conceitos tradicionais ligados ao dom individual, define-se como

constituinte da natureza humana, assim como a fala, o pensamento e o

sentimento.

9

Logo trabalhar com a musicalidade do aluno, possibilitando a ele uma

ampliação desta relação sonoro-musical, é conseqüentemente desenvolver

aspectos psicomotores, como por exemplo, o esquema corporal. Assim, fica

clara a relação estreita que há entre a musicalidade e a psicomotricidade, e

que as duas podem aliar-se em prol dos estudos e das técnicas dos

movimentos, sejam elas com a música ou através do corpo.

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CAPÍTULO I

A MÚSICA, HISTÓRIA E CONCEITOS

A “Música” é a arte de combinar os sons e o silêncio. Ao que parece, o

homem das cavernas dava a sua música um sentido religioso. Considerava-a

um presente dos deuses e atribuía-lhe funções mágicas. Associada à dança,

ela assumia um caráter de ritual, pelo qual, as tribos reverenciam o

desconhecido, agradecendo-lhe a abundância da caça, a fertilidade da terra e

dos homens. Com o ritmo criado – batendo as mãos e os pés – eles buscavam

também celebrar fatos da sua realidade: vitórias na guerra, descobertas

surpreendentes. Mais tarde, em vez de usar só as mãos e os pés, passaram a

ritmar suas danças com pancadas na madeira, primeiro simples e depois

trabalhadas para soarem de formas diferentes. Surgia, assim, o instrumento de

percussão.

Os barulhos da natureza deviam fascina o homem desse tempo,

dando-lhe vontade de imitar o sopro do vento, o ruído das águas, o canto dos

pássaros. Mas, para isto, o ritmo não bastava e o artesanato ainda não permitia

a invenção de instrumentos melódicos. De modo que estranhos sons tirados da

garganta devem ter constituído uma forma rudimentar de canto, que, junto com

o ritmo, resultou na mistura de palmas e roncos, pulos e uivos, batidos e

berros. Era o que estava ao alcance do homem primitivo. E terá sido um estilo

que resistiu há séculos.

As épocas remotas que demarcam a presença do que viria a ser

música apontam para uma consciência mágica, mítica, responsável pela

transformação de sons em música e seres humanos em seres musicais,

produtores de significados sonoros. Os tantos mitos e lendas relacionando

vida, mundo, sons e silêncios, conferindo poder e magias aos sons e,

conseqüentemente, aos instrumentos musicais, expressam essa condição.

11

Existem muitas teorias sobre a origem e a presença da música na

cultura humana. A linguagem musical tem sido interpretada e definida de várias

maneiras, em cada época e cultura, em sintonia com o modo de pensar, com

os valores e as concepções estéticas vigentes.

O emprego de diferentes tipos de sons na música é uma questão

vinculada à época e à cultura. O ruído, por exemplo, considerado durante muito

tempo como não som, ou som não musical, presente apenas nas produções

musicais alheias ao modelo musical ocidental do século XX. Se o parâmetro

altura, com a ordenação de tons (sons com afinação determinada), predominou

na música ocidental desde a Idade Média até o final do século XX, o timbre

tornou-se o parâmetro por excelência no século XX, pela ampliação das fontes

sonoras que foram incorporadas ao fazer musical.

As definições de música expressam diferentes concepções. Ainda

hoje, consultando o Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa, encontramos

no verbete “música” a seguinte definição: “Arte e ciência de combinar os sons

de modo agradável ao ouvido”; e também: “Qualquer conjunto de sons”

(seguido por parênteses onde se lê: “deprec.:musiqueta”). O verbete funda-se

numa abordagem subjetiva, que confere valor aquilo que agrada o ouvido.

Na menção de Redfield apud Benenzon (1988, p.12 ): [...] a música

utiliza oito fatores: melodia, harmonia, ritmo, tempo, dinâmica, timbre e cor.

Mas os utiliza uma forma particular, com a finalidade de que o produto, uma

vez terminado e composto desses oito fatores, satisfaça certa condição

definida, ou seja, que o produto seja belo.

A música como linguagem sonora e verbal e não verbal utiliza os

códigos lingüísticos do ritmo, do som, da letra e da melodia – estruturada ou

não, harmônica ou dissonante – respeitando as singularidades e diferenças de

cada um indivíduo (BENEZON, 1988).

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1.1 – Os primeiros elementos

A noção que hoje se tem da música como “uma organização temporal de

sons e silêncios “não é nova. Civilizações muito antigas já se aproximaram

dela, descobrindo os elementos musicais e ordenando-os de maneira

sistematizada. Os historiadores têm encontrado inscrições as quais indicam

que um caráter nitidamente ritualístico impregnava a maior parte da criação

musical da antiguidade.

Por muito tempo as formas instrumentais permaneceram

subdesenvolvidas. Predominava a música vocal. Essa forma, adicionando à

música o reforço das palavras, era mais comunicativa e as pessoas

assimilavam-na melhor. Assim se explica o grande desenvolvimento que

atingiu entre os antigos. Os povos de origem semita cultivavam a expressão

musical, tornando-a bastante elaborada. Os que habitavam a Arábia,

principalmente, distinguiram-se pela criatividade. Possuíam uma ampla

variedade de instrumentos e dominavam diferentes escalas. Segundo parece,

tocavam, sobretudo para dançar, pois foi entre eles que surgiu a “Suíte de

danças”, um gênero que sobrevive ainda hoje.

A Bíblia mostra que também os judeus tinham a música como hábito.

Davi fala sobre ela nos “Salmos”, e diversas outras passagens bíblicas contêm

menções a respeito. Na China, o peculiar era a própria música devido à sua

monumentalidade. Os chineses utilizavam nada menos que 84 escalas (o

sistema tradicional da música ocidental dispunha de apenas 24). A variedade

da sua instrumentação era imensa. E já por volta do ano 2255 a.C., o domínio

sobre a expressão musical atingia tal perfeição entre eles, que sua influência

se estendia por todo o oriente, moldando a música do Japão, da Birmânia, da

Tailândia e de Java.

13

1.2 – A música ocidental

Até o século 15 ou 16, a atividade musical era exclusivamente utilitária:

tinha função ritual (em todas as religiões de todos os povos de todo o mundo),

tinha função de comunicação (os trovadores, os rapsodos que levavam notícias

etc.), função de trabalho (marinheiros, soldados etc.), cotidiano (ninar, lavar

roupa etc.) lazer (canções e dança, música ambiente nas cortes.,

acompanhando poemas e peças teatrais) e outras atividades sóicio-artistícas

(educação. Medicina, militar, moda etc., propaganda – comerciais, políticas,

etc., hinos de todos os tipos etc.).

A noção de ARTE DA MÚSICA, voltada exclusivamente para a criação

abstrata de obras que explorassem os parâmetros musicais, só surgiu no

renascimento europeu e em países como a França, a Itália, a Inglaterra e a

Alemanha. É claro que encontramos nos padres medievais esta pesquisa ou

mesmo na China, na Índia, na Grécia Antiga e entre os árabes, mas o alcance

racionalista ocidental foi mais, pois além dos tratados teóricos, desenvolveu-se

toda a sua grafia uniforme e precisa para registrar os sons (dois objetivos:

fixação para a execução, documentação e estudo e o desenvolvimento da

imprensa musical). Esta música, denominada muitas vezes de erudita (ou

clássica ou de concerto) é um tipo de experimentação que não tem uma

utilidade prática e que serve somente para apreciação estética e destinada a

um ambiente designado pelo compositor.

Assim, música é a arte da inteligência humana trabalhar com sons e tem

por objetivo a universalidade, a abstração e a exploração técnica.

A noção de história da música é praticamente recente. Tem uns 150 a

200 anos no máximo.

Os primeiros historiadores da música (e da história geral – política,

econômica, social etc.) começaram a organizar tudo com o nacionalismo

14

romântico no início do século 19. Tudo era narrado através de fatos bastante

vagos lendários e datações imprecisas e arbitrárias.

Assim a história da música que estudamos é a história da música da

Europa ocidental. Esta música não é a única, não é a mais importante e não é

a melhor do que a de outros povos e civilizações. É aquela na qual estamos

inseridos culturalmente e que aprendemos e trabalhamos todo o seu arcabouço

teórico, tocamos os instrumentos inventados ou desenvolvidos por ela e

elegemos os compositores daquele continente como nossos modelos. Além

disto, nós delimitamos seu estudo a partir da Idade Média, mais precisamente

aquelas músicas registradas depois do século.

1.3 – A música no Brasil

Na época do descobrimento do Brasil as músicas das muitas tribos são

executadas em solos e coros, acompanhados pela dança, bater das palmas,

dos pés, flautas, apitos, cornetas, chocalhos, varetas e tambores. Em 1538

chegaram os primeiros escravos trazidos da África trazendo suas músicas,

danças, idiomas, macumba e candomblé – criando a base primordial de uma

nova etapa fundamental na história inicial da música brasileira.

Outros estilos musicais africanos. Em 1630 a cultura musical africana dos

escravos negros é preservada e desenvolvida através dos Quilombos. Surgem

as primeiras novas formas de uma música afro-brasileira, que desenvolveria o

afoxé, jongo, lundu, maracatu, maxixe, samba e outros gêneros futuros

(GEOCITIES, 2003).

Em 1549 chegam as primeiras missões dos jesuítas portugueses no

Brasil, os padres passam a introduzir as noções elementares da música

européia aos índios e a apresentar seus instrumentos musicais, num primeiro

contato importante de fusão e influências na nascente história da música

brasileira. A partir dos rituais religiosos das missões jesuítas nascem os

15

primeiros cultos folclóricos populares dos habitantes locais como o 'reisado' e o

'bumba-meu-boi'. A música sacra, as melancólicas baladas e as modas

portuguesas contribuem para a formação da música brasileira.

Sendo assim, a música no Brasil formou-se principalmente, a partir da

fusão de elementos europeus e africanos, trazidos respectivamente por

colonizadores portugueses e escravos.

Até o século XIX Portugal foi a porta de entrada para a maior parte das

influências que construíram a música brasileira, clássica e popular, introduzindo

a maioria do instrumental, o sistema harmônico, a literatura musical e boa

parcela das formas musicais cultivadas no país ao longo dos séculos, ainda

que diversos destes elementos não fosse de origem portuguesa, mas

genericamente européia. A maior contribuição do elemento africano foi a

diversidade rítmica e algumas danças e instrumentos, que tiveram um papel

maior no desenvolvimento da música popular e folclórica, florescendo

especialmente a partir do século XX. O indígena praticamente não deixou

traços seus na corrente principal, salvo em alguns gêneros do folclore, sendo

em sua maioria um participante passivo nas imposições da cultura

colonizadora.

Ao longo do tempo e com o crescente intercâmbio cultural com outros

países alem da metrópole portuguesa, elementos musicais típicos de outros

países se tornariam importantes, como foi o caso da voga operística italiana e

francesa e das danças como a zarzuela, o bolero e a habanera de origem

espanhola, e as valsas e polcas germânicas, muito populares entre os séculos

XVIII e XIX, e o jazz norte americano no século XX, que encontraram todos, um

fértil terreno no Brasil para enraizamento e transformação.

Com grande participação negra, a música popular desde fins do

século XVIII começou a dar sinais de formação de uma sonoridade

caracteristicamente brasileira. Na música clássica, contudo, aquela diversidade

de elementos se apresentou até tardiamente numa feição bastante

indiferenciada, acompanhando de perto, dentro das possibilidades técnicas

16

locais, bastante modestas se comparada com os grandes centros europeus ou

como os do México e do Peru – o que acontecia na Europa e em grau menor

na América espanhola em cada período, e um caráter especificamente

brasileiro na produção nacional só se tornaria nítido após a grande síntese

realizada por Vila Lobos, já em meados do século XX.

As épocas remotas que demarcam a presença do que viria a ser

música apontam para uma consciência mágica, mítica, responsável pela

transformação de sons em música e seres humanos em seres musicais,

produtores de significados sonoros. Os tantos mitos e lendas relacionando

vida, mundo, sons e silêncios, conferindo poder e magias aos sons e,

conseqüentemente, aos instrumentos musicais, expressam essa condição.

Existem muitas teorias sobre a origem e a presença da música na

cultura humana. A linguagem musical tem sido interpretada e definida de várias

maneiras, em cada época e cultura, em sintonia com o modo de pensar, com

os valores e as concepções estéticas vigentes.

O emprego de diferentes tipos de sons na música é uma questão

vinculada à época e à cultura. O ruído, por exemplo, considerado durante muito

tempo como não som, ou som não musical, presente apenas nas produções

musicais alheias ao modelo musical ocidental do século XX. Se o parâmetro

altura, com a ordenação de tons (sons com afinação determinada), predominou

na música ocidental desde a Idade Média até o final do século XX, o timbre

tornou-se o parâmetro por excelência no século XX, pela ampliação das fontes

sonoras que foram incorporadas ao fazer musical.

O século XX é marcado por uma série de novas tendências e técnicas

musicais, no entanto torna-se imprudente rotular criações que ainda encontra-

se em curso. Porém algumas tendências e técnicas importantes já se

estabeleceram no decorrer do século XX. São elas: Impressionismo,

Nacionalismo do século XX, Influências jazzísticas, Politonalidade, Atonalidade,

Expressionismo, Pontilhismo, Serialismo, Neoclassicismo, Microtonalidade,

Música concreta, Música eletrônica, Serialismo total, e Música Aleatória. Isto

17

sem contar na especificidade de cada cultura. Há também os músicos que

criaram um estilo característico e pessoal, não se inserindo em classificações

ou rótulos, restando-lhes apenas o adicional “tradicionalista” (BENNETT, 1986).

As definições de música expressam diferentes concepções. Ainda

hoje, consultando o Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa, encontramos

no verbete “música” a seguinte definição: “Arte e ciência de combinar os sons

de modo agradável ao ouvido”; e também: “Qualquer conjunto de sons”

(seguido por parênteses onde se lê: “deprec.:musiqueta”). O verbete funda-se

numa abordagem subjetiva, que confere valor aquilo que agrada o ouvido.

Quando define música como “qualquer conjunto de sons”, isento de seu

resultado estético, aponta o caráter depreciativo da definição.

18

CAPÍTULO II

EDUCAÇÃO PSICOMOTORA E A CRIANÇA COM

NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS

Antes de aprender a matemática, o português, os ensinamentos formais,

o corpo tem que estar organizado, com todos os elementos psicomotores

estruturados. Uma criança que não consegue organizar seu corpo no tempo e

no espaço, não conseguirá sentar-se numa cadeira, concentrar-se, segurar

num lápis com firmeza e reproduzir num papel o que elaborou em pensamento.

Os conceitos básicos da aprendizagem são experimentados primeiramente no

corpo do sujeito para que depois possam ser representados. É extremamente

importante o oferecimento de vivências psicomotoras adequadas às crianças

para que seu corpo vivido haja positivamente no processo de aprendizagem de

conceitos formais e informais (GORETTI, 2000).

O trabalho da educação psicomotora visa à formação do

desenvolvimento motor, afetivo e psicológico, dando oportunidade para que, as

crianças se conscientizem sobre seu corpo. Através da psicomotricidade, a

criança seja ela portadora de necessidades especiais ou não, é estimulada a

desenvolver suas aptidões perceptivas como meio de ajustamento do

comportamento psicomotor, na sua parte recreativa, proporciona a

aprendizagem das crianças em várias atividades que ajudam na conservação

da saúde física, mental e no equilíbrio sócio-afetivo.

Segundo Assunção e Coelho (1997, p.108) a psicomotricidade é a

“educação do movimento com atuação sobre o intelecto, numa relação entre

pensamento e ação, englobando funções neurofisiológicas e psíquicas”. Além

disso, possui uma dupla finalidade: “assegurar o desenvolvimento funcional,

tendo em conta as possibilidades da criança, e ajudar sua afetividade a se

expandir e equilibrar-se, através do intercâmbio com o ambiente humano”.

19

Para Barreto (2000), a psicomotricidade é uma ciência da Educação e

da Saúde destinada a estudar, analisar e orientar as diversas condutas do

indivíduo: motoras, afetivas-emocionais e cognitivas. Tem como objetivo buscar

a intencionalidade da ação pelo movimento, a sua relação com o tempo e com

o espaço, normalizando ou melhorando o comportamento geral da criança,

suas emoções e necessidades e a integração harmoniosa entre os segmentos

corporais e as inúmeras possibilidades do movimento.

2.1 – A estimulação A psicomotricidade, nos seus primórdios, compreendia o corpo nos seus

aspectos neurofisiológicos, anatômicos e locomotores, coordenando-se e

sincronizando-se no espaço e no tempo, para emitir e receber significados.

Nesse sentido, De Meur e Staes (1989) referem que a psicomotricidade

foi evoluindo. Começou por estudar o desenvolvimento motor, depois a relação

entre o atraso no desenvolvimento motor e o atraso intelectual da criança, mais

tarde o desenvolvimento da habilidade manual e aptidões em função da idade,

para atualmente, estudar também as ligações com a lateralidade, com a

estruturação espacial e a orientação temporal e as relações das dificuldades de

aprendizagem escolares de crianças de inteligência normal. Os autores alertam

também para a tomada de consciência das relações existentes entre o gesto e

a afetividade, como por exemplo, o fato de uma criança segura de si caminhar

de forma muito diferente de uma criança tímida.

Atualmente, a psicomotricidade é concebida como a maneira de

relacionar-se através da ação, como um meio de tomada de consciência que

une o ser corpo, o ser mente, o ser espírito, o ser natureza e o ser sociedade.

Está associada à afetividade e à personalidade, porque o indivíduo utiliza seu

corpo para demonstrar o que sente, e uma pessoa com problemas motores

passa a apresentar problemas de expressão. A psicomotricidade conquistou,

20

assim, uma expressão significativa, já que se traduz em solidariedade profunda

e original entre o pensamento e a atividade motora. É atualmente concebida

como a integração superior da motricidade, produto de uma relação inteligível

entre a criança e o meio. É um instrumento privilegiado através do qual a

consciência se forma e se materializa (MOLINARI; SENS, 2003).

Relatam Molinari; Sens (2003), que os temas sobre a psicomotricidade

eram abordados excepcionalmente em pesquisas teóricas fixadas no

desenvolvimento motor da criança. Com o tempo, as pesquisas passaram a

abranger a relação entre o atraso no desenvolvimento motor e o intelecto da

criança. Seguiram-se outros estudos sobre o desenvolvimento da habilidade

manual e da aptidão motora em função da idade. Nos dias atuais, os estudos

ultrapassam os problemas motores. Pesquisam-se as ligações com

estruturação espacial, orientação temporal, lateralidade, dificuldades escolares

enfrentadas por crianças com inteligência normal.

A psicomotricidade surgiu, enfim, como um meio de combater a

inadaptação psicomotora, pois apresenta uma finalidade reorganizadora nos

processos de aprendizagem de gestos motores. É um alicerce sensório-

perceptivo-motor indispensável na contribuição do processo de educação e

reeducação psicomotoras, pois atua diretamente na organização das

sensações, das percepções e nas cognições, visando a sua utilização em

respostas adaptativas previamente planificadas e programadas.

É por meio do movimento, da atitude, da interação com o

psicomotricista, com as outras crianças, com o ambiente e com os objetos,

numa situação controlada e dirigida para as necessidades do indivíduo, que

coloca-se corpo, movimento e desenvolvimento numa linha só, em equilíbrio.

Conforme Molinari; Sens (2003, p. 86):

O ser humano é um complexo de emoções e ações, propiciadas por meio do contato corporal nas atividades psicomotoras, que também favorecem o desenvolvimento afetivo entre as pessoas, o contato físico, as emoções e ações. A psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal, o que facilitará a orientação espacial.

21

Segundo Thelittle (2008), a psicomotricidade é uma disciplina que parte

do corpo e das suas habilidades motoras para atingir o desenvolvimento

psicológico global da criança. Desde que nasce, e até aos seis ou sete anos,

as experiências mais enriquecedoras são as que obtém do seu próprio corpo.

Mediante os seus movimentos e as suas ações sobre os objetos e as pessoas

em seu redor, as crianças conhecem e compreendem o mundo que as rodeia.

Assim, partindo do seu corpo e das suas experiências, vão construindo o seu

pensamento.

Os movimentos expressam sentimentos, pensamentos e atitudes que

muitas vezes estão arquivadas no inconsciente. Estrutura o corpo com uma

atitude positiva de si mesma e dos outros, a fim de preservar a eficiência física

e psicológica, desenvolvendo o esquema corporal e apresentando uma

variedade de movimentos.

2.2 – A educação e reeducação psicomotora

A psicomotricidade está presente em todas as etapas do

desenvolvimento infantil, destacando as estreitas ligações entre a motricidade,

a intelectualidade e a afetividades sendo, portanto, uma educação global que

procura educar o movimento, desenvolvendo juntamente as funções cognitivas

e envolvendo também a emoção. "A finalidade da educação psicomotora é

promover, através de uma ação pedagógica, o desenvolvimento de todas as

potencialidades da criança, objetivando o equilíbrio biopsicossocial"

(NEGRINE, 1986, p. 11).

As práticas psicomotoras podem desenvolver-se em contextos de ação

diferenciados, em função da origem, história e caracterização do sujeito, nas

suas possibilidades e dificuldades, e do contexto de intervenção (FONSECA;

MARTINS, 2001).

22

Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção

de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo

sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua

socialização. Tem sua importância para todas as crianças. Para a criança o

corpo é usado como linguagem para transmitir suas reações. O lugar da

criança na psicomotricidade é o do prazer sensório motor, da expressividade

psicomotora e da comunicação.

A prática psicomotora abre um novo espaço para outros desejos, além

dos cognitivos, para que a criança tenha vontade de aprender e também possa

expressar seus sentimentos em sua totalidade (inteligência, pensamento,

afetividade e ação). Exercícios como: entrar em contato com o chão (terra,

cimento, grama, areia), experimentar texturas e qualidade de materiais, brincar

no balanço, pular, correr, testar o seu equilíbrio, rolar no chão, rodar até cair,

cantar, ouvir música, sentir o medo de ser trancado, sentir a sensação de ser

enrolado e arrastado num pano, são algumas experiências que refinam

habilidades e melhoram a representação da criança.

As atividades psicomotoras utilizam metodologias contextualizadas,

perceptivas, em que o desenvolvimento dos aspectos motor, social, emocional

e lúdico da personalidade e a destreza dos movimentos corporais são

vivenciados, através de atividades organizadas e seqüenciais, desenvolvidas

individualmente e em grupo.

Diante desta visão, as atividades psicomotoras desempenham na vida

da criança portadora de necessidades especais – sejam elas mentais, motoras

e/ou sensoriais –, papel importantíssimo, pois, encara a criança como um todo

e trabalha de forma integrada as suas funções através da relação entre o

gesto, a afetividade e a qualidade de comunicação.

As práticas pedagógicas em psicomotricidade ao priorizarem a

linguagem corporal, esquema corporal, coordenação visomotora, organização

23

espaço temporal, exercícios de atenção visual, auditiva e tátil, fortalecimento da

musculatura respiratória, melhora da postura e do equilíbrio, darão contribuição

de fundamental importância para a promoção da aprendizagem e bem estar

físico da criança portadora de necessidades especiais (BROUGÉRE, 1997).

Desse modo, quanto mais dinâmicas forem as experiências da criança

portadora de necessidades especiais à partir da psicomotricidade, maiores

serão as possibilidades de enriquecimento de suas habilidades cognitivas,

motoras, sócio-emocionais e simbólicas.

Dentro desse contexto, a psicomotricidade surge como um alicerce

sensório-perceptivo-motor indispensável na contribuição do processo de

educação e reeducação psicomotoras, sobretudo dos portadores de

necessidades especiais, pois atua diretamente na organização das sensações,

das percepções e nas cognições, visando a sua utilização em respostas

adaptativas previamente planejadas e programadas (FONSECA apud KRUG et

al., 2004). Ela busca também combater a inadaptação psicomotora, pois

apresenta uma finalidade reorganizadora nos processos de aprendizagem de

gestos motores.

24

CAPÍTULO III

A MÚSICA NA EDUCAÇÃO Uma das grandes Belas Artes é a Música, que como todas as demais,

significa expressão de sentimentos, comunicação, revelação do Belo,

criatividade. A música desde os primórdios da humanidade esteve presente em

todas as manifestações humanas de alegria, dor, esperança, fé, amor...,

expressando-se das mais variadas formas e nos mais diversos grupos e em

todas as etapas evolutivas (BRAZ, 1998).

Em diferentes períodos da História, a música tem executado parte

importante na educação de portadores de N.E.E. Seu estudo tem sido

reconhecido como necessário para tornar o homem um ser completo, bem

equilibrado. Algumas vezes o estudo da música tem sido considerado como um

estudo de técnica, uma prática no desempenho de atividades ou habilidades, e

como um exaltado campo de entretenimento.

A música tem variados aspectos. Tem o lado técnico que demanda

pensamento claro e lógico. Tem seu lado matemático no estudo da acústica e

da ciência do som. Desenvolve habilidades motoras na execução de um

instrumento ou no canto. Tem também grande valor recreativo. Mas, além de

tudo isto, está o valor da música como uma arte, como a expressão de sons

ordenados da experiência, pensamento, imaginação e instinto criativo no

homem. Através da música o homem tem expressado algumas de suas mais

profundas experiências e entendimento do significado da vida.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997):

O conhecimento da arte abre perspectivas para que o aluno tenha uma compreensão do mundo na qual a dimensão poética esteja presente: a arte ensina que é possível transformar continuamente a existência que é preciso mudar referências a cada momento, ser flexível. Isso quer dizer que criar e conhecer são indissociáveis e a flexibilidade é condição fundamental para aprender

25

A música está inserida diretamente no processo educativo e além dos

conhecimentos específicos, ela é auxiliar importante na aprendizagem.

Segundo Costa; Valle apud Braz (1998), através da música podemos criar

ambiente favorável para o que se deseja ensinar, uma vez que ela é sempre

agradável... desde que observados certos princípios em relação a música

dada, como a qualidade, adequação e a técnica de ensino.

De acordo com Boll (2007), a música pode ser usada de diversas formas

para estimular a criança, uma das que pode ser observada facilmente, é a

emoção causada por canção triste ou a animação despertada por outra mais

ritmada, que a criança alegremente acompanha com batidas de mãos e pés.

Na medida em que se sente empolgada pela canção, verifica-se uma oscilação

do seu corpo. Tal perspectiva, se deve ao fato, da, a música contribuir de

maneira indelével para o desenvolvimento harmônico e global do ser humano,

em particular da criança portadora de N.E.E.

3.1 – Os sons e a música O envolvimento do ser humano com o universo sonoro começa ainda

antes do nascimento, pois na fase intra-uterina os bebês já convivem com um

ambiente de sons provocados pelo corpo da mãe, como sangue que flui nas

veias, a respiração e a movimentação dos intestinos. A voz materna também

constituiu material sonoro especial e referência afetiva para eles.

Ao nascer à criança é cercada de sons e esta linguagem musical é

favorável ao desenvolvimento das percepções sensório-motoras, dessa forma

a sua aprendizagem se dá inicialmente através dos seus próprios sons (choro,

grito, risada), sons de objetos e da natureza (chuva, vento), o que possibilita a

criança descobrir que ela faz parte de um mundo cheio de vibrações sonoras.

O nosso corpo também produz som. Ele tem elementos de expressão,

como por exemplo, os dedos, as coxas, os pés, a caixa torácica, cantar, gritar,

26

falar, cantarolar, assobiar, murmurar, suspirar, chiar, deglutir, gargarejar, etc.

Quando o som é produzido no interior do corpo humano, ele é chamado de

sistema de percepção interna, isto é, um conjunto de receptores que detectam

tudo que ocorre em nosso interior. Em virtude do exposto até o presente

momento, é possível afirmar que é chegado o momento de nos

conscientizarmos também dos efeitos dos sons saudáveis e dos prejudiciais e

assumirmos a responsabilidade pelos sons que deixamos entrar no âmago do

nosso ser, através de nossa corporeidade (BENEZON, 1988).

Os sons encontrados no corpo auxiliam a criança a conhecer seu

esquema corporal. Esta construção adquire-se progressivamente com o

amadurecimento do sistema nervoso estando paralelamente ligada a evolução

sensório-motora (KREPSKY, 2005).

O som é elemento básico da música, pode despertar e refinar a

sensibilidade da criança, provocar reações de cordialidade e entusiasmo,

prender a atenção, estimular a sua vontade, auxiliando a consolidar a ação

educativa. Portanto, as atividades musicais devem ser propostas de forma a

estimular não somente o gosto pela música, como também em desempenho

autônomo e criativo por parte da criança (WEIGEL, 1988).

Neste sentido, toda criança precisa ser sensibilizada para o mundo dos

sons, pois, é pelo órgão da audição que ela possui o contato com os

fenômenos sonoros e com o som. Quanto maior for a sensibilidade da criança

para o som, mais ela descobrirá as suas qualidades. Portanto é muito

importante exercitá-la desde muito pequena, pois esse treino irá desenvolver

sua memória e atenção.

Partindo de uma visão cognitivista, o conhecimento musical se inicia por

meio da interação com o ambiente, através de experiências concretas, que aos

poucos levam à abstração. A criança se envolve integralmente com a música e

a modifica constantemente, transformando-a, pouco a pouco numa resposta

estruturada.

27

A música serve como ativador de células do cérebro; a possibilidade de

combinação entre todos os componentes de uma música é quase infinita, e

dessa maneira de tornam quase infinitas também as possibilidades da música

funcionar como desbravador de áreas virgens do cérebro, e que, uma vez

desbravadas, essas áreas se tornam células cerebrais úteis para a utilização

de outros conhecimentos, de Matemática, Biologia, etc. A música independente

do gênero está ligada diretamente ao sentido das pessoas, podendo

desencadear emoções de todos os tipos através de seus acordes arranjados.

Pelo exposto até o presente momento, é possível afirmar na atualidade que a

música é capaz de interferir no organismo humano através de comandos

cerebrais, que podem fazer rir, dançar ou até mesmo chorar (BOLL, 2007).

Parafraseando Gainza (1988) a música afeta de duas maneiras distintas

no corpo do indivíduo: diretamente, com o efeito do som sobre as células e os

órgãos, e indiretamente, agindo sobre as emoções, que influenciam numerosos

processos corporais provocando a ocorrência de tensões e relaxações em

várias partes do corpo. A música é, portanto, um elemento de fundamental

importância, pois movimenta, mobiliza e por isso contribui para a transformação

e o desenvolvimento.

Para Stefani (1987), a música afeta as emoções, pois as pessoas vivem

mergulhadas em um oceano de sons. Em qualquer lugar e qualquer hora

respira-se a música, sem se dar conta disso. A música é ouvida porque faz

com que a pessoas sintam algo diferente, se ela proporciona sentimentos,

pode-se dizer que tais sentimentos de alegria, melancolia, violência,

sensualidade, calma e assim por diante, são experiências da vida que

constituem um fator importantíssimo na formação do caráter do indivíduo. A

música atinge a motricidade e a sensorialidade por meio do ritmo e do som, e

por meio da melodia, atinge a afetividade.

28

3.2 – A pedagogia musical

A música pode se constituir em uma maravilhosa ferramenta

psicopedagógica, a medida em que ela tem efeito fisiológico direto nas

pessoas, incrementando o volume de sangue, auxiliando a estabilizar o ritmo

do coração e baixando a pressão sangüínea. Psicologicamente, realiza muito:

pode relaxar, fazer recordar ou ter toda classe de sentimentos, dependendo do

que está sendo projetado sobre a música (BOLL, 2007).

Ademais, a música possibilita o desenvolvimento intelectual e a

interação do indivíduo no ambiente social, se for usada de uma forma

planejada. Pode-se enfatizar que a música é um dos principais meios de

persuasão existente na sociedade, pois através dela é possível transmitir não

somente palavras, mas também sentimentos, idéias e ideais que podem

ganhar grandes repercussões didáticas se bem direcionadas.

Algumas questões devem ser consideradas ao pensar na pedagogia

musical, pois o contato intuitivo e espontâneo com a expressão musical, desde

os primeiros anos de vida, é importante ponto de partida para a musicalização.

De acordo com esta perspectiva, ouvir música, aprender uma canção, brincar

de roda, realizar brinquedos rítmicos, etc., são atividades que despertam,

estimulam e desenvolvem o gosto pela atividade musical, além de atender à

necessidade de expressão que passa pela esfera ativa, estética e cognitiva do

indivíduo.

Como alternativa pedagógica, a música contribui eficazmente quando

qualquer indivíduo, seja ele criança, adolescente ou adulto, apresenta formas

inadequadas de comportamento e resistência as interações positivas. Segundo

Brito (2003), todo tipo de música tem grande importância, pois é por meio das

interações que se estabelecem os repertórios que permitirá às crianças

comunicar-se pelos sons.

De forma ativa e contínua, a pedagogia musical tem ainda o dom de

29

aproximar as pessoas. A criança que vive em contato com a música aprende a

conviver melhor com outras crianças e estabelece um meio de se comunicar

muito mais harmonioso. Assim sendo, pode-se dizer que a música

desempenha importante papel na vida recreativa de toda criança, ao mesmo

tempo em que desenvolve sua criatividade, promove a autodisciplina e

desperta a consciência rítmica e estética. A música também cria um terreno

favorável para a imaginação quando desperta as faculdades criadoras de cada

um. A educação pela música proporciona uma educação profunda e total.

De acordo com Faria (2001, p. 24):

A música como sempre esteve presente na vida dos seres humanos, ela também sempre está presente na escola para dar vida ao ambiente escolar e favorecer a socialização dos alunos, além de despertar neles o senso de criação e recreação.

A música está presente em todas as pessoas e em todos os grupos

sociais. Nesse sentido, pode-se observar claramente o papel importante

enquanto estratégia, estimulação e aprendizado em crianças ou adultos

portadores de necessidades educativas especiais, na medida em que

possibilita improvisações espontâneas, e ainda permite que a pessoa

identifique seus sentimentos, suas crenças e seus valores.

Atualmente, um número cada vez maior de portadores com

necessidades especiais está envolvido em atividades artísticas, em todas as

áreas: cinema, teatro, música, dança, entre outras. Mais do que dar conta de

aspectos da inclusão social é uma maneira de inserir no cotidiano questões de

cidadania, voltada para a busca de conhecimento mútuo, onde o outro se torne

visível. Esta visibilidade dá representatividade social. A educação inclusiva só

tem sentido se tiver projeção na estrutura social, integrando discursos que vão

além do âmbito educacional.

A pedagogia musical resolve conflitos latentes e emoções, trazendo-os à

tona. Esse processo conduz a uma percepção interna e acentuada, já que a

música é capaz de se desviar do ego e atingir diretamente o inconsciente e,

30

conseqüentemente, serão aflorados novos aspectos do auto-conhecimento do

indivíduo. Neste sentido Gainza (1988, p. 88), destaca que:

A influência e o poder que caracterizam a música como coadjuvante do desenvolvimento integral do ser humano aparecerão especialmente destacados no caso dos indivíduos que apresentam deficiências ou problemas físicos, motores, afetivos, mentais ou de integração social.

A partir de experiências musicais, o pensamento da criança portadora de

N.E.E. vai se organizando. E quanto mais ela tem oportunidade de comparar as

ações executadas e as sensações obtidas através da música, mais a sua

inteligência, o seu conhecimento vai se desenvolvendo (WEIGEL, 1988).

Boll (2007) defende a musicalização como uma estratégia

psicopedagógica cientificamente válida para favorecer o desbrochar das

potencialidades e da auto-estima da pessoa portadora de necessidades

educativas especiais. Tal estratégia, no entanto, deve estar a serviço da

pessoa em desenvolvimento e tanto Psicopedagogia Institucional, quando a

Psicopedagogia Clínica podem utilizá-la visando favorecer a modificabilidade

cognitiva estrutural (MCE) do cérebro.

Segundo Rosadas (1991) as crianças portadoras de necessidades

espeiciais possuem as mesmas necessidades que as crianças sem problemas:

necessidades afetivas, sociais, físicas e intelectivas. Possuem um grande

potencial que necessita ser respeitado e acreditado. Precisam conviver em

sociedade e desfrutar dos benefícios que o bem social proporciona ao homem.

A imagem para o deficiente de um mundo hostil, rejeitante ou mesmo

superprotetor precisa ser mudada em prol de um controle de estímulos mais

favoráveis e necessários. Contudo os portadores de N.E.E. são capazes de

aprender se forem tratados com respeito, carinho e profissionalismo poderão

conviver com a sociedade sem o estigma de incapacitados.

31

CAPÍTULO IV

A INFLUÊNCIA DA MÚSICA AMBIENTE SOBRE OS

ALUNOS COM N.E.E. NOS EXERCÍCIOS NA SALA DE

ESTIMULAÇÃO DA APAE – SÃO MATEUS

A música ambiente na sala de estimulação tende a mudar os conceitos

da educação psicomotora de forma a educar o movimento, ao mesmo tempo

em que põem em jogo as funções da inteligência. Segundo GAINZA, Violeta

Hemsy de, “O homem manifesta através de sua conduta, as múltiplas facetas

de seu ser complexo”.

O objetivo deste estudo foi mostrar que os gêneros e estilos musicais

auxiliam no aperfeiçoamento das habilidades motoras das crianças especiais;

cultiva a sensibilidade, para que a criança ame a música e se expresse através

dela, tornando o ambiente mais agradável e descontraído, ajudando-a nos

graus de dificuldade de amplitude das articulações, construindo assim uma

fonte enriquecedora de novas experiências para obter progressos nas

diferentes etapas que correspondem a uma evolução global no aspecto

psicomotor.

Weigel (1988, p. 14) afirma que “o estilo musical tem um papel

importante na formação e equilíbrio do sistema nervoso. Isto porque toda

expressão musical ativa age a mente, favorecendo a descarga emocional e a

reação motora (como reflexo rítmico) e aliviando tensões”. Toda criança possui

expressividade rítmica e musical em maior ou menor grau, que será

desenvolvida ou aprimorada pela continuidade do trabalho.

32

4.1 – Materiais e métodos O trabalho foi desenvolvido com 20 crianças de 02 a 10 anos de idade

(sexo: 10 masculino e 10 feminino), com características de deficiência

neuromotora, atendidas em duas sessões semanais de 30 minutos. A pesquisa

foi desenvolvida na APAE – São Mateus no período de 05 de maio a 31 de

outubro de 2008. Foram aplicados 08 gêneros musicais com estilos, sons e

ritmos variados: forró, relaxamento, pop, popular, axé, folclórica, clássica e

rock.

4.2 – Resultados

Nos gêneros musicais como: relaxamento, clássico e folclórico aplicados

obteve resultados satisfatórios em crianças da faixa etária de 02 a 04 anos, não

só na apreciação dos estilos, sons e ritmos, mas também no desempenho das

atividades motoras. As crianças se mostravam mais soltas e receptivas aos

exercícios.

Nos gêneros musicais como: forró, axé, pop, obteve resultados

surpreendentes em crianças da faixa de 05 a 10 anos, onde transformaram a

música em movimentos, não com perfeição, mas com: emoção, entusiasmo e

diversão.

Os gêneros: popular e rock obtiveram pouca aceitação pelas crianças e

os resultados não foram satisfatórios.

33

CONCLUSÃO

A relação entre psicomotricidade e música está tanto na forma de

apreensão como de expressão. Música enquanto arte; e psicomotricidade

enquanto entendimento da unidade mente e corpo no desenvolvimento

humano.

Walon, pioneiro no estudo da psicomotricidade, salienta a importância do

aspecto afetivo como anterior a qualquer tipo de comportamento, para ele,

movimento (ação), pensamento e linguagem são uma unidade inseparável,

assim como a música e o homem para Zukerkandl. Assim, fica clara a relação

estreita que há entre a musicalidade e a psicomotricidade, e que as duas

podem aliar-se em prol dos estudos e das técnicas dos movimentos, sejam

elas com a música ou através do corpo.

Considera-se que a música relacionada, sobretudo, aos portadores de

necessidades especiais deve ser cada vez mais valorizada, para que dessa

forma possa proporcionar a estes indivíduos o desenvolvimento da própria

potencialidade, abrir canais de comunicação, além de produzir efeitos

terapêuticos e de reabilitação.

Portanto, diante do trabalho realizado com as crianças da APAE – São

Mateus-ES, este estudo permite concluir que a música tem que ser inserida na

sala de estimulação, tendo em vista que, ela é fundamental para o ser humano

proporcionando o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio, da auto-estima

e autoconhecimento, além de importante meio de integração social.

Entretanto, embora as respostas apresentadas sejam consideráveis,

serão necessários estudos complementares e um maior aprofundamento

temático, já que existem vários gêneros musicais a serem pesquisados e

testados.

34

ÍNDICE DE ANEXOS

Anexo 1 >> Anamnese e Avaliação Psicomotora

Anexo 2 >> Entrevistas;

Anexo 3 >> Reportagens;

Anexo 4 >> Questionários;

Anexo 5 >> Gráficos;

Anexo 6 >> Fotos.

35

ANEXO 1

ANAMNESE E AVALIAÇÃO PSICOMOTORA

ESCOLA ESPECIAL LIZETE CONDE RIOS CAVALCANTE – APAE – SÃO MATEUS.

Data: 07/05/2008 I – Identificação: Idades: 02 a 10 anos Sexo: 10 masculinos 10 femininos Naturalidade: Mateenses Nacionalidade: Brasileiros II – Medicação: Tomam medicamentos: 06 sim 14 não III – Dados sobre o desenvolvimento motor: Parto: 09 normais 11 cesarianas Mamaram: 11 sim 09 não Engatinharam: 08 sim 12 não Andaram: 02 sim 18 não IV - Linguagem: Balbuciaram: 13 sim 07 não

36

Falaram: 06 sim 14 não V – Tem equilíbrio: Estático: 03 sim 17 não Dinâmico: 03 sim 17 não Marcha: 03 sim 17 não Salta com os pés juntos ou em um pé só: 01 sim 19 não VI - Tem coordenação: Óculo manual: 11 sim 09 não Oculopedal: 03 sim 17 não Estática: 06 sim 14 não Dinâmica global: 02 sim 18 não Dinâmica manual: 09 sim 11 não VII – Esquema corporal: Tem noção do corpo: 03 sim 17 não VIII – Lateralidade: Com que mão desenha: 02 direita 02 esquerda 16 nenhuma Com que pé chuta uma bola: 01 direito 01 esquerdo 18 nenhum IX – Ritmo: 06 sim 14 não X – Orientação espacial: 05 sim 15 não

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XI – Tem orientação temporal: 02 sim 18 não XII – Tem Percepção: Visual: 15 sim 05 não Gustativa: 15 sim 05 não Auditiva: 15 sim 05 não Tátil: 10 sim 10 não

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ANEXO 2 ENTREVISTAS

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

APAE – SÃO MATEUS As informações, aqui contidas, serão utilizadas para fins acadêmicos, em trabalho monográfico para a conclusão do curso de Psicomotricidade da Universidade Candido Mendes – Instituto a Vez do Mestre.

Entrevistado: Soayan Gomes de Oliveira, pianista e educadora musical da Escola de Música “Clarim” e Lira Mateense. Data: 04/12/2008 Quando começou a paixão pela música? R: Quando criança, por volta dos 09 anos de idade. Há quanto tempo trabalha com música? R: há 20 anos. Você acredita que a música é importante para o movimento humano em sua relação com o mundo? R: É de fundamental importância. Como você vê o projeto de pesquisa “A Influência da Música Ambiente na Sala de Estimulação” lançado na APAE de São Mateus pelo professor de Educação Física Emilson Dantas dos Santos? R: A música estimula e age como agente transformador, portanto é importante a musicalização, não só para as escolas especiais, mas também para toda a rede regular de ensino. Este tipo de pesquisa científica certamente vai ser maravilhoso para o desenvolvimento dos alunos portadores de deficiência. A influência de músicas numa sala de aula ou equivalente poderá provocar uma evolução no desenvolvimento cognitivo e motor de uma criança especial. Por quê R: Com certeza, pois é comprovada cientificamente a reação do individuo aos estímulos musicais. Qual é a missão da musicalização junto à inclusão escolar? R: A arte é elemento de inclusão, é expressão! Eleva a auto-estima, estimula a capacidade da aprendizagem.

39

Como profissional da área você acredita na inclusão através da musica? R: Com certeza, inclusive a Secretaria Municipal de Educação de São Mateus – ES organizou um curso de formação continuada de musicalização para a educação infantil que eu ministrei. Joguei as sementes vamos ver os resultados de 2009 em diante.

40

ANEXO

ENTREVISTA

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

APAE – SÃO MATEUS As informações, aqui contidas, serão utilizadas para fins acadêmicos, em trabalho monográfico para a conclusão do curso de Psicomotricidade da Universidade Candido Mendes – Instituto a Vez do Mestre.

Entrevistado: Maria Aparecida da Silva Brito, Coordenadora Municipal da Educação Especial – São Mateus – ES. Data: 15/12/2008 Quando começou a paixão pela música? R: Através do meu pai que era um exímio violinista, mas quando fiz o curso de estudos adicionais em estudos sociais, Foi que percebi realmente o valor da música para o ser humano. Com a música podemos ultrapassar barreiras, em todos os aspectos educacionais. Há quanto tempo trabalha com música? R: há 19 anos Você acredita que a música é importante para o movimento humano em sua relação com o mundo? R: Sim, musica é movimento, é arte, é prazer. Como você vê o projeto de pesquisa “A Influência da Música Ambiente na Sala de Estimulação” lançado na APAE de São Mateus pelo professor de Educação Física Emilson Dantas dos Santos? R: Muito bom, pois através da musicalização a criança pode aguçar a sua sensibilidade e se expressar através do movimento. A influência de músicas numa sala de aula ou equivalente poderá provocar uma evolução no desenvolvimento cognitivo e motor de uma criança especial. Por quê? R: Sim, através da música, principalmente com repetição a criança com “NEE” pode desenvolver suas habilidades motoras com prazer.

41

Qual é a missão da musicalização junto à inclusão escolar? R: Eu não diria missão, mas um viés de aproximação do ser humano, reconhecendo que todos são iguais na sua diferença. Como profissional da área você acredita na inclusão através da musica? R: Não, acredito como disse anteriormente que a música possa ser um viés de aproximação, de socialização, mas a inclusão perpassa esta área do conhecimento. Inclusão é aceitação, é permissão e são necessários muitos outros quesitos para que esta aconteça de fato.

42

ANEXO 3 REPORTAGENS Revista Pátio Educação Infantil – Ano III Nº8 Julho de

2005

43

44

45

ANEXO 4

QUESTIONÁRIOS DE APRECIAÇÃO MUSICAL FEITA COM PAIS E/OU RESPOSÁVEIS PELOS ALUNOS

ESCOLA ESPECIAL LIZETE CONDE RIOS CAVALCANTE – APAE – SÃO MATEUS

Quantos alunos gostam de apreciar música? 19 sim 01 não Quais gêneros musicais eles (as) gostam de apreciar? 04 Gospel, 06 Infantil, 04 Forrós, 01 Sertanejo, 01 MPB e 04 Todos. Com que freqüência eles (as) apreciam? 13 muitas 06 poucas 01 nenhuma Os familiares apreciam uma boa música? 19 sim 01 não Quando apreciam, eles (as) tentam cantar ou emitir algum som? 17sim 03 não Movimentam-se ou tentam se movimentar quando apreciam? 19 sim 01 não Gostaria que nas sessões da sala de estimulação houvesse música ambiente para seus filhos desenvolverem as habilidades motoras? 20 sim

46

ANEXO 5

GRAFICO DE APRECIAÇÃO MUSICAL

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

02 a 04anos

05 a 10anos

Forró

Relaxamento

Pop

Popular

Axé

Folclórica

Clássica

Rock

47

ANEXO 6

FOTOS DE ALUNOS DA APAE – SÃO MATEUS-ES

48

49

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BAGATINE, V. Educação Física para Excepcional. Brasília: SEED? MEC, 1982. BEE, H. A criança em desenvolvimento. 3 ed. São Paulo: Harbra, 1986. CHAZAUD, J. Introdução a Psicomotricidade. São Paulo: Manole, 1976. CHICON, José Francisco. Ensaios: Educação Física e Esporte. V 6 Vitória: UFES, centro de Educação Física e Desportos: 1999. GALVÃO, Isabel. Henri Wallon. Uma Concepção Dialética do desenvolvimento Infantil. Petrópolis: Vozes, 1995.

GIRARDI, Giovana. Música para aprender e se divertir. In: Revista Escola, São Paulo, n. 173, ano XIX, p. 54-57, 2004. LE BOULCH, Jean. Rumo a uma ciência do movimento humano. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987 HOWARD, Walter. A Música e a criança. São Paulo Sumus, 1984. PERES – RAMOS, A. M. Q., PERES RAMOS, J. Estimulação Precoce! Serviços, programas e currículos. 2ª Ed. Brasília: M.A. S / C.N I P P D, 1992. RODRIGUES, M.E. e MIRANDA, S..M. A Estimulação da Criança Especial em casa. São Paulo: Atn 2001.

50

BIBLIOGRAFIA CITADA

ASSUNÇÃO, Elizabete; COELHO, Maria Tereza. Problemas de aprendizagem. São Paulo: Ática, 1997. BARRETO, S. J. Psicomotricidade, educação e reeducação. Blumenau: Acadêmica, 2000. BENENZON, Rolando Teoria da Musicalização: Contribuição ao conhecimento do contexto não-verbal. São Paulo: Summus, 1998.

BENNETT, Roy. Uma breve história da música. Rio de Janeiro: Zahar, 1986. BOLL, Andreza. Musicalização como estímulo no processo ensino-aprendizagem para os portadores de necessidades educativas especiais. Revista Educarte, Blumenau, julh./2007. BRAZ, Maria Terezinha. Música na educação de Jovens e Adultos. Disponível em: <http://vicenterisi.googlepages.com/MusicaEJA_MariaTeresinhaBraz.pdf> Acesso em: 22 nov. 2008. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros Curriculares Nacionais – Arte. Brasília: MEC, 1997. BRITO, Teca Alencar de. Música na Educação Infantil. São Paulo: Petrópolis, 2003. DE MEUR, A.; STAES, l. Psicomotricidade: Educação e reeducação. São Paulo: Manole, 1984. FARIA, Márcia Nunes. A música, fator importante na aprendizagem. Assis chateaubriand – Pr, 2001. 40f. Monografia (Especialização em Psicopedagogia) Centro Técnico-Educacional Superior do Oeste Paranaense – CTESOP/CAEDRHS .

GAINZA, V. Hemsy de. Estudos de Psicopedagogia Musical. São Paulo: Summus, 1988. GEOCITIES. Estilos Musicais. Disponível em: <http://br.geocities.com/djprojeto2003/estilos_musicais_br.htm> Acesso em: 22 dez. 2008.

51

GORETTI, A. C. Psicomotricidade, Centro de Estudo e Pesquisa e Atendimento Global da Infância e Adolescência. Disponível em: <www.cepagia.com.br/textos/a_psicomotricidade_amanda_cabral.doc> Acesso em 24 nov. 2008. KREPSKY, Célia Cecília Sistema Nervoso Central e Musicalização. Alternativas Psicopedagógicas Para a Alfabetização. Revista Tecno-científica, Blumenau, v. 12, n.49, out/dez 2005. KRUG, Marilia de Rosso. et al. Estruturas Motoras e conduta escolar dos portadores de deficiência mental – PDMs. Cadernos,nº23,2004. Disponível em internet: http://www.ufsm.br/ce/revista/ceesp/2004/01/a7.htm. Acesso em 23 nov. 2008. MOLINARI, Ângela Maria da Paz; SENS, Solange Mari. Educação Física e sua Relação com a Psicomotricidade. Rev. PEC, Curitiba, v.3, n.1, p.85-93, jul. 2002-jul. 2003 NEGRINE, Airton. Aprendizagem e Desenvolvimento Infantil. Prodil. V. 3, 1986 ROSADAS, S. C. Educação Física Especial para Deficientes. Rio de Janeiro: Atheneu, 1991. STEFANI, Gino. Para entender a música. Rio de Janeiro: Globo, 1987. WEIGEL, Anna Maria Gonçalves Brincando de Música. Porto Alegre: Kuarup, 1988.

52

ÍNDICE FOLHA DE ROSTO................................................................................... 02 AGRADECIMENTO................................................................................... 03 DEDICATÓRIA.......................................................................................... 04 RESUMO................................................................................................... 05 METODOLOGIA........................................................................................ 06 SUMÁRIO.................................................................................................. 07 INTRODUÇÃO........................................................................................... 08 CAPÍTULO I AMÚSICA, HISTÓRIA E CONCEITOS...................................................... 10 1.1 – Os primeiros elementos.................................................................... 12 1.2 – A música ocidental............................................................................ 13 1.3 – A música no Brasil............................................................................ 14 CAPÍTULO II EDUCAÇÃO PSICOMOTORA E A CRIANÇA COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS........................................................................ 18 2.1 – A estimulação................................................................................... 19 2.2 – A educação e reeducação psicomotora........................................... 21 CAPÍTULO III 3.1 – Os sons e a música.......................................................................... 25 3.2 – A pedagogia musical........................................................................ 28 CAPÍTULO IV A INFLUÊNCIA DA MÚSICA AMBIENTE SOBRE OS ALUNOS COM N.E.E. NOS EXERCÍCIOS NA SALA DE ESTIMULAÇÃO DA APAE – SÃO MATEUS.............31 4.1 – Materiais e métodos............................................................................32 4.2 – Resultados.......................................................................................... 32 CONCLUSÃO...............................................................................................33 ANEXOS...................................................................................................... 34 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA...................................................................49 BIBLIOGRAFIA CITADA............................................................................. 50 ÍNDICE..........................................................................................................52 FOLHA DE AVALIAÇÃO.............................................................................. 53

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES E INSTITUTO A

VEZ DO MESTRE.

Título da Monografia: A INFLUÊNCIA DA MÚSICA AMBIENTE SOBRE OS

ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS (NEE) NOS

EXERCÍCIOS NA SALA DE ESTIMULAÇÃO DA APAE – SÃO MATEUS

Autor: EMILSON DANTAS DOS SANTOS

Data da entrega:

Avaliado por: Prof.ª DR.ªMARIA ESTHER DE ARAÚJO OLIVEIRA

Conceito: