universidade candido mendes pÓs-graduaÇÃo … · condição prévia para a conclusão do curso...

50
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A INCLUSÃO SOCIAL PELO OLHAR DA DIREÇÃO ESCOLAR Por: Eliane Maria Passos Orientador Prof. Vilson Sérgio de Carvalho Rio de Janeiro 2009

Upload: ngodien

Post on 10-Feb-2019

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A INCLUSÃO SOCIAL PELO OLHAR DA DIREÇÃO ESCOLAR

Por: Eliane Maria Passos

Orientador

Prof. Vilson Sérgio de Carvalho

Rio de Janeiro

2009

1

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A INCLUSÃO SOCIAL PELO OLHAR DA DIREÇÃO ESCOLAR

Apresentação de Monografia ao Instituto A vez do

Mestre - Universidade Cândido Mendes como

condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-

Graduação “Lato Sensu” em Direção e Supervisão

Pedagógica.

Por: Eliane Maria Passos

2

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, a minha família maravilhosa e as

minhas amigas-irmãs Helimar, Ana Maria e

especialmente a Maria Christina por ter me

incentivado, ajudado e acompanhado também nessa

caminhada.

3

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos alunos muito

especiais com quem convivi até hoje e a

minha família que sempre me apoiou em tudo

o que fiz.

4

RESUMO

O objetivo deste trabalho, é discutir a interferência do Diretor Escolar da

escola pública como mediador no processo de resgate pessoal do direito

educacional do PNE, buscando não só a integração do PNEE, mas acabar com

o preconceito e facilitar ao professor, o acesso aos cursos de capacitação e

formação profissionais existentes no mercado. Para entender esse processo,

toma-se a Pedagogia Waldorf como modelo analítico, onde o gestor encontra

um fértil campo de trabalho.

5

METODOLOGIA

Este trabalho foi desenvolvido através da leitura de livros, revistas,

consulta a sites na internet e aos vários artigos relacionados ao escopo deste

trabalho.

O processo de elaboração também se deu através de elementos

fundamentais da LDB e das Leis que regem a Educação no Estado e no

Município do Rio de Janeiro, bem como do Estatuto da Criança e do

Adolescente, no que se refere ao Portador de Necessidades Educacionais

Especiais e sua inclusão e direitos nas Escolas ditas normais.

Opiniões pessoais, decorrentes de leituras e observação, dia a dia, do

objeto do estudo, foram ratificadas pelos diversos autores consultados.

6

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 7

CAPÍTULO I - O QUE É A DIREÇÃO ESCOLAR? 8

CAPÍTULO II - O PORTADOR DE NECESSIDADES EDUCACIONAIS

ESPECIAIS E SEUS DIREITOS 22

CAPÍTULO III - O PAPEL DA DIREÇÃO ESCOLAR NA INTEGRAÇÃO

DO SUJEITO PNEE ATRAVÉS DA PEDAGOGIA WALDORF 32

CONCLUSÃO 43

BIBLIOGRAFIA 44

WEBGRAFIA 46

ÍNDICE 47

FOLHA DE AVALIAÇÃO 50

7

INTRODUÇÃO

Sabemos que há muito se fala da Educação Inclusiva e da necessidade

real das escolas públicas absorverem esta fatia da população como forma de

integração no mundo social e real, porém também sabemos do despreparo nos

currículos de formação de professores dos últimos anos, bem como na

dificuldade que estes têm de lidar com casos mais “profundos”.

Pensamos que a peça fundamental da escola para definições de

propostas e estratégias para o aprendizado, usando como veículo o professor, é

o Diretor Escolar.

Através de seu trabalho o Diretor possui o poder de administrar os

conteúdos a serem dados de maneira a possibilitar a permanência e/ou o

ingresso dos portadores de necessidades físicas e educacionais especiais,

utilizando métodos e metodologias que favoreçam o aprendizado e a adaptação

destes alunos na escola comum.

Sendo assim, este trabalho pretende discutir através da pesquisa

bibliográfica a interferência do Diretor Escolar da escola pública como mediador

no processo de resgate pessoal do direito educacional do PNE, buscando não

só a integração do PNEE, mas acabar com o preconceito e facilitar ao professor,

o acesso aos cursos de capacitação e formação profissionais existentes no

mercado.

No capítulo I, analisaremos as funções e as competências da Direção

Escolar, bem como suas limitações e deveres.

No capítulo II, definiremos quem é o portador de necessidades educacionais

especiais e a legislação que rege seus deveres e direitos junto à sociedade e ao

colegiado em geral.

No capítulo III, daremos uma alternativa educacional pelo pensamento de

Rudolf Steiner – a pedagogia Waldorf – que tem como base as artes e o

indivíduo.

8

CAPÍTULO I

O QUE É A DIREÇÃO ESCOLAR ?

“É preciso não esquecer nunca o preceito básico de

que somente numa sociedade verdadeiramente

democrática será possível o florescimento de uma

escola democrática e popular, que satisfaça a todas

as legítimas aspirações do povo e de seus

professores e educadores”

(Lemos,2008)

1. 1 A História da Administração

Segundo o Dicionário Michaelis (2004), o sentido da palavra educação se

originou do termo latino "educere", que significa conduzir, criar e sustentar. Ao

longo da história adquiriu novo significado e associações, a exemplo da Grécia

Antiga, onde a palavra latina se transformou em sinônimo do conceito de

escola. O elo criado entre educação e escola permitiu o nascimento de uma

nova instituição ocidental dedicada ao trabalho e ensinamento de crianças e

jovens.

A escola inicialmente foi marcada pela necessidade de organização.

Assim sendo, podemos associar uma relação entre educação e administração.

A administração, assim como a educação se transformou; abandonaram as

primeiras regras de organização, baseadas na família, na religião e no exército

e construíram novos mecanismos e metodologias de organização institucional,

principalmente a partir da Revolução Industrial, ocorrida na Europa do século

XVIII (MAGALHÃES,2003).

A perspectiva que relaciona educação e administração se constrói por

meio de caminhos interligados. Segundo Vitor Paro (2006):

"Se administrar é utilizar racionalmente os recursos para a

realização de fins determinados, administrar a escola

exige a permanente impregnação de seus fins

pedagógicos na forma de alcançá-los". (p.15)

9

Para ele, a relação entre administração e educação tem a proposta de

viabilizar recursos às necessidades da escola, destinados em investir em

materiais pedagógicos como bibliotecas e livros; investir na estrutura física; na

construção do aprendizado e do conhecimento crítico e possibilitar o incentivo

à formação continuada dos profissionais da educação.

A escola, no seu decorrer histórico utilizou vários pensamentos

provenientes das teorias administrativas, muitas das vezes aplicadas em

empresas e instituições financeiras. Embora haja a troca de conhecimentos

entre escola e teoria administrativa na condução da organização escolar, torna-

se necessário uma série de adaptações, porque a administração empresarial e

a educação possuem papéis distintos para a história social. A educação não se

reduz a uma simples relação entre capital e trabalho; o pensamento educativo

e sua aplicação têm o compromisso de transformar, transmitir o saber, formar e

preparar o homem para o trabalho e viver em sociedade.

1.1.1 - Colonização e educação

A história da educação colonial no Brasil se inicia com a consolidação

territorial e se estende ao ano de 1822, quando se consolida o processo de

emancipação política. O conceito de colônia pode ser expresso pelo

pensamento de dependência política e econômica em relação aos objetivos e

necessidades da metrópole, tendo como característica principal as regras do

capitalismo comercial.

A estrutura pedagógica que marcou a atuação dos jesuítas no Brasil foi

um breve curso de Humanidades, estabelecendo a relação entre filosofia e

teologia. A atuação dos jesuítas se deu inicialmente pelo seu objetivo principal

com a instauração da catequese aos povos originários. Posteriormente

desenvolveu o ensino de primeiras letras para atender a grande população

pobre que habitava o território. A finalização da proposta jesuítica foi a

construção de vários colégios religiosos para promover a educação da elite.

A presença da Igreja na colônia, com a imposição dos valores cristãos,

transmitidos pela educação, asseguraram a imposição de uma disciplina às

populações indígenas, treinando-os e condicionando estes à iminência da

10

catequese, objetivando consolidar os projetos do absolutismo português,

criando o ideal de conformismo e aceitação das regras impostas, para desta

forma assegurar a paz social e consolidar a empreitada da colonização.

Gilberto Freyre(1998) observou que no desenvolvimento da educação

marcada pelos valores europeus, tinha por objetivo formar uma nova geração

baseada na fé católica. Desta maneira perderiam os seus costumes e hábitos

tradicionais. A aculturação se deu quando os educadores jesuítas conseguiram

que os índios dessem os seus curumins para os colonos brancos educarem,

tornando-os mais filhos dos padres e da Igreja do que dos caciques.

A crise da educação jesuítica no Brasil se deu no reinado de D. José I,

principalmente pelas estratégias do seu primeiro ministro, Sebastião José de

Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal. As ações de Pombal visaram

modernizar Portugal abolindo com algumas das estruturas do Antigo Regime,

principalmente pelo monopólio da Igreja.

Em 1759, os jesuítas são expulsos de Portugal e de todas as suas

colônias e o governo Português toma o encargo de administrar a educação,

sendo esta considerada de interesse do Estado e não mais da Igreja. A

proposta ideológica do Marquês de Pombal sobre a educação objetivava

utilizar a educação como uma ferramenta a serviço dos interesses do Estado.

O Alvará Régio representou a consolidação das medidas políticas de

Pombal destinadas à educação. Pombal instaura o Alvará Régio na tentativa de

dar continuidade ao trabalho pedagógico implementado pelos jesuítas, a partir

deste período o Estado passa a intervir na administração e gestão do sistema

escolar.

A era Pombal tem o seu declínio com a sucessão de D José e a demissão

sumária do Marquês pela nova rainha de Portugal, D. Maria I em 1777. A partir

desta data até o seu afastamento, devido ao seu atestado de incapacidade

mental, não ocorreram grandes transformações no sistema educacional

português, somente a partir da posse de seu filho, D. João VI, como príncipe

regente, ocorreram sensíveis alterações no cotidiano escolar.

Em 1808, devido à invasão francesa e aos desentendimentos com

Napoleão Bonaparte, D.João VI se muda para o Brasil com toda a Corte. Essa

11

mudança representou para a Colônia grandes avanços na cultura e na

educação. Para atender à elite que chegara junto com a família real, D. João VI

criou novos cursos, instituições culturais e educacionais e ampliou o número de

vagas nos cursos que já existiam. A partir de 1808, foram criados os cursos de

medicina na Bahia e no Rio de Janeiro, a Academia Real da Marinha (1808), a

Academia Real Militar (1810), cursos para a formação de técnicos em

economia, desenho técnico, química, agricultura e indústria. Foram criando

também a Imprensa Régia (1808), a Biblioteca Nacional (1810), o Jardim

Botânico (1810), propiciando assim, a formação de uma nova estrutura

educacional no país.

As medidas criadas por D João VI, propiciaram a possibilidade de se

construir no país uma educação formalizada, com a concentração de estudos

específicos, direcionados a formação especializada. Foi desta forma que D

João introduziu as aulas de medicina, para formar médicos, que eram raros na

colônia; desenvolveram-se estudos técnicos dirigidos as artes, dando origem a

Escola de Belas Artes, fundada por Debret em 1816 e concluída as suas

instalações em 1826, passando a se chamar Academia Imperial de Belas

Artes.

1.1.2 – Administração Escolar no Império

Ainda segundo Gilberto Freyre, as rupturas políticas e sócio-culturais

refletiram na administração pública escolar do Brasil independente. O novo

projeto educacional brasileiro tinha como principal interesse garantir a instrução

primária para a população branca e livre. Para a concretização deste ideal

pedagógico foi necessário reformular os quadros administrativos e burocráticos

do Brasil, valorizando a elite nacional recém formada e quebrando os últimos

vínculos existentes no âmbito educacional com Portugal.

O Império proporcionou a existência de um novo olhar sobre a

administração escolar no Brasil, principalmente por estabelecer a relação entre

educação e sistema legislativo. A Lei Geral de 1827 citava o compromisso do

Estado com a criação de escola de primeiras letras, para todos os cidadãos em

todas as cidades, vilas e vilarejos. A lei de 1827 refletiu a necessidade de a

12

nova nação legislar sobre a administração escolar pública, se tornando a

primeira lei de educação no país.

O período regencial marcado pela abdicação de D Pedro I se estendendo

ao golpe da maioridade de D Pedro II, em 1840, iniciando após desta data o

Segundo Reinado. Durante o período regencial se efetivou a descentralização

do ensino. A administração escolar foi dividida por fatores sociais; a coroa

ficaria responsável pelo nível superior, promovendo a educação da elite; por

outro lado as províncias se responsabilizavam pela educação popular,

gerenciando a escola elementar e secundária.

Desta forma, foi criado o Colégio Pedro II, refletindo um nítido projeto

centralizador do Estado, que se consolidaria com o Segundo Reinado. O

Colégio Pedro II refletiu o espírito centralizador do futuro Segundo Reinado,

porque se tornou o único colégio autorizado a realizar exames ao grau de

bacharel, indispensáveis para o acesso aos cursos superiores, iniciando a idéia

dos primeiros vestibulares no Brasil.

No campo da administração escolar, os professores ficaram responsáveis

pela administração e manutenção das escolas elementares; a junta de

professores de cada colégio exercia a função de diretor. Somente no segundo

segmento o cargo de diretor existia, sendo tanto nas escolas elementares e no

segundo segmento, tais professores eram subordinados e fiscalizados pelo

Estado.

1.1.3 - A Escola na Primeira República (1889-1930)

A crise do Regime Imperial, com os processos de abolição da escravatura

em 1888 e a implantação da República no Brasil em 1889. A diversidade foi o

fator de importância para se compreender a política e administração do Estado

brasileiro, frente à educação.

A educação superior e secundária ficaria a cargo da União e a educação

profissional e fundamental caberia à administração dos estados.

Novos projetos ideológicos passaram a vigorar na crise da República

Velha, influenciando o sistema educativo brasileiro, a exemplo do projeto

13

anarquista. O projeto anarquista desenvolvia o pensamento no qual cada grupo

social seria responsável pelo gerenciamento da educação.

Quantos aos aspectos econômicos, a produção artesanal realizada nas

famílias e que não exigia uma organização mais aprimorada foi cedendo

espaço às indústrias que envolvem pessoas estranhas, que exigem maior

produção e competitividade de mercado, não podendo, pois, serem

administradas de forma primitiva. Foi necessária, então a Criação da

Administração Científica, com Frederick Taylor, Henry Fayol, Max Weber,

Henry Ford, dentre outros.

1.2. Administração Escolar

A Administração Escolar atua tanto nos níveis de sistema escolar como

em nível de unidade escolar.

No âmbito do sistema escolar, a administração trabalha sobre uma rede

de estabelecimentos escolares do mesmo nível de ensino, ou de níveis

diferenciados que atendem às clientelas delimitadas de uma grande cidade ou

região.

O sistema escolar é um conjunto de escolas coordenadas entre si para

que atenda às necessidades de um país e, portanto, aí esta a maior amplitude

escolar.

A legislação é o instrumento de que lança mão o poder para traçar as

diretrizes a serem seguidas pelos diversos órgãos que constituem a

administração pública.

A legislação em termos educacionais, fundamentada na Constituição do

país, estabelece a maneira pela qual os poderes públicos entendem sua

participação e responsabilidade no processo educativo em geral e, de modo

particular, no de ação intencional e sistemática traduzidos pelos sistemas

públicos implantados.

A própria LDB 9394/96, no seu Art. 3º e 14º normatiza e oficializa a

prática de uma gestão democrática no ensino público:

“... Art. 3º - O ensino será ministrado com base nos

seguintes princípios”:

14

VIII – Gestão democrática do ensino público, na forma

desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino.

Art. 14º - Os sistemas de ensino definirão as normas da

gestão democrática do ensino público na educação

básica, de acordo com suas peculiaridades e conforme

os seguintes princípios:

I. participação dos profissionais da educação na

elaboração do projeto pedagógico da escola;

II. participação das comunidades escolar e local em

conselhos escolares ou equivalentes.”“.

1.3 - O papel da Direção no Projeto Pedagógico e no Plano

Escolar

O Diretor é um agente de ligação escola-comunidade. Como tal, é importante

valorizar algumas características, tais como:

• A participação da Direção, agente de transformação e de

desenvolvimento, controlador e avaliador da Gestão Escolar, no planejamento,

parece-nos insubstituível. Embora ela deva delegar responsabilidades, nas

várias etapas da organização da escola, cabe a ela estabelecer diretrizes

gerais, resultantes da ampla discussão com o pessoal de apoio e com as

equipes técnico-docentes. Essa discussão refletirá sempre o "Plano de Escola",

que se quer implantar e desenvolver.

• Uma direção interessada haverá de ter presente sua capacidade de

observação e avaliação do que vivenciou ao longo dos anos em que esteve à

testa da unidade. É um acúmulo de experiências, de modo algum desprezível,

conferindo-lhe autoridade para orientar quaisquer planejamentos e fornecer os

mais variados subsídios. A direção detém a visão de conjunto do processo

pedagógico e, oferecê-la à compreensão dos envolvidos, é uma contribuição

de inestimável valor. Cabe ao Diretor reunir as informações necessárias para

facilitar a tomada de decisões.

15

• Compromisso, acompanhamento e cobrança

• Nenhum planejamento terá validade, se os envolvidos não se propuserem

a cumpri-lo integralmente. Mas esse cumprimento somente será possível por

meio de um "acompanhamento e cobrança".

• Assim, a primeira tarefa do corpo diretivo, em discussão com todos

(professores, pessoal de apoio, etc...), será encontrar mecanismos que

garantam o cumprimento de tudo aquilo que todos se comprometam a realizar

coletivamente. Sabe-se como é difícil concretizar o plano, tal a rotina e o

marasmo, que toma conta de quase todos, passadas algumas semanas.

• Entenda-se o termo "acompanhamento e cobrança", no seu sentido

educacional, ou seja, o de detectar problemas e propor soluções para resolvê-

los pelo diálogo honesto, conjunto e democrático.

• Quanto ao processo pedagógico, parece que esse gerenciamento e

cobrança jamais poderão ter alguma eficiência, sem que se tenham, em mãos,

dados concretos, resultantes das metas e objetivos.

• Os mecanismos de "acompanhamento e cobrança" poderão variar de

escola para escola, mas deverão basear-se sempre em documentação, em

todas as disciplinas, de tal forma que os responsáveis pela supervisão do

processo pedagógico possam ter uma idéia do que está sendo realizado em

sala de aula, para cumprimento do Plano de Escola. Apenas, dessa forma, não

se permitirão as constantes lacunas deixadas, anualmente, na formação

intelectual dos alunos, quando os ciclos de estudo não se completam.

• Entende-se que a abertura dos trabalhos de planejamento, com todos os

professores, deva enfatizar os aspectos acima mencionados, inclusive

objetivando esclarecê-los de que o "acompanhamento e cobrança" não devem

ser encarados como fiscalização e interferência e, sim, a tentativa de um

trabalho permanentemente reflexivo e, quando for o caso, replanejado.

• Os olhos da comunidade

• De maneira geral, o questionamento ao "acompanhamento e cobrança"

reflete, quase sempre, a insegurança daquele que contesta, quando não, a

precariedade de atuação em sala de aula, a inexperiência no trato com o

16

alunado, os autoritarismos latentes na relação professor- aluno, que não se

querem revelados. Achar que o "acompanhamento e cobrança" caracterizam

intromissão da direção, na seara do professor, constitui ledo engano. Todos

nós estamos sendo permanentemente avaliados. Os olhos da comunidade

estão voltados quotidianamente para a nossa atuação, sejamos dirigentes,

professores ou funcionários. O julgamento dela é implacável, embora, muitas

vezes, não se expresse em palavras, mas pelo carinho ou desprezo que nos

devota. Quem desconhece os méritos do professor competente e dedicado ou

as precariedades dos omissos e desinteressados? Não é à toa que os

problemas de disciplina e aproveitamento são tênues, quando o docente cria

um ambiente de respeito e solidariedade, explodindo em níveis críticos, nas

aulas rotineiras e desmotivadas. Portanto, a sala de aula emite sinais

inequívocos, que voam pelos corredores e chegam aos ouvidos.

• É, exatamente, para impedir chegar-se a extremos negativos que o

trabalho deve ser acompanhado e cobrado. Essa é a forma de promover os

docentes, por meio de ações corretivas ao longo do processo.

• Um líder é mestre em mudança

• O mundo moderno sofre, a cada momento, muitas mudanças. Mudança

não é fato novo na rotina do dia a dia. Elas sempre existiram. As preocupações

nossas dizem respeito à velocidade com que elas acontecem. O verdadeiro

líder que se diferencia tem capacidade de adaptar-se a essas mudanças. A

mudança mais importante é aquela acontecida com o próprio líder. Depois,

deve ser capaz de processar as mudanças nos outros. Quase sempre as

mudanças implicam em abrir mão do passado. Elas são necessárias, quase

sempre, não só pela importância do objetivo da qualidade, mas também para

melhorar a sociedade. O líder diferencia-se por manter em perspectiva de

mudança de forma constante. Sabe acompanhar o crescimento dos outros.

• A manutenção de ter a mudança em perspectiva favorável é muito boa

para os líderes modernos, porque em cada emoção há uma reação. O medo

das mudanças, ao contrário, ocasiona a perda de identidade pessoal.

17

• Para provocar a mudança desejada, o líder deve conhecer o seu pessoal,

individualmente. É o primeiro passo.

• Diretrizes Fundamentais

• Muito tem a falar a direção sobre as diretrizes gerais para cada disciplina

e, não o fazendo, haverá uma tendência para o afrouxamento, tanto nas

propostas como na execução, com o conseqüente descumprimento delas.

• Tomemos, inicialmente, algumas questões relacionadas à Língua

Portuguesa. Seria possível um curso minimamente produtivo sem que o

alunado fosse estimulado a leituras formais e informais ao longo do ano?

• E quanto às Ciências Físicas e Biológicas? Deve a Direção e professores

conformar-se com o estudo teórico e inócuo dos conteúdos que, no mais das

vezes, se funda nos textos didáticos, incluídos neles até mesmo experiências

prontas? Em quantas escolas os laboratórios encontram-se desativados e,

muitas vezes, por inércia dos responsáveis, justificando-se, quase sempre, pela

falta de materiais na escola?

• O produto da aprendizagem do método científico não deveria,

normalmente, ser apresentado ao final de um ciclo de estudos, numa feira de

ciências? Não seria esta a oportunidade dos alunos demonstrarem a sua

criatividade? Mas quantos professores dão-se realmente a esse trabalho e

quantas escolas o realizam? Que preocupações absorvem os professores

quanto às descobertas científicas cotidianas noticiadas pelos meios de

comunicação? De que maneira veiculam essas informações as suas aulas?

• Se considerarmos um mundo dominado pela ciência e tecnologia,

imaginem-se as lacunas na formação de nossos estudantes. Caberia à Direção

chamar a atenção para esses aspectos durante o planejamento e insistir para

que sejam introduzidos nos conteúdos a serem ministrados. E não será preciso

conhecer a fundo a disciplina para estabelecerem-se diretrizes nesse sentido.

• Reportando-se à área de História e Geografia, seria importante lembrar

suas finalidades. Essas disciplinas são essenciais na compreensão do mundo

e da realidade que cerca o alunado, visando à formação do cidadão e de seu

senso crítico, mormente hoje, quando a Constituição conferiu o direito de voto

18

aos maiores de 16 anos. Cabe à Direção questionar os professores sobre suas

responsabilidades neste aspecto. Quantos trabalham com conteúdos voltados

para a realidade social, vinculando-a ao processo histórico? Que papel

desempenha a leitura de jornais e revistas no planejamento de conteúdos?

• Sobre Educação Artística, deve a Direção, ao elaborar suas diretrizes,

lembrar aos profissionais da importância de o alunado ter o contato com as

grandes criações da humanidade, no campo das artes plásticas, da música

erudita, do teatro, coordenando seu trabalho com as áreas de Português e

História, por exemplo. Deve estar no centro das preocupações da escola

planejar ações que valorizem a arte. Uma formação intelectual, da qual a arte

esteja excluída, é o caminho mais curto à insensibilidade e a desertificação do

conhecimento. Levar o professor da área a refletir sobre a questão é primordial

para o enriquecimento do curso. Se existirem professores especializados em

teatro, instrumentos musicais, pintura, escultura, impõem-se "explorá-los" no

sentido de darem a sua contribuição. E quantas escolas não os possuem?

• E a Educação Física? No que vem sendo transformada em numerosas

escolas? Que foram feitos dos exercícios, ou seja, da ginástica propriamente

dita? Parece banida das preocupações da maioria dos profissionais do ramo.

Predominam o futebol de salão, o vôlei e o basquete, cujos fundamentos são

muito pouco aprofundados. Não se observam, na maioria das unidades

escolares, quaisquer apresentações demonstrativas da evolução dos alunos

nesse campo. Quando muito nas atividades curriculares desportivas (Res.

142/01) disputam este ou aquele campeonato. Por que alunos pagam ou

sonham poder pagar uma academia para fazer educação física?

• Não seria o caso de a Direção discutir diretrizes, no sentido de mudar esse

estado de coisas?

• Um líder forma equipes

• É inegável que os seres humanos sempre tiveram tendências para a

formação de grupos. Na nossa escola não é diferente, apesar da cultura nossa

valorizar ao individualismo.

19

• Assim como acontece com o líder, uma equipe bem formada pode

diferenciar-se. Para formação de equipes há alguns princípios básicos a serem

considerados: saber dirigir, motivar, treinar, delegar e reconhecer. Numa

equipe bem formada será preciso que todos os componentes se sintam donos

dela.

• O desejo e a necessidade de dirigir precisam ser calcados em um

princípio: não basta dirigir a equipe, será preciso que ela queira ser dirigida.

• Motivar é algo que podemos fazer, começando por nós mesmos.

• Outro cuidado que o líder diferenciado deve ter é oferecer ao grupo um

apoio construtivo em vez de crítica construtiva. Também o treinamento é

fundamental para que melhore a capacidade das pessoas para a função a que

se propõem.

• Líder sabe delegar e sabe fornecer informações de duas maneiras:

fazendo perguntas e dando orientações.

• A questão metodológica

• Alguma coisa a Direção tem a opinar sobre as metodologias atualmente

empregadas nas diversas disciplinas e atividades. Elas se resumem, em boa

parte, a comentários genéricos sobre o tema abordado, leitura do livro didático

(quando ele não é alfa e o ômega do ensino) e um questionário, no mais das

vezes, a guisa de um resumo do que foi tratado.

• É preciso estimular os professores na busca de metodologias capazes de

motivar o alunado, levando-os a refletir, permanentemente, sobre os conteúdos

a serem aprendidos. É fundamental recuperar as aulas dialogadas, nas quais,

a partir de informações que o aluno recebe dos mais variados meios de

comunicação, possa ser construído o conhecimento que se quer interiorizado.

Eis aí uma forma de dinamizar as aulas, canalizando a energia do aluno para a

reflexão. São primordiais metodologias que organizem melhor o conhecimento

adquirido ao longo do trabalho das unidades planejadas.

• A Direção, que se dá ao trabalho de examinar o caderno dos alunos, ao

longo do ano, perceberá quão caótica eles se apresentam: rabiscos, anotações

aleatórias, conteúdos de diferentes disciplinas num mesmo espaço, enfim a

20

confusão generalizada. Raros são os professores que preparam um roteiro

para as suas exposições, orientam os alunos quanto às anotações de aulas,

elaboram uma síntese geral do tema estudado, etc...

• Orientar o aluno a produzir uma documentação coerente com o que

aprendeu é obrigação de qualquer educador. É também obrigação da escola

proporcionar ao alunado um mínimo de auto- organização, demonstrada por

uma documentação que reflita a eficiência do ensino/aprendizagem.

• Se o material de apoio sobre metodologia não existe na escola, deve ser

requisitado à Secretaria de Educação, que o tem produzido de boa qualidade e

de fácil assimilação pelo professor interessado. Fornecê-los aos professores

das diversas disciplinas é uma obrigação da Direção. O uso que os docentes

farão deles dependerá de seu foro íntimo e do interesse em se aprimorar. Em

não o fazendo, não poderão alegar que a direção se mostrou omissa, quanto

aos subsídios.

• formação continuada dos profissionais da unidade escolar;

Portanto, definimos Gestão Democrática, como uma prática político-

pedagógica e administrativa, onde o gestor, através da articulação entre os

diversos segmentos da unidade escolar, modifica as relações de poder,

transformando-as em ações colegiadas e autônomas.

21

CAPÍTULO II

O PORTADOR DE NECESSIDADES EDUCACIONAIS

ESPECIAIS E SEUS DIREITOS

2.1 O contexto das definições

A expressão necessidades especiais tornou-se bastante conhecida no

meio acadêmico, no sistema escolar, nos discursos oficiais e mesmo no senso

comum.

Surgiu da intenção de atenuar a acepção negativa da terminologia

adotada para distinguir os indivíduos em suas singularidades por apresentarem

limitações físicas, motoras, sensoriais, cognitivas, lingüísticas ou ainda

síndromes variadas, altas habilidades, condutas desviantes etc.

Tal denominação foi rapidamente difundida e assimilada pela amplitude

e abrangência de sua aplicabilidade. Sendo assim, podemos dizer que

indivíduos cegos apresentam necessidades consideradas especiais, porque a

maioria das pessoas não necessita dos recursos e ferramentas por eles

utilizados para ter acesso à leitura, à escrita e para se deslocar de um lado

para outro, em sua rotina. Essas pessoas necessitam, por exemplo, do sistema

braille, de livros sonoros, de ledores, de softwares com síntese de voz, de

bengalas, cães-guia ou guias humanos.

O mesmo raciocínio se aplica às pessoas que necessitam de muletas,

cadeiras de rodas ou andadores para sua locomoção. Da mesma forma, os

surdos valem-se da linguagem gestual e da experiência visual em sua

comunicação.

Existem também aqueles que necessitam de cuidados especiais para a

alimentação, o vestuário, a higiene pessoal e outros hábitos ou atividades

rotineiras. Em tais casos, essas pessoas necessitam desenvolver habilidades,

funções e aprendizados específicos. Algumas dessas necessidades podem ser

temporárias ou permanentes, dependendo da situação ou das circunstâncias

das quais se originam.

22

Para SAWREY & TELFORD(1998), a tendência atual é empregar termos

menos estigmatizantes, mais gentis e menos carregados emocionalmente, em

substituição aos mais antigos, que adquiriram conotações de desamparo e

desesperança.

Isso representa uma contraposição à arbitrariedade e ao cunho

preconceituoso e depreciativo que impregnavam a terminologia circulante entre

pais, especialistas e o público em geral com referência às limitações física,

motora, sensorial, cognitiva, às diferentes síndromes ou ao sofrimento mental.

Assim, as manifestações de certas características, peculiaridades ou

diferenças individuais inspiraram a denominação corrente de pessoas com

necessidades especiais para designar o que antes era concebido como grupos

ou categorias de indivíduos excepcionais.

Nesse contexto, a expressão alunos ou crianças excepcionais foi

substituída por crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais

especiais e ratificada internacionalmente na Declaração de Salamanca (ver

verbete Escola Inclusiva). No Brasil, em 1986, o MEC já adotava tal designação

que passou a figurar como portadores de necessidades educacionais

especiais-PNEE na Política Nacional de Educação Especial

(SEESP/MEC/1994), na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

(LDBEN, Lei n. 9.394/96) e, finalmente, nas Diretrizes Curriculares Nacionais

para a educação especial (MEC/2001). Portanto, a nomenclatura está

oficialmente consagrada até que seja destituída pela hegemonia de uma nova

concepção.

2.2 Dilemas e controvérsias

A expressão necessidades educacionais especiais e correlatas obteve

adesão por parte do sistema escolar e despontou como um verdadeiro sentido

de alargar os horizontes da educação especial. Isso porque, além de ser

considerada um eufemismo capaz de esvaziar a suposta negatividade do termo

portadores de deficiências, legitima e amplia o contingente de educandos a

serem contemplados pelos serviços de apoio especializado.

23

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais para a educação

especial (SEESP/MEC/01), essa expressão pode ser utilizada para referir-se a

crianças e jovens cujas necessidades decorrem de sua elevada capacidade ou

de suas dificuldades para aprender. Está associada, portanto, a dificuldades de

aprendizagem, não necessariamente vinculada a deficiência(s).

Trata-se de um leque de manifestações, de natureza orgânica ou não,

de caráter temporário ou permanente cujas conseqüências incidem no

processo educacional.

Ao mesmo tempo, as necessidades especiais são caracterizadas como

manifestações decorrentes de dificuldades de aprendizagem, de limitações no

processo de desenvolvimento com comprometimento do desempenho escolar,

de dificuldades de comunicação e sinalização, de altas habilidades ou

superdotação. A extensão do termo é tão ampla que se torna difícil perceber

quem não apresenta necessidades educacionais especiais.

Hoje, e provavelmente ainda por muitos anos do século XXI, as

expressões Alunos Especiais e Escolas Especiais são empregadas com

sentido genérico, via de regra, equivocado. Ignora-se que todo aluno é especial

e toda escola é especial em sua singularidade, em sua configuração natural ou

física e histórico-social. Por outro lado, apresentam necessidades e respostas

comuns e especiais ou diferenciadas na defrontação dessas duas dimensões,

no meio físico e social."

Considerem-se também os ecos provenientes do movimento de pessoas

com deficiência, especialmente marcado pela década de 80 do século

passado, quando a grita geral pela afirmação de direitos ecoou em

contraposição ao enfoque assistencial e terapêutico da nomenclatura

preponderante. Nesse contexto, termos como deficientes, incapazes,

retardados, excepcionais e correlatos foram descartados, consagrando-se a

expressão portadores de deficiência para referir-se a pessoas com limitações

física, sensorial, mental ou múltipla.

Posteriormente, a classificação genérica portadores de necessidades

especiais passou a englobar essas e outras categorias. As incessantes

indagações inspiram novas proposições como é o caso, por exemplo, da

24

denominação Portadores de Direitos Especiais - PODE - proposta por Frei

Beto. Mas as ressalvas e sutilezas continuam, pois o termo portadores de caiu

na armadilha do léxico que aprisiona o sujeito ao desconforto de portar ou

carregar deficiências, necessidades ou direitos.

2.3 As definições no contexto da escola

O uso indiscriminado desses termos, nas escolas, pode gerar

conseqüências negativas quando um aluno ou um grupo de alunos são

apontados como especiais e passam a ser tratados como um problema para a

escola.

Convém lembrar as recomendações de MAZZOTTA (2001) quanto ao

perigo das generalizações, dos construtos arbitrários e abstratos que resultam

em práticas e entendimentos equivocados.

A terminologia aqui apresentada não escapa ao descontentamento

daqueles que encaram tal generalização como meras tentativas de encobrir,

negar ou descaracterizar as especificidades das várias deficiências. Além

disso, há os que consideram a polêmica inócua e desnecessária ou que serve,

apenas, para desviar o foco das discussões primordiais.

Tais expressões e seus derivados não deveriam ser empregadas para

classificar, discriminar, rotular ou incentivar a disseminação de idéias

preconceituosas e pejorativas. O aprofundamento dessa temática mostra a

persistência de um movimento dinâmico e paradoxal de adesão, contraposição

e desconfiança, quando se trata de estabelecer categorias ou classificações de

seres humanos.

2.4 A Educação Inclusiva

Educação inclusiva é uma abordagem de desenvolvimento das

necessidades de aprendizagem para todas as crianças, jovens e adultos,

especialmente aqueles que são vulneráveis à marginalização e exclusão. O

princípio da educação inclusiva foi adotado na Conferência Mundial sobre as

Necessidades Educativas Especiais: acesso e qualidade (Salamanca,

Espanha, 1994), reafirmada no Fórum Mundial de Educação (Dacar, Senegal,

25

2000) e apoiada pelas Regras Básicas das Nações Unidas em Igualdade de

Oportunidades para Pessoas Portadoras de Deficiências. Focalizando a promoção dos valores universalmente compartilhados e a

diversidade culturalmente sensível dos contextos e métodos educacionais, a

UNESCO está trabalhando para promover educação de qualidade como um

direito fundamental para todos tratando sobre uma grande variedade de temas,

dos quais inclui o respeito pela diversidade cultural e lingüística. Baseado nos princípios estabelecidos na Declaração Universal sobre

Diversidade Cultural, adotada pela Conferência Geral da UNESCO, em sua

31ª. Sessão, em 2 de novembro de 2001, a Organização se compromete em

apoiar os Estados Membros que desejam encorajar a diversidade lingüística e

o respeito pela língua materna em todos os níveis educacionais; e quando

possível, promover por meio da educação a conscientização do valor positivo

da diversidade cultural e fazer total uso de métodos culturalmente apropriados

de comunicação e transmissão de conhecimento. A busca atual pela educação

de qualidade está inextricavelmente ligada aos processos e impactos da

globalização.

A chamada Educação Inclusiva teve início nos Estados Unidos através

da Lei Pública 94.142, de 1975 e, atualmente, já se encontra na sua segunda

década de implementação. Há em todos Estados Unidos o estabelecimento de programas e projetos

dedicados à Educação Inclusiva: 1) O departamento de Educação do Estado da Califórnia iniciou uma

política de suporte às escolas inclusivas já implantadas; 2) O Vice- Presidente Al Gore criou uma Supervia de Informática

direcionada a uma política de telecomunicações baseada na ampliação da rede

de informações para todas as escolas, bibliotecas, hospitais e clínicas. 3) Há um cruzamento entre o movimento da Educação Inclusiva e a

busca de uma escola de qualidade para todos; 4) Há propostas de modificações curriculares visando à implantação de

programas mais adaptados às necessidades específicas das crianças

portadoras de deficiência. Tendo sido dada uma ênfase especial no

26

estabelecimento dos componentes de autodeterminação da criança portadora

de deficiência. As equipes técnicas das escolas também sido trabalhadas para

fornecer um atendimento mais adequado ao professor de classe comum. 5) Há o acompanhamento, através de estudos e pesquisas, a respeito

dos sujeitos que passaram por um processo de educação inclusiva. Eles têm

sido observados através da análise de sua rede de relações sociais, atividades

de laser, formas de participação na comunidade, satisfação pessoal, etc. Um

dos maiores estudos de follow-up é o da Universidade de Minnesota que

apresenta um Estudo Nacional de Transição Longitudinal. 6) Também tem sido acompanhados os Serviços dos Programas de

Educação que trabalham com a Educação Inclusiva. 7) Boa parte dos estados norteamericanos estão aplicando a Educação

Inclusiva: Estado de New York, Estado de Massachussets, Estado de

Minnesota, Estado de Daytona, Estado de Siracusa, Estado de West Virgínia,

etc. Fora dos Estados Unidos a situação também não é diferente. O mais

conhecido centro de estudos a respeito de Educação Inclusiva é o CSIE

(Centre for Studies on Inclusive Education ) da Comunidade Britânica, sediado

em Bristol. É dele que tem partido os principais documentos a respeito da área

da Educação Especial: 1. O CSIE - International Perspectives on Inclusion; 2. O

Unesco Salamanca Statement(1994); o UN Convention on the Rights of the

Child(1989); o UN Standard Rules on the Equalisation of Opportunities for

Persons with Disabilities(1993). Um dos documentos mais importantes atualmente é o Provision for

Children with Special Educational Needs in the Asia Region que inclui os

seguintes países: Bangladesh, Brunei, China, Hong Kong, Índia, Indonésia,

Japão, Coréia, Malásia, Nepal, Paquistão, Filipinas, Singapura, Sri Lanka e

Tailândia. Mas, há programas em todos os principais países do mundo: França,

Inglaterra, Alemanha, México, Canadá, Itália, etc.

27

2.5 Como é a Escola Inclusiva?

Por Educação inclusiva se entende o processo de inclusão dos

portadores de necessidades especiais ou de distúrbios de aprendizagem na

rede comum de ensino em todos os graus. Da pré-escola ao quarto grau.

Através dela se privilegiam os projetos de escola, que apresenta as seguintes

características: 1. Um direcionamento para a Comunidade - Na escola inclusiva o

processo educativo é entendido como um processo social, onde todas as

crianças portadoras de necessidades especiais e de distúrbios de

aprendizagem têm o direito à escolarização o mais próximo possível do

normal. O alvo a ser alcançado é a integração da criança portadora de

deficiência na comunidade; 2. Vanguarda - Uma escola inclusiva é uma escola líder em relação às

demais. Ela se apresenta como a vanguarda do processo educacional. O seu

objetivo maior é fazer com que a escola atue através de todos os seus

escalões para possibilitar a integração das crianças que dela fazem parte; 3. Altos Padrões - há em relação às escolas inclusivas altas expectativas

de desempenho por parte de todas as crianças envolvidas. O objetivo é fazer

com que as crianças atinjam o seu potencial máximo. O processo deverá ser

dosado às necessidades de cada criança; 4. Colaboração e cooperação - há um privilegiamento das relações

sociais entre todos os participantes da escola, tendo em vista a criação de uma

rede de auto-ajuda; 5. Mudando papéis e responsabilidades - A escola inclusiva muda os

papéis tradicionais dos professores e da equipe técnica da escola. Os

professores tornam-se mais próximos dos alunos, na captação das suas

maiores dificuldades. O suporte aos professores da classe comum é essencial,

para o bom andamento do processo de ensino-aprendizagem; 6. Estabelecimento de uma infraestrutura de serviços - gradativamente a

escola inclusiva irá criando uma rede de suporte para superação das suas

maiores dificuldades. A escola inclusiva é uma escola integrada à sua

comunidade;

28

7. Parceria com os pais - os pais são os parceiros essenciais no

processo de inclusão da criança na escola; 8. Ambientes educacionais flexíveis - os ambientes educacionais têm

que visar o processo de ensino-aprendizagem do aluno; 9. Estratégias baseadas em pesquisas - as modificações na escola

deverão ser introduzidas a partir das discussões com a equipe técnica, os

alunos, pais e professores; 10. Estabelecimento de novas formas de avaliação - os critérios de

avaliação antigos deverão ser mudados para atender às necessidades dos

alunos portadores de deficiência; 11. Acesso - o acesso físico à escola deverá ser facilitado aos indivíduos

portadores de deficiência; 12. Continuidade no desenvolvimento profissional da equipe técnica - os

participantes da escola inclusiva deverão procurar dar continuidade aos seus

estudos, aprofundando-os.

2.6 O estabelecimento dos suportes técnicos

Deverão ser privilegiados os seguintes aspectos na montagem de uma

política educacional de implantação da chamada escola inclusiva: 1. Desenvolvimento de políticas distritais de suporte às escolas

inclusivas; 2. Assegurar que a equipe técnica que se dedica ao projeto tenha

condições adequadas de trabalho; 3. Monitorar constantemente o projeto dando suporte técnico aos

participantes, pessoal da escola e público em geral. 4. Assistir as escolas para a obtenção dos recursos necessários à

implementação do projeto; 5. Aconselhar aos membros da equipe a desenvolver novos papéis para

si mesmos e os demais profissionais no sentido de ampliar o escopo da

educação inclusiva; 6. Auxiliar a criar novas formas de estruturar o processo de ensino-

aprendizagem mais direcionado às necessidades dos alunos;

29

7. Oferecer oportunidades de desenvolvimento aos membros

participantes do projeto através de grupos de estudos, cursos, etc.; 8. Fornecer aos professores de classe comum informações apropriadas

a respeito das dificuldades da criança, dos seus processos de aprendizagem,

do seu desenvolvimento social e individual; 9. Fazer com que os professores entendam a necessidade de ir além

dos limites que as crianças se colocam, no sentido de levá-las a alcançar o

máximo da sua potencialidade; 10. Em escolas onde os profissionais têm atuado de forma

irresponsável, propiciar formas mais adequadas de trabalho. Algumas delas

podem levar à punição dos procedimentos injustos; 11. Propiciar aos professores novas alternativas no sentido de

implementar formas mais adequadas de trabalho.

2.7 O conceito de Inclusão

A inclusão é:

- atender aos estudantes portadores de necessidades especiais nas

vizinhanças da sua residência;

- propiciar a ampliação do acesso destes alunos às classes comuns;

- propiciar aos professores da classe comum um suporte técnico;

- perceber que as crianças podem aprender juntas, embora tendo

objetivos e processos diferentes;

- levar os professores a estabelecer formas criativas de atuação com as

crianças portadoras de deficiência;

- propiciar um atendimento integrado ao professor de classe comum.

A inclusão não é

30

- levar crianças às classes comuns sem o acompanhamento do

professor especializado;

- ignorar as necessidades específicas da criança;

- fazer as crianças seguirem um processo único de desenvolvimento, ao

mesmo tempo e para todas as idades;

- extinguir o atendimento de educação especial antes do tempo;

- esperar que os professores de classe regular ensinem as crianças

portadoras de necessidades especiais sem um suporte técnico.

2.8 Diferenças entre o princípio da normalização e da inclusão

Tais princípios podem ser diferenciados da seguinte forma:

O princípio da normalização diz respeito a uma colocação seletiva do

indivíduo portador de necessidade especial na classe comum. Neste caso, o

professor de classe comum não recebe um suporte do professor da área de

educação especial. Os estudantes do processo de normalização precisam

demonstrar que são capazes de permanecer na classe comum. O princípio de inclusão se refere a um processo educacional que visa

estender ao máximo a capacidade da criança portadora de deficiência na

escola e na classe regular. Envolve fornecer o suporte de serviços da área de

Educação Especial através dos seus profissionais. A inclusão é um processo

constante que precisa ser continuamente revisto.

31

CAPÍTULO III

O Papel da Direção Escolar na integração do sujeito

PNEE através da Pedagogia Waldorf

A grande questão para a educação neste século que se inicia diz

respeito à definição do seu campo de atuação, muito mais amplo do que os

limites da sala de aula. Progressos vêm ocorrendo neste sentido, mas sem

qualquer sistematização ou mesmo vinda para o currículo de muitas das

ampliações hoje inexoráveis.

É preciso trazer para o jovem as mudanças ocorridas nos níveis físico,

emocional e espiritual na passagem pela adolescência. Tal qual denomina

Jung (1977), de “rito de passagem”. Em algumas culturas, o “rito de passagem”

ocorre entre treze e quinze anos e significa a entrada no mundo adulto.

A partir deste conceito, devemos procurar formar o educador, em sua

graduação, sobre as várias possibilidades deste tema, não só para que seus

futuros alunos sejam beneficiados durante seu aprendizado, mas também para

prepará-los para os rituais sociais de mudança de estrutura participativa.

Educadores precisam de estratégias apropriadas, que vão desde

pesquisas até a escolha de literatura adequada, para conduzir um trabalho de

conscientização e formação dos jovens nessas questões, nos vários níveis

educacionais.

Outro aspecto indispensável à formação do educador diz respeito ao

resgate do lúdico durante o processo de ensino-aprendizagem. É preciso que

os educadores tomem consciência da importância do prazer e da alegria da

criança durante esse processo. Estratégias que vão para além da aula

expositiva, do uso do quadro negro, dos trabalhos em grupo ou mesmo da

tecnologia hoje presente precisam ser lembradas.

Para Steiner (1981) o emprego da arte como instrumento de expressão

dos vários conteúdos ensinados - desenho, pintura, dramatização e poesia -

devem se fazer presentes como formas de estímulo da criatividade, formação

dos conceitos de ética e moral e avaliação do corpo discente. É preciso

32

ultrapassar os preconceitos estabelecidos de que avaliar é meramente fazer

“provas” nas quais o “certo e o errado” impõem sua ditadura.

O educador precisa estar ciente de que precisa levar seus alunos a

aprender a aprender, sendo ele mesmo um eterno aprendiz.

Outro ponto fundamental do processo educativo é abrir espaço maior

para o desenvolvimento da sensibilidade dos alunos, trabalhando sua emoção

e sua espiritualidade (Steiner, 1971). Nesse ponto, convém assinalar que tais

questões não dizem respeito a “aulas de arte”, simplesmente, ou “aulas de

religião”. Elas podem até ocorrer, mas o importante da arte é a sua presença

num perfil interdisciplinar, servindo de instrumento de ação em todas as

disciplinas. Nesse particular, caberia trazer à formação de nossos educadores

uma visão da Pedagogia Waldorf, não no sentido de “copiá-la”, mas sim como

inspiração para essa postura interdisciplinar do emprego da arte. Quanto à

espiritualidade, há de se trazer ao educador uma percepção de que a crença

numa religião é distinta da sua atuação, que busca trazer a seus alunos uma

visão ecumênica, de profundo respeito às possíveis diferenças entre as

crenças de seus alunos.

3.1 O que é a Pedagogia Waldorf?

Uma das principais características da Pedagogia Waldorf é o seu

embasamento na concepção de desenvolvimento do ser humano introduzida

por Rudolf Steiner. Essa concepção leva em conta as diferentes características

das crianças e jovens segundo sua idade aproximada. O ensino é dado de

acordo com essas características: um mesmo assunto nunca é dado da mesma

maneira em idades diferentes Edmunds (s.d.).

Ela é uma pedagogia holística em um dos mais amplos sentidos que se

pode dar a essa palavra quando aplicada ao ser humano e à sua educação. De

fato, ele é encarado do ponto de vista físico, anímico e espiritual, e o

desabrochar progressivo desses três constituintes de sua organização é

abordado diretamente na pedagogia. Assim, por exemplo, cultiva-se o querer

(agir) através da atividade corpórea dos alunos em praticamente quase todas

33

as aulas; o sentir é incentivado por meio de abordagem artística constante,

além de atividades artísticas e artesanais, específicas para cada idade; o

pensar vai sendo cultivado paulatinamente desde a imaginação dos contos,

lendas e mitos no início da escolaridade, até o pensar abstrato rigorosamente

científico no ensino médio (colegial). O fato de não se exigir ou cultivar um

pensar abstrato, intelectual, muito cedo é uma das características marcantes

da pedagogia Waldorf em relação a outros métodos de ensino. Assim, não é

recomendado que as crianças aprendam a ler antes de entrar na 1ª série.

Como o computador força um pensamento lógico-simbólico, nenhuma escola

Waldorf o utiliza, sob qualquer forma, antes do ensino médio (9ª série na

seriação Waldorf).

As escolas Waldorf são totalmente livres do ponto de vista pedagógico,

pertencendo em geral a uma associação beneficente sem fins lucrativos.

Idealmente, a administração escolar é feita pelos próprios professores. Cada

escola é independente da outra: o único que as une é o ideal de concretizar e

aperfeiçoar a pedagogia de Rudolf Steiner, visando formar futuros adultos

livres, com pensamento individual e criativo, com sensibilidade social e para a

natureza, bem como com energia para buscar seus objetivos e cumprir os seus

impulsos de realização em sua vida futura. O amor que os professores Waldorf

devem desenvolver pelos seus alunos, e o conhecimento profundo que eles

adquirem de cada aluno são outras características fundamentais da pedagogia.

As escolas Waldorf sempre foram integradas da 1ª à 8ª (ou 9ª) séries, e

até a 12ª quando possuem o ensino médio. Não há repetições de ano, e nem

atribuição de notas no sentido usual.

3.2 Como a Direção Escolar pode usar a Pedagogia Waldorf a

Favor da Inclusão Social

A escola é um espaço fundamental na construção da identidade do

indivíduo, pois atua de forma importante na formação de valores e princípios

que irão nortear a vida de seus alunos. Contudo seu trabalho só será realizado

de forma plena se essa atuação ocorrer em um ambiente que propicie a boa

34

interação entre profissionais de educação, alunos e responsáveis. Para que

isso ocorra, deve haver uma preocupação em relação à qualidade de vida de

todas as pessoas envolvidas no processo de ensino-aprendizagem, portanto, é

extremamente necessário que se realizem atividades que possibilitem a

integração entre os objetivos da escola, as necessidades dos alunos, a atuação

dos educadores e expectativas dos pais, sem se esquecer do fundamental, que

é a transformação de seus alunos e filhos em indivíduos conscientes, críticos e

atuantes, que possam colaborar na conquista de uma melhor qualidade de vida

para todos.

Entre outros objetivos a Pedagogia Waldorf irá atuar no trabalho com os

alunos: Estimulando a criatividade e a imaginação; Desenvolvendo o

pensamento crítico; Explorando novas formas de expressão; Possibilitando o

autoconhecimento; Desenvolvendo o interesse e a concentração, melhorando o

desempenho escolar; Auxiliando no tratamento de distúrbios de aprendizagem;

Lidando com preconceitos e estimulando a cooperação e o companheirismo

entre alunos.

No trabalho com professores, coordenadores e colaboradores em geral,

serão abordados assuntos como: Como estimular o aluno a utilizar outras

formas de expressão; A importância da comunicação; Como lidar com o stress

no ambiente escolar; Autoconhecimento; Estímulo a trabalhos

multidisciplinares; Como trabalhar em grupo.

Ao trabalhar com os pais, a Pedagogia Waldorf oferece a oportunidade

de se discutir: A importância da participação dos pais ou responsáveis nos

processos escolares; O papel da família no equilíbrio da criança; Como lidar

com o stress na vida cotidiana; Como auxiliar seu filho a lidar com os desafios

da vida.

O processo “waldorf” ocorrerá na forma de atividades voltadas para os

públicos específicos, depois de uma avaliação das necessidades e

expectativas da escola.

35

3.3 Como funciona a Pedagogia Waldorf

A Pedagogia Waldorf concebe o homem como uma unidade harmônica

físico-anímico-espiritual e sobre esse princípio fundamenta toda a prática

educativa (Edmunds, s.d.).

A partir de uma visão antropológica, a Pedagogia Waldorf abrange todas

as dimensões humanas, que estão em íntima relação com o mundo, explica e

fundamenta o desenvolvimento dos seres humanos segundo princípios gerais

evolutivos que compreendem etapas de sete anos, denominadas setênios.

Cada setênio apresenta momentos claramente diferenciáveis, nos quais

surgem ou despertam interesses, perguntas latentes e necessidades

concretas.

No primeiro setênio (zero a sete anos), a criança emprega todas as suas

energias para o desenvolvimento de seu físico. Ela se manifesta através de

intensa atividade corporal, que desencadeia a formação do físico,

metamorfoseia-se em maior ou menor capacidade de atuar com liberdade na

vida adulta, no âmbito cultural-intelectual.

Nesta fase a criança tem uma grande abertura em relação ao mundo.

Ela acolhe sem resistência anímica tudo o que lhe advém do ambiente em

redor, entregando-se ao mundo com confiança ilimitada. Vive num estado de

ingenuidade paradisíaca, num mundo em que o bem e o mal se confundem

indistintamente.

Na criança, todos os órgãos de percepção sensória estão abertos. Ela

responde com a repetição dos estímulos vindos do ambiente exterior, a

imitação. Essa imitação é a grande força que a criança de primeiro setênio tem

disponível para a aprendizagem, inclusive a do falar, do fazer, do adequado ou

impróprio no comportamento humano. E é por meio da imitação mais sutil que

ela gera, ainda sem consciência, o fundamento da sua moralidade futura.

A Pedagogia Waldorf transcende a mera transmissão de conhecimento e

se converte em sustentação do desenvolvimento integral do educando,

cuidando que tudo o que se faça tenha como meta a transformação de sua

vontade e o cultivo de sua sensibilidade e intelecto. Desse modo, procura-se

36

estabelecer uma relação harmônica entre desenvolvimento e aprendizagem,

fazendo confluir a dinâmica interna da pessoa com a ação pedagógica direta,

ou seja, integrando os processos de desenvolvimento individual com a

aprendizagem da experiência humana culturalmente organizada.

A Pedagogia Waldorf dá especial atenção para que no ensino se

encontrem entretecidos pontos de vista científicos e estético-artísticos com os

aspectos relativos ao respeito profundo e à admiração ante o mundo.

“Educar para o futuro” (Steiner, 1971), significa encarar, a partir da

própria organização escolar, os principais desafios que a atualidade nos

propõe.

Na Pedagogia Waldorf, é dada uma importância fundamental à

educação no primeiro setênio por se tratar da fase da vida na qual é

desenvolvida a organização do corpo físico. A educação visa proporcionar um

corpo são para uma mente sã.

Fatos importantes para o desenvolvimento da organização do corpo

físico são o meio ambiente de onde vêm os estímulos para a formação dos

órgãos sensoriais e o ambiente anímico-espiritual (psicológico) que influenciará

mais a formação dos órgãos internos. A saúde do indivíduo para toda sua vida

depende, em grande parte, das pré-disposições implantadas nessa fase, em

que todas as forças vitais estão empenhadas na formação do organismo

corpóreo.

Até aproximadamente os três anos de idade, o cérebro, centro nervoso,

está em franco desenvolvimento, cheio de vitalidade, sendo moldado conforme

os estímulos vindos do ambiente e pelas experiências corporais que fazem uso

da motricidade. A criança que pôde desenvolver corretamente sua habilidade

corpórea natural tem uma boa pré-disposição para um pensar vivo e ativo,

posteriormente.

Durante seu desenvolvimento, nos três primeiros anos de vida, quando

por meio de um grande empenho, a criança conquista o andar ereto, o falar e

inicia o processo de pensar, é a fase do aprendizado mais importante da vida.

Outro momento importante entre os dois ou três anos de idade, é

quando a criança diz “eu” para si. Antes ela se sentia uma com o mundo, não

37

se distinguia dele; agora, ela se vivencia separada dele, deparando-se inclusive

com o “tu” e com as outras pessoas. Antes era egocêntrica, egoísta por

natureza; agora, ela vai despertando para o convívio social. A teimosia típica

dessa idade deve ser compreendida como uma medição de forças para o

conhecimento das capacidades do eu próprio.

A maturidade da criança para ingressar no jardim da infância, onde vai

ter que aprender a conviver socialmente, mostra-se à medida que ela sabe lidar

com o “tu”, em torno dos três a quatro anos de idade. Também é o momento

em que as primeiras características do pensar se ampliam, mostrando uma

grande mobilidade de pensamentos que podem se unir arbitrariamente, nem

sempre fieis à realidade exterior: chama-se fantasia infantil. No ambiente

corpóreo se apresenta uma crescente capacidade no uso dos braços e das

mãos como também um domínio no uso da respiração.

Ao redor dos cinco anos de idade, ocorre uma nova mudança de

comportamento da criança. As brincadeiras se tornam mais ordenadas, numa

imitação fiel da realidade vivida pela criança. As perguntas muitas vezes têm

um cunho “filosófico” e também aparece a capacidade de compreender o

ontem, o hoje e o amanhã, significando um novo passo no despertar do

pensamento.

As habilidades corpóreas vão se desenvolvendo da cabeça aos pés,

repetindo o processo formativo do feto e o processo do nascimento. No final do

primeiro setênio, a criança já deve ter colocado seus pés firmemente no chão,

quando ela encarnou na sua própria corporalidade e agora está pronta para o

aprendizado no Ensino Fundamental.

Como a criança de primeiro setênio ainda não desenvolveu, por

natureza, sua capacidade de raciocínio, o educador não pode apelar para uma

compreensão. Ele terá que apelar a um elemento nato, a imitação. A criança

aprende a se adequar aos apelos do mundo por meio da imitação das pessoas

e das ocorrências do seu redor. O educador é um exemplo que deve ser digno

de ser imitado. Ele faz parte do meio ambiente formador da criança.

Outro aspecto fundamental é o ritmo. Todo processo vivo de

aprendizagem deverá necessariamente respeitar e fomentar um ritmo

38

adequado. A pedagogia Waldorf considera fundamental a alternância sadia e

equilibrada entre concentração e expansão, entre atividade intelectual e

prática, entre esforço e descanso, entre recordação e esquecimento. Assim se

planeja o mais cuidadosamente possível, a partir desse ponto de vista, tanto na

prática educativa anual, mensal, semanal e diária, como também cada uma das

horas de aula, a fim de conseguir o ritmo adequado às fases de compreensão,

assimilação e produção da aprendizagem.

Isso requer estruturas flexíveis e móveis que integrem tempos, durações

e ritmos multiformes, ou seja, um novo significado do tempo. Em educação,

isso exige uma organização dinâmica que se adapte aos conteúdos, às

práticas pedagógicas e ao aluno.

Ligadas ao ritmo, são comemoradas as festas do ano. A criança vivencia

o ciclo anual de uma forma direta como se fizesse parte da natureza. Neste

contexto, as festas anuais podem ser compreendidas mais conscientemente,

cada uma de acordo com as suas características.

Também é comemorado o aniversário de cada criança, e neste dia, além

da festa, todo o ritmo é voltado para esse evento. No ritmo de cada dia, o

brincar ocupa um lugar de extrema importância.

O valor do brincar para o desenvolvimento sadio da criança é

cientificamente comprovado e é a preocupação de muitos educadores. Na

pedagogia Waldorf ele tem valor preponderante, principalmente na educação

da criança de primeiro setênio. O brincar livre, não dirigido ou proposto, é visto

como o maior e o melhor estimulador para um desenvolvimento que esteja de

acordo com a maturidade etária e as capacidades individuais de cada criança.

O impulso natural interior da criança para aprender a se tornar humana, para

adaptar-se e se adequar ao ambiente, encontra evasão no brincar livre. Ela

procura a atividade lúdica que melhor corresponde às suas necessidades

evolutivas momentâneas, seguindo inconscientemente e instintivamente os

estímulos provenientes de uma sabedoria corpórea. Faz parte da natureza da

criança querer sempre se superar, tornando-se cada vez mais capaz no

domínio de sua própria corporalidade e na interação com o mundo.

39

Os educadores têm a tarefa de criar o ambiente e as condições para o

processo auto-educativo da criança no brincar livre. Sua primeira preocupação

é criar um ambiente propício para o desenvolvimento dos órgãos dos sentidos,

que irão se formar de acordo com as qualidades dos estímulos. Não é o

excesso de estímulos que irá proporcionar uma organização sensória capaz de

perceber as sutilezas do mundo, justamente aquelas que mais enriquecem a

vida interior. O excesso de impressões e estímulos não permite que a criança

tenha tempo para se ligar ao percebido; ela irá desenvolver o hábito para a

superficialidade e terá dificuldades para a concentração. Cada objeto em sala

de aula deve ter seu valor para que as crianças possam criar vínculo com os

mesmos. Estas são qualidades importantes a serem desenvolvidas em nossa

época em que quase tudo é descartável e, portanto, desprezível. Os objetos e

os brinquedos devem ser de materiais naturais, duradouros e bonitos

esteticamente, já que irão influenciar a formação dos órgãos dos sentidos e,

indiretamente, despertar o amor e o respeito pela natureza.

Além dos brinquedos estruturados usuais como bonecas de pano, carros

de madeira, etc., dão-se muita importância, na Pedagogia Waldorf, ao

oferecimento de objetos rústicos naturais, tais como a natureza oferece, como

pinhas, sementes de vários tamanhos, tocos de madeira de vários tamanhos e

formas, conchas, pedras, raízes e tudo que possa estimular a fantasia da

criança, que logo encontrará uma “utilidade” para eles. Também são oferecidos

instrumentos musicais bem afinados e de percussão como metalofone,

xilofone, triângulos, sinos, etc.

O tema utilizado nas rodas rítmicas (cirandas e dramatizações) é

inspirado na natureza, na vida. A professora vai pesquisar os movimentos que

expressam coerentemente cada imagem, cada ação que ela quer trazer às

crianças.

Com relação ao desenho, devemos lembrar que a criança do primeiro

setênio não deve aprender a desenhar de forma dirigida. Devemos incentivar o

desenho livre como uma atividade diária, sendo que o lápis ideal para ser

usado é o lápis de cera ou outros que tenham a superfície corante bem larga.

40

O mesmo se dá no que diz respeito à música, pois cabe aos educadores

discernir que características a música levada à criança deve ter, pois essa

música deve ir de encontro ao estágio de desenvolvimento em que a criança se

encontra.

Na pedagogia Waldorf não se vê a aceleração ou a antecipação como

solução. A solução está na real compreensão fisiológica e psicológica do

desenvolvimento da criança, e a partir dessa compreensão profunda, criar um

ambiente de situações propícias para o aprendizado das crianças de uma

determinada faixa etária. A aceleração e o adiantamento do ensino formal, já

no primeiro setênio, não permitem o amadurecimento das vivências e

experiências. A criança passa por fases de desenvolvimento e cada uma delas

é um passo no despertar da consciência.

A criança deve usufruir com muita alegria a repetição de cada nova

conquista no seu caminho de adaptação e conhecimento do mundo. Entende-

se que a qualidade sempre tem mais valor do que a quantidade.

A primeira fase da vida é o fundamento, o primeiro degrau sobre o qual

se edifica todo o desenvolvimento futuro. Isto requer uma ampla formação do

educador infantil em todos os âmbitos.

Como a educação da criança do primeiro setênio apela essencialmente

para a imitação, o educador deve ter a capacidade para uma autêntica

autocrítica e força de vontade para a auto-educação.

O educador tem de ter uma boa capacidade de observação tanto para

observar o processo evolutivo das crianças, como também para observar as

manifestações da natureza. Sua função é justamente a de ajudar as crianças a

se familiarizarem e se adaptarem às condições da vida, e ajudá-las a conhecer

o mundo no qual irão atuar futuramente. Com a incapacidade da criança de

compreender racionalmente os fenômenos do mundo, o educador terá que

usar a linguagem compreendida nessa faixa etária: a linguagem dos gestos,

dos movimentos vivenciados na natureza. A linguagem falada ou cantada é

mais um acompanhamento dos gestos que caracterizam a natureza, e

proporciona maior vivência e aprendizado da própria língua, do vocabulário e a

imitação correta dos fonemas. O educador deve ter bom senso rítmico e

41

conhecer a atuação dos ritmos falados, cantados e musicais sobre a índole da

criança.

Dentre esses afazeres, consta o preparo do lanche de cada dia, que é

feito pela professora na presença das crianças e com a colaboração das mais

velhas e/ou interessadas em participar deste momento que, na Pedagogia

Waldorf, é visto como uma importante atividade.

Procura-se sempre preparar e oferecer alimentos naturais, selecionados

de acordo com orientações antroposóficas a respeito da alimentação das

crianças. Produtos como frutas, legumes, cereais integrais, mel (evita-se o uso

do açúcar branco) entre outros fazem parte do cardápio, que também tem um

ritmo que se repete a cada semana. Neste aspecto o educador deveria refletir

e, se preciso for, rever sua própria alimentação, pois a criança assimila mais e

melhor aquilo que sente ser verdadeiro na vida da professora.

Um bom educador estará sempre preocupado com sua auto-educação.

O verdadeiro interesse e preocupação do adulto em melhor conhecer e servir

cada criança fará com que desenvolva a capacidade interior de tecer um elo de

investigação invisível com cada criança do seu grupo.

Os educadores devem trabalhar em conjunto com as famílias. Escola e

família trabalham conscientemente para a formação harmoniosa das crianças.

A escola promoverá também passeios visando o entrosamento e a

convivência social harmônica.

Festas escolares, normalmente relacionadas às épocas do ano, devem

ser prestigiadas pelos pais, assim como o evento do Bazar. O Bazar é fruto da

organização e trabalho efetivo realizado, ao longo do ano, pelas famílias.

Trabalhos de marcenaria, confecção de brinquedos, encadernação de livros,

artesanato e pintura são executados pelos pais e expostos para toda a

comunidade, revelando às nossas crianças a grande potencialidade humana.

A pedagogia Waldorf estuda cada criança, individualmente, buscando

suprir suas necessidades. Trabalha com o grupo de classe, fornecendo o

alimento anímico à sua etapa de desenvolvimento e ainda orienta os pais para

que participem ativamente do desenvolvimento e formação de seus filhos,

construindo uma comunidade viva, forte e muito mais feliz.

42

CONCLUSÃO

Sabemos que, no Brasil, as deficiências mentais ainda são encaradas

como tabu, ou como um assunto à margem da sociedade acadêmica dita

normal.

Piaget, Vigotsky, Freinet e outros grandes estudiosos da cognição não

discutiram o desenvolvimento mental, motor e cognitivo do portador de

necessidades especiais educacionais.

Esta denominação foi adotada para que a discriminação da inserção

destes alunos em escolas normais fosse deixada de lado e que estes mesmos

alunos pudessem usufruir dos conteúdos escolares e do conhecimento como

outra criança qualquer.

Em suma, pudemos concluir neste trabalho, que maior responsabilidade

encontra-se nas mãos da Direção Escolar para adotar uma metodologia que

atenda as necessidades educacionais não só dos alunos normais, como também

dos portadores de deficiências mentais, tornando a todos sujeitos participativos e

adultos com mais confiança em si mesmo e maior auto-estima.

O desconhecimento da Pedagogia Waldorf, que oferece subsídios para

esta construção do conhecimento através do universo artístico e artesanal,

respeitando a individualidade de cada um, merece um capítulo à parte, como

alternativa de trabalho e discussão e adoção nas escolas, em parte da

metodologia, pela Direção dos estabelecimentos de ensino que praticam a

inclusão.

Muito ainda, há que se estudar em relação ao que melhor se adeque a

esse grupo de indivíduos e, sendo assim, esperamos que este trabalho tenha

um valor significativo e que contribua de alguma forma para o crescimento da

sociedade científica.

43

BIBLIOGRAFIA

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da educação e da pedagogia:

Geral e Brasil. São Paulo: Moderna, 2006.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação, Câmara de Educação Básica.

Parecer n. 17, Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação

Básica. Relatores: Kuno Paulo Rhoden ; Sylvia Figueiredo Gouvêa. Aprovado

em: 03 de julho de 2001.

BRASIL.Ministério da Justiça/ CORDE. Declaração de Salamanca e linhas

de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: CORDE, 1994.

FREYRE, Gilberto. Sobrados e mucambos. São Paulo: Companhia das

Letras, 1998, p.93.

GHIRALDELLI JUNIOR, Paulo. História da Educação Brasileira. São Paulo:

Cortez, 2008, p.13.

HOLANDA, Sérgio Buarque de. História Geral da Civilização Brasileira. São

Paulo: Difel, 1985. T.2: O Brasil Monárquico, v.1 e 4.

JUNG, Carl. O Homem e seus símbolos. Editora Nova Fronteira. 21ª Edição.

1977. Rio de Janeiro

LEMOS, Daniel Cavalcanti. Esquecidos e Mal Pagos. Rio de Janeiro: Editora

da Biblioteca Nacional, 2008.

MASINE, E.F.S.(org.) Do sentido pelos sentidos para o sentido: sentidos

das pessoas com deficiência sensorial. São Paulo: Vetor, 2002.

MAZZOTA, M. J. S. Dilemas e perspectivas da educação do portador de

deficiência no novo milênio. Anais do Fórum Nacional de Educação.

Educação Brasileira no Século XXI: Desafios e perspectivas. Anais... João

Pessoa: 2001. p. 29-36.

MAGALHÃES, Lívia Rocha. A educação na Primeira República Bahia:

UESB, 2003.

NOVAIS, Fernando. O Brasil nos quadros do antigo sistema colonial. In.

Carlos Guilherme (org.). Brasil em perspectiva. São Paulo : Difel, 1986.

44

PARO, Vitor Henrique. Gestão Democrática da Escola Pública. São Paulo:

Ática, 2006.

ROSÁRIO, Maria José Aviz do. A educação jesuítica no Brasil colônia. In:

Revista HISTÓRIA, Memória, educação. São Paulo: UFSCAR, [s.d], p. 1-9.

SAWREY, J.M.; TELFORD, C.W. O indivíduo excepcional. Rio de Janeiro:

Zahar, 1978.

SECO, Ana Paula. Antecedentes da administração escolar até a República

(...1930). In; Revista HISTEDBR. Campinas: Editora da UNICAMP, ago. 2006,

54-101.

STEINER, Rudolf. Meu Caminho de Vida. Editora Gráfica Arte Moderna. RJ.

1971

________. A Pedagogia Waldorf. São Paulo: Antroposófica, 2000.

________. Filosofia da Liberdade. São Paulo: Antroposófica, 1995.

________. A Arte da Educação III. São Paulo: Antroposófica, 2000.

LEGISLAÇÃO PARA CONSULTA

Decretos nºs. 7.510/76, 10.623/77, 17.329/81.

Decreto nº 39.902/95, que altera partes dos anteriores.

Decreto nº 43.409/98, Art. 6º. Vide GOE/UDEMO.

45

WEBGRAFIA

EMANUEL, Teresa Cristina de Oliveira. A Pedagogia Waldorf. In.: BELLO,

José Luiz de Paiva. Pedagogia em Foco. Rio de Janeiro, 2002. Disponível em:

<http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/per14.htm>. Acesso em: 05 de Abril de

2009.

STEINER, Rudolf,Uma Introdução Antroposófica à Constituição Humana.

Disponível em: http://www.ime.usp.br/~vwsetzer. Acesso em 04 de abril de

2009.

46

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 1

AGRADECIMENTOS 2

DEDICATÓRIA 3

RESUMO 4

METODOLOGIA 5

SUMÁRIO 6

INTRODUÇÃO 7

CAPÍTULO I – O Que é Direção Escolar 8

1.1 A História da Administração 8

1.1.1 Colonização e Educação 9

1.1.2 Administração Escolar no Império 11

1.1.3 A Escola na Primeira República 12

1.2 Administração Escolar 13

1.3 O Papel da Direção no Projeto Pedagógico e Plano Escolar 14

CAPÍTULO II – O Portador de Necessidades Educacionais Especiais e seus

Direitos 21

2.1 Dilemas e Controvérsias 21

2.2 As Definições no Contexto das Escolas 22

2.3 A Educação Inclusiva 24

2.4 Como é a Escola Inclusiva 24

2.5 O Estabelecimento dos Suportes Técnicos 27

2.6 O Conceito de Inclusão 28

2.7 Diferenças entre Princípio de Normalização e da Inclusão 29

CAPÍTULO III – O Papel da Direção Escolar na Integração do Sujeito PNEE

através da Pedagogia Waldorf 31

3.1 O que é Pedagogia Waldorf? 32

3.2 Como a Direção Escolar pode usar a Pedagogia Waldorf a favor da

Inclusão Social? 33

3.3 Como Funciona a Pedagogia Waldorf? 35

47

CONCLUSÃO 42

BIBLIOGRAFIA 43

WEBGRAFIA 45

FOLHA DE AVALIAÇÃO 48

48

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

Título da Monografia: A Inclusão Social pelo olhar da Direção

Escolar.

Autor: Eliane Maria Passos

Matrícula:

Data da Entrega:

Avaliado por: Conceito

49