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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA DE SISTEMAS COMO FORMA DE GARANTIR A CONTINUIDADE DA ORGANIZAÇÃO Por: Tereza Raquel de Almeida Leonardo Borges Orientador Prof. Vilson Sérgio de Carvalho Rio de Janeiro 2008

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA DE SISTEMAS COMO

FORMA DE GARANTIR A CONTINUIDADE DA

ORGANIZAÇÃO

Por: Tereza Raquel de Almeida Leonardo Borges

Orientador

Prof. Vilson Sérgio de Carvalho

Rio de Janeiro

2008

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA DE SISTEMAS COMO

FORMA DE GARANTIR A CONTINUIDADE DA

ORGANIZAÇÃO

Apresentação de monografia à Universidade

Cândido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Auditoria e

Controladoria.

Por: . Tereza Raquel de Almeida Leonardo Borges.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por todas as

oportunidades, possibilidades e

realizações que ele sempre me

concedeu.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a meus familiares,

por estarem sempre presente e

participando de minhas conquistas, meus

amigos de trabalho, por toda a ajuda

empenhada, aos professores pela

dedicação em especial o professor

orientador Vilson Sérgio.

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RESUMO

Este estudo pretende salientar a necessidade da Auditoria de Sistemas

nas organizações, sua importância e contribuição afim de conscientizar,

organizar e estabelecer os parâmetros que podem levar as empresas a serem

competitivas e seguras em suas tomadas de decisão. Os conceitos aqui

apresentados, tem a finalidade de demonstrar a necessidade dos controles nas

organizações. O presente estudo foi realizado através de pesquisas aos

autores consagrados nas áreas de auditoria e contabilidade.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste estudo, baseia-se em consultas e

pesquisas a livros de consagrados autores, onde se destacam: Imoniana,

Joshua Onome – Auditoria de Sistemas de Informação; Schmidt, Paulo –

Santos, José Luiz dos – Arima, Carlos Hideo – Fundamentos de Auditoria de

Sistemas; Sá, Antônio Lopes de entre outros.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

AUDITORIA 10

CAPÍTULO II

CONTROLES 19

CAPÍTULO III

AUDITORIA DE SISTEMAS E A EMPRESA 27

CONCLUSÃO 47

BIBLIOGRAFIA 49

WEBGRAFIA 50

ÍNDICE 51

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INTRODUÇÃO

O mundo globalizado transforma a vida empresarial a todo momento.

Não pode-se mais entender uma organização que não tenha como seu

objetivo, estar entre as maiores, melhores e excelentes empresas para

negociar. Enquanto muitas empresas já trilham por estes caminhos, outra

tentam se organizar e entrar nesse mercado competitivo, mutante e

globalizado. Concorrência, altos impostos, falta de preparo dos gestores, falta

de planejamento, funcionários desqualificados, ex-colaboradores insatisfeitos,

vários são os fatores que levam muitas empresas a fecharem as portas e se

retirar do mundo dos negócios prematuramente. E se esses eventos

independem da organização? E se simplesmente a empresa “sofre” algum

grande abalo, um atentado terrorista, por exemplo e é obrigada a encerrar

suas atividades?

Para citar apenas um exemplo, entre muitos, nos Estados Unidos da

América, houve uma grande catástrofe natural, o furacão Katrina, a cidade de

Nova Orleans foi totalmente ou quase totalmente arrasada em agosto de 2005.

Quantas empresas foram obrigadas a encerrar suas atividades? Quantos

projetos não puderam ser implementados? Quantos desempregados? Por

outro lado, muitas empresas nesse mesmo evento, fisicamente foram

destruídas, mas puderam continuar seus negócios quase que normalmente, se

assim pudermos avaliar, em face aos terríveis acontecimentos. Muitos gestores

prevenidos, pensaram nessas possibilidades e em outras que podem

acontecer a qualquer momento, prejudicando a permanência dos negócios.

O investimento em tecnologia somente, não garante a continuidade do

negócio, deve-se pensar sempre no potencial humano, nas mudanças internas

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e externas, no mercado consumidor, em tudo e qualquer coisa que pode afetar

a “saúde” da empresa.

A auditoria de sistemas deve sempre de acordo com as normas, atuar

dentro da realidade da organização, identificando os pontos sensíveis à falhas,

antes mesmo que esses aconteçam. Ajudando preventivamente a

organização, identificando os pontos vulneráveis e falhos, se tornando assim,

uma importante ferramento para a empresa. A auditoria de sistemas, poderá

ser um dos principais fatores que garantirão a continuidade da empresa, aliado

a tecnologia e o capital humano, etc.

Neste estudo, vamos procurar identificar os pontos sensíveis que

podem corroborar para que acontecimentos imprevisto levem as organizações

a algum tipo de prejuízo, prejuízo esse, que pode ser apenas de âmbito

material e até mesmo definitivo para a vida organizacional.

Vamos estudar os efeitos e a importância da auditoria de sistemas na

organização.

No capítulo I são apresentados os conceitos e a história da auditoria, o

papel do auditor os tipo de auditorias e o conceito e objetivos da auditoria de

sistemas.

No capítulo II o foco são os controles, como o rigor em realiza-los torna

a vida da organização mais eficiente e segura.

O capítulo III apresenta a auditoria dentro da empresa, o surgimento

da NBR ISO/IEC 17799 e o conceito e a abrangência do Cobit. Os cuidados

em se adquirir novos softwares para a organização e a vital importância em se

arquitetar um plano de contingência para momentos críticos.

A conclusão apresenta a importância das organizações a se

questionarem, pensarem que se em eventuais adversidades, estariam seguras.

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CAPÍTULO I

AUDITORIA

1.1 - Conceito

Segundo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (2008), “Auditoria”

significa:

“1 – Cargo de auditor.

2 – Lugar onde ele exerce suas funções.

3 – Exame de operações financeiras ou registros

contábeis, visando determinar sua correção ou

legalidade.”

A palavra auditoria é originária do latim, vem de “Audire”, que significa

ouvir.

Podemos então, conceituar auditoria como: técnica de exames e

certificação de informações, sendo elas, contábil-financeira, trabalhista,

tecnologia da informação, entre outras.

A auditoria auxilia a organização a alcançar seus objetivos através de

uma abordagem sistemática e disciplinada para a avaliação e melhoria da

eficácia dos processos de gerenciamento de risco, controle e governança

corporativa.

Ao longo dos tempos a auditoria passou a ser percebida com uma

importante ferramenta de gestão, possibilitando aos administradores um maior

controle e segurança nas informações. A auditoria, muitas vezes, teve o status

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de punitiva, de ferramenta destinada a localizar erros, esse pensamento já está

defasado, pois entendemos a auditoria hoje em dia como aliada, parceira das

organizações, um instrumento de apoio e prevenção.

1.2 – História da Auditoria

É difícil determinar uma data ou período onde começa a história da

auditoria, pois toda pessoa com a função de verificar a legitimidade dos fatos

econômicos ou financeiros, e que posteriormente prestava contas a um

superior, pode ser considerado auditor.

Em Mateus, 25, 14-24, na parábola dos dez talentos, temos um relato

de auditoria, nos versículos 19 a 22, os funcionários tinham que relatar ao

senhor como seus bens foram aplicados. Mostrando desta forma mais um

exemplo de auditoria.

A importância da auditoria, é reconhecida desde a antiga Suméria.

Existem relatos de práticas de auditoria nas províncias romanas,

documentadas nas cartas de Trajano (97 – 117 d.C), escritas por Plínio – o

jovem – (61 – 112 d.C). As cartas de Plínio, revelam que com um império tão

vasto, poderoso e culto, as práticas de auditoria já eram um eficiente

instrumento, além de uma escrita contábil evoluída e considerada.

Exemplos não faltam, ao longo a história, os imperadores romanos, por

exemplo, tinham funcionários que eram encarregados de supervisionar as

operações financeiras de seus administradores provinciais e lhes prestar

contas verbalmente.

No século III, os barões franceses tinham que realizar leitura pública das

contas de seus domínios, perante funcionários designados pela Coroa.

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O rei Eduardo I, tinha seus funcionários com as mesmas atribuições dos

romanos. Ele próprio mandou verificar as contas do testamento de sua falecida

esposa. Um dos primeiros documentos de auditoria, foram os relatórios

elaborados por esses auditores, que foi denominado “probatur sobre as

contas”.

De acordo com Lopes de Sá (1998)

“Existem provas arqueológicas de inspeções e

verificações de registros realizadas entre a família real de

Urukagina e o templo sacerdotal sumeriano e que datam

de mais de 4.500 anos antes de Cristo.

Também antes de Cristo existem normas de

auditoria inseridas como textos do livro Arthasastra, de

Kautilya, na Índia.

No ano 977 d.C., na obra de Abu-Abdallah Al-

Khawarismi, denominada Mafatih Al-Ulum (As chaves da

ciência), são feitas referências sobre práticas de revisão

que o autor apresenta como tradicionais, no reinado de

Eduardo I”. (p.21)

As auditorias são de vital importância, uma vez que os detentores do

capital, muitas vezes precisam delegar a outros a administração de seus bens

e para isto, contratam auditorias afim de certificar-se da veracidade das

informações prestadas.

Ainda alguns continuam com a velha máxima que auditoria apenas

serve para confrontar a escrita com as provas do fato, ou ainda, que trata-se

de uma atividade desvendadora de fraudes e ilícitos, mas sabemos que o seu

sentido é muito mais abrangente, de não somente verificar e atestar o

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cumprimento das diretrizes da organização, fatos ocorridos, mas também, com

a nobre finalidade de orientar a mesma na melhor condução de seus negócios,

de modo a ajudar a sua manutenção e continuidade.

1.3 – O Papel do Auditor

Segundo Sá (1998)

“O termo auditor, no latim, como substantivo, tinha o

sentido apenas de significar aquele que ouve, ou ouvinte,

nada podendo configurar com o que viria ser adotado

para representar aquele que daria opinião sobre algo que

comprovou ser verdade ou não.” (p. 21)

Na Europa, na idade média, já existiam associações de profissionais

com competência em auditorias, com destaque:

ü 1310 – os Conselhos Londrinos;

ü 1581 – o Collegio dei Raxonati (cidade de Veneza);

ü 1640 – o Tribunal de Contas (Paris);

ü 1658 – a Academia dei Ragionieri (cidades de Milão e Bolonha).

Com a Revolução Industrial (século XVIII), as exigências contábeis se

intensificaram. As grandes empresas começaram a surgir. Os investidores, não

participavam diretamente da condução dos negócios, mas precisavam de

pareceres fidedignos e imparciais de todas as demonstrações financeiras, o

papel do auditor passou a ser primordial e de suma importância.

O auditor interno ou externo deverá ser independente em relação aos

assuntos do trabalho a realizar. Deverá se reportar a alta administração, com

suas avaliações, conclusões e recomendações. O auditor atua com descrição,

isenção e integridade, pois suas avaliações poderão afetar o andamento da

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organização, mudanças e punições em caso de fraudes ou ilícitos apurados

pelo mesmo.

A figura do auditor, passou a ser mais percebida, após escândalos, por

exemplo, Enron. Sua isenção, transparência, ética, responsabilidade,

descrição, etc, que sempre foram atributos importantes e esperados, passaram

a ser mais observados e cobrados. O Instituto dos Auditores Internos do Brasil

(Audibra) e o Instituto Brasileiro de Auditores Independentes (Ibracon) adotam

alguns princípios básicos para a profissão de Auditor:

ü Honestidade

ü Objetividade

ü Diligência

ü Lealdade

ü Independência profissional

ü Independência de atitudes e de decisões

ü Eficiência técnica

ü Integridade

ü Sigilo e discrição

ü Imparcialidade

ü Lealdade de classe

1.4 – Tipos de Auditoria

ü Auditoria das Demonstrações Contábeis:

Este tipo de auditoria tem por objetivo emitir parecer sobre as

demonstrações contábeis da organização em determinada data.

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ü Auditoria Empresarial:

Possui a característica de avaliar a eficácia e eficiência das atividades

operacionais e dos processos administrativos, visando o cumprimento

contínuo da eficiência e eficácia operacional contribuindo com soluções.

ü Compliance Audit ou Auditoria de Cumprimento Normativo:

O Compliance faz a verificação do cumprimento de normas e

procedimentos implantados pela organização e também observa as leis

regulamentadas pelos órgãos reguladores das atividades.

ü Auditoria de Gestão:

Analisa planos e diretrizes das empresas, objetivando mensurar a

eficiência da gestão das operações e sua consistência com os planos e

metas provados.

ü Auditoria Fiscal e Tributária:

Faz a análise da eficiência e eficácia dos procedimentos adotados para

a apuração, controle e pagamento dos tributos que incidem nas

atividades comerciais e operacionais da empresa.

ü Auditoria Ambiental:

Avalia os processos operacionais e produtivos das empresas visando a

identificação de danos ao meio ambiente e qualificação de

contingências e preparação da empresa para receber o certificado

I.S.O. 14000 – Meio Ambiente.

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ü Auditoria nos Processos de Compras e Vendas de Empresas e

Restruturações Societárias – Incorporações, Fusões, Cisões e

Formação de Joint Venture:

Auditoria das demonstrações contábeis das empresas envolvidas,

assessoria na avaliação das empresas objetos de negociação

societária, identificação de contingências fiscais, trabalhistas,

ambientais, cíveis, etc nas empresas envolvidas.

ü Auditoria Externa:

Tem por objetivo a emissão de parecer sobre a adequação das

demonstrações contábeis consoante os Princípios Fundamentais e às

Normas Brasileiras de Contabilidade.

ü Auditoria Interna:

Atividade de avaliação independente dentro da organização, para a

revisão da contabilidade, finanças e outras operações, como base para

servir à administração. Trata-se de um controle administrativo, que

mede e avalia a eficiência de todos os controles.

ü Auditoria Governamental:

É um conjunto de técnicas que visa avaliar a gestão pública, pelos

processos e resultados gerenciais, e a aplicação de recursos públicos

por entidades de direito público e privado, mediante a confrontação

entre uma situação encontrada com determinado critério técnico,

operacional ou legal. Neste contexto temos: auditoria governamental de

gestão, programas, operacional, contábil, sistema e especial.

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1.5 – Auditoria de Sistemas

A auditoria de sistemas tem por finalidade examinar a qualidade do

sistema de computação de dados e dos controles existentes no ambiente de

tecnologia de informação, otimizando a utilização de recursos de computação

de dados, minimizar os riscos que envolvam os processos e garantir a geração

de informações e dados confiáveis, em tempo, ao menor custo possível.

1.5.1 – Objetivos da Auditoria de Sistemas

A auditoria de sistemas estará presente em todos os sistemas de

informação da empresa. Atuando em todas as áreas, avaliando se os planos

anteriormente estabelecidos, estão sendo seguidos e sua eficácia e relevância.

Todo o sistema de informação da organização, estará sujeito a avaliação da

auditoria de sistemas.

A auditoria de sistemas promove a adequação, revisão, avaliação e

recomendação para o aprimoramento dos controles internos nos sistemas de

informação da empresa.

Segundo Schmidt, Santos e Arima (2006)

“A auditoria de sistemas deve atuar em qualquer sistema

de informação da empresa, quer no nível estratégico,

quer no gerencial, quer no operacional. Podem-se

agrupar os trabalhos a serem desenvolvidos para

alcançar os objetivos anteriormente definidos em quatro

linhas de atuação.

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ü Auditoria de sistemas em produção: abrange os

procedimentos e resultados dos sistemas de

informação já implantados (características

preventiva, detectiva e corretiva);

ü Auditoria durante o desenvolvimento de sistemas:

abrange todo processo de construção de sistemas

de informação desde a fase de levantamento do

sistema a ser informatizado até o teste e

implantação (característica preventiva);

ü Auditoria do ambiente de tecnologia da informação:

abrange a análise do ambiente de informática em

termos de estrutura orgânica, contratos de software

e hardware, normas técnicas e operacionais,

custos, nível de utilização dos equipamentos e

planos de segurança e de contingência;

ü Auditoria de eventos específicos: abrange a

análise da causa, da conseqüência e da ação

corretiva cabível, de eventos localizados que não

se encontram sob auditoria, detectados por outros

órgãos e levados ao seu conhecimento

(característica corretiva)”.(p.22)

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CAPÍTULO II

CONTROLES

A Auditoria de Sistemas aliada a Controles Internos consistentes tem

por finalidade proteger os bens da organização; checar se os ativos estão

seguros; determinar se os recursos estão sendo usados adequadamente;

conferir a exatidão e fidelidade dos dados; garantir a obediência às normas e

padrões da organização; observar se a legislação esta sendo cumprida; revisar

a integridade, confiabilidade e eficiência dos sistemas.

2.1 – Sistemas

Imoniana 2008, conceitua sistemas:

“O sistema é um conjunto de elementos inter-

relacionados com um objetivo: produzir relatórios que

nortearão a tomada de decisões gerenciais. Neste

percurso, pode-se identificar o processo que transforma

dados de entrada, agregados aos comandos gerenciais,

em saídas. Assim, o feedback do sistema faz com que, no

meio da manutenção do ciclo operacional, sejam ativadas

novas estratégias empresariais visando à geração de

informações qualitativas ou quantitativas para suportar o

alcance do sucesso absoluto”.(p.16)

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2.2 – Controles Internos

Segundo o Conselho Federal de Contabilidade – Resolução nº 820 que

aprova a NBC T11 – item 11.2.5.1):

“Controle Interno compreende o plano de

organização e o conjunto integrado de métodos e

procedimentos adotados pela entidade na proteção de

seu patrimônio, promoção de confiabilidade e

tempestividade dos seus registros e demonstrações

contábeis, e da sua eficácia operacional.”

Do original em inglês: (IFAC)

“Sistema de controle interno significa todas as

políticas e procedimentos (controle interno) adotados pela

administração de uma entidade para auxiliá-la a atingir os

objetivos administrativos de segurança, e tanto quanto

possível à conduta eficiente e ordenada de seus

negócios, incluindo a obediência às políticas gerenciais de

salvaguarda dos ativos , de prevenção e detecção de

fraudes e erros, a precisão e integridade dos registros

contábeis e a oportuna preparação de demonstrações

financeiras fidedignas.” (p.268)

Atividades de alinhamento periódico da estrutura de controles da

organização em relação aos riscos (internos e externos) inerentes às suas

atividades. Deve ser exercida através da análise do custo benefício desta

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estrutura de controles, de forma a evitar situações de excesso ou insuficiência

de controles.

Sabemos que a informatização acelerou imensamente os processos

existentes dentro as organizações, tornando os processos mais ágeis e

eficientes e muitas vezes frágeis que sempre poderão deixar a organização a

merce de falhas, mau uso dos recursos, erros e situações imprevistas. Os

riscos podem comprometer a integridade da empresa, interromper ou atrasar

os processos.

Controles Internos eficientes, precisos, consistentes e aderentes

deverão estar incorporados a cultura de toda a empresa. O envolvimento do

ambiente empresarial deverá ser total desde a alta administração abrangendo

até aos níveis operacionais. Devem sempre ser avaliados e modificados para

melhor adequação.

Para Imoniana (2008)

“O conceito de Controle Intermo em um sistema

de informação, conforme declaração do Instituto

Americano de Contadores Públicos, significa planos

organizacionais e coordenação de um conjunto de

métodos e medidas adotado numa empresa, a fim de

salvaguardar o ativo, verificar a exatidão e veracidade de

registros contábeis, promover a efetividade de sistema de

informação contábil e eficiência operacional, assim como

fomentar uma grande adesão às políticas da

organização”. (p. 40)

2.2.1 - Controles Preventivos

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Executados no início do processo. Previnem o acontecimento de erros

ou irregularidades e minimizam os riscos na fonte. Controle pró-ativo.

2.2.2 – Controles Detectivos

Executados ao longo do processo. Detectam erros que são difíceis de

definir ou prever. Controle reativo.

2.2.3 – Controles Automatizados

Controles executados por sistemas automatizados, não dependendo

de julgamentos pessoais. Sua consistência, precisão e tempestividade, são

garantidos por um sistema seguro e confiável.

2.2.4 – Controles Manuais

Controles executados por pessoas.

2.3 - Paradigmas de Controles Internos Consistentes e

Inconsistentes

Controles Internos Consistentes Controles Internos Inconsistentes

Reduz potencial para fraudes Aumenta a exposição a fraudes

Conquista a confiança dos investidores

Impacto negativo nos valores das ações

Observa leis e regulamentações Publicidade desfavorável

Reduz o risco de perda de recursos Perda de ativos

Otimiza decisões de negócio com maior qualidade

Informações financeiras imprecisas

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Identifica operações ineficientes Reduz risco de retrabalho

2.4 – Controles Internos e Auditorias

Todo bom trabalho de auditoria deverá ser baseado nos controles

internos, quanto mais consistentes e confiáveis forem, mais eficiente e rápidos

serão os resultados.

O relacionamento entre controle interno e auditoria deverá ocorrer

desde a implantação dos controles até a finalização de todo processo. De

acordo com a natureza das especificações dos itens da definição de controle

interno e para permitir melhor identificação dos seus parâmetros. A

classificação será em dois subconjuntos: controle interno contábil e controle

interno administrativo, os dois de relevante importância para a organização. A

divisão em dois subgrupos e importante para que sejam delimitadas as

responsabilidades e os objetivos na área entre auditoria interna e externa.

A auditoria externa atuará com mais ênfase no controle interno

contábil, por outro lado a auditoria interna se preocupará mais com o controle

interno administrativo. Mas as áreas poderão relacionar-se e realizar exames

sob outras óticas para fins de complementação dos trabalhos de auditoria

como um todo.

A área de auditoria deve efetuar a revisão e a avaliação do controle

interno, que consiste em uma combinação de procedimentos manuais e

programados

O auditor de sistemas será responsável pela integridade dos controles

internos, este deverá acompanhar todo o processo e avaliar se os controles

estão sendo eficazes e se os seus benefícios são relevantes.

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2.5 – Controle Interno Contábil

O controle interno representa em uma organização os procedimentos,

métodos ou rotinas cujos objetivos são proteger os ativos, produzir os dados

contábeis confiáveis e ajudar a a administração da condução ordenada dos

negócios da empresa.

Controle interno contábil é o sistema de conferência, aprovação e

autorização, segregação de funções; controles físicos sobre os ativos; auditoria

interna de uma organização.

2.5.1 – Fidelidade da informação em relação aos dados: verifica se

as saídas das informações de um determinado sistema computadorizado estão

corretas e se são provenientes dos dados que originaram a entrada.

2.5.2 – Segurança física: avalia os recursos materiais e humanos

aplicados ao ambiente de sistemas da informação sobre os seguintes

aspectos:

ü ambiente de processamento de dados, tais como: CPD, fitoteca,

depósito de suprimentos;

ü equipamentos de processamento de dados, como: CPU, unidade de

disco magnético, unidade de fita magnética, terminal, impressoras;

ü suprimentos, tais como: disquetes, discos magnéticos, fita magnética,

formulários contínuos;

ü recursos humanos, como: analistas de sistemas, programadores,

operadores de computador e usuários.

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2.5.3 – Segurança lógica: avalia o nível de segurança e controle

empregados com recursos tecnológicos nos processos de um determinado

sistema de informação. Tais processos correspondem aos programas de

computador, bem como aos procedimentos mecanizados ou manuais que se

compõem das rotinas operacionais e dos controles do sistema de informação.

2.5.4 – Confidencialidade (privacy): mostra o grau de sigilo que um

determinado sistema de informação consegue manter perante acessos de

terceiros ou pessoas não autorizadas, na obtenção de informações privativas.

2.5.5 – Obediência à legislação em vigor: como o próprio título diz,

observa se a legislação está sendo aplicada e verifica se os processos ou

rotinas de sistemas de informação estão de acordo com o que determina as

leis vigentes no país, Estados, Municípios e entidades externas responsáveis

pelo estabelecimento de normas e procedimentos.

2.6 – Controle Interno Administrativo

O controle interno administrativo é o responsável pelo estabelecimento

do sistema de controle interno, pela verificação de seu cumprimento pelos

colaboradores e por suas modificações, visando adaptá-los às novas

circunstâncias.

2.6.1 – Eficácia: vincula o atendimento adequado dos objetivos e

necessidades da empresa ou organização, utilizando os recursos tecnológicos

de informação, os produtos oferecidos deverão ter condições de atender

adequadamente as necessidades dos usuários.

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2.6.2 – Eficiência: representa a otimização na aplicação dos recursos

tecnológicos, humanos e materiais, implicando na agilização do seu processo

produtivo, para a geração de resultados corretos, no tempo programado e pelo

custo esperado.

De acordo com Schmidt, Santos e Arima (2006):

“Tanto a eficiência quanto a eficácia estão

intimamente interligadas para formar o seu conjunto, mas

uma não é sinônima da outra. Isto significa que um

sistema de informação pode ser eficiente e eficaz ao

mesmo tempo, bem como pode acontecer de ser eficiente

e não eficaz. Medir a eficiência de um sistema de

informação implica em avaliar o seu processo, como

programas de computador, rotinas e atividades

operacionais e gerenciais, enquanto a eficácia verifica se

o conjunto de resultados atinge os objetivos traçados para

o sistema de informação.” (p.18)

2.6.3 – Obediência às diretrizes da alta administração: refere-se ao

sistema de informação e ao cumprimento das normas e dos procedimentos

determinados pelos diversos setores operacionais e administrativos da

empresa. Trata dos aspectos internos de normatização. Representa a

avaliação da adequação dos processos e resultados do sistema às políticas e

normas estabelecidas pela alta administração.

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CAPÍTULO III

AUDITORIA DE SISTEMAS E A EMPRESA

3.1 - I S O – International Stardardization Organization

Não é de agora que as pessoas buscam melhorias no sentido de

proteger suas informações mais importantes. As empresas, estão mais do que

nunca preocupadas com as informações, em como proteger, guardar e utilizar

de forma segura. Com o avanço a cada dia, da rede mundial de informações, a

internet, as informações trafegam cada vez mais velozmente e muitas

informações importantes estão “viajando” por diversas partes. Enquanto muitos

preocupam-se em proteger as informações, outros empenham-se em como

acessar, como burlar os sistemas de proteção existentes e utilizar as

informações conseguidas em benefício próprio ou de outros.

Com esforços relacionados com a busca de mecanismos mais eficazes

de salvaguardar as informações, em 2000 tivemos a homologação da Norma

Internacional de Segurança da Informação (ISO/IEC 17799).

Esta norma preocupa-se com a segurança das informações e não

somente com os dados que trafegam pela grande rede ou que estejam dentro

de um sistema computacional.

A norma origina-se do esforço do governo britânico, que em 1987,

através do Departamente of Trade Center criou o Comercial Computer Security

Centre (CCSC), com o objetivo de criar critérios para a avaliação da segurança

e de um código de segurança para os usuários das informações, de uma forma

geral. Em 1989 a primeira versão do código foi publicada e na época foi

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denominada PD0003 – Código de Gerenciamento de Segurança da

Informação.

Em 1995 o código foi revisado, ampliado e publicado como uma norma

britânica (BS), BS7799-1:1995 (Information Technology – Code of Pratic for

Information Security Management). A norma foi submetida a I.S.O., para sua

homologação, mas foi rejeitada. Nesta mesma época o documento estava

sendo ampliado, somente em novembro de 1997, levada para consulta e

avaliação pública. Em 1998 foi publicado como BS7799-2:1998 (Information

Security Management Systems).

No ano seguinte as normas BS7799-1:1995 e BS7799-2:1998 já eram

adotadas por países como Austrália, África do Sul, República Checa,

Dinamarca, Coréia, Suíça e Nova Zelândia, além da Inglaterra. As BS7799 já

foram traduzidas para várias línguas, podendo destacar o francês, alemão e o

japonês. Neste mesmo ano a primeira parte do documento foi novamente

submetida a I.S.O., para homologação, sobre o mecanismos de “Fast Track”.

Em maio de 2000 houve a homologação da primeira parte da norma BS7799,

em outubro do mesmo ano em reunião o comitê da I.S.O em Tóquio, no

Japão, a norma foi votada e aprovada pela maioria do representantes.

Representantes de países ricos, rejeitaram a norma, por entenderem que a

mesmo possuía aspectos que só se aplicavam a padrões britânicos, a norma

foi novamente avaliada e revisada para padrões internacionais, tais como a

I.S.O.9001 e a I.S.O.14001, anexos foram adicionados.

Após vários estudos e discussões, o importante é perceber que a norma

permitiu a criação de mecanismos de certificação das organizações

semelhantes as já existentes na I.S.O., essa nova certificação afirma que a

organização manipula os seus dados e o dos seus clientes de forma segura,

independente da forma como eles estão armazenados. Possuir este certificado

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I.S.O/I.E.C. 17799 é um diferencial que está sendo almejado por várias

organizações, pois ao ser certificada, a organização, atesta estar apta a tratar

dados de forma sigilosa e segura. O sigilo e a integridade das informações é o

objeto de desejo de todo o mercado consumidor, que está cada vez mais

preocupado com a segurança das suas informações.

A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) é a responsável

pelo Fórum Nacional de Normalização, em abril de 2001, disponibilizou para

consulta pública o Projeto 21:204.01-010, que deu origem a norma nacional de

segurança da informação: NBR ISO/IEC 17799:2000. A versão final, é uma

tradução literal da norma internacional. Sua homologação em setembro de

2001 e publicação, inclui oficialmente o Brasil no conjunto de países que, de

certa forma, adotam e apóiam o uso da norma de Segurança da Informação

ABNT 2001.

3.1.1 - Os 10 Macros Controles da Norma:

ü Política de Segurança:

Tem por objetivo prover uma orientação e apoio a segurança da

informação de acordo com os requisitos do negócio e com as leis e

regulamentação relevantes.

ü Segurança Organizacional:

O seu objetivo é gerenciar a segurança da informação dentro da

organização.

ü Classificação e Controle dos Ativos da Informação:

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Alcançar e manter a proteção adequada dos ativos da organização é

seu principal objetivo.

ü Segurança em Pessoas ou Recursos Humanos:

Tem por finalidade assegurar que os funcionários, fornecedores e

terceiros atendam suas responsabilidades e estejam de acordo com os

seus papéis, e reduzir o risco de roubo, fraude ou mau uso de recursos.

ü Segurança Física do Ambiente:

Seu objetivo é prevenir o acesso físico não autorizado, danos e

interferências com as instalações e informações da organização.

ü Gerenciamento de Operações e Comunicações:

Objetiva-se por garantir a operação segura e correta dos recursos de

processamento da informação.

ü Controle de Acesso:

O objetivo é controlar o acesso à informação.

ü Aquisição, Desenvolvimento e Manutenção da Segurança de Sistemas:

Tem por objetivo garantir que segurança é parte integrante de sistemas

de informação.

ü Gestão da Continuidade do Negócio:

O seu principal objetivo é não permitir a interrupção das atividades do

negócio e proteger aos processos críticos contra efeitos de falhas ou

desastres significativos, a assegurar a sua retomada em tempo hábil, se

for o caso.

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ü Conformidade:

Tem por objetivo evitar violação de qualquer lei criminal ou civil,

estatutos, regulamentações ou obrigações contratuais e de quaisquer

requisitos de segurança da informação.

A Norma não é um padrão de gestão, ela constitui-se de padrões

flexíveis e adaptáveis às empresas. A norma não vai guiar os gestores a utilizar

uma politica em detrimento de outra, ela vai nortear os administradores e

ajudá-los a buscar a melhor atitude dentro da realidade de sua empresa.

A ISO 17799, veio para arrematar os procedimentos de controles das

organizações, constitui-se em normas e padrões adequados. A norma é uma

coletânea de recomendações para melhores práticas de segurança, que

podem ser aplicadas por empresas, independente de qual o seu segmento de

negócio.

3.2 – Cobit (Control Objectives for Information and

Related Technology)

Com a repercussão negativa em 2002 dos escândalos financeiros

envolvendo as gigantes norte-americanas WorldCom e Enron o governo

americano promulgou a Sarbanes-Oxley, com a finalidade de trazer a de volta

a confiança dos investidores e adequar as empresas para que fraudes como

as ocorridas, não sejam tão fáceis de serem executadas.

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O Cobit, provê boas práticas para o gerenciamento dos processos de TI

em uma estrutura lógica e gerenciável. O Cobit habilita o desenvolvimento de

uma política clara e de boas práticas para o controle de TI da organização,

onde amplas recomendações de segurança da informação são previstas. Os

auditores no Brasil o utilizam muito em suas práticas de auditorias em especial

nas realizadas no setor bancário.

Sua missão é pesquisar, desenvolver, publicar e promover um conjunto

de normas atualizado, seu principal foco é o controle, assim nos afirma a

ISACA.

Administradores de TI, tem nesta ferramenta um auxílio na ponderação

de riscos e investimento em controles na gestão do ambiente de TI, já os

administradores de Segurança, terão a certificação da segurança e dos

controles dos serviços de TI fornecidos internamente ou por terceiros. Os

auditores de sistemas, tem subsídios às opiniões e aconselhamentos aos

administradores de TI sobre controles internos.

3.3 – Auditoria de Sistemas e a Qualidade nas

Organizações

A auditoria dever ser realizada contra os procedimentos existentes sobre

o sistema, atestando assim, a garantia da qualidade dos mesmos. O seu

enfoque deve ser o programa e não o indivíduo. Esta deverá ser planejada e

elabora-se uma lista de verificações com base nos procedimentos.

3.3.1 – Auditoria de Controles Organizacionais e

Operacionais

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Controles organizacionais e operacionais são controles administrativos

voltados aos processos de fluxo das transações econômicas e financeiras dos

sistemas de informações, que irão auxiliar a organização a realizar seu

negócio.

O fluxo de controles organizacionais, entre outras apresenta as

seguintes tarefas:

ü delineamento das responsabilidades operacionais;

ü coordenação de orçamento de capital de informática e bases;

ü desenvolvimento e implementação das políticas globais e informática;

ü intermediação com terceiros;

ü gerenciamento de suprimentos;

ü desenvolvimento de plano de capacitação.

Cabe aos gestores, identificar as funções e responsabilidades das

tarefas realizadas na organização, afim, de amenizar conflitos e prejuízos à

organização. Segregar funções é importante e eficaz, pois ameniza conflitos

que surgem no dia-a-dia das operações.

Imoniana (2008) diz:

“... Para que os controles organizacionais sejam efetivos,

deve haver lealdade e confiança mútua entre a empresa e

os funcionários. Os funcionários devem ser tratados com

respeito, justiça e, sobretudo, honestidade; deve-se fazer

com que eles percebam que assim é a cultura da

empresa, evitando-se percepção da falta de motivação

que fomenta ingerência. Salários baixos e condições

subumanas de trabalho podem propiciar o

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descumprimento dos controles organizacionais da área de

informática que, normalmente, devido à natureza das

atividades, tem acesso privilegiado às informações

estratégicas da empresa”. (p. 77)

3.3.2 – Políticas Organizacionais

Por ser o ambiente computacional complexo, os investimentos em

tecnologia por si só não garantem total segurança para a organização se não

forem implementados e seguidos com rigor, fraudes e ilícitos para ocorrer

terão necessariamente a conivência de dois ou mais colaboradores. As

políticas organizacionais e operacionais inibirão, dificultarão que ocorram, mas

não podem evitar plenamente. Erra a organização que faculta todas as

operações nas mãos de apenas um colaborador. Ao passo que, quando

segregamos funções, cada colaborador terá autonomia até certo ponto,

passando a etapa seguinte para outro, tornando assim, as ocorrências de

fraudes mais difícil.

Aos gerentes cabe a administração e definição das funções que cada

colaborador exercerá, os mesmos devem detalhar as definições e princípios de

cada cargo, afim, de evitar distorções, falta de entendimento e redundâncias.

Neste detalhamento, cada procedimento administrativo deverá definir quais as

entradas do ciclo operacional, o procedimento a ser feito e os resultados que

este deverá apresentar ao próximo ciclo.

3.3.3 – Descrição dos Cargos

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Cada organização deverá de acordo com o seu tipo de negócio, elaborar

a descrição dos cargos, essa descrição possibilita uma implementação

consistente de controles organizacionais.

Todos os cargos devem ser minuciosamente explicados e descritos,

para que todos entendam seu papel dentro da organização.

3.4 – Aquisição, Desenvolvimento e Manutenção e

Documentação de Sistemas

Segundo Imoniana (2008):

“As funções de aquisição, desenvolvimento, manutenção

e documentação de sistemas são atribuídas aos

indivíduos que têm competências para conceber e

implantar sistemas. Isso é feito naturalmente junto com os

usuários com o propósito de atender aos objetivos dos

negócios e, assim, cumprir obrigações da área de

desenvolvimento de sistemas e garantir também as

funções de pós-implantação de sistemas.

De forma analítica, as funções de aquisição,

desenvolvimento, manutenção e documentação de

sistemas incluem, entre outras, as seguintes:

ü planejamento de sistemas de informações;

ü aquisição de sistemas;

ü especificação, programação, teste e

implementação de sistemas novos;

ü modificação dos programas das aplicações

existentes;

ü manutenção preventiva dos sistemas aplicativos;

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ü documentação e controle sobre versões de

programas em produção.

A função de desenvolvimento bem controlada tem

procedimentos estabelecidos para a aquisição e o

desenvolvimento de novos sistemas. Também permitem

alteração dos sistemas existentes, inclusive teste e

documentação de sistemas novos. Quando os usuários

não estão familiarizados com operação de um sistema

novo ou com os relatórios, encontrarão dúvidas

freqüentes de processamento ou dificuldades para

sugestão de modificações nos sistemas que podem ter

deficiências significativas no seu controle”. (p.92)

A equipe de auditoria deve reavaliar os controles sobre a aquisição,

desenvolvimento e modificações de sistemas sempre que ocorrer, atentando

para seu impacto sobre os negócios. A auditoria de sistemas estará junto aos

colaboradores, afim de observar as modificações, sugerir melhores, atentar

para o treinamento e qualificação de todo pessoal envolvido.

Quando um novo software é desenvolvido, mudanças ocorrem e os

controles também são modificados, a participação da auditoria é fundamental,

pois para desenvolver um novo software, tempo, conhecimento, valores são

empregados e seria muito tarde e dispendioso para a organização uma

alteração sugerida após todo o processo concluído, nesta fase a auditoria

atuará de forma preventiva, opinando, testando o novo produto, mesmo que

esse tenha as características do antigo.

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A alta administração estará envolvida neste desenvolvimento, um comitê

poderá ser criado, afim de acompanhar o andamento do projeto e informar a

administração e como a ligação entre a administração e os desenvolvedores. É

importante a organização saber em detalhares o que esta adquirindo, que

mudanças deverão ocorrer, significativas ou não.

Segundo Imoniana (2008) na fase de desenvolvimento, a tendência é

que mudanças ocorram, as mudanças propostas devem ser descritas e

aprovadas pela auditoria e a alta administração, algumas regras devem ser

seguidas:

“ a) quando da modificação do programa em ambiente de

produção, o mesmo deve ser redesenhado; observa-se

que, até sua conclusão, o programa em operação não

deve ser alterado. No entanto, a documentação de

sistemas deve ser revisada quando da transferência final;

b) mudanças no programa devem ser testadas pelo

usuário e auditor interno, quando existe atentando para

um controle independente; recomenda-se que um

funcionário que não era envolvido na projeção das

mudanças faça a análise dos resultados;

c) aprovação da mudança dever ser documentada e o

resultado de testes deveria ser aprovado por um gerente

de sistemas. A mudança e os resultados do teste devem

ser aceitos pelo usuário;

d) mudanças de programa sem autorização não podem

ser implementadas em ambiente de produção.

Conseqüentemente, tais modificações indevidas devem

ser descobertas por meio de comparação de versões. A

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versão documentada deve ser comparada com aquela em

uso e, periodicamente, com uma cópia controlada pelos

auditores. Software pode ser usado para executar este

procedimento”. (p.94)

A documentação dos sistemas é tão importante quanto o próprio

sistema, é um conjunto de documentos que apóiam e explicam aplicações dos

programas, sevem para orientar o funcionamento do programa. Neste

“manuais” funcionários, auditores, programadores, novos colaboradores,

usuários em geral poderão conhecer o funcionamento do sistema.

A documentação deverá ser guardada e controlada seu manuseio, pois

nela estarão todos os procedimentos relacionados aos sistemas, funções,

planos de registro, de rastreabilidade, dados de testes, arquivos, conferência e

correção de erros, planos de contingência, enfim, tudo que compete ao

programa. Uma documentação operacional também deverá ser criada, que

conterá procedimentos de realizações, restrições e permissões de cada cargo,

tempos necessários de procedimentos, procedimentos de recuperação, etc.

3.5 – Plano de Contingências

Segundo Dias, (2000):

“Muitas organizações não seriam capazes de sobreviver

no mercado sem seus computadores, tamanha a

dependência, hoje em dia, dos sistemas computacionais.

Não que isso seja reprovável, mas não deixa de ser um

grande risco que merece toda a atenção da alta gerência.

A perda dos equipamentos e, consequentemente, das

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informações neles armazenadas, pode significar a perda

de fatias do mercado para a concorrência ou até a

dissolução da organização. Em grande parte das

empresas, os computadores não são apenas ferramentas

para armazenamento de dados financeiros, mas são

também imprescindíveis nas transações comerciais

diárias e processos industriais. Até as atividades mais

corriqueiras ou puramente administrativas dependem dos

computadores.

As empresas européias e americanas, depois de vários

incidentes ocorridos em Londres (atentados a bomba em

vários prédios da cidade) e a famosa explosão no World

Trade Center em Nova Iorque em 1993, passaram a dar

mais atenção a planos de contingência, não só

relacionados ao ambiente computacional, como também

envolvendo toda a empresa. No caso do World Trade

Center, por exemplo, 43% das empresas afetadas pela

bomba decretaram falência. Talvez, se essas empresas

tivessem um plano de continuidade de negócio adequado,

essa porcentagem de falidos teria sido bem menor.

Segundo a Safetynet PLC, 80% das empresas sem

planos de continuidade de negócio não conseguem

reabrir seus negócios após um desastre, 5% decretam

falência em 5 anos e apenas 8% sobrevivem.

As instituições brasileiras, com raras exceções, ainda não

acordaram para esse problema, optando pelo

pensamento de que os desastres só acontecem a casa do

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vizinho. Infelizmente, isso não é verdade. Vale lembrar

que, quando o desastre acontece, já é tarde demais para

pensar em planos de contingência”. (p. 109)

3.5.1 – Comprometimento da Alta Administração

A alta administração será o mantenedor direto do plano, cabe a alta

administração a responsabilidade e execução do mesmo. A auditoria interna,

assim como a equipe de segurança das informações devem auxiliar no

desenvolvimento do plano. A alta administração traçará os planos, para que

não hajam falta de recursos na elaboração, cuidará da manutenção,

divulgação e coordenação do plano de contingência. Empresas e profissionais

externos poderão auxiliar na elaboração do plano de contingência.

3.5.2 – Impacto

A análise de impacto tem como objetivo identificar funções, sistemas e

classificá-los de acordo com a importância para a organização. Essas

informações irão ajudar a alta organização em como e quanto pretende investir

em medidas de segurança para proteger seus bens e manter suas atividades

normais. Assim como os gestores, os colaboradores deverão ser entrevistados

para que possam contribuir com suas experiências vividas, podendo assim

apontar vulnerabilidades.

Dias (2000) classifica impacto:

“O impacto, na verdade, é o dano potencial que uma

ameaça pode causar, ao ser concretizada. Cada sistema

ou recurso é afetado por ameaças diferentes e em

diferentes níveis de exposição. É conveniente determinar

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até que ponto a organização pode ficar sem determinado

sistema ou recurso e por quanto tempo”. (p. 114)

Os impacto em termos administrativos podem ser classificados em:

ü Diretos: envolvem perdas financeiras, diminuição de receitas, aumento

de custos ou penalidades financeiras pelo descumprimento de prazos

de contratos por exemplo.

ü Indiretos: a perda financeira é indireta pois esta relacionado com a

imagem da organização, reputação e credibilidade.

3.5.3 – Tempo Limite

O tempo tolerável de indisponibilidade dos recursos será definido pela

alta administração, isto é, serão estabelecidos prazos para que as operações

sejam reiniciada, também serão estabelecidos a ordem em que a recuperação

se dará, das atividades mais relevantes para as menos relavantes, salientando

que todas são importantes para a organização.

3.5.4 – Alternativas de Recuperação

Com a identificação das fragilidades do sistema, a alta administração,

deve analisar quais as melhores alternativas de recuperação e traçar as

medidas a serem tomadas em caso de necessidade.

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ü Prevenção de acidentes: serão identificados as ameaças que podem

comprometer as atividades, são controles simples mas eficazes, que

vão auxiliar a prevenção e detecção de acidentes:

û Equipamentos de detecção e extinção de fogo;

û Manutenção preventiva de equipamentos;

û Políticas de backup, armazenamento e recuperação de sistemas

computacionais e dados;

û Controles de acesso ao prédio e sistemas de alarme para detecção

de intrusos;

û Proteção aos documentos não magnéticos (papéis, microfichas,

microfilmes);

û Política de pessoal adequada (tanto na contratação como na

demissão de funcionários);

û Campanha de conscientização dos funcionários quanto à segurança

de recursos materiais e informações;

û Outros que a organização considere importante.

ü Backup: um dos itens mais importantes em um plano de contingência,

pois se não houver dados para recuperar, não faz sentido um plano de

recuperação. Os backups devem ser completos e sofrer atualização

diária, pois a organização não tem como mensurar um problema, até

que ele ocorra. Os funcionários envolvidos nesta atividade devem ter a

cultura da importância de sua eficaz realização para que a organização

esteja protegida e resguardada.

û Estabelecimento da rotina dos backups;

û Que dados devem ser copiados;

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û Backups parciais e completos (a alta administração definirá o grau

de importância);

û Testar os backups, para que se possa atestar que ele funcionará em

uma eventual necessidade;

û Identificar os arquivos, de modo que sejam localizados rapidamente;

û Os sistemas críticos, devem ter pelo menos duas cópias, mantidas

em locais distintos, uma delas de preferência, em local fora das

instalações da empresa, para que seja usada em caso de destruição

das instalações, incêndio, inundações, etc.

3.5.5 – Cuidados Adicionais

Um plano de continuidade deve abranger toda a empresa

indiscriminadamente, entende-se que alguns setores são estratégicos e devem

ter prioridades sobre outros, mas todos devem estar resguardados neste

plano, obedecendo sua complexidade e prioridade.

Dias (2000) classifica assim cuidados adicionais:

“O plano de contingências não deve se voltar

exclusivamente para aspectos de informática. Existem

outros recursos tão importantes quanto equipamentos e

programas. Para retornar à normalidade após um

desastre, é necessário ter cuidados adicionais com:

ü Retirada de Pessoal: o plano de contingências

deve prever a retirada dos funcionários de todas as

áreas sob ameaça. Os serviços de manutenção do

prédio e os órgãos e utilidade pública, tais como a

polícia e os bombeiros, precisam ser consultados

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quanto ao estabelecimento de saídas de

emergência e áreas de evacuação adequadas.

ü Documentos em papel: apesar de estarmos

tratando de informações armazenadas em

computadores, muitas informações essenciais para

as atividades da organização podem estar

armazenadas em papel, tais como contratos,

correspondências, cheques para pagamento de

funcionários e fornecedores, apólices de seguro e

outros documentos legais. O próprio plano de

contingências deve estar em papel guardado em

local seguro. Para garantir a segurança dessas

informações, podem ser feitas cópias desse

material crítico e armazená-las em um local remoto

ou em reservatórios seguros, à prova de fogo e

água, por exemplo.

ü Documentos em meios magnéticos: os meios

magnéticos (discos, fitas ou memória de

computador) que armazenam informações

confidenciais da instituição devem ser protegidos,

na medida do possível, contra acesso de qualquer

pessoa durante o período de recuperação do

desastre. Mesmo que seus dispositivos estejam

danificados, em algumas circunstâncias é possível

recuperar os dados neles contidos. É

recomendável, portanto, adotar medidas seguras

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de remoção desses dispositivos para reparo ou

destruição adequada.

O plano de contingências, por conter informações

confidenciais, tais como fragilidades da instituição,

nem sempre é distribuído na íntegra,

indiscriminadamente. É recomendável que seja

entregue, a cada funcionário, uma cópia resumida

e comentada do plano de contingências com

orientações sobre como agir em casos de

contingências. Os funcionários devem saber a

quem seguir e contatar, no caso de uma situação

emergencial, e as simulações de desastres devem

contar com a participação de todos”. (p. 125)

3.5.6 – Recuperação em Casos de Desastres

Um plano de contingência ou de recuperação em desastre, não abrange

somente a área de tecnologia da informação, este deve envolver toda

empresa, seus “braços” se estendem por todos os lados, em todas as

direções, por exemplo: acidentes ambientais, que muitas vezes afeta toda a

comunidade, como percebemos, as medidas não acontecem somente no

âmbito organizacional, ele se estende aos colaboradores, meio ambiente, aos

fornecedores e clientes. Portanto, o plano deve ser pensado e concebido para

que todos sejam contemplados por suas ações e providências.

Imoniama (2008):

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“Ao implementá-lo efetivamente, deve-se estabelecer os

responsáveis pela consecução das ações de

contingência, normalmente as pessoas designadas a

assumir ações de contingências no momento de

desastres são pessoas diferentes daquelas que executam

funções operacionais no dia-a-dia em ambiente de

tecnologia de informação. Para evitar conflitos, as

responsabilidades são delineadas e documentadas e

colocadas à disposição do grupo chamado de equipe de

contingência.

A disponibilização dos dados é de vital importância para o

workflow dos sistemas das empresas; por isso, a adoção

de um plano de contingência visa garantir a busca e

transformação dos mesmos sem causar descontinuidade

operacional da empresa, em caso da quebra de

equipamentos ou ocorrência de algum sinistro”.

É importante que cada usuário conheça o nível de risco a que está

sujeito, pois assim saberá avaliar a importância de sua atividade para as

funções críticas do negócio. Os riscos se dividem em categorias: alto risco,

risco intermediário, baixo risco.

Um plano de contingência para que seja eficiente, deve ser testado. A

organização deve se questionar se:

ü Os planos estabelecidos abrangem todas as necessidades?

ü Todos os aspectos físicos, lógicos, de redes, de propriedade

intelectuais, de pessoal, transacionais, e outros são suficientes?

ü Em caso de eventualidades, nossa equipe está preparada?

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ü Nossos planos são testados periodicamente?

ü Nossos backups são atualizados? Podemos recuperá-los?

ü Os relatórios gerenciais estão sendo feitos e estes facilitam o

acompanhamento dos procedimentos?

ü Os relatórios estão confiáveis?

CONCLUSÃO

A informação é um ativo extremamente importante para a organização.

Assim como os bens tangíveis, a informação, precisa ser resguardada de

forma a contribuir com o meio organizacional, proteger a organização e

agregar valores a mesma.

Devemos entender que tudo que pode comprometer a “saúde” da

empresa, torna a mesma vulnerável e se traduz em riscos.

A auditoria de sistemas entende que segurança é minimizar riscos.

Todos os risco possíveis devem ser pensados, de forma a garantir a

continuidade da organização. Aqueles que não estavam previstos, devem ser

vistos como exemplo e gerar medidas para preveni-los futuramente e

assegurar que outras falhas que possam ocorrer sejam minimizadas antes que

se tornem um problema.

Tempo, investimento, mudança de culturas e hábitos, conscientização,

devem ser implementados, controlados e seguidos por toda organização. Uma

vez entendido que os controles são importantes e imprescindíveis, toda a

organização se empenhará em torná-los eficazes.

Erros são passiveis de ocorrer em qualquer tipo de atividade, no

cotidiano das empresas, fraudes, má fé, tudo compromete a organização das

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mais variadas formas, muitas vezes as empresas esbarram na falta de

conhecimento das pessoas, na falta de investimentos em tecnologia e

treinamento de pessoal, na não observância à leis vigentes, na prática de

fraude, etc.

A auditoria de sistemas exerce função de ação preventiva, saneadora

e moralizadora, afim de atestar a veracidade dos registros e a confiabilidade do

que foi verificado. O seu objetivo é dar uma opinião sobre a situação

encontrada. Se a situação for de conformidade, cabe ao auditor apontar se

todos os controles são necessários ou se alguns podem ser descartados ou

trocados por outros. Em se encontrando situações de anormalidades, este

deverá apontar que controles não estão eficazes e mostrar em que momento

(se possível) o controle torna-se ineficaz.

Avaliações, questionamentos devem fazer parte da cultura da

organização, pois somente questionando-se, ela poderá se conhecer, um

procedimento adotado com muito sucesso em determinada época, por

exemplo, pode se mostrar obsoleto em outra, portanto, o auto conhecimento

será muito importante. Os gestores, colaboradores, cliente e fornecedores são

os responsáveis por estes questionamentos. Questionamentos simples que

podem ser criados pela própria organização, tais como, por exemplo:

ü Utilizo meus sistemas de forma correta?

ü Será que conheço todas as suas funcionalidades?

ü Meu negócio é bem alimentado com as informações que precisa?

ü Minhas informações são eficazes?

ü As informações agregam valores a minha organização?

ü Será que obtenho as informações que preciso de forma rápida e

eficiente?

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ü Será que com os sistemas que possuo atualmente, estou pronto a

realizar as modificações necessárias ao ambiente de negócio?

ü Será que estou preparado para assumir novos custos com

investimentos que se façam necessários?

Uma vez toda a organização envolvida e consciente da necessidade dos

controles, deve-se ter como foco que um controle eficiente torna o dia-a dia

mais produtivo e competitivo, assim toda a organização, colaboradores,

clientes, acionistas, fornecedores estarão amparados e seguros da

continuidade da organização.

BIBLIOGRAFIA

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda - Míni Aurélio O Dicionário da

Língua Portuguesa. Curitiba, 2008, 6ª edição

ALMEIDA, João Ferreira de – Bíblia Sagrada, Edição de Promessas. Brasil,

2006, 6ª edição

IMONIANA, Joshua Onome – Auditoria de Sistemas de Informação – 2ª

edição – São Paulo 2008

SCHMIDT, Paulo – SANTOS, José Luiz dos – ARIMA, Carlos Hideo –

Fundamentos de Auditoria de Sistemas – São Paulo 2006

SÁ, Antônio Lopes de – Curso de Auditoria. São Paulo, 1998 . 8ª edição

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JUND, Sergio – Auditoria: Conceitos, Normas Técnicas e Procedimentos:

Teorias e 900 questões – Rio de Janeiro, 2006, 8ª edição

DIAS, Cláudia – Segurança e Auditoria da Tecnologia da Informação – Rio

de Janeiro, 2000

WEBGRAFIA

www.blbbrasil.com.br – Origem da palavra auditoria, acesso em 24/6/2008

www.audibra.org – Normas Internacionais Para o Exercício Profissional da

Auditoria Interna, acesso em 25/6/2008

www.cfc.org.br - Resolução nº 820 – CFC que aprova a NBC T 11, acesso em

24/6/2008

www.senac.br – Auditoria de Sistemas – Boletim Fiscal – Ano 2 - Nº 9 –

setembro/dezembro – 2003, acesso em 07/6/2008

www.acep.org.br – Conceito de Auditoria – acesso em 09/9/2008

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www.compustreamsecurity.com.br – Política de Segurança da Informação: A

norma ISO17799., acesso em 12/5/2008

www.tcu.gov.br – Manual de Auditoria de Sistemas., acesso em 9/5/2008

ÍNDICE

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I 10

AUDITORIA 10

1.1 – Conceito 10

1.2 – História da Auditoria 11

1.3 – O Papel do Auditor 13

1.4 – Tipos de Auditoria 14

1.5 – Auditoria de Sistemas 17

1.5.1 – Objetivos da Auditoria de Sistemas 17

CAPÍTULO II 19

CONTROLES 19

2.1 – Sistemas 19

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2.2 – Controles Internos 20

2.2.1 – Controles Preventivos 21

2.2.2 – Controles Detectivos 22

2.2.3 – Controles Automatizados 22

2.2.4 – Controles Manuais 22

2.3 – Paradigmas de Controles Internos Consistentes e Inconsistentes 22

2.4 – Controles Internos e Auditorias 23

2.5 – Controle Interno Contábil 24

2.5.1 – Fidelidade da Informação em Relação aos Dados 24

2.5.2 – Segurança Física 24

2.5.3 – Segurança Lógica 25

2.5.4 – Confidencialidade (privacy) 25

2.5.5 – Obediência à Legislação em Vigor 25

2.6 – Controle Interno Administrativo 25

2.6.1 – Eficácia 25

2.6.2 – Eficiência 26

2.6.3 – Obediência às Diretrizes da Alta Administração 26

CAPÍTULO III 27

AUDITORIA DE SISTEMAS E A EMPRESA 27

3.1 – I S O – International Stardardization Organization 27

3.1.1 – Os 10 Macros Controles da Norma 29

3.2 – Cobit (Control Objectives for Information and Related Technology 31

3.3 – Auditoria de Sistemas e a Qualidade nas Organizações 32

3.3.1 – Auditoria de Controles Organizacionais e Operacionais 32

3.3.2 – Políticas Organizacionais 34

3.3.3 – Descrição de Cargos 34

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3.4 – Aquisição, Desenvolvimento e Manutenção e Documentação de

Sistemas 35

3.5 – Plano de Contingência 38

3.5.1 – Comprometimento da Alta Administração 40

3.5.2 – Impacto 40

3.5.3 – Tempo Limite 41

3.5.4 – Alternativas de Recuperação 41

3.5.5 – Cuidados Adicionais 43

3.5.6 – Recuperação em Casos de Desastres 45

CONCLUSÃO 47

BIBLIOGRAFIA 49

WEBGRAFIA 50

ÍNDICE 51

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