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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM IMPACTOS AMBIENTAIS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DE CONSTRUÇÕES E DEMOLIÇÕES NA CONSTRUÇÃO CIVIL Adílson Azevedo de Brito Orientadora Prof. Maria Esther de Araujo Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

IMPACTOS AMBIENTAIS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DE

CONSTRUÇÕES E DEMOLIÇÕES NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Adílson Azevedo de Brito

Orientadora

Prof. Maria Esther de Araujo

Rio de Janeiro

2011

1

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

IMPACTOS AMBIENTAIS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DE

CONSTRUÇÕES E DEMOLIÇÕES NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Monografia apresentada à Universidade Cândido

Mendes como requisito parcial para a obtenção do

grau de Especialista em Gestão Ambiental.

Por: Adílson Azevedo de Brito

Rio de Janeiro

2011

2

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por mais esta oportunidade

de adquirir conhecimentos e ter uma vida

melhor e ao meu amigo Claudio Marques, que

me incentivou a fazer o referido curso, me

ajudando em muitas etapas para a conclusão

do mesmo.

3

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Minha família, em

especial minha querida esposa Denise Hesketh

de Brito que me incentivou muito.

4

RESUMO

O estudo enfoca as problemáticas referentes aos resíduos sólidos e as estratégias da

Construção Civil diante dos restos de demolições que causam impacto ambiental nas

áreas urbanas. Aponta-se a necessidade de aplicação de gerenciamento de resíduos

sólidos com o uso de tecnologias de reciclagem. Através do uso de tecnologias

simplificadas e sustentáveis, a construção civil poderá garantir posturas de

responsabilidade ambiental. A partir das tecnologias e os novos conhecimento, a

reutilização de materiais sólidos em processos de reciclagem, a ecoeficiência depende

da redução de custos financeiros e de impactos ambientais no campo da Engenharia

Civil, no sentido de estabelecer diretrizes de controle de resíduos sólidos. Como

problemática identifica-se como as tecnologias inovadoras como o processo de

reciclagem de entulhos de demolições podem ser usadas em prol do

gerenciamento de impactos para auxiliar na solução de eliminação de resíduos sólidos.

A reciclagem de resíduos de demolição poderá fortalecer a política ambiental e social

das organizações.

PALAVRAS-CHAVE: Resíduos Sólidos, Construção Civil, Gerenciamento de

Impactos Ambientais, Reciclagem de Resíduos.

5

ABSTRACT

The study focuses on issues related to solid waste and strategies on civil construction

demolition debris that cause environmental impact in urban areas. Pointed out the need

for application of solid waste management with the use of recycling technologies.

Through the use of simplified technologies and sustainable construction postures can

ensure environmental responsibility. From the new knowledge and technologies, reuse

of solid materials in recycling processes, eco-efficiency depends on the reduction of

financial costs and environmental impacts in the field of Civil Engineering, to establish

guidelines for solid waste control. How problematic is identified as innovative as the

process of recycling of demolition debris can be used to support the management of

impacts to assist in solving solid waste disposal. The recycling of demolition waste can

strengthen environmental policy and social organizations.

KEYWORDS: Solid Waste, Construction Management, Environmental Impacts,

recycling of waste.

6

METODOLOGIA

A metodologia da pesquisa teve como eixo de fundamentação a pesquisa

bibliográfica, exploratória e explicativa para proporcionar uma revisão sobre a literatura

sobre o tema, possibilitando os elementos para fundamentar a pesquisa.

A pesquisa bibliográfica apresentou a partir de pressupostos teóricos os

fenômenos que são fundamentados em livros, artigos e dissertações. Para a realização

desta pesquisa buscou-se adquirir os conhecimentos sobre a associação entre a

tecnologia, as metodologias de ecoeficiência determinam inúmeras estratégias.

Conforme Matos, Rosseto Júnior e Blecher avaliam que:

“O método de pesquisa bibliográfica procura explicar um problema

a partir de referências teóricas e/ou revisão de literatura de obras

e documentos que se relacionam com o tema pesquisado.

Ressalva-se que, em qualquer pesquisa, exige-se a revisão de

literatura, instrumento de pesquisa bibliográfica, que permite

conhecer, compreender e analisar os conhecimentos culturais e

científicos já existentes sobre o assunto, tema ou problema

investigado. Também, pode ser realizada de forma independente,

constituindo-se em pesquisa como trabalho científico original”.

(ROSSETO; BLECHER, 2003, p. 11)

Compreende-se nesse contexto, a importância da pesquisa bibliográfica para as

descobertas novas e a resolução de problemas de pesquisa. O tipo de pesquisa

exploratória sob fontes bibliográficas favorece a análise e interpretação dos

pressupostos teóricos para alcançar os objetivos do estudo.

A pesquisa bibliográfica não contempla amostras na medida em que sua

fundamentação está expressa na interpretação de postulados e teorias. Os

7

instrumentos de coleta de dados se realizaram através de leituras e fichamentos de

livros, artigos especializados e pesquisas na internet.

De acordo com Clark e Castro:

“A pesquisa bibliográfica é dos métodos de estudos que tem como

objetivo desenvolver o processo de construção do conhecimento,

discordando ou corroborando com o conhecimento existente com

base em métodos científicos que possam ser reproduzidos e

validados. Desta forma, a pesquisa beneficia o meio social e

comunitário, visando ao surgimento de novos conhecimentos”.

(CARK; CASTRO, 2003, p. 113)

Deste modo, a pesquisa bibliográfica favorece a ampliação dos

conhecimentos mediante fontes de informação sobre a problemática e as hipóteses do

estudo. É, portanto, considerada o primeiro encaminhamento das pesquisas. Deste

modo, essa tipologia de pesquisa é importante em seus diversos aspectos para a busca

de conhecimentos. Gil define:

“Pode-se definir pesquisa bibliográfica como o processo formal e

sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo

fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas,

mediante o emprego de procedimentos científicos”. (GIL, 1999, p.

42)

A pesquisa bibliográfica exerce grande influência sobre os novos

conhecimentos sobre métodos e técnicas de gerência ambiental na construção civil. A

pesquisa qualitativa é favorece um enfoque das mudanças qualitativas dos processos

que marcam a melhoria e os procedimentos evolutivos avindos da tecnologia.

8

A escolha por um tema voltado à questão ambiental e ecoeficiência na

construção civil, favorece o reconhecimento de que se trata de processos que marcam

a melhoria da qualidade de vida nos centros urbanos.

9

INTRODUÇÃO

As empresas do ramo de Construção civil apresentam atualmente uma fonte de

renda e emprego para o país, promovendo uma ampla rede atividades que dinamizam

o desenvolvimento social que pode ser percebido pela construção de obras cada vez

mais bem elaboradas. Entretanto, embora as organizações de construção civil

representem um mecanismo de desenvolvimento econômico-social, as atividades são

responsáveis pela grande quantidade de resíduos sólidos existentes nos ambientes

urbanos. Estes resíduos também denominados de Resíduos de Construção e

Demolição têm sido destinados de forma incorreta causando impactos ambientais

importantes que favorecem o desequilíbrio ambiental e reduzem a qualidade de vida

das populações, produzindo conseqüências diversas. Além dos problemas ambientais,

esse tipo de resíduo quando destinados incorretamente servem como fatores que

influenciam o aparecimento de doenças, muitas vezes ligadas a contaminação da água

e do solo.

Algumas empresas brasileiras começaram a aderir às idéias de gerenciamento

de resíduos sólidos, embora com dificuldades e limitações, porém ainda há muito a se

conquistar como responsabilidade social eficiente na questão dos resíduos sólidos.

A problemática desta pesquisa enfoca a questão dos resíduos sólidos de

construção e demolição, demonstrando o contexto geral em que a Construção Civil

poderá desenvolver uma sistemática de eficientes técnicas ecoeficientes para o

gerenciamento dos impactos ambientais que estes resíduos causam.

A pesquisa objetiva identificar os impactos ambientais causados pelos resíduos

sólidos de construções e demolições tendo como eixo a análise dos processos de

gestão ambiental baseadas no tratamento responsável com o meio ambiente.

Pretende-se considerar a origem dos resíduos sólidos; explorar as novas

tecnologias que podem implementar mudanças na gestão ambiental, inserir as

10

diretrizes para um gerenciamento dos resíduos sólidos; descrever as formas

estratégicas de atuação das organizações que investiram em técnicas e métodos de

sustentabilidade ambiental e qualidade de vida; avaliar as formas de aplicação de

políticas de gerenciamento ambiental e descrever as estratégias para minimização dos

resíduos sólidos.

A motivação para realizar a pesquisa veio pelo interesse de perceber quais os

principais problemas gerados pelo ambiental dos resíduos sólidos de demolição, bem

como conhecer as técnicas de gerenciamento utilizadas, ou seja, a resolução do

problema.

A relevância da pesquisa tem sei foco no reconhecimento dos principais

problemas causados pelo destino inadequado do lixo de demolições, assim como a

importância do gerenciamento desses resíduos na redução de problemas referentes ao

impacto ambiental.

A monografia está formada por três capítulos e as considerações finais. A parte

introdutória apresenta uma visão geral do assunto, a partir dos objetivos da pesquisa, o

problema apontado, a justificativa e a relevância do estudo.

O primeiro capítulo apresenta uma visão geral as atividades econômicas

desenvolvidas no ramo de construção civil, considerando o enfoque de mercado,

situando-se a questão dos resíduos sólidos de demolição, descrevendo suas principais

características, descrevem-se o cenário atual dos resíduos sólidos da Construção Civil

no tocante da cidade de Salvador-Bahia, ressaltando os projetos realizados pela

prefeitura municipal.

O segundo capítulo aborda o impacto ambiental relacionando aos resíduos

sólidos da Construção civil, bem como a ligação entre a sustentabilidade ambiental e a

qualidade de vida nesse contexto.

11

O terceiro capítulo trata do gerenciamento de resíduos sólidos de Construção e

Demolição, descrevendo a importância do mesmo e destacando as inovações

tecnológicas de gerenciamento por meio de experiências realizadas em algumas

cidades brasileiras.

As considerações finais representam uma síntese do estudo a partir de análise

pessoal, destacando os pontos mais relevantes encontrados.

12

CAPÍTULO I

1. A CONSTRUÇÃO CIVIL: O PROBLEMA DA GERAÇÃO DE

RESÍDUOS SÓLIDOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO

A importância da indústria da construção civil na economia nacional já é

motivo suficiente para uma articulação visando à melhoria da qualidade e produtividade

do setor. A partir da década de 80, a escassez de fontes de financiamento e a crise

econômica geraram a imperiosa necessidade de incorporação da redução de custos

das novas obras como forma de viabilizarem a melhoria dos processos nos

empreendimentos.

Apresenta-se neste capítulo uma visão da gestão de operações na construção

civil, A geração de Resíduos Sólidos de Construção e Demolição, através das

atividades da Construção civil, levando em consideração, as questões ambientais

acerca da geração de Resíduos Sólidos de construção e demolição que tem contribuído

para impactos ambientais urbanos que serão discutidos nesta parte.

1.1 A indústria da construção civil

A indústria da construção civil é responsável por efeitos indutores na cadeia

produtiva e faz parte integrante da rede de posturas de gestão de processos na

Engenharia de Produção.

Deste modo, Slack e Chambers (1999) avaliam que os processos de gestão de

operações das quais incluem as operações de construções prediais, residenciais e

condomínios se constituem um uma atividade de produção que implica em inspeção

ambiental.

13

Na Engenharia Civil atualmente acentuam-se um cenário de planejamento e

execução das atividades de produção racionalizadas e com uso de tecnologias que

favorecem a ecoeficiência e a economicidade, além de meios eficientes de evitar o

impacto ambiental dos resíduos sólidos no cenário urbano. È reconhecida a capacidade

de geração de riqueza que a Construção Civil tem favorecido, sendo grande geradora

de empregos diretos e indiretos, a partir do poder de geração e distribuição de renda,

na economia nacional.

Assim, o ramo de construção civil é predominantemente de capital e tecnologia

na articulação da qualidade e produtividade do setor e a maior empregadora industrial,

sendo responsável por milhões de empregos diretos e postos de trabalho, se

considerados os empregos derivados e efeitos por ela induzidos.

A indústria da construção civil é constituída por um conjunto de processos que

resultam em produtos e serviços que implicam em uma grande diversidade de setores

específicos. Segundo Librelotto, a indústria de construção civil possui também:

“Uma dimensão social que envolve os preceitos da

responsabilidade social e gestão de pessoas na estrutura -

conduta – desempenho da indústria, uma dimensão ambiental que

associa a estrutura–conduta–desempenho da indústria, como a

preservação do ecossistema ou minimização dos impactos das

atividades industriais sobre o meio ambiente e também uma

dimensão econômica relativa à garantia de retorno dos

investimentos aos intervenientes do processo (proprietários,

clientes, funcionários e comunidade em geral)”. (LIBRETTO, 2005,

p. 4)

Constata-se que a indústria da construção civil envolve várias dimensões que

abrangem estruturas de condutas e variáveis de desempenho, que não devem ser

evidenciadas apenas em atividades de interesse econômico.

14

Embora a construção civil contemple uma extensa cadeia produtiva converge

para cinco setores: material de construção, prestação de serviços diversos, bens de

capital, edificações e construção pesada, envolve também atualmente uma dinâmica

social mais relevante relativa responsabilidade social e ambiental.

Vale ressaltar que todas as atividades executadas pela construção civil

resultam em suas ações finais resíduos sólidos, também denominados de Resíduos

Sólidos de Construção e Demolição, os quais quando não destinados adequadamente

provocam grandes prejuízos, que podem ter suas origens de cunho social, econômica e

ambiental.

Para Neto, Campos e Sarrouf (2005, p. 01) referem que as atividades

relacionadas à construção civil apresentam-se como grandes geradoras de impactos

ambientais, os quais são possíveis devido há algumas características próprias deste

setor, tais como, consumo exagerado de recursos naturais, o que acaba modificando a

paisagem e proporcionando um certo desequilíbrio ambiental, destinados de maneira

incorreta.

1.2 A geração de Resíduos Sólidos de Construção e Demolição por

meio das atividades da Construção civil

A construção civil representa um setor cuja atividade produz inúmeros resíduos

sólidos denominados como Resíduos de Construção e Demolição (RCD) além é claro

da utilização de matérias primas não renováveis, estes elementos geram impactos

ambientais relevantes sendo necessário um programa de gerenciamento próprio para

amenizar e solucionar o problema.

De acordo com Henriques (2004) pode-se considerar a construção civil como

sendo uma das maiores geradoras de resíduos sólidos para o meio ambiente. O autor

15

refere ainda que observando em valores estes resíduos têm-se que os valores

internacionais levam a crer em um volume de entre 0,7 e 1,0 toneladas por habitante/

ano. Estes valores representam à importância de um bom gerenciamento destes

resíduos, que quando não destinados corretamente, acabam provocando inúmeros

problemas ambientais.

Para Júnior (2005, p. 09) no caso da construção civil estes Resíduos sólidos são

decorrentes tanto do levantamento da edificação, das demolições de prédios antigos ou

condenados em sua estrutura física, bem como das escavações e preparação de todo

arcabouço da construção, entre outras situações.

Conforme Souza entre os elementos que podem ser considerados como

resíduos sólidos da construção civil têm-se:

“Tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas,

metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros,

argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos,

tubulações, fiação elétrica e outros, comumente chamados de

entulhos de obras, caliça ou metralha”. (SOUZA, 2009, p. 32)

Os resíduos de construção e demolição devem passar pelo processo de

separação de tipos específicos de resíduos para o reaproveitamento, portanto deverão

ser separados em classes distintas, sendo o tipo de reciclagem o que difere entre estes

resíduos. O Grupo A corresponde aos resíduos reciclados como agregados, o Grupo B

recicláveis em cadeias como os plásticos, o Grupo C resíduos sem tecnologia de

reciclagem economicamente viável e o Grupo D como resíduos de periculosidade.

Esta separação por classe permite agrupar os resíduos sólidos em grupos

semelhantes, levando em consideração suas características físicas e os riscos que

representados pela manipulação e ao meio ambiente e assim auxiliar no processo de

coleta seletiva, tornando mais fácil a reutilização e reciclagem do material.

16

Detalhando a Classe A para maior compreensão dos Resíduos sólidos

provenientes da indústria de construção civil, tem-se que de acordo com a descrição de

Júnior e levando em consideração a Resolução nº 307 datada em 5 de julho de 2002

emitida pelo CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente, pode-se definir que:

“Os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais

como os oriundos de: - pavimentação e de outras obras de infra-

estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; -

edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas

de revestimento, etc.), argamassa e concreto; - processo de

fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto

(blocos, tubos, meios-fios, etc.) produzidas nos canteiros de obras

poderão passar por reciclagem”. (JOHN, 2000, p. 14)

Portanto, a classe A corresponde a todo e qualquer resíduo proveniente de

elementos resultantes da construção e que podem ser reutilizados e reciclados sem

nenhuma restrição.

Considerando ainda a Resolução 307/06/2002 do CONAMA – Conselho

Nacional do Meio Ambiente também descrita por Henriques tem-se como detalhamento

das demais classes de resíduos:

Ø Classe B - são os resíduos recicláveis possui diversas destinações na

medida em que são feitos de diferentes materiais como: papel, plásticos, papelões,

diferentes tipos de metais, vidros e outros;

Ø Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas

tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/

recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso;

17

Ø Classe D - são os resíduos perigosos oriundos do processo de

construção, tais como: tintas, solventes, óleos e derivados ou materiais contaminados

provenientes de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações

industriais e outro. (HENRIQUES, 2004)

A classificação e separação destes resíduos sólidos gerados pela construção

civil se constituem estruturação de planejamento do destino final destes produtos e

componentes, os quais deverão ser realizados seguindo normas especificas com o

intuito de diminuir o impacto ambiental.

1.3 A situação dos Resíduos Sólidos da Construção civil

Todos os anos a Construção Civil é responsável por toneladas de Resíduos

sólidos de construção e demolição, ou 655.569toneladas/ano, significando 45,03% dos

Resíduos Sólidos urbanos da cidade. (AZEVEDO, KILPERSTOK E MORAES, 2006)

Estes resíduos sólidos trazem grandes prejuízos a população, favorecendo ao

entupimento dos canos de saneamento básico, servido como locais propícios para

criadouros de doenças, entre outros problemas.Com o intuito de minimizar os danos as

organizações passaram a utilizar a reciclagem de entulhos, como o objetivo transformar

o descarte clandestino de resíduos da construção civil em deposição correta, através de

adoção de uma política ordenadora de remediação da degradação ambiental.

No entanto, nem todas as organizações desenvolvem mecanismos para investir

em tecnologias para o reaproveitamento e reciclagem de demolições. O processo de

gerenciamento de resíduos é uma postura socioambiental que na visão do autor:

“É obrigação para o proprietário (seja pessoa física ou jurídica) ou

ao responsável legal ou técnico por uma obra de construção civil

18

ou movimento de terra, a obrigação de providenciar, às suas

expensas, o transporte de entulho até os locais autorizados para

sua recepção, bem como a aquisição dos recipientes adequados

para acondicionamento no local da obra”. (CHEVENTO, 2007, p.

44)

Assim, ao se dividir a obrigação da destinação dos resíduos sólidos, as

empresas de construção civil, existe também a responsabilidade civil é dimensional, das

prefeituras na medida em que elaboram através do plano diretor as iniciativas para o

planejamento dos resíduos sólidos.

A utilização de reciclagem é um avanço no contexto das ações de

gerenciamento dos resíduos sólidos de construção e demolição. Neste contexto, a

aplicação de técnicas de Engenharia de Produção auxilia na realização de um bom

plano de gerenciamento de resíduos sólidos de construção e demolição não resulta

apenas em benefícios ambientais, mas também gera redução de custos com a

racionalização de processos que favorecem a reutilização destes resíduos.

Portanto, os Resíduos de Construção e Demolição (RCD) favorecem grandes

desgastes ambientais, além de muitas vezes promover ambientes propícios para o

desenvolvimento de algumas doenças.

Assim, para Pinto (1999, p. 17) os chamados RCD são produzidos em grandes

quantidades, raramente passam por um processo de reciclagem ou condicionamento e

acabam por causar problemas que refletiram no saneamento das cidades ou mesmo no

aparecimento de doenças endêmicas.

Vale ressaltar que o problema se torna maior devido a grande quantidade de

resíduos que diariamente são lançados pelas organizações do ramo de construção civil.

Deste modo, deve-se considerar que segundo Henriques:

19

“É comum também, que os resíduos da construção venham

acompanhados de materiais perigosos como latas de tinta e de

solventes, restos de gesso, lâmpadas fluorescentes e outros

resíduos que deveriam receber tratamento específico, antes de

sua destinação final”. (HENRIQUES, 2004, p. 03)

Assim, além de todo malefício que os resíduos de construções e demolições

propiciam, os mesmos se associam a estes outros resíduos provocando danos

ambientais ainda maiores.

Percebe-se assim que estes resíduos devem ser gerenciados, a fim de

minimizar os impactos para o desenvolvimento da vida, tanto humana como animal.

Um bom gerenciamento de resíduos sólidos da construção civil permitirá

minimizar as conseqüências associadas ao impacto ambiental e favorecer estratégias

de redução de custos, permitindo benefícios sociais e econômicos.

20

CAPÍTULO II

2. O IMPACTO AMBIENTAL CAUSADO PELA CONSTRUÇÃO

CIVIL NÃO SUSTENTÁVEL E A QUESTÃO DA QUALIDADE

DE VIDA

O capítulo apresenta uma visão geral do impacto ambiental causado pela

construção civil não sustentável, demonstrando-se a questão da importância da

qualidade de vida em relação à melhoria do meio ambiente.

Deste modo, dá-se uma noção geral do que se entende por impacto ambiental

e a relação entre a construção civil e a sustentabilidade Ambiental. Demonstram-se a

visão de ecoeficiência e de formas alternativas de redução de energia e de

desperdícios, substituição de materiais, etc.

2.1. Noção de impacto Ambiental

Entende-se por meio ambiente a associação dos seres vivos e seres

inanimados que em conjunto favorecem as condições necessárias para sobrevivência.

O impacto ambiental se constitui no ato que provoca o desequilíbrio dos ecossistemas

modificando os aspectos físicos do meio ambiente. (ROCHA, 2000)

Neste sentido, o impacto ambiental produz leve ou severa alteração ambiental

determinando desequilíbrios pela ação ou atividade que ocorreu por acidente ou por

imperícia. As estimativas dos impactos ambientais fazem parte efetiva do diagnóstico

das alterações efetivas na área afetada.

21

Segundo Melo (2007, p.44) o meio ambiente pode ser classificado em duas

categorias distintas: o ambiente natural e o artificial. Compreende que no meio

ambiente natural existem os diversos elementos como o solo, a fauna, a flora, a água,

enfim, elementos que não sofreram interferência do homem. Já no meio artificial, existe

a predominância da ação antrópica em um cenário de mudanças do meio ambiente que

foram construídos ou modificados pela atuação do homem, como prédios, rodovias,

ferrovias, etc.

Devido o desenvolvimento e assim o avanço das tecnologias, os ambientes

naturais tem sofrido grandes transformações como a presença de produtos químicos no

solo e água, além da poluição em suas diversas formas, entre outras. Estas

transformações, na maioria das vezes produzidas pelo próprio homem, tendem a

produzir efeitos negativos no meio ambiente proporcionando assim a desestabilização

entre os seres e trazendo grandes prejuízos a humanidade.

Com o intuito de diminuir a ação do homem no meio ambiente, os paises

elaboram Leis. Entretanto, frente à degradação do meio ambiente nos paises. Gouveia

analisa que:

“É possível dizer que a degradação do meio ambiente pelo

homem tem sido pior principalmente nos países mais pobres, uma

vez que neles a urbanização vem ocorrendo de maneira muito

rápida e, pode-se dizer, na maioria das vezes de forma não

planejada, não controlada e, principalmente subfinanciada”.

(GOUVEIA, 1999, p. 32)

Portanto, os paises subdesenvolvidos são os mais atingidos com a degradação

ambiental, diante da evolução da demanda de um desenvolvimento desordenado.

No Brasil, no capítulo VI da Constituição Federal de 1988, refere-se

especialmente sobre a legislação ambiental brasileira, dispondo de critérios e

22

normatizações que promovem ações que limitam riscos ambientais. Conforme a

Constituição Brasileira de 1988 em seu Capítulo VI, Art. 225:

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,

bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de

vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de

defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

(CONSTITUIÇÃO DEFERAL DE 1988)

Mas deve-se considerar que ao integrar-se com a natureza, o ser humano

muda todas as relações entre os sistemas naturais e os sistemas técnicos humanos. A

ação humana no mundo natural provoca mudanças em razão da utilização dos recursos

naturais. Segundo Neto, Campos e Sarrouf:

“Nos ambientes que sofreram alterações, novas relações serão

estabelecidas, principalmente quando se trata de transformação

do meio ambiente por causas técnicas e falhas relacionadas ao

manejo de instrumentos que possam ocasionar problemas ao

meio ambiente. As empresas poderão evita os principais impactos

ambientais promovidos pela destinação incorreta dos resíduos

sólidos de construção e demolição através do gerenciamento de

recursos para a aplicação de técnicas de reciclagem”. (NETO,

CAMPOS e SARROUF, 2005, p. 8)

As empresas realizam atividades produtivas que podem produzir eventos em

potencial em relação ao meio ambiente, os impactos ecológicos se multiplicaram, no

entanto as organizações devem gerenciar os projetos ambientais para evitar impactos

nas atividades.

2.2 A construção civil: A relação com a sustentabilidade Ambiental e a

qualidade de vida

23

A sustentabilidade ambiental depende das ações de gerenciamento da geração

de resíduos e de uma relação associada com um conjunto de técnicas construtivas, a

verificação das técnicas incorretas deve ser objeto de análise, assim como os meios de

eficazes para exercer as suas responsabilidades ambientais. Na concepção de

Guazzelli (2001, p. 2):

“A construção civil, como uma atividade industrial, não recebe uma

atenção igual a outras atividades deste mesmo segmento, no que

diz respeito às obrigações perante os órgãos ligados à questão

ambiental. As exigências para as atividades industriais estão

previstas na legislação complementar aplicada por órgãos

governamentais que atuam na área ambiental. Antes mesmo do

início da construção, na fase de projetos, deve-se demonstrar a

ausência de riscos de desajustes ambientais”. (GAUZZELLI, 2001,

p. 2).

O uso de práxis efetivas de sustentabilidade e responsabilidade ambiental

eliminam as práticas incorretas da atividade da construção civil permitindo a utilização

de estratégias para angariar requisitos de qualidade voltados à redução de desperdícios

e de problemas relacionados às falhas e patologias em estruturas de construção que

utilizam produtos como: plásticos, resinas e diferentes tipos de granulados que podem

passar pelo Ciclo do ARM ou Agregado Reciclado Misto, conforme se demonstra na

figura 1 (anexo 3)

A construção civil utiliza uma grande infinidade de produtos que podem ser

reciclados através do Ciclo do ARM ou Agregado Reciclado Misto. A reciclagem desse

material reduz os níveis de impacto sobre o meio ambiente nas áreas urbanas.

Nesta perspectiva, Latre avalia que:

24

“A sustentabilidade ambiental é uma preocupação em relação à

proteção do meio ambiente que vêm atingindo uma considerável

importância nos últimos anos, convertendo-se em tema de

interesse para as empresas e governos, bem como para os

cidadãos e a opinião pública em geral. Tal iniciativa acarreta nova

visão na gestão dos recursos naturais a qual possibilita ao mesmo

tempo, eficácia e eficiência na atividade econômica e consegue

manter a diversidade e a estabilidade do meio ambiente”. (LATRE,

2009, p. 76)

Considerando-se que os pressupostos de partida para o estabelecimento de

posturas de sustentabilidade, começam pelo uso racional dos recursos naturais, A

hipótese de estudo pressupõe que poderá haver medidas que possa favorecer a noção

de ecoeficiência, cujo foco é a capacidade de implementar mudanças que poderá ser a

eliminação do desperdício e do uso inteligente das fontes e recursos existentes nas

organizações.

Em nível internacional o fomento entre os países se constitui na expansão da

tecnologia e da ciência em prol de meios de obtenção de energia barata e limpa. As

agendas políticas dispõem de medidas dinâmicas para a cooperação com diversas

organizações na aplicabilidade no desenvolvimento produtivo que alie qualidade,

eficiência, produtividade e sustentabilidade, a partir do planejamento dos

empreendimentos, as técnicas e metodologias que possam ser desenvolvidas pelas

organizações para minimizar os impactos ambientais.

O mercado de construção é muito vulnerável às oscilações econômicas do

mercado atual. A mútua interação empresas e meio ambiente é uma relação que torna

tão importante o administrador ter senso de responsabilidade social. Ao adotar uma

estratégia socioambiental, ele deve envolver toda a empresa com a finalidade de que

haja comprometimento com a aplicação de princípios e valores em toda a cadeia

produtiva, minimizando riscos em cada etapa do processo produtivo.

25

Para Wood Jr (2002) esse senso aguçado de percepção do ambiente, conhecer

e compreender os mecanismos de mudança são os fatores fundamentais para

conseguir esse novo caminho. Para envolver toda a empresa o administrador deve

consolidar as diretrizes do gerenciamento ambiental de forma abrangente, com a

intenção de envolver todos associados direta ou indiretamente à organização.

A responsabilidade social de uma empresa consiste na sua decisão de

participar mais diretamente das ações comunitárias na região em que está presente e

minorar possíveis danos ambientais decorrentes do tipo de atividade que exerce.

(MELO E FRÓES, 1999, P. 78).

A partir do momento em que a organização tiver a capacidade de responder as

expectativas e pressões da sociedade ela terá incorporado a conscientização social.

Reforçando-se a relevância do papel social das empresas para a valorização das

questões de caráter sócio-político. Ao se aproximar das características solicitadas pelas

legislações, regulamentações e o ambiente externo em geral, as empresas estarão

mais sujeitas ao sucesso do que as que se afastam desses modelos com ênfase

ambiental. De acordo com Librelotto:

“O sucesso do mercado futuro dependerá da capacidade de uma

empresa satisfazer não somente a dimensão da rentabilidade,

mas também, duas outras dimensões emergentes: uma centrada

na qualidade ambiental e a outra na justiça social. O autor afirma

que a sustentabilidade é o princípio que assegura que as ações

hoje, não limitem o alcance das opções econômica, social e

ambiental para as futuras gerações”. (LIBRELOTTO, 2005, p. 25)

As pequenas e médias empresas enfrentam desafios que se impõe para a

manutenção desses empreendimentos no mercado. As fontes de financiamento nas

cadeias produtivas de pequenas e médias empresas são fundamentais para eliminar as

26

barreiras à inovação e redução das disparidades tecnológicas que são fortes fatores

concorrenciais e das práticas organizacionais e de gestão. As pequenas empresas e

médias empresas estão superando a resistência à superação de medidas

conservadoras quanto ao custo da gestão ambiental.

Na evolução da cadeia produtiva na construção civil é fundamental para

compreender as dificuldades do setor que depende dos fatores econômicos e políticos.

Conforme Silva (2004, p. 33) “a corrida econômica e a competitividade, a economia

pode trazer estagnação do poder de compra na última década, que impõem um freio à

demanda e à oferta de financiamentos em longo prazo para essa cadeia produtiva”.

Neste sentido, os dados apresentados neste documento alertam para a

necessidade de ampliação dos investimentos públicos e das instituições privadas nas

diferentes formas de captação de recursos quanto à viabilização da participação de

investidores privados para a maximização dos recursos que poderão ser usados em

procedimentos de sustentabilidade ambiental. Conforme Librelotto:

“A avaliação do desempenho sustentável da Indústria da

Construção Civil (ICC), no Setor de Edificações (SE), deve cumprir

as etapas de caracterização da estrutura da indústria e das

pressões desta sobre as empresas, identificando as condutas

adotadas e medindo os resultados e saídas alcançados, nas

dimensões econômica, social e ambiental (ESA)”. (LIBRELOTTO,

2005, p. 3)

As pequenas e médias empresas se caracterizam em sua maioria pelo uso de

recursos das instituições financeiras. As empresas de grande porte se comportam no

quadro de atuação no mercado como a busca de segmento de recursos públicos, cujos

financiamentos na década de 80 já foram muito dependentes dos recursos da

caderneta de poupança.

27

Nesse aspecto, as melhorias de condições para a Construção Civil dependerão

diretamente do deslanche do Sistema de Financiamento Imobiliário1 (SFI), e de

investimentos na política industrial, tecnológica e de comércio exterior para que as

empresas possam despertar para as questões relativas à responsabilidade

socioambiental e a utilização de tecnologias para a redução de impactos da produção

de resíduos sólidos.

O conjunto de ações que favorecem o desenvolvimento da política industrial e

tecnológica contribui efetivamente para a elevação da produtividade sistêmica da

cadeia produtiva da construção civil, mas pouco se tem avançado em processos

referentes ao meio ambiente ou à preocupação com a sustentabilidade.

Segundo Livrelotto:

“A busca pela sustentabilidade ainda é incipiente na construção

civil, no entanto contatam-se algumas preocupações neste sentido

(como será demonstrado na caracterização dessa indústria).

Assim sendo, a inserção da avaliação da sustentabilidade no

ambiente empresarial da construção civil contribuirá para a

melhoria do desempenho setorial e tomada de decisão

estratégica”. (LIVRELOTTO, 2005, p. 2)

Nos últimos dez anos, a economia brasileira, e em particular do setor de

construção civil tem vivido grandes transformações, o processo de reestruturação

produtiva sem precedentes gerou novos desafios à mão-de-obra do trabalhador. As

mudanças ocorridas no processo produtivo tiveram sua origem nas inovações

tecnológicas e na reorganização do processo de trabalho.

Numa economia competitiva, fatores como a qualidade e o desempenho

ambiental determinam o sucesso do negócio. A necessidade de estabelecer certos

1 Criado em 1997 pela lei nº 9.514 (20/11/1997) como alternativa ao Sistema Financeiro da Habitação e à Carteira Hipotecária, o sistema autoriza a securitização dos créditos imobiliários e introduz a alienação fiduciária no mercado imobiliário.

28

diferenciais de qualidade para enfrentar a concorrência numa economia globalizada

exige das empresas um maior investimento no desenvolvimento de novas tecnologias

de produção e negócios.

Poucas são as empresas do setor de construção civil que dão atenção

necessária à sustentabilidade ambiental, mas o constante avanço do conhecimento

vem fazendo com que cada vez mais a qualidade seja o grande diferencial estratégico

quanto à elaboração de medidas para evitar impacto ambiental.

Os estudos de Tucci e Collischonn (2007) tratando-se de estudos sobre

impactos em redes de drenagem, avaliaram os problemas para a construção civil a

questão de drenagens mal realizadas para produzir erosão no solo.

O gerenciamento de resíduos na construção civil é um fator fundamental

principalmente nas fases iniciais de construção, no terraplenagem, por que devem ser

considerados como resíduos.

A retirada de cobertura vegetal desagrega o solo, deixando-o vulnerável ao

arraste. O solo também é um insumo que se faz necessário em quantias determinadas

por projetos arquitetônicos para a fase inicial da construção, na implantação. A maior ou

menor intervenção no terreno é determinada pelas referências de níveis do terreno e os

níveis estabelecidos no projeto arquitetônico. Há uma indicação do ponto de vista

econômico que se equilibrem nos volumes de cortes e de aterros nos serviços de

terraplanagem. Quando se faz necessária a importação de terra para formação de

aterros são gerados problemas de ordem econômica e também ambiental, pelo fato de

se aumentar custos de produção e o transporte de solo de forma prejudicial.

Nas proximidades de núcleos urbanos é possível se encontrar facilmente

algumas jazidas para retirada de solo com a finalidade de suprir a demanda em aterros

em construções. As desfigurações de perfis naturais nestas jazidas causam um impacto

visual considerável. Em algumas situações une-se interesses de obtenção de terrenos

planos para futuras construções e atendimento às construções urbanas.

29

O desequilíbrio é evidente quando se observa um excesso de movimentação de

solo, provocada por exageros em projetos arquitetônicos e, também por perdas no

arraste de materiais na ocorrência de chuvas. O solo solto mecanicamente é

transportado por caminhões e depositado em canteiros de obras.

Enquanto não é procedida a compactação que dá consistência ao solo em

aterros, a incidência de chuvas faz com que porções de solo sejam arrastadas.

Observa-se que parte do solo importado de jazidas encontradas na periferia urbana

acaba compondo o leito de rios da macro-drenagem da cidade, sendo este, objeto

deste estudo. Deste modo, Librelotto:

• Insumos de pequena granulometria depositados incorretamente Nem todos os

tipos de resíduos são arrastados pelas águas pluviais. Produtos de menor peso são

mais facilmente transportados durante as chuvas. Inclui-se nessa situação insumos que

sequer são utilizados e acabam transportados durante o deflúvio.

• A presença de inúmeros processos de demolição em zona urbana que

acarretam problemas de saúde para a população;

• Assim, areias e britas depositadas em locais próximos às sarjetas, ficam

expostas à ação do deflúvio. Em função das descargas destes produtos utilizarem-se

de veículos de maior porte, e geralmente os depósitos são realizados em faixas

próximas ou sobre o arruamento. Uma outra possibilidade de perdas de areia,

transformando-a em resíduo, é pela ação do vento. A incidência de correntes de ar

constante, em dias secos, faz diminuir os depósitos de areia em canteiros de obras.

Esta parte removida, também fica exposta ao arraste de águas de chuvas porque,

normalmente, se espalha sobre a superfície pavimentada.

30

• Ferragens - A prática da armação de peças estruturais no próprio canteiro faz

com que os vergalhões e arames sejam manuseados em recortes para o atendimento

ao projeto em edificações.

Na área em estudo, ainda não está sendo adotado o uso de peças estruturais

pré-montadas para aplicação direta na forma de moldagem do concreto. Esta prática

produz resíduos em quantidade de peso aproximado de 5% da quantia inicial. O arame

utilizado para as amarrações quantifica a perda mais. (LIBRELOTTO, 2005, p. 12)

Por conta do imperativo da modernização, a construção civil também foi

marcado por ajustes e mudanças substanciais, como a auto-ativação relacionada aos

programas de qualidade total para estabelecer parâmetros de investimento em

educação profissional qualificada para que os conhecimentos práticos dos

trabalhadores possam ser valorizados e permanentemente requalificados.

Na medida em que o quadro produtivo emergente deu lugar a demandas por

capacitação originou a necessidade de crescentes mecanismos de difusão da formação

profissional em vários setores produtivos. Conforme Henriques:

“Um poderoso indicador da melhoria dos serviços das empresas

está na magnitude da oferta de ações dirigidas à capacitação de

recursos humanos e de sua capacidade para manter uma

qualidade ambiental, sejam de caráter qualificador com vistas ao

quadro de demandas determinadas pela dinâmica da construção

civil”. (HENRIQUES, 2004, p. 34)

Assim, as modalidades de educação profissional e treinamento de pessoal, a

fim de inovar-se para o exercício de suas funções demandadas pelas novas tendências

ocorridas no cenário econômico.

31

As empresas exigem um novo perfil para seus quadros de recursos humanos,

que os profissionais tenham autonomia, capacidade de diversificar e ampliar a

experiência profissional, com conhecimentos multidisciplinares, competência para criar,

capacitação técnica e conhecimentos abrangentes dos ambientes internos e externos.

Conforme Pimenteira:

“A problemática se caracteriza pela necessidade de treinamento

dos trabalhadores dos canteiros de obras para que possam se

adequar à diversidade de formas produtivas utilizando a

racionalidade técnica e ambiental. Atualmente muitas empresas

de construção civil têm programas de treinamento e

gerenciamento de recursos humanos voltados para a melhoria da

qualidade da mão-de-obra e a sensibilização para posturas

educativas e ambientais no trabalho”. (PIMENTEIRA, 2000, p. 28)

O setor de construção civil constitui um dos segmentos competitivos da

economia que implicam processos na qualificação e requalificação de trabalhadores de

obras.

A caracterização das empresas de construção civil se distingue diante dos

serviços, os quais são desempenhados por um número elevado de mão-de-obra que

atuam em projetos de construção, como serviços de arquitetura, de engenharia civil

com execução de obras hidráulicas e elétricas, etc. Conforme Pinto e Gonzáles:

“Poucas são as empresas do setor de construção civil que dão

atenção necessária à sustentabilidade sócio-ambiental, mas o

constante avanço do conhecimento vem fazendo com que cada

vez mais a qualidade seja o grande diferencial estratégico quanto

à elaboração de medidas para evitar impacto ambiental”. (PINTO;

GONZÁLES, 2005, p. 44)

32

O gerenciamento de resíduos na construção civil exige a aplicação de medidas

eficientes diante dos impactos em redes de drenagem. Constata-se que a construção

civil envolve várias dimensões que abrangem estruturas de condutas e variáveis de

desempenho, que não devem ser evidenciadas apenas em atividades de interesse

econômico. Embora a construção civil contemple uma extensa cadeia produtiva

converge para cinco setores: material de construção, prestação de serviços diversos,

bens de capital, edificações e construção pesada, envolve também atualmente uma

dinâmica social mais relevante relativa responsabilidade social e ambiental.

Tem-se visto uma proliferação de novas pressões impostas pela sociedade que

resultam em novas leis e regulamentações que acabam, de certa forma, provocando

mudanças qualitativas na sociedade. Essas mudanças afetam de forma intensa o

ambiente social e político em que a empresa atua.

A partir desse contexto, os países começam a entender que as medidas de

proteção ambiental não foram inventadas para impedir o desenvolvimento econômico

(Backer, 1995), mas para permitir o uso racional do meio ambiente e sensibilizar a

sociedade para as responsabilidades sociais, critérios e diretrizes gerais para unir

desenvolvimento econômico e social com planejamento ambiental.

Almeida (2002) conceitua ecoeficiência como um processo de implementação

da visão de ecoeficiência-econômica, a partir da utilização de indicadores de

sustentabilidade. Compreende-se, portanto, que a ecoeficiência trata-se de uma idéia

concebida aliada a métodos e técnicas de desenvolvimento produtivo econômico,

seguro e com o mínimo de gastos energéticos, cujo foco é sustentabilidade ambiental e

econômica.

Para Pereira et al (1997), a ecoeficiência é um processo ativo no qual se

estabelece um modelo eficiente para reduzir os custos das atividades produtivas,

originados do processo de transformação que gera muitos problemas ambientais e

gastos energéticos quando não existe uma gestão ou responsabilidade social, o

33

processo industrial ocorrer de forma a desequilibrar o meio ambiente e a prejudicar o

meio urbano.

Yin (2001) avalia que o surgimento da idéia de ecoeficiência surgiu do próprio

estado de desequilíbrio que o planeta atingiu. Esse processo fez com que tanto

autoridades como ONG’s começassem a se preocupar em melhorar a qualidade de vida

através da concepção da necessidade de criar meios de evitar impactos ambientais.

O surgimento da hipermídia produziu mudanças na arte moderna, ao mesmo

tempo em que se criaram às possibilidades infinitas permitidas pela computação gráfica

na criação de designers que favoreceram a criação de interfaces humano-

computacionais na arquitetura para melhorar a qualidade de vida e incorporar princípios

de ecoeficiência. Conforme Pinto e Gonzáles:

“Neste contexto, ocorreu a influência das raízes do design e da

arte moderna na construção de prédios e residências em uma

interface entre o ideal e a possibilidade de sua realização

permitindo inclusive a inserção de normas ISO de qualidade,

ecoeficiência através do uso da tecnologia para reduzir gastos

energéticos, funcionalidade e salubridade dos ambientes com

menor impacto ambiental”. (PINTO; GONZÁLES, 2005, p. 33)

A tecnologia em conforto alargou seus horizontes na direção de projetar

espaços internos e externos residenciais, o arquiteto defronta-se com um conjunto de

necessidades que deverá levar em consideração no conjunto da obra que sobressai a

questão da salubridade dos espaços internos para o bem estar e a qualidade de vida do

futuro residente.

Yin (2005) avalia que os processos que tem como valores básicos os

indicativos do desenvolvimento com aplicação de técnicas e métodos de ecoeficiência

deverão ter uma postura pró-ativa do setor privado para o desenvolvimento sustentável.

34

Essa inovação embora, lenta na gestão empresarial brasileira, já começa a ser

desenvolvida a partir da escolha de materiais que possam economizar energia elétrica.

Yin analisa que:

“Esse processo envolve o uso racional dos recursos naturais e as

técnicas de eliminação de impactos nas atividades produtivas que

produzem resíduos e dejetos no meio ambiente, assim como os

indicadores ambientais, de desperdícios e de qualidade no

gerenciamento de energia, através da adoção de soluções

criativas, funcionalidade de designer construtivo que permitam a

qualidade de vida”. (YIN, 2005, p. 122)

A inovação favoreceu a perspectiva atual da construção de prédios

ecoeficientes e seguros a partir de práticas inteligentes que dimensionem a tecnologia

como foco de ações para o desenvolvimento de projetos inteligentes na construção de

prédios ecoeficiente. Para atingir essa iniciativa é necessária a adoção de técnicas

estratégicas para o aproveitamento de água de chuva como solução ecológica e

econômica, com sistemas e equipamentos para monitorar e reduzir os consumos

hídricos, energéticos (climatização/aquecimento), solar, gás, entre outros produtos

alternativos viáveis para a construção de prédios ecoeficientes. Conforme Revillion

acentua:

“As necessidades das organizações privadas terem compromisso

com a sustentabilidade, conservação da energia de recursos

hídricos, tratamento de esgotos, preservação de áreas de

importância ambiental, fauna e flora, redução de poluição sonora e

atmosférica, redução de impactos ambientais em novos projetos

de ampliação, reutilização, redução e reciclagem de materiais,

controle de substâncias tóxicas ou agressivas e eliminação de

entulhos e resíduos em áreas determinadas que tenha sofrido

35

alterações práticas para evitar impactos na natureza e práticas

como queima de lixo e desmatamento”. (Revillion, 2001, p. 68)

Os compromissos das organizações deverão passar necessariamente pela

escolha de plano de gestão eficiente associado a um programa de treinamento

corporativo com base em valores e princípios ecoeficientes.

Segundo Yin (2001, p. 218) “por trás da noção de ecoeficiência está a noção de

sustentabilidade como uma oportunidade de implementação de ações ativas para a

qualidade ambiental e a redução do desperdício nas atividades produtivas”. Constata-

se na literatura sobre ecoeficiência que as ações realizadas neste campo são vistas

como oportunidades de negócios entre as grandes organizações como uma espécie de

imagem e marketing, demonstrando a questão da responsabilidade social.

Revillion (2001, p. 19) considera que “o conceito de ecoeficiência é muito amplo

e não tem uma definição ainda constituída de forma a abranger toda a postura que

envolve a sua idéia de criação”. Portanto, autor analisa a sua importância como

fundamento nos negócios atuais e sua atual conjuntura em uma sociedade

informatizada e com desenvolvimento tecnológico.

Na Engenharia os processos passam diretamente pela questão do Eco-

designer. Segundo Stigson:

Começando pela questão das funções do designer na vida pós-

moderna, assim como a concepção de produto e sua utilidade e

praticidade. No designer da construção civil se avaliam os meios

técnicos, conhecimentos e recursos que tornem a produção mais

limpa e segura para se obter um melhor padrão de

desenvolvimento. (STIGSON, 2000, p. 115)

36

Entende-se que existe uma inter-relação entre tecnologia, informação e

ecoeficiência na sociedade atual, como a qualidade de vida é um avanço que depende

da associação entre desenvolvimento econômico e ambiental. A União Européia têm

estimulado a elaboração de pesquisas sobre novas formas de energia e posturas

sustentáveis na produção.

Na visão de Yin:

“Para chegar a uma realidade concreta, já é possível avaliar a

Agenda Política da Ecoeficiência que traz os objetivos e metas

traçados como diretrizes os desafios de identificar novas matrizes

energéticas limpas e renováveis, unindo essa concepção de

ecoeficiência nas relações que envolvem a tecnologias e o

mercado. As formas de atuação nos diversos países são os usos

da informação e a formação qualificada de pessoas em

ecoeficiência para capacitarem os agentes institucionais

locais/regionais para a assunção de um papel mais ativo e eficaz”.

(YIN, 2001, p. 45)

Neste sentido, uma das estratégias para expandir a idéia de ecoeficiência é

vista como a formação competente de pessoas para ajudar no processo de intervenção

na construção de um gerenciamento ecoeficiente.

As posturas desses agentes é proporcionar o conhecimento técnico e

tecnológico para o desenvolvimento de ações ecoeficientes em gestão ambiental e

energética. Segundo Salvador:

“Os setores privados têm grandes ganhos econômicos e de

marketing quando aplicam princípios do desenvolvimento

sustentável, uso racional dos recursos, a eliminação dos

desperdícios e a eliminação de resíduos de construção, colocando

37

em pauta valores da ecoeficiência ao produzir serviços de

Engenharia Civil”. (SALVADOR, p. 44)

A ecoeficiência é a conciliação das diretrizes econômicas com a adequada

situação de gerência ambiental, salvaguardando o meio urbano ou rural dos impactos e

gerando formas de eliminar os desperdícios através de técnicas para ampliar a

capacidade de criar sistemas para o avanço da sustentabilidade.

Segundo Mendes (2008, p. 28) “é possível à gestão na Engenharia Civil utilizar

todos os valores da ecoeficiência através de um processo integrado de gestão da

qualidade a partir da eliminação dos desperdícios de matérias-primas e energia”. Para

que as organizações coloquem em prática a ecoeficiência devem conhecer e aplicar as

leis e colocar na prática os aspectos regulatórios do meio ambiente conciliando

posturas pró-ativas com os aspectos econômicos.

Na Engenharia Civil atualmente, diante da competitividade, as organizações se

preocupam em garantir nas construções as tecnologias limpas com os valores da

ecoeficiência. Dentre os processos de tecnologia limpa, as energias que são capazes

de melhorar o cuidado com a qualidade do meio ambiente, à exemplo das Estações de

Tratamento de Efluentes (ETE), favorecendo a aplicação de Engenharia Sanitária no

tratamento da água, nas unidades no tratamento de efluentes para a manutenção de

um esgoto limpo, conforme os parâmetros da legislação ambiental.

Outra forma de realizar valores da ecoeficiência é o uso de alternativas

renováveis, tendo como base o uso de painéis de solares para captação de energia

solar. Neste sentido, podem-se adotar inúmeras tendências tecnologias de controle de

desperdícios e economia de energia, através do uso de materiais mais econômicos e

tecnologias limpas, baratas e eficientes.

38

CAPÍTULO III

3. O GERENCIAMENTO E AS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS

NA REDUÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A finalidade deste capítulo é demonstrar como as organizações que

desenvolvem o gerenciamento ambiental estão usando as inovações tecnológicas para

criação de alternativas de gerenciar os impactos da construção civil.

3.1 O Gerenciamento dos Resíduos Sólidos da Construção Civil

Entende-se por gerenciamento todas as atividades que envolvem a

necessidade de organização e planejamento das ações visando o contexto global da

situação, ou seja, levando em consideração todos os pontos ligados ao elemento

gerenciado.

No caso do gerenciamento de resíduos de construção e demolição, de acordo

com a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), nº 307, do ano

de 2002 cada município é responsável por redigir uma política municipal. Esta Política

municipal deve determinar as diretrizes de organização do fluxo de destinação deste

tipo de resíduo, contemplando a proibição da disposição destes resíduos em aterros

sanitários, bem como pontuar um local destinado para a coleta, não esquecendo a

relevância da reutilização e reciclagem. (CHAVES ET AL, 2006, p. 03)

39

Segundo Barbieri (2004, p. 26) “os resíduos sólidos de construção e demolição

são na maioria das vezes jogados em lugares clandestinos e nos terrenos baldios”,

favorecendo além do impacto ambiental a impossibilidade de reaproveitamento.

Para Barbieri em relação aos prejuízos causados pelo destino inadequado dos

resíduos sólidos de construção e demolição, tem-se:

“O problema principal desse tipo de resíduo, do ponto de vista

ambiental e até estético, é a sua deposição irregular, incentivando

a criação de pontos de lixo. Por outro lado, do ponto de vista

financeiro, esse descarte irregular onera as administrações

municipais, que acabam tendo de responsabilizar-se pela remoção

e disposição desses resíduos acumulado”. (BARBIERI, 2004, p.

78)

Assim, ao criar estes pontos de lixo, a própria população se familiariza com

aqueles determinados locais e passam a jogar o lixo comum junto com os resíduos

sólidos de construção e demolição.

Conforme John (2004) realizou uma pesquisa titulada Deposições irregulares

de resíduos na cidade de São Paulo com o objetivo de investigar possíveis causas de

persistência da deposição irregular de RCD nas vias públicas das grandes cidades.

Assim, foi detectado que entre os motivos que prejudicam o gerenciamento do

resíduo sólido da construção civil, a carência de políticas de gerenciamento de resíduos

de construção e demolição, a locação de recursos para a aplicação de técnicas para o

processo de reciclagem e reaproveitamento, a falta de lugares próximos para a coleta

destes resíduos, bem como a ausência de fiscalização.

40

Estes entraves são conhecidos por muitas cidades que acabam perdendo em

qualidade de vida e em recursos financeiros por não saber gerir os resíduos sólidos da

construção civil corretamente. Segundo Pinto e Gonzáles:

“Os benefícios de um bom gerenciamento de resíduos de

construção e demolição – RCD envolve a reciclagem dos resíduos

da construção civil que podem ser utilizados de diversas maneiras,

podendo na maioria das vezes substituir produtos como a areia, a

brita como também o minério de ferro. Os produtos reciclados

podem e devem ser utilizados na construção de casas populares,

tendo em vista o menor custo e grande oferta, o que os torna mais

acessível”. (PINTO; GONZALES, 2005, p. 23)

O gerenciamento de resíduos sólidos da construção civil traz inúmeros

benefícios, o que demonstra a necessidade de uma maior sensibilização de todos,

sejam empresários ou poder público para utilização destes resíduos. Entretanto,

infelizmente as técnicas utilizadas em gerência de resíduos, não são totalmente

conhecidas e principalmente, utilizadas. De acordo com John em relação ao tipo de

gerenciamento utilizado pela maioria dos municípios conferem que:

“A políticas ambientais adotadas pelos municípios para os

resíduos da construção, têm-se restringido, em grande parte, a

disponibilizar áreas para a deposição controlada. Tal política,

elogiável em parte, é limitada como solução em função da rápida

saturação das áreas disponíveis e pelos elevados custos

envolvidos. Por outro lado, promove a contaminação do solo e das

águas subterrâneas por receber resíduos perigosos incorporados

aos restos de materiais inertes, nos canteiros de obra”. (JOHN,

2004, p. 6)

41

Assim, entende-se que livrar-se dos resíduos e condiciona-los em lugares

aparentemente adequados, como os aterros, não são as melhores soluções para a

destinação dos resíduos, estas atitudes podem proporcionar outros problemas

potenciais ao meio ambiente.

Para Barbieri as soluções para um bom gerenciamento de resíduos se

constituem no aprimoramento das técnicas de reciclagem e reutilização, o que

consequentemente gera maior lucratividade e menor custo.

“Detalhando os processos de reciclagem e reutilização, pode-se

entender o termo reciclagem de resíduos de construção e

demolição como sendo um processo pelo qual se promovem as

mudanças nas propriedades físicas e físico-químicas dos

resíduos, transformando-os em insumos que podem ser produtivos

novamente. No contexto da reutilização, com um

reaproveitamento destes resíduos sem as necessidades das

transformações físico-químicos ou estruturais”. (BARBIERI, 2004,

p. 29)

Estes processos são relevantes para a transformação dos resíduos sólidos

oriundos das atividades da construção civil no aumento no ciclo de vida de materiais

reciclados e reutilizados, além de favorecer a redução de gastos de recursos naturais

representarem entulhos desnecessários para serem materiais de qualidade e

disponíveis a um menor preço, gerando renda e de emprego para a população. Nesse

contexto, segundo Pimenteira:

“Do ponto de vista social, a tecnologia de reciclagem é apontada

como uma das alternativas para a geração de emprego e renda. O

resultado é que além da economia de matéria-prima e energia na

produção de novos agregados, o uso e a reciclagem de resíduos

da construção e demolição proporcionam novas oportunidades de

42

emprego para uma parcela da população que frequentemente é

excluída, que passa a se organizar em grupos e efetivamente a

gerar renda, tanto na coleta (catadores) quanto em cooperativas

de reciclagem (na produção de novos materiais e componentes)”.

(PIMENTEIRA, 2002, p. 44)

Portanto é inegável a importância da gerencia dos resíduos do ponto de vista

social e econômico. É responsabilidade social e civil das organizações a realização de

gerenciamento dos resíduos sólidos da construção civil, como forma de solucionar os

vários problemas com atitudes simples e que podem ser realizadas rotineiramente nos

municípios.

43

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo realizado permitiu evidenciar a importância da gestão de resíduos

sólidos na Construção civil, a competitividade das empresas depende do uso de

tecnologias para a inovação em relação ao uso de recursos da construção civil, a

eliminação de desperdícios e a realização de posturas sócio-ambientais.

Evidenciou-se que a organização que atuam no ramo de construção civil tem as

condições potenciais para gerar vantagem competitiva com a aplicação de diretrizes

ambientais que favorecem a reutilização de resíduos sólidos em processos de

reciclagem.

A problemática apresentada no estudo enfocou o problema dos resíduos e os

impactos das demolições na Construção Civil que causam inúmeras consequências

ambientais e sociais nos grandes centros urbanos. A tecnologia na construção civil tem

produzido mudanças que precisam ser incorporadas no maio número de organizações,

o conceito de ecoeficiência é uma forma de racionalização de processos, redução de

desperdícios e reutilização de materiais reciclados.

As vantagens do uso de técnicas de coeficiência se aplicam aos aspectos da

economicidade que produzem grande inovação de processos, educação corporativa

sócio-ambiental, prática novos procedimentos, novas tecnologias ou diferentes insumos

que estimulem uma nova cultura socioresponsável.

Os resíduos sólidos fazem parte em algumas organizações de projetos em que

se utilizam os restos de demolições originados da Construção Civil, devem ser

utilizados em processos de reciclagem ativa. Neste campo, a aplicabilidade de

gerenciamento de resíduos, através de tecnologias simples e eficientes que estimulem

a ecoeficiência, a partir de técnicas de reutilização e reciclagem.

44

Deste modo, inúmeros materiais de construção civil, inclusive os entulhos de

demolição são componentes que precisam ser devidamente separados para a

realização de reciclagem.

É papel dos gestores desenvolverem técnicas de gestão de resíduos sólidos, a

responsabilidade sócio-ambiental representa no processo produtivo, um avanço na

Engenharia de produção, as iniciativas e progressos em métodos e técnicas de uso de

resíduos sólidos, favorece vantagens competitivas.

45

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CLARK, O. A. C; CASTRO, A. A. A Pesquisa Odontológica Brasileira: Métodos e Técnicas. São Paulo, v. 17, Suplemento 1, p. 67-69, mai. 2003. CHAVES, Arthur Pinto et al. Tecnologia mineral e suas aplicações na reciclagem de resíduos de construção e demolição. Ministério da ciência e tecnologia, Rio de Janeiro, 2006. HENRIQUES, R. M. Aproveitamento energético dos resíduos sólidos urbanos: uma abordagem tecnológica. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2004. GUAZZELLI, Nélio Nivaldo. Resíduos nas edificações e danos à drenagem urbana –recomendações acerca de fatores culturais, legais e produtivos, para a cidade de Umuarama – PR. Dissertação de Mestrado, Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa. Florianópolis, 2001. JOHN, V. M. Reciclagem de resíduos na construção civil: contribuição à metodologia de pesquisa e desenvolvimento. São Paulo: Aventer, 2000. JÚNIOR, Nelson Boechat Cunha. Cartilha de gerenciamento de resíduos sólidos para a construção civil. SINDUSCON-MG, 2005. MELO, Francisco P. de; FROES, César. Responsabilidade social e cidadania empresarial: a administração no terceiro setor. Rio de Janeiro: Quality Mark, 1999. PIMENTEIRA, C. A. Aspectos Sócio-Econômicos da Gestão de Resíduos Sólidos no Rio de Janeiro: Uma Análise Insumo Produto. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Engenharia, 2002. PINTO, Tarcísio de Paula; GONZÁLES, Juan Luís Rodrigo. Manejo e gestão de resíduos da construção civil. Brasília: Caixa, 2005. ROCHA, Eider Gomes de Azevedo. Os resíduos sólidos de construção e demolição: gerenciamento, quantificação e caracterização: Um estudo de caso no Distrito Federal. Dissertação de mestrado em estruturas e construção civil da Universidade de Brasília, 2000. SOUZA, U. E. L. Como reduzir perdas nos canteiros: Manual de gestão do consumo de materiais na construção civil. Ed. Pini, São Paulo, 2005. TUCCI, Carlos E. M. e COLLISCHONN Walter. Drenagem urbana e controle de erosão. São Paulo: Apontamentos, 2007.

46

YIN, Nelton Martins. Uma Contribuição ao Estudo da Logística no sub-setor de Edificações: Estudos de Caso em Canteiros de Obra de Vitória-ES. Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Espírito Santo. WOOD JR., Thomaz. Mudança organizacional. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

47

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO ............................................................................................ 01

AGRADECIMENTOS .......................................................................................... 02

DEDICATÓRIA ................................................................................................... 03

RESUMO............................................................................................................. 04

ABSTRACT ......................................................................................................... 05

METODOLOGIA ................................................................................................ 06

INTRODUÇÃO .................................................................................................... 09

CAPÍTULO I

1. A CONSTRUÇÃO CIVIL: A QUESTÃO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS

SÓLIDOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO ................................................ 12

1.1 A indústria da construção civil ....................................................................... 12

1.2 A geração de Resíduos Sólidos de Construção e Demolição por

meio das atividades da Construção civil ............................................................. 14

1.3 A situação dos Resíduos Sólidos da Construção civil ................................... 17

CAPÍTULO II

2. 2. O IMPACTO AMBIENTAL CAUSADO PELA CONSTRUÇÃO CIVIL

NÃO SUSTENTÁVEL E A QUESTÃO DA QUALIDADE DE VIDA .................... 20

2.1. Noção de impacto Ambiental ....................................................................... 20

2.2 A construção civil e sua relação com a sustentabilidade Ambiental e a

qualidade de vida ................................................................................................ 23

CAPÍTULO III

3. 3. O GERENCIAMENTO E AS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NA

REDUÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................................... 38

3.1 O Gerenciamento dos Resíduos Sólidos da Construção Civil ....................... 38

48

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 44

ÍNDICE ................................................................................................................ 46

ÍNDICE DE FIGURAS ......................................................................................... 48

ANEXOS ............................................................................................................. 49

O AUTOR ................................................................................... 52

49

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: Resíduos da Construção Civil recicláveis .......................................... FIGURA 2: Os choques que se operam no processo produtivo...........................

50

ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Artigos especializados;

Anexo 2 >> Cartilha de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Anexo 3 >> Internet; Anexo 4 >> Figuras.

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ANEXOS I

TECNOLOGIA MINERAL E SUAS APLICAÇÕES NA RECICLAGEM DE

RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO

Arthur P. Chaves, Sérgio C. Ângulo, Salvador L. M. Almeida, Francisco M., Vanderley

M. John

Este artigo discute a reciclagem de resíduos de construção e demolição (RCD),

apresentando novas perspectivas da Engenharia Mineral para estações de triagem e

transbordo e usinas de reciclagem. É possível maximizar o retorno da reciclagem

através da produção de agregados de melhor qualidade e maior valor agregado

mediante a correta aplicação das técnicas. Aspectos da reciclagem do RCD são

discutidos através de considerações sobre a adequada utilização de operações

unitárias e equipamentos da Tecnologia Mineral. Algumas medidas são sugeridas para

produzir agregados reciclados de qualidade semelhante aos agregados naturais e

concretos com desempenho mecânico similares: a) emprego de britadores de impacto

para destacar a argamassa do concreto e dos materiais cerâmicos, através do

mecanismo de fratura predominantemente intergranular, reduzindo a freqüência de

partículas mistas, b) emprego de peneiramento via úmida para lavar as partículas

grosseiras e, ciclones ou classificadores espiral, para eliminar os finos presentes e o

solo, c) aplicação da separação densitária para separar rochas e concretos de

qualidade melhor, da fração porosa (argamassas e cerâmica vermelha) de qualidade

inferior, e d) eventualmente, se necessário utilizar as demais operações como “sorting”

óptico, separação magnética, separação por forma, entre tantas.

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ANEXO II

53

ANEXO III

MANUAIS DA INTERNET

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ANEXOS IV

FIGURAS

Fonte: John (2000, p. 131)

Figura 01: Resíduos da Construção Civil recicláveis

Fonte: Librelotto (2005, p. 25) Figura nº 02 – Os choques que se operam no processo produtivo

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O AUTOR

Adilson Azevedo de Brito - Aluno do Curso de Gestão Ambiental