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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO "LATO SENSU"
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A DIVERSIDADE DA ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO X PSICÓLOGO
EDUCACIONAL NO AMBIENTE ESCOLAR
Por: Dalciene Cunha da Costa
Orientadora: Maria Poppe
Rio de Janeiro, Setembro de 2007
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO "LATO SENSU"
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A DIVERSIDADE DA ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO X PSICÓLOGO
EDUCACIONAL NO AMBIENTE ESCOLAR
Apresentação de monografia à
Universidade Candido Mendes
como requisito parcial para obtenção
do grau de especialista em
Psicopedagogia Institucional.
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AGRADECIMENTOS
Á orientadora Maria Poppe, por sua ajuda e
apoio durante o desenvolvimento deste
trabalho.
Á minha família, pelo apoio em todos os
momentos
Á minha amiga Aline, por estar junto em mais
uma caminhada acadêmica, compartilhando os
momentos de alegrias e nervosismos e pelos
seus incentivos.
A minha gratidão a todos vocês!
4
DEDICATÓRIA
Aos meus pais como prova de
meu eterno amor e agradecimento por
tudo que me permitiram realizar e por
tudo que ainda realizarei em minha
vida.
Ao meu pai Edeberto, ausente
fisicamente, porém mais vivo do que
nunca em minha memória e em meu
coração, presente em todos os
momentos de minha vida.
Á minha mãe Lecy, por seu
amor incondicional, por sua força e
dignidade, pelo seu exemplo de
mulher e de mãe.
Para vocês eu dedico este
trabalho e todas as vitórias de minha
vida, hoje e sempre.
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RESUMO
Este trabalho traz, inicialmente, um breve panorama da trajetória, da
prática e das concepções da Psicopedagogia e da Psicologia Educacional no
processo histórico, político e social no Brasil, desde o surgimento das
profissões. Trata da atuação do Psicopedagogo e do Psicólogo Educacional,
que tem como função facilitar as relações interpessoais dos educandos,
observando as suas necessidades e se informando como os educadores
definem o seu exercício no ambiente escolar e os recursos que utilizam para
desemprenhar as suas funções sobre aspectos relacionados ao crescimento e
ao desenvolvimento humano que, possilbilita ao educando vivenciar
experinências que possam ajudá-los durante toda a sua existências.
O trabalho nos levará a reflitir sobre as implicações paradigmáticas
envolvidas na atuação do Psicopedagogo e do Psicólogo Educacional no s dias
de hoje, que tem sido modificada ao longo de sua trajetória voltando-se para
uma prática relacional, baseada em um pressuposto do ser humano em
construção histórica e social, focalizando a diversidade de atuação dos
profissionais nas séries iniciais do ensino fundamental.
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METODOLOGIA
Esta monografia parte de um estudo bibliográfico e comparativo,
envolvendo a trajetória da Psicopedagogia e da Psicologia Educacional no
Brasil e as suas atribuições e diversidade de suas atuações nas séries iniciais
do ensino fundamental sem se desviar do foco principal, que é o de contribuir
para a formação produtiva dos seus futuros educandos.
Com base nesse estudo teórico de cunho reflexivo, foram utilizadas
idéias proveitosas dos autores Jacques Lacan, Maud Mannoni, Françoise
Dolto, George Mauco, Janine Mery, Pierre Vayer e Maurice Debesse entre
outras obras , que me axuliou para o entendeimento e na reflexão deste
trabalho.
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SUMÁRIO
Introdução………………………………………………………………………………7
Capítulo 1. Psicopedagogia
1.1. Trajetória da Psicopedagogia…………………………………………………10
1.2. Psicopedagogia Institucional……………….…………………………………15
1.3. A Atuação do Psicopedagogo……………………………………………….…17
1.3.1. O Psicopedagogo no Ambiente Escolar….……………………………..…18
1.4. As Atribuições do Psicopedagogo ……………………………………………21
Capítulo 2. Psicologia Educacional
2.1. Trajetória da Psicologia Educacional.............................................. ………25
2.2. Atuação do Psicólogo Educacional.............................................................28
2.2.1. Atuação do Psicólogo Educacional no Ambiente Escolar.......................32
2.3. As Atribuições do Psicólogo Educacional.................................................. 35
Capítulo 3. Diversidade das Atuações
3.1. As principais diferenças no enfoque de atuação entre o Psicopedagogo e o
Psicólogo Educacional ......................................................................................40
3.2. As principais semelhanças no enfoque de atuação entre o Psicopdagogo e
o Psicólogo Educacional ...................................................................................45
Conclusão .........................................................................................................47
Bibliografia ........................................................................................................50
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INTRODUÇÃO
Partindo do pressuposto que todos os profissionais da área de educação
tem como objetivo formar cidadãos críticos , pensantes e atuantes em uma
sociedade que busca cada vez mais nos alienar, portanto, almejar os meios
primordiais para uma educação justa e igualitária, tendo em vista que o
pensamento pedagógico supõe a faculdade de pensar. Assim, tratar da
atuação do Psicopedagogo e do Psicólogo Educacional, que tem como função
facilitar as relações interpessoais dos educandos, observando as suas
necessidades e se informando como os educadores definem o seu exercício no
ambiente escolar e os recursos que utilizam para desempenhar as suas
funções, pois a aprendizagem não pode ser encarada apenas como o ensinar a
ler e a escrever, mas a abordagem de vários aspectos relacionados ao
cresciemnto e ao desenvolvimento humano que, possibilita ao educando
vivenciar experiências que possam ajudá-los durante toda a sua existência.
Cabe aos Psicopedagogos e aos Psicólogos Educacionais dentro de suas
atribuições profissionais, atuar no contexto como sujeito bio-psico-social, onde
transformar está relacionado a uma dinâmica de vida.
Este trabalho iniciou-se a partir do interesse em descobrir as
contribuições do Psicopedagogo e do Psicólogo Educacional no ambiente
escolar, com a intenção de detalhar a área de atuação de cada profissional,
demostrando a diversidade de realidades práticas e funcionais, sem desviar do
foco que é o de contribuir para a formação produtiva dos educandos.
Nessa perspectiva, este trabalho nos levará a refletir sobre as
implicações paradigmáticas envolvidas na atuação do Psicopedagogo e do
Psicólogo Educacional nos dias de hoje, que tem sido modificada radicalmente
ao longo de sua história voltando-se para uma prática relacional, baseada em
um pressuposto do ser humano em construção histórica e social. Entretanto,
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favorece a uma distorção relativa ao perfil e à atuação do Psicopedagogo e do
Psicólogo Educacional, rotulando-os como um “especialista” para o
diagnóstico e o tratamento de dificuldades de aprendizagem, minimizando a
responsabilidade de diferentes fatores e sujeitos envolvidos no processo. Como
conseqüência, verifica-se uma acanhada repercussão do trabalho desses
profissionais, no que se refere ao alcance de resultados que ajudem o
educando a avançar no processo de aprendizagem e em seus transtornos, e o
conseqüente questionamento de seu papel profissional, assim como o da
lógica de sua existência.
A atuação do Psicopedagogo e do Psicólogo Educacional no ambiente
escolar, terá maiores chances de alcançar seus objetivos, na medida em que
eles sejam compreendidos como agentes de um processo sistemático e
intencional, em qualquer contexto educacional.
Porém, confrontando posturas, estes profissionais que atuam nas
instituições de ensino, deparam-se com inúmeras dificuldades: falta de
compreensão de outros profissionais da educação acerca do papel do
Psicopedagogo e do Psicólogo Educacional na escola; a manutenção de uma
prática excludente, individualista (o problema está no educando ou na sua
família), caracterizando um pensamento cartesiano e linear de causalidade,
poderá criar espaços de reflexão junto aos sujeitos da escola, visando criar
condições mais justas de existência.
De acordo com o abordagem histórico-cultural e a teoria sistêmica, este
trabalho visa apresentar formas de compreensão e reflexão acerca da
diversidade de atução dos Psicopedagogos e dos Psicólogos Educacionais na
escola, cujos resultados apontam para uma nova prática desses profissionais.
O primeiro capítulo deste trabalho apresenta uma retrospectiva histórica
da evolução da Psicopedagogia no Brasil, compreendida sob vários olhares de
autores como: Jacques Lacan ; Maud Mannoni; Françóise Dolto; George
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Mauco; Janine Mery; Pierre Vayer e Maurice Debesse, que deram eixos à ação
Psicopedagógica ao trabalhar a aprendizagem humana neste processo.
Analisando os enfoques desde os seus primórdios até dias atuais, procurando
mostrar como a Psicopedaigia vem desenvolvendo a sua práxis, a sua
atuação no ambiente escolar e as suas atribuições, visando uma melhora na
qualidade do ensino.
O segundo capítulo aborda a trajetória da Psicologia Educacional,
destacando a sua atuação no ambiente escolar e as suas atribuições .
O terceiro capítulo aborda as difrenças e semelhanças na atuação do
Psicopedagogo e do Psicólogo Educacional no ambiente escolar .
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CAPÍTULO I
PSICOPEDAGOGIA
Desde algum tempo, a aprendizagem vem sendo tema de vários
estudos feitos com a finalidade de buscar a maneira correta de ensinar para
que as crianças tenham possibilidades de se tornarem cidadãos capazes e
conscientes de sua missão durante a vida. Mas a realidade que encontramos,
são inúmeras teorias que deveriam dar certo, em relação ao alto índice de
repetência, de evasão e ainda de educandos que acumulam conteúdos ao
invés de aprendê-los, a indisciplina e vários outros conflitos de personalidade.
A Psicopedagogia estuda as características da aprendizagem humana:
como se aprende, como essa aprendizagem varia evolutivamente e está
condicionada por vários fatores, como se produzem as alterações na
aprendizagem, como reconhecê-las, tratá-las e preveni-las. A psicopedagogia
surge como norteadora dos procedimentos necessários ao trabalho com
crianças que apresentam barreiras à sua aprendizagem. Através de estudos
nas áreas da psicanálise, psicologia social e epistemologia genética, a
psicopedagogia objetiva o reconhecimento das capacidades da criança visando
retirar o obstáculo que a impede de aprender.
A Psicopedagogia nasceu da necessidade de contribuir na busca de
soluções para a dificil questão do problema de aprendizagem. E este primeiro
capítulo busca apresentar a trajetória da Psicopedagogia no Brasil, a sua
atuação e as atribuições no contexto educacional.
1.1. Trajetória da Psicopedagogia
A Psicopedagogia nasceu na Europa, ainda no século XIX, devido à
necessidade de contribuir na busca de soluções para a difícil questão do
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problema de aprendizagem. Os filósofos, os médicos e os educadores foram os
primeiros a pensarem sobre esse assunto. A Psicopedagogia está fortemente
marcada pela literatura francesa, na qual é possível destacar alguns autores
como, Jacques Lacan, Maud Mannoni, Françoise Dolto, George Mauco, Janine
Mery, Pierre Vayer e Maurice Debesse.
A literatura francesa conta com o trabalho de Janine Mery,
psicopedagoga francesa – que apresenta algumas considerações sobre o
termo Psicopedagogia e sobre a origem dessas idéias na Europa, e os
trabalhos de George Mauco, fundador do primeiro centro médico-
psicopedagógico na França onde se percebe as primeiras tentativas de
articulação entre Medicina, Psicologia, Psicanálise e Pedagogia, na solução
dos problemas de comportamento e de aprendizagem.
O termo psicopedagogia curativa, adotado por Janine Mery, é usado
para caracterizar uma ação terapêutica que considera aspectos pedagógicos e
psicológicos no tratamento de crianças que apresentam fracasso escolar.
Janine Mery aponta o século XIX como aquele em que teve início o interesse
por compreender e atender portadores de necessidades especiais e outros
problemas relacionados ao comprometimento da aprendizagem. Segundo essa
autora, no final do século XIX, educadores como Itard, Pereire, Pestalozzi e
Seguin começaram a se dedicar às crianças que apresentavam problemas de
aprendizagem em razão de vários tipos de distúrbios. Mery aponta esses
educadores como pioneiros no tratamento dos problemas de aprendizagem,
observando, porém, que eles se preocupavam mais com as deficiências
sensoriais e debilidade mental do que propriamente com a desadaptação
infantil.
Em 1946 foram fundados os primeiros centros psicopedagógicos, onde
buscava-se unir conhecimentos da Psicologia, da Psicanálise e da Pedagogia
para tratar comportamentos socialmente inadequados de crianças, tanto na
escola como no lar, objetivando a sua adaptação .
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A partir de 1948, entretanto, o termo pedagogia curativa passa a ser
definido como terapêutica para entender a crianças e adolescentes
desadaptados que, embora inteligentes, tinham maus resultados escolares. A
Pedagogia Curativa introduzida na França poderia ser entendida como “método
que favorecia a readaptação pedagógica do aluno”, uma vez que pretendia
tanto auxiliar o sujeito a adquirir conhecimentos, como também desenvolver a
sua personalidade.
Ainda na fase do seu desenvolvimento, os conhecimentos
psicopedagógicos, os fatores etiológicos eram utilizados para explicar índices
alarmantes do fracasso escolar. Esses fatores envolviam quase que
exclusivamente aspectos individuais como desnutrição, problemas
neurológicos, psicológicos, etc. No Brasil, particularmente, durante a década de
70, foi amplamente difundido o rótulo de Disfunção Cerebral Mínima – DCM -
para as crianças que apresentavam, como sintoma proeminente, distúrbios na
escolaridade.
O objeto central de estudo da Psicopedagogia está se estruturando em
torno do processo de aprendizagem humana: seus padrões evolutivos normais
e patológicos – bem como a influência do meio (família, escola, sociedade) no
seu desenvolvimento. A Psicopedagogia estuda o ato de aprender e ensinar,
levando sempre em conta as realidades interna e externa da aprendizagem,
tomadas em conjunto. E, mais, procurando estudar a construção do
conhecimento em toda a sua complexidade, procurando colocar em pé de
igualdade os aspectos cognitivos, afetivos e sociais que lhe estão implícitos.
Segundo Visca (97), a Psicopedagogia, que inicialmente foi uma ação
subsidiária da Medicina e da Psicologia, perfilou-se como um conhecimento
independente e complementar, possuída de objeto de estudo – o processo de
aprendizagem – e de recursos diagnósticos, corretores e preventivos próprios.
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Atualmente, a Psicopedagogia trabalha com uma concepção de
aprendizagem, segundo a qual, participa desse processo um equipamento
biológico com disposições afetivas e intelectuais que interferem na forma de
relação do sujeito com o meio, sendo que essas disposições influenciam e são
influenciadas pelas condições sócio-culturais do sujeito e do seu meio.
Ao psicopedagogo cabe saber como se constitui o sujeito, como este se
transforma em suas diversas etapas de vida, quais os recursos de
conhecimento de que ele dispõe e a forma pela qual produz conhecimento e
aprende. É preciso, também, que o psicopedagogo saiba o que é ensinar e o
que é aprender; como interferem os sistemas e métodos educativos; os
problemas estruturais que intervém no surgimento dos transtornos de
aprendizagem e no processo escolar.
Para Fernández (96) , esse saber só é possível com uma formação que
os oriente sobre três pilares:
1) Prática clínica
2) Construção teórica
3) Tratamento picopedagógico-didático
4)
Sendo assim, são duas a formas básicas de atuação desse profissional
– o psicopedagogo: a clínica, mais voltada para a recuperação; e a
Institucional, mais voltada para a prevenção. É válido ressaltar a importância do
Psicopedagogo também como um pesquisador, no que diz respeito à
aprendizagem e desenvolvimento.
Institucionalmente, o psicopedagogo pode trabalhar prestando
assessoria aos professores e demais educadores para que estes possam
melhorar a qualidade de sua atuação, através de reflexões sobre questões
pedagógicas e de novas alternativas de trabalho, propiciando a análise de
como acontece o processo de ensino-aprendizagem, frizando sempre a
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importância dos fatores orgânicos, cognitivos, afetivos/sociais e pedagógicos,
na construção do conhecimento pelos indivíduos cognoscentes. Além disso, a
sua função também perpassa a instalação de um clima de cooperatividade
entre todos os profissionais da escola, possibilitando a participação destes, na
construção do Projeto Pedagógico, em discussões sobre situações e casos
especiais ocorridos com os alunos.
Ainda falando sobre a atuação do psicopedagogo na escola, esta
também configura-se no atendimento aos alunos com problemas de
aprendizagem já instalados (realizando atividades com grupos) bem como, na
prevenção dos mesmos, buscando realizar um trabalho global junto aos
educandos, através do desenvolvimento do raciocínio e resgate da auto-
estima, a fim de despertar o prazer e a vontade de aprender.
Em se tratando do atendimento clínico, o psicopedagogo deve procurar
mediante escuta sensível, estabelecer um diagnóstico que deve caracterizar-se
por ter um caráter investigatório, interventivo e contínuo, a fim de mobilizar
ações que venham levantar hipóteses sobre as possíveis causas que estão
intervindo no processo de construção da aprendizagem.
Os instrumentos utilizados nesta modalidade são: entrevistas com a
família, entrevistas com o sujeito, contato com a escola e com outros
profissionais que venham complementar o diagnóstico e, por fim, a devolutiva,
na qual o profissional solicitado irá fazer uma síntese do processo que foi
realizado, durante o período terapêutico, pontuando a necessidade ou não de
encaminhar o educando para um outro especialista.
No Brasil, os primeiros cursos de especialização em Psicopedagogia no
final da década de 70, foram idealizados para complementar a formação dos
psicólogos e de educadores que buscavam soluções para os problemas de
aprendizagem.
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Em 1979 foi criado o primeiro curso regular de Psicopedagogia, no
Instituo Sedes Sapientiae, em São Paulo, iniciativa de Maria Alice Vassimon,
pedagoga e psicodramatista, e Madre Cristina Sodré Dória, diretora do
Instituto.
A nova abordagem desse curso pioneiro reflete a mudança na forma de
conceber a problemática do fracasso escolar e a busca pela identidade desse
profissional brasileiro, que nasce como reeducador e que, ao longo do tempo,
amplia o seu compromisso assumindo a responsabilidade com a diminuição
dos problemas de aprendizagem nas escolas e, conseqüentemente, com a
redução dos altos índices de fracasso escolar.
Enquanto elemento de organização formal de uma categoria profissional
não reconhecida legalmente, a Associação Brasileira de Psicopedagogia
(ABPp) tem sido responsável pela organização de eventos de dimensão
nacional, bem como por publicações cujos temas retratam as preocupações e
tendências na área.
1.2. Psicopedagogia Institucional À instituição escolar caberia trabalhar com o processo de aprendizagem,
desenvolvendo habilidades de racíocinio lógico, soluções de problemas,
apropriação de conhecimento vitais ao indivíduo e a coletividade, enfim,
preparar o sujeito para o futuro, baseando nos saberes possíveis de
adaptações e atulização que as incertezas provocam, ou seja, trabalhar com o
“como pensar”e não o “que pensar”.
Através dos estudos realizados baseando-se na Psicopedagogia
Institucional pôde-se observar quais os aspectos que, pertencentes ao
processo de “ensinagem”estavam obstacularizando o processo de
aprendizagens de muitos educandos.
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Torna-se difícil, num primeiro momento, citar os aspectos que podem se
efetivar como entraves a aprendizagem e à participação dos educandos, pois,
como cada processo é individual ( ponto de vista do educando), também será
bastante particular a cada grupo ( do ponto de vista da instituição).
A escola cabe, ensinar, isto é, garantir a aprendizagem de certas
habilidades e conteúdos/conhecimentos que são necessários para a vida em
sociedade. Oferecendo instrumentos de compreensão da realidade local e,
também favorecendo a participação dos educandos em relações sociais
diversificadas e cada vez mais amplas. A vida escolar possibilita exercer
diferentes papéis, em grupos variados, facilitando a integração dos jovens no
contexto maior. Para cumprir sua função social, a escola precisa considerar as
práticas de nossa sociedade, sejam elas de natureza econômica, política,
social, cultural, ética ou moral.
As escolas existem para agir no mundo, na sociedade e na história. Agir
planejadamente, intencionalmente, a escola constitui-se em uma organização
sistêmica aberta, conjunto de elementos, que interagem e se influenciam
mutuamente, conjunto esse relacionado, na forma de troca de influências, ao
meio em que se insere.
Dessa forma, qualquer mudança em qualquer elementos da escola
produz mudanças nos outros elementos, mudança essa que provoca novas
mudanças no elemento iniciador, e assim sucessivamente.
Tendo por linha de ação empregar com empenho todos os esforços
para assistir a escola, os educadores, os responsáveis, não para resolverem o
problema, mas sim a desenvolverem, por meio da resolução desse problema,
novas habilidades, percepções, entendimentos, o enfoque da consultoria é o
desenvolvimento dos seus recursos humanos, a fim de que, gradativamente, se
torne mais eficientes na realização do processo educativo.
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A intervenção Psicopedagógica institucional, em seu processo, tem
como fins últimos a auto-análise e a auto gestão. Uma vez o grupo encontrado
o caminho para localizar/identificar suas barreiras à aprendizagem e à
participação e, promovendo sua superação, encontra-se-à finalizando o
trabalho da intervenção psicopedagógica.
1.3. A Atuação do Psicopedagogo
O Psicopedagogo pode atuar em diversas áreas, de forma preventiva e
terapêutica, para compreender os processos de desenvolvimento e das
aprendizagens humanas, recorrendo a várias estratégias objetivando se ocupar
dos problemas que podem surgir.
Numa linha preventiva, o psicopedagogo pode desempenhar uma
prática docente, envolvendo a preparação de profissionais da educação, ou
atuar dentro da própria escola. Na sua função preventiva, cabe ao
psicopedagogo detectar possíveis perturbações no processo de aprendizagem;
participar da dinâmica das relações da comunidade educativa a fim de
favorecer o processo de integração e troca; promover orientações
metodológicas de acordo com as características dos indivíduos e grupos;
realizar processo de orientação educacional, vocacional e ocupacional, tanto
na forma individual quanto em grupo.
Numa linha terapêutica, o psicopedagogo trata das dificuldades de
aprendizagem, diagnosticando, desenvolvendo técnicas remediativas,
orientando pais e educadores, estabelecendo contato com outros profissionais
das áreas psicológica, psicomotora, fonoaudiológica e educacional, pois tais
dificuldades são multifatoriais em sua origem e, muitas vezes, no seu
tratamento. Esse profissional deve ser um mediador em todo esse processo,
indo além da simples junção dos conhecimentos da psicologia e da pedagogia.
O Psicopedagogo pode atuar tanto na Saúde como na Educação, já que
o seu saber visa compreender as variadas dimensões da aprendizagem
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humana. Da mesma forma, pode trabalhar com crianças hospitalizadas e seu
processo de aprendizagem em parceria com a equipe multidisciplinar da
instituição hospitalar, tais como psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e
médicos.
No campo empresarial, o psicopedagogo pode contribuir com as
relações, ou seja, com a melhoria da qualidade das relações inter e
intrapessoais dos indivíduos que trabalham na empresa.
1.3.1. O Psicopedagogo na Instituiçao Escolar Diante do baixo desempenho acadêmico, as escolas estão cada vez
mais preocupadas com os educandos que têm dificuldades de aprendizagem,
não sabem mais o que fazer com as crianças que não aprendem de acordo
com o processo considerado normal e não possuem uma política de
intervenção capaz de contribuir para a superação dos problemas de
aprendizagem.
Neste contexto, o Psicopedagogo Institucional, como um profissional
qualificado, está apto a trabalhar na área da educação, dando assistência aos
educadores e a outros profissionais da instituição escolar para melhoria das
condições do processo ensino-aprendizagem, bem como para prevenção dos
problemas de aprendizagem.
Por meio de técnicas e métodos próprios, o Psicopedagogo possibilita
uma intervenção psicopedagógica visando à solução de problemas de
aprendizagem em espaços institucionais. Juntamente com toda a equipe
escolar, está mobilizado na construção de um espaço adequado às condições
de aprendizagem de forma a evitar comprometimentos. Elege a metodologia
e/ou a forma de intervenção com o objetivo de facilitar e/ou desobstruir tal
processo.
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Os desafios que surgem para o Psicopedagogo dentro da instituição
escolar relacionam-se de modo significativo. A sua formação pessoal e
profissional implicam a configuração de uma identidade própria e singular que
seja capaz de reunir qualidades, habilidades e competências de atuação na
instituição escolar.
A Psicopedagogia é uma área que estuda e lida com o processo de
aprendizagem e com os problemas dele decorrentes. Acreditamos que, se
existissem nas escolas psicopedagogos trabalhando com essas dificuldades, o
número de crianças com problemas seria bem menor.
Ao Psicopedagogo cabe avaliar o educando e identificar os problemas
de aprendizagem, buscando conhecê-lo em seus potenciais construtivos e em
suas dificuldades, encaminhando-o, por meio de um relatório, quando
necessário, para outros profissionais - psicólogo, fonoaudiólogo, neurologista,
etc. que realizam diagnóstico especializado e exames complementares com o
intuito de favorecer o desenvolvimento da potencialização humana no processo
de aquisição do saber.
Segundo Dembo (apud FERMINO et al, 1994, p.57), "Evidências
sugerem que um grande número de alunos possuem características que
requerem atenção educacional diferenciada". Neste sentido, um trabalho
psicopedagógico pode contribuir muito, auxiliando os educadores a
aprofundarem seus conhecimentos sobre as teorias do ensino-aprendizagem e
as recentes contribuições de diversas áreas do conhecimento, redefinindo-as e
sintetizando-as numa ação educativa. Esse trabalho permite que o educador se
olhe como aprendente e como ensinante.
Além do já mencionado, o psicopedagogo está preparado para auxiliar os
educadores realizando atendimentos pedagógicos individualizados,
contribuindo para a compreensão de problemas na sala de aula, permitindo ao
educador ver alternativas de ação e ver como as demais técnicas podem
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intervir, bem como participando do diagnóstico dos distúrbios de aprendizagem
e do atendimento a um pequeno grupo de educandos.
Para o Psicopedagogo, a experiência de intervenção junto ao educador,
num processo de parceria, possibilita uma aprendizagem muito importante e
enriquecedora, principalmente se os educadores forem especialistas nas suas
disciplinas. Não só a sua intervenção junto ao educador é positiva. Também o
é a sua participação em reuniões de responsáveis, esclarecendo o
desenvolvimento dos filhos; em conselhos de classe, avaliando o processo
metodológico; na escola como um todo, acompanhando a relação educador e
aluno, aluno e aluno, aluno que vem de outra escola, sugerindo atividades,
buscando estratégias e apoio.
Segundo Bossa (1994, p.23),
... cabe ao psicopedagogo perceber eventuais perturbações no
processo aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade
educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações
metodológicas de acordo com as características e particularidades
dos indivíduos do grupo, realizando processos de orientação. Já
que no caráter assistencial, o psicopedagogo participa de equipes
responsáveis pela elaboração de planos e projetos no contexto
teórico/prático das políticas educacionais, fazendo com que os
professores, diretores e coordenadores possam repensar o papel
da escola frente a sua docência e às necessidades individuais de
aprendizagem da criança ou, da própria ensinagem.
O estudo psicopedagógico atinge seus objetivos quando, ampliando a
compreensão sobre as características e necessidades de aprendizagem de
determinado educando, abre espaço para que a escola viabilize recursos para
atender às necessidades de aprendizagem. Para isso, deve analisar o Projeto
Político-Pedagógico, sobretudo quais as suas propostas de ensino e o que é
valorizado como aprendizagem. Desta forma, o fazer psicopedagógico se
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transforma podendo se tornar uma ferramenta poderosa no auxílio de
aprendizagem.
1.4. As Atribuições do Psicopedagogo A preocupação existente com da sua prática como educadora e da
crença de que cada um constrói seus próprios conhecimentos por meio de
estímulos, tem justamente o objetivo de fazer uma abordagem sobre a atuação
e a importância do Psicopedagogo dentro da instituição escolar. O
desenvolvimento da sua função para o reconhecimento da profissão a fim de
se atingir maior consistência, apresenta um campo de atuação extremamente
vasto, restando ao profissional a tarefa imensa e complexa de assumir a sua
colocação com discernimento e compromisso, construídos sob uma base sólida
de formações teórico-práticas.
As atribuições do Psicopedagogo consistem no acompanhamento de
educandos que apresentam defasagem de série/idade e que não conseguem
ter um rendimento satisfatório em sala de aula sem que haja um
acompanhamento individual, que trabalhe fatores Psicológicos e Pedagógicos,
principalmente no que diz respeito à área de cognição, e em capacitação e
acompanhamento aos educadores para melhor atender a estes educandos.
De acordo com o site da Associação Brasileira de Psicopedagogia, são
atribuições do Psicopedagogo:
a) realizar avaliação psicopedagógica dos candidatos a aprendizes;
b) entrevistar professores externos e pais, investigando a história
escolar do aprendiz;
c) planejar intervenções psicopedagógicas com aprendizes e
orientar professores e coordenadores;
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d) fazer encaminhamentos e solicitações de avaliações médicas ou
de outros especialistas;
e) participar de coordenações pedagógicas com os educadores;
f) acompanhar processo de avaliação do aprendiz, e orientar a
organização do plano individualizado;
g) contribuir na organização de instrumentos, procedimentos e
avaliações nas diferentes áreas de atendimento;
h) documentar a avaliação do candidato ou aprendiz na Instituição;
i) elaborar parecer técnico dos candidatos acompanhados;
j) participar de fechamento de avaliações para decisões da
entrada, matrícula e permanência do candidato na Instituição;
k) participar da análise dos programas da Instituição;
l) participar das reuniões coletivas periódicas do SAM, e das
extraordinárias, sob convocação;
m) participar de programas de cursos ou outras atividades com
aprendizes, pais, educadores e funcionários, sob convocação;
n) gerar estatísticas de atendimentos e relatórios de atividades
realizadas;
o) realizar pesquisas no contexto da Instituição;
p) planejar e realizar intervenções preventivas com aprendizes e
educadores;
q) orientar pais no acompanhamento acadêmico dos filhos;
r) supervisionar estagiários;
s) participar da elaboração de projetos de estudos coletivos, a fim
de ampliar o campo de conhecimento dos educadores e
coordenadores;
t) participar de estudos de casos, quando necessário;
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u) orientar aprendizes/famílias sobre a legislação que ampara as
pessoas com deficiência mental e múltipla;
v) manter seu quadro horário atualizado;
w) gerar estatísticas de atendimentos e relatórios de atividades
realizadas;
x) disponibilizar informativos preventivos relativos ao seu domínio
profissional.
A prática do Psicopedagogo na instituição escolar visa a fortalecer-lhe a
identidade, bem como buscar o resgate das raízes dessa instituição, ao mesmo
tempo em que procura sintonizá-la com a realidade que está sendo vivenciada
no momento histórico atual, buscando adequar essa escola às reais demandas
da sociedade.
Para tanto, o Psicopedagogo estará mobilizado na construção de um
espaço concreto de ensino- aprendizagem, espaço este orientado pela visão
de processo, através do qual todos os participantes se articulam e mobilizam
na identificação dos pontos principais a serem intensificados e hierarquizados,
para que não haja ruptura da ação, e sim continuidade crítica que impulsione a
todos em direção ao saber que definem e lutam por alcançar .
Com certeza, se almejamos contribuir para a evolução de um mundo
que melhore as condições de vida da maioria da humanidade, nossos
educandos precisam ser capazes de olhar esse mundo real em que vivemos,
interpretá-lo, decifrá-lo e nele ter condições de interferir com segurança e
competência.
Visando favorecer a apropriação do conhecimento pelo ser humano, ao
longo de sua evolução, a ação psicopedagógica consiste numa leitura e
releitura do processo de aprendizagem, bem como da aplicabilidade de
conceitos teóricos que lhe dêem novos contornos e significados, gerando
práticas mais consistentes, que respeitem a singularidade de cada um e
25
consigam lidar com resistências. A ação desse profissional jamais pode ser
isolada, mas integrada à ação da equipe escolar, buscando, em conjunto,
vivenciar a escola, não só como espaço de aprendizagem de conteúdos
educacionais, mas de convívio, de cultura, de valores, de pesquisa e
experimentação, que possibilitem a flexibilização de atividades docentes e
discentes.
26
CAPÍTULO II
PSICOLOGIA EDUCACIONAL
A prática do Psicólogo Escolar nos dias de hoje, que tem sido
modificada radicalmente ao longo de sua história voltando-se para uma prática
relacional, baseada em um pressuposto do ser humano em construção
histórica e social. Entretanto, quando este profissional adentra uma instituição
educacional, depara-se com inúmeras dificuldades: falta de compreensão de
outros profissionais da educação acerca do papel do Psicólogo na escola;
manutenção de uma prática excludente, individualista, caracterizando um
pensamento cartesiano e linear de causalidade. Porém, confrontando posturas,
poderá criar espaços de reflexão junto aos sujeitos da escola, visando criar
condições mais justas de existência. A partir do pressuposto histórico-cultural,
apresentam-se formas de criação destes espaços de reflexão acerca dos
problemas da escola, cujos resultados apontam para uma nova prática do
profissional de psicologia escolar.
2.1.Trajetória da Psicologia Educacional
A famosa crise da Psicologia., vivenciada por L.S. Vygostky na Rússia
do início do século passado, cuja reflexão trouxe frutos para a atual prática
pedagógica nas instituições escolares, parece se repetir quando se trata da
psicologia educacional, salvaguardando seus limites e perspectivas. Vygotsky
elaborou todo um conhecimento acerca de como aprendemos, igualando todos
os seres humanos no seu processo de aprendizagem, independente das
possíveis limitações orgânicas e/ou físicas. Isso foi um salto qualitativo em
termos de como pensamos os seres humanos, tanto que não foi aceito por
décadas. Quando antes se pensava o indivíduo por si só, fora de seu contexto
social, hoje se torna impossível refletir sobre a escola sem esse olhar de
Vygotsky acerca da elaboração social dos processos psíquicos superiores.
27
Entretanto, apesar de os achados de Vygotsky e colaboradores darem
outro rumo à Psicologia e de darem à instituição escolar uma nova perspectiva
de pensamento acerca do processo de ensino e aprendizagem, a Psicologia
Educacional de hoje ainda se encontra em crise. Justamente esta
especialidade que contempla os processos de aprendizagem e o contexto
escolar.
Pode-se citar como fatores desta crise, em primeiro lugar, a demanda
que é enorme. Há muitos educandos, desviantes, não adaptados ao objetivo
final da escola: socializar conhecimento científico elaborado historicamente. Em
segundo lugar, a visão de muitos dos profissionais da educação ainda está
pautada no paradigma de normalidade X anormalidade, onde se espera um
padrão de comportamento e de atitudes que conduzem ao sucesso escolar.
Finalmente, não há uma prática elaborada para o trabalho desse especialista
no contexto escolar e ela não existe por que não foram elaboradas teorias que
reflitam sobre a nossa realidade de escola pública no Brasil, demonstrando a
necessidade de uma fazer diferenciado.
Aponta-se também para a necessidade de perceber a escola e os
problemas ali presentes sob outro paradigma, não mais o modelo da
causalidade linear, mas o da causalidade circular, que constitui o pensamento
sistêmico baseado na cibernética, na teoria geral dos sistemas e na teoria da
comunicação.
Tal pensamento postula a reflexão contextual e a impossibilidade
da observação neutra e seus princípios são os seguintes: totalidade (o todo é
maior que a soma das partes, ou seja, o funcionamento do sistema não pode
ser entendido a partir do funcionamento de um só indivíduo); integridade de
subsistemas (os sistemas possuem subsistemas que são integrados,
relacionados uns aos outros); circularidade (todos os componentes influenciam-
se mutuamente)
28
Para Tilmans-Ostyn e Kinoo (s/d):
“ O pensamento sistêmico funciona segundo
um modelo circular. Isto significa que o lugar, o
momento no qual situamos o inicio de um
processo interacional, para daí deduzir uma
compreensão, é totalmente arbitrário. Para
iniciar a compreensão de tal processo,
podemos ver outras coisas. A questão de
saber quem começou, quem é a causa, não
tem portanto sentido neste modo de
pensamento.” (p.3).
Dessa forma, para compreendermos o processo interacional é preciso
considerar diversas causas, assim como a função que determinado problema
está exercendo neste processo. Tilmasn-Ostyn e Kinoo (s/d), ao avaliar o
processo relacional familiar, segue afirmando que:
“ ... o enfoque sistêmico tanto na investigação
como no trabalho clínico têm mostrado como o
sintoma apresentado pelo paciente identificado
é uma solução para manter a unidade e o
equilíbrio funcional familiar neste momento
determinado. Isto significa que num primeiro
momento o objetivo do médico não será
necessariamente a superação do sintoma,
mas de buscar o sentido positivo que este
sintoma pode ter para a família.” (p. 3).
Com esta revolução no pensamento, o educando não pode mais ser
visto como sujeito dotado de problemas, como um ente separado do sistema
relacional (família e escola), mas como um sujeito relacional. O Psicólogo
Educacional não mais possui hipóteses verdadeiras sobre os problemas do
educando, tampouco se faz neutro na escola e nas relações que ali estabelece,
29
pois sua simples presença já modifica o sistema . Além disso, precisa aceitar a
idéia de que uma dificuldade de aprendizagem pode estar exercendo alguma
função em um dos sistemas no qual o educando vive.
Assim, o Psicólogo Educacional que se baseia no novo paradigma já
não pode mais eleger um único modelo de explicação para as dificuldades de
aprendizagem, como, por exemplo, o modelo organicista, pois precisa
considerar múltiplas versões de um mesmo fenômeno (sem que apenas uma
seja a mais verdadeira) e trabalha na interdisciplinaridade.
É importante lembrar, porém, como relata Soar Filho (1998) que os
modelos de causalidade linear ou simples não são descartados, mas
compreendidos como partes de modelos de complexidade crescente. Assim,
não se trata de abandonar o modelo de pensamento que nos serviu como base
até então, mas de incorporá-lo ao modelo sistêmico.
2.2. A Atuação do Psicólogo Educacional
Numa retrospectiva histórica da atuação escolar do psicólogo, teremos o
seu ingresso através dos denominados gabinetes psicopedagógicos onde
havia um pedido de auxílio, em relação aos educandos com déficit de
aprendizagem e aqueles com dificuldade de adaptação as normas (alunos
"problemas"). Assim, a psicologia era solicitada como um instrumento cientifico
a serviço da educação para fins orientativos. Como resposta a tal demanda a
psicologia atuava com testes psicométricos projetivos, entrevistas, que
terminavam por rotular os educandos. Esse processo também englobava o
aconselhamento dos pais e educadores com fins de encaminhamento para o
tratamento terapêutico.
Neste momento evidencia-se uma dificuldade na escola em refletir e
questionar sobre seu próprio andamento institucional, depositando parte da
responsabilidade sobre o fracasso de aprendizagem do educando. Sendo o
educando o real depositário da problemática evidenciada pela escola ao
30
psicólogo, nesta etapa não era possível interpretar a demanda da escola.
Considerando que o trabalho está envolvido por um local, pessoas, e normas, o
psicólogo deparou-se com limitações institucionais educativas implícitas que o
impossibilitaram de ir além do exposto.
Tomando como princípio norteador a teoria Psicanalítica, veremos que
as ferramentas de estudo do psicólogo constituem-se em formações do
inconsciente, o sujeito dividido e desejante, suas relações com o Outro e
Significante, com a diferença sexual e o mito do objeto perdido. Considerando
estes fatores dentro da instituição educacional "o psicólogo deve se dispor a
executar sempre uma outra coisa, diferente daquela que se diz e que por sinal,
os sujeitos dizem sem querer nas figuras e nas fraturas do discurso"(...) (
Ageno, 1994: p.552).
Para que esta escuta torne-se válida é importante observar o contexto
que circunda a instituição escolar, ou melhor, dizendo, o contexto bio-psico-
social. Neste espaço incluem-se os aparelhos ideológicos do Estado (escola,
igreja, política, meios de comunicação, etc.) que junto com a escola
reproduzem o poder e alienação. Contudo interessa-nos aqui discutir a função
da escola e de seus educandos: a transmissão de conhecimentos, valores,
normas e atitudes valorizadas pela sociedade. O psicólogo deve atuar nesta
realidade, não como um interlocutor ativo, mas como um agente que propicie a
reflexão e subsídios para uma melhoria no processo ensino-aprendizagem.
Ao Psicólogo Educacional cabe procurar os sentidos ocultos do discurso
explícito dos educadores e da escola que demarca a prática; ampliar seu olhar
observador com uma sensibilidade clínica, procurando dar sentido a
subjetividade, e um a mais, que Ageno denomina como "plus"; deslocando-se
do lugar que ele é instituído pela demanda docente, não ficando preso à
problemática aparente.
31
Através de uma abordagem sócio-cultural e crítica, Andreazzi (92)
escreve que a descoberta do profissional psicólogo na instituição educacional é
muito mais difícil do que aparenta, porque embute um caminhar junto com os
outros membros, sendo que sem a construção do vinculo objetivo não é
possível à intervenção. O trabalho a ser desenvolvido contém fatores
idealizados não condizentes com a prática, dessa forma, se o psicólogo não se
enquadra no sistema institucional, pode ser "boicotado" em suas produções.
Como num primeiro momento não há por parte do psicólogo uma inclusão de
sua pessoa nos temas abordados pela sua dinâmica de mediador de relações,
agente de mudanças, de intervenção no contexto, a equipe escolar não se
sente segura e a vontade para explicitar a verdadeira demanda.
Princípios como a tentativa de organização dos educadores por
melhores condições de trabalho, onde se considera um enfoque sócio-político,
a abordagem preventiva de doenças, a concepção crítica de um saber
acadêmico e um objetivo emancipador do sujeito com intervenção técnica, não
alcançam realizações e o discurso do oprimido – educador – continuou se
mantendo, desencadeado como uma causa os problemas dos educandos.
Porque os problemas tornam-se insatisfatórios e reproduzem o ensino
deixando de lado a reflexão crítica, construção de pensamento do saber.
A questão da intervenção do psicólogo na escola é mais profunda do
que a problemática institucional, ou seja, lidar com aspectos do psicólogo e do
educador implica contextualizá-los como sujeito bio-psico-social, onde mudar
está relacionado a uma dinâmica de vida trazida por ambos.
A função primordial do psicólogo é facilitar as relações interpessoais,
observar as necessidades dos educandos e saber como os educadores
definem o seu trabalho e quais os recursos que usa para desempenhá-los.
Prestando atenção nas patologias e nos sofrimento psicológico que podemos
compreender os mecanismos que permeiam o fracasso escolar. Muitas são as
atuações do psicólogo na escola, cabe-lhe então definir da melhor maneira
32
possível um modo que se adeque a constituição dos sujeitos ali inseridos.
Sabe-se que ampliar o campo de visão quando se está dentro do contexto não
é tarefa fácil, evidenciando por isso o papel que o psicólogo deve ocupar na
escola.
Outro aspecto importante do atuar do psicólogo se refere à diferença
que deve estar clara com a atuação clínica. A escola não deve e não pode
funcionar como um local de atendimento individual, mas a fundamentação do
sujeito é semelhante e não tem como ser diferente, visto que o "objeto-alvo" é o
mesmo – o homem. O psicólogo como um agente facilitador deve estar sempre
atento a real condição do educador e do educando, entendendo seu olhar à
vida como um todo consciente de que intervir implica sensibilidade e
objetividade, até mesmo para que haja a construção do vínculo.
Embora a questão do vínculo não tenha sido explicitada neste texto, ele
constitui-se da primeira conquista do psicólogo e é somente através dele que
algo pode ser construído em qualquer relação, buscando aflorar nos membros
e na base escolar, podendo significar ganhos valiosos para todos.
A realidade escolar atual pode representar grande diversidade de
realidades práticas e funcionais, porém o seu foco de atuação continua a ser e
creio que sempre será o de contribuir na formação produtiva dos seus
educandos. Para contribuir com essa busca temos como um papel de "auxiliar",
o profissional psicólogo, que não deve pretender ser o "salvador da pátria",
mas sim alguém que venha agregar valores e atuar como um agente de
construção do saber, de fomentador de dúvidas e reflexões sobre o fazer
pedagógico.
Conquistar um consenso juntos para o desenvolvimento e crescimento
de todos como seres humanos primeiramente, como veículos de ensino e
como parte integrante da instituição escolar e de uma instituição maior – a
sociedade; é grande desafio que permeia nossa profissão.
33
2.2.1. Atuação do Psicólogo Educacional no Ambiente
Educacional
Existem muitos questionamentos acerca do papel do psicólogo na
instituição educacional. Algumas práticas do passado perduram ainda hoje e,
em busca de uma identidade profissional, muitas atuações do psicólogo no
espaço escolar ficaram restritas a uma aplicação dos conhecimentos
psicológicos na educação (uma psicologia da aprendizagem aplicada à
educação, uma psicologia do desenvolvimento aplicada à educação...).
Entretanto, sabe-se que há uma nova posição perante a atuação do psicólogo
na Educação, que se difere da anterior, e que, por conseguinte, pode trazer
muitas mudanças no espaço escolar, constituindo-se também em práxis do
psicólogo escolar/educacional.
Uma posição diferenciada deste profissional implica um “olhar” para
além do âmbito educativo, ou seja, perceber as questões históricas,
econômicas, políticas e sociais que engendram a instituição educativa. Partindo
da compreensão de que o homem é social e historicamente constituído
(Zanella, 1997), a intervenção do psicólogo deve estar centrada para as
situações educativas, considerando o indivíduo em todos os aspectos (físicos,
afetivos, sociais, cognitivos). Perante este posicionamento, o profissional da
Psicologia não atua somente diante das dificuldades que surgem, mas também
na prevenção de que tais dificuldades possam emergir do contexto escolar
(Delpizzo, 1999).
O Psicólogo Educacional na instituição educativa pode trabalhar
diversos aspectos que fazem parte do contexto educacional. Sua intervenção
pode se dar na contribuição de conhecimentos para a formação dos
profissionais que atuam neste nível de ensino; auxiliar a formação de uma
proposta pedagógica que promova o desenvolvimento do educando por meio
de um ambiente escolar adequado; analisar e formular uma rotina de atividades
considerando as interações aluno-aluno entre outros.
34
Isto mostra o profissional da Psicologia como membro da equipe da
Educação disponibilizando os conhecimentos psicológicos para serem
utilizados no espaço educativo. Deste modo, procurando conhecer a realidade
em suas múltiplas determinações, o psicólogo pode atuar perante inúmeras
questões que, por um lado, trazem contribuições para a Educação (a
Psicologia a serviço da Educação possibilitando um redimensionamento das
práticas vigentes), e, por outro, trazem colaborações para o fortalecimento da
própria atuação, enquanto profissional da Psicologia escolar/educacional.
Nesta perspectiva, “[...] a demanda pelos serviços psicológicos vem
aumentando [...]” (Guzzo, 1993, p. 44), e como um profissional que pode
contribuir para a prática educativa. É importante enfatizar ainda que, no
trabalho do psicólogo em busca de uma nova atuação que vise o
estabelecimento de estratégias de ações coletivas (psicólogo e equipe), a
Psicologia escolar/educacional pode contribuir significativamente no espaço
educacional.
O compartilhamento de saberes só vem a melhorar e ampliar os
conhecimentos, tanto para a Psicologia, como para a Educação. Contudo, na
[...] produção coletiva de uma nova práxis educativa, o
Psicólogo pode contribuir em muito com a análise e
redimensionamento das relações sociais que se
estabelecem no contexto educacional [...]” (Zanella,
1997, p. 226).
Para diferenciar-se, portanto, o Psicólogo Educacional que adentra uma
instituição escolar, consciente do momento histórico de sua especialidade,
precisa de início mostrar uma outra postura.
Uma reunião inicial com a equipe pedagógica (orientadores e
supervisores e direção, assim como educadores) é mais que necessária, não
só para colher dados concretos acerca da escola, mas principalmente para
demonstrar que visão de sujeito o psicólogo tem, o que pensa acerca dos
35
problemas de aprendizagem, que estratégias diferenciadas tem a oferecer
além do esperado atendimento individual na sala do psicólogo.
Da mesma forma, o Psicólogo Educacional precisa criar um espaço para
escutar as demandas da escola e pensar maneiras de lidar com situações que
são cotidianas. Precisa criar formas de reflexão dentro da escola, com todos os
sujeitos (educandos, educadores e especialistas) para que se possa trabalhar
com suas relações e paradigmas.
Ele precisa ouvir os educandos, o que pensam sobre sua escola e sua
turma. Isso pode ser feito através de desenhos ou pedindo para que escrevam
o que pensam, sentem, como percebem sua turma e sua escola. É igualmente
necessário ouvir os educadores, suas demandas e fazê-los participar dos
atendimentos com as crianças, repensando novas práticas e novos olhares
sobre o educando que chama de .problema. Assim, o psicólogo educacional
não cairá em armadilhas do tipo não sei mais o que fazer, dê conta desse
problema para mim.
Também se faz necessário trabalhar junto à equipe pedagógica, criando
espaços semanais de diálogo com os educadores para que juntos cheguem a
novas versões de um mesmo fenômeno, eliminando a possibilidade de
estigmatizar os educandos com dificuldades.
Enfim, chamar a família do educando com dificuldades a fim de que se
possa colher dados acerca do outro sistema direto em que participa o
educando. Junto com a família, refletir sobre a função desta dificuldade neste
momento do ciclo vital da família e criar estratégias para possibilitar o sucesso
da criança. Confrontar família e educador quando necessário, criando um
espaço de dialogo franco acerca das dificuldades de todos, não só do
educando, diluindo nos sistemas a culpa pelo fracasso escolar. Assim, outra
armadilha é enfraquecida: a culpa sempre é da família.
36
A participação do Psicólogo Educacional está no cotidiano da escola,
nas reuniões de conselho de classe, onde poderá estabelecer novas maneiras
de olhar os aeducandos, evitando rótulos, diagnósticos imprecisos e hipóteses
únicas. Deverá também participar do processo de construção do Projeto
Político Pedagógico da escola.
Estudar e investigar o histórico escolar deste educando indesejado ajuda
muito, às vezes sua história de fracasso escolar é proveniente de outras
instituições e pode ser revertido se toda a equipe de profissionais se
reconhecer como agente de transformação social. O Psicólogo Educacional,
questionador, curioso e acima de tudo assumindo uma posição de “não saber”,
pode criar junto à equipe uma estratégia de intervenção colaborativa, onde
todos têm influência sobre o educando, assim como sofrem influência
mutuamente. Finalmente, precisa ter a cautela para diferenciar problemas e
para que as soluções sejam as mais justas e eficazes, ou seja, se um
educando é portador de necessidade especial, certamente um olhar organicista
poderá ajudar na criação de estratégias de intervenção .
2.3. Atribuições do Psicólogo Educacional
As atribuições do Psicólogo Educaional embora bem definidas trazem
um componente histórico-social do repertório de ações clínicas onde, na
praxe popular, entende-se que são ações de onipotência e soluções mágicas,
este posicionamento popular repete-se na formação de outros profissionais da
educação na medida que não há desmistificação destes conceitos, pois a
postura curricular daqueles é de simples fornecimento de conhecimentos da
ciência Psicologia e não como prática de integração das ações profissionais
na escola. Desta forma, as relações profissionais são estruturadas mediante
expectativas pré-acadêmicas, referindo-se aos Psicólogos Educacionais as
seguintes atribuições, de acordo com o site ABRAPEE:
37
a) proceder triagem e avaliação do candidato a aprendiz, buscando
amplo conhecimento do mesmo em seu contexto sócio-histórico
cultural;
b) identificar condições do candidato para ingressar nos programas
da Instituição;
c) proceder avaliações com base em instrumentos da área em
consonância com os objetivos da Instituição;
d) focar as avaliações na intenção de estimular o desenvolvimento
de potencialidades, competências, criatividade e rede de apoio
social;
e) documentar a avaliação do candidato ou aprendiz na Instituição;
f) realizar entrevistas;
g) acompanhar o processo de adaptação à avaliação funcional do
candidato à Instituição;
h) participar de fechamento de avaliações para decisões da
entrada, matrícula e permanência do candidato na Instituição;
i) acompanhar o processo de avaliação do aprendiz, bem como
orientar a organização do plano individualizado;
j) elaborar relatório individual do aprendiz;
k) elaborar laudos psicológicos, quando necessário;
l) acompanhar o desenvolvimento do aprendiz na Instituição;
m) registrar ocorrências de alterações significativas comportamentais
e de saúde de aprendizes;
n) contribuir na organização de instrumentos, procedimentos e
avaliações nas diferentes áreas de atendimento;
o) fazer encaminhamentos e solicitações de avaliações médicas ou
de outros especialistas;
38
p) proceder encaminhamentos em casos de necessidade de
tratamentos prolongados de saúde física ou mental;
q) participar das reuniões coletivas periódicas do SAM, ou quando
solicitado por necessidade extraordinária;
r) gerar estatísticas de atendimentos e relatórios de atividades
realizadas;
s) realizar pesquisas no contexto da Instituição;
t) planejar programas de cursos, e outras intervenções
preventivas, ou terapêuticas com aprendizes, professores,
funcionários e pais;
u) promover situações de escuta de queixas e sugestões de
professores, profissionais e aprendizes, visando buscar análises e
soluções conjuntas;
v) buscar promoção conjunta de relações interpessoais satisfatórias
no contexto da Instituição;
w) apoiar professores na implementação de estratégias relacionais e
técnicas que visem promover aprendizagem significativa, criativa e
prazerosa;
x) participar de programas de cursos ou outras atividades com
aprendizes, pais, professores e funcionários;
y) elaborar roteiros e formulários que facilitem a organização do
serviço;
z) supervisionar estagiários.
Parágrafo único – Além das atribuições acima enumeradas, caberá ao
Psicólogo:
a) participar da avaliação dos programas da Instituição, tendo em
vista o desenvolvimento do aprendiz;
39
b) observar as dinâmicas das oficinas para analisar, intervir e
favorecer um melhor aproveitamento das mesmas;
c) programar e realizar atividades que dêem suporte aos
professores na compreensão e no lidar com questões
desenvolvimentais como interações sociais, regras e valores,
aprendizagem, comportamento, afetividade, sexualidade,
agressividade, morte e outros temas que forem significativos para a
Instituição;
d) participar de estudos relativos a desmistificação de preconceitos,
quanto a valorização da diversidade, da tolerância, e
consequentemente da promoção de inclusão social e cidadania;
e) participar da elaboração de projetos de estudos coletivos;
f) moderar os diferentes pontos de vista dos profissionais do SAM;
g) auxiliar na potencialização da criatividade nas ações do SAM;
h) participar de estudos de casos, quando necessário;
i) orientar o profissional do SECAP, quando necessário;
j) buscar parcerias e convênios com outras instituições e
profissionais para complementar o serviço;
k) gerar estatísticas de atendimentos e relatórios de atividades
realizadas;
l) disponibilizar informativos preventivos relativos ao seu domínio
profissional;
m) realizar atividades externas como avaliações, intervenções
psicoterapêuticas, psicopedagógicas, cursos, palestras e
consultorias.
Apoiado em seus pressupostos teóricos e estes, por sua vez, já
articulado ao conhecimento educativo, a grande contribuição do psicólogo
educacional reside nos bastidores da instituição, isto é, sua ação deve
40
desenvolver-se prioritariamente com os educadores e não com os educandos,
contribuindo para que eles estejam cada vez mais fortalecidos e
instrumentalizados para uma atuação de qualidade junto ao educando.
É necessário que o psicólogo compreenda que no cenário escolar, da
mesma forma que outros técnicos presentes na escola, ele não é o
protagonista da cena. Seu trabalho é nos bastidores, buscando promover o
educador em suas necessidades de reflexão e de construção de conhecimento.
Para isso é fundamental que tenha uma visão integrada desse educador-
sujeito, pois seu trabalho é ajudá-lo a se descobrir, a se desvelar, alcançando
segurança, autonomia na sala de aula. E isso só é possível através do respeito
– respeito por um conhecimento que o professor construiu referente ao
cotidiano da sala de aula e que é o objetivo primeiro da escola; e respeito pela
pessoa do educador, não lhe lançando interpretações que não está preparado
para ouvir – a escola não espaço para clínica psicológica.
41
CAPÍTULO III
DIVERSIDADE NA ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO E
DO PSICÓLOGO EDUCACIONAL NO AMBIENTE
ESCOLAR
Este capítulo tem por objetivo apresentar as principais características da
atuação do Psicopedagogo e do Psicólogo Educacional em relação ao seu
cotidiano no ambiente escolar. Utilizando-se da pesquisa bibliográfica, chega-
se à conclusão de que a visão distorcida da atuação do Psicopedagogo e do
Psicólogo Educacional dificulta sua função e a interação com os demais
profissionais no ambiente educacional. Ao atuarem diretamente em um
estabelecimento de ensino, há um certo desconhecimento em relação a
atuação do Psicopedagogo e do confundido Psicólogo Educacional. No
entanto, na prática profissional ainda verifica-se as mesmas distorções.
Pretende-se explicar então, a visão adequada do papel do Psicopedagogo
contrapondo-a com a visão existente entre Psicólogo Educacional.
3.1. As Principais diferenças de enfoque entre Psicopedagogia e Psicologia Educacional.
A Psicopedagogia é um estudo que se constrói a partir de dois saberes
e práticas, quais sejam a pedagogia e a psicologia. O campo dessa mediação
recebe também influências da lingüística, da semiótica, da neuropsicologia, da
psicofisiologia, da filosofia humanista-existencial e da medicina.
Vivenciar Psicopedagogia é um estado de ser e estar sempre em
formação, projetação e em processo de criação. Criação de sentidos para
nossa própria trajetória enquanto aprendentes e ensinantes, enquanto seres
viventes na complexa gama de relações que estabelecemos com o nosso
tempo e espaço humano. Todas as nossas ações e produções, por serem
42
humanas, estão sempre em processo de permanente abertura, colocadas num
prisma próprio para novas interpretações e busca de significados e sentidos,
situadas num movimento incessante de desconstrução e de re-construção.
Dizendo isso de uma outra forma, posso afirmar que, no nosso tempo de
reconfiguração de paradigmas, os conceitos estão constantemente sendo
revistos e ganhando novos significados. Com a Psicopedagogia não podia ser
diferente, visto que o pensar reflexivo sobre esta área do conhecimento se
constitui uma das importantes tarefas a ser desempenhada por quem lhe tem
como campo de ação, profissionalidade, dedicação e estudo.
Nessa perspectiva, visando favorecer a apropriação do conhecimento
pelo ser humano, ao longo de sua evolução, a atuação do psicopedagogo
consiste numa leitura e releitura do processo de aprendizagem, bem como da
aplicabilidade de conceitos teóricos que lhe dêem novos contornos e
significados, gerando práticas mais consistentes, que respeitem a singularidade
de cada um e consigam lidar com resistências. A ação desse profissional
jamais pode ser isolada, mas integrada à ação da equipe escolar, buscando,
em conjunto, vivenciar a escola, não só como espaço de aprendizagem de
conteúdos educacionais, mas de convívio, de cultura, de valores, de pesquisa e
experimentação, que possibilitem a flexibilização de atividades docentes e
discentes.
A prática psicopedagógica tem contribuído para a flexibilização da atuação
docente na medida em que coloca questões que estimulam a reflexão e a
confrontação com temáticas ainda insuficientemente discutidas, de manejo
delicado, que, na maioria das vezes, podem produzir conflito. Isto se deve, em
geral, ao quadro de comprometimento do educando /instituição, que apresenta
dificuldades múltiplas, envolvendo as competências cognitivas, emocionais,
atitudinais, relacionais e comunicativas almejadas e necessárias à sociedade.
Utilizando a situação específica de incorporação de novas dinâmicas em
sala de aula, contemplando a interdisciplinaridade, juntamente com outros
43
profissionais da escola, o psicopedagogo estimula o desenvolvimento de
relações interpessoais, o estabelecimento de vínculos, a utilização de métodos
de ensino compatíveis com as mais recentes concepções a respeito desse
processo. Procura envolver a equipe escolar, ajudando-a a ampliar o olhar em
torno do educando e das circunstâncias de produção do conhecimento.
Trata-se, portanto, de uma atuação que exigirá comprometimento do
profissional que o abraça, pois será preciso investir numa formação multi e
interdisciplinar, rompendo pré-conceitos e barreiras corporativistas, assim como
na educação do olhar, agora focado no funcionamento sistêmico das
instituições e dos sujeitos que nelas interagem. Formar-se em Psicopedagogia,
ou especializar-se nessa área, significa aprender uma nova práxis.
Assimilar as novas informações e transformar os conhecimentos já
existentes; porém, ser Psicólogo, por exemplo, não garante uma melhor
aprendizagem, pois ser Psicopedagogo não é ser Psicólogo. Isso, pelo
contrário, pode exigir do eduando um grande esforço para algumas
“desconstruções” Se quisermos compreender a aprendizagem no âmbito da
instituição, olhamos para a instituição, para a forma como essa promove suas
ações e como os sujeitos aprendem; porém, o foco continua sendo a
aprendizagem. Dessa forma, não existe uma Psicopedagogia Institucional, e
sim uma Psicopedagogia que está sendo desenvolvida dentro de uma
instituição, num âmbito específico. Não há necessidade de segmentar a
Psicopedagogia para termos tal compreensão.
Quando se fala em psicólogo, deve-se observar as áreas de atuação
deste para então obter-se um perfil das atribuições definidas das mesmas. A
formação do psicólogo habilita-o a atuar nas áreas clínicas, organizacional e
escolar, distintas nas atribuições de atuação mas fundamentadas no núcleo
comum de conhecimentos que dá subsídios teórico-metodológicos, técnicas e
instrumentos capazes de compreender e auxiliar na adequação o
comportamento humano de acordo com os parâmetros científicos e sociais. A
44
ação do Psicólogo Educacional tem em especial a visão do desenvolvimento
estrutural do ser humano, compreendendo a influência de variáveis internas e
externas que determinam a maturação neuro-psicológica, podendo orientar o
processo educativo.
Psicologia Educacional é o ramo da psicologia que estuda o processo
de ensino/aprendizagem em diversas vertentes: os mecanismos de
aprendizagem nas crianças e adultos (o que está estreitamente relacionado
com a psicologia do desenvolvimento); a eficiência e eficácia das táticas e
estratégias educacionais; bem como o estudo do funcionamento da própria
instituição escolar enquanto organização (onde se cruza com a psicologia
social). Os Psicólogos Educacionais desenvolvem o seu trabalho em conjunto
com os educadores de forma a tornar o processo de aprendizagem mais
efectivo e significativo para o educando, principalmente no que diz respeito à
motivação e às dificuldades de aprendizagem. Focam a sua ação não apenas
nas necessidades da criança na escola como, também, em outras áreas onde
as experiências escolares têm impacto. Alguns Psicólogos Educacionais
centram o seu trabalho no desenvolvimento das capacidades e necessidades
das crianças com dificuldades de aprendizagem, como no caso da Desordem
por défict de atenção com hiperatividade, problemas emocionais ou problemas
comportamentais.
No ambiente escolar em que a estrutura das relações já está definida,
na qual os profissionais já adaptaram seus procedimentos às condições
existentes, às concessões mútuas, à antigüidade de posto, utilizando-se da
posse do diploma e a intransigência como argumentos de verdades absolutas
e inquestionáveis, o psicólogo como elemento novo neste ambiente sofre
resistência quando propõe questionar a situação vigente. Esta resistência
denota inflexibilidade e insegurança, características de indivíduos inseridos
em ambientes aparentemente imutáveis.
45
Dentro da escola a Psicologia Educacional não tem seu devido valor
pelo desconhecimento, pouco tempo de implantação – construída similaridade
com a Orientação Educacional – e valorização social das atividades clínicas.
Na situação escolar com presença de psicólogo os problemas
comportamentais geram tamanha ansiedade que a ação imediata torna-se
procedimento imperativo, exigindo-se resultados instantâneos, ficando o
psicólogo investido de um caráter onipotente, de soluções mágicas e prontas
para as soluções enfrentadas. Em contrapartida, é um elemento a que se
atribui características e habilidades de observação, análise julgamento de
colegas de outras especialidades, o que desenvolve resistências às relações
porque os indivíduos ficam receosos de serem invadidos em suas
particularidades psíquicas.
A não satisfação de tais expectativas gera frustração e rejeição ao
psicólogo, podendo este ser entendido como incompetente e desnecessário
ao meio escolar. Cabe-lhe esforço e habilidade na negociação para conquista
do espaço e criação de clima de mútua confiança a fim de que, como agente
de mudança, possa provocá-las neste meio resistente e ávido .
O Psicólogo Educacional atua no âmbito da educação, nas instituições
formais ou informais, colaborando para a compreensão e para a mudança do
comportamento de educadores e educandos, no processo de ensino
aprendizagem, nas relações interpessoais e nos processos intrapessoais,
referindo-se sempre as dimensões política, econômica, social e cultural.
Participando de elaboração de planos e políticas referentes ao Sistema
Educacional, visando promover a qualidade, a valorização e a democratização
do ensino.
46
3.2. As Principais semelhanças de enfoque entre
Psicopedagogia e Psicologia Educacional.
De acordo com a revisão literária, na trajetória das profissões dao
Psicopedagogia e dos Psicologia Educacional no Brasil, observamos que as
suas intenções se ampliaram, ou seja, passou do enfoque individual que visava
apenas à correção de problemas, para um enfoque coletivo que, objetiva
abranger toda a comunidade escolar, através de propósitos que favoreçam o
desenvolvimento das potencialidades dos educandos.
A atuação dos Psicopedagogos e dos Psicológos Educacionais tem por
objetivo proporcionar transformações no cotidiano das escolas, visando
colaborar com a superação das dificuldades encontradas no processo de
ensino e de aprendizagem. O foco das relações interpessoais dentro do
ambiente escolar, sendo estruturado a partir da análise e compreensão desta
realidade, visa a reflexão e a conscientização de funções, papéis e
responsabilidades dos indivíduos em relação.
Uma vez analisada esta questão, ao dar início a sua prática no ambiente
escolar , o Psicólogo Educacional e o Psicopedagogo centram suas atenções
nas atividades humana no espaço e tempo em que ela tem lugar e no efeito da
mesma para aqueles que desenvolvem tais atividades. Assumir um discurso
diretamente ligado ao educador e ao educando, vindo ao encontro de
“problemas”, atingindo-o no que diz respeito às suas angústias com situações
internas de sala de aula, indagações e impasses, como fonte de atendimento a
demandas por soluções rápidas e práticas para os famosos problemas de
aprendizagem, a quem se imputa a maior parte das mazelas educacionais e
profissionais, reflete sobre a real e efetiva contribuição que a Psicologia
Educacional e a Psicopedagogia vem, tradicionalmente, representando para a
educação, descontextualizando as condições macro-estruturais que interferem
no processo educacional.
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De acordo com as suas limitações no campo profissional, os
Psicopedagogos e os Psicólogos Educacionais, buscam proporcionar aos
educandos e educadores junto com a equipe pedagógica, uma educação de
qualidade afim de contribuir para uma interação com a concepção de homem e
mundo que queremos alcançar para uma futura transformação da sociedade, e
essa transformação se dará através da compreensão de suas práticas,
interpretando e identificando as suas realidades para auxiliar os educandos e
no seu processo de ensino aprendizagem, na construção do seu conhecimento
e na sua própria formação individual.
A prática cotidiana dos Psicopedagogos e dos Psicólogos Educacionais,
é um lugar de produção, de transformações e mobilizações de saberes que lhe
são próprios, o que exige um exercício de reflexão sobre as suas atuações
antes, durante e após a sua ocorrência. Nesse contexto, atuar, na promoção da
aprendizagem e do desenvolvimento, atuando e sugerindo ações que
mobilizem os sujeitos envolvidos, destacando especial atenção ao educador,
por ser um dos principais agentes do processo educativo.
As suas contribuições são tão evidentes quanto polêmicas. Não é sem
razão que, em dado momento histórico, apenas esta ou aquela abordagem, de
acordo com o prestígio alcançado, constitui preferência – às vezes verdadeiro
modismo – entre os educadores e/ou órgãos oficiais que patrocinam o modelo
de educação a ser adotado. O fato é que a formulação de cada abordagem,
quer pela concepção de homem que contém, quer pelos pressupostos teóricos
adotados ou pelos seus desdobramentos práticos, necessariamente implicam
em uma estrutura de política educacional.
Embora, mesmo que as diferenças prevaleçam no cotidiano da prática
dos profissionais da Psicopedagogia e da Psicologia Educacional, ambos
buscam o objetivo de trabalhar com o desenvolvimento do processo de ensino
aprendizagem, estabelecendo diálogos no cotidianos de suas práticas.
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CONCLUSÃO
De acordo com o trabalho de pesquisa realizado, pode-se concluir que o
caminho percorrido pela Psicopedagogia e pela Psicólogia Educacional no
Brasil não foi realmente uma tarefa tão simples, e sim, um verdadeiro processo.
Processo este, que nasceu da busca de consolidar o seu objeto de estudo, que
é a aprendizagem, cercando-se o quanto mais possível de fundamentações
junto às demais áreas de conhecimento e alavancando com esta situação, uma
forma de cumplicidade para o trato com o ser humano. Desta forma, uma vez
inseridos no contexto da transdisciplinariedade, certamente será melhor
reconhecida e valorizada, despontando como possuidora de identidade ímpar
em nosso contexto social.
Com relação ao caminho percorrido e descrito pela historicidade nos
capítulos , evidencia-se quanto esforço foi dispensado pelos profissionais
Psicopedagogos e dos Psicólogos Educacionais, na luta para atingir o
reconhecimento de uma ciência que surge para trabalhar em prol da saúde e
do bem-estar, evidenciando o indivíduo não só como aquele que é portador de
alguma dificuldade, mas olhando-o como um ser humano à sua semelhança,
que naquele exato momento, está em busca de um auxílio. Porém, convém
esclarecer que este auxílio, não é um auxílio qualquer, mas sim, um auxílio que
nasce pela profissionalidade, pelo respeito ao outro, pela responsabilidade,
pela dedicação e seriedade de uma postura ética.
O presente trabalho, que surgiu da preocupação existente com a prática
no ambiente escolar dos Psicopedagogos e dos Psicólogo Educacionais, como
educadores e de nossas crenças de que cada um constrói seus próprios
conhecimentos por meio de estímulos, tem justamente o objetivo de fazer uma
abordagem sobre a sua atuação e a sua importância dentro da instituição
escolar.
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A produção de conhecimento na área da Psicopedagogia e da
Psicologia Escolar é diversificada, mas seus resultados apontam, sobretudo,
para as deficiências existentes na área, pouco contribuindo com formulações
teóricas consistentes que, efetivamente, possam dar suporte teórico-
metodológico à prática profissional.
Tanto Educadores, Psicopedagogos, Psicólogos Educacionais e
Educandos, possuem dificuldades e pontecialidades que fazem parte de suas
características psicológicas. E para que haja uma boa interação entre educador
e educando, cada um deve saber se compreender, conhecer e assumir a
responsabilidade no ato de “ensinar”, pois o aprendizado não só de conteúdos
educacionais se faz a todo instante e é inteiramente recíproco. É neste
momento que se abre um leque de interrogações através das vivências e
experiências diárias.
De acordo com esta pesquisa, existem alternativas que podem ser
incluídas para facilitar o processo de aprendizagem e que através de uma
perspectiva mais ampla é possível melhorar o sistema educacional se primeiro
buscarmos a melhoria de nós mesmos.
Com certeza, se almejamos contribuir para a evolução de um mundo
que melhore as condições de vida da humanidade, nossos educandos
precisam ser capazes de olhar esse mundo real em que vivemos interpretá-lo,
decifrá-lo e nele ter condições de interferir com segurança e competência.
Para tanto, juntamente com toda a Equipe Escolar, o Psicopedagogo e
o Psicólogo Educacional, estará mobilizado na construção de um espaço
concreto de ensino - aprendizagem, espaço este orientado pela visão de
processo, através do qual todos os participantes se articulam e mobilizam na
identificação dos pontos principais a serem intensificados e hierarquizados,
para que não haja ruptura da ação, e sim continuidade crítica que impulsione a
todos em direção ao saber que definem e lutam por alcançar.
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No momento em que os educandos forem respeitados da maneira como
eles são e não como mais um dentro da sala de aula, o Educador, o
Psicopedagogo ou o Psicólogo Educacional estará comprometido com um
“universo” de informações que poderão levá-lo ao cerne da questão: Para este
educando, como se dá a aprendizagem.
Ao final deste estudo que envolve um assunto de grande importância
para a educação nos dias atuais, conclui-se que, se formos cada vez mais
fundo na investigação do ser humano, poderemos achar os meios necessários
para resolução e a evolução da educação. Passamos por um momento que
exige uma reformulação em todo o sistema educacional. Já não vivemos mais
naquele tempo em que “o educador fingia que ensinava e o educando fingia
que aprendia”. A maneira como se dá a aprendizagem é um fator exclusivo e
particular de cada ser humano. Não me refiro somente à aprendizagem
escolar, mas qualquer assimilação cognitiva em relação ao conhecimento da
vida
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