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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL E MOTIVAÇÃO Por: Denise Eckhardt Maia Orientador Prof. William Rocha Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL E MOTIVAÇÃO

Por: Denise Eckhardt Maia

Orientador

Prof. William Rocha

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL E MOTIVAÇÃO

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gestão Pública

Por: Denise Eckhardt Maia

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AGRADECIMENTOS

À Deus, por todos os momentos de

minha vida.

Pela força, coragem e oportunidade de

realizar todos os meus sonhos.

Aos professores, pela aprendizagem e

aos colegas, pela companhia em mais

uma jornada vitoriosa.

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DEDICATÓRIA

Com muito amor, à minha mãe Loricéa, à

minha irmã Suely e às minhas “afilhadas”

Dalila, Yasmin e Júlia.

Com muita saudade, ao meu pai Joaquim

e à minha “princesa” Clara.

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RESUMO

O presente estudo tem por objetivo analisar a importância da motivação

na qualidade de vida das pessoas. Sabe-se que o comportamento individual

exerce grande influência no modo do indivíduo perceber as pessoas e

situações à sua volta, e desse modo, torna-se fator fundamental e

determinante do estado motivacional dos indivíduos.

Neste trabalho, composto de três capítulos, serão analisados o

comportamento das pessoas nas organizações e a forma como os indivíduos

reagem diante de diferentes situações; o estresse e a desmotivação que essas

situações podem causar nas pessoas e suas conseqüências; e as maneiras

que as organizações estão encontrando para motivar seus funcionários.

O bom administrador deve ter a capacidade de compreender que os

indivíduos são diferentes e complexos e que a motivação é um aspecto

intrínseco ao ser humano. Sendo assim, ninguém tem a capacidade de motivar

ninguém, apenas incentivar o processo motivacional.

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METODOLOGIA

Para compor este trabalho monográfico foram consultados diversos

autores, dentre eles: Stephen Robbins, Agostinho Minicucci, Cecília Bergamini,

Idalberto Chiavenato, Michael Hitt/ C. Chet Miller/ Adrienne Colella e Paulo

Villanova.

As pesquisas foram realizadas nos livros cedidos pela Biblioteca Central

da UCAM e Biblioteca UCAM Niterói, e em artigos disponibilizados na Internet.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Comportamento Organizacional 10

CAPÍTULO II - Estresse e Desmotivação no Trabalho 19

CAPÍTULO III – Motivação e Qualidade de Vida 25

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA 40

WEBGRAFIA 40

ÍNDICE 41

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INTRODUÇÃO Após ter passado pela fase de seleção e ter recebido o treinamento

adequado para desenvolver todas as suas tarefas de modo satisfatório, ainda

falta uma das fases mais importantes: a fase de ação do comportamento.

Apesar de estar dotado de todas as qualidades para o desempenho do cargo,

possuir as ferramentas necessárias e ter um bom ambiente de trabalho, ainda

assim, não existe a garantia de que o indivíduo exercerá a contento suas

tarefas.

A motivação humana tem muitas facetas. A denominação e a

enumeração dos motivos humanos são quase uma tarefa sem fim, porque elas

podem decorrer do comportamento observado.

Antes da Revolução Industrial, a principal maneira de motivar consistia

no uso de punições, criando, dessa forma, um ambiente generalizado de

medo. Tais punições não eram unicamente de natureza psicológica, podendo

aparecer sob forma de restrições financeiras, chegando até a se tornar reais

sob a forma de prejuízos de ordem física.

Levando em conta que as organizações passaram a existir muito tempo

antes da Revolução Industrial, é possível concluir que a preocupação com o

aspecto motivacional do comportamento humano no trabalho represente um

fato bastante recente.

Em uma sociedade de produção em massa, o empreendimento de

motivar as pessoas a trabalhar não constitui uma tarefa fácil, visto que muitas

obtêm pouca satisfação pessoal dos seus empregos e auferem pouco senso

de realização e criatividade.

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Ainda que a satisfação no trabalho seja um elemento de ordem

individual, procurando os indivíduos os trabalhos que tenham aspectos

relacionados com seus próprios sistemas de valor, é certo que haja alguma

uniformidade nos valores de indivíduos de grupos específicos.

Infelizmente, em muitas organizações é mais comum encontrar um

grande contingente de pessoas que não nutrem a menor motivação por aquilo

que fazem. Esses trabalhadores não experimentam, portanto, nenhuma

satisfação ou realização pessoal gerada por aquilo que fazem em seu trabalho.

O emprego, neste caso, passa a ser entendido como uma forma de

angariar recursos para que possam sentir-se felizes fora dele. É nesse

momento que o trabalho deixa de exercer seu papel como referencial de auto-

estima e valorização pessoal, passando a ser fonte de sofrimento, e não

oportunidade de realização sadia dos desejos interiores que cada um tem.

A motivação dos servidores públicos possui fatores próprios. Não se

pode imaginar que o servidor público é obrigado a estar sempre motivado, uma

vez que recebe seus salários dos cofres públicos. O funcionário público é um

ser humano e a complexidade da natureza humana exige da chefia uma

verdadeira arte para manter seus subordinados motivados.

A motivação é considerada agora como um aspecto intrínseco às pessoas; ninguém pode, por isso mesmo, motivar ninguém, sendo que a

motivação específica para o trabalho depende do sentido que se dá a ele

(BERGAMINI, 1997, pg.24).

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CAPÍTULO I

COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

A compreensão do comportamento organizacional nunca foi tão

importante para os gerentes. Basta observar algumas das mudanças drásticas

que estão acontecendo agora nas organizações. Existe, nos dias atuais, um

número enorme de desafios e oportunidades para o qual os gerentes utilizam

os conceitos de Comportamento Organizacional.

Alguns exemplos disso são empregados que, com o passar dos anos,

tornam-se mais velhos; cada vez mais mulheres e pessoas de diferentes raças

estão nos locais de trabalho; cortes de pessoal e de custos estão rompendo os

laços de lealdade que, historicamente, uniam empregados e seus

empregadores; e a competição global, que está exigindo que os empregados

se tornem mais flexíveis e aprendam a lidar com mudanças rápidas.

A função do Comportamento Organizacional é estudar e aplicar o

conhecimento obtido sobre indivíduos, grupos e o efeito da estrutura no

comportamento com o objetivo de fazer com que as organizações trabalhem

mais eficazmente (ROBBINS, 1998).

Um dos desafios principais e essenciais que as organizações estão

enfrentando atualmente é o de se adaptar às diferenças existentes entre as

pessoas. Observando-se duas pessoas que ocupam o mesmo cargo, pode-se

notar que elas se comportam de maneiras diferentes. Mesmo em cargos

altamente programados, que exijam disciplina de movimentos, os

comportamentos dos empregados variam. Isto é chamado de diferenças

individuais.

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As pessoas ocupam-se de fazer seu trabalho de formas diferentes. Do

mesmo modo, elas diferem em suas intenções com seus chefes e colegas.

Elas variam em termos de hábitos de trabalho, rapidez em completar tarefas,

conscientização em fazer um trabalho de qualidade, cooperação com colegas,

habilidade para lidar com situações de pressão e etc.

Também são diferentes no grau de motivação e no nível de esforço que

estão dispostas a exercer no trabalho. Elas variam em termos de criatividade

que expõem nos seus trabalhos e na importância que dão a fatores como

segurança, reconhecimento, promoção, apoio social, desafios no trabalho que

fazem e disposição para trabalhar além da hora do expediente.

Essas variações são explicadas por características individuais como

valores, atitudes, percepções, motivações e personalidades. É preciso

reconhecer a influência exercida pelos fatores psicológicos individuais, no

momento de avaliar a produtividade de empregados, absenteísmo, rotatividade

e satisfação.

1.1 - Variáveis De Comportamento Individual

Segundo Robbins (1998) todos os nossos comportamentos são, de

alguma forma, moldados por nossas personalidades e experiências. Deste

modo, destacam-se quatro variáveis individuais que exercem efeitos no

desempenho e satisfação dos empregados, sendo elas classificadas como

características biográficas, habilidade, personalidade e aprendizagem.

1.1.1 - Características Biográficas

Os fatores conhecidos como características biográficas podem

influenciar diretamente na produtividade e satisfação dos empregados e são de

fácil percepção, podendo ser obtidos, na maioria das vezes, nas informações

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contidas no arquivo sobre a vida pessoal do empregado, como idade, sexo,

estado civil e tempo de serviço na organização.

1.1.2 –Habilidade

Todos têm pontos fortes e fracos em termos de habilidade que os fazem

relativamente superiores ou inferiores a outros no desempenho de certas

tarefas ou atividades. Para a administração é importante conhecer as

habilidades de cada funcionário e usar este conhecimento para aumentar a

probabilidade de um empregado desempenhar bem o seu trabalho.

Habilidade refere-se à capacidade do indivíduo de desempenhar as

várias tarefas de um cargo (ROBBINS,1998 pgs. 31-32). As habilidades de um

indivíduo são compostas de dois conjuntos de fatores: habilidades intelectuais,

que são aquelas necessárias ao desempenho de atividades mentais; e

habilidades físicas, que são importantes para desempenhar trabalhos que

exijam mais energia e força física.

1.1.3 –Personalidade

Para Robbins (1998), deve-se pensar em personalidade dentro do

ambiente organizacional como a soma total de maneiras pelas quais um

indivíduo reage e interage com os outros. A personalidade de um adulto é

considerada, em geral, o resultado de influências de fatores hereditários e

fatores ambientais, moderados por condições situacionais.

Os traços de personalidade são características permanentes que

descrevem o comportamento de um indivíduo. Os mais populares incluem

tímido, agressivo submisso, preguiçoso, ambicioso, leal e reservado. A

identificação dos traços de personalidade é importante para a previsão do

comportamento de um indivíduo em situações específicas, pesando as

características para a sua relevância situacional.

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Pesquisas recentes dão suporte à noção de que cinco dimensões de

personalidade básicas, chamadas de “Cinco Grandes”, sustentam todas as

outras. São elas: Extroversão, agradabilidade, conscienciosidade, estabilidade

emocional e abertura para a experiência (ROBBINS, 1998). Além de oferecer

uma estrutura de personalidade unificadora, pesquisas sobre as cinco grandes

também encontraram relações importantes entre estas dimensões de

personalidade e o desempenho no trabalho.

1.1.4 – Aprendizagem

Quase todo comportamento complexo é aprendido e o processo de

aprendizagem envolve mudanças que devem ser relativamente permanentes.

As pessoas podem aprender comportamentos favoráveis ou desfavoráveis

para a organização.

A aprendizagem acontece quando há mudança nos processos de

pensamento ou atitudes de um indivíduo, e se não estiver acompanhada de

mudança no comportamento, não é aprendizagem. Para isso, alguma forma de

experiência é necessária, e pode ser adquirida diretamente através da

observação ou prática, ou indiretamente, como resultado de leitura.

1.2 – A Percepção No Comportamento Organizacional

O comportamento das pessoas é baseado em suas percepções do que

a realidade é, e não na realidade em si. O que alguém percebe pode ser

substancialmente diferente da realidade objetiva. O mundo como ele é

percebido é o mundo que é comportamentalmente importante (ROBBINS

1998, pg.62).

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Freqüentemente há desacordo na maneira dos empregados verem seu

ambiente de trabalho. Nem todos concordam que ali é um grande lugar para

trabalhar – condições de trabalho favoráveis, tarefas interessantes, bom

pagamento e gerência compreensiva e responsável. É muito difícil se achar

uma unanimidade.

A explicação para os diferentes modos de percepção dos indivíduos

para a mesma coisa seria o número de fatores que operam para moldar, e

algumas vezes distorcer, a percepção. Entre as características pessoais mais

relevantes que afetam a percepção estão as atitudes, as motivações, os

interesses, as experiências passadas e as expectativas. Necessidades

insatisfeitas ou motivações estimulam indivíduos e podem exercer forte

influência nas suas percepções.

Assim, cada pessoa desenvolve seu próprio conjunto de conceitos para

interpretar o ambiente externo e interno e para organizar suas múltiplas

experiências de vida cotidiana. Os padrões pessoais de referência são

importantes para o entendimento do processo de comunicação humana.

1.3 – Valores, Atitudes E Satisfação No Trabalho

É necessário que os chefes conheçam os valores de seus subordinados,

pois, embora não tenham impacto direto no comportamento, os valores

influenciam fortemente as atitudes de uma pessoa.

Valores são importantes para o estudo do comportamento

organizacional porque formam a base para o entendimento de atitudes e

motivação e porque influenciam as percepções. Eles contêm um elemento

julgador que conduz as idéias de um indivíduo ao que é certo, bom ou

desejável.

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Atitudes são constatações avaliadoras, tanto favoráveis quanto

desfavoráveis, em relação a objetos, pessoas ou eventos. Elas refletem como

alguém se sente em relação a algo. (ROBBINS, 1998, pg.92). Atitudes não

são o mesmo que valores, mas os dois estão inter-relacionados. Valores,

normalmente, influenciam atitudes e comportamentos.

Nas organizações, atitudes são importantes porque afetam o

comportamento no trabalho. As atitudes relacionadas ao trabalho extraem

avaliações positivas ou negativas que os empregados têm sobre aspectos de

seus ambientes de trabalho. Em relação ao comportamento organizacional,

existe uma preocupação com três atitudes:

- Satisfação no trabalho – Uma pessoa com um alto nível de satisfação no

trabalho tem atitudes positivas em relação ao emprego, ao passo que uma

pessoa que está insatisfeita com seu trabalho tem atitudes negativas quanto

ao emprego.

- Envolvimento com o trabalho – O envolvimento com o trabalho mede o

grau em que uma pessoa se identifica psicologicamente com seu trabalho e

considera o nível percebido de desempenho importante para a auto

valorização.

- Compromisso organizacional – é um estado em que um empregado

identifica-se com uma organização especial e suas metas e deseja manter-se

ligado a esta organização.

O trabalho de uma pessoa é mais do que apenas as atividades óbvias

do dia a dia. As ocupações requerem interação com colegas e chefes, seguir

regras e políticas organizacionais, obedecer a padrões de desempenho,

conviver com condições de trabalho que estão freqüentemente aquém das

ideais. A estimativa de um empregado de quão satisfeito ou insatisfeito ele

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está com seu trabalho é um somatório complexo de um número de elementos

separados do trabalho.

Segundo Robbins (1998) os fatores mais importantes que conduzem à

satisfação no trabalho são:

TRABALHO MENTALMENTE DESAFIADOR, pois estes oferecem a

oportunidade dos trabalhadores usarem suas habilidades e capacidades;

RECOMPENSAS JUSTAS, que incluem promoções por oferecerem

oportunidades para crescimento pessoal, mais responsabilidade e aumento de

status social;

CONDIÇÕES DE TRABALHO APOIADORAS, referentes ao ambiente aonde

são realizadas suas tarefas diárias, seja por conforto pessoal ou por facilitarem

a realização de um bom trabalho;

COLEGAS QUE DÊEM APOIO, pois para a maioria dos empregados, o

trabalho preenche a necessidade de interação social, que inclui o bom

relacionamento com o seu superior, especialmente quando este oferece

elogios pelo bom desempenho.

Além disso, a IMPORTÂNCIA DA PERSONALIDADE EM RELAÇÃO AO

AJUSTE DO CARGO é fundamental para a satisfação no trabalho, já que os

indivíduos devem descobrir seus talentos e habilidades em relação à escolha

da profissão, para obedecer às exigências de seus empregos.

1.4 – Clima Organizacional

O conceito de clima organizacional envolve um quadro amplo e flexível da influência ambiental sobre a motivação. De acordo com Chiavenato (2008,

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pg. 75) o clima organizacional é a qualidade ou propriedade do ambiente

organizacional que é percebida ou experimentada pelos membros da

organização e influencia seu comportamento.

O clima organizacional refere-se ao ambiente interno existente entre os

membros da organização e está intimamente relacionado com o grau de

motivação de seus empregados. O termo clima organizacional refere-se

especificamente às propriedades motivacionais do ambiente organizacional,

isto é, aos aspectos da organização que levam à provocação de diferentes

espécies de motivação nos empregados.

Assim, o clima organizacional é favorável quando proporciona satisfação

das necessidades pessoais dos empregados e elevação do moral, e

desfavorável quando proporciona a frustração daquelas necessidades. Na

verdade, o clima organizacional influencia o estado motivacional das pessoas e

é por ele influenciado.

Como decorrência do conceito de motivação, em nível individual, surge o

conceito de clima organizacional, ao nível da organização, como importante

aspecto do relacionamento entre pessoas e organizações. Os seres humanos

estão continuamente engajados no ajustamento a uma variedade de situações,

no sentido de satisfazer as suas necessidades e manter um equilíbrio

emocional.

Isso pode ser definido como um estado de ajustamento e não se refere

somente à satisfação das necessidades fisiológicas e de segurança, mas

também à satisfação das necessidades de pertencer a um grupo social de

estima, e de auto-realização.

Como a satisfação dessas necessidades superiores depende

particularmente daquelas pessoas que estão em posições de autoridade

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hierárquica, torna-se importante para a administração compreender a natureza

do ajustamento e do desajustamento das pessoas.

1.5 – Objetivos individuais x Objetivos organizacionais

Para ultrapassar suas limitações individuais, as pessoas se agrupam para formar organizações, no sentido de alcançar objetivos comuns. Ao

crescerem, as organizações requerem maior número de pessoas para a

execução de suas atividades. Essas pessoas, ao ingressarem nas

organizações, perseguem objetivos individuais diferentes daqueles que

formaram originalmente as organizações. Isto faz com que gradativamente os

objetivos organizacionais se distanciem dos objetivos individuais dos novos

empregados.

Assim, tanto os indivíduos como as organizações possuem objetivos a

alcançar. As organizações recrutam e selecionam seus recursos humanos para

com eles e por meio deles, alcançarem objetivos organizacionais. Todavia, os

indivíduos, uma vez recrutados e selecionados, têm objetivos pessoais que

lutam para atingir e, muitas vezes, servem-se da organização para consegui-

los.

Sendo assim, o relacionamento entre pessoas e organização nem

sempre é cooperativo e satisfatório. Muitas vezes, torna-se um relacionamento

tenso e conflitivo em que o alcance do objetivo de um lado impede ou cerceia o

alcance do objetivo do outro.

O conflito entre os objetivos que as organizações procuram atingir e os

objetivos que individualmente cada empregado pretende alcançar é muito

antigo. O que é bom para um lado nem sempre é bom para o outro. E aí estão

armados o conflito e o antagonismo de interesses. Se um lado leva vantagem,

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o outro geralmente fica prejudicado se a solução a ser adotada é do tipo

ganhar/perder.

CAPÍTULO II

ESTRESSE E DESMOTIVAÇÃO NO TRABALHO

É sabido que o estresse de empregados é um problema cada vez maior

nas organizações. O estresse é associado a restrições e exigências. A primeira

impede de fazer o que se deseja e a última refere-se à perda de algo desejado.

Estresse é um conjunto de reações físicas, químicas e mentais de uma

pessoa a estímulos ou estressores no ambiente. É uma condição dinâmica, na

qual uma pessoa é confrontada com uma oportunidade, restrição ou demanda

relacionada com o que ela deseja. (CHIAVENATO , 1999 , pg. 377).

O autoritarismo do chefe, a desconfiança, a pressão das exigências e

cobranças, o cumprimento do horário de trabalho, a monotonia de certas

tarefas, o moral baixo dos colegas, a falta de perspectiva de progresso

profissional e a insatisfação pessoal não somente derrubam o bom humor das

pessoas, como também provocam estresse no trabalho.

Pela falta de motivação intrínseca, as pessoas tendem a se concentrar

nas reivindicações e expectativas por maiores salários e melhores condições

de trabalho como meio de compensar a insatisfação, o descontentamento e a

frustração com as tarefas.

2.1 – Causas Do Estresse

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Existem três conjuntos de fatores – ambiental, organizacional e individual

– que atuam como fontes potenciais de estresse. Para se tornarem estresse

real ou não, vai depender de diferenças individuais, como experiência no cargo

e personalidade.

O estresse no trabalho pode causar insatisfação relacionada ao

emprego, além de tensão, ansiedade, irritabilidade e tédio. Quando as pessoas

exercem empregos que tenham exigências múltiplas e conflitantes ou nos

quais haja uma falta de clareza sobre os deveres, a autoridade e

responsabilidades do ocupante, tanto o estresse quanto a insatisfação são

aumentados.

Cargos que forneçam um baixo nível de variação, significado,

autonomia, feedback e identidade para os ocupantes criam estresse e

reduzem a satisfação e o envolvimento com o cargo. Quando o estresse é

vivenciado por um indivíduo, seus sintomas podem surgir como resultados

fisiológicos, psicológicos e comportamentais.

Cada indivíduo reage de diferentes maneiras aos fatores que provocam

o estresse. Aquelas pessoas que são viciadas no trabalho e que são

impulsionadas para alcançar metas, geralmente estão mais sujeitas ao

estresse do que as outras. Sintomas comportamentalmente relacionados com

o estresse incluem mudanças na produtividade, absenteísmo e rotatividade.

Algumas pessoas prosperam em situações de estresse, enquanto outras

são esmagadas por elas. Normalmente, empregados e administração têm

noções diferentes do que constitui um nível aceitável de estresse no emprego.

Da perspectiva da organização, níveis baixos a moderados de estresse

podem ser funcionais e levar a um desempenho melhor do empregado. Um

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nível modesto de estresse conduz a maior criatividade quando uma situação

competitiva requer novas idéias e soluções.

Porém, altos níveis de estresse, ou mesmo baixos níveis sustentados

por longos períodos de tempo, podem levar à redução de desempenho do

empregado e, dessa forma, exigem ação da administração. Entretanto, para os

empregados, mesmo baixos níveis de estresse têm a propensão de serem

percebidos como indesejáveis.

2.2 – Efeitos Do Estresse

A insatisfação é freqüentemente associada a um elevado nível de

reclamações e ressentimentos com o trabalho. Empregados altamente

insatisfeitos são mais propensos a recorrer à sabotagem e agressão passiva,

além de estarem inclinados a ter mais contratempos com a saúde.

Certos fatores relacionados com o trabalho, como sobrecarga de

atividade, pressão de tempo ou relações problemáticas com chefes ou clientes

provocam reações como nervosismo, inquietude, tensão, entre outras. Alguns

problemas humanos, como dependência de álcool e abuso de drogas, muitas

vezes são decorrentes do estresse no trabalho.

O estresse no trabalho provoca sérias conseqüências tanto para os

empregados como para a organização. Quando os empregados estão felizes

com seus empregos, eles melhoram suas vidas fora dos trabalhos, enquanto

os insatisfeitos levam atitude negativa para casa.

Para a administração, uma força de trabalho satisfeita traduz-se em

maior produtividade, devido a menos interrupções causadas por faltas, menos

incidência de comportamento destrutivo, assim como custos mais baixos do

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governo em relação à saúde do empregado. Empregados satisfeitos têm

índices mais baixos de rotatividade e absenteísmo.

2.3 – Conseqüências do Estresse para os Empregados

De acordo com Hitt et al (2007, pg. 205) muitas pesquisas examinaram

características que têm a propensão de influenciar o modo pelo qual um

indivíduo reage ao estresse.

Pessoas com personalidade do Tipo A são competitivas, dinâmicas e

impacientes. Podem impulsionar a si mesmas para alcançar objetivos cada vez

mais altos, até que se tornem frustradas, irritadas, ansiosas e hostis. Pessoas

com personalidade do Tipo B são menos competitivas, menos dinâmicas e

mais pacientes.

As pessoas do Tipo A são mais suscetíveis de apresentar enfermidades

induzidas pelo estresse por duas razões: Devido as suas tendências

competitivas e dinâmicas, elas podem criar uma maior quantidade de

estressores à sua volta, como aumentar o seu próprio volume de trabalho,

enquanto que as pessoas do Tipo B são mais moderadas. Além disso,

pessoas com personalidade do Tipo A estão mais propensas a avaliar

qualquer evento como um agente de estresse do que as pessoas com

personalidade do Tipo B.

Outro fator decisivo no controle do estresse diz que pessoas com uma

forte auto-estima, de um modo geral, desfrutam de maior bem-estar, e podem

ser mais resistentes aos efeitos decorrentes de agentes estressores. Segundo

Hitt et al (2007, pg.205) ao enfrentar pesadas cargas de trabalho, essas

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pessoas são capazes de desmembrar as tarefas e priorizar seu trabalho de

modo que possam administrar demandas excessivas de trabalho, enquanto

que pessoas com baixa auto-estima podem afastar-se, tornando a sobrecarga

de trabalho bem pior.

A organização, os gerentes e os especialistas de RH podem colaborar

na identificação e redução do estresse no trabalho. O gerente pode monitorar

cada subordinado para identificar sintomas de estresse e informar os remédios

organizacionais disponíveis, como transferências ou aconselhamento. Os

especialistas de RH podem utilizar pesquisas de atitudes para identificar fontes

organizacionais de estresse, e desse modo, refinar os processos de colocação

de empregados, para assegurar uma adequação entre pessoa e cargo.

2.4 – Conseqüências do Estresse para as Organizações

O estresse traz conseqüências para as organizações, assim como para os indivíduos. Conforme Hitt et al (2007, pg. 208), pesquisas mostraram fortes

ligações entre estresse, insatisfação no trabalho, rotatividade e custos com

tratamentos de saúde. As enfermidades relacionadas ao estresse custam às

empresas grandes quantias em seguros e reivindicações de indenização por

empregados.

Além disso, conseqüências individuais do estresse podem interagir de

modo a causar problemas para as organizações. Por exemplo, problemas

comportamentais, tais como a violência, e conseqüências fisiológicas como a

ansiedade, podem fazer baixar a qualidade dos relacionamentos entre colegas

de trabalho, resultando em desconfiança, animosidade e colapso nas

comunicações.

A ausência de funcionários, decorrente de faltas ao trabalho, pode

sobrecarregar os colegas, causando ressentimento por terem que assumir o

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trabalho dessas pessoas. Há também o aumento dos riscos, em termos de

segurança, para todos os empregados, resultantes do uso de álcool e de

drogas por um funcionário.

Por conseguinte, as conseqüências do estresse para as organizações

podem ir além, tornando o estresse no ambiente de trabalho um problema

ainda mais perigoso e oneroso.

O estresse afeta todas as pessoas dentro da organização, desde

executivos do primeiro escalão até funcionários de todos os níveis

hierárquicos. O desempenho eficaz de tarefas e a resolução bem-sucedida de

problemas são fatores necessários para que uma organização conquiste e

sustente vantagem competitiva, que, por sua vez, resulta em lucros para a

organização e para seus clientes.

Embora uma parcela do estresse tenha efeitos positivos sobre o

comportamento das pessoas, quando em demasia passa a ser disfuncional.

Quando isto ocorre, a produtividade das pessoas fica comprometida e o

desempenho organizacional é prejudicado, levando a organização a ter altos

prejuízos e menores lucros.

A capacidade dos gerentes de evitar e de ajudar os funcionários a

reduzir o estresse que eles vivenciam terá um importante impacto no

desempenho dos indivíduos e da organização como um todo.

Pesquisas recentes demonstram que, para alcançar qualidade e

produtividade, as organizações precisam ser dotadas de pessoas participantes

e motivadas nos trabalhos que executam. Assim, a competitividade

organizacional passa obrigatoriamente pela qualidade de vida no trabalho.

Para atender ao cliente externo, não se deve esquecer o cliente interno.

Para conseguir satisfazer o cliente externo, as organizações precisam antes

satisfazer a seus funcionários responsáveis pelo produto ou serviço oferecido.

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CAPÍTULO III

MOTIVAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA

Motivação são forças oriundas do interior de uma pessoa, que são

responsáveis em parte pelo direcionamento, pela intensidade e pela

persistência intencionais dos esforços da pessoa, orientados para o alcance de

objetivos específicos que não dependam de capacidades nem de demandas

externas (HITT ET AL, 2007, pg. 164).

Somente o capital humano não basta para garantir o desempenho, os

comportamentos e as atitudes que oferecem sustentação para o desempenho

organizacional. Os funcionários precisam traduzir seu capital humano em

ações que resultem no desempenho que contribua para a conquista dos

objetivos organizacionais, e a motivação é o processo por meio do qual ocorre

essa tradução.

Sabe-se que a motivação é o resultado da interação entre o indivíduo e

a situação. É através da conduta dos indivíduos que pode-se entender os

motivos que os levam a agir. Segundo Minicucci (1985) a motivação leva as

pessoas a agirem em direção a um objetivo e responde a pergunta: POR

QUE?

Para Robbins (1998, pg. 109), motivação é a vontade de empregar altos

níveis de esforço em direção a metas organizacionais, condicionada pela

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capacidade do esforço de satisfazer alguma necessidade do indivíduo. Estas

necessidades devem ser compatíveis e coerentes com as metas da

organização.

3.1 – As Primeiras Teorias De Motivação

No ambiente organizacional do pós-guerra, grandes organizações

começaram a mostrar verdadeiro interesse por pesquisas cientificamente

conduzidas. Passou-se a procurar com avidez a resposta sobre o que

realmente fazer para ser possível contar com pessoas motivadas no ambiente

de trabalho.

Existem três teorias específicas, desenvolvidas na década de 50, e que,

embora fortemente atacadas e agora questionadas em termos de validade, são

ainda, provavelmente, as melhores explicações para a motivação do

empregado.

- Teoria de hierarquia de necessidades

Desenvolvida por Abraham Maslow, é a mais conhecida teoria de

motivação, e baseia-se na hipótese de que dentro de cada ser humano existe

uma hierarquia de cinco necessidades: Fisiológicas, Segurança, Sociais,

Estima e Auto-realização. Á medida que cada uma destas necessidades se

torna satisfeita, a necessidade seguinte torna-se dominante.

– Teoria X e Teoria Y

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Proposta por Douglas McGregor, após concluir que a visão de um

gerente sobre a natureza dos seres humanos está baseada num certo

agrupamento de pressuposições e que ele tende a moldar seu comportamento

em relação aos subordinados de acordo com elas. Segundo McGregor,

existem duas visões distintas de seres humanos: A Teoria X, basicamente

negativa e a Teoria Y, basicamente positiva.

– Teoria Motivação – Higiene

Formulada pelo psicólogo Frederick Herzberg, que defende que os

fatores que levam à satisfação no trabalho são separados e distintos daqueles

que levam à insatisfação. Para motivar as pessoas em seus trabalhos,

Herzberg sugere dar ênfase à realização, ao reconhecimento, ao próprio

trabalho, à responsabilidade e ao crescimento.

3.2 – Teorias Contemporâneas De Motivação

As teorias anteriores são bem conhecidas, mas não se sustentam bem a

um exame mais profundo. As teorias contemporâneas têm um grau razoável

de documentação de suporte válido, e representam o estágio atual para

explicar a motivação de empregados.

- Teoria ERC

Baseada na hierarquia de necessidades de Maslow, Clayton Alderfer

argumenta que existem três grupos de necessidades centrais – existência,

relacionamento e crescimento – daí o nome ERC. Esta teoria é mais

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compatível com o conhecimento de diferenças individuais entre as pessoas e

representa uma versão mais válida da hierarquia de necessidades.

- Teoria de necessidades de McClelland

Foi desenvolvida por David McClelland e seus associados. A teoria

enfoca três necessidades: Necessidade de realização – impulso de lutar pelo

sucesso; Necessidade de poder – fazer os outros se comportarem de uma

maneira que eles não teriam se comportado; Necessidade de afiliação –

desejo por relações interpessoais amigáveis e próximas.

– Teoria de avaliação cognitiva

Argumenta que quando recompensas extrínsecas são usadas pelas

organizações, como pagamento para um desempenho superior, as

recompensas intrínsecas que são derivadas de os indivíduos fazerem o que

gostam são reduzidas.

– Teoria de determinação de metas

Edwin Locke propôs que as intenções de trabalhar em direção a uma

meta são a principal fonte de motivação de trabalho, isto é, metas dizem a um

empregado o que precisa ser feito e quanto esforço será necessário empregar.

– Teoria do reforço

Um contraponto à teoria de determinação de metas, argumenta que o

reforço condiciona o comportamento. Teóricos do reforço vêem o

comportamento como sendo causado ambientalmente, ou seja, ignora o

estado interior do indivíduo e se concentra apenas no que acontece a uma

pessoa quando ela faz algo.

– Teoria da equidade

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Com base nos insumos de uma pessoa, como esforço, experiência,

educação e competência, os indivíduos comparam resultados como níveis de

salários, aumentos, reconhecimento e outros fatores. Quando as pessoas

percebem um desequilíbrio em sua proporção resultado-insumo, relativo a

outros, é criada a tensão que fornece a base para a motivação.

- Teoria de Expectativa

Elaborada por Victor Vroom, é uma das explicações de motivação mais

aceitas. A teoria da expectativa diz que um empregado estará motivado a

empregar um alto nível de esforço quando acreditar no resultado de três

relações: Relação esforço-desempenho; Relação desempenho-recompensa e

Relação recompensas-metas pessoais.

3.3– Motivando Empregados Em Organizações

Algumas organizações já perceberam que a valorização das pessoas

não as faz perder terreno. Pelo contrário, estão se tornando mais criativas,

competitivas e eficazes. Aqueles que nelas trabalham as percebem de maneira

mais positiva e compensadora. São organizações que têm lutado contra o

crescente senso de alienação, isolamento e desconfiança. Elas inspiram um

correspondente senso de autoconfiança, satisfação e segurança. Segundo

Robbins (1998) as principais maneiras de manter os empregados motivados

são:

- Reconhecer diferenças individuais – empregados têm necessidades

diferentes, por isso, não devem ser tratados da mesma forma. O bom chefe

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deve gastar o tempo que for necessário para entender o que é importante para

cada empregado. Isso vai permitir a personalização das metas, o nível de

envolvimento e as recompensas para se alinharem com as necessidades

individuais.

- Usar metas e feedback – empregados devem ter metas difíceis, específicas,

assim como feedback sobre seu progresso em busca de atingir essas metas.

- Permitir que os empregados participem de decisões que os afetem – como

determinar metas de trabalho, escolher seus próprios pacotes de benefícios,

resolver problemas de produtividade e qualidade e similares. Isto pode

aumentar a produtividade, o compromisso de trabalhar metas, a motivação e

satisfação no trabalho.

- Vincular recompensas a desempenho – é de suma importância que os

empregados percebam uma relação clara. Independentemente de quão

próximas as recompensas estejam correlacionadas aos critérios de

desempenho, se os indivíduos perceberem essa relação como baixa, os

resultados serão baixo desempenho, diminuição na satisfação no trabalho e

aumento nas estatísticas de rotatividade e absenteísmo.

- Verificar a equidade do sistema – recompensas devem ser percebidas

pelos empregados como equivalentes aos insumos que eles trazem para o

trabalho. Experiência, habilidades, capacidades, esforço e outros insumos

devem explicar diferenças de desempenho e, desta forma, em pagamentos,

designação de tarefas e outras recompensas.

3.4- Qualidade De Vida No Trabalho (QVT)

O termo Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) foi cunhado por Louis

Davis na década de 1970, quando desenvolvia um projeto sobre desenho de

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cargos. Para ele, o conceito de QVT refere-se à preocupação com o bem-estar

geral e a saúde dos trabalhadores no desempenho de suas tarefas.

Atualmente, o conceito de QVT envolve tanto os aspectos físicos e

ambientais como os aspectos psicológicos do local de trabalho. A QVT

assimila duas posições antagônicas: de um lado, a reivindicação dos

empregados quanto ao bem-estar e satisfação no trabalho e, do outro, o

interesse das organizações quanto aos seus efeitos potenciais sobre a

produtividade e a qualidade.

A QVT tem sido utilizada como indicador das experiências humanas no

local de trabalho e do grau de satisfação dos indivíduos que desempenham o

trabalho. O conceito de QVT implica um profundo respeito pelas pessoas. Para

alcançar níveis elevados de qualidade e produtividade, as organizações

precisam de pessoas motivadas, que participem ativamente nos trabalhos que

executam e que sejam adequadamente recompensadas pelas suas

contribuições.

A competitividade organizacional, e obviamente, a qualidade e

produtividade, passam obrigatoriamente pela QVT. De acordo com Chiavenato

(1999, pg. 391), para bem atender o cliente externo, a organização não deve

esquecer o cliente interno. Isto significa que, para satisfazer o cliente externo,

as organizações precisam antes satisfazer os seus funcionários responsáveis

pelo produto ou serviço oferecido.

A organização que investe diretamente no funcionário está, na realidade,

investindo indiretamente no cliente. A gestão da qualidade total nas

organizações depende fundamentalmente da otimização do potencial humano,

e isto depende de quão bem as pessoas se sentem trabalhando na

organização.

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A QVT representa em que grau os membros da organização são

capazes de satisfazer suas necessidades pessoais através do seu trabalho na

organização. Os fatores envolvidos na QVT são:

- A satisfação com o trabalho executado.

- As possibilidades de futuro na organização

- O reconhecimento pelos resultados alcançados

- O salário percebido

- Os benefícios auferidos

- O relacionamento humano dentro do grupo e da organização

- O ambiente psicológico e físico de trabalho

- A liberdade e responsabilidade de decidir

- As possibilidades de participar

A QVT envolve os aspectos intrínsecos e extrínsecos do cargo. Ela afeta

atitudes pessoais e comportamentos relevantes para a produtividade individual

e grupal, tais como: motivação para o trabalho, adaptabilidade a mudanças no

ambiente de trabalho, criatividade e vontade de inovar ou aceitar mudanças.

3.5 - Motivação Na Administração Pública

A aplicação de regras comprovadamente eficazes para o meio

privado simplesmente não podem ser admitidas no meio público, por

impossibilidade legal, muitas vezes por falta de inspiração e até de coragem

dos administradores públicos.

Para administração de servidores públicos, fatores desagregadores

são aqueles que traduzem situações que, por si só, conduzem o servidor

naturalmente a uma apatia, a uma inércia. Dentre eles, são apontados a

estabilidade no serviço público, a falta de estímulos para crescimento na

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carreira, a pouca atratividade dos cargos de chefia e, a impossibilidade dos

chefes, no serviço público, oferecerem benefícios aos que se destacam.

Obviamente, em contraposição aos fatores desagregadores, há

fatores agregadores, que são capazes de impulsionar os servidores públicos a

produzir algo mais do que simplesmente cumprir sua tarefa diária.

Dentre alguns fatores agregadores conhecidos, destaca-se

primordialmente a atuação da chefia. Aliados a este, os Psicológicos, o

Ambiente de Trabalho, a Percepção de valorização do servidor público gerada

pelo Órgão a que está subordinado e o treinamento.

1) Atuação da Chefia - Embora nem sempre seja possível ao chefe

eliminar fatores desagregadores, pode o mesmo criar novos itens capazes de

anular aqueles, ainda que parcialmente.

Segundo Villanova (2009), a atuação do chefe pode motivar os

servidores ou desencadear uma sequência de eventos capazes de minar sua

chefia trazendo prejuízos absurdos ao serviço público.

.

Saber lidar de forma diferenciada com cada servidor é fator

essencial. Para o Chefe no setor público, a impossibilidade de demissão de um

servidor que não se enquadra nos objetivos da chefia impede a atuação que

seria natural no setor privado.

Há quase sempre a possibilidade de encaminhar o funcionário

improdutivo para outro setor. Assim, há casos de funcionários que “rodam” de

repartição em repartição, e é exatamente esse o objetivo do funcionário mal

intencionado.

Embora haja instrumentos previstos na lei capazes de munir os

chefes de instrumentos punitivos, processos administrativos, afastamentos de

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um determinado setor (e não do serviço público), tais instrumentos se

mostram, na prática, ineficazes e altamente desagregadores, trazendo na

maioria das vezes, mais prejuízos que benefícios ao serviço. Por outro lado,

não há previsão legal para conferir benefícios aos que se destacam, que

produzem mais e melhor.

Entender que ninguém é perfeito, que ninguém é ruim em tudo e que

ninguém é bom em tudo, constitui um raciocínio essencial ao bom

administrador. Encontrar a tarefa que o servidor melhor se adapta é uma

verdadeira arte que precisa ser exercida.

Não há dúvida de que dificilmente alguém estará disposto a

obedecer cegamente. No serviço público essa situação é pior. O servidor

público dos novos tempos: concursado, conhecedor de seus direitos e das

obrigações de seus chefes, não está disposto a ir fazer algo simplesmente por

que alguém mandou. A ordem absurda não pode ser obedecida.

O verdadeiro líder é conhecedor das tarefas de seus subordinados,

está disposto a ir ao seu lado na realização de uma tarefa árdua. Mais

importante do que estar lá é conquistar a confiança do subordinado. Como ser

exigente com o horário se não cumpro o meu? Como exigir que o servidor não

falte ao serviço se o chefe nunca está lá?

2) Fatores psicológicos - podem ser divididos em Coletivos e

Individuais:

a) Fatores Psicológicos Coletivos - são aqueles que afetam de maneira

variada toda a equipe. Decisões que afetam toda uma categoria podem gerar

desconforto, ansiedade, desânimo ou então, euforia, satisfação e outros

sentimentos positivos.

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A aprovação de um novo Plano de Carreiras, a inclusão de premiações

ou gratificações pela realização de cursos já demonstrou eficácia para a

melhoria da qualidade do trabalho. Alguns procedimentos adotados pelos

setores de Recursos Humanos como a Ginástica Laboral e Terapias Redutoras

do Estresse já tiveram seus bons resultados comprovados.

Mas não devem ser enumerados apenas aqueles que afetam toda uma

categoria. Há situações que podem conduzir uma equipe inteira ao sucesso ou

ao fracasso. O sentimento de injustiça na aplicação de determinada penalidade

com um servidor público em especial pode desencadear um sentimento

coletivo de revolta.

A atuação do chefe em um caso específico pode conduzir seus

subordinados ao desânimo, ao sentimento de que não adianta se esforçar ou

que os incompetentes são sempre beneficiados.

Assim, cabe ao administrador analisar a situação através de um plano

superior, raciocinar sobre as possibilidades e conseqüências individuais e

coletivas. As decisões adotadas sem a necessária avaliação, no calor do

momento tendem a ser exageradas e não surtir o efeito desejado ou trazer

consigo conseqüências não previstas, com prejuízo para toda a equipe e para

o serviço.

b) Fatores Psicológicos Individuais - a complexidade da psique humana

exige dos chefes uma forte dose de paciência, compreensão e raciocínio. A

produtividade de qualquer pessoa (servidor público ou não) que passe por

situações estressantes tende a ser reduzida. Problemas pessoais, familiares,

econômicos podem minar o trabalho de um bom funcionário.

Caso o chefe da equipe não consiga identificar a situação momentânea

que aflige aquele servidor em particular e lhe conferir um “voto de confiança”

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poderá incorrer em um erro que afetará ainda mais o desempenho do servidor

e por vezes de toda a equipe.

Valorizar a atuação positiva de um servidor diante dos demais pode

trazer efeitos benéficos para todo o grupo, valorizar o espírito de equipe, sem

sombra de dúvida, é primordial. O chefe precisa estar atento para reduzir os

atritos normais entre as pessoas que convivem todos os dias com

características completamente diferentes.

3) O Ambiente de Trabalho. se analisado psicológica ou

fisicamente, influi diretamente na melhoria ou na redução da produtividade do

funcionário público. Quando se fala em um bom ambiente de trabalho o que

vem à mente é um local onde as pessoas se sentem bem, se sentem

valorizadas, percebem a preocupação de seus superiores com seu bem estar.

No entanto, além desses importantes componentes psicológicos não se pode

deixar de analisar o ambiente físico.

Nem todas as soluções estão sob o poder o do administrador.

Conseguir mais uma mesa ou cadeira para um novo funcionário pode levar até

meses e depender de uma licitação. No entanto, há atitudes que podem ser

adotadas a fim de tornar o ambiente mais organizado e mais funcional. Isso na

maioria das vezes depende apenas de um pouco de observação e criatividade

do chefe. A simples mudança de lugar dos móveis pode trazer bons

resultados.

4) Percepção de valorização do servidor público gerada pelo

Órgão a que está subordinado - Muitas vezes a única possibilidade que se

apresenta ao chefe é levar ao conhecimento de seus superiores a insatisfação

e as sugestões para resolver o problema.

É óbvio que a hierarquia está presente no serviço público de

maneira escalonada onde cada um possui seu leque de atribuições. Aquele

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que lidera uma equipe deve assumir seu papel de líder, precisa assumir riscos,

precisa “comprar a briga” de seus subordinados quando isso for conveniente

ao serviço ou a coesão do grupo, sem nunca ferir a confiança de seus

superiores e a fidelidade aos mesmos, o zelo pelo serviço público.

Muitas vezes a verdade não precisa ser dita aos subordinados

imediatamente, a omissão de determinadas situações, palavras e insatisfações

superiores podem ser mensuradas e colocadas à equipe no momento mais

conveniente. Não há nada pior que dizer àquele que se esforçou, que seu

desempenho não agradou.

Se por um lado dizer que o trabalho está muito bom pode inibir a

vontade de melhorar... dizer que não está, pode despertar um sentimento de

que “não adianta se esforçar”. Assim, a atuação do chefe deve ser tanto no

plano horizontal quanto vertical. Deve levar aos superiores as necessidades da

equipe, suas frustrações seus anseios e aos subordinados a idéia da

importância que os mesmos tem no contexto do trabalho.

3.6- Motivação Pessoal

Se, no início do século passado, o desafio era descobrir aquilo que se

deveria fazer para motivar as pessoas, mais recentemente tal preocupação

muda de sentido. Passa-se a perceber que cada um já trás, dentro de si, suas

próprias motivações.

Aquilo que mais interessa, então, é encontrar e adotar recursos

organizacionais capazes de não sufocar as forças motivacionais inerentes às

próprias pessoas. Já não faz mais sentido negar que, em condições favoráveis,

cada pessoa exerça com naturalidade seu poder criativo, buscando aí seu

próprio referencial de auto-identidade e auto-estima.

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Segundo Bergamini (1997, pg. 169), não existem receitas de como

resolver os problemas causados pela falta de motivação generalizada que se

encontra disseminada entre a maioria das organizações. O ponto comum entre

um vasto número de estudos já permite afirmar que aquilo que está fora das

pessoas, no seu ambiente circundante, muito pouco tem a ver com a elevação

ou queda dos níveis de satisfação motivacional.

Quanto mais se aprofunda o estudo do comportamento motivacional

humano, mais claramente se percebe que a motivação de cada um está ligada

a um aspecto que lhe é muito caro, aquele que diz respeito à sua própria

felicidade pessoal.

CONCLUSÃO

Diversas teorias pretenderam oferecer esperanças de se conseguir

intervir decisivamente no curso do comportamento das pessoas. Enquanto

teorias, tais pontos de vista chegaram a obter grande sucesso quanto à sua

popularidade e puderam contar com expressivo número de adeptos.

Entretanto, a precariedade e a falta de sustentação dessas teorias levaram

seus adeptos a mudar sua atitude favorável.

Não tem sido fácil aceitar que nada se possa fazer para motivar as

pessoas ou administrar a motivação de alguém. Quanto mais se estudou o ser

humano na sua maneira própria de ser, maior foi a certeza da impossibilidade

de se chegar a fórmulas comportamentais cuja previsibilidade pudesse ser

considerada como inquestionável.

As pessoas trazem, dentro de si mesmas, seus potenciais

motivacionais, que são as suas necessidades, as suas pulsões e seus desejos.

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A forma pela qual esse conjunto é atendido determina maiores ou menores

níveis de satisfação motivacional. É por isso que medidas administrativas de

caráter genérico e impessoal podem ser consideradas como altamente

desmotivantes (BERGAMINI, 1997, pg. 186).

Quase sempre os objetivos organizacionais se contrapõem aos objetivos

individuais das pessoas. Para Chiavenato (2008, pg. 94) é preciso ser eficaz

para proporcionar resultados à organização e eficiente para progredir

pessoalmente na vida.

A parcela maior de responsabilidade pela integração entre os objetivos

organizacionais e os objetivos dos indivíduos recai sobre a alta administração.

É ela quem deve estabelecer os meios, políticas, critérios e tudo o mais que

possa acontecer para alcançar a satisfação de ambos os lados. A organização

depende de pessoas, recurso indispensável e inestimável. Assim, a

interdependência de necessidades da organização e do indivíduo é imensa,

pois tanto as vidas como os objetivos de ambos estão inseparavelmente

ligados e entrelaçados.

Assim, não são apenas as condições físicas de trabalho que importam.

É preciso algo mais. As condições sociais e psicológicas também fazem parte

do ambiente de trabalho. A gestão da qualidade total em uma organização

depende fundamentalmente da otimização do potencial humano. E isto

depende de quão bem se sentem as pessoas trabalhando dentro da

organização.

As organizações devem considerar que são impotentes para motivar

quem quer que seja, pois as pessoas já estão motivadas ao serem portadoras

de necessidades próprias. Elas só podem oferecer a oportunidade para que as

forças motivacionais entrem em ação.

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BIBLIOGRAFIA

BERGAMINI, Cecília Whitaker. Motivação nas Organizações. São Paulo: Ed.

Atlas, 4ª edição, 1997.

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas – o novo papel dos recursos

humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 3ª tiragem, 1999.

CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos: o capital humano das

organizações. São Paulo: Atlas, ed. 4, 2008.

HITT, Michael A., MILLER, C.Chet., COLELLA, Adrienne. Comportamento

Organizacional – uma abordagem estratégica. Rio de Janeiro: LTC Editora,

2007.

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42

MINICUCCI, Agostinho. Psicologia Aplicada à Administração. São Paulo: Ed.

Atlas, 3ª edição, 1985.

ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. São Paulo: Atlas, 8ª

edição, 1998.

WEBGRAFIA

VILLANOVA, Paulo Jorge Lellis. Motivação de Servidores Públicos e a Teoria

dos Dois Fatores. 2009. Acesso: 28 de agosto de 2011.

www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=3458

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL 10

1.1 – Variáveis de Comportamento Individual 11

1.1.1 – Características Biográficas 11

1.1.2 – Habilidade 12

1.1.3 – Personalidade 12

1.1.4 - Aprendizagem 13

1.2 – A Percepção no Comportamento Organizacional 13

1.3 – Valores, Atitudes e Satisfação no Trabalho 14

1.4 – Clima Organizacional 16

1.5 – Objetivos Individuais x Objetivos Organizacionais 18

CAPÍTULO II

ESTRESSE E DESMOTIVAÇÃO NO TRABALHO 19

2.1 – Causas do Estresse 19

2.2 – Efeitos do Estresse 21

2.3 – Conseqüências do Estresse para os Empregados 22

2.4 – Conseqüências do Estresse para as Organizações 23

CAPÍTULO III

MOTIVAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA 25

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3.1 – As Primeiras Teorias de Motivação 26

3.2 – Teorias Contemporâneas de Motivação 27

3.3 – Motivando Empregados em Organizações 29

3.4 – Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) 30

3.5 – Motivação na Administração Pública 32

3.6 – Motivação Pessoal 37

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA 40

WEBGRAFIA 40

ÍNDICE 41