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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM AS TECNOLOGIAS EMPREGADAS NA EDUCAÇÃO Por: Jeany Nogueira Alves Laranjeira Orientador Profª. Flávia Cavalcanti Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

AS TECNOLOGIAS EMPREGADAS NA EDUCAÇÃO

Por: Jeany Nogueira Alves Laranjeira

Orientador

Profª. Flávia Cavalcanti

Rio de Janeiro

2011

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

AS TECNOLOGIAS EMPREGADAS NA EDUCAÇÃO

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Docência do

Ensino Superior.

Por.: Jeany Nogueira Alves Laranjeira.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por me permitir

chegar até e ter a oportunidade de

realizar esta monografia, também aos

meus familiares, meu marido, filho e

irmão, que sempre me apoiaram

durante o desenvolvimento da mesma.

DEDICATÓRIA

Ao meu marido, que sempre depositou

em mim toda a sua confiança, nunca

duvidando do meu potencial.

RESUMO

A presente pesquisa visa mostrar como houve uma crescente nas tecnologias

que cercam a educação hoje, e como elas invadiram as instituições de ensino,

e contextualizamos através de grandes teóricos como Levy Pierre, Luis Paulo

Moran e Marcos Masetto, e de reportagens atuais em jornais e revistas com

entrevistas de especialistas em educação tecnológica, Mark Weston, que é

estrategista educacional da Dell (empresa no ramo da informática), buscando

saber até que ponto elas podem ajudar ou prejudicar o processo de ensino

aprendizagem. E após muitas leituras, apresentamos as inúmeras tecnologias

presentes na educação e como elas podem ser aplicadas à prática docente,

finalizando então comentando sobre a aprendizagem dos alunos diante dos

recursos trabalhados. Com base na pesquisa é possível afirmar que a

tecnologia sem a ação do professor é vã, ou seja, não resulta em resultados

positivos, pois a tecnologia é utilizada como auxílio para a aprendizagem, na

prática docente, e que o uso destas tecnologias sem a metodologia apropriada

podemos obter inclusive resultados negativos. Logo, a chave se encontra no

professor, diferente do que muitos deles pensavam que a tecnologia poderia

substituir um dia o papel do professor, foi mais do que comprovado que a

tecnologia sem o professor não é nada, pois é o professor quem deve utilizar-

se de uma metodologia apropriada ao momento educacional que nos

encontramos para obtermos êxito no uso das TICs (Tecnologias e Informação

e Comunicação). O que nos leva a crer que o uso de uma prática docente

apropriada aliada a tecnologia adequada, pode sim gerar ganhos positivos na

aprendizagem do aluno. Porém esta deve ser uma prática bem planejada, e

orientada pelo professor.

Palavras-chaves: Tecnologia, Educação Tecnológica, TICs, Aprendizagem

Significativa, Mídias Virtuais, Informática Educativa.

METODOLOGIA

Pesquisas por tecnologias que já estão sendo empregas, bem como

aquelas que estão surgindo, e até mesmo as tendências tecnológicas que

visam à melhoria da educação; A aceitação destas tecnologias por parte dos

docentes, das escolas e dos alunos; Verificar os rendimentos que estas

tecnologias proporcionam à educação. Buscando como embasamento os

teóricos LEVY, Pierre. 1999; MASSETO, Marcus T. 2006; MORAN, Luis Paulo.

2006 e BEHRENS, Marilda Aparecida, assim como reportagens publicadas em

jornais, revistas e site na web.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A Tecnologia 10

CAPÍTULO II - A Prática Docente 17

CAPÍTULO III – A Construção da Aprendizagem 30

CONCLUSÃO 37

ANEXOS 39

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 51

WEBGRAFIA CONSULTADA 52

ÍNDICE 54

8

INTRODUÇÃO

Com a crescente presença das tecnologias nos dias atuais, estamos

sempre diante de diversas tecnologias e muitas das vezes não nos

encontramos aptos a utilizá-las com proveito para uma melhoria das tarefas

desempenhas, com maior qualidade e presteza.

O uso destas tecnologias tem estado presente cada vez mais em

nossa sociedade, sobretudo no campo educacional, onde as escolas estão

sendo equipadas com os mais variados recursos tecnológicos existentes. Mas

a questão é: estes recursos auxiliam ou atrapalham a aprendizagem dos

alunos?

Os professores “ganham” os recursos tecnológicos, os alunos, mais do

que nunca, estão inseridos dentro destas tecnologias (pois vivem na “era

digital”), porém dificilmente estes professores recebem uma capacitação para

utilizar estes recursos, quando muito lhe é proporcionado um “mini-

treinamento”, onde ao sair do mesmo, sequer é lembrado o nome do recurso

utilizado.

Segundo Pierre Lévy, “Toda nova tecnologia cria seus excluídos”.

(Lévy, 1999: 237). Com essa afirmação, Lévy não está atacando a tecnologia,

contudo quer lembrar que, por exemplo, antes dos telefones não existiam

pessoas sem telefone, do mesmo modo que antes de se inventar a escrita não

existiam analfabetos.

A problemática da exclusão digital apresenta-se como um dos grandes

desafios deste início de século, com importantes conseqüências nos diversos

aspectos da vida humana na contemporaneidade. As desigualdades há muito

sentidas entre pobres e ricos entram na era digital e tendem a se expandir com

a mesma aceleração novas tecnologias.

Os métodos utilizados para levar o problema exposto foram pesquisas

por tecnologias que já estão sendo empregadas, bem como aquelas que estão

surgindo, e até mesmo as tendências tecnológicas que visam à melhoria da

educação; A aceitação destas tecnologias por parte dos docentes, das escolas

e dos alunos; Verificar os rendimentos que estas tecnologias proporcionam à

9

educação. Buscando como embasamento os teóricos LEVY, Pierre. 1999;

MASSETO, Marcus T. 2006; MORAN, Luis Paulo. 2006 e BEHRENS, Marilda

Aparecida, assim como reportagens publicadas em jornais, revistas e site na

web.

O Capítulo 1 apresenta um breve histórico sobre as tecnologias, até

chegar às modernidades digitais encontradas hoje, fazendo um paralelo com o

mercado acadêmico.

O Capítulo 2 descreve as práticas docentes em meio às tecnologias

existentes, os treinamentos, as atualizações e as aceitações por parte do

corpo docente a estas tecnologias que têm surgido no mercado acadêmico.

Já no capítulo 3 é observado à aceitação por parte dos alunos, como

estas tecnologias podem facilitar ou acelerar o processo de aprendizagem por

parte dos alunos.

Concluindo então o estudo, apresentando uma discussão a cerca de

atualizar-se, obtendo informações mais rápidas, precisas e dinâmicas, que

podemos obter com o uso das tecnologias no desenvolvimento de nossas

habilidades cotidianas da vida acadêmica, visando a qualidades da prática

docente. Ou continuar com as mesmas práticas utilizadas no século passado,

onde se tinha professor com livro aberto, ditando ou passando o conteúdo no

quadro e o aluno copiando, sem nenhuma interação entre o aluno e o

professor.

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CAPÍTULO I

TECNOLOGIA

Tecnologia (palavra de origem grega, (τεχνολογια) techne (τεχνη) "técnica, arte, ofício" + logia (λογια) "estudo") é um termo que envolve o conhecimento técnico e científico e as ferramentas, processos e materiais criados e/ou utilizados a partir de tal conhecimento (WIKIPÉDIA, acesso em 15/06/2011)

1.1 - Conceitos de tecnologia

A humanidade, no decorrer de sua história, produziu ferramentas e

procedimentos de trabalho que permitiram minimizar o esforço e aperfeiçoar os

resultados provenientes da produção dos bens que necessitava. Segundo Ong

(1991), “A tecnologia, em seu sentido mais amplo, é definida como o

conhecimento que o homem possui e que o torna capaz de desenvolver tarefas

particulares” (p.799).

Porém podemos encontrar diversas definições para tecnologia, para

Goldemberg:

A tecnologia é o conjunto de conhecimentos de que uma sociedade dispõe sobre ciências e artes industriais, incluindo os fenômenos sociais e físicos, e a aplicação destes princípios à produção de bens e serviços. (GOLDEMBERG, 1978, p.157).

11

Segundo Faria:

A tecnologia deve ser compreendida como o conjunto de conhecimentos aplicados a um determinado tipo de atividade e não apenas às máquinas. A tecnologia compreende as técnicas e o uso de técnicas que interferem no processo de trabalho/produção, de maneira a modificá-lo, organizá-lo, racionalizá-lo. (FARIA, 1992, p.29).

Para Blanchette:

A tecnologia pode ser a ponte entre a produtividade e o desenvolvimento do potencial humano, mas pode tornar-se, também, uma barreira para o sucesso real e permanente da empresa, em nosso contexto, substituiremos a palavra empresa por educação e aprendizagem. (BLANCHETTE, 1993, p.994).

Pierre Levy fala sobre a Cibercultura, esta é uma expressão, criada por

ele mesmo, para sintetizar o mundo digital centralizando múltiplos usos, em

seu livro ele diz:

A grande questão da cibercultura, tanto no plano de redução de custo como no acesso de todos à educação, não é tanto a passagem do “presencial” a “distância”, nem do escrito e do oral tradicionais à "multimídia". É a transição de uma educação e uma formação estritamente institucionalizadas (a escola, a universidade) para uma situação de troca generalizada do saberes, o ensino da sociedade por ela mesma, de reconhecimento autogerenciado, móvel e contextual das competências. (PIERRE LEVY, 1999, p.156).

Em suma, a tecnologia tem o objetivo de eliminar as tarefas repetitivas,

facilitando o trabalho e tornando-o mais eficiente, aumentando a produtividade

e os benefícios, e essa tecnologia evolui a cada dia. Por exemplo, o

mimeógrafo, um dia já uma tecnologia muito utilizada dentro das escolas, ela

eliminava as tarefas repetitivas, pois hoje, esta que um dia já foi uma grande

invenção e a tecnologia mais atual, agora não serve mais, tornou-se um lixo

tecnológico, pois ninguém mais quer utilizar, devido a existirem tecnologias

12

mais avançadas do que esta para serem empregadas com a mesma função,

como as impressoras.

O quadro negro, por exemplo, já foi substituído pelo quadro branco, com

o uso de pilotos, que inclusive não agride a saúde do docente, como o pó do

giz. Esta já foi uma evolução tecnológica. Por mais que não envolva a

informática e o computador, isto é evolução tecnológica.

Há uma confusão muito grande em relação a tecnologia, pensando-se

que para ser tecnologia, tem que envolver informática, muito pelo contrário,

todo novo método para facilitar um determinado trabalho é considerada uma

nova tecnologia, e isto ocorre desde sempre, desde a pré-história, as

evoluções tecnológicas vem ocorrendo, como a invenção do fogo, da roda, da

luz, etc.

Quando ela envolve recursos da informática, chamamos de tecnologia

digital, e esta sim é um “boom” do momento, e justamente devido à este

mesmo avanço da tecnologia, a informação se propaga muito rápido, ou seja,

as tecnologias antigamente demoravam para serem alteradas, mas hoje, com

esta velocidade de informação que temos, nem bem nos acostumamos com

uma e já nos deparamos com outra melhor ainda a nossa porta. Daí um dos

problemas com relação a atualização do conhecimento e das práticas em

relação a este grande volume de recursos existentes.

No exemplo citado acima, do quadro negro, sendo substituído pelo

quadro brando, como a tecnologia digital, temos hoje um mais atuais recursos

tecnológicos, o quadro interativo, onde o professor pode interagir com uma

caneta apropriada, nas apresentações montadas por ele. Enviar cópias das

informações que estão no quadro para o computador dos alunos, com um

simples comando feito no próprio quadro. Ou seja, os alunos não precisam se

preocupar em copiar o que esta no quadro, se preocupando simplesmente em

ouvir a explicação do professor, possibilitando um maior aproveitamento do

tempo em sala de aula.

A educação, assim como toda a sociedade, esta passando por um

grande avanço tecnológico, novas formas de ensinar e de construção do

conhecimento estão sendo apresentadas numa velocidade incrível.

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As tecnologias digitais cooperam para a massificação do saber,

democratizando o conhecimento. Novas ferramentas multimídia são agregadas

ao cotidiano escolar, como por exemplo o uso do notebook, o que acrescenta

várias possibilidades ao aprendizado.

Os sistemas educativos encontram-se hoje submetidos a novas

restrições no que diz respeito a quantidade, diversidade e velocidade de

evolução dos saberes. Em um plano puramente quantitativo, a demanda de

formação é maior do que nunca. As universidades transbordam. Os

dispositivos de formação profissional e contínua estão saturados.

“Os indivíduos toleram cada vez menos seguir cursos uniformes ou

rígidos que não correspondem a suas necessidades reais e às especificidades

de seu trajeto de vida.” (LÈVY, p.169, 1999).

Por isso o uso destas tecnologias esta sendo, mais do nunca,

necessários para não cair na mesmice dentro de sala de aula, e termos um

diferencial em nossa prática docente, visando sempre uma satisfação na

aprendizagem do aluno.

1.2 - Tecnologias Digitais

A tecnologia digital teve inicio no início dos anos 70, quando os primeiro

computadores, chegaram a algumas universidades, e ocupavam salas inteiras,

devido ao seu tamanho. No fim da década de 80, deram lugar a computadores

mais compactos, e as escolas passariam a possuir laboratórios com vários

computadores.

O avanço tecnológico, nos dias atuais, apresenta novas tecnologias a

todo o instante, e a tecnologia é assim, vem como uma onda lhe oferecendo o

que há de melhor, quando ela abaixa, suas ofertas se tornam o refugo do

amanhã. Nos países subdesenvolvidos, carinhosamente chamados de

“emergentes”, como nós aqui no Brasil, fica-se com o fim da onda, ou seja, o

obsoleto adquire novamente o formato do “novo” e é vendido à preço de ouro.

14

Um ciclo que se repete, até que a mercadoria já esteja com sua capacidade

sedutora esgotada, perfazendo a movimentação do capital.

Por este motivo, temos que nos atentar para não ficarmos reféns do

consumismo, que é oferecido com as inúmeras tecnologias que são

apresentadas.

As tecnologias digitais que podem ser empregadas na educação, se

dividem entre as mídias digitais, que são recursos eletrônicos de hardware,

que possuem custo altos para a sua aquisição e manutenção. E as mídias

sociais, que são os recursos oferecidos com a internet, através da web 2.0,

não possuem custos para quem tem acesso à banda larga.

1.2.1 - Mídias Digitais.

São suportes eletrônicos utilizados por docentes e educandos, com o

intuito de facilitar a processo de ensino e aprendizagem.

Segundo a Wikipédia, a mídia digital, no sentido mais amplo, pode ser

definida como:

O conjunto de veículos e aparelhos de comunicação baseados em tecnologia digital, permitindo a distribuição ou comunicação digital das obras intelectuais escritas, sonoras, ou visuais. Meios de origem eletrônica utilizados nas estratégias de comunicação das marcas com seus consumidores, geralmente chamada de mídia digital (WIKIPÉDIA, acesso: 29/06/2011).

Como exemplo de mídias digitais, podemos citar:

ü DVD Player

ü Televisão

ü Retroprojetor

ü Computador

ü Notebook

ü Tablet

ü Projetor

ü Quadro Interativo

15

1.2.2 - Mídias Sociais.

As mídias sociais permitem o compartilhamento de informações,

interesses e esforços nos aspectos formal e informal. As informações são

trabalhadas em diferentes níveis, tanto nos chamados sites de relacionamento

pessoal, quanto nos sites de relacionamento profissional. E é a internet a

responsável por este compartilhamento, este advento foi possível na 2ª fase da

internet, a chamada internet 2.0.

Há uma confusão entre as expressões “redes sociais” e “mídias

sociais”. Normalmente os dois termos são utilizados como sinônimos, apesar

de não serem.

Rede social - é uma forma de representação dos relacionamentos que

pode ser manifestada de muitas maneiras, não somente no meio eletrônico.

Mídia social - meio eletrônico que permite a interação entre as

pessoas.

A mídia social é um canal de transmissão interativo, em que o

conteúdo não vem pronto: é construído pelo público. A tecnologia permitiu a

disseminação das mídias sociais e de um novo conceito de comunicação,

pautado na produção de assuntos por meio da interação entre emissor e

receptor. Ou seja, não só o professor transmite informações, mas permite a

interação com o aluno, expandindo cada vez o tamanho da sala de aula. Pois

esta interação não necessita ocorrer dentro das 4 paredes da sala de aula. Já

nas mídias tradicionais, como o jornal e a televisão, os tópicos são

simplesmente transmitidos ao leitor/ouvinte/telespectador.

16

Como exemplos de Mídias Sociais, podemos citar:

ü Wikipédia

ü YouTube

ü SlideShare

ü Linkedin

ü Orkut

ü Twitter

ü MSN

ü Skype

ü Correio Eletrônico

O uso destas mídias, unido à mediação pedagógica do docente, visam

auxiliar na produção da aprendizagem do aluno, orientando o aluno a tirar bom

proveito no uso destas tecnologias, saindo do uso de relacionamento pessoal,

para o uso de aprendizagem sobre determinado assunto.

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CAPÍTULO II

A PRÁTICA DOCENTE

Durante algum tempo atrás encontrávamos uma resistência muito

grande por parte dos docentes na utilização de novas tecnologias em suas

práticas dentro ou fora de sala de aula.

Hoje este cenário mudou em parte, pois a adesão dos professores à

práticas inovadoras e tecnológicas, cresce a cada dia, mas ainda encontramos

alguns professores que se prendem as práticas arcaicas de aulas meramente

expositivas, sem nenhum recurso que o auxilie em sua prática.

O uso de recursos tecnológicos além de facilitar a prática do docente

também auxilia no processo de aprendizagem do aluno, pois permite uma aula

mais criativa, dinâmica, ilustrada, que requer a interação do aluno.

Essa resistência por parte dos docentes se dá devido ao medo, que é

natural, de que esta tecnologia possa vir a substituir-lo em sua prática, quando

na realidade, em nenhum momento isto esteve ou esta em questão. Pois estas

tecnologia sem o conhecimento e o direcionamento do professor nem teria

nenhuma eficácia em sua aula, muito pelo contrário, as tecnologias são

utilizadas para um apoio as aulas, e não a sua substituição.

Foi divulgado no site da globo.com, no dia 09 de agosto deste ano, um

levantamento feito pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da

Informação e da Comunicação (CETIC.br), do Núcleo de Informação e

Coordenação do Ponto BR (NIC.br), mostra que, apesar de 81% das escolas

possuírem laboratório de informática, os problemas de infraestrutura são

considerados o maior empecilho para uma maior utilização. Entre as principais

barreiras, estão o baixo número de computadores conectados a internet e a

velocidade de conexão.

Os próprios professores reconheceram que a principal limitação para

um maior aproveitamento das Tecnologias da Comunicação e Informação

(TICs) na escola está ligada ao seu nível de conhecimento sobre as

possibilidades de uso das tecnologias. E 64% deles concorda que os alunos

18

sabem mais sobre computador e internet do que eles. Para desenvolver suas

habilidades, os docentes também não contam com apoio institucional: 75%

afirmaram que os colegas são os que mais auxiliam na melhora de seu

desempenho.

Principalmente o professor universitário hoje, ele precisa sair desta

rede de comodismo que se encontra, e vencer o receio de que o aluno saiba

mais do que ele, pois somente com a prática virá o pleno domínio da

tecnologia, sabendo que esta tecnologia muda muito rapidamente, devemos

estar antenas para as novidades que surgem e sempre atualizados,

adaptando-as as nossas aulas.

Masetto em seu livro “Competências Pedagógicas do Professor

universitário”:

Essencial no conceito de técnicas ou estratégias é sua característica de instrumentalidade. Todas as técnicas são instrumentos e como tais necessariamente precisam estar adequadas a um objetivo e ser eficientes para ajudar na consecução deste. (MASETTO MARCOS, 2003, p.86).

Devemos lembrar que a tecnologia é um auxilio a aula do professor e

deve ser bem selecionada, o professor deve optar pela tecnologia melhor

atende aquela turma para expor aquele determinado conteúdo. Nem sempre

um recurso utilizado em uma turma terá o mesmo efeito em outra. O professor

tem que ter o discernimento para aplicar os recursos que confere a cada

turma, de acordo com o conteúdo a expor.

As universidades estão de certa forma “obrigando” esse professor a se

atualizar com as TICs, pois cresce a cada dia o número de universidade que

aderem as plataformas em que o aluno tem acesso a toda a vida escolar

dentro delas, o professor disponibiliza materiais para consulta dos alunos,

economizando assim o gasto com xerox, divulgação de notas e faltas dos

alunos, histórico escolar, disciplinas cursadas e a cursar.

Este universo vem sendo inserido no contexto escolar aos poucos, e

hoje já ganhou proporções muito grandes principalmente no âmbito

19

universitário. E o professor tem que se adequar a essa realidade. Ainda hoje

encontramos professores (os mais antigos e tradicionais) que quando têm que

laçar as notas dos alunos na plataforma, pedem a algum parente, amigo,

colega de trabalho, ou até mesmo pagam algum profissional para realizar esta

tarefa.

É bem verdade que os professor não recém nenhum tipo de

treinamento ou capacitação, com relação as TICs que estão sendo

empregadas em suas instituições, e quando se propõem a oferecer algum tipo

de treinamento e capacitação, é algo superficial e rápido, devido a vida corrida

e agitada de todo professor, e tem aqueles que não podem estar presentes

naquele dia e horário.

Na maioria das vezes o professor tem que buscar por meios próprios a

sua capacitação e somente com a prática que irá obter o domínio na aplicação

das tecnologias para sua eficácia em sala de aula.

A cada aula, a cada turma, deve ir testando os recursos existentes e

verificando como pode obter um maior êxito com esta ou aquela tecnologia.

Masseto mais uma vez cita:

A necessidade de variar as técnicas no decorrer de um curso, o que se faz oportuno, pois elas são um forte elemento de atuação sobre a motivação dos alunos, assim como a necessidade de se propor claramente os objetivos a serem alcançados. (MASETTO MARCOS, 2006, p.87).

Um dos objetivos de nós utilizarmos a criatividades com o uso das

TICs é proporcionar ao nosso aluno uma maior motivação para dentro deste

mercado competitivo que está hoje o mercado universitário, com sucateamento

da educação, a banalização dos cursos, quando queremos oferecer um ensino

de qualidade, devemos nos recorrer a estes recursos apresentados pela

tecnologia, principalmente as virtuais que poucos professores universitários ou

não, aplicam em suas práticas expandindo a sua sala de aula para um

ambiente virtual.

20

No capítulo anterior foram apresentadas as tecnologias digitais que

foram utilizadas e que estão surgindo no processo educativo dentro e fora das

sala de aula. E passamos a detalhar agora como pode ser apresentada a

prática docente na utilização destas tecnologias.

2.1 - Mídias Digitais

Recursos utilizados em aulas presenciais, são chamados recursos

audiovisuais.

2.1.1 - DVD e Televisão

O Aparelho de DVD, juntamente com a televisão, foi um dos primeiros

a serem utilizados por alguns docentes, para a apresentação de filmes,

palestras, com o objetivo de colocar um debate ao termino do material

apresentado.

2.1.2 - Retroprojetores

Os retroprojetores também foram adotados na prática docente, onde o

professor podia criar seu próprio material, com textos e imagens para exibi-los

aos alunos, facilitando a exposição da aula por parte do docente e

compreensão por parte do aluno.

2.1.3 - Computador, Notebook, Tablet e Projetor

Com a chegada dos computadores e notebook, o professor consegue

ter acesso mais fácil e rápido a informação, para não só ampliar seus

conhecimentos, como obtém recursos para preparação de suas aulas,

materiais para exposição e exploração de seus alunos.

Com o uso do computador encontramos um software chamado Power

Point, que permite a criação de uma apresentação de sua aula com recursos

dinâmicos e não estáticos como era conseguido com o retroprojetor, tirando a

21

monotonia da aula, trazendo um dinamismo maior a aula, pois juntamente com

o projetor, é conseguido não só a exposição do material de textos, gráficos e

imagens,como também vídeos, músicas e sons em geral.

2.1.4 - Quadro Interativo

O primeiro quadro interativo do mundo surgiu em 1991, e mais

recentemente vem se popularizando pelas escolas e universidades do Brasil,

porém o seu uso é formada por três tecnologias interligadas: um computador,

um projetor e o próprio quadro interativo.

Seu tamanho é semelhante a um quadro convencional padrão. As

informações do computador são exibidas pelo projetor sobre a superfície do

quadro sensível ao toque, o qual funciona essencialmente como um monitor.

O diferencial de usar o projetor em um quadro comum ou uma tela de

projeção e usar o quadro interativo, é que o quadro interativo possui a

tecnologia de sensibilidade ao todo, funcionando como um dispositivo de

entrada de dados.

Ou seja, basta tocar a superfície usando os dedos ou uma caneta

própria, da mesma maneira que usa o mouse no computador. Você poderá

controlar aplicativos, navegar pela internet e escrever em aplicativos, sites e

vídeos com tinta digital.

Também terá imagens e modelos relacionados a diversas disciplinas

incluídos no software com os quais poderá criar e salvar aulas e exercícios

para uso e análise futuros.

Outro diferencial é que através de um simples comando no quadro

interativo o professor pode passar o conteúdo que esta na tela para o

computador dos alunos, conteúdo esse que foi preparado previamente pelo

professor, e que durante a explicação podem surgir setas e observações com a

caneta especial e todo este conteúdo será passado para aluno ao término da

aula.

Esta é uma realidade que ainda não vivenciamos em nossas salas de

aula, mas acredito que numa realidade próxima isto poderá ser possível, a

substituição dos quadros comuns pelos quadros interativos em todas as sala

22

de aula e não somente em nos auditórios e a substituição dos cadernos por

parte dos alunos pelos notebooks, só assim teremos a total eficácia no uso

desta nova tecnologia.

O quadro interativo possui softwares específicos para o seu

funcionamento e reconhecimento da escrita digital, onde o professor em sua

prática, não precisa levar um material no PowerPoint para apresentar um

conteúdo, qualquer informação que o professor colocar no quadro poderá ser

enviada para os alunos no momento que assim o desejar.

Esta é uma das maiores e mais atuais tecnologias que podemos

adequar as práticas de um docente, pois possibilita ao docente uma infinidade

de recursos.

2.2 - Mídias Sociais

Utilizados em ambientes virtuais, como recursos para expandir a sala

de aula.

2.2.1 - Wikipédia

Enciclopédia virtual livre para que todas as pessoas possam contribuir

para a sua expansão, por este motivo ela cresce a cada dia, pois esta sempre

sendo atualizada com assuntos dos mais variados possíveis.

É uma grande fonte de informações para pesquisas escolares, para

um conhecimento sobre determinado assunto, vale ressaltar que, há uma certa

desconfiança por parte de alguns que os dados que ali estão possam conter

erros, uma vez que qualquer pessoa pode acrescentar artigos, isto é bem

verdade, os erros podem existir, há ainda aquelas pessoas que alteram as

informações por vandalismo, mas em contrapartida existe um grande número

de pessoas que estão a busca destes erros, consertando-os e criando fóruns

de discussão para analisar se um determinado assunto acrescido é verdadeiro

ou não, por este motivo, a Wikipédia é considerada uma das melhores

enciclopédia atuais pois além de ser rica em assuntos ela é atualizada

constantemente.

23

O Docente em sua prática, no uso desta tecnologia, pode solicitar aos

alunos que pesquisem sobre determinado assunto na Wikipédia antes da aula,

para que no momento de sua aula, tenham um conhecimento prévio sobre o

assuntos e possam atuar em uma discussão em sala de aula, ou se o assunto

estudado por ele não for encontrado na Wikipédia ainda, que eles juntos

possam criar um artigo e publicá-lo na Wiki, e assim contribuir para o

crescimento da mesma.

2.2.2 - YouTube

O YouTube é um site que permite que seus usuários carreguem e

compartilhem vídeos em formato digital. É o mais popular site do tipo devido à

possibilidade de hospedar qualquer vídeo. Hospeda uma grande variedade

de filmes, videoclipes e materiais caseiros. O material encontrado no YouTube

pode ser disponibilizado em blogs e sites pessoais através de mecanismos

(APIs) desenvolvidos pelo site.

O professor em sua prática pode pesquisar no YouTube vídeos

relacionados ao assunto de sua aula, e trazer para a sala com o auxílio de um

projetor e um notebook e passar durante a aula o vídeo, podendo em seguida

ocorrer um debate sobre o vídeo exibido. Ou após a exposição de um assunto

de aula, o professor passar o vídeo para ilustrar o assunto exposto.

2.2.3 - SlideShare

O SlideShare é um site semelhante ao YouTube, sendo que o

YouTube é utilizado para o compartilhamento de vídeos enquanto que o

SlideShare é utilizado para compartilhamento de apresentações do

PowerPoint, que hoje é uma auxílio essencial para as aulas expositivas do

professor.

A mídia social SlideShare não é tão divulgada como o YouTube, mas

tem sido útil para a divulgação de apresentações prontas, é possível utilizá-la

24

na integra, ou mesmo, editá-la no PowerPoint, retirando ou acrescentando

informações de acordo com os apontamentos do professor.

2.2.4 - Linkedin

O Linkedin é um site de negócios que possui o formato de uma rede de

relacionamentos, cujo objetivo é reunir profissionais, através de uma listagem

de contatos, sendo pessoas ou empresas, permitindo assim a interatividade

entre os profissionais. É utilizado por quem prima por bons contatos

empresariais ou por quem pretende entrar no mercado de trabalho, na área

empresarial.

O Linkedin é importante principalmente no meio universitário, uma vez

que os alunos que ali se encontram, estão sendo formados para o mercado de

trabalho empresarial, e ali uma grande rede de profissionais esta se formando,

uma forma de manter contato com outros profissionais de sua área de

formação.

Uma vez orientados pelo professor pode ali se formar uma grande

conexão de profissionais.

2.2.5 - Orkut e Twitter

O Orkut é um site relacionamento pessoal, onde se reúnem pessoas

que se conhecem e possibilita a divulgação de fotos, vídeos, envio de

mensagens, criação de comunidades sobre um determinado assunto e criação

de fóruns para debate de assuntos. E é justamente dentro de uma destas

comunidades que pode ocorrer uma prática docente, onde o professor irá

funcionar como um moderador de um debate sugerido, por ele mesmo, ou

pelos alunos, sempre em decorrência de um conteúdo de seu programa de

curso.

Já o Twitter é uma rede social e servidor para microblogging, que

permite aos usuários enviar e receber atualizações pessoais de outros

contatos (em textos de até 140 caracteres, conhecidos como "tweets"), por

25

meio do website do serviço, por SMS e por softwares específicos de

gerenciamento.

Pode ser utilizado na prática docente assim como o Orkut, através de

debates virtuais. A diferença é que o Twitter é para textos curtos, aceita até

140 caracteres por mensagem enviada, enquanto que o Orkut 2.048

caracteres.

O debate pode ser feito ao mesmo tempo, em um laboratório de

informática, com cada aluno em um computador com acesso internet, onde o

professor lança o assunto e cada aluno faz o seu comentário, iniciando um

debate sobre a proposta do professor, concluindo a tarefa ao término da aula,

com o professor fará uma síntese do que ocorreu no debate.

A importância para que este debate ocorra através de um meio virtual,

é que favorece aquele aluno com maior timidez que naturalmente não

participaria de um debate presencial, fique mais a vontade para dar sua

opinião em um ambiente de menor exposição, outro ponto interessante é que

incentiva ao aluno a redigir textos formais, quando for dar sua contribuição.

Esta técnica também pode ser aplicada de forma totalmente virtual, o

professor cria o tópico de debate e deixa-o aberto por 4 ou 7 dias, a escolha do

professor, possibilitando assim que o aluno dê sua opinião de casa, do

trabalho, no horário e local que bem achar, com tempo para consultar

informações adicionais sobre o tema, reflita sobre o assunto a ser discutido,

sempre com mediações do professor, que não pode interferir diretamente na

discussão, sempre direcionando e gerenciando conflitos apenas. Podendo

cada participante se expressar quantas vezes quiser, avançar e modificar suas

próprias reflexões neste tempo, com base em suas estudos ou analisando as

colaborações dos colegas e do professor, discutindo as ideias em questão.

Tal forma de trabalhar favorece o desenvolvimento de uma atitude

crítica perante o assunto, uma expressão pessoal fundamentada e

argumentada sobre os vários aspectos que estão sendo debatidos. Uma

reflexão contínua, um debate fundamentado de ideias, com intervenções, do

professor no sentido de incentivar o progresso dessa reflexão, e o professor

26

como membro do grupo também fazer suas contribuições, sem nunca fechar o

assunto.

2.2.6 - MSN e Skype

O MSN é um aplicativo que permite a troca de mensagens

instantâneas, para a comunicação em tempo real, com ele também é possível

fazer uma conferência com até 9 pessoas.

O Skype é utilizado para realizar chamadas de voz e vídeo, sendo

possível também realizar uma videoconferência através deste recurso.

A prática docente se aplica a esta técnica, no uso da videoconferência

para levar os alunos a um ambiente profissional, para uma visita técnica a um

local de modo a diminuir os custos, ou o principal recurso seria proporcionar

uma palestra com a presença do palestrante em um local e os alunos em

outro.

A diferença de uma palestra gravada e passada para os alunos, se dá

pela troca de informações que pode haver entre o palestrante e a plateia

quando esta ocorre em videoconferência, ou seja, em tempo real, ocorrendo

então uma interação entre palestrante e plateia.

Porém para o uso desta técnica é necessário dispor de muitos

recursos, como computador, projetor, som e microfone, em todos os ambientes

em que ela for exibida e também no ambiente em que ela for realizada.

Mas mesmo assim, os custos que podem acarretar a vinda de um

palestrante de longe, ou a inda de um grupo de pessoas para uma palestra

longe, com certeza será maior do que os gastos realizar para realizar a

palestra através de videoconferência, mesmo com todos os recursos

necessários para que ela ocorra.

2.2.7 - Correio Eletrônico

Facilita o encontro do professor com o aluno entre uma aula e outra, e

sustenta a continuidade do processo e da aprendizagem, podendo ser usado

tanto pelo aluno como pelo professor, como por exemplo:

27

ü Disponibilizar materiais de estudos, como artigos, apostilas entre

outros, possibilitando a redução de custos com cópias;

ü Atendimento a um pedido de orientação urgente, por parte do aluno

ao professor;

ü Uma comunicação geral do professor para todos os alunos da

classe, ou com algum deles em particular;

ü Passar informações novas;

ü Sugestões interessantes;

ü Avisos urgentes;

O papel do professor no uso deste recurso, é imprescindível alguns

aspectos:

ü Disponibilidade do professor para responder aos e-mails;

ü A resposta do professor pode ser individual ou para o todo grupo, se

o professor assim o achar conveniente;

ü Procurar responder os e-mails de forma clara e completa, não

podendo ser como num ambiente presencial, deveremos levar em

conta uma possível situação e reação do receptador;

Um problema nesta técnica é o imenso número de e-mail que o

professor pode receber o que faz com que maioria deles desista desta técnica,

deixando de lado este potente recurso. A solução para este problema, seria o

professor reservar 1 hora específica a cada 3 dias, por exemplo, para

responder estes e-mails, o que será mais do que suficiente, dando prioridade

aos mais urgentes, tentando reunir grupos de mensagens afins e dar uma

resposta coletiva.

2.2.8 - Sites Educativos

Mais um instrumento a serviço dos educadores são os sites existentes

na web, que estão a disposição dos alunos para testar seus conhecimentos,

28

cabendo ao docente, pesquisar aqueles que atendem a sua disciplina, e

orientar aos alunos a sua utilização.

2.2.9 - Google Maps

Mais um recurso que foi disponibilizado pela web 2.0, que permite aos

seus usuários navegar por vários lugares, como se estivessem fazendo uma

visita ao local, sem a necessidade de sair da frente do computador, e pode ser

utilizado por professores de história e geografia, ou outra disciplina qualquer,

para fazerem visitais a locais dos mais variados possíveis, como por exemplo

os alunos podem visitar pontos turísticos de cidades como paris, Estados

Unidos, Rio de Janeiro, não simplesmente como um fotografia em um livro, ou

em um site comum, mas fazer uma exploração ao local,

O recurso consiste em um carro se movimentando pelas ruas, fazendo

um reconhecimento do local, em cima do carro comtem várias câmeras,

gravando as imagens, o que permite que através deste recurso se faça um giro

de 360º, girando para o local que deseja explorar, e deste jeito é possível

passear como se a pessoa estivesse realmente no local fazendo uma

exploração.

Este é um recurso pouco utilizado por professor, pela falta de

conhecimento da possibilidade de que este recurso possibilita, sendo

necessária apenas para a utilização do mesmo, apenas um laboratório com

computadores interligados a internet.

2.2.10 - Plataforma Moodle

A plataforma permite a transmissão e organização dos conteúdos de

materiais de apoio às aulas, pelo fato de ser uma ferramenta que permite

produzir cursos e páginas da Web, facilita a comunicação, possibilitando

contribuir para um padrão superior quer no ensino presencial, quer no ensino a

distância.

29

Muitas instituições de ensino (básico e superior) e centros de formação estão adaptando a plataforma aos próprios conteúdos, com sucesso, não apenas para cursos totalmente virtuais, mas também como apoio aos cursos presenciais. A plataforma também vem sendo utilizada para outros tipos de atividades que envolvem formação de grupos de estudo, treinamento de professores e até desenvolvimento de projetos. (WIKIPÉDIA, acesso em 16/09/2011).

Um recurso mais sofisticado e difícil de ser implementado por um

docente, pois necessita de conhecimentos mais aprofundados na área de

informática e web, para a implementação do mesmo, mas com o auxílio da

instituição de ensino, pode ser mais facilidade a utilização do mesmo, uma vez

que a plataforma possibilita a inserção por parte dos docentes de exercícios

dirigidos aos alunos, visando um maior aproveitamento dos estudos por parte

dia alunos.

Isso possibilita uma motivação grande no aluno, quando a visita

externa se torna onerosa e difícil, este pode ser um recurso quando a disciplina

ministrada assim o exigir.

30

CAPÍTULO III

A CONSTRUÇÃO DA APRENDIZAGEM

Ensinar e aprender, estes são desafios que sempre enfrentamos e

agora mais ainda, pois nos encontramos em uma transição do modelo

industrial para o da informação e do conhecimento, já dizia José Manoel Moran

(2000).

O que está em transição, é a forma de ensinar e de aprender, segundo

Moran, cada organização precisa encontrar a sua identidade, suas

características específicas, em suma, o seu papel.

Divulgado pelo site o Diretor de uma empresa pioneira no segmento de

Tecnologia educacional, divulgado no site professordigital.wordpress.com,

Gonçalo Margall (2011), disse “Transformar uma sala de aula tradicional em

um ambiente multimídia só produz os resultados esperados – alunos que

aprendem mais e melhor – quando, em paralelo, acontece o mais importante:

investir no professor, investir no professor, investir no professor”, e eu

acrescentaria, investir na aprendizagem, investir na aprendizagem, investir na

aprendizagem, o avanço das tecnologias, principalmente com a web 2.0, o que

encontramos é a construção do conhecimento, pelo próprio aluno, quando

instruído de forma positivamente pelo professor.

O aluno pode buscar e testar seus conhecimentos, interagir com outros

colegas de classe ou não, interagir com o professor e outros professores,

intensificar seus estudos de acordo com o seu interesse.

Moran afirma em seu artigo, Informática na Educação: Teoria e

Prática:

“A aquisição da informação, dos dados dependerá cada vez menos do professor. As tecnologias podem trazer hoje dados, imagens, resumos de forma rápida e atraente. O Papel do professor - o papel principal - é ajudar o aluno a interpretar esses dados, a relacioná-los, a contextualizá-los.” (MORAN, José Manuel, 2000, p.138).

31

Apesar desta afirmação de Moran, não basta simplesmente a leitura de

um texto que era feito em um livro, agora ser feito através do Notebook ou de

um Tablet, desta forma não há diferenças, a diferença deve ser através da

metodologia empregada.

O próprio Moran diz que aprender depende também do aluno, e que

para que a aprendizagem se torne verdadeiramente significativa, ela deve

fazer parte do contexto pessoal, intelectual e emocional do aluno.

Mas a questão é o uso destas tecnologias influenciam na produção do

conhecimento, geram melhorias na educação?

Esta é uma questão que esta sendo levantada em algumas pesquisas

pelo Brasil a fora, questionando se as tecnologias auxiliam, ou estamos

simplesmente sendo escravizados pelo mercado de inovações.

Dois estudos inéditos demonstram como a tecnologia ajudou a melhorar as notas de alunos da rede pública. A Fundação Carlos Chagas (FCC) acaba de concluir uma avaliação dos alunos de todas as escolas públicas do município de José de Freitas, no interior do Piauí, que desde o início de 2009 estudam com o apoio de lousas interativas, laptops individuais e softwares educativos. De acordo com o estudo, esses alunos melhoraram sua média de matemática em 8,3 pontos, enquanto os que não usaram a tecnologia avançaram apenas 0,2 ponto. O segundo estudo, da Unesco, braço das Nações Unidas para a educação, avaliou o desempenho de alunos de escolas públicas de Hortolândia, em São Paulo, que usaram salas de aula com lousa digital e um computador por aluno. O avanço foi de duas a sete vezes em relação aos colegas em salas de aula comuns. (REVISTA ÉPOCA, Edição nº 683, Junho/2011).

Apesar das avaliações terem sido positivas, o sucesso não está na

tecnologia, mas sim na forma de como o professor utiliza estas tecnologias.

Muitas vezes quando mal empregadas, como acontece em algumas escolas,

esse uso pode não resultar em melhorias e até mesmo resultar em piora do

desempenho dos alunos.

Na mesma reportagem da revista Época citada acima, é apresentado

uma escola particular em São Paulo chamada Graded School, em que os

alunos já estão substituindo os cadernos pelo uso dos notebooks. Esta é uma

32

realidade, que graças ao avanço tecnológico que encontramos na educação

hoje, e que eu acredito que esteja bem próximo de acontecer de forma mais

abrangente e não apenas em uma escola isolada em São Paulo, mas como

utilizamos esta realidade em todas as salas de aula, em todas as localidades,

seja pública ou privada.

Moran (2000) diz: “A internet favorece a construção cooperativa. o

trabalho conjunto entre professores e alunos, próximos física ou virtualmente”

(p. 140).

O que deve ser priorizado será o crescimento da aprendizagem, pois

irá permitir que aluno tenha um contato direto com o conhecimento, lógico que,

sempre orientado pelo professor, mas atividades que podem ser refeitas,

quantas vezes forem necessárias, induzindo o amadurecimento por parte dos

alunos, dando a eles a responsabilidade de direcionar os seus estudos,

escolhendo qual a atividade de deseja fazer naquele momento, procurando

sanar as deficiências e dificuldades dentro da disciplina em questão.

Porém ter uma sala de aula com 1 computador (Pc, Notebook ou

Tablet) para cada aluno, ou dupla de alunos, com acesso a internet e uma

internet de qualidade, pode ter seu aspecto positivo mas também negativo,

quando o uso destas tecnologias não são bem empregadas. Pois o uso em

sala de aula, com acesso a internet, quando não direcionado e bem aplicado

pode fazer com que os alunos utilizem-se da mesma para uso pessoal em

conversas paralelas, sem que tenha a ver com a matéria e o conteúdo

proposto, pesquisas de assuntos extra sala de aula, o que faria com que este

aprendizado, ao invés de ser aprimorado, tenha um rendimento contrário ao

pretendido, resultando então na falha do processo de aprendizagem.

O Banco Mundial divulgou, no fim do ano passado, a avaliação de um programa do governo colombiano que distribuiu máquinas para 2 milhões de alunos. O impacto nas notas de espanhol e matemática foi próximo de zero. Em alguns casos, as notas até pioram depois da chegada dos aparelhos. Em 2007, uma pesquisa do Ministério da Educação do Brasil mostrou que alunos que estudaram, por três anos, em escolas com computador estavam pelo menos seis meses atrasados no aprendizado em relação

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aos outros ... Cerca de 97% da rede pública americana tem um computador por aluno. Na Alemanha, mais de 30 mil escolas estão equipadas desde 2001. Mas, depois de tanto tempo usando computador na sala de aula, as estatísticas de aprendizado nacionais não melhoraram significativamente. (REVISTA ÉPOCA, Edição nº 683, Junho/2011).

Por este motivo, ressalto a necessidade de que os professores

necessitam de uma boa capacitação e direcionamento focados no uso destas

novas tecnologias que estão sendo arremessadas na educação, de forma

aleatória e sem direcionamento.

A Inglaterra criou um departamento só para pesquisar e avaliar o uso inovador da tecnologia em sala de aula. Na Coreia do Sul, o governo percebeu que, sem um conteúdo curricular fortemente relacionado à tecnologia, ela teria pouco efeito. Começou a produzir novos materiais didáticos para os computadores. (REVISTA ÉPOCA, Edição nº 683, Junho/2011).

Como vemos na reportagem, não basta simplesmente nos atermos as

tecnologias, mas precisamos estar um passo a frente, em seu uso, e

aprendermos com os erros e os acertos apresentados em países mais

desenvolvidos que o Brasil. Como na Inglaterra que existe um departamento só

para trabalhar com o uso inovador das tecnologias em sala de aula, ou na

Coreia do Sul que foca no currículo relacionado com a tecnologia, e o

desenvolvimento de materiais didáticos voltados para o seu uso em

computadores.

Ensinar com as novas mídias será uma revolução, se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino, que mantêm distantes professores e alunos. A internet é um meio de comunicação ainda incipiente, mas que pode ajudar-nos a rever, a ampliar e a modificar muitas das formas atuais de ensinar e de aprender. (MORAN, 2000, p.143).

É importante neste processo dinâmico de aprender pesquisando,

utilizar os recursos e técnicas possíveis atuais, buscando uma integração entre

34

as dinâmicas tradicionais com as inovadoras, a escrita com o audiovisual, o

texto sequencial com o hipertexto, e por fim o encontro presencial com o

virtual, como bem ressalta Moran (2000), com o uso da internet, o que muda a

relação no papel do professor, é a relação de espaço, tempo e comunicação

com os alunos. O espaço de trocas aumenta da sala de aula para o virtual,

pois a aula não é um espaço determinado, mas tempo e espaço contínuos de

aprendizagem.

O uso das tecnologias pode sim, melhorar a aprendizagem do aluno,

quando as utilizarmos como mediação facilitadora do processo de ensinar e

aprender participativamente, mas hoje o professor que busca aplica-las

encontra muitas barreiras, e tem muito trabalho no seu uso, pois não existem

muitos softwares didáticos especializados, e muitas vezes, deve ele mesmo, o

professor, produzir estes materiais didáticos, não existe um departamento

especializado no estudo e orientação de inovações em tecnologias em sala de

aula e deve ele mesmo, o professor, fazer uso de formação continuada para

pesquisar sobre o uso das TIC e como emprega-la bem em sua prática.

Porém o que ocorre hoje, em muitas escolas, é que a escola dispõem

das tecnologias e impõem o seu uso por parte do professor, que muitas vezes

não tem tempo de fazer sua formação continuada, principalmente em

tecnologia, a escola por sua vez não orienta o professor e o que ocorre, é o

mal uso da tecnologia, que ao invés de melhorar o aprendizado acaba

acarretando na piora do mesmo.

Segundo a reportagem da época (Jun/2011), há duas maneiras de

fazer a formação dos professores. A primeira é colocar os formadores,

monitores especializados na tecnologia e no conteúdo, dentro das salas de

aula, como fez um projeto conjunto do Estado do Piauí, do município de José

de Freitas, e da Positivo. Francisca das Chagas Lopes da Silva dá aula no 4º

ano de uma escola estadual da cidade. Formada em pedagogia, ela não sabia

como fazer o planejamento diário de suas aulas, nem aprendeu na faculdade a

avaliar seus alunos de outra forma a não ser as tradicionais provas bimestrais.

Ao participar do projeto, Francisca passou a dar aulas acompanhadas por

monitores. O planejamento das atividades fazia parte do treinamento, assim

35

como fazer o registro de tudo o que acontecia em classe para avaliar melhor o

desenvolvimento dos alunos. “Aprendi a ensinar usando a tecnologia, mas

também aprendi a planejar. Se eu for planejar uma aula qualquer, do jeito

tradicional, farei isso melhor do que antes”, diz a professora Francisca.

A segunda estratégia para formar os professores é mais comum nas

escolas particulares. Ali, a formação acontece mais por iniciativa de cada

professor do que em cursos oferecidos pelos gestores. No Beit Yaacov, colégio

particular de São Paulo, a estratégia adotada foi deixar a cargo dos

professores quando e qual tecnologia usar. Os profissionais são estimulados a

pesquisar por conta própria novas tecnologias e as maneiras de usá-las. A

partir da experiência de cada um, o que dá certo é adotado pelo resto da

escola e o que deu errado é aperfeiçoado. “Sem o envolvimento de todos os

professores, não há como criar e fortalecer uma cultura digital dentro da

escola”, afirma Silvana Del Vecchio, coordenadora de tecnologia do colégio.

O Americano Mark Weston, estrategista educacional da fábrica de

computadores Dell, fez a seguinte afirmação: “Ainda tendemos a conceber o

papel da tecnologia como algo a que basta o aluno ter acesso que as coisas

vão melhorar”, e continuou, “Essa era a ideia há 30 anos, mas agora sabemos

que também é preciso ter boas práticas de ensino.”

A reportagem da revista época afirma que muitos especialistas, dizem

e pesquisas demonstram que, usada da maneira correta, a tecnologia pode

sim ajudar a prender a atenção dos alunos, melhorando então a sua

aprendizagem. “Como é uma linguagem que o aluno conhece, o professor se

aproxima com mais facilidade”, diz Maria Elizabeth Almeida, professora do

programa de pós-graduação em educação curricular da PUC de São Paulo.

Na visão construtivista, o estudante constrói representações por meio de sua interação com a realidade, as quais irão constituir seu conhecimento, processo insubstituível e incompatível com a ideia de que o conhecimento possa ser adquirido ou transmitido (REZENDE, 2002, p. 03).

A aprendizagem depende mais do professor do que da tecnologia

propriamente dita, pois as relações convencionais professor-aluno estão sendo

36

discutidas não só como consequência de uma visão construtivista de

aprendizagem, mas também porque o professor não é mais a única fonte de

informação nesta relação, o que faz com que o professor tenha sua postura no

contexto escolar, favorecendo uma relação mais simétrica com o aluno.

Porém é notório a visão que as tecnologias visam uma melhoria tanto

para o aluno quanto para o professor durante o processo de ensino e

aprendizagem, quando bem empregadas no contexto escolar, como bem

afirma Flávia Rezende (2002), em sua pesquisa na área de educação em

ciência.

O aluno de hoje, de todos os níveis de ensino, com o acesso (maior ou menor) às novas tecnologias em seu cotidiano, começa a desempenhar um novo papel no contexto escolar. Apresenta vantagens em relação ao aluno de dez anos atrás, porque traz para a escola maior conhecimento factual e demonstra necessidades e expectativas mais objetivas quanto à sua formação. (REZENDE, 2002, p. 14).

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CONCLUSÃO

Com base nas pesquisas realizadas, seja através dos teóricos

apresentados durante o estudo, como também em jornais, revistas e

entrevistas atuais, o que podemos verificar que o assunto esta mais do que

atual, e que a tecnologia na educação esta sendo investigada por diversos

especialistas na área de educação tecnológica, a suma deste estudo me levou

a crer que a educação mais do nunca, depende do professor, a tecnologia é

importante sim, pois estamos em um era digital, onde o nosso aluno é “hi-fi”, é

tecnológico, e o professor precisa sim se atualizar, e entender que a tecnologia

está a seu favor, e não em busca de tomar o seu lugar.

Foi mais do que comprovado que a tecnologia sem a metodologia do

professor, e uma metodologia apropriada para o momento que a educação se

encontra, é vã, de nada nos serve para aprimorar o aprendizado dos alunos, e

em alguns casos ainda contribuem para o prejuízo no processo de

desenvolvimento do conhecimento.

Vimos também que não basta apenas o professor buscar se atualizar,

mas precisamos também de uma união, sem competitividade dentro da

instituição de ensino, compartilhando as experiências tecnologias que

funcionam e buscando realizar os ajustes necessários, juntos, visando o

aprimoramento dos recursos experimentados.

E não somente isso, mas também um comprometimento por parte das

instituições de ensino, preparando treinamento, atualizações de seus

professores, e reuniões onde os professores possam compartilhar suas

experiências.

Precisamos também de comprometimento por parte dos governantes

para incentivar os desenvolvedores de materiais didáticos específicos para

serem utilizados pelos recursos tecnológicos educacionais que estão sendo

lançados no mercado.

Apesar disto, a prioridade, fica a desempenho do professor, que

necessita adequar a sua prática pedagógica ao uso destas novas tecnologias,

de nada adianta conhecer a tecnologia, receber treinamento delas, obter os

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novos softwares desenvolvidos didaticamente, se o professor continua as

mesmas metodologias aplicadas em aulas tradicionais.

A tecnologia serve como um auxílio na aprendizagem do aluno, e

também como um grande incentivo, quando bem empregada, para o aluno e

até mesmo, por que não dizer, para o professor. E apesar de ser apenas um

auxílio para a prática docente, a tecnologia pode favorecer e muito a

aprendizagem do aluno, quando ele é incentivado a buscar através da

tecnologia o conhecimento, quando ele é incentivado, através dela, a dividir o

seu conhecimento, pois uma das melhores formas de aprender é justamente o

ensinar. Podendo o professor estimular esta troca de informações e

conhecimento, não apenas entre o professor e o aluno, como também entre os

próprios colegas de classe.

Podemos concluir então que a tecnologia esta a disposição do

professor para favorecer o aluno, desde que bem empregada e orientada, mas

que estamos ainda caminhando em direção de uma educação alicerçada na

tecnologia. Precisamos ainda pesquisar mais, desenvolver mais softwares,

estabelecer metodologias bem específicas, para aí sim chegarmos à realidade

desejada em uma educação tecnológica de qualidade.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Conteúdo de revistas especializadas; Anexo 2 >> Entrevistas; Anexo 3 >> Reportagens; Anexo 4 >> Internet;

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ANEXO 1

Revista ÉPOCA – Nº 683 (Junho/2011)

A lição digital Capa http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI242285-15228,00-A+LICAO+DIGITAL.html Do computador à lousa digital, pesquisas inéditas mostram quando e como a tecnologia realmente funciona na escola

Poucos segundos depois de bater o sinal que anunciava o início da aula de ciências, os alunos do 6º ano começaram a entrar na classe da professora Leika Procopiak, cada um carregando seu próprio laptop, trazido de casa. Ao se acomodar nas mesas, nenhum deles tirou da mochila um caderno ou um livro. Abriram seus computadores, conectaram-se à internet (sem fio e de alta velocidade) e estavam prontos para aprender a lição do dia: fotossíntese. “Cada dupla decide quais das atividades fará hoje”, disse ela, no início da aula.

Sem usar a lousa e movimentando-se pela sala, Leika passou os 80 minutos seguintes orientando pesquisas em bancos internacionais de dados on-line sobre fontes de energia. Ajudou a fazer simulações gráficas de como variações da luz e da temperatura podem afetar o resultado da fotossíntese. Corrigiu exercícios propostos a partir de vídeos a que os alunos assistiram em sites especializados na web. Depois, cada dupla de alunos produziu um relatório, compartilhado com os colegas e com a professora pelo serviço de arquivos on-line Google Docs. O sinal marcando o fim da aula bateu e nenhum caderno saíra das mochilas.

Essa aula aconteceu na Graded School, uma das melhores escolas de São Paulo. É o tipo de atividade com que sonham pais deslumbrados com a parafernália tecnológica que atualmente é alardeada por colégios

PLUGADOS

Alunos do 6º ano da Graded School, de São Paulo. Pesquisa em bancos de dados e vídeos

para aprender sobre fotossíntese

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particulares. Escolas que muitas vezes cobram mensalidades mais altas por isso. Há mais de 25 anos tenta-se comprovar a eficácia do uso da tecnologia no ensino. Mas depois de tanto tempo, e de tanto marketing, ainda resta a pergunta: usar tecnologia para ensinar faz os alunos aprender mais?

A resposta é sim. Dois estudos inéditos demonstram como a tecnologia ajudou a melhorar as notas de alunos da rede pública. A Fundação Carlos Chagas (FCC) acaba de concluir uma avaliação dos alunos de todas as escolas públicas do município de José de Freitas, no interior do Piauí, que desde o início de 2009 estudam com o apoio de lousas interativas, laptops individuais e softwares educativos. De acordo com o estudo, esses alunos melhoraram sua média de matemática em 8,3 pontos, enquanto os que não usaram a tecnologia avançaram apenas 0,2 ponto. O segundo estudo, da Unesco, braço das Nações Unidas para a educação, avaliou o desempenho de alunos de escolas públicas de Hortolândia, em São Paulo, que usaram salas de aula com lousa digital e um computador por aluno. O avanço foi de duas a sete vezes em relação aos colegas em salas de aula comuns.

O sucesso, porém, depende de como a tecnologia é usada. Não adianta trocar o caderno por notebook ou tablet sem ter estratégias e conteúdo para usá-los. Isso ficou claro em alguns fracassos no uso dos computadores. O Banco Mundial divulgou, no fim do ano passado, a avaliação de um programa do governo colombiano que distribuiu máquinas para 2 milhões de alunos. O impacto nas notas de espanhol e matemática foi próximo de zero. Em alguns casos, as notas até pioram depois da chegada dos aparelhos. Em 2007, uma pesquisa do Ministério da Educação do Brasil mostrou que alunos que estudaram, por três anos, em escolas com computador estavam pelo menos seis meses atrasados no aprendizado em relação aos outros. Em ambos os casos, os pesquisadores se limitaram a contar se havia computador na escola. Não avaliaram se as máquinas eram usadas para dar algum conteúdo, além dos cursos de processadores de texto e planilhas.

É por isso que, nos países mais adiantados na implantação de tecnologia, a discussão hoje é como usar a tecnologia da melhor forma. Nos países ricos, a questão do acesso às máquinas foi superada. Cerca de 97% da rede pública americana tem um computador por aluno. Na Alemanha, mais de 30 mil escolas estão equipadas desde 2001. Mas, depois de tanto tempo usando computador na sala de aula, as estatísticas de aprendizado nacionais não melhoraram significativamente. A pergunta é como usar a tecnologia de um jeito diferente. A Inglaterra criou um departamento só para pesquisar e avaliar o uso inovador da tecnologia em sala de aula. Na Coreia do Sul, o governo percebeu que, sem um conteúdo curricular fortemente relacionado à tecnologia, ela teria pouco efeito. Começou a produzir novos materiais didáticos para os computadores. “Ainda tendemos a conceber o papel da tecnologia como algo a que basta o aluno ter acesso que as coisas vão melhorar”, afirma o americano Mark Weston, estrategista educacional da fábrica de computadores Dell. “Essa era a ideia há 30 anos, mas agora sabemos que também é preciso ter boas práticas de ensino.” (Leia a entrevista com Weston)A seguir, cinco práticas que ajudam a tecnologia a ensinar.

1. Saber para que usar a tecnologia

A tecnologia precisa ser usada com um propósito. A professora Leika, da Graded School, planejou a aula descrita no começo desta reportagem porque queria que os alunos aprendessem na prática a teoria que ela tinha ensinado, do jeito tradicional, na aula anterior. “Planejei em casa e pesquisei as melhores fontes para que isso acontecesse”, diz. Na sala de aula, quem domina a estratégia é o professor, mas também é decisão da escola, ou até de uma rede inteira, como usar determinada tecnologia.

Em segundo lugar, o conteúdo tecnológico deve ser complementar ao transmitido da forma tradicional. “Não adianta dar para o aluno ler no computador o mesmo texto que ele leria no livro didático ou na apostila. Isso não o fará aprender mais ou melhor”, afirma Marcos Telles, diretor da Dynamic Lab, uma empresa de tecnologia de educação.

Essa integração entre a tecnologia e o conteúdo das aulas é o maior desafio das escolas. As escolas municipais de Matinhos, no Paraná, tinham uma demanda específica: melhorar as notas de português e matemática de todos os 3 mil alunos da rede, com equidade. Foram atrás de um software educacional feito sob medida para isso. No computador, o aluno faz atividades interativas e evolui para as mais difíceis,

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de acordo com seu ritmo de aprendizado. “Alunos aprendem de jeitos diferentes e, no ensino tradicional, os que estão para trás acabam fadados ao fracasso por não receber acompanhamento adequado”, afirma Betina von Staa, pesquisadora da Positivo Informática, que faz os softwares educativos. Marcos Vinicyus de Oliveira, de 7 anos, poderia ter sido um deles. Em 2010, estava no 2º ano e ainda não conseguia ler nem cumprir tarefas mais simples, como copiar a lição da lousa. “Agora consigo juntar as letras no computador”, diz. Marcos aprendeu a ler e a escrever depois de começar a usar o programa.

PROJETO Alunos do 6º ano do COC Vila Yara, em Osasco, numa aula de robótica. Eles aprendem habilidades como trabalhar em grupo e dividir tarefas

2. Transformar o jeito de dar aula

Para usar qualquer tecnologia, da câmera digital ao computador, é preciso abandonar a geografia tradicional da sala de aula, aquela que coloca o professor na frente do quadro e os alunos enfileirados anotando tudo. Uma das tecnologias mais antigas em prática nas escolas brasileiras e que dá certo é a robótica. Ela reforça a ideia de ensinar de forma diferente: são aulas em que os alunos, sempre em grupo, precisam executar um projeto: programar e montar um robô. “Aprendi a trabalhar em equipe e a prestar atenção em pequenos detalhes”, diz César Henrique Braga. Ele acabara de terminar seu primeiro robô, um jipe lunar, com outros três colegas do 6º ano do colégio COC Vila Yara, em Osasco, São Paulo. “O aluno precisa aprender a usar o conhecimento para criar”, diz Paulo Blikstein,

professor da Escola de Educação da Universidade Stanford.

Blikstein ensina professores da rede pública dos Estados Unidos a ensinar em ambientes com tecnologia. Para ele, a vocação da tecnologia é ajudar no ensino por projetos. Essa estratégia parte dos conteúdos do currículo tradicional, como escrita e matemática, para desafiar os alunos a executar tarefas criativas, como fazer um filme. E essas habilidades dificilmente são ensinadas nas aulas tradicionais.

3. Mudar a relação entre professor e aluno

Segundo Blikstein, um dos maiores desafios na hora de usar tecnologia é mudar a prática e a mentalidade dos professores. Isso aconteceu no início do projeto em Hortolândia, estudado pela Unesco. Ele foi elaborado e executado por especialistas em educação da fabricante de computadores Dell e da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo. O objetivo era melhorar o aprendizado de português e matemática de 5.500 alunos do 6º e 7º ano do ensino fundamental e 1º e 2º ano do ensino médio, de 23 escolas estaduais. As salas de aula ganharam um computador por aluno e lousa digital, com material didático digital desenvolvido por educadores da Universidade de São Paulo (USP).

Foi preciso um ajuste de cara. As aulas não estavam durando o tempo planejado. O material fora criado para aulas de 50 minutos. Mas elas acabavam em apenas 20. Isso porque os professores usavam a lousa digital como se fosse um quadro-negro tradicional. “Eles não davam espaço para os alunos interagirem com a lousa”, diz Ricardo Menezes, diretor da área de educação da Dell para o Brasil.

A prática do professor também está ligada a sua relação com o aluno e a seu domínio sobre a classe. A concentração dos alunos na aula é um dos fatores mais determinantes para que eles de fato aprendam. Várias pesquisas e estudos já foram feitos sobre isso, mas não existe uma fórmula mágica que garanta que garotos se interessem mais por cálculos de raiz quadrada do que por bater papo com um colega. Mas alguns especialistas dizem e pesquisas demonstram que, usada da maneira correta, a tecnologia pode sim ajudar a prender a atenção. “Como é uma linguagem que o aluno conhece, o professor se aproxima com mais facilidade”, diz Maria Elizabeth Almeida, professora do programa de pós-graduação em educação curricular da PUC de São Paulo.

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4. Formar e treinar os professores

No Brasil e no mundo, a maioria dos professores ainda não consegue justificar o uso da tecnologia na classe. “Eles não têm a formação adequada para isso”, diz Weston, da Dell. Não por acaso, o projeto de Hortolândia foi executado pela Escola de Formação de Professores do Estado de São Paulo. “Não adianta colocar tecnologia na escola sem dar a formação adequada aos professores”, diz Vera Cabral, diretora da escola. O próximo passo é levar o projeto para toda a rede e treinar professores em grande escala.

Há duas maneiras de fazer a formação dos professores. A primeira é colocar os formadores, monitores especializados na tecnologia e no conteúdo, dentro das salas de aula, como fez um projeto conjunto do Estado do Piauí, do município de José de Freitas, e da Positivo. Francisca das Chagas Lopes da Silva dá aula no 4º ano de uma escola estadual da cidade. Formada em pedagogia, ela não sabia como fazer o planejamento diário de suas aulas, nem aprendeu na faculdade a avaliar seus alunos de outra forma a não ser as tradicionais provas bimestrais. Ao participar do projeto, Francisca passou a dar aulas acompanhada por monitores. O planejamento das atividades fazia parte do treinamento, assim como fazer o registro de tudo o que acontecia em classe para avaliar melhor o desenvolvimento dos alunos. “Aprendi a ensinar usando a tecnologia, mas também aprendi a planejar. Se eu for planejar uma aula qualquer, do jeito tradicional, farei isso melhor do que antes”, diz.

A segunda estratégia para formar os professores é mais comum nas escolas particulares. Ali, a formação acontece mais por iniciativa de cada professor do que em cursos oferecidos pelos gestores. No Beit Yaacov, colégio particular de São Paulo, a estratégia adotada foi deixar a cargo dos professores quando e qual tecnologia usar. Os profissionais são estimulados a pesquisar por conta própria novas tecnologias e as maneiras de usá-las, inclusive no ensino infantil. A partir da experiência de cada um, o que dá certo é adotado pelo resto da escola e o que deu errado é aperfeiçoado. “Sem o envolvimento de todos os professores, não há como criar e fortalecer uma cultura digital dentro da escola”, afirma Silvana Del Vecchio, coordenadora de tecnologia do colégio.

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5. Reformar a cultura da escola

CULTURA

Alunos da escola pública americana Quest to Learn durante uma aula. Eles aprendem programando games

Nem a tecnologia mais avançada conseguiu ainda o feito de mudar a cultura escolar. Mas uma escola pública de Nova York resolveu tentar. A Quest to Learn foi criada pela designer de games Katie Salen, que escreveu vários livros sobre o uso de jogos na educação. Os alunos aprendem o conteúdo curricular criando e jogando videogames. Em funcionamento há um ano e meio, a escola foi moldada sob conceitos muito diferentes: os alunos não passam de ano, mas de fase – como nos jogos –, e não ganham notas, mas classificações de acordo com sua habilidade. “Acreditamos que aprender a programar e a lidar com mídias serão habilidades centrais para que os jovens se expressem e sejam competitivos ao entrar na universidade e no mercado de trabalho”, diz Katie.

A cultura do ensino pela tecnologia está na prática diária dos professores da Quest to Learn. “Eles são treinados para criar experiências nas quais os alunos possam aprender fazendo, tentar soluções e dividir o conhecimento”, diz Katie. Até agora, os alunos da escola não mostraram notas melhores nos testes tradicionais, que não medem as tais “habilidades do futuro”. Se derem certo, porém, experiências como essa podem e devem ser usadas como alternativas para melhorar o ensino para todos.

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A promessa e a realidade da revolução digital na educação http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI242357-15217,00-A+PROMESSA+E+A+REALIDADE+DA+REVOLUCAO+DIGITAL+NA+EDUCACAO.html

"Funciona! Funciona!", gritava um aluno do 6° ano da escola COC, em Osasco, na Grande São Paulo. A razão da felicidade era um protótipo de jipe lunar que ele acabara de montar com seus colegas num curso de robótica, parte da grade curricular obrigatória. Na aula, as crianças se dividiam em grupos que competiam para armar seus robôs num período de tempo cronometrado. Além de negociar as peças necessárias para a montagem, de aprender a dividir tarefas e de entender na prática conhecimentos de matemática e física, elas se divertiram para valer. “No final, a gritaria era tanta que lembrava a comemoração de um campeonato de futebol”, diz a repórter especial Camila Guimarães. “Eles vibravam como se estivessem não numa aula, mas em pleno recreio.”

Camila acompanhou essa e várias outras aulas em que a tecnologia é usada na escola, para tentar responder a uma pergunta que tem desafiado os pesquisadores nos últimos anos: até que ponto o uso

de computadores, internet, lousas digitais ou softwares educativos melhora mesmo a qualidade do ensino? Costuma haver, por parte dos pais, um encantamento tão frequente quanto irracional com as novidades digitais na sala de aula. Que diferença faz ler o mesmo texto no papel, na tela do micro ou no tablet? Ou fazer os mesmíssimos cálculos com um giz tradicional, um pincel atômico ou na lousa digital? Até agora, havia poucos resultados mensuráveis para comprovar a eficácia desses materiais para transmitir algo que, no fundo, é imaterial: o conhecimento.

Na investigação dessa questão, cujo resultado está na reportagem da página 80, Camila obteve acesso a estudos inéditos e independentes que, pela primeira vez, dão uma resposta à pergunta. E ela é positiva. Sim, o uso da tecnologia na sala de aula ajuda a melhorar as notas dos alunos, tanto em português quanto em matemática. Mas há muito que os professores e escolas precisam aprender para tirar proveito das benesses da era digital. De nada adianta usar o computador para repetir as mesmas práticas. É preciso, como mostra a aula de robótica descrita por Camila, ter a ousadia de inovar também nos métodos de ensino.

O exemplo mais radical desse tipo de inovação foi adotado na escola pública nova-iorquina Quest to Learn. Num experimento que vem sendo estudado com atenção, a designer digital Katie Salen, autora de vários livros sobre o uso de jogos na educação, transformou suas aulas em verdadeiros videogames, em que as crianças, quando demonstram ter atingido determinadas habilidades, mudam de fase em vez de fazer provas. Esse tipo de experiência talvez pareça ousada demais para um país como o Brasil. Mas é inegável que uma medida simples, como ligar todos os alunos na internet, abriria as portas de um universo de conhecimento a que muitos não têm acesso em suas casas. Para despertar todo o potencial da revolução digital no ensino brasileiro, poderíamos começar por aí.

PARECE RECREIO Os alunos se divertem na aula de robótica da escola COC, em Osasco

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ANEXO 2

ENTREVISTA

Entrevista de Mark Weston a Revista Época - Nº 683 (Junho/2011)

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI242300-15228,00.html Mark Weston: "A tecnologia serve como mediadora"

O especialista na área de tecnologia na educação diz que trocar o caderno por artefatos modernos é ineficiente se o jeito de ensinar não mudar

O consultor Mark Weston, estrategista educacional da Dell, dedicou os últimos 36 anos de sua vida a melhorar o ensino usando inovações tecnológicas. Depois de participar de projetos promovidos pelo governo dos Estados Unidos, em vários Estados americanos e em outros países, chegou a algumas conclusões sobre como a tecnologia pode ser usada na sala de aula para melhorar o aprendizado dos alunos. Nesta entrevista, Weston revela o potencial pedagógico da tecnologia e alerta para as suas limitações: “Se um livro não funciona para um aluno, trocá-lo por um livro digital não vai resolver o problema”.

ÉPOCA – Por que o senhor diz que a tecnologia foi reprovada na educação? Mark Weston – Depois de mais de 15 anos de experiência em reforma na educação, cheguei à conclusão de que mais do mesmo esforço não daria resultado. Em geral, o sistema educacional atual funciona, na melhor das hipóteses, para duas em cada três crianças. Uma parte desse esforço tem sido a entrada de tecnologia nas escolas, mas é evidente que nem o uso de tecnologia conseguiu mudar a estatística principal de que o sistema falha com a maioria. ÉPOCA – Há alguma certeza sobre como usar a tecnologia na educação? Weston – Se o objetivo é educar melhor todas as crianças, e a pergunta é se isso é possível, a resposta é sim. Há evidências de práticas pedagógicas que conduzem todas as crianças a aprender mais. A questão é como fazer. Uma das dificuldades tem a ver com a forma como concebemos o papel da tecnologia na educação. Ainda tendemos a pensar na tecnologia como algo a que o aluno quer ter acesso. Você dá um computador, ele tem acesso e isso muda as coisas. Mas está bem claro que não é o acesso que assegura os resultados, mas as práticas das quais as tecnologias fazem parte. ÉPOCA – Os tablets ou as lousas interativas substituem antigas práticas de ensino ou podem de fato mudá-las? Weston – Se um livro não funciona para um aluno, trocá-lo por um livro digital não vai resolver o problema. Está havendo um nível de automatização ou refinamento, mas o problema fundamental do aprendizado não é atacado. A tecnologia tem de servir como mediadora para estilos de aprendizado, estudantes, professores, pais e conteúdos. ÉPOCA – Por exemplo? Weston – Hoje, o aluno é visto como um participante passivo, que recebe a informação. Então, mesmo numa classe com uma lousa interativa, eu não me surpreenderia de ver o professor no quadro. Se o papel

RENOVAÇÃO Weston diz que é preciso mudar o jeito de ensinar com tecnologia

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do estudante tivesse mudado, os alunos deveriam estar no quadro, ou fazendo coisas com outros alunos ou com o professor. O que muda é a pedagogia usada e como estudantes e professores veem seus papéis. ÉPOCA – Como preparar os professores para essa mudança? Weston – É preciso ter uma nova formação para os professores. No sistema atual, cada professor é responsável por desenvolver como dar cada conteúdo. Cada um pensa individualmente num esquema de fazer seu trabalho. Uma alternativa é criar um esquema coletivo que funcione para a escola toda, em que cada professor ajude a refinar os métodos do outro e se beneficie.

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ANEXO 3 Reportagens

Site O Globo – Plantão - Rio, 9 de agosto de 2011 às 17h10min

http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2011/08/09/baixo-numero-de-computadores-conectados-internet-barreira-nas-escolas-diz-pesquisa-925100200.asp

Baixo número de computadores conectados a internet é barreira nas escolas, diz pesquisa RIO - O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) divulgou nesta terça-feira os resultados da pesquisa TIC Educação , realizada em 497 escolas públicas brasileiras, sobre os usos da internet no seu dia a dia. O levantamento, feito pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), mostra que, apesar de 81% das escolas possuírem laboratório de informática, os problemas de infraestrutura são considerados o maior empecilho para uma maior utilização. Entre as principais barreiras, estão o baixo número de computadores conectados a internet e a velocidade de conexão. De acordo com a pesquisa, 86% das unidades com laboratório de informática possuem acesso à rede. Para Alexandre Barbosa, gerente do CETIC.br, é preciso superar o modelo atual. - Embora este modelo esteja consolidado como política pública, os resultados apontam a necessidade de superá-lo, por meio do incentivo da utilização pedagógica da tecnologia, já que o cotidiano do ensino-aprendizagem atualmente se desenvolve principalmente dentro da sala de aula e não no laboratório de informática - defende Barbosa. O uso de computadores em sala de aula por parte dos alunos também é precário. Atividades em que os estudantes assumem papel de agentes no processo de aprendizagem, como debates e jogos educativos, possuem uma frequencia significativamente menor do que aquelas focadas no professor. Além disso, aulas expositivas, interpretação de texto, exercícios práticos e de fixação do conteúdo, muito comuns nas escolas, também apresentam baixo uso do computador e da internet. Os próprios professores reconheceram que a principal limitação para um maior aproveitamento das Tecnologias da Comunicação e Informação (TICs) na escola está ligada ao seu nível de conhecimento sobre as possibilidades de uso das tecnologias. E 64% deles concorda que os alunos sabem mais sobre computador e internet do que eles. Para desenvolver suas habilidades, os docentes também não contam com apoio institucional: 75% afirmaram que os colegas são os que mais auxiliam na melhora de seu desempenho.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2011/08/09/baixo-numero-de-

computadores-conectados-internet-barreira-nas-escolas-diz-pesquisa-925100200.asp#ixzz1YAs5qSeE © 1996 - 2011. Todos os direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A.

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ANEXO 4

INTERNET

http://www.infoescola.com/sociologia/exclusao-digital/

Exclusão Digital

Por Gabriela E. Possolli Vesce Dado um ambiente social em que não existam disparidades sócio-econômicas, o uso de tecnologias de informação e comunicação parece ser promissor e possuir um potencial fantástico. Mas sabe-se que na realidade de países como o Brasil a exclusão digital deve ser considerada ao se pensar no uso de novas tecnologias para que estas não venham a perpetuar a exclusão e criar um abismo ainda maior entre os que têm e os que não têm acesso às inovações tecnológicas. No Brasil a inclusão digital ainda não é realidade.

Alguns termos definem a presente situação de exclusão digital, as expressões infoexclusão e apartheid digital, por exemplo, são definidas por alguns pensadores como a exclusão de oportunidades de acesso às novas tecnologias da comunicação e informação. Outros tomaram a idéia de infoexclusão com um significado bem mais amplo e a definem como todo e qualquer tipo de exclusão informacional que uma pessoa ou grupo social possa estar submetido.

A problemática da exclusão digital apresenta-se como um dos grandes desafios deste início de século, com importantes conseqüências nos diversos aspectos da vida humana na contemporaneidade. As desigualdades há muito sentidas entre pobres e ricos entram na era digital e tendem a se expandir com a mesma aceleração novas tecnologias.

Pierre Lévy, filósofo francês, pensador da área de tecnologia e sociedade, afirmou que: “toda nova tecnologia cria seus excluídos”. Com essa afirmação não está atacando a tecnologia, mas quer lembrar que, por exemplo, antes dos telefones não existiam pessoas sem telefone, do mesmo modo que de se inventar a escrita não existiam analfabetos.

Com relação ao uso da mídia como via de acesso para aquisição e concretização da cidadania, percebe-se a existência de algumas iniciativas, no entanto, essas iniciativas ainda são pouco abrangentes quando se considera toda a potencialidade que poderia ser explorada neste sentido.

Vê-se claramente que apenas o acesso às mídias e tecnologias de informação e comunicação não é suficiente para assegurar aos cidadãos a efetivação de seus direitos e o exercício de uma cidadania plena, no entanto, o não acesso agrava ainda mais o quadro de exclusão e desigualdade social.

Na atualidade o mercado de trabalho procura por um novo tipo de trabalhador, que deve ser alguém com capacidade de aprendizagem constante, que se adapte a mudanças com facilidade, que saiba trabalhar em grupo e que domine a linguagem das novas tecnologias de comunicação e informação. Dessa forma, o profissional hoje requerido deve ser alfabetizado não apenas nas letras, mas também do ponto de vista digital.

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Pesquisa aponta professores cada vez mais conectados à internet

http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/fique.asp?EditeCodigoDaPagina=7662

08/09/11 Por Nayra Garofle

A internet chegou ao Brasil no fim dos anos 80, mas foi somente no fim dos anos 90 que ela começou a se expandir. Hoje, ela está cada vez mais presente no dia a dia do brasileiro. Uma pesquisa divulgada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI), intitulada TIC Educação, mostra que 69% dos professores com 30 anos ou menos utilizam a internet a partir de suas casas todos os dias ou quase. Porém, só 20% de todos os professores usam a internet a partir das escolas. Um número considerado baixo. De acordo com o gerente do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.BR), Alexandre Barbosa, é importante ressaltar que é natural os professores jovens, com 15 anos de experiência, por exemplo, acessarem mais à internet, visto que eles entraram no mercado de trabalho quando a mesma estava começando no Brasil.

“É natural que eles a usem mais e, consequentemente, vão transmitir esse conhecimento para os outros”, acredita. “Vale lembrar que as políticas públicas tiveram sucesso à medida que as escolas foram se estruturando. Para que o professor utilize a internet em sala de aula há uma questão operacional, é preciso levar o computador para dentro deste ambiente”, completa.

Há dois fatores indicados por Barbosa para que a internet faça parte do cotidiano escolar de forma didática: levar a infraestrutura para a sala de aula e a capacitação do professor para a utilização desta ferramenta. “O processo pedagógico surgiu antes da tecnologia, voltamos à questão da capacitação. É preciso avaliar de que forma as políticas públicas podem ser mais efetivas para preparar os professores para trabalhar dentro de sala de aula com este recurso”, afirma o gerente.

O objetivo do CGI é realizar esta pesquisa anualmente para que seja possível avaliar a utilização da internet nas escolas pelos professores e alunos. Com a capacitação dos docentes será possível ‘alfabetizar’ os alunos para o uso produtivo da internet.

“É importante ter uma mediação do uso da internet, seja o adulto responsável pela criança ou o próprio educador. Assim, no caso do professor, ele vai mediar para que a criança tenha discernimento para saber como navegar. No Brasil, esta e outras pesquisas, como a TIC Criança, mostram que as crianças estão andando desacompanhadas, vão à lan house, por exemplo, sem um adulto por perto”, analisa.

Embora o número de professores que utilizam a internet como fonte de pesquisa para o trabalho pedagógico, de uma forma geral, ainda pareça pequeno, na pesquisa um histograma mostra que os docentes estão tentando fazer o seu trabalho com a rede. De acordo com o estudo, um quarto deles já utiliza a internet quase todos os dias para preparar aula e pesquisar material.

51

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

1 - BLANCHETTE, D.P. Technology transfer in a culturally diverse

workplace. Materials Evaluation, p.992-996, septembre/1993.

2 - FARIA, J. H. Tecnologia e Processo de Trabalho. Curitiba: UFPR, 1992.

3 - GOLDEMBERG, J. Tecnologia apropriada. Encontros com a Civilização

Brasileira. Rio de Janeiro, 1978.

4 - JOLY, Maria Cristina Rodrigues. A Tecnologia no Ensino: Implicações

para a aprendizagem. São Paulo, Casa do Psicologo, 2002.

5 - LEOPOLDO, Luís Paulo. Novas Tecnologias na Educação: Reflexões

sobre a prática. Maceió: Edufal, 2002.

6 - LÉVY, PIERRE. Cibercultura. tradução de Carlos Irineu da Costa. São

Paulo-SP: Editora 34, 1999.

7 - MASSETO, Marcus. Competências Pedagógicas do Professor

Universitário. São Paulo: Ed. Sammus, 2003.

8 - MASSETO, Marcus; MORAN, José Manuel; BEHRENS, Marilda

Aparecida. Novas Tecnologias e Mediação Tecnológica. Campinas, São

Paulo: Papirus, 2000.

9 - OLIVEIRA, Ramon de. Informática Educativa. Dos Planos e discussões

a sala de aula. Campinas, São Paulo: Papirus, 1997. (Coleção

Magistério: Formação e trabalho pedagógico).

52

WEBGRAFIA CONSULTADA

1 - http://lousadigital.blogspot.com/. Acesso em: 13/06/2011.

2 - http://professordigital.wordpress.com/. Acesso em: 13/06/2011.

3 - ANTONIO, José Carlos. Uso pedagógico do GoogleDocs, Professor Digital,

SBO, 08 fev. 2010. Disponível em:

http://professordigital.wordpress.com/2010/02/08/uso-pedagogico-do-

googledocs/. Acesso em: 13/06/11.

4 - O que é Tecnologia. Disponível em: http://pradigital-

martamatias.wikispaces.com/Sociedade+,+Tecnologia+e+Ci%C3%AAncias

Acesso em: 13/06/2011.

5 - Uso da Tecnologia. http://www.slideshare.net/silvanatsal/mediacao-

pedagogiica-e-o-uso-da-tecnologia. Acesso em: 18/07/2011.

6 - Inovação na forma de educar. Disponível em:

http://www.slideshare.net/MnicaBraga1/apresentao-inovacao-na-forma-de-

educar/download. Acesso em: 18/07/2011.

7 - Carta de Paulo Freire aos Professores.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-

40142001000200013. Acesso em: 07/08/2011.

8 - Paulo Freire e o Twitter. http://lousadigital.blogspot.com/2011/02/pauloo-

freire-e-o-twitter.html. Acesso em: 07/08/2011.

9 - Tecnologia na Educação. Disponível em:

http://utilizandomidias.blogspot.com/2009/06/tecnologia-na-educacao.html.

Acesso em: 07/08/2011.

10 - Sites Educacionais. Disponível em:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u13043.shtml. Acesso

em: 07/08/2011.

53

11 - Web 2.0. http://www.slideshare.net/Vivizinhauel/tecnologia-digital-e-a-

web-20. Acesso em: 18/08/2011.

12 - ANTONIO, José Carlos. Projetos de Aprendizagem e Tecnologias

Digitais, Professor Digital, SBO, 04 maio 2009. Disponível em:

http://professordigital.wordpress.com/2009/05/04/projetos-educacionais-e-

tecnologias-digitais/. Acesso em: 18/08/2011.

13 - ANTONIO, José Carlos. Uso pedagógico do Datashow, Professor

Digital, SBO, 06 abril 2011. Disponível em:

http://professordigital.wordpress.com/2011/04/06/uso-pedagogico-do-

datashow/. Acesso em: 09/09/2011.

14 - ANTONIO, José Carlos. As TICs, a Escola e o Futuro, Professor Digital,

SBO, 20 jan. 2011. Disponível em:

http://professordigital.wordpress.com/2011/01/20/as-tics-a-escola-e-o-

futuro/. Acesso em: 09/09/2011.

15 - Linkedin. http://www.oficinadanet.com.br/artigo/internet/o-que-e-o-

linkedin. Acesso em: 09/09/2011.

16 - Plataforma Moodle. http://pt.wikipedia.org/wiki/Moodle Acesso em:

17/09/2011.

17 - Rezende, Flávia. As Novas Tecnologias na Prática Pedagógica sob a

perspectiva construtivista. Março, 2002. Disponível em:

http://www.portal.fae.ufmg.br/seer/index.php/ensaio/article/viewFile/13/45B

uscaWeb. Acesso em 19/09/2011.

18 - Moran, José Manuel. Ensino e Aprendizagem inovadores com

Tecnologias. Setembro, 2000. Disponível em:

http://seer.ufrgs.br/InfEducTeoriaPratica/article/view/6474/3862. Acesso

em: 19/09/2011.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 01

AGRADECIMENTO 02

DEDICATÓRIA 03

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

TECNOLOGIA 09

1.1 - Conceitos de Tecnologia 09

1.2 - Tecnologias Digitais 13

1.2.1 - Mídias Digitais 14

1.2.2 - Mídias Sociais 15

CAPÍTULO II

A PRÁTICA DOCENTE 17

2.1 - Mídias Digitais 20

2.1.1 - DVD e Televisão 20

2.1.2 - Retroprojetores 20

2.1.3 - Computador, Notebook, Tablet e Projetor 20

2.1.4 - Quadro Interativo 21

2.2 - Mídias Sociais 21

2.2.1 - Wikipédia 22

2.2.2 - Youtube 23

2.2.3 - Slide Share 23

2.2.4 - Linkedin 24

2.2.5 - Orkut e Twitter 24

2.2.6 - MSN e Skype 26

2.2.7 - Correio Eletrônico 26

55

2.2.8 - Sites Educacionais 27

2.2.9 - Google Maps 28

2.2.10 - Plataforma Moodle 28

CAPÍTULO III

A CONSTRUÇÃO DA APRENDIZAGEM 30

CONCLUSÃO 37

ANEXOS 39

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 51

BIBLIOGRAFIA CITADA 52

ÍNDICE 54