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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
Plano de Negócio: Uma ferramenta Eficaz e Fundamental para
Longevidade das Micro e Pequenas Empresas.
Por: Márcio Alexandre de Araújo Ferreira
Orientador
Prof. Sérgio Majerowicz
Rio de Janeiro
2011
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
Plano de Negócio: Uma ferramenta Eficaz e Fundamental para
Longevidade das Micro e Pequenas Empresas.
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Gestão
Empresarial.
Por: Márcio Alexandre de Araújo Ferreira
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado à oportunidade de
alcançar mais essa vitória. Aos professores da pós e em especial ao prof.º
Sérgio Majerowicz que além de ser um dos professores foi também meu
orientador da monografia. Agradeço a todos os meus colegas da turma (da
antiga e da nova) e em especial ao meu grupo (Claudio, Danyelle e Paula
Young) por ter me aturado e entendido quando estava com problemas.
Agradeço principalmente a minha esposa e meu amor Luciana por me
apoiar totalmente nessa empreitada, por recolher com calma e paciência as
pedras do meu caminho, por te me dado força a cada momento em que pensei
que nunca alcançaria esse objetivo e por ser a pessoa que amo demais.
Agradeço a meus filhos João Gabriel e Isabella Vitória que me estimulam cada
vez mais a alcançar meus objetivos, a minha avó que sempre acreditou em
mim e me fez ver que o sucesso é possível ser alcançado.
Agradeço a meus pais (in memoriam) que estejam onde estiverem
estarão sempre olhando por mim.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho minha amada
esposa Luciana, filhos, a minha avó, a
meus pais (in memoriam) e amigos.
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RESUMO
O elevado índice de mortalidade das pequenas e micro empresas tem
sido um fator preocupante, pois estes organismos possuem grande
importância para o desenvolvimento do país. Com isto o presente trabalho tem
em sua essência os procedimentos para o planejamento empresarial, que se
traduz na construção de um eficiente plano de negócios. Trata-se de uma
ferramenta poderosa para colaborar com os novos empreendedores na criação
de novos negócios mais sólidos. Os fatores condicionantes da mortalidade das
pequenas e micro empresas foram associados à estrutura do plano de
negócio, demonstrando a eficácia da ferramenta.
Palavras Chaves
Plano de Negócios, Micro e pequenas Empresas, Planejamento,
Mortalidade de Empresas, Empreendedor.
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METODOLOGIA
A metodologia utilizada para a confecção desse trabalho foi à pesquisa
a livros, artigos e sites da internet visando a consistência teórica do trabalho.
A monografia foi criada através de pesquisa em livros técnicos da área
de administração e de vários artigos sobre a criação e implementação de um
plano de negócio.
Não foi pesquisada nenhuma organização em específico, a pesquisa
foi feita de forma genérica.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Plano de Negócios – O que é e para
que se utiliza. 10
CAPÍTULO II - Qual a importância de um Plano
de Negócios para as empresas. 20
CAPÍTULO III – A Importância do Plano de Negócios
para as Pequenas e Micro Empresas. 29
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40
ÍNDICE 42
FOLHA DE AVALIAÇÃO 63
8
INTRODUÇÃO
Segundo o SEBRAE (Serviço Brasileira de Apoio a Pequena e Micro
Empresa) as micro e pequenas empresas correspondem a 99% de cerca de
7,43 milhões de empresas no país, empregando cerca 40,01% da população
brasileira e participam com aproximadamente 43% da renda gerada nos
setores da indústria, construção civil, comércio e serviços, além de contribuir
com algo em torno de 20% do PIB (Produto Interno Bruto). Um outro aspecto
extremamente importante é a alta taxa de mortalidade, já que ao final dos
quatro primeiros anos de vida o percentual de micro e pequenas empresas que
estão em atividade se reduz a metade em relação a quantidade de criadas.
Essa quebra se dá justamente pelos diversos problemas que o candidato a
empresário enfrentará se o mesmo não possuir espírito empreendedor, tino
comercial e competência profissional para atuar na área que escolheu.
Conforme Dolabela apud Silva e Sobral (2003, p.2):
[...] a participação das micro e pequenas empresas tenha crescido continuamente no Brasil, a mortalidade desses empreendimentos tem chamado a atenção de estudiosos e governantes. De cada três empresas formadas, duas fecham as portas antes do segundo ano de vida. Os fatores que levam uma pequena empresa a encerrar suas atividades são muitos, que vão desde a falta de um planejamento organizacional no momento de sua implantação, passando pela burocracia fiscal, até o despreparo do empreendedor para superar as dificuldades.
Com o constante aumento do desemprego no país, a maioria dessa
população passa a querer aparecer no mercado criando o seu próprio negócio
para ter renda própria e como costuma se pensar “deixar de trabalhar para os
outros”. Porém em sua grande maioria esses futuros empresários se lançam
sem conhecimento e preparo adequados e costumam quebrar antes de dois
anos de empresa lançada no mercado.
Para se iniciar um empreendimento não basta ter somente uma boa
idéia, é necessário que essa idéia se transforme em fatos que possam ser
encarados de maneira objetiva. Não basta apenas que essa idéia seja um
sonho é preciso transformar esse sonho em ações reais e concretas de forma
que se possa mensurar e apurar esses fatos. Para que isso possa vir a
acontecer existe o fator planejamento (não muito utilizado nos países latinos
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americanos principalmente no Brasil), que é uma ferramenta bastante
importante no dimensionamento e configuração de um novo negócio que é o
Plano de Negócios.
Para Krumer apud Barbosa e Pereira (2003, p.2) “O Plano de Negócio
é uma necessidade. Se uma pessoa quer começar um pequeno
empreendimento e não tiver um Bussines Plan, então essa pessoa tem um
problema”.
A elaboração de um bom plano de negócio é de fundamental
importância para qualquer empreendedor, não somente para a busca de
recursos financeiros, mas principalmente como forma de sistematizar suas
idéias e planejar de forma mais eficaz, antes de mergulhar de cabeça no
mundo dos negócios, um mundo completa e extremamente competitivo.
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CAPÍTULO I
Plano de Negócios – O que é e para que se utiliza.
Com o aumento da demanda de pessoas no mercado de trabalho,
muito ex-colaboradores de empresas entram no mercado do
empreendedorismo, sem o devido conhecimento do mesmo, pensando sempre
em criar/construir seu próprio negócio, de forma a alcançar a independência
financeira e o sonho de ser seu próprio patrão.
Mas para isso somente um sonho ou uma boa idéia não é o suficiente,
se torna necessário que essa idéia se torne fatos que possam ser encaradas
de maneira objetiva, o empreendedor deve ter além do sonho, ter a idéia de
transformá-lo em ações reais onde se possa mensurar os resultados dessas
ações e para isso se faz necessário um planejamento onde se minimizará as
incertezas e tentar evitar possíveis surpresas que possam vir comprometer o
desenvolvimento de seu negócio. Esse planejamento é chamado de Plano de
Negócios.
Para Salim et al (2005, p.3): “Plano de Negócios é um documento que
contém a caracterização do negócio, sua forma de operar, suas estratégias,
seu plano para conquistar uma fatia do mercado e as projeções de despesa,
receitas e resultados financeiros”.
Seguindo esse conceito, Plano de Negócios é um documento ou um
check list que ajuda a responder questões cruciais relativas ao seu negócio,
como você pode vir a conquistar o seu mercado e quanto você deverá investir
para ter um retorno mais rápido e seguro. É o momento onde o empreendedor
pode pesquisar e testar o mercado de forma a enxergar a viabilidade ou não
desse projeto.
Mas o que é mercado?
Para Maximiano (2006, p.88): “Mercado é um grupo de consumidores
que tem necessidades e interesses similares, poder aquisitivo e disposição
para comprar”.
O empreendedor tem que conhecer como o seu mercado atua e qual
é o mercado que a empresa pretende atingir de forma que o mesmo possa
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dirigir o seu Plano de Negócio para o público alvo correto é mitigar a
possibilidade de erro, sabendo quem exatamente ele vai atingir.
O Plano de Negócio é um documento onde o empreendedor descreve
todo o seu negócio, onde possuem seções geralmente padronizadas com o
intuito de facilitar o entendimento do Plano. Essas seções possuem sempre um
propósito definido de forma a especificá-las.
Não existe uma estrutura formal e obrigatória para a confecção de um
bom Plano de Negócios, porém, deve possuir um número mínimo de seções
onde o empreendedor possa ter uma compreensão de como será a execução
desse Plano. Essas seções devem ser dispostas de forma lógica e racional
para permitir que qualquer pessoa que venha ler esse plano possa entender de
que maneira essa empresa é estruturada, seus objetivos, produtos e/ou
serviços, qual o mercado está inserido, qual a sua estratégia de marketing e
qual a situação financeira essa empresa se encontra.
Para Salim et al (2005, p.40) “A estrutura básica de um plano de
negócios é: Sumario Executivo, Resumo da Empresa, Produtos e Serviços,
Análise do Mercado, Estratégia do Negócio, Organização e Gerencia do
Negócio e o Planejamento Financeiro”.
Estudaremos abaixo individualmente cada seção, lembrando que as
seções devem ser abordadas sempre de maneira objetiva, sem perder sua
essência e seus aspectos mais relevantes.
1.1 – Sumário Executivo.
É a seção mais importante do plano de negócios, porém é a ultima a
ser escrita e definida, pois precisaremos ter todas as informações completas
das partes a serem lidas pelos investidores interessados no plano. Por esse
motivo deverá ser estrategicamente colocado no inicio de forma resumida e
deve ser direcionada ao público alvo e aos investidores e explicitar qual o
objetivo do plano como, por exemplo, financiamento junto ao mercado
financeiro.
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O Sumário Executivo deve focar sempre os aspectos abaixo citados:
• Uma pequena descrição da empresa, tendo de conter qual
produto/serviço o empreendedor irá vender e para quem o
mesmo oferecerá esse produto/serviço;
• Como surgiu a idéia da criação da empresa, contextualizando a
idéia e se a mesma surgiu de uma necessidade do mercado, ou
a alteração da legislação vigente;
• A apresentação do negócio e qual a sua vantagem competitiva
em relação a sua concorrência já estabelecida;
• Definição de valor de agregação do produto ao cliente;
• Quais os investimentos necessários para a empresa se
posicionar no mercado, ou seja, se for necessário uma
ampliação qual o valor do investimento a mais a empresa vai
precisar;
• Quais serão os custos fixos e variáveis para que a empresa
possa funcionar;
• Qual será a receita prevista e como ela evolui durante esse
período;
• Qual o ponto de equilíbrio da empresa, isto é, qual o mínimo de
produtos/serviços a empresa de vender ou produzir para que
não haja lucro ou prejuízo;
• Quanto tempo será o payback dessa empresa, ou seja, em
quanto tempo o investidor recuperará o valor em dinheiro
investido na empresa.
1.2 – Resumo da Empresa.
Nessa seção deverá conter os itens gerais da empresa, tais como
razão social: logotipo, site na WEB (caso possua), a estrutura organizacional, a
localização, certificação de qualidade (ISO), quem são os sócios e/ou
proprietários da empresa. Deve constar também a missão que é a razão de ser
da empresa, a visão (aonde a empresa quer chegar a um determinado período
de tempo) e os valores que norteiam a empresa.
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1.3 – Produtos e Serviços.
Nessa seção o empreendedor deve apresentar todas as vantagens e
benefícios de seu produto/serviço, mostrando as características desse produto
e qual a diferenciação competitiva em relação ao seu concorrente.
A seção produtos e serviços é descrita pelos seguintes itens:
• Descrição clara e detalhada de cada produto/serviço que a
empresa comercializa;
• Descrição do mercado e das necessidades verificadas através
dos clientes que poderão ser selecionadas pelos produtos e/ou
serviços oferecidos pela empresa;
• Comparar os seus produtos e/ou serviços com o dos seus
concorrentes, destacando de forma principal os benefícios que
fazem os seus produtos/serviços melhores que os deles;
• Definição do material a ser utilizado para a divulgação de seu
produto e/ou serviço;
• Avaliação das margens de preço que sua empresa empregará
na comercialização de seus produtos/serviços;
• Análise da tecnologia utilizada nos seus produtos/serviços (grau
de atualidade, volatilidade e obsolescência);
• Definição da visão futura dos produtos/serviços comercializados
pela empresa;
1.4 – Análise do Mercado
Nessa seção o empreendedor deve fazer uma análise completa do seu
mercado, da sua concorrência entre outros, mostrando assim a importância do
foco total do empreendedor as possíveis variáveis existentes no mercado.
Os Itens principais contidos nessa seção são:
• Projeção de Mercado
Para Salim et al (2005, p.75) “Projeção de mercado são feitas por
instituições especializadas, utilizando ferramentas estatísticas adequadas,
quando o mercado alvo é de grande amplitude”.
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É a definição do seu público alvo por uso de ferramentas estatísticas.
• Segmentação de Mercado -> É a escolha através de alguns
critérios para o direcionamento de seus produtos, ou seja, é a
escolha de quem vai consumir o seu produto/serviço.
Esse critério segue basicamente os seguintes itens:
Ø Localização Geográfica;
Ø Segmento Econômico;
Ø Renda Familiar;
Ø Idade;
Ø Sexo;
Ø Grau de Escolaridade;
Ø Profissão entre outras;
• Características do seu Concorrente em relação ao seu mercado;
• As formas de vendas dos seus produtos/serviços em relação ao
tipo de negócio que você possui, mostrando como serão
executadas essas vendas;
• Análise da sua Concorrência, onde o empreendedor deve estudar
o mercado e saber onde sua concorrência é mais segmentada.
Para que o empreendedor tenha uma noção mais apurada dessa
seção o mesmo deve fazer sempre pesquisas de mercado e para Salim (2005)
uma pesquisa de mercado determina as características desse mercado, quais
são as expectativas e necessidades, se um produto/serviço teria uma boa
aceitação ou não no mercado, sendo feita através de uma amostra desse
mercado.
1.5 – Estratégia do Negócio.
Nesse segmento do plano constará o resultado da análise do mercado,
e o empreendedor irá montar a estratégia empresarial que melhor lhe couber.
O empreendedor irá analisar os seus pontos fortes e fracos,
juntamente com as oportunidades e ameaças do mercado em que está
inserido, onde através dessa análise identificar os seguintes pontos:
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• Definição dos segmentos de mercado atingidos pela empresa e
qual a prioridade nessa segmentação.
• Alto conhecimento de seus concorrentes, de forma a poder usar
esse conhecimento a seu favor no mercado.
• Estratégia na montagem de preço na venda de seu
produto/serviço de modo sempre a considerar possíveis
descontos, melhores formas de pagamento e crédito.
• Criação de um sistema de previsão de vendas.
• Criação de processos que venham se tornar diferenciais
competitivos em relação aos seus concorrentes.
• Criação de um cronograma básico, onde deverão constar
informações a respeito da implementação do negócio.
1.6 – Organização e Gerência do Negócio.
Nesse item do Plano de Negócios deverá constar de maneira clara e
objetiva qual a forma de funcionamento da empresa, isto é, como será a
organização da sua empresa para o alcance dos resultados e estratégias
estabelecidas.
Para que se tenha uma melhor organização e gerencia do negócio, se
faz necessário alguns componentes fundamentais tais como:
• Composição da equipe gerencial que são a quantidade
necessária de pessoas por função, com responsabilidades e
perfis bem definidos para cada cargo.
• A criação de um funcionograma e/ou um organograma básico
para a organização para que a mesma tenha um mínimo de
ordem e hierarquia profissional.
• Detalhar de forma clara como será feita a remuneração dos seus
possíveis colaboradores, como será feita as avaliações de
desempenho, treinamentos, evolução da carreira entre outros.
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1.7 – Planejamento Financeiro
Essa é a seção mais importante de um bom plano de negócios, pois é
através dele que verificamos a “saúde financeira” da empresa, em quanto
tempo o dinheiro investido irá retornar (PAYBACK), será mostrada a evolução
das receitas e das despesas da organização.
Para um planejamento financeiro perfeito, deverão constar nessa
seção do plano os seguintes itens:
• Análise de Cenários, onde é mostrado qual o cenário o
empreendedor se encontra, sendo necessário que seja traçado
mais dois possíveis cenários sendo eles o otimista e o
pessimista, nas mais diversas áreas como, por exemplo, a área
econômica, a politico legal e etc., e que podem gerar diferentes
resultados em seu negócio.
• Cálculo do ponto de equilíbrio econômico-financeiro da empresa,
que é o ponto em que a empresa passa a ter lucros de modo
continuado, ou seja, as receitas da empresa são suficientes
para a cobertura das suas despesas.
Salim et al diz que: (2005, p.108) diz que: “O BREAK EVEN POINT
(ponto de equilíbrio) representa o nível de vendas no qual a receita iguala a
soma dos custos fixos mais cos custos variáveis, ou seja, no qual o lucro é
zero”.
• Cálculo do custo de manutenção da estrutura da empresa sem ter
nenhuma atividade, ou seja, sem produção e/ou
comercialização dos seus produtos e serviços como, por
exemplo, custo com energia elétrica, agua, telefone, pagamento
de pessoal entre outras.
• Apresentação do Balanço Patrimonial e das Demonstrações do
Resultado do Exercício, conforme lei 11.638/07.
• Fluxo de Caixa Projetado.
• Cálculo dos indicadores de liquidez, endividamento e
rentabilidade.
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• Cálculo do PAYBACK que é o tempo que leva para o retorno
financeiro do valor investido no projeto.
Os “clientes” de um Plano de Negócio são na sua maioria das vezes:
• O próprio empreendedor;
• Sócios e empregados;
• Sócios em potencial;
• Parceiros em potencial tais como distribuidores e representantes;
• Órgãos governamentais de financiamento, tais como bancos;
• Grandes clientes como atacadistas e distribuidores;
• Franqueados entre outros.
Para Nigri (2005, p.7) “Qualquer empreendimento prescinde de um
Plano de Negócio completo e com as informações que sustentarão, a priori, a
relação comportamental do negócio face aos índices do mercado”.
Uma das funções principais de um bom Plano de Negócio é demarcar
a empresa no mercado e levar as empresas novas a determinar a linha central
de atuação da empresa e dar suporte ao empreendedor a pensar nas
previsões para que seu negócio funcione dentro de um prazo pré-estabelecido.
Outras funções básicas, porém essenciais de um bom Plano de
Negócios:
• Avaliar riscos e necessidades;
• Clarificar os objetivos da empresa;
• Guiar o empreendedor nas tomadas de decisões;
• Auxiliar na gestão estratégica;
• Dar base histórica externa e interna para o empreendimento.
Permite também que a empresa tenha o feedback de informações em
relação ao seu concorrente, ajudando a encontrar o valor agregado de seus
produtos/ serviços e o valor acumulado em capitais, isto é, quanto você pode
agregar de valor financeiro a sua empresa. O Plano de Negócios guia todas as
suas ações empresariais.
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1.8 – O Plano de Negócio como Ferramenta de Gestão.
Para que o Plano de Negócio seja considerado como uma boa
ferramenta de gestão, se faz necessário que as informações circulem de
maneira aberta dentro da própria organização, fazendo com que seus
colaboradores possam conhecer seu teor e assim se alinharem com o
pensamento da empresa. Mas para que isso aconteça de uma forma correta, é
necessário um monitoramento constante sobre os números, metas e objetivos
a serem alcançados dentro do plano.
Uma das maneiras mais eficazes em relação a esse monitoramento é
a criação de painéis indicativos das metas a serem alcançadas e quanto da
mesma já se alcançou. Nesses painéis devem conter gráficos que mostram a
evolução periódica das metas e devem ser colocados em locais de fácil acesso
a todos os colaboradores independentes de nível hierárquico e devem ser
espelhos fieis do Plano de Negócio.
Esse painel é uma ferramenta dinâmica que exige as atualizações
constantes das informações, de forma a se ter sempre uma visão momentânea
da empresa e de como ela vem se portando durante aquele período.
Conforme Dornelas (2007, p.9):
Desta forma o plano de negócios pode se transformar em um instrumento dinâmico de implementação da estratégia da empresa. Ele deixará de correr o risco de ser apenas um mito e se tornará uma ferramenta fundamental de gestão, que certamente, auxiliará o empreendedor a alcançar o sucesso almejado, ou ainda, mostrará a esse mesmo empreendedor que o momento não é propício para o negócio vislumbrado, evitando decepções futuras.
Vale lembrar que é importante cuidar de alguns procedimentos ao
longo da redação do Plano de Negócios, já que durante a elaboração dos itens
que foram acima descritos, a visão do empreendedor mediante ao seu negócio
deve ter como objeto focal qual é a função principal de seu empreendimento.
Definir de forma clara e objetiva e imparcial qual a finalidade de sua
organização, apontando sempre o porquê de seu empreendimento se
encontrar nesse local atualmente.
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O Plano de Negócios deve ser visto sempre como uma contribuição
administrativa da organização e como importante ferramenta operacional de
forma pró ativa e retrospectiva, portanto o mesmo deve ser sempre
remodelado periodicamente conforme a necessidade do empreendimento e do
empreendedor, para que demonstre sempre a atitude atual da empresa.
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CAPÍTULO II
Qual a importância de um Plano de Negócios para as empresas.
O Plano de Negócios tem como importância principal a diminuição da
morte precoce das empresas, uma vez que parte dos riscos e situações
operacionais contrárias será prevista no processo de elaboração do mesmo,
assim como também a elaboração de um plano de contingência.
Para SEBRAE (2009): O Plano de Negócios auxilia você na “tomada de decisão” sobre levar adiante o seu projeto. A razão é que, com planejamento, as chances de sucesso de um negócio aumentam substancialmente. Um plano de negócios é sim indispensável para se iniciar uma micro ou pequena empresa.
A elaboração de um Plano de Negócios:
• Permite ao empreendedor aprimorar sua idéia, tornando-a clara, precisa
e de fácil entendimento. Para isso, ele terá de buscar informações
completas e detalhadas sobre o mercado e o seu negócio,
assegurando assim uma visão de todo o negócio. Uma idéia é
diferente de uma oportunidade de negócio devidamente analisada.
• Permite ao empreendedor conhecer todos os pontos fortes e fracos do
futuro negócio. Com isso, possibilita a diminuição dos riscos de
fracassar.
• Facilita a apresentação do negócio a fornecedores e clientes potenciais,
contribuindo para as negociações de apoio.
• Analisa o volume de recursos que será necessário para a implantação
(quanto de capital será necessário?), a lucratividade e a rentabilidade
do negócio.
• Permite a simulação de situações favoráveis e desfavoráveis.
• Permite que os sócios negociem claramente as funções de cada um.
• É importante para a contratação de funcionários e para a orientação
deles na execução de suas tarefas, apresentando as perspectivas de
crescimento para o negócio.
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• É um importante documento para a apresentação a futuros sócios,
investidores e bancos.
Pela criação De um Plano de Negócios podemos adquirir
conhecimentos necessários de qual produto/serviço está sendo oferecidos,
quais os objetivos a serem alcançados, quais são os clientes atuais e em
potenciais, qual o mercado a ser atingido. Assim é possível tornar a gestão
mais eficiente e, por consequência, elevar a qualidade da comunicação, o grau
de confiança e a melhoria da imagem do empreendimento como um todo.
Pavani apud Barbosa e Pereira (2003, p.7) afirma que: “[...] o Plano de
Negócio é muito importante na medida em que serve como instrumento de
apresentação da empresa para diferentes públicos”.
Para uma melhor compreensão do dito acima, segue tabela abaixo:
TABELA 1- Possíveis públicos alvo para o seu plano de negócio.
Possíveis públicos-alvo para o seu plano de negócio. Sócios potenciais: Para vender parte do negócio e estabelecer acordos e direção Parceiros: Para estabelecer estratégias conjuntas Bancos: Para conseguir financiamentos Intermediários: Pessoas que ajudam a vender o seu negócio Investidores: Empresas de capital de risco, pessoas jurídicas e outros interessados. Gerentes: Para estabelecer canal de comunicação Executivos de alto nível: Para aprovar e alocar recursos Fornecedores: Para outorgar crédito para compra de mercadorias e matéria-prima Gente talentosa: Que você deseja contratar para fazer parte da sua empresa A própria empresa Para a comunicação interna com os empregados Clientes potenciais: Para vender o produto/serviço Fonte: PAVANI, Cláudia. Plano de Negócios.
Faz-se necessário utilizar o Plano de Negócio de maneira dinâmica, e
deve ser atualizado periodicamente acompanhando as mudanças tanto no
ambiente externo, quanto o do ambiente interno. Além disso, pode auxiliar na
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comunicação entre a empresa e os vários Stakeholders como clientes, bancos,
investidores, entre outros.
Deve ser elaborado de forma a entender e estabelecer as diretrizes
para a abertura do negócio, gerindo de maneira mais eficaz a empresa e
tomando decisões acertadas, monitorar o cotidiano da empresa e conseguir
financiamentos junto as instituições financeiras.
Então, o Plano de Negócios constitui-se como uma poderosa
ferramenta de gestão para:
• Aprendizagem e auto conhecimento para a organização e
explicitação das ideias;
• Cooperação;
• Convencimento -> comunicação externa, no sentido de obtenção
dos recursos financeiros;
• Navegação -> planejamento e monitorização do negócio.
O Plano de Negócios é uma ferramenta extremamente importante e
eficaz para alcançar o sucesso no negócio, uma vez que explica de forma
abrangente de qual maneira a necessidade de seus clientes serão atendidas e
como vai adquirir mercados face a concorrência existente.
A figura abaixo mostra de maneira lúdica a interação entre a empresa,
os clientes e a concorrência dentro de um plano de negócios conforme visão
de Pissarra (2008. p.3).
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Figura 1: Interação empresa – clientes - concorrência no Plano de Negócios.
Segundo Pissara (2008, p.3):
Muitas empresas tem sucesso sem possuírem um plano de negócios, mas mesmo nestas situações, a necessidade de efetuar um planejamento torna-se evidente nos períodos de pior desempenho, quando as vendas estagnam, os resultados caem ou os concorrentes lançam produtos bastante inovadores. Apenas a preparação atempada de planos de negócios possibilita à empresa alcançar o sucesso com consistência e regularidade.
Verifica-se então que a maior importância de um Plano de Negócios é
fazer com que o empreendedor possa estar interagindo com o mercado em
que vai atuar de forma a criar vantagens competitivas em relação à
concorrência, de forma a tentar agregar uma maior quantidade de clientes e
fazer com que o seu negócio cresça e consiga sobreviver.
Para Dornelas (2003, p. 3):
[...] Outro paradigma que precisa ser quebrado é o fato de achar-se que o plano de negócios depois de feito pode ser esquecido. Este é um erro imperdoável e as consequências serão mostradas pelo mercado que está em constante mutação. A concorrência muda, o mercado muda, as pessoas mudam. E o plano de negócios, sendo uma ferramenta de planejamento que trata especialmente de pessoas, oportunidades, do contexto e mercado, riscos e retornos
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também muda. O plano de negócios é uma ferramenta dinâmica e deve ser atualizado constantemente, pois o ato de planejar é dinâmico e corresponde a um processo cíclico.
Para isso é necessário que o empreendedor entenda quais são os
objetivos de um plano de negócios.
2.1 – OBJETIVOS DE UM PLANO DE NEGÓCIOS
O valor principal de um Plano de Negócios está na capacidade de
agregar os esforços do empreendedor para a definição do futuro de seu
empreendimento. O processo de elaboração do Plano de Negócios contribui
para incentivar o espirito empreendedor do responsável pela organização a
criar condições e encontrar novas alternativas de crescimento do seu negócio.
Um bom Plano de Negócios tem como objetivos principais:
• Promover o pensamento estratégico na empresa;
• Estruturar o processo de planejamento;
• Melhorar a comunicação interna e externa;
• Facilitar a coordenação das atividades;
• Criar mecanismos adequados de controle das atividades;
• Fortalecer a motivação de todos os membros da organização.
Cada um desses objetivos desempenha papel fundamental na
promoção de vários interesses da organização. Vamos estudar individualmente
os objetivos de forma a ter uma idéia de qual a funcionalidade de cada um.
2.1.1 – Pensamento Estratégico
Um Plano de Negócio deve incentivar o empreendedor e/ou seus
sócios a pensar de maneira estratégica, a distinguir as variáveis que são
responsáveis pelo sucesso daquelas que tem apenas impacto menor nas
atividades da organização, e a compreender a influência da estratégia na
estrutura e na gestão funcional. Sendo assim, o processo de criação do Plano
de Negócio se transforma em um precioso exercício de aprendizagem
estratégica organizacional.
25
2.1.2 – Planejamento
A criação de um Plano de Negócio é, por definição, um processo de
planejamento, com a particularidade de reunir em um só documento fatores
estratégicos e operacionais. Serve ainda de base para outros planos
complementares de natureza mais detalhada e com prazos mais reduzidos
como por exemplo o orçamento anual da empresa.
Tzu apud Pinheiro (2009, p.7)
Se você se conhece e ao inimigo, não precisa temer o resultado de uma centena de combates. Se nos conhecemos, mas não ao inimigo, para cada vitória teremos uma derrota. Se não nos conhecemos nem ao inimigo sucumbiremos em todas as batalhas.
Quando se considera o conceito de planejamento, têm-se pelo menos
três fatores críticos que podem ser destacados:
• Toda a empresa necessita de um planejamento do seu negócio para
poder gerenciá-lo e apresentar sua ideia a investidores, bancos, clientes
e para seus parceiros, sejam eles fornecedores ou colaboradores;
• Toda entidade provedora de financiamento, fundos e outros recursos
financeiros necessita de um Plano de Negócios da empresa requisitante
para poder avaliar os riscos inerentes ao negócio e;
• Poucos empresários sabem como escrever um Plano de Negócios. A
maioria destes é composta de micros e pequenos empresários, os quais
não tem conceitos básicos de planejamento, vendas, marketing, fluxo de
caixa, ponto de equilíbrio e projeções do faturamento. Quando
entendem o conceito, geralmente não conseguem coloca-lo
objetivamente dentro do Plano de Negócios.
Ou seja, o planejamento é de extrema importância para que você se
conheça e também ao seu concorrente para que possa criar o diferencial
competitivo que levará o seu negócio à frente através do Plano de Negócio.
2.1.3 – Comunicação
Um bom Plano de Negócios deve também contribuir para reforçar a
comunicação interna na organização, tanto nos níveis superiores como nos
inferiores de forma a fazer com que a informação flua de maneira correta
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dentro da mesma. Um bom Plano de Negócio utilizado como referência básica
em reuniões cria condições para os temas serem debatida em uma perspectiva
mais ampla e compartilhada por toda a organização.
2.1.4 – Controle
Serve para identificar com clareza os objetivos da empresa, o Plano de
Negócio pode e deve ser utilizado como documento de controle, já que com a
sua criação o empreendedor terá como ter as informações do mercado em que
atua e as informações internas de seu empreendimento sob seu comando de
forma a utilizá-las para o seu crescimento e obtenção de vantagens
competitivas em seu produto/serviço, para que possa estar sempre um passo a
frente em relação ao seu concorrente.
Para Chiavenato (2003, p.635) controle é “a função administrativa que
consiste em medir o desempenho a fim de assegurar que os objetivos
organizacionais e os planos estabelecidos sejam realizados”.
2.1.5 – Coordenação
O Plano de Negócios desempenha uma importante função de
coordenar todas as áreas da organização, gerando um processo de discussão
e de soluções de compromisso tem por vezes valor superior a própria
concepção do documento final.
2.1.6 – Motivação
O Plano de Negócios tem importante função motivacional para a ação
de incentivo à concretização dos objetivos propostos pelo empreendedor. É
necessário que o responsável pelo empreendimento (dono da empresa) tenha
motivação de lançar o empreendimento depois de pesquisas feitas através do
plano.
Gonçalves (2003, p.1) diz que motivação é “um conjunto de fatores
psicológicos (conscientes ou inconscientes) de ordem fisiológica, intelectual ou
afetiva, os quais agem entre si e determinam a conduta de um indivíduo”.
27
Além dos objetivos acima descritas, o Plano de Negócios deve
apresentar 3 (três) características fundamentais, sendo elas:
• Utilidade Prática -> Um Plano de Negócios é primeiramente uma
ferramenta de trabalho, por isso deve ser um documento
sintético e facilmente compreensível para seus leitores. Mais
importante que a riqueza de conceitos é a sua capacidade de
transmitir as orientações da gestão aos colaboradores da
organização.
• Qualidade -> A qualidade do Plano de Negócios é mais relevante
que a quantidade de páginas, a preocupação com a qualidade
deve estar sempre presente, tanto na redação como na
concepção do conteúdo.
• Integração -> Um Plano de Negócio deve explicitar a relação
entre a estratégia, estrutura e politica funcionais de marketing,
pesquisa e desenvolvimento, produção, recursos humanos e
finanças. Os mecanismos de controle de gestão devem ser
identificados e descritos no Plano de Negócios.
Para Samirra (2008, p.7) a visão das características de um Plano de
Negócios conforme gráfico abaixo:
28
Figura 2: Características do Plano de Negócios.
29
CAPÍTULO III
A Importância do Plano de Negócios para as Pequenas e Micro Empresas.
Neste capítulo estudaremos a importância de um Plano de Negócios
para as pequenas e Micros empresas, mas antes precisamos definir o que se
trata e como se diferenciam a micro da pequena empresa.
3.1 – Definição de Micro e Pequena Empresa.
Conforme lei complementar 123 de 14 de dezembro de 2006 em seu
artigo 3º informa que a micro empresa é aquela em que tem faturamento bruto
anual no valor de até R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) e como
pequena empresa é aquela que tem faturamento bruto superior a R$
240.000,00 e inferior a R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil
reais). Considera-se como faturamento bruto o produto da venda de bens e
serviços nas operações das empresas não incluídas as vendas canceladas e
os descontos incondicionais concedidos. Estas empresas dependendo do
segmento em que atuam, podem estar aderindo ao Imposto Simples (Sistema
Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Micro empresas e
Empresas de Pequeno Porte), possuindo legislação própria.
Existe ainda outra metodologia para a diferenciação das micro e
pequenas empresas que são pela quantidade de colaboradores inseridos nos
quadros de funcionários. Para Chiavenato (2004) as micro empresas no ramo
industrial possui até 19 colaboradores, no ramo de comércio e serviço até 09
colaboradores. Já as pequenas empresas no ramo das indústrias a quantidade
de colaboradores varia de 20 a 99 e nas áreas de comércio e serviço, esse
número passa para entre 10 e 49 colaboradores.
Pesquisas realizadas pelo SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio as
Pequenas e Micro Empresas) no ano de 2009 mostram que o total de
empresas legalizadas no Brasil é de aproximadamente 7,43 milhões e que no
Estado do Rio de Janeiro esse total é de 510 mil dividias entre os setores da
indústria, do Comércio, Serviços e Agropecuarias. Isso significa que
30
aproximadamente 7% dessas empresas estão localizadas no Estado do Rio de
Janeiro.
As micro e pequenas empresas em conjunto representam 99% do total
de empresas no Brasil, no Estado do Rio de Janeiro esse número chega
98,4%. As grandes empresas são apenas 0,5% do total no país e no Rio tem-
se um percentual de 0,7% das empresas.
Tabela 2:Tabela de Distribuição das empresas por porte
Abaixo, mostraremos os gráficos que demonstram os resultados
informados nessa pesquisa.
31
Gráfico: Porcentual de Empresas por Porte no Brasil e no Rio de
janeiro
Fonte: SEBRAE 2009
Já em relação a criação de empregos, foi verificada nessa pesquisa
que as micro e pequenas empresas são responsaveis pela criação da maiorias
das vagas de empregos formais no país. No ano de 2009 (ano em que foi
realizada a pesquisa) representaram 40,01% do total das vagas criadas no
Brasil e 37,44% do total no Estado do Rio de Janeiro. A pesquisa informa
também que essas vagas são divididas basicamente nos setores da indústria,
construção civil, comércio e serviços.
Conforme o IBGE (2003, p.15):
Uma importante contribuição das micro e pequenas empresas no crescimento e desenvolvimento do País é a de servirem de “colchão” amortecedor do desemprego. Constituem uma alternativa de ocupação para uma pequena parcela da população que tem condição de desenvolver seu próprio negócio, e em uma alternativa de emprego formal e informal, para uma grande parcela da força de
32
trabalho excedente, em geral com pouca qualificação, que não encontra emprego nas empresas de maior porte,
As micro e pequenas empresas que conseguem sobreviver no Brasil
são fundamentais para o desenvolvimento de políticas públicas destinadas a
combater os problemas sociais, entre elas a criação de empregos, conforme
pesquisa SEBRAE.
Alem das exigencias legais citadas acima existem diversas formas de
se estabelecer o que sejam empresas de pequeno porte.
Para Bensadon apud Silva e Sobral (2003, p.3):
O que caracteriza de forma especial as microempresas e empresas de pequeno porte são os seus recursos muito limitados e a exigencia fundamental de que o proprietário-gerente administre e mantenha controle total sobre todos os aspectos da empresa.
3.2 – Fatores Condicionantes para a mortalidade das micro e pequenas
empresas no Brasil.
Já é sabido que as micro e pequenas empresas crescem muito e que
são as responsaveis pela geração de emprego e renda no país, porem
conforme pesquisas feitas pelo SEBRAE (2004) 31% dessas empresas não
ultrapassam o primeiro ano de vida.
Para Bensadon apud Silva e Sobral (2003) diz que existe uma
quantidade de itens que geralmente são tidos como responsáveis pelo
fracasso das micro e pequenas empresas, tais como:
• Má administração, com destaque para a falta de planejamento e a
falta de competência da gerência e da falta de conhecimento
prático no ramo escolhido;
• Planos econômicos e economias alternantes;
• Alta concorrência;
• Desinformação, falta de conhecimento e atualização;
• Acesso restrito as fontes de informação;
• Falta de dedicação total ao negócio;
• Industrialização tardia;
• Dificuldade de acesso ao crédito e baixo investimento;
• Elevadas obrigações tributárias e jurídicas;
33
• Falta de qualificação de mão de obra.
Conforme pesquisa feita pelo SEBRAE (1999) os principais problemas
encontrados pelas pequenas empresas são:
Tabela 3: Principais dificuldades encontradas pelas empresas
Principais dificuldades
encontradas pelas
empresas
Ativas (%) Extintas (%)
Falta de Capital de Giro 46 48
Problemas Financeiros 26 41
Carga Tributária Elevada 39 33
Recessão Economica no
País
45 28
Falta de Clientes 21 21
Concorrencia Muito Forte 23 10
Fonte: SEBRAE, 1999.
Nesta pesquisa além de outros itens, foi pesquisado quais os motivos
que levaram os proprietários ao fechamento de suas empresas. A pergunta foi
feita de maneira aberta, ou seja, poderia haver várias respostas diferentes. As
respostas dadas foram as seguintes:
34
Tabela 4: Motivos que levaram o proprietário ao fechamento de
sua empresa.
Motivo Empresas Extintas (%)
Falta de Capital de Giro 26,3
Falta de Clientes 21,1
Carga tributária elevada 17,5
Recessão econômica no país 14,0
Maus pagadores 12,3
Concorrência muito forte 10,5
Problemas financeiros 8,8
Falta de crédito 7,0
Ponto inadequado 5,3
Falta de mão-de-obra qualificada 5,3
Instalações inadequadas 3,5
Falta de conhecimentos gerenciais 3,5
Outros 28,1
Fonte: SEBRAE, 1999.
Segundo Chiavenato (2004, p.12) “nos novos negócios a mortalidade
prematura é elevadissima, pois os riscos são inumeros e os perigos não
faltam”.
Diante disso Chiavenato aponta as principais causas de falhas nos
negócios:
• Fatores Economicos -> Os fatores economicos são responsáveis
por 72% de falhas nos negócios e eles ocorrem em sua maioria
das vezes pelos motivos: Incompetência do empreendedor; falta
de experiência de campo; falta de experiência gerencial e
experiência desequilibrada.
• Inexperiência -> Esse item para Chiavenato é responsável por
20% dessas falhas e seus motivos principais são: Lucros
35
insuficientes; juros elevados; perda de mercado; mercado
consumidor restrito e nenhuma visibilidade futura.
• Vendas Insuficientes -> São responsáveis por 11% das falhas
mais comuns cometidos pelos empreendedores e os motivos
mais verificados são: Fraca competitividade; recesão
econômica; vendas insuficientes; dificuldades de estoque;
localização inadequada.
• Despesas Excessivas -> Tratam de 8% das falhas e são divididas
em: Dívidas e cargas demasiadas e despesas operacionais
elevadas.
• Outras Causas -> Essas outras causas são: Negligência; capital
insuficiente; clientes insatisfeitos; fraudes e ativos insuficientes.
Esses itens representam apenas 3% das falhas mais comuns
para o mal andamento do negócio.
A mortalidade das micro e pequenas empresas pode ser atribuida aos
seguintes fatores:
• Falta de experiência no ramo dos negócios e principalmente no
ramo em que o empreendimento será criado, já que a falta de
conhecimento gera incompetência administrativa e incapacidade
de assumir riscos;
• O chamado efeito sanduiche onde essas pequenas e micro
empresas compram geralmente seus produtos de grandes
incorporações e vendem os mesmos também para grandes
empresas , dessa forma os preços acabam sendo influenciados
pelo fornecedor como também pelo comprador, ou seja, o micro
empreendedor geralmente tem um baixo poder de barganha
com o mercado;
• Uma legislação tributária elevada;
• Baixo volume de crédito e de financiamento;
• Mao de obra desqualificada; entre outros.
36
Conforme SEBRAE apud Pinheiro (2006, p.10):
[...] as causas da alta mortalidade das empresas no Brasil estão
fortemente relacionadas, em primeiro lugar, a falhas gerenciais na
condução dos neócios, seguida de causas economicas conjunturais e
tributação. As falhas gerenciais, por sua vez, podem ser relacionadas
à falta de planejamento na abertura do negócio, levando o empresário
a não avaliar de forma correta, previamente, dados importantes para
o sucesso do empreendimento, como a existência da concorrência
nas proximidades do ponto escolhido, a presença potencial de
consumidores, dentre outros fatores.
Degen apud Junior (2010) observou que a falta de conhecimento e
habilidades administrativas, mercadológicas, financeiras e tecnológicas são
principais razões para o insucesso empresarial. Sendo razões mais
importantes: Insuficiência de disponibilidade de capital para iniciar o negócio;
Problemas de qualidade de produto; Localização errada; Erros gerenciais no
desenvolvimento do negócio; Capitalização excessiva em ativos fixos;
Inadimplência de credores; Ineficiência de marketing e vendas; Excessiva
centralização gerencial do empreendedor; Crescimento mal planejado; Atitude
errada do empreendedor para com o negócio; Erro na avaliação da reação do
concorrente; Rápida obsolescência do produto; Abordagem incorreta de
vendas; Problemas de produção do produto; Escolha do momento errado para
iniciar o empreendimento; Falta ou erros de planejamento do empreendimento,
como na projeção de vendas, de custos e do fluxo de caixa.
3.3 – A importância do Plano de Negócios para as Micro e Pequenas
Empresas
Como já foi verificado ao longo desse trabalho, muitos são os
problemas e dificuldades enfrentadas pelas micro e pequenas empresas
quando as mesmas são abertas sem o devido planejamento necessário, já que
o empreendedor geralmente utiliza uma visão não ampla do empreendimento e
acaba na maioria das vezes conforme informações do SEBRAE fechando sua
empresa antes dos dois primeiros anos de vida.
37
Conforme Dorneles apud Silva e Sobral (2003, p.13)
Existe uma importante ação que somente o prórprio empreendedor pode e deve fazer pelo seu empreendimento: planejar, planejar e planejar. No entanto é notório a falta de cultura de planejamento do brasileiro que por outro lado é sempre admirado pela sua criatividade e persistencia.
Não basta somente ter um sonho, temos que tornar esse sonho em
atividades mensuráveis, reais e concretas e para que possamos ter essas
atitudes podemos utilizar o plano de negócios como uma ferramenta de gestão
eficaz e eficiente de forma a minimizar os possíveis problemas e maximizando
a possibilidade de uma gestão mais segura, onde com isso você aumenta a
probabilidade de sucesso e de geração de lucros para o empreendedor e para
a sociedade.
38
CONCLUSÃO
Diante do que foi abrangido nesse trabalho, pode se concluir que o
sucesso de qualquer empreendimento está diretamente vinculado a um bom
planejamento, bem como também da capacidade do novo empresário de saber
enfrentar e superar os possíveis obstáculos que com certeza se apresentarão
ao longo da vida empresarial.
Verifica-se que esse tipo de empresa (micro e pequenas) são
responsáveis pelo desenvolvimento econômico e social do Brasil, já que a
maioria dos empregos são criados por esses organismos, fazendo com que a
economia nacional possa girar mais facilmente com a geração de renda
provisionadas por esses postos de trabalhos gerados.
Apesar da alta taxa de desemprego no país, a solução nem sempre é
a abertura de um novo negócio, principalmente se este não foi adequadamente
planejado. Muitos desses desempregados se jogam no mercado sem nenhum
tipo de preparo, na aventura de montar um negócio próprio, como o sonho de
independência financeira. A maioria dessas micro e pequenas empresas
fecham suas atividades por não contarem com o auxilio de uma ferramenta
que poderia prever os principais problemas em que o empreendedor esbarra
para o desenvolvimento de seu negócio, conhecendo então a cruel realidade
do mercado em que atuam, já que na maioria das vezes esses
empreendedores não se encontram preparados para a inserção nesse
mercado.
A partir da identificação dos problemas principais enfrentados pelas
micro e pequenas empresas, os quais vêm contribuindo para os altos índices
de mortalidade das mesmas, foi possível fazer uma associação com a
estrutura de um plano de negócio, que se trata de uma ferramenta eficaz e
poderosa de gestão comercial capaz de fornecer dados não só ao
empreendedor como também aos Stakeholders envolvidos com a organização,
contribuindo assim com a formação de uma base extremamente firme, sólida e
segura para a organização.
39
O Plano de Negócios comtempla todos os quesitos apontados como
fatores de insucesso empresarial, sendo importante frisar que mesmo com a
importância de algumas partes (tópicos) do plano, o empreendedor deve se
preocupar com a integralidade do plano de negócios, não desprezando
nenhum tópico.
Fica claro então que se o empreendedor não for capaz de se organizar
e planejar seu futuro, a possibilidade de o mesmo ser engolido pelo mercado e
que seu tão sonhado negócio quebre é muito grande. Para que isso não ocorra
se faz necessário a implementação de uma ferramenta que possa fazer com
que esse novo empresário possa se resguardar de todos os possíveis
problemas encontrados pelo caminho, essa ferramenta se chama Plano de
Negócios onde segundo Nigri (2005) é uma das ferramentas mais importantes
para o empresário, devendo ser escrito a lápis, pois deve ser frequentemente
ajustado.
40
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BARBOSA. Guilherme Soares e PEREIRA. Sebastião Eustáquio. Plano de Negócio: um instrumento de apoio para o êxito de pequenos empreendimentos. CHIAVENATO. Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. São Paulo: Saraiva, 2004. DORNELAS. José Carlos Assis. Plano de Negócios: O segredo do sucesso do empreendedor. Mito ou realidade? Disponível em: http://www.igf.com.br/aprende/dicas/dicasResp.aspx?dica_Id=2832 Acesso: 06 de junho de 2011. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística): As micro e pequenas empresas comerciais e de serviços no Brasil. 2001. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/microempresa/microempresa2001.pdf acesso em: 15 de julho de 2011. Manual do Empreendedor. Disponível em: http://www.eo-net.org/pt/eon_info/documentos/VI_o%20plano%20de%20negocios.pdf acesso em: 20 de junho de 2011. MAXIMIANO. Antônio Cesar Amaru. Administração para empreendedores: fundamentos da criação e da gestão de novos negócios. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. NIGRI. Jayme. A importância do plano de negócios. Disponível em: http://www.catho.com.br/cursos/index.php?p=artigo&id_artigo=195&acao=exibir acesso: 15 de junho de 2011 SALIM. Cesar Simões (et al). Construindo planos de negócios. 3ª ed. Revisada e atualizada. Rio de Janeiro: Elsivier, 2005. SEBRAE (Serviço de Apoio a Pequenas e Médias Empresas) Paraná. Disponível em: http://www.sebraepr.com.br/portal/page/portal/PORTAL_INTERNET/PRINCIPAL2009/BUSCA_TEXTO2009?codigo=808 acesso em: 05 de julho de 2011. __________ Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.sebraerj.com.br/main.asp?View={F252C0E7-B8D4-4CD5-AB17-133739E583ED}&Team=¶ms=itemID={6B22551B-235B-4FF8-A784-AE3FAE08806E};&UIPartUID={D90F22DB-05D4] acesso em: 05 de julho de 2011. ________ Fatores Condicionantes e Taxa de Mortalidade de Empresas no Brasil. Disponível em:
41
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42
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I - Plano de Negócios – O que é e para
que se utiliza. 10
1.1– Sumário Executivo. 11
1.2 - Resumo da Empresa. 12
1.3 – Produtos e Serviços. 13
1.4 – Análise do Mercado. 13
1.5 – Estratégia do Negócio. 14
1.6 – Organização e Gerência do Negócio. 15
1.7 – Planejamento Financeiro. 16
1.8 – O Plano de Negócio como Ferramenta de Gestão. 18
CAPÍTULO II - Qual a importância de um Plano de
Negócios para as empresas. 20
2.1 – OBJETIVOS DE UM PLANO DE NEGÓCIOS 24
2.1.1 – Pensamento Estratégico 24
2.1.2 – Planejamento 25
2.1.3 – Comunicação 25
2.1.4 – Controle 26
2.1.5 – Coordenação 26
2.1.6 – Motivação 26
CAPÍTULO III - A Importância do Plano de
Negócios para as Pequenas e Micro Empresas. 29
3.1 – Definição de Micro e Pequena Empresa. 29
3.2 – Fatores Condicionantes para a mortalidade
43
das micro e pequenas empresas no Brasil. 32
3.3 – A importância do Plano de Negócios para
as Micro e Pequenas Empresas 36
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40
ÍNDICE 42
FOLHA DE AVALIAÇÃO 44
44
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito: