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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A LIDERANÇA E SUA INFLUÊNCIA NO DESEMPENHO DOS LIDERADOS NAS ORGANIZAÇÕES MODERNAS Por: Rafaela Mendes Verissimo Orientador Prof. Ana Claudia Morrissy Rio de Janeiro 2012 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

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1

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A LIDERANÇA E SUA INFLUÊNCIA NO DESEMPENHO DOS

LIDERADOS NAS ORGANIZAÇÕES MODERNAS

Por: Rafaela Mendes Verissimo

Orientador

Prof. Ana Claudia Morrissy

Rio de Janeiro

2012

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

2

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A LIDERANÇA E SUA INFLUÊNCIA NO DESEMPENHO DOS

LIDERADOS NAS ORGANIZAÇÕES MODERNAS

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão em

Instituições Financeiras

Por: Rafaela Mendes Verissimo

3

AGRADECIMENTO

4

....aos meus pais que são meus

grandes incentivadores, meu marido

que me ajudou e foi paciente nos

momentos que estive ausente, aos

amigos que colaboraram para eu

terminar esse projeto e ao professor

Lizandro Zerbone que forneceu e

indicou material de estudo e a minha

orientadora Ana Claudia Morrisy que foi

paciente e solicita.

DEDICATORIA

5

....aos meus pais Jorge e Iracema, ao

meu marido, e ao meu filho que esta

chegando e que foi meu companheiro

nessa longa jornada......

RESUMO

Nesta pesquisa destacam-se aspectos relativos ao tema liderança, sua

evolução e aplicação no contexto das organizações. Para isso resgatam-se

junto a literatura as principais correntes teóricas de liderança e os enfoques de

cada uma delas. Destacam-se e as contribuições dos autores mais relevantes

de cada teoria. As escolas administrativas serviram de referencial, a fim de se

identificar a visão de cada uma sobre os fatores de motivação humana para o

trabalho. Ao longo de seu desenvolvimento, são abordados temas como a

evolução da liderança, que função tem o líder nas empresas e quais são os

atributos deste líder. Por fim, relata-se sobre a influência do estilo de liderança

no nível de desempenho dos liderados.

6

METODOLOGIA

Os métodos utilizados foram: leitura de livros, pesquisas em internet,

material fornecido pelo professor Lizandro Zerbone utilizado em sala de aula,

pesquisa bibliográfica dos autores mais relevantes de cada teoria e estilo e

suas influencias, como Henry Fayol, Kurt Lewin entre outros e observação do

objeto de estudo, a fim de construir um pensamento fundado sobre o tema em

estudo.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I - As Escolas Administrativas e os

Fatores de Motivação Humana 10

1.1 – A Escola Clássica da Administração 10 1.1.1– Os Quatorze Princípios de Fayol 12 1.2 – A Escola das Relações Humanas 15 1.3 – A Contribuição de Kurt Lewin para os Estudos de Liderança 16 CAPÍTULO II - As Principais Teorias de Liderança 17

2.1 – A Teoria dos Traços Pessoais 17

2.2 – A Teoria Comportamental 18

2.3 – A Teoria Situacional 25

2.4 – A Teoria da Liderança Servidora 29

2.5 – A Liderança Baseada em Princípios 29

2.6 – A Teoria Estruturalista 30

2.7 – A Teoria Contingencial 31

CAPÍTULO III – Os Estilos de Liderança 34

3.1 – Liderança Autoritária 34

3.2 – Liderança Democrática 34

3.3 – Liderança Liberal 35

3.4 – Os Três Tipos de Lideres 35

CAPÍTULO IV – O papel do Líder no Desenvolvimento da Equipe 37

CONCLUSÃO 39

8

BIBLIOGRAFIA 41

ÍNDICE 42

INTRODUÇÃO

Várias pesquisas tem sido realizadas sobre liderança, com o objetivo

de verificar o que faz um líder ser eficaz e o que diferencia um líder de um não

9

líder. Através desses estudos foram apresentadas várias teorias que vem

contribuir para o entendimento da liderança e identificar fatores que contribuem

para que uma pessoa seja um líder eficaz. Destaco as contribuições dos

autores mais relevantes de cada teoria e estilo e suas influencias nas

organizações modernas .

Para o desenvolvimento deste trabalho formulou-se o seguinte

problema de pesquisa: Os estilos de liderança influenciam no nível de

desempenho dos liderados?

Assim, o objetivo geral é verificar se os estilos de liderança influenciam

no nível de desempenho dos liderados.

Os objetivos específicos são:

� Resgatar na literatura as principais teorias de liderança.

� Demonstrar os aspectos relativos ao tema liderança, sua evolução e

aplicação no contexto das organizações.

� Discutir sobre a teoria: Pessoas já nascem lideres ou essa característica se

forma com o tempo?

CAPÍTULO I

AS ESCOLAS ADMINISTRATIVAS E OS FATORES DE

MOTIVAÇÃO HUMANA

1.1 - A Escola Clássica da Administração

10

A Escola Clássica da Administração tem origem no início o século XX,

e compreende a Teoria da Administração Científica, idealizada por Henry

Fayol.

Na abordagem clássica da Administração, a função do líder era

estabelecer e fazer cumprir critérios de desempenho para atingir objetivos

organizacionais. Seu foco principal era a necessidade da organização e não do

indivíduo (STONER & FREEMAN, 1995).

Fayol preocupava-se em aumentar a eficiência da empresa por meio

da organização e da aplicação de princípios gerais da administração, enquanto

Taylor preocupava-se em aumentar a eficiência da indústria por meio da

racionalização do trabalho do operário, considerando os trabalhadores como

um dos fatores de produção, ao lado de equipamento e terra. Ambas as teorias

têm uma conotação excessivamente mecanicista da organização na busca da

eficiência organizacional, e o trabalhador é considerado apenas um

complemento da máquina.

Quanto à natureza do empregado, A Teoria da Administração Científica

partia de três premissas: a primeira era a de que ele era naturalmente indolente

e adepto à vadiagem, e para trabalhar precisava ser controlado, e regidamente

supervisionado. A segunda era a do homem econômico, entendido como

aquele que tinha como único fator de motivação para o trabalho os ganhos

salariais. A terceira era a de que o comportamento humano é racional e

previsível. Assim, os incentivos financeiros adequados, constante vigilância e

treinamento eram ações consideradas suficientes para garantir a boa

produtividade dos empregados.

De acordo com Fidalgo (1999, apud CARDOZO, 2009)

A chamada Administração Científica contém as seguintes características: a)

radical separação entre execução e planejamento, o conhecimento do

processo de trabalho deveria centrar-se na gerência, à qual caberia todo o

11

controle do processo produtivo; b) fracionamento das tarefas e atividades, onde

cada trabalhador deveria executar a mais simples e parcelar tarefa possível

[...]. Essa divisão do trabalho minimiza a necessidade de um trabalhador com

maior nível de conhecimento, provoca a mecanização do trabalho e o

rebaixamento de seu conteúdo intelectual.

A Teoria do Processo Administrativo enfatizou os princípios da boa

administração, orientada para a definição das atribuições dos gerentes. Assim,

além de criar quatorze princípios universais de administração, Fayol criou as

funções do Administrador: planejar, organizar, comandar e controlar.

Fayol enumerou as seis qualidades de um administrador, que ainda

hoje são usadas nos dias atuais. Essas qualidades são: Bom estado físico,

Cultura geral, Capacidade intelectual, Experiência, Valores morais e

Conhecimentos específicos.

De forma genérica, essa escola valorizava a estrutura organizacional,

os princípios de hierarquia, a autoridade, a especialização do trabalho e o

rígido controle dos empregados. Aos administradores, cabia a responsabilidade

principal de planejar, dirigir e controlar os atos de seus subordinados, para

obter a maior produtividade. Os subordinados, por sua vez, deveriam observar

o planejamento, a direção e o controle impostos pelos administradores, sem

discutir, pois este tipo de supervisão era resultado da “plena aceitação da

autoridade” do gestor e da obediência por parte dos subordinados (MOTTA e

VASCONCELOS, 2004, apud CARDOSO, 2009, p.20).

Essas premissas permaneceram absolutas nas práticas gerenciais até

meados do século XX, quando surgiu a abordagem humanística da

administração, propondo novas concepções sobre a natureza humana.

1.1.1 - Os Quatorze Princípios de Fayol (1994)

12

1. Divisão do trabalho: a palavra chave é foco no aumento da

produtividade. Dentro das organizações, consiste na especialização das tarefas

e das pessoas para aumentar a produtividade. A divisão do trabalho facilita o

controle.

2. Autoridade e responsabilidade: trata do direito de mandar e do poder

de se fazer obedecer.

3. Disciplina: a ausência dela gera caos na organização. Quando algo

não sai como previsto, a responsabilidade é atribuída à incapacidade do chefe,

pois é ele que planeja as operações.

4. Unidade de comando: cada funcionário deve receber ordens de

apenas um superior. A unidade de comando organiza uma empresa dividindo

atribuições.

5. Unidade de direção: todas as unidades da organização devem

seguir em direção aos mesmos objetivos. Apenas um gerente para coordenar

atividades semelhantes.

6. Subordinação do interesse particular ao geral: para Fayol, ambos

são importantes, mas os interesses da empresa devem ter prioridade sobre os

interesses pessoais.

7. Remuneração do pessoal: o salário e a compensação para os

empregados devem ser justos, tanto para os empregados como para a

organização.

8. Centralização: deve haver um equilíbrio entre o envolvimento do

13

empregado, através da descentralização, e a autoridade final do administrador,

através da centralização.

9. Hierarquia: é uma forma de garantir o respeito dos níveis inferiores

aos superiores e facilitar a manutenção da disciplina, da ordem e do controle.

As organizações devem ter uma via de autoridade e comunicação, que vem do

alto até os níveis mais baixos e deve ser seguida pelos administradores e pelos

subordinados.

10. Ordem: é a ordem material e humana. Pessoas e materiais devem

estar em lugares adequados para que possam auxiliar a direção da empresa.

11. Eqüidade: Disciplina e ordem justas melhoram o comportamento

dos empregados. Eles devem ser tratados da mesma forma, sem favoritismo.

12. Estabilidade do pessoal: promover a lealdade e a longevidade do

empregado. A rotatividade das pessoas tem um impacto negativo sobre a

eficiência da organização. A troca constante de funcionários dificulta o

desenvolvimento de um bom relacionamento entre os colegas e os chefes,

além de aumentar os custos decorrente de novos processos de seleção,

treinamento.

13. Iniciativa: os empregados devem ser encorajados a desenvolver e

a implementar planos de melhorias e solucionar problemas.

14. União do pessoal: esse princípio demonstra a importância do

relacionamento interpessoal entre os indivíduos e uma boa articulação do

chefe. Harmonia e união entre as pessoas são grandes forças para a

organização.

14

A Administração Científica tinha diversos defeitos dentre eles: o

mecanicismo de sua abordagem (teoria da máquina), a robotização do

operário, a visão microscópica do homem tornando-o como parte da

maquinaria, a abordagem incompleta envolvendo apenas a organização formal,

a limitação do campo de aplicação à fábrica, omitindo o restante da vida de

uma empresa.

Contudo, essas limitações e restrições não apagam o fato de que

Administração Científica foi o primeiro passo concreto da Administração rumo a

uma teoria administrativa. Foram Taylor, Ford e Fayol que implantaram

diversos conceitos que até hoje utilizamos para gerenciar pessoas e

empresas, dos mais variados portes, em qualquer lugar do mundo.

1.2 - A Escola das Relações Humanas

A ênfase dada anteriormente por Taylor nas tarefas, e por Fayol na

estrutura e por Weber na autoridade, foi transferida para a ênfase nas pessoas

que fazem parte da organização, foram dados destaque às relações informais,

mudando os conceitos rígidos e mecânicos da Escola Clássica.

Para a Teoria das Relações Humanas, a função do líder era facilitar o

alcance dos objetivos, mediante a cooperação entre os liderados e

oportunidades para o seu crescimento e aperfeiçoamento pessoal.

O enfoque humanístico da Administração tem origem com a pesquisa

de George Elton Mayo, realizada na empresa Western Eletric, em Chicago,

entre 1927 e 1932. O objetivo inicial da pesquisa de Mayo era estudar a

relação entre as condições físicas do ambiente de trabalho e a produtividade

dos operários.

Todavia, a pesquisa terminou com a surpreendente descoberta de que

o nível de produtividade do trabalhador não dependia apenas das recompensas

15

financeiras, mas sobretudo de fatores psicológicos. A visão do homem passou

a ser homem social, entendido como o indivíduo que possui necessidades

motivacionais diversas, e que deviam ser identificadas e estimuladas pelos

gestores. A autoridade passou a ser concebida como naturalmente aceita, não

atrelada aos cargos, mas como um atributo pessoal, decorrente das relações

de cooperação existentes entre os gestores e sua equipe de trabalho.

A integração social entre os grupos era o referencial da realização de

necessidades, como: de afeto, de associação, de segurança, de prestigio.

A Escola das Relações Humanas desencadeou diversas decorrências

para os estudos da ciência da Administração. A motivação humana para o

trabalho é concebida sob o ponto de vista da complexidade. Discuta-se sobre a

liderança, comunicação, dinâmica de grupo. A ênfase nas tarefas e na

estrutura organizacional substituída pela ênfase nas pessoas (LODI, 2003 e

RIBEIRO, 2003).

1.3 – A Contribuição de Kurt Lewin para os Estudos de Liderança

Kurt Lewin foi o psicólogo que deixou a contribuição mais relevante

para as ciências do comportamento. Na década de 1930, Lewin coordenou

uma pesquisa que envolvia três grupos de crianças submetidas a estilos

diferentes de liderança: autocrático, liberal e democrático (LODI, 2003).

Segundo Barros Neto (2006), esses três estilos de liderança tem as

seguintes características:

a) Estilo autocrático: o líder decide e impõe suas decisões, com pouca

ou nenhuma participação dos outros membros do grupo;

b) Estilo Liberal: o grupo é que toma as decisões, e as implementa com

participação mínima do líder, que praticamente abdica de sua prerrogativa;

c) Estilo Democrático: as decisões são tomadas por consenso grupal,

16

depois de um amplo processo de análise e debate conduzido e assistindo pelo

líder.

Maximiliano (2004) complementa que uma das conclusões

inquestionáveis da pesquisa de Lewin é o fato de que as crianças tinham

esmagadoras preferência pelo líder democrático.

CAPÍTULO II

AS PRINCIPAIS TEORIAS DE LIDERANÇA

Os estudos tradicionais sobre liderança foram desenvolvidos através

de três abordagens: a baseada nos traços, a comportamental e a situacional,

apresentadas a seguir.

2.1 - A Teoria dos Traços Pessoais

Segundo Robbins (2005), desde a década de 1930 realizam-se

pesquisas para identificar traços pessoais, físicos, intelectuais ou de

personalidade que diferenciassem lideres de não-líderes. Todavia, muitas

dessas pesquisas chegaram a nenhum resultado, uma vez que:

A abordagem dos traços apresenta algumas limitações. A primeira delas, é

que não existe nenhum traço universal que possa prever a liderança em

qualquer situação. A segunda seria que os traços prevêem o comportamento

em situações “fracas” do que em situações “fortes”. Terceiro, as evidencias são

pouco claras quanto à separação de causa e efeito. Finalmente, os traços

funcionam melhor pra prever o surgimento da liderança do que para distinguir

entre líderes eficazes e ineficazes. (ROBBINS, 2005, p.259)

17

Segundo Bergamini (1994):

O enfoque dos traços predominou até a década de quarenta,

tendo como grandes contribuintes para o seu sucesso as

pesquisas desenvolvidas pelos testes psicológicos muito

incrementados a partir de 1920 ate 1950..Stogdill e Mann

serviram-se dos resultados das pesquisas disponíveis acerca

de liderança que datavam de 1904 a 1948, encontrando

aproximadamente 124 projetos voltados a esse tipo de enfoque

no estudo da liderança. Com revisão desses projetos foi

possível chegar a um resultado que permitiu listar

aproximadamente 34 traços de personalidade considerados

como características típicas da amostragem dos líderes

eficazes.

Os traços mais apontados por este modelo eram os físicos (aparência

e peso), intelectuais (adaptabilidade, entusiasmo e autoconfiança), sociais

(cooperação, habilidades interpessoais e habilidade administrativa) e aqueles

relacionados com a tarefa (impulso de realização, persistência e iniciativa).

Essas limitações levaram os pesquisadores a buscar outras direções. A

partir daí, as pesquisas sobre liderança enfatizaram o estilo comportamental

preferencialmente demonstrado pelos lideres.

2.2 - A Teoria Comportamental

A Teoria Comportamental de Liderança é estudada na perspectiva de

um estilo pessoal de comportamento do líder com seus liderados, no exercício

da função de gestor.

Essa teoria propõe que comportamentos específicos diferenciam

18

líderes e liderados. Para ela, a liderança pode ser ensinada. Os líderes não

nascem prontos.

Segundo Bateman e Snell (1998), durante as décadas de 1950 e 1960

diversas pesquisas foram realizadas em universidades norte americanas, cujo

objetivo era identificar as características comportamentais dos lideres que

pudessem estar relacionadas com o desempenho eficaz. Assim, as pesquisas

visavam a verificar o impacto dos estilos de liderança sobre as atitudes e o

desempenho das pessoas no trabalho.

A partir dessas pesquisas surgiram diversas teorias comportamentais,

como os Quatro Sistemas de administração de Likert, e a Grade de Liderança

de Blake e Mouton, relatado a seguir.

Os Quatro Estilos de Liderança de Rensis Likert

Likert foi um dos pesquisadores da Universidade de Michigan, na

década de 1960, tendo como premissa básica o estilo de liderança adotado

pelos supervisores.

Megginson ET al. (1998) relata que o maior contribuição de Likert para

a Teoria Comportamental de liderança foi identificar os quatro estilos de

liderança que operavam nas organizações em que pesquisava, conforme

demonstrados a seguir:

Quadro 1: Os Quatro Estilos de Liderança de Likert

Variáveis Autoritário Autoritário Consultivo Participativo

19

Coercivo Benevolente

Processo

Decisional O processo está

totalmente

centralizado na

cúpula da

organização, a

qual monopoliza

todas as

decisões.

O processo está

centralizado na

cúpula, existindo

apenas delegação

de decisões

simples e

rotineiras.

É efetuada

consulta aos

níveis inferiores

e é permitida a

delegação e a

participação

das pessoas.

O processo

divisional é

totalmente delegado

e descentralizado .

A cúpula apenas

define políticas e

controla os

resultados. Sistema de

Comunicaçõ

es

O sistema de

comunicação é

bastante

precário.

Existem apenas

comunicações

verticais

descendentes e

desatinadas a

dar ordens.

O sistema de

comunicação é

relativamente

precário,

prevalecendo as

comunicações

verticais

descendentes

sobre as

ascendentes.

O fluxo de

comunicações

verticais

(ascendentes e

horizontais) é

facilitado.

As comunicações

são consideradas

como vitais para o

sucesso da

empresa. A

informação é

totalmente

partilhada.

Relações

Interpessoais O contato entre

as pessoas

origina

desconfiança. A

organização

informal é

vedada e

considerada

prejudicial.

Cargos e tarefas

confinam as

pessoas.

São toleradas

relações

interpessoais com

alguma

condescendência.

A organização

informal é muito

impaciente e

considerada como

uma ameaça à

empresa.

É depositada

nas pessoas

alguma

confiança. A

empresa

incentiva uma

organização

informal e

eficaz, com

trabalho em

equipe e

grupos

esporádicos.

O trabalho é

geralmente

realizado em equipe.

A formação de

grupos informais

torna-se

imprescindível.

Existe confiança

mútua, participação

e envolvimento

grupal intenso.

20

Sistema de

Recompensa Ênfase nas

punições e nas

medidas

disciplinares.

Obediência

restrita aos

regulamentos

internos. Raras

recompensas e

de cunho

meramente

salarial.

Ênfase nas

punições e nas

medidas

disciplinares mas

com menor

arbitrariedade.

Recompensas

salariais mais

freqüentes.

Recompensas

sociais raras.

Ênfase nas

recompensas

materiais

(principalmente

salários).

Recompensas

sociais

ocasionais.

Raras punições

ou castigos.

Ênfase nas

recompensas

sociais.

Recompensas

materiais e salariais

freqüentes.

Punições são raras

e, quando ocorrem,

são definidas pelo

grupo.

Relações

Interpessoais O contato entre

as pessoas

origina

desconfiança. A

organização

informal é

vedada e

considerada

prejudicial.

Cargos e tarefas

confinam as

pessoas.

São toleradas

relações

interpessoais com

alguma

condescendência.

A organização

informal é muito

impaciente e

considerada como

uma ameaça à

empresa.

É depositada

nas pessoas

alguma

confiança. A

empresa

incentiva uma

organização

informal e

eficaz, com

trabalho em

equipe e

grupos

esporádicos.

O trabalho é

geralmente

realizado em equipe.

A formação de

grupos informais

torna-se

imprescindível.

Existe confiança

mútua, participação

e envolvimento

grupal intenso.

Sistema de

Recompensa Ênfase nas

punições e nas

medidas

disciplinares.

Obediência

restrita aos

regulamentos

internos. Raras

recompensas e

de cunho

meramente

salarial.

Ênfase nas

punições e nas

medidas

disciplinares mas

com menor

arbitrariedade.

Recompensas

salariais mais

freqüentes.

Recompensas

sociais raras.

Ênfase nas

recompensas

materiais

(principalmente

salários).

Recompensas

sociais

ocasionais.

Raras punições

ou castigos.

Ênfase nas

recompensas

sociais.

Recompensas

materiais e salariais

freqüentes.

Punições são raras

e, quando ocorrem,

são definidas pelo

grupo.

21

Fonte: Megginson ET al. (1998)

O modelo apresentado por Likert consiste em quatro estilos de

liderança observados na sua pesquisa.

Sistema 1: Autoritário Coercivo. É o sistema administrativo autocrático,

coercivo e altamente arbitrário, controlando rigidamente tudo o que ocorre

dentro da organização. É considerado o sistema mais duro e fechado existente,

tornando o nível institucional sobrecarregado com a tarefa decisória.

Sistema 2: Autoritário Benevolente. É sistema administrativo autoritário

com atenuada variação comparado ao sistema, anterior, entendido como um

sistema autoritário forte, mas condescendente e menos rígido.

Sistema 3: Participativo Consultivo. Trata-se de um sistema mais

participativo do que autocrático e impositivo, representando um gradativo

abrandamento da arbitrariedade organizacional.

Sistema 4: Participativo. É o sistema administrativo democrático por

excelência. É também o mais aberto de todos os sistemas descritos por Likert.

A Grade Gerencial de Robert Blake e Jane Mouton

Blake e Mounton elaboram uma Grade de Gerencial, baseada em uma

visão bidimensional dos estilos de liderança: o preocupado com as pessoas e o

preocupado com a produção.

Maximiliano (2004) ensina que o estilo bidimensional de liderança o

22

líder pode combinar os dois estilos em seu comportamento, ou enfatiza-los

simultaneamente. Os pesquisadores também perceberam que entre o

comportamento bidimensional havia três comportamentos intermediários,

compondo-se a Grade Gerencial de cinco estilos de liderança. Esse modelo é

desenvolvido numa escala de 1 a 9, conforme a demonstrado na figura a

seguir.

Figura 1: Grade de Liderança de Blake e Mounton

Fonte: Bateman e Snell, 1998

No estilo 1,9, o líder dedica maior atenção às pessoas e favorece

acentualmente os relacionamentos em detrimento da produção.

O estilo 9,1 caracteriza-se pela auto-reide/obediência, com a

acentuada atenção do líder para a produção.

O estilo 5,5 correspondente ao líder meio-termo, mediante preocupado

com a produção e com as pessoas.

23

O estilo 1,1 indica a gerencia empobrecida, onde o líder dedica pouca

atenção tanto à produção quanto às pessoas.

O estilo 9,9 indica líder ideal, a gerencia em equipe, indicando o estilo

bidimensional, orientado tanto para a produção como para as relações

interpessoais (BATEMAN E SNELL,1998)

2.3 - A Teoria Situacional

Ná década de 1960, pesquisas sobre as teorias situcionais levaram a

conclusões de que não há um melhor estilo de liderança, mas, situações em

que um determinado estilo é mais ou menos adequado para uma situação de

trabalho.

A impossibilidade de obtenção de resultados consistentes levou os

pesquisadores a enfocar as influencias da situação. A relação entre estilo de

liderança e eficácia sugere que, sob a condição a, o estilo x pode ser

adequado, enquanto o estilo y é mais indicado para a situação b, e o estilo z

mais apropriado para a situação c. Mas o que seriam essas situações a, b,c?

Uma coisa é dizer que a eficácia de liderança depende da situação, e outra é

ser capaz de identificar essas condições situacionais. (ROBBINS, 2005, p. 263)

Liderança é a influência interpessoal, exercida na situação e dirigida através do

processo de comunicação humana, com vista à obtenção de um ou diversos

objetivos específicos. (TANNENBAUM, WESCHLER e MASSARIK, 1961)

A seguir são apresentados os modelos situacionais de Paul Hersey e

Kenneth Blanchard de Fried Fiedler

A Teoria Situacional de Paul Hersey e Kenneth Blanchard

24

A Teoria Situacional de Hersey e Blanchard sugere que o estilo de

liderança deve variar de acordo com a maturidade dos subordinados em

relação à tarefa a ser realizada.

A maturidade é entendida como a capacidade e disposição da pessoa

em assumir a responsabilidade, de dirigir seu próprio comportamento, sua

vontade de realizar e sua experiência relacionada com o trabalho.

Assim, Hersey e Blanchard (APUD STONER e FEEMAN, 1999)

propõem quatro estilos de liderança, adequados para cada fase do

desenvolvimento dos liderados, demonstrado na figura a seguir.

Figura 2: Teoria Situacional de Hersey e Blanchard

Fonte: Stoner e Freeman, 1999

De acordo com a figura acima, Hersey e Blanchard (APUD STONER e

FEEMAN, 1999), acreditam que o relacionamento entre um administrador e

25

subordinados passa por quatro fases, à medida que os subordinados se

desenvolvem.

A primeira fase representa o inicio dos subordinados iniciam na

organização. Os autores recomendam que o estilo mais apropriado é a

orientação para a tarefa.

Na segunda fase, o gerente pode decidir iniciar comportamentos

orientados para o empregado, à medida que a confiança do gerente e o apoio

dos subordinados aumentam, tornando a relação mais familiar e os esforços

dos subordinados continuados.

Na terceira fase, crescem a capacidade e a motivação dos

subordinados, eles começam ativamente a procurar maiores

responsabilidades. Entretanto, o gerente ainda precisará dar apoio e

consideração aos subordinados a fim de que eles mantenham o interesse por

mais responsabilidades. À medida que os subordinados se tornam

gradualmente mais confiantes, autodirecç~;´ionados e experientes, o gerente

pode reduzir a quantidade de apoio e encorajamento.

Na quarta fase, os subordinados não mais necessitam nem esperam

um relacionamento direcionador por parte de seu gerente, uma vez que as

pessoas já tem condições ideais para assumir plena responsabilidade sobre

suas atribuições.

O Modelo de Liderança Fred Fiedler

Segundo Robbins (2005), o primeiro modelo contingencial abrangente

de liderança foi desenvolvido por Fred Fiedler, em que propõe que a eficácia do

desempenho do grupo dependente da adequação entre o estilo do líder e o

grau de controle proporcionado pela situação de trabalho.

26

A pesquisa de Fiedler fundamentou-se em três dimensões, para

identificar a eficácia da liderança: a relação entre lideres e liderados, a

estrutura da tarefa e o poder da posição do cargo.

Para Fiedler, os líderes orientados para as funções tendem a alcançar

melhores resultados em situações extremas – muito favoráveis ou muito

desfavoráveis. Pelo contrário, os líderes orientados para as relações humanas

têm melhores performances nas situações mais moderadas, em que há um mix

de variáveis favoráveis e variáveis desfavoráveis.

Assim, quanto mais estreita a relação entre o líder e os liderados, mais

alto o grau da estrutura da tarefa e quanto mais forte o poder da posição do

cargo, maior é a eficácia do líder.

A figura abaixo demonstra as três dimensões da eficácia da liderança,

segundo Fiedler.

RELAÇÕES ENTRE LIDERADOS

POSITIVAS

SITUAÇÃO FAVORAVEL FAFAVFAVORÁVEL

LÍDER E LIDERADOS NEGATIVA SITUAÇÃO DESFAVORÁVEL

GRAU DE ALTO SITUAÇÃO FAVORÁVEL

ESTRUTURAÇÃO DA TAREFA BAIXO SITUAÇÃO

DESFAVORÁVEL

PODER FORTE SITUAÇÃO FAVORÁVEL

DA POSIÇÃO FRACO SITUAÇÃO DESFAVORÁVEL

Figura 3: Modelo de Liderança de Fiedler

Fonte: Maximiano, 2004

2.4 - A Teoria da Liderança Servidora

O termo foi usado pela primeira vez num artigo, de 1970, escrito por

Robert K. Greenleaf (1904-1990), chamado “The Servant as Leader” (O

Servidor como Lider). A liderança servidora verdadeira surge daqueles cuja

motivação principal é um desejo profundo de ajudar os outros.

De acordo com Marinho (2005), a Teoria da Liderança Servidora, se

27

apóia nos valores intrínsecos da dignidade humana para virar de cabeça para

baixo a visão tradicional e os conceitos populares sobre liderança, propondo

um modelo oposto ao que é praticado. Onde o líder é apresentado como um

herói, capaz de solucionar os problemas das empresas ou do governo, como

se Le fosse um mágico associando ao seu poder de persuasão e habilidades.

A liderança servidora tem como foco líderes que se dedicam aos outros

e à missão da organização de aprendizagem. Eles encorajam a participação, o

compartilhamento de poder e de informações, reconhecem o valor dos outros,

estimulam a criatividade das pessoas, são completamente comprometidas, dão

credito pelas realizações das pessoas, tem um impulso natural para aprender,

promovem o senso de comunidade.

2.5 - A Liderança Baseada em Princípios

A Liderança Baseada em Princípios é mais um dos grandes projetos

escritos de Stephen R. Covey.

O objetivo de Liderança Baseada em Princípios é, portanto, fornecer

um novo centro, baseado em princípios universais. Somos abordados a partir

de uma filosofia de vida que, segundo o autor, engloba toda nossa natureza.

Somos seres que possuímos necessidades e capacidades físicas, mentais,

emocionais e espirituais, qualquer mal-estar em um desses pilares de

sustentação de nossa natureza diminui nossa eficácia, gerando sofrimento.

A liderança baseada em princípios é uma nova forma de pensar a agir

que procura fugir da maneira tradicional, proporcionando a quebra dos antigos

paradigmas. Ela é praticada de dentro para fora em quatro diferentes níveis e

para ela ocorrer se pode citar dois princípios básicos:

Confiança Pessoal - A confiabilidade é a soma do caráter, entendida

como aquilo que a pessoa é, com a competência, definida por aquilo que ela é

28

capaz de fazer. A confiança em alguém consiste na soma de seu caráter com

sua competência, portanto se uma pessoa for de bom caráter, mas pouco

eficiente não conquistara a confiança interpessoal;

Confiança Interpessoal - É permitir com que as pessoas ajam de

maneira pessoal, pois o líder acredita que a confiabilidade delas mantem-se no

nível ideal.

O nível de confiança resume o sucesso ou o fracasso das relações

pessoais e das negociações nas organizações.

Cada nível citado acima possui suma importância, porem para

funcionarem de modo eficaz devem-se manter em pleno equilíbrio, serem

trabalhados, fortalecidos e serem sustentados por uma base forte que

consideramos os princípios fundamentais.

2.6 - A Teoria Estruturalista

A Teoria Estruturalista desenvolveu-se como uma síntese da Abordagem

Clássica e da Teoria das Relações Humanas, inspirando-se na abordagem de

Max Weber. O enfoque da teoria estruturalista é na estrutura e ambiente,

trazendo uma importante ruptura com relação às anteriores, o líder deve ser

flexível, deve ter capacidade de adiar recompensas e um permanente desejo

de realização. Essa teoria mostra a organização como sendo um sistema

aberto que se relaciona com o ambiente e com outras organizações. A Teoria

Estruturalista baseia-se no conceito de um todo composto por partes que se

inter-relacionam. Os autores procuram inter-relacionar as organizações com o

seu ambiente externo, caracterizada pela interdependência entre as

organizações.

O estruturalismo influenciou as ciências sociais e repercutiu no estudo

das organizações. Também foram influenciadas: a Filosofia, a Psicologia (com

29

a Gestalt), a Antropologia (com Claude Lévi-Strauss), a Matemática (com N.

Bourbaki), a Lingüística.

2.7 - A Teoria Contingencial

A Teoria da Contingência surgiu a partir de várias pesquisas feitas para

verificar os modelos das estruturas organizacionais mais eficazes em

determinados tipos de empresas. Os resultados das pesquisas conduziram a

uma nova concepção da organização e o seu funcionamento são diretamente

ligadas ao ambiente externo. Verificaram que não há um único e melhor jeito

de organizar. Essas contingências externas podem ser consideradas

oportunidades e imperativos ou restrições e ameaças que influenciam a

estrutura e os processos internos da organização.

Essa teoria analisa como os fatores situacionais alteram a eficácia do

comportamento e o estilo de liderança de um líder em particular. A chave é a

adequação entre os estilos de liderança e as situações enfrentadas pelos

líderes. A premissa básica da teoria contingencial deste investigador é de que o

desempenho do grupo é contingencial na medida em que depende da

interação dos estilos de liderança e das situações favoráveis para o líder

(Mitchell et al., 1970).

30

Figura 4: Fluxograma da Teoria Contingencial

Na Teoria Contingencial tudo é relativo, tudo depende, não há nada de

absoluto nas organizações ou na teoria administrativa. Há uma relação entre as

condições do ambiente e as técnicas administrativas certas para o alcance

eficaz do objetivo da empresa. O principal contribuinte dessa teoria foi Fiedler.

A teoria de Fiedler consiste basicamente em relacionar as características

do líder, determinadas a partir da forma como ele classifica o colaborador

menos preferido com a eficácia do grupo, determinada a partir de um critério

objetivo (Jesuíno, 2005). Resumindo, a teoria explica o desempenho do grupo

como o resultado da interação de dois fatores: estilos de liderança e variáveis

situacionais.

Segundo Fiedler (1967):

“Volumosa pesquisa feita especialmente sob condições reais

de vida tem mostrado bem consistentemente, todavia, que a

personalidade do líder é somente um dos fatores que

31

determina o desempenho do grupo. O líder que se

desempenha bem em um grupo ou sob um conjunto de

condições pode não sair-se bem em outros grupos, em outras

tarefas ou sob outras condições”.

CAPÍTULO III

OS ESTILOS DE LIDERANÇA

3.1 - Liderança Autoritária

Na Liderança autocrática o líder é focado apenas nas tarefas. Todas as

32

tomadas de decisões são tomadas por ele. Os níveis de produtividade são

excelentes quando na presença do líder, provoca tensão e frustração na equipe

inibindo a espontaneidade e criatividade da equipe.

Além da tarefa que cada um deve executar, o líder determina ainda qual

o seu companheiro de trabalho. O líder é dominador e pessoal nos elogios e

nas críticas ao trabalho de cada membro. Esse tipo de líder não costuma se

envolver ativamente no trabalho do grupo.

3.2 - Liderança Democrática

Esse tipo de liderança é voltado para as pessoas e há participação dos

liderados no processo decisório. As atividades são planejadas e distribuídas de

acordo com a decisão do grupo. O próprio grupo esboça as providências para

atingir o objetivo solicitando ajuda ao líder quando necessário. Cada membro

pode escolher os seus próprios companheiros de trabalho.

O líder é objetivo ou realista nos seus elogios e criticas, procura ser um

membro normal do grupo.

O grupo sente receptividade à espontaneidade e criatividade,

desenvolvendo, assim, a capacidade de tomar iniciativa.

3.3 - Liderança Liberal

É deixado ao grupo ou aos indivíduos toda a liberdade para a decisão,

sem a participação de líder: ausência de regras

Neste tipo de liderança as pessoas tem mais liberdade na execução dos

seus projetos, indicando possivelmente uma equipe madura, auto dirigida e que

não necessita de supervisão constante, ou pode ser indício de uma liderança

33

negligente e fraca, onde o líder deixa passar falhas e erros sem corrigi-los.

O líder fornece materiais e só se lhe pedirem é que dará informações

suplementares, ausência completa de participação. São raros os comentários

sobre a atividade do grupo. Não há tentativa para participar ou para interferir

com o curso dos acontecimentos.

3.4 - Os Três Tipos de Lideres

Existem basicamente três tipos de lideres: Os líderes supervisores, os

lideres participativos e os lideres de equipes.

Figura 5: Os Tipos de Liderança

Fonte: Zerbone, Lizandro

As principais características dos lideres são:

34

Supervisão Liderança

Participativa

Liderança de Equipes

Dirige as pessoas Envolve as pessoas Gera confiança e inspira o

trabalho em equipe

Explica as decisões Ouve as pessoas antes de

tomar decisões

Facilita e apóia as decisões

Treina as pessoas Desenvolve as pessoas Expande as competências

da equipe

Gera os indivíduos Coordena o esforço do

grupo

Cria uma identidade da

equipe

Controla o conflito Resolve os conflitos Tira partido das diferenças

Figura 6: As características dos tipos de Liderança

Fonte: Zerbone, Lizandro

CAPÍTULO IV

O PAPEL DO LIDER NO DESENVOLVIMENTO DA

EQUIPE

A liderança pode ser definida como:

� Capacidade de influenciar pessoas para que se envolvam

voluntariamente em tarefas para a concretização de objetivos comuns;

� Capacidade para promover a ação coordenada, com vista ao alcance

dos objetivos organizacionais (Gomes e colabs., 2000);

� Um fenômeno de influência interpessoal exercida em determinada

situação através do processo de comunicação humana, com vista à

comunicação de determinados objetivos (Fachada, 1998).

Era comum chefes impedirem seus subordinados de estudarem e

35

evoluírem, pois tinham medo de que pessoas mais capazes tomassem seu

cargo. Hoje esse tipo de conduta é cada vez mais raro, é primordial que os

responsáveis pelas empresas saibam identificar estes problemas e ajam com

medidas que corrijam esta situação. Para que uma empresa conquiste seu

espaço, a contribuição dos seus colaboradores no processo de crescimento é

primordial, pois a partir deles que surgem idéias, melhorias e criticas para um

trabalho de qualidade.

O papel principal do líder é incentivar sua equipe e outras áreas a

“vestir a camisa” da empresa e lutar pelo seu sucesso. Compete ao verdadeiro

líder, considerando o seu cargo e qualificações, motivar e influenciar

positivamente os seus liderados, buscando sempre atingir os melhores

resultados e mantendo a força de vontade e a satisfação da equipe alinhadas,

em sintonia com as instâncias superiores da organização, ele deve transmitir a

missão, a visão e os valores da empresa, e essas atitudes devem refletir em si

para que a partir disso reflita na equipe. Quando todos adquirem conhecimento

sobre os objetivos da empresa e o líder abre esse espaço, consegue que as

pessoas entendam qual o papel de cada um dentro da Instituição.

O líder deve conhecer um pouco de cada um de sua equipe para saber

conduzi-la ao sucesso, atendendo as necessidades da organização. Deve ser

coerente entre o que fala e as suas atitudes.

O líder que promove a descoberta, incentiva a todos a ter iniciativa,

estimula cada membro da equipe a encontrar sua maneira de realizar tarefa,

ensina sua equipe a crescer e amadurecer gerando qualidade no serviço.

Um líder que não cativa sua equipe e desenvolve profissionais

motivados e focados nos objetivos, pode apresentar trabalho oposto ao

esperado, por isso é importante estar atento e buscar soluções para contornar

tal situação antes que prejudique o desenvolvimento da empresa.

36

Conclusão

Gestor é quem desenvolve os planos estratégicos e operacionais da

Empresa em que trabalha, traçando os objetivos organizacionais, concebendo

estruturas, regras, políticas e procedimentos mais adequados para o alcance

do objetivo proposto. Ele coordena e implementa a execução do seu plano

através de sua equipe, exercendo comando e liderança. Para ser um gestor

eficiente é necessário ser líder do grupo do qual está vinculado, é necessário

também desenvolver sua equipe, ajudando a todos a aprender, além de

desenvolver habilidades para lidar com problemas.

Baseado nos estudos realizados pode-se concluir que o estilo de

liderança exerce influência no desempenho dos colaboradores, na medida em

que o líder age de forma a buscar alternativas que promovam uma maior

satisfação no ambiente de trabalho. Para isso, o líder deve ser dotado

principalmente de uma habilidade interpessoal que o favoreça na difícil tarefa

de identificar as motivações individuais dos colaboradores que os levam a agir

para alcançar os objetivos pessoais e conseqüentemente os objetivos da

empresa.

Por tudo que foi estudado, pode-se concluir que, o líder ideal busca

37

adotar vários estilos, e aplicar o modelo de liderança mais adequado a cada

situação. O maior desafio da liderança nos tempos modernos é como lidar com

a diversidade, motivações, expectativas e exigências das pessoas sem perder

o foco nas metas e resultados, fazendo com que todos ajam juntos em busca

do objetivo esperado. O estudo do comportamento humano nas empresas

contribui para uma vantagem competitiva nas organizações, uma vez que a

organização que conhece bem seus ativos de conhecimentos estará preparada

para as mudanças, tendo pessoas qualificadas e treinadas a exercer funções

que auxiliam nos resultados da empresa.

Assim, conseguir passear entre as diferentes formas de liderança é tão

importante quanto o desempenho individual do líder, podendo uma liderança

eficaz e eficiente afetar o clima e o ambiente de trabalho e, por fim, o

desempenho das equipes.

A melhor liderança é a que se sustenta com o tempo. É preciso liderar

pelo exemplo, para que as pessoas saibam como se faz e se esforcem para

repetir a tarefa no mesmo nível ou ainda melhor, em busca da excelência.

A expectativa em relação atuação de lideres em cenários de

competitividade não é a de que assumam a postura de super-homens, mas de

indivíduos conscientizados de sua importância estratégica, no tocante à

consecução de resultados e a manutenção de padrões de qualidade

compatíveis com a realidade contemporânea. Ele deve crescer sempre junto

com a equipe, levando a verdadeira transformação concomitante ao alcance

dos objetivos da empresa.

38

BIBLIOGRAFIA

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Prático para Estudantes & Gerentes Profissionais. Rio de Janeiro: Qualitymark,

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WIKIPÉDIA, A Enciclopédia Livre, <URL.: http://pt.wikipedia.org> data do ultimo

acesso: 22/01/2012

40

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I

As Escolas Administrativas e os Fatores de Motivação Humana 10

1.1 - A Escola Clássica da Administração 10

1.1.1 - Os Quatorze Princípios de Fayol 12

1.2 – A Escola das Relações Humanas 15 1.3 – A Contribuição de Kurt Lewin para os Estudos de Liderança 16

CAPÍTULO II

As Principais Teorias de Liderança 17

2.1 – A Teoria dos Traços Pessoais 17

2.2 – A Teoria Comportamental 18

2.3 – A Teoria Situacional 25

2.4 – A Teoria da Liderança Servidora 29

2.5 – A Liderança Baseada em Princípios 29

2.6 – A Teoria Estruturialista 30

2.7 – A Teoria Contingencial 31

41

CAPÍTULO III

Os Estilos de Liderança 34

3.1 – Liderança Autoritária 34

3.2 – Liderança Democrática 34

3.3 – Liderança Liberal 35

3.4 – Os Três Tipos de Lideres 35

CAPÍTULO IV

O papel do Líder no Desenvolvimento da Equipe 37

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA 41

WEBGRAFIA 42

ÍNDICE 43