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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
DESAFIOS E POSSIBILIDADES PARA UMA GESTÃO
DEMOCRÁTICA EM ESCOLA PRIVADA E POPULAR
Por: Norma do Sacramento Rocha
Orientador
Prof.ª Maria Esther de Araújo
Rio de Janeiro
2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
DESAFIOS E POSSIBILIDADES PARA UMA GESTÃO
DEMOCRÁTICA EM ESCOLA PRIVADA E POPULAR
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em
Administração e Supervisão Escolar
Por: Norma do Sacramento Rocha
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AGRADECIMENTOS
A Deus, a meu marido Francisco e filhas Isabela e
Paula pela caminhada, juntos.
A minha mãe Nelly e irmãos pelo apoio incondicional
e constante.
Desculpem minha ausência.
Aos professores da turma de Administração e
Supervisão Escolar pelos ensinamentos ao longo do
curso.
As minhas amigas de caminhada: Ana Lucas, Denise
Tostes, Sonia Martha, Adriana e Elaine, pelos sábados
alegres de convivência.
4
DEDICATÓRIA
Aos colegas de trabalho do Inmetro –
Setor de Transportes, pela paciência e
pela força.
5
EPÍGRAFE
Ser Professor (a)
É buscar dentro de cada um de nós
Forças para prosseguir, mesmo com toda a pressão;
Toda tensão, toda falta de tempo...
Esse é o nosso exercício diário!
Ser professor (a) é se alimentar do conhecimento
E fazer de si mesmo (a) janela aberta para o outro.
Ser professor (a) é formar gerações, propiciar o
questionamento e abrir as portas do saber.
Ser professor (a) é lutar pela transformação...
É formar e transformar, através das letras, das artes, dos números...
Ser professor (a) é também reconhecer que
todos os dias são feitos para aprender...
sempre um pouco mais...
Ser professor (a)é saber que o sonho é possível...
é sonhar com a sociedade melhor... inclusiva...
onde todos possam ter acesso ao saber...
ser professor (a) é também reconhecer que somos,
acima de tudo seres humanos, e que temos licença para rir, chorar, esbravejar.
Porque assim também ajudamos a pensar e construir o mundo.
Todos os dias do ano são seus, professor (a)!
Parabéns!
Fonte: Jornal Acontecendo, nº 22, Setembro de 2001
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RESUMO
Este trabalho aborda de modo geral, a influencia exercida pela
Administração (ciência) na Educação e como a Administração Escolar em seu
processo organizacional, controla, dita as regras considerando o homem
apenas como mão de obra. Por outro lado surge a Gestão escolar que tem
como principio básico a democracia nas ações políticas, pedagógicas e
institucionais e percebe o homem como peça fundamental para a construção
de uma Educação participativa. As transformações ocorridas no mundo ao
longo dos anos influenciaram as ações políticas educacionais, na forma de
administrar a escola, exigindo uma participação consciente, ativa e efetiva,
envolvendo as pessoas nos planejamentos do processo pedagógico. A
educação deixa de ser fragmentada para tornar-se globalizada onde cada
indivíduo tem seu trabalho reconhecido, interligando-se aos demais, formando
assim elos de conhecimento e informações, tecendo – retecendo – tecendo de
novo o saber. Passa-se da ação individualizada, episódica, para um processo
contínuo de desenvolvimento e aperfeiçoamento coletivo e espírito de equipe.
Ao adentrarmos a unidade educacional escolhida para a
observação, comparação, comprovação ou contestação da teoria à prática,
pudemos constatar que embora a escola seja de pequeno porte, cuja clientela
é de classe média/baixa, mas preocupada em oferecer aos seus filhos uma
educação de qualidade, mesmo que tenham que dispor de um valor de
mensalidade e de outras despesas para que isso aconteça,o investimento não
é em vão. A escola citada neste trabalho vem cumprindo seu papel e sua
missão, formar cidadãos críticos e pensantes, embora com dificuldades
inerentes a qualquer prestador de serviço desse tipo de atividade. Aplica a
prática da gestão participativa, onde os assuntos são colocados em discussão
para a tomada de opinião, sugestão e solução. Todos são convidados a
participar dos trabalhos e atividades pedagógicos. Percebemos assim que
gestão democrática sugere sempre participação e não controle de ações e de
pessoas.
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METODOLOGIA
O presente trabalho contou com pesquisa bibliográfica em livros,
revistas, artigos, acesso à internet, etc., baseada incialmente em
GIANCATERINO, Roberto (2010). FREIRE, Wendel (org) (2009), PARO, Vitor
Henrique (2009), LIBANEO, José Carlos (2005), dentre outros.
Outros procedimentos importantes a serem considerados são a
pesquisa de campo, a observação, a entrevista e ainda a análise de instituição
que nos permitir conhecer mais de perto a sua realidade, para constatação da
teoria e da prática.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I - TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO E SUA CONTRIBUIÇÃO
PARA A ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR 12
CAPÍTULO II - GESTÃO DEMOCRÁTICA – DESAFIOS E IMPASSES,
POSSIBILIDADES E CONQUISTAS 26
CAPÍTULO III - PENSANDO E REPENSANDO A GESTÃO DA ESCOLA
PARTICULAR 43
CONCLUSÃO 53
BIBLIOGRAFIA 56
ÍNDICE 58
FOLHA DE AVALIAÇÃO 60
9
INTRODUÇÃO
O tema gestão há muito deixou de ser novidade. Muitos autores
colocaram no mercado uma vasta bibliografia sobre o assunto, principalmente
buscando ressaltar a gestão democrática na escola pública, como se processa,
quais são as implicações e resultados. O que buscamos com esse trabalho é
apresentar uma gestão que deve acontecer em escola particular, de pequeno
porte, que visa primeiramente a qualidade de ensino, a troca de conhecimento,
a parceria, a participação coletiva dentre outros itens, porém não colocando a
lucratividade como foco. Esse é o seu diferencial.
Para que realmente aconteça uma gestão considerada democrática
e participativa, é preciso estar imbuído de um ideal transformador e que os
“envolvidos no sistema comprem essa briga do rochedo com o mar”.
(grifo nosso).
Apresentamos a reflexão que se desdobrará ao longo dessas
páginas, buscando demonstrar qual é o papel sociopolítico da educação,
acreditando nesse querer fazer, nesse querer dar certo, quando as portas da
escola escolhida para colaborar com a pesquisa e observação forem abertas,
tornando-se um dos responsáveis pela construção e formação da cidadania.
É relevante e pertinente adentrar pelos portões da escola para
conhecer de perto seus atores sociais, quem está na direção, que comunidade
é essa; quais são as perspectivas frente às mudanças que vem ocorrendo na
educação?
10Vamos ver o amor pela Educação superar a razão. Cabe ao gestor
líder, preparar, suscitar e colocar em pauta para reflexão todos os
questionamentos, idéias, etc., apontados e que venham fortalecer as ações
pedagógicas desenvolvidas ou a desenvolver.
Descrever como acontece e se acontece em escola privada de
bairro popular, a gestão democrática-participativa, seus desafios, certezas,
incertezas, possibilidades e impossibilidades e mostrar que para seus
representantes sociais, pela direção, por toda a equipe docente, pela
comunidade e por sua clientela, por todos que acreditam na instituição, que
qualidade é diferente de lucratividade, é o desafio desse trabalho de pesquisa.
Demonstrar que a escola pode e deve desenvolver uma gestão
qualitativa, bem como transformar o resultado dessa participação coletiva num
ensino também qualitativo, capaz de colocá-la no mesmo nível de escolas
renomadas ou elitizadas.
Objetivando mostrar a realidade escolar pesquisada,
apresentaremos as características desse tipo de escola particular, que é
direcionada para uma clientela de média/baixa renda e que a respeita como tal.
O relacionamento entre os envolvidos no contexto educacional é
forte e vai determinar a prática das direções traçadas, garantindo uma
construção coletiva e organizada, que dará um novo significado para a
administração escolar. A participação da comunidade na sua totalidade
depende da conscientização prévia dos vários sujeitos e segmentos acerca da
importância de cada um no processo
11A participação consciente, questionada e conciliadora de todos como
comunidade – representada por pais e responsáveis de alunos, o corpo
docente, do pessoal de apoio, da direção e de representantes sociais na
maneira de conduzir as ações da unidade escolar, é a chave-mestra para o
“sucesso”.
Para concluirmos o presente trabalho é importante citar o apoio
teórico indispensável de professores e estudiosos como: LIBANEO, Jose
Carlos (2005), GIANCATERINO, Roberto (2010), FREIRE, Wendel (org)
(2009), PARO, Vitor Henrique (2009), dentre outros, que colocam a disposição
de todos suas bibliografias sobre o tema Gestão e seus desdobramentos;
também faremos uso de revistas, artigos, etc., e reforçando a observação, a
participação “in loco” do/no cotidiano escolar e em seu entorno dando vida à
teoria. Está lançado o desafio.
12
CAPÍTULO I
TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO E SUA CONTRIBUIÇÃO
PARA A ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR
A Administração é uma ciência que com o passar do tempo recebeu
influência de outra ciência – a Filosofia, como também da Igreja Católica e de
organizações militares que colaboraram com seus sistemas controladores,
eficientes e rígidos.
Essa influência que provocou o aparecimento da empresa e da
moderna administração ocorreu no final do século XVIII e se estendeu ao longo
do século XIX chegando ao século XX, trazendo rápidas e profundas
mudanças econômicas, sociais e políticas.
Por volta de 1780 em diante, três fatos marcaram profundamente o
mundo, política, economicamente e socialmente:
As Revoluções Americana e Francesa que propunham uma
educação para todos e que acabou provocando mudanças fortíssimas na
sociedade, onde os filhos de burgueses, que tinham condições
socioeconômicas e culturais eram privilegiados na ascensão cultural; educação
portanto era privilégio de uma minoria e na segunda metade do século XVIII, a
Revolução Industrial que explorava a mão de obra operária, veio aprimorar o
que já se conhecia de Administração, transformando os meios de produção, da
13rústica para a produção industrial em escala, com aperfeiçoamento das
técnicas de gerenciamento utilizadas.
A Revolução Industrial desenvolveu-se em duas fases distintas: a
primeira de 1780 a 1860. O carvão era a principal fonte de energia. A segunda
fase de 1860 a 1914, cujas fontes de energia na época são os derivados do
petróleo e o aço a matéria-prima.
A Revolução Industrial trouxe ao mundo, como conseqüências, o
crescimento acelerado e desorganizado das empresas que passaram a exigir
uma administração científica capaz de substituir o empirismo e o improviso.
A Revolução Industrial também trouxe a necessidade de maior
eficiência e produtividade das empresas, para fazer frente à intensa
concorrência e competição no mercado.
1.1-Teorias da Administração
Historicamente, dentro da Administração, Taylor, Fayol e Drucker
são os mais conhecidos definidores das funções básicas do administrador:
planejar, organizar, controlar pessoas (força física), coordenar e comandar ou
no lugar de comandar e coordenar, utilizou também o termo dirigir; Portanto
administrar é controlar pessoas (força física), meios, instrumentos, para atingir
de forma eficiente e eficaz os objetivos de uma organização.
Relevante para o nosso trabalho e estudo é apontar se essas
funções básicas são semelhantes ou diferentes na administração e na gestão e
que influência exercem sobre os indivíduos. Para Fayol os princípios da
administração podem ser encontrados em qualquer organização; podendo ser
14governamental, ou não, pequena, média ou grande empresa ou até mesmo
militar.
Taylorismo
Frederic Taylor (1856-1915) evidenciava a padronização dos
tempos e movimentos, a divisão de tarefas, os salários e prêmios por
produção, dentre outras variáveis. Seus estudos são de fundamental
importância para as empresas, até hoje, sejam elas produtoras de bens ou
serviços.
Para Taylor era possível otimizar a produção através de um melhor
modo de produção para atingir a máxima eficiência, onde só o trabalho era
levado em consideração; o ser humano era desconsiderado. Seu foco sempre
foi a tecnologia dos processos e não nas pessoas. A participação do operário
objetivava o resultado e não o processo; bastava que o homem soubesse fazer
e não como fazer. O homem era uma peça do sistema.
Ao considerarmos que Taylor estudou empresas produtoras de bens
onde também hoje se busca a padronização, a divisão das tarefas, o
treinamento e a seleção do trabalhador, dentre outros e ainda, trava-se uma
luta diária com a pressão gerada pela competitividade do mundo atual o que
para as empresas resulta numa corrida desenfreada pela eficiência através de
maior produtividade em menor tempo, com o mínimo de desperdício.
Fordismo
O termo faz referência a Henry Ford (1863-1947), introdutor da linha
de montagem na indústria automobilística. Nas fábricas da Ford, fundadas por
ele, o carro a ser montado se deslocava por uma esteira rolante, enquanto os
operários junto a esteira realizavam operações padronizadas. Os gestos
15repetitivos na produção industrial correspondiam a sincronização de
movimentos, que acelerava ao máximo a produção e obrigava o trabalhador a
operar no ritmo acelerado das máquinas. Esse método de trabalho também
recebe o nome de “fordista-taylorista”.
As fábricas fordistas que reuniam milhares de operários, foram
importantes na criação de sindicatos. Os gestos mecânicos, repetidos à
exaustão, não forneciam uma reflexão dos trabalhadores sobre o que
desenvolviam e a organização social; o trabalhador fordista transformou-se em
aliado dos patrões na sociedade capitalista.
Fayolismo
Paralelamente à Teoria de Taylor e o Fordismo, na Europa surgia a
Teoria Clássica da Administração. Proposta por Henry Fayol (1841-1925)
caracterizava-se pela ênfase na estrutura organizacional, pela visão do homem
econômico e pela máxima eficiência. A visão do todo organizacional (seções,
departamentos) foi criticada por não ter fundamentação experimental dos
métodos e técnicas estudadas por Fayol, surgindo assim a necessidade de
humanização e democratizar a administração. As preocupações voltaram-se
também para as pessoas e os grupos sociais.
Relações Humanas
A partir de 1940 surge uma nova teoria graças a Elton Mayo (1880-
1949), a Teoria das Relações Humanas ou mais atualmente, a Teoria do
Comportamento Organizacional. Foi considerada oposição à Teoria Clássica
da Administração porque se centrava nas pessoas; seus princípios básicos
são: o nível de produção como resultante da integração social; o
comportamento social do empregado; a formação de grupos informais; as
relações interpessoais e outros.
16
Burocracia
Max Weber (1864-1920) criou a Teoria da Burocracia em função dos
seguintes aspectos:
• Fragilidade e parcialidade da Teoria Clássica e da Teoria das
Relações Humanas, que não possibilitavam uma abordagem global
dos problemas organizacionais;
• Necessidade de um modelo de organização racional que captasse
todas as variáveis e também o comportamento dos membros dentro
de uma empresa ou em qualquer organização humana;
• Exigência de novos modelos organizacionais graças ao tamanho e
complexidade das empresas.
A burocracia é uma forma de organização, que se baseia na
racionalidade, na adequação dos meios aos objetivos (fins) a fim de garantir a
máxima eficiência no alcance dos objetivos.
A burocracia é uma organização ligada pela comunicação escrita.
Todas as ações e procedimentos são feitos por escrito para proporcionar a
comprovação e documentação adequadas e se caracteriza por uma
sistemática divisão do trabalho. Essa distribuição de atividade impessoal é feita
em termos de cargos e funções e não das pessoas envolvidas, estabelecendo
os cargos segundo os princípios de hierarquia.
A burocracia fixa as regras e normas técnicas para o desempenho
de cada cargo: a escolha das pessoas é baseada no mérito e na competência
técnica. A burocracia é uma organização caracterizada pela profissionalização
dos seus participantes.
17
Toyotismo
O modelo japonês surge em 1950 quando a economia estava
aquecida por influência da Guerra da Coréia (1950-1953), O Japão retomava
sua arrancada industrial. Sendo um país de poucos recursos, não podia
desperdiçar material como acontecia com a produção em larga escala, focando
seus esforços em modelo mais eficiente. Inicialmente o Toyotismo não
pretendeu enfrentar as empresas fordistas; apenas ocupar alguns espaços do
mercado.
Neste período os operários fordistas ficaram em numero reduzido,
porém com mais qualidade no que desenvolviam, mas repetindo
mecanicamente os gestos padronizados, o trabalhador toyotista trabalhava em
equipe, preocupada não só com a produção mas também com a qualidade do
produto. O trabalho tornou-se menos burocrático, com operários polivalentes e
operadores de várias máquinas. A competição entre equipes de trabalho
enfraqueceu os sindicatos.
Estruturalista
A partir de 1950 foi desenvolvida a Teoria Estruturalista que se
baseava na adequação dos meios aos objetivos (fins) para se obter o máximo
em eficiência. Inspirada na abordagem burocrática de Weber, tentando
conciliar as teses propostas pela Teoria Clássica e pela Teoria das Relações
Humanas, que procurava inter-relacionar as organizações com o seu ambiente
externo.
Neoclássica ou Organizacional
A partir da década de 50, Peter Drucker cria a Teoria Neoclássica
como ficou conhecida aqui no Brasil, tendo seu foco nos resultados
18organizacionais (objetivos) e constitui um movimento heterogêneo. A partir daí
as teorias passam a ser chamadas de modernas. Surgem as teorias das
Contingências e a Geral dos Sistemas.
Geral dos Sistemas
A Teoria Geral dos Sistemas desenvolvida a partir de 1970
considera a empresa um sistema aberto em continua interação com o meio
ambiente que o envolve.
Das Contingências
A teoria das contingências observa que a empresa e sua
administração são variáveis dependentes do que ocorre no ambiente externo; a
medida que o meio ambiente muda, também ocorrem mudanças na empresa e
na sua administração como conseqüência.
No século XXI, a administração e as organizações estão sofrendo
grandes transformações; as empresas privadas, em particular, operam dentro
de um contexto extremamente competitivo e precisam aprimorar continuamente
sua eficiência: fazer mais, com menor quantidade de recursos, possibilitando o
surgimento de novas teorias administrativas a qualquer momento.
1.2- Influência das Teorias na Administração Escolar
Conceituar administração escolar e gestão exigiu do pesquisador
“dar um pulo” no passado e conhecer a base da administração para poder
diferenciar, concordar e encontrar dados que subsidiem o trabalho
monográfico. O que é administração? O que é gestão? Existe diferença entre
ambas? E a administração escolar é uma gestão? São perguntas que
buscamos responder ao longo do trabalho.
19
Segundo um dos mais conceituados teóricos administrativos brasileiro,
Querino Ribeiro (1930) relembrado por Peterson Paz em seu artigo publicado
na webartigos, a Administração Educacional é:
“(...)um complexo de processos cientificamente determináveis, que atendendo a certa filosofia e a certa política de educação, desenvolve-se antes, durante e depois das atividades escolares para garantir-lhes unidade e economia.”
Observe-se que há muito, teóricos brasileiros já formavam uma ideia
da importância da utilização de teorias administrativas para entender, explicar e
considerar as organizações educacionais como qualquer tipo de organização,
que precisam dos métodos administrativos para atingir seus objetivos.
É possível perceber reflexos do taylorismo na fragmentação do
ensino, na competição, na hierarquização, na organização do tempo e na
organização das disciplinas.
A burocracia também foi incorporada ao sistema educacional e à
validade dos princípios teóricos administrativos. Como problemas para a
administração escolar, podemos citar que os conceitos clássicos vistos
anteriormente, embora importantes para nortear o trabalho administrativo
escolar não levavam em conta a complexidade e especificidade das escolas,
preocupação esta que ficou só na parte administrativa instrumental e
burocrática, deixando de lado a prática pedagógica.
A partir de 1980 surge a escola crítica da Administração Escolar com
autores brasileiros que promoveriam mudanças no cenário da Administração
20Escolar por influência das fortes transformações políticas, econômicas e sociais
que atingiram o mundo e conseqüentemente nosso país. No Brasil, graças as
exigências do mercado, precisou-se redirecionar as políticas educacionais que
viriam mudar a Administração da Educação e da escola. Como primeiro passo
para a transformação, troca-se a terminologia Administração da Educação para
Gestão, como afirma (Lück, 2006, apud Revista Científica, 2008) :
“(...) o termo gestão possibilita superar o enfoque limitado de administração, de modo que os problemas educacionais são complexos e necessitam de visão global e abrangente, assim como ações articuladas, dinâmicas e participativas.” (Revista de Iniciação Científica da FFC, 2008, p.25).
A mudança terminológica vem abrir novos horizontes para que se
observe os sistemas de ensino com uma visão macro, para chegar-se ao
ambiente menor: a escola. Sem esse rompimento não se pode enxergar os
objetivos maiores da educação como formadora de cidadãos pensantes e
críticos e a uma estruturação mais flexível para os enfrentamentos do ambiente
mutável e dinâmico.
Enquanto a administração tem seu foco nas máquinas, nos recursos,
lucros e/ou prejuízos, a gestão tem seu foco no ser humano, no conhecimento
gerado entre os homens e sua participação na tomada de decisões. A
complexidade e necessidades diferenciadas da sociedade fez surgir várias
propostas ou maneiras de se administrar as formas de trabalho. Numa visão
Taylorista a produção artesanal, familiar foi perdendo espaço para as indústrias
que admitem pessoas diferentes, com funções diferentes que se tornam
competitivas entre si e devem produzir mais, objetivando aumentar os lucros da
empresa. O objetivo central é maior lucratividade com pouco ou nenhum
desperdício e mais eficiência.
21Outra teoria explica a administração como uma forma de se prever,
organizar, comandar, coordenar e controlar a empresa. Mais tarde outros
estudos vieram agregar outras variáveis – novos valores à administração:
Weber criou a burocracia propondo uma estrutura de poder e autoridade,
outros abordam as relações humanas no trabalho; com a informatização surge
um relacionamento sistêmico, com as pessoas, o ambiente e com os próprios
sistemas.
Ao tentar conceituar administração buscou-se apoio em Martins
(2010, p.22) que diz: a administração em geral é a utilização racional de
recursos para a realização de fins determinados.
Então a administração nada mais é que racionalizar o uso de
instrumentos e recursos objetivando um determinado fim. Só que é necessário
contextualizar as variáveis políticas, econômicas e sociais para atender a
sociedade capitalista. O processo administrativo que visa atingir objetivos
predeterminados , vai exigir um planejamento, uma organização, uma direção e
controle dos recursos humanos e dos recursos materiais. Nessa administração
capitalista, para que a ação seja eficiente o que importa é a utilização desses
recursos e da força de trabalho, que não leva em conta o homem em sua
essência, mas sim o que ele venha produzir, enquanto “peça da engrenagem”,
mão de obra do sistema.
Na contínua tentativa de buscar respostas para o trabalho em pauta,
encontramos apoio no Wikipédia:
“Administração (português brasileiro) ou gestão (português europeu) de empresas supõe a existência de uma instituição a ser administrada ou gerida, (...) um agrupamento de pessoas que se relacionem num determinado ambiente, físico ou não, orientadas para um objetivo comum que é a empresa, ... o empreendimento, os
22esforços humanos organizados, feitos em comum, ... com um objetivo. As instituições podem ser públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos.” (Wikipédia, 2010)
Administração, portanto é uma ciência social embasada em normas
e funções que têm a finalidade de dar continuidade a uma produção. A
administração se preocupa com um resultado positivo, com retorno financeiro –
lucro, se a mesma tiver fins lucrativos.
O termo gestão surgiu quando o sistema familiar de produção tomou
maior proporção no fim do século XIX para o século XX. Gestão então é vista
como lançar mão de todas as funções técnicas, contábeis, financeiras,
comerciais e administrativas, noções estatísticas, ambientais, etc., utilizando
pessoas, a sua (força intelectual) para atingir os objetivos da organização de
forma eficiente e eficaz.
Pode-se observar aqui que a diferença mais latente é a forma ao se
referir ao homem e ao papel que desempenha na administração ou na gestão
de uma empresa.
(Martins, 2010, p.26) afirma que:
“Toda organização que pretenda ser bem-sucedida, deve promover sua integração ao sistema social a que pertence, bem como sua integração interna, em seus diversos setores. A administração tem como tarefa realizar a integração multilateral da organização.”
Toda empresa está ou deve estar em constante relacionamento,
seja externo ou interno com inúmeras pessoas que podem ser seus
colaboradores, clientes, funcionários, etc., e que exige da empresa um bom
entrosamento entre as partes envolvidas. Este relacionamento deve ser o mais
23adaptável às situações, com constante revisão dos programas, das atividades,
dos novos métodos, das novas fontes de recursos, etc.
No processo administrativo, que é composto pela organização,
planejamento, controle e implementação, há um inter-relacionamento desses
elementos e precisam estar em constante observação por parte do profissional
de administração para que o desempenho da empresa entre, preparar o
produto ou serviço e sua posterior oferta no mercado, seja satisfatória.
(Martins, 2010, p.31) nos diz que:
“Qualquer organização que se realize pelo marketing isto é, pela colocação de um produto ou serviço no mercado, será um negócio, uma empresa. (...)
A administração capitalista considera tanto os instrumentos de produção como a força de trabalho como mercadoria. Há pouca ou nenhuma preocupação com a dimensão político-social do funcionário. (“...).”
Comparando a escola a uma empresa e se a educação oferecida
tiver um cunho conservador, que vê o sujeito somente como mão-de-obra
qualificada, não considerando e valorizando o ser humano na sua essência e
não se preocupando com sua interação no contexto político-social, podemos
afirmar que é uma empresa sim e com características do capitalismo. Se por
outro lado a escola oferece uma educação voltada para a formação do homem
na sua integridade e busca sua interação na sociedade, esta educação faz
parte da nova realidade organizacional.
O professor PAZ (2010), em seu artigo publicado na webartigos, diz
que a administração educacional surgiu nos Estados Unidos por volta de 1913,
com base nas T.G.A. (Teorias Gerais de Administração); a Administração
(ciência) é entendida como intervenção na busca de objetivos por meios
preestabelecidos; essa influencia em princípio não levou em consideração o
24homem e essas tendências chegaram ao Brasil influenciando os autores
brasileiros que passaram a defender a aplicação de princípios racionais na
administração da escola. A administração na educação passou a priorizar a
formação humana, o tipo de proposta educacional oferecida e os meios
empregados no trabalho administrativo.
Outro autor que coloca sua obra à disposição para embasamento do
nosso trabalho de pesquisa é (GIANCATERINO, 2010) que concorda com
outros autores sobre a importância da historicidade da Administração e de sua
influencia no andamento de qualquer organização e que novas técnicas
administrativas vem sendo criadas para facilitar o trabalho do profissional de
administração.
Ainda segundo esse mesmo autor, o administrador atual precisa ser
um multiqualificado nas suas atribuições e ações, prevendo as mudanças que
podem surgir ao longo do trabalho.
Para isso é necessário ao profissional:
“ (...) acompanhar a evolução imposta pelos novos modelos de gestão, que demandam novos atributos, envolvendo novos conhecimentos, competências e habilidades.” (GIANCATERINO, 2010, p.34).
Reforçando a pesquisa de GIANCATERINO (2010), as também
pesquisadoras SILVA e SANTOS em seu artigo publicado nas páginas de
revista da UNIVEN-Faculdade Capixaba de Nova Venécia, sobre a evolução
da administração, afirmam que a influencia da administração taylorista,
principalmente não se restringe somente às indústrias, tem uma forte
penetração na vida pública e privada das empresas. Para ambas o modelo
taylorista não pode ser desconsiderado, dada à contribuição sobre o estudo
25dos tempos e movimentos, a aplicação da padronização, etc., procurando as
melhores soluções com a máxima eficiência, embora hoje o homem já esteja
sendo visto como um ser produtivo e que não quer só gratificações financeiras
mas também seu reconhecimento social.
Neste primeiro momento falou-se sobre gestão de maneira
superficial. Aprofundaremos mais sobre o assunto no segundo capítulo.
26
CAPÍTULO II
GESTÃO DEMOCRÁTICA
DESAFIOS E IMPASSES
POSSIBILIDADES E CONQUISTAS
“Podemos escolher o que semear, mas somos obrigados a colher aquilo que plantamos... . Semeie amor, amizade, carinho. Os frutos serão a paz!” (autor desconhecido)
No decorrer do primeiro capítulo pudemos constatar o quanto a
Administração (ciência) vem há muito tempo exercendo uma forte influencia na
Educação brasileira.
Com base em autores selecionados para o aporte teórico sobre
Gestão, apresentaremos todas as formas de gestão e como são aplicadas na
escola.
Neste segundo capítulo, vamos descrever como o processo de
organização da escola, seja ela pública ou privada, exige um desempenho da
direção e de sua equipe, que pode organizar seu trabalho através de métodos,
padrões e ferramentas convencionais da Administração Escolar ou por meio da
Gestão Educacional, modernizar o seu trabalho, em busca da qualidade na
educação.
Tomando como fonte a proposta de trabalho citada na rede Gestão –
Projeto Renageste, 3 – Nov.97 p.181), que diz: “Administração é o processo
racional de organização, comando e controle.”
27Podemos afirmar com base nesse projeto, que administrar a escola
ou organizar a escola implicaria em planejamento, racionalização de recursos,
coordenação e avaliação de todo o trabalho, visando acertar os objetivos
predeterminados.
(Libâneo, 2005, p.315) confirma o que havíamos percebido desde o
primeiro capítulo: “certos princípios e métodos da organização escolar
originam-se de experiência administrativa e em geral estas e muitos são
aplicáveis às escolas.”
Entretanto, a experiência administrativa tem características
diferentes quando se trata do ambiente escolar; características estas que se
diferem porque a escola objetiva a formação e educação de pessoas, onde as
relações interpessoais ensejam uma constante ação coletiva. No âmbito
escolar, onde acontece essa construção coletiva entre os seus membros, uma
maior interatividade a faz diferenciar-se das empresas convencionais; há uma
intencionalidade, estruturas e processos diferentes de outras organizações e
que vão gerar objetivos educacionais. Estas características também podem
receber o nome de administração escolar, que:
“em seu sentido geral é a utilização racional de recursos para a realização de fins determinados. Os recursos envolvem elementos materiais e conceptuais que o homem coloca entre si e a natureza para dominá-la em seu proveito.” (PARO, 1996, p.18)
Na escola a aplicabilidade desses recursos, bem como das funções
(planejamento, organização, direção e controle) prestam-se tanto aos aspectos
pedagógicos (atividades-fim), que possuem relação direta com todos os
aspectos que envolvem a tarefa mais importante da escola: o processo de
ensino aprendizagem. Quanto aos aspectos técnico-administrativos
(atividades-meio), que não possuem uma relação direta com o processo
educativo, mas concorrem para torná-lo efetivo, propiciando as condições
28básicas para que o processo se realize. O trâmite processual, da decisão à
ação é designado de gestão.
Para (Libaneo, 2005, p.318):
“Gestão é a atividade pela qual são mobilizados meios e procedimentos para atingir os objetivos da organização, envolvendo (...), os aspectos gerenciais e técnico-administrativos.”
Podemos identificar as atividades através das:
Dimensão política: os processos políticos englobam a formulação
de mecanismos de participação da comunidade local e escolar na construção e
consolidação do Projeto Político Pedagógico e também o relacionamento da
escola com a sociedade.
Dimensão pedagógica: diz respeito às ações e procedimentos
diretamente ligados à aprendizagem dos alunos: gestão do currículo, equipe
docente, formação continuada, recursos didáticos e desenvolvimento de
projetos educativos.
Dimensão administrativo-financeira: os processos administrativos
tratam do desenvolvimento das condições para a concretização da proposta
educativa da escola, envolvendo a gestão financeira e do patrimônio da escola,
manutenção e conservação do espaço físico e administração de pessoal
(docentes e funcionários) da escola.
29Integrar as duas atividades e articulá-las possibilitará que a
organização e a gestão sejam realizadas e que a escola propicie uma
educação de qualidade, que é a função social da escola.
2.1- As Várias “Faces” De Uma Organização
Vários estudiosos com quem trabalharemos durante este capítulo,
conseguiram explanar os vários tipos e concepções de gestão, que ajudam a
ampliar nosso campo de visão e o nosso conhecimento para discernirmos onde
começa a Administração Escolar e onde começa a Gestão Educacional, onde
as duas se encontram ou onde uma delas prevalece.
Dependendo da visão que se tenha das finalidades sociais e
políticas da educação em relação à sociedade e à formação dos alunos,
poderíamos obter várias “facetas” para a estrutura organizacional da escola,
vejamos:
Visão Técnico-científica
A escola é burocrática e tecnicista, com uma direção centralizada
numa só pessoa, de onde emanam as decisões verticalmente e cumpre-se
apenas um plano antecipadamente elaborado, onde não há a participação dos
demais membros da escola. A organização escolar visa alcançar altos índices
de eficácia e eficiência, valorizando a estrutura organizacional que prioriza um
organograma hierárquico, obediência à normas, regulamentos e decisões com
baixa ou nenhuma participação das pessoas. Este modo de “dirigir” busca
otimizar os trabalhos e os serviços escolares. Pode ser denominada de
administração clássica ou burocrática. Atualmente é conhecida como gestão da
qualidade total que pretende utilizar métodos e práticas da administração
empresarial.
30Visão Sóciocrítica
Busca agregar as pessoas de acordo com o caráter intencional entre
suas ações e as interações sociais estabelecidas com o contexto sociopolítico
que os envolve. A organização escolar surge a partir da construção social que
conta com a participação de professores, pais, alunos, comunidade, onde o
processo de tomada de decisões é coletiva e nasce da discussão, da
deliberação e da colaboração grupal.
Gestão Autogestionária
Nesse tipo de gestão a participação coletiva é o forte e não há
centralização das ações nas mãos do diretor. Todos os envolvidos na escola
participam das ações e das opiniões. O autoritarismo é quase nulo e valoriza a
capacidade do grupo em mudar o que já vem instituído.
Gestão Interpretativa
Prioriza as intenções e a interação entre as pessoas. As práticas
organizacionais acontecem a partir da construção social, onde todos devem
emitir sua opinião e suas ideias, colaborando para o bom desenvolvimento dos
trabalhos pedagógicos.
Gestão Democrática-Participativa
Este tipo de gestão é baseada no bom relacionamento linear entre
direção e membros em busca da tomada de decisões coletivamente, com a
exigência da responsabilidade de cada membro sobre a administração das
determinações.
A gestão escolar vai refletir a forma como a escola se organiza e se
estrutura, de acordo com seus interesses políticos e sociais e pedagógicos,
31podendo ser considerada com uma escola conservadora ou uma escola
transformadora.
Podemos observar na tabela abaixo elaborada por (Libaneo, 2005,
p.327), as concepções de organização e de gestão escolar.
CONCEPÇÕES DE ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR
Técnico-científica Autogestionária Interpretativa Democrático-participativa
Prescrição detalhada de funções e tarefas, acentuando a divisão técnica do trabalho escolar.
Poder centralizado no diretor, destacando-se as relações de subordinação, em que uns têm mais autoridade do que outros.
Ênfase na administração regulada (rígido sistema de normas, regras, procedimentos burocráticos de controle de atividades), descuidando-se, às vezes, dos objetivos específicos da instituição escolar.
Comunicação linear (de cima para baixo), baseada em normas e regras.
Mais ênfase nas tarefas do que nas pessoas.
Vínculo das formas de gestão interna com as formas de autogestão social (poder coletivo na escola para preparar formas de autogestão no plano político).
Decisões coletivas (assembléias,reuniões), eliminação de todas as formas de exercício de autoridade e poder.
Ênfase na auto-organização do grupo de pessoas da instituição, por meio de eleições e de alternância no exercício de funções.
Recusa a normas e a sistemas de controles, acentuando a responsabilidade coletiva.
Crença no poder instituinte da instituição e recusa de todo poder instituído. O caráter instituinte dá-se pela prática da participação e da autogestão, modos pelos quais se contesta o poder instituído.
Enfase nas inter-relações, mais do que nas tarefas.
A escola é uma realidade social subjetividade construída, não dada nem objetiva.
Privilegia menos o ato de organizar e mais a “ação organizadora”, com valores e práticas compartilhados.
A ação organizadora valoriza muito as interpretações, os valores, as percepções e os significados subjetivos, destacando o caráter humano e preterindo o caráter formal, estrutural, normativo.
Definição explícita, por parte da equipe escolar, de objetivos sociopolíticos e pedagógicos da escola.
Articulação da atividade de direção com a iniciativa e a participação das pessoas da escola e das que se relacionam com ela.
Qualificação e competência profissional.
Busca de objetividade no trato das questões da organização e da gestão, mediante coleta de informações reais.
Acompanhamento e avaliação sistemáticos com finalidade pedagógica: diagnóstico, acompanhamento dos trabalhos, reorientação de rumos e ações, tomada de decisões.
Todos dirigem e são dirigidos, todos avaliam e são avaliados.
Ênfase tanto nas tarefas quanto nas relações.
De acordo com o quadro de características das concepções de
organização e gestão escolar, a concepção técnico-científica caracterizada
pela relação de subordinação, valorização do uso do poder e do autoritarismo,
com nenhum poder de autonomia e envolvimento profissional, já que as ordens
são verticalizadas, é quase uma constante nas escolas brasileiras. As escolas
particulares fazem uso dessa concepção
Já as outras três apontam que o contexto social e político, as
relações sociais, o trabalho coletivo e participativo são o caminho para atingir
os objetivos da escola.
32O processo organizacional formado pelo planejar, organizar, dirigir e
avaliar deve ser colocado em prática, em busca de um ensino/aprendizagem
de qualidade. Para isso a gestão participativa, que implica em deveres, direitos
e responsabilidades, pressupõe participação e objetivos inerentes a todos mais
que exigem de cada um, uma cota de responsabilidade sob um trabalho
coordenado.
“As organizações são unidades sociais e, portanto (constituídas de pessoas que trabalham juntas) que existem para alcançar determinados objetivos. Os objetivos podem ser o lucro, as transações comerciais, o ensino, (...). Nossas vidas estão intimamente ligadas às organizações, porque tudo o que fazemos é feito dentro de organizações.” (CHIAVENATO, 1989 apud LIBANEO, 2005, p.316)
Uma organização escolar pode trabalhar somente com um tipo de
concepção, porém é comum encontrar características de outras concepções. A
organização escolar, teoricamente, pode “dizer” que trabalha com uma
determinada concepção e na sua prática reproduzir um outro tipo de gestão.
Podemos conceber gestão como sinônimo de administração que
associa chefia com controle de ações, e que esta é mediadora na busca de
objetivos.
2.2- Gestão Escolar: Caminhos para a Democratização da
Escola
Buscamos apoio no dicionário virtual Aurélio Séc. XX, o significado
para a palavra democracia e dentre alguns significados optamos por este: “por
ao alcance do povo; popularizar, que se adapta aos interesses do povo; que
convive harmoniosamente com todas as classes sociais.”
33Portanto ao afirmar que a gestão escolar é um ato democrático e
participativo, queremos dizer que toda a ação que se processa na escola é
política e deve ser colocada ao acesso do povo e para o povo; embora
saibamos que o sistema educacional brasileiro é manipulado por uma classe
dominadora que é capaz de minimizar e/ou sonegar informações, subjugando
professores, alunos, gestores, diretores, etc.. Isto pode acontecer tanto no
sistema público quanto no privado.
Conforme (Tavares, 2009, p.113) nos diz:
“A gestão escolar deve ser vista como a pedra fundamental para que a escola ofereça à sua comunidade uma escola que atenda às exigências do dia a dia. É sua função melhorar a compreensão da realidade social de maneira inclusiva, democrática e participativa, (...) – e promover a apreensão de competências e habilidades na comunidade de maneira que os cidadãos possam atuar como agentes de transformação social.”
Sendo assim a gestão escolar depende da participação de todos,
cuja missão de escola é oferecer uma educação que liberte, integre, visionária
e motivadora a buscar a sua construção com a participação de toda a
comunidade.
O foco da gestão escolar é oferecer educação com qualidade,
reflexiva e crítica e levar o sujeito a pensar criticamente.
2.3- Diretor da Escola: Gestor da Dinâmica Social
O papel do diretor escolar segundo (Luck, 2000, apud Hamze em
seu artigo postado na internet e acessado em 29/06/2010), é:
34“O diretor escolar é um gestor da dinâmica social, um mobilizador e orquestrador de atores, um articulador da diversidade para dar-lhe unidade e consistência, na construção do ambiente educacional e promoção segura da formação de seus alunos.”
Reconhecemos o papel do diretor como um profissional
multifuncional, que atualmente não pode ficar atrás de uma mesa assinando
papéis ou ditando regras ou afazeres, mas deve se fazer presente em todos os
segmentos do espaço escolar, como um articulador e impulsionador das ações
pedagógicas. O diretor deve assumir seu papel político e filosófico, que a
administração e a gestão passaram a exigir dele. Além do planejamento, a
organização, a direção, a coordenação e controle, aspectos esses da
administração, também precisa gerir a escola, com a adoção também da co-
gestão e da auto-gestão.
Desta maneira o processo de gestão da escola torna-se um trabalho
coletivo, que vai consolidar-se com a interação de todos os envolvidos no
processo: os alunos, pais, comunidade, funcionários de apoio, professores e
equipe pedagógica, onde todos, conscientemente querem uma educação de
qualidade, cada um com seu interesse próprio.
O que faz a diferença entre uma boa escola e as demais é a
qualidade dos professores, é a interação, a reciprocidade entre todos os
componentes da escola. Isto vale também para o relacionamento professor-
aluno na sala de aula, onde todos os trabalhos vão se canalizar.
Liderança na escola
O que é ser líder? Ser líder é ter uma missão, ser visionário
participativo, educador, orientador e encorajador de seus colegas de trabalho a
buscar qual o melhor caminho a seguir para a instituição atingir seus objetivos.
Ser líder é ser missionário e saber trabalhar em equipe. Ser líder é saber
35planejar, executar, controlar, verificar e corrigir os erros e rever os planos,
buscando estar a frente e ser agente das mudanças.
Para Debora Dias Gomes em seu artigo postado na internet e
acessado em 29/06/2010, o desafio da gestão é: “medição: quem não mede,
não controla, quem não controla não lidera e quem não lidera não
gerencia melhorias.”
Para isso precisa-se usar uma “ferramenta” ou função, a PDCA que
significa em gestão:
Planejar: visa identificar os indicadores, objetivos, as políticas,os
métodos e os programas a serem desenvolvidos, no controle das metas.
Desenvolver: busca colocar em prática as decisões que foram
estruturadas e planejadas através da coleta de dados
Checar: permite medir se os dados coletados estão de acordo com
o planejado.
Agir: permite observar se os resultados foram positivos ou
negativos, corrigi-los e transformá-los em ação de qualidade.
Para que isso aconteça, é preciso conhecer o mercado onde está
inserida a unidade escolar, para que se possa aplicar de modo adequado, as
ferramentas citadas anteriormente. Dessa forma intensifica-se o papel da
autonomia da escola, possibilitando a mudança paradigmática de
administração para gestão.
Podemos afirmar que gestão democrática é processo coletivo e que
para acontecer precisa ser implantado através de mecanismos que possibilitem
a participação de vários segmentos da escola, exigindo parceria e co-
responsabilidade de todos.
36A gestão pedagógica estabelece objetivos gerais e específicos para
o ensino, bem como a forma de atuar. Esta atuação deve levar em
consideração a comunidade escolar e que nível de conhecimento trazem para
a escola.
Toda escola deve ser visionária de uma educação de qualidade,
levando seus alunos a serem críticos, participativos e atuantes, capazes de
transformar a realidade elitizada.
Os conteúdos curriculares, que são elaborados pela gestão
pedagógica, devem contemplar as maneiras de trabalhar as especificidades,
atentando para o contexto sociocultural da comunidade, de acordo com os
objetivos gerais e específicos da escola.
A gestão pedagógica também precisa avaliar constantemente o
desempenho de alunos, docentes e de toda a equipe escolar, devendo oferecer
formação contínua aos docentes para que estes, motivados, possam dar o
melhor de si aos seus alunos.
Tavares (2009, p.87) propõe algumas indagações importantes que
devem ser respondidas pelos gestores para a construção da gestão escolar e a
utilização da gestão pedagógica para a efetivação da educação de qualidade:
Quem são nossos alunos?
Quais são suas vivências?
Como é a comunidade escolar em relação a seus valores e costumes?
Quais os principais problemas enfrentados por essa comunidade?
37Como poderemos oferecer uma educação para nossos educandos de maneira que eles possam atuar positivamente em sua comunidade?
São de responsabilidade da gestão escolar e da gestão pedagógica
responder a estas e a outras perguntas, na figura do diretor que também deve
ser o gestor da unidade escolar. Também cabe a ele elaborar o planejamento,
implementando as ações da escola, articulando todo o trabalho pedagógico, já
que ele é o líder e conhecedor de todos os assuntos pertinentes à escola.
O espaço escolar é “um corpo em movimento” (grifo nosso), onde
as mudanças são necessárias para uma educação de qualidade e o
planejamento vai ser um documento primordial para dar suporte as mudanças
que se fizerem necessárias.
Soma-se ao planejamento, o regimento escolar, o projeto político
pedagógico, esses documentos e outros que formam juntos a “espinha dorsal”
de uma escola, principalmente a escola particular, que é o foco desse trabalho.
É preciso saber o que se quer e aonde se quer chegar; qual o tipo
de educação que se quer oferecer e é através do planejamento estratégico e
dos demais, que o gestor vai saber até onde pode agir, como agir e porque agir
de uma determinada forma, quais as propostas e possibilidades a escola
poderá oferecer à comunidade. O planejamento estratégico, o Projeto Político
Pedagógico e outros documentos pertinentes a escola, devem ser elaborados
pela equipe pedagógica e onde os membros da escola devem ser chamados a
opinar na construção do documento, porque é através do consenso de opiniões
e ideias que as ações vão ser implementadas. Nesse momento serão
analisados e avaliados as forças, as fraquezas, as oportunidades e as
ameaças. A análise abrange também o ambiente externo e as possíveis
oportunidades e ameaças (variáveis, política, economia, comunidade escolar,
38problemas sociais, institucionais, etc.). Essas ameaças e oportunidades são
imprevisíveis, o que é considerado um grande fator de risco para escola. No
interior da escola vão ser encontradas as forças e fraquezas, que são mais
fáceis de observar, detectar e controlar. Para continuar oferecendo a educação
almejada.
(Luck apud Tavares, 2009, p.90) ressalta que: “o planejamento
realizado com determinação e seriedade resulta em uma série de
contribuições que recompensam.”
Ao planejar deve-se levar em consideração o ambiente escolar como
um espaço de multiculturalidade e de muitas vivencias do entorno escolar. É
importante definir as responsabilidades de cada um e democraticamente
envolver todos num único objetivo que é a transformação da realidade escolar.
(Luck apud Tavares, 2009, p.91) novamente nos diz: “o
planejamento deverá ter continuidade, flexibilidade, objetividade,
operacionalidade, orientação e responsabilização.”
Ao planejar, os gestores não podem ficar estáticos, porque sendo a
escola dinâmica, as ações também se tornam dinâmicas, exigindo do
profissional a observação constante e contínua, flexibilizando as ações e
objetivos à realidade da escola e também se posicionarem como pessoas
flexíveis, cheios de energia vital, coadunando ações de gestão – com as
atividades de coordenação e orientação pedagógica, almejando uma educação
de qualidade.
“A gestão pedagógica converge para uma gestão administrativa, pois ela também tem alguns processos que envolvem o ato de gerir uma organização, pois o gestor necessita ter uma visão integrada, na qual faça valer o compartilhamento de
39algumas informações e, também, as tomadas de decisão com o intuito de produzir melhores resultados.” (TAVARES, 2009, p. 91)
Ao ler a citação acima, concorda-se que o gestor deve ter domínio
também de ferramentas para desenvolver as tarefas administrativas, pois o
administrativo está a serviço do pedagógico e o pedagógico a serviço do
administrativo objetivando ações e informações mais precisas.
2.4- Administração e/ou Gestão? Uma questão paradigmática
A Administração é um processo organizacional, controlador e ditador
das ações dentro da empresa, impondo as regras e ditando as normas e a
utilização de recursos e que onde a mão de obra é mecanizada em sua força
de trabalho.
A ação administrativa pressupõe comando e controle, Luck, 2000,
em seu artigo postado na internet e acessado em 29/06/2010):
a)O ambiente de trabalho e comportamento humano são previsíveis,
podendo ser, em conseqüência, controlados;
b)Crise, ambigüidade e incerteza são encarados como disfunção e
como problemas a serem evitados e não como oportunidades de
crescimento e transformação;
c) O sucesso, uma vez alcançado, mantém-se por si mesmo e não
demanda esforço de manutenção e responsabilidade de maior
desenvolvimento;
d)A responsabilidade maior do dirigente é a de obtenção e garantia
de recursos necessários para o funcionamento perfeito da unidade,
uma vez considerada a precariedade de recursos como o
impedimento mais sério à realização de seu trabalho;
40e)Modelos de administração que deram certo não devem ser
mudados, correspondendo à ideia falsa de que “time que está
ganhando não se muda”;
f) A importação de modelos de ação que deram certo em outros
contextos é importante, pois eles podem funcionar perfeitamente,
bastando para isso algumas adaptações;
g)O participante cativo da organização, como é o caso do aluno e de
professores efetivos em escolas públicas, aceita qualquer coisa que
seja imposta a ele;
h)O protecionismo a esses participantes é a contrapartida
necessária à sua cooptação;
i)O participante da instituição deve estar disposto a aceitar os
modelos estabelecidos e agir de acordo com ele;
j)É o administrador quem estabelece as regras do jogo e não os
membros da unidade de trabalho, cabendo a estes apenas
implementá-los;
k) O importante é fazer o máximo, e não fazer melhor e ou diferente;
l)A objetividade garante bons resultados, sendo a técnica o elemento
fundamental para a melhoria do trabalho.
As transformações ocorridas no mundo o longo dos anos,
influenciaram as ações políticas educacionais, acarretando também mudanças
na forma de administrar a escola, que passou a exigir uma participação
consciente, ativa e efetiva, das pessoas nos planejamentos do processo
pedagógico.
Para que a gestão educacional aconteça promovendo uma
educação qualitativa, é preciso ter uma visão geral da unidade de ensino como
instituição social que promova um esforço simultâneo de todos os envolvidos
41na/pela educação. É preciso ter um líder que conduza e oriente a equipe,
dinamizando as tarefas pedagógicas.
A gestão educacional será democrática e participativa se toda a
equipe educacional, pais, alunos, comunidade forem convidados a tomar parte
do processo e dividir as responsabilidades inerentes a cada um.
De acordo com as principais características da gestão educacional –
a autonomia, a participação, o auto-controle e a responsabilidade, é possível
equilibrar as ações e evitar que sejam feitas sem premeditação e sem
planejamento.
A gestão não anula a atuação da administração, mas a
complementa e trás uma característica fundamental e que a difere da
administração: a valorização da pessoa como peça importante da engrenagem,
buscando também criar as ações voltadas para a transformação. Outros itens
como globalização, práxis e cidadania, são critérios que democratizam a
gestão, retirando assim o estigma de ser uma administração controladora e
centralizadora.
Segundo Luck, 2000, em seu artigo postado na internet e acessado
em 29/06/2010):
“Essa consciência sobre gestão, superando à de Administração – resultado do movimento social, associado à democratização das organizações – demanda a participação ativa de todos que atuam na sociedade para a tomada de decisão, pelo planejamento participativo e a capacidade de resposta urgente aos problemas da existência e da funcionalidade das organizações.”
42Ao compartilhar as ações pedagógicas, administrativas, financeiras e
os projetos educativos, todos se sentem responsáveis pelo planejamento,
elaboração e implementação dos acontecimentos e são todos responsáveis
pelo resultado obtido. Torna-se um desafio para toda a equipe, a implantação e
a continuidade da gestão democrática, quando as atividades deixam de ser
verticalizadas para tornarem-se lineares.
43
CAPÍTULO III
PENSANDO E REPENSANDO A GESTÃO DA ESCOLA
PARTICULAR
“A escola dos nossos sonhos só será possível quando todos os educadores tiverem consciência de que não basta apenas criticar, é preciso, em premissa primeira, vestir a camisa de sua profissão com total responsabilidade.” (GIANCATERINO, 2010, p.75)
3.1- Não Há Docência Sem Discência
No decorrer do segundo capítulo observamos que só vai existir uma
gestão democrática e participativa se todos os envolvidos no processo
educacional se sentirem responsáveis por cada etapa dos acontecimentos e
pelo resultado. Está lançado o desafio: buscar a linearidade dos planejamentos
e das ações.
Para que se possa perceber o quanto a educação tem mudado ao
longo dos anos, é proposto neste capítulo discorrer sobre as formas de
educação, o papel da escola, que escola temos e que escola queremos quem
são seus “atores” e os respectivos papéis desempenhados por eles.
Se quisermos demonstrar uma gestão democrática, não é mais
concebível considerar o aluno como uma “tabula rasa” onde todas as
44informações e conhecimento eram depositadas e por conta dos novos
compromissos e responsabilidade assumidos pelos professores, veremos o
professor do século XXI dialogando, trocando conhecimentos desempenhando
e assumindo vários papéis por conta do vínculo criado entre professor – aluno
– escola – comunidade.
“Para o alcance da democratização da escola, é preciso, entretanto, que se levem em consideração não só os aspectos políticos e sociais externos à escola mas também os internos que inviabilizam qualquer discussão sobre sua democratização, tais como: a qualidade de acesso e a permanência.” (GIANCATERINO, 2010, p. 53).
Hoje, nesse mundo conturbado, violento, repleto de desigualdades
sociais marcantes e cheio de crises econômicas, sociais e políticas, o papel do
nosso ator – o professor, muda e essa transformação e mudança vão lhe exigir
muito mais como ser humano e profissional o que vai ser sentido quando for
cobrado reconhecer e respeitar o conhecimento e vivencia trazidos pelo outro
personagem – o aluno. De fato, é preciso mudança e essa mudança
acontecerá na mesma proporção do vínculo entre ambos e do
comprometimento com a instituição e a comunidade.
Hoje o professor passou a ter múltipla responsabilidade ao entrar em
uma escola, atravessar a porta de uma sala de aula e encarar o desafio diário
de educar: ser pai, ser mãe, amigo, professor, psicólogo e até confidente. O
professor tem uma importância fundamental no processo do ensino-
aprendizagem.
Ao longo do capítulo vamos fazendo uma reflexão sobre a prática do
professor numa perspectiva democrática e participativa.
45
3.2- A Educação Que Temos, A Educação Que Queremos
Podemos definir educação como um processo, uma prática ou
atividade, uma realidade multifacetada que vai influenciar toda a vida social do
indivíduo.
No sentido etimológico a palavra educação significa, cuidar,
alimentar e também modificar um estado. A educação nem sempre consegue
atingir seus objetivos. Nas famílias quase não existe tempo para o diálogo. As
preocupações do dia a dia tomam conta da vida das pessoas. Daí surge a
necessidade dos educadores trabalharem com amor e carinho para com as
crianças, que nem sempre encontram em casa o que esperam encontrar na
escola: afeto, carinho e atenção.
Quando dizemos: “os pais educam os filhos”, “a escola educa para a
vida”, o sentido de educação se confirma como uma série de ações visando
adaptação comportamental do homem e de grupos atendendo as exigências do
contexto social. Aí se pode incluir a família, a escola, a igreja, o trabalho, o
clube e outras instituições sociais. Educação, portanto seria repassar às
crianças, além dos conhecimentos historicamente acumulados pelo homem,
princípios morais, valores, costumes, ideias, normas sociais, regras de
conduta, que são impostas pela sociedade da qual fazemos parte e que espera
que todos repitam e sigam os comportamentos sociais esperados,
permanecendo imagem e semelhança da sociedade formadora.
“A educação associa-se a processos de comunicação e interação pelos quais os membros de uma sociedade assimilam saberes, habilidades, técnicas, atitudes, valores existentes no meio culturalmente organizado e, com isso, ganham o patamar necessário para conduzir outros saberes (...).” (LIBANEO, 2005, p. 32).
46A educação assim é uma repetição, uma reprodução que quer nos
apresentar como uma função que pretende inserir o indivíduo nesse sistema
social, de acordo com os moldes preconizados e padronizados do que seja
certo ou errado, ideal ou adaptadora às exigências do meio. Essa mesma
educação pode ser intitulada como reprodução e ou produção da vida social
sob a aparência de um caráter formativo à vida social do indivíduo.
O acontecer educativo é a correspondência entre a ação e o
resultado do processo formativo da personalidade humana. Ou seja, as
informações e conhecimentos vão passando de gerações a gerações,
capacitando e qualificando o homem para enfrentar as exigências sociais do
ambiente no qual está inserido.
Segundo Libâneo:
“Ver-se-á que há quase uma unanimidade entre os autores de considerar a educação como processo de desenvolvimento: o ser humano se desenvolve e se transforma continuamente, e a educação pode atuar na configuração da personalidade a partir de determinadas condições internas do indivíduo.” (2005, p. 74).
Essa transformação e desenvolvimento do homem se dão por causa
da educação imposta a ele como um processo personificador de suas ações e
atitudes, moldando-o para servir a sociedade da qual faz parte. O indivíduo
receberá uma educação moral e social de acordo com os padrões daquele
lugar, de acordo com as influencias do ambiente circundante.
Portanto, pode-se concluir que onde quer que o homem esteja, sua
educação e formação implicarão em seu relacionamento e desenvolvimento
47social, intelectual, ético e moral. O processo educativo sendo um fenômeno
social, não deve considerar somente a individualidade do ser humano, porque
a educação, que é um fenômeno social que se encontra nas contradições, nas
lutas sociais e nas desigualdades, vem se deteriorando a cada ano por conta
do conjunto de relações que caracterizam uma sociedade ou grupo: as
relações de poder: o sistema capitalista mundial que direciona a “vida” humana,
individual e grupal, impõe a todos as mudanças inerentes ao sistema vigente,
determinando o que fazer e como fazer em momentos de crise.
3.3- Escola: Que Lugar É Esse?
Compreende-se a escola como uma instituição social, organizacional
e administrativa, que obedece a normas gerais de funcionamento e diretrizes
pedagógicas ditadas pela União, pelo Estado ou pelo Município. Seu sistema
educacional a diferencia das outras formas de educação, pois implica em
ambientes organizados, com objetivos e conteúdos definidos em função das
necessidades dos sujeitos e interesses sociopolíticos.
A escola é o espaço onde acontece ou deveria acontecer o tecer –
retecer – tecer continuamente o conhecimento. A escola é local de conflito, de
trocas, de diálogo, de discussão, de competências e de comprometimento. É o
lugar da prática, fruto da teoria.
O cotidiano escolar é impregnado de muitos saberes; desde a
entrada dos alunos onde está presente a figura do professor que irá
recepcioná-los até a sala da diretoria, cada um desempenhando suas
obrigações, com funções definidas e se houver falta ou ausência de um
profissional, os transtornos aparecem, prejudicando o curso natural do dia a dia
da unidade escolar.
48
3.4- Caracterizando O Espaço Escolar
A Escola de Educação Infantil observada ao longo deste trabalho,
denomina-se Jardim Escola Pezinho de Anjo Ltda. Considerada de pequeno
porte e localiza-se num bairro simples da Zona Norte do Rio de Janeiro. É um
bairro totalmente residencial e essa vizinhança compõe a clientela da escola,
cujo local é carente desse tipo de prestação de serviço. A referida escola
nasceu de um sonho e da impulsividade de um professor do Estado e do
Município, que tendo duas filhas - a mais velha professora e estudante de
Pedagogia, a mais nova estudante de Letras e sua esposa pós graduanda em
Gestão Escolar, resolve enfrentar as adversidades que acometem quem se
preocupa com educação nesse país e torna realidade seu ideal: Oferecer uma
educação de qualidade por um preço compatível com a realidade do local e da
sua clientela.
A escola está em fase de documentação para finalizar seu processo
de reconhecimento como instituição credenciada junto ao MEC e a outros
órgãos.
A unidade escolar funciona numa casa alugada e adaptada, de 2
(dois) andares, composta de 5 (cinco) salas de aula, 1 (um) refeitório/cozinha, 2
(dois) banheiros, 1 (uma) sala de entrada/secretaria, 1 (uma) garagem, 1 (um)
pátio coberto e metade descoberto e 1(uma) varanda. No pátio e na varanda as
crianças tomam sol, brinquedos trazidos de casa ou os da própria escola e
também fazem atividades diversas como balé com professora formada em
danças, praticam atividades físicas orientadas por uma professora formada em
Educação Física, dentre outros. As salas são bem iluminadas e arejadas, e
todos os lugares que poderiam oferecer algum tipo de perigo, como janelas,
grades, escadas são protegidos por telas, corrimãos, etc..
49Com funcionamento em 2 turnos: de 8h às 12h e de 13h às 17h,
contando com uma média de 100 alunos e um total de 6 professoras que fazem
a chamada “dobradinha”. A Professora I, (dona da escola) também dá aulas de
Inglês (iniciação) e cuida da parte burocrática da escola (secretaria), atuando
também como diretora e supervisora.
Ao desempenhar esses papéis, a professora I procura envolver a
todos nas ações e planejamentos e segundo GIANCATERINO,
“(...), o diretor participa efetivamente na vida da escola, comunicando-se com professores, alunos, pais e funcionários, sendo presença na escola, fazendo da autoridade uma ação integrada, ressalvando-se de que é preciso ter em mente que a escola é uma organização humana, na qual não devemos descuidar da participação ativa dos diferentes atores.” (2010, p. 39).
A missão da escola nos tempos atuais e de acordo com a Legislação
em vigor é promover o pleno desenvolvimento do aluno preparando-o para a
cidadania e qualificando-o para o trabalho. Em sua missão a escola é mediada
pelos professores que têm a “função-fim”, porque em sala de aula em contato
com os alunos, participam diretamente do processo ensino-aprendizagem. A
diferença de uma escola para uma empresa é a sua missão de educar que
aproxima a sua função-fim da sua função-meio.
A escola cumpre com o artigo 53 do Estatuto da Criança e do
Adolescente – ECA que em seu parágrafo único diz: “É direito dos pais ou
responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da
definição das propostas educacionais”. (Nov., 2003, p.36).
50A escola que busca atingir objetivos claros como oferecer uma
educação de qualidade, humanística, deve se preparar também para atingir as
expectativas dos pais que acham que seus filhos devam ser preparados
também para um futuro repleto de competições, deve se preocupar em atender
pais cada vez mais exigentes e que cada dia precisam e querem encontrar
muito apoio da escola na condução da educação de seus filhos.
As reuniões de pais acontecem no próprio espaço escolar e para
facilitar e de comum acordo, o sábado foi escolhido como sendo o melhor dia
para a presença de todos. Os pais e responsáveis participam das reuniões,
comentam, criticam, elogiam, são orientados em casos especiais a procurar
apoio de especialistas em algumas áreas como (psicólogo, oftalmologista, etc.)
e ficam cientes do desenvolvimento e progresso de seus filhos individualmente
e também coletivamente; quanto a forma de verificar ou avaliar a aprendizagem
e sua evolução ao longo do ano permite observar também o cumprimento ao
artigo 31 da Lei da lei de Diretrizes e Bases – LDB, que explicita:
“na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental.” (LDB nº 9394, 1996, p.13).
Quanto ao entorno da escola a sua comunidade também é
convidada através do “boca a boca”, carro de som e da própria movimentação
que a escola promove antes das datas festivas, a participar das atividades que
envolvem a utilização de uma praça próxima à escola, que não tem brinquedos,
mas tem uma quadra cimentada onde são realizados os desfiles cívicos e
outras atividades. Quando os eventos são de maior porte aluga-se a quadra da
igreja do bairro, que também é de fácil acesso a todos, facilitando ainda mais a
participação das crianças e de seus responsáveis. Pode-se afirmar que a
51escola sempre busca a participação plena e democrática de todos os
envolvidos na educação que se pretende oferecer nesse espaço escolar.
As ações pedagógicas são discutidas em conjunto: dirigentes e
dirigidos e as reuniões são mediadas pelo professor dono do estabelecimento,
que divide com sua filha o papel de gestores democráticos. A grande
responsabilidade na construção de uma educação de qualidade está nas mãos
do professor. Nenhum projeto ou proposta pedagógica será eficiente se não
houver a participação dos professores, porque é com eles que os alunos têm
maior contato.
O artigo 13 da Lei de Diretrizes e Bases – LDB sobre a função dos
professores diz:
“Os docentes incumbir-se-ão de:
I)Participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de
ensino;
II)Elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do
estabelecimento de ensino;
III)Zelar pela aprendizagem dos alunos;
IV)Estabelecer estratégias de recuperação dos alunos de menor rendimento;
V)Ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar
integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao
desenvolvimento profissional;
VI)Colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a
comunidade.
Ao descrever ainda este artigo 13 da Lei de Diretrizes e Bases,
percebemos que dentro do conceito de gestão democrática, o professor tem
um papel participativo e significativo ao compor o grupo: escola – comunidade
52– família, que vai definir o perfil de aluno que se pretende formar, que objetivos
deve seguir e as metas a alcançar.
A LDB ainda discorre sobre a elaboração e o cumprimento do plano
de trabalho, preconizando a importância da organização e objetividade do
professor, acompanhando a aprendizagem individual e coletiva dos alunos,
buscando as causas que venham dificultar o processo de aprendizagem e as
medidas e soluções através de outros mecanismos na tentativa de recuperar
aquele aluno ou aqueles alunos com problemas de aprendizado.
Por outro lado a escola também oferece cursos, palestras,
seminários, etc., fora da escola, custeados pela entidade ou gratuitos, na
intenção de colocar por vezes o professor também como aluno. Aquele que
tem sempre alguma coisa a aprender e trocar.
Essa mudança de paradigma faz do professor mais do que um
simples transmissor de conhecimentos, mas um orientador e provedor de
informações e conhecimentos aos alunos sob sua responsabilidade.
53
CONCLUSÃO
“O êxito de uma organização escolar que visa à qualidade educacional implica, principalmente, repensar na estrutura de poder da escola, tendo em vista sua descentralização e democratização, suprida a opressão arbitrária praticada pela grande maioria de seus dirigentes.” (GIANCATERINO, 2010, p.91)
Ao concluirmos este trabalho, rememoramos os capítulos para
sintetizar o que buscamos focar neste trabalho de pesquisa como a
Administração – ciência influenciou e continua influenciando a Administração
Escolar, para entender, explicar e considerar a organização educacional como
uma empresa que normalmente visa alguma coisa: ou lucro ou qualidade em
seus negócios. Com base nos estudos bibliográficos, que ao longo do trabalho
fizemos, observamos, comparamos, tomamos por base e parâmetro que a
Administração Escolar é composta de várias linhas de ação que exercem forte
influência nas ações e planejamentos de uma escola ou sistema educacional,
como a burocracia, a fragmentação dos trabalhos e do ensino, a competição, a
hierarquização, o controle do tempo e das disciplinas e outros.
Há pouco mais de vinte anos alguns autores brasileiros promoveram
mudanças necessárias na forma de administrar ou gerir uma escola, mudanças
essas por causa das fortes transformações políticas, econômicas e sociais que
afetariam todo o mundo. Essas mudanças começariam redirecionando as
políticas educacionais e consequentemente a terminologia passaria de
Administração da Educação para Gestão Educacional, o que viria ampliar a
maneira de ver, focalizar ou agir a educação, deixando de lado a fragmentação,
buscando articular as ações e as ideias de forma dinâmica e participativa.
Deu-se um salto para o futuro ao procurar uma amplitude maior para
a educação formadora de cidadãos pensantes e críticos neste universo em
constante movimento.
54A gestão educacional foca a participação do homem e do
conhecimento e gerado e trocado entre si. Ao falarmos em gestão escolar
consideramos a unidade de ensino, seja ela pública ou privada como uma
empresa e dependendo de seus interesses, terá um tipo de concepção
organizacional, levando-se em conta o seu contexto social, político, suas
relações sociais e a forma de trabalho para atingir os objetivos e interesses.
Ao focarmos nosso trabalho na observação das possibilidades,
impasses e desafios para a efetivação de uma gestão democrática participativa
em escola particular com características peculiares, próprias, que está inserida
em bairro popular, com uma clientela de poder aquisitivo considerado baixo,
mas que se preocupa em buscar um ensino diferenciado, considerado melhor
para seus filhos, a escola deve se preocupar sim em oferecer e transmitir
credibilidade, segurança e acima de tudo a qualidade de ensino que pais e
responsáveis querem encontrar. Ao se preparar para as exigências da vida
social, formar cidadãos críticos, competentes e habilidosos hoje para que
possam ser sujeitos críticos e pensantes amanhã, a escola em questão está
cumprindo seu papel e missão; dar o retorno em forma de carinho, dedicação,
competência, participação e muito trabalho em equipe.
Afirmarmos assim que a gestão escolar deve possibilitar à
comunidade uma melhor e maior compreensão da sua realidade social e a
capacidade de participação e transformação dessa mesma realidade.
A escola visitada está inserida nessa missão de querer oferecer uma
educação que liberte, integre, seja visionária e motivadora, que está sempre
buscando a construção e participação da comunidade. Embora a pequena
escola em questão e sua equipe diretiva gerenciem o trabalho docente, o
trabalho técnico-administrativo e de pessoal de apoio e procure estar alerta às
influencias externas e internas, traçando novas metas, ações e medidas para
enfrentar crises e problemas que eventualmente atingem a rotina escolar, a
gestão democrática acontece no espaço escolar visitado envolvendo todos no
processo educacional, sendo todos responsáveis e responsabilizados pelos
55resultados alcançados ou a alcançar. A fase avaliativa é o ápice do
planejamento e das ações. Este é um dos desafios.
Outro desafio é poder oferecer uma educação de qualidade por um
preço compatível com suas despesas, o poder aquisitivo de sua clientela e a
realidade local. A escola em questão na busca por essa educação humanística
e qualitativa, se preocupa, tenta se equilibrar financeira, social e politicamente
na realidade que a cerca e tem a preocupação em atender na medida do
possível, as expectativas dos pais que querem ver seus filhos “bem
preparados” para um futuro que eles sabem ser fortemente competitivo.
Diante do exposto ao longo deste trabalho, observou-se que a
escola prioriza tanto o aspecto administrativo quanto o pedagógico da escola,
sendo o mais importante o pedagógico. A mesma alia o pedagógico ao
administrativo e com isso pode perceber a escola como um todo.
As funções requerem ações administrativas e pedagógicas
participativas, onde todos os segmentos da escola interagem e definem os
rumos do processo educativo. Tais funções devem interagir, integrar-se
trabalhar em conjunto, porque as ações refletirão diretamente no aluno e no
professor, peças-chave do processo educativo.
A escola observada, embora nova no mercado, se mostra excelente,
apresentando vários aspectos relevantes para sua projeção área da educação.
A escola preocupa-se com o desenvolvimento do aluno, não só no ambiente
escolar, mas também no familiar. as propostas de trabalho são inovadoras e
pertinentes com a ação pedagógica na educação infantil.
Devemos fazer o possível mesmo com recursos escassos; não
devemos cessar esforços para novas possibilidades, mesmo encontrando
dificuldades tanto em questões espaciais quanto de recursos.
56
BIBLIOGRAFIA
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Em Aberto – nº 72. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais -
INEP. 2000
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(atualizada).
FERREIRA, Aurélio Buarque e Holanda, Novo Dicionário da Língua
Portuguesa – Séc. XXI. Ed. Nova Fronteira – versão 3.0.
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elo para o sucesso escolar. Ed. Wak, 2010.
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Disponível em <http//sites.google.com/site/agestaoeducacional>
Acesso em: 29/06/2010
HAMZE, Amélia. Diretor de Escola, Gestor da dinâmica social.
Disponível em <http//sites.google.com/site/agestaoeducacional>
Acesso em: 29/06/2010
GOMES, Débora Dias. Liderança: um diferencial competitivo.
Disponível em <http//sites.google.com/site/agestaoeducacional>
Acesso em: 29/06/2010
58
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
EPÍGRAFE 05
RESUMO 06
METODOLOGIA 07
SUMÁRIO 08
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I
TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A
ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR 12
1.1-Teorias da Administração 13
1.2-Influência das Teorias na Administração Escolar 18
CAPÍTULO II
GESTÃO DEMOCRÁTICA – DESAFIOS E IMPASSES, POSSIBILIDADES E
CONQUISTAS 26
2.1- As várias “faces” de uma organização 29
2.2- Gestão Escolar: Caminhos para a Democratização da Escola 32
2.3- Diretor da Escola: Gestor da Dinâmica Social 33
592.4- Administração e/ou Gestão? Uma questão paradigmática 39
CAPÍTULO III
PENSANDO E REPENSANDO A GESTÃO DA ESCOLA PARTICULAR 43
3.1-Não há Docência Sem Discência 43
3.2-A Educação que temos; a Educação que queremos 45
3.3-Escola: que lugar é esse? 47
3.4-Caracterizando o espaço escolar 48
CONCLUSÃO 53
BIBLIOGRAFIA 56
WEBGRAFIA 57
ÍNDICE 58
FOLHA DE AVALIAÇÃO 60