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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE DESAFIOS E POSSIBILIDADES PARA UMA GESTÃO DEMOCRÁTICA EM ESCOLA PRIVADA E POPULAR Por: Norma do Sacramento Rocha Orientador Prof.ª Maria Esther de Araújo Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

DESAFIOS E POSSIBILIDADES PARA UMA GESTÃO

DEMOCRÁTICA EM ESCOLA PRIVADA E POPULAR

Por: Norma do Sacramento Rocha

Orientador

Prof.ª Maria Esther de Araújo

Rio de Janeiro

2010

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

DESAFIOS E POSSIBILIDADES PARA UMA GESTÃO

DEMOCRÁTICA EM ESCOLA PRIVADA E POPULAR

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em

Administração e Supervisão Escolar

Por: Norma do Sacramento Rocha

3

AGRADECIMENTOS

A Deus, a meu marido Francisco e filhas Isabela e

Paula pela caminhada, juntos.

A minha mãe Nelly e irmãos pelo apoio incondicional

e constante.

Desculpem minha ausência.

Aos professores da turma de Administração e

Supervisão Escolar pelos ensinamentos ao longo do

curso.

As minhas amigas de caminhada: Ana Lucas, Denise

Tostes, Sonia Martha, Adriana e Elaine, pelos sábados

alegres de convivência.

4

DEDICATÓRIA

Aos colegas de trabalho do Inmetro –

Setor de Transportes, pela paciência e

pela força.

5

EPÍGRAFE

Ser Professor (a)

É buscar dentro de cada um de nós

Forças para prosseguir, mesmo com toda a pressão;

Toda tensão, toda falta de tempo...

Esse é o nosso exercício diário!

Ser professor (a) é se alimentar do conhecimento

E fazer de si mesmo (a) janela aberta para o outro.

Ser professor (a) é formar gerações, propiciar o

questionamento e abrir as portas do saber.

Ser professor (a) é lutar pela transformação...

É formar e transformar, através das letras, das artes, dos números...

Ser professor (a) é também reconhecer que

todos os dias são feitos para aprender...

sempre um pouco mais...

Ser professor (a)é saber que o sonho é possível...

é sonhar com a sociedade melhor... inclusiva...

onde todos possam ter acesso ao saber...

ser professor (a) é também reconhecer que somos,

acima de tudo seres humanos, e que temos licença para rir, chorar, esbravejar.

Porque assim também ajudamos a pensar e construir o mundo.

Todos os dias do ano são seus, professor (a)!

Parabéns!

Fonte: Jornal Acontecendo, nº 22, Setembro de 2001

6

RESUMO

Este trabalho aborda de modo geral, a influencia exercida pela

Administração (ciência) na Educação e como a Administração Escolar em seu

processo organizacional, controla, dita as regras considerando o homem

apenas como mão de obra. Por outro lado surge a Gestão escolar que tem

como principio básico a democracia nas ações políticas, pedagógicas e

institucionais e percebe o homem como peça fundamental para a construção

de uma Educação participativa. As transformações ocorridas no mundo ao

longo dos anos influenciaram as ações políticas educacionais, na forma de

administrar a escola, exigindo uma participação consciente, ativa e efetiva,

envolvendo as pessoas nos planejamentos do processo pedagógico. A

educação deixa de ser fragmentada para tornar-se globalizada onde cada

indivíduo tem seu trabalho reconhecido, interligando-se aos demais, formando

assim elos de conhecimento e informações, tecendo – retecendo – tecendo de

novo o saber. Passa-se da ação individualizada, episódica, para um processo

contínuo de desenvolvimento e aperfeiçoamento coletivo e espírito de equipe.

Ao adentrarmos a unidade educacional escolhida para a

observação, comparação, comprovação ou contestação da teoria à prática,

pudemos constatar que embora a escola seja de pequeno porte, cuja clientela

é de classe média/baixa, mas preocupada em oferecer aos seus filhos uma

educação de qualidade, mesmo que tenham que dispor de um valor de

mensalidade e de outras despesas para que isso aconteça,o investimento não

é em vão. A escola citada neste trabalho vem cumprindo seu papel e sua

missão, formar cidadãos críticos e pensantes, embora com dificuldades

inerentes a qualquer prestador de serviço desse tipo de atividade. Aplica a

prática da gestão participativa, onde os assuntos são colocados em discussão

para a tomada de opinião, sugestão e solução. Todos são convidados a

participar dos trabalhos e atividades pedagógicos. Percebemos assim que

gestão democrática sugere sempre participação e não controle de ações e de

pessoas.

7

METODOLOGIA

O presente trabalho contou com pesquisa bibliográfica em livros,

revistas, artigos, acesso à internet, etc., baseada incialmente em

GIANCATERINO, Roberto (2010). FREIRE, Wendel (org) (2009), PARO, Vitor

Henrique (2009), LIBANEO, José Carlos (2005), dentre outros.

Outros procedimentos importantes a serem considerados são a

pesquisa de campo, a observação, a entrevista e ainda a análise de instituição

que nos permitir conhecer mais de perto a sua realidade, para constatação da

teoria e da prática.

8

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I - TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO E SUA CONTRIBUIÇÃO

PARA A ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR 12

CAPÍTULO II - GESTÃO DEMOCRÁTICA – DESAFIOS E IMPASSES,

POSSIBILIDADES E CONQUISTAS 26

CAPÍTULO III - PENSANDO E REPENSANDO A GESTÃO DA ESCOLA

PARTICULAR 43

CONCLUSÃO 53

BIBLIOGRAFIA 56

ÍNDICE 58

FOLHA DE AVALIAÇÃO 60

9

INTRODUÇÃO

O tema gestão há muito deixou de ser novidade. Muitos autores

colocaram no mercado uma vasta bibliografia sobre o assunto, principalmente

buscando ressaltar a gestão democrática na escola pública, como se processa,

quais são as implicações e resultados. O que buscamos com esse trabalho é

apresentar uma gestão que deve acontecer em escola particular, de pequeno

porte, que visa primeiramente a qualidade de ensino, a troca de conhecimento,

a parceria, a participação coletiva dentre outros itens, porém não colocando a

lucratividade como foco. Esse é o seu diferencial.

Para que realmente aconteça uma gestão considerada democrática

e participativa, é preciso estar imbuído de um ideal transformador e que os

“envolvidos no sistema comprem essa briga do rochedo com o mar”.

(grifo nosso).

Apresentamos a reflexão que se desdobrará ao longo dessas

páginas, buscando demonstrar qual é o papel sociopolítico da educação,

acreditando nesse querer fazer, nesse querer dar certo, quando as portas da

escola escolhida para colaborar com a pesquisa e observação forem abertas,

tornando-se um dos responsáveis pela construção e formação da cidadania.

É relevante e pertinente adentrar pelos portões da escola para

conhecer de perto seus atores sociais, quem está na direção, que comunidade

é essa; quais são as perspectivas frente às mudanças que vem ocorrendo na

educação?

10Vamos ver o amor pela Educação superar a razão. Cabe ao gestor

líder, preparar, suscitar e colocar em pauta para reflexão todos os

questionamentos, idéias, etc., apontados e que venham fortalecer as ações

pedagógicas desenvolvidas ou a desenvolver.

Descrever como acontece e se acontece em escola privada de

bairro popular, a gestão democrática-participativa, seus desafios, certezas,

incertezas, possibilidades e impossibilidades e mostrar que para seus

representantes sociais, pela direção, por toda a equipe docente, pela

comunidade e por sua clientela, por todos que acreditam na instituição, que

qualidade é diferente de lucratividade, é o desafio desse trabalho de pesquisa.

Demonstrar que a escola pode e deve desenvolver uma gestão

qualitativa, bem como transformar o resultado dessa participação coletiva num

ensino também qualitativo, capaz de colocá-la no mesmo nível de escolas

renomadas ou elitizadas.

Objetivando mostrar a realidade escolar pesquisada,

apresentaremos as características desse tipo de escola particular, que é

direcionada para uma clientela de média/baixa renda e que a respeita como tal.

O relacionamento entre os envolvidos no contexto educacional é

forte e vai determinar a prática das direções traçadas, garantindo uma

construção coletiva e organizada, que dará um novo significado para a

administração escolar. A participação da comunidade na sua totalidade

depende da conscientização prévia dos vários sujeitos e segmentos acerca da

importância de cada um no processo

11A participação consciente, questionada e conciliadora de todos como

comunidade – representada por pais e responsáveis de alunos, o corpo

docente, do pessoal de apoio, da direção e de representantes sociais na

maneira de conduzir as ações da unidade escolar, é a chave-mestra para o

“sucesso”.

Para concluirmos o presente trabalho é importante citar o apoio

teórico indispensável de professores e estudiosos como: LIBANEO, Jose

Carlos (2005), GIANCATERINO, Roberto (2010), FREIRE, Wendel (org)

(2009), PARO, Vitor Henrique (2009), dentre outros, que colocam a disposição

de todos suas bibliografias sobre o tema Gestão e seus desdobramentos;

também faremos uso de revistas, artigos, etc., e reforçando a observação, a

participação “in loco” do/no cotidiano escolar e em seu entorno dando vida à

teoria. Está lançado o desafio.

12

CAPÍTULO I

TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO E SUA CONTRIBUIÇÃO

PARA A ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

A Administração é uma ciência que com o passar do tempo recebeu

influência de outra ciência – a Filosofia, como também da Igreja Católica e de

organizações militares que colaboraram com seus sistemas controladores,

eficientes e rígidos.

Essa influência que provocou o aparecimento da empresa e da

moderna administração ocorreu no final do século XVIII e se estendeu ao longo

do século XIX chegando ao século XX, trazendo rápidas e profundas

mudanças econômicas, sociais e políticas.

Por volta de 1780 em diante, três fatos marcaram profundamente o

mundo, política, economicamente e socialmente:

As Revoluções Americana e Francesa que propunham uma

educação para todos e que acabou provocando mudanças fortíssimas na

sociedade, onde os filhos de burgueses, que tinham condições

socioeconômicas e culturais eram privilegiados na ascensão cultural; educação

portanto era privilégio de uma minoria e na segunda metade do século XVIII, a

Revolução Industrial que explorava a mão de obra operária, veio aprimorar o

que já se conhecia de Administração, transformando os meios de produção, da

13rústica para a produção industrial em escala, com aperfeiçoamento das

técnicas de gerenciamento utilizadas.

A Revolução Industrial desenvolveu-se em duas fases distintas: a

primeira de 1780 a 1860. O carvão era a principal fonte de energia. A segunda

fase de 1860 a 1914, cujas fontes de energia na época são os derivados do

petróleo e o aço a matéria-prima.

A Revolução Industrial trouxe ao mundo, como conseqüências, o

crescimento acelerado e desorganizado das empresas que passaram a exigir

uma administração científica capaz de substituir o empirismo e o improviso.

A Revolução Industrial também trouxe a necessidade de maior

eficiência e produtividade das empresas, para fazer frente à intensa

concorrência e competição no mercado.

1.1-Teorias da Administração

Historicamente, dentro da Administração, Taylor, Fayol e Drucker

são os mais conhecidos definidores das funções básicas do administrador:

planejar, organizar, controlar pessoas (força física), coordenar e comandar ou

no lugar de comandar e coordenar, utilizou também o termo dirigir; Portanto

administrar é controlar pessoas (força física), meios, instrumentos, para atingir

de forma eficiente e eficaz os objetivos de uma organização.

Relevante para o nosso trabalho e estudo é apontar se essas

funções básicas são semelhantes ou diferentes na administração e na gestão e

que influência exercem sobre os indivíduos. Para Fayol os princípios da

administração podem ser encontrados em qualquer organização; podendo ser

14governamental, ou não, pequena, média ou grande empresa ou até mesmo

militar.

Taylorismo

Frederic Taylor (1856-1915) evidenciava a padronização dos

tempos e movimentos, a divisão de tarefas, os salários e prêmios por

produção, dentre outras variáveis. Seus estudos são de fundamental

importância para as empresas, até hoje, sejam elas produtoras de bens ou

serviços.

Para Taylor era possível otimizar a produção através de um melhor

modo de produção para atingir a máxima eficiência, onde só o trabalho era

levado em consideração; o ser humano era desconsiderado. Seu foco sempre

foi a tecnologia dos processos e não nas pessoas. A participação do operário

objetivava o resultado e não o processo; bastava que o homem soubesse fazer

e não como fazer. O homem era uma peça do sistema.

Ao considerarmos que Taylor estudou empresas produtoras de bens

onde também hoje se busca a padronização, a divisão das tarefas, o

treinamento e a seleção do trabalhador, dentre outros e ainda, trava-se uma

luta diária com a pressão gerada pela competitividade do mundo atual o que

para as empresas resulta numa corrida desenfreada pela eficiência através de

maior produtividade em menor tempo, com o mínimo de desperdício.

Fordismo

O termo faz referência a Henry Ford (1863-1947), introdutor da linha

de montagem na indústria automobilística. Nas fábricas da Ford, fundadas por

ele, o carro a ser montado se deslocava por uma esteira rolante, enquanto os

operários junto a esteira realizavam operações padronizadas. Os gestos

15repetitivos na produção industrial correspondiam a sincronização de

movimentos, que acelerava ao máximo a produção e obrigava o trabalhador a

operar no ritmo acelerado das máquinas. Esse método de trabalho também

recebe o nome de “fordista-taylorista”.

As fábricas fordistas que reuniam milhares de operários, foram

importantes na criação de sindicatos. Os gestos mecânicos, repetidos à

exaustão, não forneciam uma reflexão dos trabalhadores sobre o que

desenvolviam e a organização social; o trabalhador fordista transformou-se em

aliado dos patrões na sociedade capitalista.

Fayolismo

Paralelamente à Teoria de Taylor e o Fordismo, na Europa surgia a

Teoria Clássica da Administração. Proposta por Henry Fayol (1841-1925)

caracterizava-se pela ênfase na estrutura organizacional, pela visão do homem

econômico e pela máxima eficiência. A visão do todo organizacional (seções,

departamentos) foi criticada por não ter fundamentação experimental dos

métodos e técnicas estudadas por Fayol, surgindo assim a necessidade de

humanização e democratizar a administração. As preocupações voltaram-se

também para as pessoas e os grupos sociais.

Relações Humanas

A partir de 1940 surge uma nova teoria graças a Elton Mayo (1880-

1949), a Teoria das Relações Humanas ou mais atualmente, a Teoria do

Comportamento Organizacional. Foi considerada oposição à Teoria Clássica

da Administração porque se centrava nas pessoas; seus princípios básicos

são: o nível de produção como resultante da integração social; o

comportamento social do empregado; a formação de grupos informais; as

relações interpessoais e outros.

16

Burocracia

Max Weber (1864-1920) criou a Teoria da Burocracia em função dos

seguintes aspectos:

• Fragilidade e parcialidade da Teoria Clássica e da Teoria das

Relações Humanas, que não possibilitavam uma abordagem global

dos problemas organizacionais;

• Necessidade de um modelo de organização racional que captasse

todas as variáveis e também o comportamento dos membros dentro

de uma empresa ou em qualquer organização humana;

• Exigência de novos modelos organizacionais graças ao tamanho e

complexidade das empresas.

A burocracia é uma forma de organização, que se baseia na

racionalidade, na adequação dos meios aos objetivos (fins) a fim de garantir a

máxima eficiência no alcance dos objetivos.

A burocracia é uma organização ligada pela comunicação escrita.

Todas as ações e procedimentos são feitos por escrito para proporcionar a

comprovação e documentação adequadas e se caracteriza por uma

sistemática divisão do trabalho. Essa distribuição de atividade impessoal é feita

em termos de cargos e funções e não das pessoas envolvidas, estabelecendo

os cargos segundo os princípios de hierarquia.

A burocracia fixa as regras e normas técnicas para o desempenho

de cada cargo: a escolha das pessoas é baseada no mérito e na competência

técnica. A burocracia é uma organização caracterizada pela profissionalização

dos seus participantes.

17

Toyotismo

O modelo japonês surge em 1950 quando a economia estava

aquecida por influência da Guerra da Coréia (1950-1953), O Japão retomava

sua arrancada industrial. Sendo um país de poucos recursos, não podia

desperdiçar material como acontecia com a produção em larga escala, focando

seus esforços em modelo mais eficiente. Inicialmente o Toyotismo não

pretendeu enfrentar as empresas fordistas; apenas ocupar alguns espaços do

mercado.

Neste período os operários fordistas ficaram em numero reduzido,

porém com mais qualidade no que desenvolviam, mas repetindo

mecanicamente os gestos padronizados, o trabalhador toyotista trabalhava em

equipe, preocupada não só com a produção mas também com a qualidade do

produto. O trabalho tornou-se menos burocrático, com operários polivalentes e

operadores de várias máquinas. A competição entre equipes de trabalho

enfraqueceu os sindicatos.

Estruturalista

A partir de 1950 foi desenvolvida a Teoria Estruturalista que se

baseava na adequação dos meios aos objetivos (fins) para se obter o máximo

em eficiência. Inspirada na abordagem burocrática de Weber, tentando

conciliar as teses propostas pela Teoria Clássica e pela Teoria das Relações

Humanas, que procurava inter-relacionar as organizações com o seu ambiente

externo.

Neoclássica ou Organizacional

A partir da década de 50, Peter Drucker cria a Teoria Neoclássica

como ficou conhecida aqui no Brasil, tendo seu foco nos resultados

18organizacionais (objetivos) e constitui um movimento heterogêneo. A partir daí

as teorias passam a ser chamadas de modernas. Surgem as teorias das

Contingências e a Geral dos Sistemas.

Geral dos Sistemas

A Teoria Geral dos Sistemas desenvolvida a partir de 1970

considera a empresa um sistema aberto em continua interação com o meio

ambiente que o envolve.

Das Contingências

A teoria das contingências observa que a empresa e sua

administração são variáveis dependentes do que ocorre no ambiente externo; a

medida que o meio ambiente muda, também ocorrem mudanças na empresa e

na sua administração como conseqüência.

No século XXI, a administração e as organizações estão sofrendo

grandes transformações; as empresas privadas, em particular, operam dentro

de um contexto extremamente competitivo e precisam aprimorar continuamente

sua eficiência: fazer mais, com menor quantidade de recursos, possibilitando o

surgimento de novas teorias administrativas a qualquer momento.

1.2- Influência das Teorias na Administração Escolar

Conceituar administração escolar e gestão exigiu do pesquisador

“dar um pulo” no passado e conhecer a base da administração para poder

diferenciar, concordar e encontrar dados que subsidiem o trabalho

monográfico. O que é administração? O que é gestão? Existe diferença entre

ambas? E a administração escolar é uma gestão? São perguntas que

buscamos responder ao longo do trabalho.

19

Segundo um dos mais conceituados teóricos administrativos brasileiro,

Querino Ribeiro (1930) relembrado por Peterson Paz em seu artigo publicado

na webartigos, a Administração Educacional é:

“(...)um complexo de processos cientificamente determináveis, que atendendo a certa filosofia e a certa política de educação, desenvolve-se antes, durante e depois das atividades escolares para garantir-lhes unidade e economia.”

Observe-se que há muito, teóricos brasileiros já formavam uma ideia

da importância da utilização de teorias administrativas para entender, explicar e

considerar as organizações educacionais como qualquer tipo de organização,

que precisam dos métodos administrativos para atingir seus objetivos.

É possível perceber reflexos do taylorismo na fragmentação do

ensino, na competição, na hierarquização, na organização do tempo e na

organização das disciplinas.

A burocracia também foi incorporada ao sistema educacional e à

validade dos princípios teóricos administrativos. Como problemas para a

administração escolar, podemos citar que os conceitos clássicos vistos

anteriormente, embora importantes para nortear o trabalho administrativo

escolar não levavam em conta a complexidade e especificidade das escolas,

preocupação esta que ficou só na parte administrativa instrumental e

burocrática, deixando de lado a prática pedagógica.

A partir de 1980 surge a escola crítica da Administração Escolar com

autores brasileiros que promoveriam mudanças no cenário da Administração

20Escolar por influência das fortes transformações políticas, econômicas e sociais

que atingiram o mundo e conseqüentemente nosso país. No Brasil, graças as

exigências do mercado, precisou-se redirecionar as políticas educacionais que

viriam mudar a Administração da Educação e da escola. Como primeiro passo

para a transformação, troca-se a terminologia Administração da Educação para

Gestão, como afirma (Lück, 2006, apud Revista Científica, 2008) :

“(...) o termo gestão possibilita superar o enfoque limitado de administração, de modo que os problemas educacionais são complexos e necessitam de visão global e abrangente, assim como ações articuladas, dinâmicas e participativas.” (Revista de Iniciação Científica da FFC, 2008, p.25).

A mudança terminológica vem abrir novos horizontes para que se

observe os sistemas de ensino com uma visão macro, para chegar-se ao

ambiente menor: a escola. Sem esse rompimento não se pode enxergar os

objetivos maiores da educação como formadora de cidadãos pensantes e

críticos e a uma estruturação mais flexível para os enfrentamentos do ambiente

mutável e dinâmico.

Enquanto a administração tem seu foco nas máquinas, nos recursos,

lucros e/ou prejuízos, a gestão tem seu foco no ser humano, no conhecimento

gerado entre os homens e sua participação na tomada de decisões. A

complexidade e necessidades diferenciadas da sociedade fez surgir várias

propostas ou maneiras de se administrar as formas de trabalho. Numa visão

Taylorista a produção artesanal, familiar foi perdendo espaço para as indústrias

que admitem pessoas diferentes, com funções diferentes que se tornam

competitivas entre si e devem produzir mais, objetivando aumentar os lucros da

empresa. O objetivo central é maior lucratividade com pouco ou nenhum

desperdício e mais eficiência.

21Outra teoria explica a administração como uma forma de se prever,

organizar, comandar, coordenar e controlar a empresa. Mais tarde outros

estudos vieram agregar outras variáveis – novos valores à administração:

Weber criou a burocracia propondo uma estrutura de poder e autoridade,

outros abordam as relações humanas no trabalho; com a informatização surge

um relacionamento sistêmico, com as pessoas, o ambiente e com os próprios

sistemas.

Ao tentar conceituar administração buscou-se apoio em Martins

(2010, p.22) que diz: a administração em geral é a utilização racional de

recursos para a realização de fins determinados.

Então a administração nada mais é que racionalizar o uso de

instrumentos e recursos objetivando um determinado fim. Só que é necessário

contextualizar as variáveis políticas, econômicas e sociais para atender a

sociedade capitalista. O processo administrativo que visa atingir objetivos

predeterminados , vai exigir um planejamento, uma organização, uma direção e

controle dos recursos humanos e dos recursos materiais. Nessa administração

capitalista, para que a ação seja eficiente o que importa é a utilização desses

recursos e da força de trabalho, que não leva em conta o homem em sua

essência, mas sim o que ele venha produzir, enquanto “peça da engrenagem”,

mão de obra do sistema.

Na contínua tentativa de buscar respostas para o trabalho em pauta,

encontramos apoio no Wikipédia:

“Administração (português brasileiro) ou gestão (português europeu) de empresas supõe a existência de uma instituição a ser administrada ou gerida, (...) um agrupamento de pessoas que se relacionem num determinado ambiente, físico ou não, orientadas para um objetivo comum que é a empresa, ... o empreendimento, os

22esforços humanos organizados, feitos em comum, ... com um objetivo. As instituições podem ser públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos.” (Wikipédia, 2010)

Administração, portanto é uma ciência social embasada em normas

e funções que têm a finalidade de dar continuidade a uma produção. A

administração se preocupa com um resultado positivo, com retorno financeiro –

lucro, se a mesma tiver fins lucrativos.

O termo gestão surgiu quando o sistema familiar de produção tomou

maior proporção no fim do século XIX para o século XX. Gestão então é vista

como lançar mão de todas as funções técnicas, contábeis, financeiras,

comerciais e administrativas, noções estatísticas, ambientais, etc., utilizando

pessoas, a sua (força intelectual) para atingir os objetivos da organização de

forma eficiente e eficaz.

Pode-se observar aqui que a diferença mais latente é a forma ao se

referir ao homem e ao papel que desempenha na administração ou na gestão

de uma empresa.

(Martins, 2010, p.26) afirma que:

“Toda organização que pretenda ser bem-sucedida, deve promover sua integração ao sistema social a que pertence, bem como sua integração interna, em seus diversos setores. A administração tem como tarefa realizar a integração multilateral da organização.”

Toda empresa está ou deve estar em constante relacionamento,

seja externo ou interno com inúmeras pessoas que podem ser seus

colaboradores, clientes, funcionários, etc., e que exige da empresa um bom

entrosamento entre as partes envolvidas. Este relacionamento deve ser o mais

23adaptável às situações, com constante revisão dos programas, das atividades,

dos novos métodos, das novas fontes de recursos, etc.

No processo administrativo, que é composto pela organização,

planejamento, controle e implementação, há um inter-relacionamento desses

elementos e precisam estar em constante observação por parte do profissional

de administração para que o desempenho da empresa entre, preparar o

produto ou serviço e sua posterior oferta no mercado, seja satisfatória.

(Martins, 2010, p.31) nos diz que:

“Qualquer organização que se realize pelo marketing isto é, pela colocação de um produto ou serviço no mercado, será um negócio, uma empresa. (...)

A administração capitalista considera tanto os instrumentos de produção como a força de trabalho como mercadoria. Há pouca ou nenhuma preocupação com a dimensão político-social do funcionário. (“...).”

Comparando a escola a uma empresa e se a educação oferecida

tiver um cunho conservador, que vê o sujeito somente como mão-de-obra

qualificada, não considerando e valorizando o ser humano na sua essência e

não se preocupando com sua interação no contexto político-social, podemos

afirmar que é uma empresa sim e com características do capitalismo. Se por

outro lado a escola oferece uma educação voltada para a formação do homem

na sua integridade e busca sua interação na sociedade, esta educação faz

parte da nova realidade organizacional.

O professor PAZ (2010), em seu artigo publicado na webartigos, diz

que a administração educacional surgiu nos Estados Unidos por volta de 1913,

com base nas T.G.A. (Teorias Gerais de Administração); a Administração

(ciência) é entendida como intervenção na busca de objetivos por meios

preestabelecidos; essa influencia em princípio não levou em consideração o

24homem e essas tendências chegaram ao Brasil influenciando os autores

brasileiros que passaram a defender a aplicação de princípios racionais na

administração da escola. A administração na educação passou a priorizar a

formação humana, o tipo de proposta educacional oferecida e os meios

empregados no trabalho administrativo.

Outro autor que coloca sua obra à disposição para embasamento do

nosso trabalho de pesquisa é (GIANCATERINO, 2010) que concorda com

outros autores sobre a importância da historicidade da Administração e de sua

influencia no andamento de qualquer organização e que novas técnicas

administrativas vem sendo criadas para facilitar o trabalho do profissional de

administração.

Ainda segundo esse mesmo autor, o administrador atual precisa ser

um multiqualificado nas suas atribuições e ações, prevendo as mudanças que

podem surgir ao longo do trabalho.

Para isso é necessário ao profissional:

“ (...) acompanhar a evolução imposta pelos novos modelos de gestão, que demandam novos atributos, envolvendo novos conhecimentos, competências e habilidades.” (GIANCATERINO, 2010, p.34).

Reforçando a pesquisa de GIANCATERINO (2010), as também

pesquisadoras SILVA e SANTOS em seu artigo publicado nas páginas de

revista da UNIVEN-Faculdade Capixaba de Nova Venécia, sobre a evolução

da administração, afirmam que a influencia da administração taylorista,

principalmente não se restringe somente às indústrias, tem uma forte

penetração na vida pública e privada das empresas. Para ambas o modelo

taylorista não pode ser desconsiderado, dada à contribuição sobre o estudo

25dos tempos e movimentos, a aplicação da padronização, etc., procurando as

melhores soluções com a máxima eficiência, embora hoje o homem já esteja

sendo visto como um ser produtivo e que não quer só gratificações financeiras

mas também seu reconhecimento social.

Neste primeiro momento falou-se sobre gestão de maneira

superficial. Aprofundaremos mais sobre o assunto no segundo capítulo.

26

CAPÍTULO II

GESTÃO DEMOCRÁTICA

DESAFIOS E IMPASSES

POSSIBILIDADES E CONQUISTAS

“Podemos escolher o que semear, mas somos obrigados a colher aquilo que plantamos... . Semeie amor, amizade, carinho. Os frutos serão a paz!” (autor desconhecido)

No decorrer do primeiro capítulo pudemos constatar o quanto a

Administração (ciência) vem há muito tempo exercendo uma forte influencia na

Educação brasileira.

Com base em autores selecionados para o aporte teórico sobre

Gestão, apresentaremos todas as formas de gestão e como são aplicadas na

escola.

Neste segundo capítulo, vamos descrever como o processo de

organização da escola, seja ela pública ou privada, exige um desempenho da

direção e de sua equipe, que pode organizar seu trabalho através de métodos,

padrões e ferramentas convencionais da Administração Escolar ou por meio da

Gestão Educacional, modernizar o seu trabalho, em busca da qualidade na

educação.

Tomando como fonte a proposta de trabalho citada na rede Gestão –

Projeto Renageste, 3 – Nov.97 p.181), que diz: “Administração é o processo

racional de organização, comando e controle.”

27Podemos afirmar com base nesse projeto, que administrar a escola

ou organizar a escola implicaria em planejamento, racionalização de recursos,

coordenação e avaliação de todo o trabalho, visando acertar os objetivos

predeterminados.

(Libâneo, 2005, p.315) confirma o que havíamos percebido desde o

primeiro capítulo: “certos princípios e métodos da organização escolar

originam-se de experiência administrativa e em geral estas e muitos são

aplicáveis às escolas.”

Entretanto, a experiência administrativa tem características

diferentes quando se trata do ambiente escolar; características estas que se

diferem porque a escola objetiva a formação e educação de pessoas, onde as

relações interpessoais ensejam uma constante ação coletiva. No âmbito

escolar, onde acontece essa construção coletiva entre os seus membros, uma

maior interatividade a faz diferenciar-se das empresas convencionais; há uma

intencionalidade, estruturas e processos diferentes de outras organizações e

que vão gerar objetivos educacionais. Estas características também podem

receber o nome de administração escolar, que:

“em seu sentido geral é a utilização racional de recursos para a realização de fins determinados. Os recursos envolvem elementos materiais e conceptuais que o homem coloca entre si e a natureza para dominá-la em seu proveito.” (PARO, 1996, p.18)

Na escola a aplicabilidade desses recursos, bem como das funções

(planejamento, organização, direção e controle) prestam-se tanto aos aspectos

pedagógicos (atividades-fim), que possuem relação direta com todos os

aspectos que envolvem a tarefa mais importante da escola: o processo de

ensino aprendizagem. Quanto aos aspectos técnico-administrativos

(atividades-meio), que não possuem uma relação direta com o processo

educativo, mas concorrem para torná-lo efetivo, propiciando as condições

28básicas para que o processo se realize. O trâmite processual, da decisão à

ação é designado de gestão.

Para (Libaneo, 2005, p.318):

“Gestão é a atividade pela qual são mobilizados meios e procedimentos para atingir os objetivos da organização, envolvendo (...), os aspectos gerenciais e técnico-administrativos.”

Podemos identificar as atividades através das:

Dimensão política: os processos políticos englobam a formulação

de mecanismos de participação da comunidade local e escolar na construção e

consolidação do Projeto Político Pedagógico e também o relacionamento da

escola com a sociedade.

Dimensão pedagógica: diz respeito às ações e procedimentos

diretamente ligados à aprendizagem dos alunos: gestão do currículo, equipe

docente, formação continuada, recursos didáticos e desenvolvimento de

projetos educativos.

Dimensão administrativo-financeira: os processos administrativos

tratam do desenvolvimento das condições para a concretização da proposta

educativa da escola, envolvendo a gestão financeira e do patrimônio da escola,

manutenção e conservação do espaço físico e administração de pessoal

(docentes e funcionários) da escola.

29Integrar as duas atividades e articulá-las possibilitará que a

organização e a gestão sejam realizadas e que a escola propicie uma

educação de qualidade, que é a função social da escola.

2.1- As Várias “Faces” De Uma Organização

Vários estudiosos com quem trabalharemos durante este capítulo,

conseguiram explanar os vários tipos e concepções de gestão, que ajudam a

ampliar nosso campo de visão e o nosso conhecimento para discernirmos onde

começa a Administração Escolar e onde começa a Gestão Educacional, onde

as duas se encontram ou onde uma delas prevalece.

Dependendo da visão que se tenha das finalidades sociais e

políticas da educação em relação à sociedade e à formação dos alunos,

poderíamos obter várias “facetas” para a estrutura organizacional da escola,

vejamos:

Visão Técnico-científica

A escola é burocrática e tecnicista, com uma direção centralizada

numa só pessoa, de onde emanam as decisões verticalmente e cumpre-se

apenas um plano antecipadamente elaborado, onde não há a participação dos

demais membros da escola. A organização escolar visa alcançar altos índices

de eficácia e eficiência, valorizando a estrutura organizacional que prioriza um

organograma hierárquico, obediência à normas, regulamentos e decisões com

baixa ou nenhuma participação das pessoas. Este modo de “dirigir” busca

otimizar os trabalhos e os serviços escolares. Pode ser denominada de

administração clássica ou burocrática. Atualmente é conhecida como gestão da

qualidade total que pretende utilizar métodos e práticas da administração

empresarial.

30Visão Sóciocrítica

Busca agregar as pessoas de acordo com o caráter intencional entre

suas ações e as interações sociais estabelecidas com o contexto sociopolítico

que os envolve. A organização escolar surge a partir da construção social que

conta com a participação de professores, pais, alunos, comunidade, onde o

processo de tomada de decisões é coletiva e nasce da discussão, da

deliberação e da colaboração grupal.

Gestão Autogestionária

Nesse tipo de gestão a participação coletiva é o forte e não há

centralização das ações nas mãos do diretor. Todos os envolvidos na escola

participam das ações e das opiniões. O autoritarismo é quase nulo e valoriza a

capacidade do grupo em mudar o que já vem instituído.

Gestão Interpretativa

Prioriza as intenções e a interação entre as pessoas. As práticas

organizacionais acontecem a partir da construção social, onde todos devem

emitir sua opinião e suas ideias, colaborando para o bom desenvolvimento dos

trabalhos pedagógicos.

Gestão Democrática-Participativa

Este tipo de gestão é baseada no bom relacionamento linear entre

direção e membros em busca da tomada de decisões coletivamente, com a

exigência da responsabilidade de cada membro sobre a administração das

determinações.

A gestão escolar vai refletir a forma como a escola se organiza e se

estrutura, de acordo com seus interesses políticos e sociais e pedagógicos,

31podendo ser considerada com uma escola conservadora ou uma escola

transformadora.

Podemos observar na tabela abaixo elaborada por (Libaneo, 2005,

p.327), as concepções de organização e de gestão escolar.

CONCEPÇÕES DE ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR

Técnico-científica Autogestionária Interpretativa Democrático-participativa

Prescrição detalhada de funções e tarefas, acentuando a divisão técnica do trabalho escolar.

Poder centralizado no diretor, destacando-se as relações de subordinação, em que uns têm mais autoridade do que outros.

Ênfase na administração regulada (rígido sistema de normas, regras, procedimentos burocráticos de controle de atividades), descuidando-se, às vezes, dos objetivos específicos da instituição escolar.

Comunicação linear (de cima para baixo), baseada em normas e regras.

Mais ênfase nas tarefas do que nas pessoas.

Vínculo das formas de gestão interna com as formas de autogestão social (poder coletivo na escola para preparar formas de autogestão no plano político).

Decisões coletivas (assembléias,reuniões), eliminação de todas as formas de exercício de autoridade e poder.

Ênfase na auto-organização do grupo de pessoas da instituição, por meio de eleições e de alternância no exercício de funções.

Recusa a normas e a sistemas de controles, acentuando a responsabilidade coletiva.

Crença no poder instituinte da instituição e recusa de todo poder instituído. O caráter instituinte dá-se pela prática da participação e da autogestão, modos pelos quais se contesta o poder instituído.

Enfase nas inter-relações, mais do que nas tarefas.

A escola é uma realidade social subjetividade construída, não dada nem objetiva.

Privilegia menos o ato de organizar e mais a “ação organizadora”, com valores e práticas compartilhados.

A ação organizadora valoriza muito as interpretações, os valores, as percepções e os significados subjetivos, destacando o caráter humano e preterindo o caráter formal, estrutural, normativo.

Definição explícita, por parte da equipe escolar, de objetivos sociopolíticos e pedagógicos da escola.

Articulação da atividade de direção com a iniciativa e a participação das pessoas da escola e das que se relacionam com ela.

Qualificação e competência profissional.

Busca de objetividade no trato das questões da organização e da gestão, mediante coleta de informações reais.

Acompanhamento e avaliação sistemáticos com finalidade pedagógica: diagnóstico, acompanhamento dos trabalhos, reorientação de rumos e ações, tomada de decisões.

Todos dirigem e são dirigidos, todos avaliam e são avaliados.

Ênfase tanto nas tarefas quanto nas relações.

De acordo com o quadro de características das concepções de

organização e gestão escolar, a concepção técnico-científica caracterizada

pela relação de subordinação, valorização do uso do poder e do autoritarismo,

com nenhum poder de autonomia e envolvimento profissional, já que as ordens

são verticalizadas, é quase uma constante nas escolas brasileiras. As escolas

particulares fazem uso dessa concepção

Já as outras três apontam que o contexto social e político, as

relações sociais, o trabalho coletivo e participativo são o caminho para atingir

os objetivos da escola.

32O processo organizacional formado pelo planejar, organizar, dirigir e

avaliar deve ser colocado em prática, em busca de um ensino/aprendizagem

de qualidade. Para isso a gestão participativa, que implica em deveres, direitos

e responsabilidades, pressupõe participação e objetivos inerentes a todos mais

que exigem de cada um, uma cota de responsabilidade sob um trabalho

coordenado.

“As organizações são unidades sociais e, portanto (constituídas de pessoas que trabalham juntas) que existem para alcançar determinados objetivos. Os objetivos podem ser o lucro, as transações comerciais, o ensino, (...). Nossas vidas estão intimamente ligadas às organizações, porque tudo o que fazemos é feito dentro de organizações.” (CHIAVENATO, 1989 apud LIBANEO, 2005, p.316)

Uma organização escolar pode trabalhar somente com um tipo de

concepção, porém é comum encontrar características de outras concepções. A

organização escolar, teoricamente, pode “dizer” que trabalha com uma

determinada concepção e na sua prática reproduzir um outro tipo de gestão.

Podemos conceber gestão como sinônimo de administração que

associa chefia com controle de ações, e que esta é mediadora na busca de

objetivos.

2.2- Gestão Escolar: Caminhos para a Democratização da

Escola

Buscamos apoio no dicionário virtual Aurélio Séc. XX, o significado

para a palavra democracia e dentre alguns significados optamos por este: “por

ao alcance do povo; popularizar, que se adapta aos interesses do povo; que

convive harmoniosamente com todas as classes sociais.”

33Portanto ao afirmar que a gestão escolar é um ato democrático e

participativo, queremos dizer que toda a ação que se processa na escola é

política e deve ser colocada ao acesso do povo e para o povo; embora

saibamos que o sistema educacional brasileiro é manipulado por uma classe

dominadora que é capaz de minimizar e/ou sonegar informações, subjugando

professores, alunos, gestores, diretores, etc.. Isto pode acontecer tanto no

sistema público quanto no privado.

Conforme (Tavares, 2009, p.113) nos diz:

“A gestão escolar deve ser vista como a pedra fundamental para que a escola ofereça à sua comunidade uma escola que atenda às exigências do dia a dia. É sua função melhorar a compreensão da realidade social de maneira inclusiva, democrática e participativa, (...) – e promover a apreensão de competências e habilidades na comunidade de maneira que os cidadãos possam atuar como agentes de transformação social.”

Sendo assim a gestão escolar depende da participação de todos,

cuja missão de escola é oferecer uma educação que liberte, integre, visionária

e motivadora a buscar a sua construção com a participação de toda a

comunidade.

O foco da gestão escolar é oferecer educação com qualidade,

reflexiva e crítica e levar o sujeito a pensar criticamente.

2.3- Diretor da Escola: Gestor da Dinâmica Social

O papel do diretor escolar segundo (Luck, 2000, apud Hamze em

seu artigo postado na internet e acessado em 29/06/2010), é:

34“O diretor escolar é um gestor da dinâmica social, um mobilizador e orquestrador de atores, um articulador da diversidade para dar-lhe unidade e consistência, na construção do ambiente educacional e promoção segura da formação de seus alunos.”

Reconhecemos o papel do diretor como um profissional

multifuncional, que atualmente não pode ficar atrás de uma mesa assinando

papéis ou ditando regras ou afazeres, mas deve se fazer presente em todos os

segmentos do espaço escolar, como um articulador e impulsionador das ações

pedagógicas. O diretor deve assumir seu papel político e filosófico, que a

administração e a gestão passaram a exigir dele. Além do planejamento, a

organização, a direção, a coordenação e controle, aspectos esses da

administração, também precisa gerir a escola, com a adoção também da co-

gestão e da auto-gestão.

Desta maneira o processo de gestão da escola torna-se um trabalho

coletivo, que vai consolidar-se com a interação de todos os envolvidos no

processo: os alunos, pais, comunidade, funcionários de apoio, professores e

equipe pedagógica, onde todos, conscientemente querem uma educação de

qualidade, cada um com seu interesse próprio.

O que faz a diferença entre uma boa escola e as demais é a

qualidade dos professores, é a interação, a reciprocidade entre todos os

componentes da escola. Isto vale também para o relacionamento professor-

aluno na sala de aula, onde todos os trabalhos vão se canalizar.

Liderança na escola

O que é ser líder? Ser líder é ter uma missão, ser visionário

participativo, educador, orientador e encorajador de seus colegas de trabalho a

buscar qual o melhor caminho a seguir para a instituição atingir seus objetivos.

Ser líder é ser missionário e saber trabalhar em equipe. Ser líder é saber

35planejar, executar, controlar, verificar e corrigir os erros e rever os planos,

buscando estar a frente e ser agente das mudanças.

Para Debora Dias Gomes em seu artigo postado na internet e

acessado em 29/06/2010, o desafio da gestão é: “medição: quem não mede,

não controla, quem não controla não lidera e quem não lidera não

gerencia melhorias.”

Para isso precisa-se usar uma “ferramenta” ou função, a PDCA que

significa em gestão:

Planejar: visa identificar os indicadores, objetivos, as políticas,os

métodos e os programas a serem desenvolvidos, no controle das metas.

Desenvolver: busca colocar em prática as decisões que foram

estruturadas e planejadas através da coleta de dados

Checar: permite medir se os dados coletados estão de acordo com

o planejado.

Agir: permite observar se os resultados foram positivos ou

negativos, corrigi-los e transformá-los em ação de qualidade.

Para que isso aconteça, é preciso conhecer o mercado onde está

inserida a unidade escolar, para que se possa aplicar de modo adequado, as

ferramentas citadas anteriormente. Dessa forma intensifica-se o papel da

autonomia da escola, possibilitando a mudança paradigmática de

administração para gestão.

Podemos afirmar que gestão democrática é processo coletivo e que

para acontecer precisa ser implantado através de mecanismos que possibilitem

a participação de vários segmentos da escola, exigindo parceria e co-

responsabilidade de todos.

36A gestão pedagógica estabelece objetivos gerais e específicos para

o ensino, bem como a forma de atuar. Esta atuação deve levar em

consideração a comunidade escolar e que nível de conhecimento trazem para

a escola.

Toda escola deve ser visionária de uma educação de qualidade,

levando seus alunos a serem críticos, participativos e atuantes, capazes de

transformar a realidade elitizada.

Os conteúdos curriculares, que são elaborados pela gestão

pedagógica, devem contemplar as maneiras de trabalhar as especificidades,

atentando para o contexto sociocultural da comunidade, de acordo com os

objetivos gerais e específicos da escola.

A gestão pedagógica também precisa avaliar constantemente o

desempenho de alunos, docentes e de toda a equipe escolar, devendo oferecer

formação contínua aos docentes para que estes, motivados, possam dar o

melhor de si aos seus alunos.

Tavares (2009, p.87) propõe algumas indagações importantes que

devem ser respondidas pelos gestores para a construção da gestão escolar e a

utilização da gestão pedagógica para a efetivação da educação de qualidade:

Quem são nossos alunos?

Quais são suas vivências?

Como é a comunidade escolar em relação a seus valores e costumes?

Quais os principais problemas enfrentados por essa comunidade?

37Como poderemos oferecer uma educação para nossos educandos de maneira que eles possam atuar positivamente em sua comunidade?

São de responsabilidade da gestão escolar e da gestão pedagógica

responder a estas e a outras perguntas, na figura do diretor que também deve

ser o gestor da unidade escolar. Também cabe a ele elaborar o planejamento,

implementando as ações da escola, articulando todo o trabalho pedagógico, já

que ele é o líder e conhecedor de todos os assuntos pertinentes à escola.

O espaço escolar é “um corpo em movimento” (grifo nosso), onde

as mudanças são necessárias para uma educação de qualidade e o

planejamento vai ser um documento primordial para dar suporte as mudanças

que se fizerem necessárias.

Soma-se ao planejamento, o regimento escolar, o projeto político

pedagógico, esses documentos e outros que formam juntos a “espinha dorsal”

de uma escola, principalmente a escola particular, que é o foco desse trabalho.

É preciso saber o que se quer e aonde se quer chegar; qual o tipo

de educação que se quer oferecer e é através do planejamento estratégico e

dos demais, que o gestor vai saber até onde pode agir, como agir e porque agir

de uma determinada forma, quais as propostas e possibilidades a escola

poderá oferecer à comunidade. O planejamento estratégico, o Projeto Político

Pedagógico e outros documentos pertinentes a escola, devem ser elaborados

pela equipe pedagógica e onde os membros da escola devem ser chamados a

opinar na construção do documento, porque é através do consenso de opiniões

e ideias que as ações vão ser implementadas. Nesse momento serão

analisados e avaliados as forças, as fraquezas, as oportunidades e as

ameaças. A análise abrange também o ambiente externo e as possíveis

oportunidades e ameaças (variáveis, política, economia, comunidade escolar,

38problemas sociais, institucionais, etc.). Essas ameaças e oportunidades são

imprevisíveis, o que é considerado um grande fator de risco para escola. No

interior da escola vão ser encontradas as forças e fraquezas, que são mais

fáceis de observar, detectar e controlar. Para continuar oferecendo a educação

almejada.

(Luck apud Tavares, 2009, p.90) ressalta que: “o planejamento

realizado com determinação e seriedade resulta em uma série de

contribuições que recompensam.”

Ao planejar deve-se levar em consideração o ambiente escolar como

um espaço de multiculturalidade e de muitas vivencias do entorno escolar. É

importante definir as responsabilidades de cada um e democraticamente

envolver todos num único objetivo que é a transformação da realidade escolar.

(Luck apud Tavares, 2009, p.91) novamente nos diz: “o

planejamento deverá ter continuidade, flexibilidade, objetividade,

operacionalidade, orientação e responsabilização.”

Ao planejar, os gestores não podem ficar estáticos, porque sendo a

escola dinâmica, as ações também se tornam dinâmicas, exigindo do

profissional a observação constante e contínua, flexibilizando as ações e

objetivos à realidade da escola e também se posicionarem como pessoas

flexíveis, cheios de energia vital, coadunando ações de gestão – com as

atividades de coordenação e orientação pedagógica, almejando uma educação

de qualidade.

“A gestão pedagógica converge para uma gestão administrativa, pois ela também tem alguns processos que envolvem o ato de gerir uma organização, pois o gestor necessita ter uma visão integrada, na qual faça valer o compartilhamento de

39algumas informações e, também, as tomadas de decisão com o intuito de produzir melhores resultados.” (TAVARES, 2009, p. 91)

Ao ler a citação acima, concorda-se que o gestor deve ter domínio

também de ferramentas para desenvolver as tarefas administrativas, pois o

administrativo está a serviço do pedagógico e o pedagógico a serviço do

administrativo objetivando ações e informações mais precisas.

2.4- Administração e/ou Gestão? Uma questão paradigmática

A Administração é um processo organizacional, controlador e ditador

das ações dentro da empresa, impondo as regras e ditando as normas e a

utilização de recursos e que onde a mão de obra é mecanizada em sua força

de trabalho.

A ação administrativa pressupõe comando e controle, Luck, 2000,

em seu artigo postado na internet e acessado em 29/06/2010):

a)O ambiente de trabalho e comportamento humano são previsíveis,

podendo ser, em conseqüência, controlados;

b)Crise, ambigüidade e incerteza são encarados como disfunção e

como problemas a serem evitados e não como oportunidades de

crescimento e transformação;

c) O sucesso, uma vez alcançado, mantém-se por si mesmo e não

demanda esforço de manutenção e responsabilidade de maior

desenvolvimento;

d)A responsabilidade maior do dirigente é a de obtenção e garantia

de recursos necessários para o funcionamento perfeito da unidade,

uma vez considerada a precariedade de recursos como o

impedimento mais sério à realização de seu trabalho;

40e)Modelos de administração que deram certo não devem ser

mudados, correspondendo à ideia falsa de que “time que está

ganhando não se muda”;

f) A importação de modelos de ação que deram certo em outros

contextos é importante, pois eles podem funcionar perfeitamente,

bastando para isso algumas adaptações;

g)O participante cativo da organização, como é o caso do aluno e de

professores efetivos em escolas públicas, aceita qualquer coisa que

seja imposta a ele;

h)O protecionismo a esses participantes é a contrapartida

necessária à sua cooptação;

i)O participante da instituição deve estar disposto a aceitar os

modelos estabelecidos e agir de acordo com ele;

j)É o administrador quem estabelece as regras do jogo e não os

membros da unidade de trabalho, cabendo a estes apenas

implementá-los;

k) O importante é fazer o máximo, e não fazer melhor e ou diferente;

l)A objetividade garante bons resultados, sendo a técnica o elemento

fundamental para a melhoria do trabalho.

As transformações ocorridas no mundo o longo dos anos,

influenciaram as ações políticas educacionais, acarretando também mudanças

na forma de administrar a escola, que passou a exigir uma participação

consciente, ativa e efetiva, das pessoas nos planejamentos do processo

pedagógico.

Para que a gestão educacional aconteça promovendo uma

educação qualitativa, é preciso ter uma visão geral da unidade de ensino como

instituição social que promova um esforço simultâneo de todos os envolvidos

41na/pela educação. É preciso ter um líder que conduza e oriente a equipe,

dinamizando as tarefas pedagógicas.

A gestão educacional será democrática e participativa se toda a

equipe educacional, pais, alunos, comunidade forem convidados a tomar parte

do processo e dividir as responsabilidades inerentes a cada um.

De acordo com as principais características da gestão educacional –

a autonomia, a participação, o auto-controle e a responsabilidade, é possível

equilibrar as ações e evitar que sejam feitas sem premeditação e sem

planejamento.

A gestão não anula a atuação da administração, mas a

complementa e trás uma característica fundamental e que a difere da

administração: a valorização da pessoa como peça importante da engrenagem,

buscando também criar as ações voltadas para a transformação. Outros itens

como globalização, práxis e cidadania, são critérios que democratizam a

gestão, retirando assim o estigma de ser uma administração controladora e

centralizadora.

Segundo Luck, 2000, em seu artigo postado na internet e acessado

em 29/06/2010):

“Essa consciência sobre gestão, superando à de Administração – resultado do movimento social, associado à democratização das organizações – demanda a participação ativa de todos que atuam na sociedade para a tomada de decisão, pelo planejamento participativo e a capacidade de resposta urgente aos problemas da existência e da funcionalidade das organizações.”

42Ao compartilhar as ações pedagógicas, administrativas, financeiras e

os projetos educativos, todos se sentem responsáveis pelo planejamento,

elaboração e implementação dos acontecimentos e são todos responsáveis

pelo resultado obtido. Torna-se um desafio para toda a equipe, a implantação e

a continuidade da gestão democrática, quando as atividades deixam de ser

verticalizadas para tornarem-se lineares.

43

CAPÍTULO III

PENSANDO E REPENSANDO A GESTÃO DA ESCOLA

PARTICULAR

“A escola dos nossos sonhos só será possível quando todos os educadores tiverem consciência de que não basta apenas criticar, é preciso, em premissa primeira, vestir a camisa de sua profissão com total responsabilidade.” (GIANCATERINO, 2010, p.75)

3.1- Não Há Docência Sem Discência

No decorrer do segundo capítulo observamos que só vai existir uma

gestão democrática e participativa se todos os envolvidos no processo

educacional se sentirem responsáveis por cada etapa dos acontecimentos e

pelo resultado. Está lançado o desafio: buscar a linearidade dos planejamentos

e das ações.

Para que se possa perceber o quanto a educação tem mudado ao

longo dos anos, é proposto neste capítulo discorrer sobre as formas de

educação, o papel da escola, que escola temos e que escola queremos quem

são seus “atores” e os respectivos papéis desempenhados por eles.

Se quisermos demonstrar uma gestão democrática, não é mais

concebível considerar o aluno como uma “tabula rasa” onde todas as

44informações e conhecimento eram depositadas e por conta dos novos

compromissos e responsabilidade assumidos pelos professores, veremos o

professor do século XXI dialogando, trocando conhecimentos desempenhando

e assumindo vários papéis por conta do vínculo criado entre professor – aluno

– escola – comunidade.

“Para o alcance da democratização da escola, é preciso, entretanto, que se levem em consideração não só os aspectos políticos e sociais externos à escola mas também os internos que inviabilizam qualquer discussão sobre sua democratização, tais como: a qualidade de acesso e a permanência.” (GIANCATERINO, 2010, p. 53).

Hoje, nesse mundo conturbado, violento, repleto de desigualdades

sociais marcantes e cheio de crises econômicas, sociais e políticas, o papel do

nosso ator – o professor, muda e essa transformação e mudança vão lhe exigir

muito mais como ser humano e profissional o que vai ser sentido quando for

cobrado reconhecer e respeitar o conhecimento e vivencia trazidos pelo outro

personagem – o aluno. De fato, é preciso mudança e essa mudança

acontecerá na mesma proporção do vínculo entre ambos e do

comprometimento com a instituição e a comunidade.

Hoje o professor passou a ter múltipla responsabilidade ao entrar em

uma escola, atravessar a porta de uma sala de aula e encarar o desafio diário

de educar: ser pai, ser mãe, amigo, professor, psicólogo e até confidente. O

professor tem uma importância fundamental no processo do ensino-

aprendizagem.

Ao longo do capítulo vamos fazendo uma reflexão sobre a prática do

professor numa perspectiva democrática e participativa.

45

3.2- A Educação Que Temos, A Educação Que Queremos

Podemos definir educação como um processo, uma prática ou

atividade, uma realidade multifacetada que vai influenciar toda a vida social do

indivíduo.

No sentido etimológico a palavra educação significa, cuidar,

alimentar e também modificar um estado. A educação nem sempre consegue

atingir seus objetivos. Nas famílias quase não existe tempo para o diálogo. As

preocupações do dia a dia tomam conta da vida das pessoas. Daí surge a

necessidade dos educadores trabalharem com amor e carinho para com as

crianças, que nem sempre encontram em casa o que esperam encontrar na

escola: afeto, carinho e atenção.

Quando dizemos: “os pais educam os filhos”, “a escola educa para a

vida”, o sentido de educação se confirma como uma série de ações visando

adaptação comportamental do homem e de grupos atendendo as exigências do

contexto social. Aí se pode incluir a família, a escola, a igreja, o trabalho, o

clube e outras instituições sociais. Educação, portanto seria repassar às

crianças, além dos conhecimentos historicamente acumulados pelo homem,

princípios morais, valores, costumes, ideias, normas sociais, regras de

conduta, que são impostas pela sociedade da qual fazemos parte e que espera

que todos repitam e sigam os comportamentos sociais esperados,

permanecendo imagem e semelhança da sociedade formadora.

“A educação associa-se a processos de comunicação e interação pelos quais os membros de uma sociedade assimilam saberes, habilidades, técnicas, atitudes, valores existentes no meio culturalmente organizado e, com isso, ganham o patamar necessário para conduzir outros saberes (...).” (LIBANEO, 2005, p. 32).

46A educação assim é uma repetição, uma reprodução que quer nos

apresentar como uma função que pretende inserir o indivíduo nesse sistema

social, de acordo com os moldes preconizados e padronizados do que seja

certo ou errado, ideal ou adaptadora às exigências do meio. Essa mesma

educação pode ser intitulada como reprodução e ou produção da vida social

sob a aparência de um caráter formativo à vida social do indivíduo.

O acontecer educativo é a correspondência entre a ação e o

resultado do processo formativo da personalidade humana. Ou seja, as

informações e conhecimentos vão passando de gerações a gerações,

capacitando e qualificando o homem para enfrentar as exigências sociais do

ambiente no qual está inserido.

Segundo Libâneo:

“Ver-se-á que há quase uma unanimidade entre os autores de considerar a educação como processo de desenvolvimento: o ser humano se desenvolve e se transforma continuamente, e a educação pode atuar na configuração da personalidade a partir de determinadas condições internas do indivíduo.” (2005, p. 74).

Essa transformação e desenvolvimento do homem se dão por causa

da educação imposta a ele como um processo personificador de suas ações e

atitudes, moldando-o para servir a sociedade da qual faz parte. O indivíduo

receberá uma educação moral e social de acordo com os padrões daquele

lugar, de acordo com as influencias do ambiente circundante.

Portanto, pode-se concluir que onde quer que o homem esteja, sua

educação e formação implicarão em seu relacionamento e desenvolvimento

47social, intelectual, ético e moral. O processo educativo sendo um fenômeno

social, não deve considerar somente a individualidade do ser humano, porque

a educação, que é um fenômeno social que se encontra nas contradições, nas

lutas sociais e nas desigualdades, vem se deteriorando a cada ano por conta

do conjunto de relações que caracterizam uma sociedade ou grupo: as

relações de poder: o sistema capitalista mundial que direciona a “vida” humana,

individual e grupal, impõe a todos as mudanças inerentes ao sistema vigente,

determinando o que fazer e como fazer em momentos de crise.

3.3- Escola: Que Lugar É Esse?

Compreende-se a escola como uma instituição social, organizacional

e administrativa, que obedece a normas gerais de funcionamento e diretrizes

pedagógicas ditadas pela União, pelo Estado ou pelo Município. Seu sistema

educacional a diferencia das outras formas de educação, pois implica em

ambientes organizados, com objetivos e conteúdos definidos em função das

necessidades dos sujeitos e interesses sociopolíticos.

A escola é o espaço onde acontece ou deveria acontecer o tecer –

retecer – tecer continuamente o conhecimento. A escola é local de conflito, de

trocas, de diálogo, de discussão, de competências e de comprometimento. É o

lugar da prática, fruto da teoria.

O cotidiano escolar é impregnado de muitos saberes; desde a

entrada dos alunos onde está presente a figura do professor que irá

recepcioná-los até a sala da diretoria, cada um desempenhando suas

obrigações, com funções definidas e se houver falta ou ausência de um

profissional, os transtornos aparecem, prejudicando o curso natural do dia a dia

da unidade escolar.

48

3.4- Caracterizando O Espaço Escolar

A Escola de Educação Infantil observada ao longo deste trabalho,

denomina-se Jardim Escola Pezinho de Anjo Ltda. Considerada de pequeno

porte e localiza-se num bairro simples da Zona Norte do Rio de Janeiro. É um

bairro totalmente residencial e essa vizinhança compõe a clientela da escola,

cujo local é carente desse tipo de prestação de serviço. A referida escola

nasceu de um sonho e da impulsividade de um professor do Estado e do

Município, que tendo duas filhas - a mais velha professora e estudante de

Pedagogia, a mais nova estudante de Letras e sua esposa pós graduanda em

Gestão Escolar, resolve enfrentar as adversidades que acometem quem se

preocupa com educação nesse país e torna realidade seu ideal: Oferecer uma

educação de qualidade por um preço compatível com a realidade do local e da

sua clientela.

A escola está em fase de documentação para finalizar seu processo

de reconhecimento como instituição credenciada junto ao MEC e a outros

órgãos.

A unidade escolar funciona numa casa alugada e adaptada, de 2

(dois) andares, composta de 5 (cinco) salas de aula, 1 (um) refeitório/cozinha, 2

(dois) banheiros, 1 (uma) sala de entrada/secretaria, 1 (uma) garagem, 1 (um)

pátio coberto e metade descoberto e 1(uma) varanda. No pátio e na varanda as

crianças tomam sol, brinquedos trazidos de casa ou os da própria escola e

também fazem atividades diversas como balé com professora formada em

danças, praticam atividades físicas orientadas por uma professora formada em

Educação Física, dentre outros. As salas são bem iluminadas e arejadas, e

todos os lugares que poderiam oferecer algum tipo de perigo, como janelas,

grades, escadas são protegidos por telas, corrimãos, etc..

49Com funcionamento em 2 turnos: de 8h às 12h e de 13h às 17h,

contando com uma média de 100 alunos e um total de 6 professoras que fazem

a chamada “dobradinha”. A Professora I, (dona da escola) também dá aulas de

Inglês (iniciação) e cuida da parte burocrática da escola (secretaria), atuando

também como diretora e supervisora.

Ao desempenhar esses papéis, a professora I procura envolver a

todos nas ações e planejamentos e segundo GIANCATERINO,

“(...), o diretor participa efetivamente na vida da escola, comunicando-se com professores, alunos, pais e funcionários, sendo presença na escola, fazendo da autoridade uma ação integrada, ressalvando-se de que é preciso ter em mente que a escola é uma organização humana, na qual não devemos descuidar da participação ativa dos diferentes atores.” (2010, p. 39).

A missão da escola nos tempos atuais e de acordo com a Legislação

em vigor é promover o pleno desenvolvimento do aluno preparando-o para a

cidadania e qualificando-o para o trabalho. Em sua missão a escola é mediada

pelos professores que têm a “função-fim”, porque em sala de aula em contato

com os alunos, participam diretamente do processo ensino-aprendizagem. A

diferença de uma escola para uma empresa é a sua missão de educar que

aproxima a sua função-fim da sua função-meio.

A escola cumpre com o artigo 53 do Estatuto da Criança e do

Adolescente – ECA que em seu parágrafo único diz: “É direito dos pais ou

responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da

definição das propostas educacionais”. (Nov., 2003, p.36).

50A escola que busca atingir objetivos claros como oferecer uma

educação de qualidade, humanística, deve se preparar também para atingir as

expectativas dos pais que acham que seus filhos devam ser preparados

também para um futuro repleto de competições, deve se preocupar em atender

pais cada vez mais exigentes e que cada dia precisam e querem encontrar

muito apoio da escola na condução da educação de seus filhos.

As reuniões de pais acontecem no próprio espaço escolar e para

facilitar e de comum acordo, o sábado foi escolhido como sendo o melhor dia

para a presença de todos. Os pais e responsáveis participam das reuniões,

comentam, criticam, elogiam, são orientados em casos especiais a procurar

apoio de especialistas em algumas áreas como (psicólogo, oftalmologista, etc.)

e ficam cientes do desenvolvimento e progresso de seus filhos individualmente

e também coletivamente; quanto a forma de verificar ou avaliar a aprendizagem

e sua evolução ao longo do ano permite observar também o cumprimento ao

artigo 31 da Lei da lei de Diretrizes e Bases – LDB, que explicita:

“na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental.” (LDB nº 9394, 1996, p.13).

Quanto ao entorno da escola a sua comunidade também é

convidada através do “boca a boca”, carro de som e da própria movimentação

que a escola promove antes das datas festivas, a participar das atividades que

envolvem a utilização de uma praça próxima à escola, que não tem brinquedos,

mas tem uma quadra cimentada onde são realizados os desfiles cívicos e

outras atividades. Quando os eventos são de maior porte aluga-se a quadra da

igreja do bairro, que também é de fácil acesso a todos, facilitando ainda mais a

participação das crianças e de seus responsáveis. Pode-se afirmar que a

51escola sempre busca a participação plena e democrática de todos os

envolvidos na educação que se pretende oferecer nesse espaço escolar.

As ações pedagógicas são discutidas em conjunto: dirigentes e

dirigidos e as reuniões são mediadas pelo professor dono do estabelecimento,

que divide com sua filha o papel de gestores democráticos. A grande

responsabilidade na construção de uma educação de qualidade está nas mãos

do professor. Nenhum projeto ou proposta pedagógica será eficiente se não

houver a participação dos professores, porque é com eles que os alunos têm

maior contato.

O artigo 13 da Lei de Diretrizes e Bases – LDB sobre a função dos

professores diz:

“Os docentes incumbir-se-ão de:

I)Participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de

ensino;

II)Elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do

estabelecimento de ensino;

III)Zelar pela aprendizagem dos alunos;

IV)Estabelecer estratégias de recuperação dos alunos de menor rendimento;

V)Ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar

integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao

desenvolvimento profissional;

VI)Colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a

comunidade.

Ao descrever ainda este artigo 13 da Lei de Diretrizes e Bases,

percebemos que dentro do conceito de gestão democrática, o professor tem

um papel participativo e significativo ao compor o grupo: escola – comunidade

52– família, que vai definir o perfil de aluno que se pretende formar, que objetivos

deve seguir e as metas a alcançar.

A LDB ainda discorre sobre a elaboração e o cumprimento do plano

de trabalho, preconizando a importância da organização e objetividade do

professor, acompanhando a aprendizagem individual e coletiva dos alunos,

buscando as causas que venham dificultar o processo de aprendizagem e as

medidas e soluções através de outros mecanismos na tentativa de recuperar

aquele aluno ou aqueles alunos com problemas de aprendizado.

Por outro lado a escola também oferece cursos, palestras,

seminários, etc., fora da escola, custeados pela entidade ou gratuitos, na

intenção de colocar por vezes o professor também como aluno. Aquele que

tem sempre alguma coisa a aprender e trocar.

Essa mudança de paradigma faz do professor mais do que um

simples transmissor de conhecimentos, mas um orientador e provedor de

informações e conhecimentos aos alunos sob sua responsabilidade.

53

CONCLUSÃO

“O êxito de uma organização escolar que visa à qualidade educacional implica, principalmente, repensar na estrutura de poder da escola, tendo em vista sua descentralização e democratização, suprida a opressão arbitrária praticada pela grande maioria de seus dirigentes.” (GIANCATERINO, 2010, p.91)

Ao concluirmos este trabalho, rememoramos os capítulos para

sintetizar o que buscamos focar neste trabalho de pesquisa como a

Administração – ciência influenciou e continua influenciando a Administração

Escolar, para entender, explicar e considerar a organização educacional como

uma empresa que normalmente visa alguma coisa: ou lucro ou qualidade em

seus negócios. Com base nos estudos bibliográficos, que ao longo do trabalho

fizemos, observamos, comparamos, tomamos por base e parâmetro que a

Administração Escolar é composta de várias linhas de ação que exercem forte

influência nas ações e planejamentos de uma escola ou sistema educacional,

como a burocracia, a fragmentação dos trabalhos e do ensino, a competição, a

hierarquização, o controle do tempo e das disciplinas e outros.

Há pouco mais de vinte anos alguns autores brasileiros promoveram

mudanças necessárias na forma de administrar ou gerir uma escola, mudanças

essas por causa das fortes transformações políticas, econômicas e sociais que

afetariam todo o mundo. Essas mudanças começariam redirecionando as

políticas educacionais e consequentemente a terminologia passaria de

Administração da Educação para Gestão Educacional, o que viria ampliar a

maneira de ver, focalizar ou agir a educação, deixando de lado a fragmentação,

buscando articular as ações e as ideias de forma dinâmica e participativa.

Deu-se um salto para o futuro ao procurar uma amplitude maior para

a educação formadora de cidadãos pensantes e críticos neste universo em

constante movimento.

54A gestão educacional foca a participação do homem e do

conhecimento e gerado e trocado entre si. Ao falarmos em gestão escolar

consideramos a unidade de ensino, seja ela pública ou privada como uma

empresa e dependendo de seus interesses, terá um tipo de concepção

organizacional, levando-se em conta o seu contexto social, político, suas

relações sociais e a forma de trabalho para atingir os objetivos e interesses.

Ao focarmos nosso trabalho na observação das possibilidades,

impasses e desafios para a efetivação de uma gestão democrática participativa

em escola particular com características peculiares, próprias, que está inserida

em bairro popular, com uma clientela de poder aquisitivo considerado baixo,

mas que se preocupa em buscar um ensino diferenciado, considerado melhor

para seus filhos, a escola deve se preocupar sim em oferecer e transmitir

credibilidade, segurança e acima de tudo a qualidade de ensino que pais e

responsáveis querem encontrar. Ao se preparar para as exigências da vida

social, formar cidadãos críticos, competentes e habilidosos hoje para que

possam ser sujeitos críticos e pensantes amanhã, a escola em questão está

cumprindo seu papel e missão; dar o retorno em forma de carinho, dedicação,

competência, participação e muito trabalho em equipe.

Afirmarmos assim que a gestão escolar deve possibilitar à

comunidade uma melhor e maior compreensão da sua realidade social e a

capacidade de participação e transformação dessa mesma realidade.

A escola visitada está inserida nessa missão de querer oferecer uma

educação que liberte, integre, seja visionária e motivadora, que está sempre

buscando a construção e participação da comunidade. Embora a pequena

escola em questão e sua equipe diretiva gerenciem o trabalho docente, o

trabalho técnico-administrativo e de pessoal de apoio e procure estar alerta às

influencias externas e internas, traçando novas metas, ações e medidas para

enfrentar crises e problemas que eventualmente atingem a rotina escolar, a

gestão democrática acontece no espaço escolar visitado envolvendo todos no

processo educacional, sendo todos responsáveis e responsabilizados pelos

55resultados alcançados ou a alcançar. A fase avaliativa é o ápice do

planejamento e das ações. Este é um dos desafios.

Outro desafio é poder oferecer uma educação de qualidade por um

preço compatível com suas despesas, o poder aquisitivo de sua clientela e a

realidade local. A escola em questão na busca por essa educação humanística

e qualitativa, se preocupa, tenta se equilibrar financeira, social e politicamente

na realidade que a cerca e tem a preocupação em atender na medida do

possível, as expectativas dos pais que querem ver seus filhos “bem

preparados” para um futuro que eles sabem ser fortemente competitivo.

Diante do exposto ao longo deste trabalho, observou-se que a

escola prioriza tanto o aspecto administrativo quanto o pedagógico da escola,

sendo o mais importante o pedagógico. A mesma alia o pedagógico ao

administrativo e com isso pode perceber a escola como um todo.

As funções requerem ações administrativas e pedagógicas

participativas, onde todos os segmentos da escola interagem e definem os

rumos do processo educativo. Tais funções devem interagir, integrar-se

trabalhar em conjunto, porque as ações refletirão diretamente no aluno e no

professor, peças-chave do processo educativo.

A escola observada, embora nova no mercado, se mostra excelente,

apresentando vários aspectos relevantes para sua projeção área da educação.

A escola preocupa-se com o desenvolvimento do aluno, não só no ambiente

escolar, mas também no familiar. as propostas de trabalho são inovadoras e

pertinentes com a ação pedagógica na educação infantil.

Devemos fazer o possível mesmo com recursos escassos; não

devemos cessar esforços para novas possibilidades, mesmo encontrando

dificuldades tanto em questões espaciais quanto de recursos.

56

BIBLIOGRAFIA

BUENO, Silveira. Minidicionário da Língua Portuguesa. Ed. FTD, 2000.

Em Aberto – nº 72. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais -

INEP. 2000

Estatutos da Criança e do Adolescente e do Idoso. Ed. Online. 2003

(atualizada).

FERREIRA, Aurélio Buarque e Holanda, Novo Dicionário da Língua

Portuguesa – Séc. XXI. Ed. Nova Fronteira – versão 3.0.

GIANCATERINO, Roberto. Supervisão Escolar e Gestão Democrática: um

elo para o sucesso escolar. Ed. Wak, 2010.

LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – 1996.

LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e Pedagogos, Para Quê?. Ed. Cortez,

2005.

LIBÂNEO, José Carlos; Oliveira, João Ferreira; de & Tochi, Mirza Seabra.

Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo, Ed.

Cortez, 2003.

MARTINS, José do Prado. Gestão Educacional: uma abordagem crítica do

processo administrativo em educação. Ed. Wak, 2010.

MINAYO, Maria Cecília de Souza; Deslandes, Suely Ferreira; Gomes, Romeu.

Pesquisa Social – Teoria, método e criatividade. Ed. Vozes, 2008.

PARO, Vitor Henrique. Gestão Escolar, Democracia e Qualidade do Ensino.

Ed. Ática, 2009.

PERROTTI, Edna M. Barian. Superdicas para Escrever Bem Diferentes

Tipos de Textos. Ed. Saraiva, 2008.

POLITO, Rachel. Superdicas para um Trabalho de Conclusão de Curso –

Nota 10. Ed. Saraiva, 2008.

TAVARES, Wolmer Ricardo. Gestão Pedagógica: gerindo escolas para a

cidadania crítica. Ed. Wak, 2009.

57

WEBGRAFIA

CORRÊA, Carlos Anselmo. Repensando a Gestão da Escola Particular.

Disponível em <http//sites.google.com/site/agestaoeducacional>

Acesso em: 29/06/2010

HAMZE, Amélia. Diretor de Escola, Gestor da dinâmica social.

Disponível em <http//sites.google.com/site/agestaoeducacional>

Acesso em: 29/06/2010

GOMES, Débora Dias. Liderança: um diferencial competitivo.

Disponível em <http//sites.google.com/site/agestaoeducacional>

Acesso em: 29/06/2010

58

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

EPÍGRAFE 05

RESUMO 06

METODOLOGIA 07

SUMÁRIO 08

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I

TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A

ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR 12

1.1-Teorias da Administração 13

1.2-Influência das Teorias na Administração Escolar 18

CAPÍTULO II

GESTÃO DEMOCRÁTICA – DESAFIOS E IMPASSES, POSSIBILIDADES E

CONQUISTAS 26

2.1- As várias “faces” de uma organização 29

2.2- Gestão Escolar: Caminhos para a Democratização da Escola 32

2.3- Diretor da Escola: Gestor da Dinâmica Social 33

592.4- Administração e/ou Gestão? Uma questão paradigmática 39

CAPÍTULO III

PENSANDO E REPENSANDO A GESTÃO DA ESCOLA PARTICULAR 43

3.1-Não há Docência Sem Discência 43

3.2-A Educação que temos; a Educação que queremos 45

3.3-Escola: que lugar é esse? 47

3.4-Caracterizando o espaço escolar 48

CONCLUSÃO 53

BIBLIOGRAFIA 56

WEBGRAFIA 57

ÍNDICE 58

FOLHA DE AVALIAÇÃO 60

60

FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

DESAFIOS E POSSIBILIDADES PARA UMA GESTÃO

DEMOCRÁTICA EM ESCOLA PRIVADA E POPULAR

Autor: Norma do Sacramento Rocha

Data da entrega: 22/08/2010

Avaliado por : Conceito: