universidade candido mendes pÓs-graduaÇÃo … · questionamento e sem participação crítica ,...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
Agenda 21 escolar: um plano de gestão ambiental.
Por: Andréa Valente
Orientador
Prof. Fernando Carrera
Niterói 2010
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
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PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
Agenda 21 escolar: um plano de gestão ambiental.
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em gestão
ambiental.
Por: . Andréa Valente
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AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradecer à Deus
sempre. Depois ao meu filho que por
muitas manhãs chorou ao me ver sair
para pos-graduação, e também não
poderia esquecer dos meus pais e
marido e minha madrinha que sempre
me deram força em tudo que faço. Aos
amigos e parentes, enfim todos que de
uma forma ou de outra contribuíram na
minha busca......
4
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho a Deus... Obrigada
Senhor por me dar forças para chegar
aqui e ir mais além .
5
RESUMO
Este trabalho é o relato do estudo feito na tentativa de criar e implementar a
Agenda 21 escolar. Foi citado no presente trabalho quais itens seriam fundamentais para
seguir uma seqüência correta para a realização da Agenda 21 escolar, como escolher as
metas a serem priorizadas, quais ações seriam realizadas para alcançar essas metas e
como seriam colocadas em prática.
Nessa pesquisa foi ressaltada a importância da educação ambiental diante dos
problemas enfrentados na realidade escolar e social que os jovens do nosso país estão
enfrentando. Em relação à Educação ambiental apesar de todo embasamento legal para
assegurá-la como direito de todos, as dificuldades continuam como a falta de
preocupação com os problemas ambientais no âmbito escolar, a falta de cidadania , ética
e a violência.
Ainda não é prioridade na escola o desperdício da água, a destinação do lixo
orgânico entre outros, que poderiam estar gerando receita para a própria escola e ao
contrário são tratados como problemas. Outro ponto de deficiência é a carência de
professores atualizados e capacitados em relação à agenda 21 e as metas do milênio
sendo esse ainda um grande problema a ser resolvido. As dificuldades continuam e
ainda existe muita resistência em se implantar e se desenvolver um projeto desse grau,
pois mexer em metas de melhorias significa dizer que tem algo que não esta bom e deve
ser melhorado.
È com o compromisso do Governo Federal, da população comercial e os
moradores que devemos resolver quais metas atingir na agenda 21 local, mas na agenda
21 escolar as prioridades são da comunidade escolar, com a participação de todos:
alunos, professores, pais de alunos, coordenação , a direção e também o pessoal de
apoio.
Juntos os educadores se tornarão multiplicadores de cidadania e justiça social,
buscando uma melhoria de vida na escola com um olhar para o meio ambiente e as
mudanças necessárias para resolver ou amenizar os problemas atuais dentro da
6
instituição escolar , podendo se refletir para fora dos muros da escola se tornando um
caminho de mudança e crescimento de todo nosso país.
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METODOLOGIA
O presente trabalho teve como metodologia utilizada, a pesquisa do
tipo explorativa, através do levantamento e analise de dados obtidos na
literatura cientifica e no site do ministério do meio ambiente para obtermos
direcionamento das metas a serem atingidas e os principais objetivos a serem
alcançados. Trabalhando sempre com a suposta implantação da agenda 21
em uma escola qualquer, não se tratando de uma experiência real.
Buscou-se metodologias nacional e internacional para o
desenvolvimento dessa atividade. Utilizou-se do Programa Parâmetros em
Ação – Meio Ambiente na Escola e do Método da Comissão de Meio Ambiente
e Qualidade de Vida nas Escolas (Com-vida), ambos referendados pelo MEC,
e principalmente pesquisa bibliográficas.
Foi elaborado uma síntese com seqüência lógica do tema, incluindo
citações literais e seguindo regras propostas. Após o levantamento e analise
das referencias obtidas realizou-se a resenha dos materiais e dos dados
obtidos sobre a agenda 21 escolar.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - A Agenda 21
10
CAPÍTULO II - A Agenda 21 Escolar 18
CAPÍTULO III – O sistema de Gestão Ambiental 31
CONCLUSÃO 41
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43
ÍNDICE 48
FOLHA DE AVALIAÇÃO 49
9
INTRODUÇÃO
Segundo Mafassioli (2009), o paradigma que é oriundo do
desenvolvimento de estudos no campo da educação e na defesa dos direitos
humanos que vêm modificando os conceitos, as legislações e as praticas
pedagógicas e de gestão, promovendo a reestruturação do ensino regular e
especial provêm da educação inclusiva.
Um dos temas mais desafiadores no atual contexto da educação
brasileira, seria sem sombra de dúvidas a falta de capacitação do corpo
docente e gestores para lidar com a questão do meio ambiente e alunos com
dificuldades de comportamento e aprendizado, ou seja, para lidar com uma
educação inclusiva.
Sendo proposta a criação de um caminho para diminuir esse abismo
gerado pela resistência dos docentes e gestores em difundir a idéia de uma
educação inclusiva e um caminho para amenizar as dificuldades sociais e
melhorar a qualidade do ensino. Encontramos a educação ambiental uma
ponte para realizarmos esse encontro, pois ocorre muita resistência devido a
cultura escolar de preferir receber alunos comportados, alunos sem
questionamento e sem participação crítica , acostumados a copiar e não a
trilhar seu próprio caminho de aprendizagem.
Nesse contexto escolar brasileiro verificamos que o conceito de
desenvolvimento sustentável deteve um maior interesse de alguns alunos, para
questões ambientais e de como tornar viável a inclusão de todos na escola,
através dessa participação resultado da questão ambiental.
Estando presentes alunos , pais , professores , gestores, funcionários,
comerciantes locais, enfim todos relacionados à escola, discutindo qual melhor
caminho para qualidade de vida dentro e fora dela , esbarrando pelos 3
principais setores: social, ambiental e financeiro.
A proposta desta monografia está estruturada em três capítulos. No
primeiro, apresentam-se os caminhos da educação inclusiva explicitando a
10
importância de uma educação participativa. Assim como um breve comentário
da Agenda 21 local e escolar, e ressaltando os preceitos da legislação na
educação e cidadania, e os princípios da agricultura sustentável e da educação
ambiental.
No segundo capítulo do texto contextualiza-se a definição de agenda
21 escolar, quais etapas devem ser concluídas para criar e implementar a
agenda 21 escolar, sempre contando com o auxilio das indicações do governo
federal e ministério do meio ambientes. A cartilha e criação do Com Vida em
resposta ao desejo de instalar a agenda 21 escolar e sendo ela um importante
passo para a agenda 21 local.
No terceiro capítulo a leitura está direcionada para a importância da
criação do sistema de gestão ambiental ( SGA assim como a ISO 14001) e
como a agenda 21 é um braço forte de desenvolvimento no SGA da escola,
facilitando-o e assim se tornando o primeiro passo para melhorar o ambiente
escolar e quem sabe o futuro do nosso pais.
Sendo a conclusão deste trabalho a análise da real importância de
colocarmos em prática a sustentabilidade, a educação ambiental e um sistema
de gestão ambiental dentro da escola. As metas já foram organizadas, basta
cada escola decidir quais são suas prioridades, fazendo assim a implantação
da agenda 21 escolar.
CAPÍTULO I
Agenda 21
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Você deve ser a mudança que quer ver no mundo.”
Gandhi
1.1 – O Conceito
O histórico da agenda 21 começa com o relatório de Brundtland que
foi publicado em 1987 , onde indicou a pobreza nos países do hemisfério sul e
o consumismo extremo dos países do hemisfério norte como as causas
fundamentais da insustentabilidade do desenvolvimento e das crises
ambientais.
O desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as necessidades
do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras
satisfazerem as suas, baseia-se em dois conceitos chaves: a prioridade na
satisfação das necessidades das camadas mais pobres da população, e às
limitações que o estado atual da tecnologia e da organização social impôs
sobre o meio ambiente. (Comissão Brundtland)
Em 1992 a Organização das Nações Unidas – ONU realizou, no Rio
de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento que ficou conhecido como ECO 92. Com o objetivo de
discutir as conclusões e as propostas do Relatório Brundtland, foi então nessa
atmosfera que os paises participantes criaram 6 acordos, entre eles a
Declaração do Rio e a criação da agenda 21.
“Com o fim de proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deverá ser amplamente
observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos
graves ou irreversíveis, a ausência de certeza científica absoluta não será utilizada como razão
para o adiamento de medidas economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental.”
( Principio 15 , Declaração do Rio)
Estando presente a Declaração do Rio, a Agenda 21 existiria uma
promoção de um novo padrão de desenvolvimento, conciliando métodos de
proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica com bases em um
plano de ação e de um planejamento participativo em âmbito global, nacional
e local, de forma gradual e negociada, tendo como meta uma nova sociedade
e economia justa e sustentável.
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1.2 Os Princípios de Desenvolvimento Sustentável
As regiões de grande pobreza são também regiões de grande
degradação ambiental, onde possuem habitantes que gozam de baixo nível
econômico e de reduzida autoestima, devido à falta de sobrevivência digna.
Não há preocupação com os riscos biológicos e com contaminações, uma vez
que as atividades do dia-a-dia não estão inseridas em um conhecimento
técnico básico.
A inserção da educação ambiental se dá de forma gradativa, à medida
que as coisas se tornam importantes para as necessidades diárias dos
indivíduos.O ensinamento novo deve alterar hábitos antigos que geram
desarmonia e desequilíbrio ecológico.
Sendo assim , os programas ambientais comunitários devem ser de
longa duração, possibilitando o monitoramento até que a sustentabilidade local
seja atingida. Quando o cuidado ambiental local entra na percepção coletiva
estamos criando cidadãos onde só haviam pessoas.
Segundo Lopes Maia (2009), a importância do destino adequado ao
lixo, o uso racional da água e da energia, o saneamento das ruas, vilas e
servidões, a manutenção de áreas verdes, o reflorestamento de áreas
degradadas, são exemplos de que algumas ações irão promover o imediato
resgate dos valores do homem.
A valorização do ser humano é uma base para se instalar uma
educação ambiental e assim garantir o caminho da sustentabilidade. Uma
relação harmoniosa dos seres humano com a natureza deve estar baseada
num caminho sólido de segurança e respeito, como uma estrada bem
pavimentada na educação. Havendo parcerias entre pessoas, aniquilando as
diferenças de cada um e reduzindo o ego, promovendo o amor e a cooperação
entre os seres.
Nesse ambiente sadio e sustentável podemos estabelecer as
necessidades de todos para tentar alcançar o bem comum, partindo sempre da
educação como fonte modificadora das personagens que promoverão as
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mudanças necessárias no comportamento da sociedade. Podemos citar entre
todos alguns para alcançar a sustentabilidade:
1. Ambiente e Qualidade de Vida – A preservação do meio ambiente (físico,
social e econômico), deve ser respeitado para que se permita atingir uma
melhor qualidade de vida.
2. Precaução – O princípio do “vale mais prevenir que remediar” deve ser
sempre seguido para evitar os problemas que possam surgir na geração futura.
3. Pensamento Holístico – Pensar globalmente, agindo localmente, para o
benefício global de todos.
4. Parceria e Participação – É indispensável que todos os envolvidos na
implementação dos Princípios de Desenvolvimento Sustentável estabeleçam
parcerias e participem em conjunto e articulação ativa para que todas as partes
sejam responsabilizadas pelas tomadas de decisão e planejamento.
5. Compromisso e Responsabilidade – A participação de todos os
interessados e a definição clara dos papéis de cada um, durante o processo de
implementação das ações projetadas no âmbito dos Princípios de
Desenvolvimento Sustentável, facilitam e promovem o sentimento de
compromisso e de responsabilidade.
6. Igualdade e Justiça – O desenvolvimento das populações, e respectivas
localidades e escolas, deve ser planeado para que seja ambientalmente
seguro, socialmente justo e economicamente equitativo.
7. Limitações Ecológicas da Terra – Os cidadãos deverão ser
conscientizados, através de ações contínuas e de longo prazo, sobre as
capacidades limitadas do nosso planeta e sobre a forma como devem gerir, de
modo sustentável, os recursos que têm à sua disponibilidade.
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1.3 – A Comunidade
Dentro do cenário de busca de um modelo sustentável para o planeta,
cada um tem um papel a desempenhar e o exercício da cidadania é parte
importante desta construção. A consciência sobre a unidade e
interdependência de todas as formas de vida trouxe uma dimensão mais
abrangente à questão dos direitos humanos, incluindo neles o direito a um
meio ambiente sadio, que depende do respeito aos direitos dos “não-
humanos”.
Assim criou-se também a necessidade de uma ação conjunta para a
garantia destes direitos. Existem limites para o que o cidadão comum pode
fazer sozinho. É necessário o apoio das autoridades públicas e do setor
produtivo para que haja uma mudança em direção à sustentabilidade,
garantindo amplos direitos de cidadania – inclusive ecológica - para todos.
Como apenas a ação individual não é suficiente, especialmente se as
políticas públicas não providenciarem o cenário adequado para estas ações, é
preciso que poder local propicie oportunidades aos cidadãos para participarem
da vida pública. Ao envolver a comunidade os setores organizados da
sociedade em parcerias com o governo local para lidar com os desafios
básicos do desenvolvimento tais como moradia, desemprego, lixo, água e
poluição do ar, para citar apenas alguns – pode-se mobilizar novos recursos
para a solução destes problemas e criar uma cultura mais participativa,
transparente e responsável.
No entanto, algumas ações simples -- mas sigificativas -- podem ter
início em casa, na escola, no trabalho e na comunidade onde cada um mora.
Pode-se começar economizando água e eletricidade – o que inclui, por
exemplo, não deixar aparelhos conectados à tomada sem uso; não deixar
torneiras abertas e luzes acesas desnecessariamente; reutilizar embalagens e
dar preferência a baterias recarregáveis; evitar o uso de sacos plásticos,
substituindo-os por sacolas de pano; dar preferência a alimentos não-
processados; separar o lixo para reciclagem compactando-o antes disso,
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amassando latinhas de alumínio e garrafas plásticas para elas ocuparem um
espaço menor.
Além disso, para vivermos de acordo com um ritmo de
desenvolvimento que respeite os limites do planeta, precisamos repensar
nossos atos de consumo. As compras exageradas, o acúmulo de bens
supérfluos e a não-reutilização de recursos materiais contribuem para a
manutenção de um sistema que impede a sustentabilidade da vida na Terra. O
consumidor consciente é o que busca contribuir individualmente para a
sustentabilidade da vida no planeta, e para que outros consumidores e as
empresas que os servem façam o mesmo, na perspectiva do exercício de uma
nova cidadania.
Algumas comunidades já se organizaram de acordo com as ideias do
desenvolvimento sustentável: são as ecovilas. A Rede de Ecovilas das
Américas (ENA) define ecovila como um “assentamento de proporções
humanas, funcionalmente completo, onde as atividades do ser humano se
integram inofensivamente ao mundo natural, de forma a ajudar o
desenvolvimento saudável deste e poder perdurar por um futuro indefinido".
Esses assentamentos são caracterizados por práticas como a da
permacultura, que é a agricultura realizada de forma sustentável, com o
máximo respeito à natureza; o consumo reduzido, limitado às reais
necessidades de seus habitantes; a reutilização de tudo que for possível; o
consumo minimizado de energia; a separação e o tratamento do lixo para que
seu aproveitamento seja o maior possível e outras atitudes que contribuem
para o bem humano sem desrespeitar as demais formas de vida.
1.4 – Agricultura sustentável
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A idéia de agricultura sustentável revela a insatisfação atual e o desejo
social de novas práticas que conservem os recursos naturais e forneçam
produtos mais saudáveis, sem comprometer os níveis tecnológicos já
alcançados de segurança alimentar. Resultado de emergentes pressões
sociais por uma agricultura que não prejudique o meio ambiente e a saúde.
Aplicada de forma isolada a um setor da economia, como a agricultura,
dificilmente a noção de sustentabilidade fará sentido. Essa dúvida é ainda mais
crucial para a agricultura deste início de século, na medida que ela é envolvida
e integrada pela indústria e pelos serviços, tornando obsoleta a divisão do
sistema econômico em setores e cada vez mais significativas as dimensões
espaciais e territoriais.
Não será fácil implantar uma agricultura que preserve os recursos
naturais e o meio ambiente, já que as soluções consideradas ‘sustentáveis' são
específicas dos ecossistemas e exigentes em conhecimento agroecológico _
portanto, de difícil multiplicação. São raras as práticas ‘sustentáveis' que
podem ser adotadas em larga escala.
É possível que a situação se altere sob pressão social, mas não com a
velocidade embutida na idéia de ‘revolução super ou duplamente verde'. Não
há por que pensar que a biologia molecular, combinada com a emergente
agroecologia, venha revolucionar a produção de alimentos em trinta anos.
Existe, portanto, uma relação dialética entre inovação e conflito. O que
está em questão não é apenas o ritmo das inovações. Também são cruciais as
modalidades de regulação dos conflitos, tanto para a força das tendências
inovadoras quanto para os tipos de inovação.
Parece fundamental que os grandes conjuntos de agroecossistemas
sejam tratados em separado, pois sua dinâmica e seus ritmos de transição
serão necessariamente diferentes. Precisa ficar clara a diversidade interna a
esses grandes conjuntos, para destacar os diferentes graus de especificidade
(ou universalidade) dos problemas ambientais intrínsecos aos sistemas de
produção que predominaram nesses macroconjuntos de ecossistemas. E é
preciso
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conhecer o leque de soluções para esses problemas que vêm sendo propostas
por cientistas, extensionistas e produtores.
Para viabilizar as estratégias, é necessário que os agentes sociais
mais dinâmicos sejam induzidos à articulação local, da qual resultem sinergias.
Seria ilusório acreditar que a superação dos obstáculos à sustentabilidade
venha de fora ou resulte de algum tipo de ação isolada de organizações
públicas ou privadas.
Estando claro então a necessidade de mudanças comportamentais
para construirmos uma sociedade agrícola sustentável , mensurando
resultados bons para os agronegócios e também para o meio ambiente. Onde
não ocorra esgotamento dos solos, derrubadas de mata nativa para criação de
pastos e outras praticas muito devastadoras .
Tendo em vista o papel da sociedade e da educação, podemos
entender que em sinergia com as instituições escolares e universitárias
podemos construir um comportamento sustentável com praticas sustentáveis
também na agricultura , onde ocorra a proximidade com os objetivos da
agenda 21 brasileira e local, afim de construirmos uma sociedade sustentável
em todos os aspectos.
1.5 – Agenda 21 Local
A agenda 21 consolidou as idéias de que o desenvolvimento e a
conservação do ambiente devem caminhar unidos sendo uma linear tão
estreita que pode ser considerada uma só. Isso permitiu a possibilidade de que
paises ainda em desenvolvimento possam crescer sem culpas, desde que
obedeçam a um desenvolvimento que não venha prejudicar as gerações
futuras , ou seja, um processo de crescimento sustentável.
Mas para isso é necessários uma ruptura com os conceitos antigos de
desenvolvimento e começar a plantar na sociedade a semente que modificará
o futuro do nosso planeta. A reinterpretação do conceito de progresso,
18
utilizando indicadores de desenvolvimento humano e não apenas por índices
como o PIB – Produto Interno Bruto.
A agenda 21 local é a ponte que vai ligar a necessidade de mudança
com os acontecimentos locais de cada comunidade. Sendo um braço forte
para alcançar a todos, tentando modificar o mundo começando com pequenas
ações locais que podem se tornar globais. Por isso cada ação deve ser criada
e implementada na agenda 21 local para poder participar assim do
acontecimento maior que é.
A agenda 21 local é o caminho onde estão as necessidades
ambientais locais, se tornando assim um estatuto local e com isso tendo força
política para manter a democracia de forma sustentável. Sendo um objeto de
força local , não está limitado por um bairro ou mais. A agenda 21 local pode
esta inserida em uma empresa, uma cidade ou em uma escola.
Assim verifica-se um sistema de gestão ambiental para políticas
públicas, privilegiando o ambiente e o cidadão que nele habita, oriunda da
força da população para concretizar as mudanças para suas realidades, ou
seja, inseridas em uma modificação adequada para aquelas pessoas, que se
tornaram cidadãos.
CAPÍTULO II
A Agenda 21 Escolar
2.1 - Agenda 21 escolar
19
A Educação Ambiental , conforme Sorrentino (2005, p. 10), “possibilita
ampliar conhecimentos numa diversidade de dimensões, sempre focando a
sustentabilidade ambiental local e do planeta, aprendendo com as culturas
tradicionais, estudando a dimensão da ciência, abrindo janelas para a
participação em políticas públicas de meio ambiente e para a produção do”.
conhecimento”.
Nessa direção, entende-se, com Medina e Santos (1999), que a
Educação Ambiental permite, pelos seus pressupostos básicos, uma nova
interação criadora que redefine o tipo de pessoa que queremos formar e os
cenários futuros que desejamos construir para a humanidade, em função do
desenvolvimento de uma nova racionalidade ambiental.
Logo, a relação da E. A. com a Agenda 21 é de proximidade. A
Agenda 21 é um plano de ação para ser adotado global, nacional e localmente,
por organizações, pelas nações, pelos governos e pela sociedade civil, em
todas as áreas em que a ação humana impacta o meio ambiente. Constitui-se
na mais abrangente tentativa já realizada de orientar para um novo padrão de
desenvolvimento, cujo alicerce é a sinergia da sustentabilidade ambiental,
econômica e social (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2006). Recebe o
nome de “AGENDA 21” porque se refere às preocupações com o futuro, no
decorrer do século XXI.
Conceituando-se a Agenda 21 Escolar (A21E), pode-se dizer que a
“A21E (o quê?) é um processo em que a comunidade escolar, ou parte dela,
procura o consenso na preparação de um plano de ação para procurar a
sustentabilidade em relação à escala da escola; (quem) participa é um grupo
específico que assume a responsabilidade de impulsionar o projeto junto
aos membros da sua escola, esperando-se a participação de todos; (onde)
acontece na escola e proximidades (a comunidade vizinha à escola); e
ocorrerá (quando) cada unidade decidir quando começar” (GUIA PER FER
L’AGENDA 21 ESCOLAR, 2001).
A Agenda 21 Escolar enquadra-se no âmbito do capítulo 36 da Agenda
21. Contempla a relação de uma escola com a comunidade em que se insere e
20
constitui um plano de ação estruturado, prático e orientado para a resolução de
problemas sócio-ambientais da comunidade educativa.
A Agenda21 Escolar deve, desta forma, constituir um marco de
referência no percurso educativo e, a partir de um projeto educativo coletivo,
contribuir para novas formas de ensinar e aprender de acordo com ideais de
solidariedade, equidade social e preservação dos sistemas naturais. Neste
contexto a A21E deve traduzir-se em ações que atuem em, pelo menos, três
dimensões: na gestão sustentável dos recursos da escola e comunidade
educativa; na reorganização do projeto curricular ao nível dos conteúdos, dos
estilos de ensino/aprendizagem, do contexto onde se aprende/ensina; na
participação comunitária através do fórum de participação escolar.
As escolas desempenham um papel fundamental na promoção do
conhecimento e compreensão da realidade e constituem um pequeno modelo
da sociedade, sendo possível testar processos e soluções.Neste sentido, a
escola é uma ferramenta base essencial onde se podem propor e testar
estratégias que permitam concretizar os princípios do desenvolvimento
sustentável e, através das descobertas, propostas e participação ativa de toda
a comunidade escolar, participar em experiências de caráter pedagógico.
A escola, representada por toda a comunidade educativa : professores,
alunos, auxiliares e encarregados da educação, têm um papel fundamental na
promoção de praticas de consumo sustentável e responsável. Porque ela não
é somente uma entidade que consome bens e produtos, mas é também um
meio essencial de educação onde, desde de cedo se pode e deve intervir para
sensibilizar, formar e agir no exemplo diário de um consumo mais consciente e
crítico em termos de pratica sustentáveis. Sendo assim, a responsabilidade da
escola em termos de consumo ético , social e ambiental responsável é,
portanto dupla.
2.2 – As metas da agenda 21 escolar
A Agenda 21 Escolar ( A21E) pressupõe o envolvimento de toda a
comunidade escolar na constituição de um plano semelhante para a gestão
21
sustentável da escola e para a resolução dos problemas sociais, econômicos e
ambientais, no contexto da comunidade educativa (órgãos de gestão das
escolas, professores, alunos, pais e restantes funcionários das escolas).A
grande meta é mudar comportamentos sócio-ambientais de forma a atingir a
sustentabilidade.
Partindo do princípio que a educação modifica , a escola funciona
como um modelo simplificado da comunidade local onde se insere, sendo um
ambiente privilegiado para aplicar os princípios da Agenda 21. Pois consiste
numa comunidade pequena, que pode ter uma enorme capacidade para
debater abertamente os problemas existentes. Tomar decisões conjuntas e
propor ações adequadas para solucionar esses problemas, monitorado e
avaliando a execução dessas ações, testando os processos e soluções
educativas inovadoras que vão ao sentido dos Princípios de Desenvolvimento
Sustentável.
Conclui-se que é viável a aplicação destas medidas em instituições
tanto de caráter público, quanto privada. Medidas simples podem ser
abordadas , buscando resolver os impasses referentes à questão dos
problemas internos do ambiente escolar como por exemplo o correto manejo
dos resíduos sólidos, a questão do desperdício da água e até mesmo atos
violentos contra alunos e professores. Buscando sempre a melhoria da
qualidade de vida dentro da escola e que isso possa ser refletido em toda a
sociedade.
A adoção de práticas como a Educação Ambiental trarão a cooperação
de todos os alunos e funcionários em prol da redução, reutilização e
reciclagem de materiais. Este fato precisa mobilizar a todos da comunidade
escolar e vai resultar num caráter de fiscalização destas práticas pelos
próprios alunos e funcionários buscando a realização das ações previstas nas
metas a serem alcançadas.
A A21E deve constituir um plano de ação estruturado, não devendo ser
um conjunto de ações desarticuladas, e muito prático orientado para a
resolução dos problemas sócio-ambientais da comunidade educativa, de
acordo com as prioridades definidas no âmbito do diagnóstico efetuado.
22
A A21E deve ter como base problemas identificados a nível local
sendo priorizados os mais importantes. Trabalhando assim a realidade local e
não problemas distantes, pois a realidade de cada comunidade pode estar
refletindo, naturalmente, para outros locais já que a falta de trabalho, educação
e condições mínimas para se viver com dignidade são problemas gerais em
várias comunidades brasileiras e que esses problemas poderão traduzir-se em
problemas globais ou poderão ser resultado de outros problemas globais.
A A21E deve implicar e definir os diferentes atores sociais, estando
todos voltados para o crescimento sustentável e qualidade dentro das escolas
corresponsabilizando-se no processo de construção da sustentabilidade a nível
local. A A21E deve promover o respeito pelos princípios de sustentabilidade,
devendo ter em conta as realidades brasileiras e também assim atender as
solicitações do exterior onde as crianças e os jovens começam a definir as
suas orientações e áreas de intervenção.
Deve a escola, desta forma, apelar para uma intervenção crítica por
parte dos jovens e apelar para a aplicação dos princípios da A21 em contexto
escolar. As comunidades escolares podem, através dos sistemas educativos
contextualizados na Agenda 21 Escolar que implementarem, ter uma
capacidade para desempenhar um papel exemplar neste âmbito, permitindo-se
contribuir para a promoção do espírito crítico e de uma educação para a
cidadania, onde a
melhoria da qualidade de vida é o fim último. 2.3 - Fases de implementação da Agenda 21 Escolar
A Agenda 21 na Escola incentiva realizar ações de proteção do meio
ambiente e da promoção de ações que venham contribuir para a melhoria da
qualidade de vida e a construção de sociedades sustentáveis. A Agenda 21 na
escola incentiva realizar ações de proteção do meio ambiente e da promoção
23
de ações que venham contribuir para a melhoria da qualidade de vida e a
construção de sociedades sustentáveis
A Agenda 21 Escolar poderá ser implementada em cinco fases, a
primeira é a fase de motivação e a segunda de reflexão, sendo essas fases
transversais a todo o processo,o sendo de grande importância para a
realização desta. Depois a terceira fase é o diagnóstico e a quarta fase é o
contexto social onde estará inserida, depois é colocar em prática o plano de
ação. A última fase é a de avaliação de tudo que foi realizado.
Analisando cada fase podemos observar alguns pontos , sendo a
primeira fase de Motivação, onde pretende-se sensibilizar e estimular todos os
membros da comunidade escolar para os Princípios de Desenvolvimento
Sustentável, através da promoção, da participação e da discussão entre os
intervenientes. A organização, por um grupo coordenador, de debates
participativos e democráticos sobre os problemas ambientais, sociais, culturais
e econômicos, nos quais as pessoas possam exprimir as suas opiniões e
esclarecer dúvidas, é extremamente importante para o sucesso da motivação
de todos.
A segunda fase e também de grande importância é a de Reflexão, nela
ocorre a consolidação e sistematização das questões debatidas durante as
reuniões e a percepção das ações prioritárias, culminando numa filosofia de
sustentabilidade, representam a chave para o crescimento e amadurecimento
de uma estrutura sólida capaz de dar respostas e atribuir soluções para os
problemas levantados pela comunidade escolar.
Nesta fase, analisam-se os aspectos positivos e o modo como podem
ser reforçados, assim como os aspectos negativos que deverão ser objeto de
alterações. A atitude de maior respeito pelo meio ambiente e a minimização
dos impactos só será possível se os comportamentos face aos problemas
levantados, forem alterados por todos os intervenientes.
Na terceira fase é o Diagnóstico, nesta fase pretende-se identificar e
avaliar os problemas ambientais, sociais e econômicos da escola e do seu
meio envolvente, identificar as alterações a implementar, definir propostas de
atividades / ações a desenvolver e definir prioridades (os critérios consistem na
24
gravidade ou urgência de resolução, custos financeiros, humanos, temporais e
materiais).
Verificam vários pontos de questionamentos onde se encarem, o que
se ensina e o que se aprende sobre gestão ambiental adequada, na escola e
fora dela. Como é que se ensina e como se aprende – o estilo de ensino /
aprendizagem incute o desenvolvimento da capacidade de expressar, defender
idéias próprias e formar opiniões, de saber escutar os outros e de trabalhar em
grupo.
Na quarta fase o ponto é o contexto social - qualidade das relações
humanas, tolerância e respeito pela opinião e crenças dos outros e o contexto
físico e funcional – o estado dos edifícios e salas de trabalho, espaços
exteriores (espaços verdes e de recreio) e gestão dos recursos (água, energia,
compra e uso de materiais e biodiversidade) e o contexto social, econômico,
físico e funcional face ao contexto da comunidade local onde a escola se
insere – problemas raciais e étnicos, falta de recursos econômicos dos alunos,
problemas de segurança e no acesso à própria escola, espaços verdes
circundantes, entre outros.
Só então , após todos essas outras fases, colocar em prática o
desenvolvimento do Plano de Ação. Nele deve incluir a definição dos
problemas diagnosticados por ordem de prioridade, a definição de objetivos, e
a definição, também por ordem de prioridade, de atividades e ações a
implementar.
Este plano deve considerar os aspectos positivos e negativos da sua
implementação, os recursos humanos, materiais e econômicos que serão
envolvidos, o cronograma da implementação, os indicadores de avaliação e as
dificuldades a enfrentar.
Na última fase deve ocorrer a avaliação que serve para que os
intervenientes percebam como está a decorrer a implementação do Plano
de Ação. Convém verificar, se na realidade ocorreram mudanças de
comportamentos sócio-ambientais, se os objetivos foram atingidos e, se
necessário implementar os ajustes necessários.
25
Durante esta fase deverão ser definidos instrumentos indicadores com o
objetivo de monitorizar as ações e resultados obtidos ao longo do tempo.
Lembrando sempre que esse será sempre um projeto inacabado, pois sempre
estaremos criando metas para melhorias no ambiente escolar, ou seja a A21E
não termina nunca.
2.4 – Método Com-vida
“ Tudo o que acontece no mundo, seja no meu país, na minha cidade
ou no meu bairro, acontece comigo. Então, eu preciso participar das
decisões que interferem na minha vida.”
Hebert de Souza, o Betinho
Uma proposta dos passos para se criar a COM-VIDA - Comissão de
Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola.A primeira proposta de se criar
COM-VIDA vem das deliberações da I Conferência NacionalInfanto-Juvenil
pelo Meio Ambiente, realizada pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria
com o Ministério da Educação, em 2003, quando os estudantes envolvidos
propuseram a criação de “conselhos jovens de meio ambiente” nas escolas do
país.
Desde então, foi idealizado o Programa “Vamos Cuidar do Brasil com
as Escolas”, que envolveu as 16 mil escolas que participaram do processo da I
Conferência, em centenas de seminários de formação de professores em
Educação Ambiental. Nesses seminários participaram também 21 mil
estudantes, delegados e delegadas eleitos em todas as escolas, que foram
mobilizados pelos Coletivos Jovens de Meio Ambiente em todos os Estados do
país para liderarem a estruturação da COM-VIDA, um espaço permanente e
dinâmico para “Cuidar do Brasil”.
Coletivo Jovem (CJ) são grupos informais de jovens e organizações
juvenis existentes em todos os estados do Brasil e em diversos municípios,
que se mobilizam em torno da temática socioambiental. O CJ atua a partir dos
26
princípios: ‘jovem escolhe jovem’, ‘jovem educa jovem’ e ‘uma geração
aprende com a outra’. A formação de COM-VIDAS é baseada nesses
princípios e sua força mostra que muitas vezes, especialmente para termos
uma relação mais saudável e de respeito com o meio ambiente, as gerações
mais velhas podem aprender muito com as mais jovens.
A primeira etapa a ser alcançada é a criação do com-vida que se
fortalecerá com as agendas 21 escolares, e a partir daí na escola como um
espaço de educação permanente, bem junto e integrado com a comunidade
escolar e contando com a ajuda de uma metodologia divertida para a
construção de projetos coletivos criou-se a chamada Oficina de Futuro.
2.4.1 - O que é a COM-VIDA?
A Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida - COM-VIDA - é
uma nova forma de organização na escola, que junta a idéia dos jovens da I
Conferência de criar “conselhos de meio ambiente nas escolas”, com os
Círculos de Aprendizagem e Cultura. Estudantes são os principais
articuladores da COM-VIDA, podendo ser:
• O delegado ou delegada eleitos na Conferência de Meio Ambiente na escola;
• Grupos de estudantes que já realizam ações na área;
• Grêmio estudantil preocupado com o tema.
COM-VIDAS podem ocorrer também em outros espaços e juntando
gente de empresas, organizações da comunidade, Associações (de bairro, de
moradores), em Organizações Não-Governamentais (ONGs), igrejas, Comitês
de Bacias Hidrográficas..
“Um grande educador brasileiro, Paulo Freire, propôs a criação dos Círculos de Aprendizagem e Cultura em cada quarteirão, em cada comunidade do nosso país. Para ele, esse “é um lugar onde todos têm a palavra, onde todos lêem e escrevem o mundo. É um espaço de trabalho, pesquisa, exposição de práticas, dinâmicas, vivências que possibilitam a construção coletiva do conhecimento”. (Ministério do meio ambiente e ministério da educação- cartilha com-vida)
27
O mais importante é que a idéia da COM-VIDA seja implementada por
gente interessada pelos temas ligados à melhoria da qualidade de vida a partir
do meio ambiente conservado e recuperado. Na escola, a partir da iniciativa
dos estudantes, sempre contando com o apoio dos professores, ampliando
pouco a
pouco para toda a escola e comunidade.
A COM-VIDA chega para colaborar e somar esforços com outras
organizações da escola, como o Grêmio Estudantil, a Associação de Pais e
Mestres e o Conselho da Escola, trazendo a Educação Ambiental para todas
as disciplinas e projetos da escola. Ela pode também fazer parcerias com
outras
organizações da comunidade, como os processos de Agendas 21 Locais, as
Associações (de bairro, de moradores), as Organizações Não-Governamentais
(ONGs), a prefeitura, as empresas, e muitas outras. Este é, acima de tudo, um
espaço educador na medida em que possibilita a aprendizagem entre a escola
e a comunidade.
O principal papel da COM-VIDA é realizar ações voltadas à melhoria
do meio ambiente e da qualidade de vida, promovendo o intercâmbio entre a
escola e a comunidade, e contribuir assim para um dia-a-dia participativo,
democrático, animado e saudável. Os grandes objetivos da COM-VIDA na
escola são desenvolver e acompanhar a Educação Ambiental na escola de
forma permanente. Ajudar a cuidar do Brasil, assumindo como orientação a
Carta das Responsabilidades ‘Vamos Cuidar do Brasil’ (ver anexo) e fazer a
Agenda 21 na Escola.
Outros objetivos, como também participar da construção do Projeto
Político-Pedagógico da escola. Realizar a Conferência de Meio Ambiente na
Escola , promover intercâmbios com outras COM-VIDAS e com as Agendas 21
locais, observar, pesquisar, conservar e ajudar a recuperar o meio ambiente,
contribuir para tornar a escola um espaço agradável, democrático e saudável.
Além desses objetivos que são comuns para todas as COM-VIDA,
cada escola vai debater e definir outros objetivos e responsabilidades da sua
comissão. Assim cada COM-VIDA vai envolver a comunidade escolar para
28
pensar nas soluções para os problemas atuais e na construção de um futuro
desejado por todos.
A COM-VIDA começa reunindo quem participou da Conferência de
Meio Ambiente na Escola, de projetos e ações a partir do meio ambiente na
escola e outras pessoas que se interessam pelo tema. Vale também convidar
organizações já existentes na escola, como Grêmio Estudantil, Associação de
Pais e Mestres e Conselho Escolar para verificar se existem outras ações
acontecendo e unir forças para as próximas
2.4.2 - Oficina de Futuro : construindo projetos coletivos
Essa metodologia foi criada pela ONG Instituto ECOAR para a
Cidadania. A Oficina de Futuro consiste em uma série de passos ou etapas
para a construção de projetos coletivos, com duração que pode variar de
acordo com o ritmo e o aprofundamento que o grupo deseje.
Etapas da Oficina de Futuro
1 - Árvore dos Sonhos
Uma árvore grande pode ser desenhada na lousa ou recortada em
papéis. As pessoas devem se reunir em pequenos grupos para responder a
uma pergunta, Como é a escola dos nossos sonhos?
Cada grupo escreve os seus sonhos num papel em forma de folha e
coloca na Árvore dos Sonhos.A negociação coletiva vai mostrar que há muitos
sonhos parecidos entre as pessoas e que, por serem sonhados juntos, eles
podem se tornar realidade.
29
2 - As Pedras no Caminho
Falar das pedras no caminho serve para a turma desabafar e pensar
nas dificuldades que terá de enfrentar para chegar aos sonhos. Os
participantes são divididos em pequenos grupos para facilitar a conversa e
respondem à pergunta: Quais são os problemas que dificultam
alcançarmos nossos sonhos?
Um grande caminho de pedras pode ser desenhado na lousa, no chão
ou sobre um papel, cada grupo debate, escolhe e escreve um problema sobre
uma das “pedras” desenhadas. Depois de examinarem todas as dificuldades,
os participantes da oficina escolhem quais desejam ver resolvidas em primeiro,
em segundo e em terceiro lugar e assim por diante
3 - Jornal Mural: viagem ao passado e ao presente
Todos os problemas e dificuldades têm uma razão de existir. Por isso,
o terceiro passo da Oficina de Futuro consiste em reunir informações, para
conhecer a história da nossa escola e da nossa comunidade.
Um caminho é responder às perguntas:
• Como esses problemas surgiram?
• Como era a escola e a comunidade antes?
As pessoas mais velhas podem contar como as coisas eram
antigamente. Coletar fotos, desenhos, filmes e outras informações sobre o
passado ajuda a compor essa memória. Mas é preciso também conhecer a
situação atual. Novamente, vale a pena reunir todo tipo de informação e de
documentos pensando em responder aos questionamentos mais comuns e
importantes.
Como está a situação social, ambiental, econômica, cultural e política
da comunidade onde está a escola? O que a escola tem feito para melhorar
essa realidade? Será que existem outros projetos sociais, ambientais ou
culturais acontecendo na escola? A comunidade participa deles? Onde se
pode conseguir informações mais atuais sobre a situação da escola e
30
comunidade? Será que a prefeitura ou a Câmara de Vereadores tem
condições de nos informar? E outros...
Algumas informações podem ser encontradas em ONGs, em
empresas,
universidades, rádios, jornais, TVs. Toda a documentação coletada pode virar
um Jornal Mural da COM-VIDA na Escola. Um atraente jornal mural pode ser
afixado em painéis na parede do pátio ou do corredor da escola, com as
matérias coladas. É importante colocar no jornal diferentes informações, como
dados, fotos, matérias, depoimentos, desenhos, e quantas mais a criatividade
deixar.
Lembre-se que o Jornal Mural é dinâmico e, portanto, precisa ser atualizado
com freqüência O jornal mural vai facilitar a divulgação e a compreensão da
situação local.
4 – Plano de ação
è o caminho traçado para se atingir ao seu objetivo, sendo de enorme
importância para que não se perca no caminho os sonhos idealizados no
começo. A comunidade escolar deve definir de que maneira a
responsabilidade será transformada em ação prática, Um plano de ação é
como um mapa de orientação. Planejar é nada mais do que pensar antes de
agir, para que nada saia errado.
5 - monitorar e avaliar
Durante o projeto, é importante a equipe responsável acompanhar o
andamento das ações para corrigir rumos e adequar materiais e prazos em
função do alcance dos objetivos. Isso é o monitoramento do projeto , uma
importante fase pois sem ela não poderemos prosseguir.
Ao longo do projeto e depois de finalizado, temos que verificar se as
nossas ações ajudaram a resolver os problemas identificados e causaram os
impactos que desejamos. Para isso precisamos de indicadores que funcionam
como “termômetros” para que possamos medir e depois comparar os
resultados. Por exemplo, podemos considerar como indicadores a quantidade
31
de lixo produzido na escola ou o número de pessoas da comunidade escolar
participando de ações ambientais.
CAPÍTULO III
Sistema de Gestão Ambiental
3.1 – O sistema de Gestão Ambiental
Christie et al (1995) conceituam gestão ambiental como um conjunto
de técnicas e disciplinas que dirigem as empresas na adoção de uma
produção mais limpa e de ações de prevenção de perdas e de poluição. Para
esses autores, o sistema de gestão ambiental deve envolver as seguintes
áreas de
atividades das empresas: elaboração de políticas (estratégia), auditoria de
atividades, administração de mudanças, e comunicação e aprendizagem
dentro e fora da empresa. “A gestão ambiental, enfim, torna-se um importante
32
instrumento gerencial para capacitação e criação de condições de
competitividade para as organizações, qualquer que seja o seu segmento
econômico” (Tachizawa, 2002).
Segundo a federação das indústrias do estado de São Paulo, desde
1996, as organizações ou as empresas de todos os tipos, portes e
nacionalidades têm disponível uma ferramenta, válida e reconhecida em mais
de 100 países do mundo, para auxiliá-las a reduzir os impactos ambientais que
causam, além de proporcionar conformidade com a legislação ambiental.
Uma norma internacional, a ISO 14001, que determina diretrizes e
requisitos para se estabelecer o chamado Sistema de Gestão Ambiental -
SGA. Uma vez seguida a norma e estabelecido o SGA, a organização
consegue perseguir e alcançar vários objetivos, como a melhoria contínua de
seu desempenho ambiental e da sua produtividade.
A adoção do SGA, segundo a norma ISO 14001, pode resultar em
investimento e não custo, gerando retorno a curto, médio ou longo prazo. Além
disso, é importante alertar sobre o alcance social da adoção do SGA por uma
organização individualmente, com a sua colocação no universo regional ou
global dos contribuintes efetivos na melhoria real da qualidade ambiental,
promovendo a conservação de recursos ambientais para esta e as futuras
gerações, sem que isso signifique parar de se desenvolver.
3.2 – O que é a ISO 14001?
A ISO 14001 é a norma internacional sobre sistema de gestão
ambiental, pertencente à Série de Normas ISO 14000, elaborada e publicada,
primeiramente em 1996, pela ISO - sigla em inglês para “Organização
Internacional de Normalização”.A ISO reúne organizações de normalização de
mais de 100 países do mundo, entre os quais o Brasil, representado pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.
A área da ISO responsável pela Série ISO 14000 é o Comitê Técnico
Ambiental 207, chamado ISO/TC207, fundado em 1993. Seu correspondente,
na ABNT, é o Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental, o CB-38.
33
Em 2004, a norma internacional de Sistema de Gestão Ambiental foi
revisada e atualizada e é nesta versão que esta publicação se fundamenta, ou
seja, a ISO 14001:2004, já publicada em português pela ABNT, como NBR
ISO 14001:2004. Normas Internacionais como a ISO 14001:2004 não são
criadas para serem utilizadas como barreiras comerciais não-tarifárias,
conhecidas também como barreiras técnicas ao comércio entre nações, nem
para ampliar ou alterar obrigações legais de uma organização.
Organizações de todos os tipos estão cada vez mais preocupadas em
atingir e demonstrar seu desempenho ambiental, sua conduta ambiental
correta. Isto tem sido feito com a prevenção, redução e controle dos impactos
ambientais de suas atividades, produtos e serviços.
A ISO 14001:2004 fornece, em primeiro lugar, elementos de um
Sistema de Gestão Ambiental - SGA, o qual nada mais é que uma forma eficaz
de planejar, organizar e praticar as ações ambientais das organizações, o que
pode integrar-se a outros elementos de gestão empresarial, para que se
alcancem objetivos ambientais e, também, econômicos.
Em segundo lugar, na norma, especificam-se os passos essenciais ou
requisitos do SGA, que se aplicam adequadamente a todos os tipos e portes e
a diferentes condições geográficas, culturais e sociais das organizações.
Há cerca de uma década, muitas organizações, que elaboravam uma
política ambiental e tinham objetivos e metas ambientais a ser perseguidos,
costumavam fazer “análises” ou “auditorias” ambientais para avaliar seu
desempenho ambiental, ou seja, se os objetivos e metas ambientais estavam
sendo alcançados.
Porém, isso não foi considerado suficiente para garantir que o
desempenho ambiental atendesse, de forma contínua, os objetivos e metas
ambientais, fundamentados na política ambiental e, conseqüentemente, no
atendimento a requisitos legais e outros requisitos, com os quais as
organizações estivessem comprometidas.
Concluiu-se, ao longo do tempo, que seria necessário que essas
comprovações de desempenho ambiental e de sua permanência e
34
continuidade no tempo, fossem realizadas dentro de um sistema de gestão,
estruturado nas organizações e a elas integrado.
Figura 1 - Com o SGA, propõe-se a equacionar a complexa relação das organizações com o meio ambiente e com a regulamentação, legal ou técnica, aplicável. Fonte: Sindicel, 2006, modificado.
Com inspiração nos sistemas de gestão da qualidade, foi concebido o
formato fundamentado no chamado Ciclo PDCA - Planejar, Executar, Verificar
e Agir (Plan, Do,Check, Act, em inglês), vide Figura 2.
O ciclo do PDCA pode ser brevemente descrito da seguinte forma:
• P - Planejar: estabelecer os objetivos e processos necessários para atingir os
resultados, em concordância com a política ambiental da organização.
• D - Executar: implementar o que foi planejado.
• C - Verificar: monitorar e medir os processos em conformidade com a política
ambiental, objetivos, metas, requisitos legais e outros requisitos e relatar os
resultados.
35
• A - Agir: implementar ações necessárias para melhorar continuamente o
desempenho do sistema de gestão ambiental, podendo atuar sobre o
planejamento e, em conseqüência, sobre outros passos do ciclo.
Figura 2 - Modelo de sistema de gestão ambiental: PDCA (Plan, Do, Check, Act).
Fonte: ABNT NBR ISO 14001:2004, modificado.
3.3 – As aplicações do SGA
Segundo FESP, resumidamente, “processo tecnológico” seria o
conjunto de operações que permitem a uma organização executar uma ou
várias funções/atividades. Os processos tecnológicos são dinâmicos,
interagem entre si e com o meio ambiente. Quando atuam sobre o meio
ambiente produzindo uma alteração significativa, seriam interpretados como
causadores de impacto ambiental.
Melhoria continua NOVO CICLO PDCA
Polítical Ambiental
Planejamento
Implementação e operação
Verificação e ação corretiva e ou preventiva
Analise pela administração
36
Os processos ambientais seriam aqueles representados por conjuntos
de interações de elementos físicos, químicos e biológicos, materiais e
energéticos, que caracterizam a dinâmica do meio ambiente.Podem ser
representados, no caso do meio físico, por feições específicas, tais como
erosões, deslizamentos de terra ou, ainda, por parâmetros físico-químicos, tais
como os de qualidade das águas e do solo, entre outros.
No caso do meio biótico, os processos podem ser representados pelos
ecossistemas e suas interrelações. Também no caso do meio socioeconômico,
infere-se que os processos poderiam ser representados qualitativa ou
quantitativamente por: formas de uso e ocupação do solo, parâmetros
relacionados às populações e suas condições socioeconômicas (índice
de desenvolvimento humano, população economicamente ativa, nível de
desemprego, taxas de natalidade e mortalidade infantil), somente para citar
alguns exemplos.
Todos esses processos têm potencial de ser alterados por processos
tecnológicos de uma organização. Sendo significativas as alterações, ou seja,
se esses processos ambientais forem ou tiverem o potencial de serem
alterados de modo significativo, serão identificados como impactos ambientais.
Então um SGA segundo a ISO 14001:2004 permite a uma organização
desenvolver uma política ambiental, estabelecer objetivos e processos para o
seu cumprimento, agir, conforme necessário, para melhorar continuamente seu
desempenho ambiental, verificar e demonstrar a conformidade do sistema com
os requisitos legais, da norma e aqueles com os quais a organização decide
voluntariamente aderir. A finalidade geral do SGA proposto na ISO 14001:2004
é equilibrar a proteção ambiental e a prevenção de poluição com as
necessidades econômicas das organizações.
Sendo assim , segundo Nicolella (2004) a visão contemporânea das
organizações com relação ao meio ambiente insere-se no processo de
mudanças que vem ocorrendo na sociedade nas últimas décadas e que,
segundo Donaire (1999), faz a empresa ser vista como uma instituição
sociopolítica com claras responsabilidades sociais que excedem a produção de
bens e serviços. Portanto, segundo Longenecker (1981), esta responsabilidade
37
social implica em um sentido de obrigação para com a sociedade de diversas
formas, entre as quais, a proteção ambiental.
A preocupação que a sociedade vem demonstrando com a qualidade
do ambiente e com a utilização sustentável dos recursos naturais tem-se
refletido na elaboração de leis ambientais cada vez mais restritivas à emissão
de poluentes, à disposição de resíduos sólidos e líquidos, à emissão de ruídos
e à exploração de recursos naturais. Acrescente-se a tais exigências, a
existência de um mercado em crescente processo de conscientização
ecológica, no qual mecanismos como selos verdes e Normas, como a Série
ISO 14000, passam a constituir atributos desejáveis, não somente para a
aceitação e compra de produtos e serviços, como também para a construção
de uma imagem ambientalmente positiva junto à sociedade.
A implantação sistematizada de processos de Gestão Ambiental tem
sido uma das respostas das empresas a este conjunto de pressões. Assim, a
gestão ambiental no âmbito das empresas tem significado a implementação de
programas voltados para o desenvolvimento de tecnologias, a revisão de
processos produtivos, o estudo de ciclo de vida dos produtos e a produção de
“produtos verdes”, entre outros, que buscam cumprir imposições legais,
aproveitar oportunidades de negócios e investir na imagem institucional
(Donaire, 1999).
As ações de empresas em termos de preservação, conservação
ambiental e competitividade estratégica – produtos, serviços, imagem
institucional e de responsabilidade social - passaram a consubstanciar-se
na implantação de sistemas de gestão ambiental para obter reconhecimento
da qualidade ambiental de seus processos, produtos e condutas obtidos por
meio de certificação voluntária, com base em normas internacionalmente
reconhecidas.
3.4 – A agenda 21 no SGA escolar
38
Segundo Pascoal et al (2008) , a popularização do conceito
desenvolvimento sustentável exige a implantação de processos ambientais
específicos nas escolas. Estabelecendo métodos já conhecidos do SGA
aplicado na Educação Ambiental e justiça social podemos trazer os conceitos
da Agenda 21 para estruturar um sistema de gestão ambiental integrado na
educação.
Sistema de Gestão Ambiental – “é o conjunto das atividades
administrativas e operacionais inter-relacionadas para abordar os problemas
ambientais atuais ou para evitar seu surgimento.” (José Carlos Barbieri)
Todos os processos de uma escola é igual a de uma empresa que
implanta o SGA passam a ser avaliados do ponto de vista ambiental, isso é,
avalia-se o risco que as atividades podem causar ao meio ambiente, e assim
elabora-se novas alternativas para reduzir emissões de poluentes, de resíduos,
gastos excessivos com água, luz, matéria prima.. entre outros aspectos.
Uma obrigação do cidadão responsável nessa nova Era onde a
preocupação com o meio ambiente é constante, é avaliar a qualidade de
ensino das escolas e por que não tratar-la como uma empresa que fabrica
nossos produtos e serviços. Se essa escola estará dentro dos padrões de
Responsabilidade Ambiental. Para isso, devemos exigir a Certificação da
Agenda 21 escolar, ISO 14001 se possível , a implantação do SGA, e uma
Política Ambiental rígida e transparente.
Segundo Lopes (2005) os últimos anos, tanto as instituições privadas,
como as públicas, têm tomado consciência da sua responsabilidade no
respeitante às questões ambientais, e da sua importância na melhoria global
da gestão e desempenho global das organizações.
Como resultado, a adoção de Sistemas de Gestão Ambiental (SGA)
tem sofrido um grande crescimento. As instituições de ensino têm também
aqui um papel muito importante porque, constituindo um microcosmo da
sociedade (nelas existindo muitas das atividades e operações dos vários
sistemas sociais), apresentam impactos ambientais negativos muito
significativos.
39
Estas instituições encontram-se assim numa posição privilegiada para
a implementação de um SGA, principalmente devido às suas
responsabilidades na educação, ao seu papel ético e social na promoção da
sustentabilidade, às suas elevadas competências em matéria de ambiente e
ciência que as tornam o local ideal para abordar os problemas ambientais,
melhorando ao mesmo tempo a sua
imagem e eficiência.
A implementação de um SGA contribui não só para melhorar de um
modo global a gestão e o comportamento ambiental destas instituições, mas
também para melhorar o ensino ministrado através de um ambiente onde os
alunos aprendem em situações reais, desenvolvendo assim competências
fundamentais para o futuro das suas carreiras.
As instituições de ensino têm todavia características específicas que
devem ser consideradas na implementação do SGA, tais como possuírem uma
cadeia de gestão hierárquica burocrática, estruturas e procedimentos pouco
flexíveis e resistentes à mudança, e apresentarem níveis de controle
contabilístico reduzidos dos recursos consumidos pela instituição, entre outras.
As instituição de ensino têm inúmeras vantagens em implementar um
SGA. Os SGA visam a melhoria do desempenho ambiental da instituição,
reduzindo os riscos, quer ambientais quer em termos de higiene e segurança
no trabalho, o consumo de recursos e a emissão de poluentes (Fisher, 2003).
As
medidas implementadas conduzem a uma maior eficiência dos processos e a
uma redução de custos, com melhorias claras em termos de competitividade
(Fisher, 2003; Mora, s.d.; Noeke, 2002Strachan, 1999).
Os SGA promovem uma postura pró-ativa em termos ambientais, que
responde à consciência global de proteção ambiental que é apoiada pelos
governos e pela sociedade (Camino, 2001), daí advindo claros benefícios
políticos, uma melhoria da imagem e reputação da instituição, e uma melhoria
da relação com outras instituições (Strachan, 1999; Mora, s.d.; Noeke, 2002;
Fisher,
40
2003). Os SGA promovem ainda o cumprimento da legislação e uma postura
pró-ativa nesta matéria, reduzindo o risco de multas legais (Strachan, 1999;
Mora, s.d.; Noeke, 2002; Fisher, 2003).
A implementação de um SGA introduz melhorias administrativas na
organização, através de um melhor controlo das responsabilidades e
competências, e do controlo de custos, que reforça a eficiência e
competitividade das organizações (Strachan, 1999; Noeke, 2002).
Finalmente, a implementação de um SGA contribui não só para
melhorar de um modo global a gestão e o comportamento ambiental destas
instituições, mas também para melhorar o ensino ministrado através de um
ambiente onde os alunos aprendem em situações reais, desenvolvendo assim
competências fundamentais para o futuro das suas carreiras.
Porém, os SGA foram desenvolvidos para a aplicação em indústrias e
não para outras atividades, como serviços (Mora, s.d.; Simkins & Nolan, 2004),
tendo recebido no entanto alguma receptividade por parte das Instituições de
ensino. Apesar de reconhecerem as vantagens dos SGA, estas instituições
ainda estão hesitantes em incorporar estes sistemas (Camino, 2001).
A implementação de um SGA é um processo bastante complexo,
atravessando muitas barreiras que dependem da cultura organizacional, dos
estilos formais e informais de gestão, dos indivíduos envolvidos no processo,
das condições técnicas, e da fase de implementação do SGA (Kirkland &
Thompson, 1999; Camino, 2001;Watzold et al, 2001).
A implementação dos SGA é muitas vezes dificultada por
impedimentos técnicos, de disponibilidade de recursos humanos e
organizacionais, e a bibliografia é omissa quanto ao modo como os
implementar, sendo desenvolvida reduzida investigação nesta área (Kirkland &
Thompson, 1999; Camino, 2001). Por sua vez, a abordagem tradicional dos
SGA, com uma estrutura bastante
formal, tem-se focado mais em ‘como devem os atores agir nas diferentes
situações’, em vez do ‘que deve ser conseguido com cada ação’.
Como consequência, perante novas situações são necessários novos
procedimentos. A implementação tradicional dos SGA reflete uma reduzida
41
flexibilidade na implementação destes sistemas, bem como uma aprendizagem
de curto prazo dos agentes envolvidos, já que prescreve como lidar com os
problemas atuais, e não se focando nos objetivos a atingir. (Malmborg, 2002)
Conclusão
Segundo a Prof. Esther Araújo ( 2010) , a qualidade e saúde
ambiental é um campo de estudo das condições ambientais que possam afetar
a saúde e o bem-estar humano (FÍSICO, SOCIAL E MENTAL) e Preocupa-se
com questões referentes ao saneamento básico, poluição ambiental e ao
desenvolvimento sustentável.
Atribuindo o fato de meio ambiente englobar o solo, água, ar,
flora, fauna ( natural) e patrimônio arqueológico, artístico, histórico,
paisagístico, turístico ( cultural), estando ainda definido meio ambiente como:
“Interação do conjunto de elementos naturais, artificiais e culturais que
propiciem o desenvolvimento equilibrado da vida humana.”
José Afonso da Silva (apud Nogueira, A)
Com o referido trabalho conclui que a Educação Ambiental é o começo
de todo o processo de implantação e implementação da Agenda 21 Escolar,
sendo sim de grande importância para a educação inclusiva onde pode ser
realizado algo real e inovador com base na transdisciplinalidade.
Conclui também que a Agenda 21 pode ser transformada num
excelente caminho para se trilhar o Sistema de gestão ambiental, dentro das
escolas, que conforme verificamos estará sempre auxiliada pela agenda 21
local e brasileira, assim como em conformidade com a Agenda21 mundial
Então fica fácil perceber a proximidade da agenda 21 escolar com um
sistema de gestão ambiental escolar, onde a proposta final das duas é
praticamente a mesma. Apenas sendo orientada de forma diferente em relação
a sua instituição escolar, sendo particular a tendência é ser feito um Sistema
de Gestão Ambiental e abraçando a agenda 21.
42
Já nas escolas publicas, a Agenda 21 é englobada primeiro no projeto
político pedagógico e recebe incentivo do Governo Federal para educação
continuada e se torna mais participativa com o Com vidas instituídos nos
grêmios. Podendo alcançar seu verdadeiro motivo, discutir as relações
humanas com o meio ambiente e promover ações que modificarão o futuro de
todos os cidadãos que surgirão no nosso pais.
Em resumo, com o referente trabalho podemos concluir que todas as
ações previstas na agenda 21 escolar irão transformar cada adolescente, que
possa participar do seu processo de criação e implementação, em futuros
cidadãos conscientes e preparados para a criação de um futuro sustentável.
E dever de todos cobrar por futuro melhor para nossa sociedade ,
tendo o dever de definir e fazer algo que possa nos tornar uma nação mais
esclarecido em todos os âmbitos , quer seja na educação, no meio ambiente
ou nas políticas publicas.
43
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA E CITADA
1 - SORRENTINO, Marcos et al . Educação ambiental como política pública.
São Paulo, v. 31, n. 2, 2005. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S15 17-
97022005000200010&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 13 set 2007.
2 - MEDINA, Naná Mininni; SANTOS, Elizabeth da Conceição. Educação
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1999.
3 - MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE – MMA. O que é Agenda 21?
Disponível
em:http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=18
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Acesso em 14 jun. 2010.
4 - GRUDE, Grupo de defesa Ecológica, CREAM, Centro de Referências em
Educação Ambiental. Agenda 21 Escolar. Recursos Hídricos e Cidadania.
Jacarepaguá/RJ.
5 – NICOLELLA, Gilberto.
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<http://www.carta-responsabilidades-humanas.net>. Acesso em: setembro de 2006
48
Índice
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
A Agenda 21 10
1.1 – O Conceito 10
1.2 – Os Princípios de Desenvolvimento Sustentável 11
1.3 – A Comunidade 13
1.4 – Agricultura sustentável 15
1.5 – Agenda 21 Local 16
49
CAPÍTULO II
A Agenda 21 Escolar
2.1 - Agenda 21 escolar 18
2.2 – As metas da agenda 21 escolar 20
2.3 - Fases de implementação da Agenda 21 Escolar 22
2.4 – Método Com-vida 24
2.4.1 – O que é a COM-VIDA? 25
2.4.2 - Oficina de Futuro : construindo projetos coletivos 27
CAPÍTULO III
O sistema de Gestão Ambiental
3.1 – O sistema de Gestão Ambiental 31
3.2 – O que é a ISO 14001? 32
3.3 – As aplicações do SGA 35
3.4 – A agenda 21 no SGA escolar 37
CONCLUSÃO 41
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43
ÍNDICE 49
50
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito: