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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
O ENSINO PELO MÉTODO KUMON NA EDUCAÇÃO À
DISTÂNCIA
Por: Eduardo Carvalho dos Santos
Orientador
Prof. Mary Sue Pereira
Rio de Janeiro
2013
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
O ENSINO PELO MÉTODO KUMON NA EDUCAÇÃO À
DISTÂNCIA
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de Pós Graduado em Tecnologia Educacional.
Por: Eduardo Carvalho dos Santos.
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AGRADECIMENTOS
....Aos meus pais, tudo em minha vida.
Ä minha noiva Glauce com todo meu
carinho.
Para minha professora orientadora
Mary Sue Carvalho Pereira.
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RESUMO
Essa monografia pretende identificar as estratégias usadas pelo
Método Kumon para conduzir o aluno ao estudo autodidata. Primeiramente ,
este trabalho explica os conceitos dos termos ‘metodologia de ensino ‘ ,
‘método ‘, ‘técnica ‘ e ‘estratégia ‘. Em seguida , apresenta uma conceituação
de Ensino a Distância(EAD), uma breve história e seus principais teóricos. É
importante abordá-los , para que se possa estabelecer as manifestações nas
rotinas de aula usadas pelo Método Kumon, na rotina da EAD. Importante
parte dessa monografia expõe a origem e os princípios do Método Kumon ,
sua aplicação à sala de aula e o compara aos métodos de EAD. Entretanto , o
Método Kumon possui suas especificidades: é um método que propõe o
desenvolvimento individual do estudante e estimula sua iniciativa para buscar
sua aprendizagem , sem a ajuda constante do professor. Além disso , o
estudo pelo Método Kumon requer a dedicação do aluno e a ajuda da família.
A EAD também possui suas especificidades: Requer autodidatismo e
compromisso do aprendiz com o seu processo de aprendizagem .A última
parte dessa monografia sintetiza comparações entre os métodos, propõe
combinações entre ambos e indica se este trabalho alcançou seus principais
objetivos .
5
METODOLOGIA
A pesquisa realizada neste trabalho foi a pesquisa bibliográfica e por
Internet, tendo como anexas imagens de folhas de exercícios do Método
Kumon disponíveis na Internet.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 07
CAPÍTULO I - METODOLOGIA, MÉTODO, TÉCNICA, ESTRATÉGIAS E
TEORIAS DE APRENDIZAGEM 11
CAPÍTULO II - MÉTODO KUMON: APRESENTAÇÃO 15
CAPÏTULO III - EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 24 CAPÍTULO IV – CRUZAMENTO DE DADOS 31
CONCLUSÃO 38
REFERÊNCIAS 40
ANEXOS 43
ÍNDICE 50
7
INTRODUÇÃO
A questão da educação atravessa um período de grandes mudanças ,
uma vez que está sendo questionado o atual modelo de ensino –
aprendizagem e sua aplicação prática nas escolas brasileiras.
Diante da realidade do ensino no Brasil , em que grande maioria dos
alunos passa a desistir do estudo por estarem distantes do local ou pela
dificuldade em aprender em uma sala de aula com metodologias tradicionais,
muitas formas alternativas de ensino surgiram como formas de atenuar este
quadro.
Um destes era o Método Kumon , criado pelo professor de matemática
japonês Toru Kumon.
Segundo Kumon , a educação tradicional no Japão tinha como objetivo
apenas a eficiência de cada aluno e negligenciava sua capacidade( 1995 ,
p.12 ) . Apesar da referencia à realidade japonesa , a educação no Brasil não
foge à situação que Kumon descrevia do aluno que está ‘abaixo da média‘ ter
que fazer um esforço imensurável para acompanhar os demais e que está
‘acima da média‘ ter que esperar pelos demais.
Esta análise levou Kumon a ver que esta concepção educacional não
era mais suficiente para enfrentar as constantes mudanças da sociedade
moderna. Para resolver o problema , apresentou uma proposta educacional
que preza a individualidade e valoriza o desenvolvimento , ao máximo , do
potencial do aluno. Essa proposta permitiria aos alunos mais capazes
ultrapassarem o nível de sua série e aqueles com mais dificuldades
trabalharem em níveis abaixo de sua série , inicialmente. Para estes últimos
seria necessário definir o conteúdo que eles dominavam e em seguida ,
determinar o ponto de partida dos estudos necessários para alcançarem o
nível de conhecimento correspondente ao estágio em que se encontram na
classe.
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Para ambas as situações , a criança era orientada a não se prender aos
limites do ensino em classe. Para isso estimulava-se uma postura de
autodidatismo , que conduzia a criança a saber estudar sozinha.
No Método Kumon, a superação de dificuldades e deficiências de
aprendizagem seriam adquiridas com a experiência de um estudo individual.
O sucesso nas atividades permitiria ao aluno adquirir autoconfiança e
reserva de capacidade , esta resultante de seu esforços na antecipação da
aprendizagem de novos conteúdos .
Outra forma alternativa era o Ensino à Distância(EAD), criado nos EUA
no século XVIII pelo professor de taquigrafia Caleb Philips, que oferecia
material de aula para ser enviado por correspondência.
Esta surgiu despretensiosamente, sem ter sido em um contexto de
deficiência de ensino/aprendizagem dos alunos em uma sala de aula
tradicional. Philips, que escrevia no Jornal Boston Gazette(Gazeta de Boston),
desejava alcançar pessoas de todos os EUA na época. Segundo CURY, O
anúncio da Gazeta de Boston, que foi a primeira menção explícita de um
ensino a distância de que se tem notícia, dizia o seguinte:
“....todas as pessoas neste país, desejosas de aprender esta Arte,
podem, com várias lições enviadas a elas semanalmente, aprender
perfeitamente, como aquelas que vivem em Boston.”
O também professor de taquigrafia Isaac Pitman, que adotou a
iniciativa de Phillips na Inglaterra inaugurou, em 1840, a primeira escola por
correspondência da Europa.
Entretanto, foi no século XX, mais precisamente em 1969, que surgiu
em Milton Keynes, na Inglaterra a primeira instituição a servir como consultoria
para que outros países pudessem implementar o Ensino a Distância com
Qualidade: A Fundação Universidade Aberta, onde alunos de lugares
distantes poderiam estudar sem necessidade de formação acadêmica.
A Universidade Aberta foi ao longo das décadas de 70 e 80 ganhando
filiações em todo mundo, culminado com a Fundação da EADTU(European
Association of Distance Education Universities ou Associação Européia de
Universidades de Educação a Distância em português) .
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No Brasil, os registros mais antigos em EAD datam no início do século
XX, com cursos pagos por correspondência em escolas internacionais. Foi
apenas em 1939 que surgiu o Instituto Monitor(Fundado com o nome de
Instituto Rádio Técnico Monitor) como instituto brasileiro a oferecer cursos a
distância. Outros como o Instituto Universal Brasileiro(1941) e o Instituto
Reus(1974) tiveram relativo sucesso. Deve ser considerada a iniciativa de
Edgard Roquette-Pinto, ao criar a Radio Sociedade do Rio de Janeiro,
possibilitando a instalação da Rádio Escola Municipal em 1934, a primeira
Rádio Educativa do Brasil,
Na década de 1970, a Fundação Roberto Marinho começou a oferecer
supletivos a distância aos níveis de Ensino Fundamental e Médio, o que abriu
as portas para que várias ONGs e empresas privadas criassem, ao mesmo
modelo, aulas via satellite e kits de materiais impressos. Mas apenas na
década de 90 que as Universidades Brasileiras trouxeram novas tecnologias
de informação e comunicação, e sendo aprimoradas com o advento da
Internet no Brasil e sua popularização.
Foi fundada na mesma época, a Universidade Aberta no Brasília,
dedicando-se a realizer cursos de especialzação, formação continuada,
reciclagem professional a diversas categorias de trabalhadores e ex-alunos.
Foi considerada a “Segunda Geração da EAD“ e em 1996, a primeira
legislação em Educação a Distância foi promulgada.
Em todo o processo de aprendizagem, tanto no Método Kumon como
no Ensino a Distância é essencial a força de vontade e dedicação do aluno .
O Kumon como método foi desenvolvido durante a década de 50 no
Japão e chegou ao Brasil em 1977 , pela abertura da primeira unidade na
cidade de Londrina , no Paraná , era inicialmente aplicado apenas no ensino
de matemática. Devido ao sucesso em vários países do mundo , a aplicação
do método foi ampliada ao aprendizado das línguas inglesa e japonesa( tanto
para japoneses como para estrangeiros ). No caso do Brasil , a língua
portuguesa.
Mas neste trabalho , as atenções se voltam para a comparação entre a
metodologia utilizada método Kumon e nas metodologias de Ensino a
Distância utilizadas no Brasil.
10
A relevância desses métodos justificam – se pelo sucesso dos
mesmos como aplicações alternativas ou complementares ao ensino em
classe e pelas peculiaridades não trabalhadas na educação tradicional as
quais o Método Kumon e a EAD pretendem desenvolver no aluno , tais como
a disciplina , a concentração , a organização , o aprendizado com os próprios
erros , o autodidatismo , entre outras.
Os princípios do Método Kumon foram aplicados na música , por meio
do Método Suzuki e , em geral , no método de instrução programada ,
baseado nas teorias de Skinner.
Contudo , o problema ilustrado no início do texto exige resposta aos
seguintes questionamentos : O Kumon pode ajudar a quem está com
dificuldades na escola ? Quais estratégias o método Kumon utiliza para tornar
o aluno autodidata no seu aprendizado?
A presente monografia , de forma geral , visa identificar os aspectos
metodológicos presentes no ensino do método Kumon e da Educação a
Distância. Mais especificamente , busca verificar , por meio da pesquisa
bibliográfica , os recursos utilizados pelo Kumon e pela EAD para fazer com
que os alunos superem as dificuldades e se tornem autônomos no
aprendizado.
11
CAPÍTULO I
METODOLOGIA, MÉTODO, TÉCNICA, ESTRATÉGIAS E
TEORIAS DE APRENDIZAGEM
Segundo Asti Vera(1976) , a metodologia do ensino é o conjunto de
métodos e técnicas que são utilizados a fim de que o processo ensino –
aprendizagem se realize com êxito.
A metodologia de ensino deve ser encarada pelo professor como um
meio , e não como um fim , para levar a ação didática a alcançar os objetivos
de ensino com o mínimo de esforço e um máximo de rendimento. Além disso ,
“ a metodologia do ensino , de modo geral , deve conduzir o educando à auto
– educação , à autonomia , à emancipação intelectual , isto é , deve leva-lo a
andar com as próprias pernas e a pensar com a própria cabeça .”( NÉRICI,
1989, p.54 )
A metodologia do ensino procura apresentar os passos das atividades
didáticas que orientam a aprendizagem.
1.1 – Método, Técnica e Estratégia
Não há diferença substancial entre os significados de métodos e
técnicas , como apresentam Nérici ( op. cit. P.54-55 ) , Martins (1990 , p.182 )
A palavra método é utilizada para conceituar tanto um “ meio ou
caminho para alcançar um fim “ quanto “ um roteiro geral para uma atividade
“, ou seja , como esclarece Nérici (p.53 ) , a palavra método pode ser
conceituada por dois pontos de vista : etimológico e didático .
Etimologicamente , a palavra método vem do latim methodus , que por sua
vez é resultante da junção das palavras gregas meta ( meta ) e hodos (
caminho ) . Logo , método quer dizer : caminho para se chegar a um fim.
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Didaticamente , método é um caminho para se chegar a um objetivo
estipulado em um planejamento de ensino .
O método constitui um conjunto de passos que vai da apresentação da
matéria à verificação da aprendizagem. É um procedimento geral baseado em
princípios lógicos que pode ser comum a várias ciências.
São exemplos de métodos : Método Expositivo e o Plano Dalton
a ) Método Expositivo : É o método tradicional , em que o professor
faz a explanação da matéria aos alunos , descrevendo , narrando ou relatando
fatos e acontecimentos. O aluno tem papel passivo. É o método mais utilizado
no ensino.
b ) Plano Dalton : Fundamenta – se na atividade , na liberdade e na
individualidade. Tem , entretanto , como objetivo o desenvolvimento intelectual
do educando de acordo com as suas capacidades , possibilitando –lhe
ocasiões para o desenvolvimento da iniciativa e para o uso da liberdade com
responsabilidade.
Técnica é um meio específico utilizado em determinada ciência ou em
um aspecto particular desta. A técnica é a operacionalização do método .
Didaticamente é o procedimento escolar lógica e psicologicamente estruturado
, destinado a dirigir a aprendizagem do educando , porém em um setor
limitado da fase de estudo de um tema.
Ex: O uso de esquadros em desenho geométrico tem sua técnica
específicas . Em música , tocar oitavas tem sua técnica específica.
Assim sendo , um método de ensino pode fazer uso , no conjunto das
suas ações , de uma série de técnicas. O método é mais amplo do que a
técnica.
Estratégia como apresenta Piletti ( p.102 ) , é uma palavra emprestada
da terminologia militar. Trata – se de uma descrição dos meios disponíveis
pelo professor para atingir os objetivos específicos.
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La Torre e Barrios apresentam melhor clarificação do termo . A origem
da palavra é grega : strategós ( general ) . Significa a arte de dirigir as
operações militares ou de combinar o movimento das tropas para alcançar a
vitória . No âmbito educativo , o termo vem sendo utilizado com o significado
de combinação de métodos , procedimentos , princípios etc.
Não existem estratégias únicas para os problemas , mas cada situação
requer um tratamento estratégico específico.
1.2 - Teorias Subjacentes À Aprendizagem
Segundo Moreira “uma teoria é uma tentativa humana de sistematizar
uma área do conhecimento , uma maneira particular de ver as coisas , de
explicar e prever observações, de resolver problemas. “( Moreira , 1999,p.12 )
O termo ‘ teoria da aprendizagem ‘é utilizado sem critérios porque toda
teoria aborda inúmeras implicações para a aprendizagem , muitas vezes , sem
maiores objeções. Algumas conceituações de aprendizagem incluem :
condicionamento , mudança comportamental estável , aquisição da
informação , uso do conhecimento da resolução dos problemas , construção
de significados e estruturas cognitivas.
“No caso das teorias de aprendizagem são três filosofias subjacentes –
a comportamentalista ( behaviorismo ) , a humanista e a cognitivista –
( Construtivismo ) – embora nem sempre se possa enquadrar
claramente determinada teoria da aprendizagem em apenas uma
corrente filosófica.” ( Moreira , 1999 , p.13-14 )
As teorias de aprendizagem citadas acima referem – se à
aprendizagem cognitiva , que focaliza a cognição , ou seja , o ato de conhecer
e resulta no armazenamento organizado das informações , de conhecimentos
, na memória do ser que aprende .
O enfoque das teorias de aprendizagem é variável :
* A visão humanista vê a pessoa como um ser que pensa , sente e age
de maneira integrada , não considera apenas o intelecto. Busca levar o
14
crescimento pessoal e à auto realização do ser que aprende. É penetrante e
influi nas escolhas e nas atitudes do indivíduo.
* A visão comportamentalista, também chamada de behaviorista , tem
seu foco nos comportamentos observáveis e mensuráveis do sujeito; i.e. , nas
respostas que ele dá aos estímulos externos. Surgiu no início do século XX
nos EUA , principalmente , como uma reação ao mentalismo que dominava a
psicologia na Europa. O mentalismo basicamente se ocupava com o estudo
do que as pessoas pensavam e sentiam. Para o behavioristas é irrelevante o
estudo da mente , priorizando o estudo do que as pessoas fazem.
* A visão cognitivista , como afirma Moreira enfatiza exatamente aquilo
que é ignorado pelo behaviorismo : a cognição , ou seja , como o ser humano
conhece o mundo. Para os cognitivistas , o foco deve estar nas variáveis
intervenientes entre estímulos e respostas e nos processos mentais
superiores : percepção , compreensão , processamento de informações ,
tomada de decisões , resolução de problemas. Essa concepção levou ao
construtivismo e a neurodidática.
15
CAPÍTULO II
O MÉTODO KUMON
A origem do Método Kumon decorreu de um problema familiar de Toru
Kumon , ocorrido no ano de 1954 . Seu filho mais velho estava com grandes
dificuldades na escola no estudo de matemática, numa turma equivalente ao
do sétimo ano do ensino fundamental no Brasil , atualmente.
Kumon era professor de matemática e preocupou – se com a situação
do filho. Tentou ajudá –lo na forma tradicional , de dar explicações , tipo aula
particular do conteúdo de matemática para seu filho . Ocorre , porém que
Kumon tinha uma sobrecarga de trabalho e percebeu que não estava dando a
atenção necessária ao filho. Sua própria esposa o recriminou, dizendo :
- Você se dedica o dia todo a ensinar os filhos dos outros , mas não tem
tempo para ensinar seu próprio filho !
A partir da reclamação da esposa , Kumon buscou encontrar um modo
de ajudar o seu filho , preferentemente não sendo em contatos pessoais
frequentes , pois precisava do tempo para trabalhar e sustentar sua casa. Isso
então o levou a criar o que se chama Método Kumon.
A proposta inicial consistia em : preparar folhas de exercícios a serem
realizados pelo filho. Como não poderia ficar ao lado do filho , teve de montar
os exercícios de forma que esse pudesse resolvê –los sozinho . Em suas
palavras :
“As folhas de exercícios eram de tamanho A5 , o mesmo tamanho do
material didático atual. Eu preenchia a frente e o verso da folha, elaborando
questões que poderiam ser resolvidas em 30 minutos. Meu filho deveria
anotar o tempo que levava na resolução . “
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O registro do tempo possibilita a avaliação do progresso obtido,
favorecendo a motivação e o desenvolvimento da auto = estima do aluno.
Na organização das questões eram evitadas questões cujo o conteúdo
já tivesse sido dominado e questões difíceis demais. As questões eram
elaboradas com conteúdo que o filho entendesse e pudesse resolver com
facilidade. Mais adiante. Kumon decidiu , pensando no futuro do filho, “ que
não havia necessidade de ater – se ao conteúdo dado na escola “( 1998 ,
p.15 ). Para ele, era mais sensato ampliar os conteúdos que eram trabalhados
na escola de modo que seu filho conseguisse “aprimorar ao máximo o seu
desempenho em menor tempo “( ibidem ).
O bom resultado obtido pelo filho entusiasmou Kumon a organizar o
seu método e apresenta-lo a alguns conhecidos que o aplicaram em seus
filhos , obtendo o mesmo sucesso . Kumon , convencido da importância de
seu método , trabalhou intensamente para aprimorá-lo e divulga-lo. Um dos
pontos que ele sempre abordava era que , terminando o ensino médio os
estudantes são obrigados a enfrentar , o que chamava em suas palavras o ‘
inferno dos vestibulares ‘cujo ‘diabo ‘principal era a matemática. Segundo ele
, esse inferno poderia ser evitado com 30 minutos diários de estudo pelo
método Kumon.
2.1 - Pressupostos Da Teoria
A aplicação do Método Kumon requer que se atente para aspectos
fundamentais de sua filosofia educacional : a relação entre as diferenças
individuais e a aprendizagem , a colaboração da família e a força de vontade
do aluno no processo de aprendizagem e o estudo individualizado.
2.1.1 - Diferenças individuais e a aprendizagem
Kumon era adepto da idéia de que toda criança possui um potencial de
aprendizagem , mas para desenvolvê –lo é necessário empenho da família ,
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dos professores e das pessoas com quem ela se relaciona para educa-la . Tal
potencial varia de criança para criança e , além disso , a capacidade para a
aprendizagem necessária ao próprio desenvolvimento independe da idade da
criança , mas é potencialmente aumentada por sua vontade e interesse no
estudo.
“Crianças dotadas de grande capacidade de aprendizagem acabam
sendo prejudicadas pela falta de percepção de seus pais, que se satisfazem
em vê-las niveladas aos outros alunos da mesma série da escola tradicional . “
( Kumon , 1998 , p.18 )
O autor afirma ainda que como resultado de não gostar de estudos , as
crianças apresentam dificuldades de aprendizado porque são pressionadas
para aprender conteúdos além da sua capacidade , forçadas pelos pais. De
fato , os pais das crianças , ao forçarem seus filhos a estudarem conteúdos
inadequados , tornam a aprendizagem dos próximos conteúdos uma tortura e
seu estudo muito entediante.
A diferença de capacidade entre os alunos é natural e é maior do que
os pais imaginam.
As capacidades dos alunos , segundo Kumon , são individuais e só
podem ser trabalhadas e desenvolvidas se despertadas em cada um
isoladamente. Não há possibilidade das crianças terem a mesma capacidade
de absorver um único conteúdo , ao mesmo tempo e no mesmo nível. E as
diferenças naturais de desempenho na prática escolar, ao invés de
respeitadas , tendem a ser comparadas aos níveis de ‘melhor desempenho ‘e
de ‘pior desempenho ‘ considerados pelo professor como parâmetros de
comparação. Para alunos de ‘pior desempenho ‘, o conteúdo estava
simplesmente além da sua capacidade de compreensão . Na escola
tradicional , era cabível apenas à família ( e não ao professor ) , identificar as
dificuldades do aluno no seu aprendizado e tomar , se possível , as
providências necessárias , em geral , sob a forma de aulas particulares.
Acontece que , muitas vezes , os conteúdos das aulas particulares são
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apresentados conforme o ritmo do professor , não da criança. E apenas
comparar essas crianças às outras de melhor desempenho , faz com que se
sintam incapazes e com isso percam o gosto pelo estudo.
Para os alunos de melhor desempenho o grande problema , na escola
tradicional, é que são obrigados a ‘marcar passo ‘e não progredir em sua
aprendizagem , por ter de esperar seus colegas. Com isso , eles também se
desestimulam e não criam uma reserva de capacidades , por não saberem
trabalhar sozinhos . É a isto que Kumon se opunha e se propunha a corrigir.
De acordo com Toru Kumon , o segredo é simples : “ ( ... ) oferecer orientação
diferenciada de acordo com a capacidade individual do estudante “( op . cit .
p. 18 ) Para ele este é o papel principal do professor.
2.1.2 - A colaboração da família
Kumon observou que os pais costumam se zangar com os filhos
quando estes obtêm notas baixas nas avaliações . Não há realmente muito
que elogiar diante de uma nota baixa e o elogio por elogio pode ter efeitos
negativos. Mas o emprego dos elogios nos pontos corretos pode ajudar a
criança a rever os próprios erros e melhorar seu desempenho , como por
exemplo : “você não está conseguindo escrever com facilidade , mas já lê
muito bem “. Tal elogio pode ter muito mais efeito do que simplesmente dizer ;
“ Você não sabe escrever “.
É importante que os pais saibam avaliar de forma racional e objetiva as
condições de estudo dos filhos controlando a própria ansiedade.
Além disso , é importante a constante participação no processo de
desenvolvimento do aluno , registrando –o , percebendo as pequenas
melhoras que ele obtém e tentando sanar as dúvidas espontâneas das
crianças . Apesar disso , Kumon recomendava aos pais e professores que não
ensinassem todos os assuntos que ele precisaria saber , sob o risco de
“roubar o interesse da criança e ensinar inclusive o que ela já sabe ou que
pode deduzir por si própria .”( op.cit. p.60 ) É importante que a criança saiba
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sozinha , buscar as respostas que precisa sem a ajuda constante do
professor.
2.1.3 - A força de vontade do aluno
Para o pleno desenvolvimento da capacidade do aluno , a ajuda dos
pais necessita estar aliada à sua própria força de vontade. Sobre isso , Kumon
comparou a relação familiar com a Lei de Newton ( lei da inércia ) ou seja :
“um corpo em movimento continuará em movimento , mantendo sempre
a mesma velocidade , caso nenhuma força ( oposta ) atue. “( op.cit. p. 10 )
Segundo a observação de Kumon , nos estudos do aluno acontece um
fenômeno idêntico : O interesse da criança não surge naturalmente e é
preciso dar – lhe o ‘empurrão inicial ‘, ou seja , ela não se sentirá motivada a
estudar , se não for estimulada pelos pais. Transmitir ânimo , na comparação
em questão , seria a “força atuante ‘que melhoraria seu desempenho. Seriam
por exemplo , elogio dos pais , do professor , palavras de incentivo para a
criança ainda que por pequenos progressos .
É importante que pais e mães registrem os pequenos passos que a
criança dá durante o estudo. Apesar de quase imperceptíveis , as mudanças
ocorrem progressivamente na criança e é possível identificar o quanto a
criança se desenvolveu . Tendo conhecimento de seu progresso , a criança
terá força de vontade para crescer ainda mais.
2.1.4 - O diferencial do método : o estudo individualizado
O estudo individualizado é aquele em que cada aluno tem um programa
desenvolvido especialmente para ele , de acordo com a sua capacidade , com
seu ritmo de aprendizagem e com as metas que quer atingir. Esse programa
independe da idade e da série escolar do aluno. Por isso , o sistema de
estudo individualizado é adequado para todas as idades.
No Kumon , enquanto avança nos conteúdos do curso em que se
matriculou , o aluno desenvolve determinadas habilidades que lhe serão úteis
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nos estudos ao longo da vida. A seguir , apresentam – se os momentos do
Método Kumon e as habilidades que este pretende desenvolver nos seus
alunos :
Quadro II
Momentos Habilidades a desenvolver
Ponto de Partida Auto – estima , concentração e
autoconfiança
Estudo diário – Prática de
exercícios
Disciplina , organização e capacidade de
execução de tarefas
Tempo para resolução – Estudo
concentrado
Concentração e responsabilidade
Revisão Tranquilidade , segurança e garantia de
assimilação
Autocorreção Aprendizado com os próprios erros e
superação
Estudo com metas Disciplina , organização e compromisso
com o próprio avanço
Avanço além da série escolar Independência, segurança e organização
Avaliação diária - feedback Auto – avaliação
Autodidatismo – aprender por si
só
Iniciativa e busca do conhecimento por si
Fonte : Adaptação do folder distribuído pelo Kumon Instituto de Educação Ltda
Paraíso - SP
2.2 - Especificidades Do Método
Para tratar as especificidades do método Kumon , é necessária a
abordagem dos objetivos do método , da sua prática pedagógica , dos
procedimentos de avaliações e do alcance dos objetivos.
2.2.1 - Objetivos
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• Transmitir o conhecimento adequado , na quantidade adequada à
capacidade do aluno , em estágios progressivos , no intuito do alcance
da excelência individual mediante sua co – participação disciplinar na
organização metodológica dos conteúdos .
• Proporcionar ao aluno reserva de capacidade , habilidade de estudar
sozinho ( autodidatismo ) pelo estímulo à autonomia e à aquisição de
hábitos de excelência para o estudo , abrindo caminhos para o futuro .
• Oportunizar ao aluno a construção de sequências lógicas para
exploração de conceitos e aplicações da matemática e a superação de
dificuldades pela evolução de um estágio menos avançado para um
estágio mais avançados , em menor tempo .
• Possibilitar ao aluno o máximo de rendimento com um mínimo de
esforço.
• Promover o reconhecimento do ler , do escrever e do resolver
problemas como habilidades básicas com ênfase na excelência
individual.
• Promover o entendimento da avaliação como parte do processo de
aprender , como instrumento de melhoria do desempenho e dos
tempos despendidos na execução de tarefas.
2.2.2 - Metodologia e prática pedagógica
Para o alcance dos objetivos e melhor desempenho das atividades , é
recomendado : a realização de testes iniciais de aptidão e de nível que
permitirão a identificação do estágio de desenvolvimento em que se encontra
o aluno. Em prosseguimento , no decorrer da aprendizagem , proceder : a
identificação das dificuldades , utilizando tempo padrão e número de acertos ;
o estabelecimento compartilhado de metas ; a correção diária das lições da
semana; a utilização do número de acertos para avançar ( atingir 100 % de
acerto do bloco com 10 folhas implicaria a aquisição do domínio ); a redução
do tempo padrão e finalmente o alcance do autodidatismo ( resolução de
exercícios sem ajuda externa ) .
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É necessário o estabelecimento de rotinas do aluno e rotinas do
professor.
São rotinas do aluno : Entregar ao (à ) orientador (a ) os exercícios
resolvidos; receber de volta os exercícios com as questões erradas
assinaladas para corrigir os erros sozinho. Se o aluno não avançar a meta
estabelecida repetir o bloco. Avançar ao atingir a metade e fazer a auto –
avaliação.
São rotinas do professor : Identificar o estágio inicial do aluno para
motivá-lo em direção à melhoria ; observar as mudanças comportamentais
para confirmar a eficiência do método ; estimular o aluno a adquirir autonomia
; identificar , dentro dos aspectos metodológicos , a adequação dos exercícios
; verificar sistematicamente os progressos do aluno .
Recomendação inicial : para que os objetivos sejam alcançados é
essencial a ação consciente dos pais , do professor e do aluno.
Para o aluno : Adquirir o hábito do estudo diário , esforçar – ser para
atingir os objetivos e , com a melhora dos resultados , começar a acreditar em
si mesmo , adquirindo autoconfiança e capacidade de autodidatismo.
Para os pais e professores : detectar o potencial do aluno , estabelecer
objetivos e incentivá-lo a se desenvolver sozinho até o seu máximo limite.
2.2.3 - Procedimento de avaliação
O método Kumon utiliza processos contínuos de avaliação , com
procedimentos e critérios de avaliação observáveis baseados no caráter de
diagnóstico e de acompanhamento na busca de qualificação do processo de
aprendizagem , considerando :
• O comportamento do aluno com seu próprio crescimento ;
• O tempo de execução automática dos exercícios ;
23
• A adoção de parâmetros sequenciais lógicos ;
• A sequência didática estabelecida para a construção dos conceitos e
resolução dos problemas ;
• A disciplina temporal ;
• O envolvimento individual com o desempenho das atividades.
A avaliação funciona como expediente de pesquisa diagnóstica no
sentido de averiguar com a devida profundidade as condições de desempenho
do aluno , indicando virtudes e vazios , problemas e potencialidade ,
motivações e obstáculos.
2.2.4 - Alcance dos objetivos
A introdução de novos conteúdos , sempre compartilhada entre aluno e
professor e o sistema hierarquizado de avanço do mais simples para o mais
complexo caracterizam o Kumon como um método que adota metodologia e
conteúdos diferentes dos estabelecidos na escola regular .
Dentre as características mais importantes do método Kumon estão : a
superação diária dos níveis de dificuldades ; o avaliar para regular e o avaliar
para promover; identificação do grau de domínio alcançado em vários tópicos
do conteúdo .
O domínio , para Kumon , significa o aluno “possuir reserva de
capacidade e perfeito conhecimento das questões propostas no estágio em
questão “ ( 1998 , p.35 )
24
CAPÍTULO III EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Segundo MORAN(2009), EAD é a modalidade de Educação em que
professores e alunos estão separados fisicamente no espaço e/ou no tempo.
Ë efetivamente através do intenso uso de tecnologias da informação, podendo
ou não apresentar momentos presenciais.
O Decreto 5622 define que a educação a distância como modalidade
educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino
e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação
e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades
educativas em lugares ou tempos diversos.(BRASIL, art.1o)
3.1 - Ambientes Virtuais de Aprendizagem(AVA)
Com a evolução da EAD, novos mecanismos foram sendo acoplados
ao processo do ensino-aprendizagem do aluno. Se antigamente o Ensino a
Distância no Brasil era mediado por correspondência e, posteriormente, por
rádio, hoje o meio mais utilizado é a Internet.
A invenção da Internet é, de maneira unânime, um marco das relações
sociais e consequentemente nas relações entre professor e aprendiz.
Meios como a correspondência, o rádio e a televisão, por serem meios
de comunicação unidirecionais(que apenas transmitiam a informação), não
permitiam ao aluno questionar, discutir, tirar dúvidas, discordar ou fazer
colocações adicionais em tempo real. Isso era possibilitado apenas no ensino
presencial. FREIRE e RANGEL(2012 p. 29) citando SILVA(2008, p. 91)
consideravam que a mídia clássica de transmissão unidirecional produz uma
mensagem “fechada em sua estabilidade material“, deixando a possibilidade
de “desmontagem-remontagem pelo leitor-receptor-expectador“ para o plano
da recepção e que com a transmissão multidirecional da mídia digital, a
mensagem pode ser manipulada, modificada a vontade, graças a um controle
de sua microestrutura(bit por bit). Imagem, som e texto não tem materialidade
25
fixa. Podem ser manipulados, dependendo unicamente da opção crítica do
usuário ao lidar com o mouse, tela tátil, joystick, teclado etc.
Os AVA`s permitem emular o ambiente real, e uma intercomunicação
de usuários distantes fisicamente. Exemplos de softwares de computador
criados para isso são o Moodle, o SOLAR, o TelEduc, o Amadeus IMS, etc.
3.2 - Sistemas de Aprendizagem por Intligência Artificial:CAI e ICAI(ITS)
Sistema CAI(Computer Assisted Instruction ou Instrução Assistida por
Computador): é o uso do computador como ferramenta para facilitar e
melhorar a Instrução. Os programas CAI utilizam tutoriais, simulações de
problemas e práticas de exercícios para testar o quanto aluno compreendeu
aquele tipo de conteúdo.
Conforme afirma GIRAFFA, a tendência dos bons programas de CAI é
utilizar as técnicas de IA(Inteligência Artificial) para fazer com que o software
se torne um elemento mais ativo no processo de interação com o aluno.
“Muitos bons programas de CAI permitem ao aluno vivenciar uma série de
simulações numéricas, física ou biológicas que podem ser examinadas e
testadas. Mas a vantagem de usar uma técnica de modelagem
quantitativa(característica de uma técnica de IA) é que podemos simular o
processo de solução do problema. Desta forma podemos permitir que o aluno
utilize um modelo de resolução de problemas e que este possa servir de base
para se entender como o aluno resolve os problemas propostos, utilizando
parcialmente a assistência do ambiente.“
Sistema ITS(Intelliigent Tutoring Systems ou Sistemas Tutores
Inteligentes) ou ICAI(Intelligent Computed Assisted Instruction): é o sistema
que tutora o aluno a partir do seu domínio do conteúdo. O ICAI(ITS) mapeia o
entendimento prévio do aluno, conecta um novo conteúdo ao que o aluno
aprendeu anteriormente e fornece explicações adicionais para suprir suas
deficiências de entendimento ajustando os níveis de dificuldade do aluno as
características do conteúdo em questão. Segundo GIRAFFA, os ICAI utilizam
técnicas de IA para analisar os padrões de erro, analisar o estilo e a
capacidade de aprendizagem do aluno e, oferecer instrução especial sobre o
26
conceito em que o aluno está apresentando dificuldade, Além do mais a
comunicação pode realizar-se com um conjunto mais ou menos amplo de
linguagem natural.
3.2.1 – Diferenças de abordagem do Ensino
Pela tabela representada abaixo, as diferenças entre os sistemas CAI e
ITS estão nas abordagens de ensino baseadas nas interações do aluno com o
AVA.
TABELA 1 - CAI x ICAI
Aspecto CAI ITS
Origem Educação Ciência da Computação
Bases Teóricas Skinner(behaviorista) Psicologia Cognitivista
Estruturação e Funções
Uma única estrutura algoritmicamente pré-definida, onde o aluno não influi na sequenciação.
Estrutura subdividida em módulos cuja sequenciação se dá em função das resposta do aluno.
Estruturação do Conhecimento
Algorítmica Heurística
Modelagem do Aluno
Avaliam a última resposta. Tentam avaliar todas as respostas do aluno durante a interação.
Modalidades Tutorial, exercício e prática,
simulação e jogos educativos.
Socrático, ambiente interativo diálogo bidirecional e
guia.
(GIRAFFA, P. 6)
A comparação entre as metodologias de ensino frequentemente usadas
nas duas modalidades de ensino é referencia para as comparações entre
27
metodologias usadas pelo professor em sala de aula e pelo professor no
ensino virtual.
Ensino presencial centrado no docente
Ensino virtual centrado no docente
O docente fala muito mais que o alunado no processo de ensino.
O alunado tem que estudar um material elaborado pelo próprio docente ou pelo responsável pelo curso.
O uso do tempo em sala de aula ;e determinado em sua maior parte pelo docente.
O alunado ocupa a maior parte do tempo no estudo do material proposto pelo professor ou responsável pelo curso.
Os móveis da sala de aula costumam ficar ordenados em filas e colunas, com as mesas e cadeiras voltadas para o quadro-negro e a mesa do docente.
A comunicação é controlada pelo docente ou pelo tutor que recebe a maior parte das mensagens e consultas.
Tabela 1. Comparação entre ensino presencial e virtual centrado no docente (SANCHO, p. 103)
Enquanto o ensino centrado no docente conta com materiais
previamente elaborados pelo professor o ensino centrado no aluno foca no
material mais participativo e interativo elaborado conforme o entendimento e
questionamentos do aluno, independente de qual seja a plataforma de ensino
usada.
Ensino presencial centrado no aluno
Ensino virtual centrado no aluno
O alunado fala sobre as tarefas da aprendizagem pelo menos o mesmo tempo, se não mais, que o docente.
A proposta de aprendizagem é aberta, e o alunado pode contribuir para melhorá-la, para adaptá-la a suas necessidades e estilos de aprendizagem.
O ensino costuma ser organizado mais de forma individual, em pequenos grupos(de dois a seis alunos) ou em grupos médios (de sete a dez), que de maneira frontal a toda sala de aula.
As atividades de aprendizagem precisam de discussão e colaboração do grupo.
O alunado participa da seleção e organização do conteúdo a aprender.
É requerida a participação ativa do alunado na sequência das atividades de aprendizagem.
O professorado permite ao alunado determinar total ou parcialmente as regras de comportamento, os prêmios e castigos e como elas
Os alunos participam ativamente do estabelecimento das regras de uso do ambiente virtual.
28
serão cumpridas. São utilizados diferentes materiais e recursos de ensino que os alunos podem empregar de forma individual ou em grupo de maneira independente.
O alunado contribui com recursos de ensino e aprendizagem, não apenas para seu grupo de trabalho, mas para todos os participantes.
O uso dos matérias é planejado pelo docente ou de comum acordo com o alunado durante pelo menos a metade do tempo.
O alunado pode utilizar no processo de aprendizagem tanto os materiais propostos no curso como os trazidos por eles.
A sala de aula costuma ser organizada de maneira que permita aos alunos trabalhar juntos ou separados, em grupo ou individualmente; não existem padrões dominantes de distribuição dos materiais de aula que se reagrupam frequentemente.
O processo de ensino contempla situações das quais todo o grupo de alunos participa, atividades em pequeno grupo e ações individuais.
Tabela 2. Comparação entre ensino presencial e virtual centrado no aluno. (SANCHO, pp. 103-104)
Para SANCHO, qualquer instituição que queira combinar a atualização
tecnológica com a melhora do ensino-aprendizagem terá de se posicionar
acerca desses temas para estudo e reflexão: As visões tradicionais e
emergentes nos processos de ensino.
A visão tradicional presencial A visão tradicional virtual Concepção do conhecimento: disciplinar, factual, conceitual, instrutivo.
Concepção do conhecimento: disciplinar, factual, conceitual, instrutivo.
Fontes de informação: o docente, as anotações, o livro-texto.
Fontes de informação: materiais de ensino, impressos ou digitais.
Papel do docente: proporcionar informação, garantir que o alunado repita na forma requerida.
Papel do docente ou tutor: resolver dúvidas para garantir que o alunado repita a informação contida nos materiais na forma requerida.
Papel do aluno: escutar, copiar, repetir.
Papel do aluno: estudar os materiais, fazer os exercícios, reproduzir a informação.
Lugar: a sala de aula(síncrono). Lugar: o ambiente virtual – para recolher os materiais digitais e formular perguntas; outros lugares: casa, local de trabalho, biblioteca etc.(assíncrono.)
Avaliação: o exame(permite ser copiado).
Avaliação: o exame – algumas vezes presencial(permite ser copiado).
Tabela 3. Comparação entre ensino tradicional presencial e virtual. (SANCHO, pp. 104-105)
29
Visões emergentes(ensino presencial)
Visões emergentes(ensino virtual)
Concepção do conhecimento: transdisciplinar, procedimental, orientado para solução de problemas.
Concepção do conhecimento: transdisciplinar, procedimental, orientado para solução de problemas.
Fontes de informação: todas. Fontes de informação: todas. Papel do docente: facilitar a aprendizagem do alunado, orientar a investigação, provocar questionamentos, supervisar o progresso.
Papel do docente: facilitar a aprendizagem do alunado, orientar a investigação, provocar questionamentos, supervisar o progresso.
Papel do aluno: responsável por sua aprendizagem, construtor de conhecimento, provedor de sentido. Coloca e recoloca problemas, perguntas, hipóteses; leva a cabo projetos de indagação; busca, seleciona, avalia e interpreta informação; elabora propostas e chega a conclusões; e comunica o processo e o resultado de sua aprendizagem.
Papel do aluno: responsável por sua aprendizagem, construtor de conhecimento, provedor de sentido. Coloca e recoloca problemas, perguntas, hipóteses; leva a cabo projetos de indagação; busca, seleciona, avalia e interpreta informação; elabora propostas e chega a conclusões; e comunica o processo e o resultado de sua aprendizagem.
Lugar: a sala de aula, biblioteca, laboratório de computadores, casa etc.(síncrono e assíncrono)
Lugar: o ambiente virtual, casa, local de trabalho, biblioteca etc.(síncrono e assíncrono)
Avaliação: continuada e autêntica(portfolio, ensaios, solução de situações problemáticas informes de pesquisa, etc.)
Avaliação: continuada e autêntica(portfolio, ensaios, solução de situações problemáticas informes de pesquisa, etc.)
Tabela 4. Comparação entre as visões emergentes (presencial e virtual). (SANCHO, p. 105)
Como se pode verificar pelas tabelas acima, no início a EAD se limitava
a mandar materiais aos seus alunos por correspondência e o conteúdo desses
materiais tinha de suprir a falta de um mediador presencial para auxiliá-lo na
compreensão daquele conteúdo. Mesmo na forma presencial, o ensino era e
ainda é mediado por livros, textos impressos ou digitais ou mesmo por
recursos audiovisuais diversos, onde o professor dava as explicações.
Novas tecnologias possibilitaram novas concepções de Ensino-
Aprendizagem a Distância, dado que, se antes o aluno se limitava a decorar e
aprender o que era escrito ou falado, hoje a EAD exige do aluno mais
autonomia e capacidade do aluno de gerir a sua própria aprendizagem.
30
BELLONI(1999) aponta uma tendência do ensino superior de se tornar
um ‘hibrido‘ entre ensino tradicional e a distância o qual prescinda de um
professor: “o cenário mais provável no século XXI será o de sistemas de
ensino superior “mistos“ e “integrados“, que oferecem oportunidades
diversificadas de formação, organizáveis de modo flexível, de acordo com as
possibilidades do aluno, com atividades presenciais e a distância, com uso
intensivo de tecnologias e com atividades presenciais, mas sem professor, de
interação entre estudantes, que trabalharão em equipe de modo cooperativo. ”
Essa tendência reforça a visão de que o sucesso na EAD depende em
grande parte da autonomia do aluno em seu processo de aprendizagem.
Conforme explica SALDANHA(2008) ,”os elementos facilitadores de
aprendizagem presentes no espaço escolar e os direcionamentos decorrentes
da atuação presencial do professor tornam-se escassos ou quase
inexistentes.”
Se a modalidade presencial demanda vários alunos em um mesmo
espaço físico no mesmo horário, a modalidade não presencial demanda um
aluno mais responsável pela dinâmica do seu processo de aprendizagem e
pela flexibilização dos horários e tempo de estudo. O aluno tem a vantagem
de escolher o horário e o local mais adequado para seus estudos, em
compensação lhe é exigido mais “maturidade“ para gerenciar suas práticas de
estudo.
Mesmo um aluno autônomo ou autodidata não prescinde de um
mediador(professor). Mas o papel do professor não mais se resume a mediar
o aluno e sua aprendizagem, mas justamente a “provocar“ e orientar essa
aprendizagem , sanar possíveis dúvidas que surgirem e organizar e avaliar os
progressos dos seus alunos continuamente.
31
CAPÍTULO IV
CRUZAMENTO DE DADOS
Embora o próprio método Kumon não possua uma modalidade virtual,
os pressupostos utilizados pelo método podem ser presenciados nos
Sistemas Virtuais de Aprendizagem tais como: a adequação do nível de
aprendizado do aluno, seus erros e acertos, o tempo de resolução, a
autocorreção e o feedback.
No Método Kumon tradicional, para estimular no aluno a valorização de
sua própria capacidade e sua autoconfiança, o mesmo começa pelo nível
mais adequado ao seu entendimento. No Sistema ICAI de aprendizagem,
realiza-se o mesmo utilizando mecanismos tecnológicos mais avançados para
identificar o conhecimento prévio do estudante.
Os erros e acertos de questões do aluno, bem como o menor tempo de
resolução possível são essenciais para identificar, no método, o domínio que o
aluno possui daquele conteúdo. Pelas respostas do aluno o Sistema CAI
avalia a sua condição para prosseguimento de nível: Se o aluno tiver acertado
todos os exercícios no menor tempo possível, ele prossegue, caso contrário
repete os exercícios até conseguir atingir este nível. Exames na tela podem
ser cronometrados para identificar o tempo que o aluno precisou para resolver
os exercícios.
A autocorreção, embora indique o erro, diferente dos sistemas
tradicionais, não mostra para o aluno qual a resposta certa, mas o induz a
buscar e descobrir por si mesmo para incentivo de seu raciocínio.
O feedback intenciona mostrar ao aluno o seu próprio progresso e
utiliza palavras de incentivo para o aluno prosseguir. Para isso, ele tem a
chance de se corrigir e refazer os exercícios o número de vezes que
necessitar. Em um sistema virtual, basta que o aluno possa ver na tela os
exercícios que errou e solicitar em um botão “Fazer novamente“. O Sistema
“zera” as respostas anteriores e o dá a chance de refazer todos os exercícios
para reforçar seu próprio aprendizado e ter domínio suficiente para avançar
para níveis posteriores.
32
4.1 - Utilidade da EAD no Método Kumon
O Método Kumon pode ser utilizado a distância. Pode ser feito tanto por
papel impresso entregue por correspondência, como também pode ser
elaborado por computador, com um contador a marcar o tempo que o aluno
resolve, e dar um feedback assim que o aluno termina de fazer a sequência
de exercícios, dizendo o tempo em que o aluno resolveu os exercícios e
quantos ele errou. Pelo método, ele deverá repetir a mesma sequência de
exercícios até que acerte todos dentro do limite de tempo estabelecido e
passe para a sequência seguinte. O aluno não prossegue nos próximos
conteúdos antes de dominar os anteriores.
Complementando-se com a ajuda das tecnologias de Inteligência
Artificial na Aprendizagem, o Método Kumon pode ‘mapear’ de maneira mais
rápida e fácil os entendimentos e conhecimentos prévios do aluno e trabalhar
em cima destes, fazendo com que o aluno se sinta mais autoconfiante e só
depois organizar os próximos conteúdos ‘conectados’ aos que já foram
aprendidos.
4.2 – Utilidade do Método Kumon na EAD
Na EAD, o aluno pode utilizar métodos semelhantes ao Kumon,
independente da disciplina lecionada. Muitas disciplinas podem exigir fixação
de conceitos para serem melhor compreendidas e os métodos mais utilizados
para isso são a repetição, a ‘decoreba’ e os questionários relacionados ao
assunto.
O Método Kumon trabalha em disciplinas como Matemática e
Português especificamente a fixação de conteúdos antes de se partir para o
próximo tópico a ser estudado. A diferenciação situa-se na orientação
individual e assíncrona da aprendizagem, em que cada aluno aprende em um
33
tempo diferente e conforme o seu próprio ritmo. O aluno pode treinar essa
fixação de conceitos utilizando o Método Kumon: Ele resolve questões
propostas em um determinado período de tempo, como em um exame virtual
cronometrado, porém, ao identificar o que ele errou, ele mesmo tem a chance
de se corrigir e refazer os exercícios quantas vezes precisar.
O Método Kumon pode auxiliar também na melhor organização de cada
matéria relacionada ao que o aluno de EAD está estudando. Começa sempre
pelo que o aluno já tem aprendido, afim de identificar e corrigir possíveis
deficiências, além de interconectar a novos conteúdos, tornando o material
didático maleável conforme as necessidades de aprendizagem do aluno.
4.3 – Estratégias para o autodidatismo
O Método Kumon conduz o aluno ao autodidatismo por um caminho
muito simples: o treino! O desenvolvimento que o aluno obtém ao longo do
raciocínio utilizado para as resoluções de cada exercício permite maior
agilidade para compreensão de assuntos mais complexos. Tanto o Método
Kumon quanto a EAD demandam maior compromisso do aluno quanto a sua
aprendizagem, o que requer autodidatismo, e o método Kumon treina o aluno
especificamente para isso.
Quando o aluno percebe que tal conteúdo presente em uma aula de
EAD está muito além de sua capacidade de compreensão, a sua tendência é
se desmotivar e desistir. Para evitar esse tipo de situação, é necessário que a
EAD possa usar de meios interativos e dinâmicos, onde o professor esteja em
diálogo constante com o aluno, e, utilizando-se de novas tecnologias de I.A. e
da motivação presente no Método Kumon, trabalhar de forma diversificada e
adaptada à individualidade do mesmo. Utilizando o Método Kumon, deve-se
mapear o que o aluno já traz de sua “bagagem“ anterior e elaborar
explicações e questões de forma a trabalhar a sua auto-confiança e sua
reserva de capacidade para os estudos.
34
Na EAD sete estratégias podem ser utilizadas para desenvolver o
autodidatismo.
1) ‘Mapear‘ o nível de conhecimento prévio do aluno.
Utilizando-se de técnicas dos sistemas CAI e ITS(ou ICAI), os
conhecimentos que o aluno já domina podem ser diagnosticados e
trabalhados no ponto de partida. Pelos princípios do Método Kumon, é nessa
fase que o aluno se sente mais motivado e é mais importante para se
trabalhar a auto-confiança e a auto-estima do aluno. O aluno, ao perceber que
se encontra no nível em que domina, se sente mais capaz e confiante para
avançar.
2) Firmar com o aluno compromisso diário com o estudo.
Embora não seja necessária uma programação de horários específicos e
os mesmos possam ser flexíveis conforme as necessidades de cada aluno é
importante desenvolver no aluno a disciplina e a organização com os seus
estudos, o que só se torna possível na sua prática diária. Para tanto, o
Sistema deve estabelecer uma rotina de estudos não apenas no momento da
interação com o professor mas diariamente, sempre que o aluno dispuser de
tempo para estar conectado.
3) Cronometrar o tempo de resolução das tarefas pelo aluno.
Pelo Método Kumon, o tempo de resolução de exercícios serve para
diagnosticar o nível de dificuldade e a rapidez de raciocínio com relação ao
processo de aprendizagem. Para o Método, maior demanda de tempo para
responder a uma questão ou resolver um problema significa mais dificuldade
de resolução. O aluno deve marcar o tempo de início e o tempo do término
para facilitar a identificação e o tipo de orientação e acompanhamento que se
deve dar ao aluno. Na plataforma virtual o sistema pode registrar
automaticamente o horário em que o aluno começa a fazer e a hora em que
35
termina. Quando o aluno sabe que tem um tempo definido para executar as
tarefas, a tendência é se concentrar mais e melhor nas mesmas.
4) Dar ao aluno a chance de rever suas respostas.
Deve-se proceder essa estratégia apenas quando o aluno terminar a
resolução. Ao invés do aluno apenas fazer os exercícios e entregar ao
professor, é lhe oferecida a oportunidade de rever o que fez. A intenção é
proporcionar-lhe um ambiente seguro para a aprendizagem e garantia de
assimilação do que foi ensinado. É um momento de reflexão sobre o que o
aluno está fazendo e sobre como ele está chegando aos resultados. As outras
etapas para alcance do autodidatismo do aluno são facilitadas quando o aluno
sabe o que acertou e o que errou.
5) Mostrar ao aluno o que ele errou e proprocionar-lhe tempo para
correção.
Os erros são vistos não como reprovação, mas como parte do
aprendizado. O orientador deve mostrar ao aluno o que ele errou, mas não lhe
deve indicar a resposta correta. Nesta etapa, é obrigatória a auto-correção, ou
seja, o aluno deve corrigir os seus próprios erros e, para tanto, deve tentar
resolver a questão errada de outra maneira e buscar por si só a resposta
correta, adquirindo iniciativa, superando suas limitações de raciocínio e
reservando maior capacidade de aprendizado.
6) Estipular a meta que o aluno precisa para alcançar o próximo nível.
Ao adquirir reserva de capacidade, a tendência do aluno é não ‘se
estagnar‘ no que já aprendeu, mas desenvolver o desejo de aprender mais e
se comprometer com o próprio avanço. Ao contrário da resolução do
exercício, o tempo de revisão e auto-correção é facultado ao aluno conforme
ele precisar. A finalidade nesta etapa é desenvolver no aluno sua capacidade
de auto-avaliação. Porém, para avançar ao próximo nível, o aluno deverá
refazer os exercícios(com tempo marcado) até acertar todos dentro do tempo
36
de resolução estipulado. Quando o estudo é direcionado por metas, auxilia o
aluno na sua organização.
7) Avaliar o progresso do aluno diariamente.
Para Kumon(1998), tão importante quanto o progresso do aluno, é o
acompanhamento desses progressos por um adulto, seja o orientador, seja o
pai, a mãe ou o responsável. O aluno deve ser avaliado continuamente e
constantemente. Sempre que possível, é importante que a motivação possa
vir em forma de elogios(nos pontos corretos), de palavras e mensagens de
incentivo, de demonstração de satisfação com o progresso que está sendo
dado, etc. O emprego de reforços positivos permite ao aluno trabalhar sua
auto-estima e confiança para dar prosseguimento nos estágios.
4.4 – O Método Kumon Virtual
O Método Kumon, assim como o ensino tradicional, pode ser considerado
sob douas abordagens: presencial e virtual.
Método Kumon presencial Método Kumon virtual
Concepção do conhecimento:
disciplinar, instrutivo e orientado
para a resolução de problemas.
Concepção do conhecimento: disciplinar,
instrutivo e orientado para resolução de
problemas.
Fontes de informação: o
orientador, a folha de exercícios
Fontes de informação: um tutor(orientador
virtual), a página da tela do monitor, a
Internet
Papel do docente: facilitar a
aprendizagem do aluno,
provocá-la e orientá-la, estimular
sua autoconfiança, supervisar
seu progresso.
Papel do docente: facilitar a aprendizagem
do aluno, provocá-la e orientá-la, estimular
sua autoconfiança, supervisar seu
progresso.
Papel do aluno: resolver os Papel do aluno: resolver os exercícios,
37
exercícios, realizar a
autocorreção, ser responsável
por sua aprendizagem, buscar
informações, comunicar o
tempo de resolução dos
problemas, , o processo e o
resultado de sua aprendizagem.
realizar a autocorreção, ser responsável
por sua aprendizagem, buscar
informações, comunicar o tempo de
resolução dos problemas, , o processo e o
resultado de sua aprendizagem.
Lugar: a sala de aula e casa
etc.(síncrono e assíncrono)
Lugar: o ambiente virtual, casa, local de
trabalho, biblioteca etc.(síncrono e
assíncrono)
Avaliação: continuada e
autêntica
Avaliação: continuada e autêntica
38
CONCLUSÃO
A proposta deste trabalho era apresentar o Método Kumon como uma
metodologia de ensino presencial alternativo ao tradicional capaz de auxiliar
no processo de autodidatismo necessário para o aprendizado na EAD.
Buscou-se mostrar que a EAD possui diferentes abordagens no processo de
ensino e aprendizagem, dentre estas a vinculada ao ensino presencial
tradicional(onde as novas tecnologias mudavam apenas a plataforma de
ensino, mas a metodologia continuava a mesma) e a emergente, onde o
ensino e a aprendizagem se integram ao que as tecnologias buscam oferecer
como ferramentas. O Método Kumon tem precisamente características da
abordagem tradicional reunidas com direcionamentos das visões emergentes,
ou seja, possui uma base tradicional com um enfoque na psicologia
motivacional do aluno, pois se preocupa não apenas que o aluno aprenda e
reproduza um conteúdo em específico, mas com a sua vontade e interesse na
aprendizado.
Unindo ambos os Métodos de Ensino, o que se verificou foi que, para
que a inserção das novas tecnologias possam ter efeito significativo na
aprendizagem não basta que as mesmas sejam adornos ou atrativos. Ao
contrário, as mesmas demandam certo nível de automonia do educando,
cujas bases teóricas derivam de estudos dos últimos séculos. Para que o
aluno estude a Distância, é preciso antes disso que ele esteja motivado para
tal.
Os princípios presentes no método Kumon são úteis para o
desenvolvimento do autodidatismo e da busca do aprendizado constante
necessários para o aprendizado na EAD.
Tal como na EAD, o aluno que estuda pelo Método Kumon nem sempre
prescinde completamente de um mediador para sua aprendizagem(o papel,
nesse caso, do Orientador) mas procura desenvolver mais a iniciativa no
momento em que procura sanar as dúvidas e possui melhor base para
assimilar as explicações do orientador de forma a não se tornar
completamente dependente do mesmo e desinteressado no aprendizado.
39
Pelos estímulos externos como a colaboração da família, o estudo
individualizado e elogio nos pontos corretos, o aluno é incentivado a aprender
e continuar aprendendo.
Pode-se afirmar, portanto, que ambos os métodos estimulam o
aprendizado constante, a concentração nos estudos, a disciplina, a auto-
avaliação, o aprendizado com os erros, a superação das dificuldades facilitada
pela segurança com que o aluno inicia novos estudos e, consequentemente, o
autodidatismo. Logo, podem sim, atenuar as dificuldades do aluno no
aprendizado na escola tradicional e a Distância.
O sucesso do Método como um reforço ou complemento da
aprendizagem já é, atualmente, considerado mais do que uma possibilidade. A
afirmação, porém, de que o Método é eficaz no seu objetivo de tornar
autodidata todo aluno que estuda por ele exige a realização de uma pesquisa
de campo muito mais abrangente e aprofundada do que a pesquisa
bibliográfica e virtual utilizada neste trabalho.
A análise feita nesta monografia não permite maiores generalizações,
porém aponta para a validade da realização de outros trabalhos que
investiguem os resultados alcançados pelo método no autodidatismo do
aprendiz.
40
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43
44
45
46
47
48
49
http://www.kumon.co.uk/play-kumon-numberboard.htm?game
50
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTOS 3
RESUMO 4
METODOLOGIA 5
SUMÁRIO 6
INTRODUÇÃO 7
CAPÍTULO I - METODOLOGIA, MÉTODO, TÉCNICA, ESTRATÉGIAS E
TEORIAS DE APRENDIZAGEM 11 1.1 – Método, Técnica e Estratégia 11
1.2 - Teorias Subjacentes À Aprendizagem 13
CAPÍTULO II - MÉTODO KUMON: APRESENTAÇÃO 15
2.1 - Pressupostos Da Teoria 16
2.1.1 - Diferenças individuais e a aprendizagem 16
2.1.2 - A colaboração da família 18
2.1.3 - A força de vontade do aluno 19
2.1.4 - O diferencial do método : o estudo individualizado 19
2.2 - Especificidades Do Método 20
2.2.1 - Objetivos 20
2.2.2 - Metodologia e prática pedagógica 21
2.2.3 - Procedimento de avaliação 22
2.2.4 - Alcance dos objetivos 23
CAPÏTULO III - EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 24 3.1 - Ambientes Virtuais de Aprendizagem(AVA) 24
3.2 - Sistemas de Aprendizagem por Intligência Artificial:CAI e ICAI(ITS) 25
3.2.1 – Diferenças de abordagem do Ensino 26
CAPÍTULO IV – CRUZAMENTO DE DADOS 31 4.1 - Utilidade da EAD no Método Kumon 32
4.2 – Utilidade do Método Kumon na EAD 32
4.3 – Estratégias para o autodidatismo 33
51
4.4 – O Método Kumon Virtual 36
CONCLUSÃO 38
REFERÊNCIAS 40
ANEXOS 43
ÍNDICE 50