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I UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS CURSO DE REENGENHARIA E GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS CUSTO DA QUALIDADE TOTAL ALEXANDRA RIBEIRO VALICENTI Rio de Janeiro – RJ Fevereiro/2002

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I

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDESPRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAISINSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS

CURSO DE REENGENHARIA E GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

CUSTO DA QUALIDADE TOTAL

ALEXANDRA RIBEIRO VALICENTI

Rio de Janeiro – RJFevereiro/2002

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II

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDESPRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAISINSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS

CURSO DE REENGENHARIA DE RECURSOS HUMANOS

CUSTO DA QUALIDADE TOTAL

ALEXANDRA RIBEIRO VALICENTI

Sob orientação de Robson Materko

Monografia apresentada ao

curso de Pós-Graduação em

Reengenharia e Gestão de

Recursos Humanos como

requisito para obtenção do

grau de Pós-Graduada em

Reengenharia e Gestão de

Recursos Humanos.

Rio de Janeiro - RJ

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III

Fevereiro/2002

Agradecimento

Agradeço a Deus por mais esta conquista, aos meus pais e amigos pela

dedicação e paciência, e a todas as pessoas que direta ou indiretamente

contribuíram com esse trabalho.

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IV

A qualidade é grátis. Não é presente, mas é grátis.

O que custa dinheiro são as coisas sem qualidade.

(Phillip Crosby)

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V

SUMÁRIO

Pág.

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................07

1.1 Metodologia......................................................................................................08

2. REVISÃO DA BIBLIOGRAFIA..........................................................................09

2.1 Contextualização..............................................................................................09

2.2. O Conceito e os ambientes da Qualidade Total.............................................10

2.2.1. O que é qualidade total...............................................................................10

2.2.2. O que é CCQ...............................................................................................10

2.2.3. ISO 9000.....................................................................................................12

2.3. PLANEJAMENTO DA QT...........................................................................16

2.3.1. Porque planejar a qualidade?.....................................................................16

2.3.2. O planejamento da qualidade colocado em prática...................................17

2.4. IMPLANTAÇÃO DA QT...............................................................................18

2.4.1. Ferramentas e estratégicas para a implantação da QT..............................18

2.5. CUSTOS NA QUALIDADE..........................................................................19

2.5.1. Conceitos básicos de Custos......................................................................19

2.5.2. Mensuração dos Custos da Qualidade.......................................................20

2.5.2.1. O Objetivo da Mensuração dos Custos da Qualidade..............................20

2.5.3. Categoria de Custo da Qualidade................................................................24

2.5.4. O aspecto custo e os conceitos da qualidade..............................................25

2.5.5. Catorze etapas Crosby................................................................................27

2.5.6. Catorze pontos Deming...............................................................................30

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2.6. GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS.....................................................33

2.7. QUALIDADE E EFICÁCIA...........................................................................36

2.8. SISTEMA DE APURAÇÃO DE CUSTOS...................................................38

3. CONCLUSÃO....................................................................................................39

BIBLIOGRAFIA......................................................................................................41

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1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, a intensificação da competição levou as organizações a

passarem por um processo de completa reciclagem. Dadas as circunstâncias

percebeu-se a necessidade mudanças nos seus focos de atenção, valorizando

mais seus fornecedores, clientes, funcionários e a própria empresa, utilizando um

novo conceito no âmbito das suas relações, a qualidade total.

Atualmente, a qualidade passou a ser um elemento vital para o sucesso da

empresa no desenvolvimento de suas atividades.

No entanto, os sistemas de qualidade são custosos e as empresas

precisam lançar mão de onerosos recursos para implanta-los no desenvolvimento

de suas atividades.

O mercado está utilizando a qualidade total nas estruturas que buscam a

competitividade e redução de perdas, fazendo assim, com que as empresas

invistam mais nesses recursos.

Uma grande dificuldade encontrada nesse assunto, é que as empresas não

possuem o controle sobre os resultados gerados pela implantação sistemas de

qualidade. Com base nestes aspectos, tomei como foco desse trabalho à

pesquisa e avaliação dos recursos consumidos nas estruturas de Qualidade Total,

além de obter algumas propostas de controle para instrumentalizar modelos

comparativos de custos e benefícios, a redução de custos e os ganhos da

qualidade.

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1.1. METODOLOGIA

A presente monografia é uma pesquisa bibliográfica, na qual serão

utilizados como instrumentos de pesquisa primária livros, revistas técnicas,

periódicos, apostilas, dissertações de mestrado, monografias de fim de curso e

internet. Como instrumentos secundários de pesquisa serão utilizadas entrevistas

com pessoas que militem acadêmica ou operacionalmente nos programas de

qualidade.

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2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA

2.1. Contextualização

O processo de gestão empresarial alia a necessidade de alcançar

resultados adequados, em decorrência das operações da empresa, a

identificação das necessidades de mudanças, a escolha de ferramentas

adequadas para estas mudanças, a recompensa aos funcionários pelos

resultados alcançados e o feedback permanente de toda a clientela (externa e

interna).

Segundo PEREZ JÚNIOR1 a ênfase é dada à implementação das

mudanças e não somente na sua definição. Neste contexto, a qualidade total é

um processo que visa o aperfeiçoamento contínuo da organização, o que indica a

necessidade de que sejam realizadas constantes avaliações do processo, tanto

nas atividades operacionais, quanto no próprio produto. No primeiro caso, trata-

se de acompanhar o modelo de implantação da qualidade total e verificar como

estão ocorrendo alterações propostas pelo Programa. Com relação ao produto,

podem-se determinar os resultados finais obtidos.

Para PALADINI2 este esforço de estudo e análise, mais do que qualquer

outro, está centrado em tudo aquilo que foi efetivamente implantado.

Nas economias de mercado atuais as empresas que desejam tornar-se

competitivas em nível global utilizando-se da re-engenharia enfatizam como

questão de prioridade estratégica, a gestão e mensuração de custos da qualidade

(COQ) para a obtenção do Breakpoint Business Process Re-engineering. Esta

titulação é um dos elementos que proporciona as empresas considerável

vantagem competitiva. No caso brasileiro, quem se antecipar na implementação

do processo de gestão e mensuração de custos da qualidade (COQ), certamente,

estará galgando posições na liderança do processo de mudança organizacional.

1- PEREZ JÚNIOR, et al2- PALADINI, Edson P. Qualidade Total na Prática. 2ª ed. São Paulo.Ed. Atlas, 1997.

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2.2. O Conceito e os Ambientes da Qualidade Total

A implantação da Qualidade Total começa com o entendimento do que ela

significa. De fato, torna-se relevante saber o que é, exatamente, qualidade, para

que os esforços destinados a obtê-la sejam corretamente direcionados. Ocorre,

porém, que o conceito de Qualidade envolve uma multiplicidade de elementos

necessários para viabilizar sua colocação em prática. Daí a utilidade de definir os

vários ambientes onde se produz qualidade. A extensão destes conceitos para a

área de serviços é também apresentada.

2.2.1. O que é Qualidade Total?

Qualidade para uma empresa é satisfação dos seus clientes, qualidade no

atendimento, no produto, serviço e na entrega. A qualidade de hoje é

competitividade e produtividade. Desde os primeiros tempos as empresas tentam

atingir este objetivo. Qualidade Total é aquilo que satisfaz todos nós:

• Clientes (externos e internos)

• funcionários

• acionistas

• vizinhos

• sociedade

2.2.2. Os Círculos do Controle de Qualidade

O que é CCQ?

O CCQ Círculos de Controle de Qualidade constituem uma técnica ou

conjunto de técnicas objetivando solucionar problemas de qualidade em particular

e de produtividade em geral.

Uma empresa que adota o método CCQ, defini assim seus objetivos:

“Trata-se de resolver problemas e nosso problema principal consiste em

procurarmos cumprir no tempo, no custo e na qualidade os compromisso

assumidos com nossos clientes”.

Essa técnica (CCQ) surgiu de modo organização a partir da década de 60,

no Japão, a partir de uma preocupação central com a qualidade dos produtos

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exportados como se sabe, quando os produtos Japoneses invadiram os mercados

internacionais não gozavam de reputação muito alta. Eram meras cópias, em

geral mal feitas, de produtos tradicionais de alta qualidade. Mas tinham preço e

conquistaram mercados de consumidores menos exigentes. Ora, o movimento

dos CCQ se propôs, desde o início a modificar este estado de coisas e melhorar

ou modificar a imagem dos produtos Japoneses.

Quem está envolvido no CCQ:

O pessoal de níveis hierarquicamente mais baixos até de operários no

planejamento e controle da produção. Todos estão envolvidos no CCQ.

Aspectos básicos do CCQ

- Todas as pessoas gostam de um trabalho bem feito. Essa tendência terá

que ser canalizada de modo administrado e eficaz para que de resultados

duradouros.

Respondo a palavra chave: “O que podemos fazer hoje para melhorar nosso

trabalho amanhã”.

- A participação e organização do esforço em torno da produtividade, não

devem ser tarefa centralizada na chefia.

♦ A melhor forma de controle e o autocontrole.

- o reconhecimento do trabalho bem feito é a melhor recompensa e é isso

que os CCQ fazem divulgam, comentam e publicam os resultados dos esforços,

destacando nomes de pessoas e grupos que colaboram para solução de um

problema.

Como se divulgou o CCQ?

O movimento dos CCQ iniciou-se no Japão por iniciativa da JUSE

(Japonese Union of Scientistis and Engineers) através de seus cursos de controle

de qualidade, divulgados pelo rádio e imprensa a partir de 1956 e que alcançaram

tal aceitação que já em 1966, existiam 8000 círculos com 120000 membros

registradas nas entidades profissionais e empresas envolvidas.

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A idéia foi se divulgando principalmente a partir dos bons resultados das

primeiras fábricas que a aplicaram reuniões de âmbito regional e nacional dos

círculos de CQ foram sendo realizadas, criando-se um clima extremamente

favorável através da troca de experiências e informações. Os participantes

desses conclaves divulgavam dentro de suas empresas as idéias do CCQ,

mediante a utilização de três métodos de treinamento, a saber:

- treinamento através de seminários de cerca de 16 horas, para ensino de

técnicas específicas, tais como a Análise de Pareto, o diagrama de Ishekawa

(diagrama de causa e efeito), Histogramas e gráficos, diversos técnicas de

Amostragem etc..

- discussão de problemas solucionados por outras empresas e divulgados

pelas revistas e publicações especializadas;

- discussão e revisão de problemas de qualidade da empresa, já resolvidos

e por resolver.

Funcionamento do CCQ:

2.2.3. ISO 9000

ISO é a sigla de uma organização internacional que elabora normas

(internacionais).

Fazem parte da ISO as associações de normas de diversos países do

mundo. Iso é a ABNT em nível internacional.

ISO:

I – internacional (internacional)

S – Standards (normas)

O – Organization (organização)

ABNT:

A – Associação

B – Brasileira

N – Normas

T - Técnicas

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O Brasil participa da ISO através da ABNT que é uma sociedade de fins

não lucrativos tendo como associados pessoas físicas e jurídicas. Ela é

reconhecida pelo Governo Brasileiro.

O objetivo da ISO é estabelecer normas de diferentes tipos que

representem e traduzem o concurso dos diferentes países do mundo.

Mas o que é a série ISO 9000?

A série ISO 9000 é um conjunto de normas relacionadas com a área de

garantia da qualidade. A norma ISO 9002 faz parte da série ISO 9000.

O QUE É A ISO 9002:

A ISO 9002 especifica requisitos que uma empresa precisa demonstrar

para seus clientes. Estes requisitos destinam-se á prevenção e detecção de não

conformidades (problemas/defeitos) desde a produção até os serviços

associados.

Como é a ISO 9002:

A ISO 9002 é um conjunto de requisitos relacionados com a qualidade.

- na produção

- na instalação

- nos serviços associados

SISTEMA DE QUALIDADE ISO 9000

ISO 9001: modelo para a garantia da qualidade em projeto,

desenvolvimento, produção, instalação e serviços associados.

ISO 9002: modelo para a garantia da qualidade, em produção, instalação e

serviços associados.

ISO 9003: modelo para garantia da qualidade em inspeção e ensaios

finais.

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Com a ISO 9000 podemos especificar todas as fases da produção ou da

prestação de serviços, desde a execução até pós-venda – através destas normas

de atinge um conceito muito importante da qualidade a padronização. Quando

falamos de padronização numa empresa significa que todas as ações seguem um

modelo planejado, nada é feito de improvisa, e é essa padronização que permite

a uma empresa evitar a informalidade.

A informalidade nada mais é do que o famoso “achômetro”. Através da

padronização, todas as situações possuem um encaminhamento determinado.

Com a padronização todo mundo passa, a saber, exatamente o que fazer,

eliminado-se as dúvidas, isso traz outro benefício a prevenção dos erros em

outras palavras fazer certo para fazer uma só, assim, evitamos o retrabalho.

Retrabalho é fazer de novo aquilo que já foi feito. Como corrigir um produto

defeituoso ou refazer um serviço.

A ISO 9000 tem por objetivo organizar, por escrito, todas as fases do

processo produtivo, devemos escrever como fazer nos procedimentos e registrar

o que foi feito nos relatórios.

Documentação, nestes casos, não é burocracia, é a garantia da qualidade

de nossa empresa.

É o objetivo de se trabalhar com qualidade, permitir a uma empresa ser

mais competitiva dentro de um mercado cada vez mais exigente. (cliente

satisfeito).

Política da qualidade: é o compromisso, por escrito, da empresa com a

qualidade, deve ser elaborada pela alta administração e divulgada a todas na

empresa.

Educação: O treinamento e a formação dos funcionários é essencial para a

qualidade e para o desenvolvimento pessoal.

Comprometimento: começando pela alta administração, o sistema da

qualidade só trará resultados se houver o comprometimento de todos, isso é

fundamental para o sucesso do sistema da qualidade ISO 9000.

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Porém, é importante lembrar que o sistema de qualidade ISO 9000 é

apenas uma das ferramentas para se alcançar a qualidade total.

A manutenção do sistema da qualidade conforme as normas ISO 9000 é a

própria sobrevivência das empresas, é parte importante para quem quer participar

de um mercado globalizado.

Relações comerciais facilitadas

A relação entre cliente e fornecedor está passando por profundas

transformações no cenário mundial. Os clientes estão cada vez mais exigindo

que seus fornecedores adotem uma organização baseada em um dos modelos de

garantia da qualidade.

A comunidade econômica européia já estabeleceu que a partir de 1992, as

relações comerciais entre empresas, nos aspectos relacionados com qualidade

serão regidas pelas normas da série ISO 9000.

REDUÇÃO DE RISCOS

Para empresas os riscos pela falta de qualidade são:

- perda de imagem

- perda de reputação

- perda de mercado

- responsabilidade civil

- queixas e reclamações

Para os clientes são:

- Saúde e segurança das pessoas

- Instalação com o produto ou serviço

- Disponibilidade de utilização ameaçada.

Com a ISO 9002 o trabalho fica mais bem organizado e menos sujeito a

erros.

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2.3. PLANEJAMENTO DA QUALIDADE TOTAL

As ações de planejamento são consideradas essenciais para a qualidade

total, na verdade, poucas áreas receberam tanta ênfase na estruturação do

modelo da qualidade total quanto o planejamento - uma prioridade compreensível

pela pouca relevância conferida a questão durante muito tempo e justificável pela

natureza das atividades que qualidade total inseriu nas empresas.

Segundo Paladini: “o planejamento, é a base fundamental da implantação

de todo o processo da qualidade, sendo vista como a etapa que desenvolve a

interface entre a estrutura conceitual da qualidade e os objetivos da empresa, de

um lado, e as ações práticas destinadas à aplicação de conceitos e viabilização

do alcance dos objetivos, de outro. Pode-se garantir que da correta estruturação

do planejamento depende o sucesso de todo o processo de implementação da

qualidade total”3.

2.3.1. PORQUE PLANEJAR A QUALIDADE?

Planejar significa tomar decisões à distância do momento em que deverão

ser implementadas. Isto significa, fundamentalmente, tornar-se imune às

pressões que a realidade de uma situação sempre exerce. De fato – uma coisa é

decidir quantos litros de combustível devem ser colocados em um veículo,

imaginado-se o que poderia acontecer se faltasse gasolina no meio da viagem;

outra, bem diferente, é estar com o veículo sem combustível, no meio de uma

estrada deserta.

Este é o primeiro aspecto relevante do planejamento – o conforto de tomar

decisões sobre quais atividades devem ser desenvolvidas, sem que haja urgência

em sua adoção ou falta de tempo para melhor analisar cada uma delas e decidir

sobre sua viabilidade, utilidade ou conveniência. Em termos de qualidade isto

significa, por exemplo:

- listar ações a tomar surgirem determinados tipos de defeitos,

sem que haja montes de refugo espalhados na fábrica;

3 Paladini, Edson Pacheco. Qualidade Total na Prática, pg. 35

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- definir a melhor forma de combater desperdícios – quando

eles ainda não estão em níveis intoleráveis, que exigem ações drásticas;

- fixar as formas mais adequadas de atendimentos aos clientes

– quando não existem volumes imensos de reclamações que requerem alterações

de procedimentos extremamente complexas, mas que devem ser tomadas sem

maiores análises por absoluta falta de tempo;

O planejamento tem também características de evitar improvisações. Isto

é particularmente observável em se tratando de busca da qualidade, em função

da falsa idéia que freqüentemente é definida – a de que a busca da qualidade é

intuitiva, não precisa de planejamento.

No âmbito da Qualidade Total, controlar significa comparar as ações

desenvolvidas com padrões, de forma que se possa, ao acompanhar o processo,

determinar todas as formas adequadas para melhorá-lo continuamente. Ou seja,

controle quer dizer o confronto entre o que foi planejado e o que foi produzido.

Por isso, a execução do Controle da Qualidade requer padrões para serem

utilizados na avaliação de cada atividade de processo. É o Planejamento que gera

estes padrões, definindo o que deve ser feito a cada passo, como, em que

quantidades, que características devem ser atendidas etc. Assim, sem

planejamento, não há controle.

2.3.2. O Planejamento da qualidade colocado em prática

A implantação de sistemas da Qualidade é o processo de concretização

das atividades do planejamento, em que se tornam efetivadas a concepção que a

empresa adotou para a qualidade; a política que orientará todos os procedimentos

relativos à questão; o modelo administrativo escolhido e, enfim, o planejamento

da qualidade.

Há diversas formas de executar a implantação de sistemas de qualidade.

Três delas são as mais comuns: utilizar-se de recursos próprios da empresa;

adotar programas prontos ou contratar assessoria externa. Cada uma dessas

formas tem atividades próprias, vantagens, desvantagens e indicações usuais

para adoção.

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2.4. IMPLANTAÇÃO DA QUALIDADE TOTAL

2.4.1. Ferramentas e estratégicas para a implantação da Qualidade Total

Os modelos da Qualidade Total têm uma estrutura teórica consistente. De

fato, não há contradições entre suas afirmações básicas; há um esboço estrutural

bem definida e plena viabilidade de utilização; observa-se grande unanimidade

em torno de suas exigências e requisitos fundamentais (tendem a ser aceitos com

muita facilidade); não há nenhum tipo de agressão ao senso comum em termos

de normas de funcionamento ou em sua filosofia de operação; enfim, os aspectos

conceituais, organizacionais e “doutrinários” da Qualidade Total não sofrem

qualquer restrição: são bem compreendidos e há amplo consenso sobre sua

validade. Isto por si só, entretanto, é insuficiente para garantir o processo de seu

uso. De fato, a efetiva implantação da Qualidade Total só foi possível após o

desenvolvimento de técnicas que, pela simplicidade, facilidade de utilização e

obtenção de resultados imediatos e notáveis, mostraram que a Qualidade Total

podia passar da teoria á prática, resultando de sua aplicação benefícios

consideráveis. Atribui-se, assim, a estas técnicas imensa importância, creditando-

se a elas grande contribuição para o sucesso dos programas implantados.

Como a própria noção da Qualidade, as técnicas evoluíram bastante nos

últimos anos. Saíram de modelos estatísticos elementares para matrizes que,

embora pareçam complexas pela abrangência e diversidade de informações

requeridas para seu funcionamento, é de simples compreensão, fácil manipulação

e produzem resultados bastante compensadores.

2.5. CUSTOS NA QUALIDADE

2.5.1. Conceitos básicos de Custos

Gasto: Sacrifício financeiro na obtenção de produto ou serviço.

Investimento: Gasto registrado no ativo.

Custo: Gasto relativo a utilização de bens ou serviços aplicados na

produção de outros bens ou serviços.

Despesa: Bens ou serviços consumidos para obtenção de receitas.

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Classificação de custos:

Variável: Proporcional ao número de unidades produzidas. Ex. MP, MO,

energia na produção.

Fixo: Independente da quantidade. Ex. Aluguel, salários supervisão,

seguro.

Semivariável: Variam, mas não em proporção direta com a quantidade

produzida.

Direto: Identificado ao produto.

Indireto: Não permitem apropriação direta ao produto -> Rateios.

Rateios:

Centro de Custo Produtivo: Unidade que apenas mede custos, onde se

fabrica produtos.

Centro de Custo Auxiliar: Unidade que apenas mede custos e prestam

serviços ao CCprodutivo

Centro de Lucro/Resultado: Unidade que mede receita e despesas/custos.

Centro de Investimento: Responsável por seus custos, lucros e bens/ativos

que utiliza. É a unidade de negócios, que tem autonomia para fazer

investimentos.

2.5.2 Mensuração dos Custos da Qualidade

Os custos de qualidade podem ser administrados por departamentos,

serem levados em consideração nas decisões de investimentos de capital ou

serem avaliados em termos globais sem a preocupação de se imputarem

responsabilidades.

Os custos operacionais da qualidade, de acordo com Feigenbaum, são

aqueles custos, associados com a definição, criação e controle da qualidade,

assim como a determinação do valor e retorno da conformidade com a qualidade,

confiança e requisitos de segurança. Também, os custos da não-conformidade

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são os associados com as falhas e suas conseqüências tanto dentro da fábrica,

como em mãos dos consumidores.

O montante e a distribuição dos custos da qualidade estão em função da

capacidade da empresa para gerar qualidade.

De acordo com Toledo (1998:81), a capacidade da empresa de produzir

qualidade deve ser considerada em dois níveis: Sua capacitação para gerar a

qualidade de projeto e a capacitação para a qualidade da conformação. Portanto,

a produção com a qualidade deve contar com equipamentos adequados, mão-de-

obra treinada, disponibilidade de tecnologia e um aprimorado sistema de controle

qualidade.

2.5.2.1 Objetivos da Mensuração dos Custos da Qualidade

“Segundo Antônio Robles Júnior, a mensuração da qualidade através dos

custos é vista pelos administradores como a forma de se atender a vários

objetivos ou questões, dentre os quais se destacam”:

1. Avaliar os programas de qualidade por intermédio de quantificações

fiscais e monetárias;

2. Possibilidade de fixar objetivo para os programas de qualidade,

priorizando através do método de Pareto, aqueles que possibilitem trazer de

forma imediata melhores resultados para a empresa.

3. Conhecer na realidade o quanto a empresa está perdendo pela falta de

qualidade. Essa informação, quando passada aos diferentes níveis da

organização, ajuda na sensibilização e compromisso de enfrentar o desafio da

melhoria da qualidade.

4. Conhecer a distribuição dos custos pelas diferentes categorias de

Custos da Qualidade, o que possibilita o direcionamento dos investimentos de

acordo com os projetos de melhoria da Qualidade.

5. Tornar a Qualidade um dos objetivos estratégico para a empresa. Para

tanto, a alta administração através do conhecimento efetivo das quantificações

físicas e monetárias, realmente assume o compromisso com a Qualidade.

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6. Melhoria da qualidade acarreta um acréscimo nos lucros, sem aumento

nos preços, sem investimentos adicionais significativos em instalações ou

equipamentos e recursos humanos.

7. Aumento da produtividade através da qualidade.

8. Integrar, através dos relatórios de Custos da Qualidade, numa única

informação, vários outros relatórios de desempenho. Os valores monetários

representariam um denominador comum às várias informações de indicadores de

qualidade de forma a sensibilizar a alta administração da empresa.

9. Demostrar que os relatórios usuais da Qualidade levam a administração

a aceitar percentuais de falta de qualidade como algo normal aos negócios, e em

muitos casos considerando a falta de qualidade dentro de níveis aceitáveis de

qualidade (NAQ).

10. Comprovar que os relatórios de Custos da Qualidade ajudarão a

colocar os investimentos em qualidade no mesmo pé de igualdade dos demais

projetos de investimentos. Os projetos de melhoria de qualidade concorrem com

as demais alternativas de investimentos da empresa.

11. Revelar o impacto financeiro das decisões de melhoria da qualidade

apresentadas nos relatórios de Custos da Qualidade, corroborados pelo gráficos

de evolução dos custos.

12. Facilitar a elaboração do orçamento de Custos da Qualidade,

permitindo a adequada destinação de recursos, visando ou não a uma provável

redução de custos.

13. Na hipótese de a Qualidade ser fator diferencial no marketing da

empresa, os Custos da Qualidade reforçarão esse fator diferenciador, através de

maiores destinações de recursos para a melhoria da qualidade, facilitando as

eventuais análise de custo-benefício.

14. Revelar, através dos relatórios de Custos da Qualidade, sucesso da

administração em cumprir com os objetivos da qualidade. O escopo poderia não

ser a redução no total dos Custos da Qualidade, porém a alteração na

participação no total dos custos de cada categoria de Custos da Qualidade.

Dessa forma, alguns programas de melhoria da qualidade praticamente poderiam

ser autofinanciados.

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15. Avaliar a adequação do programa de manutenção. Eventuais atrasos

no cronograma de manutenção podem afetar o nível de qualidade dos processos

e dos produtos.

16. Sistematizar o conhecimento e a influência das diferentes

conseqüências da falta de qualidade na empresa, tais como: Devoluções de

Vendas, Pedidos Cancelados, Alterados e principalmente não efetuados, Erros de

Faturamento, Poluição etc.

17. Conhecer na realidade o quanto a empresa vem investindo nas

diferentes categorias de Custos da Qualidade.

18. Inferir, consequentemente, quanto a empresa deveria investir nas

diferentes categorias de Custos da Qualidade.

19. Fixar os objetivos e os recursos para o treinamento do pessoal.

20. Facilitar a avaliação do efeito da qualidade no custo e no valor dos

produtos e serviços.

21. Forçar a alta administração a cobrar da área de vendas e marketing a

prática de preços de topo no mercado, minimizando por conseqüência a

concessão de descontos.

22. Manter a empresa sempre alerta quanto ao chamado “efeito tiririca”, ou

seja, os problemas de qualidade hoje sanados podem ser substituídos por

outros em qualquer lugar, o que provavelmente não seria notado de imediato na

ausência de um programa formal de acompanhamento dos Custos da Qualidade.

23. Permitir que a sistemática formal de Custos da Qualidade, entre outras

atividades, acompanhe a efetivação ou não em pedidos das amostras fornecidas

e que não se convertem em pedidos, devido a sua qualidade. Levar ainda à

investigação do motivo da não-aceitação por parte dos clientes.

24. Acompanhar a evolução dos gastos com a avaliação da qualidade dos

fornecedores, na celebração de parcerias e das garantias da qualidade.

25. Facilitar o estabelecimento de rotinas e procedimentos para

acumulação de dados de Custos da Qualidade, bem como a correta fixação,

definição e transparência dos indicadores de qualidade.

26. A Celanese de acordo com Clark (1985:45), aponta como principais

objetivos a serem alcançados com seu programa de Custos da Qualidade os

pontos abaixo:

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• Prover incentivos maximinizados para as fábricas no

desenvolvimento dos ganhos de qualidade, através de um reflexo mais

pronunciado em sua avaliação de desempenho.

• Impor mais pressão na área de marketing para manter ou

aumentar os preços de uma qualidade diferenciada.

• Estabelecer uma margem mais significativa para os produtos de

baixa qualidade.

• Demonstrar o impacto dos estoques de produtos refugados.

• Demonstrar a administração que existe uma possibilidade

significativa de mudança para a administração da qualidade tornar-se realidade.

27. Aflorar os problemas encobertos, e levar a alta administração da

qualidade a fixar a qualidade como uma de suas áreas-chaves de resultados.

28. Tomar os objetivos de Lawrence A. Panemon (1990) em seu artigo

Contabilidade para Custos de Qualidade:

• A engenharia de produtos deve primeiramente projetar produtos

visando à redução de sobras e retalhos.

• Eliminar inspeções em pontos onde não ocorrem problemas.

• Estabelecer controles onde são necessários.

• Descobrir o mais cedo possível as deficiências, antes do

comprometimento de mais materiais e mão-de-obra, de modo a se evitarem

desmontagem e retrabalho.

• Avaliar a necessidade de treinamento adicional.

• Rever e revisar as variáveis, procedimentos, preparação de

máquinas e processamento.

29. Para Ishikama (1985:45), se a fábrica não tiver condições de saber e

controlar o total produzido, o montante de refugos, a quantidade de defeitos ou

retrabalho necessário, ela não será capaz de determinar o percentual de defeitos

e a taxa de retrabalho. Sem isso, a fábrica não está engajada no Sistema de

Qualidade.

2.5.3. Categorias de Custos da Qualidade

Os Custos da Qualidade são agrupados em categorias que se relacionam

entre si. As principais categorias de Custos da Qualidade são:

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Custos de Prevenção: São gastos com atividades no intuito de se

assegurar que produtos, componentes ou serviços insatisfatórios ou defeituosos

não sejam produzidos. Os gastos com prevenção compreendem tanto

investimentos quanto demais dispêndios (custeio), que objetivam evitar a geração

de unidades e componentes defeituosos.

Custos de Avaliação: São os gastos com atividades desenvolvidas na

identificação de unidades ou componentes defeituosos antes da remessa para os

clientes, clientes esses que podem ser tanto internos como externos.

Custos das falhas: São os custos incorridos devido à ocorrência de fato de

unidades ou componentes defeituosos. Os Custos das Falhas são subagrupados

em Custos das Falhas Internas e Custos das Falhas Externas.

OS CUSTOS DAS FALHAS INTERNAS:

São aqueles associados às atividades decorrentes de falhas internas,

como: falhas de projetos, compras, suprimentos, programação e controle de

produção e falhas na própria produção. As falhas internas são constatadas antes

do despacho dos produtos aos clientes.

Os Custos das Falhas Externas: São aqueles associados às atividades

decorrentes de falhas externas. Como falhas externas são classificados os

custos gerados por problemas ocorridos após a entrega do produto ao cliente, ou

seja, os associados às devoluções, queixas e reclamações dos clientes.

Relações entre categorias de custos da qualidade:

Os custos da qualidade são normalmente classificados em categorias:

Prevenção, Avaliação, Falhas Internas e Falhas Externas.

Através de estudo e da observação das relações entre as categorias de

custos da qualidade, procura-se inferir o ponto ótimo de investimento em

Qualidade. O outro propósito seria a descoberta da melhor relação custo-

benefício, ou seja, aumentando-se os gastos com Prevenção qual seria a

economia de custos obtida pela diminuição das falhas.

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Empiricamente também se comprova que gastos iniciais em Prevenção

podem significar diminuição no Custo Total da Qualidade.

2.5.4. O Aspecto Custo e os Conceitos da Qualidade

Custeio por Atividade ABC

O Negócio é uma série de processos inter-relacionados e estes processos

são constituídos por atividades que convertem insumos em resultados. Ou seja,

atividades consomem recursos e produtos consomem atividades.

O controle dos Custos da Qualidade apóia-se na sistemática desenvolvida

para o Activity – Based – Costing (ABC), ou seja, na Contabilidade por Atividades.

A operação do sistema de Custos da Qualidade fica simplificada quando

está sendo gerada pela Contabilidade por Atividades. A relação custo-benefício

da informação apresenta-se altamente favorável. O custo da informação dos

Custos da Qualidade, nesta hipótese, torna-se bem inferior a seus benefícios.

A Contabilidade de Custos tradicional não fornece informações a respeito

do lucro perdido em virtude de falhas ou falta de Qualidade. O Sistema de Custos

da Qualidade força a assunção de valores perdidos em função das falhas do

produto e falhas de atendimento. Esta informação desvenda um campo inédito

para a Contabilidade trazendo inúmeras questões à baila quiçá suscitando outras

questões pertinentes.

A “produção” de um produto de segunda linha implica um custo de

oportunidade por não se ter produzido um produto de primeira linha. O Sistema

de Custos da Qualidade reporta e revela o montante deste custo de oportunidade.

Essa informação tem por escopo forçar a administração a corrigir o processo para

interromper-se a “produção” de um produto de segunda, passando-se a voltar a

produzir o produto normal de primeira linha, o qual encerra maior valor agregado.

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26

REDUÇÃO DE CUSTOS

Quanto vale a redução de custos?

Segundo Paulo Jacobsen “Nos últimos anos o incremento da

produtividade, as técnicas de redução de custos e o controle da eficiência vem

despertando cada vez maior interesse e atenção das empresas norte-americanas

e européias. Mas talvez tenha sido o Japão quem conseguiu resultados mais

surpreendentes nessa área. Na “Matsushita”, por exemplo, as técnicas de

redução de custos chegaram a oferecer economias anuais equivalentes a 30%

dos lucros gerados no período! Ou seja, sem um programa de redução de custos,

os lucros anuais teriam sido reduzidos de um terço! E o mesmo afirmam a

“Kawasaki”, a “Toyota” etc...

Com o efeito, o potencial de lucro, mesmo numa pequena redução de

custos, é bastante significativo.

Os custos “normais” são aqueles incorridos dentro de um determinado

padrão de desempenho, sem especial preocupação com a eficiência mas,

também, sem maior “desperdício”.

Entretanto, se nessa empresa o ambiente fosse de pouca atenção em

relação aos custos, instalando-se, em conseqüência, um regime de “desperdício”,

poderíamos Ter, por exemplo, um ligeiro aumento de 1% dos custos, acima do

nível normal.

A redução de custos não exige, normalmente, investimentos, desembolsos,

nem prazo de maturação. Ela é, quase sempre, “deixar de gastar”, transferindo-

se, assim, diretamente a conta de resultados da empresa.

A associação de valores para a obtenção e gestão da qualidade foi

enfatizada por diversos autores. O grau de importância a apresentação desses

valores é que varia para mais ou para menos.

Para a apuração dos custos da qualidade alguns desses autores

dedicaram apreciável espaço do conteúdo de suas obras. Entre aqueles que

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apresentaram capítulos específicos sobre custos da qualidade, destacam-se

Juran e Feigenbarim, que foram a fundo na metodologia de apuração dos custos

da qualidade.

Crosby e Palmir dedicaram um capítulo para os custos da qualidade, dando

fundamental importância aos custos da qualidade.

Crosby inclui uma de suas etapas para a melhoria da qualidade já, Palmir

“Para analisar os custos da qualidade, devemos considerar dois tipos de

qualidade, que se acham relacionados a seguir”:

1.Qualidade de projeto. É a qualidade do produto fixada durante o estágio

de projeto do produto. Assim, quando fixarmos as tolerâncias de acabamento de

uma peça ou selecionarmos um material de uma determinada dureza, estará

fixando a qualidade de projeto dessa peça, dada pelas especificações.

2.Qualidade de conformação: Mede até que ponto o produto está dentro

das especificações fixadas. Um produto com alta qualidade de projeto poderá Ter

baixa qualidade de conformação se os equipamentos produtivos forem

inadequados, o que se refletirá na alta porcentagem de refugos.

2.5.5. Catorze Etapas de CROSBY

Philip B. Crosby, juntamente com Deming e Juran é considerado um dos

“papas” do movimento da qualidade.

Crosby, à maneira de Deming, também fixou vários pontos a serem

observados pelas empresas que adotaram sua linha de pensamento como

orientação nos programas da qualidade juntamente com Juran, Crosby também

enfatizou a necessidade da apuração dos custos da qualidade chegou a afirmar

que os custos da qualidade são a única maneira válida de a empresa medir os

sucessos de um programa da qualidade (Crosby, 1979:141)

Os pontos preconizados por Crosby também são em número de catorze ;

observa-se que há quatro com conteúdo financeiro, cuja atribuição é típica de

uma área de controladoria, como podemos ver a seguir.

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Catorze etapas de CROSBY

1 Comprometimento da gerência

2 A equipe de melhoria da qualidade

3 Cálculo da qualidade(*)

4 Avaliação do custo da qualidade(*)

5 Conscientização

6 Ação corretiva

7 Estabelecimento de um comitê especial para o Programa Zero defeito

8 Treinamento de supervisores

9 Dia zero defeito]

10 Estabelecimento de meta(*)

11 Remoção de causa de erros

12 Reconhecimento(*)

13 Conselhos da qualidade

14 Fazer tudo de novo

As etapas assinaladas têm conteúdo financeiro. Crosby relacionou o papel

catalisador da controladoria, ao afirmar:

“Todos os cálculos devem ser feitos pelo Departamento de controladoria o

que garante a integridade da operação” (1979:133).

Com relação aos dados reais, foi enfático ao afirmar: ”Quem deve fornecê-

los é o controller” (1979:145).

Adiantou, também, que a finalidade de calcular o custo da qualidade é

apenas chamar a atenção da gerência e proporcionar uma base de cálculo para

se verificar a melhoria da qualidade.

Por outro lado, apontou que o objetivo da apuração do custo da qualidade

visa implementar corretamente a gerência da qualidade: “ este cálculo é a única

chave que você jamais possuíra para ajudar sua empresa a implementar

corretamente a gerência da qualidade” (1979:135).

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Crosby fixou alguns mandamentos para as empresas, que querem adotar

um programa de qualidade total, nesses mandamentos voltou a enfatizar a

importância custos da qualidade.

Mandamentos absolutos da gerência da qualidade (1979:141)

- Qualidade significa concordância, não elegância

- Problema de qualidade é coisa que não existe

- Economia da qualidade é coisa que não existe, é sempre mais barato

realizar corretamente a tarefa logo na primeira vez

- A única medida de desempenho é o custo da qualidade

- O único padrão de desempenho é o zero defeito

Com relação ao levantamento de dados que darão suporte à apuração dos

custos da qualidade, separou essa tarefa em dois momentos distintos, ou seja, o

momento da AÇÃO e o da REALIZAÇÃO (1979:145 e 218)

Ações:

- Cálculos iniciais são impreciosos

- Quem deve fornecê-los é o controller

- Custo da qualidade não é um cálculo absoluto de desempenho

- Trata-se de uma indicação do ponto onde a ação corretiva será

proveitosa para a companhia

- Quanto mais elevado o custo mais ação corretiva se faz necessária

Realização:

“Fazer com que o controller estabeleça o custo da qualidade afasta

qualquer suspeição do cálculo. E o que é mais importante, um cálculo de

desempenho da gerência da qualidade foi estabelecido no sistema da

companhia.”

A ênfase que Crosby dá ao custo da qualidade, provavelmente é resultado

de sua experiência na implantação de sistemas da qualidade em inúmeras

companhias. Essa impressão fica evidente, através de sua afirmação:

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“O custo da qualidade é o catalisador que leva a equipe de melhoria

da qualidade e o restante da gerência, à plena percepção do que está

acontecendo. Antes se limitavam muitas vezes a simular que seguiam o

programa, só para causarem boa impressão” (1979:221)

2.5.6. Catorze pontos Deming

Walter Edwards Deming, outro “papa” do movimento mundial pró-

qualidade, alcançou notória proeminência em virtude de sua atuação no Japão na

década de 50, incentivando os empresários Japoneses a adotarem um programa

de qualidade era a única saída para o Japão superar seus problemas econômicos

de então. Em 1950, na J.U.S.E (União dos Cientistas e Engenheiros Japoneses)

profetizou que dentro de cinco anos o Japão conquistaria o mercado mundial.

Este fato ocorreu em quatro anos, de acordo com Mann (1992:13) biógrafa de

Deming; compradores de todo o mundo estavam, ansiosos por obterem produtos

Japoneses.

Deming publicou seus catorze pontos em 1981 na Business Wek a versão,

a seguir é a de 1986 que consta de sua obra Out of the Deming philosophy, de

autoria de Nancy R. Mansi:

1 Crie constância de propósito no sentido de melhoria de produtos e

serviços, com a finalidade de tornar-se competitivo, permanecer no negócio e

prover empregos.

2 Adote a nova filosofia. Estamos numa nova era econômica . A

administração ocidental deve despertar para o desafio, deve aprender suas

responsabilidades e assumir a liderança na mudança

3 Acabe com a dependência da inspeção para adquirir qualidade. Elimine

a necessidade de inspeção tendo como base inspeções em massa, pela

construção da qualidade no produto em primeiro lugar

4 Acabe com a prática de negociar com base na etiqueta de preço. Em vez

disso, minimize o custo total. Mude para um único fornecedor para certo item,

numa relação de lealdade e confiança no longo prazo

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5 Melhore constantemente e definitivamente o sistema de produção e

serviço, para melhorar a qualidade e a produtividade e, dessa forma, diminuir

constantemente os custos

6 Institua o treinamento no trabalho

7 Institua liderança. A ajuda da supervisão deve ser ajudar as pessoas,

máquinas e equipamentos a realizarem um trabalho melhor. A previsão na

administração está precisando de revisão, bem como a supervisão dos

trabalhadores da produção

8 Afaste o medo, de forma que todos possam trabalhar efetivamente para a

empresa

9 Derrube as barreiras entre os departamentos. O pessoal da área de

pesquisa, projeto, vendas e produção deve trabalhar como uma equipe, para

prever problemas de produção e no uso que pode ser previsto para com o produto

ou serviço.

10 Elimine slogans, exortações e alvos para a força de trabalho, pedindo-

lhes, por zero defeito e novos níveis de produtividade. Tais exortações somente

criam relações contrarias, sendo em grande parte causadoras da baixa qualidade

e baixa produtividade atribuídas tanto ao sistema como ao lado da capacidade da

força de trabalho

11a . Elimine os padrões de trabalho (quotas) no chão da fábrica. Substitua

a liderança

b. Elimine a administração por objetivos. Elimine a administração por

números e metas numéricas. Substitua a liderança

12 a. Remova as barreiras que roubam do trabalhador horista seu direito

de orgulhar-se de seu trabalho. A responsabilidade dos supervisores deve

modificar-se de números absolutos para qualidade.

b. Remova as barreiras que roubam das pessoas da administração e

da engenharia seu direito de se orgulharem de seus trabalhos. Isto significa, entre

outras coisas, a abolição da gratificação anual ou mérito e da administração por

objetivos

13 Institua um rigoroso programa de educação e de auto-aperfeiçoamento

14 Ponha todos da empresa a trabalharem pela transformação. A

transformação é tarefa de todos.

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Os catorze pontos de Deming encerram uma filosofia revolucionaria para

os padrões ocidentais. Sob a visão da controladoria, ressalta a necessidade de

reformular os conceitos de mensurações quantitativas, bem como, reforça a

necessidade da visão abrangente do ciclo de vida dos negócios, processos e

produtos da companhia, não só dos executivos da controladoria, como também

das demais áreas.

2.6. GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS

REDUZIR CUSTOS

Para a EMPRESA devido a:

- redução das perdas de produção-serviços

- menos reprocessamento, reparo e retrabalho

- menor número de reposições

- redução de deficiência mercadológicas

Para o CLIENTE devido a:

- redução dos custos de paralização de possível disposição e de

operação

Para a SOCIEDADE:

- menos consumo de energia

- menos desperdício

BENEFÍCIOS GERAIS

Para a EMPRESA:

- maior satisfação dos clientes

- maior satisfação dos acionistas

- maior satisfação dos funcionários

- melhor relacionamento com os fornecedores

- maior participação no mercado

- melhoria da produção-serviços

- redução de custos

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Para CLIENTES:

- maior confiança nos serviços da empresa

- redução de custos

Para SOCIEDADE:

- atividade em condições de competitividade no mercado nacional,

gerando o desenvolvimento do Estado que se traduzirá em benefícios para toda

a sociedade.

BENEFÍCIOS PARA OS COLABORADORES

- menos problemas no trabalho e maior integração entre áreas.

- Maior desenvolvimento individual em cada tarefa, possibilitando

melhoria de desempenho

- Maiores oportunidades de treinamento

- Maior segurança

- Melhores condições para a monitoração dos processos

- Melhoria da qualidade e da produtividade

AS ESPECIFICAÇÕES DOS SERVIÇOS

A norma ISO 9002 não contém especificações sobre os serviços. Os

requisitos por ela estabelecidos são voltados para procedimentos gerenciais

sobre atividades que influenciam a qualidade. Se os requisitos da ISO 9002

forem seguidos, aumenta a confiança na conformidade dos serviços, ou seja, as

especificações exigidas para os serviços em outras normas serão certamente

alcançadas.

O TIPO DE TRABALHO DE CADA UM

Cada colaborador continua a fazer o mesmo trabalho que fazia antes, mas

as instruções e métodos de cada área estarão integrados, facilitando o seu

trabalho e a disseminação de informações na empresa.

O tipo de trabalho não muda, mas a forma de como executar vai

certamente ficar mais bem definida e o resultado do seu trabalho mais previsível

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com o treinamento e o uso de técnicas para diagnóstico e solução de problemas,

cada um poderá executar cada vez melhor o seu trabalho, trazendo maior

competitividade a empresa.

SURGE A NECESSIDADE DE ESTABELECER E REVISAR MÉTODOS

ESPICIFICAÇÕES E INSTRUÇÕES

Os métodos, especificações e instruções mais importantes para garantir a

qualidade do produto – serviço precisam estar definidos e entendidos.

FORTALECER A AÇÃO DE PREVENÇÃO

Com a implantação da ISO 9002 a tendência é o trabalho ficar tão

organizado que as inspeções possam ser utilizadas. Os problemas devem ser

encontrados e corrigidos no próprio setor de trabalho, por que fica mais caro

dirigir os problemas posteriormente, em termos de tempo e dinheiro. Surge a

necessidade de determinar as expectativas dos clientes (internos e externos) e

traduzi-las em especificações.

É preciso:

- Identificar o cliente, os produtos e serviços que você fornece

- Identificar as expectativas do cliente, claramente e por escrito

- Traduzir as expectativas do cliente em especificações dos produtos e serviços

- estabelecer as características, parâmetros e métodos que possibilitarão o

atendimento as especificações

- fazer revisões periódicas das entradas e saídas dos processos

Você passa a participar das ações na área da qualidade na empresa

- utilizando ações preventivas

- tomando ações corretivas quando necessário

- esforçando-se na busca de melhorias

- controlando as tarefas sob sua responsabilidade

- participando da elaboração de procedimentos, métodos, especificações e

instruções

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- dando sugestões no processo de implantação da ISO 9002.

2.7. QUALIDADE E EFICÁCIA

Os Conceitos de Qualidade, Eficácia, Produtividade e Eficácia possuem

íntimo relacionamento entre si.

Através da visão de cada um deles, pode-se inferir essa semelhança.

- Qualidade:

- Fazer certo pela primeira vez;

- Satisfazer às necessidades do consumidor;

- Superar as necessidades do cliente;

- Cumprir os requisitos;

- Eficácia:

- os produtos/serviços devem ser úteis aos clientes;

A própria medida de eficácia serve de base para a comprovação do inter-

relacionamento dos conceitos.

Quanto maior for a Qualidade dos produtos e serviços, maior será a

Eficácia da empresa; Pode-se até dizer que a relação acima mede a qualidade da

gestão empresarial.

A qualidade é medida pela relação entre as unidades produzidas com

efeitos em relação ao total produzido. A apresentação dessa proporção está

evoluindo de um percentual (defeitos por cem) para defeitos por milhão – peças

por milhão (PPM).

Evidentemente, qualquer melhoria nessa relação trará resultados imediatos

nas demais mediações. A medição da Qualidade apoia-se no conceito de

conformidade: na verdade, a Qualidade é o inverso da fórmula (supondo que as

peças defeituosas sejam duas para um lote de produção de cem unidades; a

qualidade será de 98%).

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PRODUTIVIDADE E EFICIÊNCIA

As medições da Eficiência estão voltadas para a apuração do custo unitário

de produção. Quanto menor o custo unitário de produção, maior será a eficiência

da empresa.

A relação Quantidade Produzida/Recurso(s) consumido(s) está voltada

para averiguação de que os produtos/serviços estão sendo feitos corretamente,

ou seja, eficientemente.

A produtividade normalmente é medida tomando-se por base um fator ou

recurso fixo.

Os recursos fixos podem ser: quantidades de empregados, capital

investido, área plantada, no caso de produtos agrícolas e outros.

Outra visão da medição da Produtividade é apresentada por Campos

(1989:21), na qual o autor considera, além dos fatores internos da empresa,

também fatores externos representados clientes.

Para Campos a Produtividade é a Taxa de Valor Agregado pela empresa.

Aponta também a utilidade de sua aplicação em qualquer entidade: empresa

manufatureira, empresa de serviços, hospitais, hotéis, prefeituras etc.

Na verdade existe uma corrente ou uma cadeia que entrelaça os diversos

conceitos. Essas mediações visam fornecer informações para a administração

monitorar a gestão da empresa, não perdendo de vista o atual ambiente

competitivo, no qual o fator flexibilidade assume importância em igual dada a

ênfase na economia de escopo, em que em uma mesma planta/linha são

fabricados simultaneamente diferentes produtos e modelos.

Essa flexibilidade é possível hoje, graças mais uma vez, aos recursos da

informática, que permitem o controle em tempo real de uma produção

diversificada, através da utilização intensiva de códigos de barras, coletores de

dados, Scanners com transmissão com fio ou sem fio etc.

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2.8. SISTEMAS DE APURAÇÃO DE CUSTOS

Custeio por Absorção : Ótica da contabilidade tradicional. Deixa a desejar.

Custeio Direto ou Variável : Custos e despesas variáveis são atribuídos aos

produtos, que após excluídos da receita gera a Margem de Contribuição. Abate-

se então os custos e despesas fixas da M.C. ----> MC = PV - ( CV + DV )

Custeio por Atividade - ABC : Método de rastrear custos de um negócio ou

departamento para as atividades realizadas; atividades que constituem os

processos para o negócio da empresa.

Necessidades de compreensão para o Gerente de Custos

Conhecer o processo: Cadeia fornecedor/Cliente, necessidades

operacionais e estratégicas.

Compreender as necessidades de combater as causas e não os efeitos

dos problemas/custos.

Com aumento dos custos indiretos(Overhead) sistemas tradicionais de

custeio não são eficientes.

Análise da Cadeia de Valor

Conjunto de atividades criadoras de valor desde as fontes de matéria-

prima, passando pelos fornecedores até o produto final entregue ao consumidor.

Importante identificar custos e marges de lucro de toda a cadeia para

formar o preço final e para decidir sobre a produção ou terceirização.

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3. CONCLUSÃO

A nova forma de competição global exige informações mais detalhadas

para o processo decisório. A Empresa para cumprir suas finalidades de apoio à

tomada de decisões e de controle, neste novo contexto competitivo, conta com as

proposições da Gestão Estratégica de Custos (CMS) e da contabilidade por

Atividades (ABC). Os Custos da Qualidade fazem parte integrante do processo

decisório dos programas de Melhoria da Qualidade. O levantamento desses

custos torna-se viável através da adoção dos conceitos e procedimentos da

Contabilidade por Atividades (ABC).

Os investimentos em Qualidade concorrem com as outras alternativas de

investimentos. O Sistema de Custos da Qualidade fornece a base para tomada

de decisões de investimentos em Qualidade, relevando os parâmetros e

evidenciando de forma clara e transparente as vantagens e os benefícios desse

tipo de decisão. As predições de Qualidade associadas aos Custos da Qualidade

projetados formam a base para esse processo.

As relações entre os elementos do Custo da Qualidade fornecem subsídios

e facilitam a tomada de decisões de investimentos nas diferentes categorias que

afetam os Custos da Qualidade. A visualização clara só se torna possível com

base nos relatórios e gráficos de um Sistema de Custos da Qualidade.

A ênfase na Qualidade tem como objetivo final e não alardeada

diretamente a melhoria da produtividade empresarial. As mensurações

proporcionais pelo Sistema de Custos da Qualidade demostram que a melhor

Qualidade representa acréscimo à produtividade. Fazer certo pela primeira vez

libera tempo e recursos para se fazer certo pela primeira vez muitas e muitas

vezes.

A questão do diferencial de produto ou serviço decisões de agregar

valores. O aprimoramento da Qualidade seria também uma agregação de

valores. O Sistema de Custos da Qualidade através de suas informações

normais facilita a tomada de decisão de agregação de valores.

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Por estes motivos que procurei fazer um trabalho voltado para os Custos

da Qualidade Total, pois hoje a empresa que não implementar este programa está

fora desse nosso mercado competitivo só que não podemos nos esquecer dos

custos e benefício gerados e é esse nosso objetivo mostrar todos os lados da

qualidade total para que se possa fazer um excelente trabalho.

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BIBLIOGRAFIA

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NB – 9004, ISO 9004,

Gestão da Qualidade e elementos do sistema da qualidade: diretrizes.

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