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Universidade Candido Mendes Pós-Graduação “Lato Sensu”
Instituto a Vez do Mestre
Educação à Distância: Mitos e verdades
Por: Carlos Eduardo da Silva
Orientador: Mary Sue Carvalho Pereira
Rio de Janeiro 2011
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Universidade Candido Mendes Pós-Graduação “Lato Sensu” Instituto a Vez do Mestre
Educação à Distância: Mitos e verdades
Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para a obtenção do grau de especialista em Tecnologia
Educacional Por: Carlos Eduardo da Silva
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por mais uma etapa concluída em
minha vida, a minha mãe Maria José que sempre me apoiou como uma
coluna forte e inabalável em todos os momentos de minha vida, sejam
tristes, seja alegre. A todos os professores que tive a oportunidade de
estudar e aprender nesse curso tão especial, obrigado a todos (as) pelo
aprendizado e pela amizade. Agradeço também ao instituto a vez do
mestre, por esse lindo trabalho e por essa maravilhosa visão,
proporcionando um curso de pós-graduação acessível de qualidade,
desejo muito e muito sucesso a esse projeto e muitos anos de vida. Por
ultimo agradeço a todos os companheiros e companheiras que tive
durante todo o curso, todos já são mais que inesquecíveis em minha
historia, não fomos uma turma, formamos uma grande família, Deus
abençoe a todos (as) vocês.
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DEDICATÓRIA
Ao Deus todo poderoso que sempre me abençoou com sua
graça, mesmo não sendo merecedor, que fez chover em minha vida,
mesmo quando eu estava passando pelo deserto sem perspectiva de
nada. A Maria José pelo amor incondicional que sempre me dedicou.
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RESUMO
A história da educação à distância, iniciando-se com o ensino por
correspondência em fins do século XVIII, meados do século XIX e
principio do século XX, esteve sempre ligada à formação profissional
capacitando pessoas ao exercício de certas atividades ou ao domínio de
determinadas habilidades, sempre motivadas por questões de mercado.
Com a globalização as novas tecnologias ficaram mais acessíveis a
todos, e puderam adentrar ao mundo da educação e suprir o grande viés
que hoje toma conta de todos, a falta de tempo para cursar uma
faculdade, ou até mesmo cursar uma pós-graduação, problema
acalentado pela educação à distância, que visa dar um maior conforto a
todos que a procuram. Também é imprescindível pesquisar as
instituições que oferecem esta modalidade, visando saber se a mesma
atende a todos os requisitos propostos pela legislação, diante de tanta
problemática, surgem muitas conversas maliciosas, onde um grande
contingente acaba sendo verdade, mais muitos não passam de mito,
sendo assim, a pesquisa pretende mostrar, o que é verdade, e o que é
mito,quando o assunto e EAD,com a ajuda de grandes teóricos e
pesquisando os referenciais curriculares para educação à distância.
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METODOLOGIA
A pesquisa sobre educação à distância, foi realizada através da
rede, em sites e principalmente em livros que abordam o assunto.
Com os níveis de violência cada vez mais altos, a sensação de
insegurança das pessoas está em níveis elevadíssimo, hoje não e mais
possível ser gentil numa via pública, pelo simples fato do medo der
tomado o lugar da tranqüilidade, as pessoas procuram comodidade e
segurança abrindo mão da qualificação presencial, para superar esses
medos a educação à distância tem se tornado uma via muito trafegável
nesses últimos tempos para esse público que procura comodidade e
segurança, dentro dos seus lares.
Em contra partida a formação inicial não atende as necessidades
deste mercado tão competitivo, por isso faz-se mais que necessário e até
por uma questão de sobrevivência a formação continuada, muitos
estudantes devido ao estresse do dia a dia, transito e insegurança
procura a EAD, e é nesse âmbito que essa modalidade entra para ajudar
as pessoas.
O presente trabalho monográfico tem como objetivo esclarecer os
equívocos que ainda existe sobre essa modalidade, tanto por parte de
estudantes, como por parte de empresas em geral, dizer o que é verdade
é o que é mito quando o assunto for educação à distância, quebrar
paradigmas esse é o principal objetivo, e informar que com seriedade e
uma boa fiscalização essa modalidade têm tudo para somar em nossas
vidas.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
Capítulo I
Educação à Distância no seu Contexto Histórico 11
Capítulo II
Alternativas legais para a Educação á Distância 20
Capítulo III
Desmistificando a Educação à Distância 42
Conclusão 48 Bibliografia/Webgrafia 50 Anexos 52 Índice 58
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INTRODUÇÃO
Diante do grande avanço das tecnologias, a facilidade de acesso a
informação e aos veículos de comunicação de massa, todos esses fatores
concerteza mudou a maneira de enxergarmos o mundo, vemos hoje por uma
ótica mais critica, quando nos deparamos com a grande massa de informação.
Já nos alertava há muito tempo Mc Luhan apud Lima 1996,quando dizia que
“Os novos meios ultra-rápidos de comunicação a grande distância, rádio, telefone,
televisão, estão a ponto de ligar o mundo inteiro numa ampla rede de circuitos elétricos,
suscitando uma nova dimensão do engajamento do individuo face aos acontecimentos”
Concerteza a internet foi o maior salto nesse processo, permitindo a
todos o grande acesso a informação de educação sem sair de casa,
produzindo assim, também grandes transformações que surgiram também no
mundo do trabalho, não presenciamos mais apenas o aspecto braçal como era
de extrema característica de séculos atrás, o aumento da violência nos grandes
centros urbanos faz com que hoje as pessoas pensem duas vezes antes de
sair à noite seja para passear, seja para estudar. Atualmente devido a grande
competitividade faz-se mais que necessário a formação continuada, devido às
grandes mudanças que o mundo globalizado exige. Com isso a primeira
formação não completa todos os campos que desejaríamos sempre fica algo
mal explicado, mal interpretado e até mal estudado, entretanto muitas pessoas
vêem hoje uma alternativa de continuar estudando sem comprometer suas
rotinas desgastantes do dia a dia, isso é suprida através da educação à
distância, modalidade ainda muito questionada por muitos, devido o
desconhecimento de suas diretrizes e regras. Preconceito levantado pelo
simples fato da modalidade acontecer à distância, por este fato, muitos pensam
que não teria o mesmo peso que se acontecesse na modalidade presencial,
será isso uma verdade?Ou mais um mito?Esse é o principal aspecto que
investigaremos nesse trabalho, as verdades e os mitos que cobrem a educação
à distância, permitir-nos-emos alavancar a ponta do iceberg, visando desdobrar
todo senso comum que ronda a mesma, e dar uma grande contribuição a
modalidade que concerteza bem trabalhada só tem a acrescentar em todos os
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âmbitos e pensamos que ao fim deste trabalho, nosso maior objetivo e que
possamos entender que essa modalidade educativa se investigada e aplicada
de maneira correta e satisfatória, terá muito a acrescentar em nossas vidas.
Haja vista que primeiramente para mim, foi de grande contribuição toda a
pesquisa, a respeito dos aspectos legais da EAD, até porque tive muito receio
em fazer um curso nesta modalidade, até então tomado pelo preconceito e
conseqüentemente a falta de conhecimento das leis e do referencial, tudo isso
nos leva a questionar, que a instituição também possui sua parcela de culpa,
no sentido de que muitas se quer esclarece para seu futuro aluno, os aspectos
que regem a modalidade, e por sua vez o aluno também não busca
informações a respeito da EAD.
Se tempos atrás a educação à distância, acontecia via correspondência,
logo depois o rádio, e conseqüentemente desembarcou na televisão, hoje com
o advento das tecnologias tudo se modernizou, e a modernização se estendeu
em todos os âmbitos, tanto no tecnológico, quanto no estrutural, é por isso
precisamos conhecer todas essas nuances para poder escolher e escolher
bem, saindo assim da mística da compra do gato que se transforma em lebre.
Haja vista que existem instituições que pensam apenas no lucro, com
isso seu processo de ensino à distância acontece de maneira precária, levando
o aluno apenas pelo bom preço, que gerará futuramente num valor muito mais
alto, visto que ele terá que buscar fontes de suprir aquilo que a instituição
deixou de realizar, são as conseqüências do capitalismo ao extremo,
embarcado na falta de conhecimento a respeito da modalidade.
O Primeiro Capítulo trata de apresentar a história da educação à
distância, com o objetivo de entender como tudo começou, antes da aplicação
desta modalidade, dentro das novas tecnologias, bem como essa modalidade
se dissolveu no Brasil.
O Segundo Capítulo trata das alternativas legais que regem a
Educação a Distância, ou seja, o principal objetivo é mostrar que essa
modalidade não acontece de qualquer forma, que existem leis que devem ser
respeitadas, visando prestar um bom serviço nos cursos que a desejam
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implantar, com a apresentação do referencial de qualidade para a educação
superior a distância, e o Decreto 56.22 de 19/12/2005, bem como esclarecer os
mitos e verdades quando o assunto é EAD,com o objetivo de desmistificar e
quebrar todos os paradigmas existentes a cerca da mesma.
No Terceiro e último capítulo falaremos da desmistificação da EAD,
através do relato de experiência que tive numa instituição de ensino regular
que adotou a modalidade como complementação do ensino dos alunos do
ensino médio, tempos depois se viu a oportunidade de trabalhar com formação
em serviço dos docentes da instituição, criando-se assim cursos em EAD, que
visassem sanar algumas lacunas presentes no ambiente de atuação dos
docentes, com o grande sucesso deste projeto, ficou impossível permanecer
com o mesmo apenas para os docentes da instituição, abrindo-se assim para
todos os outros interessados de outras instituições. Depois do termino de cada
curso aplicávamos um questionário, que visava possuir a opinião dos
participantes, para justamente se chegar há um denominador comum, a
respeito das expectativas com relação ao curso e conseqüentemente sobre a
modalidade a distância, já que percebemos que muitos ainda não tinham
nenhuma experiência com esse ambiente de estudo.
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Capítulo I
Educação à Distância no seu contexto histórico
Desde muito tempo a educação na modalidade à distância acontecia em
diversos países do mundo, concerteza não nos moldes de hoje, completamente
com a introdução das novas tecnologias. A comunicação educativa com o
objetivo de provocar a aprendizagem em discípulos fisicamente distantes
encontra suas origens no intercâmbio de mensagens escritas, desde a
Antiguidade.
Para descrever bem esse momento citaremos Saraiva 96,1inicialmente
na Grécia, em Roma, existia uma rede de comunicação que permitia o
desenvolvimento significativo da correspondência. Às cartas comunicando
informações sobre o quotidiano pessoal e coletivo juntam-se as que
transmitiam informações cientificas e aquelas que, intencional e
deliberadamente, destinava-se à instrução.
Esse epistolário Greco-romano vai se manifestar no Cristianismo
nascente e, atravessando os séculos, adquire especial desenvolvimento nos
períodos Humanismo e do Iluminismo.
O primeiro marco da educação a distância foi o anúncio publicado na
Gazeta de Boston,no dia 20 de março de 1728,pelo professor de taquigrafia
Cauleb Phillips: “Toda pessoa da região, desejosa de aprender esta arte, pode
receber em sua casa várias lições semanalmente e ser perfeitamente instruída,
como as pessoas que vivem em Boston” Lobo (2003 p89).
Em 1833, um anúncio publicado na Suécia já se referia ao ensino por
correspondência e, na Inglaterra,em 1840,Issac Pitman sintetiza os princípios
da taquigrafia em cartões postais que trocava com seus alunos. Mas o
desenvolvimento de uma ação institucionalizada de educação a distância tem
início da metade do século XIX.
1 Artigo de Teresinha Saraiva, Educação à Distância no Brasil: Lições da História, 1996.
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Em 1856, em Berlim, por iniciativa de Charles Toussaint e Gustav
Langenscheidt, é criada a primeira escola de línguas por correspondência.
Posteriormente em 1873 em Boston se inicia um curso sobre medidas de
segurança no trabalho de mineração, o Internacional Correspondence Institute.
Em 1891, a administração da Universidade de Wisconsin aprova
proposta apresentada pelos professores de organização de cursos por
correspondência nos serviços de extensão universitária, em 1892 é criado à
divisão de ensino por correspondência da Universidade de Chigado, o principal
objetivo da divisão e oferecer comodidade aos alunos de outras cidades é até
mesmo de outros Estados que não poderiam estar cotidianamente
freqüentando a Universidade, com a criação dessa divisão os professores
precisaram agora não somente pensar em suas aulas presenciais, mais
também no preparo de aulas via correio, com um conteúdo acessível e de fácil
entendimento.
Adentrando o século XX, observa-se movimento continuo de
consolidação e expansão da educação à distância, confirmando, de certo
modo, as palavras de Willian Harper, escritas em 1886: “chegará o dia em que
o volume da instrução recebida por correspondência será maior do que o
transmitido nas aulas de nossas academias e escolas; em que o número dos
estudantes por correspondência ultrapassará o dos presenciais.”
O aperfeiçoamento dos serviços de correio, a agilização dos meios de
transporte e, sobretudo, o desenvolvimento tecnológico aplicado ao campo da
comunicação e da informação influíram decisivamente nos destinos da
educação à distância. Observa-se um notável crescimento quantitativo.
Aumenta o número de países, de instituições, de cursos, de alunos, de
estudos. Em segundo lugar, há uma significativa alteração qualitativa: novas
metodologias e técnicas são incorporadas, novos e mais complexos cursos são
desenvolvidos, novos horizontes abrem-se para a utilização da educação a
distância.
Sobretudo a partir das décadas de 60 e 70, a teleducação, embora
mantendo os materiais escritos como sua base, passa a incorporar, articulada
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e integradamente, o áudio e o videocassete, as transmissões de rádio e
televisão, o videotexto, o videodisco, o computador e, mais recentemente a
tecnologia de multimeios, que combina textos, sons, imagens, mecanismos de
geração de caminhos alternativos de aprendizagem (hipertextos, diferentes
linguagens), instrumentos de uma fixação de aprendizagem com feedback
imediato, programas informatizados entre outros.
Assim é que o International Council for Correspondence Eduation, criado
em 1938 no Canadá, passou a denominar-se, em 1982 International Council for
Distance Education. Muito mais do que uma simples mudança de nome, ai se
reflete o reconhecimento de um processo histórico que, apesar da enorme e
marcante influência da correspondência, absorveu as contribuições da
tecnologia, produzindo uma modalidade de educação capaz de contribuir para
a universalização e a democratização do acesso ao saber, do continuo
aperfeiçoamento do fazer, da ampliação da capacidade de transformar e criar
uma modalidade que pode ajudar a resolver as questões de demanda, tempo,
espaço, qualidade, eficiência, eficácia.
Outros países do mundo produziam a educação à distância para atender
suas necessidades de formar mão de obra qualificada, e que muitas vezes
precisaria buscar a distancias consideráveis de onde estava instalado a suas
empresas, caso, por exemplo, da Suécia,que em 1833,criou o seu primeiro
curso nessa modalidade de contabilidade,haja vista a falta de profissionais
nessa área para trabalhar para o governo,todo curso foi ministrado via
correspondência e com atendimentos por telefone.
O Sri-Lanca,que em 1980,criou sua Universidade Aberta,com o intuito
de dar uma formação que visasse suprir todas as carências do país,como
cursos voltados para área tecnologia e para a formação de docentes.
Com tantos exemplos que vimos, podemos afirmar que não é de hoje
que essa modalidade educativa apareceu no mundo e conseqüentemente para
nós brasileiros, concerteza ela se adequou aos recursos de cada época,
atendendo sempre as carecias de cada país ou região.
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1.2 Educação a Distância no Brasil
Sua evolução histórica, no Brasil como no mundo, é marcada pelo
surgimento e disseminação dos meios de comunicação. Vivemos a etapa do
ensino por correspondência; passamos pela transmissão radiofônica e, depois,
televisiva; utilizaremos a informática até os atuais processos de utilização
conjugada de meios a telemática e a multimídia.
A utilização de novas tecnologias propicia a ampliação e a diversificação
dos programas, permitindo a interação quase presencial entre professores e
alunos. Mas seja qual for à tecnologia adotada, a EAD terá que ter sempre uma
finalidade educativa. Considera-se como marco inicial a criação, por Roquete
Pinto, entre 1922 e 1925, da rádio Sociedade do Rio de Janeiro e de um plano
sistemático de utilização educacional da radiofusão como forma de ampliar o
acesso à educação, algumas ações foram desenvolvidas ministrando aulas
pelo rádio.
A partir de 1960 é que se encontram registros, alguns sem avaliação, de
programas de EAD. Foi criado, inclusive, na estrutura do Ministério da
Educação e Cultura, o Programa Nacional de Teleducação (PRONTEL), aquem
competia coordenar e apoiar a teleducação no Brasil. Este órgão foi
substituído, anos depois, pela Secretaria de Aplicação Tecnológica (SEAT),
que foi extinta.
Em 1992 foi criada a Coordenadoria Nacional de Educação a Distância
na estrutura do MEC e,a partir de 1995,a Secretaria de Educação a Distância.
Realizando um paralelo completo a respeito dessa genealogia da EAD no
Brasil, muito bem relata MOORE (2002 p 89-93)
Em 1923, nasce a Fundação da rádio Sociedade do Rio de Janeiro, em
1936 acontece à doação da rádio sociedade do rio de janeiro ao ministério da
educação e saúde.
1937 criação do serviço de radiodifusão educativa do ministério da
educação.
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1959 Início das escolas radiofônicas em Natal (RN).
1960 Início da ação sistematizada do governo federal em EAD; contrato
entre MEC e a CNBB; expansão do sistema de escolas radiofônicas aos
estados nordestinos,que faz surgir o MEB- Movimento de Educação de
Base,sistema de ensino a distância não formal.
1965 Início dos trabalhos da comissão para estudos e planejamento da
radiodifusão educativa.
1966 a 1974 Instalação de oito emissoras de televisão educativa: TV
universitária de Pernambuco,TV Educativa do Rio de Janeiro,TV Cultura de
São Paulo,TV Educativa do Amazonas,TV Educativa do Maranhão,TV
Universitária do Rio Grande do Norte,TV Educativa do Espírito Santo e TV
Educativa do Rio Grande do Sul.
1967 Criada a Fundação Padre Anchieta, mantida pelo Estado de São
Paulo com o objetivo de promover atividades educativas e culturais através do
rádio e da televisão (iniciou suas transmissões em 1969); constituída Feplam
(Fundação) Educacional Padre Landell de Moura,instituição privada sem fins
lucrativos,que promove a educação de adultos através de teleducação por
multimeios.
1969 TVE Maranhão/CEMA-Centro Educativo do Maranhão: programas
educativos para a quinta série, inicialmente em circuito fechado e a partir de
1970 em circuito aberto, também para a sexta série.
1970 Portaria 408, emissoras comerciais de rádio e televisão
obrigatoriedade da transmissão gratuita de cinco horas semanais de 30
minutos diários, de segunda a sexta-feira, ou com 75 minutos aos sábados e
domingos. É iniciada em cadeia nacional a serie de cursos do Projeto Minerva,
irradiando os cursos de Capacitação Ginasial, produzidos pela Feplam e pela
Fundação Padre Anchieta.
1971 Nasce a ABT, inicialmente como Associação Brasileira de Tele-
Educação, que já organizava desde 1969 os Seminários Brasileiros de
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Teleducação atualmente denominados Seminários Brasileiros de Tecnologia
Educacional. Foi pioneira em cursos à distância, capacitando os professores
através de correspondência.
1972 Criação do Prontel, Programa Nacional de Teleducação, que
fortaleceu o Sinred, Sistema Nacional de Radiodifusão Educativa.
1973 Projeto Minerva passa a produzir o Curso Supletivo de 1º Grau, II
fase, envolvendo o MEC, Prontel, Cenafor e Secretarias de Educação.
1973-74 Projeto SACI, conclusão dos estudos para o Curso Supletivo
“João da Silva”, sob o formato de telenovela, para o ensino das quatro
primeiras séries do 1º grau; o curso introduziu uma inovação pioneira no
mundo, um piloto de tele-didática da TVE, que conquistou o prêmio especial do
Júri Internacional de Prêmio Japão.
1974 TVE Ceará começa a gerar tele-aulas; o Ceteb-Centro de Ensino
Técnico de Brasília inicia o planejamento de cursos em convênio com a Petrobras
para a capacitação dos empregados desta empresa e do projeto Logus II, em
convênio com o MEC, para habilitar professores leigos sem afastá-los do exercício
docente.
1978 Lançado o Telecurso de 2ºGrau, pela Fundação Padre Anchieta (TV
Cultura/SP) e Fundação Roberto Marinho, com programas televisivos apoiados por
fascículos impressos, para preparar o tele-aluno para os exames supletivos.
1979 Criação da FCBTVE – Fundação Centro Brasileiro de Televisão
Educativa/MEC; dando continuidade ao Curso "João da Silva", surge o Projeto
Conquista, também como telenovela, para as ultimas séries do primeiro grau;
começa a utilização dos programas de alfabetização por TV – (MOBRAL), em
recepção organizada, controlada ou livre, abrangendo todas as capitais dos
estados do Brasil.
1979 a 1983– É implantado, em caráter experimental, o Posgrad – pós-
graduação Tutorial à Distância – pela Capes – Coordenação de
Aperfeiçoamento do Pessoal de Ensino Superior – do MEC, administrado pela
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ABT – Associação Brasileira de Tecnologia Educacional – com o objetivo de
capacitar docentes universitários do interior do pais.
1981 – FCBTVE trocou sua sigla para FUNTEVE: Coordenação das
atividades da TV Educativa do Rio de Janeiro, da Radio MEC - Rio, da Radio
MEC-Brasília, do Centro de Cinema Educativo e do Centro de Informática
Educativa.
1983/1984– Criação da TV Educativa do Mato Grosso do Sul. Inicio do
"Projeto Ipê", da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e da
Fundação Padre Anchieta, com cursos pura atualização e aperfeiçoamento do
magistério de 1º e 2º Graus, utilizando–se de multimeios.
1988 – "Verso e Reverso – Educando o Educador": curso por
correspondência para capacitação de professores de Educação Básica de
Jovens e Adultos/ MEC Fundação Nacional para Educação de
Jovens e Adultos (EDUCAR), com apoio de programas televisivos através da
Rede Manchete.
1991 – 0 "Projeto Ipê" passa a enfatizar os conteúdos curriculares.
1991 – A Fundação Roquete Pinto, a Secretaria Nacional de Educação Básica
e secretarias estaduais de Educação implantam o Programa de Atualização de
Docentes, abrangendo as quatro series iniciais do ensino fundamental e alunos
dos cursos de formação de professores. Na segunda fase, o projeto ganha o
titulo de "Um salto para o futuro".
1992 – O Núcleo de Educação a Distância do Instituto de Educação da UFMT
(Universidade Federal do Mato Grosso), em parceria com a Unemat
(Universidade do Estado do Mato Grosso) e a Secretaria de Estado de
Educação e com apoio da Tele-Universite Du Quebec (Canadá), criam o
projeto de Licenciatura Plena em Educação Básica: 1º a 4º series do 1º grau,
utilizando o EAD. O curso é iniciado em 1995.
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1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Regulamenta a EAD no Brasil.
Podemos analisar nesse breve histórico a respeito da educação à
distância e separá-los em três momentos, assim distribuídos, o primeiro
momento vemos a modalidade acontecendo via rádio, meio tecnológico da
época, esse fenômeno acontece com a fundação da rádio sociedade em 1923.
O rádio nesse momento quebrava todo tipo de barreira, ministravam-se cursos
diários, semanais, debates sobre todos os temas e a educação não ficava de
fora. Em 1936 com a doação da rádio sociedade ao ministério da educação,
este passa também a veicular diariamente debate sobre o contexto
contemporâneo, difundindo assim o currículo nacional desenvolvido pelo
próprio ministério, quebrando assim as barreiras do conhecimento através do
rádio.
O segundo momento vemos a entrada da televisão no processo da
educação à distância, como podemos analisar no período de 1966 à 1974,com
a propagação de varias emissoras de cunho educativo. Esse período do qual
vemos até hoje, como por exemplo, o telecurso 2000 que diariamente ministra
aulas para diversas séries e se sustenta no tempo. A partir da década de 70 os
televisores se popularizam no país e conseqüentemente se meio passa a ser
agora a mina de ouro para os cursos e até mesmo o estudo a distância, o
próprio ministério da educação passa a vincular aulas diariamente via TV, das
séries do ensino fundamental, deflagrando assim essa modalidade. Segundo
Rabello (2010)
“A tendência atual é a da transmissão de programas com
vários formatos, mantendo a educação como fio condutor. Esses
programas procuram elevar a consciência e a cidadania, refletindo
interesse da sociedade de preservar a educação. A partir da década
de 70, a televisão educativa passa a ter um funcionamento mais
regular, e as escolas passam a receber aparelhos de televisão e
educação reúnem-se para discutir os caminhos da televisão
educativa de modernizar, não abrindo mão de um conteúdo
identificado com os anseios dos grupos mais intelectualizados da
sociedade”. (p.77)
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Por ultimo destacamos os aspectos políticos nesse breve histórico do
qual vemos o Projeto Saci que visava à conclusão dos estudos para o curso
supletivo, sob o formato de telenovela, projeto de grande repercussão na
ocasião. O Projeto Ipê já no inicio dos anos 90 também de grande relevância.
Os aspectos políticos se fazem de grande importância destacar visto que cada
um a sua época procurava sanar as deficiências do país em seu determinado
momento, usando a modalidade à distância.
A partir da lei 9394/96 que institui as Leis de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, ela regulamenta a modalidade à distância na educação
básica nos moldes de complementação do ensino, com o fim de sanar o
impedimento do prosseguimento aos estudos, e também como mapa condutor
para cursos de graduação e pós-graduação.
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Capítulo II
Alternativas legais para a educação á distância
O tema Educação a Distância (EAD) se faz presente, em franco
crescimento, na agenda educacional do Brasil. O assunto vem sendo tratado
freqüentemente em locais onde se encontram professores e instituições, a
produção deste trabalho foi motivada pela constatação do desenvolvimento da
EAD no ensino superior do país. Desde o início da década de 90, com a
utilização da internet, que essa modalidade de ensino não para de crescer.
Segundo Nelly S. Pinto (1997), as demandas sociais não poderão ser
atendidas apenas através da educação presencial. A EAD é uma das formas
de democratização do conhecimento porque oportunizam as superações dos
descompassos, reais da necessidade da sociedade brasileira, na superação de
seu subdesenvolvimento. Portanto podemos olhar a EAD como um instrumento
de grande potencialidade para se fazer justiça social, democratizando o
conhecimento e garantindo um mínimo de qualidade na relação ensino-
aprendizagem.
A educação a distância tem recebido inúmeras denominações em
diversos países, assim, no Reino Unido, o nome dado a ela é educação por
correspondência; nos Estados Unidos é conhecida como estudo em casa ou
independente; na França chama-se tele-ensino ou ensino a distância;
Alemanha a conceitua como estudo ou ensino a distância; em Portugal
convencionou-se chamá-la de tele-educação, dentre outros. No Brasil é mais
conhecida como educação a distância ou simplesmente EAD.
Para entendermos algumas questões teóricas sobre a EAD, torna-se
relevante vermos alguns conceitos e definições da Lei e de alguns teóricos e
estudiosos do assunto. Segundo o Decreto 5.622, de 19/12/2005 (que revoga o
Decreto 2494/98), o qual regulamenta o Art.80 da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (Lei 9394/96) a educação a distância é a modalidade educacional na
qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino-aprendizagem
ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação
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com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em
lugares ou temos diversos.
Maia e Mattar (2007, p6) definem a EAD como sendo uma modalidade
em que professores e alunos estão separados, planejada por instituições e que
utiliza diversas tecnologias de comunicação. Uma definição bastante simples é
apontada por Keegan (apud Saito 2000) educação a distância é separação
física entre professores e alunos.
Percebe-se um vertiginoso crescimento de tal modalidade de ensino,
principalmente no nível superior. No2 Brasil 15% dos alunos já estudam a
distância nas universidades. Houve um crescimento de médio anual de 65%
nas matriculas de educação à distância no país entre 2002 e 2008. A
modalidade avança em forte ritmo e representa 15% das matriculas de
graduação presencial (atualmente cerca de 5milhões de alunos matriculados),
o que representa 791 mil pessoas distribuídas em quase 650 cursos oferecidos
por 145 instituições credenciadas (91 públicas e 54 particulares).
Em entrevista a revista Enfoque Gospel de setembro de 2010, edição
678, o consultor Fábio Sanchez, um dos coordenadores do Anuário Brasileiro
Estatístico de Educação Aberta e a Distância, considerando apenas os novos
alunos, 20% dos ingressantes já preferem a modalidade a distância, mais ainda
há muitas dúvidas, para ele, a informação revela uma mudança no perfil do
universitário brasileiro e do sistema de ensino superior, que o preconceito em
relação ao método está diminuindo e que paradigmas como salas de aula ou
semestre letivo começam a se tornar cada vez menos importante, pois a
autonomia do discente começa a ser mais valorizada.
A reportagem ainda fez menção a Fredric Litto, presidente da
Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), informando que
segundo o mesmo, apenas 13% dos jovens de 18 a 24 anos estão no terceiro
grau e que o ensino a distância permite uma inclusão maior desses jovens no
ensino superior. Litto diz que os cursos a distância livres e de especialização e
programas online de treinamento corporativo também crescem em ritmo
intenso, somando mais de 1,5 milhões de usuários. 2 Matéria publicada em 28 de junho de 2010 no jornal Valor Econômico, página 14.
22
A disciplina e a dedicação exigidas na modalidade são bem vistas no
mercado. É importante destacar ainda que por Lei, ensino a distância e
presencial são “academicamente equivalentes” e que é preciso passar no
vestibular presencial para entrar na instituição de interesse.
Apesar de a LDB ter instituído o ensino a distância no Brasil desde 1996,
a atividade só alavancou a partir de 2005, ano em que foi criada a Universidade
Aberta do Brasil (UAB), uma instituição virtual, e um investimento mais
consistente das instituições de ensino superior privadas no setor. Segundo o
MEC3·, a UAB agrega 50 universidades federais, 16estaduais e 15 institutos
federais tecnológicos (Ifets), pulverizados em mais de 550 pólos para
atividades presenciais distribuídos nas cinco regiões do país. Eles atendem a
170 mil graduandos (20% do total na modalidade) e 80 mil alunos de
especialização. O sistema prioriza a formação de professores da educação
básica ainda sem diploma de terceiro grau e administradores, enfatizando a
gestão pública.
É possível constatar que a educação na modalidade a distância
conquistou bastante espaço na sociedade contemporânea, sendo inclusive
vista como um mecanismo atrelado a modernidade, mas que, não é um
fenômeno novo, pois tem uma historia solidificada que perpassa inúmeras
épocas históricas da humanidade. É necessário cautela na abordagem do
mesmo, pois é preciso leva-se em conta toda a trajetória da EAD assim como
indagar-se que papéis foram preponderantes para o crescimento desta
modalidade de ensino nos últimos anos. Para isso, a educação a distância
deve ser refletida dentro do eixo histórico, econômico, político e social.
Acredita-se que a EAD tende a expandir-se cada vez mais, faz-se
necessário ter bastante clareza sobre as condições de tê-la como alternativa de
democratização do ensino. As problemáticas educacionais não podem ser
resolvidas através de técnicas de um sofisticado sistema de comunicação, num
processo de “modernização”. Para que a EAD seja significativa deve objetivar a
melhoria da sociedade, constituindo-se como uma prática social pautada em
3 WWW.MEC.GOV.BR/EAD
23
princípios filosóficos que visem à construção do conhecimento, da autonomia e
da consciência critica do educando.
Considera-se que a educação a distância deve ser compreendida como
complemento de propostas educacionais, no que diz respeito a outras
modalidades de ensino, como a presencial, por exemplo. Deve-se extrair da
EAD o máximo possível de recursos técnico-pedagógico, buscando, dessa
forma, uma educação de qualidade, que cumpra com sua tarefa de ser
democrática e inclusiva, pois conforme lembra Maia e Mattar (2007) ela exerce
um papel crucial na democratização de acesso ao conhecimento, adicionando
justiça social. Seu uso e o das inovações tecnológicas devem estar focados na
tentativa de derrubar as barreiras sociais, econômicas e até geográficos
presentes em um país como o Brasil.
É preciso reconhecer que a EAD apresenta algumas possibilidades de
inclusão educacional, porém, faz-se necessário que o processo de
credenciamento das instituições para implantação de projetos de EAD
continuem sendo rigorosamente avaliados. O exorbitante número de cursos
virtuais denuncia um aprofundamento do processo de mercantilização da
educação superior. No entender de Bacha (2003) é imperativo uma
permanente atuação do poder público, no sentido de exigir uma qualidade que
atende aos princípios de uma educação democrática e transformadora. Assim,
a EAD não pode transforma a educação num mero produto que interesse aos
seus compradores.
O rigor acadêmico deve estar sempre nas preocupações dos órgãos
normativos e fiscalizadores dos sistemas. Acredita-se que a EAD é um
instrumento que deve ter todo o empenho dos governantes, especialmente no
que tange a lhe dar a credibilidade perante a sociedade.
A Educação a Distância também se faz presente na educação básica,
mais apenas em caráter de complementação da aprendizagem ou em
situações emergenciais como bem define o Art.32 da LDBEN (9394/96), é
notório destacar o fato de que ainda é imaturo oferecer primordialmente a EAD
em cima de qualquer disciplina do currículo formal, haja vista que o sistema
educacional ainda usa insatisfatoriamente seus laboratórios de informática,
fazendo-os assim de grandes elefantes brancos.
24
O aumento da discussão em torno da referida modalidade nos tempos
atuais, se faz em questão do grande boom em torno dos recursos tecnológicos
que vemos hoje em dia, temos celulares com a mais alta tecnologia, as classes
baixas com um alto poder de compra, com isso hoje em dia não é mais
impossível possuir um computador, colocando essas pessoas no mundo da
internet. Cria-se assim a geração dos ligados, a sensação que temos e que os
jovens hoje já nascem dominando todos os recursos tecnológicos existentes,
mais o principal fato triste disto é que muitas vezes a escola despreza todo
esse conhecimento, que poderia ser também um grande caminho para o
enriquecimento de todo o processo de ensino-aprendizagem.
“Na atualidade, as tecnologias precisam ser vistas como geradoras de oportunidades
para alcançar a sabedoria, não pelo simples uso da máquina, mas pelas várias oportunidades
de comunicação e interação entre professores e alunos, todos exercendo papéis ativos e
colaborativos na atividade didática” (Kenski 2010, p.66)
Os professores ainda se encontram despreparados para lhe dar com
tantos recursos tecnológicos, perdendo assim na produção de uma educação
que passa efetivamente a ocorrer à distância, através de vários meios de
recursos existentes hoje, fato que até pode ser entendido pelo fato de toda
essa transformação ser muito recente para essa geração de profissionais que
ai está e que em suas formações não foram contemplados com tamanha
novidade. Criando-se assim um novo jeito de produzir e descobrir educação
como nos alerta Pallof (apud Kenski 2000 p. 32) “professores e alunos, reunidos em
grupos ou comunidades de aprendizagem, partilhando informações e saberes, pesquisando e
aprendendo juntos, dialogando com outras realidades, dentro e fora da escola, este é o novo
modelo educacional possibilitado pelas tecnologias digitais.”
Da sala de aula ao ciberespaço a transição da sala de aula, onde
costumeiramente os alunos e professores se encontram face a face, para os
ambientes virtuais de aprendizagem não é fácil. Alguns aspectos
desconsiderados no ensino presencial torna-se de fundamental importância
nessa nova forma de educação. Uma nova linguagem comunicacional se
apresenta no espaço da cultura educacional digital.
Nas salas de aula tradicionais,as pessoas se vêem,tocam-se. Sorriem
comunicam-se pelas linguagens do corpo. O ambiente da sala de aula, seus
espaços e apetrechos também comunicam ações e intenções. Quando a aula
25
termina, os alunos continuam próximos. Nos intervalos entre as aulas,
fortalecem-se as amizades, desenvolvem-se afetos e cumplicidades. A coesão
social indispensável para a ação e a formação do cidadão nasce nas inter-
relações pessoais que ocorrem nos intervalos, nos momentos de encontro
presenciais e comunicativos fora das salas, mas dentro do espaço das escolas.
É relevante afirmas que muitos desses itens apresentados são de suma
importância na produção de um bom curso na modalidade à distância, mas
também e verdade afirmar que muitos desconhecem os aspectos legais acerca
da referida modalidade, que existem Leis que regem seu funcionamento, que a
EAD, não acontece de qualquer maneira, por pura vontade de uma instituição,
não é assim que a coisa funciona, conseqüentemente cabe ao MEC, sua
fiscalização, o mais importante é que cada cidadão pode e deve ser em
principio o fiscalizador dessa modalidade é para isso é preciso conhecer e bem
todas as nuances que a envolve, fato que veremos agora.
2.1 Educação a Distância: Mitos e Verdades
Com o elevado nível de estresse do dia-a-dia, o trânsito cada vez mais
caótico nos grandes centros, ou até mesmo o contrario, a distancia entre a
universidade e as áreas mais distantes existentes nesse país, todos esses
fatores corroboram para o crescimento monstruoso da EAD no país. Para
quem mora longe de uma universidade ou não pode ir à aula todos os dias, a
Educação a Distância parece ideal. Por isso ela tem conquistado tanto espaço.
Em 2000,13 cursos superiores reuniam 1.758 alunos. Em 2008, havia 1.752
cursos de graduação Lato Sensu com 786.718 matriculados4.
A modalidade de ensino usa ambientes virtuais, chats, fóruns e e-mails
para unir professores e alunos. É fato que segundo alguns estudos a respeito
da EAD, a mesma possui um público com um perfil tecnicamente traçado que a
procura, é claro que não queremos rotular, mais em principio esse público
domina o perfil presente na modalidade atualmente que são segundo
BALLALAI (1991, p.72)
4 Dados retirados do site da ABED (WWW.abed.org.br).
26
• Adultos inseridos no mercado de trabalho;
• Pessoas residentes em locais distantes nos núcleos de estudo.
Podemos verificar a priori que com as transformações que o mundo atual nos
impõe, em face a velocidade da informação,não é mais suficiente a formação
inicial dos graduados,levando assim muitos alunos a optarem pela modalidade
EAD para a complementação de sua formação continuada. É claro que a
distancia entre algumas cidades, dificulta à implantação de universidades
oferecendo assim cursos superiores, a EAD vem justamente quebrar essas
barreiras, dando assim a oportunidade de formação a muitos brasileiros (as).
A educação a distância tem essa nuance de quebra de paradigmas na oferta
da educação a todos independente de onde se esteja, por isso podemos citar
algumas vantagens da EAD segundo (BELLONI apud ARETIO 1995)
• Diversifica a oferta de cursos;
• Oportuniza àquele que não pode iniciar ou concluir uma formação, de
fazê-la o mais próximo de sua moradia;
• Facilita a continuação de qualificação daqueles que já estão formados,
mas que precisam de atualização;
• Alcança um grande número de pessoas em diferentes localizações
geográficas;
• Flexibiliza o tempo, o local e o ritmo de estudo de cada um;
• Propicia uma eficaz combinação de estudo e trabalho;
• Garante a permanência do estudante em seu entorno laboral, cultural e
familiar;
• Coloca o estudante como centro do processo ensino-aprendizagem e
como sujeito ativo desse processo;
• Trata-se de uma formação teórico-prática ligada à experiência e em
contato imediato com atividade de trabalho e social;
• Potencializa a iniciativa individual colaborando para que o estudante
adquire atitudes,interesses,valores e hábitos educativos positivos.
(p.102-103)
Todos esses itens a principio nos faz pensar que tudo são flores, ledo
engano, pois se por um lado a EAD oportuniza a quebra de dificuldades como
27
a de locomoção,entre outras,por outro lado é necessário entender que é
preciso estar maduro o suficiente para se engajar nessa
modalidade,responsabilidade,desejo de aprender e autonomia seriam as
palavras chaves em Educação a Distância. É preciso estar em parceria com os
conteúdos, e aberto a aprender, pois nada é pronto, tudo é construído, para
isso é necessário desejo.
É como descreve NISKIER (1999, p.106) a respeito do assunto.
• Estimula a responsabilidade pessoal,pois quem procura essa
modalidade sabe por que o faz,criando uma nova ética de educação;
• Por ser uma metodologia individualizada, possibilita a adaptação ao
ritmo de cada estudante e conseqüente superação dos obstáculos passo
a passo.
A revista Nova Escola, edição nº 227/Novembro de 2009, realizou uma
pesquisa a respeito dos mitos e das verdades que cercam a EAD, grande mola
propulsora deste trabalho, vale a pena destacar. O Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), comparou os
resultados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes
(ENADE/2006), nas modalidades presencial e a distância. Das 13 áreas em
que o confronto foi possível, os de EAD se saíram melhor em sete áreas, a
saber: Pedagogia, Biologia, Física, Matemática e Ciências Sociais, além de
Administração e Turismo. Isso mostra que o fato de as aulas serem a distância
não significa que elas sejam de pior qualidade.
No entanto é forte a desconfiança no mercado de trabalho em relação aos
egressos dessa modalidade, isso, em parte, por haver poucos diplomados.
Dados do INEP revelam que,enquanto a graduação presencial formou 736.829
profissionais em 2006,o ensino a distância contabilizou 25.804. Esse
contingente é pequeno para que as redes avaliem a competência deles.
Além disso, é importante salientar os graves problemas na forma como a
EAD tem sido conduzida no país, o Governo Federal ainda não dispõe de
aparato suficiente para acompanhar, supervisionar e fiscalizar os cursos, fato
que comprometeria sua qualidade. Outro ponto frágil da política governamental
28
seria a pouca verba destinada aos tutores (que acompanham a aprendizagem
dos grupos), feito por meio de bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (CAPES), o que tornaria a qualificação dos
profissionais precária.
Muito se diz sobre EAD, mas nem tudo pode ser levado a sério, baseado nisto
vale a pena destacar algumas considerações mais comuns sobre a referida
modalidade, esclarecendo o que de fato é mito e o que é verdade quando o
assunto é EAD, levanto em conta a pesquisa da referida edição da revista
Nova Escola de Novembro de 2009.
Em principio separamos as considerações em cinco eixos, a saber;
• Pré-requisitos para a matrícula;
• Qualidade Pedagógica;
• Rotina do Aluno;
• Estrutura e corpo docente;
• Perspectivas para o formando.
v Curso não é adequado para os mais jovens. (verdade)
De acordo com a ABED, 54% das instituições que oferecem cursos a
distância declaram que a maioria dos matriculados tem mais de 30 anos, em
geral os mais jovens não atingiram o nível de maturidade, comprometimento e
responsabilidade que o planejamento de estudos da modalidade requer. De
fato, é necessária muita disciplina. Não se pode deixar o material de leitura
acumular. Se isso ocorre, fatalmente não se consegue aprender o conteúdo,
perceber onde se tem dificuldade para pedir ajuda ou mesmo acompanhar as
discussões nos momentos em que toda a turma está reunida por meio de chats
e videoconferências. É imprescindível dizer que na juventude, o convívio social
e cultural proporcionado pelo ambiente universitário é essencial. A formação
dos 17 aos 24 anos não está vinculada só ao aprendizado de conteúdos, mas a
uma fase de maturação e socialização favorecida pelo contato direto com o
outro.
29
v É preciso ter um bom computador e uma boa conexão de internet
(verdade)
Mais de 93% dos cursos de graduação e pós utilizam a internet como
principal meio de ensino. O uso de vídeos online está presente em mais de
57% das instituições, sendo que em 52% delas a transmissão comporta
interatividade entre estudantes e mestres. Quem não tem computador com
internet rápida pode sair prejudicado. Afinal, ninguém tem paciência de passar
horas esperando um vídeo carregar. E não se pode perder a chance de
conversar com o professor em videoconferência porque a máquina não dá
suporte a essa ferramenta. Os pólos presenciais costumam disponibilizar
computadores com conexão à internet. Quem não tem isso em casa e não
mora tão próximo aos pólos deve encontrar um meio de acesso à banda larga,
nem que seja num cibercafé.
v É ideal para quem tem pouco dinheiro (Mito)
O fato de os cursos à distância serem normalmente mais baratos que os
presenciais muitas vezes se torna um chamariz. Para não ser pego no susto,
porém, o ideal é fazer um levantamento de todos os gastos relacionados antes
de efetuar a matrícula. Segundo a Abed, a questão financeira é citada como
um dos motivos de abandono por 48,5% dos graduados e 30,4% dos pós-
graduados a distância que evadiram. O valor da mensalidade não é o único
dinheiro a ser investido. É preciso estar ciente dos custos com transporte e
alimentação para participar das atividades presenciais obrigatórias na própria
instituição ou no pólo disponibilizado por ela. Outro ponto importante a
considerar é a compra de material didático. Onilza Martins, pós-doutora na área
de educação a distância e estudiosa do tema há 20 anos, diz que um bom
curso não dispensa os materiais tradicionais de estudo. Os que oferecem
apenas uma apostila com trechos de obras, totalmente descontextualizados,
empobrecem o acesso ao conhecimento. Desconfie se a instituição não coloca
livros na lista de materiais.
30
v O diploma é fácil (Mito)
Para começar vale lembrar que o tempo de duração do curso é o mesmo
que na modalidade presencial. Carlos Eduardo Bielschowsky, secretário de
Educação a Distância do MEC, diz que os diplomas de graduação e pós-
graduação, sejam eles presenciais ou à distância, são equivalentes, por lei há o
mesmo grau de rigorosidade em ambos. Por isso, quem acha que uma boa
faculdade a distância é moleza pode acabar se frustrando com o grau de
dificuldade que se apresenta e não seguir a diante. Segundo a Abed, 61,8%
dos matriculados na graduação e 45% dos pós-graduados que evadiram em
2008 alegaram como motivo não ter tido tempo para se dedicar
suficientemente. O dado indica que não é nada simples dar conta do recado.
v As avaliações não são difíceis (Mito)
O nível de exigência das provas, que são discursivas, é o mesmo das
aplicadas nas faculdades presenciais. Muitas vezes, elas se tornam ainda mais
difíceis pelo acúmulo de conteúdos cobrados. Isso porque, num curso de
qualidade, o conhecimento sobre o material complementar disponível no
ambiente virtual também é avaliado. Outro ponto imagine num único dia ser
testado em varias disciplinas com base no que foi visto no semestre todo? Isso
ocorre porque o MEC determina que as provas devem ocorrer nos pólos
presenciais,sob o olhar dos tutores da turma,se fossem feitas em casa,as
chances de fraude seriam enormes.
Em graduação, há uma avaliação por disciplina, obrigatoriamente. Já nas
especializações, são, no mínimo, duas provas escritas, além disso, as boas
instituições pedem, em média, dois trabalhos por semana, com hora limite para
postagens na rede. Por sua natureza a EAD apresenta uma peculiaridade, o
meio eletrônico garante o registro de cada passo do aluno, dando destaque à
avaliação processual. É possível saber quantas vezes ele entrou no ambiente
virtual, o tempo passado em fóruns e chats e qual a qualidade dessa
31
participação, cabe ao tutor avaliar o comportamento de cada um no ambiente
virtual.
v A evasão é maior (Mito)
Ao contrário. Na graduação e na pós à distância, 17% dos discentes
desistem antes de se formar, enquanto nos presenciais essa taxa passa de
21%,de acordo com o Censo 2006 do Inep. A evasão ocorre quando não há
dedicação. Se as tarefas não forem feitas em uma semana, na próxima é
necessário correr muito para acompanhar. Quem não consegue colocar os
estudos em dia desiste, pois percebe que não tem mais como chegar lá.
Diferentemente do que muitos pensam a distância da casa dos alunos
em relação à sede da universidade não é um fator determinante para a evasão.
Instituições com mais da metade deles vivendo fora do estado sede têm
índices de evasão abaixo da média no país.
v É possível estudar quando quiser (Mito)
Essa é uma das frases que mais têm sido usadas por instituições de má
qualidade para atrair a clientela. Num bom programa a distância,
definitivamente não se estuda apenas quando se quer. Para acompanhar as
discussões sobre os conteúdos, é necessário traçar uma rotina que inclua
todos os dias, leituras obrigatórias e complementares. Além disso, é necessário
participar das discussões online, com os colegas, em horários fixos ou
previamente marcados pelos tutores. É bom frisar que essa participação
também é levada em consideração na avaliação processual. Maria Lucia
Neder, reitora da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), a primeira a
instituir a pedagogia a distância no país afirma: “Na boa graduação e pós a
distância, há o acompanhamento individual pelo tutor. Ele sempre pede um
feedback das atividades feitas e quem não estuda ou só estuda quando quer
não consegue disfarçar,simplesmente não consegue acompanhar a turma.
32
v O aluno fica isolado e não interage com os colegas (Mito)
Há varias razões para afirmar que a história não é bem assim. A primeira
é a exigência do MEC de que sejam organizados momentos de convivência e
interação entre os colegas nos pólos presenciais, o que ocorre nas atividades
complementares, obrigatórias por lei, como sessões de filmes, debates e
encontros, e nas provas finais. As atividades em que todos devem estar online
juntos, como chats e videoconferências, é outra estratégia que garante a
interatividade entre a turma. Em quase 95% dos cursos credenciados, é
possível debater conteúdos e trocar idéias com os colegas. Os trabalhos
semanais também costumam ser realizados em grupo e deve-se usar a rede
para combinar o desenvolvimento deles e as datas da reunião. Outro fator que
contribui para a interação é que a organização é feita em turmas em quase
metade das instituições. Dessa forma, durante anos, os mesmos alunos
seguem juntos, o que os aproxima, como em qualquer faculdade, por fim, as
boas instituições incentivam a organização de grupos de estudo sobre temas
específicos. Assim, os alunos aprofundam os conhecimentos trocando
informações com os colegas.
v A dedicação exigida é menor (Mito)
Não há como estudar menos se o curso é bem planejado, rico em
material básico e complementar, e se professores, tutores e estudantes
participam de várias atividades para construir o conhecimento coletivamente.
Numa pesquisa feita no ano de 2008 com três universidades privadas de Santa
Catarina, Santos constatou que os alunos a distância liam, em média, 3mil
páginas por ano só de conteúdo básico estruturado, sem contar o material
complementar. O estudo feito por Dilvo Ristoff em 2006 também incluía um
item sobre o tempo de estudo diário necessário para dar conta dos conteúdos
propostos. A média ficou em mais de três horas por semana. Sem um
professor ao lado diariamente para dar resposta a suas dúvidas na hora, como
33
ocorre normalmente em uma aula presencial, os alunos precisam se dedicar à
pesquisa. Consultar várias fontes é essencial para que eles possam seguir
adiante em suas atividades até que o tutor retome com ele o conteúdo.
v Quem é disperso não se dá bem (Verdade)
Não tem jeito, quem é pouco comprometido ou necessita de alguém
cobrando o tempo inteiro para que estude não pode fazer uma faculdade a
distância. É necessário ter como método de estudo e um compromisso com a
própria aprendizagem. Pesquisa da Abed com 93 pessoas que evadiram
apontou como principal motivo a dificuldade de controlar o próprio tempo e se
dedicar aos estudos, a educação a distância requer leitura e interpretação de
textos e ter concentração é básico para essas tarefas mesmo que o curso seja
presencial.
v Não precisa sair de casa (Mito) Ir aos pólos presenciais é necessário, uma informação que a maioria dos
interessados na modalidade desconhece. Tanto que em graduação e pós-
graduação o curso precisa ser semipresencial para que seja reconhecido pelo
MEC. É claro que a presença não é exigida com freqüência, mas são diversas
as atividades que obrigam a sair da frente do computador. Avaliações,
trabalhos em grupo, aulas em laboratório, busca de materiais de apoio e
videoconferências via satélite são algumas delas.
De acordo com o levantamento da Abed, cerca de 50% das instituições
utilizam vídeos exibidos nos pólos como material pedagógico. Além disso, mais
de 90% dos cursos têm bibliotecas tradicionais, enquanto apenas 50% dispõe
de acervo virtual. Dessa forma, muitas vezes se tem de buscar os livros para
estudo o que se torna uma dificuldade para quem está bem longe dos pólos. É
preciso lembrar que quem optou por Pedagogia e Licenciatura nas diversas
disciplinas deve cumprir a mesma carga horária de estágio que os matriculados
na modalidade presencial. “Eles precisam ir a uma escola da rede pública ou
34
privada e desenvolver com a garotada da Educação Básica as atividades
propostas pelo tutor”, explica Alda Luiza Carlini, docente do Departamento de
Tecnologia da Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(PUC-SP). Ainda segundo ela, os futuros professores têm a tarefa de registrar
o andamento dos trabalhos realizados em sala e trocar com o responsável pela
turma informações sobre o desenvolvimento de cada criança.
v As instituições investem mais em tecnologia do que em conteúdo (Verdade)
Em 2007, os gastos com aquisição de tecnologia, laboratórios, softwares
e serviços de internet consumiram 71,8% dos investimentos das instituições.
Em 2009 além do investimento em tecnologia, também houve destaque para
gastos com estrutura física (aquisição de equipamentos e acervos para
bibliotecas e bancos de dados). Frederic Litto, presidente da Abed e
pesquisador do tema há mais de 40 anos, ressaltam que só essa infraestrutura
não faz uma educação à distância de qualidade. “Igualmente importante é o
investimento em conteúdo. Por isso, no momento de procurar uma faculdade a
distância, não cabe se deslumbrar com inúmeros itens tecnológicos
apresentados e achar que o curso é bom pela simples presença deles”, alerta.
Deve-se ficar de olho principalmente no material didático. As instituições
picaretas costumam investir pouco, terceirizando essa produção, o que pode
afetar de forma direta a qualidade.
v Os professores são menos qualificados (Verdade)
Se você se refere a quem acompanha à aprendizagem, sim, é verdade.
Em EAD, esse profissional, chamado tutor, tem contato direto com os alunos e
é o responsável por tirar as dúvidas e avaliar a participação deles nas tarefas.
O grande problema é que a formação dos tutores exigida por lei em muito
baixa. Eles devem apenas ser formados na área em que vão fazer a tutoria há,
pelo menos dois anos. “Um curso só será bom e atingir seu objetivo (fazer com
que todos aprendem),quando esses profissionais forem capacitados a assumir
35
sua função”,ressalta Alda Carlini. O professor especialista (sim, ele também
existe em EAD) prepara materiais didáticos, organiza as situações de
aprendizagem constrói as propostas de trabalho e orienta as intervenções dos
tutores. A formação desse profissional, na boa EAD, não deixa a dever nada à
das presenciais. “As normas do MEC são claras: os docentes responsáveis
pelas disciplinas do presencial também devem ser responsáveis pela
modalidade dele a distância”, diz Alda.
Nas avaliações de qualidade do ministério, os critérios são os mesmos,
como o grau de titulação dos profissionais, dados da Abed mostram que 40%
das instituições contam com mestres e doutores formados especificamente em
educação a distância e mais de 50% têm especialistas na área, além de outras
titulações acadêmicas.
A turma de um curso a distância é maior do que a de um presencial
(Verdade) De fato. Uma turma de graduação presencial tem, em média, 80
integrantes, enquanto na educação à distância esse número pode chegar a
180. Segundo a Abed, o docente de graduação e de pós-graduação a distância
tem a média de 97 alunos sob sua responsabilidade, enquanto o tutor, 77.
Segundo Alda isso é um fato problemático. Cada tutor deveria ser responsável
por 25 estudantes para dar atenção necessária e responder a tempo a todos.
v Os alunos aprendem menos do que no curso
presencial (Mito) Com os resultados do Enade de 2006, essa idéia caiu por terra. A
Pedagogia foi um dos que apresentaram melhor desempenho na modalidade a
distância do que na presencial. Ou seja, os alunos aprenderam. O que importa
sempre, então, é verificar se o programa tem qualidade do mesmo modo que
se dá a escolha por uma faculdade presencial. É preciso verificar se
professores e tutores são qualificados, se o material didático é rico e bem
produzido, se a tecnologia é usada a favor da aprendizagem, se as respostas a
36
dúvidas são rápidas e se existe uma estrutura presencial que seja condizente
com a área em questão incluindo laboratórios específicos para cada área e
bibliotecas. Se o curso é bom e o estudante é empenhado, organizado e
proativo, não há como não aprender.
v É mais difícil conseguir emprego (Verdade)
Ainda há um grande preconceito em relação aos formados em EAD. Em
parte, ele pode ser explicado pelo pouco tempo de existência dela na
graduação. O mercado não conhece os formados a distância e há um
desconhecimento muito forte sobre a qualidade dos cursos. A lei garante que
nos certificados do Ensino Superior não venha especificado que a formação foi
feita a distância, já que ambos têm o mesmo valor. Entretanto numa entrevista
de emprego, isso pode pesar na escolha. Até mesmo entidades oficiais
declaram não concordar com a formação semipresencial. “Não achamos bom
para a educação que professores façam a primeira faculdade à distância. Para
que a formação inicial tenha verdadeiramente qualidade e prepare o professor
para a prática de sala de aula, ela precisa ser presencial” acredita Maria Izabel
Azevedo, presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado
de São Paulo (APEOESP) e membro do Conselho Nacional de Educação.
Segundo ela o tema foi debatido nas etapas intermunicipal e estadual da
Conferência Nacional de Educação, e essa foi à opinião da maioria dos
integrantes. Um dado curioso, em alguns países da Europa, onde a EAD têm
tradição e qualidade, além de serem constantemente avaliados pelo governo,
os profissionais formados dentro dessa modalidade estão entre os mais
disputados. Os motivos são simples. Eles se dedicam mais aos estudos, são
autônomos, sabem se organizar melhor resolvem problemas inesperados com
mais agilidade e estão em busca de oportunidade para crescer.
Todos essas questões, claro não esgotam as duvidas à respeito da
EAD,mais concerteza acrescenta é muito na quebra de paradigmas existentes
na sociedade,e até mesmo para o mercado de trabalho,que por puro
37
desconhecimento,omite-se em muitos aspectos quando o formado,dalhe-se da
referida modalidade.
2.2 Decreto 56.22 de 19/12/2005
Concerteza a pergunta mais freqüente num país cheio de desigualdades
como o nosso é para que servem algumas leis? Será apenas para dar
“trabalho” aos nossos parlamentares, mesmo sabendo que essas leis jamais
serão cumpridas, ou até mesmo leis que são totalmente fora da realidade do
país. O segundo item talvez se encaixe as leis que se referem à EAD, como
vimos anteriormente, com a precariedade no que tange a fiscalização da
referida modalidade. Por conta disso muitos ainda têm um pé atrás quando o
assunto são cursos na modalidade a distância, mais concerteza valendo ou
não, caso seja preciso recorrer às esferas superiores, é por ela que seremos
julgados.
Por isso como estudantes e consumidores, não podemos está a par de
todos os aspectos legais que regem tal modalidade. A saber, o Decreto Nº
5622 de 19 de dezembro de 2005, que regulamenta o Art.80 da Lei Nº9394/96,
que estabelece as diretrizes da Educação Nacional. Este decreto visa fechar
todas as lacunas de dúvidas existentes a respeito da implantação, manutenção
e prosseguimentos dos estudos, para quem opta pela modalidade a distância,
é claro que isto é extremamente necessário, haja vista a expansão monstruosa
das tecnologias na atualidade, e também se faz de extrema importância criar
um padrão que vise à plena qualidade para quem deseja estudar a distância, e
conseqüentemente frear a ação de quem visa apenas o lucro, oferecendo
cursos na modalidade EAD de qualquer maneira.
O decreto possui 35 artigos que passam desde a caracterização da
EAD, passando pelo credenciamento de instituições, a oferta na EJA,
educação especial e profissional na referida modalidade, e na educação
básica, fechando assim as lacunas existentes no andamento dos assuntos
expostos, com a implementação da EAD.
A caracterização da EAD, ainda é um assunto que muitos desconhecem,
o decreto trata de esclarecer muito bem, logo no seu inicio, a saber:
38
Art.1 Para os fins deste Decreto caracteriza-se a educação a educação
a distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-
pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização
de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e
professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos
diversos.
E trata também de esclarecer as peculiaridades da modalidade..
§ 1º A educação a distância organiza-se segundo metodologia, gestão e avaliação
peculiares, para as quais deverá estar prevista a obrigatoriedade de momentos presenciais
para:
I-Avaliação de estudantes;
II - Estágios obrigatórios, quando previstos na legislação pertinente;
III-Defesa de trabalhos de conclusão de curso, quando previstos na legislação
pertinente; e
IV-Atividades relacionadas a laboratórios de ensino, quando for o caso.
A EAD, como bem descrito pelo decreto, tem suas peculiaridades, até
porque todo o processo de ensino-aprendizagem acontece a distância em
maior proporção, mas o aspecto presencial não desaparece por completo como
muitos pensam, com isso o processo não perde sua credibilidade, agindo
assim apenas quem as desconhece.
Para que não possamos ser enganados, pela publicidade que ataca
diretamente aqueles aspectos que mais desejamos como, o baixo custo das
mensalidades, e a promessa de um curso que se desenvolva num mundo de
maravilhas, sem tarefas, e que reine a “liberdade”, para isso é preciso saber se
a instituição é devidamente credenciada para oferecer tal modalidade de
ensino e principalmente com qualidade, quanto a isso o decreto trata de
esclarecer como todo esse processo acontece em seu capítulo II,onde aborda
como se dá o credenciamento das instituições para ofertar cursos na
modalidade EAD,a saber:
Art. 12. O pedido de credenciamento da instituição deverá ser formalizado junto ao
órgão responsável, mediante o cumprimento dos seguintes requisitos:
I-Habilitação jurídica, regularidade fiscal e capacidade econômico-financeira, conforme
dispõe a legislação em vigor;
II-Historico de funcionamento da instituição de ensino, quando for o caso;
39
III-Plano de desenvolvimento escolar, para as instituições de educação básica, que
contemple a oferta, à distância, de cursos profissionais de nível médio e para jovens e adultos;
IV- Plano de desenvolvimento institucional, para as instituições de educação superior,
que contemple a oferta de cursos e programas a distância;
V- Estatuto da universidade ou centro universitário, ou regimento da instituição isolada
de educação superior; (Continua... anexo 3)
Como relatado no Artigo 13 a instituição que requerer trabalhar na
modalidade de EAD, precisa antes de, mais nada, descrever o caminho de
onde e como se deseja chegar na produção de cursos na referida
modalidade,como podemos observar bem nos itens VII e VIII,mas para que se
possa chegar num nível de satisfatoriedade é preciso ir muito além do
papel,pois nele se descreve coisas que muitas vezes nunca irão para a
realidade,cabendo ao aluno-consumidor o papel a priori de fiscalizador,pois
afinal o interesse maior é dele,principalmente no que tange a sua qualificação e
formação.
Nada acontece de qualquer maneira como muitos pensam em EAD, todas as
exigências que se faz para a modalidade presencial, se dobram quanto o
assunto é à distância, pois será preciso esclarecer como acontecerá o
processo de aprendizagem do aluno, já que ele não estará em corpo presente
na instituição, esse é o principal alvo a se perceber.
Depois de atendidos todos os requisitos apresentados, a
instituição não ganhará a liberdade para usufruir dessa liberação para sempre,
muito pelo contrário, cabendo aos órgãos competentes, no caso o Ministério da
Educação, fiscalizar se todas as exigências estão sendo devidamente
cumpridas, caso contrario a instituição e notificada, e seu processo de
renovação poderá ser negado como bem descreve os artigos a seguir.
Art.14. O credenciamento de instituição para oferta dos cursos ou programas a
distância terá prazo de validade de até cinco anos, podendo ser renovado mediante novo
processo de avaliação.
§ 1º A instituição credenciada deverá iniciar o curso autorizado no prazo de até doze
meses, a partir da data da publicação do respectivo ato, ficando vedada, nesse período, a
transferência dos cursos e da instituição para outra mantenedora.
40
§ 2º Caso a implementação de cursos autorizados não ocorra no prazo definido no §
1º, os atos de credenciamento e autorização de cursos serão automaticamente tornados sem
efeitos.
§ 3º As renovações de credenciamento de instituição deverão ser solicitados no
período definido pela legislação em vigor e serão concedidos por prazo limitado, não superior a
cinco anos.
§ 4º Os resultados do sistema de avaliação mencionados no art.16 deverão ser
considerados para os procedimentos de renovação de credenciamento.
É no que tange as irregularidades no oferecimento de cursos na
modalidade à distância, o artigo 17 esclarece:
Identificadas deficiências, irregularidades ou descumprimento das condições
originalmente estabelecidas, mediante ações de supervisão ou de avaliação de cursos ou
instituições credenciadas para educação à distância, o órgão competente do respectivo
sistema de ensino determinará, em ato próprio, observado o contraditório a ampla defesa:
I-instalação de diligência, sindicância ou processo administrativo;
II - suspensão do reconhecimento de cursos superiores ou da renovação de
autorização de cursos da educação básica ou profissional;
III-intervenção;
IV-desativação de cursos; ou
V- descredenciamento da instituição para educação à distância.
Concerteza depois de exposto todas as nuances para a habilitação,
supervisão e renovação, dos cursos na modalidade a Distância, nada disso
terá plena validade se cada cidadão não fizer plenamente seu papel, como
fiscalizador do curso e da proposta ao qual está se inserindo, ainda mais pelo
fato do país ainda não ter um contingente satisfatório de pessoas que
fiscalizem periodicamente essas instituições, cabendo esse papel a todos nós,
mãos a obra.
41
Capítulo III
Desmistificando a educação à Distância
Como professor de uma escola que atende a todos os níveis da
educação básica, pude ter como epicentro de todo esse trabalho o contato
direto com a educação à distância, no sentido de que a partir de 2008 a escola
passou a realizar trabalhos de complementação nos moldes da EAD, para o
ensino médio, temas que visavam incutir nos nossos educandos valores que
atualmente nos parece perdido, e que foram amplamente debatidos nos fóruns
do ambiente virtual.
Com isso foram criados dois cursos que visam dar uma voz ao alunado
da instituição é ao mesmo tempo esclarecer possíveis duvidas que esse mundo
globalizado nos permite tê-las e não somente ter,mais poder ter voz para ser
esclarecido. Depois de muito se ouvir os alunos, chegamos a um consenso no
sentido de produzir disciplinas de complementação que visassem o mundo dos
jovens na atualidade, chegamos aos dois do qual destacamos, (Educação
Sexual) que visa dar o devido esclarecimento ao jovem a respeito do tema
sexualidade no século XXI, com o principal objetivo de desmistificar o sexo
como uma coisa demoníaca e preconceituosa, produzindo assim as
informações necessárias ao jovem de hoje, no sentido da prevenção e na
escolha do parceiro. Curso muito bem aceito pelos jovens.
O segundo curso foi o de (Meio Ambiente Local), que visa estudar com o
apoio dos professores de geografia da instituição o meio ambiente da
localidade onde a escola e nossos alunos estão inseridos, bem como todas as
políticas públicas que dizem respeito ao tema, curso também muito bem aceito
por todos os alunos, no sentido de incutir em cada um a responsabilidade na
construção de um mundo melhor, e para que isso aconteça é necessário
começar por aquilo que está próximo a todos nós, nosso bairro, nossa rua,
entre outros.
42
Essa experiência na produção desses cursos que visam à
complementação pedagógica dos alunos da instituição, de certa forma
surpreendeu a todos, pelo simples fato da aceitação dos alunos e da
comunidade escolar, quebrando assim paradigmas que antes existiam entre
pais e filhos,na ausência do dialogo,percebemos que pais passaram a sentar
junto a seus filhos para a discussão dos temas propostos dentro do curso de
complementação, é visível hoje o sentimento de pertença por parte do
alunado,em seu meio onde vive,conseguindo assim o grande êxito de todos
que é justamente na conscientização de pais e alunos.
A educação à distância facilita é muito nesse sentido de quebrar
barreiras, preconceitos, a educação é produzida em todos os momentos, e em
qualquer lugar. Com o auxilio de professores para solucionar duvidas e até
mesmo na produção de projetos como aconteceu em 2009, onde um de nossos
alunos identificou perto de sua residência a existência de um pequeno lixão,
onde moradores despejavam ali vários tipos de lixo, e com a ajuda das novas
tecnologias, um grupo de alunos, via e-mail e criação de um blog criou um
projeto de conscientização para a população do bairro, resultado desse
movimento, a extinção do lixão, e agora o reaproveitamento dos materiais que
antes iriam para o lixo, como por exemplo, as garrafas pet´s e os jornais,que
hoje servem para a criação de cestas e quadros.
Todo esse pequeno testemunho que hoje compartilhamos nos alegra é
muito no sentido de que quando começamos a ter a idéia dos cursos de
complementação na modalidade à distância, levantaram-se muitas queixas por
parte de alunos e pais, no sentido da falta de entendimento desta modalidade.
Ainda hoje muitas pessoas pensam que a educação á distância é uma
modalidade de educação muito fria, e que não serve para socialização, em
todos os seus âmbitos, obvio que em muitas coisas tem-se a devida razão,
mais concerteza é preciso conhecer para que se possa emitir um parecer
aprofundado no nível de conhecimento.
Depois de bem aceito as disciplinas de complementação, chegou à hora
de alçar vôos, ainda mais altos, em 2009, surge depois de muito dialogo com
43
professores, orientadores e supervisores, os cursos de complementação com
carga horária de 120horas, o principal objetivo até então era o de abordar
temas que estivem em alta na área da educação, e os dois primeiros cursos
oferecidos foram (Gestão Educacional-Novos Paradigmas), que visa discutir
todas as nuances que permeiam a gestão educacional, dos novos tempos,
desmistificar os aspectos burocráticos, e esclarecer as novas funções do gestor
escolar, incutindo o mesmo num novo ambiente de pertença do ambiente,
construindo assim um novo significado da função de gestor escolar,curso muito
bem aceito pelo público que a buscou,sendo necessário, realizar sorteio para o
preenchimento das ultimas vagas, limitando-se a um número de 50 inscritos no
ambiente virtual.
O segundo curso foi (Educação Infantil-Atividades Lúdicas), curso
realizado a pedido de professores, orientadores, gestores, supervisores, que
fizeram parte da pesquisa de campo, que visava ouvir a todos, os participantes
do curso anterior,bem como os novos interessados em qual o novo curso que
deveríamos realizar,e o referido tema foi sugerido, devido o conhecimento
rasteiro dos aspectos infantis, dentro do ambiente escolar, preferimos assim,
abordar a atividade lúdica, pelo fato de pensamos em dar um significado e
prazer aos alunos da educação infantil, desburocratizando assim, o processo
educacional que muitas vezes permeia essa fase, assim pode-se produzir um
processo de ensino-aprendizagem que seja satisfatório para as crianças,
conseguindo assim um sucesso no processo de educação. Curso também
muito bem aceito, pela comunidade escolar, atendemos um público de escolas
longínquas da nossa, devido ao anuncio boca-a-boca, por parte dos alunos do
primeiro curso, que se agradaram com o método com o qual desenvolvemos o
mesmo.
Pelo fato desses cursos, serem a nível superior, não desqualifica em
nada, a analise de todo o processo, pois com certeza todas as inquietações
pode tranquilamente ser colocada em ambos os níveis, toda essa experiência
foi muito enriquecedora, pois quando surgiu à proposta, lá no início das
disciplinas de complementação na modalidade EAD, confesso que em mim,
batia o sentimento de não aceitação, pelo fato de já ter tido experiências com
44
disciplinas na modalidade, umas com sucesso e em outras nem tanto, mais
concerteza o esclarecimento, vem com o tempo, com estudo, e principalmente
com muita pesquisa, e justamente com ela que veio a idéia de aprofundar mais
nesse campo, porque a educação a distância, ao mesmo tempo em que atrai
muita gente, ela afasta muita gente também? A resposta veio justamente com o
acompanhamento das disciplinas de complementação, pude perceber
claramente que o que afasta, e como a disciplina é conduzida, ou seja, de
qualquer maneira, sem uma disciplina por parte do professor, que não
acompanha diariamente as postagens dos alunos, caso isso se perca, o
alunado se desmotiva em continuar participando, isso é diferente no nível
superior? Claro que não, exatamente igual, é foi ai que pude ter a resposta,
mudando assim, minha opinião a respeito da modalidade.
EAD, produzida com disciplina, respeito e empenho, é impossível de dar
errado, é preciso antes de qualquer coisa saber se você esta apto para estudar
em tal modalidade, daí veio à idéia de pesquisar, essas respostas, usei como
fonte de pesquisa os alunos dos dois cursos de complementação, aplicando-
lhes um questionário no final do curso, para saber antes de tudo, como foi o
curso para eles, se alcançou o objetivo, o que precisa melhorar entre outras
coisas, e também esclarecer algumas lacunas. (Cf. ANEXO nº. 1...)
Depois de aplicar a pesquisa com os 100 participantes dos dois cursos,
pois cada turma foi formada com 50 alunos cada uma, pudemos analisar que
30% faziam um curso na modalidade pela primeira vez, e que tinha muito
receio de como se conduziria o curso, mas devido a primeira aula ser
explicativa,ou seja de como se dará o curso na modalidade EAD,muitos se
tranqüilizaram,mas nada disso e suficiente para que possamos viver num mar
de sucesso,muito pelo contrário,ainda e evidente que estudar a distância para
muitos e um grande problema,devido justamente a falta de prática e
cotidianidade em seus estudos.
Outro fator a considerar e da uma veracidade nas questões teóricas da
qual vimos anteriormente neste trabalho é que 60% do público atendido nesses
dois cursos têm idade superior a 25 anos, ou seja, podemos concluir que
45
pessoas com um grau considerável de maturidade, buscam cursos na
modalidade EAD, deixando os jovens ainda inseguros e com certo grau
incomprometimento nos estudos, fato inerente da juventude, que prefere a
questão do olho no olho, face a face. Diante deste gancho abordaremos a
questão do que levou esse público a realizar o curso na modalidade a
Distância, respostas praticamente unânimes, cerca de 90% abordaram a
questão da locomoção, inclusive para pessoas que residem no mesmo bairro
da escola, fato concerteza alavancado pelo trabalho, muitos precisam percorrer
distancias consideráveis para trabalhar, e quando estão em casa, ou de folga
preferem o aconchego do seu lar para estudar, aproveitar as vantagens que a
modalidade oferece.
Os contatos direto com a pesquisa renderam muito aprendizado sobre a
modalidade a Distância, e também muitos itens a ser pensado, o contato direto
com os alunos, alvos da pesquisa e do objeto pesquisado, renderam-nos outra
nuance a respeito da modalidade, saber o momento em que estamos
preparados para realizar um curso nessa modalidade, já que a procura dos
jovens ainda é muito pequena,e dentro deste pacote poderíamos colocar
muitos itens,como por exemplo,insegurança,falta de comprometimento,entre
tantos outros,todavia todos eles gerariam subjetividades de certa forma
verdadeira,então toda essa discussão nos levou a colocar no site da instituição
por dois meses o questionário que tinha justamente como foco analisar o perfil
do estudante a Distância,e propor ao pesquisado um resultado
simultâneo,onde o mesmo poderia analisar se está ou não no momento atual
preparado para realizar um curso na referida modalidade. (Cf. ANEXO nº. 2...)
Durante os dois meses que o teste ficou no ar no site da instituição,
cerca de 1400 pessoas acessaram e puderam analisar se possuir o perfil de
um estudante em EAD, no momento atual de suas vidas, muitos comentários
foram deixados, fato que levou a todos nós da equipe muito feliz com o
resultado de todo o processo que se alavancou através dos cursos oferecidos
pela instituição, hoje sabemos pelo menos que quando nosso aluno procura os
nossos cursos, ele já tem incutindo em si, todas as nuances que regem essa
modalidade, ou seja, é possível afirmar que os estudantes que fazem nossos
46
cursos,são pessoas que possui o pleno conhecimento de todo o processo que
rege seu aprendizado na modalidade,e também podemos contribuir com a
sociedade no que tange a desmistificação da modalidade.
E verdade que ainda precisamos caminhar muito no quesito do estudo a
Distância, principalmente por parte de nós alunos, e entender que cada
instituição e uma instituição com suas peculiaridades e personalidade,
precisamos incutir é o senso de pertencimento e conhecimento, para
justamente não cairmos num buraco sem volta, comprarmos gato por lebre,
para isso antes de qualquer coisa se faz imprescindível conhecer a instituição e
sua filosofia perante a EAD,para depois sim avaliar se vale a pena ou não
escolhe-la para realizar tal curso.
Como dizia o filosofo Aristóteles “conhecimento é poder”, conhecer os
aspectos legais, o referencial de qualidade e todos os futuros documentos que
venham a contribuir para uma Educação a Distância de qualidade, se faz como
quase uma questão de sobrevivência, já que o poder de persuasão das
instituições através da mídia nos alavancam a comprar um serviço muitas
vezes precário. É necessário conhecer para fiscalizar e cobrar, e isso começa
a principio por cada um de nós, cidadão e consumidor, mão a obra.
47
Conclusão
Sem sombra de dúvidas esse trabalho foi o mais instigante que já
produzi nesses poucos anos como estudante universitário,mas também foi o
mais gratificante pelo fato de ter escolhido um tema onde para mim as
descobertas foram como garimpar ouro,conhecer a Educação a
Distância,todas as suas nuances,as leis que a regem se faz se extrema
necessidade,num mundo tão capitalista como o nosso. Vivemos hoje numa era
onde a facilidade está muito arraigada nos valores pessoais e morais de nossa
sociedade, quanto mais fáceis e menos trabalhosos forem, melhor e mais
gratificante ledo engano, concerteza em algum momento posterior
circunstâncias viram para por a prova nossas capacidades, sejam como
pessoas ou como profissionais.
Vale a pena salientar novamente, nos tempos atuais vivemos com o
boom tecnológico, hoje em dia já é possível estudar dentro do ônibus, no
metrô, no trem seja em qualquer lugar, pelas facilidades que as tecnologias nos
oferecem, por outro lado temos o avanço monstruoso da violência nas grandes
cidades coibindo assim as pessoas de saírem a noite,em plena tranqüilidade,a
possível solução para continuar se aperfeiçoando sem sombra de duvidas e a
EAD.
Muitos aspectos nos fazem escolher determinadas instituições, sem
antes mesmo saber como elas funcionam, se estão dentro dos parâmetros
legais da modalidade, vamos muito pelo aspecto do marketing, e obvio pelo
preço baixo.
Pesquisa publicada pela revista Veja da edição de Maio de 2011,
revelou que dos 150 mil estudantes que estudam na modalidade EAD, ouvidos
pela revista, 90 mil desconhecia os aspectos legais da EAD, ou seja, não
conhecem que a modalidade tem suas regras e suas leis para o bom
funcionamento dentro das instituições, dado totalmente preocupante nos dias
atuais, pois concerteza essas instituições prestam um serviço de baixa
qualidade e por outro lado, sem o conhecimento por parte do estudante, este
não tem como reivindicar.
48
Como já dizia Aristóteles “Conhecimento é poder”,somente com o pleno
conhecimento e que podemos brigar pelos nossos direitos,somente com o
conhecimento é que podemos fiscalizar essas instituições e até mesmo
denunciar,pois cada um de nós,meros cidadãos também temos esse dever. Até
porque é obvio que algumas instituições de ensino (empresas),nunca
colocaram a disposição tais leis e decretos a respeito da modalidade a
distância.
Espero sinceramente que esse trabalho tenha contribuído para que
possamos a partir de agora, entender que a educação à distância, sendo
oferecida com seriedade e compromisso e uma modalidade de educação
belíssima e muito rica, cabendo a cada estudante que a procura em principio
saber se já esta apto para estudar nela, pois a mesma requer compromisso e
dedicação, é isso somente adquirimos com o tempo.
Mãos a obra, e olhos bem abertos.
49
Bibliografia
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concepção de aprendizado e interatividade – SP: Ed. Futura, 2003;
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LEVY, Pierre. O que é o virtual? .SP: Editora 34, 1996;
LIBANEO, José Carlos-SANTOS, Akiko(orgs.) Educação na era do
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MAIA, Carmem-RONDELLI, Elizabeth-FURUNO,Fernanda.50 temas, 50
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MOORE, Michael-KEARSLEY, Greg. Educação a Distância, uma visão
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50
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SILVA, Marco. Sala de aula interativa. Rio de Janeiro: Quartet,2006;
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WEBGRAFIA
http://portal.mec.gov.br 07/05/2011- 19:00
http://portal valoreconomico.com. br 12/05/2011-23:23
http://abed.org.br 18/05/2011-21:50
51
Anexos
1º
Centro Educacional Silva Cunha
Pesquisa de campo/EAD.
1) NOME COMPLETO E IDADE.
_________________________________________________
2) O que lhe levou a procurar um curso na modalidade à distância?
_______________________________________________________
_______________________________________________________
________________________________________________
3) Como você encara o ensino a distância hoje?
_______________________________________________________
_______________________________________________________
______________________________________________
4) Você costuma pesquisar os cursos na modalidade à distância, bem
como a instituição e sua forma de trabalho, antes de se matricular?
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_____________________________________________________
5) Para você o que é essencial num curso na modalidade à distância?
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
52
_______________________________________________________
_____________________________________________________
6) O que você sugeriria visando o aperfeiçoamento do curso que você
realizou na instituição?
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
7) Em sua opinião qual a maior dificuldade de se realizar um curso na
modalidade à distância?
_______________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
53
2º
Teste: você tem o perfil do aluno da Educação a Distância?
1. Antes de estudar, você geralmente:
Faz um plano de estudos e um cronograma para cumpri-lo
Dá uma olhada nos conteúdos e seleciona o que tem mais
dificuldade
Prioriza e seleciona os conteúdos em que tem mais facilidade
2. Quando acessa a internet para estudar, você:
Se atém apenas às páginas relativas aos conteúdos
Se dispersa com sites de relacionamento e afins
Até entra em sites de relacionamento, mas não deixa de estudar
por causa disso
3. Como você reserva tempo para estudar?
Estabeleço, no cronograma, uma rotina diária ou semanal
Estudo quando dá
Procuro estudar conforme as datas das provas e das entregas
de trabalho
4. Se você tem uma dúvida, mas não há quem a tire no
momento, o que faz?
54
Pesquiso possíveis respostas e depois procuro o professor para
me ajudar
Deixo a dúvida para lá e passo para frente
Espero até o professor estar disponível para me responder
5. Como aluno você:
Costuma buscar referências sobre os assuntos e compartilhá-las
com colegas e professor
Se atém aquilo que o professor e os colegas abordam
Só traz novas referências se o assunto em questão é de seu
interesse
6. Em relação à leitura, você:
Adora ler e acha que é a forma mais eficiente de se estudar
Detesta ler e só o faz quando é necessário
Até lê, mas menos do que deveria
7. Na hora de digitar, você:
Não tem problemas e o faz de forma rápida e eficiente
Se enrola pois não tem muita prática
Escreve apenas o essencial
55
8. A sua relação com o computador é:
Uso para tudo e tenho facilidade
Complicada, pois não sei usar os recursos
Não gosto e só uso quando é preciso
9. Qual a sua maior dificuldade quando pensa em estudar?
Achar um bom curso que seja perto da minha casa
Falta de tempo
Não sei se é o momento ainda
56
3º VI- Projeto pedagógico para cursos e programas que serão ofertados na
modalidade à distância;
VII- Garantia de corpo técnico e administrativo qualificado;
VIII-Apresentar corpo docente com as qualificações exigidas na legislação em vigor e,
preferencialmente, com formação para o trabalho com educação à distância;
IX-Apresentar,quando for o caso,os termos de convênios e de acordos de cooperação
celebrados entre instituições brasileiras e suas co-signatarias estrangeiras, para oferta de
cursos ou programas a distância;
X-Descrição detalhada dos serviços de suporte e infra-estrutura adequados à
realização do projeto pedagógico, relativamente a:
a) Instalações físicas e infra-estrutura tecnológica de suporte e atendimento remoto
aos estudantes e professores;
b) Laboratórios científicos, quando for o caso;
c) Pólos de educação à distância, entendidos como unidades operativas no país ou
no exterior, que poderão ser organizados em conjunto com outras instituições, para
execução descentralizada de funções pedagógico-administrativas do curso,
quando for o caso;
d) Bibliotecas adequadas, inclusive com acervo eletrônico remoto e acesso por meio
de redes de comunicação e sistemas de informação, com regime de funcionamento
e atendimento adequados aos estudantes de educação à distância.
§ 1º A solicitação de credenciamento da instituição deve vir acompanhada de projeto
pedagógico de pelo menos um curso ou programa a distância.
§ 2º No caso de instituições de ensino que estejam em funcionamento regular, poderá
haver dispensa integral ou parcial dos requisitos citados no inciso I.
E também o Art.13...,os projetos pedagógicos de cursos e programas na modalidade a
distância deverão:
I-Obedecer às diretrizes curriculares nacionais, estabelecidas pelo Ministério da
Educação para os respectivos níveis e modalidades educacionais;
II - Prever atendimento apropriado a estudantes portadores de necessidades especiais;
III-Explicitar a concepção pedagógica dos cursos e programas a distância, com
apresentação de:
a)os respectivos currículos;
b)o número de vagas proposto;
c)o sistema de avaliação do estudante,prevendo avaliações presenciais e avaliações a
distância;e
d) descrição das atividades presenciais obrigatórias, tais como estágios curriculares,
defesa presencial de trabalho de conclusão de curso e das atividades em laboratórios
57
científicos,bem como o sistema de controle de freqüência dos estudantes nessas
atividades,quando for o caso.
58
Índice
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICÁTORIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
Educação a Distância no seu Contexto Histórico 11
1.2 Educação a Distância no Brasil 14
CAPÍTULO II 20
Alternativas Legais para Educação a Distância 20
2.1 Educação a Distância: Mitos e Verdades 25
2.2 Decreto 56.22 de 19/12/2005 37
CAPÍTULO III 42
Desmistificando a Educação a Distância 42
CONCLUSÃO 48
BIBLIOGRAFIA/WEBGRAFIA 50
ANEXOS 52
ÍNDICE 58