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i UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A Atuação do Gestor de Saúde na Implantação de Biossegurança Hospitalar Por: Silvia Corrêa Benitah Orientador Profª. Dr. Ana Paula Ribeiro Rio de Janeiro 2008

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A Atuação do Gestor de Saúde na Implantação de Biossegurança

Hospitalar

Por: Silvia Corrêa Benitah

Orientador

Profª. Dr. Ana Paula Ribeiro

Rio de Janeiro

2008

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A Atuação do Gestor de Saúde na Implantação de Biossegurança

Hospitalar

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Administração em Saúde.

Por: Silvia Corrêa Benitah

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FOLHA DE APROVAÇÃO

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU-SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

SILVIA CORRÊA BENITAH

A Atuação do Gestor de Saúde na Implantação de Biossegurança Hospitalar

Rio de Janeiro, 29 de julho de 2008.

Avaliado Por: _______________________

Conceito: __________________________

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DEDICATÓRIA

... dedico esta pesquisa a minha família

querida, e ao Alexandre. Amo vocês.

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AGRADECIMENTOS

....à querida professora orientadora e Mestre

Ana Paula Ribeiro, pela dedicação e carinho

pela profissão; ao professor Clóvis pelas

aulas de grande valia em minha vida

profissional; ao meu querido amigo César.

EPÍGRAFE

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Se não houver fruto,

Valeu a beleza das flores.

Se não houver flores,

Valeu a sombra das folhas.

Se não houver folhas,

Valeu a intenção da semente.

(Henfil)

SUMÁRIO

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INTRODUÇÃO 01

CAPÍTULO I - Biossegurança 03

CAPÍTULO II - Formas de Prevenção aos Riscos Hospitalares 10

CAPÍTULO III – O Gestor de Saúde na Qualidade e 30

Segurança Hospitalar CONCLUSÃO 35

REFERÊNCIAS 36

ANEXOS 40

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RESUMO

O presente estudo trata-se de levantamento de produção científica na área de saúde, através de pesquisas bibliográficas, referente ao ensino de Biossegurança, com o objetivo de identificar a atuação do Gestor em Saúde na aplicação da Biossegurança Hospitalar, e também identificar formas de contágio intra-hospitalares e as formas de prevenção, e orientações às equipes multidisciplinares atuantes no âmbito hospitalar.

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INTRODUÇÃO

Os Gestores de saúde vêm se conscientizando da importância da incorporação de

tecnologias apropriadas para o controle de infecção e Biossegurança, provendo recursos para a

melhoria da assistência e promovendo a educação permanente das equipes e da população.

O ambiente hospitalar envolve a exposição dos profissionais de saúde e demais

trabalhadores a uma diversidade de riscos, especialmente os biológicos.

As doenças infecto-contagiosas se destacam como as principais fontes de transmissão

de microrganismos para pacientes e para profissionais. Outra importante fonte de

contaminação refere-se ao contato direto com fluidos corpóreos durante a realização de

procedimentos invasivos ou através da manipulação de artigos, roupas, lixo e até mesmo as

superfícies contaminadas, sem que medidas de Biossegurança sejam utilizadas. Diante disto,

somos conduzidos a pensar na importância da Biossegurança que, aplicada nos hospitais,

corresponde à adoção de normas e procedimentos seguros e adequados à manutenção da saúde

dos pacientes, dos profissionais e dos visitantes.

O trabalhador deve participar propondo mudanças que contribuam para a garantia da

qualidade do serviço e melhoria do desempenho organizacional.

Os conceitos de risco e segurança dos ambientes de trabalho compreendem, em um

sentido amplo, as características físicas (infra-estrutura) e as ações humanas (processos) desse

ambiente.

Todos os níveis de gerenciamento devem, constantemente, reforçar as regras e

regulamentos de segurança, estar alerta e identificar as práticas e condições inseguras,

tomando, imediatamente, atitudes apropriadas para corrigir irregularidades.

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Propomos neste estudo, identificar que o Gestor em Saúde é o profissional

tecnicamente capacitado e especializado, que terá por função orientar, coordenar, consultar e

avaliar as formas de prevenir problemas que venham a afetar a saúde dos pacientes, bem como

dos funcionários.

A metodologia aplicada é através de levantamento de produção científica por revisão

bibliográfica.

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CAPÍTULO I

BIOSSEGURANÇA

1.1 CONCEITO

A Biossegurança é uma área de conhecimento relativamente nova, que impõe desafios

à gerência de qualidade dos produtos das empresas públicas e privadas, especialmente aquelas

que investem em pesquisa básica e na prestação de serviços em saúde e diversos outros

setores. A Biossegurança designa não propriamente uma disciplina, em sentido estrito, mas

um campo de conhecimentos e um conjunto de práticas e ações técnicas, com preocupações

sociais e ambientais, destinados a conhecer e controlar os riscos que o trabalho científico pode

oferecer ao ambiente e à vida.

Existem várias definições para Biossegurança, que a apresentam como ciência,

conduta, conjunto de ações. Tais definições trazem como ponto comum, implícita ou

explicitamente, a noção de controle dos riscos.

Uma das definições de Biossegurança pode ser a de um

conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação dos riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços que possam comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. (HENRICHSEN,2004,p.04).

Para o Ministério da Saúde apud Neves et.al, Biossegurança é a condição de segurança

alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar

riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e vegetal e o

ambiente.

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Segundo Almeida e Albuquerque (2007), a Biossegurança designa um campo de

conhecimento e um conjunto de práticas e ações técnicas, com preocupações sociais e

ambientais, destinados a conhecer e controlar os riscos que o trabalho pode oferecer ao

ambiente e à vida.

Apresenta como princípios visar a manutenção da saúde do trabalhador e da

comunidade, e a preservação do meio ambiente, e está envolvida na questão do gerenciamento

dos resíduos de serviços de saúde.

1.1 HISTÓRIA DA BIOSSEGURANÇA E REGULAMENTAÇÃO

A biossegurança no Brasil só se estruturou, como área específica, nas décadas de 1970

e 1980, mas desde a instituição das escolas médicas e da ciência experimental, no século XIX,

vêm sendo elaboradas noções sobre os benefícios e riscos inerentes à realização do trabalho

científico, em especial nos ambientes laboratoriais.

As primeiras diretrizes de Biossegurança foram do National Institute of Health (NIH)

em 1976, que divulgou normas de segurança laboratorial a serem obrigatoriamente observadas

pelos projetos que contassem com verbas federais. A partir daí, outros países como Inglaterra,

França e Alemanha também definiram normas de Biossegurança laboratoriais.

Em 1992 os Estados Unidos da América (EUA) estabeleceram limites para a atuação

de das agências governamentais americanas, que passariam a examinar apenas os produtos

biotecnológicos que apresentassem risco razoável.

Em 1993 a Câmara de Londres definiu um quadro regulatório destinado a fortalecer os

interesses econômicos do Reino Unido. Afirmavam que a regulamentação da biotecnologia

era excessivamente preventiva, obsoleta e acientífica, e que a burocracia resultante impunha

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obstáculos desnecessários à pesquisa acadêmica e à indústria. A reação se deu através da

Comissão das Comunidades européias em 1994, propondo o abrandamento dos dispositivos

adotados até então, reivindicando nova política de Biossegurança européia.

Conforme os estudos apontados por Scheidt (2006), com o advento da AIDS

(Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) em 1981 e o primeiro relato de contágio acidental

ocupacional em profissionais da saúde em 1984, surgiu maior preocupação com a

Biossegurança. Em 1987, foram instauradas as Precauções Universais como recomendações

do CDC (Centers for Disease Control and Prevention), decorrente do desconhecimento sobre

as medidas de Biossegurança, que os profissionais deveriam tomar para prevenção da

transmissão do HIV e do vírus da hepatite B.

A Biossegurança surgiu a partir de recomendações preventivas, prioritariamente para

riscos biológicos, formuladas pela Organização Mundial de Saúde para controle do ambiente e

do processo de trabalho de laboratórios de saúde pública. Posteriormente, incluiu também

riscos físicos, químicos e ergonômicos associados às atividades desenvolvidas em qualquer

ambiente de atenção à saúde, aproximando-se, em seu escopo, dos programas de qualidade em

estabelecimentos de saúde e da saúde do trabalhador, tal como nos orienta Minayo et.

al.(1999).

1.2 ARQUITETURA HOSPITALAR

O principal objetivo de um hospital é a prestação de serviços na área da saúde, com

qualidade, eficiência, eficácia e efetividade. Descrevemos abaixo uma breve explicação do

assunto:

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Qualidade: Aplicação apropriada do conhecimento disponível, bem como da tecnologia, no

cuidado da saúde. Denota um grande espectro de características desejáveis de cuidados,

incluindo eficácia, eficiência, efetividade, equidade, aceitabilidade, acessibilidade, adequação

e qualidade técnico-científica.

Eficácia: A habilidade do cuidado, no seu máximo, para incrementar saúde.

Eficiência: A habilidade de obter o máximo de saúde com um mínimo custo.

Efetividade: O grau no qual a atenção à saúde é realizado.

Isto não pode ser alcançado sem a administração efetiva de um programa de prevenção

de acidentes que proporcione condições ambientais seguras para o paciente e para os

profissionais que aí desenvolvem suas atividades de trabalho.

O Hospital deve desenvolver continuamente essa política, assegurando que gerentes e

funcionários estejam cientes de suas responsabilidades na redução de riscos e acidentes.

Devem promover e reforçar práticas seguras de trabalho e proporcionar ambientes livres de

riscos, em acordo com as obrigatoriedades das legislações municipais, estaduais e federais.

A complexidade dos temas que envolvem à segurança no ambiente hospitalar, exige

um tratamento multiprofissional, tanto para a tomada de decisões técnicas, como para as

administrativas, econômicas e operacionais.

O papel da arquitetura hospitalar na prevenção de infecção hospitalar pode ser

entendido, de acordo com o Ministério da Saúde (1995), sob os aspectos de barreiras,

proteções, meios e recursos – físicos, funcionais e operacionais – relacionados a pessoas,

ambientes, circulações, práticas, equipamentos, instalações, materiais e fluidos.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, a Arquitetura Hospitalar compõe-se de

várias arquiteturas: a Infecto-preditiva, a Administração-preditiva, a Manutenção-preditiva,

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dentre outras, todas voltadas à otimização da operacionalização futura, da instituição de saúde

que lhe cabe planejar.

Os diferentes ambientes, que compõem a planta física de um hospital, podem ser

classificados segundo o Ministério da Saúde - Portaria no 930 de 27 de Agosto de 1992, em

áreas críticas, semicríticas e não-críticas.

1.3.1 Áreas Críticas, Semicríticas e Não-críticas

Ao profissional habilitado para atuar nestas três áreas, faz-se necessária a noção de

quais equipamentos de proteção individual (EPI) deverá utilizar. Seu serviço não será

completo, se toda a equipe multidisciplinar também não o fizer.

Segundo o Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia (2001),

podemos compreender as áreas como:

* crítica: é todo ambiente onde existir risco aumentado de transmissão de infecção, onde se

realizam procedimentos de risco ou onde se encontram pacientes com seu sistema

imunológico definido. São áreas críticas: ambientes que abrigam procedimentos cirúrgicos e

de parto, internação em regime de terapia intensiva, de atividades de diálise, etc.

* semicríticas: compreendem todos os demais compartimentos ocupados por pacientes com

doenças infecciosas de baixa transmissibilidade e/ou doenças não-infecciosas. Como

exemplos temos locais de internação e ambulatórios.

* não-críticas: são todos os demais compartimentos dos estabelecimentos de Assistência à

Saúde não ocupados por pacientes.

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1.3.2. Classificação dos Artigos Hospitalares

À enorme variedade de artigos e áreas hospitalares destinados a diferentes finalidades, está

associada um potencial específico de transmissão de infecção. Pode-se inferir que o risco

potencial de transmissão de infecção está ligado principalmente à utilização, ao grau de

contato ou de exposição do paciente a estes artigos e áreas, bem como ao seu grau de

contaminação.

Para facilitar a operacionalização de antimicrobianos, classificam-se esses artigos,

segundo o Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia (2001) em três

categorias: críticas, semicríticas e não-críticas.

Artigos são os vários materiais utilizados no ambiente hospitalar, dentro e fora da área

de pacientes.

Os Artigos Críticos são todos aqueles que penetram nos tecidos subepteliais, no

sistema vascular e em outros órgãos isentos de flora microbiana própria, bem como todos os

que estejam diretamente conectados a eles. Incluem-se neste caso, por exemplo: instrumentos

de corte ou ponta; instrumentos cirúrgicos (pinças, afastadores, catéteres venosos, drenos,

etc.); soluções injetáveis; roupas utilizadas nos atos cirúrgicos e obstétricos, em unidades de

queimados e berçário de alto risco. Os artigos críticos devem estar totalmente livres de

microrganismos (bactérias, fungos, vírus e esporos) ao serem utilizados.

Os Artigos Semicríticos são aqueles que entram em contato apenas com a mucosa

íntegra, capaz de impedir invasão dos tecidos subepteliais. Entre outros, destacamos os

equipamentos de anestesia gasosa e de assistência ventilatória, alguns endoscópios,

medicamentos orais e inaláveis, pratos, talheres e alimentos Os artigos semicríticos também

deveriam estar totalmente livres de quaisquer microrganismos (estéreis) ao serem usados.

Todavia, nem sempre é possível submetê-los a processos capazes de destruir esporos sem

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danificá-los. Exige-se contudo, que os mesmos sejam isentos de bactérias, fungos e vírus. Os

catéteres vesicais, traqueais e nasogástricos, embora entrem em contato com a mucosa íntegra,

devem estar isentos de quaisquer microorganismos (estéreis) para uso.

Já os Artigos Não-críticos são todos aqueles que entram em contato com a pele íntegra

e ainda os que não entram em contato com o paciente. Por exemplo: mesas de aparelhos de

raios-X, equipamento de hidroterapia, incubadoras sem umidificação, microscópios

cirúrgicos, telefones, mobiliário em geral. Os artigos não-críticos devem estar isentos de

agentes transmissíveis de doenças infecciosas (microorganismos não encontrados na flora

normal da maioria das pessoas). Admite-se, contudo, a presença em pequeno número de

microrganismos encontrados na micro-flora humana.

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CAPÍTULO II

FORMAS DE PREVENÇÃO AOS RISCOS HOSPITALARES

Com relativa freqüência, o pessoal que trabalha em uma instituição hospitalar entra na

rotina em suas atividades a tal ponto que, sem se dar conta, vai aumentando sua confiança em

relação a áreas, materiais ou pessoas que afluem ao hospital, e facilmente omitem

procedimentos elementares como a lavagem das mãos e o uso de luvas, por exemplo. Além

disso, com relativa freqüência, sob o pretexto de sua própria atividade, adentram áreas de alto

risco, onde são emitidas elevadas doses de radiação, ou manuseiam soluções potencialmente

tóxicas, sem uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs).

Na prática, nem todos os profissionais que atuam em ambientes semicríticos ou

críticos, como as Unidades de Tratamentos Intensivos, adotam as medidas de Biossegurança

necessárias à sua proteção durante a assistência que realizam, o que pode ocasionar agravos à

sua saúde e à do cliente sob seus cuidados.

O trabalhador que presta assistência em saúde, direta ou indiretamente, demonstra

preocupar-se com o cuidado do cliente e pouco com os riscos a que está exposto ao prestar

este cuidado.

As precauções padrão são procedimentos que devem ser adotados em estabelecimentos

de saúde durante a assistência a qualquer paciente com processo infeccioso e/ou com suspeita

de contaminação (incluindo manipulação de objetos, artigos, equipamentos, sangue, fluidos

corpóreos) com o objetivo de reduzir o risco de transmissão de microorganismos de fontes de

infecção, sejam elas conhecidas ou não. Como exemplo, temos a higienização das mãos, uso

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de equipamentos de proteção individual (máscaras, luvas, avental, óculos, protetores e escudo

facial), e uso de vacinas.

As avaliações de risco constituem um conjunto de procedimentos com o objetivo de

estimar o potencial de danos à saúde ocasionados pela exposição de indivíduos a agentes

ambientais. Tais avaliações servem de subsídio para o controle e a prevenção dessa exposição.

Nos ambientes de trabalho, esses agentes podem estar relacionados a processos de produção,

produtos e resíduos.

Segundo o Manual de Condutas em exposição ocupacional a material biológico do

Ministério da Saúde (1999), o risco médio de se adquirir o HIV é de, aproximadamente 0,3%

após exposição percutânea, e de 0,09% após exposição mucocutânea. A transmissão

ocupacional de hepatite B (HBV) representa maior risco do que para o HIV. O risco de

transmissão ocupacional após acidente percutâneo é de 40% no caso do paciente-fonte

apresentar sorologia HbsAg reativa. Para o vírus da hepatite C (HCV), o risco médio é de

1,8%, podendo variar de 1 a 10%. Apesar de outros patógenos serem transmitidos pelo

sangue, são os vírus HIV, HBV e HCV que oferecem maior gravidade à saúde dos

trabalhadores da área da saúde.

Os agentes biológicos são considerados os principais geradores de insalubridade e

periculosidade aos trabalhadores que atuam em contato permanente com os pacientes

hospitalizados.

Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) são todos aqueles para precaução

padrão, que auxiliarão na prevenção de riscos utilizados pelos profissionais no âmbito

hospitalar. Essa proteção é tanto para os profissionais quanto para pacientes. Como exemplos

de EPIs podemos citar máscara, óculos, capote de chumbo, luvas de borracha, gorro, avental,

etc.

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Apesar dos trabalhadores atuantes na área hospitalar obterem noções das normas de

Biossegurança, não há diminuição dos acidentes intra-hospitalares. Isso se deve, em parte, por

considerarem ter adquirido um conhecimento que, na prática, não acontece.

Vale ressaltar que a relação conhecimento das normas de biossegurança e treinamento

demonstraram que os treinamentos desenvolvidos devem ser reavaliados. Esse dado pode ser

alarmante num primeiro momento, já que atualmente muito se confia e investe em

treinamento enquanto ferramenta de capacitação profissional. Deve-se no entanto, observar o

tipo de treinamento, sua qualidade, sua adequação ao tipo de ambiente e de categoria

profissional que se pretende atingir. Além de propor a implantação de um programa de

educação continuada, que possa constantemente mobilizar os profissionais quanto às ações de

proteção dos profissionais de saúde, principalmente as que dizem respeito à prevenção de

acidentes envolvendo material biológico potencialmente infectante.

2.1 INFECÇÃO HOSPITALAR

Podemos utilizar o conceito dado por Henrichsen (2004) para Infecção Hospitalar

como “qualquer processo infeccioso adquirido no ambiente hospitalar, diagnosticado

principalmente durante sua internação, mas que pode ser detectado após a alta e atingir

também qualquer outra pessoa presente no hospital”.

Além da suscetibilidade individual a processos infecciosos, deve-se considerar a

existência de diversos fatores que contribuem para o aparecimento de infecções hospitalares

nos pacientes. Entre eles observam-se: o estado clínico e/ou a suscetibilidade do hospedeiro, a

falta de adoção de medidas preventivas na realização de procedimentos, a manipulação

inadequada de substâncias específicas, etc.

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Os fatores relacionados com as Infecções Hospitalares são apontadas por Martins

(1993) como:

• inerentes ao próprio paciente, de acordo com sua suscetibilidade, tais como idade,

estresse, alcoolismo, colagenoses, leucoses, estado nutricional, neoplasias, alterações

bioquímicas e metabólicas, cardiopatias congênitas, queimaduras, doenças

hematopoiéticas, diabetes, insuficiência renal, hepatopatias;

• inerentes à agressão diagnóstica e terapêutica: entre os quais, cateterismo, punção,

hemodiálise, traqueostomia, ventilação mecânica, uso indiscriminado de

antimicrobianos, radioterapia, uso de corticosteróides e/ou outras drogas

imunossupressoras;

• inerentes ao ambiente hospitalar: pela alteração na ecologia microbiana hospitalar com

seleção de microrganismos multirresistentes, que são transmitidos aos doentes através

das mãos, dos medicamentos, germicidas, alimentos, equipamentos hospitalares,

também pelo grande número de pessoas manipulando o paciente, falhas na

esterilização, desinfecção, procedimentos técnicos incorretos, planta física e sistema

de ventilação inadequados.

Segundo Minozzo (2004), a maioria das infecções hospitalares manifesta-se como

complicações naturais de pacientes gravemente enfermos, decorrente de um desequilíbrio

entre sua flora microbiana normal e seus mecanismos de defesa. Esse desequilíbrio é

provocado por determinadas doenças responsáveis pela hospitalização e procedimentos

invasivos ou imunossupressivos, aos quais o doente, correta ou incorretamente, foi submetido.

Uma maior afluência de público aos hospitais, tanto de profissionais como de

familiares ou visitantes aumenta o risco de infecções através de contágio. Num país onde há

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escassez de recursos destinados à saúde, o controle de infecção hospitalar, além de atender a

exigências legais e éticas, é uma necessidade econômica.

A infecção hospitalar é vista inclusive como uma negação do dever do hospital que é

resguardar a incolumidade do paciente em tudo que lhe possa trazer dano.

Segundo o artigo 129 do Código Penal Brasileiro, a permissibilidade de instalação de

Infecção Hospitalar constitui crime de ofensa à integridade corporal ou à saúde de alguém. O

hospital é responsável pelo trabalho de seus funcionários.

Quando se trata de segurança e saúde a negligência pode ser a principal causadora de

acidentes, provocando grande danos e até a morte. É necessário atentar para que o descuido

profissional não finde em tragédia. Negligência é a falta de precaução, de diligência, de

cuidados no prevenir danos. Para que ocorra o resultado penal, é necessário que haja uma

relação de causalidade. Assim o resultado, que depende da existência do crime, somente é

imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado

não teria ocorrido. A negligência manifesta-se, via de regra, através da omissão e torna-se

penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. Os crimes

omissos são aqueles em que o agente deixa de fazer algo produzindo dessa forma, incidentes

não esperados.

Todos no hospital, pacientes, familiares, funcionários, médicos e fornecedores são

responsáveis pela prevenção e controle da infecção hospitalar.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária em seu Manual de Segurança no ambiente

hospitalar, descreve infecções hospitalares como complicações infecciosas relacionadas à

assistência prestada ao paciente e à diminuição de sua capacidade de defesa antiinfecciosa e

podem ser endógenas, exógenas, cruzadas e inter-hospitalares:

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• Infecção endógena: verifica-se a partir de microorganismos do próprio pacientem

geralmente imunodeprimido e que correspondem a aproximadamente dois terços das

infecções hospitalares;

• Infecção exógena: verifica-se a partir de microorganismos estranhos ao paciente, sendo

veiculada pelas mãos da equipe de saúde, nebulização, uso de respiradores, vetores,

medicamentos ou alimentos contaminados;

• Infecção cruzada: transmite de paciente a paciente, geralmente pelas mãos da equipe

de saúde;

• Infecção inter-hospitalar: são as levadas de um hospital para outro com a alta e

subseqüente internação do mesmo paciente em diferentes hospitais.

Uma comissão de controle de infecções hospitalar estruturada e atuante, uma equipe de

profissionais comprometida em obter a redução dos índices de infecção, acarretará a melhoria

significativa na qualidade de assistência aos pacientes e expressiva redução de custos.

2.2 HIGIENIZAÇÃO DO AMBIENTE

Higienização do ambiente , segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, é o

procedimento antimicrobiano de remoção de sujidades e detritos para manter em estado de

asseio os artigos e áreas. A limpeza constitui o núcleo de todas as ações referentes aos

cuidados de higiene com os artigos e áreas hospitalares. É o primeiro passo nos procedimentos

técnicos de desinfecção e esterilização.

Os métodos de limpeza devem ser determinados pelo tipo de superfície, quantidade e o

tipo de matéria orgânica presente, e o propósito da área ou artigo. As operações de limpeza,

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propriamente ditas, compreendem escovação com água e sabão, fricção, esfregação e passar

pano.

O serviço de limpeza deverá contribuir para prevenir a deterioração de superfícies,

objetos e materiais, promovendo conforto e segurança aos pacientes e funcionários através do

meio limpo, sempre otimizando custos.

Alguns itens devem ser observados na diminuição da interferência do ambiente nas

propagações de infecções tais como uso de vassouras, ventiladores, ar-condicionado comum,

aspiradores de pó, arrumação de camas, limpeza a seco e cuidados em isolar áreas em

reformas ou em construção. Evitar fungos retirando vasos com flores e plantas do quarto.

É importante observar alguns quesitos para a limpeza do ambiente, como a

especificação e tratamento dos pisos, onde consideram-se a durabilidade e a resistência a

desgastes de trânsito, à ação de rodízios de cadeiras de rodas, macas e carrinhos de lixo,

adequação aos diferentes ambientes, sendo antibacteriostáticos, antialérgicos, antiestáticos,

com condições térmicas e de absorção acústica, absorver impactos, antiderrapantes e não

propagar chamas ou fumaças.

Além dos quesitos acima, vale salientar também sobre a:

• Higienização: permitir o uso de detergentes, germicidas, bactericidas, ceras acrílicas

inodoras e à base de água, estancamento nos rodapés e cantos de paredes;

• Resistência à ação dos produtos químicos como ácidos sulfúricos, hidroclorídrico,

acético, láctico e cítrico, solventes como álcool, parafina, benzina, álcool metílico e

etílico, acetona, bem como de óleos vegetais, minerais, sangue, urina, fezes e água

oxigenada, etc.

A limpeza deverá sempre ser iniciada da área menos contaminadas para a menos

contaminada, iniciando a limpeza pelas paredes e por último, o piso.

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Na limpeza hospitalar nunca se deve varrer superfícies a seco, pois favorece a

dispersão de microorganismos. Recomenda-se a varredura úmida. Deve-se utilizar água e

detergente para limpeza de superfícies e produtos químicos apenas para áreas que contenham

matéria orgânica ou em caso de surtos.

Segundo Henrichsen (2004), a limpeza de paredes e anexos deve ser feita no sentido

de cima para baixo e nos tetos em sentido unidirecional. A de pisos e quartos ou enfermarias,

no sentido do fundo para a porta de entrada e as de corredores ou saguões, de dentro para fora

e de trás para frente.

O serviço de manutenção, como responsável pelo bom funcionamento dos

equipamentos e instalações, é obrigado a circular por todas as áreas do hospital, inclusive nas

áreas críticas e semicríticas. E, como integrante dos setores hospitalares, tem como

responsabilidade adicional, o controle de infecção.

Nesse ponto, convém ressaltar que independentemente da grande rotatividade de

pessoal que existe nos setores de higiene hospitalar, programas de treinamento específicos

devem ser mantidos (Educação Continuada) de modo a garantir a eficácia dos procedimentos

de limpeza. Esses programas de treinamento devem ser aplicados àqueles hospitais que

contratam serviços de terceiros, e devem ser melhor monitorados, objetivando um melhor

controle de qualidade nos procedimentos de limpeza.

Henrichsen (2004) também alega evidências de que existe transmissão de infecções

por Rotavírus e Cândida s.p. pelo meio ambiente. Já o HIV consegue sobreviver em

superfícies com matéria orgânica ressequida até três dias, e o vírus da Hepatite nas mesmas

condições, até uma semana.

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2.3 HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

A Higienização das mãos é prática prioritária em todos os programas de prevenção e

controle de infecção hospitalar, em virtude de reduzir consideravelmente as taxas de infecções

nosocomiais.

É a medida individual mais simples e menos dispendiosa para prevenir a propagação

das infecções relacionadas à assistência à saúde. Recentemente, o termo “lavagem das mãos”

foi substituído por “higienização das mãos” devido à maior abrangência deste procedimento.

O termo engloba a higienização simples, a higienização anti-séptica, a fricção anti-séptica e a

anti-sepsia cirúrgica das mãos.

A importância da higienização das mãos na prevenção da transmissão das infecções

hospitalares é baseada na capacidade da pele para abrigar microrganismos e transferi-los de

uma superfície para a outra, por contato direto, pele com pele, ou indireto, por meio de

objetos. Sendo assim, o objetivo principal do processo de higienização das mãos é reduzir a

transmissão de microorganismos pelo contato, prevenido infecções. A higienização também

pode ser feita quando as mãos estiverem limpas, aplicando uma solução de álcool a 70% e

glicerina a 2%.

A legislação brasileira, por meio da Portaria n. 2.616, de 12 de maio de 1998, e da

RDC n. 50, de 21 de fevereiro 2002, estabelecem, respectivamente, as ações mínimas a serem

desenvolvidas com vistas à redução da incidência das infecções relacionadas à assistência à

saúde e as normas e projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde.

Esses instrumentos normativos reforçam o papel da higienização das mãos como ação

mais importante na prevenção e controle das infecções em serviços de saúde.

Podemos utilizar para higienizar as mãos, artifícios como:

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• Sabões: com ação detergente, permite a remoção de sujidades, detritos e

impurezas da pele e microorganismos viáveis, não colonizadores. Não tem atividade

bactericida e/ou residual. De acordo com a Resolução ANVS n°481 de 1999, dá-se

preferência pela forma líquida, pelo menor risco de contaminação.

• Álcool: excelente germicida, com ação imediata (30 segundos) e rápida

evaporação, não havendo ação residual. Usado em concentrações a 70%.

O álcool não deve ser aplicado após o uso de clorexidina ou PVPI, pois anula o efeito

residual destes produtos.

A preparação alcoólica pode ser usada antes do contato com o paciente, com a

finalidade de proteção, evitando a transmissão de microorganismos oriundos das mãos do

profissional de saúde; e após o contato com o paciente, promovendo a proteção do

profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a

transmissão de microorganismos do próprio paciente.

• Anti-sépticos: formulações bactericidas, fungicidas e virucidas (para alguns vírus

encapsulados) e concentrado a 80% inativa o vírus da Hepatite B. Os anti-sépticos tem

por finalidade a degermação da pele. Os anti-sépticos de uso hospitalar recomendados

pelo Ministério da Saúde são: polivinilpirrolidona iodo (PVPI) a 10%, clorexidina a

4%, soluções com álcool iodado a 0,5 ou 1% ou álcool etílico a 70%, com ou sem

glicerina a 2%.

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Conforme a imagem abaixo, podemos observar melhor a cobertura dos anti-sépticos:

Legenda: +++ excelente ++ bom + regular - nenhuma atividade antimicrobiana ou insuficiente. Fonte: CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION (2002)

As taxas de infecções e resistência microbiana aos antimicrobianos, de acordo com os

apontamentos de Cavalcante et. al. (2000), são maiores em Unidades de Terapia Intensiva

(UTI), devido a vários fatores: maior volume de trabalho, presença de pacientes graves, tempo

de internação prolongado, maior quantidade de procedimentos invasivos e maior uso de

antimicrobianos. Por isso a atenção à higienização das mãos é prevenção primordial em

Unidades de Terapias Intensivas.

2.4 PREPARO DOS MATERIAIS PARA USO NO PACIENTE

Na prevenção de infecções relacionadas aos artigos médico-hospitalares são de grande

importância sua limpeza, desinfecção e esterilização adequada no controle de uma das causas

objetivas da infecção hospitalar.

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“Entende-se como esterilização a destruição ou eliminação completa de todas as

formas de vida microbiana” (HENRICHSEN, 2004, p.213).

Falhas nesses processos podem determinar riscos graves não só para os pacientes, mas

também para os profissionais de saúde que entram em contato com esses artigos antes, durante

ou após o reprocessamento.

Para Guandalini; Melo; Santos (1999, p.75) “estes processos são capazes de destruir

todas as formas de vida microbiana como bactérias, fungos, vírus tanto na forma esporulada,

que é a forma mais resistente aos agentes esterilizantes.”

“A desinfecção constitui-se no processo que elimina a maioria ou todos os

microorganismos patogênicos, exceto os esporos bacterianos de artigos médico-hospitalares

e/ou de superfícies inanimadas” (HENRICHSEN, 2004, p.213).

O termo desinfecção é empregado para materiais inanimados. Na prática, o que se

obtém é a diminuição do número de microorganismos em dado local ou material, a uma

quantidade segura.

Os materiais que tiveram contato com fluidos corpóreos, sangue e tecido, ao serem

transportados deverão estar acondicionados em recipientes resistentes e hermeticamente

fechados para não contaminar o funcionário, bem como o ambiente.

Todo artigo capaz de ser reprocessado, deverá antes de fazê-lo, ser rigorosamente

limpo para remoção de qualquer sujidade. A limpeza dos materiais a serem esterilizados e/ou

desinfectados é fundamental para a eficácia da esterilização e desinfecção.

Falhas cometidas durante o processo de esterilização, podem comprometer a eficácia

da esterilização.

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2.5 COLETA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SAÚDE

A definição de resíduos de serviços de saúde, durante muitos anos foi questionada,

recebendo diversos outros termos, como resíduo biológico, médico, clínico infectante, e

assim, aplicados ao longo do tempo, passando por diferentes formações de conceitos,

chegando-se a conclusão que resíduos hospitalares e o termo sólido seriam designados aos

perfuro cortantes, e também somente seriam considerados os resíduos oriundos de ambientes

hospitalares.

Segundo Andrade (1997), resíduo de serviço de saúde é todo aquele gerado em

qualquer serviço prestador de assistência médica, sanitária ou estabelecimentos congêneres,

podendo, então, ser proveniente de: farmácias, hospitais, unidades ambulatoriais de saúde,

clínicas e consultórios médicos e odontológicos, laboratórios de análises clínicas e

patológicas, instituições de ensino e pesquisa médica, bancos de sangue, clínicas veterinárias e

outros.

A questão da destinação final dos resíduos traz consigo a polêmica sobre a

classificação de resíduos e a determinação do potencial de risco que possam apresentar para o

meio ambiente.

Conforme a resolução do CONAMA nº 5 de 1993, em seu artigo 4º, fica determinado

que é de responsabilidade dos estabelecimentos prestadores de serviços de saúde “[...] o

gerenciamento de seus resíduos sólidos, desde a geração até a disposição final, de forma a

atender aos requisitos ambientais e de saúde pública.”

Para Meyer e Pereira (2006) a classificação adotada pela Resolução CONAMA n°5 de

1993 pode ser ilustrada da seguinte forma:

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Fonte: MEYER, Mauro; PEREIRA, Valéria (2006, p.05).

A classificação de resíduos é uma atividade complexa e, em muitos casos, ainda

indefinida mesmo nos países desenvolvidos. Quanto mais perigoso é considerado o resíduo,

maiores os cuidados necessários e, como conseqüência, maiores os custos envolvidos.

Para Ferreira,

as instituições de controle e proteção do meio ambiente, adotam, em geral, o critério de considerar o resíduo como perigoso em caso de dúvida. Nada contra esse princípio, face às dificuldades de classificação de resíduos. Contudo, o enquadramento equivocado de um resíduo na categoria perigoso, pode trazer como conseqüência, custos elevados para o seu gerenciamento, com a utilização de recursos que, numa sociedade onde os mesmos são escassos e as prioridades muitas, poderiam ser melhor aproveitados. (FERREIRA, 1995, p.04)

No Brasil, não se dispõem de dados precisos sobre a produção e qualidade da maior

parte dos resíduos sólidos. O que se sabe, pela constatação da presença de resíduos de forma

indiscriminada no ambiente, além daqueles dispostos em sistemas sob controle, é que as

quantidades são elevadas e os problemas decorrentes, bastante graves.

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O potencial de risco dos Resíduos Sólidos de Saúde ocorrem em função da presença de

materiais biológicos capazes de causar infecção, produtos químicos perigosos, objetos

perfurocortantes contaminados e rejeitos radioativos.

os resíduos sólidos de serviços de saúde (RSS) são gerados por prestadores de assistência médica, odontológica, laboratorial, farmacêutica e instituições de ensino e pesquisa médica, relacionados tanto à população humana quanto à veterinária, os quais possuem potencial de risco em função da presença de materiais biológicos capazes de causar infecção” (Henrichsen, 2004, p.230).

O lixo hospitalar é composto de resíduos produzidos em unidades de saúde,

constituídos de lixo comum (papel, restos de jardim, restos de comida de refeitórios e

cozinhas etc), resíduos infectantes ou de risco biológico (sangue, gaze, curativos, agulhas etc.)

e resíduos especiais (químicos, farmacêuticos e radioativos).

O lixo hospitalar é um grande problema para os Gestores de Saúde, principalmente

pela carência de informações ao seu respeito.

Devemos observar a periculosidade ou não dos resíduos hospitalares. Embora esta seja

uma questão não-resolvida, os países desenvolvidos adotam uma política cautelosa e

consideram tais resíduos como resíduos que exigem tratamento especial (perigosos,

patogênicos, patológicos, entre outras denominações). A recomendação de incineração dos

resíduos, ou de parte deles, é uma constante, bem como o devido descarte deste material,

observando que materiais perfurocortantes devem estar acondicionados em caixas próprias

para este fim.

2.6 TRATAMENTO E PREVENÇÃO DE RISCOS OCUPACIONAIS

Um dos cuidados com relação à gestão de recursos em saúde diz respeito à saúde dos

seus funcionários e colaboradores. É notório o grande problema que administração tem

encontrado para conhecer e gerenciar os limites físicos do ser humano.

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Os novos modelos de gestão, imperativos na atualidade turbulenta vivida por todas as

empresas, trazem consigo a necessidade de repensar a prevenção de doenças ocupacionais.

Os avanços científicos e tecnológicos, a diversidade e complexidade dos processos de

trabalho existentes em um hospital, traduzem-se em um ambiente potencialmente de risco de

diversos tipos que repercutem sobre os indivíduos, enquanto trabalhadores, clientela e meio

ambiente.

As atividades dos profissionais do setor saúde, em especial, nas unidades de

internação, envolvem um contato permanente com o sofrimento humano (dor e morte) e

exposição aos riscos ocupacionais de natureza física, química, biológica, ergonômica e de

acidente existentes nos processos e organização do trabalho.

Bulhões (1994) apresenta vários estudos de ergonomia, psicologia, epidemiologia,

toxicologia etc., desenvolvidos em diversos países, principalmente França e Estados Unidos.

Estes estudos abordam os diversos problemas de saúde conseqüentes da exposição

ocupacional, tais como: as dermatites de contato; problemas hematológicos; osteomusculares;

infertilidade; doenças infectocontagiosas como a hepatite B e a tuberculose, além das

manifestações clínicas de caráter psicossomático pela sobrecarga psíquica, entre outros.

Penteado (1999) aponta o início da preocupação com a saúde ocupacional dos

trabalhadores quando cita que

no Brasil, sob o ponto de vista da saúde dos trabalhadores, no final da década de 80, com o surgimento da AIDS, as preocupações com a exposição ocupacional aos agentes infecciosos começam a tomar corpo nas ações de vigilância desenvolvidas pelas secretarias de saúde através dos programas de saúde do trabalhador. Baseadas em estudos epidemiológicos, predominam as ações dirigidas ao controle e prevenção da AIDS e hepatite B, especialmente as exposições decorrentes dos acidentes de trabalho com material perfurocortante. (PENTEADO, 1999, p. 17)

Segundo Minozzo (2004), a maioria das infecções hospitalares manifesta-se como

complicações naturais de pacientes gravemente enfermos, decorrente de um desequilíbrio

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entre sua flora microbiana normal e seus mecanismos de defesa. Esse desequilíbrio é

provocado por determinadas doenças responsáveis pela hospitalização e procedimentos

invasivos ou imunossupressivos, os quais o doente, correta ou incorretamente, foi submetido.

De acordo com artigos propostos pela Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da

Saúde, podemos citar alguns agentes causadores das doenças ocupacionais dos funcionários e

colaboradores, que atuam diretamente em âmbito hospitalar, tais como:

• Tuberculose: ocorre por meio de inalação dos bacios contidos em gotículas suspensas

no ar, expelidas pelo doente ao tossir, falar ou espirrar. A infecção inicial costuma ser

assintomática, e a sensibilidade à Tuberculina só se manifesta após algumas semanas.

O diagnóstico é feito por meio de exames clínicos e epidemiológicos, bacteriológico,

radiografias, e reação de Mantoux (ppd), entre outros;

• Escabiose: causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei, apresenta-se como pápulas, vesículas

e sulcos com prurido mais intenso à noite. O período de incubação varia de duas a seis

semanas, nas pessoas sem exposição prévia, e de um a quatro dias nos previamente

expostos. A transmissão é feita por contato cutâneo direto e pela roupa contaminada,

onde o parasita pode sobreviver por até quatro dias. Pode ser prevenida pelo uso de

luvas e jalecos e higienização de colchões e travesseiros, e trocar roupas de cama. O

profissional de saúde com sarna, deverá ser afastado de suas atividades até vinte e

quatro horas após a primeira aplicação de escabicida;

• Pediculose: adquirido através de contato direto. A profilaxia é através de pediculocida;

• Varicela-Zoster: doença viral de alta transmissibilidade, de contato direto feito por

gotículas ou secreções de vias respiratórias ou do líquido das vesículas, assim como

por objetos recém-contaminados. A prevenção pode ser feita com a vacina VZV e está

indicada para todos os profissionais de saúde que não desenvolveram a doença;

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• Varíola: todo profissional de saúde que manuseie culturas ou animais contaminados

com vírus da varíola, deve receber a vacina a cada dez anos (reforço da primeira dose);

• Hepatite A e C – não há recomendações ou não há profilaxia;

• Hepatite B: adquirida por contato com pele lesada ou mucosa com sangue/ derivados,

acidente perfurocortante. Indicada vacina a todos os profissionais de saúde;

• AIDS: infecção dada pelo HIV, vírus que ataca o sistema imunológico, destruindo os

glóbulos brancos. Para prevenção o profissional não deve entrar em contato direto com

sangue e secreções de pacientes sem o uso devido de equipamentos de proteção

individual, bem como evitar acidentes com material perfurocortantes;

• Rubéola/ Caxumba (Parotide)/ Sarampo: tomar a vacina MMR, também conhecida

como Tríplice Viral;

Esses são alguns exemplos, mas podemos citar também a Poliomielite, Tétano,

Difteria, Influenza, Pneumonia Pneumocócica, Coqueluche, etc.

2.7 MAPA DE RISCO HOSPITALAR

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, risco é uma ou mais

condições de uma variável com potencial necessário para causar danos. Esses danos podem

ser entendidos como lesões a pessoas, danos a equipamentos e instalações, danos ao meio

ambiente, perda de material em processo, ou redução da capacidade de produção.

Risco expressa uma probabilidade de possíveis danos dentro de um período de tempo

ou número de ciclos operacionais. Pode significar ainda a incerteza quanto à ocorrência de um

determinado evento ou a chance de perda que uma empresa está sujeita na ocorrência de um

acidente ou série de acidentes.

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O risco, onde quer que se encontre, deve e pode ser facilmente analisado, visando sua

eliminação ou controle. Desde que um conjunto de ações possa ser viabilizado, a compreensão

de sua natureza pode ser levada a efeito.

Ainda de acordo com a ANVISA, A tomada de decisão, deve ser fundamentada

tecnicamente em três conceitos básicos com relação aos riscos, que são:

a. Reconhecer: identificar, caracterizar, saber apontar qual dos agentes de risco de dano

à saúde estão presentes no ambiente de trabalho;

b. Avaliar: é saber quantificar e verificar, de acordo com determinadas técnicas, a

magnitude do risco. Se é maior ou menor, se é grande ou pequeno, comparado com

determinados padrões;

c. Controlar: é adotar medidas técnicas, administrativas, preventivas ou corretivas de

diversas naturezas, que tendem a eliminar ou atenuar os riscos existentes no ambiente de

trabalho.

Através da Portaria nº 5 de 1992 do Departamento Nacional de Segurança e Saúde do

Trabalhador, estabeleceu-se que as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes terão como

obrigatoriedade adicional a confecção do denominado Mapa de Riscos. Esse mapa deverá ser

confeccionado com auxílio dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e

Medicina do Trabalho - SESMT, e terá como finalidade básica fazer uma representação

gráfica do reconhecimento dos riscos existentes nos diversos locais de trabalho, a

conscientização e informação dos trabalhadores através da fácil visualização dos riscos

existentes na Empresa.

Consideram-se agentes físicos, dentre outros: ruídos, vibrações, temperaturas

anormais, pressões anormais, radiações ionizantes, radiações não-ionizantes, iluminação e

umidade.

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Consideram-se agentes químicos, dentre outros: névoas, neblinas, poeiras, fumaça,

gases e vapores.

Consideram-se agentes biológicos, dentre outros: bactérias, fungos, riquétsias,

helmintos, protozoários e vírus.

Consideram-se, ainda, como riscos ambientais, os agentes mecânicos e outras

condições de insegurança existentes nos locais de trabalho capazes de provocar lesões à

integridade física do trabalhador.

Os principais agentes físicos encontrados no ambiente hospitalar são o calor, ruído,

radiações ionizantes, radiações não-ionizantes e pressões anormais.

De acordo com a ANVISA, através de sua publicação sobre Segurança no Ambiente

Hospitalar, ilustra os riscos através de cores representativas de forma bem simplificada, como

veremos abaixo:

Fonte: BRASIL. ANVS.Segurança no Ambiente Hospitalar, p.28.

O Mapa de Riscos, completo ou setorial, permanecerá afixado em cada local analisado,

para informação dos que ali trabalhem.

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A instituição deverá também manter, em local de fácil acesso, o mapa de riscos para

que os trabalhadores possam ter informação atualizada acerca da distribuição dos riscos

ambientais, contendo a identificação teórica dos agentes biológicos mais prováveis e a

avaliação do local de trabalho e do trabalhador exposto.

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CAPÍTULO III

O GESTOR DE SAÚDE NA QUALIDADE E SEGURANÇA HOSPITALAR

3.1. QUALIDADE PARA O PACIENTE

Inicialmente, podemos utilizar a definição de qualidade como

um atributo que visa reduzir variações dos produtos e procedimentos ou como um conjunto de propriedades de um serviço (produto) que o torna adequado a sua missão (da empresa) concebido como resposta às necessidades e às legítimas expectativas de seus clientes” (HENRICHSEN, 2004, p.278).

A palavra qualidade está associada à noção de padronização, de confiabilidade, de

satisfação e de maiores benefícios com os menores riscos para o paciente, definidos em

função do alcançável, de acordo com os recursos disponíveis e os valores sociais existentes.

Para obter qualidade deve-se observar um entrosamento entre estrutura e recursos

humanos. Com relação à estrutura é necessário que o local seja arejado, com voa disposição,

adequada iluminação, limpo e bem conservado, com mobiliário funcional, prática, bonita e

confortável, com bom sistema de hotelaria e materiais de rotina acessíveis. Já em relação aos

recursos humanos, o número deve estar adequado à estrutura da instituição, as inter-relações

humanas dos funcionários devem ser priorizadas por meio de treinamento e/ou estímulo à

amizade, à solidariedade, com profissionalismo.

A qualidade nos serviços de saúde reflete-se na infra-estrutura predial (adequação e

manutenção), no gerenciamento de insumos (procedimentos e sistemas informatizados), no

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gerenciamento de tecnologia (manutenção preventiva e corretiva) e na capacidade de equipes

para a utilização de tecnologias.

A empresa deverá ter sua missão definida, repassada claramente a seus funcionários.

É importante que sejam relatados os métodos técnicos empregados, para uma maior

transparência interna (equipe multidisciplinar e para o paciente), bem como os resultados,

demonstrando que existem princípios éticos em não ser omisso diante de situações de

infração.

Queiroz (2004) discute a associação da Biossegurança com a Saúde do Trabalhador e com a

questão ambiental, numa perspectiva da complexidade, e a necessidade de buscar uma integração

prática entre estas três áreas. Enfoca as atividades de gestão enquanto um sistema complexo e salienta

a necessidade de desenvolver uma dinâmica baseada na interação, na intersetorialidade, e na

complementaridade. Apresenta as tendências atuais de desenvolvimento de sistemas de gestão

integrada para Qualidade, Saúde e Segurança do Trabalho e Ambiente, e racionaliza sobre a

necessidade de incluir a gestão da Biossegurança nesta integração. Propõe, dentro da perspectiva

apresentada, e como forma de viabilizar o Programa de Biossegurança, o desenvolvimento de um

sistema que permita a integração da gestão da Biossegurança, Qualidade, Saúde do Trabalhador, e

Ambiente.

3.2. PARTICIPAÇÃO DO GESTOR EM SAÚDE

Os hospitais eram vistos como o local onde a melhoria e a cura fossem os

únicos benefícios oferecidos, porém na atual conjuntura, hospital é analisado como uma

empresa complexa, com clientes que não são exclusivamente os pacientes. Numa instituição

possuímos médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, técnicos, auxiliares e outros

profissionais prestadores de serviços especializados e de risco.

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Cabem aos hospitais, além de cuidar de seus pacientes, zelar pelos seus funcionários.

Todos os níveis de gerenciamento devem, constantemente, reforçar as regras e

regulamentos de segurança, estar alerta e identificar as práticas e condições inseguras,

tomando, imediatamente, atitudes apropriadas para corrigir irregularidades.

O Gestor em Saúde é o profissional capacitado e especializado que terá por função

orientar, coordenar, consultar e avaliar as formas de prevenir problemas que venham a afetar a

saúde dos pacientes, bem como dos funcionários. Também deve proceder de forma a

racionalizar custos e manter a qualidade de excelência de seus serviços hospitalares. Uma

forma prática de tomar estas atitudes é através da adoção de medidas de Biossegurança e

controle de infecções.

O Gestor de Saúde necessita conhecer o processo de trabalho do local analisado, sexo,

idade e número dos funcionários, treinamento de segurança e saúde dos funcionários;

conhecer atividades exercidas e ambientes e instrumentos e materiais de trabalho; medidas de

proteção coletiva e individual, bem como de higiene e conforto; identificar as causas mais

freqüentes de ausência de trabalho e acidentes ocorridos, queixas mais comuns entre os

trabalhadores expostos ao mesmo risco, medidas de organização do trabalho; conhecimento

dos levantamentos ambientais realizados no local e elaboração de mapas de risco.

A responsabilidade pelas questões de segurança está necessariamente atrelada aos

funcionários. Cada um deles deve seguir as práticas de segurança no trabalho, através do uso

de regras e regulamentos anunciados pelo programa de segurança do hospital. É preciso estar

constantemente alerta para os riscos de acidentes em qualquer local do hospital, comunicando

à sua supervisão qualquer eventualidade, prática ou condição insegura.

A informação e a formação centrada em aspectos técnicos não são suficientes para reduzir a

ocorrência de acidentes de trabalho. Assim, além de considerar os aspectos técnicos, deve-se atentar

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para os conflitos vividos pelo trabalhador na realização de seu trabalho e os seus recursos subjetivos,

que também são usados para solucionar problemas.

A legislação recomenda que o treinamento seja realizado antes do início da atividade

profissional; ou ainda, quando houver mudança das condições de exposição durante a jornada

de trabalho; e que, idealmente, seja adaptado à evolução do conhecimento e da tecnologia e à

identificação de novos riscos biológicos. Deve incluir todos os dados disponíveis sobre riscos

potenciais para a saúde; precauções para evitar a exposição aos agentes; normas de higiene;

utilização dos equipamentos de proteção coletiva, individual e das vestimentas; e finalmente,

as medidas a serem adotadas pelos trabalhadores no caso de ocorrência de incidentes e

acidentes.

Para Neves (2006), a educação é algo mais amplo e complexo do que treinamento e

adestramento, no qual, ao refletir a respeito das funções da educação e suas implicações,

contribuir para melhor compreensão de como a educação pode ajudar no cumprimento das

normas de biossegurança e na melhoria das condições de saúde do trabalhador. Concebe-se a

biossegurança como ação educativa, ao invés de reduzi-la a treino e introjeção de normas.

A compreensão da Biossegurança como processo educativo implica em considerá-la

não somente como um processo de aquisição de habilidades e conteúdos, pois a idéia de

educar implica em compartilhamento de ações, em levar em consideração as disposições,

hábitos dos agentes, e sobretudo em conceber os agentes realmente como sujeitos da

aprendizagem, envolvendo-os em sua totalidade, com suas diferenças e singularidades.

Conceber biossegurança como ação educativa significa considerar e respeitar o saber dos

trabalhadores, propondo soluções a partir do conhecimento empírico dos agentes sobre os riscos no

seu ambiente de trabalho, que se constitui em um dos pressupostos da idéia de uma saúde do

trabalhador, ao invés de relacionada, pertencente ao próprio trabalhador, é o que dizem Barros e

Vasconcellos apud Neves (2006) .

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O Gestor deverá promover orientações sobre rotinas do hospital, treinamento e

reciclagem de profissionais de limpeza, lavanderia, copa, equipe multidisciplinar;

normatização do uso de substâncias químicas para limpeza e desinfecção das diversas áreas do

hospital; investigação das causas das infecções

3.3 MELHORIA CONTÍNUA

O desenvolvimento contínuo de qualidade significa fazer constantes investimentos nos

processos e na avaliação dos mesmos visando alcançar melhores e mais consistentes

resultados.

Em seus estudos, Marras diz que

a linha de pensamento dominante das organizações modernas é a de que é preciso investir seriamente nos recursos humanos que compõem a empresa, [...], pois o diferencial somente virá por um maior comprometimento dos trabalhadores. (MARRAS, 2005, p.128)

A melhoria contínua dos padrões de segurança requer um enfoque bem definido e bem

executado em todas as unidades e atividades da instituição hospitalar. Entre outros tipos de

melhoria, destacamos: o aumento do valor (atenção) para com o paciente, a redução de erros

de operação e defeitos dos equipamentos, a melhoria da rapidez das respostas aos problemas

que envolvem segurança, a redução do tempo médio entre falhas relativas à segurança, o

aumento dos períodos de manutenção nos equipamentos e sistemas e melhoria da eficácia e da

eficiência de todos os recursos de segurança disponíveis.

A melhoria contínua dos padrões de segurança deve se alcançada criando-se agilidade

e eficiência na solução de seus problemas, bem como a criação de uma base quantitativa para

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avaliação dos processos instituídos e para o fornecimento de informações a futuros ciclos de

melhoria dos padrões de segurança implantados.

CONCLUSÃO

Ao se observar o desempenho da implementação de Biossegurança no ambiente

hospitalar, com vistas à promoção e prevenção de eventos, faz-se necessário também avaliar

os recursos que são fornecidos ao Gestor em Saúde e à equipe técnica para aprendizagem e

aplicação do que fora proposto.

Apesar de a revisão bibliográfica comprovar que o trabalhador não é completamente

leigo no conhecimento de medidas de Biossegurança, não há informação suficiente para que

possamos observar a prática segura da aplicação destas.

Não obstante, além dos esforços promovidos pelo Gestor em Saúde na implantação de

treinamento e controle de Riscos Ocupacionais, é preciso que o profissional de saúde

apresente-se disposto aos ensinamentos e, principalmente, utilize as recomendações de

Biossegurança.

Conlcue-se, portanto, que o número de referências é pouco satisfatório, tendo em vista

a ampla teleologia da Biossegurança.

Deve-se portanto, realizar mais estudos acerca do tema proposto, para uma maior

elucidação temática.

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ANEXOS

COMPROVANTES DE EVENTOS CULTURAIS