universidade de cuiabÁ programa de pós-graduação em...
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UNIVERSIDADE DE CUIABÁ
Programa de Pós-Graduação em Biociência Animal
Área de Concentração Saúde Animal
ANDRÉA JANAINA DE MELLO
USO DA ESTIMULAÇÃO DE ACUPONTOS PELA MEDICINA TRADICIONAL
CHINESA (MTC) ALIADA A FISIOTERAPIA NA REABILITAÇÃO DE CÃES
PORTADORES DE SEQUELAS NEUROLÓGICAS DEBILITANTES DA
CINOMOSE
Cuiabá, 2015
ANDRÉA JANAINA DE MELLO
USO DA ESTIMULAÇÃO DE ACUPONTOS PELA MEDICINA TRADICIONAL
CHINESA (MTC) ALIADA A FISIOTERAPIA NA REABILITAÇÃO DE CÃES
PORTADORES DE SEQUELAS NEUROLÓGICAS DEBILITANTES DA CINOMOSE
Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biociência Animal,
da Universidade de Cuiabá – UNIC como requisito parcial para obtenção do título de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. Alexandre Mendes Amude
Cuiabá, 2015
ANDREA JANAINA DE MELLO
USO DA ESTIMULAÇÃO DE ACUPONTOS PELA MEDICINA TRADICIONAL
CHINESA (MTC) ALIADA A FISIOTERAPIA NA REABILITAÇÃO DE CÃES
PORTADORES DE SEQUELAS NEUROLÓGICAS DEBILITANTES DA CINOMOSE
Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biociência Animal,
da Universidade de Cuiabá – UNIC como requisito parcial para obtenção do título de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. Alexandre Mendes Amude
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________
Orientador: Prof. Dr. Alexandre Mendes Amude - UNIC
_______________________________________
Prof.ª Drª. Michele Lunardi - UNIC
_______________________________________
Prof. Dr. Daniel Moura Aguiar - UFMT
Conceito Final:_________
Cuiabá, ___ de ____________ de 2015.
“Este trabalho é dedicado aos nossos ilustres pacientes”
AGRADECIMENTOS
De todas as virtudes humanas, algumas devemos cultivar cada dia mais, dentre
elas destaco, hoje, a gratidão...
Senhor, neste dia, venho te agradecer a oportunidade de estar concluindo mais
uma etapa da minha vida profissional... O Mestrado! Obrigada por me permitir exercitar a
minha paciência, a minha inteligência, a minha capacidade profissional, intelectual e
principalmente o meu amor e compadecimento que se tornou ainda maior pelos animais!
Seres que nos amam e que, com o olhar nos agradecem por cada medicamento aplicado, cada
refeição, cada procedimento realizado, pelo alívio de suas dores e finalmente... a oportunidade
de voltar a sua locomoção e até a recuperação de sua qualidade de vida e dignidade. E, que
não perde nenhuma oportunidade de nos demonstrar seu carinho e gratidão. OBRIGADA,
Senhor!
Família... Deus em sua infinita bondade nos concede a oportunidade de
estarmos com pessoas no nosso cotidiano, que desenvolvemos laços de amizade, amor, afeto,
compreensão entre outros. E é desta compreensão que quero falar... Agradecer e pedir perdão
pela minha ausência em alguns momentos. Ao meu esposo, pelo apoio financeiro, paciência,
“ouvidos” e “ombro” nos momentos difíceis. Você sempre foi maravilhoso na minha vida!
Aos meus filhos e aos meus animais (que são como filhos!) que foram furtados de minha
presença nestes dois anos de trabalho intenso, mas, compensador... Agradeço também, a
minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que
sempre apoiou minhas atitudes voltadas aos animais e me estimulou com seus exemplos e
palavras a ser médica veterinária. Seu exemplo foi fundamental para a formação de meu
caráter, minha conduta e principalmente o amor pelos animais, aliás, por tudo que vive!
Minha eterna gratidão à todos vocês!
Por falar em família, alguns laços se formaram nesta etapa de minha vida e que
devo também destacar... Meu orientador... Ah, que pessoa ocupada, culta, admirável pela
compreensão, profissionalismo, ética, mas, especialmente a sua conduta clínica. Um ser
humano sensível, que eu aprendi a respeitar e a admirar! Que me apoiou em minhas idéias,
por mais loucas que pudessem parecer... Que me compreendeu nas horas difíceis, que soube
entender minhas limitações, mas, sempre me estimulando de forma delicada a rompê-las!
Obrigada, Prof. Alexandre Mendes Amude! Saiba que o senhor teve uma importância muito
grande e decisiva na minha vida profissional e lhe sou muito grata a isto! Que Deus lhe
abençoe e que conduza sempre sua carreira a serviço do bem a estes seres que tanto precisam
de nós! Junto com ele veio uma “tchurma” que quero muito bem! Família SRA (Serviço de
reabilitação animal – Andrea, Andreia, Anielly, Ana Maria, Anna Beatriz, Bruna, Caroline,
Daniel, Dariana, Débora, Daiana, Hiago, Iolanda, Josiane, Jucileide, Karielly, Kethin, Liane,
Rochanny, Sabrina, Simone, Tathiane, Tiele), que devo tanta gratidão não só pelos serviços
prestados, mas, principalmente pelos laços afetivos formados. Obrigada, galera, um grande
pedaço deste trabalho é de vocês! Que cada dia mais possamos vivenciar os ensinamentos
destes 2 anos “cinomose tem solução e não é eutanásia!” e “a cada passo uma nova
conquista!” Não é, galera? Sempre! Lições que ficarão para sempre na nossa memória!
Respeito sempre à vida!
Por falar em trabalho, não posso deixar de agradecer à cada funcionário do
HOVET pelo apoio dedicado ao meu trabalho. Agradeço aos professores, aos funcionários,
aos enfermeiros e um agradecimento todo especial ao nosso diretor Prof. Dr. Lázaro Manoel
de Camargo, pelo apoio ao meu projeto, pelas isenções, pela permissão da instalação do nosso
serviço de reabilitação animal e pelas palavras e atos de incentivo ao nosso serviço. A toda
equipe do Programa de Pós-Graduação em Biociência Animal (todos professores e
funcionários), a Universidade de Cuiabá e a Capes, pelo apoio logístico e financeiro para
execução deste trabalho. Minha gratidão à todos vocês!
Agradeço à minha turma de mestrado, uma turma mista, com pensamentos e
formações tão diferenciadas entre si, porém, com um objetivo muito claro, a formação de
cabeças cada vez mais pensantes!
Agradeço às ONG’s APABB, AVA, Animais Perdidos Cuiabá, OPA/ MT e às
protetoras independentes Andréa, Fernanda Magalhães, Gabi, Roberta, Telma, Gabriela,
Rosane, Mônica, Luciana, Elisangela, Saula, Catarina, enfim à todas que contribuíram e
confiaram no meu trabalho! E demais padrinhos e madrinhas que nos auxiliaram com doações
de medicamentos, rações e demais utensílios para o nosso projeto! Que Francisco de Assis
abençoe sempre esta causa! E estamos juntos! Sempre!
Às empresas Macvet, Vetnil e Ouro Fino pelas doações e pela parceria e à
UFMT (Setor de moléstias infecciosas/ Prof Dr. Daniel Moura Aguiar) por ceder espaço e
animais para a execução de parte deste trabalho. Obrigada pela confiança!
Enfim, aos animais, estes sim, não desmerecendo ninguém, são dignos de toda
a minha admiração! Não me canso de admirá-los... E, de certa forma até invejá-los, pela
intensidade em que vivem a vida, de forma plena e incondicional. Como percebem,
compreendem e demonstram o amor, perdoam a ingratidão, a intolerância e ainda assim, não
desistem da espécie humana. Temos muito a aprender com estes seres! Com destaque para
um, o nosso “Nego gato” que conviveu conosco por um ano e que tanto nos ensinou e nos
divertiu com sua resmungação constante, com seus eventuais mergulhos na piscina, seu mau
humor, mas, com uma vontade de viver invejável! Pena que você nos deixou Nego, mas, na
nossa memoria você ainda continua bem vivo!
Enfim, agradeço à todos que de forma direta ou indireta contribuíram para a
realização deste trabalho! Grande beijo à todos! Divido com todos vocês esta conquista!
Valeu demais a experiência!
" Todas as coisas da criação são filhos do Pai e irmãos do homem... Deus quer
que ajudemos aos animais, se necessitam de ajuda. Toda criatura em desgraça tem o mesmo
direito a ser protegida." Francisco de Assis
“ Nós seres humanos estamos na natureza para auxiliarmos o progresso dos
animais, na mesma proporção que os anjos estão para nos ajudar. Por isso, quem maltrata um
animal, é alguém que ainda não aprendeu a amar”. Francisco Candido Xavier
MELLO, A. J. Uso da estimulação de acupontos pela Medicina Tradicional Chinesa (MTC) aliada a fisioterapia na reabilitação de cães portadores de sequelas neurológicas debilitantes da cinomose. 2015. 82 f. Dissertação (Mestrado Biociência Animal), Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade de Cuiabá, Cuiabá.
RESUMO
A cinomose canina é uma doença viral cosmopolita de alta morbidade e com capacidade de deixar seqüelas neurológicas graves nos pacientes que apresentam a forma neurológica da enfermidade. A estimulação de acupontos é uma ciência milenar que visa estimular pontos que auxiliam no tratamento de doenças e vem sendo recomendada para várias afecções, especialmente as neurológicas. A fisioterapia também vem sendo utilizada no auxílio de tratamento de afecções neurológicas. Alguns trabalhos vêm sendo realizados com uso da acupuntura ou fisioterapia no tratamento das seqüelas de cinomose, mas o número de animais e metodologia adotados deixa dúvidas nos resultados encontrados, assim como a subjetividade na interpretação dos resultados. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi estudar o uso associado da estimulação de acupontos e da fisioterapia empregadas simultaneamente no tratamento e reabilitação de cães portadores de seqüelas neurológicas debilitantes em animais que foram afetados pela forma neurológica da cinomose. Para isso, foi adotando um protocolo para diagnóstico específico da encefalomielite pela cinomose e critérios de inclusão rígidos para excluir animais que se recuperariam espontaneamente sem auxílio das medidas empregadas. O diagnóstico foi estabelecido na fase ativa da enfermidade pela detecção do vírus em secreções e/ou liquor de pacientes portadores de afecções neurológicas. O exame do líquor também foi realizado. Uma vez realizado o diagnóstico de meningoencefalite por cinomose, os animais receberam tratamento médico e foram monitorados. A evolução da enfermidade neurológica, durante a progressão da enfermidade, foi estadiada por critérios objetivos pontuando as seqüelas durante o acompanhamento, sendo utilizada a pontuação com maior score como controle pré-reabilitação. O estadiamento das seqüelas foi realizado tabulando os déficits neurológicos e pontuando-os seguindo uma planilha confeccionada com notas crescentes variando de 1 a 7 de acordo com a natureza e gravidade dos déficits neurológicos. Os pacientes que sobreviveram à enfermidade e permaneceram com seqüelas neurológicas motoras (paresia/plegia e/ou mioclonias) graves não progressivas por pelo menos 60 dias após tratamento clínico foram incluídos no programa de reabilitação empregando protocolos pré-determinados individualizados para reabilitação de cada tipo de seqüela de acordo com a natureza, gravidade, membros e grupos musculares afetados pela sequela. Adicionalmente, pacientes que desenvolveram trismo foram incluídos no protocolo específico para reabilitação de tal seqüela, tão logo quanto da manifestação do problema. Esse trabalho monitorou o acompanhamento da reabilitação em 31 animais. A cada seção de reabilitação, as seqüelas foram estadiadas pelos mesmos critérios e planilha de pontuação utilizada na admissão, sendo utilizada a pontuação com menos score como controle pós-reabilitação. Observou-se resultados favoráveis em vários quesitos como retorno à deambulação, controle das mioclonias e atenuação/cura do trismo; melhoras significativas na recuperação de atividades extremamente importantes à manutenção da vida como “independência” e capacidade de apreensão de alimentos e ingestão de água. A diferença do saldo entre os scores da admissão e da alta da reabilitação mostrou uma recuperação média de 68,14% em um período que variou de 06 à 22 sessões. A acupuntura e a fisioterapia foram de grande valia para a qualidade de vida destes animais, reduzindo a gravidade das sequelas e conferindo aos animais maior qualidade de vida.
Palavras chaves: Reabilitação veterinária, Cães, Acupuntura, Fisioterapia, Neurologia
MELLO, A.J. Use of acupuncture points stimulation by Chinese Traditional Medicine (CTM) and physiotherapy in the rehabilitation of dogs with severe neurological sequelae due to distemper. 2015. 82 f. Dissertation (Master in Animal Bioscience), Faculty of Veterinary Medicine, University of Cuiabá, Cuiabá.
ABSTRACT
Canine distemper is a cosmopolitan viral disease with high morbidity. In addition its may often leads to severe neurological sequelae in patients with the nervous form of the disease. Some studies have been performed with the use of acupuncture or physiotherapy in the treatment of canine distemper sequelae, but the number of animals and methodology adopted leaves doubt on the results, as well as the subjectivity in interpreting the results. Thus, the aim of this study was to investigate the combined use of acupuncture and physiotherapy used simultaneously in the treatment and rehabilitation of dogs with debilitating neurological status in animals that were affected by the nervous form of distemper. For this, was adopted a protocol for specific diagnosis of distemper encephalomyelitis and strict inclusion criteria to exclude animals that could recover spontaneously without the measures employed. The diagnosis was established in the active phase of the disease by virus detection in secretions and / or cerebrospinal fluid (CSF) of patients with neurological disorders. CSF analysis was also performed. Once a diagnosis of distemper meningoencephalitis was performed, animals received medical treatment and were followed up. The evolution of the neurological complications, during the progression of the disease, was staged by objective criteria scoring the nervous deficits; the high score were used as pre-rehabilitation control. The staging of the nervous status was made tabulating the neurological deficits following a spreadsheet made with increasing grades ranging from 1 to 7 according to the nature and severity of neurological deficits. Patients who survived the illness and remained with serious nonprogressive motor neurological sequelae (paresis/hemiplegia and/or myoclonus) for at least 60 days after medical treatment were included in the rehabilitation program using predetermined individualized protocols of rehabilitation made for each type of nervous deficits according to the nature, severity, limbs and muscle groups affected by the sequelae. Additionally, patients who developed lockjaw (trismus) were included in the specific protocol for rehabilitation of such sequelae as soon as the problem started. This work followed the monitoring of rehabilitation program in 31 animals. In each rehabilitation section, the sequels were staged by the same criteria used at admission. It was noted favorable results in different conditions such as return to ambulation, control of myoclonus and improving the lockjaw; additionally significant improvements in recovery activities extremely important occurred and the moribund animal got "independence". The difference in the balance between the scores of admission and discharge from the rehabilitation showed an average recovery of 68.14% over a period ranging from 06 to 22 rehabilitation sessions. Acupuncture and physical therapy were of great value in order to rehabilitee these animals, reducing the severity of the nervous deficits, and improving life quality. Keey words: Veterinary rehabilitation, Dogs, Acupuncture, Physical Therapy, Neurology
LISTA DE FIGURA
Figura 01. Representação esquemática da formaçâo de xué............................................ 22
Figura 02. Representação da obtenção do qi (pré e pós celestial)................................... 23
Figura 03. Representação gráfica dos meridianos em equinos........................................ 36
Figura 04. Meridiano de bexiga e seus respectivos acupontos em cães.......................... 36
Figura 05. Meridiano de bexiga e seus respectivos acupontos em gatos......................... 37
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 (revisão de literatura): Trabalhos conduzidos no Brasil com o uso da
acupuntura na reabilitação de cães com seqüelas neurológicas pela cinomose...................
40
Tabela 02 (apêndice): Escala de pontuação das seqüelas neurológicas de acordo com os
déficits neurológicos apresentados.......................................................................................
70
Tabela 03 (apêndice): Escala de pontuação da mioclonia................................................... 72
Tabela 04 (apêndice): Escala de pontuação da gravidade da atrofia/ hipotrofia muscular. 72
Tabela 05 (apêndice): Escala de pontuação das sequelas adicionais (observadas
esporadicamente)..................................................................................................................
73
Tabela 06 (apêndice): Déficits neurológicos com respectivo diagnóstico oriental,
tratamento oriental recomendado e acupontos indicados para estimulação.........................
73
Tabela 07 (apêndice): Animais incluídos no estudo com os respectivos somatórios das
pontuações das seqüelas neurológicas na admissão e na alta do programa de reabilitação,
e número total de sessões de reabilitação.............................................................................
74
Tabela 08 (apêndice): Relação dos animais com as respectivas sequelas, diagnóstico
neuroanatômico e protocolo de reabilitação instituído........................................................
75
ABREVIATURAS
Pc Pericárdio VG Vaso governador VC Vaso concepção ID Intestino grosso IG Intestino delgado E Estômago P Pulmão F Fígado R Rim B Bexiga BP Baço-pâncreas VB Vesícula biliar TA Triplo aquecedor C. Coração UFMT Universidade Federal de Mato Grosso UNIC Universidade de Cuiabá HOVET Hospital Veterinário MTC. Medicina tradicional chinesa FES Estimulação elétrica funcional TENS Estimulação transcutâneo elétrica OMS Organização Mundial de saúde SRA Serviço de reabilitação animal STENA Serviço técnico especializado em neurologia animal
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 16
2 CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 CINOMOSE ............................................................................................................
18
2.1.1 Etiologia .............................................................................................................. 18
2.1.2 Epidemiologia ..................................................................................................... 18
2.1.3 Sinais clínicos: Visão Ocidental x Visão Oriental .............................................. 20
2.1.4 Sinais clínicos – visão ocidental ......................................................................... 20
2.1.5 Sinais clínicos – visão oriental ............................................................................ 22
2.1.6 Diagnóstico ......................................................................................................... 25
2.1.7 Complicações da enfermidade e manejo hospitalar ............................................ 27
2.1.8 Tratamento alopático .......................................................................................... 28
2.1.9 Tratamentos complementares à alopatia............................................................... 29
2.2 ACUPUNTURA .................................................................................................... 31
2.2.1 Histórico .............................................................................................................. 31
2.2.2 Conceitos orientais da acupuntura ...................................................................... 32
2.2.3 Os acupontos ....................................................................................................... 34
2.2.4 Neurofisiologia da estimulação dos acupontos..................................................... 34
2.2.5 Meridianos e sensação De qi ............................................................................... 35
2.2.6 Indicações e contra indicações da acupuntura .................................................... 38
2.2.7 A acupuntura na cinomose .................................................................................. 39
2.3 REABILITAÇÃO E FISIOTERAPIA VETERINÁRIA ....................................... 41
2.3.1 Histórico .............................................................................................................. 41
2.3.2 Objetivos da reabilitação e da fisioterapia veterinária ........................................ 42
2.3.3 Modalidades de fisioterapia e respectivas indicações ......................................... 43
2.3.3.1 Termoterapia e crioterapia ............................................................................... 43
2.3.3.2 Laserterapia ...................................................................................................... 44
2.3.3.3 Cinesioterapia ................................................................................................... 45
2.3.3.4 Hidroterapia ..................................................................................................... 46
2.3.3.5 Eletroterapia ..................................................................................................... 46
2.3.3.6 Magnetoterapia ................................................................................................. 47
2.3.3.7 Massagem terapêutica ...................................................................................... 47
2.3.4 A fisioterapia e o manejo do paciente com cinomose ..................................
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICA ............................................................................
48
50
3 OBJETIVOS .............................................................................................................
Objetivo geral ............................................................................................................... 60
Objetivos específicos ................................................................................................... 60
4 CAPÍTULO II - ARTIGO: USO DA ESTIMULAÇÃO DE ACUPONTOS PELA
MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC) ALIADA A FISIOTERAPIA NA
REABILITAÇÃO DE CÃES PORTADORES DE SEQUELAS NEUROLÓGICAS
DEBILITANTES DA CINOMOSE ..............................................................................
61
4.1 Introdução .............................................................................................................. 62
4.2 Material e métodos ................................................................................................. 64
4.3 Resultados e discussão ........................................................................................... 65
4.5 Conclusão do artigo ............................................................................................... 67
REFERENCIAS ........................................................................................................... 67
5 CONCLUSÃO DA DISSERTAÇÃO......................................................................... 69
6 APENDICE ................................................................................................................ 70
16
1 INTRODUÇÃO
Conhecida por ser uma doença altamente contagiosa, a cinomose é uma afecção viral,
multissistêmica, cosmopolita e de alta prevalência em cães, perdendo somente para a raiva em
termos de fatalidade (SWANGO, 1997; SCHERDING, 1998). O agente causador da doença é
o vírus da cinomose canina (CDV), um morbilivirus, pertencente à família paramixoviridae e
que se relaciona intimamente com o vírus do sarampo e da peste bovina (SCHERDING,
1998; BEER, 1999; GREENE, 2006). Comum em filhotes, porém, relatam Nelson e Couto
(2006) que em animais adultos não vacinados pode se ter a ocorrência da doença. Foram
descritas três formas de encefalites em cães: encefalite do cão velho ou idoso, dos cães jovens
e dos cães adultos que se diferenciaram por suas patogenias (CORRÊA e CORRÊA, 1992). É
considerada como uma das maiores causas de morte em caninos necropsiados em algumas
regiões urbanas (HEADLEY e GRAÇA, 2000; FIGHERA et al, 2008).
A gravidade na manifestação dos sinais clínicos, que são inespecíficos, irá depender de
vários fatores tais como: o estado imunológico do paciente, sua idade e cepa viral. Pode-se
observar: apatia, anorexia, secreção óculo-nasal, tosse, vômito, diarreia e sinais de
comprometimento do SNC, caracterizando assim, a virose, porém, os sinais neurológicos são
mais preocupantes e normalmente deixam sequelas que podem variar de leves à muito graves,
pois cepas com tropismo pelo sistema nervoso são consideradas como mais virulentas e
agressivas (SUMMERS et al 1984; BRAUND, 1994; HEADLEY et al, 2001; NELSON e
COUTO, 2006; BEINEKE et al., 2009; MACLACLAN e DUBOVI, 2011).
O termo acupuntura foi dado no século XVII pelos jesuítas e semanticamente significa
acus = agulha e pungere = espetar; ambos termos derivados do latim. É uma técnica
extremamente eficaz e de baixo custo. A principal e mais difundida terapia é a acupuntura
com agulha seca, porém, outras técnicas são amplamente utilizadas dentro da medicina
veterinária, tais como: farmacopuntura, a laserpuntura, a hemopuntura, a fitoterapia, a
dietoterapia chinesa, a moxabustão e a eletroacupuntura. È considerada como uma terapia
reflexa, que varia de acordo com os tipo de estímulos e as fibras envolvidas (ROGERS, 1982;
DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1997; SCOGNAMILLO-SZABÓ e BECHARA, 2001,
CASSU, 2002). A técnica tem várias indicações, desde que sejam para doenças funcionais e
reversíveis, com destaque para as afecções ortopédicas, musculares e neurológicas. A terapia
contempla alterações funcionais de vários sistemas (MACIOCCIA, 1996; DRAEHMPAEHL
e ZOHMANN, 1997),
17
Nas duas últimas décadas, vêm-se observando um aumento considerável no uso das
terapias complementares no tratamento de afecções diversas dentro da prática veterinária,
podendo ou não ser associadas às outras terapias. Nesse contexto ressalta-se a reabilitação e a
fisioterapia animal (PEDRO, 2012). A fisioterapia é a ciência que engloba a biomecânica, a
física, fisiologia e a psicologia do animal que está com injúrias, deformidades e/ ou qualquer
alteração que necessite tratamento. Dentre as terapias utilizadas na fisioterapia veterinária
destacamos: hidroterapia, laserterapia, eletroterapia, cinesioterapia, termoterapia,
magnetoterapia e fototerapia (TUDURY e NOBREGA, 2009; FORMETON, 2011; PEDRO,
2012).
Tendo em vista que a cinomose é um afecção com alta morbidade e com grande
potencial de deixar sequelas comprometedoras do ponto de vista neurológico e funcional
motor, este trabalho tem como objetivo utilizar a acupuntura e recursos fisioterápicos na
reabilitação de pacientes acometidos por sequelas deixadas pela cinomose, sendo avaliados a
cada sessão através de escala criada com este objetivo. O resultado do tratamento superou as
expectativas, com uma média de retorno à deambulação de 6 à 22 sessões. Além de ter
conferido aos animais melhora no seu bem estar, assim como, na deambulação e diminuição
das sequelas deixadas pela cinomose.
18
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 CINOMOSE
Altamente contagiosa, a cinomose canina é uma doença viral, multissistêmica, de
ocorrência mundial e muito prevalente em cães. Em termos de fatalidade, somente o vírus da
raiva sobrepõe ao CDV (SCHERDING, 1998; SWANGO, 1997).
O CDV causa a doença predominantemente em carnívoros terrestres, porém, há
registro em outras espécies tais como: focas, golfinhos, carnívoros silvestres e primatas não
humanos (NELSON e COUTO, 2006). A cinomose também é conhecida como Mal de Carré
e doenças dos coxins ásperos (TILLEY e SMITH, 2006).
A cinomose é predominantemente comum em filhotes, porém, relatam Nelson e Couto
(2006) que animais adultos não vacinados podem manifestar a doença, que pode se apresentar
nas formas: aguda, subaguda e crônica, com sinais clínicos variáveis de acordo com a
apresentação da doença e a condição imune do hospedeiro, assim como a cepa viral (BEER,
1999; GREENE, 2006). Foram descritas três formas de encefalites em cães: a encefalite do
cão velho ou idoso, a dos cães jovens e as dos cães adultos (CORRÊA e CORRÊA, 1992).
A cinomose canina, embora seja uma das mais antigas doenças virais, controlada em
alguns continentes pelas práticas vacinais, a infecção, vêm sendo considerada ainda como
uma enfermidade re-emergente nas regiões onde diversos estudos foram realizados
(MARTINO et al., 2004).
2.1.1 Etiologia:
O agente causador da doença é o vírus da cinomose canina (CDV), um Morbilivirus,
pertencente à família Paramixoviridae e que se relaciona intimamente com o vírus do
sarampo (SCHERDING, 1998; GREENE, 2006; BEER, 1999).
O CDV é um vírus de RNA, que mede aproximadamente 150 a 250 de diâmetro e é
pouco resistente à temperaturas altas e raios solares. Também apresenta-se lábil à
desinfetantes a base de éter, clorofórmio, solução formalina, fenóis e amônia quaternária. O
vírion é envelopado, envolvido por uma camada lipoprotéica, derivada da membrana celular
(GREENE, 2006).
2.1.2 Epidemiologia
19
A infecção pelo CDV se dá, por via aerógena, através de aerossóis e gotículas
provenientes das vias aéreas e/ou da cavidade oral de animais infectados e a replicação viral
ocorre em cerca de 7 dias. Os resíduos digestivos, urinários, utensílios e alojamentos também
podem ser contaminados pelo CDV. A transmissão transplacentária constitui uma fonte rara
de cinomose nos cãezinhos jovens (ETTINGER e FELDMAN, 1997; BIRCHARD e
SHERDING, 2003; TILLEY e SMITH, 2006). A porta de entrada se dá pelas mucosas das
vias respiratórias e digestiva superiores e a infecção pode ser por contato direto ou através de
fômites infectados (BEER, 1999; GREENE, 2006). A replicação se dá nos tecidos linfóides,
nervoso e/ ou epitelial e o vírus pode ser eliminado nas secreções nasais, conjuntivais, fezes,
urina e saliva, por até 15 dias. Porém, na urina, pode ser eliminado por até 90 dias após a
infecção natural (NELSON e COUTO, 2006; GREENE, 2006). Scherding (1998) afirma que
a maior vulnerabilidade da infecção se dá entre a sexta e a décima segunda semana e atribui
este fato à perda da imunidade materna. Em estudos conduzidos no Brasil, constatou-se que a
cinomose tem destaque absoluto como uma das principais causas de morte em caninos
necropsiados em algumas regiões urbanas (HEADLEY, 1999; HEADLEY e Graça, 2000;
FHIGHERA et al., 2008).
Em estudo realizado em Maringá (PR), Borba et al. (2002) analisaram os
atendimentos realizados em clínicas da cidade durante o período de 1998 à 2000, resultando
em 2,07% de positividade para CDV, considerada baixa. Os autores não detalharam o método
de diagnóstico, se restringindo somente a discriminar pelo uso da observação de sinais
clínicos, histopatológicos ou laboratoriais.
Em Minas Gerais, na região da serra do Cipó, Curi (2005), realizou estudo
epidemiológico do vírus do CDV, encontrando positividade de 65,7% em canídeos
domésticos, enquanto que em canídeos silvestres esta positividade foi considerada baixa.
No ano de 2006, Dezengrini percebeu prevalência de 27,3% nas amostras de soro
sanguíneo de cães do município de Santa Maria (RS), sendo utilizada como parâmetro
diagnóstico a sorologia para CDV.
Ao contrário, Barbosa e Passos (2008) no município de Anápolis (GO), encontraram a
positividade relatada em torno de 10,6% para o CDV, pesquisa esta realizada através de
diversos artifícios diagnósticos, não sendo delimitado um único parâmetro.
Foram selecionados na Universidade Federal de Uberaba, 749 cães com suspeita de
cinomose, que tiveram colhidos swabs da conjuntiva ocular para análise da presença do
20
antígeno, através de diagnóstico direto. O estudo obteve como resultado 19,9% de
positividade nas amostras analisadas (SANTOS et al, 2012).
Em Guaranhuns (PE), Lúcio et al (2014), observaram prevalência alta do CDV. De
104 amostras de soro sanguíneo de cães sintomáticos não vacinados analisadas através da
imunocromatografia para anticorpos contra CDV, 90,38% foram consideradas positivas com a
seguinte proporção: 28,72% com concentração alta, seguida de 47,88% considerada como de
média e 23,40% anticorpos em baixa. Porém, os autores afirmam que as diferenças entre
resultados podem ser atribuídos ao delineamento amostral e a possíveis variações nos testes
diagnósticos.
Quanto à ocorrência, a doença se dá durante o ano todo, porém, se destaca mais no
inverno. Não há diferença entre raças ou sexos. Mas, sabe-se que as cepas mais virulentas e as
que apresentam tropismo pelo sistema nervoso são mais graves (CORREA e CORREA, 1992)
2.1.3 Sinais clínicos – visão ocidental x oriental
Segundo, Schwart (2008), os médicos da China antiga, utilizavam como recursos
semiológicos quase que exclusivamente seus sentidos (olfato, audição, tato), destoando, em
parte, da medicina ocidental e principalmente da medicina moderna. E com isso, tendeu-se a
observar e classificar de forma diferenciada os sinais clínicos e as manifestações das doenças
e consequentemente seus diagnóstico, com uma linguagem própria e de certa forma até
simbólica, mística e metafórica. Por isso, para uma melhor compreensão do texto e das
nomenclaturas utilizadas ao longo do mesmo, algumas definições básicas serão apresentadas
na visão oriental dos sinais clínicos:
2.1.4 Visão ocidental
A infecção pelo CDV afeta diretamente os sistemas: respiratório, oftálmico,
locomotor, gastrointestinal, dermatológico e sistema nervoso central (SNC). Porém, uma das
complicações mais graves da cinomose é a meningoencefalite, sendo inclusive, foco de
muitos estudos pelo curso clínico e lesões neuropatológicas que desencadeiam. Os sinais
clínicos variam muito e são inespecíficos. Como sinais multissistêmicos inespecífico pode-se
citar a anorexia, apatia e febre. Complicações respiratórias e oculares como secreções nasais,
rinites e ceratoconjuntivites com ou sem pneumonias bacterianas secundárias, podem ocorrer.
21
Como sinais gastrointestinais podemos destacar vômito e diarreias (NELSON e COUTO,
2006; TILLEY e SMITH, 2006).
Em sua fase respiratória, a cinomose pode apresentar sinais de descargas nasais e/ ou
oculares com secreções mucopurulentas, tosse normalmente secundária às broncopneumonias
por bactérias oportunistas (ETTINGER e FELDMANN, 1997). Na fase sistêmica, podemos
destacar também a fase intestinal, onde há presença de diarreias e vômitos (NELSON e
COUTO, 2006). O estado imunológico do paciente, sua idade e a estirpe viral serão
determinantes para a manifestação dos sinais nervosos do cão infectado pelo CDV
(SUMMERS et al, 1984).
O CDV ainda pode acarretar distúrbios oculares através de mecanismos imunológicos
levando a danos imunomediados das glândulas lacrimais que resultam em uma menor
produção do filme lacrimal aquoso (NORRIS et al, 2006; GREENE, 2006). Pode-se também
observar a neurite óptica e lesões retineanas (SUMMERS et al, 1984).
As alterações neurológicas são causadas pelas encefalites ou meningoencefalites que
apresentam comportamento multifocal e podem manifestam-se desde um distúrbio leve de
locomoção com ataxia e paresia, paralisia grave, déficits variados de nervos cranianos à
convulsões graves (SUMMERS et al., 1984; BRAUND,1994; HEADLEY et al., . 2001;
BEINEKE et al, 2009; NELSON e COUTO, 2006). Normalmente, tem como ponto de início,
relatam Vandevelde et al. (1980) e Braund, (1994), fraqueza dos membros posteriores,
incoordenação e quedas normalmente ocasionais. Além disto, pode-se observar também
incontinência urinária e fecal podendo estar acompanhado de priaprismo (GUILFORD et al.,
1990). Paralisia facial pode também ser decorrente da cinomose (BRAUND, 1994). Ainda
como sinais neurológicos, pode-se observar: nistagmo, inclinação lateral da cabeça, tremores
e atrofias musculares (VANDEVELDE et al. 1980). Podendo também, ser observados sinais
meníngeos de hiperestesia e rigidez cervical (SWANGO, 1997; SCHERDING, 1998;
TILLEY e SMITH Jr, 2006).
A mioclonia é um sinal importante da cinomose e também pode ser denominada coréia
(CHRISTMAN, 1985). Sua ocorrência pode ser considerada marcante na doença e se
caracteriza por espasmos flexores involuntários. Na medicina ocidental, a mioclonia é
considerada como uma contração rítmica e repetitiva, podendo atingir um músculo ou a
grupos musculares. Estas repetições podem ocorrer até 60 vezes por minuto e normalmente
estão associadas à meningoencefalite pelo CDV, porém, há registros, muito raros, de
mioclonias em outras afecções como lesões focais inflamatórias ou neoplasias na medula
espinhal. E, normalmente são muito observadas como sequela em cães sobreviventes à
22
cinomose (SWANGO, 1997; SCHERDING, 1998; TILLEY e SMITH Jr, 2006: NELSON e
COUTO, 2006).
Pode-se observar também nestes cães sinais diversos tais como: hiperqueratose de
coxins e focinho, hipoplasia de esmalte dentário e pústulas abdominais. As lesões ósseas,
também podem ocorrer, segundo Greene e Appel (2006), em filhotes entre 3 e 6 meses de
idade, assim como pode-se observar também artropatias degenerativas em cães com artrite
reumatoide em algumas raças específicas.
2.1.5 Visão oriental
A Medicina Tradicional Chinesa (MTC), para Macioccia (2007), considera a função
do corpo e da mente como o resultado da interação de determinadas substâncias vitais. Os
conceitos médicos dentro da MTC são bem diferenciados dos conceitos aplicados na medicina
ocidental e para uma melhor compreensão destes diferenciais, algumas definições básicas
serão apresentadas a seguir:
- Xue: É considerada como o sangue na MTC (Fig. 01). Quem o produz é o rim e a
medula óssea, fato descoberto muito antes no oriente do que o ocidente. O guardião do xue é
o fígado (boa parte dele). O xue alimenta os órgãos e gera mais xue. O coração é o
comandante do sangue, movimentando-o. A sua obstrução desencadeia patologia (ROSS
1994; YAMAMURA, 2004).
Figura 01. Representação esquemática da formaçâo de xue.
Fonte: Drummond, 2009
23
- Qi: Considerado como energia corpórea (Fig. 02). Está ligado à movimento e
direção. Flui através de canais denominados meridianos. Embora seja o mesmo, o qi se
diferencia de acordo com localização e função (MACIOCCIA, 1996).
Figura 02. Representação da obtenção do qi (pré e pós celestial).
Fonte: Drummond, 2009
- Jing: É considerada a energia poupada. Considerada como base material do qi.
Encontra-se nos rins. É o somatório do qi pré-celestial (energia proveniente dos pais) e pós-
celestial (energia oriunda dos alimentos). Sendo esta a forma clara de expressão da genética
na M.T.C. Para o desenvolvimento do feto, é utilizada energia do Jing (BEAL, 1999).
- Wei qi: Na medicina ocidental, corresponde ao nosso sistema imune. Conhecida
também como energia de defesa, o wei qi protege os organismos contra a invasão de fatores
patogênicos e aquece a nossa pele. A deficiência de wei qi pode gerar desequilíbrios e
consequentemente as doenças, que podem ser agudas e crônicas como na medicina ocidental
(LOBO JR, 2012).
- Gu qi: É a primeira fase da biotransformação dos alimentos. Obtenção de energia
para o organismo (MACIOCCIA, 2007).
- Shen: Considerado com a “mente” e seu desequilíbrio gera confusão mental,
esquecimento e distúrbios do sono (BEAL, 1999).
- Jin Ye: Fluidos corpóreos como líquido sinovial, líquor, saliva, entre outros
(MACIOCCIA, 2007).
24
- Vento (Gan): De comportamento Yang, o vento é um fator patogênico que tende a
danificar o xue e o Yin. Sua origem pode ser interna ou externa. Indica movimento rápido e
inconstante. Tende a ascender. Os sintomas têm manifestações de início agudo e costumam
localizar-se ou serem mais intensos no alto do corpo, principalmente na cabeça (WEN, 1985).
- Síndrome de frio: A invasão de frio nos músculos causa estagnação de Qi e Xue,
criando contratura das fibras musculares (CAIN, 2003).
- Síndrome de calor: Os agentes virulentos, como o CDV, que invadem o organismo,
se caracterizam com “invasão de calor externo” que levará a um quadro Yang, que por sua
vez, consome o Yin, predominando manifestações Yang. Este calor pode afetar o coração
(que é a morada do Shen – cabeça). O calor se relaciona com o fogo, que pode ter origem
externa ou interna. Divide-se em dois tipos, se diferenciando pela intensidade. O calor
moderado que invade a pele e causa manifestações brandas, normalmente não sistêmicas. Ao
contrário, o calor intenso, causa manifestações sistêmicas, normalmente graves (WEN, 1985;
MACIOCIA, 1996).
Para a MTC, tudo na natureza é energia ou Qi. Este conceito divide-se em Yin e Yang,
que possuem relação antagônica. Portanto, a doença, de forma geral, é ocasionada por
desequilíbrio entre Yin e Yang (MACIOCIA, 2007).
As viroses, para Macioccia (1996), estão relacionadas à invasão de calor externo que
agride o organismo quando o invade este invasor pode ser qualquer agente infeccioso.
Podendo além dos sinais acima descritos também ser observado febre. Porém, este padrão se
dá pelas formas mais agudas de manifestação. Persistindo os sintomas, poderá ser observado
o agravamento evoluindo para o coma. Este fato se explica pela migração do calor para a
mente (shen), podendo apresentar a insônia, resultando na perturbação do shen. Inicialmente,
invadem o coração (Xin) que por consequência afetará o Shen por ser considerado o coração
morado da mente.
A cinomose é considerada como uma síndrome Wei, pois atinge as camadas mais
profundas de energia acometendo a nutrição do xue (sangue), podendo também estar
relacionada à deficiência do qi do rim. A afecção se caracteriza em alguns casos por paralisia
flácida e consequente atrofia muscular. Os sintomas de vento podem se manifestar por
mioclonias, complicações de posteriores (sequelas), convulsões e tremores. Estas
manifestações irão se diferenciar de acordo com o diagnóstico na MTC (GUSMÃO, 2012).
Classificando quanto ao seu tipo, Moraes e Haddad, (2009), afirmam que as síndromes
wei, podem ser por: calor no pulmão (consumo de fluidos), deficiência do qi do baço,
pâncreas e estômago (atrofia e/ ou fraqueza muscular, apatia, anorexia entre outros), invasão
25
de umidade-calor (febre, saburra gordurosa na língua, urina turva), deficiência do fígado e rim
(dificuldade de irrigação nos tendões, gerando paralisia flácida), estagnação de xue nos
meridianos (pulso irregular e língua púrpura).
Já Torro (1997), diz que a cinomose canina está relacionada ao vento interno
invadindo os canais e o vento do fígado atribuído à ascensão do yang Qi ou deficiência de
xue, ambos ocorrendo no fígado. Afirma ainda, que esta pode ser uma doença de vento frio ou
por calor, que varia de acordo com a fase. E que pode ser tanto considerada como uma
síndrome Bi (obstrução/ dolorosa) quanto uma síndrome Wei Bi (atrófica).
Em seu livro, Macciocia (2005) afirma que a síndrome Wei se caracteriza pela
“secagem” de músculos e tendões tornando-os “murchos” pela falta de nutrição adequada e
esta síndrome quando intensificada pode tornar-se mais grave e ser denominada “Síndrome
Wei Bi”.
O vento é um fator patogênico com comportamento Yang por ser leve e ter
característica de ascender, que tende a danificar o sangue (xue) e por consequência, o Yin. E
este vento pode ter origem interna ou externa. Normalmente concentram-se no alto do corpo,
principalmente na cabeça (WEN, 1985).
Como exemplos destas manifestações de vento, Macioccia (1996) destacou as
mioclonias ou coréias, tremores, parestesias, paralisias, tonturas e principalmente as
convulsões e na fase respiratória, a invasão de vento penetra na pele e interage com o qi
defensivo dos pulmões, enfraquecendo-o, segundo a MTC.
Outra explicação para os sinais respiratórios, agora dados por Wen (1985), é a
inversão do fluxo de qi proveniente dos pulmões gerando a tosse. Explica ainda que a tosse e
acontece quando algum fator impede a descida do qi, já a mucosidade é causada pelo vento
combinado ao calor, pois irá secar os fluidos pulmonares que se condensam sob a forma de
muco. E na fase intestinal, o mesmo autor, explica que se dá através da invasão da umidade-
calor, com fezes mucosas, amareladas e por vezes com estrias de sangue.
2.1.6 Diagnóstico
O diagnóstico da cinomose se dá por um somatório de achados: observação de sinais
clínicos e história do paciente aliados à achados laboratoriais. Assim como, tem-se a opção,
dos testes diretos para a detecção do agente ou de frações deste e/ ou testes indiretos para a
mensuração de anticorpos (ETTINGER e FELDMAN, 1997).
26
A cinomose, por provocar sinais clínicos inespecíficos e multissistêmicos, deverá ser
diagnosticada através da observação de sinais, histórico vacinal e/ ou doença debilitante
coexistente que possa diminuir a imunidade, associado à exames laboratoriais e por vezes,
radiográficos. Além disto, por ser uma afecção de curso variável e com manifestações
diversas, o diagnóstico é incerto. Os exames disponíveis demandam custo e tempo e são
obrigatoriamente realizados em laboratório. Muitos animais necessitam da confirmação
somente através de amostras do tecido nervoso (FRISK et al., 1999; TILLEY e SMITH Jr,
2006; NELSON e COUTO, 2006).
Pode-se também se diagnosticar a cinomose através da detecção de antígenos pela
técnica de ELISA (BLIXENKRONE-MOLLER et al., 1993). A imunofluorescência direta
também é passível de identificação do CDV (EK-KOMMONEN et al., 1997). Há também a
possibilidade de diagnóstico pela técnica de transcrição reversa seguida da reação em cadeia
pela polimerase (RT-PCR) (AMUDE et al., 2006). Outra forma de identificação do agente
causador da cinomose canina se dá, segundo Amude (2007) através de isolamento viral a
partir de cultura celular.
Em um estudo realizado na UEL (Universidade Estadual de Londrina), realizado com
33 animais, considerou-se três grupos: com sinais sistêmicos somente, com sinais
neurológicos somente e com sinais sistêmicos e neurológicos simultaneamente, sugestivos de
cinomose. Os autores afirmaram que não perceberam eficácia no teste de
imunocromatografia, especialmente no grupo com sinais neurológicos. Nos animais com
sinais sistêmicos o teste ofereceu resultados positivos. Os autores afirmam que temem por
resultados falso-negativos (CURTI, ARIAS e ZANUTTO, 2012). Na rotina clínica já se faz
uso da imunocromatografia para diagnóstico do CDV, o que muito contribui para a conduta
clínica e como método de diagnóstico e triagem. Porém, fazem-se necessárias algumas
adequações para tornar o uso deste método diagnóstico mais eficaz, sendo hoje utilizado com
ótima confiabilidade do diagnóstico clínico, utilizando secreções, líquor e/ ou urina dos cães
suspeitos (Amude, 2014).
Em um ensaio realizado por Galante (2009), fazendo uso da imunocromatografia para
diagnóstico do CDV em 64 animais com sinais neurológicos e sistêmicos, a autora recomenda
o teste, porém, alerta para a observação do estágio em que o animal se encontra. Alerta ainda,
que os animais testados através do líquor apresentaram teste positivo, embora alguns foram
diagnosticado como negativo em swab de conjuntivas reforçando a hipótese de se conhecer a
fase que se encontra a doença, recomendando seu uso para a rotina clínica desde que
respeitado as particularidades descritas do teste.
27
Gama et al (2005) afirmaram que o exame do líquor em experimento conduzidos por
eles, foi importante para a análise das proteínas e da celularidade e consequente provável
diagnóstico para cinomose à partir de cães que apresentavam obrigatoriamente sinais
neurológicos. Os autores alertaram que cães sem sinal neurológico não apresentaram tais
alterações, embora, estes apresentavam a enfermidade. O líquor ou LCR (Líquido
cefalorraquidiano) é considerado uma ferramenta eficaz para o diagnóstico da cinomose e
demais doenças que envolvam sinais encefálicos ou medulares e sem diagnóstico conclusivo
(PELLEGRINO et al., 2003).
O diagnóstico diferencial da cinomose é amplo e inclui uma série de outras
enfermidades infecciosas como a hepatite infecciosa canina, leptospirose, tosse dos canis,
pasteurelose, raiva, doença de Aujesky. Outras afecções podem também ocorrer concomitante
a cinomose ou sendo secundária à infecção viral (BEER, 1999). Já Tipold, Vandevelde, Jaggy
(1992) nos alerta que mesmo sendo a cinomose uma afecção muito prevalente dentro das
doenças neurológicas que afetam os cães, deve-se incluir a investigação da toxoplasmose nos
animais que apresentem sintomatologia nervosa e/ ou pulmonar. Moretti et al. (2002)
concordam e ainda afirmam que é importante esta abordagem pois a eficácia na terapêutica da
cinomose é muito baixa, e na ocorrência de co-infecções isto torna a doença ainda mais letal.
2.1.7 Complicações da enfermidade e manejo hospitalar
Como cuidados na hospitalização, Sherding (1998) cita a necessidade da manutenção
da umidade e limpeza das vias aéreas e olhos, manutenção dos fluidos corporais com suporte
nutricional e fluidoterapia satisfatória. Assim como, segundo Tilley e Smith (2006), após o
controle de infecções secundárias, o animal tende a se alimentar normalmente. O respiratório,
segundo Isola e Oliveira (2013) é um dos sistemas que mais tendem a apresentar
complicações tais como: a diminuição da capacidade residual funcional e da complacência
pulmonar, ocasionando atelectasias, retenção de secreções e, em alguns casos, a pneumonia e
morte.
A nebulização é de suma importância com solução salina, assim como drogas
expectorantes e fisioterapia respiratória (tapotagem), com a finalidade de evitar a
consolidação pulmonar, deve-se fazer a cada uma ou duas horas a troca do decúbito dos
animais (NELSON e COUTO, 2006; GREENE, 2006).
Para auxiliar na recuperação dos animais acometidos pela cinomose e que ainda se
encontram em restrição de movimentos, é importante mantê-los em decúbito esternal para que
28
este receba estímulos proprioceptivos sejam estes visuais, olfatórios e/ ou táteis, estes
estímulos auxiliam em muito a recuperação dos animais sequelados, assim como a
mobilização passiva visando manter articulações e anexos viáveis (PEDRO, 2013). Para Isola
e Oliveira (2013), o paciente hospitalizado, especialmente os que permanecem imobilizados
por muito tempo, tendem a apresentar complicações, pois, inúmeros fatores debilitantes ao
organismo de forma sistêmica, em especial os que tendem a permanecer de um mesmo lado,
resultante em melhor qualidade de vida e da sobrevida pós-alta destes animais, necessitando,
com isso, da fisioterapia de leito para estes pacientes.
Um complicador em animais hospitalizados por longos períodos, especialmente os
imobilizados, são as contraturas e consequentes perdas de função das articulações e também a
atrofia grave da musculatura por desuso (PEDRO, 2013)
Outra preocupação dos clínicos com relação à cinomose, são as co-infecções,
especialmente Toxoplasma gondii e Neospora caninum. No ano de 2012, Aguiar et al (2012)
conduziram uma análise de amostras de 21 cães suspeitos de CDV. Estas amostras foram
analisadas da seguinte forma: RT-PCR para cinomose, RIFI para toxoplasmose e neosporose.
Os resultados foram os seguintes: 80,9% dos cães apresentaram positividade somente para
CDV, 38,1 % para toxoplasmose, 41,1% para ambos e apenas um caso que apresentou
positividade para as três afecções simultaneamente. Com isso, percebeu-se a importância em
observar possíveis co-infecções visando o não agravamento do quadro clínico do animal,
medicando-o de forma mais correta e abrangente possível.
2.1.8 Tratamento alopático
O tratamento da cinomose é inespecífico e de suporte, baseado na hidratação para a
manutenção da volemia e homeostase, antieméticos, antibióticos, como ampicilina,
tetraciclina e cloranfenicol, antipiréticos, antinflamatórios, complexos vitamínicos, como as
do complexo B, ácido ascórbicos (Vitamina C) e anticonvulsivantes (GREENE, 2006).
O tratamento para a cinomose é extremamente frustrante, porém, há relatos que deve
ser feito sintomaticamente e se torna importante à administração de antibióticos com boa ação
para o aparelho respiratório, destacando o uso das quinolonas, sulfas potencializadas e
algumas tetraciclinas (NELSON e COUTO, 2006).
Tilley e Smith (2006) não recomendam o uso de corticóides, pois estes tendem a
imunossuprimir ainda mais estes pacientes. Ressaltam ainda, a importância de se evitar o uso
das quinolonas e as tetraciclinas que podem interferir no crescimento de filhotes e
29
recomendam o uso de anticonvulsivantes e antibióticos e alertam que não existem drogas
antivirais.
Para tratamento de cães com co-infecção para CDV e toxoplasmose, é necessário uma
terapia visando a recuperação do pacientes e prevenindo a reagudização dos cistos de
protozoários. O protocolo instituído nesses casos consiste em: antibióticos de amplo espectro,
terapia de suporte hidroeletrolítico e energético, além de vitaminas C e do complexo B. Ao ser
confirmada a positividade para toxoplasmose, recomenda-se a sulfadoxina/ sulfametazol com
trimetropim, adicionado à suplementação com ácido fólico 7 dias após o início do antibiótico
e prolonga-se por 30 dias a antibioticoterapia. Outra proposta de tratamento para pacientes
com toxoplasmose é o uso da clindamicina (10 mg/kg, VO, q8h) ou sulfa associada ao
trimetoprim (15 mg/kg, VO, q12h) com duração de 2-4 semanas, porém a associação de
sulfonamidas (30 mg/kg, VO, q12h) e a pirimetamina (0,250,5 mg/kg, VO, q12h) durante 2
semanas é mais efetivo do que o trimetoprim (MORETTI el al., 2002; DEWEY, 2003).
O uso do soro hiperimune específico pode ser utilizados das seguintes formas: na dose
de 2 a 4 ml/ Kg em aplicação única, distribuídas em vários locais por via intramuscular, ou no
tórax em duas aplicações bilaterais, por via subcutânea, conforme a dose preconizada. Em
imunoterapia passiva de doenças a vírus (como no uso de antitoxinas), como norma, deve-se
aplicar o soro hiperimune necessário de uma só vez, pois sua ação é fundamentalmente de
soroneutralização (SHERDING, 2003; SWANGO, 1997). Ainda sobre o uso do soro
hiperimune, Taques (2014), alerta que o soro hiperimune foi eficaz no tratamento da
cinomose canina e que não interferiu nas funções orgânicas dos pacientes tratados. Porem,
sugere a necessidade de mais estudos para maior compreensão da dinâmica do referido
imunoterápico.
Foi também utilizado um protocolo de tratamento baseado em ribavirina e
dimetilsulfóxido (DMSO) no tratamento da cinomose canina. A primeira droga possui efeito
deletério ao CDV em animais na fase neurológica com melhora sensível do estado clínico dos
animais testados, enquanto o DMSO potencializa a difusão da droga nos tecidos. Relata ainda,
que como efeitos colaterais foram observados: anorexia ou hiporexia, vômitos esporádicos,
sensibilidade abdominal. Alguns animais também apresentaram gastrite, tendo que ser
tratados com protetores de mucosas. Há também o relato de leve alteração na medula óssea
resultando em anemia, linfopenia e branda lesão renal. Associado à prednisona, a ribavirina se
potencializou a indução à anemia (MANGIA, 2008; MANGIA, 2014).
2.1.9 Tratamentos complementares à alopatia
30
Além dos tratamentos alopáticos, há registros de tratamentos para a cinomose com
medicamentos homeopáticos (BRIONES, 1996; SILVA, 1996). Para Alexandre (1992), pode-
se utilizar Lachesis e Pulsatila na dinamização de 10 M. Da mesma forma, Domingues et al
(2000) utilizaram protocolos homeopáticos envolvendo os medicamentos: Osciloccinum,
Arsenicum album, Gelsemium, Cuprum não citando as referidas dinamizações. Para Briones
(1996), pode-se fazer uso do Oscillococcinum, da Belladonna, Arsenicum album, Aconitum,
Ferrum Phosphoricum, Mercurius, Pulsatila, entre outros. Os medicamentos Gelsemium
semprevirens, Conium maculatum, Nux vômica, Zincum metalicum, Cuprum, Tarentula
hispânica, Zizia aurea, Arsenicum Album são citados como potenciais medicamentos para
tratamento da cinomose (MACIEL, 1999). Através de repertorização da doença, Costa (1999),
afirma que o Arsenicum album é o gênio epidêmico da cinomose. Contudo, deve-se realizar a
repertorização sistemática dos sintomas físicos e mentais envolvendo o animal (SILVA, 2000;
RIBEIRO, 2002).
Na MTC, a acupuntura e demais técnicas baseadas na estimulação dos acupontos
ocupam lugar de destaque nos tratamentos preconizados. No contexto da MTC, pode-se citar
também à fitoterapia e dietoterapia chinesa (SCHWARTZ, 2008). A estimulação dos
acupontos será melhor detalhada na próxima secção (item 2.2), uma vez que esta técnica será
empregada na metodologia do presente estudo.
Como auxiliar ao tratamento, Lobo Jr. (2012) também recomenda o uso de alguns
itens na alimentação dos cães sequelados pela cinomose de acordo com a necessidade do
paciente e alguns requerimentos da dietoterapia segundo a MTC. Para a tonificação do
aquecedor médio podem ser usados: abóbora, alho poró, lichia e maçã. Para a produção de
fluidos, indica: açúcar, alga, azeitona, broto de bambu, banana, caqui, carambola, cação,
maçã, leite, noz, ovo, pepino, pêssego, tofu e tomate.
Dentro da medicina nutracêutica, alguns itens podem ser adicionados à alimentação
dos cães afetados pela cinomose de acordo com a fase que se encontra o animal, na tentativa
de minimizar os danos causados pela tríade: oxidação, imunossupressão, replicação viral.
Como antioxidantes podem ser utilizados: ácido lipólico, reverastrol, quercitina, extrato de
chá verde, Coenzima Q10 e N-acetilcisteína. Para imunomodulação destacam-se: vitamina
D3, vitamina K2, vitamina A, ômega três, Beta glucana. E como nutracêutico com
propriedades antivirais pode-se fazer uso da berberina (MORAES, 2013).
Para as síndromes que resultam em secura, Schwartz (2008) recomenda carnes de
porco, sardinha, mexilhão, cevada, batata, feijão-de-corda, enquanto para síndromes de calor
31
usar algas marinhas e banana. Além da possibilidade de se fazer uso de aveia, arroz, carne de
boi, cordeiro, ovos e sardinha para animais com deficiência de qi.
2.2. ACUPUNTURA
O termo acupuntura foi dado no século XVII pelos jesuítas e semanticamente significa
acus = agulha e pungere = espetar, termo derivado do latim. Porém, a expressão chinesa
“Shen Shui” também expressa a acupuntura, mas, desta vez no sentido de espetar (acupuntura/
agulhas) e queimar (moxabustão), demonstrando as técnicas da MTC (DRAEHMPAEHL e
ZOHMANN, 1997).
É uma técnica extremamente eficaz e de baixo custo, além de ser considerada
interessante por apresentar mínimos efeitos colaterais, possibilidade de associação a fármacos
potencializando-os e por auxiliar na analgesia durante o procedimento cirúrgico (ROGERS,
1982). O tratamento pela acupuntura para Jaggar (1992) é uma forma de se reequilibrar o
organismo.
Vários fatores vêm contribuindo cada dia mais para a difusão da acupuntura
veterinária no ocidente, alerta Jaggar e Robinson (2006), com destaque para o fato dos
profissionais da área terem oferecido menos resistência à técnica, por maior quantidade de
estudos demonstrando a sua eficácia, mas, o cliente também se tornou mais exigente e
informado, tornando maior a procura. Mas, ainda assim, os autores afirmam que os
profissionais da área devem cada vez mais conduzir estudos visando elucidar e difundir a
M.T.C. de forma científica.
O destaque das modalidades da MTC que empregam a estimulação dos acupuntos é
para a acupuntura, porém, outras técnicas são amplamente utilizadas dentro da medicina
veterinária, tais como: farmacopuntura, laserpuntura, hemopuntura, moxabustão e
eletroacupuntura (DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1997). Em seu livro, Xie e Preast,
(2011) acrescentam à estas técnicas a craniopuntura, a auriculoterapia e a pneumoacupuntura.
2.2.1 Histórico
A história da acupuntura veterinária, assim como a prática em humanos, é
extremamente especulativa. Informalmente, temos registros de uso de agulhas de pedras nos
anos de 16.000-4.000 (a.C.). Mas, por volta de 200 (a.C.), se tem observações comprovadas e
registradas de uso de agulhas de ouro e de prata em túmulos humanos. Dentro da veterinária,
32
a técnica foi registrada através do uso em cavalos nos anos de 900 (a.C), por um Shou-i
(Veterinário) e Shu-ma (Veterinário de cavalos), chamado “BOLE” (Bai Le)
(DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1997).
A acupuntura veterinária segundo Altman (1997), é tão antiga quanto à acupuntura
humana e data de aproximadamente 480 a.C. por Shun Yang, este exclusivamente voltado aos
animais e que, por isso, foi denominado o “Pai da medicina veterinária na China”. O início da
“exportação” da acupuntura para o mundo se deu através da Europa, mais precisamente na
França com publicações de Girad (1825), Chanel (1826) e Prevost (1826), que culminam com
as publicações no ano de 1950, demonstrando as primeiras ilustrações com localização de
canais no cão feita por Lepetit (1950) e Bernar (1954).
Na década de 70, a acupuntura se estabeleceu nos Estados Unidos e é criada a IVAS
(Sociedade Internacional de Acupuntura Veterinária). No Brasil, destacam-se o Prof. Dr
Tetsuo Inada (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) e o Prof. Dr Paulo Iamaguti
(Universidade Estadual de São Paulo), ambos trabalhando exaustivamente na década de 70 e
80 em prol do desenvolvimento da acupuntura no Brasil (SCOGNAMILLO-SZABÓ et al.,
2006; SCHOEN, 2006; LOBO Jr, 2012, ).
A acupuntura ainda é uma ciência baseada em evidência e com muito potencial para
desenvolvimento. Várias instituições de ensino vêm se empenhando neste sentido
(MEDEIROS et al., 2002).
Legalmente, somente o médico veterinário está de fato apto à prática da acupuntura,
salvo se houver algum dispositivo legal que ampare outro profissional a fazê-lo. Entretanto, é
extremamente necessário que este médico veterinário seja devidamente treinado a fim de
diagnosticar e traçar o protocolo mais conveniente para o caso assumido, assim como a
realização correta da técnica (ALTMAN, 1997). E o reconhecimento do título de especialista
em acupuntura veterinária é dado pela ABRAVET (Associação Brasileira de Acupuntura
Veterinária) em parceria e reconhecimento do CFMV (Conselho Federal de Medicina
Veterinária) (Diário Oficial da União, 1995).
2.2.2 Conceitos básicos da acupuntura
Os princípios básicos da medicina oriental e ocidental se diferem de forma ampla. Os
métodos diagnósticos, os tratamentos e a conduta se baseiam em conceitos bem diferentes da
rotina médica ambulatorial praticada no Ocidente. Inicialmente, há de se considerar que
basicamente a M.T.C. e, consequentemente a acupuntura, trabalha os fluidos existentes nos
33
organismos em busca do equilíbrio ou a proximidade deste. Estes fluidos são compostos
principalmente pelo qi e xue. O qi se divide em qi pré-celestial e pós-celestial, herdado dos
pais e adquirido através dos alimentos, respectivamente.
Como complementos, tem-se o qi cósmico, formado pelo ar nos pulmões e o wei qi,
responsável pela defesa do organismo (SCHOEN, 2012).
O qi não é palpável, e é responsável pela vitalidade do organismo, é a força que
controla a harmonia em qualquer corpo vivo, chamada força vital ou energia da vida, para a
sua manutenção (KUPTCHEK, 1980).
O sangue ou xue está intimamente ligado ao qi. E é formado através da transformação
e absorção dos alimentos pelo baço e o estômago. O xue é armazenado no rim e o fígado tem
como função gerir as funções, direcionando o xue para os diversos locais do corpo
(SCHWARTZ, 2008).
A penetração de energias perversas ou a deficiência de qi são fatores que induzem o
organismo a se enfraquecer e como consequência adoecer. Este enfraquecimento pode ser
leve gerando uma interrupção da circulação da energia, que leva a dor ou impotência dos
músculos até processos mais graves das estruturas mais internas, lesionando o organismo
anatomicamente (YAMAMURA, 2004).
As condições patológicas do xue são: deficiência e a estagnação, sendo que a primeira
se caracteriza pela “falta” do fluido pelo corpo, seja por hemorragias ou por dificuldades na
produção, que normalmente é uma condição crônica. Já a estagnação se caracteriza por
obstrução no fluxo normal do sangue ou pelo acúmulo em uma área específica. Com relação à
deficiência de qi, esta condição se dá pela falta de energia, acarretando mal funcionamento no
órgão afetado. A estagnação de qi no organismo poderá acarretar futuramente estagnação de
sangue e líquidos (SCHOEN, 2012).
A morada da psique do organismo chama-se Shen, responsável pelo bem estar
emocional e sua manutenção, está inteiramente dependente do bom funcionamento de todos
os órgãos e da circulação harmônica destes fluidos (SCHWARTZ, 2008).
A semiologia na MTC veterinária se baseia em quatro métodos diagnósticos próprios:
a teoria do Yin e Yang, os cinco movimentos, os oito princípios e a teoria do zang fu
(MACIOCIA, 1996).
E através da anamnese e exame físico, associado aos exames laboratoriais, que
construímos o padrão do animal para, após isto, traçar o protocolo apropriado e
individualizado para o paciente, envolvendo as técnicas com seus respectivos protocolos
34
próprios e individualizados de acordo com o padrão encontrado (SCHOEN, 2006; LOBO Jr,
2012).
2.2.3 Os Acupontos
O acuponto ou ponto de acupuntura é também conhecido como Shu Xue que quer
dizer orifício na pele que se comunica com um ou mais órgãos através dos meridianos. De
acordo com a MTC, cada acuponto está relacionado a um órgão Zang ou Fu e caso algum
destes apresentem desordens, os pontos podem se apresentar doloridos (ponto alarme ou de
assentimento), que podem ser utilizados como pontos para tratamento ou para diagnóstico
(DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1997; SCHOEN, 2006).
Os acupontos estão localizados normalmente em músculos, vasos sanguíneos,
linfáticos, nervos ou próximos destes e podem ser utilizados para tratamento ou ainda para
diagnósticos de patologias. Cada acuponto, em função de sua localização, provocará no
paciente uma resposta diferente, tendo cada um seu nome próprio, que vai variar de acordo
com a posição anatômica ou a que se destina tratar. Porém, adotou-se mundialmente o sistema
numérico (XIE e PREAST, 2011).
Estes pontos, segundo Ettinger (1996), são classificados de acordo com sua ação e a
necessidade do organismo, podendo ser pontos de conexão, alarme, sedação, tonificação,
mestre, disparo e de associação, variando de acordo com a desordem encontrada no
organismo.
Os pontos de acupuntura são regiões com grande passagem de ramificações nervosas
(terminações livres, feixes e plexos) e possuem presença de mastócitos, plexos linfáticos,
capilares e vênulas sob eles. A puntura tende a aumentar a vascularização no local da inserção
da agulha, assim como causar sensação de calor, este calor também pode gerar resposta
inflamatória local imediata (GUSMÃO, 2012).
Esta manipulação com agulha nos acupontos provoca a liberação de substâncias
diversas, além das endorfinas e cortisol, tais como neurolipídeos, opióides endógenos,
neurotransmissores, hormônios e linfocinas que irão reduzir a dor local e modular a resposta
inflamatória (DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1997).
2.2.4 Neurofisiologia da estimulação dos acupontos
35
A acupuntura é considerada como uma terapia reflexa, pois através do estímulo em
uma região, pode-se estimular outra, que são atribuídos principalmente a estímulos
nocioceptivos, que tem como especialização o reconhecimento da dor e as terminações
nervosas livres de fibras aferentes A delta e C, que transformam os estímulos mecânicos,
térmicos ou químicos em impulsos nervosos (DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1997;
SCOGNAMILLO-SZABÓ e BECHARA, 2001, CASSU, 2002). Concordando com esta
teoria, Vickers, Zollman (1999) alegam ainda que esta fibra tem como características
diferenciadas entre si, sendo que as fibras do tipo A delta caracterizam-se por permitem os
impulsos trafegarem com maior velocidade que as fibras C que são amielinizadas. Como
consequência, através de conexões neuronais que ocorrem no mesencéfalo, serão gerados
impulsos inibitórios descendentes, ocorrendo, com isso, analgesia.
A acupuntura provoca estímulos sensoriais e na inervação periférica, afirma Dawidson
(1999), que irão induzir a liberação de neuropeptídios locais e à distância, envolvendo tanto o
sistema nervoso central quanto o periférico. Para Maciocia, (2006) a acupuntura estimula
pontos específicos que irão gerar bem estar e promover a homeostasia aos organismos.
Ainda não foi elucidada completamente a relação encontrada entre os acupontos e as
funções internas dos órgãos, necessitando ainda muito estudo nesta área, porém, sabe-se que o
estímulo de um acuponto pode promover uma resposta reflexa visceral, denominada reflexos
somatovisceral, formados por três componentes: as características aferentes do acuponto,
promovido pela inserção da agulha, os eferentes viscerais para o órgão alvo correspondente e
o elo neuronal central entre os núcleos de retransmissão e os neurônios eferentes viscerais
(WYNN et al , 2006)
2.2.5 Meridianos e sensação De qi
Compreendem-se por meridianos, linhas sequenciais e imaginárias compostas pelos
acupontos (Fig. 03). Estes meridianos são formados a partir de comunicações entre os órgãos,
que por estes, segundo a M.T.C., a energia (qi) fluirá. Tradicionalmente é descrito um sistema
de meridiano ou canais que conduzem energia pelo organismo e onde são distribuídos ao
longo destes canais e sequenciais os acupontos (Fig. 03). Estes canais são chamados de
meridianos e são distribuídos da seguinte forma: Pulmão (P), Intestino grosso (IG), Intestino
delgado (ID), Vesícula biliar (VB), Vaso governador (VG), Vaso concepção (VC), Bexiga (B)
(Fig. 04 e Fig 05), Rim (R), Pericárdio (Pc), Triplo aquecedor (TA), Estômago (E), Baço-
pâncreas (BP), Fígado (F), Coração (C). Para facilitar, no ocidente, não se utiliza o nome em
36
chinês. Ficou determinado o uso de códigos alfanuméricos para localização dos acupontos. A
Organização Mundial de Saúde (OMS) vêm tentando padronizar uma linguagem única para
os pontos de acupuntura (MACIOCIA, 2007).
Figura 03: Representação gráfica dos meridianos em equinos.
Fonte: www.CEI.santacruz.com.br
Figura 04. Meridiano de bexiga e seus respectivos acupontos em cães.
Fonte: DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1997.
37
Figura 05. Meridiano de bexiga e seus respectivos acupontos em gatos
Fonte: DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1997.
Os meridianos estão dispostos no corpo verticalmente ou horizontalmente e através
destes canais, circulam o qi e o xue, considerados os dois fluidos básicos na MTC. (WANG,
AYATI e ZHANG, 2010)
Para Hwang e Egerbacher (2006), se faz necessária a sensação De qi para que a
acupuntura tenha de fato êxito. Através de observações nos seres humanos após serem
punturados, estes apresentam sensações de parestesia, elétrica ou de calor e estas sensações
também podem ser observadas nos animais e são denominadas De qi, que significa “a energia
flui”. E, somente após esta sensação é que de fato ocorrem os efeitos benéficos da acupuntura
(DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1997).
A puntura não se limita à pele e determinadas inserções são necessárias atingir às
fáscias e a musculatura para que seja efetiva. Pode-se, ainda, observar somado à sensação De
qi, quando punturado a musculatura, uma espécie de retenção ou “aperto” da agulha nesta
musculatura, que se dá por reflexo da distensão desencadeada pela agulha. Relatam que na
musculatura submetida à anestesia local, a sensação De qi foi abolida. Nas gravuras
caracterizando os acupontos nos animais, não se representava os meridianos, pois, segundo os
chineses mais tradicionais, para se demonstrar este trajeto energético, se fazia necessário o
relato dos pacientes humanos, o que obviamente, era impossível se ter dos animais. Porém,
hoje já se admite estes trajetos e isto se deve às observações das sensações De qi
(SCOGNAMILLO-SZABÓ, 2006).
38
Visando comprovar a existência dos acupontos e de meridianos, foi injetado Tecnécio
99 em pontos não correspondentes a acupontos (pontos shan) e em alguns acupontos
verdadeiros. Como resultado observou-se que nos pontos shan a dispersão do radioisótopo foi
sem padrão definido, desuniforme, enquanto nas aplicações realizadas em acupontos, a
difusão se deu de forma uniforme, sugerindo um padrão incompatível com padrões vasculares
ou linfáticos (SIERPINA, FRENKEL, 2005).
2.2.6 Indicações e contra indicações da acupuntura
A acupuntura tem as mais diversas indicações, desde que sejam para doenças
funcionais e reversíveis. Visa à normalização de funções orgânicas que estão alteradas,
através do restabelecimento do equilíbrio (Yin/ Yang). A terapia contempla alterações
funcionais do aparelho locomotor, de afecções de órgãos internos ou da pele,
imunoestimulação, distúrbios comportamentais, reabilitação pós-operatória, analgesia,
situações de emergência, como por exemplo, o VG26 (Vaso governador 26) pra ressuscitação
cardiorrespiratória (MACIOCCIA, 1996; DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1997).
A “terapia com agulhas” ocupa posição de destaque nos tratamentos de doenças
neurológicas como coadjuvante da medicina ocidental nas estratégias para controle antiálgico
(FOGANHOLLI e FILADELPHO, 2007; SCHOEN, 2008).
As indicações para o seu uso são as mais diversas, porém, os distúrbios neurológicos e
musculoesqueléticos ocupam um lugar de excelência no uso da acupuntura como terapia
complementar, destaca Schoen (2006) em sua publicação. Contudo, o autor sinaliza o seu uso
em outras afecções tais como: distúrbios gastrointestinais, respiratórios, dermatológicos,
urinários, entre outros, e cita ainda a possibilidade de seu uso na medicina do cuidado
intensivo.
Através da aplicação da moxabustão no ponto E25 bilateral por sete dias consecutivos,
Shi (2011) obteve sucesso na cicatrização de ratos com colite induzida pela aplicação de ácido
trinitrobenzenosulfonico. O autor relata que obteve resposta positiva na degranulação de
mastócitos local, porém na localização anatômica do E25 a resposta foi insignificante.
Visando o aumento da motilidade gastrointestinal, Joaquim et al (2008) utilizaram os
pontos de acupuntura E36 e IG4.
Xie E Preast (2011) em seu livro indica o ponto VG26 para serem utilizados entre
outras funções como ponto de emergência, com destaque para os colapsos, choques e coma.
39
Citando também a importância deste ponto para as paralisias faciais e as doenças do disco
intervertebral cervical e/ ou torácica.
Para Foganholi e Filadelpho (2007) várias são as indicações da acupuntura, mas,
sempre como um complemento aos tratamentos convencionais, podendo, algumas vezes ser
utilizada como substituto de medicamentos alopáticos para animais que estão impossibilitados
de utilizar tais drogas. Estes autores destacam ainda o uso da acupuntura nas doenças
neurológicas, nas epilepsias refratárias e para os processos dolorosos agudos ou crônicos em
função de seu potente efeito analgésico.
Ainda como indicações da acupuntura, Shmalberg, (2014) recomendam os pontos:
PC6 para ansiedade, dores no peito, náuseas, arritmias, vômitos; E36 nas náuseas, letargia,
diarreia, fadiga e o ponto VG20 para epilepsia, ansiedade, prolapso retal, sedação sendo os
dois últimos como coadjuvantes no tratamento convencional.
Como contra indicações do uso da acupuntura, Altman (1998), cita o mau uso das
agulhas por pessoas inexperientes, assim como sem o diagnóstico preciso da afecção e faz
algumas considerações tais como: evitar o uso da terapia logo após exercícios físicos,
refeições, gestantes, animais fatigados, com infecções ou neoplasias e que estejam sendo
medicados por atropina, narcóticos e seus antagonistas e corticoides. Porém, para neoplasias,
Lobo Jr. (2012) indica o uso da acupuntura associada às demais terapias já existentes,
inclusive às da M.T.C. como a dietoterapia e a fitoterapia, porém, ressalta, este tratamento
deve ser muito bem conduzido, de forma responsável e com o diagnóstico muito bem
elucidado.
Quanto ao provável insucesso nos tratamento no uso da acupuntura, Lobo Jr (2012)
afirma que a média está em torno de 5%, atribuídos a casos em que há paralisia espástica e em
casos de morte súbita, por alterações circulatórias.
2.2.7 O uso da acupuntura na cinomose
Visando o restabelecimento de pacientes com doenças neurológicas, Joaquim (2008)
realizou experimento em 43 animais com algum comprometimento neurológico, entre eles, 2
casos de sequela de cinomose, submetendo os animais à sessões de acupuntura manual
(agulha seca), eletroacupuntura ou moxabustão, obedecendo a necessidade de cada caso.
Como resultado, obteve-se 93% de sucesso na reabilitação e no restabelecimento destes
animais.
40
Estudos brasileiros, realizados por Colle (1996) e Santos (2013) foram conduzidos de
forma “experimental”, ou seja, conduzida através de experimentos científicos em
Universidades e com grupo de animais tratados e monitorados visando o tratamento da
cinomose. E, alguns animais vêm sendo tratados com acupuntura e fisioterapia e estes casos
são relatados isoladamente. Os ensaios realizados por Colle (1996) e Santos (2013) foram
conduzidos de uma forma mais acadêmica, trabalhando com um número maior de animais
tratados, tornando, com isso, um trabalho mais abrangente, sendo inclusive objeto de estudo
de dissertações de mestrado. Já os trabalhos realizados por Nakagawa (2009), Villar (2009),
Mouren (2012) e Lobo Jr (2012) foram feitos com um número mais restrito de animais.
Porém, a característica em comum entre estes é o de proporcionar tratamento e consequente
melhora na qualidade de vida destes animais.
Vale ressaltar que todos os autores concordam em comentar sobre a grande
necessidade de mais estudos para melhor compreensão das terapias envolvidas, que embora
muito antigas utilizadas como “práxis”, se faz necessário incorporarem a elas o caráter
científico No tratamento de cães com sequelas neurológicas provocadas pelo CDV, Schoen
(2006) cita, de uma forma genérica, o êxito do trabalho de Inada em 1990, não citando seus
resultados, porém, destaca que a eutanásia ainda figura como a manobra mais utilizada dentre
as condutas clínica para a cinomose na medicina veterinária. Na tabela 01, encontram-se os
experimentos conduzidos no Brasil em animais sequelados neurologicamente pelo CDV. Vale
ressaltar que cada ensaio tem o seu protocolo e critérios de inclusão e exclusão específicos
determinados por cada autor.
Animais tratados
Tipo de tratamento
Tempo de recuperação
Tipo de trabalho
Fonte/ autor
24 Eletroacupuntura Variável (de acordo com a gravidade da sequela)
Dissertação Santos (2013)
18 Acupuntura Um mês (obrigatoriamente)
Dissertação Colle (1996)
02 Acupuntura e fisioterapia
Seis meses Monografia Nakagawa (2009)
01 Acupuntura
Um mês Monografa Villar (2009)
01 Acupuntura
15 sessões Monografia Mouren (2012)
41
01 Acupuntura e moxabustão
12 sessões Livro didático Lobo Jr (2012)
Tabela 01. Trabalhos conduzidos no Brasil com o uso da acupuntura na reabilitação de cães
com seqüelas neurológicas pela cinomose.
2.3 REABILITAÇÃO E FISIOTERAPIA VETERINÁRIA
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), reabilitação é o conjunto de meios
médicos, sociais, educativos e profissionais, destinados a restituir o paciente inválido, com a
maior capacidade possível de independência.
A palavra reabilitação é proveniente da palavra “reabilitare” que significa “restaurar a
habilidade” (FOSSUM, 2008).
A fisioterapia, para a Confederação Mundial de Fisioterapia, é a arte e a ciência do
tratamento físico. Ferreira (2012) descreve a fisioterapia como um conjunto de técnicas que,
mediante a aplicação de agentes físicos, curam, previnem, recuperam e readaptam os
pacientes suscetíveis a receber tratamento físico. Um bom conceito de fisioterapia veterinária
seria defini-la como a ciência que engloba a biomecânica, a física, fisiologia e a psicologia do
animal que estejam com injúrias, deformidades e/ ou qualquer alteração que necessite usufruir
dos recursos fisioterápicos (TUDURY e NOBREGA, 2009; FORMENTON, 2011).
Nas duas últimas décadas, têm se observado um aumento considerável no uso das
terapias complementares no tratamento de afecções diversas dentro da prática veterinária,
podendo ou não ser associadas às outras ciências, dentre estes, podemos citar a reabilitação e
a fisioterapia animal (PEDRO, 2012).
Este aumento, segundo relatam Levine et al. (2008) se dá pela mudança considerável
na expectativa de vida dos animais, assim como do estreitamento da relação entre o animal e o
proprietário. Logo, se faz necessário cada vez mais o uso de técnicas mais refinadas, algumas
até com características de complementação à medicina veterinária clássica. Os autores citam
as lesões ortopédicas como as de destaque na rotina do fisioterapeuta veterinário. Porém citam
a reabilitação como ótima ferramenta também para as lesões neurológicas e para o pós-
operatório imediato. Vale ressaltar, que é necessário traçar um plano bem elaborado para a
obtenção de êxito no tratamento com a fisioterapia (TUDURY e NOBREGA, 2009;
FORMENTON, 2011).
2.3.1 Histórico
42
A fisioterapia tem sua história escrita através de exercícios respiratórios que o
imperador chinês Hoong-Ti realizava em 2698 a.C. e que tinha como objetivo evitar a
obstrução de órgãos. Já Galeno, entre 130 e 199 d.C., realizava exercícios para tratamentos
posturais e deformidades do tórax (MONTEIRO, 2010).
A fisioterapia vem sendo aplicada há pouco tempo na medicina veterinária, sendo esta
uma das especialidades mais recentes a ser reconhecida pelo CFMV e deve ser privativo a sua
execução exclusivamente ao médico veterinário, sob pena de prisão por exercício ilegal da
profissão. CFMV Lei 5517 de 23 de outubro de 1968 que regulamenta o médico veterinário
(DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, 1968; PEDRO e MIKAIL, 2009).
2.3.2 Objetivos da reabilitação e da fisioterapia veterinária
Ainda que existam diferenças anatômicas entre as espécies animais e o ser humano, as
técnicas aplicadas a esta espécie também se aplicam aos animais com sucesso e em alguns
casos com adaptações (PEREZ, 2012).
Entre os objetivos da reabilitação, destacam-se a possibilidade de acelerar a
recuperação do animal após intervenções cirúrgicas, alterações ortopédicas congênitas ou
afecções neurológicas e no controle de inflamações. Além disto, a fisioterapia promove a
estimulação geral ou focal, ou seja, na área afetada, visando o tratamento e a prevenção de
lesões adicionais, assim como incluir os cuidados geriátricos, gerando um aumento da
qualidade de vida, na tentativa de prolongá-la, no conforto e alívio de doenças e dores
crônicas. Podendo também ser utilizada no tratamento e na prevenção da obesidade
(FORMENTON, 2011; SHARP, 2012).
Outro objetivo citado por Ferreira (2012) é a diminuição no tempo de tratamento e
prevenção da progressão de lesões já instaladas ou possíveis lesões adicionais. Além de poder
ser utilizada para tratamento de dor aguda ou crônica.
A restauração e manutenção da função ideal, a aceleração na cicatrização de feridas
diversas, o fortalecimento de grupos musculares, programas para perdas de peso, manejo de
doenças crônicas ou progressivas, a tentativa de devolver bem estar e qualidade de vida aos
animais são indicações da fisioterapia animal. Além destes benefícios, o recurso fisioterápico
também tem como função minimizar ou evitar leões adicionais às afecções já existentes
(DUNNING et al., 2005; LEVINE et al., 2005).
43
Complementando, Kangas (2011) relata a importância da reabilitação no
condicionamento de animais obesos e sugere o uso das técnicas para os tratamentos clínicos
em geral e além de alegar que os animais respondem melhor, inclusive resposta de aumento
de propriocepção e bem estar, quando adequamos postura e os estimulamos.
2.3.3 Modalidades da fisioterapia e suas respectivas indicações
O paciente deve segundo Tudury e Nóbrega (2009) ser avaliado de forma criteriosa
antes de se traçar o protocolo de ação para tratamento de uma ou mais afecções. Este deverá
ser avaliado em repouso e sua evolução desde o caminhar até o galope, se este for possível.
Após estes cuidados, poderá, de forma consciente, ser traçado o plano fisioterápico para o
animal e adequando-se os protocolos conforme a evolução do quadro (SHARP, 2012).
Dentre os recursos disponíveis dentro da fisioterapia destacamos: termoterapia,
crioterapia, magnetoterapia, massagens terapêuticas, ultrassom terapêutico, eletroterapia,
cinesioterapia e infravermelho (FORMENTON, 2011).
Segundo Starr (2013), estes recursos e seu uso podem ser agregados à recuperação
tanto nas afecções médicos quanto para os cuidados no pós-cirúrgico. Na cinesioterapia, por
exemplo, a autora dá ênfase no uso das mobilizações passivas, porém, nos alerta para o
cuidado na adoção deste protocolo para não gerar ao animal desconforto e/ ou agravar o
quadro já instalado.
2.3.3.1 Termoterapia e crioterapia
Nesta terapia usam-se agentes físicos para aquecer ou reduzir a temperatura de algum
local afetado por lesões. A crioterapia caracteriza-se por uso do frio e tem como objetivo
aliviar os sinais cardinais da inflamação aguda, atenuando a dor, reduzindo o metabolismo
local e proporcionando analgesia. A aplicação pode ser com bolsas e “panquecas” de gelo,
imersões, sprays e massagem com gelo (LOPES, 2012; FORMETON, 2011).
Outra modalidade da termoterapia é pelo uso de calor que tem como objetivo
aumentar o fluxo vascular, melhorar o relaxamento muscular e a extensão de tecidos fibrosos
e consequentemente diminuição da dor. Normalmente se utiliza para iniciar as sessões de
fisioterapia. O calor pode ser utilizado de forma superficial (1-2 cm) ou através de ultrassom
terapêutico. Pode-se ainda aplica-lo com lâmpada de infravermelho ou bolsas e garrafas
44
térmicas. Este tratamento é indicado para animais com artrites crônicas, espondiloses e
espondiloartroses (PEREZ, 2012; SHARP, 2012).
A termoterapia ou tratamento por calor, segundo Araújo (2012), tem como função o
aumento do metabolismo local, por consequência aumenta a circulação sanguínea e a
permeabilidade capilar.
2.3.3.2 Laserterapia
O termo LASER (Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation) ou
laserterapia consiste na aplicação de foco de luz (fótons) que terão feixes de luz
obrigatoriamente com o seguinte comportamento: coerente, monocromático e colimado. Este
tratamento tem como indicações: cicatrização de feridas, tratamento de áreas com inflamação
e/ ou edema, alívio da dor e tratamento de lesões ortopédicas. Dentre as neurológicas
destacam-se as lesões de nervos periféricos. Promove um aumento do metabolismo celular,
acelera a liberação de mediadores e fatores inflamatórios, estimula a produção de colágeno, a
cicatrização óssea e a neovascularização de tecidos. Além disto, há a liberação de endorfinas e
encefalinas, que auxiliam na diminuição da dor (MIKAIL, 2009; FORMETON, 2011;
SHARP, 2012).
A energia aplicada pelo laser se divide em energia refletida, que se perde e energia
absorvida que leva à estimulação energética, através de efeitos fotoquímicos dos átomos que
se encontram no interior das células provocando a produção de receptores que aumentam a
atividade celular, com destaque para o flavinomononucleotídeo (FMN). O resultado destas
sequências de reações químicas é a produção de ATP, combustível celular e
consequentemente aumento do metabolismo (DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1997).
As indicações para o uso do laser são: artroses, lesões agudas ou crônicas de tecidos
moles, lombalgias, cervicalgias, nevralgias, cicatrização de úlceras, nervos e feridas. As
contraindicações são: aplicação próxima à região dos olhos, áreas com tendências
hemorrágicas, fêmeas prenhes. Há ainda, a recomendação de evitar as áreas neoplásicas e
infeccionado e próximo à tireoide e testículos (FERREIRA, 2012).
O laser tem como vantagem ser indolor, asséptico e de fácil aplicação, especialmente
em animais com dor crônica e/ ou animais agressivos. A laserpuntura é outra terapia utilizada
nos animais, visando o estímulo dos pontos de acupuntura associando aos benefícios do laser
(DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1997).
45
2.3.3.3 Cinesioterapia
A cinesioterapia se divide em: movimentos passivos, aquele que é feito através da
manipulação do fisioterapeuta, movimentos ativos, aqueles que são praticados pelo próprio
animal sem intervenções (FORMETON, 2011).
Esta modalidade está relacionada a exercícios e tem como objetivo condicionar,
recuperar, prevenir lesões adicionais e restabelecer estruturas lesionadas que sofreram algum
tipo de intervenção. Baseia-se no conceito “AFIRME”, que compreende: alongar, fortalecer,
informar, reprogramar, mobilizar e estabilizar (AMARAL, 2012).
Para PEREZ (2012), os exercícios podem ser iniciados tanto no pós-operatório como
em tratamento de doenças crônicas, sejam ortopédicas ou neurológicas. Estes se dividem em:
passivos, ativos e terapêuticos assistidos e tem como função a diminuição da dor, o aumento
da ADM (amplitude de movimento), diminuição do tempo de recuperação, melhorar e
retomar gradativamente a função dos músculos e demais estruturas envolvidas e favorecer o
restabelecimento dos grupos musculares acometidos por afecções.
No ano de 2012, Amaral relata que além dos exercícios tradicionalmente conhecidos
já citados, pode-se ainda, agregar a estas modalidades, os exercícios com fortalecimento com
ou sem sobrecarga e os resistidos.
Os movimentos passivos têm como objetivo principal promover ou manter a
mobilidade articular e/ ou de tecidos moles, minimizar ou prevenir as contraturas, mantendo
com isso, a elasticidade muscular. Esta terapia consiste em flexão, extensão, rotação, adução e
abdução das articulações e se caracterizam por serem realizados pelo terapeuta (RABELO,
2005).
Já o alongamento confere às fibras musculares um aumento no seu comprimento. A
sua execução dependerá da condição do animal, isto é, da sua capacidade e do treinamento e
condicionamento da musculatura (AMARAL, 2012).
Os exercícios ativos assistidos são utilizados em animais que estão incapacitados de
completar um exercício, necessitando que o terapeuta o auxilie para a execução. Podem ser
para iniciar ou para concluir o movimento (RABELO, 2005).
Podemos ainda citar como exercícios de cinesioterapia, os exercícios proprioceptivos,
que auxiliam o animal a readquirir e/ ou reposicionar, de forma adequada, um membro
lesionado. Assim como o uso de pranchas, toalhas, bolas e phisio Rolls (MILLIS, 2008).
Os exercícios ativos envolvem a contração ativa da musculatura através do
recrutamento da articulação. Seu objetivo é manter a elasticidade e a contratilidade
46
fisiológica, gerando um “feedback” sensorial associando um estímulo à integridade óssea,
além de incremento à circulação (RABELLO, 2005). Para Mc Gonagle, (2004), esta técnica
objetiva aumento da força, coordenação, equilíbrio e aptidões funcionais das estruturas.
Citando, como exemplo, o senta-levanta, subir escadas, andar na hidroesteira e percursos com
obstáculos.
2.3.3.4 Hidroterapia
A hidroterapia compreende atividades realizadas na água. Envolvem forças físicas que
auxiliam na dinâmica dos exercícios, tais como: empuxo, densidade relativa, pressão
hidrostática e o impacto mecânico. Para se obter um efeito adicional à hidroterapia pode-se
associar à esta a turbulência (MIKAIL, 2009).
As afecções indicadas por Perez (2012) para a hidroterapia são: fraturas, osteocondrite
dissecante, prótese de pelve, ruptura de ligamentos, reabilitações neurológicas em geral, com
destaque às patologias de coluna e para fortalecimento muscular nas artrites, artroses e
espondiloses. E o autor cita como contraindicação ou alerta para o cuidado com os diabéticos
e os cardiopatas. Atenções especiais também aos animais que estejam com feridas cirúrgicas
recentes, infecções, principalmente as diarreias e doenças de pele.
2.3.3.5 Eletroterapia
O princípio envolvido na eletroterapia é aplicação de correntes elétricas aos tecidos
para fins terapêuticos. Divide-se em FES (estimulação elétrica funcional) e TENS
(estimulação elétrica nervosa transcutânea) (MIKAIL e PEDRO, 2012).
O TENS é uma das modalidades de eletroterapia e tem como função promover
analgesia via corrente elétrica, através de mecanismos como a inibição pré-sináptica do corno
dorsal da medula espinhal, controle endógeno da dor (via endorfinas, encefalinas e dinorfinas)
e pela inibição direta de um nervo excitado anormalmente. Segundo resultados de estudos,
esta inibição promove uma limitação da transmissão para o cérebro e atua via teoria das
comportas. Já o FES promove a despolarização do neurônio sensitivo objetivando a analgesia
local, gerando um estímulo muscular para o fortalecimento da musculatura e aumentando a
circulação local (MIKAIL, 2009).
47
A eletroterapia tem como objetivo acelerar a cicatrização, diminuir edemas, aumentar
a amplitude de movimento e alongamento muscular, controle/ diminuição da dor, acelerar
absorção de medicamentos (iontoforese) (STEISS, LEVINE e BAXTER et al., 2007).
Para Eberstein e Pachter (1986), a eletroestimulação teve papel decisivo na prevenção
ou ainda para amenizar a atrofia muscular. Além disto, também favorece a recuperação de
lesões periféricas.
Em experimento conduzido por Pelizzari et al. (2008), a eletroestimulação foi aplicada
no músculo vastolateral e ficou demonstrado a eficácia da terapia na hipertrofia do músculo
em cães submetidos à imobilização rígida temporária da articulação do joelho.
2.3.3.6 Magnetoterapia
A magnetoterapia tem como objetivo o aumento do fluxo sanguíneo local,
provavelmente liberando endorfinas e produzindo efeitos antinflamatórios (MILLIS et al.,
2008).
Consiste no uso de imãs estáticos (magnetos estáticos) que geram campo magnético
através de seus dois pólos (Norte e Sul). A corrente gerada por este campo magnético pode ser
contínua ou pulsada. Sendo que a contínua tem como característica uma produção alta de
energia elétrica e calor. Já a pulsada se caracteriza por uma geração de corrente elétrica menor
e com isso, aproveita-se melhor os efeitos magnéticos da corrente. A força gerada pelos
magnetos é medida em Gauss (MILLIS et al, 2008).
Suas principais indicações de uso são para o tratamento de fraturas, prevenção de
massa óssea, osteoartrites, osteoartroses, tendinites, desmites, periostites, feridas crônicas e
necrose asséptica da cabeça do fêmur. Porém não deve ser usado em casos que o aumento da
circulação não é desejado e na região de útero grávido em cães e gatos (MIKAIL, 2009).
As maiores indicações do campo magnético são as afecções ortopédicas especialmente
as fraturas. Pode-se também utilizar para as perdas ósseas para animais sem apoio funcional.
As afecções inflamatórias também podem ser tratadas com o magneto, assim como as feridas
crônicas e a necrose asséptica da cabeça do fêmur (PEDRO, 2012)
As artroses, os traumas, lesões agudas, as inflamações e as dores crônicas podem ser
tratadas com a magnetoterapia (FERREIRA, 2012).
2.3.3.7 Massagem terapêutica
48
A massagem tem como função específica a capacidade de “quebra” no ciclo da dor,
uma vez que através desta manobra, aumenta-se consideravelmente o aporte de oxigênio nos
músculos e acelera a remoção de metabólitos residuais. Este ciclo da dor ocorre em músculos
tensos decorrentes de dor e/ ou esforço (PEREZ, 2012).
Para Rivière (2007), existem vários tipos de massagens favorecendo o relaxamento do
animal, consequentemente a diminuição da tensão e dor local. Outra vantagem é o
favorecimento da circulação venosa e linfática, diminuindo as aderências e estimulando o
sistema nervoso.
Os efeitos das massagens, afirmam Bauer e Mikail (2012), são classificados em
mecânicos e reflexos. Os reflexos são captados por receptores periféricos. Já os mecânicos,
são aqueles que visam auxiliar a normalização do fluxo sanguíneo e/ ou linfático. As autoras
citam como tipos de massagens: Effleurage, compressão, fricção transversa profunda,
acupressão e pontos-gatilho, tapotagem, liberação fascial.
As indicações para as massagens são, segundo Ferreira (2012), as afecções articulares,
alívio da dor, resolução de edemas, diminuição da espasticidade, aumento do tônus muscular,
relaxamento em geral e como contraindicações citam os hematomas, infecções, rupturas
musculares e tendíneas, feridas abertas, fraturas não consolidadas, abscessos e neoplasias.
2.3.4 A fisioterapia e o manejo do paciente com cinomose
Os recursos oferecidos na medicina ocidental para o tratamento das sequelas de
cinomose são escassos. Lobo Jr (2012), dá destaque para o uso da fisioterapia, que englobará
exercícios passivos e alongamentos que podem ser realizados inclusive durante a fase mais
crítica do animal até a aplicação dos equipamentos utilizados na rotina. O autor afirma que o
FES poderá ser muito útil para estes casos.
Associado à acupuntura, Nakagawa (2009) também utilizou a fisioterapia em 2 cães
sequelados por cinomose, apresentando o primeiro, ataxia, paralisia flácida dos membros
posteriores, acentuada atrofia muscular, presença de sensibilidade superficial e profunda,
porém, diminuídas, priapismo e incontinência urinária e fecal. O segundo animal apresentou
mioclonia na região de face e membros, tetraparesia rigida evolindo para flácida, atrofia
muscular, incontinência urinária e fecal, obtendo êxito no tratamento com 16 semanas 6
meses respectivamente.
Na medicina humana, já se têm um cuidado extremo com relação à manutenção da
capacidade respiratória de pessoas hospitalizadas. Dentre os técnicos descritos e preconizados
49
para humanos, destaca-se: a fisioterapia respiratória intensivista humana para a limpeza da
árvore brônquica destacam-se a percussão, vibração, tapotamento, drenagem das secreções
com aparelhos ou ainda com posições de decúbitos que facilitam a expulsão dessas secreções.
Nem todas as manobras são possíveis em medicina veterinária, porém, algumas são
perfeitamente possíveis, como por exemplo, a estimulação costal e a compressão-
descompressão torácica súbita e a tapotagem e reflexo de tosse, assim como mobilização de
passiva de membros e troca de decúbito a cada hora, e quando possível posicionar o animal
em forma de prona (esfinge). O uso da tapotagem pode ser útil para animais em decúbito,
assim como uso de drogas expectorantes e a nebulização com solução salina (GREENE,
2006; ISOLA e OLIVEIRA, 2013). Recomenda-se também o uso de troca de decúbito a cada
uma ou duas horas a fim de evitar consolidação pulmonar (NELSON e COUTO, 2006).
Como exercício domiciliar, Pedro, (2013) ressaltou a importância de incorporar aos
exercícios de mobilização passiva, o uso da colher de pau escova, assim como manipulação
da pele (beliscões delicados) a fim de aumentar a circulação local, prevenindo contraturas
musculares, lesões articulares por desuso e manutenção da produção dos lubrificantes
articulares. Ressalta, ainda, a importância da realização de esvaziamento vesical visando
diminuir o risco de cistite. Além disto, a realização de drenagem linfática, devidamente
correto será benéfica para cães que apresentem edemas ou linfedemas de membros. Além da
mobilização passiva, Isola e Oliveira (2013) fez uso do FES em um cão imobilizado por
doença grave.
Para auxiliar na recuperação dos animais acometidos pela cinomose e que ainda se
encontram em restrição de movimentos, Pedro (2013) ressalta a importância de manter o
animal em decúbito esternal para que este receba estímulos proprioceptivos sejam estes
visuais, olfatórios e/ ou táteis. Ressalta ainda que estes estímulos auxiliam em muito a
recuperação dos animais sequelados. Para Isola e Oliveira (2013), o paciente hospitalizado,
especialmente os que permanecem imobilizados por muito tempo, tendem a apresentar
complicações, pois, inúmeros fatores debilitantes ao organismo de forma sistêmica, em
especial os que tendem a permanecer de um mesmo lado, reduzindo com isso, a qualidade de
vida e da sobrevida pós-alta destes animais, necessitando, com isso, da fisioterapia de leito
para estes pacientes.
50
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60
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral:
Associar técnicas de MTC, pela estimulação dos acupontos, e recursos de fisioterapia
na reabilitação de cães portadores de sequelas neurológicas graves de cinomose
diagnosticados pelo Serviço Técnico Especializado em Neurologia Animal (STENA) do
Hospital Escola Veterinário (HOVET) da Universidade de Cuiabá (UNIC).
3.2 Objetivos específicos:
Padronizar e instituir, de acordo com a necessidade individual de cada paciente frente
as distintas seqüelas neurológicas e demais complicações, protocolos para estimulação de
acupontos (manual, moxabustão, farmacopuntura e laserpuntura);
Estudar e aplicar recursos fisioterápicos (exercícios assistidos, exercícios domiciliares,
eletroterapia e laser) para reabilitar as seqüelas neurológicas;
Avaliar a contribuição da estimulação de acupuntura aliada a recursos fisioterápicos na
reabilitação das sequelas neurológicas da cinomose.
61
4 CAPÍTULO II: ARTIGO
USO DA ESTIMULAÇÃO DE ACUPONTOS PELA MEDICINA TRADICIONAL
CHINESA (MTC) ALIADA A FISIOTERAPIA NA REABILITAÇÃO DE CÃES
PORTADORES DE SEQUELAS NEUROLÓGICAS DEBILITANTES DA CINOMOSE
RESUMO
A cinomose é uma doença viral, extremamente contagiosa e fatal. Seus sinais clínicos variam conforme a forma de manifestação que podendo ir desde secreção nasal à graves alterações neurológicas. O diagnóstico presuntivo se baseia principalmente na observação de sinais clínicos, histórico de não vacinação e algumas alterações laboratoriais. Pode-se estabelecer o diagnóstico definitivo através de várias técnicas para detecção do agente ou frações do agente. O tratamento é basicamente sintomático e o prognóstico é desfavorável. A acupuntura é uma prática milenar indicada nas afecções ortopédicas e neurológicas, principalmente. Já a fisioterapia, é uma ciência que utiliza recursos físicos e biomecânicos para a recuperação de estruturas lesionadas. Vários são os relatos e na rotina ao longo dos anos sobre a utilização da acupuntura e a fisioterapia no tratamento das sequelas da cinomose, no entanto estudos científicos, com grande número de animais, com metodologia pré-estabelecida prospectiva e individualizada, com o emprego de diagnóstico definitivo não estão disponíveis. O objetivo deste trabalho foi estudar o uso da acupuntura aliado a fisioterapia no tratamento das sequelas em 31 animais acometidos pela cinomose nervosa, utilizando protocolos próprios e individualizados para cada paciente. Observou-se resultados surpreendentes, não só no quesito retorno à deambulação e diminuição de sequelas, quanto à melhoras significativas na recuperação de atividades extremamente importante à manutenção da vida como a apreensão de alimentos e ingestão de água, ficando em torno de 68,14% em um período de 06 à 22 sessões. Concluiu-se, portanto, que a acupuntura e a fisioterapia foram de grande valia para a qualidade de vida destes animais, reduzindo a gravidade das sequelas e conferindo aos animais maior qualidade de vida. Palavras chaves: Reabilitação veterinária, Cães, Acupuntura, Fisioterapia, Neurologia
ABSTRACT
Distemper is a viral disease highly contagious and fatal. His clinical signs depend on the form of manifestation that can range from mild respiratory signs to severe neurological changes. Presumptive diagnosis is based mainly on the observation of clinical signs, no vaccination history and some laboratory findings. One can establish definitive diagnosis using several techniques for detection of the virus or agent fractions. The treatment is basically symptomatic and prognosis is unfavorable. Acupuncture is an ancient practice indicated in orthopedic and neurological disorders. Physiotherapy is a science that uses physical and biomechanical resources for the recovery of damaged structures. There are several reports and routine over the years about the use of acupuncture and physical therapy in the treatment of the sequelae of distemper, however scientific studies with large numbers of animals with definitive distemper diagnosis following a prospective and individualized pre – established methodology are not available. Therefore, the objective of this work was to study the use of acupuncture combined with physical therapy to treat the sequelae in 31 animals affected by nervous distemper, using stander and individualized protocols for each patient. There was
62
amazing results in the improvement of ambulation and reducing sequelae. The rates of recovery got around 68.14% in a period that varied from 06 to 22 sessions. It was concluded therefore that acupuncture and physical therapy were of great value to the quality of life of these animals, reducing the severity of nervous sequelae. Keys Words: Veterinary rehabilitation, Dogs, Acupuncture, Physical Therapy, Neurology
4.1 Introdução
Altamente contagiosa, a cinomose canina é uma doença viral, multissistêmica,
cosmopolita e extremamente prevalente em cães. Em termos de fatalidade, somente a infecção
pelo vírus da raiva sobrepõe ao vírus da cinomose canina (CDV) (SCHERDING, 1998;
SWANGO et al., 1997).
Os sinais clínicos variam muito, porém, de uma maneira geral observa-se: apatia,
anorexia, secreção óculo-nasal, tosse, vômito, diarreia e sinais de comprometimento do
sistema nervoso central (SNC). A severidade destes sinais irá se diferenciar de acordo com a
condição imunológica do paciente. Febre alta, ceratoconjuntivite, sinais respiratórios
complicados por broncopneumonia bacteriana secundária também são observadas na doença.
Os sinais neurológicos são causados por encefalite ou meninfoencefalomielite. Os déficits
tipicamente têm comportamento multifocal e podem ir desde um distúrbio leve de locomoção
à convulsão grave, ataxias, paresias e plegias, déficits de nervos cranianos, além de sinais
meníngeos como: hiperestesias e rigidez cervical. A neurite óptica e as lesões retineanas
também podem ser observadas. Pode-se considerar marcante na doença a ocorrência de
mioclonias que se caracterizam por espasmos flexores involuntários e que são muito
observadas em cães sobreviventes. Alguns cães podem apresentar hiperqueratose de coxins,
hipoplasia de esmalte dentário e pústulas abdominais. Com relação às lesões neurológicas, a
desmielinização tem sido uma característica, mas pode-se observar ainda gliose, edema,
infiltração de linfócitos, plasmócitos e macrófagos, além de necrose tecidual (SWANGO et
al., 1997; SCHERDING, 1998; TILLEY e SMITH Jr, 2006; NELSON e COUTO, 2006).
O tratamento é inespecífico e de suporte, baseado na hidratação para a manutenção da
volemia e homeostase, antieméticos, antibióticos, como a ampicilina, a tetraciclina e
cloranfenicol, antipiréticos, anti-inflamatórios, complexos vitamínicos, como as do complexo
B e os ácidos ascórbicos (Vitamina C) e anticonvulsivantes (GREENE, 2006). O tratamento
para a cinomose é sintomático e extremamente frustrante. Não existem drogas antivirais
63
específicas, sendo importante a administração de antibióticos com boa ação para o sistema
respiratório, destacando-se o uso das quinolonas, sulfas potencializadas e algumas
tetraciclinas (NELSON e COUTO, 2006). O uso de corticoides é controverso, e quando
utilizado deve ser feito com cautela, pois estes tendem a imunossuprimir ainda mais os
pacientes. Deve-se evitar o uso das quinolonas e as tetraciclinas em filhotes, uma vez que
podem interferir no crescimento. O uso de anticonvulsivantes deve ser sempre empregado
quando a convulsão é observada (TILLEY e SMITH, 2006). Como cuidados na
hospitalização, SCHERDING (2008) cita a necessidade da manutenção da umidade e limpeza
das vias aéreas e olhos, manutenção dos fluidos corporais com suporte nutricional e
fluidoterapia satisfatória. Assim como, a nutrição de forma satisfatória, pois, segundo Tilley e
Smith (2006), após o controle de infecções secundárias, o animal tende a se alimentar
normalmente. A nebulização é de suma importância, segundo Greene (2006), assim como
drogas expectorantes e tapotagem.
A reabilitação de um animal enfermo tem como objetivo o restabelecimentos de
tecidos lesados, recuperando sua função e diminuindo o tempo de recuperação (FERREIRA,
2012). Dentre as diferentes formas de reabilitação a acupuntura tem sido muito empregada.
Os pontos de acupuntura são caracterizados pela passagem e ramificações nervosas
(terminações livres, feixes e plexos), além de mastócitos, plexos linfáticos, capilares e vênulas
sob ele. A acupuntura estimula o aumento a vascularização no local da inserção da agulha,
assim como causar sensação de calor, este calor também pode ser pela resposta inflamatória
local imediata (LOBO Jr, 2012). Estes pontos, segundo Ettinger e Feldman (2004), são
classificados de acordo com sua ação e necessidade no organismo, podendo ser pontos de
conexão, alarme, sedação, tonificação, mestre, disparo e de associação. Por outro lado, a
fisioterapia, é a ciência que engloba a biomecânica, a física, fisiologia e a psicologia do
animal que está com injúrias, deformidades e/ ou qualquer alteração que necessite usufruir
dos recursos fisioterápicos e também pode ser implementado na recuperação do animal. Mas,
para isso, afirmam a necessidade de se traçar um plano bem elaborado para a obtenção de
êxito no tratamento (TUDURY e NOBREGA, 2009; FORMENTON, 2011). Dessa forma, o
presente estudo teve como objetivo avaliar a resposta da acupuntura aliada a recursos
fisioterápicos na reabilitação de cães com seqüelas neurológicas debilitantes devido a infecção
pelo CDV. Para isso, foi utilizando protocolos de estimulação de acupontos próprios e
individualizados para cada paciente diante dos critérios do tratamento da medicina oriental –
MTC.
64
4.2 Material e Métodos
Foram utilizados 31 cães de raças e idades variadas, infectados naturalmente pelo
CDV, diagnosticados como portadores de seqüelas neurológicas debilitantes. Estes animais
eram provenientes do HOVET da Universidade de Cuiabá (UNIC), do setor de moléstias
infecciosas (MI) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e também de clínicas
particulares que encaminharam os pacientes para o Serviço de Reabilitação Animal (SRA) da
UNIC após o diagnóstico da infecção pelo CDV.
A infecção viral foi diagnosticada através da detecção de antígenos do CDV pelo teste
de imunocromatografia em secreção ocular/nasal e líquor. O material empregado no teste
variou de acordo com a fase da doença em que o animal se encontrava. Secreção ocular e
nasal foram usados para diagnosticar a infecção viral nos animais que foram admitidos no
HOVET com os sinais respiratórios e gastrointestinais. O líquor foi o material empregado em
todos os casos que foram admitidos com a fase neurológica da enfermidade. Todos os
pacientes foram previamente submetidos ao tratamento clínico da cinomose e posteriormente,
os que sobreviveram e permaneceram com seguelas neurológicas debilitantes, foram
avaliados pelo SRA do HOVET/UNIC e admitidos para reabilitação.
O tempo entre o diagnóstico da infecção pelo CDV e a admissão para reabilitação
variou entre 2 a 6 meses, sendo que esta admissão só foi realizada somente quando o animal
não estivesse sendo mais medicado devido as complicações sistêmicas, salvo com complexo
mineral vitamínico. Outro critério admissional foi que a sequela neurológica obrigatoriamente
fosse superior à 60 dias pós conclusão do tratamento clínico, visando descartar a possibilidade
de viés de seleção incluindo pacientes que tivessem mais chances de resolução da sequela de
forma espontânea, ou seja, sem nenhuma intervenção específica. A variação do tempo para a
admissão se deu pela condição individual de cada animal.
Foram admitidos na reabilitação os animais que apresentavam pelo menos 1 (uma)
sequela neurológica considerada debilitante (que impedisse o animal de comer/beber e/ou se
locomover). Estas sequelas foram analisadas qualitativamente e quantificadas pelo exame
neurológico e por escalas de gravidades (tabela 02 a 05 – apresentada na secção apêndice ao
final da dissertação), respectivamente, criadas para a realização desta avaliação. Cada animal
foi avaliado previamente ao ser admitido no programa de reabilitação e antes de cada sessão
visando as adequações necessários aos protocolos e terapias a serem desenvolvidas.
Em função das sequelas, foi traçado um perfil de diagnóstico e tratamento oriental
levando em consideração a condição destes animais dentro da MTC (tabela 06 – apresentada
65
na secção apêndice ao final da dissertação). A partir deste diagnóstico, foi estipulado o
protocolo que melhor se encaixava individualmente a cada caso, assim como para ter a
emissão de um prognóstico para o proprietário. À medida que o animal passou por sessões e
consequentemente teve suas sequelas amenizadas, fizeram-se adequações dos protocolos,
assim como de avaliações (tabela 07 – apresentada na secção apêndice ao final da
dissertação).
Os protocolos de estimulação dos acupontos foram compostos por acupuntura,
moxabustão, laserpuntura e farmacopuntura. Dentro dos recursos fisioterápicos foi empregado
a eletroterapia (FES) e a cinesioterapia. O trabalho de reabilitação envolveu também o
proprietário com exercícios domiciliares visando à manutenção do trabalho da reabilitação; os
exercícios domiciliares de mobilização passiva foram recomendados duas vezes ao dia. Cada
animal teve um protocolo determinado de acordo com a sequela apresentada (tabela 08 –
apresentada na secção apêndice ao final da dissertação).
Alguns pacientes permaneceram internados no HOVET/UNIC, tendo seus cuidados
realizados pela equipe do SRA. A avaliação da resposta ao tratamento foi feita através de
número de sessões, pois, muitos proprietários não aderiram efetivamente ao tratamento, não
houve frequência padrão para todos os pacientes, que era feita de acordo com a necessidade
de cada animal. Vale ressaltar que todos os animais atendidos foram devidamente autorizados
por seus respectivos proprietários, através de termo de consentimento. O número de sessões,
assim como os protocolos utilizados, variaram de acordo com a gravidade em que o animal se
encontrava. Para efetivamente ser considerada sessão de fisioterapia ou de acupuntura, o
animal deveria ser submetido a tratamentos com os recursos fisioterápicos ou da MTC. Não
foram consideradas como sessões a cinesioterapia de leito e a fisioterapia domiciliar. A
análise da resposta ao tratamento se deu mediante a avaliação do somatório de sequelas na
admissão do animal e análise na sua alta (tabela 07 – apresentada na secção apêndice ao final
da dissertação). Esta análise se deu através de escala elaborada para este fim previamente
citada.
4.3 Resultados e Discussão
Dos 31 animais admitidos no projeto, todos se encontravam gravemente sequelados
com déficits incompatíveis com a sobrevivência (trismo, tetraplegia com mioclonias
generalizadas, paraplegia, tetraparesia com ataxias vestibulares/cerebelares). Todos os
pacientes apresentaram respostas positivas, seja na deambulação ou no bem estar, necessário à
66
manutenção da vida animal. Porém, quantitativamente 03 pacientes (13,66%) não
responderam de forma plena ao quesito deambulação; provavelmente esta dificuldade se deu
pela lesão já instalada nestes animais, que são irreversíveis do ponto de vista fisioterápico.
Infelizmente 04 (18,2%), morreram antes da recuperação total, embora sinalizassem
melhoras significativas. Quanto ao tempo de recuperação, que variou de 6 a 22 sessões,
ficando, na média em 11 sessões, destoando muito pouco das respostas obtidas por Lobo Jr.
(2012) e Mouren (2012) que foram de 12 e 15 respectivamente. Podendo, esta variação na
recuperação neste estudo, provavelmente, se deu pela diferença da gravidade das sequelas,
além das dificuldades durante tratamento tais como: cio, doenças concomitantes, opção do
proprietário por eutanásia. Vale ressaltar que os óbitos não estavam relacionados diretamente
à cinomose, sendo por: hemoparasitose e intoxicação.
As modalidades fisioterápicas mais utilizadas dentro da medicina veterinária são:
termoterapia, hidroterapia, cinesioterapia, magnetoterapia, massoterapia e eletroterapia
(PEDRO e MIKAIL, 2012). No estudo em questão foi utilizado cinesioterapia, massoterapia e
eletroterapia. No tratamento de sequelas da cinomose, Santos (2013) utilizou também a
eletroacupuntura em 24 animais obtendo resultado muito satisfatório (80%) na deambulação e
diminuição dos sinais neurológicos com tempos variáveis, em no máximo 6 meses. Colle
(1996) conduziu um trabalho em que 18 animais foram tratados com acupuntura e obteve
êxito em 1 mês, estipulado pelo autor. Associando fisioterapia à acupuntura, Nakagawa
(2009) tratou de dois cães sequelados por cinomose, sendo que o primeiro retornou à
deambulação e demais sequelas com 16 sessões e o segundo, com miolonia acentuada, voltou
à sua atividade normal em 6 meses. Já os trabalhos de Villar (2009), Mouren (2012) e Lobo Jr
(2012) resultaram em normalização das atividades motoras em 1 mês, 15 sessões e 12 sessões
respectivamente. Sendo que este último foi agregado ao protocolo o uso de moxabustão. Foi
observado durante a condução do estudo, a necessidade de se traçar uma protocolo
individualizado para cada animal, por dois motivos: o primeiro, pela diferenciação entre si das
sequelas e segundo pela resposta individual de cada animal que foi adequado a cada sessão.
Esta conduta diferenciou dos protocolos de Santos (2013) e Colle (1996) que utilizaram o
mesmo tratamento (utilização dos mesmos pontos de acupuntura) para todos os animais,
independentes das sequelas. A importância e singularidade desse trabalho se dão por mais de
um motivo: i) vários são os relatos isolados do uso da acupuntura na cinomose, mas trabalhos
científicos traçados prospectivamente, com grande número de animais, são apenas dois; ii)
diferente de todos os demais trabalhos, nesse foi aliado a fisioterapia e a acupuntura, que
67
possibilitou uma resposta mais plena e rápida, além de serem adotados protocolos próprios e
individuais para cada paciente de acordo com a necessidade e readequando a cada sessão.
Moares e Haddad (2009) relatam a importância de ser reconhecido de forma o mais
contundente possível o padrão da sequela causada pela cinomose, pois estas podem variar
significativamente entre si e consequentemente o protocolo irá se diferenciar caso a caso.
Embora, as autoras afirmem que em alguns casos podem-se ter pontos que irão figurar com
bastante frequência.
4.4 Conclusões
As sequelas decorrentes da cinomose canina podem ser tratadas integralmente ou de
forma parcial pelas técnicas disponíveis na acupuntura e na fisioterapia veterinária desde que
seja traçado um protocolo especifico para cada paciente. A partir do momento em que se faz
uso destas técnicas reduz-se o número de casos de eutanásia assim como se aumenta o bem-
estar, independência e dignidade dos animais afetados pela doença. Embora a acupuntura e a
fisioterapia veterinária estejam se difundindo, mais estudos devem ser conduzidos a fim de se
dar mais credibilidade as resposta dadas pelo uso destas técnicas para maior convencimento
dos proprietários e Médicos Veterinários.
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69
5 CONCLUSÃO DA DISSERTAÇÃO
O uso dos recursos fisioterápicos associados à técnicas da MTC se mostraram
eficazes o tratamento das sequelas neurológicas da cinomose. Porém, os protocolos devem
ser ajustados à cada paciente, sendo necessário conhecimento prévio das técnicas a serem
aplicadas.
O uso destas técnicas aliada ao comprometimento do proprietário foi muito
importante para a diminuição considerável da eutanásia nos animais tratados.
O desenvolvimento dessa dissertação de mestrado possibilitou a criação de um
Serviço prestado pelo HOVET/UNIC especializado em reabilitação animal. Isso foi muito
importante para o tratamento de animais com as mais diversas afecções, sejam elas
ortopédicas ou neurológicas.
Embora alguns animais não retornaram à deambulação, através das técnicas aplicadas,
todos os animais se beneficiaram. Seja pelo retorno de algumas atividades de suma
importância para a manutenção da vida ou por proporcionar um maior bem estar ao grupo de
animais tratados.
16
6 APÊNDICE:
Tabela 02:
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16
Tabela 03: Escala de pontuação da mioclonia. Espasmos (mioclonia) Pontuação Músculos da face 1 Músculos abdominais 1 Músculos do períneo 1 Músculos da mastigação 3 Musculatura do tronco e\ou pescoço 2 Musculatura de um membro 1 Musculatura dos dois membro pélvicos 3 Musculatura de um membro torácico e um pélvico
3
Musculatura de três membros 5 Musculatura dos dois membros anteriores 5 Musculatura dos quatro membros 5 Avaliação subjetiva da gravidade dos espasmos (mioclonia) levando em consideração o comprometimento funcional e intensidade do espasmo
Pontuação
Levíssima 1 Leve 2 Moderada 3 Grave 4 Gravíssima 5 Legenda: Levíssima: Espasmos acometendo de forma branda (suave), quase imperceptível, sendo
detectada após um minuto de observação. Não afetando as atividades rotineiras do animal Leve: Espasmos brandos (suave), detectáveis tão logo se observa o animal, porém, não
afetando suas atividades rotineiras Moderada: Espasmos intensos, facilmente reconhecidos, afetando de forma branda as
atividades rotineiras do animal Grave: Espasmos intensos, facilmente reconhecidos, que afetam as atividades rotineiras do
animal Muito grave: Espasmos intensos, facilmente reconhecidos, que afetam as atividades rotineiras
do animal e seu bem-estar Gravíssima: Espasmos muito intensos que afetam de forma severa as atividades rotineiras do
animal, comprometendo, inclusive seu bem-estar Obs. O termo bem-estar foi adotado neste trabalho e consequentemente nesta escala como a
capacidade do animal: ingerir água e alimentos; manter-se em posição próxima à normal, mesmo em decúbito; capacidade de deslocamento, mesmo com restrições mecânicas e/ ou motoras.
Tabela 04: Escala de pontuação da gravidade da atrofia/ hipotrofia muscular Músculos envolvidos Pontuação Um grupo muscular 1 Dois grupos musculares 2 Três grupos musculares 3 Generalizada 4
72
17
Tabela 05: Escala de pontuação das sequelas adicionais (observadas esporadicamente). Sequelas adicionais Pontuação PRIAPRISMO 4 ALODÍNEA 5 HIPERESTESIA 2 TRISMO 5 HIPERPATIA 3 SINDROME DE HORNER 1 CONVULSÕES 5
A atribuição dos valores foi feita de acordo com a gravidade, considerando principalmente o bem estar e o comprometimento da vida do animal
Tabela 06: Déficits neurológicos com respectivo diagnóstico oriental, tratamento oriental recomendado e acupontos indicados para estimulação. Déficits neurológicos Diagnóstico oriental Tratamento
oriental Acupontos selecionados
Paraparesia/plegia Calor nos pulmões (flacidez ou atrofia muscular – falta de
umidade nos tecidos)
Acupuntura, laserpuntura, moxabustão
Desobstrução dos meridianos
B23, Bai Hui dorsal, Bai Hui, Ba feng, Hoato,
VB29, B60, F5/ R3, VG à escolher (como ponto
local) Tetraparesia/plegia Deficiência de Yang
do Rim Acupuntura, laserpuntura, moxabustão
Sacar frio
B19/ 23, Bai Hui dorsal, Bai Hui, Ba feng, Hoato, VB29, B60, F5/ R3, VG à
escolher (como ponto local)
Incontinência ou retenção fecal/ Urinária
Deficiência do Yin do Rim
Acupuntura, laserpuntura, moxabustão
B23, Bai Hui, Bai Hui dorsal/ Cinturão renal,
E36, BP6 Trismo Secura extrema dos
tecidos Acupuntura, laserpuntura, moxabustão
Bai Hui, E 36, BP6, B23, Pontos locais (E4, 6/
ID18), VB20 Convulsão Deficiência do Yin
do Rim (causando perturbação do shen);
Yang do fígado hiperativo
Acupuntura, laserpuntura,
Quatro cavalheiros, E36, B23, BP6, IG4, TA17/18
ou 19, VB20
Déficits vestibulares Deficiência do Yin do Rim (causando
perturbação do shen)
Acupuntura, laserpuntura, moxabustão
Yintang Bai Hui, VG ..., B23, E36, IG4
Mioclonia Deficiência de xue do fígado
Acupuntura, laserpuntura, moxabustão
Quatro cavalheiros/ Bai hui, E36, IG4, B23, VG
14, TA 17/18 ou19 Arreflexia/ hiporreflexia
Calor nos pulmões e falta de umidade nos
tecidos Deficiência do Yin
do rim
Acupuntura, laserpuntura, moxabustão
Bafeng, Hoato, VG29, E36, IG4, B23, B40, Bai
hui
73
18
Tabela 07: Animais incluídos no estudo com os respectivos somatórios das pontuações das seqüelas neurológicas na admissão e na alta do programa de reabilitação, e número total de sessões de reabilitação. ANIMAL PONTUAÇÃO
ADMISSÃO PONTUAÇÃO
ALTA SALDO Nº DE
SESSÕES SPIKE CARA 13 03 10 20 SPIKEZINHO 24 03 21 17 TUFFY 12 01 11 13 JOLIE 07 00 07 08 TIGRE 10 06 04 04 NEGUINHO 26 04 22 19 BEBEL 17 04 13 16 NEYMAR 18 02 16 16 CHRISTOPHER 12 00 12 14 CHANNEL 08 03 05 10 BELINHA 13 02 11 22 CATARINA 15 11 04 13 PIPOCA 11 07 04 10 PIPOCA 2 16 06 10 12 SHARAPOVA 07 03 04 09 LIPE 12 03 09 06 XERIFE 08 00 08 10 FIEL 12 06 06 08 PANDORA 09 02 07 12 SAMMY 20 02 18 14 STELLA 14 09 05 08 FELIX 19 04 15 16 LUKA 18 09 09 10 MÁXIMO 16 00 16 08 DOM 07 00 07 06 MELZINHA 18 03 15 12 MELZONA 18 15 03 08 NEGÃO 04 00 04 07 SKINNER 10 04 06 08 PRETINHO 18 14 04 06 TEDDY 16 16 00 10
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16
Tabela 08:
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17
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18
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19
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PIPOCA 1
Buldogue
Francês
Óbito após 2
anos)
Hip
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ose
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Adm
issã
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ustã
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letr
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apia
, ci
nesi
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apia
hos
pita
lar
PIPOCA 2
Obito 45 dias
após inicio da
reabilitação
(pielonefrite/
SEPSE)
Sec
reçã
o oc
ular
. Já
apre
sent
ando
sin
ais
neur
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icos
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80
22
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HA
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nasa
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A
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volu
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