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UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS DEPARTAMENTO DE LÍNGUA E CULTURA PORTUGUESA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE PORTUGUÊS, LÍNGUA SEGUNDA (PL2) EM ANGOLA: O CASO DA UNIVERSIDADE KATYAVALA BWILA/BENGUELA MATEUS SEGUNDA CHICUMBA Dissertação de Mestrado em Língua e Cultura Portuguesa (Língua Estrangeira/Língua Segunda) 2012

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UNIVERSIDADE DE LISBOA

FACULDADE DE LETRAS

DEPARTAMENTO DE LÍNGUA E CULTURA PORTUGUESA

A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE PORTUGUÊS, LÍNGUA

SEGUNDA (PL2) EM ANGOLA: O CASO DA UNIVERSIDADE

KATYAVALA BWILA/BENGUELA

MATEUS SEGUNDA CHICUMBA

Dissertação de Mestrado em Língua e Cultura Portuguesa

(Língua Estrangeira/Língua Segunda)

2012

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UNIVERSIDADE DE LISBOA

FACULDADE DE LETRAS

DEPARTAMENTO DE LÍNGUA E CULTURA PORTUGUESA

A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE PORTUGUÊS, LÍNGUA

SEGUNDA (PL2) EM ANGOLA: O CASO DA UNIVERSIDADE

KATYAVALA BWILA/BENGUELA

MATEUS SEGUNDA CHICUMBA

Dissertação de Mestrado em Língua e Cultura Portuguesa

(Língua Estrangeira/Língua Segunda)

Orientada pela Professora Doutora Maria José dos Reis Grosso

2012

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i

DEDICATÓRIA - ANGOLA – À nossa ditosa e abençoada Pátria, Mátria Querida – Terra que desponta à aurora

boreal a cada amanhecer resplandecente de magia multicolor, galvanizando os baluartes,

dedicamos esta obra.

“A mim ninguém mais pode prejudicar, somente Deus”.

(Waris Dirie)

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ii

AGRADECIMENTOS A Deus, sempiterno, que ilumina o nosso conhecimento e orienta a nossa sabedoria. “Tão

sómente esforça-te e tem mui bom ânimo” (Josué, 1;7);

• Em primeira instância agradecemos à Senhora Professora Doutora Maria José dos Reis

Grosso, orientadora deste trabalho, pela dedicação e, particularmente, pela sua

generosidade, pela orientação sapiencial que tornou exequível este projecto;

• Com carinho especial ao Excelentíssimo Senhor Engenheiro Domingos Francisco,

Director do Instituto Nacional de Petróleos, pela concessão da bolsa de estudo, à nossa

amizade;

• À Universidade de Lisboa, em especial à Faculdade de Letras, os nossos

agradecimentos;

• Aos Excelentíssimos Senhores Professores do curso que, incansável e amavelmente,

ministraram o seu saber: Doutora Catarina Gaspar, Doutor António Avelar, Doutora

Inocência Mata;

• Ao Governo Provincial do Kwanza Sul: Direcção da Educação, Ciência e Tecnologia e

Direcção da Cultura, pelo apoio incondicional em material didáctico, o nosso apreço;

• Ao Instituto Nacional de Petróleos: Eminentes colegas da Direcção, Trabalhadores e

Colaboradores, pela dedicação e todo o apoio com que fomos laureados, votos de

gratidão;

• À Universidade Katyavala Bwila, em especial ao Magnífico Reitor Professor Doutor

Albano Vicente Lopes Ferreira, ao Excelentíssimo Senhor Vice-Reitor para os Assuntos

Científicos Doutor Alberto Kitembo, ao Senhor Doutor Domingos dos Santos, Chefe do

Departamento de Línguas Modernas do ISCED e Senhor Doutor Dinis Vandor Sicala,

Chefe da Repartição de Língua Portuguesa;

• À Direcção do IPROF, instituição da tutoria, aos Excentíssimos Senhores Doutor Paulo

Guimarães Fonseca, Director Geral, Doutor Jorge de Barros Queiroz, Director

Executivo, Doutora Georgina Pinto, Doutor Igor Grazina, Dona Orquídea Mendes e a

Dona Josefa Leal, os nossos reiterados agradecimentos;

• A todos os anónimos que contribuíram, directa ou indirectamente, para o êxito desta

obra, que, por imperativos alheios à nossa vontade, não tenham sido mencionados, o

nosso muito obrigado.

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LISTA DE ABREVIATURAS

ADPP……………. Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo

CPLP……………. Comunidade de Países de Língua Portuguesa

EMP……………... Escola do Magistério Primário

IFP………………. Instituto de Formação de Professores

ILNA……………... Instituto de Línguas Nacionais

IMNE……………. Instituto Médio Normal da Educação

INIDE…………….. Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da

Educação

ISCED…………… Instituto Superior de Ciências da Educação

LE………………... Língua Estrangeira

LM/L1……………. Língua Materna/Língua Primeira

LN………………… Línguas Nacionais

LP…………………. Língua Portuguesa

LS/L2…………….. Língua Segunda

ONU…………….... Organização das Nações Unidas

PALOP…………… Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa

PLE………………. Português Língua Estrangeira

PLS/PL2…………. Português Língua Segunda

QECR……………. Quadro Europeu Comum de Referência

RNA………………. Rádio Nacional de Angola

TPA……………….. Televisão Pública de Angola

UAN……………..... Universidade Agostinho Neto

UKB……………..... Universidade Katyavala Bwila

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iv

ÍNDICE GERAL

DEDICATÓRIA ........................................................................................................................... i

AGRADECIMENTOS ............................................................................................................... ii

LISTA DE ABREVIATURAS ................................................................................................. iii

ÍNDICE DE GRÁFICOS ......................................................................................................... vii

ÍNDICE DE QUADROS ............................................................................................................ ix

ÍNDICE DE TABELAS .............................................................................................................. x

RESUMO .................................................................................................................................. xii

ABSTRACT ............................................................................................................................. xiii

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 1

1. Introdução Geral .................................................................................................................... 1

2. Justificação da Escolha do Tema .......................................................................................... 2

3. Problema ................................................................................................................................. 3

4. Objectivos do Estudo .............................................................................................................. 3

4.1 Objectivo geral ................................................................................................................... 3

4.2 Objectivos específicos ........................................................................................................ 3

5. Hipóteses ................................................................................................................................. 4

5.1 Variáveis de estudo ............................................................................................................ 4

5.1.1 Variável dependente ..................................................................................................... 4

5.1.2 Variáveis independentes ............................................................................................... 5

6. Delimitação do Estudo ........................................................................................................... 5

7. Apresentação da Instituição de Acolhimento da Pesquisa ................................................. 5

8. População e Amostra .............................................................................................................. 7

8.1 População-alvo ................................................................................................................... 7

8.2 Amostra .............................................................................................................................. 7

9. Metodologia do Trabalho ...................................................................................................... 8

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9.1 A pesquisa bibliográfica ..................................................................................................... 8

9.2 O método de observação ................................................................................................... 8

9.3 O método de inquérito por questionário ............................................................................ 8

9.4 O método estatístico .......................................................................................................... 8

9.4.1 Técnica de análise univariada ...................................................................................... 9

CAPÍTULO I

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................... 10

1.1 Contextualização de Angola ................................................................................................. 10

1.2 A Formação de professores ................................................................................................. .11

1.3 As competências profissionais docentes ............................................................................... 17

CAPÍTULO II

O CONTEXTO SOCIOLINGUÍSTICO E CULTURAL DE ANGOLA ............................. 19

2.1 Conceito de língua ................................................................................................................. 19

2.2 As Línguas Nacionais Angolanas ......................................................................................... 21

2.3 Inserção das Línguas Nacionais no Sistema de Educação .................................................... 25

2.4 O Papel da Língua Portuguesa em Angola ............................................................................ 30

2.5 A oralidade e a escrita da Língua Portuguesa em Angola ..................................................... 32

2.5.1 O português falado .......................................................................................................... 32

2.5.2 Português escrito ............................................................................................................. 35

CAPÍTULO III

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE INTERPRETATIVA DOS RESULTADOS ................... 39

3.1 Análise do inquérito por questionário dirigido ao Chefe da Repartição de Língua

Portuguesa ............................................................................................................................. 39

3.2 Análise dos inquéritos por questionários dirigidos aos professores de Língua

Portuguesa ............................................................................................................................. 41

3.3 Análise dos inquéritos por questionários dirigidos aos estudantes ....................................... 62

3.4 Conclusões do corpus de análise interpretativa dos resultados ............................................. 78

CONCLUSÕES ......................................................................................................................... 84

GLOSSÁRIO ............................................................................................................................. 87

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 90

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ANEXOS

ANEXO I – Mapa da República de Angola

ANEXO II – Mapa de distribuição dos grupos etnolinguísticos de Angola

ANEXO III – Quadro descritivo dos grupos etnolinguísticos de Angola

ANEXO IV – Imagem de um caçador do povo Khoisan: Sul de Angola

ANEXO V – Imagem da mulher do povo Khoisan: Sul de Angola

ANEXO VI – Imagem da juventude feminina do povo Khoisan: Sul de Angola

ANEXO VII – Plano Curricular – Universidade Agostinho Neto (Reitoria). 2008/2009

APÊNDICES

APÊNDICE I – Carta dirigida ao Chefe da Repartição de Português do Departamento

de Letras Modernas do ISCED da UKB

APÊNDICE II – Inquérito por questionário dirigido ao Chefe da Repartição de Português (1)

APÊNDICE III – Carta dirigida aos professores de língua portuguesa do ISCED da UKB

APÊNDICE IV – Inquérito por questionário dirigido aos professores (2)

APÊNDICE V – Inquérito por questionário dirigido aos estudantes (3)

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vii

ÍNDICE DE GRÁFICOS

1 – Distribuição dos respondentes por género ............................................................................ 39

2 – Caracterização etária dos respondentes ................................................................................. 40

3 – Distribuição dos respondentes por ano em que leccionam ................................................... 41

4 – Perfil académico dos respondentes ....................................................................................... 42

5 – Tempo de serviço dos respondentes ...................................................................................... 43

6 – Que análise faz do curso de língua portuguesa que ministra? ............................................... 44

7 – Tem interesse pelo curso que ministra? ................................................................................ 45

8 – Os estudantes têm mostrado interesse na aprendizagem da língua portuguesa? ................... 46

9 – O material didáctico para o ensino-aprendizagem é suficiente e adequado para o curso

de língua portuguesa?................... ........................................................................................ 47

10 – Em que conteúdos é que os estudantes apresentam mais dificuldades? ............................. 48

11 – Considera a língua portuguesa. ........................................................................................... 49

12 – Os conteúdos que tem ministrado reflectem o ensino-aprendizagem do português, língua

segunda? .............................................................................................................................. 50

13 – Que outra(s) língua(s) estrangeira(s) fala?................... ....................................................... 51

14 – Gostaria de ministrar aulas em línguas nacionais? .............................................................. 52

15 – Em que língua nacional gostaria de ministrar as aulas e qual delas é a sua língua

materna? .............................................................................................................................. 53

16 – O processo de ensino-aprendizagem das línguas nacionais proporciona vantagens para a

melhoria dos níveis de competência comunicativa e de proficiência da língua

portuguesa? .......................................................................................................................... 54

17 – Tem participado nos eventos (conferências, palestras, seminários) que se realizam sobre a

língua portuguesa? Qual é a sua opinião sobre o estado actual da língua portuguesa no

País? ..................................................................................................................................... 55

18 – O horário estabelecido para o ensino-aprendizagem da língua portuguesa é

adequado? ............................................................................................................................ 56

19 – Tem havido acções de formação e superação pedagógica dos professores? ....................... 57

20 – Considera importante a formação e superação profissional dos professores? .................... 58

21 – Acha que a língua portuguesa é importante para o desenvolvimento do País? ................... 59

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22 – Distribuição dos respondentes por género. ......................................................................... 60

23 – Caracterização etária dos respondentes. .............................................................................. 61

24 – Gosta de estudar a língua portuguesa? ................................................................................ 62

25 – Onde é que aprendeu a falar a língua portuguesa? .............................................................. 63

26 – Como tem sido o seu aproveitamento académico em língua portuguesa? .......................... 64

27 – Quais são os meios didácticos que tem utilizado para a aprendizagem da língua

portuguesa? .......................................................................................................................... 65

28 – Quais são as características que atribui à língua portuguesa? ............................................. 66

29 – Para aperfeiçoar a aprendizagem da língua portuguesa, o que é mais importante para

si? ........................................................................................................................................ 67

30 – Como considera a língua portuguesa? ................................................................................. 68

31 – Que língua nacional fala? .................................................................................................... 69

32 – Onde aprendeu a falar a língua nacional? ........................................................................... 70

33 – Em que locais é que se comunica em língua nacional? ....................................................... 71

34 – Tem utilizado a língua nacional para comunicar por escrito? ............................................. 72

35 – Que língua estrangeira conhece? ......................................................................................... 73

36 – Depois de terminar o curso vai seguir a carreira do professorado?..................................... 74

37 – Porque escolheu a carreira do professorado? ...................................................................... 75

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ix

ÍNDICE DE QUADROS

1. Plano de Estudo do 3º ano (transcrição). .................................................................. 5

2. Plano de Estudo do 4º Ano (transcrição). ................................................................. 5

3. Indicador da População Angolana (estimativa). ...................................................... 23

4. Demonstração do Ensino das Línguas Nacionais. .................................................... 27

5. Gírias da Linguagem Informal. ............................................................................. 31

6. Expressões Idiomáticas.…..……………………………………………………………31

7. Expressões Sintagmáticas Incorporadas nos Dicionários. ......................................... 34

8. Análise Univariada do Questionário dirigido ao Chefe da Repartição de Língua

Portuguesa. ......................................................................................................... 38

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x

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela do Gráfico Nº 1. ......................................................................................... 39

Tabela do Gráfico Nº 2. ......................................................................................... 40

Tabela do Gráfico Nº 3. ......................................................................................... 41

Tabela do Gráfico Nº 4. ......................................................................................... 42

Tabela do Gráfico Nº 5. ......................................................................................... 43

Tabela do Gráfico Nº 6. ......................................................................................... 44

Tabela do Gráfico Nº 7. ......................................................................................... 45

Tabela do Gráfico Nº 8. ......................................................................................... 46

Tabela do Gráfico Nº 9. ......................................................................................... 47

Tabela do Gráfico Nº 10. ....................................................................................... 48

Tabela do Gráfico Nº 11. ....................................................................................... 49

Tabela do Gráfico Nº 12. ....................................................................................... 50

Tabela do Gráfico Nº 13. ....................................................................................... 51

Tabela do Gráfico Nº 14. ....................................................................................... 52

Tabela do Gráfico Nº 15. ....................................................................................... 53

Tabela do Gráfico Nº 16. ....................................................................................... 54

Tabela do Gráfico Nº 17. ....................................................................................... 55

Tabela do Gráfico Nº 18. ....................................................................................... 56

Tabela do Gráfico Nº 19. ....................................................................................... 57

Tabela do Gráfico Nº 20. ....................................................................................... 58

Tabela do Gráfico Nº 21. ....................................................................................... 59

Tabela do Gráfico Nº 22. ....................................................................................... 60

Tabela do Gráfico Nº 23. ....................................................................................... 61

Tabela do Gráfico Nº 24. ....................................................................................... 62

Tabela do Gráfico Nº 25. ....................................................................................... 63

Tabela do Gráfico Nº 26. ....................................................................................... 64

Tabela do Gráfico Nº 27. ....................................................................................... 65

Tabela do Gráfico Nº 28. ....................................................................................... 66

Tabela do Gráfico Nº 29. ....................................................................................... 67

Tabela do Gráfico Nº 30. ....................................................................................... 68

Tabela do Gráfico Nº 31. ....................................................................................... 69

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Tabela do Gráfico Nº 32. ....................................................................................... 70

Tabela do Gráfico Nº 33. ....................................................................................... 71

Tabela do Gráfico Nº 34. ....................................................................................... 72

Tabela do Gráfico Nº 35. ....................................................................................... 73

Tabela do Gráfico Nº 36. ....................................................................................... 74

Tabela do Gráfico Nº 37. ...................................................................................... .75

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xii

RESUMO

A língua portuguesa em Angola é considerada língua oficial e detém um estatuto institucional, sendo reconhecida como factor de unificação de uma nação multilingue, exclusiva na governação, órgãos de comunicação social, na comunicação no exército, prevalecente na produção literária e no conhecimento científico e, não menos importante, língua de intermediação no concerto de outros Estados, mormente da CPLP. Língua exclusiva de escolarização, é hoje língua materna de muitos angolanos, sobretudo da geração do período pós-independência, situação que muito deve à dinâmica de conflitos pós-coloniais.

No período de vigência do regime colonial, o sistema educativo esteve estruturado em língua portuguesa, tendo sido marginalizadas as línguas faladas pelo povo angolano. No período pós-independência (desde 1975), o ensino continuou a ter as peculiaridades herdadas da doutrina anterior. Todavia, em 1978, criou-se o Instituto Nacional de Línguas (actual Instituto de Línguas Nacionais), órgão incumbido de investigar e organizar a estrutura de base científica das línguas nacionais, visando a sua valorização como parte da identidade cultural do povo angolano e perspectivar a sua inserção no sistema educativo. Neste sentido, em 1987, foi divulgado, a título experimental, o alfabeto de seis línguas nacionais mais faladas, nomeadamente: Kikoongo, Kimbundu, Umbundu, Cokwé, Mbunda e Oshykwanyama.

Depois de várias tentativas, a Reforma Educativa de 2001 orientava o Ministério da Educação no sentido de implementar a escolarização das línguas nacionais, de forma faseada, tendo como ponto de partida as regiões de maior influência de cada língua. Em 2005, foram introduzidas em várias escolas do país disciplinas em línguas nacionais, iniciando-se, deste modo, o ensaio de uma educação bilingue.

Em função desta perspectiva, a formação de professores torna-se imprescindível e decisiva para o desenvolvimento das suas competências para os novos desafios que a sociedade se propõe atingir.

Assim, o objectivo fundamental do presente trabalho é o de analisar, avaliar, sensibilizar e motivar os diferentes segmentos da sociedade sobre a importância da educação bilingue e, contribuir, desta forma, para a construção de uma sociedade mais justa e mais inclusiva em termos de direitos linguísticos, como vem sugerido no tema sobre o processo de “Formação de Professores de Português, Língua Segunda (PL2) em Angola, com ênfase na Linguística do Português ministrado pela Universidade Katyavala Bwila, na Província de Benguela”.

Palavras-chave: Língua oficial – língua materna – língua segunda – língua nacional; ensinante e aprendente; formação de professores.

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xiii

ABSTRACT

The Portuguese language in Angola is considered the official language, it has an institutional status and is recognized as a unifying factor in a multilingual nation; it is unique in governance, media, and communication in the army, it is prevailing in literary and scientific knowledge, and, not the least, it is the language for concertation with other states, especially within the CPLP. Exclusive language of schooling, it is today the mother tongue of many Angolans, especially the generation of the post-independence period, a situation that owes much to the dynamics of post-colonial conflicts.

In the period of the colonial regime, the educational system was structured in Portuguese, with the marginalization of the languages spoken by the Angolan people. In the post-independence period (since 1975), the school continued to have the peculiarities inherited from previous doctrine. However, in 1978, the National Language Institute (now the Institute of National Languages) was created, taking the task to investigate and organize the scientific basic structure of the national languages, aiming at its recognition as part of the cultural identity of the Angolan people and outline their inclusion in the education system. In this respect, in 1987, it was released, in an experimental basis, the alphabet of six most spoken national languages, namely: Kikoongo, Kimbundu, Umbundu, Cokwé, Mbunda and Oshykwanyama.

After several attempts, the Educational Reform of 2001 directed the Ministry of Education to implement the education of national languages, in a timely manner, taking as its starting point the regions of greatest influence of each language. In 2005, several schools in the country introduced the national languages disciplines, beginning thus the pilot of a bilingual education.

In light of this perspective, teacher training becomes essential and crucial for the development of their skills to the new challenges that society intends to achieve.

Thus, the main objective of this thesis is to analyze, evaluate, promote and motivate the different segments of the society about the importance of bilingual education and contribute in this way to build a fairer and more inclusive society in terms of language rights, as has been suggested in the theme about the process of "Teacher of Portuguese as Second Language (PL2) in Angola, with emphasis on the Portuguese Language taught by Katyavala Bwila University, in Benguela Province."

Keywords: Official language - maternal language - second language - national language teacher and learner, teacher training.

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1

INTRODUÇÃO

1. Introdução Geral

O desenvolvimento crescente da sociedade contemporânea é estimulado pela globalização, em

que, com os principais pilares fundamentados em teorias de conhecimento e das tecnologias de

informação e comunicação, a mobilidade social, o multiculturalismo e o multilinguismo são

factores exponenciais. São exigidos, por isso, dos Estados esforços suplementares para a

formação integral e permanente dos quadros, para corresponder à competitividade do mercado

de trabalho para o crescimento harmonioso e sustentado, imperativo do século XXI.

Nesta vertente, procuramos no presente trabalho sustentar que a formação de

professores constitui o ponto fundamental de partida, tendo como factor determinante a língua.

O ensaio do ensino bilingue no sistema educativo angolano deve ser encarado como

um desafio que requer uma intervenção profunda na formação de docentes no domínio do

português como Língua Segunda (adiante designada como LS/L2) e das línguas nacionais de

Línguas Maternas ou Línguas Primeiras (adiante, LM/L1); na adaptação às mutações

gramaticais necessárias para reforçar a plataforma sociolinguística angolana, onde o português

exerce o papel catalisador de comunicação dos vários grupos etnolinguísticos.

A Universidade Katyavala Bwila (adiante, UKB) tem dosificado nos conteúdos

programáticos da linguística do português a corporização da matéria sobre as línguas nacionais.

Este é, basicamente, o cerne da motivação que pretendemos reter neste estudo.

Será que a formação de professores em língua portuguesa ministrada pela UKB

obedece aos critérios de ensino do português, L2? Que expectativas pedagógicas norteiam os

docentes e discentes em relação à implementação do sistema de educação bilingue? Destes

questionamentos derivou a problemática da presente investigação.

A linguística e a didáctica das línguas definem a tripla oposição da língua (Língua

Materna, Língua Segunda e Língua Estrangeira) e apresentam as seguintes definições: a LM é

“a língua da socialização que (…) transmite e faz interiorizar à criança a mundividência de uma

determinada sociedade, cujo principal transmissor é geralmente a família” (Grosso, 2005: 608);

por sua vez, a “L2 (…), não sendo materna, é oficial (…), de ensino e da socialização

secundária” (Grosso, 2005: 608) e a “LE (…) não faz parte dessa socialização primária, estando

subjacente (…) uma série de princípios metodológicos sujeitos a diversas transformações”

(Grosso, 2005: 608).

Procuramos com esta pesquisa a confirmação de resultados que comprovam a

importância da formação de professores de português, língua segunda (em diante, PL2) no

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2

aperfeiçoamento dos níveis de competência comunicativa e proficiência da linguagem dos

alunos.

Desta feita, o nosso trabalho apresenta a seguinte estrutura organizativa: a primeira

parte se refere a Introdução que insere as metodologias e procedimentos de investigação; a

segunda está constituída por Três Capítulos e, na parte final, apresenta as Conclusões.

Assim, o primeiro capítulo trata da Fundamentação Teórica, onde procuramos

contextualizar a República de Angola, as teorias de alguns precursores que se debruçaram e se

identificaram com o objectivo do estudo e fundamentamos teoricamente a motivação da

escolha do tema do trabalho assente nas obras dos referidos autores.

O segundo capítulo mostra-nos o Contexto Sociolinguístico e Cultural de Angola.

Aqui procuramos caracterizar o país, a sociolinguística e a multiculturalidade dos seus povos.

O terceiro capítulo salienta a Apresentação e Análise Interpretativa dos Resultados,

onde procuramos apresentar os resultados obtidos no processo da pesquisa efectuada e o seu

alcance.

Por último, as Conclusões que ilustram os aspectos essenciais abordados ao longo

desta obra.

Neste trabalho, contamos com o beneplácito de autores conceituados que se

debruçaram sobre a formação de professores e sobre a didáctica das línguas para o

enquadramento teórico. Entre eles destacamos: Alarcão (1996); Bizarro e Bragança (2005); Cró

(1998); Grosso (1993, 1999, 2005); Filho (2011); Lobato e Gargallo (2004) e Masetto (2012).

Esta dissertação está escrita em português padrão, na versão anterior ao Acordo

Ortográfico, de forma a torná-la acessível também no país a que se refere o estudo.

2. Justificação da Escolha do Tema

O presente tema enquadra-se na necessidade de analisarmos o processo de formação de

professores de PL2, no contexto angolano, onde é identificada uma infinita variedade de

línguas locais que partilham, harmoniosamente o espaço nacional, influenciando-se

mutuamente no relacionamento que se estabelece entre ambas as línguas.

A introdução das línguas nacionais no sistema de ensino, sendo línguas maternas da

maioria da população angolana, é um processo que visa garantir a preservação dos valores

sócio-culturais e permite ao aluno o acesso à escolarização através da sua língua materna.

Por conseguinte, a formação significa dotar os docentes de um conjunto de

ferramentas metodológicas e pedagógicas que visam a aquisição de competências,

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3

conhecimentos e promoção de talentos para o exercício da função, especificamente no âmbito

das línguas.

Neste contexto, este trabalho visa, igualmente identificar e fundamentar as motivações

dos desvios à norma padrão do português europeu, a influência das línguas nacionais

(doravante, LN) na LP veiculada pela sociedade angolana, o interesse dos docentes e discentes

em aperfeiçoar a LP, a existência de bibliografia qualificada e quantitativamente favorável.

Os resultados desta pesquisa podem contribuir para a criação de espaços de

cooperação mutuamente vantajosos para a implementação de projectos para o intercâmbio de

recursos humanos, materiais didácticos, realização de eventos que visem promover e partilhar

ideologias e metodologias pedagógicas para a preservação da língua num clima dialogante

entre as instituições similares das comunidades falantes da língua portuguesa, nomeadamente

os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e a Comunidade de Países de

Língua Portuguesa (CPLP).

Em linhas gerais, este trabalho de pesquisa representa o princípio de uma visão

holística para a promoção de políticas que sensibilizem os principais actores para a questão da

preservação e do desenvolvimento das línguas portuguesa e nacionais em bases sólidas.

3. Problema

Descreve-se o problema científico como sendo “aquele que focaliza o objecto da investigação

dentro do tema e delimita o que se deseja pesquisar” (Reis, 2010: 44). Com base na constatação

descrita, formulou-se o seguinte problema:

Que condições metodológicas e didácticas existem na Universidade Katyavala Bwila

para a formação de professores de PL2?

Identificado o problema, levantaram-se as seguintes questões:

– Que vantagens proporciona o sistema de educação bilingue para os professores e

alunos da Universidade Katyavala Bwila?

– Que efeitos proporciona na competência comunicativa e na proficiência da língua

portuguesa o processo de ensino-aprendizagem de aprendentes de línguas nacionais?

4. Objectivos do Estudo

4.1 Objectivo geral: - Analisar o processo de formação de professores de PL2 na

Universidade Katyavala Bwila.

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4

4.2 Objectivos específicos: - Caracterizar o processo de ensino-aprendizagem do

PL2;

– Identificar os estímulos, a motivação e o interesse que envolvem os professores e os

estudantes da LP;

– Avaliar os programas, os métodos e a bibliografia aplicados no processo de ensino-

aprendizagem da LP e das LN;

– Descrever os factores que possam contribuir para o aperfeiçoamento dos métodos de

ensino-aprendizagem da LP e das LN;

– Contribuir para a melhoria das competências comunicativas e da proficiência em língua

portuguesa.

4. Hipóteses

As hipóteses são formuladas como directrizes e tentativas de explicação do fenómeno

pesquisado, “sendo formuladas como proposições do enunciado formal das relações previstas

entre duas ou mais variáveis e combina o problema e o objectivo numa explicação ou predição

clara dos resultados esperados de um estudo” (Reis, 2010: 64).

Assim, tendo em conta o tema e os objectivos que se propõe atingir, levantaram-se as

seguintes hipóteses:

– O curso de formação de professores de português ministrado pela Universidade

Katyavala Bwila não corresponde às exigências do ensino de PL2;

– A formação e superação técnica dos professores de língua portuguesa podem contribuir

para a melhoria dos níveis de competência comunicativa dos alunos;

– A inserção das línguas nacionais no sistema de ensino pode facilitar a aprendizagem e

assimilação da língua portuguesa pelos alunos.

5.1 Variáveis de estudo – Enfatizam, Marconi e Lakato (2004: 175) que “uma variável

pode ser considerada uma classificação ou medida; uma quantidade que varia; um conceito,

constructo ou conceito operacional que contém ou apresenta valores; aspecto, propriedade ou

fator, discernível em um objeto de estudo e passível de mensuração”. Com base na definição e

nas hipóteses, consideraram-se as seguintes variáveis de estudo:

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5.1.1 Variável dependente – Os efeitos do processo de formação de professores de PL2

na Universidade Katyavala Bwila;

5.1.2 Variáveis independentes – Preparação de condições para o ensino-aprendizagem

do PL2;

– Material didáctico para o ensino-aprendizagem das línguas nacionais e do português;

– Superação dos níveis de competência comunicativa e proficiência dos alunos.

5. Delimitação do Estudo

Para este trabalho, a população-alvo da pesquisa é constituída por professores, estudantes e o

responsável da Repartição de Língua Portuguesa do ISCED da UKB. Realizamos o inquérito

por questionário escrito, baseado em perguntas abertas, semi-abertas e fechadas.

A recolha destes dados visou constatar o interesse dos inquiridos da UKB no processo

de ensino-aprendizagem do PL2.

O presente trabalho não tem como objectivo efectuar qualquer tipo de comparação dos

resultados da pesquisa da UKB com outras instituições análogas existentes no país e/ou no

exterior, preservando-se o princípio de total sigilo requerido pelas regras dos trabalhos

científicos.

Desta forma, Reis (2010: 111) define, “Um caso de estudo consiste numa investigação

de uma organização ou de um grupo de forma a responder às interrogações sobre um fenómeno

ou um acontecimento”.

A escolha da UKB como campo de pesquisa foi aleatória, não tendo, por isso,

obedecido a nenhum critério selectivo preliminar. Os resultados finais desta pesquisa serão

levados ao conhecimento dos intervenientes para, com base nas recomendações, gizarem-se

estratégias que visem a melhoria do processo de formação de professores.

6. Apresentação da Instituição de Acolhimento da Pesquisa

A UKB é uma instituição pública, criada em 12 de Maio de 2009, pelo Decreto Nº 7/09. Surge

no contexto da política de massificação do ensino superior a nível do país e da regionalização

das universidades. Assim, “a UKB responde pela região académica nº 2, abrangendo as

províncias de Benguela (sua sede) e a do Kwanza Sul” (Projecto de Estatuto Orgânico da UKB,

2009: 1).

O objectivo fundamental da UKB é o ensino, baseado na investigação científica em

diversas áreas do saber, visando, essencialmente, a prestação de serviços à comunidade.

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Para corresponder às exigências das suas atribuições no que tange à formação humana,

cultural e social, pela abrangência do conteúdo, foram introduzidos estudos das línguas

nacionais no contexto da planificação do curso da linguística do português.

A estratégia de formação de professores de LP com o domínio particular das LN tem a

finalidade de proporcionar um equilíbrio entre ambas as línguas, minorando a tendência

diglóssica no contexto multilingue.

Para a materialização do processo de formação de professores apresentamos abaixo a

transcrição do Plano de Estudo (Anexo IV)1 relativo ao 3º e 4º anos, respectivamente por

dosificarem conteúdos pedagógicos sobre as LN.

Quadro nº 1. PLANO DE ESTUDO 3º ANO (transcrição)

Disciplinas 3º Ano

Cód. Regime A 1ºs 2ºs

Nº Horas Semanais T TP P Total

Total Horas S A

UC

Literatura Africana em Língua Portuguesa

X

2

4

2

8

240

5

Literatura Angolana X 2 4 2 8 240 5 Lexicologia e Lixicografia da Língua Portuguesa

X 4

4

60

4

Prática Pedagógica I X 6 6 12 360 12 Organização Gestão e Inspecção Escolar

X 3

3

45

4

Seminário de Especialização I X 3 3 45 4 Tecnologias da Educação X 2 2 2 6 90 4 Língua Nacional I X 2 2 4 120 4 Desenvolvimento Curricular X 3 3 45 6 Estágio/Relatório X 10 10 150 12 Total 8 31 22 61 435 960 60

Quadro nº 2. PLANO DE ESTUDO 4º ANO (transcrição) Disciplinas

4º Ano Cód. Regime

A 1ºs 2ºs Nº Horas Semanais

T TP P Total Total Horas

S A UC

Estatística da Língua Portuguesa

X

2

2

4

60

8

Prática Pedagógica II X 6 6 12 360 12 Teoria da Literatura X 2 2 4 60 9 Técnicas de Investigação científica

X

2

2

4

60

4

Língua Nacional II X 2 2 4 120 5 Seminário de Especialização II X 3 3 6 180 6 História da Língua Portuguesa X 4 4 60 8 Trabalho de Fim de Curso X 10 10 300 12 Total 15 17 16 48 240 960 60

1 O Plano de Estudo transcrito foi extraído do Plano Curricular da Universidade Agostinho Neto, 2008/2009, extensivo à UKB (anexo IV).

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Pretendemos com o presente trabalho comprovar as questões hipotéticas para

confirmar ou rejeitar resultados sobre a formação de professores e dos níveis de competência

comunicativa e da proficiência dos estudantes no contexto do ensino bilingue.

No dizer de Nascimento (2005: 73), “A pesquisa aplicada tem por finalidade

pesquisar, comprovar ou rejeitar hipóteses à luz de modelos teóricos, aplicando seus resultados

em benefício das necessidades humanas”.

8. População e Amostra

8.1 População-alvo – O universo alvo de investigação deste estudo é constituído por

uma população de 125 participantes, sendo: 2 membros de Direcção da Repartição de Língua

Portuguesa; 13 professores (10 do sexo masculino e 3 do feminino); 110 estudantes, dos quais

65 do 3º ano (47 masculino e 18 feminino) e 45 do 4º ano (31 masculino e 14 feminino).

O critério de selecção das turmas do terceiro e do quarto anos foi, preferencialmente,

em obediência ao plano de estudo que configura conteúdos programáticos em língua nacional I

e língua nacional II, respectivamente.

Definindo a população, escreve Reis (2010: 75) que “A população-alvo, ou universo

alvo, designa a totalidade dos indivíduos que possuem as mesmas características ou partilham

características comuns, definidas por um conjunto de critérios (…), toda a população que o

investigador está interessado em pesquisar. Designa também um conjunto ou totalidade de

objectos, sujeitos ou membros que estão em conformidade com um conjunto de

especificações”.

8.2 Amostra – A amostragem foi seleccionada da população-alvo, considerando a

representatividade dos elementos do grupo. Dos 125 participantes do total da população foram

seleccionados de forma aleatória 65, que constituíram a amostra, representando 52% do

universo. A este extracto foi dirigido o inquérito por questionário como principal instrumento

de colecta de dados, tendo obtido os seguintes resultados: 50% (1) membro da Repartição de

Língua Portuguesa dos dois do universo; 54% (7) dos 13 Professores previstos; 62% (40) dos

estudantes do 3º ano, dos 65 previstos e 40% (18) seleccionados dos 45 estudantes do 4º ano.

Assim, a amostra é estatisticamente representativa para se proceder à análise de dados.

Enfatiza, Freixo (2011: 182) que “Uma amostra é constituída por um conjunto de

sujeitos retirados de uma população, consistindo a amostragem num conjunto de operações que

permitem escolher um grupo de sujeitos ou qualquer outro elemento representativo da

população estudada”.

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9. Metodologia do Trabalho

Quanto à metodologia, de entre os demais métodos de investigação em educação,

seleccionamos aqueles que se coadunam ao tema e aos objectivos preconizados:

9.1 A pesquisa bibliográfica – Este método de investigação permitiu a análise crítica

de algumas obras de diferentes autores referentes ao problema em estudo. Permitiu igualmente

a recolha e localização de referências bibliográficas, resumos, texto integral de documentos

sobre o tema em estudo como sejam livros, artigos de periódicos, teses, normas técnicas, anais

de eventos, legislação ou outros documentos bibliográficos através do acesso a Bibliotecas e

Hemerotecas nacionais, pela internet, catálogos on-line e bases de dados holísticas nacionais e

estrangeiras intrínsecas ao tema. Este método facilitou o enriquecimento qualitativo da

fundamentação teórica deste trabalho.

9.2 O método de observação – Através da técnica de observação não participante, foi

possível obter elementos da instituição de acolhimento da investigação na fase exploratória e

também no processo de aplicação e recolha de dados dos participantes da pesquisa. De acordo

com Marconi e Lakato (2004: 276), na observação não participante, “O pesquisador entra em

contato com a comunidade, grupo ou realidade estudada, sem integrar-se a ela. Apenas

participa do fato, sem participação efetiva ou envolvimento”.

9.3 O método de inquérito por questionário – Esta técnica permitiu reunir os dados

necessários com a finalidade de responder aos objectivos da investigação. É um instrumento de

pesquisa que consiste em recolher informações por intermédio de perguntas escritas (abertas,

semi-abertas e fechadas), dirigidas aos participantes representativos da população seleccionada

na UKB, conforme o seu nível de conhecimento e/ou de consciência do problema em

investigação. Segundo Reis (2010: 91), “O inquérito por questionário é uma técnica de

observação que tem como objectivo recolher informações baseando-se numa série ordenada de

perguntas que devem ser respondidas, por escrito, pelo respondente, de forma a avaliar as

atitudes, as opiniões e o resultado dos sujeitos”.

9.4 O método estatístico – As técnicas descritiva e indutiva deste método permitiram

manipular os dados de forma quantitativa, qualitativa e numérica, com o propósito de descrever

e comprovar as relações que estes fenómenos mantêm entre si e chegar às generalizações que

possam explicar a sua natureza, o seu funcionamento, o seu significado e a sua importância,

com recursos aos meios informáticos, aplicando os programas de Windows7 (Excel e Word

2007).

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O método estatístico, segundo Nascimento (2005: 25), “fundamenta-se na aplicação da

teoria estatística da probabilidade nas investigações científicas, sendo extremamente importante

nos estudos de caráter quantitativo. A estatística se constitui também numa técnica para análise

de dados quantitativos, quando se deseja estabelecer relações entre fenômenos de natureza

mensurável”.

9.4.1 Técnica de análise univariada – Permitiu interpretar os dados fornecidos por

um participante (Chefe da Repartição de Língua Portuguesa). De acordo com Reis (2010: 108),

este método “está relacionado com uma só variável, em que os resultados são apresentados em

valores absolutos e em percentagens da totalidade das observações para cada questão”.

Apresentamos para a realização desta investigação como modelo ideal a pesquisa não

experimental, baseada na descrição do factor em estudo, limitado ao curso do ensino da

linguística de português, não se generalizando, por isso, a outros níveis de conhecimento

científico da UKB.

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CAPÍTULO I

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 Contextualização de Angola

A República de Angola é uma nação que se localiza na região austral de África, com

uma extensão de 1.246.700 km2. É delimitada a norte pela República Democrática do Congo

(RDC) e pela República do Congo (Brazzaville); a República da Zâmbia a leste e também pela

extensão da RDC; a sul pela República da Namíbia e a oeste pelo Oceano Atlântico (o Mapa

encontra-se no anexo I).

“A sua população é calculada em dezoito milhões e quinhentos mil habitantes

distribuídos, respectivamente em 18 províncias, 164 municípios e 536 comunas” (Macedo e

Lara: 2005).

Angola foi colónia portuguesa desde o século XV (ano de 1445), até à obtenção de

independência, a 11 de Novembro de 1975.

No período pós-independência, Angola conheceu um devastador conflito armado, em

que uma parte considerável da força de trabalho qualificada, entre nacionais e expatriados, foi

forçada a abandonar o País. Os anos subsequentes foram marcados por uma crise generalizada

de indigência de quadros-técnicos em todos os sectores da vida da sociedade.

Como salienta Vieira (2011: 206, citando Patilha, 1987: 6), revelando o espaço nos

romances angolanos do século XX, “de um lado, depara-se o leitor com a imagem de uma

Angola à beira-mar ou dela próxima, espaço mesológico que tem a marcá-lo sinais evidentes da

presença do colonizador branco. De outro, aparece a Angola agrária e afastada do litoral, onde

se fixou, de forma mais representativa, a resistência dos modos de vida autóctones. […] toma-

se a Lunda, tal como aparece na ficção de Castro Soromenho, como metáfora da segunda

Angola e Luanda, como representação imaginária da primeira, buscando-a nos textos

contemporâneos, principalmente na ficção de Luandino Vieira”.

As transformações subsequentes de ordem política, económica, cultural e social

tiveram reflexos insustentáveis, especialmente no sistema educativo nacional em que quadros

sem a devida preparação técnico-pedagógica e, em circunstâncias agravantes, com níveis de

escolaridade similares aos que iam leccionar, eram recrutados para a docência com o objectivo

de assegurarem o sistema educativo, então em decadência.

Em 1977 foi definida a política educativa, por forma a corresponder às necessidades

do País, à consolidação da Independência Nacional. O sistema educativo que viria a ser

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implementado no ano seguinte (1978) defendia, fundamentalmente três princípios: igualdade de

oportunidades no acesso à escola e à continuação de estudos; gratuitidade do ensino; e

aperfeiçoamento permanente do pessoal docente (2001: 14)2.

As mudanças ocorridas na década de noventa nos domínios político, económico e

social do País, caracterizadas pela transição do regime socialista para o da economia de

mercado, aceleraram a imediata criação de condições de adaptabilidade da educação para uma

nova reforma educativa que viria a ser promulgada pela Lei de Bases do Sistema de Educação

nº 13/013.

Esta reforma, para além da melhoria substancial das estratégias educacionais,

apresenta um novo paradigma do processo de ensino e aprendizagem concernente à introdução

das línguas nacionais, línguas maternas da maioria dos angolanos, no sistema regular do ensino

das escolas, em paralelo com a língua portuguesa que era, até então, a única língua de

escolarização.

A Reforma Educativa em curso visa, igualmente, implementar acções da política do

multiculturalismo inerente à manutenção e preservação das línguas e culturas das minorias em

que o Estado tem a obrigação de “promover e assegurar as condições humanas, científico-

técnicas, materiais e financeiras para a expansão e a generalização da utilização e do ensino de

línguas nacionais”4.

1.2 A Formação de professores

A formação profissional de professores é um processo que tem como objectivo

fundamental a agregação de conhecimentos pedagógicos e fornecer ao corpo docente

inovações, capacidades, técnicas e metodologias para o exercício contínuo e permanente da

tarefa de educar.

Definindo genericamente, Ribeiro (1990: 81) salienta que “um professor é uma pessoa

que desempenha funções docentes numa escola”. E, mais adiante, esclarece que este deve

reunir competências em três dimensões: pessoal, docente e institucional. Ao nível pessoal, deve

ser uma pessoa bem formada, manifestando atitudes adequadas no processo de ensino-

aprendizagem; ao nível docente, deve ser um bom decisor pedagógico e um agente de ensino;

2 Conselho de Ministros, 2001. Estratégias Integradas Para a Melhoria do Sistema de Educação 2001-2015. Luanda. 3 Lei de Bases do Sistema de Educação. 2001. Lei Nº 13/01, de 31 de Dezembro de 2001. 4 Artigo 9º (Línguas), ponto 2. Este processo de integração das línguas nacionais no sistema de educação regular, iniciou em 2007 com as turmas de primeira classe, incidindo, como ensaio às línguas Umbundu, Kimbundu, Kikongo, Tchokwe, Nganguela e Oshykwanyama.

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por último, ao nível institucional, deve estar apto a assumir um papel institucional porque está

ligado a uma instituição social e é membro de uma profissão reconhecida.

O CIME5 (2001) define a formação como “conjunto de actividades que visam a

aquisição de conhecimentos, capacidades, atitudes e formas de comportamento exigidos para o

exercício das funções próprias duma profissão ou grupo de profissões em qualquer ramo de

actividade económica”.

Na visão de Coménio, na sua grandiosa obra Didáctica Magna (1657: 47), salienta que

“… a arte das artes está em formar o homem, o qual é o mais versátil e o mais complexo de

todos os animais”.

O subsistema de formação de professores está configurado na Lei de Bases do Sistema

de Educação, estruturado em dois níveis, com a duração de quatro anos para o ensino Médio

Normal e cinco anos para o ensino Superior Pedagógico. Compreende ainda acções que se

enquadram na formação permanente no domínio de agregação pedagógica e aperfeiçoamento

(Lei Nº 13/01, Artigo 25º, Secção V).

Esta Lei define como objectivos a formação de professores com perfil necessário à

materialização integral dos objectivos gerais da educação; sólidos conhecimentos científico-

técnicos e uma profunda consciência patriótica, de modo a que assumam com responsabilidade

a tarefa de educar as novas gerações e desenvolver acções de permanente actualização e

aperfeiçoamento dos próprios agentes de educação.

Este objectivo tem sido a linha mestra de orientação técnico-metodológica para a

criação de instituições modernas de formação docente, capacitadas para a transmissão de

conhecimentos pedagógicos contemporâneos, com vista a corresponder aos novos desafios da

sociedade, orientadas para uma nova visão filosófica. As principais instituições de formação de

professores estão repartidas em: formação média – Instituto de Formação de Professores (IFP)

ou Instituto Médio Normal de Educação (IMNE), do ensino superior – Instituto Superior de

Ciências de Educação (ISCED). Existem outras como a Ajuda de Desenvolvimento de Povo

para Povo (ADPP) e Escola de Magistério Primário (EMP).

As sucessivas reformas educativas gizadas depois da independência mantiveram,

quanto à língua, os perfis vigentes do sistema tradicional de ensino herdado do regime colonial

em que a educação era ministrada, obrigatoriamente, em LP.

A metodologia do processo docente-educativo que norteou o sistema educativo

nacional não abarcou a visão sociolinguística do país, assente em bases multiculturais e

5 CIME – Comissão Interministerial para o Emprego (2001). Terminologia de Formação Profissional. Alguns Conceitos de Base III.

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multilinguísticas diferenciadas, colocando a língua portuguesa como de prestígio escolar na

perspectiva de PLM/PL16 ou no contexto de imersão dos alunos.

A Reforma Educativa vigente (desde 2001) apresenta uma inovação profunda no

contexto de gestão da política linguística, assegurando a introdução no processo de ensino-

aprendizagem das LN, na condição de matéria de inserção dos alunos nos primeiros anos de

escolarização, em ambiente bilingue (português e línguas nacionais).

As vantagens pedagógicas desta metodologia consistem em colmatar as lacunas, como

aponta Grosso (2005: 360) que “a actual gramática apresenta a língua portuguesa na óptica de

quem a domina, não responde, por conseguinte, ao tipo de dúvidas que os alunos de outras

línguas maternas apresentam”.

Nesta vertente, depreende-se que os alunos de línguas maternas africanas/autóctones,

com maior ênfase nas regiões da ruralidade, aprendem a língua portuguesa no contexto de PLE,

enfrentando dificuldades, quer de adaptação à língua, por eles totalmente desconhecida, e por

analogia gera-se desinteresse pela escolarização, porque não se revêem nela. Neste grupo

denotam-se insuficiências como o abandono e insucesso escolares, desistência precoce com

maior recorrência por parte do género feminino.

A razão desta frequência é explicada por Leite (1998: 31), que esclarece que

“quando na década de sessenta a maioria dos países africanos obtém a independência,

inicia-se nas então colónias da Guiné, Angola e Moçambique a guerra colonial, e um

processo de desenvolvimento e crescimento urbanos que não teve lugar na maioria dos

outros países. Estes dois fenómenos contribuíram e afectaram, ainda mais, a já existente

fronteira entre o mundo rural e a cidade (…), entre uma ‘modernização’ forçada e um

enfraquecimento das ligações com o mundo tradicional rural”.

O mesmo fenómeno é ténue nas zonas suburbanizadas dos grandes centros de

aglomerados populacionais ou cidades, onde geralmente a comunicação, dada a diversidade

sociolinguística e cultural, é vincada pelo bilinguismo por imperativos de negociação, pois o

português é a língua padrão em ambientes sociais e, em circunstâncias domésticas, é funcional

a língua materna, neste caso considera-se PL2.

Outra tendência da sociedade é a presença nas zonas urbanas de grupos de falantes em

que o português é PLM/PL1, que contempla crianças luso-descendentes, de operários e de

funcionários de hierarquias de Estado onde (hipoteticamente) o acesso às universidades é

consideravelmente significativa.

6 Português Língua Materna ou Língua Primeira (PLM/PL1) é a língua que o indivíduo aprende no seio da família.

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Referindo-se a esta realidade, novamente, Leite (1998: 30) recorda que “a maioria dos

escritores das literaturas africanas de língua portuguesa são assimilados, uma parte significativa

de ascendência europeia, quase todos de origem urbana, sem contacto directo com o campo, e

não dominam, salvo raras excepções, as línguas africanas”.

É nestas circunstâncias sociolinguísticas do país, obviamente contraditórias e de fraca

refulgência, que se desenham as metodologias do processo de inclusão das LN no sistema

nacional de educação.

A inserção das LN no sistema educacional geral é sintomática relativamente à

vantagem que cria para o aprimoramento de lacunas que constituíam factor de interlíngua na

apreensão da língua portuguesa e demonstra o valor da multidisciplinaridade que é considerado

como “o modo de encarar o ensino e aprendizagem de uma língua em transformação

permanente, suportado pelo desenvolvimento científico-tecnológico, dependendo de factores

políticos, sociais e económicos; também o público aprendente e ensinante (e respectivas

necessidades) vão mudando ao longo dos tempos” (Katia et al., 2010: 58 e 59).

A metamorfose no sistema educacional é essencial e procura valorizar o saber

linguístico inato do aluno não falante do português, e, de modo semelhante, visa eternizar as

LN pela via da educação formal às gerações vindouras.

Recorrendo a Alarcão (1996: 13)7, salienta-se que “para perspectivar a formação de

profissionais é preciso compreender a própria actividade profissional que é apresentada como

actuação inteligente e flexível, situada e reactiva, produto de mistura integrada de ciência,

técnica e arte, caracterizada por uma sensibilidade de artista aos índices manifestos ou

implícitos”.

Para alcançar os objectivos da formação de professores, sugere-se que,

“Há que rejeitar o entendimento da formação como uma mera aquisição de

conhecimentos e técnicas, «perspectiva essa ligada com a ideia do professor como um

transmissor de conhecimentos», devendo-se privilegiar uma óptica de autonomia na

produção de conhecimento e de valores que englobe a inovação, a auto-formação

participada, a reflexão na prática e sobre a prática e a cooperação institucional, no sentido

da transformação qualitativa dos recursos existentes” (Bizarro e Bragança, 2005: 22).

7 Alarcão (1996). Formação Reflexiva de Professores, Estratégias de Supervisão. A este propósito, citando Schon, a autora adianta que a essa criatividade designou-a de “artistry” que é a arte de formação de um profissional com um saber-fazer sólido, teórico e prático, inteligente e criativo que permite ao profissional agir em contextos instáveis, indeterminados e complexos.

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A formação evidencia o desempenho e a figura do professor que representa a imagem

primordial dos agentes da educação na sociedade, desde os primórdios da educação tradicional

aos tempos da modernidade do conhecimento científico.

É fundamental deduzir-se que, para todos os problemas que afligem a sociedade (culta

ou não cultivada) em diferentes etapas do seu desenvolvimento, as respectivas soluções foram

enformadas pela acção interventiva da educação, centro dos saberes culturais e do

conhecimento da humanidade.

A sociedade contemporânea enfrenta problemas sociais, ambientais e culturais

atinentes à pobreza, violência, guerra, doenças sem cura, estiagem, desertificação de regiões

antes constituídas por florestas e, como tal, o fenómeno abrange também os limiares da escola

(através da violência nas escolas). Estes fenómenos requerem da educação uma resposta

urgente e reflectida para encontrar soluções que visem reduzir essa tendência de perca de

valores, na medida em que a situação vai tomando conta da sociedade, e consequentemente a

acção do professor relegada à mera frivolidade.

Referindo-se aos professores e à falta de prestígio da profissão em época da

globalização, Bizarro e Bragança (2005: 19-20) salientam que as mudanças produzem efeitos

colaterais na escola:

“têm produzido efeitos perversos na vida dos professores, que se vêem pressionados

pela sociedade, no sentido de cumprirem um papel que (…) se encontra desfasado da

realidade. Exige-se-lhes que ofereçam qualidade de ensino, dentro de um sistema

massificado, baseado na competitividade, muitas vezes com recursos materiais e

humanos precários, com baixos salários e um aumento exacerbado de funções, o que

contribui para um crescente mal-estar entre os professores, reforçado pela perspectiva

algo negativa que a sociedade vai construindo de muitos destes profissionais”.

Enfatizam (Bizarro e Bragança, 2005: 20, citando Hoyle, s/d) os factores que

determinam o prestígio de uma profissão:

“- a origem social do grupo – são maioritariamente oriundos das classes média e baixa;

- o tamanho do grupo – formam um grupo profissional numeroso (o que provoca uma

diminuição dos salários);

- a proporção de mulheres – onde há muitas mulheres;

- a qualificação académica de acesso – os professores do pré-primário e do 1.º ciclo do

Ensino Básico ter habilitação de nível médio;

- o status do cliente – com a massificação do ensino, escolarizar cem por cento das

crianças de um país implica pôr na escola cem por cento das crianças com dificuldades,

cem por cento das crianças agressivas, cem por cento das crianças conflituosas, em suma,

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cem por cento de todos os problemas sociais pendentes, que se convertem assim em

problemas escolares;

- a relação com os clientes (alunos) – baseia-se na obrigatoriedade e não na

voluntariedade, afectando toda a relação pedagógica”.

Legitimando o que foi aferido em relação aos factores que descaracterizam o prestígio

de uma profissão é semelhante a situação educacional angolana que é, por conseguinte,

agravada por décadas sucessivas de conflito armado que conduziu à escassez de recursos

educativos, desde as infraestruturas escolares inadaptadas e escassas, o que provoca, em alguns

casos, a superlotação de turmas, à marginalização no sistema de educação de um considerável

número de crianças (ou crianças fora do sistema de ensino), a uma débil formação dos agentes

de educação, a um corpo de docentes fragilizado e em alguns casos de baixo nível de

escolarização, com maior incidência nas zonas rurais, à insuficiência da rede escolar a nível

nacional, e ao desinteresse pela escola por parte dos encarregados de educação das regiões

tradicionais (criação de gado e agricultura) por não reflectir a sua real actividade costumeira.

As estatísticas demonstram que, em 20118, o número matriculado nos I e II ciclos do

ensino secundário era de 6.115.649 alunos. O número de salas de aula, em 2010, para os ciclos

mencionados, estimou-se em 53 mil e os professores foram calculados em 200.698, no mesmo

ano. Estes números reflectem apenas a ponta do iceberg da problemática educacional. As metas

traçadas para alcançar os objectivos de uma educação de qualidade, acima de tudo inclusiva a

todas as dimensões do país, constitui um dos vectores fundamentais do Estado.

Nesta perspectiva, a Lei de Bases do Sistema de Educação Nº 13/01 define o sistema

de educação como sendo “o conjunto de estruturas e modalidades, para a realização da

educação, cujo objectivo é de promover à formação harmoniosa e integral do indivíduo, com

vista à construção de uma sociedade livre, democrática, de paz e progresso social” (Artigo 1-

Definição, Ponto 2).

Como se pode observar, as expectativas apresentadas no domínio da educação são

animadoras e para a sua materialização exige um quadro de recursos humanos sustentável que

deve ser atingido através de acções intensivas de formação.

Segundo Alarcão (1996: 69, citando Ciddis 1988: 1), sugere-se que a formação

reflexiva “restitua a autonomia do aluno e do professor como ponto importante da educação

contemporânea”. E ainda Alarcão (1996: 69) apresenta vias para que a escola saia da crise em

que se encontra e redescubra uma identidade própria:

8 Discurso sobre o Estado da Nação, proferido por S.Excia. José E. dos Santos, Presidente da República de Angola, na cerimónia de abertura da IV Sessão Legislativa da II Legislatura da Assembleia Nacional (Educação e Saúde). 2011. Luanda.

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“- Uma escola não virada somente para o “saber” e o “saber-fazer” mas também

preocupada com a dimensão “ser” e “ajudar a ser”; uma escola que restitua aos alunos a

sua responsabilidade na aprendizagem dentro de um processo que promova a sua

autonomia; uma escola que permita ao professor construir a sua identidade através de um

processo que passa por exercer com autonomia a sua profissão e uma nova escola, onde o

saber não seja transmitido, mas sim construído”.

1.3 As competências profissionais docentes

A formação proporciona novos conhecimentos e capacita os agentes sujeitos porque

partilham os seus conhecimentos, experiências, dúvidas e expectativas com os outros

profissionais mais tarimbados no domínio da profissão.

O descritor (QECR) - Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas,

Aprendizagem, Ensino, Avaliação (2001: 29), instrumento eficaz para o ensino-aprendizagem

de línguas, define que “Competências são o conjunto dos conhecimentos, capacidades e

características que permitem a realização de acções”. Mais adiante, salienta

“as pessoas utilizam as competências à sua disposição em vários contextos, em diferentes

condições, sujeitas a diversas limitações, com o fim de realizarem actividades linguísticas

que implicam processos linguísticos para produzirem e/ou receberem textos relacionados

com temas pertencentes a domínios específicos. Para tal, activam as estratégias que lhes

parecem mais apropriadas para o desempenho das tarefas a realizar. O controlo destas

acções pelos interlocutores conduz ao reforço ou à modificação das suas competências”.

O QCER, ainda classifica as competências em competências gerais e competências

comunicativas em língua.

“As competências gerais não são as específicas da língua, mas aquelas a que se recorre

para realizar actividades de todo o tipo, incluindo as actividades linguísticas. Refere-se à

constelação de acontecimentos e de factores situacionais (físicos e outros), tanto internos

como externos ao indivíduo, nos quais os actos de comunicação se inserem. As

competências comunicativas em língua são aquelas que permitem a um indivíduo agir

utilizando especificamente meios linguísticos. Abrangem o exercício da própria

competência comunicativa em língua num domínio específico no processamento

(recepção e/ou produção) de um ou mais textos, com vista à realização de uma tarefa”.

Na óptica de Ribeiro (1990: 83), a competência do professor resulta do cruzamento de

dois aspectos interdependentes: “a) domínio crescente de conhecimentos teóricos que

constituem o esquema conceptual de referência e proporcionam uma base de compreensão do

ensino; b) domínio crescente de aptidões e técnicas de ensino que constituem a base da

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actuação do professor”. Considera ainda que a teoria e a prática pedagógicas apoiam-se e

esclarecem-se mutuamente para o professor justificar as suas práticas à luz dos pressupostos,

conceitos e princípios a que adere.

O autor citado referencia ainda que “a natureza das competências docentes tem de ser

concebida em termos de tarefas funcionais, abrangendo actos comportamentais ou aptidões

técnicas, cruzando-se umas e outras com diferentes dimensões e contextos de processo do

ensino escolar” (Ribeiro, 1990: 31).

Está patente a concordância teórica sobre as competências na análise efectuada.

Porém, na visão de Masetto (2012: 30, citando Perrenoud et al. 2002: 19) salienta que,

“actualmente define-se uma competência como a aptidão para enfrentar um conjunto de

situações análogas, mobilizando de uma forma correta, rápida, pertinente e criativa, múltiplos

recursos cognitivos: saberes, capacidades, microcompetências, informações, valores, atitudes,

esquemas de percepção, de avaliação e de raciocínio”.

Neste sentido, escreve Cró (1998: n.p.) que “A competência para educar é apresentada

como uma aprendizagem da autonomia profissional e pessoal. Esta nova fórmula preconiza

uma formação que implica a responsabilidade do seu desenvolvimento, fornecendo-lhe meios

de uma autoformação. Assegurar os valores que o Homem hoje procura é um dos objectivos –

jamais o desejo de liberdade e vontade de libertar os sujeitos foram afirmados com tanto vigor

como nos nossos dias”.

A formação por si só não fornece competências se, efectivamente, o professor não

tomar consciência das suas responsabilidades profissionais e aprimorar as suas competências.

Como refere Filho, et al. (1998: n.p.) “Consideramos que a formação de um docente

investido das competências que pressupomos e capacitado para a auto-observação consciente e

não inocente do seu fazer profissional pode abrir alternativas para a pesquisa e, mais

importante, para a prática de cada professor que precisa se renovar no ensino de línguas nas

escolas”.

Nesta perspectiva a formação fornece certos princípios de dignidade ao professor,

como argumenta Caetano (1974: XV, citando Serrão, 1973) “A acção dos Mestres será decisiva

no processo formativo da juventude, pela sua devoção à Ciência, rectidão de comportamento e

exemplo de bem servir”.

A formação profissional proporciona e promove as competências necessárias para a

mudança de rumo em relação ao desempenho das tarefas a que se propõe, relativamente ao

domínio de conhecimentos teóricos e o domínio de aptidões e técnicas de ensino. A formação

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por competências apresenta-se, desta forma, como elemento fundamental para o

desenvolvimento do capital humano.

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20

CAPÍTULO II

O CONTEXTO SOCIOLINGUÍSTICO E CULTURAL DE ANGOLA

2.1 Conceito de língua

A nação angolana, constituída com raízes de correntes migratórias seculares de povos

oriundos de várias proveniências do globo, é hoje uma sociedade imponentemente pluriétnica,

consubstanciada numa dimensão multilinguística e multicultural sólida dos seus habitantes.

A Declaração Universal dos Direitos Linguísticos da Organização das Nações Unidas

(ONU), de 1996, postula no seu preâmbulo que “a situação de cada língua é o resultado da

confluência e da interacção de uma multiplicidade de factores: político-jurídicos; ideológicos e

históricos; demográficos e territoriais; económicos e sociais; culturais; linguísticos e

sociolinguísticos; interlinguísticos; e, finalmente, subjectivos”.

Alguns autores definem a língua como:

1. Órgão muscular que desempenha papel significativo na produção (articulação)

dos sons de fala (Mateus e Xavier, 1990: 291);

2. Uma virtualidade de agrupamentos de signos que obedecem a certas regras de

ordem sintáctica e ao mesmo tempo semântica. Estas regras são descobertas através da análise

dos enunciados e podem ser explicitadas pela gramática, mas os indivíduos de uma

determinada comunidade linguística têm delas um conhecimento implícito e é esse

conhecimento que lhes permite falar, produzir fala (Galisson e Coste, 1983: 442).

No seguimento da definição da língua, emerge da linguística aplicada e da didáctica

das línguas o emprego da tríplice conceituação como: Língua Materna (LM), Língua Segunda

(L2) e Língua Estrangeira (LE), como foram aludidos anteriormente.

Com a finalidade de melhor situar e caracterizar a língua portuguesa no contexto

angolano, recorreu-se às teorias de alguns estudiosos da Linguística Aplicada e da Didáctica

das Línguas como Grosso (2005), Mateus e Xavier (1990) e Galisson e Coste (1983), que

apresentam as seguintes definições:

- Língua Materna: o conceito de Língua materna apela a um outro, ao de língua da

socialização, que, por definição, transmite e faz interiorizar à criança a mundividência de uma

determinada sociedade, cujo principal transmissor é geralmente a família (Grosso, 2005: 608);

- Língua Segunda: o conceito de Língua segunda refere-se à língua que, não sendo

materna, é oficial (ou tem um estatuto especial), sendo também a língua de ensino e da

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socialização secundária. Há, no entanto, alguns autores que consideram que é língua segunda

desde que os aprendentes estejam em imersão linguística, num contexto em contacto com os

falantes nativos da língua que aprendem. Língua segunda é também entendida como a segunda

língua que, a seguir à língua materna, melhor se domina. Actualmente, numa sociedade

marcada, fundamentalmente, pelo multilinguismo e por falantes tendencialmente plurilingues e

pluriculturais, surgirão certamente novos conceitos que darão conta dessa diversidade (Grosso,

2005: 608);

- Língua Estrangeira: o conceito de Língua estrangeira facilmente se define como a

língua que não faz parte dessa socialização primária, estando subjacente a este conceito uma

série de princípios metodológicos, também eles sujeitos a diversas transformações. Língua

estrangeira é também um conceito polissémico, que adquire ou perde significado conforme os

contextos; salienta-se, como exemplo, que o conceito didáctico de língua estrangeira não era

aceite em contextos coloniais (Grosso, 2005: 608).

- Língua Materna: Língua nativa do sujeito que a foi adquirindo naturalmente ao

longo da infância e sobre a qual ele possui intuições linguísticas quanto à forma e uso (Mateus

e Xavier, 1990: 231);

- Língua Estrangeira: Língua não nativa do sujeito e por ele aprendida com maior ou

menor grau de eficiência (Mateus e Xavier, 1990: 229).

- Língua Materna: A língua materna é assim chamada porque é aprendida como

primeiro instrumento de comunicação, desde a mais tenra idade e é utilizada no país de origem

do sujeito falante (Galisson e Coste, 1983: 442).

- Língua Segunda e Estrangeira: A Língua segunda e a Língua estrangeira definem-

se ambas como não maternas (são instrumentos de comunicação secundários ou auxiliares),

mas distinguem-se uma da outra pelo facto de a língua segunda beneficiar oficialmente de um

estatuto privilegiado. Enquanto que a língua estrangeira é aprendida por indivíduos, a língua

segunda é ensinada como língua veicular a toda uma comunidade em que a(s) língua(s)

materna(s) é (são) praticamente desconhecida(s) fora das fronteiras do país. Por exemplo, um

jovem zairense pode ter o quicongo, o gimbala ou o gisondo como língua materna, será

escolarizado em francês que é língua segunda no Zaire; se aprender uma outra língua europeia,

como o inglês, o flamengo ou alemão, será para ele uma língua dita estrangeira (Galisson e

Coste, 1983: 443).

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2.2 As Línguas Nacionais Angolanas

O Estatuto das Línguas Nacionais (2004: 6) define que “são qualificadas como línguas

nacionais todas as línguas usadas histórica e secularmente pelos povos habitando o território

nacional, independentemente do número de falantes, enquanto veículo de transmissão das suas

mensagens, e integrarem as comunidades linguísticas angolanas, devendo-se (…) promover o

seu desenvolvimento e difusão” (Mapa de distribuição etnolinguístico, anexo II).

Os estudos etnolinguísticos desenvolvidos apresentam R.A. como um dos maiores

países sob o ponto de vista multiculturalista e sociolinguístico de África. A sua imensa

extensão territorial, calculada em 1.246.700 Km2, é partilhada por uma população de dezoito

milhões e quinhentos mil habitantes, aproximadamente distribuídos por 18 províncias, 164

municípios e 536 comunas. “A população habita, densamente, as zonas urbanas, numa

estimativa de 66%, resultado da insegurança gerada pelo conflito armado, e os restantes 44%

em zonas rurais” (Macedo e Lara, 2005).

Ainda citando Macedo e Lara (2005), a sociedade angolana está classificada em três

grandes grupos etnolinguísticos: 1. Os Bantu; 2. Os Khoisan (Hotentotes) e 3. Os Caucasianos.

Fundamentados em bases estatísticas, Nzau e Sardinha (2002) confirmam que “Angola

é constituída por habitantes de diferentes raças e etnias, sendo a esmagadora maioria,

aproximadamente 90%, de origem bantu, 3% do povo Khoisan (etnia não bantu) e 3% da

população Caucasiana”.

O etnólogo Redinha (1962: 11-20) classifica os principais grupos etnolinguísticos nos

seguintes termos: “povo banto – Kikongo, Kimbundo, Lunda-Kioko, Umbundo, Ganguela,

Nhaneka-Humbe, Ambó, Herero e Xindonga. Povos não-Bantos – Koisan ou Hontetote-

Bochimane e Vatua” (Quadro das línguas nacionais, em anexo III).

a) Os Ovimbundu

O grupo étnico bantu mais numeroso é o dos ovimbundu, que se confina na região

centro-sul do país, nas províncias de Benguela, Huambo e Bié e uma parcela do território da

província do Kwanza Sul. Este grupo expressa-se tradicionalmente em umbundu, a segunda

língua mais falada no território nacional (a seguir ao português), contabilizando quatro milhões

de falantes. A sua densidade populacional é justificada pelo facto de se encontrar restringida

nos limites geográficos do País, não se localizam, entretanto, para lá dos limites

transfronteiriços. As tribos inerentes aos ovimbundu são: Mbanlundu, Ngoongo e Yaka.

Na sequência da classificação, recorrendo a Redinha (1962: 15-16) divide este em

pequenos grupos (sub-grupos) ou tribos em: “Bieno, Bailundo, Sele, Sumbe, Mbui, Quissanje,

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Lumbo, Dombe, Hanha, Ganda, Uambo, Sambo, Caconda, Chicuma”. Além destes, existem

ainda outros sub-grupos minoritários, não mencionados aqui.

b) Os Mbundu

Os mbundu (ambundu), falando kimbundu, a terceira língua mais falada, com cerca de

um milhão de falantes, estabelecem-se maioritariamente na zona centro-norte, nas províncias

de Luanda, Bengo, Kwanza-Norte, Malanje e no Kwanza-Sul. O kimbundu é uma língua com

grande relevância, por ser a língua tradicional da capital e do antigo Reino dos N'gola. Legou

muitas palavras à língua portuguesa e importou desta, também, muitos vocábulos. À

semelhança dos umbundu, este povo ocupa unicamente os espaços territoriais de Angola.

Também são representadas pelas seguintes tribos: Njinga, Mbamba, Nbaka e Ngola.

Este grupo é dividido por Redinha (1962: 12-14) em: “Ambundo, Luanda, Hungo,

Luango, Ntemo, Puna, Dembo, Ngola, Bondo, Bangala, Holo, Cari, Chinje, Minungo, Songo,

Bambeiro, Quissama, Libolo, Quibala, Haco e Sende”.

c) Os Bakongo

A população Bakongo concentra-se na parte norte do território, ocupando as

províncias do Uíge, Zaire e Cabinda. A língua kikongo (ou kikoongo) era a língua do antigo

Reino do Congo e é falada nas regiões transfronteiriças, especificamente na República

Democrática do Congo (Kinshasa), República do Congo (Brazzaville) e uma parte da

República do Gabão. As tribos constituintes dos Bakongo são: Kongo do Sul, Kongo do

Sudoeste e Kongo do Oeste (que integra Ibinda, Fiote, Fioti, Kiyombe e Kiwoyo localizadas

especialmente em Cabinda), Ndingi, Mboka, Kisikongo, Kizombo, Kindibu, Kimanyanga,

Mbala e Vungunya.

Redinha (1962: 11-12) repartiu este grupo étnico em: “Vili, Iombe, Cacongo, Oio,

Sorongo, Muchicongo, Sosso, Congo, Zombo, Iaca, Suco, Pombo, Guenze, Paca e Coje”.

d) Os Côkwe

Os kioko (tchokwe) ocupam a parte leste do território, designadamente nas Províncias

da Lunda-Norte, Lunda-Sul e do Moxico, e expressam-se tradicionalmente em côkwe, língua

que se tem vindo a sobrepor a outras da zona leste do país. Esta população é extensiva,

encontrando-se também noutros países africanos, como a República Democrática do Congo e a

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República da Zâmbia. O Minungo, Ulanda, Ukhongo, Lunda, Luvale são as tribos que

comportam a etnia tchokwe.

Em relação a este grupo, também Redinha (1962: 14-15) apresenta outra classificação:

“Lunda, Lunda-Lua-Chinde, Lunda-Ndembo, Quioco, Mataba, Cacongo e Mai”.

e) Os Oshikwanyama

O Oshikwanyama ou kwanyama é uma outra língua de origem bantu falada nas

províncias da Huíla, Namíbe, Cunene e uma parcela do Kwando-Kubango. É um povo

transfronteiriço, encontrando-se, de igual forma, numerosas populações na vizinha República

da Namíbia. Detém as seguintes bases tribais: Nyaneka, Humbe, Mwila, Ngambwe, Handa,

Cipungu, Cilengue, Oshiwambo, Kwambi e Nbandja.

Este grupo étnico é designado por Redinha (1962: 18-20) de Nhaneka-Humbe e

reparte-o em: “Muila, Gambo, Humbe, Donguena, Hinga, Cuancua, Handa (Mupa), Handa

(Quipungo), Quipungo, Quilengue-Humbe, Quilengue-Muso”. Por analogia, incluir-se-ão neste

os grupos Ambó, Herero e Xindonga, cuja divisão se segue: “Grupo Ambó – Vale, Cafima,

Cuanhama, Cuamato, Dombondola e Cuangar. Grupo Herero – Dimba, Chimba, Chavicua,

Cuanhoca, Cuvale e Cuendelengo. Grupo Xindonga – Cussu”.

f) Os Nganguela

Considerado um dos dialectos mais falados dos tchokwe (côkwe), é basicamente

constituído pelos povos guerreiros dos côkwe que habitam no sudoeste do território, nas

margens do Rio Kubango, vivem maioritariamente no município do Kuvango, província da

Huíla e na província do Kwando Kubango. Nganguela é composta pelas tribos Lukazi, Luyana,

Kwandi, Mbowe, Mdundulu, Imilangu, Mishulundu, Mashi, Kwandu do Norte, Kwandu do

Sul, Mbangala, Yongo, Ngandyera, Kwambi, Nkumbi e Nkumbi-mulondo.

Pela classificação etnolinguística de Redinha (1962: 17-18), são identificadas as

seguintes tribos: “Luimbe, Luena, Lovale, Lutchaz, Bunda, Ganguela, Ambuela-Mambumba,

Engonjeiro, Ngonielo, Mbande, Cangala, Iahuma, Gengista, Ngoia, Camachi, Ndungo,

Nhengo, Nhemba e Avico”.

g) Os Khoisan

A região sul de Angola é também habitada pelos khoisan, povos não bantu que falam

línguas específicas desse grupo san, também chamados bosquímanos. Este povo representa as

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minorias do território angolano e preservam ainda hábitos, usos e costumes do nomadismo

(conforme os anexos IV, V e VI). Apesar de ser a etnia menos representativa (chamadas

minorias) do país, estão representadas as tribos de Bolo, Holu, Diriku, Kwadi, Zorotua,

Kwangali, Vasorontu, Sambyu e Khwe.

A este grupo, Redinha (1962: 20), o denomina também de Povos Não-Bantos do grupo

Koisan ou Hontetote-Bochimanes e os ordena em: Bochimanes e Cazamas”. Outro grupo

semelhante é o de Vatua, com a classificação de “Cuissi e Cuepe”.

Estes povos são considerados os primeiros habitantes nómadas do território angolano

e, actualmente, localizam-se nas províncias da Huíla, Namibe, Cunene e Kuando Kubango.

h) Os Caucasianos

A população caucasiana representa cerca de 3%, maioritariamente de origem

portuguesa, ou mestiços, população que se concentra primariamente nas cidades e tem o

português por língua materna.

Também se reconhece a existência de um número considerável de falantes das línguas

francesa e lingala, explicada pelas migrações relacionadas com o período da luta de libertação

nacional e pelas afinidades com as vizinhas República do Congo (Brazzaville) e República

Democrática do Congo (Kinshasa), e ainda falantes de espanhol, como consequência da

presença cubana e de quadros formados massivamente naquele país (Nzau e Sardinha, 2002).

Para além das línguas nacionais, no país há mais de cem grupos de dialectos ou

pequenos grupos (tribos). Angola não desenvolveu uma única língua de comunicação nacional

homogénea, à semelhança do crioulo em muitos países da lusofonia, preservando este papel à

hegemonia da LP que é caracterizada por uma estratificação regional, cunhada de todos os

substratos linguísticos de influência (português Benguelense, Huambense, Luandense e

Sulista).

As etnias plurilingues que constituem a plataforma social angolana encontram-se

distribuídas geograficamente por regiões devidamente demarcadas e nutrem respeito mútuo, o

que contribui para a preservação da identidade, pluralidade e diversidade culturais (ver mapa

em anexo II).

Wheeler e Pélissier (2009: 32)9 acrescentam que, “apesar da diversidade étnica e da

variação de tipos físicos presente nos grupos angolanos, estes encontram-se essencialmente

interligados quer em termos culturais, quer raciais”.

9 Wheeler e Pélissier (2009). História de Angola. Demonstrando por meio de exemplos, cita que, pelas vinte e duas ou mais etnias ou reinos que compreendem os povos ovimbundo do planalto de Benguela, mais de metade

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A Declaração dos Direitos Linguísticos da ONU (1996)10 define que “comunidade

linguística é toda a sociedade humana que, radicada historicamente num determinado espaço

territorial, reconhecido ou não, se identifica como povo e desenvolveu uma língua comum

como meio de comunicação natural e de coesão cultural entre os seus membros”.

Quadro nº 3 Indicador da População Angolana (estimativa)

Província Nº de

Habitantes

Província Nº de

Habitantes

Bengo 351.544 Kwanza Sul 1.353.828

Benguela 1.985.415 Luanda 5.851.161

Bié 1.143.709 Lunda Norte 770.252

Cabinda 441.059 Lunda Sul 387.060

Kuando Kubango 394.400 Malange 754.641

Kunene 648.374 Moxico 565.020

Huambo 1.624.000 Namibe 367.966

Huíla 2.097.961 Uíge 1.101.199

Kwanza Norte 376.883 Zaire 394.822

TOTAL 20.609.294

Este indicador demográfico apresenta a estimativa do número de habitantes em

estatísticas do Instituto Nacional de Estatística de Angola – INE-Angola, referente ao ano de

201111 (INE-Angola, 2011).

2.3 Inserção das Línguas Nacionais no Sistema de Educação

A introdução das LN no sistema educacional surge como uma oportunidade para a

preservação e manutenção das culturas que elas impregnam e, fundamentalmente, a sua

configuração grafológica, contrariando a exclusão a que estiveram votadas durante os

sucessivos períodos colonial e pós-independência nacional.

A este respeito, escreve Houis (1971: 45) que “nous avons vu que la linguistique

moderne a progressivement imprégné la linguistique négro-africaine en la pliant à ses

exigences de rigueur et que celle-ci est, de ce fait parvenue à un point de non-retour de son

évolution”.

tinha uma língua comum e estava unida por laços históricos de império e gratidão. Possuíam um grande sentido de independência, se não mesmo de unidade cultural. 10 Declaração Universal dos Direitos Linguísticos da ONU. 1996. No seu artigo 1º, alínea 1. 11 Instituto Nacional de Estatística de Angola (2011). Principais Indicadores de Angola por Província.

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Nesta mesma perspectiva, acrescenta García (2010: 6) que

“the use of two languages to educate generally, meaningfully, equitably, and for

tolerance and appreciation of diversity – and the narrower goal of second-or foreign-

language teaching – to learn an additional language. In educating broadly, bilingual

education focuses not only on the acquisition of additional languages, but also on helping

students to become global and responsible citizens as they learn to function across

cultures and worlds, that is, beyond the cultural borders in which traditional schooling

often operates”.

As vantagens do sistema educacional bilingue são evidentes, pois não somente

valoriza as outras línguas consideradas não cultas, mas galvaniza o princípio de uma educação

inclusiva.

A autora citada assegura que a educação monolingue, por vezes, está pejada de

irregularidades no contexto multilingue, porque é usada como forma de limitar o acesso e

legitima as práticas linguísticas dos que já estão no poder. E a educação bilingue também pode

legitimar as práticas da linguagem minoritarizada, dando autenticidade às práticas bilingues de

muitos. Como tal, a educação bilingue pode ser transformadora (García, 2010: 12).

Mais adiante, García menciona algumas dificuldades que este tipo de educação

acarreta para a mobilização de capital humano, essencialmente professores que reúnam tais

competências (2010: 150). “Teachers - A major variable, difficult to meet as bilingual

education expands, is finding sufficient qualified subject-matter teachers capable of teaching

through another language. Ideally, bilingual education should rest on specialist with fluent

competency or having been educated in a country where the language of instruction is spoken”.

Note-se que a língua é realmente uma noção social que não pode ser interpretada e

definida sem que se faça referências aos seus falantes e ao contexto em que é aplicada.

Neste contexto é orientação do Estado, de acordo com o Estatuto das Línguas

Nacionais (2004: 12), que devem ser massivamente criadas condições em todo o país para a

decorrência do processo de ensino-aprendizagem das línguas nacionais em todos os sectores

sociais e educacionais.

Fazendo referência a dados históricos, mostra que, em 1886, o Paço Episcopal de

Luanda criou a Escola de Língua Indígena (Ecole de Langues Africaines à Luanda)12, assente

na premente preocupação de veicular os princípios religiosos à comunidade indígena de

Angola, tendo resultado na criação da didáctica de ensino das línguas nacionais, onde se

desenvolveram, fundamentalmente, os princípios básicos da educação (aprender a ler, escrever

12 Brásio, A. (1886). Spiritana Monumenta Histórica (vol. III, 1882-1889): 425.

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e contar) e a produção de bibliografia em quase todas as línguas nativas, principalmente

hinários, bíblias, manuais de alfabetização de catequese e outros materiais afins em línguas

nacionais.

“SOMMAIRE - (Annonce la creátion de l’école de langues indigènes filiale du

Séminaire, et demande le payment mensuel du professeur et des frais de l’école.

2.III.1886) ”.

Por razões óbvias, endógenas do regime colonial, em 1921, através do Decreto Nº 7713

do Governador da Província de Angola, foi interdito o ensino das línguas indígenas nas missões

religiosas, declarando que as missões deviam (pela sua significância, transcrevemos o texto na

íntegra):

“Artigo 1º, ponto 3º A ensinar a língua portuguesa; ponto 4º A não ensinar qualquer

língua estrangeira; Art. 2º Não é permitido ensinar nas escolas das missões línguas

indígenas; Art. 3º O uso da língua indígena só é permitido em linguagem falada na

catequese e, como auxiliar, no período do ensino elementar da língua portuguesa; § 1º É

vedado na catequese das missões, nas suas escolas e em quaisquer relações com os

indígenas, o emprego das línguas indígenas por escrito ou de outra língua que não seja a

portuguesa, por meio de folhetos, jornais, folhas avulsas e quaisquer manuscritos. § 2º

Os livros de ensino religioso não são permitidos noutra língua que não seja a

portuguesa, podendo ser acompanhado o texto português de uma versão paralela em

língua indígena. § 3º O emprego da língua falada, a que se refere o corpo deste artigo, e

o da versão em língua indígena, nos termos do parágrafo anterior, só são permitidos

transitoriamente e enquanto se não generalize, entre os indígenas, o conhecimento da

língua portuguesa, cabendo aos missionários substituir, sucessivamente e o mais

possível, em todas as relações com os indígenas e na catequese, as línguas indígenas

pela portuguesa” (Decreto nº 77, do Governador da Província de Angola: 1921).

Desta forma, o governo literalmente proibiu a divulgação e o uso das línguas nacionais

à estância que ainda preservava a sua grafologia, tendo justificado esta medida pela razão de

segurança de Estado.

Pretendia-se com estas instruções delimitar o campo de acção e a influência das

línguas “indígenas” e permitir a proeminência da LP na comunidade local cujo objectivo era o

início do processo glotofágico das LN.

13 Refere-se ao Decreto nº 77, de 1921, do Alto Comissário da República de Angola, José Mendes Ribeiro Norton de Matos, publicado pelo Boletim Oficial da Província de Angola, I série - Nº 50, de 9 de Dezembro de 1921.

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Durante os cinco séculos de vigência do regime colonial, mesmo depois de ascensão à

independência nacional (1975), o governo manteve a hegemonia tradicional do sistema

educacional, não contemplando no sistema regular de educação o ensino das LN.

A primeira tentativa manifesta para a inserção das LN no sistema de ensino sucedeu

em 1985, inicialmente no processo de alfabetização. Entretanto, dois anos mais tarde foi

publicada a Resolução Nº 3/87, de 23 de Maio, que aprovava, a título experimental, os

alfabetos das línguas nacionais Kikongo, Kimbundu, Côkwe, Umbundu, Nganguela e

Oshykwanyama e as respectivas regras de transcrição.

Já Cavacas (1994: 16)14 salienta que “as seis línguas nacionais estão a ser estudadas

nos domínios de fonética, fonológico, morfo-sintáctico e semântico com a definição de léxicos

temáticos, e apontam para uma grafia normativa” dos dois grupos etnolinguísticos (bantu e

khoisan).

A implementação da fase experimental do ensino de línguas nacionais retomou o seu

curso, como balão de ensaio de materiais didácticos em algumas províncias (Nzau e Sardinha,

2002: s/pág.).

O Governo da RA publicou a Lei de Bases do Sistema de Educação (Lei 13/01), que

aprova a Reforma Educativa que vem sendo implementada, faseadamente. Esta Lei de Bases

postula no artigo 9º que “o Estado promove e assegura as condições humanas, científico-

técnicas, materiais e financeiras para a expansão e a generalização da utilização e do ensino de

línguas nacionais”.

Os dados apontavam que “esta primeira fase abrangeria 4,5 mil alunos da 1ª classe de

algumas escolas do ensino primário de Luanda, 35 coordenadores, cinco para cada língua a ser

ministrada e 105 professores do ensino primário e ao INIDE caberia a elaboração dos materiais

pedagógicos para professores e alunos e a fase seguinte seria dedicada à formação de

professores, ensaiar e assegurar a supervisão da aplicação da metodologia de ensino de línguas

nacionais.

Nesta fase foram seleccionadas seis línguas nacionais: o Côkwe, Kimbundu, Kikongo,

Nganguela, Oshikwanyama, Umbundu e Fiote. Expectantes do êxito da experiência, poderão

14 Cavacas, Fernanda (1994). O Texto Literário e o Ensino da Língua, em Moçambique. “… O seu peso urbano torna-se cada vez mais significativo, surgindo como língua materna, língua afectiva, de cerca de 90% dos luandenses, assumindo já por vezes desvios dialectais profundos, para além da previsível indigenização oral colectiva”.

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ser perspectivadas outras actividades que visam o alargamento das línguas nas 2ª, 3ª, 4ª, 5ª e 6ª

classes, permitindo também a abrangência em mais escolas” (INIDE15 2005).

O planeamento metodológico para a implementação da política do ensino das LN

prevê, citando (INIDE: 2005), “em primeira instância, a regionalização dos idiomas em

conformidade com as respectivas zonas de influência linguística, sendo que o Kimbundu será a

LN de escolarização na região centro norte, albergando as províncias de Luanda, Bengo,

Kwanza Norte, Kwanza Sul e Malange; o Umbundu será ministrado na região centro sul, nas

províncias de Benguela, Huambo, Bié e uma parcela do Kwanza Sul onde este idioma é

predominante; a região norte será dominada pelo ensino de Kikongo, nomeadamente nas

províncias do Uíge e Zaíre; o Fiote, dialecto do Kikongo falado em Cabinda, dadas as

particularidades do isolamento da província em relação ao resto do território será a língua de

educação daquela parcela; o Tchokwe é, por excelência a LN do leste do país e será ministrado

nas províncias de Lunda Norte, Lunda Sul e Moxico; o idioma Oshikwanyama detém a sua

influência na região Sul, onde será ministrado nas províncias de Huíla, Namíbe e Kunene; o

Nganguela tem representatividade no sudoeste do território e será língua de ensino na província

do Kuando-Kubango e uma parcela da Huíla nos municípios onde é de maior veiculação”. Esta

distribuição é sistematizada no Quadro seguinte.

Quadro nº 4. Demonstração do Ensino das Línguas Nacionais

LÍNGUA NACIONAL

REGIÃO DE INFLUÊNCIA

PROVÍNCIA

Fiote Norte Cabinda Kikongo Norte Uíge, Zaíre

Kimbundu Centro Norte Luanda, Bengo, Kwanza-Norte, Kwanza-Sul e Malange

Tchokwe Leste Lunda-Norte, Lunda-Sul, Moxico Umbundu Centro Sul Benguela, Huambo, Bié

Oshikwanyama Sul Huíla, Namíbe, Kunene Nganguela Sudoeste Kuando-Kubango

Para a preservação das línguas nacionais, os ministérios da Cultura, Comunicação

Social e da Educação criaram instituições como o Instituto de Línguas Nacionais (ILNA),

órgão responsável pela correcção e uniformização ortográfica das línguas dos grupos

etnolinguísticos (bantu e khoisan). Também são transmitidas para o auditório nacional através

da (rádio Nacional de Angola (RNA) pelo programa Ngola Yetu (em kimbundu, que significa,

15 Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da Educação (INIDE). Informação de Angola Press, do dia 21/01/2011. Luanda.

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Angola é nossa) e da Televisão Pública de Angola (TPA). Actualmente floresce a massificação

da integração das línguas nacionais no sistema nacional de educação.

A importância da manutenção escrita das LN reside, fundamentalmente, na

preservação da identidade cultural dos povos pelas gerações vindouras e entre os académicos

para que conheçam a significância e a razão do nome de um determinado lugar, a padronização

ortográfica, a preservação da onomástica antropológica, a toponímia, os hidrónimos, estudos

limnológicos que podem fornecer elementos significativos e contribuir para o desenvolvimento

económico do país.

Alerta Pinto (2010: 19) que “a rejeição da diversidade linguística pode resultar no

glotocídio ou marginalização de línguas que, por diferentes razões, são proscritas da

sociedade”.

2.4 O Papel da Língua Portuguesa em Angola

A língua portuguesa é um veículo de comunicação e de relacionamento entre os vários

grupos etnolinguísticos de Angola e é reconhecida, institucionalmente, como língua oficial do

país. Resulta de um período longo de história de convivência entre os povos de Angola e de

Portugal.

A este respeito, citando o OLP (201216, citando Peixoto, 1940: 5-9) esclarece que “não

há liberdade, nem liberdades contra a língua (…). Não há força que no mundo possa modificar

a história. Não há desapropriação espiritual (…). Belgas e Suíços não são menos autóctones ao

falarem francês, nem pensaram jamais em dar um pseudónimo nacionalista à linguagem que

falam, e é deles também. Por isso, também não há língua canadense, nem argentina, nem

australiana: não haverá jamais língua brasileira”.

Em Angola, sendo um país plurilinguístico, salienta Cardoso (2009: 656) “a língua

portuguesa é considerada a língua oficial e de comunicação entre os angolanos e as outras

línguas existentes são consideradas línguas nacionais”.

O ensino formal durante séculos foi ministrado em língua portuguesa, embora

registando-se progressos em várias tentativas de integração das línguas nacionais no sistema

nacional de educação.

A língua portuguesa é a única língua oficial estabelecida pela legislação angolana e, de

acordo com Fernandes e Ntondo (2002), “a adopção do português como língua oficial foi um

16 Observatório de Língua Portuguesa (OLP). 2012, citando Afrônio Peixoto (1940. 5 e 9). Língua Comum. “Sobre as tentativas dos nacionalistas radicais para institucionalizarem uma «língua brasileira».

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processo comum à grande maioria dos países africanos que assumiram a identidade linguística

do colonizador, por necessidades de interacção social”.

A conjuntura sociolinguística de Angola permitiu uma rápida expansão da língua

portuguesa entre a comunidade local que, por um lado, é resultado da limitação impositiva do

uso das línguas nativas em todas as esferas de eventos oficiais e, por outro lado, responde à

necessidade, há muito clamada pela sociedade, de um instrumento de comunicação linguística

unificadora.

Assim, como reforça Fernandes e Ntondo (2002), “em Angola deu-se um facto pouco

comum de uma intensa disseminação do português entre a população angolana, a ponto de

haver uma expressiva parcela da população que tem como sua única língua a portuguesa”.

A este respeito, Vieira (2011: 290, citando Memmi, s/d) menciona que “Reconhece a

indispensabilidade de o colonizado conhecer a língua do colonizador, sob pena de ser relegado

à condição de estrangeiro do e no seu próprio país”.

Muitos e variados são os factores apontados como elementos-chave que contribuíram

substancialmente para a propagação da LP, como os de ordem política, económica e social.

“O português como língua de comunicação corrente propiciou a veiculação de ideias

de emancipação em certos sectores a partir de meados do século XX; facilitou a comunicação

entre pessoas de diferentes origens étnicas; durante a guerra contra o regime colonial facilitou a

expansão da consciência nacional; o português, de instrumento de dominação e clivagem entre

colonizador e colonizado, adquiriu um carácter unificador entre os diferentes povos de Angola”

(Fernandes e Ntondo, 2002).

Depois da ascensão à independência, a língua portuguesa tornou-se num instrumento

indispensável para a propagação da política de uma Nação que se erguia e que necessitava de

engendrar políticas de consolidação da unidade nacional. Outro factor endógeno que contribuiu

para a propagação do português foi o conflito armado, que devastou o país durante décadas,

tendo provocado massivamente a deslocação de populares do campo para as cidades e destas

para o campo, num êxodo tempestuoso. Neste processo, o português era recorrentemente

pertinente para a veiculação entre gente de distinta etnicidade, minorando-se os factores

negativos como o regionalismo, tribalismo, o racismo.

A massificação da educação contribuiu para a generalização do português, uma vez

que, até nos locais mais recônditos, onde nunca houve ensino, foram instaladas escolas. A

concentração populacional nas zonas urbanas e suburbanas das maiores cidades, em busca de

segurança (por razões do recrudescimento da guerrilha nas zonas rurais), e em busca de

melhores condições de vida, também contribuiu para esse processo. Além disso, os órgãos de

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comunicação social também têm predilecção pela língua portuguesa, essencialmente, os

literários (jornais, revistas, diários, material propagandístico, anúncios), sendo todos divulgados

nessa língua.

Estes factores contribuíram para a apreciação do português como língua oficial,

criando ela própria o espaço do seu reconhecimento e afastada da conotação que nutria de

língua do opressor.

A língua portuguesa é, hodiernamente, falada em todo o território nacional,

obviamente pejada de substratos regionais inerentes a cada etnia, tal como acontece em

qualquer outra latitude, o que lhe proporciona a categoria de língua angolana. “O português é a

primeira língua de 30% da população angolana com maior universo em Luanda e 60% dos

angolanos afirmam usá-la como segunda língua” (Fernandes e Ntondo, 2002).

Como diz Cavacas (1994: 16), o português é tido como língua afectiva dos angolanos.

2.5 A oralidade e a escrita da Língua Portuguesa em Angola

2.5.1 O português falado

O português da oralidade angolana resulta da miscigenação intrínseca entre a língua

portuguesa e as línguas nacionais nas diversas vertentes de comunicação. A assimilação

semântica das várias expressões presentes numa e noutra língua complementam-se

mutuamente, legando para cada uma delas elementos culturais distintos que não se encontram

na outra língua, emergindo daí novos falares.

É um processo natural e compreensível em que não intervêm fenómenos formais de

orientação linguística como sucede com as uniformizações ortográficas. A fala é, por si só, um

factor de comunicação em que participam dois falantes e interpretam uma mensagem que é

perceptível entre si.

Os progressos registados pelo português distinguem esta língua, como diz Ponte

(2007: 2): “talvez mais do que o francês e o espanhol, mas certamente menos que o inglês, o

português é hoje uma língua internacional, personalizada fortemente em cada país em que é

falado”.

Desta dinâmica que se verifica no português falado em Angola caracteriza e acentua a

diferença do português veiculado nos outros países como o Brasil, em Moçambique, em Cabo-

Verde, na Guiné Bissau, em S.Tomé e Príncipe, ou mesmo em Portugal. Em cada uma dessas

esferas de falantes verifica-se as dissemelhanças, recorrendo ostensivamente à fonologia local,

recorrendo até, certa forma, à construção de fraseologias idiossincrásicas.

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A fonologia do português angolano apresentado por Gregório (2010: n.p.) tem

enquadramento na linguagem informal ou linguagem popular (gírias) a que se atribui ao génio

inventivo juvenil tal como se exemplifica no quadro 5.

Quadro nº 5 Gírias da Linguagem Informal

Expressão (Gíria) Significado

Gamar Muadié Bebucho “meu fofo” Pena de pato Maka (kimbundu) Desbobinar Imbamba (kimbundu) Alambamento Gira-mulher Ruca Cumbú Kota ou dikota (kimbundu) Ndengue ou kandengue (kimbundu) Balande Mbuite Baçula Boelo Kapuka ou kachipembe Kazukuta Caular Awa

Roubar; furtar Amante; parceiro; indivíduo Forma carinhosa de tratamento Escriturário; funcionário público Problema Falar intempestivamente, despejando com raiva segredos íntimos Tralha; coisas insignificantes Dote Homem desavergonhado; imoral Carro Dinheiro Pessoa de respeito; mais velho; adulto Criança; pessoa mais nova Cacete; porrete Queda; cair sem amparo Burro; parvo Bebida alcoólica de fabrico caseiro Confusão Comprar Credo

Para além do “léxico de expressões soltas, interjeições que constituem a gíria

encontra-se presente [sic] neste tipo de linguagem, fraseologias, que exprimem as intenções de

um determinado grupo de indivíduos que procuram restringir as suas intenções de comunicação

a um núcleo restrito” (Barros et al., s/d). De acordo com os autores citados, exemplificamos

algumas fraseologias comuns:

Quadro nº 6 Expressões idiomáticas

Expressões (frase) Significação

Grifar feio Pernão a granel Espetar uma prega

vestir-se bem, com roupas de marca perna bem delineada, na medida certa dar uma rasteira

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Há bwé de garinas Comida fofa Ndutar feio fazer dever Dar uma Kapa Deu caldo Dzumba Malaike A vida está Malaike

há muitas miúdas Boa comida Conduzir em excesso de velocidade fazer uma carta para pedido de namoro Fintar o adversário Morreu Mau hálito a vida vai mal

Outros valores linguísticos podem ser constatados pela influência dos substratos

linguísticos regionais que exercem influência significativa na expressão oral da língua

portuguesa.

Conforme esclarece Inverno (2005: 4), a diferença entre o português europeu e o

angolano consiste no seguinte: “o português europeu distingue entre dois valores de

numerosidade: singular (um item) e plural (mais do que um item), sendo este último o único

valor marcado morfologicamente através da adição do sufixo de plural –s à raiz do núcleo do

sintagma. A concordância de número realiza-se através de adição deste sufixo a todos os

determinantes, quantificadores e modificadores no sintagma nominal”.

Continuando, Inverno (2005: 4) exemplifica que,

“Em Português Europeu (PE), todos estes livros novos são importantes. No Português

Vernáculo de Angola (PVA), o núcleo do sintagma nominal raramente recebe marcação

de número. A pluralidade é indicada pela adição do sufixo –s apenas aos elementos não-

nucleares mais à esquerda no sintagma nominal, especialmente no discurso de falantes

mais velhos ou menos instruídos ou no discurso informal daqueles que são mais jovens

ou instruídos:

PVA: Vigia as criança_; PE: Vigia as crianças.

PVA: Ele marca muitos golo_; PE: Ele marca muitos golos.

PVA: É mãe de três filho_; PE: Sou mãe de três filhos.

PVA: guardas-chuva; PE: guarda-chuvas.

PVA: _ primeira filho já tem trinta e oito ano; PE: o primeiro filho já tem trinta e oito

anos. PVA: eu tinha minhas irmãos; PE: eu tinha os meus irmãos/as minhas irmãs.

A razão desta discrepância verbalizante do português incide sobre a falta de marcação do

número no núcleo do sintagma nominal que resulta do facto de, nas línguas bantu, esta

categoria ser marcada nos nomes através de prefixos e não de sufixos. Quando o nome

ocorre com outros elementos no sintagma nominal, todos os elementos não nucleares

recebem o mesmo prefixo, o qual concorda em número e classe com o prefixo marcado

no núcleo:

Cokwe: A-thu a-wana a-pema; PE- pessoas - quatro – bons (tradução directa).

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PE: Quatro boas pessoas ou Quatro pessoas boas”.

Ao concluir esta análise, a autora demonstra a necessidade que os falantes têm de fazer

passar a mensagem em português de qualquer forma: “A termologia expressa revela os níveis

de linguagem coloquial das camadas menos instruídas em que não é essencial a modelação de

regras gramaticais e (…) os falantes procuram, de todas as formas, veicular os seus sentimentos

em português, como se pode constatar”.

Nesta perspectiva, o enquadramento do português em Angola justifica-se pela

cumplicidade secular com as línguas nacionais, anunciando as metamorfoses que o afastam,

paulatinamente, da norma europeia.

Neto (2009: 12) escreve que, “da mesma forma que se constatam evoluções no

contexto de uma realidade cultural (…) heterogénea, incorporando a modernidade e novas

formas de representação linguística dessa mesma realidade, se deve reconhecer a contribuição

dada pelos vários grupos de falantes da língua portuguesa para a construção de formas distintas

de a representar. Essa dinâmica é gerada pela própria sociedade, pelas relações entre as

pessoas, pela necessidade (…) de estabelecer um patamar de compreensão em que todos se

insiram”.

2.5.2 Português escrito

A escrita da língua portuguesa em Angola tem as bases fundamentadas em

conhecimentos gramaticais, principal instrumento da normalização das regras ortográficas dos

níveis padronizados.

Neste contexto específico, a língua portuguesa cruza com uma multiplicidade

linguística e cultural adjacente às línguas nacionais cujas expressões fonológicas, morfo-

sintáctico caracterizam e exprimem aspectos filosóficos desse povo que, não se encontrando o

significado em português são assimilados, constituindo desta forma um vocabulário próprio

para o português angolano.

A língua literária, citando Fernandes e Ntondo (2002), “distinguiu-se sempre pela

presença das línguas locais, expressamente em diálogos ou interferindo fortemente nas

estruturas do português”.

“A realidade e cultura angolanas possuem características próprias e diferentes da

realidade e cultura do país anfitrião de que a língua padrão é originária. Daí resulta a crescente

angolanização do português, como reflexo da especificidade concreta e palpável aos vários

níveis linguísticos, desde o léxico, fonológico, morfossintático e semântico” (José, 2005: 14).

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Na mesma linha de pensamento, Gargallo (1993: 154) escreve: “La lengua constituye

la más maravillosa capacidad con que cuenta el ser humano, y la que le concreta como tal”.

O português, pela sua génese, é uma língua aberta e maleável, capaz de incorporar

elementos de outras culturas linguísticas, capaz de suplantar outros idiomas de maior expressão

universal.

Como exemplo, no quadro 7 apresentamos algumas expressões sintagmáticas,

oficialmente reconhecidas que figuram nos Dicionários17 do português europeu.

Quadro nº 7 Expressões Sintagmáticas Incorporadas nos Dicionários

Expressão Significação Batuque instrumento de percussão, nome geral que se dá a todas as danças

acompanhadas por instrumentos de percussão Bobó indivíduo que todos se riem dele Bunda cintura, traseiro, nádegas, chulo Bumbar trabalhar arduamente Bwé curtido, fixe, muito Cambolar engajar, carregador Capanga serviente, servente Catinga odor do corpo, mau cheiro, martírio Curinga jogo de poker, homem magro ou raquítico Dendê fruto, coco do dendezero (palmeira) de cujo pericarpo se extrai o

óleo ou azeite de palma e a amêndoa é conhecida por coconote e fornece o óleo de coconote

Ginguba Amendoim Gingar inclinar ou balançar o corpo, bambolear Jimbolo espécie de pão feito de farinha e água ou de farinha e ovos Jingo Cachimbo Machimbombo transporte colectivo, autocarro ou camioneta (pt) Maxim faca grande para segar erva Minhoca verme anelídeo que cava pequenas galerias no solo húmido, de

que se nutre, contribuindo para a sua aeração e fertilidade Missanga jóia para adorno Mocambo quilombo, acampamento Mocotó patas de animais bovino ou suíno, desprovido de casco e serve de

alimento, pernas Moleque menino, criança, garoto de pouca idade, criado Munda Morro Mupanda árvore africana da família das leguminosas cuja casca é utilizada

no curtume de peles Mutula espécie de leito, formado de quatro forquilhas que sustentam as

duas varas onde se atravessa uns paus cobertos por esteira

17 Dicionário da Língua Portuguesa (2010). Dicionários Editora. Porto, Porto Editora. - Vaza, A. e Amor, E. 2008. Dicionário Verbo da língua portuguesa. (2.ª ed., Ed./Re.). Lisboa, Verbo. - Pinto, A. O. (2011). Vocabulário de Kimbundu no Português de Luanda. Lisboa, http://multiculturas.com/angolanos/alberto_pinto_kimb_port-vocab.htm.

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38

Muzungo pequena árvore leguminosa da família das mimosáceas Pupu pássaro da família dos upupúdeos, a fim da popa Quibuca caravana de negros Quilombo Mocambo, acampamento Quitanda mercado, praça Samba Dança Sibongo batata doce Tacula árvore cuja a casca se extrai uma tinta vermelha usada nos rituais

da puberdade e em cosmética Tamargueira planta da família das tamaricáceas, também chamada de tamariz Tanga trajo de banho para homens e mulheres de dimensão muito

reduzida, peça de roupa interior Umbala libata, sanzala Tesse arbusto intertropical da família das viláceas Xingar insultar com palavras, ofender com insultos Ulojanja pássaro conirosto africano

Para a preservação de uma língua é necessário motivação. Como afirma Grosso (1993:

850): “actualmente é difícil alguém querer aprender uma língua sem motivação ou sem ser

motivado. Independentemente das necessidades comunicativas e das motivações pessoais, há a

ideia de que uma língua pode e deve ser apelativa, atraindo os potenciais aprendentes; isto

implica o entrar em concorrência, criando e transmitindo uma imagem, a qual possa fazer a

simbiose das diferentes representações e valores do que é ser português, seduzindo pela

diferença, motivando para o desejo de estudar a língua ou de comunicar em português”.

O português em Angola representa a língua interventiva de muita importância para a

homogeneização cultural e social de uma nação basicamente pluriétnica, garante do papel de

comunicação oficial de Estado, língua materna para uma maioria da população, essencialmente

caucasiana, veículo de imprensa e de comunicação social, assevera a comunicação no exército,

na gestão económica e língua de ensino.

O papel reservado à língua portuguesa não deve, simplesmente, apagar a existência

das línguas nacionais pelo efeito diglóssico. Nestas circunstâncias, para todos os efeitos, o

português deve ser interpretado como uma língua segunda (PL2), aquela que é aprendida

depois da primeira língua ou a materna (PL1/PLM), pelo facto de partilhar espaços intrínsecos

de línguas africanas que durante séculos foram ilegitimadas e ignoradas no contexto

educacional.

A educação deve, por conseguinte, desempenhar um papel preponderante no sentido

da legitimação das línguas nacionais no sistema de ensino em comunhão com a língua

portuguesa, para que os aspectos sócioculturais endógenos de cada uma das línguas não sejam

estropiados. Desta forma, poderá ser criada a motivação necessária para o ensino-aprendizagem

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39

das línguas nacionais e da língua portuguesa no contexto do ensino bilingue, facilitando a

assimilação dos conteúdos pelos alunos que não dominam o português, sem que tenham que

necessariamente recorrer ao método de interlíngua para as sucessivas fases de apreensão dos

fenómenos linguísticos.

As línguas, na óptica de Whitney (2010: 8, citando August Schleicher, 1863), “são

organismos naturais que, independentemente da vontade humana, crescem, se desenvolvem,

envelhecem e morrem. […] A glótica ou ciência da linguagem é, consequentemente, uma

ciência natural”.

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40

CAPÍTULO III

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE INTERPRETATIVA DOS RESULTADOS

Neste capítulo procedemos à apresentação dos resultados de forma circunstanciada,

aplicando as técnicas do método estatístico para atender aos objectivos da pesquisa

relativamente a comparação e a confrontação de dados e provas disponíveis.

Segundo Reis (2010: 108), “O tratamento estatístico é fundamental no campo da

investigação, permitindo ao investigador reduzir, organizar, avaliar, interpretar e comunicar a

informação numérica, fornecendo métodos e meios que possibilitam provar ou refutar a

existência de relação entre duas ou mais variáveis”.

A interpretação das perguntas e as respectivas respostas válidas fornecidas pela

população inquirida serão fundamentadas para se extrair o essencial da pesquisa por intermédio

de tabelas, gráficos, quadros e representações de imagens.

3.1 Análise do inquérito por questionário dirigido ao Chefe da Repartição de

Língua Portuguesa

O nosso respondente apresenta a seguinte identificação: é de sexo masculino, tem 45

anos de idade, é Mestre em linguística da língua portuguesa e é professor de carreira há 24

anos.

As questões dirigidas ao inquirido permitiram obter informações fundamentais sobre:

a) a formação de professores; b) o Plano de estudo da LP; c) a bibliografia de LP disponível; d)

o interesse dos estudantes pela LP; e) a motivação e a fragilidade dos professores; f) a

introdução das LN no sistema educativo; g) a orientação metodológica sobre os procedimentos

para o ensino-aprendizagem das LN; h) a LN ministrada na UKB e i) a dosificação das LN. Em

função do questionário aplicado, apresentamos o quadro interpretativo de análise univariada de

perguntas e as respectivas respostas do participante:

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41

Quadro nº 8 Análise Univariada do questionário dirigido ao chefe da Repartição

de Língua Portuguesa

Pergunta do questionário Resposta do inquirido

1. Em relação aos resultados obtidos na formação de

professores de língua portuguesa

Positivos

2. Considera a língua portuguesa LM e L2 em alguns casos

3. O plano de estudo do ensino-aprendizagem da LP é

ideal para o ensino de uma L2

Não. Falta incorporar outras L1/LM dos

estudantes

4. A bibliografia disponível é suficiente para o ensino-

aprendizagem da LP

Não. É completamente escassa

5. Os estudantes (futuros professores) têm mostrado

interesse em aprender a LP. Por que motivação

Sim. Por questões profissionais

6. Que tipo de dificuldades tem apresentado os

professores no decurso do seu trabalho: falta de

material didáctico, desinteresse pela educação,

desmotivação pela carreira docente, excesso de

carga horária, outras dificuldades

- Falta de material didáctico

- Excesso de carga horária

7. Considera que a introdução das LN no sistema

educativo regular proporciona vantagens para a

melhoria dos níveis de comunicação e proficiência

da LP

Sim. Ajuda na aplicação da pedagogia

construtiva

8. Existem orientações metodológicas suficientes e

eficientes para o ensino-aprendizagem das LN

Não há ainda formadores nem material

metodológico que suporta essa intenção

9. Os professores têm mostrado interesse em ensinar

as LN

Sim

10. Há alguma LN que é ministrada, em especial na

UKB

Umbundu. No curso de português

aparece como uma cadeira

complementar

11. Existe bibliografia suficiente para o ensino-

aprendizagem das LN

Não há produção neste sentido

12. O tempo estabelecido nos horários escolares para o

Ensino-aprendizagem das LN é suficiente

Não. A serem ministrados pela primeira

vez deveriam ter mais carga horária

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42

3.2 Análise dos inquéritos por questionários dirigidos aos professores de língua

portuguesa

O questionário foi dirigido a um grupo de sete professores, dos 13 da população-alvo,

o que corresponde a 54%, que permite manipular a amostra de acordo com o preceito

estatístico.

Gráfico nº 1: Distribuição dos respondentes por género

Tabela do gráfico nº 1

Masculino Feminino

7(A) (Amostra)

F. (Frequência) 5 2

% (Percentagem) 71 29

Deste grupo de professores, 71% (5) são do sexo masculino e 29% (2) do sexo

feminino, como se ilustra no gráfico nº 1.

71%

29%

Distribuição dos respondentes por género

Masculino

Feminino

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43

Gráfico nº 2: Caracterização etária dos respondentes

Tabela do gráfico nº 2

Faixa etária 20-30 30-40 40-50

A(7)

F. 2 3 2

% 29 43 29

A faixa etária dos inquiridos situa-se entre os 20 e 50 anos de idade, sendo dos 20-30

anos 29% (2), dos 30-40 anos 43% (3) e dos 40-50 anos 29% (2). A classe masculina (5) situa-

se entre os 20 e 40 anos e a feminina (2) entre os 40 a 50 anos de idade. A faixa predominante

dos inquiridos é dos 30 a 40 anos, como se pode verificar no gráfico nº 2.

29%

42%

29%

Caracterização etária dos professores

20-30 anos

30-40 anos

40-50 anos

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44

Gráfico nº 3: Distribuição dos respondentes por ano em que leccionam

Tabela do gráfico nº 3

Ano 1º 1º, 2º 1º, 2º, 3º A(7)

F. 1 3 3

% 14 43 43

No que concerne aos níveis em que os respondentes leccionam, permite obter a

informação sobre o enquadramento dos professores ao nível da Universidade. Assim, 14% (1)

dos respondentes leccionam no 1º ano, 43% (3) no 1º e 2º anos e 43% (3) leccionam no 1º, 2º e

3º anos, conforme se vê no gráfico nº 3. Observe-se que, para além do pessoal de quadro

docente, a instituição conta com três professores colaboradores que ministram aulas no quarto

ano.

14%

43%

43%

Distribuição dos professores pelo ano em que leccionam

Lecciona 1º ano

Lecciona 1º e 2º anos

Lecciona 1º, 2º e 3º anos

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45

Gráfico nº4: Perfil académico dos respondentes

Tabela do gráfico nº 4

Licenciados Mestres A(7) F. 6 1 % 86 14

Como se pode verificar no gráfico nº 4, dos inquiridos 86% (6) são licenciados e 14%

(1) é mestre. Saliente-se que todos os professores são licenciados em Ciências de Educação

pelo Instituto Superior de Ciências de Educação, instituição vocacionada para a formação de

professores e o mestre é formado em linguística da língua portuguesa.

86%

14%

Perfil académico dos professores

Licenciados

Mestres

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46

Gráfico nº 5: Tempo de serviço dos respondentes

Tabela do gráfico nº 5 Anos 0-5 5-10 10-15 15-20 20-25

A(7)

F. 3 2 0 0 2

% 43 29 0 0 29

A antiguidade na carreira docente contribui para o aperfeiçoamento das técnicas

pedagógicas e fornece elementos sólidos e coerentes que permitem ao professor exercer a sua

tarefa com maior perspicácia, proficiência e segurança. Os inquiridos apresentaram o parâmetro

de 5 a 25 anos de serviço, sendo de 0-5 anos 43% (3), de 5-10 anos 29% (2) e de 20-25 anos

29% (2), como se pode constatar no gráfico nº 5.

42%

29%

0%

0%

29%

Tempo de serviço dos professores

0 a 5 anos

5 a 10 anos

10 a 15 anos

15 a 20 anos

20 a 25 anos

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Gráfico nº 6: Que análise faz do curso de

A(7)

F.

%

A língua é um instrumento de comunicação que permite a intera

falantes. Para o seu ensino

aprendente demonstrem interesse

pergunta 100% (7) dos respondentes

conforme se demonstra no gráfico nº 6.

Para fundamentar as suas opiniões, os respondentes teceram comentários

questionário que, em função da sua pertinência

o prazer de aprender, participando sempre na

capacitados; a única disciplina presente em todos os cursos

português no ensino da pluralidade linguística

própria língua.

0

20

40

60

80

100

P.1

Per

cent

agem

análise faz do curso de língua portuguesa que ministra

Tabela do gráfico nº 6 Positiva Negativa

A(7)

F. 7 0

% 100 0

A língua é um instrumento de comunicação que permite a intera

seu ensino-aprendizagem torna-se imprescindível que o

interesse para a galvanização do processo docente

os respondentes avaliaram de forma positiva o curso da língua portuguesa,

gráfico nº 6.

as suas opiniões, os respondentes teceram comentários

em função da sua pertinência, a seguir se descrevem: levar os alunos a sentir

o prazer de aprender, participando sempre na construção do conhecimento

a única disciplina presente em todos os cursos; há consideração sobre o

português no ensino da pluralidade linguística; ganham-se ferramentas para o ensino da

100%

0%

1: Que análise faz do curso de LP queministra

47

que ministra

A língua é um instrumento de comunicação que permite a interacção entre os seus

imprescindível que o ensinante e o

para a galvanização do processo docente-educativo. A esta

a positiva o curso da língua portuguesa,

as suas opiniões, os respondentes teceram comentários no

levar os alunos a sentir

construção do conhecimento; formar alunos

há consideração sobre o

se ferramentas para o ensino da

Positiva

Negativa

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Gráfico nº 7: Tem inter

A ausência vocacional

dificuldades inerentes a função/docente,

professorado. Pelo contrário, colocada

interesse pelo curso que ministram,

Para fundamentar as respostas dos

questionário: ajudar os alunos a adquirir o conhecimento explícito da língua

quatro habilidades básicas: falar, ouvir, ler e escrever

que fazemos; é uma opção pessoal seguir este ramo

aprendizagem.

0

20

40

60

80

100

P.2: Tem interesse pelo curso que ministra

Per

cent

agem

interesse pelo curso que ministra

Tabela do gráfico nº 7

Sim Não

A(7)

F. 7 0

% 100 0

cional para a leccionação de línguas, adicionada

dificuldades inerentes a função/docente, tem sido a tónica constante em

elo contrário, colocada a questão, 100% (7) dos respondentes

interesse pelo curso que ministram, como se pode verificar no gráfico nº 7.

s respostas dos inquiridos, introduziu-se alguns comentários

ajudar os alunos a adquirir o conhecimento explícito da língua

quatro habilidades básicas: falar, ouvir, ler e escrever; seria fatal não ter interesse por aquilo

é uma opção pessoal seguir este ramo; é um instrumento de comunicação e

100%

0%

P.2: Tem interesse pelo curso que ministra

48

, adicionada às imensas

tem sido a tónica constante em alguns círculos do

os respondentes asseveraram ter

se alguns comentários do

ajudar os alunos a adquirir o conhecimento explícito da língua; desenvolver as

seria fatal não ter interesse por aquilo

rumento de comunicação e

Sim

Não

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Gráfico nº 8: Os estudantes têm mostrado interesse na aprendizagem da

Portuguesa

A(7)

F.

%

Pretende-se nesta questão

de língua portuguesa, pelo facto de exist

uma disciplina de fácil apreensão

Para responder à questão

estudantes têm mostrado interesse na aprendizagem da língua portuguesa,

não responderam à questão, conforme espelha o gráfico nº 8.

Dada a pertinência dos comentários dos respondentes

aprofundamento das respostas

sempre as suas dúvidas; mostram interesse nas aulas participando das mesmas

interesse a partir da novidade dos conteúdos ministrad

0

20

40

60

80

100

P3: Os estudantes têm mostrado interesse na aprendizagem da LP

Per

cent

agem

Gráfico nº 8: Os estudantes têm mostrado interesse na aprendizagem da

ortuguesa

Tabela do gráfico nº 8

Sim Não NR

A(7)

6 0 1

86 0 14

questão sondar a opinião dos professores em relação aos aprendentes

pelo facto de existirem estudantes que, por considerar

de fácil apreensão, não mostram interesse na sua aprendizagem

questão, 86% (6) dos inquiridos afirmaram positivamente

estudantes têm mostrado interesse na aprendizagem da língua portuguesa,

questão, conforme espelha o gráfico nº 8.

dos comentários dos respondentes, selecionaram

aprofundamento das respostas: participam activamente das aulas e procuram esclarecer

mostram interesse nas aulas participando das mesmas

interesse a partir da novidade dos conteúdos ministrados.

86%

0%

14%

P3: Os estudantes têm mostrado interesse na aprendizagem da LP

Sim

Não

N. responde

49

Gráfico nº 8: Os estudantes têm mostrado interesse na aprendizagem da língua

a opinião dos professores em relação aos aprendentes

por considerarem a língua como

não mostram interesse na sua aprendizagem formal.

positivamente que os

estudantes têm mostrado interesse na aprendizagem da língua portuguesa, enquanto 14% (1)

selecionaram-se alguns para o

participam activamente das aulas e procuram esclarecer

mostram interesse nas aulas participando das mesmas; mostram

P3: Os estudantes têm mostrado interesse na aprendizagem da LP

Sim

Não

N. responde

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Gráfico nº 9: O material didáctico para o

adequado

A(7)

F.

%

O material didáctico

aprendizagem porque compreende todo um conjunto de instrumentos necessários para

decurso do processo educativo

didácticos são mediadores entre o profes

(6) salientaram que o material didáctico não é suficiente para a ministração da língua

portuguesa e 14% (1) não respondeu a questão

Os comentários dos

pouco material existente não é de produção local e é de difícil aquisição

bibliográficos para consulta

realidade; quando se diz ser suficiente, implica dizer não necessita mais, e não é o caso

0

20

40

60

80

100

Per

cent

agem

Gráfico nº 9: O material didáctico para o ensino/aprendizagem

adequado para o curso de língua portuguesa

Tabela do gráfico nº 9

Sim Não NR

0 6 1

0 86 14

O material didáctico desempenha uma função primordial no processo de ensino

porque compreende todo um conjunto de instrumentos necessários para

decurso do processo educativo. Define Garcia (2011), de forma concisa

entre o professor, o aluno e o conhecimento”.

salientaram que o material didáctico não é suficiente para a ministração da língua

não respondeu a questão, conforme especificado no gráfico nº 9.

respondentes foram os seguintes: o material não é suficiente

pouco material existente não é de produção local e é de difícil aquisição

bibliográficos para consulta; certos conteúdos programáticos não são proporcionais à

ndo se diz ser suficiente, implica dizer não necessita mais, e não é o caso

0%

86%

14%

P.4: O material didáctico para o E/A é suficiente e adequado para o curso de LP

50

aprendizagem é suficiente e

desempenha uma função primordial no processo de ensino-

porque compreende todo um conjunto de instrumentos necessários para o

concisa, que “os materiais

sor, o aluno e o conhecimento”. Dos inquiridos, 86%

salientaram que o material didáctico não é suficiente para a ministração da língua

, conforme especificado no gráfico nº 9.

o material não é suficiente; o

pouco material existente não é de produção local e é de difícil aquisição; faltam materiais

certos conteúdos programáticos não são proporcionais à

ndo se diz ser suficiente, implica dizer não necessita mais, e não é o caso.

suficiente e adequado para o curso

Sim

Não

N. responde

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Gráfico nº 10: Em que conteúdos é que os estudantes apresentam mais

dificuldades

A(7)

F.

%

O professor numa sala de aula tem a

multifacetados do processo de

30), o professor “é responsável por: organização do itinerário, concepção de

selecção ou criação de meios, recursos e materiais, a natureza e o carácter da reflexão

linguística que suscita, o exercício que promove, a explicação que desenvolve e até os cr

que persegue ou exige”. Em relação a esta pergunta,

os estudantes apresentam dificuldades de escrita e gramática, enquanto

que estas existem ao nível da oralidade, conforme o gráfico nº 10.

Os comentários que merece

aspectos são problemáticos; em quase todos os conteúdos apresentam problemas de base

estudantes trazem graves deficiências das classes anteriores

de leitura; um problema de base e das interferências; as bases

0

20

40

60

80

100

P.5: Em que conteúdos é que os estudantesapresentam mais dificuldades

Per

cent

agem

Gráfico nº 10: Em que conteúdos é que os estudantes apresentam mais

ificuldades

Tabela do gráfico nº 10

Leitura Escrita Gramática Oral

0 6 6 1

0 86 86 14

O professor numa sala de aula tem a competência de zelar pelos aspectos

do processo de ensino-aprendizagem. Como salientam Fonseca

é responsável por: organização do itinerário, concepção de

selecção ou criação de meios, recursos e materiais, a natureza e o carácter da reflexão

linguística que suscita, o exercício que promove, a explicação que desenvolve e até os cr

Em relação a esta pergunta, 86% (6) dos respondentes

os estudantes apresentam dificuldades de escrita e gramática, enquanto que

da oralidade, conforme o gráfico nº 10.

omentários que mereceram o destaque para a complementaridade

em quase todos os conteúdos apresentam problemas de base

estudantes trazem graves deficiências das classes anteriores; os estudantes têm pouco hábito

de leitura; um problema de base e das interferências; as bases não estão solidificadas

0%

86% 86%

14%

P.5: Em que conteúdos é que os estudantesapresentam mais dificuldades

51

Gráfico nº 10: Em que conteúdos é que os estudantes apresentam mais

Oral

de zelar pelos aspectos

Fonseca et al. (2001: 27-

é responsável por: organização do itinerário, concepção de estratégias,

selecção ou criação de meios, recursos e materiais, a natureza e o carácter da reflexão

linguística que suscita, o exercício que promove, a explicação que desenvolve e até os critérios

dos respondentes consideram que

que 14% (1) afirmam

complementaridade: os quatro

em quase todos os conteúdos apresentam problemas de base; os

os estudantes têm pouco hábito

não estão solidificadas.

Leitura

Escrita

Gramática

Oral

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Gráfico nº 11: Consi

A(7)

F.

%

A língua portuguesa é considerada oficial em Angola dada a dimensão e a importância

do seu desempenho comunica

primeira para uns, língua segunda para outros

dos respondentes, em função da hierarquização social dos falantes

Dos respondentes, 86%

ser sua L2. Nota-se que três dos

dada a razão da frequência, como está espelhado no gráfico nº

Os comentários que os inqui

argumentos: considero-a como língua materna e segunda

população urbana é língua materna e a população do interior é língua segunda

berço da maior parte da popu

segunda; muitos de nós aprendemos em primeiro lugar a língua portuguesa

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Per

cent

agem

idera a língua portuguesa

Tabela do gráfico nº 11

LM L2 LE

6 4 0

86 57 0

A língua portuguesa é considerada oficial em Angola dada a dimensão e a importância

comunicacional entre as várias etnias. Nesta perspectiva, ela é língua

primeira para uns, língua segunda para outros e é ainda tida como língua estrangeira para

, em função da hierarquização social dos falantes.

86% (6) dizem que a consideram como sua LM e

dos inquiridos confirmaram, simultaneamente

dada a razão da frequência, como está espelhado no gráfico nº 11.

que os inquiridos inseriram clarificam a intenção dos seus

a como língua materna e segunda; é a língua que aprendi e falo

população urbana é língua materna e a população do interior é língua segunda

berço da maior parte da população angolana; em alguns, língua primeira, outros, língua

muitos de nós aprendemos em primeiro lugar a língua portuguesa

86%

57%

0%

P.6: Considera a LP

Língua materna

Língua segunda

Língua estrangeira

52

A língua portuguesa é considerada oficial em Angola dada a dimensão e a importância

várias etnias. Nesta perspectiva, ela é língua

tida como língua estrangeira para outros

LM e 57% (4) declaram

simultaneamente, ser sua LM e L2,

ridos inseriram clarificam a intenção dos seus

é a língua que aprendi e falo; para a

população urbana é língua materna e a população do interior é língua segunda; língua do

lação angolana; em alguns, língua primeira, outros, língua

muitos de nós aprendemos em primeiro lugar a língua portuguesa.

Língua materna

Língua segunda

Língua estrangeira

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Gráfico nº 12: Os conteúdos que tem ministrado reflectem

do português, L2

A(7)

F.

%

O processo docente-

programáticos que reflictam um conjunto

estruturados e orientados no sentido d

relação a esta questão, dos sete

ministrados reflectem o ensino

não respondeu a questão, como se verifica no gráfico nº 12.

A opinião tecida pelos

demonstra o seguinte: nem sempre porque a maior parte dos alunos tem o português como

língua materna; tenho como base

direcionado a LM, mas também L2

para muitos a primeira e única língua dominante

0

10

20

30

40

50

60

70

80

P.7: Os conteúdos que tem ministrado

Per

cent

agem

Gráfico nº 12: Os conteúdos que tem ministrado reflectem ensino

português, L2

Tabela do gráfico nº 12

Sim Não NR

1 5 1

14 71 14

-educativo de uma L2 requer uma organização de conteúdos

programáticos que reflictam um conjunto de conhecimentos linguísticos

sentido de os aprendentes os poderem apreender e assimilar.

sete inquiridos 14% (1) afirmam positivamente que os conteúdos

ministrados reflectem o ensino-aprendizagem do PL2 e 71% (5) garantem

não respondeu a questão, como se verifica no gráfico nº 12.

tecida pelos comentários dos respondentes, selecionou

nem sempre porque a maior parte dos alunos tem o português como

tenho como base o português como língua materna; não tanto assim, é mais

direcionado a LM, mas também L2; os programas não reflectem tal ideologia educativa

para muitos a primeira e única língua dominante.

14%

71%

14%

P.7: Os conteúdos que tem ministrado reflectem o E/A do português, L2

53

ensino-aprendizagem

requer uma organização de conteúdos

de conhecimentos linguísticos, devidamente

os poderem apreender e assimilar. Em

positivamente que os conteúdos

) garantem que não; 14% (1)

, selecionou-se alguns e

nem sempre porque a maior parte dos alunos tem o português como

não tanto assim, é mais

os programas não reflectem tal ideologia educativa; é

Sim

Não

NR

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Gráfico nº 13: Que outra(s) língua(s) estrangeira(s)

Inglesa Francesa

A(7)

F. 5 3

% 71 43

O mercado de trabalho

menos, uma língua estrangeira porque

agentes multilingues. Assim,

francesa, 14% (1) a língua espanhola,

não fala nenhuma língua estrangeira

mais do que uma língua, conforme consta

Os comentários dos respondentes reforçam a sua visão sobre a questão como se segue:

falo estas línguas porque ao longo do meu percurso académico tive a oportunidade de as

aprender; uma vez que sou professor de línguas preocupo

todas as línguas; porque é a língua que aprendi durante a formação para além do portu

porque tirei um curso de inglês;

três línguas; os conhecimentos mínimos possuídos não justificam a fala perfeita

0

10

20

30

40

50

60

70

80 71%

43%

P.8: Que outra(s) língua(s) estrangeira(s) conhece

Per

cent

agem

Gráfico nº 13: Que outra(s) língua(s) estrangeira(s) conhece

Tabela do gráfico nº 13 Espanhola Russa Alemã Lingala

1 0 0 1

14 0 0 14

O mercado de trabalho actualmente exige que os quadros tenham domínio de, pelo

uma língua estrangeira porque oferece uma gama infinita de oportunidades para os

Assim, 71% (5) dos inquiridos falam a língua inglesa,

língua espanhola, 14% (1) falam outra língua (não especificad

língua estrangeira. Pela frequência, verifica-se que três

conforme consta do gráfico nº 13.

Os comentários dos respondentes reforçam a sua visão sobre a questão como se segue:

estas línguas porque ao longo do meu percurso académico tive a oportunidade de as

uma vez que sou professor de línguas preocupo-me em aprender e contextualizar

porque é a língua que aprendi durante a formação para além do portu

porque tirei um curso de inglês; o interesse e as oportunidades levaram

os conhecimentos mínimos possuídos não justificam a fala perfeita

43%

14%

0% 0%

14% 14% 14%

P.8: Que outra(s) língua(s) estrangeira(s) conhece

54

Outras Nenhuma

1 1

14 14

mente exige que os quadros tenham domínio de, pelo

oferece uma gama infinita de oportunidades para os

falam a língua inglesa, 43% (3) a língua

outra língua (não especificada) e 14% (1)

três dos inquiridos falam

Os comentários dos respondentes reforçam a sua visão sobre a questão como se segue:

estas línguas porque ao longo do meu percurso académico tive a oportunidade de as

me em aprender e contextualizar

porque é a língua que aprendi durante a formação para além do português;

o interesse e as oportunidades levaram-me a dominar mais

os conhecimentos mínimos possuídos não justificam a fala perfeita.

Inglês

Francês

Espanhol

Russo

Alemão

Lingala

Outras

Nenhuma

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Gráfico nº 14: Gosta de ministrar aulas em

A introdução das LN no sistema educativo

professores que podem leccionar simultaneamente a língua portuguesa e as LN

não estariam disponíveis por motivos

neste domínio. Para responder a esta questão

gostariam de ministrar aulas em LN,

notar no gráfico nº 14.

Os comentários dos respondentes poderão demonstrar a fundamentação

não porque nunca as estudei

possibilitará valorizá-las e servir de

seria um desafio; é nosso, deve ser valorizado

0

10

20

30

40

50

60

P.9: Gostaria de ministrar aulas em

Per

cent

agem

Gráfico nº 14: Gosta de ministrar aulas em línguas nacionais

Tabela do gráfico nº 14 Sim Não

A(7)

F. 4 3

% 57 43

A introdução das LN no sistema educativo nacional criou novos desafios

leccionar simultaneamente a língua portuguesa e as LN

motivos diversos, principalmente o de não possuírem proficiência

Para responder a esta questão, 57% (4) asseveraram positivamente

gostariam de ministrar aulas em LN, ao passo que 43% (3) disseram que não, como se pode

Os comentários dos respondentes poderão demonstrar a fundamentação

porque nunca as estudei; teria muitas dificuldades pois não falo nenhuma LN

las e servir de instrumento para ensinar melhor a língua portuguesa

é nosso, deve ser valorizado.

57%

43%

P.9: Gostaria de ministrar aulas em LN

55

novos desafios para os

leccionar simultaneamente a língua portuguesa e as LN, o que muitos

de não possuírem proficiência

sseveraram positivamente que

disseram que não, como se pode

Os comentários dos respondentes poderão demonstrar a fundamentação apresentada:

teria muitas dificuldades pois não falo nenhuma LN;

instrumento para ensinar melhor a língua portuguesa;

Sim

Não

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Gráfico nº 15: Em que

é a sua

Umbundu Kimbundu

A(7)

F. 5 1

% 71 14

A questão fundamental

em LN e verificar se, eventualmente

fosse a sua materna, de acordo com as

docente-educativo. Assim, os resultados desta questão demonstram que

têm como preferência a LN umbundu,

pergunta, como se pode notar no gráfico nº 15.

Os comentários apresentados

seguinte visão: não gostaria de ministrar nenhu

domínio; a bagagem que tenho de LN

0

10

20

30

40

50

60

70

80 71%

14%

P.10: Em que LN gostaria de ministrar as aulas e qual delas é a sua LM

Per

cent

agem

Gráfico nº 15: Em que língua nacional gostaria de ministrar as aulas e qual delas

é a sua língua materna

Tabela do gráfico nº 15 Kimbundu Kikongo Tchokwe Nganguela Oshykwanyama

0 0 0 0

0 0 0 0

fundamental é de constatar o interesse dos professores em ministra

em LN e verificar se, eventualmente, dariam sentido pedagógico a uma outra língua que não

de acordo com as competências linguísticas para a assu

Assim, os resultados desta questão demonstram que 71% (

têm como preferência a LN umbundu, 14% (1) a LN Kimbundu e 14% (

como se pode notar no gráfico nº 15.

Os comentários apresentados pelos respondentes enquadram-se, resumidamente

não gostaria de ministrar nenhuma, a minha LM é umbundu

a bagagem que tenho de LN, não creio que me permita ensiná-la.

0% 0% 0% 0% 0%

14%

P.10: Em que LN gostaria de ministrar as aulas e qual delas é a

56

r as aulas e qual delas

Outras Nenhuma

0 1

0 14

interesse dos professores em ministrar aulas

dariam sentido pedagógico a uma outra língua que não

assunção do processo

71% (5) dos inquiridos

14% (1) não respondeu à

, resumidamente, na

ma, a minha LM é umbundu; por ser do

.

P.10: Em que LN gostaria de ministrar as aulas e qual delas é a

Umbundu

Kimbundu

Kikongo

Tchokwe

Ngangela

Oshykwanyama

Outras

Nenhuma

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Gráfico nº 16: O processo de

proporciona

comunicativa e de proficiência da

As vantagens que um aprendente de uma L2 possui quando domina com proficiência a

sua LM são evidentes. Lobato

(IL) es considerada como el sistema linguístico del hablante no nativo en una determinada

etapa del proceso de aprendizaje, el cual se constroye de forma processual y creativa y es

observable en la actuación linguística.

otros de la lengua meta y algunos exclusivamente idiossincrásicos

reconheceram que o processo de ensino

asseveram que não dinamiza nenhuma vantagem, como está demonstrado no gráfico nº 16.

18 Lobato, Jesús Sanchez, et al. (2004)Segunda Lengua (L2) Lengua Extranjera (LE)sistema linguístico do falante não nativo numa determinada etapa do processo de aprendizagem, a qual se constrói de forma processual e criativa e é olíngua materna, outros da língua alvo e alguns exclusivamente idiossincrásicos.”

0

20

40

60

80

100

P.11: O processo de E/A das LN proporciona vantagens para amelhoria dos níveis de competência comunicativa e de proficiência da LP

Per

cent

agem

Gráfico nº 16: O processo de ensino-aprendizagem das línguas nacionais

proporciona vantagens para a melhoria dos níveis de

comunicativa e de proficiência da língua portuguesa

Tabela do gráfico nº 16

Sim Não

A(7)

F. 6 1

% 86 14

As vantagens que um aprendente de uma L2 possui quando domina com proficiência a

bato e Gargallo (2004), citando Gargallo18, alude

(IL) es considerada como el sistema linguístico del hablante no nativo en una determinada

etapa del proceso de aprendizaje, el cual se constroye de forma processual y creativa y es

actuación linguística. Este sistema presenta elementos de la lengua materna,

otros de la lengua meta y algunos exclusivamente idiossincrásicos”. 86% (

o processo de ensino-aprendizagem traz consigo vantagens e

que não dinamiza nenhuma vantagem, como está demonstrado no gráfico nº 16.

(2004). Vademécum para la Formación de Profesores, Ense

egunda Lengua (L2) Lengua Extranjera (LE). Ed. SGEL. Madrid: 369. “A interlíngua (IL) é considerada como o sistema linguístico do falante não nativo numa determinada etapa do processo de aprendizagem, a qual se constrói de forma processual e criativa e é observável no desempenho linguístico. Este sistema apresenta elementos da língua materna, outros da língua alvo e alguns exclusivamente idiossincrásicos.”

86%

14%

P.11: O processo de E/A das LN proporciona vantagens para amelhoria dos níveis de competência comunicativa e de proficiência da LP

57

línguas nacionais

a dos níveis de competência

língua portuguesa

As vantagens que um aprendente de uma L2 possui quando domina com proficiência a

alude que “La interlengua

(IL) es considerada como el sistema linguístico del hablante no nativo en una determinada

etapa del proceso de aprendizaje, el cual se constroye de forma processual y creativa y es

Este sistema presenta elementos de la lengua materna,

86% (6) dos respondentes

consigo vantagens e 14% (1)

que não dinamiza nenhuma vantagem, como está demonstrado no gráfico nº 16.

Vademécum para la Formación de Profesores, Enseñar Espanol como A interlíngua (IL) é considerada como o

sistema linguístico do falante não nativo numa determinada etapa do processo de aprendizagem, a qual se constrói . Este sistema apresenta elementos da

P.11: O processo de E/A das LN proporciona vantagens para amelhoria dos níveis de competência comunicativa e de

Sim

Não

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Gráfico nº 17: Tem participado n

que se

sobre o estado

Sim Não

A(7)

F. 5

% 71 29

Relativamente a esta questão

dos respondentes, 71% (5), afirma que tem participado dos vários eventos que se realizam

sobre a língua portuguesa; enquanto que 29% (2) responderam que não participam destes

eventos e 71% (5) asseguram

estado da língua portuguesa no

reflectido no gráfico nº 17.

Os comentários seguintes complementam

trabalhar a base (escolas primárias)

existem muitas dificuldades em relação ao uso correcto da língua portuguesa

concordância com as situações linguísticas das línguas loca

como as regras mandam.

0

10

20

30

40

50

60

70

80 71%

P.12: Tem participadopalesta sua

Per

cent

agem

Gráfico nº 17: Tem participado nos eventos (conferências, palestras, seminários)

que se realizam sobre a língua portuguesa. Qual

sobre o estado actual da língua portuguesa no País

Tabela do gráfico nº 17

Não Excelente Bom Regular Mau Não Resp

2 0 1 5 0

29 0 14 71 0

ta questão, as opiniões dos participantes são divergente

afirma que tem participado dos vários eventos que se realizam

enquanto que 29% (2) responderam que não participam destes

sseguram que o estado do português é regular, 14% (

estado da língua portuguesa no país é bom e 14% (1) não responderam a questão, como está

Os comentários seguintes complementam a opinião dos respondentes:

trabalhar a base (escolas primárias); falta fazer muito nas classes iniciais, na primária

existem muitas dificuldades em relação ao uso correcto da língua portuguesa

concordância com as situações linguísticas das línguas locais; fala-se o que é perceptível, não

29%

0%

14%

71%

0%

14%

participado nos eventos (conferêncª.,palest., semin.) que se realizam sobre a LP. Qual

sua opinião sobre o estado actual da LP no País

58

, palestras, seminários)

Qual é a sua opinião

País

Não Responde

1

14

divergentes. A maioria

afirma que tem participado dos vários eventos que se realizam

enquanto que 29% (2) responderam que não participam destes

14% (1) afirmaram que o

a questão, como está

a opinião dos respondentes: precisamos

falta fazer muito nas classes iniciais, na primária;

existem muitas dificuldades em relação ao uso correcto da língua portuguesa; falta de

se o que é perceptível, não

Qual éPaís

Sim

Não

Excelente

Bom

Regular

Mau

N. responde

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Gráfico nº 18: O horário estabelecido para o

portuguesa

A(7)

F.

%

O horário escolar é um documento que estabelece os parâmetros temporais em que

devem decorrer as aulas, descrição das disciplinas,

para a orientação do corpo docente e discente. É u

programáticos.

A esta questão, 29% (

satisfatório, 43% (3) disseram

descreve o gráfico nº 18.

Dos comentários tecidos à volta da questão

esta diferença de opiniões: permite trabalhar o suficiente para se aprofundar a reflexão sobre o

funcionamento da língua; todo o tempo disponível para o ensino/aprendizagem do português é

pouco; é possível ensinar os conteúdos programáticos

português I e II respectivamente

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

29%

P.13: Oadequado

Per

cent

agem

: O horário estabelecido para o ensino/aprendizagem

portuguesa é adequado

Tabela do gráfico nº 18 Sim Não Não Resp.

A(7)

2 3 2

29 43 29

O horário escolar é um documento que estabelece os parâmetros temporais em que

descrição das disciplinas, os intervalos e outras indicações necessárias

para a orientação do corpo docente e discente. É um dos elementos essenciais no

29% (2) dos respondentes consideram que o horário estipulado é

sseram que não e 29% (2) não responderam à

tecidos à volta da questão, seleccionaram-se alguns que

permite trabalhar o suficiente para se aprofundar a reflexão sobre o

todo o tempo disponível para o ensino/aprendizagem do português é

é possível ensinar os conteúdos programáticos; que os tempos passem de (4), (3),

português I e II respectivamente; o tempo é razoável em função do interesse dos estudantes

29%

43%

29%

O horário estabelecido para o E/A da LP éadequado

59

aprendizagem da língua

O horário escolar é um documento que estabelece os parâmetros temporais em que

os intervalos e outras indicações necessárias

m dos elementos essenciais nos conteúdos

o horário estipulado é

pergunta, conforme

se alguns que expressam

permite trabalhar o suficiente para se aprofundar a reflexão sobre o

todo o tempo disponível para o ensino/aprendizagem do português é

que os tempos passem de (4), (3),

o tempo é razoável em função do interesse dos estudantes.

Sim

Não

N. responde

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Gráfico nº 19: Tem havido acções de formação e superação pedagógica

professores

A(7)

F.

%

A formação de professores mune de instrumentos adequados e actuantes no sentido de

que o docente se sinta seguro no c

que leccionam. Constata-se no gráfico nº 19 que

positivamente que tem havido acções de formação e superação pedagógica,

não e 14% (1) não respondem

Em função das respostas, os

as condições de trabalho dos professores

pedagógica; trimestrais ou semestralmente realizam

actividade não verificada no ISCED

0

10

20

30

40

50

60

P.14:

Per

cent

agem

: Tem havido acções de formação e superação pedagógica

professores

Tabela do gráfico nº 19 Sim Não Não Responde

2 4 1

29 57 14

A formação de professores mune de instrumentos adequados e actuantes no sentido de

se sinta seguro no cumprimento dos programas, na didactização dos conteúdos

se no gráfico nº 19 que 29% (2) dos respondentes

positivamente que tem havido acções de formação e superação pedagógica,

à questão.

Em função das respostas, os inquiridos acrescentaram os comentários:

as condições de trabalho dos professores; não tive qualquer formação e superação

trimestrais ou semestralmente realizam-se seminários; muito escassas

vidade não verificada no ISCED.

29%

57%

14%

: Tem havido acções de formação esuperação pedagógica dos professores

60

: Tem havido acções de formação e superação pedagógica dos

A formação de professores mune de instrumentos adequados e actuantes no sentido de

dactização dos conteúdos

) dos respondentes afirmam

positivamente que tem havido acções de formação e superação pedagógica, 57% (4) dizem que

acrescentaram os comentários: para melhorar

não tive qualquer formação e superação

muito escassas; é uma

Sim

Não

N. responde

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Gráfico nº 20: Considera importante a formação e superação profissional dos

Professores

A(7)

F.

%

Em relação ao ponto de vista da

e superação profissional dos professores

sendo, 100% (7) dos respondentes assever

conforme consta do gráfico nº 20.

Os argumentos apresentados pelos inqui

científica sólida permite fazer um trabalho de qualidade

superar profissionalmente os professores para fazer face ao desenvolvimento e

permite manter actualizados os professores

refrescamento dos conhecimentos

aprender para ensinar, reaprender para melhorar

0

20

40

60

80

100

P.15: Considera importante a formação e

Per

cent

agem

: Considera importante a formação e superação profissional dos

rofessores

Tabela do gráfico nº 20

Sim Não

A(7)

F. 7 0

% 100 0

Em relação ao ponto de vista da importância que os respondentes

e superação profissional dos professores, foram unânimes em confirmar positivamente. Assim

respondentes asseveram que é importante a formação e superação docente,

onforme consta do gráfico nº 20.

sentados pelos inquiridos foram os seguintes:

científica sólida permite fazer um trabalho de qualidade; há necessidade de se formar e

superar profissionalmente os professores para fazer face ao desenvolvimento e

manter actualizados os professores; habilita os professores; os professores têm o

refrescamento dos conhecimentos; não tanto superação, mas uma consolidação ou reciclagem

aprender para ensinar, reaprender para melhorar.

100%

0%

P.15: Considera importante a formação e superação profissional dos professores

61

: Considera importante a formação e superação profissional dos

atribuem à formação

, foram unânimes em confirmar positivamente. Assim

formação e superação docente,

ridos foram os seguintes: só uma preparação

há necessidade de se formar e

superar profissionalmente os professores para fazer face ao desenvolvimento e à globalização;

habilita os professores; os professores têm o

não tanto superação, mas uma consolidação ou reciclagem;

Sim

Não

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Gráfico nº 21: Acha que a

desenvolvimento do País

A(7)

F.

%

A língua portuguesa é u

comunidades falantes porque transporta consigo identidades culturais, fraternidade, elo

histórico de um povo. Revela-

(7) afirmaram que a língua portuguesa é muito importante para o de

como se lê no gráfico nº 21.

Comentando a questão

angolanos; é a base para o desenvolvimento das relações entre os povos

linguística de comunicação do povo angolano

do país; instrumento de comunicação e instrução da maioria dos angolanos

comum.

0

20

40

60

80

100

P.16

Per

cent

agem

: Acha que a língua portuguesa é importante para o

desenvolvimento do País

Tabela do gráfico nº 21

Sim Não

A(7)

F. 7 0

% 100 0

portuguesa é um instrumento fundamental de comunicação

falantes porque transporta consigo identidades culturais, fraternidade, elo

-se neste ponto que os participantes foram unânimes

que a língua portuguesa é muito importante para o desenvolvimento do

Comentando a questão, os respondentes enfatizaram o seguinte:

é a base para o desenvolvimento das relações entre os povos

linguística de comunicação do povo angolano; contribui para um desenvolvimento sustentado

instrumento de comunicação e instrução da maioria dos angolanos

100%

0%

16: Acha que a LP é importante para odesenvolvimento do país

62

é importante para o

instrumento fundamental de comunicação no seio das

falantes porque transporta consigo identidades culturais, fraternidade, elo

foram unânimes, já que 100%

senvolvimento do país,

LO e LM de muitos

é a base para o desenvolvimento das relações entre os povos; única variante

contribui para um desenvolvimento sustentado

instrumento de comunicação e instrução da maioria dos angolanos; por ser a língua

Sim

Não

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63

3.3 Análise dos Inquéritos por Questionários Dirigidos aos Estudantes

Os questionários foram aplicados a um grupo de 58 estudantes, de entre os 110 da

população-alvo, sendo 40 do 3º e 18 do 4º anos, respectivamente, o que corresponde a 55%,

índice válido da representatividade de amostra.

Gráfico nº 22: Distribuição dos respondentes por género

Tabela do gráfico nº 22 Masculino Feminino

A(58)

F. 32 26

% 55 45

Deste grupo de estudantes, 55% (32) são do sexo masculino e 45% (26) são do sexo

feminino, o que demonstra bem a tendência de aumento e o interesse pela educação da classe

feminina, conforme o gráfico nº 22.

55%

45%

Distribuição por sexo

Masculino

Feminino

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64

Gráfico nº 23: Distribuição etária dos respondentes

Tabela do gráfico nº 23 Faixa etária 20-30 30-40 40-50 50-60

A(58)

F. 19 20 9 10

% 33 34 16 17

Os estudantes seleccionados estão representados em quatro faixas etárias, sendo a

maior predominância da faixa que se situa entre os 30 a 40 anos de idade, que corresponde a

34% (14 do sexo feminino e oito do masculino); segue-se a faixa dos 20 aos 30 anos de idade

com 33% (oito do sexo feminino e 10 do masculino); dos 40 aos 50 anos representa 16% (dois

feminino e sete do sexo masculino) e a última faixa etária é a dos 50 aos 60 anos, apresentando

um índice de 17% (três do sexo feminino e seis do masculino), conforme vem demonstrado no

gráfico nº 23.

33%

34%

16%

17%

Distribuição etária

20-30 anos

30-40 anos

40-50 anos

50-60 anos

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Gráfico nº 24: Gosta de estudar a

Dos 58 respondentes,

e 2% (1) afirmam que não gosta

Os participantes justificaram os seus comentários com as seguintes respostas

resumidamente se apresentam

diferentes povos; é a língua com a qual me comunico e por ser a língua oficial do país

complexa; permite obter o conhecimento global do mundo

cultural; sim, por interesse social

gramatical das línguas; ajuda a fornecer instrumentos para o magistério

competências linguísticas; conhecer melhor e ensiná

conhecimentos.

0

20

40

60

80

100

Per

cent

agem

: Gosta de estudar a língua portuguesa

Tabela do gráfico nº 24 Sim Não

A(58)

F. 57 1

% 98 2

, 98% (57) afirmaram que gostam de estudar a língua portuguesa

que não gosta, como se vê no gráfico nº 24.

justificaram os seus comentários com as seguintes respostas

m: é a língua de escolarização, oficial e de unidade entre os

é a língua com a qual me comunico e por ser a língua oficial do país

permite obter o conhecimento global do mundo; abre o horizontal científico e

sim, por interesse social; para aperfeiçoar as regras da língua

ajuda a fornecer instrumentos para o magistério;

conhecer melhor e ensiná-la bem; amplia o horizonte de

98%

2%

P.1: Gosta de estudar a LP

65

afirmaram que gostam de estudar a língua portuguesa

justificaram os seus comentários com as seguintes respostas, que

icial e de unidade entre os

é a língua com a qual me comunico e por ser a língua oficial do país; muito

abre o horizontal científico e

eiçoar as regras da língua; gosto do contexto

; permite desenvolver

amplia o horizonte de

Sim

Não

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Gráfico nº 25: Onde é que aprendeu a falar a

Em casa Na escola

A(58)

F. 35 31

% 60 53

Durante muito tempo

características socioculturais e

dos respondentes disseram ter

amigos e 5% (3) confirmaram terem feito um curso

português simultaneamente em casa e na escola

curso, num caso, como se nota no gráfico nº 25.

Dos argumentos apresentados pelos respondentes nos seus comentários,

importância, selecionaram-se alguns para uma melhor ilustração:

amigos e finalmente na escola

falar a língua portuguesa; aprendi na escola porque nasci numa família

é minha LM e na escola é para aperfeiçoar

0

10

20

30

40

50

60

60%

53%

P.2: Onde é que aprendeu a falar a LP

Per

cent

agem

: Onde é que aprendeu a falar a língua portuguesa

Tabela do gráfico nº 25 Na escola Com amigos Fez curso Fora do País

1 3 0

2 5 0

Durante muito tempo, a língua portuguesa não era acessível a todos, dadas as

e sociolinguísticas da população angolana. Em re

disseram ter aprendido a falar em casa, 53% (31) na escola,

confirmaram terem feito um curso. Note-se que alguns aprenderam a falar o

português simultaneamente em casa e na escola, em dois casos, e em casa e frequent

como se nota no gráfico nº 25.

argumentos apresentados pelos respondentes nos seus comentários,

se alguns para uma melhor ilustração: aprendi em casa com os

amigos e finalmente na escola; em casa eu falava a LM depois de entrar na escola comecei a

aprendi na escola porque nasci numa família umbundu

é minha LM e na escola é para aperfeiçoar; aprendi em casa e fiz curso.

53%

2%5%

0% 0%

P.2: Onde é que aprendeu a falar a LP

66

língua portuguesa

Outra forma

0

0

a língua portuguesa não era acessível a todos, dadas as

. Em resposta 60% (35)

na escola, 2% (1) com os

se que alguns aprenderam a falar o

e em casa e frequentando um

argumentos apresentados pelos respondentes nos seus comentários, dada a sua

aprendi em casa com os

em casa eu falava a LM depois de entrar na escola comecei a

umbundu; o português

Em casa

Na escola

Com amigos

Fez curso

Fora do País

Outra forma

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Gráfico nº 26: Como tem sido o seu aproveitamento académico em portuguesa

A(58)

F.

%

O aproveitamento acadé

sequência das avaliações em determinada disciplina durante o período lectivo. A

9% (5) dos respondentes disseram que o seu aproveitamento é muito bom,

que é bom, ao passo que 38% (

regular, conforme se lê no gráfico nº 26.

Para melhor apreciação da questão,

apresentadas pelos respondentes

materiais de apoio e tempo para dedicar

tenho o português como segunda língua

portuguesa é bastante complexa

estou a evoluir em termos de conhecimento

saber tem os seus métodos que são de difícil compreensão

0

10

20

30

40

50

60

9%

P.3: Comoem LP

Per

cent

agem

: Como tem sido o seu aproveitamento académico em portuguesa

Tabela do gráfico nº 26 M. bom Bom Regular Mau

5 31 22 0

9 53 38 0

O aproveitamento académico é o índice da classificação que o estudante adquir

das avaliações em determinada disciplina durante o período lectivo. A

disseram que o seu aproveitamento é muito bom,

38% (22) consideraram o seu aproveitamento em língua portuguesa

regular, conforme se lê no gráfico nº 26.

Para melhor apreciação da questão, seleccionaram-se algumas justificações

respondentes para o quadro de aproveitamento descrito antes

materiais de apoio e tempo para dedicar-me mais; porque tenho-me sucedido

nho o português como segunda língua; como as demais línguas novilatinas

portuguesa é bastante complexa; as minhas notas variam entre 13 e 17 valores

estou a evoluir em termos de conhecimento; regular pelo esforço que faço

saber tem os seus métodos que são de difícil compreensão.

9%

53%

38%

0%

Como tem sido o seu aproveitamento académicoLP

67

: Como tem sido o seu aproveitamento académico em língua

mico é o índice da classificação que o estudante adquire na

das avaliações em determinada disciplina durante o período lectivo. A esta questão,

disseram que o seu aproveitamento é muito bom, 53% (31) garantiram

em língua portuguesa

se algumas justificações

para o quadro de aproveitamento descrito antes: falta de

sucedido bem; a princípio

como as demais línguas novilatinas, a língua

as minhas notas variam entre 13 e 17 valores; bom porque

regular pelo esforço que faço; qualquer área do

académico

Muito bom

Bom

Regular

Mau

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Gráfico nº 27: Quais são os meios didácticos que tem utilizado para a aprendizagem da

Livros Fotocópias

A(58)

F. 47 26

% 81 45

O material didáctico à disposição dos estudantes ajuda a desenvolver as suas

capacidades de aprendizagem

Note-se que o material didáctico

Dos participantes, 81% (

fotocópias, 10% (6) conciliam com as

os apontamentos, 31% (18)

aprendizagem, como se vê no gráfico nº

Para aprofundar as respostas dos respondentes

há carência de obras ou manuai

meu alcance; a realidade em que vivemos há mais fotocópias do que livros

difíceis de conseguir, o que obriga a fazer fotocópias

de todos os meios; livros porque eles servem de norma

todos os meios desde que facilitam a aprendizagem

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90 81%

45%

P.4: Quais sãoaprendizagem

Per

cent

agem

: Quais são os meios didácticos que tem utilizado para a aprendizagem da língua portuguesa

Tabela do gráfico nº 27

ias Revistas Jornais Apontamentos Internet

6 5 31

10 6 53

O material didáctico à disposição dos estudantes ajuda a desenvolver as suas

capacidades de aprendizagem e adquirir um sólido conhecimento dos conteúdos

se que o material didáctico seleccionado é o mais usual entre os estudantes.

81% (47) afirmam que utilizam os livros, 45% (

conciliam com as revistas, 6% (5) recorrem aos jornais,

recorrem à internet e 24% (14) utilizam outros meios

como se vê no gráfico nº 27.

Para aprofundar as respostas dos respondentes, extraiu-se dos comentários o essencial:

há carência de obras ou manuais da mesma área; os livros e a internet são os únicos meios ao

a realidade em que vivemos há mais fotocópias do que livros

difíceis de conseguir, o que obriga a fazer fotocópias; é imprescindível utilizar livros; disponho

livros porque eles servem de norma; só fotocópias por falta de material;

todos os meios desde que facilitam a aprendizagem.

45%

10%6%

53%

31%24%

são os meios didácticos que tem utilizado paraaprendizagem da LP

68

: Quais são os meios didácticos que tem utilizado para a

Internet Outros

18 14

31 24

O material didáctico à disposição dos estudantes ajuda a desenvolver as suas

e adquirir um sólido conhecimento dos conteúdos ministrados.

os estudantes.

45% (26) utilizam as

aos jornais, 53% (31) utilizam

outros meios para a

se dos comentários o essencial:

os livros e a internet são os únicos meios ao

a realidade em que vivemos há mais fotocópias do que livros; os livros são

é imprescindível utilizar livros; disponho

só fotocópias por falta de material;

para a

Livros

Fotocópias

Revistas

Jornais

Apontamentos

Internet

Outros

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Gráfico nº 28: Quais são as características que atribui

Fácil deaprender

A(58)

F. 12

% 21

A língua portuguesa

idiossincrásicas que a torna atractiva e excelente para se exprimir. A este respeito, referindo

ao espanhol, que pode ser abrangente ao português, Lobato

“es una lengua relativamente homogénea, una lengua «blanda» (

terminología de la sociología del lenguaje

A esta pergunta, 21%

(14) asseguraram que é dícil de aprender, enquanto

motivadora e 50% (29) garantiram ser uma

nº 28.

Os comentários dos respondentes reforça

motiva à busca de conhecimentos cada vez mais para consolidar o saber

tendo em conta as regras que devem ser aplicadas

palavras; é motivadora por ser o meio de comunicação nacional

escolarização e base de todas as cadeiras

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

21%24%

P.5: Quais são as características que atribui à LP

Per

cent

agem

: Quais são as características que atribui à língua portuguesa

Tabela do gráfico nº 28 ácil de

aprender Difícil de aprender

Motivadora Interessante Desagradável

14 23 29

24 40 50

A língua portuguesa, como qualquer outra língua, apresenta caract

torna atractiva e excelente para se exprimir. A este respeito, referindo

ao espanhol, que pode ser abrangente ao português, Lobato e Gargallo (2004: 16)

es una lengua relativamente homogénea, una lengua «blanda» (

terminología de la sociología del lenguaje”.

21% (12) dos respondentes disseram que é fácil de aprender,

asseguraram que é dícil de aprender, enquanto que 40% (23) dissera

garantiram ser uma língua interessante, como se pode notar no gráfico

Os comentários dos respondentes reforçam a sua opinião em relação

motiva à busca de conhecimentos cada vez mais para consolidar o saber

tendo em conta as regras que devem ser aplicadas; é extensa e tem complexidade na flexão das

é motivadora por ser o meio de comunicação nacional; é interessante porque é de

escolarização e base de todas as cadeiras; é fácil, motivadora e interessante

24%

40%

50%

0%

P.5: Quais são as características que atribui à LP

Fácil de aprender

Difícil de aprender

É motivadora

É interessante

É desagradável

69

língua portuguesa

Desagradável

0

0

apresenta características

torna atractiva e excelente para se exprimir. A este respeito, referindo-se

(2004: 16) reafirmam:

es una lengua relativamente homogénea, una lengua «blanda» (soft language) en

disseram que é fácil de aprender, 24%

disseram que é uma língua

língua interessante, como se pode notar no gráfico

a sua opinião em relação à questão: nos

motiva à busca de conhecimentos cada vez mais para consolidar o saber; difícil de aprender

é extensa e tem complexidade na flexão das

é interessante porque é de

motivadora e interessante.

Fácil de aprender

Difícil de aprender

É motivadora

É interessante

É desagradável

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Gráfico nº 29: Para aperfeiçoar a aprendizagem da mais importante para si

Ler Escrever

A(58)

F. 10 1

% 17 2

O processo de aprendizagem e assimilação de uma

tenha o material didáctico suficiente e diversificado, e também,

para aperfeiçoar a sua aprendizagem,

imersão. A esta pergunta, 17% (

aprendizagem é a leitura, 2% (

gramática, enquanto que 71% (

aprimoramento da prática de uma língua e

verificar no gráfico nº 29.

Alguns comentários dos respondentes espelham estas posições

a outra; a partir da gramática podemos entender melhor o seu funcionamento

aperfeiçoada quando se domina todas as variantes

conhecendo todos esses elementos

língua; a leitura situa, interpreta e analisa

0

10

20

30

40

50

60

70

80

17%

2%

10%

P.6: Para aperfeiçoarimportante

Per

cent

agem

: Para aperfeiçoar a aprendizagem da língua portuguesamais importante para si

Tabela do gráfico nº 29

Escrever Gramática Pronúncia Vocabulário

6 0 0

10 0 0

O processo de aprendizagem e assimilação de uma língua requer

tenha o material didáctico suficiente e diversificado, e também, a disposição e interesse deste

para aperfeiçoar a sua aprendizagem, sobretudo, quando a situação se coloca no contexto de

17% (10) dos inquiridos afirmaram que o meio

2% (1) asseveram que é a escrita, 10% (6)

% (41) reafirmaram que todas as variantes contribuem para o

de uma língua e 2% (1) não responderam à pergunt

dos respondentes espelham estas posições: porque uma complet

a partir da gramática podemos entender melhor o seu funcionamento

aperfeiçoada quando se domina todas as variantes; as competências da língua são adquiridas

conhecendo todos esses elementos; escrever e pronunciar são processos de conhecimento da

a leitura situa, interpreta e analisa.

10%

0% 0%

71%

2%

aperfeiçoar a aprendizagem da LP, o que é maisimportante para si

Ler

Escrever

Aperfeiçoar gramática

Pronúncia

Vocabulário

Todas variantes

Não responde

70

língua portuguesa, o que é

Todas as variantes NR

41 1

71 2

língua requer que o aprendente

disposição e interesse deste

a situação se coloca no contexto de

o meio para aperfeiçoar a

) afirmaram que é a

reafirmaram que todas as variantes contribuem para o

pergunta, como se pode

porque uma completa

a partir da gramática podemos entender melhor o seu funcionamento; uma língua é

as competências da língua são adquiridas

escrever e pronunciar são processos de conhecimento da

mais

Ler

Escrever

Aperfeiçoar gramática

Pronúncia

Vocabulário

Todas variantes

Não responde

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Gráfico nº 30: Como considera a língua portuguesa

A(58)

F.

%

A língua portuguesa

excelência e polivalência no contexto sociolinguístico do

mesmos espaços socioculturais

intermediário. Para a maioria dos respondentes,

LM e para 43% (25) dos participantes

Saliente-se que pela frequência e

questionados consideram ser sua

gráfico nº 30.

Os comentários dos respondentes demonstram estas posições

aprendi e usam em muitas famílias

considero a língua portuguesa como L2

meio familiar; é a língua mais utilizada na minha infância

minha LM e também L2 porque aprendi duas línguas ao mesmo tempo

população angolana tem como materna as LN

0

10

20

30

40

50

60

60%

P.7: Como considera a língua portuguesa

Per

cent

agem

: Como considera a língua portuguesa

Tabela do gráfico nº 30 LM L2 LE

35 25 0

60 43 0

A língua portuguesa, na qualidade de língua oficial, desempenha um papel

no contexto sociolinguístico dos estudantes, pelo facto de

culturais do mosaico etnolinguístico angolano

a maioria dos respondentes, 60% (35) considera a língua portuguesa como

participantes, é a sua L2.

pela frequência e por razões de posicionamento soc

ram ser sua LM e também L2, de acordo com os dados

dos respondentes demonstram estas posições: é a primeira língua que

aprendi e usam em muitas famílias; foi a primeira e única que aprendi em casa e na escola

considero a língua portuguesa como L2; por ser a minha língua do berço

é a língua mais utilizada na minha infância; LM porque é a língua mãe

minha LM e também L2 porque aprendi duas línguas ao mesmo tempo; L2 porque

população angolana tem como materna as LN.

60%

43%

0%

P.7: Como considera a língua portuguesa

Língua materna

Língua segunda

Língua estrangeira

71

desempenha um papel de

pelo facto de partilhar os

do qual serve de

considera a língua portuguesa como

por razões de posicionamento social, dois dos

de acordo com os dados reflectidos no

é a primeira língua que

foi a primeira e única que aprendi em casa e na escola;

por ser a minha língua do berço; é a mais falada no

LM porque é a língua mãe; é a

L2 porque a maioria da

Língua materna

Língua segunda

Língua estrangeira

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Gráfico nº 31: Que língua nacional fala

Umbundu Kimbundu Kikongo

A(58)

F. 47 2

% 81 3

A língua nacional constitui a primeira ferramenta de comunicação, de integração

social e de cultura para a maioria dos

respondentes afirmaram que

passo que 10% (6) não falam nenhuma língua nacional, conforme se pode constatar no gráfico

nº 31.

Para acrescentar, os respondentes comentaram o seguinte:

umbundu; umbundu porque cresci numa pr

que têm a LM Kimbundu; umbundu para mim é tida como língua primeira

parte do povo umbundu; umbundu por ser a minha L2

família é dessa origem; umbund

nenhuma LN, infelizmente.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90 81%

3%

Per

cent

agem

: Que língua nacional fala

Tabela do gráfico nº 31 Kikongo Tchokwe Nganguela Oshykwanyama

0 1 0 0

0 2 0 0

A língua nacional constitui a primeira ferramenta de comunicação, de integração

para a maioria dos participantes. Assim, a esta pergunta 81%

afirmaram que falam Umbundu, 3% (2) Kimbundu, 2% (1) fala Tchokwe,

que 10% (6) não falam nenhuma língua nacional, conforme se pode constatar no gráfico

Para acrescentar, os respondentes comentaram o seguinte: depois do português o

umbundu porque cresci numa província do sul de Angola; por causa dos avós e pais

umbundu para mim é tida como língua primeira

umbundu por ser a minha L2; Tchokwe é a minha L2 porque a minha

umbundu é L2 que tive acesso depois do português

0% 2% 0% 0% 0%

10%

P.8: Que língua nacional fala

72

Oshykwanyama Outras Nenhuma

0 6

0 10

A língua nacional constitui a primeira ferramenta de comunicação, de integração

. Assim, a esta pergunta 81% (47) dos

3% (2) Kimbundu, 2% (1) fala Tchokwe, ao

que 10% (6) não falam nenhuma língua nacional, conforme se pode constatar no gráfico

depois do português o

por causa dos avós e pais

umbundu para mim é tida como língua primeira; umbundu por fazer

Tchokwe é a minha L2 porque a minha

u é L2 que tive acesso depois do português; não sei falar

Umbundu

Kimbundu

Kikongo

Tchokwe

Ngangela

Oshykwanyama

Outras

Nenhuma

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Gráfico nº 32: Onde aprendeu a falar a língua nacional

Casa Escola

A(58)

F. 47 4

% 81 7

A língua pode ser adquirida de diversas formas

aprendente está inserido. Para responder

partir de casa, 7% (4) disseram que é na escola, 7%

não responderam a pergunta, como se vê no gráfico nº 32.

Os comentários dos inqui

que os meus pais se identificam

umbundu; foi onde tive as primeiras bases e tenho agora como disciplina

vivi com colegas do interior; é a LM dos meus pais

aprendi na escola porque a minha LM é o português

falava em casa; a minha avó me ensinou

regras.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90 81%

7%

P.9: Onde aprendeu a falar a língua nacional

Per

cent

agem

: Onde aprendeu a falar a língua nacional

Tabela do gráfico nº 32 Escola Amigos Curso Fora País Outra Forma

4 0 0

7 0 0

adquirida de diversas formas, consoante o meio ambiente em que o

Para responder a esta questão, 81% (47) afirmaram ter aprendido a

) disseram que é na escola, 7% (4) aprenderam com os amigos e 10% (6)

não responderam a pergunta, como se vê no gráfico nº 32.

Os comentários dos inquiridos a propósito da questão foram os seguintes:

que os meus pais se identificam; os meus pais, para além do português

foi onde tive as primeiras bases e tenho agora como disciplina

é a LM dos meus pais; é minha LM e na escola para aperfeiçoar

aprendi na escola porque a minha LM é o português; aprendi com os amigos porque não se

a minha avó me ensinou; em casa com os avós e na escola para apreender as

7% 7%0% 0% 0%

10%

P.9: Onde aprendeu a falar a língua nacional

73

Outra Forma Não Resp.

0 6

0 10

consoante o meio ambiente em que o

esta questão, 81% (47) afirmaram ter aprendido a

(4) aprenderam com os amigos e 10% (6)

propósito da questão foram os seguintes: é com ela

, para além do português, também falavam

foi onde tive as primeiras bases e tenho agora como disciplina; no internato onde

é minha LM e na escola para aperfeiçoar;

aprendi com os amigos porque não se

em casa com os avós e na escola para apreender as

Em casa

Na escola

Com amigos

Fez curso

Fora do País

Outra forma

Não responde

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Gráfico nº 33: Em que locais é que

Casa Escola

A(58)

F. 31 14

% 53 24

A veiculação de uma determinada língua nacional

falante está inserido e também

diálogo. Para a maioria dos respondentes 53% (

(14) com os amigos, 21% (12) na rua, 3% (2) no local de trabalh

locais e 10% (6) não responderam

veiculada em diversas situações de comunicação,

Os respondentes comentaram e seleccion

apresenta: preciso aperfeiçoá

umbundu; falo muito esta LN na igreja

amigos; no serviço falo com os mais velhos

lugares com amigos.

0

10

20

30

40

50

60 53%

24%

P.10: Em que locais é que se comunica em LN

Per

cent

agem

: Em que locais é que se comunica em língua nacional

Tabela do gráfico nº 33 Amigos Rua Serviço Outros locais

14 12 2 15

24 21 3 26

A veiculação de uma determinada língua nacional obedece ao m

falante está inserido e também à existência de um interlocutor para que se possa estabelecer o

diálogo. Para a maioria dos respondentes 53% (31) falam em casa, 24% (14) na escola, 24%

(14) com os amigos, 21% (12) na rua, 3% (2) no local de trabalho, 26% (15) falam noutros

10% (6) não responderam à questão. De acordo com a frequência

veiculada em diversas situações de comunicação, como se verifica no gráfico nº 33.

comentaram e seleccionaram alguns testemunho

preciso aperfeiçoá-la ainda porque falo mal; quando encontro pessoas que falam

falo muito esta LN na igreja; nem todos falam português; na escola e com os meus

no serviço falo com os mais velhos; em casa porque sinto-me à vontade

24%21%

3%

26%

10%

P.10: Em que locais é que se comunica em LN

74

língua nacional

Outros locais Não Resp.

15 6

26 10

meio social em que o

interlocutor para que se possa estabelecer o

31) falam em casa, 24% (14) na escola, 24%

o, 26% (15) falam noutros

. De acordo com a frequência, nota-se que é

como se verifica no gráfico nº 33.

testemunhos como a seguir se

quando encontro pessoas que falam

na escola e com os meus

me à vontade; falo em todos

Em casa

Na escola

Com amigos

Na rua

No serviço

Outros locais

Não responde

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Gráfico nº 34: Tem utilizado a língua nacional para comunicar por escrito

(A)58

F.

%

A escrita das línguas

constrangimentos – e mesmo impedimentos

então vigente em Angola. De acordo com Areia

nativas não estava vedado desde

aos objectivos insertos na Constituição P

(13) dos respondentes afirmaram positivamente que

usam a escrita e 9% (5) não responde

Para consolidar os seus argumentos

quais seleccionámos os seguintes

conta os relatórios; por não ter domínio da ortografia da LN

trabalho; não sei ler nem escrever em condições

escrita não está aperfeiçoada;

0

10

20

30

40

50

60

70

22%

P.11: Tem utilizado a LN para comunicar por escrito

Per

cent

agem

utilizado a língua nacional para comunicar por escrito

Tabela do gráfico nº 34 Sim Não NR

13 40 5

22 69 9

s nacionais não foi amplamente desenvolvida devido aos vários

e mesmo impedimentos – da sua divulgação, impostos pelo regime colonial

então vigente em Angola. De acordo com Areia e Miranda (2001: 97), “

nativas não estava vedado desde que isso facilitasse o acesso das populações ao catolicismo e

Constituição Política de 1933”. Na sequência desta pergunta

afirmaram positivamente que têm escrito, 69% (40) disseram que não

responderam a questão, verifica-se no gráfico nº 34.

Para consolidar os seus argumentos, os respondentes fizeram alguns comentários

quais seleccionámos os seguintes: mal escrevo e ainda há preconceitos;

por não ter domínio da ortografia da LN; na escola onde temos feito este

não sei ler nem escrever em condições; sim porque tenho na escola uma cadeira

; porque dos convivas não utilizamos a LN.

22%

69%

9%

P.11: Tem utilizado a LN para comunicar por escrito

75

utilizado a língua nacional para comunicar por escrito

nacionais não foi amplamente desenvolvida devido aos vários

da sua divulgação, impostos pelo regime colonial

“O recurso às línguas

isso facilitasse o acesso das populações ao catolicismo e

Na sequência desta pergunta, 22%

têm escrito, 69% (40) disseram que não

se no gráfico nº 34.

alguns comentários, dos

na igreja, tendo em

na escola onde temos feito este

sim porque tenho na escola uma cadeira; a

P.11: Tem utilizado a LN para comunicar por escrito

Sim

Não

N. responde

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Gráfico nº 35: Que língua estrangeira

Inglesa Francesa

A(58)

F. 34 6

% 58 10

O domínio de várias línguas constitui uma

hoje, representam primazia n

comunicam e se inserem noutras sociedades e em ambientes sociolinguísticos

diferenciados. O QECR (2001: 25)

visto no contexto do pluriculturalismo. A língua

cultura, mas é também um meio de

A esta questão, 58% (34)

(6) falam a língua francesa, 2% (1) língua espanhola e 33

estrangeira. Pela razão da frequência

uma língua, como se descreve

Alguns comentários que justificam estas posições são os seguintes

inglês porque é a língua de opção

tenho vindo a aprender inglês

francês na escola e espanhol com os cubanos

francês que aprendi na escola

0

10

20

30

40

50

6058%

10%

P.12: Que língua estrangeira conhece

Per

cent

agem

: Que língua estrangeira conhece

Tabela do gráfico nº 35 Francesa Espanhola Russa Alemã Lingala

1 0 0 0

2 0 0 0

O domínio de várias línguas constitui uma vantagem, pois as pessoas

na mobilidade, sobretudo na esfera no emprego,

noutras sociedades e em ambientes sociolinguísticos

(2001: 25), neste aspecto, salienta que “O plurilinguismo tem que ser

visto no contexto do pluriculturalismo. A língua não é apenas um aspecto fundamental da

cultura, mas é também um meio de acesso a manifestações culturais”.

% (34) dos participantes afirmaram que falam a língua inglesa, 10%

sa, 2% (1) língua espanhola e 33% (17) não fala

estrangeira. Pela razão da frequência, verifica-se que há respondentes que

descreve no gráfico nº 35.

que justificam estas posições são os seguintes

inglês porque é a língua de opção; não falo nenhuma porque nunca saí do país

er inglês; falo um pouco inglês porque acho fascinante

francês na escola e espanhol com os cubanos; nenhuma por não ter formação específica

francês que aprendi na escola.

10%

3%0% 0% 0% 0%

33%

P.12: Que língua estrangeira conhece

76

Outras Nenhuma

0 17

0 33

s pessoas plurilingues,

emprego, facilmente se

noutras sociedades e em ambientes sociolinguísticos e culturais

plurilinguismo tem que ser

não é apenas um aspecto fundamental da

a língua inglesa, 10%

não falam nenhuma língua

se que há respondentes que dominam mais de

que justificam estas posições são os seguintes: falta de interesse;

não falo nenhuma porque nunca saí do país; não falo, mas

falo um pouco inglês porque acho fascinante; aprendi inglês,

nenhuma por não ter formação específica;

Inglesa

Francesa

Espanhola

Russa

Alemã

Lingala

Outras

Nenhuma

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Gráfico nº 36: Depois de terminar o curso vai seguir a carreira

A(58)

F.

%

A carreira docente afigura

sociedades, porque é a partir dela que se transmite o conhecimento

gerações para gerações.

Em relação a esta pe

carreira docente depois da formação, 2% (1) assegura

(1) não responderam à pergunta.

Para comentar esta pergunta

continuar; amo a profissão docente

oportunidade e é o mais normal possível

sonho ser professora de língua portuguesa

0

20

40

60

80

100

P.13: Depoisdocente

Per

cent

agem

: Depois de terminar o curso vai seguir a carreira

Tabela do gráfico nº 36 Sim Não Não Responde

56 1 1

97 2 2

afigura-se como a mais importante e nobre tarefa de todas as

porque é a partir dela que se transmite o conhecimento socio

ergunta, 97% (56) respondentes aferiram que

carreira docente depois da formação, 2% (1) asseguram que não desejam seguir a carreira e

pergunta.

esta pergunta, os respondentes afirmaram: já sou professor e pretendo

amo a profissão docente; para aplicar o conhecimento adquirido

oportunidade e é o mais normal possível; sou docente há 28 anos; é a carreira de opção

de língua portuguesa; gosto e tenho amor por ela.

97%

2% 2%

Depois de terminar o curso vai seguir a carreiradocente

77

: Depois de terminar o curso vai seguir a carreira docente

e nobre tarefa de todas as

sociocultural formal de

que pretendem seguir a

seguir a carreira e 2%

á sou professor e pretendo

para aplicar o conhecimento adquirido; por falta de

é a carreira de opção; é um

carreira

Sim

Não

N.responde

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Gráfico nº 37: Porque escolheu a carreira do professorado

Gosto

Femprego

A(58)

F. 35

% 60

O exercício da tarefa docente, dadas as suas especificidades endógenas, requer que se

tenha sentido de responsabilidade para

alunos à aprendizagem sólida, bas

Respondendo à questão

optaram pela carreira docente por

noutras áreas, 14% (8) assevera

3% (2) não responderam à pergunta, co

Para auxiliar as suas respostas

seleccionámos: sempre gostei da docência

circunstâncias alheias à minha vontade

no progresso do País; é o ramo mais divulgado no País e só posso ser professora

criança desejei seguir essa carreira

0

10

20

30

40

50

60

60%

16%

P.14: Porque escolheu a carreira do professorado

Per

cent

agem

: Porque escolheu a carreira do professorado

Tabela do gráfico nº 37 Falta de emprego

Opção Ordenado N. tem escolha

9 8 0 4

16 14 0 7

da tarefa docente, dadas as suas especificidades endógenas, requer que se

tenha sentido de responsabilidade para lidar com zelo e abnegação na tarefa de

alunos à aprendizagem sólida, baseada no conhecimento da ética e estetizando o belo.

questão, verificou-se que 60% (35) dos inquiridos afirma

carreira docente porque gostam, 16% (9) declararam que é por falta de emprego

noutras áreas, 14% (8) asseveraram que é por opção, 7% (4) garante que não têm outra escolha,

pergunta, como consta no gráfico nº37.

Para auxiliar as suas respostas, os respondentes teceram alguns comentários

sempre gostei da docência; adoro transmitir conhecimentos

circunstâncias alheias à minha vontade; para pôr fim ao analfabetismo em Angola

é o ramo mais divulgado no País e só posso ser professora

criança desejei seguir essa carreira.

16% 14%

0%

7%3%

P.14: Porque escolheu a carreira do professorado

Por gosto

Falta de emprego noutras áreas

Por opção

Bom ordenado

Não tem escolha

N. responde

78

N. tem escolha NR

2

3

da tarefa docente, dadas as suas especificidades endógenas, requer que se

a tarefa de condução dos

estetizando o belo.

ridos afirmaram que

que é por falta de emprego

que não têm outra escolha,

alguns comentários, dos quais

adoro transmitir conhecimentos; houve

em Angola; contribuir

é o ramo mais divulgado no País e só posso ser professora; desde

Falta de emprego noutras áreas

Por opção

Bom ordenado

Não tem escolha

N. responde

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79

3.4 Conclusões do Corpus de Análise Interpretativa dos Resultados

O panorama do capítulo da análise interpretativa dos resultados levou-nos a concluir

que a amostra é representativa e foi extraída do universo da disciplina de língua portuguesa em

três categorias: Direcção da Repartição de Língua Portuguesa, Professores e Estudantes. Para

atribuir uma maior relevância ao trabalho, o questionário teve em consideração a

representatividade do género que permitiu constatar a presença dos dois sexos do total dos

elementos da amostra de 65 participantes (professores e estudantes), sendo 57% (37) do sexo

masculino e 40% (28) do sexo feminino, o que demonstra existir um equilíbrio entre os

géneros.

O outro dado importante no questionário foi o da faixa etária dos elementos da

amostra que nos permitiu verificar os níveis de responsabilidade do grupo em assumir a

realização de determinadas actividades. Assim, a faixa do grupo situa-se entre os 20 e 50 anos,

com maior representatividade entre os 20 e 40 anos de idade.

Em relação à categoria dos professores o questionário teve em consideração também o

nível de escolaridade, o tempo de serviço dedicado à educação e o nível em que leccionam,

variáveis que permitiram compulsar o nível de competência profissional do corpo docente.

Neste caso, as características da amostra indicam-nos que ela é representativa, como salienta

Reis (2010: 76) “Uma amostra é considerada representativa se as suas características se

assemelham, o mais possível, às da população-alvo”.

No que concerne à primeira questão colocada aos professores sobre a análise que faz

do curso de LP que ministra, a mesma pergunta foi formulada aos estudantes, porém no

contexto de aprendente (Pergunta nº 1: gosta de estudar a LP?). Verificamos que as respostas

foram unânimes, uma vez que, 100% dos professores concederam uma avaliação positiva, ao

passo que os estudantes 98% gostam de estudar a LP e, apenas 2% não gostam porque a

consideram difícil. Como vimos na fundamentação teórica deste trabalho, no dizer de Grosso

(1993: 850): “actualmente é difícil alguém querer aprender uma língua sem motivação ou sem

ser motivado. Independentemente das necessidades comunicativas e das motivações pessoais,

há a ideia de que uma língua pode e deve ser apelativa, atraindo os potenciais aprendentes

(…)”.

Na questão relativa ao interesse pelo curso que os professores ministram também

foram unânimes (100%) em confirmarem que tem havido dedicação pelo curso de LP, uma vez

que se trata de um instrumento de comunicação e aprendizagem e de socialização. Também

questionados sobre o interesse dos estudantes na aprendizagem da LP, na óptica dos

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80

professores, verificou-se que 86% concordaram, 14% não responderam à questão e a variável

negativa “Não” não foi accionada. Fica demonstrado que a avaliação dos professores em

relação ao empenho dos estudantes na aprendizagem da LP é satisfatória. Entretanto, uma

pergunta semelhante formulada aos estudantes (p.3. Como tem sido o seu aproveitamento

académico em LP?) demonstra que os estudantes têm opiniões diferentes. Dos quatro

parâmetros estabelecidos no gráfico nº 26 verificou-se que, 9% dos estudantes consideram o

seu aproveitamento de Muito bom, 53% Bom, 38% Regular e a variável “Mau” não foi

accionada. Como única língua de escolarização, isto é, extensiva a todas as outras disciplinas, a

LP torna-se, assim numa disciplina fundamental na condução do processo docente-educativo e

se sobrepõe no leque das outras todas. Daí o interesse e o esforço por parte dos estudantes em

apreendê-la. Ponte (2007: 2), já citado nesta obra, refere que “o português é hoje uma língua

internacional, personalizada fortemente em cada país em que é falado”.

Questionados acerca do material didáctico para o ensino-aprendizagem da LP (p.4,

gráfico 9), verificou-se que 86% dos professores asseguraram que é insuficiente e inadequado

para o curso de LP. E, à pergunta feita aos estudantes (p.4, gráfico 27 – Quais são os meios

didácticos que tem utilizado para a aprendizagem da LP?), estes, dos vários meios didácticos

apontados elegeram em primeiro lugar os livros, 81%. Assim, o cenário que se apresenta ao

corpo docente e discente é elucidativo, uma vez que o material didáctico é imprescindível para

o desenvolvimento harmonioso do processo de ensino-aprendizagem. Como se pode notar na

definição de Garcia (2010), citado anteriormente, “Os materiais didácticos são mediadores

entre o professor, o aluno e o conhecimento”.

No concernente à questão dos conteúdos em que os estudantes apresentam

dificuldades (p. 5, gráfico 10), os professores mencionaram a escrita 86%, gramática 86%,

oralidade 14% e a leitura não foi citada. Nesta mesma vertente, a pergunta formulada aos

alunos (p.6, gráfico 29) demonstra que a maioria, 71%, apresenta dificuldades em todas as

variantes em questão. A metodologia do ensino da LP como sendo materna para todo o

universo de alunos e a escassez do material didáctico têm reflexos directos no processo de

aprendizagem e assimilação da matéria pelos estudantes. Recorrendo à opinião de Grosso

(2005: 360), citado no corpus do trabalho, salienta que “a actual gramática apresenta a língua

portuguesa na óptica de quem a domina, não responde, por conseguinte, ao tipo de dúvidas que

os alunos de outras línguas maternas apresentam”.

No que concerne à questão sociolinguística do português e a sua classificação (p.6,

gráfico 11) em LM, L2 e LE, 86% dos respondentes consideram-na de LM, ao passo que 57% a

consideram de L2 e não foi eleita como LE. A mesma pergunta feita aos estudantes (p.7,

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81

gráfico 30) demonstra que 60% a utilizam como LM, 43% L2 e também a variante LE não foi

seleccionada. A proeminência de que goza a LP no contexto Nacional (socialização das várias

etnias, escolarização, comunicação social, economia, etc.) em relação às LN (línguas de grupos

étnicos, de cultura) permite que a maioria, 63% do total dos participantes (professores e

estudantes) a considere de LM. Entretanto, verificamos nas definições, segundo Mateus e

Xavier (1990: 231), já citados neste trabalho, que a Língua Materna é a “Língua nativa do

sujeito que a foi adquirindo naturalmente ao longo da infância e sobre a qual ele possui

intuições linguísticas quanto à forma e uso”.

Quanto ao ponto sobre a reflexão dos conteúdos do ensino-aprendizagem de LP como

L2 (p.7, gráfico 12), 14% dos professores disseram que os conteúdos ministrados reflectem o

ensino-aprendizagem como L2, ao passo que 71% garantem que não e 14% não responderam a

questão. Como ficou patente na pergunta anterior, a maioria dos participantes considera a LP

como LM, por outro lado, denota-se um certo desconhecimento da tríplice classificação (LM,

L2, LE) que a Didáctica das Línguas e a Linguística moderna atribuem às línguas. Podemos

fundamentar esta questão com a definição de L2, que de acordo com Grosso (2005: 360),

também já citado no texto, “o conceito de Língua segunda refere-se à língua que, não sendo

materna, é oficial (ou tem um estatuto especial), sendo também a língua de ensino e da

socialização secundária”.

Analisando a pergunta sobre as outras línguas estrangeiras que os inquiridos falam

(p.8, gráfico 13), notamos que 71% dos professores elegeram o inglês, francês com 43%,

seguindo-se as outras com 14%, os que não falam nenhuma 14% e as línguas como o russo e

alemão não foram mencionadas. A mesma questão formulada aos alunos (p. 12, gráfico 35)

demonstra que 58% falam o inglês, 10% francês, espanhol 2% e as outras como o russo, o

alemão, lingala não foram eleitas por serem de pouca divulgação no país e os que não falam

nenhuma representam 33%. O domínio de inglês e do francês deve-se ao facto de constituírem-

se em disciplinas de opção nos currículos escolares desde o II ciclo. A elevada percentagem de

estudantes que não falam nenhuma língua estrangeira deve ser encarada, por isso, com alguma

preocupação, pois hoje o domínio de línguas constitui uma das ferramentas importantes para o

aprimoramento das competências profissionais do indivíduo. Nesta vertente, o QECR (2001:

25), citado no trabalho, esclarece que “O plurilinguismo tem que ser visto no contexto do

pluriculturalismo. A língua não é apenas um aspecto fundamental da cultura, mas também um

meio de acesso a manifestações culturais”.

No aspecto referente ao ensino de línguas nacionais (p. 9, gráfico 14), a opinião dos

professores é divergente, pois 57% disseram que gostam de ministrar aulas em LN, ao passo

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82

que 43% asseguram que não. Uma pergunta semelhante dirigida aos estudantes (p.9, gráfico 32

– Onde aprendeu a falar a LN?), nota-se que é mais evidente a resposta, porque 81%

responderam que aprenderam em casa, apenas 7% na escola e 7% com os amigos. Persistem

ainda as dificuldades das LN, pois por não terem sido escolarizadas ao longo dos tempos

muitos dos respondentes não tiveram a oportunidade de assimilar a sua forma gráfica, sendo

difícil, numa primeira fase a sua interiorização como conteúdo escolar específico, sem que,

para o efeito se promova uma formação massificada do corpo docente. Ainda neste trabalho, o

Estatuto das LN resume que são todas as línguas usadas histórica e secularmente pelos povos

que habitam o território nacional, independentemente do número de falantes, enquanto veículo

de transmissão das suas mensagens, e integrarem as comunidades linguísticas angolanas,

devendo-se promover o seu desenvolvimento e difusão (Estatuto das Línguas Nacionais, 2004:

6).

No que concerne à questão em que LN gostaria de ministrar as aulas (p.10, gráfico

15), 71% dos professores responderam ser umbundu que é também a língua que dominam, 14%

disseram que é kimbundu e 14% nenhuma. Aos estudantes fez-se uma pergunta semelhante

(p.8, gráfico 31 – Que LN fala?), constatamos que 81% falam umbundu, 3% kimbundu, 2%

tchokwe e 10% não falam nenhuma. Por se tratar de uma região predominantemente da etnia

umbundu, a maioria dos participantes também são desse grupo etnolinguístico. Em função

desta pergunta podemos concluir que o equívoco verificado sobre a LM dos respondentes não

é, definitivamente a LP.

Questionados sobre as vantagens da inserção das LN no sistema de ensino (p.11,

gráfico 16), 86% dos professores asseguraram que o processo traz vantagens para a melhoria

dos níveis de competência comunicativa e proficiência da LP e 14% disseram que não. Uma

pergunta nesse sentido colocada aos alunos (p.11, gráfico 34 – Tens utilizado a LN para se

comunicar por escrito?), demonstra que 22% utilizam a escrita, enquanto que 69% não usam a

escrita em LN para comunicar. Notamos que é pertinente e oportuna a inserção das LN no

sistema de educação pela vantagem que engloba quer pela melhoria das competências

comunicativas da LP como principal instrumento de comunicação, quer pela preservação

através da escrita dos hábitos, usos e costumes dos povos que sempre primaram pela oralidade

como forma de transmissão das suas tradições de geração em geração. Como salienta Gargallo

(1993: 154), citado no corpo do trabalho, “La lengua constituye la más maravillosa capacidad

con que cuenta el ser humano, y la que le concreta como tal”.

No que respeita à pergunta sobre a participação dos professores nos eventos que se

realizam sobre a LP e o seu estado no país (p.12, gráfico 17), verificamos que 71% participam

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83

dos eventos, 29% não participam, 14% consideram que o estado actual da LP no país é bom,

71% consideram regular e 14% não responderam a pergunta. Os eventos como conferências,

palestras, seminários que são realizados em prol da LP contribuem para o seu fortalecimento e

visam igualmente aproximar os pontos de vista dos seus falantes. Neste sentido, referindo-nos a

José (2005: 14), citado nesta obra, escreve que “A realidade e cultura angolanas possuem

características próprias e diferentes da realidade e cultura do país anfitrião de que a língua

padrão é originária”.

Em relação à pergunta sobre o horário estabelecido para o ensino-aprendizagem da LP

(p.13, gráfico 18), constatamos que 29% dos inquiridos consideram que é satisfatório, ao passo

que 43% consideram que o tempo dosificado é insuficiente. Como se pode verificar é

importante que se preste mais atenção aos horários estipulados para a LP, uma vez que também

o tempo é um factor fundamental para o processo de ensino-aprendizagem.

No que concerne à questão da formação de professores (p.14, gráfico 19), notamos que

29% dos professores responderam que tem havido acções de formação e superação pedagógica,

enquanto a maioria, 57%, disse que não e 14% não responderam à pergunta. A formação de

professores é fundamental para a garantia de um ensino de qualidade porque a formação supera

as lacunas e atribui competências ao docente para a melhoria do seu desempenho. Como diz

Alarcão (1996: 13), já referenciado no trabalho, “para perspectivar a formação de profissionais

é preciso compreender a própria actividade profissional que é apresentada como actuação

inteligente e flexível, situada e reactiva, produto de mistura integrada de ciência, técnica e arte,

caracterizada por uma sensibilidade de artista aos índices manifestos ou implícitos”.

A questão relativa à importância que se atribui a formação e superação dos professores

(p.15, gráfico 20), os inquiridos, por unanimidade (100%), responderam que consideram

importante a formação, o que se confirma pela argumentação apresentada na justificação da

pergunta anterior.

A pergunta que se refere acerca da importância da LP para o desenvolvimento do país

(p.16, gráfico 21), demonstra que os 100% dos professores reconheceram a importância da LP

para o desenvolvimento do país. A LP, por conseguinte, é considerada língua oficial e detém

um estatuto institucional, sendo reconhecida como factor de unificação de uma nação

multilingue, exclusiva na governação, órgãos de comunicação social, na comunicação no

exército, prevalecente na produção literária e no conhecimento científico e, não menos

importante, língua de intermediação no concerto de outros Estados, mormente da CPLP.

Língua exclusiva de escolarização, é hoje língua materna de muitos angolanos, sobretudo da

geração do período pós-independência, situação que muito deve à dinâmica de conflitos pós-

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84

coloniais. Segundo Fernandes e Ntondo (2002), citados neste trabalho, mencionam que “a

adopção do português como língua oficial foi um processo comum à grande maioria dos países

africanos que assumiram a identidade linguística do colonizador, por necessidade de interacção

social”.

De uma forma resumida, apresentamos assim a sistematização de um conjunto de

dados referenciados neste capítulo.

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85

CONCLUSÕES

Ao concluir este trabalho, torna-se imprescindível salientar a importância da formação

de professores, profissionais esses que assumem o papel de moderadores do conhecimento

científico e tecnológico e que, por conseguinte, devem ser dotados de competências com o

propósito de responderem e corresponderem às exigências do desenvolvimento da sociedade

numa estratégia holística. “Ao mesmo tempo que as fontes de produção de conhecimento se

multiplicaram, o ingresso a ele também se transformou: acesso imediato em tempo real às

pesquisas, a periódicos, artigos, livros, palestras, conferências, sites e ao próprio pesquisador e

especialista que publica”, refere Masetto (2012: 16).

Nestas circunstâncias, a pesquisa empreendida constatou que 57% dos docentes aferiu

que as acções de formação e superação profissional são escassas.

Fundamentou-se a questão das línguas em Angola, que se classificam em Língua

Oficial (LO) e Línguas Nacionais (LN), característica endógena das sociedades multilingues,

herança étnico-cultural dos países africanos saídos dos regimes coloniais. Nessa coabitação

entre as duas variantes linguísticas, o português assume-se, no contexto institucional, de LO,

desempenhando, por conseguinte, um papel preponderante de principal veículo de

comunicação, de representação governativa, de educação, dos órgãos de comunicação social,

de comércio e de socialização no exército. No contexto sociolinguístico, a LP foi difundida em

todo o território nacional e é falada, mesmo de forma bantulizada ou adulterada, por mais de

70% da população angolana, a par das LN, o que lhe confere um estatuto de LM para alguns e

L2 para outros. Do total dos participantes da investigação, verificou-se que 62% considera o

português como LM, 45% a têm como L2 e ainda 9% detêm-na como LM e L2.

Em relação às LN veiculadas pela maioria da população autóctone, estas repartem-se

em dois grandes grupos etnolinguísticos: Povos Bantu e Não-Bantu. As línguas Bantu

identificam-se por etnias como Umbundu, Kimbundu, Kikongo, Tchokwe, Nganguela,

Oshykwanyama com as respectivas variantes. E a comunidade Não-Bantu se reparte em

Bochimanes, Cazamas, Cuissi e Cuepe (Redinha, 1962: 11-20). Concluiu-se que, da totalidade

dos respondentes, 79% de falantes são umbundu (por se tratar de uma região de predominância

dessa etnia), 5% kimbundu, tchokwe 2% e os que não falam nenhuma LN representam 11%. A

glotofagia das LN é iminente em detrimento do português, derivando do desinteresse da

geração imatura na manutenção da sua grafologia. Assim, da investigação realizada apurou-se

que 69% dos estudantes não utiliza a escrita das LN, 22% escrevem (nos contextos da escola e

da igreja) e 9% não responderam à questão. Além disso, quanto ao sistema de fala, 53% em

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86

casa, 24% na escola, 24% com os amigos, na rua 21%, no local de trabalho 3% e 26% falam a

LN noutros locais.

Também o material didáctico tem sido insuficiente para sustentar o normal

desenvolvimento do processo docente-educativo, essencialmente da língua portuguesa e das

línguas nacionais.

A carreira docente não tem sido opção ideal para alguns estudantes, futuros

professores, que seguem a profissão como escapatória por falta de oportunidades noutros

sectores profissionais que garantam uma remuneração mais atraente.

Analisou-se a teoria das competências na perspectiva do processo ensino-

aprendizagem. Na óptica do descritor QECR (2001:29), instrumento eficaz para o ensino-

aprendizagem das línguas, Competências são definidas como “o conjunto dos conhecimentos,

capacidades e características que permitem a realização de acções”. Também Masetto (2012:

30), citando Perrenoud et al. (2002: 19) salienta que “atualmente define-se uma competência

como a aptidão para enfrentar um conjunto de situações análogas, mobilizando de uma forma

correta, rápida, pertinente e criativa, múltiplos recursos cognitivos: saberes, capacidades,

microcompetências, informações, valores, atitudes, esquemas de percepção, de avaliação e de

raciocínio”.

O trabalho realizado no âmbito desta investigação deixa uma abertura no sentido de

que os futuros investigadores e outras instituições interessadas neste tema possam ampliar a

dimensão do ângulo dos objectivos, obviamente inesgotável, bem como descobrir outra via a

seguir, reformulando conceitos para atingir os objectivos que, por essa razão, não puderam ser

aqui alcançados, como a seguir se sugere:

1. garantir as condições necessárias para a formação e superação profissional dos

professores, promovendo as competências latentes para o asseguramento de um

processo docente-educativo que corresponda às expectativas do desenvolvimento

da sociedade;

2. mobilizar esforços para a manutenção da cooperação com as instituições

congéneres e similares que zelam pela padronização da língua portuguesa,

designadamente universidades da lusofonia, PALOP, CPLP, Observatório da

Língua Portuguesa, Instituto Camões e outras, com vista à promoção de

seminários, palestras, conferências e outros eventos de reflexão e discussão sobre

as questões linguísticas;

3. assegurar a criação de bibliotecas apetrechadas para suprir as carências

bibliográficas de língua portuguesa, virada para a actividade de investigação

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científica, com o apoio das instituições citadas para o decurso harmonioso do

sistema educacional, porquanto o português é a língua da plataforma de ensino;

4. garantir condições mobilizadoras e de incentivo para a formação e

aperfeiçoamento dos professores em cursos de línguas estrangeiras, facilitando à

pesquisa, sobretudo da bibliografia das línguas do domínio académico e científico;

5. incentivar e promover actividades sobre a importância do ensino-aprendizagem

das línguas nacionais, contando com as parcerias dos Ministérios da Cultura, de

Comunicação Social e órgãos que evidenciam esforços para a preservação das

mesmas, cujo objectivo é o de criar interesse dos estudantes e professores sobre as

vantagens da sua valorização para a finalidade educativa;

6. assegurar a generalização dos serviços de internet como complemento do

programa académico, estimulando e reforçando o acesso às tecnologias de

informação como garante do desenvolvimento do capital humano, exigência da

sociedade globalizada;

7. criar condições para a implementação de gratificação que torne a carreira docente

atraente, expectante e esperançosa.

Assim, este trabalho investigativo sobre a formação de professores de português,

língua segunda, aplicado ao caso da Universidade Katyavala Bwila, atingiu os objectivos

propostos, ao mesmo tempo que deixa pistas para a orientação de pesquisas futuras. As

limitações e os constrangimentos que se impuseram no percurso da investigação, quer de ordem

estrutural, campo de trabalho e população, são inerentes a um trabalho desta envergadura

realizado entre dois povos (Português e Angolano).

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GLOSSÁRIO

Para uma compreensão correcta e enquadramento deste trabalho, apresentamos as definições

dos principais termos e conceitos afectos ao tema:

Língua – ( do latim lingua, -ae), sendo um sistema abstrato de signos interrelacionados, de

natureza social e psíquica, para este trabalho, das variadas definições que aferimos,

apresentamos a que melhor se insere. “É uma virtualidade de agrupamentos de signos que

obedecem a certas regras de ordem sintáctica e ao mesmo tempo semântica”.

Língua Nacional – Por refletir uma determinada herança étnico-cultural das línguas

autóctones, a presente definição é a que melhor enquadramento oferece. “É a língua falada

num determinado território que, por reflectir uma determinada herança étnico-cultural,

representa um elemento caracterizador de uma consciência nacional e, nos casos mais

evoluídos, é também suporte de uma expressão literária autónoma”.

Língua oficial – Sendo a língua de relacionamento das populações no quadro dos diversos

actos oficiais de estado, apresenta-se neste trabalho como definição mais coerente a seguinte:

“É a língua à qual é conferido o privilégio de utilização no quadro das actividades oficiais,

sendo utilizada em todos os órgãos do Estado ou da administração”.

Língua crioula – Língua de ascendência de várias outras e é falada por uma comunidade

linguística devidamente identificada e, nesta obra apresentamos esta como a definição mais

extensiva. “Língua formada pela expansão e complexificação de um pidgin19 e que se torna a

primeira língua de uma comunidade”.

Professor – O termo professor derivado do latim, significa literalmente uma pessoa que

professa/ensina uma arte, ciência ou transmite conhecimentos. Neste trabalho apresentamos

esta definição como a coerente das várias que se espelham no corpus. “É uma pessoa que

desempenha funções docentes numa escola e que deve reunir três competências fundamentais:

pessoal, docente e institucional, deve ser uma pessoa bem formada, manifestando atitudes

adequadas para com aqueles com quem contacta no processo de ensino-aprendizagem”.

19 Xavier, M. F. e Mateus, M.H. (Org.). (1990: 232). Dicionário de Termos Linguísticos. (Vol. 1). A língua pidgin é um “Sistema de comunicação linguística que emerge de contextos multilingues, caracterizado por não ter falantes nativos”.

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Formação – Do latim formatio (acto, efeito de formar), a definição seleccionada é a que se

coaduna com o trabalho. “Conjunto de actividades que visam a aquisição de conhecimentos,

capacidades, atitudes e formas de comportamento exigidos para o exercício das funções

próprias duma profissão ou grupo de profissões em qualquer ramo de actividade económica”.

Competência – É uma expressão que tem origem no latim (competentĭa). “É a aptidão para

enfrentar um conjunto de situações análogas, mobilizando, de uma forma correcta, rápida,

pertinente e criativa, múltiplos recursos cognitivos: saberes, capacidades, microcompetências,

informações, valores, atitudes, esquemas de percepção, de avaliação e de raciocínio”.

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ANEXO I

htt://cc3413.wordpress.com/2010/11/22angola-o-gigante%C2% AO africano/

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Angola Ethnic map 1970-pt.svg

ANEXO II

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ANEXO III

QUADRO DESCRITIVO DOS GRUPOS ETNOLINGUÍSTICOS DE ANGOLA LÍNGUAS DE ANGOLA

Oficial Português

Nacionais Umbundu, Kimbundu, Kikongo, Cokwé, Nganguela e Oshykwanyama

Nativas

Bolo, Diriku, Holu, Khwe, Kilari, Kisikongo, Kung-Ekoka, Kwadi,

Kwangali, Lingala, Lukazi, Luimbi, Lunda, Luvale, Luyana, Maligo, Mashi,

Mbangala, Mbukushu, Mbunda, Mbwela, Ndombe, Ndonga, Ngandyera,

Nkangala, Nkumbi, Nyaneka, Nyemba, Nyengo, Oung, Oshiwambo, Ruund,

Sama, Songo, Yaka, Yauma, Yombe, Zemba

Dialectos

[Côkwe] Minungo, Ulanda, Ukhongo · [Holu] Yeci · [Khwe] Buma-Kxoe ·

[Kikongo] Kongo do Sul, Kongo do Sudoeste, Kongo do Oeste (Ibinda,

Fiote, Fioti), Ndingi, Mboka, Kisikongo, Kizombo, Kindibu, Kimanyanga,

Kiwoyo de Cabinda, Kiyombe de Cabinda · [Kimbundu] Njinga (Ginga,

Jinga), Mbamba (Kimbamba, Bambeiro), Mbaka (Ambaquista), Ngola ·

[Português] Benguelense, Huambense, Luandense, Sulista · [Kwadi]

Zorotua (Vasorontu) · [Kwangali] Sambyu (Shisambyu, Sambiu, Sambio) ·

[Lucazi] Ngangela · [Luyana] Kwandi, Mbowe (Esimbowe), Mdundulu

(Ndundulu, Imilangu), Mishulundu · [Mashi] Kwandu do Norte, Kwandu do

Sul · [Mbangala] Mbangala, Yongo · [Ngandyera] Kwambi · [Nkumbi]

Nkumbi-mulondo · [Nyaneka] Humbe, Mwila (Olumuila, Muila, Huila),

Ngambwe (Olungambwe), Handa, Cipungu, Cilenge · [Oshiwambo]

Oshikwanyama, Kwambi, Mbadja · [Umbundu] Mbalundu · [Yaka]

Ngoongo · [Yombe] Mbala (Mumbala), Vungunya (Kivungunya, Yombe

Classico)

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ANEXO IV

Imagem de um caçador do povo Khoisan: Sul de Angola:

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ANEXO V

A beleza da mulher do sul de Angola: povo Khoisan (Nhaneca-Humbe)

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ANEXO VI

Juventude feminina do sul de Angola: povo Khoisan (Nhaneca-humbe)

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ANEXO VII

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Plano Curricular

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APÊNDICE I

Ao

Exmo Senhor

Chefe da Repartição de Português do Departamento

de Letras Modernas do ISCED da UKB

B e n g u e l a Assunto: Inquérito por Questionário.-

Eu, Mateus Segunda Chicumba, mestrando em Língua e Cultura Portuguesa na

Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, pretendendo realizar trabalho de

investigação para a elaboração de tese de mestrado, venho por este intermédio

remeter à V.Excias o respectivo questionário.

Gostaria de contar com o vosso inestimável apoio para responder o questionário

em anexo.

Muito obrigado por todo o vosso apoio e disponibilidade.

Benguela aos _________/__________/2012.

O Mestrando,

______________________________

Mateus Segunda Chicumba

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APÊNDICE II

INQUÉRITO POR QUESTIONÁRIO DIRIGIDO AO CHEFE DA REPARTIÇÃO DE PORTUGUÊS (1)

Estimado senhor Chefe da Repartição de Português do Departamento de Letras Modernas do Instituto Superior de Ciências da Educação da Universidade Katyavala Bwila, pretendemos realizar um trabalho de investigação sobre a “Análise da Formação de Professores de Português, Língua Segunda (PL2) na Universidade Katyavala Bwila”, trabalho conducente à realização da tese de mestrado em Língua e Cultura Portuguesa.

A cada questão responda assinalando com a letra (X) o quadradinho correspondente e argumente com clareza as questões que considerar pertinentes pela sua experiência.

Dados Biográficos:

Sexo: Masculino Feminino

Idade_________ anos

Função que exerce_____________________________________________________

Habilitações literárias___________________________________________________

Habilitações profissionais________________________________________________

Tempo de serviço______________________________________________________

1. Que análise faz em relação aos resultados obtidos na formação dos professores de língua portuguesa?

Positiva Negativa

Porquê?_____________________________________________________________________________________________________________________________

2. Considera a língua portuguesa:

Como língua materna?

Como língua segunda?

Como língua estrangeira?

Justifique________________________________________________________

_______________________________________________________________

3. O plano de estudos do ensino/aprendizagem da língua portuguesa é ideal para o ensino de uma língua segunda?

Sim Não

Justifique________________________________________________________

_______________________________________________________________

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4. A bibliografia disponível é suficiente para o ensino/aprendizagem da língua portuguesa?

Sim Não

Justifique________________________________________________________

_______________________________________________________________

5. Os estudantes (futuros professores) têm mostrado interesse em aprender a língua portuguesa?

Sim Não

Qual será a maior motivação?_______________________________________

_______________________________________________________________

6. Que tipo de dificuldades têm apresentado os professores no decurso do seu trabalho?

Falta de material didáctico

Desinteresse pela educação

Desmotivação pela carreira docente

Excesso de carga horária

Outras dificuldades

Se forem outras dificuldades, justifique________________________________

_______________________________________________________________

7. Considera que a introdução das línguas nacionais no sistema educativo regular proporciona vantagens para a melhoria dos níveis de comunicação e proficiência da língua portuguesa?

Sim Não

Justifique________________________________________________________

_______________________________________________________________

8. Existe orientações metodológicas suficientes e eficientes para o ensino/aprendizagem das línguas nacionais?

Sim Não

Justifique________________________________________________________

_______________________________________________________________

9. Os professores têm mostrado interesse em ensinar as línguas nacionais?

Sim Não

Justifique________________________________________________________

_______________________________________________________________

10. Há alguma língua nacional que é ministrada, em especial, na UKB?

Umbundu Kimbundu Kikongo Tchokwe

Nganguela Oshykwanyama Outras Nenhuma

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Justifique________________________________________________________

_______________________________________________________________

11. Existe bibliografia suficiente para o ensino/aprendizagem das línguas nacionais?

Sim Não

Justifique________________________________________________________

_______________________________________________________________

12. O tempo estabelecido nos horários escolares para o ensino/aprendizagem das línguas nacionais é suficiente?

Sim Não

Justifique________________________________________________________

_______________________________________________________________

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APÊNDICE III

Ao Exmo Senhor Professor de Língua Portuguesa do ISCED da UKB B e n g u e l a Assunto: Inquérito por Questionário.-

Eu, Mateus Segunda Chicumba, mestrando em Língua e Cultura Portuguesa na

Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, pretendendo realizar trabalho de

investigação para a elaboração de tese de mestrado, venho por este intermédio

remeter à V.Excias o respectivo questionário.

Gostaria de contar com o vosso inestimável apoio para responder o questionário

em anexo.

Muito obrigado por todo o vosso apoio e disponibilidade. Benguela aos _________/__________/2012.

O Mestrando,

____________________________

Mateus Segunda Chicumba

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APÊNDICE IV

INQUÉRITO POR QUESTIONÁRIO DIRIGIDO AOS PROFESSORES (2)

Estimado senhor professor, pretendemos realizar um trabalho de investigação sobre a “Análise da Formação de Professores de Português, Língua Segunda (PL2) na Universidade Katyavala Bwila”, trabalho conducente à realização da tese de mestrado em Língua e Cultura Portuguesa.

A cada questão responda assinalando com a letra (X) o quadradinho correspondente e argumente com clareza as questões que considerar pertinentes pela sua experiência.

Dados Biográficos:

Sexo: Masculino Feminino

Idade_________ anos

Classe que lecciona__________________________________________________

Habilitações literárias_________________________________________________

Habilitações profissionais______________________________________________

Tempo de serviço____________________________________________________

1. Que análise faz do curso de língua portuguesa que ministra?

Positiva Negativa

Justifique_______________________________________________________

______________________________________________________________

2. Tem interesse pelo curso que ministra?

Sim Não

Justifique_______________________________________________________

______________________________________________________________

3. Os estudantes têm mostrado interesse na aprendizagem da língua portuguesa?

Sim Não

Justifique_______________________________________________________

______________________________________________________________

4. O material didáctico para o ensino/aprendizagem é suficiente e adequado o curso de língua portuguesa?

Sim Não

Justifique_______________________________________________________

______________________________________________________________

5. Em que conteúdos é que os estudantes apresentam mais dificuldades?

Leitura Escrita Gramática Oral

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Justifique_______________________________________________________

______________________________________________________________

6. Considera a língua portuguesa:

Como língua materna?

Como língua segunda?

Como língua estrangeira?

Justifique_______________________________________________________

______________________________________________________________

7. Os conteúdos que tem ministrado reflectem o ensino/aprendizagem do português, língua segunda?

Sim Não

Justifique________________________________________________________

_______________________________________________________________

8. Que outra(s) língua(s) estrangeira(s) fala?

Inglesa Francesa Espanhola Russa

Alemã Lingala Outras Nenhuma

Justifique_______________________________________________________

______________________________________________________________

9. Gostaria de ministrar aulas em línguas nacionais?

Sim Não

Porquê?________________________________________________________

_______________________________________________________________

10. Em que língua nacional gostaria de ministrar as aulas e qual delas é a sua língua materna?

Umbundu Kimbundu Kikongo Tchokwe

Nganguela Oshykwanyama Outras Nenhuma

Porquê?_______________________________________________________________________________________________________________________

11. O processo de ensino/aprendizagem das línguas nacionais proporciona vantagens para a melhoria dos níveis de competência comunicativa e de proficiência da língua portuguesa?

Sim Não

Justifique________________________________________________________

_______________________________________________________________

12. Tem participado nos eventos (conferências, palestras, seminários) que se realizam sobre a língua portuguesa?

Sim Não

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Qual é a sua opinião sobre o estado actual da língua portuguesa no País? Excelente Bom Regular Mau

Justifique_______________________________________________________________________________________________________________________

13. O horário estabelecido para o ensino/aprendizagem da língua portuguesa é adequado?

Sim Não

Justifique_______________________________________________________________________________________________________________________

14. Tem havido acções de formação e superação pedagógica dos professores?

Sim Não

Justifique_______________________________________________________________________________________________________________________

15. Considera importante a formação e superação profissional dos professores?

Sim Não

Justifique_______________________________________________________________________________________________________________________

16. Acha que a língua portuguesa é importante para o desenvolvimento do País?

Sim Não

Justifique_______________________________________________________________________________________________________________________

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APÊNDICE V

INQUERITO POR QUESTIONÁRIO DIRIGIDO AOS ESTUDANTES (3)

Estimado Estudante, pretendemos realizar um trabalho de investigação sobre a “Análise da Formação de Professores de Português, Língua Segunda (PL2) na Universidade Katyavala Bwila”, trabalho conducente à realização da tese de mestrado em Língua e Cultura Portuguesa.

A cada questão responda assinalando com a letra (X) o quadradinho correspondente e argumente com clareza as questões que considerar pertinentes.

Dados Biográficos:

Sexo: Masculino Feminino

Idade_________ anos.

Ano escolar________________.

1. Gosta de estudar a língua portuguesa?

Sim Não

Porquê?________________________________________________________

_______________________________________________________________

2. Onde é que aprendeu a falar a língua portuguesa?

Em casa Na escola Com amigos

Fez curso Fora do país Outra forma

Justifique________________________________________________________

_______________________________________________________________

3. Como tem sido o seu aproveitamento académico em língua portuguesa?

Muito bom Bom Regular Mau

Justifique_______________________________________________________

_______________________________________________________________

4. Quais são os meios didácticos que tem utilizado para a aprendizagem da língua portuguesa?

Livros Fotocópias Revistas Jornais

Apontamentos Internet Outros

Justifique_______________________________________________________

________________________________________________________________

5. Quais são as características que atribui à língua portuguesa?

Fácil de aprender Difícil de aprender

É motivadora É Interessante desagradável

Porquê?________________________________________________________

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_______________________________________________________________

6. Para aperfeiçoar a aprendizagem da língua portuguesa, o que é mais importante para si?

Ler Escrever Aperfeiçoar a gramática

A pronúncia O vocabulário Todas variantes

Justifique_______________________________________________________

_______________________________________________________________

7. Como considera a língua portuguesa?

Língua materna

Língua segunda

Língua estrangeira

Justifique_______________________________________________________

_______________________________________________________________

8. Que língua nacional fala?

Umbundu Kimbundu Kikongo Tchokwe

Nganguela Oshykwanyama Outras Nenhuma

Justifique_______________________________________________________

_______________________________________________________________

9. Onde aprendeu a falar a língua nacional?

Em casa Na escola Com amigos

Fez curso Fora do país Outra forma

Justifique_______________________________________________________

_______________________________________________________________

10. Em que locais é que se comunica em língua nacional?

Em casa Na escola Com amigos

Na rua No serviço Outros locais

Justifique_______________________________________________________

_______________________________________________________________

11. Tem utilizado a língua nacional para comunicar por escrito?

Sim Não

Justifique_______________________________________________________

_______________________________________________________________

12. Que língua estrangeira conhece?

Inglesa Francesa Espanhola Russa

Alemã Lingala Outras Nenhuma

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Justifique_______________________________________________________

_______________________________________________________________

13. Depois de terminar o curso vai seguir a carreira docente?

Sim Não

Justifique_______________________________________________________

_______________________________________________________________

14. Porque escolheu a carreira do professorado?

Por gosto Falta de emprego noutras áreas

Por opção O ordenado é bom

Não tem outra escolha

Justifique_______________________________________________________

_______________________________________________________________