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UNIVERSIDADE DE LISBOA
FACULDADE DE LETRAS
DEPARTAMENTO DE LÍNGUA E CULTURA PORTUGUESA
A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE PORTUGUÊS, LÍNGUA
SEGUNDA (PL2) EM ANGOLA: O CASO DA UNIVERSIDADE
KATYAVALA BWILA/BENGUELA
MATEUS SEGUNDA CHICUMBA
Dissertação de Mestrado em Língua e Cultura Portuguesa
(Língua Estrangeira/Língua Segunda)
2012
UNIVERSIDADE DE LISBOA
FACULDADE DE LETRAS
DEPARTAMENTO DE LÍNGUA E CULTURA PORTUGUESA
A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE PORTUGUÊS, LÍNGUA
SEGUNDA (PL2) EM ANGOLA: O CASO DA UNIVERSIDADE
KATYAVALA BWILA/BENGUELA
MATEUS SEGUNDA CHICUMBA
Dissertação de Mestrado em Língua e Cultura Portuguesa
(Língua Estrangeira/Língua Segunda)
Orientada pela Professora Doutora Maria José dos Reis Grosso
2012
i
DEDICATÓRIA - ANGOLA – À nossa ditosa e abençoada Pátria, Mátria Querida – Terra que desponta à aurora
boreal a cada amanhecer resplandecente de magia multicolor, galvanizando os baluartes,
dedicamos esta obra.
“A mim ninguém mais pode prejudicar, somente Deus”.
(Waris Dirie)
ii
AGRADECIMENTOS A Deus, sempiterno, que ilumina o nosso conhecimento e orienta a nossa sabedoria. “Tão
sómente esforça-te e tem mui bom ânimo” (Josué, 1;7);
• Em primeira instância agradecemos à Senhora Professora Doutora Maria José dos Reis
Grosso, orientadora deste trabalho, pela dedicação e, particularmente, pela sua
generosidade, pela orientação sapiencial que tornou exequível este projecto;
• Com carinho especial ao Excelentíssimo Senhor Engenheiro Domingos Francisco,
Director do Instituto Nacional de Petróleos, pela concessão da bolsa de estudo, à nossa
amizade;
• À Universidade de Lisboa, em especial à Faculdade de Letras, os nossos
agradecimentos;
• Aos Excelentíssimos Senhores Professores do curso que, incansável e amavelmente,
ministraram o seu saber: Doutora Catarina Gaspar, Doutor António Avelar, Doutora
Inocência Mata;
• Ao Governo Provincial do Kwanza Sul: Direcção da Educação, Ciência e Tecnologia e
Direcção da Cultura, pelo apoio incondicional em material didáctico, o nosso apreço;
• Ao Instituto Nacional de Petróleos: Eminentes colegas da Direcção, Trabalhadores e
Colaboradores, pela dedicação e todo o apoio com que fomos laureados, votos de
gratidão;
• À Universidade Katyavala Bwila, em especial ao Magnífico Reitor Professor Doutor
Albano Vicente Lopes Ferreira, ao Excelentíssimo Senhor Vice-Reitor para os Assuntos
Científicos Doutor Alberto Kitembo, ao Senhor Doutor Domingos dos Santos, Chefe do
Departamento de Línguas Modernas do ISCED e Senhor Doutor Dinis Vandor Sicala,
Chefe da Repartição de Língua Portuguesa;
• À Direcção do IPROF, instituição da tutoria, aos Excentíssimos Senhores Doutor Paulo
Guimarães Fonseca, Director Geral, Doutor Jorge de Barros Queiroz, Director
Executivo, Doutora Georgina Pinto, Doutor Igor Grazina, Dona Orquídea Mendes e a
Dona Josefa Leal, os nossos reiterados agradecimentos;
• A todos os anónimos que contribuíram, directa ou indirectamente, para o êxito desta
obra, que, por imperativos alheios à nossa vontade, não tenham sido mencionados, o
nosso muito obrigado.
iii
LISTA DE ABREVIATURAS
ADPP……………. Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo
CPLP……………. Comunidade de Países de Língua Portuguesa
EMP……………... Escola do Magistério Primário
IFP………………. Instituto de Formação de Professores
ILNA……………... Instituto de Línguas Nacionais
IMNE……………. Instituto Médio Normal da Educação
INIDE…………….. Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da
Educação
ISCED…………… Instituto Superior de Ciências da Educação
LE………………... Língua Estrangeira
LM/L1……………. Língua Materna/Língua Primeira
LN………………… Línguas Nacionais
LP…………………. Língua Portuguesa
LS/L2…………….. Língua Segunda
ONU…………….... Organização das Nações Unidas
PALOP…………… Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa
PLE………………. Português Língua Estrangeira
PLS/PL2…………. Português Língua Segunda
QECR……………. Quadro Europeu Comum de Referência
RNA………………. Rádio Nacional de Angola
TPA……………….. Televisão Pública de Angola
UAN……………..... Universidade Agostinho Neto
UKB……………..... Universidade Katyavala Bwila
iv
ÍNDICE GERAL
DEDICATÓRIA ........................................................................................................................... i
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................... ii
LISTA DE ABREVIATURAS ................................................................................................. iii
ÍNDICE DE GRÁFICOS ......................................................................................................... vii
ÍNDICE DE QUADROS ............................................................................................................ ix
ÍNDICE DE TABELAS .............................................................................................................. x
RESUMO .................................................................................................................................. xii
ABSTRACT ............................................................................................................................. xiii
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 1
1. Introdução Geral .................................................................................................................... 1
2. Justificação da Escolha do Tema .......................................................................................... 2
3. Problema ................................................................................................................................. 3
4. Objectivos do Estudo .............................................................................................................. 3
4.1 Objectivo geral ................................................................................................................... 3
4.2 Objectivos específicos ........................................................................................................ 3
5. Hipóteses ................................................................................................................................. 4
5.1 Variáveis de estudo ............................................................................................................ 4
5.1.1 Variável dependente ..................................................................................................... 4
5.1.2 Variáveis independentes ............................................................................................... 5
6. Delimitação do Estudo ........................................................................................................... 5
7. Apresentação da Instituição de Acolhimento da Pesquisa ................................................. 5
8. População e Amostra .............................................................................................................. 7
8.1 População-alvo ................................................................................................................... 7
8.2 Amostra .............................................................................................................................. 7
9. Metodologia do Trabalho ...................................................................................................... 8
9.1 A pesquisa bibliográfica ..................................................................................................... 8
9.2 O método de observação ................................................................................................... 8
9.3 O método de inquérito por questionário ............................................................................ 8
9.4 O método estatístico .......................................................................................................... 8
9.4.1 Técnica de análise univariada ...................................................................................... 9
CAPÍTULO I
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................... 10
1.1 Contextualização de Angola ................................................................................................. 10
1.2 A Formação de professores ................................................................................................. .11
1.3 As competências profissionais docentes ............................................................................... 17
CAPÍTULO II
O CONTEXTO SOCIOLINGUÍSTICO E CULTURAL DE ANGOLA ............................. 19
2.1 Conceito de língua ................................................................................................................. 19
2.2 As Línguas Nacionais Angolanas ......................................................................................... 21
2.3 Inserção das Línguas Nacionais no Sistema de Educação .................................................... 25
2.4 O Papel da Língua Portuguesa em Angola ............................................................................ 30
2.5 A oralidade e a escrita da Língua Portuguesa em Angola ..................................................... 32
2.5.1 O português falado .......................................................................................................... 32
2.5.2 Português escrito ............................................................................................................. 35
CAPÍTULO III
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE INTERPRETATIVA DOS RESULTADOS ................... 39
3.1 Análise do inquérito por questionário dirigido ao Chefe da Repartição de Língua
Portuguesa ............................................................................................................................. 39
3.2 Análise dos inquéritos por questionários dirigidos aos professores de Língua
Portuguesa ............................................................................................................................. 41
3.3 Análise dos inquéritos por questionários dirigidos aos estudantes ....................................... 62
3.4 Conclusões do corpus de análise interpretativa dos resultados ............................................. 78
CONCLUSÕES ......................................................................................................................... 84
GLOSSÁRIO ............................................................................................................................. 87
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 90
ANEXOS
ANEXO I – Mapa da República de Angola
ANEXO II – Mapa de distribuição dos grupos etnolinguísticos de Angola
ANEXO III – Quadro descritivo dos grupos etnolinguísticos de Angola
ANEXO IV – Imagem de um caçador do povo Khoisan: Sul de Angola
ANEXO V – Imagem da mulher do povo Khoisan: Sul de Angola
ANEXO VI – Imagem da juventude feminina do povo Khoisan: Sul de Angola
ANEXO VII – Plano Curricular – Universidade Agostinho Neto (Reitoria). 2008/2009
APÊNDICES
APÊNDICE I – Carta dirigida ao Chefe da Repartição de Português do Departamento
de Letras Modernas do ISCED da UKB
APÊNDICE II – Inquérito por questionário dirigido ao Chefe da Repartição de Português (1)
APÊNDICE III – Carta dirigida aos professores de língua portuguesa do ISCED da UKB
APÊNDICE IV – Inquérito por questionário dirigido aos professores (2)
APÊNDICE V – Inquérito por questionário dirigido aos estudantes (3)
vii
ÍNDICE DE GRÁFICOS
1 – Distribuição dos respondentes por género ............................................................................ 39
2 – Caracterização etária dos respondentes ................................................................................. 40
3 – Distribuição dos respondentes por ano em que leccionam ................................................... 41
4 – Perfil académico dos respondentes ....................................................................................... 42
5 – Tempo de serviço dos respondentes ...................................................................................... 43
6 – Que análise faz do curso de língua portuguesa que ministra? ............................................... 44
7 – Tem interesse pelo curso que ministra? ................................................................................ 45
8 – Os estudantes têm mostrado interesse na aprendizagem da língua portuguesa? ................... 46
9 – O material didáctico para o ensino-aprendizagem é suficiente e adequado para o curso
de língua portuguesa?................... ........................................................................................ 47
10 – Em que conteúdos é que os estudantes apresentam mais dificuldades? ............................. 48
11 – Considera a língua portuguesa. ........................................................................................... 49
12 – Os conteúdos que tem ministrado reflectem o ensino-aprendizagem do português, língua
segunda? .............................................................................................................................. 50
13 – Que outra(s) língua(s) estrangeira(s) fala?................... ....................................................... 51
14 – Gostaria de ministrar aulas em línguas nacionais? .............................................................. 52
15 – Em que língua nacional gostaria de ministrar as aulas e qual delas é a sua língua
materna? .............................................................................................................................. 53
16 – O processo de ensino-aprendizagem das línguas nacionais proporciona vantagens para a
melhoria dos níveis de competência comunicativa e de proficiência da língua
portuguesa? .......................................................................................................................... 54
17 – Tem participado nos eventos (conferências, palestras, seminários) que se realizam sobre a
língua portuguesa? Qual é a sua opinião sobre o estado actual da língua portuguesa no
País? ..................................................................................................................................... 55
18 – O horário estabelecido para o ensino-aprendizagem da língua portuguesa é
adequado? ............................................................................................................................ 56
19 – Tem havido acções de formação e superação pedagógica dos professores? ....................... 57
20 – Considera importante a formação e superação profissional dos professores? .................... 58
21 – Acha que a língua portuguesa é importante para o desenvolvimento do País? ................... 59
22 – Distribuição dos respondentes por género. ......................................................................... 60
23 – Caracterização etária dos respondentes. .............................................................................. 61
24 – Gosta de estudar a língua portuguesa? ................................................................................ 62
25 – Onde é que aprendeu a falar a língua portuguesa? .............................................................. 63
26 – Como tem sido o seu aproveitamento académico em língua portuguesa? .......................... 64
27 – Quais são os meios didácticos que tem utilizado para a aprendizagem da língua
portuguesa? .......................................................................................................................... 65
28 – Quais são as características que atribui à língua portuguesa? ............................................. 66
29 – Para aperfeiçoar a aprendizagem da língua portuguesa, o que é mais importante para
si? ........................................................................................................................................ 67
30 – Como considera a língua portuguesa? ................................................................................. 68
31 – Que língua nacional fala? .................................................................................................... 69
32 – Onde aprendeu a falar a língua nacional? ........................................................................... 70
33 – Em que locais é que se comunica em língua nacional? ....................................................... 71
34 – Tem utilizado a língua nacional para comunicar por escrito? ............................................. 72
35 – Que língua estrangeira conhece? ......................................................................................... 73
36 – Depois de terminar o curso vai seguir a carreira do professorado?..................................... 74
37 – Porque escolheu a carreira do professorado? ...................................................................... 75
ix
ÍNDICE DE QUADROS
1. Plano de Estudo do 3º ano (transcrição). .................................................................. 5
2. Plano de Estudo do 4º Ano (transcrição). ................................................................. 5
3. Indicador da População Angolana (estimativa). ...................................................... 23
4. Demonstração do Ensino das Línguas Nacionais. .................................................... 27
5. Gírias da Linguagem Informal. ............................................................................. 31
6. Expressões Idiomáticas.…..……………………………………………………………31
7. Expressões Sintagmáticas Incorporadas nos Dicionários. ......................................... 34
8. Análise Univariada do Questionário dirigido ao Chefe da Repartição de Língua
Portuguesa. ......................................................................................................... 38
x
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela do Gráfico Nº 1. ......................................................................................... 39
Tabela do Gráfico Nº 2. ......................................................................................... 40
Tabela do Gráfico Nº 3. ......................................................................................... 41
Tabela do Gráfico Nº 4. ......................................................................................... 42
Tabela do Gráfico Nº 5. ......................................................................................... 43
Tabela do Gráfico Nº 6. ......................................................................................... 44
Tabela do Gráfico Nº 7. ......................................................................................... 45
Tabela do Gráfico Nº 8. ......................................................................................... 46
Tabela do Gráfico Nº 9. ......................................................................................... 47
Tabela do Gráfico Nº 10. ....................................................................................... 48
Tabela do Gráfico Nº 11. ....................................................................................... 49
Tabela do Gráfico Nº 12. ....................................................................................... 50
Tabela do Gráfico Nº 13. ....................................................................................... 51
Tabela do Gráfico Nº 14. ....................................................................................... 52
Tabela do Gráfico Nº 15. ....................................................................................... 53
Tabela do Gráfico Nº 16. ....................................................................................... 54
Tabela do Gráfico Nº 17. ....................................................................................... 55
Tabela do Gráfico Nº 18. ....................................................................................... 56
Tabela do Gráfico Nº 19. ....................................................................................... 57
Tabela do Gráfico Nº 20. ....................................................................................... 58
Tabela do Gráfico Nº 21. ....................................................................................... 59
Tabela do Gráfico Nº 22. ....................................................................................... 60
Tabela do Gráfico Nº 23. ....................................................................................... 61
Tabela do Gráfico Nº 24. ....................................................................................... 62
Tabela do Gráfico Nº 25. ....................................................................................... 63
Tabela do Gráfico Nº 26. ....................................................................................... 64
Tabela do Gráfico Nº 27. ....................................................................................... 65
Tabela do Gráfico Nº 28. ....................................................................................... 66
Tabela do Gráfico Nº 29. ....................................................................................... 67
Tabela do Gráfico Nº 30. ....................................................................................... 68
Tabela do Gráfico Nº 31. ....................................................................................... 69
Tabela do Gráfico Nº 32. ....................................................................................... 70
Tabela do Gráfico Nº 33. ....................................................................................... 71
Tabela do Gráfico Nº 34. ....................................................................................... 72
Tabela do Gráfico Nº 35. ....................................................................................... 73
Tabela do Gráfico Nº 36. ....................................................................................... 74
Tabela do Gráfico Nº 37. ...................................................................................... .75
xii
RESUMO
A língua portuguesa em Angola é considerada língua oficial e detém um estatuto institucional, sendo reconhecida como factor de unificação de uma nação multilingue, exclusiva na governação, órgãos de comunicação social, na comunicação no exército, prevalecente na produção literária e no conhecimento científico e, não menos importante, língua de intermediação no concerto de outros Estados, mormente da CPLP. Língua exclusiva de escolarização, é hoje língua materna de muitos angolanos, sobretudo da geração do período pós-independência, situação que muito deve à dinâmica de conflitos pós-coloniais.
No período de vigência do regime colonial, o sistema educativo esteve estruturado em língua portuguesa, tendo sido marginalizadas as línguas faladas pelo povo angolano. No período pós-independência (desde 1975), o ensino continuou a ter as peculiaridades herdadas da doutrina anterior. Todavia, em 1978, criou-se o Instituto Nacional de Línguas (actual Instituto de Línguas Nacionais), órgão incumbido de investigar e organizar a estrutura de base científica das línguas nacionais, visando a sua valorização como parte da identidade cultural do povo angolano e perspectivar a sua inserção no sistema educativo. Neste sentido, em 1987, foi divulgado, a título experimental, o alfabeto de seis línguas nacionais mais faladas, nomeadamente: Kikoongo, Kimbundu, Umbundu, Cokwé, Mbunda e Oshykwanyama.
Depois de várias tentativas, a Reforma Educativa de 2001 orientava o Ministério da Educação no sentido de implementar a escolarização das línguas nacionais, de forma faseada, tendo como ponto de partida as regiões de maior influência de cada língua. Em 2005, foram introduzidas em várias escolas do país disciplinas em línguas nacionais, iniciando-se, deste modo, o ensaio de uma educação bilingue.
Em função desta perspectiva, a formação de professores torna-se imprescindível e decisiva para o desenvolvimento das suas competências para os novos desafios que a sociedade se propõe atingir.
Assim, o objectivo fundamental do presente trabalho é o de analisar, avaliar, sensibilizar e motivar os diferentes segmentos da sociedade sobre a importância da educação bilingue e, contribuir, desta forma, para a construção de uma sociedade mais justa e mais inclusiva em termos de direitos linguísticos, como vem sugerido no tema sobre o processo de “Formação de Professores de Português, Língua Segunda (PL2) em Angola, com ênfase na Linguística do Português ministrado pela Universidade Katyavala Bwila, na Província de Benguela”.
Palavras-chave: Língua oficial – língua materna – língua segunda – língua nacional; ensinante e aprendente; formação de professores.
xiii
ABSTRACT
The Portuguese language in Angola is considered the official language, it has an institutional status and is recognized as a unifying factor in a multilingual nation; it is unique in governance, media, and communication in the army, it is prevailing in literary and scientific knowledge, and, not the least, it is the language for concertation with other states, especially within the CPLP. Exclusive language of schooling, it is today the mother tongue of many Angolans, especially the generation of the post-independence period, a situation that owes much to the dynamics of post-colonial conflicts.
In the period of the colonial regime, the educational system was structured in Portuguese, with the marginalization of the languages spoken by the Angolan people. In the post-independence period (since 1975), the school continued to have the peculiarities inherited from previous doctrine. However, in 1978, the National Language Institute (now the Institute of National Languages) was created, taking the task to investigate and organize the scientific basic structure of the national languages, aiming at its recognition as part of the cultural identity of the Angolan people and outline their inclusion in the education system. In this respect, in 1987, it was released, in an experimental basis, the alphabet of six most spoken national languages, namely: Kikoongo, Kimbundu, Umbundu, Cokwé, Mbunda and Oshykwanyama.
After several attempts, the Educational Reform of 2001 directed the Ministry of Education to implement the education of national languages, in a timely manner, taking as its starting point the regions of greatest influence of each language. In 2005, several schools in the country introduced the national languages disciplines, beginning thus the pilot of a bilingual education.
In light of this perspective, teacher training becomes essential and crucial for the development of their skills to the new challenges that society intends to achieve.
Thus, the main objective of this thesis is to analyze, evaluate, promote and motivate the different segments of the society about the importance of bilingual education and contribute in this way to build a fairer and more inclusive society in terms of language rights, as has been suggested in the theme about the process of "Teacher of Portuguese as Second Language (PL2) in Angola, with emphasis on the Portuguese Language taught by Katyavala Bwila University, in Benguela Province."
Keywords: Official language - maternal language - second language - national language teacher and learner, teacher training.
1
INTRODUÇÃO
1. Introdução Geral
O desenvolvimento crescente da sociedade contemporânea é estimulado pela globalização, em
que, com os principais pilares fundamentados em teorias de conhecimento e das tecnologias de
informação e comunicação, a mobilidade social, o multiculturalismo e o multilinguismo são
factores exponenciais. São exigidos, por isso, dos Estados esforços suplementares para a
formação integral e permanente dos quadros, para corresponder à competitividade do mercado
de trabalho para o crescimento harmonioso e sustentado, imperativo do século XXI.
Nesta vertente, procuramos no presente trabalho sustentar que a formação de
professores constitui o ponto fundamental de partida, tendo como factor determinante a língua.
O ensaio do ensino bilingue no sistema educativo angolano deve ser encarado como
um desafio que requer uma intervenção profunda na formação de docentes no domínio do
português como Língua Segunda (adiante designada como LS/L2) e das línguas nacionais de
Línguas Maternas ou Línguas Primeiras (adiante, LM/L1); na adaptação às mutações
gramaticais necessárias para reforçar a plataforma sociolinguística angolana, onde o português
exerce o papel catalisador de comunicação dos vários grupos etnolinguísticos.
A Universidade Katyavala Bwila (adiante, UKB) tem dosificado nos conteúdos
programáticos da linguística do português a corporização da matéria sobre as línguas nacionais.
Este é, basicamente, o cerne da motivação que pretendemos reter neste estudo.
Será que a formação de professores em língua portuguesa ministrada pela UKB
obedece aos critérios de ensino do português, L2? Que expectativas pedagógicas norteiam os
docentes e discentes em relação à implementação do sistema de educação bilingue? Destes
questionamentos derivou a problemática da presente investigação.
A linguística e a didáctica das línguas definem a tripla oposição da língua (Língua
Materna, Língua Segunda e Língua Estrangeira) e apresentam as seguintes definições: a LM é
“a língua da socialização que (…) transmite e faz interiorizar à criança a mundividência de uma
determinada sociedade, cujo principal transmissor é geralmente a família” (Grosso, 2005: 608);
por sua vez, a “L2 (…), não sendo materna, é oficial (…), de ensino e da socialização
secundária” (Grosso, 2005: 608) e a “LE (…) não faz parte dessa socialização primária, estando
subjacente (…) uma série de princípios metodológicos sujeitos a diversas transformações”
(Grosso, 2005: 608).
Procuramos com esta pesquisa a confirmação de resultados que comprovam a
importância da formação de professores de português, língua segunda (em diante, PL2) no
2
aperfeiçoamento dos níveis de competência comunicativa e proficiência da linguagem dos
alunos.
Desta feita, o nosso trabalho apresenta a seguinte estrutura organizativa: a primeira
parte se refere a Introdução que insere as metodologias e procedimentos de investigação; a
segunda está constituída por Três Capítulos e, na parte final, apresenta as Conclusões.
Assim, o primeiro capítulo trata da Fundamentação Teórica, onde procuramos
contextualizar a República de Angola, as teorias de alguns precursores que se debruçaram e se
identificaram com o objectivo do estudo e fundamentamos teoricamente a motivação da
escolha do tema do trabalho assente nas obras dos referidos autores.
O segundo capítulo mostra-nos o Contexto Sociolinguístico e Cultural de Angola.
Aqui procuramos caracterizar o país, a sociolinguística e a multiculturalidade dos seus povos.
O terceiro capítulo salienta a Apresentação e Análise Interpretativa dos Resultados,
onde procuramos apresentar os resultados obtidos no processo da pesquisa efectuada e o seu
alcance.
Por último, as Conclusões que ilustram os aspectos essenciais abordados ao longo
desta obra.
Neste trabalho, contamos com o beneplácito de autores conceituados que se
debruçaram sobre a formação de professores e sobre a didáctica das línguas para o
enquadramento teórico. Entre eles destacamos: Alarcão (1996); Bizarro e Bragança (2005); Cró
(1998); Grosso (1993, 1999, 2005); Filho (2011); Lobato e Gargallo (2004) e Masetto (2012).
Esta dissertação está escrita em português padrão, na versão anterior ao Acordo
Ortográfico, de forma a torná-la acessível também no país a que se refere o estudo.
2. Justificação da Escolha do Tema
O presente tema enquadra-se na necessidade de analisarmos o processo de formação de
professores de PL2, no contexto angolano, onde é identificada uma infinita variedade de
línguas locais que partilham, harmoniosamente o espaço nacional, influenciando-se
mutuamente no relacionamento que se estabelece entre ambas as línguas.
A introdução das línguas nacionais no sistema de ensino, sendo línguas maternas da
maioria da população angolana, é um processo que visa garantir a preservação dos valores
sócio-culturais e permite ao aluno o acesso à escolarização através da sua língua materna.
Por conseguinte, a formação significa dotar os docentes de um conjunto de
ferramentas metodológicas e pedagógicas que visam a aquisição de competências,
3
conhecimentos e promoção de talentos para o exercício da função, especificamente no âmbito
das línguas.
Neste contexto, este trabalho visa, igualmente identificar e fundamentar as motivações
dos desvios à norma padrão do português europeu, a influência das línguas nacionais
(doravante, LN) na LP veiculada pela sociedade angolana, o interesse dos docentes e discentes
em aperfeiçoar a LP, a existência de bibliografia qualificada e quantitativamente favorável.
Os resultados desta pesquisa podem contribuir para a criação de espaços de
cooperação mutuamente vantajosos para a implementação de projectos para o intercâmbio de
recursos humanos, materiais didácticos, realização de eventos que visem promover e partilhar
ideologias e metodologias pedagógicas para a preservação da língua num clima dialogante
entre as instituições similares das comunidades falantes da língua portuguesa, nomeadamente
os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e a Comunidade de Países de
Língua Portuguesa (CPLP).
Em linhas gerais, este trabalho de pesquisa representa o princípio de uma visão
holística para a promoção de políticas que sensibilizem os principais actores para a questão da
preservação e do desenvolvimento das línguas portuguesa e nacionais em bases sólidas.
3. Problema
Descreve-se o problema científico como sendo “aquele que focaliza o objecto da investigação
dentro do tema e delimita o que se deseja pesquisar” (Reis, 2010: 44). Com base na constatação
descrita, formulou-se o seguinte problema:
Que condições metodológicas e didácticas existem na Universidade Katyavala Bwila
para a formação de professores de PL2?
Identificado o problema, levantaram-se as seguintes questões:
– Que vantagens proporciona o sistema de educação bilingue para os professores e
alunos da Universidade Katyavala Bwila?
– Que efeitos proporciona na competência comunicativa e na proficiência da língua
portuguesa o processo de ensino-aprendizagem de aprendentes de línguas nacionais?
4. Objectivos do Estudo
4.1 Objectivo geral: - Analisar o processo de formação de professores de PL2 na
Universidade Katyavala Bwila.
4
4.2 Objectivos específicos: - Caracterizar o processo de ensino-aprendizagem do
PL2;
– Identificar os estímulos, a motivação e o interesse que envolvem os professores e os
estudantes da LP;
– Avaliar os programas, os métodos e a bibliografia aplicados no processo de ensino-
aprendizagem da LP e das LN;
– Descrever os factores que possam contribuir para o aperfeiçoamento dos métodos de
ensino-aprendizagem da LP e das LN;
– Contribuir para a melhoria das competências comunicativas e da proficiência em língua
portuguesa.
4. Hipóteses
As hipóteses são formuladas como directrizes e tentativas de explicação do fenómeno
pesquisado, “sendo formuladas como proposições do enunciado formal das relações previstas
entre duas ou mais variáveis e combina o problema e o objectivo numa explicação ou predição
clara dos resultados esperados de um estudo” (Reis, 2010: 64).
Assim, tendo em conta o tema e os objectivos que se propõe atingir, levantaram-se as
seguintes hipóteses:
– O curso de formação de professores de português ministrado pela Universidade
Katyavala Bwila não corresponde às exigências do ensino de PL2;
– A formação e superação técnica dos professores de língua portuguesa podem contribuir
para a melhoria dos níveis de competência comunicativa dos alunos;
– A inserção das línguas nacionais no sistema de ensino pode facilitar a aprendizagem e
assimilação da língua portuguesa pelos alunos.
5.1 Variáveis de estudo – Enfatizam, Marconi e Lakato (2004: 175) que “uma variável
pode ser considerada uma classificação ou medida; uma quantidade que varia; um conceito,
constructo ou conceito operacional que contém ou apresenta valores; aspecto, propriedade ou
fator, discernível em um objeto de estudo e passível de mensuração”. Com base na definição e
nas hipóteses, consideraram-se as seguintes variáveis de estudo:
5
5.1.1 Variável dependente – Os efeitos do processo de formação de professores de PL2
na Universidade Katyavala Bwila;
5.1.2 Variáveis independentes – Preparação de condições para o ensino-aprendizagem
do PL2;
– Material didáctico para o ensino-aprendizagem das línguas nacionais e do português;
– Superação dos níveis de competência comunicativa e proficiência dos alunos.
5. Delimitação do Estudo
Para este trabalho, a população-alvo da pesquisa é constituída por professores, estudantes e o
responsável da Repartição de Língua Portuguesa do ISCED da UKB. Realizamos o inquérito
por questionário escrito, baseado em perguntas abertas, semi-abertas e fechadas.
A recolha destes dados visou constatar o interesse dos inquiridos da UKB no processo
de ensino-aprendizagem do PL2.
O presente trabalho não tem como objectivo efectuar qualquer tipo de comparação dos
resultados da pesquisa da UKB com outras instituições análogas existentes no país e/ou no
exterior, preservando-se o princípio de total sigilo requerido pelas regras dos trabalhos
científicos.
Desta forma, Reis (2010: 111) define, “Um caso de estudo consiste numa investigação
de uma organização ou de um grupo de forma a responder às interrogações sobre um fenómeno
ou um acontecimento”.
A escolha da UKB como campo de pesquisa foi aleatória, não tendo, por isso,
obedecido a nenhum critério selectivo preliminar. Os resultados finais desta pesquisa serão
levados ao conhecimento dos intervenientes para, com base nas recomendações, gizarem-se
estratégias que visem a melhoria do processo de formação de professores.
6. Apresentação da Instituição de Acolhimento da Pesquisa
A UKB é uma instituição pública, criada em 12 de Maio de 2009, pelo Decreto Nº 7/09. Surge
no contexto da política de massificação do ensino superior a nível do país e da regionalização
das universidades. Assim, “a UKB responde pela região académica nº 2, abrangendo as
províncias de Benguela (sua sede) e a do Kwanza Sul” (Projecto de Estatuto Orgânico da UKB,
2009: 1).
O objectivo fundamental da UKB é o ensino, baseado na investigação científica em
diversas áreas do saber, visando, essencialmente, a prestação de serviços à comunidade.
6
Para corresponder às exigências das suas atribuições no que tange à formação humana,
cultural e social, pela abrangência do conteúdo, foram introduzidos estudos das línguas
nacionais no contexto da planificação do curso da linguística do português.
A estratégia de formação de professores de LP com o domínio particular das LN tem a
finalidade de proporcionar um equilíbrio entre ambas as línguas, minorando a tendência
diglóssica no contexto multilingue.
Para a materialização do processo de formação de professores apresentamos abaixo a
transcrição do Plano de Estudo (Anexo IV)1 relativo ao 3º e 4º anos, respectivamente por
dosificarem conteúdos pedagógicos sobre as LN.
Quadro nº 1. PLANO DE ESTUDO 3º ANO (transcrição)
Disciplinas 3º Ano
Cód. Regime A 1ºs 2ºs
Nº Horas Semanais T TP P Total
Total Horas S A
UC
Literatura Africana em Língua Portuguesa
X
2
4
2
8
240
5
Literatura Angolana X 2 4 2 8 240 5 Lexicologia e Lixicografia da Língua Portuguesa
X 4
4
60
4
Prática Pedagógica I X 6 6 12 360 12 Organização Gestão e Inspecção Escolar
X 3
3
45
4
Seminário de Especialização I X 3 3 45 4 Tecnologias da Educação X 2 2 2 6 90 4 Língua Nacional I X 2 2 4 120 4 Desenvolvimento Curricular X 3 3 45 6 Estágio/Relatório X 10 10 150 12 Total 8 31 22 61 435 960 60
Quadro nº 2. PLANO DE ESTUDO 4º ANO (transcrição) Disciplinas
4º Ano Cód. Regime
A 1ºs 2ºs Nº Horas Semanais
T TP P Total Total Horas
S A UC
Estatística da Língua Portuguesa
X
2
2
4
60
8
Prática Pedagógica II X 6 6 12 360 12 Teoria da Literatura X 2 2 4 60 9 Técnicas de Investigação científica
X
2
2
4
60
4
Língua Nacional II X 2 2 4 120 5 Seminário de Especialização II X 3 3 6 180 6 História da Língua Portuguesa X 4 4 60 8 Trabalho de Fim de Curso X 10 10 300 12 Total 15 17 16 48 240 960 60
1 O Plano de Estudo transcrito foi extraído do Plano Curricular da Universidade Agostinho Neto, 2008/2009, extensivo à UKB (anexo IV).
7
Pretendemos com o presente trabalho comprovar as questões hipotéticas para
confirmar ou rejeitar resultados sobre a formação de professores e dos níveis de competência
comunicativa e da proficiência dos estudantes no contexto do ensino bilingue.
No dizer de Nascimento (2005: 73), “A pesquisa aplicada tem por finalidade
pesquisar, comprovar ou rejeitar hipóteses à luz de modelos teóricos, aplicando seus resultados
em benefício das necessidades humanas”.
8. População e Amostra
8.1 População-alvo – O universo alvo de investigação deste estudo é constituído por
uma população de 125 participantes, sendo: 2 membros de Direcção da Repartição de Língua
Portuguesa; 13 professores (10 do sexo masculino e 3 do feminino); 110 estudantes, dos quais
65 do 3º ano (47 masculino e 18 feminino) e 45 do 4º ano (31 masculino e 14 feminino).
O critério de selecção das turmas do terceiro e do quarto anos foi, preferencialmente,
em obediência ao plano de estudo que configura conteúdos programáticos em língua nacional I
e língua nacional II, respectivamente.
Definindo a população, escreve Reis (2010: 75) que “A população-alvo, ou universo
alvo, designa a totalidade dos indivíduos que possuem as mesmas características ou partilham
características comuns, definidas por um conjunto de critérios (…), toda a população que o
investigador está interessado em pesquisar. Designa também um conjunto ou totalidade de
objectos, sujeitos ou membros que estão em conformidade com um conjunto de
especificações”.
8.2 Amostra – A amostragem foi seleccionada da população-alvo, considerando a
representatividade dos elementos do grupo. Dos 125 participantes do total da população foram
seleccionados de forma aleatória 65, que constituíram a amostra, representando 52% do
universo. A este extracto foi dirigido o inquérito por questionário como principal instrumento
de colecta de dados, tendo obtido os seguintes resultados: 50% (1) membro da Repartição de
Língua Portuguesa dos dois do universo; 54% (7) dos 13 Professores previstos; 62% (40) dos
estudantes do 3º ano, dos 65 previstos e 40% (18) seleccionados dos 45 estudantes do 4º ano.
Assim, a amostra é estatisticamente representativa para se proceder à análise de dados.
Enfatiza, Freixo (2011: 182) que “Uma amostra é constituída por um conjunto de
sujeitos retirados de uma população, consistindo a amostragem num conjunto de operações que
permitem escolher um grupo de sujeitos ou qualquer outro elemento representativo da
população estudada”.
8
9. Metodologia do Trabalho
Quanto à metodologia, de entre os demais métodos de investigação em educação,
seleccionamos aqueles que se coadunam ao tema e aos objectivos preconizados:
9.1 A pesquisa bibliográfica – Este método de investigação permitiu a análise crítica
de algumas obras de diferentes autores referentes ao problema em estudo. Permitiu igualmente
a recolha e localização de referências bibliográficas, resumos, texto integral de documentos
sobre o tema em estudo como sejam livros, artigos de periódicos, teses, normas técnicas, anais
de eventos, legislação ou outros documentos bibliográficos através do acesso a Bibliotecas e
Hemerotecas nacionais, pela internet, catálogos on-line e bases de dados holísticas nacionais e
estrangeiras intrínsecas ao tema. Este método facilitou o enriquecimento qualitativo da
fundamentação teórica deste trabalho.
9.2 O método de observação – Através da técnica de observação não participante, foi
possível obter elementos da instituição de acolhimento da investigação na fase exploratória e
também no processo de aplicação e recolha de dados dos participantes da pesquisa. De acordo
com Marconi e Lakato (2004: 276), na observação não participante, “O pesquisador entra em
contato com a comunidade, grupo ou realidade estudada, sem integrar-se a ela. Apenas
participa do fato, sem participação efetiva ou envolvimento”.
9.3 O método de inquérito por questionário – Esta técnica permitiu reunir os dados
necessários com a finalidade de responder aos objectivos da investigação. É um instrumento de
pesquisa que consiste em recolher informações por intermédio de perguntas escritas (abertas,
semi-abertas e fechadas), dirigidas aos participantes representativos da população seleccionada
na UKB, conforme o seu nível de conhecimento e/ou de consciência do problema em
investigação. Segundo Reis (2010: 91), “O inquérito por questionário é uma técnica de
observação que tem como objectivo recolher informações baseando-se numa série ordenada de
perguntas que devem ser respondidas, por escrito, pelo respondente, de forma a avaliar as
atitudes, as opiniões e o resultado dos sujeitos”.
9.4 O método estatístico – As técnicas descritiva e indutiva deste método permitiram
manipular os dados de forma quantitativa, qualitativa e numérica, com o propósito de descrever
e comprovar as relações que estes fenómenos mantêm entre si e chegar às generalizações que
possam explicar a sua natureza, o seu funcionamento, o seu significado e a sua importância,
com recursos aos meios informáticos, aplicando os programas de Windows7 (Excel e Word
2007).
9
O método estatístico, segundo Nascimento (2005: 25), “fundamenta-se na aplicação da
teoria estatística da probabilidade nas investigações científicas, sendo extremamente importante
nos estudos de caráter quantitativo. A estatística se constitui também numa técnica para análise
de dados quantitativos, quando se deseja estabelecer relações entre fenômenos de natureza
mensurável”.
9.4.1 Técnica de análise univariada – Permitiu interpretar os dados fornecidos por
um participante (Chefe da Repartição de Língua Portuguesa). De acordo com Reis (2010: 108),
este método “está relacionado com uma só variável, em que os resultados são apresentados em
valores absolutos e em percentagens da totalidade das observações para cada questão”.
Apresentamos para a realização desta investigação como modelo ideal a pesquisa não
experimental, baseada na descrição do factor em estudo, limitado ao curso do ensino da
linguística de português, não se generalizando, por isso, a outros níveis de conhecimento
científico da UKB.
10
CAPÍTULO I
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1 Contextualização de Angola
A República de Angola é uma nação que se localiza na região austral de África, com
uma extensão de 1.246.700 km2. É delimitada a norte pela República Democrática do Congo
(RDC) e pela República do Congo (Brazzaville); a República da Zâmbia a leste e também pela
extensão da RDC; a sul pela República da Namíbia e a oeste pelo Oceano Atlântico (o Mapa
encontra-se no anexo I).
“A sua população é calculada em dezoito milhões e quinhentos mil habitantes
distribuídos, respectivamente em 18 províncias, 164 municípios e 536 comunas” (Macedo e
Lara: 2005).
Angola foi colónia portuguesa desde o século XV (ano de 1445), até à obtenção de
independência, a 11 de Novembro de 1975.
No período pós-independência, Angola conheceu um devastador conflito armado, em
que uma parte considerável da força de trabalho qualificada, entre nacionais e expatriados, foi
forçada a abandonar o País. Os anos subsequentes foram marcados por uma crise generalizada
de indigência de quadros-técnicos em todos os sectores da vida da sociedade.
Como salienta Vieira (2011: 206, citando Patilha, 1987: 6), revelando o espaço nos
romances angolanos do século XX, “de um lado, depara-se o leitor com a imagem de uma
Angola à beira-mar ou dela próxima, espaço mesológico que tem a marcá-lo sinais evidentes da
presença do colonizador branco. De outro, aparece a Angola agrária e afastada do litoral, onde
se fixou, de forma mais representativa, a resistência dos modos de vida autóctones. […] toma-
se a Lunda, tal como aparece na ficção de Castro Soromenho, como metáfora da segunda
Angola e Luanda, como representação imaginária da primeira, buscando-a nos textos
contemporâneos, principalmente na ficção de Luandino Vieira”.
As transformações subsequentes de ordem política, económica, cultural e social
tiveram reflexos insustentáveis, especialmente no sistema educativo nacional em que quadros
sem a devida preparação técnico-pedagógica e, em circunstâncias agravantes, com níveis de
escolaridade similares aos que iam leccionar, eram recrutados para a docência com o objectivo
de assegurarem o sistema educativo, então em decadência.
Em 1977 foi definida a política educativa, por forma a corresponder às necessidades
do País, à consolidação da Independência Nacional. O sistema educativo que viria a ser
11
implementado no ano seguinte (1978) defendia, fundamentalmente três princípios: igualdade de
oportunidades no acesso à escola e à continuação de estudos; gratuitidade do ensino; e
aperfeiçoamento permanente do pessoal docente (2001: 14)2.
As mudanças ocorridas na década de noventa nos domínios político, económico e
social do País, caracterizadas pela transição do regime socialista para o da economia de
mercado, aceleraram a imediata criação de condições de adaptabilidade da educação para uma
nova reforma educativa que viria a ser promulgada pela Lei de Bases do Sistema de Educação
nº 13/013.
Esta reforma, para além da melhoria substancial das estratégias educacionais,
apresenta um novo paradigma do processo de ensino e aprendizagem concernente à introdução
das línguas nacionais, línguas maternas da maioria dos angolanos, no sistema regular do ensino
das escolas, em paralelo com a língua portuguesa que era, até então, a única língua de
escolarização.
A Reforma Educativa em curso visa, igualmente, implementar acções da política do
multiculturalismo inerente à manutenção e preservação das línguas e culturas das minorias em
que o Estado tem a obrigação de “promover e assegurar as condições humanas, científico-
técnicas, materiais e financeiras para a expansão e a generalização da utilização e do ensino de
línguas nacionais”4.
1.2 A Formação de professores
A formação profissional de professores é um processo que tem como objectivo
fundamental a agregação de conhecimentos pedagógicos e fornecer ao corpo docente
inovações, capacidades, técnicas e metodologias para o exercício contínuo e permanente da
tarefa de educar.
Definindo genericamente, Ribeiro (1990: 81) salienta que “um professor é uma pessoa
que desempenha funções docentes numa escola”. E, mais adiante, esclarece que este deve
reunir competências em três dimensões: pessoal, docente e institucional. Ao nível pessoal, deve
ser uma pessoa bem formada, manifestando atitudes adequadas no processo de ensino-
aprendizagem; ao nível docente, deve ser um bom decisor pedagógico e um agente de ensino;
2 Conselho de Ministros, 2001. Estratégias Integradas Para a Melhoria do Sistema de Educação 2001-2015. Luanda. 3 Lei de Bases do Sistema de Educação. 2001. Lei Nº 13/01, de 31 de Dezembro de 2001. 4 Artigo 9º (Línguas), ponto 2. Este processo de integração das línguas nacionais no sistema de educação regular, iniciou em 2007 com as turmas de primeira classe, incidindo, como ensaio às línguas Umbundu, Kimbundu, Kikongo, Tchokwe, Nganguela e Oshykwanyama.
12
por último, ao nível institucional, deve estar apto a assumir um papel institucional porque está
ligado a uma instituição social e é membro de uma profissão reconhecida.
O CIME5 (2001) define a formação como “conjunto de actividades que visam a
aquisição de conhecimentos, capacidades, atitudes e formas de comportamento exigidos para o
exercício das funções próprias duma profissão ou grupo de profissões em qualquer ramo de
actividade económica”.
Na visão de Coménio, na sua grandiosa obra Didáctica Magna (1657: 47), salienta que
“… a arte das artes está em formar o homem, o qual é o mais versátil e o mais complexo de
todos os animais”.
O subsistema de formação de professores está configurado na Lei de Bases do Sistema
de Educação, estruturado em dois níveis, com a duração de quatro anos para o ensino Médio
Normal e cinco anos para o ensino Superior Pedagógico. Compreende ainda acções que se
enquadram na formação permanente no domínio de agregação pedagógica e aperfeiçoamento
(Lei Nº 13/01, Artigo 25º, Secção V).
Esta Lei define como objectivos a formação de professores com perfil necessário à
materialização integral dos objectivos gerais da educação; sólidos conhecimentos científico-
técnicos e uma profunda consciência patriótica, de modo a que assumam com responsabilidade
a tarefa de educar as novas gerações e desenvolver acções de permanente actualização e
aperfeiçoamento dos próprios agentes de educação.
Este objectivo tem sido a linha mestra de orientação técnico-metodológica para a
criação de instituições modernas de formação docente, capacitadas para a transmissão de
conhecimentos pedagógicos contemporâneos, com vista a corresponder aos novos desafios da
sociedade, orientadas para uma nova visão filosófica. As principais instituições de formação de
professores estão repartidas em: formação média – Instituto de Formação de Professores (IFP)
ou Instituto Médio Normal de Educação (IMNE), do ensino superior – Instituto Superior de
Ciências de Educação (ISCED). Existem outras como a Ajuda de Desenvolvimento de Povo
para Povo (ADPP) e Escola de Magistério Primário (EMP).
As sucessivas reformas educativas gizadas depois da independência mantiveram,
quanto à língua, os perfis vigentes do sistema tradicional de ensino herdado do regime colonial
em que a educação era ministrada, obrigatoriamente, em LP.
A metodologia do processo docente-educativo que norteou o sistema educativo
nacional não abarcou a visão sociolinguística do país, assente em bases multiculturais e
5 CIME – Comissão Interministerial para o Emprego (2001). Terminologia de Formação Profissional. Alguns Conceitos de Base III.
13
multilinguísticas diferenciadas, colocando a língua portuguesa como de prestígio escolar na
perspectiva de PLM/PL16 ou no contexto de imersão dos alunos.
A Reforma Educativa vigente (desde 2001) apresenta uma inovação profunda no
contexto de gestão da política linguística, assegurando a introdução no processo de ensino-
aprendizagem das LN, na condição de matéria de inserção dos alunos nos primeiros anos de
escolarização, em ambiente bilingue (português e línguas nacionais).
As vantagens pedagógicas desta metodologia consistem em colmatar as lacunas, como
aponta Grosso (2005: 360) que “a actual gramática apresenta a língua portuguesa na óptica de
quem a domina, não responde, por conseguinte, ao tipo de dúvidas que os alunos de outras
línguas maternas apresentam”.
Nesta vertente, depreende-se que os alunos de línguas maternas africanas/autóctones,
com maior ênfase nas regiões da ruralidade, aprendem a língua portuguesa no contexto de PLE,
enfrentando dificuldades, quer de adaptação à língua, por eles totalmente desconhecida, e por
analogia gera-se desinteresse pela escolarização, porque não se revêem nela. Neste grupo
denotam-se insuficiências como o abandono e insucesso escolares, desistência precoce com
maior recorrência por parte do género feminino.
A razão desta frequência é explicada por Leite (1998: 31), que esclarece que
“quando na década de sessenta a maioria dos países africanos obtém a independência,
inicia-se nas então colónias da Guiné, Angola e Moçambique a guerra colonial, e um
processo de desenvolvimento e crescimento urbanos que não teve lugar na maioria dos
outros países. Estes dois fenómenos contribuíram e afectaram, ainda mais, a já existente
fronteira entre o mundo rural e a cidade (…), entre uma ‘modernização’ forçada e um
enfraquecimento das ligações com o mundo tradicional rural”.
O mesmo fenómeno é ténue nas zonas suburbanizadas dos grandes centros de
aglomerados populacionais ou cidades, onde geralmente a comunicação, dada a diversidade
sociolinguística e cultural, é vincada pelo bilinguismo por imperativos de negociação, pois o
português é a língua padrão em ambientes sociais e, em circunstâncias domésticas, é funcional
a língua materna, neste caso considera-se PL2.
Outra tendência da sociedade é a presença nas zonas urbanas de grupos de falantes em
que o português é PLM/PL1, que contempla crianças luso-descendentes, de operários e de
funcionários de hierarquias de Estado onde (hipoteticamente) o acesso às universidades é
consideravelmente significativa.
6 Português Língua Materna ou Língua Primeira (PLM/PL1) é a língua que o indivíduo aprende no seio da família.
14
Referindo-se a esta realidade, novamente, Leite (1998: 30) recorda que “a maioria dos
escritores das literaturas africanas de língua portuguesa são assimilados, uma parte significativa
de ascendência europeia, quase todos de origem urbana, sem contacto directo com o campo, e
não dominam, salvo raras excepções, as línguas africanas”.
É nestas circunstâncias sociolinguísticas do país, obviamente contraditórias e de fraca
refulgência, que se desenham as metodologias do processo de inclusão das LN no sistema
nacional de educação.
A inserção das LN no sistema educacional geral é sintomática relativamente à
vantagem que cria para o aprimoramento de lacunas que constituíam factor de interlíngua na
apreensão da língua portuguesa e demonstra o valor da multidisciplinaridade que é considerado
como “o modo de encarar o ensino e aprendizagem de uma língua em transformação
permanente, suportado pelo desenvolvimento científico-tecnológico, dependendo de factores
políticos, sociais e económicos; também o público aprendente e ensinante (e respectivas
necessidades) vão mudando ao longo dos tempos” (Katia et al., 2010: 58 e 59).
A metamorfose no sistema educacional é essencial e procura valorizar o saber
linguístico inato do aluno não falante do português, e, de modo semelhante, visa eternizar as
LN pela via da educação formal às gerações vindouras.
Recorrendo a Alarcão (1996: 13)7, salienta-se que “para perspectivar a formação de
profissionais é preciso compreender a própria actividade profissional que é apresentada como
actuação inteligente e flexível, situada e reactiva, produto de mistura integrada de ciência,
técnica e arte, caracterizada por uma sensibilidade de artista aos índices manifestos ou
implícitos”.
Para alcançar os objectivos da formação de professores, sugere-se que,
“Há que rejeitar o entendimento da formação como uma mera aquisição de
conhecimentos e técnicas, «perspectiva essa ligada com a ideia do professor como um
transmissor de conhecimentos», devendo-se privilegiar uma óptica de autonomia na
produção de conhecimento e de valores que englobe a inovação, a auto-formação
participada, a reflexão na prática e sobre a prática e a cooperação institucional, no sentido
da transformação qualitativa dos recursos existentes” (Bizarro e Bragança, 2005: 22).
7 Alarcão (1996). Formação Reflexiva de Professores, Estratégias de Supervisão. A este propósito, citando Schon, a autora adianta que a essa criatividade designou-a de “artistry” que é a arte de formação de um profissional com um saber-fazer sólido, teórico e prático, inteligente e criativo que permite ao profissional agir em contextos instáveis, indeterminados e complexos.
15
A formação evidencia o desempenho e a figura do professor que representa a imagem
primordial dos agentes da educação na sociedade, desde os primórdios da educação tradicional
aos tempos da modernidade do conhecimento científico.
É fundamental deduzir-se que, para todos os problemas que afligem a sociedade (culta
ou não cultivada) em diferentes etapas do seu desenvolvimento, as respectivas soluções foram
enformadas pela acção interventiva da educação, centro dos saberes culturais e do
conhecimento da humanidade.
A sociedade contemporânea enfrenta problemas sociais, ambientais e culturais
atinentes à pobreza, violência, guerra, doenças sem cura, estiagem, desertificação de regiões
antes constituídas por florestas e, como tal, o fenómeno abrange também os limiares da escola
(através da violência nas escolas). Estes fenómenos requerem da educação uma resposta
urgente e reflectida para encontrar soluções que visem reduzir essa tendência de perca de
valores, na medida em que a situação vai tomando conta da sociedade, e consequentemente a
acção do professor relegada à mera frivolidade.
Referindo-se aos professores e à falta de prestígio da profissão em época da
globalização, Bizarro e Bragança (2005: 19-20) salientam que as mudanças produzem efeitos
colaterais na escola:
“têm produzido efeitos perversos na vida dos professores, que se vêem pressionados
pela sociedade, no sentido de cumprirem um papel que (…) se encontra desfasado da
realidade. Exige-se-lhes que ofereçam qualidade de ensino, dentro de um sistema
massificado, baseado na competitividade, muitas vezes com recursos materiais e
humanos precários, com baixos salários e um aumento exacerbado de funções, o que
contribui para um crescente mal-estar entre os professores, reforçado pela perspectiva
algo negativa que a sociedade vai construindo de muitos destes profissionais”.
Enfatizam (Bizarro e Bragança, 2005: 20, citando Hoyle, s/d) os factores que
determinam o prestígio de uma profissão:
“- a origem social do grupo – são maioritariamente oriundos das classes média e baixa;
- o tamanho do grupo – formam um grupo profissional numeroso (o que provoca uma
diminuição dos salários);
- a proporção de mulheres – onde há muitas mulheres;
- a qualificação académica de acesso – os professores do pré-primário e do 1.º ciclo do
Ensino Básico ter habilitação de nível médio;
- o status do cliente – com a massificação do ensino, escolarizar cem por cento das
crianças de um país implica pôr na escola cem por cento das crianças com dificuldades,
cem por cento das crianças agressivas, cem por cento das crianças conflituosas, em suma,
16
cem por cento de todos os problemas sociais pendentes, que se convertem assim em
problemas escolares;
- a relação com os clientes (alunos) – baseia-se na obrigatoriedade e não na
voluntariedade, afectando toda a relação pedagógica”.
Legitimando o que foi aferido em relação aos factores que descaracterizam o prestígio
de uma profissão é semelhante a situação educacional angolana que é, por conseguinte,
agravada por décadas sucessivas de conflito armado que conduziu à escassez de recursos
educativos, desde as infraestruturas escolares inadaptadas e escassas, o que provoca, em alguns
casos, a superlotação de turmas, à marginalização no sistema de educação de um considerável
número de crianças (ou crianças fora do sistema de ensino), a uma débil formação dos agentes
de educação, a um corpo de docentes fragilizado e em alguns casos de baixo nível de
escolarização, com maior incidência nas zonas rurais, à insuficiência da rede escolar a nível
nacional, e ao desinteresse pela escola por parte dos encarregados de educação das regiões
tradicionais (criação de gado e agricultura) por não reflectir a sua real actividade costumeira.
As estatísticas demonstram que, em 20118, o número matriculado nos I e II ciclos do
ensino secundário era de 6.115.649 alunos. O número de salas de aula, em 2010, para os ciclos
mencionados, estimou-se em 53 mil e os professores foram calculados em 200.698, no mesmo
ano. Estes números reflectem apenas a ponta do iceberg da problemática educacional. As metas
traçadas para alcançar os objectivos de uma educação de qualidade, acima de tudo inclusiva a
todas as dimensões do país, constitui um dos vectores fundamentais do Estado.
Nesta perspectiva, a Lei de Bases do Sistema de Educação Nº 13/01 define o sistema
de educação como sendo “o conjunto de estruturas e modalidades, para a realização da
educação, cujo objectivo é de promover à formação harmoniosa e integral do indivíduo, com
vista à construção de uma sociedade livre, democrática, de paz e progresso social” (Artigo 1-
Definição, Ponto 2).
Como se pode observar, as expectativas apresentadas no domínio da educação são
animadoras e para a sua materialização exige um quadro de recursos humanos sustentável que
deve ser atingido através de acções intensivas de formação.
Segundo Alarcão (1996: 69, citando Ciddis 1988: 1), sugere-se que a formação
reflexiva “restitua a autonomia do aluno e do professor como ponto importante da educação
contemporânea”. E ainda Alarcão (1996: 69) apresenta vias para que a escola saia da crise em
que se encontra e redescubra uma identidade própria:
8 Discurso sobre o Estado da Nação, proferido por S.Excia. José E. dos Santos, Presidente da República de Angola, na cerimónia de abertura da IV Sessão Legislativa da II Legislatura da Assembleia Nacional (Educação e Saúde). 2011. Luanda.
17
“- Uma escola não virada somente para o “saber” e o “saber-fazer” mas também
preocupada com a dimensão “ser” e “ajudar a ser”; uma escola que restitua aos alunos a
sua responsabilidade na aprendizagem dentro de um processo que promova a sua
autonomia; uma escola que permita ao professor construir a sua identidade através de um
processo que passa por exercer com autonomia a sua profissão e uma nova escola, onde o
saber não seja transmitido, mas sim construído”.
1.3 As competências profissionais docentes
A formação proporciona novos conhecimentos e capacita os agentes sujeitos porque
partilham os seus conhecimentos, experiências, dúvidas e expectativas com os outros
profissionais mais tarimbados no domínio da profissão.
O descritor (QECR) - Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas,
Aprendizagem, Ensino, Avaliação (2001: 29), instrumento eficaz para o ensino-aprendizagem
de línguas, define que “Competências são o conjunto dos conhecimentos, capacidades e
características que permitem a realização de acções”. Mais adiante, salienta
“as pessoas utilizam as competências à sua disposição em vários contextos, em diferentes
condições, sujeitas a diversas limitações, com o fim de realizarem actividades linguísticas
que implicam processos linguísticos para produzirem e/ou receberem textos relacionados
com temas pertencentes a domínios específicos. Para tal, activam as estratégias que lhes
parecem mais apropriadas para o desempenho das tarefas a realizar. O controlo destas
acções pelos interlocutores conduz ao reforço ou à modificação das suas competências”.
O QCER, ainda classifica as competências em competências gerais e competências
comunicativas em língua.
“As competências gerais não são as específicas da língua, mas aquelas a que se recorre
para realizar actividades de todo o tipo, incluindo as actividades linguísticas. Refere-se à
constelação de acontecimentos e de factores situacionais (físicos e outros), tanto internos
como externos ao indivíduo, nos quais os actos de comunicação se inserem. As
competências comunicativas em língua são aquelas que permitem a um indivíduo agir
utilizando especificamente meios linguísticos. Abrangem o exercício da própria
competência comunicativa em língua num domínio específico no processamento
(recepção e/ou produção) de um ou mais textos, com vista à realização de uma tarefa”.
Na óptica de Ribeiro (1990: 83), a competência do professor resulta do cruzamento de
dois aspectos interdependentes: “a) domínio crescente de conhecimentos teóricos que
constituem o esquema conceptual de referência e proporcionam uma base de compreensão do
ensino; b) domínio crescente de aptidões e técnicas de ensino que constituem a base da
18
actuação do professor”. Considera ainda que a teoria e a prática pedagógicas apoiam-se e
esclarecem-se mutuamente para o professor justificar as suas práticas à luz dos pressupostos,
conceitos e princípios a que adere.
O autor citado referencia ainda que “a natureza das competências docentes tem de ser
concebida em termos de tarefas funcionais, abrangendo actos comportamentais ou aptidões
técnicas, cruzando-se umas e outras com diferentes dimensões e contextos de processo do
ensino escolar” (Ribeiro, 1990: 31).
Está patente a concordância teórica sobre as competências na análise efectuada.
Porém, na visão de Masetto (2012: 30, citando Perrenoud et al. 2002: 19) salienta que,
“actualmente define-se uma competência como a aptidão para enfrentar um conjunto de
situações análogas, mobilizando de uma forma correta, rápida, pertinente e criativa, múltiplos
recursos cognitivos: saberes, capacidades, microcompetências, informações, valores, atitudes,
esquemas de percepção, de avaliação e de raciocínio”.
Neste sentido, escreve Cró (1998: n.p.) que “A competência para educar é apresentada
como uma aprendizagem da autonomia profissional e pessoal. Esta nova fórmula preconiza
uma formação que implica a responsabilidade do seu desenvolvimento, fornecendo-lhe meios
de uma autoformação. Assegurar os valores que o Homem hoje procura é um dos objectivos –
jamais o desejo de liberdade e vontade de libertar os sujeitos foram afirmados com tanto vigor
como nos nossos dias”.
A formação por si só não fornece competências se, efectivamente, o professor não
tomar consciência das suas responsabilidades profissionais e aprimorar as suas competências.
Como refere Filho, et al. (1998: n.p.) “Consideramos que a formação de um docente
investido das competências que pressupomos e capacitado para a auto-observação consciente e
não inocente do seu fazer profissional pode abrir alternativas para a pesquisa e, mais
importante, para a prática de cada professor que precisa se renovar no ensino de línguas nas
escolas”.
Nesta perspectiva a formação fornece certos princípios de dignidade ao professor,
como argumenta Caetano (1974: XV, citando Serrão, 1973) “A acção dos Mestres será decisiva
no processo formativo da juventude, pela sua devoção à Ciência, rectidão de comportamento e
exemplo de bem servir”.
A formação profissional proporciona e promove as competências necessárias para a
mudança de rumo em relação ao desempenho das tarefas a que se propõe, relativamente ao
domínio de conhecimentos teóricos e o domínio de aptidões e técnicas de ensino. A formação
19
por competências apresenta-se, desta forma, como elemento fundamental para o
desenvolvimento do capital humano.
20
CAPÍTULO II
O CONTEXTO SOCIOLINGUÍSTICO E CULTURAL DE ANGOLA
2.1 Conceito de língua
A nação angolana, constituída com raízes de correntes migratórias seculares de povos
oriundos de várias proveniências do globo, é hoje uma sociedade imponentemente pluriétnica,
consubstanciada numa dimensão multilinguística e multicultural sólida dos seus habitantes.
A Declaração Universal dos Direitos Linguísticos da Organização das Nações Unidas
(ONU), de 1996, postula no seu preâmbulo que “a situação de cada língua é o resultado da
confluência e da interacção de uma multiplicidade de factores: político-jurídicos; ideológicos e
históricos; demográficos e territoriais; económicos e sociais; culturais; linguísticos e
sociolinguísticos; interlinguísticos; e, finalmente, subjectivos”.
Alguns autores definem a língua como:
1. Órgão muscular que desempenha papel significativo na produção (articulação)
dos sons de fala (Mateus e Xavier, 1990: 291);
2. Uma virtualidade de agrupamentos de signos que obedecem a certas regras de
ordem sintáctica e ao mesmo tempo semântica. Estas regras são descobertas através da análise
dos enunciados e podem ser explicitadas pela gramática, mas os indivíduos de uma
determinada comunidade linguística têm delas um conhecimento implícito e é esse
conhecimento que lhes permite falar, produzir fala (Galisson e Coste, 1983: 442).
No seguimento da definição da língua, emerge da linguística aplicada e da didáctica
das línguas o emprego da tríplice conceituação como: Língua Materna (LM), Língua Segunda
(L2) e Língua Estrangeira (LE), como foram aludidos anteriormente.
Com a finalidade de melhor situar e caracterizar a língua portuguesa no contexto
angolano, recorreu-se às teorias de alguns estudiosos da Linguística Aplicada e da Didáctica
das Línguas como Grosso (2005), Mateus e Xavier (1990) e Galisson e Coste (1983), que
apresentam as seguintes definições:
- Língua Materna: o conceito de Língua materna apela a um outro, ao de língua da
socialização, que, por definição, transmite e faz interiorizar à criança a mundividência de uma
determinada sociedade, cujo principal transmissor é geralmente a família (Grosso, 2005: 608);
- Língua Segunda: o conceito de Língua segunda refere-se à língua que, não sendo
materna, é oficial (ou tem um estatuto especial), sendo também a língua de ensino e da
21
socialização secundária. Há, no entanto, alguns autores que consideram que é língua segunda
desde que os aprendentes estejam em imersão linguística, num contexto em contacto com os
falantes nativos da língua que aprendem. Língua segunda é também entendida como a segunda
língua que, a seguir à língua materna, melhor se domina. Actualmente, numa sociedade
marcada, fundamentalmente, pelo multilinguismo e por falantes tendencialmente plurilingues e
pluriculturais, surgirão certamente novos conceitos que darão conta dessa diversidade (Grosso,
2005: 608);
- Língua Estrangeira: o conceito de Língua estrangeira facilmente se define como a
língua que não faz parte dessa socialização primária, estando subjacente a este conceito uma
série de princípios metodológicos, também eles sujeitos a diversas transformações. Língua
estrangeira é também um conceito polissémico, que adquire ou perde significado conforme os
contextos; salienta-se, como exemplo, que o conceito didáctico de língua estrangeira não era
aceite em contextos coloniais (Grosso, 2005: 608).
- Língua Materna: Língua nativa do sujeito que a foi adquirindo naturalmente ao
longo da infância e sobre a qual ele possui intuições linguísticas quanto à forma e uso (Mateus
e Xavier, 1990: 231);
- Língua Estrangeira: Língua não nativa do sujeito e por ele aprendida com maior ou
menor grau de eficiência (Mateus e Xavier, 1990: 229).
- Língua Materna: A língua materna é assim chamada porque é aprendida como
primeiro instrumento de comunicação, desde a mais tenra idade e é utilizada no país de origem
do sujeito falante (Galisson e Coste, 1983: 442).
- Língua Segunda e Estrangeira: A Língua segunda e a Língua estrangeira definem-
se ambas como não maternas (são instrumentos de comunicação secundários ou auxiliares),
mas distinguem-se uma da outra pelo facto de a língua segunda beneficiar oficialmente de um
estatuto privilegiado. Enquanto que a língua estrangeira é aprendida por indivíduos, a língua
segunda é ensinada como língua veicular a toda uma comunidade em que a(s) língua(s)
materna(s) é (são) praticamente desconhecida(s) fora das fronteiras do país. Por exemplo, um
jovem zairense pode ter o quicongo, o gimbala ou o gisondo como língua materna, será
escolarizado em francês que é língua segunda no Zaire; se aprender uma outra língua europeia,
como o inglês, o flamengo ou alemão, será para ele uma língua dita estrangeira (Galisson e
Coste, 1983: 443).
22
2.2 As Línguas Nacionais Angolanas
O Estatuto das Línguas Nacionais (2004: 6) define que “são qualificadas como línguas
nacionais todas as línguas usadas histórica e secularmente pelos povos habitando o território
nacional, independentemente do número de falantes, enquanto veículo de transmissão das suas
mensagens, e integrarem as comunidades linguísticas angolanas, devendo-se (…) promover o
seu desenvolvimento e difusão” (Mapa de distribuição etnolinguístico, anexo II).
Os estudos etnolinguísticos desenvolvidos apresentam R.A. como um dos maiores
países sob o ponto de vista multiculturalista e sociolinguístico de África. A sua imensa
extensão territorial, calculada em 1.246.700 Km2, é partilhada por uma população de dezoito
milhões e quinhentos mil habitantes, aproximadamente distribuídos por 18 províncias, 164
municípios e 536 comunas. “A população habita, densamente, as zonas urbanas, numa
estimativa de 66%, resultado da insegurança gerada pelo conflito armado, e os restantes 44%
em zonas rurais” (Macedo e Lara, 2005).
Ainda citando Macedo e Lara (2005), a sociedade angolana está classificada em três
grandes grupos etnolinguísticos: 1. Os Bantu; 2. Os Khoisan (Hotentotes) e 3. Os Caucasianos.
Fundamentados em bases estatísticas, Nzau e Sardinha (2002) confirmam que “Angola
é constituída por habitantes de diferentes raças e etnias, sendo a esmagadora maioria,
aproximadamente 90%, de origem bantu, 3% do povo Khoisan (etnia não bantu) e 3% da
população Caucasiana”.
O etnólogo Redinha (1962: 11-20) classifica os principais grupos etnolinguísticos nos
seguintes termos: “povo banto – Kikongo, Kimbundo, Lunda-Kioko, Umbundo, Ganguela,
Nhaneka-Humbe, Ambó, Herero e Xindonga. Povos não-Bantos – Koisan ou Hontetote-
Bochimane e Vatua” (Quadro das línguas nacionais, em anexo III).
a) Os Ovimbundu
O grupo étnico bantu mais numeroso é o dos ovimbundu, que se confina na região
centro-sul do país, nas províncias de Benguela, Huambo e Bié e uma parcela do território da
província do Kwanza Sul. Este grupo expressa-se tradicionalmente em umbundu, a segunda
língua mais falada no território nacional (a seguir ao português), contabilizando quatro milhões
de falantes. A sua densidade populacional é justificada pelo facto de se encontrar restringida
nos limites geográficos do País, não se localizam, entretanto, para lá dos limites
transfronteiriços. As tribos inerentes aos ovimbundu são: Mbanlundu, Ngoongo e Yaka.
Na sequência da classificação, recorrendo a Redinha (1962: 15-16) divide este em
pequenos grupos (sub-grupos) ou tribos em: “Bieno, Bailundo, Sele, Sumbe, Mbui, Quissanje,
23
Lumbo, Dombe, Hanha, Ganda, Uambo, Sambo, Caconda, Chicuma”. Além destes, existem
ainda outros sub-grupos minoritários, não mencionados aqui.
b) Os Mbundu
Os mbundu (ambundu), falando kimbundu, a terceira língua mais falada, com cerca de
um milhão de falantes, estabelecem-se maioritariamente na zona centro-norte, nas províncias
de Luanda, Bengo, Kwanza-Norte, Malanje e no Kwanza-Sul. O kimbundu é uma língua com
grande relevância, por ser a língua tradicional da capital e do antigo Reino dos N'gola. Legou
muitas palavras à língua portuguesa e importou desta, também, muitos vocábulos. À
semelhança dos umbundu, este povo ocupa unicamente os espaços territoriais de Angola.
Também são representadas pelas seguintes tribos: Njinga, Mbamba, Nbaka e Ngola.
Este grupo é dividido por Redinha (1962: 12-14) em: “Ambundo, Luanda, Hungo,
Luango, Ntemo, Puna, Dembo, Ngola, Bondo, Bangala, Holo, Cari, Chinje, Minungo, Songo,
Bambeiro, Quissama, Libolo, Quibala, Haco e Sende”.
c) Os Bakongo
A população Bakongo concentra-se na parte norte do território, ocupando as
províncias do Uíge, Zaire e Cabinda. A língua kikongo (ou kikoongo) era a língua do antigo
Reino do Congo e é falada nas regiões transfronteiriças, especificamente na República
Democrática do Congo (Kinshasa), República do Congo (Brazzaville) e uma parte da
República do Gabão. As tribos constituintes dos Bakongo são: Kongo do Sul, Kongo do
Sudoeste e Kongo do Oeste (que integra Ibinda, Fiote, Fioti, Kiyombe e Kiwoyo localizadas
especialmente em Cabinda), Ndingi, Mboka, Kisikongo, Kizombo, Kindibu, Kimanyanga,
Mbala e Vungunya.
Redinha (1962: 11-12) repartiu este grupo étnico em: “Vili, Iombe, Cacongo, Oio,
Sorongo, Muchicongo, Sosso, Congo, Zombo, Iaca, Suco, Pombo, Guenze, Paca e Coje”.
d) Os Côkwe
Os kioko (tchokwe) ocupam a parte leste do território, designadamente nas Províncias
da Lunda-Norte, Lunda-Sul e do Moxico, e expressam-se tradicionalmente em côkwe, língua
que se tem vindo a sobrepor a outras da zona leste do país. Esta população é extensiva,
encontrando-se também noutros países africanos, como a República Democrática do Congo e a
24
República da Zâmbia. O Minungo, Ulanda, Ukhongo, Lunda, Luvale são as tribos que
comportam a etnia tchokwe.
Em relação a este grupo, também Redinha (1962: 14-15) apresenta outra classificação:
“Lunda, Lunda-Lua-Chinde, Lunda-Ndembo, Quioco, Mataba, Cacongo e Mai”.
e) Os Oshikwanyama
O Oshikwanyama ou kwanyama é uma outra língua de origem bantu falada nas
províncias da Huíla, Namíbe, Cunene e uma parcela do Kwando-Kubango. É um povo
transfronteiriço, encontrando-se, de igual forma, numerosas populações na vizinha República
da Namíbia. Detém as seguintes bases tribais: Nyaneka, Humbe, Mwila, Ngambwe, Handa,
Cipungu, Cilengue, Oshiwambo, Kwambi e Nbandja.
Este grupo étnico é designado por Redinha (1962: 18-20) de Nhaneka-Humbe e
reparte-o em: “Muila, Gambo, Humbe, Donguena, Hinga, Cuancua, Handa (Mupa), Handa
(Quipungo), Quipungo, Quilengue-Humbe, Quilengue-Muso”. Por analogia, incluir-se-ão neste
os grupos Ambó, Herero e Xindonga, cuja divisão se segue: “Grupo Ambó – Vale, Cafima,
Cuanhama, Cuamato, Dombondola e Cuangar. Grupo Herero – Dimba, Chimba, Chavicua,
Cuanhoca, Cuvale e Cuendelengo. Grupo Xindonga – Cussu”.
f) Os Nganguela
Considerado um dos dialectos mais falados dos tchokwe (côkwe), é basicamente
constituído pelos povos guerreiros dos côkwe que habitam no sudoeste do território, nas
margens do Rio Kubango, vivem maioritariamente no município do Kuvango, província da
Huíla e na província do Kwando Kubango. Nganguela é composta pelas tribos Lukazi, Luyana,
Kwandi, Mbowe, Mdundulu, Imilangu, Mishulundu, Mashi, Kwandu do Norte, Kwandu do
Sul, Mbangala, Yongo, Ngandyera, Kwambi, Nkumbi e Nkumbi-mulondo.
Pela classificação etnolinguística de Redinha (1962: 17-18), são identificadas as
seguintes tribos: “Luimbe, Luena, Lovale, Lutchaz, Bunda, Ganguela, Ambuela-Mambumba,
Engonjeiro, Ngonielo, Mbande, Cangala, Iahuma, Gengista, Ngoia, Camachi, Ndungo,
Nhengo, Nhemba e Avico”.
g) Os Khoisan
A região sul de Angola é também habitada pelos khoisan, povos não bantu que falam
línguas específicas desse grupo san, também chamados bosquímanos. Este povo representa as
25
minorias do território angolano e preservam ainda hábitos, usos e costumes do nomadismo
(conforme os anexos IV, V e VI). Apesar de ser a etnia menos representativa (chamadas
minorias) do país, estão representadas as tribos de Bolo, Holu, Diriku, Kwadi, Zorotua,
Kwangali, Vasorontu, Sambyu e Khwe.
A este grupo, Redinha (1962: 20), o denomina também de Povos Não-Bantos do grupo
Koisan ou Hontetote-Bochimanes e os ordena em: Bochimanes e Cazamas”. Outro grupo
semelhante é o de Vatua, com a classificação de “Cuissi e Cuepe”.
Estes povos são considerados os primeiros habitantes nómadas do território angolano
e, actualmente, localizam-se nas províncias da Huíla, Namibe, Cunene e Kuando Kubango.
h) Os Caucasianos
A população caucasiana representa cerca de 3%, maioritariamente de origem
portuguesa, ou mestiços, população que se concentra primariamente nas cidades e tem o
português por língua materna.
Também se reconhece a existência de um número considerável de falantes das línguas
francesa e lingala, explicada pelas migrações relacionadas com o período da luta de libertação
nacional e pelas afinidades com as vizinhas República do Congo (Brazzaville) e República
Democrática do Congo (Kinshasa), e ainda falantes de espanhol, como consequência da
presença cubana e de quadros formados massivamente naquele país (Nzau e Sardinha, 2002).
Para além das línguas nacionais, no país há mais de cem grupos de dialectos ou
pequenos grupos (tribos). Angola não desenvolveu uma única língua de comunicação nacional
homogénea, à semelhança do crioulo em muitos países da lusofonia, preservando este papel à
hegemonia da LP que é caracterizada por uma estratificação regional, cunhada de todos os
substratos linguísticos de influência (português Benguelense, Huambense, Luandense e
Sulista).
As etnias plurilingues que constituem a plataforma social angolana encontram-se
distribuídas geograficamente por regiões devidamente demarcadas e nutrem respeito mútuo, o
que contribui para a preservação da identidade, pluralidade e diversidade culturais (ver mapa
em anexo II).
Wheeler e Pélissier (2009: 32)9 acrescentam que, “apesar da diversidade étnica e da
variação de tipos físicos presente nos grupos angolanos, estes encontram-se essencialmente
interligados quer em termos culturais, quer raciais”.
9 Wheeler e Pélissier (2009). História de Angola. Demonstrando por meio de exemplos, cita que, pelas vinte e duas ou mais etnias ou reinos que compreendem os povos ovimbundo do planalto de Benguela, mais de metade
26
A Declaração dos Direitos Linguísticos da ONU (1996)10 define que “comunidade
linguística é toda a sociedade humana que, radicada historicamente num determinado espaço
territorial, reconhecido ou não, se identifica como povo e desenvolveu uma língua comum
como meio de comunicação natural e de coesão cultural entre os seus membros”.
Quadro nº 3 Indicador da População Angolana (estimativa)
Província Nº de
Habitantes
Província Nº de
Habitantes
Bengo 351.544 Kwanza Sul 1.353.828
Benguela 1.985.415 Luanda 5.851.161
Bié 1.143.709 Lunda Norte 770.252
Cabinda 441.059 Lunda Sul 387.060
Kuando Kubango 394.400 Malange 754.641
Kunene 648.374 Moxico 565.020
Huambo 1.624.000 Namibe 367.966
Huíla 2.097.961 Uíge 1.101.199
Kwanza Norte 376.883 Zaire 394.822
TOTAL 20.609.294
Este indicador demográfico apresenta a estimativa do número de habitantes em
estatísticas do Instituto Nacional de Estatística de Angola – INE-Angola, referente ao ano de
201111 (INE-Angola, 2011).
2.3 Inserção das Línguas Nacionais no Sistema de Educação
A introdução das LN no sistema educacional surge como uma oportunidade para a
preservação e manutenção das culturas que elas impregnam e, fundamentalmente, a sua
configuração grafológica, contrariando a exclusão a que estiveram votadas durante os
sucessivos períodos colonial e pós-independência nacional.
A este respeito, escreve Houis (1971: 45) que “nous avons vu que la linguistique
moderne a progressivement imprégné la linguistique négro-africaine en la pliant à ses
exigences de rigueur et que celle-ci est, de ce fait parvenue à un point de non-retour de son
évolution”.
tinha uma língua comum e estava unida por laços históricos de império e gratidão. Possuíam um grande sentido de independência, se não mesmo de unidade cultural. 10 Declaração Universal dos Direitos Linguísticos da ONU. 1996. No seu artigo 1º, alínea 1. 11 Instituto Nacional de Estatística de Angola (2011). Principais Indicadores de Angola por Província.
27
Nesta mesma perspectiva, acrescenta García (2010: 6) que
“the use of two languages to educate generally, meaningfully, equitably, and for
tolerance and appreciation of diversity – and the narrower goal of second-or foreign-
language teaching – to learn an additional language. In educating broadly, bilingual
education focuses not only on the acquisition of additional languages, but also on helping
students to become global and responsible citizens as they learn to function across
cultures and worlds, that is, beyond the cultural borders in which traditional schooling
often operates”.
As vantagens do sistema educacional bilingue são evidentes, pois não somente
valoriza as outras línguas consideradas não cultas, mas galvaniza o princípio de uma educação
inclusiva.
A autora citada assegura que a educação monolingue, por vezes, está pejada de
irregularidades no contexto multilingue, porque é usada como forma de limitar o acesso e
legitima as práticas linguísticas dos que já estão no poder. E a educação bilingue também pode
legitimar as práticas da linguagem minoritarizada, dando autenticidade às práticas bilingues de
muitos. Como tal, a educação bilingue pode ser transformadora (García, 2010: 12).
Mais adiante, García menciona algumas dificuldades que este tipo de educação
acarreta para a mobilização de capital humano, essencialmente professores que reúnam tais
competências (2010: 150). “Teachers - A major variable, difficult to meet as bilingual
education expands, is finding sufficient qualified subject-matter teachers capable of teaching
through another language. Ideally, bilingual education should rest on specialist with fluent
competency or having been educated in a country where the language of instruction is spoken”.
Note-se que a língua é realmente uma noção social que não pode ser interpretada e
definida sem que se faça referências aos seus falantes e ao contexto em que é aplicada.
Neste contexto é orientação do Estado, de acordo com o Estatuto das Línguas
Nacionais (2004: 12), que devem ser massivamente criadas condições em todo o país para a
decorrência do processo de ensino-aprendizagem das línguas nacionais em todos os sectores
sociais e educacionais.
Fazendo referência a dados históricos, mostra que, em 1886, o Paço Episcopal de
Luanda criou a Escola de Língua Indígena (Ecole de Langues Africaines à Luanda)12, assente
na premente preocupação de veicular os princípios religiosos à comunidade indígena de
Angola, tendo resultado na criação da didáctica de ensino das línguas nacionais, onde se
desenvolveram, fundamentalmente, os princípios básicos da educação (aprender a ler, escrever
12 Brásio, A. (1886). Spiritana Monumenta Histórica (vol. III, 1882-1889): 425.
28
e contar) e a produção de bibliografia em quase todas as línguas nativas, principalmente
hinários, bíblias, manuais de alfabetização de catequese e outros materiais afins em línguas
nacionais.
“SOMMAIRE - (Annonce la creátion de l’école de langues indigènes filiale du
Séminaire, et demande le payment mensuel du professeur et des frais de l’école.
2.III.1886) ”.
Por razões óbvias, endógenas do regime colonial, em 1921, através do Decreto Nº 7713
do Governador da Província de Angola, foi interdito o ensino das línguas indígenas nas missões
religiosas, declarando que as missões deviam (pela sua significância, transcrevemos o texto na
íntegra):
“Artigo 1º, ponto 3º A ensinar a língua portuguesa; ponto 4º A não ensinar qualquer
língua estrangeira; Art. 2º Não é permitido ensinar nas escolas das missões línguas
indígenas; Art. 3º O uso da língua indígena só é permitido em linguagem falada na
catequese e, como auxiliar, no período do ensino elementar da língua portuguesa; § 1º É
vedado na catequese das missões, nas suas escolas e em quaisquer relações com os
indígenas, o emprego das línguas indígenas por escrito ou de outra língua que não seja a
portuguesa, por meio de folhetos, jornais, folhas avulsas e quaisquer manuscritos. § 2º
Os livros de ensino religioso não são permitidos noutra língua que não seja a
portuguesa, podendo ser acompanhado o texto português de uma versão paralela em
língua indígena. § 3º O emprego da língua falada, a que se refere o corpo deste artigo, e
o da versão em língua indígena, nos termos do parágrafo anterior, só são permitidos
transitoriamente e enquanto se não generalize, entre os indígenas, o conhecimento da
língua portuguesa, cabendo aos missionários substituir, sucessivamente e o mais
possível, em todas as relações com os indígenas e na catequese, as línguas indígenas
pela portuguesa” (Decreto nº 77, do Governador da Província de Angola: 1921).
Desta forma, o governo literalmente proibiu a divulgação e o uso das línguas nacionais
à estância que ainda preservava a sua grafologia, tendo justificado esta medida pela razão de
segurança de Estado.
Pretendia-se com estas instruções delimitar o campo de acção e a influência das
línguas “indígenas” e permitir a proeminência da LP na comunidade local cujo objectivo era o
início do processo glotofágico das LN.
13 Refere-se ao Decreto nº 77, de 1921, do Alto Comissário da República de Angola, José Mendes Ribeiro Norton de Matos, publicado pelo Boletim Oficial da Província de Angola, I série - Nº 50, de 9 de Dezembro de 1921.
29
Durante os cinco séculos de vigência do regime colonial, mesmo depois de ascensão à
independência nacional (1975), o governo manteve a hegemonia tradicional do sistema
educacional, não contemplando no sistema regular de educação o ensino das LN.
A primeira tentativa manifesta para a inserção das LN no sistema de ensino sucedeu
em 1985, inicialmente no processo de alfabetização. Entretanto, dois anos mais tarde foi
publicada a Resolução Nº 3/87, de 23 de Maio, que aprovava, a título experimental, os
alfabetos das línguas nacionais Kikongo, Kimbundu, Côkwe, Umbundu, Nganguela e
Oshykwanyama e as respectivas regras de transcrição.
Já Cavacas (1994: 16)14 salienta que “as seis línguas nacionais estão a ser estudadas
nos domínios de fonética, fonológico, morfo-sintáctico e semântico com a definição de léxicos
temáticos, e apontam para uma grafia normativa” dos dois grupos etnolinguísticos (bantu e
khoisan).
A implementação da fase experimental do ensino de línguas nacionais retomou o seu
curso, como balão de ensaio de materiais didácticos em algumas províncias (Nzau e Sardinha,
2002: s/pág.).
O Governo da RA publicou a Lei de Bases do Sistema de Educação (Lei 13/01), que
aprova a Reforma Educativa que vem sendo implementada, faseadamente. Esta Lei de Bases
postula no artigo 9º que “o Estado promove e assegura as condições humanas, científico-
técnicas, materiais e financeiras para a expansão e a generalização da utilização e do ensino de
línguas nacionais”.
Os dados apontavam que “esta primeira fase abrangeria 4,5 mil alunos da 1ª classe de
algumas escolas do ensino primário de Luanda, 35 coordenadores, cinco para cada língua a ser
ministrada e 105 professores do ensino primário e ao INIDE caberia a elaboração dos materiais
pedagógicos para professores e alunos e a fase seguinte seria dedicada à formação de
professores, ensaiar e assegurar a supervisão da aplicação da metodologia de ensino de línguas
nacionais.
Nesta fase foram seleccionadas seis línguas nacionais: o Côkwe, Kimbundu, Kikongo,
Nganguela, Oshikwanyama, Umbundu e Fiote. Expectantes do êxito da experiência, poderão
14 Cavacas, Fernanda (1994). O Texto Literário e o Ensino da Língua, em Moçambique. “… O seu peso urbano torna-se cada vez mais significativo, surgindo como língua materna, língua afectiva, de cerca de 90% dos luandenses, assumindo já por vezes desvios dialectais profundos, para além da previsível indigenização oral colectiva”.
30
ser perspectivadas outras actividades que visam o alargamento das línguas nas 2ª, 3ª, 4ª, 5ª e 6ª
classes, permitindo também a abrangência em mais escolas” (INIDE15 2005).
O planeamento metodológico para a implementação da política do ensino das LN
prevê, citando (INIDE: 2005), “em primeira instância, a regionalização dos idiomas em
conformidade com as respectivas zonas de influência linguística, sendo que o Kimbundu será a
LN de escolarização na região centro norte, albergando as províncias de Luanda, Bengo,
Kwanza Norte, Kwanza Sul e Malange; o Umbundu será ministrado na região centro sul, nas
províncias de Benguela, Huambo, Bié e uma parcela do Kwanza Sul onde este idioma é
predominante; a região norte será dominada pelo ensino de Kikongo, nomeadamente nas
províncias do Uíge e Zaíre; o Fiote, dialecto do Kikongo falado em Cabinda, dadas as
particularidades do isolamento da província em relação ao resto do território será a língua de
educação daquela parcela; o Tchokwe é, por excelência a LN do leste do país e será ministrado
nas províncias de Lunda Norte, Lunda Sul e Moxico; o idioma Oshikwanyama detém a sua
influência na região Sul, onde será ministrado nas províncias de Huíla, Namíbe e Kunene; o
Nganguela tem representatividade no sudoeste do território e será língua de ensino na província
do Kuando-Kubango e uma parcela da Huíla nos municípios onde é de maior veiculação”. Esta
distribuição é sistematizada no Quadro seguinte.
Quadro nº 4. Demonstração do Ensino das Línguas Nacionais
LÍNGUA NACIONAL
REGIÃO DE INFLUÊNCIA
PROVÍNCIA
Fiote Norte Cabinda Kikongo Norte Uíge, Zaíre
Kimbundu Centro Norte Luanda, Bengo, Kwanza-Norte, Kwanza-Sul e Malange
Tchokwe Leste Lunda-Norte, Lunda-Sul, Moxico Umbundu Centro Sul Benguela, Huambo, Bié
Oshikwanyama Sul Huíla, Namíbe, Kunene Nganguela Sudoeste Kuando-Kubango
Para a preservação das línguas nacionais, os ministérios da Cultura, Comunicação
Social e da Educação criaram instituições como o Instituto de Línguas Nacionais (ILNA),
órgão responsável pela correcção e uniformização ortográfica das línguas dos grupos
etnolinguísticos (bantu e khoisan). Também são transmitidas para o auditório nacional através
da (rádio Nacional de Angola (RNA) pelo programa Ngola Yetu (em kimbundu, que significa,
15 Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da Educação (INIDE). Informação de Angola Press, do dia 21/01/2011. Luanda.
31
Angola é nossa) e da Televisão Pública de Angola (TPA). Actualmente floresce a massificação
da integração das línguas nacionais no sistema nacional de educação.
A importância da manutenção escrita das LN reside, fundamentalmente, na
preservação da identidade cultural dos povos pelas gerações vindouras e entre os académicos
para que conheçam a significância e a razão do nome de um determinado lugar, a padronização
ortográfica, a preservação da onomástica antropológica, a toponímia, os hidrónimos, estudos
limnológicos que podem fornecer elementos significativos e contribuir para o desenvolvimento
económico do país.
Alerta Pinto (2010: 19) que “a rejeição da diversidade linguística pode resultar no
glotocídio ou marginalização de línguas que, por diferentes razões, são proscritas da
sociedade”.
2.4 O Papel da Língua Portuguesa em Angola
A língua portuguesa é um veículo de comunicação e de relacionamento entre os vários
grupos etnolinguísticos de Angola e é reconhecida, institucionalmente, como língua oficial do
país. Resulta de um período longo de história de convivência entre os povos de Angola e de
Portugal.
A este respeito, citando o OLP (201216, citando Peixoto, 1940: 5-9) esclarece que “não
há liberdade, nem liberdades contra a língua (…). Não há força que no mundo possa modificar
a história. Não há desapropriação espiritual (…). Belgas e Suíços não são menos autóctones ao
falarem francês, nem pensaram jamais em dar um pseudónimo nacionalista à linguagem que
falam, e é deles também. Por isso, também não há língua canadense, nem argentina, nem
australiana: não haverá jamais língua brasileira”.
Em Angola, sendo um país plurilinguístico, salienta Cardoso (2009: 656) “a língua
portuguesa é considerada a língua oficial e de comunicação entre os angolanos e as outras
línguas existentes são consideradas línguas nacionais”.
O ensino formal durante séculos foi ministrado em língua portuguesa, embora
registando-se progressos em várias tentativas de integração das línguas nacionais no sistema
nacional de educação.
A língua portuguesa é a única língua oficial estabelecida pela legislação angolana e, de
acordo com Fernandes e Ntondo (2002), “a adopção do português como língua oficial foi um
16 Observatório de Língua Portuguesa (OLP). 2012, citando Afrônio Peixoto (1940. 5 e 9). Língua Comum. “Sobre as tentativas dos nacionalistas radicais para institucionalizarem uma «língua brasileira».
32
processo comum à grande maioria dos países africanos que assumiram a identidade linguística
do colonizador, por necessidades de interacção social”.
A conjuntura sociolinguística de Angola permitiu uma rápida expansão da língua
portuguesa entre a comunidade local que, por um lado, é resultado da limitação impositiva do
uso das línguas nativas em todas as esferas de eventos oficiais e, por outro lado, responde à
necessidade, há muito clamada pela sociedade, de um instrumento de comunicação linguística
unificadora.
Assim, como reforça Fernandes e Ntondo (2002), “em Angola deu-se um facto pouco
comum de uma intensa disseminação do português entre a população angolana, a ponto de
haver uma expressiva parcela da população que tem como sua única língua a portuguesa”.
A este respeito, Vieira (2011: 290, citando Memmi, s/d) menciona que “Reconhece a
indispensabilidade de o colonizado conhecer a língua do colonizador, sob pena de ser relegado
à condição de estrangeiro do e no seu próprio país”.
Muitos e variados são os factores apontados como elementos-chave que contribuíram
substancialmente para a propagação da LP, como os de ordem política, económica e social.
“O português como língua de comunicação corrente propiciou a veiculação de ideias
de emancipação em certos sectores a partir de meados do século XX; facilitou a comunicação
entre pessoas de diferentes origens étnicas; durante a guerra contra o regime colonial facilitou a
expansão da consciência nacional; o português, de instrumento de dominação e clivagem entre
colonizador e colonizado, adquiriu um carácter unificador entre os diferentes povos de Angola”
(Fernandes e Ntondo, 2002).
Depois da ascensão à independência, a língua portuguesa tornou-se num instrumento
indispensável para a propagação da política de uma Nação que se erguia e que necessitava de
engendrar políticas de consolidação da unidade nacional. Outro factor endógeno que contribuiu
para a propagação do português foi o conflito armado, que devastou o país durante décadas,
tendo provocado massivamente a deslocação de populares do campo para as cidades e destas
para o campo, num êxodo tempestuoso. Neste processo, o português era recorrentemente
pertinente para a veiculação entre gente de distinta etnicidade, minorando-se os factores
negativos como o regionalismo, tribalismo, o racismo.
A massificação da educação contribuiu para a generalização do português, uma vez
que, até nos locais mais recônditos, onde nunca houve ensino, foram instaladas escolas. A
concentração populacional nas zonas urbanas e suburbanas das maiores cidades, em busca de
segurança (por razões do recrudescimento da guerrilha nas zonas rurais), e em busca de
melhores condições de vida, também contribuiu para esse processo. Além disso, os órgãos de
33
comunicação social também têm predilecção pela língua portuguesa, essencialmente, os
literários (jornais, revistas, diários, material propagandístico, anúncios), sendo todos divulgados
nessa língua.
Estes factores contribuíram para a apreciação do português como língua oficial,
criando ela própria o espaço do seu reconhecimento e afastada da conotação que nutria de
língua do opressor.
A língua portuguesa é, hodiernamente, falada em todo o território nacional,
obviamente pejada de substratos regionais inerentes a cada etnia, tal como acontece em
qualquer outra latitude, o que lhe proporciona a categoria de língua angolana. “O português é a
primeira língua de 30% da população angolana com maior universo em Luanda e 60% dos
angolanos afirmam usá-la como segunda língua” (Fernandes e Ntondo, 2002).
Como diz Cavacas (1994: 16), o português é tido como língua afectiva dos angolanos.
2.5 A oralidade e a escrita da Língua Portuguesa em Angola
2.5.1 O português falado
O português da oralidade angolana resulta da miscigenação intrínseca entre a língua
portuguesa e as línguas nacionais nas diversas vertentes de comunicação. A assimilação
semântica das várias expressões presentes numa e noutra língua complementam-se
mutuamente, legando para cada uma delas elementos culturais distintos que não se encontram
na outra língua, emergindo daí novos falares.
É um processo natural e compreensível em que não intervêm fenómenos formais de
orientação linguística como sucede com as uniformizações ortográficas. A fala é, por si só, um
factor de comunicação em que participam dois falantes e interpretam uma mensagem que é
perceptível entre si.
Os progressos registados pelo português distinguem esta língua, como diz Ponte
(2007: 2): “talvez mais do que o francês e o espanhol, mas certamente menos que o inglês, o
português é hoje uma língua internacional, personalizada fortemente em cada país em que é
falado”.
Desta dinâmica que se verifica no português falado em Angola caracteriza e acentua a
diferença do português veiculado nos outros países como o Brasil, em Moçambique, em Cabo-
Verde, na Guiné Bissau, em S.Tomé e Príncipe, ou mesmo em Portugal. Em cada uma dessas
esferas de falantes verifica-se as dissemelhanças, recorrendo ostensivamente à fonologia local,
recorrendo até, certa forma, à construção de fraseologias idiossincrásicas.
34
A fonologia do português angolano apresentado por Gregório (2010: n.p.) tem
enquadramento na linguagem informal ou linguagem popular (gírias) a que se atribui ao génio
inventivo juvenil tal como se exemplifica no quadro 5.
Quadro nº 5 Gírias da Linguagem Informal
Expressão (Gíria) Significado
Gamar Muadié Bebucho “meu fofo” Pena de pato Maka (kimbundu) Desbobinar Imbamba (kimbundu) Alambamento Gira-mulher Ruca Cumbú Kota ou dikota (kimbundu) Ndengue ou kandengue (kimbundu) Balande Mbuite Baçula Boelo Kapuka ou kachipembe Kazukuta Caular Awa
Roubar; furtar Amante; parceiro; indivíduo Forma carinhosa de tratamento Escriturário; funcionário público Problema Falar intempestivamente, despejando com raiva segredos íntimos Tralha; coisas insignificantes Dote Homem desavergonhado; imoral Carro Dinheiro Pessoa de respeito; mais velho; adulto Criança; pessoa mais nova Cacete; porrete Queda; cair sem amparo Burro; parvo Bebida alcoólica de fabrico caseiro Confusão Comprar Credo
Para além do “léxico de expressões soltas, interjeições que constituem a gíria
encontra-se presente [sic] neste tipo de linguagem, fraseologias, que exprimem as intenções de
um determinado grupo de indivíduos que procuram restringir as suas intenções de comunicação
a um núcleo restrito” (Barros et al., s/d). De acordo com os autores citados, exemplificamos
algumas fraseologias comuns:
Quadro nº 6 Expressões idiomáticas
Expressões (frase) Significação
Grifar feio Pernão a granel Espetar uma prega
vestir-se bem, com roupas de marca perna bem delineada, na medida certa dar uma rasteira
35
Há bwé de garinas Comida fofa Ndutar feio fazer dever Dar uma Kapa Deu caldo Dzumba Malaike A vida está Malaike
há muitas miúdas Boa comida Conduzir em excesso de velocidade fazer uma carta para pedido de namoro Fintar o adversário Morreu Mau hálito a vida vai mal
Outros valores linguísticos podem ser constatados pela influência dos substratos
linguísticos regionais que exercem influência significativa na expressão oral da língua
portuguesa.
Conforme esclarece Inverno (2005: 4), a diferença entre o português europeu e o
angolano consiste no seguinte: “o português europeu distingue entre dois valores de
numerosidade: singular (um item) e plural (mais do que um item), sendo este último o único
valor marcado morfologicamente através da adição do sufixo de plural –s à raiz do núcleo do
sintagma. A concordância de número realiza-se através de adição deste sufixo a todos os
determinantes, quantificadores e modificadores no sintagma nominal”.
Continuando, Inverno (2005: 4) exemplifica que,
“Em Português Europeu (PE), todos estes livros novos são importantes. No Português
Vernáculo de Angola (PVA), o núcleo do sintagma nominal raramente recebe marcação
de número. A pluralidade é indicada pela adição do sufixo –s apenas aos elementos não-
nucleares mais à esquerda no sintagma nominal, especialmente no discurso de falantes
mais velhos ou menos instruídos ou no discurso informal daqueles que são mais jovens
ou instruídos:
PVA: Vigia as criança_; PE: Vigia as crianças.
PVA: Ele marca muitos golo_; PE: Ele marca muitos golos.
PVA: É mãe de três filho_; PE: Sou mãe de três filhos.
PVA: guardas-chuva; PE: guarda-chuvas.
PVA: _ primeira filho já tem trinta e oito ano; PE: o primeiro filho já tem trinta e oito
anos. PVA: eu tinha minhas irmãos; PE: eu tinha os meus irmãos/as minhas irmãs.
A razão desta discrepância verbalizante do português incide sobre a falta de marcação do
número no núcleo do sintagma nominal que resulta do facto de, nas línguas bantu, esta
categoria ser marcada nos nomes através de prefixos e não de sufixos. Quando o nome
ocorre com outros elementos no sintagma nominal, todos os elementos não nucleares
recebem o mesmo prefixo, o qual concorda em número e classe com o prefixo marcado
no núcleo:
Cokwe: A-thu a-wana a-pema; PE- pessoas - quatro – bons (tradução directa).
36
PE: Quatro boas pessoas ou Quatro pessoas boas”.
Ao concluir esta análise, a autora demonstra a necessidade que os falantes têm de fazer
passar a mensagem em português de qualquer forma: “A termologia expressa revela os níveis
de linguagem coloquial das camadas menos instruídas em que não é essencial a modelação de
regras gramaticais e (…) os falantes procuram, de todas as formas, veicular os seus sentimentos
em português, como se pode constatar”.
Nesta perspectiva, o enquadramento do português em Angola justifica-se pela
cumplicidade secular com as línguas nacionais, anunciando as metamorfoses que o afastam,
paulatinamente, da norma europeia.
Neto (2009: 12) escreve que, “da mesma forma que se constatam evoluções no
contexto de uma realidade cultural (…) heterogénea, incorporando a modernidade e novas
formas de representação linguística dessa mesma realidade, se deve reconhecer a contribuição
dada pelos vários grupos de falantes da língua portuguesa para a construção de formas distintas
de a representar. Essa dinâmica é gerada pela própria sociedade, pelas relações entre as
pessoas, pela necessidade (…) de estabelecer um patamar de compreensão em que todos se
insiram”.
2.5.2 Português escrito
A escrita da língua portuguesa em Angola tem as bases fundamentadas em
conhecimentos gramaticais, principal instrumento da normalização das regras ortográficas dos
níveis padronizados.
Neste contexto específico, a língua portuguesa cruza com uma multiplicidade
linguística e cultural adjacente às línguas nacionais cujas expressões fonológicas, morfo-
sintáctico caracterizam e exprimem aspectos filosóficos desse povo que, não se encontrando o
significado em português são assimilados, constituindo desta forma um vocabulário próprio
para o português angolano.
A língua literária, citando Fernandes e Ntondo (2002), “distinguiu-se sempre pela
presença das línguas locais, expressamente em diálogos ou interferindo fortemente nas
estruturas do português”.
“A realidade e cultura angolanas possuem características próprias e diferentes da
realidade e cultura do país anfitrião de que a língua padrão é originária. Daí resulta a crescente
angolanização do português, como reflexo da especificidade concreta e palpável aos vários
níveis linguísticos, desde o léxico, fonológico, morfossintático e semântico” (José, 2005: 14).
37
Na mesma linha de pensamento, Gargallo (1993: 154) escreve: “La lengua constituye
la más maravillosa capacidad con que cuenta el ser humano, y la que le concreta como tal”.
O português, pela sua génese, é uma língua aberta e maleável, capaz de incorporar
elementos de outras culturas linguísticas, capaz de suplantar outros idiomas de maior expressão
universal.
Como exemplo, no quadro 7 apresentamos algumas expressões sintagmáticas,
oficialmente reconhecidas que figuram nos Dicionários17 do português europeu.
Quadro nº 7 Expressões Sintagmáticas Incorporadas nos Dicionários
Expressão Significação Batuque instrumento de percussão, nome geral que se dá a todas as danças
acompanhadas por instrumentos de percussão Bobó indivíduo que todos se riem dele Bunda cintura, traseiro, nádegas, chulo Bumbar trabalhar arduamente Bwé curtido, fixe, muito Cambolar engajar, carregador Capanga serviente, servente Catinga odor do corpo, mau cheiro, martírio Curinga jogo de poker, homem magro ou raquítico Dendê fruto, coco do dendezero (palmeira) de cujo pericarpo se extrai o
óleo ou azeite de palma e a amêndoa é conhecida por coconote e fornece o óleo de coconote
Ginguba Amendoim Gingar inclinar ou balançar o corpo, bambolear Jimbolo espécie de pão feito de farinha e água ou de farinha e ovos Jingo Cachimbo Machimbombo transporte colectivo, autocarro ou camioneta (pt) Maxim faca grande para segar erva Minhoca verme anelídeo que cava pequenas galerias no solo húmido, de
que se nutre, contribuindo para a sua aeração e fertilidade Missanga jóia para adorno Mocambo quilombo, acampamento Mocotó patas de animais bovino ou suíno, desprovido de casco e serve de
alimento, pernas Moleque menino, criança, garoto de pouca idade, criado Munda Morro Mupanda árvore africana da família das leguminosas cuja casca é utilizada
no curtume de peles Mutula espécie de leito, formado de quatro forquilhas que sustentam as
duas varas onde se atravessa uns paus cobertos por esteira
17 Dicionário da Língua Portuguesa (2010). Dicionários Editora. Porto, Porto Editora. - Vaza, A. e Amor, E. 2008. Dicionário Verbo da língua portuguesa. (2.ª ed., Ed./Re.). Lisboa, Verbo. - Pinto, A. O. (2011). Vocabulário de Kimbundu no Português de Luanda. Lisboa, http://multiculturas.com/angolanos/alberto_pinto_kimb_port-vocab.htm.
38
Muzungo pequena árvore leguminosa da família das mimosáceas Pupu pássaro da família dos upupúdeos, a fim da popa Quibuca caravana de negros Quilombo Mocambo, acampamento Quitanda mercado, praça Samba Dança Sibongo batata doce Tacula árvore cuja a casca se extrai uma tinta vermelha usada nos rituais
da puberdade e em cosmética Tamargueira planta da família das tamaricáceas, também chamada de tamariz Tanga trajo de banho para homens e mulheres de dimensão muito
reduzida, peça de roupa interior Umbala libata, sanzala Tesse arbusto intertropical da família das viláceas Xingar insultar com palavras, ofender com insultos Ulojanja pássaro conirosto africano
Para a preservação de uma língua é necessário motivação. Como afirma Grosso (1993:
850): “actualmente é difícil alguém querer aprender uma língua sem motivação ou sem ser
motivado. Independentemente das necessidades comunicativas e das motivações pessoais, há a
ideia de que uma língua pode e deve ser apelativa, atraindo os potenciais aprendentes; isto
implica o entrar em concorrência, criando e transmitindo uma imagem, a qual possa fazer a
simbiose das diferentes representações e valores do que é ser português, seduzindo pela
diferença, motivando para o desejo de estudar a língua ou de comunicar em português”.
O português em Angola representa a língua interventiva de muita importância para a
homogeneização cultural e social de uma nação basicamente pluriétnica, garante do papel de
comunicação oficial de Estado, língua materna para uma maioria da população, essencialmente
caucasiana, veículo de imprensa e de comunicação social, assevera a comunicação no exército,
na gestão económica e língua de ensino.
O papel reservado à língua portuguesa não deve, simplesmente, apagar a existência
das línguas nacionais pelo efeito diglóssico. Nestas circunstâncias, para todos os efeitos, o
português deve ser interpretado como uma língua segunda (PL2), aquela que é aprendida
depois da primeira língua ou a materna (PL1/PLM), pelo facto de partilhar espaços intrínsecos
de línguas africanas que durante séculos foram ilegitimadas e ignoradas no contexto
educacional.
A educação deve, por conseguinte, desempenhar um papel preponderante no sentido
da legitimação das línguas nacionais no sistema de ensino em comunhão com a língua
portuguesa, para que os aspectos sócioculturais endógenos de cada uma das línguas não sejam
estropiados. Desta forma, poderá ser criada a motivação necessária para o ensino-aprendizagem
39
das línguas nacionais e da língua portuguesa no contexto do ensino bilingue, facilitando a
assimilação dos conteúdos pelos alunos que não dominam o português, sem que tenham que
necessariamente recorrer ao método de interlíngua para as sucessivas fases de apreensão dos
fenómenos linguísticos.
As línguas, na óptica de Whitney (2010: 8, citando August Schleicher, 1863), “são
organismos naturais que, independentemente da vontade humana, crescem, se desenvolvem,
envelhecem e morrem. […] A glótica ou ciência da linguagem é, consequentemente, uma
ciência natural”.
40
CAPÍTULO III
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE INTERPRETATIVA DOS RESULTADOS
Neste capítulo procedemos à apresentação dos resultados de forma circunstanciada,
aplicando as técnicas do método estatístico para atender aos objectivos da pesquisa
relativamente a comparação e a confrontação de dados e provas disponíveis.
Segundo Reis (2010: 108), “O tratamento estatístico é fundamental no campo da
investigação, permitindo ao investigador reduzir, organizar, avaliar, interpretar e comunicar a
informação numérica, fornecendo métodos e meios que possibilitam provar ou refutar a
existência de relação entre duas ou mais variáveis”.
A interpretação das perguntas e as respectivas respostas válidas fornecidas pela
população inquirida serão fundamentadas para se extrair o essencial da pesquisa por intermédio
de tabelas, gráficos, quadros e representações de imagens.
3.1 Análise do inquérito por questionário dirigido ao Chefe da Repartição de
Língua Portuguesa
O nosso respondente apresenta a seguinte identificação: é de sexo masculino, tem 45
anos de idade, é Mestre em linguística da língua portuguesa e é professor de carreira há 24
anos.
As questões dirigidas ao inquirido permitiram obter informações fundamentais sobre:
a) a formação de professores; b) o Plano de estudo da LP; c) a bibliografia de LP disponível; d)
o interesse dos estudantes pela LP; e) a motivação e a fragilidade dos professores; f) a
introdução das LN no sistema educativo; g) a orientação metodológica sobre os procedimentos
para o ensino-aprendizagem das LN; h) a LN ministrada na UKB e i) a dosificação das LN. Em
função do questionário aplicado, apresentamos o quadro interpretativo de análise univariada de
perguntas e as respectivas respostas do participante:
41
Quadro nº 8 Análise Univariada do questionário dirigido ao chefe da Repartição
de Língua Portuguesa
Pergunta do questionário Resposta do inquirido
1. Em relação aos resultados obtidos na formação de
professores de língua portuguesa
Positivos
2. Considera a língua portuguesa LM e L2 em alguns casos
3. O plano de estudo do ensino-aprendizagem da LP é
ideal para o ensino de uma L2
Não. Falta incorporar outras L1/LM dos
estudantes
4. A bibliografia disponível é suficiente para o ensino-
aprendizagem da LP
Não. É completamente escassa
5. Os estudantes (futuros professores) têm mostrado
interesse em aprender a LP. Por que motivação
Sim. Por questões profissionais
6. Que tipo de dificuldades tem apresentado os
professores no decurso do seu trabalho: falta de
material didáctico, desinteresse pela educação,
desmotivação pela carreira docente, excesso de
carga horária, outras dificuldades
- Falta de material didáctico
- Excesso de carga horária
7. Considera que a introdução das LN no sistema
educativo regular proporciona vantagens para a
melhoria dos níveis de comunicação e proficiência
da LP
Sim. Ajuda na aplicação da pedagogia
construtiva
8. Existem orientações metodológicas suficientes e
eficientes para o ensino-aprendizagem das LN
Não há ainda formadores nem material
metodológico que suporta essa intenção
9. Os professores têm mostrado interesse em ensinar
as LN
Sim
10. Há alguma LN que é ministrada, em especial na
UKB
Umbundu. No curso de português
aparece como uma cadeira
complementar
11. Existe bibliografia suficiente para o ensino-
aprendizagem das LN
Não há produção neste sentido
12. O tempo estabelecido nos horários escolares para o
Ensino-aprendizagem das LN é suficiente
Não. A serem ministrados pela primeira
vez deveriam ter mais carga horária
42
3.2 Análise dos inquéritos por questionários dirigidos aos professores de língua
portuguesa
O questionário foi dirigido a um grupo de sete professores, dos 13 da população-alvo,
o que corresponde a 54%, que permite manipular a amostra de acordo com o preceito
estatístico.
Gráfico nº 1: Distribuição dos respondentes por género
Tabela do gráfico nº 1
Masculino Feminino
7(A) (Amostra)
F. (Frequência) 5 2
% (Percentagem) 71 29
Deste grupo de professores, 71% (5) são do sexo masculino e 29% (2) do sexo
feminino, como se ilustra no gráfico nº 1.
71%
29%
Distribuição dos respondentes por género
Masculino
Feminino
43
Gráfico nº 2: Caracterização etária dos respondentes
Tabela do gráfico nº 2
Faixa etária 20-30 30-40 40-50
A(7)
F. 2 3 2
% 29 43 29
A faixa etária dos inquiridos situa-se entre os 20 e 50 anos de idade, sendo dos 20-30
anos 29% (2), dos 30-40 anos 43% (3) e dos 40-50 anos 29% (2). A classe masculina (5) situa-
se entre os 20 e 40 anos e a feminina (2) entre os 40 a 50 anos de idade. A faixa predominante
dos inquiridos é dos 30 a 40 anos, como se pode verificar no gráfico nº 2.
29%
42%
29%
Caracterização etária dos professores
20-30 anos
30-40 anos
40-50 anos
44
Gráfico nº 3: Distribuição dos respondentes por ano em que leccionam
Tabela do gráfico nº 3
Ano 1º 1º, 2º 1º, 2º, 3º A(7)
F. 1 3 3
% 14 43 43
No que concerne aos níveis em que os respondentes leccionam, permite obter a
informação sobre o enquadramento dos professores ao nível da Universidade. Assim, 14% (1)
dos respondentes leccionam no 1º ano, 43% (3) no 1º e 2º anos e 43% (3) leccionam no 1º, 2º e
3º anos, conforme se vê no gráfico nº 3. Observe-se que, para além do pessoal de quadro
docente, a instituição conta com três professores colaboradores que ministram aulas no quarto
ano.
14%
43%
43%
Distribuição dos professores pelo ano em que leccionam
Lecciona 1º ano
Lecciona 1º e 2º anos
Lecciona 1º, 2º e 3º anos
45
Gráfico nº4: Perfil académico dos respondentes
Tabela do gráfico nº 4
Licenciados Mestres A(7) F. 6 1 % 86 14
Como se pode verificar no gráfico nº 4, dos inquiridos 86% (6) são licenciados e 14%
(1) é mestre. Saliente-se que todos os professores são licenciados em Ciências de Educação
pelo Instituto Superior de Ciências de Educação, instituição vocacionada para a formação de
professores e o mestre é formado em linguística da língua portuguesa.
86%
14%
Perfil académico dos professores
Licenciados
Mestres
46
Gráfico nº 5: Tempo de serviço dos respondentes
Tabela do gráfico nº 5 Anos 0-5 5-10 10-15 15-20 20-25
A(7)
F. 3 2 0 0 2
% 43 29 0 0 29
A antiguidade na carreira docente contribui para o aperfeiçoamento das técnicas
pedagógicas e fornece elementos sólidos e coerentes que permitem ao professor exercer a sua
tarefa com maior perspicácia, proficiência e segurança. Os inquiridos apresentaram o parâmetro
de 5 a 25 anos de serviço, sendo de 0-5 anos 43% (3), de 5-10 anos 29% (2) e de 20-25 anos
29% (2), como se pode constatar no gráfico nº 5.
42%
29%
0%
0%
29%
Tempo de serviço dos professores
0 a 5 anos
5 a 10 anos
10 a 15 anos
15 a 20 anos
20 a 25 anos
Gráfico nº 6: Que análise faz do curso de
A(7)
F.
%
A língua é um instrumento de comunicação que permite a intera
falantes. Para o seu ensino
aprendente demonstrem interesse
pergunta 100% (7) dos respondentes
conforme se demonstra no gráfico nº 6.
Para fundamentar as suas opiniões, os respondentes teceram comentários
questionário que, em função da sua pertinência
o prazer de aprender, participando sempre na
capacitados; a única disciplina presente em todos os cursos
português no ensino da pluralidade linguística
própria língua.
0
20
40
60
80
100
P.1
Per
cent
agem
análise faz do curso de língua portuguesa que ministra
Tabela do gráfico nº 6 Positiva Negativa
A(7)
F. 7 0
% 100 0
A língua é um instrumento de comunicação que permite a intera
seu ensino-aprendizagem torna-se imprescindível que o
interesse para a galvanização do processo docente
os respondentes avaliaram de forma positiva o curso da língua portuguesa,
gráfico nº 6.
as suas opiniões, os respondentes teceram comentários
em função da sua pertinência, a seguir se descrevem: levar os alunos a sentir
o prazer de aprender, participando sempre na construção do conhecimento
a única disciplina presente em todos os cursos; há consideração sobre o
português no ensino da pluralidade linguística; ganham-se ferramentas para o ensino da
100%
0%
1: Que análise faz do curso de LP queministra
47
que ministra
A língua é um instrumento de comunicação que permite a interacção entre os seus
imprescindível que o ensinante e o
para a galvanização do processo docente-educativo. A esta
a positiva o curso da língua portuguesa,
as suas opiniões, os respondentes teceram comentários no
levar os alunos a sentir
construção do conhecimento; formar alunos
há consideração sobre o
se ferramentas para o ensino da
Positiva
Negativa
Gráfico nº 7: Tem inter
A ausência vocacional
dificuldades inerentes a função/docente,
professorado. Pelo contrário, colocada
interesse pelo curso que ministram,
Para fundamentar as respostas dos
questionário: ajudar os alunos a adquirir o conhecimento explícito da língua
quatro habilidades básicas: falar, ouvir, ler e escrever
que fazemos; é uma opção pessoal seguir este ramo
aprendizagem.
0
20
40
60
80
100
P.2: Tem interesse pelo curso que ministra
Per
cent
agem
interesse pelo curso que ministra
Tabela do gráfico nº 7
Sim Não
A(7)
F. 7 0
% 100 0
cional para a leccionação de línguas, adicionada
dificuldades inerentes a função/docente, tem sido a tónica constante em
elo contrário, colocada a questão, 100% (7) dos respondentes
interesse pelo curso que ministram, como se pode verificar no gráfico nº 7.
s respostas dos inquiridos, introduziu-se alguns comentários
ajudar os alunos a adquirir o conhecimento explícito da língua
quatro habilidades básicas: falar, ouvir, ler e escrever; seria fatal não ter interesse por aquilo
é uma opção pessoal seguir este ramo; é um instrumento de comunicação e
100%
0%
P.2: Tem interesse pelo curso que ministra
48
, adicionada às imensas
tem sido a tónica constante em alguns círculos do
os respondentes asseveraram ter
se alguns comentários do
ajudar os alunos a adquirir o conhecimento explícito da língua; desenvolver as
seria fatal não ter interesse por aquilo
rumento de comunicação e
Sim
Não
Gráfico nº 8: Os estudantes têm mostrado interesse na aprendizagem da
Portuguesa
A(7)
F.
%
Pretende-se nesta questão
de língua portuguesa, pelo facto de exist
uma disciplina de fácil apreensão
Para responder à questão
estudantes têm mostrado interesse na aprendizagem da língua portuguesa,
não responderam à questão, conforme espelha o gráfico nº 8.
Dada a pertinência dos comentários dos respondentes
aprofundamento das respostas
sempre as suas dúvidas; mostram interesse nas aulas participando das mesmas
interesse a partir da novidade dos conteúdos ministrad
0
20
40
60
80
100
P3: Os estudantes têm mostrado interesse na aprendizagem da LP
Per
cent
agem
Gráfico nº 8: Os estudantes têm mostrado interesse na aprendizagem da
ortuguesa
Tabela do gráfico nº 8
Sim Não NR
A(7)
6 0 1
86 0 14
questão sondar a opinião dos professores em relação aos aprendentes
pelo facto de existirem estudantes que, por considerar
de fácil apreensão, não mostram interesse na sua aprendizagem
questão, 86% (6) dos inquiridos afirmaram positivamente
estudantes têm mostrado interesse na aprendizagem da língua portuguesa,
questão, conforme espelha o gráfico nº 8.
dos comentários dos respondentes, selecionaram
aprofundamento das respostas: participam activamente das aulas e procuram esclarecer
mostram interesse nas aulas participando das mesmas
interesse a partir da novidade dos conteúdos ministrados.
86%
0%
14%
P3: Os estudantes têm mostrado interesse na aprendizagem da LP
Sim
Não
N. responde
49
Gráfico nº 8: Os estudantes têm mostrado interesse na aprendizagem da língua
a opinião dos professores em relação aos aprendentes
por considerarem a língua como
não mostram interesse na sua aprendizagem formal.
positivamente que os
estudantes têm mostrado interesse na aprendizagem da língua portuguesa, enquanto 14% (1)
selecionaram-se alguns para o
participam activamente das aulas e procuram esclarecer
mostram interesse nas aulas participando das mesmas; mostram
P3: Os estudantes têm mostrado interesse na aprendizagem da LP
Sim
Não
N. responde
Gráfico nº 9: O material didáctico para o
adequado
A(7)
F.
%
O material didáctico
aprendizagem porque compreende todo um conjunto de instrumentos necessários para
decurso do processo educativo
didácticos são mediadores entre o profes
(6) salientaram que o material didáctico não é suficiente para a ministração da língua
portuguesa e 14% (1) não respondeu a questão
Os comentários dos
pouco material existente não é de produção local e é de difícil aquisição
bibliográficos para consulta
realidade; quando se diz ser suficiente, implica dizer não necessita mais, e não é o caso
0
20
40
60
80
100
Per
cent
agem
Gráfico nº 9: O material didáctico para o ensino/aprendizagem
adequado para o curso de língua portuguesa
Tabela do gráfico nº 9
Sim Não NR
0 6 1
0 86 14
O material didáctico desempenha uma função primordial no processo de ensino
porque compreende todo um conjunto de instrumentos necessários para
decurso do processo educativo. Define Garcia (2011), de forma concisa
entre o professor, o aluno e o conhecimento”.
salientaram que o material didáctico não é suficiente para a ministração da língua
não respondeu a questão, conforme especificado no gráfico nº 9.
respondentes foram os seguintes: o material não é suficiente
pouco material existente não é de produção local e é de difícil aquisição
bibliográficos para consulta; certos conteúdos programáticos não são proporcionais à
ndo se diz ser suficiente, implica dizer não necessita mais, e não é o caso
0%
86%
14%
P.4: O material didáctico para o E/A é suficiente e adequado para o curso de LP
50
aprendizagem é suficiente e
desempenha uma função primordial no processo de ensino-
porque compreende todo um conjunto de instrumentos necessários para o
concisa, que “os materiais
sor, o aluno e o conhecimento”. Dos inquiridos, 86%
salientaram que o material didáctico não é suficiente para a ministração da língua
, conforme especificado no gráfico nº 9.
o material não é suficiente; o
pouco material existente não é de produção local e é de difícil aquisição; faltam materiais
certos conteúdos programáticos não são proporcionais à
ndo se diz ser suficiente, implica dizer não necessita mais, e não é o caso.
suficiente e adequado para o curso
Sim
Não
N. responde
Gráfico nº 10: Em que conteúdos é que os estudantes apresentam mais
dificuldades
A(7)
F.
%
O professor numa sala de aula tem a
multifacetados do processo de
30), o professor “é responsável por: organização do itinerário, concepção de
selecção ou criação de meios, recursos e materiais, a natureza e o carácter da reflexão
linguística que suscita, o exercício que promove, a explicação que desenvolve e até os cr
que persegue ou exige”. Em relação a esta pergunta,
os estudantes apresentam dificuldades de escrita e gramática, enquanto
que estas existem ao nível da oralidade, conforme o gráfico nº 10.
Os comentários que merece
aspectos são problemáticos; em quase todos os conteúdos apresentam problemas de base
estudantes trazem graves deficiências das classes anteriores
de leitura; um problema de base e das interferências; as bases
0
20
40
60
80
100
P.5: Em que conteúdos é que os estudantesapresentam mais dificuldades
Per
cent
agem
Gráfico nº 10: Em que conteúdos é que os estudantes apresentam mais
ificuldades
Tabela do gráfico nº 10
Leitura Escrita Gramática Oral
0 6 6 1
0 86 86 14
O professor numa sala de aula tem a competência de zelar pelos aspectos
do processo de ensino-aprendizagem. Como salientam Fonseca
é responsável por: organização do itinerário, concepção de
selecção ou criação de meios, recursos e materiais, a natureza e o carácter da reflexão
linguística que suscita, o exercício que promove, a explicação que desenvolve e até os cr
Em relação a esta pergunta, 86% (6) dos respondentes
os estudantes apresentam dificuldades de escrita e gramática, enquanto que
da oralidade, conforme o gráfico nº 10.
omentários que mereceram o destaque para a complementaridade
em quase todos os conteúdos apresentam problemas de base
estudantes trazem graves deficiências das classes anteriores; os estudantes têm pouco hábito
de leitura; um problema de base e das interferências; as bases não estão solidificadas
0%
86% 86%
14%
P.5: Em que conteúdos é que os estudantesapresentam mais dificuldades
51
Gráfico nº 10: Em que conteúdos é que os estudantes apresentam mais
Oral
de zelar pelos aspectos
Fonseca et al. (2001: 27-
é responsável por: organização do itinerário, concepção de estratégias,
selecção ou criação de meios, recursos e materiais, a natureza e o carácter da reflexão
linguística que suscita, o exercício que promove, a explicação que desenvolve e até os critérios
dos respondentes consideram que
que 14% (1) afirmam
complementaridade: os quatro
em quase todos os conteúdos apresentam problemas de base; os
os estudantes têm pouco hábito
não estão solidificadas.
Leitura
Escrita
Gramática
Oral
Gráfico nº 11: Consi
A(7)
F.
%
A língua portuguesa é considerada oficial em Angola dada a dimensão e a importância
do seu desempenho comunica
primeira para uns, língua segunda para outros
dos respondentes, em função da hierarquização social dos falantes
Dos respondentes, 86%
ser sua L2. Nota-se que três dos
dada a razão da frequência, como está espelhado no gráfico nº
Os comentários que os inqui
argumentos: considero-a como língua materna e segunda
população urbana é língua materna e a população do interior é língua segunda
berço da maior parte da popu
segunda; muitos de nós aprendemos em primeiro lugar a língua portuguesa
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Per
cent
agem
idera a língua portuguesa
Tabela do gráfico nº 11
LM L2 LE
6 4 0
86 57 0
A língua portuguesa é considerada oficial em Angola dada a dimensão e a importância
comunicacional entre as várias etnias. Nesta perspectiva, ela é língua
primeira para uns, língua segunda para outros e é ainda tida como língua estrangeira para
, em função da hierarquização social dos falantes.
86% (6) dizem que a consideram como sua LM e
dos inquiridos confirmaram, simultaneamente
dada a razão da frequência, como está espelhado no gráfico nº 11.
que os inquiridos inseriram clarificam a intenção dos seus
a como língua materna e segunda; é a língua que aprendi e falo
população urbana é língua materna e a população do interior é língua segunda
berço da maior parte da população angolana; em alguns, língua primeira, outros, língua
muitos de nós aprendemos em primeiro lugar a língua portuguesa
86%
57%
0%
P.6: Considera a LP
Língua materna
Língua segunda
Língua estrangeira
52
A língua portuguesa é considerada oficial em Angola dada a dimensão e a importância
várias etnias. Nesta perspectiva, ela é língua
tida como língua estrangeira para outros
LM e 57% (4) declaram
simultaneamente, ser sua LM e L2,
ridos inseriram clarificam a intenção dos seus
é a língua que aprendi e falo; para a
população urbana é língua materna e a população do interior é língua segunda; língua do
lação angolana; em alguns, língua primeira, outros, língua
muitos de nós aprendemos em primeiro lugar a língua portuguesa.
Língua materna
Língua segunda
Língua estrangeira
Gráfico nº 12: Os conteúdos que tem ministrado reflectem
do português, L2
A(7)
F.
%
O processo docente-
programáticos que reflictam um conjunto
estruturados e orientados no sentido d
relação a esta questão, dos sete
ministrados reflectem o ensino
não respondeu a questão, como se verifica no gráfico nº 12.
A opinião tecida pelos
demonstra o seguinte: nem sempre porque a maior parte dos alunos tem o português como
língua materna; tenho como base
direcionado a LM, mas também L2
para muitos a primeira e única língua dominante
0
10
20
30
40
50
60
70
80
P.7: Os conteúdos que tem ministrado
Per
cent
agem
Gráfico nº 12: Os conteúdos que tem ministrado reflectem ensino
português, L2
Tabela do gráfico nº 12
Sim Não NR
1 5 1
14 71 14
-educativo de uma L2 requer uma organização de conteúdos
programáticos que reflictam um conjunto de conhecimentos linguísticos
sentido de os aprendentes os poderem apreender e assimilar.
sete inquiridos 14% (1) afirmam positivamente que os conteúdos
ministrados reflectem o ensino-aprendizagem do PL2 e 71% (5) garantem
não respondeu a questão, como se verifica no gráfico nº 12.
tecida pelos comentários dos respondentes, selecionou
nem sempre porque a maior parte dos alunos tem o português como
tenho como base o português como língua materna; não tanto assim, é mais
direcionado a LM, mas também L2; os programas não reflectem tal ideologia educativa
para muitos a primeira e única língua dominante.
14%
71%
14%
P.7: Os conteúdos que tem ministrado reflectem o E/A do português, L2
53
ensino-aprendizagem
requer uma organização de conteúdos
de conhecimentos linguísticos, devidamente
os poderem apreender e assimilar. Em
positivamente que os conteúdos
) garantem que não; 14% (1)
, selecionou-se alguns e
nem sempre porque a maior parte dos alunos tem o português como
não tanto assim, é mais
os programas não reflectem tal ideologia educativa; é
Sim
Não
NR
Gráfico nº 13: Que outra(s) língua(s) estrangeira(s)
Inglesa Francesa
A(7)
F. 5 3
% 71 43
O mercado de trabalho
menos, uma língua estrangeira porque
agentes multilingues. Assim,
francesa, 14% (1) a língua espanhola,
não fala nenhuma língua estrangeira
mais do que uma língua, conforme consta
Os comentários dos respondentes reforçam a sua visão sobre a questão como se segue:
falo estas línguas porque ao longo do meu percurso académico tive a oportunidade de as
aprender; uma vez que sou professor de línguas preocupo
todas as línguas; porque é a língua que aprendi durante a formação para além do portu
porque tirei um curso de inglês;
três línguas; os conhecimentos mínimos possuídos não justificam a fala perfeita
0
10
20
30
40
50
60
70
80 71%
43%
P.8: Que outra(s) língua(s) estrangeira(s) conhece
Per
cent
agem
Gráfico nº 13: Que outra(s) língua(s) estrangeira(s) conhece
Tabela do gráfico nº 13 Espanhola Russa Alemã Lingala
1 0 0 1
14 0 0 14
O mercado de trabalho actualmente exige que os quadros tenham domínio de, pelo
uma língua estrangeira porque oferece uma gama infinita de oportunidades para os
Assim, 71% (5) dos inquiridos falam a língua inglesa,
língua espanhola, 14% (1) falam outra língua (não especificad
língua estrangeira. Pela frequência, verifica-se que três
conforme consta do gráfico nº 13.
Os comentários dos respondentes reforçam a sua visão sobre a questão como se segue:
estas línguas porque ao longo do meu percurso académico tive a oportunidade de as
uma vez que sou professor de línguas preocupo-me em aprender e contextualizar
porque é a língua que aprendi durante a formação para além do portu
porque tirei um curso de inglês; o interesse e as oportunidades levaram
os conhecimentos mínimos possuídos não justificam a fala perfeita
43%
14%
0% 0%
14% 14% 14%
P.8: Que outra(s) língua(s) estrangeira(s) conhece
54
Outras Nenhuma
1 1
14 14
mente exige que os quadros tenham domínio de, pelo
oferece uma gama infinita de oportunidades para os
falam a língua inglesa, 43% (3) a língua
outra língua (não especificada) e 14% (1)
três dos inquiridos falam
Os comentários dos respondentes reforçam a sua visão sobre a questão como se segue:
estas línguas porque ao longo do meu percurso académico tive a oportunidade de as
me em aprender e contextualizar
porque é a língua que aprendi durante a formação para além do português;
o interesse e as oportunidades levaram-me a dominar mais
os conhecimentos mínimos possuídos não justificam a fala perfeita.
Inglês
Francês
Espanhol
Russo
Alemão
Lingala
Outras
Nenhuma
Gráfico nº 14: Gosta de ministrar aulas em
A introdução das LN no sistema educativo
professores que podem leccionar simultaneamente a língua portuguesa e as LN
não estariam disponíveis por motivos
neste domínio. Para responder a esta questão
gostariam de ministrar aulas em LN,
notar no gráfico nº 14.
Os comentários dos respondentes poderão demonstrar a fundamentação
não porque nunca as estudei
possibilitará valorizá-las e servir de
seria um desafio; é nosso, deve ser valorizado
0
10
20
30
40
50
60
P.9: Gostaria de ministrar aulas em
Per
cent
agem
Gráfico nº 14: Gosta de ministrar aulas em línguas nacionais
Tabela do gráfico nº 14 Sim Não
A(7)
F. 4 3
% 57 43
A introdução das LN no sistema educativo nacional criou novos desafios
leccionar simultaneamente a língua portuguesa e as LN
motivos diversos, principalmente o de não possuírem proficiência
Para responder a esta questão, 57% (4) asseveraram positivamente
gostariam de ministrar aulas em LN, ao passo que 43% (3) disseram que não, como se pode
Os comentários dos respondentes poderão demonstrar a fundamentação
porque nunca as estudei; teria muitas dificuldades pois não falo nenhuma LN
las e servir de instrumento para ensinar melhor a língua portuguesa
é nosso, deve ser valorizado.
57%
43%
P.9: Gostaria de ministrar aulas em LN
55
novos desafios para os
leccionar simultaneamente a língua portuguesa e as LN, o que muitos
de não possuírem proficiência
sseveraram positivamente que
disseram que não, como se pode
Os comentários dos respondentes poderão demonstrar a fundamentação apresentada:
teria muitas dificuldades pois não falo nenhuma LN;
instrumento para ensinar melhor a língua portuguesa;
Sim
Não
Gráfico nº 15: Em que
é a sua
Umbundu Kimbundu
A(7)
F. 5 1
% 71 14
A questão fundamental
em LN e verificar se, eventualmente
fosse a sua materna, de acordo com as
docente-educativo. Assim, os resultados desta questão demonstram que
têm como preferência a LN umbundu,
pergunta, como se pode notar no gráfico nº 15.
Os comentários apresentados
seguinte visão: não gostaria de ministrar nenhu
domínio; a bagagem que tenho de LN
0
10
20
30
40
50
60
70
80 71%
14%
P.10: Em que LN gostaria de ministrar as aulas e qual delas é a sua LM
Per
cent
agem
Gráfico nº 15: Em que língua nacional gostaria de ministrar as aulas e qual delas
é a sua língua materna
Tabela do gráfico nº 15 Kimbundu Kikongo Tchokwe Nganguela Oshykwanyama
0 0 0 0
0 0 0 0
fundamental é de constatar o interesse dos professores em ministra
em LN e verificar se, eventualmente, dariam sentido pedagógico a uma outra língua que não
de acordo com as competências linguísticas para a assu
Assim, os resultados desta questão demonstram que 71% (
têm como preferência a LN umbundu, 14% (1) a LN Kimbundu e 14% (
como se pode notar no gráfico nº 15.
Os comentários apresentados pelos respondentes enquadram-se, resumidamente
não gostaria de ministrar nenhuma, a minha LM é umbundu
a bagagem que tenho de LN, não creio que me permita ensiná-la.
0% 0% 0% 0% 0%
14%
P.10: Em que LN gostaria de ministrar as aulas e qual delas é a
56
r as aulas e qual delas
Outras Nenhuma
0 1
0 14
interesse dos professores em ministrar aulas
dariam sentido pedagógico a uma outra língua que não
assunção do processo
71% (5) dos inquiridos
14% (1) não respondeu à
, resumidamente, na
ma, a minha LM é umbundu; por ser do
.
P.10: Em que LN gostaria de ministrar as aulas e qual delas é a
Umbundu
Kimbundu
Kikongo
Tchokwe
Ngangela
Oshykwanyama
Outras
Nenhuma
Gráfico nº 16: O processo de
proporciona
comunicativa e de proficiência da
As vantagens que um aprendente de uma L2 possui quando domina com proficiência a
sua LM são evidentes. Lobato
(IL) es considerada como el sistema linguístico del hablante no nativo en una determinada
etapa del proceso de aprendizaje, el cual se constroye de forma processual y creativa y es
observable en la actuación linguística.
otros de la lengua meta y algunos exclusivamente idiossincrásicos
reconheceram que o processo de ensino
asseveram que não dinamiza nenhuma vantagem, como está demonstrado no gráfico nº 16.
18 Lobato, Jesús Sanchez, et al. (2004)Segunda Lengua (L2) Lengua Extranjera (LE)sistema linguístico do falante não nativo numa determinada etapa do processo de aprendizagem, a qual se constrói de forma processual e criativa e é olíngua materna, outros da língua alvo e alguns exclusivamente idiossincrásicos.”
0
20
40
60
80
100
P.11: O processo de E/A das LN proporciona vantagens para amelhoria dos níveis de competência comunicativa e de proficiência da LP
Per
cent
agem
Gráfico nº 16: O processo de ensino-aprendizagem das línguas nacionais
proporciona vantagens para a melhoria dos níveis de
comunicativa e de proficiência da língua portuguesa
Tabela do gráfico nº 16
Sim Não
A(7)
F. 6 1
% 86 14
As vantagens que um aprendente de uma L2 possui quando domina com proficiência a
bato e Gargallo (2004), citando Gargallo18, alude
(IL) es considerada como el sistema linguístico del hablante no nativo en una determinada
etapa del proceso de aprendizaje, el cual se constroye de forma processual y creativa y es
actuación linguística. Este sistema presenta elementos de la lengua materna,
otros de la lengua meta y algunos exclusivamente idiossincrásicos”. 86% (
o processo de ensino-aprendizagem traz consigo vantagens e
que não dinamiza nenhuma vantagem, como está demonstrado no gráfico nº 16.
(2004). Vademécum para la Formación de Profesores, Ense
egunda Lengua (L2) Lengua Extranjera (LE). Ed. SGEL. Madrid: 369. “A interlíngua (IL) é considerada como o sistema linguístico do falante não nativo numa determinada etapa do processo de aprendizagem, a qual se constrói de forma processual e criativa e é observável no desempenho linguístico. Este sistema apresenta elementos da língua materna, outros da língua alvo e alguns exclusivamente idiossincrásicos.”
86%
14%
P.11: O processo de E/A das LN proporciona vantagens para amelhoria dos níveis de competência comunicativa e de proficiência da LP
57
línguas nacionais
a dos níveis de competência
língua portuguesa
As vantagens que um aprendente de uma L2 possui quando domina com proficiência a
alude que “La interlengua
(IL) es considerada como el sistema linguístico del hablante no nativo en una determinada
etapa del proceso de aprendizaje, el cual se constroye de forma processual y creativa y es
Este sistema presenta elementos de la lengua materna,
86% (6) dos respondentes
consigo vantagens e 14% (1)
que não dinamiza nenhuma vantagem, como está demonstrado no gráfico nº 16.
Vademécum para la Formación de Profesores, Enseñar Espanol como A interlíngua (IL) é considerada como o
sistema linguístico do falante não nativo numa determinada etapa do processo de aprendizagem, a qual se constrói . Este sistema apresenta elementos da
P.11: O processo de E/A das LN proporciona vantagens para amelhoria dos níveis de competência comunicativa e de
Sim
Não
Gráfico nº 17: Tem participado n
que se
sobre o estado
Sim Não
A(7)
F. 5
% 71 29
Relativamente a esta questão
dos respondentes, 71% (5), afirma que tem participado dos vários eventos que se realizam
sobre a língua portuguesa; enquanto que 29% (2) responderam que não participam destes
eventos e 71% (5) asseguram
estado da língua portuguesa no
reflectido no gráfico nº 17.
Os comentários seguintes complementam
trabalhar a base (escolas primárias)
existem muitas dificuldades em relação ao uso correcto da língua portuguesa
concordância com as situações linguísticas das línguas loca
como as regras mandam.
0
10
20
30
40
50
60
70
80 71%
P.12: Tem participadopalesta sua
Per
cent
agem
Gráfico nº 17: Tem participado nos eventos (conferências, palestras, seminários)
que se realizam sobre a língua portuguesa. Qual
sobre o estado actual da língua portuguesa no País
Tabela do gráfico nº 17
Não Excelente Bom Regular Mau Não Resp
2 0 1 5 0
29 0 14 71 0
ta questão, as opiniões dos participantes são divergente
afirma que tem participado dos vários eventos que se realizam
enquanto que 29% (2) responderam que não participam destes
sseguram que o estado do português é regular, 14% (
estado da língua portuguesa no país é bom e 14% (1) não responderam a questão, como está
Os comentários seguintes complementam a opinião dos respondentes:
trabalhar a base (escolas primárias); falta fazer muito nas classes iniciais, na primária
existem muitas dificuldades em relação ao uso correcto da língua portuguesa
concordância com as situações linguísticas das línguas locais; fala-se o que é perceptível, não
29%
0%
14%
71%
0%
14%
participado nos eventos (conferêncª.,palest., semin.) que se realizam sobre a LP. Qual
sua opinião sobre o estado actual da LP no País
58
, palestras, seminários)
Qual é a sua opinião
País
Não Responde
1
14
divergentes. A maioria
afirma que tem participado dos vários eventos que se realizam
enquanto que 29% (2) responderam que não participam destes
14% (1) afirmaram que o
a questão, como está
a opinião dos respondentes: precisamos
falta fazer muito nas classes iniciais, na primária;
existem muitas dificuldades em relação ao uso correcto da língua portuguesa; falta de
se o que é perceptível, não
Qual éPaís
Sim
Não
Excelente
Bom
Regular
Mau
N. responde
Gráfico nº 18: O horário estabelecido para o
portuguesa
A(7)
F.
%
O horário escolar é um documento que estabelece os parâmetros temporais em que
devem decorrer as aulas, descrição das disciplinas,
para a orientação do corpo docente e discente. É u
programáticos.
A esta questão, 29% (
satisfatório, 43% (3) disseram
descreve o gráfico nº 18.
Dos comentários tecidos à volta da questão
esta diferença de opiniões: permite trabalhar o suficiente para se aprofundar a reflexão sobre o
funcionamento da língua; todo o tempo disponível para o ensino/aprendizagem do português é
pouco; é possível ensinar os conteúdos programáticos
português I e II respectivamente
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
29%
P.13: Oadequado
Per
cent
agem
: O horário estabelecido para o ensino/aprendizagem
portuguesa é adequado
Tabela do gráfico nº 18 Sim Não Não Resp.
A(7)
2 3 2
29 43 29
O horário escolar é um documento que estabelece os parâmetros temporais em que
descrição das disciplinas, os intervalos e outras indicações necessárias
para a orientação do corpo docente e discente. É um dos elementos essenciais no
29% (2) dos respondentes consideram que o horário estipulado é
sseram que não e 29% (2) não responderam à
tecidos à volta da questão, seleccionaram-se alguns que
permite trabalhar o suficiente para se aprofundar a reflexão sobre o
todo o tempo disponível para o ensino/aprendizagem do português é
é possível ensinar os conteúdos programáticos; que os tempos passem de (4), (3),
português I e II respectivamente; o tempo é razoável em função do interesse dos estudantes
29%
43%
29%
O horário estabelecido para o E/A da LP éadequado
59
aprendizagem da língua
O horário escolar é um documento que estabelece os parâmetros temporais em que
os intervalos e outras indicações necessárias
m dos elementos essenciais nos conteúdos
o horário estipulado é
pergunta, conforme
se alguns que expressam
permite trabalhar o suficiente para se aprofundar a reflexão sobre o
todo o tempo disponível para o ensino/aprendizagem do português é
que os tempos passem de (4), (3),
o tempo é razoável em função do interesse dos estudantes.
Sim
Não
N. responde
Gráfico nº 19: Tem havido acções de formação e superação pedagógica
professores
A(7)
F.
%
A formação de professores mune de instrumentos adequados e actuantes no sentido de
que o docente se sinta seguro no c
que leccionam. Constata-se no gráfico nº 19 que
positivamente que tem havido acções de formação e superação pedagógica,
não e 14% (1) não respondem
Em função das respostas, os
as condições de trabalho dos professores
pedagógica; trimestrais ou semestralmente realizam
actividade não verificada no ISCED
0
10
20
30
40
50
60
P.14:
Per
cent
agem
: Tem havido acções de formação e superação pedagógica
professores
Tabela do gráfico nº 19 Sim Não Não Responde
2 4 1
29 57 14
A formação de professores mune de instrumentos adequados e actuantes no sentido de
se sinta seguro no cumprimento dos programas, na didactização dos conteúdos
se no gráfico nº 19 que 29% (2) dos respondentes
positivamente que tem havido acções de formação e superação pedagógica,
à questão.
Em função das respostas, os inquiridos acrescentaram os comentários:
as condições de trabalho dos professores; não tive qualquer formação e superação
trimestrais ou semestralmente realizam-se seminários; muito escassas
vidade não verificada no ISCED.
29%
57%
14%
: Tem havido acções de formação esuperação pedagógica dos professores
60
: Tem havido acções de formação e superação pedagógica dos
A formação de professores mune de instrumentos adequados e actuantes no sentido de
dactização dos conteúdos
) dos respondentes afirmam
positivamente que tem havido acções de formação e superação pedagógica, 57% (4) dizem que
acrescentaram os comentários: para melhorar
não tive qualquer formação e superação
muito escassas; é uma
Sim
Não
N. responde
Gráfico nº 20: Considera importante a formação e superação profissional dos
Professores
A(7)
F.
%
Em relação ao ponto de vista da
e superação profissional dos professores
sendo, 100% (7) dos respondentes assever
conforme consta do gráfico nº 20.
Os argumentos apresentados pelos inqui
científica sólida permite fazer um trabalho de qualidade
superar profissionalmente os professores para fazer face ao desenvolvimento e
permite manter actualizados os professores
refrescamento dos conhecimentos
aprender para ensinar, reaprender para melhorar
0
20
40
60
80
100
P.15: Considera importante a formação e
Per
cent
agem
: Considera importante a formação e superação profissional dos
rofessores
Tabela do gráfico nº 20
Sim Não
A(7)
F. 7 0
% 100 0
Em relação ao ponto de vista da importância que os respondentes
e superação profissional dos professores, foram unânimes em confirmar positivamente. Assim
respondentes asseveram que é importante a formação e superação docente,
onforme consta do gráfico nº 20.
sentados pelos inquiridos foram os seguintes:
científica sólida permite fazer um trabalho de qualidade; há necessidade de se formar e
superar profissionalmente os professores para fazer face ao desenvolvimento e
manter actualizados os professores; habilita os professores; os professores têm o
refrescamento dos conhecimentos; não tanto superação, mas uma consolidação ou reciclagem
aprender para ensinar, reaprender para melhorar.
100%
0%
P.15: Considera importante a formação e superação profissional dos professores
61
: Considera importante a formação e superação profissional dos
atribuem à formação
, foram unânimes em confirmar positivamente. Assim
formação e superação docente,
ridos foram os seguintes: só uma preparação
há necessidade de se formar e
superar profissionalmente os professores para fazer face ao desenvolvimento e à globalização;
habilita os professores; os professores têm o
não tanto superação, mas uma consolidação ou reciclagem;
Sim
Não
Gráfico nº 21: Acha que a
desenvolvimento do País
A(7)
F.
%
A língua portuguesa é u
comunidades falantes porque transporta consigo identidades culturais, fraternidade, elo
histórico de um povo. Revela-
(7) afirmaram que a língua portuguesa é muito importante para o de
como se lê no gráfico nº 21.
Comentando a questão
angolanos; é a base para o desenvolvimento das relações entre os povos
linguística de comunicação do povo angolano
do país; instrumento de comunicação e instrução da maioria dos angolanos
comum.
0
20
40
60
80
100
P.16
Per
cent
agem
: Acha que a língua portuguesa é importante para o
desenvolvimento do País
Tabela do gráfico nº 21
Sim Não
A(7)
F. 7 0
% 100 0
portuguesa é um instrumento fundamental de comunicação
falantes porque transporta consigo identidades culturais, fraternidade, elo
-se neste ponto que os participantes foram unânimes
que a língua portuguesa é muito importante para o desenvolvimento do
Comentando a questão, os respondentes enfatizaram o seguinte:
é a base para o desenvolvimento das relações entre os povos
linguística de comunicação do povo angolano; contribui para um desenvolvimento sustentado
instrumento de comunicação e instrução da maioria dos angolanos
100%
0%
16: Acha que a LP é importante para odesenvolvimento do país
62
é importante para o
instrumento fundamental de comunicação no seio das
falantes porque transporta consigo identidades culturais, fraternidade, elo
foram unânimes, já que 100%
senvolvimento do país,
LO e LM de muitos
é a base para o desenvolvimento das relações entre os povos; única variante
contribui para um desenvolvimento sustentado
instrumento de comunicação e instrução da maioria dos angolanos; por ser a língua
Sim
Não
63
3.3 Análise dos Inquéritos por Questionários Dirigidos aos Estudantes
Os questionários foram aplicados a um grupo de 58 estudantes, de entre os 110 da
população-alvo, sendo 40 do 3º e 18 do 4º anos, respectivamente, o que corresponde a 55%,
índice válido da representatividade de amostra.
Gráfico nº 22: Distribuição dos respondentes por género
Tabela do gráfico nº 22 Masculino Feminino
A(58)
F. 32 26
% 55 45
Deste grupo de estudantes, 55% (32) são do sexo masculino e 45% (26) são do sexo
feminino, o que demonstra bem a tendência de aumento e o interesse pela educação da classe
feminina, conforme o gráfico nº 22.
55%
45%
Distribuição por sexo
Masculino
Feminino
64
Gráfico nº 23: Distribuição etária dos respondentes
Tabela do gráfico nº 23 Faixa etária 20-30 30-40 40-50 50-60
A(58)
F. 19 20 9 10
% 33 34 16 17
Os estudantes seleccionados estão representados em quatro faixas etárias, sendo a
maior predominância da faixa que se situa entre os 30 a 40 anos de idade, que corresponde a
34% (14 do sexo feminino e oito do masculino); segue-se a faixa dos 20 aos 30 anos de idade
com 33% (oito do sexo feminino e 10 do masculino); dos 40 aos 50 anos representa 16% (dois
feminino e sete do sexo masculino) e a última faixa etária é a dos 50 aos 60 anos, apresentando
um índice de 17% (três do sexo feminino e seis do masculino), conforme vem demonstrado no
gráfico nº 23.
33%
34%
16%
17%
Distribuição etária
20-30 anos
30-40 anos
40-50 anos
50-60 anos
Gráfico nº 24: Gosta de estudar a
Dos 58 respondentes,
e 2% (1) afirmam que não gosta
Os participantes justificaram os seus comentários com as seguintes respostas
resumidamente se apresentam
diferentes povos; é a língua com a qual me comunico e por ser a língua oficial do país
complexa; permite obter o conhecimento global do mundo
cultural; sim, por interesse social
gramatical das línguas; ajuda a fornecer instrumentos para o magistério
competências linguísticas; conhecer melhor e ensiná
conhecimentos.
0
20
40
60
80
100
Per
cent
agem
: Gosta de estudar a língua portuguesa
Tabela do gráfico nº 24 Sim Não
A(58)
F. 57 1
% 98 2
, 98% (57) afirmaram que gostam de estudar a língua portuguesa
que não gosta, como se vê no gráfico nº 24.
justificaram os seus comentários com as seguintes respostas
m: é a língua de escolarização, oficial e de unidade entre os
é a língua com a qual me comunico e por ser a língua oficial do país
permite obter o conhecimento global do mundo; abre o horizontal científico e
sim, por interesse social; para aperfeiçoar as regras da língua
ajuda a fornecer instrumentos para o magistério;
conhecer melhor e ensiná-la bem; amplia o horizonte de
98%
2%
P.1: Gosta de estudar a LP
65
afirmaram que gostam de estudar a língua portuguesa
justificaram os seus comentários com as seguintes respostas, que
icial e de unidade entre os
é a língua com a qual me comunico e por ser a língua oficial do país; muito
abre o horizontal científico e
eiçoar as regras da língua; gosto do contexto
; permite desenvolver
amplia o horizonte de
Sim
Não
Gráfico nº 25: Onde é que aprendeu a falar a
Em casa Na escola
A(58)
F. 35 31
% 60 53
Durante muito tempo
características socioculturais e
dos respondentes disseram ter
amigos e 5% (3) confirmaram terem feito um curso
português simultaneamente em casa e na escola
curso, num caso, como se nota no gráfico nº 25.
Dos argumentos apresentados pelos respondentes nos seus comentários,
importância, selecionaram-se alguns para uma melhor ilustração:
amigos e finalmente na escola
falar a língua portuguesa; aprendi na escola porque nasci numa família
é minha LM e na escola é para aperfeiçoar
0
10
20
30
40
50
60
60%
53%
P.2: Onde é que aprendeu a falar a LP
Per
cent
agem
: Onde é que aprendeu a falar a língua portuguesa
Tabela do gráfico nº 25 Na escola Com amigos Fez curso Fora do País
1 3 0
2 5 0
Durante muito tempo, a língua portuguesa não era acessível a todos, dadas as
e sociolinguísticas da população angolana. Em re
disseram ter aprendido a falar em casa, 53% (31) na escola,
confirmaram terem feito um curso. Note-se que alguns aprenderam a falar o
português simultaneamente em casa e na escola, em dois casos, e em casa e frequent
como se nota no gráfico nº 25.
argumentos apresentados pelos respondentes nos seus comentários,
se alguns para uma melhor ilustração: aprendi em casa com os
amigos e finalmente na escola; em casa eu falava a LM depois de entrar na escola comecei a
aprendi na escola porque nasci numa família umbundu
é minha LM e na escola é para aperfeiçoar; aprendi em casa e fiz curso.
53%
2%5%
0% 0%
P.2: Onde é que aprendeu a falar a LP
66
língua portuguesa
Outra forma
0
0
a língua portuguesa não era acessível a todos, dadas as
. Em resposta 60% (35)
na escola, 2% (1) com os
se que alguns aprenderam a falar o
e em casa e frequentando um
argumentos apresentados pelos respondentes nos seus comentários, dada a sua
aprendi em casa com os
em casa eu falava a LM depois de entrar na escola comecei a
umbundu; o português
Em casa
Na escola
Com amigos
Fez curso
Fora do País
Outra forma
Gráfico nº 26: Como tem sido o seu aproveitamento académico em portuguesa
A(58)
F.
%
O aproveitamento acadé
sequência das avaliações em determinada disciplina durante o período lectivo. A
9% (5) dos respondentes disseram que o seu aproveitamento é muito bom,
que é bom, ao passo que 38% (
regular, conforme se lê no gráfico nº 26.
Para melhor apreciação da questão,
apresentadas pelos respondentes
materiais de apoio e tempo para dedicar
tenho o português como segunda língua
portuguesa é bastante complexa
estou a evoluir em termos de conhecimento
saber tem os seus métodos que são de difícil compreensão
0
10
20
30
40
50
60
9%
P.3: Comoem LP
Per
cent
agem
: Como tem sido o seu aproveitamento académico em portuguesa
Tabela do gráfico nº 26 M. bom Bom Regular Mau
5 31 22 0
9 53 38 0
O aproveitamento académico é o índice da classificação que o estudante adquir
das avaliações em determinada disciplina durante o período lectivo. A
disseram que o seu aproveitamento é muito bom,
38% (22) consideraram o seu aproveitamento em língua portuguesa
regular, conforme se lê no gráfico nº 26.
Para melhor apreciação da questão, seleccionaram-se algumas justificações
respondentes para o quadro de aproveitamento descrito antes
materiais de apoio e tempo para dedicar-me mais; porque tenho-me sucedido
nho o português como segunda língua; como as demais línguas novilatinas
portuguesa é bastante complexa; as minhas notas variam entre 13 e 17 valores
estou a evoluir em termos de conhecimento; regular pelo esforço que faço
saber tem os seus métodos que são de difícil compreensão.
9%
53%
38%
0%
Como tem sido o seu aproveitamento académicoLP
67
: Como tem sido o seu aproveitamento académico em língua
mico é o índice da classificação que o estudante adquire na
das avaliações em determinada disciplina durante o período lectivo. A esta questão,
disseram que o seu aproveitamento é muito bom, 53% (31) garantiram
em língua portuguesa
se algumas justificações
para o quadro de aproveitamento descrito antes: falta de
sucedido bem; a princípio
como as demais línguas novilatinas, a língua
as minhas notas variam entre 13 e 17 valores; bom porque
regular pelo esforço que faço; qualquer área do
académico
Muito bom
Bom
Regular
Mau
Gráfico nº 27: Quais são os meios didácticos que tem utilizado para a aprendizagem da
Livros Fotocópias
A(58)
F. 47 26
% 81 45
O material didáctico à disposição dos estudantes ajuda a desenvolver as suas
capacidades de aprendizagem
Note-se que o material didáctico
Dos participantes, 81% (
fotocópias, 10% (6) conciliam com as
os apontamentos, 31% (18)
aprendizagem, como se vê no gráfico nº
Para aprofundar as respostas dos respondentes
há carência de obras ou manuai
meu alcance; a realidade em que vivemos há mais fotocópias do que livros
difíceis de conseguir, o que obriga a fazer fotocópias
de todos os meios; livros porque eles servem de norma
todos os meios desde que facilitam a aprendizagem
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90 81%
45%
P.4: Quais sãoaprendizagem
Per
cent
agem
: Quais são os meios didácticos que tem utilizado para a aprendizagem da língua portuguesa
Tabela do gráfico nº 27
ias Revistas Jornais Apontamentos Internet
6 5 31
10 6 53
O material didáctico à disposição dos estudantes ajuda a desenvolver as suas
capacidades de aprendizagem e adquirir um sólido conhecimento dos conteúdos
se que o material didáctico seleccionado é o mais usual entre os estudantes.
81% (47) afirmam que utilizam os livros, 45% (
conciliam com as revistas, 6% (5) recorrem aos jornais,
recorrem à internet e 24% (14) utilizam outros meios
como se vê no gráfico nº 27.
Para aprofundar as respostas dos respondentes, extraiu-se dos comentários o essencial:
há carência de obras ou manuais da mesma área; os livros e a internet são os únicos meios ao
a realidade em que vivemos há mais fotocópias do que livros
difíceis de conseguir, o que obriga a fazer fotocópias; é imprescindível utilizar livros; disponho
livros porque eles servem de norma; só fotocópias por falta de material;
todos os meios desde que facilitam a aprendizagem.
45%
10%6%
53%
31%24%
são os meios didácticos que tem utilizado paraaprendizagem da LP
68
: Quais são os meios didácticos que tem utilizado para a
Internet Outros
18 14
31 24
O material didáctico à disposição dos estudantes ajuda a desenvolver as suas
e adquirir um sólido conhecimento dos conteúdos ministrados.
os estudantes.
45% (26) utilizam as
aos jornais, 53% (31) utilizam
outros meios para a
se dos comentários o essencial:
os livros e a internet são os únicos meios ao
a realidade em que vivemos há mais fotocópias do que livros; os livros são
é imprescindível utilizar livros; disponho
só fotocópias por falta de material;
para a
Livros
Fotocópias
Revistas
Jornais
Apontamentos
Internet
Outros
Gráfico nº 28: Quais são as características que atribui
Fácil deaprender
A(58)
F. 12
% 21
A língua portuguesa
idiossincrásicas que a torna atractiva e excelente para se exprimir. A este respeito, referindo
ao espanhol, que pode ser abrangente ao português, Lobato
“es una lengua relativamente homogénea, una lengua «blanda» (
terminología de la sociología del lenguaje
A esta pergunta, 21%
(14) asseguraram que é dícil de aprender, enquanto
motivadora e 50% (29) garantiram ser uma
nº 28.
Os comentários dos respondentes reforça
motiva à busca de conhecimentos cada vez mais para consolidar o saber
tendo em conta as regras que devem ser aplicadas
palavras; é motivadora por ser o meio de comunicação nacional
escolarização e base de todas as cadeiras
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
21%24%
P.5: Quais são as características que atribui à LP
Per
cent
agem
: Quais são as características que atribui à língua portuguesa
Tabela do gráfico nº 28 ácil de
aprender Difícil de aprender
Motivadora Interessante Desagradável
14 23 29
24 40 50
A língua portuguesa, como qualquer outra língua, apresenta caract
torna atractiva e excelente para se exprimir. A este respeito, referindo
ao espanhol, que pode ser abrangente ao português, Lobato e Gargallo (2004: 16)
es una lengua relativamente homogénea, una lengua «blanda» (
terminología de la sociología del lenguaje”.
21% (12) dos respondentes disseram que é fácil de aprender,
asseguraram que é dícil de aprender, enquanto que 40% (23) dissera
garantiram ser uma língua interessante, como se pode notar no gráfico
Os comentários dos respondentes reforçam a sua opinião em relação
motiva à busca de conhecimentos cada vez mais para consolidar o saber
tendo em conta as regras que devem ser aplicadas; é extensa e tem complexidade na flexão das
é motivadora por ser o meio de comunicação nacional; é interessante porque é de
escolarização e base de todas as cadeiras; é fácil, motivadora e interessante
24%
40%
50%
0%
P.5: Quais são as características que atribui à LP
Fácil de aprender
Difícil de aprender
É motivadora
É interessante
É desagradável
69
língua portuguesa
Desagradável
0
0
apresenta características
torna atractiva e excelente para se exprimir. A este respeito, referindo-se
(2004: 16) reafirmam:
es una lengua relativamente homogénea, una lengua «blanda» (soft language) en
disseram que é fácil de aprender, 24%
disseram que é uma língua
língua interessante, como se pode notar no gráfico
a sua opinião em relação à questão: nos
motiva à busca de conhecimentos cada vez mais para consolidar o saber; difícil de aprender
é extensa e tem complexidade na flexão das
é interessante porque é de
motivadora e interessante.
Fácil de aprender
Difícil de aprender
É motivadora
É interessante
É desagradável
Gráfico nº 29: Para aperfeiçoar a aprendizagem da mais importante para si
Ler Escrever
A(58)
F. 10 1
% 17 2
O processo de aprendizagem e assimilação de uma
tenha o material didáctico suficiente e diversificado, e também,
para aperfeiçoar a sua aprendizagem,
imersão. A esta pergunta, 17% (
aprendizagem é a leitura, 2% (
gramática, enquanto que 71% (
aprimoramento da prática de uma língua e
verificar no gráfico nº 29.
Alguns comentários dos respondentes espelham estas posições
a outra; a partir da gramática podemos entender melhor o seu funcionamento
aperfeiçoada quando se domina todas as variantes
conhecendo todos esses elementos
língua; a leitura situa, interpreta e analisa
0
10
20
30
40
50
60
70
80
17%
2%
10%
P.6: Para aperfeiçoarimportante
Per
cent
agem
: Para aperfeiçoar a aprendizagem da língua portuguesamais importante para si
Tabela do gráfico nº 29
Escrever Gramática Pronúncia Vocabulário
6 0 0
10 0 0
O processo de aprendizagem e assimilação de uma língua requer
tenha o material didáctico suficiente e diversificado, e também, a disposição e interesse deste
para aperfeiçoar a sua aprendizagem, sobretudo, quando a situação se coloca no contexto de
17% (10) dos inquiridos afirmaram que o meio
2% (1) asseveram que é a escrita, 10% (6)
% (41) reafirmaram que todas as variantes contribuem para o
de uma língua e 2% (1) não responderam à pergunt
dos respondentes espelham estas posições: porque uma complet
a partir da gramática podemos entender melhor o seu funcionamento
aperfeiçoada quando se domina todas as variantes; as competências da língua são adquiridas
conhecendo todos esses elementos; escrever e pronunciar são processos de conhecimento da
a leitura situa, interpreta e analisa.
10%
0% 0%
71%
2%
aperfeiçoar a aprendizagem da LP, o que é maisimportante para si
Ler
Escrever
Aperfeiçoar gramática
Pronúncia
Vocabulário
Todas variantes
Não responde
70
língua portuguesa, o que é
Todas as variantes NR
41 1
71 2
língua requer que o aprendente
disposição e interesse deste
a situação se coloca no contexto de
o meio para aperfeiçoar a
) afirmaram que é a
reafirmaram que todas as variantes contribuem para o
pergunta, como se pode
porque uma completa
a partir da gramática podemos entender melhor o seu funcionamento; uma língua é
as competências da língua são adquiridas
escrever e pronunciar são processos de conhecimento da
mais
Ler
Escrever
Aperfeiçoar gramática
Pronúncia
Vocabulário
Todas variantes
Não responde
Gráfico nº 30: Como considera a língua portuguesa
A(58)
F.
%
A língua portuguesa
excelência e polivalência no contexto sociolinguístico do
mesmos espaços socioculturais
intermediário. Para a maioria dos respondentes,
LM e para 43% (25) dos participantes
Saliente-se que pela frequência e
questionados consideram ser sua
gráfico nº 30.
Os comentários dos respondentes demonstram estas posições
aprendi e usam em muitas famílias
considero a língua portuguesa como L2
meio familiar; é a língua mais utilizada na minha infância
minha LM e também L2 porque aprendi duas línguas ao mesmo tempo
população angolana tem como materna as LN
0
10
20
30
40
50
60
60%
P.7: Como considera a língua portuguesa
Per
cent
agem
: Como considera a língua portuguesa
Tabela do gráfico nº 30 LM L2 LE
35 25 0
60 43 0
A língua portuguesa, na qualidade de língua oficial, desempenha um papel
no contexto sociolinguístico dos estudantes, pelo facto de
culturais do mosaico etnolinguístico angolano
a maioria dos respondentes, 60% (35) considera a língua portuguesa como
participantes, é a sua L2.
pela frequência e por razões de posicionamento soc
ram ser sua LM e também L2, de acordo com os dados
dos respondentes demonstram estas posições: é a primeira língua que
aprendi e usam em muitas famílias; foi a primeira e única que aprendi em casa e na escola
considero a língua portuguesa como L2; por ser a minha língua do berço
é a língua mais utilizada na minha infância; LM porque é a língua mãe
minha LM e também L2 porque aprendi duas línguas ao mesmo tempo; L2 porque
população angolana tem como materna as LN.
60%
43%
0%
P.7: Como considera a língua portuguesa
Língua materna
Língua segunda
Língua estrangeira
71
desempenha um papel de
pelo facto de partilhar os
do qual serve de
considera a língua portuguesa como
por razões de posicionamento social, dois dos
de acordo com os dados reflectidos no
é a primeira língua que
foi a primeira e única que aprendi em casa e na escola;
por ser a minha língua do berço; é a mais falada no
LM porque é a língua mãe; é a
L2 porque a maioria da
Língua materna
Língua segunda
Língua estrangeira
Gráfico nº 31: Que língua nacional fala
Umbundu Kimbundu Kikongo
A(58)
F. 47 2
% 81 3
A língua nacional constitui a primeira ferramenta de comunicação, de integração
social e de cultura para a maioria dos
respondentes afirmaram que
passo que 10% (6) não falam nenhuma língua nacional, conforme se pode constatar no gráfico
nº 31.
Para acrescentar, os respondentes comentaram o seguinte:
umbundu; umbundu porque cresci numa pr
que têm a LM Kimbundu; umbundu para mim é tida como língua primeira
parte do povo umbundu; umbundu por ser a minha L2
família é dessa origem; umbund
nenhuma LN, infelizmente.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90 81%
3%
Per
cent
agem
: Que língua nacional fala
Tabela do gráfico nº 31 Kikongo Tchokwe Nganguela Oshykwanyama
0 1 0 0
0 2 0 0
A língua nacional constitui a primeira ferramenta de comunicação, de integração
para a maioria dos participantes. Assim, a esta pergunta 81%
afirmaram que falam Umbundu, 3% (2) Kimbundu, 2% (1) fala Tchokwe,
que 10% (6) não falam nenhuma língua nacional, conforme se pode constatar no gráfico
Para acrescentar, os respondentes comentaram o seguinte: depois do português o
umbundu porque cresci numa província do sul de Angola; por causa dos avós e pais
umbundu para mim é tida como língua primeira
umbundu por ser a minha L2; Tchokwe é a minha L2 porque a minha
umbundu é L2 que tive acesso depois do português
0% 2% 0% 0% 0%
10%
P.8: Que língua nacional fala
72
Oshykwanyama Outras Nenhuma
0 6
0 10
A língua nacional constitui a primeira ferramenta de comunicação, de integração
. Assim, a esta pergunta 81% (47) dos
3% (2) Kimbundu, 2% (1) fala Tchokwe, ao
que 10% (6) não falam nenhuma língua nacional, conforme se pode constatar no gráfico
depois do português o
por causa dos avós e pais
umbundu para mim é tida como língua primeira; umbundu por fazer
Tchokwe é a minha L2 porque a minha
u é L2 que tive acesso depois do português; não sei falar
Umbundu
Kimbundu
Kikongo
Tchokwe
Ngangela
Oshykwanyama
Outras
Nenhuma
Gráfico nº 32: Onde aprendeu a falar a língua nacional
Casa Escola
A(58)
F. 47 4
% 81 7
A língua pode ser adquirida de diversas formas
aprendente está inserido. Para responder
partir de casa, 7% (4) disseram que é na escola, 7%
não responderam a pergunta, como se vê no gráfico nº 32.
Os comentários dos inqui
que os meus pais se identificam
umbundu; foi onde tive as primeiras bases e tenho agora como disciplina
vivi com colegas do interior; é a LM dos meus pais
aprendi na escola porque a minha LM é o português
falava em casa; a minha avó me ensinou
regras.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90 81%
7%
P.9: Onde aprendeu a falar a língua nacional
Per
cent
agem
: Onde aprendeu a falar a língua nacional
Tabela do gráfico nº 32 Escola Amigos Curso Fora País Outra Forma
4 0 0
7 0 0
adquirida de diversas formas, consoante o meio ambiente em que o
Para responder a esta questão, 81% (47) afirmaram ter aprendido a
) disseram que é na escola, 7% (4) aprenderam com os amigos e 10% (6)
não responderam a pergunta, como se vê no gráfico nº 32.
Os comentários dos inquiridos a propósito da questão foram os seguintes:
que os meus pais se identificam; os meus pais, para além do português
foi onde tive as primeiras bases e tenho agora como disciplina
é a LM dos meus pais; é minha LM e na escola para aperfeiçoar
aprendi na escola porque a minha LM é o português; aprendi com os amigos porque não se
a minha avó me ensinou; em casa com os avós e na escola para apreender as
7% 7%0% 0% 0%
10%
P.9: Onde aprendeu a falar a língua nacional
73
Outra Forma Não Resp.
0 6
0 10
consoante o meio ambiente em que o
esta questão, 81% (47) afirmaram ter aprendido a
(4) aprenderam com os amigos e 10% (6)
propósito da questão foram os seguintes: é com ela
, para além do português, também falavam
foi onde tive as primeiras bases e tenho agora como disciplina; no internato onde
é minha LM e na escola para aperfeiçoar;
aprendi com os amigos porque não se
em casa com os avós e na escola para apreender as
Em casa
Na escola
Com amigos
Fez curso
Fora do País
Outra forma
Não responde
Gráfico nº 33: Em que locais é que
Casa Escola
A(58)
F. 31 14
% 53 24
A veiculação de uma determinada língua nacional
falante está inserido e também
diálogo. Para a maioria dos respondentes 53% (
(14) com os amigos, 21% (12) na rua, 3% (2) no local de trabalh
locais e 10% (6) não responderam
veiculada em diversas situações de comunicação,
Os respondentes comentaram e seleccion
apresenta: preciso aperfeiçoá
umbundu; falo muito esta LN na igreja
amigos; no serviço falo com os mais velhos
lugares com amigos.
0
10
20
30
40
50
60 53%
24%
P.10: Em que locais é que se comunica em LN
Per
cent
agem
: Em que locais é que se comunica em língua nacional
Tabela do gráfico nº 33 Amigos Rua Serviço Outros locais
14 12 2 15
24 21 3 26
A veiculação de uma determinada língua nacional obedece ao m
falante está inserido e também à existência de um interlocutor para que se possa estabelecer o
diálogo. Para a maioria dos respondentes 53% (31) falam em casa, 24% (14) na escola, 24%
(14) com os amigos, 21% (12) na rua, 3% (2) no local de trabalho, 26% (15) falam noutros
10% (6) não responderam à questão. De acordo com a frequência
veiculada em diversas situações de comunicação, como se verifica no gráfico nº 33.
comentaram e seleccionaram alguns testemunho
preciso aperfeiçoá-la ainda porque falo mal; quando encontro pessoas que falam
falo muito esta LN na igreja; nem todos falam português; na escola e com os meus
no serviço falo com os mais velhos; em casa porque sinto-me à vontade
24%21%
3%
26%
10%
P.10: Em que locais é que se comunica em LN
74
língua nacional
Outros locais Não Resp.
15 6
26 10
meio social em que o
interlocutor para que se possa estabelecer o
31) falam em casa, 24% (14) na escola, 24%
o, 26% (15) falam noutros
. De acordo com a frequência, nota-se que é
como se verifica no gráfico nº 33.
testemunhos como a seguir se
quando encontro pessoas que falam
na escola e com os meus
me à vontade; falo em todos
Em casa
Na escola
Com amigos
Na rua
No serviço
Outros locais
Não responde
Gráfico nº 34: Tem utilizado a língua nacional para comunicar por escrito
(A)58
F.
%
A escrita das línguas
constrangimentos – e mesmo impedimentos
então vigente em Angola. De acordo com Areia
nativas não estava vedado desde
aos objectivos insertos na Constituição P
(13) dos respondentes afirmaram positivamente que
usam a escrita e 9% (5) não responde
Para consolidar os seus argumentos
quais seleccionámos os seguintes
conta os relatórios; por não ter domínio da ortografia da LN
trabalho; não sei ler nem escrever em condições
escrita não está aperfeiçoada;
0
10
20
30
40
50
60
70
22%
P.11: Tem utilizado a LN para comunicar por escrito
Per
cent
agem
utilizado a língua nacional para comunicar por escrito
Tabela do gráfico nº 34 Sim Não NR
13 40 5
22 69 9
s nacionais não foi amplamente desenvolvida devido aos vários
e mesmo impedimentos – da sua divulgação, impostos pelo regime colonial
então vigente em Angola. De acordo com Areia e Miranda (2001: 97), “
nativas não estava vedado desde que isso facilitasse o acesso das populações ao catolicismo e
Constituição Política de 1933”. Na sequência desta pergunta
afirmaram positivamente que têm escrito, 69% (40) disseram que não
responderam a questão, verifica-se no gráfico nº 34.
Para consolidar os seus argumentos, os respondentes fizeram alguns comentários
quais seleccionámos os seguintes: mal escrevo e ainda há preconceitos;
por não ter domínio da ortografia da LN; na escola onde temos feito este
não sei ler nem escrever em condições; sim porque tenho na escola uma cadeira
; porque dos convivas não utilizamos a LN.
22%
69%
9%
P.11: Tem utilizado a LN para comunicar por escrito
75
utilizado a língua nacional para comunicar por escrito
nacionais não foi amplamente desenvolvida devido aos vários
da sua divulgação, impostos pelo regime colonial
“O recurso às línguas
isso facilitasse o acesso das populações ao catolicismo e
Na sequência desta pergunta, 22%
têm escrito, 69% (40) disseram que não
se no gráfico nº 34.
alguns comentários, dos
na igreja, tendo em
na escola onde temos feito este
sim porque tenho na escola uma cadeira; a
P.11: Tem utilizado a LN para comunicar por escrito
Sim
Não
N. responde
Gráfico nº 35: Que língua estrangeira
Inglesa Francesa
A(58)
F. 34 6
% 58 10
O domínio de várias línguas constitui uma
hoje, representam primazia n
comunicam e se inserem noutras sociedades e em ambientes sociolinguísticos
diferenciados. O QECR (2001: 25)
visto no contexto do pluriculturalismo. A língua
cultura, mas é também um meio de
A esta questão, 58% (34)
(6) falam a língua francesa, 2% (1) língua espanhola e 33
estrangeira. Pela razão da frequência
uma língua, como se descreve
Alguns comentários que justificam estas posições são os seguintes
inglês porque é a língua de opção
tenho vindo a aprender inglês
francês na escola e espanhol com os cubanos
francês que aprendi na escola
0
10
20
30
40
50
6058%
10%
P.12: Que língua estrangeira conhece
Per
cent
agem
: Que língua estrangeira conhece
Tabela do gráfico nº 35 Francesa Espanhola Russa Alemã Lingala
1 0 0 0
2 0 0 0
O domínio de várias línguas constitui uma vantagem, pois as pessoas
na mobilidade, sobretudo na esfera no emprego,
noutras sociedades e em ambientes sociolinguísticos
(2001: 25), neste aspecto, salienta que “O plurilinguismo tem que ser
visto no contexto do pluriculturalismo. A língua não é apenas um aspecto fundamental da
cultura, mas é também um meio de acesso a manifestações culturais”.
% (34) dos participantes afirmaram que falam a língua inglesa, 10%
sa, 2% (1) língua espanhola e 33% (17) não fala
estrangeira. Pela razão da frequência, verifica-se que há respondentes que
descreve no gráfico nº 35.
que justificam estas posições são os seguintes
inglês porque é a língua de opção; não falo nenhuma porque nunca saí do país
er inglês; falo um pouco inglês porque acho fascinante
francês na escola e espanhol com os cubanos; nenhuma por não ter formação específica
francês que aprendi na escola.
10%
3%0% 0% 0% 0%
33%
P.12: Que língua estrangeira conhece
76
Outras Nenhuma
0 17
0 33
s pessoas plurilingues,
emprego, facilmente se
noutras sociedades e em ambientes sociolinguísticos e culturais
plurilinguismo tem que ser
não é apenas um aspecto fundamental da
a língua inglesa, 10%
não falam nenhuma língua
se que há respondentes que dominam mais de
que justificam estas posições são os seguintes: falta de interesse;
não falo nenhuma porque nunca saí do país; não falo, mas
falo um pouco inglês porque acho fascinante; aprendi inglês,
nenhuma por não ter formação específica;
Inglesa
Francesa
Espanhola
Russa
Alemã
Lingala
Outras
Nenhuma
Gráfico nº 36: Depois de terminar o curso vai seguir a carreira
A(58)
F.
%
A carreira docente afigura
sociedades, porque é a partir dela que se transmite o conhecimento
gerações para gerações.
Em relação a esta pe
carreira docente depois da formação, 2% (1) assegura
(1) não responderam à pergunta.
Para comentar esta pergunta
continuar; amo a profissão docente
oportunidade e é o mais normal possível
sonho ser professora de língua portuguesa
0
20
40
60
80
100
P.13: Depoisdocente
Per
cent
agem
: Depois de terminar o curso vai seguir a carreira
Tabela do gráfico nº 36 Sim Não Não Responde
56 1 1
97 2 2
afigura-se como a mais importante e nobre tarefa de todas as
porque é a partir dela que se transmite o conhecimento socio
ergunta, 97% (56) respondentes aferiram que
carreira docente depois da formação, 2% (1) asseguram que não desejam seguir a carreira e
pergunta.
esta pergunta, os respondentes afirmaram: já sou professor e pretendo
amo a profissão docente; para aplicar o conhecimento adquirido
oportunidade e é o mais normal possível; sou docente há 28 anos; é a carreira de opção
de língua portuguesa; gosto e tenho amor por ela.
97%
2% 2%
Depois de terminar o curso vai seguir a carreiradocente
77
: Depois de terminar o curso vai seguir a carreira docente
e nobre tarefa de todas as
sociocultural formal de
que pretendem seguir a
seguir a carreira e 2%
á sou professor e pretendo
para aplicar o conhecimento adquirido; por falta de
é a carreira de opção; é um
carreira
Sim
Não
N.responde
Gráfico nº 37: Porque escolheu a carreira do professorado
Gosto
Femprego
A(58)
F. 35
% 60
O exercício da tarefa docente, dadas as suas especificidades endógenas, requer que se
tenha sentido de responsabilidade para
alunos à aprendizagem sólida, bas
Respondendo à questão
optaram pela carreira docente por
noutras áreas, 14% (8) assevera
3% (2) não responderam à pergunta, co
Para auxiliar as suas respostas
seleccionámos: sempre gostei da docência
circunstâncias alheias à minha vontade
no progresso do País; é o ramo mais divulgado no País e só posso ser professora
criança desejei seguir essa carreira
0
10
20
30
40
50
60
60%
16%
P.14: Porque escolheu a carreira do professorado
Per
cent
agem
: Porque escolheu a carreira do professorado
Tabela do gráfico nº 37 Falta de emprego
Opção Ordenado N. tem escolha
9 8 0 4
16 14 0 7
da tarefa docente, dadas as suas especificidades endógenas, requer que se
tenha sentido de responsabilidade para lidar com zelo e abnegação na tarefa de
alunos à aprendizagem sólida, baseada no conhecimento da ética e estetizando o belo.
questão, verificou-se que 60% (35) dos inquiridos afirma
carreira docente porque gostam, 16% (9) declararam que é por falta de emprego
noutras áreas, 14% (8) asseveraram que é por opção, 7% (4) garante que não têm outra escolha,
pergunta, como consta no gráfico nº37.
Para auxiliar as suas respostas, os respondentes teceram alguns comentários
sempre gostei da docência; adoro transmitir conhecimentos
circunstâncias alheias à minha vontade; para pôr fim ao analfabetismo em Angola
é o ramo mais divulgado no País e só posso ser professora
criança desejei seguir essa carreira.
16% 14%
0%
7%3%
P.14: Porque escolheu a carreira do professorado
Por gosto
Falta de emprego noutras áreas
Por opção
Bom ordenado
Não tem escolha
N. responde
78
N. tem escolha NR
2
3
da tarefa docente, dadas as suas especificidades endógenas, requer que se
a tarefa de condução dos
estetizando o belo.
ridos afirmaram que
que é por falta de emprego
que não têm outra escolha,
alguns comentários, dos quais
adoro transmitir conhecimentos; houve
em Angola; contribuir
é o ramo mais divulgado no País e só posso ser professora; desde
Falta de emprego noutras áreas
Por opção
Bom ordenado
Não tem escolha
N. responde
79
3.4 Conclusões do Corpus de Análise Interpretativa dos Resultados
O panorama do capítulo da análise interpretativa dos resultados levou-nos a concluir
que a amostra é representativa e foi extraída do universo da disciplina de língua portuguesa em
três categorias: Direcção da Repartição de Língua Portuguesa, Professores e Estudantes. Para
atribuir uma maior relevância ao trabalho, o questionário teve em consideração a
representatividade do género que permitiu constatar a presença dos dois sexos do total dos
elementos da amostra de 65 participantes (professores e estudantes), sendo 57% (37) do sexo
masculino e 40% (28) do sexo feminino, o que demonstra existir um equilíbrio entre os
géneros.
O outro dado importante no questionário foi o da faixa etária dos elementos da
amostra que nos permitiu verificar os níveis de responsabilidade do grupo em assumir a
realização de determinadas actividades. Assim, a faixa do grupo situa-se entre os 20 e 50 anos,
com maior representatividade entre os 20 e 40 anos de idade.
Em relação à categoria dos professores o questionário teve em consideração também o
nível de escolaridade, o tempo de serviço dedicado à educação e o nível em que leccionam,
variáveis que permitiram compulsar o nível de competência profissional do corpo docente.
Neste caso, as características da amostra indicam-nos que ela é representativa, como salienta
Reis (2010: 76) “Uma amostra é considerada representativa se as suas características se
assemelham, o mais possível, às da população-alvo”.
No que concerne à primeira questão colocada aos professores sobre a análise que faz
do curso de LP que ministra, a mesma pergunta foi formulada aos estudantes, porém no
contexto de aprendente (Pergunta nº 1: gosta de estudar a LP?). Verificamos que as respostas
foram unânimes, uma vez que, 100% dos professores concederam uma avaliação positiva, ao
passo que os estudantes 98% gostam de estudar a LP e, apenas 2% não gostam porque a
consideram difícil. Como vimos na fundamentação teórica deste trabalho, no dizer de Grosso
(1993: 850): “actualmente é difícil alguém querer aprender uma língua sem motivação ou sem
ser motivado. Independentemente das necessidades comunicativas e das motivações pessoais,
há a ideia de que uma língua pode e deve ser apelativa, atraindo os potenciais aprendentes
(…)”.
Na questão relativa ao interesse pelo curso que os professores ministram também
foram unânimes (100%) em confirmarem que tem havido dedicação pelo curso de LP, uma vez
que se trata de um instrumento de comunicação e aprendizagem e de socialização. Também
questionados sobre o interesse dos estudantes na aprendizagem da LP, na óptica dos
80
professores, verificou-se que 86% concordaram, 14% não responderam à questão e a variável
negativa “Não” não foi accionada. Fica demonstrado que a avaliação dos professores em
relação ao empenho dos estudantes na aprendizagem da LP é satisfatória. Entretanto, uma
pergunta semelhante formulada aos estudantes (p.3. Como tem sido o seu aproveitamento
académico em LP?) demonstra que os estudantes têm opiniões diferentes. Dos quatro
parâmetros estabelecidos no gráfico nº 26 verificou-se que, 9% dos estudantes consideram o
seu aproveitamento de Muito bom, 53% Bom, 38% Regular e a variável “Mau” não foi
accionada. Como única língua de escolarização, isto é, extensiva a todas as outras disciplinas, a
LP torna-se, assim numa disciplina fundamental na condução do processo docente-educativo e
se sobrepõe no leque das outras todas. Daí o interesse e o esforço por parte dos estudantes em
apreendê-la. Ponte (2007: 2), já citado nesta obra, refere que “o português é hoje uma língua
internacional, personalizada fortemente em cada país em que é falado”.
Questionados acerca do material didáctico para o ensino-aprendizagem da LP (p.4,
gráfico 9), verificou-se que 86% dos professores asseguraram que é insuficiente e inadequado
para o curso de LP. E, à pergunta feita aos estudantes (p.4, gráfico 27 – Quais são os meios
didácticos que tem utilizado para a aprendizagem da LP?), estes, dos vários meios didácticos
apontados elegeram em primeiro lugar os livros, 81%. Assim, o cenário que se apresenta ao
corpo docente e discente é elucidativo, uma vez que o material didáctico é imprescindível para
o desenvolvimento harmonioso do processo de ensino-aprendizagem. Como se pode notar na
definição de Garcia (2010), citado anteriormente, “Os materiais didácticos são mediadores
entre o professor, o aluno e o conhecimento”.
No concernente à questão dos conteúdos em que os estudantes apresentam
dificuldades (p. 5, gráfico 10), os professores mencionaram a escrita 86%, gramática 86%,
oralidade 14% e a leitura não foi citada. Nesta mesma vertente, a pergunta formulada aos
alunos (p.6, gráfico 29) demonstra que a maioria, 71%, apresenta dificuldades em todas as
variantes em questão. A metodologia do ensino da LP como sendo materna para todo o
universo de alunos e a escassez do material didáctico têm reflexos directos no processo de
aprendizagem e assimilação da matéria pelos estudantes. Recorrendo à opinião de Grosso
(2005: 360), citado no corpus do trabalho, salienta que “a actual gramática apresenta a língua
portuguesa na óptica de quem a domina, não responde, por conseguinte, ao tipo de dúvidas que
os alunos de outras línguas maternas apresentam”.
No que concerne à questão sociolinguística do português e a sua classificação (p.6,
gráfico 11) em LM, L2 e LE, 86% dos respondentes consideram-na de LM, ao passo que 57% a
consideram de L2 e não foi eleita como LE. A mesma pergunta feita aos estudantes (p.7,
81
gráfico 30) demonstra que 60% a utilizam como LM, 43% L2 e também a variante LE não foi
seleccionada. A proeminência de que goza a LP no contexto Nacional (socialização das várias
etnias, escolarização, comunicação social, economia, etc.) em relação às LN (línguas de grupos
étnicos, de cultura) permite que a maioria, 63% do total dos participantes (professores e
estudantes) a considere de LM. Entretanto, verificamos nas definições, segundo Mateus e
Xavier (1990: 231), já citados neste trabalho, que a Língua Materna é a “Língua nativa do
sujeito que a foi adquirindo naturalmente ao longo da infância e sobre a qual ele possui
intuições linguísticas quanto à forma e uso”.
Quanto ao ponto sobre a reflexão dos conteúdos do ensino-aprendizagem de LP como
L2 (p.7, gráfico 12), 14% dos professores disseram que os conteúdos ministrados reflectem o
ensino-aprendizagem como L2, ao passo que 71% garantem que não e 14% não responderam a
questão. Como ficou patente na pergunta anterior, a maioria dos participantes considera a LP
como LM, por outro lado, denota-se um certo desconhecimento da tríplice classificação (LM,
L2, LE) que a Didáctica das Línguas e a Linguística moderna atribuem às línguas. Podemos
fundamentar esta questão com a definição de L2, que de acordo com Grosso (2005: 360),
também já citado no texto, “o conceito de Língua segunda refere-se à língua que, não sendo
materna, é oficial (ou tem um estatuto especial), sendo também a língua de ensino e da
socialização secundária”.
Analisando a pergunta sobre as outras línguas estrangeiras que os inquiridos falam
(p.8, gráfico 13), notamos que 71% dos professores elegeram o inglês, francês com 43%,
seguindo-se as outras com 14%, os que não falam nenhuma 14% e as línguas como o russo e
alemão não foram mencionadas. A mesma questão formulada aos alunos (p. 12, gráfico 35)
demonstra que 58% falam o inglês, 10% francês, espanhol 2% e as outras como o russo, o
alemão, lingala não foram eleitas por serem de pouca divulgação no país e os que não falam
nenhuma representam 33%. O domínio de inglês e do francês deve-se ao facto de constituírem-
se em disciplinas de opção nos currículos escolares desde o II ciclo. A elevada percentagem de
estudantes que não falam nenhuma língua estrangeira deve ser encarada, por isso, com alguma
preocupação, pois hoje o domínio de línguas constitui uma das ferramentas importantes para o
aprimoramento das competências profissionais do indivíduo. Nesta vertente, o QECR (2001:
25), citado no trabalho, esclarece que “O plurilinguismo tem que ser visto no contexto do
pluriculturalismo. A língua não é apenas um aspecto fundamental da cultura, mas também um
meio de acesso a manifestações culturais”.
No aspecto referente ao ensino de línguas nacionais (p. 9, gráfico 14), a opinião dos
professores é divergente, pois 57% disseram que gostam de ministrar aulas em LN, ao passo
82
que 43% asseguram que não. Uma pergunta semelhante dirigida aos estudantes (p.9, gráfico 32
– Onde aprendeu a falar a LN?), nota-se que é mais evidente a resposta, porque 81%
responderam que aprenderam em casa, apenas 7% na escola e 7% com os amigos. Persistem
ainda as dificuldades das LN, pois por não terem sido escolarizadas ao longo dos tempos
muitos dos respondentes não tiveram a oportunidade de assimilar a sua forma gráfica, sendo
difícil, numa primeira fase a sua interiorização como conteúdo escolar específico, sem que,
para o efeito se promova uma formação massificada do corpo docente. Ainda neste trabalho, o
Estatuto das LN resume que são todas as línguas usadas histórica e secularmente pelos povos
que habitam o território nacional, independentemente do número de falantes, enquanto veículo
de transmissão das suas mensagens, e integrarem as comunidades linguísticas angolanas,
devendo-se promover o seu desenvolvimento e difusão (Estatuto das Línguas Nacionais, 2004:
6).
No que concerne à questão em que LN gostaria de ministrar as aulas (p.10, gráfico
15), 71% dos professores responderam ser umbundu que é também a língua que dominam, 14%
disseram que é kimbundu e 14% nenhuma. Aos estudantes fez-se uma pergunta semelhante
(p.8, gráfico 31 – Que LN fala?), constatamos que 81% falam umbundu, 3% kimbundu, 2%
tchokwe e 10% não falam nenhuma. Por se tratar de uma região predominantemente da etnia
umbundu, a maioria dos participantes também são desse grupo etnolinguístico. Em função
desta pergunta podemos concluir que o equívoco verificado sobre a LM dos respondentes não
é, definitivamente a LP.
Questionados sobre as vantagens da inserção das LN no sistema de ensino (p.11,
gráfico 16), 86% dos professores asseguraram que o processo traz vantagens para a melhoria
dos níveis de competência comunicativa e proficiência da LP e 14% disseram que não. Uma
pergunta nesse sentido colocada aos alunos (p.11, gráfico 34 – Tens utilizado a LN para se
comunicar por escrito?), demonstra que 22% utilizam a escrita, enquanto que 69% não usam a
escrita em LN para comunicar. Notamos que é pertinente e oportuna a inserção das LN no
sistema de educação pela vantagem que engloba quer pela melhoria das competências
comunicativas da LP como principal instrumento de comunicação, quer pela preservação
através da escrita dos hábitos, usos e costumes dos povos que sempre primaram pela oralidade
como forma de transmissão das suas tradições de geração em geração. Como salienta Gargallo
(1993: 154), citado no corpo do trabalho, “La lengua constituye la más maravillosa capacidad
con que cuenta el ser humano, y la que le concreta como tal”.
No que respeita à pergunta sobre a participação dos professores nos eventos que se
realizam sobre a LP e o seu estado no país (p.12, gráfico 17), verificamos que 71% participam
83
dos eventos, 29% não participam, 14% consideram que o estado actual da LP no país é bom,
71% consideram regular e 14% não responderam a pergunta. Os eventos como conferências,
palestras, seminários que são realizados em prol da LP contribuem para o seu fortalecimento e
visam igualmente aproximar os pontos de vista dos seus falantes. Neste sentido, referindo-nos a
José (2005: 14), citado nesta obra, escreve que “A realidade e cultura angolanas possuem
características próprias e diferentes da realidade e cultura do país anfitrião de que a língua
padrão é originária”.
Em relação à pergunta sobre o horário estabelecido para o ensino-aprendizagem da LP
(p.13, gráfico 18), constatamos que 29% dos inquiridos consideram que é satisfatório, ao passo
que 43% consideram que o tempo dosificado é insuficiente. Como se pode verificar é
importante que se preste mais atenção aos horários estipulados para a LP, uma vez que também
o tempo é um factor fundamental para o processo de ensino-aprendizagem.
No que concerne à questão da formação de professores (p.14, gráfico 19), notamos que
29% dos professores responderam que tem havido acções de formação e superação pedagógica,
enquanto a maioria, 57%, disse que não e 14% não responderam à pergunta. A formação de
professores é fundamental para a garantia de um ensino de qualidade porque a formação supera
as lacunas e atribui competências ao docente para a melhoria do seu desempenho. Como diz
Alarcão (1996: 13), já referenciado no trabalho, “para perspectivar a formação de profissionais
é preciso compreender a própria actividade profissional que é apresentada como actuação
inteligente e flexível, situada e reactiva, produto de mistura integrada de ciência, técnica e arte,
caracterizada por uma sensibilidade de artista aos índices manifestos ou implícitos”.
A questão relativa à importância que se atribui a formação e superação dos professores
(p.15, gráfico 20), os inquiridos, por unanimidade (100%), responderam que consideram
importante a formação, o que se confirma pela argumentação apresentada na justificação da
pergunta anterior.
A pergunta que se refere acerca da importância da LP para o desenvolvimento do país
(p.16, gráfico 21), demonstra que os 100% dos professores reconheceram a importância da LP
para o desenvolvimento do país. A LP, por conseguinte, é considerada língua oficial e detém
um estatuto institucional, sendo reconhecida como factor de unificação de uma nação
multilingue, exclusiva na governação, órgãos de comunicação social, na comunicação no
exército, prevalecente na produção literária e no conhecimento científico e, não menos
importante, língua de intermediação no concerto de outros Estados, mormente da CPLP.
Língua exclusiva de escolarização, é hoje língua materna de muitos angolanos, sobretudo da
geração do período pós-independência, situação que muito deve à dinâmica de conflitos pós-
84
coloniais. Segundo Fernandes e Ntondo (2002), citados neste trabalho, mencionam que “a
adopção do português como língua oficial foi um processo comum à grande maioria dos países
africanos que assumiram a identidade linguística do colonizador, por necessidade de interacção
social”.
De uma forma resumida, apresentamos assim a sistematização de um conjunto de
dados referenciados neste capítulo.
85
CONCLUSÕES
Ao concluir este trabalho, torna-se imprescindível salientar a importância da formação
de professores, profissionais esses que assumem o papel de moderadores do conhecimento
científico e tecnológico e que, por conseguinte, devem ser dotados de competências com o
propósito de responderem e corresponderem às exigências do desenvolvimento da sociedade
numa estratégia holística. “Ao mesmo tempo que as fontes de produção de conhecimento se
multiplicaram, o ingresso a ele também se transformou: acesso imediato em tempo real às
pesquisas, a periódicos, artigos, livros, palestras, conferências, sites e ao próprio pesquisador e
especialista que publica”, refere Masetto (2012: 16).
Nestas circunstâncias, a pesquisa empreendida constatou que 57% dos docentes aferiu
que as acções de formação e superação profissional são escassas.
Fundamentou-se a questão das línguas em Angola, que se classificam em Língua
Oficial (LO) e Línguas Nacionais (LN), característica endógena das sociedades multilingues,
herança étnico-cultural dos países africanos saídos dos regimes coloniais. Nessa coabitação
entre as duas variantes linguísticas, o português assume-se, no contexto institucional, de LO,
desempenhando, por conseguinte, um papel preponderante de principal veículo de
comunicação, de representação governativa, de educação, dos órgãos de comunicação social,
de comércio e de socialização no exército. No contexto sociolinguístico, a LP foi difundida em
todo o território nacional e é falada, mesmo de forma bantulizada ou adulterada, por mais de
70% da população angolana, a par das LN, o que lhe confere um estatuto de LM para alguns e
L2 para outros. Do total dos participantes da investigação, verificou-se que 62% considera o
português como LM, 45% a têm como L2 e ainda 9% detêm-na como LM e L2.
Em relação às LN veiculadas pela maioria da população autóctone, estas repartem-se
em dois grandes grupos etnolinguísticos: Povos Bantu e Não-Bantu. As línguas Bantu
identificam-se por etnias como Umbundu, Kimbundu, Kikongo, Tchokwe, Nganguela,
Oshykwanyama com as respectivas variantes. E a comunidade Não-Bantu se reparte em
Bochimanes, Cazamas, Cuissi e Cuepe (Redinha, 1962: 11-20). Concluiu-se que, da totalidade
dos respondentes, 79% de falantes são umbundu (por se tratar de uma região de predominância
dessa etnia), 5% kimbundu, tchokwe 2% e os que não falam nenhuma LN representam 11%. A
glotofagia das LN é iminente em detrimento do português, derivando do desinteresse da
geração imatura na manutenção da sua grafologia. Assim, da investigação realizada apurou-se
que 69% dos estudantes não utiliza a escrita das LN, 22% escrevem (nos contextos da escola e
da igreja) e 9% não responderam à questão. Além disso, quanto ao sistema de fala, 53% em
86
casa, 24% na escola, 24% com os amigos, na rua 21%, no local de trabalho 3% e 26% falam a
LN noutros locais.
Também o material didáctico tem sido insuficiente para sustentar o normal
desenvolvimento do processo docente-educativo, essencialmente da língua portuguesa e das
línguas nacionais.
A carreira docente não tem sido opção ideal para alguns estudantes, futuros
professores, que seguem a profissão como escapatória por falta de oportunidades noutros
sectores profissionais que garantam uma remuneração mais atraente.
Analisou-se a teoria das competências na perspectiva do processo ensino-
aprendizagem. Na óptica do descritor QECR (2001:29), instrumento eficaz para o ensino-
aprendizagem das línguas, Competências são definidas como “o conjunto dos conhecimentos,
capacidades e características que permitem a realização de acções”. Também Masetto (2012:
30), citando Perrenoud et al. (2002: 19) salienta que “atualmente define-se uma competência
como a aptidão para enfrentar um conjunto de situações análogas, mobilizando de uma forma
correta, rápida, pertinente e criativa, múltiplos recursos cognitivos: saberes, capacidades,
microcompetências, informações, valores, atitudes, esquemas de percepção, de avaliação e de
raciocínio”.
O trabalho realizado no âmbito desta investigação deixa uma abertura no sentido de
que os futuros investigadores e outras instituições interessadas neste tema possam ampliar a
dimensão do ângulo dos objectivos, obviamente inesgotável, bem como descobrir outra via a
seguir, reformulando conceitos para atingir os objectivos que, por essa razão, não puderam ser
aqui alcançados, como a seguir se sugere:
1. garantir as condições necessárias para a formação e superação profissional dos
professores, promovendo as competências latentes para o asseguramento de um
processo docente-educativo que corresponda às expectativas do desenvolvimento
da sociedade;
2. mobilizar esforços para a manutenção da cooperação com as instituições
congéneres e similares que zelam pela padronização da língua portuguesa,
designadamente universidades da lusofonia, PALOP, CPLP, Observatório da
Língua Portuguesa, Instituto Camões e outras, com vista à promoção de
seminários, palestras, conferências e outros eventos de reflexão e discussão sobre
as questões linguísticas;
3. assegurar a criação de bibliotecas apetrechadas para suprir as carências
bibliográficas de língua portuguesa, virada para a actividade de investigação
87
científica, com o apoio das instituições citadas para o decurso harmonioso do
sistema educacional, porquanto o português é a língua da plataforma de ensino;
4. garantir condições mobilizadoras e de incentivo para a formação e
aperfeiçoamento dos professores em cursos de línguas estrangeiras, facilitando à
pesquisa, sobretudo da bibliografia das línguas do domínio académico e científico;
5. incentivar e promover actividades sobre a importância do ensino-aprendizagem
das línguas nacionais, contando com as parcerias dos Ministérios da Cultura, de
Comunicação Social e órgãos que evidenciam esforços para a preservação das
mesmas, cujo objectivo é o de criar interesse dos estudantes e professores sobre as
vantagens da sua valorização para a finalidade educativa;
6. assegurar a generalização dos serviços de internet como complemento do
programa académico, estimulando e reforçando o acesso às tecnologias de
informação como garante do desenvolvimento do capital humano, exigência da
sociedade globalizada;
7. criar condições para a implementação de gratificação que torne a carreira docente
atraente, expectante e esperançosa.
Assim, este trabalho investigativo sobre a formação de professores de português,
língua segunda, aplicado ao caso da Universidade Katyavala Bwila, atingiu os objectivos
propostos, ao mesmo tempo que deixa pistas para a orientação de pesquisas futuras. As
limitações e os constrangimentos que se impuseram no percurso da investigação, quer de ordem
estrutural, campo de trabalho e população, são inerentes a um trabalho desta envergadura
realizado entre dois povos (Português e Angolano).
88
GLOSSÁRIO
Para uma compreensão correcta e enquadramento deste trabalho, apresentamos as definições
dos principais termos e conceitos afectos ao tema:
Língua – ( do latim lingua, -ae), sendo um sistema abstrato de signos interrelacionados, de
natureza social e psíquica, para este trabalho, das variadas definições que aferimos,
apresentamos a que melhor se insere. “É uma virtualidade de agrupamentos de signos que
obedecem a certas regras de ordem sintáctica e ao mesmo tempo semântica”.
Língua Nacional – Por refletir uma determinada herança étnico-cultural das línguas
autóctones, a presente definição é a que melhor enquadramento oferece. “É a língua falada
num determinado território que, por reflectir uma determinada herança étnico-cultural,
representa um elemento caracterizador de uma consciência nacional e, nos casos mais
evoluídos, é também suporte de uma expressão literária autónoma”.
Língua oficial – Sendo a língua de relacionamento das populações no quadro dos diversos
actos oficiais de estado, apresenta-se neste trabalho como definição mais coerente a seguinte:
“É a língua à qual é conferido o privilégio de utilização no quadro das actividades oficiais,
sendo utilizada em todos os órgãos do Estado ou da administração”.
Língua crioula – Língua de ascendência de várias outras e é falada por uma comunidade
linguística devidamente identificada e, nesta obra apresentamos esta como a definição mais
extensiva. “Língua formada pela expansão e complexificação de um pidgin19 e que se torna a
primeira língua de uma comunidade”.
Professor – O termo professor derivado do latim, significa literalmente uma pessoa que
professa/ensina uma arte, ciência ou transmite conhecimentos. Neste trabalho apresentamos
esta definição como a coerente das várias que se espelham no corpus. “É uma pessoa que
desempenha funções docentes numa escola e que deve reunir três competências fundamentais:
pessoal, docente e institucional, deve ser uma pessoa bem formada, manifestando atitudes
adequadas para com aqueles com quem contacta no processo de ensino-aprendizagem”.
19 Xavier, M. F. e Mateus, M.H. (Org.). (1990: 232). Dicionário de Termos Linguísticos. (Vol. 1). A língua pidgin é um “Sistema de comunicação linguística que emerge de contextos multilingues, caracterizado por não ter falantes nativos”.
89
Formação – Do latim formatio (acto, efeito de formar), a definição seleccionada é a que se
coaduna com o trabalho. “Conjunto de actividades que visam a aquisição de conhecimentos,
capacidades, atitudes e formas de comportamento exigidos para o exercício das funções
próprias duma profissão ou grupo de profissões em qualquer ramo de actividade económica”.
Competência – É uma expressão que tem origem no latim (competentĭa). “É a aptidão para
enfrentar um conjunto de situações análogas, mobilizando, de uma forma correcta, rápida,
pertinente e criativa, múltiplos recursos cognitivos: saberes, capacidades, microcompetências,
informações, valores, atitudes, esquemas de percepção, de avaliação e de raciocínio”.
90
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ANEXO I
htt://cc3413.wordpress.com/2010/11/22angola-o-gigante%C2% AO africano/
Angola Ethnic map 1970-pt.svg
ANEXO II
ANEXO III
QUADRO DESCRITIVO DOS GRUPOS ETNOLINGUÍSTICOS DE ANGOLA LÍNGUAS DE ANGOLA
Oficial Português
Nacionais Umbundu, Kimbundu, Kikongo, Cokwé, Nganguela e Oshykwanyama
Nativas
Bolo, Diriku, Holu, Khwe, Kilari, Kisikongo, Kung-Ekoka, Kwadi,
Kwangali, Lingala, Lukazi, Luimbi, Lunda, Luvale, Luyana, Maligo, Mashi,
Mbangala, Mbukushu, Mbunda, Mbwela, Ndombe, Ndonga, Ngandyera,
Nkangala, Nkumbi, Nyaneka, Nyemba, Nyengo, Oung, Oshiwambo, Ruund,
Sama, Songo, Yaka, Yauma, Yombe, Zemba
Dialectos
[Côkwe] Minungo, Ulanda, Ukhongo · [Holu] Yeci · [Khwe] Buma-Kxoe ·
[Kikongo] Kongo do Sul, Kongo do Sudoeste, Kongo do Oeste (Ibinda,
Fiote, Fioti), Ndingi, Mboka, Kisikongo, Kizombo, Kindibu, Kimanyanga,
Kiwoyo de Cabinda, Kiyombe de Cabinda · [Kimbundu] Njinga (Ginga,
Jinga), Mbamba (Kimbamba, Bambeiro), Mbaka (Ambaquista), Ngola ·
[Português] Benguelense, Huambense, Luandense, Sulista · [Kwadi]
Zorotua (Vasorontu) · [Kwangali] Sambyu (Shisambyu, Sambiu, Sambio) ·
[Lucazi] Ngangela · [Luyana] Kwandi, Mbowe (Esimbowe), Mdundulu
(Ndundulu, Imilangu), Mishulundu · [Mashi] Kwandu do Norte, Kwandu do
Sul · [Mbangala] Mbangala, Yongo · [Ngandyera] Kwambi · [Nkumbi]
Nkumbi-mulondo · [Nyaneka] Humbe, Mwila (Olumuila, Muila, Huila),
Ngambwe (Olungambwe), Handa, Cipungu, Cilenge · [Oshiwambo]
Oshikwanyama, Kwambi, Mbadja · [Umbundu] Mbalundu · [Yaka]
Ngoongo · [Yombe] Mbala (Mumbala), Vungunya (Kivungunya, Yombe
Classico)
ANEXO IV
Imagem de um caçador do povo Khoisan: Sul de Angola:
ANEXO V
A beleza da mulher do sul de Angola: povo Khoisan (Nhaneca-Humbe)
ANEXO VI
Juventude feminina do sul de Angola: povo Khoisan (Nhaneca-humbe)
ANEXO VII
Plano Curricular
APÊNDICE I
Ao
Exmo Senhor
Chefe da Repartição de Português do Departamento
de Letras Modernas do ISCED da UKB
B e n g u e l a Assunto: Inquérito por Questionário.-
Eu, Mateus Segunda Chicumba, mestrando em Língua e Cultura Portuguesa na
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, pretendendo realizar trabalho de
investigação para a elaboração de tese de mestrado, venho por este intermédio
remeter à V.Excias o respectivo questionário.
Gostaria de contar com o vosso inestimável apoio para responder o questionário
em anexo.
Muito obrigado por todo o vosso apoio e disponibilidade.
Benguela aos _________/__________/2012.
O Mestrando,
______________________________
Mateus Segunda Chicumba
APÊNDICE II
INQUÉRITO POR QUESTIONÁRIO DIRIGIDO AO CHEFE DA REPARTIÇÃO DE PORTUGUÊS (1)
Estimado senhor Chefe da Repartição de Português do Departamento de Letras Modernas do Instituto Superior de Ciências da Educação da Universidade Katyavala Bwila, pretendemos realizar um trabalho de investigação sobre a “Análise da Formação de Professores de Português, Língua Segunda (PL2) na Universidade Katyavala Bwila”, trabalho conducente à realização da tese de mestrado em Língua e Cultura Portuguesa.
A cada questão responda assinalando com a letra (X) o quadradinho correspondente e argumente com clareza as questões que considerar pertinentes pela sua experiência.
Dados Biográficos:
Sexo: Masculino Feminino
Idade_________ anos
Função que exerce_____________________________________________________
Habilitações literárias___________________________________________________
Habilitações profissionais________________________________________________
Tempo de serviço______________________________________________________
1. Que análise faz em relação aos resultados obtidos na formação dos professores de língua portuguesa?
Positiva Negativa
Porquê?_____________________________________________________________________________________________________________________________
2. Considera a língua portuguesa:
Como língua materna?
Como língua segunda?
Como língua estrangeira?
Justifique________________________________________________________
_______________________________________________________________
3. O plano de estudos do ensino/aprendizagem da língua portuguesa é ideal para o ensino de uma língua segunda?
Sim Não
Justifique________________________________________________________
_______________________________________________________________
4. A bibliografia disponível é suficiente para o ensino/aprendizagem da língua portuguesa?
Sim Não
Justifique________________________________________________________
_______________________________________________________________
5. Os estudantes (futuros professores) têm mostrado interesse em aprender a língua portuguesa?
Sim Não
Qual será a maior motivação?_______________________________________
_______________________________________________________________
6. Que tipo de dificuldades têm apresentado os professores no decurso do seu trabalho?
Falta de material didáctico
Desinteresse pela educação
Desmotivação pela carreira docente
Excesso de carga horária
Outras dificuldades
Se forem outras dificuldades, justifique________________________________
_______________________________________________________________
7. Considera que a introdução das línguas nacionais no sistema educativo regular proporciona vantagens para a melhoria dos níveis de comunicação e proficiência da língua portuguesa?
Sim Não
Justifique________________________________________________________
_______________________________________________________________
8. Existe orientações metodológicas suficientes e eficientes para o ensino/aprendizagem das línguas nacionais?
Sim Não
Justifique________________________________________________________
_______________________________________________________________
9. Os professores têm mostrado interesse em ensinar as línguas nacionais?
Sim Não
Justifique________________________________________________________
_______________________________________________________________
10. Há alguma língua nacional que é ministrada, em especial, na UKB?
Umbundu Kimbundu Kikongo Tchokwe
Nganguela Oshykwanyama Outras Nenhuma
Justifique________________________________________________________
_______________________________________________________________
11. Existe bibliografia suficiente para o ensino/aprendizagem das línguas nacionais?
Sim Não
Justifique________________________________________________________
_______________________________________________________________
12. O tempo estabelecido nos horários escolares para o ensino/aprendizagem das línguas nacionais é suficiente?
Sim Não
Justifique________________________________________________________
_______________________________________________________________
APÊNDICE III
Ao Exmo Senhor Professor de Língua Portuguesa do ISCED da UKB B e n g u e l a Assunto: Inquérito por Questionário.-
Eu, Mateus Segunda Chicumba, mestrando em Língua e Cultura Portuguesa na
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, pretendendo realizar trabalho de
investigação para a elaboração de tese de mestrado, venho por este intermédio
remeter à V.Excias o respectivo questionário.
Gostaria de contar com o vosso inestimável apoio para responder o questionário
em anexo.
Muito obrigado por todo o vosso apoio e disponibilidade. Benguela aos _________/__________/2012.
O Mestrando,
____________________________
Mateus Segunda Chicumba
APÊNDICE IV
INQUÉRITO POR QUESTIONÁRIO DIRIGIDO AOS PROFESSORES (2)
Estimado senhor professor, pretendemos realizar um trabalho de investigação sobre a “Análise da Formação de Professores de Português, Língua Segunda (PL2) na Universidade Katyavala Bwila”, trabalho conducente à realização da tese de mestrado em Língua e Cultura Portuguesa.
A cada questão responda assinalando com a letra (X) o quadradinho correspondente e argumente com clareza as questões que considerar pertinentes pela sua experiência.
Dados Biográficos:
Sexo: Masculino Feminino
Idade_________ anos
Classe que lecciona__________________________________________________
Habilitações literárias_________________________________________________
Habilitações profissionais______________________________________________
Tempo de serviço____________________________________________________
1. Que análise faz do curso de língua portuguesa que ministra?
Positiva Negativa
Justifique_______________________________________________________
______________________________________________________________
2. Tem interesse pelo curso que ministra?
Sim Não
Justifique_______________________________________________________
______________________________________________________________
3. Os estudantes têm mostrado interesse na aprendizagem da língua portuguesa?
Sim Não
Justifique_______________________________________________________
______________________________________________________________
4. O material didáctico para o ensino/aprendizagem é suficiente e adequado o curso de língua portuguesa?
Sim Não
Justifique_______________________________________________________
______________________________________________________________
5. Em que conteúdos é que os estudantes apresentam mais dificuldades?
Leitura Escrita Gramática Oral
Justifique_______________________________________________________
______________________________________________________________
6. Considera a língua portuguesa:
Como língua materna?
Como língua segunda?
Como língua estrangeira?
Justifique_______________________________________________________
______________________________________________________________
7. Os conteúdos que tem ministrado reflectem o ensino/aprendizagem do português, língua segunda?
Sim Não
Justifique________________________________________________________
_______________________________________________________________
8. Que outra(s) língua(s) estrangeira(s) fala?
Inglesa Francesa Espanhola Russa
Alemã Lingala Outras Nenhuma
Justifique_______________________________________________________
______________________________________________________________
9. Gostaria de ministrar aulas em línguas nacionais?
Sim Não
Porquê?________________________________________________________
_______________________________________________________________
10. Em que língua nacional gostaria de ministrar as aulas e qual delas é a sua língua materna?
Umbundu Kimbundu Kikongo Tchokwe
Nganguela Oshykwanyama Outras Nenhuma
Porquê?_______________________________________________________________________________________________________________________
11. O processo de ensino/aprendizagem das línguas nacionais proporciona vantagens para a melhoria dos níveis de competência comunicativa e de proficiência da língua portuguesa?
Sim Não
Justifique________________________________________________________
_______________________________________________________________
12. Tem participado nos eventos (conferências, palestras, seminários) que se realizam sobre a língua portuguesa?
Sim Não
Qual é a sua opinião sobre o estado actual da língua portuguesa no País? Excelente Bom Regular Mau
Justifique_______________________________________________________________________________________________________________________
13. O horário estabelecido para o ensino/aprendizagem da língua portuguesa é adequado?
Sim Não
Justifique_______________________________________________________________________________________________________________________
14. Tem havido acções de formação e superação pedagógica dos professores?
Sim Não
Justifique_______________________________________________________________________________________________________________________
15. Considera importante a formação e superação profissional dos professores?
Sim Não
Justifique_______________________________________________________________________________________________________________________
16. Acha que a língua portuguesa é importante para o desenvolvimento do País?
Sim Não
Justifique_______________________________________________________________________________________________________________________
APÊNDICE V
INQUERITO POR QUESTIONÁRIO DIRIGIDO AOS ESTUDANTES (3)
Estimado Estudante, pretendemos realizar um trabalho de investigação sobre a “Análise da Formação de Professores de Português, Língua Segunda (PL2) na Universidade Katyavala Bwila”, trabalho conducente à realização da tese de mestrado em Língua e Cultura Portuguesa.
A cada questão responda assinalando com a letra (X) o quadradinho correspondente e argumente com clareza as questões que considerar pertinentes.
Dados Biográficos:
Sexo: Masculino Feminino
Idade_________ anos.
Ano escolar________________.
1. Gosta de estudar a língua portuguesa?
Sim Não
Porquê?________________________________________________________
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2. Onde é que aprendeu a falar a língua portuguesa?
Em casa Na escola Com amigos
Fez curso Fora do país Outra forma
Justifique________________________________________________________
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3. Como tem sido o seu aproveitamento académico em língua portuguesa?
Muito bom Bom Regular Mau
Justifique_______________________________________________________
_______________________________________________________________
4. Quais são os meios didácticos que tem utilizado para a aprendizagem da língua portuguesa?
Livros Fotocópias Revistas Jornais
Apontamentos Internet Outros
Justifique_______________________________________________________
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5. Quais são as características que atribui à língua portuguesa?
Fácil de aprender Difícil de aprender
É motivadora É Interessante desagradável
Porquê?________________________________________________________
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6. Para aperfeiçoar a aprendizagem da língua portuguesa, o que é mais importante para si?
Ler Escrever Aperfeiçoar a gramática
A pronúncia O vocabulário Todas variantes
Justifique_______________________________________________________
_______________________________________________________________
7. Como considera a língua portuguesa?
Língua materna
Língua segunda
Língua estrangeira
Justifique_______________________________________________________
_______________________________________________________________
8. Que língua nacional fala?
Umbundu Kimbundu Kikongo Tchokwe
Nganguela Oshykwanyama Outras Nenhuma
Justifique_______________________________________________________
_______________________________________________________________
9. Onde aprendeu a falar a língua nacional?
Em casa Na escola Com amigos
Fez curso Fora do país Outra forma
Justifique_______________________________________________________
_______________________________________________________________
10. Em que locais é que se comunica em língua nacional?
Em casa Na escola Com amigos
Na rua No serviço Outros locais
Justifique_______________________________________________________
_______________________________________________________________
11. Tem utilizado a língua nacional para comunicar por escrito?
Sim Não
Justifique_______________________________________________________
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12. Que língua estrangeira conhece?
Inglesa Francesa Espanhola Russa
Alemã Lingala Outras Nenhuma
Justifique_______________________________________________________
_______________________________________________________________
13. Depois de terminar o curso vai seguir a carreira docente?
Sim Não
Justifique_______________________________________________________
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14. Porque escolheu a carreira do professorado?
Por gosto Falta de emprego noutras áreas
Por opção O ordenado é bom
Não tem outra escolha
Justifique_______________________________________________________
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