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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES
BACHARELADO EM GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
Um estudo do perfil do egresso do Curso de graduação em Gestão de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo.
Amanda Garcia Silva
Orientador: Prof. Dr Fernando Coelho de Souza
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao bacharelado em Gestão de Políticas Públicas da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo.
São Paulo
2010
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES
BACHARELADO EM GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
Um estudo do perfil do egresso do Curso de graduação em Gestão de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo.
Amanda Garcia Silva
Orientador: Prof. Dr Fernando Coelho de Souza
São Paulo
2010
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES
BACHARELADO EM GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
Avaliação do Trabalho de Conclusão de Curso
Titulo: Um estudo do perfil do egresso do Curso de graduação em Gestão de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo.
Autor: Amanda Garcia Silva
Ano: 2010
---------------------------------------------- Prof. Dr. Fernando de Souza Coelho Nota: EACH-USP, Orientador
---------------------------------------------- Prof. Dra. Flavia Mori Nota: EACH, Membro Interno I
---------------------------------------------- Nota: Prof. Esp. Renato Eliseu Costa Membro interno-bolsista PAE
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Sumário
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 10
OBJETIVOS ......................................................................................................................................... 14
Objetivos gerais ..................................................................................................................................... 14
Objetivos específicos ............................................................................................................................ 14
3. REVISÃO BIBLIOGRÁGICA ......................................................................................................... 15
3.1. Avaliação educacional e o papel da universidade como formadora ............................................... 15
3.1.2. O papel formador da universidade .............................................................................................. 15
3.1.3. Aspectos da formação educacional e profissional na universidade ......................................... 17
3.1.4 Avaliação educacional nas instituições de Ensino Superior......................................................... 21
3.2. Avaliação a partir de egressos: definições e modelo de avaliação ............................................ 23
3.2.1. Definições conceituais ................................................................................................................. 23
3.2.3 O egresso como parte do processo de avaliação .......................................................................... 27
DIRETRIZES METODOLÓGICAS DA PESQUISA .......................................................................... 31
5. ESTUDO DE CASO – O EGRESSO DE GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ................................................................................................... 36
5.1. O curso de Gestão de Políticas Públicas da EACH_USP............................................................... 36
5.1.3 Dados do curso de Gestão de Políticas Públicas .......................................................................... 43
5.1.2 O perfil do graduando em Gestão de Políticas Públicas............................................................... 47
5.2. Descrição e análise dos resultados da pesquisa do perfil do egresso do curso de Gestão de Políticas Públicas .................................................................................................................................. 52
5.2.1 Apresentação dos dados gerais sobre o perfil egresso ................................................................. 53
5.2.2. Apresentação de dados do perfil de atuação profissional ............................................................ 58
5.2.3 Apresentação e análise de dados sobre avaliação da graduação em Gestão de Políticas Públicas67
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................ 71
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................... 77
ANEXOS............................................................................................................................................... 79
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Pesquisa - Perfil Egressos ................................................................................................................... 79
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I . Resumo
Amanda Garcia Silva. UM ESTUDO DO PERFIL DO EGRESSO DO CURSO DE
GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS. São Paulo ,2010.
O presente trabalho tem como foco principal, realizar uma estudo analítico descritivo sobre o
perfil do egresso do curso do curso de graduação em Gestão de Políticas Públicas da
Universidade de São Paulo. Pautando-se no conceito de avaliação a partir do egresso e
entendendo sua importância e destaque no processo de avaliação educacional, apresenta-se
aqui os resultados descritivos da pesquisa de levantamento de dados e informações sobre o
curso, e a pesquisa quali-quantitativa aplicada aos egressos das primeiras turmas concluintes.
Com o objetivo de fornecer dados e caminhos para o conhecimento do seu perfil de atuação
desse egresso desde atividades realizadas durante sua graduação, o perfil profissional
perspectivas de atuação na área, e também dados perceptivos de satisfação em relação ao
currículo oferecido durante sua formação, a fim de levantar informações que possam subsidiar
o levantamento de hipóteses para um melhor conhecimento sobre o perfil do bacharel do
curso, as possiblidades, potencialidades e demandas dos alunos formados em GPP, assim
como fornecer dados, informações para o constante processo de avaliação e planejamento do
curso.
Palavras Chave: Egressos; Gestão de Políticas Públicas; Avaliação Educacional;
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II-ÍNDICE DE TABELAS
TABELA 1. Vagas oferecidas na EACH por curso
TABELA 2. Rendimento das famílias e renda esperada com a graduação em GPP
TABELA 3. Área em que prefere trabalhar prioritariamente
TABELA 4. Preferência por local de trabalho
TABELA 5. Grau de expectativa em relação à GPP
TABELA 6. Ano de ingresso no curso de GPP
TABELA 7.Principais motivos que dificultam a conclusão do curso de GPP em 4 anos
TABELA 8.Realização de especialização, mestrado ou doutorado pelos egressos
TABELA 9.Atividades realizadas durante a graduação em GPP
TABELA 10.Egressos que exercem atividade remunerada
TABELA 11.Egressos que atuam na área de formação
TABELA 12.Motivos por não atuar na área de formação
TABELA 13.Início da carreira profissional
TABELA 14.Meio de acesso ao emprego atual
TABELA 15.Tipo de Instituições que atua profissionalmente
TABELA 16.Funções relacionadas a atuação em GPP
TABELA 17. Cargos ocupados pelos egressos do curso de GPP
TABELA 18. Faixa salarial do egresso
TABELA 19.Expectativas de atuação profissional
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TABELA 20.Preferência por localidade de atuação
TABELA 21.Disciplinas essenciais para atuação profissional do egresso
TABELA 22. Avaliação do currículo em relação a atuação profissional
TABELA 23.Concorrer com sucesso em um processo de seleção
TABELA 24. Avaliação Geral do Curso de GPP
TABELA 25. Grau de expectativa em relação ao curso de GPP
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II- INDICE DE FIGURAS
FIGURA 1. Docentes ativos na EACH 2005-2009
FIGURA 2. Número de vagas anuais por curso (2005 a 2010)
FIGURA 3. Número de candidatos/vaga de 2005 a 2010 por curso
FIGURA 4. Transferências externas de 2005 a 2010 por curso
FIGURA 5. Cancelamentos/desligamentos por curso
FIGURA 6. Concluintes por curso e por vaga
FIGURA 7. Alunos com matrículas regulares por vaga e por curso
FIGURA 8. Graduandos respondentes por idade
FIGURA 9.Tipos de Instituições em que os egressos realizaram estágio
FIGURA 10.Áreas relacionadas a atuação profissional do egresso de GPP.
FIGURA 11.Faixa salarial do egresso de GPP.
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1. INTRODUÇÃO
O contexto da realidade educacional no Ensino Superior do país, influenciado por
diversos fatores que vão desde diretrizes em políticas públicas governamentais para o Ensino
Superior – facilitada pela LDB de 1996 (WALTER, TONTINI e DOMINGOS, 2006) – até
seu reflexo no Ensino Superior e no aumento de instituições de ensino particulares,
evidenciam uma necessidade de investigação da realidade educacional (BOTH, 2005), à
medida que estas instituições buscam maior “competitividade” no que tange à qualidade de
ensino e à satisfação de seus “clientes”.
Segundo REINERT (apud ESPARTEL, 2008), o setor educacional no Ensino Superior
vem demandando um maior aprimoramento de gestão para questões que necessitam de
atenção, que vão desde aspectos estruturais (salas de aula, bibliotecas) a aspectos relacionados
com a formação (diretrizes curriculares, qualificação de docentes, qualidade do ensino para
formação e atuação de discentes como cidadãos capazes de interagir com a sociedade e
desempenharem papel crítico, atuante e transformador).
A avaliação educacional já é um processo usualmente empregado dentro das
instituições de ensino brasileiras, devido às diversas mudanças na área educacional que foram
impulsionadas por novas políticas públicas e por um aumento de competitividade no Ensino
Superior. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996
– foi outro fator que impulsionou uma maior preocupação com a avaliação do Ensino
Superior (ESPARTEL, 2008).
Os fatores supracitados somam-se a um aumento considerável na competitividade
entre as universidades, ao aprimoramento de tecnologias que permitem maior diversidade de
técnicas de ensino, como o ensino a distância, à propulsão de políticas públicas de acesso ao
Ensino Superior como mecanismos de financiamento e políticas como o PROUNI revelam a
necessidade de acompanhamento e monitoramento do Ensino Superior no país:
(...) o número de instituições que oferecem cursos de graduação no Brasil
praticamente duplicou no período de 1999 a 2005, especialmente as
instituições privadas, e o número de cursos de graduação já passava de 20
11
mil, representando um aumento de mais de 130% no mesmo período. No
caso específico das instituições privadas, o número quase triplicou.
Entretanto, o número de matrículas em cursos de graduação não
acompanhou a velocidade de crescimento de instituições e cursos
(ESPARTEL, 2008).
Estes fatores pedem dos gestores das instituições de ensino, assim como dos
coordenadores de cursos de Ensino Superior, a atenção para desenvolver estratégias no
contexto apresentado. Para Both (2005), o processo de avaliação educacional pressupõe
diversas etapas e pode envolver diversos atores (alunos, docentes, técnicos de infraestrutura e
gestores da universidade) divididos em internos e externos. Este processo de avaliação
educacional pode combinar esses atores com mecanismos para produzir resultados de
satisfação e qualidade do ensino de graduação de determinada instituição.
O presente trabalho buscará focar um dos atores deste processo de avaliação
educacional, o egresso. Será realizado um estudo voltado para a avaliação, baseado em ex-
alunos, como forma de mensurar a qualidade e o reflexo da formação obtida durante a
graduação, conhecendo, assim, o perfil de atuação do egresso já na universidade e propondo,
desta forma, receber um retorno qualitativo de seu produto no meio externo, entender as
potencialidades atendidas pelo curso de graduação, as dificuldades encontradas e suas
demandas atuais, tornando este ator uma referência para a mensuração da satisfação do meio
externo, da sociedade e do mercado (LOUSADA e MARTINS, 2005).
Ao abordar a análise do perfil de egressos como atores do processo de avaliação, é
importante ressaltar a necessidade do entendimento do papel da universidade como formadora
de cidadãos aptos a atuarem na sociedade e a atenderem às demandas sociais. Assim, a
integração universidade/mercado de trabalho é fundamental e, nessa interação, o egresso –
aquele que efetivamente concluiu os estudos, recebeu o diploma e está apto a ingressar no
mercado de trabalho – é fator de destaque e fonte de informação à Instituição de Ensino
Superior (IES) que o formou (MARTINS e LOUSADA, 2005).
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Cabe a cada IES implementar o processo avaliativo que melhor atenda às suas
características e expectativas. Nesse contexto, a avaliação institucional, certamente, contribui
para que a IES repense suas práticas administrativas, técnicas e pedagógicas de forma crítica e
comprometida (MARTINS e LOUSADA, 2005).
No presente trabalho, dar-se-á enfoque e atenção ao processo formativo das
Instituições de Ensino Superior, focando a análise da pesquisa no entendimento do perfil do
egresso, buscando entender o papel da universidade na formação e como estes atores podem
auxiliar no processo de avaliação institucional de cursos de graduação, , contribuindo para o
aprimoramento dos cursos de graduação.
Um aspecto importante para o processo de avaliação educacional dos cursos de Ensino
Superior é o retorno dos egressos formados por estes cursos, segundo Avrichir e Dewes
(2006). A avaliação focada no egresso pode produzir retornos importantes no planejamento,
na redefinição de diretrizes curriculares e nos planos pedagógicos. Esse processo de avaliação
considera diversos aspectos, desde a estrutura física e o perfil profissional do egresso, até ter
um feedback para mensurar o andamento e a efetividade das diretrizes curriculares.
Com base nos princípios e conceitos já introduzidos e que serão apresentados nesta
revisão bibliográfica – sobre o entendimento do papel do egresso no processo de avaliação
como agente indicador de mudanças e retornos da eficiência e da formação proposta pela
universidade – será apresentada uma pesquisa realizada com egressos do curso de Gestão de
Políticas Públicas da Universidade de São Paulo para entender e mapear seu perfil de atuação
e registrar suas considerações sobre a graduação realizada. A escolha em analisar o perfil do
egresso deste curso de bacharelado se deu por considerá-la de extrema importância para o
processo de gestão interna e avaliação do curso.
O curso de Gestão de Políticas Públicas da USP é o primeiro curso de graduação nesta
área a ser implantado no país, no ano de 2005, na Escola de Artes, Ciências e Humanidades
localizada na zona leste de São Paulo. Por possuir uma história recente e estar em constante
processo de construção e remodelação, ainda pouco se sabe sobre seus reflexos concretos
tanto no meio externo como no meio interno. Outro ponto ressaltado é o surgimento deste
curso de graduação em diversas outras instituições de ensino públicas e privadas no país, que
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surgiram após o curso de GPP da USP, demonstrando uma influência motivacional da criação
desta área e influenciando sua expansão.
São conhecidos, também, ainda que de forma abstrata, alguns reflexos de sua
implantação e consolidação nestes cinco anos de existência, como a abertura e
reconhecimento de diversas organizações relacionadas à área, que, através de parcerias e
aproximações, demonstraram o reconhecimento a este curso. Estas organizações fazem parte
da Administração Pública e estão relacionadas ao executivo, legislativo e judiciário, como ao
Tribunal de Contas do Estado, à Prefeitura e a suas Secretárias, ao Governo do Estado de São
Paulo, ao Ministério da Cultura, a organizações do terceiro setor, a consultorias fundações e a
empresas privadas. Através destas parcerias e do reconhecimento externo conquistado pelo
curso, reflexo da efetiva participação dos docentes e discentes neste processo de construção e
consolidação do ensino de graduação em Gestão de Políticas Públicas, é que se faz necessário
um estudo sistematizado para mensurar, ainda que de forma limitada e inicial, os reflexos de
formação dos graduandos deste curso, não somente no que tange sua satisfação em relação à
qualidade do ensino, mas também em conhecer o seu perfil de atuação profissional, onde
estão atuando no mercado de trabalho, quais suas linhas de pesquisa e as IES em que estão
buscando especialização, para que, de forma geral, se possa ter um retorno inicial destes
reflexos em relação à efetividade da formação.
Os dados e as análises que serão apresentados pretendem, além de contribuir para
traçar o perfil do egresso que o curso está formando, dar um retorno sobre as demandas do
meio externo sobre o profissional da área de Gestão de Políticas Públicas, o que o “mercado”,
a sociedade, o setor público, a academia espera deste profissional, onde estão atuando, quais
suas necessidades, suas deficiências suas potencialidades, e qual sua visão sobre o curso.
Considerando a literatura escassa sobre o estudo de egressos, e inexistência de
pesquisas e definições sobre o bacharel em Gestão de Políticas Públicas e sua atuação, ainda
que com suas diversas limitações, este trabalho pretende contribuir para o início de pesquisas
que possam colaborar para esta área de formação e para seu aperfeiçoamento, apresentando
dados e hipóteses para levantamento de problemáticas e potencialidades da atuação deste
profissional.
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2. OBJETIVOS
2.1 Objetivos gerais
• Realizar uma análise do perfil do egresso do curso de graduação em Gestão de
Políticas Públicas, buscando demonstrar dados e indicadores que permitam conhecer
melhor o aluno formado por este curso.
• Levantar informações que subsidiem o planejamento do curso de Gestão de Políticas
Públicas, a respeito do perfil geral do aluno formado pelo curso, seu perfil de atuação
profissional, avaliação sobre a satisfação com alguns aspectos curriculares e
expectativas.
• Apontar correlações entre as informações obtidas e os dados disponíveis sobre o curso,
a fim de contribuir para o levantamento de hipóteses e fenômenos observados nas
análises realizadas, como forma de promover a discussão sobre os graduandos da área
de Gestão de Políticas Públicas
2.2 Objetivos específicos
• Promover a discussão sobre a importância de metodologias de avaliação educacional a
partir da opinião de egressos, ilustrada pelo estudo de caso.
• Apresentar um panorama por meio da consolidação de dados sobre o curso de Gestão
de Políticas Públicas.
• Realizar correlações e comparações entre os dados de perfil e de opiniões e
expectativas dos alunos de GPP durante a graduação e após a conclusão do curso.
• Identificar indicadores sobre potencialidades e limitações da formação dos alunos
formados pelas primeiras turmas do curso de graduação em Gestão de Políticas
Públicas da USP.
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3. REVISÃO BIBLIOGRÁGICA
3.1. Avaliação educacional e o papel da universidade como formadora
Este capítulo busca desenvolver o referencial teórico que dará a base para o
entendimento e a discussão do papel da universidade na formação de cidadãos, principalmente
de como as Instituições de Ensino Superior (IES) se relacionam com as demandas da
sociedade, do mercado profissional e do meio acadêmico. Este estudo será feito com o intuito
de entender a formação do egresso e a função da universidade, para, assim, analisar o perfil do
aluno que as Instituições de Ensino Superior pretendem formar através das bases que estão
ofertando no ensino de graduação.
Esta discussão nos auxiliará a entender o egresso como agente indicador de retorno da
universidade e como parte contribuinte no processo de avaliação institucional de cursos de
graduação, não somente como ator de um processo de avaliação, mas também como produto
social da universidade no meio externo, ou seja, como intermediador desta relação.
3.1.2. O papel formador da universidade
Pensar a universidade pressupõe analisar seus aspectos formadores. O tripé ensino-
pesquisa-extensão revela os objetivos e as funções principais que são indissociáveis e que têm
na sociedade e em sua interação com ela um fator importante para avaliação e retorno de sua
atuação.
Esta relação pressupõe uma troca constante entre a universidade e o cidadão, um
caminho com via de mão dupla, onde o ser humano, investido de sua capacidade de busca de
conhecimento, informação, aperfeiçoamento encontra cada vez mais nas Instituições de
Ensino espaço tanto para o aprendizado intelectual e formador como um instrumento que
permitirá desenvolver habilidades e encontrar instrumentos para uma troca maior com o meio
externo, podendo interagir com ele e influenciá-lo, sendo a universidade a promotora de saber
e conhecimento que entende a sociedade e propõe mudanças a esta realidade (LOUSADA e
MARTINS, 2005, p. 75).
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Para Kunz (apud LOUSADA e MARTINS, 2005, p. 76), a universidade se coloca
como estimuladora do desenvolvimento da consciência crítica do cidadão e deve ter um olhar
para o meio externo interagindo e contribuindo com a sociedade para a repercussão no bom
relacionamento social e na disseminação de valores educacionais amplos.
É indiscutível que a universidade possui um papel de formação amplo, porém não se
pode negar sua relação com o mercado e as demandas sociais, no que tange o
desenvolvimento de pesquisas científicas de interesse social. Assim, a extensão universitária
propõe a maior interação do conhecimento fomentado dentro da universidade com o meio
externo, e também a gera profissionais atuantes no mercado de trabalho.
Segundo Garcias (apud LOUSADA e MARTINS, 2005, p. 26), a integração entre as
universidades e o mercado pode caracterizar um fluxo de troca de conhecimento, experiências
e informações.
A universidade tem a responsabilidade social de ser uma organização de vanguarda
no desenvolvimento e na disseminação de novos conhecimentos. Mas, para que
suas pesquisas tenham resultados efetivos, devem estar vinculadas à realidade da
qual fazem parte (LOUSADA e MARTINS, 2005, p. 76).
É importante destacar que entender e assumir esta relação universidade-sociedade-
mercado não é dizer que a produção de conhecimento e o direcionamento formador no ensino
de graduação devem ser voltados para o interesse do mercado, mas é essencial assumir os
interesses que as interligam e atuar nestas interfaces, para que cada um desenvolva seu papel.
A partir destes pressupostos, faz-se importante entender o egresso, o profissional
gerado no âmbito destas Instituições de Ensino Superior, como atores que, se entendidos
como componentes de um processo de avaliação institucional educacional e acompanhados
sistematicamente podem contribuir para o entendimento do aperfeiçoamento da qualidade de
ensino, sendo um dos agentes de retorno informacional, de troca e feedback, como um
termômetro para estas interfaces.
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Entende-se que a questão não é se submeter às exigências do mercado de trabalho e
sim trocar informações para que ambos os lados cheguem a um padrão satisfatório
de exigência e qualidade dos novos profissionais. O acompanhamento sistemático
de egressos pode contribuir com tal relacionamento. Uma vez que o fluxo de
informações é estabelecido, faz-se um ajustamento e uma ampliação contínua das
relações universidade/empresa (LOUSADA e MARTINS, 2005, p. 77).
3.1.3. Aspectos da formação educacional e profissional na universidade
Assumindo a relação entre universidade e meio externo, onde o papel do mercado tem
função de absorver seu produto científico e humano, sendo a universidade corresponsável pela
formação de profissionais críticos e aptos a atender e interagir com as demandas sociais, é
imprescindível que seus parâmetros curriculares estejam voltados para esta formação
interativa com o meio externo e que ela possibilite o desenvolvimento de capacidades e
habilidades possibilitadas pelo saber produzido nestas IES, que permitam a aplicação do
conhecimento adquirido e as informações trocadas durante a graduação com seu meio de
atuação.
Assumido este papel formador da universidade, deve ela também preocupar-se com o
retorno destes agentes com relação a que tipo de profissionais vem formando, o retorno da
qualidade no que tange as habilidades desenvolvidas em sua formação curricular e os aspectos
deficitários.
Considerando o processo de ensino aprendizagem do aluno no que se refere às
habilidades desenvolvidas que serão desempenhadas em suas atividades profissionais, será
destacada neste trabalho a importância de mensurar e acompanhar o desenvolvimento destas
habilidades , o desenvolvimento de potencialidades inerentes a determinada formação e suas
deficiências, e o retorno refletido através da opinião dos egressos, como forma de troca de
informação com a IES (ARAÚJO e CORREIA, 2011).
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Segundo Manãs (apud ARAÚJO e CORREIA, 2011, p. 3), o processo de formação em
sala de aula se dá através da transmissão de conhecimento tido como saber, instrução, perícia
e experiência. Ressalta também os aspectos que influenciam este aprendizado e estão fora da
sala de aula como, por exemplo, o ambiente, a estrutura física, a disponibilidade dos docentes,
a qualidade dos materiais.
Ao estudar o processo formativo do currículo de um curso de graduação em relação a
seu conhecimento profissional e suas habilidades, Araújo e Correia destacam o conhecimento
e as habilidades desenvolvidos com a prática profissional, e aliados à formação adquirida
dentro da sala de aula, como essenciais para a construção de habilidades necessárias para um
agente se tornar capaz de atender, articular e processar informações, o que contribui para sua
atuação profissional.
É importante ressaltar que é com a prática que estes conhecimentos são
complementados e consolidados, permitindo também uma visão reflexiva e crítica para a
avaliação de seu processo de graduação na universidade:
(...) a integração universidade/mercado de trabalho é fundamental. Nessa interação,
destaca-se o egresso – aquele que efetivamente concluiu os estudos, recebeu o diploma
e está apto a ingressar no mercado de trabalho – como fator de destaque e fonte de
informação à Instituição de Ensino Superior (IES) que o formou (LOUSADA e
MARTINS, 2005, p. 74).
Ainda em relação ao desenvolvimento das habilidades e das características que devem
ser destacadas na formação de um cidadão para que, como foi discutido até o momento,
permita subsidiar sua atuação e capacidade de interferir na realidade. É importante ressaltar e
entender os aspectos da formação profissional não somente na atuação prática no mercado de
trabalho, mas também na atuação deste em relação à sua área de formação.
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Desta forma, Santos (apud ARAÚJO e CORREIA, p. 3) classifica a formação
profissional em três segmentos, que devem compor a formação de um indivíduo para que ela
não se torne incompleta:
a) formação profissional natural ou espontânea: os papéis desempenhados pelo
indivíduo dizem respeito à sua própria sobrevivência/existência como, por
exemplo, cultivar a terra, vestir-se, pescar, etc.; b) formação profissional direta,
no próprio trabalho: como escritório, fábrica, laboratório, etc. Os estudantes
passam por esse processo, por exemplo, no estágio supervisionado; c) formação
escolar ou acadêmica: é o processo mais utilizado, envolve a maioria das
profissões tanto de nível médio como superior e consiste em um “currículo”
composto de “matérias” ou “disciplinas”, com cargas horárias com base em
pressupostos educacionais, socioeconômicos e filosóficos, envolvendo no processo
de aprendizagem/formação tanto assuntos teóricos como práticos (Santos apud
ARAÚJO e CORREIA, 2011, p. 3). (Grifos nossos.)
Destacar estas questões de formação é importante para o presente trabalho, à medida
que, para entender e conhecer um curso de graduação, não basta se pautar em sua proposta
pedagógica, mas é necessário pautar-se em todos os aspectos que envolvem a formação do
graduando e sua formação posterior adquirida como egresso, fatores, estes, considerados
importantes em um processo de acompanhamento e mapeamento.
Aliadas a estas características de formação, um gestor/administrador tem de ser
proativo, ter postura profissional, saber como agir perante determinada situação ou na
resolução de problemas, posturas, formar redes, atuar dentro e fora da universidade. “A
atitude também está relacionada com a própria cultura do ambiente social em que o indivíduo
vive, que influencia e procura moldar as pessoas conforme o que considera certo ou errado”
(ARAÚJO e CORREIA, 2001, p. 4).
Complementando a visão de Santos sobre o desenvolvimento das habilidades
profissionais, é importante fazer a relação das categorias de aprendizagem que envolvem o
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conhecimento, as habilidades e atitudes durante a graduação e que, segundo Duarte e Correia,
são imprescindíveis para o desenvolvimento amplo relacionado a aspectos da vida, da
profissão, da sociedade, do mercado de trabalho, da cultura local e global.
Para Abreu e Masetto (1990 apud ARAÚJO e CORREIA, p. 4), as categorias de
aprendizagem envolvem os conhecimentos, as habilidades e as atitudes:
a) Conhecimentos: Em quase todos os problemas educacionais o aluno precisa
adquirir determinado cabedal de conhecimentos: informações, fatos, conceitos,
princípios, sua aplicação, teorias, interpretações, análises, estudos, hipóteses,
pesquisas, debates (...) b) Habilidades: Referem-se a tudo aquilo que o aluno deve
aprender a fazer desenvolvendo suas capacidades intelectuais, afetivas, psíquicas e
motoras. Por exemplo: capacidade de organizar seu próprio estudo, capacidade de
avaliar seu próprio trabalho e trabalhos de outros, capacidade de formular uma
hipótese, realizar uma pesquisa; capacidade de coletar, organizar informações; (...)
c) Atitudes: São os comportamentos que o aluno apresenta diferentes daqueles que
apresentava antes de passar por essa disciplina. Por exemplo: curiosidade
científica, perseverança no questionamento, responsabilidade quanto à
aprendizagem, consciência crítica frente à realidade, à sua profissão, aos fatos,
acontecimentos e teorias (...) (ABREU e MASETTO, 1990, p. 32, apud ARAÚJO
e CORREIA, p. 4).
Desta forma, entende-se a formação do indivíduo de uma maneira ampla. A graduação
durante a passagem pela universidade proporciona instrumentos e o desenvolvimento de
atividades para discussão e busca do conhecimento, que, aliadas às habilidades pessoais e
complementares à formação curricular, influenciam sua atuação após a conclusão do curso de
graduação.
21
3.1.4 Avaliação educacional nas instituições de Ensino Superior
Nos subcapítulos anteriores, discorrer-se-á sobre a importância do papel formador da
universidade e das Instituições de Ensino como promotoras de conhecimentos e habilidades
que vão além da sala de aula, mas que também entendem o ambiente de formação profissional
como um componente influenciador do processo complementar de formação do indivíduo,
que, na condição de egresso das Instituições de Ensino Superior, pode assumir papel
fundamental no processo de avaliação educacional através de um crítico do currículo e da
proposta pedagógica oferecida.
A avaliação educacional tem sido utilizada como instrumento de recurso pedagógico
para o processo de redefinição e reavaliação de metas e objetivos de cursos de graduação.
Meira e Kurcgant (2009) apresentam uma ampla discussão sobre a importância deste processo
e colocam a responsabilidade de buscar instrumentos que auxiliem na reformulação da
proposta pedagógica e no aprimoramento curricular de seus cursos de graduação na escola.
Estes modelos têm expandido no país como forma de monitorar e acompanhar o
ensino de graduação e pós-graduação. Apesar da escassez de literatura referencial sobre o
tema, algumas instituições já aplicam este processo e possuem sistemas de acompanhamento e
avaliação tanto interna como externa, o que garante, também, uma visibilidade sobre os
resultados qualitativos e a transparência da organização.
Para Cronbach (apud MEIRA e KURCGANT, 2009), o processo de avaliação não
deve somente apontar resultados finais, mas deve ser utilizado para o aprimoramento do
currículo. Ele apresenta quatro aspectos importantes:
(...) a associação entre a avaliação e o processo de tomada de decisão; os diferentes
papéis da avaliação educacional; o desempenho do estudante como critério de
avaliação de cursos e algumas técnicas de medida à disposição do avaliador
educacional (MEIRA e KURCGANT, 2009, p. 482).
22
Outra característica do processo de avaliação educacional é pautada na sua
continuidade, demandando processos de coletas de informações contínuos, para que os dados
revelem a realidade do que se propõe a analisar. Outros conceitos acerca de avaliação
educacional abordados por Meira e Kurcgant (2009) estão pautados no papel direto da
avaliação, que se configura na resposta a objetivos predeterminados em relação a o que se
pretende avaliar tanto em relação ao problema como às possíveis respostas geradas por ele.
Para Stufflebeam (apud MEIRA e KURCGANT, 2009), a avaliação é um processo de
“descrever, obter e processar informação útil para julgar decisões alternativas”. Para
compreender a avaliação, três aspectos são necessários: “a avaliação como processo
sistemático e contínuo; a avaliação como base para elaborar questões e buscar informações
que respondam de forma relevante a essas questões; a avaliação que deve favorecer a tomada
de decisão do gestor”.
Para Souza (apud LOUSADA e MARTINS, 2005, p. 75), o foco das avaliações de
Ensino Superior está na promoção da melhoria do processo de ensino e de aprendizagem, e o
tipo e enfoque da avaliação devem estar de acordo com o objetivo e as dimensões a serem
inseridas neste processo. A análise de cursos deve ser pautada em diversos aspectos:
estruturais, curriculares, pedagógicos, considerando diversos atores, como a comunidade, os
docentes, discentes, departamentos, gestores e egressos.
Diante dos diferentes enfoques e das diferentes maneiras de compor a avaliação de
cursos de Ensino Superior, o enfoque na avaliação por egressos, envolvendo a coleta de sua
opinião e de seu perfil após a conclusão do curso de graduação, verifica-se como componente
importante e de grande potencial para oferecer subsídios para o desempenho. Para Meira e
Kurcgant (2009), esta é uma dimensão que permite analisar as influências que o processo de
formação e o currículo exerceram sobre o aluno.
23
3.2. Avaliação a partir de egressos: definições e modelo de avaliação
3.2.1. Definições conceituais
No capítulo anterior, buscou-se fundamentar o papel da universidade na formação do
cidadão, os aspectos que influenciam e compõem sua formação como indivíduo e como
profissional, e sua interface e relação com as demandas da sociedade e do meio profissional.
Este referencial permitiu entender os aspectos importantes da formação durante o curso de
graduação, para que a análise do egresso considerasse os aspectos até então discutidos.
Discutiu-se, também, o papel da Avaliação Educacional em cursos de graduação, as
características principais e sua importância para processos de planejamento e readequação de
currículos e projetos pedagógicos, tendo nestes uma forma de feedback, a fim de buscar um
retorno qualitativo de cumprimento de suas funções, assim como recursos pedagógicos.
Neste capítulo, será abordado o papel do egresso no Processo de Avaliação
Institucional, a importância deste ator como componente essencial e foco da avaliação
educacional no Ensino Superior. Para tanto, buscou-se, inicialmente, delimitar o conceito de
egresso, assumir uma definição que servirá de auxílio e orientação no decorrer deste trabalho
e na análise da pesquisa empírica através do estudo de caso dos egressos do curso de Gestão
de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo.
Apesar da literatura escassa sobre o tema, delimitar um conceito e definir o que é
egresso envolve uma escolha de objetivos e de análises; qual tema será abordado, qual o
público, quais aspectos pretende-se avaliar, quais as dimensões e qual o retorno para o curso
de graduação que a pesquisa pretende oferecer.
PENA (2000) faz uma análise conceitual, ressaltando a importância da definição do
conceito de egressos aliado ao interesse da pesquisa, objeto a ser analisado em virtude do que
se pretende identificar. Segundo LARROYO (1982, p.160-1, apud PENA, 2000, p. 3), o
acompanhamento de egressos realizado por uma Instituição de Ensino ou por um curso
específico é semelhante à prática Nosce te Ipsum, princípio socrático que expressa conhecer-
se a si mesmo, conhecendo sua realidade como meio de planejamento do processo pedagógico
e dos objetivos do ensino.
24
Para Teixeira, Oliveira e Faria (2005), um dos aspectos que dificulta a pesquisa de
egressos está relacionado à carência de estudos e pesquisas, o que dificulta uma definição
conceitual semântica e influencia diretamente nas escolhas e nos objetivos do que se pretende
definir, e também nos resultados que se pretende inferir, afetando, assim, o processo
pedagógico de investigação que está por trás desta análise de definição conceitual.
Dessa forma, o entendimento do termo em questão, sua delimitação e relação com o
objetivo da avaliação proposta são essenciais, pois a definição desde o sentido estrito, no que
tange o vocabulário, até o sentido amplo, que é a seleção de atores que participam do processo
de avaliação educacional, é importante para este estudo (PENA, 2000, p. 3).
Para Schwartzman e Castro (1991 apud PENA, 2000):
O estudo de egressos recupera, de fato, várias questões do estudo de alunos,
particularmente as ligadas: à qualidade do ensino e adequação dos currículos à
situação profissional; à origem dos projetos profissionais e a sua consistência em
relação à situação profissional de fato.
A definição semântica da palavra “egresso”, buscada no dicionário e apresentada por
PENA (2000), é:
1. Aquele que deixou de pertencer a uma comunidade. s.m. 2. Indivíduo que deixou
o convento; ex-frade. 3. Detento ou recluso que, tendo cumprido sua pena, ou por
outra causa legal, se retirou do estabelecimento penal. 4. Saída, retirada.
Ao se analisarem diversos estudos de casos de Instituições de Ensino que buscam
atrelar seu foco de orientação pedagógica e metodológica ao perfil do egresso, viu-se que
25
alguns deles assumem termos diferenciados para o processo de avaliação educacional e
definição deste perfil. No entanto, como já foi dito:
O estudo de caso da realizado na CEFET/MG caracteriza como egressos: “a) os
discentes graduados que concluíram todas as disciplinas do currículo e que tenham
colado grau, portanto, portadores de diplomas oficializados pela Instituição; b) os
discentes desistentes; c) os discentes transferidos; d) os discentes jubilados”
(PENA, 2000, p. 3).
A definição do conceito de egresso perpassa a definição metodológica. No caso do
exemplo da CEFET de Minas Gerais, há evidências de uma linha que entende o termo egresso
no sentido mais abrangente, delimitando uma preocupação não somente com o aluno que
completou o nível determinado de ensino, mas o que, por algum motivo, desistiu do curso de
graduação. Esta definição permite uma abrangência maior sobre o público-alvo definido,
porém demanda um esforço na busca de informações e de fatores que influenciam no sucesso
de uma pesquisa.
A LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9.394/96, no Capítulo III
— “Da Educação Profissional”— vê o termo egresso da seguinte maneira:
Parágrafo único. O aluno matriculado ou egresso do Ensino Fundamental,
Médio e Superior, bem como o trabalhador em geral, jovem ou adulto,
contará com a possibilidade de acesso à educação profissional (Brasil, 2009).
Buscando uma definição mais específica, a definição referente à Portaria nº 646, de 14
de maio de 1997, regulamenta a implantação do disposto nos Artigos 39 a 42 dessa mesma
Lei e do Decreto nº 2.208/97, e “dá outras providências”:
Art. 9º: “Parágrafo único. Os mecanismos permanentes deverão incluir
sistemas de acompanhamentos de egressos e de estudos de demandas
26
profissionais.” O Sistema de Acompanhamento de Egressos (SIEG), na área
da educação, caracteriza como egresso todo aluno “que, efetivamente,
concluiu os estudos regulares, estágios e está apto ou já recebeu o diploma”
(PENA, 2000, p. 6).
Como já discutido, a avaliação educacional tem se tornado uma preocupação cada vez
mais crescente no ensino de graduação, e os modelos de acompanhamento de egressos, dentro
desse processo, são evidentes através da menção na legislação apontando para esta
preocupação:
Os termos acompanhamento e egressos, monitoramento, avaliação
educacional estão presentes na preocupação legislativa de ser um processo presente
nas instituições de ensino, especificamente no que tange a atuação profissional e a
inserção no mercado de trabalho, a legislação atenta-se às necessidades e demandas,
estabelecendo direcionamento para existência destes mecanismos de avaliação
educacional (PENA, 2000, p. 5).
Nesse sentido, acrescenta-se mais uma definição – diferenciada das demais, porém a
mais utilizada entre as pesquisas de cases em Instituições de Ensino Superior – o
entendimento do termo “egresso” como o aluno que concluiu os estudos. Esta definição é
utilizada pelo Sistema de Acompanhamento de Egressos, o SIEG.
Ao apresentar as aplicações e possíveis abrangências do termo para utilização de
atores em pesquisas educacionais, PENA (2000) demonstra as diferentes aplicações do tema,
evidenciando uma divergência com relação às aplicações utilizadas – reflexo da ainda
insipiente e limitada literatura referencial sobre o tema discutido –, como a adoção de
desistentes, jubilados, alunos transferidos, enfim, a mistura de diversas categorias de egressos,
o que prejudica o estudo comparativo do tema.
27
Pelo termo não ter ainda um padrão indefinido, será adotada aqui a definição de
egresso, de acordo com as estratégias e os objetivos estabelecidos para a aferição de respostas,
assim como em grande parte dos cases estudados, como o aluno que saiu da universidade,
tendo cumprido a quantidade de créditos exigidos, incluindo estágio obrigatório e trabalho de
conclusão de curso, e que já tenha colado grau, para que, assim, se possa estabelecer
parâmetros correlacionados à intenção de avaliação educacional através dos atores produtos
das instituições de Ensino Superior.
3.2.3 O egresso como parte do processo de avaliação
Como já foi discutido no tópico anterior, a avaliação de um curso de graduação, os
critérios utilizados, a limitação conceitual e a abrangência da pesquisa estão diretamente
relacionados ao tipo de informação que se pretende produzir e as seu valor. Espartel (2008)
ressalta a importância de estabelecer um grau comparativo que envolva o processo de
graduação e o impacto em sua formação para execução da atividade profissional ou
especialização acadêmica buscada após a conclusão da graduação. Esta avaliação posterior,
baseada no egresso, se revela muito mais consistente do que as avaliações realizadas durante o
processo e formação, nas avaliações internas, pois estes alunos apresentam um grau de
maturidade maior para opinar e avaliar sobre aspectos gerais de sua formação curricular e
adquirem uma visão mais ampla após a conclusão do curso. Também têm a capacidade de,
através de sua atuação empírica ou na busca de especializações, ter uma resposta às
necessidades, limitações e potencialidades oferecidas em seu currículo durante a graduação.
É importante abordar alguns aspectos propostos para avaliação de cursos de graduação
baseada na opinião de egressos, pois, ainda que dificilmente exista a possibilidade de aplicá-
los concomitantemente em um processo de pesquisa investigativa, eles ilustram as
possibilidades e os aspectos da abordagem.
O modelo proposto por Espartel (2008) e aplicado a IES Catarinenses baseia o
trabalho na coleta de opinião de egressos em dois tipos: avaliação direta e avaliação indireta.
Na direta são abordados aspectos estruturais e de formação geral do curso: estrutura física,
laboratórios, bibliotecas, quantidade adequada de professores, currículo oferecido, adequação
da grade. Já a avaliação indireta envolve os aspectos pedagógicos de sua formação curricular
e seu impacto na formação e atuação profissional.
28
O conjunto de uma avaliação que é composta por uma investigação desses aspectos,
permite ao gestor a identificação de pontos a serem rediscutidos, como a reformulação da
grade, readequação de professores e de aspectos avaliativos. Outro ponto abordado por
Espartel é a possibilidade de combinar opiniões de egressos com as de alunos que estão
cursando a graduação, mesclando uma avaliação interna e externa, ou até mesmo em
momentos distintos dos mesmos alunos, como grau comparativo de suas opiniões e
expectativas, que podem resultar até mesmo na identificação de necessidades para gerar
cursos de especialização e mestrado, como maneira de formação complementar às
necessidades apontadas pelos egressos (ESPARTEL, 2008).
Para Both (2005), o egresso é entendido como fonte de informação à universidade e se
caracteriza como um agente complexo, à medida que não está mais ligado institucionalmente
à IES, mas conhece o curso e a dinâmica da universidade, podendo interagir com ela,
subsidiando-a com informações e dados, e se tornando uma ponte com o meio externo. Para o
autor, a avaliação institucional é composta de seis componentes:
1) avaliação do desempenho da IES por ex-alunos; 2) avaliação do desempenho
dos serviços administrativos da IES; 3) avaliação do desempenho da IES por
representantes da sociedade; 4) identificação da realidade socioeducacional dos
alunos da IES; 5) avaliação do desempenho do ensino da IES por alunos e
professores; 6) avaliação do desempenho da pós-graduação da IES em nível Lato
Sensu (especialização) (MARTINS e LOUSADA, 2005, p. 76).
O egresso é caracterizado por Both como um dos pontos mais expressivos da
avaliação institucional, haja vista que, por colocar em prática profissionalmente as habilidades
e os conhecimentos desenvolvidos durante a graduação, e por adquirir conhecimentos
complementares diante de sua atuação, tem referencial para contribuir de forma efetiva nestes
processos.
Na investigação proposta por Lousada e Martins, foram analisadas as opiniões dos
Gestores das Instituições de Ensino sobre as diversas dimensões e sobre a importância do
29
modelo avaliação, como é feita sua aplicação nas instituições em que trabalham e nos cursos
de graduação aos quais estão ligados. Os resultados apontaram para a utilização do modelo de
Both em todas as IES, sendo que algumas possuem modelos contínuos de monitoramento de
egressos.
Esta pesquisa apresenta alguns depoimentos dos dirigentes que demonstram a
importância e ressaltam a seriedade e maturidade como ponto relevante, e que aparece na
maioria das entrevistas realizadas por esta pesquisa.
No tocante à avaliação feita pelo egresso, um dado que chamou a atenção nos
depoimentos foi a questão da maturidade. Para os dirigentes, as avaliações dos
egressos são muito diferentes daquelas enquanto alunos, no tocante à seriedade e
maturidade. Depois que eles saem da Instituição, eles não têm esta mesma visão de
agora enquanto acadêmicos, de que devem detonar com tudo isso aqui, felizmente
eles acabam amadurecendo, e aí vão dar a devida importância à avaliação da
Instituição e do curso. Então eu acho que realmente é importante rever a questão da
utilização dos dados dos egressos. (Informação verbal 2) (MARTINS e
LOUSADA, 2005, p. 79).
Ouvir o egresso e conhecer sua opinião, depois que ele se desvincula da
universidade e esquece um pouco os vínculos afetivos, e passa a ter um olhar com
um certo amadurecimento, com uma certa sabedoria, refletindo o que passou, é
muito importante para a Instituição. (Informação verbal 3.) (MARTINS e
LOUSADA, op. cit.)
Quando o aluno está aqui e você vai conversar com ele, ele vai malhar o curso.
Quando ele sai do curso, você conversa com ele e ele tem outra visão. O fato de eu
ir buscar este cara depois dele ter saído é excelente, porque ele vai ter uma visão
diferente, mais madura. (Informação verbal 4.) (MARTINS e LOUSADA, op. cit.)
30
Estes depoimentos nos revelam a importância e a seriedade do processo de avaliação,
considerando a opinião de egressos como agentes intermediadores da relação entre a
universidade e o meio externo, seja ele a sociedade, a academia e o mercado profissional,
tornando-se um ponto exponencial para atenção de informações e um gerador feedback sobre
o ensino de graduação.
31
4. DIRETRIZES METODOLÓGICAS DA PESQUISA
O presente trabalho teve sua metodologia dividida em cinco etapas, que vão desde a
percepção sobre a importância de estudar a temática proposta sobre a análise do perfil do
egresso do curso de Gestão de Políticas Públicas, a fundamentação teórica do tema, a coleta,a
análise de dados e informações, a elaboração de hipóteses para serem analisadas, e a aplicação
do instrumental para retorno dos resultados e seu posterior estudo.
O trabalho consistiu no levantamento teórico, documental e de aplicação de
instrumento de pesquisa para a obtenção de dados quantitativos e qualitativos acerca do
egresso do curso de Gestão de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo, como forma
direta de fonte de informação para subsidiar o estudo de seu perfil.
É importante ressaltar as dificuldades encontradas durante a realização desta pesquisa,
os fatores limitantes encontrados nas etapas iniciais deste trabalho, como a carência de
referencial teórico sobre a temática e a escassez de estudos específicos sobre o curso em
análise, além de poucos dados e informações concretos sobre a graduação e sobre o
bacharelado em Gestão de Políticas Públicas.
A primeira etapa consistiu na busca de referencial teórico sobre o tema, que se deu no
levantamento e estudo de artigos, trabalhos de conclusão de curso e dissertações de mestrado
acerca dos seguintes objetos de estudo: 1) modelos de avaliação educacional baseados na
opinião de egressos; 2) estudos de caso sobre o perfil de egressos de cursos de graduação e
cursos de pós e mestrado( preferencialmente cursos na área de humanas); 3) referencial
teórico acerca de conceitos sobre aspectos de formação de graduandos, egressos e modelos de
avaliação educacional.
A fonte de análise deste material se deu basicamente por estudos de artigos e teses,
assim como visita a sites de universidades que apresentaram referências sobre estudos do
perfil de seus egressos. Essa etapa resultou na construção do referencial de revisão
bibliográfica do presente trabalho e auxiliou na definição de conceitos e modelos que
subsidiaram a construção metodológica para as etapas posteriores e que ajudaram a
determinar os elementos a serem estudados no modelo instrumental a ser proposto e
definiram as questões a serem discutidas para as respostas que seriam obtidas na pesquisa.
32
Adotou-se neste trabalho e inferiu-se após a primeira etapa a necessidade do
delineamento e a limitação o conceito de egresso, à medida que entre os estudos de caso
analisados, muitos diferenciavam-se nesta delimitação. Desta forma, entende-se aqui egressos
como os discentes graduados que concluíram todas as disciplinas do currículo necessárias
para sua formação e que efetivamente colaram grau para conclusão do curso. Esta definição
delimitadora foi importante também para a seleção da população no estudo de caso.
Optou-se por não fundamentar a análise do perfil do egresso somente mapeando a
inserção profissional e o retorno do mercado, mas sim em enfatizar outros aspectos que
relacionam a formação e a avaliação da graduação realizada, como apresenta Monteiro (1996)
em sua proposta de avaliação do ensino e graduação a partir do egresso, em que aponta que
deve ser realizada uma análise ampla que considere diversos aspectos da formação durante a
graduação – desde sua relação com a universidade, seu perfil de atuação, suas escolhas e
expectativas, até sua visão sobre o curso, as potencialidades e as limitações encontradas após
a conclusão do curso de graduação.
A segunda etapa se deu na busca documental sobre o curso de Gestão de Políticas
Públicas, de dados e informações que subsidiassem o estudo de caso proposto. Os
documentos foram levantados através da contribuição de docentes com a cessão de relatórios
como o Relatório de Resultados da Avaliação dos Alunos sobre o Curso de Gestão de
Políticas Públicas, a proposta do Projeto Político Pedagógico para o curso, materiais
acessados em participação na Comissão do Curso (COC de GPP) e folders de divulgação, o
Relatório de Avaliação Externa da EACH, listagens solicitadas à comissão de graduação da
EACH, e levantamento de dados, informações, relatórios e documentos nos sites da USP, da
EACH e de GPP.
Os documentos obtidos nesta fase do trabalho contribuíram não somente para a
consolidação de dados a serem apresentados nesta pesquisa para apresentação do curso, mas
também na elaboração e no levantamento de questões a serem analisadas e discutidas através
do estudo de caso sobre o perfil do egresso. Informações como as características dos
graduandos, suas expectativas e opiniões sobre o seu percurso na vida acadêmica, assim como
dados de evolução e comportamento do curso de GPP em relação aos demais cursos da EACH
foram fundamentais para a análise realizada na quarta etapa desta pesquisa.
33
Como dito anteriormente, os dados analisados nesta fase foram utilizados em duas
partes: no capítulo de apresentação do curso, em que as tabelas e figuras foram utilizadas para
ilustrar as informações selecionadas; como fonte de subsídio para a ilustração das análises
posteriores; para grau de comparação.
A terceira etapa foi voltada para construção do instrumental de pesquisa a ser aplicado
aos egressos no estudo aqui proposto. O modelo escolhido foi baseado em diversas análises
de outros processos de avaliação e levantamento sobre o perfil de egresso em cursos de
graduação de outras universidades. Buscou-se analisar modelos de avaliação de cursos da área
de humanas, já que não existem referências na literatura sobre a área de Gestão de Políticas
Públicas e de Administração Pública e áreas correlatas.
O questionário mescla questões elaboradas com base no referencial teórico, assim
como em pesquisas com egressos de universidades e cursos de graduação, utilizando como
modelos benchmarking as pesquisas da Universidade Federal do Ceará (UFC); do Centro
Federal de Educação Tecnológica de Goiás; do curso de Ciências Contábeis da UNB; do
curso de Administração da FCAP (UPE); e modelos aplicados a egressos de alguns cursos de
uma Universidade de Santa Catarina. Algumas questões também foram retiradas do Relatório
de Resultados da Avaliação dos Alunos sobre o Curso de Gestão de Políticas Públicas, como
forma de exprimir um grau comparativo para a análise de questões que tiveram mudanças sob
a influência da conclusão e finalização do currículo. O instrumento de coleta de dados
utilizado foi o questionário eletrônico, mesclando questões qualitativas e quantitativas sobre o
perfil do egresso.
As questões foram estruturadas utilizando buscando aproximar-se da aplicação da
metodologia survey de levantamento de dados quantitativos a respeito do que se pretende
estudar, mesclada a obtenção de dados qualitativos , este fato se justifica pela necessidade de
levantamento de um numero muito grande de informações sendo que muitas delas
necessitavam de respostas objetivas adequadas ao objeto da questão a ser analisada e outras
de opiniões mais abertas. Foram utilizadas para escolha da metodologia das respostas, além de
assertivas diretas para levantamento de dados gerais, escala Likert, uma metodologia
utilizada comumente em pesquisas virtuais, que especificam as respostas por nivel de
34
concordância com determinada assertiva proposta e Escala de Avaliação, indicando nível
Bom, Ótimo, Ruim, para questões com perfil avaliativo.
Devido a limitações de tempo e por questões metodológicas não foram realizadas
entrevistas. Contudo, a proposta da pesquisa permite a continuidade do trabalho, sugerindo a
aplicação deste questionário aos egressos que concluirão o curso no ano de 2010/2011, e um
aprofundamento para a ampliação de questões com base nas informações obtidas nesta
pesquisa, que podem subsidiar um estudo e a elaboração de uma proposta e de um constante
monitoramento dos egressos do curso como forma de contribuição para o processo de
avaliação interna e externa da proposta pedagógica de GPP e de seus resultados.
O questionário propõe-se a analisar o egresso nos seguintes aspectos:
1) Características gerais sobre seu perfil e em relação à sua atuação na graduação:
idade; atuação na universidade; participação em espaços de representação discente;
organizações que atuou durante o estágio curricular; ano de ingresso; período para
conclusão do curso.
2) Informações sobre sua atuação profissional ou acadêmica: quais as atividades
desempenhadas após sua formação; se o egresso buscou curso de especialização,
mestrado ou doutorado; sua atuação profissional e quais áreas, cargos ocupados; faixa
salarial; pretensões de atuação e expectativas em relação à atuação acadêmica e
profissional.
3) Informações e avaliação em relação ao curso e à formação durante a
graduação: apontamentos e opinião em relação a aspectos curriculares do curso; grau de
satisfação; avaliação geral de sua formação; deficiências e potencialidades do currículo.
O questionário foi disponibilizado em formato eletrônico, com 31 questões, e
construído na ferramenta gratuita Google Docs, que permite a elaboração e construção do
instrumental, mesclando questões abertas e fechadas (ver Anexo 1).
O acesso ao questionário se deu por meio do um link:
https://spreadsheets.google.com/viewform?formkey=dHZYN0RVaERaZ1RwREFWVzFLeTJ
zVEE6MQ, seus dados brutos foram dispostos em planilhas em formato Excel e os dados
dispostos em gráficos com as informações brutas referentes à tabulação das respostas totais de
35
cada questão. Para controle e garantira de uma maior efetividade das questões hipotéticas
elaboradas neste instrumental foi realizado um pré-teste do questionário, com uma amostra
não aleatória, por escolha intencional, a fim de equalizar as questões para a produção dos
resultados pretendidos. Depois, foram feitos reajustes para a publicação do questionário final.
A quarta etapa da pesquisa foi a aplicação do questionário enviado à população total
de egressos do curso de Gestão de Políticas Públicas. A população total é de 52 egressos que
concluíram a graduação e realizaram a colação de grau obtendo seu diploma até o mês de
dezembro do ano de 2010. A divulgação do questionário para coleta das informações sobre os
egressos foi feita por meio eletrônico, e os questionários foram enviados por e-mail. Os
contatos (e-mails) foram obtidos por meio de arquivos pessoais e também por meio de
listagens obtidas da sessão de Graduação da EACH.
Foram utilizadas para a divulgação do instrumental, também, as mídias sociais, como
forma de incentivar a participação dos egressos. Dos 52 egressos do curso de graduação em
GPP, 32 responderam à pesquisa, totalizando uma amostra de 61,5%.
A etapa final do trabalho se deu com a observação e analise descritiva dos dados
documentais levantados através dos relatórios de avaliação externa, juntamente com a análise
das respostas obtidas através do retorno das respostas coletadas com a aplicação do
instrumental proposto.
Esta etapa permitiu inferir algumas hipóteses e fenômenos observados no curso de
Gestão de Políticas Públicas que puderam apontar alguns caminhos para pesquisas posteriores
e poderão incitar discussões perante as análises obtidas.
36
5. ESTUDO DE CASO – O EGRESSO DE GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
O curso de graduação em Gestão de Políticas Públicas, por sua história recente, e por
ser o precursor do ensino desta área do conhecimento, possui poucas referências documentais
e literatura sobre área de atuação, perfil, entre outros dados.
O que se pretende neste capítulo é apresentar o curso de graduação em Gestão de
Políticas Públicas, dando um panorama de sua forma e constituição, de suas características
principais, além de apresentar alguns dados produzidos por uma avaliação interna sobre o
perfil do curso e dos discentes, e também dos elementos do projeto político pedagógico
proposto por pesquisas realizadas por docentes e discussões realizadas em comissões internas
do curso, assim como em espaços de participação, avaliação e troca entre discentes e
docentes.
Os resultados das respostas obtidas na avaliação de egressos, procurarão demonstrar o
perfil, expectativas e opiniões dos alunos concluintes do curso, assim como apontar
direcionamentos e questões que podem ser investigadas e servirão de subsídio para o estudo
da temática e da avaliação do curso em questão.
5.1. O curso de Gestão de Políticas Públicas da EACH_USP
O curso de graduação em Gestão de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo é
ministrado na Escola de Artes, Ciências e Humanidades, e faz parte de uma concepção
inovadora no que tange a proposta pedagógica e do perfil dos cursos alocados nesta unidade.
Outro ponto que vale a pena ser destacado é a região de implantação desta unidade da USP,
que fica localizada na zona leste, especificamente em uma região carente de unidades de
ensino e de equipamentos públicos na cidade de São Paulo.
A concepção deste novo campi teve uma proposta diferenciada de outras unidades da
USP e nasceu de uma pesquisa sobre a oferta de ensino público realizada pelo CRUESP em
2001 (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas), que apontou a
necessidade de expansão de vagas no ensino de graduação na Universidade de São Paulo.
37
Em 2002, iniciaram-se as pesquisas e a composição de comissões para avaliação, e
diagnósticos para implantação de uma nova unidade da USP, na zona leste da cidade, como
forma de ampliar o acesso às vagas em outras regiões da cidade (Relatório EACH–USP
2010).
Com apoio e investimento do Governo Estadual, através do programa de expansão de
vagas nas universidades paulistas baseado nas justificativas apresentadas através do processo
realizado pelas comissões internas da USP, em conjunto com a mobilização da comunidade e
com os movimentos locais da região, este processo de expansão, como apresentado no
relatório de avaliação da EACH 2010, se caracterizava como uma oportunidade até então
única para a população desta região.
A proposta de planejamento e implantação dos novos cursos desta unidade mobilizou
a participação de mais de cem docentes da USP, que, através de uma pesquisa de demandas
por áreas de conhecimento que a sociedade entendia como importantes a serem oferecidas
nesta nova unidade, reuniram-se em dez grupos de trabalho para que o planejamento e a
organização da proposta pedagógica fossem elaborados por meio destes GTs.
Formaram-se, então, dez áreas de estudos: 1. Administração Pública; 2. Esporte e
Saúde; 3. Artes; 4. Formação de Professores; 5. Ciências Ambientais; 6. Lazer e Turismo; 7.
Ciências Básicas; 8. Marketing; 9. Enfermagem; 10. Sistemas de Informação (Relatório de
Avaliação externa EACH 2010).
Como resultado deste processo de trabalho realizado por essas comissões (GTs), foi
encaminhada para aprovação da Reitoria a proposta de implantação de dez cursos para a nova
unidade da USP, que, com as devidas modificações, são hoje os cursos de graduação que
compõem a Escola de Artes, Ciências e Humanidades inaugurada em 2005, com a oferta de
1.200 vagas/ano, dispostas entre os dez cursos, como pode-se ver na Tabela 1.
38
Tabela 1 – Vagas oferecidas na EACH por curso
Fonte: Relatório de Avaliação Externa da EACH.
A graduação em Gestão de Políticas Públicas na Universidade de São Paulo está
inserida no perfil inovador da proposta pedagógica da EACH e é precursora nesta área de
conhecimento no país. Apesar do mimetismo com a área de Administração Pública e Ciências
Sociais aplicadas, possui características próprias e uma proposta formadora diferenciada.
Aprovado o curso em 2004 pela Reitoria da Universidade de São Paulo, a primeira
turma de graduação foi formada em 2005. O curso oferece 120 vagas anuais, com 60 vagas
distribuídas em duas turmas, nos períodos matutino e noturno. O tempo de duração da
graduação em Gestão de Políticas Públicas é de 4 anos (8 semestres), e o aluno tem o período
total de 6 anos para a conclusão de sua graduação. A carga horária é de 160 créditos aula
distribuídos entre as disciplinas específicas ao curso de GPP (entre obrigatórias, optativas
livres e eletivas) e o Ciclo Básico (disciplinas comuns a todos os cursos da EACH e
obrigatórias). A grade também é composta de 18 créditos trabalho referentes ao estágio
obrigatório, e ao trabalho de conclusão de curso, somando-se, assim, uma carga horária de
2.670 horas. (Site do curso de Gestão de Políticas Públicas)
O processo para ingressar no curso de GPP é comum às outras unidades da
Universidade de São Paulo, em que a entrada é realizada pelo vestibular anual elaborado pela
FUVEST. Existem outros dois mecanismos para ingressar nesta graduação: 1) o processo de
transferência interna para alunos que realizam a graduação na USP, que consiste na aplicação
39
de uma prova e uma entrevista baseadas em bibliografias específicas do curso, em que o
candidato deve obter média maior que 7,0 para ser aprovado, preenchendo as vagas
remanescentes de forma classificatória de acordo com critérios estabelecidos para esta
avaliação, priorizando alunos da própria unidade da EACH em caso de desempate; 2) o
processo de transferência externa, que se dá por meio da aplicação de prova específica e da
análise de histórico escolar, obedecendo também a critérios específicos de desempate
(SANTOS, 2010, p. 23).
A composição do corpo docente de GPP possui características peculiares ao perfil dos
docentes da USP. Em sua maioria são doutores jovens que se identificam com a proposta
pedagógica da EACH e que ingressaram inicialmente por um processo de seleção emergencial
para dar início às turmas em 2005, mas que, durante o processo de contratação oficial,
passaram por processo de contratação e seleção através de edital.
Com relação ao quadro necessário ideal, ainda não se chegou lá. O quadro está
incompleto e o curso ainda precisa de professores para determinadas áreas do conhecimento
específico ao curso de graduação. Porém, em 2010, sua formação foi a mais completa desde o
início do curso e a deficiência de corpo docente diminuiu.
A figura 1 representa o corpo docente da unidade durante o período entre 2005 e
2009e quantifica a análise supracitada.
Figura 1 – Docentes ativos na EACH 2005-2009
40
Fonte: Relatório de Avaliação Externa EACH 2010.
Até o fim do ano de 2010, o curso de Gestão de Políticas Públicas possuía um total de
24 docentes, distribuídos nas seguintes áreas do conhecimento: Ciência Política, Direito,
Sociologia e Antropologia, Economia, Administração, Administração Pública, Contabilidade
e áreas correlatas. Lembrando que alguns professores de GPP ministram aulas no Ciclo
Básico da Universidade, contribuindo para uma formação multidisciplinar dos alunos da
EACH.
Conforme aponta o relatório que propõe o projeto político pedagógico do curso de
Gestão de Políticas Públicas, este curso de bacharelado possui a visão de uma formação
acadêmica voltada para a pesquisa e para o estudo de formulação, implementação e avaliação
em políticas públicas, considerado o tripé do curso, que é composto por outras áreas do
conhecimento que compõem a formação do bacharel em GPP, como Gestão Pública, Ciências
Sociais, Ciências Econômicas, Administração e Direito (SANTOS, 2010, p. 23).
Quanto à missão do curso, evidencia-se a forte influência do processo de construção
de seu planejamento e do processo histórico de implantação da EACH na zona leste atrelado à
proposta pedagógica da unidade que tem influência direta na concepção da graduação em
Gestão de Políticas Públicas:
Missão: Desde a instituição, em 2005, a Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH)
da Universidade de São Paulo busca contribuir com o desenvolvimento local da zona leste
da cidade de São Paulo e com o progresso da ciência. A ênfase na interdisciplinaridade tem
pautado as ações no âmbito do ensino, pesquisa e extensão da escola e do curso de
graduação em Gestão de Políticas Públicas. O diferencial do curso reside na convergência
de conhecimentos em especialidades imprescindíveis à formação de profissionais altamente
qualificados para gestão de políticas públicas. A EACH tem como princípio norteador
promover uma forte interação com as comunidades da zona leste. Ao lado das atividades
culturais e esportivas, propõe desenvolver diversos programas de extensão, como cursos de
aperfeiçoamento e projetos de pesquisa voltados para a solução de problemas locais, além
de proporcionar maior acesso às facilidades laboratoriais em diversas áreas, como ciências,
artes, informática, sensoriamento remoto e ensino de línguas (SANTOS, 2010, p. 23).
41
O curso de Gestão de Políticas Públicas ainda não possui um currículo mínimo de
acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais devido à sua recente implantação. O
movimento em direção ao estabelecimento dessas diretrizes teve início em 2009, pois o curso
tem contribuído para esta definição. O currículo atual do curso está estruturado de acordo com
as bases e áreas necessárias para a formação do bacharel em Gestão de Políticas Públicas e
esta atrelado a aspectos evidenciados em sua visão. De acordo com documentos analisados
sobre o curso, a formação acadêmica é voltada para a formulação e implantação de políticas
públicas:
A concepção de gestão é compreendida no âmbito da reflexão e da ação, com a
confluência de áreas de conhecimento das Ciências Sociais, das Ciências
Econômicas, da Administração e do Direito. Sendo assim, o bacharelado em
Gestão de Políticas Públicas da EACH-USP é, per se, um curso interdisciplinar de
Ciências Sociais aplicadas e Gestão Pública, inovador em relação às experiências
no Brasil de ensino tanto de políticas públicas no âmbito dos cursos de graduação
em Ciências Sociais como de gestão pública no âmbito dos cursos de graduação em
Administração Pública (Folder do curso de divulgação sobre o curso de Gestão de
Políticas Públicas, 2009).
Devido ao fato de este curso de graduação não possuir um currículo mínimo e por ter
uma história recente, sua grade curricular e suas diretrizes pedagógicas ainda estão em
constante construção e planejamento. Desde 2005 o curso passou por dois processos de
reformulação de grade curricular, ambos com abertura à participação e ampla discussão
entre discentes e docentes para a elaboração de propostas a serem definidas na comissão de
deliberação do curso, a COC de GPP. A primeira reforma curricular ocorreu no ano de
2006, um ano após o início da oferta do curso na unidade, e a última reforma ocorreu no ano
de 2010 e está com um tempo maior de planejamento, resultado de um processo de
avaliação do curso sistematizado em avaliações quantitativas e qualitativas para elencar,
42
através da resposta de alunos e da percepção dos docentes, as reais necessidades de
reformulação para o curso.
O currículo de GPP é composto pela grade de disciplinas de créditos aula, totalizando
160 créditos para a conclusão do curso, e conta também com 18 créditos trabalho, distribuídos
entre o Estágio obrigatório, que deve ser cumprido durante o últimos semestres do curso, com
uma carga horária mínima de 120 horas de atividades de estágio curricular, divididas em 60
horas no primeiro semestre e 60 horas no segundo semestre. Os créditos trabalho do Trabalho
de Conclusão de Curso também são obrigatórios e só podem ser iniciados após o
cumprimento de 50% do curso, o TCC é obrigatoriamente orientado e pode ter orientação
tanto de professores internos como externos, e deve conciliar as pesquisas e áreas de interesse
de ambos, docentes e discentes (SANTOS, 2010).
Pautando-se na visão, na missão do curso e na concepção pedagógica, o perfil do
egresso que o curso pretende formar através da graduação em GPP envolve os
aspectos já apresentados que vão desde a influência de uma proposta pedagógica
diferenciada da EACH, buscando uma maior interação tanto interna, através de
mecanismos que permitam uma formação multidisciplinar ao promover a interação
entre diversas áreas do conhecimento e formações presentes no espaço desta nova
Unidade aliadas ao perfil desenhado pelas diretrizes curriculares planejadas dentro
do curso, o perfil do egresso que buscamos formar Gestores de Políticas Públicas,
com inteligência estratégica e comprometidos com a eficiência, eficácia e
efetividade das instituições públicas, bem como em formar pesquisadores para o
debate sobre a gestão de políticas públicas em um contexto de rearranjos das
relações entre Estado e sociedade civil principado pela governança, transparência e
a intersetorialidade (Folder do curso de divulgação sobre o curso de Gestão de
Políticas Públicas, 2009).
43
5.1.2 Dados do curso de Gestão de Políticas Públicas
Este subcapítulo pretende apresentar dados gerais sobre o curso de graduação em
Gestão de Políticas Públicas, comparativamente a outros cursos que são ministrados na
mesma unidade e possuem trajetórias semelhantes. Esta análise comparativa e os dados
analisados sobre o perfil do graduando de GPP dão a base necessária que justifica a
necessidade de investigação sobre o perfil do egresso de GPP e que aqui auxiliará na
composição da análise da pesquisa sobre o perfil do egresso proposta por este trabalho.
Os dados e tabelas analisados neste tópico foram retirados do Relatório de Avaliação
Externa da EACH–2010. Como já dito na introdução deste capítulo, o curso de Gestão de
Políticas Públicas, iniciou-se em 2005 e disponibiliza anualmente 120 vagas em dois
períodos. A figura 2 mostra a dimensão da distribuição de vagas por curso na EACH.
Figura 2 – Número de vagas anuais por curso (2005 a 2010)
Fonte: Relatório de Avaliação externa EACH–2010.
Sobre o aspecto da procura pelo curso de Gestão de Políticas Públicas, pode-se
observar, na figura 3, que, acompanhando a curva dos demais cursos da EACH, no ano de
2006 verificou-se um aumento n a relação candidato/vaga, que chegou ao índice de 11,25,
mas que, nos demais anos, manteve uma constância com pequenas oscilações. Em relação aos
demais cursos da EACH, o curso de GPP não apresenta uma evolução em sua demanda,
44
ficando sempre abaixo da média geral da unidade, o que ressalta que este fator se dá pela
grande diferença entre os desvios padrões das médias de cada curso, onde os valores de
outliers prejudicam a análise.
Figura 3 – Número de candidatos/vaga de 2005 a 2010 por curso
Fonte: Relatório de Avaliação externa EACH–2010.
Em relação à demanda por transferências, observa-se um fenômeno a ser investigado.
No ingresso na unidade por transferência interna, GPP se configura acima da média dos
cursos da unidade e destaca-se na procura pela demanda externa, apresentando uma grande
vantagem em relação aos demais cursos, como pode ser visto na figura 4. Este fato também
está relacionado ao número de vagas disponibilizadas para transferência devido ao alto índice
de desligamento do curso em relação aos demais da EACH, como observa-se na figura 5.
45
Figura 4 – Transferências externas de 2005 a 2010 por curso
Fonte: Relatório de avaliação externa EACH–2010.
Figura 5 – Cancelamentos/desligamentos por curso
Fonte: Relatório de avaliação externa EACH – 2010.
A figura 5 demonstra os altos níveis de cancelamento e desligamento do curso de GPP
no período analisado pelo Relatório da EACH. Outro fator é o índice de trancamento, em que
GPP também se configura com o maior índice da unidade em relação aos demais cursos,
apontando um indicador que deve ser investigado e necessita do levantamento de fatores que
46
influenciam este índice. Em dados gerais de desligamento, o curso de GPP apresenta um total
de 21% do total de vagas.
Outro fenômeno em que GPP possui destaque entre os índices apresentados é o baixo
índice de alunos que concluíram o curso. Este indicador é muito expressivo em relação aos
demais cursos, tanto em números absolutos totais como em relação ao índice de vagas. No
período analisado pela pesquisa, o número de concluintes do curso de GPP é de 5,6% em
relação ao total, possuindo uma diferença de aproximadamente 18% em relação ao curso que
possui maior número de concluintes na EACH. A figura 6 nos demonstra esta relação e a
figura 7 apresenta o número de matriculados regularmente por vaga, em que GPP se configura
com alto índice devido ao fenômeno de maior permanência durante o curso.
Figura 6 – Concluintes por curso e por vaga
Figura 7 – Alunos com matrículas regulares por vaga e por curso
47
5.1.3 O perfil do graduando em Gestão de Políticas Públicas
No tópico anterior, buscou-se apresentar um panorama sobre o curso de Gestão de
Políticas Públicas da Universidade de São Paulo e também um breve histórico, sua estrutura,
suas diretrizes pedagógicas, além de informações gerais.
Neste capítulo, pretende-se apresentar dados e informações sobre o perfil do
graduando deste curso: o perfil socioeconômico, suas escolhas motivacionais, expectativas em
relação ao curso e ao futuro profissional e suas concepções sobre o curso. Estes dados darão
base informativa para as análises posteriores sobre os resultados da pesquisa com os egressos
desta graduação.
O perfil do graduando em Gestão de Políticas Públicas ainda está se construindo e não
possui um padrão. Os dados apresentados foram coletados dos Relatórios de Avaliação
interna do curso de Gestão de Políticas Públicas e do Relatório de Avaliação Externa da
EACH 2010, e estão segmentados em dados gerais sobre o perfil do graduando, sobre suas
preferências e motivações e em relação à expectativa de atuação após a conclusão da
graduação. Com relação ao indicador de idade média dos graduandos do curso de Gestão em
Políticas Públicas, verificou-se a coexistência de uma faixa etária predominante com outra
faixa de alunos considerável para esta análise, como visto na figura 8.
Figura 8 – Graduandos respondentes por idade
Fonte: Relatório de Resultados da Avaliação dos Alunos sobre o Curso de Gestão de
Políticas Públicas (p. 7).
48
Os alunos concentram-se na faixa entre 18 e 25 anos de idade, iniciando seu caminho
na graduação e originados diretamente do Ensino Médio ou de cursos pré-vestibulares.
Conforme o gráfico, os alunos que estão nesta primeira faixa etária estão convivendo com
outra faixa correspondente a pessoas entre os 30 e 50 anos, dentro da qual muitos já possuem
uma graduação completa ou incompleta. Isso demonstra uma correlação entre os indicadores
de faixa etária, formação e interesse na escolha da graduação.
Os dados da figura 8 nos apontam duas demandas pelo curso: a de alunos iniciando
sua vida acadêmica, buscando a profissionalização e a especialização, e a de alunos que
almejam uma formação complementar, o que explica a presença de pessoas de faixa etária
mais elevada em busca de uma complementação profissional. Dentre estes últimos, 9,4% já
realizaram uma graduação completa e, comparativamente a média da USP, que é de 4,8%,
este indicativo é expressivo e caracteriza uma demanda específica deste perfil. Outra
informação relevante para esta análise de correlação entre os fatores se dá entre o perfil
relacionado à idade e o interesse pelo curso de GPP com a atividade profissional, à medida
que cerca de 60% dos alunos participantes da pesquisa declararam que trabalham e somente
10% destes não estão no setor público, o que permite inferir a relação entre a atividade
profissional no setor público por especialização na área.
Sobre a origem das instituições de ensino na educação básica dos ingressos em GPP, a
pesquisa de avaliação do curso identificou que a maioria dos alunos advém do ensino
particular, 44% versus 39% de escolas privadas, índices mais baixos em relação ao da USP
em geral. Quanto à renda familiar, a pesquisa aponta as faixas de renda declaradas no período
da pesquisa e a expectativa de renda após a conclusão do curso.
Os rendimentos familiares declarados pelos graduandos concentram-se na faixa entre 3
e 14 salários mínimos, fazendo uma ressalva também sobre a porcentagem significativa que
apresenta uma renda superior a 20 salários mínimos, 14%, evidenciando um valor expressivo
se comparada com a porcentagem de faixa de renda abaixo de um salário mínimo. A tabela 2
permite também que se identifique a renda esperada após a conclusão do curso, o que se
concentra na faixa entre 5 a 20 salários mínimos.
49
Tabela 2 – Rendimento das famílias e renda esperada com a graduação em GPP
Fonte: Relatório de Resultados da Avaliação dos Alunos sobre o Curso de Gestão de
Políticas Públicas (p. 9).
Tabela 3 – Área em que prefere trabalhar prioritariamente
Fonte: Relatório de Resultados da Avaliação dos Alunos sobre o Curso de Gestão de
Políticas Públicas (p. 10).
A tabela 3 apresenta um panorama da preferência por área de atuação, em que a maior
parte dos participantes da avaliação demonstrou a preferência por atuação no setor público:
entre cargos concursados e comissionados somam-se cerca de 70%. Com isso, duas hipóteses
são apresentadas: uma em relação à especificidade do curso, em que a área de atuação no
setor público é diretamente relacionada à formação do egresso em gestão de políticas
50
públicas, ainda que exista um grande espaço em outros setores para atuação na área; a outra é
o perfil que um cargo público oferece, como estabilidade profissional, bons salários e
oportunidades para pessoas especializadas nesta área de formação.
O indicador “preferência de escolha do local de trabalho” está relacionado à sua
origem de natureza. Assim como os três últimos indicadores, os dados obtidos destas análises
contribuirão, por meio de grau comparativo em relação às expectativas do aluno enquanto
graduando, e suas expectativas após conclusão da graduação. Como demonstra a tabela 4,
ainda existe uma preferência de atuação na cidade de São Paulo e Brasília aparece em
segundo lugar para nascidos em São Paulo (e possui porcentagem praticamente semelhante
para os nascidos fora de São Paulo).
Tabela 4 – Preferência por local de trabalho
Fonte: Relatório de Resultados da Avaliação dos Alunos sobre o Curso de Gestão de
Políticas Públicas.
Ao realizar uma análise geral comparativa sobre o perfil do graduando da EACH em
relação ao perfil dos demais alunos da USP, verifica-se, em relação aos índices
socioeconômicos, uma pequena diferença: há uma carência maior apontada pelos indicadores
de origem de escolas públicas, Ensino Médio noturno, maior número de negros, idades
médias mais elevadas. As análises apontadas no Relatório de Avaliação do Aluno também
demonstram que o curso de GPP contribui para esta diferença, como a idade média mais
elevada dos seus alunos (apesar de estar decaindo nos últimos anos).
A respeito dos indicadores relacionados ao acesso ao curso e às escolhas
motivacionais, a avaliação aponta que o manual da Fuvest foi o responsável por cerca de 45%
51
da divulgação de GPP e que a divulgação de amigos e familiares representa 14% das
respostas. Nos aspectos que influenciaram os motivos para escolha do curso, entre os mais
importantes estão a Universidade Pública Gratuita, com 58%, e estudar na USP, com 52%.
Aparecem também, com cerca de 43%, a preferência pela área de Humanas e a grade
curricular, com cerca de 23%. Os aspectos que tiveram menor influência foram a localização
e a experiência tanto no setor público como no setor privado.
A tabela 5 demonstra o grau de expectativas em relação ao curso durante a graduação,
apresentando cerca de 73% entre as respostas em que as expectativas foram parcialmente
atendidas (52%) e atendidas (20%).
Tabela 5 – Grau de expectativa em relação à GPP
Fonte: Relatório de Resultados da Avaliação dos Alunos sobre o Curso de Gestão de
Políticas Públicas.
Em relação ao corpo docente, o estudo aponta, no geral, para uma boa avaliação de
aspectos como nível de conhecimento, didática, relacionamento entre alunos e professores,
interesse, promoção do debate em sala de aula, assiduidade e disponibilização de conteúdos
acessíveis.
Os dados que foram apresentados serão utilizados nos próximos tópicos para compor a
análise do perfil do egresso, objeto de estudo deste trabalho.
52
5.2. Descrição e análise dos resultados da pesquisa do perfil do egresso do curso de Gestão de Políticas Públicas
O presente capítulo tem como objetivo demonstrar os resultados obtidos através das
análises descritivas da pesquisa aplicada aos egressos do curso de graduação de Gestão de
Políticas Públicas da Universidade de São Paulo.
As análises estão divididas em três tópicos, e cada um abordará um aspecto explorado
neste trabalho, são eles:
4) Características gerais sobre o perfil do egresso e sua atuação na graduação:
idade; atuação na universidade; participação em espaços de representação discente;
organizações em que atuou durante o estágio curricular; ano de ingresso; período para
conclusão do curso.
5) Informações sobre sua atuação profissional ou acadêmica: quais as atividades
desempenhadas após sua formação; se o egresso buscou curso de especialização, mestrado ou
doutorado; sua atuação profissional e em quais áreas; cargos ocupados; faixa salarial;
pretensões de atuação e expectativas em relação à atuação acadêmica e profissional.
6) Informações e avaliação em relação ao curso e à formação durante a
graduação: apontamentos e opinião em relação a aspectos curriculares do curso; grau de
satisfação; avaliação geral de sua formação; deficiências e potencialidades do currículo.
A pesquisa foi aplicada na população total de egressos do curso de graduação em
Gestão de Políticas Públicas, o que representa 52 pessoas, ingressantes da primeira e da
segunda turmas formadas em 2005 e 2006, que efetivamente concluíram os créditos totais
para conclusão da graduação e participaram do processo de colação de grau até dezembro de
2010.
A pesquisa foi enviada a todos os alunos, conforme descrito na metodologia, através
de convite eletrônico. Da população total, obteve-se uma amostra de 32 alunos, 61,5% dos
egressos do curso.
53
5.2.1 Apresentação dos dados gerais sobre o perfil egresso
Neste subcapítulo, serão apresentados a análise dos dados obtidos através das
respostas levantadas através da aplicação do questionário proposto para obtenção dos dados
junto aos egressos, serão utilizados também alguns dados apresentados no subcapitulo
anterior, para subsidiar e complementar algumas analises.
Dos respondentes, 50% eram do gênero feminino e 50% masculino, e a porcentagem
do total de egressos deste gênero é de 60%, o que demonstra maior participação
proporcionalmente do gênero feminino na pesquisa.
Em relação ao ano de ingresso, 59% dos respondentes são ingressos do ano de 2005, o
que representa um total de 65% da população real que se formou desta turma, ou 34 alunos, e
38% ingressos em 2006, com a população total de 35% de egressos da turma de 2006,
totalizando 18 alunos (vide Tabela 6).
TABELA 6. Ano de ingresso no curso de GPP
Ano de ingresso
Ano Total % 2005 19 59%
2006 12 38%
2007 1 3%
Ao analisarmos o gráfico de dispersão de idade entre os respondentes da pesquisa,
verificamos que a maioria se concentra na faixa entre os 22 e 25 anos, representando 75% da
amostra. Porém, ao analisarmos a média total dos respondentes, encontramos um valor médio
de idade de 25,5 anos. Isto ocorre devido à presença considerável de alunos com idade mais
elevada que se configuram como outliers, conforme podemos verificar na pesquisa realizada,
que representam uma faixa etária entre os 30 e 40 anos. Este público representa nove pessoas
do total dos 32 respondentes, caracterizados pelos graduandos que já exerciam uma atividade
profissional durante a graduação em GPP e também já haviam cursado outra graduação. Ao
analisar o perfil do egresso sob esta hipótese, das nove pessoas que estão dentro desta faixa
etária e responderam à pesquisa, seis delas estiveram efetivamente empregadas durante a
54
graduação. Este fator é relevante, pois questionados sobre estar empregados efetivamente
durante a graduação, obtivemos um total de 11 pessoas, dentre elas, seis são de faixa etária
mais elevada que a média.
Dentro da análise do perfil de atuação profissional das pessoas com um nível etário
mais elevado, somente duas não atuam em sua área de formação e as demais atuam na área
pública, ou em consultorias relacionadas à área, ou em cargo público concursado, sendo o
último um indicador que se configura como a maior parte deste público, já que do total da
amostra, sete egressos atuam no setor público como concursados e quatro deles possuem
idade acima da média apresentada.
Esta análise evidencia um indicador apontado no capítulo anterior, em que é feita uma
relação entre a idade do aluno versus a procura pelo curso de Gestão de Políticas Públicas, e a
presença destes alunos com idade mais elevada e que mostra o interesse pelo curso como
formação complementar.
Sobre o período que cursaram a graduação, 56% responderam que cursaram ou o todo
ou a maior parte do curso no período matutino, e 44% cursaram todo ou a maior parte do
curso no período noturno.
Do total de egressos participantes da pesquisa, 79% concluíram o curso em 4 anos
(tempo ideal de conclusão), e 21% em mais de 4 anos( somando-se as porcentagens , de
distribuição destas frequências) . Em relação a este indicador, é importante considerarmos
outros fatores para analise dos dados. Se analisarmos o valor absoluto, podemos ter a falsa
impressão de que a grande parte dos alunos se forma no período ideal; porém, ao analisarmos
os valores totais do curso em relação ao número de vagas, e comparativamente aos demais
cursos da unidade, verificamos que o curso de Gestão de Políticas Públicas possui um grande
número de alunos que estão fora do período ideal para a conclusão do curso, devido ao
número muito baixo de egressos – uma população total de 52 alunos – sendo que o total de
vagas para as duas primeiras turmas é de 120 vagas por ano, totalizando 240 vagas.
É importante ressaltar que o curso apresenta um nível de desligamento ou
cancelamento por ingressante de 17%, porém possui uma taxa de concluintes, verificada até o
ano de 2010, de 5% de concluintes por ingressantes no curso. É, também, um dos cursos que
mais apresenta alunos regularmente matriculados e que representam, até 2010, cerca de 67,5%
55
do total de ingressantes. Para ilustrar essa relação, o curso em números absolutos, até 2010,
possuía um total de 526 alunos matriculados: o número de vagas oferecidas foi de 720 vagas
em 6 turmas do curso, e, deste total de vagas, há 136 ocorrências de desligamentos, o que
demonstra o alto índice de alunos de GPP que ainda permanecem na universidade.
Entre os principais motivos apresentados pelos alunos como dificuldade para a
conclusão do curso, aparece em destaque a dificuldade para a conclusão do TCC, disciplina
obrigatória para a formação, com 42% de indicação desta questão( ver tabela 7).
TABELA 7.Principais motivos que dificultam a conclusão do curso de GPP em 4 anos
Principais motivos que dificultaram a conclusão do curso em 4 anos Motivos N %
Período exigido insuficiente para conclusão dos créditos obrigatórios 2 17% Baixa oferta de disciplinas optativas 0 0% Reprovações em disciplinas e trancamento de créditos 1 8% Dificuldades em concluir o Trabalho de Conclusão de Curso 5 42% Dificuldades em conciliar o estágio com as disciplinas durante a graduação 1 8% Problemas estruturais do curso 1 8% Atividades extracurriculares 2 17% Opção própria em realizar a graduação em mais tempo 2 17% Outros 5 42%
As questões referentes à busca de formação complementar em outros cursos de
graduação, ou especialização, apresentam expressividade nos dados obtidos em relação a
alunos que estão em cursos de mestrado( ver tabela 8). Em relação aos dados que representam
a busca de especialização, 38% ( 12 alunos) realizam curso de mestrado e 19% curso de
especialização ou pós-graduação. Os egressos que apontaram realizar outro curso de
graduação representam 9% da amostra obtida.
Entre as áreas de pesquisa e as Instituições apontadas pelos egressos, aparecem
Modelagem de Sistemas Complexos (EACH–USP); Mestrado em Administração Pública e
Governo (FGV); Área de Transformação do Estado e Políticas Públicas (FGV); Saúde (UnB);
Administração de Empresas – Área de Métodos Quantitativos e Informática (USP); Gerente
de Cidades (FAAP); Prolam (USP); Especialização em Administração Pública no Tribunal de
Contas do Município, Gestão Pública (FESPSP); Gestão de Pessoas (FGV); Mestrado em
56
Ciência Política (USP); Gestão de Projetos (Uninove); e Administração Pública e
Governo/Governo e Sociedade Civil em Contexto Subnacional, e Economia Urbana.
Entre as instituições mais citadas, estão a Fundação Getúlio Vargas e a Universidade
de São Paulo.
TABELA 8.Realização de especialização, mestrado ou doutorado pelos egressos
Realização de especialização, mestrado ou doutorado Respostas %
Sim, curso de especialização ou pós-graduação 6 19% Sim, mestrado 12 38% Sim, doutorado 0 0% Não 14 44%
Sobre as atividades realizadas durante a graduação, buscou-se levantar dados do perfil
de atuação, como pode ser visto na Tabela 9. Os egressos foram questionados sobre quais
atividades realizaram durante a graduação( podiam apontar mais de um tipo de atividade – ver
Anexo1). Os resultados mostram que 88% realizaram estágio remunerado e este fator se deu
pela obrigatoriedade da realização de estágio curricular. Em relação à produção de pesquisa
científica, verificou-se um índice de 44% entre os respondentes. Outras constatações
expressivas são em relação à realização de Extensão Universitária e Representação Discente,
ambos com 38% dos respondentes, o que pode apontar para um indicador ligado à história
recente da unidade (EACH) e ao processo de consolidação dos espaços de representação
discente. Já em relação à extensão universitária, tem-se um alto número de projetos de
extensão aprovados na unidade, até mesmo em relação ao perfil de atuação e à busca de maior
interação com a comunidade do entorno, o que pode estar correlacionado ao processo
histórico de instalação da unidade na zona leste.
57
TABELA 9 – Atividades realizadas durante a graduação em GPP
Atividades realizadas durante a graduação Atividades N % Pesquisa científica 14 44% Extensão universitária 12 38% Representação discente (Centro Acadêmico/Atlética/ DCE) 12 38% Estágio remunerado 28 88% Estágio não remunerado 3 9% Voluntariado 6 19% Empregado efetivado 12 38% Outras 5 16% Nenhuma atividade 0 0%
Para mapear um perfil de atuação em estágio, destes egressos durante a graduação,
buscou-se levantar os tipos de Instituições e as respectivas frequências. De acordo com a
figura 9, ao analisarmos os tipos de organizações em que os egressos atuaram, o setor público
aparece em destaque, demonstrando um índice total das respostas. Ao reunirmos as
organizações públicas nas esferas de governo, 41% dos egressos participantes da pesquisa
atuaram em organizações municipais, 48% em estaduais e 3% em federais. O Terceiro Setor
aparece em destaque também, com a participação de 45% dos egressos, demonstrando um
potencial de absorção além da área pública e que já se aproxima a ela em índices de atuação
de estágio, o que pode estar relacionado ao fato da crescente expansão deste setor.
58
FIGURA 9.Tipos de Instituições em que os egressos realizaram estágio
5.2.2. Apresentação de dados do perfil de atuação profissional
Serão abordados, agora, os resultados das questões referentes à atuação profissional e
acadêmica dos egressos de Gestão de Políticas Públicas, para levantar questões,
apontamentos, e mostrar caminhos e campos de atuação para o profissional de GPP, área
ainda inexplorada e com poucas evidências comprobatórias.
Da amostra obtida, 84% relatam exercer atividade remunerada e, entre os 13% que não
a exercem, os principais motivos apontados foram a realização de curso de especialização ou
mestrado (13%) e outros (18%) –Sobre atuarem na área de formação, 88% dizem atuar na
área, e, entre os que não atuam, os principais motivos apontados foram mercado de trabalho
fechado (20%) e baixa perspectiva profissional (13%) (ver tabela 12).
59
TABELA 12.Motivos por não atuar na área de formação
Motivos por não atuar na área de formação Mercado de trabalho fechado na área (falta de oportunidade) 3 20%
Falta de interesse em atuar em sua área de formação 0 0%
Salário melhor em outra área 1 7%
Falta de perspectiva profissional 2 13%
Está se dedicando a outras atividades 0 0%
Não sei ou não se aplica 8 53%
Outros motivos 4 27%
Em relação ao tempo decorrido da conclusão do curso de graduação e o início da vida
profissional, de acordo com a tabela 13, 41% concluíram a graduação efetivados, e 32%
demoraram menos de 6 meses para dar início às atividades profissionais, demonstrando que,
apesar de ser uma área de formação recente e o primeiro curso da área de Gestão de Políticas
Públicas no país, pode-se inferir que o profissional tem sido bem-aceito nas organizações em
que o Gestor de Políticas Públicas pode atuar. Os indicadores de tempo de início de carreira e
de atuação na área de formação demonstram que, diferentemente de cursos correlatos, como
de Administração Pública – que possui problemas relacionados à inserção de profissionais na
área específica de formação –, o egresso de GPP tem conquistado cada vez mais espaço seja
no setor público, seja no terceiro setor.
TABELA 13.Início da carreira profissional
Início da carreira profissional 2 anos 0 0% Entre 2 anos e 1 ano 0 0% Entre 1 ano e 6 meses 3 9%
Tabela 11- Atua na área de formação
Sim 28 88% Não 4 13%
Tabela 10 - Exerce atividade remunerada
Sim 27 84% Não 4 13% Não se aplica
1 3%
60
Entre 6 meses e 3 meses 5 16% Menos de 3 meses 5 16% Concluí a graduação efetivado 13 41% Não se aplica 6 19%
Em relação à forma de inserção no emprego atual, verificou-se uma grande dispersão
entre os dados. A hipótese a ser testada era a de se o ambiente do curso, as listas, indicações
de docentes influenciavam na rede para atuação profissional. Porém, os dados se apresentam
de uma forma dispersa, conforme constatado na tabela 14, em que o valor que tem mais
expressividade é o acesso via concurso público, representando 25% dos egressos; a efetivação
através de estágio fica em segundo lugar, com 19% dos meios de acesso à atividade atual
junto à indicação de outras pessoas.
TABELA 14.Meio de acesso ao emprego atual
Como teve acesso ao emprego atual Divulgação nas listas do curso de GPP 1 3% Indicação de alguém do curso de GPP 3 9% Indicação de outras pessoas 6 19% Efetivação no estágio 6 19% Divulgação em sites, banco de empregos, anúncios 2 6% Concurso público 8 25% Já estava empregado durante a graduação em GPP 3 9% Outros 2 6% Não se aplica 4 13%
A análise dos tipos de Instituições em que os egressos do curso atuam
profissionalmente foi baseada em dados da pesquisa de avaliação do graduando de Gestão de
Políticas Públicas. É importante fazer um comparativo entre os dados obtidos durante a
avaliação de graduandos, a respeito da expectativa e preferência por área de atuação, e a área
de atuação atual dos egressos que participaram da pesquisa.
Assim como os demais indicadores relacionados a tipos de instituições para atuação,
como no caso da análise sobre o estágio curricular, a expressividade dos dados concentra-se
na área pública: cargos públicos concursados e comissionados representam um total de 50%
61
do total das respostas, e o Terceiro Setor aparece em segundo lugar, com 16%. O índice de
13% de egressos que pretendem seguir carreira acadêmica aponta um caminho importante a
ser ressaltado, como o surgimento de profissionais interessados e preocupados na produção de
conhecimentos e pesquisas na área de Gestão de Políticas Públicas e áreas correlacionadas, o
que pode vir a contribuir para os estudos e o aprimoramento de informações sobre a área.
TABELA 15.Tipo de Instituições que atua profissionalmente
Tipo de instituição em que atua profissionalmente Pública (cargo concursado) 8 25% Pública (cargo comissionado ou carreira política eletiva) 8 25% Iniciativa privada 2 6% Consultoria na área pública 3 9% Terceiro setor 5 16% Responsabilidade Social Empresarial 0 0% Instituições de Pesquisa e Avaliação 0 0% Acadêmica 4 13% Empresa própria voltada à área pública 0 0% Empresa própria voltada à área privada 0 0% Outros 1 3% Não se aplica 1 3%
Os dados da tabela 15, comparativamente aos obtidos na pesquisa de avaliação com
graduandos do curso de GPP, apontam para os mesmos caminhos, em que a carreira na área
pública aparece em primeiro lugar. Há um ponto que pode apontar alguma inversão após a
conclusão do curso, que é em relação à intenção de possuir negócio próprio e também de atuar
no terceiro setor. Somente cerca de 3% dos graduandos apontaram interesse em atuar no
terceiro setor: 16% dos egressos que nesta área, mas é crescente no número de profissionais
do curso que atuam e procuram por ela. O indicador relacionado à intenção de seguir a
carreira acadêmica também pode expressar alguma alteração após a conclusão do curso, já
que na pesquisa de avaliação do perfil dos graduandos aparece com cerca de 6% de intenções.
Com a finalidade de contribuir para o levantamento de atuação do profissional nas
atividades mais realizadas e próximas à sua atuação profissional, buscou-se questionar sobre
“funções” e atividades que estariam mais relacionadas ao seu trabalho ou à sua pesquisa. Os
62
indicadores apresentados como hipóteses para atividades e funções desempenhadas foram
baseados tanto na experiência e vivência durante o curso, como nos dados apresentados e na
base curricular oferecida na graduação em GPP.
A tabela 16 aponta caminhos para o perfil de atuação do egresso. Este retorno é
importante para a avaliação curricular e os aspectos pedagógicos que dão as diretrizes para o
curso e podem ser “testados” através dos caminhos apontados pelas respostas dos alunos. De
acordo com a tabela 16, Elaboração e Gestão de Projetos aparece como a função mais citada,
configurando-se com 56% das respostas, seguida por Planejamento, Avaliação e
Monitoramento. Ambas as atividades estão relacionadas ao tripé do curso e, podem, assim,
demonstrar que a missão do curso, suas diretrizes pedagógicas, assim como o currículo, têm
influenciado a atuação do bacharel em GPP.
TABELA 16.Funções relacionadas a atuação em GPP
Funções relacionadas à atuação Elaboração e Gestão de Projetos 18 56% Área Financeira 1 3% Área Administrativa 7 22% Planejamento, Avaliação e Monitoramento 13 41% Advocacia/ Relações Institucionais 0 0% Captação de Recursos 2 6% Pesquisa Científica 5 16% Desenvolvimento Institucional 8 25% Outros 3 9% Não se aplica 2 6%
Foi apresentada, também, aos ex-alunos, uma questão relacionada às áreas de atuação
profissional ou de pesquisa, como forma de levantar subsídios para as principais áreas,
projetos e políticas públicas em que os egressos têm atuado.( ver Figura 10)
Entre os resultados, a área de Economia, Planejamento e Gestão apareceu entre as
mais citadas, com 44% das respostas coletadas, seguida das áreas de Educação, Cultura,
Ciência, Tecnologia e Gestão da Informação, e Governo Eletrônico. Esta pergunta pode ter
gerado uma falha de interpretação, com relação à área com maior índice de respostas, pois,
63
para alguns, estas áreas podem perpassar vários setores e não se configurariam exatamente no
mesmo nível interpretativo das demais áreas apresentadas.
FIGURA 10.Áreas relacionadas a atuação profissional do egresso de GPP.
Sobre os cargos ocupados por egressos em suas atividades profissionais , pela falta de
informações e dados relacionados à atuação na área do curso de graduação pesquisado para
elaboração de respostas possíveis, demonstrou-se que as respostas que não apontam para o
sentido que a questão apresentada direcionava. Foram, então, levantadas hipóteses para as
questões a serem respondidas pelos egressos, podendo, algumas vezes, encontrar falhas para
uma análise concreta. Sobre os cargos mais citados, de acordo com a tabela 17, os
relacionados a Técnico/Especialista em Gestão de Políticas Públicas/Gestão Pública aparecem
com maior expressividade (28%), seguido pela resposta Outros (19%) e Não se aplica (16%);
os cargos de Assistente e Analista Pleno também aparecem com 9% cada.
64
TABELA 17. Cargos ocupados pelos egressos do curso de GPP
Cargos ocupados pelos egressos do curso de Gestão de Políticas Públicas Técnico/Especialista em Gestão de Políticas Públicas/Gestão Pública 9 28% Outros 6 19% Não se aplica 5 16% Assistente 3 9% Analista PLENO 3 9% Coordenador 2 6% Diretor 2 6% Analista Jr. 1 3% Professor 1 3% Trainee 0 0% Analista Sênior 0 0% Gerente 0 0% Pesquisador 0 0%
A questão relacionada à faixa salarial dos egressos pode ser verificada através da
representação da figura 11. A maior faixa salarial está em torno de R$ 3.000,00 a R$
4.000,00, representando 41% dos respondentes, seguida de 25% na faixa entre R$ 1.000 a R$
2.000 e 16% entre R$ 2.000 a R$ 3.000. Estes dados podem servir como base para a
construção de uma faixa salarial média da área, já que não possuímos referenciais para
realizar parâmetros comparativos. ( ver tabela 18)
65
FIGURA 11.Faixa salarial do egresso de GPP.
TABELA 18. Faixa salarial do egresso
Quanto às expectativas futuras relacionadas à atuação profissional, somente 9%
pretendem continuar na mesma organização. Em relação à atuação no terceiro setor, onde hoje
temos 15% dos participantes da pesquisa alocados nesta área de atuação, este aparece com 9%
das expectativas. Acompanhando todos os indicadores relacionados ao tipo de instituição a
atuar, o setor público aparece com os resultados mais expressivos, seguido da carreira
acadêmica, com 25% das intenções, o que afirma os indicativos apontados nas análises
anteriores a respeito do surgimento e do crescente interessse pela produção acadêmica dos
egressos do curso de Gestão de Políticas Públicas.
Faixa salarial Menos de R$1.000 1 3% R$ 1.000 a 2.000 8 25% R$ 2.000 a 3.000 5 16% R$ 3.000 a 4.000 13 41% R$ 4.000 a 5.000 1 3% R$ 5.000 a 7.000 1 3% Mais de R$7.000 0 0%
Não se aplica 3 9%
66
TABELA 19.Expectativas de atuação profissional
Expectativas para atuação profissional Pretendo continuar na mesma organização 3 9% Pretendo ocupar cargo público através de concurso 11 34% Pretendo ocupar cargo público comissionado 1 3% Pretendo seguir carreira política eletiva 3 9% Pretendo atuar no terceiro setor 3 9% Pretendo seguir carreira acadêmica 8 25% Pretendo atuar no setor empresarial 1 3% Não pretendo atuar na minha área de formação 0 0% Outros 1 3%
A pesquisa sobre a atuação profissional também considerou a localidade de
preferência para atuação do egresso, questão que foi retirada do Relatório de Avaliação do
perfil do graduando de GPP, o que demonstrou que 41% têm preferência em atuar na cidade
de São Paulo, e somente 13% demonstram interesse em atuar em Brasília; apesar da grande
oferta de vagas na área pública no Distrito Federal aos que nasceram fora de São Paulo, 16%
desejam atuar na sua cidade de origem.
TABELA 20.Preferência por localidade de atuação
Preferência por localidade de atuação Na cidade de São Paulo 13 41% Em Brasília 4 13% Em minha cidade de origem (menos São Paulo) 5 16% Em qualquer outra região, exceto as anteriores 0 0% No exterior 2 6% Não sei /Não se aplica 8 25%
67
5.2.3 Apresentação e análise de dados sobre avaliação da graduação em Gestão de Políticas Públicas
Este tópico pretende apresentar alguns dados obtidos através da pesquisa com os
egressos do curso de Gestão de Políticas Públicas relacionados à sua percepção sobre a grade
oferecida, suas deficiências, potencialidades e expectativas. O objetivo desta análise é lançar
caminhos e hipóteses para direcionar o entendimento do perfil do egresso pelo que foi
proposto até o momento em relação a sua formação.
Analisar a opinião do egresso no que tange a oferta curricular é consideravelmente
importante para o retorno que estas questões podem indicar para um processo de avaliação
educacional relacionado ao projeto político pedagógico do curso, avaliando se ele está de
acordo e atendendo à demanda do egresso quando este se depara com situações em que deve
aplicar o conhecimento obtido no curso.
As questões permitem dar um breve panorama sobre esta visão, ainda com resposta a
visões mais gerais, à medida que uma análise profunda necessita primeiramente do
levantamento de hipóteses mais embasadas em dados e referências, além de questionários
mais amplos e entrevistas para extração de informações mais aprofundadas.
No que tange o que currículo oferecido, os egressos foram questionados sobre quais
áreas apontadas poderiam ser essenciais à sua atuação profissional. De acordo com a tabela
21, as disciplinas específicas ao tripé do curso aparecem em 84% das respostas, e disciplinas
instrumentais, de formação voltada para Ciência Política, ou disciplinas optativas tiveram
resultados muito inferiores em relação a este indicador. Ao serem questionados sobre uma
avaliação geral em relação ao currículo e ao atendimento de suas necessidades, os dados
apresentados na tabela 22 demonstram que 16% dos alunos responderam que o currículo
atende totalmente às suas necessidades, e 75% alegaram que o currículo atende parcialmente
às necessidades de atuação profissional. Esta análise pode apontar um nível satisfatório em
relação ao currículo e um bom direcionamento curricular adequado à prática profissional e
acadêmica do egresso do curso, considerando que o curso já passou por três reformas
curriculares e ainda está consolidando suas bases pedagógicas, devido à sua recente história.
68
TABELA 21.Disciplinas essenciais para atuação profissional do egresso
TABELA 22. Avaliação do currículo em relação a atuação profissional
Avaliação do Currículo em relação a atuação profissional Atende totalmente às suas necessidades 5 16% Atende parcialmente às suas necessidades 24 75% Insuficiente para suas necessidades 1 3% Não atende às suas necessidades 1 3% Não se aplica 1 3%
Sob o aspecto de satisfação do aluno e do atendimento de suas necessidades, os
resultados quanto ao grau de expectativa em relação ao curso apresentaram que 44%
demonstram ter as expectativas atendidas; 25%, parcialmente atendidas; e 28% demonstram
ter suas expectativas superadas. Ao compararmos este dado, com a mesma questão
apresentada no relatório de avaliação do perfil do graduando, 52% diziam ter as expectativas
parcialmente atendidas e, 16%, superadas. Somente um aluno da pesquisa com egressos
alegou não ter as expectativas atendidas. Aos que disseram não ter suas expectativas
atendidas, ou disseram tê-las parcialmente atendidas, a grade curricular aparece como resposta
mais expressiva à questão. Ainda sobre os aspectos de formação e sobre a contribuição do
estágio curricular para a formação, entre os que concordam com a contribuição do estágio e os
que mais concordam do que discordam somam-se 84% das respostas, inferindo a importância
do estágio curricular para o exercício das atividades profissionais.
Disciplinas relacionadas(essenciais) para a atuação profissional do egresso Disciplinas Instrumentais 1 3% Disciplinas Específicas ao curso de GPP 27 84% Disciplinas voltadas formação em Ciência Política 2 6% Disciplinas de formação optativa 1 3% Disciplinas específicas sobre conhecimentos práticos em políticas públicas setoriais 0 0% Outras 0 0% Não sei/Não se aplica 1 3%
69
Ao serem questionados sobre sua condição em concorrer em um processo seletivo,
tanto para o mercado profissional como para processos seletivos de especializações, 54%
concordam que podem concorrer com sucesso com outras pessoas de áreas correlatas, e
somente 9% estão entre os que discordam e os que discordam totalmente.(ver tabela 23)
TABELA 23.Concorrer com sucesso em um processo de seleção
Concorrer com sucesso em um processo de seleção
Concordo 17 53% Mais concordo que discordo 9 28% Indiferente 3 9% Mais discordo que concordo 2 6% Discordo 1 3%
Permitindo inferir um alto grau de satisfação do egresso em relação ao curso e tendo
as suas expectativas potencializadas este resultado demonstra um índice positivo em relação à
visão dos egressos sobre o curso( ver tabela 25). Nestas duas turmas iniciais da pesquisa, esta
questão se faz bastante simbólica, pois é um curso novo, com uma área de atuação de que não
se conheciam muitas possibilidades ao ingressar na graduação. Em um panorama geral da
avaliação do egresso em relação à graduação realizada, 75% avaliam o curso como Bom e
16% como Excelente; nenhum aluno avaliou o curso como Ruim.( ver tabela 24)
Questionados se recomendariam o curso para outras pessoas, 100% dos egressos
participantes responderam que “sim”, o que representa, mais uma vez, uma análise positiva
sobre o olhar do egresso e relação ao curso de graduação realizado. Este indicador é muito
importante para um curso com as características da graduação em Gestão de Políticas
Públicas, pois reflete em vários aspectos o meio externo, desde a indicação como forma de
comprovar a qualidade do curso, ao recomendá-lo a outras pessoas, até indicadores que
refletem a satisfação em relação às expectativas gerais sobre um curso que, pela ótica destas
turmas iniciais, se configurava como incerto e inexplorado, apostando na Instituição e em seus
atores para a sua construção.
70
TABELA 24. Avaliação Geral do Curso de GPP
Avaliação geral do curso Excelente 5 16% Bom 24 75% Regular 3 9% Ruim 0 0% Não sei/Não se aplica 0 0%
TABELA 25. Grau de expectativa em relação ao curso de GPP
Grau e expectativa em relação ao curso Minhas expectativas foram superadas 9 28% Minhas expectativas foram atendidas 14 44% Minhas expectativas foram parcialmente atendidas 8 25% Minhas expectativas não foram atendidas 1 3% Não sei 0 0%
71
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa apresentada buscou levantar elementos que pudessem dar caminhos para
conhecermos o perfil do egresso do curso de graduação em Gestão de Políticas Públicas e seu
contexto atual. Após cinco anos de oferecimento do curso na Universidade de São Paulo, é
necessário obter informações que permitam conhecer o graduando e também o ex-aluno
formado nas primeiras turmas da unidade da Escola de Artes, Ciências e Humanidades, pois
os alunos que concluíram a graduação no contexto de construção e permanente busca de
aperfeiçoamento de suas bases e diretrizes dão um retorno à universidade e esta pode
estruturar-se como referência na área.
Destacou-se a importância da presença do egresso no processo de avaliação
educacional do curso de graduação, que pode ser vista e analisada sob diversos aspectos,
desde um agente fornecedor de dados e informações sobre a qualidade do curso de graduação,
sobre a imagem da graduação e da Instituição de Ensino no ambiente externo, como um
agente indicador de resultados em relação à efetividade e adequação do plano político
pedagógico do curso. O egresso é o produto da universidade que atua na sociedade, podendo
contribuir com sua opinião e seu olhar maduro sobre as potencialidades e as limitações da
proposta curricular e de sua formação.
Pautando-se nesta prerrogativa e no contexto em que se enquadra o curso de
graduação em Gestão de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo, por sua recente
história e por se caracterizar como uma área de atuação ainda inexplorada, tanto no que se
refere a dados e informações gerais sobre a área, perfil de formação e de atuação, quanto de
referências para as bases ideais e necessárias para a formação de um gestor nesta área, é que o
processo de avaliação e acompanhamento de resultados dos egressos se faz cada vez mais
importante para o constante aprimoramento do curso e elaboração de diretrizes para o
aperfeiçoamento da área e do currículo.
Verificamos que as incertezas inerentes a qualquer curso de graduação que explore
uma área em constante expansão e conquista de espaços, tanto dentro da universidade como
no meio externo, e que está, ainda, em processo de consolidação e estruturação de suas bases
curriculares, como o curso de GPP, apresenta diversas questões que afligem tanto o ingresso
como o egresso em relação à sua formação e às possibilidades levantadas. Na inexistência de
um currículo mínimo para o curso, de um projeto pedagógico sistematizado e de processos de
72
avaliação contínua é que se verificam ainda as fragilidades apresentadas por esta recente área
de graduação.
Desta forma, foi apresentado, diante da fundamentação teórica sobre a importância do
papel do egresso na avaliação institucional e os elementos de feedback, o que estes ex-alunos
podem produzir para contribuir com o curso de graduação. Os resultados obtidos com a
pesquisa com os egressos do curso de Gestão de Políticas Públicas foram analisados de
maneira a:
� Incitar a discussão e despertar o olhar para o egresso formado em GPP, principalmente
nas primeiras turmas do curso, como forma de obter informações consolidadas sobre o
retorno da formação oferecida e os resultados da imagem do curso no meio externo.
� Buscar dados, ainda que primários, para caracterizar o perfil do egresso de Gestão de
Políticas Públicas, desde sua atuação na universidade a informações sobre
possibilidades de atuação profissional, caminhos explorados pelos egressos, principais
atividades e funções exercidas, faixa salarial, expectativas e perspectivas de atuação
que permitam o levantamento de aspectos indicadores e que deem uma forma mais
concreta às incertezas dos anos iniciais de implantação do curso.
� Contribuir para a área de graduação em Gestão de Políticas Públicas no sentido de
buscar elementos para iniciar a discussão sobre a atuação dos bacharéis formados
nesta área, levantando elementos a serem investigados e indicadores de características
observadas, como forma de criar um perfil que sirva como incentivo para as pesquisas
na área e para o aprofundamento das questões aqui levantadas.
Com base nos documentos e dados analisados nos relatórios fornecidos pela unidade e
pelos docentes do curso de GPP, algumas questões ficaram evidentes, demonstrando a
necessidade de atenção em relação a algumas movimentações sobre o curso.
Comparativamente ao perfil do aluno da unidade (EACH), os dados analisados demonstram
um comportamento do curso de Gestão de Políticas Públicas que merece nossa atenção e que
foi observado a partir dos elementos levantados na busca da construção desta pesquisa.
Alguns elementos analisados foram: o índice mais baixo da unidade, tanto em números
absolutos quanto relativos, é o das vagas ofertadas, configurando-se assim em todos os
aspectos; o curso possui uma alta taxa de desistências e desligamentos; o índice de
permanência no curso e o alto número de discentes regularmente matriculados; além de dados
73
como maiores taxas de busca por transferências externas e o maior índice de desistência entre
os ingressantes por esta modalidade.
A averiguação destes dados nos apontou caminhos e um olhar diferenciado sobre as
respostas obtidas com a pesquisa realizada com o egresso do curso, já que este “seleto” grupo
de formandos do curso pode oferecer uma análise, ainda que inicial, sobre os pontos críticos
do curso que devem ser discutidos e entendidos de uma forma mais ampla.
A pesquisa realizada com os egressos permitiu analisar os dados descritivamente
através de três aspectos norteados pela metodologia:
1) Características gerais sobre o perfil do egresso e em relação à sua atuação na
graduação: verificou-se, através dos dados obtidos e das análises documentais, que
o perfil do aluno de Gestão de Políticas Públicas tem uma relação direta entre a
idade e a busca de interesses em GPP, demonstrando que faixas etárias diferentes
convivem no curso e que grande parte dos discentes se aproxima da mediana dos
que buscam a primeira graduação, mas apresenta uma faixa etária considerável de
pessoas que atuam na área e que possuem uma idade mais avançada em relação ao
padrão de iniciantes no período de vestibular; identificou-se, também, um alto
índice de pesquisas, extensão universitária e participação em espaços de
representação discente, o que pode ser explicado pelo perfil recente de criação da
unidade, que está em constante necessidade de aprimoramento, e também pela
relação com a comunidade da zona leste e a instalação de uma unidade da USP
demandar, em sua essência, um maior elo com a comunidade. Sobre a questão
levantada dos baixos índices de conclusão no curso de GPP, podem ser
representados pelo pequeno número absoluto de formandos, 52 alunos em duas
turmas. Foram oferecidas 240 vagas em dois anos de curso, o que demonstra a
necessidade de entender o perfil diferenciado destes egressos, se não concluíram o
curso no período ideal e quais os principais motivos para isso ter ocorrido. A
pesquisa apresentou um número alto de alunos que se formaram no período de 4
anos, mas este fato se dá pela recente formação das turmas, decorridos somente
dois anos de conclusão. Outro fator observado é a alta procura por especializações
e cursos de mestrado entre os alunos participantes da pesquisa. Este indicador pode
apontar para dois caminhos: o interesse pela carreira acadêmica e um processo de
74
especialização e realização do mestrado na sequência da conclusão do curso. Esses
alunos, por já possuírem um perfil diferenciado, concluindo o curso no período
ideal, têm preferências e escolhas diferenciadas dos demais ou este é um caminho
e área de interesse dos alunos de GPP, que pode ser explicado pela produção
recente de literatura referencial para a área e a baixa exploração de pesquisas
relacionadas às políticas públicas, principalmente em relação a processos recentes
que demandam conhecimento específico e atualizado.
2) Informações sobre sua atuação profissional ou acadêmica: nos resultados desta
análise, com relação à atuação profissional destaca-se a atuação no setor público,
assim como em relação às perspectivas de atuação profissional futura que vêm
refletindo uma maior busca pela administração pública, desde os índices de
estágio, no setor público em todos os níveis de governo, com destaque ao governo
estadual, que deve estar relacionado à abertura de vagas de estágio pelo processo
seletivo da FUNDAP – Fundação pelo Desenvolvimento da Administração
Pública, que possibilita uma maior entrada dos estudantes desta área no setor
público estadual, com a possibilidade de efetivação. Sobre a atuação profissional,
cerca de 84% realizam atividades remuneradas e 88% exercem atividades em sua
área de formação. Através das respostas obtidas, pode-se inferir que o mercado na
área não é fechado para o bacharel em Gestão de Políticas Públicas, já que, dos
egressos que não atuam na área de formação, somente três pessoas apresentaram
como motivo o mercado fechado na área e que a atuação de bacharéis em GPP que
atuam na iniciativa privada representam menos de 9% dos participantes da
pesquisa. Para corroborar com esta análise, o indicador do tempo decorrente entre
a formação e o início da vida profissional mostrou que 40% já concluíram a
graduação efetivados, e 32% demoraram menos de seis meses para iniciar suas
atividades na área. Em relação ao aspecto das principais funções desempenhadas
pelos gestores em políticas públicas, aparecem áreas de elaboração, implementação
e avaliação de projetos entre os índices mais indicados nas respostas, podendo
apontar para a hipótese de que o currículo esteja direcionado às necessidades de
formação para a atuação do gestor de políticas públicas.
Informações e avaliação em relação ao curso e à formação durante a graduação:
este âmbito de análise demonstra o grau de satisfação entre o egresso de GPP e o
75
currículo oferecido. Desta maneira, verificou-se, através das análises gerais, que,
em relação à satisfação, grande parte dos entrevistados demonstrou estar satisfeita
com o currículo, à medida que não apontou deficiências expressivas para sua
atuação profissional. Quando questionados sobre um indicador geral de avaliação
do curso, o avaliaram como Bom, em 75% das respostas, e Excelente, em 16%
delas. Estas informações sugerem que o currículo proposto ao curso de GPP tem
atendido às demandas dos egressos com as necessidades de sua prática. Por fim,
questionados se recomendariam o curso a outras pessoas, 100% informou que sim,
demonstrando um grande nível de aprovação e satisfação com o curso. É
importante ter esse olhar positivo do egresso sobre um curso que formou somente
duas turmas até a presente data, passou por três reformas curriculares, teve
problemas estruturais com relação à oferta de disciplinas, entre outras questões que
influenciaram o processo de graduação e estiveram presentes nestas turmas do
curso. De modo geral, os alunos atribuir que estas questões foram causadas pelo
perfil e pela recente história do curso, e realizaram uma avaliação sobre a oferta
curricular ponderando estes aspectos.
A presente pesquisa pretende dar início à discussão e ao estudo da importância de se
considerar o egresso do curso como agente importante para o processo de planejamento
curricular, de reforma de conteúdo pedagógico e de estruturas, onde através de dados
levantados sobre seu perfil podemos apontar caminhos para direcionamentos de
potencialidades e deficiências da formação oferecida.
Devido às limitações metodológicas e ao restrito acesso a bases informacionais sobre a
área e o curso estudado, a pesquisa foi prejudicada, apontando, assim, a necessidade de
aprimoramento no tratamento dos dados e a extensão da pesquisa às próximas turmas, como
forma de criar uma cultura de avaliação e acompanhamento do egresso, e a constante geração
de dados e informações que alimentam o planejamento dos gestores envolvidos em GPP.
Acompanhar e monitorar estes egressos se faz imprescindível para cursos de graduação que
possuem o perfil do curso de Gestão de Políticas Públicas.
Esta análise descritiva dos dados obtidos apontou alguns caminhos e demonstrou
algumas informações que devem ser exploradas e aprofundadas para se obter respostas a
76
questões críticas sobre o curso, como a comparação do índice de alunos que concluíram o
curso com o índice dos demais cursos da unidade.
Por ser uma pesquisa recente feita com as duas primeiras turmas, os dados aqui
apresentados podem apontar algum caminho que não revele um padrão geral do curso. No
entanto, esta pesquisa oferece algumas informações que demonstram indicadores de
desempenho destes egressos e do curso, que devem ser constantemente acompanhados para
resultados mais efetivos.
Espera-se que este trabalho tenha lançado uma faísca de indicações e ideias para jogar
luz ao tema e subsidiar, através da produção de dados e levantamentos documentais,
resultados de impacto do curso em relação à atuação dos bacharéis em Gestão de Políticas
Públicas.
77
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âmbito educacional brasileiro. Análise da situação profissional nos cursos de Engenharia
Industrial Elétrica e Mecânica do CEFET-MG. Belo Horizonte: CEFET-MG, 2000.
SANTOS, K. M. M. O Projeto Político Pedagógico do curso de Gestão de Políticas Públicas
da Universidade de São Paulo. São Paulo: Projeto Ensinar com Pesquisa – EACH, 2010.
TEIXEIRA, D. J.; OLIVEIRA, C. C. G.; FARIA, M. A. Perfil dos egressos do Programa de
Mestrado Profissional em Administração da PUC Minas/FDC no período de 2000 a 2005.
Disponível em: <
http://www.pucminas.br/relatorio_atividades_2007/04_trabalho_anais_evento.html>. Acesso
em: 11 set. 2010.
WALTER, S. A.; TONTINI, G.; DOMINGUES, M. J. C. de S. Análise da satisfação do aluno
para melhoria de um curso de Administração. Revista FACES, Belo Horizonte: v. 6, n. 2, p.
52-70, maio/ago. 2006.
79
8. ANEXOS
ANEXO I – Pesquisa do Perfil do Egresso do curso de Gestão de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo.
Pesquisa - Perfil Egressos O questionário abaixo tem como objetivo realizar uma avaliação sobre o perfil do egresso do curso de Gestão de Gestão de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo. Os dados obtidos irão compor o relatório de pesquisa de conclusão de curso da graduanda Amanda Garcia, sob a orientação do professor Fernando Coelho. Agradecemos a sua participação. *Obrigatório
Nº USP( Todas as respostas serão mantidas em sigilo, pedimos o nº USP para garantir que todos as pessoas que responderam a pesquisa realmente concluíram a graduação em
GPP)
1 - Qual sua idade? *
2- Gênero *
• Feminino
• Masculino
3–Qual período você cursou GPP? *
• Todo Matutino
• Todo Noturno
• Maior parte Matutino
• Maior parte Noturno
4- Quais destas atividades você realizou no período que cursou GPP?
• Pesquisa Cientifica
• Extensão Universitária
• Representação Discente( Centro Acadêmico/ Atlética/ DCE)
• Estágio remunerado
• Estágio não remunerado
• Voluntariado
• Empregado efetivado
• Outras
• Nenhuma atividade
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5- Se você estagiou ou realizou atividade voluntária durante sua graduação, assinale em quais organizações você atuou.Você pode assinalar mais de uma opção
• Pública Municipal
• Pública Estadual
• Publica Federal
• Iniciativa Privada
• Terceiro Setor( ONGs, OSCIPs)
• Consultoria
• Institutos de Pesquisas
• Movimento Social
• Empresa própria ou atividade autônoma
• Outras
6- Qual ano você ingressou no curso de Gestão de Políticas Públicas? *
7– Em quanto tempo você realizou sua graduação? *
• 4 anos
• 4 anos e meio
• 5 anos
• 5 anos e meio
• 6 anos
8- Se você realizou sua graduação em mais de 4 anos, assinale as opções que acredita terem sido determinantes para este fator:
• Periodo exigido insuficiente para conclusão dos créditos obrigatórios
• Baixa oferta de disciplinas
• Reprovações em disciplinas e trancamento de créditos
• Dificuldades em concluir o Trabalho de Conclusão de Curso
• Dificuldades em conciliar o estágio com as disciplinas durante a graduação.
• Problemas estruturais do curso
• Atividades extracurriculares
• Opção própria em realizar a graduação em mais tempo
• Outros
9- Está cursando algum outro curso de graduação? *
Se sim, diga qual curso e instituição:
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10- Está cursando algum curso de especialização, pós graduação, mestrado ou
doutorado? *
Se sim, diga qual curso ou linha de pesquisa e a Insttuição
11 -Você está exercendo atividade remunerada atualmente? *
12- Se você NÃO está exercendo atividade remunerada, quais motivos acredita que são determinantes para este fato? *Você pode escolher mais de uma alternativa
• Falta de interesse próprio
• Mercado fechado para sua área
• Está buscando uma área especifica
• Está estudando para concurso público
• Está realizando curso de especialização, pós graduação ou mestrado
• Outros.
• Não se aplica
13- Você atua em sua área de formação? *
14-Se a resposta da questão anterior for NÃO, aponte quais os motivos considera como fatores de influência:
• Mercado de trabalho fechado na área ( falta de oportunidade)
• Falta de interesse em atuar em sua área de formação
• Salário melhor em outra área
• Falta de perspectiva profissional
• Está se dedicando a outras atividades
• Não sei ou Não se aplica
• Outros motivos
15- Qual foi o período de tempo decorrido entre a sua formatura e o início de sua vida profissional? *
• 2 anos
• entre 2 anos e 1 ano
• entre 1 ano e 6 meses
• entre 6 meses e 3 meses
• menos de 3 meses
• concluí a graduação efetivado
• não se aplica
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16- Como você teve acesso ao seu emprego atual ? *
• Divulgação nas listas do curso de GPP
• Indicação de alguém do curso de GPP
• Indicação de outras pessoas
• Efetivação no Estágio
• Divulgação em sites, banco de empregos, anúncios
• Concurso Público
• Já estava empregado durante a graduação em GPP
• Outros
• Não se aplica
17 - Em que tipo de instituição você atua? *
• Pública ( cargo concursado)
• Pública ( cargo comissionado ou carreira política eletiva)
• Iniciativa Privada
• Consultoria na área pública
• Terceiro Setor
• Responsabilidade Social Empresarial
• Instituições de Pesquisa e Avaliação
• Acadêmica
• Empresa própria voltada a área pública
• Empresa própria voltada a área privada
• Outros
• Não se aplica
18- Suas atividades estão mais relacionadas a quais opções abaixo: *
• Elaboração e Gestão de Projetos
• Área Financeira
• Área Administrativa
• Planejamento, Avaliação e Monitoramento
• Advocacy/ Relações Institucionais
• Captação de Recursos
• Pesquisa Cientifica
• Desenvolvimento Institucional
• Outros
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• Não se aplica
19- Quais setorores abaixo estão envolvidos na sua profissão ou área de atuação? *Você pode assinalar mais de uma opção
• Saúde
• Educação
• Cultura
• Arte
• Habitação/ Planejamento Urbano
• Transportes
• Agricultura, Desenvolvimento Agrário
• Ciência, tecnologia, Gestão da Informação, Governo Eletrônico
• Gestão Ambiental
• Assistência Social
• Infra estrutura
• Esporte
• Justiça
• Turismo
• Previdência Social
• Economia Solidária / Geração de Trabalho e Renda
• Economia, Planejamento, Orçamento e Gestão
• Direitos Humanos
• Governo Eletrônico
• Auditoria
• Outros
• Não se aplica
20- Se você exerce atividade remunerada,qual o cargo que você ocupa atualmente? *
• Trainee
• Assistente
• Analista Jr
• Analista Pleno
• Analista Sênior
• Coordenador
• Gerente
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• Diretor
• Pesquisador
• Professor
• Técnico/ Especialista em Gestão de Políticas Publicas/ Gestão Pública
• Outro
• Não se aplica
21- Qual é a sua faixa salarial? *
• menos de R$1.000
• R$ 1.000 a 2.000
• R$ 2.000 a 3.000
• R$ 3.000 a 4.000
• R$4.000 a 5000
• R$5.000 a 7.000
• mais de R$7.000
• Não se aplica
22- Qual a sua expectativa futura em relação a sua atuação profissional ? *
• Pretendo continuar na mesma organização.
• Pretendo ocupar cargo publico através de concurso
• Pretendo ocupar cargo público comissionado
• Pretendo seguir carreira política eletiva
• Pretendo atuar no terceiro setor
• Pretendo seguir carreira acadêmica
• Pretendo atuar no setor empresarial
• Não pretendo atuar na minha área de formação
• Outros
• Não sei - Não se aplica
23- Quais são suas preferências por local de trabalho? *
• Na cidade de SP
• Em Brasília
• Em minha cidade de origem
• Em qualquer outra região à exceção das anteriores
• No exterior
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• Não sei / Não se aplica
24- Em relação à grade curricular de sua formação, quais destas áreas abaixo você acredita que são essenciais para sua atuação profissional? *
• Disciplinas Instrumentais (Contabilidade; Estatística, entre outras ligadas a sua
formação instrumental.)
• Disciplinas Específicas ao curso de GPP ( aquelas ligadas a sua formação especifica
– Planejamento no Setor Público,FIAPP; Elaboração de Projetos)
• Disciplinas voltadas a sua formação em Ciência Política(FESB, Sociologia)
• Disciplinas de sua formação optativa ( matérias optativas eletivas e livres)
• Disciplinas específicas sobre conhecimentos práticos em políticas publica setoriais(
PPS de Educação, PPS de Cultura, Habitação, entre outras)
• Outras
• Não sei - Não se aplica
25- Como você avalia o conteúdo curricular disponibilizado no curso em relação à sua formação para atuação profissional?
• Atende totalmente às suas necessidades
• Atende parcialmente às suas necessidades
• Insuficiente para suas necessidades
• Não atende suas necessidades
• Não se aplica
26- Qual grau de expectativas em relação à graduação em GPP para sua formação ? *
• Minhas expectativas foram superadas
• Minhas expectativas foram atendidas
• Minhas expectativas foram parcialmente atendidas
• Minhas expectativas não foram atendidas
• Não sei
27- Em relação a questão anterior, se suas expectativas foram parcialmente ou não foram atendidas, assinale os fatores determinantes *
• Estrutura da universidade/ recursos disponíveis
• Falta de preparo dos docentes
• Grade curricular não adequada
• Falta de envolvimento de discentes
• Conteúdos ultrapassados
• Teoria não relacionada à prática
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• Falta de oportunidade para atuação profissional
• Outros
• Não sei/ Não se aplica
28 -Opine sobre as opções abaixo: *
Concordo
Mais concordo
que discordo
Indiferente
Mais discordo
que concordo
Discordo
Você se considera em condições para concorrer,com
sucesso ,com outros profissionais,em
processos seletivos, concursos,ou
especiliazações
O estágio curricular contribuiu para o seu
desenvolvimento profissional
Você considera que houve aspectos em
sua formação essenciais à sua
prática profissional, que não foram
desenvolvidos no seu curso
29- De forma geral,que conceito você atribui ao curso que realizou? *
• excelente
• bom
• regular
• ruim
• Não sei - Não se aplica
30-Você recomendaria seu curso para outras pessoas? *
31 - AQUI DEIXO UM ESPAÇO PARA QUE VOCÊ ESPECIFIQUE OU COMENTE SOBRE QUALQUER RESSALVA QUE DESEJA FAZER SOBRE QUALQUER PERGUNTA ANTERIOR, OU SOBRE ALGO QUE
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QUEIRA COMPLEMENTAR SOBRE A AVALIAÇÃO DOS EGRESSOS DO CURSO DE GESTÃO DE
POLÍTICAS PÚBLICAS
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