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UNIVERSIDADE DE SO PAULO
ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRO PRETO
JACIRA DOS SANTOS OLIVEIRA
Risco de quedas: aplicabilidade de intervenes de Enfermagem da NIC
em adultos e idosos hospitalizados
Ribeiro Preto
2013
JACIRA DOS SANTOS OLIVEIRA
Risco de quedas: aplicabilidade de intervenes de Enfermagem da NIC
em adultos e idosos hospitalizados
Tese apresentada Escola de Enfermagem de Ribeiro Preto, da Universidade de So Paulo, para a obteno do ttulo de Doutor em Cincias. Programa Enfermagem Fundamental. Linha de pesquisa: Processo de Cuidar do Adulto com Doenas Agudas e Crnico-degenerativas Orientadora: Prof. Dr. Maria Clia Barcellos Dalri
Ribeiro Preto
2013
Autorizo a reproduo e a divulgao total ou parcial deste trabalho, por qualquer
meio convencional ou eletrnico, para fins de estudo e de pesquisa, desde que
citada a fonte.
Oliveira, Jacira dos Santos
Risco de quedas: aplicabilidade de intervenes de Enfermagem da NIC
em adultos e idosos hospitalizados. Ribeiro Preto, 2013.
286 p. : il. ; 30 cm
Tese de Doutorado apresentada Escola de Enfermagem de Ribeiro
Preto/USP. rea de concentrao: Enfermagem Fundamental.
Orientador: Maria Clia Barcellos Dalri.
1. Classificao. 2. Cuidados de Enfermagem. 3. Acidentes por quedas. 4.
Hospitais. 5. Estudantes.
OLIVEIRA, Jacira dos Santos
Risco de quedas: aplicabilidade de intervenes de Enfermagem da NIC em adultos e
idosos hospitalizados
Tese apresentada Escola de Enfermagem
de Ribeiro Preto, da Universidade de So
Paulo, para a obteno do ttulo de Doutor em
Cincias, Programa Enfermagem
Fundamental.
Aprovado em: / /
Comisso Julgadora
Prof.
Dr.:___________________________________________________________________
Instituio:_________________________________________________________________
Prof.
Dr.:___________________________________________________________________
Instituio:_________________________________________________________________
Prof.
Dr.:___________________________________________________________________
Instituio:_________________________________________________________________
Prof.
Dr.:___________________________________________________________________
Instituio:_________________________________________________________________
Prof.
Dr.:___________________________________________________________________
Instituio:________________________________________________________________
Primeiramente a Deus, pela misericrdia de seu
amor incondicional, puro e verdadeiro, e pela
graa de tornar possvel mais uma conquista.
Ao meu amado Francisco. Sempre bem
presente em minha vida, agradeo pelo amor,
pelo carinho, pela dedicao e pelo
companheirismo. Obrigada por compreender que
a minha ausncia era necessria.
s minhas filhas Dbora, Sara e Sfora, por
compreenderem que eu precisava desse tempo
para estudar. Vocs so muito amadas.
Aos meus pais, Vicente (in Menoriam) e Iraci,
ao meu irmo Vicente Jnior, as minhas irms
Neuma, Jacirene, Neide, Jozinete, aos
cunhados, cunhada e aos sobrinhos, pelo
carinho e pelo apoio.
Este estudo foi financiado pela Coordenao de
Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior
CAPES junto ao Projeto de Doutorado
Interinstitucional entre o Programa de Ps-
Graduao em Enfermagem Fundamental da
Escola de Enfermagem de Ribeiro Preto da
Universidade de So Paulo EERP/USP com a
Universidade Federal da Paraba e a
Universidade Federal do Piau.
AGRADECIMENTOS
Profa. Dra. Maria das Graas Fernandes. Peo a Deus para nunca esquecer a
imagem do teu rosto olhando para mim, dizendo estou aqui, no tenha medo, eu
cuidarei de voc. No tenho palavras para expressar o meu agradecimento. E s
Profas. Dras. Wilma Dias, Maria Jlia, Marta Miriam, Aurilene, Uthnia, Miriam
Nbrega, Telma Garcia e Profa. Doutoranda Lenilma e muitas outras
professoras que torceram por mim e me ajudaram. No sei como agradecer por
tanto carinho, amor e cuidado;
minha orientadora, a Profa. Dra. Maria Clia Barcellos Dalri, agradeo a
oportunidade e os ensinamentos valiosos que contriburam para o meu crescimento
intelectual e profissional;
Aos membros da banca, as Profas. Dras. Maria Miriam Lima da Nbrega,
Alexandra de Souza Melo, Regilene Molina Zacareli Cyrillo e Dra. Fernanda
Titareli Merizio Martins Braga, pelas valiosas contribuies;
minha grande amiga cearense, Dra. Jaqueline Caracas, que sempre acreditou
em mim, vibrando com as minhas vitrias, mesmo estando muito distante;
Ao Programa de Ps-graduao em Enfermagem Fundamental, da Escola de
Enfermagem de Ribeiro Preto, da Universidade de So Paulo, por me proporcionar
uma formao de excelncia;
s coordenadoras do DINTER/EERP-USP/UFPB/UFPI, as Profas. e Dras. Rosalina
Partezani/EERP-USP, Antnia Oliveira/UFPB, Maria Eliete B. Moura/UFPI,
Miriam Nbrega/UFPB, pela oportunidade e pelas contribuies;
A todas as colegas do Doutorado - Cleide, Cntia, Knia, Eliane, Ana Cristina,
Josilene, Edilene e Lourdes/UFPB e Rosilane, Ana Maria, Elaine, Mrcia Astrs,
Mrcia Teles, Sheila e Andria/UFPI. Muito obrigada pela amizade e pelo apoio;
Ao Grupo de Pesquisa Enfermagem e Comunicao da Escola de Enfermagem de
Ribeiro Preto/USP, liderado pela Profa. Dra. Emlia Campos de Carvalho,
obrigada pela acolhida;
s Professoras Doutoras da Escola de Enfermagem de Ribeiro Preto: Maria Lcia
Robbazi, Sueli Marques, Luciana Kusumota, Denise Andrade, Rosana Dantas e
ao Prof. Vanderley, pelo conhecimento e pelas contribuies;
s funcionrias da Escola de Enfermagem de Ribeiro Preto/USP: Flvia, Edilaine,
Kethleen, Edma (secretrias), Lourdes e Eliane (bibliotecrias), e da Biblioteca
Central/USP, Maria Cristina, ngela e a Renata Antunes. Muito obrigada pela
ateno e dedicao;
Aos estudantes e enfermeiros expertos que participaram deste estudo;
Ao Grupo de Estudo e Pesquisa da Fundamentao da Assistncia de
Enfermagem/Fundamentos Terico-filosficos do Cuidar em Sade e Enfermagem
da Universidade Federal da Paraba liderado pela Profa. Dra. Miriam Lima da
Nbrega pelo apoio e contribuies;
Ao Grupo de Estudo e Pesquisa em sade do adulto e do idoso/Fundamentos
Terico-filosficos do Cuidar em Sade e Enfermagem, da Universidade Federal da
Paraba, liderado pela Profa. Dra. Maria das Graas M. Fernandes, pelo apoio e
pelas contribuies;
s todas as Professoras do Departamento de Enfermagem Clnica (DENC), da
Universidade Federal da Paraba, que me acolheram. Hoje sou uma cearense
apaixonada pela Paraba. Em especial, s professoras das disciplinas de
Enfermagem na Ateno Sade do Adulto e do Idoso I e II: Graa, Oriana, Ktia,
Wilma, Patrcia, Eliane, Ana Cristina, Valria, Uthnia e Jordana, s Professoras:
Francileide, Mirian Alves, Iolanda, Cizone, Auxiliadora, Emlia Limeira, Lenilma,
e aos funcionrios, os Senhores Marcos e Evandro;
s enfermeiras da Unidade de Clnica Mdica, do Hospital Universitrio Lauro
Wanderley, pelo apoio e pela ateno;
Aos irmos da Igreja Crist Maranata dos Bancrios, pelas oraes, pelos jejuns e
pelas madrugadas;
s irms da Igreja Presbiteriana do Manara (Heloilma, Norma, Juraci, Consuelo,
Luci, Glria, Solange, Geovnia, Raimunda) pelas oraes e por me amarem sem
me conhecer;
Aos novos irmos que conheci na Igreja Crist Maranata de Ribeiro Preto e que me
acolheram, Terezinha, Lmia, Amania, Bruna, Victor, Rafael e Raquel;
Aos meus anjos que Deus levantou aqui na terra para cuidar de mim em qualquer
lugar e situao.
[...] vencido pelo sono, caiu do terceiro
andar abaixo e foi levantado morto.
Descendo, porm, Paulo inclinou-se sobre
ele e, abraando-o, disse: No vos
perturbeis, que a vida nele est.
Atos 20: 9-10
RESUMO
OLIVEIRA, J. S. Risco de quedas: aplicabilidade de intervenes de
Enfermagem da NIC em adultos e idosos hospitalizados. 2013. 286 f. Tese (Doutorado) Escola de Enfermagem de Ribeiro Preto da Universidade de So
Paulo, Ribeiro Preto, 2013.
O objetivo da pesquisa foi de analisar a aplicabilidade de intervenes propostas
pela Classificao das Intervenes de Enfermagem para o diagnstico Risco de
quedas em adultos e idosos hospitalizados. Trata-se de um estudo descritivo
quantitativo, realizado com 23 estudantes do 8 perodo do Curso de Graduao em
Enfermagem de uma Universidade Pblica de Joo Pessoa/Paraba, o qual
descreve as atividades listadas pelos estudantes nos domnios Fisiolgico Bsico,
Fisiolgico Complexo e Segurana para pacientes adultos e idosos com diagnstico
de risco de quedas; apresenta o mapeamento comparativo das intervenes e das
atividades listadas pelos alunos com as propostas pela referida classificao, o
refinamento do cross-mapping realizado pelos enfermeiros expertos e, por ltimo, a
opinio dos estudantes quanto aplicabilidade da NIC. Quanto aos resultados,
encontraram-se 22 estudantes do sexo feminino, com idades entre 20 e 29 anos.
Todos responderam que identificam o diagnstico de Risco de quedas em pacientes
adultos e idosos hospitalizados, com exceo de um estudante; apenas dois tiveram
acesso a algum instrumento de avaliao de Risco de quedas; todos responderam
que estudaram o assunto sobre preveno de quedas nas disciplinas de
Enfermagem na Ateno Sade do Adulto e idoso I e II; apenas dois estudantes
apresentaram trabalho sobre a temtica em eventos cientficos. Primeiramente,
identificou-se que as atividades que envolvem a educao do paciente e/ou da
famlia foram listadas com mais frequncia nas intervenes de preveno de
quedas, controle do ambiente: segurana, controle de medicamentos e terapia com
exerccio: equilbrio. Foram listadas pelos estudantes 242 atividades com as
repeties (187, no domnio de Segurana, 37, no domnio Fisiolgico Bsico, 18, no
domnio Fisiolgico Complexo). A mdia de atividades por estudantes foi de 10,5. O
estudante que mais se apropriou do domnio de Segurana listou 16 atividades.
Quanto ao mapeamento comparativo, foram listadas 22 intervenes e 81 atividades
para este estudo. Porm, aps o mapeamento, constatou-se que permaneceram as
22 intervenes e aumentaram as atividades para 82, distribudas em trs, de sete
domnios da classificao. A interveno Preveno de Quedas foi a mais listada
pelos estudantes, seguida pelo Controle do ambiente: segurana, Controle de
Demncia, Controle de Medicamentos e Terapia com Exerccio: equilbrio. A maioria
das atividades foi julgada como 100% de concordncia entre os enfermeiros
expertos. Na anlise da aplicabilidade, foram consideradas as intervenes
principais, a Assistncia no Autocuidado (0,82) e Precaues contra Convulses
(0,80). Conclumos que os estudantes de Enfermagem se utilizam fortemente da
classificao NIC e que as intervenes de Enfermagem sugeridas pela ligao
NANDA-I e NIC foram aplicveis ao diagnstico de Risco de quedas. Porm elas
precisam ser atualizadas. Sinaliza-se a necessidade de validao clnica das
intervenes mapeadas e julgadas para o presente estudo.
Palavras-chave: Classificao. Cuidados de Enfermagem. Acidentes por quedas.
Hospitais. Estudantes.
ABSTRACT
OLIVEIRA, J. S. Fall risks: applicability of nursing interventions of NIC in adults
and elderly hospitalized. 2013. 286 f. Thesis (Doctoral) Ribeiro Preto Nursing
School of the So Paulo University, Ribeiro Preto, 2013.
The objective of this research was to analyze the applicability of the proposed
interventions by the Nursing Interventions Classification for the diagnosis Fall risks
in adults and elderly hospitalized. This is a descriptive quantitative study, performed
with 23 students of the 8th period from Nursing Graduation of a Public University in
Joo Pessoa/Paraba, which describes the activities listed by students in the areas
Basic Physiological, Complex Physiological and Safety for adults and elderly patients
with diagnosis of Fall risks, presents the comparative mapping of interventions and
the listed activities by students with the proposals by this classifications, the
refinement of the cross-mapping performed by expert nurses, and lastly, the opinion
of students as to the applicability of NIC. As for the results, it was found 22 female
students, with ages between 20 and 29 years. All answered that identify the
diagnosis of Risk of falls in adults and elderly hospitalized, with the exception of
one student; only two had access to an instrument for the evaluation Risk of falls;
all answered that studied the subject on preventing falls in the courses of Health
Attention Nursing of Adult and Elderly I and II; only two students presented
researches on the thematic in scientific events. First, it was identified that activities
that involve the education of patient and/or family were listed more often in
interventions of fall prevention, ambient control: safety, control of medicines and
therapy with exercise: balance. Were listed by students 242 activities with repetitions
(187 in the area of safety, 37 in Basic Physiological area, 18, in Complex
Phisiological area). The average of activities per students was 10.5. The student who
most appropriated the area Security listed 16 activities. As for comparative mapping ,
were listed 22 interventions and 81 activities for this study. However, after mapping, it
was found that remained 22 interventions and activities increased to 82, distributed in
three of seven areas of classification. The intervention fall prevention was the most
listed by students, followed by ambient control: safety, dementia control, medicine
control, and therapy with exercise: balance. Most activities were judged as 100%
agreement among expert nurses. In analysing the applicability, were considered the
main interventions, assistance in self-care (0.82) and precautions against seizures
(0.80). We conclude that Nursing students use hardly the classification NIC and that
nursing interventions suggested by the connection NANDA-I and NIC were
applicable for the diagnosis of Risk of falls. Yet they need to be updated. It is
signaled the need for clinical validation of the mapped interventions and judged for
this study.
Keywords: Classification. Care in Nursing. Accidents for falls. Hospitals. Students.
RESUMEN
OLIVEIRA, J. S. Riesgo de cadas: aplicabilidad de las intervenciones de
enfermera NIC en adultos y ancianos hospitalizados. 2013. 286 f. Tesis
(Doctorado) - Escuela de Enfermera de Ribeiro Preto de la Universidad de Sao
Paulo, Ribeiro Preto, 2013.
El objetivo de la investigacin fue analizar la aplicabilidad de la propuesta de
intervenciones Clasificacin de Intervenciones de Enfermera para el diagnstico de
"Riesgo de cadas" en adultos y ancianos hospitalizados. Se trata de un estudio
descriptivo cuantitativo, realizado con 23 estudiantes de octavo perodo de Pregrado
en Enfermera de una Universidad Pblica en Joo Pessoa / Paraba, que describe
las actividades enumeradas por los estudiantes en las reas fisiolgico complejo
fisiolgica bsica y seguridad pacientes adultos y ancianos con diagnstico de
"Riesgo de cadas", presenta lo mapeo cruzado de las intervenciones y actividades
que figuran en los estudiantes con las propuestas de esta clasificacin, el
refinamiento de lo mapeo cruzado realizado por enfermeras expertas, y por ltimo, la
opinin de los estudiantes en cuanto a la aplicabilidad de la NIC. En cuanto a los
resultados, encontramos 22 alumnas, con edades comprendidas entre 20 y 29 aos.
Todos respondieron que identificar el diagnstico de "Riesgo de cadas" en
pacientes adultos y ancianos hospitalizados con la excepcin de un estudiante, slo
dos tuvieron acceso a un instrumento para la evaluacin de riesgo de cadas, todos
los encuestados que han estudiado el tema de la prevencin Cadas en Cursos de
Enfermera en el Cuidado de la Salud de la I y II Ancianos y Adultos, slo dos
estudiantes presentaron trabajos sobre el tema en eventos cientficos. En primer
lugar, encontramos que las actividades relacionadas con la educacin del paciente y
/ o familia se enumeran con mayor frecuencia en intervenciones para la prevencin,
el control del medio ambiente: la seguridad, el control de los medicamentos y la
terapia de ejercicio: el equilibrio. Hicieron una lista de 242 actividades para los
estudiantes con repeticiones (187, en materia de Seguridad, de 37 aos, en el
campo de la fisiologa bsica, 18, en el Complejo fisiolgica campo). La actividad
media de los estudiantes fue de 10,5. El alumno que ms se apropi de seguridad
de dominio en la lista de 16 actividades. En cuanto a lo mapeo cruzado se
enumeraban 22 intervenciones y 81 actividades para este estudio. Sin embargo,
despus de lo mapeo, se encontr que los 22 intervenciones y actividades restantes
aumentaron a 82, en tres de los siete dominios de clasificacin. La intervencin se
cae la prevencin fue clasificada por la mayora de los estudiantes, seguidos por el
control del medio ambiente: la seguridad, el control, la demencia, la lucha contra las
drogas y la terapia de ejercicio: el equilibrio. La mayora de las actividades se juzg
como 100% de acuerdo entre los expertos de las enfermeras. En el anlisis de la
aplicabilidad, se consideraron las principales intervenciones, la asistencia en el
cuidado personal (0,82) y las precauciones contra las convulsiones (0,80). Llegamos
a la conclusin de que los estudiantes de enfermera se utilizan en gran medida de
Clasificacin y las Intervenciones de Enfermera NIC sugeridas por la unin NANDA-
I y NIC eran aplicables al diagnstico de "Riesgo de cadas". Pero necesitan ser
actualizadas. Sealando la necesidad de la validacin de las intervenciones clnicas
asignadas y juzgado por este estudio.
Palabras clave: Clasificacin. Cuidados de enfermera. Las cadas accidentales.
Hospitales. Estudiantes.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Intervenes de Enfermagem para o diagnstico Risco de
quedas segundo o Domnio, Classe da NIC e os nveis de
intervenes da ligao NANDA I (NIC Interventivos Lince too
2007 2008 NANDA I Nursing Diagnoses) ..............................
48
Quadro 2.
Apresentao das intervenes de Enfermagem propostas pela
NIC e do nmero de atividade de acordo com o nvel de
categoria sugerida da ligao NANDA-I/NIC 2007/2008 ..........
88
Quadro 3.
Critrios de seleo dos enfermeiros expertos.............................
91
Quadro 4.
Caracterizao dos enfermeiros expertos que realizaram o
refinamento do mapeamento comparativo do diagnstico de
Risco de quedas para pacientes adultos e idosos
hospitalizados...............................................................................
105
Quadro 5.
Outras intervenes e atividades mapeadas e refinadas fora da
listagem da associao dos diagnsticos da NANDA-I -
NIC/2007-2008..............................................................................
212
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Distribuio das intervenes e atividades de Enfermagem
mapeadas de acordo com o domnio Segurana e respectiva
classe da classificao NIC Joo Pessoa, 2013 ....................................................
97
Tabela 2 Distribuio das intervenes e atividades de enfermagem
mapeadas de acordo com o domnio Fisiolgico Bsico e
suas respectivas classes da classificao NIC Joo
Pessoa, 2013....................................................................
98
Tabela 3 Distribuio das intervenes e atividades de enfermagem
mapeadas de acordo com o domnio Fisiolgico Complexo e
suas respectivas classes da classificao NIC Joo
Pessoa, 2013...........................................................................
99
Tabela 4 Refinamento do mapeamento das atividades listadas pelos
estudantes para a interveno Preveno de QUEDAS
proposta pela NIC, para o diagnstico Risco de quedas, Joo
Pessoa, 2013...........................................................................
107
Tabela 5 Refinamento do mapeamento das atividades listadas pelos
estudantes para a interveno Controle do AMBIENTE:
segurana proposta pela NIC, para o diagnstico Risco de
quedas, Joo Pessoa, 2013......................................................
130
Tabela 6 Refinamento do mapeamento das atividades listadas pelos
estudantes para a interveno Controle da DEMNCIA
proposta pela NIC, para o diagnstico Risco de quedas, Joo
Pessoa, 2013...........................................................................
137
Tabela 7 Refinamento do mapeamento das atividades listadas pelos
estudantes para a interveno RESTRIO de rea
proposta pela NIC, para o diagnstico Risco de quedas, Joo
Pessoa, 2013 ............................................................................................................
146
Tabela 8 Refinamento do mapeamento das atividades listadas pelos
estudantes para a interveno CONTENO Fsica
proposta pela NIC, para o diagnstico Risco de quedas, Joo
Pessoa, 2013 ............................................................................................................
149
Tabela 9 Refinamento do mapeamento comparativo das atividades
listadas pelos estudantes para a interveno SUPERVISO:
segurana proposta pela NIC, para o paciente adulto e idoso
hospitalizado com diagnstico Risco de quedas. Joo
Pessoa, 2013 ............................................................................................................
155
Tabela 10 Refinamento do mapeamento das atividades listadas pelos
estudantes para a interveno Identificao de RISCO
proposta pela NIC, para o diagnstico Risco de quedas, Joo
Pessoa, 2013 ............................................................................................................
161
Tabela 11 Refinamento do mapeamento das atividades listadas pelos
estudantes para a interveno Monitorizao de SINAIS
VITAIS proposta pela NIC, para o diagnstico Risco de
quedas, Joo Pessoa, 2013 ......................................................................................
164
Tabela 12 Refinamento do mapeamento das atividades listadas pelos
estudantes para a interveno Terapia com EXERCCIOS:
equilbrio proposta pela NIC, para o diagnstico Risco de
quedas, Joo Pessoa, 2013 ......................................................................................
166
Tabela 13 Refinamento do mapeamento das atividades listadas pelos
estudantes para a interveno Terapia com EXERCCIOS:
controle muscular proposta pela NIC, para o diagnstico
Risco de quedas, Joo Pessoa, 2013.......................................
173
Tabela 14 Refinamento do mapeamento das atividades listadas pelos
estudantes para a interveno Promoo do EXERCCIO
proposta pela NIC, para o diagnstico Risco de quedas, Joo
Pessoa, 2013 ............................................................................................................
178
Tabela 15 Refinamento do mapeamento das atividades listadas pelos
estudantes para a interveno Promoo da MECNICA
corporal proposta pela NIC, para o diagnstico Risco de
quedas, Joo Pessoa, 2013 ......................................................................................
180
Tabela 16 Refinamento do mapeamento das atividades listadas pelos
estudantes para a interveno Promoo do EXERCCIO:
treino para fortalecimento proposta pela NIC, para o
diagnstico Risco de quedas, Joo Pessoa, 2013 ....................................................
182
Tabela 17 Refinamento do mapeamento das atividades listadas pelos
estudantes para a interveno Assistncia no
AUTOCUIDADO proposta pela NIC, para o diagnstico Risco
de quedas, Joo Pessoa, 2013 .................................................................................
184
Tabela 18 Refinamento do mapeamento das atividades listadas pelos
estudantes para a interveno Assistncia no
AUTOCUIDADO uso do vaso sanitrio proposta pela
NIC, para o diagnstico Risco de quedas, Joo Pessoa, 2013.................................
187
Tabela 19 Refinamento do mapeamento das atividades listadas pelos
estudantes para a interveno Controle da eliminao
URINRIA proposta pela NIC, para o diagnstico Risco de
quedas, Joo Pessoa, 2013 ......................................................................................
189
Tabela 20 Refinamento do mapeamento das atividades listadas pelos
estudantes para a interveno POSICIONAMENTO proposta
pela NIC, para o diagnstico Risco de quedas, Joo Pessoa,
2013 ..........................................................................................................................
192
Tabela 21 Refinamento do mapeamento das atividades listadas pelos
estudantes para a interveno POSICIONAMENTO: cadeira
de rodas proposta pela NIC, para o diagnstico Risco de
quedas, Joo Pessoa, 2013 ......................................................................................
194
Tabela 22 Refinamento do mapeamento das atividades listadas pelos
estudantes para a interveno Assistncia no
AUTOCUIDADO transferncia proposta pela NIC, para o
diagnstico Risco de quedas, Joo Pessoa,
2013.....................
196
Tabela 23 Refinamento do mapeamento das atividades listadas pelos
estudantes para a interveno TRANSFERNCIA proposta
pela NIC para o diagnstico Risco de quedas, Joo Pessoa,
2013..........................................................................................
199
Tabela 24 Refinamento do mapeamento das atividades listadas pelos
estudantes para a interveno Controle de
MEDICAMENTOS proposta pela NIC, para o diagnstico
Risco de quedas, Joo Pessoa, 2013 .......................................................................
202
Tabela 25 Refinamento do mapeamento das atividades listadas pelos
estudantes para a interveno Precaues contra
CONVULSES proposta pela NIC, para o diagnstico Risco
de quedas, Joo Pessoa, 2013 .................................................................................
207
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
WHO - World Health Organization
BNEA - Boletins de Notificao de Eventos Adversos
NICE - Instituio Nacional de Sade e Excelncia Clnica
MHUH - Methodist Health University Hospital
EUA - Estados Unidos da Amrica
NANDA-I - North American Nursing Diagnosis Associatiton Internacional
NIC - Classificao das Intervenes de Enfermagem
NOC - Classificao dos Resultados de Enfermagem
SNOMED - Nomenclatura Sistematizadora de Medicina
CIPE - Classificao Internacional para a Prtica de Enfermagem
PUBMED - National Library of Medicine and National Institutes of health
USA - Union Station American
AGS/BGS - American Geriatrics Society/British Geriatrics Society
HHCC - Home Health Care Classification
NHS - National Heakth Service
NILT - Nursing Intervention Lexican Taxonomy
ICF - International Classification of Fungtioning Desability and Health
ECA - Enzima Conversora da Angiotensina
DE - Diagnsticos de Enfermagem
PNDS - Sistema de Classificao de Enfermagem Perioperatria
SUS - Sistema nico de Sade
IV - Terapia Intravenosa
DP - Desvio-padro
US$ - Dolar
OR - Odds Ratio
MFS - Morse Falls Scale
HFRM II - Hendrich Falls Risk Model II
STRATIFY - St. Thomass Risk Assessment Tool in Falling Eldery Inpatients
NPV - Valor Preditivo Negativo
PPV - Valor Preditivo Positivo
AVC - Acidente Vascular Cerebral
CDS - Escala de Dependncia do Cuidado
NCJ - Julgamento Clnico do Enfermeiro
SEPFN - Escala de Autoeficcia para Preveno de Quedas-Enfermeiro
SEPFA - Escala de Autoeficcia para Preveno de Quedas-Auxiliares
PJC-FRAT - Ferramenta de Avaliao de Risco de Quedas James Peter Centre
Kg - Kilograma
UFPB - Universidade Federal da Paraba
CINAHL - Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature
EMBASE - Excerpa Mdica
MESH - Medical Subject Headings
CNS - Conselho Nacional de Sade
SPSS - Statistical Packet Social Science
VCI - Validade de Contedo de Interveno
TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
DENC - Departamento de Enfermagem Clnica
CCS - Centro de Cincia da Sade
MEEM - Mini-Mental State Examination
JCI - Joint Commission Internacional
KOKMEN - KOKMEN Short Testo of Mental Status
MINI-COG - Mini-Cognitive Assessment Instrument
HAMT - Hodking Abbreviated Mental Test
SPMSQ - Short Portable Mental Status Questionnaire
CAM - Confusion Assessment Method
GDS - Geriatric Depression Scale
AME - Dicionrio de Administrao de Medicamentos na Enfermagem
COFEN - Conselho Federal de Enfermagem
NNN - NANDA-I/NIC/NOC
mmHg - Milmetro de Mercrio
FIM - Medidas de Independncia Funcionais
WC - Toileting
AVE - Acidente Vascular Enceflico
KSAS - Conhecimento, Habilidades e Atitudes
IOM - Instituto de Medicina
QEEN - Educao de Qualidade e Segurana para Enfermeiros
SUMRIO
1. INTRODUO ...................................................................................................... 26
2. REVISO DE LITERATURA ................................................................................ 35
2.1 AS CLASSIFICAES DE ENFERMAGEM .................................................. 35
2.2 A CLASSIFICAO DOS DIAGNSTICOS DE ENFERMAGEM
NANDA-I E O DIAGNSTICO DE RISCO DE QUEDAS .....................................
36
2.3 A CLASSIFICAO DAS INTERVENES DE ENFERMAGEM .................. 40
2.4 A SEGURANA DO PACIENTE .................................................................... 50
2.4.1 Eventos adversos ................................................................................ 52
2.4.2 Quedas .................................................................................................
54
3. OBJETIVOS .......................................................................................................... 78
3.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 78
3.2 OBJETIVOS ESPECFICOS...........................................................................
78
4. MATERIAL E MTODO ........................................................................................ 80
4.1 TIPO DE ESTUDO ......................................................................................... 80
4.2 ASPECTOS TICOS ...................................................................................... 81
4.3 PRIMEIRA FASE DO ESTUDO ...................................................................... 81
4.3.1 Local do estudo ................................................................................... 82
4.3.2 Populao/Amostra ............................................................................. 82
4.3.3 Aspectos ticos ................................................................................... 83
4.3.4 Pr-teste ............................................................................................... 84
4.3.5 Instrumento de coleta de dados dos estudantes ............................. 85
4.3.6 Procedimento de coleta dos dados ................................................... 85
4.3.7 Anlise dos dados ............................................................................... 86
4.4 SEGUNDA FASE DO ESTUDO - MAPEAMENTO COMPARATIVO ............. 87
4.4.1 Instrumento para organizao do mapeamento ............................... 87
4.4.2 Procedimento do mapeamento .......................................................... 89
4.5 TERCEIRA FASE DO ESTUDO VALIDAO PELOS
ENFERMEIROS EXPERTOS ...............................................................................
90
4.5.1 Seleo dos enfermeiros expertos .................................................... 90
4.5.2 Aspectos ticos ................................................................................... 91
4.5.3 Instrumento para caracterizao dos enfermeiros expertos
e instrumento para refinamento das atividades ........................................
92
4.5.4 Procedimento de coleta de dados ..................................................... 92
4.5.5 Anlise dos dados ............................................................................... 95
4.6 OPINIO DOS ESTUDANTES QUANTO APLICABILIDADE DAS
ATIVIDADES PROPOSTAS NA NIC PARA PACIENTES ADULTOS E
IDOSOS HOSPITALIZADOS COM DIAGNSTICO DE RISCO DE
QUEDAS ..............................................................................................................
93
4.6.1 Instrumento de coleta de dados ........................................................ 93
4.6.2 Procedimento de coleta de dados ..................................................... 93
4.6.3 Anlise dos dados ............................................................................... 94
5. RESULTADOS E DISCUSSO ............................................................................ 96
5.1 DADOS PESSOAIS E AS EXPERINCIAS ACADMICAS DOS
SUJEITOS DO ESTUDO ......................................................................................
96
5.2 DISTRIBUIO DAS ATIVIDADES LISTADAS PELOS
ESTUDANTES DE ENFERMAGEM E MAPEADAS PELA
PESQUISADORA COM SUAS RESPECTIVAS FREQUNCIAS
ABSOLUTAS E PERCENTUAIS APS RESPONDEREM
PERGUNTA: O QUE VOC FAZ AO CUIDAR DE PACIENTES
ADULTOS E IDOSOS HOSPITALIZADOS COM DIAGNSTICO DE
RISCO DE QUEDAS ............................................................................................
97
5.3 APRESENTAO DO MAPEAMENTO COMPARATIVO DAS
ATIVIDADES PROPOSTAS PELA NIC LISTADAS PELOS
ESTUDANTES E ANALISADAS PELOS ENFERMEIROS EXPERTOS
PARA O DIAGNSTICO RISCO DE QUEDAS, COM SUAS
RESPECTIVAS INTERVENES DE ENFERMAGEM, A OPINIO DA
APLICABILIDADE DA NIC PELOS ESTUDANTES E AS
FREQUNCIAS ABSOLUTAS E RELATIVAS PARA CADA ATIVIDADE.
104
5.3.1 Caracterizao dos enfermeiros expertos ......................................
105
6. CONCLUSO .......................................................................................................
219
7. CONSIDERAES FINAIS ..................................................................................
227
REFERNCIAS .........................................................................................................
233
APNDICE A ......................................................................................................... 235
Carta Coordenao do Curso de Graduao de Enfermagem/CCS/UFPB
APNDICE B ......................................................................................................... 264
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido aos Estudantes de
Enfermagem
APNDICE C ......................................................................................................... 265
Instrumento de coleta de dados para caracterizao dos estudantes de
Enfermagem
APNDICE D ......................................................................................................... 266
Instrumento das intervenes propostas pela NIC e as atividades listadas
pelos estudantes de Enfermagem para pacientes adultos e idosos
hospitalizados com diagnstico de Risco de quedas mapeadas pela
pesquisadora.
APNDICE E ......................................................................................................... 269
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido aos Enfermeiros Expertos
APNDICE F .......................................................................................................... 273
Instrumento de caracterizao dos enfermeiros expertos para validao de
intervenes de Enfermagem.
APNDICE G ......................................................................................................... 275
Instrumento de avaliao do mapeamento comparativo das intervenes
pelos expertos Risco de quedas
APNDICE H ......................................................................................................... 277
Instrumento de avaliao da aplicabilidade das intervenes propostas
pela NIC.
ANEXOS A............................................................................................................. 280
Certido do Comit de tica em Pesquisa
ANEXOS B............................................................................................................. 284
Documento de Anuncia da Coordenao do Curso de Enfermagem
INTRODUO
Introduo | 26
1 INTRODUO
A segurana do paciente reflete a qualidade do servio prestado nas
instituies de cuidados sade que prezam por uma assistncia livre de risco e de
danos, com vistas a proporcionar satisfao e segurana ao paciente (PADILHA,
2001). Em situao contrria, quando h falha na assistncia sade, podem
ocorrer danos ao paciente, famlia, ao cuidador, equipe de sade e s empresas
responsveis pelo pagamento de tratamentos associados a leses hospitalares
como o evento adverso - quedas (INOUYE; BROWN; TINETTI, 2009).
Os riscos e os danos so exemplos de eventos adversos que podem ser
previsveis e, dependendo da ocorrncia, o paciente pode sofrer um impacto fsico,
psicolgico e/ou financeiro, aumentar o seu tempo de hospitalizao, os custos
hospitalares significativos relacionados queda, ou at mesmo causar a sua morte
(ANG; MORDIFFI; WONG, 2011; BRADY et al., 2009; DAVENPORT et al., 2009;
LOPEZ et al., 2010; NASCIMENTO et al. 2008).
Os fatores associados aos riscos e aos danos, no ambiente hospitalar, podem
ser intrnsecos e extrnsecos. Os intrnsecos so: fraqueza nos membros inferiores,
distrbio no equilbrio, comprometimento funcional e cognitivo, dficits visuais,
histria de quedas, idade maior que 80 anos, depresso e artrite (AGS/BGS, 2001,
2011). Para Ralston e Larson (2005), os extrnsecos so: tecnologia, muitos
profissionais atendendo o mesmo paciente, gravidade da doena, ambiente
propenso distrao, presso do tempo, necessidade de tomar decises rpidas,
elevado nmero de clientes e carga imprevisvel de atendimento.
Na Holanda, um estudo mostrou que, nos ltimos 17 anos, pacientes ainda
esto expostos a risco de leses ou de morte, como resultado da assistncia
prestada nos hospitais e que os internados em unidades de cuidados agudos tm de
2,9% a 16,6% de chances de sofrer, pelo menos, um evento adverso, e de 5% a
13%, de morrer por causa desses eventos. A metade de todos os eventos adversos
considerada previsvel (BAKER et al., 2004).
Um estudo realizado em 2010 sugere que mais pesquisas sobre eventos
adversos, nos hospitais da Jordnia, sejam feitas para estimar com mais preciso a
taxa de incidncia e descrever os fatores contextuais e sistmicos que levam a tal
ocorrncia (HAYAJNEH; ABUALRUB; ALMAKHZOOMY, 2010).
Introduo | 27
Os registros de eventos adversos so relevantes para o monitoramento e a
avaliao da qualidade da assistncia prestada no ambiente hospitalar. Muitas
dessas informaes so provenientes da prestao dos cuidados de Enfermagem
que geram indicadores. Para a World Health Organization WHO - (2008), esses
indicadores so: frequncia de lceras por presso, quedas de pacientes, erros de
medicaes e infeco hospitalar. Segundo Paiva, Paiva e Berti (2010),
acrescentam-se a esses os problemas com a sonda nasogstrica. Os indicadores
so ferramentas fundamentais de qualidade, por tornarem evidentes as fragilidades
do cuidado e ajudarem os administradores de Enfermagem a corrigirem as falhas
para melhorar a segurana do paciente e a qualidade do servio de sade
(CORREA, et al., 2012; NASCIMENTO et al., 2008).
Nascimento et al. (2008) identificaram um total de 229 notificaes de eventos
adversos em unidades de terapia intensiva, semi-intensiva e de internao de um
hospital privado do municpio de So Paulo/Brasil. Os eventos que predominaram
foram o problema com sonda nasogstrica (57,6%), seguidos por quedas (16,6%) e
administrao de medicamentos (14,8%). Quanto s intervenes de Enfermagem
realizadas, limitaram-se recolocao da sonda nasogstrica, comunicao da
ocorrncia ao mdico nos casos de erros de medicaes e quedas.
Para Fonda (2006, p. 379), a queda definida como uma mudana no
intencional de posio que faz com que uma pessoa caia inadvertidamente ao solo
ou em um nvel mais baixo.
Uma reviso sistemtica realizada em Miami, nos Estados Unidos, identificou
um percentual de quedas que variou de 15% a 54% em pacientes neurolgicos ou
ortopdicos internados em unidades de reabilitao (VIEIRA; FREUND-HERITAGE;
COSTA, 2011). Na Austrlia, um estudo analisou 577 incidentes de quedas que
representaram uma proporo de 2,2 quedas por 1000 pacientes internados
(JOHNSON; GEORGE; TRAN, 2011).
Um estudo realizado em um hospital universitrio de nvel tercirio paulista
analisou 80 boletins de notificao de eventos adversos (BNEA), que mostraram a
ocorrncia de 1,98 quedas, por 1000 pacientes internados no segundo semestre de
2004 e no primeiro semestre de 2005. O resultado da pesquisa foi: 55% de quedas
do leito, 63,7% ocorreram no perodo noturno, e 57,5% eram do sexo masculino. A
maioria apresentou o evento nos primeiros cinco dias de admisso, e 22,7% das
Introduo | 28
quedas do leito foram mais frequentes nas enfermarias da neurologia (PAIVA et al.,
2010).
Existem muitas pesquisas sobre a avaliao de risco de quedas que
estabeleceram os conhecidos fatores de risco para o evento (HENDRICH; BENDER;
NYHUIS, 2003; OLIVER et. al., 2004; VASSALLO et al., 2003). Mas, para Dykes et
al. (2009, 2010, 2011) e Morse (2006), avaliao no impede quedas, portanto, para
evit-las, so necessrios investimentos em intervenes. consenso internacional
que a avaliao do risco de quedas o primeiro passo para guiar intervenes
adequadas, com a finalidade de prevenir e reduzir quedas em adultos e idosos
hospitalizados (VASSALLO et al., 2003; NICE, 2004). Se as intervenes forem
escritas em um plano de cuidado, mas no implementadas corretamente, no
previnem quedas (HENDRIKS et al., 2008).
O Hospital Methodist Health University Hospital (MHUH), nos Estados Unidos,
tem um servio de monitorizao contnua de quedas de pacientes internados como
parte de um projeto de melhoria da qualidade. Esse servio formado por
profissionais de sade treinados, que utilizam um instrumento padronizado. No
perodo de fevereiro a junho de 2006, eles avaliaram 65 pacientes, 65% dos quais
tinham uma histria de queda antes da internao, e 32% relataram um histrico de
vrias quedas. Todos os participantes foram ao cho durante a internao, e 25%
dos sujeitos da pesquisa experimentaram mais de uma queda. Os autores
concluram que os adultos que caram durante a internao tiveram elevada taxa do
evento aps alta hospitalar imediata, especialmente aqueles que sofreram mltiplas
quedas durante a hospitalizao (DAVENPORT et al., 2009).
Um sistema de avaliao computadorizado de Enfermagem baseado no
modelo de Marjorie Gordon implantado em um hospital de Boston (EUA) -
utilizado para identificar os pacientes com risco de queda em todas as enfermarias e
na pr-admisso cirrgica. As variveis desse instrumento de avaliao so: idade,
sexo, estado mental do paciente, capacidade de andar, capacidade de transferir-se
de um local para outro, ir ao toilete para realizar higiene pessoal e capacidade de
cuidar de si mesmo quando recebe alta hospitalar (MARIN; BOURIE; SAFRAN,
2000).
Os dados clnicos computadorizados podem ser utilizados pelos enfermeiros
como questes de pesquisa para avaliar a qualidade da assistncia de Enfermagem
(DOCHTERMEN et. al., 2005; OZBOLT; SABA, 2008). Portanto, o alicerce
Introduo | 29
fundamental da maioria da informatizao tecnolgica dos cuidados de sade a
padronizao terminolgica (CORDOVA et al, 2010).
Na Enfermagem, essa padronizao est acontecendo desde 1970, com a
finalidade de melhorar a comunicao entre os enfermeiros de diferentes locais,
onde so assistidos os indivduos, a famlia e a comunidade, bem como a introduo
de dados de Enfermagem no pronturio eletrnico do paciente (LOPES; BARROS;
MICHEL, 2009). Essa padronizao proporcionar uma linguagem comum para os
planos de Enfermagem dando continuidade aos cuidados prestados aos pacientes
(BULECHECK; BUTCHER; DOCHTERMAN, 2010a; DOCHTERMAN; BULECHECK,
2008).
Entre as linguagens padronizadas, temos a Classificao dos Diagnsticos de
Enfermagem - NANDA-I (HERDMAN, 2013), Classificao das Intervenes de
Enfermagem (NIC) (BULECHECK; BUTCHER; DOCHTERMAN, 2010a) e
Classificao dos Resultados de Enfermagem (NOC) (JOHNSON; MAAS;
MOORHED, 2004).
O uso dessas classificaes, como os diagnsticos de Enfermagem -
NANDA-I - tem sido estudado mundialmente h vrias dcadas. J as classificaes
NIC e NOC foram recentemente traduzidas para o portugus e ainda so pouco
conhecidas. Portanto, essas ltimas so raramente utilizadas na assistncia e no
ensino. Como ocorreu com a NANDA-I, as terminologias NIC e NOC esto sendo
introduzidas gradualmente em alguns programas de ensino de graduao em
Enfermagem do Brasil (LOPES; BARROS; MICHEL, 2009).
Com a expanso da tecnologia da informao em sade nos hospitais, a
classificao das intervenes de Enfermagem est cada vez mais integrada aos
sistemas eletrnicos para fins de documentao de Enfermagem, que pode
representar uniformemente o trabalho dos enfermeiros (CORDOVA et al., 2010).
Uma das vantagens da NIC sobre outras terminologias a sua ligao com a
Nomenclatura Sistematizada de Medicina (SNOMED), que um vocabulrio mais
abrangente controlado pelas Cincias Biomdicas. Esse link integra a NIC com
outras classificaes e usado em mais de 25 pases (PARK et al., 2007).
A NIC pode estar ligada tambm Classificao Internacional para a Prtica
de Enfermagem (CIPE), que apresenta uma estrutura comum para diagnsticos de
Enfermagem, intervenes e os resultados (CORDOVA et. al., 2010). A classificao
NIC apresenta as intervenes de Enfermagem para serem realizadas com a
Introduo | 30
finalidade de implementar uma ou mais atividades com base cientfica para
aumentar os resultados do paciente (MONTEIRO et al., 2008).
A identificao das intervenes mais frequentes, em uma populao
especfica, ajuda o enfermeiro a desenvolver e refinar os padres de atendimento e,
ao serem inseridas nos bancos de dados dos computadores, possvel selecionar
as melhores aes de Enfermagem para determinado paciente (DOCHTERMAN et
al., 2005). Portanto, Marin, Bourie e Safran (2000) identificaram em um estudo as
intervenes implementadas para os pacientes hospitalizados com diagnstico de
Risco de quedas: supervisionar a avaliao das atividades de vida diria sempre que
necessrio, dispor itens pessoais ao alcance do paciente, manter o ambiente
seguro, colocar o leito em posio baixa e manter as rodas travadas e as grades
laterais suspensas.
Na busca por referncias sobre o ensino de preveno de quedas para
estudantes de graduao em Enfermagem, em base de dados como PUBMED,
foram utilizados descritores no controlados como: falls or prevention falls or risk
falls and student nursing or education or education nursing baccalaureate. No
primeiro levantamento, o resultado foi 589 literaturas. Com a utilizao dos limites:
humanos, lngua inglesa, espanhola e portuguesa, idade de 19 a 65+, obtiveram-se
294. Aps leitura minuciosa dos resumos presentes na referida base, no se
encontrou um estudo que tratasse do assunto em questo, apenas que abordavam
programas educativos de preveno de quedas em pacientes hospitalizados para
enfermeiros, equipe de Enfermagem e funcionrios da instituio de sade. A
pesquisa de Koh et al. (2009) mostrou que um programa educativo foi efetivo em
aumentar o conhecimento dos enfermeiros e o uso do instrumento para avaliao de
risco de quedas, mas no houve impacto estatisticamente significativo sobre a
reduo da taxa de queda - 1,44 para 1,09, por 1000 dias paciente internados.
Na Holanda, foi desenvolvida uma interveno educacional para melhorar o
conhecimento dos enfermeiros do hospital sobre trs dos eventos adversos
considerados indicadores para a qualidade dos cuidados de Enfermagem lceras
por presso, infeco do trato urinrio e quedas. Os autores concluram que houve
efeito significativo apenas para o conhecimento das lceras por presso (VAN GAAL
et al., 2010).
O estudo de Krauss et al. (2008) tambm mostrou que uma interveno
quase experimental em um hospital universitrio de St. Louis - USA - resultou no
Introduo | 31
aumento do conhecimento da equipe de Enfermagem e no uso das estratgias de
preveno de quedas, mas a reduo nas taxas no foi sustentada aps cinco
meses do programa educativo. Isso comprova que necessrio um programa
educativo contnuo para a equipe de Enfermagem, com a finalidade de manter as
taxas reduzidas.
Na preveno de quedas na comunidade e em instituies de longa
permanncia, a efetividade bem evidente, mas, nos ambientes hospitalares, a
preveno ainda muito limitada (CHANG et al., 2004; OLIVER et al., 2004). As
evidncias sobre a eficcia dos programas de preveno de quedas so
inconclusivas, e esse problema pode ser o resultado de muitas barreiras para se
estudar a preveno desse evento nos hospitais (CAMERON et al., 2010;
COUSSEMENT et al., 2008; KRAUSS et al., 2008; OLIVER et al., 2004; OLIVER et
al., 2007; SCHWENDIMANN et al., 2006a).
Na literatura, encontram-se programas de preveno de quedas para
ambientes hospitalares constitudos por intervenes individuais e multifatoriais. Mas
alguns estudos randomizados que utilizaram em seus programas intervenes
individuais no mostraram reduo significativa de quedas nesses contextos
(DONALD et al., 2000; HAINES; BELL; VARGHESE, 2010). As intervenes
multifatoriais tambm apresentam resultados conflitantes (CUMMING et al., 2008;
HEALEY et al., 2004; STENVALL et al., 2007; VASSALLO et al., 2004a).
Ainda no h intervenes eficazes destinadas a evitar leses de pacientes
de suas camas, incluindo equipamentos como protetores de quadril, grades de
cama, posio baixa da cama e alarmes de sada de cama (AGS/BGS, 2011;
ANDERSON; BOSHIER; HANNA, 2011). Com os instrumentos de avaliao de risco
de quedas e as estratgias de preveno, fatos similares tm acontecido,
apresentando pouco progresso na diminuio de incidncia de quedas (KRAUSS et
al., 2008; OLIVER; HOPPER; SEED, 2000). Portanto, os relatos de quedas
encontrados na literatura esto relacionados ao processo de avaliao de risco de
quedas, implementao de intervenes inconsistente, falta de comunicao do
risco do evento ou de assistncia adequada aos pacientes de risco elevado
(DEGELAU et al., 2012).
Aps apresentao desse cenrio, aponta-se o estudo de Dochterman et al.
(2005), que afirmam que as Faculdades de Enfermagem so responsveis pela
preparao dos estudantes para cuidar [...] e que devem assegurar que eles sejam
Introduo | 32
competentes para executar as intervenes. Essa afirmativa pode ser o fio condutor
para colaborar com as iniciativas das instituies de sade para reduzir ou eliminar
as quedas de pacientes nos ambientes hospitalares.
Tem-se o exemplo de uma escola de Enfermagem em Masschusette, que
preparou alunos para um projeto sobre preveno de quedas, com a finalidade de
ensinar os funcionrios de uma Instituio de cuidados de longa permanncia para
idosos e que, posteriormente, foi estendido para um hospital local e servios
clnicos. Em trs meses, a taxa de quedas foi de 16,1% para 9,9%. Esse resultado
foi significativo e poder conduzir mudanas na segurana do paciente e na
qualidade da assistncia (BONNER et al., 2007). Segundo Morais et al. (2012), o
enfermeiro deve implementar aes de Enfermagem visando diminuir ou prevenir o
evento aps identificao dos pacientes sujeitos a risco de quedas.
Diante do exposto, os questionamentos deste estudo consistem em: Quais
so as atividades listadas pelos estudantes do 8 perodo do Curso de Graduao
em Enfermagem para paciente adulto e idoso hospitalizado com diagnstico de
Risco de quedas? Quais so as atividades mais frequentes listadas pelos
estudantes de Enfermagem para dar assistncia aos pacientes nessa situao
especfica? Qual a similaridade entre as atividades listadas pelos estudantes e as
atividades propostas pela NIC?
Frente s questes apresentadas, a hiptese do estudo : Haver uma
similaridade entre as atividades listadas pelos estudantes do 8 perodo do Curso de
Graduao em Enfermagem para paciente adulto e idoso hospitalizado com
diagnstico de Risco de quedas e as atividades propostas pela NIC. Para embasar a
pesquisa, foi escolhida a Nursing Intervention Classification - NIC - para identificar
sua aplicabilidade e direcionar as atividades listadas pelos estudantes de
Enfermagem.
Justifica-se este estudo por se considerar que a utilizao de um conjunto de
aes de Enfermagem, associadas ao diagnstico de Risco de quedas, poder
contribuir para a padronizao da linguagem de Enfermagem e fortalecer a
sistematizao da assistncia para pacientes adultos e idosos hospitalizados. E por
ser docente da disciplina Enfermagem na Ateno Sade do Adulto e do Idoso I e
II, responsvel pelo ensino e aprendizagem dos estudantes do Curso de Graduao
em Enfermagem de uma Universidade Pblica da Paraba, que busca melhorias e
qualidade para o ensino, a pesquisa e a assistncia.
Introduo | 33
A relevncia do estudo se justifica por contribuir para a utilizao da
linguagem padronizada de Enfermagem, que necessria para tornar visvel a
prtica da profisso no mbito do ensino, da pesquisa e da assistncia, e por
colaborar com o sistema de informao e a bases de dados que iro avaliar a
qualidade dos cuidados de Enfermagem bem como preencher lacunas na literatura
sobre o ensino de preveno de quedas em adultos e idosos hospitalizados para
estudantes de Enfermagem e das demais reas afins.
O motivo da escolha do diagnstico de Enfermagem Risco de quedas foi por
saber que, mesmo com o conhecimento dos fatores de risco e as notificaes pela
Enfermagem, os instrumentos de avaliao e as estratgias de preveno tm
apresentado pouco progresso na reduo da incidncia de quedas (LOPEZ et al.,
2010) e que existem vrios estudos sobre a qualidade e a segurana do paciente
mostrando que h necessidade de mudana nos currculos dos cursos formadores
de profissionais da rea de Enfermagem (CRONENWETT et al, 2007;
CRONENWETT, 2005; MADDOX; WAKEFIELD; BULL, 2001; PREHEIM;
ARMSTRONG; BARTON, 2009; RICHARDSON; STORR, 2010; SHARON, 2011;
TERI; LARRY, 2010; THORNLOW; MCGUINN, 2010).
Portanto, com a investigao da aplicabilidade das intervenes propostas
pela NIC, a partir das atividades listadas pelos estudantes de Graduao em
Enfermagem, permite-se analisar o quanto esses estudantes se utilizam de uma
linguagem padronizada.
REVISO DA LITERATURA
Reviso da Literatura | 35
2 REVISO DE LITERATURA
2.1 CLASSIFICAES DE ENFERMAGEM
Um acontecimento na Enfermagem tem instigado a um desafio, que so as
classificaes, pois requerem um novo posicionamento em relao ao raciocnio
clnico da Enfermagem. Sem as classificaes, passa-se a usar termos de
linguagem livre, para expressar seus julgamentos e a tomada de deciso (CRUZ,
2008).
As classificaes aparecem com a finalidade de unificar a linguagem comum
aos exercentes de Enfermagem, para descrever o cuidado com o indivduo, as
famlias e as comunidades, nas mais diversas regies do mundo; alimentar os
sistemas de informao de dados e estimular a pesquisa e o ensino, alm de
influenciar decises nas polticas de sade e de projetar tendncias das
necessidades dos pacientes (CRUZ, 2008).
Marin (2009) afirma que cerca de treze classificaes j foram desenvolvidas
e se encontram relacionadas a alguma fase do processo de Enfermagem:
Taxionomia II dos Diagnsticos de Enfermagem NANDA Internacional, Classificao
das Respostas Humanas de Interesse para a Prtica de Enfermagem Psiquitrica e
de Sade Mental; problemas de Enfermagem Community Health Intervention
Classification; Nursing Intervention Classification NIC; e resultados esperados
Nursing Outcomes Classification NOC, Classificao Internacional para a Prtica
de Enfermagem CIPE; Home Health Care Classification HHCC; Omaha System;
Patient Care Data Set; Perioperative Nursing Data Set (PNDS); SNOMED RT;
National Health Service (NHS) Clinical Terms (READ CODES); Nursing Intervention
Lexicon Taxonomy (NILT); International Classification of functioning, desability and
Health (ICF).
No Brasil, as classificaes mais conhecidas e utilizadas so Classificao
dos Diagnsticos de Enfermagem NANDA I, Nursing Intervention Classification
NIC, Nursing Outcomes Classification NOC e Classificao Internacional para a
Prtica de Enfermagem - CIPE.
Reviso da Literatura | 36
2.2 A CLASSIFICAO DOS DIAGNSTICOS DE ENFERMAGEM NANDA-I E O
DIAGNSTICO DE RISCO DE QUEDAS
A Classificao dos Diagnsticos de Enfermagem NANDA-I uma linguagem
reconhecida, que foi modelada para o SNOMED e apresentada em uma estrutura
multiaxial. Os diagnsticos de Enfermagem foram organizados, aprovados e esto
distribudos em 13 domnios, 47 classes e 221 diagnsticos. A verso 2012-2014
apresenta 16 novos diagnsticos e 11 revisados (HERDMAN, 2013).
Diagnstico de Enfermagem um julgamento clnico das respostas do
indivduo, da famlia ou da comunidade a problemas de sade/processos vitais reais
ou potenciais (HERDMAN, 2010, p.389). So imprescindveis para o
estabelecimento das intervenes mais precisas possveis. Entre os diagnsticos,
est o de Risco de quedas, que foi aprovado em 2000 e pertence ao domnio 11 da
Segurana/proteo, classe 2, de leso fsica, e est definido por Herdman (2013)
como o risco de suscetibilidade aumentada para quedas que podem causar dano
fsico. Ele descreve as respostas humanas s condies de sade que podem
desenvolver-se em um indivduo, uma famlia ou uma comunidade vulnerveis para
tal. sustentado por fatores de risco ou relacionados, que colaboram para aumentar
a vulnerabilidade. Os diagnsticos de Enfermagem de risco no tm caractersticas
definidoras (HERDMAN, 2010; TANNURE; PINHEIRO, 2011).
Os fatores de risco para os diagnsticos de Enfermagem de Risco de quedas
compreendem as condies intrnsecas e extrnsecas, como ambientais, cognitivos,
fisiolgicos e medicamentosos (HERDMAN, 2013).
De acordo com Herdman (2013, p. 505), os fatores de risco para os
Diagnsticos de Enfermagem so:
Ambientais: ambientes com mveis e objetos em excesso; ausncia de
material antiderrapante na banheira e no box do banheiro; condies climticas
(p.ex., pisos molhados, gelo); imobilidade; pouca iluminao; quarto no familiar e
tapetes espalhados pelo cho.
Cognitivos: estado mental diminudo; histria de quedas; idade acima de 65
anos; morar sozinho; prtese de membro inferior; uso de cadeira de rodas; uso de
dispositivos auxiliares (p.ex., andador, bengala).
Reviso da Literatura | 37
Fisiolgicos: anemias; artrite; condies ps-operatrias; dficits
proprioceptivos; diarreia; dificuldade na marcha; dificuldades auditivas e visuais;
doena vascular; equilbrio prejudicado; falta de sono; fora diminuda nas
extremidades inferiores; hipotenso ortosttica; incontinncia; mobilidade fsica
prejudicada; mudanas na taxa de acar aps as refeies; neoplasias (i.e.,
fadiga/mobilidade limitada); neuropatia; presena de doena aguda; problemas nos
ps; urgncia urinria; vertigem ao estender o pescoo; vertigem ao virar o pescoo.
Medicamentos: agentes ansiolticos; agentes anti-hipertensivos;
antidepressivos tricclicos; diurticos; hipnticos; inibidores da ECA (enzima
conversora da angiotensina); narcticos/opiceos; tranquilizantes e uso de lcool.
No Brasil, existem muitas publicaes de pesquisas de identificao de
Diagnsticos de Enfermagem (DE), em diversas reas da Enfermagem, e a
continuidade desses estudos permitir acumular conhecimento sobre o
delineamento do perfil dos diagnsticos de Enfermagem comuns a um grupo de
indivduos com situaes especficas de sade ou doena, bem como o
desenvolvimento de intervenes de Enfermagem direcionadas, fundamentadas e
individualizadas.
Vrios autores tm se preocupado em identificar os diagnsticos de
Enfermagem em grupos de clientes especficos, como, por exemplo, em pacientes
com molstias infecciosas e parasitrias (NEVES et al., 2010); em mulheres
internadas em uma unidade de terapia intensiva (OLIVEIRA; FREITAS, 2009); em
pacientes em ps-operatrio mediato de transplante cardaco (MATOS, 2009); em
pacientes diabticos em uso de insulina (BECKER; TEIXEIRA; ZANETTI, 2008) e
em pacientes idosos (SAKANO; YOSHITOME, 2007).
Em um estudo desenvolvido com pacientes hipertensos, os autores fizeram
uma associao entre diagnsticos de Enfermagem e as variveis sociais/clnicas.
Os diagnsticos de Enfermagem envolvidos foram: controle eficaz do regime
teraputico; padro de sono perturbado; intolerncia atividade; disfuno sexual;
risco de quedas e dor crnica (VASCONCELOS et al., 2007).
Uma pesquisa desenvolvida em So Paulo, com o objetivo de identificar os
diagnsticos de Enfermagem mais frequentes, utilizando-se a Taxonomia II da
NANDA - I e compar-los com os diagnsticos do Sistema de Classificao de
Enfermagem Perioperatria (PNDS) envolvendo 25 pacientes que se submeteram a
Reviso da Literatura | 38
procedimentos radiolgicos intervencionistas, as autoras encontraram os seguintes
diagnsticos: ansiedade, dor crnica, perfuso tissular perifrica ineficaz,
conhecimento deficiente e risco de quedas e concluram que eles so semelhantes
aos diagnsticos encontrados nos servios ambulatoriais e similares aos da
classificao PNDS (VIEGAS; TURRINI; CERULLO, 2010).
Um estudo realizado por Guedes et al. (2009) revelou que, em uma amostra
de 28 idosos internados na clnica mdica de um hospital-escola da regio Centro-
Oeste, que atende, com exclusividade, a pacientes pelo SUS, em procedimentos de
baixa, mdia e alta complexidade, urgncia e emergncia, o diagnstico de
Enfermagem Risco de quedas foi encontrado em 57,1% da amostra.
Os estudos de Vasconcelos et al. (2007) com pacientes hipertensos, os de
Viegas, Turrini e Cerullo (2010), com pacientes que se submeteram a procedimentos
radiolgicos intervencionistas, e os Guedes et al. (2009), com idosos, so alguns
exemplos de pesquisa que evidenciam que o diagnstico de Enfermagem Risco de
quedas se encontra entre os diagnsticos listados mais frequentes.
Estudo realizado em um hospital universitrio do Rio Grande do Sul, com o
objetivo de caracterizar o perfil dos pacientes adultos que sofreram quedas do leito,
identificando os diagnsticos de Enfermagem e quais os fatores de risco mais
prevalentes nessa populao na literatura, mostrou que, de 35 diferentes
diagnsticos, 4,6 (13%) dos pacientes apresentavam o de Risco de quedas, e todos
estavam internados em unidade de clnica. Quanto aos fatores de risco, apontaram a
mobilidade fsica prejudicada, a presena de doena aguda, o equilbrio
comprometido e o estado mental diminudo, que estiveram presentes em mais de
80% dos casos, e dos 21 fatores analisados, 12 deles estavam presentes em mais
de 50% da amostra (COSTA et al., 2011).
O que chama a ateno, nesse estudo, o baixo nmero de pacientes com o
diagnstico de Risco de quedas, o que indica que os enfermeiros esto pouco
atentos anlise de risco de quedas na admisso dos pacientes (COSTA et al.,
2011).
Um estudo utilizando a tcnica de mapeamento de diagnsticos de Enfermagem
mostrou que o Risco de quedas estava presente em 20 (59%), de 34 pacientes com
idades de 65 anos ou mais, de uma Unidade de Pneumologia de So Paulo, e que os
fatores de risco fora diminuda nas extremidades inferiores (60%) e idade acima de 65
anos (55%) foram os que validaram o diagnstico (AQUINO et al., 2011).
Reviso da Literatura | 39
Utilizando a taxonomia II NANDA-I, um grupo de pesquisadores identificou o
diagnstico de Risco de quedas presente em todos os participantes de um estudo
exploratrio, transversal, em uma unidade de reabilitao no estado do Cear. A
populao estudada tinha mdia de idade de 69,5 anos, predominncia do sexo
feminino, baixo nvel de escolaridade e renda financeira. Os fatores de risco mais
percebidos foram: fora diminuda nas extremidades inferiores, mobilidade
prejudicada, dificuldade na marcha e equilbrio prejudicado (COSTA et al., 2010).
O diagnstico Risco de quedas foi identificado em todos os idosos de uma
associao beneficente de reabilitao em Fortaleza - Cear. Os fatores de risco de
mais frequentes foram: equilbrio prejudicado (100%), idade acima de 65 anos
(83,7%) e dficit proprioceptivo (83,7%). Nesse estudo, 20 (54,1%) eram mulheres,
com mdia de idade de 70,6 anos (MORAIS et al., 2012).
Estudo realizado no Mxico, para determinar a frequncia de fatores de risco
propostos pela NANDA-I para o diagnstico de Enfermagem Risco de quedas em
adultos hospitalizados mostrou que 44% dos fatores estavam relacionados a
doenas agudas e a enfermidades vasculares, 17%, a estado mental alterado, e 5%,
associados idade superior a 65 anos e utilizao de dispositivos de apoio
(HERRERA et al., 2011).
Estudos utilizando-se o diagnstico de Risco de quedas na ateno bsica
tambm tm identificado o risco de quedas em 26 (37,6%) dos idosos no interior
paulista (MARIN et al., 2008). Outro estudo tambm identificou, em todos os idosos,
o diagnstico de Risco de quedas em uma amostra de 51 pessoas com mais de 60
anos, com uma mdia de dois fatores de risco cada um (MARIN et al., 2004). Em
Minas gerais, foi feito outro estudo, no Programa de Ateno ao Idoso, que mostrou
que, de 114 pronturios investigados, 50 (43,9%) dos idosos apresentaram tal
diagnstico e que os fatores intrnsecos foram 84% de idosos com idade acima de
65 anos, 28% faziam usos de medicaes, 22% apresentavam dificuldades de
marcha e 22% tinham histria de quedas anteriores. Quanto aos fatores extrnsecos,
os fatores ambientais foram os mais identificados, com 34,4% da presena de
escadas (CHAVES et al., 2011).
Nesses estudos, alguns fatores de risco so bem presentes nas amostras
estudadas, como mobilidade prejudicada, dificuldade de marcha, equilbrio
comprometido e idade acima de 65 anos (CHAVES et al., 2011; COSTA et al.,
2010; COSTA et al., 2011; MORAIS et al., 2012).
Reviso da Literatura | 40
Um grupo de pesquisadores considerou o risco de quedas como um enfoque
do cuidado de Enfermagem, bem como a implementao e avaliao dos resultados
de intervenes relativas preveno de quedas (MORAIS et al., 2012).
O estabelecimento do diagnstico de Risco de quedas de fundamental
importncia para selecionar as intervenes direcionadas s necessidades dos
pacientes e para garantir sua segurana no ambiente hospitalar.
2.3 CLASSIFICAO DAS INTERVENES DE ENFERMAGEM
A Classificao das Intervenes de Enfermagem (NIC) abrangente,
padronizada, clara, redigida de forma coerente e reflete a linguagem dos
enfermeiros na prtica (BULECHEK; BUTCHER; DOCHTERMAN, 2010a). bem
reconhecida internacionalmente (LEE; LEE, 2006).
A NIC se encontra na quinta edio, constituda por 542 intervenes, listadas
em ordem alfabtica, e mais de 12.000 atividades de Enfermagem. Articula-se com
os diagnsticos da NANDA-I e com os resultados da NOC. Foi publicada, pela
primeira vez, no ano de 1992. Tudo comeou em 1987, com um grupo de
pesquisadores da Faculdade de Enfermagem da Universidade de Iowa, que uniram
foras para desenvolver a classificao das intervenes de Enfermagem
paralelamente classificao de diagnsticos de Enfermagem NANDA-I
(BULECHEK; BUTCHER; DOCHTERMAN, 2010a).
A estrutura taxonmica inclui sete domnios, 30 classes e trs nveis. Os sete
domnios pertencem ao nvel superior, o mais abstrato; as classes esto no segundo
nvel, e o grupo das intervenes e das atividades de Enfermagem est no terceiro
nvel, o mais concreto. Para elaborar a taxonomia, foram utilizados os mtodos de
anlise de semelhanas, agrupamento hierrquico, julgamento clnico e reviso por
especialista (BULECHEK; BUTCHER; DOCHTERMAN, 2010a).
Os sete domnios so: Fisiolgico: Bsico, Fisiolgico: Complexo,
Comportamento, Segurana, Famlia, Sistema de Sade e Comunidade. Os cdigos
para os sete domnios vo de 1 a 7. As classes recebem cdigos de A a Z e a, b, c,
d. As letras minsculas indicam que o as letras do alfabeto maisculas terminaram e
foi dado continuidade com as letras do alfabeto minsculo.
Reviso da Literatura | 41
O uso da NIC importante por que ajuda o enfermeiro a demonstrar o
impacto do seu trabalho sobre o sistema de prestao de assistncia de sade;
padroniza a linguagem dos enfermeiros; facilita a seleo de uma interveno para
solucionar os problemas dos pacientes que esto na responsabilidade do
enfermeiro; facilita a comunicao entre os enfermeiros e outros provedores, no
momento da transferncia do paciente para outra unidade da prpria instituio ou
fora dela; permite que os pesquisadores verifiquem a efetividade e o custo da
assistncia de Enfermagem em diversos cenrios por diferentes provedores; define
a base do conhecimento da prtica de Enfermagem e dos currculos das instituies
de ensino; facilita o ensino da tomada de deciso clnica aos estudantes e
enfermeiros iniciantes; auxilia os administradores no planejamento mais efetivo para
solucionar questes relacionadas ao setor pessoal e de equipamentos; facilita o
desenvolvimento do sistema de reembolso pelos servios prestados pela
Enfermagem; promove o uso da tecnologia da informao para a Enfermagem e
torna-a visvel ao pblico (BULECHEK; BUTCHER; DOCHTERMAN, 2010a).
Nos prximos pargrafos, apresentam-se alguns exemplos de estudos que
justificam as razes listadas pelo grupo responsvel pela criao da Classificao
das Intervenes de Enfermagem para o desenvolvimento da NIC (BULECHEK;
BUTCHER; DOCHTERMAN, 2010a).
Thoroddsen, Ehnfors e Ehrenberg (2010) encontraram 63 diferentes
diagnsticos com um total de 2.366 intervenes de Enfermagem, em 265
pronturios de pacientes em quatro especialidades: mdica, cirrgica, geritrica e
psiquitrica. Foram aplicados 168 diferentes tipos de interveno, 65,5% (110) dos
quais apareceram entre duas ou mais de quatro especializaes, 34,5% (58) ocorreu
em uma nica especialidade, 12,5% (21), apenas na Unidade Cirrgica, 7,7% (13),
na Unidade Mdica, 5,4% (9), na Unidade de Geriatria, e 8,9% (5), na Unidade de
Psiquiatria. O estudo mostrou que os diagnsticos e as intervenes de
Enfermagem foram estabelecidos de acordo com as necessidades especficas dos
pacientes, pois foram utilizados para cinco ou menos pacientes em cada uma das
unidades pesquisadas. Os autores concluram que o conhecimento e o uso de
terminologias padronizadas de Enfermagem, na prtica clnica, fornecem dados
mais confiveis e significativos do que um texto livre no estruturado. No entanto, as
terminologias so ainda desconhecidas para muitos enfermeiros, e sua
implementao tem-se mostrado um processo muito lento.
Reviso da Literatura | 42
Uma pesquisa revelou que as intervenes de Enfermagem podem apontar o
destino de alta hospitalar de uma populao de pacientes idosos hospitalizados por
fratura ou um procedimento de quadril. Pacientes mais jovens, admitidos de casa,
com cnjuge, com veias prvias, menor nmero de medicamentos e uso moderado
da interveno Banho, tinham o destino de suas casas, mas aqueles que
necessitavam de intervenes para as complicaes ou preveno delas foram de
alta para uma instituio (TITLER et al., 2006).
Utilizando a NIC, um grupo de pesquisadores, nos EUA, conduziu um estudo
para descrever o que os enfermeiros fazem para trs grupos de pacientes idosos.
No grupo dos pacientes com insuficincia cardaca, eles mostraram que as 16
intervenes mais frequentes foram: cuidado com o acamado; precaues de
sangramento; cuidados cardacos; melhoria da tosse; preparao para aceitao da
dieta; controle de fluido; controle de hiperglicemia; preveno de infeco; terapia
intravenosa (IV); oxigenoterapia; controle da dor; cuidados de rotinas: adulto;
superviso; ensino; cuidados com as sondas, os cateteres e as cnulas e
monitorizao dos sinais vitais (DOCHTERMAN et al., 2005).
Para o grupo com fratura do quadril, esses mesmos autores descreveram 17
intervenes como as mais frequentes: administrao de analgsico; cuidados com
o acamado; administrao de produtos do sangue; controle do intestino; aumento da
tosse; aceitao da dieta; controle de fluido; preveno de infeces; terapia
intravenosa (IV); controle da dor; posicionamento; cuidados ps-operatrios;
cuidados de rotina: adulto; superviso; precaues com trombo; cuidados com o
tubo; cuidado com as feridas.
J no grupo de preveno de quedas, as 15 intervenes mais frequentes
foram: controle do intestino; cuidados cardacos; controle da dor; aceitao da dieta;
preveno de quedas: adulto; controle de fluido; terapia intravenosa (IV);
monitoramento neurolgico; oxigenoterapia; diminuio da dor; cuidado ps-
opratrio; superviso; cuidados com o tubo; monitorizao dos sinais vitais; cuidados
com as feridas (DOCHTERMAN et al., 2005). Com esse estudo, esses
pesquisadores mostraram que a documentao dos dados clnicos dos pacientes
utilizando a NIC til para descrever o tipo e o padro das intervenes de
Enfermagem para grupos especficos de pacientes. Essas intervenes se
concentraram mais no aspecto psicobiolgico das necessidades humanas do
paciente.
Reviso da Literatura | 43
No estudo de Shever et al. (2007), quatro intervenes foram implementadas
com mais frequncia para todos os trs grupos de idosos (superviso, terapia IV,
controle de fluidos, preparao para a dieta) e chegaram a uma concluso de que os
achados do estudo sugerem que o atendimento de Enfermagem varia entre contexto
de cuidados e responde a problemas especficos de pacientes especficos. Portanto,
esses resultados ajudam a mapear reas com necessidades de mais educao para
os enfermeiros.
Titler et al. (2005) realizaram um estudo que mostrou que 182 diferentes
intervenes de Enfermagem foram implementadas, pelo menos, uma vez durante a
internao da amostra estudada; dessas, 133 foram utilizadas, pelo menos, uma vez
em apenas 1% a 5% da amostra, o que reflete que um grupo clnico diversificado
com um potencial para quedas. Nesse estudo, cada paciente recebeu, em mdia,
18,5 diferentes intervenes de Enfermagem, durante a hospitalizao, e 18 de
mediana. Dessas, sete intervenes de Enfermagem foram utilizadas por duas ou
mais vezes por dia, em 50% dos pacientes internados, e foram representadas por:
superviso (11,22), controle da dor (4,40), terapia intravenosa (4,21), preveno de
quedas: adulto (3,11), controle de fluido (2,86), preparao para dieta (2,58),
controle do intestino (2,07). Oito intervenes foram realizadas por duas ou mais
vezes em, pelo menos, 20% das internaes, so elas: cuidados cardacos (3,45),
melhora da tosse (5,77), monitorizao neurolgica (4,73), terapia de oxignio
(2,38), cuidado no ps-operatrio (6,84), cuidado com o tubo (3,37), monitorizado
dos sinais vitais (2,45) e cuidados com as feridas (2,48).
Estudo realizado por Titler et al. (2011) afirmou que diferentes intervenes
de Enfermagem, em torno de uma mdia de 21,8 (DP= 5,6), foram realizadas em
pacientes que caram durante a hospitalizao, e nos que no caram, receberam
uma mdia de 18,2 (DP= 4,7). Nesse estudo, a interveno Superviso atingiu uma
taxa de utilizao mdia de 11,1 vezes ao dia, Terapia intravenosa, de 3,6 e
Preveno de quedas uma mdia de 3,1. Esses autores descobriram que seis
intervenes de Enfermagem foram inversamente associadas com quedas no
ambiente hospitalar: cuidados com a lcera por presso, tratamento da dor,
alimentao por sonda enteral, administrao de medicamentos e manuteno da
sade da bucal. Seis intervenes foram positivamente associadas com quedas:
preparao para dieta, projees de sade, monitoramento neurolgico, restries,
controle do humor e controle de nusea. A relao entre restries e quedas
Reviso da Literatura | 44
consistente na literatura, e usar restries no recomendado como uma
interveno de reduo de quedas.
A Enfermagem tem lutado para que a NIC seja utilizada pelo sistema de
registro eletrnico de sade, mas, segundo Jha et al. (2009), apenas 1,5% dos
hospitais norte-americanos tem um sistema de pronturio eletrnico implantado.
Cordova et al. (2010) concordam tambm que a NIC seja integrada aos sistemas
eletrnicos para fins de documentao da Enfermagem. Assim, oportuno medir a
carga de trabalho dos enfermeiros. Para Dochterman et al. (2005), os enfermeiros
gestores devem trabalhar com o pessoal encarregado do sistema de informao
para implementar a linguagem padronizada de Enfermagem, nesse caso, a NIC, e
imprimir os relatrios para mostrar as intervenes de Enfermagem aos pacientes.
Os enfermeiros norte-americanos tero at 2014 para colocar as informaes
do paciente no registro eletrnico mdico, e para alcanar esse objetivo, eles sero
obrigados a documentar eletronicamente suas experincias de cuidar se quiserem
ver suas contribuies para o cuidado com o paciente reconhecido (SHEVER et al.,
2007).
Um estudo retrospectivo de 10 anos, realizado por um grupo de
pesquisadores na Itlia, com a finalidade de avaliar o impacto do processo de
Enfermagem para o ensino de alunos de diferentes nveis de ensino de graduao,
utilizando a NANDA-I e a NIC, mostrou que os alunos usaram 75 ttulos de
diagnsticos da taxonomia NANDA-I e planejaram uma mdia de 3,8 intervenes
da NIC. Afirmaram, ainda, que o processo de Enfermagem deve ser introduzido no
Curso de Graduao em Enfermagem, desde o primeiro ano, e deve ser reforado
ao longo dos anos, com o objetivo de melhorar, progressivamente, o conhecimento e
a habilidade do pensamento crtico dos estudantes. Concluram que a comparao
constante entre os planos de cuidados de Enfermagem preenchidos pelos alunos,
em diferentes fases do percurso educativo, demonstrou que o processo de
aprendizagem e o nvel global de competncia foram alcanados no terceiro e ltimo
ano do bacharelado (PALESE et al., 2009).
Como exemplos de pesquisas que descrevem as razes para o
desenvolvimento da NIC, para determinar os custos dos servios prestados por
enfermeiros, um estudo foi realizado em New York por Cordova et al. (2010), o qual
mostrava que a NIC pode representar o trabalho do enfermeiro no sistema de
informao em sade, apontando dados confiveis para o clculo da carga de
Reviso da Literatura | 45
trabalho de Enfermagem. Neste estudo, o principal objetivo foi verificar a utilidade da
NIC para classificar as intervenes e medir a carga de trabalho de Enfermagem. Os
autores utilizaram a tcnica de grupo focal, formado por enfermeiros especialistas,
para selecionar as intervenes de Enfermagem relevantes para assistncia do
cuidado em uma unidade cirrgica ortopdica. O resultado mostrou que 42
intervenes foram selecionadas, e o tempo gasto para a realizao delas variou de
8,45 a 38,31 minutos (M= 19,6; DP= 8,10). Os participantes estimaram que 22
intervenes de Enfermagem levaram menos tempo do que foi publicado pelos
pesquisadores da NIC, e nove delas levaram mais tempo do que foi apresentado na
4 edio da NIC. Das 11 que no foram relatadas no estudo, os participantes
estimaram o tempo gasto igual ao preconizado pela NIC. Os autores chegaram
concluso de que os enfermeiros da Unidade de Ortopedia levaram menos tempo
para realizar a maioria das intervenes, em comparao com os tempos publicados
na NIC. Isso aconteceu porque os enfermeiros prestam cuidados semelhantes
maioria dos pacientes, e as intervenes eram padronizadas.
Pesquisadores realizaram um estudo para examinar as variveis relacionadas
com os custos dos cuidados hospitalares com uma grande amostra de pacientes
idosos com risco de quedas. A farmcia, os procedimentos mdicos e as
intervenes de Enfermagem foram os principais preditores de custos de internao.
O estudo revelou, ainda, que, usando uma linguagem padronizada de Enfermagem
com o sistema de informao hospitalar, os enfermeiros tero acesso ao banco de
dados que demonstraro a relao custo-eficcia das intervenes e que as
intervenes de Enfermagem, como controle do intestino, terapia intravenosa (IV),
planejamento para alta, monitorizao neurolgica, cuidados com o acamado,
assistncia ao autocuidado, controle das vias areas artificiais e controle da
demncia estavam associadas ao aumento do custo do cuidado. Enquanto isso,
algumas intervenes estavam associadas diminuio do custo que seriam o
controle de fluidos, restaurao da sade bucal, controle da hiperglicemia e melhora
da comunicao. Outras intervenes tinham associao com o aumento e a
diminuio do custo, como preveno de quedas, cuidados com a lcera por
presso, ensino, exames de sade, monitoramento dos sinais vitais e controle de
medicamentos. Nesse ltimo caso, por exemplo, quando se implementa a
interveno para preveno de quedas, se o enfermeiro faz somente uma vez, o
Reviso da Literatura | 46
custo ir aumentar, mas, se ele fizer mais de uma vez, o custo diminuir (TITLER et
al., 2005).
A NIC tambm ajuda no planejamento de recursos necessrios nos locais da
prtica de Enfermagem e sugere aos enfermeiros gestores o planejamento do tipo e
a quantidade de pessoal de Enfermagem necessria em determinada unidade
(DOCHTERMAN et al., 2005). Assim como fornecendo as informaes necessrias
para pesquisadores de Enfermagem, com o objetivo de avaliar a qualidade das
intervenes e de formular Polticas de Sade (THORODDSEN; EHNFORS, 2007).
Para representar a articulao entre os sistemas de classificao, o estudo de
Thoroddsen, Ehnfors e Ehrenberg (2010) mostra a relao entre a classificao dos
diagnsticos de Enfermagem da NANDA-I com a classificao das intervenes de
Enfermagem da NIC.
Quando se utiliza uma linguagem padronizada na prtica clnica, possvel
estabelecer uma ligao entre os diagnsticos e as intervenes de Enfermagem,
como mostra o estudo de Thoroddsen e Ehnfors (2007), que revela que, no ano de
2002, isso no foi possvel, porque a NIC foi usada raramente nem estava codificada
durante a coleta dos dados. Ela ainda permite comparaes das intervenes entre
pases e cria um modelo para futuras comparaes transculturais (LEE et al., 2011;
LEE; LEE, 2006).
Essa classificao est em contnuo melhoramento para refletir a prtica
clnica e as melhores prticas, por meio da participao de muitos colaboradores. As
atividades tm progredido atravs de quatro fases, e cada uma apresenta certa
sobreposio temporal, a saber: fase I: construo da classificao (1987-1992);
fase II: construo da taxonomia (1990-1995); fase III: testes clnicos e refinamento
(1993-1997); fase IV: uso e manuteno (1996-em desenvolvimento). Para facilitar o
desenvolvimento e o uso contnuo da NIC e da NOC, foi fundado o Center for
Nursing Classification and clinical Effectiveness no ano de 1995 (BULECHEK;
BUTCHER; DOCHTERMAN, 2010a).
O planejamento da assistncia de Enfermagem realizado com base nos
diagnsticos de Enfermagem identificados por meio da capacidade de anlise, de