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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA
LANA LETÍCIA DE OLIVEIRA SILVA
Levantamento de dados para proposição de um plano municipal de
gestão integrada de resíduos sólidos para a cidade de Caçapava – SP
Lorena 2017
LANA LETÍCIA DE OLIVEIRA SILVA
Levantamento de dados para proposição de um plano municipal de
gestão integrada de resíduos sólidos para a cidade de Caçapava - SP
Monografia apresentada à Escola de Engenharia de Lorena – Universidade de São Paulo como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Ambiental. Orientadora: Profa. Dra. Érica Leonor Romão
Lorena 2017
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIOCONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE
Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Automatizadoda Escola de Engenharia de Lorena,
com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
Silva, Lana Letícia de Oliveira Levantamento de dados para proposição de um planomunicipal de gestão integrada de resíduos sólidospara a cidade de Caçapava – SP / Lana Letícia deOliveira Silva; orientador Érica Leonor Romão. -Lorena, 2017. 72 p.
Monografia apresentada como requisito parcialpara a conclusão de Graduação do Curso de EngenhariaAmbiental - Escola de Engenharia de Lorena daUniversidade de São Paulo. 2017Orientador: Érica Leonor Romão
1. Resíduo sólido. 2. Gerenciamento de resíduos. 3.Gestão ambiental. 4. Gestão integrada. I. Título. II.Romão, Érica Leonor, orient.
Agradecimentos
A Deus, por me proporcionar a oportunidade de realizar minha graduação,
me dando força e saúde.
À minha querida e amada mãe, Cláudia Cristina de Oliveira Silva, que
sempre esteve ao meu lado, me ensinando e apoiando em todos os sentidos com
muito amor e carinho, fazendo-me acreditar que eu seria capaz de cursar uma
faculdade.
Ao meu irmão e sobrinho, Leandro de Oliveira Silva e Samuel Machado
Silva, por todo o carinho de sempre.
Ao meu amado esposo, Carlos Henrique Souza, que sempre esteve ao
meu lado, apoiando-me nos momentos mais difíceis e compreendendo minha
ausência para dedicação do trabalho.
À família que constitui em Lorena, minhas companheiras de República,
Laís e Natália, meus amigos Raphaela e Pedro e todos os amigos da turma e da
Aliança Bíblica Universitária (ABU) que fizeram da jornada em Lorena uma fase
especial.
À Professora Doutora Érica Romão por todo o conhecimento transmitido e
toda a paciência e dedicação no auxílio para a elaboração desta monografia.
À Professora Doutora Ana Gabas por todo o suporte na realização dessa
disciplina.
À Bibliotecária Regina Horta por toda a ajuda na estruturação do trabalho.
Aos funcionários da Prefeitura de Caçapava, Flávia, Potiguara, Lurdinha,
Renata e Agenor que me passaram informações para o diagnóstico.
Ao Sr. Sullivan da ONG EcoVital que me ajudou com informações para o
diagnóstico.
“Estou com você e cuidarei de você aonde quer que vá; e eu o trarei de volta a
esta terra. Não o deixarei enquanto não fizer o que lhe prometi. ”
Gênesis 28.15
RESUMO
Silva, L. L. O. Levantamento de dados para proposição de um plano
municipal de gestão integrada de resíduos sólidos para a cidade de
Caçapava – SP. 2017. 72p. Monografia (TCC) – Escola de Engenharia de
Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2017.
A gestão dos resíduos sólidos deve ser algo a preocupar-se, tanto da parte da gestão pública, quanto da população para economia dos recursos naturais. Os aterros sanitários são espaços que devem ter sua vida útil aumentada o máximo possível, sendo assim, a Política Nacional dos Resíduos Sólidos vem trabalhando a Gestão dos Resíduos para colaboração dessa questão, dando diretrizes aos municípios para essa gestão. O município de Caçapava – SP ainda não possui seu plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos (PMGIRS), nesse sentido, este trabalho buscou verificar a situação atual e apresentar a importância em se iniciar a implantação do PMGIRS não só por conta da lei, mas por conta de seus benefícios. Realizou-se uma pesquisa nos PMGIRS de municípios vizinhos e por meio de um levantamento de dados junto à Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente, ao Departamento de Serviços Municipais e à Secretaria da Educação, além de participação de ações ambientais buscou-se conhecer e discutir mais sobre o tema. Adequou-se a pesquisa à realidade de Caçapava – SP, apresentando-se propostas e ações visando melhorias no gerenciamento de resíduos sólidos. Verificou-se que a taxa de recuperação de materiais recicláveis, coletados atualmente, em relação à quantidade total de resíduo está na ordem de 0,62%. Isto se deve a taxa de cobertura de coleta de recicláveis ser da ordem de 10,90%, precisando-se trabalhar para alcançar valores mais satisfatórios. O trabalho de apoio às associações/ cooperativas precisa-se ser melhorado para valorização do trabalho realizado. Os programas de educação ambiental têm sido feito, mas é interessante estudar estratégias para a integração desse sistema. Os dados fornecidos pelo Departamento de Serviços Municipais (DSM) permitiram avaliar que no período de setembro de 2016 a 2017 o aterro sanitário recebeu 21.239 t/ano, com o custo de coleta e disposição na média R$140/t. Pode-se concluir que algumas ações já têm sido feitas, mas notou-se a grande necessidade de integração dessa gestão, envolvendo as secretarias municipais e os munícipes como um todo. Conclui-se, portanto, a importância desse trabalho para a sociedade, principalmente aos que trabalharam como catadores no sentido de melhorar o sistema de separação do reciclado visando sua valorização e consequente aumento na geração de renda dos que trabalham com esses materiais. Palavras-chave: Resíduo Sólido; Gerenciamento de Resíduos; Gestão Ambiental; Gestão integrada.
Abstract
Silva, L. L. O. Data collection for proposal of a municipal solid waste management plan for the city of Caçapava - SP. 2017. 72p. Monografia (TCC) – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2017.
Solid waste management should be something to worry about, both on the part of public management and the population for natural resources economy. Landfills are spaces that should have their useful life increased as much as possible, so the Solid Waste National Policy has been working Waste Management to collaborate on this issue, giving guidelines to municipalities for this management. The Municipality of Caçapava - SP doesn’t have yet its solid waste integrated management municipal plan, in this sense, this work sought to verify the current situation and to present the importance of starting the implementation of the solid waste integrated management municipal plan not only because of the law, but on account of its benefits. A survey was carried out in the solid waste integrated management municipal plan of neighboring municipalities and, through a survey of data with the Urban Planning and Environment Department , the Municipal Services Department and the Education Department, in addition to the participation of environmental actions, discuss the topic further. The research was adapted to the reality of Caçapava - SP, presenting proposals and actions aiming at improvements in solid waste management. It has been found that the recovery rate of recyclable materials currently collected in relation to the total amount of waste is in the order of 0,62%. This is due to the fact that the rate of collection of recyclables is of the order of 10,90%, and it is necessary to work to reach more satisfactory values. The work of support to associations / cooperatives needs to be improved to valorize the work done. Environmental education programs have been done, but it is interesting to study strategies for integrating this system. The data provided by the Municipal Services Department allowed us to estimate that in the period from September 2016 to 2017 the landfill received 21.239 t / year, with an average collection and disposal cost of R $ 140 / t. It can be concluded that some actions have already been done, but the great need for integration of this management, involving the municipal secretariats and the municipalities as a whole, was noted. It is concluded, therefore, the importance of this work for society, especially those who worked as waste pickers in order to improve the recycling separation system, aiming at its recovery and consequent increase in the income generation of those who work with these materials.
Keywords: Solid waste; Waste management; Environmental management;
Integrated management.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Classificação dos resíduos quanto à origem de acordo com a PNRS ..... 17
Figura 2 – A necessidade de uma GIRS ................................................................... 18
Figura 3 – Geração de Resíduos Sólidos no Brasil ................................................... 19
Figura 4 – Participação das regiões do país no total de RSU coletado .................... 20
Figura 5 – Distribuição dos municípios com iniciativas de coleta seletiva no Brasil .. 22
Figura 6 – Quantidade de RSU gerados na Região Sudeste .................................... 23
Figura 7 – Quantidade de RSU coletados na Região Sudeste ................................. 23
Figura 8 – Disposição final de RSU na Região Sudeste (t/dia) ................................. 24
Figura 9 – Quantidade percentual de habitantes atendidos por aterros de resíduos
urbanos com disposição adequada e inadequada ......................................... 25
Figura 10 – Localização de Caçapava – SP ............................................................. 25
Figura 11 – Ordem de Prioridade para gestão dos resíduos .................................... 40
Figura 12 – Localização do Aterro Sanitário no Limite da gleba ocupada pelo
empreendimento ............................................................................................. 43
Figura 13 – Parque Ecológico da Moçota ................................................................. 46
Figura 14 – Visita de alunos para educação ambiental ............................................. 48
Figura 15 – Disposição dos Resíduos na Associação Katureté ................................ 50
Figura 16 – Disposição dos Resíduos que não são vendidos ................................... 50
Figura 17 – Catador na região central da cidade de Caçapava – SP ....................... 51
Figura 18 – Logo Associação Katureté ..................................................................... 53
Figura 19 – Ciclo da Coleta Seletiva Municipal ......................................................... 54
Figura 20 – Divulgação do DSM para o descarte de forma adequada ...................... 54
Figura 21 – Prefeitura divulga dias coleta seletiva .................................................... 55
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Quantidade de Municípios com iniciativa de coleta seletiva na Região
Sudeste .................................................................................................... 24
Tabela 2 – Resíduos sólidos encaminhados mensalmente ao aterro sanitário de
Tremembé e seus custos ......................................................................... 35
Tabela 3 – Controle de Material Reciclado ............................................................... 36
Tabela 4 – Preço médio de venda dos materiais da Associação Katureté ............... 37
Tabela 5 – Venda média dos recicláveis ................................................................... 37
Tabela 6 – Características de Grande e Pequeno Gerador Resíduo Sólido ............. 39
Tabela 7 – Varrição e poda referente ao ano de 2015 .............................................. 42
Tabela 8 – Metas Nacionais do Cenário Normativo .................................................. 59
Tabela 1B – SNIS Caçapava – Indicadores Gerais .................................................. 68
Tabela 2B – Indicadores Sobre Coleta de Resíduos ................................................ 69
Tabela 3B – Indicadores Sobre Coleta Seletiva e Triagem ....................................... 71
Tabela 4B – Indicadores Sobre Resíduos de Varrição e Poda/Capina ..................... 72
LISTA DE SIGLAS
ABRELPE Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais
AGEVAP Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio
Paraíba do Sul
CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
PIB Produto Interno Bruto
DSM Departamento de Serviços Municipais
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
GIRS Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
PEV Ponto de Entrega Voluntária
PGRS Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
PGRSS Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde
PMGIRS Plano Municipal Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
PMISB Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico
PNRS Política Nacional dos Resíduos Sólidos
PNSB Plano Nacional de Saneamento Básico
RCD Resíduo de Construção e Demolição
RDO Resíduos Domiciliares
RPU Resíduos Públicos
RSS Resíduos de Serviço de Saúde
RSU Resíduos Sólidos Urbanos
Sisnama Sistema Nacional do Meio Ambiente
SNIS Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento
SNVS Sistema Nacional de Vigilância Sanitária
Sumário 1. Introdução ........................................................................................................... 12 2. Revisão Bibliográfica .......................................................................................... 14
2.1. Legislação Ambiental ............................................................................... 14 2.2. Política Nacional de Resíduos Sólidos .................................................... 15 2.3. Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil ....................................................... 18 2.4. Resíduos Sólidos Urbanos na Região Sudeste ....................................... 22 2.5. Geração de Resíduos Sólidos Urbanos na cidade de Caçapava – SP ... 25
3. Objetivo .............................................................................................................. 28 3.1. Objetivo Geral .................................................................................... 28 3.2. Objetivos Específicos ......................................................................... 28
4. Metodologia ........................................................................................................ 29 5. Resultados e Discussões ................................................................................... 34
5.1. Diagnóstico da situação dos resíduos sólidos gerados no respectivo
território .................................................................................................... 34 5.1.1. Resíduos Sólidos Comuns ................................................................ 34 5.1.2. Recicláveis ........................................................................................ 36
5.2. Identificação dos resíduos sólidos e dos geradores sujeitos ao plano de
gerenciamento específico ou a sistema de logística reversa .................... 38 5.3. Procedimentos operacionais e especificações mínimas a serem
adotados nos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de
resíduos sólidos ........................................................................................ 39 5.4. Indicadores de desempenho operacional e ambiental dos serviços
públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos .................. 44 5.5. Programas e ações de educação ambiental que promovam a não
geração, a redução, a reutilização e a reciclagem de resíduos sólidos. ... 45 5.6. Programas e ações para a participação dos grupos interessados, em
especial das cooperativas ou outras formas de associação de
catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas
físicas de baixa renda. .............................................................................. 49 5.7. Mecanismos para a criação de fontes de negócios, emprego e
renda, mediante a valorização dos resíduos sólidos. ............................... 53
5.8. Metas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem, entre
outras, com vistas a reduzir a quantidade de rejeitos encaminhados
para disposição final ambientalmente adequada. ..................................... 56 5.9. Descrição das formas e dos limites da participação do poder público
local na coleta seletiva e na logística reversa, e de outras ações
relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos
produtos. ................................................................................................... 61 6. Conclusão ........................................................................................................... 62 Referências Bibliográficas ......................................................................................... 64 ANEXO A – Autorização uso de dados ..................................................................... 67 ANEXO B – Indicadores de desempenho ................................................................. 68
12
1. Introdução
A situação dos resíduos sólidos urbanos quanto ao seu manejo, ainda é um
problema ao País. Para o combate deste problema, nota-se o aumento da
exigência dos órgãos ambientais. Isto se deve pelo fato da preocupação quanto
às questões ambientais, principalmente quanto aos recursos naturais, forçando a
iniciativa pública e privada a pensar e, por consequência, investir no correto
gerenciamento dos resíduos sólidos gerados.
A elaboração de um Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos (PMGIRS), nos termos previstos pela Lei 12.305/2010, que institui a
Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), é condição para o Distrito
Federal e os Municípios terem acesso a recursos da União, ou por ela
controlados, destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza
urbana e ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por
incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para tal
finalidade (BRASIL, 2010).
Ainda de acordo com a PNRS, serão priorizados no acesso aos recursos
da União referidos os Municípios que optarem por soluções consorciadas
intermunicipais para a gestão dos resíduos sólidos, incluída a elaboração e
implementação de plano intermunicipal, ou que se inserirem de forma voluntária
nos planos microrregionais de resíduos sólidos referidos no § 1° do art. 16 desta
lei; e implantarem a coleta seletiva com a participação de cooperativas ou outras
formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis
formadas por pessoas físicas de baixa renda.
Uma das exigências da Política Nacional de Resíduos Sólidos é a
elaboração de um Plano de Gerenciamento de Resíduos (PGRS), tanto para os
estados e municípios, quanto para os mais variados empreendimentos da
iniciativa privada. O município de Caçapava está localizado no interior do Estado
de São Paulo, região do Vale do Paraíba, situa-se entre os municípios de São
José dos Campos – SP e Taubaté – SP. Possui População estimada em
92.587 habitantes (IBGE, 2017), e área da unidade territorial de 368.990 km²
13
(IBGE, 2016) e com geração de RSU, na média de 62,9 toneladas por dia
(CETESB, 2016) e não possui um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
O Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é uma das
exigências da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 que institui a Política
Nacional dos Resíduos Sólidos e é de grande importância para a qualidade de
vida, desenvolvimento tecnológico, econômico, social e ambiental
(BRASIL, 2010).
Assim, o PMGIRS para o município de Caçapava visa trazer benefícios não
só para a sociedade, mas para toda a população no entorno no que concerne ao
âmbito ambiental, social e econômico, beneficiando também os catadores de
materiais recicláveis e as cooperativas de reciclagem.
A Política Nacional dos Resíduos Sólidos dá diretrizes dos itens mínimos
para um PMGIRS. Considerando-se as limitações em relação às tomadas de
decisão que devem ser feitas pelo poder público, trabalhou-se nove do dezenove
itens do artigo 19 que dá as diretrizes da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010.
14
2. Revisão Bibliográfica
2.1. Legislação Ambiental
A Constituição Federal de 1988 tem em seu artigo 23, incisos VI e VII,
estabelecido que (BRASIL, 1988):
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: (...) VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; (...)
Com essa consideração, evidencia-se que a problemática dos resíduos
sólidos, mesmo implicitamente, é de natureza constitucional, cabendo não só ao
Poder Público, mas também à coletividade fazer valer o disposto na Constituição.
Passados alguns anos, viu-se a necessidade de algo mais específico e, no dia 05
de janeiro de 2007, o Governo Federal sancionou e fez publicar a Lei nº 11445,
considerada o marco regulatório do saneamento básico.
O Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB é um instrumento de planejamento que auxilia os municípios a identificar os problemas do setor, diagnosticar demandas de expansão e melhoria dos serviços, estudar alternativas de solução, bem como estabelecer e equacionar objetivos, metas e investimentos necessários, com vistas a universalizar o acesso da população ao saneamento básico. (PMGIRS LORENA, 2016).
Exercendo as suas atribuições constitucionais de ente federado, o Estado de
São Paulo editou legislações específicas visando implementar instrumentos de
preservação ambiental no âmbito do seu território e, especificamente, em relação
a resíduos sólidos, em março de 2006, o Estado de São Paulo publicou a Lei
Estadual nº 1.300 que, revogando a Lei nº 11387, de 27/05/2003, instituindo a
Política Estadual de Resíduos Sólidos na sua área de competência (PMGIRS
LORENA, 2016). Dentro desse contexto, foram concebidos instrumentos de
gerenciamento dos resíduos sólidos com planejamento integrado e compartilhado,
tais como a elaboração dos Planos Estadual e Regionais de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos; dos Planos dos Geradores; do Inventário Estadual de Resíduos
15
Sólidos; bem como desenvolvimento do Sistema Declaratório Anual de Resíduos
Sólidos, dentre outras medidas visando melhor gerir e administrar a problemática
dos resíduos sólidos produzidos no estado (art. 4º e seus respectivos incisos).
2.2. Política Nacional de Resíduos Sólidos
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei Federal nº 12.305 de
2010, tem por objetivo principal evitar e/ou prevenir a geração de resíduos
sólidos. Esta política tem como objetivo promover uma cultura sustentável
aumentando a reciclagem, reutilização e dar fins adequados aos resíduos sólidos
onde a responsabilidade deste processo é atribuída desde o governo, até aos
fabricantes, comerciantes e consumidores (AGEVAP, 2014).
A consolidação da PNRS no Brasil foi um processo lento, somente em 2 de
agosto de 2010, foi sancionada a Lei nº 12.305 que instituiu a Política Nacional de
Resíduos Sólidos que se constitui a partir de diretrizes modernas, pois, além de
contemplar diretrizes no âmbito ambiental, também agrega políticas de
responsabilidade e inclusão social.
Com o apoio do Governo Estadual, o município deve elaborar um plano de
resíduos sólidos, estabelecendo uma logística de manejo e apontado metas para
redução e reciclagem, avaliando os principais geradores e os aspectos
econômicos.
A PNRS cita que:
[...] Apesar da responsabilidade de coleta e destinação dos resíduos serem atribuídos ao poder público, o gerenciamento destes é de responsabilidade das empresas, exceto para os resíduos domiciliares e de limpeza urbana. Assim, a responsabilidade sobre os resíduos provenientes de atividades industriais, comerciais e serviços privados passa a ser do próprio gerador, caracterizando o sistema com uma logística reversa. E, conforme o artigo 33 da PNRS são obrigados a implementar o sistema de gerenciamento de resíduos, de forma independente do poder público os importadores, comerciantes, transportadores e fabricantes de produtos como: agrotóxicos, seus resíduos e embalagens; eletroeletrônicos e seus componentes; lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; pneus; e pilhas e baterias.
16
A destinação dos resíduos inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem de
resíduos orgânicos (transformar em adubo), a recuperação e o aproveitamento
energético dos resíduos, entre outros a fim de evitar a sobrecarga nos aterros
(AGEVAP, 2014).
De acordo com o Artigo 13 da PNRS (BRASIL, 2010), os resíduos sólidos são
classificados:
[...] I – Quanto à origem: a) resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências urbanas; b) resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana; c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”; d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”; e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos na alínea “c”; f) resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais; g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS; h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis; i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades; j) resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira; k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios; II - Quanto à periculosidade: a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica; b) resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea “a”.
Seguindo a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, a Figura 1, a seguir,
esquematiza de forma simplificada a classificação dos resíduos sólidos quanto à
sua origem.
17
Figura 1 – Classificação dos resíduos quanto à origem de acordo com a PNRS
Fonte: PMGIRS Lorena, 2016.
O artigo 35º da PNRS define que o consumidor tem sua parcela de
responsabilidade no sistema de Coleta Seletiva (BRASIL, 2010):
[...]Art. 35. Sempre que estabelecido sistema de coleta seletiva pelo plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos e na aplicação do art. 33, os consumidores são obrigados a: I - acondicionar adequadamente e de forma diferenciada os resíduos sólidos gerados; II - disponibilizar adequadamente os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis para coleta ou devolução. Parágrafo único. O poder público municipal pode instituir incentivos econômicos aos consumidores que participam do sistema de coleta seletiva referido no caput, na forma de lei municipal.
Ter um Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é
necessário, pois a experiência internacional mostra que um dos principais
requisitos para atingir uma gestão adequada e sustentável de resíduos sólidos
passa obrigatoriamente por um planejamento efetivo em que o diagnóstico do
cenário atual desempenha um papel fundamental para o estabelecimento de
estratégias e metas factíveis (ABRELPE, 2016). Reforçando a ideia, a Figura 2
mostra o porquê de a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (GIRS) estar se
tornando uma necessidade crescente em todo o mundo.
18
Figura 2 – A necessidade de uma GIRS
Fonte: ABRELPE, 2013 (adaptado).
2.3. Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil
O “Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos”, que divulga
anualmente a base de dados do Sistema Nacional de Informações sobre
Saneamento (SNIS), em 2015, contaram com a participação de 3.520 municípios
em termos de população urbana representa 82,8%, respondendo por 143 milhões
de habitantes urbanos e tiveram como massa coletada de resíduos domiciliares e
públicos nos municípios 51,8 milhões de toneladas. Quando relacionada à
respectiva população urbana “SNIS/IBGE” (calculada com o mesmo índice de
urbanização do Censo de 2010), essa quantidade coletada resulta valores
extremos de massa coletada per capita de 0,90 kg/hab./dia para municípios com
população até 30 mil habitantes e 1,15 kg/hab./dia para os municípios de 1 a
3 milhões de habitantes, com um indicador médio para o País de 1,00 kg/hab./dia.
19
Isso significa, aproximadamente, 5% a menos do valor de 2014, fato que provoca
a interrupção do comportamento de alta verificado para o indicador nos anos de
2010 a 2014. Com os dados extrapolados para o país, estima-se um montante de
62,5 milhões de toneladas de resíduos domiciliares e públicos coletados no ano
ou 171,3 mil toneladas por dia (SNIS, 2017).
O Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil é divulgado pela Associação
Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE)
todos os anos com dados referentes ao ano anterior, por conta disso, os dados
mais atualizados quanto ao Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil são
referentes ao ano de 2016. Os dados de 2016 revelam que os números referentes
à geração de RSU foram um total anual de 78,3 milhões de toneladas no país,
resultante de uma queda de 2% no montante gerado em relação a 2015 e chegou
a 214.405 t/dia de RSU gerados no país, conforme apresentado na Figura 3. Essa
queda na geração dos resíduos pode estar relacionada à queda no poder de
consumo dos brasileiros, em crise econômica, que forçou a redução do consumo
e, consequentemente na geração de resíduos (ABRELPE, 2016).
Figura 3 – Geração de Resíduos Sólidos no Brasil
Fonte: ABRELPE, 2016.
O montante coletado em 2016 foi de 71,3 milhões de toneladas,
registrando índice de cobertura de coleta de 91% para o país, pequeno avanço
comparado ao ano anterior, e que evidencia que 7 milhões de toneladas de
resíduos não foram objeto de coleta e, consequentemente, tiveram destino
impróprio (ABRELPE, 2016). A Figura 4 traz um mapa que demonstra a
porcentagem de participação das regiões do país no total de RSU coletado.
20
Figura 4 – Participação das regiões do país no total de RSU coletado
Fonte: ABRELPE, 2016.
Em relação à disposição final adequada dos RSU coletados no ano de
2016 demonstrou uma piora comparado ao índice do ano de 2015, de 58,7%,
para 58,4% ou 41,7 milhões de toneladas enviadas para aterros sanitários
(ABRELPE, 2016).
A quantificação dos resíduos se torna complicada devido à falta da
pesagem dos resíduos. Pouco menos de um terço dos 3.520 municípios
presentes no “Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos” no universo
de 2015 pesa seus resíduos domiciliares e públicos rotineiramente. Considerando
que há ainda um expressivo número de municípios não participantes do referido
Diagnóstico, estima-se que mais da metade dos municípios do País não adote
este procedimento regularmente. Também é muito evidente o desequilíbrio da
prática de pesagem nos municípios das regiões Sul e Sudeste com os das demais
regiões. Enquanto nas primeiras a incidência alcança o mínimo de 40%, nas
21
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, ela não supera os 13% (SNIS, 2017). Ou
seja, se com a falta de pesagem temos número ruins quanto à disposição
adequada dos resíduos, corre-se o risco de, na prática, esses números serem
piores.
A prática da disposição final inadequada de Resíduos Sólidos Urbanos
(RSU) ainda ocorre em 3.331 municípios brasileiros, que enviaram mais de 29,7
milhões de toneladas de resíduos, correspondentes a 41,6% do coletado em
2016, para lixões ou aterros controlados, que não possuem o conjunto de
sistemas e medidas necessários para proteção do meio ambiente contra danos e
degradações (ABRELPE, 2016).
A partir de informações da Conferência Rio+20 (RIO+20, 2012),
[...] O lixo ainda é um dos principais desafios dos governos na área de gestão sustentável. No entanto, na última década, o Brasil deu um salto importante no avanço para a gestão correta dos resíduos sólidos. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, em 2000, apenas 35% dos resíduos eram destinados aos aterros. Em 2008, esse número subiu para 58%; Além disso, o número de programas de coleta seletiva saltou de 451, em 2000, para 994, em 2008. Para regulamentar a coleta e tratamento de resíduos urbanos, perigosos e industriais, além de determinar o destino final correto do lixo, o Governo brasileiro criou a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n° 12.305/10), aprovada em agosto de 2010.
Mesmo com a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, Lei nº 12.305/10,
ainda não são todos os municípios que trabalham a coleta seletiva, 3.878
municípios apresentam alguma iniciativa de coleta seletiva; ressaltando-se, para o
correto entendimento das informações apresentadas a seguir, que em muitos
municípios as atividades de coleta seletiva não abrangem a totalidade de sua
área urbana. A Figura 5 mostra a porcentagem dos municípios com coleta seletiva
por região do Brasil.
22
Figura 5 – Distribuição dos municípios com iniciativas de coleta seletiva no Brasil
Fonte: ABRELPE, 2016.
No Plano Nacional de Resíduos Sólidos de 2012 foi realizado o
levantamento da composição gravimétrica proveniente de 93 municípios do Brasil
entre 1995 e 2008, chegando à informação que 31,9% refere-se ao material
reciclado (metais, aço, alumínio, papel, papelão, tetrapak, plástico e vidro) e
51,5% de matéria orgânica e 16,6% de outros (PLANARES, 2012).
2.4. Resíduos Sólidos Urbanos na Região Sudeste
Em relação, especificamente, aos Resíduos Sólidos Urbanos na Região
Sudeste, de acordo com a ABRELPE,
[...] os 1.668 municípios da região Sudeste geraram, em 2016, a quantidade de 104.790 toneladas/dia de RSU, das quais 98% foram coletadas. Dos resíduos coletados na região, 27,3%, correspondentes a 27.978 toneladas diárias, ainda são destinados para lixões e aterros controlados (ABRELPE, 2016).
Houve uma queda na geração dos RSU de 2015 para 2016, assim como
mostrado no panorama geral do Brasil, conforme apresentado na Figura 6.
23
Figura 6 – Quantidade de RSU gerados na Região Sudeste
Fonte: ABRELPE, 2016.
Concomitantemente à queda dos RSU gerados, os RSU coletados também
sofreram queda do ano de 2015 para o ano de 2016, conforme pode-se
acompanhar na Figura 7.
Figura 7 – Quantidade de RSU coletados na Região Sudeste
Fonte: ABRELPE 2016.
As iniciativas de coleta seletivas entre os anos de 2015 e 2016 nos
municípios da Região Sudeste podem ser acompanhadas na Tabela 1 a seguir,
onde nota-se um pequeno aumento nos municípios com a iniciativa de 2015 para
2016.
24
Tabela 1 – Quantidade de municípios com iniciativa de coleta seletiva na Região Sudeste
Região Sudeste
Coleta Seletiva 2015 2016
Sim 1450 1454
Não 218 214
Total 1668 1668
Fonte: ABRELPE, 2016.
A disposição final dos RSU de maneira adequada teve um regresso entre
os anos de 2015 e 2016, como pode-se observar na Figura 8, uma vez que houve
uma queda na disposição final em aterro sanitário. Essa situação reforça a
importância de os municípios elaborarem seus planos de gestão integrada de
resíduos sólidos a fim de colocá-los em prática e, até mesmo reduzir o que vai
para o aterro sanitário, trabalhando desde a não geração dos resíduos até a
disposição final dos resíduos gerados.
Figura 8 – Disposição final de RSU na Região Sudeste (t/dia)
Fonte: ABRELPE, 2016.
De acordo com o Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Domésticos da
CETESB, observa-se uma melhora nos índices que reproduzem as condições de
disposição adequada dos aterros que atendem a população urbana do Estado de
São Paulo, conforme demonstra a Figura 9, nos anos de 2011 e 2016. No período
em referência, o percentual de habitantes atendidos por aterros de resíduos
urbanos com disposição adequada passou de 81,8% para 97,1%
(CETESB, 2016).
25
Figura 9 – Quantidade percentual de habitantes atendidos por aterros de resíduos
urbanos com disposição adequada e inadequada
Fonte: CETESB, 2016.
2.5. Geração de Resíduos Sólidos Urbanos no município de Caçapava – SP
O município de Caçapava - SP localiza-se na região do Vale do Paraíba,
entre os municípios de São José dos Campos - SP e Taubaté - SP, conforme
Figura 10, com população estimada em 92.587 habitantes (IBGE, 2017).
Figura 10 – Localização de Caçapava - SP
Fonte: GOOGLE MAPS, 2017.
De acordo com os dados do inventário dos Resíduos Sólidos elaborado
pela CETESB, o município de Caçapava gerou entre os anos 2011 e 2016, em
média, 62,9 toneladas de resíduo sólido urbano por dia (CETESB, 2016).
Em janeiro de 2007, foi aprovada a Política Nacional de Saneamento
Básico (PNSB), Lei n° 11.445, que incluiu o manejo de resíduos sólidos como
parte do conceito de saneamento básico. Segundo essa lei, o plano de resíduos
26
sólidos pode integrar os planos municipais de saneamento básico, desde que seja
respeitado o conteúdo mínimo definido na Política Nacional de Resíduos Sólidos
– PNRS (BRASIL, 2007).
Saneamento Básico pode ser definido como um conjunto de procedimentos
que visa garantir um ambiente saudável para o desenvolvimento das atividades
humanas. Entende-se como ambiente saudável aquele em que a saúde, a
segurança e o bem-estar da população não são ameaçados pela presença de
contaminantes, como detritos, resíduos, substâncias tóxicas em geral, patógenos
e outros agentes que possam causar danos ao Homem e/ou as suas atividades
(CLEVELARIO, 2010).
De acordo com o Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico de
Caçapava – SP elaborado em 2010, os restos vegetais resultantes dos serviços
de poda de árvores, capina (incluindo a remoção de troncos) e corte de grama,
num total em torno de 220 t/mês, são recolhidos pela Prefeitura e destinados ao
bota-fora municipal (PMISB CAÇAPAVA, 2010).
No ano 2000, foi aprovada a Lei nº 3805 que dispõe sobre a gestão, o
tratamento e a disposição final de resíduos sólidos no município de Caçapava –
SP e dá outras providências. Esta lei institui a gestão e define as diretrizes para
os serviços de tratamento e disposição final de resíduos sólidos no município,
para a prevenção da poluição, a proteção e recuperação da qualidade do meio
ambiente e a proteção da saúde pública, assegurando o uso adequado dos
recursos ambientais no município. Ainda de acordo com essa lei, entende-se por
resíduo sólido, para efeito desta lei, o conjunto heterogêneo constituído por
materiais sólidos, semi-sólidos, residuais provenientes das atividades humanas
(SÃO PAULO, 2000).
A partir da organização e capacitação dos catadores, a Administração
Municipal estará apta a participar de ações específicas do programa pró-catador,
através do Decreto Nº 7.405, de 23 de dezembro de 2010 (PMGIRS Lorena,
2016):
Institui o Programa Pró-Catador, denomina Comitê Interministerial para Inclusão Social e Econômica dos Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis o Comitê Interministerial da Inclusão Social de Catadores de Lixo criado pelo Decreto de 11 de setembro de 2003, dispõe sobre sua organização e funcionamento, e dá outras providências‖.
27
O Programa Pró-catador tem a finalidade de integrar e articular as ações do Governo Federal voltadas ao apoio e ao fomento à organização produtiva dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, à melhoria das condições de trabalho, à ampliação das oportunidades de inclusão social e econômica e à expansão da coleta seletiva de resíduos sólidos, da reutilização e da reciclagem por meio da atuação desse segmento. O Programa prevê ações nas áreas de capacitação, formação, assessoria técnica, incubação de cooperativas e empreendimentos sociais solidários, pesquisas e estudos sobre o ciclo de vida dos produtos e a responsabilidade compartilhada, aquisição de equipamentos, máquinas e veículos, implantação e adaptação de infra estrutura física e a organização de redes de comercialização e cadeias produtivas integradas por cooperativas e associações de trabalhadores em materiais recicláveis e reutilizáveis. Por fim, deve-se considerar que os catadores capacitados deverão ser multiplicadores dos conhecimentos adquiridos de forma a possibilitar a capacitação dos demais catadores envolvidos.
28
3. Objetivo
3.1. Objetivo Geral
O objetivo geral deste trabalho é levantar dados para proposição de um
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos para o município de
Caçapava, SP.
3.2. Objetivos Específicos
Os Objetivos específicos deste trabalho são: levantar dados sobre as
condições atuais de geração e disposição dos resíduos sólidos urbanos (RSU) do
município de Caçapava – SP a fim de se fazer um diagnóstico e avaliar se as
formas de coleta, destinação e disposição final do RSU estão em acordo com o
disposto na Política Nacional dos Resíduos Sólidos; verificar os cuidados e
destinação dos resíduos sólidos de serviços de limpeza pública (varrição),
observando-se a extensão varrida, os funcionários envolvidos nesse setor e como
é feito o manejo desses resíduos; conhecer o sistema de coleta seletiva,
buscando conhecer cooperativas operando no município, as ações de apoio às
cooperativas por parte do poder público e avaliar se o sistema está sendo efetivo;
por fim, sugerir técnicas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem,
entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de rejeitos encaminhados para
disposição final ambientalmente adequada.
29
4. Metodologia
De acordo com o inventário de resíduos sólidos, elaborado pela CETESB,
a geração de resíduo sólido urbano do município de Caçapava, em média, foi de
62,9 toneladas/dia nos anos 2011 e 2016 (CETESB, 2016).
Em um primeiro contato com o Engenheiro Civil Sr. Agenor Micaeli, Chefe
da Divisão de Controle e Saneamento Ambiental do Município Gestão 2016/2019,
verificou-se que o município ainda não possui um Plano Municipal de Gestão
Integrada de Resíduos Sólidos. Sendo assim, não se têm programas
consolidados de não geração e redução dos resíduos no município, apenas
algumas iniciativas independentes. O presente trabalho buscou verificar alguns
itens da PNRS a fim de confirmar a importância de se implantar o PMGIRS no
município de Caçapava – SP.
O artigo 19 da PNRS estabelece diretrizes para o conteúdo mínimo de um
PMGIRS. Considerando-se as limitações em relação aos poderes públicos, a
metodologia deste trabalho será delimitada em nove dos dezenove itens desse
artigo, abordando apenas os resíduos sólidos domiciliares. Os itens, juntamente
com a metodologia que foi trabalhada, encontram-se a seguir listados na ordem
conforme descrito no artigo 19 (BRASIL, 2010):
I - Diagnóstico da situação dos resíduos sólidos gerados no respectivo
território, contendo a origem, o volume, a caracterização dos resíduos e as
formas de destinação e disposição final adotadas.
Esse diagnóstico foi realizado pelo contato com o Coordenador da Defesa
Civil de Caçapava do Departamento de Serviços Municipais, Sr. Portiguara
Ferreira, pois é esse departamento quem cuida do contrato com a empresa de
saneamento. Assim, foram obtidos os registros da quantidade e do custo dos
resíduos sólidos coletados e encaminhados para o aterro sanitário Resicontrol no
município de Tremembé – SP. Os dados foram autorizados para divulgação
conforme apresentado no Anexo A.
30
Em relação aos materiais recicláveis coletados na coleta seletiva, fez-se
contato com o Chefe da Divisão de Controle e Saneamento Ambiental,
Engenheiro Civil Agenor Micaeli, que tem contato com a Cooperativa Katureté,
que fica no bairro Eldorado, e possui os registros dos recicláveis recebidos por
eles.
IV - Identificação dos resíduos sólidos e dos geradores sujeitos ao plano de
gerenciamento específico nos termos do art. 20 ou sistema de logística
reversa na forma do art. 33, observadas as disposições desta Lei e de seu
regulamento, bem como as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama
e do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS).
Este item foi trabalhado através de pesquisa nos órgãos públicos e na
bibliografia. A Prefeitura não tem informações sobre os grandes e pequenos
geradores de resíduos sólidos. Assim, basearam-se nas medidas adotadas nos
Planos Municipais de Gestão integrada de Resíduos Sólidos dos municípios de
Lorena – SP e de São José dos Campos – SP, com último Produto Interno Bruto
(PIB) per capita registrado em 2014 de R$ 23.070,43 e de R$ 45.411,77,
respectivamente, e população estimada em 87.980 habitantes e 703.219
habitantes (IBGE, 2017), respectivamente. O PIB do município de Caçapava é de
R$ 42.532,26 (IBGE, 2017).
V - Procedimentos operacionais e especificações mínimas a serem adotados
nos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos,
incluída a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos e
observada a Lei nº 11.445, de 2007.
Os procedimentos operacionais e especificações mínimas a serem
adotados nos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos
sólidos foram trabalhados baseando-se nos Planos Municipais de Gestão
Integrada de Resíduos dos municípios de Lorena – SP e de São José dos
Campos – SP, municípios também localizados na região do Vale do Paraíba e
com Planos elaborados recentemente, adequando-se ao município de Caçapava
– SP. Buscou-se identificar e conhecer os resíduos sólidos urbanos gerados,
31
caracterizando a coleta, transporte, destinação e disposição final de cada tipo de
resíduo gerado. Uma pesquisa foi feita na prefeitura e, além disso, observaram-se
nas ruas as formas de trabalho.
VI - Indicadores de desempenho operacional e ambiental dos serviços
públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos;
Os indicadores de desempenho operacional e ambiental dos serviços
públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos foram trabalhados
baseando-se no Sistema de Informações sobre o Saneamento Básico – SNIS,
criado em nível Nacional em 1996, vinculado ao Ministério das Cidades, com o
objetivo de disponibilizar e compilar informações acerca de aspectos
institucionais, administrativos, operacionais, gerenciais, econômico-financeiros e
de qualidade sobre os serviços de saneamento básico. São coletadas
informações dos municípios no âmbito dos sistemas de água e esgoto desde
1995, já no âmbito do manejo de resíduos sólidos desde o ano de 2002.
O SNIS possui 54 indicadores de manejo de resíduos sólidos distribuídos
em 5 grandes áreas, que são: Indicadores Gerais, Indicadores sobre Coleta de
Resíduos Sólidos Domiciliares e Públicos, Indicadores sobre Coleta Seletiva e
Triagem, Indicadores sobre Coleta de Resíduos Sólidos de Serviços da Saúde,
Indicadores sobre Serviços de Varrição e os Indicadores sobre Serviços de
Capina e Roçada.
São os municípios quem alimentam as informações no SNIS e considera-
se que essas informações sejam verídicas, a fim de viabilizar o desenvolvimento
de um diagnóstico que servirá de instrumento para a tomada de decisão, para o
encaminhamento de recursos financeiros e para fins de compilação de dados que
podem ser utilizados para fins técnicos e de desenvolvimento de pesquisas.
X - Programas e ações de educação ambiental que promovam a não
geração, a redução, a reutilização e a reciclagem de resíduos sólidos.
Fez-se uma pesquisa dos programas e ações de educação ambiental já
existentes no município na Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente,
na Secretaria Municipal de educação e na ONG EcoVital, além da observação de
32
estabelecimentos que promovam a conscientização ambiental (como por
exemplo: Supermercados Carrefour e Extra e empresas de grande e médio porte
na cidade – Nestlé, Pilkington).
XI - Programas e ações para a participação dos grupos interessados, em
especial das cooperativas ou outras formas de associação de catadores de
materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa
renda, se houver.
Buscou-se informações sobre associações/cooperativas de conhecimento
da Prefeitura e da Organização Não Governamental (ONG) EcoVital (localizada
no município, dando apoio aos associados da Associação de Reciclagem
Katureté e às questões ambientais da região). Baseou-se nos PMGIRS dos
municípios de Lorena – SP e de São José dos Campos – SP para propor
programas e ações.
XII - Mecanismos para a criação de fontes de negócios, emprego e renda,
mediante a valorização dos resíduos sólidos.
Os Mecanismos para a criação de fontes de negócios, emprego e renda,
mediante a valorização dos resíduos sólidos foi trabalhado estudando-se a forma
elaborada nos Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos dos
municípios de Lorena – SP e São José dos Campos – SP, adequando-os ao
município de Caçapava – SP. Além disso, procurou-se saber um pouco mais
sobre a associação de reciclagem cadastrada na prefeitura, por meio de visitas
para conhecer a situação atual e propor possíveis mudanças.
XIV - Metas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem, entre
outras, com vistas a reduzir a quantidade de rejeitos encaminhados para
disposição final ambientalmente adequada.
As metas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem foram
estudadas, baseando-se nos formatos dos PMGIRS dos municípios de Lorena/SP
e São José dos Campos/SP, adequando-se ao município em estudo e
33
associando-os aos trabalhos já existentes na Secretaria de Planejamento Urbano
e Meio Ambiente, Departamento de Serviços Municipais, Associação de
reciclagem Katureté e ONG EcoVital.
XV - Descrição das formas e dos limites da participação do poder público
local na coleta seletiva e na logística reversa, respeitado o disposto no art.
33 da PNRS, e de outras ações relativas à responsabilidade compartilhada
pelo ciclo de vida dos produtos.
Para a descrição das formas e dos limites da participação do poder público
local na coleta seletiva e na logística reversa, estudou-se os PMGIRS dos
Municípios de Lorena – SP e de São José dos Campos – SP como referência.
34
5. Resultados e Discussões
5.1. Diagnóstico da situação dos resíduos sólidos gerados no respectivo
território
Os resíduos sólidos urbanos estudados no diagnóstico da situação dos
resíduos gerados foram divididos em resíduos sólidos comuns e recicláveis por
apresentarem diferentes destinações.
5.1.1. Resíduos Sólidos Comuns
Os resíduos sólidos gerados no município de Caçapava são coletados pela
empresa de Saneamento Nova Opção, atuando desde 22 de junho de 2017,
devidamente acondicionado em sacos plásticos e coletados por caminhões
compactadores. Este método direto requer a conscientização e participação da
comunidade no sentido de acondicionar o lixo em sacos plásticos, ou recipientes
apropriados, bem como a disposição em lixeiras. A coleta é realizada diariamente
na região central e bairros nas redondezas e três vezes por semana nos bairros
mais distantes.
Os Resíduos de limpeza pública são, também, acondicionados em sacos
plásticos e encaminhados para aterro sanitário. Os serviços de poda são feitos
por quatro funcionários da Prefeitura, o resíduo é triturado e enviado a viveiro de
mudas.
Segundo dado do Departamento de Serviços Municipais de Caçapava, os
resíduos sólidos domiciliares coletados, compactados nos próprios caminhões
são encaminhados ao aterro de Tremembé. A Tabela 2 apresenta dados mensais
referentes à quantidade e custo do RSU desde a coleta até a disposição, entre os
meses de setembro de 2016 a 2017. “Para resíduos misturados e compactados, o
35
MMA (2012) fala em 0,6 t/m³, outros trabalhos mostraram que a densidade média
dos resíduos mistos compactados é de 0,8 t/m³ ”(JOVIANE, 2012).
Tabela 2 – Resíduos sólidos encaminhados mensalmente ao aterro sanitário
de Tremembé e seus custos Mês referência Quantidade (t) Valores (R$) R$/t
2016
Setembro 1.648 216.686 131
Outubro 1.723 226.469 131
Novembro 1.782 234.217 131
Dezembro 2.004 263.463 131
2017
Janeiro 2.073 272.528 131
Fevereiro 1.694 222.653 131
Março 1.946 255.855 131
Abril 1.672 219.810 131
Maio 1.888 248.160 131
Junho 1.247 250.000 200
Julho 1.779 267.741 150
Agosto 1.782 268.643 151
Setembro 1.809 272.280 150
Total 23.048 3.218.505 1.830
Fonte: informação pessoal1.
Observa-se que a quantidade média de resíduo sólido é da ordem de
1.772 t/mês com o custo médio de disposição no aterro de R$ 140/t.
No mês de junho houve uma alteração no valor devido à transição da
empresa terceirizada Pioneira para a Nova Opção e o novo valor acordado ficou
em R$150/t. Observa-se que esse valor está próximo ao valor acordado no ano
de 2014 no município de Lorena, R$154,80/t (PMGIRS Lorena, 2016) e um pouco
acima do que foi acordado para a cidade de Araras/SP em 2017, R$119,50/t
(SIVIERO, 2017).
É interessante que se tenha um trabalho de não geração e/ou redução de
resíduos e de melhores fins para que haja diminuição da quantidade
encaminhada ao aterro sanitário, os resíduos de poda e capina podem virar
adubo e os resíduos orgânicos gerados nos lares podem servir em composteiras
1 Informação Disponibilizada pelo Departamento de Serviços Municipais, 2017.
36
criadas pelos próprios moradores, resultando numa gestão integrada dos resíduos
sólidos, envolvendo o poder público e a população, trabalhando de forma
inteligente visando a redução de custo e aumento da vida útil do aterro.
5.1.2. Recicláveis
Os recicláveis são coletados nos bairros pelos próprios integrantes da
Associação Katureté com um caminhão de coleta da terceirizada Nova Opção,
cedido pela prefeitura com um motorista. Na região central, não há coleta seletiva
realizada pela prefeitura, pois existe quantidade significativa de catadores nessa
área, responsáveis por coletar os resíduos gerados nessa região.
O material reciclado coletado é encaminhado à associação e passa por
uma triagem separando o material passível de venda; o que não é vendido é
separado e encaminhado ao aterro de Tremembé. A Tabela 3 fornece dados dos
materiais reciclados, no período de setembro de 2016 a maio de 2017, que foram
coletados pela Associação Katureté. Não se tem informações dos resíduos
coletados pelos catadores de rua do município.
Tabela 3 – Controle de material reciclado
Material
Peso (kg)
Ano 2016 Ano 2017
Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
Papel 1.672 1.776 2.084 1.961 5.124 1.934 1.912 1.779 1.219
Papelão 5.729 3.683 4.412 3.731 2.140 3.320 4.595 2.927 3.221
Plástico 1.799 1.356 1.172 1.326 1.126 1.377 1.630 1.183 1.161
PET 731 615 593 621 762 707 423 505 474
Vidro 2.776 2.393 1.566 2.150 1.631 2.119 3.461 2.400 4.474
Metais 1.531 1.104 1.338 1.291 1.548 1.357 1.432 880 777
Alumínio 149 127 136 117 201 152 159 97 91
Tetrapak 372 305 315 315 498 206 651 260 237
Outros 17 11 22 4 6 3 9 4 25
Total 14.776 11.370 11.638 11.516 13.036 11.175 14.272 10.035 11.679 Fonte: Informação pessoal2.
2 Informação disponibilizada pela Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente, 2017.
37
A Associação Katureté cedeu o preço médio de venda de alguns dos seus
principais materiais, relacionados na Tabela 4.
Tabela 4 – Preço médio de venda dos materiais da Associação Katureté
Material Preço venda por quilo
Papel R$0,33
Papelão R$0,33
Plástico R$1,40
PET R$1,40
Vidro R$0,08
Alumínio R$3,40
Tetrapak R$0,10
Cobre R$16,00
Ferro R$0,40
Fonte: Informação pessoal3
Relacionando os pesos dos recicláveis recebidos na Associação Katureté
com o preço que se consegue na venda, obteve-se a Tabela 5, com os valores
totais das vendas por mês.
Tabela 5 – Venda média dos recicláveis
Material
Venda média (R$)
Ano 2016 Ano 2017
Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
Papel 552 586 689 647 1.691 638 631 587 401
Papelão 1.891 1.215 1.456 1.231 706 1.096 1.516 966 1.063
Plástico 3.526 2.658 2.297 1.856 1.576 1.928 2.282 1.656 1.625
PET 1.023 861 830 869 1.067 990 592 707 664
Vidro 222 191 125 172 131 170 277 192 358
Alumínio 507 432 462 398 683 517 541 330 309
Tetrapak 37 31 32 32 50 21 65 26 24
Total 7.758 5.974 5.891 5.205 5.904 5.360 5.904 4.464 4.444 Fonte: o autor.
Observa-se que a quantidade média mensal de material reciclado é da
ordem de 12.166 kg. A taxa de recuperação de materiais recicláveis em relação à
3 Informação disponibilizada pela Associação Katureté, 2017.
38
quantidade total (RDO + RPU) coletada no ano de 2014 em Lorena foi de 0,94%
(PMGIRS Lorena, 2016), essa taxa é de 0,68% no município de Caçapava,
relacionando-se os dados do mês de maio de 2017. Mesmo que esses dados de
recicláveis sejam uma parte do que realmente é reciclável, considerando que não
haja um banco de dados do que é coletado pelos catadores de rua, essa taxa
ainda está aquém de um número razoável que, segundo o Plano Nacional dos
Resíduos Sólidos elaborado em 2012, pela composição gravimétrica dos resíduos
gerados em 93 municípios do Brasil, os resíduos recicláveis representam 31,9%
dos resíduos gerados (PLANARES, 2012).
O valor médio vendido pela Associação Katureté entre os meses de
setembro de 2016 e maio de 2017 foi de R$ 5.656,00. Considerando-se que a
porcentagem de reciclagem é de 0,68% em relação ao total de resíduo gerado e
que esse valor deveria ser 31,9%, fazendo-se a proporção, se fosse feita a
reciclagem de todo o material devido, a associação arrecadaria em torno de
R$ 265.333,00 aumentando a renda dos associados, além de reduzir o custo
pago ao aterro, pois reduziria os recicláveis que estão sendo destinados ao aterro
indevidamente.
5.2. Identificação dos resíduos sólidos e dos geradores sujeitos ao plano de
gerenciamento específico ou a sistema de logística reversa
A prefeitura de Caçapava – SP ainda não possui a identificação dos
resíduos sólidos e dos geradores sujeitos ao plano de gerenciamento específico
ou um sistema de logística reversa. Sendo assim, tomou-se como modelo o Plano
Municipal de Gestão Integrada do município de Lorena – SP e do município de
São José dos Campos – SP, aderindo à forma mais próxima da realidade de
Caçapava – SP.
Considera-se logística reversa um instrumento de desenvolvimento
econômico e social, caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e
meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor
39
empresarial para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos,
ou outra destinação final ambientalmente adequada.
No Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Lorena -
SP, município localizado a 60 km de Caçapava, sugere-se como grande gerador e
pequeno gerador de resíduos sólidos, as unidades imobiliárias conforme
características constantes na Tabela 6, estes valores também são utilizados no
PMGIRS no município de São Paulo.
Tabela 6 – Características de Grande e Pequeno Gerador Resíduo Sólido
Geradores
Resíduos Sólidos
Recicláveis secos
(litros/dia)
Recicláveis úmidos
(litros/dia)
Rejeitos
(litros/dia)
Pequeno < 100 < 50 < 50
Grande > 100 > 50 > 50
Fonte: PMGIRS Lorena, 2016
Para controle da prefeitura, sugere-se que seja feito um cadastramento
junto à Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Meio Ambiente de todos
os geradores sujeitos aos planos de gerenciamento de resíduos sólidos para
verificar se o sistema de gestão está sendo efetivo.
Atualmente, o que se sabe é que as borracharias fazem a logística reversa
e que as empresas de grande porte instaladas no município – como Nestlé,
Pilkington e Cebrace – possuem seus Planos de Gerenciamento de Resíduos
Sólidos por possuírem ISO 14000.
5.3. Procedimentos operacionais e especificações mínimas a serem
adotados nos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos
sólidos
Segundo o artigo 9º da Política Nacional dos Resíduos Sólidos, existe uma
ordem de prioridade que deve ser seguida na gestão dos resíduos,
esquematizada na Figura 11.
40
Figura 11 – Ordem de Prioridade para gestão dos resíduos
Fonte: BRASIL, 2010
É importante que se faça a segregação dos resíduos na fonte geradora e a
coleta de forma diferenciada, por meio da coleta seletiva e, no caso dos resíduos
domiciliares, essa etapa é feita pela população. O artigo 35 da PNRS define que o
consumidor tem sua parcela de responsabilidade no sistema de Coleta Seletiva
Essa prática garante a economia dos recursos naturais e contribui para reduzir o
volume de lixo disposto no aterro sanitário, aumentando sua vida útil e também
colaborando para a geração de emprego e renda. Os resíduos devem ser
acondicionados adequadamente em embalagens que permitam seu manuseio,
sendo de responsabilidade do gerador, ficando sob responsabilidade da
administração municipal as funções de regulamentação, educação e fiscalização.
Atualmente, o Departamento de Serviços Municipais (DSM) gerencia a
prestação das atividades de coleta, manejo, tratamento e disposição final
resultantes da prestação dos serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos
sólidos, parte das atividades é realizada de forma direta, pelo DSM, e parte é
terceirizada pela empresa Nova Opção. O serviço de limpeza de espaços e
terrenos públicos e podas de árvores também são gerenciados e fiscalizados pelo
Departamento de Serviços Municipais.
41
A fim de garantir a universalização da limpeza de áreas públicas com os
serviços de varrição, capina e roçada, parte do serviço é feito pela terceirizada
Nova Opção e o restante é executado pela prefeitura. A Tabela 7, a seguir, traz
alguns dados sobre varrição e poda no ano de 2015, última divulgação dos dados
do SNIS no ano corrente. Estes dados servem para controle da prefeitura e
também para avaliação de metas de melhoria a serem implantadas.
O serviço de varrição consiste na varrição manual das vias utilizando
vassouras, pás e acondicionamento dos resíduos em sacolas. Os resíduos deste
serviço são coletados juntamente com a coleta convencional e encaminhados
para aterro sanitário.
O manejo dos resíduos sólidos domiciliares abrange os serviços de
acondicionamento, coleta (convencional e seletiva), transporte, destinação e
disposição final. A coleta domiciliar convencional na área urbana é realizada pela
empresa Nova Opção, que executa os serviços de coleta porta-a-porta dos
resíduos domiciliares e comerciais com mão-de-obra e equipamentos próprios e
transporte até o aterro sanitário Resicontrol Soluções Ambientais Ltda, no
município de Tremembé – SP. De acordo com dados do Sistema Nacional de
Informações sobre Saneamento (SNIS), o aterro sanitário recebeu 22.172,50
toneladas de resíduo domiciliar e público de Caçapava no ano de 2015 (SNIS,
2017). Quantidade esta muito próxima ao apresentado na Tabela 2 (21.239 t/ano),
referente ao período de setembro de 2016 a 2017.
42
Tabela 7 – Varrição e poda referente ao ano de 2015
Descrição Unidade 2015
Extensão total de sarjetas varridas pelos executores (km varridos)
km/ano
39.409
Taxa de terceirização dos varredores
%
81,36
Taxa de terceirização da extensão varrida
%
86,88
Custo unitário médio do serviço de varrição (prefeitura + empresas contratadas)
R$/km
62,01
Produtividade média dos varredores (prefeitura + empresas contratadas)
km/empreg/dia
2,13
Taxa de varredores em relação à população urbana
empreg/
1000 hab.
0,76
Incidência do custo do serviço de varrição no custo total com manejo de RSU
%
36,40
Incidência de varredores no total de empregados no manejo de RSU
%
32,07
Extensão total anual varrida per capita
km/hab./ano
0,51
Taxa de capinadores em relação à população urbana
empreg/
1000 hab.
0,69
Incidência de capinadores no total empregados no manejo de RSU
% 29,35
Fonte: SNIS, 2017.
O Aterro Sanitário de Tremembé faz parte de um complexo de unidades de
tratamento e disposição final de resíduos sólidos domiciliares e industriais.
Inicialmente, este empreendimento esteve sob a responsabilidade da empresa
nacional Irmãos Borlenghi até ser adquirido pela empresa norte-americana Waste
Management International, quando passou a se chamar Aterro SASA. Em outubro
de 2000, passou para as mãos do grupo francês Vivendi, atualmente denominado
Veolia que, em outubro de 2009, juntou seus esforços com o grupo nacional Estre
43
Ambiental. Numa fusão que juntou 3 unidades do grupo Estre com duas unidades
do grupo Veolia, o Aterro Sanitário de Tremembé passou a ser incorporado à
Resicontrol (PMSB, 2010). Normalmente um aterro sanitário é construído para
poder receber 100% dos resíduos de uma sociedade composta de um ou mais
municípios para um prazo (vida útil) de pelo menos 20 anos (BIOGAS, 2017).
Sendo assim, o aterro de Tremembé está próximo do fim de sua vida útil,
precisando-se trabalhar ainda mais a conscientização para reduzir os resíduos
indevidos, possibilitando aumentar a vida útil do aterro.
O Aterro Sanitário de Tremembé está localizado na Estrada Municipal Luís
Macedo Barroso km 2,2 – Bairro Mato Dentro – Município de Tremembé, mais
precisamente nas coordenadas UTM: 437.000 E e 7.465.300 S, a cerca de 7,7 km
da malha urbana desta cidade.
A gleba, onde está inserido o Aterro Sanitário de Tremembé, apresenta
uma área de cerca de 1,5 milhão de m², com o formato apresentado a seguir na
Figura 12.
Figura 12 – Localização do Aterro Sanitário no Limite da gleba ocupada pelo
empreendimento
Fonte: PMISB Caçapava, 2010.
De acordo com o observado, o serviço de limpeza pública e manejo de
resíduos estão sendo feito de maneira correta, necessitando apenas de alguns
ajustes quanto à colaboração da população na parte de coleta seletiva e de
compostagem a fim de reduzir os resíduos enviados ao aterro; essa colaboração
44
pode ser mais efetiva a partir de trabalhos de divulgação e conscientização por
parte da prefeitura.
Quanto aos catadores, a prefeitura poderia incentivá-los a realizarem
cadastrados em associações/cooperativas para viabilizar melhores condições de
trabalho.
5.4. Indicadores de desempenho operacional e ambiental dos serviços
públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos
As deposições irregulares de resíduos ainda constituem fenômeno
recorrente no município. Sua drástica redução é compromisso de um PMGIRS,
necessitando-se, portanto, a criação de indicadores relativos a essa prática tais
como: locais, volume, tipologia, assim como sobre a eficácia dos serviços
municipais em combatê-la e eliminar seus efeitos envolvendo coleta, tratamento,
multas e outros.
Para os indicadores de Caçapava, o portal de informações do SNIS foi
consultado como forma de apresentar os resultados para o município dos
indicadores do sistema de manejo de resíduos sólidos urbanos. Segundo as
informações encontradas, a plataforma foi alimentada pelo município nos anos de
2009, 2010, 2013, 2014 até o último SNIS divulgado, de 2015. Tais informações
estão apresentadas no Anexo B. Esses são os principais indicadores de
desempenho que devem orientar o PMGIRS do Município visando a excelência.
Pode-se observar nos dados do Anexo B que, na maioria dos casos, ocorreram
oscilações na qualidade dos indicadores.
No ano de 2015 teve-se 79,89% de incidência das despesas com
empresas contratadas para execução de serviços de manejo de RSU nas
despesas com manejo de RSU, essa porcentagem não tem variado ao longo dos
anos e é esse valor por conta da colaboração do departamento de serviços
municipais nesse manejo. A despesa per capita com manejo de RSU em relação
à população urbana foi de R$ 86,08/habitantes.
45
Quanto aos indicadores sobre coleta de resíduos, a taxa de cobertura do
serviço de coleta de RDO em relação à população total do município teve
oscilação entre os anos de 2009 a 2015, ficando em 99,19% em 2015, valor
próximo do ideal que seria 100%. Esse valor já foi atingido quando se trata da
cobertura do serviço em relação à população urbana.
O custo unitário médio do serviço de coleta (RDO+RPU) manteve-se
próximo ao encontrado no diagnóstico, sendo de R$131,27/t no ano de 2015. E
observa-se que o custo do serviço de coleta representa, em média, 41% no custo
total do manejo de RSU.
Quanto à coleta seletiva, observa-se que ao longo dos anos a taxa de
recuperação de materiais recicláveis tem sido em torno de 0,67%, valor próximo
ao registrado em 2017, sendo de 0,68%.
Com um PMGIRS, espera-se que haja controle desses serviços e que seja
trabalhada a melhoria contínua em cada um desses índices, visando resultados
melhores e positivos a cada ano.
5.5. Programas e ações de educação ambiental que promovam a não
geração, a redução, a reutilização e a reciclagem de resíduos sólidos.
A Secretaria de Educação do município de Caçapava/SP tem inserido a
educação ambiental como prática educativa integrada, contínua e permanente, no
programa curricular do ensino básico, realizando ações de cunho ambiental.
Segundo informações da Secretaria Municipal de Educação, as escolas
oferecem o conteúdo de educação ambiental como uma disciplina interdisciplinar,
ou seja, não tem uma disciplina específica para ela, mas ela é abordada nas
diversas disciplinas, principalmente História, Geografia e Ciências.
O município possui um centro de educação ambiental mantido pela
secretaria de educação, conhecido como Parque Ecológico da Moçota. Esse
centro é uma das ferramentas utilizadas pela Secretaria da Educação nos
trabalhos de educação ambiental realizado com os alunos, onde eles podem ter
contato com o meio ambiente, desfrutando de momento de lazer e aprendizado
46
culminando na valorização do meio. O Parque está localizado na Vila Menino
Jesus, há aproximadamente 3,5 km de distância do centro de Caçapava, às
margens do Rio Paraíba do Sul, inaugurado em 2000, como pode ser visto na
Figura 13.
Figura 13 – Parque Ecológico da Moçota
Fonte: CAÇAPAVA, 2017
O local conta com uma área com cerca de 62.432 m², pista para
caminhada com mil metros, parque infantil, quiosque, ginástica (academia ao ar
livre), bancos de descanso e estacionamento para carros e bicicletas.
Diariamente, cerca de 150 pessoas fazem caminhada na pista do parque e, nos
finais de semana, as famílias se reúnem para fazer piquenique e levar seus filhos
para brincarem no parquinho (CAÇAPAVA, 2017).
Além disso, há a opção de fazer trilha às margens do Rio Paraíba do Sul,
que é caracterizada por mata ciliar fechada com árvores nativas e exóticas, que
oferecem lindas paisagens. Neste caso, o passeio precisa ser agendado e
monitorado.
Existe uma Parceria da CCR Nova Dutra com a prefeitura no fornecimento
de material para o trabalho de educação ambiental e no trânsito com as crianças.
Eles trabalham na conscientização dos alunos no qual as crianças escrevem
mensagens do que aprenderam e essas mensagens são distribuídas nos diversos
pedágios.
Outro projeto de educação ambiental no município é o Projeto Shimane. A
Universidade Shimane, do Japão, trouxe este projeto em 2015, onde três
especialistas japoneses, acompanhado pelo funcionário da JICA (Japan
47
International Cooperation Agency), visitaram o Brasil para dar treinamento aos
professores e esses professores também passaram duas semanas no Japão para
aprenderem sobre a metodologia e prepararem material. Durante o período de
23 a 29 de setembro de 2014, os especialistas japoneses realizaram reuniões
com autoridades locais, visitas às 3 escolas do município e conheceram os locais
relacionados ao projeto; tais como Parque Ecológico de Moçota, Estação de
Tratamento de Esgoto e a margem do Rio Paraíba do Sul que atravessa o
município (JICA, 2014). A província de Shimane é referência na área de educação
ambiental por ter desenvolvido, juntamente com Shimane University, um material
didático que apresenta grande versatilidade, trabalhado desde 2015 com turmas
do quarto ao quinto ano do Ensino Fundamental. Em visita ao Brasil em agosto de
2017 para avaliar o andamento do projeto, os japoneses perceberam que seria
interessante abranger as turmas do primeiro ao terceiro ano do Ensino
Fundamental dentro da disciplina chamada Ciências Humanas e da Natureza e,
de quinze horas bimestrais (totalizando sessenta horas ao ano), pelo fato das
escolas japonesas serem período integral. Para se ajustar ao currículo escolar e
carga horária dos alunos brasileiros, em 2018, a metodologia do Projeto Shimane
passará a ser de dez horas bimestrais totalizando em quarenta horas ao ano.
A Metodologia do Projeto Shimane é dividida em três etapas:
A primeira etapa é baseada no “Sentir”, isto é, o aluno terá o contato com a
natureza, vai sentir e brincar;
A segunda etapa é chamada de “Saber e Pensar”, os alunos retornam à
sala de aula e estuda sobre o assunto que o professor introduziu enquanto
eles estavam sentindo a natureza;
A terceira etapa é denominada “Saber e Agir”, sabe-se como está o
ambiente e então faz-se o necessário para melhorá-lo e conservá-lo.
Essa conscientização continua independente de datas comemorativas,
como dia da árvore ou dia da água, a ideia é sensibilizar escola, órgãos públicos,
família e toda a sociedade. Além dos trabalhos já realizados no Parque da
Moçota, tem-se buscado parcerias com a Secretaria de Planejamento Urbano e
Meio Ambiente, com o Parque Estadual de Campos do Jordão, como NEA
(Núcleo de Educação Ambiental) da Fibria em Jacareí, com a FARO (Faculdade
48
de Roseira) e com diversos espaços onde se percebe a viabilidade em praticar a
metodologia do projeto.
O Município também pode contar com o espaço da ONG EcoVital para o
trabalho da conscientização ambiental. Eventualmente, professores de escolas de
nível fundamental realizam visitas ao local para ensinar um pouco do meio
ambiente aos alunos, por vezes, professores do Projeto Shimane que buscam
uma opção para aplicar a metodologia na etapa do “Sentir”. O espaço da EcoVital
é considerado uma área institucional, com título de utilidade pública, e a ONG foi
fundada no dia 06 de março de 1991, sua sede conta com um viveiro de mudas e
um horto, às margens de um rio que possibilita aos alunos um bom contato com a
natureza.
Na última semana de setembro de 2017, professoras de uma escola
municipal de Caçapava – SP levaram seus alunos para conhecerem o horto da
EcoVital, a visita foi direcionada por um dos integrantes da ONG, Sr. Sullivan, que
iniciou com o viveiro de mudas, ensinando um pouco sobre as plantas às
crianças, em seguida mostrou-se uma composteira e a simplicidade em se fazer
uma em casa, nesse momento teve-se a oportunidade de falar sobre a
importância da não geração de resíduos e, caso gere, que se desponha da
maneira adequada para reduzir o que é enviado aos aterros sanitários e lixões. A
Figura 14 mostra alguns registros da visita.
Figura 14 – Visita de alunos para educação ambiental
Fonte: o autor, 2017
Existem algumas empresas no município que trabalham a educação
ambiental, essas empresas são as de grande porte e alguns supermercados
conhecidos por terem em sua rede a cultura de ser um ponto de entrega de
recicláveis, tais como: Supermercado Extra, Carrefour e Simpatia.
49
5.6. Programas e ações para a participação dos grupos interessados, em
especial das cooperativas ou outras formas de associação de catadores de
materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa
renda.
É interessante que a Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente
realize o cadastramento contínuo dos depósitos de reciclagem existentes no
município a fim de adequá-los frente às licenças e alvarás necessários para o
funcionamento. A secretaria deve manter o controle da quantidade de recicláveis
coletado pela associações/cooperativas e catadores de rua para controle da
geração total de resíduos no município Caçapava.
Sugere-se que a prefeitura incentive as associações/cooperativas para
atuar como agente ambiental, papel este fundamental para a operação do sistema
de coleta seletiva, sendo parceiro do poder público municipal.
A Associação de reciclagem denominada Katureté, nome de origem Tupi
Guarani (Katu significa bom, de coisa boa e Reté significa demais, de
quantidade), localizada no bairro Eldorado, região norte de Caçapava, teve um
apoio maior do prefeito na gestão de 2005 a 2012, que cedeu um espaço para o
grupo cujo nome era Cooperecicle. Neste período, os cooperados tiveram auxílio
com cesta básica, apoio do Banco do Brasil e Sebrae; já na gestão do prefeito
seguinte, tiveram todos os benefícios cortados continuando apenas com o espaço
e com as contas de água e luz pagas pela prefeitura.
A empresa Pioneira, que estava no município até o dia 21 de junho, estava
em parceira com a associação, coletava os resíduos recicláveis e levava à
associação. Com a empresa Nova Opção, que iniciou dia 22 de junho, isso foi
dificultado, pois o caminhão do lixo comum tem passado e levado todo o lixo; a
solução foi os próprios integrantes da associação realizarem a coleta no horário
antes do caminhão dos resíduos comuns. A Rádio Capital FM e um jornal da
cidade fazem a divulgação sobre a coleta seletiva e um funcionário da prefeitura
realiza o controle de venda dos recicláveis.
As Figuras 15 e 16 mostram a disposição dos materiais recicláveis
coletados pela Associação Katureté em sua sede.
50
Figura 15 – Disposição do material reciclável na Associação Katureté
Fonte: o autor, 2017.
Figura 16 – Disposição dos resíduos que não são vendidos pela Katureté
Fonte: o autor, 2017.
Como pode ser observado nas Figuras 15 e 16, os materiais ficam a céu
aberto, não se tem uma organização na triagem do material e a esteira utilizada
por eles está quebrada. Sugere-se que seja desenhado um layout a fim de
melhorar a organização do espaço com a separação dos reciclados a serem
destinados para a venda. Além disso, é necessário fazer o conserto e
manutenção da esteira a fim de facilitar o trabalho de triagem. A Figura 17 mostra
o trabalho dos catadores informais que fazem a coleta no centro da cidade.
51
Figura 17 – Catador na região central da cidade de Caçapava – SP
Fonte: o autor, 2017.
Como parte dos programas que podem ser realizados para a participação
dos grupos interessados, o município pode criar um Projeto de Capacitação
Técnica para a Associação Katureté ou demais Associações/Cooperativas de
Catadores que por ventura sejam criadas, visando:
Fomentar a formação de associações e/ou cooperativas de trabalho;
Estimular a geração de emprego e renda;
Promover a defesa do meio ambiente pela coleta seletiva e reciclagem;
Promover uma política pública de integração, assistência e inserção social;
Estabelecer uma nova oportunidade de negócio ecológico pela reciclagem
dos resíduos sólidos.
Este Programa capacitará continuamente os catadores
associados/cooperados de forma técnica com cursos na área tecnológica, curso
sobre economia, gestão de negócios e, principalmente, sobre como planejar
conceitualmente o funcionamento e administração da Unidade de Triagem. Outro
aspecto importante em se trabalhar é a alfabetização e elevação da escolaridade
(EJA) para os membros da associação/cooperativa, incluindo os integrantes da
família, bem como incentivo à participação de cursos de capacitação.
Essa capacitação técnica para as Associações/Cooperativas deverá
estabelecer a importância na padronização de processos como recurso para
melhorar a produção para criar escala comercial e atender as necessidades do
mercado de reciclados de forma mais profissional, seguindo padrões técnicos.
A fim de garantir uma triagem de resíduos sólidos trabalhada de forma
qualificada, segura e organizada, o enfoque do programa poderá prever um curso
introdutório com noções sobre os principais processos em uma
52
associação/cooperativas e um curso prático com noções sobre os resíduos, seu
manuseio e cuidados com a segurança no trabalho.
A partir da organização e capacitação dos catadores, a Administração
Municipal estará apta a participar de ações específicas do programa pró-catador,
através do Decreto Nº 7.405, de 23 de dezembro de 2010, que dispõe sobre sua
organização e funcionamento e dá providências.
Além do trabalho na capacitação técnica dos associados/cooperados, a
Administração Municipal deverá dar subsídio na unidade de triagem e coleta
seletiva quanto ao atendimento às normas de segurança, especialmente:
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, na forma da NR-09;
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, na forma da
NR-07;
Elaboração de laudos de insalubridade e periculosidade, na forma da NR-15 e
NR-16;
Análise ergonômica do trabalho, na forma da NR-17;
Treinamento dos catadores e catadoras, na forma da NR – 1: uso dos
equipamentos de proteção, segurança para movimentação no trânsito, físico
para as atividades de esforço físico (aquecimento e alongamento),
levantamento seguro de pesos e cinta abdominal em levantamento de
grandes pesos.
A ONG EcoVital tem trabalhado junto com a Associação de catadores
Katureté desde a criação do nome até a convocação de uma assembleia para
oficializar o estatuto da Associação e formalizar sua existência, marcando um
novo começo. Essa assembleia foi realizada na sede da ONG Ecovital no bairro
Jardim Primavera no dia 23 de setembro de 2017. A ONG auxiliou na criação do
logo da associação, como pode ser visualizado na Figura 18.
53
Figura 18 – Logo Associação Katureté
Fonte: Informação pessoal4.
5.7. Mecanismos para a criação de fontes de negócios, emprego e renda,
mediante a valorização dos resíduos sólidos.
A inclusão social dos catadores de materiais recicláveis é mais do que uma
prerrogativa da lei, é o caminho para o sucesso para o Programa de Coleta
Seletiva, que incluirá contribuição ambiental e social, além de geração de trabalho
e renda no Município (PMGIRS Lorena, 2016).
A Lei Federal nº 11.445/2007 permite a contratação de associações e
cooperativas, por meio de convênio, para a execução dos serviços públicos de
coleta e/ou gestão da central de triagem de resíduos. Sendo assim, o município
de Caçapava – SP pode promover a geração de empregos por meio de convênio
com associações e cooperativas.
O ciclo da coleta seletiva está esquematizado na Figura 19, a seguir,
envolvendo o planejamento por parte da Administração Municipal, a definição do
modelo a ser implantado, a forma de atuação de Cooperativas/Associações de
Catadores no manejo dos materiais recicláveis, e a comercialização dos materiais
para indústria e a volta ao mercado por meio de novos produtos. Isto é, a coleta
seletiva não deve se restringir à atividade de coleta em si, mas deve ser um
modelo sustentável capaz de suprir as atividades de beneficiamento e
comercialização dos materiais.
4 Informação disponibilizada pela ONG EcoVital, 2017.
54
Figura 19 – Ciclo da Coleta Seletiva Municipal
Fonte: PMGIRS Lorena, 2016.
O Departamento de Serviços Municipais (DSM), por meio da rede social
pertencente à prefeitura, tem divulgado orientações à população quanto ao
descarte adequado dos resíduos domiciliares, como por exemplo, os lixos
eletrônicos e móveis velhos, conforme Figura 20.
Figura 20 – Divulgação do DSM para o descarte de forma adequada
Fonte: PMC, 2017.
No site, a prefeitura chama a atenção da população que tenha em casa
materiais sem utilidade que não sabe o que fazer e deseja descartá-los,
afirmando recolher e dar destino correto. O ato é chamado de Cata-Bagulho,
realizado pela Prefeitura, por meio do Departamento de Serviços Municipais, que
55
recolhe móveis velhos, eletrodomésticos quebrados, pedaços de madeira e metal,
animais mortos, restos de construção civil (com volume máximo de até um
carrinho de mão), entre outros materiais. Seu objetivo é evitar que esses materiais
inservíveis sejam depositados em vias públicas, córregos e terrenos baldios. O
serviço é gratuito e chega a atender cerca de quinze solicitações por dia.
O Cata-Bagulho funciona quando solicitado, no dia da coleta a equipe do
DSM entra em contato com o solicitante avisando sobre a visita
(CAÇAPAVA, 2017). O ideal seria ter Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) para
redução de consumo de combustível dos caminhões que trabalham no Cata-
Bagulho e, visando um futuro em que a população colabore mais com esse
serviço de gestão de resíduo.
Ainda por meio da rede social, a prefeitura divulgou orientações à
população quanto ao descarte adequado dos resíduos domiciliares concernente
aos dias da coleta seletiva nos respectivos bairros, o link com as informações foi
publicado juntamente com a Figura 21.
Figura 21 – Prefeitura divulga dias coleta seletiva
Fonte: PMC, 2017.
Incentivando a reciclagem, por meio da coleta seletiva, triagem e
comercialização dos materiais, etapas realizadas preferencialmente por
Associação/Cooperativa de Catadores, cria-se a fonte de negócios, emprego e
renda, mediante a valorização dos resíduos sólidos.
56
Uma estratégia que ajudaria a elevar os ganhos financeiros das
Associações/Cooperativas seria a de comercializar os materiais recicláveis
diretamente às indústrias de reciclagem, eliminando o intermediário. Mas para
isso a quantidade coletada tem que ser grande o suficiente para que viabilize a
coleta pelo comprador final.
5.8. Metas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem, entre
outras, com vistas a reduzir a quantidade de rejeitos encaminhados para
disposição final ambientalmente adequada.
O Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos deve assumir
como expressão local da diretriz central da Política Nacional dos Resíduos
Sólidos a não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição
final adequada somente dos rejeitos. O foco deve ser a máxima segregação dos
resíduos nas fontes geradoras e sua valorização, coletas seletivas especiais para
todos os tipos de resíduos e suas frações que demandam manejo, incentivando a
máxima retenção de resíduos orgânicos na fonte e compostagem de todos os
resíduos orgânicos gerados.
Destacam-se entre as estratégias e metas discutidas a necessidade de
desenvolvimento de amplos e continuados processos de capacitação dos técnicos
envolvidos no manejo de todos os tipos de resíduos, de amplas campanhas de
comunicação social e educação ambiental junto a todos os geradores de
resíduos, dos donos de casa ao empresário, no sentido de dar cumprimento ao
Plano, suas diretrizes, estratégias e metas, mudando posturas, para que cada um
cumpra corretamente seu papel no processo de manejo de resíduos
(PMGIRS SJC, 2015).
Essas metas podem ser alcançadas a partir de trabalhos de
conscientização conversados com a Secretaria do Meio Ambiente, Defesa Civil,
pois também contam com a colaboração da população.
Seguindo o modelo do PMGIRS de Lorena, deve-se assegurar que o
município de Caçapava estabeleça metas considerando alguns aspectos
57
específicos de ordem técnica, ambiental, econômica e institucional, estabelecidas
para o horizonte temporal de curto, médio e longo prazo.
No âmbito técnico, sugere-se que se trabalhe a Universalização dos
Serviços de Coleta Domiciliar Convencional e Seletiva; a Universalização dos
Serviços de Limpeza Pública; e a Qualidade do Serviço de Coleta Domiciliar.
A meta do aspecto técnico Serviço de Coleta Domiciliar Convencional e
Seletiva deve focar no máximo alcançado pela prefeitura, equilibrando o que se
tem hoje e o que se pode alcançar num determinado espaço de tempo a ser
definido pela gestão pública. A coleta convencional já é realizada na área rural
pela coleta em pontos estratégicos onde a população leva os resíduos. Neste
aspecto técnico, o que deve ser mais trabalhado é o serviço de coleta seletiva que
registrou no último SNIS publicado, de 2015, taxa de cobertura do serviço de
coleta seletiva porta-a-porta em relação à população urbana do município de
10,90%, valor que deve melhorar a cada período de ano, estabelecido pelo
município, tendendo chegar a 100%.
A meta de Universalização dos Serviços de Limpeza Pública deve ser
trabalhada com os serviços de varrição manual, capina/poda, roçagem ocorrendo
em 100% das áreas públicas urbanas do município por meio de planejamento de
mutirões, garantindo que, no máximo, a cada 3 meses, período adotado em
outros municípios, o mutirão irá ocorrer novamente no mesmo local.
Já a Qualidade do Serviço de Coleta Domiciliar pode ser medida,
principalmente, pela taxa de cobertura do serviço de coleta de Resíduos
Domiciliares (RDO) em relação à população total do município, um dos
indicadores de desempenho, que no último SNIS, de 2015, registrou 99,19%.
Além da taxa de cobertura, a qualidade é assegurada pelo fornecimento do
serviço de acordo com a demanda e a frequência pré-estabelecida no sistema,
garantindo o padrão de qualidade e atendimento à legislação em vigor
estabelecida pelos órgãos competentes, esse item também pode ser medido pela
satisfação da população com o serviço.
No âmbito ambiental, sugere-se que se trabalhe a manutenção da geração
per capita de resíduos sólidos domiciliares; o aumento da reciclagem de resíduos
secos e orgânicos; e a eliminação e recuperação de áreas clandestinas de
depósito de lixo.
58
Quanto à manutenção da geração per capita, deve ser considerado um
aumento de poder aquisitivo da população ao longo dos anos e, de acordo com
outros fatores socioeconômicos, tais como: a modernização dos bens de
consumo, industrialização dos produtos e gêneros alimentícios, por exemplo,
pode-se inferir que haverá, consequentemente, aumento da geração per capita de
resíduos domiciliares (PMGIRS Lorena, 2016). Um dos objetivos da Política
Nacional de Resíduos Sólidos é a redução da geração de resíduos e o estímulo à
adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços;
sendo assim é primordial que, mesmo havendo aumento da geração per capita,
haja medidas e programas que visem à conscientização e a efetiva redução
dessa geração no município.
A geração per capita de resíduos sólidos municipais ou urbanos pode
variar segundo o tamanho do núcleo populacional, sendo que em núcleos
populacionais grandes (mais de 201.000 habitantes), a média regional ponderada
para os resíduos domésticos é de 0,88 kg/hab.dia e a geração de resíduos
municipais é de 1,09 kg/hab.dia, já em núcleos médios (de 51.000 a 200.000
habitantes) os valores correspondentes ficam entre 0,58 kg/hab.dia e 0,75
kg/hab.dia, e nos núcleos populacionais pequenos (até 50.000 habitantes), de
0,54 kg/habitante/dia e 0,52 kg/hab.dia (OPAS, 2007).
A massa coletada de resíduo domiciliar e público (RDO + RPU) per capita
em relação à população urbana de Caçapava registrada no último SNIS foi de
0,78 kg/hab.dia. O PMGIRS de Lorena de 2016 definiu a geração per capita 0,57
kg/hab.dia, cenário do município durante o plano, como considerável para a
manutenção da geração per capita baseando-se no descrito na Organização Pan-
Americana da Saúde nas Américas em 2007, admitindo este valor durante o
período de planejamento. O PIB per capita de 2014 foi de
R$ 23.070,43 em Lorena e de R$ 42.532,26 em Caçapava, demonstrando que o
poder aquisitivo de Caçapava é 84% maior que o da cidade de Lorena; fazendo-
se a proporção do que Lorena teve de geração (0,57 kg/hab.dia) com o seu PIB e
o de Caçapava, o município em estudo geraria 1,05 kg/hab.dia. Sendo assim,
nota-se que o município de Caçapava está com geração de resíduo em um valor
dentro do esperado conforme descrito no PMGIRS de Lorena considerando-se o
59
poder aquisitivo dos municípios, sendo necessária meta de manutenção da
geração que deverá ser estabelecida pelo poder público.
Para o aumento da reciclagem de resíduos secos, sugere-se que as metas
de reciclagem dos resíduos secos considerem o potencial de reciclagem
municipal, obtidos por meio de dados de geração destes resíduos por meio da
análise gravimétrica dos resíduos domiciliares do município. Essa meta será
mensurada pelo desvio de quantidade destes materiais do aterro sanitário, pela
relação da quantidade de resíduos secos enviados para reciclagem pela
quantidade total do resíduo seco gerado, em percentual, devendo ser calculado
anualmente.
Quanto à reciclagem de resíduos orgânicos, a meta de reciclagem dos
resíduos orgânicos deve ser mensurada pelo desvio de quantidade destes
materiais para aterro sanitário, sendo medida pela relação da quantidade de
resíduos orgânicos enviados para reciclagem pela quantidade total de resíduo
orgânico gerado, em percentual, devendo ser calculado anualmente.
A meta de eliminação e recuperação de lixões está no cenário normativo
discutido no documento Plano Nacional de Resíduos Sólidos – PLANARES,
elaborado com a finalidade de servir como diretriz aos Planos Municipais de
Gestão Integrada de Resíduos Sólidos indicando metas nacionais para diferentes
temas. O Plano Nacional de Resíduos Sólidos foi elaborado pelo Ministério do
Meio Ambiente – Governo Federal, em 2012, indicando em suas metas o desvio
gradativo de resíduos sólidos secos e orgânicos dos aterros sanitários, conforme
Tabela 8.
Tabela 8 – Metas Nacionais do Cenário Normativo
Metas/Ano 2015 2019 2023 2027 2031
Redução dos resíduos recicláveis secos dispostos em aterro sanitário (%)
Brasil 22 28 34 40 45
Região Sudeste 30 37 42 45 50
Redução dos resíduos úmidos dispostos em aterro sanitário (%)
Brasil 19 28 38 46 53
Região Sudeste 25 35 45 50 55
Fonte: PLANARES, 2012.
60
As metas do PLANARES foram estipuladas com base na geração nacional
de resíduos sólidos considerando: 31,9% material reciclável; 51,4% matéria
orgânica e 16,7% outros (rejeitos). A meta de reciclagem dos materiais recicláveis
será mensurada pelo desvio de quantidade destes materiais do aterro sanitário. O
estabelecimento dessas metas visa diminuir os aterros sanitários.
No âmbito Econômico, pode-se discutir como meta a Eficiência na
Arrecadação – Sustentabilidade Econômica e Financeira. A Lei de Saneamento
Básico nº 11.445/2007 define que a sustentabilidade econômica e financeira dos
serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos urbanos seja
assegurada, sempre que possível, mediante remuneração pela cobrança destes
serviços, por meio de taxas ou tarifas e outros preços públicos, em conformidade
com o regime de prestação do serviço ou de suas atividades (PMGIRS Lorena,
2016).
Deste modo a cobrança e a eficiência da arrecadação é um indicador que
permite o acompanhamento da efetividade das ações que viabilizem o
recebimento dos valores faturados. No entanto, esta meta esta intimamente
relacionada à cobrança pela execução dos serviços referentes ao manejo dos
resíduos sólidos, cobrado através da taxa de Coleta de Lixo (PMGIRS Lorena,
2016). É interessante que a Prefeitura desenvolva indicadores quanto essa
sustentabilidade econômica e financeira e estipule metas.
No âmbito institucional, trabalha-se a elaboração, implementação e
acompanhamento de planos setoriais;
A Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelece que estão sujeitos a
elaboração de Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) os
responsáveis por: atividades industriais, agrosilvopastoris, estabelecimentos de
serviços de saúde, serviços públicos de saneamento básico, empresas e
terminais de transporte, mineradoras, construtoras, grandes estabelecimentos
comerciais e de prestação de serviços.
A elaboração por parte dos geradores dos Planos de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos deve ser medida ao longo do tempo pelo Índice de Elaboração
dos Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos - IEPGRS e será calculado
anualmente, pela relação entre o número de estabelecimento geradores de
resíduos sólidos que elaboraram o PGRS e número total de estabelecimentos
61
sujeitos a elaboração de PGRS, em percentual. A meta é que se chegue a 100%,
conforme tempo estipulado pelo poder público.
5.9. Descrição das formas e dos limites da participação do poder público
local na coleta seletiva e na logística reversa, e de outras ações relativas à
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.
De acordo com a PNRS, resíduos como de agrotóxicos, pilhas e baterias,
pneus, de óleos lubrificantes, lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e
mercúrio de luz mista e produtos eletroeletrônicos e seus componentes devem ser
recolhidos sob responsabilidade do fabricante, independente do poder público,
como descreve o Artigo 33 da Lei Federal nº 12.305/10.
Os resíduos da logística reversa obrigatória podem ser coletados em locais
disponibilizados pelo poder público. Em alguns casos, são feitos acordos setoriais
para a coleta de resíduos de logística reversa e, mesmo ainda não vigente, é
interessante que o município de Caçapava assuma a logística tendo em vista
evitar a disposição inadequada de resíduos e a contaminação de solos e corpos d'
água.
A Prefeitura tem trabalhado com a divulgação de Ponto de Entrega
Voluntária para resíduos eletrônicos e para móveis velhos, além da implantação
da coleta seletiva e do incentivo à Associação de Catadores, conforme
apresentado no item 5.7.
62
6. Conclusão
O presente trabalho abordou o levantamento de dados de resíduos sólidos
domiciliares do município de Caçapava/SP a fim de propor um Plano Municipal de
Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, constante na Politica Nacional dos
Resíduos Sólidos – Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010.
De acordo com o levantamento de dados realizado, observou-se que o
custo de coleta e disposição do resíduo sólido urbano no aterro teve um aumento
de R$131/t para R$150/t, sendo este valor próximo ao valor cobrado em outros
municípios.
Quanto aos recicláveis, pode-se concluir que há a necessidade em se
trabalhar mais nessa gestão, pois a taxa de recuperação de materiais recicláveis
em relação à quantidade total de resíduo está na ordem de 0,68%, valor aquém
do estipulado pela PLANARES como sendo ideal 31,9%. Isto se confirma uma
vez que a taxa de cobertura de coleta de recicláveis é de 10,90%, precisando
trabalhar com metas para alcançar valores mais satisfatórios.
Observou-se que o trabalho com as associações/cooperativas e catadores
de rua pode ser melhorado, no sentido de dar apoio aos associados/cooperados
na parte da capacitação técnica do manejo e valorização do trabalho realizado.
Quanto aos catadores seria necessária a realização de cadastro a fim de terem
melhores condições de trabalho e incentivá-los a trabalhar com as
associações/cooperativas.
Quanto à limpeza pública, verificou-se que vem sendo realizada de
maneira adequada e os resíduos encaminhados ao aterro, mas é preciso manter
avaliações periódicas de seu desempenho.
É importante que a Administração Pública realize um trabalho de
cadastramento dos grandes e pequenos geradores de resíduos, a fim fiscalizar e
avaliar a eficiência da gestão de resíduos sólidos praticada por eles.
Quanto aos programas de educação ambiental, observou-se que o trabalho
tem sido realizado, mas poderia ser mais difundido nas escolas e na sociedade
como um todo.
63
Por meio das pesquisas, foi possível identificar e sugerir técnicas de
redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem, entre outras, com vistas a
reduzir a quantidade de rejeitos encaminhados para disposição final
ambientalmente adequada.
A partir de dados coletados no DSM, confirmou-se o que foi afirmado na
revisão bibliográfica sobre a diminuição na geração de resíduos no Brasil, pois de
acordo com dados do SNIS, o aterro sanitário recebeu 22.172 t/ano de resíduo
domiciliar e público no ano de 2015 (SNIS, 2017), a massa referente ao período
de setembro de 2016 a 2017 foi 21.239 t/ano, redução de 4,2%. Entretanto, há
necessidade em se trabalhar a conscientização da população quanto à separação
dos resíduos, pois a redução na geração de RSU no Brasil registrada pela
ABRELPE é resultado não da consciência da população, mas da crise econômica
enfrentada pelo país que diminuiu o poder de compra e, consequentemente, o
consumismo favoreceu a não geração de resíduos.
O objetivo de levantar dados sobre as condições atuais de geração,
destinação e disposição dos resíduos sólidos urbanos do município de Caçapava
foi atingido, concluindo-se que há necessidade em se trabalhar mais a gestão
desses resíduos, a fim de diminuir a geração e de adequar a disposição ao plano,
aumentando a vida útil dos aterros sanitários.
Por meio das pesquisas realizadas junto aos órgãos públicos gestores dos
sistemas de coletas, pode-se notar que ainda há muito a ser trabalhado para se
alcançar um Plano Municipal de Gestão integrada de Resíduos Sólidos,
destacando-se a importância desse trabalho como sendo um embrião para o
início desse plano. Conclui-se, portanto, a importância desse trabalho para a
sociedade, principalmente aos que trabalharam como catadores no sentido de
melhorar o sistema de separação do reciclado visando sua valorização e
consequente aumento na geração de renda dos que trabalham com esses
materiais.
64
Referências
ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais. Resíduos Sólidos: Manual de Boa Práticas no Planejamento, 2013. ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2016. AGEVAP – Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul. Manual de Referência Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Diretoria de Recursos Hídricos. Resende, Rio de Janeiro, maio de 2014. BIOGÁS. Portal do Biogás. Aterro Sanitário. Disponível em: <http://www.portaldobiogas.com/aterro-sanitario/>. Acesso em: 10 de dezembro 2017. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em 7 de setembro de 2017. BRASIL. Lei nº11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências. BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. CAÇAPAVA. Parque Ecológico da Moçota. Disponível em: <www.cacapava.sp.gov.br>. Acesso em 17 de setembro 2017. CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Domésticos 2016. Governo do Estado de São Paulo, Secretaria do meio ambiente. São Paulo, 2017. CLEVELARIO, J. J. Saneamento Básico no Brasil: avanços e desafios. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. cap. 5, p 195. 2010. GOUVEIA, N. Resíduos sólidos urbanos: impactos socioambientais e perspectiva de manejo sustentável com inclusão social. 2012. 8 f. Artigo – Departamento de Medicina Preventiva, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.
65
GOOGLE MAPS. Mapa da Localização de Caçapava. Disponível em:<https://www.google.com.br/maps/place/Ca%C3%A7apava,+SP/@-23.1075721,-45.7327814,11z/data=!4m5!3m4!1s0x94cc516de4e6e1a3:0x654428 3198cf070f!8m2!3d-23.0996965!4d-45.7080824>. Acesso em 09 de outubro 2017.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Dados gerais do município de Caçapava – SP, 2016. Disponível em: <http://cidades.ibge.gov.br/painel/painel.php?lang=&codmun=350850&search=sao-paulo|cacapava|infograficos:-dados-gerais-do-municipio>. Acesso em: 5 de março 2017. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Panorama da cidade de Caçapava, 2017. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/cacapava/panorama>. Acesso em 14 de novembro 2017. JACOBI, P. R.; BESEN, G. R.; Gestão de resíduos sólidos em São Paulo: desafios da sustentabilidade. Estudos Avançados, São Paulo, v.25, n.71, p. 135-158, 2011. JICA – Japan Internacional Cooperation Agency. Melhoria da liderança em Educação Ambiental dos docentes das Escolas de Ensino Fundamental do Município de Caçapava, São Paulo, Brasil, 2014. Disponível em: <https://www.jica.go.jp/brazil/portuguese/office/news/2014/c8h0vm00008wsk0o.html.>. Acesso em: 17 de setembro 2017. JOVIANE, S. Projeto de Gestão de Resíduos Sólidos no Município de Sertão - RS sob Ótica Do Gerenciamento Integrado dos Resíduos Sólidos Urbanos (GIRSU). IFRS – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Campus Sertão. III Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental. IBEAS – Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais. Goiânia, GO. Novembro de 2012. MMA – Ministério do Meio Ambiente. Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Instrumento de responsabilidade socioambiental na Administração Pública. Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental. Brasília, 2014. PGRS RIO+20 – Plano de Gestão de Resíduos Sólidos da Conferência Rio+20. Conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável. Governo Federal. Maio de 2012. PMC. Facebook Prefeitura Municipal de Caçapava. Disponível em: <https://www.facebook.com/cacapavaoficial/>. Acesso em 05 de novembro 2017. PMISB – Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico de Caçapava – SP. Programa estadual de apoio à elaboração de planos municipais de saneamento. Prefeitura de Caçapava, Secretaria de saneamento e recursos hídricos. 2010.
66
PMGIRS Lorena – Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Lorena – SP. Município de Lorena – Estado de São Paulo. Ampla Assessoria e Planejamento Ltda. Lorena, dezembro de 2016. PMGIRS SJC – Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de São José dos Campos – SP. Prefeitura do Município de São José dos Campos. Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento – IPPLAN. Julho de 2015. PLANARES – Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Versão pós Audiências e Consulta Pública para Conselhos Nacionais. Governo Federal, Ministério do Meio Ambiente. Brasília, 2012. RIO+20. Desenvolvimento Sustentável Rio+20. Conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável. Prefeitura do Rio de Janeiro, Governo Federal. 2012. Disponível em: <http://www.rio20.gov.br/sobre_a_rio_mais_20/ desenvolvimento-sustentavel.html>. Acesso em: 3 de maio de 2017. SÃO PAULO (Estado). Leis municipais: Lei nº 3805, de 10 de abril de 2000. Dispõe sobre a Gestão, o tratamento e a disposição final de resíduos sólidos no município de Caçapava e dá outras providências. SIVIERO, D. Novo contrato para transporte e destinação do lixo vai custar R$ 3,44 mi ao ano. Jornal Tribuna do Povo. Araras, 16 de novembro de 2017. Disponível em: < http://www.tribunadopovo.com.br/novo-contrato-para-transporte-e-destinacao-do-lixo-vai-custar-r-344-mi-ao-ano/>. Acesso em 15 de novembro 2017. SNIS – Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento. Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos – 2015. Ministério das Cidades, Secretaria Nacional de Saneamento Básico. Brasília, março de 2017. OPAS. Organização Pan-Americana da Saúde nas Américas. Publicação Científica e Técnica, n. 622. 2007
67
ANEXO A
Autorização de uso de dados
68
ANEXO B – Indicadores de desempenho
Tabela 1B – SNIS Caçapava – Indicadores Gerais
Descrição Unidade Ano
2015 2014 2013 2010 2009
Taxa de empregados em relação à população urbana empreg/
1000 hab 2,36 2,48 2,15 2,65 3,46
Despesa média por empregado alocado nos serviços do manejo de RSU R$/empreg 36.493,06 43.510,42 38.909,09 33.557,39 31.601,98
Incidência das despesas com o manejo de RSU nas despesas
correntes da prefeitura % 3,16 4,2 5,14 16,24
Incidência das despesas com empresas contratadas para execução
de serviços de manejo RSU nas despesas com manejo de RSU % 79,89 79,81 83,29 90,56 75,62
Auto-suficiência financeira da prefeitura com o manejo de RSU % - - - - 0
Despesa per capita com manejo de RSU em relação à população urbana (R$/hab) 86,08 107,97 83,68 88,85 109,47
Incidência de empregados próprios no total de empregados no
manejo de RSU % 36,96 35,42 36,97 40,1 48,64
Incidência de empregados de empresas contratadas no total de
empregados no manejo de RSU % 63,04 64,58 63,03 59,90 51,36
Incidência de empregados gerenciais e administrativos no total de
empregados no manejo de RSU % 10,87 13,02 9,70 9,38 -
Receita arrecadada per capita com taxas ou outras formas de
cobrança pela prestação de serviços de manejo RSU
R$/habitant
e/ano - - - - 0
Fonte: SNIS, 2017
69
Tabela 2B – Indicadores sobre coleta de Resíduos
Descrição Unidade Ano
2015 2014 2013 2010 2009
Taxa de cobertura do serviço de coleta de RDO em relação à
população total do município % 99,19 100 100 85,5 100
Taxa de cobertura do serviço de coleta de RDO em relação à
população urbana % 100 100 100 100 100
Taxa de terceirização do serviço de coleta de (RDO + RPU) em
relação à quantidade coletada % 97,99 95 97,6 100 98
Produtividade média dos empregados na coleta (coletores +
motoristas) na coleta (RDO + RPU) em relação à massa coletada
kg/
empreg/dia 1.647,41 1.851,70 1.757,52 0
378,6
1
Taxa de empregados (coletores + motoristas) na coleta (RDO +
RPU) em relação à população urbana
empreg/100
0 hab 0,55 0,47 0,50 0,46 2,35
Massa coletada (RDO + RPU) per capita em relação à população
urbana
kg/hab/
dia 0,78 0,74 0,75 0,01 0,77
Massa (RDO) coletada per capita em relação à população atendida
com serviço de coleta
kg/hab/
dia - - - - 0,66
Custo unitário médio do serviço de coleta (RDO + RPU) R$/t 131,27 174,89 132,53 13.635,00 -
Incidência do custo do serviço de coleta (RDO + RPU) no custo
total do manejo de RSU % 43,35 43,98 43,3 31,74 -
Incidência de (coletadores + motoristas) na quantidade total de
empregados no manejo de RSU % 23,37 18,75 23,03 17,19 67,7
Taxa da quantidade total coletada de resíduos públicos (RPU) em % - - - - 1,55
70
relação à quantidade total coletada de resíduos sólidos domésticos
(RDO)
Massa de resíduos domiciliares e públicos (RDO+RPU) coletada
per capita em relação à população total atendida pelo serviço de
coleta
kg/habitante
/dia 0,67 0,63 0,64 0,01 0,67
Taxa de cobertura do serviço de coleta seletiva porta-a-porta em
relação à população urbana do município. % 10,90 9,69 9,12 - -
SNIS, 2017
71
Tabela 3B – Indicadores sobre Coleta Seletiva e Triagem
Descrição Unidade 2015 2014 2013 2010 2009
Taxa de recuperação de materiais recicláveis (exceto matéria
orgânica e rejeitos) em relação à quantidade total (RDO + RPU)
coletada
% 0,76 0,50 0 - 0,76
Massa recuperada per capita de materiais recicláveis (exceto
matéria orgânica e rejeitos) em relação à população urbana kg/hab/ano 2,17 1,36 0 - 2,16
Incidência de papel e papelão no total de material recuperado % 59,14 61,90 - - 12,5
Incidência de plásticos no total de material recuperado % 16,50 13,33 - - 37,50
Incidência de metais no total de material recuperado % 8,93 8,57 - - 25
Incidência de vidros no total de material recuperado % 15,14 14,29 - - 25
Incidência de outros materiais (exceto papel, plástico, metais e
vidros) no total de material recuperado % 0,30 1,90 - - 0
Taxa de material recolhido pela coleta seletiva (exceto mat.
orgânica) em relação à quantidade total coletada de resíduos sól.
domésticos
% - - - - 0,87
Massa per capita de materiais recicláveis recolhidos via coleta
seletiva kg/habitante/ano 2,28 1,50 0,94 - 2,40
Fonte: SNIS, 2017
72
Tabela 4B - Indicadores sobre Resíduos de Varrição e Poda/Capina
Descrição Unidade Ano
2015 2014 2013 2010 2009
Taxa de terceirização dos varredores % 81,36 80,70 82,61 69,77 62,50
Taxa de terceirização da extensão varrida % 86,88 96,23 97,73 76,92 80
Custo unitário médio do serviço de varrição (prefeitura +
empresas contratadas) R$/km 62,01 44,51 42,73 27,67 -
Produtividade média dos varredores (prefeitura +
empresas contratadas) km/empreg/dia 2,13 - - 2,28 0,25
Taxa de varredores em relação à população urbana empreg/1000 hab 0,76 0,74 0,60 1,19 0,86
Incidência do custo do serviço de varrição no custo total
com manejo de RSU % 36,40 28,24 29,28 26,34 -
Incidência de varredores no total de empregados no
manejo de RSU % 32,07 29,69 27,88 44,79 24,90
Extensão total anual varrida per capita km/habitante/ano 0,51 0,69 0,57 0,85 0,07
Taxa de capinadores em relação à população urbana empreg/1000 hab 0,69 0,71 0,85 0,62 0,26
Incidência de capinadores no total empregados no
manejo de RSU % 29,35 28,65 39,39 23,44 7,39
Fonte: SNIS, 2017