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UNIVERSIDADE DE SAO PAULO
ESCOLA POLITCNICA
CLEDSON AKIO SAKURAI
Proposta de uma arquitetura para o fornecimento de servios mveis em redes
convergentes heterogneas com foco no usurio
So Paulo
2010
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CLEDSON AKIO SAKURAI
Proposta de uma arquitetura para o fornecimento de servios mveis em redes
convergentes heterogneas com foco no usurio
Tese apresentada Escola Politcnica da
Universidade de So Paulo como requisito para
obteno do ttulo de Doutor em Engenharia
So Paulo
2010
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CLEDSON AKIO SAKURAI
Proposta de uma arquitetura para o fornecimento de servios mveis em redes
convergentes heterogneas com foco no usurio
Tese apresentada Escola Politcnica da
Universidade de So Paulo como requisito para
obteno do ttulo de Doutor em Engenharia
rea de Concentrao:
Sistemas Digitais
Orientador:
Prof. Dr. Moacyr Martucci Junior
So Paulo
2010
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SAKURAI, C. A. Proposta de uma arquitetura para o fornecimento de servios mveis em
redes convergentes heterogneas com foco no usurio. Tese apresentada Escola
Politcnica da Universidade de So Paulo para obteno do ttulo de Doutor em
Engenharia.
Aprovado em:
Banca Examinadora
Prof. Dr. _________________________ Instituio: _________________________
Julgamento: _________________________ Assinatura: _________________________
Prof. Dr. _________________________ Instituio: _________________________
Julgamento: _________________________ Assinatura: _________________________
Prof. Dr. _________________________ Instituio: _________________________
Julgamento: _________________________ Assinatura: _________________________
Prof. Dr. _________________________ Instituio: _________________________
Julgamento: _________________________ Assinatura: _________________________
Prof. Dr. _________________________ Instituio: _________________________
Julgamento: _________________________ Assinatura: _________________________
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Dedico este trabalho a minha esposa Paula,
a minha filha Giovanna,
e aos meus pais Clovis e Mieko.
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AGRADECIMENTOS
Ao meu amigo e orientador Prof. Dr. Moacyr Martucci Junior pela amizade, orientao,
compreenso, pacincia e incentivo constante, responsvel pelo desenvolvimento deste
trabalho e da minha vida profissional.
A minha esposa Paula, pela ajuda, estmulo, pacincia e compreenso do tempo que no pude
estar com ela.
A minha filha, Giovanna.
Aos meus pais Clovis e Mieko, que sempre me incentivaram a estudar e permitiram que eu
tivesse condies de atingir os meus objetivos.
Aos meus familiares pela compreenso e estmulo.
A todos os professores da Escola Politcnica da USP e amigos que colaboraram direta ou
indiretamente na realizao desse trabalho e torceram por mim em mais uma etapa.
A todas as pessoas que de alguma forma ajudaram a alcanar esta grande meta da minha vida.
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RESUMO
SAKURAI, C.A. Proposta de uma arquitetura para o fornecimento de servios mveis
em redes convergentes heterogneas com foco no usurio. 2010. 118p. Tese (Doutorado)
Escola Politcnica, Universidade de So Paulo, So Paulo, 2010.
Devido s redes convergentes, os usurios dos produtos de telecomunicaes passaram
a ter disponveis servios mais completos, desde a simples possibilidade de escolha da
tecnologia de acesso para os servios de dados, passando por servios com contedo
multimdia com qualidade assegurada e usando diferentes tecnologias de acesso, entretanto
este novo cenrio traz consigo uma complexidade tecnolgica que dificulta a escolha do
produto mais apropriado a cada necessidade do usurio. O advento das redes convergentes
permite que o usurio possa ter servios que atendam as suas necessidades em termos de
funcionalidade, mobilidade e qualidade, mas a escolha do produto mais adequado de cada
provedora de telecomunicaes no fcil para a maioria dos usurios, portanto a presente
tese prope um modelo de negcios para o segmento de telecomunicaes que, ao invs de
prover produtos, passa a fornecer servios adequados a cada necessidade do usurio,
atendendo sua necessidade em termos de qualidade de servios, permitindo melhor
compreenso dos parmetros da qualidade fornecida. O modelo de negcios proposto nesta
tese cria quatro provedoras, sendo que trs provedoras fornecem produtos de contedo
(Provedora de Contedo), infraestrutura (Provedora de Infraestrutura) e acesso (Provedora de
acesso), e uma provedora, chamada Provedora de Servios, que fornecer o servio ao usurio
final, que formado pelos produtos das provedoras citadas. Alm disso, a provedora de
servios ficar responsvel pelo fornecimento do servio que atenda as necessidades de
mobilidade e qualidade de servios adequada a cada usurio final. Esta tese, tambm,
apresenta uma proposta de adequao do modelo e-TOM (Enhanced Telecom Operations
Map) proposto pelo TMF (TeleManagement Forum) em atendimento ao novo modelo de
negcios proposto, e uma arquitetura aberta baseada no NESSI (Networked European
Software & Services Initiative) da comunidade europia que viabiliza o modelo de negcios
proposto.
O estudo de caso apresenta a implementao de um sistema de gesto de fora de
trabalho para empresas de telecomunicaes baseado na arquitetura proposta que atende ao
modelo de negcios proposto, essa implementao est sendo parcialmente financiada pela
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FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) atravs do projeto SGSCENU-SISTEMA
GESTOR DE SERVIOS CENTRADO NO USURIO, convnio 01.08.0519.00, iniciado
em maro de 2009 com trmino previsto em maro de 2011.
O modelo de negcios proposto apresenta uma quebra de paradigma para o mercado
de telecomunicaes que o foco no usurio final, e no nos produtos. No cenrio proposto o
usurio final seleciona o servio que melhor atende sua necessidade com a qualidade de
servios desejada, e as provedoras de servios fornecem servios que melhor atendam a
necessidade do usurio final, sem no entanto realizar grandes investimentos, pois pode utilizar
os produtos fornecidos pelas demais provedoras. O modelo de negcios proposto necessita
uma adequao nos processos de negcios, pois as provedoras passam a ser complementares
entre si e compartilham produtos nas mais diversas situaes. E para atender a esta
caracterstica necessrio uma arquitetura que integre os sistemas das provedoras de forma
transparente, permitindo que a provedora de servios fornea o servio de acordo com a
qualidade de servio contratada pelo usurio final.
Palavras Chaves: Redes Convergentes. OSS. BSS. Arquitetura. Telecomunicao.
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ABSTRACT
SAKURAI, C.A. Proposta de uma arquitetura para o fornecimento de servios mveis
em redes convergentes heterogneas com foco no usurio. 2010. 118p. Tese (Doutorado)
Escola Politcnica, Universidade de So Paulo, So Paulo, 2010.
Due to convergent networks, telecommunications products users available now have
more complete services, from simple choice of access technology to data services, to new
services with multimedia content with assured quality and used different access technologies,
however this new scenario brings with it a technological complexity makes it difficult to
choose the product that suits every need of user. The advent of convergent networks allows
the user may have services that meet their needs in terms of functionality, mobility and
quality, but choosing the most suitable product for every telecommunications provider is not
easy for most users, so this thesis proposes a business model for the telecommunications
segment that instead of providing products is to provide adequate services to meet every need
of the user, given their need for quality services, allowing better understanding of the quality
parameters supplied. The business model proposed in this thesis creates four providers being
three providers provide content products (Content Provider), infrastructure (Infrastructure
Provider) and access (Internet Service Provider) and a provider, called the Service Provider
will provide the service to the end user, which is formed by the products of listed providers.
In addition, the service provider will be responsible for providing service that meets the needs
of mobility and quality of services tailored to each end user. This thesis also presents a
proposal to adapt the model e-TOM (Enhanced Telecom Operations Map) proposed by the
TeleManagement Forum (TMF) in response to the new business model proposed, and an open
architecture based on NESSI (Networked European Software & Services Initiative) of the
European community that enables the business model proposed.
The study case describes the implementation of a management system of labor for
telecommunications companies based on the proposed architecture that addresses the business
proposed model, this implementation is being partially financed by FINEP (Financier of
Studies and Projects) project SGSCENU-SYSTEM MANAGER SERVICES focused on the
user agreement 01.08.0519.00, started in March 2009 with completion expected in March
2011.
The proposed business model presents a paradigm shift for the telecommunications
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market that is the focus on the end user, and not the products. In the proposed scenario the end
user selects the service that best fits your need with the quality of services desired, and service
providers to provide services that best meet the need of the end user, without making major
investments because you can use the products supplied by other providers. The proposed
business model needs an appropriate business processes, because the providers become
complementary to each other and share products in a variety of situations. And to
accommodate this feature you need an architecture that integrates the systems of providers in
a transparent manner, allowing the service provider provides the service according to the
quality of service contracted by the end user.
Keywords: Convergent Networks. OSS. BSS. Architecture. Telecommunications.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 2-1: Arquitetura NGN ................................................................................................... 37
Figura 2-2: e-TOM (TMF, 2008) ............................................................................................. 39
Figura 2-3: Viso geral da plataforma do NESSI ..................................................................... 43
Figura 3-1: Modelo de negcios proposto ................................................................................ 50
Figura 3-2: Diagrama de caso de uso do modelo de negcios proposto .................................. 51
Figura 3-3: Diagrama de caso de uso do prover servio .......................................................... 52
Figura 3-4: Diagrama de caso de uso do prover contedo ....................................................... 56
Figura 3-5: Diagrama de caso de uso prover infraestrutura ..................................................... 59
Figura 3-6: Diagrama de caso de uso do prover acesso ........................................................... 62
Figura 3-7: Diagrama de classe modelo de negcios ............................................................... 65
Figura 3-8: Diagrama de classe provedora de servios ............................................................ 67
Figura 3-9: Diagrama de classe provedora de contedo........................................................... 68
Figura 3-10: Diagrama de classe provedora de infraestrutura .................................................. 70
Figura 3-11: Diagrama de classe provedora de acesso ............................................................. 72
Figura 3-12: Contratao do servio pelo usurio final ........................................................... 73
Figura 3-13: Requisio de configurao pelo provedor de servios ....................................... 74
Figura 3-14: Topologia ............................................................................................................. 75
Figura 3-15: Exemplo da configurao de servios no modelo de negcios proposto ............ 76
Figura 3-16: Falha no provedor de contedo #01 .................................................................... 77
Figura 3-17: Anlise da falha ................................................................................................... 77
Figura 3-18: Topologia final..................................................................................................... 78
Figura 4-1: Viso geral do POM .............................................................................................. 81
Figura 4-2: SPOM .................................................................................................................... 83
Figura 4-3: CPOM, IPOM e APOM ......................................................................................... 85
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Figura 5-1: Viso geral de uma aplicao ................................................................................ 89
Figura 5-2: Exemplo de uma implementao de aplicao ...................................................... 89
Figura 5-3: Exemplo de alterao nos processos de negcios.................................................. 90
Figura 5-4: Exemplo de incluso de aplicao ......................................................................... 90
Figura 5-5: Exemplo de integrao entre provedoras de telecomunicaes ............................ 91
Figura 5-6: Viso Geral do Middleware ................................................................................... 92
Figura 5-7: Middleware distribudo .......................................................................................... 92
Figura 5-8: Arquitetura proposta .............................................................................................. 93
Figura 5-9: Diagrama de classes da arquitetura proposta ......................................................... 96
Figura 6-1: Viso geral do SGSCENU ..................................................................................... 98
Figura 6-2: Diagrama de casos de uso ...................................................................................... 99
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SUMRIO
1. INTRODUO ................................................................................................................ 18
1.1 OBJETIVO ................................................................................................................ 21
1.2 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 22
1.3 METODOLOGIA ...................................................................................................... 24
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO .............................................................................. 25
2. DEFINIES E CONCEITOS APLICVEIS ................................................................ 26
2.1 CONVERGNCIA TECNOLGICA ...................................................................... 26
2.1.1 Interoperabilidade ............................................................................................... 29
2.1.2 Mobilidade .......................................................................................................... 30
2.1.3 Handover Veritcal e Horizontal ......................................................................... 30
2.1.4 Multimdia .......................................................................................................... 32
2.1.5 Interatividade ...................................................................................................... 32
2.2 QUALIDADE DE SERVIO (QoS) ......................................................................... 33
2.3 REDES DE NOVA GERAO (NGN) ................................................................... 34
2.4 MODELO E-TOM ..................................................................................................... 38
2.5 PLATAFORMA TECNOLGICA NESSI (NETWORKED EUROPEAN
SOFTWARE & SERVICES INITIATIVE) ............................................................................. 43
2.6 MIDDLEWARE ........................................................................................................ 44
2.6.1 Mediao ............................................................................................................ 44
2.6.2 Interao e conexo das aplicaes de software ................................................. 45
2.6.3 Garantia de entrega da mensagem ...................................................................... 45
2.6.4 Transaes .......................................................................................................... 46
2.6.5 Conectores .......................................................................................................... 46
3. PROPOSTA DE UM MODELO DE NEGCIOS FOCADO NO USURIO FINAL .. 49
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3.1 MODELO DE NEGCIOS PROPOSTO ................................................................. 51
3.2 DIAGRAMA DE CASO DE USO: PROVER SERVIO ........................................ 52
3.2.1 Caso de uso: Comercializar servios .................................................................. 53
3.2.2 Caso de uso: Acordo de nvel de servios com o usurio .................................. 53
3.2.3 Caso de uso: Preo .............................................................................................. 53
3.2.4 Caso de uso: Faturar servios ............................................................................. 54
3.2.5 Caso de uso: Monitorar provedora ..................................................................... 54
3.2.6 Caso de uso: Configurar provedora .................................................................... 55
3.2.7 Caso de uso: Acordo de nvel de servios com a provedora .............................. 55
3.3 DIAGRAMA DE CASO DE USO: PROVER CONTEDO ................................... 56
3.3.1 Caso de uso: Comercializar contedo ................................................................ 56
3.3.2 Caso de uso: Acordo de nvel de servios com provedora de servios .............. 56
3.3.3 Caso de uso: Preo contedo .............................................................................. 57
3.3.4 Caso de uso: Disponibilizar dados equipamentos de contedo .......................... 57
3.3.5 Caso de uso: Desempenho .................................................................................. 57
3.3.6 Caso de uso: Falhas ............................................................................................ 58
3.3.7 Caso de uso: Configurar equipamento de contedo ........................................... 58
3.3.8 Caso de uso: Conectar com a infraestrutura ....................................................... 58
3.4 DIAGRAMA DE CASO DE USO: PROVER INFRAESTRUTURA ...................... 58
3.4.1 Caso de uso: Comercializar infraestrutura.......................................................... 59
3.4.2 Caso de uso: Acordo de nvel de servios com provedora de servios .............. 59
3.4.3 Caso de uso: Preo infraestrutura ....................................................................... 60
3.4.4 Caso de uso: Disponibilizar dados equipamentos de infraestrutura ................... 60
3.4.5 Caso de uso: Desempenho .................................................................................. 60
3.4.6 Caso de uso: Falhas ............................................................................................ 60
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3.4.7 Caso de uso: Configurar equipamento de infraestrutura .................................... 60
3.4.8 Caso de uso: Conectar com a provedora contedo ............................................. 61
3.4.9 Caso de uso: Conectar com a provedora acesso ................................................. 61
3.5 DIAGRAMA DE CASO DE USO: PROVER ACESSO .......................................... 61
3.5.1 Caso de uso: Comercializar acesso ..................................................................... 62
3.5.2 Caso de uso: Acordo de nvel de servios com provedora de servios .............. 62
3.5.3 Caso de uso: Preo acesso .................................................................................. 63
3.5.4 Caso de uso: Disponibilizar dados equipamentos de acesso .............................. 63
3.5.5 Caso de uso: Desempenho .................................................................................. 63
3.5.6 Caso de uso: Falhas ............................................................................................ 63
3.5.7 Caso de uso: Configurar equipamento de acesso ............................................... 63
3.5.8 Caso de uso: Conectar com a provedora infraestrutura ...................................... 64
3.5.9 Caso de uso: Conectar com o terminal ............................................................... 64
3.6 DIAGRAMA DE CLASSES ..................................................................................... 64
3.6.1 Diagrama de classes do modelo de negcios...................................................... 64
3.6.2 Diagrama de classes da provedora de servios ................................................... 65
3.6.2.1 Classe: gesto dos servios ......................................................................... 65
3.6.2.2 Classe: relacionamento usurio final........................................................... 66
3.6.2.3 Classe: relacionamento provedora contedo ............................................... 66
3.6.2.4 Classe: relacionamento provedora infraestrutura ........................................ 67
3.6.2.5 Classe: relacionamento provedora acesso ................................................... 67
3.6.3 Diagrama de classes da provedora de contedo ................................................. 67
3.6.3.1 Classe: comercializar................................................................................... 68
3.6.3.2 Classe: Disponibilizar dados ....................................................................... 69
3.6.3.3 Classe: Configurar equipamento ................................................................. 69
3.6.3.4 Classe: Conectar .......................................................................................... 69
3.6.4 Diagrama de classes da provedora de infraestrutura .......................................... 70
3.6.4.1 Classe: Comercializar .................................................................................. 70
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3.6.4.2 Classe: Disponibilizar dados ....................................................................... 70
3.6.4.3 Classe: Configurar equipamento ................................................................. 71
3.6.4.4 Classe: Conectar .......................................................................................... 71
3.6.5 Diagrama de classes da provedora de acesso ..................................................... 71
3.6.5.1 Classe: Comercializar .................................................................................. 72
3.6.5.2 Classe: Disponibilizar dados ....................................................................... 72
3.6.5.3 Classe: Configurar equipamento ................................................................. 72
3.6.5.4 Classe: Conectar .......................................................................................... 73
3.7 EXEMPLO DE FORNECIMENTO DE SERVIOS ............................................... 73
3.8 CONCLUSO SOBRE O MODELO DE NEGCIOS PROPOSTO ...................... 78
4. PROPOSTA DE ADEQUAO DO MODELO E-TOM .............................................. 80
4.1 PROPOSTA DE ADEQUAO DO E-TOM .......................................................... 80
4.2 VISO GERAL DO POM ........................................................................................ 81
4.3 SPOM (Service Provider Operations Map) ............................................................... 82
4.4 CPOM, IPOM e APOM ............................................................................................. 84
4.5 CONCLUSO SOBRE A PROPOSTA DE ADEQUAO DO E-TOM ............... 85
5. ARQUITETURA ABERTA PARA IMPLEMENTAO DO MODELO DE
NEGCIOS PROPOSTO ........................................................................................................ 87
5.1 VISO GERAL DA ARQUITETURA DE SOFTWARE ........................................ 87
5.2 REQUISITOS NO FUNCIONAIS DA ARQUITETURA DE SOFTWARE ........ 88
5.2.1 Independncia entre processos de negcios e aplicaes ................................... 88
5.2.2 Infraestrutura de mediao comum .................................................................... 91
5.2.3 Disponibilidade ................................................................................................... 93
5.3 IMPLEMENTAO DA ARQUITETURA ............................................................. 93
5.3.1 Diagrama de classes da arquitetura proposta ...................................................... 94
5.3.2 Classes das provedoras de servios .................................................................... 94
5.3.3 Classes das provedoras de contedo, infraestrutura e acesso ............................. 95
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6. ESTUDO DE CASO ........................................................................................................ 97
6.1 CASOS DE USO ....................................................................................................... 98
6.1.1 Criar Fluxo .......................................................................................................... 99
6.1.2 Criar Formulrio ................................................................................................. 99
6.1.3 Criar Relatrios ................................................................................................ 100
6.1.4 Simular Fluxo ................................................................................................... 100
6.1.5 Executar Fluxo .................................................................................................. 100
6.2 MAPEAMENTO DO E-TOM ................................................................................. 100
6.3 SISTEMA EM DESENVOLVIMENTO ................................................................. 101
7. CONCLUSES E CONSIDERAES FINAIS .......................................................... 103
7.1 CONCLUSO SOBRE A PROPOSTA .................................................................. 103
7.2 CONTRIBUIO ................................................................................................... 105
7.3 PROPOSTA DE CONTINUIDADE ....................................................................... 105
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1. INTRODUO
Atualmente, vive-se em uma sociedade onde o foco principal a informao, sendo
que a mesma est disponvel sob a forma de udio, imagens, dados e vdeos. Com a
caracterstica dos usurios finais desejarem cada vez mais obter, fornecer, compartilhar e
interagir com informaes, demandando servios com contedo multimdia e interativos em
qualquer lugar, em qualquer momento e usando qualquer dispositivo, surge, oportunidade
de novos servios a serem fornecidos pelas provedoras que compem o segmento de
telecomunicaes.
As redes de nova gerao (NGN: Next Generation Network) convergem vrios
servios, e possibilitam que diferentes tecnologias de acesso possam ser utilizadas pelo
usurio final (ITU, 2004a, 2004b). A evoluo nos dispositivos de rede sem fio passaram
permitir a transferncia de dados, udio, imagens e vdeos, incorporando radiodifuso e vrias
tecnologias de acesso sem fio, a fim de permitir o suporte a aplicaes mveis, interativas
com contedo multimdia (HOUETO, 2005). Por exemplo, o usurio final poder receber o
servio de vdeo sob demanda atravs de UMTS, DVB-H, Wi-Max e/ou Wi-Fi. Os novos
padres trazem um ambiente tecnologicamente complexo, e os usurios finais tm a sua
disposio uma gama de solues para problemas convencionais, ou seja, a escolha da melhor
tecnologia e o entendimento da qualidade de servio est muito alm da compreenso da
maioria dos usurios finais.
As redes de nova gerao prevem a integrao de vrios sistemas heterogneos
existentes, unidos em uma infraestrutura capaz de entregar transparentemente aos usurios
finais uma ampla gama de servios com a finalidade de permitir a sua comunicao e acesso
informao, considerando a qualidade dos servios (QoS: Quality of Services) fim-a-fim
(ITU, 2008e, 2009,d) As redes convergentes sem fio permitem o fornecimento de servios
mveis e interativos atravs de diversos padres de redes.
A mobilidade a capacidade do uso de diferentes tecnologias de acesso,
independentemente da localizao do usurio, permitindo a comunicao, uso e
monitoramento do servio atravs das redes. Na mobilidade o servio fornecido sem
interrupo atravs de vrias tecnologias, permitindo o movimento entre os pontos de acesso
sem fio (ITU, 2004a, 2004b).
A interatividade um conceito que quase sempre est associada s novas mdias de
comunicao, podendo ser definida como uma medida do potencial de uma mdia permitir
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19
que o usurio exera influncia sobre o contedo, ou a forma de comunicao mediada, ou
ainda a relao entre duas ou mais pessoas que, em determinada situao, adaptam seus
comportamentos e aes uns aos outros (JENSEN, 1998) (YAO, 2008).
A interoperabilidade a habilidade de cooperao entre dois ou mais sistemas,
trocando informao entre si, baseada, preferencialmente, em padres abertos, aceitos e
utilizados pelo mercado. A interoperabilidade no somente integrao de sistemas e/ ou de
redes, no unicamente a troca de dados entre sistemas. A interoperabilidade a soma de
todos esses fatores, incluindo a existncia de um legado de sistemas, de plataformas de
hardware e software instaladas (PORTAL, 2009). Parte de princpios que tratam da
diversidade de componentes, com a utilizao de produtos e/ou servios de fornecedores
distintos, tendo como meta a considerao de todos os fatores para que os sistemas possam
atuar cooperativamente, atravs do uso de normas, polticas e padres necessrios para atingir
esses objetivos.
Devido as caractersticas de mobilidade, interatividade e interoperabilidade, o
dispositivo do usurio final dever suportar os diversos padres de acesso sem fio, permitindo
a disponibilidade do produto de contedo em qualquer situao, sendo que as redes
convergentes atendem a esta necessidade, embora a complexidade na seleo dos produtos de
acesso e infraestrutura dificultam a escolha adequada pelo usurio.
A dificuldade do usurio final determinar o servio que atenda a QoS desejada uma
realidade, pois na escolha da melhor tecnologia deve se levar em conta a rea de cobertura de
cada provedora de telecomunicaes, contedos disponveis, qualidade dos servios
oferecidos, entre outros. Na presente tese, o termo provedora de telecomunicaes se refere ao
conjunto de provedora de servios, provedora de infraestrutura, provedora de contedo e
provedora de acesso.
Atualmente, os produtos fornecidos pela provedora de telecomunicaes esto
baseados em uma nica tecnologia de acesso, sendo que muitos contedos so fornecidos por
outras provedoras, sem qualquer relacionamento direto com a provedora de telecomunicaes,
neste contexto o usurio final poder ter dificuldade em mensurar a QoS. Como as provedoras
de telecomunicaes no oferecem todas as tecnologias de acesso possveis e a qualidade dos
produtos disponibilizados varia conforme o nmero de acessos simultneos, localizao
geogrfica, entre outros, ou seja, o usurio final pode no receber o produto com a qualidade
contratada. E tambm, muitas vezes os contratos de nvel de servio com o usurio final
incluem parmetros que no so facilmente mensurados pelo usurio (SERRA, 2007)
(DELACUESTA,2008).
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20
Considerando o ambiente atual do segmento de telecomunicaes, e as novas
demandas solicitadas pelos usurios, algumas caractersticas devem ser tratadas com ateno
pelas atuais provedoras de telecomunicaes (CUNHA, 2004) (SERRA,2007)
(KARAM,2006):
Oferta de servios sem fronteiras: Os servios devem ser oferecidos aos
usurios, independentemente da tecnologia de acesso, e de forma transparente;
Qualidade assegurada: Os servios devem atender a QoS definida no USLA
(User Service Level Agreement), independente da tecnologia utilizada, e os
parmetros deste acordo devero ser facilmente entendidos pelo usurio final.
A QoS dever estar adequada a necessidade do mesmo. O USLA o contrato
de servios realizado com o usurio final que define os requisitos e parmetros
de QoS a ser atendida por cada servio fornecido;
Otimizao do uso da rede: Os servios devem ser fornecidos aos usurios
finais, de acordo com o USLA, na tecnologia que melhor atende a relao
custo-benefcio das provedoras de telecomunicaes;
Negcio: As provedoras de servios, contedo, infraestrutura e acesso podem
se especializar em uma ou mais linhas de negcios, podendo canalizar os
investimentos nos produtos ofertados.
O ambiente atual est propcio para a implantao do modelo de negcios proposto
para o segmento de telecomunicaes, que tem como objetivo atender as novas caractersticas
do mercado, e permitir o fornecimento de servios com foco no usurio final e no na
tecnologia (KARAM, 2006).
De maneira geral no existe garantia nos servios oferecidos, mesmo com o acordo de
nvel de servios, pois geralmente as fornecedoras dos contedos no se responsabilizam pelo
fornecimento do acesso, e vice-versa, portanto o usurio final precisa monitorar, analisar e
comprovar o desempenho de cada fornecedor, ou seja, quando surge um problema sua
identificao difcil e com isso responsabilizar corretamente o fornecedor, tambm fica
difcil.
Os processos de negcios das provedoras de telecomunicaes atuais esto baseados
no modelo de processos de negcios proposto pelo TMF (TeleManagement Forum), chamado
e-TOM (Enhanced Telecom Operations Map) (ITU, 2007a, 2007b, 2007c, 2007d,
2007e)(TMF 2008a,2008b,2008c), o qual apresenta os processos de negcios de uma
provedora de telecomunicaes, incluindo os relacionamentos entre os diversos processos de
negcios. No modelo de negcios proposto neste trabalho necessrio adequar os processos
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de negcios das provedoras de telecomunicaes, devido necessidade de interao entre as
provedoras de servios, contedo, infraestrutura e acesso, sempre lembrando que no modelo
proposto no exigido que as provedoras de telecomunicaes forneam o servio fim-a-fim
para o usurio final, ficando esta responsabilidade a cargo da provedora de servios.
O sucesso do modelo de negcios proposto est diretamente ligado a capacidade de
interao entre as provedoras de servios, contedo, infraestrutura e acesso, e para tanto a
presente tese prope uma arquitetura de sistema aberto baseado no NESSI (Networked
European Software & Services Initiative) que uma iniciativa da comunidade europia na
definio de uma plataforma aberta para o desenvolvimento de sistemas orientados a servios,
apresentado no item 2.5 (NESSI, 2006, 2007, 2009).
1.1 OBJETIVO
A convergncia tecnolgica permite que o usurio de dispositivo mvel tenha acesso a
contedos multimdia atravs de diversos padres de acesso, permitindo que o usurio no
fique dependente de uma nica tecnologia de acesso, e inclusive, possibilita que o mesmo
possa receber o mesmo contedo atravs de vrias provedoras de telecomunicaes. A
garantia da QoS acordada com o usurio final exige uma anlise detalhada dos requisitos de
QoS no dispositivo mvel, bem como da situao de trfego atual e futuro na infraestrutura de
rede que interliga o servidor de contedo e os equipamentos que compem a rede de acesso,
permitindo determinar o momento correto para realizar o handover garantindo a QoS
acordada com o usurio final (ATTAULAH, 2008) (CORVAJA,2006).
Na realizao do handover necessrio que todas as informaes da situao de cada
equipamento estejam disponveis para um decisor que definir o melhor momento para
realizar o handover. O decisor, que pode ser centralizado ou distribudo, receber todos os
valores de parmetros de qualidade do dispositivo mvel, equipamentos de telecomunicaes
e servidores de contedo que compem o servio oferecido ao usurio, e, de acordo com a
qualidade de servios esperada pelo usurio, ir decidir a necessidade e o momento correto de
realizar o handover.
Considerando a situao apresentada, a partir das redes convergentes possvel
fornecer um servio com contedo multimdia para o usurio final com garantia da qualidade
de servios, atravs do uso de diversos tipos de acesso. No modelo de negcio proposto ser
possvel garantir a qualidade em todas as etapas que compem o fornecimento do servio
contratado, desde a gerao do contedo at o dispositivo mvel do usurio final, pois nas
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redes convergentes possvel realizar o handover, e portanto garantir a QoS em todas as
etapas do fornecimento dos servios.
Para fornecer servios com foco nas necessidades do usurio final, sem no entanto
prend-lo a uma determinada provedora de telecomunicaes e/ou tipo de acesso, o presente
trabalho propem um modelo de negcios para o segmento de telecomunicaes que permite
ao usurio final adquirir um servio adequado s suas necessidades pessoais e de acordo com
QoS desejada por ele, sem, no entanto se preocupar com a tecnologia envolvida para o
fornecimento dos servios, bem como com as provedoras que compem a cadeia de
fornecimento dos servios.
De forma a permitir consistncia ao modelo de negcios proposto para o segmento de
telecomunicaes, o trabalho apresenta uma proposta de adequao nos processos de negcios
proposto pelo TMF no documento e-TOM que permitir o claro entendimento dos requisitos
necessrios para cada provedora que compem o modelo de negcios proposto. Para a
implementao dos processos de negcios propostos apresentando arquitetura de sistema
aberto baseado no NESSI que permite a interao entre as diversas provedoras que compem
o modelo de negcios proposto.
Para atingir o objetivo proposto, ser considerada a existncia de um dispositivo
multiuso mvel, com capacidade de acesso a contedos multimdia e interativos capaz de
trabalhar com diferentes tecnologias de rede de acesso, que permite a transmisso de
informaes de qualidade de servio para a determinao do handover vertical ou horizontal,
de forma a manter a transparncia do servio e qualidade assegurada para o usurio final.
O trabalho aqui apresentado est em consonncia com os demais trabalhos que vm
sendo desenvolvidos pelo grupo de pesquisadores do Laboratrio de Sistemas Abertos (LSA)
do Departamento de Engenharia da Computao e Sistemas Digitais da Escola Politcnica da
Universidade de So Paulo, e faz parte do projeto SGSCENU (Sistema Gestor de Servios
Centrado no Usurio) financiado parcialmente pela FINEP (Financiadora de Estudos e
Projetos) atravs do convnio FINEP n 01.08.0519.00.
1.2 JUSTIFICATIVA
Atualmente, possvel ter acesso a servios atravs de mltiplos acessos (KARAM,
2006), estando clara a evoluo das telecomunicaes, das tecnologias que suportam a
mobilidade e servios com contedo multimdia, dos dispositivos mveis e da criao de
novos servios e facilidades de acesso a informaes.
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Devido s caractersticas dos novos servios que podem ser oferecidos pelas
provedoras de telecomunicaes, e na demanda crescente dos usurios finais por servios que
estejam disponveis no momento, local e QoS desejado, surge a necessidade de um modelo de
negcios mais adequado a esta nova necessidade. Alm disso, devido complexidade das
redes convergentes, o usurio final deseja transparncia nos servios oferecidos conforme
acordo de nvel de servios previamente estabelecido, e isto somente possvel devido a
possibilidade de implementao do handover.
Com isso, surge tambm a preocupao de como selecionar as melhores provedoras de
contedo, infraestrutura e acesso para garantir que o servio contratado esteja adequado s
necessidades do usurio final. Os parmetros de QoS fornecidos pelas provedoras de
contedo, infraestrutura e acesso nem sempre so claros para os usurios finais, portanto, a
existncia de uma provedora de servios que oferea parmetros de QoS que possam ser
entendidos e mensurados pelo usurio final, conforme o USLA estabelecido, passa a ser uma
necessidade no novo cenrio de telecomunicaes (SERRA, 2007)(TMF, 2009c).
Para que a provedora de servios possa garantir a transparncia entre o usurio final e
as provedoras de contedo, infraestrutura e acesso so necessrios que todos os servios
intermedirios entre o usurio final e o contedo a ser fornecido, como: redes de acesso,
backbones e contedos, informem a situao em cada momento, para que assim a provedora
de servios possa analisar as informaes recebidas e determinar qual a melhor configurao
fim-a-fim para o usurio final.
Pode-se considerar que para assegurar ao usurio a QoS contratada necessrio que
continuamente a provedora de servios analise as informaes referentes ao desempenho de
cada elemento que compe o caminho do servio fornecido ao usurio final, e assim solicitar
a configurao necessria a cada provedora de contedo, infraestrutura e acesso, sendo assim
a configurao fim-a-fim poder alterar a cada momento atravs dos processos de handover, o
que dificulta a gesto.
No modelo de negcios proposto a caracterstica de cada provedora estar em
destaque, por exemplo: o principal foco da provedora de servios no usurio final e no
relacionamento com as provedoras de contedo, provedoras de infraestrutura e as provedoras
de acesso. A provedora de contedo ter foco nos equipamentos e servidores necessrios para
o fornecimento dos contedos. A provedora de infraestrutura ter foco na rede de backbone,
composta de roteadores, equipamentos de transmisso ptica, equipamentos de transmisso
via rdio, entre outros, para que permita a interligao entre as provedoras de contedo e as
provedoras de acesso. A provedora de acesso responsvel pelo fornecimento da ltima
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milha para o usurio final, e, portanto, o seu foco est diretamente ligado aos equipamentos
que fornecem o acesso, como por exemplo: roteadores wireless, ERB (Estao Rdio Base),
entre outros.
Como principal caracterstica, o novo processo de negcio proposto dever focar para
cada provedora de telecomunicaes as suas caractersticas principais, e, tambm, criar um
mecanismo de integrao entre as mesmas, pois a forma de garantir a transparncia e a QoS
para o usurio final, atravs da contnua anlise da situao da rede de acesso, backbone e
contedo, e tambm, da flexibilidade na configurao, para que possa ser oferecido ao usurio
final o servio com a qualidade contratada.
O modelo de negcios proposto permite que o usurio final possa receber o servio de
forma transparente com a QoS desejada, e, ainda definir claramente os papis e
responsabilidades de cada provedora de telecomunicaes, permitindo melhorar a diviso do
mercado e a especializao de cada provedora de telecomunicaes.
1.3 METODOLOGIA
O presente trabalho foi desenvolvido tendo como base a tese Modelo de negcio para
mobilidade e interatividade em ambientes convergentes heterogneos (KARAM, 2006)
desenvolvida pelo Professor Doutor Dib Karam Junior para a definio do modelo de
negcios de telecomunicaes proposto, e na tese Mtodo para identificao de parmetros
de qualidade de servios aplicados a servios mveis e interativos (SERRA, 2007)
desenvolvida pela Professora Doutora Ana Paula Gonalves Serra que serve como alicerce na
definio do acordo de nvel de servios com foco no usurio final (USLA).
O modelo de negcios proposto para o segmento de telecomunicaes foi construdo a
partir de um framework tecnolgico de mobilidade e interatividade, definido pelo LSA
(MARTUCCI, 2005), sendo que a base para a construo deste modelo o usurio final, uma
vez que ter um servio dirigido a sua necessidade. Para a modelagem do modelo de negcios
proposto est sendo utilizado o SysML (Systems Modeling Language) especificado pelo
OMB (Object Management Group) (OMG, 2008) (SHANA, 2006).
Atravs do detalhamento do modelo de negcios proposto ser possvel entender os
processos de negcios necessrios para todas as provedoras de telecomunicao, o presente
trabalho prope uma adequao do modelo e-TOM do TMF para atendimento das
caractersticas requeridas pelas provedoras de telecomunicaes do modelo de negcio
proposto.
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A arquitetura para a implementao do modelo de negcios proposto est baseado no
trabalho desenvolvido pela comunidade europia, chamado NESSI.
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO
O trabalho est estruturado em sete captulos. O primeiro captulo apresenta a
contextualizao do trabalho, focando nos objetivos, motivao e justificativa que levaram
para a realizao do mesmo.
O segundo captulo apresenta as definies e os conceitos que fundamentam o trabalho
para homogeneizar o conhecimento e a terminologia do que ser descrito captulos seguintes,
sendo apresentados os conceitos de convergncia tecnolgica, qualidade de servios (QoS),
modelo e-TOM, NESSI e Middleware.
O terceiro captulo apresenta o modelo de negcios proposto que permite atender s
necessidades do usurio final em receber servios fim-a-fim de forma transparente, e com
qualidade de servios assegurada em uma rede convergente.
O quarto captulo baseado no e-TOM e no modelo de negcios proposto apresenta
uma proposta de adequao dos processos operacionais apresentados no e-TOM para que
suporte o modelo de negcios proposto.
O quinto captulo apresenta uma proposta de arquitetura para implementar o modelo
de negcios proposto, e, principalmente, a nova proposta de processos de negcios
apresentados no quarto captulo.
O sexto captulo apresenta um estudo de caso que une os conceitos apresentados nos
captulos anteriores que est sendo desenvolvido no projeto SGSCENU (LSA, 2009).
E, finalmente, o stimo captulo dedicado s concluses e contribuies do presente
trabalho, bem como propostas de continuidade do mesmo.
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2. DEFINIES E CONCEITOS APLICVEIS
Este captulo apresenta os principais conceitos aplicados no presente trabalho, que so
convergncia tecnolgica para redes de acesso sem fio, qualidade de servios sobre o ponto de
vista do usurio, modelo e-TOM proposto pelo TMF, modelo NESSI proposto pela
comunidade europia e middleware.
A convergncia tecnolgica permite a disponibilizao de novos servios atravs de
diferentes tecnologias de acesso, por exemplo, possvel oferecer o servio de vdeo
conferncia atravs da rede celular e/ou Wi-Max. A uniformizao dos amplos conceitos da
convergncia tecnolgica e da qualidade de servios serviram de base para a proposio de
um modelo de negcios para o segmento de telecomunicaes.
O e-TOM definido pelo TMF apresenta um modelo de processos operacionais para
uma provedora de servios de telecomunicaes, utilizado como referncia pelas provedoras
de servios, fornecedores de equipamentos, fornecedores de software e integradores de
equipamentos no segmento de telecomunicaes.
O NESSI proposto pela comunidade europia uma plataqforma de sistema aberto
com foco no fornecimento de servios, que juntamente com o middleware permite a
interoperao entre diferentes sistemas das diversas provedoras de telecomunicaes.
2.1 CONVERGNCIA TECNOLGICA
O termo convergncia tecnolgica, de maneira geral, utilizado para designar a
tendncia de utilizao de uma infraestrutura integrada para prover servios que,
anteriormente, requeriam equipamentos, canais de comunicao, protocolos e padres
independentes. Permite que o usurio acesse s informaes de qualquer lugar e atravs de
qualquer meio de comunicao por um dispositivo nico.
As redes de telecomunicaes convergentes, com interfaces abertas e capacidade para
transmitir voz, dados, imagens, som e vdeo, se utilizam das tecnologias convergentes para
oferecer servio interativo, com valor agregado e qualidade de servios apropriada (GORUR,
2006).
A Convergncia tecnolgica utilizada em vrias aplicaes como apresentado a seguir
(FREIRE, 2002) (SERRA, 2007), (DEUTSCHE, 2006):
Convergncia de redes: a unificao entre duas ou mais redes de comunicao
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distintas numa nica rede capaz de prover os servios antes prestados por diversas
redes. Um dos primeiros exemplos a convergncia entre redes de voz e dados,
inicialmente atravs de tecnologia RDSI e, mais recentemente, pela tecnologia
xDSL. Na convergncia de redes tem-se as seguintes subdivises:
Convergncia de pacotes: o transporte de diferentes tipos de informao na
mesma unidade de dado. Exemplo: transporte de imagens e voz no mesmo
formato;
Convergncia de protocolo: a mudana de multiprotocolos para um nico
protocolo na rede, por exemplo, redes IP (Internet Protocol). Nesse contexto as
redes convergentes suportam um protocolo, mas fornecem os servios
necessrios para vrios tipos de informao, como: voz, imagens, vdeo, entre
outros;
Convergncia fsica: quando os pacotes se utilizam dos mesmos
equipamentos da rede fsica;
Convergncia de arquitetura: so a arquiteturas de rede que suportam os
requisitos de redes locais (LAN: Local Area Network) e de longo alcance
(WAN: Wide Area Network).
Convergncia de servios: a disponibilizao de um mesmo servio atravs de
diferentes meios de comunicao, ou seja, o servio se adapta a diferentes
dispositivos com diferentes tecnologias de rede de acesso. Exemplo: telefnica fixa,
telefonia mvel e TV digital. Essa modalidade de servios tem sido utilizada por
diversos segmentos, entre eles o segmento bancrio, traduzindo o uso do dinheiro
virtual. H cada vez mais opes para servir o cliente com operaes, que
originalmente s podiam ser realizadas atravs do caixa humano ou pelo caixa
eletrnico, j est disponvel atravs da Internet, telefone fixo ou mvel;
Convergncia de Dispositivos: a utilizao de um nico dispositivo para acesso a
mltiplas redes e servios. Por exemplo: WiMax, WiFi, DVB-H (Digital Vdeo
Boradcasting handheld). Um exemplo de dispositivo o iPhone da Apple Inc.
que integra recursos multimdia, ligao Internet por tecnologia EDGE com
acesso web, e-mails, ligao local por Wi-Fi e Bluetooth.
Os servios de voz e dados tm includo servios de vdeo e/ou multimdia. Muitos
desses servios comearam a ser oferecidos aps a convergncia de redes, como IPTV
(Internet Protocol Television) que a entrega de servios de televiso digital por meio do
protocolo IP.
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A convergncia entre telefonia fixa e mvel se iniciou em 1990, mas sem resultados
prticos, atualmente as provedoras de telecomunicaes desenvolvem estratgias para
convergncia fixo-mvel (DEUTSCHE, 2006). O Yankee Group publicou um estudo que
identifica quatro estgios sucessivos na convergncia fixo-mvel (YANKEE, 2004):
Convergncia por pacotes: Consiste simplesmente no fornecimento de telefonia
fixa e mvel num nico produto, entretanto sem existir qualquer tipo de integrao
entre essas tecnologias, mas, simplesmente, unificao do atendimento ao usurio
final e cobrana de faturas;
Convergncia de recursos: Integrao de recursos que existiam apenas para
telefones fixos ou mveis. Exemplo: Transferncia automtica de chamadas
direcionadas de um telefone fixo para mvel ou vice-versa e caixa de mensagens de
voz integrada;
Convergncia de produto: o fornecimento de servios em ambas tecnologias que
antes era fornecido em apenas uma tecnologia, ou seja, o amadurecimento da
convergncia de recursos. Exemplo: melhoria do sinal dentro das residncias.
Convergncia total: quando os servios para o usurio ocorrem de maneira
transparente, contnua e com qualidade de servios. A convergncia total permite a
mudana de localizao ou terminal, mantendo acesso s mesmas informaes e
servios. Exemplo: A mesma agenda de contatos telefnicos, perfis e configuraes
ou arquivos multimdia estariam sempre disponveis e sincronizados em qualquer
dispositivo
Vrias outras definies que conceituam a palavra convergncia tecnolgica, como a
publicada pela Comisso Europia de Telecomunicaes (COMISSAO, 1997), a qual define
como a capacidade de diferentes plataformas de rede servirem de veculo a servios
essencialmente semelhantes, ou a juno de dispositivos do usurio, como o telefone, a
televiso e o computador.
O conceito de convergncia tecnolgica definido por (CUNHA, 2004) como a
capacidade do uso de uma mesma plataforma de rede de telecomunicao para transporte de
diferentes servios: telefonia, vdeo, msica e Internet.
O presente trabalho seguir a conceituao definida por (SERRA, 2007) na qual a
convergncia tecnolgica definida de forma ampla e sob o aspecto de sistemas de
informao, considerando o uso integrado de diferentes tecnologias para disponibilizao de
servios mveis e interativos com contedo de multimdia que permitem que o usurio final
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tenha acesso as suas informaes e servios em qualquer lugar, atravs de qualquer rede de
acesso, a qualquer momento e utilizando qualquer dispositivo.
Para atender a conceituao de convergncia tecnolgica utilizada no presente trabalho,
necessrio a integrao de diferentes tecnologias de redes de acesso, de forma a permitir a
mobilidade, a qual suportar servios e aplicaes mveis e interativas com contedos
multimdia atravs de um dispositivo multiuso mvel. O dispositivo multiuso mvel deve
possuir a capacidade de trabalhar com diferentes tecnologias de redes de acesso mvel,
capacidade de transitar em diferentes tecnologias, e tambm dentro da mesma tecnologia, e
suportar servios interativos com contedo multimdia.
A criao de um ambiente convergente tambm exige o desenvolvimento de aplicaes
convergentes, sendo que as mesmas podem conter dados, imagens, udio e vdeo. Alm da
necessidade de integrao e interoperabilidade de sistemas de informao.
O conceito de convergncia tecnolgica utilizada no trabalho traz a seguir tpicos que
devem ser levados em considerao para que haja o fornecimento de servios atravs de redes
convergentes mveis.
2.1.1 Interoperabilidade
A Interoperabilidade importante para a convergncia tecnolgica, pois a
capacidade de um sistema de se interagir de forma transparente com outro sistema. Para um
sistema ser considerado interopervel, muito importante que ele trabalhe com padres
abertos.
O IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers) define interoperabilidade
como a capacidade de dois ou mais sistemas ou componentes realizar a troca de informaes e
de utilizar as informaes que foram trocadas (IEEE, 1990).
Em telecomunicaes, o termo pode ser definido como a capacidade dos sistemas
fornecer e aceitar servios de outros sistemas e de utilizar os servios trocados que permitam
operar em conjunto. a condio alcanada entre os sistemas de telecomunicaes quando as
informaes ou servios possam ser trocados entre si de forma satisfatria aos seus
utilizadores (NCST 1996).
Na arquitetura convergente, o conceito de interoperabilidade de extrema
importncia, pois o intercmbio coerente de informao e servios entre os sistemas, ir
possibilitar a substituio de qualquer componente usado nos pontos de interligao por outro
similar, sem o comprometimento das funcionalidades do sistema. No mbito deste trabalho o
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componente pode ser a provedora de telecomunicaes, ou seja a habilidade de transferir e
utilizar informaes de maneira uniforme e eficiente entre vrias organizaes e sistemas de
informao.
Alm da capacidade de se comunicar de forma transparente, a interoperabilidade no
referencia unicamente a troca de dados entre sistemas. , na verdade, a soma dos fatores
citados, considerando, tambm, a existncia de um legado de sistemas, de plataformas de
hardware e software instaladas. Parte de princpios que tratam da diversidade de
componentes, com a utilizao de produtos diversos de fornecedores distintos. Tem por meta
a considerao de todos os fatores para que os sistemas possam atuar cooperativamente,
especificando as normas, as polticas e os padres necessrios para consecuo desses
objetivos.
2.1.2 Mobilidade
Mobilidade um termo utilizado nas mais diversas reas, em telecomunicaes a
capacidade de usurios ou outras entidades em movimento acessarem servios
independentemente da localizao ou ambiente. A disponibilidade do sistema mvel depende
de diversos fatores, incluindo capacidade de acesso de rede, acordo do nvel de servio entre o
usurio final e a organizao provedora de servio, entre outros.
Mobilidade inclui a capacidade de usar um determinado servio, sem a interrupo de
sua atividade atravs de vrias tecnologias, permitindo o movimento entre pontos de acesso
sem fio (ITU, 2004a), que no pode ser confundido com nomadismo na qual a fixao
temporria, ou seja, o usurio se fixa em algum local para acessar servios de maneira remota
e permanecendo desconectado quando em deslocamento.
O presente trabalho tem como foco o fornecimento de servios de modo ininterrupto
em qualquer local, portanto ser tratado os servios mveis. A mobilidade de extrema
importncia para atender os anseios do usurio em possuir o servio em qualquer lugar e no
momento desejado.
2.1.3 Handover Veritcal e Horizontal
Para permitir uma efetiva convergncia tecnolgica para acesso mvel necessrio
que as redes e os dispositivos possuam suporte a handover vertical e horizontal.
O termo handover ou handoff surgiu na telefonia mvel celular como sendo o
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processo de transferncia de uma chamada entre clulas de forma transparente para o usurio
final quando em movimento, visando manter a ligao. Atualmente, esse termo se expandiu e
existem outras definies complementares a handover que envolvem a troca de rede de acesso
e tecnologia. Um exemplo seria a transferncia de trfego de uma rede celular para uma rede
de TV digital em seu servio de TV mvel (CORVAJA, 2006).
Para o presente trabalho o handover definido como a transferncia do fluxo de dados
que compem o servio dentro da mesma tecnologia handover horizontal, e entre diferentes
tecnologias handover vertical. O handover tem como objetivo interoperar diferentes redes
de acesso e tecnologias com caractersticas tcnicas diferentes de forma a manter a qualidade
de servio contratado pelo usurio final de forma transparente.
O modelo de negcios proposto neste trabalho utiliza o handover como um
mecanismo para garantir a entrega dos servios dentro da qualidade acordada com o usurio
final, e para tanto considera os seguintes tipos de handover (ATTAULLAH, 2008)(LIAO
2006):
Handover Vertical: realizado considerando diferentes tipos de tecnologia na
mesma provedora de telecomunicaes;
Handover Horizontal: realizado considerando o mesmo tipo de tecnologia na
mesma provedora de telecomunicaes;
Handover Horizontal de Entidade: realizado considerando o mesmo tipo de
tecnologia entre diferentes provedoras de telecomunicaes;
Handover Vertical de Entidade: realizado considerando diferentes tipo de
tecnologias entre diferentes provedoras de telecomunicaes.
O handover no um processo simples, pois necessrio que um sistema distribudo ou
no tenha todas as informaes necessrias para a tomada de deciso. As provedoras de
telecomunicaes devero disponibilizar os dados referentes a cada dispositivo para que um
decisor centralizado ou distribudo possa transformar os dados em informaes pertinentes
para o handover. As regras para a realizao do handover devem levar em conta inmeras
situaes, como: localizao do dispositivo mvel e sua provvel direo, situao da QoS
para a direo pretendida pelo usurio (predio de QoS) (SEUNG, 2008)(ZHENYU, 2008),
situao de cada provedora de telecomunicaes necessrio para o fornecimento de cada
servio, QoS contratada com cada provedora e com o usurio final, entre outros. Essas
informaes iro permitir entender a situao da QoS atual e futura, e, portanto, preparar o
cenrio necessrio para executar o handover. Antes de executar o handover, dependendo do
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servio, necessrio realizar a sincronizao do contedo, para que o usurio final no tenha
a perda do servio no momento do handover. Pelo modelo de negcios proposto neste
trabalho, o handover pode ocorrer atravs de diferentes provedoras com dispositivos das mais
variadas tecnologias, sendo necessrio que o decisor tenha condies de solicitar alteraes da
configurao para cada provedora, de acordo com a anlise dos parmetros de QoS fornecido
por cada provedora, tanto o atual quanto o estimado para o prximo perodo de anlise de
QoS.
2.1.4 Multimdia
A multimdia a combinao, controlada por computador, de pelo menos um tipo de
mdia esttica (texto, imagem, grfico) com pelo menos um tipo de mdia dinmica (vdeo,
udio, animao). O termo multimdia refere-se, portanto a tecnologias com suporte digital
para criar, manipular, armazenar e pesquisar contedos.
TANNENBAUM define multimdia como o meio de interagir com apresentaes
computacionais que incluem pelo menos duas das seguintes mdias: texto, udio, imagens
estticas e dinmicas (TANNENBAUM, 1998). Multimdia pode ser classificada em mdia
contnua e mdia esttica, para isso, considerado o comportamento temporal da mdia, ou
seja, mdias que no mudam com o tempo so denominadas estticas ou discretas, como por
exemplo: imagens. As mdias contnuas ou dinmicas possuem dimenso temporal, como por
exemplo: animaes, udio e vdeo.
Este trabalho considera servios multimdia, quaisquer servios cujo contedo possua
pelo menos duas mdias (DONG, 2008) (MYOUNG, 2008).
2.1.5 Interatividade
O termo interatividade surgiu no contexto das crticas aos meios e tecnologias de
comunicao unidirecionais, que teve incio da dcada de 70, e hoje est em pleno uso.
Entretanto, alguns o utilizam como sinnimo de interao, outros como um caso especfico de
interao, a interao digital. Para outros, ainda, interatividade significa, simplesmente, uma
troca, um conceito muito superficial para todo o campo de significao que abrange o assunto
interatividade (SILVA, 1999)(JENSEN, 1998).
A interatividade quase sempre est associada s novas mdias de comunicao, que
pode ser definida como a capacidade de interagir ou permitir interao, que a relao entre
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duas ou mais coisas, ou duas ou mais pessoas. A Interatividade est relacionada extenso de
quanto um usurio pode influenciar na modificao imediata, na forma e no contedo de um
ambiente computacional (YAO, 2008).
Interatividade uma forma do usurio interagir com o servio, com tempo de resposta
adequado, buscando as informaes, recuperando-as, integrando-as, processando-as,
interagindo e construindo novos conhecimentos (SERRA, 2007).
2.2 QUALIDADE DE SERVIO (QoS)
O termo Qualidade de Servio, ou simplesmente QoS (Quality of Service), surgiu
originalmente da qualidade da comunicao atravs das redes de computadores para descrever
caractersticas tcnicas de transmisso de dados. A QoS a habilidade que uma rede tem de
prover melhor servio para um determinado trfego em diferentes tecnologias (ITU, 2003,
2008d) (VOGUEL, 1995)(TAEHYUN, 2009)(TMF, 2005a).
Uma referncia no tratamento de QoS em redes de computadores o Modelo OSI
(Open Systems Interconnection), que tem um conjunto de parmetros de QoS para descrever a
velocidade e a confiabilidade de transmisso, como: atraso, taxa de erro e probabilidade de
falha de conexo. Esses parmetros so utilizados nas camadas de protocolo e no so
diretamente observados ou verificados pela aplicao. Isto aceitvel quando a comunicao
nas redes era usada na maior parte do tempo para dados, mas somente isto no satisfatrio
para servios que provm multimdia e/ou interatividade, que necessitam de outros
parmetros (TANNENBAUM, 1998). Com isso, o termo QoS vem se expandindo visando
englobar alm de redes de computadores, hardware, sistemas operacionais, e diferentes tipos
de aplicaes e servios que permitam suportar a convergncia tecnolgica, mas ainda existe
pouco consenso ou uma definio formal nica. Com isso, so apresentadas algumas
definies de QoS de forma ampla.
O Reference Model Open Distributed Processing (RM-ODP) refere-se QoS como
um conjunto de requisitos de qualidade no comportamento coletivo de um ou mais objetos
(VOGUEL, 1995). A QoS sob o ponto de vista de servios multimdia a representao do
conjunto de caractersticas qualitativas e quantitativas de um sistema multimdia distribudo,
necessrio para alcanar a funcionalidade requerida de uma aplicao. Sendo que
funcionalidade inclui apresentao de dados multimdia para os usurios e satisfao desses
usurios.
Segundo a recomendao E. 800 do ITU-T, QoS o efeito coletivo provocado pelas
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caractersticas de desempenho de um servio, determinando o grau de satisfao do usurio.
Servio o conjunto de funes oferecidas ao usurio por uma organizao e usurio
qualquer entidade externa da rede que utiliza suas conexes para comunicao (FREIRE,
2002).
Sob o ponto de vista de sistema de informao QoS a qualidade que deve ser
apresentada pelos servios oferecidos pela aplicao, que especificada pelo usurio desses
servios na forma de requisitos de qualidade no momento em que o servio solicitado.
Neste trabalho a QoS definida sob o ponto de vista de sistemas de informao e sob a
percepo do usurio final em um ambiente de convergncia tecnolgica, como a qualidade
que deve ser apresentada ao usurio final pelos servios com contedo multimdia, interativos
e mveis oferecidos por uma provedora de telecomunicaes (SERRA, 2007). Sendo que essa
qualidade obtida atravs de um conjunto de requisitos que devem atender a especificao do
servio. A seguir, so apresentadas algumas definies que completam o entendimento da
QoS:
Usurio final: a pessoa que contratou o servio;
Provedora de Servio: responsvel por disponibilizar servios ao usurio final;
Servio: conjunto de aplicaes devidamente estruturadas e concatenadas
oferecidas aos usurios finais por provedoras. Alguns exemplos de servios so:
vdeo sob demanda, jogo on-line, educao a distncia e servio de localizao
(FREIRE, 2002);
USLA (User Service Level Agreement): um documento formal de acordo entre o
usurio e a provedora de servio, que deve definir os nveis de qualidade de servio
percebida pelo usurio final, os tipos de servios e o que mais for pertinente
contratao do servio, de acordo com a legislao e regulamentao vigente
(SERRA, 2007).
2.3 REDES DE NOVA GERAO (NGN)
Os usurios necessitam cada vez mais de redes que permitam mobilidade, banda cada
vez mais larga, QoS, alm de preos acessveis. E as provedoras de telecomunicaes
necessitam de uma plataforma que permita fornecer acesso s informaes com qualidade nos
servios oferecidos. Essa situao permitiu o avano das tecnologias de comunicao ao
longo dos anos e surgiu um novo conceito, chamado de Redes de Nova Gerao (NGN: Next
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Generation Network) que tem como principal caracterstica convergir servios de
telecomunicaes em uma nica infraestrutura de rede.
As redes NGN visam reduzir os canais necessrios conexo para diferentes servios
com qualidade assegurada, alm de viabilizar a reduo de custos, principalmente, devido ao
aproveitamento das redes existentes.
Anteriormente ao conceito de NGN, a rede de dados e a rede de voz operavam
independentemente uma da outra. Atravs do uso do protocolo de internet (IP) as redes
passaram a poder transmitir dados e voz sobre o mesmo ambiente fsico.
De acordo com a ITU-T (International Telecommunication Union ), a rede NGN possui
a seguinte definio: Uma rede baseada em pacotes capaz de prover servios de
telecomunicaes e capaz de fazer uso de mltiplas tecnologias de transporte com qualidade
de servios (QoS) em banda larga, na qual as funes relacionadas a servio sejam
independentes das tecnologias relacionadas ao transporte. Estas caractersticas possibilitam
acesso flexvel aos usurios e mobilidade generalizada, fatores esses que permitiro a
proviso de servios consistentes a todos os seus usurios (ITU, 2006a, 2004a, 2004b, 2009c,
2008d, 2009d, 2008e).
De forma simplificada a NGN o fornecimento de voz, udio e vdeo atravs uma nica
infraestrutura de rede. Na NGN, os pacotes transmitidos so rotulados de acordo com seu
contedo, e atravs desses rtulos que eles so diferentemente tratados pelos mecanismos de
QoS.
Na NGN existe uma separao definida entre a camada de transporte e os diferentes
servios da rede, portanto quando uma provedora de telecomunicaes precisa disponibilizar
um novo servio, pode faz-lo apenas definindo o novo servio diretamente na camada de
servio, sem se preocupar com a camada de transporte, isto , os servios so independentes
dos detalhes de transporte.
Quanto aos tipos de acesso, a NGN dever atender s Tecnologias de Acesso Fixo,
como por exemplo: ADSL (Asymmetric Digital Subscriber Line ), VDSL (Very-High Digital
Subscriber Line), entre outros, e as tecnologias de acesso mvel, como por exemplo: LMDS
(Local Multipoint Distribution Service), MMDS (Multichannel Multipoint Distribution
Service), WiMAX (Worldwide Interoperability for Microwave Access), Wi-Fi (Wireless
Fidelity), Redes mveis 3G, entre outros (ITU, 2004a).
A NGN tem como caracterstica fundamental a capacidade de utilizar diferentes
tecnologias de acesso para seus usurios independente da localizao dos mesmos,
fornecendo os mais diversos servios; dentre as caractersticas do NGN pode ser citado (ITU,
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2004b, 2009d, 2008e):
Separao entre as funes de controle e capacidades de suporte, sesso/chamada, e
aplicao/servio;
Suporte para vrios servios, aplicaes e mecanismos baseados em BB (Building
Blocks);
Suporte a sistemas de banda larga com qualidade de servio (QoS) fim-a-fim;
Acesso de usurios a diferentes provedoras de telecomunicaes;
Convergncia entre os servios da telefonia fixa e mvel;
Independncia das funes relacionadas ao servio das tecnologias relacionadas a
transporte;
Conformidade com todos os requisitos regulatrios.
Alm das caractersticas apresentadas, para se conseguir o ambiente ideal para
implantao da NGN, fundamental a utilizao de tecnologias baseadas em fibra-tica na
sua infraestrutura de backbone, devido necessidade de banda para a transmisso dos
servios convergentes.
As redes atuais de telecomunicaes tipicamente tm custos elevados, pois quanto
maior a quantidade de servios oferecidos ao usurio final, maior a quantidade de
componentes necessrios ao seu correto funcionamento. A rede NGN possibilita a reduo
dos custos operacionais e de manuteno das redes, pois converge os servios de voz e dados
para uma rede de pacotes, simplificando assim as atividades de operao e manuteno. A
aplicao da tecnologia NGN permite:
Compatibilidade com os sistemas de telefonia existentes;
Diversidade de servios aos usurios;
Desenvolvimento de novos servios para os usurios com menor custo.
Como j foi mencionado, a arquitetura da rede NGN proposta pelo ITU-T considera a
separao entre as funes que provem os servios das funes de transporte. Esta separao
dever permitir o oferecimento e o desenvolvimento tanto dos servios existentes, quanto dos
novos servios, independentemente da rede e do tipo de acesso usado (ITU 2004a, 2004b).
De acordo com a arquitetura, a interconexo entre a NGN e as redes atuais dever ser
feita atravs de gateways, que formam uma ponte entre as redes. Os gateways so
equipamentos utilizados para realizar a interconexo entre a rede de voz convencional e a rede
de dados digital, como pode ser observado na figura 2-1.
O gateway de sinalizao responsvel pelo controle e gerao das informaes de
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sinalizao das chamadas em andamento realizadas pelo gateway tronco para iniciar,
acompanhar e terminar uma chamada entre dois terminais, as suas principais funes so:
converso da sinalizao; e traduo das mensagens usados na telefonia fixa ou celular para a
sinalizao VoIP.
Backbone IP
DSLAM
Gateway
Tronco
Telefonia
Fixa
Telefonia
Celular
SS #7 SS #7
Gateway
Tronco
Gateway
Sinalizao
Gateway
Sinalizao
MGC
Telefone IP
Figura 2-1: Arquitetura NGN
O gateway tronco responsvel pela interoperabilidade entre a rede IP e a rede de
telefnica fixa/celular, as suas principais caractersticas so: codificao e decodificao da
voz digital, finalizao das chamadas telefnicas fixa/celular; e transmisso e recepo das
amostras de udio digital encapsuladas em IP.
Os Gateways sero gerenciados pelo MGC (Media Gateway Controller) que so
equipamentos responsveis em codificar os sinais de voz em pacotes de dados e vice-versa.
O MGC responsvel por iniciar e terminar as sesses nas redes e tambm por manter
as informaes sobre as chamadas dos usurios, sendo um de seus principais propsitos a
integrao da sinalizao SS#7 (Sistema de Sinalizao Nmero 7), padro internacional
definido pelo ITU-T, que uma rede digital dedicada usada para inicializao e controle de
chamadas. O SS#7 compe a arquitetura NGN tendo como funcionalidade o transporte de
pacotes com mensagens de sinalizao. Alm das aplicaes relacionadas ao trafego
telefnico, o SS#7 composto de camadas responsveis por estabelecer a troca de dados entre
centrais ou bases de dados.
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O par telefnico conectado ao DSLAM, que um multiplexador de acesso DSL
(Digital Subscriber Line), cuja funo concentrar os dados das vrias linhas com MODEM
DSL, e assim permitindo acesso a rede de dados.
A NGN dever suportar tanto dispositivos terminais existentes quanto dispositivos
terminais convergentes. Portanto, os terminais conectados podem incluir telefones analgicos,
equipamentos de fax, celulares, terminais GPRS, terminais SIP, telefones Ethernet conectados
no PC, dentre outros equipamentos e aparelhos (ITU, 2006a, 2004a, 2004b).
2.4 MODELO E-TOM
O e-TOM (Enhanced Telecom Operations Map), figura 2-2, prope um modelo de
processos de negcios que descreve as melhores prticas para a provedora de
telecomunicaes, sendo adotado pela ITU-T (International Telecommunication Union) na
recomendao M.3050 (ITU, 2007a, 2007b, 2007c, 2007d, 2007e). O e-TOM representa os
processos de negcios de uma provedora de telecomunicaes atual, que est dividido em trs
grandes grupos (TMF, 2008a, 2008b, 2008c):
O grupo de Gesto da Empresa: consiste de atividades referentes administrao da
empresa, como recursos humanos, planejamento estratgico, gesto financeira,
entre outros;
O grupo de Estratgia, Infraestrutura e Produto tem como objetivo realizar o
gerenciamento do ciclo de vida dos produtos e da infraestrutura alinhado com as
necessidades estratgicas da empresa;
O grupo de Operaes compreende de atividades referentes operao e
manuteno dos servios oferecidos pela provedora de telecomunicaes,
atendendo as necessidades de suporte, configurao, garantia de servios e
faturamento.
Alm dos trs grupos, o e-TOM dividido em nveis horizontais e verticais. Os nveis
horizontais so formados por grupos de processos que representam a viso das
funcionalidades dos processos de negcios, sendo o que permite definir a rea responsvel por
criar a capacidade de executar, suportar e automatizar estes processos. J os nveis verticais
representam os processos fim a fim necessrios para o atendimento aos negcios das
provedoras de telecomunicaes, sendo importantes para definir qual o grupo responsvel
por operar e gerenciar cada processo fim a fim.
Dentro do grupo de operaes tem-se quatro nveis verticais que so (TMF, 2008a,
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2008b, 2008c, 2009b, 2009c):
Processos de Cumprimento: so responsveis por fornecer aos usurios finais o
servio solicitado no tempo e com as funcionalidades acordadas, os processos deste
nvel vertical informam o estado do pedido do usurio final e asseguram a
configurao no tempo acordado;
Processos de Garantia: so responsveis pela execuo de atividades reativas e
proativas de manuteno nos servios contratados pelo usurio final, de forma a
garantir a qualidade nos servios contratados. Para tanto, estes processos
monitoram a situao dos recursos de rede para detectar possveis falhas, alm
disso realizam a gesto dos acordos de nveis de servios;
Processos de Faturamento: so responsveis pela coleta dos registros de uso dos
usurios finais, contabilizao e emisso das faturas, tanto em sistemas ps-pagos
quanto em sistemas pr-pagos. Em adicional, estes processos incluem a gesto das
solicitaes dos usurios finais com relao ao faturamento;
Processos de Suporte Operao e Prontido: so responsveis por fornecer a
gesto, logstica e suporte administrativo para os processos de cumprimento,
garantia e faturamento.
Gesto da
Empresa
Estratgia & Infraestrutura & Produto Operao
cliente
Gesto do relacionamento com cliente
Gesto de servios & Operao
Gesto de recursos & Operao
Gesto de relacionamentos com fornecedor/parceiros
Estratgia &
Autorizao
Gesto de marketing e oferta
Desenvolvimento de servios & Gesto
Desenvolvimento de recursos & Gesto
Des. da cadeia de suprimentos & Gesto
(Aplicao, Computao e Rede)(Aplicao, Computao e Rede)
Gesto
ciclo de vida
Infraestrutura
Gesto
ciclo de vida
Produto
Garantia FaturamentoCumprimentoSuporte
Operao e
Prontido
Gesto
Financeira
Gesto de
Recursos
Humanos
Planejamento
Estratgico
Gesto da
Marca &
Propaganda
Gesto de
relacionamentos
externos
Pesquisa &
Desenvolvimento de
Tecnologias
Gesto de Fraudes &
Recuperao de
Desastres
Gesto da qualidade,
processos & Tecnologia
da Informao
Figura 2-2: e-TOM (TMF, 2008)
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Alm dos grupos verticais, o grupo de Operao formado por quatro grupos
horizontais, a saber (TMF, 2008a, 2008b, 2008c, 2009b, 2009c):
Gesto do Relacionamento do Cliente: Esta funcionalidade horizontal tem como
objetivo conhecer as necessidades do usurio final, e para tanto inclui as
funcionalidades necessrias para aquisio, melhoria e reteno do relacionamento
com o usurio final, podendo o relacionamento com o mesmo ser realizado atravs
do telefone, web ou contato direto. As atividades desta funcionalidade so: gesto
de reteno, venda, marketing direto, coleta de informao do usurio final,
personalizao e identificao da oportunidade para o aumento do valor do usurio
final para a empresa;
Gesto de Servios e Operao: Esta funcionalidade foca no conhecimento dos
servios e inclui todas as funcionalidades necessrias para o gerenciamento e
operao dos servios solicitados pelo usurio final. As principais atividades so a
entrega e a gesto dos servios oferecidos, e para tanto estes processos necessitam
das funcionalidades de: planejamento de redes e servios, configurao da rede e
gesto das experincias do usurio final;
Gesto de Recursos e Operao: Este grupo de processo horizontal tem como
objetivo manter o conhecimento dos recursos (contedo e infraestrutura), e
gerenciar todos os recursos utilizados para entregar os servios aos usurios finais;
Gesto de Relacionamentos com Fornecedores e Parceiros: Este grupo de processos
garante que todos os itens que compem os produtos contratados pelo usurio final
esto dentro das especificaes acordadas com os fornecedores e parceiros,
permitindo a gesto fim-a-fim do ciclo de vida dos parceiros e fornecedores que
esto diretamente ligados nos servios comercializados aos usurios finais.
O grupo de Estratgia, Infraestrutura e Produtos formado por trs processos verticais e
quatro processos horizontais, e o foco a provedora de telecomunicaes para que a mesma
gere estratgias de negcios especficas.
Em relao aos processos verticais tem-se (TMF, 2008a, 2008b, 2008c, 2009b, 2009c):
Estratgia e Autorizao: Este processo vertical responsvel pela gesto das
estratgias que suportam os processos referentes ao ciclo de vida da infraestrutura e
dos produtos, e, portanto, estes processos abrangem todos os nveis e reas da
provedora de telecomunicaes, desde o marketing at a operao, incluindo
produtos e usurios finais. A gesto das estratgias envolvem as atividades de
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monitoramento e ajustes das estratgias estabelecidas;
A Gesto do Ciclo de Vida disponibiliza as operaes principais e os
processos de relacionamento com o usurio final em atendimento demanda do
mercado e s expectativas do usurio final. Sendo que os processos de ciclo de vida
so gerenciados por nveis que tomam a deciso na provedora de telecomunicaes,
que analisam o impacto nos negcios, bem como na reteno de usurios finais e na
competitividade. O e-TOM considera dois ciclos de vida:
Gesto do Ciclo de Vida da Infraestrutura: Este processo vertical
responsvel pela definio, planejamento e implementao de toda a
infraestrutura necessria, bem como outras infraestruturas de suporte ao
negcio. Os processos desta vertical identificam novos requisitos,
novas capacidades, e desenvolve melhorias na infraestrutura para
suportar os servios;
Gesto do Ciclo de Vida do Produto: Este processo vertical
responsvel pela definio, planejamento e implementao dos servios
do portflio da empresa. Os processos desta vertical envolvem todas as
atividades necessrias para a gesto de servios, como custo, margens
de lucro, satisfao do cliente, qualidade do produto e canais de
comercializao.
No grupo de Estratgia, Infraestrutura e Produtos tem-se quatro processos, a saber
(TMF, 2008a, 2008b, 2008c, 2009b, 2009c):
Gesto de Marketing e Oferta: Este processo funcional foca-se no conhecimento
para desenvolvimento do negcio principal da provedora de telecomunicaes,
incluindo as funcionalidades necessrias para a definio de estratgias,
desenvolvimento de novos produtos, gerenciamento de produtos existentes e
implementao de estratgias de marketing e vendas;
Desenvolvimento de Servios e Gesto: Este processo funcional foca no
planejamento, desenvolvimento e entrega dos servios para a rea de operao,
incluindo todos os processos necessrios para a definio da estratgia na criao
de servios, no gerenciamento dos servios existentes e na garantia da capacidade
de atender as demandas futuras de servios;
Desenvolvimento de Recursos e Gesto: Este processo funcional foca-se no
planejamento, desenvolvimento e entrega de recursos necessrios para suportar os
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servios de telecomunicaes na rea de operao, incluindo os processos
necessrios para a definio das estratgias para o desenvolvimento da rede de
telecomunicaes, introduo de novas tecnologias e interconexo com redes de
telecomunicaes existentes;
Desenvolvimento da Cadeia de Suprimentos e gesto: Este processo funcional foca-
se nas interaes necessrias da provedora de telecomunicaes com relao aos
parceiros e fornecedores que esto envolvidos na cadeia de valores para o
fornecimento dos servios. O processo desta horizontal permite um suporte na
tomada de deciso e assegura a capacidade em realizar as interaes com os
parceiros e fornecedores.
No grupo de gesto da provedora de telecomunicaes tem-se sete processos, que auxiliam os
processos dos grupos de Operao e Estratgia/Infraestrutura/Produto (TMF, 2008a, 2008b,
2008c, 2009b, 2009c):
Planejamento Estratgico: Este processo foca-se no desenvolvimento das