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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES
PROJETO DE PESQUISA DE PÓS-DOUTORAMENTO
DANÇA E TEATRO NA EDUCAÇÃO DA PRIMEIRA INFÂNCIA
Projeto de Pesquisa de Pós-Doutoramento,
apresentado ao Programa de Pós-Doutorado
da Escola de Comunicação e Artes da
Universidade de São Paulo (ECA-USP/SP).
Modalidade: sem bolsa
Período: 22.08.2016 a 22.02.2017.
PROFª DRª PATRÍCIA DIAS PRADO (FEUSP/SP)
Supervisora: Profª Drª Elisabeth Silva Lopes (ECA-USP/SP)
SÃO PAULO
maio 2016
2
RESUMO: Este projeto de pesquisa de pós-doutorado busca, no intercâmbio acadêmico com a
Escola de Comunicação e Artes, da Universidade de São Paulo/SP, aprofundar os estudos e
pesquisas que venho realizando, junto à Faculdade de Educação desta mesma Universidade,
sobre as experiências estéticas, artísticas e formativas em dança e em teatro na Educação da
primeira infância, a partir da investigação das propostas desenvolvidas pelo Projeto Verdanzar,
em Montevideo/Uruguai, que busca promover a circulação e o acesso às criações cênicas em
dança e teatro para crianças, jovens, docentes e famílias, através de investigações, formações,
oficinas, espetáculos e festivais, impulsionando e criando vínculos entre instituições educativas,
comunidade e coletivos artísticos. Para isso, realizarei pesquisa de campo com observação
participante nestas propostas, com registro em diário de campo e através da fotografia e/ou da
filmagem em vídeo, além da realização de entrevistas semiestruturadas com as/os artistas e de
conversas informais com as crianças e demais envolvidas/os. Os dados e materiais coletados
serão analisados em relação e à luz da produção recente das pesquisas no campo da Educação
Infantil e das Ciências Sociais, na interface com as Artes na primeira infância, em especial, com
a Dança e com o Teatro, na busca por conhecer quais as implicações dos conhecimentos
produzidos pelo referido Projeto para a construção de uma Educação da primeira infância de
corpos inteiros, fundamentada nas Artes, em especial, nas danças e teatros das culturas infantis,
de convívio com as diferenças, do movimento, das gestualidades, da brincadeira, das
performances, da invenção, da ousadia e das diferentes formas de expressões e manifestações
culturais e artísticas na formação científica, profissional e humana, de meninos e meninas
pequenas, de suas professoras/es, pesquisadoras/es e artistas.
3
SUMÁRIO
Introdução ...................................................................................................................................04
1. Problematização e Justificativas ............................................................................................10
2. Objetivos ...................................................................................................................................15
3. Metodologia ..............................................................................................................................16
4. Divulgação e Repercussões esperadas ....................................................................................19
5. Cronograma e Plano de Trabalho ..........................................................................................20
Referências ............................................................................................................................... ....21
Anexos
Anexo 1 – Carta Convite do Projeto Verdanzar e aceite para realização da pesquisa ..........27
Anexo 2 – Roteiro Preliminar da Entrevista Semiestruturada com artistas .........................28
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Introdução
Há mais de vinte anos iniciei minhas pesquisas no campo da educação da primeira
infância, no mestrado (PRADO 1998) perguntei: se todas as pessoas produzem culturas, as
crianças pequenininhas também produzem? Quais são? O que elas revelam? Busquei ampliar o
olhar desenvolvimentista em Psicologia (minha formação primeira), no enfoque da infância, da
brincadeira e da Educação Infantil1, mais precisamente, daquelas correntes de pensamento que se
fundamentam numa perspectiva cronológica de progresso e de evolução linear dos sujeitos, na
perspectiva dos campos do conhecimento das Ciências Sociais, em especial, na Sociologia e na
Antropologia.
Reconhecer a capacidade das crianças pequenas de construírem culturas na diversidade
representa a criação de um conceito recente de infância, que começa a ser pensado e que traduz a
inovação do tema dentro de uma escassa bibliografia e de inúmeras dificuldades, seja na busca
por compreender o desenvolvimento como fenômeno da cultura, seja na negação da condição
hierarquizada e etapista da construção dos sujeitos, pois crianças e adultas/os ocupam lugares
ativos na história. Assim como aponta Chauí (1980), somente com a idéia de sujeitos históricos é
que foi possível a elaboração de teorias e da realização de práticas de emancipação dos seres
humanos.
No campo educativo a infância, muitas vezes, é concebida de forma fragmentada em
tantas áreas de desenvolvimento: cognitivo, social, afetivo, lingüístico, motor,... que a criança
que se apresenta constitui-se por um conjunto de comportamentos e habilidades que, reunidos
por articulações teóricas abstratas, parece desvinculada do social como alguém impermeável às
relações de idade, de classe social, de etnia, de gênero - alguém que está apenas em processo de
socialização e, portanto, numa trajetória de capacitação para a vida social, adulta, séria e
produtiva.
Esta noção de desenvolvimento psicológico a serviço da produção de saberes
indispensáveis para a regulação disciplinar e social do curso de vida fornece seus critérios à
Educação da infância, organizada de acordo com as exigências do mundo do trabalho nas
sociedades capitalistas. A escolha destes critérios pode demonstrar uma naturalização da
infância, estado precário e efêmero que deve encaminhar-se para sua resolução num tempo de
1 Espaços garantidos para crianças de 0 a 5 anos e 11 meses de idade, pela Constituição Brasileira de 1988, como
dever do Estado (art. 208) e opção da família; definidos pelas Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei
9394/96) como Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, também composta pelo Ensino Fundamental e
Ensino Médio.
5
estabilidade e maturidade, por meio do acúmulo de experiências e de conhecimentos que
caracterizam a vida adulta (como se esta não fosse também provisória). Em estado imperfeito,
posto que transitória, inacabada, a infância, assim qualificada na linearidade do tempo
cronológico, parece autorizar a opressão, a dominação, o controle e o adultocentrismo
(PERROTTI 1982).
A escolarização precoce, a didatização do lúdico e o furto da infância em nome das
aprendizagens lógicas e racionais, negam às crianças pequenas o jogo e a brincadeira como
experiências estéticas, como criação de possibilidades de questionamentos da realidade e de
criação de novas possibilidades através das suas manifestações artísticas (RICHTER 2002). Por
isso, é preciso: “(...) ousar, ir ao encontro da linguagem como expressão criativa do ser, onde o
sujeito não se anula e nem se desfaz” (JOBIM e SOUZA 1996,55).
Para Larrosa (2002), as relações que as crianças estabelecem na cultura não se reduzem a
simples capacidade ou incapacidade de interação, pois o que está em jogo é uma compreensão da
noção de experiência (a experiência da escola, da cidade, do teatro, da família, da rua, etc.),
enquanto maneiras de viver e construir o mundo, mais amplas que as formas impostas de
socialização e de incorporação do mundo. Existe, portanto, uma relação intrínseca entre cultura e
experiência. Sob esta perspectiva, os processos educativos e as relações sociais que as crianças
estabelecem na diversidade não podem ser compreendidos apenas em termos lingüísticos ou de
cognição, mas também, em torno das experiências de classe social, de gênero, de idade, de etnia
e das culturas que crianças e adultos/as estão produzindo, pois: “(...) os significados elaborados
pelas crianças são qualitativamente diferentes dos adultos, sem por isso serem menos elaborados
ou errôneos e parciais” (COHN 2005, 33-4).
Em minha pesquisa de doutorado (PRADO 2006), continuei atenta para a capacidade de
as crianças pequenas e pequenininhas, em contextos educativos e públicos de Educação Infantil,
expressarem-se através de múltiplas linguagens (choros, olhares, gestos, balbucios, risadas,
silêncios, toques, falas, movimentos, etc.), não apenas através da fala, investigando suas
manifestações e expressões culturais, e observei sua capacidade de transgressão, de
sociabilidade, de invenção e criação de propostas de brincadeiras não previstas pelas professoras,
de construção de regras com liberdade, de continuidade das brincadeiras em dias alternados, de
escolha de parceiros distintos (professoras, crianças, maiores, menores, meninas, meninos) para
atividades também distintas (descanso, desenhos, refeições, danças, banho, parque, etc.),
estabelecendo relações afetivas diversificadas, contrariando outros campos do conhecimento que
6
pesquisam esta faixa etária – revelando e confirmando a existência de uma (várias) condição
(ARENDT 1993) infantil, para além de uma (única) natureza infantil.
Em 2008, ingressando como professora junto à FEUSP/SP, na área da infância,
desenvolvi a pesquisa: “Alegria, brincadeira e Arte?: um estudo sobre experiência estética,
educação e culturas infantis entre crianças pequeninhas em creche universitária”, na continuidade
de busca pela ampliação do conceito de infância, especialmente, a partir daquelas/es que iniciam
um diálogo entre o campo das Artes, da Educação, com as experiências sensíveis e estéticas
infantis e adultas (BARTOLOMEIS 1998, FARIA 1999, RICHTER 2004, GOBBI 2004, etc.).
Pensar sobre a articulação entre o campo antropológico e o campo das Artes, todavia, é
conceber as culturas infantis como mediação e eleger a brincadeira e as experiências estéticas,
poéticas e artísticas das crianças pequenas como categorias de análise das expressões e
manifestações culturais infantis, aquelas que não se dão somente em obras materiais, mas
também na capacidade de as crianças transformarem a natureza e de estabelecerem relações
sociais múltiplas e diversas. As culturas infantis manifestam-se como aberturas para novas
formas de ver e compreender a infância e seu significado, tanto para as próprias crianças como
para além delas, são comportamentos, formas, expressões, sentimentos, estéticas e expectativas
que chegam até nós não só verbalmente, mas por meio de representações, imagens e impressões
que emergem do conjunto da dinâmica social (FERNANDES 1979).
Desde 2009, portanto, passei a coordenar o Grupo de estudos: “Pesquisa e Primeira
infância: Linguagens e Culturas infantis” (FEUSP/SP), que privilegia o desenvolvimento de
metodologias de pesquisas com crianças pequenas e bem pequenas, em contextos coletivos e
educativos, na esfera pública, como em instituições de Educação Infantil (creches e pré-escolas),
e fora delas, como em contextos artísticos, de educação não formal, teatros, parques, assim
como, com as/os profissionais da primeira infância. As temáticas centrais dos estudos e
discussões do grupo, a partir dos campos da Educação e Ciências Sociais (como a Antropologia
e a Sociologia), na interface com as Artes na primeira infância, em especial, com a Dança e com
o Teatro, partem da concepção de que as crianças têm direito de protagonizar uma sociedade e
uma educação emancipatória, pois são produtoras e não somente reprodutoras de culturas, desde
o nascimento – capazes de manifestações e expressões culturais e artísticas em diferentes
linguagens, especialmente, as do corpo, dos gestos, dos movimentos, da brincadeira!
Os objetivos das pesquisas buscam conhecer quem são as crianças, o que elas estão
produzindo na diversidade (de classe social, gênero, idade, geração, etnia, etc.), suas linguagens,
manifestações expressivas, artísticas e culturais, como também, o que as/os profissionais da
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infância (professoras/es, pesquisadoras/es, artistas) têm aprendido com elas e as implicações
destes conhecimentos para a construção de uma Educação da infância que respeite o direito de
crianças e adultas/os ao convívio com as diferenças, à formação humana permanente, às
múltiplas expressões e dimensões humanas, ao movimento, à dança, ao teatro, à invenção e à
ousadia. Dentre elas, destaco as pesquisas de Sousa (2010, 2014) sobre as linguagens teatrais e
cênicas na Educação Infantil e de Silva (2012, 2014) sobre o Teatro para e com bebês no Brasil.
Desde então, passei a acompanhar a produção de espetáculos de grupos e/ou companhias
brasileiras de dança e de teatro para crianças pequenas e bem pequenas, dentre elas, destaco a
Cia. Balangandança (São Paulo/SP) que, desde 1997, é pioneira em unir “arte e educação para
discutir a linguagem corporal da criança com espetáculos inovadores”2, os Grupos Ventoforte
3 e
Sobrevento4 (São Paulo/SP), também pioneiros no Teatro para bebês, o Grupo Lagartixa na
Janela (São Paulo/SP)5 e a Cia Tugudum
6 (Campinas/SP), com premiados espetáculos de dança
contemporânea para bebês, no Brasil; além de participar de encontros, congressos, espetáculos e
festivais como do Festival Visioni di futuro, visioni di Teatro, junto ao Teatro Stabile
d’Innovazione per’Infanzia e Gioventù: La Baracca Testoni Ragazzi, em Bolonha/Itália (2009),
nos Festivais Internacionais Paidéia de Teatro para Infância e Juventude: uma janela para a
utopia, em São Paulo/SP, do Festival Internacional para Niños y Jóvenes, em Córdoba/Argentina
(2014), assim como, pretendo participar do IV Foro Internacional de Investigadores y Críticos de
Teatro para Niños y Jóvenes, em Buenos Aires/AR, em julho, deste ano de 2016, com
apresentação de trabalho.
Em 2010, formulei e apresentei a disciplina optativa: “Artes e Educação Infantil II: dança
e teatro”, junto ao curso de Pedagogia (FEUSP/SP). Por possuir características experimentais,
dada sua construção ainda incipiente, mas de importância emergente no campo da formação de
professoras/es da Educação Infantil, em cursos de graduação em Pedagogia e fora deles, a
disciplina foi colocada em observação e análise constantes, no projeto de pesquisa que
desenvolvo, desde então, “Educação Infantil, corpo e Arte: dança e teatro na formação em
Pedagogia”, que corresponde às investigações sobre a dança e o teatro na educação da primeira
infância e na formação das/os suas/seus profissionais, na busca por caminhos possíveis para
2 Em http://balangandanca.com.br/, acessado em 05.03.2016. 3 Em http://teatroventoforte.blogspot.com.br/, acessado em 01.04.2016. 4 Em http://www.sobrevento.com.br/index.htm, acessado em 05.03.2016. 5Em https://lagartixanajanela.wordpress.com/, acessado em 01.04.2016. 6 Em http://tugudum.com.br/, acessado em 01.04.2016.
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experiências corporais, artísticas, criativas e estéticas na formação (PRADO; SOUZA 2011,
GOETTEMS; PRADO 2014).
Na Pós-Graduação em Educação (FEUSP/SP), formulei e ofereci a disciplina: “Pesquisa
com crianças, culturas infantis e educação dos corpos na primeira infância” (2013 e 2014) e,
mais recentemente, “Educação de Corpo Inteiro” (2015 e 2016)7, buscando caminhos de reflexão
e de apropriação das culturas do corpo, portador de múltiplas linguagens e central para o
entendimento e desvelamento das problemáticas emergentes nos processos educativos atuais e
para a produção do conhecimento cientifico no campo da Educação, através das diferentes
formas de expressões e manifestações culturais e artísticas na formação científica, profissional e
humana, promovendo encontros e experiências corporais e artísticas entre estudantes e artistas,
levando as/os artistas até a Universidade, como também, as/os estudantes até os/as artistas.
Com este mesmo objetivo, o presente projeto de pesquisa para meu pós-doutoramento
busca aprofundar minhas investigações sobre as experiências formativas em dança e teatro na
Educação da primeira infância, na formação inicial em Pedagogia, na pós-graduação em
Educação e fora delas, como nos cursos de formação continuada de professoras/es, nos teatros,
em centros artísticos e culturais, em grupos e companhias artísticas, em festivais e espetáculos de
dança e teatro para crianças, etc.; refletir e discutir sobre a construção dos corpos nas danças e
teatros das culturas infantis, no sentido de consolidar uma educação de corpos inteiros (PRADO
2015), dos movimentos, das gestualidades, das linguagens táteis, pele-pele, das brincadeiras, das
performances e das diferentes formas de expressões e manifestações artísticas, como um dos
fundamentos (em construção) da educação da primeira infância e, portanto, da formação de
suas/seus profissionais (professoras/es, pesquisadoras/es e artistas).
A produção teórica e artística para crianças pequenas e bebês aponta para a necessidade
de formação das/os adultas/os nas diferentes linguagens artísticas: dança, teatro, música, poesia,
pintura, escultura, cinema, desenho, etc., concebendo as crianças para além das concepções
desenvolvimentistas e centradas no indivíduo, no sentido de uma formação humana, solidária,
diversa, sensível e poética (LAREDO 2003, CARNEIRO NETO 2003, SORMANI 2004,
FRABETTI 2009, ACIOLY 2009). Ao conceber propostas artísticas, oficinas, cursos,
espetáculos, festivais, etc., que vão ao encontro da sensibilidade estética das crianças pequenas e
bem pequenas, as/os artistas têm revelado que buscam conhecer quem elas são, a partir de um
7 Em parceria com a Profª Drª Mônica Caldas Ehrenberg (FEUSP/SP).
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olhar não hierarquizado, não infantilizado (SILVA 2012, 2014), tendo o corpo como princípio
(BOLONHESE 2003) e os olhos livres para as suas produções (GOBBI 2007).
Para isso, pretendo investigar a produção artística e formativa em dança e teatro para
crianças pequenas e para a formação docente e artística, junto ao Projeto Verdanzar, composto
por artistas uruguaias/os, da cidade de Montevideo/UR, para conhecer e analisar as concepções
de suas/seus artistas sobre infância, Dança e Teatro na primeira infância e na formação
continuada de docentes e artistas, desde o processo de criação e de organização dos cursos,
oficinas, festivais e espetáculos, até sua realização e encenação, estabelecendo um diálogo
analítico com a produção recente do campo da Educação Infantil e das Artes na infância,
especialmente, com a dança e o teatro, no encontro entre profissionais da infância, profissão que
está sendo inventada (MANTOVANI; PERANI 1999), no sentido de consolidar uma
comunicação com as crianças para além do verbo (BECCHI 1994), negando a didatização das
Artes, a Pedagogia cognitivista, o Teatro escolarizante, a Dança estereotipada e a linguagem da
palavra adultocêntrica.
Nesta proposição, Verdanzar é um projeto latino americano consolidado, que oferece
possibilidades de intercâmbio internacional frutífero para a ampliação dos estudos que o campo
da Pedagogia do Teatro vem construindo no Brasil, como aqueles desenvolvidos junto à Escola
de Comunicação e Artes da USP/SP, pela Profª Drª Elisabeth Lopes (LOPES 2014, 2011, 2010,
dentre outros), e para a produção recente de pesquisas no campo da Pedagogia da Infância e da
formação de suas/seus profissionais, na interface com as Artes na primeira infância,
especialmente, com a Dança e o Teatro, como tenho desenvolvido junto à Faculdade de
Educação da USP/SP, pois tem como objetivos: “promover a circulação e o acesso às criações
cênicas de dança e teatro para crianças, jovens, docentes e famílias, através de formações,
oficinas e espetáculos; estimular a formação de novos públicos para a dança; difundir a dança e
as artes cênicas para a infância e a juventude; fortalecer o vínculo Educação e Arte,
impulsionando as instituições educativas; fomentar o interesse e a participação nas atividades ao
público em geral; criar e fortalecer vínculos entre instituições, comunidade e coletivos artísticos;
dar continuidade e desenvolver novas produções dirigidas ao público alvo e consolidar o projeto
junto à agenda cultural e educativa nacional”8.
8 Tradução da pesquisadora. Em http://verdanzar.blogspot.com.br/, acessado em 10/03/2016.
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1. Problematização e Justificativa
A temática aqui proposta não é inédita no campo da Educação. Entretanto, o que se observa
é a fragilidade das instituições infantis e de formação de profissionais da infância em relação ao
respeito e à consideração às culturas infantis que estão sendo produzidas na diferença, por
meninos e meninas pequenas, a partir de suas corporeidades, gestualidades, movimentos,
brincadeiras, linguagens e performances (PRADO; SOUZA, 2011).
Faz-se necessária uma outra formação profissional docente (formação+
pesquisa = inovação), também sofisticada, e uma pedagogia para a
infância que não seja apenas sinônimo de ler e escrever, que não faça da
palavra um atalho para o conhecimento (MALAGUZZI 1988), com
professores(as) capazes de trabalhar com idades misturadas, em duplas de
adultos sem hierarquia, alfabetizados nas cem linguagens, críticos das
pedagogias espontaneístas e cognitivistas, superando os binarismos, o
adultocentrismo, o sexismo, o racismo, enfim todos os preconceitos e
desigualdades (FARIA; RITCHER 2009, 110).
Para a construção de uma educação da infância que respeite o direito das crianças de
viverem suas infâncias plenamente, através das brincadeiras (BRASIL 1995/2009) é preciso
retomar a tensão entre corpo e infância, e questionar a tradição ocidental que busca,
incansavelmente, separar corpo e mente, negar às crianças conhecerem e sentirem o mundo
através da brincadeira, quando seus corpos estão inteiros, plenos, imersos nas suas experiências,
proporcionando também às/aos profissionais da infância: “ (...) tocar, mexer, puxar, empurrar,
andar, sentir, perceber, olhar, falar, gargalhar, gritar, sussurrar, dançar, correr, brincar, jogar,
ouvir e narrar uma outra história em que soem muito estranhas expressões como: “agora, não”,
“ainda, não” e “não, mais” (SAYÃO 2008. p.104).
Contudo, não só as brincadeiras, mas as diversas linguagens manifestadas pelas crianças
através de seus gestos, movimentos, expressões é que vão dando-lhes sentido à infância,
substantivo plural (SAYÃO 2005) e, neste sentido, garantem uma troca de conhecimentos tanto
entre as crianças, entre elas e as/os adultas/os e entre as/os adultas/os. Para que isso ocorra é
necessário uma escuta ou olhar sensível por parte das/os adultas/os, que precisam estar atentas/os
às expressões e ao que os corpos das crianças estão querendo comunicar.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) prevê o ensino de arte
como conteúdo curricular e sugere a presença das diferentes linguagens artísticas, ou seja, artes
visuais, música, teatro e dança na escola. Entretanto, a dança e o teatro, geralmente, são
11
desenvolvidos com as crianças apenas para apresentações nas festas juninas, no fim de ano,
através de coreografias e encenações estereotipadas para apresentação às famílias, privilegiando o
produto e a reprodução de movimentos que nem sempre fazem parte do repertório expressivo das
crianças. A didatização da Dança, assim como do Teatro, das Artes plásticas e visuais, através
dos desenhos mimeografados e encenações artificiais e decoradas, confirmam o processo de
escolarização precoce dos corpos, pensamentos e emoções das crianças.
Para Strazzacappa e Morandi (2006) as linguagens artísticas e corporais não devem priorizar a
execução de movimentos corretos a partir de um determinado padrão, pelo contrário, devem partir do
pressuposto de que são formas de comunicação humana próprias de cada indivíduo, capazes de expressar
o que são, pensam, fazem e desejam. As crianças têm direito de viver e experimentar, através de
seus corpos/mentes, distintas e diversas possibilidades de experiências lúdicas, artísticas e
poéticas (XAVIER 2007, MARQUES 2010, MILLER 2012). Para isso, elas precisam encontrar
adultas/os que reconheçam em seus próprios corpos e nos das crianças, possibilidades de
construção de culturas através das linguagens corporais, plenas de sentidos e significados.
Nesse sentido, a vivência, discussão e reflexão de seus próprios corpos nas e através das
danças e teatros são fundamentais para a formação profissional e estética das profissionais da
primeira infância, na ampliação de seus olhares e possibilidades de conhecer as crianças, saber
quem elas são de corpos e mentes indissociáveis.
Considerando que “não só de palavras se escreve a Educação Infantil, mas de lutas
populares e do avanço científico” (ARELARO 2005) e a pesquisa como criação, vida, mudança,
transformação, recomeço, pode-se dizer que a Universidade – como local privilegiado de
elaboração de pesquisas – deve estar conectada com a vida concreta. Ensino, pesquisa e
conhecimentos precisam estar fundamentados além de suas políticas, na atitude educativa de
suas/seus professoras/es, com condições de trilhar caminhos que aproximem rigor e técnica com
a autoconfiança, considerando que, o desejo de buscar e criar as respostas para as inquietações
vem da beleza do mundo, numa orquestração de linguagens e saberes (MOREIRA 2008).
Nesse sentido, qual é o lugar das Artes na Educação na primeira infância e na formação
docente? Como podemos construir caminhos de conhecimento através das experiências estéticas
e artísticas na formação profissional, científica e humana? Como as danças e os teatros podem
trazer possibilidades de questionar a educação adultocêntrica, que considera a palavra como única
forma legítima de comunicação e construção de culturas?
Neste diálogo entre Educação e Artes percebe-se uma lacuna, já que, ao trazer a
comunicação do corpo para relativizar o senso pedagógico, que diz ser o verbo o mobilizador da
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educação na infância, as Artes questionam a Educação do corpo passivo e submisso. Para que as
linguagens artísticas possam contribuir para a formação das profissionais da primeira infância e
da Educação de crianças pequenas e bem pequenas é fundamental que esta venha acompanhada
de uma discussão sobre concepção de infância e de sua educação. De quais crianças e infâncias
estamos falando? Qual Educação através das Artes e por elas a Educação da primeira infância
vem buscando fundamentar-se?
A história da infância e de sua educação revela a própria história da ambivalência, da
atenção e do controle (GUATTARI 1987), da liberdade e da subordinação (ARIÈS 1981), da
dependência e da autonomia (QVORTRUP 2000). Entre dois extremos perde-se a dimensão das
múltiplas possibilidades das crianças concretas, que possuem formas próprias de expressão, de
manifestação cultural, de sociabilidades, de interpretação, de reprodução e de invenção. A
negação e a substituição precoce do tempo da infância impõem a necessidade de reconhecer o
direito das crianças à própria infância, colocando às instituições educativas e artísticas a
constituição de espaços em que as crianças não se limitam apenas a se apropriarem de uma
parcela da vida experimentada ou observada, mas também de alargá-la, condensá-la, intensificá-
la, conduzi-la para novos caminhos e possibilidades.
Caminhos que se revelam quando as crianças emergem como protagonistas e ganham a
cena, voz e ouvidos (BENJAMIN 1984). Com elas, emergem também um tempo e um lugar de
se viver a infância, múltipla e diversa, personagem da brincadeira numa festa de cores, corpos,
gestos, olhares, silêncios, formas, sabores, palavras e movimentos. Esta busca parte do
reconhecimento da dimensão profunda da Arte, sua problematização, vivência, corporiedade e
relação formativa complexa, daquilo que rompe com a psicologização e com a pedagogização da
infância, das brincadeiras e das culturas que as crianças estão construindo, negando a
simplificação das capacidades das crianças, a imobilidade, a imitação, a limitação de
materialidades e a cópia.
A admiração, a surpreendência, o imprevisto (BUFALO 1997) podem ocupar, construir,
modificar, alterar e transpor a lógica racional trazendo diferentes linguagens plásticas, musicais,
dançantes, cênicas, silenciosas, ruidosas, poéticas, como coloca Rabitti (1999), numa Arte que
derrama e se espalha, que permite as Cem Linguagens das crianças (MALAGUZZI apud
EDWARS et al 1999), que educa também as/os adultas/os. As experiências estéticas são,
portanto, experiências de humanização, de criação e de liberdade, de investigação infantil e
adulta, sem as quais, as ciências normativas estabelecem um conjunto de regras que se impõem
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sobre a vida, o fim da construção de estados estéticos, do belo, da arte, do gosto, do gozo, do
entusiasmo, da poética, da sensibilidade, da alegria (BACHELARD 1988).
Assim, as brincadeiras e as manifestações artísticas das crianças podem ser concebidas
como a materialização de caminhos da experiência, durante as quais as crianças criam suas
próprias formas de relações sociais, diferentes daquelas impostas pelas/os adultas/os, pondo em
jogo as formas de autoridade e inventando outras lógicas possíveis. Ouvir, observar e criar
condições que favoreçam as produções infantis resulta no conhecimento experimental das
crianças, na problematização das concepções sobre Arte, Educação e condutas criadoras infantis
– reconhecendo mais o valor das ações e das experimentações das crianças do que aquilo que foi
feito (VALERY 1999).
Entretanto, é preciso também desconstruir as concepções que o termo Arte possui no
campo educativo, desgastado, rotineiro, bidimensional, figurativo, que segue modelos
tipificados, mimiografados, coreografados, esteriotipados, com objetivo de disciplinar e
homogeneizar os corpos e as mentes de crianças e adultas/os, definindo metodologias e modelos
esvaziados da conduta humana criadora e inventiva, desde a pequena infância, através da
reconstrução da dimensão brincalhona do ser (pré-requisito das profissionais da primeira
infância), o sentido do prazer, essência primordial da brincadeira, de experimentação própria da
liberdade criativa (HUIZINGA 1971), de construção de jogos dramáticos (SLADE 1978) e de
brincadeiras cênicas, dançantes e performáticas (SOUZA 2014).
Propor assim, neste estudo, a mudança de lugares sob este ponto de vista, implica (e que
o faça) na construção de uma Educação da primeira infância que ouça e observe as/os artistas e
suas propostas junto às crianças e a partir delas, aprendendo com elas e sobre elas, inventando
moda, transgredindo, lidando com o inusitado, em espaços em que ambas/os podem expor seus
sentimentos, pensamentos, sensações e criações artísticas.
Desta forma, algumas questões iniciais podem ser delineadas em relação ao referido
Projeto sob investigação: Qual a origem, natureza e trajetória do Projeto Verdanzar? Como e a
partir de quais concepções (de infância, de dança e de teatro, na relação com a educação e com a
formação, etc.), se dá o planejamento, a organização e a realização das propostas (oficinas,
cursos de formação, espetáculos, etc.)? Nestes momentos, o que as crianças revelam em suas
experimentações? Quais as culturas infantis que elas estão construindo? O que as crianças
demonstram é levado em consideração? De quais formas? Quais os elementos presentes que
favorecem a ampliação da dimensão estética das crianças, a beleza, o brilhante e quais rompem
com esta mesma dimensão? Há possibilidade para que as crianças continuem suas reflexões e
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não percam o contato com as suas experiências? As crianças ficam capturadas pelas experiências
estéticas propostas? Elas são provocadas a interrogar e a inventar? A alegria e o prazer, essências
da brincadeira, estados estéticos da Arte (HUISMAN 1973), a diagoguê (HUIZINGA 1971),
dentre outros elementos, estão sendo priorizados? De que formas e a partir de quais concepções?
Qual o ponto de vista das artistas, professoras e famílias em relação às experiências
estéticas vividas nos cursos, oficinas e espetáculos para as crianças, suas famílias e para a
formação continuada de professoras/es e profissionais da infância? Quais as possibilidades
formativas para as transformações no fazer e pensar artísticos e educativos de crianças e
adultas/os através das propostas de criações cênicas em dança e teatro? Quais as relações destes
conhecimentos para a formação de corpos lúdicos, dançantes e cênicos na e para a Educação da
primeira infância?
15
2. Objetivos
Investigar as propostas, investigações e experiências estéticas, artísticas e formativas em
dança e teatro para e com meninas e meninos pequenos, suas famílias, e para a formação docente
e artística, desenvolvidas pelo Projeto Verdanzar (Montevideo/UR) e analisar quais as
implicações destes conhecimentos para a construção de uma Pedagogia da infância fundamentada
nas Artes, em especial, nas danças e teatros das culturas infantis, do convívio com as diferenças,
do movimento, das gestualidades, da brincadeira, da invenção, da ousadia e das diferentes formas
de expressões e manifestações culturais e artísticas na formação científica, profissional e humana.
16
3. Metodologia
Investigar a Dança e o Teatro na Educação da primeira infância representa um risco de
confronto com a criação de algo recente, num campo ambíguo de um espaço que começa a ser
pensado e que, por isso, traduz uma escassa bibliografia e inúmeras dificuldades, seja na busca
por compreender o próprio desenvolvimento como liberdade, seja na negação da condição
hierarquizada na construção dos sujeitos, pois, crianças e adultos/as ocupam lugar na história e
na cultura.
Tendo como base a pesquisa qualitativa (LUDKE; ANDRÉ 1986), que se apresenta como
um desafio no momento em que a observação direta coloca em evidência as condições da
produção dos fenômenos estudados e requer análise intensiva dos dados, os procedimentos
metodológicos partirão da tentativa de conceber um olhar interdisciplinar sobre as temáticas
abordadas através do levantamento, da revisão e do estudo bibliográficos constantes, para
aprofundamento e ampliação conceituas e analíticos, além do refinamento de metodologias de
pesquisa com crianças pequenas, como venho realizando em Demartini, Faria e Prado (2009) e
em Martins Filho e Prado (2011).
Pretendo realizar a pesquisa de campo de inspiração etnográfica, tradutora de discursos
científicos sobre a multiplicidade de esquemas cognitivos, emocionais, econômicos, políticos,
educativos, culturais, que os sujeitos criam para se colocarem no mundo (VELHO; VIVEIRO
DE CASTRO 1978), conhecendo, observando e acompanhando as propostas do Projeto
Verdanzar, e aceitando os convites para participar das atividades como função da atitude
fundamental de observar e de aprofundamento dessa mesma observação (FOOTE-WHYTE
1990).
Dentre as diferentes propostas e atividades do referido Projeto, que aceitou a realização
de minha pesquisa, segundo a Carta Convite (em Anexo 1), centrarei minhas observações em
três momentos: no novo processo criativo cênico para crianças que está em construção pelo
Verdanzar; no “El cuerpo en la escuela”9, projeto de investigação, divulgação, sensibilização e
reflexão sobre o significado, o cuidado e o conhecimento do corpo, suas capacidades criativas,
comunicativas e de empoderamento através da dança, da expressão corporal e da arte baseada na
educação e em seus atores, docentes, estudantes, artistas, pesquisadores, etc.; e no 10º
ENREDANZA10
: Encontro/Festival de Dança Contemporânea para infância e juventude, por ser
9 http://cuerpoenlaescuela.blogspot.com.uv/. Acessado em 10.03.2016 10 http://www.enredanza.com/. Acessado em 10.03.2016.
17
um projeto artístico-pedagógico que gera espaços de encontro, intercâmbio, reflexão, projeção e
profissionalização de crianças, jovens, educadores, familiares, artistas e instituições vinculadas à
dança através de quatro campos: Festival, Encontros de Escolas e Grupos Comunitários, Oficinas
e Círculos de reflexão – que também vem sendo desenvolvido em parceria com outros países,
como o 2º ENREDANZA Bolívia11
, que também pretendo participar/observar como fonte
complementar de coleta de dados à pesquisa.
Além da observação, utilizarei outros instrumentos e técnicas de investigação empírica e
realizarei conversas informais com as crianças e demais envolvidas/os nas propostas, assim
como, entrevistas semiestruturadas, com roteiro prévio (em Anexo 2) com os/as artistas,
responsáveis, idealizadoras/es e mantenedoras/es do projeto investigado, objetivando captar
respostas mais diretas acerca de algumas das questões específicas da pesquisa, como quais suas
concepções de dança e teatro na educação da infância e na formação docente; sobre as oficinas e
cursos oferecidos; sobre os processos de criação e de investigação, de encenação dos
espetáculos, da organização dos festivais, buscando estabelecer possíveis implicações destes
conhecimentos para a construção de uma Educação da primeira infância, que leve em conta as
especificidades das crianças pequenas e que pretende encontrar nas Artes, neste caso, na dança e
no teatro, um de seus fundamentos. Utilizarei o gravador para registro dos depoimentos, assim
como, a filmagem em vídeo e/ou a fotografia, e o caderno de campo (BRANDÃO 1982),
indispensáveis para a coleta, registro, descrição e análises das observações.
A utilização das técnicas de filmagem em vídeo e/ou da fotografia tem como objetivo não
somente refinar meu olhar a cada vez que as filmagens e/ou fotografias forem observadas,
selecionadas e interpretadas (em conjunto e/ou separadamente às observações registradas no
diário de campo e através das entrevistas), como também, de aprofundar minhas análises através
das inúmeras mensagens expressas, que se diluem entre a observação e o relato no caderno de
campo.
As filmagens e/ou fotografias serão realizadas nos diversos momentos pesquisados12
e
servirão como fontes de suporte e de autenticidade as minhas descrições, interpretações e análises
dos dados, excluindo, entretanto, um discurso imagético objetivado numa maior veracidade dos
fatos, mas assumindo estas técnicas da pesquisa como portadoras de mediações, não como formas
de acesso completo ou total aos eventos. Segundo Sayão (2005), a utilização das imagens na
11 http://www.enredanza.com/p/enredanza-bolivia.html. Acessado 20.03.2016 12 Nenhuma modificação farei na organização dos espaços ou das atividades para a realização das filmagens ou das
fotografias.
18
pesquisa de caráter etnográfico agrega elementos que a observação não capta ou que dela
escapam. Como a autora, procurarei analisar o material filmado e/ou fotografado como mais uma
tentativa de aproximação de uma realidade que não se entrega, somente se insinua, já que ela é
transitória e não deixa marcas de grande visibilidade, devendo, portanto, ser imaginada,
descoberta e construída.
A pesquisa de campo será realizada mediante “Consentimento Livre e Esclarecido das/os
envolvidas/os”, respeitando os requisitos éticos13
, tais como: participação voluntária, linguagem
clara e acessível, confidencialidade das informações, privacidade dos sujeitos e retorno da
pesquisa.
13 Da Universidade de São Paulo/SP, disponível em: http://www.leginf.usp.br/?resolucao=resolucao-no-4871-de-22-
de-outubro-de-2001#c2, acessado em 10.02.2016.
19
4. Divulgação e Repercussões esperadas
A divulgação das análises dos resultados obtidos na presente pesquisa será realizada em
eventos acadêmicos e artísticos, nacionais e internacionais; através de Seminários de Estudos
para estudantes, pesquisadores/as e artistas da Escola de Comunicação e Artes da USP, além da
realização de duas publicações (no mínimo), em coautoria com a Professora Supervisora e com
as/os artistas, pesquisadoras/es e docentes pesquisadas/os, do Projeto Verdanzar.
As repercussões esperadas da pesquisa são de contribuir para a consolidação de uma
Pedagogia da Primeira Infância fundamentada nas Artes e de uma Pedagogia do Teatro que
reconheça a Primeira Infância como um de seus fundamentos, além de aprofundar e atualizar os
processos investigativos e formativos que coordeno, ministro e desenvolvo junto à Faculdade de
Educação da USP, dentre eles: nas disciplinas de graduação, do curso de Pedagogia: “Educação
Infantil” e “Artes e Educação Infantil II: dança e teatro” e de pós-graduação em Educação:
“Pesquisa com crianças, culturas infantis e educação dos corpos na primeira infância” e
“Educação de corpo inteiro”; no Grupo de Pesquisa: “Pesquisa e primeira infância: linguagens e
culturas infantis”; no Projeto de Cultura e Extensão: “Projeto Crianças do CRUSP”, além da
formação continuada de profissionais da primeira infância, dentre outros.
Espero, também, contribuir para a formação de estudantes, pesquisadores/as e artistas da
Escola de Comunicação e Artes da USP, assim como, das/os artistas, docentes e investigadoras/es
estrangeiras/es pesquisadas/os, do Projeto Verdanzar, e para além dele, nas temáticas que
envolvem a Dança e o Teatro na Educação da Primeira Infância.
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5. Cronograma e Plano de Trabalho
PERÍODO ATIVIDADES
Agosto/Setembro
2016
Bolívia: de 22 a 28.08.2016
- 2º Festival ENREDANZA Bolívia
Brasil:
- Revisão, levantamento e estudo bibliográfico;
- Reformulações e aprofundamento do Projeto de Pesquisa e do Roteiro
Preliminar de Entrevistas Semiestruturadas com artistas;
Uruguai: 15 dias
- Primeiros contatos com o campo da pesquisa, organização e
planejamento das atividades;
-Realização das Entrevistas com as artistas.
Brasil:
- Primeiras análises das entrevistas, das observações dos primeiros
contatos com o campo da pesquisa e do 2º Festival.
Outubro/Novembro
2016
Brasil:
- Continuidade do levantamento e estudo bibliográfico;
- Continuidade das análises das entrevistas, observações e do 2º Festival;
- Reformulações e aprofundamento do Roteiro de observações;
Uruguai: 10 dias - a partir de 20.11.2016
- Pesquisa de Campo: continuidade das observações.
Dezembro
2016
Uruguai: 20 dias - até 19.12.2016
- Continuidade da Pesquisa de Campo - observações;
- 10º Festival ENREDANZA Uruguai (05 a 19.12.2016).
Brasil:
- Primeiras análises das observações e do 10º Festival.
Janeiro/Fevereiro
2017
Brasil:
- Continuidade das análises das observações e dos Festivais.
- Análise conjunta de todos os dados e materiais coletados;
- Elaboração do Relatório Final de Pós-doutorado.
21
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28
Anexo 2: Roteiro Preliminar de Entrevista Semiestruturada com artistas.
1- Qual a sua formação? Quando você começou a fazer dança e teatro?
2- E quando você começou a fazer dança e teatro para as crianças e para as bem
pequenas? Por que?
3- Qual seu percurso trilhado até hoje? E do projeto Verdanzar, das investigações e
propostas do “El cuerpo en la escuela” e dos festivais ENREDANZA?
4- Quais as referências (teóricas e práticas) estudadas, pesquisadas e utilizadas pelo
Projeto? O que diferencia a dança e o teatro para crianças bem pequenas, para as
crianças maiores e para as/os adultos?
5- Como acontece o processo de organização e criação dos cursos, oficinas, festivais e
dos espetáculos (o planejamento, o trabalho técnico e artístico, a escolha dos temas,
dos cenários, dos contextos, a duração, o financiamento, etc.)?
6- Qual a concepção de infância, de dança e de teatro na formação de crianças e
adultas/os do projeto? Quais os motivos para que elas/as experimentem a dança e o
teatro?
7- Como vocês percebem o que as crianças, famílias e professoras/es concebem as
oficinas, cursos, festivais e os espetáculos? Como observam as crianças? Vocês têm
contatos com instituições de Educação infantil? Quais? Como?
8- O que vocês têm aprendido com as crianças (especialmente, com as bem pequenas)? E
com suas famílias e suas/seus professoras/es?
9- Há algo que considere importante dizer sobre o assunto que não foi contemplado nesta
entrevista?