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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIADEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO GESTÃO E TECNOLOGIAS APLICADAS À
UMA PROPOSTA DE DIFUSÃO DO CONHECIMENTO ATRAVÉS DE
UM PORTAL DE PRÁXIS EDUCACIONAL NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL
SUPERIOR DOS CURSOS DE TECNOLOGIA EM RADIOLOGIA EM SALVADOR
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIADEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – DEDC – CAMPUS I
GRADUAÇÃO GESTÃO E TECNOLOGIAS APLICADAS À EDUCAÇÃO - GESTEC
ÉRICA SANTOS DA SILVA
UMA PROPOSTA DE DIFUSÃO DO CONHECIMENTO ATRAVÉS DE
UM PORTAL DE PRÁXIS EDUCACIONAL NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL
SUPERIOR DOS CURSOS DE TECNOLOGIA EM RADIOLOGIA EM SALVADOR
Salvador-Ba 2019
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA CAMPUS I
GRADUAÇÃO GESTÃO E TECNOLOGIAS APLICADAS À
UMA PROPOSTA DE DIFUSÃO DO CONHECIMENTO ATRAVÉS DE
UM PORTAL DE PRÁXIS EDUCACIONAL NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL
SUPERIOR DOS CURSOS DE TECNOLOGIA EM RADIOLOGIA EM SALVADOR-BA
ÉRICA SANTOS DA SILVA
UMA PROPOSTA DE DIFUSÃO DO CONHECIMENTO ATRAVÉS DE UM PORTAL
DE PRÁXIS EDUCACIONAL NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL SUPERIOR DOS
CURSOS DE TECNOLOGIA EM RADIOLOGIA EM SALVADOR-BA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Gestão e Tecnologias Aplicadas à Educação (GESTEC), Departamento de Educação, da Universidade do Estado da Bahia, como requisito para obtenção do título de Mestre em Gestão e Tecnologias Aplicadas à Educação.
Orientador: Prof. Dr. Marcus Túlio de Freitas Pinheiro
Salvador-Ba 2019
Dedico a Maria de Lourdes. Símbolo de amor e pureza!
À minha família, aos meus professores da vida e colegas de jornada.
AGRADECIMENTOS
Gratidão!
Palavra nobre e ação espetacular, por isso, agradeço a Deus, força maior que a todo
instante iluminou-me nesta longa e difícil trajetória, fortalecendo-me para alcançar a
realização desse sonho, que não é só meu e que hoje tenho o prazer de dividir.
Dividir com minha família e em especial a minha mãe Maria de Lourdes e todos que
torceram pelo meu sucesso: minha irmã Maria Leuza e minha princesa Valentina, primos,
tios, tias e amigos em especial Paulo, Anderson e Gaby, meu muito obrigada!
Dividir com a Universidade do Estado da Bahia, instituição singular e que muito
contribui com a minha formação. Ao grupo de pesquisa DCETM pelas discussões e palavras
de carinho e incentivo quando senti a aridez da caminhada. Muita gratidão à Professora
Kathia, Professor Arthur, Professor Jader, Professora Rosangela e todos da família UNEB
que são profissionais e pessoas de excelência.
Também exponho aqui a minha eterna gratidão a minha família de coração do IFBA,
todos os professores, os técnicos administrativos, os colegas que contribuíram para a minha
caminhada. Gratidão ao incentivo dado pelo professor Marcus Oliveira, Guillermo, Juliana,
Jaqueline, Marcus Navarro, Wilson Otto, Tizon, Handerson, Roberta e todos que direta e
indiretamente contribuíram e contribuem com a minha evolução acadêmica.
Agradeço ao professor Marcus Túlio pela parceria, compreensão e dedicação à
minha singela proposta de trabalho, a qual abraçou com muito carinho e paciência rsrs...
Às minhas queridas colegas irmãs de turma que colocaram “mel” nessa caminhada,
tornando-a mais doce, Girlene, Neide, Kézia, Magali e Debora. Saibam que vocês moram
em meu coração.
Obrigada amigos de trabalho em especial Bethe, Charles, Tony, Milton, Ricardo,
Luciene, Bruno e Daniela pela força e entendimento das minhas ausências quando
necessitei.
Por fim, obrigada a todos envolvidos nessa minha jornada, participantes da pesquisa
de forma presencial ou a distância. A todos que dedicaram minutinhos de suas vidas para
deixar-me recadinhos carinhosos e que me colocavam para a frente. Meu muito obrigada a
todos vocês de coração.
"Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as
grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível”.
(Charles Chaplin)
RESUMO
A práxis educacional como propósito de contemplar a relação teoria e prática de todas as especialidades da radiologia vai de encontro com uma ação pedagógica que propicia um ato educativo amplo na formação superior dos cursos de tecnologia em radiologia. Esta práxis possui uma perspectiva para além da operalização dos procedimentos formativos realizados na área. Desta forma, a contextualização da prática seja ela na modalidade presencial ou virtual é um fator para contribuir na assimilação do conteúdo teórico e na prática da profissão. A questão levantada nesta pesquisa foi: Como contribuir para uma práxis educacional contextualizada em radiologia? Para essa problemática tem-se como objetivo geral: Propor a difusão de conhecimento em radiologia a partir de um portal usando a tecnologia da informação e comunicação como ferramenta para aproximar os profissionais atuantes e os discentes, na perspectiva da construção de uma práxis educativa contextualizada por campo de radiologia específico. Em busca de solucionar a questão levantada, o caminho metodológico da pesquisa enveredou em uma revisão bibliográfica acerca da formação profissional superior, da educação e difusão do conhecimento e da tecnologia de informação e comunicação – TIC’s na educação. Para, além disso, também foi realizada análise documental de projetos pedagógicos de duas Instituições de Ensino Superior – IES e foi feita pesquisa de campo, na qual, os dados foram trabalhados pela metodologia de emergência de conceitos de Pinheiro, (2012). Em uma perspectiva geral tem-se uma pesquisa qualitativa de natureza aplicada. Freire, (1997); Moran, (2013); Santos, (2014) e Bardin, (2007) são alguns autores referenciados nesta pesquisa, estes autores contemplam as categorias sobre educação, tecnologia, radiologia e metodologia. Os dados extraídos e analisados sugeriram a proposta deum portal focado em ferramentas com ênfase na interação/comunicação. Portanto, foi criado um protótipo do portal interativo nomeado RadioEduTec, este portal possui uma vertente “formal” com O espaço acadêmico de interação, voltado para discentes de uma Instituição de Ensino Superior (IES) e a vertente “não formal” O espaço de difusão do saber, voltado para o público interessado sobre a radiologia.
Palavras-chave: Curso Superior de Tecnologia (CST). Práxis. Tecnologia de informação e comunicação (TICs). Radiologia. Difusão do conhecimento.
ABSTRACT
The educational praxis as a purpose of contemplating the relation theory and practice of all the specialties of radiology meets with a pedagogical action that provides a broad educative act in the superior formation of the courses of technology in radiology. This praxis has a perspective beyond the operative of the formative procedures carried out in the area. In this way, the contextualisation of the practice be it in the face or virtual modality is a factor to contribute in the assimilation of the theoretical content and in the practice of the profession. The question raised in this research was: How to contribute to an educational praxis contextualized in radiology? For this problem we have as general objective: To propose the diffusion of knowledge in radiology from a portal using information and communication technology as a tool to approach the professionals and students, in the perspective of the construction of an educational praxis contextualized by field of specific radiology. In order to solve the raised question, the methodological path of the research has embarked on a bibliographical review about the superior professional formation, the education and diffusion of the knowledge and the technology of information and communication - TIC's in education. In addition, a documentary analysis of the pedagogical projects of two Higher Education Institutions (IES) was carried out and field research was carried out, in which the data were worked out by Pinheiro's (2012) concepts emergence methodology. In a general perspective one has a qualitative research of applied nature. Freire, (1997); Moran, (2013); Santos, (2014) and Bardin, (2007) are some authors referenced in this research, these authors contemplate the categories on education, technology, radiology and methodology. The data extracted and analyzed suggested the proposal of a portal focused on tools with an emphasis on interaction / communication. Therefore, a prototype of the interactive portal named RadioEduTec was created, this portal has a "formal" dimension with the academic space of interaction, aimed at students of a Higher Education Institution (HEI) and the "non-formal" of knowledge, aimed at the interested public on radiology.
. Keywords:Superior Course of Technology (CST). Praxis. Information and communication technology (ICT). Radiology. Dissemination of knowledge
LISTA DE FIGURAS
f.
FIGURA 1 Diagrama da Estrutura da Educação no Brasil 25
FIGURA 2 Fluxograma de demonstração do sistema de educação brasileiro em nível primário, secundário e terciário
26
FIGURA 3 Principais instrumentos Legais a partir da década de 1960 31
FIGURA 4 Principais instrumentos Legais a partir da década de 1990 32
FIGURA 5 Mapa da legislação sobre Educação Tecnológica 33
FIGURA 6 Fluxograma: Etapas da Pesquisa 47
FIGURA 7 Informações sobre ofertas dos cursos superiores de radiologia em Salvador/BA
49
FIGURA 8 Levantamento de dados no Portal de Periódicos da CAPES/MEC e SCIELO
51
FIGURA 9 Listagem dos elementos que compõem estruturalmente o projeto
pedagógicode uma IES “X”
53
FIGURA 10 Programa da Disciplina Estágio Supervisionado I 55
FIGURA 11 Programa da Disciplina Estágio Supervisionado II 56
FIGURA 12 Listagem dos elementos que compõem estruturalmente o projeto de
uma IES “Y”
57
FIGURA 13 Plano de Curso da Disciplina Incidências Radiológicas I 59
FIGURA 14 Interface principal do Tropes 65
FIGURA 15 Interface sobre relações e pesos das palavras do texto trabalhado 66
FIGURA 16 Relações fracas e fortes 75
FIGURA 17 Relações fracas 77
FIGURA 18 Expressividade nas falas 79
FIGURA 19 Logomarca do portal interativo RadioEduTec 82
FIGURA 20 Organograma da base para a criação do protótipo do Portal Interativo RadioEduTec
82
FIGURA 21 Interface do portal RadioEduTec no formato mobile 84
FIGURA 22 Interface do portal RadioEduTec no formato desktop 86
LISTA DE QUADROS
f.
QUADRO 1 Comparação entre as modalidades de comunicação entre professor aluno
44
QUADRO 2 Análise Comparativa dos Projetos Pedagógicos dos Cursos Superiores de Radiologia em Salvador/Ba
62
QUADRO 3 Script de rede das falas dos atores da pesquisa sobre uso das TIC’s na radiologia
71
QUADRO 4 Script de rede das falas dos atores da pesquisa sobre a relação da percepção da área do conhecimento, componentes curriculares e conteúdos na radiologia.
72
LISTAS DE GRÁFICOS
f.
GRAFO 1 Corresponde sobre o uso das TIC’S em radiologia
74
GRAFO 2 Corresponde sobre percepção da área do conhecimento, componentes curriculares e conteúdos em radiologia.
78
LISTAS DE TABELAS
f.
TABELA 1 Análise semântica pelo software Tropes de acordo a todas as entrevistas sobre o uso das TIC’s na radiologia.
67
TABELA 2 Análise semântica pelo software Tropes de acordo a todas as entrevistas sobre a relação da percepção sobre área do conhecimento, componentes curriculares e conteúdos na radiologia.
68
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas CBO Classificação Brasileira de Ocupação CEETPS Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula
Souza CF Constituição Federativa CNCST Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia
CONTER Conselho Nacional de Técnicos e Tecnólogos em Radiologia
CST’s Cursos Superiores de Tecnologia ENADE Exame Nacional de Desempenho de Estudantes do
Ensino Superior ENEM Exame Nacional do Ensino Médio EPT Educação Profissional Tecnológica FSBA Faculdade Social da Bahia
GESTEC Mestrado Profissional Gestão e Tecnologias Aplicadas à Educação
IES Instituição de Ensino Superior IFBA Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da
Bahia IFs Institutos Federais INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas LAFIR Laboratório de Física Radiológica LDBEN Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional MEC Ministério da Educação PLANFOR Plano Nacional de Qualificação do Trabalhador PNE Plano Nacional de Educação PPC’s Projetos Pedagógicos dos Cursos PROEP Programa de Expansão da Educação Profissional SAEB Sistema de Avaliação da Educação Básica SERES Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação
Superior SETEC Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica SINAES Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior TDIC Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação TIC’ s Tecnologias da Informação e Comunicação UNESCO Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura UNIRB Faculdade Regional da Bahia
SUMÁRIO
f.
1 INTRODUÇÃO 17
1.1 Justificativa 19
1.2 Objetivos 20
1.2.1 Objetivo geral 20
1.2.2 Objetivos específicos
20
2 REFERENCIAL TEÓRICO 22
2.1 Educação profissional superior no Brasil e seu aporte legal 22
2.1.1 A educação profissional superior no Brasil 23
2.1.2 Legislação da educação superior tecnológica 30
2.2 A educação e difusão do conhecimento 36
2.2.1 Para além da formação e da difusão do conhecimento 36
2.2.2 A práxis educativa 39
2.3 O uso das tecnologias digitais na educação 39
2.3.1 Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação – TDIC e a mediação pedagógica
39
2.3.2 A colaboração do uso das tecnologias digitais para a práxis educacional na formação em saúde
42
3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA 47
3.1 Opção metodológica da pesquisa 48
3.2 Lócus da pesquisa 48
3.3 Articulação teórica 50
3.4 Análise sobre os projetos pedagógicos dos cursos de tecnologia em radiologia na cidade de Salvador-Ba
51
3.4.1 Projeto Pedagógico do Curso de Radiologia de uma IES “X” 52
3.4.2 Projeto Pedagógico do Curso de Radiologia de uma IES “Y” 57
3.4.3 Análise Comparativa dos Projetos Pedagógicos Estudados 61
3.5 Pesquisa em campo: emergência de conceitos e análise de redes 63
3.5.1 Protótipo do portal proposto após análise dos Projetos Pedagógicos e da aplicação da Metodologia de Emergência de Conceitos
80
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
90
REFERÊNCIAS
93
APÊNDICES 99
ANEXO 115
17
1 INTRODUÇÃO
No intuito de explanar o entendimento sobre a importância da educação a pesquisa
enfatiza o estudo sobre a formação profissional superior, ou seja, a educação profissional e
tecnológica. No entanto, a educação tecnológica abordada nesta pesquisa está direcionada
para os cursos superiores de radiologia em Salvador-Ba.
Faz-se necessário entender que o sentido de educar é mais amplo do que o sentido
de formar, conforme Frozino (2006). Assim, tem-se uma perspectiva nesse trabalho de tratar
a educação e/ou formação tecnológica em um sentido amplo, para além do ensinar uma
atividade profissional.
Conforme a perspectiva de Wittaczik (2008), ao se tratar da Educação Profissional
Superior no Brasil deve-se ter uma abordagem a favor da complexidade do ato de educar,
uma vez que, o ensino profissional está se expandindo e se modificando devida uma nova
configuração do setor produtivo e de novas exigências na área da educação. Logo, a
educação assume um compromisso com o presente, mas, sobretudo, com o futuro.
O compromisso com o desenvolvimento socioeconômico atrelado a educação
profissional e valorização desta é sustentado no documento “Políticas Públicas para a
Educação Profissional e Tecnológica”, sendo assim, a educação é evidenciada como peça
essencial para a transformação. No entanto, dentre os níveis de ensino em relação à
educação profissional, tem-se o nível básico, o técnico e o tecnológico. Este último, o nível
tecnológico, constitui-se o nível superior da educação profissional. Esta formação tem sido
abordada e estudada desde a década de 70 e segundo Brasil (2009) a partir de 2003
verifica-se o seu crescimento (BRASIL, 2004b).
Em relação ao documento intitulado: “Políticas Públicas para a Educação Profissional
e Tecnológica” a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da
Educação identificou a necessidade da integração da formação profissional ao campo do
sistema nacional de educação, assim, tem-se a formação profissional presente em todos os
níveis e modalidades, sendo universalizado e democratizado (BRASIL, 2004b).
O crescimento e o reconhecimento da formação tecnológica superior, segundo
Ciampi (2003), provêm de inúmeras mudanças ocorridas antes mesmo da passagem do
século XX para o XXI, na qual, o autor argumenta sobre a revolução tecnológica e uma nova
ordem mundial como fator de análise no intento por novas exigências para a educação.
Conforme parágrafo acima há uma necessidade por inovação na educação. Em
busca de uma aproximação dos discentes com o cotidiano das especificidades da área de
radiologia, a pesquisa faz abordagem sobre a práxis educacional como uma ação
pedagógica para garantir por intermédio das tecnologias digitais de comunicação a relação
18
entre o conteúdo teórico e a prática profissional. A palavra práxis sobre a visão de Karl
Marx, sendo a atitude (teórico-prática) humana de transformação da natureza e da
sociedade, assim a relação entre o conhecimento teórico e a prática busca melhorar a
construção e difusão do conhecimento.
O documento: “Políticas Públicas para a Educação Profissional e Tecnológica” da
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação publicado em
2004 corroboram com a visão de Frozino (2006) e Wittaczik (2008), onde, a análise destes
possibilita afirmar que novas exigências são cruciais na permanência da busca de qualidade
no ato pedagógico, uma vez que, a dinâmica do mundo atual requer formação diferencial,
assim, estimular as pessoas à busca do conhecimento é um desafio!
Ao se tratar sobre aproximação, colaboração, interação e difusão de conhecimento,
tem-se a necessidade de abordar sobre os avanços tecnológicos, pois sabe-se que seus
recursos vão além da contribuição do aprender colaborativamente, visto que, segundo
Brennand e Guimarães (2007), a economia global também se beneficia dos recursos
provindos dos avanços tecnológicos. No entanto, as mercadorias e serviços provindos
destes avanços devem estão pautados na responsabilidade legal e dispor de qualidade.
Sobre avanço tecnológico têm-se as tecnologias de informação e comunicação
(TICs) como aliada no requisito de aproximação de sujeitos, desse modo, há possibilidade
de interação, difusão de conhecimento mediada por ela, ou seja, conforme a visão de
Barbosa (2012) o avanço das tecnologias de informação e comunicação- TICs se faz
importante como ferramenta mediadora no processo educativo. A abordagem sobre o termo
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) nesta pesquisa é semelhante com o
termo “mais atual” Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação – (TDIC). Logo,
independente de seus conceitos, a perspectiva da pesquisa segue para ambos os termos o
entendimento do uso das tecnologias como ferramenta potencial no fator de aproximação,
comunicação, interação e trocas de informações. Acrescento apenas para esclarecimento
sobre os termos, que apesar da semelhança dos conceitos, alguns pesquisadores tratam o
termo TICs fazendo referência a tecnologias mais antigas e os termos Tecnologias Digitais
ou TDIC sendo as “Novas tecnologias”.
Da necessidade de aproximar os discentes do cotidiano das atividades profissionais
de todas as especificidades da área de radiologia é que surgiu a proposta de difusão de
conhecimento através de um portal de práxis educacional. Com o intento de proporcionar
contextualização da atividade prática e do conteúdo teórico.
Nesse sentido, o objetivo geral dessa pesquisa é propor a difusão de conhecimento
em radiologia a partir de um portal usando a tecnologia da informação e comunicação como
ferramenta para aproximar os profissionais atuantes e os discentes, na perspectiva da
construção de uma práxis educativa contextualizada por campo de radiologia específico.
19
Para tanto, salienta-se que estruturalmente essa dissertação, possui: No tópico um,a
introdução; Tópico dois, referencial teórico, no qual, têm-se abordagens sobre: Educação
profissional superior no Brasil e seu aporte legal; A educação e difusão do conhecimento e o
uso das tecnologias digitais da informação e comunicação – TDIC. O tópico três
abordasobre o desenvolvimento desta pesquisa, há uma caracterização metodológica e uma
abordagem sobre análise de dois projetos pedagógicos, e também, pesquisa de campo com
aplicação da metodologia de emergência de conceitos e análise de redes. Por fim, no tópico
quatro, as considerações finais e referencias. Boa leitura!
1.1 Justificativa
A educação profissional superior é um reflexo das constantes transformações sociais
e econômicas, e ela nos desafia! Nesse sentido, deve-se estudar a educação profissional
superior com o propósito da melhoria dos processos educativos. A práxis educativa ou
pedagógica na perspectiva dessa pesquisa, busca a qualificação do recurso humano e esse
ato de formar um profissional para uma função na sociedade não deve ser visto de maneira
tecnicista, ou seja, apenas ensinar a realizar uma atividade.
Com o intuito de reforçar a justificativa, segue uma breve abordagem sobre a
trajetória da pesquisadora: A atuação como docente do curso superior em tecnologia em
radiologia na Instituição de Ensino Superior da Faculdade Regional da Bahia – UNIRB,
localizada em Salvador –Ba, fez transcender a inquietação sobre as dificuldades sobre a
aproximação prática de cada especificidade da radiologia.
A aproximação de profissionais no contexto da sua prática com os discentes é
percebida como um processo positivo na construção do conhecimento de ambos. No
entanto, aproximar profissionais de cada especificidade da radiologia não é uma tarefa
simples, uma vez que, a radiologia é uma área muito ampla e aborda desde profissionais do
campo industrial até profissionais do campo da medicina. Desta maneira, as tecnologias de
informação e comunicação são retratadas como mais um “suporte” para auxiliar a prática
pedagógica.
Desta forma, a contextualização da prática seja ela presencial ou virtual é um fator
para contribuir na assimilação do conteúdo teórico. Uma maior qualidade em explanar sobre
a atuação da profissão trará benefícios para a sociedade e para economia. Ou seja, no
âmbito social podemos abordar, por exemplo, uma qualidade maior na prestação de serviço.
Por sua vez, no âmbito econômico podemos abordar, por exemplo, a minimização de custos
tal como: diminuição de recursos desperdiçados por imperícia.
Por acreditar e sentir durante a minha atuação enquanto docente a necessidade da
difusão de conhecimento na área de radiologia de uma forma mais dinâmica buscando a
20
relação mais próxima da teoria com a prática, ou seja, da aproximação dos profissionais
atuantes com os discentes em formação, é que propomos esta pesquisa. Por isso, o
presente estudo será pautado no tema: Uma proposta de difusão do conhecimento através
de um portal de práxis educacional na formação profissional superior dos cursos de
tecnologia em radiologia em Salvador-Ba.
Assim, a pesquisa se baseia na seguinte questão: Como contemplar uma práxis
educacional nos cursos superiores de tecnologia (CST) em radiologia atingindo todas as
especialidades da área, através do apoio das tecnologias digitais da informação e
comunicação?
Portanto, as inquietações vividas enquanto profissional docente e assistente da área
da radiologia na especialidade de radioterapia é que firma meus objetivos descritos a seguir,
no intuito de contribuir para a educação profissional superior na área de radiologia.
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo geral
Propor a difusão de conhecimento em radiologia a partir de um portal usando a
tecnologia da informação e comunicação como ferramenta para aproximar os profissionais
atuantes e os discentes, na perspectiva da construção de uma práxis educativa
contextualizada por campo de radiologia específico.
1.2.2 Objetivos específicos
• Elucidar sobre a educação profissional superior no Brasil, difusão do conhecimento,
práxis pedagógica e o uso das TICs na educação;
• Analisar projetos pedagógicos dos cursos de tecnologia em radiologia na cidade de
Salvador-Ba em uma perspectiva da necessidade da apropriação do projeto e da
aproximação dos discentes por campo de estudo;
• Identificar a percepção dos sujeitos envolvidos sobre a práxis de dois Cursos
Superiores de Tecnologia em Radiologia em Salvador-Ba, e verificar os conceitos
emergentes sobre o campo de conhecimento, através da metodologia de emergência
de Conceitos (PINHEIRO, 2012);
21
• Desenvolver um protótipo de um portal de práxis educacional fundamentado na
análise dos projetos pedagógicos de radiologia e na identificação da análise
semântica pela metodologia de emergência de conceitos e propor um ambiente
propício à difusão de conhecimento.
22
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A fundamentação teórica a seguir, assinala definições, conceitos e análises
procurando reunir as principais investigações conduzidas na área da educação profissional
superior no Brasil, que por sua vez sobressairá por evidenciar a questão da difusão do
conhecimento sobre o curso superior de tecnologia em radiologia em Salvador-Ba. O
estudo do estado da arte da educação profissional superior, ou seja, dos cursos superiores
de tecnologia, visa uma perspectiva focada na qualidade do ato educativo, assim, tem-se
como direcionamento a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, uma vez que, em
seu artigo 43 estabelece que “a finalidade de educação superior deva constar de um ato
educativo no sentido amplo e não somente em uma formação para uma determinada função
no mercado de trabalho”. Portanto, primeiramente no tópico 2.1 perpassa sobre o
entendimento do histórico da educação profissional superior no Brasil, visa-se expor uma
abordagem sobre a qualidade e sobre o seu aporte legal na perspectiva de esclarecer o real
compromisso com a qualidade da formação superior, e assim, no tópico 2.2 trata-se da
educação e difusão do conhecimento, e por sua vez, no tópico 2.3 aborda sobre o uso das
tecnologias digitais na educação, visa-se usar a tecnologia a favor da educação. Assim, há
uma abordagem sobre o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação - TICs na
educação como recurso educacional, neste sentido, os elementos analisados em cada
tópico sustentarão o objetivo final da pesquisa sobre a proposta do portal de práxis
educacional e difusão de conhecimento em radiologia.
2.1 Educação profissional superior no Brasil e seu aporte legal
Ao se tratar da educação profissional superior no Brasil, faz-se necessário um
panorama histórico breve sobre a educação profissional, tendo esta uma perspectiva de
orientação do leitor. A educação profissional é acompanhada pelas práticas humanas e está
relação é identificada, segundo Manfredi (2002), desde os períodos mais remotos da
história, onde as populações pré-históricas e as civilizações através da sua cognição e
tecnologias acumuladas produziam as soluções necessárias para o enfrentamento dos
desafios do seu lócus, bem como das relações e das conquistas. Ainda na visão de
Manfredi (2002), os saberes adquiridos para a sobrevivência eram repassados de geração
para geração. Logo, baseava-se na pedagogia de erro e acerto, de repetição de saberes
acumulados pela história e cultura. Nesta perspectiva Jinkings (ANO apud MESZÁROS,
2005) reforça que a pedagogia era de caráter reconstrutivo e utilitarista, onde retrata uma
educação “para a vida” e não para uma lógica desumana a busca do capital.
23
Deste modo, percebe-se que a educação profissional de acordo as práticas humanas
não é algo recente. Porém, tem-se a educação profissional consolidada a partir da revolução
industrial ocorrida na Inglaterra, em meados do final do século XVIII e início do século XX, e
de acordo com a visão de Manfredi (2002), a demora da vinculação entre educação e
trabalho é compreensível devido às relações sociais específicas das sociedades Antiga e
Medieval, onde se percebe a questão de poderes centralizados. Por sua vez, a sociedade
Moderna, segundo Frigotto (1999), apresenta uma relação entre educação e trabalho
baseado sobre um saber ensinado, nesta perspectiva há um retrato da educação para suprir
o mercado produtivo, ou seja, alimentar o sistema capitalista. Para além da perspectiva do
saber ensinado na visão da modernidade, pode-se considerar que a relação entre educação
e desenvolvimento econômico mais o social possuem a base para a construção do
conhecimento de qualidade, assim, a chamada nova economia advinda da revolução
tecnológica retrata a necessidade de promover mudanças que possam responder ás
demandas por uma formação profissional com qualidade (NASCIMENTO; HETKOWSKI,
2009).
De acordo com Castro (2010), a formação profissional ganhou destaque no âmbito
educacional devido às transformações da sociedade, pois, esta modalidade de formação ao
decorrer do tempo tem passado por modificações, tais mudanças podem ser abordadas, por
exemplo, com o surgimento do ensino superior tecnológico, ou seja, formação profissional
de cunho superior. Assim, ao se tratar da Educação Profissional Superior no Brasil deve-se
ter uma abordagem a favor da importância do ato de educar na perspectiva de uma
formação profissional superior baseada na qualidade e na legitimidade. Portanto, ao se
pensar dessa forma, evidencia-se a perspectiva de uma ação colaborativa entre sujeitos,
desta maneira, tem-se a difusão do conhecimento como elemento para a consolidação de
conceitos e práticas na área de radiologia.
2.1.1A educação profissional superior no Brasil
O breve panorama histórico apresentado acima sobre educação profissional exerceu
influência sobre a educação profissional no Brasil. Assim, de acordo Wittaczik (2008), em 23
de setembro de 1909 com o Decreto-Lei n° 7,566 sancionado pelo então Presidente da
República Nilo Peçanha instituiu-se oficialmente a educação profissional no Brasil, o qual,
neste momento o ensino profissional foi delegado ao Ministério de Indústria e Comércio. Ao
se observar a delegação da educação profissional no Brasil amparado pelo foco na
capacitação ou “adestramento” para atender o desenvolvimento industrial e ao ciclo de
urbanização tem-se a evidencia da educação profissional brasileira baseada e enraizada na
lógica do capital. Todavia, sem desconsiderar a origem capitalista da educação profissional
24
no Brasil, tem-se ao decorrer da história reformas e novas perspectivas relacionadas à
educação profissional.
No sentido de entender as necessidades das reformas e novos olhares sobre a
educação profissional do Brasil, pontuam-se as contribuições de Boandan (2008), onde em
sua pesquisa há o relato que os sentimentos dos alunos em relação aos cursos de
graduações em geral, mesmo aqueles da educação profissional tecnológica (EPT), não
preparam para o mundo do trabalho, o estudo aponta a necessidade da melhoria da
abordagem do ensino, na qual, esta ação vai além de um projeto político pedagógico e de
um curriculum minucioso bem planejado.
Para Zatti, Donner e Jesus (2014), em seu estudo sobre Fundamentos Filosóficos-
Históricos da Proposta dos Institutos Federais de Educação, o mesmo ressalta a história do
Brasil em relação à colonização portuguesa e também dependência em relação à Inglaterra,
de forma a questionar e criticar que no Brasil historicamente não havia a exigência do
trabalho qualificado e assim a educação profissional em muitos momentos ficou aquém do
que era “esperado”. Para além do histórico, o autor expressa em seu estudo a necessidade
de uma abordagem de formação menos tecnicista, na qual, o avanço da educação
profissional se destaca também na produção de tecnologias sociais e não apenas, nas
tecnologias úteis ao capital.
No governo de Fernando Henrique Cardoso, com a Proposta Avança Brasil, pode-se
identificar a necessidade de um olhar para a educação profissional para além do ensino
médio, e esta educação tem o propósito de abranger toda a população economicamente
ativa (CARDOSO, 2008). Nesse sentido, percebe-se que a educação profissional muitas
vezes traz uma abordagem onde exprime o fator econômico, mas que para um olhar, além
disso, como diz Frozino (2006), “A Educação Superior precisa de atenção e respeito,
devendo ser oferecida no intuito de formar o cidadão em sentido amplo e irrestrito, e não
apenas qualifica-lo para uma determinada função para o mundo do trabalho”.
Com o mesmo ideal que Frozino (2006), Manfredi (2002), também compartilha da
perspectiva da educação menos instrumental. Segundo Ramos (2016), existe em relação à
educação voltada para o mercado de trabalho inquietações que se relacionam a interesse
político e comercial, e assim, o seu estudo aborda a necessidade por educadores críticos a
essas questões. Os autores citados acima estão de acordo em algum aspecto no que se
expõe sobre o novo cenário socioeconômico e os desafios educacionais.
O novo cenário descreve uma nova caminhada para a educação profissional, nesse
sentido, observa-se que atualmente a educação profissional possui três níveis de ensino: o
básico, o técnico e o tecnológico (BRASIL, 1996). Sobre os modelos de formação brasileira
na Figura 1 abaixo, verifica-se a locação do Tecnólogo na formação de graduação superior
e esta é a modalidade de ensino sobre o interesse desta pesquisa.
25
Figura 1- Diagrama da Estrutura da Educação no Brasil
Fonte: (FROZINO, 2006, p.41).
Outra abordagem em relação a modelos de formação no Brasil, conforme o guia para
cooperação internacional é a demonstração do sistema de educação brasileiro em nível
primário, secundário e terciário (TOMASI; GOTTSCHALK; VALLEJOS, 2015). Abaixo na
Figura 2, ver-se o fluxograma representativo conforme esta abordagem, deste modo, ao
aluno que cursar a graduação, sendo bacharelado, licenciatura ou o Curso Superior de
Tecnologia (CST), terá diploma de graduação de nível terciário.
Figura 2- Fluxograma de demonstração do sistema de educação brasileiro em nível primário, secundário e terciário.
26
Fonte:(TOMASI; GOTTSCHALK; VALLEJOS, 2015, p.9).
Para além de nivelamento da formação a Secretaria da Educação Profissional e
Tecnológica (SETEC) do Ministério da Educação (MEC) estrutura os cursos técnicos e
tecnológicos em catálogos organizados em eixos, de modo a facilitar a progressão
vocacional dos alunos entre os ensinos citados. Baseado no guia para cooperação
internacional (SETEC/ 2015), segue 13 eixos comuns entre os 190 cursos técnicos e os 125
cursos do Catalogo Nacional de Cursos Superiores em Tecnologia (CST):
1. Ambiente e Saúde; 2. Controle e Processos Industriais; 3. Desenvolvimento Educacional e Social; 4. Gestão e Negócios; 5. Informação e Comunicação; 6. Infraestrutura; 7. Militar; 8. Produção Alimentícia; 9. Produção Cultural e Design; 10. Produção Industrial; 11. Recursos Naturais; 12. Segurança; 13. Turismo, Hospitalidade e Lazer (TOMASI; GOTTSCHALK; VALLEJOS, 2015, p.9)
Ao decorrer do estudo o CST em Radiologia será evidenciado e estudado, o
Tecnólogo em Radiologia sobre a visão de Santos (2014), contempla uma formação para
prestação de serviço mais evidente na área de saúde. Segundo Deluiz (2000) o conceito
sobre setor de saúde:
[...| o setor saúde faz parte do setor de serviços, integrando o conjunto das atividades denominado serviços de consumo coletivo. Sofre de igual forma
27
os impactos do processo de ajuste macroestrutural que vêm atingindo o setor industrial nas duas últimas décadas: por um lado, a busca de produtividade e de qualidade pela via da redução de custos, privatizações e terceirizações; por outro, as exigências de melhoria de processos e serviços, por meio de novas formas de organização do trabalho e de investimentos em programas de capacitação profissional dos trabalhadores (DELUIZ, 2000, p.10).
Conforme Depresbiteris (2001), “[...] a educação profissional em seu nível de ensino
tecnológico constitui-se o nível superior da educação profissional”. Porém, essa educação
tecnológica de cunho superior, desde seu surgimento percebe-se preconceitos, estes dados
foram levantados conforme estudo de Albuquerque (2015), o autor observa as críticas sobre
esta formação devido à característica de formação profissional e duração dos cursos de até
três anos, assim, este viés mais prático, perpassa por críticas no âmbito educacional.
Identificar a concepção da educação tecnológica não é tarefa fácil, uma vez que, a
educação tecnológica é um assunto relativamente novo e que em sua volta há diferentes
interpretações. Portanto, a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC)
lança dois conceitos bastante diversos, sendo um conceito privilegiando o pragmatismo e o
resgate da teoria e o outro conceito sendo da educação tecnológica como ampla,
destacando a necessidade da sociedade e também a busca de unir teoria e a pratica,
concepção e execução, educação geral e profissionais conscientes. Esta última concepção
é a que esta pesquisa se identifica.
Salienta-se que a articulação entre a teoria e a prática, busca-se formar um “homem
novo” que reuni em si tanto as habilidades manuais quanto as intelectuais.
A discussão sobre CST na perspectiva da concepção fundada pela tradição Marxista,
tem-se a corroboração de Duch e Laudares (2009, p.138), ao expor que:
[...] a educação é pensada como decorrência do perfil do novo trabalhador fabril, das transformações do mundo do trabalho e da empregabilidade. Desta forma a proposta dos Cursos Superiores Tecnológicos - CSTs é a de oferecer uma resposta efetiva às novas demandas do mundo do trabalho, através de uma formação dinâmica que não se trata de menos anos para as velhas ocupações, mas de novas ocupações que demandam por uma nova forma de estudo. É nesta perspectiva que se abrirá uma discussão acerca da concepção e trajetória dos CSTs enquanto modalidade de educação escolar de nível superior, analisando a forma como eles são estruturados frente à realidade dos processos produtivos e reorganização dos processos de trabalho.
Conforme estudo realizado pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
(BRASIL, 2004b), entre outros estudos, a EPT tem sido abordada e estudada, e no início da
década de 70 o termo educação tecnológica começou a ser usado no Brasil. Os cursos
tecnológicos também podem ser chamados de cursos superiores de tecnologia (CST) e
28
relatam-se que o Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, do estado de São
Paulo (CEETPS) foi o pioneiro na criação dos cursos de tecnólogos.
A partir de 1972 houve a expansão destes por todo o País como projeto do Governo
Federal, sendo assim, diploma de tecnólogo foi prioridade nas políticas do presidente
Fernando Henrique Cardoso, na qual, esta formação possui como finalidade a melhoria da
oferta da educação superior de maneira que acompanhassem o avanço tecnológico e
atendessem as demandas do mercado.
Assim, no intuito de solidificar ainda mais a graduação tecnológica tem-se o Decreto
n° 2.208/97 que veio afirmar como um dos objetivos da educação profissional formar
tecnólogos de nível superior para os diferentes setores da economia e a partir do decreto, o
Ministério da Educação em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego criaram o
Programa de Expansão da Educação Profissional (PROEP) no intuito de aumentar as
vagas, diversificar a oferta de ensino e verificar as demandas do setor produtivo, no qual,
observa-se que a oferta da educação tecnológica abrange a rede federal, estadual e privada
(BRASIL, 2004b). O PROEP possibilitou o aumento das ofertas de cursos de cunho
profissional, assim segundo Campello (2009), a formação tecnológica está ocupando cada
vez mais espaço significativo na educação superior brasileira. Nesse sentido, Filho (2002),
também argumenta sobre o PROEP e o Plano Nacional de Qualificação do Trabalhador
(PLANFOR) como principais políticas públicas de intervenção no âmbito da educação e da
formação dos trabalhadores.
Segundo a Secretaria da Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) no ano de
1996, com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN
(9.394/96) observou-se 922 Instituições de Educação Superior e Tecnológica no Brasil e em
2013 o número chegou a 2391, porém, nota-se que 87% destas são Instituições privadas.
Veja-se que apesar da existência dos cursos tecnológicos datados na década de 70, o
crescimento dos cursos superiores tecnológicos conforme estudo de Brasil (2009) houve
evolução realmente maior a partir de 2003, nesse mesmo sentido, Pacheco (2011), discute
sobre o avanço da educação profissional tecnológica (EPT) e aborda a instalação entre
2003 e 2010 de 214 novas Instituições para colaborar no fortalecimento e oferta da EPT,
nesse momento, tem-se também a criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e
Tecnologia, reafirmando o avanço.
Os cursos de tecnólogos segundo Moura (2005), são prioritários para as empresas
em relação aos cursos técnicos principalmente nas áreas que são exigidos investimentos
em equipamentos e laboratórios mais sofisticados. A expansão das graduações
tecnológicas é algo recente datado conforme estudos a partir de 2003, mas a sua
importância está sendo evidenciada com o passar do tempo, logo, em uma perspectiva
sobre a educação em seu sentido amplo, as Instituições de Ensino Superior (IES), sendo
29
estas de caráter público e/ou privado devem considerar a determinação prevista pela
Constituição Federal sendo: o ensino, pesquisa e a extensão (FRONZINO, 2006).
No sentido da proposta do ensino, pesquisa e extensão, infere-se que a graduação
tecnológica tenha uma proposta ampla no ato de educar, assim como nas outras
modalidades de graduações a exemplo: o bacharelado e a licenciatura. Todas as
graduações possibilitam um estudo continuado, ou seja, a permanente construção e
reconstrução do conhecimento. Nessa perspectiva, Duch e Laudares(2009) aborda sobre a
característica fundamental da educação tecnológica de saber usar e fazer do elemento de
ensino, pesquisa e extensão uma dimensão que ultrapasse concretamente os limites das
aplicações técnicas, sendo assim, instrumento de inovação e transformação.
Conforme Fischer (2012), em seu estudo sobre a proposta integradora entre a pós-
graduação e os mundos do trabalho. Ele reforça a necessidade da ênfase na continuidade
dos estudos dos graduados no ensino profissional superior. Nesse interim, Nascimento
(2013) entre outros, corroboram que diferentes atores propõem melhorias da condição
profissional e acadêmica. Na fala de Araújo (2007, p. 517 apud NASCIMENTO; PINHEIRO;
RAMOS 2013) exprime a necessidade de um pensamento educacional de acordo aos novos
tempos:
As concepções vigentes de educação sinalizam cada vez mais a urgência de buscar não apenas novas bases teórico-metodológicas para além das visões da ciência clássica que subsidiem uma transformação nas práticas pedagógicas, mas a construção de um pensamento educacional mais sintonizado com as exigências dos novos tempos.
Baseando na fala de Araújo (2007), esta pesquisa enfatiza uma prática pedagógica
para o educar com qualidade e nesta perspectiva que o fator qualidade esteja de encontro
com a educação e formação dos CST’s. Sabe-se que assim como as outras modalidades de
ensino, os CST’s são avaliados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (INEP). O INEP é uma autarquia vinculada ao MEC, este
órgão é responsável pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) e
pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), além do Censo Escolar, do Censo
da Educação Superior, do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e do Exame Nacional
de Desempenho de Estudantes do Ensino Superior (ENADE). Estas avaliações são
importantes e que para além de dados elas possam contribuir para a melhoria da educação
brasileira.
Baseando-se em uma perspectiva da inovação na área da educação, o estudo
realizado por Nascimento e Hetkowski (2013) permitiu-se extrair uma significativa
contribuição para o desenvolvimento de um olhar sobre educação para além de qualquer
modalidade de graduação e/ou pós-graduação. Em seu estudo, o autor ao abordar sobre o
30
primeiro Mestrado Profissional em Educação na Bahia localizado em Salvador, evidencia-se
a contribuição na continuidade dos estudos, e este fato, há de se cooperar para o
desenvolvimento regional. Logo, o incentivo de pesquisas por graduados de qualquer
modalidade enriquece nossa região com bases históricas, científicas e legais para a
cooperação da difusão de conhecimento. Portanto, ao recorrer sobre o histórico da
educação profissional, delimita-lo no âmbito do Brasil e expor uma perspectiva da qualidade
no ato do educar com uma visão de uma educação para o ensino, pesquisa e extensão é
que ao se abordar a Graduação Tecnológica em Radiologia é fundamental ter uma
perspectiva pela visão de uma educação menos tecnicista. Deste modo, faz-se necessário
focar na importância de todas as graduações, eliminando certos preconceitos.
2.1.2 Legislação da educação superior tecnológica
A legitimidade conforme conceito extraído do dicionário da língua portuguesa em sua
perspectiva jurídica caracteriza-se sobre a conformidade com as leis, neste sentido a
legislação que recai sobre a educação superior serve como elemento de analise essencial
no progresso sobre educação tecnológica. Martins (2002) aborda que legislação se revela,
sobretudo, em regulamentos ditos orgânicos ou ordenados, porém, para o trabalho busca-se
o sentido da Legislação Educacional, sendo esta direcionada, sobretudo, no direito de uma
formação plena que recaia em qualquer modalidade do ensino superior.
A modalidade de ensino superior tecnológico enfatizada neste trabalho propõe
reformas e novas perspectivas no tratamento desta formação. Sobre as mudanças Duch e
Laudares(2009), relata que a partir da década de 1960 houve maior flexibilidade quanto ao
aspecto rígido da duração dos cursos superiores registrados em outros momentos, e isso se
deu a partir do Projeto de Lei de Diretrizes e Bases, Lei nº 4.024, aprovada em 1961. Este
projeto vai de encontro às reformas e perspectivas sobre a legislação voltada a Cursos
Superiores de Tecnologia. Ressalta-se que apesar do interesse sobre a expansão desta
modalidade de ensino ter raízes em aspecto mercadológico, aqui se reafirma uma
perspectiva desta pesquisa na inserção de uma visão para além da formação para o mundo
do trabalho. Logo, a pesquisa baseia-se com o olhar de Zatti, Donner e Jesus (2014, p.63)
em seu estudo sobre Fundamentos Filosóficos – Históricos da proposta dos Institutos
Federais de Educação, ao expressar sobre a abrangência para educação profissional:
Uma abordagemtecnicista, restrita aos aspectos instrumentais, assume um caráter ideológico de manutenção e reprodução de uma estrutura social opressora. Nesse sentido, a proposta dos Institutos Federais de Educação representa um avanço em educação profissional na medida em que seus princípios pedagógicos buscam a produção de tecnologias sociais e, não apenas tecnologias úteis ao capital. Tal proposta, engajada com a
31
transformação social, possui como pano de fundo teórico concepções vinculadas ao materialismo histórico. Tal concepção teórica, encaminha uma proposta de educação profissional voltada para a integralidade da formação do ser humano.
As reformas a fim de legitimar a educação tecnológica estão acompanhadas de
transformações, sendo assim, a partir da década de 1960 têm-se na figura 3 abaixo,
algumas Leis que subsidiaram o início de modificações da educação superior profissional.
Figura 3- Principais Instrumentos Legais a partir da década de 1960
Fonte: (DUCH; LAUDARES 2009, p. 143).
As Leis demostradas na figura 3 acima retratam o começo do que hoje se tem como
Educação Profissional Tecnológica. Deste modo, observa-se o surgimento dos Cursos
Superiores de Tecnologia (CST’s) e ao se explanar sobre eles tem-se um avanço em seu
aporte legal a partir de 1990, abaixo na figura 4, segue um retrato dos principais
instrumentos legais datados a partir da década de 90.
32
Figura 4- Principais Instrumentos Legais a partir da década de 1990
Fonte: (DUCH; LAUDARES 2009, p. 143).
No trajeto histórico a educação profissional e tecnológica integra-se a Lei n° 9.394/96,
de diretrizes e bases da educação, na qual, estudos remetem uma maior autonomia sobre a
organização curricular e pedagógica dos CSTs quando comparada com a oferta de cursos
técnicos de nível médio pautados no Decreto n° 2.208/97 (DUCH; LAUDARES, 2009).
No entanto, segundo Christophe (2005), tem-se o Decreto nº 2.208, de 17 de abril de
1997 que também expõe em seu Artigo 10 que os cursos de nível superior, correspondentes
à educação profissional de nível tecnológico deverão ser estruturados para atender aos
diversos setores da economia, abrangendo áreas especializadas, e conferindo diploma de
Tecnólogo, sendo que, a saber, este diploma é de cursos regulares de graduação,
observou-se que o autor aborda o decreto como um dos principais instrumentos jurídico-
normativo da Reforma da Educação Profissional e enfatiza também o PROEP e o
PLANFOR sendo as duas principais políticas públicas para EPT, abaixo segue figura 5
sobre o mapa da legislação da Educação Tecnológica exposta por Christophe (2005)
enfatizando o Decreto nº 2.208, de 17 de abril de 1997 :
33
Figura 5- Mapa da legislação sobre Educação Tecnológica
Fonte: (CHRISTOPHE, 2005, p. 23).
Por sua vez, a pesquisa busca salientar enfoques sobre a educação superior
baseados na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN (9.394/96), no qual,
esta remete em seu artigo 43 a sua finalidade, que aborda uma noção ampla sobre a
formação de diplomados e em seu artigo 44 relata que a educação superior abrangerá
determinados cursos e programas, no qual, temos os cursos de graduações inseridos neste
contexto.
Nesse sentido, ao ofertar os cursos de formação tecnológica as Instituições de
Ensino Superior devem seguir a legislação no intuito de subsidiar melhorias no ato de
educar e em relação às diretrizes curriculares. No nível de tecnólogo o parecer CNE/CP n°
29/2002, propõe que o entendimento sobre a característica da formação tecnológica não
compreende pelo fato da sua duração e, sim, pelo perfil profissional de conclusão.
Segundo o olhar do Ministério da Educação em seu estudo sobre Educação
Profissional e Tecnológica e a Legislação Básica- Superior (2008) a educação de nível
tecnológico há um perfil profissional para cada graduação de maneira específica e, desta
forma, a estruturação curricular dos cursos superiores de tecnologia deverá ser formulada
34
em consonância com o perfil profissional de conclusão de cada curso. Abaixo, observa-se o
trecho deste documento sobre a educação tecnológica nos termos da atual legislação:
[...] educação tecnológica pode ser considerada correspondente à educação profissional nos termos da atual legislação. Nesse ponto, cabe lembrar que os termos “técnica” e “tecnologia” estão presentes em todos os níveis da educação profissional. Assim, sem dúvida, os cursos técnicos atuais estão fortemente impregnados de tecnologia. Da mesma forma, a técnica está presente tanto no nível tecnológico quanto nas demais habilitações de nível superior. Trata-se, portanto, de questão de maior ou menor ênfase. A formação do tecnólogo requer desenvolvimento de competências mais complexas que as do nível técnico, requer maior nível de conhecimento tecnológico (BRASIL, 2008, p. 275).
Subsidiada pelo aparato legal, tem-se a expansão dos CST’s, assim, o capítulo III da
LDBEN sofreu alterações de acordo a Lei 11. 741 de 2008, onde se lia “Da Educação
Profissional” lê-se “Da Educação Profissional e Tecnológica”. Segundo documento do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, intitulado: “Um novo modelo em
educação profissional e tecnológica, concepções e diretrizes”, as mudanças na perspectiva
da educação profissional superior e as políticas sobre a expansão desta modalidade
apontam que a partir de 2004 tem-se pelos Institutos Federais - IFs a autonomia para a
criação e implementação de cursos de todos os níveis da educação profissional e
tecnológica pela rede federal. No entanto, para além da rede federal de ensino, sabe-se que
as graduações tecnológicas são ofertadas também pelas Instituições privadas, logo, verifica-
se a expansão da oferta de graduações tecnológicas que também possuem o papel de
melhorar o acesso à educação superior.
Desde modo, a consolidação da educação profissional é dada também pelo trabalho
da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação
(SETEC/MEC), pois esta é a coordenadora nacional da política de educação profissional e
tecnológica (EPT) no país. Assim, em consonância aos objetivos da SETEC, a Lei nº
13.005, de 25 de junho de 2014 aprova o Plano Nacional de Educação – PNE, para o
período de 2014 a 2024, no qual, há 20 metas a serem alcançadas, em destaque dá-se a
ênfase sobre a meta de fomentar a oferta de cursos superiores tecnológicos. A educação
profissional articula-se nas seguintes premissas conforme Decreto nº 5.154 de 23 de julho
de 2004.
2º A educação profissional observará as seguintes premissas: I - organização, por áreas profissionais, em função da estrutura sócio-ocupacional e tecnológica; II - articulação de esforços das áreas da educação, do trabalho e emprego, e da ciência e tecnologia III - a centralidade do trabalho como princípio educativo; e IV - a indissociabilidade entre teoria e prática (BRASIL, 2004a, p.110).
35
A fim de seguir as premissas e pela afirmação de sua identidade, os CST’s possui
segundo informação no portal do MEC, a aprovação do Catálogo Nacional de Cursos
Superiores de Tecnologia (CNCST), elaborado conjuntamente pela Secretaria de Regulação
e Supervisão da Educação Superior (SERES) e pela Secretaria de Educação Profissional e
Tecnológica (SETEC), o Catálogo consta atualmente em sua 3ª Edição (Portaria nº 413, de
11 de maio de 2016). Veja a estrutura do CNST segundo portal do MEC:
O CNST traz em sua estrutura, 134 denominações de Cursos Superiores de Tecnologia agrupados em 13 (treze) eixos tecnológicos, com a seguinte descrição por curso: Perfil profissional de conclusão; Infraestrutura mínima requerida; Carga-horária mínima; Campo de atuação; Ocupações CBO associadas; Possibilidades de prosseguimento de estudos na Pós-Graduação (BRASIL, 2016b).
Observou-se que pelo aspecto profissional das graduações tecnológicas, estas se
articulam com o documento da Classificação Brasileira de Ocupação (CBO), uma vez que, a
profissão regulamentada deve estar incluída neste documento e também sob um conselho
de classe. Em relação ao CNST e seus agrupamentos em eixos, tanto o portal do MEC,
quanto o guia para cooperação internacional abordam a mesma estrutura, entretanto, o guia
relata em seu texto apenas 125 CST’s, a qual, o portal do MEC expõe um número maior,
sendo 134.
Ao abordar o primeiro eixo referindo-se à área de saúde, a Constituição da República
Federativa do Brasil (2012) na Seção II expõe sobre a Saúde, onde é interessante salientar
que “a saúde é direito de todos e dever do Estado”. A partir desta perspectiva as políticas
sociais e econômicas devem estar de encontro a uma visão sobre a redução de risco de
doenças e outros agravos. Além da saúde a educação também na Constituição Federativa
(CF) é retratada como “direito de todos e dever do Estado e da família”, no qual, tem-se a
observância no desenvolvimento do “sujeito” no intuito ao exercício da cidadania e a sua
qualificação para o trabalho. Deste modo, não se pode deixar de referenciar o art. 214 da
Constituição Federal que recai sobre o plano nacional da educação para evidenciar entre
outros “o objetivo, III- Melhoria da qualidade do ensino em seus diversos níveis”.
Portanto, têm-se segundo Albuquerque (2015), duas linhas de pensamento sobre a
educação tecnológica, sendo uma baseada em uma educação mecânica e a outra vertente
trata a educação tecnológica de maneira de formação ampla e voltada para um lado mais
social. Essa última vertente vai de encontro à perspectiva dessa pesquisa, fala-se da
educação para além do “ensinar a fazer”. Pois, por mais que cada graduação tecnológica
possua sua especificidade no “fazer” que esse perfil não se limite a esta ação. Com essa
visão, o próximo tópico tratará da educação e difusão do conhecimento.
36
2.2 A educação e difusão do conhecimento
A educação segundo definição da palavra significa: “Ato ou efeito de educar” e/ou
“Processo de formação das faculdades intelectuais, morais e físicas de um ser humano”.
(RIOS, 1999, p. 235). O ato de educar está presente na vida em todos os momentos. A
pesquisa aborda o educar na formação profissional superior no qual também se observa o
indivíduo para além do “saber fazer”. O educar estar atrelado ao ensino, no qual segundo
Vieira (2014) o ensino é muito importante para o indivíduo, pois esta atividade somada ao
saber acumulado de vida cria novas percepções que auxiliam a descobrir o mundo que
vivemos e elucidar o que queremos. Nesse sentido, observa-se que o ato de ensinar é
intrínseco a ação do aprender, segundo Rios (1999)) o conceito aprender é relativo a “tomar
conhecimento”. Portanto, o educar, o ensino, o aprender são processos intrínsecos na
educação. Nos subitens a seguir têm-se uma explanação da educação e da difusão do
conhecimento em prol da práxis educativa.
2.2.1Para além da formação e da difusão do conhecimento
A perspectiva sobre educação nesse trabalho visa o além da condição mercantil.
Assim, sobre o termo educação, Meszáros (2005), aborda que o verdadeiro sentido amplo
do termo educação trata-se de uma questão de “internalização” pelos indivíduos e defende
que todo ser humano contribui de alguma forma para a formação de uma concepção de
mundo seja para uma linha de manutenção e/ou para uma linha de mudança.
A educação é soberana! No artigo Educação e Consciência em Freire, segundo
Andrade, (S/D), ele expõe a necessidade do educador rever a concepção de educação, uma
vez que, há uma necessidade de enxergar em cada educando um ser social, histórico,
cultural e ativo na sociedade, e no mesmo sentido Oliveira (2007) compartilha da ideia que o
processo educativo deve ser “libertador”, ou seja, a favor de uma educação
conscientizadora que deixa para trás as práticas da educação bancária.
O termo “educação profissional” introduziu uma ambiguidade no sentido do
entendimento da educação. Porém, vale ressaltar que as interpretações reducionistas não
serão destaque nesse trabalho (BRASIL, 2004b). Portanto, reforça-se a perspectiva de
educação profissional e tecnológica para além do ensinamento das atividades de uma
profissão. Há um esforço do Ministério da Educação por intermédio da Secretaria de
Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) em elaboração de políticas públicas para
garantir uma educação formadora de cidadãos conscientes e críticos.
37
Sobre a exploração da educação tecnológica Oliveira (2000, p 55) diz que “Educação
tecnológica vai além da formação técnica, que reduz a simples treinamento, e se relaciona
com uma dada concepção de educação e de tecnologia.”
Sobre a concepção de Paulo Freire (1993), ou seja, uma educação que não seja
resumida ao despejo de conteúdos, pode-se inferir a importância da abordagem sobre
diferentes espaços de aprendizagem. Nesse sentido, há de se refletir na atualidade sobre os
espaços multirreferenciais de aprendizagem abordados por Burnham (2012, p.289) que vão
desde espaços concretos até espaços virtuais. Para a perspectiva desse trabalho enfatiza-
se o espaço virtual em rede, pois o mesmo é significativo para a construção e difusão do
conhecimento.
O ensinar, quando se retrata a educação formal ver-se o ofício da docência e segundo
Nascimento e Hetkowski (2009 p. 104), os profissionais com suas especificidades devem
trabalhar e aprofundar em formas de produção de conhecimento para facilitar a
aprendizagem. Deste modo, “Não existe uma única pedagogia universitária e sim, várias,
embora todas se situem em um mesmo campo científico...”
Para Freire (1996 p. 14-39), sobre a prática educativa há de refletir sobre o ensinar.
Pois, segundo o autor: “[...] Não há docência sem discência” [...] Ensinar não é transferir
conhecimento [...] Ensinar é uma especificidade humana [...]”
Como já exposto acima, conhecimento não é “dado”, e sim, construído e difundido. O
termo conhecimento intrinsecamente se envolve de vários processos e segundo Morin,
(2015): “[...] conhecimento é um fenômeno multidimensional, de maneira inseparável,
simultaneamente físico, biológico, cerebral, mental, psicológico, cultural, social”.
A difusão de conhecimento baseada na colaboração e cooperação significa dizer que
não há verdade absoluta, segundo a teoria de Nonaka e Takeuchi (1997, 2008),
apresentada por Brito (2008)um novo conhecimento sempre surge a partir de um indivíduo,
e “tais indivíduos” estão aptos a manter relação a partir das afinidades. Sampaio et al.
(2014) afirma que há diversas fontes de conhecimento e que em uma organização a
primeira fonte de obtenção de conhecimento são as pessoas. Portanto, salienta-se que a
internet é um potencial para difusão de conhecimento em rede, assim observa-se a
importância das tecnologias de informação e comunicação na educação.
2.2.2 A práxis educativa
A práxis educativa aqui trabalhada possui uma perspectiva da correlação teoria e
prática profissional. Portanto, a práxis educacional é vista no propósito de contemplar a
relação teoria e prática de todas as especialidades da área de radiologia. O conceito práxis
38
para o âmbito da educação correlaciona-se ao fazer humano, onde diz respeito a não
promover a dicotomia da teoria com a prática, visão e ação.
Segundo Correia (2012, p. 76) em seu artigo que aborda sobre práxis educativa e
articulação com os conceitos de tempo, pensamento e sociedade há um retrato sobre uma
educação práxica, “uma educação para a cidadania, para o trabalho, para o mercado”.
Por sua vez, entende-se sobre práxis de acordo com Pimenta (1995) que ao se
trabalhar as dimensões de conhecimento e de intencionalidade (atividade teórica) e a de
intervenção e transformação (atividade prática) esta junção de dimensões confere a chegar
à atividade teórico-prática. Porém, para o autor há de salientar a percepção sobre o que se
chama de formas de práxis (produtiva, política, criadora) no qual, associa-se do objetivo
sobre o qual o sujeito exerce sua ação (PIMENTA, 1995, p.61).
Deste modo, segundo Correia (2012), os professores são profissionais para
conceber construções e mobilizações que visam à humanização das relações pedagógicas
em situações reais de ensino e aprendizagem. Assim, a ação práxica tende a impulsionar as
contribuições educacionais, pois os atos cognitivos encaminham ao conhecimento, e,
portanto, a realizar a práxis educativa. No intuito de compreender o trabalho docente na
perspectiva práxica segue a definição de acordo a ideia de Konder:
Práxis é a atividade concreta pela qual os sujeitos se afirmam no mundo, modificando a realidade objetiva e, para poderem alterá-la, transformando-se em si mesmos. É a ação que, para se aprofundar de maneira mais consequente, precisa de reflexão, do autoquestionamento, da teoria; e é a teoria que remete à ação, que enfrenta o desafio de verificar seus acertos e desacertos, cotejando-os com a prática (CORREIA, 2012, p. 77 apud KONDER, 1993, p. 115).
Para tanto, ao abordar a práxis educativa no trabalho docente, esta deve ser vista
com uma ampla abertura de saberes diversos, que esta prática esteja de encontro com as
necessidades humanas e que não se limite a questões reducionistas. Nesse sentido,
Coutinho (2012), entende que processos de educação não se restringem a ações
meramente pedagógicas. Baseando-se em Paulo Freire quando se refere à educação
popular, a práxis é uma palavra única, a qual evidencia uma reciprocidade e
complementariedade. Assim, Oliveira (2007, p. 220.), expõe que “é na ação, na práxis, no
trabalho, que o homem toma consciência de si, do mundo e dos outros”.
Quando a abordagem da educação se dá formalmente em uma Instituição de ensino,
a didática, o currículo, entre outros elementos são norteadores na prática pedagógica,
segundo Pereira (2014 apud SAVIANI, 2008) esses fatores devem estar de acordo com as
necessidades reais e temporais dos envolvidos no ato educativo.
39
A tecnologia de informação e comunicação é uma ferramenta que possui
contribuição para a ação educativa, assim, Santana, et al (2009), percebe-se que o uso das
TIC’s e principalmente do computador e da internet, são fontes que ajudam na expansão do
conhecimento. Segundo Moran (2004), há necessidade do professor se “reinventar” e se
inserir em novos espaços junto à tecnologia digital em rede, pois os cursos precisam prever
espaços e tempos de contato com a realidade, à sua profissão. No entanto, vale ressaltar
que o contato presencial e o virtual se complementam, ou seja, um não elimina ou sobrepõe
ao outro.
2.3 O uso das tecnologias digitais na educação
A discursão proposta neste tópico aborda sobre o uso das TIC’s na educação, deste
modo têm-se os subitens: Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação – TDIC e a
mediação pedagógica. Pretende-se elucidar a colaboração do uso das tecnologias digitais
para a construção e difusão do conhecimento partindo do olhar pedagógico. Todavia, faz-se
necessário entender o conceito de tecnologia que segundo Kenski (2003), se entende como
algo muito além das meras ferramentas tecnológicas, a tecnologia envolve o conjunto de
técnicas para o desenvolvimento de algo novo. Porém, quando se fala de tecnologia na
educação a visão é de um resultado da fusão entre ciência e técnica, no qual, tem-se como
objetivo facilitar o processo de ensino e aprendizagem, sobre a ótica de Arnaud (S.D.), em
seu texto sobre as interpretações da tecnologia na contemporaneidade: por uma
tecnogênese dos processos tecnológicos ele faz alusão de uma tecnologia a partir da
reflexão sobre a atividade construtiva e criativa da condição humana, onde tecnologia é algo
para além e não exclusivista. Assim, para apropriar um termo que não fique limitado ao valor
instrumental, ou seja, com base operacional, Arnaud propõe o termo “tecnogênese” em vez
de tecnologia, pois, há uma necessidade de entender a tecnologia para além da ferramenta
ou do viés industrial, pois as TIC’s representam uma “tecnologia” onde os sujeitos podem
transgredir.
2.3.1 Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) e a mediação pedagógica.
A vida humana é marcada por várias transformações, em relação à evolução da
tecnologia observa-se que a sociedade testemunhou o fenômeno da Convergência
Tecnológica. Este fenômeno segundo Gadelha (2014, p. 10 apud COSTA, 2012) é o evento
agregado há sistemas de informações a diversas tecnologias.
Assim, ao falar das tecnologias digitais vale salientar o seu expressivo poder de
informação, comunicação e interação, nesse sentido observa-se o seu potencial espaço no
40
campo da educação, Costa, Duqueviz e Pedroza (2015), aborda em seu artigo Tecnologias
Digitais como Instrumentos Mediadores da Aprendizagem dos Nativos Digitais que ao usar o
termo Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) este faz referência mais comum aos
dispositivos eletrônicos e tecnológicos mais antigos, e afirma que, pesquisadores estão
usando o termo Novas Tecnologias para se referir as Tecnologias Digitais ouTecnologias
Digitais da Informação e Comunicação (TDIC). Neste mesmo artigo as autoras enfatizam
com base no relatório elaborado pela a comissão internacional sobre educação para o
século XXI para a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(UNESCO) a recomendação da educação baseada em quatro pilares, sendo:
[...] aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver, aprender a ser perante as necessidades educacionais para a vida em sociedade no século XXI (DELORS, 1998 apud COSTA, DUQUEVIZ E PEDROZA, 2015, p. 604).
A sociedade cotidianamente convive em torno das tecnologias digitais, sendo assim,
esta possui seu valor na educação. Logo, este assunto deve ser abordado. Nesse sentido,
os autores Franco (2013) e Prensky, (2001) definem que os usuários de tecnologias digitais
nascidos a partir de 1990 são denominados nativos digitais e estes possuem características
próprias, nos quais, há de retratar a aprendizagem mediada pelas novas tecnologias. A
mediação aqui trabalha está sobre a visão da intervenção de um artefato tecnológico em
uma determinada relação, enfoque para a relação à aproximação entre sujeitos com
finalidades mútuas. Coll e Monereo (2010, p. 46) relatam sobre tecnologia ubíqua: “[...] se
refere à progressiva interação dos meios informativos nos diferentes contextos de
desenvolvimentos dos seres humanos, de maneira que não são percebidos como objetos
diferenciados”.
Moran (2013), ao abordar sobre a integração das tecnologias de forma inovadora,
afirma que as tecnologias digitais facilitam a pesquisa, a comunicação e a divulgação em
rede. Em relação ao ambiente educativo, o autor expressa que as novas tecnologias
passam por três etapas, até o momento, sendo: a primeira etapa para automatizar
processos e diminuir custos, a segunda etapa o uso parcial das tecnologias no projeto
educacional, exemplo a construção de um portal para o apoio para pesquisa e comunicação
e a terceira etapa o amadurecimento da implementação e do uso das tecnologias móveis no
ambiente educacional que vão de encontro a mudanças significativas do projeto
pedagógico, metodológica e curriculares.
Os profissionais da educação vivem com as mudanças no sistema do ensino e
aprendizado por conta das TDIC, esse fato é percebido na abordagem de Zamperetti e
Rossi (2015, p. 192), “Assim, podemos dizer que a educação esta passando por mudanças
41
estruturais e funcionais frente às novas tecnologias.”. Deste modo, sabe-se que
inquietações há de existir para os profissionais que buscam estratégias de adequação aos
novos tempos, uma vez que, faz-se necessário adequar-se as novas demandas sociais, ou
seja, no ambiente educacional ver-se uma nova relação de ensino e aprendizagem. Por
meio das tecnologias digitais, por exemplo, o professor certamente poderá aproximar o
saber curricular com o cotidiano dos estudantes e desta forma a ação deste profissional é
um fator imprescindível no intuito de garantir uma melhora no ensino e na aprendizagem,
evidencia-se que é importante usar todas as potencialidades dos recursos tecnológicos em
prol do ato de ensinar e do aprender.
Em relação à importância da ação do profissional da educação perante a inserção
das novas tecnologias na educação, Santana e Lima (2009), também corroboram com a
ótica posta no parágrafo acima. Portanto, as mudanças ocorridas na sociedade devem ser
trabalhadas pela comunidade acadêmica, para tanto, faz-se necessário à ênfase na
melhoria da ação do educar de modo a minimizar as inquietações de cada momento. Sobre
a educação hoje:
“[...] a educação no mundo de hoje tende a ser tecnológica, o que, vai exigir o entendimento e interpretação de tecnologias. [...] elas estão a exigir uma nova formação de homem que remeta a reflexão e compreensão do meio social em que se circunscreve (GRINSPUN, 2001, p. 25 apud Santana, 2009, p.140).
Para tanto, Carneiro (2002), levanta a importância de ter cuidado em relação ao fluxo
de informação possibilitada pelas novas tecnologias, no qual, o conhecimento não deverá
ser afetado a ponto de ocorrer à falta de discernimento entre conteúdos científicos e
conteúdos do senso comum. Neste sentido, a mediação pedagógica possui um ato crucial
em relação às novas tecnologias e educação, o ato de orientar. Entendendo pedagogia
como uma ciência que tem como objeto de estudo a educação (RIOS, 1999), a orientação, o
direcionamento tanto do alunado quanto do profissional docente deverão ir de encontro ao
potencial positivo das novas tecnologias no campo educacional.
Ao se tratar de tecnologia e educação tem-se o conceito Tecnologias Educacionais
que segundo Reis (s.d), é entendida como: “[...] pode ser enunciado como o conjunto de
procedimentos que visam “facilitar” os processos de ensino e aprendizagem com a utilização
de meios e suas consequentes transformações culturais”. Em seu estudo de campo o autor
identificou que a maioria do alunado tanto do ensino médio, quanto do ensino superior não
entende sobre o que vem a ser tecnologias educacionais. Deste modo, os estudantes não
associam o rádio, a caneta, o giz o quadro negro como tecnologias educacionais. Elucida-se
sobre a existência de diversas tecnologias educacionais, porém estas estão de acordo a
cada época.
42
Para tanto, nesta era da informação e em tempos de comunicação digital segundo
Barbosa (2012), o uso das TIC’s como ferramentas interativas propicia inúmeras
possibilidades de desenvolvimento da mediação pedagógica, assim, com apoio de suportes
tecnológicos há um fortalecimento no processo educacional. A colaboração das novas
tecnologias abrange de maneira ampla o campo da educação que, por sua vez, possui sua
expressão em cada formação específica.
2.3.2 A colaboração do uso das tecnologias digitais para a práxis educacional na formação em saúde.
Entende-se a complexidade do processo do ensinar e do aprender, e assim, todos os
recursos que as tecnologias digitais possibilitam, exprimem a possibilidade da colaboração
nesse processo, nesta perspectiva Gadelha (2014), afirma que a evolução digital possui
impactos expressivos na forma da aprendizagem humana e nas novas estratégicas para o
trabalho pedagógico. Deste modo, há de se explorar novos ambientes, a exemplo tem-se os
ambientes virtuais de aprendizagens, sendo estes definidos como:
Ambientes Virtuais de aprendizagens são sistema de software desenvolvidos sobre metodologia pedagógica para auxiliar o professor na promoção de ensino e aprendizagem virtual, semipresencial e presencial. (GADELHA, 2014, p. 12). Entre os inúmeros recursos digitais em prol da educação evidencia-se a internet. Pois,
através do acesso à internet observa-se que as tecnologias de informação e comunicação
possuem entre outras características a de aproximação dos sujeitos. No entanto, há de
ressaltar também que além da interação sendo ela síncrona ou assíncrona proporcionada
pelo uso desses recursos digitais, estes auxiliam em pesquisas e publicações, etc. Mas,
segundo Moran (2013) a web é uma fonte que deve ser vista como avanços e também como
problemas no campo da pesquisa.
Os problemas relativos à: reconhecimento do espaço virtual, sua credibilidade e
gestão das informações e exposições de conteúdos de uma organização, são limitantes
para algumas práticas pedagógicas na área de saúde. Nesse sentido, segundo Pinochet,
Lopes e Silva (2014) as inovações e tendências das TIC’s na área de saúde são inúmeras,
mas é fundamental que não ocorra vazamento de informações ou exposições
desnecessárias das entidades de saúde.
Ao se reportar a questões de divulgações, ou seja,exposições de conteúdos de uma
organização, por exemplo. Faz-se necessário abordar sobre a perspectiva da difusão do
conhecimento, na qual Andrade, Ribeiro e Pereira (2009), em seu artigo sobre um estudo
sobre a difusão e o compartilhamento do conhecimento na cultura acadêmica, explana
43
sobre o assunto e realiza uma reflexão sobre o uso das TIC’s perante um controle da ciência
universitária inconsciente e/ou consciente.
Burnham et al. (2012), trabalha em uma perspectiva que o conhecimento privado a
determinadas comunidades epistêmicas e /ou comunidades cognitivas sejam transformados
em conhecimento público, ou seja, que haja a socialização do conhecimento. A partir da
visão de mediação, há de inferir que as TIC’s são ferramentas com capacidade de fazer
uma socialização de conhecimentos.
A socialização é um fator imprescindível na aprendizagem, e de acordo as novas
demandas da educação faz-se necessário compreender a relação entre educação e
trabalho, daí nasce à concepção sobre os espaços multirreferenciais de aprendizagem,
definidos por Burnham et al. (2012, p.117), como:
[...] concretos ou virtuais, onde conhecimentos são ‘decifrados’, ‘decodificados’, traduzidos, produzidos, partilhados, compreendidos, internalizados para a construção de subjetividades e culturas.
Apesar da complexidade dos espaços multirreferenciais de aprendizagem a intenção
perpassa pelos anseios da superação da segregação socioeconômico- cultural cognitiva, a
qual, grande parcela da população está submetida. Desde modo, amplia-se a ótica para
uma sociedade de aprendizagem onde o conhecimento é um bem público (BURNHAM et al.,
2012).
Todavia, apesar de considerar o uso das TIC’s como ferramenta de grande potencial
para a educação, para a socialização de conhecimentos deve-se ressaltar que há aspectos
que deverão ser tratados com cuidado, principalmente quando esta ferramenta está para
uma formação acadêmica formal. E nesse sentido, têm-se programas de formação de
formadores para o uso das tecnologias digitais, o qual se pretende suprir lacunas para o
direcionamento do seu bom proveito em relação ao processo educativo (BURNHAM;
XAVIER, 2010).
Goudouris, Giannella e Struchiner (2013), em sua pesquisa sobre TIC’s e ensino
semipresencial na educação médica, relata que o uso dessas tecnologias é abordado como:
Fonte de informação, como ferramenta de integração entre alunos e como ferramenta de
avaliação somativa e formativa. Porém, há um predomínio dos conteúdos textuais em
relação à utilização de ferramentas comunicacionais.
As ferramentas comunicacionais são essenciais para a construção do conhecimento
do sujeito a partir da interação com o objeto a ser aprendido, quando Burnham (1989), faz a
abordagem sobre sua perspectiva de currículo sendo um processo social, observa-se a
necessidade da aproximação do discente com a sua prática profissional.
44
O potencial de aproximação virtual do discente com a prática profissional é uma
vantagem extraída do uso das TIC’s na educação na área de saúde. Nesta perspectiva,
sobre as vantagens das tecnologias de informação e comunicação como potencializadoras
dos processos educacionais e da difusão do conhecimento, Pinheiro e Sales (2012) afirmam
que a geração e difusão do conhecimento é uma realidade na sociedade contemporânea.
Burnham, (2005) em seu artigo sobre: Cultura e Competências de Gestão do
Conhecimento exprime sobre as transformações ocorridas na sociedade capitalista e
globalizada. Assim, no que tange à respeito ao processo de (in) formação do trabalhador
tem-se a inteligência criadora como riqueza, daí observa-se cuidados em relação com
gestão de informações e conhecimentos.
Nesta perspectiva observa-se um novo olhar para o entendimento no processo de
ensino e aprendizagem do trabalhador:
Treinar o trabalhador já não faz sentido, é preciso (in)formá-lo; educa-lo; no sentido amplo da palavra, percebendo-o não como ‘recurso humano’, mas como ‘Riqueza Humana’. (BURNHAM et al., 2005, p. 397).
Observa-se que, o ser humano é a maior riqueza! E, destaca-se a importância da
comunicação interativa para potencializar a construção colaborativa do conhecimento,
Burnham et al. (2005).
Em relação à comunicação Silva (2002, p.73 apud BURNHAM, 2005, p. 291-292) em
seu quadro expõe um entendimento entre comunicação na modalidade unidirecional e
comunicação na modalidade interativa. Veja abaixo no Quadro 1:
Quadro 1. Comparação entre as modalidades de comunicação entre professor-aluno
Fonte: Silva, 2002, p. 73
45
Neto, (s.d), segue a mesma linha de pensamento de Burnham ao abordar sobre a
aprendizagem com auxílio da TIC’s quando ressalva em relação à existência de desafio
sobre essa questão. No entanto, os autores consideram a colaboração das TIC’s como
potencializado no processo educativo.
Os avanços tecnológicos estão presentes na vida cotidiana da sociedade, e não
diferente estes avanços mudaram ações profissionais. Na área da saúde o uso das TIC’s é
expressivo tornando-se uma habilidade necessária dos profissionais. Logo, saber utiliza-la
em prol da formação e também do cotidiano profissional deve ser levado em conta. O
exemplo do cotidiano profissional são as TIC’s aplicadas à saúde com a telemedicina
(ALMEIDA et al., 2016).
Sobre a disponibilidade e uso das TIC’s em estabelecimentos de saúde brasileiros,
Senne et al. (2014) expõe em sua pesquisa que os estabelecimentos públicos apresentam
proporções de uso das TIC’s maiores do que os privados. Logo, retrata o importante papel
das instituições públicas na educação e nas atividades de pesquisas em saúde no Brasil,
onde: 30% dos estabelecimentos públicos com internet possuem disponíveis serviços de
educação à distância em saúde, em comparação a 17% dos estabelecimentos privados.
Sobre a educação à distância em foco para a área de saúde, esta pesquisa tem a
perspectiva de usar recursos tecnológicos digitais como apoio didático para educar, formar,
aproximar pessoas que possuem interesses correlacionados. Não há aqui uma abordagem
sobre a modalidade de ensino presencial e a distância, e sim, o uso de recursos
tecnológicos digitais mediadores para proporcionar a construção e difusão do conhecimento.
Mas, para nosso conhecimento sabe-se que os cursos de graduação regulares no país, na
modalidade presencial, podem utilizar de até 20% de ensino na modalidade a distância
(REIS et al. 2016).
Na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Geais (UFMG), há um
expressivo acervo virtual de objetos de aprendizagem em uma convergência para o estimulo
do aluno nos cursos de graduação presenciais. Há programas de fabricação própria nas
dependências da faculdade para cursos de medicina, fonoaudiologia e tecnologia em
radiologia (REIS et al. 2016). No sentido de usar as TIC’s para a contextualização do ensino
em radiologia o estudo de Reis demostra a satisfação e empenho dos discentes.
Na perspectiva de Santos (2014) entende-se radiologia como sendo uma
especialidade da área médica para finalidades de radiodiagnóstico e terapias. Nicontchuk
(2001) expõe que a definição de radiologia para área médica corresponde à utilização das
radiações ionizantes com o propósito da realização de diagnóstico, prevenção e tratamento
de doenças. Segundo projeto pedagógico do IFBA (2012): “[...] A radiologia é uma das
principais ferramentas, se não a mais importante, da medicina moderna”. Porém, segundo
46
colaboradores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA,
2010), a radiologia não se restringe apenas a área de saúde.
Em uma perspectiva sobre a formação em radiologia, conforme parágrafo anterior
conclui-se que há especificidades ao se estudar a radiologia. Portanto, observa-se o
potencial existente nas TIC’s como recurso colaborador no processo educacional entre os
sujeitos. A colaboração pode ser entendida na possibilidade de aproximação das realidades
de cada especificidade existente na área de radiologia. A proposta de aproximação dos
sujeitos sugere nesta pesquisa um portal de difusão do conhecimento contextualizado com
cada especificidade da área.
47
3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA
Esta pesquisa se baseia em um campo onde há reflexão sobre o uso de recursos
tecnológicos digitais em rede para melhorar o processo educacional. A pesquisa foi
realizada com base em um referencial teórico que abordou sobre a importância de elucidar
ainda mais à potencialidade das TICs e/ou TDIC no campo da educação, e assim, sendo
focada na formação superior tecnológica em radiologia.
Para além da reflexão sobre o assunto da relação tecnologia digital e educação, a
pesquisa busca reforçar a importância da práxis, onde se tem uma perspectiva de formação
não reducionista e que a interação entre os sujeitos contribua para reflexões, aprendizado e
difusão de conhecimento. A proposta de um portal interativo de práxis educacional para a
formação superior em radiologia sugere o uso dos recursos das tecnologias digitais em prol
a transformação do ato de ensinar e seu potencial na construção e difusão de
conhecimento. O uso do recurso comunicacional é observado nesta pesquisa como
significativo na aproximação, trocas e interações que possibilitam a construção do
conhecimento sobre a área.
A procura por um caminho metodológico que vai de encontro aos objetivos da
pesquisa não foi tarefa fácil, porém acredito que para o melhor entendimento de todos é
necessário deixar explícito a organização e a lógica do trabalho escrito. Portanto, a fim de
orientar o leitor sobre o percurso metodológico, houve a criação de um fluxograma. Mas,
antes de observa-lo entende-se fluxograma segundo Faria (2006) como:“[...]O fluxograma
sempre possui um início, um sentido de leitura, ou fluxo, e um fim [...]”
Abaixo, segue a figura 6 do fluxograma criado, este fluxograma objetivou-se entender
o processo desta pesquisa, ou seja, o seu passo-a-passo.
FIGURA 6 -Fluxograma: etapas da pesquisa
Fonte: Elaboração própria.
48
3.1 Opção metodológica da pesquisa
Em relação à metodologia da pesquisa considera-se que ela foi realizada dentro de
uma abordagem qualitativa de natureza aplicada. A palavra metodologia vem do grego
methodos (meta+hodós) significando “caminho para se chegar a um fim” (GIL, 2006, p. 26).
A pesquisa é uma investigação, ou seja, a ação perante um tema escolhido. Assim,
essa investigação basear-se em métodos qualitativos que segundo Lakatos e Marconi (2007,
p.11), se define por:
“[...] método qualitativo preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do comportamento humano. Fornece análise mais detalhada sobre as investigações, hábitos, atitudes [...] Embora o método qualitativo seja expressivo nas pesquisas relacionadas à análise
social, há de evidenciar também a importância do método quantitativo, desta forma, esses
métodos irão se associar e enraizar determinadas análises nas pesquisas cientifica.
O estudo foi escolhido de acordo à análise da pesquisadora desta dissertação, pois,
por atuar como docente percebeu as angústias dos discentes em relação à necessidade de
uma práxis em radiologia. Ou seja, aproximação da teoria e prática da profissão.
Considera-se que a metodologia trata de um estudo de caso. Em relação aos
caminhos metodológicos têm-se:
� Revisão de literatura:Método de Bardin (2007), sendo o método de análise de
conteúdo.
� Análise documental: Método de Bardin (2007), sendo o método de análise de
conteúdo.
� Pesquisa de campo:
� Questionário aberto como ferramenta de apoio para as entrevistas
gravadas
� Análise dos dados do campo:
� Metodologia de emergência de conceitos Pinheiro (2012)
3.2 Lócus da pesquisa
A pesquisa abrange a formação superior em radiologia em Salvador-Ba, e foi realizada
em duas Instituições de Ensino Superior (IES) que além de disponibilizar o Curso de
Tecnologia em Radiologia estavam com turma formada e em funcionamento no momento da
49
investigação. Salienta-se que o estudo apresentou como limitações a burocracia do acesso
em outras IES e também, a detecção de aprovação defuncionamento do curso, mas o não
funcionamento deste, devido a não formação de turma.
No site do e-MEC observou-se as Instituições de Educação Superior e Cursos
Cadastrados na área de radiologia em Salvador-Ba, conforme Figura 7 abaixo.
Figura 7- Informações sobre ofertas dos cursos superiores de radiologia em Salvador-Ba.
Fonte: (E-MEC, 2018).
O lócus da pesquisa de campo abrange duas IES, sendo uma de característica privada
e outra pública. Todas estas estão localizadas em Salvador Bahia Brasil.
50
3.3 Articulação teórica
Pesquisar não é uma tarefa fácil! No entanto, a colaboração de trabalhos que abordam
sobre as áreas de conhecimentos distintos ajuda a nortear aqueles que estão na caminhada
da pesquisa cientifica. Nesse sentido Novaes (2014), concorda que recorrer a trabalhos com
temas correlacionados ao interesse do pesquisador leva-os á ter mais elementos de análise
e bases para as reflexões futuras.
A revisão de literatura é importante para a fundamentação teórica de qualquer
pesquisa cientifica. A fundamentação teórica desta pesquisa apresentou reflexões
dialogadas entre alguns estudiosos das áreas de interesse.
Em relação a esta pesquisa têm-se três grandes áreas de interesse, sendo: Educação,
Tecnologia e Formação em Saúde. Vários são os autores trabalhados, porém neste
parágrafo há apenas alguns exemplos de autores, eles estão correlacionados com cada
grande área respectivamente, e são: Freire (1997), Manfredi (2002), etc; Burnham (2010),
Pinheiro (2012), Barbosa, (2012), etc; Deluiz (2000), Santos (2014), Campello (2009), entre
outros.
A partir das três grandes áreas acima descritas, foi analisado conforme o interesse do
foco deste estudo três subáreas, sendo: Em relação à educação tendo enfoque para a
educação profissional de cunho superior, ou seja, CST; em relação a tecnologias o enfoque
do uso das tecnologias digitais da informação e comunicação como ferramenta potencial
para a educação e difusão do conhecimento e em relação à formação em saúde o enfoque
na formação de profissionais para atuar em radiologia.
Para a realização desta pesquisa foi utilizado banco de dados a exemplo: Portal
de Periódicos da (CAPES/MEC) e Scientific Electronic Library Online (SCIELO), além de
publicações (revistas, livros, periódicos, teses, dissertações, artigos, etc.). O tema sugerido
foi: Uma proposta de difusão do conhecimento através de um portal de práxis educacional
na formação profissional superior dos cursos de tecnologia em radiologia em Salvador-Ba.
Perante as áreas de conhecimento escolhido e o tema proposto, usou para a realização do
levantamento de pesquisas as seguintes palavras chaves: Educação profissional superior,
educação profissional superior no Brasil, legislação da EPT, conceitos sobre educação,
práxis educativa, difusão de conhecimento, curso de tecnologia em radiologia, tecnologias
digitais, TIC’s como ferramenta de mediação pedagógica.
Sobre o levantamento da revisão de literatura focada para a EPT e radiologia em
ambos os bancos de dados, CAPES/MEC e SCIELO, os seguintes resultados foram
observados, conforme Figura 8 abaixo:
51
Figura 8 – Levantamento de dados no Portal de Periódicos da CAPES/MEC e SCIELO,
Palavras- Chave
Fontes encontradas CAPES/MEC
Fontes selecionadas SCIELO
Formação profissional superior e
cursos tecnológicos
212 fontes
32 fontes
Tecnologia
em Radiologia
257 fontes
8 fontes
A pesquisa foi realizada entre as datas 21/07/2017 a 26/07/2017
Fonte: Elaboração própria
Observou-se também que ao escrever o tema proposto pela pesquisa não houve
nenhum documento encontrado. Para a pesquisa usou-se o critério ordenado por relevância,
todos os resumos foram analisados para que fossem selecionados. Nesse interim, há de
salientar que durante as consultas realizadas, o banco de dados Scielo repetiu todas as
fontes do Portal da CAPES e este último era mais completo. As pesquisas e outras
abordagens foram sendo realizadas durante a construção da dissertação conforme foram
sendo necessárias.
3.4 Análise sobre os projetos pedagógicos de cursos de tecnologia em radiologia na cidade de Salvador-Ba
Os cursos de tecnologia em radiologia na Bahia foram disponibilizados a partir de
2007, o Ministério da Educação autorizou o Centro Universitário Regional do Brasil- UNIRB1
a ofertar o curso de tecnologia em radiologia, e esta Instituição foi à pioneira na capital da
Bahia.
Logo após a UNIRB a Instituição Estácio - FIB iniciou suas atividades acadêmicas do
curso de radiologia no segundo semestre de 2008. Por sua vez, o Instituto Federal da Bahia
(IFBA) teve sua primeira turma de tecnologia em radiologia em 2009.1, no entanto, a
proposta para a criação do curso foi apresentada desde 2005 (IFBA, 2012).
1 http://www.unirb.edu.br/Noticias_Detalhe.asp?StrNoticia=217
52
Portanto, as IES abordadas acima foram as primeiras a disponibilizarem o CST em
radiologia em Salvador-Ba. Cada Instituição possui sua política e seu projeto em relação ao
ato pedagógico. Logo, têm-se os projetos pedagógicos como documento norteador para o
andamento do curso.
Nesse tópico possibilitou identificar elementos para comparação entre os projetos
pedagógicos dos cursos de Tecnologia em Radiologia de duas Instituições. A comparação
não se baseia em intitular o melhor projeto, mas sim, elucidar o aspecto de práxis
pedagógica emergente na descrição desse documento.
Para a análise documental foi realizada a leitura de todos os projetos pedagógicos
tendo como objetivo identificar elementos para subsidiar as reflexões sobre a práxis
educacional dos CST em radiologia na cidade de Salvador-Ba. Para tanto, faz-se referência
ao uso do método de Bardin (2007), sendo o método de análise de conteúdo.
A análise do conteúdo dos projetos pedagógicos percorre sobre a construção de
categorias de análises, deste modo tem-se:
� Categoria estrutural do projeto: houve a construção de umalistagem dos elementos
que compõem estruturalmente o projeto pedagógico.
� Categoria reflexiva sobre o conteúdo em relação à práxis pedagógica: houve a
identificação de elementos que induz a práxis na área.
3.4.1 Projeto Pedagógico do Curso de Radiologia de uma IES “X”
Na Figura 9 abaixo,segue uma listagem dos elementos que compõem estruturalmente
o projeto pedagógico do curso de radiologia de uma IES “X”
53
Figura 9- Listagem dos elementos que compõem estruturalmente o projeto pedagógico de
uma IES “X”
Fonte: Elaboração própria.
Em relação ao conteúdo abordado neste documento, observou-se que no tópico:
Apresentação Geral do Curso - Histórico do Curso há uma abordagem sobre a carga horária
do estágio, mas não sobre uma determinação de estágio em todas as especificidades de
radiologia.
O Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia (MEC, 2010), contempla o Curso de Tecnologia em Radiologia,edefiniu apenas a carga horária mínima, sem estabelecer as diretrizes curriculares e carga horária de estágio. Essa vacância regulatória, permitiu que o CONTER (Conselho Nacional de Técnicos e Tecnólogos em Radiologia), publicasse no dia 26 de abril de 2010, a Resolução Nº 6, que “regula e disciplina o estágio
54
curricular supervisionado na área das técnicas radiológicas”, estabelecendo no Art. 12 a carga horária mínima de estágio em 480h, para as turmas ingressantes a partir de 2011 (IFBA, 2017,p.9)
O projeto pedagógico “X”, em sua escrita expõe no tópico: Procedimentos de
Avaliação da Aprendizagem a necessidade de segui o princípio da relação entre a teoria e a
prática.
Os princípios pedagógicos e legais que orientam a criação dos cursos superiores de tecnologia definidos pelo MEC, nos quais a relação teoria-prática é o princípio fundamental, associado à estrutura curricular do Curso Superior de Tecnologia em Radiologia do IFBA, conduzem a um fazer pedagógico no qual as atividades como seminários, visitas técnicas, práticas laboratoriais e desenvolvimento de projetos entre outros estão presentes em todas as unidades curriculares (IFBA, 2017, p.24).
Os tópicos: Interdisciplinaridade e Estágio Supervisionado exprimem a importância da
vivência nas atividades específicas. O documento “X” esclarece que os discentes, terão dois
momentos de estágio, sendo o primeiro preferencialmente em radiologia convencional e o
segundo momento optando em outras técnicas. Para concluir o curso, segundo o
documento estudado, o estágio curricular é obrigatório.
A fim de colaborar com a práxis pedagógica, destacando técnicas radiológicas, no
tópico: Infraestrutura física do curso, o documento deixa claro que o Laboratório de Física
Radiológica (LAFIR), encontra em funcionamento, o equipamento radiológico possibilita
aquisição de radiografias e de controle de qualidade. Para além dos laboratórios, existe em
fase de obra o projeto de uma clínica escola que contribuirá significativamente na práxis.
Ao observar o tópico: Anexos – Programas das Disciplinas, estes programas de
maneira geral retratam sobre a disciplina em questão, o departamento que está vinculado, o
código da disciplina, carga horária, créditos, pré-requisito, ementa, objetivo geral, conteúdo
programático, estratégia de ensino, avaliação, recursos utilizados, bibliografias básicas e
complementares. Abaixo, segue as figuras 10 e 11 respectivamente, onde evidencia o
programa da disciplina: Estágio Supervisionado I e Estágio Supervisionado II.
55
Figura 10 - Programa da Disciplina Estágio Supervisionado I
Fonte: (IFBA, 2017, p.132).
56
Figura 11 - Programa da Disciplina Estágio Supervisionado II
Fonte: (IFBA, 2017, p.142).
Observou-se que sobre a escrita dos programas das disciplinas e conforme pode
certificar-se acima, seu conteúdo não faz referência detalhada em relação ao contato do
discente com cada área específica de radiologia. Nota-se que a visão é dividida conforme o
57
projeto pedagógico do curso, sendo: o estágio I, contato com a radiologia convencional e o
estágio II em uma área mais específica. Assim o documento deixa brecha para a
possibilidade de estágio em duas especificidades e/ou todas se assim as possibilidades das
Instituições de Assistência à Saúde permitirem.
3.4.2 Projeto Pedagógico do Curso de Radiologia de uma IES “Y”
Na Figura12 abaixo segue uma listagem dos elementos que compõem estruturalmente
o projeto pedagógico do curso de radiologia de uma IES “Y”.
Figura 12- Listagem dos elementos que compõem estruturalmente o projeto pedagógico de
uma IES “Y”
Fonte: Elaboração própria.
Em relação ao conteúdo observou-se que referente à reflexão sobre a práxis
pedagógica no tópico: Perfil Profissional – Competência faz uma abordagem sobre a
importância do domínio das tecnologias de comunicação e informação para manter uma boa
58
relação entre os profissionais de saúde e com o público em geral. Nesta perspectiva, pode-
se inferir que o perfil profissional requer sujeitos abertos a apropriar-se das tecnologias a
favor da educação.
As estratégias e os princípios metodológicos descritos no projeto pedagógico do curso
de radiologia de uma IES “Y” no tópico: Concepção e Princípios Metodológicos seguem
segundo o documento:
“[...] uma dinâmica que prevê a interface entre a teoria e a prática, entre o
pensar e o fazer, entre a descrição e a prescrição, entre a análise e a síntese, entre o real e o desejado das situações do contexto de aprendizagem (UNIRB, 2014, p. 22).
Deste modo, no subitem equivalente a Estágio Supervisionado o conteúdo descrito
abrange de maneira ampla sobre a sua importância no processo da aprendizagem. No
entanto, não há uma definição sobre a atuação dos discentes nas especialidades da
radiologia.
Há no tópico: Estrutura e Organização Curricular uma abordagem para uma proposta
curricular articulado com as atividades teóricas- práticas de cada conteúdo abordado. Além
disso, o currículo prevê atividades complementares para a diversificação das atividades
pelos discentes. Assim, como em outros documentos aqui expostos tem-se a disponibilidade
do estágio supervisionado I e II, porém não há uma descrição detalhada sobre. Deste modo,
a abordagem trabalhada é genérica informando a necessidade do estágio na área de
radiologia e o cumprimento da carga horária definida.
Sobre o tópico Infraestrutura, sendo esta Física e de Recursos Materiais do Curso, em
relação à práxis pedagógica identificou-se que se tem uma explanação geral sobre a
infraestrutura física da faculdade e materiais existentes nos laboratórios. Observou-se
também que há na relação dos laboratórios um especifico para o curso de radiologia, mas
não cita detalhes. No projeto pedagógico da IES “Y” ao abordar sobre Núcleo Integrado de
Pesquisa, Extensão e Serviço de Radiodiagnóstico há uma ideia sobre a criação do Hospital
Universitário para ação social com a comunidade e também existe o estímulo há atividades
de iniciação científica, estágio supervisionado e programas de extensão para comunidade
interna e externa. Apesar, de expor a ideia da criação do Hospital em nenhum momento
retrata se está em andamento e/ou foi concluído.
Os anexos sobre as ementas e acervos para o curso, ao retratar sobre cada disciplina
disponibilizada existe o detalhamento sobre: Nome da disciplina, carga horária, ementa,
justificativa, objetivos, conteúdo programático, recurso, avaliação, metodologia e referências
bibliográficas.
59
Observou-se que não há em anexo a ementa da disciplina de estágio supervisionado
como indicado no projeto estudado acima, desta maneira na figura 13 corresponde ao plano
de curso da disciplina: Incidências Radiológicas I, devido ao fato de ser uma disciplina que
possui uma característica forte sobre a necessidade de aulas práticas para que os discentes
possam assimilar as incidências, ou seja, “os posicionamentos” de cada exame.
Figura 13- Plano de Curso da Disciplina Incidências Radiológicas I
60
61
Fonte: (UNIRB, 2014, p.167-168).
Após análise do conteúdo, principalmente ao atentar-se no subitem V- Recurso: infere-
se a necessidade de um maior detalhamento sobre a relação da práxis pedagógicas,
observou-se que não há descrição do uso de computadores com internet. Em uma
perspectiva em relação à aproximação dos sujeitos esse estudo busca incentivar a utilização
das tecnologias de informação e comunicação como recurso para práxis das especificidades
da área de radiologia e que esta perspectiva esteja clara nos projetos pedagógicos dos CST
em radiologia.
3.4.3 Análise Comparativa dos Projetos Pedagógicos Estudados
No Quadro 2 abaixo segue uma análise dos projetos pedagógicos estudados. Para
tanto, vale salientar que o quadro sintetiza os expostos citados nos subitens trabalhados
acima.
62
Quadro 2- Análise Comparativa dos Projetos Pedagógicos de Cursos Superiores de
Radiologia em Salvador-Ba.
ANÁLISE COMPARATIVA EM RELAÇÃO A
PRAXIS
ESTRUTURAS DOS
DOCUMENTOS
ELEMENTOS QUE
REMETEM A PRÁXIS PEDAGÓGICA
OBSERVAÇÕES DA
ANÁLISE DO CONTEÚDO DOS
PPC’s
IES “X”
• Abordagem
sobre informações do curso, componentes curriculares e estrutura física.
• Visiitas técnicas • Atividades de
seminários • Práticas
laboratoriais no LAFIR
• Desenvolvimento de projetos
• Estágio supervisionado I e II
• Não há um
quadro detalhado sobre estagio em todas as especificidades da radiologia
• Clinica escola em fase de obra
IES “Y”
• Abordagem
sobre informações do curso componentes curriculares e estrutura física
• Domínio ao uso das
TIC’s • Estágio
supervisionado I e II • Atividades
Complementares • Laboratório “visão
ampla” sem especificidade
• Não há um
quadro detalhado sobre estagio em todas as especificidades da radiologia
• Sem detalhes sobre o laboratório de radiologia
• Pretensão de projeto para criação de um Hospital Universitário, porém sem explanação sobre a fase que caminha o projeto.
• Não há ementa sobre as disciplina: Estágio Supervisionado nos anexos.
Fonte: Elaboração própria.
63
Enfatizando a perspectiva no que se refere à aproximação dos sujeitos para
contemplar uma práxis educacional entre todas as especialidades da área de radiologia
usando as TIC’s como mais um apoio nessa aproximação. Notou-se que a IES “Y” relata
teoricamente sobre a importância do domínio do uso das TIC’s. Porém, após a análise de
conteúdo dos dois projetos pedagógicos dos cursos de radiologia, a práxis é abordada, mas
à associação desta com o apoio das TIC’s não estão sendo exploradas com clareza nestes
documentos.
A proposta de um portal para a práxis na área em questão tem o intuito de reformular
estruturalmente os projetos pedagógicos, e para, além disso, a própria prática pedagógica.
3.5 Pesquisa em campo: emergência de conceitos e análise de redes
Pesquisa de campo requer procedimentos éticos, assim, para validação ética desta
pesquisa, o projeto para o desenvolvimento deste trabalho foi submetido ao Comitê de Ética
em Pesquisa da UNEB (CEP/UNEB) e sob n° 2.961.277 o parecer encontra-se aprovado
para a realização da pesquisa. Além disso, foi coletado o aceite Institucional dos locais da
pesquisa e dos participantes envolvidos. No anexo I, encontra-se o parecer aprovado pelo
CEP. Para obtenção de dados usou-se questionários e gravador de áudio, sendo
estes instrumentos para coleta de dados da pesquisa. As questões abordadas sobre o tema
trabalhado foram construídas com preguntas abertas a fim de obter uma análise semântica
e uma análise de emergência de conceitos. As entrevistas gravadas e depois transcritas
foram analisadas através da metodologia de emergência de conceitos.
Sobre o público alvo selecionado têm-se representantes de cada IES em instâncias
distintas. Optou-se por esses sujeitos para extrair uma visão geral sobre a práxis
pedagógica, uso de TIC’s no curso superior de radiologia e difusão do conhecimento na
área. Veja os perfis dos entrevistados:
• Coordenador: Ser coordenador do curso de tecnologia em radiologia da IES
estudada.
• Docente: Ser professor Formado em Tecnologia em Radiologia e ministrar pelo
menos duas disciplinas específicas da área de radiologia.
• Discente: Ser aluno que já tenha uma vivência no curso e tenha concluído a
disciplina de estágio supervisionado.
• Discente do CST e profissional técnico em radiologia: Ser técnico em radiologia e
realizando curso tecnológico em radiologia
64
Os requisitos acima buscaram uma melhor análise qualitativa sobre a práxis
pedagógica o uso das TIC’s em radiologia e a difusão do conhecimento. Portanto, as ações
desenvolvidas no campo de pesquisa foram:
� Esclarecimento sobre a proposta de difusão de conhecimento na práxis em
radiologia usando as TIC’s.
� Entrevista gravada, guiada por questionário aberto.
. Os questionários foram usados como ferramenta para guiar as entrevistas gravadas.
Em relação à aplicação dos questionários e concomitantemente as entrevistas, estas foram
realizadas em duas etapas, sendo:
� Primeira etapa: Aplicação de questionários por perfis em relação às TIC’s na
radiologia
� Segunda etapa: Aplicação de um questionário padrão a todos em relação a
uma percepção sobre área do conhecimento, componentes curriculares e
conteúdos na radiologia.
O anexo II, estão os questionários por perfis usados na primeira etapa das entrevistas.
E o anexo III, corresponde à segunda etapa das entrevistas, sendo um questionário padrão
a todos os envolvidos na pesquisa. As entrevistas realizadas foram transcritas e todos esses dados serviram para a
aplicação da metodologia de emergência de conceitos. Salienta-se que as transcrições
adaptadas das gravações das entrevistas da primeira etapa, apesar de existir perguntas
diferentes por perfis de entrevistados todas as perguntas de maneira geral buscaram a levar
a percepção do uso das TIC’s na radiologia.
As transcrições adaptadas das entrevistas, anexo IV, da primeira e segunda etapa,
foram tratadas pelo software Tropes e logo após a extração dos conceitos emergentes
foram correlacionados seus pesos para a criação do script para tratativa da representação e
análise em rede.
• A análise semântica: TROPES
O software Tropes, este é um sistema especialista em análise semântica,
comercializado pelo Cyber Lex- Gestão da Informação e do Conhecimento Ltda2
(PINHEIRO, 2012).
2 Versão demonstrativa disponível em http://www.semantic-knowledge.com/download2.htm.
65
Compreender a análise do Tropes significa entender seu universo de aplicação. Os resultados destas análises podem parecer dispensáveis em certas aplicações, mas a cadeia de análise, que é a base do software é um caminho lógico, necessário e harmonioso, concebido para controlar toda a informação que pode ser tirada de um ou vários textos (PINHEIRO, 2012).
Com as informações dos atores da pesquisa através das entrevistas gravadas e
transcritas, houve a transformação desses arquivos transcritos para um arquivo no formato
txt. O software Tropes tem por finalidade a organização estruturada da informação de
documentos. Assim, a partir de uma palavra são encontrados seus equivalentes
(PINHEIRO, 2012).
Abaixo na Figura 14 veja a interface principal do Tropes e na Figura 15 observe uma
interface na qual, ao selecionar o item relações em uma aba abaixo se obtém equivalências
entre os conceitos e o peso destes, segundo o texto trabalhado.
Figura 14- Interface principal do Tropes
Fonte: (PINHEIRO, 2012).
66
Figura 15 - Interface sobre relações e pesos das palavras do texto trabalhado
Fonte: (PINHEIRO, 2012).
Ações desenvolvidas:
� Instalação do software Tropes
� Preparação dos arquivos em textos no formato txt
� Primeiros arquivos relacionados à relação TIC’s na radiologia
� Observações sobre a semântica de termos expostos pelo software Tropes:
� Casa de alojamento = Sala de aula
� Medida de superfície = Área de atuação
� Movimento para dentro = Acessibilidade
� Medidas imprecisas = Momento de estágio
� Termo visita técnica = Visita sendo atividade escolar
� Trabalho = Ação
� You Tube = Ferramenta
� Linha = Campo de estudo
� Aparição = Realização
� Estado = Casos de alunos
� Fala = Explicação do professor
� Televisão = Vídeos
� Exemplo/Forma = Apresentação
� S = TIC's
� Obediência = Disciplina
� Rede = Conexão
67
A partir da análise semântica na qual se tem aglomerados de palavras que se
relacionam, as interpretações destas relações serão realizadas pela análise de rede e para
isso fez-se necessário à criação de um script de rede para o software Gephi que é capaz de
realizar a análise dos dados e transforma-los em grafos.
Para a execução das redes no Gephi fez-se necessário à composição de tabelas nas
quais, contém as informações levantadas pela análise semântica do Tropes. Para cada
conceito são apresentadas as informações das relações e o número de ocorrências dessas
relações.
Abaixo na Tabela 1 expõe as informações do texto transcrito da primeira etapa da
pesquisa que corresponde à entrevista com questionário por perfil de entrevistado
relacionado ao uso das TIC’s na radiologia. Por exemplo: A referência 2 que corresponde ao
conceito sala de aula, possui peso 17 em relação ao conceito 3 que corresponde a atividade
escolar.
Tabela 1 – Analise semântica pelo software Tropes de acordo a todas as entrevistas
sobre o uso das TIC’s na radiologia
USO DAS TIC’S NA RADIOLOGIA
Referência Conceito Peso (Relações entre os conceitos)
1 TIC's 1 4 24 2 Sala de aula 2 3 17 3 Atividade escolar 3 2 17 4 Conteúdo 4 1 6 5 Área de atuação 5 6 6 6 Radiologia 6 5 6 7 Formação profissional 7 5 5 8 Interesse 8 5 5 9 Acessibilidade 9 10 5 10 Internet 10 9 5 11 Visita técnica 11 3 4 12 Informação 12 4 4 13 Ferramenta digital 13 3 3 14 Mercado de trabalho 14 15 3 15 Ação 15 16 3 16 Práxis 16 15 3 17 Portais 17 13 3 18 Utilização 18 13 3 19 Vida escolar 19 3 3 20 Momento de estágio 20 7 2 21 Campo de estudo 21 20 2 22 Realização 22 5 2 23 Computador 23 9 2 24 Dificuldade 24 9 2 25 Casos 25 19 2 26 Explicação 26 19 2
68
27 Vídeos 27 3 2 28 Projeto 28 29 2 29 Apresentação 29 28 4 30 Pensamento 30 1 2 31 Disciplina 31 29 2 32 Investigação 32 28 2 33 Complexidade 33 5 2 34 Aspecto 34 1 2 35 Contato 35 1 2 36 Aprendizagem 36 19 2 37 CST 37 6 2 38 Conexão 38 9 2
Fonte: Da pesquisa.
Abaixo na Tabela 2 expõe as informações do texto transcrito da segunda etapa da
pesquisa que corresponde à aplicação de um questionário padrão a todos em relação a:
� Percepção sobre área do conhecimento,
� Componentes curriculares e
� Conteúdos na radiologia.
Tabela 2 – Análise semântica pelo software Tropes de acordo a todas as entrevistas sobre a relação da percepção sobre área do conhecimento, componentes curriculares e
conteúdos na radiologia.
RELAÇÃO DA PERCEPÇÃO SOBRE ÁREA DO CONHECIMENTO, COMPONENTES CURRICULARES E CONTEÚDOS NA RADIOLOGIA.
Referência Conceito Peso (Relações entre os conceitos)
1 Anatomia 1 2 8 2 Radiologia 2 3 8 3 Veterinária 3 2 8 4 Área de atuação 4 5 7 5 Conhecimento 5 4 7 6 Medicina 6 2 7 7 Agrupamento 7 8 6 8 Disciplina 8 7 6 9 Ressonância 9 6 6 10 Fisiologia 10 1 5 11 Odontologia 11 2 5 12 Tecnólogo 12 2 5 13 Proteção 13 2 5 14 Formação 14 15 4 15 Imagem 15 14 4 16 Patologia 16 10 4 17 Conteúdo 17 8 4 18 Física 18 19 4 19 Ciência 19 18 4 20 Semestre 20 4 4
69
21 Acesso 21 2 3 22 Atividade escolar 22 2 3 23 Ideia 23 2 3 24 Exames 24 6 3 25 Realização 25 24 3 26 Linguística 26 19 3 27 Densitometria 27 2 3 28 Saúde 28 19 3 29 Visita 29 30 3 30 Técnica 30 29 3 31 Posicionamento 31 1 3 32 Tecnologia 32 33 2 33 Equipamentos 33 32 2 34 Matéria 34 19 2 35 Tomografia 35 6 2 36 Incidências 36 6 2 37 Informática 37 21 2 38 Protocolos 38 1 2 39 Relação 39 17 2 40 Mamografia 40 2 2 41 Produção 41 17 2 42 Instalação 42 21 2 43 Organização 43 28 2 44 Conectado 44 17 2 45 Trabalho 45 28 2 46 Ação 46 23 2 47 Teórico 47 5 2 48 Terapia 48 6 2 49 Interação 49 34 2 50 Orientação 50 1 2 51 Ultrassonografia 51 35 2 52 Raios-X 52 50 2 53 Matemática 53 1 2
Fonte: Da pesquisa.
De acordo ao peso tem-se, por exemplo: A referência 1 que corresponde ao conceito
anatomia, possui peso 8 em relação ao conceito 2 que corresponde a radiologia. As análises
das relações dos pesos foram realizadas pela pesquisadora de acordo a informações
extraídas do software Tropes.
As tabelas apresentadas acima foram fundamentais para análise de redes através
dos conceitos extraídos da pesquisa de campo, que é a próxima etapa da pesquisa. Dessa
forma, a análise semântica permitiu uma visão sobre o comportamento dos conceitos de
acordo as questões levantadas pelos atores da pesquisa.
70
• Representação em rede: GEPHI
O Gephi3 é baseado na metodologia de software livres. Este software é uma
plataforma interativa de visualização para a exploração de diversos tipos de rede, sistemas
complexos, dinâmicos e gráficos hierárquicos (PINHEIRO, 2012). Após apresentadas a
tratativa semântica pelo software Tropes, foi necessário a criação de um script para o
software Gephi, deste modo, a elaboração do arquivo.net se fez necessário, no qual o
Gephi é capaz de realizar a análise dos dados e transforma-los em grafos.
O Gephi apresenta três interfaces gerais. A primeira é a visão geral, que exibe na
mesma janela, principais seções de trabalho, partição, classificação, grafo e tabela de
dados. A tabela de dados exibe os dados dos nodos e ligação, bem como as frequências de
relações. A classificação possibilita a associação de cores com intensidade variadas para
demonstrar o peso das relações. O grafo exibe as relações entre os nodos com os
direcionamentos das ligações, representando a intensidade das ligações, a partir da
espessura das linhas que os interligam. A tabela de dados exibe os dados importados ou
digitados no próprio software para a geração da rede, possibilitando edição e ajustes
(PINHEIRO, 2012).
Para definição dos parâmetros da análise de rede desta pesquisa construiu-se o
script para o software Gephi. Os arquivos.net são interpretados pelo Gephi de maneira a
entender os nós da rede sendo os (vértices) e os rótulos dos nós, ligações (edges).
Abaixo, no Quadro 3, segue o script de rede e observa-se os parâmetros utilizados
para a análise de rede em relação a fala dos atores da pesquisa sobre o uso das TIC’s na
radiologia.
3 Disponível em https://gephi.org/
71
Quadro 3 – Script de rede das falas dos atores da pesquisa sobre uso das TIC’s na radiologia.
COLETA DOS DADOS: PRIMEIRA ETAPA
*Vertices38 1"TIC's" 2"Sala de aula" 3"Atividade escolar" 4"Conteúdo" 5"Area de atuação" 6"Radiologia" 7"Formação profissional" 8"Interesse" 9"Acessibilidade" 10"Internet" 11"Visita técnica" 12"Informação" 13"Ferramenta digital" 14"Mercado de trabalho" 15"Ação" 16"Práxis" 17"Portais" 18"Utilização" 19"Vida escolar" 20"Momento de estágio" 21"Campo de estudo" 22"Realização" 23"Computador" 24"Dificuldade" 25"Casos" 26"Explicação" 27"Vídeos" 28"Projeto" 29"Apresentação" 30"Pensamento" 31"Disciplina" 32"Investigação" 33"Complexidade" 34"Aspecto" 35"Contato" 36"Aprendizagem" 37"CST" 38"Conexão"
*Edges 1 4 24 2 3 17 3 2 17 4 1 6 5 6 6 6 5 6 7 5 5 8 5 5 9 10 5 10 9 5 11 3 4 12 4 4 13 3 3 14 15 3 15 16 3 16 15 3 17 13 3 18 13 3 19 3 3 20 7 2 21 20 2 22 5 2 23 9 2 24 9 2 25 19 2 26 19 2 27 3 2 28 29 2 29 28 4 30 1 2 31 29 2 32 28 2 33 5 2 34 1 2 35 1 2 36 19 2 37 6 2 38 9 2
Fonte: Da pesquisa.
No Quadro 4, segue o script de rede e observa-se os parâmetros utilizados para a
análise de rede em relação a fala dos atores da pesquisa sobre a relação da percepção da
área do conhecimento, componentes curriculares e conteúdos na radiologia.
72
Quadro 4 – Script de rede das falas dos atores da pesquisa sobre a relação da percepção da área do conhecimento, componentes curriculares e conteúdos na radiologia.
Fonte: Da pesquisa.
COLETA DOS DADOS: SEGUNDA ETAPA *Vertices 53 1"Anatomia" 2"Radiologia" 3"Veterinária" 4"Área de atuação" 5"Conhecimento" 6"Medicina" 7"Agrupamento" 8"Disciplina" 9"Ressonancia" 10"Fisiologia" 11"Odontologia" 12"Tecnólogo" 13"Proteção" 14"Formação" 15"Imagem" 16"Patologia" 17"Conteúdo" 18"Física" 19"Ciencia" 20"Semestre" 21"Acesso" 22"Atividade escolar" 23"Ideia" 24"Exames" 25"Realização" 26"Liguistica" 27"Densitometria" 28"Saúde" 29"Visita" 30"Tecnica" 31"Posicionamento" 32"Tecnologia" 33"Equipamentos" 34"Matéria" 35"Tomografia" 36"Incidências" 37"Informática" 38"Protocolos" 39"Relação" 40"Mamografia" 41"Produção" 42"Instalação" 43"Organização" 44"Conectado" 45"Trabalho" 46"Ação" 47"Teórico" 48"Terapia" 49"Interação" 50"Orientação" 51"Ultrassonografia" 52"Raios-X" 53"Matemática"
*Edges 1 2 8 2 3 8 3 2 8 4 5 7 5 4 7 6 2 7 7 8 6 8 7 6 9 6 6 10 1 5 11 2 5 12 2 5 13 2 5 14 15 4 15 14 4 16 10 4 17 8 4 18 19 4 19 18 4 20 4 4 21 2 3 22 2 3 23 2 3 24 6 3 25 24 3 26 19 3 27 2 3 28 19 3 29 30 3 30 29 3 31 1 3 32 33 2 33 32 2 34 19 2 35 6 2 36 6 2 37 21 2 38 1 2 39 17 2 40 2 2 41 17 2 42 21 2 43 28 2 44 17 2 45 28 2 46 23 2 47 5 2 48 6 2 49 34 2 50 1 2 51 35 2 52 50 2 53 1 2
73
Observa-se que na coluna “Vertices” equivale aos conceitos/ palavras que sugiram
nas falas dos entrevistados. Por sua vez, na coluna “Edges” equivale ao peso das relações
entre as informações encontradas.
Na etapa da pesquisa de campo para obter os grafos para análise dos conceitos
conforme a visão do uso das TIC’s na radiologia e a visão sobre percepção da área do
conhecimento, componentes curriculares e conteúdos, fez-se necessário passar pelas
seguintes atividades:
� Aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética da UNEB
� Realização das entrevistas guiadas por questionário aberto
� Gravação realizada através do “gravador de voz” do celular da pesquisadora
� Transcrição adaptada das falas dos entrevistados
� Conversão do texto para documento no formato txt
� Criação do script de rede
� Elaboração do arquivo.net
� Reconhecimento do arquivo.net pelo software Gephi e ajustes dos grafos
para análise
O estudo de redes tem suas origens na teoria dos grafos, um ramo da matemática.
Uma rede é um grafo constituído de elementos chamados vértices ou nós que são ligados
por outro conjunto de elementos chamados arestas que fazem conexões com vértices
(NEWMAN, 2003 apud ANDRADE; RIBEIRO; PEREIRA, 2009).
Os Grafos 1 e 2 serão interpretados de maneira à obtenção de informação e
condutas para a criação de um protótipo do portal para difusão do conhecimento relacionada
a práxis em radiologia.
74
Grafo 1- Corresponde sobre o uso das TIC’S em radiologia
Fonte: Da pesquisa.
Observa-se no Grafo 1 acima, que os conceitos/palavras, aqui chamado de
“nós”, fazem conexões com outros conceitos/palavras através das arestas. Ao considerar
que categorias são os nós, estes geram relações que podem ser fracas ou fortes. Chamam-
se hubs aqueles atores que estão ligados fortemente a muitos outros atores, além disso,
eles estão em lugares estratégicos da rede quebrando a distância entre diferentes grupos
(PINHEIRO, 2012).
Para melhor expressar a relação das conexões têm-se as cores, nas quais, são
trabalhadas com tonalidades do frio para o quente, assim, exprime que pontos mais quentes
são fortes e pontos mais frios são fracos. As cores vão tendendo ao azul com o decréscimo
da intensidade, a cor vermelha indica as arestas e nós mais intensos da rede, ou seja, um
grau elevado de relações.
75
Segundo o alemão Wilhelm Wundt na publicação sobre temperatura das cores
(TODAMATERIA, 2016), estabeleceu que: “cores quentes” são associadas ao fogo
(amarelo, laranja e vermelho) e as “cores frias” estão associadas a água e ao frio (azul,
verde e violeta)”.
Na Figura 16 observa-se que o nó: Área de atuação possui arestas com cores quentes
em relação à: Radiologia e Formação profissional. Por sua vez, o conceito Atividade escolar
também possui uma relação expressiva nas falas sobre Ferramenta digital e vida escolar,
mas o peso da relação da ferramenta digital com portais tem expressão de cor fria, ou seja,
não foi muito expressiva. Logo, relações fracas são características de inovação nos grafos!
Figura – 16: Relações fracas e fortes
Fonte: Da pesquisa.
Para além das cores, analisa-se que as ligações entre os nós podem ser de vários
tipos e/ou intensidade. No grafo 1 demostrou que quando houve reciprocidade entre os
conceitos as arestas apresentaram mais espessas. No entanto, a pesquisadora infere que a
relação semântica obtida pelo software Tropes entre os conceitos TIC’s e Conteúdo,
conforme visto na Tabela 1 já apresentada houve um equívoco em relação à
correspondência do peso 1 4 24. A pesquisadora sugere que esse fato pode ter ocorrido por
conta do apóstrofo usado no termo: TIC’s.
Peso (Relações entre os conceitos) 1 4 24
Fonte: Da pesquisa - VideTabela 1
76
Sobre a observação do aumento do peso entre as relações dos conceitos TIC’s versus
Conteúdo, este fato apenas demostrou que mesmo com sistema automatizado o
pesquisador deve estar atento aos dados de sua pesquisa. Logo, há relação entre esses
conceitos, porém, em uma escala menor infere-se peso 6 e não 24. Considera-se que esse
equívoco não interferiu no resultado final da pesquisa.
Ao identificar no grafo 1 os nós, as arestas, suas conexões, cores e espessuras e
definir os HUBS, ou seja, nós que têm muitas ligações, pode-se enfatizar que: Ferramenta
digital; TIC’s; Vida escolar; Acessibilidade; Atividade escolar; Área de atuação, são
conceitos emergentes mais evidenciados com conectividades nas falas dos entrevistados.
Analisou-se uma relação usual e expressiva sobre a reciprocidade entre TIC’s e
Conteúdos; Sala de aula e Atividade escolar. Também, emergiu das falas a relação
necessária entre: Ferramenta digital; vida escolar e Atividade escolar. Outra relação
expressiva foi: Área de atuação; Radiologia; Formação profissional e Interesse.
Sobre o nó da categoria: Acessibilidade verificou-se uma ligação mais expressiva em
relação à internet do que ao computador. Esse fato leva a inferir que o acesso à internet não
é restrito ao uso de computadores.
Outra característica importante extraída da representação em rede no grafo 1 agora
em relação a Práxis observou-se que, há uma ênfase na conexão entre Práxis; Ação e
Mercado de Trabalho, figura 17. Porém, ao considerar o aspecto da cor, esses conceitos
são de expressão fraca no grafo. A pesquisa defende uma práxis em radiologia usando
também as TIC’s, logo, pode-se referir que o grafo 1 apresentou a necessidade de uma
maior expressão em relação a uma ação da práxis com mercado de trabalho. Deste modo,
essa práxis aqui entendida como a conexão entre a teoria e a prática da área estudada,
pode inferir que a criação de um portal de práxis em radiologia venha contribuir para a
difusão do conhecimento e aproximação dos “sujeitos” nas diversas especificidades da área.
Outra conexão importante a ser observada no grafo em questão decorre sobre as
ligações que demonstram dificuldades da ação dessa práxis na radiologia, isso se dá ao
observar a relação dos nós: Conexão; Acessibilidade; CST e Dificuldade, entre outros.
77
Figura 17 -Relações fracas
Fonte: Da pesquisa.
Portanto, ao se pensar em o uso das TIC’s em radiologia a representação em rede
demonstra que há uma reciprocidade do seu uso para passar conteúdos. Logo, a práxis em
radiologia não é identificada nessa rede de forma expressiva em relação ao uso dos
inúmeros recursos das TIC’s. Por exemplo, nesta rede não houve expressão significativa de
uso de ferramentas interativas que possuem um foco maior na comunicação/interação. Esse
fato do predomínio dos conteúdos textuais em relação a ferramentas comunicacionais é
também relatado na pesquisa de Goudouris, Giannella e Struchiner (2013).
Para além da percepção do uso das TIC’s na radiologia, abaixo, tem-se o grafo 2 que
corresponde sobre a percepção da área do conhecimento, componentes curriculares e
conteúdos em radiologia.
78
Grafo 2 -Corresponde sobre percepção da área do conhecimento, componentes curriculares e conteúdos em radiologia.
Fonte: Da pesquisa.
Conforme explicado sobre, nós, hub, arestas, cores, intensidade, ligações, entre
outros aspectos. Observa-se no Grafo 2, a análise de rede sobre as falas dos atores da
pesquisa em relação a área do conhecimento, componentes curriculares e conteúdos em
radiologia. Assim, os conceitos em destaques, ou seja, de maior peso e densidade, são:
Radiologia; Medicina e Anatomia.
A radiologia é uma área do conhecimento ampla que perpassa a medicina humana e
veterinária. Este conhecimento não se restringe apenas a área de saúde (IFBA, 2010). No
entanto, observou- se que a percepção das falas dos atores da pesquisa, conforme os nós e
ligações encontradas no Grafo 2 estão expressivos sobre conhecimentos em áreas de
atuação do radiodiagnóstico médico e odontológico de maneira geral em saúde.
79
Há uma evidência no peso entre as ligações dos nós que relacionam os conceitos:
Agrupamento e Disciplina e também sobre os nós: Conhecimento e Área de atuação. Deste
modo, induz dizer que os componentes curriculares são pautados em disciplinas
acadêmicas com maior expressão no conhecimento das técnicas em radiologia, ou seja, a
realização de um procedimento radiológico.
Em relação à espessura das arestas, esta indica o peso da reciprocidade das relações
e a quantidade de arestas ligadas aos nós informa a relação mais densa na rede. Salienta-
se a expressão dos hubs: Anatomia; Radiologia e Medicina sendo a base para a tratativa
dos conteúdos abordados no CST em radiologia. Portanto, a rede exibida possui seus nós,
arestas representando as relações entre as falas de todos os atores envolvidos na pesquisa
Abaixo, na figura 18 observa-se que a área do conhecimento: Radiologia possui
expressividade sobre o enfoque da medicina, da técnica e da anatomia.
Figura 18- Expressividade nas falas
Fonte: Da pesquisa.
Entende-se nessa pesquisa o conceito conhecer como: “Ação efetiva do ser vivo em
seu meio ambiente.” (MATURANA; VARELA, 2001, p.35 apud SALES, 2013, p.153). A
metodologia de emergência de conceitos aplicada proporcionou a percepção do
conhecimento na radiologia e para, além disso, a necessidade da criação de novos
conhecimentos e da difusão destes. Observou-se no grafo 2, a expressividade dos conceitos
em radiologia voltados para a medicina, este fator deve ser analisado. Pois, a radiologia
perpassa esse conhecimento.
80
Os conceitos emergentes e as suas conexões em rede fundamentaram a proposta de
criação de um portal interativo de práxis educacional para difusão de conhecimento em
radiologia. A ideia do portal de práxis baseou-se em atores que estão em ambiente de
aprendizagem formal, ou seja, em duas IES em Salvador. Porém, salienta-se que em uma
perspectiva de difusão do conhecimento de maneira ampla e sem “opressão”, como na
perspectiva de Burnham et al. (2012), sobre a socialização do conhecimento. Difundir
conhecimento então é propor o portal que também tenha o viés que ultrapasse
determinados ambientes acadêmicos.
Nessa perspectiva, se pensou na criação do portal que venha alcançar também atores
que não estão vinculados a IES, porém, esse fato pode vir a encontrar burocracia em torno
das questões relacionadas sobre gestão de informação. Portanto, a práxis educacional em
ambientes formais e “não formais” deve ser analisada e abordada com cautela, assim,
compartilhamos da perspectiva de Carneiro (2002) sobre a importância da gestão de
informação do fluxo e discernimento do conteúdo que são disponibilizados pelas novas
tecnologias.
3.5.1Protótipo do portal proposto após análise dos Projetos Pedagógicos e da aplicação da Metodologia de Emergência de Conceitos
Conforme Andrade, Ribeiro e Pereira (2009), a difusão e compartilhamento do
conhecimento nas comunidades científicas e não científicas estão imbricados com a
construção do conhecimento no âmbito da alteridade. Deste modo, um portal que além de
informações, proporcione alternativas de interações para agregar experiências, vivências,
sugestões de melhoria na área de estudo, basear-se no cuidado da qualidade dos expostos
em detrimento as informações e/ou interações de experiências sem veracidade.
Na abordagem feita por Nascimento e Hetkowski (2009), retrata a docência como
ofício da educação formal. Neste estudo, entende-se: sujeitos que não são docentes, mas
possuem um interesse comum sobre a radiologia, sendo “sujeitos” da educação “não
formal”. Portanto, independente do sujeito docente e/ou não, observa-se que a primeira
fonte de obtenção de conhecimento são as pessoas seja por meio formal e/ou não formal.
Com o uso das TIC’s e principalmente do computador e da internet, há possibilidade
na expansão do conhecimento e essas ferramentas têm expressividade, Sampaio, et al
(2018). Porém, segundo Moran (2013), o contato presencial e o virtual se complementam,
ou seja, um não elimina ou sobrepõe ao outro.
Ao se abordar sobre a integração das tecnologias de forma inovadora, Moran (2013,
p.36) diz que “[...] as tecnologias digitais facilitam a pesquisa, a comunicação e a divulgação
em rede [...]”
81
Os referencias teóricos sustentam o benefício do uso das TIC’s para a educação.
Nessa pesquisa a análise documental de dois projetos pedagógicos nos mostrou que há
uma necessidade de rever os projetos pedagógicos para a inserção mais expressiva sobre
como de fato se dá o uso das TIC’s nos CST em radiologia. Evidenciou-se que a práxis
pedagógica se dá em visitas técnicas, laboratório físico e estágios, a análise dos projetos
pedagógicos não retratou em nenhum momento uma práxis com mediação tecnológica
interativa. Portanto, observa-se a necessidade de reformulação estrutural dos projetos
pedagógicos e para, além disso, mudanças na própria prática pedagógica.
Para a aplicação da metodologia de emergência de conceitos foram realizadas as
entrevistas. Observou-se que os entrevistados, principalmente os alunos, tiveram dúvidas
sobre as TIC’s na educação. Após a explicação observou-se que há um predomínio do uso
de tecnologias para obter informações e em relação a ferramentas de comunicação esta é
mais voltada para informar e organizar demandas de trabalhos realizados presencialmente.
Burnham, (2005) destaca a importância da comunicação interativa para potencializar
a construção colaborativa do conhecimento. Pinheiro (2012), também aborda sobre a
necessidade da construção coletiva do conhecimento que se identifica com a concepção de
educação de Freire (1979), a educação não pode ser resumida em “entrega de conteúdos”.
Assim, o portal que tem como alicerce a tecnologia digital da informação e
comunicação deve explorar o seu potencial de possibilidades da aproximação dos sujeitos
com os diversos ambientes da área e dos profissionais envolvidos em radiologia.
Vive-se em uma era digital, onde se faz necessário observar as transformações
sociais. Logo, o conteúdo, a informação, o conhecimento, o “Reconhecimento” e a
comunicação em rede devem ser observados e estudados no intuito de extrair benefícios
para a sociedade.
Como resultado da pesquisa foi criado o Portal interativo nomeado de: RadioEduTec,
desenha-se neste portal a gestão de qualidade sobre o conteúdo, a informação e a
interação/comunicação e sua criação baseou-se em dados observados nos projetos
pedagógicos estudados e das análises de redes das falas dos entrevistados. Portanto,
buscou-se a conexão de ferramentas interativas em um portal que proporcione a
aproximação entre sujeitos da área de radiologia com propósito educativo.
Abaixo na Figura 19, segue a logomarca criada para o portal:
82
Figura 19 -Logomarca do portal interativo RadioEduTec
Fonte: Elaboração própria.
Abaixo na Figura 20, segue um organograma da base para a criação do protótipo:
Figura 20 -Organograma da base para a criação do protótipo do Portal Interativo RadioEduTec
Fonte: Elaboração própria.
No espaço formal, ou seja, acadêmico vinculado a uma IES, nomeado de “Espaço
acadêmico de interação” o portal interativo RadioEduTec visa a construção coletiva do
projeto pedagógico e visitas técnicas virtuais em ambientes da área de radiologia através da
mediação tecnológica. Em relação ao espaço “Não Formal”, ou seja, livre acesso a todos
83
interessados a área de radiologia, o portal objetiva-se no “Espaço de difusão do saber” o
direcionamento a informações científicas através de site do Colégio Brasileiro de Radiologia
e para além da informação/conteúdo a possibilidade da interação com profissionais atuantes
em áreas específicas da radiologia.
Para contemplar uma proposta mais interativa foi necessário pensar em ferramentas
que possuíssem características de interação e comunicação mais evidentes. Assim, foram
usadas ferramentas do GoogleApps As ferramentas selecionadas foram:
� Google Docs para construção cooperativa de documentos de maneira síncrona e
assíncrona, este App possibilita a edição do mesmo documento por mais de um
usuário e a sua publicação. Exemplo de possibilidade: Construção coletiva do projeto
pedagógico do CST em radiologia.
� Google Meet este App possibilita reuniões on-line e é direcionado para
videoconferência. Uma grande vantagem deste App é que mesmo sem internet com
a criação do número de discagem da reunião o acesso é garantido.
O protótipo do site foi criado na plataforma on-line Wix.com. Essa plataforma oferece
ao usuário da web a possibilidade de criar site independentemente de conhecimento prévio
em programação ou design. O Wix.com é um serviço grátis, mas há também planos pagos.
Como previsto no objetivo específico desta pesquisa o desenvolvimento do protótipo
do portal de práxis em radiologia propõe ambientes interativos propícios à difusão do
conhecimento. Em seu desenvolvimento foram definidas as seguintes seções:
� Início
� Missão
� Ferramentas
� Espaço acadêmico de interação
� Espaço de difusão do saber
� Notícias
� Colaboração
� Contact
Observe abaixo na Figura 21 a interface do portal interativo RadioEduTec no formato
mobile.
84
Figura 21 - Interface do portal RadioEduTec no formato mobile.
85
Fonte: Elaboração própria.
Observe abaixo na figura 22 a interface do portal interativo RadioEduTec na versão
desktop.
86
Figura 22 - Interface do portal RadioEduTec no formato desktop
87
88
89
Fonte: Elaboração própria.
O protótipo do portal RadioEduTec pode ser acessado através do
URL:https://ericasstracademico.wixsite.com/website.
Ressalta-se que, o funcionamento do portal requer a contribuição de uma equipe
multiprofissional, além de criação de comissão de gestão de informação e várias
colaborações que proporcione credibilidade a marca. Portanto, a pesquisa indicou a
necessidade de uma maior expressão do uso das TIC’s e ou TDIC na área de radiologia
para além de entrega de conteúdos, logo, faz-se necessário uma mediação tecnológica
pautada em compromisso e qualidade da educAÇÃO.
90
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A percepção sobre a angústia dos “meus alunos” em relação a uma necessidade
maior da junção da teoria com a prática na formação profissional me estimulou para o
seguinte questionamento: Por que não usar as tecnologias digitais em prol do favorecimento
da comunicação entre profissionais atuantes no mercado de trabalho e aprendizes? Este
questionamento me fez conhecer o Programa de Mestrado em Gestão e Tecnologias
Aplicadas à Educação- (GESTEC), e através desta porta e das colaborações que tive de
pessoas que se tornaram minhas referências acadêmicas é que confirmo o meu
questionamento da potencialidade que as TIC’s e ou TDIC possuem na educação.
A educação referenciada aqui por Freire, (1997); Manfred, (2002); Barbosa, (2012),
entre outros, buscou a consistência de um trabalho educacional para além de “formar
pessoas” na perspectiva de operalização de uma função no mercado de trabalho. A
educação e as relações pessoais caminham juntas e estas são de fundamental importância
para a construção e difusão do conhecimento.
Ao se retratar sobre uso das TIC’s e ou TDIC na educação, sendo o uso apropriado a
transformar o ato educativo tem-se: Arnaud, (2007); Pinheiro, (2012); Moran, (2013), entre
outros, como referências que atenderam a pesquisa. Pois, todos nós entendemos que
apesar dos desafios, as tecnologias digitais em rede propiciam inúmeras possibilidades de
desenvolvimento de mediação pedagógica, e assim, o fortalecimento no processo
educacional.
Como consta nos objetivos específicos a primeira ação foi à realização de uma
revisão bibliográfica sobre a educação profissional superior, difusão do conhecimento, o
entendimento sobre práxis e o uso da TIC’s na educação. Portanto, o diálogo entre os
autores trouxe mais consistência para percorrer o caminho da proposta desta pesquisa.
A segunda ação que foi desenvolvida refere-se à análise dos projetos pedagógicos
estudados. A abordagem utilizada foi em uma perspectiva de visão sobre a expressividade
em relação à práxis em radiologia, ou seja, os elementos que relacionam a teoria e prática
da formação profissional. Desta maneira, o estudo adotado se baseou em uma análise
estrutural desses projetos e uma análise sobre conceitos que remeteram sobre a relação da
práxis.
Deste modo, conclui-se que esses documentos estruturalmente falando não abordam
de maneira expressiva e detalhada sobre o uso das TIC’s ou TDIC, também não foram
observados relatos que remeteram a práxis por mediação tecnológica. Esta análise
documental mostrou uma necessidade de apropriação do uso da TIC’s ou TDIC para o
favorecimento de novos projetos pedagógicos e a aproximação dos “sujeitos” a vários
ambientes e profissionais da radiologia.
91
A terceira ação desenvolvida tratou de uma pesquisa de campo, foram realizadas
entrevistas guiadas por questionários abertos. Na primeira etapa das entrevistas buscou
identificar a percepção dos sujeitos sobre a práxis educacional da profissão, e na segunda
etapa das entrevistas foram analisados os conceitos referentes ao campo de conhecimento.
As tratativas dos dados levantados foram analisadas através da metodologia de emergência
de conceitos de Pinheiro (2012).
A metodologia de emergência de conceitos se desdobrou em análise semântica pelo
software TROPES e análise de redes com o software GEPHI e assim, confirmou a pouca
expressão da mediação tecnológica interativa na prática da profissão. Tal ponto, por
exemplo, foi observado na representação da rede no Grafo 1, onde existe a expressão fraca
da conexão entre ferramenta digital e portais e também identificou a ênfase do uso das
TIC’s relacionado ao conteúdo. No grafo 2, identificou a radiologia como área de
conhecimento e existe uma expressão significativa com a medicina, com a técnica
empregada para a realização dos procedimentos e o conhecimento em anatomia. Porém,
sabe-se que a radiologia perpassa a medicina.
Os dados extraídos da pesquisa de campo “me fizeram acordar” em relação ao
seguinte ponto: Há muitas ferramentas de disponibilização de conteúdos, mas verifica-se a
ausência da exploração da comunicação/interação. É importante ressaltar que no início da
pesquisa tinha em mente a proposta da criação de um protótipo de um portal na área de
radiologia a partir dos conceitos emergentes. Porém, após o término de análise de todos os
dados, deixo a minha contribuição com a proposta de um portal interativo nomeado
RadioEduTec.
A quarta ação foi a criação do protótipo do portal interativo RadioEduTec, ele foi
“enraizado” com o uso de ferramentas interativas, a exemplo: O Google Docs e o Google
Meet, e possui duas vertentes, sendo: Espaço acadêmico de interação e Espaço de difusão
do saber.
No Espaço acadêmico de interação, sendo uma página “formal”, pretende-se abraçar
o uso de mediação tecnológica na criação e atualização dos projetos pedagógicos e a
aproximação dos discentes com os ambientes e profissionais nas diversas especificidades
da radiologia, ou seja, visitas técnicas virtuais.
Para além de um espaço acadêmico, também se pensou em uma página “não
formal”, para os interessados, mas sem vinculo com IES, esta página conhecida como:
Espaço de difusão do saber pretende-se abraçar o uso de mediação tecnológica na
obtenção de informação sobre a área, através de conteúdos e na interação/comunicação
com profissionais em todas as especificidades da radiologia, ou seja, visitas virtuais aos
profissionais.
92
Desta maneira, tendo como objetivo geral: Propor a difusão de conhecimento em
radiologia a partir de um portal usando a TIC e/ou TDIC como ferramentas para aproximar
os profissionais atuantes e os discentes, na perspectiva da construção de uma práxis
educativa contextualizada por campo de radiologia específico. Acredita-se que a pesquisa
conseguiu contemplar o objetivo proposto e, além disso, o problema da pesquisa foi
esclarecido ao evidenciar a característica mais relevante do portal, ou seja, a ênfase na
comunicação para a difusão do conhecimento e aproximação dos “sujeitos” com as
especificidades da radiologia.
Portanto, quero externar que a proposta por um portal interativo requer uma
equipe multiprofissional envolvida e empenhada para que vários aspectos relacionados à
gestão de informação sejam garantidos. Logo, vislumbro nessas considerações finais, não o
fim e sim, o início de grandes possibilidades de, por exemplo, o funcionamento do portal
interativo RadioEduTec tendo como foco principal a mediação tecnológica adentrando na
área de radiologia. Deste modo, espero um desdobramento do fortalecimento entre as
ações presenciais de práxis, mais as ações virtuais, e que estas potencializem o processo
de ensino e aprendizagem na formação profissional superior e no direcionamento dos
interessados sobre a radiologia.
93
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APÊNDICES
Apêndice A - Questionários por perfis usados na primeira etapa das entrevistas.
100
Apêndice B - Questionários por perfis usados na primeira etapa das entrevistas.
101
Apêndice C- Questionários por perfis usados na primeira etapa das entrevistas.
102
Apêndice D - Questionários por perfis usados na primeira etapa das entrevistas.
103
Apêndice E - Questionário padrão a todos, segunda etapa das entrevistas
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Apêndice F - Transcrições adaptadas das entrevistas
Primeira etapa das entrevistas
• Gravação 1 – Coordenador
Sobre aspectos positivos do uso das TIC’s: “Pode ser abordada a possibilidade de interagir
tanto com o conteúdo prático como usar simulações para que o aluno ao chegar na prática
tenha mais segurança e/ou uma certa habilidade para executar a atividade. Assim, o aluno
pode pô em prática os conceitos os conteúdos teóricos vistos em sala e também tirar
dúvidas com os envolvidos. Os aspectos negativos: a questão da acessibilidade,
dependência da infraestrutura da instituição e acesso a internet, precisa de uma interface
acessível e amigável. Na IES o qual atuo tem dificuldade no acesso a internet, possui WIFI
disponível, mas a qualidade é questionável. Deixo a ressalva para os laboratórios que o
acesso funciona bem. Faz-se necessário ter ferramenta que seja extremamente acessível,
assim, se não for livre que seja de baixo custo. O professor também deve ter habilidade para
usar as ferramentas para que o aluno consiga chegar no que é pretendido. Não são todos
os professores que estão prontos para lhe dá com o uso das TIC’s e há necessidade de
atualização e formação dos professores. Os alunos estão abertos ao uso das tecnologias
digitais, mas nem todos possuem acesso. Há alunos carentes que não tem computador e
isso pode ser visto como fator limitante. Porém, celular todos os alunos do CST em
radiologia possuem, ou seja, todos tem internet no celular . Mas acesso com rede WIFI de
qualidade somente no laboratório. Temos casos de alunos que não tem computador e nem
acesso a internet em casa. O aluno consegue ter acesso a computadores na IES para
realizar trabalhos.. As TIC’s são importantes na radiologia temos que saber trabalhar com
tecnologias, uma vez que, trabalhamos com equipamentos caros e tecnológicos e muitas
vezes não há o acesso tão simples para os alunos realizarem estágios. A IES tem convênio
com hospitais e estes dão acesso a determinadas áreas para o estágio, como exemplo nas
áreas de ressonância, tomografia, radioterapia, medicina nuclear, raios-x. De uma maneira
geral as áreas consideradas de alta complexidade são abordadas no nosso segundo
momento de estágio e estamos conseguindo ter acesso na prática. As TIC’s poderia facilitar
ainda mais o conteúdo que é visto na teoria e associar com a prática, principalmente nas
áreas de alta complexidade, no sentido de melhorar o aprendizado do aluno. Para ter uma
relação interativa síncrona com o hospital e a faculdade, deve contar com a disponibilidade
do hospital e dos profissionais, além das questões tecnológicas de apoio e acesso.
Pedagogicamente é válido, mas a questão é como isso poderia ser feito? É necessário o
105
contato do aluno com o profissional atuante no mercado de trabalho para ter as trocas e
conhecer o dia-dia e seus desafios na prática. O CST é voltado para radiologia médica, mas
o aluno a depender do seu perfil também pode buscar as habilidades para trabalhar no
campo industrial. Sobre estágio ele é dividido em dois momentos, no primeiro momento ele
vai atuar nos equipamentos de raios-x convencional e no segundo momento que são as
especificidades. O aluno quando está em estágio dois ele opta por uma área de interesse,
porém isso só acontecerá se houver disponibilidade com os acordos firmados. A não
disponibilidade para atuar na área de interesse o aluno será remanejado para outra área
disponível.”
Gravação 2 – Coordenador
Aspectos positivos ao usar as TIC’s: “Considero ponto positivo no uso para a radiologia, pois
os estudantes podem trocar experiências entre eles e com os professores em momentos
que não ficam restritos a sala de aula. Uma ferramenta que é possível buscar informações e
obter feedback. O uso de celulares na sala de aula é positivo quando se usa aplicativos em
prol do aprendizado do aluno, e focando em um conteúdo específico. O uso do celular na
sala de aula vai depender da organização e direcionamento do professor com os alunos.
Negativamente, as tecnologias digitais em especial o celular é fácil perder o foco. Devido o
celular ter vários recursos tem-se várias distrações. O professor deve pensar nas possíveis
distrações para estudar a capitação da atenção do aluno. A área de radiologia é ampla o
acesso a diferentes locais muitas vezes é difícil. Mas, por vezes há conquistas de visitas
técnicas em determinados locais. O campo de estágio também tem as dificuldades de
acesso a todas as áreas, assim, as tecnologias digitais podem ampliar os horizontes dos
estudantes. O estudante pode usar as tecnologias digitais para ampliar as informações
sobre o conteúdo, acompanhar a rotina de determinado setor, acompanhar canais, ou baixar
aplicativos que tragam o conteúdo de forma detalhada e dinâmica. A presença física é
importante e acredito que é enriquecedor também o uso das TIC’s para obter uma visão
mais ampla da teoria para associar com a prática. Na sala de aula o uso das TIC’s não são
tão exploradas, apesar de ter algumas ferramentas disponíveis no portal institucional.
Percebo em alguns professores a mobilização para o uso de vários recursos digitais, mas
ainda é caso muito individual particular de cada professor. Acho que cabe a instituição
estimular mais o uso das tecnologia digitais e melhorar a estrutura de acesso de rede e
recursos tecnológicos. O estímulo e investimento da instituição facilitará o trabalho do
professor”.
106
Gravação 3 – Docente
“Há o uso de tecnologias digitais na prática pedagógica, e é uma ferramenta que ajuda na
didática tanto para a informação teórica como para avaliar através de testes o conteúdo que
foi passado. Todos os alunos possuem celulares e no laboratório tem WIFI disponível. Faço
questionário em aplicativo do celular que me cadastro como professor e os alunos se
cadastram como estudantes e no final da aula eu aplico. Após todos os alunos responderem
eu posso criar um gráfico para analisar o entendimento dos alunos sobre os assuntos
administrados. O resultado que estou tendo com o uso desse aplicativo é fantástico e a
turma adora. No aplicativo posso criar questões de múltipla escolha, verdadeiro ou falso
e/ou aberta, também posso trabalhar com imagens. Percebo que melhorou a percepção do
conteúdo para o aluno. Sobre a práxis temos visitas técnicas e o estágio. O uso das TIC’s
beneficiou trabalhar o conteúdo com os alunos e ter retorno da percepção sobre o que foi
aprendido. Temos nas tecnologias como um complemento um suporte para ministrar o
conteúdo tanto teórico como prático. Aqui no nosso grupo de pesquisa estamos
desenvolvemos um software onde temos imagens radiológicas e o aluno ver se consegue
identificar as estruturas anatômicas dessas imagens e ao final de suas respostas tem um
relatório avaliativo. O uso das tecnologias digitais na sala de aula nos proporciona resolver
rapidamente sobre os pontos que os alunos estão com mais dificuldades. A aplicabilidade
da tecnologia digital na radiologia é fundamental porque as tecnologias dentro da área de
radiologia hoje em dia estão todas informatizadas são digitais e se a gente não trabalha isso
com o aluno ficamos numa defasagem com a realidade que eles vão enfrentar no mercado
de trabalho. Temos que adaptar como está o mercado hoje e temos que ministrar a aula
abordando a tecnologia. O CST daqui tem como foco na área médica a parte industrial fica
por conta de uma visão teórica. Nosso estágio tem dois momentos e no segundo momento
tentamos oferecer ao aluno para estagiar na área que mais ele se identifica. Não achamos
que o estágio deve ser em todas as áreas, mas sim na área de interesse do aluno porque o
tempo do estágio curricular é pouco e passar por todas as áreas não daria um bom
aproveitamento para aprofundar na área de interesse. Seria interessante o aluno usar as
TIC’s como ferramenta para conhecer todas as áreas da radiologia, mas não temos
programas virtuais que abrange todas as áreas, não temos todo suporte técnico, a questão
do custo e financiamento acaba nos limitando. Temos projeto de ter um banco de dados de
imagens, sistema DICOM, mas as verbas não são favoráveis para esse custo, também
temos tentado parcerias, mas até o momento sem sucesso. A utilização das TIC’s na
educação tem como beneficio final o conhecimento para o aluno e isso é o diferencial para o
mercado de trabalho. O uso dessas ferramentas enquanto Instituição nos daria melhor
reconhecimento, o curso de radiologia ganharia maior destaque perante as Instituições
avaliadoras. A política deve engajar nas formações de profissionais para o uso de
107
tecnologias desde o início da vivencia escolar. Quando temos mais ferramentas para poder
aprender tem-se maior segurança para passar por um processo seletivo.”
Gravação 4 – Docente
“Há o uso de TIC’s no curso de radiologia, os mais utilizados são: o computador o acesso à
internet, o data show. Em relação ao uso da internet posso falar sobre as ferramentas do
google para a educação e também o facebook que além de uma rede social podemos usa-lo
para trabalhar conteúdos com fundamentos científicos, o instragram também pode ser
utilizado e o WhatsApp, este sendo mais uma forma de interação ou de divulgação e
compartilhamento de informações. A utilização do You Tube para educação também é uma
ferramenta que administrada de maneira séria vem agregar na sala de aula. As ferramentas
mais utilizadas em sala de aula no curso de radiologia é o acesso a internet para mostrar
vídeos do You Tube, google acadêmico para acesso a informações científicas. Não são
todos os discentes que são receptivos ao uso das TIC’s, alguns acham que vão ter mais
trabalhos e acaba sendo um entrave. Sobre a práxis pedagógica destaco que para meu uso
são as ferramentas do google., exemplo o googleforms, You Tube, facebook com página de
conteúdos de radiologia sobre a responsabilidade do aluno. Com o uso de internet para
produzir conteúdos a ideia é difundir o conhecimento. A teoria sempre é importante para
embasar o que vai fazer na prática, mas a união da teoria com a prática nem sempre
acontece como gostaríamos, isso se deve as burocracias de acessibilidade a determinadas
áreas e locais. As TIC’s podem ser usadas para diminuir o distanciamento entre o conteúdo
e a aplicabilidade na prática, assim podemos trazer um vídeo que vá mostrar uma realidade,
uma simulação de algum programa que mostre o sistema de funcionamento de um dado
equipamento. O uso das TIC’s é importante e essencial para que o aluno possa crescer em
seu conhecimento. Penso que o curso de radiologia não está desassociado de tecnologia e
cada dia mais vamos evoluir em tecnologias. Se o curso não se alinhar com a tecnologia
não estará adequado para uma melhor formação. O curso de radiologia precisa do contato
com as TIC’s , essa ferramenta vem agregar as aulas dos professores e os alunos tende a
se empolgar mais já que são alunos em sua maioria altamente tecnológicos. Porém, temos
que ter o cuidado para que o uso de ferramentas tecnológicas não fuja da seriedade do
objetivo.”
Gravação 5 – Discente
“As TIC’s para obter informações a certos conteúdos em sala de aula é comum para
algumas disciplinas. Tive vivência em algumas disciplinas com aplicativos a exemplo das
108
disciplinas, anatomia seccional, tomografia e ressonância, e por ser um conteúdo complexo
ajuda a fazer associações e melhorar o aprendizado. Também testes realizados por
aplicativos para avaliar a quantidade de acertos e analisar onde há mais dificuldades. Na
sala de aula após o professor passar o conteúdo é interessante responder questionários
pelo celular, isso serve como estímulo um link entre a fala do professor e busca pelo
entendimento. Quando há cobranças após o momento da fala do professor na sala de aula
responder determinados exercícios fica mais dificultoso. O estágio na área para mim é
indispensável, pois saber o que é não é a mesma coisa de vivenciar na prática. Quando
passei pelo estágio consegui associar a teoria com a prática, apesar de alguns conflitos, a
perspectiva se ampliou. O uso das TIC’s vem a agregar ainda mais a memorização e
aprendizado. Ao se tratar de visitas técnicas “virtuais” acho que a depender de como seria
poderia ser interessante, mas sem excluir a experiência presencial. As visitas técnicas
durante o curso são diversificadas pelas áreas da radiologia e no estágio após passar pelos
exames de radiografia se opta por uma área de maior interesse.”
Gravação 6 – Discente
“As TIC’s para obter informações a certos conteúdos em sala de aula não é muito usado,
costumo buscar mais informações em casa através da internet. Na sala de aula para
melhorar a aprendizagem acredito que trabalhar, por exemplo, a imagem em exposições
pela data show ou aplicativos torna mais estimulante. A melhor forma de aprender é poder
ver o que está sendo ensinado e a tecnologia digital pode fazer isso. Quando morei no Chile
tinha prova escrita e prova virtual que fazia em um computador, o contato com o computador
era mais interessante e o ambiente era atraente, pois tinha figuras, ilustrações, várias
ferramentas. Outra forma que acredito que eu ia aprender mais era se tivesse um jogo que
interagisse com o conteúdo da disciplina. O estágio na área para mim é indispensável é no
estágio que conseguimos colocar em prática a teoria estudada na faculdade. A assimilação
acontece muito mais quando estamos vivenciando a prática. Por ser difícil o acesso para o
aluno conhecer todas as áreas de atuação do curso, vejo as TIC’s como algo positivo
quando interagimos com pessoas que já estão atuando faz abrir horizontes. Visualizar uma
prática mesmo sendo a distância pode te mostrar qual a especificidade que mais se
identifica e quer atuar. Porém, as visitas técnicas presenciais são melhores porque você
pode tocar nos acessórios e interagir com as pessoas. Mas, mesmo assim não descartaria a
vivência virtual principalmente se na cidade não existir determinada especificidade você
poderá ter contato através das TIC’s. O contato presencial e o virtual se complementam. E o
interessante mesmo é a possibilidade de feedback de todos os envolvidos e a exposição da
visão de cada um sobre a experiência vivida virtualmente. Essas trocas ajudaria a perceber
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algo que você não observou, mas outra pessoal sim. A interação é essencial para alcançar a
proposta da aprendizagem .”
Gravação 7 – Discente CST em radiologia e técnico na área
“ O uso das TIC’s em sala de aula atualmente eu acho pouco, há várias possibilidades a
serem exploradas, mas ainda estão sendo implantadas aos poucos. Já usamos por exemplo
um aplicativo para visualizar imagens na disciplina de ressonância e também realização de
questionários pelo celular. Com a formação técnica na área de radiologia em relação ao
convívio com os colegas tento chamar atenção para abrir discussões e pesquisas. Nossa
rotina está atrelada as tecnologias digitais então quando estas são usadas na sala de aula
estimula ainda mais o aluno. A difusão da área de radiologia contribuirá para desmistificar a
profissão, as pessoas possuem uma visão muito equivocada da nossa área. As TIC’s é
essencial para difundir o conhecimento e obtiver respostas rápidas e/ou trocas de
experiências que amplie a perspectiva sobre a área.”
Gravação 8 – Discente CST em radiologia e técnico na área
“O uso das TIC’s é comum no meu dia a dia principalmente quando tenho dúvidas no
trabalho. Faço pesquisas sobre radiologia odontológica, estudo imagens. Na sala de aula
não costumo fazer busca de informação por conta própria. A troca de conhecimento na sala
de aula com os colegas que não possuem vivencia na prática sobre determinada área, vejo
como positivo para o estímulo aos estudos. Quanto mais informamos, trocamos,
pesquisamos sobre a área temos mais conhecimento. As TIC’s podem trazer sempre a
atualização da área e isso é muito benéfico. As visitas técnicas são interessantes para
associar o que foi estudados na teoria, mas presencialmente é mais interessante do que
virtualmente. Sobre aceitação dos alunos seria diferente, mas nada melhor do que
presencial”.
Segunda etapa das entrevistas
• Gravação 1 – Coordenador
Áreas do conhecimento abordados no curso de tecnologia em radiologia de modo
geral vão desde o conteúdo da saúde, então envolve desde a parte celular, anatômica, da
110
fisiologia, da patologia e também a vertente da tecnologia que irá abordar as questões sobre
conhecimentos de física, prioritariamente física para entender todos os processos de
formação da imagem dos estudos das radiações e aplicação. Essas duas vertentes da
saúde e da física estão atrelados a tecnologia aplicadas na área.
Os componentes curriculares mais importantes são aqueles que estão mais
atrelados aos campos de maior complexidade, porque o curso de tecnologia em radiologia
tem como justificativa para sua existência é para cumprir uma demanda na sociedade e no
mercado para manipular os equipamentos de alta tecnologia, ou seja, de métodos de
diagnósticos e tratamentos que necessitam de uma alta tecnologia e precisa de um
conhecimento mais aprofundado. Portanto, o conteúdo voltado para a radioterapia, medicina
nuclear, ressonância magnética e tomografia são conteúdos de maior prioridade. Os
assuntos que estão relacionados desde a produção, formação da imagem até os protocolos,
tratamentos é muito importante para a formação do conteúdo das disciplinas.
Conteúdos em cada componentes curriculares para o lado do radiodiagnostico temos
formação da imagem, física, produção de raios-x, interação da radiação com a matéria,
radiobiologia, protocolos de posicionamentos e realização dos exames. Assim como
também a otimização desses procedimentos levando em consideração a redução das doses
de radiação com o alcance do objetivo do diagnóstico. Para a terapia é importante conhecer
a tecnologia dos equipamentos, conhecer os aceleradores lineares, as técnicas de radiação
de forma que o tecnólogo possa exercer o conhecimento em cada caso. Na medicina
nuclear em radiodiagnóstico e terapia conhecer sobre radiação, radiação gama, radiação
beta, radiofármacos, Todos os conteúdos devem está atrelados.
• Gravação 2 – Coordenador
Áreas do conhecimento são ciências exatas, ciências biológicas, ciências da saúde,
linguística, ciências humanas e sociais de uma forma geral seriam essas.
Componentes curriculares eles são agrupados em três grupos sendo um grupo de
disciplinas nucleares, um grupo de disciplinas comuns e um grupo de disciplinas
específicas. Entre as disciplinas nucleares temos as disciplinas de direitos humanos,
empreendedorismo, história e cultura indígena e afro, leitura e produção de texto,
metodologia científica, responsabilidade social e ambiental. Entre as disciplinas comuns
temos anatomia humana, biologia geral, fisiologia humana, enfermagem em radiologia,
saúde coletiva, administração, gestão em saúde e trabalho de conclusão de curso. Nas
disciplinas específicas temos biossegurança, estágio supervisionado I e II, físicas das
radiações, incidências radiológicas I e II, instalações radiológicas, introdução a informática,
introdução a radiologia, mamografia, matemática, medicina nuclear, patologia por imagem,
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proteção radiológica, radioimagem em anatomia I e II, radiologia industrial radiologia
intervencionista, radiologia odontológica, radiologia veterinária, radioterapia, ressonância
magnética I e II, tomografia computorizada I e II, ultrassonografia e densitometria óssea.”
Considero que as disciplinas mais importantes para a formação do tecnólogo em radiologia,
ou seja, aquelas que não devem deixar de ter na grade curricular são as disciplinas como
anatomia humana, fisiologia humana, as disciplinas mais aplicadas como incidências
radiológicas, física das radiações, instalações radiológicas, medicina nuclear, patologia por
imagem, proteção radiológica, radioimagem em anatomia, radiologia industrial, radiologia
intervencionista, radioterapia, ressonância magnética, tomografia computadorizada,
ultrassonografia e densitometria óssea.
Todo conteúdo atrelado a anatomia humana, sobre as técnicas e posicionamentos,
sobre as patologias, aplicar a anatomia com a radiologia, importante conhecer a fisiologia e
os radiofármacos, acredito que esses pontos são essenciais para ser abordados em relação
aos conteúdos.
• Gravação 3 – Docente
Áreas do conhecimento em radiologia no primeiro semestre denominamos de áreas
básicas que entra algumas disciplinas da área biológica e área de exatas. Tem matemática,
português, informática, física, anatomia, biologia, introdução a radiologia, equipamentos
utilizados dentro da área e primeiras noções físicas de cada equipamentos. A medida que
vamos avançando nos semestres entramos nas áreas específicas com um foco maior em
anatomia, patologia, fisiologia, física radiológica , estatística, inglês. A partir do terceiro
semestre as disciplinas são mais específicas com a exemplo: exames radiológicos,
tomografia, primeiros socorros, enfermagem na área. No quarto semestre todas as
disciplinas são específicas como: radioterapia, medicina nuclear, ultrassom, exames
radiológicos II, ressonância magnética. No quinto semestre com algumas disciplinas
específicas e também já começa com o estágio curricular I para ter a experiência com a
prática e colocar na prática o que eles aprenderam na parte teórica. No sexto semestre tem
o estagio II que possui uma carga horária maior, quase o triplo, do que o estágio I. No
estágio curricular II o aluno vai escolher a sua afinidade por uma especialidade e
concomitantemente com disciplinas específicas e trabalho de conclusão de curso (TCC) .
Agora no TCC temos três modalidades sendo uma dissertação teórica, um artigo ou
produção teórica que termine em construção de um produto para área técnica específica.
Para a aplicação da teoria é importante o contato com a prática que tenha visitas
técnicas aos hospitais e aos serviços específicos da radiologia para que os alunos consigam
relacionar a teoria e a prática. As disciplinas que são específicas para o curso o importante é
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que tenha teoria e prática isso teria mais incentivo e compromisso do aluno. Não há essa
relação de teoria prática tão equilibrada. É importante ter uma vivência na prática mesmo
que seja pequena das disciplinas específicas. Trabalhar com discursão de artigos nas
disciplinas específicas é importante pela questão da atualização das questões científicas. A
apresentação de trabalho pelo aluno é importante para também incentivar a pesquisa. O
aluno deve saber relacionar a parte do conhecimento teórico, prático e pesquisa científica.
Trabalhar nas disciplinas de maneira a expandir a percepção do aluno faz melhorar o
componente curricular.
Sobre conteúdos nos componentes curriculares é importante saber a relação entre
anatomia, fisiologia e patologia. Por que entendendo esses três aspectos o aluno terá uma
maior base para trabalhar os fatores técnicos para realização do exame de qualidade.
Aplicar o conhecimento anatômico, fisiológico e patológico para os protocolos de cada
equipamento no intuito de não executar o protocolo existente, e sim, certificar como
podemos ajustar o protocolo para cada paciente. O profissional tem que ter a consciência de
relacionar seus conhecimentos para que se obtenha uma imagem fácil de se laudar.
• Gravação 4 – Docente
As áreas do conhecimento está voltada principalmente para eixo da saúde e da
tecnologia, já que radiologia é um curso que está estritamente ligado aos avanços
tecnológicos para o diagnóstico por imagem e terapia.
Dentro de uma matriz curricular todos são importantes, mas vou destacar aqui por
exemplo a questão de saber lhe dá com o paciente, o saber dentro da área da psicologia,
saber as técnicas e os posicionamentos para a realização do exame, saber manusear os
equipamentos, a importância do saber tecnológico.
Sobre os conteúdos acredito para ser um bom tecnólogo em radiologia, ele tem que
saber lhe dá com o paciente e suas diversidades e condições do momento, saber as
técnicas e posicionamentos, conhecer a tecnologia envolvida na área de radiologia e saber
operar os software envolvidos. Então, saber direcionar o paciente, saber as técnicas,
conhecer a anatomia e dominar a tecnologia acredito ser muito importante na formação do
tecnólogo em radiologia nas diversas especificidades como: tomografia, ressonância,
radioterapia, medicina nuclear, etc.
• Gravação 5 – Discente
Áreas do conhecimento abordadas são física, física quântica, parte voltada a saúde
que envolve o tratamento do paciente, os exames, cuidados com lavagens das mãos, parte
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técnica dos equipamentos sobre seus componentes e o que cada um faz, manipulação dos
equipamentos, como instruir o paciente. Então é mais para física, equipamentos e saúde
abordando muito os cuidados com os pacientes.
As disciplinas geralmente os professores explicam a parte teórica e a parte prática
mostram vídeos, imagens e nos levam para visitas técnicas. Eu acho bom ter visitas
técnicas porque assim, tenho uma noção básica de como agir no estágio.
Cada área tem uma demanda de conteúdo, falar da radioterapia por exemplo, acho
mais importante a anatomia topográfica, na verdade todas as disciplinas precisam de
anatomia. Medicina nuclear conhecer a fisiologia e o decaimento dos radioisótopos,
conhecer a parte física. Tomografia Computadorizada conhecer anatomia e protocolos.
Ressonância Magnética conhecer o equipamento e os fatores dos protocolos e a sua
interferência sobre a formação da imagem, anatomia. Radiologia veterinária temos uma
noção de posicionamento dos animais, mas não temos visitas técnicas para radiologia
veterinária, noção dos equipamentos e cuidados para manipular os animais preservando
nossa segurança. Radiologia industrial a parte da radioproteção foi muito frisada, pelo fato
de utilizar atrás doses. Densitometria e mamografia abordar sobre anatomia, radiobiologia,
radioproteção. Raios-X convencional muita anatomia, posicionamento, fisiologia, patologia
são os principais pontos abordados e os meios de contrastes usados.
• Gravação 6 – Discente
Abrange área de tecnologia e saúde e conhecimentos gerais. Conhecimentos gerais
como por exemplo: Português, matemática, física, história afrodescendente, relação
interpessoal. Também questões mais específicas da área radiológica como as disciplinas de
medicina nuclear, radioterapia, ressonância magnética por exemplo. Acho de fundamental
importância ver a prática das disciplinas que são específicas, saber perceber na prática a
junção de todo o aprendizado teórico, conhecer os equipamentos envolvidos.
A disciplina que se percebe de maneira geral a radiologia vou abordar como exemplo
a matéria de proteção radiológica. Sendo que sobre a ação do professor vejo que o contato
com a prática é primordial, a aula expositiva com data show é boa, mas para fixar o assunto
é necessário ter contato com um ambiente prático como por exemplo: o hospital, assim, eu
acredito que há um discernimento maior e fixação maior da teoria que foi abordada em sala
de aula. Falta mais o trabalho do conteúdo teórico junto com a prática.”
Noções básicas de física, matemática, como funciona os equipamentos, anatomia,
fisiologia, patologias, interação da radiação com a matéria, efeitos biológicos, proteção
radiológica, farmacologia.
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• Gravação 7 – Discente CST em radiologia e técnico na área
Áreas do conhecimento no curso de tecnólogo temos densitometria óssea,
mamografia, radiologia industrial, radiologia veterinária, ressonância magnética, tomografia
computadorizada, medicina nuclear, radioterapia, exames contrastados. As áreas são bem
mais abordadas do que nos cursos técnicos, há um aprofundamento maior nos conteúdos
dessas disciplinas.”
Principalmente anatomia, patologia, anatomia associada à imagem acho que são os
pilares para a formação.
Posicionamento dos pacientes, anatomia associada a imagem, como lhe dá com o
paciente, saber sobre as patologias de maneira geral e patologias visualizadas nas imagens.
• Gravação 8 – Discente CST em radiologia e técnico na área
Sobre as áreas do conhecimento as mais abordadas são: saúde, educação, exatas,
física das radiações.
A disciplina de mamografia foi a que mais me interessou. Conhecer sobre as
técnicas do exame, sobre o equipamento e ter o contato na prática a exemplo de estágio na
área de interesse vejo como importante para o aprendizado. Há outras disciplinas
importantes como: ultrassonografia, ressonância, radioterapia, incidências, radiologia
industrial, exames contrastados, medicina nuclear, densitometria óssea, radiologia
odontológica, entre outras.
Por trabalhar com radiologia odontológica, essa disciplina contribuiu para esclarecer
e ampliar meus conhecimentos na área e ter mais clareza na prática. Sobre a questão do
aprender acho importante conhecer a prática e fazer atividades, participar de atividades
complementares.
Os conteúdos sobre as técnicas, a anatomia, os posicionamentos, protocolos, as
tecnologias e os equipamentos e acessórios envolvidos. Mesmo com o conhecimento
teórico acho que tem que ter a prática.
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ANEXO
Anexo A - Parecer CEP/UNEB