universidade do sul de santa catarina ana clÁudia...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
ANA CLÁUDIA TONELLI TEIXEIRA
TUANE BERNARDO CARDOSO
EFEITOS DA PRÁTICA DE YOGA EM INDIVÍDUOS PERTENCENTES AO
ESPAÇO TERAPÊUTICO SHANKARA DO MUNICÍPIO DE TUBARÃO – SC.
Tubarão
2009
ANA CLÁUDIA TONELLI TEIXEIRA
TUANE BERNARDO CARDOSO
EFEITOS DA PRÁTICA DE YOGA EM INDIVÍDUOS PERTENCENTES AO
ESPAÇO TERAPÊUTICO SHANKARA DO MUNICÍPIO DE TUBARÃO – SC.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito à obtenção de grau de Bacharel em Fisioterapia.
Orientador: Prof. M.Sc. Rodrigo da Rosa Iop.
Tubarão
2009
ANA CLÁUDIA TONELLI TEIXEIRA
TUANE BERNARDO CARDOSO
EFEITOS DA PRÁTICA DE YOGA EM INDIVÍDUOS PERTENCENTES AO
ESAPÇO TERAPÊUTICO SHANKARA DO MUNICÍPIO DE TUBARÃO – SC.
Este trabalho de conclusão de curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia e aprovado em sua forma final pelo Curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina.
Tubarão, 16 de novembro de 2009.
____________________________________
Prof. Orientador M.Sc. Rodrigo da Rosa Iop
Universidade do Sul de Santa Catarina
__________________________________
Prof.Esp. Kesler de Souza Kock Universidade do Sul de Santa Catarina
___________________________________
Dr. Renato Schultz
DEDICATÓRIA
Dedicamos a todas as pessoas que
acreditam em seus sonhos e buscam
incessantemente por realizá-los.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente ao DEUS de cada um, pela luz eterna em nossos caminhos.
A toda nossa família, que nos da estrutura e força. Em especial aos nossos pais,
Arilton e Telma e Élcio e Ionete, que nos deram e dão a base e amor incondicional. Gratidão
eterna!
Aos nossos queridos irmãos, Anderson e Nagelo e Emerson e Élcio Jr., pelo
companheirismo de sempre, “briguinhas” inevitáveis, brincadeiras e risadas inesquecíveis.
Aos nossos amores Agnello e José Fernando, que conseguem nos dar a paz e despertar
nossa essência mais pura em todos os momentos, sejam estes presentes fisicamente ou apenas
em mente.
Aos amigos, grandes companheiros de jornada, pela sinceridade, alegria e leveza com
que acariciam nossas vidas.
À natureza, que nos transmite energia Divina. Recarrega-nos de bons fluidos
permitindo o reequilíbrio interior e a fé de que não devemos nunca desistir do que sentimos
em nosso coração.
As professoras de Yoga Juliana e Aline que cederam com grande carinho e dedicação
o Shankara Espaço de Yoga para a realização deste estudo.
Agradecemos aos alunos pela aceitação e colaboração em participar deste estudo, sem
eles não poderíamos concluir o nosso trabalho.
Aos membros da banca, professor Kelser e professor Renato que aceitaram avaliar o
presente estudo e que, certamente contribuirão de maneira grandiosa para a mesma.
Ao Professor Ralph por nos dar as primeiras direções para esta pesquisa.
Ao Professor Rodrigo que com dedicação, compreensão e “braços abertos” aceitou
nos orientar na metade do desenvolvimento desta pesquisa.
Por fim, a todos que contribuíram direta e indiretamente para conclusão do presente
estudo.
Muito Obrigada a todos.
Namastê!
RESUMO
A Yoga é uma prática milenar de origem indiana que vem se tornando reconhecida
mundialmente pelos seus diversos benefícios. Traduzida, Yoga significa integração, união,
preza pelos princípios de equilíbrio entre mente e corpo num processo, relativamente à longo
prazo, de reeducação corporal e mental. Nesse sentido, o presente estudo teve por objetivo
investigar os efeitos da prática de yoga em indivíduos pertencentes ao espaço terapêutico
Shankara do município de Tubarão – SC. Foram selecionados 10 alunos, sendo compostos por
90% do sexo feminino e 10% do sexo masculino, com idade predominante de 20 à 29 anos.
As aulas foram aplicadas por duas instrutoras, com formação em Hatha Yoga, duas vezes por
semana com duração de uma hora / aula, totalizando 12 aulas. Os participantes foram
submetidos a protocolo de flexibilidade, como, finger-floor, banco de Wells e qualidade de
vida. As variáveis foram submetidas a um teste de normalidade Shapiro Wilk, onde foi
confirmada uma distribuição gaussiana. Para a variável Finger-floor foi utilizado o teste T
pareado com nível de significância de 5%. Já para analisar as médias das variáveis,
flexibilidade e SF-36 foi utilizado procedimentos da estatística não-paramétrica em função
das características da amostra e do tipo das variáveis estudadas. O teste de Wilcoxon foi usado
para determinar diferenças entre as médias dependentes (pré-teste e pós-teste). O nível de
rejeição da hipótese de nulidade foi de 0,05 (probabilidade alfa de 5%). O teste T pareado
com nível de significância de 5%, revelou alterações significativas no teste de Finger-floor.
Quanto a qualidade de vida os domínios aspecto físico, dor, estado geral de saúde, vitalidade,
aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental apresentaram diferença significativa nas
médias pré e pós-teste de acordo com o teste não paramétrico de Wilcoxon (p<0,05). A
análise da avaliação postural foi obtida através de cálculo das porcentagens pré e pós-teste,
levando em conta somente as principais alterações posturais constatadas na avaliação.
Portanto, conclui-se que a prática de Yoga foi positivo, quanto à flexibilidade, qualidade de
vida e alterações posturais.
Palavras-chaves: YOGA. Flexibilidade. Qualidade de vida.
ABSTRACT
Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become recognized worldwide for its
various benefits. Translated, Yoga means integration, union, welcomes the principles of
balance between mind and body in a process, for the long-term rehabilitation of body and
mind. Accordingly, the present study aimed to investigate the effects of yoga practice in
individuals belonging to the therapeutic Shankara in the city of Tubarão - SC. We selected 10
students, and composed of 90% female and 10% male, predominantly aged 20 to 29 years.
The classes were implemented by two instructors, trained in Hatha Yoga, twice a week with
one hour of instruction, totaling 12 classes. The participants underwent a protocol flexibility,
such as finger-floor, Bank of Wells and quality of life. The variables were subjected to a test
of normality Shapiro Wilk, where he was confirmed a Gaussian distribution. For the variable
Finger-floor was used for paired t test with significance level of 5%. As for analysis of the
mean of variables, flexibility and SF-36 was used statistical procedures in nonparametric
function of the sample characteristics and type of variables. The Wilcoxon test was used to
determine differences between means dependent (pre-test and post-test). The level of rejection
of the null hypothesis was 0.05 (probability alpha of 5%). The paired t test with significance
level of 5%, showed significant changes in test Finger-floor. Regarding quality of life
domains the physical, bodily pain, general health, vitality, social functioning, role emotional
and mental health showed significant differences in mean pre-and post-test according to the
nonparametric test (p <0,05). The analysis of postural assessment was obtained by calculating
the percentages pre-and post-test, taking into account only the main changes observed in
postural assessment. Therefore, it is concluded that the practice of Yoga was positive for
flexibility, quality of life and postural changes.
Keywords: YOGA. Flexibility. Quality of life.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Tada-asana...............................................................................................................36
Figura 2 - Utthita Trikona-ásana..............................................................................................37
Figura 3 - Virabhadra-ásana I..................................................................................................38
Figura 4 - Virabhadra-ásana II................................................................................................38
Figura 5 - Ardha Chandra-ásana..............................................................................................39
Figura 6 - Prasarita Pada-uttana-ásana...................................................................................39
Figura 7 - Uttana-ásana............................................................................................................40
Figura 8 - Chatur-anga-Danda-ásana......................................................................................40
Figura 9- Adho Mukha Shvasana-ásana...................................................................................41
Figura 10 - Shirsha-ásana.........................................................................................................41
Figura 11 - Sarvanga-ásana......................................................................................................42
Figura 12 - Paschimotanásana ou pose de pinça......................................................................42
Figura 13 - Padamasthásana ou pose da cegonha....................................................................43
Figura 14 - Ardha-Bhujangásana ou meia pose da cobra.........................................................44
Figura 15 - Bhujangásana ou pose da cobra.............................................................................44
Figura 16 - Dhanurásana ou pose do arco................................................................................45
Figura 17 - Ardha-matsyásana..................................................................................................45
Figura 18 - Trikonásana............................................................................................................46
Figura 19 - Vakrásana ou pose de torção.................................................................................46
Figura 20 - Vrikhásana ou postura da árvore............................................................................47
Figura 21 - Viparita-karani ou pose da foice............................................................................48
Figura 22- Halásana ou pose do arado.....................................................................................48
Figura 23 - Teste Finger-Floor..................................................................................................56
Figura 24 - Teste Banco de Wells.............................................................................................57
Figura 25 - Avaliação postural vista lateral direita...................................................................58
Figura 26 - Aula de Yoga..........................................................................................................59
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Teste Finger-floor...................................................................................................64
Gráfico 2 - Flexibilidade...........................................................................................................64
Gráfico 3 – Pontuação do SF-36 pré e pós-teste.......................................................................66
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Caracterização da amostra.......................................................................................63
Tabela 2 - Valores obtidos do SF-36 no pré e pós a Yoga Tabela............................................66
Tabela 3 - Principais alterações na avaliação Postural Vista Lateral........................................69
Tabela 4 - Principais alterações na Avaliação Postural Vista Posterior....................................69
Tabela 5 - Principais alterações na Avaliação Postural Vista Anterior....................................70
LISTA DE ABREVIATURAS
ADM – Amplitude De Movimento
AVD´s – Atividades de Vida Diárias
OMS – Organização Mundial de Saúde
PCS – Prática Complementar de Saúde
PNCS – Práticas Não-Convencionais em Saúde
RPG – Reeducação Postural Global
SF-36 – do inglês Short Form-36
WHOQOL – do ingles World Health Organization Quality of Life
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................14
2 REVISÃO DE LITERATURA...........................................................................................18
2.1 ANATOMIA DA COLUNA VERTEBRAL......................................................................18
2.1.1 A postura.........................................................................................................................20
2.2 ALTERAÇÕES POSTURAIS............................................................................................21
2.2.1 Etiologia das alterações posturais.................................................................................24
2.2.2 Aspectos anatômicos e biomecânicos das alterações posturais..................................25
2.2.3 Tratamentos em fisioterapia.........................................................................................29
2.2.4 Qualidade de vida...........................................................................................................30
2.2.5 Flexibilidade...................................................................................................................31
2.3 YOGA.................................................................................................................................32
2.3.1 Os ásanas.........................................................................................................................34
2.3.2 A promoção da saúde através do Yoga........................................................................46
2.3.3 Alterações posturais e Yoga..........................................................................................47
2.3.4 Yoga e qualidade de vida...............................................................................................48
2.3.5 Flexibilidade e Yoga.......................................................................................................48
3 DELINEAMENTO DA PESQUISA...................................................................................51
3.1 TIPO DE PESQUISA.........................................................................................................51
3.1.1 Tipo de pesquisa quanto ao nível..................................................................................51
3.1.2 Tipo de pesquisa quanto à abordagem.........................................................................51
3.1.3 Tipo de pesquisa quanto ao procedimento utilizado na coleta dos dados.................52
3.2 POPULAÇÃO/AMOSTRA................................................................................................52
3.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA COLETA DE DADOS........................................52
3.4 PROCESSO DE COLETA DE DADOS............................................................................53
3.5 PRÁTICA DE YOGA.........................................................................................................56
3.6 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE
DADOS.....................................................................................................................................58
3.7 LIMITAÇÕES DO ESTUDO.............................................................................................58
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS..........................................................................60
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA.............................................................................60
4.2 FLEXIBILIDADE..............................................................................................................61
4.3 QUALIDADE DE VIDA....................................................................................................63
4.4 AVALIAÇÃO POSTURAL...............................................................................................66
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................70
6 REFERÊNCIAS...................................................................................................................71
APÊNDICES............................................................................................................................78
APÊNDICE A - TESTES ESPECIAIS.................................................................................80
ANEXOS..................................................................................................................................82
ANEXO A - FICHA DE AVALIAÇÃO POSTURAL.........................................................83
ANEXO B - Protocolo Medical Outcomes Study SF-36 Health Survey……....................89
ANEXO C - Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE).....................................94
14
1 INTRODUÇÃO
O bom desempenho das atividades diárias e de suporte para desafios diversos
depende diretamente da postura normal e equilibrada. O processo de globalização cada vez
mais forte e as exigências de alta produtividade com longas jornadas de trabalho do mundo
atual têm afetado negativamente a saúde humana.
Conforme descrito por Moser∗ a submissão do trabalhador às demandas do
sistema produtivo gera desdobramentos que vão além do ambiente e das relações de trabalho.
Essa condição impõe condicionantes ao estilo e à forma de viver do ser que trabalha, com
impactos negativos no plano familiar e social, em razão da maior parte do seu tempo
cotidiano ser dedicada ao trabalho, em detrimento da sua vida privada, do lazer, e dos
cuidados com a própria saúde. O corpo do trabalhador é afetado com a inserção na vida
produtiva, cujas atividades caracterizam-se por um exercício rotineiro de gestos, posturas e
atividades mentais que o obrigam ao abandono ou descaso com o corpo (1).
Os gestos repetitivos e sedentarismo em ambiente de trabalho geram vícios
posturais acarretando, após algum tempo, alterações na coluna vertebral e então baixa
qualidade de vida e saúde.
As alterações na coluna vertebral desencadeiam sobrecargas desnecessárias e,
portanto estresses que deveriam ser evitados por trazerem malefícios para um suporte
adequado de funcionamento corporal.
Estão presentes em 90% da população mundial. Somente 10% da população
parece corresponder aos critérios de uma postura normal e equilibrada (2).
Possuindo causas diversas, as alterações posturais se apresentam de muitas
formas.
Dentre as causas mais freqüentes dessas alterações estão as que se relacionam
com o mau posicionamento em ambiente de trabalho, aderência de posições antálgicas,
alterações congênitas, além de causas que interfiram diretamente no funcionamento dos
chamados captores ou entradas corporais constituídos principalmente dos pés, olhos, sistema
vestibular aparelho mastigador ou manducatório, pele, músculos e articulações (2).
Estes levam as informações captadas até o chamado “computador mental”, para lá
serem integradas e responderem ao estímulo captado da melhor maneira possível (3).
∗ MOSER, A. D. L.; KEHRIG, R. O conceito de saúde e seus desdobramentos nas várias formas de atenção à saúde do trabalhador (2006) apud (1).
15
Qualquer anormalidade em um ou mais captores podem gerar, portanto, um
desequilíbrio postural por meio de compensações, por exemplo.
Muitos dos indivíduos acometidos por alguma alteração postural apresentam uma
queda no rendimento e conseqüentemente na sua qualidade de vida, buscam novos métodos
para um tratamento eficaz e duradouro, entre eles destaca-se a Yoga.
A Yoga é uma prática milenar de origem indiana que vem se tornando reconhecida
mundialmente pelos seus diversos benefícios.
Traduzida, Yoga significa integração, união. Preza pelos princípios de equilíbrio
entre mente e corpo num processo, relativamente à longo prazo, de reeducação corporal e
mental. Para isso faz uso dos chamados ásanas, ou posturas (4).
Embora haja relatos de praticantes de Yoga quanto à melhora no alinhamento
postural não há, entretanto, muitos estudos que comprovem os reais efeitos do Yoga.
As evidências mostram que a prática regular das posturas do Yoga proporciona ao
praticante, maior flexibilidade, reforço muscular, aumento da vitalidade e qualidade de vida,
redução de estresse psicológico e redução das doenças cardiovasculares (5).
Existem diversas linhas de Yoga, entre elas está a Hatha Yoga, a qual esta
pesquisa dará enfoque.
O termo Hatha é composto pelas sílabas sânscritas Há e Tha que significam
respectivamente Sol e Lua, simbolizando equilíbrio entre dois pólos. A enfermidade sobrevém
quando um dos pólos predomina, ou seja, quando reina o desequilíbrio orgânico. Portanto
essa linha se define como uma constante busca do equilíbrio e harmonia corporal (4).
Podemos dizer que, de maneira global, a prática da Hatha Yoga proporciona saúde
e resistência ao corpo, aumento da resistência às moléstias e à estafa, um estado permanente
de energia e leveza física. Também progressivamente, serenidade, autoconfiança, equilíbrio
emocional, tranqüilidade, clareza mental, resistência à fadiga entre outros. Age para tanto nos
sistemas respiratório, nervoso, músculo-esquelético e circulatório (4).
A Hatha Yoga não implica em movimentação ativa e estafante, consiste em
conservar-se um tempo num determinado ásana, propicia maiores e melhores resultados do
que repetí-la vinte vezes seguidas. A movimentação na Hatha Yoga tem de se fazer com
lentidão, sem impulsos arrancadas ou paradas bruscas. O yogue (praticante) move-se de um a
outro ásana concentrando a mente em todos os músculos que ou se distendem ou se contraem
e nas vísceras que são massageadas. Pode ser praticada até avançada idade, não só é acessível
a enfermos, mas ainda constitui um método natural e incomparável na cura de várias
enfermidades. Constitui o que já foi chamado de yogaterapia (4).
16
Com a globalização e suas consequências a procura por métodos alternativos de
melhora da qualidade de vida e saúde cresceu significativamente. Cabe aqui salientar a
relevante procura nos países do ocidente pelos benefícios da Yoga, os indivíduos buscam o
reequilíbrio corporal e mental muitas vezes alterado devido aos estresses sofridos diariamente
na vida profissional e pessoal. Inúmeros relatos sobre os benefícios desta prática no cotidiano
de alunos ressaltaram o interesse de investigação dos reais efeitos produzidos por ela, ficando
evidente a importância de mais estudos quanto ao impacto da Yoga na saúde de quem a
pratica.
Os efeitos relatados são compreendidos quando consideramos que o sistema
neuromuscular se compõe de tal forma que para cada grupo de músculos que se contraem,
outro grupo de músculos se relaxa. Em estados de tensão essa inervação recíproca torna-se
deficiente. Por sua própria natureza, os ásanas reorganizam e recondicionam o sistema, a fim
de estabelecer a harmonia fisiológica entre ambos (6).
Visto tais fatos, cresce o interesse e necessidade dos profissionais da área da saúde
em comprovar os relatos de tantos efeitos positivos, já que tais efeitos estão diretamente
relacionados com a definição de saúde estabelecida pela Organização Mundial de Saúde
(OMS) que define saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não
simplesmente como ausência de doenças e enfermidades (7).
Além disso, é de grande valia para a área da saúde, bem como para a fisioterapia,
estudar e investigar sempre novos métodos que possam auxiliar no tratamento das patologias
e aumentar, assim, nossa gama de manejo e técnicas de tratamentos a oferecer para os
pacientes que surgirem.
Portanto essa pesquisa vem a contribuir com o nível de atualização e qualidade em
atendimento fisioterápico quanto ao conhecimento dos efeitos do Yoga como um recurso para
otimização da qualidade de vida e saúde.
Esta pesquisa tem como objetivos específicos, analisar os efeitos produzidos pela
prática da Yoga no tratamento das alterações posturais, na qualidade de vida e flexibilidade
em alunos do espaço terapêutico Shankara de Tubarão – SC através de avaliação postural,
questionário e teste de flexibilidade respectivamente.
As hipóteses apresentadas foram: H0 (hipótese nula) onde não há relação
significativa entre o Yoga e efeitos em alterações posturais, qualidade de vida e flexibilidade,
H1 (hipótese 1) onde há relação significativa entre o tratamento com Yoga nas alterações
posturais, H2 (hipótese 2) onde há relação entre Yoga e melhora na qualidade de vida e H3
(hipótese 3) onde há relação entre Yoga e aumento na flexibilidade.
17
A pesquisa em questão trata-se de um estudo quase-experimental, pois apresentará
apenas grupo experimental e não utilizará grupo controle para comparações.
Esta pesquisa estruturou-se como um estudo do tipo exploratório-descritivo, pois
será realizada análise objetiva e mensuração de variáveis. Tem como principal finalidade,
desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias. A realização deste tipo de pesquisa se
dá quando o fenômeno em questão necessita de mais pesquisas para se poderem formular
hipóteses sobre este (8).
Quanto à natureza esta se classifica como pesquisa quantitativa, porque permitirá
relação do pesquisador com o objeto de estudo e registrará as variáveis em questão. Apresenta
procedimentos tais como solicitação de informações e resultados de dados para posterior
analise (9).
No primeiro capítulo, apresenta-se a introdução deste estudo. No segundo capítulo
aborda-se um referencial teórico dos assuntos trabalhados neste estudo. O terceiro capítulo
descreve-se o delineamento da pesquisa. O quarto capítulo trata-se da análise e discussão dos
dados obtidos na pesquisa, finalizando com o quinto capítulo as considerações finais deste
trabalho assim como uma sugestão para próximas pesquisas.
18 2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 ANATOMIA DA COLUNA VERTEBRAL
A estrutura da coluna vertebral pode ser comparada como uma pilha de ossos,
sendo rígida na base sacra, articulando-se com uma sequência de vértebras, ou seja, um
edifício vertebral no qual a atividade é a sustentação do corpo humano (10).
A coluna vertebral normalmente é composta por trinta e três a trinta e quatro
vértebras e em cada dois pares de vértebras temos os discos intervertebrais, totalizando vinte e
três discos. As sete primeiras vértebras da coluna vertebral são as cervicais, as doze seguintes
são as torácicas, seguidas pelas cinco vértebras lombares, cinco sacrais e quatro coccígeas,
sendo que as vértebras sacrais e coccígeas são fundidas entre si (11,12).
Em um adulto a coluna vertebral apresenta quatro curvaturas fisiológicas ântero-
posteriores, sendo duas lordoses de concavidade posterior, na região da cervical e lombar e
duas cifoses de convexidade posterior, na região torácica e sacral (11).
As estruturas acima citadas, juntamente com os ligamentos, cápsulas, discos
articulares, raízes nervosas e a medula espinhal irão proporcionar estabilidade e flexibilidade
para o ser humano (13).
Uma vértebra clássica contém em sua estrutura corpo vertebral, arco posterior e
lâminas, pedículos, processos espinhosos, transversos e facetas articulares superiores e
inferiores (14).
As vértebras se compõem basicamente de duas partes principais, o corpo vertebral
(pela frente) e o arco posterior (por trás), sendo o corpo vertebral a parte mais espessa da
vértebra é, geralmente, cilíndrica, com uma face posterior cortada. Já no arco posterior se fixa
no maciço das apófises articulares delimitando assim duas partes, de um lado os pedículos
(pela frente do maciço) e pelo outro se situam as lâminas. A apófise espinhosa, ou processo
espinhoso se localiza atrás da linha média e as lâminas se situam à frente do maciço das
articulares. O arco posterior une-se assim à face posterior do corpo vertebral pelos pedículos e
a vértebra completa ainda comporta as apófises articulares que se unem com o arco posterior
quase no nível maciço das apófises articulares. As vértebras se sobrepõem verticalmente para
19 sustentar o tronco e sofrem algumas modificações ao longo da coluna ainda que tenham a
mesma base (13).
As vértebras unem-se entre si através de ligamentos que reforçam a coluna
garantindo uma estrutura mais resistente mecanicamente. Os ligamentos do pilar anterior são
pouco elásticos, asseguram solidez e mantêm as relações entre as outras peças da coluna, em
contrapartida, os do arco posterior funcionam como amortecedores elásticos (15).
A parte anterior é composta pelo ligamento vertebral comum anterior, que se
estende da base do crânio até o sacro, na face anterior dos corpos vertebrais, e pelo ligamento
vertebral comum posterior que se localiza na face posterior dos corpos vertebrais, se estende
do processo basilar do occipital até o canal sacral. Entre esses dois ligamentos de grande
extensão, em cada nível a união fica segura pelo disco intervertebral que é constituído de duas
partes, o anel fibroso na periferia e o núcleo pulposo que é central (13).
Quanto ao arco posterior, sua união entre dois arcos vertebrais adjacentes é
assegurada pelo ligamento amarelo, muito denso e resistente, se une ao seu homólogo na linha
média e se insere acima na face profunda da lâmina vertebral da vértebra suprajacente e,
abaixo na margem superior da lâmina vertebral da vértebra subjacente (13).
No arco posterior ainda existem mais três ligamentos. O interespinhoso, que se
prolonga para trás pelo ligamento supraespinhoso o qual é pouco individualizado na porção
lombar. O ligamento intertransverso que se localiza na extremidade de cada apófise transversa
e os ligamentos interapofisários que reforçam a cápsula destas articulações: ligamento anterior
e posterior (13).
A coluna vertebral é uma estrutura musculoligamentar de sustentação do corpo
inteiro, a qual compreende o sistema neuromuscular que serve ao sistema nervoso central e ao
periférico. Todas as atividades da coluna vertebral sejam elas de apoio ou as de função
cinéticas originam-se no córtex cerebral onde é determinada a tarefa pretendida, e são
submetidas então aos músculos da coluna vertebral através das vias nervosas da medula
espinhal
Os impulsos que se originam no córtex e ativam os músculos são na sua origem
grosseiros, porém aperfeiçoam-se com precisão, integridade e intensidade por meio de treino,
pratica e desempenho (3).
Os músculos da coluna são ativados igualmente aos músculos periféricos, ou seja,
em padrões dependentes diretamente da ação pretendida, por exemplo, manter a estabilidade,
iniciar um movimento ou ambas (3).
20
A totalidade dos múltiplos segmentos vertebrais resulta em uma extensa
mobilidade da coluna vertebral em conjunto. Os movimentos da coluna são os de flexão,
extensão, flexão lateral, e rotação (11).
A flexão da coluna é a projeção da coluna para frente. Ampla nas regiões cervicais
e lombares, mas é reduzida no segmento torácico pela presença das costelas, esterno e
clavícula, para evitar a compressão dos órgãos toracolombares. O movimento de extensão da
coluna é a flexão posterior. Pode ser denominada hiperextensão que é quando a coluna
projeta-se para trás, sendo que o movimento partiu da posição anatômica. Na coluna cervical
e lombar este movimento apresenta uma grande amplitude a qual é limitada na região torácica
pelos processos espinhosos. A inclinação para a direita e esquerda no plano frontal é a flexão
lateral da coluna vertebral, esta apresenta sua maior liberdade nas regiões cervicais e
lombares. Durante este movimento, devido às curvaturas normais e à obliqüidade das facetas
articulares, ocorre uma discreta rotação vertebral. O movimento de rotação da coluna é aquele
realizado no plano horizontal à direita e a esquerda, sendo este movimento livre na coluna
cervical e nas porções superiores da coluna torácica. No entanto na coluna lombar devido à
forma e direção das facetas articulares a rotação se torna muito limitada (11).
2.1.1 A postura
Uma qualidade de vida boa é baseada num mínimo de condição para que
indivíduos possam desfrutar de todas as suas potencialidades, ou seja, viver, trabalhar, estudar
e divertir-se (16).
Para que o ser humano possa alcançar todas as suas potencialidades é necessário
um bom aparelho de sustentação corporal, ou seja, uma boa postura que garanta a execução de
todas as atividades de vida diárias (AVD´s).
Tem-se como definição de postura uma posição ou atitude do corpo, com a
disposição relativa das partes corporais para uma atividade determinada, ou uma maneira
particular de uma pessoa sustentar o seu corpo, utilizada para realizar ações com menor gasto
de energia, ou seja, é aquela em que há um equilíbrio entre as estruturas de suporte
21 envolvendo uma quantidade mínima de esforço e sobrecarga com uma máxima eficiência do
corpo (17).
A postura é então uma maneira individual de sustentação do corpo adequada para
um menor gasto de energia e máxima eficiência do corpo.
A coluna vertebral possui três funções especificas, é o eixo de suporte do corpo,
protege a medula e as raízes nervosas e é o eixo de movimentação do corpo (12).
O corpo humano pode ser comparado com uma máquina complexa e bem
elaborada a qual executa várias funções intermitentemente. Dentre essas funções está a de
manter-se de pé, por exemplo, ou em equilíbrio ao realizar algum movimento mais dinâmico
(12).
O que nos parece simples compreende, porém, uma série de eventos biomecânicos
na qual a coluna vertebral concilia duas ações contraditórias entre si, à rigidez e a
flexibilidade (15).
Os movimentos fisiológicos das articulações posturais consistem em uma zona
neutra que se caracteriza por uma alta flexibilidade e uma zona elástica que se caracteriza por
rigidez no final da amplitude. Quando a zona neutra aumenta em relação à amplitude de
movimento total das articulações e as partes responsáveis pela restrição desse excesso de
mobilidade (principalmente neuromusculares) são incapazes de restringir confirma-se que há
instabilidade clínica da coluna vertebral (18).
Para análise clínica de uma postura normal é necessário que esta possua a
curvatura lombar entre as articulações toracolombar e lombossacra uma concavidade posterior
invariável de cima para baixo. Igualmente a todos os seguimentos vertebrais, o estado
equilibrado é correspondente por um tripé que consiste em corpo vertebral e disco
intervertebral a frente e duas articulações apofisárias atrás. Na coluna cervical inferior todos
os componentes suportam peso igual, já no segmento lombar ocorre diferente, este último
suporta aproximadamente 85% do peso anteriormente e 15% posteriormente (18).
2.2 ALTERAÇÕES POSTURAIS
Desde o período fetal estamos sujeitos a alterações que possam interferir na
postura normal e nos trazer prejuízos à saúde. As atribulações da vida pessoal e profissional
podem influenciar diretamente na postura normal alterando-a. Pode-se dizer que quase todas
22 as pessoas têm ampla probabilidade de sofrer dores na coluna vertebral, devido ao uso de
alguma postura inadequada e permanente, independente da ocupação que esta possui.
A qualquer movimento inadequado e com forças estabilizadoras inapropriadas
pode resultar em uma lesão proveniente das articulações distais, ocasionando dor e
incapacidade (3).
De acordo com Dickson∗ em 1983 considera-se a postura anormal como o fator
etiológico principal de condições dolorosas e incapacitantes (19).
Devido à globalidade do organismo humano a menor anomalia das estruturas de
suporte gera um desequilíbrio postural. Uma tensão inicial nas cadeias musculares
desencadeia uma sucessão de tensões associadas. A cada músculo que se encurta, ocorre a
aproximação de suas extremidades e desloca os ossos sobre os quais ele se insere, as
articulações se bloqueiam e o corpo se deforma. Então todos os outros músculos que se
inserem sobre esse osso, serão alterados pelo deslocamento que se propagará sobre outros
ossos e músculos, e assim ininterruptamente (20).
Existem tipos mais freqüentes de alterações posturais. Em planos sagitais ficam
visíveis a hiperlordose cervical, que ocorre quando a lordose cervical ultrapassa os limites
normais e forma uma convexidade anterior aumentada, a hipercifose quando a coluna torácica
forma uma convexidade posterior aumentada e a hiperlordose quando a lordose lombar forma
uma convexidade anterior e concavidade posterior aumentada. Em plano frontal tanto em
vista anterior quanto posterior em casos normais deve-se observar a coluna retilínea, quando
esta sai do padrão retilíneo e forma curvaturas é considerada uma alteração da postura
chamada escoliose (11).
Nos casos de hipercifose o aumento da curvatura cifótica desencadeia algumas
alterações anatômicas como dorso curvo, gibosidade posterior, diminuição do espaço
vertebral, podendo ocorrer até um déficit respiratório pela redução da capacidade de
sustentação da coluna vertebral e também pela diminuição da expansibilidade torácica. A
cintura escapular é projetada anteriormente com deslocamento das escápulas para baixo e para
frente. Ocorre hipertonia da musculatura peitoral e hipotonia da dorsal, a cabeça também é
projetada para frente da linha de gravidade ocasionando a hiperlordose cervical (16).
Nas hiperlordoses ocorre o aumento da curva na região cervical ou na região
lombar. Na hiperlordose lombar ocorre anteversão de pelve associada então a um
desequilíbrio dos músculos abdominais e glúteos que enfraquecidos tornam a musculatura
∗ Dickson RA. Scoliosis in the community (1983) apud (19)
23 lombar encurtada. Nesses casos o tripé, representado pelo corpo vertebral e disco
intervertebral à frente e em duas articulações apofisárias atrás, se desvia posteriormente em
direção às facetas (16).
Com o passar do tempo a coluna hiperlordótica pode acelerar as alterações
degenerativas nas articulações facetárias posteriores (18).
Podemos encontrar algumas alterações anatômicas em uma coluna escoliótica
sendo estas: rotação cervical, saliências das costelas, diminuição do espaço intervertebral e
gibosidades. A escoliose pode ser encontrada na região cervical, torácica, toracolombar,
lombar ou em toda extensão da coluna formando um grande “c” (16).
A escoliose é classificada em não estrutural e estrutural, sendo que a não
estrutural caracteriza-se por uma deformidade onde não ocorrem alterações estruturadas dos
seus elementos como a vértebra os ligamentos e os discos intervertebrais. Geralmente não
progride e a coluna se mantém com uma flexibilidade normal por longos períodos. Ela pode
ser considerada secundaria a uma doença de base como encurtamento do membro inferior,
irritação da raiz nervosa, doenças inflamatórias ou infecções e tumores. Normalmente regride
com o tratamento de base (16).
Já a escoliose estrutural é caracterizada por uma deformidade da coluna vertebral
em que ocorrem alterações estruturadas dos seus elementos. Três fatores colaboram para que
esta ocorra. Primeiro uma deformidade rotatória complexado do corpo vertebral com
alteração de sua forma no plano axial. Segundo um encunhamento dos corpos e discos
intervertebrais, e terceiro o retraimento de tecidos moles do lado côncavo da curva.
Normalmente é uma escoliose progressiva (16).
Outro desequilíbrio encontrado na coluna vertebral é o de retificação das curvas
fisiológicas, caracterizado pela diminuição das angulações das lordoses lombar e cervical e
das cifoses dorsal e sacral. Nesse desequilíbrio as curvaturas responsáveis pela dissipação das
forças provenientes da ação da gravidade são diminuídas e assim ocorrera em determinadas
regiões da coluna maior sobrecarga ocasionando dores, perda de mobilidade e um
desequilíbrio postural global como forma de compensação (16).
Quando existe retificação lombar o tripé vertebral desvia em direção ao complexo
corpo e disco vertebral (18).
Quando o alinhamento postural é precário e persiste até a vida adulta, ocorre
geralmente uma deficiência da mobilidade, e a coluna retificada fica restrita em extensão, já a
coluna hiperlordótica fica limitada em flexão (18).
24
Toda a alteração postural tem sua lordose compensadora para dessa forma poder
manter a sustentação do corpo mesmo que de forma descompensada (16).
Outros tipos de alterações relacionado a postura são aqueles associados aos
joelhos e pés.
No joelho as estruturas ósseas podem deformar-se na presença de desequilíbrios
musculares. No plano coronário o joelho pode encontrar-se angulado medialmente sendo
denominado joelho valgo. Já no joelho varo esta angulação ocorre lateralmente. O joelho pode
apresentar-se ainda com uma angulação posterior e anterior sendo respectivamente
denominados joelhos recurvado e em flexo (2).
O joelho varo consiste em uma angulação externa da articulação do joelho, com o
eixo do fêmur e da tíbia desviando-se medialmente podendo levar à alterações dos arcos
plantares, resultando assim no pé supinado e o tendão calcâneo varo. No entanto no joelho
valgo ocorre o oposto em relação aos eixos, desequilibrando o arco plantar levando ao pé
pronado e plano (2).
Quanto ao joelho flexo este se caracteriza pela limitação da extensão completa de
joelho. E no joelho recurvado ocorre a hiperextensão da articulação do joelho. (2).
O pé plano ou chato é o resultado da diminuição do arco plantar e está sempre
associado a um talus valgus. Quando o arco plantar está aumentado é chamado pé cavo sendo
que este não tem sua origem definida podendo ser causado por doença paralítica,
desequilíbrios posturais e musculares no período de crescimento, de doenças neurológicas ou
deformidades da coluna, mas não se sabe como isso ocorre (2).
Quando há queda lateral do arco transversal o tendão calcâneo torna-se varo
gerando o pé supinado ou varo. No pé pronado ou valgo ocorre a queda medial do arco
transversal e o tendão calcâneo torna-se valgo (2).
Existe ainda o denominado pé convergente que é aquele onde apresenta a rotação
medial do tornozelo e o hálux aproxima-se da linha medial e o pé abduto que é aquele que
apresenta a rotação lateral do tornozelo e o hálux aproxima-se da linha lateral (2).
2.2.1 Etiologia das alterações posturais
Dependendo da região em que a coluna vertebral está alterada a causa pode ser
associada a um tipo de má postura específica.
25
Na região lombar freqüentemente ocorrem alterações devido a quedas e
sobrecargas repetidas durante movimentos de levantamento e torção. Na cervical as lesões se
dão por traumas em flexo-extensão. Na região cervical posterior, escapular e torácica superior
as tensões ocorrem por sobrecargas posturais por sentar-se prolongadamente diante do
computador, carteiras entre outras (21).
Está comprovado que as dores da coluna, devido a alguma alteração postural, são
mais freqüentes entre vinte e cinco e quarenta e cinco anos de idade, em ambos os sexos,
atingindo assim o ser humano no período de maior produtividade. Ou seja, atinge as pessoas
no período de maior atividade no trabalho, possivelmente devido às exigências de alta
produtividade que surgiram com o crescimento da indústria nos últimos tempos (12).
Outra causa pode ser qualquer uma que interfira diretamente no funcionamento
dos chamados captores ou entradas corporais constituídos principalmente dos pés, olhos,
sistema vestibular aparelho mastigador ou manducatório, pele, músculos e articulações. Pois
se tiver alguma alteração ao captarem informações, não há como obter uma resposta
equilibrada em termos de postura (2)
Quanto a escoliose esta caracteriza-se por um desvio assimétrico, lateral da coluna
vertebral e possui varias classificações, tais como:
a) Idiopática (causa desconhecida): infantil, juvenil e adolescente;
b) Congênita: falha na formação dos ossos e na segmentação;
c) Neuromuscular: devido à poliomielite, paralisia cerebral, distrofia muscular e outros;
d) Traumas: farturas, cirurgias e queimaduras;
e) Fenômenos irritantes: tumores medulares, hérnia de disco;
f) Posturais: má postura “falsa escoliose” (22).
Contudo cada indivíduo apresenta características particulares de postura que
podem ser influenciada por diversas causas como anomalias congênitas e/ou adquiridas, má
postura, obesidade, alimentação inadequada, atividades físicas sem orientação e/ou
inadequadas, distúrbios respiratórios, desequilíbrios musculares, frouxidão ligamentar e
doenças psicossomáticas (22).
2.2.2 Aspectos anatômicos e biomecânicos das alterações posturais
26
As alterações posturais sempre geram alterações na anatomia e biomecânica
corporal.
Para o funcionamento normal das articulações vertebrais posteriores é necessário
o cumprimento de parâmetros rigorosos tais como ângulo sacral de trinta e dois graus, disco
intervertebral da terceira e quarta vértebra lombar absolutamente horizontal, tensões
musculares equilibradas, curvas harmoniosas. Então considera-se uma alteração postural
quando as curvaturas da coluna saem dos limites de angulações normais (2).
Quando uma curvatura da coluna está anormal, esta desenvolve uma região
encurtada e outra alongada demasiadamente, o que gera tensões, dores, e inatividade em
alguns casos (15).
Nossa musculatura é constituída de músculos dinâmicos (fásicos) e de músculos
estáticos (tônicos). As cadeias musculares podem ser definidas pelo empilhamento estático e a
coordenação motora, tornando necessária a presença de músculos pluriarticulares, se
sobrepondo uns aos outros. Nos casos de escoliose, por exemplo, independente da causa, seu
caráter compensatório, distribuídos em níveis deve-se sempre a uma retração assimétrica dos
músculos espinhais (23).
Sempre que há alguma alteração postural os músculos tônicos são afetados, pois
eles são os que garantem o equilíbrio corporal estático. No caso de desequilíbrio tônico
postural, as forças anormais provocadas pela assimetria das cadeias musculares serão
geradoras de diferentes patologias tanto articulares quanto ligamentares ou musculares (2)
A postura normal estática é garantida por músculos tônicos, tais como o músculo
Reto do Abdome que tem por ação a flexão de coluna torácica, se insere proximalmente na
face lateral das cartilagens costais, da quinta a sétima e processo xifóide e distalmente na
crista do púbis, músculo Oblíquo Externo do Abdome que tem sua inserção proximal na face
lateral das sete últimas costelas e inserção distal na linha alba, crista ilíaca, ligamento inguinal
e púbis, agindo na flexão bilateral da coluna. Com a pelve fixa promove a rotação do tronco e
estando o tronco fixo executa a rotação da pelve. Unilateralmente inclina a pelve do mesmo
lado, flexiona lateralmente a coluna para o mesmo lado e estando o ponto fixo nas costelas
promove retroversão da pelve (11).
O Músculo Oblíquo Interno do Abdome inserindo-se proximalmente na fáscia
toracolombar e margem superior da crista ilíaca e distalmente na margem inferior das três
ultimas costelas, linha alba e púbis age fletindo bilateralmente a coluna, unilateral promove
uma flexão lateral da coluna para o mesmo lado e com a pelve fixa faz rotação do tronco para
o mesmo lado e com o tronco fixo executa a rotação da pelve para o lado oposto. O Músculo
27 Trapézio Superior insere-se proximalmente na protuberância occipital externa, terço medial
da linha nucal superior do osso occipital, parte superior do ligamento nucal e processo
espinhoso da sétima vértebra cervical e distalmente na borda superior do terço lateral da
clavícula e processo acromial da escápula e age elevando a escápula, aduzindo-a, rotando a
cabeça para o lado oposto (unilateral) e rotando superior da escápula para o mesmo lado
(unilateral) (11, 24).
Com inserção proximal na parte inferior do ligamento nucal, processos espinhosos
da sétima vértebra cervical e vértebras torácicas superiores e inserção distal na margem
medial do processo acromial da escápula e lábio superior da borda posterior da espinha da
escápula o Músculo Trapézio Médio age na adução (retração) escapular. O Trapézio Inferior
insere-se proximalmente no processo espinhoso da sétima a décima segunda vértebra torácica
e ligamento supra-espinhal correspondente e distalmente está localizada na extremidade
medial da espinha da escápula e tem como ação depressão escapular, adução escapular e
rotação superior da cabeça (24).
Agindo na extensão e hiperextensão da coluna vertebral, unilateralmente e
fazendo a flexão lateral da coluna vertebral e a contração unilateral assim executando a
rotação da coluna para o mesmo lado o músculo Eretor da Espinha se insere proximalmente
na crista ilíaca, face posterior do sacro, processos espinhosos sacrais e lombares inferiores e
distalmente nas costelas inferiores (11).
Os músculos Iliocostal Cervical, com sua inserção proximal da terceira a sexta
costela e inserção distal nos processos transversos da quarta a sexta vértebras cervicais,
músculo Iliocostal Torácico com inserção proximal nos ângulos das seis costelas inferiores e
inserção distal no processo transverso da sétima vértebra cervical e ângulos das seis ou sete
costelas inferiores e músculo Iliocostal Lombar com inserção proximal na crista sacral,
processos espinhosos da décima primeira vértebra torácica a décima segunda e vértebras
lombares, cristas ilíacas e ligamento supra-espinhoso e inserção distal nos ângulos das seis ou
sete costelas inferiores, agem estendendo a coluna vertebral, fletindo lateralmente a coluna
vertebral para o mesmo lado e fazendo rotação para o mesmo lado (24).
Inserindo-se proximalmente no ligamento nucal e processos espinhosos da sétima
vértebra cervical e das três primeiras vértebras torácicas e distalmente na face externa e
margem superior da segunda à quinta costela, o músculo Serrátil Posterior-Superior tem como
ação elevar as quatro primeiras costelas atuando assim na inspiração. O Serrátil Posterior-
Inferior insere-se proximalmente nos processos espinhosos das duas últimas vértebras
28 torácicas e das duas ou três vértebras lombares e distalmente na face externa das quatro
últimas costelas e age tracionando e abaixando as costelas, auxiliando na expiração (11).
O músculo Glúteo Máximo tem sua inserção proximal na linha glútea posterior,
parte posterior da crista ilíaca, face posterior do sacro e do cóccix e inserção distal na
tuberosidade glútea no fêmur e tracto iliotibial e age estendendo e rodando lateralmente o
quadril, os feixes superiores abduzem o quadril e os inferiores aduzem o quadril,
retrovertendendo e equilíbrando a pelve nos planos sagital e frontal além de estabilizar o
joelho em extensão. O Glúteo Médio tem sua inserção proximal na face externa do ílio, entre
as linhas glúteas anteriores e posteriores e inserção distal no trocânter maior do fêmur, e como
ação abduz roda medial e lateral o quadril, inclina a pelve para o lado oposto, equilibra a
pelve no plano frontal e auxilia na flexão e extensão do quadril. Com sua inserção proximal
na face externa do ílio entre as linhas glúteas posteriores e anteriores e inserção distal na face
anterior do trocânter maior o Glúteo Mínimo tem como ação abdução e rotação medial do
quadril, auxilia na flexão da coxa e inclinação da pelve para o lado oposto (11).
Inserindo-se proximalmente a cabeça longa na tuberosidade isquiática e a cabeça
curta na linha áspera do fêmur e as duas porções fundindo-se distalmente e indo até a face
lateral da cabeça da fíbula o músculo Bíceps Femoral age com a cabeça longa estendendo e
rodando lateralmente o quadril, com o membro inferior fixo promove a retroversão da pelve e
as duas cabeças flexionam e rodam o joelho (11).
O Músculo Semitendíneo insere-se proximalmente na tuberosidade isquiática e
distalmente na superfície medial da parte superior da tíbia e atua estendendo, rodando medial
(auxilia), aduzindo (auxilia) e hiperextendendo o quadril, fletindo joelho e rodando medial. O
Semimembranáceo tem sua inserção proximal na tuberosidade isquiática e distal na parte
posterior do côndilo medial da tíbia. Como ação a extensão do quadril, auxilia na rotação
medial do quadril, flete e roda medial o joelho e retroverte a pelve quando o membro inferior
está fixo (11).
O músculo Psoas tem como inserção proximal a parede posterior da cavidade
abdominal, no nível dos corpos vertebrais, discos intervertebrais e processos transversos da
décima segunda vértebra torácica até a quinta vértebra lomba e inserção distal no trocânter
menor do fêmur. Tem como ação flexão, rotação lateral e adução do quadril, flexão de tronco,
flexão lateral de tronco e rotação lateral para o mesmo lado e ântero-versão da pelve (11).
Tendo como ação flexão, rotação lateral e adução do quadril, flexão de tronco,
flexão lateral de tronco e rotação lateral para o mesmo lado e ântero-versão da pelve o
29 músculo Ilíaco tem sua inserção proximal na fossa ilíaca e nas espinhas ilíacas anteriores e
inserção distal no trocânter menor do fêmur (11).
Agindo na planteflexão de tornozelo, em cadeia fechada tracionando o pé
posteriormente e fazendo extensão de joelho quando o pé é fixado o músculo Sóleo insere-se
proximalmente no terço proximal posterior fíbula e terço médio da tíbia e distalmente
conjuga-se com o tendão do gastrocnêmico para formar o tendão de Aquiles inserindo-se no
calcâneo posterior (24).
E, para flexionar as quatro últimas metatarsofalângicas e interfalângicas e atuar na
flexão plantar, sustentando o arco longitudinal do pé e participando na adução talocalcânea o
músculo flexor longo dos dedos tem sua inserção proximal na parte posterior da tíbia e distal
nas falanges ditais dos dedos (11).
2.2.3 Tratamentos em fisioterapia
A fisioterapia no campo ortopédico tentou sempre corrigir as anormalidades nas
curvaturas com exercícios posturais de correção. Tais utilizados até os dias de hoje.
De maneira a corrigir os desequilíbrios estáticos a ginástica corretiva é o método
mais tradicional da fisioterapia, hoje chamada também correção postural ou reeducação
estática. Simplificando, para corrigir uma deformidade é preciso abrir as concavidades para
alongar os tecidos encurtados. Considera-se sempre, que como os desequilíbrios posturais se
instalam lentamente a correção será feita da mesma forma (12).
A Reeducação Postural Global (RPG) é um dos métodos que envolvem exercícios
com característica de contração muscular isométrica. O método RPG foi descrito
originalmente por Philippe Emmanuel Souchard, em 1987, com base na teoria das cadeias
musculares, que são formadas pela organização dos músculos estáticos, a qual ocorre por
sobreposições e junções musculares, por meio de aponeuroses. Desta forma, uma tensão de
um grupo muscular é transmitida a todo o conjunto de cadeias (25).
Conforme descrito por Muscolino e Cipriani ∗ em 2004 o método Pilates, é
utilizado para tratamento em alteração postural, melhora de qualidade de vida e flexibilidade,
foi originalmente desenvolvido por Joseph Pilates durante a Primeira Guerra Mundial e
∗ Muscolino JE, Cipriani S. Pilates and the "powerhouse". J Bodyw Mov Ther (2004) apud (26).
30 levado para os EUA em 19231. O conceito inicial misturava elementos de ginástica, artes
marciais, yoga e dança, focando o relacionamento entre corpo e disciplina menta (26).
A prática do Pilates tem como objetivo a melhora da flexibilidade global do corpo
e busca a saúde através do fortalecimento do "centro de força", melhora da postura e
coordenação da respiração com os movimentos realizados. Essa técnica visa o movimento
consciente sem levar à fadiga e dor, baseando-se em seis princípios que são a respiração, o
controle, a concentração, a organização articular, o fluxo de movimento e a precisão. É um
procedimento que trabalha com exercícios musculares de baixo impacto de contração,
fortalecendo intensamente a musculatura abdominal (27).
No Pilates o trabalho é caracterizado pelo uso de aparelhos em que a sobrecarga
externa imposta à estrutura musculoesquelética é obtida pelo auxílio de molas, podendo ser
direcionado tanto para o condicionamento físico como para programas de reabilitação (27).
2.2.4 Qualidade de vida
A qualidade de vida se torna um prisma ao considerarmos que subjetivamente ela
pode ser relacionada de várias formas.
Pode ser vista como satisfação e bem-estar por alguns indivíduos, outros
consideram a saúde, aspecto biológico, e outros ainda a relacionam com o aspecto econômico,
ou seja, com a falta ou não de dinheiro.
Apesar de haver um consenso sobre a importância de avaliar qualidade de vida,
seu conceito ainda é comumente debatido.
A organização Mundial da saúde propõe a definição a qual melhor abrange tal
tema. O grupo World Health Organization Quality of Life (WHOQOL) definiu qualidade de
vida como a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto de sua cultura e no
sistema de valores em que vive em relação a suas expectativas, seus padrões e suas
preocupações (28).
Trata-se de uma abordagem centrada na percepção do indivíduo sobre seu
funcionamento em diversas áreas da vida, como, por exemplo, aspectos físicos, ocupacionais,
psicológicos e sociais. A qualidade de vida pode mudar ao longo do tempo, de forma global
ou em algumas áreas da vida do sujeito (28).
31
De acordo com Lima∗, no Brasil, a qualidade de vida tem sido pesquisada,
especialmente, em condições crônicas de saúde-doença e como adjuvante na análise de
intervenções terapêuticas (29).
Na área médica e na saúde pública as avaliações de qualidade de vida são cada
vez mais utilizadas para ajudar a determinar se os tratamentos estão sendo mais benéficos do
que maléficos (29).
O Short Form-36 (SF-36) é um instrumento de medida de qualidade de vida
desenvolvido no final dos anos 80 nos EUA que será aplicado na presente pesquisa. Foi
aplicado em diversas situações com boa sensibilidade, eliminando-se o problema de
distribuição excessiva das pontas de escala como excelente e muito ruim. Este instrumento foi
traduzido e validado no Brasil para avaliar a qualidade de vida em pacientes com artrite
reumatóide e mostrou-se adequado às condições socioeconômicas e culturais da população
brasileira (30).
2.2.5 Flexibilidade
Para um bom potencial de todas as nossas atividades diárias é necessário que haja
um mínimo de flexibilidade corporal.
Derivada do latim flectere ou flexibilis, a palavra flexibilidade significa "curvar-
se" e pode ser definida como o componente da aptidão física, caracterizado pela capacidade
de movimentar uma articulação ou grupo de articulações. Tal componente relaciona-se à
capacidade de alcançar a máxima amplitude de movimento (ADM) articular possível, sem o
comprometimento da integridade músculo-tendíneo e articular (11).
Farinatti∗ afirma que ao contrário do que ocorre com a musculatura, a capacidade
de alongamento de tendões, ligamentos e cápsulas é muito limitada, devido a sua função de
estabilização articular (27).
∗ Lima AFBS. Qualidade de vida em pacientes do sexo masculino dependentes de álcool (2001) apud (29).
∗ Farinatti PDTV. Fisiologia e avaliação funcional (2001) apud (27).
32
A flexibilidade é uma capacidade individual, pois depende de fatores como:
herança genética, sexo, idade, volume muscular e adiposo, além de fatores externos como
treinamento, temperatura ambiente, etc. (31).
Essa capacidade vai se perdendo com a idade, principalmente durante a
adolescência e, acentuadamente, no sexo masculino. Acredita-se que até os 17 anos a
flexibilidade possa ser recuperada e inclusive, incrementada por programas de treinamento
adequados. Após essa idade, tanto para homens quanto para mulheres, essa capacidade tende
a reduzir-se progressivamente (31).
Conforme descrito pela American College of Sports Medicine∗ e por Alter∗ o
declínio dos níveis de flexibilidade vai gradativamente dificultando a realização de diferentes
tarefas cotidianas, levando, muitas vezes, à perda precoce da autonomia. Assim torna-se
importante uma manutenção dos níveis normais de flexibilidade (32).
2.3 YOGA
A Yoga tem origem na Índia, é uma ciência muito antiga que tem por objetivo a
busca da integridade, do bem holístico, beneficiando tanto a mente quanto o corpo. Traduzida
sua raiz sânscrita, Yoga quer dizer união, integração, comunhão. Uma prática milenar que
nunca perdeu sua força e credibilidade no oriente e vem sendo descoberta cada vez mais no
ocidente pelos seus diversos benefícios (4).
Diversas literaturas tentam definir a Yoga, porém acabam sempre não
conseguindo transmitir de forma clara a sua verdadeira essência.
Kupfer explica que a Yoga deve ser sentida, e acaba sempre sendo mais do que
palavras podem dizer, pois não inclui a crença em nenhum poder sobrenatural, nem exige fé
religiosa. Simplesmente expõe um caminho de auto-análise que pode ser praticado,
conduzindo o homem a compreensão de si mesmo (33).
A prática das posturas propostas pela Yoga funciona para todos os casos, não
apenas para pessoas sadias ou doentes, para extrovertidos ou deprimidos, e sim para seres
humanos (33). ∗ Exercise and physical activity for older adults (1998) apud (32). ∗ Alter MJ. Ciência da flexibilidade (1999) apud (32).
33
A maioria das modalidades de Yoga vem da linha do Hatha Yoga, e utilizam na
prática os exercícios de respiração que equilibram a bioenergia ou energia prânica ou
orgânica, além de exercitar a capacidade funcional respiratória funcional, denominado de
pranayamas,o posturas físicas de alongamento, equilíbrio e força isométrica submáxima,
denominada de ásanas, o relaxamento psicofísico chamado Yoganidra e a meditação (dhyana)
(34).
Podemos mencionar que cada postura física (ásana) realizado pelo Yoga produz
vários efeitos orgânicos, físicos, emocionais e energéticos em seu praticante, proporcionando
uma flexibilidade incontestável, promovendo a homeostase endócrina através da ativação do
sistema endócrino glandular e produzindo uma equilíbrio físico qualitativo (34).
Existem diversas linhas de Yoga, entre elas está a Hatha Yoga, a qual esta
pesquisa dará enfoque.
O termo Hatha é composto pelas sílabas sânscritas Há e Tha que significam
respectivamente Sol e Lua, simbolizando equilíbrio entre dois pólos. A enfermidade sobrevém
quando um dos pólos predomina, ou seja, quando reina o desequilíbrio orgânico. Portanto
essa linha se define como uma constante busca do equilíbrio e harmonia corporal (4).
Consiste na educação psicossomática do praticante tendo por fim o
aperfeiçoamento do corpo e da mente e a utilização das imensas potencialidades que dormem
no homem e que ele desconhece. Expondo de forma fisiológica a saúde de cada pessoa
depende de um equilíbrio entre o impulso nervoso ortosimpático, que é estimulante (Há) e o
vaso simpático frenador (Tha); entre o anabolismo e o catabolismo; entre a excitação e a
depressão nervosa; entre a acidez e alcalinidade; entre a hiperfunção e a hipofunção das
glândulas; entre a alta e a baixa temperatura; entre a hipertensão e a hipotensão. Atingindo o
sistema nervoso e o sistema endócrino, vitalizando as vísceras e estimulando os tecidos a
Hatha Yoga é um método de medicina natural, de rejuvenescimento e de repouso
proporcionando saúde integral e resistência ao corpo (4).
Dentre os vários efeitos fisiológicos destas técnicas, destacam-se: estado
hipometabólico em vigília (caracterizado por reduções do consumo de O2 e da produção de
CO2, por aumento das ondas alfa e da resistência da pele), redução da pressão arterial,
aumento da flexibilidade muscular, da resistência aeróbia e melhora do controle do equilíbrio,
alterações nos níveis de hormônios e neurotransmissores. Vários destes parâmetros são
compatíveis com a redução da atividade simpática e aumento da parassimpática. Há também
benefícios gerais nos níveis de condicionamento físico (35).
34 2.3.1 Os ásanas
A prática da Yoga se dá por uma ginástica estática que busca estabilidade e
equilíbrio. Para isso faz uso dos chamados ásanas, ou traduzindo, posturas.
É preciso compreender que os ásanas não são simples exercícios, são modelos
sistemáticos, constantes de postura. Os quais não podem ser feitos convulsivamente até em
alguns ásanas dinâmicos o movimento tem de ser lento e uniforme. Portanto pode-se dizer
que é utilizado a contração isométrica nos ásanas, já que esta ocorre quando há uma
contração estática de um músculo. Não havendo movimento no músculo em decorrência da
contração, porque as duas extremidades do músculo estão fixas (24). Existem oitenta e
quatro centenas de milhares de ásanas descritos por Shiva, o número de posturas é maior do
que o número de seres vivos nesse universo (11).
Os ásanas que serão utilizados para esse estudo serão os seguintes:
a) Tada-asana: Em pé, com o corpo ereto. Unir os joelhos, calcanhares e pés juntos.
Esticar os braços para baixo, com as palmas das mãos viradas para as coxas. Esticar os
joelhos e cotovelos e estufar o peito. Levar os ombros para trás (figura 1) (36).
Figura 1: Tada-asana
b) Utthita Trikona-asana: Ficar em Tada-asana. Abrir as pernas cerca de 60 a 90 cm, e
os braços nas laterais. Permanecer em uma posição ereta, pés voltados para frente e palma das
mãos viradas para baixo. Girar o pé direito cerca de 90° e gire levemente o pé esquerdo.
35 Dobrar o corpo lateralmente para direita. Colocar a palma da mão direita sobre o tornozelo
direito ou no chão. Alongar o braço esquerdo para cima e olhar para a ponta dos dedos. Após
o tempo de permanência, levantar o tronco e fazer para o lado esquerdo (figura 2) (36).
Figura 2: Utthita Trikona-asana
c) Virabhadra-asana I: Ficar em Tada-asana. Abrir as pernas cerca de 90 cm a 1,20m e
abrir os braços nas laterais. Permanecer em uma posição ereta, pés voltados para frente e
palma das mãos para baixo. Virar as palmas das mãos para cima e juntas, levantar os braços,
manter os cotovelos alongados. Girar o pé direito para fora em um ângulo de 90° e o pé
esquerdo em 45°. Torcer os quadris e virar o tronco para a direita. Flexionar joelho direito até
formar um ângulo reto. Conservar a perna esquerda alongada e firme. Olhar para as pontas
dos dedos. Após o tempo de permanência elevar o tronco. Fazer a postura para o lado
esquerdo, permanecer e depois voltar a posição 3 para depois voltar ao Tada-asana (figura 3)
(36).
36
Figura 3: Virabhadra-asana I
d) Virabhadra-asana II: Ficar em Tada-asana. Abrir as pernas cerca de 90 cm a 1,20m e
abrir os braços nas laterais. Permanecer em uma posição ereta, pés para frente e palma das
mãos voltadas para baixo. Girar o pé direito para fora em um ângulo de 90° e mover
levemente o pé esquerdo na mesma direção. Flexionar o joelho direito até formar um ângulo
reto. Conservar a perna esquerda alongada e firme. Olhar para as pontas dos dedos do lado em
que a perna está flexionada. Após o tempo de permanência Elevar o tronco. Em seguida girar
o pé esquerdo para fora e o direito para dentro. Fazer a postura para o outro lado, permanecer
e depois voltar ao Tada-asana (figura 4) (36).
Figura 4: Virabhadra-asana II
e) Ardha Chandra-asana: Ficar em Tada-asana. Abrir as pernas cerca de 60 cm a 90 cm
e abra os braços nas laterais. Permaneça em posição ereta, pés voltados para frente e palmas
das mãos para baixo. Virar o pé direito para fora em um ângulo de 90° e o pé esquerdo
37 levemente para dentro. Executar a postura Utthita Trikona-asana para o lado direito.
Flexionar o joelho direito. Colocar as pontas dos dedos da mão direita na frente do pé direito.
Levantar a perna esquerda do chão. Alongar a perna direita e equilibrar-se. Olhar para cima na
direção da ponta dos dedos. Após o tempo de permanência estipulado, voltar para Utthita
Trikona-asana. Levantar o tronco, girar o pé esquerdo para fora e o direito para dentro.
Executar a postura Ardha Chandra-asana para o lado esquerdo. Após a permanência do lado
esquerdo, voltar para Uthita Trikona-asana. Levantar o tronco, em seguida voltar para o
Tada-asana (figura 5) (36).
Figura 5: Ardha Chandra-asana
f) Prasarita Pada-uttana-asana: Ficar em Tada-asana. Abrir as pernas cerca de 90 cm a
1,20m. Permanecer com o corpo alinhado e pés apontados para frente. Colocar as palmas das
mãos no chão, dedos abertos, olhando para frente. Inclinar-se e colocar o topo da cabeça no
chão, permanecer o tempo estipulado. Em seguida levantar a cabeça e voltar a posição Tada-
asana (figura 6) (36).
Figura 6: Prasarita Pada-uttana-asana
38
g) Uttana-asana: Ficar em Tada-asana. Curvar-se para frente, tocar os dedos dos pés.
Curvar-se mais. Segurar os tornozelos ou colocar as mãos ao lado dos pés. Encostar a cabeça
nos joelhos e permanecer (figura 7) (36).
Figura 7: Uttana-asana
h) Chatur-anga-Danda-asana: Deitar-se de bruços no chão. Colocar as mãos ao lado do
peito, com os dedos apontados para frente. Levantar um pouco o corpo do chão e permanecer
paralelo ao solo (figura 8) (36).
Figura 8: Chatur-anga-Danda-asana
i) Adho Mukha Shvasana-asana: Posicionar em Uttana-asana. Apoiar as palmas das
mãos no chão. Dar um grande passo para trás. Conservar os pés separados cerca de 25 cm.
Deixar os dedos dos pés e das mãos bem abertos, apontando para a frente. Formar um V
invertido, alongar braços e pernas. Levar a cabeça em direção ao chão e permanecer (figura 9)
(36).
39
Figura 9: Adho Mukha Shvasana-asana
j) Shirsha-asana: Ajoelhar-se no chão, pousar os braços sobre o chão. Entrelaçar
firmemente os dedos, formando uma concha com as palmas das mãos. Colocar o topo da
cabeça no chão, apoiar a nuca entre as mãos. Tirar os joelhos do chão, dar três passos em
direção à cabeça. Tirar os pés do chão. Mover-se para cima com os joelhos flexionados.
Alongar as pernas. Manter a posição invertida, com o corpo perpendicular ao solo. Juntar as
pernas e conservá-las enrijecidas, com os dedos dos pés apontados para o teto. Permanecer.
Voltar para o solo, apoiando os dedos dos pés no chão. Permanecer com a cabeça abaixada de
10 a 15 segundos (figura 10) (36).
Figura 10: Shirsha-asana
k) Sarvanga-asana: Deitar-se de costas no chão. Flexionar os joelhos e trazer para junto
do peito. Levantar os quadris e tirar as pernas do chão. Apoiar as costas com as palmas das
mãos. Alongar as pernas ficando perpendicular ao chão. Deixar somente a nuca, o pescoço, os
ombros e a parte superior dos braços tocarem o chão. Unir e alongar as pernas, com os dedos
40 dos pés apontados para cima. Permanecer. Para desfazer a postura flexionar os joelhos e
baixar a coluna suavemente (figura 11) (36).
Figura 11: Sarvanga-asana
l) Paschimotanásana ou pose de pinça: O aluno encontra-se deitado sobre as costas,
olhos fechados, as pernas juntas e esticadas com as palmas das mãos no chão, ao lado das
coxas e pulmões vazios. Realiza-se então uma inspiração profunda, ao mesmo tempo,
lentamente erga o tronco até a posição sentada. Desse ponto em diante, sem que ocorra
qualquer parada, inicia-se a expiração e simultaneamente incline o tronco para frente até que
possa segurar com as mãos os pés ou os dedos e encoste a fronte nos joelhos, os quais durante
todo o movimento não se flexionam. Essa posição deve ser sustentada durante o tempo
estipulado, após isso o praticante deve começar a erguer-se, ao mesmo tempo em que inspira,
até voltar à posição inicial (figura 12) (4).
Figura 12: Paschimotanásana ou pose de pinça
p) Padamasthásana ou pose da cegonha: Essa posição é semelhante à descrita anterior,
porém nesta a postura é praticada na posição de pé. Em pé, com os olhos fechados, inspirar
41 profundamente, levantado os braços. Em seguida, expirando lentamente, inclinar o corpo para
frente até que as mãos toquem os pés, e a cabeça, os joelhos. Procurar segurar o hálux de cada
pé com o indicador da mão correspondente ou, se não conseguir, segurar os tornozelos.
Permanecer assim até começar a sentir desconforto, voltando ao ásana no mesmo tempo que
inspirar (figura 13) (4).
Figura 13: Padamasthásana ou pose da cegonha
q) Ardha-Bhujangásana ou meia pose da cobra: O aluno deve ajoelhar-se sobre o joelho
esquerdo, tendo o pé direito aproximadamente meio metro à frente, de maneira que tanto a
coxa esquerda como a perna direita, estejam na vertical. O tronco ereto, a cabeça e a coluna
vertebral alinhadas. Deve-se realizar uma inspiração lenta e completa e, ao começar a expirar,
flexionar a perna direita o máximo que puder, de forma que o tronco, abaixando-se, mas
mantendo a perfeita verticalidade, leve as pontas dos dedos da mão até tocarem o solo. Os
braços devem ficar pendentes ao lado do tronco. Manter-se nessa posição, a respiração presa,
de três a sete segundos. Retornar à posição inicial, simultaneamente inspirando (4).
Esse ásana tem uma variante onde, quando chegar ao ponto mais baixo, isto é,
quando o peso foi quase todo transferido para a perna da frente, deve-se voltar o tronco para o
lado da perna que ficou estendida para trás e segure o tornozelo, fitando-o (figura 14) (4).
42
Figura 14: Ardha-Bhujangásana ou meia pose da cobra
r) Bhujangásana ou pose da cobra: Deitar-se com a barriga para baixo, colocando as
palmas das mãos na altura das axilas. Ao mesmo tempo, com uma inspiração profunda, levar
a cabeça e a seguir, lentamente, o resto do corpo, sem descolar do chão a parte que vai da
pelve aos pés. No início do movimento não ajudar com a mão, apenas usar os músculos das
costas. Depois de certo ponto, a partir do qual os músculos não possam mais ajudar, empurrar
o solo com as mãos até completar o movimento. Não deixar que os pés se afastem um do
outro, eles devem ficar estendidos para trás. O mais importante é acentuar a curva imposta à
coluna e mantê-la o maior tempo possível, no mínimo cinco segundos. Para voltar à posição
inicial, realizar o movimento inverso, apoiando as mãos e, finalmente, apenas com a ajuda das
musculaturas dorsais e lombares, até que a fronte toque o solo (figura 15) (4).
Figura 15: Bhujangásana ou pose da cobra
s) Dhanurásana ou pose do arco: Deitar-se de bruços, olhos fechados, dobrar as pernas
e com as mãos segurar os tornozelos. Inspirando, levante o tronco com a ajuda da tensão entre
os braços e as pernas que tendem reciprocamente a se afastarem. Os braços puxando para
43 frente, as pernas, para trás. Respirar normalmente e tomar cuidado para que as pernas não se
afastem uma da outra, elas devem ficar unidas todo o tempo. Para voltar ao ásana inicial,
deve-se relaxar lentamente a tensão, deixando o tronco, as pernas e os braços retornarem à
posição inicial (figura 16) (4).
Figura 16: Dhanurásana ou pose do arco
t) Ardha-matsyásana: Deitado, pernas unidas e esticadas, forçar a curvatura da coluna,
firmando no chão o alto da cabeça, com a ajuda dos antebraços que assentam desde as mãos
até aos cotovelos (figura 17) (4).
Figura 17: Ardha-matsyásana
u) Trikonásana: De pé, com os olhos fechados, as pernas afastadas. Enquanto realiza a
inspiração profundamente, levantar lateralmente os braços até a horizontal, palmas das mãos
voltadas para baixo. Expirar lentamente, flexionar o tronco para a direita, conservando os
braços alinhados pelos ombros, até que os dedos toquem o chão ao lado dos dedos e virar o
rosto para cima. Permanecer nessa posição com os pulmões vazios, por cinco segundos,
depois iniciar a inspiração e simultaneamente o retorno à posição inicial. Enquanto expira,
deixar os braços caírem lateralmente, repetindo essa mesma postura no lado oposto (figura
18) (4).
44
Figura 18: Trikonásana
v) Vakrásana ou pose de torção: Sentado com as pernas juntas e estendidas, puxar a
perna direita para si, de forma que a coxa fortemente se apóie contra o abdômen e o joelho
contra o peito. Levantar o pé direito e fazer com que pouse do lado externo da coxa esquerda.
O tronco e a cabeça mantêm-se erguidos. Girar para a direita o conjunto do tronco e cabeça
até poder colocar a mão direita no solo, atrás do corpo, e a mão esquerda, tendo passado sobre
a perna levantada, vem apoiar-se no solo do lado interno do joelho esquerdo. A cabeça deve
ser voltada para trás, os olhos fechados. Permanecer (figura 19) (4).
Figura 19: Vakrásana ou pose de torção
w) Vrikhásana ou postura da árvore: Em uma perna só e as mãos unidas no alto da
cabeça, esticar os braços ao alto, simultaneamente com a expiração, inclinar-se para frente até
45 que as pontas dos dedos atinjam o solo. Com os pulmões vazios, manter a posição por alguns
segundos e em seguida, inspirando, retornar ao início da postura (figura 20) (4).
Figura 20: Vrikhásana ou postura da árvore
x) Viparita-karani ou pose da foice: Deitado de costas, com as pernas unidas, olhos
fechados, mãos ao lado das coxas com as palmas assentadas no chão. Inspirando, levantar
lentamente as pernas até a vertical. Começando a expirar, a partir daí, com a força dos braços,
e apoiando-se nos cotovelos, erguer os quadris, preocupando-se em não desfazer o ângulo reto
formado pelas pernas e o tronco, fazer esse movimento até que os pés ultrapassem a linha da
cabeça. Manter-se nessa posição com a ajuda dos cotovelos apoiados no chão e as mãos na
região pélvica. Desfazer essa postura procedendo à maneira inversa do movimento retornado
ao início do ásana (figura 21) (4).
46
Figura 21: Viparita-karani ou pose da foice
y) Halásana ou pose do arado: Partindo da pose anterior, o corpo esta na vertical, deixar
as pernas caírem para trás da cabeça até que as pontas dos dedos toquem o chão. Braços e
mãos ficam pousados no solo. Este é o primeiro estágio de halásana. A segunda etapa é mais
difícil, onde o praticante deve acentuar a curva feita pela coluna, tentado atingir com os pés o
ponto mais distante possível. Não flexionar os joelhos. A terceira etapa consistirá em
flexionar as vértebras cervicais, procurando afastas ainda mais os pés, para que isso ocorra,
flexiona-se os braços e traz-se as mãos à nuca, onde ficarão cruzadas. Permanecer, depois
começar a desfazer a postura, executando tudo ao inverso (figura 22) (4).
Figura 22: Halásana ou pose do arado
2.3.2 A promoção da saúde através do Yoga
47
A crescente busca no ocidente por qualidade de vida, saúde e bem-estar refletem-
se no aumento da busca pela medicina oriental. O que é novo para o homem ocidental é
antiguíssimo para o oriental. A Yoga é uma das tradições que está hoje reconhecida
mundialmente pelos seus benefícios à saúde.
Um relatório recente comprovou o aumento da popularidade do Yoga, sugerindo
que 15 milhões de americanos praticassem a ioga pelo menos uma vez em sua vida. De
acordo com Corliss∗
as classes da Yoga são oferecidas agora em 75% de todos os clubes de
saúde americanos (37).
No Brasil, Caio Miranda, oficial militar, começou a ensinar yoga em 1940, no Rio
de Janeiro, e publicou o primeiro livro sobre o assunto, Libertação pelo yoga, em 1960.
Finalmente, o Yoga atinge a “maioridade”, sendo reconhecido por várias instituições de
diferentes campos do conhecimento, entre elas o Ministério da Saúde Brasileiro que o
identifica, em 2003, como uma Prática Complementar de Saúde (PCS) (38).
O termo Práticas Não-Convencionais em Saúde (PNCS), conforme descrito por
Teixeira e colaboradores∗, abrange terapias como acupuntura, homeopatia, yoga, técnicas
manuais ou práticas religiosas, que não são predominantes no sistema de saúde do Brasil e
que, por isso, também são denominadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como
Medicinas Complementares ou Medicinas Alternativas (39).
Percebendo o crescimento do uso dessas práticas em todo o mundo, a OMS vem
incentivando seu emprego com base em evidências de segurança e de qualidade. No Brasil, a
utilização de tais práticas poderia trazer benefícios como: diminuição nos gastos com
medicamentos, maior adesão aos tratamentos, valorização da cultura e, no que se refere ao uso
de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos, contribuições para a validação científica
das espécies. Estes aspectos vêm contribuindo para as discussões que culminaram com a
criação e a implementação de políticas governamentais, garantindo à população o acesso a
essas práticas no sistema público de saúde (39).
Seguindo os critérios estabelecidos pela OMS, saúde é um estado de completo
bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente como ausência de doenças e
enfermidades. Tal definição choca-se exatamente com os princípios da Yoga, o benefício
holístico ao homem. Os benefícios são evidenciados aos poucos, mas sempre com resultados
positivos (39).
∗ Corliss R., Funderburg, Lise The Power of Yoga (2001) apud (37). ∗ Teixeira MZ, Chin AL, Martins MA. Homeopathy and acupuncture teaching at (2005) apud (39).
48
Na cultura ocidental há uma abordagem progressiva para a medicina tradicional
Indiana, que tem por objetivo principal a promoção da saúde, sendo o Yoga um dos seus
principais expoentes, tratando-se de um método auto-consciente de regulação, levando a uma
integração harmoniosa das realizações físicas, mentais e espirituais da personalidade humana.
É também uma filosofia de vida e auto-disciplina que permite o desenvolvimento harmonioso
das relações do homem com o meio que o envolve (40).
Além de relaxamento profundo, alívio de tensões, melhora cardiorrespiratória e na
demanda circulatória a Yoga oferece aumento do vigor físico, maior flexibilidade e disposição
diária.
2.3.3 Alterações posturais e Yoga
Os estudos científicos relacionados aos benefícios da Yoga quanto ao tratamento
em alterações posturais ainda são muito limitados, no entanto a literatura afirma que quem o
pratica aumenta suas habilidades no controle muscular, que geralmente inclui contração e
relaxamento. E igualmente, são capazes de exercer um maior controle proprioceptivo, numa
base seletiva de músculos (40).
Os ásanas trabalham todas as cadeias musculares, seja qual for, vai estar
alongando ou fortalecendo sempre alguma musculatura (6).
O sistema neuromuscular se compõe de tal forma que para cada grupo de
músculos que se contraem, outro grupo de músculos se relaxa. Em estados de tensão, essa
inervação recíproca torna-se deficiente. Por sua própria natureza, os ásanas reorganizam e
recondicionam o sistema, a fim de estabelecer a harmonia fisiológica entre ambos (6).
Para desenvolver uma simetria corporal e uma boa postura a pessoa deve realizar
grandes atividades motoras em vez de se especializar em uma atividade que desenvolva
somente em uma área do corpo. Para que se possa obter uma melhora da postura é necessário
uma série de exercícios isométricos que devem ser realizados durante todo o dia (11).
Portanto podemos correlacionar os tratamentos de correção postural dos
desequilíbrios estáticos e um tratamento realizado com Yoga já que este trabalha justamente
com posturas corretivas de alinhamento corporal.
49 2.3.4 Yoga e qualidade de vida
Uma qualidade de vida boa é baseada num mínimo de condição para que
indivíduos possam desfrutar de todas as suas potencialidades, ou seja, viver, trabalhar, estudar
e divertir-se. Quando alguma dessas funções está limitada a qualidade de vida pode estar
baixa e mais gravemente um estado patológico pode ser instalado (16).
Diversos estudos mostram que no século XX as principais causas de morte eram
as doenças infecciosas, contudo, sabe-se que hoje as doenças estão associadas ao estilo de
vida, isto é, comportamentos insalubres, como fumar, beber, má nutrição, exigências do dia-a-
dia, inatividade, status socioeconômico, gênero, raça, trabalho, estresse crônico e agudo,
apoio social, raiva e depressão (41).
Muitas pessoas levam vidas indisciplinadas atualmente, ou seja nossas respostas
estão condicionadas pelos hábitos. A saúde pode ser melhorada pela atividade física diária e
quando esta não é regular na vida da pessoa as doenças e condições debilitantes são mais
prováveis de acontecer (11).
Pelo fato de o corpo ser controlado pela mente, se o corpo é disciplinado ou
dominado, então a mente também o é. Com isso pode-se observar a importância dos ásanas
na Yoga e sua influência na auto- regulação (11).
De acordo com pesquisa realizada prática da yoga resulta em melhora
significativa na qualidade de vida demonstrado pelo SF-36, relacionando efeito positivo da
Yoga quanto a atribuição de vitalidade, energia e fadiga (42).
2.3.5 Flexibilidade e Yoga
Níveis adequados de força muscular e flexibilidade são fundamentais para o bom
funcionamento músculo-esquelético, contribuindo para a preservação de músculos e
articulações saudáveis ao longo da vida.
A prática regular de programas de exercícios físicos voltados para o
desenvolvimento ou manutenção da força muscular e da flexibilidade ou, até mesmo, de
outros importantes componentes da aptidão física relacionada à saúde pode exercer papel
extremamente relevante ao longo da vida (32).
50
Um programa de treinamento de flexibilidade é definido com exercícios
planejados, deliberados e regulares que podem aumentar permanente e progressivamente a
amplitude de movimento conveniente de uma articulação ou conjunto de articulações durante
um período de tempo.Os possíveis benefícios de um programa de treinamento de flexibilidade
são potencialmente ilimitados (11).
Partindo de um ponto de vista puramente esotérico, um programa de treinamento
de flexibilidade pode servir para unificar o corpo, a mente e o espírito de uma pessoa. Dentre
as muitas disciplinas que buscam a perfeição e a harmonia do corpo, mente e espírito, a Yoga
é a mais conhecida (11).
Para o iogue seu corpo é o principal instrumento de obtenção. Se seu veículo
quebra, o viajante não pode ir adiante. Se o corpo está debilitado pela falta de saúde o
aspirante pouco pode atingir seus objetivos. A saúde física é importante para o
desenvolvimento mental uma vez que a mente funciona através do sistema nervoso. Assim
uma pessoa que pratica ásanas para melhorar a mente terá como benefício adicional o
desenvolvimento da flexibilidade (11).
Na prática de Yoga, normalmente se utiliza alongamento passivo e estático, em
que se mantém o alongamento por um período de tempo entre 20 a 120 segundos, unificando
a prática com exercícios de respiração realizados com muita concentração; assim, o praticante
não realiza apenas uma postura, ele é a própria postura, o que resulta, então, em um ganho
significativo na flexibilidade e na redução do estresse (11, 34).
51 3 DELINEAMENTO DA PESQUISA
O delineamento da pesquisa refere-se ao planejamento da mesma em sua
dimensão mais ampla, ou seja, o investigador estabelece os meios técnicos da investigação,
prevendo os instrumentos e os procedimentos necessários utilizados para a coleta de dados.
3.1 TIPO DE PESQUISA
A determinação do tipo de pesquisa deve levar em conta três aspectos de
classificação: quanto ao nível, abordagem e procedimento.
3.1.1 Tipo de pesquisa quanto ao nível
Esta pesquisa estruturou-se como um estudo do tipo explicativa, pois teve como
preocupação central identificar os fatores que determinaram ou que contribuíram para a
ocorrência dos fenômenos. Esse é um tipo de pesquisa que explica a razão o porque das
coisas. As pesquisas explicativas nas ciências naturais valem-se quase exclusivamente do
método experimental (9).
3.1.2 Tipo de pesquisa quanto à abordagem
Quanto à natureza esta se classificou como pesquisa quantitativa, porque permitiu
relação do pesquisador com o objeto de estudo e registrou as variáveis em questão.
Apresentou procedimentos tais como solicitação de informações e resultados de dados para
posterior analise (9).
52 3.1.3 Tipo de pesquisa quanto ao procedimento utilizado na coleta dos dados
A pesquisa em questão tratou de um estudo quase-experimental, pois apresenta
apenas grupo experimental e não utilizou grupo controle para comparações.
As pesquisas quase-experimentais são aquelas em que aparecem variáveis não
controláveis ou a amostra não é aleatória, porém é muito semelhante à pesquisa experimental.
No entanto carecem do aspecto de distribuição aleatória ou grupo controle (43).
3.2 POPULAÇÃO/AMOSTRA
A população dessa pesquisa é não probabilística e foi composta por 45 alunos de
Yoga freqüentadores do espaço terapêutico Shankara. Foram selecionados indivíduos que
atenderam aos critérios de inclusão: Ser aluno freqüentador das aulas de Yoga do espaço
terapêutico Shankara; ter iniciado as aulas de Yoga com um período de no máximo dois
meses antes da realização da presente pesquisa; ter idade cronológica de 20 a 55 anos;
Para os critérios de exclusão foram estabelecidos os seguintes parâmetros:
a) Possuir contra-indicação absoluta da Yoga.
b) Estar realizando algum tipo de tratamento fisioterápico e/ou farmacológico;
c) Ser estilista e/ou tabagista;
d) Praticar atividade física regular ou atividade esportiva;
3.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA COLETA DE DADOS
Para a coleta de dados da presente pesquisa foram utilizados os seguintes instrumentos:
a) Ficha de avaliação postural (Anexo A)
b) Câmera fotográfica digital Sony® h1 - 5.1 mega pixel 12 x zoom optical.
53 c) Fio de prumo.
d) TNT preto.
e) Fita métrica para medição dos testes de flexibilidade.
f) Banco de madeira de altura de 15 cm do chão utilizado no teste e Finger-floor
g) Banco de Wells.
h) Questionário de qualidade de vida SF36 (Anexo B).
3.4 PROCESSO DE COLETA DE DADOS
Após a aprovação do projeto de pesquisa em questão pelo comitê de ética e
pesquisa (CEP) da UNISUL, Campus Regional Sul / unidade Tubarão, foi iniciado a seleção
da amostra dos alunos freqüentadores das aulas de Yoga do Shankara Espaço de Yoga.
Primeiramente foi realizada uma reunião com todos os alunos freqüentadores das
aulas de Yoga com intuito de esclarecer os objetivos do estudo e os procedimentos que seriam
adotados em todo o processo da pesquisa. Foi garantido a todos os indivíduos da pesquisa que
não seriam expostos a riscos de nenhuma natureza, preservando suas integridades física,
mental e emocional. Foram cientes que poderiam desistir de participar a qualquer momento,
garantindo dessa forma os direitos da pesquisada, conforme prescrito na Resolução 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde.
Após receberem as informações acerca do estudo, os interessados assinaram o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo C). O grupo foi submetido a coletas
referentes a anamnese clínica, questionário de qualidade de vida (SF36), teste de finger floor,
e flexibilidade através do banco de Welss.
O questionário SF-36, Medical Outcomes Study 36 – Item Short-Form Health
Survey, internacionalmente reconhecido, é composto por 36 itens que avaliam as seguintes
dimensões: capacidade funcional (desempenho das atividades diárias, como capacidade de
cuidar de si, vestir-se, tomar banho e subir escadas); aspectos físicos (impacto da saúde física
no desempenho das atividades diárias e ou profissionais); dor (nível de dor e o impacto no
desempenho das atividades diárias e ou profissionais); estado geral de saúde (percepção
54 subjetiva do estado geral de saúde); vitalidade (percepção subjetiva do estado de saúde);
aspectos sociais (reflexo da condição de saúde física nas atividades sociais); aspectos
emocionais (reflexo das condições emocionais no desempenho das atividades diárias e ou
profissionais) e saúde mental (escala de humor e bem-estar) (44).
Após a aplicação do questionário o aluno foi submetido à dois testes de
flexibilidade.
Conforme descrito por Gauvin e colaboradores∗ o teste de finger-floor ou dedo ao
chão consiste em o indivíduo manter-se de pé em uma plataforma de 13 cm com os tornozelos
próximos um do outro e então deslizar suas mãos à frente do corpo em um movimento de
flexão anterior da coluna o máximo que puder, mantendo os joelhos estendidos durante todo o
processo. Ao final, a distância de seu dedo médio até o chão é medida com uma régua de
metal. A medida da amplitude de movimento de flexão anterior da coluna é considerada como
sendo a diferença entre a medida da distância total (medida dedo-chão) e a altura da
plataforma (13 cm) (Figura 23) (45).
Para esta pesquisa foi utilizada uma plataforma de 14,5 cm padronizada para todos
os indivíduos
Figura 23 – Teste Finger-Floor.
∗ Gauvin MG, Riddle DL, Rothstein JM. Reliability of clinical measurements of forward bending using the modified fingertips-to-floor method. (1990) apud 45.
55
No teste de Banco de Wells, o avaliado deve estar sentado com os pés apoiados no
banco e joelhos estendidos. Em seguida o tronco deve ser flexionado a frente na tentativa de
alcançar a maior quantidade de centímetros possível (Figura 24). O avaliador deve segurar os
joelhos do avaliado para evitar a flexão dos mesmos. (46).
Figura 24- Teste Banco de Wells.
Os testes de flexibilidade foram demonstrados aos indivíduos pelos pesquisadores.
Cada um repetiu o procedimento demonstrado para que se percebesse o correto domínio do
mesmo. Para cada teste cada aluno realizou três tentativas e o valor utilizado para fins de
registro no banco de Wells foi a maior medida da flexibilidade demonstrada pelo aluno e
observada na fita métrica existente no banco. Para o teste de Finger-floor foi registrado a
menor medida apontada pelo aluno.
Por fim o aluno foi submetido à avaliação postural.
Com os objetivos de visualizar e determinar possíveis desalinhamentos posturais
ou atitudes posturais incorretas dos indivíduos, avaliar os desequilíbrios musculares e analisar
possíveis problemas estruturais e funcionais relacionando a dependência entre exercícios
físicos e problemas posturais, a avaliação postural é caracterizada pela observação dos pontos
anatômicos (estático e dinâmico), avaliação por meio de módulos predeterminados,
cinemetria e processamento de sinais biológicos (47).
No presente estudo foi utilizado a observação dos pontos anatômicos através de
cinemetria. A observação de pontos anatômicos é um procedimento estático e consiste na
avaliação subjetiva onde o avaliador observa os pontos que são determinados pelo teste na
estrutura corporal encontrando assimetrias de segmentos ou estruturas ósseas com o paciente
56 posicionado atrás de um fio de prumo. Na cinemetria a postura é analisada por meio de
imagens coletada por uma câmera fotográfica ou de vídeo, sendo avaliados pontos que podem
determinar, além de outros parâmetros, a postura (47).
Para a avaliação postural foram realizadas 4 fotos por indivíduo nos planos
ântero-posterior, lateral esquerdo e direito e póstero-anterior posicionados atrás do fio de
prumo e frente à parede forrada com pano TNT preto para melhor análise das fotografias.
(figura 25)
Figura 25 - Avaliação postural vista lateral direita.
3.5 PRÁTICA DE YOGA
As aulas foram aplicadas por duas instrutoras, com formação em Hatha Yoga, no
período que foi de novembro a dezembro de 2009, sendo estas realizadas duas vezes por
semana com duração de uma hora / aula, totalizando 12 aulas.
A prática de yoga foi composta por quatro fases:
1. Dhyana: meditação (34);
57 2. Pranayamas: exercícios respiratórios (34);
3. Ásanas: posturas (34);
4. Yoganidra: relaxamento (34).
Primeiramente o aluno é convidado a sentar-se em sukhásana de maneira que a
postura fique confortável, com a coluna ereta, joelhos alinhados com as cristas ilíacas,
abdômen levemente contraído, peitoral alongado, escápulas levemente retraídas, olhar
horizontal e queixo paralelo ao chão.
Os praticantes são conduzidos então pela instrutora à meditação ou dhyana por
um tempo de aproximadamente 5 minutos. Em seguida os pranayamas ou exercícios
respiratórios são iniciados com uma duração de mais 5 minutos aproximadamente.
Logo após inicia-se a prática dos ásanas com duração de 40 minutos com
sequências alternadas em cada aula e permanência de 30 segundos a 1 minuto cada ásana. Em
cada aula foram aplicadas 8 ásanas, durante o período de 6 semanas. As seqüências dos
ásanas foram utilizadas de forma alternada pelas instrutoras, variando a cada aula (Figura 26).
Por fim os alunos são orientados, por mais ou menos 10 minutos, a entrar em
relaxamento ou yoganidra e à uma soltura corporal, promovendo o relaxamento de toda a
musculatura, sendo estimulados verbalmente a um momento de interiorização do ser e
percepção corporal, mental e espiritual.
Figura 26 - Aula de Yoga.
58
A reavaliação foi realizada ao fim das 6 semanas de experimento, seguindo o
mesmo protocolo da avaliação.
3.6 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE
DADOS
Os dados foram organizados na planilha de cálculo Excel versão Microsoft
Windows XP 2002, e analisados no programa Statiscal Package for the Social Science
(SPSS), versão 12.0, 2003.
As variáveis foram submetidas a um teste de normalidade Shapiro Wilk, onde foi
confirmada uma distribuição gaussiana dos valores das variáveis (Finger-floor, flexibilidade e
os domínios da qualidade de vida).
Para a variável Finger-floor foi utilizado o teste T pareado com nível de
significância de 5%. Já para analisar as médias das variáveis, flexibilidade e SF-36 foi
utilizado procedimentos da estatística não-paramétrica em função das características da
amostra e do tipo das variáveis estudadas. O teste de Wilcoxon foi usado para determinar
diferenças entre as médias dependentes (pré-teste e pós-teste). O nível de rejeição da hipótese
de nulidade foi de 0,05 (probabilidade alfa de 5%).
Para caracterizar os domínios da qualidade de vida foram empregados
procedimentos de estatística descritiva: cálculo de medidas de tendência central (média) e de
dispersão (desvio-padrão).
Os resultados foram apresentados em forma de gráficos através do programa
Microcaltm Origintm, versão, 5.0 – 1997, e para estatística descritiva em forma de tabelas e
gráficos através do Microsoft Excel®.
3.7 LIMITAÇÕES DO ESTUDO
Uma limitação importante encontrada em nosso estudo foi que a maior parte do
conhecimento produzido sobre o Yoga mantém-se distante da universidade. Em pesquisa
realizada com unitermo “Yoga” no MEDLINE, realizado no período de 1999 a 2004, foram
identificados um total de 144 estudos. Em 73% o Yoga foi visto como um instrumento
promissor para cura, prevenção e promoção da saúde e qualidade de vida. Evidenciou-se
59 ainda que nenhum dos trabalhos foi desenvolvido no Brasil, onde o número de investigação
sobre o tema é quase inexistente, por exemplo, no período de 2000 a 2007 foram adicionado
ao banco de dados do Capes apenas 4 teses de doutorado que mencionam a prática de Yoga
nas áreas da educação, ciências sociais e psicologia (48).
O pouco tempo de experimento foi também um fator limitante.
60 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
As evidências de que a prática do Yoga gera inúmeros benefícios a saúde humana
vem sendo relatada pelos praticantes e descrita pelas literaturas tradicionais em Yoga há
muitos anos, porém, existem poucos estudos cientificistas que comprovem tais benefícios.
Esta pesquisa tratou de analisar os efeitos do Yoga na flexibilidade, alterações
posturais e sua contribuição na qualidade de vida.
No capítulo 4 abordaremos como foram tratados os dados, tabelas e gráficos
dos resultados e respectivas discussões.
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
Os participantes do estudo foram compostos por 90% do sexo feminino e 10% do
sexo masculino, quanto a idade 50% tinham de 20 à 29 anos, 40% de 30 à 39 anos e 10% de
40 à 49 anos. Em relação ao estado civil, 40% são casados, 50% solteiros e 10% viúvo,
quanto à escolaridade, 90% com curso superior completo e 10% Ensino Médio Completo,
conforme disposto na tabela 1.
Quanto a população alvo, ou seja, quanto ao gênero, faixa etária, escolaridade e
estado civil, existem poucos estudos que comprovem as características exatas dos indivíduos
que procuram a pratica de Yoga.
Segundo um estudo a Yoga é pratica em quase todos os centros urbanos
brasileiros por pessoas de vários estratos sociais, econômicas e culturais. Praticantes usam a
Yoga para promoção da saúde e prevenção de doenças bem como para o desenvolvimento do
autoconhecimento e auto cuidado (49).
Esta pesquisa, contudo, apresentou uma prevalência do gênero feminino, adultos
jovens, solteiros e com grau de escolaridade de nível superior.
61 Tabela 1 – Caracterização demográfica dos participantes
VARIÁVEIS N % SEXO
Feminino 9 90% Masculino 1 10%
IDADE EM ANOS
De 20 a 29 5 50% De 30 a 39 4 40,00% De 40 a 49 1 10,00%
ESTADO CIVIL Casado 4 40% Viúvo 1 10,00%
Solteiro 5 50,00% ESCOLARIDADE
Curso Superior Completo 9 90,00%
Ensino Médio Completo 1 10,00%
4.2 FLEXIBILIDADE Para mensurar o efeito do Yoga na flexibilidade dos indivíduos, foram realizados
testes, tais como o Finger-floor e banco de Wells.
O teste de Finger-floor teve os resultados analisados utilizando o teste T pareado
com nível de significância de 5%, mostrando valores significativos pós experimento,
apresentada no gráfico 1. Os valores das maiores medidas obtidas no pré-teste diminuíram no
pós-teste, assim como as menores medidas no pré-teste, também obtiveram decréscimo no
pós-teste, resultando então, em alteração significativa para a flexibilidade dos indivíduos desta
pesquisa.
62
Gráfico 1 - Teste Finger-floor
Conforme disposto no gráfico 2, os valores do teste do banco Wells demonstraram
aumento nas medidas da flexibilidade, porém sem alterações significativas.
Pré Pós0
10
20
30
40
50
Med
ida
(cm
)
Gráfico 2 – Flexibilidade
63
Quanto à flexibilidade, uma pesquisa revelou o efeito das posturas de Yoga no
corpo dos praticantes regulares, que não faziam nenhum outro exercício físico. Foram
comprovados melhora no condicionamento físico, força muscular e flexibilidade (50).
Um estudo cita que algumas atividades tais como a ginástica, ballet, karatê e yoga,
requerem flexibilidade aumentada para uma performance superior , sendo essencial para um
desempenho físico bem sucedido (51).
Após doze semanas de prática com Yoga, foi observado em um estudo a que o
grupo testado apresentaram melhoras nas taxas de todos os resultados quanto as variações em
porcentagem referente aos testes de força, flexibilidade, equilíbrio e autonomia funcional.(34)
Outro estudo comprovou que o aumento da flexibilidade proporcionado pelas
posturas de alongamento é importante para pacientes que tendem a apresentar rigidez e
encurtamentos musculares que, provavelmente, agravam o quadro de fadiga e dor (52).
Semelhante a presente pesquisa, os resultados de uma pesquisa realizada com um
grupo de nove mulheres e um homem, que praticavam Yoga duas vezes por semana num
período de oito semanas, obtiveram um aumento na flexibilidade de 13% do quadril e 14% na
flexão do tronco ao teste de Finger-floor (53).
Após 3 meses de prática das posturas de Yoga, ainda que com pouco tempo, foi
possível constatar, de acordo com outro estudo, mudanças visíveis no que se refere a ganho de
flexibilidade geral, tônus, postura, concentração, facilidade na realização de ásanas e
equilíbrio (54).
Comparações feitas depois de doze semanas de experimento com Yoga utilizando
o teste de Banco de Wells antes e depois, também constataram que houve maior
desenvolvimento da flexibilidade dos alunos que praticavam as aulas (55).
Podemos, afirmar que resultados do nosso estudo quanto a flexibilidade são
compatíveis com o que nos diz as bases literárias localizadas.
4.3 QUALIDADE DE VIDA
A qualidade de vida foi mensurada segundo questionário SF-36 aplicados com
indivíduos deste estudo
Os domínios aspecto físico, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos
sociais, aspectos emocionais e saúde mental apresentaram diferença significativa nas médias
64 pré e pós-teste de acordo com o teste não paramétrico de Wilcoxon (p<0,05). Apenas o
domínio capacidade funcional não apresentou resultado significativo, conforme descrito na
tabela 3.
Tabela 3 - Valores obtidos do SF-36 no pré e pós a Yoga Domínios Média Pré Média Pós DP
Capacidade funcional 88,5 97 ±6,01 Aspecto físico* 95 100 ±3,54 Dor* 20 15 ±3,54 Estado geral de saúde* 51 51 ±0 Vitalidade* 48,5 53,5 ±3,54 Aspectos sociais* 52,5 51,25 ±0,88 Aspecto emocional* 90 93,33 ±2,35 Saúde mental* 58 63,2 ±3,68
*Diferença significativa de acordo com o teste não paramétrico de Wilcoxon (p<0,05).
O gráfico 3 ilustra a média da pontuação total do SF-36 pré pós a prática de Yoga.
O teste não paramétrico de Wilcoxon (p<0,05) revelou diferença significativa.
P ré P ó s0
1 0
2 0
3 0
4 0
5 0
6 0
7 0
8 0
9 0
1 0 0*
Pont
uaçã
o do
SF-
36
Gráfico 3 – Média e desvio padrão da pontuação do SF-36 pré e pós-teste * Diferença significativa de acordo com o teste não paramétrico de Wilcoxon (p<0,05)
65
Para medir o efeito na cognição e na qualidade de vida em idosos saudáveis um
estudo randomizado utilizou um protocolo de qualidade de vida e obteve resultados
demonstrado um efeito significativo do Yoga no grupo estudado com os valores de vitalidade,
energia e fadiga (P= .006), papel-P (físico =.001), dor (P =.006), funcionamento social (P =
.0,15), e a escala composta física (P= .0,05) (56)
Um estudo piloto mostra que o estado contemplativo incentivados pela mente no
Yoga e abordagem corporal levou ao aumento do bem-estar nos participantes. Em relação à
capacidade funcional e vitalidade é importante frisar que essas dimensões avaliam
principalmente o desempenho nas atividades diárias e de trabalho, a sensação de desânimo e
falta de energia. Os resultados obtidos em nosso estudo quanto ao domínio de capacidade
funcional não foram significativos, porém para a vitalidade esta teve um nível de significância
maior (57).
As causas da não significância quanto à capacidade funcional não foram bem
esclarecidas neste estudo, no entanto podemos citar o pouco tempo de experimento. Uma das
variáveis analisada num estudo realizado pela revista da Associação Médica Brasileira foi a
idade, sendo observada uma correlação negativa entre idade e as dimensões, capacidade
funcional, aspectos físicos, dor e vitalidade. Em outras palavras, com o avançar da idade,
observou-se maior comprometimento nas atividades físicas e funcionais dos pacientes. Isto
entra em concordância com os resultados obtidos em nosso estudo, pois apresentou uma
amostra com predominância de adultos jovens (58).
Este mesmo estudo comprova ainda que o domínio aspectos emocionais
correlacionou-se positivamente com anos de estudo, sugerindo que os pacientes com maior
escolaridade podem possuir recursos intelectuais capazes de gerar melhor adaptação
emocional às conseqüências dos fatores de sofrimento da vida. Um outro achado reforça a
afirmativa descrita anteriormente, no qual a qualidade de vida foi avaliada pelo Sickness
Impact Profile, sendo observado que quanto maior o grau de escolaridade, melhor qualidade
de vida (58).
Estes estudos se enquadram com a presente pesquisa nos resultados coletados
sobre o aspecto emocional, pois em relação ao grau de escolaridade a maioria dos que
compõem nossa amostra possuem ensino superior completo, ou seja, recurso intelectual
favorável.
Achados literários comprovam que o funcionamento físico afeta de modo mais
significativo a percepção do estado de saúde. Fazendo-se então concordância com os
resultados desta pesquisa quanto ao estado geral de saúde, pois os dois domínios seja quanto
66 ao aspecto físico e quanto ao estado geral de saúde obtiveram alterações significantes
podendo provavelmente um ter influência sobre o outro (59).
O mesmo autor revela que a dimensão que tem maior poder de predição em
relação ao escore da qualidade de vida é a saúde mental/bem-estar psicológico, sendo que o
poder preditivo da dimensão funcionamento físico foi menor. Afirmando com isso o resultado
significativo quanto ao domínio saúde mental encontrado nesta pesquisa (59).
O domínio aspecto social relaciona-se, de acordo com literatura, com
relacionamentos sociais, percepção do indivíduo sobre os relacionamentos sociais e os papéis
sociais adotados na vida. Mostrando-se após o experimento com Yoga alterado
significativamente (59).
Em um estudo realizado com adultos jovens saudáveis foi encontrado melhora em
todos os componentes do SF-36 após 6 meses de prática com Yoga e a diferença foi
estatisticamente significante (60).
4.4 AVALIAÇÃO POSTURAL
A análise da avaliação postural da presente pesquisa foi obtida através de cálculo
das porcentagens pré e pós-teste, levando em conta somente as principais alterações posturais
constatadas na avaliação segundo o disposto nas tabelas 4, 5 e 6.
Na tabela 4 observamos que em vista lateral o numero de indivíduos que
apresentaram as principais alterações reduziu de maneira geral na reavaliação pós
experimento com Yoga.
A tabela 5 em geral obteve diminuição no número de indivíduos com as alterações
posturais encontradas. Exceto com relação as seguintes alterações: cabeça com inclinação
lateral direita, espinha ilíaca postero-superior desalinhada com direita mais alta, apoio de
retropé com maior apoio em bordo lateral direita e retropé (tendão de Aquiles) desalinhados
que se mantiveram nos indivíduos não havendo alteração na reavaliação pós experimento.
Enfim, quanto a tabela 6 apenas uma das principais alterações posturais
encontradas em vista anterior não reduziu quanto ao número de sujeitos comparando os
valores pré e pós testes, permanecendo o mesmo número de alunos com as articulações dos
joelhos em valgo direito.
67
Tabela 4 – Principais alterações na avaliação Postural Vista Lateral
Avaliação Postural Vista Lateral Avaliação (%) Reavaliação (%)
Cabeça Com protração 40% 20%
Coluna Cervical Com aumento da lordose 50% 20%
Articulações dos Ombros Com protação direita 60% 20%
Coluna Torácica Aumento da cifose 80% 40% Coluna Lombar
Aumento da lordose 70% 50% Pelve
Pelve com anteversão 70% 50% Articulações dos joelhos
Hiperestendido 30% -
Tabela 5 – Principais alterações na Avaliação Postural Vista Posterior Avaliação Postural Vista Posterior Avaliação (%) Reavaliação (%)
Cabeça Inclinação lateral direita 20% 20%
Coluna cervical Convexidade direita 20% 10%
Articulações dos ombros Ombro mais alto direito 50% 30%
Ombro mais alto esquerdo 50% 30% Triângulo de Tales 60% 30%
Maior esquerdo Posição das escápulas
Abduzida direita 30% 10% Ângulos inferiores da escapula
Desalinhados mais alto direita 30% 20% Coluna torácica
Convexidade esquerda 20% 10% Coluna lombar
Convexidade esquerda 40% 30% Altura das cristas ilíacas
Desalinhadas mais alta em direita 50% 40% Espinhas ilíacas póstero-superiores
Desalinhadas mais alta em direita 40% 40% Articulações dos joelhos
Com varo esquerdo 20% 10% Apoio retropé
Maior apoio em bordo lateral direita 30% 30% Retropé (Tendão de Aquiles)
Desalinhado 50% 50%
68
Tabela 6 - Principais alterações na Avaliação Postural Vista Anterior
Avaliação Postural Vista Anterior Avaliação (%) Reavaliação (%)
Cabeça Inclinação lateral esquerda 30% 20% Fossas supraclaviculares
Assimétricas com esquerda aumentada 30% 20% Clavículas
Esquerda verticalizada 30% 20% Articulações dos ombros
Esquerdo mais alto 60% 40% Tórax
Assimétrico 30% 10% Alturas das cristas ilíacas
Desalinhadas mais alta direita 40% 30% Espinhas ilíacas ântero-superiores
Com direita alta 30% 20% Patelas
Mais alta esquerda 50% 30% Articulações dos joelhos
Com valgo direito 30% 30% Apoio do antepé
Maior apoio em bordo medial direito 20% 10% Arco longitudinal medial
Pé cavo direito 40% 50%
Os benefícios das posturas corretas já foram cientificamente comprovados.
Pesquisas quanto ao efeito positivo do Yoga na saúde foram realizadas em diversas
instituições norte-americanas, européias e indianas (50).
De acordo com estudo, um programa de alongamento quando bem elaborado,
pode promover vários benefícios como evitar ou eliminar encurtamento musculotendíneo,
diminuir o risco de alguns tipos de lesão músculo-articular, aumentar e/ou manter a
flexibilidade, eliminar ou reduzir o incômodo de nódulos musculares, aumentar o relaxamento
muscular e melhorar a circulação sangüínea, melhorar a coordenação e evitar a utilização de
esforços adicionais no trabalho e no desporto, reduzir a resistência tensiva muscular
antagonista e aproveitar mais economicamente a força dos músculos agonistas, liberar a
rigidez e possibilitar melhorar a simetria muscular evitar e/ou eliminar problemas posturais
que alteram o centro de gravidade, provocando adaptação muscular.(61)
O mesmo estudo relata que o alongamento foi usado por profissionais de Yoga
durante séculos, sendo comprovado com bases científicas a sua eficácia nesses aspectos (61).
69
Pesquisa realizada em centros de Yoga comprovou como benefícios físicos
relatados a percepção, correção e alinhamento postural e integração dos movimentos.
Corroborando então com os resultados obtidos em nossa pesquisa em relação as alterações
posturais encontradas (48).
Ainda, resultados de outra pesquisa feita sobre as influências de um programa de
yoga no controle do equilíbrio de pessoas com esclerose múltipla consideraram que as
características importantes da prática do Yoga são; respeito aos limites e a descoberta de toda
a potencialidade dentro dos limites, permanência em um estado de conforto, diminuição, ao
máximo, do esforço feito para ficar em uma postura, estabilidade buscada para cada postura,
atenção ao momento, possibilitando viver o agora com intensidade e abordagem relaxante
(62).
Como já citado neste trabalho o tratamento das desordens vertebrais para o
melhoramento da postura se dá pelo aumento da elasticidade dos músculos, relaxamento
muscular geral e fortalecimento dos músculos. As pesquisas sobre o Yoga mostram que a
prática desta modalidade proporciona aumento da flexibilidade, força e resistência muscular,
dentre outros benefícios para a saúde (53).
Alterações significativas foram vistas na análise de ossos e músculos em estudo
com Yoga. Aumento da capacidade anaeróbica, com aumento dos níveis de lipídios de alta
densidade enzimática, utilizados durante o exercício para fornecer energia para a contração
muscular, foram identificados na prática de Yoga e, portanto, como medição da capacidade
física também aumentaram o vigor, a reintegração, consciência corporal e redução de
contraturas nas articulações (40).
A pesquisa acima ainda revela que pessoas treinadas em técnicas de Yoga podem
aumentar suas habilidades no controle muscular geral incluindo relaxamento e contração,
sendo também capazes de exercer controle seletivo de grupos de musculares (40).
Pode-se então relacionar os achados das bases literárias com os resultados da
prática do Yoga na presente pesquisa em relação a questão postural, quando observamos a
redução no número de indivíduos com alterações posturais nos valores pré e pós-teste
demonstrando então que houveram melhoras no quadro de alinhamento postural.
70 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os diversos estudos encontrados relacionados a esta pesquisa concordaram em sua
grande maioria com efeitos benéficos da prática de Yoga nos aspectos da saúde em geral.
A pesquisa em questão demonstrou que os efeitos da prática de Yoga em
indivíduos pertencentes ao município de Tubarão foram positivos, quanto à flexibilidade,
qualidade de vida e alterações posturais.
Na variável flexibilidade ficou evidenciado significativamente uma melhora geral
nos indivíduos participantes desta pesquisa. Em relação a qualidade de vida os efeitos do
Yoga se mostraram, na maioria dos domínios, significativos no sentido otimizador desta.. E
quanto a variável alteração postural, embora com pouco tempo de experimento, os efeitos do
Yoga nas principais alterações posturais encontradas nos alunos obtiveram melhores
resultados nos valores pré e pós-teste com diminuição no número de alunos com alterações.
71 6. REFERÊNCIAS 1 Mergener CR; Kehrig RT; Traebert J. Sintomatologia músculo-esquelética relacionada ao trabalho e sua relação com qualidade de vida em bancários do Meio Oeste Catarinense. [Internet]. 2008 Out./Dez. [Citado 2009 Set 12];17 (4) Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902008000400017&lng=pt&nrm=iso
2 Bricot B. Posturologia. São Paulo: Ícone, 2001.
3 Cailliet R. Compreenda sua dor nas costas: um guia para prevenção, tratamento e alívio. Porto Alegre: Artmed, 2002.
4 Hermógenes. Autoperfeição com Hatha Yoga: um clássico sobre saúde e qualidade de vida. 47ª. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Nova Era; 2007. Ásanas; p. 129-216.
5 Vanoni GD, Longhi BR, Severa A, Gasperi R, Poli LV. Yoga versus aerobic activity: effects on spirometry results and maximal inspiratory pressure. J. bras. pneumol. [Internet]. 2006 Abr [citado 2008 Nov 22] ; 32(2): 130-135. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-37132006000200008&lng=en. doi: 10.1590/S1806-37132006000200008
6 Sharma PS. Ioga para a sua coluna. 7. ed. São Paulo: Cultrix, 2005.
7 Duncun BB, Schimidt MI, Greiglian ERJ. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.
8 Leopardi MT. Metodologia da pesquisa na saúde. 2. ed. rev. e atual. Florianópolis: UFSC, 2002.
9 Gil AC. Como elaborar projetos de pesquisa. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1988.
72 10 Quintanilha A. Coluna vertebral: segredos e mistérios da dor. 2. ed. Porto Alegre: AGE; 2002.
11 Alter MJ. Ciência da flexibilidade. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 1999. 12 Knoplich J. Enfermidades da coluna vertebral. São Paulo: Panamed, 1982. 13 Kapandji AI. Fisiologia articular: esquemas comentados de mecânica humana. 5. 14 Greve JMDA, Amatuzzi MM. Medicina de reabilitação aplicada à ortopedia e traumatologia. São Paulo: Roca, 1999. 15 Bienfait M. Os desequilíbrios estáticos: fisiologia, patologia e tratamento fisioterápico. 3. ed. São Paulo: Summus, 1995. 16 Verderi E. Programa de educação postural. 2. ed. São Paulo: Phorte; 2005. 17 Souchard PE. As escolioses: seu tratamento fisioterapêutico e ortopédico. São Paulo: realizações, 2001. 18 Makofsky HW. Coluna vertebral: terapia manual. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006. 19 Martelli RC, Traebert J. Estudo descritivo das alterações posturais de coluna vertebral em escolares de 10 a 16 anos de idade. Tangará-SC, Rev. bras. epidemiol. [Internet]. 2006 Mar [citado 2008 Nov 23]; 9(1). Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-790X2006000100011&lng=pt&nrm=iso 20 Amantéa DV, Novaes AP, Campolongo GD, Barros TP. A importância da avaliação postural no paciente com disfunção da articulação temporomandibular. Acta ortop. brás. [Internet]. 2004 Jul/Set [citado 2008 Nov 20];12(3). Disponivel em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-78522004000300004&script=sci_arttext 21 Kisner C. Colby LA. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 2. ed. São Paulo: Manole, 1992.
73 22 Verderi E. A importância da avaliação postural. Rev.Digi.[Internet].2003 Fev [citado 2008 Nov 25]; 57(1). Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd57/postura.htm 23 Souchard PE. As escolioses: seu tratamento fisioterapêutico e ortopédico. São Paulo: erealizações, 2001. 24 Cutter NC, Kevorkian CG. Provas funcionais musculares. São Paulo: Manole, 2000. 25 Mota YL, Barreto SL, Bin PR, Simões HG, Campbell CSG. Respostas. cardiovasculares durante a postura sentada da Reeducação Postural Global (RPG). Rev. bras. fisioter. [Internet] 2008 Maio/Jun [citado 2009 Out 03];12 (3). Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-35552008000300002&lng=pt&nrm=iso 26 Silva YO, Melo MO, Gomes LE, Bonezi A, Loss JF. Análise da resistência externa e da atividade eletromiográfica do movimento de extensão de quadril realizado segundo o método Pilates. Rev. bras. fisioter. [Internet] 2009 Jan/Fev [citado 2009 Set 13];13(1). Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-35552009000100002
27 Bertolla F, Baroni BM, Junior ECPL, Oltramari JD.Efeito de um programa de treinamento utilizando o método Pilates® na flexibilidade de atletas juvenis de futsal. Rev Bras Med Esporte. [Internet]. 2007 Jul/Ago [Citado 2009 Set 15]; 13(4 ). Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-86922007000400002&lng=pt&nrm=iso
28 Fleck MPA, et al. A avaliação de qualidade de vida: guia para profissionais da saúde. Porto Alegre: Artmed; 2008. 29 Bampi LNS, Guilhem D, Lima DD. Qualidade de vida em pessoas com lesão medular traumática: um estudo com o WHOQOL-bref. Rev Bras Epidemiol [Internet].2008 [Citado 2009 Set 18];11(1); 67-77. Disponível em: http://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S1415-790X2008000100006&script=sci_abstract&tlng=pt
30 Pimenta FAP, Simil FF, Tôrres HOG, Amaral CFS, Rezende CF; Coelho TO, et al. Avaliação da qualidade de vida de aposentados com a utilização do questionário SF-36. Rev. Assoc. Med. Bras.[Internet]. 2008 Jan/Fev [Citado 2009 Out 01]; 54(1). Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-42302008000100021&script=sci_arttext
74 31 Gallahue DL, Ozmun JC. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 2. ed. São Paulo: Phorte, 2003. p. 641. 32 Cyrino ES, Oliveira AR, Leite JC, Porto DB, Dias RMR, Segantin AQ, et al. Comportamento da flexibilidade após 10 semanas de treinamento com pesos. Rev Bras Med Esporte. [Internet] 2004 Jul/Ago (citado Out 06); 10(4): 233-237. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-86922004000400001&script=sci_arttext 33 Kupfer P. Yoga prático. 3ªed. São Paulo: Dharma; 2001. p. 360. 34 Alves AS,Baptista MR, Dantas EHM. El efecto de práctico del yoga en la capacidad física y de la autonomía funcional em envejecido. Fitness & Performance Journal. [Internet] 2006 Jul/Ago (citado Out 02);5(4): 243-249. Disponível em: http://www.fpjournal.org.br/painel/arquivos/695-8%20YOGA%20Rev%204%202006%20Espanhol.pdf
35 Silva D'Addio G, Lage LV. Ioga e fibromialgia. Rev. Bras. Reumatol. [Internet] 2006 Jan/Fev [citado 2009 Set 15];46(1). Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-50042006000100008&lang=pt
36 Chanchani R, Chanchani S. Ioga para crianças: um guia completo e ilustrado de ioga: incluindo manual para pais e professores. São Paulo: Madras, 2006. 37 Hagins M, Moore W, Rundle A. Does practicing hatha yoga satisfy recommendations for intensity of physical activity which improves and maintains health and cardiovascular fitness? BMC Complement Altern Med. [Internet] 2007 Nov [citado 2009 Set 07]; 40(7). Disponível em: http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=2219995
38 Siegel P, Barros FN. Terapêutica religiosa, o corpo e a saúde em yoga, ayurveda e tantra. Ciênc. saúde coletiva [Internet]. 2007 Dez [citado 2009 Set 27]; 12(6): 1747-1748. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232007000600035&lng=pt&nrm=iso
39 Külkamp IC, Burin GD, Souza MHM, Silva P, Piovezan AP. Aceitação de práticas não-convencionais em saúde por estudantes de medicina da Universidade do Sul de Santa Catarina. Rev. bras. educ. med. [Internet]. 2007 Set/Dez [citado 2009 Set 10];.31(3). Disponível em:
75 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022007000300005&lang=pt
40 López González V, Waterland Díaz-Páez A. Medicina alternativa Efectos del Hatha-Yoga sobre la salud. Parte I. Rev Cubana Med Gen Integr. [Internet]. 1998 Jul/Ago [citado 2009 Set 26];14(4). Disponivel em: http://bvs.sld.cu/revistas/mgi/vol14_4_98/mgi12498.pdf
41 Straub RO. Psicologia da saúde. Porto Alegre: Artmed; 2005. p. 676. 42 Oken BS, Zajdel D, Kishiyama S, Flegal K, Dehen C, Kraemer DF, et al. Randomized, controlled, six-month trial of yoga in healthy seniors: effects on cognition and quality of life. Altern Ther Health Med. [Internet].2006 Mai [citado 2009 Out 07]; 12(1): 40–47. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1457100/ 43 Rauen FJ. Roteiros de investigação científica. Tubarão: Ed. UNISUL, 2002.
44 Castro M, Caiuby AVS, Draibe SA, Canziani MEF. Qualidade de vida de pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise avaliada através do instrumento genérico SF-36. Rev. Assoc. Med. Bras. [Internet] 2003 [citado 2009 Out 10]; 49(3): 245-9. Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/ramb/v49n3/a25v49n3.pdf 45 Couto IBVL. Efeito agudo da manipulação em pacientes com dor lombar crônica: estudo piloto.Fisio. Mov. [Internet].2007 Abri/Jun.[citado 2009 Out 06];20(2). Disponível em: ttp://www.crefito8.org.br/revista/Fisio_V20N2.pdf#page=57 46 Pitanga, FJG. Testes, medidas e avaliação em educação física e esportes. 4.ed.Ed.São Paulo: Phorte; 2005. 47 Molinari B. Avaliação médica e física para atletas e praticantes de atividades físicas. São Paulo: Roca; 2000. p.282. 48 Siegel P, Barro NF. Yoga: cultura e saúde. [monografia]. São Paulo: UNICAMP; 2007. Disponível em: http://www.fcm.unicamp.br/grupos/lpqs/posters/Yoga_cultura_saude.pdf 49 Siegel P, Barros NF. Yoga in Brazil and the National Health System. Complementary Health Practice Review. [Internet] Abri. 2009. [citado 2009 Out 25]; 14(2): 93-107. Disponível em: http://chp.sagepub.com/cgi/content/abstract/14/2/93
76 50 Lima CF. O Yoga para crianças, sob o enfoque na psicomotricidade, na educação física escolar. [Tese]. Rio de Janeiro: Universidade Candido Mendes Pós-graduaçao “Lato Sensu” Instituto a vez do Mestre. [Internet] 2008. [citado 2009 Out 26]. Disponível em: http://www.avezdomestre.com.br/docpdf/monografias_publicadas/C202970.pdf 51 Mendes EH. Métodos de treinamento de flexibilidade em praticantes de ginástica rítmica do paraná. Caderno d educação física:estudos e reflexões. [Internet]. [citado 2009 Out 02]; 5(9): 43-50. Disponível em: www.unesporte.org.br/forum2007/...oral/02_artemis_soares.pdf 52 Silva D’Addio G, Lage LV. Ioga e Fibromialgia. Rev Bras Reumatol. [Internet] 2006 Jan/Fev. [citado 2009 Out 15]; 46(1): 37-39. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbr/v46n1/29385.pdf 53 Peruci D. A influência da prática do body balance na flexibilidade, Força e resistência muscular. Rev. Bras. Prescri. Fisio. Exerc, [Internet] 2009 Març/Abr. [citado 2009 Out 20]; 3(14): 186-195. Disponível em: http://rbpfex.com.br/wp-content/uploads/2009/04/pfex_155_n14v3_pp_186_195.pdf 54 Moraes FO, Balga RSM. A yoga no ambiente escolar como estratégia de mudança no comportamento dos alunos. Rev. Mack. Ed. Fís. Esp. [Internet] 2007. [citado 2009 Out 13]; 6(3): 59-65. Disponível em: http://www3.mackenzie.com.br/editora/index.php/remef/article/viewFile/1227/938 55 Faria VAM, Oliveira AMB.
Yogilates: condicionamento físico, força e flexibilidade em
idosas sedentárias. Rev. Univap. [Internet]; 2006 Out [citado 2009 Out 20]; 13(24): 2768-2772. Disponível em: http://www.univap.br/univap/pro_reitorias/cultura_divulgacao/revista/RevistaUnivap24.pdf 56 Oken BS, Zajdel D, Kishiyama S, Flegal K, Dehen C, Haas M, Kraemer DF, et al.Randomized, controlled, six-month trial of yoga in healthy seniors: effects on cognition and quality of life. Altern Ther Health Med. [Internet]; 2006 Jan/Feb [citado 2009 Out 15];12(1):40-7.Disponível: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16454146
57 Gail A. Greendale, Anna McDivit, BS, Annie Carpenter, Leanne Seeger, Mei-Hua Huang. Yoga for Women With Hyperkyphosis: Results of a Pilot Study. American Journal of Public Health. [Internet]. 2009 Out [citado 2009 Set 20];92(10):1611-1614. Disponível em: http://www.ajph.org/cgi/content/full/92/10/1611?view=long&pmid=12356608
58 Castro M, Caiuby AVS, Draibe SA, Canziani MEF. Qualidade de vida de pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise avaliada através do instrumento genérico SF-36. Rev. Assoc. Med. Bras. [Internet]. 2003 Set [citado
77 2009 Set 08];49(3):245-249. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v49n3/a25v49n3.pdf
59 Seidl EMF, Zannon CMLC. Qualidade de vida e saúde: aspectos conceituais e metodológicos. Cad. Saúde Pública. [Internet]. 2004 Mar./Apr [citado 2009 Out 2];20(2):580-588. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v20n2/27.pdf
60 Hadi Ne, Hadi Na. Effectos del hatha yoga on well-being in healthy adults in shiraz, Islamic Republic of Iran. Eastern Mediterranean Haealth Journal. [Inernt]. 2007 Set [citado 2009 Out 02]; 13(4): 829-837. Disponível em: 61 Martins RO. A prática do iso-stretching na melhora da percepção corporal. [monografia]. Cascavel: UNIOESTE; 2004. Disponível em: http://www.unioeste.br/projetos/elrf/monografias/2004-1/tcc/pdf/renata.PDF 62 Oliveira G. Influencias de um programa de yoga no controle do equilibrio de pessoas com esclerose múltipla. [tese]. São Paulo: Universidade de Campinas. [Internet] 2007 Dez [citado 2009 Out 02] Disponível em: http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000425660
78
APÊNDICES
79
APÊNDICE A: TESTES ESPECIAIS
80
TESTES ESPECIAIS Teste de finger-floor _______cm Banco de Wells 1 ______ cm 2 ______ cm 3 ______ cm
81
ANEXOS
82
ANEXO A: FICHA DE AVALIAÇÃO POSTURAL
83
FICHA DE AVALIAÇÃO POSTURAL
VISTA LATERAL Articulações dos tornozelos: 1) Ângulo tíbio-társico ( ) Preservado; ( ) Aumentado D ( )E; ( ) Diminuído D ( )E. 2) Articulações dos joelhos: ( ) Alinhados; ( ) Fletidos D ( ) E; ( ) Hiperestendidos D ( ) E. 3) Articulações dos quadris: ( ) Alinhada; ( ) Fletida ( ) Estendida 4) Pelve: ( ) Alinhada; ( ) Com anteversão; ( ) Com antepulsão; ( ) Com retroversão; ( ) Com retropulsão. 5) Alinhamento do Tronco: ( ) Alinhado; ( ) Rot. de cintura escapular D ( ) E ; ( ) Rot. de cintura pélvica D ( ) E; ( ) Rot de cintura escapular e pélvica D( ) E. 6) Coluna Lombar: ( ) Curvatura normal; ( ) Aumento da lordose; ( ) Retificação da lordose; ( ) Aumento da lordose torácolombar. 7) Coluna Torácica: ( ) Curvatura normal; ( ) Aumento da cifose; ( ) Retificação da cifose. 8) Articulação do cotovelo: ( ) Alinhada; ( ) Aumento da flexão D ( ) E; ( )D ( ) E Ângulo de carregamento
84 ( ) Com hiperextensão D ( ) E. 9) Articulações dos ombros: ( ) Alinhados; ( ) Com protração D ( ) E; ( ) Com retração D ( )E; ( ) Com rotação medial D ( ) E; ( ) Com rotação lateral D ( ) E. 10) Coluna Cervical: ( ) Curvatura normal; ( ) Aumento da lordose; ( ) Retificação da lordose. 11) Cabeça: ( ) Alinhada; ( ) Com protração; ( ) Com retração.
VISTA POSTERIOR 1) Articulações dos tornozelos: ( ) Alinhadas; ( ) Com varo D ( ) E; ( ) Com valgo D ( )E. 2) Retropé: (Tendão de Aquiles) ( ) Alinhado; ( ) Desalinhado. 3) Apoio do retropé: ( ) Apoio homogêneo no bordo medial e lateral; ( ) Maior apoio em bordo medial D ( ) E; ( ) Maior apoio em bordo lateral D ( ) E. 4) Articulações dos joelhos: ( ) Alinhadas; ( ) Com valgo D ( ) E; ( ) Com varo D ( ) E. 5) Espinhas ilíacas póstero-superiores (EIPS): ( ) Alinhadas; ( ) Desalinhadas mais alta D ( ) E; 6) Altura das cristas ilíacas: ( ) Alinhadas; ( ) Desalinhadas mais alta D ( ) E.
85 7) Coluna Lombar: ( ) Alinhada; ( ) Convexidade D ( ) E. 8) Coluna Torácica: ( ) Alinhada; ( ) Convexidade D ( ) E. 9) Ângulos inferiores da escápula: ( ) Alinhados; ( ) Desalinhados mais alto D ( ) E. 10) Posição das escápulas: ( ) Alinhadas; ( ) Alada (s) D ( ) E; ( ) Abduzida D ( ) E; ( ) Aduzida D ( ) E; 11) Triângulo de Tales: ( ) Simétrico; ( ) Maior D ( ) E; 12) Articulações dos ombros: ( ) Alinhados; ( ) Ombro mais alto D ( ) E ; 13) Coluna Cervical: ( ) Alinhada; ( ) Convexidade D ( ) E. 14) Cabeça: ( ) Alinhada; ( ) Inclinação lateral D ( ) E; ( ) Rotação D ( )E;
VISTA ANTERIOR: 1) Hálux: ( ) Alinhado; ( ) Valgo D ( ) E; 2) Antepé: ( ) Alinhado; ( ) Abduzido D ( ) E, ( ) Aduzido D ( ) E.
86 3) Arco longitudinal medial: ( ) Plano D ( ) E; ( ) Cavo D ( ) E; 4. Apoio do antepé: ( ) Apoio homogêneo no bordo medial e lateral; ( ) Maior apoio em bordo medial D ( ) E; 5) Articulações dos joelhos: ( ) Alinhada; ( ) Valgo D ( ) E ( ) Varo D ( ) E 6) Patelas: ( ) Alinhadas; ( ) Patela mais alta D ( ) E; ( ) Patela rodada lateralmente ( rotação lateral do fêmur); ( ) Patela rodada medialmente ( rotação medial do fêmur). 7) Espinhas ilíacas ântero-superiores (EIAS): ( ) Alinhadas; ( ) Desalinhadas mais alta D ( ) E; 8) Alturas das cristas ilíacas: ( ) Alinhadas; ( ) Desalinhadas mais alta D ( ) E; 9) Alinhamento do Tronco: ( ) Alinhado; ( ) Rotação de cintura escapular D ( ) E ; ( ) Rotação de cintura pélvica D ( ) E; ( ) Rotação de cintura escapular e pélvica D ( ) E. ( ) Inclinação lateral D ( )E. 10) Tórax: ( ) Simétrico; ( ) Assimétrico. 11) Articulações dos ombros: ( ) Alinhados; ( ) Ombro mais alto D ( ) E ; ( ) Rotação medial D ( )E; ( ) Rotação lateral D ( ) E. 12) Cotovelos: ( ) Alinhados; ( ) Aumento da flexão D ( ) E; ( ) Hiperextensão D ( ) E.
87 13) Clavículas: ( ) Simétricas; ( ) Clavícula mais horizontalizada D ( )E; ( ) Clavícula mais verticalizada D ( )E. 14) Fossas Supraclaviculares: ( ) Simétricas; ( ) Assimétricas - aumentada D ( ) E; 15) Cabeça: ( ) Alinhada; ( ) Inclinação lateral D ( ) E; ( ) Rotação D ( ) E.
88
ANEXO B – Protocolo Medical Outcomes Study SF-36 Health Survey
Fonte: MARQUES, A. P.; ASSUMPÇÃO A.; MATSUTAMI L. A. Fibromialgia e Fisioterapia: avaliação e tratamento. São Paulo: Manole, 2007.
89 OUTCOMES STUDY 36-ITEM SHORT-FORM HEALTH SURVEY (SF-36)* Esta pesquisa questiona você sobre sua saúde. Estas informações nos manterão informados de como você se sente e quão bem você é capaz de fazer atividades da vida diária. Responda cada questão marcando a resposta como indicado. Caso você esteja inseguro quanto a como responder, por favor, tente fazer o melhor que puder. 1. Em geral, como você diria que é sua saúde? (Circule uma) Excelente.................................................................................................................1 Muito boa ................................................................................................................2 Boa..........................................................................................................................3 Ruim........................................................................................................................4 Muito ruim................................................................................................................5 2. Comparada a um ano atrás, como você classificaria sua saúde em geral agora? (Circule uma) Muito melhor agora do que um ano atrás................................................................1 Um pouco melhor agora do que um ano atrás .......................................................2 Quase a mesma coisa do que um ano atrás...........................................................3 Um pouco pior agora do que um ano atrás .............................................................4 Muito pior do que um ano atrás...............................................................................5 Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente durante um dia comum. 3. Devido à sua saúde, você tem dificuldades para fazer essas atividades? Neste caso quantas? (Circule um número em cada linha)
Atividades Sim, dificulta muito
Sim, dificulta pouco
Não dificulta de modo
algum a) Atividades vigoras, que exigem muito esforço, tais como correr, levantar objetos pesados, participar de esportes árduos 1 2 3 b) Atividades moderadas, tais como mover uma mesa, passar aspirador de pó, jogar bola, varrer a casa 1 2 3 c) Levantar ou carregar mantimentos 1 2 3 d) Subir vários lances de escada 1 2 3 e) Subir um lance de escada 1 2 3 f) Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se 1 2 3 g) Andar mais de 1 km 1 2 3 h) Andar vários quarteirões 1 2 3 i) Andar um quarteirão 1 2 3 j) Tomar banho ou vestir-se 1 2 3
4. Durante as últimas quatro semanas, você teve algum dos seguintes problemas com o seu trabalho ou com alguma atividade diária regular como conseqüência de sua saúde física? (circule um número em cada linha)
90
Sim Não a) Diminuiu a quantidade de tempo que dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades 1 2 b) Realizou menos tarefas do que gostaria? 1 2 c) Esteve limitado ao seu tipo de trabalho ou a outras atividades? 1 2 d) Teve dificuldade para fazer seu trabalho ou outras atividades (p. ex., necessitou de um esforço extra)? 1 2
5. Durante as últimas quatro semanas, você teve algum dos seguintes problemas com o seu trabalho ou com outra atividade regular diária como conseqüência de algum problema emocional (como sentir-se deprimido ou ansioso)? (Circule um número em cada linha)
Sim Não a) Diminuiu a quantidade de tempo que dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades? 1 2 b) Realizou menos tarefas do que gostaria? 1 2 c) Não trabalhou ou não fez qualquer das atividades com tanto cuidado como geralmente faz? 1 2
6. Durante as últimas quatro semanas, de que maneira sua saúde física ou problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação à família, aos vizinhos, aos amigos ou em grupo? (Circule uma) De maneira alguma .................................................................................................1 Ligeiramente............................................................................................................2 Moderadamente ......................................................................................................3 Bastante ..................................................................................................................4 Extremamente .........................................................................................................5 7. Quanta dor no corpo você teve durante as últimas quatro semanas? (Circule uma) Nenhuma.................................................................................................................1 Muito leve................................................................................................................2 Leve ........................................................................................................................3 Grave ......................................................................................................................4 Muito grave..............................................................................................................5 8. Durante as últimas quatro semanas, quanto a dor interferiu no seu trabalho normal incluindo trabalho dentro ou fora de casa? (Circule uma) De maneira alguma .................................................................................................1 Ligeiramente............................................................................................................2
91 Moderadamente ......................................................................................................3 Bastante ..................................................................................................................4 Extremamente .........................................................................................................5 9. Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido com você durante as últimas quatro semanas. Para cada questão, dê a resposta que mais se aproximar da maneira como você se sente. (Circule um número em cada linha)
Todo o
tempo
A maior parte
do tempo
Uma boa parte do tempo
Alguma parte
do tempo
Uma pequena parte do tempo
Nunca
a) Quanto tempo você tem se sentido cheio de vigor, cheio de vontade, cheio de força? 1 2 3 4 5 6 b) Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa muito nervosa? 1 2 3 4 5 6 c) Quanto tempo você tem se sentido tão deprimido que nada pode animá-lo? 1 2 3 4 5 6 d) Quanto tempo você tem se sentido calmo ou tranqüilo? 1 2 3 4 5 6 e) Quanto tempo você tem se sentido com muita energia? 1 2 3 4 5 6 f) Quanto tempo você tem se sentido desanimado e abatido? 1 2 3 4 5 6 g) Quanto tempo você tem se sentido esgotado? 1 2 3 4 5 6 h) Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa feliz? 1 2 3 4 5 6 i) Quanto tempo você tem se sentido cansado? 1 2 3 4 5 6 10. Durante as últimas quatro semanas, quanto do seu tempo a sua saúde física ou problemas emocionais interferiram em suas atividades sociais (como visitar amigos, parentes etc.)? (Circule uma) Todo o tempo ..........................................................................................................1 A maior parte do tempo...........................................................................................2 Alguma parte do tempo ...........................................................................................3 Uma pequena parte do tempo.................................................................................4 Nunca......................................................................................................................5 11. O quanto verdadeira ou falsa é cada uma das afirmações para você? (Circule um número em cada linha)
Definitivamente verdadeira
A maioria das vezes verdadeira
Não sei
A maioria
das vezes falsa
Definitivamente falsa
92
a) Eu costumo adoecer um pouco mais facilmente que as outras pessoas 1 2 3 4 5 b) Eu sou tão saudável quanto qualquer pessoa que eu conheço 1 2 3 4 5 c) Eu acho que a minha saúde vai piorar 1 2 3 4 5 d) Minha saúde é excelente 1 2 3 4 5
93
ANEXO C - Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)
94
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP UNISUL
Instruções para elaboração do TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)1
A Res. CNS 196/96 estabelece o respeito à dignidade humana como requisito para a execução de qualquer pesquisa. Assim, exige que toda pesquisa com seres humanos seja realizada apenas após consentimento livre e esclarecido dos sujeitos participantes.
O esclarecimento dos sujeitos deve ser feito de modo que os mesmos possam ter conhecimento sobre a pesquisa a ser realizada, a fim de que decidam autônoma e conscientemente sobre sua participação. Nesse sentido, o termo de consentimento deve ser redigido em linguagem acessível, evitando termos técnicos ou quaisquer outras palavras que possam gerar incompreensões por parte dos sujeitos da pesquisa. Além disso, o termo de consentimento deve incluir os seguintes aspectos:
1) justificativa, objetivos e procedimentos que serão utilizados na pesquisa 2) desconfortos e riscos possíveis e os benefícios esperados (lembrar de explicitar de
que maneira os sujeitos terão acesso aos resultados da pesquisa) 3) métodos alternativos existentes (quando for o caso) 4) forma de acompanhamento e assistência, assim como seus responsáveis 5) garantia de esclarecimentos, antes e durante o curso da pesquisa, sobre a
metodologia, informando a possibilidade de inclusão em grupo controle ou placebo 6) liberdade do sujeito de recusar a participar ou retirar seu consentimento, em
qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu cuidado 7) a garantia do sigilo que assegure a privacidade dos sujeitos quanto aos dados
confidenciais envolvidos na pesquisa 8) formas de ressarcimento das despesas decorrentes da participação na pesquisa
(quando for o caso) 9) formas de indenização diante de eventuais danos decorrentes da pesquisa (quando
for o caso) 10) o não pagamento ao sujeito pela sua participação na pesquisa deverá ficar explícito.
O termo de consentimento deve ser elaborado pelo pesquisador responsável, contendo cada um dos itens acima. Deve ser assinado ou identificado por impressão dactiloscópica por cada um dos sujeitos. Deve ainda ser elaborado em duas vias, sendo uma retida pelo sujeito da pesquisa ou seu representante legal e uma arquivada pelo pesquisador.
Vale salientar que quando os projetos de pesquisa são realizados com menores de idade ou com sujeitos considerados incapazes, em quaisquer tipos de instituições (creches, escolas, hospitais etc.), é necessário que os representantes legais dos sujeitos tenham conhecimento sobre a pesquisa e assinem o TCLE. O pesquisador deverá contatar pessoalmente os responsáveis. Vale lembrar, também, que é necessário que os próprios sujeitos sejam esclarecidos a respeito da pesquisa e que concordem verbalmente em participar da mesma.
Os responsáveis pela instituição não têm autoridade para dar ou assinar os TCLE. No entanto, devem assinar um documento de autorização de contato com os sujeitos (formulário: Declaração de Ciência e Concordância das Instituições Envolvidas), já que os mesmos serão contatados a partir da instituição
1 Material elaborado a partir da Res. CNS 196/96 e com base nas informações fornecidas pelo Comitê de Ética em Pesquisa - Faculdade SEAMA - http://www.seama.edu.br/cep/
95
A redação do Termo de Consentimento submetida à análise do CEP-UNISUL deve ser idêntica àquela fornecida ao sujeito da pesquisa, sendo, portanto, vedada qualquer alteração após emissão de parecer final do Comitê.
A seguir encontra-se à sua disposição uma sugestão para Modelo de Termo de Consentimento.