universidade do sul de santa catarina ana clÁudia...

95
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA TONELLI TEIXEIRA TUANE BERNARDO CARDOSO EFEITOS DA PRÁTICA DE YOGA EM INDIVÍDUOS PERTENCENTES AO ESPAÇO TERAPÊUTICO SHANKARA DO MUNICÍPIO DE TUBARÃO – SC. Tubarão 2009

Upload: others

Post on 22-Sep-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

ANA CLÁUDIA TONELLI TEIXEIRA

TUANE BERNARDO CARDOSO

EFEITOS DA PRÁTICA DE YOGA EM INDIVÍDUOS PERTENCENTES AO

ESPAÇO TERAPÊUTICO SHANKARA DO MUNICÍPIO DE TUBARÃO – SC.

Tubarão

2009

Page 2: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

ANA CLÁUDIA TONELLI TEIXEIRA

TUANE BERNARDO CARDOSO

EFEITOS DA PRÁTICA DE YOGA EM INDIVÍDUOS PERTENCENTES AO

ESPAÇO TERAPÊUTICO SHANKARA DO MUNICÍPIO DE TUBARÃO – SC.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito à obtenção de grau de Bacharel em Fisioterapia.

Orientador: Prof. M.Sc. Rodrigo da Rosa Iop.

Tubarão

2009

Page 3: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

ANA CLÁUDIA TONELLI TEIXEIRA

TUANE BERNARDO CARDOSO

EFEITOS DA PRÁTICA DE YOGA EM INDIVÍDUOS PERTENCENTES AO

ESAPÇO TERAPÊUTICO SHANKARA DO MUNICÍPIO DE TUBARÃO – SC.

Este trabalho de conclusão de curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia e aprovado em sua forma final pelo Curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Tubarão, 16 de novembro de 2009.

____________________________________

Prof. Orientador M.Sc. Rodrigo da Rosa Iop

Universidade do Sul de Santa Catarina

__________________________________

Prof.Esp. Kesler de Souza Kock Universidade do Sul de Santa Catarina

___________________________________

Dr. Renato Schultz

Page 4: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

DEDICATÓRIA

Dedicamos a todas as pessoas que

acreditam em seus sonhos e buscam

incessantemente por realizá-los.

Page 5: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

AGRADECIMENTOS

Primeiramente ao DEUS de cada um, pela luz eterna em nossos caminhos.

A toda nossa família, que nos da estrutura e força. Em especial aos nossos pais,

Arilton e Telma e Élcio e Ionete, que nos deram e dão a base e amor incondicional. Gratidão

eterna!

Aos nossos queridos irmãos, Anderson e Nagelo e Emerson e Élcio Jr., pelo

companheirismo de sempre, “briguinhas” inevitáveis, brincadeiras e risadas inesquecíveis.

Aos nossos amores Agnello e José Fernando, que conseguem nos dar a paz e despertar

nossa essência mais pura em todos os momentos, sejam estes presentes fisicamente ou apenas

em mente.

Aos amigos, grandes companheiros de jornada, pela sinceridade, alegria e leveza com

que acariciam nossas vidas.

À natureza, que nos transmite energia Divina. Recarrega-nos de bons fluidos

permitindo o reequilíbrio interior e a fé de que não devemos nunca desistir do que sentimos

em nosso coração.

As professoras de Yoga Juliana e Aline que cederam com grande carinho e dedicação

o Shankara Espaço de Yoga para a realização deste estudo.

Agradecemos aos alunos pela aceitação e colaboração em participar deste estudo, sem

eles não poderíamos concluir o nosso trabalho.

Aos membros da banca, professor Kelser e professor Renato que aceitaram avaliar o

presente estudo e que, certamente contribuirão de maneira grandiosa para a mesma.

Ao Professor Ralph por nos dar as primeiras direções para esta pesquisa.

Ao Professor Rodrigo que com dedicação, compreensão e “braços abertos” aceitou

nos orientar na metade do desenvolvimento desta pesquisa.

Por fim, a todos que contribuíram direta e indiretamente para conclusão do presente

estudo.

Muito Obrigada a todos.

Namastê!

Page 6: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

RESUMO

A Yoga é uma prática milenar de origem indiana que vem se tornando reconhecida

mundialmente pelos seus diversos benefícios. Traduzida, Yoga significa integração, união,

preza pelos princípios de equilíbrio entre mente e corpo num processo, relativamente à longo

prazo, de reeducação corporal e mental. Nesse sentido, o presente estudo teve por objetivo

investigar os efeitos da prática de yoga em indivíduos pertencentes ao espaço terapêutico

Shankara do município de Tubarão – SC. Foram selecionados 10 alunos, sendo compostos por

90% do sexo feminino e 10% do sexo masculino, com idade predominante de 20 à 29 anos.

As aulas foram aplicadas por duas instrutoras, com formação em Hatha Yoga, duas vezes por

semana com duração de uma hora / aula, totalizando 12 aulas. Os participantes foram

submetidos a protocolo de flexibilidade, como, finger-floor, banco de Wells e qualidade de

vida. As variáveis foram submetidas a um teste de normalidade Shapiro Wilk, onde foi

confirmada uma distribuição gaussiana. Para a variável Finger-floor foi utilizado o teste T

pareado com nível de significância de 5%. Já para analisar as médias das variáveis,

flexibilidade e SF-36 foi utilizado procedimentos da estatística não-paramétrica em função

das características da amostra e do tipo das variáveis estudadas. O teste de Wilcoxon foi usado

para determinar diferenças entre as médias dependentes (pré-teste e pós-teste). O nível de

rejeição da hipótese de nulidade foi de 0,05 (probabilidade alfa de 5%). O teste T pareado

com nível de significância de 5%, revelou alterações significativas no teste de Finger-floor.

Quanto a qualidade de vida os domínios aspecto físico, dor, estado geral de saúde, vitalidade,

aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental apresentaram diferença significativa nas

médias pré e pós-teste de acordo com o teste não paramétrico de Wilcoxon (p<0,05). A

análise da avaliação postural foi obtida através de cálculo das porcentagens pré e pós-teste,

levando em conta somente as principais alterações posturais constatadas na avaliação.

Portanto, conclui-se que a prática de Yoga foi positivo, quanto à flexibilidade, qualidade de

vida e alterações posturais.

Palavras-chaves: YOGA. Flexibilidade. Qualidade de vida.

Page 7: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

ABSTRACT

Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become recognized worldwide for its

various benefits. Translated, Yoga means integration, union, welcomes the principles of

balance between mind and body in a process, for the long-term rehabilitation of body and

mind. Accordingly, the present study aimed to investigate the effects of yoga practice in

individuals belonging to the therapeutic Shankara in the city of Tubarão - SC. We selected 10

students, and composed of 90% female and 10% male, predominantly aged 20 to 29 years.

The classes were implemented by two instructors, trained in Hatha Yoga, twice a week with

one hour of instruction, totaling 12 classes. The participants underwent a protocol flexibility,

such as finger-floor, Bank of Wells and quality of life. The variables were subjected to a test

of normality Shapiro Wilk, where he was confirmed a Gaussian distribution. For the variable

Finger-floor was used for paired t test with significance level of 5%. As for analysis of the

mean of variables, flexibility and SF-36 was used statistical procedures in nonparametric

function of the sample characteristics and type of variables. The Wilcoxon test was used to

determine differences between means dependent (pre-test and post-test). The level of rejection

of the null hypothesis was 0.05 (probability alpha of 5%). The paired t test with significance

level of 5%, showed significant changes in test Finger-floor. Regarding quality of life

domains the physical, bodily pain, general health, vitality, social functioning, role emotional

and mental health showed significant differences in mean pre-and post-test according to the

nonparametric test (p <0,05). The analysis of postural assessment was obtained by calculating

the percentages pre-and post-test, taking into account only the main changes observed in

postural assessment. Therefore, it is concluded that the practice of Yoga was positive for

flexibility, quality of life and postural changes.

Keywords: YOGA. Flexibility. Quality of life.

Page 8: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Tada-asana...............................................................................................................36

Figura 2 - Utthita Trikona-ásana..............................................................................................37

Figura 3 - Virabhadra-ásana I..................................................................................................38

Figura 4 - Virabhadra-ásana II................................................................................................38

Figura 5 - Ardha Chandra-ásana..............................................................................................39

Figura 6 - Prasarita Pada-uttana-ásana...................................................................................39

Figura 7 - Uttana-ásana............................................................................................................40

Figura 8 - Chatur-anga-Danda-ásana......................................................................................40

Figura 9- Adho Mukha Shvasana-ásana...................................................................................41

Figura 10 - Shirsha-ásana.........................................................................................................41

Figura 11 - Sarvanga-ásana......................................................................................................42

Figura 12 - Paschimotanásana ou pose de pinça......................................................................42

Figura 13 - Padamasthásana ou pose da cegonha....................................................................43

Figura 14 - Ardha-Bhujangásana ou meia pose da cobra.........................................................44

Figura 15 - Bhujangásana ou pose da cobra.............................................................................44

Figura 16 - Dhanurásana ou pose do arco................................................................................45

Figura 17 - Ardha-matsyásana..................................................................................................45

Figura 18 - Trikonásana............................................................................................................46

Figura 19 - Vakrásana ou pose de torção.................................................................................46

Figura 20 - Vrikhásana ou postura da árvore............................................................................47

Figura 21 - Viparita-karani ou pose da foice............................................................................48

Figura 22- Halásana ou pose do arado.....................................................................................48

Figura 23 - Teste Finger-Floor..................................................................................................56

Figura 24 - Teste Banco de Wells.............................................................................................57

Figura 25 - Avaliação postural vista lateral direita...................................................................58

Figura 26 - Aula de Yoga..........................................................................................................59

Page 9: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Teste Finger-floor...................................................................................................64

Gráfico 2 - Flexibilidade...........................................................................................................64

Gráfico 3 – Pontuação do SF-36 pré e pós-teste.......................................................................66

Page 10: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Caracterização da amostra.......................................................................................63

Tabela 2 - Valores obtidos do SF-36 no pré e pós a Yoga Tabela............................................66

Tabela 3 - Principais alterações na avaliação Postural Vista Lateral........................................69

Tabela 4 - Principais alterações na Avaliação Postural Vista Posterior....................................69

Tabela 5 - Principais alterações na Avaliação Postural Vista Anterior....................................70

Page 11: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

LISTA DE ABREVIATURAS

ADM – Amplitude De Movimento

AVD´s – Atividades de Vida Diárias

OMS – Organização Mundial de Saúde

PCS – Prática Complementar de Saúde

PNCS – Práticas Não-Convencionais em Saúde

RPG – Reeducação Postural Global

SF-36 – do inglês Short Form-36

WHOQOL – do ingles World Health Organization Quality of Life

Page 12: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................14

2 REVISÃO DE LITERATURA...........................................................................................18

2.1 ANATOMIA DA COLUNA VERTEBRAL......................................................................18

2.1.1 A postura.........................................................................................................................20

2.2 ALTERAÇÕES POSTURAIS............................................................................................21

2.2.1 Etiologia das alterações posturais.................................................................................24

2.2.2 Aspectos anatômicos e biomecânicos das alterações posturais..................................25

2.2.3 Tratamentos em fisioterapia.........................................................................................29

2.2.4 Qualidade de vida...........................................................................................................30

2.2.5 Flexibilidade...................................................................................................................31

2.3 YOGA.................................................................................................................................32

2.3.1 Os ásanas.........................................................................................................................34

2.3.2 A promoção da saúde através do Yoga........................................................................46

2.3.3 Alterações posturais e Yoga..........................................................................................47

2.3.4 Yoga e qualidade de vida...............................................................................................48

2.3.5 Flexibilidade e Yoga.......................................................................................................48

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA...................................................................................51

3.1 TIPO DE PESQUISA.........................................................................................................51

3.1.1 Tipo de pesquisa quanto ao nível..................................................................................51

3.1.2 Tipo de pesquisa quanto à abordagem.........................................................................51

3.1.3 Tipo de pesquisa quanto ao procedimento utilizado na coleta dos dados.................52

3.2 POPULAÇÃO/AMOSTRA................................................................................................52

3.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA COLETA DE DADOS........................................52

3.4 PROCESSO DE COLETA DE DADOS............................................................................53

3.5 PRÁTICA DE YOGA.........................................................................................................56

3.6 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE

DADOS.....................................................................................................................................58

3.7 LIMITAÇÕES DO ESTUDO.............................................................................................58

Page 13: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS..........................................................................60

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA.............................................................................60

4.2 FLEXIBILIDADE..............................................................................................................61

4.3 QUALIDADE DE VIDA....................................................................................................63

4.4 AVALIAÇÃO POSTURAL...............................................................................................66

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................70

6 REFERÊNCIAS...................................................................................................................71

APÊNDICES............................................................................................................................78

APÊNDICE A - TESTES ESPECIAIS.................................................................................80

ANEXOS..................................................................................................................................82

ANEXO A - FICHA DE AVALIAÇÃO POSTURAL.........................................................83

ANEXO B - Protocolo Medical Outcomes Study SF-36 Health Survey……....................89

ANEXO C - Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE).....................................94

Page 14: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

14

1 INTRODUÇÃO

O bom desempenho das atividades diárias e de suporte para desafios diversos

depende diretamente da postura normal e equilibrada. O processo de globalização cada vez

mais forte e as exigências de alta produtividade com longas jornadas de trabalho do mundo

atual têm afetado negativamente a saúde humana.

Conforme descrito por Moser∗ a submissão do trabalhador às demandas do

sistema produtivo gera desdobramentos que vão além do ambiente e das relações de trabalho.

Essa condição impõe condicionantes ao estilo e à forma de viver do ser que trabalha, com

impactos negativos no plano familiar e social, em razão da maior parte do seu tempo

cotidiano ser dedicada ao trabalho, em detrimento da sua vida privada, do lazer, e dos

cuidados com a própria saúde. O corpo do trabalhador é afetado com a inserção na vida

produtiva, cujas atividades caracterizam-se por um exercício rotineiro de gestos, posturas e

atividades mentais que o obrigam ao abandono ou descaso com o corpo (1).

Os gestos repetitivos e sedentarismo em ambiente de trabalho geram vícios

posturais acarretando, após algum tempo, alterações na coluna vertebral e então baixa

qualidade de vida e saúde.

As alterações na coluna vertebral desencadeiam sobrecargas desnecessárias e,

portanto estresses que deveriam ser evitados por trazerem malefícios para um suporte

adequado de funcionamento corporal.

Estão presentes em 90% da população mundial. Somente 10% da população

parece corresponder aos critérios de uma postura normal e equilibrada (2).

Possuindo causas diversas, as alterações posturais se apresentam de muitas

formas.

Dentre as causas mais freqüentes dessas alterações estão as que se relacionam

com o mau posicionamento em ambiente de trabalho, aderência de posições antálgicas,

alterações congênitas, além de causas que interfiram diretamente no funcionamento dos

chamados captores ou entradas corporais constituídos principalmente dos pés, olhos, sistema

vestibular aparelho mastigador ou manducatório, pele, músculos e articulações (2).

Estes levam as informações captadas até o chamado “computador mental”, para lá

serem integradas e responderem ao estímulo captado da melhor maneira possível (3).

∗ MOSER, A. D. L.; KEHRIG, R. O conceito de saúde e seus desdobramentos nas várias formas de atenção à saúde do trabalhador (2006) apud (1).

Page 15: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

15

Qualquer anormalidade em um ou mais captores podem gerar, portanto, um

desequilíbrio postural por meio de compensações, por exemplo.

Muitos dos indivíduos acometidos por alguma alteração postural apresentam uma

queda no rendimento e conseqüentemente na sua qualidade de vida, buscam novos métodos

para um tratamento eficaz e duradouro, entre eles destaca-se a Yoga.

A Yoga é uma prática milenar de origem indiana que vem se tornando reconhecida

mundialmente pelos seus diversos benefícios.

Traduzida, Yoga significa integração, união. Preza pelos princípios de equilíbrio

entre mente e corpo num processo, relativamente à longo prazo, de reeducação corporal e

mental. Para isso faz uso dos chamados ásanas, ou posturas (4).

Embora haja relatos de praticantes de Yoga quanto à melhora no alinhamento

postural não há, entretanto, muitos estudos que comprovem os reais efeitos do Yoga.

As evidências mostram que a prática regular das posturas do Yoga proporciona ao

praticante, maior flexibilidade, reforço muscular, aumento da vitalidade e qualidade de vida,

redução de estresse psicológico e redução das doenças cardiovasculares (5).

Existem diversas linhas de Yoga, entre elas está a Hatha Yoga, a qual esta

pesquisa dará enfoque.

O termo Hatha é composto pelas sílabas sânscritas Há e Tha que significam

respectivamente Sol e Lua, simbolizando equilíbrio entre dois pólos. A enfermidade sobrevém

quando um dos pólos predomina, ou seja, quando reina o desequilíbrio orgânico. Portanto

essa linha se define como uma constante busca do equilíbrio e harmonia corporal (4).

Podemos dizer que, de maneira global, a prática da Hatha Yoga proporciona saúde

e resistência ao corpo, aumento da resistência às moléstias e à estafa, um estado permanente

de energia e leveza física. Também progressivamente, serenidade, autoconfiança, equilíbrio

emocional, tranqüilidade, clareza mental, resistência à fadiga entre outros. Age para tanto nos

sistemas respiratório, nervoso, músculo-esquelético e circulatório (4).

A Hatha Yoga não implica em movimentação ativa e estafante, consiste em

conservar-se um tempo num determinado ásana, propicia maiores e melhores resultados do

que repetí-la vinte vezes seguidas. A movimentação na Hatha Yoga tem de se fazer com

lentidão, sem impulsos arrancadas ou paradas bruscas. O yogue (praticante) move-se de um a

outro ásana concentrando a mente em todos os músculos que ou se distendem ou se contraem

e nas vísceras que são massageadas. Pode ser praticada até avançada idade, não só é acessível

a enfermos, mas ainda constitui um método natural e incomparável na cura de várias

enfermidades. Constitui o que já foi chamado de yogaterapia (4).

Page 16: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

16

Com a globalização e suas consequências a procura por métodos alternativos de

melhora da qualidade de vida e saúde cresceu significativamente. Cabe aqui salientar a

relevante procura nos países do ocidente pelos benefícios da Yoga, os indivíduos buscam o

reequilíbrio corporal e mental muitas vezes alterado devido aos estresses sofridos diariamente

na vida profissional e pessoal. Inúmeros relatos sobre os benefícios desta prática no cotidiano

de alunos ressaltaram o interesse de investigação dos reais efeitos produzidos por ela, ficando

evidente a importância de mais estudos quanto ao impacto da Yoga na saúde de quem a

pratica.

Os efeitos relatados são compreendidos quando consideramos que o sistema

neuromuscular se compõe de tal forma que para cada grupo de músculos que se contraem,

outro grupo de músculos se relaxa. Em estados de tensão essa inervação recíproca torna-se

deficiente. Por sua própria natureza, os ásanas reorganizam e recondicionam o sistema, a fim

de estabelecer a harmonia fisiológica entre ambos (6).

Visto tais fatos, cresce o interesse e necessidade dos profissionais da área da saúde

em comprovar os relatos de tantos efeitos positivos, já que tais efeitos estão diretamente

relacionados com a definição de saúde estabelecida pela Organização Mundial de Saúde

(OMS) que define saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não

simplesmente como ausência de doenças e enfermidades (7).

Além disso, é de grande valia para a área da saúde, bem como para a fisioterapia,

estudar e investigar sempre novos métodos que possam auxiliar no tratamento das patologias

e aumentar, assim, nossa gama de manejo e técnicas de tratamentos a oferecer para os

pacientes que surgirem.

Portanto essa pesquisa vem a contribuir com o nível de atualização e qualidade em

atendimento fisioterápico quanto ao conhecimento dos efeitos do Yoga como um recurso para

otimização da qualidade de vida e saúde.

Esta pesquisa tem como objetivos específicos, analisar os efeitos produzidos pela

prática da Yoga no tratamento das alterações posturais, na qualidade de vida e flexibilidade

em alunos do espaço terapêutico Shankara de Tubarão – SC através de avaliação postural,

questionário e teste de flexibilidade respectivamente.

As hipóteses apresentadas foram: H0 (hipótese nula) onde não há relação

significativa entre o Yoga e efeitos em alterações posturais, qualidade de vida e flexibilidade,

H1 (hipótese 1) onde há relação significativa entre o tratamento com Yoga nas alterações

posturais, H2 (hipótese 2) onde há relação entre Yoga e melhora na qualidade de vida e H3

(hipótese 3) onde há relação entre Yoga e aumento na flexibilidade.

Page 17: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

17

A pesquisa em questão trata-se de um estudo quase-experimental, pois apresentará

apenas grupo experimental e não utilizará grupo controle para comparações.

Esta pesquisa estruturou-se como um estudo do tipo exploratório-descritivo, pois

será realizada análise objetiva e mensuração de variáveis. Tem como principal finalidade,

desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias. A realização deste tipo de pesquisa se

dá quando o fenômeno em questão necessita de mais pesquisas para se poderem formular

hipóteses sobre este (8).

Quanto à natureza esta se classifica como pesquisa quantitativa, porque permitirá

relação do pesquisador com o objeto de estudo e registrará as variáveis em questão. Apresenta

procedimentos tais como solicitação de informações e resultados de dados para posterior

analise (9).

No primeiro capítulo, apresenta-se a introdução deste estudo. No segundo capítulo

aborda-se um referencial teórico dos assuntos trabalhados neste estudo. O terceiro capítulo

descreve-se o delineamento da pesquisa. O quarto capítulo trata-se da análise e discussão dos

dados obtidos na pesquisa, finalizando com o quinto capítulo as considerações finais deste

trabalho assim como uma sugestão para próximas pesquisas.

Page 18: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

18 2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 ANATOMIA DA COLUNA VERTEBRAL

A estrutura da coluna vertebral pode ser comparada como uma pilha de ossos,

sendo rígida na base sacra, articulando-se com uma sequência de vértebras, ou seja, um

edifício vertebral no qual a atividade é a sustentação do corpo humano (10).

A coluna vertebral normalmente é composta por trinta e três a trinta e quatro

vértebras e em cada dois pares de vértebras temos os discos intervertebrais, totalizando vinte e

três discos. As sete primeiras vértebras da coluna vertebral são as cervicais, as doze seguintes

são as torácicas, seguidas pelas cinco vértebras lombares, cinco sacrais e quatro coccígeas,

sendo que as vértebras sacrais e coccígeas são fundidas entre si (11,12).

Em um adulto a coluna vertebral apresenta quatro curvaturas fisiológicas ântero-

posteriores, sendo duas lordoses de concavidade posterior, na região da cervical e lombar e

duas cifoses de convexidade posterior, na região torácica e sacral (11).

As estruturas acima citadas, juntamente com os ligamentos, cápsulas, discos

articulares, raízes nervosas e a medula espinhal irão proporcionar estabilidade e flexibilidade

para o ser humano (13).

Uma vértebra clássica contém em sua estrutura corpo vertebral, arco posterior e

lâminas, pedículos, processos espinhosos, transversos e facetas articulares superiores e

inferiores (14).

As vértebras se compõem basicamente de duas partes principais, o corpo vertebral

(pela frente) e o arco posterior (por trás), sendo o corpo vertebral a parte mais espessa da

vértebra é, geralmente, cilíndrica, com uma face posterior cortada. Já no arco posterior se fixa

no maciço das apófises articulares delimitando assim duas partes, de um lado os pedículos

(pela frente do maciço) e pelo outro se situam as lâminas. A apófise espinhosa, ou processo

espinhoso se localiza atrás da linha média e as lâminas se situam à frente do maciço das

articulares. O arco posterior une-se assim à face posterior do corpo vertebral pelos pedículos e

a vértebra completa ainda comporta as apófises articulares que se unem com o arco posterior

quase no nível maciço das apófises articulares. As vértebras se sobrepõem verticalmente para

Page 19: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

19 sustentar o tronco e sofrem algumas modificações ao longo da coluna ainda que tenham a

mesma base (13).

As vértebras unem-se entre si através de ligamentos que reforçam a coluna

garantindo uma estrutura mais resistente mecanicamente. Os ligamentos do pilar anterior são

pouco elásticos, asseguram solidez e mantêm as relações entre as outras peças da coluna, em

contrapartida, os do arco posterior funcionam como amortecedores elásticos (15).

A parte anterior é composta pelo ligamento vertebral comum anterior, que se

estende da base do crânio até o sacro, na face anterior dos corpos vertebrais, e pelo ligamento

vertebral comum posterior que se localiza na face posterior dos corpos vertebrais, se estende

do processo basilar do occipital até o canal sacral. Entre esses dois ligamentos de grande

extensão, em cada nível a união fica segura pelo disco intervertebral que é constituído de duas

partes, o anel fibroso na periferia e o núcleo pulposo que é central (13).

Quanto ao arco posterior, sua união entre dois arcos vertebrais adjacentes é

assegurada pelo ligamento amarelo, muito denso e resistente, se une ao seu homólogo na linha

média e se insere acima na face profunda da lâmina vertebral da vértebra suprajacente e,

abaixo na margem superior da lâmina vertebral da vértebra subjacente (13).

No arco posterior ainda existem mais três ligamentos. O interespinhoso, que se

prolonga para trás pelo ligamento supraespinhoso o qual é pouco individualizado na porção

lombar. O ligamento intertransverso que se localiza na extremidade de cada apófise transversa

e os ligamentos interapofisários que reforçam a cápsula destas articulações: ligamento anterior

e posterior (13).

A coluna vertebral é uma estrutura musculoligamentar de sustentação do corpo

inteiro, a qual compreende o sistema neuromuscular que serve ao sistema nervoso central e ao

periférico. Todas as atividades da coluna vertebral sejam elas de apoio ou as de função

cinéticas originam-se no córtex cerebral onde é determinada a tarefa pretendida, e são

submetidas então aos músculos da coluna vertebral através das vias nervosas da medula

espinhal

Os impulsos que se originam no córtex e ativam os músculos são na sua origem

grosseiros, porém aperfeiçoam-se com precisão, integridade e intensidade por meio de treino,

pratica e desempenho (3).

Os músculos da coluna são ativados igualmente aos músculos periféricos, ou seja,

em padrões dependentes diretamente da ação pretendida, por exemplo, manter a estabilidade,

iniciar um movimento ou ambas (3).

Page 20: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

20

A totalidade dos múltiplos segmentos vertebrais resulta em uma extensa

mobilidade da coluna vertebral em conjunto. Os movimentos da coluna são os de flexão,

extensão, flexão lateral, e rotação (11).

A flexão da coluna é a projeção da coluna para frente. Ampla nas regiões cervicais

e lombares, mas é reduzida no segmento torácico pela presença das costelas, esterno e

clavícula, para evitar a compressão dos órgãos toracolombares. O movimento de extensão da

coluna é a flexão posterior. Pode ser denominada hiperextensão que é quando a coluna

projeta-se para trás, sendo que o movimento partiu da posição anatômica. Na coluna cervical

e lombar este movimento apresenta uma grande amplitude a qual é limitada na região torácica

pelos processos espinhosos. A inclinação para a direita e esquerda no plano frontal é a flexão

lateral da coluna vertebral, esta apresenta sua maior liberdade nas regiões cervicais e

lombares. Durante este movimento, devido às curvaturas normais e à obliqüidade das facetas

articulares, ocorre uma discreta rotação vertebral. O movimento de rotação da coluna é aquele

realizado no plano horizontal à direita e a esquerda, sendo este movimento livre na coluna

cervical e nas porções superiores da coluna torácica. No entanto na coluna lombar devido à

forma e direção das facetas articulares a rotação se torna muito limitada (11).

2.1.1 A postura

Uma qualidade de vida boa é baseada num mínimo de condição para que

indivíduos possam desfrutar de todas as suas potencialidades, ou seja, viver, trabalhar, estudar

e divertir-se (16).

Para que o ser humano possa alcançar todas as suas potencialidades é necessário

um bom aparelho de sustentação corporal, ou seja, uma boa postura que garanta a execução de

todas as atividades de vida diárias (AVD´s).

Tem-se como definição de postura uma posição ou atitude do corpo, com a

disposição relativa das partes corporais para uma atividade determinada, ou uma maneira

particular de uma pessoa sustentar o seu corpo, utilizada para realizar ações com menor gasto

de energia, ou seja, é aquela em que há um equilíbrio entre as estruturas de suporte

Page 21: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

21 envolvendo uma quantidade mínima de esforço e sobrecarga com uma máxima eficiência do

corpo (17).

A postura é então uma maneira individual de sustentação do corpo adequada para

um menor gasto de energia e máxima eficiência do corpo.

A coluna vertebral possui três funções especificas, é o eixo de suporte do corpo,

protege a medula e as raízes nervosas e é o eixo de movimentação do corpo (12).

O corpo humano pode ser comparado com uma máquina complexa e bem

elaborada a qual executa várias funções intermitentemente. Dentre essas funções está a de

manter-se de pé, por exemplo, ou em equilíbrio ao realizar algum movimento mais dinâmico

(12).

O que nos parece simples compreende, porém, uma série de eventos biomecânicos

na qual a coluna vertebral concilia duas ações contraditórias entre si, à rigidez e a

flexibilidade (15).

Os movimentos fisiológicos das articulações posturais consistem em uma zona

neutra que se caracteriza por uma alta flexibilidade e uma zona elástica que se caracteriza por

rigidez no final da amplitude. Quando a zona neutra aumenta em relação à amplitude de

movimento total das articulações e as partes responsáveis pela restrição desse excesso de

mobilidade (principalmente neuromusculares) são incapazes de restringir confirma-se que há

instabilidade clínica da coluna vertebral (18).

Para análise clínica de uma postura normal é necessário que esta possua a

curvatura lombar entre as articulações toracolombar e lombossacra uma concavidade posterior

invariável de cima para baixo. Igualmente a todos os seguimentos vertebrais, o estado

equilibrado é correspondente por um tripé que consiste em corpo vertebral e disco

intervertebral a frente e duas articulações apofisárias atrás. Na coluna cervical inferior todos

os componentes suportam peso igual, já no segmento lombar ocorre diferente, este último

suporta aproximadamente 85% do peso anteriormente e 15% posteriormente (18).

2.2 ALTERAÇÕES POSTURAIS

Desde o período fetal estamos sujeitos a alterações que possam interferir na

postura normal e nos trazer prejuízos à saúde. As atribulações da vida pessoal e profissional

podem influenciar diretamente na postura normal alterando-a. Pode-se dizer que quase todas

Page 22: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

22 as pessoas têm ampla probabilidade de sofrer dores na coluna vertebral, devido ao uso de

alguma postura inadequada e permanente, independente da ocupação que esta possui.

A qualquer movimento inadequado e com forças estabilizadoras inapropriadas

pode resultar em uma lesão proveniente das articulações distais, ocasionando dor e

incapacidade (3).

De acordo com Dickson∗ em 1983 considera-se a postura anormal como o fator

etiológico principal de condições dolorosas e incapacitantes (19).

Devido à globalidade do organismo humano a menor anomalia das estruturas de

suporte gera um desequilíbrio postural. Uma tensão inicial nas cadeias musculares

desencadeia uma sucessão de tensões associadas. A cada músculo que se encurta, ocorre a

aproximação de suas extremidades e desloca os ossos sobre os quais ele se insere, as

articulações se bloqueiam e o corpo se deforma. Então todos os outros músculos que se

inserem sobre esse osso, serão alterados pelo deslocamento que se propagará sobre outros

ossos e músculos, e assim ininterruptamente (20).

Existem tipos mais freqüentes de alterações posturais. Em planos sagitais ficam

visíveis a hiperlordose cervical, que ocorre quando a lordose cervical ultrapassa os limites

normais e forma uma convexidade anterior aumentada, a hipercifose quando a coluna torácica

forma uma convexidade posterior aumentada e a hiperlordose quando a lordose lombar forma

uma convexidade anterior e concavidade posterior aumentada. Em plano frontal tanto em

vista anterior quanto posterior em casos normais deve-se observar a coluna retilínea, quando

esta sai do padrão retilíneo e forma curvaturas é considerada uma alteração da postura

chamada escoliose (11).

Nos casos de hipercifose o aumento da curvatura cifótica desencadeia algumas

alterações anatômicas como dorso curvo, gibosidade posterior, diminuição do espaço

vertebral, podendo ocorrer até um déficit respiratório pela redução da capacidade de

sustentação da coluna vertebral e também pela diminuição da expansibilidade torácica. A

cintura escapular é projetada anteriormente com deslocamento das escápulas para baixo e para

frente. Ocorre hipertonia da musculatura peitoral e hipotonia da dorsal, a cabeça também é

projetada para frente da linha de gravidade ocasionando a hiperlordose cervical (16).

Nas hiperlordoses ocorre o aumento da curva na região cervical ou na região

lombar. Na hiperlordose lombar ocorre anteversão de pelve associada então a um

desequilíbrio dos músculos abdominais e glúteos que enfraquecidos tornam a musculatura

∗ Dickson RA. Scoliosis in the community (1983) apud (19)

Page 23: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

23 lombar encurtada. Nesses casos o tripé, representado pelo corpo vertebral e disco

intervertebral à frente e em duas articulações apofisárias atrás, se desvia posteriormente em

direção às facetas (16).

Com o passar do tempo a coluna hiperlordótica pode acelerar as alterações

degenerativas nas articulações facetárias posteriores (18).

Podemos encontrar algumas alterações anatômicas em uma coluna escoliótica

sendo estas: rotação cervical, saliências das costelas, diminuição do espaço intervertebral e

gibosidades. A escoliose pode ser encontrada na região cervical, torácica, toracolombar,

lombar ou em toda extensão da coluna formando um grande “c” (16).

A escoliose é classificada em não estrutural e estrutural, sendo que a não

estrutural caracteriza-se por uma deformidade onde não ocorrem alterações estruturadas dos

seus elementos como a vértebra os ligamentos e os discos intervertebrais. Geralmente não

progride e a coluna se mantém com uma flexibilidade normal por longos períodos. Ela pode

ser considerada secundaria a uma doença de base como encurtamento do membro inferior,

irritação da raiz nervosa, doenças inflamatórias ou infecções e tumores. Normalmente regride

com o tratamento de base (16).

Já a escoliose estrutural é caracterizada por uma deformidade da coluna vertebral

em que ocorrem alterações estruturadas dos seus elementos. Três fatores colaboram para que

esta ocorra. Primeiro uma deformidade rotatória complexado do corpo vertebral com

alteração de sua forma no plano axial. Segundo um encunhamento dos corpos e discos

intervertebrais, e terceiro o retraimento de tecidos moles do lado côncavo da curva.

Normalmente é uma escoliose progressiva (16).

Outro desequilíbrio encontrado na coluna vertebral é o de retificação das curvas

fisiológicas, caracterizado pela diminuição das angulações das lordoses lombar e cervical e

das cifoses dorsal e sacral. Nesse desequilíbrio as curvaturas responsáveis pela dissipação das

forças provenientes da ação da gravidade são diminuídas e assim ocorrera em determinadas

regiões da coluna maior sobrecarga ocasionando dores, perda de mobilidade e um

desequilíbrio postural global como forma de compensação (16).

Quando existe retificação lombar o tripé vertebral desvia em direção ao complexo

corpo e disco vertebral (18).

Quando o alinhamento postural é precário e persiste até a vida adulta, ocorre

geralmente uma deficiência da mobilidade, e a coluna retificada fica restrita em extensão, já a

coluna hiperlordótica fica limitada em flexão (18).

Page 24: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

24

Toda a alteração postural tem sua lordose compensadora para dessa forma poder

manter a sustentação do corpo mesmo que de forma descompensada (16).

Outros tipos de alterações relacionado a postura são aqueles associados aos

joelhos e pés.

No joelho as estruturas ósseas podem deformar-se na presença de desequilíbrios

musculares. No plano coronário o joelho pode encontrar-se angulado medialmente sendo

denominado joelho valgo. Já no joelho varo esta angulação ocorre lateralmente. O joelho pode

apresentar-se ainda com uma angulação posterior e anterior sendo respectivamente

denominados joelhos recurvado e em flexo (2).

O joelho varo consiste em uma angulação externa da articulação do joelho, com o

eixo do fêmur e da tíbia desviando-se medialmente podendo levar à alterações dos arcos

plantares, resultando assim no pé supinado e o tendão calcâneo varo. No entanto no joelho

valgo ocorre o oposto em relação aos eixos, desequilibrando o arco plantar levando ao pé

pronado e plano (2).

Quanto ao joelho flexo este se caracteriza pela limitação da extensão completa de

joelho. E no joelho recurvado ocorre a hiperextensão da articulação do joelho. (2).

O pé plano ou chato é o resultado da diminuição do arco plantar e está sempre

associado a um talus valgus. Quando o arco plantar está aumentado é chamado pé cavo sendo

que este não tem sua origem definida podendo ser causado por doença paralítica,

desequilíbrios posturais e musculares no período de crescimento, de doenças neurológicas ou

deformidades da coluna, mas não se sabe como isso ocorre (2).

Quando há queda lateral do arco transversal o tendão calcâneo torna-se varo

gerando o pé supinado ou varo. No pé pronado ou valgo ocorre a queda medial do arco

transversal e o tendão calcâneo torna-se valgo (2).

Existe ainda o denominado pé convergente que é aquele onde apresenta a rotação

medial do tornozelo e o hálux aproxima-se da linha medial e o pé abduto que é aquele que

apresenta a rotação lateral do tornozelo e o hálux aproxima-se da linha lateral (2).

2.2.1 Etiologia das alterações posturais

Dependendo da região em que a coluna vertebral está alterada a causa pode ser

associada a um tipo de má postura específica.

Page 25: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

25

Na região lombar freqüentemente ocorrem alterações devido a quedas e

sobrecargas repetidas durante movimentos de levantamento e torção. Na cervical as lesões se

dão por traumas em flexo-extensão. Na região cervical posterior, escapular e torácica superior

as tensões ocorrem por sobrecargas posturais por sentar-se prolongadamente diante do

computador, carteiras entre outras (21).

Está comprovado que as dores da coluna, devido a alguma alteração postural, são

mais freqüentes entre vinte e cinco e quarenta e cinco anos de idade, em ambos os sexos,

atingindo assim o ser humano no período de maior produtividade. Ou seja, atinge as pessoas

no período de maior atividade no trabalho, possivelmente devido às exigências de alta

produtividade que surgiram com o crescimento da indústria nos últimos tempos (12).

Outra causa pode ser qualquer uma que interfira diretamente no funcionamento

dos chamados captores ou entradas corporais constituídos principalmente dos pés, olhos,

sistema vestibular aparelho mastigador ou manducatório, pele, músculos e articulações. Pois

se tiver alguma alteração ao captarem informações, não há como obter uma resposta

equilibrada em termos de postura (2)

Quanto a escoliose esta caracteriza-se por um desvio assimétrico, lateral da coluna

vertebral e possui varias classificações, tais como:

a) Idiopática (causa desconhecida): infantil, juvenil e adolescente;

b) Congênita: falha na formação dos ossos e na segmentação;

c) Neuromuscular: devido à poliomielite, paralisia cerebral, distrofia muscular e outros;

d) Traumas: farturas, cirurgias e queimaduras;

e) Fenômenos irritantes: tumores medulares, hérnia de disco;

f) Posturais: má postura “falsa escoliose” (22).

Contudo cada indivíduo apresenta características particulares de postura que

podem ser influenciada por diversas causas como anomalias congênitas e/ou adquiridas, má

postura, obesidade, alimentação inadequada, atividades físicas sem orientação e/ou

inadequadas, distúrbios respiratórios, desequilíbrios musculares, frouxidão ligamentar e

doenças psicossomáticas (22).

2.2.2 Aspectos anatômicos e biomecânicos das alterações posturais

Page 26: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

26

As alterações posturais sempre geram alterações na anatomia e biomecânica

corporal.

Para o funcionamento normal das articulações vertebrais posteriores é necessário

o cumprimento de parâmetros rigorosos tais como ângulo sacral de trinta e dois graus, disco

intervertebral da terceira e quarta vértebra lombar absolutamente horizontal, tensões

musculares equilibradas, curvas harmoniosas. Então considera-se uma alteração postural

quando as curvaturas da coluna saem dos limites de angulações normais (2).

Quando uma curvatura da coluna está anormal, esta desenvolve uma região

encurtada e outra alongada demasiadamente, o que gera tensões, dores, e inatividade em

alguns casos (15).

Nossa musculatura é constituída de músculos dinâmicos (fásicos) e de músculos

estáticos (tônicos). As cadeias musculares podem ser definidas pelo empilhamento estático e a

coordenação motora, tornando necessária a presença de músculos pluriarticulares, se

sobrepondo uns aos outros. Nos casos de escoliose, por exemplo, independente da causa, seu

caráter compensatório, distribuídos em níveis deve-se sempre a uma retração assimétrica dos

músculos espinhais (23).

Sempre que há alguma alteração postural os músculos tônicos são afetados, pois

eles são os que garantem o equilíbrio corporal estático. No caso de desequilíbrio tônico

postural, as forças anormais provocadas pela assimetria das cadeias musculares serão

geradoras de diferentes patologias tanto articulares quanto ligamentares ou musculares (2)

A postura normal estática é garantida por músculos tônicos, tais como o músculo

Reto do Abdome que tem por ação a flexão de coluna torácica, se insere proximalmente na

face lateral das cartilagens costais, da quinta a sétima e processo xifóide e distalmente na

crista do púbis, músculo Oblíquo Externo do Abdome que tem sua inserção proximal na face

lateral das sete últimas costelas e inserção distal na linha alba, crista ilíaca, ligamento inguinal

e púbis, agindo na flexão bilateral da coluna. Com a pelve fixa promove a rotação do tronco e

estando o tronco fixo executa a rotação da pelve. Unilateralmente inclina a pelve do mesmo

lado, flexiona lateralmente a coluna para o mesmo lado e estando o ponto fixo nas costelas

promove retroversão da pelve (11).

O Músculo Oblíquo Interno do Abdome inserindo-se proximalmente na fáscia

toracolombar e margem superior da crista ilíaca e distalmente na margem inferior das três

ultimas costelas, linha alba e púbis age fletindo bilateralmente a coluna, unilateral promove

uma flexão lateral da coluna para o mesmo lado e com a pelve fixa faz rotação do tronco para

o mesmo lado e com o tronco fixo executa a rotação da pelve para o lado oposto. O Músculo

Page 27: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

27 Trapézio Superior insere-se proximalmente na protuberância occipital externa, terço medial

da linha nucal superior do osso occipital, parte superior do ligamento nucal e processo

espinhoso da sétima vértebra cervical e distalmente na borda superior do terço lateral da

clavícula e processo acromial da escápula e age elevando a escápula, aduzindo-a, rotando a

cabeça para o lado oposto (unilateral) e rotando superior da escápula para o mesmo lado

(unilateral) (11, 24).

Com inserção proximal na parte inferior do ligamento nucal, processos espinhosos

da sétima vértebra cervical e vértebras torácicas superiores e inserção distal na margem

medial do processo acromial da escápula e lábio superior da borda posterior da espinha da

escápula o Músculo Trapézio Médio age na adução (retração) escapular. O Trapézio Inferior

insere-se proximalmente no processo espinhoso da sétima a décima segunda vértebra torácica

e ligamento supra-espinhal correspondente e distalmente está localizada na extremidade

medial da espinha da escápula e tem como ação depressão escapular, adução escapular e

rotação superior da cabeça (24).

Agindo na extensão e hiperextensão da coluna vertebral, unilateralmente e

fazendo a flexão lateral da coluna vertebral e a contração unilateral assim executando a

rotação da coluna para o mesmo lado o músculo Eretor da Espinha se insere proximalmente

na crista ilíaca, face posterior do sacro, processos espinhosos sacrais e lombares inferiores e

distalmente nas costelas inferiores (11).

Os músculos Iliocostal Cervical, com sua inserção proximal da terceira a sexta

costela e inserção distal nos processos transversos da quarta a sexta vértebras cervicais,

músculo Iliocostal Torácico com inserção proximal nos ângulos das seis costelas inferiores e

inserção distal no processo transverso da sétima vértebra cervical e ângulos das seis ou sete

costelas inferiores e músculo Iliocostal Lombar com inserção proximal na crista sacral,

processos espinhosos da décima primeira vértebra torácica a décima segunda e vértebras

lombares, cristas ilíacas e ligamento supra-espinhoso e inserção distal nos ângulos das seis ou

sete costelas inferiores, agem estendendo a coluna vertebral, fletindo lateralmente a coluna

vertebral para o mesmo lado e fazendo rotação para o mesmo lado (24).

Inserindo-se proximalmente no ligamento nucal e processos espinhosos da sétima

vértebra cervical e das três primeiras vértebras torácicas e distalmente na face externa e

margem superior da segunda à quinta costela, o músculo Serrátil Posterior-Superior tem como

ação elevar as quatro primeiras costelas atuando assim na inspiração. O Serrátil Posterior-

Inferior insere-se proximalmente nos processos espinhosos das duas últimas vértebras

Page 28: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

28 torácicas e das duas ou três vértebras lombares e distalmente na face externa das quatro

últimas costelas e age tracionando e abaixando as costelas, auxiliando na expiração (11).

O músculo Glúteo Máximo tem sua inserção proximal na linha glútea posterior,

parte posterior da crista ilíaca, face posterior do sacro e do cóccix e inserção distal na

tuberosidade glútea no fêmur e tracto iliotibial e age estendendo e rodando lateralmente o

quadril, os feixes superiores abduzem o quadril e os inferiores aduzem o quadril,

retrovertendendo e equilíbrando a pelve nos planos sagital e frontal além de estabilizar o

joelho em extensão. O Glúteo Médio tem sua inserção proximal na face externa do ílio, entre

as linhas glúteas anteriores e posteriores e inserção distal no trocânter maior do fêmur, e como

ação abduz roda medial e lateral o quadril, inclina a pelve para o lado oposto, equilibra a

pelve no plano frontal e auxilia na flexão e extensão do quadril. Com sua inserção proximal

na face externa do ílio entre as linhas glúteas posteriores e anteriores e inserção distal na face

anterior do trocânter maior o Glúteo Mínimo tem como ação abdução e rotação medial do

quadril, auxilia na flexão da coxa e inclinação da pelve para o lado oposto (11).

Inserindo-se proximalmente a cabeça longa na tuberosidade isquiática e a cabeça

curta na linha áspera do fêmur e as duas porções fundindo-se distalmente e indo até a face

lateral da cabeça da fíbula o músculo Bíceps Femoral age com a cabeça longa estendendo e

rodando lateralmente o quadril, com o membro inferior fixo promove a retroversão da pelve e

as duas cabeças flexionam e rodam o joelho (11).

O Músculo Semitendíneo insere-se proximalmente na tuberosidade isquiática e

distalmente na superfície medial da parte superior da tíbia e atua estendendo, rodando medial

(auxilia), aduzindo (auxilia) e hiperextendendo o quadril, fletindo joelho e rodando medial. O

Semimembranáceo tem sua inserção proximal na tuberosidade isquiática e distal na parte

posterior do côndilo medial da tíbia. Como ação a extensão do quadril, auxilia na rotação

medial do quadril, flete e roda medial o joelho e retroverte a pelve quando o membro inferior

está fixo (11).

O músculo Psoas tem como inserção proximal a parede posterior da cavidade

abdominal, no nível dos corpos vertebrais, discos intervertebrais e processos transversos da

décima segunda vértebra torácica até a quinta vértebra lomba e inserção distal no trocânter

menor do fêmur. Tem como ação flexão, rotação lateral e adução do quadril, flexão de tronco,

flexão lateral de tronco e rotação lateral para o mesmo lado e ântero-versão da pelve (11).

Tendo como ação flexão, rotação lateral e adução do quadril, flexão de tronco,

flexão lateral de tronco e rotação lateral para o mesmo lado e ântero-versão da pelve o

Page 29: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

29 músculo Ilíaco tem sua inserção proximal na fossa ilíaca e nas espinhas ilíacas anteriores e

inserção distal no trocânter menor do fêmur (11).

Agindo na planteflexão de tornozelo, em cadeia fechada tracionando o pé

posteriormente e fazendo extensão de joelho quando o pé é fixado o músculo Sóleo insere-se

proximalmente no terço proximal posterior fíbula e terço médio da tíbia e distalmente

conjuga-se com o tendão do gastrocnêmico para formar o tendão de Aquiles inserindo-se no

calcâneo posterior (24).

E, para flexionar as quatro últimas metatarsofalângicas e interfalângicas e atuar na

flexão plantar, sustentando o arco longitudinal do pé e participando na adução talocalcânea o

músculo flexor longo dos dedos tem sua inserção proximal na parte posterior da tíbia e distal

nas falanges ditais dos dedos (11).

2.2.3 Tratamentos em fisioterapia

A fisioterapia no campo ortopédico tentou sempre corrigir as anormalidades nas

curvaturas com exercícios posturais de correção. Tais utilizados até os dias de hoje.

De maneira a corrigir os desequilíbrios estáticos a ginástica corretiva é o método

mais tradicional da fisioterapia, hoje chamada também correção postural ou reeducação

estática. Simplificando, para corrigir uma deformidade é preciso abrir as concavidades para

alongar os tecidos encurtados. Considera-se sempre, que como os desequilíbrios posturais se

instalam lentamente a correção será feita da mesma forma (12).

A Reeducação Postural Global (RPG) é um dos métodos que envolvem exercícios

com característica de contração muscular isométrica. O método RPG foi descrito

originalmente por Philippe Emmanuel Souchard, em 1987, com base na teoria das cadeias

musculares, que são formadas pela organização dos músculos estáticos, a qual ocorre por

sobreposições e junções musculares, por meio de aponeuroses. Desta forma, uma tensão de

um grupo muscular é transmitida a todo o conjunto de cadeias (25).

Conforme descrito por Muscolino e Cipriani ∗ em 2004 o método Pilates, é

utilizado para tratamento em alteração postural, melhora de qualidade de vida e flexibilidade,

foi originalmente desenvolvido por Joseph Pilates durante a Primeira Guerra Mundial e

∗ Muscolino JE, Cipriani S. Pilates and the "powerhouse". J Bodyw Mov Ther (2004) apud (26).

Page 30: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

30 levado para os EUA em 19231. O conceito inicial misturava elementos de ginástica, artes

marciais, yoga e dança, focando o relacionamento entre corpo e disciplina menta (26).

A prática do Pilates tem como objetivo a melhora da flexibilidade global do corpo

e busca a saúde através do fortalecimento do "centro de força", melhora da postura e

coordenação da respiração com os movimentos realizados. Essa técnica visa o movimento

consciente sem levar à fadiga e dor, baseando-se em seis princípios que são a respiração, o

controle, a concentração, a organização articular, o fluxo de movimento e a precisão. É um

procedimento que trabalha com exercícios musculares de baixo impacto de contração,

fortalecendo intensamente a musculatura abdominal (27).

No Pilates o trabalho é caracterizado pelo uso de aparelhos em que a sobrecarga

externa imposta à estrutura musculoesquelética é obtida pelo auxílio de molas, podendo ser

direcionado tanto para o condicionamento físico como para programas de reabilitação (27).

2.2.4 Qualidade de vida

A qualidade de vida se torna um prisma ao considerarmos que subjetivamente ela

pode ser relacionada de várias formas.

Pode ser vista como satisfação e bem-estar por alguns indivíduos, outros

consideram a saúde, aspecto biológico, e outros ainda a relacionam com o aspecto econômico,

ou seja, com a falta ou não de dinheiro.

Apesar de haver um consenso sobre a importância de avaliar qualidade de vida,

seu conceito ainda é comumente debatido.

A organização Mundial da saúde propõe a definição a qual melhor abrange tal

tema. O grupo World Health Organization Quality of Life (WHOQOL) definiu qualidade de

vida como a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto de sua cultura e no

sistema de valores em que vive em relação a suas expectativas, seus padrões e suas

preocupações (28).

Trata-se de uma abordagem centrada na percepção do indivíduo sobre seu

funcionamento em diversas áreas da vida, como, por exemplo, aspectos físicos, ocupacionais,

psicológicos e sociais. A qualidade de vida pode mudar ao longo do tempo, de forma global

ou em algumas áreas da vida do sujeito (28).

Page 31: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

31

De acordo com Lima∗, no Brasil, a qualidade de vida tem sido pesquisada,

especialmente, em condições crônicas de saúde-doença e como adjuvante na análise de

intervenções terapêuticas (29).

Na área médica e na saúde pública as avaliações de qualidade de vida são cada

vez mais utilizadas para ajudar a determinar se os tratamentos estão sendo mais benéficos do

que maléficos (29).

O Short Form-36 (SF-36) é um instrumento de medida de qualidade de vida

desenvolvido no final dos anos 80 nos EUA que será aplicado na presente pesquisa. Foi

aplicado em diversas situações com boa sensibilidade, eliminando-se o problema de

distribuição excessiva das pontas de escala como excelente e muito ruim. Este instrumento foi

traduzido e validado no Brasil para avaliar a qualidade de vida em pacientes com artrite

reumatóide e mostrou-se adequado às condições socioeconômicas e culturais da população

brasileira (30).

2.2.5 Flexibilidade

Para um bom potencial de todas as nossas atividades diárias é necessário que haja

um mínimo de flexibilidade corporal.

Derivada do latim flectere ou flexibilis, a palavra flexibilidade significa "curvar-

se" e pode ser definida como o componente da aptidão física, caracterizado pela capacidade

de movimentar uma articulação ou grupo de articulações. Tal componente relaciona-se à

capacidade de alcançar a máxima amplitude de movimento (ADM) articular possível, sem o

comprometimento da integridade músculo-tendíneo e articular (11).

Farinatti∗ afirma que ao contrário do que ocorre com a musculatura, a capacidade

de alongamento de tendões, ligamentos e cápsulas é muito limitada, devido a sua função de

estabilização articular (27).

∗ Lima AFBS. Qualidade de vida em pacientes do sexo masculino dependentes de álcool (2001) apud (29).

∗ Farinatti PDTV. Fisiologia e avaliação funcional (2001) apud (27).

Page 32: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

32

A flexibilidade é uma capacidade individual, pois depende de fatores como:

herança genética, sexo, idade, volume muscular e adiposo, além de fatores externos como

treinamento, temperatura ambiente, etc. (31).

Essa capacidade vai se perdendo com a idade, principalmente durante a

adolescência e, acentuadamente, no sexo masculino. Acredita-se que até os 17 anos a

flexibilidade possa ser recuperada e inclusive, incrementada por programas de treinamento

adequados. Após essa idade, tanto para homens quanto para mulheres, essa capacidade tende

a reduzir-se progressivamente (31).

Conforme descrito pela American College of Sports Medicine∗ e por Alter∗ o

declínio dos níveis de flexibilidade vai gradativamente dificultando a realização de diferentes

tarefas cotidianas, levando, muitas vezes, à perda precoce da autonomia. Assim torna-se

importante uma manutenção dos níveis normais de flexibilidade (32).

2.3 YOGA

A Yoga tem origem na Índia, é uma ciência muito antiga que tem por objetivo a

busca da integridade, do bem holístico, beneficiando tanto a mente quanto o corpo. Traduzida

sua raiz sânscrita, Yoga quer dizer união, integração, comunhão. Uma prática milenar que

nunca perdeu sua força e credibilidade no oriente e vem sendo descoberta cada vez mais no

ocidente pelos seus diversos benefícios (4).

Diversas literaturas tentam definir a Yoga, porém acabam sempre não

conseguindo transmitir de forma clara a sua verdadeira essência.

Kupfer explica que a Yoga deve ser sentida, e acaba sempre sendo mais do que

palavras podem dizer, pois não inclui a crença em nenhum poder sobrenatural, nem exige fé

religiosa. Simplesmente expõe um caminho de auto-análise que pode ser praticado,

conduzindo o homem a compreensão de si mesmo (33).

A prática das posturas propostas pela Yoga funciona para todos os casos, não

apenas para pessoas sadias ou doentes, para extrovertidos ou deprimidos, e sim para seres

humanos (33). ∗ Exercise and physical activity for older adults (1998) apud (32). ∗ Alter MJ. Ciência da flexibilidade (1999) apud (32).

Page 33: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

33

A maioria das modalidades de Yoga vem da linha do Hatha Yoga, e utilizam na

prática os exercícios de respiração que equilibram a bioenergia ou energia prânica ou

orgânica, além de exercitar a capacidade funcional respiratória funcional, denominado de

pranayamas,o posturas físicas de alongamento, equilíbrio e força isométrica submáxima,

denominada de ásanas, o relaxamento psicofísico chamado Yoganidra e a meditação (dhyana)

(34).

Podemos mencionar que cada postura física (ásana) realizado pelo Yoga produz

vários efeitos orgânicos, físicos, emocionais e energéticos em seu praticante, proporcionando

uma flexibilidade incontestável, promovendo a homeostase endócrina através da ativação do

sistema endócrino glandular e produzindo uma equilíbrio físico qualitativo (34).

Existem diversas linhas de Yoga, entre elas está a Hatha Yoga, a qual esta

pesquisa dará enfoque.

O termo Hatha é composto pelas sílabas sânscritas Há e Tha que significam

respectivamente Sol e Lua, simbolizando equilíbrio entre dois pólos. A enfermidade sobrevém

quando um dos pólos predomina, ou seja, quando reina o desequilíbrio orgânico. Portanto

essa linha se define como uma constante busca do equilíbrio e harmonia corporal (4).

Consiste na educação psicossomática do praticante tendo por fim o

aperfeiçoamento do corpo e da mente e a utilização das imensas potencialidades que dormem

no homem e que ele desconhece. Expondo de forma fisiológica a saúde de cada pessoa

depende de um equilíbrio entre o impulso nervoso ortosimpático, que é estimulante (Há) e o

vaso simpático frenador (Tha); entre o anabolismo e o catabolismo; entre a excitação e a

depressão nervosa; entre a acidez e alcalinidade; entre a hiperfunção e a hipofunção das

glândulas; entre a alta e a baixa temperatura; entre a hipertensão e a hipotensão. Atingindo o

sistema nervoso e o sistema endócrino, vitalizando as vísceras e estimulando os tecidos a

Hatha Yoga é um método de medicina natural, de rejuvenescimento e de repouso

proporcionando saúde integral e resistência ao corpo (4).

Dentre os vários efeitos fisiológicos destas técnicas, destacam-se: estado

hipometabólico em vigília (caracterizado por reduções do consumo de O2 e da produção de

CO2, por aumento das ondas alfa e da resistência da pele), redução da pressão arterial,

aumento da flexibilidade muscular, da resistência aeróbia e melhora do controle do equilíbrio,

alterações nos níveis de hormônios e neurotransmissores. Vários destes parâmetros são

compatíveis com a redução da atividade simpática e aumento da parassimpática. Há também

benefícios gerais nos níveis de condicionamento físico (35).

Page 34: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

34 2.3.1 Os ásanas

A prática da Yoga se dá por uma ginástica estática que busca estabilidade e

equilíbrio. Para isso faz uso dos chamados ásanas, ou traduzindo, posturas.

É preciso compreender que os ásanas não são simples exercícios, são modelos

sistemáticos, constantes de postura. Os quais não podem ser feitos convulsivamente até em

alguns ásanas dinâmicos o movimento tem de ser lento e uniforme. Portanto pode-se dizer

que é utilizado a contração isométrica nos ásanas, já que esta ocorre quando há uma

contração estática de um músculo. Não havendo movimento no músculo em decorrência da

contração, porque as duas extremidades do músculo estão fixas (24). Existem oitenta e

quatro centenas de milhares de ásanas descritos por Shiva, o número de posturas é maior do

que o número de seres vivos nesse universo (11).

Os ásanas que serão utilizados para esse estudo serão os seguintes:

a) Tada-asana: Em pé, com o corpo ereto. Unir os joelhos, calcanhares e pés juntos.

Esticar os braços para baixo, com as palmas das mãos viradas para as coxas. Esticar os

joelhos e cotovelos e estufar o peito. Levar os ombros para trás (figura 1) (36).

Figura 1: Tada-asana

b) Utthita Trikona-asana: Ficar em Tada-asana. Abrir as pernas cerca de 60 a 90 cm, e

os braços nas laterais. Permanecer em uma posição ereta, pés voltados para frente e palma das

mãos viradas para baixo. Girar o pé direito cerca de 90° e gire levemente o pé esquerdo.

Page 35: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

35 Dobrar o corpo lateralmente para direita. Colocar a palma da mão direita sobre o tornozelo

direito ou no chão. Alongar o braço esquerdo para cima e olhar para a ponta dos dedos. Após

o tempo de permanência, levantar o tronco e fazer para o lado esquerdo (figura 2) (36).

Figura 2: Utthita Trikona-asana

c) Virabhadra-asana I: Ficar em Tada-asana. Abrir as pernas cerca de 90 cm a 1,20m e

abrir os braços nas laterais. Permanecer em uma posição ereta, pés voltados para frente e

palma das mãos para baixo. Virar as palmas das mãos para cima e juntas, levantar os braços,

manter os cotovelos alongados. Girar o pé direito para fora em um ângulo de 90° e o pé

esquerdo em 45°. Torcer os quadris e virar o tronco para a direita. Flexionar joelho direito até

formar um ângulo reto. Conservar a perna esquerda alongada e firme. Olhar para as pontas

dos dedos. Após o tempo de permanência elevar o tronco. Fazer a postura para o lado

esquerdo, permanecer e depois voltar a posição 3 para depois voltar ao Tada-asana (figura 3)

(36).

Page 36: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

36

Figura 3: Virabhadra-asana I

d) Virabhadra-asana II: Ficar em Tada-asana. Abrir as pernas cerca de 90 cm a 1,20m e

abrir os braços nas laterais. Permanecer em uma posição ereta, pés para frente e palma das

mãos voltadas para baixo. Girar o pé direito para fora em um ângulo de 90° e mover

levemente o pé esquerdo na mesma direção. Flexionar o joelho direito até formar um ângulo

reto. Conservar a perna esquerda alongada e firme. Olhar para as pontas dos dedos do lado em

que a perna está flexionada. Após o tempo de permanência Elevar o tronco. Em seguida girar

o pé esquerdo para fora e o direito para dentro. Fazer a postura para o outro lado, permanecer

e depois voltar ao Tada-asana (figura 4) (36).

Figura 4: Virabhadra-asana II

e) Ardha Chandra-asana: Ficar em Tada-asana. Abrir as pernas cerca de 60 cm a 90 cm

e abra os braços nas laterais. Permaneça em posição ereta, pés voltados para frente e palmas

das mãos para baixo. Virar o pé direito para fora em um ângulo de 90° e o pé esquerdo

Page 37: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

37 levemente para dentro. Executar a postura Utthita Trikona-asana para o lado direito.

Flexionar o joelho direito. Colocar as pontas dos dedos da mão direita na frente do pé direito.

Levantar a perna esquerda do chão. Alongar a perna direita e equilibrar-se. Olhar para cima na

direção da ponta dos dedos. Após o tempo de permanência estipulado, voltar para Utthita

Trikona-asana. Levantar o tronco, girar o pé esquerdo para fora e o direito para dentro.

Executar a postura Ardha Chandra-asana para o lado esquerdo. Após a permanência do lado

esquerdo, voltar para Uthita Trikona-asana. Levantar o tronco, em seguida voltar para o

Tada-asana (figura 5) (36).

Figura 5: Ardha Chandra-asana

f) Prasarita Pada-uttana-asana: Ficar em Tada-asana. Abrir as pernas cerca de 90 cm a

1,20m. Permanecer com o corpo alinhado e pés apontados para frente. Colocar as palmas das

mãos no chão, dedos abertos, olhando para frente. Inclinar-se e colocar o topo da cabeça no

chão, permanecer o tempo estipulado. Em seguida levantar a cabeça e voltar a posição Tada-

asana (figura 6) (36).

Figura 6: Prasarita Pada-uttana-asana

Page 38: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

38

g) Uttana-asana: Ficar em Tada-asana. Curvar-se para frente, tocar os dedos dos pés.

Curvar-se mais. Segurar os tornozelos ou colocar as mãos ao lado dos pés. Encostar a cabeça

nos joelhos e permanecer (figura 7) (36).

Figura 7: Uttana-asana

h) Chatur-anga-Danda-asana: Deitar-se de bruços no chão. Colocar as mãos ao lado do

peito, com os dedos apontados para frente. Levantar um pouco o corpo do chão e permanecer

paralelo ao solo (figura 8) (36).

Figura 8: Chatur-anga-Danda-asana

i) Adho Mukha Shvasana-asana: Posicionar em Uttana-asana. Apoiar as palmas das

mãos no chão. Dar um grande passo para trás. Conservar os pés separados cerca de 25 cm.

Deixar os dedos dos pés e das mãos bem abertos, apontando para a frente. Formar um V

invertido, alongar braços e pernas. Levar a cabeça em direção ao chão e permanecer (figura 9)

(36).

Page 39: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

39

Figura 9: Adho Mukha Shvasana-asana

j) Shirsha-asana: Ajoelhar-se no chão, pousar os braços sobre o chão. Entrelaçar

firmemente os dedos, formando uma concha com as palmas das mãos. Colocar o topo da

cabeça no chão, apoiar a nuca entre as mãos. Tirar os joelhos do chão, dar três passos em

direção à cabeça. Tirar os pés do chão. Mover-se para cima com os joelhos flexionados.

Alongar as pernas. Manter a posição invertida, com o corpo perpendicular ao solo. Juntar as

pernas e conservá-las enrijecidas, com os dedos dos pés apontados para o teto. Permanecer.

Voltar para o solo, apoiando os dedos dos pés no chão. Permanecer com a cabeça abaixada de

10 a 15 segundos (figura 10) (36).

Figura 10: Shirsha-asana

k) Sarvanga-asana: Deitar-se de costas no chão. Flexionar os joelhos e trazer para junto

do peito. Levantar os quadris e tirar as pernas do chão. Apoiar as costas com as palmas das

mãos. Alongar as pernas ficando perpendicular ao chão. Deixar somente a nuca, o pescoço, os

ombros e a parte superior dos braços tocarem o chão. Unir e alongar as pernas, com os dedos

Page 40: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

40 dos pés apontados para cima. Permanecer. Para desfazer a postura flexionar os joelhos e

baixar a coluna suavemente (figura 11) (36).

Figura 11: Sarvanga-asana

l) Paschimotanásana ou pose de pinça: O aluno encontra-se deitado sobre as costas,

olhos fechados, as pernas juntas e esticadas com as palmas das mãos no chão, ao lado das

coxas e pulmões vazios. Realiza-se então uma inspiração profunda, ao mesmo tempo,

lentamente erga o tronco até a posição sentada. Desse ponto em diante, sem que ocorra

qualquer parada, inicia-se a expiração e simultaneamente incline o tronco para frente até que

possa segurar com as mãos os pés ou os dedos e encoste a fronte nos joelhos, os quais durante

todo o movimento não se flexionam. Essa posição deve ser sustentada durante o tempo

estipulado, após isso o praticante deve começar a erguer-se, ao mesmo tempo em que inspira,

até voltar à posição inicial (figura 12) (4).

Figura 12: Paschimotanásana ou pose de pinça

p) Padamasthásana ou pose da cegonha: Essa posição é semelhante à descrita anterior,

porém nesta a postura é praticada na posição de pé. Em pé, com os olhos fechados, inspirar

Page 41: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

41 profundamente, levantado os braços. Em seguida, expirando lentamente, inclinar o corpo para

frente até que as mãos toquem os pés, e a cabeça, os joelhos. Procurar segurar o hálux de cada

pé com o indicador da mão correspondente ou, se não conseguir, segurar os tornozelos.

Permanecer assim até começar a sentir desconforto, voltando ao ásana no mesmo tempo que

inspirar (figura 13) (4).

Figura 13: Padamasthásana ou pose da cegonha

q) Ardha-Bhujangásana ou meia pose da cobra: O aluno deve ajoelhar-se sobre o joelho

esquerdo, tendo o pé direito aproximadamente meio metro à frente, de maneira que tanto a

coxa esquerda como a perna direita, estejam na vertical. O tronco ereto, a cabeça e a coluna

vertebral alinhadas. Deve-se realizar uma inspiração lenta e completa e, ao começar a expirar,

flexionar a perna direita o máximo que puder, de forma que o tronco, abaixando-se, mas

mantendo a perfeita verticalidade, leve as pontas dos dedos da mão até tocarem o solo. Os

braços devem ficar pendentes ao lado do tronco. Manter-se nessa posição, a respiração presa,

de três a sete segundos. Retornar à posição inicial, simultaneamente inspirando (4).

Esse ásana tem uma variante onde, quando chegar ao ponto mais baixo, isto é,

quando o peso foi quase todo transferido para a perna da frente, deve-se voltar o tronco para o

lado da perna que ficou estendida para trás e segure o tornozelo, fitando-o (figura 14) (4).

Page 42: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

42

Figura 14: Ardha-Bhujangásana ou meia pose da cobra

r) Bhujangásana ou pose da cobra: Deitar-se com a barriga para baixo, colocando as

palmas das mãos na altura das axilas. Ao mesmo tempo, com uma inspiração profunda, levar

a cabeça e a seguir, lentamente, o resto do corpo, sem descolar do chão a parte que vai da

pelve aos pés. No início do movimento não ajudar com a mão, apenas usar os músculos das

costas. Depois de certo ponto, a partir do qual os músculos não possam mais ajudar, empurrar

o solo com as mãos até completar o movimento. Não deixar que os pés se afastem um do

outro, eles devem ficar estendidos para trás. O mais importante é acentuar a curva imposta à

coluna e mantê-la o maior tempo possível, no mínimo cinco segundos. Para voltar à posição

inicial, realizar o movimento inverso, apoiando as mãos e, finalmente, apenas com a ajuda das

musculaturas dorsais e lombares, até que a fronte toque o solo (figura 15) (4).

Figura 15: Bhujangásana ou pose da cobra

s) Dhanurásana ou pose do arco: Deitar-se de bruços, olhos fechados, dobrar as pernas

e com as mãos segurar os tornozelos. Inspirando, levante o tronco com a ajuda da tensão entre

os braços e as pernas que tendem reciprocamente a se afastarem. Os braços puxando para

Page 43: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

43 frente, as pernas, para trás. Respirar normalmente e tomar cuidado para que as pernas não se

afastem uma da outra, elas devem ficar unidas todo o tempo. Para voltar ao ásana inicial,

deve-se relaxar lentamente a tensão, deixando o tronco, as pernas e os braços retornarem à

posição inicial (figura 16) (4).

Figura 16: Dhanurásana ou pose do arco

t) Ardha-matsyásana: Deitado, pernas unidas e esticadas, forçar a curvatura da coluna,

firmando no chão o alto da cabeça, com a ajuda dos antebraços que assentam desde as mãos

até aos cotovelos (figura 17) (4).

Figura 17: Ardha-matsyásana

u) Trikonásana: De pé, com os olhos fechados, as pernas afastadas. Enquanto realiza a

inspiração profundamente, levantar lateralmente os braços até a horizontal, palmas das mãos

voltadas para baixo. Expirar lentamente, flexionar o tronco para a direita, conservando os

braços alinhados pelos ombros, até que os dedos toquem o chão ao lado dos dedos e virar o

rosto para cima. Permanecer nessa posição com os pulmões vazios, por cinco segundos,

depois iniciar a inspiração e simultaneamente o retorno à posição inicial. Enquanto expira,

deixar os braços caírem lateralmente, repetindo essa mesma postura no lado oposto (figura

18) (4).

Page 44: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

44

Figura 18: Trikonásana

v) Vakrásana ou pose de torção: Sentado com as pernas juntas e estendidas, puxar a

perna direita para si, de forma que a coxa fortemente se apóie contra o abdômen e o joelho

contra o peito. Levantar o pé direito e fazer com que pouse do lado externo da coxa esquerda.

O tronco e a cabeça mantêm-se erguidos. Girar para a direita o conjunto do tronco e cabeça

até poder colocar a mão direita no solo, atrás do corpo, e a mão esquerda, tendo passado sobre

a perna levantada, vem apoiar-se no solo do lado interno do joelho esquerdo. A cabeça deve

ser voltada para trás, os olhos fechados. Permanecer (figura 19) (4).

Figura 19: Vakrásana ou pose de torção

w) Vrikhásana ou postura da árvore: Em uma perna só e as mãos unidas no alto da

cabeça, esticar os braços ao alto, simultaneamente com a expiração, inclinar-se para frente até

Page 45: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

45 que as pontas dos dedos atinjam o solo. Com os pulmões vazios, manter a posição por alguns

segundos e em seguida, inspirando, retornar ao início da postura (figura 20) (4).

Figura 20: Vrikhásana ou postura da árvore

x) Viparita-karani ou pose da foice: Deitado de costas, com as pernas unidas, olhos

fechados, mãos ao lado das coxas com as palmas assentadas no chão. Inspirando, levantar

lentamente as pernas até a vertical. Começando a expirar, a partir daí, com a força dos braços,

e apoiando-se nos cotovelos, erguer os quadris, preocupando-se em não desfazer o ângulo reto

formado pelas pernas e o tronco, fazer esse movimento até que os pés ultrapassem a linha da

cabeça. Manter-se nessa posição com a ajuda dos cotovelos apoiados no chão e as mãos na

região pélvica. Desfazer essa postura procedendo à maneira inversa do movimento retornado

ao início do ásana (figura 21) (4).

Page 46: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

46

Figura 21: Viparita-karani ou pose da foice

y) Halásana ou pose do arado: Partindo da pose anterior, o corpo esta na vertical, deixar

as pernas caírem para trás da cabeça até que as pontas dos dedos toquem o chão. Braços e

mãos ficam pousados no solo. Este é o primeiro estágio de halásana. A segunda etapa é mais

difícil, onde o praticante deve acentuar a curva feita pela coluna, tentado atingir com os pés o

ponto mais distante possível. Não flexionar os joelhos. A terceira etapa consistirá em

flexionar as vértebras cervicais, procurando afastas ainda mais os pés, para que isso ocorra,

flexiona-se os braços e traz-se as mãos à nuca, onde ficarão cruzadas. Permanecer, depois

começar a desfazer a postura, executando tudo ao inverso (figura 22) (4).

Figura 22: Halásana ou pose do arado

2.3.2 A promoção da saúde através do Yoga

Page 47: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

47

A crescente busca no ocidente por qualidade de vida, saúde e bem-estar refletem-

se no aumento da busca pela medicina oriental. O que é novo para o homem ocidental é

antiguíssimo para o oriental. A Yoga é uma das tradições que está hoje reconhecida

mundialmente pelos seus benefícios à saúde.

Um relatório recente comprovou o aumento da popularidade do Yoga, sugerindo

que 15 milhões de americanos praticassem a ioga pelo menos uma vez em sua vida. De

acordo com Corliss∗

as classes da Yoga são oferecidas agora em 75% de todos os clubes de

saúde americanos (37).

No Brasil, Caio Miranda, oficial militar, começou a ensinar yoga em 1940, no Rio

de Janeiro, e publicou o primeiro livro sobre o assunto, Libertação pelo yoga, em 1960.

Finalmente, o Yoga atinge a “maioridade”, sendo reconhecido por várias instituições de

diferentes campos do conhecimento, entre elas o Ministério da Saúde Brasileiro que o

identifica, em 2003, como uma Prática Complementar de Saúde (PCS) (38).

O termo Práticas Não-Convencionais em Saúde (PNCS), conforme descrito por

Teixeira e colaboradores∗, abrange terapias como acupuntura, homeopatia, yoga, técnicas

manuais ou práticas religiosas, que não são predominantes no sistema de saúde do Brasil e

que, por isso, também são denominadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como

Medicinas Complementares ou Medicinas Alternativas (39).

Percebendo o crescimento do uso dessas práticas em todo o mundo, a OMS vem

incentivando seu emprego com base em evidências de segurança e de qualidade. No Brasil, a

utilização de tais práticas poderia trazer benefícios como: diminuição nos gastos com

medicamentos, maior adesão aos tratamentos, valorização da cultura e, no que se refere ao uso

de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos, contribuições para a validação científica

das espécies. Estes aspectos vêm contribuindo para as discussões que culminaram com a

criação e a implementação de políticas governamentais, garantindo à população o acesso a

essas práticas no sistema público de saúde (39).

Seguindo os critérios estabelecidos pela OMS, saúde é um estado de completo

bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente como ausência de doenças e

enfermidades. Tal definição choca-se exatamente com os princípios da Yoga, o benefício

holístico ao homem. Os benefícios são evidenciados aos poucos, mas sempre com resultados

positivos (39).

∗ Corliss R., Funderburg, Lise The Power of Yoga (2001) apud (37). ∗ Teixeira MZ, Chin AL, Martins MA. Homeopathy and acupuncture teaching at (2005) apud (39).

Page 48: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

48

Na cultura ocidental há uma abordagem progressiva para a medicina tradicional

Indiana, que tem por objetivo principal a promoção da saúde, sendo o Yoga um dos seus

principais expoentes, tratando-se de um método auto-consciente de regulação, levando a uma

integração harmoniosa das realizações físicas, mentais e espirituais da personalidade humana.

É também uma filosofia de vida e auto-disciplina que permite o desenvolvimento harmonioso

das relações do homem com o meio que o envolve (40).

Além de relaxamento profundo, alívio de tensões, melhora cardiorrespiratória e na

demanda circulatória a Yoga oferece aumento do vigor físico, maior flexibilidade e disposição

diária.

2.3.3 Alterações posturais e Yoga

Os estudos científicos relacionados aos benefícios da Yoga quanto ao tratamento

em alterações posturais ainda são muito limitados, no entanto a literatura afirma que quem o

pratica aumenta suas habilidades no controle muscular, que geralmente inclui contração e

relaxamento. E igualmente, são capazes de exercer um maior controle proprioceptivo, numa

base seletiva de músculos (40).

Os ásanas trabalham todas as cadeias musculares, seja qual for, vai estar

alongando ou fortalecendo sempre alguma musculatura (6).

O sistema neuromuscular se compõe de tal forma que para cada grupo de

músculos que se contraem, outro grupo de músculos se relaxa. Em estados de tensão, essa

inervação recíproca torna-se deficiente. Por sua própria natureza, os ásanas reorganizam e

recondicionam o sistema, a fim de estabelecer a harmonia fisiológica entre ambos (6).

Para desenvolver uma simetria corporal e uma boa postura a pessoa deve realizar

grandes atividades motoras em vez de se especializar em uma atividade que desenvolva

somente em uma área do corpo. Para que se possa obter uma melhora da postura é necessário

uma série de exercícios isométricos que devem ser realizados durante todo o dia (11).

Portanto podemos correlacionar os tratamentos de correção postural dos

desequilíbrios estáticos e um tratamento realizado com Yoga já que este trabalha justamente

com posturas corretivas de alinhamento corporal.

Page 49: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

49 2.3.4 Yoga e qualidade de vida

Uma qualidade de vida boa é baseada num mínimo de condição para que

indivíduos possam desfrutar de todas as suas potencialidades, ou seja, viver, trabalhar, estudar

e divertir-se. Quando alguma dessas funções está limitada a qualidade de vida pode estar

baixa e mais gravemente um estado patológico pode ser instalado (16).

Diversos estudos mostram que no século XX as principais causas de morte eram

as doenças infecciosas, contudo, sabe-se que hoje as doenças estão associadas ao estilo de

vida, isto é, comportamentos insalubres, como fumar, beber, má nutrição, exigências do dia-a-

dia, inatividade, status socioeconômico, gênero, raça, trabalho, estresse crônico e agudo,

apoio social, raiva e depressão (41).

Muitas pessoas levam vidas indisciplinadas atualmente, ou seja nossas respostas

estão condicionadas pelos hábitos. A saúde pode ser melhorada pela atividade física diária e

quando esta não é regular na vida da pessoa as doenças e condições debilitantes são mais

prováveis de acontecer (11).

Pelo fato de o corpo ser controlado pela mente, se o corpo é disciplinado ou

dominado, então a mente também o é. Com isso pode-se observar a importância dos ásanas

na Yoga e sua influência na auto- regulação (11).

De acordo com pesquisa realizada prática da yoga resulta em melhora

significativa na qualidade de vida demonstrado pelo SF-36, relacionando efeito positivo da

Yoga quanto a atribuição de vitalidade, energia e fadiga (42).

2.3.5 Flexibilidade e Yoga

Níveis adequados de força muscular e flexibilidade são fundamentais para o bom

funcionamento músculo-esquelético, contribuindo para a preservação de músculos e

articulações saudáveis ao longo da vida.

A prática regular de programas de exercícios físicos voltados para o

desenvolvimento ou manutenção da força muscular e da flexibilidade ou, até mesmo, de

outros importantes componentes da aptidão física relacionada à saúde pode exercer papel

extremamente relevante ao longo da vida (32).

Page 50: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

50

Um programa de treinamento de flexibilidade é definido com exercícios

planejados, deliberados e regulares que podem aumentar permanente e progressivamente a

amplitude de movimento conveniente de uma articulação ou conjunto de articulações durante

um período de tempo.Os possíveis benefícios de um programa de treinamento de flexibilidade

são potencialmente ilimitados (11).

Partindo de um ponto de vista puramente esotérico, um programa de treinamento

de flexibilidade pode servir para unificar o corpo, a mente e o espírito de uma pessoa. Dentre

as muitas disciplinas que buscam a perfeição e a harmonia do corpo, mente e espírito, a Yoga

é a mais conhecida (11).

Para o iogue seu corpo é o principal instrumento de obtenção. Se seu veículo

quebra, o viajante não pode ir adiante. Se o corpo está debilitado pela falta de saúde o

aspirante pouco pode atingir seus objetivos. A saúde física é importante para o

desenvolvimento mental uma vez que a mente funciona através do sistema nervoso. Assim

uma pessoa que pratica ásanas para melhorar a mente terá como benefício adicional o

desenvolvimento da flexibilidade (11).

Na prática de Yoga, normalmente se utiliza alongamento passivo e estático, em

que se mantém o alongamento por um período de tempo entre 20 a 120 segundos, unificando

a prática com exercícios de respiração realizados com muita concentração; assim, o praticante

não realiza apenas uma postura, ele é a própria postura, o que resulta, então, em um ganho

significativo na flexibilidade e na redução do estresse (11, 34).

Page 51: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

51 3 DELINEAMENTO DA PESQUISA

O delineamento da pesquisa refere-se ao planejamento da mesma em sua

dimensão mais ampla, ou seja, o investigador estabelece os meios técnicos da investigação,

prevendo os instrumentos e os procedimentos necessários utilizados para a coleta de dados.

3.1 TIPO DE PESQUISA

A determinação do tipo de pesquisa deve levar em conta três aspectos de

classificação: quanto ao nível, abordagem e procedimento.

3.1.1 Tipo de pesquisa quanto ao nível

Esta pesquisa estruturou-se como um estudo do tipo explicativa, pois teve como

preocupação central identificar os fatores que determinaram ou que contribuíram para a

ocorrência dos fenômenos. Esse é um tipo de pesquisa que explica a razão o porque das

coisas. As pesquisas explicativas nas ciências naturais valem-se quase exclusivamente do

método experimental (9).

3.1.2 Tipo de pesquisa quanto à abordagem

Quanto à natureza esta se classificou como pesquisa quantitativa, porque permitiu

relação do pesquisador com o objeto de estudo e registrou as variáveis em questão.

Apresentou procedimentos tais como solicitação de informações e resultados de dados para

posterior analise (9).

Page 52: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

52 3.1.3 Tipo de pesquisa quanto ao procedimento utilizado na coleta dos dados

A pesquisa em questão tratou de um estudo quase-experimental, pois apresenta

apenas grupo experimental e não utilizou grupo controle para comparações.

As pesquisas quase-experimentais são aquelas em que aparecem variáveis não

controláveis ou a amostra não é aleatória, porém é muito semelhante à pesquisa experimental.

No entanto carecem do aspecto de distribuição aleatória ou grupo controle (43).

3.2 POPULAÇÃO/AMOSTRA

A população dessa pesquisa é não probabilística e foi composta por 45 alunos de

Yoga freqüentadores do espaço terapêutico Shankara. Foram selecionados indivíduos que

atenderam aos critérios de inclusão: Ser aluno freqüentador das aulas de Yoga do espaço

terapêutico Shankara; ter iniciado as aulas de Yoga com um período de no máximo dois

meses antes da realização da presente pesquisa; ter idade cronológica de 20 a 55 anos;

Para os critérios de exclusão foram estabelecidos os seguintes parâmetros:

a) Possuir contra-indicação absoluta da Yoga.

b) Estar realizando algum tipo de tratamento fisioterápico e/ou farmacológico;

c) Ser estilista e/ou tabagista;

d) Praticar atividade física regular ou atividade esportiva;

3.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA COLETA DE DADOS

Para a coleta de dados da presente pesquisa foram utilizados os seguintes instrumentos:

a) Ficha de avaliação postural (Anexo A)

b) Câmera fotográfica digital Sony® h1 - 5.1 mega pixel 12 x zoom optical.

Page 53: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

53 c) Fio de prumo.

d) TNT preto.

e) Fita métrica para medição dos testes de flexibilidade.

f) Banco de madeira de altura de 15 cm do chão utilizado no teste e Finger-floor

g) Banco de Wells.

h) Questionário de qualidade de vida SF36 (Anexo B).

3.4 PROCESSO DE COLETA DE DADOS

Após a aprovação do projeto de pesquisa em questão pelo comitê de ética e

pesquisa (CEP) da UNISUL, Campus Regional Sul / unidade Tubarão, foi iniciado a seleção

da amostra dos alunos freqüentadores das aulas de Yoga do Shankara Espaço de Yoga.

Primeiramente foi realizada uma reunião com todos os alunos freqüentadores das

aulas de Yoga com intuito de esclarecer os objetivos do estudo e os procedimentos que seriam

adotados em todo o processo da pesquisa. Foi garantido a todos os indivíduos da pesquisa que

não seriam expostos a riscos de nenhuma natureza, preservando suas integridades física,

mental e emocional. Foram cientes que poderiam desistir de participar a qualquer momento,

garantindo dessa forma os direitos da pesquisada, conforme prescrito na Resolução 196/96 do

Conselho Nacional de Saúde.

Após receberem as informações acerca do estudo, os interessados assinaram o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo C). O grupo foi submetido a coletas

referentes a anamnese clínica, questionário de qualidade de vida (SF36), teste de finger floor,

e flexibilidade através do banco de Welss.

O questionário SF-36, Medical Outcomes Study 36 – Item Short-Form Health

Survey, internacionalmente reconhecido, é composto por 36 itens que avaliam as seguintes

dimensões: capacidade funcional (desempenho das atividades diárias, como capacidade de

cuidar de si, vestir-se, tomar banho e subir escadas); aspectos físicos (impacto da saúde física

no desempenho das atividades diárias e ou profissionais); dor (nível de dor e o impacto no

desempenho das atividades diárias e ou profissionais); estado geral de saúde (percepção

Page 54: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

54 subjetiva do estado geral de saúde); vitalidade (percepção subjetiva do estado de saúde);

aspectos sociais (reflexo da condição de saúde física nas atividades sociais); aspectos

emocionais (reflexo das condições emocionais no desempenho das atividades diárias e ou

profissionais) e saúde mental (escala de humor e bem-estar) (44).

Após a aplicação do questionário o aluno foi submetido à dois testes de

flexibilidade.

Conforme descrito por Gauvin e colaboradores∗ o teste de finger-floor ou dedo ao

chão consiste em o indivíduo manter-se de pé em uma plataforma de 13 cm com os tornozelos

próximos um do outro e então deslizar suas mãos à frente do corpo em um movimento de

flexão anterior da coluna o máximo que puder, mantendo os joelhos estendidos durante todo o

processo. Ao final, a distância de seu dedo médio até o chão é medida com uma régua de

metal. A medida da amplitude de movimento de flexão anterior da coluna é considerada como

sendo a diferença entre a medida da distância total (medida dedo-chão) e a altura da

plataforma (13 cm) (Figura 23) (45).

Para esta pesquisa foi utilizada uma plataforma de 14,5 cm padronizada para todos

os indivíduos

Figura 23 – Teste Finger-Floor.

∗ Gauvin MG, Riddle DL, Rothstein JM. Reliability of clinical measurements of forward bending using the modified fingertips-to-floor method. (1990) apud 45.

Page 55: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

55

No teste de Banco de Wells, o avaliado deve estar sentado com os pés apoiados no

banco e joelhos estendidos. Em seguida o tronco deve ser flexionado a frente na tentativa de

alcançar a maior quantidade de centímetros possível (Figura 24). O avaliador deve segurar os

joelhos do avaliado para evitar a flexão dos mesmos. (46).

Figura 24- Teste Banco de Wells.

Os testes de flexibilidade foram demonstrados aos indivíduos pelos pesquisadores.

Cada um repetiu o procedimento demonstrado para que se percebesse o correto domínio do

mesmo. Para cada teste cada aluno realizou três tentativas e o valor utilizado para fins de

registro no banco de Wells foi a maior medida da flexibilidade demonstrada pelo aluno e

observada na fita métrica existente no banco. Para o teste de Finger-floor foi registrado a

menor medida apontada pelo aluno.

Por fim o aluno foi submetido à avaliação postural.

Com os objetivos de visualizar e determinar possíveis desalinhamentos posturais

ou atitudes posturais incorretas dos indivíduos, avaliar os desequilíbrios musculares e analisar

possíveis problemas estruturais e funcionais relacionando a dependência entre exercícios

físicos e problemas posturais, a avaliação postural é caracterizada pela observação dos pontos

anatômicos (estático e dinâmico), avaliação por meio de módulos predeterminados,

cinemetria e processamento de sinais biológicos (47).

No presente estudo foi utilizado a observação dos pontos anatômicos através de

cinemetria. A observação de pontos anatômicos é um procedimento estático e consiste na

avaliação subjetiva onde o avaliador observa os pontos que são determinados pelo teste na

estrutura corporal encontrando assimetrias de segmentos ou estruturas ósseas com o paciente

Page 56: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

56 posicionado atrás de um fio de prumo. Na cinemetria a postura é analisada por meio de

imagens coletada por uma câmera fotográfica ou de vídeo, sendo avaliados pontos que podem

determinar, além de outros parâmetros, a postura (47).

Para a avaliação postural foram realizadas 4 fotos por indivíduo nos planos

ântero-posterior, lateral esquerdo e direito e póstero-anterior posicionados atrás do fio de

prumo e frente à parede forrada com pano TNT preto para melhor análise das fotografias.

(figura 25)

Figura 25 - Avaliação postural vista lateral direita.

3.5 PRÁTICA DE YOGA

As aulas foram aplicadas por duas instrutoras, com formação em Hatha Yoga, no

período que foi de novembro a dezembro de 2009, sendo estas realizadas duas vezes por

semana com duração de uma hora / aula, totalizando 12 aulas.

A prática de yoga foi composta por quatro fases:

1. Dhyana: meditação (34);

Page 57: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

57 2. Pranayamas: exercícios respiratórios (34);

3. Ásanas: posturas (34);

4. Yoganidra: relaxamento (34).

Primeiramente o aluno é convidado a sentar-se em sukhásana de maneira que a

postura fique confortável, com a coluna ereta, joelhos alinhados com as cristas ilíacas,

abdômen levemente contraído, peitoral alongado, escápulas levemente retraídas, olhar

horizontal e queixo paralelo ao chão.

Os praticantes são conduzidos então pela instrutora à meditação ou dhyana por

um tempo de aproximadamente 5 minutos. Em seguida os pranayamas ou exercícios

respiratórios são iniciados com uma duração de mais 5 minutos aproximadamente.

Logo após inicia-se a prática dos ásanas com duração de 40 minutos com

sequências alternadas em cada aula e permanência de 30 segundos a 1 minuto cada ásana. Em

cada aula foram aplicadas 8 ásanas, durante o período de 6 semanas. As seqüências dos

ásanas foram utilizadas de forma alternada pelas instrutoras, variando a cada aula (Figura 26).

Por fim os alunos são orientados, por mais ou menos 10 minutos, a entrar em

relaxamento ou yoganidra e à uma soltura corporal, promovendo o relaxamento de toda a

musculatura, sendo estimulados verbalmente a um momento de interiorização do ser e

percepção corporal, mental e espiritual.

Figura 26 - Aula de Yoga.

Page 58: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

58

A reavaliação foi realizada ao fim das 6 semanas de experimento, seguindo o

mesmo protocolo da avaliação.

3.6 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE

DADOS

Os dados foram organizados na planilha de cálculo Excel versão Microsoft

Windows XP 2002, e analisados no programa Statiscal Package for the Social Science

(SPSS), versão 12.0, 2003.

As variáveis foram submetidas a um teste de normalidade Shapiro Wilk, onde foi

confirmada uma distribuição gaussiana dos valores das variáveis (Finger-floor, flexibilidade e

os domínios da qualidade de vida).

Para a variável Finger-floor foi utilizado o teste T pareado com nível de

significância de 5%. Já para analisar as médias das variáveis, flexibilidade e SF-36 foi

utilizado procedimentos da estatística não-paramétrica em função das características da

amostra e do tipo das variáveis estudadas. O teste de Wilcoxon foi usado para determinar

diferenças entre as médias dependentes (pré-teste e pós-teste). O nível de rejeição da hipótese

de nulidade foi de 0,05 (probabilidade alfa de 5%).

Para caracterizar os domínios da qualidade de vida foram empregados

procedimentos de estatística descritiva: cálculo de medidas de tendência central (média) e de

dispersão (desvio-padrão).

Os resultados foram apresentados em forma de gráficos através do programa

Microcaltm Origintm, versão, 5.0 – 1997, e para estatística descritiva em forma de tabelas e

gráficos através do Microsoft Excel®.

3.7 LIMITAÇÕES DO ESTUDO

Uma limitação importante encontrada em nosso estudo foi que a maior parte do

conhecimento produzido sobre o Yoga mantém-se distante da universidade. Em pesquisa

realizada com unitermo “Yoga” no MEDLINE, realizado no período de 1999 a 2004, foram

identificados um total de 144 estudos. Em 73% o Yoga foi visto como um instrumento

promissor para cura, prevenção e promoção da saúde e qualidade de vida. Evidenciou-se

Page 59: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

59 ainda que nenhum dos trabalhos foi desenvolvido no Brasil, onde o número de investigação

sobre o tema é quase inexistente, por exemplo, no período de 2000 a 2007 foram adicionado

ao banco de dados do Capes apenas 4 teses de doutorado que mencionam a prática de Yoga

nas áreas da educação, ciências sociais e psicologia (48).

O pouco tempo de experimento foi também um fator limitante.

Page 60: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

60 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

As evidências de que a prática do Yoga gera inúmeros benefícios a saúde humana

vem sendo relatada pelos praticantes e descrita pelas literaturas tradicionais em Yoga há

muitos anos, porém, existem poucos estudos cientificistas que comprovem tais benefícios.

Esta pesquisa tratou de analisar os efeitos do Yoga na flexibilidade, alterações

posturais e sua contribuição na qualidade de vida.

No capítulo 4 abordaremos como foram tratados os dados, tabelas e gráficos

dos resultados e respectivas discussões.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

Os participantes do estudo foram compostos por 90% do sexo feminino e 10% do

sexo masculino, quanto a idade 50% tinham de 20 à 29 anos, 40% de 30 à 39 anos e 10% de

40 à 49 anos. Em relação ao estado civil, 40% são casados, 50% solteiros e 10% viúvo,

quanto à escolaridade, 90% com curso superior completo e 10% Ensino Médio Completo,

conforme disposto na tabela 1.

Quanto a população alvo, ou seja, quanto ao gênero, faixa etária, escolaridade e

estado civil, existem poucos estudos que comprovem as características exatas dos indivíduos

que procuram a pratica de Yoga.

Segundo um estudo a Yoga é pratica em quase todos os centros urbanos

brasileiros por pessoas de vários estratos sociais, econômicas e culturais. Praticantes usam a

Yoga para promoção da saúde e prevenção de doenças bem como para o desenvolvimento do

autoconhecimento e auto cuidado (49).

Esta pesquisa, contudo, apresentou uma prevalência do gênero feminino, adultos

jovens, solteiros e com grau de escolaridade de nível superior.

Page 61: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

61 Tabela 1 – Caracterização demográfica dos participantes

VARIÁVEIS N % SEXO

Feminino 9 90% Masculino 1 10%

IDADE EM ANOS

De 20 a 29 5 50% De 30 a 39 4 40,00% De 40 a 49 1 10,00%

ESTADO CIVIL Casado 4 40% Viúvo 1 10,00%

Solteiro 5 50,00% ESCOLARIDADE

Curso Superior Completo 9 90,00%

Ensino Médio Completo 1 10,00%

4.2 FLEXIBILIDADE Para mensurar o efeito do Yoga na flexibilidade dos indivíduos, foram realizados

testes, tais como o Finger-floor e banco de Wells.

O teste de Finger-floor teve os resultados analisados utilizando o teste T pareado

com nível de significância de 5%, mostrando valores significativos pós experimento,

apresentada no gráfico 1. Os valores das maiores medidas obtidas no pré-teste diminuíram no

pós-teste, assim como as menores medidas no pré-teste, também obtiveram decréscimo no

pós-teste, resultando então, em alteração significativa para a flexibilidade dos indivíduos desta

pesquisa.

Page 62: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

62

Gráfico 1 - Teste Finger-floor

Conforme disposto no gráfico 2, os valores do teste do banco Wells demonstraram

aumento nas medidas da flexibilidade, porém sem alterações significativas.

Pré Pós0

10

20

30

40

50

Med

ida

(cm

)

Gráfico 2 – Flexibilidade

Page 63: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

63

Quanto à flexibilidade, uma pesquisa revelou o efeito das posturas de Yoga no

corpo dos praticantes regulares, que não faziam nenhum outro exercício físico. Foram

comprovados melhora no condicionamento físico, força muscular e flexibilidade (50).

Um estudo cita que algumas atividades tais como a ginástica, ballet, karatê e yoga,

requerem flexibilidade aumentada para uma performance superior , sendo essencial para um

desempenho físico bem sucedido (51).

Após doze semanas de prática com Yoga, foi observado em um estudo a que o

grupo testado apresentaram melhoras nas taxas de todos os resultados quanto as variações em

porcentagem referente aos testes de força, flexibilidade, equilíbrio e autonomia funcional.(34)

Outro estudo comprovou que o aumento da flexibilidade proporcionado pelas

posturas de alongamento é importante para pacientes que tendem a apresentar rigidez e

encurtamentos musculares que, provavelmente, agravam o quadro de fadiga e dor (52).

Semelhante a presente pesquisa, os resultados de uma pesquisa realizada com um

grupo de nove mulheres e um homem, que praticavam Yoga duas vezes por semana num

período de oito semanas, obtiveram um aumento na flexibilidade de 13% do quadril e 14% na

flexão do tronco ao teste de Finger-floor (53).

Após 3 meses de prática das posturas de Yoga, ainda que com pouco tempo, foi

possível constatar, de acordo com outro estudo, mudanças visíveis no que se refere a ganho de

flexibilidade geral, tônus, postura, concentração, facilidade na realização de ásanas e

equilíbrio (54).

Comparações feitas depois de doze semanas de experimento com Yoga utilizando

o teste de Banco de Wells antes e depois, também constataram que houve maior

desenvolvimento da flexibilidade dos alunos que praticavam as aulas (55).

Podemos, afirmar que resultados do nosso estudo quanto a flexibilidade são

compatíveis com o que nos diz as bases literárias localizadas.

4.3 QUALIDADE DE VIDA

A qualidade de vida foi mensurada segundo questionário SF-36 aplicados com

indivíduos deste estudo

Os domínios aspecto físico, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos

sociais, aspectos emocionais e saúde mental apresentaram diferença significativa nas médias

Page 64: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

64 pré e pós-teste de acordo com o teste não paramétrico de Wilcoxon (p<0,05). Apenas o

domínio capacidade funcional não apresentou resultado significativo, conforme descrito na

tabela 3.

Tabela 3 - Valores obtidos do SF-36 no pré e pós a Yoga Domínios Média Pré Média Pós DP

Capacidade funcional 88,5 97 ±6,01 Aspecto físico* 95 100 ±3,54 Dor* 20 15 ±3,54 Estado geral de saúde* 51 51 ±0 Vitalidade* 48,5 53,5 ±3,54 Aspectos sociais* 52,5 51,25 ±0,88 Aspecto emocional* 90 93,33 ±2,35 Saúde mental* 58 63,2 ±3,68

*Diferença significativa de acordo com o teste não paramétrico de Wilcoxon (p<0,05).

O gráfico 3 ilustra a média da pontuação total do SF-36 pré pós a prática de Yoga.

O teste não paramétrico de Wilcoxon (p<0,05) revelou diferença significativa.

P ré P ó s0

1 0

2 0

3 0

4 0

5 0

6 0

7 0

8 0

9 0

1 0 0*

Pont

uaçã

o do

SF-

36

Gráfico 3 – Média e desvio padrão da pontuação do SF-36 pré e pós-teste * Diferença significativa de acordo com o teste não paramétrico de Wilcoxon (p<0,05)

Page 65: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

65

Para medir o efeito na cognição e na qualidade de vida em idosos saudáveis um

estudo randomizado utilizou um protocolo de qualidade de vida e obteve resultados

demonstrado um efeito significativo do Yoga no grupo estudado com os valores de vitalidade,

energia e fadiga (P= .006), papel-P (físico =.001), dor (P =.006), funcionamento social (P =

.0,15), e a escala composta física (P= .0,05) (56)

Um estudo piloto mostra que o estado contemplativo incentivados pela mente no

Yoga e abordagem corporal levou ao aumento do bem-estar nos participantes. Em relação à

capacidade funcional e vitalidade é importante frisar que essas dimensões avaliam

principalmente o desempenho nas atividades diárias e de trabalho, a sensação de desânimo e

falta de energia. Os resultados obtidos em nosso estudo quanto ao domínio de capacidade

funcional não foram significativos, porém para a vitalidade esta teve um nível de significância

maior (57).

As causas da não significância quanto à capacidade funcional não foram bem

esclarecidas neste estudo, no entanto podemos citar o pouco tempo de experimento. Uma das

variáveis analisada num estudo realizado pela revista da Associação Médica Brasileira foi a

idade, sendo observada uma correlação negativa entre idade e as dimensões, capacidade

funcional, aspectos físicos, dor e vitalidade. Em outras palavras, com o avançar da idade,

observou-se maior comprometimento nas atividades físicas e funcionais dos pacientes. Isto

entra em concordância com os resultados obtidos em nosso estudo, pois apresentou uma

amostra com predominância de adultos jovens (58).

Este mesmo estudo comprova ainda que o domínio aspectos emocionais

correlacionou-se positivamente com anos de estudo, sugerindo que os pacientes com maior

escolaridade podem possuir recursos intelectuais capazes de gerar melhor adaptação

emocional às conseqüências dos fatores de sofrimento da vida. Um outro achado reforça a

afirmativa descrita anteriormente, no qual a qualidade de vida foi avaliada pelo Sickness

Impact Profile, sendo observado que quanto maior o grau de escolaridade, melhor qualidade

de vida (58).

Estes estudos se enquadram com a presente pesquisa nos resultados coletados

sobre o aspecto emocional, pois em relação ao grau de escolaridade a maioria dos que

compõem nossa amostra possuem ensino superior completo, ou seja, recurso intelectual

favorável.

Achados literários comprovam que o funcionamento físico afeta de modo mais

significativo a percepção do estado de saúde. Fazendo-se então concordância com os

resultados desta pesquisa quanto ao estado geral de saúde, pois os dois domínios seja quanto

Page 66: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

66 ao aspecto físico e quanto ao estado geral de saúde obtiveram alterações significantes

podendo provavelmente um ter influência sobre o outro (59).

O mesmo autor revela que a dimensão que tem maior poder de predição em

relação ao escore da qualidade de vida é a saúde mental/bem-estar psicológico, sendo que o

poder preditivo da dimensão funcionamento físico foi menor. Afirmando com isso o resultado

significativo quanto ao domínio saúde mental encontrado nesta pesquisa (59).

O domínio aspecto social relaciona-se, de acordo com literatura, com

relacionamentos sociais, percepção do indivíduo sobre os relacionamentos sociais e os papéis

sociais adotados na vida. Mostrando-se após o experimento com Yoga alterado

significativamente (59).

Em um estudo realizado com adultos jovens saudáveis foi encontrado melhora em

todos os componentes do SF-36 após 6 meses de prática com Yoga e a diferença foi

estatisticamente significante (60).

4.4 AVALIAÇÃO POSTURAL

A análise da avaliação postural da presente pesquisa foi obtida através de cálculo

das porcentagens pré e pós-teste, levando em conta somente as principais alterações posturais

constatadas na avaliação segundo o disposto nas tabelas 4, 5 e 6.

Na tabela 4 observamos que em vista lateral o numero de indivíduos que

apresentaram as principais alterações reduziu de maneira geral na reavaliação pós

experimento com Yoga.

A tabela 5 em geral obteve diminuição no número de indivíduos com as alterações

posturais encontradas. Exceto com relação as seguintes alterações: cabeça com inclinação

lateral direita, espinha ilíaca postero-superior desalinhada com direita mais alta, apoio de

retropé com maior apoio em bordo lateral direita e retropé (tendão de Aquiles) desalinhados

que se mantiveram nos indivíduos não havendo alteração na reavaliação pós experimento.

Enfim, quanto a tabela 6 apenas uma das principais alterações posturais

encontradas em vista anterior não reduziu quanto ao número de sujeitos comparando os

valores pré e pós testes, permanecendo o mesmo número de alunos com as articulações dos

joelhos em valgo direito.

Page 67: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

67

Tabela 4 – Principais alterações na avaliação Postural Vista Lateral

Avaliação Postural Vista Lateral Avaliação (%) Reavaliação (%)

Cabeça Com protração 40% 20%

Coluna Cervical Com aumento da lordose 50% 20%

Articulações dos Ombros Com protação direita 60% 20%

Coluna Torácica Aumento da cifose 80% 40% Coluna Lombar

Aumento da lordose 70% 50% Pelve

Pelve com anteversão 70% 50% Articulações dos joelhos

Hiperestendido 30% -

Tabela 5 – Principais alterações na Avaliação Postural Vista Posterior Avaliação Postural Vista Posterior Avaliação (%) Reavaliação (%)

Cabeça Inclinação lateral direita 20% 20%

Coluna cervical Convexidade direita 20% 10%

Articulações dos ombros Ombro mais alto direito 50% 30%

Ombro mais alto esquerdo 50% 30% Triângulo de Tales 60% 30%

Maior esquerdo Posição das escápulas

Abduzida direita 30% 10% Ângulos inferiores da escapula

Desalinhados mais alto direita 30% 20% Coluna torácica

Convexidade esquerda 20% 10% Coluna lombar

Convexidade esquerda 40% 30% Altura das cristas ilíacas

Desalinhadas mais alta em direita 50% 40% Espinhas ilíacas póstero-superiores

Desalinhadas mais alta em direita 40% 40% Articulações dos joelhos

Com varo esquerdo 20% 10% Apoio retropé

Maior apoio em bordo lateral direita 30% 30% Retropé (Tendão de Aquiles)

Desalinhado 50% 50%

Page 68: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

68

Tabela 6 - Principais alterações na Avaliação Postural Vista Anterior

Avaliação Postural Vista Anterior Avaliação (%) Reavaliação (%)

Cabeça Inclinação lateral esquerda 30% 20% Fossas supraclaviculares

Assimétricas com esquerda aumentada 30% 20% Clavículas

Esquerda verticalizada 30% 20% Articulações dos ombros

Esquerdo mais alto 60% 40% Tórax

Assimétrico 30% 10% Alturas das cristas ilíacas

Desalinhadas mais alta direita 40% 30% Espinhas ilíacas ântero-superiores

Com direita alta 30% 20% Patelas

Mais alta esquerda 50% 30% Articulações dos joelhos

Com valgo direito 30% 30% Apoio do antepé

Maior apoio em bordo medial direito 20% 10% Arco longitudinal medial

Pé cavo direito 40% 50%

Os benefícios das posturas corretas já foram cientificamente comprovados.

Pesquisas quanto ao efeito positivo do Yoga na saúde foram realizadas em diversas

instituições norte-americanas, européias e indianas (50).

De acordo com estudo, um programa de alongamento quando bem elaborado,

pode promover vários benefícios como evitar ou eliminar encurtamento musculotendíneo,

diminuir o risco de alguns tipos de lesão músculo-articular, aumentar e/ou manter a

flexibilidade, eliminar ou reduzir o incômodo de nódulos musculares, aumentar o relaxamento

muscular e melhorar a circulação sangüínea, melhorar a coordenação e evitar a utilização de

esforços adicionais no trabalho e no desporto, reduzir a resistência tensiva muscular

antagonista e aproveitar mais economicamente a força dos músculos agonistas, liberar a

rigidez e possibilitar melhorar a simetria muscular evitar e/ou eliminar problemas posturais

que alteram o centro de gravidade, provocando adaptação muscular.(61)

O mesmo estudo relata que o alongamento foi usado por profissionais de Yoga

durante séculos, sendo comprovado com bases científicas a sua eficácia nesses aspectos (61).

Page 69: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

69

Pesquisa realizada em centros de Yoga comprovou como benefícios físicos

relatados a percepção, correção e alinhamento postural e integração dos movimentos.

Corroborando então com os resultados obtidos em nossa pesquisa em relação as alterações

posturais encontradas (48).

Ainda, resultados de outra pesquisa feita sobre as influências de um programa de

yoga no controle do equilíbrio de pessoas com esclerose múltipla consideraram que as

características importantes da prática do Yoga são; respeito aos limites e a descoberta de toda

a potencialidade dentro dos limites, permanência em um estado de conforto, diminuição, ao

máximo, do esforço feito para ficar em uma postura, estabilidade buscada para cada postura,

atenção ao momento, possibilitando viver o agora com intensidade e abordagem relaxante

(62).

Como já citado neste trabalho o tratamento das desordens vertebrais para o

melhoramento da postura se dá pelo aumento da elasticidade dos músculos, relaxamento

muscular geral e fortalecimento dos músculos. As pesquisas sobre o Yoga mostram que a

prática desta modalidade proporciona aumento da flexibilidade, força e resistência muscular,

dentre outros benefícios para a saúde (53).

Alterações significativas foram vistas na análise de ossos e músculos em estudo

com Yoga. Aumento da capacidade anaeróbica, com aumento dos níveis de lipídios de alta

densidade enzimática, utilizados durante o exercício para fornecer energia para a contração

muscular, foram identificados na prática de Yoga e, portanto, como medição da capacidade

física também aumentaram o vigor, a reintegração, consciência corporal e redução de

contraturas nas articulações (40).

A pesquisa acima ainda revela que pessoas treinadas em técnicas de Yoga podem

aumentar suas habilidades no controle muscular geral incluindo relaxamento e contração,

sendo também capazes de exercer controle seletivo de grupos de musculares (40).

Pode-se então relacionar os achados das bases literárias com os resultados da

prática do Yoga na presente pesquisa em relação a questão postural, quando observamos a

redução no número de indivíduos com alterações posturais nos valores pré e pós-teste

demonstrando então que houveram melhoras no quadro de alinhamento postural.

Page 70: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

70 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os diversos estudos encontrados relacionados a esta pesquisa concordaram em sua

grande maioria com efeitos benéficos da prática de Yoga nos aspectos da saúde em geral.

A pesquisa em questão demonstrou que os efeitos da prática de Yoga em

indivíduos pertencentes ao município de Tubarão foram positivos, quanto à flexibilidade,

qualidade de vida e alterações posturais.

Na variável flexibilidade ficou evidenciado significativamente uma melhora geral

nos indivíduos participantes desta pesquisa. Em relação a qualidade de vida os efeitos do

Yoga se mostraram, na maioria dos domínios, significativos no sentido otimizador desta.. E

quanto a variável alteração postural, embora com pouco tempo de experimento, os efeitos do

Yoga nas principais alterações posturais encontradas nos alunos obtiveram melhores

resultados nos valores pré e pós-teste com diminuição no número de alunos com alterações.

Page 71: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

71 6. REFERÊNCIAS 1 Mergener CR; Kehrig RT; Traebert J. Sintomatologia músculo-esquelética relacionada ao trabalho e sua relação com qualidade de vida em bancários do Meio Oeste Catarinense. [Internet]. 2008 Out./Dez. [Citado 2009 Set 12];17 (4) Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902008000400017&lng=pt&nrm=iso

2 Bricot B. Posturologia. São Paulo: Ícone, 2001.

3 Cailliet R. Compreenda sua dor nas costas: um guia para prevenção, tratamento e alívio. Porto Alegre: Artmed, 2002.

4 Hermógenes. Autoperfeição com Hatha Yoga: um clássico sobre saúde e qualidade de vida. 47ª. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Nova Era; 2007. Ásanas; p. 129-216.

5 Vanoni GD, Longhi BR, Severa A, Gasperi R, Poli LV. Yoga versus aerobic activity: effects on spirometry results and maximal inspiratory pressure. J. bras. pneumol. [Internet]. 2006 Abr [citado 2008 Nov 22] ; 32(2): 130-135. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-37132006000200008&lng=en. doi: 10.1590/S1806-37132006000200008

6 Sharma PS. Ioga para a sua coluna. 7. ed. São Paulo: Cultrix, 2005.

7 Duncun BB, Schimidt MI, Greiglian ERJ. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.

8 Leopardi MT. Metodologia da pesquisa na saúde. 2. ed. rev. e atual. Florianópolis: UFSC, 2002.

9 Gil AC. Como elaborar projetos de pesquisa. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1988.

Page 72: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

72 10 Quintanilha A. Coluna vertebral: segredos e mistérios da dor. 2. ed. Porto Alegre: AGE; 2002.

11 Alter MJ. Ciência da flexibilidade. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 1999. 12 Knoplich J. Enfermidades da coluna vertebral. São Paulo: Panamed, 1982. 13 Kapandji AI. Fisiologia articular: esquemas comentados de mecânica humana. 5. 14 Greve JMDA, Amatuzzi MM. Medicina de reabilitação aplicada à ortopedia e traumatologia. São Paulo: Roca, 1999. 15 Bienfait M. Os desequilíbrios estáticos: fisiologia, patologia e tratamento fisioterápico. 3. ed. São Paulo: Summus, 1995. 16 Verderi E. Programa de educação postural. 2. ed. São Paulo: Phorte; 2005. 17 Souchard PE. As escolioses: seu tratamento fisioterapêutico e ortopédico. São Paulo: realizações, 2001. 18 Makofsky HW. Coluna vertebral: terapia manual. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006. 19 Martelli RC, Traebert J. Estudo descritivo das alterações posturais de coluna vertebral em escolares de 10 a 16 anos de idade. Tangará-SC, Rev. bras. epidemiol. [Internet]. 2006 Mar [citado 2008 Nov 23]; 9(1). Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-790X2006000100011&lng=pt&nrm=iso 20 Amantéa DV, Novaes AP, Campolongo GD, Barros TP. A importância da avaliação postural no paciente com disfunção da articulação temporomandibular. Acta ortop. brás. [Internet]. 2004 Jul/Set [citado 2008 Nov 20];12(3). Disponivel em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-78522004000300004&script=sci_arttext 21 Kisner C. Colby LA. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 2. ed. São Paulo: Manole, 1992.

Page 73: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

73 22 Verderi E. A importância da avaliação postural. Rev.Digi.[Internet].2003 Fev [citado 2008 Nov 25]; 57(1). Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd57/postura.htm 23 Souchard PE. As escolioses: seu tratamento fisioterapêutico e ortopédico. São Paulo: erealizações, 2001. 24 Cutter NC, Kevorkian CG. Provas funcionais musculares. São Paulo: Manole, 2000. 25 Mota YL, Barreto SL, Bin PR, Simões HG, Campbell CSG. Respostas. cardiovasculares durante a postura sentada da Reeducação Postural Global (RPG). Rev. bras. fisioter. [Internet] 2008 Maio/Jun [citado 2009 Out 03];12 (3). Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-35552008000300002&lng=pt&nrm=iso 26 Silva YO, Melo MO, Gomes LE, Bonezi A, Loss JF. Análise da resistência externa e da atividade eletromiográfica do movimento de extensão de quadril realizado segundo o método Pilates. Rev. bras. fisioter. [Internet] 2009 Jan/Fev [citado 2009 Set 13];13(1). Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-35552009000100002

27 Bertolla F, Baroni BM, Junior ECPL, Oltramari JD.Efeito de um programa de treinamento utilizando o método Pilates® na flexibilidade de atletas juvenis de futsal. Rev Bras Med Esporte. [Internet]. 2007 Jul/Ago [Citado 2009 Set 15]; 13(4 ). Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-86922007000400002&lng=pt&nrm=iso

28 Fleck MPA, et al. A avaliação de qualidade de vida: guia para profissionais da saúde. Porto Alegre: Artmed; 2008. 29 Bampi LNS, Guilhem D, Lima DD. Qualidade de vida em pessoas com lesão medular traumática: um estudo com o WHOQOL-bref. Rev Bras Epidemiol [Internet].2008 [Citado 2009 Set 18];11(1); 67-77. Disponível em: http://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S1415-790X2008000100006&script=sci_abstract&tlng=pt

30 Pimenta FAP, Simil FF, Tôrres HOG, Amaral CFS, Rezende CF; Coelho TO, et al. Avaliação da qualidade de vida de aposentados com a utilização do questionário SF-36. Rev. Assoc. Med. Bras.[Internet]. 2008 Jan/Fev [Citado 2009 Out 01]; 54(1). Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-42302008000100021&script=sci_arttext

Page 74: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

74 31 Gallahue DL, Ozmun JC. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 2. ed. São Paulo: Phorte, 2003. p. 641. 32 Cyrino ES, Oliveira AR, Leite JC, Porto DB, Dias RMR, Segantin AQ, et al. Comportamento da flexibilidade após 10 semanas de treinamento com pesos. Rev Bras Med Esporte. [Internet] 2004 Jul/Ago (citado Out 06); 10(4): 233-237. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-86922004000400001&script=sci_arttext 33 Kupfer P. Yoga prático. 3ªed. São Paulo: Dharma; 2001. p. 360. 34 Alves AS,Baptista MR, Dantas EHM. El efecto de práctico del yoga en la capacidad física y de la autonomía funcional em envejecido. Fitness & Performance Journal. [Internet] 2006 Jul/Ago (citado Out 02);5(4): 243-249. Disponível em: http://www.fpjournal.org.br/painel/arquivos/695-8%20YOGA%20Rev%204%202006%20Espanhol.pdf

35 Silva D'Addio G, Lage LV. Ioga e fibromialgia. Rev. Bras. Reumatol. [Internet] 2006 Jan/Fev [citado 2009 Set 15];46(1). Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-50042006000100008&lang=pt

36 Chanchani R, Chanchani S. Ioga para crianças: um guia completo e ilustrado de ioga: incluindo manual para pais e professores. São Paulo: Madras, 2006. 37 Hagins M, Moore W, Rundle A. Does practicing hatha yoga satisfy recommendations for intensity of physical activity which improves and maintains health and cardiovascular fitness? BMC Complement Altern Med. [Internet] 2007 Nov [citado 2009 Set 07]; 40(7). Disponível em: http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=2219995

38 Siegel P, Barros FN. Terapêutica religiosa, o corpo e a saúde em yoga, ayurveda e tantra. Ciênc. saúde coletiva [Internet]. 2007 Dez [citado 2009 Set 27]; 12(6): 1747-1748. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232007000600035&lng=pt&nrm=iso

39 Külkamp IC, Burin GD, Souza MHM, Silva P, Piovezan AP. Aceitação de práticas não-convencionais em saúde por estudantes de medicina da Universidade do Sul de Santa Catarina. Rev. bras. educ. med. [Internet]. 2007 Set/Dez [citado 2009 Set 10];.31(3). Disponível em:

Page 75: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

75 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022007000300005&lang=pt

40 López González V, Waterland Díaz-Páez A. Medicina alternativa Efectos del Hatha-Yoga sobre la salud. Parte I. Rev Cubana Med Gen Integr. [Internet]. 1998 Jul/Ago [citado 2009 Set 26];14(4). Disponivel em: http://bvs.sld.cu/revistas/mgi/vol14_4_98/mgi12498.pdf

41 Straub RO. Psicologia da saúde. Porto Alegre: Artmed; 2005. p. 676. 42 Oken BS, Zajdel D, Kishiyama S, Flegal K, Dehen C, Kraemer DF, et al. Randomized, controlled, six-month trial of yoga in healthy seniors: effects on cognition and quality of life. Altern Ther Health Med. [Internet].2006 Mai [citado 2009 Out 07]; 12(1): 40–47. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1457100/ 43 Rauen FJ. Roteiros de investigação científica. Tubarão: Ed. UNISUL, 2002.

44 Castro M, Caiuby AVS, Draibe SA, Canziani MEF. Qualidade de vida de pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise avaliada através do instrumento genérico SF-36. Rev. Assoc. Med. Bras. [Internet] 2003 [citado 2009 Out 10]; 49(3): 245-9. Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/ramb/v49n3/a25v49n3.pdf 45 Couto IBVL. Efeito agudo da manipulação em pacientes com dor lombar crônica: estudo piloto.Fisio. Mov. [Internet].2007 Abri/Jun.[citado 2009 Out 06];20(2). Disponível em: ttp://www.crefito8.org.br/revista/Fisio_V20N2.pdf#page=57 46 Pitanga, FJG. Testes, medidas e avaliação em educação física e esportes. 4.ed.Ed.São Paulo: Phorte; 2005. 47 Molinari B. Avaliação médica e física para atletas e praticantes de atividades físicas. São Paulo: Roca; 2000. p.282. 48 Siegel P, Barro NF. Yoga: cultura e saúde. [monografia]. São Paulo: UNICAMP; 2007. Disponível em: http://www.fcm.unicamp.br/grupos/lpqs/posters/Yoga_cultura_saude.pdf 49 Siegel P, Barros NF. Yoga in Brazil and the National Health System. Complementary Health Practice Review. [Internet] Abri. 2009. [citado 2009 Out 25]; 14(2): 93-107. Disponível em: http://chp.sagepub.com/cgi/content/abstract/14/2/93

Page 76: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

76 50 Lima CF. O Yoga para crianças, sob o enfoque na psicomotricidade, na educação física escolar. [Tese]. Rio de Janeiro: Universidade Candido Mendes Pós-graduaçao “Lato Sensu” Instituto a vez do Mestre. [Internet] 2008. [citado 2009 Out 26]. Disponível em: http://www.avezdomestre.com.br/docpdf/monografias_publicadas/C202970.pdf 51 Mendes EH. Métodos de treinamento de flexibilidade em praticantes de ginástica rítmica do paraná. Caderno d educação física:estudos e reflexões. [Internet]. [citado 2009 Out 02]; 5(9): 43-50. Disponível em: www.unesporte.org.br/forum2007/...oral/02_artemis_soares.pdf 52 Silva D’Addio G, Lage LV. Ioga e Fibromialgia. Rev Bras Reumatol. [Internet] 2006 Jan/Fev. [citado 2009 Out 15]; 46(1): 37-39. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbr/v46n1/29385.pdf 53 Peruci D. A influência da prática do body balance na flexibilidade, Força e resistência muscular. Rev. Bras. Prescri. Fisio. Exerc, [Internet] 2009 Març/Abr. [citado 2009 Out 20]; 3(14): 186-195. Disponível em: http://rbpfex.com.br/wp-content/uploads/2009/04/pfex_155_n14v3_pp_186_195.pdf 54 Moraes FO, Balga RSM. A yoga no ambiente escolar como estratégia de mudança no comportamento dos alunos. Rev. Mack. Ed. Fís. Esp. [Internet] 2007. [citado 2009 Out 13]; 6(3): 59-65. Disponível em: http://www3.mackenzie.com.br/editora/index.php/remef/article/viewFile/1227/938 55 Faria VAM, Oliveira AMB.

Yogilates: condicionamento físico, força e flexibilidade em

idosas sedentárias. Rev. Univap. [Internet]; 2006 Out [citado 2009 Out 20]; 13(24): 2768-2772. Disponível em: http://www.univap.br/univap/pro_reitorias/cultura_divulgacao/revista/RevistaUnivap24.pdf 56 Oken BS, Zajdel D, Kishiyama S, Flegal K, Dehen C, Haas M, Kraemer DF, et al.Randomized, controlled, six-month trial of yoga in healthy seniors: effects on cognition and quality of life. Altern Ther Health Med. [Internet]; 2006 Jan/Feb [citado 2009 Out 15];12(1):40-7.Disponível: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16454146

57 Gail A. Greendale, Anna McDivit, BS, Annie Carpenter, Leanne Seeger, Mei-Hua Huang. Yoga for Women With Hyperkyphosis: Results of a Pilot Study. American Journal of Public Health. [Internet]. 2009 Out [citado 2009 Set 20];92(10):1611-1614. Disponível em: http://www.ajph.org/cgi/content/full/92/10/1611?view=long&pmid=12356608

58 Castro M, Caiuby AVS, Draibe SA, Canziani MEF. Qualidade de vida de pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise avaliada através do instrumento genérico SF-36. Rev. Assoc. Med. Bras. [Internet]. 2003 Set [citado

Page 77: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

77 2009 Set 08];49(3):245-249. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v49n3/a25v49n3.pdf

59 Seidl EMF, Zannon CMLC. Qualidade de vida e saúde: aspectos conceituais e metodológicos. Cad. Saúde Pública. [Internet]. 2004 Mar./Apr [citado 2009 Out 2];20(2):580-588. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v20n2/27.pdf

60 Hadi Ne, Hadi Na. Effectos del hatha yoga on well-being in healthy adults in shiraz, Islamic Republic of Iran. Eastern Mediterranean Haealth Journal. [Inernt]. 2007 Set [citado 2009 Out 02]; 13(4): 829-837. Disponível em: 61 Martins RO. A prática do iso-stretching na melhora da percepção corporal. [monografia]. Cascavel: UNIOESTE; 2004. Disponível em: http://www.unioeste.br/projetos/elrf/monografias/2004-1/tcc/pdf/renata.PDF 62 Oliveira G. Influencias de um programa de yoga no controle do equilibrio de pessoas com esclerose múltipla. [tese]. São Paulo: Universidade de Campinas. [Internet] 2007 Dez [citado 2009 Out 02] Disponível em: http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000425660

Page 78: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

78

APÊNDICES

Page 79: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

79

APÊNDICE A: TESTES ESPECIAIS

Page 80: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

80

TESTES ESPECIAIS Teste de finger-floor _______cm Banco de Wells 1 ______ cm 2 ______ cm 3 ______ cm

Page 81: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

81

ANEXOS

Page 82: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

82

ANEXO A: FICHA DE AVALIAÇÃO POSTURAL

Page 83: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

83

FICHA DE AVALIAÇÃO POSTURAL

VISTA LATERAL Articulações dos tornozelos: 1) Ângulo tíbio-társico ( ) Preservado; ( ) Aumentado D ( )E; ( ) Diminuído D ( )E. 2) Articulações dos joelhos: ( ) Alinhados; ( ) Fletidos D ( ) E; ( ) Hiperestendidos D ( ) E. 3) Articulações dos quadris: ( ) Alinhada; ( ) Fletida ( ) Estendida 4) Pelve: ( ) Alinhada; ( ) Com anteversão; ( ) Com antepulsão; ( ) Com retroversão; ( ) Com retropulsão. 5) Alinhamento do Tronco: ( ) Alinhado; ( ) Rot. de cintura escapular D ( ) E ; ( ) Rot. de cintura pélvica D ( ) E; ( ) Rot de cintura escapular e pélvica D( ) E. 6) Coluna Lombar: ( ) Curvatura normal; ( ) Aumento da lordose; ( ) Retificação da lordose; ( ) Aumento da lordose torácolombar. 7) Coluna Torácica: ( ) Curvatura normal; ( ) Aumento da cifose; ( ) Retificação da cifose. 8) Articulação do cotovelo: ( ) Alinhada; ( ) Aumento da flexão D ( ) E; ( )D ( ) E Ângulo de carregamento

Page 84: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

84 ( ) Com hiperextensão D ( ) E. 9) Articulações dos ombros: ( ) Alinhados; ( ) Com protração D ( ) E; ( ) Com retração D ( )E; ( ) Com rotação medial D ( ) E; ( ) Com rotação lateral D ( ) E. 10) Coluna Cervical: ( ) Curvatura normal; ( ) Aumento da lordose; ( ) Retificação da lordose. 11) Cabeça: ( ) Alinhada; ( ) Com protração; ( ) Com retração.

VISTA POSTERIOR 1) Articulações dos tornozelos: ( ) Alinhadas; ( ) Com varo D ( ) E; ( ) Com valgo D ( )E. 2) Retropé: (Tendão de Aquiles) ( ) Alinhado; ( ) Desalinhado. 3) Apoio do retropé: ( ) Apoio homogêneo no bordo medial e lateral; ( ) Maior apoio em bordo medial D ( ) E; ( ) Maior apoio em bordo lateral D ( ) E. 4) Articulações dos joelhos: ( ) Alinhadas; ( ) Com valgo D ( ) E; ( ) Com varo D ( ) E. 5) Espinhas ilíacas póstero-superiores (EIPS): ( ) Alinhadas; ( ) Desalinhadas mais alta D ( ) E; 6) Altura das cristas ilíacas: ( ) Alinhadas; ( ) Desalinhadas mais alta D ( ) E.

Page 85: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

85 7) Coluna Lombar: ( ) Alinhada; ( ) Convexidade D ( ) E. 8) Coluna Torácica: ( ) Alinhada; ( ) Convexidade D ( ) E. 9) Ângulos inferiores da escápula: ( ) Alinhados; ( ) Desalinhados mais alto D ( ) E. 10) Posição das escápulas: ( ) Alinhadas; ( ) Alada (s) D ( ) E; ( ) Abduzida D ( ) E; ( ) Aduzida D ( ) E; 11) Triângulo de Tales: ( ) Simétrico; ( ) Maior D ( ) E; 12) Articulações dos ombros: ( ) Alinhados; ( ) Ombro mais alto D ( ) E ; 13) Coluna Cervical: ( ) Alinhada; ( ) Convexidade D ( ) E. 14) Cabeça: ( ) Alinhada; ( ) Inclinação lateral D ( ) E; ( ) Rotação D ( )E;

VISTA ANTERIOR: 1) Hálux: ( ) Alinhado; ( ) Valgo D ( ) E; 2) Antepé: ( ) Alinhado; ( ) Abduzido D ( ) E, ( ) Aduzido D ( ) E.

Page 86: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

86 3) Arco longitudinal medial: ( ) Plano D ( ) E; ( ) Cavo D ( ) E; 4. Apoio do antepé: ( ) Apoio homogêneo no bordo medial e lateral; ( ) Maior apoio em bordo medial D ( ) E; 5) Articulações dos joelhos: ( ) Alinhada; ( ) Valgo D ( ) E ( ) Varo D ( ) E 6) Patelas: ( ) Alinhadas; ( ) Patela mais alta D ( ) E; ( ) Patela rodada lateralmente ( rotação lateral do fêmur); ( ) Patela rodada medialmente ( rotação medial do fêmur). 7) Espinhas ilíacas ântero-superiores (EIAS): ( ) Alinhadas; ( ) Desalinhadas mais alta D ( ) E; 8) Alturas das cristas ilíacas: ( ) Alinhadas; ( ) Desalinhadas mais alta D ( ) E; 9) Alinhamento do Tronco: ( ) Alinhado; ( ) Rotação de cintura escapular D ( ) E ; ( ) Rotação de cintura pélvica D ( ) E; ( ) Rotação de cintura escapular e pélvica D ( ) E. ( ) Inclinação lateral D ( )E. 10) Tórax: ( ) Simétrico; ( ) Assimétrico. 11) Articulações dos ombros: ( ) Alinhados; ( ) Ombro mais alto D ( ) E ; ( ) Rotação medial D ( )E; ( ) Rotação lateral D ( ) E. 12) Cotovelos: ( ) Alinhados; ( ) Aumento da flexão D ( ) E; ( ) Hiperextensão D ( ) E.

Page 87: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

87 13) Clavículas: ( ) Simétricas; ( ) Clavícula mais horizontalizada D ( )E; ( ) Clavícula mais verticalizada D ( )E. 14) Fossas Supraclaviculares: ( ) Simétricas; ( ) Assimétricas - aumentada D ( ) E; 15) Cabeça: ( ) Alinhada; ( ) Inclinação lateral D ( ) E; ( ) Rotação D ( ) E.

Page 88: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

88

ANEXO B – Protocolo Medical Outcomes Study SF-36 Health Survey

Fonte: MARQUES, A. P.; ASSUMPÇÃO A.; MATSUTAMI L. A. Fibromialgia e Fisioterapia: avaliação e tratamento. São Paulo: Manole, 2007.

Page 89: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

89 OUTCOMES STUDY 36-ITEM SHORT-FORM HEALTH SURVEY (SF-36)* Esta pesquisa questiona você sobre sua saúde. Estas informações nos manterão informados de como você se sente e quão bem você é capaz de fazer atividades da vida diária. Responda cada questão marcando a resposta como indicado. Caso você esteja inseguro quanto a como responder, por favor, tente fazer o melhor que puder. 1. Em geral, como você diria que é sua saúde? (Circule uma) Excelente.................................................................................................................1 Muito boa ................................................................................................................2 Boa..........................................................................................................................3 Ruim........................................................................................................................4 Muito ruim................................................................................................................5 2. Comparada a um ano atrás, como você classificaria sua saúde em geral agora? (Circule uma) Muito melhor agora do que um ano atrás................................................................1 Um pouco melhor agora do que um ano atrás .......................................................2 Quase a mesma coisa do que um ano atrás...........................................................3 Um pouco pior agora do que um ano atrás .............................................................4 Muito pior do que um ano atrás...............................................................................5 Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente durante um dia comum. 3. Devido à sua saúde, você tem dificuldades para fazer essas atividades? Neste caso quantas? (Circule um número em cada linha)

Atividades Sim, dificulta muito

Sim, dificulta pouco

Não dificulta de modo

algum a) Atividades vigoras, que exigem muito esforço, tais como correr, levantar objetos pesados, participar de esportes árduos 1 2 3 b) Atividades moderadas, tais como mover uma mesa, passar aspirador de pó, jogar bola, varrer a casa 1 2 3 c) Levantar ou carregar mantimentos 1 2 3 d) Subir vários lances de escada 1 2 3 e) Subir um lance de escada 1 2 3 f) Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se 1 2 3 g) Andar mais de 1 km 1 2 3 h) Andar vários quarteirões 1 2 3 i) Andar um quarteirão 1 2 3 j) Tomar banho ou vestir-se 1 2 3

4. Durante as últimas quatro semanas, você teve algum dos seguintes problemas com o seu trabalho ou com alguma atividade diária regular como conseqüência de sua saúde física? (circule um número em cada linha)

Page 90: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

90

Sim Não a) Diminuiu a quantidade de tempo que dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades 1 2 b) Realizou menos tarefas do que gostaria? 1 2 c) Esteve limitado ao seu tipo de trabalho ou a outras atividades? 1 2 d) Teve dificuldade para fazer seu trabalho ou outras atividades (p. ex., necessitou de um esforço extra)? 1 2

5. Durante as últimas quatro semanas, você teve algum dos seguintes problemas com o seu trabalho ou com outra atividade regular diária como conseqüência de algum problema emocional (como sentir-se deprimido ou ansioso)? (Circule um número em cada linha)

Sim Não a) Diminuiu a quantidade de tempo que dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades? 1 2 b) Realizou menos tarefas do que gostaria? 1 2 c) Não trabalhou ou não fez qualquer das atividades com tanto cuidado como geralmente faz? 1 2

6. Durante as últimas quatro semanas, de que maneira sua saúde física ou problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação à família, aos vizinhos, aos amigos ou em grupo? (Circule uma) De maneira alguma .................................................................................................1 Ligeiramente............................................................................................................2 Moderadamente ......................................................................................................3 Bastante ..................................................................................................................4 Extremamente .........................................................................................................5 7. Quanta dor no corpo você teve durante as últimas quatro semanas? (Circule uma) Nenhuma.................................................................................................................1 Muito leve................................................................................................................2 Leve ........................................................................................................................3 Grave ......................................................................................................................4 Muito grave..............................................................................................................5 8. Durante as últimas quatro semanas, quanto a dor interferiu no seu trabalho normal incluindo trabalho dentro ou fora de casa? (Circule uma) De maneira alguma .................................................................................................1 Ligeiramente............................................................................................................2

Page 91: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

91 Moderadamente ......................................................................................................3 Bastante ..................................................................................................................4 Extremamente .........................................................................................................5 9. Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido com você durante as últimas quatro semanas. Para cada questão, dê a resposta que mais se aproximar da maneira como você se sente. (Circule um número em cada linha)

Todo o

tempo

A maior parte

do tempo

Uma boa parte do tempo

Alguma parte

do tempo

Uma pequena parte do tempo

Nunca

a) Quanto tempo você tem se sentido cheio de vigor, cheio de vontade, cheio de força? 1 2 3 4 5 6 b) Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa muito nervosa? 1 2 3 4 5 6 c) Quanto tempo você tem se sentido tão deprimido que nada pode animá-lo? 1 2 3 4 5 6 d) Quanto tempo você tem se sentido calmo ou tranqüilo? 1 2 3 4 5 6 e) Quanto tempo você tem se sentido com muita energia? 1 2 3 4 5 6 f) Quanto tempo você tem se sentido desanimado e abatido? 1 2 3 4 5 6 g) Quanto tempo você tem se sentido esgotado? 1 2 3 4 5 6 h) Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa feliz? 1 2 3 4 5 6 i) Quanto tempo você tem se sentido cansado? 1 2 3 4 5 6 10. Durante as últimas quatro semanas, quanto do seu tempo a sua saúde física ou problemas emocionais interferiram em suas atividades sociais (como visitar amigos, parentes etc.)? (Circule uma) Todo o tempo ..........................................................................................................1 A maior parte do tempo...........................................................................................2 Alguma parte do tempo ...........................................................................................3 Uma pequena parte do tempo.................................................................................4 Nunca......................................................................................................................5 11. O quanto verdadeira ou falsa é cada uma das afirmações para você? (Circule um número em cada linha)

Definitivamente verdadeira

A maioria das vezes verdadeira

Não sei

A maioria

das vezes falsa

Definitivamente falsa

Page 92: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

92

a) Eu costumo adoecer um pouco mais facilmente que as outras pessoas 1 2 3 4 5 b) Eu sou tão saudável quanto qualquer pessoa que eu conheço 1 2 3 4 5 c) Eu acho que a minha saúde vai piorar 1 2 3 4 5 d) Minha saúde é excelente 1 2 3 4 5

Page 93: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

93

ANEXO C - Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)

Page 94: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

94

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP UNISUL

Instruções para elaboração do TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)1

A Res. CNS 196/96 estabelece o respeito à dignidade humana como requisito para a execução de qualquer pesquisa. Assim, exige que toda pesquisa com seres humanos seja realizada apenas após consentimento livre e esclarecido dos sujeitos participantes.

O esclarecimento dos sujeitos deve ser feito de modo que os mesmos possam ter conhecimento sobre a pesquisa a ser realizada, a fim de que decidam autônoma e conscientemente sobre sua participação. Nesse sentido, o termo de consentimento deve ser redigido em linguagem acessível, evitando termos técnicos ou quaisquer outras palavras que possam gerar incompreensões por parte dos sujeitos da pesquisa. Além disso, o termo de consentimento deve incluir os seguintes aspectos:

1) justificativa, objetivos e procedimentos que serão utilizados na pesquisa 2) desconfortos e riscos possíveis e os benefícios esperados (lembrar de explicitar de

que maneira os sujeitos terão acesso aos resultados da pesquisa) 3) métodos alternativos existentes (quando for o caso) 4) forma de acompanhamento e assistência, assim como seus responsáveis 5) garantia de esclarecimentos, antes e durante o curso da pesquisa, sobre a

metodologia, informando a possibilidade de inclusão em grupo controle ou placebo 6) liberdade do sujeito de recusar a participar ou retirar seu consentimento, em

qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu cuidado 7) a garantia do sigilo que assegure a privacidade dos sujeitos quanto aos dados

confidenciais envolvidos na pesquisa 8) formas de ressarcimento das despesas decorrentes da participação na pesquisa

(quando for o caso) 9) formas de indenização diante de eventuais danos decorrentes da pesquisa (quando

for o caso) 10) o não pagamento ao sujeito pela sua participação na pesquisa deverá ficar explícito.

O termo de consentimento deve ser elaborado pelo pesquisador responsável, contendo cada um dos itens acima. Deve ser assinado ou identificado por impressão dactiloscópica por cada um dos sujeitos. Deve ainda ser elaborado em duas vias, sendo uma retida pelo sujeito da pesquisa ou seu representante legal e uma arquivada pelo pesquisador.

Vale salientar que quando os projetos de pesquisa são realizados com menores de idade ou com sujeitos considerados incapazes, em quaisquer tipos de instituições (creches, escolas, hospitais etc.), é necessário que os representantes legais dos sujeitos tenham conhecimento sobre a pesquisa e assinem o TCLE. O pesquisador deverá contatar pessoalmente os responsáveis. Vale lembrar, também, que é necessário que os próprios sujeitos sejam esclarecidos a respeito da pesquisa e que concordem verbalmente em participar da mesma.

Os responsáveis pela instituição não têm autoridade para dar ou assinar os TCLE. No entanto, devem assinar um documento de autorização de contato com os sujeitos (formulário: Declaração de Ciência e Concordância das Instituições Envolvidas), já que os mesmos serão contatados a partir da instituição

1 Material elaborado a partir da Res. CNS 196/96 e com base nas informações fornecidas pelo Comitê de Ética em Pesquisa - Faculdade SEAMA - http://www.seama.edu.br/cep/

Page 95: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA CLÁUDIA …fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/ana_tuane/TCC_Ana_Tuane.pdf · ABSTRACT Yoga is an ancient practice of Indian origin that has become

95

A redação do Termo de Consentimento submetida à análise do CEP-UNISUL deve ser idêntica àquela fornecida ao sujeito da pesquisa, sendo, portanto, vedada qualquer alteração após emissão de parecer final do Comitê.

A seguir encontra-se à sua disposição uma sugestão para Modelo de Termo de Consentimento.