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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JONAS CORREA FERREIRA EFEITOS DO PROTOCOLO BÁSICO DE QUIROPRAXIA EM PACIENTES COM CAPSULITE ADESIVA DO OMBRO Tubarão, 2009

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

JONAS CORREA FERREIRA

EFEITOS DO PROTOCOLO BÁSICO DE QUIROPRAXIA EM PACIENTES COM

CAPSULITE ADESIVA DO OMBRO

Tubarão,

2009

JONAS CORREA FERREIRA

EFEITOS DO PROTOCOLO BÁSICO DE QUIROPRAXIA EM PACIENTES COM

CAPSULITE ADESIVA DO OMBRO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.

Orientador: Prof. MSc. Ralph Fernando Rosas

Tubarão,

2009

JONAS CORREA FERREIRA

EFEITOS DO PROTOCOLO BÁSICO DE QUIROPRAXIA EM PACIENTES COM

CAPSULITE ADESIVA DO OMBRO

Este trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia e aprovado em sua forma final pelo Curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Tubarão, 16 de novembro de 2009.

____________________________________________ Prof. e Orientador Ralph Fernando Rosas, Msc

Universidade do Sul de Santa Catarina

____________________________________________ Profº Esp. Fernando Soldi

Universidade do Sul de Santa Catarina

____________________________________________ Profª Msc. Fabiana Durante de Medeiros Universidade do Sul de Santa Catarina

DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado acima de tudo à

luta de um homem (in memorian) que

doou sua vida a realização dos sonhos de

seus filhos, a minha grande mãe, a meus

sinceros irmãos, a minha linda e presente

namorada e a todos aqueles que

estiveram presentes nesta batalha.

AGRADECIMENTOS

Em nossas vidas paulatinamente iniciamos buscas de objetivos que acabam se tornando a

história em nossas vidas. Todas as histórias possuem personagens, e são a estes que venho

agradecer neste breve momento.

Agradeço ao meu Grande Deus, que independente do momento esta presente, sempre clamado

nos momentos mais difíceis e que colocou várias belas pessoas em meu caminho durante esta

caminhada.

Agradeço a meu pai Nereu (in memorian), que com certeza foi marcante em minha vida, um

eterno professor, e ainda um grande exemplo, apesar de não estar mais presente ao meu lado.

Graças a você pude me sentir forte, sem mesmo poder sentir seu abraço ou ver seu olhar e sua

alegria.

Agradeço a minha mãe Maria Helena, que nos momentos mais difíceis desta luta esteve

presente me apoiando para continuar neste caminho, pois esta tinha sido minha escolha e este

era meu sonho.

Aos meus irmãos Marilene e Juliano que apesar dos duelos da infância, foram e continuam

sendo grande parte da minha história.

A minha namorada Priscila, que durante os quatro anos desta história e dos quatro anos de

nossa história, compartilhou suas forças em meus momentos de fraqueza, seu

companheirismo no momento de solidão e seu sorriso nos momentos de nossa felicidade.

Ao meu orientador Ralph, que desde o início pode transmitir seus mais nobres

conhecimentos, e que em nenhum momento negou seu tempo à formação da minha vida

acadêmica e profissional. Desde o início um grande amigo e companheiro de muitas boas

risadas, e com certeza uma inesquecível pessoa.

A todos os professores que puderam enriquecer nossos conhecimentos na busca de formar

grandes profissionais.

Aos amigos e colegas que jamais serão esquecidos, foram brilhantes e companheiros durante

esta batalha. Minhas saudações especiais a amigos como Alexandre e sua saveiro turbulenta,

ao amigo Gazolla que nos fez dar excelentes gargalhadas em momentos de tensão e ao grande

amigo e parceiro Guilherme sempre com sua irreverência e suas eternas piadinhas. E falando

em amigos não podia esquecer de meu nobre orientar, o grande amigo Ralph, digno de

homenagens, que como já citado vai ficar pra sempre marcado em minha vida, por sua

sabedoria, honestidade, sinceridade e principalmente suas gargalhadas ritmadas, estas serão

inesquecíveis.

Enfim, a todos aqueles que não foram citados, mas que estiveram de alguma forma presentes

nesta história, ajudando a sorrir e a caminhar.

A todos vocês, fica aqui o meu eterno MUITO OBRIGADO!!!

“A realização de um sonho implica o

início de outros, pois uma pessoa que não

sonha, é um ser que não vive”

(FERREIRA, 2009).

RESUMO

A Capsulite Adesiva do Ombro (CAO) comumente chamada de “ombro congelado” é uma

afecção freqüente e dolorosa que se dá por uma inflamação e fibrose da cápsula articular e dos

tecidos circundantes, gerada por fatores intrínsecos e extrínsecos, o que se faz estudar o uso

da quiropraxia no tratamento desta patologia. Esta pesquisa tem como objetivo avaliar os

efeitos imediatos das manobras quiropráticas na CAO, avaliar a amplitude de movimento

(ADM) de ombro e avaliar a dor dos pacientes com CAO antes e após a submissão ao

protocolo básico de quiropraxia. A amostra foi composta por 9 mulheres, devidamente

diagnosticadas como portadoras de CAO com idade entre 30 e 50 anos. Foi realizada uma

escala visual analógica (EVA) e goniometria de ombro no momento da avaliação e uma EVA

e goniometria de ombro durante a reavaliação, o que aconteceu logo após a aplicação da

técnica. O resultado do teste de Mann-Whitney, mostrou que não houve diferença estatística

significativa entre as médias de dor e ADM. Apesar de se observar uma melhora das médias

de ADM de 7% no membro superior esquerdo (MSE) e de 8% no membro superior direito

(MSD), e uma melhora de 27% entre as médias de dor. Ao término da pesquisa concluiu-se

que o efeito da quiropraxia na CAO não foi significativo em apenas uma sessão, requerendo

mais estudos com um tratamento contínuo.

Palavras Chaves: Capsulite Adesiva. Quiropraxia. Fisioterapia.

ABSTRACT

Adhesive Capsulitis of the Shoulder called of “shoulder frozen”, is a frequent affection and

painful what happens for an inflammation and fibrosis of the capsule trough articulation and

of the surrounding tissues, produced by intrinsic and extrinsic factors, what is done to study

the use of chiropractic in the treatment of this pathology. This inquiry aims objective value

the effects immediate of the maneuvers chiropractic at the capsulitis, to value the range of

movement of shoulder and to value the pain of the patients with adhesive capsulitis of the

shoulder before and after the submission to the basic protocol of chiropractic. The sample was

composed by 9 women properly diagnosed like bearers of adhesive capsulitis with age

between 30 and 50 years. There was carried out a scale visual analogical and goniometer of

shoulder at the moment of the evaluation and an range of motion and goniometer of shoulder

during the revaluation, which happened soon after the application of the technique. The test of

Mann-Whitney it showed that there was no statistical significant difference between the

averages of pain and range of motion, in spite of pointing out to him an improvement of the

averages of range of movement of 7 % in the left upper limb and of 8 % in the right upper

limb, and an improvement of 27 % between the averages of pain. To the end of the inquiry it

was ended that the effect of the chiropractic in the adhesive capsulitis was not significant in

only a session, applying for any more studies with a continuous treatment.

Key words: Adhesive Capsulitis. Chiropractic. Physiotherapy.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Medição em pé..........................................................................................................28

Figura 2: Medição com o paciente em prono............................................................................29

Figura 3: Alívio de tensão de ligamentos dos tornozelos em plante flexão..............................29

Figura 4: Alívio de tensão de ligamentos dos tornozelos em dorse flexão...............................29

Figura 5: Alívio de tensão de ligamentos dos tornozelos em rotação lateral............................29

Figura 6: Alívio de tensão de ligamentos dos tornozelos em rotação medial...........................30

Figura 7: Alívio de tensão dos joelhos......................................................................................30

Figura 8: Eliminação da báscula – localização do trocanter maior...........................................30

Figura 9: Eliminação da báscula – ajuste..................................................................................31

Figura 10: Pressão de alívio sacral............................................................................................31

Figura 11: Pressão de alívio ilíaco............................................................................................31

Figura 12: Pressão de alívio lombar..........................................................................................32

Figura 13: Ajustes torácicos inespecíficos................................................................................32

Figura 14: Alívios dos artelhos.................................................................................................32

Figura 15: Laségue + estímulo através do tendão calcâneo......................................................33

Figura 16: Ajuste lombar – vista posterior................................................................................33

Figura 17: Ajuste lombar – vista anterior.................................................................................33

Figura 18: Ajuste cervical.........................................................................................................34

Figura 19: Tração torácica – primeiro tempo............................................................................34

Figura 20: Tração torácica – segundo tempo............................................................................34

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Dados medidos à idade (anos)...............................................................................39

Quadro 2 – Dados referentes a EVA de dor medida em centímetros.......................................40

Quadro 3 – Dados referentes a ADM medida em graus do paciente 1.....................................41

Quadro 4 – Dados referentes a ADM medida em graus do paciente 2.....................................41

Quadro 5 – Dados referentes a ADM medida em graus do paciente 3.....................................41

Quadro 6 – Dados referentes a ADM medida em graus do paciente 4.....................................41

Quadro 7 – Dados referentes a ADM medida em graus do paciente 5.....................................42

Quadro 8 – Dados referentes a ADM medida em graus do paciente 6.....................................42

Quadro 9 – Dados referentes a ADM medida em graus do paciente 7.....................................42

Quadro 10 – Dados referentes a ADM medida em graus do paciente 8...................................42

Quadro 11 – Dados referentes a ADM medida em graus do paciente 9...................................43

Quadro 12 – Médias da ADM do MSD na avaliação e reavaliação.........................................43

Quadro 13 – Médias da ADM do MSE na avaliação e reavaliação..........................................44

LISTA DE ABREVIATURAS

CAO - Capsulite Adesiva do Ombro

ADM - Amplitude de Movimento

AVD´S – Atividades da Vida Diária

SIO - Síndrome do Impacto do Ombro

TM - Terapia Manual

DV - Decúbito Ventral

DD – Decúbito Dorsal

DL – Decúbito Lateral

EIPS - Espinha Ilíaca Póstero-Superior

EVA - Escala Visual Analógica

MSD - Membro Superior Direito

MSE - Membro Superior Esquerdo

STC - Síndrome do Túnel do Carpo

MID - Membro Inferior Direito

LISTA DE SIGLAS

ANQ - Associação Nacional de Quiropraxia

IRAQUI - Instituto Brasileiro de Quiropraxia

COFFITTO - Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional

UNISUL – Universidade do Sul de Santa Catarina

LISTA DE SÍMBOLOS

® - ITS

® - Carci

® - Excel

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................15

2 CAPSULITE ADESIVA DO OMBRO .............................................................................18

2.1 ETIOLOGIA.......................................................................................................................18

2.2 ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DO OMBRO................................................................19

2.3 ALTERAÇÕES BIOMECÂNICAS DO OMBRO.............................................................20

2.4 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DA CAPSULITE ADESIVA DO OMBRO....22

2.4.1 Quiropraxia....................................................................................................................24

2.4.1.1 Protocolo básico............................................................................................................27

3 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................................35

3.1 TIPO DE PESQUISA.........................................................................................................35

3.1.1 Tipo de pesquisa quanto à abordagem.........................................................................35

3.1.2 Tipo de pesquisa quanto ao nível..................................................................................35

3.1.3 Tipo de pesquisa quanto ao procedimento..................................................................36

3.2 POPULAÇÃO/AMOSTRA................................................................................................36

3.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA COLETA DE DADOS...................................37

3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS...............................................................37

3.5 INTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS PARA ANALISE E INTERPRETAÇÃO

DE DADOS..............................................................................................................................38

3.6 COMITE DE ÉTICA E PESQUISA (CEP)........................................................................38

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ........................................................... 39

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................48

REFERÊNCIAS .....................................................................................................................49

ANEXOS .................................................................................................................................53

ANEXO A – Ficha de avaliação...............................................................................................54

ANEXO B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).......................................58

15

1 INTRODUÇÃO

Capsulite Adesiva do Ombro (CAO) ou “Ombro Congelado” é uma doença que

afeta o ombro e é conhecida pela severa diminuição dos movimentos da articulação

glenoumeral, e vem afetando grande número de habitantes. A extensa diminuição dos

movimentos gera uma incapacidade e na maioria das vezes desconfortável para os pacientes,

levando em muitos momentos o afastamento temporário do indivíduo do trabalho.

Souza afirma que a CAO embora ainda tenha uma etiologia obscura, este estado

patológico pode ser classificado de duas formas, classificando-as em capsulite primárias e

secundárias. Sendo as primárias sem causa aparente e a secundária decorrente de outras

patologias, por exemplo, quando um determinado indivíduo tem uma fratura e o mantém

imobilizado por um grande período de tempo, pode gerar a severa diminuição de movimentos,

o que é a CAO (1).

A falta de movimentos característica desta síndrome leva os pacientes à

impossibilidade da prática das atividades da vida diária (AVD`S) como, por exemplo, higiene

e alimentação. Os mesmos não conseguem amplitudes mínimas o que gera na maioria das

vezes dependência para realização de tais atividades, ou de outro modo, sobrecarregamento

do membro contra-lateral, o que com o passar do tempo pode levar o afetamento deste

membro por outras síndromes, como por exemplo, a síndrome do impacto (SIO) (2).

Buscando solucionar a falta de amplitude de movimento (ADM) dos pacientes

com CAO, as terapias manipulativas, especificamente a quiropraxia, ciente de que os

movimentos realizados pelos membros são de responsabilidade de vários grupos como ossos,

músculos e tendões, onde agem através de comandos enviados do cérebro para suas raízes

localizadas na coluna vertebral, de onde emergem até atingirem seus músculos mais distais,

enfatizando a solução da falta de movimentos diretamente nos pontos chaves, se dedicando a

eliminação de alguns fatores extrínsecos, buscando de uma forma manipulativa integrar o

fluxo axoplasmático das articulações.

Entretanto a quiropraxia preocupada em ajustar as articulações do corpo humano,

manualmente ou mecanicamente, ativa ou passivamente, com o objetivo de restaurar a relação

e as funções articulares normais, reestabelecendo a integridade neurológica e influenciando os

processos fisiológicos, podendo desta forma ser uma chave para a regeneração dos

movimentos normais em pacientes com CAO, principalmente sabendo que grande parte dos

pacientes com CAO possui desencadeadores extrínsecos, que na maioria das vezes ficam com

16

limitações por muito tempo, pois com os tratamentos convencionais, o problema não é

solucionado (3).

Partindo do princípio quiroprático e das questões levantadas pela CAO,

principalmente a falta de movimentos do membro superior nos portadores desta síndrome,

levanta-se um problema onde perguntasse: o efeito da manipulação quiroprática, gera

aumento de ADM de ombro em pacientes com CAO?

Com a expectativa de um crescimento da população idosa devido à diminuição da

taxa de natalidade entre os brasileiros, crescem também a demanda de pacientes com

problemas crônicos degenerativos, principalmente nas articulações do ombro e joelho, que

afetam principalmente pacientes entre 40 e 60 anos, em geral resultado de esforços

repetitivos.

Dentre as diversas patologias que se enquadram nesta questão esta a CAO, que

define-se como um fator de incapacidade funcional do ombro, afetando mais mulheres do que

homens durante a quarta, quinta ou sexta década de vida (4).

Desta forma, grande número de cientistas buscam a solução desta afecção

patológica, mas que se torna de difícil resolução devido ao extenso processo inflamatório e

conseqüentemente a dor gerada pelo congelamento da articulação do ombro.

Assim a CAO é uma patologia que atinge várias pessoas e que também em um

processo avançado afasta muitos funcionários do trabalho gerando uma defasagem de mão-

de-obra e como conseqüência aumento dos gastos dos cofres públicos, pois esta requer

atualmente um longo tratamento. Faz-se necessário descobrir e divulgar a eficiência de novos

tratamentos.

O tema proposto se enquadrou num processo de busca de tratamentos mais

efetivos para a CAO, e que desta forma incentive maiores estudos e pesquisas sobre o assunto.

Esta pesquisa, com devida qualidade e profundidade, poderá contribuir muito para

a ciência e a população mundial, incentivando também que outros pesquisadores

intensifiquem a busca de novos tratamentos fisioterápicos, onde visem resolver a verdadeira

origem dos problemas para que possamos num futuro próximo termos resoluções mais rápidas

para diversas patologias, e desta forma também podermos ser melhor reconhecidos, pela

efetividade dos tratamentos.

A busca por novas técnicas de tratamento com atuações efetivas na origem dos

problemas vem para justificar a pesquisa.

17

A pesquisa teve como objetivo geral, avaliar os efeitos imediatos das manobras

quiropráticas na CAO, e objetivos específicos, mensurar a ADM de ombro e avaliar a dor dos

pacientes com CAO antes e após a submissão ao protocolo básico de quiropraxia.

Diante dos objetivos tem-se como hipótese, haver correlação das manipulações

quiropráticas com o ganho de ADM em pacientes com CAO e não haver correlação das

manipulações quiropráticas com o ganho de ADM em pacientes com CAO, ou ainda, haver

correlação das manipulações quiropráticas com a diminuição da dor em pacientes com CAO e

não haver correlação das manipulações quiropráticas com a diminuição da dor em pacientes

com CAO.

A pesquisa se define como quase-experimental, pois não conta com grupo

controle, de nível exploratório com uma abordagem quantitativa, tratando-se de um projeto

que irá mensurar valores de dor e ADM antes e após as manipulações (5).

O trabalho divide-se em cinco capítulos, o primeiro capítulo, destina-se a introdução

deste estudo. No segundo capítulo apresenta-se um referencial teórico. O terceiro capítulo o

delineamento da pesquisa. O quarto capítulo demonstra e analisa estatisticamente os

resultados obtidos na pesquisa, finalizando com as considerações finais deste trabalho no

quinto capítulo.

18

2 CAPSULITE ADESIVA DO OMBRO (CAO)

A CAO comumente chamada de “ombro congelado”, de uma forma sucinta é

delimitada como uma afecção freqüente e dolorosa o que resulta uma extensa gama de

limitações (2, 4, 6, 7).

De uma maneira mais científica a CAO, se da por uma inflamação e fibrose da

cápsula articular e dos tecidos circundantes embora seja uma patologia que tenha suscitado

muitas controvérsias, por ainda ser mal compreendida, tanto no ponto de vista de diagnóstico

como terapêutico (7,8 ).

De história natural, características clínicas e etiopatogenia ainda obscuras,

semelhantes as da distrofia simpático-reflexa e a sua associação com doenças aparentemente

sem relação direta com o ombro, a CAO torna a articulação glenoumeral limitada

principalmente nos movimentos de flexão, rotação interna e rotação externa, mas que podem

acometer todos os movimentos de forma uniforme (7, 8).

Como já comentado no capítulo anterior a CAO é uma patologia que atinge mais

as mulheres entre 40 e 60 anos, principalmente no membro não dominante, o que favorece o

fator desuso, um desencadeante do “ombro congelado” (9).

2.1 ETIOLOGIA

A CAO embora tenha uma etiologia, bem diversificada já é brevemente

delimitada como resultado de fatores intrínsecos e extrínsecos, embora não tenha um

consenso quanto a sua etiologia (1).

Ressaltam-se os dois tipos de fatores desencadeantes da CAO onde dentro das

alterações intrínsecas observam-se causas mais evidenciadas, ou seja, mais fáceis de serem

diagnosticadas, pois geralmente surgem de fatores visíveis aos olhos, já nos fatores

extrínsecos podemos dizer que o terapeuta se utiliza um diagnóstico diferencial, onde o

mesmo vai além do problema e investiga o verdadeiro desencadeador (10).

Segundo Salter, a aderência da cápsula articular à cabeça do úmero, é

desencadeada por uma inflamação que pode ser gerada por fatores intrínsecos ou extrínsecos.

Distúrbios intrínsecos incluem tendinite calcária do supra-espinhoso, ruptura parcial do

19

manguito musculotendinoso, e tendinite bicipital, ainda segundo Salter imobilizações

prolongadas ou mesmo o uso de tipóias podem produzir a CAO. Nos fatores extrínsecos se

incluem infarto agudo do miocárdio, pleurites basais, inflamações sub-frênicas como

colecistite, abscesso, ou rupturas do baço, espondilose cervical, hérnias de disco cervical ou

ainda desvios posturais em cervicais baixas e torácicas altas, o que geralmente gera uma

diminuição do fluxo axoplasmático e vascular nas raízes do plexo braquial que se originam de

C5 a T1, principalmente no nervo supra-escapular, que é um ramo neural misto. Sua parte

motora inerva os músculos infra e supra-espinhoso e a parte posterior do ombro (10, 11).

Em síntese, a CAO pode instalar-se como entidade única (forma primária) ou de

maneira oportunista sobre qualquer doença, que leve à dor no ombro (forma secundária),

traumática ou não (7).

Esses desencadeadores reais da CAO, geram uma série de eventos anormais,

traçados desde a biomecânica, até mesmo a fisiologia da estrutura articular, que resultam

principalmente em rigidez articular e dor pelas alterações promovidas na cápsula articular

(12,13).

2.2 ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DO OMBRO

Independente da origem do problema a CAO interfere e muito na fisiologia

articular do ombro, principalmente em se tratando de fluxos normais, tanto vasculares como

de impulsos nervosos (11).

Quando falamos de desencadeadores extrínsecos ou secundários, citamos

indiretamente as alterações referidas do sistema nervoso central e periférico, principalmente

quando a CAO é deferida por neuropatias cervicais e outras do tipo (14, 15).

Na CAO o plexo braquial que emerge entre as vértebras C5 à T1, é o alvo das

lesões nervosas, pois deste segmento partem os ramos (C5, C6, C7, C8 e T1) que fazem a

inervação motora e sensitiva dos membros superiores, no caso da CAO, principalmente as

raízes C5 e C6, que dão origem a nervo supra-escapular (16).

Estas síndromes podem ser provenientes de atritos e compressões no sistema

nervoso, que dependendo de sua apresentação clínica poderá ser crônica ou aguda, e terá sua

gravidade dependente das alterações súbitas do fluxo sangüíneo e axoplasmático. Vale

ressaltar que as lesões do sistema nervoso geralmente terão repercussões clínicas em outra

20

parte do sistema, principalmente devido às alterações vasculares, pois as fibras nervosas

dependem de um suprimento sangüíneo constante para desenvolver suas funções normais

(14).

A CAO, decorrente de fatores secundários é levada por esta diminuição do

suprimento sangüíneo, gerando uma estase venosa e conseqüente hipóxia, com isso a nutrição

nervosa também fica diminuída. Esta hipóxia é uma provável desencadeante da dor,

característica de grande ocorrência dessa doença, devido à compressão e isquemia, que após

uma serie constante, inicia a proliferação de fibroblastos, originaria de um edema rico em

proteínas. Esta aí então instalada uma fibrose e conseqüente déficit de condução nervosa (14).

Neste momento estão instalados os principais eventos da CAO, que como já

citado estão à rigidez articular e a dor, gerados por inflamação do nervo supra-espinhal,

inflamação desencadeada pelos eventos acima descritos, que levam geralmente os pacientes a

posições antálgicas que pioram a cadeia simpática do ombro (17).

A diminuição de suprimento sangüíneo e condução nervosa do nervo supra-

espinhal causam limitações no movimento devido à responsabilidade de inervação deste nervo

(14, 15).

O nervo supra-escapular inerva os músculos supra e infra-espinhoso que tem a

função de abdução e rotação lateral respectivamente. Neste momento, cria-se a devida ligação

entre CAO e sua possível originalidade extrínseca, observa-se então que qualquer alteração

emergida da coluna cervical pode gerar dor na articulação glenoumeral, devido a suas

inervações (16).

2.3 ALTERAÇÕES BIOMECÂNICAS DO OMBRO

As alterações fisiológicas geradas na CAO descritas acima repercutem

insidiosamente em alterações biomecânicas, pois estas estão totalmente interligadas.

Conforme já descrito por Hulth e Oleurd1 em 1961, surge um elo de ligação entre

essas alterações, sabe-se que, o bombeamento sangüíneo, que em parte é feito pela contração

muscular, fica prejudicado pela falta de movimento e pode provocar a estagnação do sangue

nos vasos de menor calibre. O resultado é uma deficiente circulação nutriente de capilares e

1 Hulth A, Oleurd S. Disuse of extremities II: a microangiographic study in the rabbit (1961) apud (8)

21

vasos, hipóxia, acidose, exsudato, com conseqüente edema e alteração do tecido conjuntivo

circunvizinho. Seguem-se processos inflamatórios, fibrose secundária e, finalmente, retração

da cápsula articular (8).

Esta retração da cápsula articular inicia as alterações biomecânicas, que por sua

vez tornam o ciclo vicioso devido à dor gerada por movimentos da articulação glenoumeral.

Inicia-se um processo de movimento, dor e desuso do membro afetado, tornando o ciclo,

repetido, e o conseqüente congelamento da articulação.

O congelamento do ombro é dado pelo espessamento e contratura da cápsula

articular, o que gera a perda da amplitude de movimento (ADM) (17).

A perda da ADM funcional do ombro leva a vários transtornos, devido a

funcionalidade desta articulação. A finalidade da articulação glenoumeral, que é de posicionar

o braço no espaço, de forma a permitir o funcionamento da mão, sabe-se que a perca de

grande parte destes movimentos leva os acometidos a um transtorno na prática principalmente

das atividades da vida diária (AVD´S) (18).

Sabe-se ainda que a dor, que gera a incapacidade de grandes movimentos também

gera muitas vezes o não uso do membro acometido e uma conseqüente perda de massa

muscular e por sua vez a uma atrofia muscular por desuso (10,17).

A evolução de grande parte dos acometidos com CAO, é a aquisição da Síndrome

do Impacto do Ombro (SIO), no membro contra-lateral pelo uso excessivo desta articulação,

pois a tentativa de reproduzir os movimentos do membro contra-lateral com único membro

leva muitas vezes a exarcebação dos movimentos e a conseqüentes movimentos repetitivos de

um único membro, enquanto o membro contra-lateral repousa devido à dor (10, 17, 18).

O repouso exarcebado gera a atrofia muscular como citado anteriormente, levando

a uma conseqüente hipotonia, pela perda de tônus devido ao desuso que acarreta em fraqueza

muscular, um fator que deve ser tratado logo após o início de ganho de amplitude articular

(17).

Essa fraqueza muscular leva a uma alteração do ritmo escapuloumeral, que tem a

normalidade de 2:1, por exemplo, na abdução ativa, para cada 15º graus de abdução, 10º

acontecem na articulação glenoumeral e 5º de abdução acontecem como conseqüência do

movimento escapular (17).

Quando temos instalada a rigidez articular na CAO, ocorre uma obstrução da

articulação glenoumeral, desta forma na abdução o movimento escapular excede, ou é o único

movimento da cintura escapular, ocorrendo assim uma elevação do ombro, que ocorre de

forma compensatória, a restrição existente neste momento na cápsula articular (15).

22

Nos exames de imagem não são encontradas muitas alterações, alguns autores

descrevem apenas pequena atividade osteoporótica na cabeça do úmero. Embora, alguns

autores relatem que não tenham alterações radiológicas em ombros de portadores da CAO (6).

Ciente de todas as alterações fisiológicas e biomecânicas que a CAO traz, ou se

inicia, cabe os profissionais da área da saúde buscarem um tratamento efetivo para esta

afecção patológica.

A Fisioterapia, mas do que nunca, dentro de suas atribuições, busca também um

tratamento que possa resultar em um melhor prognóstico, com um tratamento em menor

tempo.

2.4 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DA CAO

Devido à diversa gama etiológica, e também ainda pouco conhecida, a CAO se

torna de difícil avaliação, o que por muitas vezes torna a conduta fisioterapêutica equivocada

(1).

Dentro dos tratamentos fisioterapêuticos convencionais mais utilizados estão a

crioterapia, recursos eletrotérmicos, a cinesioterapia convencional ou a utilização de técnicas

manuais específicas, todas com a finalidade de aliviar a dor e retomar a biomecânica normal

da articulação do ombro. Outras técnicas ainda utilizadas por muitos fisioterapeutas, com os

mesmos propósitos, estão as mobilizações passivas, ativo-assistidas e ativas, os alongamentos

e o fortalecimento, sendo que todos estes procedimentos fazem parte do programa de

reabilitação e é usado dependendo do estado clínico e quadro álgico que o paciente se

encontra (4).

Como se pode observar, as técnicas de Terapia Manual (TM) são pouco usadas na

realidade clínica, apesar de existirem há séculos. Os primeiros documentos nos chegam do

Egito faraônico, nos papiros descobertos por Edwin Smith (5000, 4.700 a.C.) e o papiro

número 5 do Ramesseum (4.150, 3.560 a.C.) são as provas. A palavra terapia deriva do grego

“therapeuein”, cujo significado é “cuidar”; “therapon” quer dizer “atendente”, uma pessoa

viva. “Terapêutico” significa o potencial de cura de uma pessoa em relação a outra (19, 20,

21).

A TM, portanto consiste na aplicação de técnicas com as mãos, sobre o corpo do

paciente, com o objetivo de promover o retorno à função normal de seus pacientes aplicando

23

o uso do toque, pois a eficiência de suas técnicas quando bem indicadas, promovem melhoras

satisfatórias à curto prazo (21,22,23).

Dentro da TM existem diversas técnicas, onde podemos citar: manipulação

articular, mobilização articular, mobilização do sistema nervoso, massagem, mobilização

fascial, Pompagem e etc..., estando estas a procura do tecido responsável pela patologia e

sintomatologia. As técnicas possuem ações específicas sobre os tecidos específicos. A escolha

das técnicas é bastante variável dependendo do tecido afetado (20, 21).

A manipulação articular é uma técnica da TM envolvendo o movimento de uma

superfície articular em relação a outra, realizada sobre uma estrutura articular que apresenta

disfunção ao exame físico (21).

A TM é uma técnica de movimento passivo que pode ser classificada como

manipulação ou mobilização. A manipulação articular é uma técnica de movimento passivo

em que o fisioterapeuta imprime um movimento repentino ou arremetido nos limites normais

da amplitude da articulação. Esse movimento é de curta duração e amplitude, mas é realizada

com tal rapidez que o paciente é incapaz de impedi-lo. A mobilização é definida como uma

técnica de movimentos passivos de uma forma em que o paciente tenha em todo o tempo o

controle sobre os movimentos (21).

A manipulação articular faz parte da medicina desde o conhecimento de seu relato

histórico. Há evidências de que técnicas manuais eram usadas na Tailândia em 2000 a.C.,

assim como no Egito antigo. Hipócrates usava a tração manual no tratamento de deformidades

da coluna vertebral. Nos Estados Unidos e na Europa, durante os anos de 1800, os práticos

chamados de bonesetters (“os que colocam ossos no lugar”), desenvolveram toda uma prática

de técnicas de manipulação articular. Embora ignorassem muitas das bases anatômicas e

fisiológicas da manipulação, esses práticos usavam uma série de técnicas que freqüentemente

eram bem sucedidas no alívio da dor e na regressão da deformidade (21).

Técnicas como a Osteopatia, Maitland, Dejarnette e a Quiropraxia, possuem uma

semiologia detalhada, e avaliam os mais variados tecidos e estruturas já pré-definidos pelos

precursores da técnica, e em muitos momentos promovem um feed-back mais acurado para o

tratamento de diversas patologias (19, 20).

A TM tem como princípio de ação a inter-relação existente entre as estruturas do

corpo e suas funções e a habilidade natural do organismo em promover a auto-cura. A TM

visa atingir respostas terapêuticas por meio de mecanismos fisiológicos distintos (19).

No sistema musculoesquelético a TM busca maximizar a mobilidade fisiológica

do sistema, e a eliminar as barreiras do movimento para uma maior eficiência do mesmo(19).

24

As técnicas manuais na maioria das vezes buscam uma etiologia secundária, que

ao exame clínico, passam despercebidas por muitos profissionais fisioterapeutas.

A Quiropraxia buscando este diagnóstico diferencial é uma técnica que visa

principalmente os problemas emergentes das raízes, tratando principalmente as afecções

localizadas na coluna vertebral, podendo desta forma corrigir muitas alterações dos corpos

vertebrais, sacro e ilíaco (24).

2.4.1 Quiropraxia

A Quiropraxia é uma ciência que possui referências de práticas muito antigas

entre os egípcios, gregos e povos orientais, embora atualmente sua especialidade seja na sua

essência ocidental. (3)

Historicamente surgiu em 1895 da sensibilidade de um autodidata canadense

chamado Daniel David Palmer, provido de muita sensibilidade manual, que após a

recuperação da audição de seu funcionário após um incidente, onde Palmer pressionou uma

vértebra saliente, em sua coluna vertebral. O mesmo editou uma obra denominada por ele

“The Science and Art of Chiropratic”, a qual tornou-se uma referência (17).

Desde então Palmer já fazia relatos da importância do sistema neural, pois este

tem a responsabilidade de transportar informações o qual precisa estar livre de qualquer

interferência. Palmer ainda fundou a primeira escola de Quiropraxia em Davenport, Iowa, nos

EUA. (3)

No Brasil em 1922 Willian F. Fipps – se torna o primeiro quiropraxista no País,

incentivando a vinda de colegas americanos ao país. Em 1945 o Dr. Fipps retorna aos EUA.

No mesmo ano Henry Wilson Young DC, quiropraxista e homeopata também vêm para o

Brasil (3)

Em fevereiro de 1982 morre o Sr. Young. Neste momento seus familiares criam

uma biblioteca com todo o material do Sr. Young, para o Sr. Manoel Matheus de Souza, que

foi o primeiro cidadão brasileiro a praticar técnicas de quiropraxia no Brasil (17).

Em 1987, é publicado o primeiro livro em português chamado “Iniciação à

Quiropatia”, nome o qual era dado a quiropraxia na época. Em 1988, foi fundada a

Associação Nacional de Quiropraxia (ANQ) (3).

25

Nesta época Manoel Matheus de Souza funda em São Paulo o Instituto Brasileiro

de Quiropraxia (IRAQUI), o qual começou ministrar cursos pelo Brasil, dentro de um modelo

que ele mesmo desenvolveu denominado Método Matheus de Souza (17).

Este novo método sofreu alterações, devido apenas aos conceitos que a prática

possuía, e na época, foram considerados revolucionários. Sendo assim Matheus de Souza

adaptou a Quiropraxia a realidade brasileira e a de países em desenvolvimento, por isso esse

método se diferencia um pouco do modelo americano. É válido lembrar que mesmo com as

alterações de vocabulário e procedimentos a técnica intitulada “Método Matheus de Souza”,

continua com as mesmas idéias e principalmente a mesma semiologia (24).

Ciente da segurança do método este trabalho irá ater-se ao Método Matheus de

Souza, que como o estilo americano se define como a ciência que se preocupa com a estrutura

e a função, comandada pelo sistema nervoso, consciente de que este relacionamento deve ser

continuo e ininterrupto para a manifestação e preservação da saúde (3).

Portanto quando a transmissão e expressão normal da energia nervosa recebem

qualquer tipo de interferência, em especial nas articulações, seja esta no esqueleto axial ou

apendicular, podem se desenvolver processos patofisiológicos, pois o sistema nervoso é o

agente que libera entradas e saídas do fluxo de informações no organismo, para a manutenção

do equilíbrio orgânico (3, 24).

O conceito quiroprático acredita que o corpo é uma unidade de auto-cura, e que

sua prática consiste em analisar as interferências na transmissão e expressão nervosas

normais, produzidas por anormalidades em uma ou mais unidades de movimentos vertebrais e

outras estruturas do esqueleto, criando assim um complexo de subluxação (3, 25).

Desta forma para avaliar este complexo de subluxação, que envolve fatores

cinesiológicos, neurológicos, miopatológicos, bioquímicos e histológicos, segundo o

Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITTO), é de função do

Fisioterapeuta, que intervém nos distúrbios funcionais dos órgãos e sistemas, cuidando de

seus aspectos biomecânicos, cinéticos e sinérgicos, com fins de superar as manifestações

clínicas decorrentes, resgatando a saúde funcional do indivíduo (25).

Portanto as práticas de Quiropraxia, fundamentadas em ações manipulativas e de

ajustamento ósteo-mio-articular, diagnósticos e terapêuticos, é de especialidade do

profissional de Fisioterapia (25).

Analisa-se que, portanto, o fisioterapeuta com a especialidade de Quiropraxia

possui conhecimentos para avaliar e tratar qualquer alteração de aspectos biomecânicos,

26

cinéticos e sinérgicos, e que, portanto tem total suporte e semiologia para também tratar os

complexos de subluxação.

Dentre os fatores que se inserem neste complexo estão os cinesiológicos, que

quando alterados são observados em qualquer alteração da biomecânica normal, pois quando

temos uma alteração cinesiológica, temos também um fator de compensação para mantermos

o equilíbrio, local onde em muitos momentos é relatada a dor, mas que na verdade não é o

local da alteração cinesiológica, pois a dor é dada apenas por um fator de hipermobilidade, ou

seja, um local que esta compensando uma hipomobilidade gerada por uma fixação, desta

forma a hipermobilidade esta ultrapassando seus limites fisiológicos, e assim gerando dor (3).

Essa fixação que gera a hipomobilidade pode ser dada por um espasmo muscular,

diminuição do ligamento, diminuição do espaço articular, endurecimento e má formação da

cartilagem, erosão óssea ou de cartilagem, fatores esses que determinam uma subluxação, e

que determinam o ajuste quiroprático, ação na qual tem o objetivo de eliminar a causa (3, 24).

Quando denominamos esse mecanismo restritor como uma fixação, é entendida

como uma hipomobilidade total, porém as fixações relatadas clinicamente são menores, entre

20% e 80% da mobilidade normal, determinação na qual leva muitas vezes a uma não

visualização nem mesmo em exames radiológicos (3).

Esta fixação que é parte integrante do complexo de subluxação gera também

fatores neurológicos, devido às alterações cinesiológicas da fixação. Os fatores neurológicos

das subluxações se revelam principalmente devido a interrupção da microcirculação, gerando

estenose, o que pode ser visto como alterações tróficas nos tecidos como pele e músculos

(14).

A alteração da microcirculação diminui conseqüentemente a diminuição do fluxo

axoplasmático, o que é uma situação reversível, porém com a diminuição do fluxo

axoplasmático a integridade estrutural dos axônios irá sofrer, o que gera uma sinapse de má

qualidade, e então não irá ter neurotransmissores corretos, levando à alterações da atividade

sináptica (14).

Com uma sinapse de má qualidade alguns músculos têm sua função prejudicada, o

que leva a mudanças de função dos componentes miopáticos, pois estes também se

manifestam de uma forma errada, gerando hipertonicidade ou espasmo como resultado das

compensações ou atonia e fraqueza como resultado de pressões ou degenerações (3).

Ainda há fatores bioquímicos no complexo de subluxações, desencadeadas

durante o processo de adaptação, levando a condições pró-inflamatórias. Condições essas que

produzem histamina, prostaglandina e cininas (3).

27

Estes eventos bioquímicos, fazem um fluxo de processo inflamatório dentro do

orifício intervertebral, impedindo o fluxo dos líquidos, e assim fazendo com que irritações

(hipermobilidade), sejam contidas de calor, rubor e inchaço, ou degeneração

(hipomobilidade), contidas de dormência, frio, estase circulatória e atrofia (3,23,26).

Completa-se então o complexo de subluxação, onde a ação terapêutica da

quiropraxia, que se desenvolve a partir de ajustes (24).

O termo “ajuste” é de difícil definição, pois se abrange desde a mobilização de

uma fixação até os estímulos neurológicos induzidos pela medula espinhal. O ajuste

quiroprático se diferencia de outras técnicas pelo impulso dinâmico, o que é de uso exclusivo

da Quiropraxia, e é o que caracteriza as técnicas quiropráticas (3).

Este diferencial da manipulação quiroprática é muitas vezes acompanhado de um

som, que se explica pelo rompimento do selo sinovial, o que não caracteriza a qualidade da

manobra aplicada (3).

Isto porque as articulações do corpo possuem pequenas vesículas, que estimuladas

pelo movimento normal, secretam a sinóvia, uma gordura lubrificante e nutritiva. Este líquido

é viscoso, o que gera uma película ou um selo, que o caracteriza. Quando esta recebe uma

ação rápida, seja ela de forma passiva ou ativa, ocorre o rompimento da película e a

conseqüente liberação de gases presentes no liquido sinovial. Os gases emitidos quando

estudados apresentam parcelas de dióxido de carbono, nitrogênio e oxigênio. (23)

Os ajustes quiropráticos se caracterizam por duas categorias: Ajustes gerais e

ajustes específicos (3).

Os ajustes gerais possuem o objetivo de recuperar a mobilidade ou tensões

regionais, e são descritos pelo Método Matheus de Souza como um protocolo básico, já os

específicos se caracterizam por impulsos dinâmicos, com o objetivo de afetar ou reduzir o

componente cinésico de uma subluxação, desencadeador primário dos eventos neurológicos,

miopáticos, químicos e histológicos (3).

2.4.1.1 Protocolo básico

Na década de 80, com a vinda da quiropraxia para o Brasil, o protocolo básico de

quiropraxia se torna a base do Método Matheus de Souza (3).

28

Que segundo ele, Matheus de Souza, se justifica primeiramente pela dificuldade

de pedir exames complementares na época, e também pela necessidade de satisfazer as

expectativas dos clientes, pois dessa forma não precisariam esperar a vinda de exames

complementares para reestabelecer a função articular, levando-os também a perceber que

estavam atendendo o paciente como um todo, e secundariamente aliviando outros diversos

sintomas (3).

No entanto, no período ditatorial as dificuldades de pedir exames complementares

aumentaram, obrigando a adaptação do método a realidade brasileira e assim criando novas

técnicas de diagnóstico, desenvolveu-se uma seqüência de manobras gerais com o intuito de

abordar alterações resultantes de hábitos posturais, estresses da vida moderna e fixações

secundárias, tendo assim o tempo necessário para definir a fixação primária, isso quando esta

já não se ajustava, proporcionando assim a satisfação e a confiança dos clientes (3).

Estava então criado o que passou a chamar-se Protocolo Básico, que tem sua

seqüência a seguir, seqüência que será recebida pela amostra a fim de restabelecer a relação

normal entre sistema nervoso, músculo-esquelético e visceral, desencadeando possíveis

complexos de subluxação.

O protocolo básico que será utilizado nesse estudo está descrito a seguir:

Medição em pé: cliente se coloca com os pés levemente afastados, braços soltos e

relaxados ao lado do corpo, terapeuta se posiciona a frente, faz uma leve flexão de ombro

passiva observa o comprimento tendo como base o dedo médio (3).

Figura 1 - Medição em pé

Fonte: Souza,MM, 2001(3).

Medição com o paciente em prono: o paciente se coloca sobre a maca em decúbito

ventral (DV), onde o terapeuta observa o comprimento das pernas, tendo como base os

maléolos mediais (3).

29

Figura 2 - Medição com o paciente em prono

Fonte: Souza,MM, 2001(3).

Alívio de tensão de ligamentos dos tornozelos: o paciente se coloca sobre a maca

em DV, braços ao lado do corpo. O terapeuta se coloca ao lado da maca flexiona o joelho do

cliente a mais ou menos 90º, faz uma plante flexão (figura 3), até uma tensão máxima e faz o

ajuste para a mesma direção. A manobra se repete da mesma forma em dorse (figura 4),

rotação lateral (figura 5) e rotação medial (figura 6). Estas manobras são feitas bilateralmente

(3).

Figura 3 - Alívio de tensão de ligamentos dos tornozelos em plante flexão.

Fonte: Souza,MM, 2001(3).

Figura 4 - Alívio de tensão de ligamentos dos tornozelos em dorse flexão.

Fonte: Souza,MM, 2001(3).

Figura 5 - Alívio de tensão de ligamentos dos tornozelos em rotação lateral.

Fonte: Souza,MM, 2001(3).

30

Figura 6 - Alívio de tensão de ligamentos dos tornozelos em rotação medial.

Fonte: Souza,MM, 2001(3).

Alívio de tensão dos joelhos: o paciente se coloca sobre a maca em DV, braços ao

lado do corpo. O terapeuta se coloca ao lado da maca, faz uma flexão total de joelho do

cliente, e com a outra mão localiza a fossa poplítea, mantendo a flexão máxima exerce uma

tensão crânio-caudal, a qual faz também o ajuste no mesmo sentido (3).

Figura 7 - Alívio de tensão dos joelhos

Fonte: Souza,MM, 2001(3).

Eliminação da báscula: o paciente se coloca sobre a maca em DV, braços ao lado

do corpo. O terapeuta localiza o trocanter maior (figura 8), com uma das mãos faz a flexão de

joelhos a mais ou menos 110º, com a outra mão exerce uma tensão sobre o trocanter maior e

faz o ajuste (figura 9) (3).

Figura 8 - Eliminação da báscula: localização do trocanter maior.

Fonte: Souza,MM, 2001(3).

31

Figura 9 - Eliminação da báscula: ajuste

Fonte: Souza,MM, 2001(3).

Pressão de alívio sacral: o paciente se coloca sobre a maca em DV, braços ao lado

do corpo. O terapeuta localiza o sacro do paciente, coloca uma mão sobre a outra em cima do

sacro, e exerce três pressões perpendiculares iniciadas e terminadas na fase expiratória (3).

Figura 10 - Pressão de alívio sacral Fonte: Souza,MM, 2001(3).

Pressão de alívio ilíaco: o paciente se coloca sobre a maca em DV, braços ao lado

do corpo. O terapeuta localiza as mãos lateralmente as articulações sacro-ilíacas do paciente, e

exerce três pressões perpendiculares iniciadas e terminadas na fase expiratória (3).

Figura 11 - Pressão de alívio ilíaco Fonte: Souza,MM, 2001(3).

32

Pressão de alívio lombar: o paciente se coloca sobre a maca em DV, braços ao

lado do corpo. O terapeuta localiza as mãos dispostas uma sobre a outra no segmento lombar

do paciente, e exerce três pressões perpendiculares iniciadas e terminadas na fase expiratória

(3).

Figura 12 - Pressão de alívio lombar

Fonte: Souza,MM, 2001(3).

Ajustes torácicos inespecíficos: o paciente se coloca sobre a maca em DV, braços

ao lado do corpo. O terapeuta localiza a região torácica a partir de T12, e com as mãos

espalmadas, exerce uma tensão de 45º, e faz o ajuste, a técnica se repete em todo o segmento

torácico (3).

Figura 13 - Ajustes torácicos inespecíficos

Fonte: Souza,MM, 2001(3).

Alívios dos artelhos: o paciente se coloca sobre a maca em decúbito dorsal (DD),

braços ao lado do corpo. O terapeuta exerce tensão para distal nos artelhos e faz o ajuste, dedo

por dedo. Esta manobra deve ser feita bilateral (3).

Figura 14 - Alívios dos artelhos

Fonte: Souza,MM, 2001(3).

33

Laségue + estímulo através do tendão calcâneo: o paciente se coloca sobre a maca

em DD, braços ao lado do corpo. O terapeuta faz uma flexão de quadril a mais ou menos 80º,

acompanhado de uma dorse flexão do mesmo membro, que deve ser tencionado ao máximo,

onde se realiza o estímulo no tendão calcâneo (3).

Figura 15 - Laségue + estímulo através do tendão calcâneo

Fonte: Souza,MM, 2001(3).

Ajuste lombar: o paciente se coloca sobre a maca em decúbito lateral (DL), com

as mãos entrelaçadas logo abaixo dos mamilos, com a perna de baixo estendida e a de cima

flexionada para fora da maca, com o pé na altura da fossa poplítea contra-lateral. O terapeuta

coloca uma das mãos sobre o ombro de cima do paciente, a outra mão deve ser colocada sobre

a espinha ilíaca póstero-superior (EIPS), exercendo uma tensão de forma rotacional, com o

auxílio do joelho do terapeuta sobre o joelho flexionado do paciente. Após ser exercida a

tensão o ajuste deve ser feito sobre a EIPS, sentido apendicular (3).

Figura 16 - Ajuste lombar – vista posterior

Fonte: Souza,MM, 2001(3).

Figura 17 - Ajuste lombar – vista anterior

Fonte: Souza,MM, 2001(3).

34

Ajuste cervical: o paciente se coloca sobre a maca em DD, braços ao lado do

corpo. O terapeuta faz uma leve flexão e uma rotação máxima da cervical do paciente,

exercendo a ajuste. Executa-se a técnica para os a dois lados (3).

Figura 18 - Ajuste cervical

Fonte: Souza,MM, 2001(3).

Tração torácica: o paciente de pé, com as mãos cruzadas sobre os ombros. O

terapeuta coloca-se atrás do paciente, trazendo-o contra ele, e exercendo uma tensão no

sentido cranial, em dois tempos (3).

Figura 19 - Tração torácica – primeiro tempo

Fonte: Souza,MM, 2001(3).

Figura 20 - Tração torácica – segundo tempo Fonte: Souza,MM, 2001(3).

35

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Este capítulo apresenta os aspectos do estudo, os quais se referem respectivamente

ao tipo de pesquisa, caracterização do sujeito da pesquisa, instrumentos e procedimentos que

serão utilizados na coleta de dados e procedimento para análise e interpretação dos dados.

O delineamento da pesquisa refere-se ao planejamento da mesma em uma maior

dimensão. Neste capítulo, o pesquisador define os meios técnicos da pesquisa, onde prevê os

instrumentos e os procedimentos necessários utilizados para a coleta de dados.

3.1 TIPO DE PESQUISA

Para a definição do tipo de pesquisa, levam-se a critério três características de

classificação: quanto à abordagem, nível e procedimento

3.1.1 Tipo de pesquisa quanto à abordagem

No quesito abordagem, a pesquisa é classificada como quantitativa, devido ao

fato de que foram mensurados os valores de dor e amplitude de movimento (ADM) antes e

após as manipulações, se utilizando de instrumentos de medidas (27).

3.1.2 Tipo de pesquisa quanto ao nível

Quanto ao nível a pesquisa se define como exploratória, pois se preocupou em

explorar as alterações e os efeitos da técnicas em pacientes com capsulite adesiva do ombro

(CAO) (27).

36

3.1.3 Tipo de pesquisa quanto ao procedimento

Quanto ao procedimento a pesquisa se define como quase-experimental, pois não

conta com grupo controle. A mesma deve o cuidado de avaliar o que ocorreu e a quem

ocorreu, o que tornou viável a relação de causa e efeito (27).

O presente estudo apresenta como variável dependente a amplitude de

movimentos e a dor e variável independente a quiropraxia.

3.2 POPULAÇÃO/AMOSTRA

A pesquisa foi realizada com uma população composta de indivíduos mulheres que

estavam devidamente inscritas na lista de espera da Clínica Escola de Fisioterapia - UNISUL,

Campus Regional Sul / Unidade Tubarão, que obedeceram aos seguintes critérios:

a) Constar na lista de espera da Clínica Escola do Curso de Fisioterapia da

Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Campus Tubarão, Santa Catarina (SC),

com patologias de ombro que estiverem com diagnóstico fisioterapêutico de capsulite adesiva

do ombro (CAO).

b) Apresentar idade cronológica entre 30 e 50 anos.

Deve-se levar em consideração que a CAO tem grande prevalência em mulheres

com idade cronológica entre 30 e 50 anos. Além disso o ombro é uma das articulações mas

afetadas do ser humano, por ser também a mais instável do corpo humano. Além disso, as

mulheres estão mais propensas a apresentar CAO, pois possuem características anátomo-

funcionais características como menor massa muscular e óssea, articulações mais frágeis (12).

c) Ser um indivíduo definitivamente avaliado como portador de (CAO).

Como critérios de exclusão para a caracterização da amostra, estabeleceram-se os

seguintes parâmetros:

a) Utilizar medicação analgésica e/ou antiinflamatória em concomitância com o

tratamento proposto.

b) Estar com roupas inadequadas para a prática das manipulações ou que limitem

movimentos. Principalmente na avaliação e reavaliação.

37

c) Impossibilidade de realizar qualquer movimento sugerido pelo terapeuta

durante as manobras.

3.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA COLETA DE DADOS

Serão utilizados como instrumento de coleta: maca marca ITS®, goniômetro da

marca Carci® para medir a ADM de ombro, em graus e uma ficha de avaliação com escala

visual analógica (EVA) contida no Anexo A.

3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

Foi realizado o contato com os pacientes que apresentaram patologias crônicas de

ombro através da lista de espera da Clínica Escola de Fisioterapia e contatados para

comparecer em data e horário agendados para a avaliação, intervenção e reavaliação.

Após a seleção de 9 indivíduos que apresentaram os critérios de inclusão para a

pesquisa, foi realizada a avaliação, conforme descrito no capítulo anterior e os que

apresentaram (CAO), foram convidados a assinar o termo de consentimento livre e

esclarecido (TCLE) (ANEXO B), para então dar início ao tratamento.

Os atendimentos foram realizados no período entre abril e outubro de 2009, sendo

que cada paciente teve um atendimento de 35 minutos em média. O atendimento foi dividido

em avaliação, aplicação das manipulações e reavaliação. Foi feito uma EVA no momento da

avaliação e uma EVA no fim da técnica de manipulação. Também foram verificadas as

amplitudes de movimento do ombro antes e após a aplicação das manipulações.

38

3.5 INTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS PARA ANALISE E INTERPRETAÇÃO DE

DADOS

Os dados foram armazenados em uma planilha do Excel® e analisados pelo teste

de Mann-Whitney (α = 0,05), para verificar se existe diferença entre as médias de dor, medida

em centímetros; e ADM, medida em graus antes e depois do protocolo básico de quiropraxia.

3.6 COMITE DE ÉTICA E PESQUISA (CEP)

A pesquisa teve início logo após a aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê

de Ética em Pesquisa (CEP) da UNISUL, com o código 09.075.4.08.III.

39

4 – ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Neste capítulo serão apresentados os resultados colhidos no estudo. Através de

tabelas serão demonstrados os mesmos relacionados com as avaliações e reavaliações de

amplitude de movimento (ADM) e dor antes e após a aplicação do protocolo básico de

quiropraxia.

Para análise de dados, descrita neste capítulo foi utilizado o teste de Mann-

Whitney com nível de significância de 5% para identificar diferenças nas médias das

goniometrias antes e após o protocolo básico de quiropraxia.

Abaixo serão descritos os dados obtidos durante a avaliação, a aplicação do

protocolo de quiropraxia e a reavaliação dos pacientes como portadores de capsulite adesiva

do ombro (CAO).

No quadro 1, estão ilustrados os dados referentes à idade da amostra pesquisada.

Quadro 1 – Dados medidos à idade (anos).

Amostra Idade

1 39

2 35

3 47

4 41

5 48

6 40

7 34

8 31

9 32

A média de idade dos indivíduos do quadro 1 foi de 38 anos (desvio padrão +/-

6,15) sendo a idade mínima 31 anos e a máxima de 48 anos.

40

No quadro 2, serão apresentados os dados referentes a dor, avaliada antes e após a

aplicação do protocolo de quiropraxia nos portadores de CAO, com o auxílio de uma escala

visual analógica (EVA).

Quadro 2 – Dados referentes a EVA de dor medida em centímetros.

Amostra Avaliação Reavaliação

1 8 10

2 7 4

3 6 5

4 9 3

5 8 5

6 8 8

7 6 2

8 4 0

9 7 9

A dor dos indivíduos participantes da amostra na avaliação teve uma média de 7

cm na EVA (desvio padrão +/- 1,5), sendo a medida mínima 4 cm e a máxima 9 cm (moda=8

cm), já na reavaliação a média foi de 5,11cm (desvio padrão +/- 3,33) sendo a medida mínima

0 cm e a máxima de 10 cm (moda = 5 cm).

Em uma análise individual da pesquisa verificou-se a diminuição da dor em 6

pacientes, ou seja, a maioria destes e inclusive deixando pacientes sem dor (dor zero), como

foi o caso da paciente 8. Ainda houve a piora de duas pacientes e a manutenção da dor da

paciente 6. Em aspectos gerais observa-se uma melhora de 27% em relação às médias de dor.

Contudo, realizado o teste de Mann-Whitney, na avaliação da dor utilizando-se de

uma EVA antes e depois da aplicação do protocolo de quiropraxia não houve diferença

estatística significativa entre as medidas.

Nos quadros a seguir, serão apresentados individualmente os dados referentes à

ADM, avaliada antes e após a aplicação do protocolo, com o auxílio de um goniômetro

apresentando as medidas em grau.

41

Quadro 3 – Dados referentes a ADM medida em graus do paciente 1.

1 Avaliação Reavaliação Movimentos D E D E

Abdução 65 106 70 120 Flexão 75 130 70 130

Rot. Externa 43 80 45 80 Rot. Interna 58 70 35 70

Quadro 4 – Dados referentes a ADM medida em graus do paciente 2.

2 Avaliação Reavaliação Movimentos D E D E

Abdução 90 138 110 140 Flexão 105 140 115 140

Rot. Externa 50 50 50 50 Rot. Interna 50 50 50 50

Quadro 5 – Dados referentes a ADM medida em graus do paciente 3.

3 Avaliação Reavaliação Movimentos D E D E

Abdução 90 55 110 65 Flexão 135 55 135 68

Rot. Externa 30 45 35 45 Rot. Interna 55 55 55 55

Quadro 6 – Dados referentes a ADM medida em graus do paciente 4.

4 Avaliação Reavaliação Movimentos D E D E

Abdução 65 120 70 140 Flexão 58 110 72 110

Rot. Externa 34 60 45 60 Rot. Interna 37 60 37 60

42

Quadro 7 – Dados referentes a ADM medida em graus do paciente 5.

Quadro 8 – Dados referentes a ADM medida em graus do paciente 6.

6 Avaliação Reavaliação Movimentos D E D E

Abdução 145 85 150 98 Flexão 120 100 140 115

Rot. Externa 80 45 80 64 Rot. Interna 55 55 60 70

Quadro 9 – Dados referentes a ADM medida em graus do paciente 7.

7 Avaliação Reavaliação Movimentos D E D E

Abdução 135 105 145 112 Flexão 140 105 145 137

Rot. Externa 55 45 65 50 Rot. Interna 55 55 75 55

Quadro 10 – Dados referentes a ADM medida em graus do paciente 8.

8 Avaliação Reavaliação Movimentos D E D E

Abdução 70 130 60 140 Flexão 90 140 90 140

Rot. Externa 35 60 35 60 Rot. Interna 55 73 55 78

5 Avaliação Reavaliação Movimentos D E D E

Abdução 90 130 117 130 Flexão 80 100 96 112

Rot. Externa 40 45 45 45 Rot. Interna 65 65 65 65

43

Quadro 11 – Dados referentes a ADM medida em graus do paciente 9.

9 Avaliação Reavaliação Movimentos D E D E

Abdução 70 130 60 140 Flexão 90 140 90 140

Rot. Externa 35 60 35 60 Rot. Interna 55 73 55 78

Os indivíduos participantes da amostra na avaliação do membro superior direito

(MSD) obtiveram uma média de 72,36 graus (desvio padrão +/- 32,63 graus), sendo a medida

mínima 30 graus e a máxima 145 graus (moda = 55 graus), já na reavaliação do MSD a média

foi de 78,25 graus (desvio padrão +/- 35,62 graus) sendo a medida mínima 35 graus e a

máxima de 150 graus (moda = 70 graus).

No membro superior esquerdo (MSE) os indivíduos participantes da amostra na

avaliação obtiveram uma média de 83,94 graus (desvio padrão +/- 34,29 graus), sendo a

medida mínima 45 graus e a máxima 140 graus (moda = 55 graus), já na reavaliação do MSE

a média foi de 89,83 graus (desvio padrão +/- 36,36 graus) sendo a medida mínima 45 graus e

a máxima de 155 graus (moda = 140 graus).

Para facilitar a visualização, os dados se encontram nas tabelas abaixo:

Quadro 12 – Médias da ADM do MSD na avaliação e reavaliação.

Pacientes Avaliação Reavaliação

Média 72,36 78,25

Desvio Padrão +/- 32,63 35,62

Mínima 30 35

Máxima 145 150

Moda 55 70

44

Quadro 13 – Médias da ADM do MSE na avaliação e reavaliação.

Pacientes Avaliação Reavaliação

Média 83,94 89,93

Desvio Padrão +/- 34,29 36,36

Mínima 45 45

Máxima 140 155

Moda 55 140

Como no item anterior, a ADM dos indivíduos pesquisados teve uma melhora

quando avaliado particularmente. Observa-se que no MSD a média da ADM aumentou

diminuiu 5,89 graus o que significa uma melhora de 8%. Ainda se observa melhoras na

medida mínima e máxima que passaram de 145 graus para 150 graus e outra melhora

significativa foi expressa na moda que passou de 55 para 70 graus.

Da mesma forma no MSE, quando analisadas as médias, houve uma melhora de

7%, observa-se um ganho de 15 graus na medida máxima que passou de 140 graus para 155

graus, e ainda a moda obtida na reavaliação passou de 55 graus para 150 graus.

Como os dados de ADM e dor interagem no estudo, com a melhora na dor ouve

também uma melhora da ADM, demonstrando que a dor é um grande elemento incapacitante,

e que o estudo ate o momento se mostra eficaz.

Contudo, realizado o teste de Mann-Whitney, com nível de significância de 5%,

nas medidas de goniometria antes e depois da aplicação do protocolo de quiropraxia não

houve diferença estatística significativa tanto para MSD quanto para o MSE (p=0,5 para a

análise do MSD e p=0,36 na análise do MSE) o que mostra que o protocolo não foi eficaz.

Contrariando os resultados desse estudo, uma pesquisa feita com pacientes sem

diagnóstico clínico, logo após serem avaliados por um clínico geral, foram encaminhados a

uma seção de terapia manual (TM). Neste estudo com uma amostra de 239 pacientes,

observou-se a melhora de 30%, a avaliação da dor, assim como neste estudo foi feita através

da EVA (28).

Em outro estudo publicado pela Chiropractic and Osteopathic College of

Australasia, o autor conclui que uma avaliação bem detalhada mostra a real origem do

problema, onde se encontra o verdadeiro motivo da dor, a quiropraxia tem efeitos benéficos

sobre a dor (29).

45

Nesta pesquisa, onde foi realizado um estudo de caso sobre o efeito da quiropraxia

sobre pacientes com dores em extremidades superiores, encontrou-se uma alteração na coluna

cervical (C6), que originava a dor no paciente nas extremidades superiores. Esta alteração

definida pelo autor como uma radiculopatia, que quando realizada a manipulação quiroprática

para a correção da mesma, se observou a melhora da paciente voltando a ter um mesmo

episódio oito meses depois (29).

Segundo a pesquisa, o motivo do retorno do episódio, ou seja, a alteração de C6 e

a conseqüente dor nas extremidades superiores se deram pela não realização do tratamento

postural com indicado pelo quiropraxista (29).

Ainda contrariando o resultado estatístico deste estudo, em abril de 2006 o

Journal of Royal Society of Medicine, publicado por Ernst e Canter, apresentou uma pesquisa

de revisão literária, que compreendeu estudos de 2000 a 2005. Autores como Gross AR et al e

Bronfort entre outros mostraram que a TM exerce efeito real sobre a dor e apenas sobre ela o

que neste momento corrobora com o estudo (30).

Desta forma, ainda em 2006, realizou-se um estudo para a revisão das conclusões

de Ernst e Canter, onde se constatou que suas conclusões não continham provas suficientes, e

que sua conclusão permitia um descrédito, a um grande corpo de profissionais que se utilizam

da TM (31).

Cyriax e Cyriax (2001)2 citam que, apenas uma manipulação é capaz de eliminar a

dor. Contrariando mais uma vez os resultados da presente pesquisa, sendo que na mesma foi

também realizada apenas uma manipulação (21).

Wright, Jull e Sterling (2001)3, citam que estudos prévios demonstram que a TM

na coluna vertebral tem efeito hipoanalgésico para mecânica nociceptiva, o que explica a

citação de Cyriax e Cyriax (2001), e que ainda não corrobora com a pesquisa, e ainda exerce

um efeito excitatório no sistema nervoso simpático e conseqüente ganho de ADM (21).

Estudos de 2008 mostram que a tração manual é inclusive empregada com o

intuito de promover o aumento dos espaços intervertebrais, os quais, tensionados e

diminuídos, respectivamente, geram os processos álgicos e compressivos desta região, o que é

um dos fator etiológico desencadeador da CAO. Etiologia esta, que muitas vezes pode ser

2 Cyriax JH, Cyriax PJ. Manual ilustrado de medicina ortopédica de cyriax. São Paulo: Manole, 2001 apud (21) 3 Wright A, Jull G, Sterling M. Cervical mobilisation:concurrent effects on pain,sympathetic nervous system activity and motor activity. Revista Manual Therapy.v. 6, n. 2, 2001. p. 72-81 apud (21)

46

resolvida também pelas manobras quiropráticas, resolução não comprovada pelos teste

estatísticos (32).

Alguns efeitos fisiológicos da tração incluem a descompressão das estruturas

articulares, neurológicas e vasculares, o alongamento dos tecidos moles e a estimulação dos

mecanorreceptores, com a finalidade de proporcionar alívio da dor e redução do tônus

muscular. Os autores deste estudo concluíram a tração manual cervical aumenta o

comprimento da coluna cervical, e principalmente o aumento de 3 mm2 a 4 mm2 da área do

forame intervertebral, promovendo, descompressão radicular e relaxamento muscular

cervical, devendo ser um complemento dos procedimentos terapêuticos incorporados em um

programa de fisioterapia. Buscando obter um prognóstico melhor para os comprometimentos

osteomioneuroarticulares da coluna cervical (32).

Assim como na tração manual, as manobras quiropráticas que tem o objetivo de

realizar ajustes cervicais, agindo da mesma forma, afastando as facetas, e gerando a correção

de uma subluxação presente. Estes estudos de tração manual reforçam os efeitos da TM

expressados por Wright, Jull e Sterling3 (2001), e um conseqüente ganho de ADM e alivio da

dor a partir da correção de uma possível radiculopatia (21, 22).

Em estudos que analisaram o efeito da TM em cefaléicos portadores e não-

portadores de degeneração cervical, utilizando-se inclusive de manipulação cervical (C2-C5),

observou-se a diminuição da dor ao fim de dez sessões. Assim como em nossa pesquisa, o

objetivo foi resolver fatores extrínsecos. Analisa-se que os resultados são divergentes,

explicado pelo numero de sessões de cada pesquisa (33, 34).

Em 2006, uma pesquisa para avaliar a relação entre tensão neural adversa e

estudos de condução nervosa em pacientes com sintomas da síndrome do túnel do carpo

(STC), mostraram que a estrutura de mielina do nervo no SNC, quando lesada, produz

alterações eletrofisiológicas. Nas síndromes de compressão nervosa, a ocorrência de restrição

no deslizamento dos nervos periféricos tem sido considerada como fator contribuinte na

fisiopatologia. Sabe-se que estes fatores compressivos podem também gerar a CAO, através

de fatores extrínsecos, podendo ser além de contribuinte fisiopatológico, o também principal

desencadeador do processo (35).

Apresentando também a grande gama de recurso da TM, uma revisão

bibliográfica, verificou de forma detalhada a anatomia do ombro durante a CAO, visando uma

futura abordagem da TM de Maitland. Os pesquisadores concluíram uma extensa viabilidade

em criar um protocolo de Maitland para o tratamento desta patologia. Buscando assim, a

melhor forma possível de tratar esta afecção patológica que atinge milhares de pessoas (36).

47

Neste momento apresentando estudos que corroboram com a presente pesquisa,

analisou-se uma revisão literária publicado pelo Journal Oxford University (2000),

concluindo que a quiropraxia exerce apenas efeitos placebos e não efeitos terapêuticos sobre a

dor ou ganhos de ADM (37).

Da mesma forma, Mclaughlin et al, 20024, relatam que não há nenhum benefício

usando uma única sessão de manipulação na redução da dor, fator este correlacionado

diretamente com nossas pesquisas, o que mostra a corroboração entre os estudos.

Após uma minuciosa análise literária observa-se pontos de divergência entre

nossa pesquisa e estudos já publicados. O principal ponto de divergências é dado quando

observamos o número de atendimentos entre a presente pesquisa e a literatura atual. Nosso

estudo se ateu em verificar os efeitos imediatos da terapia, em quanto grande parte da

literatura busca validar o efeito do tratamento, que na maioria das vezes perdura algumas

sessões.

Apesar de analisar estudos que relatem os efeitos imediatos da quiropraxia,

conclusão na qual é um dos motivos incentivadores da pesquisa, estes vêem ao encontro

direto deste estudo quando analisado estatisticamente.

Não se encontraram estudos que mostrassem o tratamento quiroprático como não

efetivo. Segundo a literatura, conclui-se que quando usado como tratamento, ou seja,

realizando mais de uma sessão, os efeitos se mostram em âmbitos maiores.

Outro aspecto levantado para a divergência com a literatura, pode ser explicada

pela dificuldade no encontro de pacientes para amostra, concluindo o estudo assim com

apenas 9 coletas, e desta forma divergindo a análise particular dos dados e o teste estatístico.

4 Mclaughlin L. et al. Clinical practice guideline on the use of manipulation or mobilization in the treatment of adults with mechanical neck disorders. Revista manual therapy. v. 7, n. 4, 2002. p. 193-205 apud (21)

48

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A capsulite adesiva do ombro (CAO) advinda de alterações extrínsecas,

principalmente as que apresentam componentes cervicais, podem ser restabelecidos através de

técnicas de manipulação quiropráticas, contudo, ela propícia um significativo alívio da dor em

grande parte dos pacientes e secundariamente o aumento da amplitude de movimento no

membro superior afetado.

No estudo realizado constatou-se que a manipulação articular apresenta o aumento

da flexibilidade e o alívio da dor no membro afetado, quando analisado isoladamente, o que

não foi comprovado pelo teste estatístico na população estudada. Outrossim, a população

estudada se apresentou satisfeita com o tratamento proposto.

Devido a grande dificuldade encontrada em obter estudos diretamente

relacionados, sugere-se que novas pesquisas na área sejam realizadas, a fim de realizar

inovações futuras no tratamento desta patologia, que hoje é uma afecção dolorosa, de uma

grande parte da população mundial.

49

REFERÊNCIAS

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50

12 Lech O, Sudbrack G, Valenzuela Neto C. Capsulite adesiva (“ombro congelado”): abordagem multidisciplinar. Rev. Bras. Ortop. [Internet]. 1993 Set [citado 2008 Nov 18]; 28(9): 618. Disponível em: http://www.rbo.org.br/pdf/1993_set_17.pdf 13 Ferreira FAA. Capsulite Adesiva. Rev. Bras. Ortop. [Internet]. 2005 Out [citado 2008 Nov 18]; 40 (10), p. 565-574. Disponível em: http://www.rbo.org.br/materia.asp?mt=1691&idIdioma=1 14 Butler DS, Jones MA. Mobilização do sistema nervoso. Barueri: Manole; 2003. 15 Cailliet R. Dor cervical e no braço. 3ªed. Porto Alegre: Artemed; 2003. 16 Kendall FP, Mccreary EK. Músculos: provas e funções. 3ªed. São Paulo: Manole; 1987. 17 Gould JA. Fisioterapia na ortopedia e na medicina do esporte. 2ªed. São Paulo: Manole; 1993. 18 Clarkson HM. Avaliação musculoesquelética: amplitude de movimento articular e força muscular manual. 2. ed. São Paulo: Guanabara Koogan, 2002. 411 p. 19 Souza F. Efeitos da terapia manual sobre a mecânica respiratória em adultos asmáticos. 2005. Monografia (Curso de Fisioterapia) - Universidade do Sul de Santa Catarina, Tubarão, 2005. Disponível em: http://www.fisio-tb.unisul.br/Tccs/FernandoSouza/tcc.pdf 20 Natali LH. Estudo comparativo do tratamento fisioterapêutico em hérnia discal lombar através de dois protocolos de terapia manual. 2004. Monografia (Curso de Fisioterapia) - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel, 2004. Disponível em: http:// www.unioeste.br/projetos/elrf/monografias/2004-2/pdf/luiz.PDF 21 Pereira AG. Os efeitos clínicos de técnicas de terapia manual na cervicobraquialgia (cbo) – um estudo de caso. 2005. Monografia (Curso de Fisioterapia) - Universidade do Sul de Santa Catarina, Tubarão, 2005. Disponível em: http://www.fisio-tb.unisul.br/Tccs/Andr éPereira/tcc.pdf 22 Longo NSR. Técnicas de terapia manual no tratamento da dismenorréia primária: um multicaso. 2005. Monografia (Curso de Fisioterapia) - Universidade do Sul de Santa Catarina, Tubarão, 2005. Disponível em: http://www.fisio-tb.unisul.br/Tccs/NoeliLongo/tcc.pdf 23 Alter MJ. Ciência da flexibilidade. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 1999. 365p.

51

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52

Catarina, Tubarão, 2003. Disponível em: http://www.fisio-tb.unisul.br/Tccs/03b/jociane/artigojocianehoffmann.pdf 34 Morelli JGS, Rebelatto JR. A eficácia da terapia manual em indivíduos cefaleicos portadores e não-portadores de degeneração cervical: análise de seis casos. Rev. bras. fisioter. [periódico na Internet]. 2007 Ago [citado 2009 Out 22]; 11(4): 325-329. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-3555200 7000400013&lng=pt 35 Mahmud AIM, Merlo ARCrespo, Gomes I, Becker J, Nora DB. Relação entre tensão neural adversa e estudos de condução nervosa em pacientes com sintomas da sídrome do túnel do carpo. Arq. Neuro-Psiquiatr. [periódico na Internet]. 2006 Jun [citado 2009 Out 22]; 64(2a): 277-282. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?scri pt=sci_arttext&pid=S0004-282X2006000200019&lng=ptdoi:10.1590/S0004-282X2006 000200019 36 Ciccone CC, Oliveira MAD, Hildebrand AS. Revisão bibliográfica da anatomia de ombro e da Capsulite adesiva para futura abordagem na terapia manual de Maitland. Anuário de Produção Acadêmica Docente [periódico na Internet]. 2007 [citado 2009 Set 25] 1(1). Disponível em: http://sare.unianhangueraedu.br/index.php/anudo/article/viewArticle/770 37 Ernst E. Does spinal manipulation have specific tratment effects? Family Practice [periódico na Internet]. 2000 Jan; [citado 2009 Set 25] 17: 554–556. Disponível em: http://fampra.oxfordjournals.org/cgi/content/ful l /17/6/554

53

ANEXOS

54

ANEXO A – Ficha de avaliação

55

ANEXO A – Ficha de avaliação FICHA DE AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ORTOPEDIA,

REUMATOLOGIA E TRAUMATOLOGIA – CLÍNICA ESCOLA DA UNISUL

Professor: Ralph F. Rosas

Nome:

_________________________________________________________________________________

Data de

Nascimento:_____________________Idade:________Sexo:________Raça:___________________

Encaminhamento

Médico:________________________________________Profissão:__________________

Diagnóstico

Médico:______________________________________________________________________

QP.:______________________________________________________________________________

_____

H.M.A.:___________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

___________________________________________

______________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

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__________________________________________________________________________________

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__________________________________________________________________________________

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__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

56

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

sem dor dor insuportável

Perimetria: Local anatômico cm P.R. Esquerdo Direito

AVAL REAVAL AVAL REAVAL Obs.:___________________________________________________________________________________ Goniometria:

Articulação Movimento Esquerdo Direito AVAL REAVAL AVAL REAVAL Testes Especiais:

Teste Resultado AVAL REAVAL Exames Complementares:

Exame/Data Resultados Disfunções identificadas:

__________________________________________________________________________________

57

__________________________________________________________________________________

__________

DIAGNÓSTICO CINÉTICO-

FUNCIONAL:___________________________________________________

Objetivo do tto:

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________

Plano de tto:

____________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

_______________

_________________________________

Nome do aluno

58

ANEXO B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

59

ANEXO B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

TERMO DE CONSENTIMENTO Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e que recebi, de forma clara e objetiva, todas as explicações pertinentes ao projeto e que todos os dados a meu respeito serão sigilosos. Eu compreendo que neste estudo as medições dos experimentos/procedimentos de tratamento serão feitas em mim.

Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento.

Nome por extenso : _______________________________________________

RG : _______________________________________________

Local e Data: _______________________________________________

Assinatura: _______________________________________________

Adaptado de: (1) South Sheffield Ethics Committee, Sheffield Health Authority, UK; (2) Comitê de Ética em pesquisa - CEFID - Udesc, Florianópolis, BR.