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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
VINICIUS MENDES COSTA
GESTÃO INTELIGENTE DE DIFICULDADES EMOCIONAIS E FÍSICAS COMO
FATOR DE SEGURANÇA OPERACIONAL
Palhoça
2019
VINICIUS MENDES COSTA
GESTÃO INTELIGENTE DE DIFICULDADES EMOCIONAIS E FÍSICAS COMO
FATOR DE SEGURANÇA OPERACIONAL
Monografia apresentada ao Curso de graduação em Ciências Aeronáuticas, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel.
Orientador: Prof. Cleo Marcus Garcia, MSc.
Palhoça
2019
VINICIUS MENDES COSTA
GESTÃO INTELIGENTE DE DIFICULDADES EMOCIONAIS E FÍSICAS COMO
FATOR DE SEGURANÇA OPERACIONAL
Esta monografia foi julgada adequada à obtenção do título de Bacharel em Ciências Aeronáuticas e aprovada em sua forma final pelo Curso de Ciências Aeronáuticas, da Universidade do Sul de Santa Catarina.
Palhoça, 21 de Junho de 2019
__________________________________________
Orientador: Prof. Cleo Marcus Garcia, MSc.
__________________________________________
Prof. Patrícia da Silva Meneghel, Drª.
Dedico este trabalho primeiramente à Deus por ter me ajudado em todos os momentos em que precisei, aos meus
familiares e minha namorada, pessoas estas que não mediram esforços em me
apoiar para que eu chegasse até esta etapa da minha vida.
RESUMO
Esta pesquisa tem como objetivo investigar, com foco na inteligência emocional e
questões psicológicas, as possibilidades e alternativas visando a redução de riscos
operacionais em acidentes e incidentes aéreos. Caracteriza-se como explicativa,
visando abordar os temas definidos nos objetivos específicos, com procedimento
bibliográfico e documental, para que se obtenha dados fidedignos e compatíveis com
a realidade aeronáutica atual e com abordagem tanto qualitativa, por se basear na
realidade para fins de compreender uma situação única e quantitativa, por buscar
conhecimento por meio de raciocínio de causa e efeito, redução de variáveis
específicas, hipóteses e questões, mensuração de variáveis, observação e teste de
teorias. Ao finalizar a pesquisa, conclui-se que o desconhecimento e a não
observância dos limites de segurança fazem dos fatores humanos uma grande fonte
de contribuição para a ocorrência de acidentes e incidentes aeronáuticos.
Palavras-chave: Fatores Humanos. Acidentes Aeronáuticos. Inteligência Emocional.
Riscos Operacionais.
ABSTRACT
This research aimed to investigate, with focus on emotional intelligence and
psychological issues, possibilities and alternatives aimed at reducing operational risks
in accidents and aerial incidents. It is characterized as explanatory aiming to approach
the themes defined in the specific objectives, with bibliographic procedure and case
study, in order to obtain reliable data compatible with the current aeronautical reality
and with a qualitative approach, based on reality for the purpose of understanding a
unique and quantitative situation, for seeking knowledge through cause and effect
reasoning, reduction of specific variables, hypotheses and questions, measurement of
variables, observation and test of theories. At the end of the research, it is concluded
that ignorance and non-observance of safety limits make human factors a great source
of contribution to the occurrence of aeronautical accidents and incidents.
Key words: Human Factors. Aeronautical Accidents. Emotional Intelligence.
Operational Risks.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Infográfico 1 – Incidência dos fatores contribuintes em acidentes nos últimos 10
anos............................................................................................................................20
Infográfico 2 - Incidência dos fatores contribuintes em incidentes graves nos últimos
10 anos ......................................................................................................................21
Manchete 1 – Controle Emocional..............................................................................24
Manchete 2 – Colapso Emocional...............................................................................30
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................13
1.1 PROBLEMA DA PESQUISA .............................................................................14
1.2 OBJETIVOS ......................................................................................................14
1.2.1 Objetivo Geral ...............................................................................................14
1.2.2 Objetivos Específicos ...................................................................................14
1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................15
1.4 METODOLOGIA ...............................................................................................16
1.4.1 Natureza da pesquisa e tipo da pesquisa ...................................................16
1.4.2 População amostra ou sujeitos da pesquisa ou materiais e métodos ....17
1.4.3 Procedimento de coleta de dados ...............................................................17
1.4.4 Procedimento de análise de dados .............................................................17
1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO .....................................................................17
2 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................19
2.1 FATORES HUMANOS CONTRIBUINTES NA OCORRÊNCIA DE ACIDENTES E INCIDENTES NA AVIAÇÃO CIVIL BRASILEIRA ....................................................19
2.2 A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NO MEIO AERONÁUTICO ............................22
2.2.1 Técnicas de Gestão Emocional (TGE) ........................................................24
2.3 GESTÃO INTELIGENTE DE DIFICULDADES FÍSICAS ...................................25
2.3.1 Estresse x Fadiga .........................................................................................26
2.4 A JORNADA DE TRABALHO NA ÓTICA DA LEGISLAÇÃO E A CONSTANTE PREOCUPAÇÃO COM A FADIGA .........................................................................27
2.5 IMPLEMENTAÇAO DE GERENCIAMENTO DE CONTROLE EMOCIONAL E FÍSICO ATRAVÉS DO SISTEM DE GESTÃO DE SEGURANÇA OPERACIONAL 29
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................32
REFERÊNCIAS .......................................................................................................34
13
1 INTRODUÇÃO
Desde a convenção de Chicago, ocorrida em 1944, diversos países somam
forças para garantir a segurança e a compatibilidade das operações entre os Estados
através da chamada ICAO (International Civil Aviation Organization) ou OACI
(Organização de Aviação Civil Internacional), tendo sua sede fundada em Montreal –
Canadá.
A segurança de voo, conforme definido pela OACI (2013) “é o estado no
qual o risco de ferir pessoas ou causar danos em coisas se limita a, ou está mantido
em ou abaixo de, um nível aceitável, através de um processo contínuo de identificação
de perigos e gerenciamento de riscos" (Doc 9859/OACI). Para que esta segurança
permaneça dentro de um padrão aceitável para a aviação, instituiu-se, através do
decreto nº 69.565, o CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos), Organização Militar (OM) do Comando da Aeronáutica (COMAER),
sediado em Brasília.
Desde os primórdios da aviação, pode-se observar grande preocupação
em desenvolver métodos que assegurem a segurança do voo, seja perante a
engenharia da estrutura em geral, ou mesmo em um dos principais componentes de
todo o sistema, o homem.
Segundo dados contidos na ferramenta do CENIPA (2018) “Painel Sipaer”,
somente no ano de 2017 foram registrados 142 acidentes e 56 incidentes graves,
dentre estes, 63% causadas por fatores operacionais e 37% por fatores humanos. O
CENIPA (2019) afirma que:
Fatores operacionais são as áreas de abordagem da segurança de voo que se referem ao desempenho do ser humano na atividade relacionada com o voo. Inclui as seguintes áreas: meteorologia, infraestrutura, instrução, manutenção, aplicação dos comandos da aeronave, tráfego aéreo, coordenação de cabine, julgamento da tripulação, deficiência de pessoal, deficiência de planejamento, deficiência de supervisão, indisciplina de voo, influência do meio-ambiente e experiência de voo na aeronave, entre outros aspectos.
Já o fator humano “é a área de abordagem da segurança de voo que se
refere ao complexo biológico do ser humano, nos aspectos fisiológicos e psicológicos
que possam ter refletido nas ações da tripulação e demais pessoas envolvidas no
14
acidente, servindo para clarificar a sequência dos acontecimentos na ocorrência”.
CENIPA (2019).
Conforme pode-se observar, tanto os fatores operacionais quanto fatores
humanos dominam a maioria dos casos de acidentes ou incidentes, portanto, torna-
se necessário que o profissional da aviação saiba gerir suas dificuldades emocionais
e suas limitações físicas antes, durante e após sua jornada de trabalho, garantindo
desta forma a segurança de todos os usuários do transporte aéreo. Neste sentido,
entra a inteligência emocional do profissional. Como seres humanos desenvolvidos,
porém frágeis, é necessário que o profissional da aviação esteja constantemente
realizando uma auto-analise, visando desenvolver e ampliar o conhecimento sobre si,
dos fatores que possam vir a abalar a sua tomada de decisão, ou elementos físicos
que possam dificultar ou impossibilitar o exercício de sua função.
1.1 PROBLEMA DA PESQUISA
Como gerenciar e desenvolver métodos de controle emocional e físico para
que a segurança operacional em acidentes e incidentes aéreos não seja afetada por
fatores externos?
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Identificar como gerenciar e desenvolver métodos de controle emocional e
físico para que a segurança operacional em acidentes e incidentes aéreos não seja
afetada por fatores externos.
1.2.2 Objetivos Específicos
a) Identificar, do ponto de vista técnico e na ótica da legislação aeronáutica, os
Fatores Humanos contribuintes na ocorrência de acidentes e incidentes na
aviação civil brasileira.
b) Analisar dados sobre os Fatores Humanos contribuintes na ocorrência de
acidentes e incidentes na aviação civil brasileira.
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c) Relacionar os conceitos de Inteligência Emocional no meio aeronáutico.
d) Analisar formas de gestão de dificuldades emocionais e físicas no meio
aeronáutico.
e) Pontuar fatores emocionais e físicos que possam vir a prejudicar a operação
aérea.
1.3 JUSTIFICATIVA
Tratar de fatores humanos em meio aos profissionais da aviação ainda nos
dias atuais demanda muito cuidado. De acordo com DOC 9683, da OACI
(Organização Internacional da Aviação Civil), intitulado “Manual de Instrução sobre
Fatores Humanos” (apud TISSOT, 2011, p.1):
Fator Humano é uma expressão que ainda há de definir-se claramente, dado que quando tais palavras são utilizadas na linguagem cotidiana normalmente se referem a qualquer fator relacionado aos seres humanos. O elemento humano é a parte mais flexível, adaptável e valiosa do sistema aeronáutico, mas também é a mais vulnerável a influências que podem afetar negativamente seu comportamento.
Conforme verificado, a pouca importância dada pelos profissionais da
aviação tem feito com que muitos procurassem observar os fatores técnicos ou
materiais como principal causa dos acidentes aéreos. Seria um erro, porém, atribuir
tal responsabilidade somente a pilotos, haja vista que a segurança aérea no geral
exige o esforço dos profissionais como um todo, incluindo a gestão dos operadores
aéreos, controles estabelecidos em solo, agentes aeroportuários, etc. A origem desse
quadro é facilmente encontrada no quadro histórico da aviação civil do país. Não
restam dúvidas de que durante décadas grande parte das preocupações se voltaram
a desenvolver equipamentos com novas tecnologias, mais econômicos e até mesmo
mais sustentáveis. Cabe apontar que, apesar desses estudos serem de enorme
contribuição para o panorama econômico atual da aviação, a realidade explicita um
quadro ainda precário no que tange os fatores humanos, pois, tão importante quanto
tais avanços, é o estudo da vulnerabilidade humana, que é quem opera e toma
decisões durante as mais diversas situações de urgência e emergência.
16
É notável que, em termos materiais, a aviação ainda é o meio de transporte
mais seguro, principalmente devido a redundância de sistemas e aparelhos, que são
pensados e repensados constantemente pelos engenheiros desenvolvedores, porém,
se faz necessário que o profissional que exerça qualquer tipo de função no meio
aeronáutico tenha a capacidade de lidar com as mais diversas situações.
Diferente de outros meios de transporte, o ato corretivo no meio
aeronáutico é muito mais complexo, visto que grande parte das ocorrências resultam
em fatalidades. Portanto, a prevenção deve ser valorizada neste ambiente, não só de
forma coletiva, mas também individual. O profissional da aviação deve estar em
constante aprendizado e desenvolvimento, não somente em sua técnica, mas também
em seu emocional e físico, visto que estes fatores podem contribuir diretamente para
uma ocorrência desastrosa.
Ao realizar estudos sobre a inteligência emocional, pode-se perceber que esta,
pode e deve ser aplicada no meio aeronáutico como potencial redutora de índices de
acidentes ou incidentes na aviação, exercitando diretamente os profissionais
envolvidos para que estes tenham total preparo em situações que se fizerem
necessárias.
1.4 METODOLOGIA
1.4.1 Natureza da pesquisa e tipo da pesquisa
A presente pesquisa caracteriza-se como descritiva visando abordar os
temas definidos nos objetivos específicos, descrevendo fatos e fenômenos de
determinada realidade (TRIVINOS, 1987), com procedimento bibliográfico e
documental, pois será realizado a partir do levantamento de referências teóricas já
analisadas e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos
científicos, páginas da internet, etc (FONSECA, 2002), para que se obtenha dados
fidedignos e compatíveis com a realidade aeronáutica atual e com abordagem tanto
qualitativa, por se basear na realidade para fins de compreender uma situação única
(RAUEN, 2002) e quantitativa, por buscar conhecimento por meio de raciocínio de
causa e efeito, redução de variáveis específicas, hipóteses e questões, mensuração
de variáveis, observação e teste de teorias. (CRESSWELL, 2007).
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1.4.2 População amostra ou sujeitos da pesquisa ou materiais e métodos
Os materiais a serem analisados serão:
Bibliográficos: Livros, periódicos e websites que descrevem os fatores humanos
relativos a acidentes e incidentes aéreos, medicina aeroespacial, segurança de voo e
psicologia na aviação.
Documentais: Documentos e artigos diversos sobre a legislações regendo a Aviação
Civil brasileira oferecem requisitos e padrões de procedimentos em relação ao tema
proposto.
São eles:
o Regulamentos Brasileiros de Homologação Aeronáutica;
o Código Brasileiro de Aeronáutica;
o Lei 7.183 – Lei do Aeronauta;
o Lei 13.475 – Nova Lei do Aeronauta
o Documentos da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC);
o Documentos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos (CENIPA);
1.4.3 Procedimento de coleta de dados
A coleta de dados dar-se-á através de revisão documental e bibliográfica.
1.4.4 Procedimento de análise de dados
O procedimento que será empregado na análise dos dados será a análise
de conteúdo.
1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
O trabalho foi estruturado para atingir os objetivos propostos, tendo sido
composto da seguinte estrutura; o primeiro segmento apresenta a introdução, nela é
possível encontrar todo o problema do estudo, os objetivos, a justificativa e a
metodologia empregada.
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o segundo capítulo abrange todo o referencial teórico referente a legislação
aeronáutica no que tange a investigação de incidentes e acidentes aéreos no Brasil,
bem como os fatores contribuintes para que estes ocorram em território brasileiro.
Pode-se observar nas subseções posteriores as problemáticas acerca da inteligência
emocional no meio aeronáutico, bem como as formas de desenvolvê-la.
Em seguida tem-se a apresentação da problemática acerca da gestão das
dificuldades físicas, onde são apresentadas as principais correlações entre a fadiga,
o estresse e os acidentes aeronáuticos, bem como a influência direta da legislação
para que o ambiente permaneça seguro. O trabalho prossegue com a conclusão,
seguida das referências.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 FATORES HUMANOS CONTRIBUINTES NA OCORRÊNCIA DE ACIDENTES E
INCIDENTES NA AVIAÇÃO CIVIL BRASILEIRA
Os fatores humanos sempre estiveram ligados às atividades laborais dos
indivíduos. No que tange a aviação civil, a primeira edição do “Manual de Instrução
sobre Fatores Humanos” (DOC 9683), surgiu somente em 1998, mesmo a importância
do assunto tendo sido oficializada em 1986, pela Resolução A26-9 (TISSOT, 2011).
O estudo desses fatores humanos possui o objetivo de compreender e criar um padrão
comportamental para entender as diversas atitudes humanas, abrangendo aspectos
de fisiologia, medicina e psicologia. Vale ressaltar que a cultura organizacional
também exerce influência sobre os colaboradores, portanto, sendo extremamente
necessária a sua observação nos estudos dos fatores humanos.
No Brasil, os estudos sobre os fatores humanos na aviação civil são de
extrema importância, haja vista que grande parte dos acidentes advém de falha
humana, gerando um grande alerta não somente para as autoridades competentes,
como também para os profissionais que atuam no setor, que mesmo de forma dolosa
podem estar falhando ao tomar decisões.
Periodicamente, o CENIPA publica em seu site relatórios estatísticos
abertos ao público acerca das investigações realizadas no decorrer dos anos. Esses
relatórios possuem diversos filtros como: modelo de aeronave, peso, segmento da
aviação, tipo de operação, etc. Através desse filtro, pode-se estudar quais os
principais fatores responsáveis pelos acidentes ou incidentes na aviação civil
brasileira.
Os dados do Gráfico I, abaixo, apresentam o número de fatores
contribuintes identificados em investigações de acidentes aeronáuticos, ocorridos
entre 2006 e 2015. Dentre 66 possíveis fatores contribuintes, os mais frequentes neste
período foram: Julgamento de Pilotagem, Supervisão Gerencial e Planejamento de
Voo. Estes três fatores contribuintes representam 31,7% do total de fatores
contribuintes identificados em investigações de acidentes aeronáuticos.
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Infográfico I – Incidência dos fatores contribuintes em acidentes nos últimos 10 anos
Fonte: CENIPA (2016, p. 31).
Os dados no gráfico 2 mostram a quantidade de fatores contribuintes
identificados em investigações de incidentes graves, ocorridos entre 2006 e 2015.
Dentre 66 possíveis fatores contribuintes, os mais frequentes neste período foram:
Julgamento de Pilotagem, Supervisão Gerencial, Manutenção de Aeronave. Estes três
fatores contribuintes representam 36,9% do total de fatores contribuintes identificados
em investigações de incidentes graves aeronáuticos.
21
Infográfico II – Incidência dos fatores contribuintes em incidentes graves nos últimos 10 anos
Fonte: CENIPA (2016, p. 32).
Analisando os gráficos acima, pode-se observar que grande parte dos
acidentes aeronáuticos são provenientes de falhas humanas, sejam elas de forma
direta ou indireta. Levando em consideração as quatro principais causas (julgamento
de pilotagem, supervisão gerencial, planejamento de voo e manutenção de aeronave),
tem-se um vasto panorama de possíveis influências psicológicas ou físicas que
resultam no erro.
2.1 INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES E INCIDENTES AERONÁUTICOS NA
AVIAÇÃO CIVIL BRASILEIRA
O Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA), instituido pela Lei nº 7.565, de
19 de Dezembro de 1986 regulamenta as mais diversas atividades relacionadas a
aviação civil no Brasil. Em seu primeiro artigo, o CBA define que “o Direito Aeronáutico
é regulado pelos Tratados, Convenções e Atos Internacionais de que o Brasil seja
parte, por este código e pela legislação complementar”.
Após a assinatura da Convenção de Chicago, em 1944, diversas regras e
padrões foram criados visando manter a segurança na aviação. O próprio artigo 37 da
22
convenção assegurou a obrigação do cumprimento dessas regras e padrões pelos
estados participantes. Com essa finalidade, a OACI (Organização da Aviação Civil
Internacional) emitiu anexos padronizando práticas dos mais variados assuntos da
aviação civil visando estabelecer niveis minimos de segurança, dentre estes,
encontra-se o Anexo 13, que trata exclusivamente sobre a investigação de acidentes
aeronáuticos, trazendo conceitos, objetivos da investigação, notificações e etc.
(ANAC, 2019).
Em princípio, imagina-se que a investigação de acidentes e incidentes
aéreos trata de definir causa e culpa do fato, mas ao adentrar mais no assunto,
percebe-se que estes são apenas coadjuvantes da verdadeira razão de uma
investigação, sendo o pilar principal a prevenção para que novos acidentes com
mesma causa não ocorram. O CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos), órgão responsável pelas atividades de investigação desses
acidentes e incidentes define:
A investigação de um acidente é o processo realizado com o propósito de prevenir novos acidentes e que compreende a reunião e a análise de informações e a obtenção de conclusões, incluindo a identificação dos fatores contribuintes para a ocorrência, visando a formulação de recomendações sobre a segurança. (CENIPA, 2019)
Conforme pode-se observar na clara definição do CENIPA, o serviço de
investigação tem foco principal na prevenção de novos acidentes e incidentes. É
importante frisar que o CENIPA estabelece um processo paralelo e independente de
outros órgãos para que não hajam interferências nas investigações ou até mesmo
algum receio por parte dos investigados ao relatar os verdadeiros fatos que
ocasionaram o acidente.
2.2 A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NO MEIO AERONÁUTICO
Ao contemplar o panorama aéreo atual, pode-se observar que para atender
as necessidades da área, muitos profissionais precisam obter um controle acima do
convencional de suas emoções para que o equilíbrio e a segurança sejam
preservados. É comum encontrar profissionais no meio aeronáutico que,
psicologicamente, tenham sofrido com fatos que ocorreram em suas carreiras ao
longo do tempo.
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Embora a tripulação estivesse mais do que satisfeita com a forma como foi tratada a situação de emergência, eu tive diversos pesadelos depois que o B737 caiu no centro de Bruxelas. Eu sabia que todas as precauções necessárias foram tomadas e que toda a assistência possível foi prestada em emergência, mas, mesmo assim, não me aliviou do sentimento de culpa e do pensamento de que eu poderia ter feito algo mais. (EUROCONTROL, 1997, apud GERALDIS et al, 2010).
Acidentes ou incidentes aéreos, em sua maioria costumam deixar sequelas
emocionais não somente nos passageiros, mas também em toda a tripulação, o
correto gerenciamento de emoções é muito importante após determinados ocorridos,
porém, a abordagem do assunto também deve ser utilizada como fator de prevenção.
Por natureza humana, é normal que em situações de caráter decisivo, haja
uma ascensão das emoções sobre a razão. Uma visão da natureza humana que
ignore o poder das emoções é lamentavelmente míope (GOLEMAN, 1995).
Segundo Salovey e Mayer (1990, apud Woyciekoski e Hutz, 2009), a
inteligência emocional “é a habilidade de monitorar as emoções e sentimentos
próprios e dos outros, discriminá-los e utilizar essas informações para orientar
pensamentos e ações”. De forma mais clara, a inteligência emocional consiste em
utilizar sentimentos ou emoções para um determinado propósito.
Para aplicar este conceito na prática, toma-se como exemplo um piloto em
comando, que no dia em que está escalado para um voo, recebe a notícia de que um
parente muito próximo faleceu e esta noticia o abala psicologicamente. Lembre-se que
neste mesmo dia em questão ele está escalado para um voo, portanto, não poderá
participar de solenidades habituais. Para que esta situação não gere impacto no seu
desempenho profissional, é necessário que ele se utilize de inteligência emocional
para controlar este sentimento. Repare que a inteligência emocional não consiste em
ignorar os sentimentos, mas sim direcioná-los de forma correta. Os passageiros, por
exemplo, não podem ser penalizados pelo ocorrido e tratá-los de forma inadequada
não resolveria o problema. O profissional emocionalmente inteligente aprende a lidar
com seus próprios sentimentos, tornando-se mais flexíveis e estáveis em situações
adversas.
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Manchete 1 – Controle Emocional
Fonte: Globo (2014)
Leonhardt e Vogt (2006) desmistificam o “super-homem” da aviação, e
mostram que os profissionais do setor aéreo também são pessoas, dotadas de
famílias, conflitos emocionais, problemas financeiros e também sujeitos aos mais
diversos problemas pessoais que podem afetar significativamente o seu desempenho,
portanto, faz-se necessário que o profissional esteja em constante desenvolvimento
intelectual para a correta gerência de suas emoções.
2.2.1 Técnicas de Gestão Emocional (TGE)
Para tratar de Técnicas de Gestão Emocional, é imprescindível que se
aborde o conceito de emoção. Definindo, emoção “é a resposta do nosso organismo
diante de um estímulo interno”. (CONCEITOS, 2019). Pode-se afirmar então que
“gestão emocional” é o ato de gerir a forma com a qual nosso organismo vai responder
a determinados estímulos.
Desenvolver aptidão emocional é algo nem sempre estudado durante a
formação aeronáutica, mas que deve ser amplamente estudado para que os
profissionais estejam prontos tecnicamente, intelectualmente e também
emocionalmente para o desempenho de suas atividades.
A escola MENTHES (2014), que se baseia no método de Augusto Cury,
pontua algumas técnicas que podem ajudar na gestão emocional, dentre todas,
algumas se destacam por serem totalmente utilizáveis no ambiente aeronáutico, são
elas:
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Corrigir os próprios erros;
Treinar pensar em outras possibilidades;
Buscar autoconhecimento;
Estabelecer disciplina;
Desenvolver autoconfiança;
Desenvolver resiliência;
Aprender a relacionar-se;
O desenvolvimento e aperfeiçoamento dessas técnicas permite que o
profissional esteja apto a lidar com as diversas emoções, inclusive aquelas que
possam afetar seu desempenho profissional, resultando em um aumento direto da
segurança operacional na aviação civil.
2.3 GESTÃO INTELIGENTE DE DIFICULDADES FÍSICAS
Desde o início de sua formação, comandantes e comissários são instruídos
a terem um boa noite de sono no dia em que antecede o treinamento prático. Esta
instrução deveria ser seguida durante toda a carreira dos profissionais da aviação, no
entanto, a realidade que está a se presenciar no meio aeronáutico é bem diferente
desta, fator extremamente prejudicial em uma atividade que está fundamentada em
atenção e na tomada de decisões.
Amplamente se debate sobre as longas jornadas de trabalho exercidas
pelos profissionais da aviação civil, visto a efetiva importância desta cautela para a
preservação da segurança.
Segundo Jensen RS. (1997, apud Feijó D., et al, 2014,):
Com a evolução tecnológica, os estudos sobre acidentes de aviação passaram a focalizar na falha humana e sabe-se que o desempenho dos pilotos pode sofrer efeitos adversos sob estresse e fadiga, potencialmente interferindo em diversas áreas como o gerenciamento de equipe, comunicação, julgamento, tomada de decisão, liderança e autocrítica.
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Segundo Reason (1995, apud. NASCIMENTO et al., 2016), “o
gerenciamento dos riscos associados aos erros humanos nunca será completamente
efetivo, sendo possível somente reduzir a probabilidade dos mesmos ocorrerem”.
A análise das dificuldades físicas deve ser feita não só através das
inspeções normalmente realizadas com o certificado médico aeronáutico (CMA), mas
também de forma individual e até mesmo introspectiva. Existem fatores que podem
alterar a plena consciência/concentração do indivíduo de forma temporária, como
dores de cabeça, ingestão de medicamentos que afetem a plena capacidade do
indivíduo, problemas gastrointestinais graves, micoses em estágios avançados, etc.
Tendo vista essas irregularidades físicas, cabe ao profissional realizar uma
autoanalise se está ou não em condições de realizar o voo, visto que estes problemas
temporários não passam por fiscalizações programadas.
Dentro deste cenário, o gerenciamento inteligente dos riscos de fatores
humanos deve ser algo que obtêm excessiva atenção dos profissionais da aviação
civil. Este gerenciamento baseia-se no autoconhecimento do profissional, que antes
de dar início a sua jornada deve se autoanalisar para detectar possíveis condições
físicas que impossibilitem o exercício da função.
2.3.1 Estresse x Fadiga
Durante muito tempo confundiu-se a fadiga com o estresse. No meio
aeronáutico é importante definir de forma detalhada cada um desses casos para que
suas causas e efeitos sejam estudados, pois na aviação, o comando não envolve
somente as condições técnicas do voo, mas também a habilidade de agir e pensar
com destreza, velocidade e sem riscos de interferências.
Grande parte dos estudos realizados a respeito dos acidentes e incidentes
aeronáuticos envolvem fatores emocionais e psicológicos, o que tem chamado a
atenção para o controle dessas dificuldades.
Um dos principais causadores de dificuldade emocional no meio aeronáutico
é o estresse, definido como:
Exaustão física ou emocional provocada por várias e distintas razões, por sofrimento, doença, cansaço, pressão, trauma, sendo definida pela perturbação da homeostasia, do equilíbrio, que leva o organismo a se adaptar através do aumento da secreção de adrenalina. (DICIO, 2018)
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A fadiga, por sua vez, pode ser entendida como:
Resultado das mudanças temporárias em um organismo decorrentes de sua exaustão por esforço ou por repetição, tendendo esse estado a inibir a atividade desse organismo e a interferir na presteza de suas performances ou na redução de sua eficiência. (Cason, 1935; Berrios, 1990, apud ZORZANELLI, 2010).
No ambiente aeronáutico a fadiga pode ser gerada por vários fatores como
alimentação deficiente, interrupção de sono, falta de oportunidades de exercício, falta
de descanso, mudanças de escalas imprevisíveis, etc. A identificação da fadiga pode
ser facilmente feita através da observação de alguns sintomas como: diminuição da
consciência situacional, redução da capacidade de concentração em tarefas, aumento
no tempo de resposta, perda de memória de curto prazo, distração e até mesmo
alterações de personalidade.
O constante monitoramento do profissional, seja pela autoavaliação, ou até
mesmo por meios legislativos e normativos é de extrema importância para a atividade
aeronáutica, haja vista que esse estado físico afetará significativamente a atuação do
profissional.
Para evitar o acometimento da fadiga é importante que alguns pontos sejam
observados. Gruffat (2018), pontua alguns desses métodos:
Não consumir muitos produtos ricos em cafeína;
Dormir em horários específicos;
Realizar atividades físicas regulares;
Cultivar uma alimentação saudável;
Por mais que as recomendações para que a fadiga seja evitada pareçam
pessoais, sejam simples ou até mesmo óbvias, grande parte dos profissionais deixam
de observar essas orientações de uma forma holística, compreendendo inclusive seu
desempenho profissional, gerando uma ligação direta com a segurança aérea.
2.4 A JORNADA DE TRABALHO NA ÓTICA DA LEGISLAÇÃO E A CONSTANTE
PREOCUPAÇÃO COM A FADIGA
Ao falar sobre a fadiga na aviação, é imprescindível que antes se faça uma
explanação sobre a atual legislação sobre a qual esses profissionais estão sujeitos.
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Vale ainda ressaltar que recentemente as normas foram alteradas, sendo assim,
revogou-se a lei 7.183 de 5 de abril de 1984 e entrou em vigor a lei 13.475 de 28 de
Agosto de 2017.
É importante salientar que a influência e os estudos da fadiga sobre os
aeronautas serviram de base para a construção de uma legislação mais atual e em
acordo com a realidade dos profissionais no meio aeronáutico.
Em geral, a nova lei trouxe mudanças significativas para a qualidade de
vida dos aeronautas, bem como serve de fator de mitigação de acidentes ou incidentes
aeronáuticos antes ocasionados pela fadiga.
As principais mudanças tratam de jornadas e folgas dos aeronautas. O site
MONOLITO NIMBUS (2017) listou as principais alterações trazidas pela nova Lei
13.475, dentre elas, muitas estabelecem uma relação direta com a fadiga e o estresse,
demonstrando que este assunto detém muitas preocupações por parte do sindicato e
dos profissionais da aviação civil, dentre elas podemos citar:
10 folgas por mês, com possibilidade de redução para 9 em convenção
coletiva de trabalho;
2 das folgas devem compreender um sábado e um domingo
consecutivos;
Jornada com limite de 8 horas de voo e quatro pousos, em caso de
tripulação mínima ou simples;
Jornada com limite de 11 horas de voo e 5 pousos, na hipótese de
tripulação composta;
Jornada com limite de 7 horas e sem limite de pousos, na hipótese de
tripulação de helicópteros;
Limite máximo de trabalho por 2 madrugadas consecutivas e, no
máximo, 4 madrugadas por semana;
Tripulante poderá ser escalado pela Terceira madrugada consecutiva,
desde que como tripulante extra, em voo de retorno à base contratual;
Redução em 5 horas da escala mensal de trabalho para aviões a jato
ou turboélice;
29
Os resultados dessa mudança, apesar de contribuírem diretamente para
um maior custo operacional da aviação em geral, são extremamente necessários para
que se assegure a integridade física e em alguns casos até mesmo emocional de
todos os trabalhadores envolvidos na atividade aérea.
2.5 IMPLEMENTAÇAO DE GERENCIAMENTO DE CONTROLE EMOCIONAL E FÍSICO ATRAVÉS DO SISTEM DE GESTÃO DE SEGURANÇA OPERACIONAL
Quando se fala em uma cultura prevenção, é indispensável citar o SGSO
(Sistema de Gestão de Segurança Operacional). Idealizado nos anos 90 e
concretizado em 2006, o sistema SGSO foi criado pela ICAO para diminuir a
quantidade de acidentes ou incidentes aeronáuticos, de forma que este seja
implementado dentro das organizações da aviação civil para garantir a segurança
operacional, identificando perigos e avaliando riscos através do Manual do SMS
(Safety Management System) ou Sistema de Gerenciamento da Segurança (SINDAG,
2019).
Baseado no principal foco do SGSO, que consiste em levar a organização
do pensamento reativo, caminhando pelo preventivo e finalmente levando ao preditivo,
nota-se que a autodisciplina no qual consiste na base do gerenciamento das emoções
ou dificuldades físicas pode facilmente ser aplicada dentro do sistema. A mitigação de
riscos operacionais se baseia e aprende com fatos já consumados, e já se tem
diversos casos em que a ausência de inteligência emocional foi decisiva para uma
fatalidade.
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Manchete 2 – Colapso Emocional
Fonte: Diário de Notícias (2018).
A manchete acima trata acerca do acidente da companhia aérea Bangla
Airlines, que realizava ligação entre Daca e a capital nepalesa, e nela pode-se
encontrar trechos como "...estava sob muito stress devido a esse problema em
particular...", "...Essa desconfiança e stress levaram-no a fumar continuamente no
cockpit e também a sofrer um colapso emocional várias vezes durante o voo". (Diário
de Notícias, 2018).
A notícia data de 2018, e mostra a gravidade gerada por um descontrole
emocional em uma situação de voo. Com isso, nota-se que que o SGSO deve se
manter atento ao emocional da tripulação, levando em consideração que esta situação
pode oferecer riscos à operação. Não se duvida da eficiência do atual controle de
estabilidade física e emocional utilizado no Brasil, o CMA (Certificado Medico
Aeronáutico), regulamentado pelo RBAC n°67, o qual exige exames anuais (para
certificados de 1° classe) com laudos psicológicos e psiquiátricos, no entanto, o prazo
de validade torna-se extenso, visto que um quadro de descontrole emocional pode se
agravar em um curto espaço de tempo.
De certa forma, é compreensível que reduzir o prazo para revalidação do
exame pode se tornar inviável devido aos custos que essa posição traria para o
profissional ou para a empresa, portanto, uma solução sólida e aplicável seria
implementar uma forma de monitoramento constante do profissional, realizado por
profissionais capacitados que visem identificar sinais de qualquer instabilidade
31
emocional ou física. Considerando que grande parte das dificuldades apresentam
perceptibilidade externa, os riscos durante as operações poderiam ser reduzidos
consideravelmente, evitando que fatalidades aconteçam.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve como objetivo geral identificar como gerenciar e
desenvolver métodos de controle emocional e físico para que a segurança operacional
em acidentes e incidentes aéreos não seja afetada por fatores externos, para isso
foram realizadas diversas pesquisas em livros e sites que explanam o assunto para
que houvesse melhor compreensão e maior correlação de ideias, possibilitando a
análise e identificação de algumas formas de gestão de controle emocional e físico
nas quais o profissional envolvido no meio aeronáutico pode se apoiar, contribuindo
consideravelmente na eliminação de riscos na segurança aérea ocasionados por
fatores externos.
Dada a importância do assunto, observou-se também como a legislação
aeronáutica atua em meio a problemática dos fatores humanos nos acidentes e
incidentes aeronáuticos, exercendo papel fundamental no desenvolvimento e na
mitigação destes através da investigação preventiva.
Pode-se observar como algumas técnicas e pontos de observação podem
construir um ambiente mais seguro no meio aeronáutico.
Neste artigo pode-se observar as principais causas de acidentes que
envolvem os fatores físicos e emocionais dos profissionais, bem como algumas
formas de desenvolvimento de qualidades extras que podem alterar significativamente
a segurança operacional da aviação.
Ao estudar a inteligência emocional e seus conceitos, pode-se notar a vasta
aplicação desta no meio aeronáutico, facilitando a compreensão dos próprios
sentimentos e emoções, ajudando no autodesenvolvimento intelectual do profissional.
Somando-se os estudos de gerenciamento das dificuldades físicas, é
notável que a fadiga e o estresse representam os principais perigos no que tange a
integridade física e a capacidade operacional do indivíduo, interferindo diretamente na
plena capacidade de operação e atenção, se fazendo necessário que sejam tomadas
medidas efetivas por parte dos profissionais e das companhias aéreas.
Nota-se que o equilíbrio emocional e físico do profissional da aviação civil
influencia diretamente no desempenho deste durante sua jornada de trabalho,
podendo atuar de forma positiva ou negativa para o indivíduo em atividade.
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Os conhecimentos científicos acerca de inteligência emocional ainda são
escassos tanto no Brasil como no exterior, nota-se, portanto, grande parte do
conhecimento sendo transmitido de forma empírica.
Considerando a relevância da pesquisa, torna-se necessário que o tema
seja amplamente divulgado e mais estudado no meio dos profissionais da aviação
civil, saindo do escopo somente técnico, facilitando o autoconhecimento e
possibilitando o desenvolvimento intelectual e também físico do profissional.
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REFERÊNCIAS
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