universidade estadual de campinas faculdade de...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA
GIOVANA RENATA GOUVÊA
A PRÁTICA CLÍNICA ODONTOLÓGICA: ANÁLISE ERGONÔMICA
DA POSTURA SENTADA
THE DENTAL CLINICAL PRACTICE: ERGONOMIC ANALYSIS OF
THE SITTING POSTURE
PIRACICABA
2017
GIOVANA RENATA GOUVÊA
A PRÁTICA CLÍNICA ODONTOLÓGICA: ANÁLISE ERGONÔMICA
DA POSTURA SENTADA
THE DENTAL CLINICAL PRACTICE: ERGONOMIC ANALYSIS OF
THE SITTING POSTURE
Tese apresentada à Faculdade de Odontologia de
Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas
como parte dos requisitos exigidos para obtenção
do título de Doutora em Odontologia, na área de
Saúde Coletiva.
Thesis presented to the Piracicaba Dental School of
the University of Campinas in partial fulfillment of
the requirements for the degree of Doctor in
Dentistry, in Public Health.
Orientador: Prof. Dr. Antonio Carlos Pereira
ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À
VERSÃO FINAL DA TESE DEFENDIDA
PELA ALUNA GIOVANA RENATA
GOUVÊA, E ORIENTADA PELA PROF. DR
ANTONIO CARLOS PEREIRA.
PIRACICABA
2017
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA
DEDICATÓRIA
Ao Grande Arquiteto Do Universo
Ao meu amor, amigo e companheiro para todas as horas, Giampietro Deserti pelo incentivo
em todos os momentos em que tive dúvidas, pelo amor, carinho e pela, principalmente, pela
compreensão. Agradeço por permanecer sempre ao meu lado, com sua bondade,
generosidade, otimismo e perseverança. Você disse que eu tinha potencial e auxiliou-me a
manifestá-lo. Obrigada!
A você, todo meu carinho e amor.
“A ciência é para o temporal. O amor é para o divino. Pode-se passar sem a ciência, mas não
sem o amor, e é pelo amor que tudo acabará, porque é pelo amor que tudo começou e que
tudo existe”.
AGRADECIMENTOS
À Faculdade de Odontologia de Piracicaba - FOP/UNICAMP, representada por seu
Diretor, Prof. Dr. Guilherme Elias Pessanha Henriques.
Ao Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Faculdade de Odontologia de
Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas pela contribuição em minha formação.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Antonio Carlos Pereira, que por sua sabedoria não
convidou-me a entrar na mansão de seu saber, e sim, estimulou-me a encontrar o limiar da
minha própria mente.
A todos os professores (as) do Departamento de Odontologia Social e professores (as)
convidados, pelos conhecimentos transmitidos.
À Profa. Dra. Jaqueline Vilela Bulgareli, minha amiga e orientadora da especialização,
pelo olhar sereno em momentos turbulentos.
Ao Professor Luiz Renato Paranhos, que teve a generosidade e a grandeza de despertar
competências que desconhecia.
À Profa. Karine Laura Costelazzi Mendes, minha madrinha acadêmica, pela amizade,
atenção e principalmente pela confiança.
À Profa. Dra. Sofia Takeda Uemura, Coordenadora do Curso de Odontologia da
UNIARARAS, pelo incentivo à docência, pela amizade, confiança e encorajamento para
realizar este doutorado. Obrigada por oportunizar toda coleta de dados, pelos ricos
ensinamentos e pelas contínuas ideias a serem colocadas em prática.
À UNIARARAS, por me proporcionar um espaço de aplicação da docência e por mais
uma vez trazer a certeza de estar no caminho certo.
A toda a equipe técnica e pedagógica da UNIARARAS que apoiaram o
desenvolvimento da pesquisa.
À Profa. Ms. Sofia Poletti, Professora do Curso de Fisioterapia da UNIARARAS.
Querida amiga mística que me ensinou com maestria a “fazer o bem sem fazer barulho, pois o
barulho não faz o bem, e o bem não faz barulho.” Muito obrigada querida, sem a sua pessoa
essa pesquisa permaneceria somente no plano mental.
Às alunas do Curso de Fisioterapia da UNIARARAS, Adriane, Larissa, Gabriela,
Giselli e Igor pela amizade, pelos ensinamentos, por todos os momentos de aprendizagem
durante os incansáveis dias de coleta.
A toda equipe Salli Brasil e Finlândia, em especial ao Sr. Victor Lembo e ao Sr. Veli-
Jussi Jalkanen. Ressalto a importância desta parceria e parabenizo o excelente trabalho que
desempenham em prol da saúde postural de milhares de pessoas no Brasil e no Mundo.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Aos meus pais Pedro Lopes Gouvêa e Roseli Henriqueta Menin Gouvêa, meus
primeiros mestres, pela oportunidade da vida, pelo amor, pelo ensinamento dos princípios da
honestidade, justiça, respeito, responsabilidade, ética.
Às sobrinhas, Ana Beatriz, Pietra e Anthony, estes lindinhos me ensinaram que o
estudo, a busca da verdade e da beleza são domínios em que nos é consentido sermos crianças
por toda a vida.
Aos meus irmãos Gislaine e Guilherme, pela amizade incondicional, carinho e apoio.
Aos meus filhos e netos de coração, Bruna, Marcela, Pietro, Amon-Há, Pablo e
Eduardo, que me ensinaram a imergir com suavidade uma verdadeira expressão do amor.
Ao meu amigo e parceiro de Pós-Graduação Marco Antonio Vieira da Silva, por
participar da construção desta trajetória, pelos momentos especiais vividos juntos, pela
amizade, conselhos e experiências trocadas.
MUITO OBRIGADA!
DEUS – SEGUNDO SPINOZA
Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num
amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho… Não me encontrarás em
nenhum livro! Confia em mim e deixa de me pedir. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te
incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.
Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz… Eu te enchi de paixões, de limitações, de
prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes
a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez?
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te
controlar, que só geram culpa em ti. Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa
que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia. Esta vida não é uma prova,
nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único
que há aqui e agora, e o único que precisas. Eu te fiz absolutamente livre.
Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um
registro. Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno. Não te poderia dizer se há algo
depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não o houvesse. Como se esta fosse tua única
oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei. E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu
gostaste, se te divertiste… Do que mais gostaste? O que aprendeste?
Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua
amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.
Pára de louvar-me! Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Te
sentes olhado, surpreendido?… Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar. A única certeza é que tu estás
aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para que
tantas explicações?
Não me procures fora! Não me acharás.
Procura-me dentro… aí é que estou, batendo em ti.
Baruch Spinoza ou Espinosa, ou Espinoza (1632-1677)
RESUMO
O objetivo geral deste estudo foi realizar um levantamento sobre o “estado da arte”,
avaliar a influência do assento tipo sela na prática clínica do acadêmico em odontologia e a
satisfação com o tipo de assento utilizado. No artigo 1, o objetivo da revisão sistemática e
meta-análise foi verificar se o assento tipo sela proporciona menor risco ergonômico quando
comparado aos convencionais, enquanto no artigo 2, o objetivo do ensaio clínico controlado e
aleatorizado foi avaliar, em acadêmicos de Odontologia, o impacto dos assentos do tipo sela e
convencional, em relação às variáveis centro de gravidade plano frontal e lateral,
incapacidade funcional associada à condição de dor cervical e lombar e a satisfação do
assento. No artigo 1, a busca foi realizada em oito bases de dados eletrônicas e resultou em
3.147 registros, dos quais dois foram considerados elegíveis. Os achados desta revisão
indicam que o assento tipo sela proporciona menor risco ergonômico quando comparado ao
assento convencional. No artigo 2, 84 acadêmicos de Odontologia foram alocados em Grupo
Controle (GC) e Intervenção (GI). O GC (n = 40) utilizou o assento convencional nos
atendimentos clínicos e o GI (n = 44) utilizou o assento tipo sela. Após dez meses de
seguimento, observou-se redução estatisticamente significativa nos problemas cotidianos
relacionados com dores no pescoço, melhora na projeção do centro de gravidade plano lateral
para o GI (p < 0,05) e piora significativa nas médias da projeção do centro de gravidade plano
lateral para o GC (p≤0,05). O assento do tipo sela foi melhor avaliado em relação a satisfação
do assento em todos os aspectos (p < 0,001). O assento do tipo sela apresentou maior
satisfação, impactou positivamente no alinhamento corporal lateral e nos problemas
cotidianos relacionados à região cervical. Já o assento convencional apresentou impacto
negativo no alinhamento corporal lateral. Como conclusão, foi observado que o impacto do
assento tipo sela, quando comparado ao assento convencional, foi significativamente positivo
em relação ao risco ergonômico, à projeção do centro de gravidade lateral, aos problemas
cotidianos relacionados à região cervical e à satisfação. Essa Tese é original e contribuiu para
o avanço do conhecimento científico a partir de três pontos principais. Primeiro, trata-se da
primeira revisão sistemática da literatura que investigou a influência do tipo de assento sobre
o risco ergonômico entre dentistas e/ou acadêmicos de Odontologia. Segundo, refere-se ao
primeiro ensaio clínico controlado e aleatorizado que avalia o impacto de diferentes tipos de
assentos em acadêmicos de Odontologia ao longo de dez meses nas disciplinas clínicas com
paciente. Terceiro, fornece embasamento para novos estudos relacionados a essa temática,
podendo este trabalho ser alvo referencial para pesquisas de diversas áreas de estudo, e
auxiliar na amenização da carência literária existente em torno do assento tipo sela na prática
clínica odontológica.
Palavras-chave: Engenharia humana. Equilíbrio Postural. Odontologia. Riscos Ocupacionais.
ABSTRACT
The main objective of this study was to perform a survey on the "state of the art", as
well as to assess the influence of the saddle seat on the clinical practice of dental students and
the satisfaction with the type of seat used. In article 1, the systematic review and meta-
analysis aimed to verify whether the saddle seat provides lower ergonomic risk than
conventional seats. In article 2, the randomized and controlled clinical trial aimed to assess, in
dental students, the impact of saddle and conventional seats regarding the variables of center
of gravity of frontal and lateral planes, functional impairment associated with the condition of
cervical and low back pain, and seating satisfaction. In article 1, the search was performed in
eight electronic databases and resulted in 3,147 records, from which two were considered
eligible. The findings of this review indicate that the saddle seat provides lower ergonomic
risk than the conventional seat. In article 2, 84 dental students were allocated in Group
Control (GC) and Intervention (GI). The GC (n = 40) used the conventional seat for clinical
care and the GI (n = 44) used the saddle seat. After ten months of follow-up, a statistically
significant reduction was observed for the daily problems related to neck pain, as well as an
improvement in the projection of the center of gravity of the lateral plane for GI (p < 0.05)
and a significant worsening in the means of projection of the center of gravity of the lateral
plane for GC (p ≤ 0.05). The saddle seat was better evaluated regarding seating satisfaction in
all aspects (p < 0.001). The saddle seat presented higher satisfaction and had a positive impact
on lateral body alignment and on the daily problems regarding the cervical region, while the
conventional seat presented a negative impact on lateral body alignment. In conclusion, the
impact of the saddle seat, when compared to the conventional one, was significantly positive
regarding ergonomic risk, projection of the lateral center of gravity, daily problems related to
the cervical region, and satisfaction. This thesis is original and contributed to the development
of scientific knowledge from three main points. Primarily, it is the first systematic review in
the literature to investigate the influence of the type of seat on the ergonomic risk among
dentists and/or dental students. Second, it is the first randomized and controlled clinical trial
to assess the influence of different types of seats on dental students over one academic year in
the clinical practices with patients. Third, it provides a background for further studies related
to this topic, so this work may be a reference target for research in numerous fields of study,
and it helps to decrease the lack of literature on the topic of the saddle seat in the dental
clinical practice.
Key Words: Dentistry. Human Engineering. Postural Balance. Occupational Risks.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 13
2 ARTIGOS
2.1 Artigo: Assessment of the ergonomic risk provided by saddle and conventional
seats on dentistry context: a systematic review and meta-analysis.
20
2.2 Artigo: Impacto dos assentos do tipo sela e convencional na ergonomia e
satisfação de acadêmicos em odontologia: estudo clínico randomizado
44
3 DISCUSSÃO 68
4 CONCLUSÃO 71
REFERÊNCIAS 72
APÊNDICE 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 82
ANEXOS 84
Anexo 1 – Submissão do artigo 2.1 85
Anexo 2 – Registro da Revisão Sistemática 86
Anexo 3 – Certificado de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa 87
Anexo 4 – Registro do ensaio clínico 88
Anexo 5 – Questionário perfil 89
Anexo 6 – Questionário problemas cotidianos relacionados com dores no pescoço 90
Anexo 7 – Questionário problemas cotidianos relacionados com dores na lombar 92
Anexo 8 – Questionário satisfação do assento 93
13
1 INTRODUÇÃO
A ergonomia, também chamada de fatores humanos é o estudo da adaptação do
trabalho ao ser humano, e tem evoluído de forma significativa ao longo dos anos. Está
consolidada como disciplina própria que estuda as interações objeto-homem no sentido do
trabalho para o ser humano (Iida, 2016). A Associação Internacional de Ergonomia (IEA,
2000) define ergonomia (ou fatores humanos) como uma “disciplina científica relacionada
com a compreensão das interações e adaptações entre seres humanos e outros elementos ou
sistemas, e a aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de aperfeiçoar
o bem-estar humano e o desempenho global do sistema”. A recorrência de ações ergonômicas
ocorre do homem para o trabalho. Isso significa que a Ergonomia deve partir do
conhecimento do homem para fazer o projeto do trabalho, tentando ajustá-lo às suas
capacidades e limitações (Iida, 2016).
A postura é a organização dos segmentos corporais no espaço (Másculo e Vidal,
2011). Não se trata apenas de manter-se em pé ou sentado, mas de "agir" dando um suporte à
tomada de informações e à ação motora no meio de trabalho (Assunção, 2004). A atividade
postural se expressa na imobilização de partes do esqueleto em posições determinadas,
solidárias umas às outras, submete-se às características anatômicas e fisiológicas do corpo
humano, ligando-se às limitações do equilíbrio e obedecendo às leis da física e da
biomecânica, a fim de agir no ambiente (Assunção, 2004; Filho, 2010). Trata-se, assim, de
organizar o espaço em referência ao seu corpo para localizar-se, deslocar-se e agir numa
perspectiva dinâmica.
A postura ideal do CD lhe dá, por um lado, condições de trabalho ótimas (acesso,
visibilidade e controle na cavidade oral) e, por outro lado, conforto físico e psicológico ao
longo da execução dos atos clínicos (Pîrvu et al., 2014). Ao longo da prática odontológica, o
cirurgião-dentista tem adotado diferentes posturas de trabalho que impactaram na sua saúde
(Barros, 2006). A primeira posição adotada foi a em pé, ao lado da cadeira, com o paciente
sentado (Hauser, 1946; Scougall, 1946; Wright, 1947).
A ergonomia na Odontologia contribui para a manutenção da saúde ocupacional dos
cirurgiões-dentistas (CD) por meio da preservação do equilíbrio entre as tecnologias
disponíveis no consultório odontológico com o sistema musculoesquelético do profissional
(Garbin et al., 2011; Pîrvu et al., 2014; Gupta et al., 2014). Assim, o principal objetivo da
ergonomia em Odontologia é agilizar o trabalho, aumentar a produtividade mantendo a saúde
postural e qualidade de vida do CD (IEA, 2000; Corrocher et al., 2014).
14
Barros (2006) cita a pesquisa de E. Atzler que em seu manual de fisiologia afirma que
uma pessoa sentada consome 4% de energia e uma pessoa em pé 12%. Quando se adota a
postura em pé e inclinada este consumo energético passa para 55%, mas em contrapartida
gera grande carga de pressão concentrada sobre os membros inferiores, sendo o retorno
venoso dificultado (Maciel e Marziale, 1997; Harrison et al.,1999; Szczygieł et al., 2017).
Segundo Goldem (1959), na década de 50, seria preferível adotar a posição sentada
para minimizar o esforço muscular excessivo, que se contrapõe à força da gravidade se o
profissional permanece em pé ao longo do dia de trabalho. O mesmo autor, após 15 anos,
mostrou por meio de estudos eletromiográficos que, quando o cirurgião-dentista fica em pé,
por períodos muito prolongados, apresenta um grau de fadiga que no trabalho sentado
permanece ausente (Goldem, 1974).
Com o surgimento do mocho, nos anos 50, o CD passou a trabalhar sentado, mas em
condições bastante desfavoráveis, pois os equipamentos odontológicos não foram projetados
para serem utilizados nesta posição. A cadeira do paciente não portava mecanismos de ajustes
de elevação e inclinação, dificultado o campo de visão da cavidade oral (Seyffarth e Johnsen,
1954).
Desde o desenvolvimento da Odontologia a quatro mãos na década de 1960, a posição
sentada tornou-se a preferida na tentativa de reduzir o desconforto e fadiga típica do trabalho
dental (Kortsch, 1964; Chovet, 1965). No entanto, estudos de 1965 a 1991, apontaram que a
postura de trabalho sentada não eliminou o risco de desconforto e dor musculoesquelética
(Eugster, 1965; Pieper, 1966; Rundcrantz et al., 1990; Rundcrantz et al., 1991).
Sentar é uma posição antifisiológica, que provoca grande pressão nos discos
intervertebrais. Estudos apontam que mesmo numa postura sentada considerada “ideal”, a
mudança da posição de bipedestação para sedestação aumenta em 35% a pressão interna no
núcleo dos discos intervertebrais e todas as estruturas que ficam na parte posterior da coluna
vertebral são tensionadas (Harrison et al., 1999; Kroemer e Grandjean, 2005; Lis et al., 2007;
De Carvalho et al., 2016; Hey et al., 2017), contribuindo para a alta prevalência de dor lombar
em cirurgiões-dentistas em todo o mundo até os dias de hoje (Botha et al., 2014; Gaowgzeh et
al., 2015; Prasad et al., 2017; Mohseni-Bandpei et al., 2017; Çinar-Medeni et al., 2017)
A postura sentada é descrita como uma postura ereta, dinâmica, com cabeça e tronco
alinhados na vertical, membros inferiores fletidos acerca de 90º em quadris e tronco, e pés
apoiados no solo (Lis et al., 2007). Nesta postura, as tuberosidades isquiáticas deveriam ser os
principais pontos de apoio do corpo (Makhsous, 2009). No entanto, o projeto da maioria dos
assentos convencionais não favorece o sentar ereto e dinâmico, aumentando a tensão passiva
15
dos músculos Isquiotibiais, ocorrendo uma rotação pélvica posterior, resultando em uma
postura sentada cifótica da coluna lombar (De Carvalho et al., 2016; Hey et al., 2017).
Contribui-se assim para um único perfil sagital em forma de C que compreende a coluna
torácica e lombar, aumentando a lordose cervical e a rotação pélvica posterior
(Kanalayanaphotporna, 2013; Hey et al., 2017).
Szczygieł et al. (2017) em uma revisão sistemática sobre as consequências da postura
sentada incorreta, apontaram que esta postura altera a curvatura fisiológica da coluna vertebral
e aumenta a pressão sobre os discos intervertebrais, na qual a parte da frente é comprimida e a
parte traseira estirada. Hey et al. (2017) e Szczygiel et al. (2017) corroboram que, na medida
em que a coluna vertebral cai em uma única curva em forma de C, ocorre uma mudança para
trás do núcleo pulposo, que ao longo do tempo pode levar ao desenvolvimento de hérnia de
disco.
É importante notar que a postura sentada afeta a função respiratória e a mobilidade do
tórax e do diafragma (Lee et al., 2010; Kaneko e Horie, 2012). Há diferenças na mobilidade
do tórax dependendo do tipo de cadeira. Essas diferenças consideraram as mudanças no
percurso respiratório (superior e inferior) e o tamanho da amplitude do movimento
respiratório (Ackermann et al., 2014; Szczygieł et al., 2015).
A postura sentada é influenciada pelo desenho ergonômico do assento. Diferenças
significativas entre assentos, com e sem encosto de costas, confirmam que o assento sem
encosto preserva a lordose lombar e é acompanhado de tensão muscular reduzida na região
lombar. Em contrapartida, assento com encosto predispõe a posição cifótica, achatando a
lordose lombar e contribuindo para a inclinação pélvica posterior (Morl e Brandl, 2012).
Sentar em uma postura lombar cifótica prolongada pressiona os discos vertebrais (Hey
et al., 2017; Szczygiel et al., 2017). O aumento da pressão intradiscal pode chegar a mais de
70%, caso o indivíduo sentado realize posturas incorretas por longos períodos, tais como
flexão anterior do tronco e falta de apoio de antebraço, o que pode ocasionar desconfortos
gerais e, principalmente, processos degenerativos do sistema musculoesquelético (Harrison et
al., 1999; Lis et al., 2007; Makhsous, 2009; Hey et al., 2017; Szczygiel et al., 2017).
Nos últimos anos, com a aplicação da ergonomia na odontologia ocorreu grande
avanço tecnológico (Garbin et al., 2011; Pîrvu et al., 2014; Gupta et al., 2014). No entanto, os
cirurgiões-dentistas continuam sendo uma população alvo de muitas dores articulares e
musculares, decorrentes das más posturas de trabalho em vários países (Alexopoulos et al.,
2004; Leggat et al., 2007; Hayes et al., 2009; Morse et al., 2010; Dajpratham et al., 2010;
Kierklo et al., 2011; Sustova et al., 2013; Kumar et al., 2013; Yi et al., 2013; Tirgar et al.,
16
2014; Feng et al., 2014; Gupta et al., 2014; Hodacova et al., 2015; Ohlendorf et al., 2017).
Uma das principais causas destes desequilíbrios musculares e, consequentemente, problemas
musculares é a postura sentada inadequada que os CDs adotam durante o trabalho (Hayes et
al., 2009; Rafie et al., 2015). Lee et al. (2010) corroboram apontando que pequenas alterações
na postura sentada produzem mudanças tridimensionais na forma e no movimento do tronco
em indivíduos saudáveis.
Assim, para evitar posições de alcance final potencialmente dolorosas e para facilitar a
ativação dos músculos do tronco durante o estar sentado, os benefícios potenciais das posturas
da coluna lombar neutra foram enfatizados (O'Sullivan et al., 2012). Há um consenso entre
vários estudos (Scannell et al., 2003; Corlett, 2006; Dankaerts et al., 2006; Womersley et al.,
2006; Pynt et al., 2008; Claus et al., 2009; De Carvalho et al., 2010; O'Sullivan et al., 2010;
De Carvalho et al., 2011; O'Sullivan et al., 2013; De Carvalho et al., 2016; Hey et al., 2017)
que a postura sentada lordótica da coluna lombar é tida como a ideal, pois favorece uma
postura lombar neutra, minimizando a sintomatologia dolorosa e facilitando a ativação dos
músculos do tronco durante o estar sentado. Essa postura neutra é obtida através do
posicionamento da coluna lombar inferior em ligeira inclinação anterior e ligeira lordose
lombar, enquanto o relaxamento da coluna torácica é mantido (O'Sullivan et al., 2010).
Uma revisão sistemática sobre os efeitos musculoesquelético e pulmonar da posição
sentada (Szczygieł et al., 2017) concluiu que a maioria dos autores estudados corroboram em
alguns pontos: 1) a postura sentada incorreta contribui para muitas desordens, especialmente
na coluna cervical e lombar; 2) manter a curvatura da coluna vertebral fisiológica quando
sentado é crucial na biomecânica da posição sentada (a postura da cabeça e a posição da pelve
são particularmente importantes; 3) é necessário aumentar a conscientização sobre riscos
relacionados ao trabalho pela manutenção da postura sentada incorreta.
Entretanto, o uso de uma cadeira adequada não é suficiente para garantir uma postura
correta no trabalho. A posição das mãos, bem como o ponto de focalização dos olhos, tem
uma grande importância para a postura da cabeça, tronco e braços. Então, a melhor altura da
superfície de trabalho acaba por ser determinada por estas duas variantes. Em princípio, uma
superfície baixa é melhor porque os braços não precisam ser erguidos, e nesta posição, é mais
fácil aplicar forças. Em compensação, as superfícies mais altas permitem uma melhor
visualização do trabalho, sem necessidade de se curvar para frente (Dul e Weerdmeester,
2004).
No Brasil, a redação da Norma Regulamentadora 17 – Ergonomia foi estabelecida pela
Portaria nº 3.751, de 23 de novembro de 1990. Esta Portaria traz em seu texto que os assentos
17
utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes requisitos mínimos de conforto:
a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida; b) características
de pouca ou nenhuma conformação na base do assento; c) borda frontal arredondada; d)
encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar (Brasil,
1990).
Em 2013, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2013) através da
Comissão de Estudo Especial de Ergonomia – Antropometria e Biomecânica (ABNT/CEE-
136), elaborou a NBR ISO 11226. Esta norma é uma adoção à ISO 11226:2000 (ISO, 2000).
A NBR ISO 11226 contém uma abordagem específica sobre a postura estática de trabalho da
população adulta. A amplitude articular máxima é descrita em grau respeitando as estruturas
passivas como os ligamentos. Neste documento, a postura do tronco na posição sentada é
considerada aceitável quando a coluna lombar não está retificada (cifose lombar), sendo
aceitável a coluna lombar neutra (lordótica). Entretanto, o ângulo do joelho para a postura
sentada, que impreterivelmente era preconizada a 90º, passou a ser considerada aceitável de
90º a 135º (ABNT, 2013).
Em decorrência destes primeiros passos, ao longo desta última década, observa-se uma
intensificação nas pesquisas (ensaios clínicos), delineando os efeitos dos diferentes tipos de
assentos na prática clínica do cirurgião-dentista e do acadêmico de Odontologia (Gandavadi et
al., 2007; Haddad et al., 2012; Custódio et al., 2012; Dable et al., 2014; Tran et al., 2016; De
Bruyne et al., 2016). Dentre esses, três estudaram o mocho convencional modificado
ergonomicamente (Haddad et al., 2012; Custódio et al., 2012; Tran et al., 2016) e três
estudaram o assento tipo sela (Gandavadi et al., 2007; Dable et al., 2014; De Bruyne et al.,
2016). Em todos os estudos houve uma melhora no grupo experimental, quando comparado
ao controle.
O assento tipo sela trás um olhar especial entre os estudos sobre assentos,
apresentando quatro aspectos importantes. 1) O seu projeto ergonômico inovador já foi
industrializado (Salli® saddle chair - de origem finlandesa e BambachTM Saddle Seat - de
origem australiana) e, é prontamente comercializado em vários países do mundo. 2) Esse tipo
de assento favorece a obtenção e manutenção de coluna lombar neutra pelo aumento do
ângulo do quadril (Mandal, 1981; Corlett, 1999), posição difícil de manter na maioria das
cadeiras convencionais a 90º ângulo de joelho. 3) A articulação do joelho fica posicionado
entre 120º e 135º. 4) É considerada como uma postura sentada dinâmica, pois está associada à
alta atividade muscular e ao aumento da carga espinhal devido à inclinação posterior da pelve,
18
que é então contrabalançada por contrações dos músculos da coluna vertebral dorsal (Grooten
et al., 2013).
O conceito do assento tipo sela foi desenvolvido partindo dos estudos apresentados por
Corlett (1984; 1988; 1989) que indica qual a postura mais correta para a posição sentada. Este
assento foi desenhado para permitir que as nádegas e coxas não fiquem comprimidas contra a
cadeira devido ao suporte firme dos ossos ísquios. As coxas ficam inclinadas para baixo com
um ângulo de 120 a 130º entre coxa e tronco, inclinando a pelve para uma posição quase
neutra como se estivesse em pé, e ampliando a angulação do joelho. Isto permite que a região
lombar inferior e tronco superior encontrem uma postura natural e relaxada sem a necessidade
de estar encostado.
Sob o ponto de vista angular entre coxa e tronco e perna e coxa foi descrita uma
postura em que o corpo permanece numa condição neutra, com um estresse
musculoesquelético mínimo muito próximo ao posicionamento do assento em sela. Essa
posição foi encontrada durante estudos de Skylab-NASA (JSC-09551), baseados na medição
de 12 indivíduos em condições de gravidade zero e é conhecida como postura corporal neutra.
Nessa postura, a articulação coxofemoral apresenta uma angulação entre 120° e 128º e se
observa menor compressão intradiscal, além da preservação das curvaturas vertebrais dentro
de valores normais (Griffin, 1978).
Desta forma, o assento tipo sela vem sendo utilizado por profissionais da saúde,
principalmente por cirurgiões-dentistas, em substituição ao mocho convencional, objetivando
medidas preventivas ou corretivas aos problemas posturais, por reduzir a rotação posterior da
pélve, por facilitar a manutenção de uma curva natural da coluna vertebral e pela menor
compressão intradiscal (Gadge e Innes, 2007).
Mudar as condições críticas de trabalho, alterar práticas cristalizadas, enraizadas, que
ocasionam alto custo humano, requer mudar concepções pessoais, através do estudo de
normas ergonômicas atuais existentes. Esse processo de mudança deve ampliar o conceito de
postura, considerando a dinâmica do aparelho musculoesquelético, atentando-se as outras
funções do organismo implicadas na fisiologia postural, como a função visual, a mecânica
circulatória, a posição dos órgãos internos e o sistema neurológico (Assunção, 2004).
Assim, visando ampliar o conhecimento sobre a influência do assento tipo sela na
redução dos problemas posturais na prática clínica do cirurgião-dentista e do acadêmico de
Odontologia ainda pouco exploradas pela literatura, realizou-se o presente trabalho, composto
por dois estudos com desenhos metodológicos distintos.
19
O corrente estudo, em formato alternativo foi baseado nas normas da Deliberação
CCPG-Nº 228/2013, composto de dois artigos, sendo um previamente submetido à
publicação. O objetivo geral deste estudo foi realizar um levantamento sobre o “estado da
arte”, avaliar o impacto do assento tipo sela na ergonomia do acadêmico em odontologia e a
satisfação com o tipo de assento utilizado.
20
2 ARTIGOS
2.1 ASSESSMENT OF THE ERGONOMIC RISK PROVIDED BY SADDLE AND
CONVENTIONAL SEATS ON DENTISTRY CONTEXT: A SYSTEMATIC REVIEW
AND META-ANALYSIS
Artigo submetido ao periódico BMJ Open (Anexo 1).
Giovana Renata Gouvêa *, DDS, MSc, PhD student
Walbert de Andrade Vieira**, DDS
Luiz Renato Paranhos***, DDS, MSc, PhD
Ítalo de Macedo Bernardino****, DDS, MSc student
Jaqueline Vilela Bulgareli *, DDS, MSc, PhD
Antonio Carlos Pereira*, DDS, MSc, PhD
* Department of Community Dentistry, Piracicaba Dental School, University of
Campinas, Piracicaba, SP, Brazil.
** Department of Dentistry, University of Sergipe, Aracajú, SE, Brazil.
*** Department of Gerontology, Federal University of São Carlos, São Carlos, SP,
Brazil.
**** Postgraduate Program in Dentistry, State University of Paraíba, Campina
Grande, PB, Brazil.
Correspondence: Giovana Renata Gouvêa, Post Box 112, 13600-070, Araras-SP, Brazil
(Tel/Fax: +55 19 99820-0438; e-mail: [email protected]).
Word count: 3,709
21
ABSTRACT
Background Dentistry is a profession that is highly vulnerable to musculoskeletal diseases.
Ergonomic seats were designed to improve posture quality during labor activities. Thus, the
aim of this study was to verify if the saddle-style seat provides lower ergonomic risk when
compared with conventional seats.
Methods This review followed PRISMA recommendations, and a protocol was elaborated
and registered on PROSPERO (CRD42017074918). Primary sources of research were the
electronic databases Embase, Latin American and Caribbean Health Sciences (LILACS),
PubMed (including MedLine), SciELO, Scopus and Web of Science. OpenThesis and Open
Grey were used to collect “grey literature”. The search was performed in August 2017. Two
reviewers assessed the eligibility criteria, independently, and performed the data extraction.
Risk of bias was evaluated through MAStARI tool. Meta-analysis was performed to estimate
the effect of seat type in ergonomic risk score in the dentistry context. The heterogeneity
among studies was assessed using the I2 statistic.
Results The search resulted in 3,147 records, of which two were considered eligible for this
review. Saddle seats were associated with significantly lower ergonomic risk, when
compared with conventional seats [right side (mean difference = -3.18; 95%CI = -4.96, -1.40;
p < 0.001) and left side (mean difference = -3.12; 95%CI = -4.56, -1.68; p < 0.001)],
highlighting a postural improvement.
Conclusions The findings suggest that saddle seats provide lower ergonomic risk when
compared with conventional seats. Although the included studies presented low risk of bias,
the results should be interpreted with caution due to the heterogeneity observed.
Keywords: Dentistry, Human Engineering, Occupational health, Posture.
INTRODUCTION
The dentist has been pointed out in the literature as a professional who is highly
vulnerable to musculoskeletal diseases,1 2
being work posture and position two of the main
factors to the development of these diseases.3 The seated posture is the body positioning most
frequently adopted by the dentist4 and is influenced by the dental seats,
5-7 since they induce
the adoption of certain postural patterns in search for a more comfortable and/or functional
position.5-7
There is evidence that the seated posture to 90° (knee angle and hip angle) does not
favor the erect and dynamic sitting,8 enhancing the passive tension of hamstring muscles,
occurring a posterior pelvic rotation and incurring in a kyphotic seated posture of the lumbar
22
spine.8 9
However, the consensus among ergonomic recommendations,10
radiographic
studies,8 9
physical therapists11
and lay people’s12
analyses singled the lordotic seated posture
of the lumbar spine as ideal, since it favors a neutral lumbar posture.
The potential benefits of neutral lumbar posture were emphasized in minimizing
painful symptomatology and facilitating the activation of trunk muscles during the sitting
posture.13
This neutral posture is obtained through the positioning of the inferior lumbar spine
in slight anterior tilt and slight lumbar lordosis, while relaxation of the thoracic spine is
maintained.11
However, this position is difficult to maintain in most conventional chairs.7
Worker position and type of seat used are important factors for maintaining the
worker health, since the physiological curvature of the spine, location and correct position of
the head and pelvis are crucial for the sitting position biomechanics.14-16
Sitting incorrectly is
correlated to several musculoskeletal disorders, especially in cervical and lumbar spines,17
being a major problem for dentists.
Aiming to reduce postural problems in dentistry and to promote lumbar lordosis in the
seated position, scientific evidences have been carried out to elucidate the impact of different
types of seats in the posture of students and trained professionals16
as well as demonstrate the
importance of ergonomic seats interventions14
in reducing musculoskeletal symptoms.15
Hence, the conventional seat has been replaced by saddle stools, which allow a greater
trunk/thigh angle and favor a neutral lumbar posture.5 6 18
However, the literature does not
show yet a consensus if the saddle seat is a superior alternative to conventional ones in the
maintenance of an ideal posture. Thus, our study aimed to answer the following guiding
question: “Does the saddle seat provides lower ergonomic risk to dentists and dentistry
academics when compared with conventional seats?”. We accept the hypothesis that saddle
stools provide lesser ergonomic risk when compared with conventional ones.
METHODOLOGY
Protocol and Registry
This systematic review was carried out following the PRISMA Statement (Preferred
Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses)19
and Cochrane guidelines.20
The systematic review protocol was registered in the PROSPERO database, under the
number CRD42017074918 (https://www.crd.york.ac.uk/PROSPERO/).
Study design and eligibility criteria
This study was a systematic review, with the objective of answering the following
guiding question (based on PICO strategy): “Does the saddle seat (intervention) provides
23
lower ergonomic risk (outcome) to dentists and/or dentistry academics (population) when
compared with conventional seats (comparison)?”.
In the review were included only clinical studies, in which the work posture of
dentistry academics and/or dentists were compared between conventional seats, with no
ergonomic modifications, and ergonomic saddle-type stools. There were no restrictions of
year, language, or publication status (Ahead of print).
Were excluded: 1) Studies not related to the topic; 2) Reviewing studies, letters to the
editor, personal opinions, book/book chapter, educational material, reports, abstracts, and
patents; 3) Qualitative or prevalence studies; 4) Studies that used other types of seats or
modified seats.
Sources of information and research
Primary sources of research were the electronic databases Embase, Latin American
and Caribbean Health Sciences (LILACS), PubMed (including MedLine), SciELO, Scopus
and Web of Science. OpenThesis and Open Grey were used to collect “grey literature,”
avoiding selection bias and publication bias. A manual search was also performed, through a
systematic analysis of references from the eligible articles.
Two eligibility reviewers conducted the research, in an independent manner (GG and
WAV). DeCS (Descriptors in Health Sciences – http://decs.bvs.br) and MeSH (Medical
Subject Headings – https://www.ncbi.nml.nih.gov/mesh) resources were used to select the
keywords. Boolean operators “AND” and “OR” were employed to enhance the search
strategy through several combinations (Table 1). The bibliographical research was developed
in August 2017. Obtained records were exported to the software EndNote™ Basic/Online,
desktop version (Thomson Reuters, New York, EUA), and the duplicates, removed.
24
Tabela 1 - Strategies for database search. Database Search Strategy (August, 2017)
PubMed http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubm
ed
("dentists"[MeSH Terms] OR "dentists"[All Fields] OR "dental students"[All Fields] OR "student of dentistry"[All Fields] OR
"undergraduate student of dentistry"[All Fields]) AND
("Posture"[MeSH Terms] OR "Posture"[All Fields] OR "human
engineering"[MeSH Terms] OR "human engineering"[All Fields]
OR "Seated Position"[All Fields] OR "Sitting Position"[All
Fields] OR "Saddle chair"[All Fields] OR "Saddle seat"[All
Fields])
603
Web Of Science http://apps.webofknowledge.com/
((("dentists" OR "dental students" OR "student of dentistry" OR
"undergraduate student of dentistry") AND ("posture" OR
“human engineering” OR "seated position" OR "sitting position"
OR "saddle chair" OR "saddle seat")))
74
Embase http://www.embase.com/
('dentists'/exp OR 'dentists' OR 'dental students'/exp OR 'dental students' OR 'student of dentistry' OR 'undergraduate student of
dentistry') AND ('posture'/exp OR 'posture' OR 'human
engineering'/exp OR 'human engineering' OR 'seated position' OR
'sitting position'/exp OR 'sitting position' OR 'saddle chair' OR
'saddle seat')
591
Scopus http://www.scopus.com/
((("dentists" OR "dental students" OR "student of dentistry"
OR "undergraduate student of dentistry" ) AND ( "posture" OR
"human engineering" OR "seated position" OR "sitting
position" OR "saddle chair" OR "saddle seat")))
646
LILACS http://lilacs.bvsalud.org/
(((("dentists" OR "dentistry" OR "dental students" OR "student of
dentistry" OR "undergraduate student of dentistry") AND
("Posture" OR "Seated Position" OR "Sitting Position" OR
"human engineering" OR "Dental Equipment" OR "Equipment
Dental" OR "Saddle chair" OR "Saddle seat"))) AND
(instance:"regional") AND ( db:("LILACS"))) AND
(instance:"regional") AND ( db:("LILACS"))
160
(“cirurgião-dentista” AND "postura") AND (instance:"regional")
AND ( db:("LILACS"))
21
(“cirurgião-dentista” AND "postura sentada" ) AND (instance:"regional") AND ( db:("LILACS"))
7
(“cirurgião-dentista” AND “mocho odontológico” ) AND
(instance:"regional") AND ( db:("LILACS"))
2
(“cirurgião-dentista” AND “Assento tipo sela”) AND
(instance:"regional") AND ( db:("LILACS"))
0
(“estudantes de odontologia” AND "postura" ) AND
(instance:"regional") AND ( db:("LILACS"))
17
(“estudantes de odontologia” AND "posição sentada") AND
(instance:"regional") AND ( db:("LILACS"))
0
(“estudantes de odontologia” AND “mocho odontológico”) AND
(instance:"regional") AND ( db:("LILACS"))
0
(“estudantes de odontologia” AND “Assento tipo sela”) AND (instance:"regional") AND ( db:("LILACS"))
0
(“odontologia” AND "postura" ) AND (instance:"regional") AND
( db:("LILACS"))
88
(“odontologia” AND "postura sentada" ) AND
(instance:"regional") AND ( db:("LILACS"))
25
(“odontologia” AND “mocho odontológico” ) AND
(instance:"regional") AND ( db:("LILACS"))
2
(“odontologia” AND “assent tipo sela” ) AND
(instance:"regional") AND ( db:("LILACS"))
0
(“dentista” AND "postura" ) AND (instance:"regional") AND (
db:("LILACS"))
27
25
(“dentista” AND "postura de sentado" ) AND
(instance:"regional") AND ( db:("LILACS"))
8
(“dentista” AND “equipo dental” ) AND (instance:"regional")
AND ( db:("LILACS"))
31
(“dentista” AND “"Taburete de silla de montar"”) AND
(instance:"regional") AND ( db:("LILACS"))
0
(“estudiantes de odontología” AND "postura" ) AND
(instance:"regional") AND ( db:("LILACS"))
9
(“estudiantes de odontología” AND "posição de sentado") AND
(instance:"regional") AND ( db:("LILACS"))
0
(“estudiantes de odontología” AND “equipo dental” ) AND
(instance:"regional") AND ( db:("LILACS"))
20
(“estudiantes de odontología” AND “Taburete de silla de
montar”) AND (instance:"regional") AND ( db:("LILACS"))
0
(“odontología” AND "postura" ) AND (instance:"regional") AND
( db:("LILACS"))
88
(“odontología” AND "posição de sentado") AND
(instance:"regional") AND ( db:("LILACS"))
0
(“odontología” AND “equipo dental”) AND (instance:"regional")
AND ( db:("LILACS"))
220
(“odontología” AND “Taburete de silla de montar”) AND
(instance:"regional") AND ( db:("LILACS"))
0
SciELO http://www.scielo.org/
(("dentists" OR "dental students" OR "student of dentistry" OR
"undergraduate student of dentistry") AND ("posture" OR human
engineering OR "seated position" OR "sitting position" OR "saddle chair" OR "saddle seat"))
107
cirurgião-dentista AND postura 3
cirurgião-dentista AND postura sentada 0
cirurgião-dentista AND mocho odontológico 0
cirurgião-dentista AND assento tipo sela 0
estudantes de odontologia AND postura 4
estudantes de odontologia AND posição sentada 0
estudantes de Odontologia AND mocho odontológico 0
estudantes de Odontologia AND assento tipo sela 0
odontologia AND postura 14
odontologia AND posição sentada 0 odontologia AND mocho odontológico 0
odontologia AND assento tipo sela 0
dentista AND postura 6
dentista AND postura de sentado 0
dentista AND equipo dental 10
dentista AND Taburete de silla de montar 0
estudiantes de Odontología AND postura 10
estudiantes de Odontología AND posição de sentado 0
estudiantes de Odontología AND equipo dental 6
estudiantes de Odontología AND taburete de silla de montar 0
odontología AND postura 14
odontología AND posição de sentado 0 odontología AND equipo dental 26
odontología AND taburete de silla de montar 0
OpenGrey http://www.opengrey.eu/
(("dentists" OR "dental students" OR "student of dentistry" OR
"undergraduate student of dentistry") AND ("posture" OR
“human engineering” OR "seated position" OR "sitting position" OR "saddle chair" OR "saddle seat"))
1
OpenThesis http://www.openthesis.org/
(("dentists" OR "dental students" OR "student of dentistry" OR
"undergraduate student of dentistry") AND ("posture" OR “human engineering” OR "seated position" OR "sitting position"
OR "saddle chair" OR "saddle seat"))
153
TOTAL 2993
26
Selection of studies
The selection of studies was performed in three stages. In stage 1, titles were
systematically analyzed by two reviewers (GG and WAV), independently. Articles in which
the titles corresponded to the objectives of the study were selected for stage 2. In this stage,
the abstracts were also systematically analyzed by two reviewers (GG and WAV). At such
moment, studies that were not related to the topic, reviews, letters to editors, personal
opinions, book/book chapter, educational material, reports, abstracts, patents, qualitative or
observational studies, as well as those that used other types of seats or modified ones were
excluded. Articles with titles corresponding to study objectives, but which had no abstract,
were fully reviewed in stage 3.
In a third stage, full texts of the preliminary eligible studies were obtained and
evaluated to verify if they corresponded to the eligibility criteria. When those two reviewers
could not reach an agreement, a third reviewer (LRP) was consulted to make a final decision.
Rejected studies were separately recorded, along with the explicit grounds for exclusion.
Process of data collection and extraction
Data were extracted by two authors (GG and WAV) with spreadsheets specially
designed for data extraction, which included the following information: article identification
(author, year, and country of the study); sample characteristics (number of patients in each
study, mean age, gender distribution, school year); type of intervention (type of seat, training
time, time until evaluation onset); methods for obtaining the results (method used in posture
evaluation, method of image analysis, and calibration time). Any disagreement was
discussed, and a third reviewer (LRP) was consulted when necessary.
Individual risk of bias of the studies
Risk of bias in the selected studies was assessed through MAStARI (Meta-Analysis of
Statistics Assessment and Review Instrument).21
Two authors (WAV and LRP)
independently assessed each domain in relation to bias potential risk. For evaluation, the
following questions were used: 1) Was the study based on a random or pseudo-random
sample?; 2) Were the criteria for inclusion in the sample clearly defined?; 3) Were the
confounding factors identified, and the strategies to deal with them stated?; 4) Were
outcomes assessed using objective criteria?; 5) If comparisons were being made, was there
sufficient description of groups?; 6) Was follow-up carried out over a sufficient time period?;
7) Were the outcomes of people who withdrew described and included in the analysis?; 8)
Were outcomes measured in a reliable way?; 9) Was appropriate statistical analysis used?
The risk of bias was categorized as High when the studies reached up to 49% of “yes” score,
27
Moderate when it reached 50% to 69%, and Low when the study reached more than 70% of
the “yes” score.
Outcome measures and data analysis
Meta-analysis for continuous outcome was performed to estimate the effect of seat
type in ergonomic risk score in the dentistry context.20
Heterogeneity among studies was
assessed using I2 statistic, and classified as follows: low (I
2 < 25%), moderate (I
2 = 50%), and
high (I2 > 75%).
22 The random model was selected to minimize the effect of heterogeneity
among studies.23
Publication bias was not evaluated since there were no sufficient studies to
be grouped in a funnel plot. The software Review Manager, version 5.3 (RevMan, Cochrane
Collaboration), was used to perform all the statistical analyses.
RESULTS
Selection of studies
During the first stage of studies selection, 2,993 records were found, distributed in six
electronic databases. After removal of the records that were repeated/duplicated, 1,918
articles proceeded to the analysis of titles and abstracts. A total of 154 studies of “grey
literature” was found by the search strategy, although only one was related to this study
objectives. Subsequently to the analysis of titles and abstracts, only 3 studies were eligible for
full-text analysis. References of studies that were initially eligible were carefully assessed, to
verify the possible existence of articles that were absent of the main search strategy.
However, from the 3 studies included at this stage, 1 was excluded for being a thesis that
resulted in an eligible article. Therefore, 2 articles proceeded to the results analysis. Figure 1
reproduces the process of searching, identifying, including, and excluding articles.
28
Figure 1 Flowchart of the process of searching and selecting the literature, adapted from
PRISMA.19
29
Characteristics of studies
Both eligible studies5 6
commented on the research ethical criteria and clarified on the
use of consent forms for research subjects. No studies presented sample calculation, or study
power. The analysis resulted in a total sample of 150 dentistry academics. There were no
studies with professional dentists. The studies were performed at the United Kingdom5 in
2007 and at India6
in 2014. One compared the Salli Saddle Chair with a conventional seat,6
and the other compared a Bambach Saddle Seat with a conventional seat.5 Both studies
5 6
were held with second-year students of the dentistry program, who were in the beginning of
their laboratory activities with phantom heads use.
Eligible studies5 6
conducted training with the participants as to the correct posture and
use of each type of seat. Evaluation was conducted after a time period for the students to get
used to the seats. A summary of the main characteristics of these studies is described in Table
2.
30
Table 2 – Summary of the main characteristics of the eligible studies.
Author,
Year, and
Country
Seat types Sample (n) School
period
Location Performed
procedure
Training
time
Time for
assessment
Method for
evaluation
Methods
of
analysis
Calibration
time
Gandavadi et
al., 2007,
Reino Unido
Bambach Saddle
Seat (BSS)
Conventional
Seat (CS)
Bambach Saddle
Seat: 30
Conventional
Seat: 30
2nd
year
Preclinical
laboratory
Cavity preparation
of mandibular arch
teeth in a
mannequin
10 weeks 2 weeks RULA* Photos 10 minutes
Dable et al.,
2014, India
Salli Saddle
Chair (SSC)
Conventional
chair with back
rest (CC1)
Conventional
chair without
back rest (CC2)
Salli Saddle
Chair: 30
Conventional
chair with back
rest: 30
Conventional
chair without
back rest: 30
2nd
year
Preclinical
laboratory
Cavity preparation
of the first
mandibular
premolar in a
mannequin
12 weeks 3 days RULA* Videos 15 minutes
Note. *RULA: Rapid Upper Limb Assessment.
Table 3 – Risk of bias, assessed trough the Meta-Analysis of Statistics Assessment and Review Instrument (MAStARI) evaluation tool47.
Authors Q.1 Q.2 Q.3 Q.4 Q.5 Q.6 Q.7 Q.8 Q.9 %yes/risk
Gandavadi et al., 2007 √ √ – √ √ NA NA √ √ 85.7%/Low
Dable et al., 2014 √ √ – √ √ NA NA √ √ 85.7%/Low
Note. Q.1) Was the study based on a random or pseudo-random sample?; Q.2) Were the criteria for inclusion in the sample clearly defined?; Q.3) Were confounding factors
identified, and strategies to deal with them, stated?; Q.4) Were outcomes assessed using objective criteria?; Q.5) If comparisons were being made, was there sufficient description of groups?; Q.6) Was follow-up carried out over a sufficient time period?; Q.7) Were the outcomes of people who withdrew described and included in the
analysis?; Q.8) Were outcomes measured in a reliable way?; Q.9) Was appropriate statistical analysis used? / NA = Not Applicable; √ = Yes; “–” = No.
31
Risk of bias in the studies
Both studies5 6
presented low risk of bias in the MAStARI tool.21 Detailed
information on risk of bias of the included studies can be found in Table 3. Items 6 and 7 of
Table 3 were deemed “not applicable” (NA) to all studies, since they were studies on which
the participants were evaluated only once, not requiring monitoring time and not presenting
the possibility of abandonment during evaluation.
Results of individual studies and meta-analysis
The selected studies used the assessment method RULA (Rapid Upper Limb
Assessment), which analyzes the overload concentrated in the neck and upper limbs during
work, in addition to evaluating the static muscle work and the forces exerted by the analyzed
segments. The calibration time established by the studies ranged from 105 to 15
6 minutes, in
such a way the students could focus on their work, being evaluated after it. In both studies the
students held the preparation of a mandibular tooth in a mannequin.
According to Gandavadi et al.5 study, photographs were taken both from the left and
right sides; in turn, in the study by Dable et al.6
the analysis was performed from static
images taken from videos. The results showed that ergonomic seats (Salli Saddle Chair and
Bambach Saddle Seat) had lower scores than those provided by conventional seats. In the
Dable et al.6 study, the authors also used image magnification lenses in order to perform
comparisons between the groups, and showed that, in such system, the scores were even
lower.
Figure 2 presents the forest plots. Mean differences in ergonomic risk score and their
respective confidence intervals at 95% are represented by squares for the individual studies.
The diamonds at the bottom represent the general means estimated from the included studies.
Meta-analysis results showed that saddle seats are associated with significantly lower scores
of ergonomic risk when compared with conventional seats [right side (mean difference = -
3.18; 95% CI = -4.96, -1.40; p < 0.001) and left side (mean difference = -3.12; 95% CI = -
4.56, -1.68; p < 0.001)], indicating a postural improvement. The overall mean difference in
ergonomic risk score was -3.16 (95% CI = -4.02, -2.30; p <0.001).
32
Figure 2 Effect of type of seat (Saddle versus Conventional) on ergonomic risk score in dentistry context, evaluated through RULA scale.
33
DISCUSSION
This study aimed to compare the ergonomic risk of saddle and conventional seats,
used in labor practices of dentists and/or dentistry academics. The results indicate there is a
superiority of saddle seat regarding conventional seats, thus confirming the initial hypothesis.
Dentists, over the dental practice, adhere to standing or seated working postures that
impacted their health. To work standing up and leaning forward generates a great load of
concentrated pressure on lower limbs, interfering in the venous return.17
On the other hand,
keeping a seated posture for long periods increases the intradiscal pressure, compressing the
spine.8 9
The complexity in conducting experimental studies in a non-convenience sample can
lead to non-control of bias in the clinical routine, and to the great physical displacement of
researchers for monitoring and data collections. Another factor that might be crucial to this
absence of clinical essays with dentists is the formation of experimental and control groups,
which are homogeneous in variables of age and time of profession. These variables reflect
mainly in already acquired musculoskeletal diseases (and in the resistance to changing usual
postural practices).24 25
All these highlighted factors are easier to overcome with dentistry
academics, which reflects the results of this review since both studies were conducted with
this group.
In both eligible studies,5 6
dentistry academics were oriented to perform a cavity
preparation on mandibular teeth, in a mannequin at the preclinical laboratory. It is well known
that a procedure carried out in dental mannequin does not totally reproduce the reality in
dentistry routine, since a real patient has variables such as age (older people or children),
anatomical structures (tongue, cheek, oral opening limitation), special care (physical and/or
mental disabilities), altered psychological states (fear and/or anxiety), obesity, and pregnancy,
which can alter and complicate the operational procedure. However, it is in the preclinical
laboratory, with procedures in mannequins, that academics experience the first body postures,
adapting their body to the seat, to static posture, reduced field of vision, dental procedure,
precision of fine movements, and, especially, to the fear and insecurity of dealing with
something new.26
Dentistry labor conditions are constricted to the restricted area of the oral cavity,
which requires access, visibility, and control.27
The work posture is usually a trade-off
between neutral posture and the posture needed for an optimal vision of the oral cavity,28
which may cause both muscular and joint pain1 29
as well as postural abnormalities.30
Thus,
some dental chairs were studied, aiming to provide better physical comfort and/or
34
functionality in care.5,7
The results of such studies showed improvement in experimental
groups when compared with control group in the studied variable. The saddle seat has an
innovative ergonomic project, and is within the norms31
of ISO 11226:2000, being promptly
commercialized in several countries worldwide. Another important factor of this type of seat
is the favoring and maintenance of neutral and dynamic seated postures that this seat
provides.5 6
Neutral seated postures are associated with high muscular activity, and with the
increase of spinal load due to the posterior tilt of pelvis, which is then balanced by contraction
of muscles in dorsal spine,32
which is considered a dynamic posture.
Interdisciplinarity between bioengineering and health sciences leads to improvements
of clinical relevance and research.10 18 33 34
Dynamic seats35 36
with a slight forward
inclination,18 34 37
with or without lumbar backrest,35
that favor support in the ischia,10 38
are
the challenges for new seat projects.
Besides the seat design, human, occupational, and organizational factors also play an
important role in terms of load conditions in the human body.39 41
Thus, to facilitate the
positioning and maintenance of the natural curves of lumbar spine (cervical lordosis, thoracic
kyphosis, lumbar lordosis, and sacral kyphosis), allowing a neutral seated posture,13 37
in such
a way that the muscles and intervertebral discs can alternate between relaxation and loading,
is beneficial to the nutrition of muscles42
and intervertebral discs,43
and may reduce
ergonomic risks.
One of the observation methods of ergonomic risk most cited in the literature, and also
used in both eligible studies in this review, is the Rapid Upper Limb Assessment (RULA). In
this method, the position of individual body segments is observed and noted, with scores
increasing according to the growing deviation of neutral posture.44
The validity and reliability
of this method were assessed through diverse studies44 45
and this is considered to be an
adequate method to assess the dentists’46
and dentistry academics’47
body postures. In these
studies, body positions were differently assessed. Gandavadi et al.,5 assessed the work
posture, from the right and the left sides, through digital photos. Dable et al.,6 in turn, used
videos, which were paused at every postural position and at every body movement, from the
right and the left sides. Thus, the resources to image capture were distinct, but the assessment
and final score, in both studies, was held in a static image.46
Evaluators’ observations to the
static images may be associated with the uncertainty regarding camera angle.48
In our study, the images of body postures of the dentistry academics started to be taken
after a period of 10 to 15 minutes in a familiar environment. Given the long time of capture, it
is likely the participants concentrated in the proposed activity and kept postural habits of
35
usual routine; hence diminishing the Hawthorne effect,49
a phenomenon in which participants
change their behavior once they know they are being watched. Thus, the ergonomic risk was
assessed in groups that used conventional and saddle-type seats. Results pointed an
intermediate to high score for ergonomic risk in the groups using the conventional seat, what
is consistent with other studies.47 50
Dental procedures require high precision, and are often performed with unsupported
arms, and the spine in rotation and flexed forward.29
These characteristics of attendance,
associated with a static and non-neutral seated position (lumbar and cervical kyphosis),
increase the pressure on intervertebral discs, which can lead to the development of herniated
disc over time.8 17
Static work procedures that involve maintenance of unsupported arms cause
additional muscular tension, considering that muscular resistance is necessary to perform the
respective tasks in isometric positions.5
Besides the postural problems, the use of static occupational seats,51
combined with a
sedentary lifestyle, is associated with cardiovascular diseases52
and cardiometabolic risk
biomarkers.53
In addition, static sitting in a conventional chair, which does not facilitate the
postural change, is associated with comfort and muscle rest by the vast majority of the
population, becoming problematic when it occurs over long periods of time.17
A more detailed view of “active” or “dynamic” sitting is relatively recent.5-6 32 54
Dynamic sitting, with greater knee angle amplitude, can avoid high ergonomic risk
positioning due to the following reasons: a) facilitating the trunk muscles activation during
the seated posture,37
b) favoring the lordotic seated position, which is considered ideal, 8-12 55
c) promoting a dynamic seated posture,37
and d) promoting lesser intradiscal compression,18
thus corroborating our results, which showed lower levels of ergonomic risk in groups that
used saddle seats. However, there is a study7 in which the authors suggest that the use of the
saddle seat, during 15.5 minutes, results in a slightly hyperlordotic posture. Saddle seats
completely change the usual way of sitting, both due to its innovative design and to the
angulation change of knee and hip joints, being necessary a previous training to its utilization.
Maintenance of lumbar lordosis while sitting, through the stabilization and movement of the
lumbosacral spine, depends on the complex interaction among muscles, ligaments, and fascia
surrounding the trunk.56
The loss of segment stability of the spine, due to hypotonia, can lead
to overload or excessive stretching of internal articular structures during global body
movements, and predispose the onset of musculoskeletal system dysfunctions and painful
symptomatology in the spine.57
Thus, tonicity is an essential factor for positioning and
maintenance of neutral seated posture in dynamic seats.
36
Dynamic seats, such as saddle seats, favor the neutral posture, increase energy
expenditure due to the effort in maintaining balance while seated, and aim to solve the
negative effects of the prolonged work session.55
The body asks for movement, the muscles
seek electrical activity. To seat should be an active phenomenon, not a static one, involving a
regular movement of the spine or a postural change.8 9
Dynamic seats allow constant
movement while sitting, due to the chair design.13 37
However, it is important to highlight that the adoption of a good posture, and the use
of correct furniture, are not enough to reduce the overload in musculoskeletal system tissues
of dentists.58 59
Four-handed dentistry, equipment organization in the workspace, and the
correct positioning of the patient, illumination, and auxiliary components should be observed
and watched in dentistry clinical practice.58 59
The dentist should also improve the muscular
system conditioning through interventions with physical exercises, which increase the
muscular resistance and the proprioception, as well as the postural re-education, in order to
provide stability to the spine.38
Our study is not exempt from limitations. One of them is the few clinical studies on
the subject in the scientific literature. In the two included studies, data collection was
performed only at the end of monitoring. It is noteworthy that short-term investigations of
seated posture, might not completely represent the biological time-dependent responses.
Future studies are recommended to determine whether the effectiveness of a saddle-type stool
intervention maintain the benefits in the long-term, especially concerning neutral lumbar
posture. Therefore, we believe that future studies, addressing the long-term effects of saddle
seats, need to be designed to take these factors into account.
On the other hand, this is an original review and contributed to the advancement of
scientific knowledge from three main points. First, this is the first systematic literature review
that investigated the influence of the type of seat on ergonomic risk among dentists and/or
dentistry academics. Second, the low risk of bias in the eligible studies enables more
consistent and reliable conclusions from the obtained data. Third, results of both the
individual studies and the meta-analysis confirmed that the type of seat chosen may influence
the ergonomic risk in dentistry context, generating important implications for the clinical
practice.
37
CONCLUSION
Our findings indicate that saddle seats provide lower ergonomic risk when compared
with conventional seats. Although the included studies presented a low risk of bias, the results
should be interpreted with caution due to the heterogeneity observed.
REFERENCES
1- Feng B, Liang Q, Wang Y, et al. Prevalence of work-related musculoskeletal symptoms of
the neck and upper extremity among dentists in China. BMJ Open
2014;4:e006451.doi:10.1136/bmjopen-2014-006451.
2-Tirgar A, Javanshir K, Talebian A, et al. Musculoskeletal disorders among a group of
Iranian general dental practitioners. J Back Musculoskelet Rehabil 2015;28:755-
59.doi:10.3233/BMR-140579.
3- Rafie F, Zamani Jam A, Shahravan A, Raoof M, Eskandarizadeh A. Prevalence of upper
extremity musculoskeletal disorders in dentists: symptoms and risk factors. J Environ Public
Health. 2015;2015:517346.doi: 10.1155/2015/517346.
4- Endo k, Suzuki H, Nishimura H, et al. Sagittal lumbar and pelvic alignment in the standing
and sitting positions. J Orthop Sci 2012;17:682-86.doi:10.1007/s00776-012-0281-1.
5- Gandavadi A, Ramsay JRE, Burke FJT. Assessment of dental student posture in two
seating conditions using RULA methodology - a pilot study. Br Dent J 2007;203:601-
05.doi:10.1038/bdj.2007.1047.
6- Dable RA, Wasnik PB, Yeshwante BJ, et al. Postural Assessment of Students Evaluating
the Need of Ergonomic Seat and Magnification in Dentistry. J Indian Prosthodont Soc
2014;14:51-58.doi:10.1007/s13191-014-0364-0
7- De Bruyne MAA, Van Renterghem B, Baird A, et al. Influence of different stool types on
muscle activity and lumbar posture among dentists during a simulated dental screening task.
Appl Ergon 2016;56:220-226.doi:10.1016/j.apergo.2016.02.014.
38
8- Hey HW, Wong CG, Lau ET, et al. Differences in erect sitting and natural sitting spinal
alignment-insights into a new paradigm and implications in deformity correction. Spine J
2017;17:183-89.doi:10.1016/j.spinee.2016.08.026.
9- De Carvalho D, Grondinb D, Callaghanc J. The impact of office chair features on lumbar
lordosis, intervertebral joint and sacral tilt angles: a radiographic assessment. Ergonomics
2016;60:1393-04.doi:10.1080/00140139.2016.1265670.
10- Corlett EN. Background to sitting at work: research-based requirements for the design of
work seats. Ergonomics 2006;49:1538–46.doi:10.1080/00140130600766261.
11- O’Sullivan K, O’Dea P, Dankaerts W, et al. Neutral lumbar spine sitting posture in pain-
free subjects. Man Ther 2010;15:557-61.doi:10.1016/j.math.2010.06.005.
12- O'Sullivan K, O'Keefe H, O'Sullivan G, et al. Perceptions of sitting posture among
members of the community, both with and without non-specific chronic low back pain. Man
Ther 2013;18:551-56.doi:10.1016/j.math.2013.05.013.
13- O'Sullivan K, McCarthy R, White A, et al. Can We Reduce the Effort of Maintaining a
Neutral Sitting Posture? A Pilot Study. Man Ther 2012;17:566-
71.doi:10.1016/j.math.2012.05.016.
14- Driessen MT, Proper KI, Van Tulder M W, et al. The effectiveness of physical and
organizational ergonomic interventions on low back pain and neck pain: A systematic review.
Occup Environ Med 2010;67:277–85.doi:10.1136/oem.2009.047548
15- van Niekerk SMS, Louw QQA, Hillier SS. The effectiveness of a chair intervention in the
workplace to reduce musculoskeletal symptoms. A systematic review. BMC Musculoskeletal
Disord 2012;13:145.doi:10.1186/1471-2474-13-145.
16- Curran M, O’Sullivan L, O’Sullivan P, et al. Does Using a Chair Backrest or Reducing
Seated Hip Flexion Influence Trunk Muscle Activity and Discomfort? A Systematic Review.
Hum Factors 2015;57:1115–48.doi:10.1177/0018720815591905.
39
17- Szczygieł E, Zielonka K, Mętel S, et al. Musculo-skeletal and pulmonary effects of sitting
position - a systematic review. Ann Agric Environ Med 2017;24:8-
12.doi:10.5604/12321966.1227647.
18- Gadge K, Innes E. An investigation into the immediate effects on comfort, productivity
and posture of the Bambach saddle seat and a standard office chair. Work 2007;29:189-03.
19- Liberati A, Altman DG, Tetzlaff J, et al. The PRISMA statement for reporting systematic
reviews and meta-analyses of studies that evaluate healthcare interventions: explanation and
elaboration. BMJ 2009;339:b2700.doi:10.1136/bmj.b2700.
20- Higgins JPT, Green S (editors): Cochrane Handbook for Systematic Reviews of
Interventions Version 5.1.0 [updated March 2011]. The Cochrane Collaboration, 2011.
Available from http://handbook.cochrane.org. Accessed 25 Ago 2017.
21- The Joanna Briggs Institute. Joanna Briggs Institute Reviewers’ Manual: 2011 edition.
Australia: The Joanna Briggs Institute; 2011.
22- Higgins JP, Thompson SG. Quantifying heterogeneity in a meta-analysis. Stat Med
2002;21:1539–58.doi:10.1002/sim.1186.
23- DerSimonian R, Laird N. Meta-analysis in clinical trials revisited. Contemp Clin Trials
2015;45:139-45.doi:10.1016/j.cct.2015.09.002.
24- Esquirol Y, Niezborala M, Visentin M, et al. Contribution of occupational factors to the
incidence and persistence of chronic low back pain among workers: results from the
longitudinal VISAT study. Occup Environ Med 2017;74:243-51.doi:10.1136/oemed-2015-
103443.
25- Aicardi G, Alvarez J, Cotobal F, Hernandez M, Cumplido M, Lourdes Barrueco. Effect of
age and body mass index as risk factor for occupational contingencies in healthcare workers
Occup Environ Med 2017;74:A138-A139.
40
26- Hayes MJ, Smith DR, Taylor JA. Musculoskeletal disorders in a 3 year longitudinal
cohort of dental hygiene students. J Dent Hyg 2014;88:36-1.
27- Pîrvu C, Pătraşcu I, Pîrvu D, et al. The dentist’s operating posture – ergonomic aspects. J
Med Life 2014;7:177-82.
28- Bolderman FW, Bos-Huizer JJA, Hoozemans MJM. The Effect of Arm Supports on
Muscle Activity, Posture, and Discomfort in the Neck and Shoulder in Microscopic Dentistry:
Results of a Pilot Study. IIE TOEHF 2017;5:92-105.doi:10.1080/24725838.2017.1335659.
29- Ohlendorf D, Erbe C, Nowak J, et al. Constrained posture in dentistry - a kinematic
analysis of dentists. BMC Musculoskelet Disord 2017;18:291.doi:10.1186/s12891-017-1650-
x.
30- Vakili L, Halabchi F, Mansournia MA, et al. Prevalence of Common Postural Disorders
Among Academic Dental Staff. Asian J Sports Med 2016;7:e29631.doi:10.5812/asjsm.29631.
31- International Ergonomics Association. Nordic Ergonomics Society. The Discipline of
Ergonomics 2000. Available from URL: http://www.nordiskergonomi.org. Accessed 27 Ago
2017.
32- Grooten WJ, Äng BO, Hagströmer M, et al. Does a dynamic chair increase office
workers' movements? - Results from a combined laboratory and field study. Appl Ergon
2017;60:1-11.doi:10.1016/j.apergo.2016.10.006.
33- George SC, Meyerand ME, On behalf of the council of chairs of biomedical Engineering.
Challenges and Opportunities: Building a Relationship Between a Department of Biomedical
Engineering and a Medical School. Ann Biomed Eng 2017;45:521–24.doi:10.1007/s10439-
016-1785-1.
34- Zemp R, Taylor WR, Lorenzetti S. Seat pan and backrest pressure distribution while
sitting in office chairs. Appl Ergon 2016;53:1-9.
41
35- Kingma I, Van Dieën JH. Static and Dynamic Postural Loadings During Computer Work
in Females: Sitting on an Office Chair Versus Sitting on an Exercise Ball. Appl Ergon
2009;40:199–05.doi:10.1016/j.apergo.2008.04.004.
36- van Uffelen JG, Wong J, Chau JY, et al. Occupational Sitting and Health Risks: A
Systematic Review. Am J Prev Med 2010;39:379-88.doi:10.1016/j.amepre.2010.05.024.
37- O'Sullivan K, McCarthy R, White A, et al. Lumbar Posture and Trunk Muscle Activation
During a Typing Task When Sitting on a Novel Dynamic Ergonomic Chair. Ergonomics
2012;55:1586-95.doi:10.1080/00140139.2012.721521.
38- Pynt J, Higgs J, Mackey M. Seeking the optimal posture of the seated lumbar spine.
Physiother Theory Pract 2001;17:5-21.doi:10.1080/09593980151143228.
39- Eriksen W, Bruusgaard D, Knardahl S. Work factors as predictors of intense or disabling
low back pain; a prospective study of nurses’ aides. Occup Environ Med 2004;61:398–04.
doi:10.1136/oem.2003.008482.
40- Molenbroek JFM, Albin TJ, Vink P. Thirty years of anthropometric changes relevant to
the width and depth of transportation seating spaces, present and future. Appl Ergon
2017;65:130-38.doi:10.1016/j.apergo.2017.06.003.
41- Steenbeek R, Dam LV, Vroome ED. 0263 Determinants of occupational diseases in the
Netherlands: risks at the individual and the population level. Occup Environ Med
2017;74:A81.doi:10.1136/oemed-2017-104636.214.
42- Visser B, Van Dieën JH. Pathophysiology of upper extremity muscle disorders. J
Electromyogr Kinesiol 2006;16:1-16.doi:10.1016/j.jelekin.2005.06.005.
43- Belavý DL, Albracht K, Bruggemann GP, et al. Can Exercise Positively Influence the
Intervertebral Disc? Sports Med 2016;46:473-85.doi:10.1007/s40279-015-0444-2.
44- McAtamney L, Nigel Corlett E. RULA: A survey method for the investigation of work-
related upper limb disorders. Appl Ergon 1993;24:91-9.
42
45- Levanon Y, Lerman Y, Gefen A, et al. Validity of the modified RULA for computer
workers and reliability of one observation compared to six. Ergonomics 2014;57:1856-
63.doi:10.1080/00140139.2014.952350.
46- Park HS, Kim J, Roh HL, et al. Analysis of the risk factors of musculoskeletal disease
among dentists induced by work posture.J Phys Ther Sci 2015;27:3651-
54.doi:10.1589/jpts.27.3651.
47- Movahhed T, Dehghani M, Arghami S, et al. Do dental students have a neutral working
posture? J Back Musculoskelet Rehabil 2016;29:859-64.doi:10.3233/BMR-160702.
48- Qu Y, Hwang J, Lee KS, et al. The effect of camera location on observation-based
posture estimation. Ergonomics 2012;55:885-97.doi:10.1080/00140139.2012.682165.
Rafie F, Zamani Jam A, Shahravan A, et al. Prevalence of upper extremity musculoskeletal
disorders in dentists: symptoms and risk factors. J Environ Public Health
2015;2015:517346.doi:10.1155/2015/517346.
49- Gillespie R. Manufacturing knowledge: A history of the Hawthorne experiments.
Cambridge: Cambridge University Press; 1993.
50- Petromilli NSGP, Polli GS, Campos JA. Working postures of dental students: ergonomic
analysis using the Ovako Working Analysis System and rapid upper limb assessment. Med
Lav 2013;104:440-47.
51- Brown WJ, Miller YD, Miller R. Sitting time and work patterns as indicators of
overweight and obesity in Australian adults. Int J Obes Relat Metab Disord 2003;27:1340–
46.doi:10.1038/sj.ijo.0802426.
52- Dunstan DW, Barr EL, Healy GN, et al. Television viewing time and mortality: the
Australian diabetes, obesity and lifestyle study (AusDiab). Circulation 2010;121:384–
91.doi:10.1161/CIRCULATIONAHA.109.894824.
53- Thorp AA, Healy GN, Owen N, et al. Deleterious associations of sitting time and
television viewing time with cardiometabolic risk biomarkers: Australian diabetes, obesity
43
and lifestyle (AusDiab) study 2004–2005. Diabetes Care 2010;33:327–34.doi:10.2337/dc09-
0493.
54- Synnott A, Dankaerts W, Seghers J, et al. The effect of a dynamic chair on seated energy
expenditure. Ergonomics 2017;60:1384-92.doi:10.1080/00140139.2017.1324114.
55- Pynt J, Mackey MG, Higgs J. Kyphosed seated postures: extending concepts of postural
health beyond the office. J Occup Rehabil 2008;18:35-5.doi:10.1007/s10926-008-9123-6.
56- Vleeming A, Schuenke MD, Danneels L, et al. The functional coupling of the deep
abdominal and paraspinal muscles: the effects of simulated paraspinal muscle contraction on
force transfer to the middle and posterior layer of the thoracolumbar fascia. J Anat
2014;225:447-62.doi:10.1111/joa.12227.
57- Hebert JJ, Koppenhaver SL, Magel JS, et al. The relationship of transversus abdominis
and lumbar multifidus activation and prognostic factors for clinical success with a
stabilization exercise program: a cross-sectional study. Arch Phys Med Rehabil 2010;91:78-
5.doi:10.1016/j.apmr.2009.08.146.
58- Presoto CD, Wajngarten D, Garcia PPNS. Risk Factors of Musculoskeletal Disorders in
Dental Students – A Qualitative Study. Br J Med Med Res 2016;18:1-9.doi:
10.9734/BJMMR/2016/30232.
59- Garcia PP, Gottardello AC, Wajngarten D, Presoto CD, Campos JA. Ergonomics in
dentistry: Experiences of the practice by dental students. Eur J Dent Educ 2016;21:175-
79.doi:10.1111/eje.12197.
Funding This work was funded by the Coordination for the Improvement of Higher
Education Personnel of Brazil.
44
2.2 IMPACTO DOS ASSENTOS DO TIPO SELA E CONVENCIONAL NA
ERGONOMIA E SATISFAÇÃO DE ACADÊMICOS EM ODONTOLOGIA: ESTUDO
CLÍNICO RANDOMIZADO
Será submetido ao periódico Occupational and Environmental Medicine.
RESUMO
Objetivos Avaliar o impacto dos assentos do tipo sela e convencional na prática clínica de
acadêmicos de Odontologia.
Métodos Um ensaio clínico controlado e aleatorizado foi desenvolvido em 84 graduandos
saudáveis, alocados em Grupo Controle (GC) e Intervenção (GI). O GC (n = 40) utilizou o
assento convencional nos atendimentos clínicos e o GI (n = 44) utilizou o assento tipo sela. A
avaliação postural por fotogrametria (SAPO) foi realizada para avaliar a projeção do centro de
gravidade plano frontal (CGPF) e lateral (CGPL), os instrumentos Roland Morris, Neck
Disability Index (NDI) foram aplicados para avaliar as incapacidades associadas à cervicalgia
e lombalgia, além de um formulário de satisfação do assento. As análises entre grupos e
tempos foram realizadas pelo procedimento GENMOD do programa SAS e teste t. Em todas
as análises foi considerado o nível de significância de 5%.
Resultados Após dez meses de seguimento observou-se redução, estatisticamente
significativa, nas médias da incapacidade funcional associada à condição de dor cervical,
melhora significativa nas médias da projeção do centro de gravidade plano lateral para o GI e
piora significativa nas médias da projeção do centro de gravidade plano lateral para o GC
(p≤0,05). O assento do tipo sela foi melhor avaliado em relação a satisfação do assento em
todos os aspectos (p < 0,001).
Conclusão O assento do tipo sela apresentou maior satisfação, impactou de forma positiva no
alinhamento corporal lateral e nos problemas cotidianos relacionados à região cervical, já o
assento convencional apresentou impacto negativo no alinhamento corporal lateral.
Número Universal do Ensaio: U1111-1195-2567 (UTN)
Palavras-chave: Cervicalgia, Dor lombar, Engenharia Humana, Equilíbrio Postural,
Odontologia.
45
ABSTRACT
Objectives Assess the impact of saddle and conventional seats in the clinical practice of
dental academics.
Methods A randomized and controlled clinical trial was developed in 84 healthy
undergraduate students, allocated in Group Control (GC) and Intervention (GI). The GC (n =
40) used the conventional seat for clinical care and the GI (n = 44) used the saddle seat. Both
groups received a previous posture training for the type of seat they used for clinical care. The
posture was assessed by photogrammetry (SAPO) to evaluate the projection of the center of
gravity of frontal and lateral planes. The instruments Roland Morris and Neck Disability
Index (NDI) were used to assess the impairments associated with cervicalgia and low back
pain, and a form was applied to assess seating satisfaction. The analyzes between groups and
times were performed by the GENMOD procedure of the SAS program and t test. In all
analyzes the significance level of 5% was considered.
Results After ten months of follow-up, a statistically significant reduction was observed for
the means of functional impairment associated with the condition of cervical pain, as well as a
significant improvement in the means of projection of the center of gravity of the lateral plane
for GI and a significant worsening in the means of projection of the center of gravity of the
lateral plane for GC (p ≤ 0.05). The saddle seat was better evaluated regarding seating
satisfaction in all aspects (p < 0.001).
Conclusions It is concluded that there was difference between the groups intervention and
control. The saddle seat, for the present method conditions, presented higher satisfaction and
had a positive impact on lateral body alignment and on the daily problems regarding the
cervical region, while the conventional seat presented a negative impact on lateral body
alignment.
Universal Trial Number: U1111-1195-2567 (UTN)
Keywords: Low Back Pain, Neck Pain, Human Engineering, Postural Balance, Dentistry.
INTRODUÇÃO
Para exercer a prática odontológica é recomendado que o dentista adote tanto a postura
em pé quanto a postura sentada de trabalho.1 2
Alternar da postura em pé para a sentada a 90
graus, entre tronco/coxa, resulta em diminuição da tonicidade muscular3 4
propiciando maior
retificação da coluna na região lombar5 resultando em uma postura sentada cifótica da coluna
46
lombar.6 4
Em conjunto, estes fatores acarretam em maior sobrecarga aos discos
intervertebrais, especialmente na região lombar.4 6
Desse modo, o assento odontológico exerce
forte impacto no desempenho, no conforto e na saúde do dentista, além de ser um
equipamento fundamental para o exercício profissional.7-10
Na prática profissional do cirurgião-dentista, o trabalho biomecânico significa o
treinamento do posicionamento da cabeça, do pescoço, dos ombros, do tronco, dos braços, das
mãos, do quadril, das pernas e dos pés, além da compreensão do equilíbrio postural sentado
durante o trabalho dental para compensar o efeito da gravidade. Os desvios posturais e
anormalidades são possíveis fatores etiológicos na patogênese de distúrbios
musculoesqueléticos.11
Assim, a avaliação da projeção do centro de gravidade plano frontal
(CGPF) e plano lateral (CGPL) em cirurgiões-dentistas são fatores essenciais para a
compreensão do seu equilíbrio corporal em diferentes assentos, visto que esses profissionais
atuam inclinados para frente, com torção do tronco para direita, na grande maioria dos
atendimentos clínicos. Portanto, diversos fatores podem ser considerados como intervenientes
na manutenção do equilíbrio corporal, sendo o centro de gravidade (CG) e/ou centro de massa
(CM) alguns desses fatores.12 13
A fotogrametria computadorizada é considerada um método consistente e confiável
para avaliar o alinhamento postural, além de ser uma ferramenta efetiva e segura na avaliação,
análise e quantificação de mudanças posturais.14 15 16 17
A importância da avaliação postural
para pesquisa, intervenções terapêuticas, de mobiliários e prescrição de exercícios concentra a
atenção nos métodos quantitativos utilizados para avaliar o alinhamento do corpo e propor
mudanças visando melhor alinhamento postural do indivíduo.17 18
Embora uma série de estudos tenha apontado anteriormente o risco de distúrbios
musculoesqueléticos entre os profissionais da odontologia devido a sua postura de trabalho,19-
21 poucos avaliaram o impacto do assento na manutenção da postura recomendada de
trabalho9 10 22
e nenhum avaliou o impacto de assentos no alinhamento postural por longo
prazo de acompanhamento no atendimento clínico de pacientes. Investigações desta natureza
podem fornecer evidências valiosas para nortear a escolha de assentos mais ergonômicos,
contribuindo com o aumento da produtividade, da satisfação, do bem-estar e da qualidade de
vida daqueles que fazem uso rotineiramente durante as atividades clínicas. Por esta razão, este
estudo inédito teve por objetivo avaliar o impacto do assento tipo sela, quando comparado ao
convencional, sobre os problemas cotidianos relacionados com dores na região cervical e
lombar, projeção do centro de gravidade em acadêmicos do Curso de Odontologia e a
satisfação do assento utilizado. Foram testadas três hipóteses: (H1) o assento tipo sela, quando
47
comparado ao convencional, impacta positivamente no alinhamento corporal frontal e lateral
ao longo de 10 meses; (H2) o assento tipo sela, quando comparado ao convencional, impacta
positivamente reduzindo a incapacidade nas atividades cotidianas pela diminuição da
sintomatologia dolorosa na região cervical e lombar; (H3) o assento tipo sela, quando
comparado ao convencional, proporciona maior satisfação à sua utilização.
MATERIAIS E MÉTODOS
Considerações éticas
O presente estudo atendeu aos requisitos da Declaração de Helsinque, tendo sido
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas em Seres Humanos em 19 de agosto de 2014
(Anexo 3), sob parecer número 759.473/2014 (CAAE: 34391714.3.0000.5385). Os indivíduos
que concordaram em participar do estudo assinaram o TCLE, em duas vias, recebendo todas
as explicações acerca da pesquisa (Apêndice 1).
Protocolo e Registro
O ensaio clínico foi inscrito no Universal Trial Number (UTN) sob o número U1111-
1195-2567 (UTN), submetido ao Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (REBEC) sob o
número RBR-8xvwpj (Anexo 4) e seguiu as recomendações do Consort Statement.23
Cálculo do tamanho amostral
A amostra foi dimensionada com intuito de proporcionar um poder do teste acima de
80%, com nível de significância de 5%, para um tamanho de efeito pequeno (mínimo de 35
participantes em cada grupo).24 25
Desta forma, considerando possíveis perdas, foram alocados
44 participantes no grupo intervenção e 40 participantes no grupo controle.
Desenho do estudo, características e seleção da amostra
Tratou-se de ensaio clínico controlado e aleatorizado, conduzido ao longo de dez
meses, em duas etapas de coleta de dados. O estudo foi realizado em uma Instituição de
Ensino Superior Brasileira. Os dados foram coletados no período de fevereiro de 2015 a
dezembro de 2015. A amostra foi composta por alunos do terceiro e quarto ano do curso de
Odontologia, em ambos os sexos.
Realizou-se, em janeiro de 2015, um levantamento inicial, a fim de estimar o número
de alunos matriculados nas disciplinas clínicas do 3º e 4º ano de Odontologia. Assim, dos 131
alunos matriculados, 102 alunos atendiam a todos os critérios de inclusão.
Após esta etapa, foi aplicado questionário para traçar o perfil do aluno (Anexo 5), com
o objetivo de verificar quais não contemplavam os critérios de exclusão. Assim, uma lista de
ordem aleatória de alocação foi criada e, em seguida, aplicou-se uma série de números,
48
tipicamente gerados por computador, selecionando, desta maneira, 84 alunos (faixa etária
entre 18 e 45 anos) que aceitaram participar da pesquisa dentre os 102 alunos elegíveis. Estes
foram convidados pelo pesquisador, por meio de uma reunião, para participar do estudo. No
baseline, os indivíduos foram aleatorizados em dois grupos: Grupo Controle – GC (n = 40) e
Grupo Intervenção – GI (n = 44). Por entender que o assento tipo sela Salli®
difere
essencialmente na forma tradicional de se sentar, houve uma preocupação em alocar mais
voluntários do GI, pois poderia causar perdas de voluntários neste grupo (Figura 1).
Figura 1. Diagrama representando o fluxo dos participantes em cada etapa do estudo.23
(a)
= Intervenção investigada; (b)
= Intervenção controle.
Os alunos do GC utilizaram no atendimento clínico o assento Dabi Atlante (D700,
Ribeirão Preto, SP, Brasil) (Figura 2), e os alunos do GI utilizaram o assento tipo sela Salli®
(JOB, Rautalampi, Finlândia) (Figura 3) no atendimento clínico.
49
Figura 2. Assento convencional (Dabi Atlante). Figura 3. Assento tipo sela (Salli®).
Critérios de elegibilidade
Graduandos de Odontologia foram incluídos no estudo. Estes, na avaliação
fisioterápica prévia, não poderiam apresentar desvios posturais como lordose cervical, cifose
dorsal, lordose lombar e escoliose, e deveriam estar matriculados na disciplina de clínica
integrada, com tempo mínimo de atividade laboral semanal de 10 horas.
Os alunos que faziam uso contínuo de medicamentos para dor, que possuíam
diagnóstico de transtornos mentais que pudessem afetar a compreensão dos instrumentos de
coleta de dados; alunos em condições clínicas e/ou fisiológicas que os impossibilitassem à
realização do atendimento clínico de pacientes, como problemas motores de origem
ortopédica ou outras, foram excluídos.
Critérios de descontinuidade
A descontinuidade foi determinada para aqueles que não realizaram a atividade clínica
no assento que foi alocado e que não realizaram a coleta de dados final, ou que por algum
motivo se sentiram desconfortáveis em continuar na pesquisa.
Variáveis
- Centro de gravidade plano frontal e lateral (CGPF – CGPL): em posição ereta, o centro de
gravidade pode ser representado por um eixo central, que divide o corpo em duas partes,
quando visto de frente; já quando o corpo é visto de perfil, o centro de gravidade pode ser
representado por uma linha vertical que passa pelo osso mastóide, imediatamente atrás da
orelha e pelo tornozelo.
50
- Problemas cotidianos relacionados com dores no pescoço (PCDP): dor localizada na região
cervical e/ou associada à sintomatologia dos membros superiores que gera incapacidade nas
atividades funcionais.
- Problemas cotidianos relacionados com dores na região lombar (PCDL): dor localizada na
região lombar e/ou associada à sintomatologia dos membros inferiores que gera incapacidade
nas atividades funcionais.
-Satisfação do assento (SA): Níveis de satisfação do usuário ao assento utilizado.
Instrumentos
Medidas Subjetivas:
- Versão língua portuguesa do Neck Disability Index (NDI): desenvolvido em 1991, traduzido
e adaptado para a língua portuguesa em 2006,26
(Anexo 6). Trata-se de uma escala de 10
itens/secções, em que sete são relativos às atividades de vida diária, dois são relativos à dor e
um está relacionado à capacidade de concentração. O maior escore indica maior incapacidade
cervical e o menor escore, menor incapacidade cervical. Seu escore pode ser categorizado e
permite compreender o individuo como, sem incapacidade, incapacidade leve, moderada,
severa e completa.27
- Versão brasileira do Roland Morris (RM): desenvolvido em 1983 e adaptado para o Brasil
em 2001,28
este é recomendado para uma população geral em um espectro de baixa
incapacidade lombar.29
Trata-se de um questionário com vinte e quatro itens que
exemplificam consequências funcionais decorrentes da lombalgia acrescido da frase “por
causa das minhas costas”. Quanto maior a pontuação final, maior será a incapacidade lombar
do indivíduo (Anexo 7).
Os instrumentos NDI e RM foram aplicados nos tempos: T0 (baseline) e T1 (10 meses
após o T0).
- Questionário de Satisfação do assento (SA): A satisfação geral do usuário quanto ao uso de
cada assento foi medida por meio do questionário de satisfação,30
que incluiu seis critérios de
avaliação, sendo eles conforto, segurança, adaptabilidade e praticidade, aparência e adequação
ao trabalho. O protocolo continha uma linha reta para que o participante da pesquisa marcasse
o grau de satisfação, partindo do nada satisfeito (0) para o muito satisfeito (10), concluindo a
satisfação do usuário referente a cada item pesquisado; adaptação, praticidade, adequação,
conforto, segurança e aparência (Anexo 8). Este instrumento para SA foi aplicado no T1 (10
meses após o T0).
51
Medidas Objetivas:
- Avaliação da projeção do centro de gravidade (CG): foi avaliado por meio de
fotogrametria, com marcação dos pontos anatômicos e utilização do Software de Avaliação
Postural (SAPO).16
As imagens digitalizadas foram inseridas e analisadas por um pesquisador com
expertise na utilização do SAPO. O software determinou os ângulos articulares e a projeção
plantar do centro de gravidade (CG) baseada em cálculos realizados através da análise da
distância entre a posição projeção do CG relativo a posição média dos maléolos no plano
frontal e lateral, descritos em centímetros (cm). Os valores expressos com sinal negativo
simbolizam o posicionamento à esquerda no plano sagital e posterior à posição média dos
maléolos no plano frontal, e valores positivos simbolizam o posicionamento à direita e,
anteriormente, à posição média dos maléolos.16
A avaliação da projeção do centro de gravidade foi realizada nos tempos: T0 e T1 (10
meses após T0).
Coleta de dados
A duração deste estudo foi de dez (10) meses. Os dados foram coletados por meio de
aplicação de instrumentos e avaliação postural (SAPO).16
Primeiro Encontro - T0
No T0, o aluno foi convidado a participar do estudo e foi realizada a explicação dos
objetivos e procedimentos da pesquisa. Após o aceite em participar, os alunos deram seu
consentimento por escrito em duas vias e foram aleatorizados. A aplicação dos instrumentos
de coleta de dados e a avaliação postural foram realizadas antes de qualquer outra atividade
programada para este estudo, a fim de evitar a interferência destas atividades nas mensurações
realizadas no baseline e realizadas por um pesquisador com expertise na aplicação dos
mesmos.
Ainda no baseline, os participantes do GI e GC passaram por um treinamento em
grupo, com o objetivo de orientar o posicionamento e altura ideal em cada assento.
Fase de Intervenção
Na fase de intervenção, os alunos executaram todos os atendimentos clínicos
odontológicos no assento que foram alocados inicialmente. O pesquisador esteve presente
diariamente nas clínicas do primeiro mês do período de intervenção e, semanalmente, do 2º ao
10º mês, corrigindo a postura dos voluntários e o posicionamento do paciente.
52
Último encontro – T1
A aplicação dos instrumentos de coleta de dados e a avaliação postural foram
realizadas após dois dias do último atendimento clínico, a fim de evitar a interferência destas
atividades nas mensurações das variáveis. As avaliações foram realizadas pelo mesmo
examinador nos tempos T0 e T1, com expertise na aplicação dos mesmos.
Análises dos dados
Os indivíduos foram comparados quanto ao sexo, ano escolar, lateralidade, idade,
utilização do encosto do assento, posição e visão mais adotada durante atendimento clínico e
prática de atividade física regular, a fim de se avaliar a homogeneidade entre os grupos
(análise intergrupos). Para tal comparação, os testes exato de Fisher e qui-quadrado de
Pearson foram empregados com nível de significância de 5%.
Os dados referentes ao Centro de gravidade plano frontal (CGPF), Centro de
gravidade plano lateral (CGPL), problemas cotidianos relacionados com dores no pescoço
(NDI) e problemas cotidianos relacionados com dores na região lombar (RMDQ)
apresentaram distribuição assimétrica. Desta forma, para a comparação entre os grupos e
tempos foram ajustadas modelos lineares generalizados, segundo um delineamento de
medidas repetidas no tempo para efeitos de grupo, tempo e a interação grupo versus tempo.
As análises foram realizadas pelo procedimento GENMOD do programa SAS. A comparação
de cada grupo com o valor de referência (zero) para as variáveis Centro de gravidade plano
frontal (CGPF) e Centro de gravidade plano lateral (CGPL) foram realizadas pelo teste t para
uma média. Em todas as análises foi considerado o nível de significância de 5%.
Os dados referentes à satisfação do assento (SA) do GI e GE foram comparados
intergrupos através do teste de Mann Whitney, com nível de significância de 5% .
RESULTADOS
Características da amostra e análise de homogeneidade entre os grupos
Ao longo dos dez meses de intervenção, houve três descontinuidades de indivíduos do
GC (por motivo de não comparecimento para coleta de dados no T1). A caracterização dos
grupos intervenção e controle pode ser visualizada na Tabela 1. Diferenças significativas não
foram verificadas (p-valores > 0,05), sugerindo haver homogeneidade em relação às variáveis
de interesse investigadas. Pôde-se observar que os dois grupos foram constituídos
predominantemente de mulheres, perfil dos cursos de Odontologia no Brasil. Com relação à
lateralidade, 97% eram destros nos dois grupos. A faixa etária de 21 a 29 anos concentrou a
grande maioria dos alunos, apresentando 63,64% no GI e 67,57% no GC.
53
A utilização do encosto do assento também foi motivo de questionamento. No GI,
54,55 % declararam que não utilizavam o encosto durante o atendimento clínico, e 54,06% no
GC. Quando analisamos o tipo de visão adotada durante o atendimento clínico, percebe-se
que a grande porcentagem dos alunos adota a visão direta, 86,36% no GI e 89,19% no GC.
Verificou-se que 40,9 % do GI e 51,35% do GC praticavam atividade física regularmente.
Tabela 1. Frequência de Acadêmicos de Odontologia e sua distribuição segundo sexo, ano
escolar, lateralidade, idade, utilização de encosto, posição de atendimento, tipo de visão adotada e prática de atividade física. Araras, 2016.
GRUPO
INTERVENÇÃO
Assento tipo sela
GRUPO
CONTROLE
Assento
Convencional
p valor
Variáveis n % n %
Sexo
Masculino 4 9,09 9 24,32 0.0755
(a)
Feminino 40 90,91 28 75,68
Cursando 3º ano 22 50 22 59,45
0,3946(b)
4º ano 22 50 15 40,55
Lateralidade Destro 43 97,73 36 97,30
1,0000(a)
Sinistro 1 2,27 1 2,70
Idade
18-20 anos 12 27,28 11 29,73
0,8233(a)
21-29 anos 28 63,64 25 67,57
30-39 anos 3 6,81 1 2,70
40-49 anos 1 2,27 0 0,0
Utiliza o encosto do assento
durante o atendimento clínico
Sim 20 45,45 17 45,94 0,9647(b)
Não 24 54,55 20 54,06
Posição mais adotada durante
atendimento
Posição de 9 horas 29 65,91 26 70,28
0,8432(a)
Posição de 11 horas 12 27,28 8 21,62 Posição de 12 horas 1 2,27 1 2,70
Outra posição 2 4,54 2 5,40
Visão mais adotada durante o
atendimento clínico
Visão direta 38 86,36 33 89,19 0,7480(a)
Visão indireta 6 13,64 4 10,81
Realiza atividade física
regularmente
Sim 18 40,90 19 51,35 0,3473
(b)
Não 26 59,10 18 48,65
Nota. (a)
Teste exato de Fisher; (b)
Teste qui-quadrado de Pearson.
54
Na Tabela 2, são apresentadas as comparações entre as variáveis de desconforto físico.
As regiões cervical e lombar foram as mais acometidas por sintomatologia dolorosa.
Novamente não foram constatadas diferenças significativas entre os grupos para essas
variáveis.
Tabela 2. Frequência de Acadêmicos de Odontologia e sua distribuição segundo sintomatologia
dolorosa nas regiões corporais. Araras, 2016.
GRUPO
INTERVENÇÃO
Assento tipo sela
GRUPO
CONTROLE
Assento
convencional
p valor
Variáveis n % n %
Dor na região cervical
Sim 23 52,27 15 40,54 0,2919(b)
Não 21 47,73 22 59,46
Dor punhos e mãos
Sim 10 22,72 5 13,51 0,3919(b)
Não 34 77,28 32 86,49
Dor na região dorsal
Sim 15 34,09 7 18,92 0,1262(b)
Não 29 65,91 30 81,08
Dor no quadril
Sim 8 18,18 3 8,10 0,2139(a)
Não 36 81,82 34 91,90
Dor na região lombar
Sim 26 59,09 18 48,64 0,3473(b)
Não 18 40,91 19 51,36
Dor nos joelhos
Sim 8 18,18 5 13,51 0,7627(b)
Não 36 81,82 32 86,49
Dor nos ombros
Sim 15 34,09 12 32,43 0,8747(b)
Não 29 65,91 25 67,57
Dor nos tornozelos e pés
Sim 4 9,10 4 10,81 1,000(a)
Não 40 90,90 33 89,19
Dor no cotovelo
Sim 6 13,64 1 2,70 0,1185(a)
Não 38 86,36 36 97,30
Dor nas pernas
Sim 2 4,55 3 8,10 0,6557(a)
Não 42 95,45 34 91,90
Nota. (a)
Teste exato de Fisher; (b)
Teste qui-quadrado de Pearson.
55
Análise de alterações posturais, problemas cotidianos relacionados a dores na cervical e
lombar e satisfação do assento
A análise relacionada ao Centro de Gravidade no plano lateral, mostrada na Tabela 3,
revelou significativa melhora entre os tempos T0 e T1 no GI (p≤0,05), com diminuição
acentuada nas médias do CGPL, ficando mais próximo do ponto zero. No grupo controle,
houve significativa piora (p≤0,05), com aumento nas médias do CGPL, ficando mais distante
do ponto zero, entre T0 e T1.
A análise, quanto aos problemas cotidianos relacionados a dores no pescoço, revelou
que o uso do assento tipo sela pelo GI apresentou melhoras significativas intragrupo (T0 e T1
GI) e intergrupo (T1 GI e GC) (p≤0,05).
Tabela 3. Média (desvio padrão) do Centro de gravidade plano frontal (CGPF), Centro de gravidade plano lateral (CGPL), Problemas cotidianos relacionados a dores no pescoço (NDI) e Problemas
cotidianos relacionados a dores na região lombar (RMDQ) em função do grupo e do tempo. Araras,
2016.
Grupo Tempo
Inicial Final
Centro de gravidade plano frontal (CGPF)
Intervenção *0,94 (0,56) Aa *0,67 (0,45) Aa
Controle *0,42 (0,72) Aa *0,70 (0,92) Aa
Centro de gravidade plano lateral (CGPL)
Intervenção *2,84 (0,88) Aa *1,98 (0,83) Bb
Controle *2,69 (1,06) Ba *3,34 (0,95) Aa
Problemas cotidianos relacionados a dores no pescoço (NDI)
Intervenção 7,09 (4,77) Aa 2,70 (3,20) Bb
Controle 6,51 (5,02) Aa 7,00 (6,50) Aa
Problemas cotidianos relacionados a dores na região lombar
(RMDQ)
Intervenção 2,40 (2,34)Aa 0,43 (1,13) Aa Controle 1,89 (1,73) Aa 2,76 (3,28) Aa
*Difere significativamente de zero (p<0,05). Médias seguidas de letras distintas (maiúsculas na
horizontal e minúsculas na vertical) diferem entre si (p≤0,05).
Na Tabela 4, são apresentados os dados sobre o grau de satisfação dos participantes no
T1, após utilizarem os diferentes tipos de assentos. Os assentos do tipo sela foram melhor
avaliados em relação ao conforto (p < 0,001), segurança (p < 0,001), adaptação (p < 0,001),
56
praticidade (p < 0,001), adequação ao trabalho (p < 0,001) e aparência (p < 0,001) em
comparação aos assentos convencionais.
Tabela 4. Comparações entre a variável satisfação relacionada ao conforto, segurança, adaptação,
praticidade, adequação a profissão e aparência dos assentos no T1 intergrupos. Araras. 2016
DISCUSSÃO
O objetivo do presente estudo foi avaliar o impacto do assento tipo sela, quando
comparado ao convencional, sobre os problemas cotidianos relacionados a dores na região
cervical e lombar, projeção do centro de gravidade em acadêmicos do Curso de Odontologia e
a satisfação do assento. Os resultados do T0 indicam que a sintomatologia dolorosa nas
regiões corporais pode aparecer ainda no início da prática clínica corroborando os estudos
recentes realizados na Arábia Saudita,31
Reino Unido,32
Irã,33
Austrália34
e no Brasil.35
Há um
significativo aumento ano-a-ano da percepção de que a prática clínica agrava a dor
musculoesquelética relatada entre estudantes de Odontologia de uma universidade
americana.36
Adquirir hábitos posturais incorretos de atendimento clínico na graduação é
preocupante devido ao fato de acompanhá-los para a vida profissional. Essas descobertas são
alarmantes para grupos que ainda não iniciaram a carreira profissional e atendem poucos
Variável Grupo Média Desvio-padrão Mínimo Mediana Máximo p-valor
Conforto Intervenção 8,98 1,40 4 9,5 10 <0,0001
Controle 4,65 1,64 1 5 8
Segurança Intervenção 9,11 1,38 5 10 10 <0,0001
Controle 5,27 1,97 1 5 9
Adaptação Intervenção 9,36 0,94 6 10 10 <0,0001
Controle 4,62 1,80 1 5 10
Praticidade Intervenção 9,45 1,11 4 10 10 <0,0001
Controle 4,81 1,80 2 5 9
Adequação a profissão Intervenção 9,59 1,02 5 10 10 <0,0001
Controle 5,02 2,10 1 5 10
Aparência Intervenção 9,45 0,90 7 10 10 <0,0001
Controle 5,67 1,81 1 6 9
57
pacientes por dia, dado que suscita algumas questões sérias sobre a longevidade profissional e
a eficácia de medidas preventivas.37
Um fator que afeta a habilidade do dentista para tolerar o carregamento físico (dinâmico
e estático) é o tônus muscular. O presente estudo apontou que apenas 45% dos acadêmicos
praticavam atividade física regularmente e somente 23% praticavam há mais de um ano. Por
outro lado, Singh e Purohit38
relataram inatividade física em 68% dos profissionais de saúde
bucal na Índia. A dor musculoesquelética é a forma mais comum de dor crônica. O tratamento
eficaz comum para quase todos os tipos de dor crônica, incluindo aqueles com dor
musculoesquelética, é o exercício físico regular.39-43
Isto é particularmente importante à luz
dos níveis crescentes de inatividade física na população em geral44
e na evolução significativa
do excesso de peso em diferentes profissões da área da saúde ao ingressar na faculdade e vinte
anos após.45
No presente estudo, a fonte de dor mais comumente relatada pelos acadêmicos de
Odontologia está na região lombar (54%), seguido da região cervical (46%) e ombros (33%).
Vijay e Ide32
apontaram porcentagem idêntica para dor lombar. Al-Shehri e Al Zoughool31
balizaram porcentagens ainda maiores para dor na região lombar (64%) e no pescoço (60%)
neste mesmo público. Este achado é significativo e preocupante para o futuro do profissional
de Odontologia, como destacado por Myers e Myers,46
pois a principal queixa de saúde entre
dentistas - causando assistência médica e levando ao absenteísmo - era dor lombar, citando
uma prevalência ligeiramente maior que 62%. A posição sentada não neutra estática, nos
postos de trabalho, quando mantida por longos períodos, leva a cifose lombar, cifose cervical
e sobrecarga estática nos tecidos osteomioarticulares da coluna,3 4
favorecendo um perfil
sagital em forma de C que compreende a coluna cervical, torácica e lombar e a rotação
pélvica posterior.4 47
Estes fatores estão diretamente relacionados ao desenvolvimento da dor
lombar e cervical em razão do aumento da pressão intradiscal.4 6
Os problemas cotidianos relacionados a dores no pescoço (PCDP) e a dores na região
lombar (PCDL) foram questionados no presente estudo. Após 10 meses de seguimento, o
grupo que utilizou o assento tipo sela demostrou melhoras significativas nos PCDP intragrupo
(T0 e T1 GI) e intergrupo (T1 GI e GC). Além disso, podemos citar a redução das médias nos
PCDL no GI e aumento das médias nos PCDL no GC. De Bruyne et al.,10
indicaram que a
biomecânica do assento tipo sela resulta em uma postura um tanto hiperlordotica, e que
estudos futuros deveriam avaliar períodos de tempo mais longos em ensaios de campo. O
estudo de Silva et al.,48
sugere que o assento tipo sela melhora a postura de trabalho devido à
anteversão pélvica. Plessas e Delgado49
concluiram, com base em um número limitado de
58
estudos, que o uso de assentos tipo sela leva a melhores posturas de trabalho, mas que o efeito
destes assentos na dor musculoesquelética é desconhecido.
O tipo de assento utilizado pode evitar posições de alcance final, potencialmente,
dolorosas e facilitar a ativação dos músculos do tronco durante o estar sentado, quando as
tuberosidades isquiáticas são os principais pontos de apoio do corpo.50
Os quadris fletidos em
aproximadamente 90º aumentam a tensão passiva dos músculos Isquiotibiais, podendo levar a
retroversão pélvica e, consequentemente, cifose lombar.51
Quando o ângulo do quadril é
ampliado (entre 110 e 125º) com um assento inclinado para frente, a tensão passiva nos
músculos Isquiotibiais é aliviada, ocorrendo a anteversão pélvica e, consequentemente, a
lordose lombar, propiciando uma postura sentada neutra.
A postura sentada pode ser dividida em três posições: anterior, média e posterior,
dependendo da tarefa e da cadeira utilizada.52
Essa divisão é baseada no ponto em que está
localizado o centro da massa corporal (CM) e afeta a proporção do peso do corpo transmitida
para as diferentes superfícies de apoio. Na postura sentada média, o CM está acima das
tuberosidades isquiáticas da pelve, e quando o indivíduo está relaxado, a coluna lombar está
retificada ou com uma pequena cifose. Na postura sentada anterior, ocorre a anteversão
pélvica, mantendo a coluna ereta ou em lordose lombar quando o indivíduo se senta em uma
superfície inclinada para frente.52
Essas alterações na posição do CG durante a posição
sentada, se mantidas por longos períodos e numa frequência regular, geram adaptação na
postura e equilíbrio em pé do individuo.12
Esse fato também foi inferido por Lemos et al.
(2009),13
pois devido ao longo tempo de prática da canoagem, percebeu-se que o equilíbrio
ântero-posterior não é muito trabalhado em comparação ao médio-lateral. Sendo assim, os
atletas estariam mais adaptados às oscilações médio-lateral em virtude do longo tempo dos
treinamentos práticos da modalidade.
O assento tipo sela aumenta a atividade dos músculos abdominais,10
que são
responsáveis pela estabilização da coluna vertebral e pelo controle postural do tronco durante
as posturas sentadas.53 54
Assim é considerado um assento que exercita as musculaturas
envolvidas. O exercício pode proporcionar melhora em alguns parâmetros do alinhamento
postural frontal do ombro e alinhamento sagital da cabeça e da pelve,55
o que impacta na
projeção do centro de gravidade.
A maioria dos alunos apresentou valores do plano lateral e frontal positivos, o que
significa uma projeção do centro da gravidade para frente e para o lado direito, condizente
com a postura adotada durante a sua prática clínica. Este achado ratifica os valores de
referência calculados em outros estudos no qual não foi observada a presença de simetria
59
esquerda-direita no plano lateral e anterior-posterior no plano frontal em adultos saudáveis.17
56 57 A simetria no plano frontal e lateral é recomendada para uma postura vertical normal
pela literatura16-18 58
e também pelo sistema PAS / SAPO.16
O estudo do alinhamento postural assume a inclusão de vários segmentos corporais que,
por sua vez, geram um grande número de variáveis. Neste estudo, os critérios estabelecidos
foram priorizar as medidas da projeção do centro de gravidade. A localização de pontos
anatômicos pode estar sujeita a erros causados por características antropométricas e método
de avaliação. A localização correta dos pontos anatômicos é um pré-requisito fundamental
para garantir a reprodutibilidade e a confiabilidade da análise postural.59-61
Assim, todas as
avaliações posturais foram executadas por um único avaliador experiente, com conhecimento
da anatomia e cego ao grupo controle e experimental. A falta de familiaridade com o uso do
software pode prejudicar o desempenho do avaliador, mas neste estudo, todos os testes foram
conduzidos pelo mesmo indivíduo. A confiabilidade intra-examinador é maior do que a
confiabilidade entre inter-examinador nessas avaliações.59 60
A satisfação do assento neste estudo foi verificada em seis aspectos. O desenho e a
funcionalidade do assento pode influenciar positiva ou negativamente cada um destes
aspectos. O assento tipo sela apresentou maior satisfação em todos os aspectos quando
comparado ao assento convencional. O conforto/desconforto do assento, um dos aspectos
estudados, é baseado em uma sensação subjetiva e, portanto, é difícil de quantificar. É mais
difícil detectar diferentes graus de conforto em comparação aos diferentes graus de
desconforto.62
A postura sentada, e especialmente o esforço associado à adoção de uma
postura sentada específica, afetam o estado afetivo.63
Baixos níveis de satisfação com o
conforto do assento, geralmente levam a queixas musculoesqueléticas, como dor lombar.64
O
conforto subjetivo do assento pelo usuário é o critério decisivo que deve orientar as decisões
de compra,65
por influenciar fortemente as condições do estar sentado para quem vai utilizá-
lo.62
Algumas limitações devem ser levadas em consideração ao interpretar os resultados
deste estudo. Primeiro, uma amostra de conveniência foi recrutada por meio de comunicação
pessoal. Como consequência, foram incluídos participantes relativamente jovens, o que limita
a generalização dos resultados. Segundo, poderíamos citar que algumas características físicas
e genéticas dos indivíduos não foram aqui observadas, como o fato de pessoas com maiores
quantidades de massa no segmento superior corporal elevar o centro de gravidade e, por
conseguinte, provocar maiores oscilações corporais. Em terceiro lugar, não foi observada a
relação de sexos, vislumbrado na literatura, na qual mulheres têm o centro de gravidade mais
60
baixo que homens em virtude de características morfológicas e, esse fato, é interveniente no
equilíbrio corporal. Por último, os resultados podem ser inferidos para o grupo de graduandos
com ausência de desvios posturais, levando-se em consideração o tempo reduzido de
atividade laboral semanal e a idade. Dessa forma, sugerimos estudos futuros com experientes
profissionais da Odontologia e alta carga horária semanal laboral.
A relação específica da projeção do centro de gravidade em dentistas é uma abordagem
nula na literatura, o que impossibilitou a comparação de valores obtidos neste estudo com
outros, e pode ainda ser bem desenvolvida, relacionando sexo, tempo de profissão, idade,
IMC e especialidades. Este é o primeiro ensaio clínico controlado aleatorizado que avalia o
impacto de diferentes tipos de assentos na ergonomia de acadêmicos de Odontologia, ao
longo de um ano letivo (10 meses de acompanhamento), durante as atividades clínicas com
pacientes, realizando tipos diferentes de procedimentos odontológicos. Estudos com o mesmo
objetivo dispuseram de tempo significativamente menor de seguimento (entre 15 minutos a 2
meses), foram conduzidos em laboratório pré-clínico, em manequim, realizando um tipo de
procedimento dental. Por fim, acredita-se que o presente estudo forneça embasamento para
novas pesquisas relacionadas a essa temática, podendo ser alvo referencial para investigações
de diversas áreas e profissões, e auxiliar na amenização da carência literária existente em
torno do assento tipo sela na prática clínica odontológica.
CONCLUSÃO
O assento do tipo sela apresentou maior satisfação, impactou de forma positiva no
alinhamento corporal lateral e nos problemas cotidianos relacionados à região cervical, já o
assento convencional apresentou impacto negativo no alinhamento corporal lateral.
REFERENCIAS
1- Hokwerda O, de Ruijter, R, Shaw, S. Adopting a healthy sitting working posture during
patient treatment. Eur. Soc. Dent. Ergonom. 2006. Available from
http://www.esde.org/docs/adopting_healthy_sitting_posture_during_patient_treatment.pdf.
Accessed 25 Ago 2017.
61
2- Pejčić N, Petrović V, Marković D, et al. Assessment of risk factors and preventive
measures and their relations to work-related musculoskeletal pain among dentists. Work
2017;57:573-93.doi:10.3233/WOR-172588.
3- De Carvalho D, Grondin D, Callaghan J. The impact of office chair features on lumbar
lordosis, intervertebral joint and sacral tilt angles: a radiographic assessment. Ergonomics
2017;60:1393-04.doi: 10.1080/00140139.2016.1265670.
4- Hey HW, Wong CG, Lau ET, et al. Differences in erect sitting and natural sitting spinal
alignment-insights into a new paradigm andimplications in deformity correction. Spine J
2017;17:183-89.doi:10.1016/j.spinee.2016.08.026.
5- Ohlendorf D, Erbe C, Nowak J, et al. Constrained posture in dentistry - a kinematic
analysis of dentists. BMC Musculoskelet Disord 2017;18:291.doi: 10.1186/s12891-017-1650-
x.
6- Szczygieł E, Zielonka K, Mętel S, et al. Musculo-skeletal and pulmonary effects of sitting
position - a systematic review. Ann Agric Environ Med 2017;24:8-12.doi:
10.5604/12321966.1227647.
7- Valachi B, Valachi K. Preventing musculoskeletal disorders in clinical dentistry: strategies
to address the mechanisms leading to musculoskeletal disorders. J Am Dent Assoc
2003;134:1604-12.http://dx.doi.org/10.14219/jada.archive.2003.0106.
8- Hokwerda O, Wouters JAJ, de Ruijter RAG, et al. Indicazioni ergonomiche per
attrezzature dentali I parte: Linee guida. Dental Cadmos 2008;76:85-99.
9- Dable RA, Wasnik PB, Yeshwante BJ, et al. Postural Assessment of Students Evaluating
the Need of Ergonomic Seat and Magnification in Dentistry. J Indian Prosthodont Soc
2014;14:51-8.doi:10.1007/s13191-014-0364-0.
10- De Bruyne MA, Van Renterghem B, Baird A, et al. Influence of different stool types on
muscle activity and lumbar posture among dentists during a simulated dental screening task.
Appl Ergon 2016;56:220-26.doi: 10.1016/j.apergo.2016.02.014.
62
11- McEvoy MP, Grimmer K. Reliability of upright posture measurements in primary school
children. BMC Musculoskelet Disord 2005;6:35.doi:10.1186/1471-2474-6-35
12- Lemos LFC, Teixeira CS, Mota CB. Uma revisão sobre centro de gravidade e equilíbrio
corporal. R bras Ci e Mov 2009;17:83-90.
13- Lemos LFC, Teixeira CS, Mota CB. Lombalgia e o equilíbrio corporal de atletas da
seleção brasileira feminina de canoagem velocidade. Rev Bras Cineantropom Desempenho
Hum 2010;12:457-63.doi:10.5007/1980-0037.2010v12n6p457.
14- Braz RG, Goes FPC, Carvalho GA. Confiabilidade e validade de medidas angulares por
meio do software para avaliação postural. Fisioter Mov 2008;21:117-26.
15- Iunes DH, Bevilaqua-Grossi D, Oliveira AS, et al. Comparative analysis between visual
and computerized photogrammetry postural assessment. Rev Bras Fisioter 2009;13:308–15.
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-35552009005000039.
16- Ferreira EA, Duarte M, Maldonado EP, et al. Quantitative assessment of postural
alignment in young adults based on photographs of anterior, posterior, and lateral views. J
Manipulative Physiol Ther 2011;34:371-80.doi: 10.1016/j.jmpt.2011.05.018.
17- Krawczky B, Pacheco AG, Mainenti MR. A systematic review of the angular values
obtained by computerized photogrammetry in sagittal plane: a proposal for reference values. J
Manipulative Physiol Ther 2014;37:269-75.doi: 10.1016/j.jmpt.2014.01.002.
18- Macedo Ribeiro AF, Bergmann A, Lemos T, et al. Reference Values for Human Posture
Measurements Based on Computerized Photogrammetry: A Systematic Review. J
Manipulative Physiol Ther 2017;40:156-68.doi:10.1016/j.jmpt.2016.12.001.
19- Feng B, Liang Q, Wang Y, et al. Prevalence of work-related musculoskeletal symptoms
of the neck and upper extremity among dentists in China. BMJ Open 2014;4:e006451.doi:
10.1136/bmjopen-2014-006451.
63
20- Wang SY, Liu LC, Lu MC, et al. Comparisons of musculoskeletal disorders among ten
different medical professions in Taiwan: a nationwide, population-based study. PLoS One
2015;10:e0123750.doi: 10.1371/journal.pone.0123750.
21- Tirgar A, Javanshir K, Talebian A, et al. Musculoskeletal disorders among a group of
Iranian general dental practitioners. J Back Musculoskelet Rehabil 2015;28:755-9.doi:
10.3233/BMR-140579.
22- Gandavadi A, Ramsay JR, Burke FJ. Assessment of dental student posture in two seating
conditions using RULA methodology - a pilot study. Br Dent J 2007;203:601-5.doi:
10.1038/bdj.2007.1047
23- Moher D, Hopewell S, Schulz KF, et al. CONSORT 2010 explanation and elaboration:
updated guidelines for reporting parallel group randomised trials. Int J Surg 2012;10:28-55.
doi: 10.1016/j.ijsu.2011.10.001.
24- Cohen J. A power primer. Psychol Bull. 1992 Jul;112(1):155-9.
25- Thalheimer W, Cook S: How to Calculate Effect Sizes From Published Research Articles:
A Simplified Methodology. Work-Learning Research Publication, 2002. Available from
http://work-learning.com/effect_sizes.htm. Accessed 10 Set 2017.
26- Cook C, Richardson JK, Braga L, et al. Cross-cultural adaptation and validation of the
Brazilian Portuguese version of the Neck Disability Index and Neck Pain and Disability
Scale. Spine (Phila Pa 1976);31:1621-27.doi: 10.1097/01.brs.0000221989.53069.16.
27- Vernon H. The Neck Disability Index: state-of-the-art, 1991-2008. J Manipulative Physiol
Ther 2008;31:491-02.doi:10.1016/j.jmpt.2008.08.006.
28- Nusbaum L, Natour J, Ferraz MB, et al. Translation, adaptation and validation of the
Roland-Morris questionnaire--Brazil Roland-Morris. Braz J Med Biol Res 2001;34:203-10.
http://dx.doi.org/10.1590/S0100-879X2001000200007.
64
29- Kopec JA. Measuring functional outcomes in persons with back pain: a review of back-
specific questionnaires. Spine (Phila Pa 1976) 2000;25:3110-4.doi:10.1097/00007632-
200012150-00005.
30- Occhipinti E, Colombini D, Molteni G, et al. Criteria for the ergonomic evaluation of
work chairs. Med Lav 1993;84:274-85.
31- Al-Shehri Z, Al Zoughool M. Prevalence and risk factors of musculoskeletal symptoms
among dental students and dental practitioners in Riyadh City, Saudi Arabia. Arch Environ
Occup Health 2017;14:1-8.doi:10.1080/19338244.2017.1299085.
32- Vijay S, Ide M. Musculoskeletal neck and back pain in undergraduate dental students at a
UK dental school - a cross-sectional study. Br Dent J 2016;221:241-5.doi:
10.1038/sj.bdj.2016.642.
33- Shirzaei M, Mirzaei R, Khaje-Alizade A, et al. Evaluation of ergonomic factors and
postures that cause muscle pains in dentistry students' bodies. J Clin Exp Dent 2015;7:e414-8.
doi: 10.4317/jced.51909.
34- Ng A, Hayes MJ, Polster A. Musculoskeletal Disorders and Working Posture among
Dental and Oral Health Students. Healthcare (Basel) 2016;4:E13.doi:
10.3390/healthcare4010013.
35- Garcia PP, Presoto CD, Campos JA. Perception of risk of musculoskeletal disorders
among Brazilian dental students. J Dent Educ 2013;77:1543-8.doi: 10.1111/eje.12197.
36- Rising DW, Bennett BC, Hursh K, et al. Reports of body pain in a dental student
population. J Am Dent Assoc 2005;136:81-6.https://doi.org/10.14219/jada.archive.2005.0032.
37- Hayes MJ, Smith DR, Taylor JA. Musculoskeletal disorders in a 3 year longitudinal
cohort of dental hygiene students. J Dent Hyg 2014;88:36-41.
38- Singh A, Purohit B. Physical activity, sedentary lifestyle, and obesity among Indian
dental professionals. J Phys Act Health 2012;9:563-70.doi: 10.1123/jpah.9.4.563. ·
65
39- van Tulder MW, Koes BW, Bouter LM. Conservative treatment of acute and chronic
nonspecific low back pain. A systematic review of randomized controlled trials of the most
common interventions. Spine (Phila Pa 1976) 1997;22:2128-56.
40- Fransen M, McConnell S, Bell M. Therapeutic exercise for people with osteoarthritis of
the hip or knee. A systematic review. J Rheumatol 2002;29:1737-45.
41- Schachter CL, Busch AJ, Peloso PM, et al. Effects of short versus long bouts of aerobic
exercise in sedentary women with fibromyalgia: a randomized controlled trial. Phys Ther
2003;83:340-58.doi: 10.1093/ptj/83.4.340.
42- Bazelmans E, Bleijenberg G, Voeten MJ, et al. Impact of a maximal exercise test on
symptoms and activity in chronic fatigue syndrome. J Psychosom Res 2005;59:201-8.doi:
10.1016/j.jpsychores.2005.04.003.
43-. Larun L, Brurberg KG, Odgaard-Jensen J, et al. Exercise therapy for chronic fatigue
syndrome. Cochrane Database Syst Rev 2017;4:CD003200.doi:
10.1002/14651858.CD003200.pub7.
44- Hallal PC, Andersen LB, Bull FC, et al. Global physical activity levels: surveillance
progress, pitfalls, and prospects. Lancet 2012;380:247-57.doi:10.1016/S0140-6736(12)60646-
1.
45- Jardim TV, Sousa AL, Povoa TR, et al. Comparison of cardiovascular risk factors in
different areas of health care over a 20-year period. Arq Bras Cardiol2014;103:493-501.doi:
10.5935/abc.20140150.
46- Myers HL, Myers LB. 'It's difficult being a dentist': stress and health in the general dental
practitioner. Br Dent J 2004;197:89-93.
47- Kanlayanaphotporn R. Changes in sitting posture affect shoulder range of motion. J
Bodyw Mov Ther 2014;18:239-43.doi: 10.1016/j.jbmt.2013.09.008.
66
48- Silva V, Fonseca P, Pinho ME, et al. Biomechanical study of dentists’ posture when using
a conventional chair versus a saddle-seat chair. Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
2017; 58:39-45. doi: 10.24873/j.rpemd.2017.05.005.
49- Plessas A, Bernardes Delgado M. The role of ergonomic saddle seats and magnification
loupes in the prevention of musculoskeletal disorders. A systematic review. Int J Dent Hyg
2018 Jan 10. doi: 10.1111/idh.12327.
50- Makhsous M, Lin F, Bankard J, et al. Biomechanical effects of sitting with adjustable
ischial and lumbar support on occupational low back pain: evaluation of sitting load and back
muscle activity. BMC Musculoskelet Disord 2009;10:17.doi: 10.1186/1471-2474-10-17.
51- Claus AP, Hides JA, Moseley GL, et al. Is 'ideal' sitting posture real? Measurement of
spinal curves in four sitting postures. Man Ther 2009;14:404-8.doi:
10.1016/j.math.2008.06.001.
52- Chaffin DB, Anderson GBJ. Biomecânica Ocupacional. 3a ed. Belo Horizonte: Editora
Ergo; 2001.
53- Snijders CJ, Bakker MP, Vleeming A, et al. Oblique abdominal muscle activity in
standing and in sitting on hard and soft seats. Clin Biomech (Bristol, Avon) 1995;10:73-8.
54- Moseley GL. Impaired trunk muscle function in sub-acute neck pain: etiologic in the
subsequent development of low back pain? Man Ther 2004;9:157-63.doi:
10.1016/j.math.2004.03.002.
55- Cruz-Ferreira A, Fernandes J, Kuo YL, et al. Does pilates-based exercise improve
postural alignment in adult women? Women Health 2013;53:597-11.doi:
10.1080/03630242.2013.817505.
56- Moraes GF, Antunes NA, Rezend ES, et al. Uso de diferentes tipos de calçados não
interfere na postura ortostática de mulheres hígidas. Rev Fisio Mov 2010;23:565-74.
67
57- Carregaro R, Falcão J, Massuda K, et al. Postural analysis and psychosocial
measurements of federal civil servants of an institution of higher education. Work
2012;41:4795-800.doi:10.3233/WOR-2012-0766-4795.
58- de Oliveira Pezzan PA, João SM, Ribeiro AP, et al. Postural assessment of lumbar
lordosis and pelvic alignment angles in adolescent users and nonusers of high-heeled shoes. J
Manipulative Physiol Ther 2011;34:614-21.doi:10.1016/j.jmpt.2011.09.006.
59- Billis EV, Foster NE, Wright CC. Reproducibility and repeatability: errors of three groups
of physiotherapists in locating spinal levels by palpation. ManTher 2003;8:223-32.
https://doi.org/10.1016/S1356-689X(03)00017-1.
60- Fedorak C, Ashworth N, Marshall J, et al. Reliability of the visual assessment of cervical
and lumbar lordosis: how good are we? Spine (Phila Pa 1976) 2003;28:1857-9.doi:
10.1097/01.BRS.0000083281.48923.BD.
61- Pausić J, Pedisić Z, Dizdar D. Reliability of a photographic method for assessing standing
posture of elementary school students. J Manipulative Physiol Ther 2010;33:425-31.doi:
10.1016/j.jmpt.2010.06.002.
62- Zemp R, Taylor WR, Lorenzetti S. Are pressure measurements effective in the assessment
of office chair comfort/discomfort? A review. Appl Ergon 2015;48:273-82.doi:
10.1016/j.apergo.2014.12.010.
63- Ceunen E, Zaman J, Vlaeyen JW, et al. Effect of seated trunk posture on eye blink startle
and subjective experience: comparing flexion, neutral upright posture, and extension of spine.
PLoS One 2014;9:e88482.doi: 10.1371/journal.pone.0088482.
64- Vink P, Hallbeck S. Editorial: comfort and discomfort studies demonstrate the need for a
new model. Appl Ergon 2012;43:271-6.doi:10.1016/j.apergo.2011.06.001.
65- Christiansen K. Subjective assessment of sitting comfort. Coll Antropol 1997;21:387-95.
68
3 DISCUSSÃO
Os estudos apresentados, artigo 2.1 e 2.2, destacam a importância de pesquisas que
não se limitem apenas a realçar os problemas posturais inerentes a Odontologia. É possível
constatar que os resultados apresentados nos dois artigos científicos direcionam ações e novas
perspectivas nos estudos sobre os impactos do assento tipo sela na prática clínica
Odontológica.
Em estudo de revisão sistemática (artigo 2.1) foi possível avaliar o impacto do assento
tipo sela sobre o risco ergonômico em dentistas e/ou acadêmicos de Odontologia, utilizando
para isso uma busca sistemática da literatura. Não foi surpreendente a literatura escassa sobre
esse assunto, mas sim incompreensível. Estudos apontam desde a década de 50 até os dias
atuais (Hauser, 1946; Scougall, 1946; Wright, 1947; Seyffarth e Johnsen, 1954; Goldem,
1959; Kortsch, 1964; Chovet, 1965; Eugster, 1965; Pieper, 1966; Goldem, 1974; Rundcrantz
et al., 1990; Rundcrantz et al., 1991; Alexopoulos et al., 2004; Leggat et al., 2007; Hayes et
al., 2009; Morse et al., 2010; Dajpratham et al., 2010; Kierklo et al., 2011; Sustova et al.,
2013; Kumar et al., 2013; Yi et al., 2013; Tirgar et al., 2014; Feng et al., 2014; Gupta et al.,
2014; Botha et al., 2014; Gaowgzeh et al., 2015; Çinar-Medeni et al., 2017; Prasad et al.,
2017; Mohseni-Bandpei et al., 2017; Ohlendorf et al., 2017) a alta prevalência de dor e
distúrbios osteomusculares em dentistas. Porém, a proporção de estudos sugerindo novos
projetos de assentos ergonômicos, bem como a inserção de assentos ergonômicos existentes
no campo Odontológico é consideravelmente inferior (Gandavadi et al., 2007; Haddad et al.,
2012; Custódio et al., 2012; Dable et al., 2014; Tran et al., 2016; De Bruyne et al., 2016),
mesmo, os assentos experimentais, apresentando melhores resultados posturais quando
comparado ao mocho convencional. Estes resultados indicam a necessidade urgente de novos
estudos longitudinais objetivando avaliar um assento que realmente se adeque a prática clínica
do cirurgião-dentista.
A ABNT, através da NBR ISO 11226 (ABNT, 2013), literalmente ampliou as
possibilidades do design de assentos. O ângulo do joelho para a postura sentada passou a ser
considerada aceitável de 90º a 135º. Angulação que já tinha sido ampliada desde o ano 2000
pela ISO 11226:2000 (ISO, 2000). O Brasil delongou 13 anos, após a publicação da ISO
11226:2000 (ISO, 2000), para alterar uma norma que tinha sido estabelecida no ano de 1990.
Uma mudança notável para a pesquisa de novos assentos.
Também foi possível perceber, através da revisão sistemática, que o assento tipo sela
pode proporcionar menor risco ergonômico quando comparado ao mocho convencional
69
(Gandavadi et al., 2007; Dable et al., 2014). O que encorajou a pesquisa, com esse tipo de
assento, avaliando outras variáveis importantes para a postura do cirurgião-dentista.
O artigo 2.2 deste estudo apresenta metodologia e resultados originais e inovadores na
literatura através de diferentes abordagens, fornecendo novas visões a assento já existente no
mercado, mas pouco estudado, não só na área odontológica, como também em outras áreas de
interesse. Apesar de já ser reconhecido pela literatura que a postura sentada deve ser neutra,
mantendo as curvaturas fisiológicas da coluna vertebral (Scannell et al., 2003; Corlett, 2006;
Dankaerts et al., 2006; Womersley et al., 2006; Pynt et al., 2008; Claus et al., 2009; De
Carvalho et al., 2010; O'Sullivan et al., 2010; De Carvalho et al., 2011; O'Sullivan et al.,
2012; O'Sullivan et al., 2013; De Carvalho et al., 2016; Hey et al., 2017), poucos assentos são
projetados para facilitar o posicionamento e a manutenção nesta postura dita como “ideal”.
O conceito do assento tipo sela (Salli®) foi desenvolvido partindo do estudo
apresentado por Corlett (1984; 1988; 1898; 1999), que indica qual a postura mais correta para
a posição sentada. Este assento foi desenhado para permitir que as nádegas e coxas não
fiquem comprimidas contra a cadeira devido ao suporte firme dos ossos ísquios. As coxas
ficam inclinadas para baixo com um ângulo de 45º inclinando a pelve para uma posição
neutra como se estivesse em pé. Isto permite que a região lombar inferior e tronco superior
encontrem uma postura natural e relaxada sem a necessidade de estar encostado. Os pés ficam
bem assentes no chão numa posição de descanso lateral ao corpo.
Uma das características principais do assento tipo sela é a sua altura do chão. A altura
do assento pode ser associada a várias dimensões antropométricas. Mandal (1981) considerou
a altura do assento proporcional à altura do corpo de uma pessoa, enquanto Noro (1994)
afirmou que a altura do assento é baseada na altura poplítea de um indivíduo. A altura do
assento em sela também pode ser calculada com base na altura do joelho (Diffrient et al.,
1981). Mououdi (2012) utilizou este critério em seu estudo para determinar as características
antropométricas para o projeto e avaliação do conforto do assento de sela. Características
antropométricas como altura do corpo, peso, altura poplítea são consideradas variáveis chave
para mensurar a altura do assento tipo sela a 135º de ângulo de joelho como é recomendado
pelo fabricante (Babaei et al., 2016).
O assento em sela difere essencialmente na forma tradicional de se sentar. O controle
postural requer uma interação completa entre o sistema neural e musculoesquelético (Danis et
al., 1998; Maylor et al., 2001). Através de sinais medulares o controle postural é efetuado pela
ativação de músculos dos membros e tronco (Maylor et al., 2001). Assim, alterações no
padrão postural, pela utilização do assento tipo sela, podem causar sintomatologia dolorosa de
70
2 a 30 dias após o início de sua utilização. Essa percepção tende a diminuir gradualmente com
a adaptação neuromuscular a nova postura de trabalho.
Considerando que as novas tecnologias e mudanças visam dar ao dentista maior
conforto e melhor saúde, os fatores de risco ocupacionais associados ao aparecimento das
desordens musculoesqueléticas ainda estão relacionados com o ambiente físico, equipamentos
e mobiliário do posto de trabalho (fatores biomecânicos) (Rocha e Ferreira, 2000). É
importante ressaltar, também, que a postura adotada pelo dentista não é produto de seu inteiro
arbítrio, ela é determinada pelas características do contexto de atendimento. Assim, a sua
postura depende dos determinantes externos do atendimento clínico e de sua especificidade
temporal, técnico e organizacional e dos determinantes internos do indivíduo: características
antropométricas, estado funcional físico e sensorial, da experiência e da formação do
profissional.
Por conseguinte, apesar das recomendações ergonômicas, muitas vezes, os dentistas e
acadêmicos de Odontologia, adotam posições inadequadas ou viciosas, que poderão acarretar
prejuízos para a sua saúde. A literatura sugere que existe uma alta prevalência de sintomas
musculoesqueléticos nesta população (Alexopoulos et al., 2004; Polat et al., 2007; Hayes et
al., 2009; Park et al., 2015; Bozkurt et al., 2016). As sugestões sobre a posição preferida para
o trabalho dentário estão mudando junto com o desenvolvimento de equipamentos
odontológicos, alguns autores apontam que os riscos de aumento da fadiga muscular e
possíveis lesões podem ser reduzidos ao combinar as posições ocupacionais sentadas estáticas
e posições ocupacionais dinâmicas em pé (Jonker et al., 2009; Pejčić et al., 2016). Ao
combinar posições sentadas e em pé, o trabalho dinâmico pode ser alcançado. O trabalho
dinâmico é menos cansativo e mais eficiente do que o trabalho estático (Pîrvu et al., 2014).
Entretanto, a mudança de posição para o alcance de uma postura dinâmica, acarretaria em
vários momentos de ajustes dos determinantes externos do atendimento clínico e maior gasto
de tempo para executar um procedimento dental.
O tipo de assento utilizado pode evitar efeitos deletérios, portanto, ser benéfico na
prevenção da dor e disfunções da coluna vertebral. Um assento que contempla os requisitos
ergonômicos é, portanto, postulado para reduzir a ocorrência de sintomas
musculoesqueléticos. Assim, esta tese amplia as escolhas das posturas de trabalho do dentista.
O assento tipo sela pode ser uma escolha de postura sentada dinâmica e posição de trabalho
mais confortável.
71
4 CONCLUSÃO
Esse estudo apresenta aspectos de originalidade e contribuiu para o avanço do
conhecimento científico a partir de três pontos principais. Primeiro, trata-se da primeira
revisão sistemática da literatura que investigou a influência do tipo de assento sobre o risco
ergonômico entre dentistas e/ou acadêmicos de Odontologia. Segundo, refere-se ao primeiro
ensaio clínico controlado e aleatorizado que avalia o impacto de diferentes tipos de assentos,
em acadêmicos de Odontologia, ao longo de dez meses, nas disciplinas clínicas com paciente.
Finalmente, terceiro, fornece embasamento para novos estudos relacionados a essa temática,
podendo este trabalho ser alvo referencial para pesquisas de diversas áreas de estudo,
contribuindo para preencher lacunas científicas sobre o tema.
Pode-se, através dos resultados, sugerir que o assento tipo sela proporciona menor risco
ergonômico quando comparado ao assento convencional e impacta, positivamente, no
alinhamento corporal lateral de acadêmicos de Odontologia, minimizando a ocorrência de
problemas cotidianos relacionados à região cervical e proporciona maior satisfação a sua
utilização. Além disso, sugere-se uma maior reflexão sobre a escolha de assentos odontológicos
na prática clínica odontológica diante dos aspectos positivos do assento tipo sela.
72
REFERÊNCIAS*
1 - ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISSO 11226 – Postura estática.
Rio de Janeiro, RJ. 2013.
2 - Ackermann BJ, O'Dwyer N, Halaki M. The difference between standing and sitting in 3
different seat inclinations on abdominal muscle activity and chest and abdominal expansion in
woodwind and brass musicians. Front Psychol. 2014;5:913.
3 - Alexopoulos EC, Stathi IC, Charizani F. Prevalence of musculoskeletal disorders in
dentists. BMC Musculoskelet Disord. 2004;5:16.
4 - Associação Internacional de Ergonomia – IEA. (2000). A disciplina ergonomia: o que é
ergonomia. Rio de Janeiro: IEA.
5 - Assunção AA. A Cadeirologia e o Mito da Postura Correta. Revista Brasileira de Saúde
Ocupacional. São Paulo. 2004;29(110):41-55.
6 - Babaei H, Razeghi M, Choobineh A, Pakshir H. Rajaeifard A, Rezaian J. A new method
for calculating saddle seat height with an emphasis on optimal posture based on trigonometric
relations. International Journal of Occupational Safety and Ergonomics (JOSE),
2016;22(4):565–571.
7 - Barros OB. PTO: Posto de Trabalho Odontológico. Maringá: Editora Dental Press, 2006.
8 - Botha PJ, Chikte U, Barrie R, Esterhuizen TM. Self-reported musculoskeletal pain among
dentists in South Africa: A 12-month prevalence study. SADJ. 2014;69(5):208- 210-3.
9 - Bozkurt S, Demirsoy N, Günendi Z. Risk factors associated with workrelated
musculoskeletal disorders in dentistry. Clin Invest Med 2016; 39 (6): S192-S196.
10 - Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma regulamentadora 17 – Ergonomia.
Portaria n° 3.751 de 23 de Novembro de 1990. Brasília, DF, 1990. Disponível em:
http://www.mte.gov.br . Acesso em: 17 agosto 2017.
73
11 - Chovet M. Comfort of dentist and patient during sitting work. Rev Belge Med Dent.
1965;20(4):429-444.
12 - Çınar-Medeni Ö, Elbasan B, Duzgun I. Low back pain prevalence in healthcare
professionals and identification of factors affecting low back pain. J Back Musculoskelet
Rehabil. 2017;30(3):451-459.
13 - Claus AP, Hides JA, Morseley GL, Hodges PW. Is ‘ideal’ sitting posture real?
Measurement of spinal curves in four sitting postures. Man Ther. 2009;14(4):404-408.
14 - Corlett EN, Eklund JAE. How does a back rest work? Appl Ergon. 1984;15:111-114.
15 - Corlett EN. The investigation and evaluation of work and workplaces. Eg. 0noic. 1988;
21(5):727-734.
16 - Corlett EN. Aspects of the evaluation of industrial seating. Ergonomics. 1989;2:257-269.
17 - Corlett, EM. Are you sitting comfortably? International J Industrial Ergonomics. 1999;
24:7-12.
18 - Corlett, EN. Background to sitting at work: research-based requirements for the design of
work seats. Ergonomics. 2006;49(14):1538-1546.
19 - Corrocher PA, Presoto CD, Campos JADB, Garcia PPNS. The association between
restorative pre-clinical activities and musculoskeletal disorders. Eur J Dent Educ. 2014;
18:142-146.
20 - Custódio RA, Brandão JG, Amorim JB. The influence of an abdominal support for a
dental stool in the distributions and electrical activity of the longissimus and the superior
trapezius muscle in dentists. Work. 2011;41:5652-5654.
21 - Dable RA, Wasnik PB, Yeshwante BJ, Musani SI, Patil AK, Nagmode SN. Postural
Assessment of Students Evaluating the Need of Ergonomic Seat and Magnification in
Dentistry. The Journal of Indian Prosthodontic Society. 2014;1-8.
74
22 - Dajpratham P, Ploypetch T, Kiattavorncharoen S, Boonsiriseth K. Prevalence and
associated factors of musculoskeletal pain among the dental personnel in a dental school. J
Med Assoc Thai. 2010;93(6):714-721.
23 - Danis CG, Krebs DE, Gill-Body KM, Sahrmann S. Relationship between standing
posture and stability. Phys Ther. 1998;78(5):202-546.
24 - Dankaerts W, O’Sullivan PB, Burnett A, Straker LM. Differences in sitting postures are
associated with non-specific chronic low back pain disorders when subclassified. Spine
2006;31(6):698-704.
25 - De Bruyne MAA, Renterghem BV, Baird A, Palmans T, Danneels L, Dolphens M.
Influence of different stool types on muscle activity and lumbar posture among dentists
during a simulated dental screening task. Applied Ergonomics.2016;56:220-226.
26 - De Carvalho DE, Soave D, Ross K, Callaghan JP. Lumbar spine and pelvic posture
between standing and sitting: A radiologic investigation including reliability and repeatability
of the lumbar lordosis measure. J Manipulative Physiol Ther. 2010;33(1): 48-55.
27 - De Carvalho DE, Callaghan JP. Influence of automobile seat lumbar support prominence
on spine and pelvic postures A radiological investigation. J Manipulative Physiol Ther.
2011;43(5):876–882.
28 - De Carvalho D, Grondinb D, Callaghanc J. The impact of office chair features on lumbar
lordosis, intervertebral joint and sacral tilt angles: a radiographic assessment. 2016;23:1-12.
29 - Diffrient N, Tilley AR, Harman D. Human scale 4/5/6. Massachuswtts, The Mit Press.
1981.
30 - Dul J, Weerdmeester B. Ergonomia prática. Tradução: Itiro Iida. São Paulo: Edgard
Blücher, 2004.
31 - Eugster CM. The consequences of working in the sitting position. Rev Fr
Odontostomatol. 1965;12(5):824-828.
75
32 - Feng B, Liang Q, Wang Y, Andersen LL, Szeto G. Prevalence of work-related
musculoskeletal symptoms of the neck and upper extremity among dentists in China. BMJ
Open. 2014;4(12):e006451.
33 - Filho JG. Ergonomia do objeto. Sistema técnico de leitura ergonômica. 2a ed., São Paulo:
escrituras editora, 2010.
34 - Gadge K, Innes E. An investigation into the immediate effects on comfort, productivity
and posture of the Bambach saddle seat and a standard office chair. Work. 2007;29: 189-203
35 - Gandavadi A, Ramsay JRE, Burke FJT. Assessment of dental student posture in two
seating conditions using RULA methodology - a pilot study. Br Dent J. 2007;203(10): 601-
605.
36 - Gaowgzeh RA, Chevidikunnan MF, Al Saif A, El-Gendy S, Karrouf G, Al Senany S.
Prevalence of and risk factors for low back pain among dentists. J Phys Ther Sci.
2015;27(9):2803-2806.
37 - Garbin AJ, Garbin CA, Diniz DG, Yarid SD. Dental students' knowledge of ergonomic
postural requirements and their application during clinical care. Eur J Dent Educ. 2011:15:31–
55.
38 - Golden SS. Human factors applied to study of dentist and patient in dental environment:
astatic appraisal. American Dentistry Journal Ass. 1959;59(1):17-31.
39 - Golden SS. Engenharia aplicada ao conforto da dentística. Seleções Odontológicas.
1974;14(18):18-24.
40 - Griffin BN. The Influence of Zero-g and Acceleration on the Human Factors of
Spacecraft Design. NASA-JSC. 1978;8:78.
41 - Grooten WJ, Conradsson D, Äng BO, Franzén E. Is active sitting as active as we think?
Ergonomics. 2013;56:1304-1314.
76
42 - Gupta A, Bhat M, Mohammed T, Bansal N, Gupta G. Ergonomics in dentistry. Int J Clin
Pediatr Dent 2014;7(1):30-34.
43 - Gupta D, Bhaskar DJ, Gupta KR, Karim B, Kanwar A, Jain A, et al. Use of
complementary and alternative medicine for work related musculoskeletal disorders
associated with job contentment in dental professionals: Indian outlook. Ethiopian J health
Sci. 2014;24(2):117-124.
44 - Haddad O, Sanjari MA, Amirfazli A, Narimani R, Parnianpour M. Trapezius muscle
activity in using ordinary and ergonomically designed dentistry chairs. The international
journal of occupational and environmental medicine. 2012;3(2 April).
45 - Harrison DD, Harrison SO, Croft AC, Harrison DE, Troyanovich SJ. Sitting
biomechanics part I: review of the literature. J Manipulative Physiol Ther. 1999;22(9):594-
609.
46 - Hauser E D. Health and posture of the dentist. Cal. 1946;9(2-3):8
47 - Hayes MJ, Cockrell D, Smith DR. A systematic review of musculoskeletal disorders
among dental professionals. Int J Dent Hyg. 2009a;7(3):159–165.
48 - Hayes MJ, Smith DR, Cockrell D. Prevalence and correlates of musculoskeletal disorders
among Australian dental hygiene students. Int J Dent Hygiene 2009b;7:176-181.
49 - Hayes M.J, Smith D.R, Cockrell D. An international review of musculoskeletal disorders
in the dental hygiene profession.Int Dent J. 2010;60:343-352.
50 - Hey HW, Wong CG, Lau ET, Tan KA, Lau LL, Liu KG, Wong HK. Differences in erect
sitting and natural sitting spinal alignment-insights into a new paradigm and implications in
deformity correction. Spine J.2017;17 (2):183-189.
51 - Hodacova L, Sustova Z, Cermakova E, Kapitan M, Smejkalova J. Self-reported risk
factors related to the most frequent musculoskeletal complaints among Czech dentists. Ind
Health. 2015;53(1):48-55.
77
52 - Iida I. Ergonomia: projeto e produção. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2005.
53- Itiro I, Guimarães LBM. Ergonomia: projeto e produção. 3. ed. São Paulo: Blucher, 2016.
54 - International Ergonomics Association. Nordic Ergonomics Society. The Discipline of
Ergonomics 2000. Disponível em URL: http://www.nordiskergonomi.org
55 - International Organization for Standardization. ISO 11226:2000 - Ergonomics --
Evaluation of static working postures. 2000. Geneva:ISO.
56 - Jonker D, Rolander B, Balogh I. Relation between perceived and measured workload
obtained by long-term inclinometry among dentists. Appl Ergon. 2009; 40:309–315.
57 - JSC-09551, Skylab Experience Bulletin No. 17 - Neutral Body Posture in Zero G,
NASA-JSC, 7-75.
58 - Kanalayanaphotporn R. Changes in sitting posture affect shoulder range of motion.
Bodyw Mov Ther. 2013;1-5.
59 - Kaneko H, Horie J. Breathing movements of the chest and abdominal wall in healthy
subjects. Respir Care 2012; 57(9):1442-1451.
60 - Kierklo A, Kobus A, Jaworska M, Botulinski B. Work-related musculoskeletal disorders
among dentists - a questionnaire survey. Ann Agric Environ Med. 2011;18(1):79-84.
61 - Kortsch WE. Chairside equipment to lessen dentist fatigue. J Am Dent Assoc.
1964;68:763-765.
62 - Kroemer KHE, Grandjean E. Manual de Ergonomia: adaptando o trabalho ao homem. 5ª
Ed. Porto Alegre: Bookman; 2005.
63 - Kumar VK, Kumar SP, Baliga MR. Prevalence of work-related musculoskeletal
complaints among dentists in India: a national cross-sectional survey. Indian J Dent Res.
2013;24(4):428-438.
78
64 - Lee LJ, Chang AT, Coppieters MW, Hodges PW. Changes in sitting posture induce
multiplanar changes in chest wall shape and motion with breathing Respir Physiol Neurobiol.
2010;170(3):236-245.
65 - Leggat PA, Kedjarune U, Smith DR. Occupational health problems in modern dentistry:
a review. Ind Health. 2007;45(5):611-621.
66 - Lis AM, Black KM, Korh H, Nordin M. Association between sitting and occupational
LBP. Eur Spine J. 2007;16:283-98.
67 - Maciel MHV, Marziale MHP. Problemas posturais X mobiliário: uma investigação
ergonômica junto aos usuários de microcomputadores de uma escola de enfermagem.
Rev.Esc.Enf.USP. 1997;31(3):368-386.
68 - Mandal AC. The seated man (homo sedens) the seated work position. Theory and pratice.
Applied Ergonomics. 1981;12(1):19-26.
69 - Makhsous M, Lin F, Bankard J, Hendrix RW, Hepler M, Press J. Biomechanical effects
of sitting with adjustable ischial and lumbar support on occupational low back pain:
evaluation of sitting load and back muscle activity. BMC Musculoskelet Disord.
2009;10(1):17.
70 - Másculo FS, Vidal MC. Ergonomia: Trabalho adequado e eficiente. Rio de Janeiro:
Elsevier Ltda, 2011.
71 - Maylor EA, Allison S, Wing AM. Effects of spatial and nonspatial cognitive activity on
postural stability. British Journal of Psychology.2001;92:319-338.
72 - Mohseni-Bandpei MA, Rahmani N, Halimi F, Farooq MN. The prevalence of low back
pain in Iranian dentists: An epidemiological study. Pak J Med Sci. 2017;33(2):280-284.
73 - Morl F, Bradl I. Lumbar posture and muscular activity while sitting during office work. J
Electromyogr Kinesiol. 2012;23(2):1-6.
79
74 - Morse T, Bruneau H, Dussetschleger J. Musculoskeletal disorders of the neck and
shoulder in the dental professions. Work. 2010;35(4):419-429.
75 - Mououdi MA. The determination of static anthropometry characteristics for designing
and evaluating the comfort of saddle chair. Iran Occup Health. 2012;9(4):24–29.
76 - Noro K. Sashaku: a user-oriented approach for seating. In: Lueder R, Noro K, editors.
Hard facts about soft machines: the ergonomics of seating. London: Taylor & Francis;
1994:7–28.
77 - Ohlendorf D, Erbe C, Nowak J, Hauck I, Hermanns I, Ditchen D, Ellegast R, Groneberg
DA. Constrained posture in dentistry - a kinematic analysis of dentists. BMC Musculoskelet
Disord. 2017;18(1):291.
78 - O’Sullivan K, O’Dea P, Dankaerts W, O’Sullivan P, Clifford A, O’Sullivan L. Neutral
lumbar spine sitting posture in pain-free subjects. Manual Therapy 2010;15(6):557-561
79 - O’Sullivan K. O’Sulliva L. Campbell A. O’Sullivan P. Dankaerts W. Towards
monitoring lumbo-pelvic posture in real-life situations: concurrent validity of a novel posture
monitor and a traditional laboratory-based motion analysis system. Manual
Therapy.2012;17(1):77-83.
80 - O'Sullivan K 1 , O'Keefe H , O'Sullivan G , O'Sullivan P , Dankaerts W . Perceptions of
sitting posture among members of the community, both with and without non-specific chronic
low back pain. Man Ther. 2013;18(6):551-556.
81 - Park HS, Kim J, Roh HL, Namkoong S. Analysis of the risk factors of musculoskeletal
disease among dentists induced by work posture. J PhysTher Sci. 2015;27:3651-4.
82 - Pejčić N, Đurić-Jovičić M, Miljković N, Popović DB, Petrović V. Posture in dentists:
Sitting vs. standing positions during dentistry work – An EMG study. Srp Arh Celok Lek.
2016;144(3-4):181-187.
80
83 - Pieper E. Functional disorders of the spine and their significance for the dentist. Rev
Belge Med Dent. 1966;21(5):601-606.
84 - Pîrvu C, Pătraşcu I, Pîrvu D, Ionescu C. The dentist’s operating posture – ergonomic
aspects. J Med Life. 2014;7(2):177-182.
85 - Polat Z, Başkan S, Altun S et al. Musculoskeletal Symptoms of Dentists from South-East
Turkey. Biotechnol. & Biotechnol. EQ. 2007: 86-90.
86 - Prasad DA, Appachu D, Kamath V, Prasad DK. Prevalence of low back pain and carpal
tunnel syndrome among dental practitioners in Dakshina Kannada and Coorg District. Indian
J Dent Res. 2017;28(2):126-132.
87 - Pynt J, Mackey MG, Higgs J. Kyphosed seated postures: extending concepts of postural
health beyond the office. J Occup Rehabil. 2008;18(1):35-45.
88 - Rafie F, Zamani Jam A, Shahravan A, Raoof M, Eskandarizadeh A. Prevalence of upper
extremity musculoskeletal disorders in dentists: symptoms and risk factors. J Environ Public
Health. 2015;2015:517346.
89 - Rocha LE, Ferreira Júnior M. Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. In:
JUNIOR, M. F. Saúde e Trabalho: temas básicos para o profissional que cuida da saúde dos
trabalhadores. São Paulo: Roca, 2000. cap. 11, p. 286-319.
90 - Rundcrantz B, Johnsson B, Moritz L. Occupational cervicobrachial disorders among
dentists: Analysis of ergonomics and locomotor functions. Swed Dent J, 1991; 15(5):105-115.
91 - Rundcrantz BL, Johnsson B, Moritz U. Cervical pain and discomfort among dentists.
Epidemiological, clinical and therapeutic aspects. Part 1. A survey of pain and discomfort.
Swed Dent J, 1990;14:71-80.
92 - Scannell JP, McGill SM. Lumbar posture – should it, and can it, be modified? A study of
passive tissue stiffness and lumbar position during activities of daily living. PhysTher.
2003;83(10):907-917.
81
93 - Scougall S. Postural problems of the dentist. Dent J Aust. 1946;18(6):315-332
94 - Seyffarth H, Johnsen SS. Working position of the dentist and diseases due to strain.
Tandlaegebladet. 1954;58(4):139-159.
95 - Sustova Z, Hodacova L, Kapitan M. The prevalence of musculoskeletal disorders among
dentists in the Czech Republic. Acta medica. 2013;56(4):150-156.
96 - Szczygieł E, Zielonka K, Mazur T, Mętel S, Golec J. Respiratory chest movement
measurement as a chair quality indicator--preliminary observations. Int J Occup Saf Ergon.
2015;21(2):207-212
97 - Szczygieł E, Zielonka K, Mętel S, Golec J. Musculo-skeletal and pulmonary effects of
sitting position - a systematic review. Ann Agric Environ Med. 2017;24(1):8-12.
98 - Tirgar A, Javanshir K, Talebian A, Amini F, Parhiz A. Musculoskeletal disorders among
a group of Iranian general dental practitioners. Journal of back and musculoskeletal
rehabilitation. 2014;bmr-140579.
99 - Tran V, Turner R, MacFadden A, Cornish SM, Esliger D, Komiyama K, Chilibeck PD
(2016) A dental stool with chest support reduces lower back muscle activation, International
Journal of Occupational Safety and Ergonomics. 2016;22(3):301-304.
100 - Womersley L, May S. Sitting posture of subjects with postural backache. J
Manipulative Physiol Ther. 2006;29(3):213–218.
101 - Wright J. Protective posture for dentists. Penn Dent J (Phila). 1947;14(8):258.
102 - Yi J, Hu X, Yan B, Zheng W, Li Y, Zhao Z. High and specialty-related musculoskeletal
disorders afflict dental professionals even since early training years. J Appl Oral Sci.
2013;21(4):376-382.
*De acordo com as normas da UNICAMP/FOP, baseadas na padronização internacional Committee of Medical
Journal Editors. Abreviatura dos periódicos em conformidade com o Medline.
82
APÊNDICE 1 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Título do Projeto: Impacto de assentos com diferentes desenhos ergonômicos sobre alterações posturais e
quadros de algias em acadêmicos de Odontologia
Prezada Srtª,
Este Termo de Consentimento pode conter palavras que você não entenda. Peça ao pesquisador que explique as
palavras ou informações não compreendidas completamente.
1) Introdução
Você está sendo convidada a participar de uma pesquisa que estudará um novo desenho ergonômico de mocho.
Você foi selecionado porque é aluna devidamente matriculada do 3º ou 4º ano de Odontologia da UNIARARAS.
Sua participação não é obrigatória. O objetivo do projeto é avaliar o impacto de assentos com diferentes
desenhos ergonômicos sobre alterações posturais e quadros de algias em acadêmicos do 3º e 4º ano do Curso de
Odontologia de Araras (UNIARARAS), e a justificativa se pauta na necessidade de uma abordagem ergonômica
sistêmica da posição sentada para a prática odontológica, para que possa aprimorar ainda mais as condições de trabalho, otimizando a produtividade e diminuindo a ocorrência de lesões.
2) Procedimentos do Estudo
Para participar deste estudo solicito a sua especial colaboração em responder um questionário com dados
pessoais, acadêmicos, de atividade física e de saúde geral, bem como se submeter a avaliações antropométricas e
posturais no início, durante e ao final da pesquisa. Toda coleta de dados será realizada dentro das dependências
da UNIARARAS, em horários pré-agendados de acordo com a sua disponibilidade.
3) Riscos e desconfortos
Por se tratar de aplicação de questionários, não há para você risco previsível, uma vez que há o compromisso de
não divulgação de seus dados. O desconforto pode advir em alguns momentos da pesquisa como: O tempo
despendido na resposta às perguntas do questionário inicial, da Escala de desconforto corporal e nos dias de
avaliações posturais; nas duas primeiras semanas de utilização do assento tipo sela (fase de adaptação), se for
sorteado aleatoriamente para o grupo experimental;
4) Benefícios
Como benefício, você receberá, através da pesquisa, avaliação postural detalhada, conhecimento sobre
Ergonomia e postura de trabalho, que poderá utilizar tanto na vida a acadêmica, quanto profissional. Além disso,
você estará contribuindo com uma pesquisa científica que visa uma melhor postura de trabalho do Cirurgião-
Dentista.
5) Tratamento Alternativo
Se você decidir não participar deste estudo, existem outros tratamentos disponíveis para o seu caso como:
Preventivo – prática regular de atividade física, yoga, relaxamento, técnicas de meditação, massagem.
Patológico – fisioterapia, acupuntura.
Tratamentos ofertados no Centro Universitário Hermínio Ometto – UNIARARAS:
Preventivo – yoga, massagem. Patológico – fisioterapia e acupuntura.
Informo que receberá o tratamento padrão oferecido, de acordo com as normas desta instituição, quando estas
estiverem capacitadas a resolver o problema.
6) Acompanhamento e Responsabilidade
Efeitos indesejáveis são possíveis de ocorrer em qualquer estudo de pesquisa, apesar de todos os cuidados
possíveis, e podem acontecer sem que a culpa seja sua ou dos pesquisadores. Se você sofrer efeitos indesejáveis
como resultado direto da sua participação neste estudo, a necessária assistência profissional será providenciada
por profissionais colaboradores do projeto e atuante das áreas de Fisioterapia, Educação Física e Odontologia,
vinculados a UNIARARAS.
7) Garantia de Esclarecimento
Você terá acompanhamento dos pesquisadores e todas suas dúvidas serão esclarecidas.
8) Grupo Placebo ou Controle Para este estudo, oitenta alunas serão sorteadas aleatoriamente e distribuídas por dois tipos de assentos. Quarenta
estudantes formarão o grupo 1 (controle) e utilizarão na pesquisa o assento convencional já disponibilizado na
Clínica de Odontologia da Faculdade, e Quarenta estudantes formarão o grupo 2 (experimental) e utilizarão na
pesquisa o assento tipo sela (Salli®).
8) Participação
Sua participação neste estudo é muito importante e voluntária. Você tem o direito de não querer participar ou de
sair deste estudo a qualquer momento, sem penalidades ou perda de qualquer benefício ou cuidados a que tenha
direito nesta instituição. Você também pode ser desligado do estudo a qualquer momento sem o seu
consentimento nas seguintes situações: (a) você não use ou siga adequadamente as orientações em estudo;
(b) você sofra efeitos indesejáveis não esperados; (c) o estudo termine, (d) Você se ausente das atividades
clínicas por um período superior a 15 dias, (e) Você inicie um tratamento de saúde fazendo uso de
83
medicamentos como analgésicos e anti-inflamatórios por um período superior a 10 dias. EM CASO DE
VOCÊ DECIDIR RETIRAR-SE DO ESTUDO, FAVOR NOTIFICAR O PROFISSIONAL E /OU
PESQUISADOR QUE ESTEJA ATENDENDO-O IMEDIATAMENTE.
Os pesquisadores responsáveis pelo estudo poderão fornecer qualquer esclarecimento sobre o estudo, assim
como tirar dúvidas, bastando contato com o seguinte endereço e/ou telefone, e-mail:
Nome do Orientado (aluna responsável): Giovana Renata Gouvêa
Endereço: Avenida Antônio Prudente nº 313, Bairro Jardim Universitário
Araras – SP, CEP: 13607-335
Telefone: (19) 9261-5223 (19) 998200438
E-mail: [email protected]
Nome do Orientador (pesquisador responsável): Antônio Carlos Pereira Endereço: Av. Limeira, 901 cx. postal 52 - 13914-903 Piracicaba – SP.
Telefone: (19) 21065278 (falar com secretária Eliana)
E-mail: [email protected]
10) Caráter Confidencial dos Registros
A sua identidade será mantida em sigilo. Os resultados serão sempre apresentados como o retrato de um grupo e
não de uma pessoa. Dessa forma, você não será identificado quando o material de seu registro for utilizado, seja
para propósitos de publicação científica ou educativa. Cada voluntário será credenciado e enumerado para
identificação, portanto a sua identificação será numérica e não nominal, mantendo devido sigilo.
11) Custos e Reembolso
Você não terá nenhum gasto com a sua participação no estudo e também não receberá pagamento pelo mesmo.
12) Declaração de Consentimento Li ou alguém leu para mim as informações contidas neste documento antes de assinar este termo de
consentimento. Declaro que toda a linhagem técnica utilizada na descrição de estudo de pesquisa foi
satisfatoriamente explicada e que recebi respostas para todas as minhas dúvidas. Confirmo também que recebi
uma cópia deste termo de consentimento livre e esclarecido. Compreendo que sou livre para me retirar do estudo
em qualquer momento, sem perda de benefícios ou qualquer outra penalidade.
Dou meu consentimento de livre e espontânea vontade para participar deste estudo.
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Mérito Científico do Centro Universitário Hermínio Ometto –
UNIARARAS, coordenado pela Profa. Dra. Miriam de Magalhães Oliveira Levada, que poderá ser contatado em
caso de questões éticas, pelo telefone 19-3543-1439 ou e-mail: [email protected] ou pelo endereço Av.
Dr. Maximiliano Baruto, nº 500 – Jd. Universitário – Araras/SP.
DECLARAÇÃO DO PESQUISADOR DECLARO, para fins de realização de pesquisa, ter elaborado este Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (TCLE), cumprindo todas as exigências contidas nas alíneas acima elencadas e que obtive,
de forma apropriada e voluntária, o consentimento livre e esclarecido do declarante acima qualificado para a
realização desta pesquisa.
Giovana Renata Gouvêa
Pesquisador
QUALIFICAÇÃO DO DECLARANTE
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu,_______________________________________________________________________________________
______________, RG__________________________, certifico ter lido todas as informações acima citadas e
estar suficientemente esclarecido de todos os itens pela pós-graduanda Giovana Renata Gouvêa,
pesquisadora responsável na condução da pesquisa. Estou plenamente de acordo e aceito participar da
pesquisa: “Impacto de assentos com diferentes desenhos ergonômicos sobre alterações posturais e quadros
de algias em acadêmicos de Odontologia”. E recebi uma cópia deste documento.
Endereço:___________ nº: _________ Bairro:_______Cidade:_____________ Cep:_______________
Tel (fixo): ___________________
Celular 1 (WhatsApp):____________________________________Operadora:______________________
E-mail:____________________________________________________________
Nome da Dupla de Clínica:____________________________________________
Atua em todas as clínicas com a mesma dupla: ( ) Sim ( ) Não
_____/______/_____ ______________________________
Assinatura do Declarante
84
ANEXOS
85
Anexo 1– Submissão do artigo 2.1
86
Anexo 2 - Registro da Revisão Sistemática
87
Anexo 3 - Certificado de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa
88
Anexo 4 - Registro do ensaio clínico
89
Anexo 5 – Questionário perfil
I – DADOS PESSOAIS
1.1 Nome: ____________________________________________________________________
1.2 Data de nascimento: ____/____/____ 1.3 Idade:________________
1.3 Lateralidade: ( ) Destro ( ) Sinistro
II – DADOS DE ATUAÇÃO COMO ACADÊMICO:
2.1 Cursando: ( ) 3º ano ( ) 4º ano
2.2 Se você atende sentado (a), qual o ângulo aproximado entre a região posterior da coxa e a região
posterior da panturrilha: ( )menor que 90º ( )de 90º a 115º ( )maior que 115º
2.3 Você utiliza o encosto do mocho? ( ) sim ( ) não
2.4 Imaginando um mostrador de um relógio, onde o centro corresponde ao eixo dos ponteiros. A boca do
paciente representa o centro do relógio, estando o cliente na cadeira odontológica, deitada na horizontal.
Tendo em vista a descrição acima, qual a posição adotada durante o trabalho: ( ) Posição de 7 (sete) horas
( ) Posição de 9 (nove) horas ( ) Posição de 11 (onze) horas
( ) Posição de 12 (doze) horas
( ) Outra posição, especificar: _____________
2.5 Qual a visão mais adotada durante o trabalho: ( ) direta ( ) indireta
III – DADOS QUANTO A ATIVIDADE FÍSICA
3.1 Você realiza alguma atividade física regularmente? (Três ou mais vezes por semana, com no MÍNIMO
30 minutos de duração) ( ) sim ( ) não
IV – DADOS QUANTO A SAÚDE: 4.1 Você sente alguma dor ou desconforto físico? ( ) sim ( ) não
4.1.1 Se sentir, onde? ( )Coluna cervical ( )Coluna dorsal ( )Coluna lombar ( )Ombro ( )Cotovelo
( )Punho e mãos ( )Quadril ( )Joelho ( )Tornozelos e pés ( )Outros:_________
4.2 Você já consultou algum médico por causa dos sintomas: ( ) Sim ( ) Não
4.2.1 Se visitou, qual dos seguintes distúrbios foi diagnosticado:
( ) Tendinite / inflamação dos tendões
( ) Tenosinovite / inflamação do tecido que revestem os tendões
( ) Miosite / inflamação nos músculos
( ) Bursite / inflamação das bursas
( ) Epicondilite / inflamação das estruturas do cotovelo
( ) Cervicobraquialgia / dor na região cervical, referindo-se para o braço.
( ) Ombro doloroso / compressão de nervos e vasos na região do ombro ( ) Síndrome do túnel do carpo / comprometimento ao nível do punho
( ) Outras. Quais? __________________________________________
( ) Nenhum
4.3 Você está em tratamento médico? ( ) Sim ( ) Não
4.4 Está fazendo uso de algum medicamento abaixo:
( ) analgésico, qual________ ( ) anti-inflamatório, qual__________ ( ) Relaxantes Musculares___________
4.13 Você pretende realizar alguma cirurgia no ano de 2015? ( ) Sim ( ) Não
Obrigada por sua valiosa colaboração
À Equipe de Pesquisa
IDENTIFICAÇÃO NUMÉRICA
90
Anexo 6 – Questionário problemas cotidianos relacionados com dores no pescoço
Este questionário foi concebido para dar informações de como a sua dor no pescoço afeta a sua capacidade de
agir no dia-a-dia. Por favor, responda a cada secção deste questionário assinalando APENAS UM dos quadrados
que melhor se aplique ao seu caso. Sabemos que pode considerar como aplicáveis a si duas afirmações em cada
secção, mas, por favor, assinale apenas o quadrado que descreve melhor o seu problema.
Secção 1 – Intensidade da dor
□ Neste momento não sinto nenhuma dor.
□ Neste momento a dor é muito fraca.
□ Neste momento a dor é moderada.
□ Neste momento a dor é bastante forte.
□ Neste momento a dor é muito forte.
□ Neste momento a dor é mais forte do que se possa
imaginar.
Secção 2 – Cuidados pessoais (lavar-se, vestir-se etc.)
□ Posso tratar de mim normalmente sem causar mais
dores.
□ Posso tratar de mim normalmente, mas isso causa-me
mais dores.
□ É doloroso tratar de mim próprio e sou lento(a) e
cuidadoso(a).
□ Consigo realizar a maior parte dos meus cuidados
pessoais, mas preciso de algum auxílio.
□ Na maior parte dos meus cuidados pessoais, preciso todos os dias auxilio.
□ Não consigo vestir-me, lavo-me com dificuldade e
permaneço deitado(a) na cama
Secção 3 – Levantar coisas
□ Consigo levantar coisas pesadas sem causar mais
dores.
□ Consigo levantar coisas pesadas mas causa-me
mais dores.
□ A dor impede-me de levantar coisas pesadas do
chão, mas posso levantá-las se estiverem convenientemente colocadas, como por exemplo em
cima de uma mesa.
□ A dor impede-me de levantar coisas pesadas, mas
consigo fazê-lo se forem coisas leves ou de peso
médio, convenientemente colocadas.
□ Posso levantar apenas coisas muito leves.
□ Não consigo levantar ou transportar seja o que for.
Secção 4 – Leitura
□ Posso ler o tempo que quiser sem causar dores no
pescoço.
□ Posso ler o tempo que quiser mas com uma ligeira dor
no pescoço.
□ Posso ler o tempo que quiser mas com dores
moderadas no pescoço. □ Não posso ler o tempo que quiser por causa das dores
relativamente fortes no pescoço.
□ Quase que não posso ler por causa das dores muito
fortes no pescoço.
□ Não posso ler nada por causa das dores no pescoço.
Secção 5 – Dores de cabeça
□ Não tenho qualquer dor de cabeça.
□ Tenho ligeiras dores de cabeça que aparecem de
vez em quando. □ Tenho dores de cabeça moderadas que aparecem
de vez em quando.
□ Tenho dores de cabeça moderadas que aparecem
frequentemente.
□ Tenho fortes dores de cabeça que aparecem
frequentemente.
□ Tenho dores de cabeça quase permanentemente.
Secção 6 – Concentração
□ Consigo concentrar-me sem dificuldade.
□ Consigo concentrar-me, mas com ligeira dificuldade.
□ Sinto alguma dificuldade em concentrar-me. □ Sinto muita dificuldade em concentrar-me.
□ Sinto imensa dificuldade em concentrar-me.
□ Não sou capaz de me concentrar de todo.
91
Secção 7 – Trabalho / Atividades diárias
□ Posso trabalhar tanto quanto eu quiser.
□ Só consigo fazer o meu trabalho habitual, mas não
mais.
□ Consigo fazer a maior parte do meu trabalho
habitual, mas não mais.
□ Não consigo fazer o meu trabalho habitual.
□ Dificilmente faço qualquer trabalho.
□ Não consigo fazer nenhum trabalho.
Secção 8 – Guiar um carro
□ Posso guiar um carro sem causar qualquer dor no
pescoço.
□ Posso guiar um carro durante o tempo que quiser,
mas com uma ligeira dor no pescoço.
□ Posso guiar um carro durante o tempo que quiser,
mas com dores moderadas no pescoço.
□ Não posso guiar um carro durante o tempo que
quiser devido a dores relativamente fortes no pescoço. □ Mal posso guiar um carro devido às dores muitos
fortes no pescoço.
□ Não posso guiar um carro por causa das dores no
pescoço.
Secção 9 – Dormir
□ Não tenho dificuldade em dormir.
□ O meu sono é ligeiramente perturbado (fico sem
dormir no máximo 1 hora)
□ O meu sono é um bocado perturbado (fico sem
dormir entre 1 a 2 horas) □ O meu sono é moderadamente perturbado (fico sem
dormir entre 2 a 3 horas)
□ O meu sono é muito perturbado (fico sem dormir
entre 3 a 5 horas)
□ O meu sono é completamente perturbado (fico sem
dormir entre 5 a 7 horas)
Secção 10 – Atividades de lazer
□ Sou capaz de fazer qualquer das minhas atividades
de lazer, sem sentir quaisquer dores no pescoço.
□ Sou capaz de fazer qualquer das minhas atividades
de lazer, mas com algumas dores no pescoço.
□ Sou capaz de fazer a maior parte das minhas atividades de lazer, mas não todas, devido às dores no
pescoço.
□ Sou capaz de fazer apenas algumas das minhas
atividades de lazer habituais devido às dores no
pescoço.
□ Dificilmente sou capaz de fazer quaisquer atividades
de lazer devido às dores no pescoço.
□ Não sou capaz de fazer nenhuma das minhas
atividades de lazer.
Score:___________[50]
Data:___/___/___
92
Anexo 7 – Questionário problemas cotidianos relacionados com dores na lombar
Quando tem dores nas costas, pode sentir dificuldade em fazer algumas das coisas que normalmente faz. Esta
lista contém frases que as pessoas costumam usar para se descreverem quando têm dores nas costas. Quando as
ler, pode notar que algumas se destacam porque o descrevem hoje. Quando ler uma frase que o descreve hoje,
coloque-lhe uma cruz. Se a frase não o descrever, deixe o espaço em branco e avance para a frase seguinte.
Lembre-se, apenas coloque a cruz na frase se estiver certo de que o descreve hoje.
1. Fico em casa a maior parte do tempo por causa das minhas costas.
2. Mudo de posição frequentemente para tentar que as minhas costas fiquem confortáveis.
3. Ando mais devagar do que o habitual por causa das minhas costas.
4. Por causa das minhas costas não estou a fazer nenhum dos trabalhos que habitualmente faço em casa.
5. Por causa das minhas costas, uso o corrimão para subir escadas.
6. Por causa das minhas costas, deito-me com mais frequência para descansar.
7. Por causa das minhas costas, tenho de me apoiar em alguma coisa para me levantar de uma poltrona.
8. Por causa das minhas costas, tento conseguir que outras pessoas façam as coisas por mim.
9. Visto-me mais lentamente do que o habitual por causa das minhas costas.
10. Eu só fico em pé por curtos períodos de tempo por causa das minhas costas.
11. Por causa das minhas costas, evito dobrar-me ou ajoelhar-me.
12. Acho difícil levantar-me de uma cadeira por causa das minhas costas.
13. As minhas costas estão quase sempre a doer.
14. Tenho dificuldade em virar-me na cama por causa das minhas costas.
15. Não tenho muito apetite por causa das dores das minhas costas.
16. Tenho dificuldade em calçar meias ou meia-calça por causa das dores das minhas costas.
17. Só consigo andar distâncias curtas por causa das minhas costas.
18. Não durmo tão bem por causa das minhas costas.
19. Por causa da dor nas minhas costa, visto-me com a ajuda de outras pessoas.
20. Fico sentado a maior parte do dia por causa das minhas costas.
21. Evito trabalhos pesados em casa por causa das minhas costas.
22. Por causa das dores nas minhas costas, fico mais irritado e mal-humorado com as pessoas do que o habitual.
23. Por causa das minhas costas, subo as escadas mais devagar do que o habitual.
24. Fico na cama a maior parte do tempo por causa das minhas costas.
93
Anexo 8 – Questionário satisfação do assento
NOME: ____________________________________________________________________
Marque na régua abaixo o número referente a sua resposta em cada questão sobre o assento que
você utilizou na pesquisa
1- Pensando que um assento deve ser confortável, você está:
Pouco satisfeito Muito satisfeito
2- Pensando que um assento deve ser seguro, você está:
Pouco satisfeito Muito satisfeito
3- Pensando que um assento deve ser adaptável, você está:
Pouco satisfeito Muito satisfeito
4- Pensando que um assento deve ser prático, você está:
Pouco satisfeito Muito satisfeito
5- Pensando que um assento deve ser adequado ao seu trabalho, você está:
Pouco satisfeito Muito satisfeito
6- Pensando na aparência, você está:
Pouco satisfeito Muito satisfeito