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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO
FACULDADE DE ARTES, ARQUITETURA E COMUNICAÇÃO
TV DIGITAL: INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO
Ana Paula Bonfante
EDUCAÇÃO PARA SAÚDE SOB A ÓTICA DA TELEVISÃO DIGITAL E SUA INTERATIVIDADE
Bauru-SP
2011
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Ana Paula Bonfante
EDUCAÇÃO PARA SAÚDE SOB A ÓTICA DA TELEVISÃO DIGITAL E SUA INTERATIVIDADE
Trabalho de Conclusão de Mestrado apresentado ao Programa de Pós-Graduação em TV Digital: Informação e Conhecimento – área de concentração Educação Assistida por Televisão Digital, da Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho, para obtenção do título de mestre em TV Digital, sob a orientação da professora Drª. Vânia Cristina Pires Nogueira Valente.
Bauru
2011
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Bonfante, Ana Paula
Educação para saúde sob a ótica da Televisão
Digital e sua Interatividade/Ana Paula
Bonfante, 2011.
Total de folhas: 75 ilustrado
Orientador: Vânia Cristina Pires Nogueira
Valente.
Dissertação Mestrado – Universidade Estadual
Paulista. Faculdade de Artes, Arquitetura e
Comunicação, Bauru, 2011.
1.televisão digital, 2. saúde pública, 3.
Interatividade, 4. Educação
Universidade Estadual Paulista. Faculdade de
Artes, Arquitetura e Comunicação.
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Aos meus amados pais Jair e Gertrudes. Aos meus verdadeiros irmãos Cesar e Luis Gustavo. Ao meu amado companheiro Daniel. À querida e estimada Luciana. Ao novo tesouro da família João Pedro. À querida Flávia. Aos queridos Antonio Carlos e Jane. À cunhada Rita e à meiga e doce Maria Lygia. Aos inesquecíveis Antônio Dias, Ana Maria Ascêncio e Antônio Bonfante. À avó Rosa Bonfante. Aos estimados tios, tias, primos, primas, padrinhos e madrinhas. À tia Ita em especial. Aos amigos terrenos e, aos inspiradores e aconselhadores.
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“Os homens que perdem a saúde para juntar dinheiro. Depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente, de tal forma que acabam por nem viver no presente nem no futuro. E vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido. ”(Dalai Lama)
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus, meu grande iluminador, a muralha de
quando pensei estar sozinha. Presente não somente nos melhores, mas
principalmente nos mais difíceis momentos da vida terrena. Sem dúvida, o
grande inspirador de tudo isso.
À estimada e atenciosa orientadora Drª. Vânia Cristina Pires Nogueira
Valente, que carinhosamente me acolheu como orientanda. Para ela, um
novo desafio, uma nova área que muitos não teriam coragem, paciência e
motivação para enfrentar.
Aos meus amados e amigos pais Jair e Gertrudes que desde a saudosa
infância, incansavelmente me incentivaram desde o Jardim da Infância até os
dias de hoje em busca do meu aprimoramento e conhecimento profissional.
Meu pai, um guerreiro que, por inúmeras vezes, chegara tarde da noite,
faminto e cansado, com seu dever cumprido, ainda tirava do fundo de suas
forças uma brincadeira comigo e meus irmãos. Meu sincero reconhecimento
pelo seu exemplo de raça e honestidade. Minha mãe, o que dizer de uma
pessoa simplesmente maravilhosa, amiga de todas as horas, confidente e
acima de tudo, Mãe! Meu espelho, minha luz e meu caminho. Meu sincero
reconhecimento pelo seu carisma, sinceridade, transparência, luta e força –
uma rocha frente às adversidades da vida.
Aos meus lindíssimos irmãos, Cesar e Luis Gustavo, as tampas do sanduiche
como eu sempre brincava quando ainda pequenina. Meus dois grandes
defensores dos perigos da escola, da rua e de todo o resto. Hoje, meus
amigos e queridíssimos irmãos, que quando se olha no olho já se sabe o que
o outro quer dizer. Magia, simpatia, afinidade, tudo isso num mix maravilhoso
de amor verdadeiro.
Daniel... Um amor, um amigo, um companheiro. Minha grande pilastra, meu
colo acolhedor, meu presente verdadeiro, meu futuro certo. Aquele que sabe
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acolher quando preciso, mas que mostra a verdade e chama para a realidade
quando necessário, que sempre, independente se para melhor ou pior,
apoiou minhas decisões e esteve ao meu lado. Meu porto seguro, a riqueza
sem interesse, sem precedentes. Amar simplesmente por amar,
verdadeiramente!
“Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor?”(Luís de Camões)
Meu agradecimento a todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para
o desenvolvimento deste trabalho. Ao professor Antonio Carlos de Jesus
que, sem pensar, me fez acreditar que era possível, sempre com suas
considerações pautadas e assertivas. Um dos grandes idealizadores desta
inovação tecnológica – a TV Digital. À professora Jane Brito de Jesus que
sempre me incentivou a continuar na carreira acadêmica. Aos professores
Humberto Ferasoli Filho e Ana Paula Ronquesel Battochio que prontamente
aceitaram o convite para compor minha banca.
Aos professores que colaboraram pacientemente para o cumprimento deste
processo, nesse novo desafio, acreditando que poderíamos vencer.
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Por todas as adversidades que a vida nos fez passar, pois sem elas, seria
impossível nosso crescimento intelectual e pessoal, sem elas, acabaríamos a
cada dia mais medíocres.
Que este seja apenas uma alavanca para outras grandes obras.
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BONFANTE, A. P. Educação na saúde sob a ótica da Televisão Digital e sua interatividade. 2010.75 f. Trabalho de Conclusão (Mestrado em TV Digital: Informação e Conhecimento) – FAAC – UNESP, sob a orientação da professora Drª Vânia Cristina Pires Nogueira Valente, Bauru, 2010.
RESUMO
Os meios de comunicação, em especial a televisão, se fazem presentes e
necessários cada vez mais na vida cotidiana das pessoas. De acordo com o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 90% dos domicílios brasileiros
possuem aparelhos de Televisão. Em 2006, observou-se que as existências de
rádio e televisão, embora mais presentes no Sudeste de 92,1% a 96,8%, no Sul de
94,3% a 95,6% e, no Centro-Oeste de 85,3% a 93,0% respectivamente, guardavam
menores diferenças entre as regiões que o acesso à maior parte dos outros itens
apresentados (Anexo 1). Os percentuais de domicílios com telefone do Sudeste, Sul
e Centro-Oeste superaram 80%, enquanto os do Norte foram de 59,9% e do
Nordeste de 53,6% que marcaram relevantes diferenças regionais. Já os
percentuais de domicílios que possuíam apenas telefone celular, mostram
comportamento muito distinto nesse confronto regional, pois os valores observados
no Norte e no Nordeste superaram a média do País. Por outro lado, a existência de
microcomputador no domicílio e o acesso à Internet também no domicílio, indicam
diferenças regionais fortes.
Embora o processo de comunicação esteja presente, existem ainda sérios
problemas que a população enfrenta pela falta ou pela ineficaz informação
necessária para a profilaxia de determinados eventos físicos humanos. Nos países
como Brasil com um déficit de poder aquisitivo, o governo tem dificuldades em
chegar à prevenção das doenças, uma vez que sua preocupação maior é tratar
aqueles que já se encontram doentes. Com isso, novas tecnologias se fazem
presentes e importantes, entre elas, a digitalização da imagem e a interatividade em
implantação na televisão brasileira. Assim, novas formas de comunicação serão
possíveis, bem como a educação para saúde, que hoje, se mostra como um grande,
senão o maior problema do Brasil, a falta de informação efetiva para saúde, que
junto a isso se apresenta com a precariedade da saúde pública.
Palavras-chave: televisão digital, saúde pública, interatividade, educação
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BONFANTE, A. P. Health education from the perspective of digital television and the interactivity. 2010. 75f. Conclusion Work (Masters in Digital TV: Information and Knowledge) – FAAC – UNESP, under the guidance of Professor Drª Vânia Cristina Pires Nogueira Valente, Bauru, 2010.
ABSTRACT
The media, especially television, are present and increasingly necessary in everyday
life of people. According to the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE),
90% of Brazilian households have television sets. In 2006, it was observed that the
availability of radio and television, although more prevalent in the Southeast from
92.1% to 96.8%, South 94.3% to 95.6% and in the Midwest of 85.3% to 93.0%,
respectively, keeping the smallest differences between regions that access to most
of the other items presented (Annex 1). The percentage of households with
telephone Southeast, South and Midwest exceeded 80%, while the North were
59.9% and 53.6% in the Northeast that have marked important regional differences.
Since the percentage of households had only cell phones, show very different
behavior in this regional comparison, since the values observed in the North and
Northeast of the country exceeded the average. Moreover, the existence of the
home PC and Internet access at home also indicate strong regional differences.
Although the process of communication is present, there are still serious problems
facing the population by the lack or ineffective information needed for the prophylaxis
of certain human physical events. In countries like Brazil with a shortage of
purchasing power, the government has difficulties in reaching the prevention of
diseases, since their main concern is to treat those who are already ill.
Consequently, new technologies are present and important, among them, scanning
the image and interactivity in deployment on Brazilian television. Thus, new forms of
communication will be possible as well as health education, which now appears as a
large, but the biggest problem in Brazil, the lack of factual information to health,
together with that presents with a precarious public health.
Keywords: digital television, public health, interactivity, education
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SUMÁRIO
1. Introdução 12
2. Desenvolvimento 15
2.1. Breve histórico da saúde pública no Brasil 15
2.1.1. Surgimento das doenças 17
2.1.2. Breve Histórico das Campanhas Publicitárias
sobre Saúde Pública 22
2.2. O advento tecnológico e inovador: a TV Digital 26
2.2.1.Modelos, sistemas e padrões de TV digital
para o Brasil 27
2.2.2. Breve desenvolvimento da TV Digital 29
2.2.3.Implantação do sinal de TV Digital 31
2.2.4. Interatividade 31
2.2.5. Alguns exemplos de telas interativas 33
2.3. Informação versus doença: um problema a ser solucionado 37
3. Considerações finais 40
3.1. Sugestões de Interatividade para educação para saúde 40
4. Referências 49
5. Anexos 54
5.1. Anexo 1 54
5.2. Anexo 2 55
5.3. Anexo 3 60
5.4. Anexo 4 65
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Introdução
A orientação curta e rápida realizada pelos meios de comunicação, em
especial a Televisão, pode ser um indício de um déficit de informação
adequada para a população no que se refere à saúde e a prevenção de
enfermidades. Os órgãos criadores das campanhas de orientação para a
saúde não tem a informação precisa da penetração efetiva de suas
mensagens, ou seja, não sabem se a população de fato assimilou o conteúdo
transmitido.
Embora o processo de comunicação esteja presente, existem sérios
problemas que a população brasileira enfrenta pela falta de informações
necessárias para a profilaxia de determinados eventos físicos humanos. Uma
das falhas de comunicação é a problematização da saúde pública no Brasil. A
cada dia novos vírus surgem e, novas enfermidades são descobertas cada
vez mais potentes e ameaçadoras para a população. Doenças essas que,
devido a sua potencialidade, extinguem de maneira avassaladora um grande
número de pessoas. Pessoas que necessariamente não necessitam estar em
certos grupos de risco, por exemplo, como aquelas que apresentam outros
problemas de saúde, ou que tenham baixa renda familiar. Pessoas de todo e
qualquer tipo, brancas, negras, amarelas, homens, mulheres, idosos e
crianças, abastadas ou não, mas que, em comum, adquirem doenças
igualmente prejudiciais e, em grande parte dos casos, fatais.
Nos países de primeiro mundo, o processo de comunicação para a
saúde é baseado na profilaxia, uma vez que, está comprovado por eles que,
a informação e o ensinamento de regras básicas de saúde, por exemplo,
previnem doenças ocupacionais ou futuras. Desta forma, a população desses
países está instruída e conscientizada do verdadeiro vilão do aparecimento e
disseminação de doenças – a falta de prevenção. Nos países menos
abastados, os chamados países de terceiro mundo, onde as diferenças
social, econômica e psicossocial são gritantes, o governo ainda não
conseguiu chegar à prevenção de doenças ou enfermidades. Muitas
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discussões se fazem presentes em torno do assunto, contudo, com os
elevados índices de outros problemas desses países, como enchentes,
desmoronamentos, desabrigados, violência, entre outros, torna-se cada vez
mais difícil direcionar e trabalhar como foco central a prevenção de doenças e
enfermidades.
Desta forma, surge uma nova expectativa, uma oportunidade de auxílio
para este sério problema de saúde pública do Brasil, a televisão digital e sua
interatividade.
O grande diferencial da TV Digital é a possibilidade dos organizadores
de campanhas educativas receberem um retorno da população e, a partir daí,
ir adequando seu trabalho de acordo com o conhecimento do público alvo.
Novas oportunidades, novas programações e novos programas poderão fazer
parte deste novo mundo que a população começa a ganhar neste momento.
Programas de educação para a saúde e interatividade, em especial, no
Brasil, farão a diferença na orientação e educação da população.
Dentro deste contexto, optei pesquisar sobre a saúde no Brasil e seus
principais agravantes; sobre a inovação tecnológica TV Digital e sua
interatividade e, como essa ferramenta se unida à educação para saúde,
poderá contribuir de maneira significativa para a informação e educação
sobre saúde para a população brasileira.
Desta forma, especificamente dentro de cada tópico, propus identificar
os principais marcos da saúde pública no Brasil; levantar conteúdos sobre
Televisão Digital; pesquisar sobre as campanhas já realizadas e veiculadas
sobre saúde através da televisão e, também modelos de interatividade;
versar sobre a necessidade da informação sobre saúde para a população
brasileira e, finalmente, sugerir aplicações e formatos de campanhas
interativas que possam contribuir para a educação para a saúde no Brasil.
Objetivando assegurar o melhor desenvolvimento do projeto de
pesquisa proposto, o método de abordagem utilizado foi o Método Hipotético
Dedutivo, pois o ponto de partida deste trabalho foi a lacuna entre o
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conhecimento acerca da produção e a geração de conteúdos especializados
em saúde pública. Para Lakatos e Marconi (2000), o método hipotético-
dedutivo defende o aparecimento, em primeiro lugar, do problema que será
testado pela observação e experimentação.
A definição deste método foi de fundamental importância no
levantamento das necessidades e carências educacionais da população no
que se refere à saúde pública. Os métodos de procedimento não sendo
exclusivos entre si devem adequar-se a cada área da pesquisa, portanto
assim, foram utilizados os métodos: Histórico e Comparativo. (Lakatos e
Marconi, 2000).
As Técnicas de Pesquisa sendo um conjunto de preceitos ou
processos de que se servem uma ciência, as habilidades para usar esses
preceitos ou normas, na obtenção de seus propósitos. Assim, as técnicas de
pesquisa estão relacionadas com a coleta de dados, ou seja, a parte prática
da pesquisa (SEVERINO, 2002). Desta forma, as técnicas de pesquisa
apresentam somente uma visão: a documentação indireta, abrangendo a
pesquisa documental e a bibliográfica.
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2. Desenvolvimento
2.1. Breve histórico da saúde pública no Brasil
As primeiras notícias médicas de que se tem registrado no Brasil datam de
primeiro de maio de 1500. Com a colonização, os brancos trouxeram consigo os
germes de suas doenças, infectando nossos indígenas, principalmente através da
varíola e do sarampo. Mais tarde, os negros também contribuíram para o
surgimento de novas doenças como a febre amarela (SILVEIRA, 2008).
O período colonial foi marcado pela deficiência de medicamentos e
profissionais médicos, além da precária técnica que imperava nos hospitais,
considerados verdadeiros depósitos de doentes.
A partir do século XVIII, surgiram os primeiros hospitais militares destinados
aos guerrilheiros. Em 1.850, criou-se a Junta Central de Higiene Pública, com a
incumbência de coordenar as Juntas Municipais e, especialmente, atuar no combate
a febre amarela, enfermidade que acometeu significativamente a população neste
período (ROUQUAYROL, 2003).
A época de maior crescimento da Saúde no Brasil ocorreu durante a era Vargas,
tendo sido criados vários hospitais e centros médicos.
"A arte e a ciência de prevenir a doença, prolongar a
vida, promover a saúde e a eficiência física e mental
mediante o esforço organizado da comunidade.
Abrangendo o saneamento do meio, o controle das
infecções, a educação dos indivíduos nos princípios de
higiene pessoal, a organização de serviços médicos e
de enfermagem para o diagnóstico precoce e pronto
tratamento das doenças e o desenvolvimento de uma
estrutura social que assegure a cada indivíduo na
sociedade um padrão de vida adequado à manutenção
da saúde" (Winslow, 1920).
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A revolução de 1.930 trouxe novos conceitos sociais, especialmente no
tocante à assistência previdenciária e médica aos trabalhadores. Neste ano foram
criados os Ministérios da Educação e da Saúde (LAURELL, 1983).
O estudo da Saúde Pública no Brasil teve em seu cenário, grandes
idealizadores dessas ações como Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, o Instituto
Manguinhos ou Vital Brasil, o Instituto Butantã e Adolfo Lutz com o Instituto que leva
o seu nome. Instituições que se mantêm até hoje como grandiosas ilhas de
competência do poder público na construção de um sistema de saúde de natureza
pública.
Em 1.986, o Ministério da Saúde criou o SUDS - Sistema Unificado e
Descentralizado de Saúde substituído em 1.988 pelo SUS - Sistema Único de
Saúde (ROUQUAYROL, 2003).
Na década de 80, devido à queda da qualidade e das condições de
assistência à saúde no setor público em consequência da crise econômica, teve
início um processo de valorização do sistema privado, com a procura de
modalidades alternativas.
Atualmente, o SUS - Sistema Único de Saúde, área do Ministério da Saúde,
conta com aproximadamente 6.300 hospitais. Destes, mais de 500 são de alta
complexidade e especialização (COHN, 2008).
O Ministério da Saúde é responsável pela normatização e coordenação das
ações, bem como pela liberação dos recursos para pagamento da rede hospitalar
privada que mantém convênio com o SUS.
As Secretarias Estaduais de Saúde são responsáveis pela coordenação das ações
dos respectivos Estados e os Municípios pela execução das atividades de
assistência médica preventiva e curativa, em sua área territorial.
Apesar de a Constituição Federal estabelecer em seu artigo 196 que "a
saúde é direito de todos e dever do Estado", não existem recursos suficientes para
viabilizar esse preceito (MONTEIRO, 2000). Nos últimos anos, a rede pública de
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hospitais federais, estaduais e municipais vem sendo submetida a um processo de
deterioração acelerada por motivos diversos, entre eles: escassos recursos
orçamentários para custeio das operações e novos investimentos; desmotivação do
pessoal; falta de medicamentos e materiais e ao aumento da demanda devido à
expansão da população urbana e do atendimento aos contingentes rurais antes
desassistidos.
Neste cenário se insere o papel dos Planos Privados de Saúde e Seguro Saúde,
atuando de forma a contribuir para a desoneração do Estado, com o compromisso
de atendimento eficiente a seus associados e segurados.
A epidemiologia constitui a principal ciência de informação em saúde
(ROUQUAYROL, 2003).
2.1.1. Surgimento das doenças
Neste contexto, tem fundamental importância a Epidemiologia, que segundo
a Associação Internacional de Epidemiologia, em 1973, definiu como “o estudo dos
fatores que determinam a frequência e a distribuição das doenças nas coletividades
humanas”. Considerando o conjunto de processos sociais interativos, da qual a
epidemiologia está inserida, esta constitui em especial, um processo denominado
saúde-doença. O processo saúde-doença pode ser entendido como “o modo
específico pelo qual ocorre, nos grupos, o processo biológico de desgaste e
reprodução... até o surgimento da doença” (Laurell, 1983).
Durante séculos, o controle das doenças infecciosas se fundamentava na
medicina dos humores. Os fatores ambientais como os ventos, a chuva, emanações
reais ou imaginárias, compunham um figurino de ação tipicamente hipocrático.
A saúde pública brasileira antes da República está repleta de medidas de
intervenção ambiental, quase sempre nas cidades, ainda que a maioria da
população fosse rural. A localização dos cemitérios e hospitais, a drenagem dos
terrenos e a influência dos ventos e até de pessoas "nocivas", como mendigos,
doentes mentais ou "leprosos" sempre constituiu um ponto central de preocupação.
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Em 1899, a peste bubônica chegava aos portos brasileiros causando
epidemias em Santos e no Rio de Janeiro. Foi a peste bubônica, mais do que a
febre amarela, o gatilho para o desencadeamento da resposta governamental às
endemias e epidemias que acometiam as cidades brasileiras. A investigação
conduzida por Vital Brazil em Santos foi exemplar, e estabeleceu as bases dos
serviços de controle da peste. A peste foi eficientemente controlada, não chegando
a causar grandes epidemias e não mais surgindo no meio urbano, ainda que tenha
permanecido em focos silvestres e rurais, hoje silenciosos, no Nordeste e na Serra
dos Órgãos no estado do Rio de Janeiro (PEREIRA, 2008).
O impacto das endemias na primeira década do século XX se fazia sentir
essencialmente nas cidades. Tanto foi que a malária, doença do sertão e de
pequenas cidades, somente foi alvo de ações sistemáticas quando dificultava
projetos de grande importância, como a modernização do porto de Santos, a
construção de uma estrada de ferro no sertão mineiro e a construção da adutora de
água para o Rio de Janeiro, em Cachoeiro do Macacu, na serra fluminense. País
com um vasto, desconhecido e inexplorado sertão, o Brasil ainda era uma
constelação linear de cidades ao longo da costa. Poucos anos antes, no final do
século XIX, a recém-proclamada República havia se dado conta dos riscos
decorrentes de ignorar o povo e a cultura desse sertão, quando do episódio de
Canudos.
Talvez impulsionado por essa trágica experiência, o governo brasileiro
determinou ao Instituto Oswaldo Cruz que realizasse uma série de expedições ao
interior do país para conhecer a realidade sanitária nacional (MONTEIRO, 2000).
Com a I Guerra Mundial surgem a Febre Amarela e a Malária que no ano de
1928 tornou-se epidemia no Rio de Janeiro (SILVEIRA, 2008).
Quando a febre amarela deixou de causar epidemias nas capitais brasileiras,
a partir de 1908, as atividades de controle do Aedes aegypti foram gradativamente
sendo relegadas para um segundo plano. Porém, 20 anos depois, explode uma
epidemia no Rio de Janeiro, controlada a muito custo com um contingente de 10 mil
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agentes. Essa epidemia serviu como um sério alerta às autoridades, que
entenderam haver a necessidade de programas de controle de endemias mais
organizados e de caráter permanente, o que levou o governo brasileiro a firmar um
acordo com a Fundação Rockfeller para o controle da febre amarela em todo o país.
O final da II Guerra Mundial trouxe não só uma nova ordem mundial, mas
também a idéia de que as doenças endêmicas eram passíveis de controle, quando
não de erradicação. A capacidade organizativa adquirida pelos sanitaristas norte-
americanos durante a guerra e a percepção de que o controle das doenças
endêmicas e epidêmicas poderia ser um importante trunfo na busca de aliados
durante a Guerra Fria, fizeram com que o governo norte-americano, através de
diversas agências de cooperação internacional, assim como os organismos
internacionais de saúde, a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS) e
Organização Mundial da Saúde (OMS), empreendessem uma série de ações
globais ou regionais com vistas ao controle e a erradicação de doenças (SILVEIRA,
2008).
No Brasil, essas ações tiveram pleno desenvolvimento, graças a uma
significativa corte de sanitaristas formados no país e no exterior, que haviam
acumulado uma invejável experiência no controle de diversas endemias ao longo de
décadas. Apoiados pela OMS e OPAS, empreenderam duas grandes campanhas
cujo objetivo final era a erradicação: a malária, com sucesso parcial, e o Aedes
aegypti, com sucesso total, ainda que de duração efêmera (ROUQUAYROL, 2003).
A febre amarela, a peste e a cólera constituíram os grandes desafios do final
do século XIX em São Paulo. A malária somente foi enfrentada de maneira
sistemática e organizada a partir da década de 1930, com a criação da Inspectoria
de Prophylaxia do Paludismo, uma divisão do Serviço Sanitário.
A malária e a doença de Chagas foram duas doenças cuja transmissão
vetorial foi interrompida em São Paulo graças a campanhas bem conduzidas, muito
antes de se disseminarem em outras áreas do país. Hoje em dia, a malária está
espalhada por mais de 100 países, afeta cerca de 300 milhões de pessoas e causa
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1 milhão de mortes por ano. Mais de 90% dos casos ocorrem na África tropical. No
Brasil, os casos se concentram na região amazônica. (MONTEIRO, 2000).
Por volta do ano de 1957 a tuberculose causou grande impacto na
humanidade e destruiu populações. Houve, inclusive, evidências de DNA da
bactéria em múmias egípcias. Apesar dos antibióticos, que surgiram em 1944, a
doença ainda mata cerca de 2 milhões de pessoas por ano (SILVEIRA, 2008).
Mais tarde, na década de 80, surge um novo vírus, da AIDS (Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida) que causou pandemia mundial. Acredita-se, através de
dados do Ministério da Saúde, que a AIDS mata 30 pessoas por dia no Brasil.
Atualmente, outras doenças têm ganhado uma parcela dentro das
enfermidades brasileiras. As doenças do aparelho circulatório compõem um
grupo que mais mata em nosso país, dentre ela o derrame, a hipertensão
arterial e infarto agudo do miocárdio. São doenças que se desenvolvem no
corpo humano em função de componentes genéticos associados ao estilo de
vida moderno e hábitos de alimentação inadequados. O fumo, a bebida
alcoólica, o estilo de vida sedentário e estressante estão como causas
principais destes tipos de doenças. A alimentação com excesso de gorduras
animais, carboidratos e sal também prejudicam o sistema circulatório e o
coração, podendo provocar tais doenças (SILVEIRA, 2008).
O câncer é a segunda doença que mais mata no Brasil causado por
uma multiplicação excessiva de células atípicas em determinadas regiões do
corpo. Quando não tratado a tempo, pode disseminar-se pelos diversos
sistemas e órgãos corpo (metástase) e provocando a morte do paciente.
Dentre os tipos de câncer mais comuns estão o câncer de pele, câncer de
mama, câncer de pulmão, câncer de próstata, entre outros. Há um fator
genético no desenvolvimento do câncer, porém a alimentação e os hábitos de
vida também estão relacionados ao desenvolvimento de câncer (MONTEIRO,
2000).
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As doenças respiratórias mais comuns no Brasil que acometem a
população, em geral, é a bronquite, a asma e a pneumonia atingindo
principalmente os habitantes dos grandes centros urbanos que, com a
modernidade, o crescimento acelerado de indústrias e utilização de
automóveis, respira um ar de péssima qualidade. O monóxido de carbono e o
dióxido de carbono (gás carbônico) são gases resultantes da queima de
combustíveis fósseis e são altamente prejudiciais ao sistema respiratório do
ser humano (SILVEIRA, 2008).
Outra doença que já se tornou parte do cenário brasileiro é o Diabetes,
causada por fatores genéticos e também por hábitos alimentares não
adequados. Dentre os maiores agravos desta enfermidade, estão os riscos de
apresentarem problemas como amputação de órgãos causados por necrose,
especialmente os membros inferiores, cegueira, lesões renais (SILVEIRA,
2008).
A cólera é uma doença típica de regiões que sofrem problemas de
abastecimento de água tratada. A sujeira e os esgotos a céu aberto ajudam no
aumento de casos da doença. A região nordeste do Brasil é a que mais sofre
com este problema (PEREIRA, 2008).
Outra enfermidade que acomete silenciosamente a população brasileira são
as hepatites virais dos tipos A, B e C. O mais grave é o tipo C que, em estado
avançado, pode provocar câncer de fígado e cirrose. O contágio pode ocorrer
através do contato com sangue contaminado ou relações sexuais sem uso de
preservativo. O vírus se instala no fígado do doente podendo se manifestar
muitos anos depois, quando a doença já está num estágio avançado. A
hepatite dos tipos A e B, mais comuns, podem ser transmitidas através de
alimentos ou água contaminada (ARONE, 2005).
Relativamente nova, a Leishmaniose é causada por um protozoário que
aparece nas vísceras, no intestino ou na pele da pessoa infectada. A forma
mais comum é a que se manifesta na pele do paciente. O hospedeiro
transmissor da doença é um inseto que ao picar o ser humano transmite o
22
protozoário. Regiões de favelas ou áreas com poucas condições de higiene
favorecem o desenvolvimento do mosquito, facilitando a transmissão da
doença (PEREIRA, 2008).
De maneira sucinta, descrevi as principais doenças que atualmente ainda
atingem a população brasileira. Mesmo as mais antigas, consideradas, por alguns,
como não mais de risco aparente, ainda se manifestam em algumas regiões, em
especial naquelas onde existem precárias condições de moradia, de higiene, e
pouco auxílio da saúde nas formas de prevenção, orientação e assistência.
2.1.2.Breve Histórico das Campanhas Publicitárias sobre Saúde Pública
Em comemoração ao dia de Combate contra o HIV, o Governo Federal
veiculou nas TVs de todo o Brasil em 01/12/2006, uma campanha utilizando
pessoas comuns com HIV, que deram seus depoimentos de vida de forma a
combater a discriminação, o preconceito e o estigma que envolve a doença por
meio da informação. Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=lCBSDgNptjU acesso
em 30/10/2010.
Tela 1: Acesso em 30/10/2010 Campanha do ministério da saúde de combate à AIDS, veiculado em 27 de novembro de 2007. Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=baqtJz69PUg&feature=related
23
Tela 2: Acesso em 30/10/2010
Filme de apresentação do personagem Alceu da campanha do Ministério da Saúde contra a dengue no ano de 2007. Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=mppNgYyV9eM
Tela 3: Acesso em 30/10/2010 Lançado em 2 de fevereiro de 2008 fala da tosse e orienta para que o indivíduo com tosse há mais de três semanas para que procure o Posto de Saúde faça um exame de escarro.
Comercial produzido pela BEMFAM em parceria com a USUAI Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=-TMFzfDv9II&feature=related
24
Tela 4: Acesso em 30/10/2010 Veiculado em 19 de março de 2008 uma Campanha educativa do Fundo Global Tuberculose Brasil. O Recado é dado pelo ator Lázaro Ramos acompanhado e contracenado por uma ex-paciente, moradora da Rocinha no Rio de Janeiro.
O foco da campanha são os principais sintomas da doença, o diagnóstico, e adesão ao tratamento.
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=ljxZCpVA_FA&feature=related
Tela 5: Acesso em 30/10/2009 VT criado pela KRIA Propaganda (0xx8 8809.2999) para a campanha da secretaria de
Saúde da prefeitura de Parnaíba para o combate à dengue. Direção: Francisco Chagah / Edição e direção de arte: Pedrinho Guitar
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=L4sMQpeWYyY&feature=related
25
Tela 6: Acesso em 30/10/2010 Campanha Nacional de Combate à Tuberculose, veiculada pelo Ministério da Saúde em 28
de abril de 2010. http://www.youtube.com/watch?v=usUi1R5J5c0
Cabe ressaltar que, esses comerciais dos últimos anos, informam
superficialmente sobre algumas doenças, sendo na maioria com informações
simples e não orientações e explicações embasadas sobre o assunto. Observei
também, que durante a busca de dados sobre orientações para saúde através dos
comerciais de televisão, não encontrei fontes de materiais das mais diversas
enfermidades que acometem a população desde as mais antigas como cólera e
malária até as mais atuais como diabetes, por exemplo. Sendo assim, afirmo que
existe a necessidade de uma orientação mais significativa e esclarecedora para
saúde através da televisão brasileira.
26
2.2. O advento tecnológico e inovador: a Televisão Digital
O Brasil foi o único país emergente em que emissoras e indústrias de
equipamentos financiaram parte dos testes de laboratório e de campo para
comparar a eficiência técnica dos três padrões tecnológicos existentes para
transmissão e recepção dos sinais (CRUZ, 2008).
Desde 1994, dezessete emissoras de televisão e pouco mais de uma dezena
de empresas interessadas juntamente com a Universidade Mackenzie passaram a
pesquisar os três sistemas de transmissão de TV Digital: o modelo ATSC
americano, o modelo DVB europeu e o modelo ISDB japonês. Desde 1996, Goiás é
um dos estados diretamente empenhados na corrida tecnológica para a
implementação da televisão digital. O ano de 1996 também ficou marcado pela
chegada da DirecTV, primeiro sistema de TV digital no país, porém pago e
inacessível à maioria da população. No final daquele ano chegou a SKY para
competir nesse mercado. Em 1998 foram iniciados os trabalhos do primeiro
consórcio técnico com a Universidade Mackenzie, que resultou nos primeiros testes
de laboratório e de campo que duraram seis meses: entre agosto de 1999 e março
de 2000 (CRUZ, 2008).
O governo federal criou 22 consórcios técnicos envolvendo 106 universidades
públicas e privadas brasileiras, institutos de pesquisa e empresas privadas. Cerca
de R$60 milhões do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das
Telecomunicações foram aplicados para a criação de inovações brasileiras,
incluindo o aperfeiçoamento de equipamentos e tecnologias e de softwares
nacionais.
Em 2003 o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o Decreto n.º 4.901
(anexo 2), que criou o Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre, ou SBTVD, e o
Comitê de Desenvolvimento, responsável pela sua implementação. Após o término
da primeira fase de estudos em 2006, o presidente Lula assinou o decreto de n.º
5.820 (anexo 3)que criou Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre,
responsável por padronizar e harmonizar as tecnologias nacionais, desenvolvidas
pelas universidades e centros de pesquisas brasileiros, com a tecnologia da ARIB
27
(Association of Radio Industries and Businesses) do Japão e outras
(http://www.planalto.gov.br/ccivil).
2.2.1.Modelos, sistemas e padrões de TV digital para o Brasil
O modelo de televisão digital incorpora a visão de longo prazo e o conjunto
de políticas públicas. O modelo deve articular todas as iniciativas, atividades e
ações relacionadas à questão. O modelo define as condições de contorno para o
estabelecimento do sistema e respectiva definição do padrão.
O sistema de televisão digital é o conjunto de toda a infraestrutura e atores
(concessionárias, redes, produtoras, empresas de serviços, ONGs, indústrias de
conteúdo e de eletroeletrônicos). O padrão de televisão digital é o conjunto de
definições e especificações técnicas necessárias para a correta implementação e
implantação do sistema a partir do modelo definido (CROCOMO, 2007).
Atualmente existem diferentes modelos, sistemas e padrões de TV Digital no
mundo. No Brasil, a definição final do padrão adotado dependeu da harmonização
de um modelo legal e institucional e, de diferentes sistemas de tecnologias de
software e hardware. A legislação brasileira foi bastante flexível com relação a
portabilidade da televisão digital no Brasil, permitindo a sua utilização nos mais
variados dispositivos (Anexo 4).
O padrão de televisão digital adotado no Brasil é o ISDB-TB, uma adaptação
do ISDB-T (Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial), padrão japonês
acrescida de tecnologias desenvolvidas nas pesquisas das universidades
brasileiras.
O padrão japonês foi escolhido, por atender melhor as necessidades de
energia nos receptores, mobilidade e portabilidade sem custo para o consumidor,
diferente do padrão europeu (DVB-T), onde esta operação é tarifada pelas
empresas telefônicas. A principal diferença constatada inicialmente após a decisão
28
de se adotar o padrão japonês para ser utilizado na televisão digital brasileira, em
junho de 2006, foi a substituição do formato de compressão MPEG-2 para o MPEG-
4 (http://www.buscalegis.ufsc.br).
O formato ISDB-TB também permite, além da transmissão em alta definição,
a transmissão em multiprogramação, onde é possível transmitir, no lugar de um
único programa em alta definição, oito programas diferentes simultaneamente em
definição padrão, 720 × 480 pixels. Para comparar, a televisão analógica, por ter
perdas na transmissão pelo ar, chega a no máximo 333 × 480.
Um recente desenvolvimentos, o middleware Ginga, camada de software
intermediário open source, permite o desenvolvimento de aplicações NCL interativas
para a TV Digital de forma independente da plataforma de hardware dos fabricantes
de terminais de acesso (set-top-boxes). Resultado de anos de pesquisas lideradas
pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e pela
Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o Ginga reúne um conjunto de
tecnologias e inovações brasileiras que o tornam a especificação de middleware
mais avançada e, ao mesmo tempo, mais adequada à realidade do país
(http://www.buscalegis.ufsc.br).
O Ginga pode ser dividido em dois subsistemas principais, que permitem o
desenvolvimento de aplicações seguindo dois paradigmas de programação
diferentes. Dependendo das funcionalidades requeridas no projeto de cada
aplicação, um paradigma possuirá uma melhor adequação que o outro.
Outro avanço importante foi a aprovação do contrato que dá início a
fabricação do primeiro chip nacional para a TV Digital. A diretoria do Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinou recursos não-
reembolsáveis do Funtec, no valor R$ 14,6 milhões para a União Brasileira de
Educação e Assistência (UBEA) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande
do Sul (PUC-RS) e o Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada
(CEITEC) vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Também participam do
projeto a empresa Telavo Digital que apoiou a pesquisa e o design do chip e o
29
Instituto Ábaco, de Campinas, SP, responsável pelo hardware do projeto. O chip
criado pela PUC-RS e pelo Ceitec atenderá aos três sistemas de modulação para
transmissão de TV Digital internacionalmente reconhecidos.
2.2.2. Breve desenvolvimento da TV Digital
Quando a Televisão Digital foi inaugurada em São Paulo, imaginava-se que
ela chegaria ao Rio entre fevereiro e março. O que aconteceu é que essa
inauguração foi adiada para meados de abril. Tanto em Belo Horizonte quanto no
Rio, os testes das emissoras começariam 15 de abril e as transmissões iniciariam
formalmente em 25 de abril de 2008. Entretanto, as emissoras realizaram os testes
de seus sinais independentemente uma da outra. A RedeTV! antecipou-se à Rede
Globo e iniciou as transmissões digitais em Belo Horizonte no dia 7 de abril e, no
Rio de Janeiro em 8 de abril, fazendo com que elas fossem a segunda e a terceira
metrópole brasileira a receber e transmitir os sinais, respectivamente
(http://www.dtv.org.br).
No segundo semestre de 2008, diversas afiliadas da Rede Globo iniciaram as
transmissões digitais, sendo por um bom tempo as únicas a fazê-lo. A primazia
entre as afiliadas coube à TV Anhanguera de Goiânia, que começou antes de outras
cidades que se julgavam aptas para começar antes, assim como também foi a
pioneira na Região Centro-Oeste. Nesta época, também deu-se o início da
expansão para a Região Sul, através da RBS TV de Florianópolis e a Região
Nordeste, com a TV Bahia de Salvador. No início de dezembro, a EPTV de
Campinas passou a ser a primeira afiliada no interior com transmissão definitiva em
digital.
No início do ano de 2009, a TV digital continuou a sua expansão por mais
estados brasileiros, atingindo todas as capitais da Região Centro-Oeste, Região
Sudeste e Região Sul, com o início das transmissões de algumas filiadas (tais como
a TV Globo Brasília) e várias afiliadas de outras redes que não a Globo, tais como a
TV Vitória, afiliada da Record, em fevereiro e a TV Cidade Verde e a TV Jornal,
30
afiliadas do SBT, em março e maio, respectivamente. Em meados de março, a Rede
Integração de Uberlândia tornou-se a primeira afiliada do interior mineiro com
transmissão definitiva em digital. Vitória teve o início simultâneo de uma afiliada da
Record e de uma afiliada da Globo.
No final de 2009, a televisão digital continuou sua expansão pelo Brasil.
Exceto pela cidade de Aracaju, que passou a ter transmissões definitivas de uma
afiliada da Rede Record e da TV Canção Nova, todas as demais cidades tiveram
início com afiliadas da Rede Globo. A TV digital começou sua expansão pela Região
Norte, nas cidades de Belém (TV Liberal) e de Manaus (TV Amazonas). O interior
paulista teve mais duas cidades: Sorocaba (TV TEM) e Ribeirão Preto (EPTV), além
da geradora da Record News em Araraquara. Também houve o início da primeira
cidade do interior catarinense: Joinville (RBS). Na Região Nordeste, além de
Aracaju, mais uma capital teve o início das transmissões definitivas: São Luís, com
a TV Mirante (http://www.dtv.org.br).
No primeiro semestre de 2010, a televisão digital chegou a mais um estado: o
Rio Grande do Norte. Também teve uma grande expansão por cidades do interior
dos estados. A EPTV iniciou a transmissão efetiva em duas emissoras e
10 retransmissoras no interior dos estados de São Paulo e Minas Gerais; a
TV Vanguarda, em duas afiliadas do lado paulista do Vale do Paraíba; a
Rede Integração, em duas afiliadas no Triângulo Mineiro, a Band Prudente no
oeste de São Paulo e a RPC TV de Londrina foi a pioneira no interior do
Paraná. Com exceção da Band Prudente, filiada da Rede Bandeirantes,
todas as demais emissoras e retransmissoras pioneiras em suas respectivas
cidades são afiliadas da Rede Globo
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Televis%C3%A3o_digital_no_Brasil).
Em outubro de 2010 a TV Candelária, filial da Rede Record em Porto Velho,
iniciou oficialmente as transmissões digitais, sendo a TV Candelária a primeira
emissora de Rondônia a iniciar a transmissão digital, na frente das demais
emissoras - Globo, RedeTV e SBT.
31
2.2.3.Implantação do sinal de TV Digital
O cronograma estipulado para implantação do sinal de TV Digital no Brasil
prevê que todos os radiodifusores transmitam no formato ISDB-T até 2013 e o
desligamento dos sinais de TV analógica no Brasil está agendado para iniciar em
2016. Entretanto, estima-se que as capitais e principais cidades do país estarão
cobertas bem antes dessa data. O calendário divulgado pelas empresas de
radiodifusão é ainda mais agressivo, planejando atingir 80 milhões de habitantes, ou
50 % dos domicílios com TV, até o até Dezembro de 2010
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Televis%C3%A3o_digital_no_Brasil).
2.2.4. Interatividade
Num primeiro momento parece muito simples falar de se construir ambientes
propícios à interatividade, mas não o é. Procuramos buscar diferentes visões e
significados deste conceito. Para alguns, interatividade é sinônimo de interação.
Para outros, interatividade significa simplesmente uma “troca”, um conceito muito
superficial para todo o campo de significação que abrange o que tem contribuído
para que o termo seja usado em larga escala e na maioria das vezes de forma
difusa. Temos como exemplo disso os programas de TV onde os telespectadores
podem escolher entre duas ou três opções, previamente definidas. Embora isso seja
apresentado como interatividade, alguns autores definem como reatividade, uma
vez que nada mais resta ao espectador senão reagir aos estímulos a partir das
alternativas que lhe são oferecidas (MACHADO, 1990).
Interatividade é um caso específico de interação, a interatividade digital,
compreendida como um tipo de relação tecnosocial, ou seja, como um diálogo entre
homem e máquina, através de interfaces gráficas, em tempo real (LEMOS, 2000).
Para a educação, a compreensão desses conceitos e contextos é de
fundamental importância, uma vez que a relação pedagógica é uma relação entre
32
seres humanos imersos numa determinada cultura, por isso mesmo
transformadores dela.
As Novas Tecnologias de Informação e comunicação (NTIC) e a sala de aula
já estão sintonizadas, sendo que nesse processo estão se configurando novos
contextos que vêm problematizar e potencializar as relações pedagógicas. Nesse
sentido, as NTIC não vêm para solucionar os problemas educacionais, mas sim
trazer novas questões para o debate, outra visão do processo pedagógico.
O termo interatividade surgiu neste contexto das NTIC, com a denominada
geração digital. Entretanto, o seu significado extrapola esse âmbito. Já o termo
interatividade surgiu no contexto das Novas Tecnologias de Informação e
Comunicação (NTIC), com a denominada geração digital. Entretanto, o seu
significado extrapola esse âmbito.
A interatividade está na “disposição ou predisposição para mais interação,
para uma hiper-interação, para bidirecionalidade - fusão emissão-recepção -, para
participação e intervenção”. Portanto, não é apenas um ato de troca, nem se limita à
interação digital. Interatividade é a abertura para mais comunicação, mais trocas e
mais participação. É a disponibilização consciente de um mais comunicacional de
modo expressivamente complexo e, ao mesmo tempo, atentando para as interações
existentes e promovendo mais e melhores interações – seja entre usuário e
tecnologias comunicacionais (hipertextuais ou não), seja nas relações (presenciais
ou virtuais) entre seres humanos (SILVA, 1999).
33
2.2.5. Alguns exemplos de telas interativas
Tela 1: Acesso em 31/01/2011 http://www.slideshare.net/lauropt/design-para-tv-interativa-ietv-2008
A tela 1 ilustra um modelo onde temos uma tela principal e, junto à ela, outras telas opcionais de outros programas que podem ser acessadas por esta tela inicial.
Tela 2: Acesso em 31/01/2011 http://olhardigital.uol.com.br/produtos/central_de_videos/
A tela 2 demonstra um quadro de brincadeiras de mágicas onde o telespectador seleciona uma das cores e, a partir daí, inicia a mágica podendo interagir com a mesma.
34
Tela 3: Acesso em 31/01/2011 http://www.labtvd.com.br/novo/index.php?option=com_content&view=
category&layout=blog&id=38&Itemid=56 A tela 3 demonstra uma plataforma interativa do programa Big Brother. O usuário
tem inúmeras possibilidades de escolha como assistir o programa com pequenas janelas que enquadram diferentes ambientes ou optar por escolher uma delas e acompanhar a
exibição apenas daquele ângulo.
Tela 4: Acesso em 31/01/2011 http://www.youtube.com/watch?v=3fXXdThGXSY
A tela 4 refere-se ao um vídeo de apresentação do uso do controle remoto para interatividade e as funções de cada botão deste controle.
35
Tela 5: Acesso em 31/01/2011: http://www.youtube.com/watch?v=3fXXdThGXSY
A tela 5 demonstra um modelo de programa interativo de perguntas e respostas onde o apresentador demonstra o uso do controle remoto através do quiz.
Tela 6: Acesso em31/01/2011 http://www.youtube.com/watch?v=lZt3QJm8j_0&feature=related
A tela 6 mostra um piloto realizado pela TV Globo sobre opções de interatividade da novela Passione podendo-se selecionar em menu lateral com informações dos capítulos da novela,
personagens, galeria de fotos, entre outros.
36
Tela 7: Acesso em 31/01/2011 http://www.youtube.com/watch?v=AYMQ_5zhXfQ&feature=related
Esta tela mostra um menu lateral com opções de acesso a aplicativos como calendário de pagamento, tabela de contribuição, localização de agência, entre outros com informações
interativas.
37
2.3. Informação versus doença: um problema a ser solucionado
De um modo geral, afirma-se que as condições sanitárias do Brasil, tiveram
progressos extraordinários nos últimos anos (COHN, 2008). Entretanto, é fato que
ainda vivenciamos um efetivo atraso frente às enfermidades, dentre as quais o
combate às enfermidades necessita de uma frente ativa da população. Pensar nas
infestações por helmintos, por exemplo, é apresentar duas faces verdadeiramente
inversas, uma que diminui a ocorrência dessas parasitoses baseado na melhoria
realizada pelos investimentos em saneamento do meio dos serviços de água e
esgoto e, por outro lado, ainda existe a necessidade veemente de se orientar a
população para que dêem destino correto aos seus dejetos e a utilizarem calçados.
Fatos estes que, estão ainda, na dependência do enriquecimento nacional.
Não se pode versar sobre desânimo no que diz respeito à saúde brasileira, pelo
contrário. As condições de saúde do brasileiro têm aumentado considerável e
significativamente devido à modernização e, também, pelo incansável empenho de
alguns profissionais da saúde, dentre eles, os mais envolvidos estão os enfermeiros
e os médicos sanitaristas.
Ressalta-se o crescente desenvolvimento da saúde pública efetivamente
conquistada pelo professor Carlos Chagas que, aos poucos, foi ganhando apoio de
demais técnicos de saúde no Brasil. O ponto de maior relevância das tendências
seguidas por ele era a de que, as medidas sanitárias, deveriam ser impostas pelo
mais alto escalão, a fim de que as ações fossem executadas de maneira mais
rápida e enérgica (MONTEIRO, 2000).
Por conseguinte, deu encaminhamento a essas medidas e as encerrou
vitoriosamente, o Dr. João de Barros Barreto, ficando a administração sanitária
centralizada, então, pelos governos federais e estaduais.
Atualmente, têm-se observado um modo contrário a essa doutrina, pois o
sistema atual demonstra que, as instalações sanitárias não são efetivadas em locais
38
onde mais se necessitam delas, e sim, naqueles onde os poderes políticos ou
econômicos são mais poderosos.
Frente a esses inúmeros problemas relacionados à saúde da população
brasileira, enquanto profissional da saúde e também como cidadã, observo nas
maneiras como as informações referentes à saúde, prevenção, promoção, entre
outros, chegam até a população. E, ao pensar sobre isto, vejo que os comerciais de
televisão veiculados pelo Ministério da Saúde tem, incansavelmente, tentado
mostrar as necessidades de mudança de hábitos e de prevenção. Entretanto, essas
mudanças não ocorrem efetivamente, uma vez que, estes comerciais não
conseguem esclarecer de maneira eficaz, o que realmente é de extrema
importância.
O tempo de comercial transmitido é curto para tantas informações úteis que a
propaganda necessita transmitir. Desta forma, a mesma fica resumidamente direta à
apenas algumas informações das quais se acredita serem mais importantes. Como
por exemplo, quando citamos comerciais, o combate à Dengue, por exemplo, a todo
o momento está na televisão, mas dizendo para que os moradores se mobilizem e
retirem latas, pneus velhos, lixos, vasos de seus quintais que possam acumular
água limpa e parada. Contudo, não orientam efetivamente o que a picada do
mosquito pode verdadeiramente provocar em um indivíduo.
Assim sendo, entendo que estes tipos de comerciais auxiliam sim no combate as
doenças, de um modo geral, mas não especialmente na orientação e
conscientização da população geral.
Atualmente, o ensino sobre saúde, bem como orientações sobre dúvidas, saúde,
comportamento, entre outros, encontra-se escasso. No Brasil em geral e em Bauru
em especial, os cidadãos acessando os diversos canais de televisão possíveis de
serem sintonizados na cidade, em sistema aberto, não captam conteúdos
educativos sobre saúde pública, fundamental para assegurar uma melhor qualidade
de vida.
39
Por um lado, acredita-se que os meios de comunicação em geral e, a Televisão
Digital em especial, tem princípios que norteiam sua concessão e posterior criação e
instalação a necessidade de inserir na sua grade de programação, atividades
educativas e culturais, ligadas diretamente ao desenvolvimento de comunidades a
serem atendidas. Portanto, a geração de conteúdos ligados à saúde pública, não só
atenderá a demanda da comunidade, mas principalmente a um dos pilares básicos
da implantação de empresas de comunicação, principalmente em países como o
Brasil, principalmente porque a televisão é um dos meios de comunicação mais
utilizados pelos brasileiros. Neste momento quando se instala e difunde novos
canais digitais pelo país, a Televisão Digital Interativa (TDI) exige orientações sobre
saúde pública através de programas ou campanhas educativas tornando-se uma
área de fundamental importância nas grades de programação das novas emissoras,
principalmente se considerarmos a política governamental do Sistema Brasileiro de
Televisão Digital Terrestre (SBTVD-T) e as novas regras a serem apresentadas
para a obtenção de canais de TV Digitais neste novo contexto, que possibilitará,
sem dúvida, o intercâmbio de informações necessárias para o desenvolvimento
cultural das comunidades brasileiras.
Assim, a nova era da TV Digital e a interatividade proporcionarão um estímulo a
todas as faixas etárias da população brasileira no sentido de conhecer determinado
conteúdo, sanar dúvidas e inclusive entreter-se com os programas de maneira
interativa. Finalmente, posso dizer que acredito que ocorrerá um salto educativo e
cultural significativo das comunidades a partir da inserção do novo meio e da
experimentação de conteúdos educativos ligados a saúde pública através da
televisão digital e sua interatividade.
40
3. Considerações finais
3.1. Sugestões de Interatividade para educação para saúde
Tudo que foi discutido até agora leva à reflexões sobre as
possibilidades de interatividade que poderão contribuir, de maneira
significativa, a educação para saúde especialmente no Brasil. Atualmente, vivemos
na geração das altas e modernas tecnologias que nos fazem viajar por um universo
novo e encantador. Elas nos permitem pensar em possibilidades inovadoras e
futurísticas, uma vez que, pensamos em melhorias e inovações para algum tipo de
bem comum.
Assim sendo, neste capítulo, sugiro dentre esses diversos modelos, formatos
e sugestões de interatividade para saúde, especificamente para TV Digital. Nos
programas de enquetes em que o apresentador realiza as perguntas em tempo real
para seus telespectadores, esses, então, enviam suas respostas através do SMS –
Safety Management System, ou seja, serviço de mensagens curtas. Este tipo de
interatividade já se faz presente em alguns programas da televisão brasileira, nos
permite perceber e acreditar que a interatividade existe e acontece a todo o
momento. Podemos citar brevemente as votações do programa de televisão Big
Brother Brasil que, utiliza este modelo de interatividade, onde telespectadores de
todos os cantos do Brasil participa e votam em seus preferidos permanecerem ou
menos afetuosos saírem do programa.
Outra forma de interatividade que será bastante significativa é a escolha do
tema do próximo programa a ser exibido sobre determinado assunto, neste caso,
especificamente sobre saúde, podendo os telespectadores sugerir um tema pelo
qual tem maior interesse ou maiores dúvidas a serem discutidas, também, através
do SMS ou através do acesso ao site do programa e votação.
Uma hipótese bastante sugestiva, de um bate papo on line com o
entrevistado pelo programa ou mesmo sobre o assunto que fora abordado, após o
término de um programa, onde os telespectadores que, acompanharam parte ou
inteiramente o conteúdo exibido, poderão colocar seus pensamentos, suas
41
vivências, suas dúvidas e promover discussões acerca do tema, promovendo desta
forma, um debate enriquecedor e cultural.
Mais do que isso, a real interatividade, ao vivo, em tempo real, já é vista
como fato consumado no meio da comunicação especialmente pelos apaixonados
por esta mídia, onde o telespectador, através de seu controle remoto, em sua
residência, possa interagir diretamente com o apresentador. Um controle remoto
desenvolvido especialmente para este fim – a interatividade, onde encontraremos
teclas específicas interativas, para que através delas possamos escolher cenas de
capítulos de novelas e seriados; selecionar trajes, por exemplo, de um determinado
personagem e seus acessórios utilizados.
Especificamente para educação para saúde, sugiro ainda, um programa de
perguntas e respostas, por exemplo, de temas variados específicos e pré definidos,
até mesmo por votação ou sugestão dos telespectadores, onde esses, através do
controle remoto, acionarão teclas que responderão as perguntas como um quiz,
podendo sanar dúvidas e aprender sobre determinado tema.
Como ainda não temos a interatividade em nossas mãos tão viva como em
nossa mente, ilustro em telas, como sugiro ser a forma de um programa de
educação para saúde, neste formato interativo. Ao iniciar o programa, o
apresentador ou o próprio programa interagindo através de falas com o
telespectador, explica o uso do controle remoto para participação no programa. Ao
apertar no botão vermelho do controle, inicia-se o processo da interatividade. As
perguntas vão surgindo e, para responder sim, o telespectador deverá apertar o
botão amarelo e, para negativa, o botão azul.
Ao final do programa, o telespectador interativo poderá visualizar uma tela
final com seus acertos e explicações sobre as questões discutidas durante o
programa e, ainda, contribuir com o programa discorrendo sua opinião sobre o tema
abordado, o nível de dificuldade para responder as perguntas, se as considerações
finais dos programas foram pertinentes para ele naquele momento e sugerir novos
temas para os próximos programas. Poderá ainda clicar no menu e saber mais
42
informações sobre o tema discutido como conceitos, sinais e sintomas e prevenção,
por exemplo.
O tema escolhido para a ilustração de um programa educativo para saúde é o
HIV – vírus da imunodeficiência adquirida. Na primeira tela é possível visualizar o
controle remoto para interatividade através de botões específicos. Nas telas 2, 3, 4,
5 e 6 o telespectador poderá optar pela resposta sim ou não com os devidos botões
do controle remoto. A tela 7 permite mais de uma opção de resposta através da
tecla amarela e das setas do controle para escolher quais deseja selecionar. A tela
8 apresenta um menu , que ao clicar com o controle remoto (tela 9) em algumas das
opções como conceito, sinais e sintomas ou prevenção, o telespectador terá acesso
à informações sobre o tema do programa que acabara de assistir. As telas 10, 11 e
12 apresentam os assuntos descritos conforme as opções do menu.
Tela 1: Nesta tela é possível visualizar o controle remoto para interatividade através de botões específicos, conforme mostra a figura acima.
43
Tela 2: Pergunta com opção de resposta sim através da tecla amarela e, não, a tecla azul.
Tela 3: Pergunta com opção de resposta sim através da tecla amarela e, não, a tecla azul.
44
Tela 4: Pergunta com opção de resposta sim através da tecla amarela e, não, a tecla azul.
Tela 5: Pergunta com opção de resposta sim através da tecla amarela e, não, a tecla azul.
45
Tela 6: Pergunta com opção de resposta sim através da tecla amarela e, não, a tecla azul.
Tela 7: Esta tela permite a escolha de mais de uma opção de resposta através da tecla amarela do controle remoto.
46
Tela 8: Esta tela apresenta um menu, que após o término do quis, poderá ser acessado, sanando possíveis dúvidas que ainda possam existir.
Tela 9: Demonstra o menu e o controle remoto para interatividade.
47
Tela 10: Após selecionar o tópico do menu “Conceito”, o telespectador terá acesso à maiores informações.
Tela 11: Após selecionar o tópico do menu “Sinais e sintomas”, o telespectador terá acesso à maiores informações.
48
Tela 12: Após selecionar o tópico do menu “Prevenção”, o telespectador terá acesso à maiores informações.
49
REFERÊNCIAS
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Altas. São Paulo, São Paulo, 2006.
ARONE, Evanisa Maria. Enfermagem em Doenças Transmissíveis. São Paulo:
Senac, 2005.
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Metodológicas. 16ªed. Editoras Vozes. Petrópolis, Rio de Janeiro, 1990.
BARROS, Alba Lucia. Anamnese e Exame Físico: Avaliação Diagnóstica de
Enfermagem no Adulto. Porto Alegre: Artmed, 2002.
BENCHIMOL, J.L. Febre amarela: a doença e a vacina, uma história inacabada.
Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2001.
BRUNNER & SUDADARTH. Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgica. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
CARPENITO, Lynda Juall. Manual de Diagnósticos de Enfermagem. São Paulo:
Artmed, 2003.
CARVALHO, G. I.; SANTOS, L. Sistema Único de Saúde. Comentários à Lei
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ANEXOS
Anexo 1
54
Anexo 2
55
Decreto 4901/03 | Decreto nº 4.901, de 26 de novembro de 2003
Institui o Sistema Brasileiro de Televisão Digital - SBTVD, e dá outras
providências. Citado por 10
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84,
inciso VI, alínea a, da Constituição, DECRETA:
Art. 1º Fica instituído o Sistema Brasileiro de Televisão Digital - SBTVD, que tem
por finalidade alcançar, entre outros, os seguintes objetivos:
I - promover a inclusão social, a diversidade cultural do País e a língua pátria por
meio do acesso à tecnologia digital, visando à democratização da informação;
II - propiciar a criação de rede universal de educação à distância;
III - estimular a pesquisa e o desenvolvimento e propiciar a expansão de tecnologias
brasileiras e da indústria nacional relacionadas à tecnologia de informação e
comunicação;
IV - planejar o processo de transição da televisão analógica para a digital, de modo
a garantir a gradual adesão de usuários a custos compatíveis com sua renda;
V - viabilizar a transição do sistema analógico para o digital, possibilitando às
concessionárias do serviço de radiodifusão de sons e imagens, se necessário, o uso
de faixa adicional de radiofreqüência, observada a legislação específica;
VI - estimular a evolução das atuais exploradoras de serviço de televisão analógica,
bem assim o ingresso de novas empresas, propiciando a expansão do setor e
possibilitando o desenvolvimento de inúmeros serviços decorrentes da tecnologia
digital, conforme legislação específica;
VII - estabelecer ações e modelos de negócios para a televisão digital adequados à
realidade econômica e empresarial do País;
VIII - aperfeiçoar o uso do espectro de radiofreqüências;
56
IX - contribuir para a convergência tecnológica e empresarial dos serviços de
comunicações;
X - aprimorar a qualidade de áudio, vídeo e serviços, consideradas as atuais
condições do parque instalado de receptores no Brasil; e
XI - incentivar a indústria regional e local na produção de instrumentos e serviços
digitais.
Art. 2º O SBTVD será composto por um Comitê de Desenvolvimento, vinculado à
Presidência da República, por um Comitê Consultivo e por um Grupo Gestor.
Art. 3º Ao Comitê de Desenvolvimento do SBTVD compete: Citado por 5
I - fixar critérios e condições para a escolha das pesquisas e dos projetos a serem
realizados para o desenvolvimento do SBTVD, bem como de seus participantes;
II - estabelecer as diretrizes e estratégias para a implementação da tecnologia digital
no serviço de radiodifusão de sons e imagens;
III - definir estratégias, planejar as ações necessárias e aprovar planos de aplicação
para a condução da pesquisa e o desenvolvimento do SBTVD;
IV - controlar e acompanhar as ações e o desenvolvimento das pesquisas e dos
projetos em tecnologias aplicáveis à televisão digital;
V - supervisionar os trabalhos do Grupo Gestor;
VI - decidir sobre as propostas de desenvolvimento do SBTVD;
VII - fixar as diretrizes básicas para o adequado estabelecimento de modelos de
negócios de televisão digital; e
VIII - apresentar relatório contendo propostas referentes: Citado por 3
a) à definição do modelo de referência do sistema brasileiro de televisão digital;
b) ao padrão de televisão digital a ser adotado no País;
c) à forma de exploração do serviço de televisão digital; e
d) ao período e modelo de transição do sistema analógico para o digital.
57
Parágrafo único. O prazo para a apresentação do relatório a que se refere o inciso
VIII deste artigo é fixado em vinte e três meses, a contar da instalação do Comitê de
Desenvolvimento do SBTVD. (Redação dada pelo Decreto nº 5.393, de 2005)
(Prorrogação de prazo) Citado por 2
Art. 4º O Comitê de Desenvolvimento do SBTVD será composto por um
representante de cada um dos seguintes órgãos:
I - Ministério das Comunicações, que o presidirá;
II - Casa Civil da Presidência da República;
III - Ministério da Ciência e Tecnologia;
IV - Ministério da Cultura;
V - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
VI - Ministério da Educação;
VII - Ministério da Fazenda;
VIII - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;
IX - Ministério das Relações Exteriores; e
X - Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da
República.
§ 1º Os membros do Comitê de Desenvolvimento do SBTVD serão indicados pelos
titulares dos órgãos referidos nos incisos I a X deste artigo e designados pelo
Ministro de Estado das Comunicações.
§ 2º Os membros do Comitê de Desenvolvimento do SBTVD serão substituídos, em
suas ausências e impedimentos, por seus respectivos suplentes, por eles indicados,
e designados pelo Ministro de Estado das Comunicações.
Art. 5º O Comitê Consultivo tem por finalidade propor as ações e as diretrizes
fundamentais relativas ao SBTVD e será integrado por representantes de entidades
que desenvolvam atividades relacionadas à tecnologia de televisão digital.
§ 1º Os membros do Comitê Consultivo serão designados pelo Ministro de Estado
das Comunicações, por indicação das entidades referidas no caput deste artigo, de
58
acordo com critérios a serem estabelecidos pelo Comitê de Desenvolvimento do
SBTVD.
§ 2º O Comitê Consultivo será presidido pelo Presidente do Comitê de
Desenvolvimento do SBTVD.
Art. 6º Compete ao Grupo Gestor a execução das ações relativas à gestão
operacional e administrativa voltadas para o cumprimento das estratégias e
diretrizes estabelecidas pelo Comitê de Desenvolvimento do SBTVD.
Art. 7º O Grupo Gestor será integrado por um representante, titular e respectivo
suplente, de cada órgão e entidade a seguir indicados: Citado por 1
I - Ministério das Comunicações, que o coordenará;
II - Casa Civil da Presidência da República;
III - Ministério da Ciência e Tecnologia;
IV - Ministério da Cultura;
V - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;
VI - Ministério da Educação;
VII - do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação - ITI;
VIII - da Agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL; e
IX - Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da
República.
X - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. (Inciso incluído pelo Decreto
nº 5.102, de 2004)
§ 1º Os membros do Grupo Gestor serão indicados pelos titulares de seus
respectivos órgãos e designados pelo Ministro de Estado das Comunicações, no
prazo de quinze dias a contar da data de publicação deste Decreto.
§ 2º O coordenador do Grupo Gestor poderá instituir comissões e grupos técnicos
com a finalidade de desenvolver atividades específicas em cumprimento dos
objetivos estabelecidos neste Decreto.
59
Art. 8º Para o desempenho das atividades a que se refere o art. 6º deste Decreto, o
Grupo Gestor poderá dispor do apoio técnico e administrativo, entre outros, das
seguintes entidades: Citado por 1
I - Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP; e
II - Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações -
CPqD.
Parágrafo único. A conclusão dos projetos das entidades conveniadas com a
Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP deverá ser apresentada até 10 de
dezembro de 2005. (Incluído pelo Decreto nº 5.393, de 2005)
Art. 9º Para os fins do disposto neste Decreto, o SBTVD poderá ser financiado com
recursos provenientes do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das
Telecomunicações - FUNTTEL, ou ainda, por outras fontes de recursos públicos ou
privados, cujos planos de aplicação serão aprovados pelo Comitê de
Desenvolvimento do SBTVD.
Art. 10. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 26 de novembro de 2003; 182º da Independência e 115º da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
60
Anexo 3
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
DECRETO Nº 5.820, DE 29 DE JUNHO DE 2006.
Dispõe sobre a implantação do SBTVD-T,
estabelece diretrizes para a transição do
sistema de transmissão analógica para o
sistema de transmissão digital do serviço
de radiodifusão de sons e imagens e do
serviço de retransmissão de televisão, e dá
outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84,
inciso IV, combinado com o art. 223 da Constituição, e tendo em vista o disposto na
Lei no 4.117, de 27 de agosto de 1962, e na Lei no 9.472, de 16 de julho de 1997,
DECRETA:
Art. 1o Este Decreto dispõe sobre a implantação do Sistema Brasileiro de
Televisão Digital Terrestre - SBTVD-T na plataforma de transmissão e
retransmissão de sinais de radiodifusão de sons e imagens.
Art. 2o Para os fins deste decreto, entende-se por:
I - SBTVD-T - Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre - conjunto de
padrões tecnológicos a serem adotados para transmissão e recepção de sinais
digitais terrestres de radiodifusão de sons e imagens; e
61
II - ISDB-T - Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial – serviços
integrados de radiodifusão digital terrestre.
Art. 3o As concessionárias e autorizadas do serviço de radiodifusão de sons e
imagens e as autorizadas e permissionárias do serviço de retransmissão de
televisão adotarão o SBTVD-T, nos termos deste Decreto.
Art. 4o O acesso ao SBTVD-T será assegurado, ao público em geral, de forma
livre e gratuita, a fim de garantir o adequado cumprimento das condições de
exploração objeto das outorgas.
Art. 5o O SBTVD-T adotará, como base, o padrão de sinais do ISDB-T,
incorporando as inovações tecnológicas aprovadas pelo Comitê de
Desenvolvimento de que trata o Decreto no 4.901, de 26 de novembro de 2003.
§ 1o O Comitê de Desenvolvimento fixará as diretrizes para elaboração das
especificações técnicas a serem adotadas no SBTVD-T, inclusive para
reconhecimento dos organismos internacionais competentes.
§ 2o O Comitê de Desenvolvimento promoverá a criação de um Fórum do
SBTVD-T para assessorá-lo acerca de políticas e assuntos técnicos referentes à
aprovação de inovações tecnológicas, especificações, desenvolvimento e
implantação do SBTVD-T.
§ 3o O Fórum do SBTVD-T deverá ser composto, entre outros, por
representantes do setor de radiodifusão, do setor industrial e da comunidade
científica e tecnológica.
Art. 6o O SBTVD-T possibilitará:
I - transmissão digital em alta definição (HDTV) e em definição padrão (SDTV);
II - transmissão digital simultânea para recepção fixa, móvel e portátil; e
III - interatividade.
62
Art. 7o Será consignado, às concessionárias e autorizadas de serviço de
radiodifusão de sons e imagens, para cada canal outorgado, canal de radiofreqüência
com largura de banda de seis megahertz, a fim de permitir a transição para a
tecnologia digital sem interrupção da transmissão de sinais analógicos.
§ 1o O canal referido no caput somente será consignado às concessionárias e
autorizadas cuja exploração do serviço esteja em regularidade com a outorga,
observado o estabelecido no Plano Básico de Distribuição de Canais de Televisão
Digital - PBTVD.
§ 2o A consignação de canais para as autorizadas e permissionárias do serviço
de retransmissão de televisão obedecerá aos mesmos critérios referidos no § 1o e,
ainda, às condições estabelecidas em norma e cronograma específicos.
Art. 8o O Ministério das Comunicações estabelecerá, no prazo máximo de
sessenta dias a partir da publicação deste Decreto, cronograma para a consignação
dos canais de transmissão digital.
Parágrafo único. O cronograma a que se refere o caput observará o limite de até
sete anos e respeitará a seguinte ordem:
I - estações geradoras de televisão nas Capitais dos Estados e no Distrito
Federal;
II - estações geradoras nos demais Municípios;
III - serviços de retransmissão de televisão nas Capitais dos Estados e no Distrito
Federal; e
IV - serviços de retransmissão de televisão nos demais Municípios.
Art. 9o A consignação de canais de que trata o art. 7o será disciplinada por
instrumento contratual celebrado entre o Ministério das Comunicações e as
outorgadas, com cláusulas que estabeleçam ao menos:
63
I - prazo para utilização plena do canal previsto no caput, sob pena da revogação
da consignação prevista; e
II - condições técnicas mínimas para a utilização do canal consignado.
§ 1o O Ministério das Comunicações firmará, nos prazos fixados no cronograma
referido no art. 8o, os respectivos instrumentos contratuais.
§ 2o Celebrado o instrumento contratual a que se refere o caput, a outorgada
deverá apresentar ao Ministério das Comunicações, em prazo não superior a seis
meses, projeto de instalação da estação transmissora.
§ 3o A outorgada deverá iniciar a transmissão digital em prazo não superior a
dezoito meses, contados a partir da aprovação do projeto, sob pena de revogação da
consignação prevista no art. 7o.
Art. 10. O período de transição do sistema de transmissão analógica para o
SBTVD-T será de dez anos, contados a partir da publicação deste Decreto.
§ 1o A transmissão digital de sons e imagens incluirá, durante o período de
transição, a veiculação simultânea da programação em tecnologia analógica.
§ 2o Os canais utilizados para transmissão analógica serão devolvidos à União
após o prazo de transição previsto no caput.
Art. 11. A partir de 1o de julho de 2013, o Ministério das Comunicações somente
outorgará a exploração do serviço de radiodifusão de sons e imagens para a
transmissão em tecnologia digital.
Art. 12. O Ministério das Comunicações deverá consignar, nos Municípios
contemplados no PBTVD e nos limites nele estabelecidos, pelo menos quatro
canais digitais de radiofreqüência com largura de banda de seis megahertz cada
para a exploração direta pela União Federal.
64
Art. 13. A União poderá explorar o serviço de radiodifusão de sons e imagens em
tecnologia digital, observadas as normas de operação compartilhada a serem
fixadas pelo Ministério das Comunicações, dentre outros, para transmissão de:
I - Canal do Poder Executivo: para transmissão de atos, trabalhos, projetos,
sessões e eventos do Poder Executivo;
II - Canal de Educação: para transmissão destinada ao desenvolvimento e
aprimoramento, entre outros, do ensino à distância de alunos e capacitação de
professores;
III - Canal de Cultura: para transmissão destinada a produções culturais e
programas regionais; e
IV - Canal de Cidadania: para transmissão de programações das comunidades
locais, bem como para divulgação de atos, trabalhos, projetos, sessões e eventos
dos poderes públicos federal, estadual e municipal.
§ 1o O Ministério das Comunicações estimulará a celebração de convênios
necessários à viabilização das programações do Canal de Cidadania previsto no
inciso IV.
§ 2o O Canal de Cidadania poderá oferecer aplicações de serviços públicos de
governo eletrônico no âmbito federal, estadual e municipal.
Art. 14. O Ministério das Comunicações expedirá normas complementares
necessárias à execução e operacionalização do SBTVD-T.
Art. 15. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 29 de junho de 2006; 185o da Independência e 118o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
65
Anexo 4
Terminologia utilizada dentro do cenário TV Digital
16×9: Ao contrário das TVs atuais, nas quais as telas têm a proporção de 4×3, o
display da TV Digital tem a proporção de 16×9, mais ampla, mais larga, mais
confortável e proporcional à vista humana. Se dividirmos a medida da largura da tela
pela medida da altura, teremos a relação de aspecto. A proporção de 16×9 é similar
à das telas de cinema.
4×3: Proporção de tela das TVs atuais (analógicas), que estamos acostumados.
Para cada quatro partes na largura, temos três partes de altura.
8-VSB: Modulação usada no sistema americano ATSC. Não é compatível com o
sistema brasileiro de TV Digital.
Abert / SET, Grupo: Grupo criado em 1994 pela Associação Brasileira de Emissoras
de adio e TV (Abert) e pela Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET)
para estudar os padrões de TV Digital existentes, seu desenvolvimento e
implantação em diversos países. Entre 1999 e 2000, realizou centenas de horas de
testes, em campo e em laboratório, para avaliar o desempenho, as vantagens e as
desvantagens de cada sistema. Os resultados foram entregues à Agência Nacional
de Telecomunicações (Anatel) em maio de 2000 e serviram como importante
ferramenta para a decisão do padrão adotado no Brasil.
Alta definição(High definition): Termo usado para caracterizar tecnologia que
possibilita alta resolução de imagem para vídeo. Para TV, temos hoje duas
resoluções disponíveis 720 linhas (HD Ready) e 1080 l(Full HD).
Antena UHF: Modelo de antena que capta o sinal de TV transmitido em UHF –
frequência usada para transmissão da TV digital aberta no Brasil
ATSC: (Advanced Television Systen Commitee) Padrão Americano de TV Digital.
Foi o primeiro sistema a ser desenvolvido e tem como principal aplicação a TV de
66
alta definição (HDTV). É o único a usar a modulação 8-VSB. Não é compatível com
o sistema brasileiro de TV Digital.
Cabo HDMI: O cabo HDMI é usado para conexão dos conversores HDMI com as
HDTVs. Ele permite que informações de áudio e vídeo trafeguem do conversor para
a HDTV sem ocorrer perda de dados. Também é usado para conectar aparelhos de
DVDs as TVs de alta definição.
Canal de Retorno: Possibilita o tráfego de informações entre o telespectador e a
emissora. Pode ser via rede de telefonia comum (utilizando um modem parecido
com o de um computador), rede de telefonia celular, sistemas de internet por cabo
ou por DSL (Speedy, Velox, etc.), internet sem fio (Wi-FI, Wimax) ou qualquer outra
tecnologia disponível na casa do telespectador.
Canal Digital: Canal de 6MHz destinado à transmissão do sinal digital. Será
emprestado pelo governo as emissoras que já possuem licença de TV aberta que
atenderem as exigências estabelecidas.
COFDM: Tipo de modulação usado pelos sistemas europeu (DVB), japonês (ISDB)
e brasileiro.
Conversor Digital ISDB-Tb – HD: É todo conversor digital ISDB que possui saída de
sinal em Alta Definição – HD.
Conversor ISDB-Tb (Conversor Digital ISDB-Tb): Componente que converte o sinal
da TV Digital para exibição das imagens no televisor. Em inglês, é conhecido como
set-top-box. Pode ser vendido separadamente, no formato de conversor “set-top-
box”, ou estar incorporado (integrado) ao televisor. Pode oferecer diversos tipos de
saídas, dentre elas: HDMI, Vídeo Componente, S-Vídeo ou Vídeo Composto, além
de saídas de áudio analógicas e digitais.
Datacasting: É a transmissão de dados para interatividade, relacionados ou não à
programação, para as TVs Digitais. As transmissões de datacasting são do tipo one-
to-many, ou seja, um mesmo conteúdo é transmitido para diversos espectadores,
que podem escolher que informações preferem acessar.
67
Definição: É o nível de detalhamento que a imagem pode possuir. É medida em
número de linhas horizontais x número de pontos em cada linha (pixels),
padronizada no sistema ISDB para receptores fixos em: 480 linhas x 720 pixels, 720
linhas x 1280 pixels e 1080 linhas x 1920 pixels; e para receptores portáteis em: 352
x 288 (CIF), 320 x 240 (4:3 QVGA), 320 x 180 (16:9 QVGA), 160 x 120 (4:3 SQVGA)
e 160 x 90 (16:9 SQVGA).
Definição do televisor: É a definição que o televisor ou monitor de TV foi projetado
para exibir. Caso a definição do sinal recebido seja maior ou menor que a definição
nativa do televisor ou monitor de TV, será ajustado automaticamente para a
definição do mesmo (Upconvert ou Downconvert).
Definição Horizontal: É o nível de detalhamento que a imagem pode possuir na
horizontal. É medida em número de pontos (pixels) e cada uma das linhas,
padronizada no sistema ISDB em 720, 1280 e 1920 colunas ou pontos por linha.
Definição Vertical: É o nível de detalhamento que a imagem pode possuir na
vertical. É medida em número de linhas horizontais, padronizada no sistema ISDB
em 480, 720 e 1080 linhas.
Display: É a tela da TV. Pode ser usado independente do sistema, bastando que
seja acoplado ao receptor do padrão local de transmissão digital. Conceito parecido
com o de monitor, utilizado em computadores. Mesmo os televisores do padrão
americano ATSC, se possuírem entrada de áudio e vídeo externa, poderão ser
utilizados se acoplados a um conversor do padrão brasileiro. Nesse caso, a entrada
para antena do televisor ficará desligada e esse televisor será utilizado como
display, ou monitor, pois a recepção do sinal será feita pelo conversor. A TV
mostrará somente a imagem recebida pelo conversor.
Downcover: Quando um televisor recebe sinal cuja definição é superior a da
definição nativa, este é automaticamente ajustado, reduzindo a definição original do
sinal.
DVB (Digital Vídeo Broadcasting): Padrão europeu de TV Digital. Foi desenvolvido
depois do americano ATSC com o intuito de ampliar a competitividade entre a TV
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aberta e a TV por assinatura – TV via satélite (DTH) e TV a cabo. Sua principal
aplicação é a transmissão de múltiplos programas em um só canal. Utiliza a
modulação COFDM, também usada no sistema ISDB. Não é compatível com o
sistema brasileiro de TV terrestre.
EPG(Eletronic Program Guide – Guia Eletrônico de Programação): Com ele, o
telespectador vai ver a grade de programação da TV Globo, no próprio televisor.
Foram realizados testes, em breve ele vai estar no ar.
Formato da Imagem: O formato atual de imagem mais comum é o 4:3. Porém, como
algumas gravações de DVDs, por exemplo, são feitas na proporção 16:9 wide
screen, criou-se também o 4:3 letter box, que cria faixas pretas nas extremidades
superior e inferior da tela, reduzindo a imagem sem distorcê-la.
HDMI: Este tipo de conexão permite que informações digitais de imagem e som
sejam transmitidas juntas sem perda de dados. É a melhor solução no caso de alta
definição e, futuramente, será o padrão para reprodução audiovisual. Já disponível
em algumas TVs e alguns DVD players, de alta definição.
HDTV(High definition TV ou TV de alta definição): Existem hoje dois tipos de HDTV
– telas de Plasma e LCD (cristal líquido) -. Se a resolução for a mesma, ambas
apresentarão qualidade similar. A imagem será melhor, quanto maior a resolução da
tela. Atualmente as TV’s com maior resolução são as Full HD 1080i, as HD Ready
possuem 720 linhas. Modelos de HDTV com conversor digital integrado também
começam a ser lançados, nesse caso elas já estão prontas para receber o sinal da
TV Digital. Geralmente as HDTVs são encontradas no mercado nos seguintes
tamanhos: LCD – 19, 22, 26, 32, 37, 40, 42, 46, 47, 52 polegadas; plasma – 19, 32,
42, 50, 63 polegadas.
Interlaced Scan (i) (imagem entrelaçada): Embora as imagens que vemos nos
televisores aparentem estar preenchendo toda a tela de uma só vez, são formadas
em linhas. A imagem é chamada de entrelaçada porque são exibidas primeiramente
todas as linhas ímpares (1, 3, 5, 7…), e, somente após o preenchimento de toda a
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tela, é iniciada a reprodução das linhas pares (2, 4, 6, 8…). A maioria dos
televisores de cinescópio (tubo) disponíveis no mercado utiliza esta tecnologia.
ISDB (Integrated Services Digital Broadcasting): É o padrão japonês de TV Digital.
Dos três sistemas existentes, foi o último a ser desenvolvido e integra em suas
aplicações a TV de alta definição (HDTV), múltiplas programações, TV móvel e
portátil e datacasting. Foi desenvolvido para a convergência com outros aparelhos,
como celulares 3G e computadores de mão, que, para tanto, deverão ser equipados
com o chip receptor. Utiliza a modulação COFDM, também usada no sistema DVB,
com algumas melhorias que tornam os dois sistemas incompatíveis.
ISDB-Tb: Recentemente, o SBTVD (Sistema Brasileiro de Televisão Digital) foi
chamado de ISDTB-tb, pois a TV Digital no Brasil incorpora diversas tecnologias já
são utilizadas na TV Digital do Japão, o ISDB-T (Integrated Services Digital
Broadcasting Terestrial ou Serviço Integrado de Transmissão Digital Terrestre).
Modulação: É o processo em que certas características de uma onda
eletromagnética (também chamada de portadora) variam de acordo com uma
mensagem que se deseja transmitir. Ou seja, o termo técnico que descreve a
maneira como a informação é “empacotada para viagem”. Quando se faz uma
transmissão, o sinal pode sofrer uma série de interferências e degradações. A
modulação é responsável pela “proteção” do sinal, de modo que a informação
originalmente transmitida possa ser reconstruída da maneira mais fiel possível.
Multicasting: ou Múltipla programação. É a possibilidade de transmitir mais de um
programa ao mesmo tempo em um mesmo canal. Permite ao telespectador escolher
entre vários programas ou ângulos de câmera. Com o multicasting, uma dona de
casa poderá escolher entre ver um programa de receitas pela manhã ou deixar seus
filhos assistirem a outra programação, que está sendo transmitida ao mesmo tempo
e no mesmo canal. Em outra aplicação de multicasting, o espectador de uma partida
de futebol poderá escolher o ângulo / câmera que deseja acompanhar, pois os
sinais de várias câmeras serão transmitidos no mesmo canal.
70
One-Seg (ou 1-SEG. Receptor de 1 segmento): A modulação do sistema japonês
adotada no Brasil (BST-ODFM) divide por canal de TV 13 segmentos: pode-se
utilizar 12 segmentos para enviar sinais de áudio e de vídeo em alta definição,
dados ou multiprogramação, e utilizar o segmento central para enviar áudio e vídeo
em baixa definição e dados a dispositivos móveis, como celulares e TVs portáteis.
One-Seg é o receptor capaz de receber apenas o sinal destinado aos receptores
portáteis.
Padrão de transmissão de TV Digital: Sistema digital que será usado na transmissão
da TV Digital. Ao contrário da TV analógica, na qual o sistema escolhido tinha que
ser usado desde a produção nos estúdios de TV até o aparelho na casa do
telespectador. A maioria das emissoras já usa equipamentos digitais em seus
estúdios, que independem do sistema a ser escolhido e dos displays digitais já
existentes.
Pixel: É a aglutinação de picture element, sendo que picture, do inglês, é abreviado
por pix. O pixel é o menor ponto em uma imagem. Possui três pontos de cores
(vermelho, verde e azul). Assim consegue reproduzir 256 tonalidades de cores
(equivalente a 8 bits). A combinação de muitos pixels gera uma imagem. Quanto
maior o número de pixels, mais definida é esta imagem. O pixel está diretamente
ligado à definição. Quando falamos em “1024×768”, estamos nos referindo ao
número vertical de pixels vezes o número horizontal em uma linha. Essa definição
geram uma imagem de 786 pixels.
Prazo de transição: A transição para a TV Digital será gradual. Os dois sistemas
coexistirão, ou seja, as emissoras terão uma transmissão analógica e outra digital
durante vários anos, de forma que o telespectador tenha tempo de se adaptar ao
novo sistema digital, adquirindo um novo receptor ou TV compatível.
Progressive Scan: (p) (imagem progressiva). Alguns televisores ou geradores de
imagem possuem este sistema de processamento de sinal. Neste caso, ao contrário
do sistema entrelaçado, cada quadro de imagem é formado seqüencialmente,
gerando melhoria considerável na qualidade de imagem. Grande parte das TV’s de
LCD e Plasma disponíveis no mercado já incorporam esta tecnologia.
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Resolução: Número de linhas horizontais que uma TV é capaz de reproduzir, sendo
a imagem produzida tanto na forma progressiva quanto na forma entrelaçada. É
medida em linhas de resolução horizontais, padronizada no sistema ISDB em 480,
720 e 1080 linhas.
Resolução Nativa: É a resolução que o televisor ou monitor de TV foi projetado para
exibir. Caso a resolução do sinal recebido seja maior ou menor que a resolução
nativa do televisor ou monitor de TV, este será ajustado automaticamente para a
resolução do mesmo (Upconvert ou Downconvert).
S-Video (Separated Vídeo): Oferece melhor qualidade de imagem que o vídeo
composto. São usados três fios que percorrem pelo interior de um único cabo: um
para transmitir a imagem em preto e branco, outro para transmitir as informações de
cor e um terceiro, que é o terra. Lembrando que esse tipo de conexão é inferior ao
Vídeo Componente (Componet Video).
Set-Top-Box: Equipamento capaz de se conectar a uma fonte externa de sinal e
transformá-lo em informações que geram imagem ao televisor. Com uma caixinha
conversora, semelhante às usadas na TV a cabo ou via satélite o telespectador
poderá usufruir de quase todas as vantagens da TV Digital em seu aparelho atual,
como imagem perfeita, sem fantasmas e ruídos, e datacasting. Mas, para assistir à
TV de alta definição, o telespectador terá que comprar um novo aparelho. Caso ele
já tenha a caixinha conversora, poderá comprar somente o monitor de HDTV. Caso
contrário, poderá comprar o receptor integrado.
T-Commerce ou Television-Commerce: Com a TV Digital, será possível comprar
determinados produtos através da TV. No futuro, alguém interessado na trilha
sonora de um filme ou de uma novela, por exemplo, poderá comprar o CD sem sair
de casa ou da frente da televisão.
Televisor Analógico: Possui um sintonizador interno que permite receber as
transmissões analógicas, mas não recebe transmissões digitais, necessitando, para
isso, de um conversor digital (Set-Top-Box).
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Televisor Digital: Possui sintonizador um sintonizador interno que permite receber as
transmissões digitais sem necessidade de um conversor digital. Também pode
receber transmissões analógicas.
Televisor HD Ready: Possui sintonizador analógico, mas é capaz de reproduzir
imagens com definição de 720 ou 1080 linhas horizontais. Com um conversor digital
ISDB-Tb, poderá exibir imagens de alta definição transmitidas pelas emissoras de
TV Digital no Brasil.
Televisor HDTV (High Definition TV ou TV de alta definição): Capaz de reproduzir
imagens com definição de 720 ou 1080 linhas horizontais. Os modelos cuja
definição nativa é de 1080 linhas, se possuírem a função progressive scan, podendo
exibir imagens com 1080 linhas de definição horizontal progressiva (1080p), são
conhecidos como Full HD. Quando utilizados em fontes de sinal 1080i (ex:
transmissões em HD) ou 1080p (ex: DVD de alta definição, HD-DVD ou Blue-Ray
Disc), podem exibir a melhor definição disponível em alta definição.
Televisor ISDB-Tb Integrado (conversor digital integrado): Independente de sua
tecnologia (CRT, Plasma, LCD ou Projeção), é aquele que possui o conversor digital
integrado. Isso significa que pode receber sinais de TV Digital no padrão ISDB-Tb
(padrão de TV Digital adotado no Brasil), diretamente da antena, sem necessidade
de outro equipamento para converter o sinal (conversor).
Televisor SDTV (Standard Definition TV): Possui definição nativa de 480 linhas
horizontais. A maior parte dos televisores presentes no mercado pode reproduzir
sinais com 480 linhas entrelaçadas (480i). Com a transmissão digital, a qualidade de
imagem destes televisores será a mesma que eles apresentam quando conectados
a um DVD. O conceito SDTV tem relação com a qualidade de imagem e não com o
fato do produto ser digital ou analógico. UM produto SDTV pode ter um sintonizador
digital.
Transmissão terrestre: Através de ondas de rádiogfreqüência, os sinais analógicos
ou digitais são transmitidos pelo ar a partir das antenas terrestres (diferentemente
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dos satélites, que ficam no espaço) e necessitam de antenas e receptores
apropriados para a sua recepção.
TV a cabo: Sistema que distribui conteúdo audiovisual via cabos. É transmitido por
uma operadora, que recebe este conteúdo, nacional ou internacional, e o distribui às
casas que pagam mensalmente pelo serviço. Normalmente tem um número
significativo de canais disponibilizados.
TV aberta: Sistema que emite livremente conteúdo audiovisual, sem encargos e
taxas para o telespectador. Para ter acesso a este conteúdo, basta que a TV esteja
conectada à rede elétrica (tomada, gerador ou bateria) e situada dentro da área de
cobertura de alguma emissora aberta.
TV analógica – Transmissão (sinal aberto): É o sinal de TV terrestre transmitido de
forma analógica. É comum ocorrer perda de qualidade no processo de transmissão /
recepção, ocasionando ruídos e interferências na imagem recebida.
TV de projeção: Funciona como um projetor, porém, a imagem é gerada invertida e
projetada na parte de trás da tela do televisor. Assim, vemos a imagem não mais
invertida do outro lado. Nos projetores, uma luz muito forte passa por espelhos que
a filtram em três cores. Estas se unem e são projetadas para formar a imagem.
TV de tubo (CRT): CRT é um acrônimo para a expressão inglesa cathode ray tube,
que em português significa “tubo de raios catódicos”. Também conhecidos como
Cinescópio. Dentro de sua TV existe um tudo onde encontramos duas placas: uma
positiva e outra negativa. Quando a tensão entre as placas é muito alta, gera
elétrons, e quando esses atingem a placa positiva, a diferença de energia gera um
feixe de luz que atravessa o tubo e para na parte de traz do vidro da televisão,
formando a imagem.
TV ISDB-Tb Digital – Transmissão (sinal aberto): Sinal de TV terrestre transmitido
de forma digital. O grande benefício deste sistema é que não há perda de qualidade
no processo de transmissão. Imagem e áudio permanecem 100% com a qualidade
do sinal original, eliminando ruídos e interferências características do sistema
analógico.
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TV LCD: Um feixe de luz passa por pequenas células que contém cristal líquido (daí
o nome Liquid Crystal Display) controlado por uma corrente elétrica. Assim são
geradas as três cores básicas para a formação de imagens vermelho, verde e azul.
TV Móvel: É a possibilidade de captar os sinais de TV em dispositivos em
movimento: ônibus, trens, metrô, carros, barcos, entre outros.
TV Plasma: No painel de plasma, encontramos pequeninas células que contém uma
mistura de gazes. Quando uma corrente elétrica passa por essas células, excita o
gás, que passa para o estado plasma, gerando luz.
TV Portátil: É a recepção em equipamentos portáteis, que podem ou não estar em
movimento. Exemplo: televisores e computadores de mão equipados com receptor
de TV ou telefones celulares equipados com chip receptor, nos quais o espectador
pode assistir à programação deslocando-se ou não.
TV Via Satélite: Com o avanço da tecnologia foi possível receber o sinal diretamente
via satélite nos domicílios. Um satélite recebe a transmissão de outros satélites ou
de uma central terrestre, e retransmite para as casas que possuem uma antena
específica apontada para ele. É um serviço pago.
UHF (Ultra High Frequency): Freqüência Ultra Alta, faixa de rádio freqüência usada
para propagação do sinal de TV digital, em alta definição.
Upconvert: Quando o televisor recebe o sinal cuja definição é inferior à sua definição
nativa, este é automaticamente ajustado. Por exemplo: se o sinal tiver 480 linhas e a
TV tiver definição nativa de 1080 linhas, este acrescentará linhas intermediárias e
exibirá 1080 linhas.
VHF: (Very High Frequency) Freqüência Muito Alta, usada na propagação do sinal
de televisão analógica (canal 2 ao 13).
Vídeo Componente: Para transmissões de imagem é necessário que informações
sobre cor e imagem cheguem ao aparelho em que vai ocorrer a reprodução. Há
várias opções. Uma delas é o vídeo componente, onde são usados três conectores,
chamados Y (conector verde), Pb (Cb ou ainda B-Y, conector azul) e Pr
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(Luminância, Cr ou ainda R-Y, conector vermelho). No conector Y são transmitidas
as informações de imagem em preto e branco, enquanto nos outros dois conectores
são transmitidas as informações de cor. Assim, é reproduzida uma imagem superior
às que se conseguiria usando outras conexões, com S-Video e vídeo composto
(composite RCA).
Vídeo Composto (Composite ou Composto): Nesse padrão, o sinal de vídeo é
transmitido apenas por um fio, misturando informações de imagem e cor no mesmo
sinal. Por este motivo, tem a pior qualidade de imagem para transmissões de vídeo
usando o cabo. É um dos tipos mais populares de conexão de vídeo e utiliza
conector RCA (Radio Corporation of América, empresa que introduziu esse tipo de
conector no mercado, em meados dos anos 40). A informação percorre por um fio
interno, depois vem à blindagem e, em seguida, o isolamento de borracha.