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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA COLEGIADO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Ricardo Marcos Pugliesi Antuña EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO COM PLACAS CERÂMICAS: UMA OPORTUNIDADE PARA A PRODUÇÃO MAIS LIMPA Salvador 2009

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA COLEGIADO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Ricardo Marcos Pugliesi Antuña

EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO COM PLACAS CERÂMICAS: UMA OPORTUNIDADE PARA A PRODUÇÃO MAIS LIMPA

Salvador 2009

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RICARDO MARCOS PUGLIESI ANTUÑA

EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO COM PLACAS CERÂMICAS: UMA OPORTUNIDADE PARA A PRODUÇÃO MAIS LIMPA

Trabalho da Conclusão da Curso apresentado ao Curso de graduação em Engenharia Civil, Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Emerson de Andrade Marques Ferreira

Salvador 2009

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ANTUÑA, Ricardo Marcos Pugliesi. Execução de revestimento com placas cerâmicas: uma oportunidade para a produção mais limpa. 2009. 75f. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2009.

RESUMO

O setor da construção civil é um dos grandes geradores de resíduos da atualidade; os métodos e processos utilizados encontram-se atrelados a uma cultura que resiste às mudanças de mentalidade e tecnologias. No contexto atual, onde o tema ambiental é um assunto cotidiano, muitas empresas demonstram interesse em buscarem estar de acordo com as novas leis ambientais; algumas para escaparem de multas, algumas outras realmente interessadas em ajudar o meio ambiente. Nesse setor, o desperdício ocorre em várias etapas de diferentes processos, e um desses processos é o assentamento de placas cerâmicas. O presente trabalho constitui-se na análise do processo de assentamento de placas cerâmicas, tendo como apoio a Metodologia de Produção mais Limpa. Ao final, esta pesquisa verifica a possibilidade de minimização dos resíduos de placas cerâmicas ainda na fonte, desde que seguidos alguns critérios de projeto e execução. Palavras-chave: Produção mais limpa, Construção civil, Minimização de resíduos na fonte.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 4

1.1. TEMA E JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 4 1.2. OBJETIVOS .................................................................................................................. 8

1.2.1. Objetivo Geral ......................................................................................................... 8 1.2.2. Objetivos Específicos ............................................................................................... 8

2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................... 9

2.1. SUSTENTABILIDADE .................................................................................................... 9 2.2. REDUZIR, REUTILIZAR, RECICLAR .............................................................................. 11 2.3. PRODUÇÃO MAIS LIMPA ........................................................................................... 13

2.3.1. Benefícos da Produção mais Limpa ...................................................................... 18 2.3.2. A metodologia de Produção mais Limpa .............................................................. 22

2.4. A CONSTRUÇÃO CIVIL E O MEIO-AMBIENTE ............................................................. 35 2.5. ASSENTAMENTO DE PLACAS CERÂMICAS ................................................................. 38

3. METODOLOGIA ........................................................................................................ 40

3.1. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA .............................................................................. 40 3.2. DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ....................................................................................... 41 3.3. COLETA DE DADOS .................................................................................................... 43 3.4. INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ................................................................................... 44

4. ANÁLISE DA EXECUÇÃO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS ......................................... 45

4.1. PRÉ-AVALIAÇÃO ........................................................................................................ 45 4.2. ASSENTAMENTO DAS PLACAS DE REVESTIMENTO CERÂMICO ................................ 49

4.2.1. Obra “A” ............................................................................................................... 49 4.2.2. Obra “B” ................................................................................................................ 57

4.3. VIABILIDADE ECONÔMICA DAS OPORTUNIDADES IDENTIFICADAS NAS OBRAS. ..... 65 4.4. PLANO DE MONITORAMENTO .................................................................................. 65 4.5. ANÁLISE GERAL DAS OBRAS ...................................................................................... 66 4.6. BARREIRAS À METODOLOGIA DA PRODUÇÃO MAIS LIMPA ..................................... 69

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ........................................................................... 72

5.1. CONCLUSÕES ............................................................................................................ 72 5.2. LIMITAÇÕES DO ESTUDO .......................................................................................... 75 5.3. RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ...................................................... 76

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 77

APÊNDICE A - FLUXOS DO PROCESSO ............................................................................... 80

APÊNDICE B - MAPAS DE PERDAS..................................................................................... 94

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1. INTRODUÇÃO

1.1. TEMA E JUSTIFICATIVA

Todos os dias ficamos mais inteirados, através dos mais diversos meios de

comunicação (jornais, revistas, televisão, rádio, internet), de como o planeta vem

sendo degradado e quais as possíveis implicações dessa degradação desenfreada e

sem limites.

Parece difícil encontrar alguém que ainda não tenha se defrontado com

assuntos com aquecimento global, consumo consciente e sustentabilidade. Contudo

muito se fala e pouco se faz, não necessariamente por falta de esforços de alguns,

mas por falta de consciência de muitos. O ser humano sempre trilhou os caminhos

em busca do desenvolvimento, desde os primórdios da humanidade. Contudo, essa

busca implicou também em uma degradação do planeta, que aumentou após a

Segunda Guerra Mundial, quando se intensificaram os processos produtivos. Porém

esse problema mostrou-se mais intenso e visível nas ultimas décadas.

Os problemas relacionados com a degradação do meio-ambiente são os mais

diversos, entre eles pode-se destacar: escassez de água, má distribuição de

alimentos, aquecimento global, resíduos/lixo.

Fileto (2009) afirma que a falta de água potável para o consumo trás como

conseqüências: sede, doenças, morte de pessoas, plantas e animais. Problema este

que gera um comprometimento no equilíbrio ambiental. Para se obter mais água

limpa, buscam-se novas fontes de água e, conseqüentemente, se gasta mais

recursos para tratar a água imprópria para consumo. Todo este processo para

aumentar a oferta de água potável acaba encarecendo o tratamento da água e, por

conta disso, provocando o aumentando dos impostos. Assim, o desperdício de água

por alguns faz com que todos acabem pagando mais impostos e também pagando

mais para ter acesso à água de boa qualidade, própria para consumo.

Segundo o Instituto Akatu, temos 800 milhões de pessoas passando fome no

mundo. No Brasil são 44 milhões de famintos, mas ironicamente tem-se

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aproximadamente 70 milhões de pessoas acima do peso, demonstrando não a

escassez de alimentos e sim a sua má distribuição. Então o desperdício de

alimentos e sua má distribuição são uma das causas da fome no planeta, por isso

deve-se evitar o desperdício.

Para Fileto (2009), a produção de lixo no mundo cresce muito a cada dia, e sua

degradação demora muito a acontecer. Estima-se que uma latinha demora cerca de

100 anos para se decompor, o plástico até 500 anos e o vidro precisaria de milhões

de anos. Pode-se dizer, então, que a reciclagem é essencial e deve ser incentivada

e praticada por todos para reduzir o volume de lixo lançado nos aterros. A

reciclagem ajuda, mas a melhor solução seria reduzir o consumo, gerando desta

forma menos lixo. Outro problema com relação ao lixo e resíduos sólidos é seu local

de descarte. Seu descarte em local inadequado entope bueiros, dissemina doenças,

afetam a fauna e flora dos ecossistemas atingidos.

Com relação ao problema da geração de resíduos, temos que o setor da

Construção Civil é um dos responsáveis por esse problema. Muitos processos ainda

são artesanais e os índices de desperdício ainda são muito grandes.

Segundo Lima (1999), observa-se que o desenvolvimento tecnológico do setor

é caracterizado pela utilização de processos tradicionais, e que a estrutura

característica das empresas (pequenas e sem recursos para investimentos isolados

em tecnologia e racionalização) dificulta mudanças nos procedimentos de

construção utilizados. Ocorrem, em muitos casos, danificações de serviços já

prontos na execução de serviços subseqüentes. Estas interferências levam à baixa

produtividade e a perdas de materiais. Em conseqüência temos a geração de

resíduos, que ocasiona custos devidos a: remoção e transporte dos rejeitos;

compras de materiais para compensar a perdas; consumo excedente de horas-

homem etc.

Outro fator que está diretamente ligado a geração dos resíduos na construção

são os problemas relacionados ao projeto; seja pela falta de especificações e/ou

detalhamentos satisfatórios, precisão dos memoriais descritivos, a baixa qualidade

dos materiais adotados, o manejo, transporte ou armazenamento inadequado dos

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materiais, a falta ou ineficiência dos mecanismos de controle durante a execução da

obra, baixa qualificação da mão-de-obra,a técnica empregada para a construção ou

demolição, falta de processos de reutilização e reciclagem no canteiro.

Para John (1996 apud CNTL, 2007), os valores internacionais para o volume

do entulho da construção e demolição oscilam entre 0,7 e 11,0 toneladas por

habitante / ano. Já Pinto (1999 apud CNTL, 2007), estimou que em cidades

brasileiras de médio e grande porte, as massas de resíduos gerados variam entre

41% e 70% da massa total de resíduos sólidos urbanos.

Segundo o CNTL (2007), o consumo de materiais pela construção civil nas

cidades é pulverizado. Cerca de 75% dos resíduos gerados pela construção nos

municípios provêm de eventos informais, ou seja, obras de construção, reformas e

demolições, geralmente realizadas pelos próprios usuários dos imóveis. Estima-se

ainda que a construção civil formal seja responsável por 20% dos resíduos sólidos

gerados nos municípios. Apesar de ser uma parcela pequena na geração total do

município, as empresas são as responsáveis por esses resíduos gerados.

O CNTL (2007) ainda afirma que em relação ao impacto ambiental gerado por

essas atividades, pesquisas indicam que 60% a 70% dos resíduos sólidos urbanos,

nas cidades brasileiras, sejam gerados por construções formais ou informais, e que

são encaminhados para aterros – lixões. Somente 8% são encaminhados à

reciclagem.

Os estudos sobre aproveitamento e reciclagem de resíduos das construções

são inúmeros. Iniciativa louvável e de grande importância para a questão de

conservação ambiental e de sustentabilidade que vem crescendo em todo o planeta.

Por outro lado, seria mais interessante tentar aplicar uma política ambiental

preventiva, pois a reciclagem de resíduos provenientes das construções não elimina

o problema da geração dos mesmos. O ideal seria que esses resíduos não fossem

gerados ou, ao menos, fossem minimizados na fonte. Como vem ocorrendo hoje, na

maioria dos casos, há apenas uma medida corretiva, pois se procura em resolver o

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problema depois que ele já ocorreu. O fato de muitos pensarem que a geração de

entulho é fato inerente à Construção Civil é algo já não mais aceito hoje, onde tanto

se fala em evitar desperdícios, sustentabilidade, efeito estufa, consumo consciente,

esgotamento de recursos naturais.

Como alternativa para a reciclagem e tratamento dos resíduos após estes

terem sido gerados, tem-se a metodologia da Produção Mais Limpa, que,

resumidamente, tem como objetivo eliminar/reduzir o problema na fonte, antes dele

ser criado. A Produção Mais Limpa visa a prevenção do problema na fonte geradora,

assim, no caso da Construção Civil, vem a acarretar melhorias em seus processos

produtivos, deste modo tem-se menos sobras, logo, menos resíduos serão gerados.

Obviamente com a redução de perdas durante o processo haverá ganhos

econômicos para as empresas e também ganhos ambientais para a sociedade e o

planeta.

A escolha do processo de revestimento com placas cerâmicas para análise,

deu-se basicamente porque no Brasil é muito comum usar placas cerâmicas como

revestimento em ambientes como banheiros, áreas de serviço e cozinhas, além da

função de decorar outros ambientes tais como salas e quartos. Basicamente, o

revestimento cerâmico é aplicado sobre uma base, que pode ser de alvenaria de

tijolos ou blocos, revestida ou não com argamassa, ou sobre paredes e pilares, ou

outras superfícies. Recomenda-se o uso de argamassa colante para sua aplicação.

Em seguida, faz-se o rejuntamento com pasta ou argamassa, a fim de preencher as

juntas entre as peças.

Pelo custo e propriedades, a placa cerâmica pode ser apontada como o

principal componente nesse tipo de revestimento. Por esse motivo torna-se

importante descobrir onde e quando ocorrem as perdas, levantar e analisar os

motivos causadores das mesmas e finalmente tentar criar soluções que minimizem a

geração desses resíduos.

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Sendo assim, uma solução para muitas empresas seria a adoção da

metodologia da Produção Mais Limpa, que busca eliminar a geração de resíduos na

fonte, antes de serem gerados.

1.2. OBJETIVOS

1.2.1. Objetivo Geral

Avaliar o processo de revestimento com placas cerâmicas de acordo com os

princípios da metodologia de Produção Mais Limpa.

1.2.2. Objetivos Específicos

Como objetivos específicos pode-se apontar:

� Identificar os princípios da Produção Mais Limpa aplicáveis à execução de

revestimento com placas cerâmicas;

� Avaliar as perdas de acordo com a metodologia da Produção Mais Limpa;

� Identificar barreiras à implementação da Produção Mais Limpa na construção

civil;

� Sugerir melhorias nos processos para redução e eliminação das perdas e

barreiras identificadas.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. SUSTENTABILIDADE

No final do século vinte e início do século vinte e um, a questão ambiental

passou a ficar mais forte e começou a ser debatida com mais entusiasmo em nível

internacional, nacional e local. O desenfreado crescimento populacional, o

crescimento industrial e da urbanização contribuíram para um aumento da

quantidade de resíduos que são abandonados no meio ambiente.

Visto isso, a conscientização com relação aos problemas ambientais é algo que

já vem fazendo parte do dia-a-dia de todos moradores do globo. Este fato vem

levando muitos à procura de produtos e serviços que se empenhem e desenvolvam

processos voltados para um consumo limpo dos recursos naturais.

Para da Silva (2005) a sustentabilidade propõe-se a ser um meio de configurar

a civilização e atividade humanas, de tal forma que a sociedade, os seus membros e

as suas economias possam preencher as suas necessidades e expressar o seu

maior potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a biodiversidade e os

ecossistemas naturais, planejando e agindo de forma a atingir pró-eficiência na

manutenção indefinida desses ideais.

Corrêa (2009) diz que, para um empreendimento ser sustentável, tem de ter

em vista 4 requisitos básicos. Esse empreendimento tem de ser:

� ecologicamente correto;

� economicamente viável;

� socialmente justo; e

� culturalmente aceito.

Segundo a Câmara da Indústria da Construção (2008), o conceito de

sustentabilidade deriva do debate sobre o desenvolvimento sustentável, que teve

inicio com a primeira Conferência Internacional das Nações Unidas sobre o

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Ambiente Humano (United Nations Conference on the Human Environment), que se

realizou em Estocolmo, em 1972. Já o desenvolvimento sustentável refere-se ao

modo de desenvolvimento que tem como objetivo o alcance da sustentabilidade. Ele

trata do processo de manutenção do equilíbrio entre a capacidade do ambiente e as

demandas por igualdade, prosperidade e qualidade de vida da população humana. A

definição mais utilizada para desenvolvimento sustentável foi elaborada em 1987,

pela Comissão Mundial sobre Ambiente e Desenvolvimento, ou Comissão

Brundtland: Desenvolvimento sustentável é o tipo de desenvolvimento que atende às

necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade das gerações

futuras de atenderem suas próprias necessidades.

Sustentabilidade, ainda segundo a Câmara da Indústria da Construção (2008),

é a situação desejável que permite a continuidade da existência do ser humano e de

nossa sociedade, sendo o objetivo máximo do processo de desenvolvimento

sustentável. Ela busca integrar aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais

da sociedade humana com a preocupação principal de preservá-los, para que os

limites do planeta e a habilidade e a capacidade das gerações futuras não sejam

comprometidas.

Para Bardella e Camarini (200-), a construção civil sempre caracterizou-se pela

falta de qualidade em seus produtos e por uma filosofia altamente esbanjadora.

Embora, visando minimizar custos, os construtores venham tentando otimizar

recursos e minimizar perdas, os sistemas construtivos ultrapassados e que são de

prática corrente na construção civil brasileira, nem sempre consideram os

desperdícios na construção como uma variável importante no processo construtivo.

Sendo assim, uma construção sustentável, ainda segundo Bardella e Camarini

(200-), deve basear-se na prevenção e redução dos resíduos através do

desenvolvimento de tecnologias limpas, no uso de materiais recicláveis ou

reutilizáveis, no uso de resíduos como materiais secundários e na coleta e

deposição inerte.

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2.2. REDUZIR, REUTILIZAR, RECICLAR

Atualmente, um dos grandes problemas ambientais é o aumento da produção

de lixo. Durante as atividades humanas diárias é inevitável a produção de lixo,

porém pode haver a sua redução, se implementada a política dos 3R’s.

A política dos 3R’s é um conjunto de ações sugeridas durante a Conferência da

Terra, realizada no Rio de Janeiro em 1992, e o 5° Programa Europeu para o

Ambiente e Desenvolvimento, realizado em 1993. Os 3R’s consistem nos atos de

Reduzir, Reutilizar e Reciclar o lixo produzido.

Segundo o Eco-Unifesp, para uma gestão sustentável dos resíduos sólidos,

pensa-se imediatamente em uma abordagem que se baseie no princípio dos 3R´s:

redução (do uso de matérias-primas e energia e do desperdício nas fontes

geradoras), reutilização direta dos produtos, e reciclagem de materiais. Na

hierarquia dos 3R´s, a idéia de evitar a geração de resíduos vem em primeiro lugar,

pois causa menos impacto que reciclar os materiais depois de seu descarte.

A reciclagem de materiais polui menos o ambiente e envolve menor uso de

recursos naturais, mas raramente questiona o atual padrão de produção, não

levando à diminuição do desperdício.

Para Coelho, L. (2008), ao se falar de resíduos sólidos, logo pensa-se nos ditos

R’s. Algumas vezes ouve-se falar em 3 R’s, outras 4 R´s e até em 5 R’s. Antes de

decidir qual conceito de R’s se aplica ao seu caso, primeiro é necessário saber o

que em geral eles querem dizer:

• 3R’s: Reduzir, Reutilizar e Reciclar.

• 4R’s: Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Reintegrar (recuperar).

• 5R’s: Reduzir, Reutilizar, Reciclar, Repensar e Recusar.

O conceito mais difundido é os 3 R’s.

Reduzir: consiste em ações que visem à diminuição da geração de resíduos,

seja através da minimização de resíduos na fonte ou por meio da redução do

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desperdício. É a etapa principal, pois sua contribuição promove a minimização de

gastos com o gerenciamento e tratamento, e é válido para aplicação a qualquer

grupo de resíduos.

Reutilizar: é a segunda etapa que pode ser implantada através de ações que

possibilitem sua utilização para várias finalidades, otimizar o máximo seu uso antes

de descarte final, ou ainda, seu reenvio ao processo produtivo, visando a sua

recolocação para o mesmo fim ou recolocação no mercado.

Reciclar: é um conjunto de técnicas que tem por finalidade aproveitar os

resíduos, e reutilizá-los no ciclo de produção de que saíram. Materiais que se

tornariam lixo, ou estão no lixo, são separados, coletados e processados para serem

usados como matéria-prima na manufatura de novos produtos. Reciclar é usar um

material para fazer outro.

Segundo o Eco-Unifesp, o termo "reciclagem" surgiu na década de 1970,

época em que as preocupações ambientais passaram a ser tratadas com maior

rigor, especialmente após o primeiro choque do petróleo, quando reciclar ganhou

importância estratégica. As indústrias recicladoras são conhecidas como

secundárias, por processarem matéria-prima de recuperação. Em quase todos os

processos, o produto oriundo da reciclagem é completamente diferente do produto

original.

Segundo Coelho, L. (2008), o conceito de 4R’s está ligado a gestão dos

resíduos, conforme demonstra a seguinte figura:

Figura 01: Os 4 R's. (fonte: COELHO, 2008)

No conceito de 4R’s tem-se o acréscimo da idéia do “reintegrar”.

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Reintegrar: reintegrar o produto a natureza, ou seja, transformá-lo novamente

em um recurso natural, exemplo: compostagem de resíduos orgânicos para fazer

húmus e adubo.

Ainda para Coelho, L. (2008), temos ainda o conceito de 5 R’s, que é adaptado

com a finalidade de favorecer processos de Educação Ambiental, pois é um conceito

mais prático e mais aplicável no dia-a-dia dos consumidores.

O primeiro passo é reduzir a quantidade de lixo que se produz. Depois reutilizar

tudo que for possível e reciclar.

Repensar o comportamento diário e recusar produtos que agridem a saúde a o

meio ambiente também é colaborar com o processo de conservação do meio

ambiente.

2.3. PRODUÇÃO MAIS LIMPA

Com as questões relacionadas ao meio ambiente sendo assunto tão presente

nos dias atuais, tem-se que muitas organizações de diferentes setores industriais já

não agem mais de forma reativa às mesmas, passando a agir de forma proativa com

relação às questões ambientais. Diferentes metodologias de gestão ambiental

buscam sensibilizar diretores e níveis hierárquicos elevados dentro das

organizações, demonstrando a possibilidade de se obter lucro com o meio ambiente,

entre elas a Produção Mais Limpa, também conhecida pela sigla P+L.

Segundo a UNIDO (200-), United Nations Industrial Development Organization:

A produção mais limpa é uma abordagem preventiva, de estratégia integrada que é aplicada a todo o ciclo de produção para: � Aumentar a produtividade, garantindo uma utilização mais eficiente das matérias-primas, energia e água; � Promover o melhor desempenho ambiental através da redução na fonte dos resíduos e emissões; � Reduzir o impacto ambiental dos produtos durante todo o seu ciclo de vida através da concepção ambientalmente integrada com o custo-eficiência dos produtos. (UNIDO, tradução nossa)

Segundo a UNEP DTIE, United Nations Environment Programme Division of

Technology, Industry, and Economics, uma análise dos esforços de vários governos

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e da indústria nas últimas décadas, demonstra uma avanço positivo dos mesmos em

relação à questão da proteção ambiental. Este fato se deve, talvez, devido ao

desenvolvimento de estratégias “ganha-ganha”, tais como a Produção Mais Limpa.

Ainda segundo a UNEP DTIE, Produção Mais Limpa descreve uma abordagem

preventiva para a gestão ambiental. Não é uma definição jurídica nem científica para

ser dissecada, analisada e sujeita a controvérsias teóricas. É um termo amplo, que

engloba o que alguns países/instituições chamam de eco-eficiência, minimização de

resíduos, prevenção da poluição, ou produtividade verde. Produção Mais Limpa

refere-se a uma mentalidade de como bens e serviços são produzidos com o mínimo

impacto ambiental nos atuais limites tecnológicos e econômicos.

Produção Mais Limpa não nega o crescimento, somente insiste para que o crescimento seja ecologicamente sustentável. Não deve ser considerada apenas como estratégia ambiental, pois ela também diz respeito às considerações econômicas. Neste contexto, os resíduos são considerados como um “produto” com valor econômico negativo. Cada ação para reduzir o consumo de matérias-primas e energia, bem como prevenir ou reduzir a geração de resíduos, pode aumentar a produtividade e trazer benefícios financeiros às empresas. Produção Mais Limpa é uma estratégia de “ganha-ganha”. Ela protege o meio ambiente, melhorando simultaneamente a eficiência, rentabilidade e competitividade. A principal diferença entre controle da poluição e Produção Mais Limpa é a questão de quando é aplicada. Controle da poluição é um pós-evento, abordagem do “reagir e tratar”. Já Produção Mais Limpa é uma visão para o futuro, a filosofia do "antecipar e prevenir". (UNEP DTIE, tradução nossa)

Para o CNTL (2007), as tecnologias ambientais convencionais trabalham

principalmente no tratamento dos resíduos, efluentes e emissões existentes. Como

esta abordagem estuda os resíduos somente no final do processo de produção, ela

é conhecida como técnica “Fim-de-Tubo”, caracterizando-se essencialmente pelas

despesas adicionais para a empresa, além da possibilidade de criação de outros

problemas.

Oliveira Filho (2001 apud ARAUJO, 2002, p.34) descreve que a solução

tecnológica do tipo fim-de-tubo corre atrás dos prejuízos ambientais causados por

um sistema produtivo, remediando os seus efeitos, mas sem combater as causas

que os produziram. Ao contrário, as tecnologias de P+L contemplam mudanças nos

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produtos e processos produtivos a fim de reduzir ou eliminar todo tipo de rejeitos

antes que eles sejam criados.

A UNEP DTIE define Produção Mais Limpa da seguinte maneira:

Produção Mais Limpa é a aplicação contínua de uma estratégia ambiental preventiva, integrada a processos, produtos e serviços para aumentar a eficiência global e reduzir os riscos para os seres humanos e o ambiente. Produção Mais Limpa pode ser aplicada aos processos utilizados em qualquer indústria, aplicada com os próprios produtos e em vários serviços prestados a sociedade.

Para os processos de produção, Produção Mais Limpa resulta da conservação de matérias-primas, ou água, ou energia, ou ainda da combinação destes; eliminando matérias-primas tóxicas e perigosas; reduzindo a quantidade e toxicidade de todas as emissões e resíduos na fonte, durante o processo de produção.

Para os produtos, Produção Mais Limpa tem como objetivo reduzir os impactos ambientais, na saúde e segurança em toda a sua vida útil, desde a extração das matérias-primas, passando pela fabricação e utilização, até descarte do produto.

Para os serviços, Produção Mais Limpa implica na integração das preocupações ambientais na concepção e prestação de serviços. (UNEP DTIE, tradução nossa)

O CNTL (2007) ainda afirma que, o primeiro item considerado é a disposição

do resíduo e em último caso como não gerá-lo. Para a Produção mais Limpa,

verifica-se o contrario: inicialmente se busca não gerar, e caso não haja outra opção,

dispor. Um resíduo não gerado não necessitará ser segregado, transportado,

armazenado e nem disposto. A solução é complexa, porém, é definitiva. As

possíveis modificações decorrentes da implantação de um programa de Produção

mais Limpa, se dão em vários níveis de aplicações de estratégias.

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No quadro 01 pode-se ver as diferenças entre as tecnologias “fim-de-tubo” e a

produção mais limpa:

TECNOLOGIAS FIM-DE-TUBO PRODUÇÃO MAIS LIMPA

Como se pode tratar os resíduos e as emissões existentes?

De onde vêm os resíduos e as emissões?

... pretende reação. ... pretende ação.

... geralmente leva a custos adicionais. ... pode ajudar a reduzir custos.

Os resíduos e emissões limitados através de filtros e capítulos de tratamento; Soluções de

Fim-de-tubo; Tecnologia de reparo; Estocagem de resíduos.

Prevenção de resíduos e emissões na fonte; Evita processos e materiais potencialmente

tóxicos.

Proteção ambiental entra depois do desenvolvimento de produtos e processos

Proteção ambiental entra como parte integral do design do produto e da engenharia de processo.

Problemas ambientais resolvidos a partir de um ponto de vista tecnológico.

Tenta-se resolver os problemas ambientais em todos os níveis/em todos os campos.

Proteção ambiental é um assunto para especialistas competentes.

Proteção ambiental é tarefa de todos.

... é trazida de fora. ... é uma inovação desenvolvida na empresa.

... aumenta o consumo de material e energia. ... reduz o consumo de material e energia.

Complexidade e riscos aumentados Riscos reduzidos e transparência aumentada

Proteção ambiental desce para preenchimento de prescrições legais.

Riscos reduzidos e transparência aumentada

... resultado de um paradigma de produção do tempo em que os problemas ambientais não

eram conhecidos.

... abordagem que pretende criar técnicas de produção para um desenvolvimento sustentável.

Quadro 1- diferenças entre tecnologias fim de tubo e PmaisL (fonte:adaptado de CNTL, 2000

apud Coelho, A. 2003)

Na figura 01, pode-se ver o fluxograma mestre das ações para prevenção e

controle da poluição, incluindo as tecnologias de “Fim-de-Tubo”, entendendo,

segundo Mattosinho (2009), que apesar destas não focarem na identificação da

causa do problema, conforme o conceito da Produção Mais Limpa, estas também

contribuem para a redução da poluição.

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17

TÉCNICAS PARA REDUÇÃO DA POLUIÇÃO No início No fim Ordem de Aplicação

Altamente Desejável do ponto de vista ambiental Pouco

Redução na fonte Reciclagem interna e externa Tratamento de resíduos

Mudanças no produto Substituição do produto Conservação do produto

Alteração na composição do produto

Controle na fonte

Mudança na tecnologia Mudança no processo

Mudanças no equipamento, tabulação e layout

Mudanças nas condições operacionais

Mudança nos insumos

Purificação de materiais Substituição de materiais

Boas práticas operacionais Procedimentos apropriados

Prevenção de perdas Práticas gerenciais

Melhorias ao manuseio de materiais Programação da produção

Regeneração e reuso Retorno no processo

original Substituto da matéria-prima para o processo

Recuperação Processamento de

material Processamento

como sub-produto

Separação e concentração de resíduos

Bolsa de resíduos

Recuperação de energia ou material

Incineração

Disposição final

Figura 01 – fluxograma mestre das ações para prevenção e controle da poluição (Fonte: adaptado de Coelho, 2004 apud Mattosinho, 2009.)

Para Mattosinho (2009), vale salientar que a metodologia de Produção mais

Limpa não sugere a adoção de alternativas fim-de-tubo, porém não a descarta. A

Produção mais Limpa visa fazer a combinação de medidas, com a finalidade de

diminuição da poluição.

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18

2.3.1. Benefícos da Produção mais Limpa

Para o IEL (2002 apud ARAUJO, 2002, p.44), a P+L possibilita:

� obter ganhos financeiros pela otimização dos processos produtivos através da

melhor utilização da matéria-prima, água, energia e da não-geração de

resíduos;

� adequar-se à legislação ambiental e colaborar para o bem-estar das

comunidades local e global;

� facilitar etapas na implantação do Sistema de Gestão Ambiental para

certificação ISO 14001;

� aumentar a competitividade através da redução de custos de produção;

� utilizar o marketing ambiental para consolidar uma imagem positiva no

mercado.

� reduzir o impacto ambiental pela reciclagem dos efluentes e resíduos;

Para o CNTL (2003, p.14), o programa de Produção mais Limpa traz para as

empresas benefícios ambientais e econômicos que resultam na eficiência global do

processo produtivo, através de:

� eliminação dos desperdícios;

� minimização ou eliminação de matérias-primas e outros insumos impactantes

para o meio ambiente;

� redução dos resíduos e emissões;

� redução dos custos de gerenciamento dos resíduos;

� minimização dos passivos ambientais;

� incremento na saúde e segurança no trabalho.

E ainda contribui para:

� melhor imagem da empresa;

� aumento da produtividade;

� conscientização ambiental dos funcionários;

� redução de gastos com multas e outras penalidades.

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Muito semelhante aos benefícios citados anteriormente, Gasi e Ferreira (2006,

p.60-61) enumeram os benefícios para a organização, comunidade e meio ambiente

e para os responsáveis pelo controle ambiental.

Benefícios para a organização:

� As tecnologias de fim-de-tubo implicam visão segmentada, reativa, estática e

que adiciona custos, enquanto a produção mais limpa é uma solução com

visão integrada, proativa, dinâmica, que economiza recursos;

� Motivação de todos na organização em busca de um objetivo comum;

� Redução da quantidade e/ou periculosidade das matérias-primas; economia

da redução do consumo de matérias-primas, energia e água;

� Redução da geração de resíduos, ocasionando redução de gastos com

tratamento, transporte, disposição e remediação dos resíduos;

� Melhoria do ambiente de trabalho, devido a redução de substancias tóxicas;

� Limitação da responsabilidade futura devido ao lançamento de resíduos para

o meio ambiente;

� Aumento na eficiência e na competitividade, alem de propiciar argumentos

para facilitar as exportações;

� Redução ou eliminação dos conflitos de conformidade legal com os órgãos de

controle ambiental;

� Melhoria da imagem da empresa e das relações com o consumidor, com a

comunidade e com os trabalhadores;

� Possibilidade de integração com o sistema de gestão ambiental (SGA) da

empresa, podendo ser, com vantagens, uma etapa anterior à organização e à

certificação de SGA;

� Modo de evitar que os poluentes sejam transferidos de um meio para o outro.

Benefícios para a comunidade e meio ambiente:

� Antecipação e prevenção dos problemas ambientais;

� Redução de acidentes ambientais;

� Redução e/ou eliminação de poluentes atmosféricos, líquidos, sólidos, de

energia e seus respectivos impactos;

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� Conservação dos recursos naturais;

� Aumento da conscientização ambiental;

� Redução de problemas de saúde que venham do lançamento de resíduos no

meio ambiente;

� Redução de produtos tóxicos nos produtos e meio ambiente;

� Melhoria das condições ambientais, nos dias atuais e para o futuro, devido a

minimização dos impactos causados pelos resíduos gerados e ao uso

racional dos insumos.

Benefícios para os responsáveis pelo controle ambiental:

� Aumento na eficiência das ações de controle por meio da concentração de

tempo e esforços em outras áreas;

� Promoção da melhoria da imagem publica da organização;

� Promoção da melhoria das relações com a comunidade e com as empresas;

� Aumento da confiabilidade das ações de controle ambiental;

� Possibilidade de não apenas punir, mas reconhecer iniciativas voluntarias

bem-sucedidas, que servem d exemplo para outras empresas e de estimulo

aos concorrentes.

Para o CNTL (2003, p.16-17), a decisão de investir em Produção mais Limpa

depende muito da relação custo-benefício que o investimento terá. Muitas vezes,

devido às limitações de capital e às pressões dos órgãos ambientais e das ONG’s,

busca-se estratégias ambientais corretiva (técnicas de fim-de-tubo) ao invés de

estratégias preventivas, como é o caso da Produção mais Limpa.

Como observado pelo CNTL (2003, as mudanças que acontecem nos custos

de duas empresas, uma que investiu em Produção mais Limpa e outra que não

investiu podem ser comparadas e se verificará que a empresa que investiu em

Produção mais Limpa terá em seus custos um decréscimo com o tempo, devido ao

aumento da eficiência dos processos, do uso eficiente de matérias-primas,água e

energia, e da redução de resíduos e emissões gerados.

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Gráfico 01- custos e benefícios com implementação d e medidas de Produção mais limpa (CNTL, 2003)

No Gráfico 01, como explica o CNTL (2003), pode-se ver os ganhos com a

implantação da Produção mais Limpa. A linha horizontal mostra a situação onde não

houve investimentos em Produção mais Limpa, não demonstrando variações

significativas nos custos totais ao longo do tempo.

No trecho A, implantando-se a Produção mais Limpa, verifica-se inicialmente a

redução de custos pela implementação de medidas onde não necessitou-se de

investimentos.

Passando-se para o trecho B, há um aumento nos custos totais, decorrentes de

adaptações e adoção de novas tecnologias e modificações nos processos já

existentes. Após isso, já com a melhoria dos processos e as novas tecnologias

implantadas, pode-se observar a redução dos custos e conseqüentemente a

recuperação do investimento inicial. Com o passar do tempo, a redução dos custos

será permanente, devido aos ganhos com a melhoria da eficiência. O trecho C

demonstra essa redução de custos.

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2.3.2. A metodologia de Produção mais Limpa

Conforme o CNTL (2007), o primeiro passo antes da implementação de um

programa de Produção mais Limpa é a pré-sensibilização do público alvo

(empresários e gerentes), através de uma Visita Técnica com a exposição de casos

bem sucedidos, além de ressaltar seus benefícios econômicos e ambientais.

Após a fase de pré-sensibilização a empresa poderá iniciar a implementação

de um Programa de Produção mais Limpa, através de metodologia própria ou

através de instituições que possam apoiá-la nesta tarefa.

Para Gasi e Ferreira (2006, p.63), a aplicação da Produção mais Limpa deve

ser associada à idéia de processo, isso porque processo dá a idéia de uma atividade

contínua, repetitiva, cíclica e não-linear. Isso significa que ela está sempre sendo

realizada e aperfeiçoada, em busca de objetivos e metas mais ambiciosas.

Ainda segundo Gasi e Ferreira (2006), a idéia de processo vem do fato de

muitos considerarem a Produção mais Limpa como um projeto, sendo a idéia de

projeto algo não-repetitivo, que possuía uma seqüência lógica de eventos, e tenha

começo, meio e fim.

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O programa de Produção Mais Limpa é constituído de cinco fases, como pede

ser observado na figura 02.

Planejamento e Organização

Passo 1 – Obter compromisso e envolvimento da gerência

Passo 2 – Definir uma equipe do projeto

Passo 3 – Estabelecer objetivos

Passo 4 – Barreiras e soluções

Pré-Avaliação

Passo 5 – Desenvolver o fluxograma do processo

Passo 6 – Avaliar as entradas e saídas

Passo 7 – Selecionar o foco da avaliação de produção mais limpa

Avaliação

Passo 8 – Originar um balanço de material

Passo 9 – Conduzir uma avaliação de causas

Passo 10 – Gerar oportunidades

Passo 11 – Separar oportunidades

Estudo de viabilidade

Passo 12 – Avaliação preliminar

Passo 13– Avaliação técnica

Passo 14 – Avaliação econômica

Passo 15 – Avaliação ambiental

Passo16- Seleção de oportunidades

Implementação

Passo 17 – Preparar o plano de produção mais limpa

Passo 18 – Implementar oportunidades de produção mais limpa

Passo 19 – Monitorar e avaliar

Passo 20 – Sustentar atividades de produção mais limpa

Figura 02 – fases de implementação de Produção mais Limpa

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Para o SENAI.RS (2003) e o CNTL (2007) as etapas de Produção mais Limpa

são as seguintes:

Etapa 1 – Planejamento e Organização

Primeiro passo - Obter o comprometimento da gerência

É de fundamental importância sensibilizar a gerência, garantindo o sucesso do

Programa. A obtenção de resultados relevantes depende do comprometimento da

empresa com o Programa.

Na maioria das vezes podem-se identificar dois grupos diferentes, mas inter-

relacionados, de promotores de produção mais limpa. Tem-se as empresas que

estão interessadas em produção mais limpa porque os gerentes e/ou proprietários

querem uma área de trabalho limpa e adequadamente organizada. Existem também

as empresas que são guiadas pelas forças de mercado. Os impostos e a

arrecadação sobre consumo de recursos e/ou resíduos e emissões fazem com que

as indústrias adotem práticas de produção mais limpa. Além disso, a produção mais

limpa dá às empresas uma vantagem competitiva em mercados onde há demanda

por produtos melhorados ambientalmente.

O comprometimento da gerência pode ser obtido tanto pela ênfase no princípio

de proteção como pela influência das forças de mercado. Pode-se usar os seguintes

argumentos:

� A produção mais limpa baixa os custos da produção, de tratamento de fim-de-

tubo, dos cuidados com a saúde e da limpeza total (remoção de gases) do

meio ambiente.

� A produção mais limpa melhora a eficiência do processo e a qualidade do

produto, contribuindo assim para a inovação industrial e a competitividade.

� A produção mais limpa diminui os riscos aos trabalhadores, comunidade,

consumidores de produtos e gerações futuras, decrescendo assim os custos

indenizações e prêmios de seguro.

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� A produção mais limpa pode garantir a imagem pública da empresa (registros

de meio ambiente limpo), produzindo benefícios sociais e econômicos

intangíveis.

� É possível que os funcionários e empregadores de uma empresa tenham

interesse pessoal no meio ambiente.

Resumindo, para convencer a gerência e obter seu comprometimento deve-se:

� Ressaltar os benefícios econômicos;

� Encorajar o cuidado responsável e

� Destacar os benefícios ambientais.

Agora, para obter o envolvimento da gerência, tem-se que:

� Envolver a gerência na tomada de decisões;

� Manter a gerência informada sobre o processo da avaliação;

� Tornar os benefícios visíveis e

� Comprometer-se com o sucesso da Avaliação de Produção Mais Limpa.

Segundo passo – Organizar o Ecotime

Ecotime é um grupo de trabalho formado por profissionais da empresa que tem

por objetivo conduzir o programa de Produção mais Limpa.

Não importa quem seja o líder do Ecotime, este deve ter autoridade suficiente

para executar o programa de forma eficaz. Uma pessoa adequada para a posição de

líder do Ecotime ajuda a superar a resistência e é altamente motivado e convicto do

sucesso da avaliação de produção mais limpa.

As funções do Ecotime são as seguintes:

� realizar o diagnóstico;

� implantar o Programa;

� identificar oportunidades e implantar medidas de Produção mais Limpa;

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� monitorar o programa;

� dar continuidade ao programa.

Terceiro passo - Estabelecer metas

Deve-se dar muita atenção às metas para a produção mais limpa, porque elas

devem ser suficientemente ambiciosas para motivar esforços significativos para a

produção mais limpa, porém suficientemente realistas para servir com medida

adequada do sucesso. Em muitos casos, as metas já estão estabelecidas antes do

início da avaliação de produção mais limpa. Estas metas podem basear-se em:

� Padrões internos de produtividade;

� Legislação ambiental;

� Benchmarking e tecnologia (pontos de referência que servem como padrão da

tecnologia);

� Dados históricos de produção.

Quarto Passo - Barreiras e soluções

Com as barreiras identificadas, pode-se buscar soluções adequadas para

superá-las durante o desenvolvimento do programa, permitindo assim o bom

andamento do mesmo.

Barreiras quase sempre são resultado de mal-entendidos, de preconceitos ou

de resistência a mudanças. Como principais barreiras pode-se sitar: Falta de

informação, Barreiras organizacionais, Barreiras econômicas, Barreiras técnicas.

Para superar as barreiras, a primeira coisa a fazer é conscientização sobre os

benefícios da Produção mais Limpa e a demonstração de que a Avaliação de

Produção mais Limpa não está buscando culpados.

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Etapa 2 – Pré-Avaliação

Quinto passo – Desenvolver o fluxograma do processo

A análise detalhada do fluxograma permite a visualização e a definição do fluxo

qualitativo de matéria-prima, água e energia no processo produtivo, visualização da

geração de resíduos durante o processo. Esta ferramenta visa a obtenção de dados

necessários para a formação de uma estratégia de minimização da geração de

resíduos, efluentes e emissões. Na figura 03 pode-se ver o fluxograma de processo,

com os espaços que deverão ser preenchidos com as respectivas entradas, o

processo em questão e as saídas.

ENTRADAS UNIDADE DE PROCESSO SAÍDAS

Figura 03 – Fluxograma de processo

Sexto passo – Avaliar as entradas e saídas

Com o fluxograma do processo produtivo, o Ecotime fará o levantamento dos

dados quantitativos, ambientais e de produção existentes. Para tanto, serão

utilizadas as fontes disponíveis, tais como, estimativas do setor de compras, etc.

Ao avaliar para quantas entradas são convertidas em produtos, quantas em

resíduos e quantas auxiliares são necessárias durante a produção, pode-se

determinar se o processo é ou não eficiente. Estes levantamentos são usados para

determinar o foco da avaliação de produção mais limpa.

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Sétimo passo – Selecionar o foco da avaliação de produção mais limpa

Em princípio, todos os processos e unidades de operação podem ser

candidatos a foco da avaliação de produção mais limpa. Contudo, por razões de

praticidade (recursos financeiros e humanos disponíveis), deve ser feita uma

seleção de processos e unidades de operação.

O melhor foco da avaliação de produção mais limpa:

� Gera grande quantidade de resíduos e emissões;

� Causa grande perda econômica;

� Tem numerosas oportunidades óbvias de produção mais limpa;

� É aceito por todas as pessoas envolvidas.

Etapa 3 – Avaliação

Oitavo passo – originar um balanço de material

Um balanço de material permite a identificação e a quantificação das perdas ou

emissões anteriormente desconhecidas. O fluxograma de processo forma a base

para o cálculo do balanço de material. O balanço de material traz compreensão

sobre a fonte e a causa dos resíduos e emissões. Esta compreensão é necessária

para a geração de oportunidades de produção mais limpa.

Nono passo – avaliação das causas

Compreendendo as entradas e saídas, pode ser determinado onde as

matérias-primas, insumos, auxiliares, água e energia terminam: nos produtos,

subprodutos, resíduos, efluentes ou emissões? Para os resíduos e emissões, pode-

se derivar as causas para a sua geração. Devem ser respondidas as seguintes

perguntas:

� Onde ocorrem os resíduos, emissões e perdas de energia (fonte)?

� Por que eles ocorrem (causa)?

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Décimo passo – gerar oportunidades de produção mais limpa

Uma vez conhecidas as fontes e causas dos resíduos e emissões, a Avaliação

de Produção Mais Limpa entra na fase criativa. Tendo a mão o fluxograma do

processo e o balanço de material, pode-se escolher a unidade de operação,

material, correntes de resíduos e emissões que quer-se submeter mais

urgentemente a mudanças de produção mais limpa.

Figura 04 – Níveis da aplicação de produção mais limpa (fonte: adaptado de CNTL, 2007)

Deve-se buscar dar prioridade as medidas que eliminem ou minimizem os

resíduos, efluentes e emissões no processo produtivo onde são gerados. Na figura

04, o nível 1 representa as medidas que evitam a geração de resíduos na fonte.

Estas podem incluir modificações tanto no processo de produção quanto no próprio

produto.

Segundo o CNTL (2003), sob o ponto de vista de resíduos, efluentes e

emissões e levando-se em consideração os níveis e as estratégias de aplicação, a

abordagem de produção mais limpa pode ser dada de duas formas: através da

minimização de resíduos (redução na fonte), efluentes e emissões ou através da

reutilização de resíduos (reciclagem interna e externa), efluentes e emissões.

PRODUÇÃO MAIS LIMPA

Minimização de resíduos

Reuso de resíduos e emissões

Nível 1 Nível 2

Redução na fonte Reciclagem interna

Mudanças no produto

Mudanças no processo

Boas práticas operacionais

Mudanças tecnológicas

Trocas de matérias-

primas

Nível 3

Uso e reuso

recuperação

Reciclagem externa

Ciclos biogênicos

estruturas

materiais

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Décimo primeiro passo – separar oportunidades

Selecionar e priorizar as oportunidades de produção mais limpa para estudo

posterior. Após ter sido gerado um número satisfatório de oportunidades, estas

devem ser separadas. As que parecem mais promissoras devem ser submetidas a

um estudo de viabilidade.

Se nem todas as oportunidades puderem ser implementadas ou avaliadas, elas

devem ser priorizadas. As oportunidades listadas no topo podem ser sujeitas a uma

avaliação durante o estudo de viabilidade. As oportunidades óbvias, de custo zero

ou baixo custo, devem ser implementadas sem esse estudo.

Etapa 4 – Estudo de Viabilidade

Décimo segundo passo – avaliação preliminar

Determinar o nível de detalhes no qual cada oportunidade deve ser avaliada e

fazer uma relação das informações ainda necessárias para essa avaliação. Todas

as oportunidades selecionadas devem, em princípio, ser avaliadas em sua

viabilidade técnica, econômica e ambiental. Contudo, para algumas oportunidades

pode não ser necessária uma avaliação tão abrangente. A avaliação preliminar

determina que oportunidades necessitam de qual nível de avaliação técnica,

econômica e ambiental.

Antes que as oportunidades sejam sujeitas a qualquer uma das três avaliações,

elas precisam ser classificadas.

� Oportunidades de procedimentos versus oportunidades técnicas. Algumas

oportunidades requerem mudanças de procedimentos e de empregados.

Outras requerem uma mudança na técnica.

� Oportunidades relativamente simples versus oportunidades complexas. As

oportunidades simples podem ser boas práticas de operação ou mudanças

técnicas leves que podem ser implementadas com pequeno ou nenhum

investimento, enquanto as oportunidades complexas podem requerer

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substituição de uma unidade de operação, exigindo uma avaliação técnica e

econômica extensiva.

� Oportunidades pouco onerosas versus oportunidades caras. As

oportunidades podem ser selecionadas pelo julgamento de seus custos de

implementação.

Décimo terceiro passo - Avaliação Técnica

Determinar a viabilidade técnica das oportunidades de produção mais limpa

selecionadas.

Devem ser avaliados os impactos da medida proposta sobre o processo, a taxa

de produção, a segurança, etc. Além do mais, podem ser exigidos testes de

laboratório ou marchas de ensaio quando a oportunidade estiver mudando

significativamente as práticas atuais do processo. As experiências de outras

companhias com a oportunidade que está sendo considerada são muito úteis neste

ponto e podem eliminar muitos testes internos.

Na avaliação técnica é importante considerar:

� O impacto da medida proposta sobre o processo, produtividade, segurança, etc.;

� Os testes de laboratório ou ensaios quando a opção estiver mudando significativamente o processo existente;

� As experiências de outras companhias com a opção que está sendo estudada;

� Todos os funcionários e departamentos atingidos pela implementação das opções;

� As necessidades de mudanças de pessoal, operações adicionais e pessoal de manutenção, além do treinamento adicional dos técnicos e de outras pessoas envolvidas.

Décimo quarto passo - Avaliação econômica

A viabilidade econômica é freqüentemente o parâmetro chave que determina

se uma oportunidade será implementada ou não.

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32

É aconselhável primeiro avaliar as oportunidades que provavelmente sejam

atraentes economicamente. Isto reforça o interesse e o comprometimento da

empresa com a produção mais limpa.

Na avaliação econômica é importante considerar:

� Os investimentos necessários;

� Os custos operacionais e receitas do processo existente e os custos

operacionais e receitas projetadas das ações a serem implantadas;

� A economia da empresa com a redução/eliminação de multas.

Décimo quinto passo - Avaliação Ambiental

Um dos objetivos da produção mais limpa é a melhoria do desempenho

ambiental de sua empresa. Portanto, é imperativa uma avaliação ambiental.

Pode-se distinguir três níveis para a avaliação ambiental:

� Avaliação simples, baseada na redução da toxicidade e quantidade de

resíduos e emissões e perdas de energia.

� Avaliação profunda do efeito da composição de novas entradas e saídas.

� Simples avaliação do ciclo de vida

Na avaliação ambiental é importante considerar:

� A quantidade de resíduos, efluentes e emissões que será reduzida;

� A qualidade dos resíduos, efluentes e emissões que tenham sido eliminados

verificar se estes contêm menos substâncias tóxicas e componentes

reutilizáveis;

� A redução na utilização de recursos naturais.

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Décimo sexto passo - Selecionar Oportunidades

Documentar os resultados do estudo de viabilidade e oferecer uma lista de

oportunidades de produção mais limpa que devem ser consideradas para a

implementação.

A lista documentada das oportunidades viáveis e não-viáveis será usada

durante a fase de implementação para obter aprovação e financiamento. As

oportunidades viáveis e não viáveis que não forem implementadas podem ser

recuperadas dos arquivos durante a próxima avaliação de produção mais limpa.

Os resultados encontrados durante as atividades de avaliação técnica,

ambiental e econômica possibilitarão a seleção das medidas viáveis de acordo com

os critérios estabelecidos pelo Ecotime, gerando os estudos de caso.

Etapa 5 – Implementação

Décimo sétimo passo - Preparar um Plano de Produção Mais Limpa

Desenvolver um plano de implementação para oportunidades de produção

mais limpa. Deve ser esboçado um plano, descrevendo a duração do projeto e os

recursos humanos e financeiros necessários para a implementação das medidas.

O plano de produção mais limpa deve começar com uma avaliação preliminar

da Avaliação de Produção mais Limpa. Devem ser obtidos recursos financeiros para

implementação do conjunto de oportunidades resultante do Estudo de Viabilidade.

Algumas oportunidades de produção mais limpa não requerem muitas

oportunidades e podem ser implementadas a qualquer tempo, independente dos

empregados e do equipamento do processo. Outras oportunidades podem requerer

mudança organizacional.

As informações sobre as mudanças, aos empregados e departamentos

pertinentes, facilitam a implementação dessas oportunidades. Em alguns casos, é

necessário o treinamento da equipe e dos empregados.

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Para assegurar que as atividades de produção mais limpa em uma empresa

não terminem com a implementação das oportunidades de produção mais limpa,

deve-se documentar como serão continuadas as atividades de produção mais limpa,

quem deve ser responsável e como a experiência da avaliação de produção mais

limpa, deve ser repassada aos demais integrantes da empresa e também a outras

instituições.

Décimo oitavo passo - Implementar oportunidades de produção mais limpa

A implementação de oportunidades de produção mais limpa envolvendo a

modificação ou aquisição de equipamentos novos não é essencialmente diferente de

qualquer outro projeto de investimento. Portanto, a empresa pode seguir os mesmos

procedimentos que usou para a implementação de outros projetos.

Deve ser prestada atenção especial às necessidades de treinamento da equipe

e dos empregados. Também é importante que as pessoas responsáveis pela

implementação sejam informadas sobre o trabalho e o propósito da oportunidade,

uma vez que a experiência da implementação tem, freqüentemente, sugestões úteis

para esta fase.

Décimo nono passo - Monitorar e Avaliar

Existem três modos de monitorar a eficácia da oportunidade de produção mais

limpa implementada. Você pode medir:

� Mudanças na geração de resíduos e emissões;

� Mudanças no consumo de recursos (incluindo energia);

� Mudanças na lucratividade.

A comparação do antes e depois é essencial para a avaliação das

oportunidades implementadas. Ela permite mudanças decorrentes da oportunidade

de produção mais limpa implementada. A comparação de antes e depois pode ser

usada para mostrar à gerência o quanto são efetivas as oportunidades

implementadas.

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Vigésimo passo - Sustentar atividades de produção mais limpa

O melhor modo de sustentar atividades de produção mais limpa é introduzir um

programa de produção mais limpa que inclua todas as atividades necessárias para

obter entusiasmo e comprometimento com avaliações de produção mais limpa

repetidamente conduzidas.

2.4. A CONSTRUÇÃO CIVIL E O MEIO-AMBIENTE

Segundo a Construbusiness (2006 apud MATTOSINHO, 2009, p.3), a indústria

da construção civil ocupa posição de destaque na economia nacional, sendo

responsável por uma parcela significativa do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Dados recentes indicam que o macro complexo construção civil responde por 15%

do PIB nacional. Além desta participação direta no PIB, destaca-se também o

grande contingente de mão-de-obra direta empregada, que corresponde a 3,92

milhões de empregos, sendo o maior setor empregador da economia nacional.

Observa-se então que a Construção Civil tem um papel muito importante na

sociedade no que tange a movimentação da economia nacional. Sua importância

não pode ser negada com relação a esse fato. Além disso, o setor ajuda no

desenvolvimento econômico e social do país. Ou seja, a construção civil tem uma

grande influencia nas atividades socioeconômicas do país.

Mas também o setor da construção civil vem sendo lembrado pelo descaso

com o meio ambiente, contribuindo em grande parcela na deterioração ambiental.

A UNEP (2007) demonstra a importância do setor da construção civil no mundo

e também os impactos ambientais causados pelo mesmo:

� 111 milhões de pessoas diretamente empregadas.

� 75% trabalham nos países em desenvolvimento.

� 90% trabalham em micro empresas (<10 empregados).

� 10% do PIB mundial (Produto Interno Bruto).

� Investimento mundial de $ 3.000 bilhões de dólares por ano.

� 25 a 40% do total de energia utilizada em todo o mundo.

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� 30 a 40% da geração de resíduos sólidos.

� 30 a 40% dos gases responsáveis pelo efeito estufa.

A Construção Civil dá origem a vários tipos de resíduos; estes por sua vez são

derivados de processos de demolição e construção. Outra característica desse setor

é que são usados tanto materiais renováveis e não renováveis de uma forma

abusiva. A Construção Civil causa impactos ambientais em todas as etapas do seu

processo: extração de matérias-primas, produção de materiais, construção em geral,

uso e demolição.

Tabela 01- Geração de resíduos nas principais cidades brasileiras

CIDADES GERADORAS GERAÇÃO ESTIMADA (ton/mês)

SÃO PAULO 372.000

RIO DE JANEIRO 27.000

BRASILIA 85.000

BELO HORIZONTE 102.000

PORTO ALEGRE 58.000

SALVADOR 44.000

RECIFE 18.000

CURITIBA 74.000

FORTALEZA 50.000

FLORIANÓPOLIS 33.000

Fonte: Pinto, 1987 apud CNTL, 2007, p.11

Comprovando a relevância desse tema, Furtado (2005 apud MATTOSINHO,

2009, p.3), sita dados levantados nos Estados Unidos, que podem servir de

indicativo para outros países industrializados; a construção civil é responsável por:

utilização de 30% das matérias primas, 42% do consumo de energia, 25% para o de

água e 16% para o de terra. O segmento contribui com 40% da emissão

atmosférica, 20% dos efluentes líquidos, 25% dos sólidos e 13% de outras

liberações. Demonstrado isso, deve buscar ações para reduzir o impacto ambiental.

Para Souza, (1995 apud POZZOBON, 1999) uma das características da Construção

Civil é o desperdício. A falta de qualidade dentro das empresas de construção civil

pode ser observada das seguintes formas:

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� Através das falhas durante do processo de produção. Estas falhas causam

perda de materiais, que por sua vez saem da obra na forma de entulho ou

ficam agregados a ela sem nenhuma função; o retrabalho feito para corrigir

serviços em não-conformidade com o especificado; e os tempos ociosos de

mão-de-obra e equipamentos, por deficiência de planejamento de obras e

ausência de uma política de manutenção de equipamentos;

� Através das falhas nos processos gerenciais e administrativos da empresa,

dadas por compras feitas apenas na base do menor preço; deficiências nos

sistemas de informação e comunicação da empresa; programas de seleção,

contratação e treinamento inadequados; perdas financeiras por deficiência de

contrato e atrasos de obra; retrabalho administrativo nas diversas áreas da

empresa;

� Em função de falhas na fase de pós-ocupação das obras, caracterizadas por

patologias construtivas com necessidade de recuperação e altos custos de

manutenção e operação, causando prejuízo na imagem da empresa junto ao

mercado.

Esse conjunto de falhas indica a necessidade de combate ao desperdício, o

potencial de redução de custos e de uso de matéria-prima e o aumento da

competitividade das empresas.

A preocupação com a conservação ambiental ocupa, nos dias atuais, uma

significativa parcela dos investimentos e dos esforços administrativos de vários

segmentos das atividades econômicas.

A atenção quanto ao esgotamento das reservas das fontes de matéria-prima

vem crescendo, especialmente se estas fontes não forem renováveis. Diversos

problemas são originados pela retirada de materiais (especialmente matérias-primas

de construção) da natureza, causando impacto na extração e na geração de

resíduos em todas as fases de transformação.

As empresas de construção civil no Brasil têm procurado meios para melhorar

a qualidade dos serviços e produtos empregados. Juntamente com esse fato,

percebe-se que as construtoras têm buscado tornar seus produtos mais atrativos,

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para isso vêm buscando maneiras de tornar os custos das obras mais competitivos.

Muitas empresas construtoras perceberam que se comprometer com a causa

ambiental pode ser um bom negócio. Pode vir a reduzir custos e melhorar a imagem

da empresa no mercado.

Segundo Roth (2008) na indústria da construção civil, em especial da

construção de edificações, a produção mais limpa pode ser empregada tanto no

processo de produção dos materiais de construção como no processo de produção

das obras construtivas propriamente ditas. O uso das técnicas de produção mais

limpa faria com que houvesse a minimização e possível não geração de resíduos

proporcionando benefícios como: redução dos custos econômicos, estabelecida pelo

uso mais racional de matéria prima, energia e menor gasto com a disposição dos

resíduos; a aproximação da construção sustentável; e facilidade para o cumprimento

de leis e normas ambientais.

2.5. ASSENTAMENTO DE PLACAS CERÂMICAS

É preciso muito mais que saber “ler” as plantas arquitetônicas para se fazer um

bom assentamento de piso cerâmico, segundo Gerolla (2009); ele afirma que muitas

vezes, o projeto de paginação é inexistente, e deve-se considerar as especificações

do fabricante da cerâmica, observando-se as necessidades de nivelamento do

contrapiso e argamassas colantes mais indicadas.

Gerolla (2009) ainda diz para ficar atento a todas as especificações dos

fabricantes, pois estes costumam indicar as argamassas mais apropriadas para seu

produto, como também os rejuntes. No mercado, as massas para pastilhas e

porcelanatos são diferentes, e há diversas versões para ambientes externos e

internos. Com relação a rejuntes e insertes, os últimos opcionais, também é preciso

observar especificações do fabricante.

Seguindo as explicações e dicas, Gerolla (2009) diz que caso o porcelanato

tenha dimensões maiores que 60 cm x 60 cm, deve-se aplicar uma camada de

argamassa tanto no piso como na contraface da peça (camada dupla).

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Gerolla (2009) diz ainda que quanto ao desenho, é importante destacar que a

colocação em diagonal tem mais recortes, portanto gera mais desperdícios. O

projeto deve indicar onde o trabalho deve ser iniciado, para que o desenho "otimize"

os ganhos de espaço e reduza a necessidade de recortes. Outro pnto importante é o

tamnah da peça, quanto maior o tamanho, mais aparente será o erro de cálculo das

quantidades a serem compradas. A cada pequeno erro da execução, a perda

também poderá ser enorme. Nesses projetos, em vez de se calcular a área total de

piso e adicionar à conta os tradicionais 10% (para assentamento reto) ou 15% (para

o diagonal), a saída é contar quantas peças cabem dentro daquela área. A essa

conta, por medida de cautela, acrescenta-se 5%.

Para Agopyan et. al (1998), a tabela 02 mostra estatísticas de pesquisa

realizada por ele e outros pesquisadores onde pode-se ver as perdas de placas

cerâmicas em várias obras. Pode-se visualizar as medidas de posição (mediana e

média), as de dispersão (diferença entre quartis, desvio padrão e valores de máximo

e mínimo) e o taanho da amostra (n).

Tabela 02- Estatísticas de perdas de placas cerâmicas em estudo da PCCUSP e FINEP

SEÇÃO NOMINAL

MÉDIA (%)

MEDIANA (%)

DESVIO P.

DIF. QUARTIS (%)

MÍNIMO (%)

MÁXIMO (%) n

PISO 22 19 19 12 5 78 13

PAREDE 16 13 14 18 (1) 50 28 FACHADA 12 13 7 7 5 19 3

Fonte: adaptado de Agopyan et al, 1998.

Vê-se que as perdas de cerâmica são relativamente altas, e como este material

é bastante usado na construção civil brasileira torna-se viável a aplicação da

metodologia de produção mais limpa no processo de assentamento, na intenção de

minimizar a geração de resíduos.

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3. METODOLOGIA

3.1. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Segundo Minayo (1993, p.23 apud SILVA; MENEZES, 2001, p.19) pesquisa é

“atividade básica das ciências na sua indagação e descoberta da realidade. É uma

atitude e uma prática teórica de constante busca que define um processo

intrinsecamente inacabado e permanente. É uma atividade de aproximação

sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma combinação particular

entre teoria e dados”.

Já para Gil (1999, p.42 apud SILVA; MENEZES, 2001, p.19) pesquisa é um

“processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo

fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego

de procedimentos científicos”.

Por se tratar de um tema não muito presente nas empresas, a redução de

resíduos na fonte, essa pesquisa transcorreu basicamente de maneira prática.

A forma de abordagem do problema foi de caráter qualitativo, ou seja: “O

ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o

instrumento-chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados

indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem.”

(SILVA, E., 2001, p.20)

Com relação aos seus objetivos, a pesquisa foi exploratória, ou seja:

“[...] visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolve levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão. Assume, em geral, as formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de Caso.” (Gil, 1991 apud SILVA, E., 2001, p.21)

Considerando os procedimentos técnicos, a pesquisa caracterizou-se como um

estudo de caso, ou seja:

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“[...] quando envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos

de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento.” (Gil, 1991 apud

SILVA, E. 2001 p.21)

O planejamento de uma pesquisa dependerá basicamente de três fases:

• fase decisória : referente à escolha do tema, à definição e à delimitação do problema de pesquisa;

• fase construtiva : referente à construção de um plano de pesquisa e à execução da pesquisa propriamente dita;

• fase redacional : referente à análise dos dados e informações obtidas na fase construtiva. É a organização das idéias de forma sistematizada visando à elaboração do relatório final.[...] (SILVA, E., 2001, p.22, grifo do autor)

3.2. DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

Sendo essa pesquisa basicamente um estudo de caso, torna-se difícil

estabelecer um roteiro que não seja flexível, pois pode-se encontrar locais e

situações muito diferentes. Desse modo, ficaria impossível estabelecer um roteiro

rígido para o estudo de caso.

As unidades de análise foram escolhidas basicamente por disponibilidade de

acesso ao local. Primeiramente pensou-se em três obras a serem analisadas,

contudo foi possível realizar a pesquisa em apenas duas obras. Este trabalho focou-

se em avaliar os serviços de assentamento de placas cerâmicas; sejam em piso,

parede ou ambos. Analisou ainda a possibilidade de minimizar os resíduos na fonte

geradora.

Pelas características da pesquisa e das próprias obras estudadas, algumas

etapas da metodologia de Produção mais Limpa não foram realizadas ou foram

apenas comentadas e sugeridas. Contudo a pesquisa não ficou prejudicada, uma

vez que os objetivos puderam ser cumpridos de forma satisfatória.

Infelizmente foi realizado apenas as etapas de pré-avaliação e avaliação,

baseadas na metodologia de Produção mais Limpa, como ilustrado na figura 05. A

etapa principal, Planejamento e Organização, ficou prejudicada devido a falta de um

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real interesse das gerências das obras em se envolverem e darem o apoio

necessário ao andamento dos trabalhos.

Planejamento e Organização

Passo 1 – Obter compromisso e envolvimento da gerência

Passo 2 – Definir uma equipe do projeto

Passo 3 – Estabelecer objetivos

Passo 4 – Barreiras e soluções

Pré-Avaliação

Passo 5 – Desenvolver o fluxograma do processo

Passo 6 – Avaliar as entradas e saídas

Passo 7 – Selecionar o foco da avaliação de produção mais limpa

Avaliação

Passo 8 – Originar um balanço de material

Passo 9 – Conduzir uma avaliação de causas

Passo 10 – Gerar oportunidades

Passo 11 – Separar oportunidades

Estudo de viabilidade

Passo 12 – Avaliação preliminar

Passo 13– Avaliação técnica

Passo 14 – Avaliação econômica

Passo 15 – Avaliação ambiental

Passo16- Seleção de oportunidades

Implementação

Passo 17 – Preparar o plano de produção mais limpa

Passo 18 – Implementar oportunidades de produção mais limpa

Passo 19 – Monitorar e avaliar

Passo 20 – Sustentar atividades de produção mais limpa

Figura 05 – etapas da Produção mais Limpa realizadas na pesquisa

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3.3. COLETA DE DADOS

O êxito na coleta de dados se dá somente com paciência e persistência, “[...]os

dados são colhidos iterativamente, num processo de idas e voltas, nas diversas

etapas da pesquisa e na interação com seus sujeitos.” (Chizzotti, 1991, p. 89 apud

ARAUJO A., 2002, p.72)

Este trabalho utilizou a análise de documentos, entrevistas e observações

como fontes de evidências. Em um primeiro momento, o estudo de caso realizou-se

por meio de entrevistas semi-estruturadas, dessa maneira o roteiro não é rígido,

podendo-se explorar mais amplamente algumas questões.

A idéia inicial era a pesquisa em três obras, porém foi possível apenas a

realização dos trabalhos em apenas duas obras. A maior dificuldade observou-se

quanto a quantificação dos resíduos; não conseguiu-se nomear um responsável pela

quantificação dos resíduos nas obras estudadas. Ficaram a cargo do pesquisador as

medições dos resíduos e a tentativa de monitoramento dos resíduos gerados com a

finalidade de permitir que os mesmos se aproximassem ao máximo da realidade. As

medições eram realizadas um balde e uma balança de mola.

Após a verificação das áreas que poderiam servir para a avaliação do processo

nas respectivas obras, era aguardado o inicio dos trabalhos para ser passado aos

funcionários a finalidade da pesquisa e como eles deveriam proceder. Foi pedido

que eles realizassem o assentamento das cerâmicas normalmente, e que todo corte

e resíduo fosse separado e armazenado no mesmo local onde ocorreram os

trabalhos. As medições eram feitas somente quando o assentamento já tivesse sido

realizado em sua totalidade; os dados obtidos foram anotados em planilhas

discriminadas por ambientes e posteriormente agrupadas em uma planilha única por

tipo de cerâmica e obra. As visitas as obras realizaram-se uma vez na semana, no

período de setembro à novembro.

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3.4. INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

A interpretação dos dados foi realizada após se julgar suficiente a quantidade

de informações para a pesquisa. Dessa interpretação pretendeu-se traçar diretrizes

para evitar o desperdício e tentar eliminar o problema na fonte, caso fosse possível.

A abordagem quantitativa foi de extrema importância na pesquisa, pois

possibilitou a mensuração das entradas e saídas e a definição de seus indicadores.

Somente a abordagem qualitativa não possibilitaria a visualização de dados que se

aproximassem da realidade do objeto de estudo.

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4. ANÁLISE DA EXECUÇÃO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS

Nesta pesquisa, propôs-se avaliar o processo de aplicação de placas

cerâmicas em obras da cidade do Salvador. Foram analisadas duas obras.

4.1. PRÉ-AVALIAÇÃO

Nas Obras estudadas, realizou-se uma fase de pré-avaliação que consistiu em

uma visita técnica às obras. Nestas visitas, buscou-se alcançar alguns objetivos

com intuito de melhor conduzir a pesquisa.

� amplitude da avaliação: realizou-se uma visita às obras em andamento. Nas

duas obras todos os projetos necessários para execução das obras já

estavam concluídos (arquitetônico, hidrossanitário, elétrico etc.). Conforme

definido anteriormente, a etapa da construção a ser avaliada seria o

assentamento de placas cerâmicas. Diante disto, avaliou-se onde estava

ocorrendo o respectivo serviço e se a coleta de dados seria satisfatória.

� estabelecer a estratégia a ser adotada para execução do trabalho: ficou

estabelecido que antes do inicio de cada serviço realizar-se-ia uma conversa

com os responsáveis pelo assentamento das placas cerâmicas, para que os

mesmos ficassem cientes do trabalho e da idéia da Produção mais Limpa;

estes por sua vez apenas deveriam separar os resíduos, sendo as medições

realizadas pelo pesquizador.

� elaborar o(s) fluxograma(s) de produção: buscou-se a elaboração dos

fluxogramas dos serviços de execução de revestimento cerâmico. Em ambas

as obras as características dos processos foram bastante semelhantes,

diferenciando-se apenas pelas distâncias percorridas e os tempos de

transporte do almoxarifado ao local do assentamento, e também a mão-de-

obra utilizada; na obra “A” eram funcionários da empresa, na obra “B” eram

funcionários terceirizados. Esses fluxogramas apresentam-se nas figuras 06 e

07.

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Preparo da superfície

Definição da paginação

Preparo da argamassa colante

Aplicação da argamassa

Assentamento das placas e cortes

Preparo do rejunte

Aplicação do rejunte

Limpeza

ETAPA 1 ETAPA 2 ETAPA 3

Assentamento de placas cerâmicas

Rejuntamento

Limpeza

Figura 06 – fluxograma simplificado do processo produtivo nas obras A e B

Figura 07 – fluxograma simplificado das etapas do processo produtivo nas obras A e B

Abaixo pode-se observar uma descrição das etapas do processo de

assentamento de placas cerâmicas:

� Preparo da superfície: limpeza da superfície onde serão assentadas as placas

cerâmicas do revestimento cerâmico.

� Definição da modulação (paginação): é a definição da disposição da cerâmica no

ambiente.

� Preparo da argamassa colante em pó: consiste na mistura da argamassa colante

com água.

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� Aplicação da argamassa: consiste na aplicação da argamassa no local onde

serão assentadas as placas cerâmicas.

� Assentamento das placas cerâmicas e possíveis cortes: assentamento das peças

de cerâmica sobre a argamassa recém aplicada. Os cortes da cerâmica se fazem

presentes para acomodar a mesma nos locais preestabelecidos para o

revestimento.

� Preparo da argamassa de rejunte: consiste na mistura da argamassa com água

para realização do rejuntamento.

� Rejuntamento: consiste na aplicação da argamassa entre as peças de cerâmica,

ou seja, o rejunte. Deve-se seguir as especificações do fabricante, a fim de

assegurar a correta execução do serviço, bem como assegurar a garantia do

produto utilizado.

� Limpeza: remoção do excesso de rejunte nas juntas e sobre as placas

cerâmicas.

Na figura 06 pode-se observar o fluxograma mais detalhado do processo de

assentamento das placas cerâmicas nas obras “A” e “B”. na figura 06 ainda pode-se

avaliar o processo de forma mais detalhada, visualizando as entradas e saídas.

Desse modo é possível identificar em qual etapa do processo são gerados os

resíduos. Esse diagrama age como uma ferramenta para obtenção de dados

necessários para a formação de uma estratégia de minimização da geração de

resíduos.

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ENTRADAS OPERAÇÕES - ETAPAS SAÍDAS

Cerâmicas Argamassa

colante Rejunte

Transporte e estocagem

Cerâmicas Argamassa

colante Água

Transporte interno

Argamassa colante Água

Mistura da argamassa

Embalagem

plástica

Figura 08 – Fluxograma do processo nas obras A e B

Argamassa pronta

Aplicação da argamassa Resíduo de

argamassa

Cerâmica

Assentamento das cerâmicas e cortes

Embalagens de papelão e cortes

de cerâmicas

Sacos de rejunte Transporte interno

Rejunte Água

Mistura de rejunte

Embalagem plástica

Rejunte misturado

Aplicação do rejunte Resíduos de

rejunte

Água Limpeza

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4.2. ASSENTAMENTO DAS PLACAS DE REVESTIMENTO CERÂMI CO

4.2.1. Obra “A”

A obra “A” é um edifício multiresidencial de padrão alto, com um total de área

construída de 27.358 m², divididos em três níveis de garagens, playground,

mezanino, vinte e oito andares de apartamentos (2,3 e 4, quartos; lofts; duplex;

triplex) e a cobertura.

Foram analisados os assentamentos de placas cerâmicas em dois

apartamentos: um com 151m² (2 quartos, 2 suítes, lavabo, living, sanitário social,

cozinha, área de serviço, quarto de serviço, banheiro de serviço, varanda,

circulação) e outro com 150,13m², duplex ( living, cozinha, área de serviço, quarto de

serviço, banheiro de serviço,lavabo, varanda, 3 suítes).

4.2.1.1. Diagnóstico Ambiental e de Processos

Primeiramente, identificou-se os materiais e insumos a serem utilizados no

assentamento das placas cerâmicas. Este levantamento consistiu basicamente dos

levantamentos feitos na obra para o início do revestimento cerâmico. Sendo assim,

os materiais utilizados foram:

� Cerâmicas de dimensões 20x20cm, 25x41cm, 41x41cm, 60x60cm.

� Mistura para argamassa colante em pó.

� Rejunte para cerâmica.

� Água para argamassa e rejunte.

O produto a ser produzido foi a área a ser revestida, ou seja, 237,45m². As

entradas foram consideradas as áreas dos ambientes a serem revestidos, sem as

perdas que geralmente admite-se quando são feitos os cálculos para a compra do

material. No quadro 02 pode-se visualizar as entradas do processo e o custo dos

resíduos gerados.

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Quadro 02 – entradas e saídas do processo com respectivos custos da Obra “A”

materiais e insumos entradas custo de

compra valor total

resíduos gerados consumo efetivo

custo dos

resíduos (m2) (kg) (R$/m 2) (R$/kg) (m2) (kg)

cerâmica 60x60 36,43 769,0 55,56 2,63 2023,89 3,84 81,1 40,27 213,42

cerâmica 41x41 33,8 568,0 9,03 0,53 305,33 4,20 71,3 38,00 37,98

cerâmica 25x41 115,99 1830,0 9,45 0,60 1096,49 12,47 197 128,46 117,87

cerâmica 20x20 51,2 669,7 16,73 1,28 857,249 2,94 38,5 26,07 49,24

embalagem papelão - - - - - - 32,42 - -

argamassa colante em pó

- 941,2 - 0,89 835,32 - 54,7 995,9 48,55

água para argamassa - 150,2 - - - - 150,2 -

embalagem plástica argamassa

- - - - - - 3,3 - -

rejunte - 111,6 - 2,06 229,45 - 6,0 117,6 12,23

água para rejunte - 29,5 - - - - 29,5 29,5 -

embalagem plástica rejunte

- - - - - - 1,43 - -

Para a cerâmica, foi verificado o consumo de materiais, que representou a

entrada no processo (3836,7kg); os resíduos foram medidos diretamente, em

massa; a soma entre a área a ser executada e a quantidade de resíduos foi o

consumo efetivo (4224,6kg).

Para a argamassa colante, foi previsto um determinado gasto de materiais, que

foi a entrada (941,2kg); o consumo efetivo foi o consumo estimado (941,2kg) para a

execução do serviço mais os resíduos gerados (54,7kg), ou seja, 995,9kg.

Para o rejunte, também foi previsto um determinado gasto de materiais

(111,6kg), sendo a entrada; o consumo efetivo, mais uma vez, foi o consumo

estimado (111,6) para a execução do serviço mais os resíduos gerados (6,0kg), ou

seja, 117,6kg.

Os insumos e materiais descritos acima, encontravam-se todos armazenados

em local apropriado, no almoxarifado da obra; todos identificados e separados por

tipo. Com relação ao acondicionamento dos mesmos, todos se encontravam em

suas embalagens originais, ou seja, a argamassa e o rejunte em suas respectivas

embalagens plásticas e as placas cerâmicas em suas caixas de papelão.

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Os equipamentos utilizados no processo foram: a colher de pedreiro,

desempenadeira, mangueira de nível, nível manual, sarrafo, policorte, maquita,

trena, linha.

Pôde-se observar que parte dos resíduos de cerâmica eram utilizados como

“taliscas” para a confecção das “mestras”, as quais servem para determinar a

espessura e nível da argamassa (piso ou parede). Algumas peças já cortadas,

eventualmente, também eram reaproveitadas para assentamento em outro local.

As embalagens plásticas e de papelão eram dispostas no próprio local,

juntamente com restos de argamassa, rejunte e restos de materiais de outros

serviços, sem qualquer preocupação na separação por tipo. Estes, por sua vez, não

tinham uma programação a seguir quanto à sua disposição e descarte; poderiam ser

removidos do local onde ocorreu o serviço no mesmo dia, no dia seguinte, ou até

mesmo uma semana depois.

4.2.1.2. Balanço Ambiental, Econômico e Tecnológico

Aqui, pretendeu-se buscar respostas para algumas questões:

� Em qual etapa do processo os resíduos de cerâmica são gerados?

� Os resíduos de argamassa colante em pó para cerâmica são gerados em qual

etapa do processo?

� Qual é a etapa do processo que gera os resíduos de rejunte?

� Qual etapa do processo é responsável pelos resíduos derivados de embalagens?

No quadro 03 pode-se ver o Balanço Ambiental da Execução de Revestimento

Cerâmico, possibilitando a identificação das etapas onde foram gerados os resíduos.

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Quadro 03 – Balanço ambiental do assentamento cerâmico da Obra “A”

PROCESSO PRODUTIVO

ENTRADAS ETAPAS

SAÍDAS

materia-prima kg água resíduos sólidos kg

cerâmica 3836,7

1.transporte e estocagem

argamassa colante 941,2

rejunte 111,6

cerâmica 3836,7 2.transporte interno

argamassa colante 941,2

água 150,2

argamassa colante 941,2 150,2 3.mistura da argamassa embalagem plástica 3,3

argamassa misturada 4.aplicação da argamassa restos de agamassa 54,7

placas cerâmicas 3836,7

5.assentamento das cerâmicas

cortes cerâmicas 387,9

caixas papelão 32,42

rejunte 111,6 6.transporte interno

rejunte 111,6 29,5 7.mistura do rejunte embalagem plástica 1,43

rejunte misturado 8.aplicação do rejunte resto de rejunte 6,0

9.limpeza

Os resíduos de argamassa colante em pó para cerâmica são gerados na etapa

4. Porém, a etapa 3 também contribui para o seu desperdício. Quanto aos resíduos

de rejunte, a etapa 8 é a geradora. Porém, pode-se ver o seu desperdício também

na etapa 7.

Referindo-se à causa da geração de resíduos de argamassa e rejunte, deve-se

ressaltar que o desperdício ocorreu devido à perda das características normais de

uso pelo quantidade excessiva preparada para execução do serviço.

As caixas de papelão surgem da etapa 5, pois servem de acondicionamento da

cerâmica. Os resíduos plásticos, ou seja, as embalagens também possuem função

de acondicionamento dos materiais, sendo seus pontos de geração as etapas 3 e 7,

respectivamente, preparo da argamassa colante em pó e preparo do rejunte. Como

os resíduos dos outros materiais, as embalagens de plástico e de papelão foram

armazenadas em container aberto, misturadas com resíduos de outros materiais.

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53

Através da visualização das etapas e das observações em campo verificou-se

que os resíduos de cerâmica foram gerados na etapa 5, sendo que a causa da

geração ocorreu por alguns motivos:

� falta de um projeto arquitetônico mais detalhado, inclusive com modulação das

cerâmicas, para deste modo evitar dúvidas quanto à execução do serviço;

� falta de cuidado e atenção da pessoa que executou o serviço, ocasionando

peças mal assentadas, gasto excessivo de argamassa, quebra de peças, falta de

otimização na modulação das peças; causando assim retrabalho e desperdício

das peças de cerâmica;

� resistência por parte de alguns funcionários quando se fala em novos métodos

de execução, demonstrando a dificuldade de mudança no processo;

� falta de adequação da área executada com as dimensões da cerâmica, ou seja,

não foi pensado durante a elaboração do projeto arquitetônico a otimização do

uso das placas cerâmicas, resultando em muitas áreas de corte e arremates;

� falta de comunicação entre as várias frentes de trabalho presentes na obra.

Alguns serviços não foram realizados em uma seqüência lógica, ou seja, a

antecipação de alguns serviços prejudicou a execução de outros, que deveriam

ser executados antes, ocasionando assim retrabalho e perda de material.

� Por haver a possibilidade de unidades modificadas, a interferência direta do

cliente criou acabamentos e configurações espaciais diferentes das áreas

padrões do projeto, fazendo que o responsável pelo serviço tenha que se adaptar

a uma nova situação, a geração de mais cortes e arremates, e a retirada de

peças já assentadas, caso ocorresse.

4.2.1.3. Avaliação do Balanço elaborado e identificação das Oportunidades de

Produção Mais Limpa.

Através do Balanço ambiental do processo e de observações realizados no

local, foi possível estabelecer algumas oportunidades de Produção Mais Limpa:

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� Redução ou eliminação dos resíduos de cerâmica: os projetos arquitetônicos

devem, já durante sua concepção, considerar a otimização do uso das

cerâmicas. Estes devem se antecipar a problemas como áreas de difícil

assentamento e muitos cortes de peças cerâmicas. Os revestimentos devem ser

pensados juntamente com o processo criativo de concepção do projeto; levando

em conta as dimensões do ambiente e de seus revestimentos, pode-se eliminar

ou minimizar ao máximo a possibilidade de cortes nas cerâmicas, contribuindo

assim para facilitar o assentamento e conseqüentemente um aumento da

produção.

Caso haja a impossibilidade de se realizar a compatibilidade ainda na fase de

projeto, deve-se tentar minimizar os cortes de cerâmicas através da paginação

dos ambientes, levando em conta a cerâmica especificada. Pode-se, também,

sugerir a aplicação de outro tipo de cerâmica, que possibilite a redução de cortes

e resíduos, sem comprometer o efeito estético final.

Deve-se, também, escolher cuidadosamente as equipes de assentamento para

evitar perdas de peças e retrabalhos. Outro ponto importante é a coordenação,

acompanhamento e monitoramento constante de todos os serviços que devem

ser executados no local do assentamento, isto é de fundamental importância

para que se evite a interferência entre processos, minimizando ao máximo

atrasos, retrabalhos e perdas de materiais.

� Reutilização dos resíduos de cerâmica: pode-se reaproveitar os cortes de

cerâmicas para a confecção de “mestras” na execução de contra-pisos e também

na execução de reboco.

Outra sugestão é a utilização dos resíduos cerâmicos em composições

paisagísticas em forma de mosaicos em pisos ou paredes, ou ainda no

revestimento de balcões, bancadas, mesas etc..Para que isso ocorra na própria

obra, deve-se pensar ainda na fase de projeto nessa possibilidade. Deve-se

pensar também em parceiros, ou pessoas físicas que aproveitem os resíduos

para esses fins, e desse modo fazer a doação desse material aos mesmos.

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55

� Minimização dos resíduos de argamassa colante em pó e rejunte: deve-se

realizar as misturas de forma racional, ou seja, em pequenas proporções; dessa

forma o desperdício que ocorre pelas perdas das características do material

(tempo em aberto) será evitado.

� Reciclagem externa das embalagens de papelão e plás tico: deve-se realizar

a separação desses materiais de forma adequada (armazenamento temporário e

acondicionamento), para possibilitar a reciclagem externa dos mesmos (coleta

seletiva).

4.2.1.4. Priorização das oportunidades identificadas na avaliação

1º - ainda durante a fase de projeto, pensar na compatibilização harmoniosa

entre os revestimentos e as áreas a serem revestidas, ou seja, as áreas do projeto e

as dimensões das placas cerâmicas devem ser compatíveis;

2º - fazer o projeto de paginação do ambiente, possibilitando a escolha da

configuração final do ambiente revestido de modo a possibilitar o efeito estético

pretendido com as menores perdas possíveis de cerâmicas;

3º - sensibilizar e treinar os funcionários que irão executar o revestimento

cerâmico, melhorando assim a qualidade do serviço. Eles estarão mais sensíveis as

questões ambientais e a importância de se evitar desperdícios (cerâmicos, de

argamassa, de rejunte);

4º - reutilizar os recortes cerâmicos como “mestras” e para a confecção de

mosaicos;

5º - separar, acondicionar e armazenar de forma apropriada as embalagens

plásticas e de papelão, possibilitando sua reciclagem externa.

Inicialmente, tenta-se minimizar a geração de resíduos de cerâmica,

argamassa e rejunte. Uma vez que já se tentou minimizar a geração de resíduos, e

mesmo assim a redução não foi satisfatória, o reaproveitamento interno dos mesmos

deve ser verificado. Após a tentativa de se reduzir os resíduos de cerâmicas,

argamassas e rejunte, deve-se, então, viabilizar a reciclagem externas dos mesmos.

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4.2.1.5. Definição dos indicadores do processo

Os indicadores gerados através dos dados coletados podem ser observados no

quadro 04. São eles: geração de resíduos de cerâmica, eficiência na utilização da

cerâmica, consumo de argamassa, eficiência no consumo de argamassa, geração

de resíduos de argamassa consumo de rejunte, geração de resíduos de rejunte,

eficiência na utilização do rejunte, custo do desperdício da cerâmica.

Quadro 04 – Indicadores Ambientais do processo de assentamento cerâmico na obra “A”

INDICADORES

NOME DESCRIÇÃO VALOR Valores

(ARAUJO, 2002) UNIDADE

geração de resíduos de cerâmica

resíduo cerâmico/área de revestimento cerâmico

1,6 2,81 kg/m²

0,10 0,16 m²/m²

eficiência na utilização da

cerâmica

resíduo cerâmico/consumo efetivo cerâmico

91,01 86,24 %

consumo de argamassa

consumo efetivo de argamassa/área de revestimento

cerâmico 4,2 3,42 kg/m²

eficiência na utilização da argamassa

resíduo de argamassa/consumo efetivo de argamassa

94,51 93,12 %

geração de resíduos de argamassa

residuo de argamassa/área de revestimento cerâmico

0,23 0,23 kg/m²

consumo de rejunte consumo efetivo de rejunte/área

de revestimento cerâmico 0,50 0,43 kg/m²

geração de resíduos de rejunte

resíduo de rejunte/área de revestimento cerâmico

0,03 0,08 kg/m²

eficiência na utilização do rejunte

resíduo de rejunte/consumo efetivo de rejunte

94,94 81,92 %

custo de desperdício de cerâmica 20x20

(resíduo cerâmico gerado x custo da cerâmica)/área de revestimento

cerâmico 0,96 3,06 R$/m²

custo de desperdício de cerâmica 25x41

(resíduo cerâmico gerado x custo da cerâmica)/área de revestimento

cerâmico 1,02 Não se aplica R$/m²

custo de desperdício de cerâmica 41x41

(resíduo cerâmico gerado x custo da cerâmica)/área de revestimento

cerâmico 1,12 Não se aplica R$/m²

custo de desperdício de cerâmica 60x60

(resíduo cerâmico gerado x custo da cerâmica)/área de revestimento

cerâmico 5,86 Não se aplica R$/m²

custo médio de desperdício cerâmico

média dos desperdícios específicos 2,24 Não se aplica R$/m²

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57

Os indicadores apresentados basearam-se nos mesmos indicadores que

Araújo (2002) gerou em seu trabalho sobre produção mais limpa. Sendo que dentre

esses alguns podem ser mais interessantes para as empresas: geração de resíduos

de cerâmica, custo de desperdício de cerâmica e consumo de argamassa.

Os dados utilizados para fornecer os indicadores foram os seguintes:

� área de revestimento cerâmico = 237,45m²

� custo do m² das cerâmicas utilizadas = ver nas tabelas

� Consumo efetivo de cerâmica = 260,91m² ou 4224,6kg

� Resíduos de cerâmica = 23,46m² ou 387,9kg

� Consumo efetivo de argamassa colante em pó para cerâmica = 995,9kg

� Resíduos de argamassa = 54,7kg

� Consumo efetivo de rejunte = 117,55kg

� Resíduos de rejunte = 6,0kg

4.2.2. Obra “B”

A obra “B” também é um edifício multiresidencial de padrão alto, ela divide-se

em dois níveis de garagens, playground, mezanino e doze andares de apartamentos

(3 suítes e duplex).

Foram analisados os assentamentos de placas cerâmicas nos livings de quatro

apartamentos e nos halls de elevadores dos mesmos, totalizando 126,12m². Os

apartamento analisados possuem um total de 123,89m² de área privativa (3 suítes,

circulação, lavabo, living, varanda, cozinha, serviço, quarto de serviço e w.c. de

serviço).

4.2.2.1. Diagnóstico Ambiental e de Processos

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58

Como na obra anterior, identificou-se os materiais e insumos a serem utilizados

no assentamento das cerâmicas:

� Cerâmicas de dimensões 40x40cm e 45,5x45,5cm.

� Mistura para argamassa colante em pó.

� Rejunte para cerâmica.

� Água para argamassa e rejunte.

O produto a ser produzido foi a área a ser revestida, ou seja, 126,12m². As

entradas foram consideradas as áreas dos ambientes a serem revestidos, sem as

perdas que geralmente admite-se quando são feitos os cálculos para a compra do

material. No quadro 05 pode-se visualizar as entradas do processo e o custo dos

resíduos gerados.

Quadro 05 – entradas e saídas do processo da Obra “B”

materiais e insumos entradas custo de compra

valor total

resíduos gerados consum

o efetivo

custo dos

resíduos (m2) (kg) (R$/m 2) (R$/kg) (m 2) (kg)

cerâmica 40X40 102,4 2172,0 30,10 1,42 3083,11 6,61 140,2 109,05 198,95

cerâmica 45,5X45,5 23,68 493,0 25,10 1,21 594,29 2,55 53,0 26,23 63,93

embalagem papelão - - - - - - 11,00 - -

argamassa colante em pó - 499,0 - 0,89 442,86 - 25,1 524,1 22,28

água para argamassa - 76,0 - - - - - - -

embalagem plástica argamassa - - - - - - 1,6 - -

rejunte - 57,9 - 2,06 119,04 - 3,0 60,9 6,17

água para rejunte - 14,8 - - - - - - -

embalagem plástica rejunte - - - - - - 0,74 - -

Para a cerâmica, foi verificado o consumo de materiais, que representou a

entrada no processo (2665,0kg); os resíduos foram medidos diretamente, em

massa; a soma entre a área a ser executada e a quantidade de resíduos foi o

consumo efetivo (2858,2kg).

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59

Para a argamassa colante, foi previsto um determinado gasto de materiais, que

foi a entrada (499,0kg); o consumo efetivo foi o consumo estimado (499,0kg) para a

execução do serviço mais os resíduos gerados (25,1kg), ou seja, 524,1kg.

Para o rejunte, também foi previsto um determinado gasto de materiais

(57,9kg), sendo a entrada; o consumo efetivo, mais uma vez, foi o consumo

estimado (57,9kg) para a execução do serviço mais os resíduos gerados (3,0kg), ou

seja, 60,9kg.

Como na obra “A”, não verificou-se qualquer problema com o armazenamento

dos insumos e materiais, encontravam-se todos armazenados em local apropriado,

no almoxarifado da obra; todos identificados e separados por tipo. O

acondicionamento dos mesmos, também estavam de acordo e não foi encontrado

problemas nesse quesito.

Os equipamentos utilizados para a execução do serviço foram os mesmo da

obra “A”: colher de pedreiro, desempenadeira, mangueira de nível, nível manual,

sarrafo, policorte, maquita, trena, linha.

Tão logo os resíduos eram gerados, estes eram separados e dispostos

próximos à balança da obra, para poderem ser transportados ao local onde

esperariam seu descarte. O mesmo ocorria com as embalagens plásticas, de

papelão e os restos de argamassa e rejunte. Esse fato contribuía bastante para a

organização e limpeza da obra. Contudo, à espera da coleta, esses resíduos não

eram separados por tipo, e todos eram encaminhados juntos quando do descarte.

4.2.2.2. Balanço Ambiental, Econômico e Tecnológico

Aqui, pretendeu-se às mesmas questões apresentadas na obra “A”:

� Em qual etapa do processo os resíduos de cerâmica são gerados?

� Os resíduos de argamassa colante em pó para cerâmica são gerados em qual

etapa do processo?

� Qual é a etapa do processo que gera os resíduos de rejunte?

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60

� Qual etapa do processo é responsável pelos resíduos derivados de embalagens?

No quadro 06 pode-se ver o Balanço Ambiental da Execução de Revestimento

Cerâmico, possibilitando a identificação das etapas onde foram gerados os resíduos.

Quadro 06 – balanço ambiental do assentamento cerâmico da Obra “B”

PROCESSO PRODUTIVO

ENTRADAS ETAPAS

SAÍDAS

matéria-prima kg água resíduos sólidos kg

cerâmica 2665,0 1.transporte e

estocagem

argamassa colante 499,0

rejunte 57,9

cerâmica 2665,0

2.transporte interno

argamassa colante 499,0

água

76,0

argamassa colante 499,0 76,0 3.mistura da argamassa embalagem plástica 1,6

argamassa misturada

4.aplicação da argamassa

restos de argamassa 25,1

placas cerâmicas 2665,0

5.assentamento das cerâmicas

cortes cerâmicas 193,2

caixas papelão 11,00

rejunte 57,9 6.transporte interno

rejunte 57,9 14,8 7.mistura do rejunte embalagem plástica 0,74

rejunte misturado 8.aplicação do rejunte resto de rejunte 3,0

9.limpeza

Novamente, observa-se aqui que a maioria dos resíduos cerâmicos foram

gerados na etapa 5, e novamente observa-se algumas causas que também foram

comuns a obra “A”:

� Aqui os responsáveis pela execução dos serviços era pessoal contratado

(empreiteiro), e a velocidade de produção era muito importante. Esse fato ajudou

em parte à geração de resíduos;

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61

� Os “vícios” na execução também estavam presentes aqui, dificultando a adoção

de um método de execução melhor ou mais otimizado;

� Apesar de existir um projeto de modulação para a maioria dos ambientes, a falta

de uma maior adequação da área a ser revestida com as dimensões da

cerâmica, dificultou a otimização do uso das placas cerâmicas, resultando em

áreas de corte e arremates;

� havendo a possibilidade de unidades modificadas, a interferência direta do

cliente criou acabamentos e configurações espaciais diferentes nas áreas

padrões do projeto, sendo assim, o responsável pelo serviço tinha que se

adaptar a uma nova situação, ocasionando a geração de mais cortes e

arremates.

Os resíduos de argamassa colante em pó para cerâmica são gerados, na etapa

4. Porém, a etapa 3 também contribui para o seu desperdício. A etapa 8 é a

responsável pelos resíduos de rejunte. Porém, na etapa 7 também pode-se ver sua

geração. A geração de resíduos de argamassa e rejunte, ocorreu, na maioria das

vezes, pela quantidade excessiva preparada para execução do serviço.

As caixas de papelão surgem da etapa 5, pois servem de acondicionamento da

cerâmica. Os resíduos plásticos, são gerados nas etapas 3 e 7, respectivamente,

onde temos o preparo da argamassa colante em pó e preparo do rejunte, pois estes

são acondicionados nesse tipo de embalagem. Como os resíduos dos outros

materiais, as embalagens de plástico e de papelão foram armazenadas em container

aberto, misturadas com resíduos de outros materiais.

4.2.2.3. Avaliação do Balanço elaborado e identificação das Oportunidades de

Produção Mais Limpa.

Através do Balanço ambiental do processo e de observações realizados no

local, foi possível estabelecer algumas oportunidades de Produção Mais Limpa:

� Redução ou eliminação dos resíduos de cerâmica: novamente aqui nos

deparamos com a falta de um detalhamento satisfatório do projeto arquitetônico,

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62

fato esse que pode levar a duvidas e suposições errôneas durante o projeto.

Para evitar-se esse problema no que se refere aos revestimentos cerâmicos e

possibilitar sua otimização, os projetistas devem pensá-los juntamente com o

processo criativo de concepção do projeto; levando em conta as dimensões do

ambiente e de seus revestimentos, pode-se eliminar ou minimizar ao máximo a

possibilidade de cortes nas cerâmicas, contribuindo assim para facilitar o

assentamento e conseqüentemente um aumento da produção.

Nessa obra verificou-se a existência de um projeto de paginação, porém essa

paginação deveria ter sido feita pensando, além da estética, também na

otimização da disposição dos revestimentos no ambiente; pois uma paginação

mal feita também pode vir a contribuir para uma maior perda de materiais.

Verifica-se nesta obra que os responsáveis pelo processo não faziam parte do

quadro de empregados da empresa. Dessa forma escolher cuidadosamente as

equipes de assentamento é algo muito importante para evitar maiores

transtornos. A falta de compromisso destes com a empresa, e a motivação para

que trabalhem de forma a produzirem em maior velocidade são fatores que

podem contribuir para o desperdício de materiais; sendo assim, deve-se ter um

planejamento para também conscientizar esses profissionais quanto a questão

dos resíduos e treiná-los caso necessário.

� Reutilização dos resíduos de cerâmica: pode-se reaproveitar os cortes de

cerâmicas para a confecção de “mestras” na execução de contra-pisos e também

na execução de reboco.

Outra sugestão é incorporação dos resíduos de cerâmica no projeto arquitetônico

em forma de mosaicos em paredes, pisos e bancadas. O projetista deve pensar

nessa possibilidade ainda na fase de projeto e sugerir nas especificações e

memoriais descritivos. A parceria com terceiros para o recolhimento desses

materiais, com a finalidade de reaproveitamento também ajudaria a reduzir o

descarte desse material no meio ambiente.

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63

� Minimização dos resíduos de argamassa colante em pó e rejunte: deve-se

realizar as misturas de forma racional, ou seja, em pequenas proporções; dessa

forma o desperdício que ocorre pelas perdas das características do material

(tempo em aberto) será evitado.

� Reciclagem externa das embalagens de papelão e plás tico: deve-se realizar

a separação desses materiais de forma adequada (armazenamento temporário e

acondicionamento), para possibilitar a reciclagem externa dos mesmos (coleta

seletiva).

4.2.2.4. Priorização das oportunidades identificadas na avaliação

A priorização das oportunidades são as mesmas da obra “A”:

1º - ainda durante a fase de projeto, pensar na compatibilização revestimentos

e as áreas a serem revestidas, ou seja, as áreas do projeto e as dimensões das

placas cerâmicas devem ser compatíveis;

2º - fazer o projeto de paginação do ambiente de forma adequada,

possibilitando a escolha da configuração final do ambiente revestido de modo a

possibilitar o efeito estético pretendido com as menores perdas possíveis de

cerâmicas;

3º - sensibilizar e treinar os funcionários que irão executar o revestimento

cerâmico, melhorando assim a qualidade do serviço. Eles estarão mais sensíveis as

questões ambientais e a importância de se evitar desperdícios (cerâmicos, de

argamassa, de rejunte);

4º - reutilizar os recortes cerâmicos como “mestras” e para a confecção de

mosaicos;

5º - separar, acondicionar e armazenar de forma apropriada as embalagens

plásticas e de papelão, possibilitando sua reciclagem externa.

A ordem inicial é minimizar os resíduos de cerâmica, cerâmica e rejunte; não

sendo possivel eliminar todo o resíduo, parte-se para o reaproveitamento interno; se

ainda assim tivermos resíduos, deve-se encaminhar os mesmos para a reciclagem e

reaproveitamento externos.

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64

4.2.2.5. Definição dos indicadores do processo

Os indicadores gerados podem ser visualizados no quadro 07, e são eles:

geração de resíduos de cerâmica, eficiência na utilização da cerâmica, consumo de

argamassa, eficiência no consumo de argamassa, geração de resíduos de

argamassa consumo de rejunte, geração de resíduos de rejunte, eficiência na

utilização do rejunte, custo do desperdício da cerâmica.

Quadro 07 – Indicadores Ambientais do processo de assentamento cerâmico na obra “B”

INDICADORES

NOME DESCRIÇÃO VALOR Valores

(ARAUJO, 2002) UNIDADE

geração de resíduos de cerâmica

resíduo cerâmico/área de revestimento cerâmico

1,5 2,81 kg/m²

0,07 0,16 m²/m²

eficiência na utilização da cerâmica

resíduo cerâmico/consumo efetivo cerâmico

93,23 86,24 %

consumo de argamassa

consumo efetivo de argamassa/área de revestimento cerâmico

4,2 3,42 kg/m²

eficiência na utilização da argamassa

resíduo de argamassa/consumo efetivo de argamassa

95,21 93,12 %

geração de resíduos de argamassa

resíduo de argamassa/área de revestimento cerâmico

0,20 0,23 kg/m²

consumo de rejunte consumo efetivo de rejunte/área de

revestimento cerâmico 0,48 0,43 kg/m²

geração de resíduos de rejunte

resíduo de rejunte/área de revestimento cerâmico

0,02 0,08 kg/m²

eficiência na utilização do rejunte

resíduo de rejunte/consumo efetivo de rejunte

95,07 81,92 %

custo de desperdício de cerâmica 40x40

(resíduo cerâmico gerado x custo da cerâmica)/área de revestimento

cerâmico 1,94 3,06 R$/m²

custo de desperdício de cerâmica 45,5x45,5

(resíduo cerâmico gerado x custo da cerâmica)/área de revestimento

cerâmico 2,70 Não se aplica R$/m²

custo médio de desperdício cerâmico

média dos desperdícios específicos 3,10 Não se aplica R$/m²

Os indicadores apresentados basearam-se nos mesmos indicadores que

Araújo (2002) gerou em seu trabalho sobre produção mais limpa. Sendo que dentre

esses alguns podem ser mais interessantes para as empresas: geração de resíduos

de cerâmica, custo de desperdício de cerâmica e consumo de argamassa.

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65

Os dados utilizados para fornecer os indicadores foram os seguintes:

� área de revestimento cerâmico = 126,12m²

� custo do m² das cerâmicas utilizadas = ver nas tabelas

� Consumo efetivo de cerâmica = 135,28m² ou 2665,0kg

� Resíduos de cerâmica = 9,16m² ou 193,2kg

� Consumo efetivo de argamassa colante em pó para cerâmica = 524,1kg

� Resíduos de argamassa = 25,1kg

� Consumo efetivo de rejunte = 60,9kg

� Resíduos de rejunte = 3,0kg

4.3. VIABILIDADE ECONÔMICA DAS OPORTUNIDADES IDENT IFICADAS

NAS OBRAS.

Não foi possível o estudo de viabilidade econômica nas obras estudadas.

Contudo a implementação do programa de Produção mais Limpa não implicaria em

gastos adicionais às empresas. Os materiais, caso fossem separados e

acondicionados corretamente, poderiam ser vendidos a empresas especializadas na

reciclagem dos mesmos. A elaboração de mosaicos pode implicar em algum gasto

para as empresas, caso forem pensados depois; porém haveria o benefício

ambiental com o aproveitamento dos resíduos de cerâmicas.

4.4. PLANO DE MONITORAMENTO

Para ambas as obras, pode-se estabelecer um plano de monitoramento

referente as etapas do processo.

� Monitoramento do uso da argamassa

Onde realizar: na mistura da argamassa (etapa 3), na aplicação (etapa 4) e no

assentamento das cerâmicas (etapa 5).

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Quando realizar: sempre que houver este serviço.

Quem deve realizar: responsável pela execução do serviço.

Como realizar: verificar o consumo efetivo de argamassa por m² de área executada.

Por que realizar: verificar a eficiência na utilização do insumo.

� Monitoramento do uso da cerâmica

Onde realizar: Assentamento da cerâmica (etapa 5).

Quando realizar: sempre que houver este serviço.

Quem deve realizar: responsável pela execução do serviço.

Como realizar: verificar o consumo efetivo de cerâmica por m² de área executada.

Por que realizar: verificar a eficiência na utilização da cerâmica.

� Monitoramento do uso do rejunte

Onde realizar: mistura do rejunte (etapa 7) e aplicação do rejunte (etapa 8)

Quando realizar: sempre que houver este serviço.

Quem deve realizar: responsável pela execução do serviço.

Como realizar: verificar o consumo efetivo de rejunte por m² de área executada.

Por que realizar: verificar a eficiência na utilização do insumo.

4.5. ANÁLISE GERAL DAS OBRAS

De maneira geral as duas obras se mostraram semelhantes em vários

aspectos; desde o nível do empreendimento até a disposição final dos resíduos.

Tanto a obra “A” quanto a obra “B” encontravam-se com o cronograma

atrasado, o que aumentava a pressão sobre todos os envolvidos com o processo de

assentamento. Essa variável psicológica e emocional muitas vezes pode contribuir

para a má execução do serviço, pois a carga de cobrança é alta e esperam-se

resultados rápidos. Esse fato contribui para serviços mal feitos, retrabalhos, perda

de materiais e insatisfação dos funcionários.

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Os processos de assentamento em ambas as obras também se mostraram

bem semelhantes. A única diferença foi a mão-de-obra utilizada; na obra “A”, o

processo era executado por funcionários da própria empresa, na obra “B” optou-se

pela terceirização do serviço. Contudo, os indicadores não mostraram uma variação

muito grande. Porém esse fato pode ter sido ocasionado pela própria dimensão das

amostras em cada caso, os locais de assentamento e as outras tecnologias

construtivas empregadas nessas construções.

Na obra “A”, foram analisados, em dois apartamentos, os revestimentos em

paredes e piso de cozinha, quarto de serviço, sanitário de serviço e o living de um

deles. Na obra como um todo, a maioria das paredes internas dos apartamentos

eram de drywall, o que dificultou, no inicio, o assentamento por parte dos pedreiros,

que não estavam acostumados a execução do serviço sobre tal material; além do

fato de algumas vezes terem sido encontrados irregularidades e defeitos na

instalação do drywall, o que dificultou ainda mais o assentamento e não possibilitou

resultados satisfatórios, ocasionando retrabalhos e perda de materiais. O problema

com as instalações hidráulicas das bancadas que se encontravam instaladas nos

drywalls também ajudou nas perdas de placas cerâmicas em toda a obra; durante a

instalação das bancadas, furos em tubulações foram constantes devido ao projeto

hidráulico não levar em conta a forma como as bancadas seriam instaladas. Por

conta disso, havia a necessidade de verificar e corrigir o problema, retirando peças

cerâmicas já assentadas, o que ocasionou retrabalhos e perdas de materiais. Os

cortes de peças para as instalações de esgoto e hidráulicas também podem ser

apontados como outro problema na geração de resíduos cerâmicos; ralos, tubulação

dos vasos sanitários, tubulação das banheiras, registro dos chuveiros etc.,

visivelmente não foram levados em conta na especificação dos revestimentos,

ocasionando cortes de difícil execução e perdas de materiais. Da mesma forma, a

instalação das “caixinhas” para interruptores e tomadas poderia ter sido pensada

levando em conta a paginação da paredes ou a paginação poderia ter se baseado

no projeto das mesmas, ou ambas poderiam ter sidos projetadas ao mesmo tempo,

melhorando bastante a questão da geração dos resíduos gerados por cortes

desnecessários.

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Na obra “B”, foram analisados os assentamentos somente em pisos, em quatro

livings e dois halls de elevadores. Por esse motivo os problemas com instalações

elétricas e hidráulicas não foram observados. Contudo, verificou-se a existência de

projetos de modulação de revestimento tanto para as áreas de piso e das paredes,

inclusive com o posicionamento das caixinhas dos interruptores e tomadas. A causa

principal da geração dos resíduos ficou por conta da configuração espacial do

ambiente e as habilidades técnicas da mão-de-obra.

Ponto interessante a salientar foram as distâncias percorridas do local de

armazenamento dos revestimentos cerâmicos até o local da execução dos serviços;

na obra “A” as distâncias foram bem maiores que na obra “B”, o que poderia

ocasionar perdas durante a etapa de transporte, e foi o que se observou certa vez

durante a avaliação desse deslocamento na obra “A”.

Seguindo com a análise das obras, no quadro 08 pode-se ver as perdas

individuais para cada tipo de cerâmica nas respectivas obras. Já no quadro 09, tem-

se uma idéia das perdas gerais nos processos avaliados.

Quadro 08 – perdas individuais nos processos das obras “A” e “B”

resíduos de cerâmica resíduos de argamassa resíduos de rejunte

OBRA “A” OBRA “B” OBRA “A” OBRA “B” OBRA

“A” OBRA

“B”

cerâmica 60x60 10,545% 5,714% 5,294%

cerâmica 41x41 12,438% 7,004% 4,688%

cerâmica 25x41 10,750% 5,411% 5,370%

cerâmica 20x20 5,744% 6,000% 5,741%

cerâmica 40X40 6,453% 6,455% 4,894%

cerâmica 45,5X45,5 10,757% 10,751% 6,422%

Quadro 09 – perdas gerais nos processos das obras “A” e “B”

PORCENTAGEM DE PERDAS

resíduos de cerâmica resíduos de argamassa resíduos de rejunte

OBRA “A” OBRA “B” OBRA “A” OBRA “B” OBRA “A” OBRA “B”

10,109% 7,250% 5,812% 5,030% 5,332% 5,181%

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A avaliação econômica pode ser visualizada no quadro 10, onde tem-se o

resíduo gerado no processo e o respectivo custo. No quadro 11 pode-se visualizar

uma estimativa de perdas econômicas caso os resíduos gerados seguissem o

padrão de perdas das áreas que foram avaliadas na pesquisa.

Quadro 10 – balanço econômico nos processos das obras “A” e “B”

resíduos gerados quantificação resíduos valores

obra "A" obra "B" obra "A" obra "B" (kg) (kg) (R$) (R$)

cerâmica 60x60 81,10 213,42 cerâmica 41x41 71,30 37,98 cerâmica 25x41 197,00 117,87 cerâmica 20x20 38,45 49,24 cerâmica 40X40 140,20 198,95

cerâmica 45,5X45,5 53,00 63,93 argamassa colante em pó 54,7 25,1 48,55 22,28

rejunte 5,95 3,00 12,23 6,17

Quadro 11 – balanço econômico estimado nos processos das obras “A” e “B”

ESTIMATIVA DE PERDAS NAS OBRAS

resíduos gerados quantificação resíduos valores

obra "A" obra "B" obra "A" obra "B" (kg) (kg) (R$) (R$)

cerâmica 60x60 4946,60 13017,37 cerâmica 41x41 2086,46 1111,30 cerâmica 25x41 6367,04 3809,48 cerâmica 20x20 1200,75 1537,69 cerâmica 40X40 840,92 1193,28

cerâmica 45,5X45,5 318,20 383,81 argamassa colante em pó 1865,96 432,911 1656,04 384,21

rejunte 197,02 36,00 405,08 74,02 TOTAL 21536,96 2035,31

4.6. BARREIRAS À METODOLOGIA DA PRODUÇÃO MAIS LIMPA

A introdução da metodologia de Produção mais Limpa na indústria da

construção civil permite que haja uma redução do consumo de materiais na obra.

Para tanto, deve-se haver mudanças nos processos e nos produtos. Porém, tal fato

só será alcançado com a sensibilização da gerência e a conscientização dos

funcionários quanto as questões ambientais e os benefícios da implementação da

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Produção mais Limpa para a empresa. As principais barreiras encontradas nas

obras avaliadas foram as seguintes:

� Dificuldade em se conseguir o comprometimento da gerencia. Devido ao

atraso no cronograma das duas obras avaliadas, foi conseguida apenas a

permissão para avaliar os processos e realizar as medições. Por

comprometimento, deve-se entender motivação, participação, providenciar

meios, escolher as pessoas certas para auxiliar na coleta de dados;

� Em ambas as obras não se conseguiu alguém para ficar responsável pelas

medições, conseqüentemente, apesar da tentativa de monitoramento

constante, pode ter havido algum “mascaramento” dos desperdícios de

materiais e insumos;

� Os funcionários de ambas as empresas receberam esclarecimento do

trabalho que estava sendo realizado e de como proceder, porém pareciam

estar intimidados com a pesquisa, entendendo que seria uma forma de avaliar

o desempenho deles;

� Apesar dos esclarecimentos feitos a gerencia e aos funcionários quanto ao

andamento da pesquisa e como eles poderiam ajudar para que tudo

transcorresse de forma a possibilitar dados confiáveis, percebeu-se a falta de

verdadeiro interesse em se “perder” tempo com algo que não ajudaria no

andamento da obra, uma vez que ambas as obras estavam com o

cronograma atrasado;

� Muitas vezes os resíduos não foram separados de forma adequada ou foram

misturados com resíduos de outros materiais, dificultando a medição do

ambiente escolhido;

� Na obra “A” o partido arquitetônico adotado e o programa de necessidades do

empreendimento ocasionaram, por si só perdas de materiais;

� A falta de um projeto detalhado, na obra “A”, de modulação dos

revestimentos, onde fossem considerados também os projetos de instalações

elétricas e hidro-sanitárias;

� De modo geral, os produtos do setor de construção civil são exclusivos,

muitos com características próprias; sendo assim, a implementação de

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oportunidades de Produção mais Limpa levantadas em um empreendimento

podem não ser aplicáveis em outro empreendimento distinto;

� A metodologia de Produção mais Limpa ainda falta ganhar mais visibilidade,

ser mais difundida, por esse motivo as empresas têm pouco conhecimento

das possibilidades de melhorias nos processos e seus conseqüentes

resultados: ganhos financeiros, ambientais e sociais.

� Ainda não se observa uma efetiva preocupação ambiental por parte das

construtoras e fornecedores; quando muito, eles estão interessados em

cumprir o necessário para estarem de acordo com a legislação e escaparem

de multas e afins;

� Resistência a mudanças por muitos dos envolvidos com o ramo da

construção e a baixa qualificação da mão-de-obra empregada.

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5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1. CONCLUSÕES

O presente trabalho teve como objetivo avaliar o processo de revestimento com

placas cerâmicas seguindo os princípios da metodologia de Produção Mais Limpa.

Como a metodologia tem um caráter basicamente preventivo, ela pode ajudar a

reduzir os resíduos gerados nessa etapa da construção; como conseqüência, com a

racionalização desse processo, haveria a redução do impacto ambiental e dos

custos.

Com relação aos objetivos específicos, buscou-se identificar os princípios da

Produção mais Limpa que poderiam ser aplicados à execução do revestimento com

placas cerâmicas, avaliar as perdas seguindo a metodologia da Produção mais

Limpa, identificar as barreiras à essa metodologia e, por fim, sugerir melhorias para

a redução ou eliminação das perdas e barreiras identificadas.

Verificou-se que, para o processo de assentamento de placas cerâmicas, os

princípios da Produção mais Limpa podem ser aplicados desde que os responsáveis

se comprometam e a metodologia seja aplicada corretamente. A Produção mais

Limpa é uma abordagem preventiva, que tem como princípios:

� Aumentar a produtividade, garantindo uma utilização mais eficiente das

matérias-primas, energia e água;

� Promover o melhor desempenho ambiental através da redução na fonte

dos resíduos e emissões;

� Reduzir o impacto ambiental dos produtos durante todo o seu ciclo de

vida através da concepção ambientalmente integrada com o custo-

eficiência dos produtos.

O aumento da produtividade se dará quando a mão-de-obra passar a ter uma

melhor qualificação e forem treinados de maneira satisfatória para a realização dos

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serviços. A redução na fonte será resolvida quando houver uma melhoria nos

processos e do próprio produto; no caso dos revestimentos cerâmicos os processos

ainda se mostram muito artesanais, e a melhoria do produto final só se dará quando

todos os projetos realmente se mostrarem integrados, mostrando que foram

pensados juntos desde suas concepções. Pode-se também pensar em melhoria do

produto com relação aos materiais utilizados na confecção dos mesmos, como

matérias primas, insumos etc.; sendo esses mais duráveis e fabricados de forma

menos agressiva ao meio ambiente

Como conseqüência da melhoria no processo, por si só, já teríamos uma

redução dos resíduos na fonte, o que também já reduziria o impacto ambiental e

traria algum benefício econômico. Outra medida para reduzir o impacto ambiental

seria a reutilização das cerâmicas, a segregação correta dos outros resíduos

(papelão e embalagens plásticas) para posterior reciclagem, o que poderia a ser

também um ganho econômico se os mesmos forem vendidos.

A análise das perdas, mostradas no capítulo 4, é uma ferramenta muito

importante na metodologia da Produção mais Limpa; é a partir dessa avaliação que

surge os balanços ambientais, econômicos e tecnológicos dos processos.

As barreiras à Produção mais Limpa identificadas nessa pesquisa

demonstraram claramente o pouco conhecimento com relação ao tema por parte da

gerencia e funcionários. Ficou claro que para a implementação de um programa de

Produção mais Limpa em uma obra, este deve ser iniciado no começo da mesma,

isto porque, convencer a gerência dos benefícios do programa numa etapa em que a

obra se encontre atrasada e sem recursos torna-se difícil.

Percebeu-se no decorrer desta pesquisa que a tentativa de alteração dos

métodos para a execução dos revestimentos pode se confrontar com os “vícios de

execução” de alguns profissionais, ou seja, o método de trabalho do profissional,

fato este que pode dificultar a implantação de um método mais adequado para cada

caso. Os funcionários muitas vezes sentiram-se acanhados e desconfiados em

relação as medições, desse modo pode ter havido alguma alteração dos dados.

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Como dito anteriormente na justificativa desse trabalho, o custo e propriedades

das placas cerâmicas já aponta para elas como sendo o principal componente do

processo de assentamento. Por esse motivo torna-se importante descobrir onde e

quando ocorrem as perdas, levantar e analisar os motivos causadores das mesmas

e finalmente tentar criar soluções que minimizem a geração dos resíduos. Um

projeto bem-feito e alguns cuidados podem reduzir muito as perdas desse material:

� Ter um projeto de modulação dos revestimentos; definir a dimensão das

peças e disposição das fiadas, tentando conseguir o menor número de cortes

possíveis nas peças.

� Quando os ambientes forem pequenos e recortados, placas grandes devem

ser evitadas, pois irão gerar cortes desnecessários e, conseqüentemente,

mais perdas.

� A compatibilização dos vários projetos do ambiente a ser revestido é

fundamental; os projetos elétricos podem ser adaptados para diminuir os

cortes das peças de placas cerâmicas e um estudo maior pode ser realizado

em áreas como sanitários, compatibilizando as peças cerâmicas com o

projeto de instalações hidro-sanitárias.

� Deve-se ter cuidado também com o manuseio das caixas, seja no

descarregamento, transporte, estocagem ou transporte interno.

� Usar ferramentas (elétricas e manuais) adequadas para cortar as placas.

� Aproveitar as tiras geradas nos cortes das cerâmicas. É possível criar

mosaicos ou utilizar as peças como mestras em pisos e paredes.

� Em vez de todos cortarem peças, estabelecer uma central de corte.

� Evitar assentamentos em diagonal, geralmente estes produzem mais perdas.

� Acompanhar e controlar o consumo previsto dos materiais.

� Profissionais, mesmos que experientes, devem ter treinamento constante.

De um modo geral, para que a eliminação das barreiras encontradas realmente

aconteça, o mais importante é conseguir o comprometimento da gerencia e a

conscientização da mesma para com as questões ambientais. O comprometimento

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da gerencia permitiria meios para a implementação da metodologia e serviria de

exemplo para os outros funcionários.

Nesse estudo da execução de revestimento cerâmico, possibilitou perceber

que a execução do serviço é feita seguindo as especificações do projeto, isso

quando existe especificações. Por esse motivo, pode-se afirmar que a elaboração de

projetos detalhados é fator determinante para que se consiga prevenir a geração de

resíduos no setor de construção civil. De modo geral um projeto bem detalhado

permitirá:

� evitar retrabalhos por facilitar a interpretação pelo responsável do serviço;

� realizar compras de materiais de forma otimizada, ou seja, compras mais

ajustadas às reais necessidades de consumo na obra;

� reduzir desperdícios;

� reduzir custos de produção.

5.2. LIMITAÇÕES DO ESTUDO

Levando-se em consideração as limitações desse trabalho, deve-se ter em

mente que os resultados aqui apresentados não devem ser generalizados para

outras empresas no ramo da construção civil atuantes no estado da Bahia, nem se

estender a outras existentes no país. Isso pelo simples motivo da pesquisa ter se

restringido a apenas duas obras na cidade de Salvador.

Apesar de a implantação das oportunidades de Produção mais Limpa não ter

sido um dos objetivos dessa pesquisa, teria sido interessante visualizar os

resultados e posteriormente analisá-los. Contudo, o fator tempo não permitiria que

ocorresse de forma satisfatória.

A falta de um real apoio das gerências das obras dificultou um pouco os

trabalhos nas medições e demonstrou a dificuldade que se pode ter em conseguir o

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apoio das mesmas, uma vez que a mentalidade ambiental não está realmente

inserida no cotidiano das mesmas.

5.3. RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Esta pesquisa, como tantas outras relacionadas ao tema Produção mais Limpa,

não esgota o assunto; existem muitas outras oportunidades para a Produção mais

Limpa dentro dos processos que constituem o universo da construção civil. Visto

isso, pode-se perceber que os processos a serem analisados em uma obra são

inúmeros e estes deveriam também ser objetos de pesquisas.

Em trabalhos futuros, a pesquisa deve ser aplicada a um número maior de

obras, possibilitando assim dados mais confiáveis.

Os estudos dos fluxos dentro dos processos também podem ajudar a entender

os desperdícios, sendo assim estes seriam melhor estudados e analisados,

enriquecendo ainda mais futuras pesquisas.

A implementação de oportunidades de Produção mais Limpa ajudam a

visualizar o antes e o depois, contribuindo para convencer a gerência da eficácia da

Produção mais Limpa; sendo assim, seria interessante, sempre que possível, aplicar

a metodologia até o final.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A - FLUXOS DO PROCESSO

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EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO COM PLACAS CERÂMICAS: UMA OPORTUNIDADE PARA A PRODUÇÃO MAIS LIMPA FLUXOS DO PROCESSO

Ricardo Marcos Pugliesi Antuña 2009.2

1 - CHEGADA E RECEBIMENTO DE MATERIAL

Figura 1A- chegada de material na obra.

Figura 2 A- transporte das cerâmicas até o almoxarifado.

Figura 3 A- descarregamento das cerâmicas no almoxarifado.

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1 - CHEGADA E RECEBIMENTO DE MATERIAL

Figura 4 A- amostra do armazenamento

das cerâmicas. Figura 5 A- cerâmicas identificadas e

separadas por tipo. Figura 6 A- cerâmicas identificadas e

separadas por tipo.

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2 – TRANSPORTE INTERNO

Figura 7 A- preparação das cerâmicas para transporte interno até o local de assentamento. Transporte horizontal.

Figura 8 A- cerâmicas em frente ao elevador para serem levadas até local de

assentamento. Transporte vertical.

Figura 9 A- cerâmicas em frente ao elevador para serem levadas até local de

assentamento. Transporte vertical.

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2 – TRANSPORTE INTERNO

Figura 10 A- sacos de argamassa sendo transportados até o elevador.

Figura 11 A- sacos de argamassa sendo colocados no elevador para serem

transportados ate local de assentamento.

Figura 12 A- peças cerâmicas que foram quebradas durante transporte ate o local

de assentamento.

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2 – TRANSPORTE INTERNO

Figura 13 A- armazenagem temporária em

frente ao elevador no pavimento onde ocorrerá o serviço.

Figura 14 A- armazenagem de argamassa no local correspondente ao

assentamento.

Figura 15 A- armazenagem das cerâmicas no local correspondente ao assentamento.

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3 – ASSENTAMENTO DAS CERÂMICAS

Figura 16 A- exemplo de início do serviço

de assentamento, onde se define a modulação das cerâmicas.

Figura 17 A- exemplo de argamassa sendo preparada no local do

assentamento.

Figura 18 A- assentamento da cerâmica em living; mostrando a aplicação da

argamassa.

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3 – ASSENTAMENTO DAS CERÂMICAS

Figura 19 A- assentamento da cerâmica em banheiro; mostrando a aplicação da

argamassa.

Figura 20 A- assentamento da cerâmica em varanda; mostrando o assentamento

da peça.

Figura 21 A- assentamento da cerâmica em cozinha; mostrando o assentamento da

peça.

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3 – ASSENTAMENTO DAS CERÂMICAS

Figura 22 A- assentamento da cerâmica em banheiro; mostrando o assentamento

da peça.

Figura 23 A- corte sendo realizado em placa cerâmica, no meio da peça.

Figura 24 A- corte sendo realizado em placa cerâmica.

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3 – ASSENTAMENTO DAS CERÂMICAS

Figura 25 A- maquita e resíduos de cortes;

apenas um funcionário está usando o equipamento.

Figura 26 A- policorte e resíduos de cortes; apenas um funcionário está

usando o equipamento.

Figura 27 A- bancada servindo de central de corte para todos funcionários que estão

no pavimento e resíduos de cortes.

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4 – REJUNTAMENTO

Figura 28 A- limpeza de cerâmicas já

assentadas; está sendo retirado o excesso de massa nas juntas e eventuais sujeiras

nas cerâmicas.

Figura 29 A- preparação do rejuntamento em quantidade suficiente para o serviço.

Figura 30 A- aplicação do rejunte em banheiro.

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5 – DISPOSIÇÃO FINAL E DESCARTE

Figura 31 A- ambiente interno a

apartamento sendo usado para ”deposito” de resíduos para posterior recolhimento.

Não há uma separação de materiais.

Figura 32 A- ambiente interno a apartamento sendo usado para ”deposito” de resíduos. Aqui os resíduos encontram-

se separados e arrumados.

Figura 33 A- ambiente interno a apartamento sendo usado para ”deposito”

de resíduos esperando para serem recolhidos.

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5 – DISPOSIÇÃO FINAL E DESCARTE

Figura 34 A- resíduos de todo o pavimento dispostos em frente à balança para serem

transportados.

Figura 35 A- resíduos após serem transportados na balança. Não há uma

separação por tipo.

Figura 36 A- resíduos sendo levados para descarte. Antes do transporte o resíduo

permaneceu exposto.

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5 – DISPOSIÇÃO FINAL E DESCARTE

Figura 37 A- apesar de misturados, os resíduos encontra-se armazenado em

compartimento que facilitará seu transporte.

Figura 38 A- resíduos em compartimento e outros aguardando serem colocados em

compartimento para descarte.

Figura 40 A- não houve evidencia de onde ocorre o descarte dos resíduos recolhidos.

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APÊNDICE B - MAPAS DE PERDAS

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MAPA DE PERDAS

Figura 1B- exemplo de como o projeto de instalações elétricas pode gerar perdas de cerâmicas. O posicionamento na placa dificulta o corte e pode vir a danificá-la.

Figura 2B- outro exemplo de como o projeto de instalações elétricas pode gerar perdas de cerâmicas. O posicionamento na placa dificulta o corte e pode vir a danificá-la.

Figura 3B- cortes nas placas cerâmicas nas mais variadas posições demonstra como os projetos de instalações elétricas mão levam em conta a modulação das cerâmicas.

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MAPA DE PERDAS

Figura 4B- mais um exemplo de corte em cerâmica gerado pelo projeto deinstalação elétrica.

Figura 5B- peça danificada na tentativa de corte.

Figura 6B- exemplo de falta de modulação e de compatibilização da cerâmica especificada com as dimensões do ambiente.

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MAPA DE PERDAS

Figura 7B- formato da caixinha e posicionamento dificultando ainda mais o corte da peça.

Figura 8B- posicionamento da caixinha dificultando ainda mais o corte da peça.

Figura 9B- bom exemplo de projeto com a tentativa de a maioria das caixinhas ficarem posicionadas de modo a facilitar os cortes.

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MAPA DE PERDAS

Figura 10B- exemplo de como o projeto arquitetônico pode ajudar nas perdas; a varanda curva gera muitos cortes.

Figura 11B- exemplo de como o projeto arquitetônico pode ajudar nas perdas; o ambiente não foi pensado junto com o revestimento, gerando cortes nas cerâmicas.

Figura 12B- quebra de cerâmicas ainda no transporte para o local de assentamento.

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MAPA DE PERDAS

Figura 13B- corte de peçaas para instalação do rodopia e quebra de peças já assentadas no processo de instalação da bancada.

Figura 14B- retrabalho ocasionado pelo gerenciamento inadequado de serviços. Perdeu-se peças cerâmicas durante a instalação da soleira.

Figura 15B- configuração espacial do ambiente ajudando a gerar cortes nas placas cerâmicas.