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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA – CECOP 3
ANA LUCIA NERY MOREIRA GRACINO
AS AÇÕES PARTICIPATIVAS DO COORDENADOR (A) PEDAGÓGICO (A) NO DESENVOLVIMENTO DOS PROCESSOS DE
ENSINO E A APRENDIZAGEM
Salvador 2015
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ANA LUCIA NERY MOREIRA GRACINO
AS AÇÕES PARTICIPATIVAS DO COORDENADOR (A) PEDAGÓGICO (A) NO DESENVOLVIMENTO DOS PROCESSOS DE
ENSINO E A APRENDIZAGEM
Projeto Vivencial apresentado ao Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica. Orientador: Prof. Ms. Viani Soares
Salvador 2015
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ANALUCIA NERY MOREIRA GRACINO
AS AÇÕES PARTICIPATIVAS DO COORDENADOR (A) PEDAGÓGICO (A) NO DESENVOLVIMENTO
DOS PROCESSOS DE ENSINO E A APRENDIZAGEM
Projeto Vivencial apresentado como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica pelo Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia.
Aprovado em janeiro de 2016.
Banca Examinadora
Primeiro Avaliador.____________________________________________________ Segundo Avaliador. ___________________________________________________ Terceiro Avaliador. ____________________________________________________
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A
Todos aqueles que nos ajudaram a chegar até aqui fazendo com que nós
percebêssemos o mundo das letras de maneira diferente.
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AGRADECIMENTOS
A Deus, por me permitir mais esta conquista.
A meus familiares, pelo apoio neste momento. A todos, meu muito obrigado.
A meu orientador, Prof. Viani Soares, pela paciência e competência ao me auxiliar
nesta jornada.
À Faculdade de Educação da UFBa e ao Programa Escola de Gestores, por levarem
a cabo esta iniciativa que beneficia tantos Coordenadores Pedagógicos como eu.
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Mudar é, portanto trabalho conjunto dos educadores da escola
e supõe diálogo, troca de diferentes experiências e respeito à
diversidade de pontos de vista. (ORSOLON, 2012, p; 24).
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GRACINO, Ana Lucia Nery Moreira. As ações participativas do (a) coordenador
(a) pedagógico (a) no desenvolvimento dos processos de ensino e a
aprendizagem. 2015. Projeto Vivencial (Especialização) – Programa Nacional
Escola de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia,
Salvador, 2015.
RESUMO
Este trabalho visa investigar as ações participativas do (a) coordenador (a) pedagógico (a) no desenvolvimento dos processos de ensino e a aprendizagem do Ensino Fundamental anos iniciais nas escolas Centro Educacionais Profª Maria Isauri Stª Bárbara Queiroz e Escola Municipalizada Abraham Lincoln na sede do Município de Boa Vistam do Tupim. Tendo como objetivo da pesquisa especificamente reconhecer as ações do trabalho do coordenador pedagógico que implicam no fortalecimento do processo ensino aprendizagem, bem como as implicações e percepção do professor podem ou não favorecer para o mesmo. Para atender aos intentos deste estudo proponho uma pesquisa de cunho qualitativo utilizando na coleta de dados com os seguintes instrumentos: questionário com professores e aluno, observações de ações formativas do coordenador(a) pedagógico(a). Embasada teoricamente nas ideias de alguns pesquisadores em relação ao perfil, função e atuação do coordenador(a) pedagógico(a) pauto a revisão literária em Placco e Souza (2001), Placco, Souza e Almeida (2012), para que possa refletir como as relações estabelecidas nas ações cotidianas do coordenador(a) pedagógica podem favorecer o desenvolvimento das aprendizagens escolares. Palavras-chave: Aprendizagem, Coordenador Pedagógico, relações.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................. 09
1 MEMÓRIAS PEDAGÓGICAS: HISTÓRIAS QUE O TEMPO NÃO
APAGA .......................................................................................................
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2 AÇÕES DO COORDENADOR PEDAGÓGICO E OS IMPACTOS NO
PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM..............................................
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3 CARACTERIZAÇÃO.................................................................................. 24
3.1 METODOLOGIA.................................................................................... 26
4 OBJETIVOS............................................................................................... 28
5 CRONOGRAMA.......................................................................................... 29
CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 30
REFERENCIAS........................................................................................... 32
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INTRODUÇÃO
A educação é uma ação social que não acontece de forma isolada e ocorre a
longo prazo, contribuindo para o crescimento pessoal e profissional de qualquer
indivíduo dentro da sociedade. Portanto, como professora atuante na coordenação
pedagógica é necessário apropriar-me de saberes que busquem interpretar as
dificuldades cotidianas de educadores e coordenadores, possibilitando ampliar um
olhar cada vez mais crítico sobre a prática que atuo.
Marco a coordenação pedagógica como a experiência mais importante na
definição do meu objeto de estudo, pois ela proporcionou grande desafio e
possibilidades no meu crescimento tanto no campo profissional como pessoal,
aumentando ainda mais meu desejo e paixão pela educação. Daí surge uma
indagação que me inquieta e me move que é: como as ações cotidianas dos
Coordenadores Pedagógicos favorecem o desenvolvimento do processo ensino
aprendizagem?
É preciso propor ações participativas que ajudem o educador a alcançar suas
expectativas com a turma e a partir daí garantir o amparo necessário para criar
vínculos que dê condições de intervir nas ações da sala de aula vislumbrando
diretamente a aprendizagem da criança.
Nesse sentido proponho aprofundar o estudo desse tema e de sua
importância na prática do coordenador pedagógico enquanto agente formador,
articulador e mediador dos conhecimentos que perpassam pela instituição escolar.
Mais especificamente, é necessário nos apropriarmos das competências e funções
desempenhadas pelo coordenador pedagógico prevendo desafios que perpassam
por esse profissional, bem como com os aspectos que requerem uma boa relação
deste profissional com os demais agentes da comunidade educativa.
Diante disso e no intuito de melhor orientar os professores na reflexão das
aprendizagens dos educandos e qualificar sua prática, buscarei referências que
contribuam não só com minhas indagações, mas com inquietações de vários
profissionais da área.
Acredito também que com essa pesquisa consiga sensibilizar o grupo de
coordenadores e professores sobre o quanto é importante a atuação do coordenador
pedagógico no processo de ensino aprendizagem, assim como um trabalho voltado
para o princípio da cooperatividade pode ser significante e marcar a vida
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profissional, pessoal e acadêmica de todos os envolvidos no processo de ensino e
de aprendizagem.
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1 MEMÓRIAS PEDAGÓGICAS: HISTÓRIAS QUE O TEMPO NÃO APAGA
Sou Ana Lucia Nery Moreira Gracino, nasci em 15 de agosto de 1974 na
cidade de Feira de Santana-Ba. Venho de uma família humilde, entretanto lutadora,
meu pai era caminhoneiro e minha mãe professora. Partindo dos exemplos de minha
mãe e tia, ora professoras aposentadas, sempre tive desejo de atuar na área
profissional da educação. Proveniente de escola pública, da Educação Básica até a
vida Acadêmica, e sempre com o desejo de dar o melhor de mim, para qualificar a
educação publica.
Em 1992 concluí o segundo grau (atual Ensino Médio), no curso de
magistério, em Itaberaba-BA. Dois anos depois, 1994, ingressei na Universidade do
Estado da Bahia (UNEB), também em Itaberaba, na Graduação em Licenciatura
Plena do Curso de Pedagogia com Habilitação em Magistério das Matérias
Pedagógicas do 2º Grau, o qual concluí no segundo semestre de 1997.
Sempre buscando aprimoramento profissional, dedicava um pouco do meu
tempo em cursos de capacitações: 1998, concluí o curso de Capacitação de
Dirigentes promovido pelo IAT/SEC (CH - 80hs); 2002, o Programa de Formação de
Professores Alfabetizadores (PROFA, CH – 180hs) e depois fui formadora de um
grupo de professores no município. Em 2004 recebi o certificado de participação do
curso de Formação de Coordenadores Pedagógicos no Projeto Chapada (CH-
1064hs); em 2007 concluí o curso de Especialização em Política do Planejamento:
Currículo, Didática e Avaliação, promovido pela UNEB (405); 2013-2014, participei
do Programa PACTO Bahia e PNAIC (Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade
Certa) como Orientadora de Estudo, totalizando 400hs entre outros que não relato.
Acabei de concluir o curso de Letras Vernáculas na UNEB.
Enfim, sou professora da rede pública municipal há dezoito anos, durante este
período atuei onze anos como coordenadora, do Ensino Fundamental Anos Iniciais,
e sete anos como professora, de um colégio municipal, na área de Língua
Portuguesa com turmas do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental Anos Finais. Deste
modo, como afirma Freire (1979, P. 14):
(...), ninguém pode buscar na exclusividade, individualmente. Esta busca solitária poderia traduzir-se em um ter mais, que é uma forma de ser menos.
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Esta busca deve ser feitas com outros seres que também procuram ser mais e em comunhão com outras “consciências”, caso contrário se faria de umas consciências, objeto de outras. Seria “coisificar” as consciências (FREIRE, 1979, p. 14).
Acredito que nenhum profissional avance seu saber-fazer paralisado. É
preciso buscar o conhecimento para assim aprimorá-lo. Esta busca não acontece
isolada em seu fazer, é preciso que ocorra a troca de experiências para dar
significado a novos conceitos, novas concepções.
Assim como o ser humano precisa do meio para interagir e se desenvolver,
nós educadores precisamos estar o tempo todo estudando, pesquisando e buscando
no outro, com o outro e em nós mesmos fazer reflexões da nossa prática
pedagógica.
Sempre tive muitos livros e gostei de ler autores que trouxessem discussões
sobre as dificuldades enfrentadas no âmbito educacional, além de textos que
abordem a alegria e a paixão de ensinar e ser professor. Um dos meus autores
preferidos é o educador Paulo Freire. Por isso, é preciso ter amor pela profissão, é
preciso ter compromisso com o que fazemos, como diz Perissé (2004, p.21).
O professor que lembra com facilidade aquilo que sabe, o professor que interpreta com paixão aquilo que aprendeu, poderá despertar nos alunos uma imensa vontade de amar, e de, a sim, estudar com gosto e saber de cor e salteado aquilo que precisam estudar.
É nesta busca de melhorar o meu fazer profissional, ajudar o fazer do outro
que persisto em estudar, é na busca de ampliar meu olhar dentro do processo de
ensino aprendizagem que acredito que posso melhorar a qualidade da educação em
meu município, de outros profissionais da área e principalmente garantir as crianças
o direito a educação plena.
Desde menina já desejava ser professora, até mesmo pelas inspirações
familiares. Aos 16 anos já substituía professores do Ensino Fundamental Anos
Iniciais na Escola Estadual do Derba, em Itaberaba. Em 1992 concluí o segundo
grau e logo fui convidada para trabalhar em uma classe de alfabetização da Escola
Arvoredo em Itaberaba, já em 1993 trabalhei na Escola Girassol em uma classe de
Pré-escola durante cinco anos, amava trabalhar com os pequenos e sempre
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participando de capacitações que contribuíam para a atuação com as turmas de
alfabetização.
Em 1995, passei em uma seleção do Estado, o REDA, para lecionar na
Escola Estadual Darci Ribeiro, na 4ª série do Ensino Fundamental (Anos Inicias), no
município de Itaberaba. Este contrato foi renovado mais duas vezes e foi uma
experiência belíssima, pois essa escola localizava-se em uma área de periferia da
cidade e pude lidar com realidades bem diferentes e sofridas.
Em 1997 já estava concluindo meu curso de graduação foi então que recebi o
convite para trabalhar em Boa Vista do Tupim como Coordenadora Pedagógica da
Educação do Município, inicialmente atuava sozinha com todos os professores até
que surge o Projeto Chapada, hoje INSEP, um programa que implantou uma rede de
assessoria aos municípios ampliando o quadro de coordenadores pedagógicos, o
qual consegui organizar e qualificar a educação de muitos municípios da Chapada
Diamantina.
Ingressei como professora concursada da rede pública municipal no ano de
1999, porém continuei atuando como coordenadora pedagógica, especificamente
trabalhava com 15 professores da zona rural que lecionavam em classes
multisseriadas, uma experiência riquíssima, onde pude ampliar meus conhecimentos
tanto na prática como na formação continuada de professores e coordenadores com
grande reflexões da ação do professor.
Após oito anos, volto para sala de aula com turmas do 6º ao 9º ano, no Centro
Educacional Senador Jutahy Borges de Magalhães, onde atuei durante oito anos,
lecionando ciências, inglês, língua portuguesa, história, foi um período muito difícil,
não por estar na sala de aula, mas por estar 40hs na regência de diferentes turmas,
percebendo que isso comprometia a qualidade do ensino aprendizagem.
A partir 2013 fui convidada pela Secretaria de Educação do Município de Boa
Vista do Tupim para atuar como Coordenadora Pedagógica Geral do Ensino
Fundamental nos Anos Iniciais, e com esta experiência pude acompanhar e ter uma
visão mais ampla do quadro educacional do município.
Os desafios percorridos em sala de aula e coordenação pedagógica me
proporcionaram o aprimoramento profissional, ampliação de conhecimento e
compreender como pode acontecer o processo de ação-reflexão-ação das práticas
pedagógicas de ensino aprendizagem. É fundamental ter responsabilidade
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profissional e compromisso com o fazer, mas além de tudo ter amor e acreditar que
a educação pode fazer a diferenças na vida de muitas pessoas.
O curso de Pós-graduação em Coordenação Pedagógica me mostrou que
preciso estar sempre aprimorando meus saberes, melhorando minha prática através
das diversas leituras dos teóricos os quais foram proporcionados em diversos
componentes curriculares.
Sendo assim, espero futuramente poder estar realizando o trabalho
sistemático na coordenação pedagógica, onde possa sempre estar qualificando o
meu fazer, sem perder de vista o respeito ao educando e educador, tentando ao
máximo garantir os direitos e deveres dos mesmos.
Como diz Franco (2008, p. 129) acredito que uma decorrência também
importante desta consideração do pedagógico como instância de reflexão e de
transformação das práticas escolares será a retomada pelos professores,
educadores, do caráter da responsabilidade social da prática. Toda prática carrega
uma intencionalidade, uma concepção de homem, de sociedade, de fins, e estes
precisam estar claros para os que exercem a prática educativo-pedagógica, e
também para os que são a ela submetidos, dentro de uma postura ética, essencial
ao ato educativo.
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2 AÇÕES DO COORDENADOR PEDAGÓGICO E OS IMPACTOS NO PROCESSO
ENSINO E APRENDIZAGEM
A escola é uma instituição de grande importância no processo de
desenvolvimento da sociedade, além de transmitir comportamentos básicos ela tem
a função de formar e oferecer aos indivíduos conhecimentos oriundos de outras
gerações com um olhar critico, transformador, consciente e participativo. Portanto o
educador precisa preparar o indivíduo para a vida, se responsabilizar em
desenvolver neste diferentes comportamentos, habilidades e competências, pois sua
tarefa de ensinar alguém a ler e a entender o mundo é bastante desafiadora e
necessitam ser criativos na busca de outras estratégias para conseguir atingir os
objetivos a que se propõem.
A escola, espaço originário da atuação dos educadores, mantém uma
relação dialética com a sociedade: ao mesmo tempo em que reproduz, ela
transforma a sociedade e a cultura. Os movimentos de reprodução e
transformação são simultâneos. As práticas dos educadores, que ocorrem
na escola, também se apresentam dialética, complexas. (ORSOLON, 2000,
p. 18)
O zelo de grandes estudiosos de políticas públicas em legitimar o espaço
escolar enquanto um espaço formativo de aprendizagem para os docentes está se
estendendo cada dia mais. A escola cabe preparar o indivíduo para a sua vida
social, profissional e pessoal e para atender as expectativas de aprendizagens vêm
atrelada as condições de ensino e a formação dos profissionais envolvidos em todo
processo escolar.
Daí surge à figura multifaceta do coordenador pedagógico, o qual tem um
importante papel de articulador, formador e transformador no processo de ensino e
aprendizagem. A porta de entrada para ele exercer seu papel é a formação
continuada, sempre vinculada a formação do educando, assim a escola constrói sua
autonomia a partir de situações de estudos da sua própria realidade.
Com isso, fica claro que o coordenador, o professor e o aluno são
responsáveis por assegurar à qualidade educacional em meio às modificações que
ocorrem no espaço escolar. Portanto é fundamental que se proporcione a esses
sujeitos espaços coletivo para estudos reflexivos das concepções que estão
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imbricadas nas práticas docentes, provocando novas atitudes e estratégias
significativas dentro do espaço escolar.
A partir das demandas da escola o desafio do coordenador pedagógico é
traçar ações que contribua para qualificar a formação contínua do educador
oferecendo-lhes momentos reflexivos sobre sua prática, ajudando a contextualizar
sua ação docente, permitindo-lhe reconhecer quão grande e importante é a sua
contribuição para o desenvolvimento de sua prática de sala de aula.
Muitos são os estudos sobre o trabalho do coordenador pedagógico e sua
participação direta com o processo ensino aprendizagem no intuito de transformar a
realidade educacional de forma que contribua com o fazer pedagógico do professor
inovando sua prática. Contudo, direcionar ações coletivas com o corpo escolar é um
dos grandes desafios do coordenador pedagógico o qual acredito ser uma das mais
relevantes ações para que seus investimentos deem certo. Contudo ele depende do
compromisso pessoal e do compromisso social para de fato realiza-las.
O coordenador é apenas um dos atores que compões o coletivo da escola.
Para coordenar, direcionar suas ações para a transformação precisa estar
consciente de que o trabalho não se dá isoladamente, mas de forma
coletiva, mediante a articulação do diferentes atores escolares, no sentido
da construção de um projeto político-pedagógico transformador.
(ORSOLON, 2000, p. 19)
Nesse contexto vale ressaltar que é essencial que todos os atores da escola –
diretor, coordenador, professor, alunos, pais e comunidade –, assumam seu
compromisso no processo educacional, pois qualquer mudança só é significativa
quando abraça todos os sujeitos envolvidos. Contudo é necessário que coordenador
e professor desenvolvam ações que abarquem o campo do conhecimento
profissional e também das relações sociais e pessoais, concretizando um trabalho
participativo com a finalidade transformadora, tendo em vista o principal interessado
do processo, o aluno. Segundo Silva (2012, p. 52 apud PLACCO, SILVA, 2001, p,
27) “(...) ficam cada dia mais evidentes a dificuldade e a ineficácia do trabalho
isolado. É em torno de um projeto da escola, com claros objetivos de formação do
aluno e do cidadão, que professores, diretores e outros profissionais da Educação
devem-se congregar para um trabalho significativo junto aos alunos”.
A atuação do coordenador pedagógico passa de uma atividade meramente
burocrática a uma prática reflexiva articuladora, transformadora e formadora que
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parte de aspectos decorrentes das mudanças sociais, do contexto educativo, da
realidade dos alunos e das experiências dos professores. Exige que ele pense na
organização da instituição, no desenvolvimento profissional e pessoal do sujeito em
busca de qualifica o ensino e a aprendizagem. O coordenador precisa planejar suas
ações articulada à realidade que o cerca, da necessidade de aprendizagem do
educador e do educando, a partir daí ele traça um trabalho participativo e
colaborativo com toda equipe. Como afirma Silva (2000):
Como concretizar a função articuladora? Para isso, o coordenador
pedagógico precisa traçar um plano de ação que envolva toda a
comunidade escolar. Se esse plano não existir, o trabalho do coordenador
fica restrito a resolver problemas do dia-a-dia, o que os leva a uma ação
descontinua e sem resultado (SILVA, 2000, p.53).
Uma das relevantes estratégias do coordenador pedagógico no processo
formativo são as situações de dupla conceitualização, pois é uma das estratégias
que mais contribuem para a reflexão da prática docente. Ela percorre dois caminhos
durante a formação, no primeiro momento o formador propõe uma situação de sala
de aula, uma situação de produção, por exemplo, onde os educadores irão
posicionar-se no lugar de quem aprende, realizando a tarefa, e no segundo
momento de quem ensina, analisando as condições didáticas que é preciso
oferecer, enfim reflete a situação de sala de aula de forma real. A partir dessa
prática o coordenador provocando uma reflexão coletiva durante a formação, vários
olhares que se autoavaliam e acabam por causar a transformação necessária tanto
no ensino como na aprendizagem.
(...) ela oferece aos professores a oportunidade de se situar do ponto de
vista de seus alunos, de “viver na própria carne” os problemas a ser
enfrentados e para resolver a tarefa proposta, assim como as dificuldades
que se pode apresentar e a colaboração para superá-las. Compreender
melhor a natureza da atividade intelectual que as crianças terão de realizar
permite valorizar os esforços, produções e descobertas e obriga – também
– a afinar as condições que consideram ao organizar a classe. (LERNER, TORRES, CUTER, 2012, p.100)
Sendo que as ações formativas do coordenador pedagógico devem permear
o espaço de sala de aula ela se torna uma estratégia formativa fundamental no
processo de formação docente e que reflete diretamente na prática profissional do
educador oportunizando lhes a ação-reflexão-ação.
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A tematização da prática pedagógica também se define como uma das
estratégias formativas mais usadas por esse profissional em suas etapas formativas
com os educadores. Para desenvolvermos essa prática formativa é necessário que
tenhamos em mão algum registro do fazer pedagógico do professor como:
observação de sala de aula, análise de planejamentos, avaliações ou produções dos
alunos, registros de prática, relatos de professores sobre a aula, etc.
Como bem diz Weisz 2009, "Tematizar significa retirar algo do cotidiano, fazer
um recorte da realidade, para, então, transformá-lo em objeto de reflexão. É
teorizar". Esse com certeza é um dois maiores desafios dos coordenadores
pedagógicos para desenvolver seu papel de formador. Neste sentido, a autora
também salienta que:
O grande desafio colocado ao formador é resistir à tentação de discutir, no
momento da análise, tudo que ocorre na sala de aula. Um importante
trabalho prévio consiste em identificar os aspectos que sejam relevantes
diante das competências do grupo, das etapas do projeto, do que se quer
destacar das aprendizagens dos alunos e isolar conhecimentos didáticos
possíveis de serem generalizados e que, portanto, não ficariam circunscrito
à atividade que estava sendo analisada, a fim de potencializar a construção
de conhecimentos didáticos pelos professores, que possam ser reutilizados
em outras situações e que lhes permitam levantar novas questões e
continuar avançando em suas aprendizagens. (WEISZ, 2012, p. 104 e 105)
À medida que os educadores analisam situações de ensinagem, advindas de
sua própria prática ou de outro profissional da área, encontra dados concretos que
lhe ajudam a perceber as dificuldades que enfrenta e as possíveis soluções, permite
que o olhar seja direcionado ao desenvolvimento profissional e não ao pessoal, além
de estarem pensando na relação estabelecida entre a concepção de ensino e de
aprendizagem. Enfim, vejo esta estratégia como um meio que possibilita o
coordenador ajudar os educadores a refletirem sua prática entendendo que o aluno
influencia e define os caminhos que devem nortear o seu fazer pedagógico na sala
de aula.
Analisar aulas – a partir de registros realizados em vídeos ou por escrito –
constitui uma ferra menta privilegiada de formação. Uma pequena amostra
da prática de sala de aula torna possível abordara a complexidade do objeto
que se deseja estudar pois permite propor problemas sobre a leitura e a
escrita como práticas sociais e escolares, sobre o sistema de escrita e a
linguagem que se escreve, sobre as hipóteses e conhecimentos prévios das
crianças, sobre as interações que elas podem estabelecer, sobre as
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concepções do ensino e da aprendizagem que estão por trás da atividade
proposta. (WEISZ, 2012, p.103)
Contudo essa estratégia exige que o formador crie em seus educadores o
hábito do registro esteja presente em sua prática. É importante que sejam realizados
variadas forma de registro – por escrito ou por meio de vídeo – a partir de diversas
situações do trabalho pedagógico do professor e do formador de diferentes tipos.
Para Weisz (2012) a contextualização e a descontextualização de concepções que
norteiam a prática pedagógica docente é um dos grandes desafios do coordenador
pedagógico.
Discussões coletivas favorecem a compreensão de situações difíceis de sala
de aula e favorecem a elaboração de intervenções significativas para o processo
formativo do docente e do processo de ensino e aprendizagem, determinando as
situações da aula como fator determinante para qualificar sua própria prática.
No entanto para que estratégias formativas desse tipo se concretizem e deem
certo é necessário uma sincronia total entre os gestores educacionais,
coordenadores pedagógicos, professores, comunidade, pais e alunos. Acredito que
a relação interpessoal do grupo é de fundamental importância para o sucesso no
processo ensino aprendizagem, pois é na relação que constituímos segurança e
confiança no outro. As ações da escola não podem ser restritas as atividades
internas, deve garantir o sucesso na apropriação do conhecimento escolar, pessoal
e social.
Habilidades de relacionamento interpessoal e social são como tantas
outras, aprendidas e desenvolvidas no viver juntos, e dessa aprendizagem
ninguém sai igual: mudanças são engendradas no nível da consciência, das
atitudes, habilidades e valores da pessoa, assim como no grau e na
amplitude de seu conhecimento e do trato com esse conhecimento, com a
cultura – e assim processos indenitários se constroem. Mecanismo coma a
comunicação e as linguagens estão como base dessa construção e podem
ser seus facilitadores ou obstáculos. (PLACCO E ALMEIDA, 2012, p. 65)
De fato a interrelação entre o gestor escolar, coordenador pedagógico,
professores, alunos, pais e comunidade, permitem a mudança, a transformação e o
desenvolvimento dos sujeitos, da instituição e é claro irá refletir na sociedade e
cultura, podendo trazer benefícios para a aprendizagem ou atrasando o processo, se
não for alcançada. Ou seja, se todos, não conseguirem manter um grau de relações
interpessoais que promova a sincronia, este pode ser considerado como um entrave,
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dentro da escola, do desenvolvimento do trabalho pedagógico que busque o bom
resultado no processo ensino-aprendizagem e organizacional da instituição escolar.
Temos dito que a formação do sujeito se dá no seio da cultura, em parceria
e em presença do outro. O que isso significa? Se, por um lado isso se
traduz por uma articulação dos saberes, por uma troca, que mobiliza e
permeia os processos cognitivos, por outro isso também significa considerar
que cada um, nessa interação, expõem seus pensamentos, seu modo de
interpretar a realidade, suas perspectivas de ações e reações, seus motivos
e intenções, seus desejos e expectativas – seus afetos, enfim. E essa
exposição afetiva se encontra e se embate com os pensamentos, modos de
interação sentimentos, reação e motivos do outro. Nesse encontro, ocorre
transformação que constituem ambos os sujeitos da relação como
identidades separadas, ao mesmo tempo em que imbricadas com o
ambiente social e cultural provêm e no qual estão. PLACCO (2012, p. 64)
A escola é um espaço que encontramos diversidade de hábitos, de
pensamentos, de concepções, de culturas e crenças sociais diversificadas. Dentro
de seu sistema de ensino consiste o respeito à diversidade e o seu papel de instruir
o indivíduo conduzindo-o a uma postura cidadã garantindo o desenvolvimento de
seu conhecimento em diversos ângulos. A relação do coordenador com o professor
não é diferente, ele precisa respeitar os diferentes saberes que aparecem nas
práticas docentes e a partir daí respeitar a diversidade, deixando claro que as
mesmas devem ser entendidas, porém resignificadas a partir das necessidades dos
alunos. Souza (2012, p. 99) ressalta que “(...). Cada professor é único, com
experiências sui generis, com crenças e valores que o constituem, e é com essa
identidade que desenvolverá suas ações pedagógicas”.
A tarefa de coordenar é muito complexa, mas é possível quando o
coordenador pedagógico compreende a realidade de seu grupo, dividindo as tarefas
e responsabilidade, articulando um trabalho conjunto o qual ira permitir o
desenvolvimento do grupo e do processo educacional da instituição escolar.
O desafio do coordenador é dimensionar a mudança necessária para, ao ter
claro seus objetivos, poder avaliar seu trabalho e replanejar seu caminho
com o grupo. Conhecer as identidades em relação, por meio de
observações de diversas atividades, seu registro e reflexões parece ser um
caminho promissor (SOUZA, 2012, p. 99).
É real a preocupação de todos os coordenadores, diretores escolares e
professores, com a aprendizagem dos alunos. Porém, é claro também que os
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mesmos procuram sempre buscar uma solução para os problemas extraclasse,
quando necessitam intensificar ações que auxiliem os educando a avançarem em
seus conhecimentos a partir de sua realidade e saberes, e ainda das suas
capacidades reais de aprender. O autor Hashimoto (2001, p.102) afirma que
“indiscriminadamente, professores e orientadores julgam que o aluno X possui o
problema Y e o encaminha diretamente ao profissional que supostamente considera
apto para tratar do problema. Apostam em um diagnóstico advindo de suas
observações em sala de aula e já remetem aos pais a tarefa de busca de soluções
fora dos muros da escola”. Justificando o autor ainda traz que:
Quando um aluno não realiza uma tarefa escolar, não significa que ele seja
atrasado ou tenha algum problema. Simplesmente pode estar ocorrendo
uma inadequação sobre o que está sendo proposto e o que o aluno pode
realizar naquele momento. (HASHIMOTO 2001, p. 103).
A avaliação enquanto instrumento de análise da pratica docente e da
aprendizagem do educando, precisa haver uma reflexão do processo tanto de quem
aprende como de quem ensina. A partir da reflexão que deve ser traçadas as
mudanças necessárias nas salas de aula. A função reguladora do ensina
aprendizagem ainda está bem distante da prática dos profissionais envolvidos na
instituição.
Professores compreendem que é necessário mudar a aplicação e reflexão
das avaliações adotadas, mas na prática ainda está presente a avaliação
classificatória da aprendizagem. E é a partir dos conceitos que Sanmartí (2009) nos
subsidia que percebemos que é necessário aprofundamento teórico sobre o
processo de autoavaliação como um dos caminhos para a mudança do olhar nas
analises das avaliações de nossas crianças para não elaborarmos diagnósticos
equivocados de nossas crianças.
A função do professor deveria se centrar, assim, em compartilhar com os
alunos este processo avaliativo. Não é suficiente que aquele que ensina
“corrija” os erros e “explique” a visão correta, deve ser o próprio aluno quem
se avalia, propondo-se atividades com esse objetivo específico. Tal
avaliação é chamada de avaliação formadora (SANMARTÍ, 2009, p. 19, 20).
Assim como o professor o coordenador pedagógico precisa nortear seu fazer
a partir do processo de aprendizagem de seus educandos e para isso é necessário
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que ele seja regulado a partir da avaliação que é instituída. A avaliação deve ser um
instrumento de análise tanto do processo de ensino como do processo de
aprendizagem, com ela deve se traçar conteúdos significativos e úteis para o
professor na sua prática docente e prazerosa e envolvente para o aluno no seu
processo de aprendizagem, portanto funcionando como mola mestre para delinear o
caminho, objetivos e o processo de construção do conhecimento. Sem a avaliação,
não se ensina, não se aprende e não se resignifica o processo de ensino
aprendizagem em busca de uma mudança significativa no sistema educacional.
Avaliar para aprender. “Avaliar é uma condição necessária para melhorar o ensino”.
A avaliação deve proporcionar informações que permita julgar a qualidade do
currículo aplicado, com a finalidade de melhorar a prática docente e a teoria que a
sustenta (SANMARTÍ, 2009, p.117).
A avaliação deve estar qualificando o processo de ensino e de aprendizagem.
Ao avaliar o educador precisa resignificar sua prática a serviço da aprendizagem, o
mesmo deve incluir a avaliação enquanto instrumento que orienta sua prática, que
contribua para a inserção de novas estratégias de ensino e apoie a qualificação do
currículo para alcançar as expectativas de ensino e aprendizagem. Uma atividade de
avaliação pode ser identificada como um processo caracterizado: pela coleta e pela
análise de informações, pela emissão de um juízo sobre ela e pela tomada de
decisões de caráter social ou pedagógico, conforme o juízo emitido (SANMARTÍ,
2009, p. 18).
Todos os instrumentos avaliativos devem ser analisados a partir das
condições didáticas de quem ensina e de quem aprende, é necessário que as
reflexões sejam feitas no intuito de direcionar novos caminhos para conseguir
alcançar as expectativas propostos no currículo. No momento em que ela passa a
ser instrumento de analise dos saberes dos alunos e fazeres dos professores ela
exerce seu verdadeiro papel de orientar o processo educacional e social da
instituição escolar.
Para Libâneo (2004), o coordenador pedagógico é aquele que responde pela
viabilização, integração e articulação do trabalho pedagógico, estando diretamente
relacionado com os professores, alunos e pais. Junto ao corpo docente o
coordenador tem como principal atribuição a assistência didática pedagógica,
refletindo sobre as práticas de ensino, auxiliando e construindo novas situações de
aprendizagem, capazes de auxiliar os alunos ao longo da sua formação.
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O trabalho do coordenador pedagógico e sua participação direta com o
processo ensino aprendizagem devem ser no intuito de transformar a realidade
educacional de forma que contribua com o fazer pedagógico do professor inovando
sua prática docente de modo que as crianças sejam estimuladas a aprender com
prazer e o professor ensinar com clareza em seus objetivos, transformando a
realidade de seus educandos. Para que todos os objetivos sejam alcançados de
maneira satisfatória, coerente e eficaz, fazendo análise refletindo a todo o momento
o processo de desenvolvimento das ações educativas.
É importante lembrar que a organização do trabalho pedagógico da escola é
serviço de todos os integrantes do processo ensino-aprendizagem (equipe gestora,
professores e demais profissionais de apoio à docência), por isso se faz necessário
à sensibilização destes com as diversidades, as capacidades e os saberes de cada
aprendiz. É na organização coletiva que todos refletem sua prática, planejar e avaliar
os resultados alcançados, avaliando a organização do currículo de sua instituição. O
currículo escolar deve ser pensado em função do que os educandos sabem dos
seus universos de conhecimentos e conteúdos que consideramos importantes para
que eles aprendam.
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3 CARACTERIZAÇÃO
A Escola municipal Abraham Lincoln atende da Educação Infantil aos anos
iniciais do Ensino Fundamental. Localiza-se à Av. 18 de Fevereiro S/N, CEP 46850-
000, no município de Boa vista do Tupim-BA. Foi construída pelos governos
brasileiro e estadunidense, através do convenio entre o Estado da Bahia,
Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) e Agência do
Estados Unidos para o Desenvolvimento (USAID1), dentro do programa iança para o
Progresso. A Unidade escolar foi Inaugurada em 24 de abril de 1966, na gestão do
prefeito Oscar Luis Pires da Costa.
É um estabelecimento de ensino regular, municipalizada em julho de 2003
através de convenio entre o município e a Secretaria de Educação do Estado da
Bahia, funcionando nos dois turnos e atendendo a 135 alunos oriundos da zona rural
e urbana e de classe baixa e média.
O prédio é bem localizado, pois está no centro da cidade o qual tem: 04
(quatro) salas de aula, que comportam em média 30 (trinta) alunos cada; 01 (uma)
diretoria, que serve como secretaria e almoxarifado; 05 (cinco) banheiros, sendo
dois femininos, dois masculinos e um na sala da diretoria; 01 (uma) cantina; 01 (um)
laboratório de informática; 01 (uma) sala de acessibilidade em construção e 01 (um)
pátio amplo para realizações de atividades lúdicas.
A outra escola observada é o Centro Educacional Professora Maria Isaurí
Santa Barbara Queiroz. Sabe-se que foi fundada no ano de 2002 na gestão do então
prefeito Helder Lopes Campos tendo como Secretária Municipal de Educação a
professora Maria Amélia Passos Trabuco. O nome da escola em questão originou-se
a partir de uma homenagem prestada à professora que mais atuou na época nesta
profissão no município de Boa Vista do Tupim.
A escola supracitada também está situada no centro da cidade e atende a
uma clientela, em sua maioria, com bom poder aquisitivo, apresentando um pequeno
1 Acordo que incluiu uma série de convênios realizados a partir de 1964, durante o regime militar brasileiro,
entre o Ministério da Educação (MEC) e a United States Agency for International Development (USAID). Os convênios, conhecidos como acordos MEC/USAID, tinham o objetivo de implantar o modelo norte americano nas universidades brasileiras através de uma profunda reforma universitária. Segundo estudiosos, pelo acordo MEC/USAID, o ensino superior exerceria um papel estratégico porque caberia a ele forjar o novo quadro técnico que desse conta do novo projeto econômico brasileiro, alinhado com a política norte-americana. Além disso, visava a contratação de assessores americanos para auxiliar nas reformas da educação pública, em todos os níveis de ensino.
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percentual de alunos oriundos da zona rural, perfazendo um total de 221 alunos em
seus dois turnos de funcionamento, matutino e vespertino.
O prédio contém: 05 (cinco) salas de aula que comportam em média 30
(trinta) alunos cada; 01 (uma) diretoria, 1 (uma) secretaria; 05 (cinco) banheiros em
uso e 5 (cinco) inadequados; 01 (uma) cozinha; 01 (um) laboratório de informática;
01 (uma) sala de acessibilidade, 01 (uma) biblioteca e também uma área externa
ampla.
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3.1 METODOLOGIA
Tendo em vista as ações participativas do coordenador pedagógico como
importante contribuição para o avanço do processo de aprendizagem das crianças,
surge uma grande inquietação na prática desse profissional relativa às relações
interpessoais, constituindo um dos fatores preponderante para que este profissional
consiga participar de modo contundente na aprendizagem das crianças.
Partindo dessa concepção, como já explicitado, busco investigar: como as
ações cotidianas dos coordenadores pedagógicos favorecem o desenvolvimento do
processo ensino aprendizagem, uma vez que não atua com intervenções diretas aos
alunos?
Neste sentido, é preciso reconhecer que o trabalho do coordenador
pedagógico implica no fortalecimento do processo ensino aprendizagem, incidindo
nas ações e percepções dos educadores, impactando na melhoria da qualidade
educacional em um campo bem mais amplo.
Buscando responder ao questionamento lançado, se faz necessária uma
pesquisa de campo, na qual a pesquisa-ação apresenta-se como uma possibilidade
de investigação científica da realidade em que estou imersa. Trata-se de uma
proposta metodológica e técnica que oferece subsídios para organizar a pesquisa
social aplicada sem os excessos da postura convencional ao nível da observação,
processamento de dados, experimentação, etc. Com ela se introduz uma maior
flexibilidade na concepção e na aplicação dos meios de investigação concreta e o
pesquisador desempenha um papel ativo na realidade dos fatos observados,
acompanhando e avaliando as ações desencadeadas em função de problemas
emergidos da situação investigada (THIOLLENT, 1986)
Atendendo a esta proposição, serão utilizados três procedimentos de
pesquisa: o questionário (apêndice 1), observação de um grupo de estudos
(momento de formação continuada), o ACs, a sala de aula e o conselhos de classes
e finalizando usarei o diagnóstico de leitura e escrita (apêndice 2), pois com este
instrumento irá trazer a confirmação da força do coordenador pedagógico que
participa das ações do professor com foco na aprendizagem.
Quanto aos questionários deverão ser respondidos de forma objetiva e
discursiva. Por meio deste buscarei obter informações significativas a respeito das
experiências dos sujeitos com relação à atuação do coordenador pedagógico como
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agente participativo do processo ensino-aprendizagem. Os questionários foram
elaborados com questões fechadas e semiabertas, oferecendo aos respondentes
em algumas alternativas de respostas, sendo solicitadas justificativas ao final de
algumas questões.
Já as observações deverão revelar as relações interpessoais de todos os
envolvidos no processo de ensino e de aprendizagem. Para isso manterei uma
ordem de acontecimentos e focos em cada um, iniciarei esse processo de
observação com o momento de grupo de estudos, onde o coordenador proporciona
um momento reflexivo da prática pedagógica com as aprendizagem esperada para
definir nova ação na sala de aula.
O segundo momento acompanharei o AC, onde terei como foco a discussão
sobre a ação que será aplicada em sala de aula e como o Coordenador Pedagógico
contribui com o processo. E é a partir desse momento que irei obter resultados
concretos do objeto da pesquisa, pois irei acompanhar a prática do educador no
chão da sala de aula para perceber se o que foi discutido e pensado pode ser
realizado e quais os fatores que favoreceram ou não o sucesso da aprendizagem.
E para finalizar as observações participarei do conselho participativo. Onde
obterei os resultados da aprendizagem da turma, fatores que interferiram tanto no
processo de ensino como no processo de aprendizagem. Nele será revelado os
dados que demonstram o número de alunos que alcançaram as expectativas de
aprendizagem e a progressão na aprendizagem do mesmo e quais as condições
didáticas oferecidas a professor e aluno durante todo o processo.
Após a coleta dos dados, prosseguirei com a análise dos mesmos. Vale
ressaltar que ao desenvolver um trabalho na supervisão escolar percebo alguns
entraves na atuação do CP quando sua relação interpessoal com seu grupo não vai
bem. Percebo situações de fracasso escolar simples, onde creio que poderia ser
resolvido se o espirito colaborativo estivesse presente.
Desta forma, estarei resumido informações que servirão como análise da
pratica participativa do CP e os resultados que ela pode oferecer e para constatar ou
não se as relações interpessoais interferem realmente nas aprendizagens.
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4 OBJETIVO GERAL
Reconhecer as ações do trabalho do coordenador pedagógico que implicam
no fortalecimento do processo ensino aprendizagem, bem como as implicações e
percepção do professor podem ou não favorecer para o mesmo.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS Propor momentos de reflexões coletivas da prática profissional do
coordenador pedagógico e do professor.
Recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de
proposta e intervenção participativa.
Refletir sobre as interferências das relações interpessoais no processo de
ensino e da aprendizagem.
Reconhecer a importância dos princípios da cooperatividade como meio para
qualificar o processo educacional.
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5 CRONOGRAMA
ATIVIDADE PERÍODO
Planejamento e estudos dos textos e dados coletados.
Março a junho
Oficina com os coordenadores pedagógicos. Julho e agosto
Oficina com os professores da rede municipal Outubro a novembro
Seminário participativo com professores e coordenadores municipais
Dezembro
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final da concretização desse Projeto de intervenção espero que os
coordenadores pedagógicos reconheçam a importância de manter um
relacionamento interpessoal harmonioso com o corpo docente de forma parceria e a
participativa com o grupo escolar na buscar de melhoria na qualidade de ensino e na
aprendizagem do aluno são condições fundamentais para o sucesso na educação.
A partir do momento que se tem uma verdadeira integração e comunicação
dentre os atores do processo educativo há uma maior probabilidade de emanar
novas práticas docentes, onde se instala uma relação de consciência e
compromisso em prol do mesmo objetivo e assim se aplica uma nova forma de
gestão e prática docente para o sucesso educacional.
Dessa forma, o trabalho do coordenador pedagógico deve ser pautado nos
princípios da cooperatividade e é necessário fortalecer as relações interpessoais no
intuito de alcançar todos os objetivos e assim garantir que sejam alcançados de
maneira satisfatória, coerente e eficaz a qualidade educacional. Fazendo uma
análise e refletindo a todo o momento o processo de desenvolvimento das ações
educativas de todos os envolvidos.
Por meios dos aspectos fundamentados nas discussões de alguns
pesquisadores percebe de maneira significativa que as ações cotidianas do
coordenador pedagógico imbricado com o afetivo irá mudar o olhar equivocado do
papel do coordenador pedagógico e é a partir daí que ele cria vínculos e garante
uma cumplicidade com o professor/aluno marcando uma significativa contribuição na
melhoria e qualidade do ensino e potencializando os avanço e as aprendizados dos
alunos.
Com a finalização desse Projeto de vivência espera-se que os professores e
coordenadores passem a ter uma relação real de confiança e parceria, a qual deve
direcionar suas práticas profissionais além de garantir melhores índices e qualidades
educacionais, tendo a aprendizagens das crianças como foco.
Do mesmo modo, espera-se também que o coordenador perceba que é de
grande importância manter viva as interelações do grupo como um dos principais
instrumentos para alcançar os objetivos institucionais e diminuir o déficit do
analfabetismo.
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A partir deste Projeto de Vivência pude entender que e de fundamental
importância investir nas interelações do grupo para adquirir a confiança e parceria
dos educadores e juntos transformar a realidade e alcancem o objetivo que é a
aprendizagem. É a partir dele que pude redefinir meu plano de trabalho para 2016
com meu grupo.
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REFERÊNCIAS
CARDOSO, Beatriz; LERNER, Delia; TORRES, Mirta; CUTER, María Elena; Ensinar: Tarefa para profissionais. 2ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2012.
HEIDRICH, Gustavo. Os caminhos para a formação de professores: formar os professores é a principal função do coordenador pedagógico. São Paulo, Editora Abril. In: Gestão Escolar, Edição 002, Junho/2009.
PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza; ALMEIDA, Laurinda Ramalho de. O coordenador pedagógico e os desafios da educação. 4. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2012. ______. O coordenador pedagógico: provocações e possibilidades de atuação. São Paulo: Edições Loyola, 2012. ______. O coordenador pedagógico e o cotidiano da escola. 9 ed., São Paulo: Edições Loyola, 2012. ______. O coordenador pedagógico e o espaço de mudança. São Paulo: Edições Layola, 2001.