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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - UFFS CAMPUS ERECHIM LICENCIATURA EM PEDAGOGIA ANA MARIA STANKIEWICZ MAY ESPAÇOS ESCOLARES: VISÃO DOS ESTUDANTES DE ENSINO MÉDIO NUMA ESCOLA PÚBLICA DA REGIÃO DO ALTO URUGUAI ERECHIM 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - UFFS

CAMPUS ERECHIM

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

ANA MARIA STANKIEWICZ MAY

ESPAÇOS ESCOLARES: VISÃO DOS ESTUDANTES DE ENSINO MÉDIO NUMA

ESCOLA PÚBLICA DA REGIÃO DO ALTO URUGUAI

ERECHIM 2017

ANA MARIA STANKIEWICZ MAY

ESPAÇOS ESCOLARES: VISÃO DOS ESTUDANTES DE ENSINO MÉDIO NUMA

ESCOLA PÚBLICA DA REGIÃO DO ALTO URUGUAI

Trabalho de conclusão de curso de graduação

apresentado como requisito para obtenção de grau de

Licenciado em Pedagogia pela Universidade Federal da

Fronteira Sul – Campus Erechim. Orientadora: Professora Drª Maria Silvia Cristofoli.

ERECHIM 2017

PROGRAD/DBIB - Divisão de Bibliotecas

Elaborada pelo sistema de Geração Automática de Ficha de Identificação da Obra pela UFFS

com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

Dedico este trabalho à minha filha, que sempre

esteve junto a mim incentivando-me e apoiando

em todas as minhas decisões, dando coragem para enfrentar os desafios em busca da concretização

dos meus objetivos.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente а Deus, ao qual diariamente pedia para me dar força,

coragem e saúde esses cinco anos para realizar a graduação, e por me conceber pessoas

extraordinárias que apoiaram e auxiliaram imensamente para a minha formação inicial.

A minha família, a filha Izabelly Cassia May, meu filho Lucas Ismael May pelo apoio

ativo e constante, por me falarem para eu não desistir e que era para pensar sempre nas noites

de aula e em todo esforço já realizados em busca do diploma. Ao meu marido Thadeus May

Filho pela paciência nesses cinco anos. Ao meu pai Isidoro Stankiewicz e minha mãe Lorena

Stankiewicz, irmãos e demais familiares e amigos que apoiaram nessa jornada, em especial as

amigas Marcia Reinhardt, Salete Tartari e Francieli Zamadei que desde o primeiro dia de aula

iniciou uma parceria mútua e troca de conhecimentos em todos os trabalhos realizados

permanecendo assim, até o final da graduação.

A esta universidade especialmente aos professores, que por meio de suas aulas com a

práxis me deram a oportunidade de adquirir os conhecimentos que serão transmitidos sempre

pensando no melhor dos indivíduos.

Agradeço, em especial, a minha orientadora Profª Drª Maria Silvia Cristofoli, que,

durante a caminhada acadêmica, foi uma pessoa e profissional exemplar. Com maior

relevância, nestes últimos semestres de graduação disponibilizando seu tempo ajudando,

orientando e proporcionando possibilidades para desenvolver sempre melhor o meu trabalho

apresentando muitas sugestões. Sou muito feliz, e muito agradecida por tudo que me

transmitiu e ensinou.

“Saber que ensinar não é transferir

conhecimentos, mas criar as possibilidades

para a sua própria produção ou a sua

construção” (Freire, 2011, p, 47).

RESUMO

Este trabalho propõe uma reflexão sobre as mudanças realizadas no Ensino Médio e

discussões dos espaços escolares a partir dos depoimentos dos estudantes. Neste sentido,

como estão sendo discutidos, planejados e modificados os espaços escolares do Ensino

Médio, em relação às necessidades decorrentes das mudanças nas políticas educacionais para

essa etapa da educação básica, e em que medida os jovens matriculados numa escola de

ensino médio do Alto Uruguai gaúcho participam, são contemplados ou almejam na

(re)configuração desses espaços? Assim, este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)

investigou como os jovens do Ensino Médio percebem e desejam os espaços escolares numa

Escola Estadual da Região do Alto Uruguai frente às mudanças no Ensino Médio. A

metodologia utilizada nesta pesquisa foi bibliográfica e documental, tendo como fontes livros,

artigos, teses, documentos legais e imagens fotográficas do local da pesquisa campo. A

pesquisa empírica realizou-se, em uma escola pública num município do Alto Uruguai com a

participação de 51(cinquenta e um) estudantes de Ensino Médio. Esse estudo revelou que os

espaços escolares contemplam em partes os interesses dos alunos, sendo que, suas demandas

por vezes não são atendidas pela falta de recursos da própria escola. Mesmo que ocorreram

nos últimos anos algumas reformas, ainda há necessidade de investimentos para que possam

ser adequados os espaços escolares e atendam satisfatoriamente os estudantes de Ensino

Médio. Conclui-se, com a realização da pesquisa, que os estudantes necessitam de espaços

escolares adequados e agradáveis. Desse modo, favorecendo um bom ensino-aprendizado e ao

mesmo tempo estimulem o estudante contribuindo com a efetivação de uma escola de

qualidade.

Palavras-chave: Ensino Médio. Espaços escolares. Mudanças curriculares. Jovens

Estudantes. Escola Pública.

1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, o Ensino Médio tem sofrido mudanças em relação ao currículo, que

demandaram diversas adequações para ser aplicado nas escolas. Isso demanda muito estudo

para entendimento das propostas, (re)organização, do trabalho e uma infraestrutura escolar

para colocar essas mudanças em prática. Diante disso, toda a comunidade escolar precisa de

tempo para se adequar às mudanças. Os adolescentes também necessitam de tempo para essa

adaptação e muitas vezes, eles se sentem frustrados, pois além do período para adaptar-se,

não são ouvidos sobre como se sentem estudando e interagindo nos mesmos espaços, mas

com propostas e currículos modificados.

Acompanhando meus filhos, estudantes nessa etapa da educação básica, observo os

desafios que eles e a escola enfrentaram e enfrentam. O quanto essas mudanças afetam na

organização da escola, pois, muitas vezes os espaços escolares são improvisados por não ter a

infraestrutura adequada para a realização dos trabalhos escolares propostos. Além disso,

quando ocorrem as mudanças, demanda de um longo período de planejamento até estarem

implementadas na escola e, assim, os alunos nesse tempo enfrentam muitos desafios para

adaptar-se. Também, como já afirmado os adolescentes, em geral, não tem espaço para opinar

sobre o que eles pensam e como gostariam que fosse a reestruturação do ensino.

O curso de Pedagogia me proporcionou outro olhar mais crítico sobre a escola e o

ensino-aprendizagem. Conforme os estudos realizados durante a graduação fui percebendo

que na Educação Básica em relação a espaços escolares são priorizados e adequados os

espaços da Educação Infantil, deixando de lado o Ensino Fundamental e, principalmente, o

Ensino Médio. Uma vez que, devido a constantes mudanças seriam necessárias novas

adaptações nos espaços escolares, isso proporcionaria muitos benefícios aos alunos e a toda a

comunidade escolar, pois poderiam ser realizados trabalhos diversificados promovendo

muitas descobertas, aprendizados e envolvimento mútuo. Assim, nesse sentido, é muito

importante o papel da gestão escolar para termos um bom atendimento e funcionamento na

escola, assim como também a adaptação dos espaços escolares em que os alunos interagem.

Portanto, o curso de Pedagogia também possibilita ao profissional ter uma visão ampla da

realidade educacional que vai além da sala de aula.

Os adolescentes estão em uma fase muito importante de suas vidas, cheia de

descobertas e de muito autoconhecimento. A escola tem papel fundamental nessa fase, pois é

onde, geralmente, os adolescentes têm contato com outras pessoas além de suas famílias e é

ali que eles veem e descobrem muitas novidades.

Desse modo, é a escola e o Ensino Médio que precisam fornecer as condições

necessárias para essas descobertas, para que eles possam se sentir acolhidos no espaço

escolar, pertencentes a este ambiente e tenham um bom ensino e aprendizado. Caso contrário

os adolescentes não conseguirão ver a escola de forma positiva, de ser um espaço onde

queiram estar e procurarão essas novidades em outros espaços, de outras maneiras.

Diante de um cenário pouco promissor o Ensino Médio no Brasil vem passando por

mudanças constantes nos últimos anos. Assim, é importante esclarecer que conforme Oliveira

(2011), as políticas de governo são aquelas decididas pelo Executivo, em um “[...] processo

elementar de formulação e implementação da agenda política interna, ainda que envolvam

escolhas complexas” (OLIVEIRA, 2011, p.329). Já as políticas de Estado envolvem “[...]

mais de uma agência do estado, passando em geral pelo Parlamento ou por instâncias diversas

de discussão, resultando em mudanças de outras normas ou disposições preexistentes, com

incidência em setores mais amplos da sociedade” (OLIVEIRA, 2011, p.329).

Como exemplo das mudanças mais recentes é possível citar as mudanças promovidas

no governo do presidente Michel Temer que, mediante a lei 13.415 de 16 de fevereiro de

2017 reformou o ensino médio alterando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,

Lei no9.394, de 20 de dezembro de 1996.

No Rio Grande do Sul, em particular, nos últimos anos também ocorreram várias

reformas no Ensino Médio devido às trocas de governos e de propostas políticas a cada

gestão. Algumas dessas mudanças impactaram diretamente na educação.

Como exemplo das últimas mudanças podemos citar as reformas na gestão da

governadora Yeda Crusius (2007 - 2010), com a implementação do Programa Boa Escola

para Todos. Nesse programa foram distribuídos os cadernos “Lições do Rio Grande” que

apresentavam às escolas a proposta de um referencial curricular como base para os planos de

estudos e orientações pedagógicas para toda rede Estadual.

Na sequência, no ano de 2010, com a troca de governo surgiu um novo projeto de

reestruturação do ensino médio. O governo Tarso Genro (2011-2014) substituiu os cadernos

“Lições do Rio Grande” que foram abandonados pelo ensino médio politécnico e pela

educação profissional gerando grande desperdício de dinheiro púbico. Conforme Silva (2011)

o objetivo do novo ensino médio politécnico constitui-se no aprofundamento da articulação

das áreas de conhecimentos e suas tecnologias e aproximar a escola da realidade.

Examinando a realidade local, os alunos faziam seminários nos quais desenvolviam

projetos de seu interesse, mas para a realização dessas atividades demandava a ocupação de

vários espaços escolares, porém as escolas nem os profissionais que atuavam, não estavam

preparados para essas mudanças e não tinham disponibilidade dos espaços físicos para

desenvolver as atividades dificultando no desempenho das mesmas.

Quem vivencia todas essas mudanças são os adolescentes e jovens que estão na escola,

seria interessante se tais mudanças causassem o menor impacto possível no dia a dia escolar

desses alunos. Percebe-se que as mudanças e adaptações curriculares são propostas e

implementadas, contudo os espaços escolares permanecem os mesmos, não recebendo a

devida atenção e investimentos. Assim, a escola não consegue acompanhar as mudanças com

as condições de infraestrutura necessárias, improvisando os espaços para atender as

demandas, o que contribui com que as mesmas fracassem ou funcionem parcialmente ou de

forma precária.

Conforme Frago (2001, p.61) a educação escolar tem uma “dimensão espacial” que

junto com a dimensão temporal é “um elemento básico, constitutivo, da atividade educativa”,

pois trata da configuração espacial entre infraestrutura e usos dos espaços.

Desse modo, considera-se de extrema importância saber se os espaços estão sendo

adequados para acompanhar as mudanças que estão acontecendo no Ensino Médio, pois, um

dos requisitos mínimos que uma escola precisa ter são os espaços, para que a convivência e o

aprendizado dos estudantes possam ser realizados da melhor maneira possível.

Sendo assim, o presente Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) propõe-se a discutir

sobre os espaços escolares do ensino médio a partir das mudanças no ensino médio em uma

Escola Estadual da região do Alto Uruguai dando voz aos estudantes, procurando destacar se

as mudanças impactam ou não.

Busca-se perceber como estão sendo discutidos, planejados e modificados os espaços

escolares para o ensino médio, em relação às necessidades decorrentes das mudanças nas

políticas educacionais para essa etapa da educação básica. Ainda, em que medida os jovens

matriculados numa escola de ensino médio do Alto Uruguai participam, são contemplados ou

almejam na configuração e reconfiguração desses espaços.

Nesse sentido, este TCC tem como objetivo investigar como os jovens estudantes do

ensino médio percebem e desejam os espaços escolares numa Escola Estadual da região do

Alto Uruguai diante das mudanças no ensino médio. Assim, busca-se verificar quais são os

maiores desafios da comunidade escolar na (re)organização dos espaços físicos da escola

frente às mudanças no ensino médio e conhecer as demandas dos alunos dessa etapa escolar.

Também, identificar quais mudanças seriam necessárias nos espaços escolares conforme as

especificidades do ensino médio a partir da comunidade escolar e mapear os espaços

escolares existentes, disponíveis ou necessários para atender os interesses dos estudantes do

ensino médio.

A metodologia utilizada para realizar esta pesquisa de conclusão de curso iniciou com

o levantamento fontes bibliográficas e documentais (livros, artigos, teses, legislação) com a

finalidade de destacar as contribuições teóricas e concepções acerca do assunto pesquisado. A

parte empírica da pesquisa consistiu na aplicação de questionário aos estudantes do ensino

médio e registros fotográficos dos diferentes espaços da escola.

Este trabalho está organizado em cinco capítulos. O primeiro intitulado “As mudanças

no Ensino Médio: uma breve retomada histórica inclui apontamentos sobre as políticas

brasileiras e aspectos legais do ensino médio desde sua existência até os dias atuais,

destacando as principais mudanças ocorridas e dedicando um tópico as últimas políticas para

o ensino médio implementadas no Rio Grande do Sul.

O capítulo 3: ESPAÇO ESCOLAR, com seu primeiro subtítulo “Espaço Escolar e

Ensino Médio: levantamento de dados por meio de pesquisas publicadas” busca inteirar-se,

das publicações recentes sobre o tema deste Trabalho de Conclusão de Curso o para tanto,

fez-se uma procura na internet com os descritores “Ensino Médio/ Jovens/ Espaço Escolar” no

portal IBCT, delimitando o período de 2005 até 2016. Também aborda o “Espaço Escolar”, as

influências da arquitetura no ambiente escolar e a constituição do espaço enquanto currículo,

possuindo como referencial teórico a obra “Do espaço escolar e da escola como lugar:

propostas e questões” de Antonio Viñao Frago (2001) e a obra “Arquitetura Escolar o projeto

do ambiente de ensino” de Doris C. C. K. Kowaltowski 2011. Por último, “Espaço Escolar

enquanto aspecto da qualidade da educação” apresenta os dados do senso e “A qualidade da

educação: conceitos e definições” nas palavras dos autores Dourado, Oliveira e Santos

(2007).

O capítulo 4 intitulado “Dos caminhos percorridos aos resultados obtidos” procura

apresentar a parte empírica da pesquisa e onde é detalhada a metodologia utilizada.

Subdividido em duas partes, Na primeira parte, apresenta a metodologia utilizada e os

resultados obtidos com a análise dos questionários aplicados aos alunos do ensino médio,

conforme mencionado anteriormente com base na autora Doris C. C. K. Kowaltowski (2011),

definidos a partir da análise dos questionários.

Nas considerações finais, alicerçada nos conhecimentos teóricos presentes, serão

demonstradas as conclusões a partir da análise dos dados pesquisados e questionários sobre os

Espaços Escolares no Ensino Médio.

Nesse sentido, a partir deste Trabalho de Conclusão de Curso, por meio da

sistematização dos conhecimentos científicos já produzidos e das análises realizadas, procura-

se apresentar como estão sendo discutidos, planejados e modificados os espaços escolares

para o ensino médio no que se refere às necessidades decorrentes das mudanças nas políticas

educacionais para essa etapa da educação básica. Além de identificar em que medida os

estudantes são consultados sobre tais mudanças e têm seus interesses contemplados no que se

refere à utilização dos espaços escolares.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os estudos realizados nesta pesquisa permitiram o aprofundamento dos conhecimentos

sobre as mudanças no Ensino Médio e suas relações com os espaços escolares. Além de saber

um pouco mais sobre como os jovens do Ensino Médio pensam e têm suas demandas

atendidas ou não no que se refere aos espaços escolares por eles utilizados.

Conforme já mencionado anteriormente, meu interesse pela temática surgiu

acompanhando os meus filhos, estudantes nessa etapa da educação básica, ao observar os

desafios que eles e a escola enfrentaram e enfrentam. Muitas vezes as mudanças curriculares

são propostas em nível estadual e, agora, em nível nacional, contudo a adequação dos espaços

carecem de investimentos, permanecendo esquecidos, fato que faz com que muitas vezes boas

propostas fracassem e a aprendizagem dos alunos seja prejudicada.

Os meus objetivos quanto a essa pesquisa se resumiram em investigar como os jovens

do Ensino Médio percebem e desejam os espaços escolares numa Escola Estadual da Região

do Alto Uruguai frente às mudanças no Ensino Médio. A partir disso, buscar respostas ao

meu questionamento principal: Como estão sendo discutidos, planejados e modificados os

espaços escolares para o Ensino Médio, em relação às necessidades decorrentes das mudanças

nas políticas educacionais para essa etapa da educação básica e em que medida os jovens

matriculados numa escola de Ensino Médio do Alto Uruguai gaúcho participam, são

contemplados ou almejam na configuração e reconfiguração desses espaços?

Para tal, iniciei esta pesquisa apresentado um breve panorama sobre as mudanças no

Ensino Médio no decorrer da história até os dias atuais, em que é considerado uma etapa da

educação básica de matrícula obrigatória. Após, destaquei algumas políticas recentes no Rio

Grande do Sul, pensadas para o Ensino Médio. Em seguida, apresentei algumas pesquisas

recentes publicadas sobre a temática deste TCC. Também, propus discussões acerca do

espaço escolar e, deste, enquanto elemento do currículo.

Para finalizar, apresentei a pesquisa desenvolvida com estudantes do Ensino Médio de

uma Escola Estadual do Alto Uruguai, traçando primeiramente o perfil, seguida do uso dos

espaços escolares pelos estudantes e pela comunidade escolar, e as mudanças, opiniões e

sugestões.

Com base nos dados obtidos dos questionários, verifiquei que os espaços escolares

disponibilizados para os estudantes contemplam em parte do que eles esperam como

estudantes no Ensino Médio.

Os estudantes sugerem necessidades de melhorias, destacando algumas: a reforma da

quadra para educação física, um auditório para as reuniões e as apresentações, uma

iluminação adequada, melhoramentos nos laboratórios, no pátio e na entrada da escola, que

foram abordadas com base em Kowaltowski (2011) com os parâmetros necessários de serem

observados da projeção de espaços escolares.

Assim, este Trabalho de Conclusão de Curso também busca contribuir para superar a

fragmentação existente em relação aos espaços escolares, quando são priorizados e adequados

os espaços da Educação Infantil, deixando de lado o Ensino Fundamental e, principalmente, o

Ensino Médio. Uma vez que, devido a constantes mudanças seriam necessárias novas

adaptações nos espaços escolares, isso proporcionaria muitos benefícios aos alunos e a toda

comunidade escolar, pois poderiam ser realizados trabalhos diversificados promovendo

muitas descobertas, aprendizado e envolvimento mútuo.

De acordo com os dados do censo (2016), há a existência da maioria dos espaços

escolares nas escolas, mas não especifica em que condições se encontram. Também, traz a

informação de que menos de 50% das escolas possuem auditório e área verde. Resultados,

estes, que vêm ao encontro com os obtidos na pesquisa empírica realizada com os estudantes.

De modo geral, pode-se verificar no decorrer da pesquisa empírica que há empenho

por parte da gestão escolar em tentar adequar os espaços escolares conforme as necessidades

apontadas pelos alunos, contudo, há necessidade de maiores investimentos e recursos

financeiros para a concretização dessas demandas. Logo, as políticas públicas precisam ter um

olhar voltado e diferenciado para esta etapa de ensino, oferecendo ambientes que despertam o

interesse, o potencial e os diferentes aprendizados.

Outro aspecto importante, quando se trata de reformas e adequações dos espaços

escolares, é o diálogo com a comunidade escolar. Em especial, é fundamental ouvir a opinião

dos estudantes, pois os espaços revelam a cultura e a identidade de quem os utiliza. Desse

modo, esses estudantes sentir-se-ão atuantes e inclusos nos espaços escolares.

Os resultados dessa pesquisa vêm ao encontro das ideias de Dourado; Oliveira e

Santos (2007), e da autora Kowaltowski (2011), os quais mencionam a importância e a

necessidade de espaços escolares agradáveis e adequados para a existência de uma escola de

qualidade. Um ambiente acolhedor e aconchegante possibilita um bom ensino e

aprendizagem. Assim, os jovens estudantes sentir-se-ão estimulados a permanecer na escola e

apropriarem-se de conhecimentos.

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