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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CAMPUS DE PATOS
ANÁLISE DE PRÁTICAS SOCIOAMBIENTAIS RELACIONADAS AO CONSUMO CONSCIENTE DE ESTUDANTES DO ENSINO PÚBLICO DO SERTÃO
PERNAMBUCANO
ANNA FERNANDA BEATRIZ AMORIM CAVALCANTE
PATOS-PB
2016
ANNA FERNANDA BEATRIZ AMORIM CAVALCANTE
ANÁLISE DE PRÁTICAS SOCIOAMBIENTAIS RELACIONADAS AO CONSUMO CONSCIENTE DE ESTUDANTES DO ENSINO PÚBLICO DO SERTÃO
PERNAMBUCANO
Monografia apresentada a Universidade Federal de
Campina Grande, unidade acadêmica de Ciências
Biológicas campos-Patos, como exigência para a
elaboração da Monografia.
Orientador: Professor Dr. Edevaldo da Silva
PATOS-PB
2016
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO CSRT DA UFCG
C376a
Cavalcante, Anna Fernanda Beatriz Amorim
Análise de práticas socioambientais relacionadas ao consumo consciente de estudantes do ensino público do sertão pernambucano / Anna Fernanda Beatriz Amorim Cavalcante. – Patos, 2016. 37f.: il. color.
Monografia (Ciências Biológicas) – Universidade Federal de
Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, 2016. "Orientação: Prof. Dr. Edevaldo da Silva”
Referências. 1. Educação. 2. Atividade humana. 3. Sustentabilidade. I. Título.
CDU 37: 664
AGRADECIMENTOS
Ao grande Deus, por sua imensurável bondade e por me proporcionar à vida e
essa vontade de sempre buscar o aperfeiçoamento.
Ao meu esposo Robson, que além de companheiro é meu mestre e minha
inspiração, por me apoiar em cada momento não me deixando abater nas horas de
cansaço.
Ao meu filho Gustavo, por toda alegria a qual me impulsiona, por seu sorriso
maravilhoso que me faz esquecer de todos os males e me faz uma pessoa melhor.
Aos meus avós maternos, Dona Naninha e Seu João, cientistas por natureza,
os quais não mediram esforços no intuito de ver a caçula formada.
Aos meus pais, Francisco de Assis e Ana Geane, que mesmo distantes
fisicamente, me acompanharam e me incentivaram durante todo trajeto acadêmico.
Aos demais familiares por todo apoio e compreensão, especialmente minha tia
Maria das Graças que tanto me ajudou e que sempre será meu maior exemplo como
estudante e profissional.
Ao meu orientador professor Edevaldo da Silva, por toda competência e
paciência, sem o qual este trabalho não teria sido realizado, por me transmitir uma
calma imensa e vontade de crescer como profissional e pessoa.
Ao Grupo de Pesquisa Estudos Socioambientais do Semiárido, o qual tenho o
prazer de fazer parte e que fez da minha carreira acadêmica uma conquista prazerosa.
Aos meus colegas de curso, pelos ótimos momentos compartilhados e por
alguns momentos não tão bons, porém necessários para nosso aperfeiçoamento. Em
especial à Valéria, Adalberto e Milton companheiros de seminários e estágios, os
quais levarei para o resto da vida.
Às direções, funcionários das Escolas em Referência de Ensino Médio Teresa
Torres e Oliveira Lima, por abrir espaço para a realização da pesquisa. A todos os
educandos que fizeram parte da pesquisa e me acolheram tão bem.
Enfim, a todos que contribuíram de forma direta ou indireta para realização
deste trabalho, o meu mais profundo agradecimento.
“A gente fez da terra o que bem quis Quebrou a paz do universo
Jogou a paz mundial numa fornalha global Tudo em razão do progresso
O tempo é curto e o mundo não tem bis A humanidade é uma fera
Evite um desastre, faça sua parte Salve o planeta Terra.”
Flávio Leandro
RESUMO
O consumo desenfreado da humanidade tem como reflexo os desastres ambientais
atuais, alertando para a necessidade da inserção da Educação Ambiental na escola
no intuito de sensibilizar os jovens e consequentemente as pessoas de seu convívio.
O objetivo desse trabalho consiste em analisar as práticas socioambientais
relacionadas ao consumo consciente de estudantes do ensino público do sertão
pernambucano. Foram entrevistados 174 estudantes concluintes do ensino médio, de
duas escolas públicas, por meio da aplicação de uma escala de medida constituída
por 20 afirmativas no modelo da escala de Likert, com cinco níveis de resposta. Dentre
os estudantes, 62,4% (n = 109) do gênero feminino e 37,6% (n = 65) do gênero
masculino, com idades entre 15 e 20 anos. Não houve diferença significativa entre as
respostas dos estudantes das duas escolas. Dos estudantes 58,9% (n = 102)
afirmaram preferir caminhar, em pequenas distâncias, ao invés de utilizar carro ou
transporte coletivo. Verificou-se que apenas 5,8% (n = 10) dos estudantes
asseguraram levar em conta, antes da compra, se os resíduos do produto são
recicláveis ou não, 40,0% (n = 70) afirmaram ter uma atitude entre indiferença, pouco
ou nenhum esforço para utilizar o mínimo possível de sacolas nas suas compras.
Constatou-se que apenas 8,3% (n = 14) dos estudantes separavam o lixo por
categorias, enquanto 48,6% (n = 84) não tem essa prática como rotina habitual. Os
estudantes (47,9%, n = 83) alegaram reutilizar papéis para rascunho e 55,9% (n = 97)
asseguraram reutilizar papel de presente em embalagem futuras. Poucos tem o hábito
de assistir (24,8%, n = 43), conversar com os amigos (12,9%, n = 22) ou alertar
pessoas (23,2%, n = 40) sobre problemas ou notícias ambientais. Assim, a Educação
Ambiental, particularmente, os hábitos relacionados ao consumo consciente precisam
ser inseridos no contexto escolar para que estas ações socioeducativas se tornem
uma prática cotidiana que melhore as expectativas das gerações futuras.
Palavras-chave: Atividade humana, Educação, Sustentabilidade.
ABSTRACT
Mankind's unbridled consumption is reflecting the current environmental disaster,
warning of the need for Environmental Education insertion at school in order to raise
awareness among young people and therefore people close to them. The aim of this
study is to analyze the social and environmental practices related to consumer
awareness of students from public schools in the Pernambuco backlands. They
interviewed 174 graduating high school students, two public schools, through the
application of a measurement scale consists of 20 statements on the model of Likert
scale with five levels of response. Among the students, 62.4% (n = 109) were female
and 37.6% (n = 65) were male, aged between 15 and 20 years. There was no
significant difference between the responses of students from both schools. 58.9% (n
= 102) of students said prefer to walk in small distances, instead of using the car or
public transport and 5.8% (n = 10) of them said that take into account, prior to
purchase, if the product waste is recyclable or not, 40.0% (n = 70) reported having an
attitude of indifference, little or no effort to use the minimum amount of bags on your
shopping. Only 8.3% (n = 14) of students separated waste by categories, while 48.6%
(n = 84) do not have this practice as usual routine. Students (47.9%, n = 83) reported
reuse paper for draft and 55.9% (n = 97) ensured reuse this role in future packaging.
Few have the habit of watching (24.8%, n = 43), chat with friends (12.9%, n = 22) or
alert people (23.2%, n = 40) about problems or environmental news. Thus,
environmental education, particularly the habits related to conscious consumption
need to be entered in the school context for these socio-educational activities to
become an everyday practice to improve the expectations of future generations.
Keywords: Human Activity, Education, Sustainability.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 12
2.1 Avanços históricos da Educação Ambiental .................................................. 12
2.1.1 Educação Ambiental no Brasil .......................................................................... 13
2.2 Educação para o Desenvolvimento Sustentável ............................................ 15
2.3 A poluição da Biosfera por resíduos antrópicos ............................................ 17
2.3.1 O consumismo: o viés do desenvolvimento sustentável .................................. 18
2.3.2 A importância das ações pró-ambientais.......................................................... 19
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 21
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 23
5 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 30
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 31
ANEXO A: ESCALA DE SUSTENTABILIDADE ...................................................... 37
10
1 INTRODUÇÃO
As consequências da grande expansão industrial, fomentou a compreensão
social quanto à necessidade de unir os temas meio ambiente e educação (FERREIRA,
2013) a favor de uma prática que sensibilize o ser humano para uma relação
harmoniosa com o ambiente e seus recursos naturais.
Os desastres ambientais atuais têm forçado o homem a repensar o seu modo
de interagir com o ambiente. O consumidor consciente procura o equilíbrio entre
satisfação própria e a proteção ambiental, refletindo a cerca de como os seus atos
como consumidor podem prejudicar a si próprio, às próximas gerações e o ambiente
(LINS; CAVALCANTI; FARIA, 2011).
O comportamento humano, inclusive o ecológico, é resultado de aprendizagem,
sendo assim, existe a possibilidade de mudanças de atitudes e melhorias na conduta
ambiental dos homens, o que alerta para a necessidade de novos trabalhos e ações
que abordem tal temática (ALVES FILHO; RIBEIRO, 2015).
Porém, para que melhorias sejam adquiridas é imprescindível mudanças nas
responsabilidades tanto do produtor quanto do consumidor, tendo em vista que o
consumo exagerado é prejudicial ao ambiente (SILVA et al., 2013).
Nesse contexto, surge a necessidade da Educação Ambiental, que abrange os
métodos pelos quais os seres humanos (indivíduo e coletivo) constroem seus valores
e capacidades direcionadas para a conservação do ambiente, e tal deve estar
presente em todos os níveis da educação, como tema transversal (BRASIL, 1999).
O desenvolvimento sustentável é um processo possível a longo prazo e a
educação deve agir sobre os indivíduos na fase de compreensão de suas atitudes,
para então formar indivíduos com pensamento reflexivo e crítico (SILVA; GOMEZ,
2010).
A Educação Ambiental proporciona aos cidadãos a criticidade necessária para
o enfrentamento das adversidades do cotidiano e futuras relacionadas com os
problemas ambientais, sensibilizando-os para o desenvolvimento sustentável
(TOZONI-REIS; CAMPOS, 2014; PIATO et al., 2014).
Assim, torna-se indispensável a sua inserção no âmbito escolar, possibilitando
os estudantes compreendam que as questões ambientais abordando-a em seus
diversos aspectos físicos, políticos a sociais (SOUZA et. al., 2013).
11
O objetivo dessa pesquisa foi avaliar o comportamento socioambiental de
estudantes do ensino público do sertão pernambucano relacionados ao consumo
consciente.
12
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Avanços históricos da Educação Ambiental
O uso excessivo dos recursos naturais na década de 1970, devido à grande
expansão da indústria, provocou uma diminuição na qualidade de vida da sociedade
da época, motivando os primeiros questionamentos sobre a degradação ambiental
(FERREIRA, 2013).
Nesse contexto, percebeu-se a necessidade de debater esse problema
ambiental. Ocorreu, então, em 1972, a primeira Conferência Mundial sobre o Meio
Ambiente em Estocolmo (Suécia), na qual foram discutidos os malefícios da
industrialização, a capacidade de disseminação da poluição e a importância de unir
os temas educação e ambiente, dentro de um contexto de ação e cooperação
internacional (FERREIRA, 2013; PESTANA, PARREIRA, 2016).
Por isso, a UNESCO juntamente com o Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente (PNUMA), em Belgrado 1975, criou o Programa Internacional de
Educação Ambiental e gerou a “Carta de Belgrado” que se voltava para igualdade nas
divisões dos recursos naturais do planeta (DIAS, 1991).
O grande marco da Educação Ambiental ocorreu em Tbilisi, na Geórgia, com a
Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental. Desse encontro
resultaram os princípios para o desenvolvimento da Educação Ambiental, os quais
são usados até os dias atuais (HENRIQUES et al., 2007).
Segundo esses princípios, a Educação Ambiental deve: considerar o meio
ambiente em todos os aspectos (social, econômico, moral); estar presente em todas
as fases do ensino com enfoque interdisciplinar; examinar as questões ambientais
(atuais e históricas) mundialmente destacando suas consequências (DIAS, 1991).
Na década de 1980, com a problemática ambiental explícita e no intuito de
descobrir o que a provocava, a ONU solicitou a constituição da Comissão Mundial do
Meio Ambiente e Desenvolvimento, e o primeiro resultado revelou que a degradação
ambiental estava vinculada aos avanços econômicos (REIS, 2014).
Segundo a autora supracitada, para formular estratégias visando o equilíbrio
sustentável, foi realizado em Moscou, 1987, o Congresso Internacional sobre
Educação e Formação Relativas ao Meio Ambiente. Tal encontro estabeleceu novas
13
táticas de modelos educativos (de modo formal ou informal) para incentivo do
desenvolvimento sustentável.
Outro grande acontecimento de interesse ambiental, com abrangência mundial,
foi a Conferência do Rio de Janeiro ou Eco-92, que teve por objetivo definir metas que
levasse o desenvolvimento a respeitar o meio ambiente.
Para isto, importantes documentos foram aprovados (BARBOSA, 2007), dentre
estes documentos estão: a Agenda 21; Convenções sobre Mudanças Climáticas;
Declaração de Princípios sobre Florestas e a Convenção sobre a Biodiversidade.
Segundo Martins et al. (2015), o principal documento consistiu da Agenda 21, o qual
expunha o compromisso de cada país na procura de recursos para garantir a solução
dos problemas ambientais.
A educação começou a ter destaque na questão de desenvolvimento ambiental
na Conferência de Meio Ambiente e Sociedade: Educação e Consciência Pública para
a Sustentabilidade, em Thessaloníki 1997, e nessa mesma conferência ficou claro que
os objetivos lançados no Rio 92 estavam em falta (BOVO, 2007).
Mas foi em 2002, na 57ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, que
a Educação teve seu êxito com a aprovação da Resolução 57/254, sendo enfatizada
como instrumento indispensável para o alcance do desenvolvimento sustentável,
gerando a declaração da Década das Nações Unidas da Educação para o
Desenvolvimento Sustentável 2005-2014 (BASTOS; SOUZA, 2013).
Vinte anos após a Eco-92, a Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável, ou Rio +20 veio com o propósito de reafirmar as metas
do Eco-92, e abordou dois aspectos principais: fortalecimento da estrutura institucional
e a formação da Economia Verde, direcionada à preservação dos recursos naturais e
erradicação da pobreza (OLIVEIRA, 2012).
2.1.1 Educação Ambiental no Brasil
Como os demais países do Mundo, o Brasil também apresenta uma diversidade
de ameaças e degradações aos seus biomas devido a industrialização desenfreada.
Até onde se tem registro, os primeiros movimentos ambientalistas nesse território
vieram com a fundação da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural na
década de 1970 (DIAS, 1991).
14
Durante a Conferência de Estocolmo, o Brasil foi alvo de escândalo quando
seus representantes se mostraram interessados apenas no crescimento econômico
do país mesmo que fosse necessário a degradação ambiental (DIAS, 1991). Após
essa conferência, foi criada a Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA) sendo o
início da inserção do meio ambiente nas políticas públicas nacionais, que tinha por
papel educar o povo brasileiro para uso adequado dos recursos ambientais
(SORRENTINO et al., 2005).
No entanto, apenas em 1981 a Educação Ambiental teve seu primeiro marco
na legislação, com a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) que instituiu como
necessária a inserção da Educação Ambiental em todos os níveis de ensino
(HENRIQUES et al., 2007). O mesmo autor lembra que, em 1988, a Constituição
Federal reforça essa necessidade e que, desde a década de 90, esforços são feitos
para incrementar a Educação Ambiental na escola brasileira, através de diretrizes e
políticas públicas.
Nessa década, houve uma aceleração no sistema econômico e
consequentemente um aumento na degradação do meio ambiente. Em 1992, com o
propósito de proteger e recuperar o meio ambiente, foi criado o Ministério do Meio
Ambiente o qual tornou-se mais ativo com a Eco-92 (FERREIRA, 2013).
Dias (1991) destaca que a Educação Ambiental no Brasil era confundida com
a ecologia. Porém, os artigos 1º e 2º da Política Nacional de Educação Ambiental
(PNEA, lei 9.795/99) a definem como todos os meios que levam os indivíduos a
construir seus valores sociais, responsabilidade de conservação ambiental e disciplina
transversal em todo o ensino.
Segundo Henriques et al. (2007), a PNEA apresenta as seguintes ações:
Programa vamos cuidar do Brasil com as escolas; Enraizamento da educação
ambiental no Brasil; Normatização da educação ambiental no ensino formal e
Documentação, pesquisa e avaliação, com a finalidade de promover a educação
ambiental no ensino.
Ao perceber a necessidade de trabalhar na escola questões relacionadas ao
meio ambiente com dimensão política e propósito de solucionar problemas gerados
pelo ser humano, o Meio Ambiente foi vinculado aos currículos escolares, como tema
transversal, para que assim esteja presente em todo o âmbito educacional (BRASIL,
1998).
15
Recentemente a Educação Ambiental no Brasil teve mais um avanço com a
aprovação da lei que instituiu a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, tal lei abrange
princípios, objetivos e diretrizes direcionadas aos resíduos sólidos (BRASIL, 2010).
É crescente o número de pesquisas sobre Educação Ambiental no Brasil,
evidentemente mostradas em de trabalhos divulgados em eventos e revistas
científicas (KAWASAKI; CARVALHO, 2009). Apesar desses avanços, a Educação
Ambiental caminha a passos lentos e professores sentem-se prejudicados por não
terem acesso à formação adequada e pela falta de material apropriado (DIAS, 2013).
Torna-se evidente a busca pela hegemonia da Educação Ambiental, mas
apenas com o passar do tempo e amadurecimento do pensamento os educadores
perceberão as diversas percepções que esse tema abrange, atrelando a sociedade e
a educação. (LAYRARGUES; SILVA, 2014).
2.2 Educação para o Desenvolvimento Sustentável
Há muito tempo, o conceito de Desenvolvimento Sustentável é discutido
(SILVA; GOMEZ, 2010). De acordo com Van Bellen (2002) esse conceito surgiu na
década de 1970, descrevendo que se trata de um desenvolvimento que garanta
qualidade de vida para as gerações atuais sem prejudicar as futuras. Segundo
Romeiro (2012), para que o desenvolvimento seja sustentável existe a necessidade
de ser economicamente financiado, incluso e ecologicamente reflexivo.
A declaração de Thessaloníki1 mostra que os pilares que compõem a
sustentabilidade são a educação e a consciência pública apropriadas, envolvendo
além do meio ambiente, a pobreza, a saúde, os seres humanos e seus direitos e
solicita que as escolas sejam instigadas a se adequarem com a meta de atingir as
necessidades para um futuro sustentável (BARBIERI; SILVA, 2011).
Para que esse conceito seja internalizado, o indivíduo necessita desenvolver o
pensamento crítico e reflexivo. A noção de consumo consciente deve apresentar
destaque nas atividades escolares e a Educação Ambiental tem papel essencial para
esse objetivo ser alcançado (SILVA; GOMEZ, 2010).
1 Declaração Internacional do Meio Ambiente e Sociedade, realizada em Tessalônica, Grécia, em 1997, a qual expressa a importância da educação para o desenvolvimento sustentável (BARBIERI; SILVA, 2011).
16
As mesmas autoras reiteram que, o desenvolvimento sustentável é um
processo possível a longo prazo e a educação deve agir sobre os indivíduos na fase
de compreensão de suas atitudes. Por isso, há necessidade de aumentar a prática da
Educação Ambiental nas escolas em todas as áreas do conhecimento.
A questão ambiental envolve uma gama de atores sociais, engajando em vários
ramos educacionais, habilitando profissionais e comunidade universitária em busca
da interdisciplinaridade (JACOBI, 2003).
Nesse contexto, Guimarães; Tomazello (2003) descrevem que, os profissionais
devem ser formados e educados para a sustentabilidade, e assim na sua atuação
possam trabalhar para a qualidade de vida do meio ambiente e consequentemente
dos indivíduos.
Para Ferreira (2013), a Educação Ambiental tem função de integrar o meio
ambiente e o indivíduo, e com novos conhecimentos e atitudes pode ingressar o
homem na função de mudar o estado ambiental dos dias atuais.
A escola deve nortear-se para trabalhar o tema ambiental, com o papel de
habilitar o estudante a pensar criticamente e ser capaz de resolver futuros problemas
(BOVO, 2007). Além disso, ele acredita na reorganização da educação para envolver
todos seus níveis na busca da sustentabilidade e a inclusão das questões ambientais
em todas as áreas.
Para Santos (2005) a escola é um local beneficiado para se trabalhar temas
educativos, pois, tais ensinamentos extrapolam o ambiente escolar. No entanto,
Pelegrini; Vlach (2011) ressaltam que as discussões acerca dos problemas ambientais
geralmente não chegam até a educação básica, mostrando a distância existente entre
a escola e a universidade.
Na formação do sujeito ecológico, no âmbito escolar, o educador deve trabalhar
com o diálogo e não apenas com normas decorativas para que assim os indivíduos
ganhem autoconfiança e tornem-se críticos diante dos problemas ambientais
(MACHADO, 2009).
Tozoni-Reis; Campos (2014) dizem que a educação tem o objetivo de formar
seres críticos, para que possam atuar sobre a realidade e afirmam que, se o homem
não traz naturalmente em si, as ferramentas para compreender o mundo, a educação
social tem esse compromisso. As autoras concluem que, a Educação Ambiental é
17
importante na escola, a fim de sensibilizar a sociedade para a necessidade de ações
críticas e transformadoras diante da sociedade consumista e desigual.
Nesse contexto, a Educação Ambiental para o desenvolvimento sustentável
atribui aos indivíduos os instrumentos necessários para encarar as dificuldades do dia
a dia, atribuindo valores para sensibilizar e assim se possa atingir o desenvolvimento
sem prejudicar o meio (PIATO et al., 2014).
Há então, a necessidade de ampliar os meios de informação e os conteúdos
escolares referentes a Educação Ambiental, como intuito de majorar a
conscientização ambiental diminuindo a degradação do meio e formando assim, seres
capazes de exercer o papel de responsabilidade com o ambiente (JACOBI, 2003).
2.3 A poluição da Biosfera por resíduos antrópicos
Nos seus tempos primordiais, o ser humano era subordinado a adaptar-se ao
meio ambiente, mas esse período foi curto e, o homem logo reagiu contra o meio
ambiente e passou a degradá-lo (CORTEZ, 2011).
A Revolução Industrial transformou a forma de produção e aumentar os lucros,
gerando prejuízos ao meio ambiente presentes até os dias atuais, dentre esses
malefícios, poluição de águas e solos e desmatamento podem ser destacados (CUBA,
2011). Reiterando a ideia de Cunha (2012), a qual afirma que o uso exagerado dos
recursos naturais tem causado sérios danos como: contaminação dos solos e lençóis
freáticos, perda da fauna e flora nativa além de tornar o ar irrespirável.
O padrão de desenvolvimento por acumulação de bens e aumento de lucros
em sua maior parte se apropria dos recursos naturais e usa-os abusivamente, gerando
assim um desequilíbrio que afeta a qualidade de vida dos seres vivos (MARQUES et
al., 2014).
Para esses autores, tais ações têm destruído o meio ambiente devido à falta
de consciência das pessoas sobre seus atos, por esse fato a Educação Ambiental tem
o intuito de mudar a visão do homem, para que esse possa ter atitudes
ambientalmente corretas. Corroborando Tozoni-Reis; Campos (2014) o qual afirma
que apenas a educação crítica pode formar um ser humano pleno na superação do
consumismo.
18
O crescimento populacional dos ambientes urbanos e o consequente aumento
dos seus resíduos sólidos é preocupante quanto ao seu adequado gerenciamento,
deterioração do meio ambiente e até alterações climáticas (GUNTHER, 2008;
PEREIRA; PASINATO, 2015).
No Brasil, em 2014, foram produzidos aproximadamente 78,6 milhões de
toneladas de resíduos sólidos urbanos o que significa 2,9% a mais que no ano
anterior, cerca de 45 milhões de toneladas de resíduos de construção e demolição
foram coletados e 265 de resíduos de serviços de saúde, boa parte desses resíduos
não tem destinação sanitária e ambientalmente corretas (ABRELPE, 2014).
Outros males são associados a gestão dos resíduos, como as doenças
advindas da proliferação de vetores e elevada emissão de gases que contribuem para
o efeito estufa (GODECKE; NAIME; FIGUEIREDO 2013).
2.3.1 O consumismo: o viés do desenvolvimento sustentável
Inicialmente torna-se importante a distinção entre consumo e consumismo. De
acordo com Bauman (2008) o consumo é intrínseco na sobrevivência dos seres,
enquanto que o consumismo associa a felicidade, a um volume e intensidade de
desejo sempre em aumento e necessidade de substituição pelo novo.
Moura; Vieira; Loyola (2013) afirmam que as modificações nas sociedades
capitalistas têm provocado mudanças na vida do homem, distanciando-o do meio
ambiente e de si mesmo. Isso tem ocorrido, provavelmente, por que o homem
contemporâneo tem valorizado muito possuir bens materiais, em vez de priorizar a
personalidade e o caráter do indivíduo (SILVA; OLIVEIRA; SILVA, 2015).
O consumo é objeto de estudo recente nas ciências sociais, mas apresenta
crescente importância pelo fato de estar presente na vida dos homens nos dias atuais,
os quais possuem a necessidade de consumir sem escrúpulo pelo fato do grande
apelo da mídia (GUNTHER, 2008).
Diversos estudos sobre os meios de comunicação revelam a significante
influência da mídia sobre os indivíduos, em especial nos jovens que estão passando
por um processo de amadurecimento intelectual, e na maioria das vezes associam o
status social ao poder de consumo (MELO; ASSIS, 2014).
Outro fator responsável pelo aumento no consumo é a chamada obsolescência
programada, a qual, segundo Silva (2012), busca diminuir o tempo de durabilidade
19
e/ou uso dos produtos e incutir nas pessoas a necessidade de consumir sempre um
produto mais moderno e atual, para seguir as tendências capitalistas, gerando cada
vez mais lixo e problemas ambientais.
Nesse contexto, Bauman (2008) afirma que o consumismo é mantido com a
movimentação dos produtos, “cultura do agorismo” onde novas necessidades exigem
novos produtos, a qual não valoriza a durabilidade e sim o novo; por isso
consequentemente um número maior de produtos sempre serão destinados ao lixo,
mostrando assim que o consumismo está entrelaçado ao aumento dos resíduos
sólidos.
É notável que o meio ambiente é prejudicado pelo consumo exagerado, e que
se faz necessário desenvolver o desestímulo do consumismo e focar-se no consumo
de necessidades reais para que assim seja possível haver desenvolvimento
sustentável (FERREIRA; BARBOSA, 2015).
Diante dos fatos, faz-se imprescindível um novo conceito de desenvolvimento
que atenda às necessidades de todos os habitantes do planeta, promova uma
interação harmoniosa entre os homens e o ambiente e busque a erradicação da
pobreza (BRASIL, 2008).
2.3.2 A importância das ações pró-ambientais
Após a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, Rio-92, as questões ambientais ganharam maior destaque, desde
então são procurados mecanismos que diminuam a pressão que a sociedade provoca
ao meio ambiente (GOUVEIA, 2012).
A Agenda 21 esclarece que o consumo é o causador de diversos desastres
ambientais e sociais, exigindo a necessidade de mudança na forma de consumo para
garantir a sustentabilidade do planeta, diminuindo os impactos negativos causados no
meio ambiente, na economia e na sociedade (BRASIL, 2012).
A preocupação ambiental das pessoas e o interesse em saber como são
produzidos os produtos que consomem, tem levado as empresas a terem mais
atenção às responsabilidades e compromissos ambientais (OLIVEIRA; SERRAB,
2010).
Os autores acima descrevem que, no Brasil, os resíduos sólidos passaram a
ser destinados mais aos aterros sanitários do que a outros locais, esse é um ponto
20
positivo pois o manejo adequado é importante tanto para saúde humana quanto para
o meio ambiente.
A Educação Ambiental têm papel importante na preservação do ambiente,
nesse intuito a necessidade da certificação da norma NBR ISO 14001 (Sistemas de
Gestão Ambiental - requisitos com orientação para o uso), que é uma ferramenta
importante, pois vem estabelecer orientações para que a empresa possa apresentar
uma gestão ambiental (MACHADO JUNIOR et al., 2013).
A reutilização, redução e reciclagem são ações que minimizam a utilização da
matéria-prima e consequentemente os resíduos sólidos, essas atitudes devem ser
trabalhadas na escola visando o consumo mais consciente (GOUVEIA, 2012).
Nesse aspecto, a logística reversa é fundamental, pois, trata-se do retorno dos
materiais e embalagens ao ciclo produtivo ajudando na preservação do ambiente,
sendo assim formidável no processo de reciclagem, pois materiais pós-consumo
retornam como matéria-prima (COLTRO; GASPARINO; QUEIROZ, 2008).
Para que ações pró-ambientais sejam concretizadas é inerente que a formação
dos professores abranja princípios básicos de sustentabilidade, entendam que as
questões ambientais envolvem procedimentos econômicos e sociais, tenham
capacidade para analisar conflitos socioambientais, entre outros (ARAÚJO;
PEDROSA, 2014), pois os professores tem papel fundamental na multiplicação de
ideias.
21
3 METODOLOGIA
O estudo foi realizado em duas escolas: Escolas de Referência em Ensino
Médio (EREM) Teresa Torres e Oliveira Lima, respectivamente nos municípios de
Itapetim e São José do Egito, Pernambuco (Figura 1). Os municípios estão localizados
na macrorregião do Sertão pernambucano e na microrregião do Pajeú, Itapetim
apresenta área territorial de 408,0 km², com população de 13.881 habitantes e São
José do Egito com área territorial de 794,1 km² e população estimada de 33.365
habitantes (IBGE, 2016).
Figura 1 − Localização geográfica da área de estudo. À direita, em preto, o município de Itapetim, em cinza, São José do Egito, Pernambuco.
Fonte: Tavares, 2016.
O tamanho amostral foi estabelecida a partir do total de estudantes matriculados
nas escolas (n = 336 e n = 405, respectivamente), considerando o erro padrão de 10%
(ROCHA, 1997). Então, a amostragem foi de 77 estudantes concluintes da Escola de
Referência em Ensino Médio Teresa Torres e 97 estudantes da Escola de Referência
em Ensino Médio Oliveira Lima.
As informações foram coletadas no primeiro semestre de 2015 por meio da
aplicação de uma escala de medida (Figura 2) adaptada de Guler; Afacan (2012),
22
constituída por 29 itens (Anexo A). Entretanto, esses pesquisadores, aplicaram esta
escala para professores. Para aplicarmos aos estudantes participantes desta
pesquisa, excluímos 9 itens que julgamos não serem adequados para o perfil dos
estudantes, ficando 20 itens.
Os itens versavam sobre aspectos relacionados ao consumo consciente, sendo
construída no modelo da escala de Likert, com 5 níveis de respostas, a saber: 1.
Concordo completamente; 2. Concordo em parte; 3. Nem concordo nem discordo; 4.
Discordo em parte e 5. Discordo completamente.
Figura 2 − Aplicação da escala de medida aos estudantes da EREM Teresa Torres (A) e da EREM Oliveira Lima (B), município de Itapetim e São José do Egito, Pernambuco.
Fonte: Próprio autor (2015)
Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva, utilizando o
software Microsoft Excel 2013. A validação do questionário, quanto a sua
confiabilidade e consistência interna, foi realizada por meio do teste de α-Cronbach,
utilizando o software SPSS 20.0. Para essa validação, aplicou-se o questionário para
uma amostra de 35 estudantes. O α-Cronbach encontrado para a escala utilizada foi
satisfatório (α = 0,780), comprovando que a escala aplicada a esse grupo amostral
apresentou boa consistência interna e confiabilidade.
Também foi realizado o estudo de gênero e possíveis diferenças no perfil dos
estudantes entre as duas escolas pesquisadas. Para este estudo, utilizou-se teste de
Mann-Whitney, considerando um nível de probabilidade igual a p<0,05.
23
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Participaram da pesquisa 174 estudantes, sendo 62,4% (n = 109) do gênero
feminino e 37,6% (n = 65) do gênero masculino, com idades entre 15 e 20 anos. Dentre
eles, 76,4% (n = 134) sempre estudaram em escola pública.
Os resultados das respostas dos estudantes entrevistados estão descritos na
Tabela 1. Não houve diferenças estatisticamente significativas nas respostas dos
estudantes das duas escolas pesquisadas.
Os estudantes (58,9%, n = 102) afirmaram preferir caminhar, em pequenas
distâncias, ao invés de utilizar carro ou transporte coletivo. Os motivos dessa escolha
não foram analisados, entretanto, uma educação que sensibilize e explique as
vantagens ambientais dessa conduta proporcionaria a valorização, pelos estudantes,
dessa conduta.
Esses dados poderão aumentar no futuro, com a conscientização da juventude,
revelando o quanto é importante a Educação Ambiental na escola, na formação de
futuros consumidores ecologicamente corretos.
A queima de combustível pelos veículos emite uma variedade de gases
poluentes gerando alterações na atmosfera (TAVARES et al., 2010) e, de acordo com
o Departamento Estadual de Trânsito – DETRAN (DETRAN, 2016), em Pernambuco,
a frota de veículos aumentou de quase 52 mil em 1966 para 2,79 milhões em 2016,
confirmando a necessidade de trabalhar para sensibilizar os estudantes sobre esse
fator.
Os estudantes (52,4%, n = 91) asseguraram ter entre muito a completo interesse
pela leitura sobre questões ambientais, revelando assim, que a abordagem de temas
ambientais em sala de aula, por meio de assuntos atuais poderia ser bem recebidos
pela maioria dos estudantes. Porém, ainda é um percentual que mostra a necessidade
de maior motivação e inserção dos temas ambientais na escola para que o interesse
pela informação sobre os problemas ambientais atuais sejam um hábito do cotidiano
dos estudantes.
Pesquisa reportada por Oliveira (2013), traz dados menos satisfatórios, onde os
estudantes afirmaram ter pouco (37,8%, n = 49) ou muito pouco (28,0%, n = 36)
interesse por esse tipo de leitura.
24
Tabela 1 − Frequência (%) de atitudes para cada nível da escala de sustentabilidade sobre práticas socioambientais relacionados ao consumo consciente dos estudantes da EREM Teresa Torres, município de Itapetim e EREM Oliveira Lima, município de São José do Egito, estado de Pernambuco.
AFIRMATIVAS 1 2 3 4 5
1. Em distâncias muito curtas você prefere caminhar do que ir de carro ou transporte coletivo. 58,9 31,1 4,3 1,2 4,5
2. Se interessa por revistas e jornais sobre as questões ambientais e naturais. 18,1 34,3 22,5 14,4 10,7
3. Antes de comprar um produto, você leva em conta se seus resíduos são recicláveis ou não. 5,8 19,5 26,5 22,2 26,0
4. Você se esforça para colocar o que está comprando no mínimo possível de sacolas. 32,9 27,1 22,2 10,3 7,5
5. Você compra pilhas/baterias recarregáveis ao invés daquelas que não podem ser recarregadas. 27,7 21,5 21,2 7,1 22,5
6. Assiste ou ouve programas sobre o meio ambiente na TV, rádio e internet. 24,8 30,2 20,8 14,4 9,8
7. Você compra produtos ecologicamente corretos para os cuidados pessoais (higiene pessoal). 40,7 26,1 22,6 6,1 4,5
8. Você compra aparelhos elétricos (telefone, notebooks, eletrodomésticos) que usam menos eletricidade. 30,7 26,8 23,7 12,4 6,4
9. Antes de votar em qualquer político, leva em consideração suas atitudes em relação ao ambiente. 23,0 36,1 26,2 9,6 5,1
10. Separa o lixo por categorias, tais como papel, vidro, plástico, etc. 8,3 25,1 18,1 24,6 23,9
11. Reutiliza pedaços de papel para rascunho. 47,9 28,3 13,8 6,8 3,2
12. Prefere comprar produtos ecologicamente corretos, mesmo que eles sejam mais caros. 11,4 25,1 31,6 16,8 15,1
13. Conversa com seus amigos sobre as questões ambientais. 12,9 29,5 28,5 18,4 10,7
14. Repassa mensagens ou e-mails sobre as questões ambientais para os seus amigos. 3,1 18,3 23,4 24,8 30,4
15. Você usa os dois lados do papel para impressões e fotocópias (xerox). 35,3 27,4 15,9 11,8 9,6
16. Lava suas roupas na máquina de lavar no modo mais econômico, a menos que estejam muito sujas. 43,9 22,7 21,6 5,8 6,0
17. Você compartilha mensagens e vídeos sobre o ambiente nas redes sociais (Facebook, Twitter). 12,6 23,2 27,7 15,0 21,5
18. Coloca garrafas de vidro vazias em locais apropriados para reciclagem. 26,1 27,6 21,5 10,6 14,2
19. Você guarda papel de presentes usados para reutilizar no futuro. 55,9 23,0 12,2 2,7 6,2
20. Lembra de alertar as pessoas sobre os comportamentos prejudiciais delas em relação ao ambiente. 23,2 37,1 22,2 9,3 8,2
Legenda: 1 – Concordo completamente; 2 – Concordo em parte; 3 – Nem concordo nem discordo; 4 – Discordo em parte; 5 – Discordo completamente
Fonte: Adaptado de Guler; Afacan (2012)
25
Apenas 5,8% (n = 10) dos estudantes alegaram levar em conta, antes da compra,
se os resíduos do produto são recicláveis ou não, evidenciando que não
compreendem o quão importante o papel da reciclagem na preservação do ambiente.
Analisar fatores como possibilidade de reciclagem é indispensável durante uma
compra, pois, a utilização desses materiais no ciclo produtivo contribui para a
diminuição dos impactos ambientais (STRIEDER; TOBALDINI, 2012), tanto na
economia de matéria prima como na geração de resíduos sólidos.
No entanto, como a geração de resíduos sólidos é contínua, é necessário exigir
do poder público e privado uma gestão consciente e destinação final adequada
(PASCHOALIN FILHO et al., 2014). Também existe a necessidade de novas
abordagens acerca da Educação Ambiental para trabalhar os valores e
conhecimentos socioambientais sobre essa temática é emergente.
Dos estudantes participantes, 40,0% (n = 70) afirmaram ter uma atitude entre a
indiferença e nenhum esforço para utilizar o mínimo possível de sacolas nas suas
compras. Assim, um percentual significativo dos estudantes ainda não se envolvem
para minimizar esse problema ambiental.
Considerando que uma sacola plástica, como os demais derivados de
polietileno, pode levar mais de 100 anos para degradar-se no meio (VIANA, 2010),
faz-se imprescindível educar o aluno para sensibilização quanto a esse problema,
tornando importante o trabalho de ações relacionadas à redução e reutilização das
sacolas plásticas (SANTOS et. al., 2012).
Em relação ao uso de pilhas e baterias, 27,7% (n = 48) do total de entrevistados
optavam pelas pilhas recarregáveis em detrimento às demais, mesmo sendo o maior
percentual ainda é preocupante, pois, 22,5% (n = 39) prefere as pilhas e baterias que
não podem ser recarregadas. Esses resultados evidenciam que os estudantes não
estão conscientes das consequências da utilização e destinação desses produtos e
enfatiza a carência da introdução da Educação Ambiental.
Os avanços tecnológicos geram um número demasiado de resíduos eletrônicos
e o descarte inadequado desses materiais é prejudicial à saúde humana e animal,
além de poluir solos e lençóis freáticos, pois possuem substâncias tóxicas em sua
composição (VIANNA, 2015).
Xavier (2016), reportou a eficácia da inserção da Educação Ambiental na escola,
onde, após esclarecimentos por meio de uma vivência didática em Educação
26
Ambiental, houve melhor compreensão dos estudantes sobre temas relacionados aos
resíduos sólidos.
Para melhorar esse cenário, é preciso reconhecer que o consumismo tem
afetado e degradado o meio ambiente e consequentemente diminuindo a qualidade
de vida. E para a transformação das ações desses indivíduos, é fundamental a
transmissão de informações que argumentem o tema.
Em relação aos produtos de uso diário, 40,7% (n = 71) dos estudantes tiveram o
cuidado de escolher produtos ecologicamente corretos para sua higiene pessoal.
Além disso, 30,7% (n = 53) dos estudantes preferiram aparelhos eletrônicos que
consomem menos energia, enquanto 23,7% (n = 41) não emite juízo de valor a esse
respeito.
O investimento de grandes empresas junto com o apelo da mídia tem
influenciado na escolha dos produtos pelo consumidor. As questões ambientais estão
diretamente relacionadas às vantagens competitivas para as organizações, o que está
levando à diferentes modos de agir entre as organizações, desde seleção de matéria-
prima, cuidado no momento de produção até a destinação pós-consumo (BERTOLINI;
ROJO; LEZANA, 2012).
É preocupante saber que estudantes boa porcentagem dos estudantes não
demonstraram preocupação em utilizar produtos que economizem o máximo possível
de energia elétrica, e que consequentemente diminua os impactos ambientais.
Várias tragédias ambientais e sociais das últimas décadas, estão relacionadas
com o uso exagerado de fontes de eletricidade, isso acontece porque a atual matriz
energética mundial carece de 80,0% de combustíveis fósseis, os quais aumentam a
emissão de gases de efeito estufa, além de usar abusivamente os recursos naturais
(REIS; SANTOS, 2014).
Dos estudantes, 59,1% (n = 103) levaram em consideração, em algum nível, as
atitudes ambientais dos políticos antes de escolher o seu voto. Percebeu-se
envolvimento positivo nesse âmbito, porém 40,9% (n = 71) dos estudantes ainda se
revelaram indiferentes de alguma forma, indicando o desconhecimento desses
estudantes em relação ao poder dos políticos na conservação do meio ambiente.
Barros (2015) expõe, através de análises em websites de legendas, que 62,5%
(n = 20) dos partidos brasileiros incluem tópicos ambientais em suas propostas. O que
expõe que existem métodos para investigar a postura dos políticos antes da eleição e
27
assim escolher aquele que envolva o meio ambiente em suas propostas, pois os
candidatos eleitos poderão fazer escolhas que diminua a degradação ambiental.
Constatou-se que apenas 8,3% (n = 14) dos estudantes separavam o lixo por
categorias, enquanto 48,6% (n = 84) não tem essa prática como rotina habitual. Os
dados reportaram que os estudantes não estão esclarecidos de suas obrigações com
o meio ambiente. Então, faz-se emergente a inserção da Educação Ambiental na
escola para capacitar os estudantes e possivelmente torna-los educadores ambientais
de sua comunidade (BRUM; SILVEIRA, 2011), multiplicando o saber e a importância
da reciclagem.
Essa ideia é confirmada por Souza et. al. (2013), onde a partir da realização de
palestras e práticas sobre manejo adequado e reciclagem de resíduos sólidos em
escolas públicas do município de Cruz das Almas, Bahia, observaram elevado
interesse e participação tanto por parte dos estudantes quanto dos funcionários das
escolas, e comprovar a contribuição positiva das atividades desenvolvidas na
sensibilização de todos os entes da escola.
Os estudantes (47,9%, n = 83) garantiram reutilizar papéis para rascunho e
55,9% (n = 97) asseguraram reutilizar papel de presente em embalagem futuras.
Práticas ambientalmente corretas devem fazer parte da rotina escolar (BRUM;
SILVEIRA, 2011), dentre elas, está a reutilização de papel (CONTI, 2012).
Porém, de acordo com a pesquisa de Peixoto et. al. (2013), realizado com
docentes e discentes em cursos universitários, os participantes apresentaram maior
facilidade em falar sobre a produção de papel do que o seu reuso, reciclagem ou
descarte adequado. Dessa maneira, a falta de conhecimento ou inabilidade dos
docentes em discutir esse tema pode refletir em uma mediação de saber limitado ou
ausente para os estudantes.
Cerca de um terço dos estudantes (31,6%, n = 55) declarou ser indiferente aos
produtos ecologicamente corretos quando eles são mais caros, denotando que o fator
financeiro é prioridade desde a adolescência e a preocupação com o ambiente de
morada está em segundo plano.
Postura apresentada com maior amplitude por consumidores de São Paulo, pois,
segundo pesquisa 70% dos entrevistados deixam de comprar um produto
ecologicamente correto caso seja mais caro, confirmando que o preço influencia
fortemente a decisão no consumidor, o trabalho também mostra que quanto maior a
28
renda maior o número de produtos ecologicamente corretos consumidos e aponta
para uma deficiência de informação sobre o tema (BRASIL, 2008).
Sabe-se que reduzir o consumo é uma boa estratégia na conservação e/ou
preservação do meio ambiente e em relação a isso, 35,3% (n = 61) dos estudantes
alegaram utilizar os dois lados do papel para impressão ou xerox. É preciso focar em
ações que demonstre aos estudantes que pequenas atitudes como essa é essencial
e de seu dever, para que assim atinja-se o desenvolvimento sustentável.
Fidelis (2013), reportou, na categoria de resíduos sólidos, resultados diferentes
aos aqui encontrados, onde apenas 4,4% dos estudantes tiveram a preocupação em
reduzir a produção de resíduos.
Dentre os resíduos sólidos recicláveis 53,7% (n = 93) dos estudantes
entrevistados afirmaram que buscam depositar as garrafas de vidro em local
apropriado para reciclagem. Outros 46,3% (n = 81) dos estudantes são indiferentes
ou não fazem essa prática.
A boa prática ambiental de dispor o vidro em local adequado para a sua
reciclagem, colabora para a minimização a degradação ambiental, reduzindo o uso de
energia e matéria prima (água e areia) na fabricação de vidros novos. Além disso, o
vidro é um material que não se degrada facilmente, porém, é totalmente reciclável e
não perde suas qualidades após a reciclagem (WWF, 2016).
A maior parte dos estudantes (66,6%, n = 116) afirmaram, parcialmente ou
totalmente, usar o modo econômico na máquina ao lavar suas roupas. Esses
estudantes demonstraram estarem cientes que suas práticas influenciam na
manutenção dos bens naturais.
Contudo, durante o período aplicação dos questionários a região enfrentava
estiagem rigorosa e escassez de água, esse fato pode ter influenciado nas respostas
supracitadas. Análises entre 2003 e 2014 apresentaram que todas as regiões do Brasil
(principalmente o Nordeste) sofreram desastres o ano todo, oriundos da seca e
estiagem, confirmando a precisão de novas técnicas que levem a minimizar o
desperdício de água (GRIGOLETTO et al., 2015).
A comunicação e divulgação é essencial na multiplicação de ideias, porém, os
estudantes não exercitaram essa prática no âmbito da Educação Ambiental.
Entretanto, somente 23,2% (n = 40) afirmaram alertar pessoas sobre problemas ou
notícias ambientais. Poucos garantiram trocar mensagens por e-mail (21,4%, n = 37)
29
ou em redes sociais (35,8%, n = 62) sobre questões ambientais, sendo mais frequente
eles assistirem/ouvirem programas (55,0%, n = 96) ou fazer alguma leitura na área
(52,4%, n = 91; Figura 3) ou conversar com os amigos sobre a temática (42,4%, n =
74).
Rosado; Tomé (2015) apresentam dados semelhantes, na sua pesquisa com
estudantes brasileiros e portugueses, onde os estudantes (Portugal: 91%; Brasil: 93%)
afirmaram possuir perfis on line, no entanto, relataram pouco uso de tecnologias para
a propagação da temática.
Figura 3 – Frequência (%) das respostas dos estudantes às afirmativas relacionadas à suas fontes de informações e maneiras que eles transmitem assuntos da área ambiental.
Esses resultados demonstram a necessidade da inserção da Educação
Ambiental nas escolas, para que, a partir de intervenções metodológicas adequadas
e contínuas, os estudantes possam concluir o ensino médio com uma formação crítica,
mais conscientes da importância de sua participação nas questões ambientais de sua
comunidade.
35,8
21,4
42,4
55,0
52,4
27,7
23,4
28,5
20,8
22,5
36,5
55,2
29,1
24,2
25,1
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Compartilho notícias em redes sociais
Envio e-mails com notícias na área
Converso com os amigos
Assisto/ouço programas
Tenho interesse pela leitura
Concorda totalmente ou em parte Indiferente Discorda completamente ou em parte
30
5 CONCLUSÕES
Os estudantes do ensino médio de Itapetim e São José do Egito, Pernambuco,
revelam comportamento socioambiental que requerem ações educativas para que se
tornem mais sustentáveis quanto às suas ações relacionadas ao consumo.
Poucos demonstram ações ambientalmente mais conscientes sobre a sua
produção de resíduos sólidos, especialmente em relação a compartilhar informações
sobre temas ambientais. Entretanto, apresentam ações ambientalmente mais
satisfatórias no âmbito de reutilização.
Torna-se imprescindível a inserção e funcionalidade da Educação Ambiental nas
escolas, no intuito de proporcionar criticidade na formação dos estudantes, para que
seja possível uma mudança de conduta e melhoria no desenvolvimento desses
estudantes como cidadãos conscientes de seus atos.
31
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Escola:
Nome completo: Nome completo:
Idade: Idade: Idade:
Legenda: 1 – Concordo completamente; 2 – Concordo em parte; 3 – Nem concordo nem discordo; 4 – Discordo em parte; 5 – discordo completamente
Afirmativa Resposta
1. Em distâncias muito curtas você prefere caminhar do que ir de carro ou transporte coletivo. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5
2. Quando você é o último a sair de um local, você desliga as luzes. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5
3. Você tem receio de denunciar quando alguém causa danos ao meio ambiente. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5
4. Se interessa por revistas e jornais sobre as questões ambientais e naturais. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5
5. Antes de comprar um produto, você leva em conta se seus resíduos são recicláveis ou não. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5
6. Você se esforça para colocar o que está comprando no mínimo possível de sacolas. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5
7. Você compra pilhas/baterias recarregáveis ao invés daquelas que não podem ser recarregadas. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5
8. Assiste ou ouve programas sobre o meio ambiente na TV, rádio e internet. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5
9. Você fecha a torneira enquanto escova os dentes ou lava as mãos. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5
10. Você compra produtos ecologicamente corretos para os cuidados pessoais (higiene pessoal). ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5
11. Você compra aparelhos elétricos (telefone, notebooks, eletrodomésticos) que usam menos eletricidade. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5
12. Antes de votar em qualquer político, leva em consideração suas atitudes em relação ao ambiente. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5
13. Separa o lixo por categorias, tais como papel, vidro, plástico, etc. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5
14. Reutiliza pedaços de papel para rascunho. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5
15. Prefere comprar produtos ecologicamente corretos, mesmo que eles sejam mais caros. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5
16. Conversa com seus amigos sobre as questões ambientais. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5
17. Você coloca aparelhos elétricos (TV, impressora, etc.) em stand-by (luz vermelha sempre ligada). ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5
18. Você desliga o computador se não pretende usá-lo por algumas horas. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5
19. Repassa mensagens ou e-mails sobre as questões ambientais para os seus amigos. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5
20. Você usa os dois lados do papel para impressões e fotocópias (xerox). ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5
21. Lava suas roupas na máquina de lavar no modo mais econômico, a menos que estejam muito sujas. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5
22. Você usa produtos específicos para a limpeza da sua casa (desengordurante, alvejante, lima vidros, etc). ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5
23. Você compartilha mensagens e vídeos sobre o ambiente nas redes sociais (Facebook, Twitter). ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5
24. No dia-a-dia, você usa copos, pratos, garfos e facas que podem ser lavados em vez de descartáveis. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5
25. Coloca garrafas de vidro vazias em locais apropriados para reciclagem. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5
26. Você doa produtos como objetos e roupas que não quer usar mais, para alguém que pode precisar deles. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5
27. Você guarda papel de presentes usados para reutilizar no futuro. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5
28. Você usa lâmpadas que economizam energia em casa. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5
29. Lembra de alertar as pessoas sobre os comportamentos prejudiciais delas em relação ao ambiente. ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5