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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
ESPECIALIZAÇÃO EM ECONOMIA DA SAÚDE
YVES MAURO FERNANDES TERNES
Avaliação na cobertura vacinal da vacina pneumocócica (PCV10) e os custos
nas hospitalizações por pneumonia no Brasil
Brasília-DF, maio de 2018.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
ESPECIALIZAÇÃO EM ECONOMIA DA SAÚDE
YVES MAURO FERNANDES TERNES
Avaliação na cobertura vacinal da vacina pneumocócica (PCV10) e os custos
nas hospitalizações por pneumonia no Brasil
Monografia submetida ao Programa de Pós-
graduação lato sensu em Economia da Saúde da
Universidade Federal de Goiás como requisito
parcial para obtenção do Título de Especialista
em Economia da Saúde.
Orientadora: Michelle Quarti Machado da Rosa.
Brasília-DF, maio de 2018.
Resumo
As doenças pneumocócicas representam uma das principais causas de pneumonia em crianças
menores de cinco anos, gerando elevados gastos com hospitalizações. Com a introdução da
vacina pneumocócica conjugada 10-valente (PCV-10) no calendário nacional de imunização,
no ano de 2010, se faz necessário avaliar os custos nas internações por pneumonia em
menores de dois anos no país. Objetivos: avaliar a cobertura vacinal da PCV10 e os custos
das hospitalizações por pneumonia no Brasil, em menores de dois anos, entre 2010 a 2017.
Métodos: foi realizado um estudo ecológico, com a busca de dados no Sistema de
Informações do SUS (Datasus), para avaliar a cobertura vacinal, estratificada por faixa etária
e região, além das hospitalizações e custos totais. Resultados: observou-se uma grande
heterogeneidade na cobertura vacinal nos estados da região Norte e Nordeste, com média de
75,8% e 87,4%, respectivamente, acompanhado de uma redução nos custos das
hospitalizações por pneumonia. Conclusão: mesmo havendo diferenças na cobertura vacinal,
houve uma redução nos custos das hospitalizações por pneumonia em menores de dois anos
no Brasil, após a introdução da PCV10 em 2010.
Palavras-chave: Vacina pneumocócica, hospitalização, impacto econômico.
Abstract
Pneumococcal diseases represent one of the main causes of pneumonia in children under five,
increasing expenses with hospitalizations. With the introduction of the 10-valent
pneumococcal conjugate vaccine (PCV-10) in the national immunization program in 2010, it
is necessary to evaluate the costs of hospitalizations for pneumonia in children under two
years of age in the country. Objectives: to assess the vaccination coverage of PCV10 and the
cost hospitalizations for pneumonia in Brazil, in children under two years, between 2010 and
2017. Methods: an ecological study was carried out, with search in the governmental open-
access public health DATASUS database, to evaluate vaccination coverage, stratified by age
group and region, in addition to hospitalizations and total costs. Results: a large heterogeneity
in vaccination coverage was observed in the states of the North and Northeast, with a mean of
75.8% and 87.4%, respectively, followed by a reduction in the costs of pneumonia
hospitalizations. Conclusion: even though there were differences in vaccination coverage,
there was a reduction in costs of hospitalization for pneumonia in children under two years of
age in Brazil, after the introduction of PCV10 in 2010.
Keywords: Pneumococcal vaccine, hospitalization, economic impact.
Tabelas e Figuras
Tabela 1 – População residente menor de cinco anos, por região e estado no Brasil em
2010...........................................................................................................................................16
Tabela 2 – Porcentagem de cobertura vacinal da vacina pneumocócica 10-valente em menores
de dois anos, em residentes por região e estado no Brasil, 2010 a 2017..................................18
Tabela 3 – Número de internações por pneumonia em menores de dois anos, em residentes
por região e estado no Brasil, 2010 a 2017...............................................................................19
Tabela 4 – Coeficiente de internação hospitalar* por pneumonia em menores de cinco anos,
em residentes por região e estado no Brasil, 2011 a 2015........................................................20
Tabela 5 – Custo total em reais das hospitalizações por pneumonia em menores de cinco anos,
por região e estado no Brasil, 2010 a 2017...............................................................................23
Tabela 6 – Valor médio em reais de internações por pneumonia, em menores de cinco anos,
por regiões e estados no Brasil, 2010 a 2017............................................................................25
Lista de Abreviaturas e Siglas
CID-10 Classificação Internacional de Doenças, 10ª revisão
Datasus Departamento de Informática do SUS
HiB Haemophilus influenzae tipo B
DPI Doença pneumocócica invasiva
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
MS Ministério da Saúde
OMS Organização Mundial da Saúde
OPAS Organização Pan-Americana da Saúde
PCV Vacina Pneumocócica Conjugada
PCV7 Vacina Pneumocócica Conjugada 7-valente
PCV10 Vacina Pneumocócica Conjugada 10-valente
PCV13 Vacina Pneumocócica Conjugada 13-valente
PNI Programa Nacional de Imunização
SIH Sistema de Informações Hospitalares
SINASC Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos
SUS Sistema Único de Saúde
Sumário
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 8
1.2 Agente etiológico .................................................................................................. 8
1.2 O papel das vacinas nas infecções respiratórias ................................................... 9
1.3 Impacto econômico da doença pneumocócica.................................................... 11
2. Objetivos ................................................................................................................... 13
Geral ......................................................................................................................... 13
Específicos ................................................................................................................ 13
3. Metodologia .............................................................................................................. 14
4. Resultados ................................................................................................................. 16
5. Discussão .................................................................................................................. 27
6. Conclusão ................................................................................................................. 30
7. Referência bibliográfica ............................................................................................ 31
APÊNDICE ................................................................................................................... 36
8
1. INTRODUÇÃO
Com grande morbidade e mortalidade, as infecções respiratórias causaram cerca de
seis milhões de mortes no mundo em crianças menores de cinco anos no ano de 2015, gerando
alto custo de internações (WHO, 2016). Dentre elas a pneumonia, uma infecção invasiva que
acomete o trato respiratório superior, onde a carga da doença é mais evidente nos estremos
etários, ou seja, em crianças menores de cinco anos e idosos acima de 60 anos. Pode ser
causada por bactérias, vírus e fungos, tendo o Streptococcus pneumoniae, ou pneumococo, o
agente mais prevalente e virulento (LEVINE et al., 2006).
1.2 Agente etiológico
O S. pneumoniae é uma bactéria patogênica, capaz de causar desde uma infecção não
invasiva, como otite média, até casos graves, como meningite, sepse e pneumonia, e dentre os
fatores associados a complicações destacam-se a imunossupressão, estremo etário e portador
de doença de base (MEHR; WOOD, 2012). Como mecanismo de virulência, a cápsula
polissacarídica merece destaque, pois confere ação antifagocitária e atua como substância
antigênica, sendo identificado mais de 90 tipos capsulares do pneumococo (SHARMA et al.,
2013). Esta resposta antigênica tem sido o alvo das vacinas pneumocócicas disponíveis no
mercado.
Outros agentes bacterianos podem estar associados à pneumonia em crianças, como
Haemophilus influenzae não-tipável, Staphylococcus aureus, Mycoplasma pneumoniae e
Chlamydophila pneumoniae (MCINTOSH, 2002). Após a introdução da vacina contra H.
influenzae tipo B (Hib), houve uma redução significativa dos casos, principalmente daqueles
relacionados à meningite por Hib (NASCIMENTO-CARVALHO; DE ANDRADE, 2006)
Além destes mencionados, também cabe ressaltar o papel dos vírus respiratórios no
processo infeccioso. Podemos citar o coronavírus, vírus sincicial respiratório, parainfluneza,
adenovírus, metapneumovírus, os quais são capazes de causar desde sintomas respiratórios
mais brandos, como resfriados, até casos mais graves de pneumonia e/ou broncopneumonia
(BHUIYAN et al., 2018).
Merece ainda destaque o vírus influenza. Presente em várias espécies de animais,
como aves e porcos, podendo causar epidemias anuais em humanos, além da grande
9
capacidade em causar pandemias, e que recentemente teve grande relevância em 2009 pela
nova variante do vírus influenza A H1N1. Os vírus influenza A e B são os tipos que possuem
maior capacidade de mutação, e o tipo A permite ainda que ocorram modificações genéticas
estruturais importantes, conhecidas como drift, e com isso o surgimento de variantes, além do
tipo sazonal H3N2, cepas como H5N1, detectada em 1997, H7N9 e H10N8, identificadas em
2013 (ANDERSON et al., 2017; BHUIYAN et al., 2018).
1.2 O papel das vacinas nas infecções respiratórias
A primeira vacina a ser introduzida no Programa Nacional de Imunização (PNI) para a
prevenção de infecções respiratórias foi contra o H. influenzae tipo b, como dito
anteriormente. Foi introduzida em meados de 1999, promovendo a redução da doença
invasiva e não invasiva por Hib em crianças menores de cinco anos (NASCIMENTO-
CARVALHO; DE ANDRADE, 2006).
Para as infecções causadas pelo vírus influenza, a vacina de campanha ocorre
anualmente, e em sua constituição incluem três ou quadro cepas (H1N1, H3N2 e um ou dois
tipos de influenza B) (GERDIL, 2003). Em uma recente revisão sistemática de ensaios
clínicos, foi possível observar o efeito da vacina na proteção de criança contra as
complicações do vírus influenza (DEMICHELI et al., 2018). Por ser anual, e apenas para
grupos prioritários de forma gratuita no Brasil, não existe um controle mais rígido quanto à
cobertura vacinal pelo PNI em seu banco de dados, tornando o acesso à informação mais
difícil.
Para a doença pneumocócica, principal causa de pneumonia, sepse e meningite aguda
no mundo, estão disponíveis dois tipos de vacina (O’BRIEN et al., 2009). A vacina
pneumocócica polissacarídica, indicada para pessoas acima de 65 anos, com fatores de risco
para internação, possui em sua constituição 23 tipos capsulares. Entretanto, sua capacidade de
gerar memória imunológica é limitada. Já a vacina pneumocócica conjugada (PCV), é
recomendada para crianças menores de dois anos, que apresenta significativa resposta
imunológica. A primeira vacina disponível, que possuía sete tipos capsulares, foi denominada
vacina pneumocócica 7-valente (PCV7). Novas plataformas passaram a produzir a 10-valente
(PCV10) e 13-valente (PCV13), possuindo 10 e 13 tipos capsulares, respectivamente
(SHARMA et al., 2013).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que todos os países,
10
principalmente em desenvolvimento, façam a inclusão da PCV em seus programas de
imunização (CDC, 2013). No mesmo sentido, a Organização Pan-Americana da Saúde
(OPAS), sob recomendação do seu grupo técnico consultivo, sugere a introdução das PCVs
nos programas de imunização das Américas (OPAS, 2011). Isto se deve ao fato da doença
pneumocócica ser uma das principais causas de morbidade e mortalidade em crianças
menores de cinco anos, e medidas de prevenção, como a vacinação, são fundamentais para
seu controle, especialmente em regiões em que a carga da doença apresenta valores elevados
(O’BRIEN et al., 2009).
Em uma recente revisão sistemática, foi possível observar o grande impacto da PCV10
e PCV13 na América Latina, com redução significativa dos casos de hospitalização e morte
por pneumonia, meningite e doença pneumocócica invasiva (DE OLIVEIRA et al., 2016). O
efeito da PCV também pode ser identificado no estado de portador da bactéria na nasofaringe,
momento em que o pneumococo pode ser transmitido para outras pessoas, da mesma forma
atuando como fator preditor da doença pneumocócica. Em um estudo realizado no Brasil
demonstrou o efeito da PCV10 no portador em crianças, onde o esquema vacinal completo ou
incompleto foi fundamental para o seu efeito protetor (ANDRADE et al., 2014).
Diversos esquemas vacinais têm sido propostos. No Brasil, por exemplo, adotou-se o
esquema vacinal de três doses (dois, quatro e seis meses), com um reforço aos 12 meses no
ano de sua implantação (BRASIL, 2010). Contudo, foi proposto para 2016 uma atualização
no esquema vacinal básico, sendo duas doses (dois e quatro meses) e reforço,
preferencialmente aos 12 meses, podendo ser administrado até os quatro anos de idade. E para
crianças de 12 meses a quatro anos, não vacinadas, deve-se administrar dose única (BRASIL,
2015).
É fundamental que a criança receba a vacina e a dose recomendada no período
estabelecido, para assim obter seu melhor efeito. Outro fator relevante é a taxa de cobertura
vacinal. É preconizado que atenta-se à meta de vacinar 90% da população alvo (TEIXEIRA;
MOTA, 2010). Baixas coberturas vacinais diminuem a efetividade da vacina na população,
prejudicando assim seu efeito direto e indireto.
O Brasil incluiu no PNI a PCV10, no ano de 2010, para todas as crianças menores de
dois anos (BRASIL, 2010). Esta estratégia de vacinação permitiu uma redução importante,
tanto nas hospitalizações por pneumonia no Brasil, quanto para o estado de portador do
pneumococo em crianças (AFONSO et al., 2013; ANDRADE et al., 2014; SGAMBATTI et
al., 2016). Esta redução nas internações evidencia o efeito direto e indireto da vacina na
11
população.
Porém, para que a PCV10 tenha elevada efetividade, taxas de cobertura vacinal
precisam ser superiores a 90%. Caso as metas estabelecidas pelo PNI não sejam cumpridas, a
proteção coletiva fica prejudicada (proteção ou efeito rebanho), pequenos surtos podem surgir
em bolsões com cobertura insuficiente, além de que pode comprometer o repasse de recursos
federais da Vigilância em Saúde para os estados e municípios (TEIXEIRA; MOTA, 2010).
A avaliação da cobertura vacinal na população brasileira é feita segundo parâmetros
pré-estabelecidos pelo Ministério da Saúde e Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)
(RIPSA, 2008). Seu cálculo é baseado no percentual de crianças que foram imunizadas por
uma vacina específica, segundo tempo e espaço, atendendo ao número de crianças com
esquema básico completo na idade-alvo para o imunobiológico específico. Espera-se que em
regiões onde a cobertura seja adequada, as taxas de internação estejam reduzidas. Entretanto,
em locais onde há uma elevada heterogeneidade na vacinação pela PCV10, taxas de
hospitalizações tendem a serem influenciadas.
1.3 Impacto econômico da doença pneumocócica
As doenças pneumocócicas representam uma grande carga das doenças transmissíveis,
principalmente nos estremos etários. Embora tenha ocorrido uma redução dos casos após a
introdução das PCVs, 14,5 milhões casos da doença pneumocócica invasiva (DPI) ocorrem
anualmente no mundo em menores de cinco anos (CDC, 2013). Em 2004, após a introdução
da PCV7 ocorrida em 2000 nos Estados Unidos, os custos médicos totais da DPI foram de $
3,5 bilhões, sendo a pneumonia responsável por 22% de todos os casos (HUANG et al.,
2011). Em 2013, estes mesmos custos para a população adulta foi estimada em $ 5 bilhões
(MCLAUGHLIN et al., 2015).
No Brasil o Sistema Único de Saúde (SUS) assiste aproximadamente 75% da
população, sendo fundamental avaliar os custos da pneumonia sob a perspectiva do sistema
público de saúde (NUNES et al., 2017). Com a introdução da PCV10 no calendário nacional
de imunização, torna-se necessário o seu monitoramento, tanto clínico-epidemiológico quanto
econômico. Trabalhos que avaliem os efeitos econômicos das vacinas pneumocócicas, tanto
no Brasil como no mundo, têm sido observados (HUANG et al., 2011; ANDRADE et al.,
2017).
Tais investigações permitem aos gestores tomadores de decisão um melhor
12
entendimento sobre os efeitos das tecnologias implementadas, tanto seu impacto econômico
quanto epidemiológico. Assim, um estudo de série-temporal conduzido no Brasil, permitiu
demonstrar o efeito da PCV10 nas internações por pneumonia em vários grupos etários, assim
como seu impacto econômico (ANDRADE et al., 2017). Porém, os autores não relacionaram
o possível efeito da cobertura vacinal nas taxas de hospitalizações.
Entretanto, outros fatores são fundamentais na avaliação econômica da introdução das
PCVs em calendários de imunização. Mudanças na resistência aos antimicrobianos, proteção
rebanho e substituição de sorotipos capsulares do pneumococo, diferentes preços de vacina, e
no cenário de países em desenvolvimento as restrições orçamentárias são condições que
precisam ser consideradas nestes modelos de estudos (CONSTENLA, 2015). O custo com
outros agentes relacionados às infecções respiratórias deve ser avaliado no mesmo sentido,
como o vírus influenza que pode apresentar um custo médico direto de aproximadamente $
12,7 bilhões (MCLAUGHLIN et al., 2015). Tais afirmações permitem identificar a
complexidade e necessidade destes estudos na implementação e acompanhamento de vacinas
nos programas de imunização.
Diante disso, se faz necessário estimar o custo das hospitalizações por pneumonia no
Brasil, avaliando o efeito da cobertura vacinal no cenário das vacinas pneumocócicas.
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2. OBJETIVOS
Geral
Avaliar a cobertura vacinal da vacina pneumocócica (PCV10) e o custo das
hospitalizações por pneumonia no Brasil.
Específicos
1) Identificar a heterogeneidade da cobertura vacinal da PCV10 nas regiões e estados
brasileiros, entre os anos de 2010 e 2017.
2) Descrever os custos das hospitalizações em menores de cinco anos, nas regiões e
estados brasileiros, entre os anos de 2010 e 2017.
3) Analisar o papel da cobertura vacinal da PCV10 no custo das hospitalizações por
pneumonia em menores de cinco anos, nas regiões e estados brasileiros, nos anos de 2010 a
2017.
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3. METODOLOGIA
- Tipo de estudo: Este é um estudo retrospectivo, do tipo descritivo.
- População: Foram incluídas no estudo crianças menores de cinco anos internadas por
pneumonia na rede pública de saúde, entre os anos de 2010 a 2017.
- Fonte de dados: Foi realizada uma busca no Departamento de Informática do SUS
(Datasus), onde foram coletados dados de cobertura vacinal da PCV10 no país, estratificada
por faixa etária, região e ano de processamento (Programa Nacional de Imunização / PNI)
(BRASIL, 2018a). O PNI abrange toda a população brasileira.
Os dados mais recentes da população em menores de cinco anos são provenientes do
último censo do Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2010
(IBGE, 2010). Com o objetivo de comparar com dados mais atuais da população elegível para
receber a PCV10, foram coletadas as informações de nascidos vivos do Sistema de
Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) (BRASIL, 2018b), estratificadas por região e
ano de processamento (Apêndice tabela a). Este banco de dados engloba tanto crianças
nascidas na rede pública quanto na rede privada, pois utiliza como fonte de dados a
declaração de nascimento, o que torna o dado mais próximo da realidade.
Ainda, a porcentagem de crianças que recebeu a PCV10 foi obtida por meio da
cobertura vacinal, que se refere ao número de crianças vacinadas, segundo faixa etária, região
e ano de processamento. A população alvo deste estudo, menores de cinco anos, deve-se ao
fato de que: (i) crianças vacinadas a partir de 2010 (menores de dois anos) tenham sido
imunizadas, e no período avaliado já teriam completado cinco anos (2010 – 2017); (ii) a carga
da doença pneumocócica é elevada nesta faixa etária. Os dados de doses aplicadas
individualmente por criança não estão disponíveis na plataforma Datasus para domínio
público, sendo então considerado como porcentagem de cobertura vacinal o número de doses
aplicadas segundo esquema básico completo, neste caso 3 doses (2 e 4 meses, com um reforço
aos 12 meses).
Foram coletadas também informações de hospitalizações e os custos associados
(Sistema de Informações Hospitalares / SIH) (BRASIL, 2018c). O número de internações por
pneumonia, segundo classificação do Datasus pela lista de morbidade por CID-10
(Classificação Internacional das Doenças, 10ª revisão), foi estratificado por faixa etária
(menores de cinco anos), região e ano de processamento. Para estimar a magnitude das
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hospitalizações, realizou-se o cálculo do coeficiente de internação hospitalar por 1.000
habitantes (menores de cinco anos), por meio da razão internações por pneumonia
(numerador) e a população residente estimada (denominador) (BRASIL, 2018d).
Posteriormente os custos das hospitalizações por pneumonia foram obtidos selecionando na
plataforma do Datasus o custo total da internação pela doença, estratificando também por
faixa etária, região e ano de processamento. O custo médio de hospitalização por pneumonia é
o valor total atribuído à hospitalização no referente local, período e faixa etária, em relação ao
número total de internações.
Para que se consiga fazer uma melhor comparação entre as regiões brasileiras, é
importante conhecer a estrutura de atendimento na atenção básica. Assim, foi realizada a
consulta da cobertura populacional da atenção básica por estados (Apêndice tabela b)
(BRASIL, 2018c).
- Análise: Foi realizada uma análise descritiva, comparando a cobertura vacinal com o número
de internações por pneumonia, estratificado por faixa etária e região. Posteriormente, os
custos desta relação com as hospitalizações.
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4. RESULTADOS
Como a introdução da PCV10 no Brasil ocorreu a partir de março de 2010, de forma
heterogênea no país, a cobertura vacinal neste ano não deve ser considerada. Assim, nos anos
seguintes, foi possível observar uma elevada taxa de cobertura vacinal em todas as regiões do
país, entretanto algumas localidades não cumpriram a meta de 90% do Ministério da Saúde
(MS). Para se iniciar essa investigação, é importante conhecer a população menor de cinco
anos, em que a carga da doença é elevada. Desta forma, foram utilizados os dados do IBGE
para a população menor de cinco anos como forma de consulta (tabela 1). É possível observar
o grande número de crianças menores de cinco anos nas regiões Sudeste e Nordeste.
Tabela 1 – População residente menor de cinco anos, por região e
estado no Brasil em 2010.
Região / Unidade da
Federação 2010 %
Norte 1.553.548 11,7
Rondônia 127.928
Acre 77.365
Amazonas 371.315
Roraima 47.603
Pará 736.655
Amapá 69.973
Tocantins 122.709
Nordeste 4.231.909 32,0
Maranhão 635.401
Piauí 247.531
Ceará 644.700
Rio Grande do Norte 236.318
Paraíba 290.101
Pernambuco 676.909
Alagoas 272.083
Sergipe 168.982
Bahia 1.059.884
Sudeste 5.184.294 39,2
Minas Gerais 1.276.866
Espírito Santo 244.441
Rio de Janeiro 987.615
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(Conclusão)
Região / Unidade da
Federação 2010 %
São Paulo 2.675.372
Sul 1.200.722 9,1
Paraná 151.015
Santa Catarina 405.745
Rio Grande do Sul 643.962
Centro-Oeste 1.062.663 8,0
Mato Grosso do Sul 191.796
Mato Grosso 243.923
Goiás 437.864
Distrito Federal 189.080
Total 13.233.136 100,0 Fonte: IBGE – Censo demográfico 2010.
Para verificar a capacidade dos estados em atender a meta de cobertura vacinal
estabelecida pelo MS, é necessário que os pacientes tenham acesso ao serviço de saúde.
Assim, a cobertura populacional da atenção básica por estados foi avaliada (Apêndice tabela
b), e observou-se que de 2010 a 2017, enquanto o estado de São Paulo expandiu sua rede de
atenção básica em 56%, o estado de Sergipe aumento apenas 9%. Esta grande diferença na
rede primária dos estados das regiões Norte e Nordeste prejudicam a redução de vários
indicadores na saúde, dentre eles a cobertura vacinal.
A avaliação da cobertura vacinal representa o número de crianças elegíveis a receber a
PCV10, em relação ao esquema vacinal completo do imunobiológico. A grande
heterogeneidade na cobertura vacinal foi vista nos estados da região Norte, como Pará e Acre
(tabela 2). No estado do Pará, por exemplo, o elevado número de crianças da população alvo
pode ser um fator que prejudicou o estado a atingir a meta do MS, associado à carência de
unidades de saúde por todo o estado (tabela 1); já no Acre podemos citar como um fator
determinante a dificuldade de acesso ao serviço de saúde, visto que a cobertura populacional
em 2017 foi cerca de 90% (tabela 2).
Ao se avaliar as médias dos últimos sete anos, vários estados não atingiram a meta de
cobertura vacinal (tabela 2). Entretanto, mesmo estados com alto número de crianças na
população alvo, como Sudeste, atingiu a meta do MS, com valor médio nos últimos sete anos
de 92,6%. Estes valores precisam ser avaliados com cautela, pois cada região apresenta um
perfil epidemiológico e cobertura de assistência em saúde distintos.
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No mesmo sentido, estes parâmetros vão além. Em alguns estados observou-se que a
cobertura, em alguns anos, foi superior a 100%, como por exemplo, em Mato Grosso do Sul
(2014 com 125,9%) e Ceará (2016 com 119,8%), sugerindo que foram vacinadas mais
crianças do que aquelas na idade-alvo, segundo dados pré-estabelecidos do IBGE e do
SINASC.
Tabela 2 – Porcentagem de cobertura vacinal da vacina pneumocócica 10-valente em menores de dois anos, em
residentes por região e estado no Brasil, 2010 a 2017.
Região / Unidade da
Federação 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Média*
Norte 8,2 59,4 77,1 79,7 76,6 75,0 85,8 77,0 75,8
Rondônia 23,5 90,8 97,5 94,6 103,9 104,7 104,2 88,0 97,7
Acre 4,9 50,9 69,7 69,0 60,9 72,5 85,0 79,6 69,7
Amazonas 7,6 61,4 75,4 75,6 78,3 84,5 88,4 80,7 77,8
Roraima 23,4 74,1 78,6 79,8 81,1 89,9 100,6 92,6 85,2
Pará 0,7 46,3 72,4 78,0 70,3 60,4 75,7 70,5 67,7
Amapá 4,6 61,8 75,6 77,9 67,8 69,2 103,9 69,5 75,1
Tocantins 35,9 94,3 93,0 93,9 90,6 93,9 97,3 87,0 92,9
Nordeste 11,0 74,7 86,7 90,3 89,6 93,3 92,2 84,7 87,4
Maranhão 0,9 50,8 76,3 86,2 81,4 84,1 80,7 74,3 76,3
Piauí 0,4 78,4 91,9 90,3 81,8 82,4 82,5 77,2 83,5
Ceará 1,5 81,6 90,0 93,2 98,4 106,3 119,8 117,6 101,0
Rio Grande do Norte 19,1 80,4 88,5 85,3 85,7 89,0 84,4 70,5 83,4
Paraíba 31,2 82,9 83,5 93,3 90,0 92,1 93,5 87,3 88,9
Pernambuco 29,1 92,7 95,2 93,3 94,6 101,1 100,1 84,9 94,6
Alagoas 6,7 68,0 82,5 85,2 87,8 88,3 94,4 87,7 84,8
Sergipe 35,7 94,0 95,0 97,5 93,2 92,9 87,7 80,9 91,6
Bahia 2,8 66,5 84,0 89,2 87,9 90,2 79,6 74,0 81,6
Sudeste 36,2 87,5 90,3 95,9 97,7 99,0 96,9 81,0 92,6
Minas Gerais 49,9 101,3 98,7 104,7 97,9 100,9 95,7 86,4 97,9
Espírito Santo 44,7 106,2 100,5 98,4 99,6 99,9 95,6 81,0 97,3
Rio de Janeiro 2,0 69,4 80,3 85,3 88,7 94,1 107,6 90,2 87,9
São Paulo 42,0 86,6 89,6 95,8 100,6 99,9 93,6 75,3 91,6
Sul 32,6 95,6 94,3 100,7 97,9 98,4 96,7 86,7 95,8
Paraná 35,4 94,2 94,9 103,4 99,7 101,2 95,2 89,0 96,8
Santa Catarina 56,5 102,8 100,7 99,4 100,2 106,1 103,0 83,4 99,4
Rio Grande do Sul 14,6 92,8 89,6 98,4 94,4 90,5 94,3 86,2 92,3
Centro-Oeste 21,6 87,4 91,5 101,6 101,4 92,8 104,6 85,5 95,0
19
(Conclusão)
Região / Unidade da
Federação 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Média*
Mato Grosso do Sul 32,8 89,8 96,1 111,8 125,9 117,3 103,3 92,6 105,3
Mato Grosso 9,4 74,5 88,6 93,6 95,5 97,5 99,6 86,1 90,8
Goiás 19,1 99,8 95,9 101,4 93,1 89,9 91,8 83,4 93,6
Distrito Federal 29,9 74,7 81,8 101,5 102,4 69,9 140,7 82,5 93,4
Total 24,0 81,7 88,4 93,6 93,5 94,2 95,0 82,7 91,1 * Valores médios referentes a 2011 a 2017.
Fonte: Programa Nacional de Imunizações.
O número de internações por pneumonia é o parâmetro utilizado para verificar o
impacto indireto da vacinação da PCV10 na população menor de dois anos, como pode ser
visto na tabela 3. Em regiões onde a população e o acesso aos serviços de saúde são mais
evidentes, influenciam diretamente na frequência de hospitalizações. Assim, observou-se uma
redução importante nas hospitalizações por pneumonia na rede pública após a introdução da
PCV10 (tabela 3), de 2010 a 2017, de 31,4% em todo o país. Entre as regiões as reduções
foram de 28,3%, 33,5%, 30,2%, 29,9% e 36,2%, para Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-
Oeste, respectivamente.
Tabela 3 – Número de internações por pneumonia em menores de dois anos, em residentes por região e estado no
Brasil, 2010 a 2017.
Região/Unidade da
Federação 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Norte 35.248 38.580 33.924 33.642 30.809 26.108 22.069 25.254
Rondônia 3.026 3.318 2.611 2.954 3.325 3.176 2.302 2.458
Acre 909 991 1.089 1.036 1.051 686 573 500
Amazonas 6.361 6.539 6.894 7.055 6.834 6.084 4.967 5.448
Roraima 1.207 1.223 1.421 1.454 1.583 1.006 1.119 1.276
Pará 18.486 19.906 16.666 15.043 12.847 10.850 9.616 11.704
Amapá 1.321 2.132 1.980 2.351 2.080 1.746 1.621 1.672
Tocantins 3.938 4.471 3.263 3.749 3.089 2.560 1.871 2.196
Nordeste 80.627 83.297 66.207 66.127 59.539 58.602 48.114 53.646
Maranhão 12.044 13.621 9.443 11.034 10.306 9.339 6.243 8.246
Piauí 4.905 5.358 3.112 3.726 3.182 2.976 2.321 3.078
Ceará 8.564 10.959 7.098 8.905 8.867 9.420 8.482 10.511
Rio Grande do Norte 3.018 3.519 2.805 2.920 1.915 2.070 1.913 1.951
Paraíba 7.460 6.955 5.709 5.535 5.108 4.887 4.027 3.897
Pernambuco 9.053 10.043 8.737 8.647 7.742 7.726 7.146 7.722
20
(Conclusão)
Região/Unidade da
Federação 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Alagoas 8.080 8.181 7.183 6.100 5.153 5.164 4.604 4.395
Sergipe 1.783 1.494 1.474 1.244 1.086 1.268 1.246 1.186
Bahia 25.720 23.167 20.646 18.016 16.180 15.752 12.132 12.660
Sudeste 93.744 85.259 84.640 79.644 75.277 71.109 70.433 65.458
Minas Gerais 22.918 19.046 20.196 18.127 17.432 15.226 14.524 14.142
Espírito Santo 3.927 3.407 4.230 4.344 3.920 4.109 3.685 3.354
Rio de Janeiro 20.528 17.108 15.595 13.364 13.108 14.083 12.741 11.136
São Paulo 46.371 45.698 44.619 43.809 40.817 37.691 39.483 36.826
Sul 40.806 36.885 37.882 35.450 32.340 30.484 31.602 28.609
Paraná 17.908 15.905 16.721 15.246 13.898 12.889 13.439 12.236
Santa Catarina 7.651 7.820 8.211 7.349 6.721 5.921 6.445 6.135
Rio Grande do Sul 15.247 13.160 12.950 12.855 11.721 11.674 11.718 10.238
Centro-Oeste 23.793 22.563 20.232 21.002 19.303 17.881 15.789 15.183
Mato Grosso do Sul 4.923 4.835 4.569 4.734 4.432 3.848 4.251 3.792
Mato Grosso 6.143 5.801 4.776 5.283 5.469 5.086 4.922 4.523
Goiás 9.196 9.028 8.007 8.386 7.021 6.458 4.671 4.751
Distrito Federal 3.531 2.899 2.880 2.599 2.381 2.489 1.945 2.117
Total 274.218 266.584 242.885 235.865 217.268 204.184 188.007 188.150 Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS).
O coeficiente de internação hospitalar por pneumonia em menores de cinco anos que
apresentou a maior variação, de 2011 a 2015, foi na região Norte, reduzindo de 22,2 para
15,7, com o impacto maior no estado do Pará.
Tabela 4 – Coeficiente de internação hospitalar* por pneumonia em menores de cinco anos, em
residentes por região e estado no Brasil, 2011 a 2015.
Região/Unidade da
Federação
2011 2012 2013 2014 2015
Norte 22,2 19,7 19,8 18,3 15,7
Rondônia 22,2 17,7 20,4 23,3 22,6
Acre 11,2 12,4 11,9 12,1 8,0
Amazonas 15,8 16,7 17,2 16,8 15,1
Roraima 23,1 27,2 28,1 30,9 19,8
Pará 24,4 20,7 18,9 16,4 14,0
Amapá 26,0 24,4 29,3 26,2 22,2
21
(Conclusão)
Região/Unidade da
Federação
2011 2012 2013 2014 2015
Tocantins 32,2 23,8 27,8 23,2 19,5
Nordeste 17,1 13,8 14,1 12,9 12,9
Maranhão 18,6 13,1 15,6 14,9 13,8
Piauí 19,1 11,4 14,0 12,3 11,9
Ceará 14,8 9,8 12,5 12,6 13,6
Rio Grande do Norte 12,8 10,4 10,9 7,3 8,0
Paraíba 20,9 17,4 17,2 16,1 15,7
Pernambuco 13,0 11,5 11,6 10,6 10,7
Alagoas 25,9 23,2 20,2 17,4 17,8
Sergipe 8,0 8,0 6,8 6,1 7,2
Bahia 18,7 17,0 15,1 13,8 13,6
Sudeste 14,6 14,7 14,0 13,4 12,8
Minas Gerais 13,1 14,1 12,8 12,5 11,1
Espírito Santo 12,1 15,2 15,8 14,4 15,2
Rio de Janeiro 15,8 14,6 12,7 12,6 13,7
São Paulo 15,1 14,9 14,9 14,0 13,1
Sul 18,8 19,6 18,6 17,1 16,3
Paraná 20,1 21,5 19,8 18,3 17,2
Santa Catarina 17,6 18,6 16,7 15,3 13,5
Rio Grande do Sul 18,2 18,2 18,4 17,0 17,2
Centro-Oeste 19,4 17,5 18,3 16,9 15,8
Mato Grosso do Sul 22,6 21,5 22,5 21,2 18,6
Mato Grosso 21,6 17,9 20,0 20,9 19,7
Goiás 18,9 16,9 17,9 15,1 14,0
Distrito Federal 14,2 14,1 12,6 11,5 11,9
Total 17,1 15,8 15,6 14,5 13,9 *Coeficiente de internação hospitalar por 1.000 habitantes menores de cinco anos. Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS).
Na avaliação dos custos, o mesmo perfil nos gastos por internações foi observado
(tabela 5), em que após a introdução da PCV10 os custos reduziram de maneira importante.
Os custos totais de internação por pneumonia no Brasil, em menores de cinco anos, no ano de
introdução da PCV10 foram de R$ 219.286.352, e para o ano de 2017 foi de R$ 164.446.761,
uma redução de 25%. Por regiões, as reduções foram de 24%, 25%, 23,3%, 25,4% e 33,7%
para Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste, respectivamente.
Os gastos com internações por pneumonia em menores de cinco anos foram muito
22
superiores na região Sudeste, quando comparado às regiões Norte e Centro-Oeste. Ao
comparar apenas o número de nascidos vivos de 2015 (Apêndice tabela a), observa-se que na
região Sudeste a população de crianças é 372% maior que na região Norte, e 483% maior que
na Centro-Oeste. Esta porcentagem pretende-se demonstrar a população total mais suscetível
à internação por pneumonia, onde na região Sudeste é bem superior quando comparado ao
restante do país. No mesmo sentido, os custos de internação para o ano de 2017 segue a
mesma tendência. Na região Sudeste possui valores de 313% e 497% maiores que as regiões
Norte e Centro-Oeste, respectivamente.
O valor médio de internações por pneumonia também foi observado (tabela 6). Desta
forma, é possível identificar quais capitais apresentam maior custo médio por hospitalização
no país, em menores de cinco anos. Observa-se que os valores médios, nos últimos oito anos
em todo o país, foram bem próximos. O que chamou mais a atenção é o estado de Roraima
apresentar um valor médio de internação 25% superior à média nacional, nos últimos oito
anos.
23
Tabela 5 – Custo total em reais das hospitalizações por pneumonia em menores de cinco anos, por região e estado no Brasil, 2010 a 2017.
Região / Unidade
da Federação 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Norte 26.260.186 27.128.247 24.679.037 24.143.642 22.766.289 20.504.280 18.026.009 19.959.329
Rondônia 2.085.508 2.228.779 1.798.013 1.927.806 2.232.008 2.508.732 1.779.715 1.739.445
Acre 618.304 645.467 731.431 681.706 700.351 466.594 497.328 367.017
Amazonas 5.073.705 5.095.198 5.785.766 5.718.847 5.613.506 5.678.389 4.819.695 5.584.403
Roraima 1.102.014 1.181.114 1.352.654 1.418.125 1.672.790 1.274.509 1.218.048 1.297.246
Pará 13.431.877 13.463.887 11.273.364 10.193.480 8.942.320 7.454.701 7.203.159 7.934.504
Amapá 1.039.648 1.526.088 1.422.666 1.686.897 1.530.788 1.332.822 1.196.362 1.291.265
Tocantins 2.909.130 2.987.714 2.315.143 2.516.782 2.074.526 1.788.532 1.311.703 1.745.449
Nordeste 58.757.593 57.427.434 47.324.625 48.638.602 45.852.472 45.180.680 39.085.689 44.156.151
Maranhão 8.097.934 8.463.455 6.035.355 7.296.425 7.174.413 6.538.368 4.640.301 5.723.479
Piauí 3.289.853 3.329.892 1.960.196 2.425.617 2.021.918 1.956.017 1.586.188 2.041.075
Ceará 6.700.919 8.308.788 5.547.188 6.602.154 7.619.212 7.527.443 7.185.834 9.235.215
Rio Grande do
Norte 2.371.478 2.657.383 2.204.134 2.424.256 1.461.135 1.727.678 1.522.637 1.424.844
Paraíba 5.495.448 4.781.606 3.904.972 3.847.636 3.783.142 3.661.473 3.066.469 3.367.670
Pernambuco 7.241.106 6.991.002 6.194.635 6.451.081 5.976.825 6.104.200 6.012.994 7.424.628
Alagoas 6.252.511 6.159.883 5.869.144 5.537.434 5.198.316 5.183.535 4.873.729 4.458.960
Sergipe 1.459.353 1.450.158 1.485.168 1.051.172 783.444 1.196.692 1.185.020 1.179.747
Bahia 17.848.991 15.285.266 14.123.834 13.002.828 11.834.066 11.285.273 9.012.518 9.300.534
Sudeste 81.491.006 75.575.796 76.466.889 74.062.828 69.671.452 65.321.244 66.694.682 62.532.028
Minas Gerais 19.040.058 15.850.478 17.387.977 15.723.597 14.910.998 13.245.571 13.202.963 12.941.759
Espírito Santo 3.118.719 2.601.378 3.219.586 3.578.584 3.106.402 3.309.037 3.155.655 2.913.445
24
(Conclusão)
Região / Unidade
da Federação 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Rio de Janeiro 15.860.660 12.780.194 11.849.205 10.736.617 10.681.860 11.330.722 10.729.143 9.743.223
São Paulo 43.471.569 44.343.746 44.010.121 44.024.030 40.972.193 37.435.914 39.606.921 36.933.600
Sul 33.790.982 29.410.023 30.553.521 28.737.657 27.164.101 25.071.102 27.346.539 25.211.118
Paraná 13.837.805 11.762.890 12.839.828 11.980.648 11.273.109 10.205.479 11.025.367 10.450.043
Santa Catarina 6.633.869 6.650.122 7.053.710 6.656.819 6.002.892 5.318.450 6.030.292 5.488.987
Rio Grande do
Sul 13.319.308 10.997.011 10.659.983 10.100.190 9.888.101 9.547.174 10.290.881 9.272.088
Centro-Oeste 18.986.585 17.346.669 16.019.847 16.440.725 15.091.024 14.859.253 13.438.699 12.588.135
Mato Grosso do
Sul 4.218.717 3.831.950 3.692.746 3.928.114 3.579.260 3.400.277 3.930.184 3.359.846
Mato Grosso 4.894.046 4.194.558 3.656.371 3.935.720 3.990.197 3.707.176 3.598.510 3.286.623
Goiás 6.918.641 6.919.968 6.119.598 6.307.024 5.487.400 5.729.939 4.146.123 4.095.052
Distrito Federal 2.955.181 2.400.192 2.551.132 2.269.866 2.034.166 2.021.862 1.763.881 1.846.613
Total 219.286.352 206.888.169 195.043.920 192.023.454 180.545.339 170.936.559 164.591.617 164.446.761 Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS).
25
Tabela 6 – Valor médio em reais de internação por pneumonia, em menores de cinco anos, por regiões e
estados no Brasil, 2010 a 2017.
Região/Unidade da
Federação 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Média*
Norte 698 703 727 718 739 785 817 816 750
Rondônia 647 672 689 653 671 790 773 728 703
Acre 615 651 672 658 666 680 868 734 693
Amazonas 760 779 839 811 821 933 970 1.028 868
Roraima 867 966 952 975 1.057 1.267 1.089 1.053 1.028
Pará 679 676 676 678 696 687 749 724 696
Amapá 749 716 719 718 736 763 738 772 739
Tocantins 676 668 710 671 672 699 701 796 699
Nordeste 676 689 715 736 770 771 812 831 750
Maranhão 620 621 639 661 696 700 743 709 674
Piauí 629 621 630 651 635 657 683 668 647
Ceará 714 758 782 741 859 799 847 887 798
Rio Grande do
Norte 714 755 786 830 763 835 796 754 779
Paraíba 683 688 684 695 741 749 761 867 733
Pernambuco 743 696 709 746 772 790 841 963 783
Alagoas 715 753 817 908 1.009 1.004 1.059 1.035 912
Sergipe 755 971 1.008 845 721 944 951 1.034 904
Bahia 650 660 684 722 731 716 743 736 705
Sudeste 817 886 903 930 926 919 947 957 911
Minas Gerais 780 832 861 867 855 870 909 912 861
Espírito Santo 749 764 761 824 792 805 856 873 803
Rio de Janeiro 718 747 760 803 815 805 842 877 796
São Paulo 885 970 986 1.005 1.004 993 1.003 1.006 982
Sul 782 797 807 811 840 822 865 888 827
Paraná 725 740 768 786 811 792 820 857 787
Santa Catarina 819 850 859 906 893 898 936 920 885
Rio Grande do Sul 830 836 823 786 844 818 878 907 840
Centro-Oeste 747 769 792 783 782 831 851 835 799
Mato Grosso do
Sul 815 793 808 830 808 884 925 891 844
Mato Grosso 743 723 766 745 730 729 731 733 737
Goiás 708 767 764 752 782 887 888 871 802
Distrito Federal 762 828 886 873 854 812 907 872 849
Total 749 776 803 814 831 837 875 882 821 * Valor médio dos anos de 2010 a 2017.
Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS).
26
É possível observar uma linearidade na redução dos casos de internações por
pneumonia nos estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, já nos demais
identifica-se esta redução, porém de forma irregular (tabela 5). A região que apresentou
o maior percentual de redução de internações e custos foi a Centro-Oeste, com 36,2% e
33,7%, respectivamente.
Ao relacionar os estados com menor média de cobertura vacinal e os custos de
internações, os estados do Acre e Pará tiveram uma redução de custo importante, ambos
com 40,6 e 40,1%, respectivamente; já os estados de Minas Gerais e Santa Catarina,
com elevados valores de cobertura vacinal, tiveram uma redução de custos menos
significativa, com 32% e 17,2%, respectivamente. Estes valores podem estar associados
a estes estados possuírem custos médios de hospitalização superiores aos estados da
região Norte (tabela 6).
27
5. DISCUSSÃO
Neste trabalho foi possível observar uma grande heterogeneidade na cobertura
vacinal pela PCV10 nos estados da região Norte e Nordeste quando comparado ao
restante do país. Entretanto, pelas limitações da base de dados, não foi possível
estabelecer uma relação mais fidedigna com o número de internações. Em um estudo
publicado por Silva et al, em uma Macrorregião de Minas Gerais, avaliou-se a cobertura
vacinal e as internações por pneumonia em crianças menores de um ano. Os autores
usaram apenas o status vacinado ou não-vacinado para estabelecer a relação com a
doença (SILVA et al., 2016).
Identificamos em nosso estudo que após a introdução da PCV10 pelo PNI no
Brasil em 2010, houve uma importante redução das internações, em todas as regiões do
país. Afonso et al avaliaram as taxas de hospitalizações por pneumonia em menores de
dois anos em cinco grandes capitais brasileiras, de 2005 a 2011, indicando a uma
efetividade para Belo Horizonte, Curitiba e Recife. Para as cidades de São Paulo e Porto
Alegre, por terem uma cobertura vacinal em torno de 80%, além de uma delas ter
iniciado a vacinação três meses após, a vacina foi menos efetiva (AFONSO et al.,
2013). Este trabalho foi um dos primeiros a evidenciar o impacto da PCV10 nas
hospitalizações em crianças, e de forma indireta, demonstrar um possível efeito de baixa
cobertura vacinal e o impacto nas internações.
O oposto também foi observado, em que estados como Mato Grosso do Sul (ano
de 2014 com 125,9%) e Ceará (ano de 2016 com 119,8%) apresentaram cobertura
acima de 100%. Este valor deve-se ao fato de que a população alvo elegível para
receber a PCV10 é identificada pelo censo do IBGE e informações contidas no
SINASC, além de outros dados como o Programa Bolsa Família. Mesmo assim,
emigrações de crianças, banco de dados desatualizados (censo IBGE), dentre outros
fatores pontuais, favorecem que em alguns momentos a cobertura ultrapasse os 100%
previstos.
A região Norte apresentou a melhor evolução na redução do coeficiente de
internação hospitalar por pneumonia, em menores de cinco anos, quando comparado às
demais regiões do país, mesmo apresentando uma maior heterogeneidade na cobertura
vacinal. Cabe ressaltar que este indicador não expressa risco, mas nos permite avaliar a
relevância dos eventos na rede pública de saúde. Em um trabalho que avaliou o
28
coeficiente de mortalidade por pneumonia em menores de quatro anos, demonstrou que
as menores reduções foram na região Norte (Rodrigues et al., 2011). A divergência de
nosso estudo deve-se a vários fatores, como mudança no perfil assistencial nos últimos
anos, com ampliação da atenção básica, além de melhores condições sanitárias.
O custo total das internações por pneumonia no Brasil representa a importância
da doença no país, assim como o efeito da PCV10 nas hospitalizações pela doença em
menores de cinco anos. Recentes estudos têm demonstrado o impacto na redução dos
custos pela pneumonia e DPI, principalmente no Brasil (SILVA et al., 2016; NUNES et
al., 2017). Andrade et al avaliou, além do efeito da PCV10 nos períodos pré e pós-
vacinal em todos grupos etários, o impacto econômico nas hospitalizações no país. Em
um estudo de série temporal, os autores conseguiram apresentar um gasto evitado de R$
383,2 milhões de 2011 a 2015 na população em menores de 50 anos, demonstrando
tanto o efeito direto (menores de dois anos) quanto indireto (demais indivíduos não
vacinados) na redução dos custos das hospitalizações por pneumonia no Brasil
(ANDRADE et al., 2017).
Como a PCV10 é uma estratégia do MS, onde utiliza o PNI como executor das
ações, este trabalho tem grande relevância científica para o SUS, demonstrando,
juntamente com as demais produções científicas, o grande impacto da PCV10 nas
reduções da carga da DPI, das hospitalizações por pneumonia e até mesmo da
circulação do pneumococo na comunidade pelo estado de portador, demonstrando o
efeito indireto da vacinação.
Este trabalho apresenta algumas limitações que precisam ser mencionadas. Por
ter sido utilizado dados secundários, ausência de informações e/ou definição de casos
(pneumonia) de forma incorreta não foram considerados. A utilização de dados
secundários de domínio público não necessita de autorização de um Comitê de Ética,
entretanto pode limitar algumas análises que necessitem de informações de caráter
individual, como neste trabalho.
No mesmo sentido, a eliminação de duplicidades não foi possível ser realizada.
Entretanto, acreditamos que esta situação não possa prejudicar de forma relevante os
dados apresentados. A proposta do curso em se realizar um estudo econômico, com
ausência de dados primários, associado ao curto tempo de execução, influenciou na
29
possibilidade da condução de uma avaliação econômica mais criteriosa e robusta,
tornando nosso trabalho mais descritivo e pontual.
O desenvolvimento de trabalhos como este reforça o cenário da economia em
saúde sobre a necessidade e importância de avaliações econômicas completas, no
sentido de demonstrar a relevância do contínuo monitoramento de tecnologias, neste
caso a PCV10, e consequentemente os seus custos na avaliação das tabelas de
ressarcimento do SUS. O estudo de Nunes et al avaliou este quadro, onde investigaram
diferentes métodos de custeio (microcusteio mediante avaliação de prontuário médico,
microcusteio baseado em guidelines terapêuticos e o custo total de reembolso pago pelo
SUS) para avaliação econômica das hospitalizações por pneumonia no Brasil. Os
autores demonstraram que o método de reembolso pelo SUS apresentavam valores
significativamente inferiores quando comparados aos demais (NUNES et al., 2017).
Com isso, em Roraima, por exemplo, que apresenta um dos maiores custos
médios de hospitalização por pneumonia em menores de cinco anos no país, se caso
neste trabalho fossem coletados dados primários, seria possível gerar informações que
seriam mais explicativas quanto ao cenário epidemiológico da doença, forma de coleta e
processamento de dados etc. Sabe-se que diferentes protocolos de atendimento e manejo
clínico, possíveis falhas no preenchimento de formulários, são fatores que podem
influenciar diretamente os custos totais de uma doença.
Este estudo pretende contribuir com o escopo de evidências referente ao impacto
da introdução da PCV10 no calendário nacional pelo PNI. Como toda e qualquer
tecnologia possui um ciclo de vida, a contínua avaliação da mesma, após sua
implementação, torna-se uma das ferramentas mais necessárias para avaliar se a
efetividade da tecnologia, neste caso a PCV10, é realmente custo-efetiva, segura, para
que assim possam ser estabelecidos novos estudos para avaliar uma possível
substituição ou obsolescência, e iniciando, se for o caso, no ciclo de vida de uma nova
tecnologia.
30
6. CONCLUSÃO
Com este trabalho foi possível observar uma grande heterogeneidade na
cobertura vacinal da PCV10 no Brasil, principalmente nos estados das regiões Norte e
Nordeste.
Identificou-se também uma redução importante nas internações por pneumonia
em menores de dois anos em todo o país, de 2010 a 2017.
Os custos das internações por pneumonia em menores de dois anos, na rede
pública de saúde, diminuíram 25% em todo país, de 2010 a 2017.
31
7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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36
APÊNDICE
Tabela a – Número de nascidos vivos por local de residência da mãe, por região e estado no Brasil, 2010 a
2015.
Região/Unidade da Federação 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Norte 306.422 313.745 308.375 313.272 321.682 320.924
Rondônia 25.835 27.658 26.513 27.097 27.560 27.918
Acre 16.495 17.817 16.700 17.075 17.139 16.980
Amazonas 74.188 76.202 77.434 79.041 81.145 80.097
Roraima 9.738 9.945 10.601 10.814 11.120 11.412
Pará 140.687 141.974 137.837 139.416 143.503 143.657
Amapá 15.008 15.114 14.895 15.710 16.271 15.750
Tocantins 24.471 25.035 24.395 24.119 24.944 25.110
Nordeste 841.160 851.004 832.631 821.458 833.090 846.374
Maranhão 119.566 121.109 116.039 115.000 117.071 117.564
Piauí 49.424 50.144 47.962 46.419 47.941 49.253
Ceará 128.831 128.592 126.868 124.876 128.681 132.516
Rio Grande do Norte 47.668 48.101 46.993 46.798 48.111 49.099
Paraíba 58.699 58.741 56.770 56.854 57.535 59.089
Pernambuco 136.591 140.079 141.382 141.453 143.489 145.024
Alagoas 54.164 54.281 52.510 52.488 51.859 52.257
Sergipe 34.016 34.925 34.108 34.228 34.369 34.917
Bahia 212.201 215.032 209.999 203.342 204.034 206.655
Sudeste 1.123.593 1.143.741 1.152.846 1.147.627 1.182.949 1.196.232
Minas Gerais 255.126 259.863 260.544 258.635 267.130 268.305
Espírito Santo 51.853 53.053 52.835 54.065 56.548 56.941
Rio de Janeiro 215.262 220.603 222.859 224.031 233.584 236.960
São Paulo 601.352 610.222 616.608 610.896 625.687 634.026
Sul 369.905 378.093 381.658 386.983 396.462 406.529
Paraná 152.051 152.902 153.945 155.758 159.915 160.947
Santa Catarina 84.611 87.481 88.772 89.875 93.232 97.223
Rio Grande do Sul 133.243 137.710 138.941 141.350 143.315 148.359
Centro-Oeste 220.788 226.577 230.279 234.687 245.076 247.609
Mato Grosso do Sul 40.132 42.152 42.252 42.296 44.058 44.142
Mato Grosso 48.929 51.218 51.256 53.039 56.499 56.673
Goiás 87.476 89.742 93.274 94.822 99.798 100.672
Distrito Federal 44.251 43.465 43.497 44.530 44.721 46.122
Total 2.861.868 2.913.160 2.905.789 2.904.027 2.979.259 3.017.668 Fonte: MS/SVS/DASIS – Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC.
37
Tabela b – Cobertura populacional estimada pelas equipes de Atenção Básica, por estados no Brasil,
em janeiro de 2010 e janeiro 2017.
UF
Jan / 2010 Jan / 2017
População Nº eSF*
Cob. Pop.
Estimada
AB** (%)
População Nº eSF
Cob. Pop.
Estimada
AB (%)
AC 691.132 132 73,0 816.687 221 88,2
AL 3.156.108 759 77,2 3.358.963 839 80,7
AM 3.393.369 529 66,0 4.001.667 664 64,4
AP 626.609 151 89,5 782.295 166 90,7
BA 14.637.364 2.620 64,1 15.276.566 3.435 75,0
CE 8.547.809 1.842 78,4 8.963.663 2.329 84,6
DF 2.606.885 97 46,6 2.977.216 243 58,4
ES 3.487.199 546 66,8 3.973.697 718 70,2
GO 5.926.300 1.065 72,0 6.695.855 1.365 71,8
MA 6.367.138 1.801 82,0 6.954.036 1.994 85,3
MG 20.033.665 4.168 77,1 20.997.560 5.185 86,8
MS 2.360.498 426 65,7 2.682.386 545 69,7
MT 3.001.692 576 70,9 3.305.531 689 74,4
PA 7.457.119 883 48,5 8.305.359 1.384 63,9
PB 3.769.977 1.269 98,8 3.999.415 1.386 97,7
PE 8.810.256 1.867 71,4 9.410.336 2.245 79,2
PI 3.145.325 1.101 98,7 3.212.180 1.292 98,9
PR 10.686.247 1.734 67,2 11.242.720 2.297 76,6
RJ 16.010.429 1.517 45,7 16.635.996 2.813 67,6
RN 3.137.541 875 86,3 3.474.998 1.022 84,5
RO 1.503.928 249 64,9 1.787.279 387 76,9
RR 421.499 99 78,6 514.229 121 79,6
RS 10.914.128 1.216 57,4 11.286.500 2.010 73,3
SC 6.118.743 1.341 83,1 6.910.553 1.739 88,3
SE 2.019.679 555 90,6 2.265.779 608 86,0
SP 41.384.039 3.302 51,1 44.749.699 5.153 60,3
TO 1.292.051 387 92,6 1.532.902 495 94,7 * Número de equipes de Saúde da Família. ** Cobertura populacional estimada da Atenção Básica.
Fonte: e-Gestor Atenção Básica.