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Trabalho apresentando na 31º Reunião Brasileira de Antropologia realizada entre os
dias 09 e 12 dezembro de 2018 Brasília/DF https://www.31rba.abant.org.br/site/capa
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL
MESTRADO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL - PPGAS
KIXOVOKU HÔMO TERENOE:
Um estudo antropológico sobre o jeito Terena de se pinta
GILSON TIAGO
Campo Grande/MS
2018
Projeto aprovado na chamada FUNDECT n° 02/2017 – Mestrado em Mato Grosso do
Trabalho apresentando na 31º Reunião Brasileira de Antropologia realizada entre os
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KIXOVOKU HÔMO TERENOE:
Um estudo antropológico sobre o jeito Terena de se pinta
RESUMO: Este estudo trata o grafismo Terena, suas denominações, iconografia e
diferentes usos. A pesquisa se desenvolve em razão da preocupação que a etnia Terena
possui em afirmar sua identidade diante dos ambientes de conflito e para o
reconhecimento da etnia no Estado de Mato Grosso do Sul e no país, sendo o estudo do
grafismo indígena um empreendimento importante para a vida da comunidade. A pintura
Terena está presente em diferentes ocasiões do dia a dia, na pintura corporal, em
cerâmicas e em instrumentos artesanais. O estudo pretende analisar o significado das
pinturas nos diferentes contextos de uso, sob um viés antropológico, e tem como base o
estudo empírico, através do trabalho de campo realizado na aldeia Água Branca,
município de Aquidauana, e na aldeia Cachoerinha, município de Miranda, baseando-se
em uma relação dialógica com o grupo.
Palavras-chave: Terena, grafismo, pintura indígena.
KIXOVOKU HÔMO TERENOE
KALIHUKOETI YUTOITI: Enepora ihikauti haro yutoxo kixovoku, heruruxea ne
Terenoe, kixovoku noye ûti ne kixovoku heruruxea xoko iyukouke. Poho ituketi haro
itukovo xoko kopenoti Terenoe, motovâti kotiuke ne kixovoku kopenoti, xapukuke
vovoixoku pukeexa ûti eno koekuti akoti anauti, motovatimako, exeokono kixovoku
kopenoti ya Hanaíti Uhiriti, koaneeka Yoko pukeaxa ûti, poho ihikauti kixoku heruruxea
ne kopenoti hanaitimo kuxeava uhakoeti ne xahiko ovati xoko ipuxovokuti. Poho hômo
Terenoe hanekokomaka hura koeti kaxe, ako topi itukokouke, haneye haro hômo koxeui,
xoko ipuneti mote, hura koeti kixovoku ne kopenoti. Poho ihikauti oposikoatimo
kixoekone kixovoku hõmo akoti akoti akotittiiko koyuhoyeevo e itukouke, raro vekomxoko
ihikauti koehati antropologia, koekuti itukoevo ra’a ihikauti ukeati vipuxovoku
Hopunoevoti Úne, ya munisipiuna Pitivoko, Yoko Mbokoti munisipuna Miranda, vooku
vexeamaka ra’a vemou.
Kixoku itukeovo ne emouti: Terenoe, heruruxea, hômo kopenot
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INTRODUÇÃO
Este trabalho trata de relatos do conhecimento tradicional escrito por mim,
indígena da etnia Terena, mestrando do curso em Antropologia Social pela Universidade
Federal Mato Grosso do Sul.
A etnia Terena tem na identidade tradição e cultura admiráveis no campo do
conhecimento tradicional como na agricultura, dança, canto, remédio medicinais,
literatura indígena, pajelança e especialmente nas cores do grafismo tradicional
O trabalho Kixovoku Rômo Terenoe: Um estudo antropológico sobre o jeito
Terena de se pintar é uma etnografia do grafismo Terena da visão êmica, tendo como
objetivo analisar pintura corporal indígena e sua significação para as comunidades das
aldeias Água Branca e Cachoeirinha, de forma que possam fortalecer e manter a tradição
cultural do povo Terena. Os anciãos têm se preocupado com a nossa tradição, e
principalmente com a pintura corporal que está se acabando. Porém, os jovens indígenas
estão sempre inovando com as novas dimensões de pinturas, e por esta razão os anciões
da aldeia Água Branca têm incentivado os jovens a se tornarem acadêmicos de graduação,
mestrado e doutorado, de forma que possam trabalhar pesquisas direcionadas com os
temas da tradição do nosso povo. Este incentivo vem da crença em que somente a escrita
poderá resistir. Se as crianças e jovens da aldeia Água Branca forem conscientizados,
acredita-se que com o uso da pintura corporal indígena e seus grafismos estarão
fortalecendo a identidade do nosso povo, além de valorizar os conhecimentos naturais e
espirituais.
O presente trabalho está dividido em três partes: Primeiramente o Kixovoku
itukeovbo homoyeovo kopenoti - “Saberes da pintura corporal”, que conta o passado sobre
os índios do Brasil e depois, no século XXI, contará a história do povo Terena, o mito
sobre sukirikeano, xumono, e como se prepara as cores utilizadas nas pinturas corporais
e seus significados, hiyokenakipae, hiyokena seputerena, e o conhecimento milenar do
saber indígena sobre dança Ihíyoti kipâhi (dança dos homens Terena) e dança Seputerena
(dança das mulheres Terena) . Em seguida irei trabalhar sobre as “Ações” dos
movimentos políticos indígenas, como por exemplo, utilizadas nas retomadas de
territórios – voposihiyea vitukea. E por último, a vinixone - “Visão” do povo Terena sobre
a tradição cultural e para o futuro dos herdeiros da terra
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UM BREVE HISTÓRICO SOBRE O POVO TERENA – KALI EXETINA
TERENOE
O Estado Mato Grosso do Sul possui a segunda maior população indígena do
país, sendo privilegiado com a vasta diversidade cultural. Os povos indígenas do Estado
Mato Grosso do Sul que ainda falam a sua língua mãe, que detêm os saberes ou
conhecimentos ancestrais, esforçam-se para mantê-los vivos e o fazem também na escola.
Criar livros, contos, escrever através de trabalhos acadêmicos, como outros documento
para mantê-la viva. Nós Terena, valorizamos a fonte de conhecimentos da diversidade
cultural.
A etnia Terena tem aspectos na sua cultura e história contados por viajantes,
antropólogos, missionários desde muitos anos atrás.
Atualmente os Terena são a segunda etnia mais populosa do Estado Mato Grosso
do Sul cuja população está em torno de 28 mil indígenas (IBGE, 2014). Estão localizados
nos municípios de Miranda, Aquidauana, Campo Grande, Nioaque e Dois Irmão do
Buriti; em nosso país existem grupos Terena vivendo em Estados como São Paulo, no
município de Araribá, e no Mato Grosso.
Segundo, Aguilera Urquiza:
Dados do IBGE demostram que muitos dessa população vivem em centros urbanos, a maioria em Campo
Grande/MS. Essa proximidade, muito vezes, leva esses índios a serem considerados “índios civilizados”,
ou “aculturados” ou “índios urbanos”. Na verdade, muitas das pessoas com certeza desconhecem o
cotidiano dessas aldeias, principalmente Terena, ou talvez, até não saibam da existência. Pois segundo
Azanha, “os Terena não querem ser como a gente, apesar das aparências. Eles querem isso sim ter o que
temos do ponto de vista material. Eles, por incrível que possa aparecer, querem continuar Terena [...], ser
Terena e simplesmente querer ser Terena” (AGUILERA URQUIZA, 2016, p.65).
O povo Terena é população diferenciada por se destacar pela sua capacidade
diplomática em seu ponto de vista, porque vislumbram o futuro através de investimentos
em educação, sendo hábeis interlocutores e negociadores políticos, o que possibilita
maior interação com as culturas, entre as quais mantiveram, e mantêm contato, sem que
tais circunstâncias representassem a perda de suas referenciais culturais e identitárias.
O povo Terena hoje está concentrado, em sua maior parte, no Estado de Mato
Grosso do Sul, que faz fronteira entre dois países: Bolívia e o Paraguai. Veja no mapa.
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Figura 1: Fronteira do Mato Grosso do Sul com os países vizinhos Bolívia e o
Paraguai
Fonte: http://geocrimes.com.br/faixa-de-fronteira/
Nós Terena, somos considerados o povo da região do pantanal, ocupamos grande
parte do Estado de Mato Grosso Sul, sendo vizinhos de dois países como Bolívia e a
Paraguai conforme já indicado. Fazemos parte das oitos etnias reconhecidas pela FUNAI
no Estado de Mato Grosso do Sul. Que são Guarany Kaiowá, Nhandeva, Terena,
Kinikinau, Kadiwéu, Guató, Atinku, Kamba.
Conforme exposto, os Terena são remanescentes da antiga nação Guaná e
pertencem à família linguística Aruak. Atualmente, sua população está distribuída em
dezesseis terras indígenas e é estimada em cerca de vinte e seis mil pessoas de acordo
com dados oficiais (SIASI/SESAI, 2014), e que habitam majoritariamente a região norte
do Estado de Mato Grosso do Sul, embora também estejam presentes nos Estados de Mato
Grosso e São Paulo.
Segundo Roberto Cardoso de Oliveira (1968, 1976), o processo histórico em que
se deu o contato e o estabelecimento de relações entre os Terena e a empresa
colonizadora, sobretudo com os portugueses e os missionários católicos e,
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posteriormente, evangélicos, foi marcado pela intensa participação desse povo indígena
nos meios urbanos, o que favoreceu a atribuição aos Terena de estereótipos e preconceitos
que se evidenciam na sua denominação como “bugres”, “aculturados” e “índios urbanos”.
O estudo das relações interétnicas, tal como proposto por Roberto Cardoso de
Oliveira, apresentou-se como alternativa aos estudos inspirados na obra de Franz Boas e
no que se costumou chamar de culturalismo norte-americano, pois conferia prioridade aos
temas da “identidade”, da “mudança social”, das “fronteiras étnicas” e da participação
dos indígenas na vida urbana (FRANCO, 2011). Não por acaso, a sua obra se transformou
rapidamente em referência obrigatória para a comunidade antropológica brasileira, pois
proporcionava uma crítica à teoria da aculturação e, ao mesmo tempo, uma descrição
minuciosa do que chamou de “fricção interétnica” (LARAIA, 2008, p. 551). Contudo, um
dos efeitos da recepção bem-sucedida da obra de Roberto Cardoso de Oliveira é o fato de
que os estudos antropológicos sobre o povo Terena estejam concentrados, via de regra,
em torno das relações de contato e de interação com a sociedade envolvente.
Pode-se comprovar a influência desse paradigma através de uma pesquisa na
Base de Teses e Dissertações da CAPES,1 onde encontramos 218 trabalhos acadêmicos
relacionados a temas que exploram diferentes aspectos do contato e os seus
desdobramentos na atualidade, tais como: a relação dos Terena com as missões
evangélicas; a educação escolar indígena e os dilemas do bilinguismo; a participação de
jovens indígenas nas instituições de ensino superior e os resultados das políticas de ações
afirmativas; os conflitos fundiários e a luta pelos territórios tradicionais; entre outros.
Porém, há importantes lacunas no que se refere ao estudo antropológico das expressões
culturais do povo Terena, sobretudo quando comparamos o enorme investimento
etnográfico e teórico referente aos temas das artes e rituais indígenas em outras regiões
no Brasil, como no caso dos povos amazônicos.
A DIVISÃO DO TERENA
Acerca da história, o antropólogo Roberto Cardoso de Oliveira (1976) descreve
o mito “Yurikoyuvakai”. O herói tirou os Terena do fundo da terra, lhes entregou o fogo,
1 Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. http://bancodeteses.capes.gov.br/banco-
teses. Acesso em 12/03/2017. (nota do autor)
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instrumento necessário para a sobrevivência. O autor ainda nos descreve a divisão do
Terena em duas partes distintas, ou seja, uma parte é o grande guerreiro e outra pacífica.
Segundo narrativas, um casal indígena tinha um filho de nome yurikoyuvakai, que era
solitário. Conta-nos a tradição que os pais de um moço o convidavam para trabalhar e ele
não queria ir, e houve um dia em que ele teve que ir por castigo para a roça com seus pais,
e lá a sua mãe tirou a foice e cortou Yurikoyuvakai ao meio. Assim, resultaram dois
indivíduos, ou seja, um da cintura para cima e o outro, da cintura para baixo. Dessa
imagem se deu a origem das duas metades distintas dos Terena: os sukrikiano e os
xumonó.
Segundo Baltazar (2010):
A estrutura da organização social dos Terena era constituída pelo “Chefe de Guerra”, que presidia o
“Conselho Tribal” da Aldeia. Esse conseho representava as metades endogâmicas, conhecidas como
“Xumonó” e “Sukrikiano”. Cada metade tinha um chefe, chamado de “nâti”. Em caso de morte, o cargo era
transmitido geralmente para o filho mais velho, que precisava demonstrar as aptidões individuais para ser
“nâti”; caso contrário passava-se para o próximo filho que demonstrasse possuir tais aptidões. Essa
indicação era submetida à aprovação do “Conselho Tribal” da Aldeia (BALTAZAR, 2010, p. 50).
Podemos dizer que, o primeiro dos nâti representava o chefe, o segundo
XunaXati representava os guerreiros, e o terceiro representava Vahere Xane, o trabalhador
do campo.
Figura 6: Disposição dos Conselheiros e do Presidente do Conselho Tribal
coordenando uma “houxóvoti” ou reunião, lugar de tomada de decisão
Fonte: BALTAZAR, 2010, p. 53
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Já o antropólogo Roberto Cardoso de Oliveira descreve que as camadas eram
representadas da seguinte forma:
A dinamização da estrutura social Guaná pode ser atribuída à mobilidade vertical, que, se não teve início
em razão das relações com os Mbaya- guaikurú, deve ter-se intensificado depois que os Guaná aceleraram
suas capturas no esforço de seguirem o ritmo de seus aliados.
Dessa maneira, os Guaná, à medida que se estratificavam de forma a garantir a chefia e a liderança do
grupo e uma só camada, a dos Naãti, formada – como vimos – pela parentela dos caciques, estabelecia um
inteligente mecanismo de compensação. Essa camada, endogâmica como as demais, tornava-se permeável
aos heróis, que por meio de seus feitos guerreiros a ela ascendiam. Tal possibilidade de ascensão social não
se limitava, entretanto, aos Where- Txané; era dada também aos Kauti, aos cativos, que se ajustavam ao
mesmo mecanismo de mudança de status, i e, á elevação do indivíduo a camada imediatamente superior.
(OLIVEIRA,1976, p. 44)
A partir da camada endogâmica que as famílias se conhecem, ou seja, através da
pintura corporal no dia a dia da comunidade em qual pertence. A partir dessa divisão de
camada social entre as famílias, manifestava-se as cores Terena da seguinte forma, família
sukrikiano sempre ser sukrikiano e o xumonó sempre será o Xumonó.
Figura 7: Metades Endogâmicas dos Terenas
Fonte: BALTAZAR, 2010, p. 38
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A cor da pintura corporal da família sukrikiano é cinza branca, com cinza preta.
De acordo com a narrativa2 do senhor Januário3, o cacique de dança Ihiyotikipaexoti:
HÕMO HONOITI KIPÃHI, SURIKIRIANO, ENONE RA PÔU, HOPUITI, ENEMONE ITUKO HÔMO
NE HONOITI, POHO HOPUITI, ENONE KAAPENOMAKA RA’A HARAÍTI, UKETI XOKO,
MOVOITI HI’E, ORÓ’OKOVO, ENONE UKEA RA HARAITI, ENONE KAAPENE HARAITI,
HONOITI ITUKOA HÕMO, HONONOITI, RÔMO SUKIRIKEANO.
AGORA VAMOS FAZER A PINTURA DO GRUPO AZUL OU VERDE, SUKIRIKEANO, E A COR E
BRANCA, QUE VEM DA CINZA, JUNTO COM A PRETA QUE VEM DA QUEIMA DA PALHA. É
ESSA CINZA BRANCA E PRETA E A COR DO GRUPO SUKIRIKEANO.
A cor da pintura corporal da família Xumonó é terra vermelha com a cinza preta,
de acordo com a narrativa do senhor Janúario.
IHIYOTI KIPAHI, KAAEYE KIXOOVI NE VUVU LENDIU, KAAYE KIXOOVI PONE HARAITI,
XUMONO KIXOOVI, VITUKOTIMO UKEAKU HÕMO NE HARAITI UKEAKU NE HARAITI,
ENOMONE KAHAINE RA HARARAITI, HARARAITI ENOMONE KAHAINE RA HARAITI, POHO
HARAITI RARO UKEA XOKO MOVOITI HIE, ENO OROOKOVO PORO EPOUXA RA HIE, ENONE
UKEA RAA HARAITI, INA KALAKAIKOTIMO RAA ENOMONE ITUKO HÔMO RAAR HARAITI,
HARARAITI KAHAINE, RÕMO XUMONO.
SEGUNDO ANCIÃO LENDIU, QUE NOS CONCEDEU PARA SERMOS O CACIQUE DE DANÇA,
ESSA COR DA ALA XUMONÓ, É ESSA COR VERMELHA É FAMÍLIA OU GRUPO XUMONÓ.
AGORA A OUTRA PINTURA COM O COR PRETA JUNTO COM VERMELHA; A COR PRETA VEM
DA QUEIMA DA PALHA SECA, E DEPOIS DE VIRAR CINZA, MISTURA COM ÁGUA E PINTA
JUNTO COM A COR VERMELHA, QUE SE CHAMAXUMONÓ.
Os dois grupos sukrikiano e xumonó, na cosmologia do povo Terena,
permanecem até o dia de hoje a divisão da comunidade, mas na luta por direitos
territoriais, saúde, educação e outras as comunidades se juntam para lutar pelos direitos
comuns dos povos indígenas.
Segundo Tassinari:
(...) cada cultura indígena nos representa a atualização de uma tradição ancestral, compartilhada pelos
demais membros de sua família linguística. Cada cultura indígena apresenta também uma versão própria
2 Relatos do trabalho de campo. 3 O senhor Januario e membro da liderança local da aldeia Cachoerinha e também líder de dança dos
homem.
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das ideias e dos costumes conhecidos através do contato com outras populações. O mesmo tem ocorrido
em relação ao contato com a nossa sociedade. Mesmo que esta apresente às sociedades indígenas uma
tradição tão radicalmente diferente, influenciando-as com nossas ideias, hábitos e técnicas, esta influência
tem sido sempre interpretada, ressignificada e incorporada a partir de certas referências (cosmológicas) e
costumes (TASSINARI, 1995, P.472). Mesmo após de 500 anos de o contato agressivo: expedições de
aprisionamentos, escravidão, missões religiosas, tentativas de miscigenações forçadas, não foram capazes
de tornar os povos indígenas “iguais a nós”. O que percebemos ter ocorrido, a partir deste meio milênio de
contato entre as sociedades indígenas e os vários grupos que compõem e nossa sociedade, é que todos nós
mudamos, mas cada um mudou a maneira, de forma que continuamos vivendo e convivendo com a nossas
diferenças (1995, p. 472; apud. AGUILERA URQUIZA, 2016, p. 164).
2.2 PINTURA CORPORAL TERENA
O povo Terena tem na sua peculiaridade a pintura corporal, grafismo e cor como
forma da preservar a sua identidade tradicional de indígena. É a utilização do grafismo e
de cores para embelezar o corpo para luta pelo território, nos movimentos, cerimonias de
festa, na reza, simpatia, é crença, em que são utilizados vários seguimentos de linhas
geométricas. Todos os desenhos possuem significado relacionado à cosmologia de etnia
Terena. A elaboração segue uma faculdade própria da etnia, pois a pintura tem um sistema
de comunicação com a natureza e reflete um acontecimento marcante.
Na cosmologia Terena, pertencente ao tronco linguístico Aruak e subgrupo
Guaná, podemos definir três ordens ou domínios, os quais se encontram referidos na
nomenclatura das pinturas, nas cores e nos grafismos: a natureza, a cultura e o
sobrenatural.
Os indígenas Terena representam através da pintura corporal o sol, as estrelas e
a lua. Os indígenas Terena antigamente se pintavam como a lua, porque todas as vezes
que lua nova surgia, as crianças de todas as aldeias, ao entardecer, eram convidadas pelos
pais para contemplar e pedir à lua bem estar, como também fazer seus pedidos ao sol no
amanhecer, e para as estrelas também são feitos pedidos. Na cosmologia Terena, que vem
de muitos anos, até os dias de hoje, essas petições são usadas para chamar o bom viver.
Como mostra no livro confeccionado por professores indígenas, em que eu fiz
parte, do Município de Miranda em 2016:
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ENEPORA MOPÓ’ATI HOMÔMOTI ENOMONE ITUKO HÔMO NEKO VIYENOXAPA MÊKU,
VÓ’OKUKE ITUKEOVO ÉNOMONE EPEMOVO APE YUVATI YOKO EPEMOVO POREXEA EOTI
HÁ’I NÓNE. ENEPONE KÂXE ENOMONE EPEMOVO MOTOVÂTI UNATATIYEA KOEKU NE NÓNE,
MOTOVÂATI ENOIYE HÁ’I KENE NE KOHÊ ÉPEMOKU KOÚHAPUIKEA KOEKUTI VÉKOKU
KOANEMAKA YA INÂMATI KOHÊ EPEMOAMAKA NE KALIVÔNO EXEA YÓNEA, YOKO EPEMOATI
OMÓPEA ARINETI, YOKO HEU KOETI VÁHERE KIXOVOKUTI, KENE RA HEKERE EPEMOATI
UHAPUI KOYEYEA UTI, MOTOVATI AKOYEA YUVÓ’OVITI, AKOYEA VÁVAHEXA HAHÁKUTIKE,
ÉNOMONE KUTIKOINO VITUKOATI HOMO ÚTI ENEPORA MOPÓ’ATI KIXOVOKUTI, ÉNOMONE
VITÚKO VITÚKÓ’OVITINA MEKU RA HEKÉRE, KÂXE YOKO KOHÊ.
ANTIGAMENTE NOSSOS ANTEPASSADOS USAVAM TRÊS PINTURAS:
O SOL, A LUA E AS ESTRELA.
FAZIAM SUAS PETIÇÕES QUANDO ACONTECIA ALGUMA COISA, FAZIAM PEDIDO DE QUE AS
PLANTAÇÕES FOSSE MUITO FARTAS, AO SOL PEDIAM BOA COLHEITA NAS PLANTAÇÕES. PARA
A LUA PEDIAM PROTENÇÃO AS CRIANÇAS, NOVAS CRIANÇAS, QUE APRENDESSEM A ANDAR
RÁPIDO E QUE A LUA LEVASSE TODAS AS DOENÇAS E TODAS AS COISAS RUINS, PARA AS
ESTRELAS, QUE ALUMINASSEM EM QUALQUER LUGAR E QUE NÃO ACONTECESSE NADA RUIM,
PARA QUE NÃO FICASSEM NA ESCURIDÃO. POR ISSO, QUE PINTAVAMOS-NOS DAS TRÊS
PINTURAS: O SOL, A LUA E AS ESTRELAS, ELES ERAM NOSSOS DEUSES NO PASSADO. (MARTA
TÂNIA JULIO RAIMUNDO: 2016, p. 88).
Na cosmologia Terena, o sol, as estrelas e a lua são para onde o povo Aruak
direciona seus pedidos. Esse povo acredita que a natureza é um marco fundamental para
sua sobrevivência. Tudo que vem da natureza tem seu encanto, sendo importante para
povo Terena por afastamento dos males, como por exemplo, as doenças, e para afastar as
coisas ruins que vêm ao nosso encontro. Devemos pedir que a natureza traga riquezas
para nossos familiares, para a nossa comunidade, nossa liderança local, além de harmonia
e saúde para todo o povo. Estando em harmonia, as plantas crescem, dá frutos para nos
alimentar a todos, nossa família e toda a nossa comunidade.
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Foto: sem fonte
HOMO TERENOE
A pintura corporal representa a identidade ética de um povo e neste trabalho
discutiremos cada cor utilizada nas danças tradicionais e seus significados. Partimos deste
conceito para podemos entender o valor de cada cor do grafismo Terena a partir da
definição ligada no processo de signo e marca material, que dão sentido a cada grupo.
As cores utilizadas na pintura corporal pelo povo Terena são: branca, vermelho,
preto, cores estas, que costumamos retirar da natureza, encontrada na própria
comunidade. Cada cor tem o seu significado, que irei descrever abaixo.
A COR BRANCA – HOPUITI
De acordo com o relato do ancião Quintino4, da aldeia Cachoeirinha, a cor branca
provém de todas as casas depois de se fazer fogo ou do fogão à lenha onde a cinza era
jogada. Pegava-se a cinza branca, mais clara, que servia para preparar a pintura na cor
branca. O significado desta cor branca é a “nuvem”.
Na fala do ancião o nome popular Anûti:
POHO HOPUITI KAPASI KAPASI KIXOEKO.
E ESSE BRANCO SIGNIFICA NUVEM.
4 O senhor Quintino da Silva é ancião da aldeia que fazia parte liderança local da aldeia Cachoerinha.
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Quintino da Silva
Também a cinza branca representa um remédio do povo Terena, sendo muito
boa para aliviar combustão na barriga ou prisão de ventre, o nome na língua materna é
Irapuixoti. Ao passar essa cinza na barriga, surge grande alívio.
A cinza branca é um dos recursos utilizados na confecção de grafismo nas
cerâmicas Terena, embelezando as mesmas, deixando assim, bem bonita a pintura da
cerâmica. É outra utilização do cinza branco, cosmologia e na crença Terena e outra forma
de uso, dependendo a situação que pode ser usado.
Foto: próprio.
Ancião da aldeia Cachoerinha o Senhor Quintino da Silva
2.2.4 A COR VERMELHA – HARARAITI
A cor vermelha é retirada de bem longe, no fundo da terra onde somente o xûluki
busca, e todas as vezes que os Terena buscam essa cor é para se pintar de maneira que
pode ser usado na pintura corporal.
A cor vermelha significa o derramamento de sangue dos índios durante
exploração da vida alheia, na perseguição e da exploração da sua terra, representando a
memória de cada guerreiro e o modo de pensar de tal forma que somente ele sabe o
significado nas lembranças da sua vivência. Se ainda há povos em que as lembranças do
passado como o invasão ocorrida em vários momentos da nossa história, desde o
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descobrimento até o momento na vida, percebe-se que a luta ainda não terminou, e outras
estão começando, e outras já encerraram a caminhada, deixando uma valorosa educação
e gratidão para os novos herdeiros, que irão aderir à luta também, com esperança e
confiança em um futuro melhor.
Fala do ancião ex. Cacique:
HARARAITI ÍTI KIXOEKO, ÍTI VITINA, KIHINA POHO HIYOKEXO KIPAEXOTI HAINA KOEKURI
KOETI, POHO HARARAÍTI, ITUKENEOKU TAKIKUHIKO HÔMO ENO NE ÍTI, YANE
HOUXAPANOHIKO POHO HARARAITI ENO KIXOEKO ÍTI, NAKOETIYE? ENOTI VIYENO EVOKOTI
VITINA, ENOMONE KIXOEKO.
O COR VERMELHO SIGNIFICA O SANGUE, NOSSO SANGUE, POR ISSO QUANDO DANÇAMOS
DANÇA DA EMA, NÃO É QUALQUER COISA MAS SIM UM GRANDE SIGNIFICADO, TAMBÉM O
VERMELHO COLOCADO NO BRAÇO, A COR SIGNIFICA O SANGUE, POR ISSO MESMO A COR
VERMELHA SIGNFICA O SANGUE, PORQUE TEM BASTANTE PARENTES QUE PERDERAM O SEU
SANGUE DURANTE A CAMINHADA.
Cirilo Raimundo
O senhor Cirilo Raimundo
Foto; arquiva próprio
A terra vermelha é também um recurso usado para colorir de vermelho as
cerâmicas confeccionadas geralmente pelas mulheres Terena, e o uso dessa matéria é
muito importante o saber colher a definição de qualidade de uso. Também é importante
na construção de atûpu (tijolos feito de terra vermelha) e esse tijolo é importante na
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construção de parede de casas. A terra vermelha é importante para tampar os buracos de
casas pau, ou seja, feitas a pique antigamente.
A Terra vermelha tem várias utilizações para o povo Terena, algumas citadas
anteriormente, mas também é boa na construção de fogão a lenha, no fogão para cozinhar
doce, como rapadura, dentre outras utilidades.
2.2.5 A COR PRETA – HAHAITI
A cor preta pode ser adquirida de duas maneiras. A primeira vem da cinza do
capim queimado, e a outra do carvão.
A primeira e do capim seco ou folhagem de bacuri seca, logo após e queimada
para obter a cinza preta, e mistura com água para os guerreiros se pintarem.
A seguir trazemos a fala5 do cacique de dança masculino o senhor Florêncio
Mauricio, conhecido popularmente como MÂNGUI:
HARO KOÊ YUHOINOVO VOVO LENDIU, KIXOEKUTI HA HARAÍTI, KAHAHAIKEOVO VIYENO
MÊKU VÓ’OKU ENOYEA EVOE IYENOXAPA YANOKO NGUERAKE.
O VOVÓ DIZIA SEMPRE, O SIGNIFICADO DE SE PINTAR COM O COR PRETO, E NO PASSADO
MUITO PARENTES PERDERAM A VIDA DURANTE A RESISTÊNCIA E A LUTA.
A cor preta também é retirada no carvão, onde os guerreiros socam o carvão,
depois colocam um pouco de água e logo após se pintam.
A cor preta significa o luto, a perda de grande guerreiro. Na luta, no movimento,
na caminhada, e cada guerreiro tem o seu próprio significado na sua ideia, guardado a
sete chaves de ouro.
O material preto é muito importante, na vida do povo Terena, como afastamento
do mal, assombrador das crianças, à noite, mais uma petição do povo Terena.
ESSA PETIÇÃO, ACONTECE A NOITE QUANDO AS CRIANÇAS DORMEM TEM
ASSOMBRADOR QUE CHEGA NA CRIANÇA, AI ELAS COMEÇAM A CHORAR. PARA ISSO NÃO
5 Relatos do trabalho de campo.
Trabalho apresentando na 31º Reunião Brasileira de Antropologia realizada entre os
dias 09 e 12 dezembro de 2018 Brasília/DF https://www.31rba.abant.org.br/site/capa
ACONTECER E NECESSÁRIO QUE AS CRIANÇA SEJAM PINTADAS O ROSTO PARA DORMIR
ATÉ DE MANHÃ
Dona Leida Mámedio
E o significado das três cores informa que os dias melhores virão, onde sol nasce
sorrindo para a natureza viva, onde quer que esteja no seu habitar, seja humano, ou
animais nascendo crescendo vivendo com muita harmonia da vida terrestre.
2.3 A DANÇA HIYOKENA KIPÂHI - DANÇA DOS HOMENS TERENA
A etnologia sobre a dança Hiyokena Kipâe, é uma dança tradicional da cultural de
etnia Terena que vem ao longo de tempo e continua até hoje. Em as comunidades
celebram a dança, onde quer que estejam ora nas aldeias ora fora da aldeia celebram a
dança. No mês de abril de todos os anos as comunidades dançam durante o mês inteiro
para apresentação no dia 19 de abril, para reflexão da vida de um povo considerado
minoria. Atualmente a apresentação da dança Hiyokena Kipâe, também ocorre após as
conquistas do povo Terena, em encontros, reuniões, Assembleias do povo Terena,
festividades, formaturas, e nas defesas de conclusões de cursos de diversos graduandos e
mestrandos indígenas e aguardamos em futuro próximo de doutorandos.
Figura 8: Apresentação da dança Hiyokena Kipâe na 11º Assembleia do povo
Terena na aldeia Água Branca
Trabalho apresentando na 31º Reunião Brasileira de Antropologia realizada entre os
dias 09 e 12 dezembro de 2018 Brasília/DF https://www.31rba.abant.org.br/site/capa
Fonte: Arquivo pessoal do autor – Novembro/2017
Figura 9: Representação do último passo da dança Hiyokena Kipâe em que o
cacique está elevado como referência máxima
Fonte: Arquivo pessoal do autor.
O povo Terena, espera que um dia a dança possa ser reconhecida como
patrimônio artístico, cultural, étnico. A luta dos guerreiros através das apresentações,
resiste até hoje dentro da comunidade, no domínio da dança masculino passando dos pais
para os filhos, de geração para geração, essa belíssima dança preservada como saberes
indígena
REFERÊNCIAS
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______________ relatório GT 553 FUNAI Brasília, FUNAI 2000
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