universidade federal de pelotas centro de engenharias
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
Centro de Engenharias
Curso de Engenharia de PetrΓ³leo
Trabalho de ConclusΓ£o de Curso
Desenvolvimento de um Simulador Computacional de ReservatΓ³rio de PetrΓ³leo Utilizando a Metodologia Fully Implicit Black-Oil
Bruno Vernochi
Pelotas β RS, 2018
Bruno Vernochi
Desenvolvimento de um Simulador Computacional de ReservatΓ³rio de PetrΓ³leo Utilizando a Metodologia Fully Implicit Black-Oil
Trabalho de ConclusΓ£o de Curso
apresentado ao curso de Engenharia de
PetrΓ³leo da Universidade Federal de
Pelotas, como requisito parcial Γ
obtenção do tΓtulo de Bacharel em
Engenharia de PetrΓ³leo.
Orientador: Prof. Dr. Valmir Francisco Risso
Pelotas β RS, 2018
Universidade Federal de Pelotas / Sistema de BibliotecasCatalogação na Publicação
V539d Vernochi, BrunoVerDesenvolvimento de um simulador computacional dereservatΓ³rio de petrΓ³leo utilizando a metodologia FullyImplicit Black-Oil / Bruno Vernochi ; Valmir Francisco Risso,orientador. β Pelotas, 2018.Ver70 f. : il.
VerTrabalho de ConclusΓ£o de Curso (Graduação emEngenharia de PetrΓ³leo) β Centro de Engenharias,Universidade Federal de Pelotas, 2018.
Ver1. FluidodinΓ’mica computacional. 2. Fully Implicit Black-Oil method. 3. Engenharia de reservatΓ³rio. 4. Simulação dereservatΓ³rio de petrΓ³leo. 5. MΓ©todo totalmente implΓcitoblack-oil. I. Risso, Valmir Francisco, orient. II. TΓtulo.
CDD : 622
Elaborada por Maria Inez Figueiredo Figas Machado CRB: 10/1612
Bruno Vernochi da Conceição
Desenvolvimento de um Simulador Computacional de ReservatΓ³rio de PetrΓ³leo Utilizando a MetodologiaFu//y/mp/icit 8/ack-Oil
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado, como requisito parcial, para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia de Petróleo, Curso de Engenharia de Petróleo, Universidade Federal de Pelotas.
Data da Defesa: 02/08/2018.
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Valmir Francisco Risso (Orientador)
Doutor em CiΓͺncias e Engenharia de PetrΓ³leo pela Universidade Estadual de Campinas.
Prof. Ora. Fernanda Vaz Alves Risso
Doutora em Engenharia de Alimentos pela Universidade Estadual de Campinas.
p011Jt:f--U.1J11:i.ULI-4::lrd Silva
Engenharia QuΓmica pela Universidade Estadual de Campinas. β
iv
AGRADECIMENTOS
A gratidΓ£o Γ© um dos sentimentos mais nobres que existe. Ser grato Γ© abrir o
coração e deixar fluir este sentimento que envolve a nossa alma. Ser grato é
reconhecer um benefΓcio que recebemos e que nada nos custou, embora seja algo
tΓ£o caro e tΓ£o relevante. A gratidΓ£o Γ© um sentimento tΓ£o profundo, que Γ© difΓcil
expressΓ‘-la com simples palavras. (Alvernaz, C. 2008)
Tenho a agradecer integralmente a minha famΓlia, pais, irmΓ£os, tios e avΓ³s
pelo apoio e suporte incondicional durante a graduação, em especial ao meu irmão
Caio, devido aos seus sacrifΓcios perante a famΓlia.
A todos professores, os quais tive oportunidade de ter aulas e adquirir
conhecimento que são de extrema importÒncia, pois sem seus esforços não existiria
a graduação. Diante da magnitude de seus atos em face ao enriquecimento da
transmissão de conhecimento para os alunos, faço um singelo agradecimento por
meio deste.
Durante a graduação conheci diversas pessoas com visão de mundo
distintas, as quais trazem um novo aprendizado e somam para o desenvolvimento
pessoal que também faz parte da graduação. A essas pessoas também tenho que
agradecer pois sem elas ficaria estagnado. Em especial a minha namorada Simone,
por me suportar no perΓodo mais intrigante e desafiador da graduação.
Por fim tenho a dizer muito obrigado e dar um caloroso abraço a todos!
v
Se eu nΓ£o sou por mim mesmo, que serΓ‘ de mim? E quando eu sou para mim, que sou eu? E se nΓ£o for agora, quando?
Hilel, O AnciΓ£o
vi
RESUMO
VERNOCHI, BRUNO. Desenvolvimento de um Simulador Computacional de ReservatΓ³rio de PetrΓ³leo Utilizando a Metodologia Fully Implicit Black-Oil. 2018. 64f. Trabalho de ConclusΓ£o de Curso (Bacharel em Engenharia de PetrΓ³leo)
Centro de Engenharias, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2018.
A simulação numérica do fluxo de fluidos em meios porosos, é utilizada
desde a estimação do volume das reservas até a projeção de quando irÑ ocorrer o
abandono da produção de um campo petrolΓfero. Por esses motivos Γ© de extrema
importΓ’ncia o entendimento do comportamento dos fluidos a nΓvel de reservatΓ³rio,
que alia conceitos do cÑlculo diferencial, lei da conservação de massas, lei de Darcy
e propriedades das rochas e fluidos, que possibilitam criar modelos matemΓ‘ticos de
um reservatΓ³rio de petrΓ³leo. Neste trabalho foi aplicado o mΓ©todo fully implicit black-
oil model, formulado por Ertekin et al. (2001), com o intuito de assimilar os conceitos
necessÑrios para aplicação do método e analisar seu funcionamento. A aplicação foi
em um modelo retangular com malha de 10x10x5, com as trΓͺs fases presentes, com
apenas um poço, com produção e pressão fixa, e um tempo de simulação de cinco
dias. Foi observado que a convergΓͺncia do modelo tende a seguir a estimação de
inicialização do modelo e os fluidos tendem a deslocar-se para zonas preferenciais
devido a sua densidade, jΓ‘ a pressΓ£o com comportamento estΓ‘vel e sendo
influenciada pela retirada de fluidos pelo poço. A validação do resultado mostrou um
erro em comparação do simulador CMG IMEX de 1.25% na saturação de Ñgua,
31.14% na saturação de gÑs e 1.1% na pressão do óleo. Mostrando a extrema
importÒncia da inicialização correta do modelo, além de que o tratamento durante as
iteraçáes deve levar em consideração o tamanho do passo no tempo para variar as
propriedades, assim gerando valores mais sensΓveis e fazendo convergir
corretamente.
Palavras-chave: modelo black-oil totalmente implΓcito, fluidodinΓ’mica
computacional.
vii
ABSTRACT
VERNOCHI, BRUNO. Development of a Computational Petroleum Reservoir Simulator using the Fully Implicit Black-Oil Methodology. 2018. 64p. Course
Conclusion Paper (Graduation in Petroleum Engineering) CEng, Federal University
of Pelotas, Pelotas, 2018.
Computational methods for multiphase flow in porous media, it is widely used
since volume estimation of reserves up to the projection of the abandonment of the
production of an oil field. For these reasons is extremely important to understand the
fluid behavior at reservoir level, which combines concepts of differential calculus, law
of conservation of mass, Darcyβs law and proprieties of rocks and fluids, allowing
create mathematical models of a petroleum reservoir. In this work the method of fully
implicit black-oil model was applied, formulated by Ertekin et al. (2001), with main
intention to assimilate the concepts necessary for the application of the method and
to analyze its functioning. The method was applied in a rectangular model with mesh
of 10x10x5, with oil, gas and water phases, and only one production well with
pressure and volumetric flow fixed, with simulation time of five days. It has been
observed that the convergence of the model tends to follow the estimation of model
initialization and the fluids tend to move to preferred areas due to its density, already
the pressure with stable behavior and being influenced by the withdrawal of fluids by
the well. The validation of the result showed an error compared to the CMG IMEX
simulator of 1.25% in water saturation, 31.14% in gas saturation and 1.1% in oil
pressure. Showing the extreme importance of the correct initialization of the model,
besides that the treatment during the iterations should take into consideration the
size of the time step to vary the properties, thus generating more sensitive values
and converging correctly.
Keywords: fully implicit black-oil model, computational fluid dynamics.
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1. Ilustração de um campo de petrΓ³leo em subsuperfΓcie. ......................... 17
Figura 2.1. Volume de controle de um sistema. ....................................................... 23
Figura 2.2. Representação de um sistema de volumes de controle ......................... 31
Figura 4.1. Fluxo de implementação do trabalho de conclusão de curso. ............... 40
Figura 4.2. Processo iterativo do mΓ©todo fully implicit black-oil ............................... 42
Figura 6.1. Malha retangular para a aplicação da metodologia. ............................... 50
Figura 6.2. Corte frontal da malha com dados iniciais de saturação. ....................... 50
Figura 6.3. Mapa de saturação, primeiro passo no tempo. ...................................... 52
Figura 6.4. Mapa de pressΓ£o, primeiro passo no tempo. ......................................... 52
Figura 6.5. Mapa de saturação, segundo passo no tempo. ..................................... 52
Figura 6.6. Mapa de pressΓ£o, segundo passo no tempo. ........................................ 52
Figura 6.7. Mapa de saturação, quarto passo no tempo. ......................................... 53
Figura 6.8. Mapa de pressΓ£o, quarto passo no tempo. ............................................ 53
Figura 6.9. Mapa de saturação, quinto passo no tempo. ......................................... 54
Figura 6.10. Mapa de pressΓ£o, quinto passo no tempo. .......................................... 54
Figura 6.11. Mapa de saturação, 1º e 2º passo no tempo. ....................................... 55
Figura 6.12. Mapa de pressΓ£o, 1ΒΊ e 2ΒΊ passo no tempo........................................... 55
Figura 6.13. Mapa de saturação, 3º a 5º passo no tempo. ....................................... 55
Figura 6.14. Mapa de pressΓ£o, 3ΒΊ a 5ΒΊ passo no tempo........................................... 55
Figura 6.15. Comparação da pressão entre as simulaçáes FIM e CMG IMEX ........ 56
Figura 6.16. Comparação da saturação entre as simulaçáes FIM e CMG IMEX ..... 57
Figura 6.17. Zona de GÑs, comparação entre as simulaçáes FIM e CMG IMEX ..... 58
Figura 6.18. Zona GΓ‘s-Γleo, comparação entre as simulaçáes FIM e CMG IMEX . 58
Figura 6.19. Zona de Γleo, comparação entre as simulaçáes FIM e CMG IMEX .... 59
Figura 6.20. Zona Γleo-Γgua, comparação entre as simulaçáes FIM e CMG IMEX 59
Figura 6.21. Zona de Γgua, comparação entre as simulaçáes FIM e CMG IMEX ... 59
Figura 6.22. AnÑlise global entre as simulaçáes FIM e CMG IMEX. ........................ 60
ix
LISTA DE TABELAS
Tabela 6.1. Resultados do primeiro passo no tempo. .............................................. 52
Tabela 6.2. Resultados do segundo passo no tempo. ............................................. 53
Tabela 6.3. Resultados do quarto passo no tempo. ................................................. 53
Tabela 6.4. Resultados do quinto passo no tempo. ................................................. 54
x
LISTA DE EQUAΓΓES
Equação 2.1. Porosidade. ........................................................................................ 20
Equação 2.2. Compressibilidade. ............................................................................. 21
Equação 2.3. Massa EspecΓfica. .............................................................................. 21
Equação 2.4. Vazão Volumétrica. ............................................................................ 23
Equação 2.5. Conservação da Massa...................................................................... 23
Equação 2.6. Lei de Darcy. ...................................................................................... 23
Equação 2.7. Velocidade Aparente β Lei de Darcy. ................................................. 24
Equação 2.8. Método de Newton-Raphson. ............................................................. 24
Equação 2.9. Método de Newton-Raphson para Sistema de Equaçáes. ................. 24
Equação 2.10. Método de Newton-Raphson para Sistema de Equaçáes. ............... 24
Equação 2.11. Método de Newton-Raphson para Sistema de Equaçáes ................ 25
Equação 2.12. Método de Newton-Raphson para Sistema de Equaçáes ................ 25
Equação 2.13. Definição da Derivada ...................................................................... 25
Equação 2.14. Série de Taylor ................................................................................. 25
Equação 2.15. Diferença Finita Progressiva EDO ................................................... 25
Equação 2.16. Diferença Finita Regressiva EDO .................................................... 25
Equação 2.17. Diferença Finita Central EDO ........................................................... 25
Equação 2.18. Diferença Finita Progressiva EDP .................................................... 26
Equação 2.19. Diferença Finita Regressiva EDP ..................................................... 26
Equação 2.20. Diferença Finita Central EDP ........................................................... 26
Equação 2.21. Equação Diferencial Parcial ............................................................. 26
Equação 2.22. Condição de Dirichlet ....................................................................... 27
Equação 2.23. Condição de Neumann..................................................................... 27
Equação 2.24. Condição de Neumann..................................................................... 27
Equação 2.25. Método de Euler ............................................................................... 28
Equação 2.26. Método de Euler ............................................................................... 28
Equação 2.27. Método de Euler ............................................................................... 28
Equação 2.28. Método de Euler ............................................................................... 28
Equação 2.29. Método de Euler ............................................................................... 28
Equação 2.30. Saturação Total ................................................................................ 29
Equação 2.31. PressΓ£o Capilar da Γgua ................................................................. 29
Equação 2.32. Pressão Capilar do GÑs ................................................................... 29
xi
Equação 2.33. Fluxo da Γgua .................................................................................. 29
Equação 2.34. Fluxo de Γleo ................................................................................... 29
Equação 2.35. Fluxo do GÑs .................................................................................... 30
Equação 2.36. Transmissibilidade ........................................................................... 30
Equação 2.37. Vizinhos em I .................................................................................... 31
Equação 2.38. Vizinhos em J ................................................................................... 31
Equação 2.39. Vizinhos em K .................................................................................. 31
Equação 2.40. Modelo ImplΓcito do Fluxo Multifasico............................................... 31
Equação 2.41. Variação da PressΓ£o do Γleo .......................................................... 32
Equação 2.42. Variação da PressΓ£o da Γgua .......................................................... 32
Equação 2.43. Variação da Pressão do GÑs ........................................................... 32
Equação 2.44. Método Fully Implicit Black-Oil ......................................................... 32
Equação 2.45. Matrix dos Termos de Transporte .................................................... 33
Equação 2.46. Jacobiana dos Termos de Transporte .............................................. 33
Equação 2.47. Matrix dos Termos de Acumulação .................................................. 33
Equação 2.48. Termos de Acumulação ................................................................... 33
Equação 2.49. Matrix dos Termos dos Poços .......................................................... 33
Equação 2.50. Termos dos Poços ........................................................................... 33
Equação 2.51. Vetor dos Termos de Acumulação ................................................... 33
Equação 2.52. Vetor dos Termos de Transporte ..................................................... 33
Equação 2.53. Vetor dos Termos dos Poços ........................................................... 33
Equação 2.54. Geometria do Volume de Controle ................................................... 34
Equação 2.55. Termos em Função da Pressão ....................................................... 34
Equação 2.56. Termos em Função da Saturação .................................................... 34
Equação 2.57. Derivada Parcial da Transmissibilidade ........................................... 34
Equação 2.58. Derivada Parcial da Transmissibilidade ........................................... 34
Equação 2.59. Derivada da Porosidade ................................................................... 34
Equação 2.60. Derivada da Rasão Solubilidade ...................................................... 34
Equação 2.61. Derivada do Fator Volume Formação .............................................. 34
Equação 2.62. Modelo de Produção Γleo e Γgua ................................................... 34
Equação 2.63. Modelo de Produção de GÑs ............................................................ 35
Equação 2.64. Geometria do Poço .......................................................................... 35
Equação 2.65. Γndice de Produtividade do PoΓ§o ...................................................... 35
Equação 2.66. Modelo de Injeção de Γgua .............................................................. 35
xii
Equação 2.67. Derivada Parcial do Poço ................................................................. 35
Equação 2.68. Derivada Parcial do Poço ................................................................. 35
Equação 4.1. Erro relativo ........................................................................................ 43
Equação 5.1. Modelo II de Stone ............................................................................. 47
xiii
LISTA DE ALGORITMOS
Algoritmo 5.1. EquilΓbrio Vertical .............................................................................. 44
Algoritmo 5.2. Perturbação ....................................................................................... 45
Algoritmo 5.3. Propriedades dos Fluidos .................................................................. 46
Algoritmo 5.4. Pseudo-GOR ..................................................................................... 46
Algoritmo 5.5. Permeabilidade Relativa ................................................................... 47
Algoritmo 5.6. Transmissibilidade ............................................................................ 47
Algoritmo 5.7. Poços ................................................................................................ 47
Algoritmo 5.8. Transporte ......................................................................................... 48
Algoritmo 5.9. Acumulação ...................................................................................... 48
Algoritmo 5.10. Solver .............................................................................................. 49
xiv
SUMΓRIO
1 INTRODUΓΓO .................................................................................... 17
1.1 Motivação e Justificativa ..................................................................... 18
1.2 Objetivos ............................................................................................. 19
2 FUNDAMENTAΓΓO TEΓRICA .......................................................... 20
2.1 Propriedades das Rochas ................................................................... 20
2.1.1 Porosidade .......................................................................................... 20
2.1.2 Compressibilidade ............................................................................... 20
2.1.3 Molhabilidade ...................................................................................... 21
2.2 Propriedades dos Fluidos ................................................................... 21
2.2.1 Massa especΓfica ................................................................................ 21
2.2.2 Viscosidade ......................................................................................... 21
2.2.3 Permeabilidade Relativa e PressΓ£o Capilar ........................................ 22
2.2.4 Fator Volume Formação ..................................................................... 22
2.2.5 RazΓ£o de Solubilidade ........................................................................ 22
2.2.6 PressΓ£o de Bolha ................................................................................ 22
2.3 Conservação da Massa ...................................................................... 23
2.4 Lei de Darcy ........................................................................................ 23
2.5 MΓ©todo de Newton-Raphson............................................................... 24
2.6 Método das Diferenças Finitas ............................................................ 25
2.7 Resolução de Equaçáes Diferenciais Parciais .................................... 26
2.7.1 Condiçáes de Contorno ...................................................................... 27
2.7.2 MΓ©todo de Euler .................................................................................. 27
2.8 Modelo MatemΓ‘tico de Fluxo MultifΓ‘sico ............................................ 29
2.8.1 Control Volume Finite Difference ........................................................ 30
2.8.2 Modelo ImplΓcito .................................................................................. 31
xv
2.9 MΓ©todo Fully Implicit Black-Oil ............................................................ 32
2.9.1 Termos de Transporte ......................................................................... 33
2.9.2 Termos de Acumulação ...................................................................... 34
2.9.3 Termos dos Poços .............................................................................. 34
2.10 C++ para Computação CientΓfica ........................................................ 35
3 REVISΓO BIBLIOGRΓFICA............................................................... 37
4 METODOLOGIA ................................................................................. 40
4.1 Levantamento BibliogrΓ‘fico ................................................................. 40
4.2 MΓ©todo Fully Implicit Black-Oil ............................................................ 41
4.3 Implementação em C++ ...................................................................... 42
4.4 Validação dos Resultados ................................................................... 43
5 APLICAΓΓO ....................................................................................... 44
5.1 EquilΓbrio Vertical ................................................................................ 44
5.2 Perturbação......................................................................................... 45
5.3 Propriedades do Fluidos ..................................................................... 46
5.4 Permeabilidade ................................................................................... 46
5.5 Transmissibilidade .............................................................................. 47
5.6 Poços .................................................................................................. 47
5.7 Transporte ........................................................................................... 48
5.8 Acumulação ........................................................................................ 48
5.9 Solver .................................................................................................. 48
6 RESULTADOS E DISCUSSΓO .......................................................... 50
6.1 MΓ©todo Fully Implicit Black-Oil ............................................................ 51
6.2 CMG IMEX .......................................................................................... 54
xvi
6.3 Validação dos Resultados ................................................................... 56
7 CONCLUSΓO ..................................................................................... 61
PRΓXIMAS ETAPAS ......................................................................... 62
REFERΓNCIAIS BIBLIOGRΓFICAS .................................................. 63
ANEXO A ............................................................................................ 66
ANEXO B ............................................................................................ 69
ANEXO C ............................................................................................ 70
17
1 INTRODUΓΓO
Para realizar um projeto de exploração de um campo petrolΓfero, passa-se
por algumas fases, sendo exploração, delimitação, desenvolvimento da produção e
abandono. Pode-se dizer que a engenharia de reservatΓ³rios se enquadra em todas
fases, devido suas ferramentas serem utilizadas desde a estimação do volume das
reservas até a projeção de quando irÑ ocorrer o abandono da produção. Por esses
motivos Γ© de extrema importΓ’ncia o entendimento do comportamento dos fluidos a
nΓvel de reservatΓ³rio.
A simulação numérica do fluxo de fluidos em meios porosos, alia conceitos do
cÑlculo diferencial, lei da conservação de massas, lei de Darcy e propriedades das
rochas e fluidos, que possibilitam criar modelos matemΓ‘ticos de um reservatΓ³rio de
petróleo. A simulação de reservatório de petróleo é uma das ferramentas da
engenharia de reservatΓ³rio, que Γ© muito utilizada para o entendimento do
comportamento dos fluidos a nΓvel de reservatΓ³rio.
Figura 1.1. Ilustração de um campo de petrΓ³leo em subsuperfΓcie.
Um campo de petrΓ³leo Γ© normalmente constituΓdo pela rocha selante
associado a armadilha estrutural que aprisiona e impede o fluxo de fluidos,
sobrando os poros da rocha reservatΓ³rio como Γ‘rea de armazenamento dos fluidos,
na figura 1. 1. temos a configuração desse ambiente. Normalmente encontra-se,
Γ³leo, gΓ‘s e Γ‘gua contidos nos poros da rocha reservatΓ³rio, neste ambiente eles
ficam pressurizados devido a dinÒmica da evolução das bacias sedimentares.
A rocha reservatΓ³rio Γ© heterogΓͺnea devido tratar-se de rochas sedimentares
e suas propriedades serem ligadas diretamente ao ambiente deposional. Para a
Rocha Selante Armadilha Estrutural Rocha ReservatΓ³rio
Fluido
18
simulação de reservatórios de petróleo é importante saber a porosidade efetiva e a
permeabilidade absoluta da rocha e a permeabilidade relativa entre os fluidos, que
sΓ£o inferidas de amostras atravΓ©s de testes laboratoriais.
No campo de petrΓ³leo, a nΓvel de poros da rocha reservatΓ³rio, a
pressurização influΓͺncia nas propriedades dos fluidos, principalmente no Γ³leo e gΓ‘s,
os dois se misturam e formam uma fase, sendo denominado estado sobressaturado
do reservatório. Para a simulação de reservatório de petróleo é importante entender
o comportamento do óleo e gÑs conforme a variação da pressão e determinar a
pressΓ£o que a fase gΓ‘s irΓ‘ dissolver-se da fase Γ³leo, ou seja, a pressΓ£o de
saturação ou pressão de bolha, configurando o momento que o reservatório irÑ
passar para o estado denominado de saturado.
A simulação de reservatório de petróleo é uma ferramenta de extrema
importΓ’ncia da engenharia de reservatΓ³rios, pois atravΓ©s dos modelos preditivos Γ©
possΓvel obter informaçáes importantes para a tomada de decisΓ£o sobre o rumo que
um campo petrolΓfero deve seguir.
1.1 Motivação e Justificativa
Para a simulação de reservatório de petróleo é necessÑrio aplicar todos os
conceitos estudados durante o curso de engenharia de petrΓ³leo, desde os conceitos
mais bΓ‘sicos da geologia atΓ© os cΓ‘lculos mais complexos do cΓ‘lculo diferencial, o
qual Γ© um grande desafio para ser enfrentado. A aprendizagem de novos conceitos,
métodos e aplicaçáes é uma grande motivação para a realização deste trabalho,
sendo um diferencial. Além de aprimorar o gerenciamento e produção de projetos
de engenharia.
A utilização de simuladores de reservatório de petróleo é indispensÑvel em
um projeto de prospecção, pois permite traçar cenÑrios para verificar sua viabilidade
tΓ©cnica e econΓ΄mica. O domΓnio da matemΓ‘tica dos modelos numΓ©ricos expande os
horizontes, tendo uma nova visΓ£o dos resultados e sua validade. Por esses motivos
a aplicação da metodologia Fully Implicit Black-Oil é de grande valia para uma
melhor compreensão e utilização dos simuladores comerciais.
19
1.2 Objetivos
Tendo em mente que a tarefa da simulação de reservatórios de petróleo é
complexa e exige um extenso conhecimento desde os mΓ©todos e leis matemΓ‘ticas,
atΓ© a programação computacional, apenas o perΓodo do trabalho de conclusΓ£o de
curso, nΓ£o consegue-se desenvolver um simulador para casos gerais e sim para um
caso especifico. O objetivo principal desde trabalho de conclusΓ£o de curso Γ©
assimilar os conceitos necessΓ‘rios e aplicar a metodologia Fully Implicit Black-Oil
que Γ© utilizada na indΓΊstria, jΓ‘ os objetivos especΓficos sΓ£o listados abaixo:
β’ Levantamento BibliogrΓ‘fico: levantamento da bibliografia necessΓ‘ria para a
assimilação da metodologia Fully Implicit Black-Oil;
⒠Assimilação do Modelo MatemÑtico: organização das equaçáes da
metodologia Fully Implicit Black-Oil, por classes para criação de agenda de
implementação;
⒠Implementação em C++: desenvolvimento dos algoritmos das equaçáes da
metodologia Fully Implicit Black-Oil;
⒠Validação dos Resultados: comparar os resultados obtidos com os resultados
de um mesmo modelo do simulador CMG IMEX.
20
2 FUNDAMENTAΓΓO TEΓRICA
Para o desenvolvimento deste trabalho Γ© necessΓ‘rio o aprofundamento em
alguns conceitos de petrofΓsica, calculo numΓ©rico e cΓ‘lculo diferencial. A
fundamentação dos conceitos abordados neste trabalho é feita com base nos livros
Petroleum Reservoir Simulation, escrito por Aziz e Settari (1979); Basic Applied
Reservoir Simulation, escrito por Ertekin, Abou-Kassem e King (2001); Engenharia
de ReservatΓ³rio de PetrΓ³leo, escrito por Rosa, Carvalho e Xavier (2006); CΓ‘lculo
NumΓ©rico: Um Livro Colaborativo, REAMAT UFRGS (2018).
2.1 Propriedades das Rochas
Um reservatΓ³rio de petrΓ³leo Γ© constituΓdo por uma estrutura geolΓ³gica,
composta por rochas sedimentares que permitem deslocar, armazenar e aprisionar
fluidos em seus poros. O descolamento de fluidos nos poros das rochas ocorre pelo
gradiente de pressΓ£o, devido as acumulaçáes se encontrarem em subsuperfΓcie,
sendo que o fluido sempre se desloca para o lugar que tiver menor pressΓ£o.
2.1.1 Porosidade
Γ a razΓ£o entre o volume de vazios (ππππ) e volume total da rocha (πππ‘π‘), descrita
na equação 2. 1. à subdividida em porosidade absoluta, ou seja, razão entre o
volume total de vazios e o volume total da rocha; e porosidade efetiva, que Γ© a
razão entre os espaços vazios interconectados e o volume total da rocha. (Rosa, et.
al, 2006)
ππ =ππππ
πππ‘π‘ (2. 1)
2.1.2 Compressibilidade
Relação do grau de compactação das rochas em razão da mÑxima
profundidade que a rocha jΓ‘ se encontrou. A porosidade das rochas sedimentares Γ©
em função desse grau de compactação, ou seja, quanto maior for à compactação
(ππππ) que a rocha sofreu menor serΓ‘ sua porosidade (ππππ), devido ao rearranjo do
pacote sedimentar, ocorrendo à variação do volume poroso, denominado de
compressibilidade efetiva, expressão pela equação 2. 2. (Rosa, et. al, 2006)
21
ππππ = 1ππ
ππππππππ
(2. 2)
2.1.3 Molhabilidade
A tendΓͺncia de um fluido aderir ou espalhar-se preferencialmente sobre uma
superfΓcie sΓ³lida em presenΓ§a de outra fase imiscΓvel, Γ© denominada de
molhabilidade. A fase que βmolhaβ preferencialmente a superfΓcie Γ© chamada de
fase molhante, jΓ‘ a outra fase Γ© chamada de fase nΓ£o molhante.
Um reservatΓ³rio que tem o Γ³leo como fase molhante e Γ‘gua como fase nΓ£o
molhante, tem sua produção de óleo dificultada devido o óleo estar em contato com
a superfΓcie da rocha criando barreiras de fluxo de Γ³leo, jΓ‘ a Γ‘gua irΓ‘ fluir melhor por
estar βlivreβ, ou seja, sem contato com a superfΓcie da rocha. (Rosa, et. al, 2006)
2.2 Propriedades dos Fluidos
Como as condiçáes de temperatura e pressão de um reservatório não são
constantes e essas condiçáes influenciam diretamente as propriedades fΓsico-
quΓmicas do Γ³leo, gΓ‘s e Γ‘gua, pode-se dizer que em um reservatΓ³rio em lugares
diferentes o mesmo fluido irΓ‘ ter caracterΓsticas diferentes.
2.2.1 Massa especΓfica
Γ o quociente entre massa (ππππ) e volume (ππ3) ocupado por um dado
material, expressa na equação 2. 3. à utilizada para cÑlculo da densidade relativa
(ππ) dos materiais com relação Γ Γ‘gua pura, e por convenção utiliza a massa
especΓfica da Γ‘gua a 25Β°πΆπΆ, πππ»π»2ππ = 1000 ππππ ππ3β . (Chen, et. al, 2006)
ππ = ππππ
, ππ = πππππ»π»2ππ
(2. 3)
2.2.2 Viscosidade
Propriedade fΓsica dos fluidos correspondente a resistΓͺncia de um fluido ao
escoamento a uma certa temperatura, representado por ππ. O petrΓ³leo em condiçáes
de reservatΓ³rio devido Γ pressΓ£o, apresenta acrΓ©scimo na viscosidade, jΓ‘ com o
22
aumento da temperatura a viscosidade diminui. Pode-se relacionar o Β°API com a
viscosidade tambΓ©m, quanto menor o Β°API mais viscoso Γ© o petrΓ³leo e vice-versa.
(Chen, et. al, 2006)
2.2.3 Permeabilidade Relativa e PressΓ£o Capilar
A permeabilidade relativa Γ© um conceito utilizado no fluxo multifΓ‘sico para
determinar qual fase irÑ fluir preferencialmente em relação as outras, sendo
determinada com relação a geometria dos poros, molhabilidade e saturação dos
fluidos. A permeabilidade relativa Γ© adimensional e sempre menor que um.
As interfaces de contato dos fluidos imiscΓveis surgem devido as forΓ§as
capilares, sendo que cada fluido estÑ submetido a uma pressão, a diferença das
pressΓ΅es dos fluidos Γ© denominada de pressΓ£o capilar. No fluxo multifΓ‘sico em meio
poroso, a pressão capilar é determinada como a diferença entre as pressáes da
fase nΓ£o molhante e a fase molhante. (Chen, et. al, 2006)
2.2.4 Fator Volume Formação
Fator Volume Formação (FVF) é a razão entre o volume que a fase, ou seja,
óleo mais gÑs dissolvido, ou gÑs, ocupa em condiçáes de pressão e temperatura do
reservatório, em comparação com o volume que permanece quando a fase alcança
as condiçáes de armazenamento em superfΓcie. O FVF do Γ³leo Γ© representado pela
sigla π΅π΅ππ e o FVF do gΓ‘s pela sigla π΅π΅ππ. (Chen, et. al, 2006)
2.2.5 RazΓ£o de Solubilidade
RazΓ£o de Solubilidade expressa a quantidade de gΓ‘s dissolvido no lΓquido, ou
seja, relação entre o volume de gÑs que estÑ dissolvido, e o volume de óleo que
serΓ‘ obtido da mistura, representado pela sigla π π π π . (Chen, et. al, 2006)
2.2.6 PressΓ£o de Bolha
Pressão na qual o gÑs dissolvido no óleo começa a vaporizar e separar as
fases gΓ‘s e Γ³leo. Cada tipo de petrΓ³leo contΓͺm uma curva de PVT especifica que
23
determina a pressΓ£o de bolha do mesmo. Γ representado pela sigla ππππ. (Chen, et.
al, 2006)
2.3 Conservação da Massa
A lei da conservação das massas, postula que em um sistema fechado não
cria-se matΓ©ria e tambΓ©m nΓ£o elimina-se matΓ©ria, apenas modifica-se de estado.
Assim podemos considerar que a movimentação de fluidos em um meio poroso nas
trΓͺs direçáes ππ, ππ e ππ, ocorre da seguinte forma, o fluido penetra no meio atravΓ©s de
uma das faces e sai pela face oposta.
Na figura 2. 1. podemos notar que o fluxo ππππ penetra a face π΄π΄ππππ, percorre a
distΓ’ncia π₯π₯ππ e sai pela face oposta π΄π΄πππ π . Aplicando a lei da conservação das massas
pode-se dizer que fluxo que entra Γ© igual ao que sai, em um sistema fechado. Com
a equação 2. 4., da vazão de massa por unidade de tempo, é formulada a equação
2. 5., da conservação da massa, onde ππ Γ© a massa especΓfica do fluido, π£π£ a
velocidade do fluxo e π΄π΄ Γ© a Γ‘rea da face ππ; os sobrescritos ππ, π π , denominam entrada
e saΓda, respectivamente. (Rosa, et. al, 2016)
ππ = πππ£π£π΄π΄ (2. 4)
πππππ£π£πππ΄π΄ππ = πππ π π£π£π π π΄π΄π π
(2. 5)
Figura 2.1. Volume de controle de um sistema.
2.4 Lei de Darcy
A Lei de Darcy, descreve o fluxo volumΓ©trico de fluidos em um meio poroso,
através da relação entre propriedades do fluido, velocidade aparente do fluido,
gradiente de pressão e propriedades do meio, representada na equação 2. 6.
ππ = βπππ΄π΄ππ
ππππ β πππππΏπΏππ β πΏπΏππ
(2. 6)
ππππππ
π₯π₯ππ π₯π₯ππ
π₯π₯ππ Ai
e Ais
ππππππ
24
onde, ππ Γ© a viscosidade do fluido, ππ Γ© a permeabilidade do meio poroso, π΄π΄ Γ© a
Γ‘rea da seção transversal do meio poroso, (ππππ β ππππ) Γ© o gradiente de pressΓ£o entre
os pontos ππ e ππ, e (πΏπΏππ β πΏπΏππ) Γ© a distΓ’ncia entre os pontos ππ e ππ. (Chen, et. al, 2006)
Devido ππ = πππ£π£π΄π΄, formula-se a velocidade aparente π£π£, de um fluido em um
ambiente em trΓͺs dimensΓ΅es, descrito na equação 2. 7.
π£π£ = β ππππ
πΎπΎ(ππππ β ππππ)πΏπΏππ β πΏπΏππ
(2. 7)
onde, πΎπΎ = ππππ, ou seja, o peso especΓfico, devido o fluido encontrar-se em trΓͺs
dimensΓ΅es.
2.5 MΓ©todo de Newton-Raphson
O mΓ©todo de Newton-Raphson tem a finalidade de estimar as raΓzes de uma
função ππ(π₯π₯), por meio de uma aproximação de π₯π₯ππ Γ© estimada a prΓ³xima
aproximação, ou seja, π₯π₯ππ+1, que Γ© o ponto de interseção entre o eixo das abscissas
e a reta tangente de ππ(π₯π₯) no ponto π₯π₯ = π₯π₯ππ. A equação da reta tangente Γ© calculada
atravΓ©s da derivada de ππ(π₯π₯), sendo o mΓ©todo formulado na equação 2. 8.
π₯π₯ππ+1 = π₯π₯ππ β ππ(π₯π₯ππ)ππβ²(π₯π₯ππ)
, ππ β₯ 1 (2. 8)
JÑ quando se trata de um sistema de equaçáes lineares, assume que a
função πΉπΉ(π₯π₯) Γ© diferenciΓ‘vel e que existe um ponto π₯π₯ππ tal que πΉπΉ(π₯π₯ππ) = 0. Assim para
construir uma nova aproximação π₯π₯ππ+1, Γ© necessΓ‘rio linearizar πΉπΉ(π₯π₯) no ponto π₯π₯ππ,
através da equação 2. 9.
πΉπΉ(π₯π₯) = πΉπΉ(π₯π₯ππ) + π½π½πΉπΉ (π₯π₯ππ)(π₯π₯ β π₯π₯ππ) (2. 9)
Para realizar a linearização Γ© necessΓ‘rio calcular a matriz jacobiana π½π½πΉπΉ (π₯π₯ππ)
que Γ© formada pelas derivadas parciais de primeira ordem da função πΉπΉ(π₯π₯ππ). A
aproximação de π₯π₯ππ Γ© definida como o ponto π₯π₯ em que a equação 2. 9. Γ© nula,
conforme a equação 2. 10.
πΉπΉ(π₯π₯ππ) + π½π½πΉπΉ (π₯π₯ππ)(π₯π₯ππ+1 β π₯π₯ππ) = 0 (2. 10)
25
Supondo que π½π½πΉπΉ (π₯π₯ππ) seja inversΓvel Γ© formulada a equação 2. 11, ou seja, o
mΓ©todo de Newton-Raphson para sistema.
π₯π₯ππ+1 = π₯π₯ππ β π½π½πΉπΉβ1(π₯π₯ππ)πΉπΉ(π₯π₯ππ), ππ > 0 (2. 11)
Define-se Ξππ = π₯π₯ππ+1 β π₯π₯ππ como o βpassoβ, reescrevendo a equação 2. 11 em
2. 12, temos que o Ξk Γ© a solução para o sistema linear. (REAMAT, 2018)
π½π½πΉπΉ (π₯π₯ππ)Ξππ = βπΉπΉ(π₯π₯ππ) (2. 12)
2.6 Método das Diferenças Finitas
Consiste na utilização de fórmulas discretas que são aplicÑveis a equaçáes
diferenciais, visando aproximar a derivada de uma função por meio das diferenças
finitas. Uma forma de obter a aproximação da derivada de ordem ππ, Γ© utilizando a
definição de derivada, formulada na equação 2. 13., juntamente com expansão em
série de Taylor, formulada na forma genérica na equação 2. 14.
ππβ²(π₯π₯) = limhβ0
ππ(π₯π₯ + β) β ππ(π₯π₯)β
, β β 0 (2. 13)
ππ(π₯π₯) = οΏ½ππππ(π₯π₯ β ππ)ππβ
ππ=0, ππππ = ππππ(ππ)
ππ!(2. 14)
Com estes conceitos Γ© possΓvel formular trΓͺs tΓ©cnicas para diferenΓ§as finitas
de primeira ordem. As equaçáes 2. 15., 2. 16. e 2. 17., representam as fórmulas das
técnicas, sendo diferenças finitas progressivas, regressivas e centradas.
ππβ²(π₯π₯) β ππ(π₯π₯ + β) β ππ(π₯π₯)β
(2. 15)
ππβ²(π₯π₯) β ππ(π₯π₯) β ππ(π₯π₯ β β)β
(2. 16)
ππβ²(π₯π₯) β ππ(π₯π₯ + β) β ππ(π₯π₯ β β)2β
(2. 17)
onde β tende a zero, porΓ©m nΓ£o tΓ£o pequeno para evitar erros de
truncamento.
Este conceito pode ser aplicado para derivadas parciais, sendo formulada as
diferenças finitas progressiva, equação 2. 18., regressiva, equação 2. 19., e
centrada, equação 2. 20., para derivadas parciais de primeira ordem.
26
πππππππ₯π₯
= ππ(π₯π₯ + Ξπ₯π₯, π¦π¦) β ππ(π₯π₯, π¦π¦)Ξπ₯π₯
(2. 18)
πππππππ₯π₯
= ππ(π₯π₯, π¦π¦) β ππ(π₯π₯ β Ξπ₯π₯, π¦π¦)Ξπ₯π₯
(2. 19)
πππππππ₯π₯
= ππ(π₯π₯ + Ξπ₯π₯, π¦π¦) β ππ(π₯π₯ β Ξπ₯π₯, π¦π¦)2Ξπ₯π₯
(2. 20)
A interpretação geométrica das técnicas de diferenças finitas, é ilustrado na
figura 2. 2., podemos notar que a tΓ©cnica progressiva (a) atravΓ©s do ponto π₯π₯ππ+1
aproxima π₯π₯ππ, jΓ‘ a tΓ©cnica regressiva (b) utiliza o ponto anterior, ou seja, π₯π₯ππβ1. A
tΓ©cnica centrada (c), como o nome diz, utilizada ambos pontos π₯π₯ππβ1 e π₯π₯ππ+1 para
aproximar π₯π₯ππ. (Ertekin, et. al, 2001)
Figura 2. 2. Interpretação geométrica das técnicas de diferenças finitas, (a) progressiva, (b) regressiva e (c) centrada.
2.7 Resolução de Equaçáes Diferenciais Parciais
Equação diferencial parcial (EDP), é uma equação envolvendo duas ou mais
variÑveis independentes e derivadas parciais de uma função, ou seja, a variÑvel
dependente, descrita de forma geral na equação 2. 21.
πΉπΉ οΏ½π₯π₯1,β¦ , π₯π₯ππ; π¦π¦; πππ¦π¦πππ₯π₯
, ππ2π’π’πππ₯π₯1πππ₯π₯ππ
,β¦ , πππππ¦π¦πππππ₯π₯ππ
οΏ½ (2. 21)
onde, π₯π₯ = (π₯π₯1,β¦ , π₯π₯ππ) β Ξ©, Ξ© β βππ; e π¦π¦ = π¦π¦(π₯π₯) Γ© a função a ser determinada.
ππ(ππ)
ππππβππ ππππ ππππ+ππ
ππ
ππ
ππ
27
2.7.1 Condiçáes de Contorno
Para a resolução de uma EDP, deve-se levar em consideração as condiçáes
de contorno do domΓnio, de uma função ou derivada. (Ertekin, et. al, 2001)
Condição de Dirichlet: A condição de contorno de Dirichlet, aponta o valor
de uma função no contorno do domΓnio, ou seja:
πΌπΌπ¦π¦(π₯π₯) = ππ(π₯π₯), π₯π₯ β ππΞ© (2. 22)
onde πΌπΌ Γ© uma constante e ππ(π₯π₯) Γ© dada no contorno de ππΞ©.
Condição de Neumann: A condição de contorno de Neumann, aponta o
valor que a derivada de uma solução deve tomar no contorno do domΓnio, ou seja:
π½π½ πππ¦π¦ππππ
(π₯π₯) = ππ(π₯π₯), π₯π₯ β ππΞ© (2. 23)
onde π½π½ Γ© uma constante, ππ(π₯π₯) Γ© dada no contorno de ππΞ©, ππ denota a normal
ao contorno ππΞ©, sendo sua derivada parcial definida:
πππ¦π¦ππππ
(π₯π₯) = βπ¦π¦(π₯π₯) β ππ(π₯π₯) (2. 24)
onde β Γ© o vetor gradiente e o ponto Γ© o produto interno com o vetor normal
ππ.
2.7.2 MΓ©todo de Euler
O Método de Euler é uma técnica simples de aproximação de problemas de
valor inicial. AtravΓ©s das condiçáes iniciais, no espaΓ§o ππ e tempo π‘π‘ do sistema
πππ₯π₯(π₯π₯πππ‘π‘) = ππ(π₯π₯ππ
π‘π‘, π¦π¦πππ‘π‘), para um pequeno Ξπ‘π‘, pode-se obter a aproximação do estado
posterior do sistema, ou seja, πποΏ½π₯π₯πππ‘π‘+Ξπ‘π‘, π¦π¦ππ
π‘π‘+ΞtοΏ½, a partir da derivada parcial temporal,
πππ₯π₯(π₯π₯πππ‘π‘+Ξπ‘π‘).
Utilizando a expansΓ£o em sΓ©rie de Taylor, truncada em primeira ordem, com
um esquema regressivo, pois a anΓ‘lise Γ© realizada no tempo posterior, ou seja,
ππ = π‘π‘ + π₯π₯π‘π‘, para obter a aproximação da solução da EDP, deduz-se em dois
passos, sendo as equaçáes 2. 25. e 2. 26. JΓ‘ ao analisarmos ππ(π₯π₯πππ‘π‘, π¦π¦ππ
π‘π‘), para a achar
28
a solução do estado posterior, ou seja, π‘π‘ + π₯π₯π‘π‘, atravΓ©s da sua derivada parcial
πππ₯π₯(π₯π₯πππ‘π‘+Ξπ‘π‘), utiliza-se a expansΓ£o em sΓ©rie de Taylor, com esquema progressivo,
equaçáes 2. 27. e 2. 28. obtém-se a mesma formulação, tendo em mente que
πππ₯π₯(π₯π₯πππ‘π‘) = ππ(π₯π₯ππ
π‘π‘, π¦π¦πππ‘π‘), podemos formular a equação 2. 29. Podemos dizer que a ideia
bΓ‘sica do mΓ©todo de Euler Γ© aproximar a derivada atravΓ©s de um coeficiente
incremental. (REAMAT, 2018)
ππ(π₯π₯πππ‘π‘, π¦π¦ππ
π‘π‘) β ππ(π₯π₯ππππ, π¦π¦ππ
ππ) β Ξπ‘π‘ πππ¦π¦πππ₯π₯
(π₯π₯ππππ) (2. 25)
πππ¦π¦πππ₯π₯
(π₯π₯ππππ) β ππ(π₯π₯ππ
ππ, π¦π¦ππππ) β ππ(π₯π₯ππ
π‘π‘, π¦π¦πππ‘π‘)
Ξπ‘π‘(2. 26)
πποΏ½π₯π₯πππ‘π‘+Ξπ‘π‘, π¦π¦ππ
π‘π‘+ΞtοΏ½ β ππ(π₯π₯πππ‘π‘, π¦π¦ππ
π‘π‘) + Ξπ‘π‘ πππ¦π¦πππ₯π₯
(π₯π₯πππ‘π‘) (2. 27)
πππ¦π¦πππ₯π₯
(π₯π₯πππ‘π‘) β
πποΏ½π₯π₯πππ‘π‘+Ξπ‘π‘, π¦π¦ππ
π‘π‘+ΞtοΏ½ β ππ(π₯π₯πππ‘π‘, π¦π¦ππ
π‘π‘)Ξπ‘π‘
(2. 28)
πποΏ½π₯π₯πππ‘π‘+π₯π₯π‘π‘, π¦π¦ππ
π‘π‘+π₯π₯π‘π‘οΏ½ = ππ(π₯π₯πππ‘π‘, π¦π¦ππ
π‘π‘) + π₯π₯π‘π‘πποΏ½π₯π₯πππ‘π‘+π₯π₯π‘π‘, π¦π¦ππ
π‘π‘+π₯π₯π‘π‘οΏ½ (2. 29)
O mΓ©todo de Euler regressivo, tambΓ©m Γ© denominado de mΓ©todo implΓcito,
devido avaliar a aproximação da solução da EDP com relação ao estado posterior
do sistema, como Γ© possΓvel observar na figura 2. 2., onde um ponto (ππ, π‘π‘) Γ© levado
ao futuro com os outros pontos da vizinhanΓ§a, ou seja, (ππ β 1, π‘π‘) e (ππ + 1, π‘π‘), para
avaliar o estado do ponto em (ππ, π‘π‘ + Ξπ‘π‘). (REAMAT, 2018)
Figura 2. 2. Analise grΓ‘fica do mΓ©todo implΓcito, com relação ao espaΓ§o ππ e tempo π‘π‘.
ππ ππ + ππ ππ β ππ
ππ
ππ + π«π«ππ
ππππ(ππππππ, ππππ
ππ)
πππποΏ½ππππππ+ππππ, ππππ
ππ+πππποΏ½
29
2.8 Modelo MatemΓ‘tico de Fluxo MultifΓ‘sico
Para construção do modelo matemÑtico de fluxo multifÑsico 3D em um
reservatório de petróleo é utilizado os conceitos da conservação da massa, lei de
Darcy, propriedades dos fluidos, propriedades das rochas e das metodologias
matemΓ‘ticas conceituadas anteriormente.
Ertekin. T. et al. (2001) formula o modelo multifΓ‘sico, levando em
consideração as premissas:
ππππ + πππ€π€ + ππππ = 1(2. 30)
πππππππ€π€ = ππππ β πππ€π€ = ππ(πππ€π€)
(2. 31) ππππππππ = ππππ β ππππ = πποΏ½πππποΏ½
(2. 32)
Sendo que a saturação dos fluidos óleo, gÑs e Ñgua não podem ultrapassar 1
e as pressáes capilares podem ser obtidas através da diferença da pressão das
fases ou em função da saturação. EstÑ premissa possibilita criar um modelo em
termos de trΓͺs variΓ‘veis desconhecidas, sendo: ππππ, πππ€π€ e ππππ, sendo formulado a
equação 2. 33. para Ñgua, equação 2. 34. para óleo e equação 2. 35. para o gÑs.
Este modelo matemΓ‘tico Γ© conhecido tambΓ©m como modelo black-oil, devido
considerar as trΓͺs fases e a fase gΓ‘s dissolvida no Γ³leo, quando o mesmo se
encontra acima da pressΓ£o de bolha, ππππ.
ββπ₯π₯
οΏ½πππ₯π₯π΄π΄π₯π₯πππππ€π€
πππ€π€π΅π΅π€π€οΏ½βππππ
βπ₯π₯β βπππππππ€π€
βπ₯π₯β πΎπΎπ€π€
βππβπ₯π₯
οΏ½οΏ½ Ξπ₯π₯ +
ββπ¦π¦
οΏ½πππ¦π¦π΄π΄π¦π¦πππππ€π€
πππ€π€π΅π΅π€π€οΏ½βππππ
βπ¦π¦β βπππππππ€π€
βπ¦π¦β πΎπΎπ€π€
βππβπ¦π¦
οΏ½οΏ½ Ξπ¦π¦ +
ββπ§π§
οΏ½πππ§π§π΄π΄π§π§πππππ€π€
πππ€π€π΅π΅π€π€οΏ½βππππ
βπ§π§β βπππππππ€π€
βπ§π§β πΎπΎπ€π€
βππβπ§π§
οΏ½οΏ½Ξπ§π§
= ππππββπ‘π‘
οΏ½πππππ€π€π΅π΅π€π€
οΏ½ β πππ€π€π€π€π€π€
(2. 33)
ββπ₯π₯
οΏ½πππ₯π₯π΄π΄π₯π₯ππππππ
πππππ΅π΅πποΏ½βππππ
βπ₯π₯β πΎπΎππ
βππβπ₯π₯
οΏ½οΏ½Ξπ₯π₯ +
ββπ¦π¦
οΏ½πππ¦π¦π΄π΄π¦π¦ππππππ
πππππ΅π΅πποΏ½βππππ
βπ¦π¦β πΎπΎππ
βππβπ¦π¦
οΏ½οΏ½Ξπ¦π¦ +
ββπ§π§
οΏ½πππ§π§π΄π΄π§π§ππππππ
πππππ΅π΅πποΏ½βππππ
βπ§π§β πΎπΎππ
βππβπ§π§
οΏ½οΏ½ Ξπ§π§
= ππππββπ‘π‘
οΏ½πποΏ½1 β πππ€π€ β πππποΏ½
π΅π΅πποΏ½ β πππππ€π€π€π€
(2. 34)
30
ββπ₯π₯
οΏ½πππ₯π₯π΄π΄π₯π₯ππππππ
πππππ΅π΅πποΏ½βππππ
βπ₯π₯+
βππππππππ
βπ₯π₯β πΎπΎππ
βππβπ₯π₯
οΏ½ + πππ₯π₯π΄π΄π₯π₯πππππππ π π π πππππ΅π΅ππ
οΏ½βππππβπ₯π₯
β πΎπΎππβππβπ₯π₯
οΏ½οΏ½ Ξπ₯π₯ +
ββπ¦π¦
οΏ½πππ¦π¦π΄π΄π¦π¦ππππππ
πππππ΅π΅πποΏ½βππππ
βπ¦π¦+
βππππππππ
βπ¦π¦β πΎπΎππ
βππβπ¦π¦
οΏ½ + πππ¦π¦π΄π΄π¦π¦πππππππ π π π πππππ΅π΅ππ
οΏ½βππππβπ¦π¦
β πΎπΎππβππβπ¦π¦
οΏ½οΏ½ Ξπ¦π¦ +
ββπ§π§
οΏ½πππ§π§π΄π΄π§π§ππππππ
πππππ΅π΅πποΏ½βππππ
βπ§π§+
βππππππππ
βπ§π§β πΎπΎππ
βππβπ§π§
οΏ½ + πππ§π§π΄π΄π§π§πππππππ π π π πππππ΅π΅ππ
οΏ½βππππβπ§π§
β πΎπΎππβππβπ§π§
οΏ½οΏ½ Ξπ§π§
= ππππββπ‘π‘
οΏ½ππππππ
π΅π΅ππ+
πππ π π π οΏ½1 β πππ€π€ β πππποΏ½π΅π΅ππ
οΏ½ β πππππ€π€π€π€
(2. 35)
Essas equaçáes podem ser separadas em dois termos, os termos de
acumulação, lado direito das equaçáes 2. 33. a 2. 35., que são relacionados a
equação de conservação da massa e os termos de transporte, lado esquerdo das
equaçáes 2. 33. a 2. 35., que são relacionados a lei de Darcy. Nos termos de
transporte a transmissibilidade é definida pela equação 2. 36.
ππππππ = πππππ΄π΄πππ₯π₯ππ
ππππππ
πππππ΅π΅ππ, οΏ½ππ = π€π€, ππ, ππ
ππ = π₯π₯, π¦π¦, π§π§ (2. 36)
2.8.1 Control Volume Finite Difference
O mΓ©todo Control Volume Finite Difference (CVFD), constitui-se em criar
vΓ‘rios volumes de controle (VC), figura 2. 3., com as propriedades de estudo, que
sΓ£o distribuΓdos em uma malha regular ou nΓ£o, permitindo aplicar o mΓ©todo das
diferenças finitas para criar um sistema de equaçáes o qual permite modelar um
fenΓ΄meno. Como trata-se de um sistema em malha e, em trΓͺs dimensΓ΅es, com
tamanho de ππππ,ππππ e ππππ a numeração dos πππΆπΆππ,ππ,ππ Γ© realizada primeiramente com o
eixo ππ e ππ fixo e ππ crescente, quando ππ chega ao final de sua amplitude, primeiro Γ©
aumentado ππ e ππ permanece o mesmo valor, quando ππ chega novamente em sua
amplitude final, ππ Γ© aumentado por ΓΊltimo, e assim repete-se atΓ© chegar a amplitude
final dos trΓͺs eixos. Um πππΆπΆππ,ππ,ππ qualquer Γ© representado por ππππ, onde ππ Γ© sua
numeração e ππππππ seus vizinhos no eixo ππ, ππππππ
seus vizinhos no eixo ππ e ππππππ seus
vizinhos no eixo ππ, as equaçáes 2. 37. a 2. 39. mostram como localiza-los. (Ertekin,
et. al, 2001)
31
Figura 2.2. Representação de um sistema de volumes de controle (VC) em trΓͺs dimensΓ΅es, πππΆπΆππ,ππ,ππ ao centro e os vizinhos, πππΆπΆππβ1,ππ,ππ, ππ πΆπΆππ,ππβ1,ππ, πππΆπΆππ,ππ,ππβ1
, πππΆπΆππ+1,ππ,ππ, πππΆπΆππ,ππ+1,ππ e πππΆπΆππ,ππ,ππ+1
ao seu redor.
ππππππ= {ππ β 1, ππ + 1}
(2. 37)
ππππππ= {ππ β ππππ, ππ + ππππ}
(2. 38)
ππππππ= οΏ½ππ β ππππππππ, ππ + πππππππποΏ½
(2. 39)
2.8.2 Modelo ImplΓcito
As equaçáes do modelo black-oil, são rescritas aplicando o método CVFD e
linearizada atravΓ©s do mΓ©todo de Newton-Raphson, criando um modelo implΓcito,
que possibilita realizar iteraçáes durante o tempo, permitindo realizar a estimação
dos parΓ’metros em estudo. O modelo Γ© expressado na forma residual π π πππ‘π‘ , pois
π π πππ‘π‘ β πππππππππ π πππππππ‘π‘ππ β π΄π΄πππ’π’πππ’π’π΄π΄ππçãππ = 0, assim para uma variação do tempo temos
que π π πππ‘π‘+1 = 0, onde ππ = π€π€, ππ e ππ. AtravΓ©s das iteraçáes do mΓ©todo implΓcito por
Newton-Raphson, aproxima-se os resΓduos do tempo, π‘π‘ + 1, atravΓ©s das estimativas
da iteração, π£π£ + 1, ou seja, π π πππ‘π‘+1 β π π ππ
π£π£+1π‘π‘+1 . A aproximação do resΓduo na iteração
π£π£ + 1, Γ© feita atravΓ©s da estimativa do resΓduo na iteração π£π£, mais uma combinação
linear dos parÒmetros desconhecidos, estimados através da diferenciação parcial de
π π ππ , em relação aos parΓ’metros desconhecidos. A equação 2. 40. formula este
conceito. (Ertekin, et. al, 2001)
π π ππππ
π£π£+1π‘π‘+1 β π π ππππ
π£π£π‘π‘+1 +
οΏ½ οΏ½οΏ½πππ π ππππ
ππππππππ
οΏ½π£π£
+ πΏπΏππππππ+ οΏ½
πππ π ππππ
πππππ€π€ππ
οΏ½π£π£
+ πΏπΏπππ€π€ππ+ οΏ½
πππ π ππππ
ππππππππ
οΏ½π£π£
+ πΏπΏππππππ οΏ½
ππβππππ
+
οΏ½οΏ½πππ π ππππ
ππππππππ
οΏ½π£π£
+ πΏπΏππππππ+ οΏ½
πππ π ππππ
πππππ€π€ππ
οΏ½π£π£
+ πΏπΏπππ€π€ππ+ οΏ½
πππ π ππππ
ππππππππ
οΏ½π£π£
+ πΏπΏππππππ οΏ½
(2. 40)
ππβ1 ππ+1 ππβ1
ππ+1
ππβ1
32
Sendo ππππ o VC em analise e ππ β ππππππβͺ ππππππ
βͺ ππππππ. Os parΓ’metros πΏπΏππππ, πΏπΏπππ€π€ e
πΏπΏππππ, definidos pelas equaçáes 2. 41. a 2. 43., sΓ£o as variΓ‘veis do mΓ©todo a serem
aproximadas durante as iteraçáes para que π π ππππ
π£π£+1π‘π‘+1 β 0, permitindo que prossiga o
processo para a próxima variação no tempo.
πΏπΏππππππ= ππππππ
π£π£+1π‘π‘+1 β ππππππ
π£π£π‘π‘+1 (2. 41) πΏπΏπππ€π€ππ
= πππ€π€ππ
π£π£+1π‘π‘+1 β πππ€π€ππ
π£π£π‘π‘+1 (2. 42) πΏπΏππππππ
= ππππππ
π£π£+1π‘π‘+1 β ππππππ
π£π£π‘π‘+1 (2. 43)
As derivadas parciais são definidas pelas equaçáes A. 1. a A. 18. do anexo A,
para quando ππ β ππ deve-se utilizar as equaçáes A. 1. a A. 9. do anexo A, quando
ππ = ππ, utiliza-se as equaçáes A. 10. a A. 18. do anexo A, para o cΓ‘lculo das
derivadas parciais.
2.9 MΓ©todo Fully Implicit Black-Oil
O mΓ©todo Fully Implicit Black-Oil, utiliza o mΓ©todo de Newton-Raphson para
linearizar as equaçáes implΓcitas da pressΓ£o e saturação, composta pela equação 2.
44., que engloba os termos de transporte [ππ ]ππ e ππβππ, os termos de acumulação [πͺπͺ]ππ
e πͺπͺοΏ½βοΏ½π, e os termos dos poΓ§os [πΈπΈ]ππ e πΈπΈοΏ½οΏ½οΏ½οΏ½οΏ½ππ, esses termos sΓ£o formulados nos anexos A
e B.
[π±π±]πππΉπΉπΏπΏοΏ½οΏ½οΏ½οΏ½οΏ½ = βπΉπΉοΏ½οΏ½οΏ½οΏ½οΏ½οΏ½ππ β {[ππ ]ππ β [πͺπͺ]ππ + [πΈπΈ]ππ}πΉπΉπΏπΏοΏ½οΏ½οΏ½οΏ½οΏ½ = βοΏ½ππβππ β οΏ½πͺπͺοΏ½βοΏ½π β πͺπͺοΏ½βοΏ½ποΏ½ + πΈπΈοΏ½οΏ½οΏ½οΏ½οΏ½πποΏ½ (2. 44)
Sendo [ππ ]ππ uma matriz heptagonal contendo os valores de [ππ ]ππ,ππ em suas
diagonais, que Γ© uma matriz quadrada contendo os valores das derivadas parciais,
conforme 2. 45. e 2. 46. JΓ‘, [πͺπͺ]ππ e [πΈπΈ]ππ sΓ£o matrizes diagonais contendo [πͺπͺ]ππ e
[πΈπΈ]ππ nas diagonais principais, que tambΓ©m sΓ£o matrizes quadradas, conforme 2. 47.
a 2. 50. Por fim, os vetores ππβππ, πͺπͺοΏ½βοΏ½π e πΈπΈοΏ½οΏ½οΏ½οΏ½οΏ½ππ, descritos nas equaçáes 2. 51. a 2. 53.
33
[ππ ]ππ =
β£β’β’β’β’β’β’β‘
[ππ ]ππ [ππ ]ππ [ππ ]ππ [ππ ]ππ[ππ ]ππ [ππ ]ππ [ππ ]ππ [ππ ]ππ [ππ ]ππ[ππ ]ππ [ππ ]ππ [ππ ]ππ [ππ ]ππ [ππ ]ππ [ππ ]ππ[ππ ]ππ [ππ ]ππ [ππ ]ππ [ππ ]ππ [ππ ]ππ [ππ ]ππ [ππ ]ππ
[ππ ]ππ [ππ ]ππ [ππ ]ππ [ππ ]ππ [ππ ]ππ [ππ ]ππ[ππ ]ππ [ππ ]ππ [ππ ]ππ [ππ ]ππ [ππ ]ππ
[ππ ]ππ [ππ ]ππ [ππ ]ππ [ππ ]ππ β¦β₯β₯β₯β₯β₯β₯β€
(2. 45)
[ππ ]ππ,ππ =
β£β’β’β’β’β’β’β‘
πππ π π€π€ππ
πππππ€π€ππ
πππ π π€π€ππ
ππππππππ
πππ π π€π€ππ
ππππππππ
πππ π ππππ
πππππ€π€ππ
πππ π ππππ
ππππππππ
πππ π ππππ
ππππππππ
πππ π ππππ
πππππ€π€ππ
πππ π ππππ
ππππππππ
πππ π ππππ
ππππππππ β¦β₯β₯β₯β₯β₯β₯β€
(2. 46)
[πͺπͺ] =β£β’β‘[πͺπͺ]ππ
β±[πͺπͺ]π΅π΅β¦
β₯β€
(2. 47)
[πͺπͺ]ππ =
β£β’β‘
πΆπΆπ€π€π€π€πππΆπΆπ€π€ππππ
πΆπΆπ€π€ππππ
πΆπΆπππ€π€πππΆπΆππππππ
πΆπΆππππππ
πΆπΆπππ€π€πππΆπΆππππππ
πΆπΆππππππ β¦β₯β€
(2. 48)
[πΈπΈ] =β£β’β‘[πΈπΈ]ππ
β±[πΈπΈ]π΅π΅β¦
β₯β€
(2. 49)
[πΈπΈ]ππ =
β£β’β’β’β’β’β’β‘πππππ€π€π€π€π€π€ππ
πππππ€π€ππ
πππππ€π€π€π€π€π€ππ
ππππππππ
πππππ€π€π€π€π€π€ππ
ππππππππ
πππππππ€π€π€π€ππ
πππππ€π€ππ
πππππππ€π€π€π€ππ
ππππππππ
πππππππ€π€π€π€ππ
ππππππππ
πππππππ€π€π€π€ππ
πππππ€π€ππ
πππππππ€π€π€π€ππ
ππππππππ
πππππππ€π€π€π€ππ
ππππππππ β¦β₯β₯β₯β₯β₯β₯β€
(2. 50)
πͺπͺοΏ½βοΏ½π =β£β’β‘
πΆπΆπ€π€ππ
πΆπΆππππ
πΆπΆππππ β¦β₯β€
(2. 51)
πποΏ½βοΏ½π =β£β’β‘
πΉπΉπ€π€ππ
πΉπΉππππ
πΉπΉππππ β¦β₯β€
(2. 52)
πΈπΈοΏ½οΏ½οΏ½οΏ½οΏ½ππ =β£β’β‘
πΈπΈππππ
πΈπΈππππ
πΈπΈππππβ¦β₯β€ = οΏ½
πππ€π€π€π€π€π€πππππππ€π€π€π€πππππππ€π€π€π€ππ
οΏ½
(2. 53)
2.9.1 Termos de Transporte
Os termos de transporte sΓ£o constituΓdos pela transmissibilidade, que Γ©
separada em trΓͺs termos, geomΓ©tricos πΊπΊππ, função da pressΓ£o ππππ e função da
saturação πππ π , formulando ππππππ = πΊπΊπππππππππ π . As derivadas parciais com relação a
transmissibilidade são tratadas conforme os termos em função da pressão e
34
saturação, descritas nas equaçáes 2. 57. e 2. 58., onde ππ Γ© a variação da
propriedade com respeito ao tempo π‘π‘ e π£π£. (Ertekin, et. al, 2001)
πΊπΊππ = πππππ΄π΄πππ₯π₯ππ
(2. 54)
ππππ = 1πππππ΅π΅ππ
(2. 55)
πππ π = ππππππ
(2. 56)
ππππππππππ
= ππ (ππππ + ππ) β ππ(ππππ)ππ
(2. 57)
ππππππππ
= ππ(ππ + ππ) β ππ (ππ)ππ
(2. 58)
2.9.2 Termos de Acumulação
Os termos de acumulação sΓ£o constituΓdos pelas equaçáes πΆπΆππππ, πΆπΆπππ€π€, πΆπΆππππ,
πΆπΆπ€π€ππ, πΆπΆπ€π€π€π€, πΆπΆπ€π€ππ, πΆπΆππππ, πΆπΆπππ€π€ e πΆπΆππππ, que sΓ£o expandidas no anexo B. As derivadas ππβ²,
π π π π β² e οΏ½1 π΅π΅ππβ οΏ½β², sΓ£o tratadas conforme as equaçáes 2. 59., a 2. 61. (Ertekin, et. al,
2001)
ππβ² = πππ‘π‘+1 β πππ‘π‘
πππππ‘π‘+1 β ππππ
π‘π‘
(2. 59) π π π π
β² = π π π π π‘π‘+1 β π π π π
π‘π‘
πππππ‘π‘+1 β ππππ
π‘π‘
(2. 60) οΏ½ 1
π΅π΅πποΏ½
β²
=οΏ½π΅π΅ππ
π‘π‘+1οΏ½β1 β οΏ½π΅π΅πππ‘π‘ οΏ½β1
πππππ‘π‘+1 β ππππ
π‘π‘
(2. 61)
2.9.3 Termos dos Poços
Os termos dos poΓ§os sΓ£o constituΓdos pelas equaçáes que descrevem a
vazão e injeção de fluidos em um volume de controle.
2.9.3.1 Poços de Produção
As equaçáes 2. 62. e 2. 63. descrevem a vazão de fluidos em um poço
locado em apenas um volume de controle, πΊπΊπ€π€ Γ© o fator geomΓ©trico do poΓ§o, descrito
pela equação 2. 64., ππππ a pressΓ£o da fase e πππ€π€ππ a pressΓ£o de fundo de poΓ§o.
(Ertekin, et. al, 2001)
πππππ€π€π€π€ = β πΊπΊπ€π€ οΏ½ πππππππππππ΅π΅ππ
οΏ½οΏ½ππππ β πππ€π€πποΏ½, ππ = π€π€ ππ ππ (2. 62)
35
πππππ€π€π€π€ = β πΊπΊπ€π€ οΏ½οΏ½ππππππ
πππππ΅π΅πποΏ½οΏ½ππππ β πππ€π€πποΏ½ + οΏ½π π π π
πππππππππππ΅π΅ππ
οΏ½ οΏ½ππππ β πππ€π€πποΏ½οΏ½ (2. 63)
πΊπΊπ€π€ = 2πππππ»π»βlogππ οΏ½πππππππ€π€
οΏ½ + π π β πΉπΉ(2. 64)
π½π½π€π€ = β πΊπΊπ€π€ οΏ½ ππππππ
πππππ΅π΅πποΏ½
(2. 65)
onde, πππ»π» Γ© a permeabilidade vertical, β altura vertical do poΓ§o, ππππ raio do
centro do poΓ§o ao limite horizontal do VC, πππ€π€ raio do poΓ§o, π π fator de pelΓcula e πΉπΉ
fator do regime de fluxo do modelo. π½π½π€π€ Γ© definido na equação 2. 65., que Γ© o Γndice
de produtividade do poço.
2.9.3.2 Poços de Injeção
Para um poço com pressão de injeção constate é utilizado a equação 2. 66.,
onde ππππππ = π€π€ ou ππ, ππ = π€π€, ππ e ππ, nas condiçáes de injeção. (Ertekin, et. al, 2001)
πππππππππ€π€π€π€ = β πΊπΊπ€π€π΅π΅ππππππ
οΏ½οΏ½ππππππ
πππποΏ½ οΏ½ππππ β πππ€π€πποΏ½
ππ(2. 66)
2.9.3.3 Derivadas Parciais
As derivadas parciais sΓ£o tratadas de forma idΓͺntica ao tratamento das
transmissibilidades, formando as equaçáes 2. 67. e 2. 68.
ππππππππππ
= π½π½π€π€(ππππ + ππ) β π½π½π€π€(ππππ)ππ
οΏ½ππππ β πππ€π€πποΏ½ (2. 67)
ππππππππ
= π½π½π€π€(ππ + ππ) β π½π½π€π€(ππ)ππ
οΏ½ππππ β πππ€π€πποΏ½ (2. 68)
2.10 C++ para Computação CientΓfica
C++ é uma linguagem de programação, que é executada diretamente pelo
processador e por isso possui um desempenho muito eficaz no processamento e
gerenciamento de memória na execução de tarefas que necessitam alto
desempenho computacional. Além de possuir ampla utilização mundialmente para o
desenvolvimento de projetos de engenharia devido ter uma gama de bibliotecas que
facilitam a implementação dos projetos. Uma dessas bibliotecas é GNU Scientific
36
Library, a qual possui desde funçáes simples de cÑlculo vetorial até funçáes de
inversΓ£o de matrizes esparsas.
Devido a sua ampla utilização a linguagem tem diversos canais que
referenciam suas funcionalidades, sendo um deles o C++ Reference[1], alΓ©m das
bibliotecas que possuem seus manuais de utilização, com o da GNU Scientific
Library[2].
1 C++ Reference site: www.cppreference.com 2 GNU Scientific Library Reference site: www.gnu.org/software/gsl
37
3 REVISΓO BIBLIOGRΓFICA
A simulação de reservatórios de petróleo é uma ferramenta que vem sendo
desenvolvida concomitantemente com a evolução computacional. Com o surgimento
dos computadores modernos na década de 50, começaram a ser desenvolvidos
métodos matemÑticos para a simulação de reservatório de petróleo, com diversas
abordagens, sendo alguma delas utilizadas atΓ© hoje em dia.
Douglas et al. (1959) formula o método da resolução simultÒnea, que leva em
consideração apenas a geometria da rocha e propriedades dos fluidos e tem estÑ
denominação devido resolver as equaçáes do modelo matemÑtico simultaneamente.
O modelo aplicado tinha o propΓ³sito de calcular o fluxo dos fluidos, ou seja, Γ‘gua e
óleo, no meio poroso, levando em consideração que Ñgua era a fase molhante, e
para validar o modelo foi realizada a comparação com dados laboratoriais,
chegando a conclusΓ£o que o modelo produz resultados satisfatΓ³rios e concordantes.
Stone (1968), desenvolve uma metodologia para a resolução iterativa de
aproximação implΓcita de equaçáes diferenciais parciais multidimensionais. Que
basicamente utiliza a diferenciação implΓcita para modelos multidimensionais e
acopla o método iterativo de Newton para a linearização do sistema de equaçáes
não lineares, criando uma metodologia iterativa para a resolução do problema.
Blair et al. (1969) propΓ΅e a utilização da formulação totalmente implΓcita para
o desenvolvimento de modelos de reservatΓ³rio de petrΓ³leo, devido sua maior
estabilidade. Aplicado a metodologia desenvolvida por Stone (1968), em um modelo
multidimensional com duas fases, concluiu-se que o erro de truncamento, no
domΓnio do tempo, diminui significantemente e possibilita o passo no tempo maior
com resultados estΓ‘veis.
Vinsome (1976) desenvolve um algoritmo chamado Orthomin, que Γ© aplicado
para a resolução iterativa de equaçáes lineares sparsas, utiliza a metodologia de
ortogonalização e minimização das matrizes para resolução do problema. Behie et
al. (1982) propáe a utilização do método Orthomin, que é um método de acelaração
de convergΓͺncia, juntamente com um mΓ©todo ILU de fatoração, criando um mΓ©todo
iterativo para a resolução de matrizes sparsas.
38
Aziz e Settari (1979) publicam o livro Petroleum Reservoir Simulation, o qual
aborda todos os tópicos da simulação de reservatório de petróleo desenvolvido até
aquele momento. Deriva as formulaçáes IMPES e IMPSAT para casos uni e multi,
no domΓnio da dimensΓ£o e dos fluidos. AlΓ©m de discutir como deve-se formular um
modelo black-oil corretamente e como aplicar as equaçáes em um modelo
computacional.
Au et al. (1980) discute e propΓ΅e tΓ©cnicas a serem utilizada em modelos
implΓcito de simulação de reservatΓ³rio de petrΓ³leo, abordando tΓ©cnicas de
optimização do modelo black-oil, bem como no tratamento das equaçáes no caso da
variação do ponto de bolha e seus problemas relacionados, também discute sobre o
tratamento do modelo dos poços, entre outras técnicas para a optimização da
resolução do sistema de equaçáes.
Thomas et al. (1983) propΓ΅e uma metodologia implΓcita adaptativa para a
simulação de reservatórios de petróleo. O método consiste em classificar cada bloco
do modelo, conforme a sua resposta a aplicação do método IMPSAT, o que
possibilita trocar o método de IMPSAT para IMPES durante as iteraçáes, caso a
classificação atinja um determinado parÒmetro determinado. A vantagem dessa
tΓ©cnica Γ© a diminuição do esforΓ§o computacional sem perda de eficiΓͺncia e
estabilidade das resoluçáes. Fung et al. (1989) sugere que o critério de troca deve
basear-se na estabilidade numérica da matriz do volume de controle em avaliação
Forsyth et al. (1984) descreve o mΓ©todo do pseudo gΓ‘s, que trata do
aparecimento e desaparecimento da fase gΓ‘s, devido ao ponto de bolha variΓ‘vel,
em modelos black-oil implΓcito. Ao aplica-lo chegou-se Γ conclusΓ£o que requer um
tratamento minucioso da realocação das saturaçáes e apresenta maiores erros no
balanΓ§o de materiais, porΓ©m nΓ£o apresenta perda de eficiΓͺncia em comparação ao
método da substituição de variÑvel.
Abou-Kassem et al. (1992) formula um algoritmo simples e eficiente para
remoção de blocos inativos do modelo do reservatório, ou seja, remove as
equaçáes desnecessÑrios do modelo matemÑtico. O algoritmo permite gerar
modelos mais próximo da geometria real do reservatório, além de diminuir o esforço
computacional.
39
Ertekin, Abou-Kassem e King (2001) publicam o livro Basic Applied Reservoir
Simulation, que faz parte da Textbook Series da Society of Petroleum Engineers. Γ
um livro didΓ‘tico que abrange desde o cΓ‘lculo numΓ©rico e diferencial atΓ© as
propriedades dos fluidos de um reservatΓ³rio de petrΓ³leo. Neste livro Γ© formulado o
modelo fully implicit black-oil o qual Γ© empregado neste trabalho.
Atualmente com a evolução computacional os modelos de reservatório de
petrΓ³leo foram ganhando mais variΓ‘veis, devido ao acoplamento de novos fatores
que são levados em consideração, como a composição dos fluidos e suas
propriedades tΓ©rmicas, modelos estruturais da geologia local, alΓ©m do refinamento
da malha e de suas propriedades, sendo o limite apenas a ousadia e Γ’nsia do
desenvolvedor do modelo.
40
4 METODOLOGIA
A metodologia do projeto de conclusΓ£o de curso consistiu em quatro etapas,
sendo Levantamento BibliogrÑfico, Assimilação do Modelo MatemÑtico,
Implementação em C++ e Validação dos Resultados. Essas etapas percorrem pelo
processo de aprendizado e implementação dos conhecimentos adquiridos durante o
perΓodo do projeto, demonstrado no fluxograma de trabalho, figura 4. 1.
Figura 4.1. Fluxograma das etapas realizadas durante trabalho de conclusΓ£o de curso.
4.1 Levantamento BibliogrΓ‘fico
Por meio do levantamento bibliogrΓ‘fico, chegou-se as fontes da literatura
onde contΓ©m os conhecimentos necessΓ‘rios para o desenvolvimento do projeto,
sendo utilizados os seguintes livros base para a implementação:
β’ Multiphase-Flow Simulation in Petroleum Reservoirs, Chapter 9 in Basic Applied Reservoir Simulation. (Ertekin, et. al, 2001);
β’ C++ for Scientific Computing, (Kriemann, 2008);
β’ GNU Scientific Library Reference Manual, 3rd, (Galassi, et. al, 2009).
Levantamento BibliogrΓ‘fica
Full Implicit Black-Oil
Assimilação do Modelo MatemÑtico
Implementação em C++
Organização das Equaçáes
Validação dos Resultados
Agenda de Implementação
Desenvolvimento dos Algoritmos
Depuração do Programa
Resultados
Resultados CMG IMEX
C++ for Scientific Computing
41
4.2 MΓ©todo Fully Implicit Black-Oil
Para o projeto foi escolhido o mΓ©todo fully implicit black-oil, formulado por
Ertekin, et. al (2001), devido as consideraçáes levantadas na revisão bibliogrÑfica
que mostram um desempenho satisfatΓ³rio do mΓ©todo implΓcito e tambΓ©m sua ampla
utilização na indústria.
O mΓ©todo fully implicit black-oil, Γ© um processo iterativo, que Γ© ilustrado no
fluxograma na figura 4. 2. As iteraçáes ocorrem pelo método de Newton-Raphson,
que Γ© implementado conforme os passos abaixo:
I. Inicia-se o modelo atravΓ©s do equilΓbrio vertical, calculando as condiçáes
iniciais πποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½ππ0 = οΏ½πππ€π€ππ0 , ππππππ
0 , ππππππ0 οΏ½ππ , sendo, π‘π‘ = π£π£ = 0;
II. Devido ao mΓ©todo de Newton-Raphson ser iterativo necessita-se fazer uma
estimação inicial de πποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½πππ£π£+1, que Γ© feita atravΓ©s de uma perturbação ππ nas
condiçáes de πποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½ππ0 , formando πποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½ππ1 = οΏ½πππ€π€ππ1 , ππππππ
1 , ππππππ1 οΏ½ππ , sendo π£π£ = 1;
III. Γ feita a escolha do passo do tempo Ξπ‘π‘;
IV. Calcula-se os Termos de Transporte πΉπΉοΏ½βοΏ½ππ£π£ e [πΉπΉ ]πππ£π£ , os Termos de Acumulação
πΆπΆοΏ½βοΏ½ππ‘π‘ , πΆπΆοΏ½βοΏ½π
π£π£ e [πΆπΆ]πππ£π£ , e os Termos dos PoΓ§os πποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½πππ£π£ , [ππ]πππ£π£ ;
V. Calcula-se os resΓduos π π οΏ½οΏ½οΏ½οΏ½οΏ½ππ = οΏ½π π π€π€ππ,π π ππππ
,π π πππποΏ½ππ , atravΓ©s da relação π π οΏ½οΏ½οΏ½οΏ½οΏ½πππ£π£ =
οΏ½πΉπΉοΏ½βοΏ½ππ£π£ β οΏ½πΆπΆοΏ½βοΏ½π
π£π£ β πΆπΆοΏ½βοΏ½ππ‘π‘ οΏ½ + πποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½πππ£π£ οΏ½;
VI. Calcula-se a jacobiana, atravΓ©s da relação π½π½πππ£π£ = {[πΉπΉ ]πππ£π£ β [πΆπΆ]πππ£π£ + [ππ]πππ£π£ };
VII. Calcula-se o sistema π½π½πππ£π£πΏπΏπποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½ππ = β π π οΏ½οΏ½οΏ½οΏ½οΏ½πππ£π£ , para achar πΏπΏπποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½ππ;
VIII. Calcula-se a estimativa das novas condiçáes πποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½πππ£π£+1, atravΓ©s da relação
πποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½πππ£π£+1 = πΏπΏπποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½ππ β πποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½πππ£π£ ;
IX. Repete-se o processo do passo IV a VIII atΓ© que a convergΓͺncia seja
alcanΓ§ada, ou seja, πΏπΏπποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½ππ < 10β3, e um novo passo no tempo Γ© iniciado, ou
seja, π‘π‘ = 2, e o processo reinicia-se.
42
Figura 4.2. Processo iterativo que o mΓ©todo fully implicit black-oil percorre para chegar a convergΓͺncia.
4.3 Implementação em C++
Para o projeto foi escolhido a utilização da linguagem de programação C++,
juntamente com GNU Scientific Library (GSL) devido a suas funcionalidades que
englobam as necessidades do projeto. A implementação do método fully implicit
black-oil se deu pelo desenvolvimento de módulos contendo as funçáes necessÑrias
para o processo iterativo ocorrer de forma cΓclica, conforme a lΓ³gica do fluxograma
da figura 4. 2. Os mΓ³dulos desenvolvidos sΓ£o listados abaixo:
Modelo: informaçáes sobre o modelo do reservatório e fluidos;
Funçáes-Globais: funçáes globais utilizadas pelos outros módulos;
EquilΓbrio: funçáes para cΓ‘lculo do EquilΓbrio Vertical;
Propriedades-Fluidos: funçáes para cÑlculo das propriedades dos fluidos; Permeabilidade: funçáes para cÑlculo das permeabilidades absolutas e
relativas; Perturbação: funçáes para cÑlculo da perturbação das condiçáes do modelo;
MODELO
EQUILΓBRIO
PERM. ABS.
PERM. REL.
PERTURB. SAT. - PRE.
TRANSMISSIBILIDADE
TRANSPORTE
ACUMULUΓΓO
POΓOS
π½π½πππ£π£πΏπΏπποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½ππ = β π π οΏ½οΏ½οΏ½οΏ½οΏ½πππ£π£
πποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½ππππ = οΏ½πππ€π€ππππ , ππππππ
ππ , ππππππππ οΏ½ππ
πποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½πππ£π£ = οΏ½πππ€π€πππ£π£ , ππππππ
π£π£ , πππππππ£π£ οΏ½ππ
GEOMETRIA
πποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½πππ£π£+1 = πΏπΏπποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½ππ + πποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½πππ£π£ πΏπΏπποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½ππ < 10β3
πποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½πππ‘π‘+Ξπ‘π‘ = πποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½πππ£π£+1
πποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½πππ£π£ = πποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½πππ£π£+1
PROP. FLUIDOS
43
Transmissibilidade: funçáes para cÑlculo da transmissibilidade; Derivadas-Acumulação: funçáes para cÑlculo das derivadas dos termos de
acumulação; Poços: funçáes para cÑlculo dos poços de injeção e produção; Transporte: funçáes para cÑlculo da jacobiana e termos de transporte; Acumulação: funçáes para cÑlculo dos termos de acumulação; Solver: funçáes para resolver o sistema linear gerado.
4.4 Validação dos Resultados
Para o desenvolvimento do projeto foram utilizados dados sintΓ©ticos no
modelo geolΓ³gico e das propriedades dos fluidos os quais sΓ£o disponibilizados no
anexo C. A malha do modelo foi discretizada em 10x10x5, a qual possibilita ter uma
camada para cada tipo de zona de fluidos, ou seja, capa de gΓ‘s, contato gΓ‘s-Γ³leo,
zona de Γ³leo, contato Γ³leo-Γ‘gua e zona de Γ‘gua.
Para validação do projeto um mesmo modelo serÑ criado no simulador CMG
IMEX e os resultados deste trabalho serΓ£o comparados com os resultados do CMG
IMEX, possibilitando verificar o afastamento dos resultados.
SerÑ utilizado o erro relativo percentual, equação 4. 1., como um comparativo
entre os resultados, sendo que os resultados do CMG IMEX (ππππ) serΓ£o
considerados como referΓͺncia.
πΈπΈππππππ = ππππ β πππ π ππππ
(4. 1)
44
5 APLICAΓΓO
O modelo geolΓ³gico Γ© simples, composto por uma porosidade de 20% e
permeabilidade absoluta horizontal e vertical de 500md. JΓ‘ as propriedades dos
fluidos estΓ£o contidas no anexo C, tendo as tabelas de permeabilidade relativa e
PVT. Apenas a aplicação dos principais algoritmos serÑ discutida, devido tratar-se
de um modelo complexo.
5.1 EquilΓbrio Vertical
O cÑlculo da distribuição inicial das saturaçáes e pressáes é realizado com
base no conceito do equilΓbrio vertical dos fluidos (Coats et al., 1971). Para um VC
com profundidade vertical de βπ£π£ππ, sendo βππππππ profundidade do contato gΓ‘s-Γ³leo, βπππππ€π€
a profundidade do contato Γ³leo-Γ‘gua e ππππππππ a pressΓ£o de referΓͺncia em uma
profundidade βππππππ , temos o algoritmo 5. 1. descrevendo esse processo.
Algoritmo 5.1. EquilΓbrio Vertical Para a capa de gΓ‘s: 1: ππππ βπ£π£ππ < βππππππ βΆ 2: ππππ = πππ€π€ = ππππ = ππππππππ + πΎπΎππ(βπ£π£ππ β βππππππ) 3: ππππ = 0; πππ€π€ = πππ€π€ππ; ππππ = 1 β ππππ β πππ€π€
Para zona de transição de Γ³leo e gΓ‘s: 1: ππππ βπ£π£ππ = βππππππ βΆ 2: ππππ = ππππππππ + πΎπΎππ(βπ£π£ππ β βππππππ); πππ€π€ = ππππ = ππππππππ + πΎπΎππ(βπ£π£ππ β βππππππ) 3: πππ€π€ = πππ€π€ππ; ππππ = ππππππ; ππππ = 1 β ππππ β πππ€π€
Para zona de Γ³leo: 1: ππππ βπ£π£ππ > βππππππ ππ βπ£π£ππ < βπππππ€π€ βΆ 2: ππππ = πππ€π€ = ππππ = ππππππππ + πΎπΎππ(βπ£π£ππ β βππππππ) 3: πππ€π€ = πππ€π€ππ; ππππ = 0; ππππ = 1 β ππππ β πππ€π€
Para zona de transição de Γ³leo e Γ‘gua: 1: ππππ βπ£π£ππ = βπππππ€π€ βΆ 2: πππ€π€ = ππππππππ + πΎπΎπ€π€(βπ£π£ππ β βππππππ); ππππ = ππππ = ππππππππ + πΎπΎππ(βπ£π£ππ β βππππππ) 3: πππ€π€ = πππ€π€ππ; ππππ = 0; ππππ = 1 β ππππ β πππ€π€
E para zona de Γ‘gua: 1: ππππ βπ£π£ππ > βπππππ€π€ βΆ 2: πππ€π€ = ππππππππ + πΎπΎπ€π€(βπ£π£ππ β βππππππ); ππππ = ππππ = 0 3: πππ€π€ = 1; ππππ = 0; ππππ = 0
45
5.2 Perturbação
Para gerar as amostras de inicialização do processo iterativo de Newton-
Raphson, Γ© necessΓ‘rio perturbar as amostras π₯π₯ππ para gerar π₯π₯ππ. A lΓ³gica leva em
consideração o equilΓbrio vertical e perturba a amostra conforme a sua zona de
localização, sendo βππππππ profundidade do contato gΓ‘s-Γ³leo e βπππππ€π€ a profundidade do
contato Γ³leo-Γ‘gua. Para zonas superiores ao contato gΓ‘s-Γ³leo Γ© adicionado πΌπΌ
saturação de gΓ‘s, por outro lado, para zonas inferiores Γ© retirado πΌπΌ saturação de
gΓ‘s. Em zonas superiores ao contato Γ³leo-Γ‘gua Γ© retirado π½π½ saturação de Γ‘gua e
nas zonas inferiores Γ© adicionado π½π½ saturação de Γ‘gua. Para a pressΓ£o Γ© retirada ππ
globalmente do modelo. O algoritmo 5. 2. descreve esse processo.
Algoritmo 5.2. Perturbação Para a capa de gΓ‘s: 1: ππππ βπ£π£ππ < βππππππ βΆ 2: πππ€π€
ππ = πππ€π€ππ β π½π½
3: ππππππ = ππππ
ππ + πΌπΌ 4: ππππ
ππ = ππππππ β ππ
Para zona de transição de Γ³leo e gΓ‘s: 1: ππππ βπ£π£ππ = βππππππ βΆ 2: πππ€π€
ππ = πππ€π€ππ β π½π½
3: ππππππ = ππππ
ππ + πΌπΌ 4: ππππ
ππ = ππππππ β ππ
Para zona de Γ³leo: 1: ππππ βπ£π£ππ > βππππππ ππ βπ£π£ππ < βπππππ€π€ βΆ 2: πππ€π€
ππ = πππ€π€ππ β π½π½
3: ππππππ = ππππ
ππ β πΌπΌ 4: ππππ
ππ = ππππππ β ππ
Para zona de transição de Γ³leo e Γ‘gua: 1: ππππ βπ£π£ππ = βπππππ€π€ βΆ 2: πππ€π€
ππ = πππ€π€ππ + π½π½
3: ππππππ = ππππ
ππ β πΌπΌ 4: ππππ
ππ = ππππππ β ππ
E para zona de Γ‘gua: 1: ππππ βπ£π£ππ > βπππππ€π€ βΆ 2: πππ€π€
ππ = πππ€π€ππ + π½π½
3: ππππππ = ππππ
ππ β πΌπΌ 4: ππππ
ππ = ππππππ β ππ
46
5.3 Propriedades do Fluidos
As propriedades dos fluidos são calculadas com relação a pressão que o
mesmo estΓ‘ submetido, sendo separado em duas categorias, quando estΓ‘ em
estado saturado, ou seja, a pressΓ£o Γ© menor que a pressΓ£o de bolha e
sobressaturado onde a pressΓ£o Γ© maior que a pressΓ£o de bolha. Assim a pressΓ£o
da fase ππππ Γ© comparada com a pressΓ£o de bolha ππππ e seleciona as equaçáes
corretas para o cΓ‘lculo, sendo descrito no algoritmo 5. 3. abaixo.
Algoritmo 5.3. Propriedades dos Fluidos 1: ππππ ππππ > ππππ βΆ 2: πΈπΈπππ π . πππππππππππ π πππ‘π‘π’π’ππππππππ ππππππππ ππππ ,π΅π΅ππ, ππππ , π π π π 3: ππππ ππΓ£ππ βΆ 4: πΈπΈπππ π . πππππ‘π‘π’π’ππππππππ ππππππππ ππππ ,π΅π΅ππ, ππππ , π π π π , ππππππππ ππ = ππ,π€π€ ππ ππ
Para o tratamento do ponto de bolha variΓ‘vel Γ© adotado a metodologia
proposta por Forsyth et al. (1984), denominado de pseudo-GOR, que trata a π π π π
como função da saturação de gÑs, é um método simples de ser aplicado e não
necessita lidar com a troca de variΓ‘veis do modelo, a lΓ³gica utilizada Γ© descrita no
algoritmo 5. 4. Para utilizar a metodologia é necessÑrio definir uma saturação
mΓnima de gΓ‘s, definido por ππ, sendo no valor de 10β4.
Algoritmo 5.4. Pseudo-GOR 1: ππππ ππππ > ππ βΆ 2: Ξ¨οΏ½πππποΏ½ = 1 3: ππππ ππΓ£ππ βΆ 4: Ξ¨οΏ½πππποΏ½ = π€π€ππ
π€π€ππ+ππ
5: πΆπΆπππ΄π΄πππ’π’π΄π΄ππππ: π π οΏ½οΏ½οΏ½οΏ½οΏ½π π = π π π π (ππππ)Ξ¨οΏ½πππποΏ½
1: ππππ πππ’π’πππππππ‘π‘ππ πππ π πππ‘π‘ππππππçáπππ π πππππ£π£ < 0 βΆ
2: πππππ£π£+1 = οΏ½ππππ
ππππ
5.4 Permeabilidade
O modelo Γ© tratado com permeabilidade absoluta homogΓͺnea, assim nΓ£o Γ©
necessÑrio implementação de rotina para o cÑlculo da mesma. Porém a
permeabilidade relativa do gÑs e Ñgua, é calculada por meio de interpolação nas
47
suas respectivas tabelas e a permeabilidade relativa do Γ³leo Γ© calculada com o
modelo II de Stone (1973), conforme equação 5. 1. A lógica para cÑlculo das
permeabilidades Γ© descrita no algoritmo 5. 5.
πππππποΏ½πππ€π€,πππποΏ½ = ππππππ οΏ½οΏ½πππππππ€π€(πππ€π€)ππππππ
+ πππππ€π€(πππ€π€)οΏ½ οΏ½πππππππποΏ½πππποΏ½
ππππππ+ πππππποΏ½πππποΏ½οΏ½ β πππππ€π€(πππ€π€) β πππππποΏ½πππποΏ½οΏ½ (5. 1)
onde ππππππ = πππππππ€π€(πππ€π€ππ).
Algoritmo 5.5. Permeabilidade Relativa 1: ππππππππ π‘π‘ππππππ πππΆπΆππ βΆ 2: πππππ‘π‘ππππ ππππ, πΎπΎβ ππ πΎπΎπ£π£ 3: πΌπΌπππ‘π‘πππππππππ΄π΄ππππ ππππππ 4: πΆπΆπππ΄π΄πππ’π’π΄π΄ππππ ππππππ, ππππππππ ππ = π€π€ ππ ππ
5.5 Transmissibilidade
A transmissibilidade dos VC Γ© calculada para todos os eixos ππ, ππ e ππ,
conforme a equação 2. 36., sendo necessÑrio a criação de um algoritmo para o
cΓ‘lculo da mesma, seguindo lΓ³gica descrita abaixo.
Algoritmo 5.6. Transmissibilidade 1: ππππππππ π‘π‘ππππππ πππΆπΆππ βΆ 2: πππππ‘π‘ππππ π΄π΄, ππππ , π΅π΅ππ, ππππ , π π π π , πΎπΎβ, πΎπΎπ£π£ ππ ππππππ 3: πΆπΆπππ΄π΄πππ’π’π΄π΄ππππ ππππππ
, ππππππ ππ ππππππ
, ππππππππ ππ = ππ,π€π€ ππ ππ
4: πΆπΆπππ΄π΄πππ’π’π΄π΄ππππ ππππππππππππππ
ππ πππππππππππ€π€ , ππππππππ ππ = ππ, ππ ππ ππ
5.6 Poços
Os termos dos poços são calculados conforme as equaçáes da seção 2. 9. 3.
o algoritmo de cÑlculo é separado em duas funçáes, sendo as funçáes para cÑlculo
da produção e injeção, feitas conforme a lógica descrita no algoritmo 5. 7.
Algoritmo 5.7. PoΓ§os 1: ππππππππ πππΆπΆ_πΌπΌπππ½π½ππ ππ πππΆπΆ_πππ π ππππππ βΆ 2: πππππ‘π‘ππππ ππππ, ππππβππ, ππππ , π΅π΅ππ, ππππ , π π π π , πΎπΎβ, πΎπΎπ£π£ ππ ππππππ 3: πΆπΆπππ΄π΄πππ’π’π΄π΄ππππ πππππππππππ π ππ
, ππππππππππ
ππ πππππππ€π€, ππππππππ ππ = ππ,π€π€ ππ ππ
4: πΆπΆπππ΄π΄πππ’π’π΄π΄ππππ πππΌπΌπΌπΌπΌπΌπ π ππ, ππππ
ππππππ ππ ππππ
πππ€π€, ππππππππ ππ = ππ,π€π€ ππ ππ
48
5.7 Transporte
Os termos de transporte [ππ ] e ππβ sΓ£o calculados conforme descrito na seção
2. 9. 1., a lΓ³gica Γ© descrita no algoritmo 5. 8.
Algoritmo 5.8. Transporte 1: ππππππππ π‘π‘ππππππ πππΆπΆππ ππππππ π£π£πππ§π§ππππβπππ π πππΆπΆππ βΆ 2: πππππ‘π‘ππππ ππππ, ππππ , ππππ
ππππππ ππ ππππ
πππ€π€ 3: πΆπΆπππ΄π΄πππ’π’π΄π΄ππππ [ππ ]ππ,ππ ππ πποΏ½βοΏ½π 4: πππππππ‘π‘ππππ [ππ ], ππππππππ ππ = ππ, π€π€ ππ ππ
5.8 Acumulação
Os termos de acumulação [πͺπͺ] e πͺπͺ β sΓ£o calculados conforme descrito na
seção 2. 9. 2., a lógica é descrita no algoritmo 5. 9.
Algoritmo 5.9. Acumulação 1: ππππππππ π‘π‘ππππππ πππΆπΆππ ππππππ π£π£πππ§π§ππππβπππ π πππΆπΆππ βΆ 2: πππππ‘π‘ππππ π΄π΄, ππ, ππππ, π΅π΅ππ, ππππ ππ π π π π 3: πΆπΆπππ΄π΄πππ’π’π΄π΄ππππ [πͺπͺ]ππ ππ πͺπͺοΏ½βοΏ½π 4: πππππππ‘π‘ππππ [πͺπͺ], ππππππππ ππ = ππ,π€π€ ππ ππ
5.9 Solver
Para a resolução do sistema linear é utilizado o algoritmo GMRES,
desenvolvido por Saad et al. (1986), da GSL. Γ estipulado ππ, a variação mΓnima das
iteraçáes e ππ como o nΓΊmero mΓ‘ximo de iteraçáes do mΓ©todo de Newton-Raphson.
O processo para montar o sistema de equaçáes é descrito no algoritmo 5. 10.
49
Algoritmo 5.10. Solver 1: ππππππππ π‘π‘ππππππ πππΆπΆππ ππππππ π£π£πππ§π§ππππβπππ π πππΆπΆππ βΆ 2: πππππ‘π‘ππππ πΉπΉοΏ½βοΏ½π
π£π£, πΆπΆοΏ½βοΏ½ππ£π£, πΆπΆοΏ½βοΏ½π
π‘π‘ , πποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½πππ£π£ , [πΉπΉ ]πππ£π£ , [πΆπΆ]πππ£π£ ππ [ππ]πππ£π£ 3: πΆπΆπππ΄π΄πππ’π’π΄π΄ππππ π π οΏ½οΏ½οΏ½οΏ½οΏ½πππ£π£ = οΏ½πΉπΉοΏ½βοΏ½π
π£π£ β οΏ½πΆπΆοΏ½βοΏ½ππ£π£ β πΆπΆοΏ½βοΏ½π
π‘π‘ οΏ½ + πποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½πππ£π£ οΏ½ 4: πΆπΆπππ΄π΄πππ’π’π΄π΄ππππ π½π½ππ
π£π£ = {[πΉπΉ ]πππ£π£ β [πΆπΆ]πππ£π£ + [ππ]πππ£π£ } 5: π π πππ π πππ΄π΄π£π£ππππ π½π½ππ
π£π£πΏπΏπποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½ππ = β π π οΏ½οΏ½οΏ½οΏ½οΏ½πππ£π£ 6: πΆπΆπππ΄π΄πππ’π’π΄π΄ππππ πποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½πππ£π£+1 = πΏπΏπποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½ππ + πποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½πππ£π£ 7: ππππ πΏπΏπποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½ππ < ππ πππ’π’ π£π£ > ππ: 8: ππππ πποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½πππ£π£+1 Γ© πππππππ π πππ π π‘π‘πππππ‘π‘ππ ππππ πππππ΄π΄ππçãππ ππ πποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½πππ‘π‘ βΆ 9: πππππ‘π‘ππ πποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½πππ‘π‘+Ξπ‘π‘ = πποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½πππ£π£+1 10: πππππ‘π‘ππ πππππ£π£ππ π₯π₯π‘π‘ 11: πππππ΄π΄π‘π‘ππ ππππππππ 2 12: ππππ ππΓ£ππ βΆ 13: πππππππ‘π‘π’π’ππππ πποΏ½οΏ½οΏ½οΏ½πππ£π£+1 14: πππππ΄π΄π‘π‘ππ ππππππππ 2 15: ππππ ππΓ£ππ βΆ 16: πππππ΄π΄π‘π‘ππ ππππππππ 2
50
6 RESULTADOS E DISCUSSΓO
O modelo proposto para a aplicação da metodologia teve como dados de
entrada a saturação inicial de Ñgua e gÑs, com 50% e 10% respectivamente,
permeabilidade homogΓͺnea de 500md, permeabilidade relativa e PVT contidos no
anexo C, com pressΓ£o inicial de 10500kPa em todo modelo e malha com dimensΓ£o
de 10, 10 e 5, nas coordenadas I, J e K, tendo um espaçamento de 100m em I e J, e
20m em K, gerando uma malha retangular, ilustrada na figura 6. 1., e uma pressΓ£o
de referΓͺncia de 10200kPa em 12.5m de profundidade.
O mapa de saturação inicial, figura 6. 2., em corte frontal do modelo e suas
provΓ‘veis zonas preferenciais dos fluidos devido o equilΓbrio vertical, sendo Zg, zona
de gΓ‘s, Zgo, contato gΓ‘s-Γ³leo, Zo, zona de Γ³leo, Zow, contato Γ³leo-Γ‘gua e Zw, zona
de Γ‘gua.
Figura 6.1. Malha retangular de 10x10x5 para a aplicação da metodologia.
Figura 6.2. Corte frontal da malha, mostrando as zonas preferenciais dos fluidos, com dados iniciais de saturação.
Os fluidos possuem tendΓͺncia de deslocamento para Γ‘reas preferenciais
devido a sua densidade, por exemplo, o gΓ‘s devido ter a densidade menor tende a
deslocar-se para Γ‘rea superior do reservatΓ³rio, jΓ‘ a Γ‘gua desloca-se para a Γ‘rea
inferior e o Γ³leo fica entre essas duas fases. Tendo em vista este comportamento
dos fluidos, as zonas de contato dos fluidos foram estipuladas, sendo o topo do
contado gΓ‘s-Γ³leo em 30m, o topo da zona de Γ³leo em 50m e o topo do contato Γ³leo-
Γ‘gua em 70m.
51
Um poço produtor foi locado na coordenada (3,3,3), ou seja, no volume de
controle (VC) 223, que se encontra na zona de óleo, sendo permitido a produção
apenas neste VC, alΓ©m de ser determinado uma pressΓ£o constante de fundo de
poço de 5250kPa e o volume de produção de 1000m3 para cada fase, ou seja, óleo,
gΓ‘s e Γ‘gua.
6.1 MΓ©todo Fully Implicit Black-Oil
Para inicializar o método fully implicit black-oil (FIM) através das iteraçáes
Newton-Raphson é necessÑrio estipular as saturaçáes e pressão futura do modelo,
assim possibilitando por meio das iteraçáes achar as saturaçáes e pressão que
solucionem as equaçáes conforme o passo no tempo.
A estimação inicial das saturaçáes foi realizada com base no conceito da
tendΓͺncia de deslocamento dos fluidos, sendo adicionado 0.05% de saturação de
gΓ‘s em zonas acima do contato gΓ‘s-Γ³leo e removido a mesma quantidade em
zonas inferiores ao contato gÑs-óleo, para a saturação de Ñgua é removido 1% em
zonas acima ao contato Γ³leo-Γ‘gua e adicionado a mesma quantidade em zonas
baixo do contato óleo-Ñgua. Para a estimação da pressão foi calculado a pressão
hidrostΓ‘tica dos fluidos, levando em consideração uma pressΓ£o de referΓͺncia de
10200kPa em 12.5m de profundidade.
A pressΓ£o de bolha do modelo Γ© estipulada em 9570kPa, mesmo a pressΓ£o
do modelo estando acima da pressΓ£o de bolha o mesmo Γ© considerado como um
modelo saturado devido conter gΓ‘s livre nos poros.
O passo no tempo é estipulado em um dia e o tempo final de simulação em
cindo dias, devido pequenos passos no tempo serem melhor para deparar com
erros no modelo matemΓ‘tico, assim possibilitando fixar e resolver o causador do
erro. JÑ para as iteraçáes do método Newton-Raphson, foram estipulados um
mΓ‘ximo de trΓͺs iteraçáes por passo no tempo.
Primeiro passo no tempo
ApΓ³s as trΓͺs iteraçáes Γ© chegada a solução das saturaçáes, na figura 6. 3.,
pode-se observar o mapa de saturaçáes e na tabela 6. 1. temos os valores
calculados. Os resultados tendem a convergir em direção a estimação inicial, e nem
52
todas camadas alteram o estado, com o passar do tempo e queda na pressΓ£o do
modelo. Na figura 6. 4. temos a distribuição da pressão e na tabela 7. 1. os valores
estimados.
Figura 6.3. Mapa de saturação, primeiro passo no tempo.
Figura 6.4. Mapa de pressΓ£o, primeiro passo no tempo.
Tabela 6.1. Resultados do primeiro passo no tempo. SW SG SO PO
T = 0 T = 1 T = 0 T = 1 T = 0 T = 1 T = 0 T = 1 0.50000 0.503453 0.10000 0.139433 0.40000 0.357115 10500 10304.25159
0.50000 0.489996 0.10000 0.100500 0.40000 0.409504 10500 10335.16536
0.50000 0.490001 0.10000 0.156326 0.40000 0.353673 10500 10489.64001
0.50000 0.510738 0.10000 0.099500 0.40000 0.389762 10500 10644.11416
0.50000 0.495819 0.10000 0.130589 0.40000 0.373592 10500 10840.78486
Segundo passo no tempo
Nota-se que a tendΓͺncia do deslocamento dos fluidos Γ© mantida, conforme a
variação da pressão. Na figura 6. 5., pode-se observar o mapa de saturaçáes e na
tabela 6. 2. temos os valores calculados. JÑ na figura 6. 6. temos a distribuição da
pressΓ£o e na tabela 6. 2. os valores estimados.
Figura 6.5. Mapa de saturação, segundo passo no tempo.
Figura 6.6. Mapa de pressΓ£o, segundo passo no tempo.
53
Tabela 6.2. Resultados do segundo passo no tempo. SW SG SO PO
T = 1 T = 2 T = 1 T = 2 T = 1 T = 2 T = 1 T = 2 0.503453 0.503453 0.139433 0.188298 0.357115 0.30825 10304.25159 10304.25159 0.489996 0.489996 0.100500 0.100500 0.409504 0.409504 10335.16536 10335.16536 0.490001 0.490001 0.156326 0.156326 0.353673 0.353673 10489.64001 10400.32560 0.510738 0.510738 0.099500 0.099500 0.389762 0.389762 10644.11416 10644.11416 0.495819 0.495819 0.130589 0.130589 0.373592 0.373592 10840.78486 10840.78486
Terceiro e Quarto passo no tempo
Para obter a convergΓͺncia foi necessΓ‘rio aumentar o passo no tempo para
dois dias. Ao observarmos a figura 6. 7. e tabela 6. 3. nota-se que a saturação de
Ñgua estÑ fluindo para a parte inferior, jÑ a saturação de gÑs flui para a parte
superior, porém com oscilação baixa. O gradiente de pressão que é dominado pela
retirada de fluidos do poço produtor, faz a pressão diminuir em zonas superiores a
Ñrea que o poço estÑ locado. Na figura 6. 8. podemos visualizar o mapa de pressão
do modelo e na tabela 6. 3. estΓ£o apresentados os resultados obtidos.
Figura 6.7. Mapa de saturação, quarto passo no tempo.
Figura 6.8. Mapa de pressΓ£o, quarto passo no tempo.
Tabela 6.3. Resultados do quarto passo no tempo. SW SG SO PO
T = 2 T = 3-4 T = 2 T = 3-4 T = 2 T = 3-4 T = 2 T = 3-4 0.503453 0.473453 0.188298 0.193296 0.308250 0.333251 10304.25159 10249.25159 0.489996 0.459996 0.100500 0.105464 0.409504 0.434541 10335.16536 10280.16536 0.490001 0.460001 0.156326 0.151339 0.353673 0.388659 10400.3256 10297.07385 0.510738 0.540738 0.099500 0.094493 0.389762 0.364769 10644.11416 10699.11416
0.495819 0.525819 0.130589 0.125686 0.373592 0.348495 10840.78486 10895.78486
54
Quinto passo no tempo
O modelo apresenta o mesmo comportamento de passos anteriores. Nos
resultados da tabela 6. 4. observa-se que a saturação de Ñgua e gÑs segue a
tendΓͺncia, a saturação de gΓ‘s com variaçáes pequenas, na figura 6. 9. temos o
mapa de saturação do modelo. A pressΓ£o mantΓ©m a tendΓͺncia de queda,
influenciado pelo poço produtor, porém nas zonas inferiores ao contado óleo-Ñgua
ocorre o aumento da pressão, devido ao aumento da saturação de Ñgua. Na figura
6. 10. temos o mapa de pressΓ£o do modelo. Devido ser estipulado o tempo final de
cinco dias as iteraçáes terminam.
Figura 6.9. Mapa de saturação, quinto passo no tempo.
Figura 6.10. Mapa de pressΓ£o, quinto passo no tempo.
Tabela 6.4. Resultados do quinto passo no tempo. SW SG SO PO
T = 4 T = 5 T = 4 T = 5 T = 4 T = 5 T = 4 T = 5 0.473453 0.443453 0.193296 0.198274 0.333251 0.358274 10285.94515 10194.25159 0.459996 0.429996 0.105464 0.110429 0.434541 0.459575 10287.94112 10225.16536
0.460001 0.430001 0.151339 0.146338 0.388659 0.423661 10290.04790 10352.07385 0.540738 0.570738 0.094493 0.089483 0.364769 0.339779 10290.13032 10754.11416 0.525819 0.555819 0.125686 0.120688 0.348495 0.323492 10292.79547 10950.78486
6.2 CMG IMEX
O simulador CMG IMEX utiliza a metodologia implΓcita adaptativa, que varia o
modelo matemΓ‘tico de IMPSAT para IMPES e vice-versa, conforme um critΓ©rio de
estabilidade da convergΓͺncia.
Os resultados da simulação no CMG IMEX mostram um controle na variação
das saturaçáes bem sutil da ordem de 0.0001% e um controle intuitivo durante as
iteraçáes. O controle da pressão também apresenta esse padrão, porém com
55
variaçáes mais amplas. Percebe-se que os conceitos da tendΓͺncia de deslocamento
dos fluidos e pressΓ£o hidrostΓ‘tica sΓ£o utilizados para o controle da convergΓͺncia
dos parÒmetros nas iteraçáes. Esse tratamento bem fundamentado dos parÒmetros
faz com que a convergΓͺncia durante o passo no tempo seja bem sutil.
Nos dois primeiros passos no tempo a saturação mantém a mesma
proporção, porΓ©m com resultados distintos e seguindo a tendΓͺncia do deslocamento
dos fluidos, podemos observar na figura 6. 11. o mapa de saturação desse intervalo
de tempo. A mudança da proporção ocorre a partir do terceiro passo no tempo e
perdura até o final das iteraçáes, em suma devido ao aumento significativo da
saturação de gÑs no contato gÑs-óleo. Na figura 6. 13. podemos observar o mapa
de saturação desse intervalo de tempo.
A pressΓ£o tambΓ©m apresenta esse comportamento da proporcionalidade
durante o passo no tempo e mantém-se estÑvel até o final das iteraçáes, podendo
ser observado nas figuras 6. 12. e 6. 14. o mapa de pressΓ£o. O que pode-se
destacar Γ© que o controle da pressΓ£o Γ© feita conforme a fase dominante, a fase gΓ‘s
apresenta um decrΓ©scimo na pressΓ£o durante os passos no tempo, jΓ‘ a fase Γ³leo e
Γ‘gua apresentam um aumento atΓ© um certo passo no tempo e posteriormente
ocorre o decréscimo, ocasionado pela retirada de fluidos pelo poço.
Figura 6.11. Mapa de saturação, 1º e 2º passo no tempo.
Figura 6.12. Mapa de pressΓ£o, 1ΒΊ e 2ΒΊ passo no tempo.
Figura 6.13. Mapa de saturação, 3º a 5º passo no tempo.
Figura 6.14. Mapa de pressΓ£o, 3ΒΊ a 5ΒΊ passo no tempo.
56
6.3 Validação dos Resultados
Num primeiro momento comparando os mapas de saturação e pressão das
simulaçáes, figuras 6. 16. e 6. 15., respectivamente, nota-se que o controle da
convergΓͺncia dos parΓ’metros πππ€π€, ππππ ππ ππππ neste trabalho teve uma variação muito
ampla, fazendo os resultados dos parΓ’metros durante o passo no tempo ficarem
instΓ‘veis.
A pressão da simulação FIM teve um comportamento mais regular na
amplitude da variação, porém estava convergindo na direção errada, na zona de
Γ³leo e zonas subjacentes, ou seja, havendo acrΓ©scimo na pressΓ£o mesmo apΓ³s
alguns passos no tempo e a retirada de fluidos pelo poço produtor. Em contrapartida
na simulação do CMG IMEX a pressão tem um comportamento estÑvel de queda
durante a simulação. Esses aspectos podem ser observados na figura 6. 15.
FIM: 1ΒΊ e 2ΒΊ Passo no tempo.
CMG IMEX: 1ΒΊ ao 5ΒΊ Passo no tempo. FIM: 3ΒΊ e 4ΒΊ Passo no tempo.
FIM: 5ΒΊ Passo no tempo.
Figura 6.15. Comparação dos mapas de pressão das simulaçáes FIM (esq.) e CMG IMEX (dir.).
57
FIM: 1ΒΊ Passo no tempo.
CMG IMEX: 1ΒΊ e 2ΒΊ Passo no tempo.
FIM: 2ΒΊ Passo no tempo.
FIM: 3ΒΊ e 4ΒΊ Passo no tempo.
CMG IMEX: 3ΒΊ a 5ΒΊ Passo no tempo.
FIM: 5ΒΊ Passo no tempo.
Figura 6.16. Comparação dos mapas de saturação das simulaçáes FIM (esq.) e CMG IMEX (dir.).
Essa instabilidade da pressão na simulação FIM afetou visivelmente a
saturação de gΓ‘s, devido ser mais sensΓvel a variação da pressΓ£o, fazendo a
mesma a cada passo no tempo ter uma variação distinta, como pode ser observado
na figura 6. 16. E a saturação de Ñgua mantém uma variação consistente sem
discrepΓ’ncias. JΓ‘ a simulação CMG IMEX, as saturaçáes tΓͺm uma variação mais
fina, mantendo a tendΓͺncia do deslocamento preferencial dos fluidos, sendo
perceptΓvel a variação da proporcionalidade das saturaçáes sΓ³ apΓ³s o segundo
58
passo no tempo, e mantém-se até o final da simulação, sendo que estas
observaçáes podem ser visualizadas na figura 6. 16.
Para a normalização dos resultados é realizada a média simples dos
parΓ’metros πππ€π€, ππππ ππ ππππ por camada. Nas figuras as curvas verdes representam os
resultados deste trabalho, denominado de FIM, os resultados do CMG IMEX, como
o mesmo nome, sΓ£o representados pelas curvas azuis e o erro relativo Γ©
representado pela curva amarela. Nas figuras 6. 17. a 6. 21., temos os grΓ‘ficos das
propriedades πππ€π€, ππππ ππ ππππ, em relação a zona de gΓ‘s, contato gΓ‘s-Γ³leo, zona de
Γ³leo, contato Γ³leo-Γ‘gua e zona de Γ‘gua, respectivamente.
Figura 6.17. Zona de GÑs, comparação entre os resultados das propriedades, saturação de Ñgua (esq.), saturação de gÑs (cen.) e pressão do óleo (dir.).
Figura 6.18. Contato GΓ‘s-Γleo, comparação entre os resultados das propriedades, saturação de Γ‘gua (esq.), saturação de gΓ‘s (cen.) e pressΓ£o do Γ³leo (dir.).
0%1%2%3%4%5%6%7%8%9%10%
44%
45%
46%
47%
48%
49%
50%
51%
0 2 4 6
ERROSW
TEMPO (DIA)
20%
35%
50%
65%
80%
95%
10%
12%
14%
16%
18%
20%
22%
0 2 4 6
ERROSG
TEMPO (DIA)
FIM CMG IMEX Erro
0,0%
0,1%
0,2%
0,3%
0,4%
0,5%
0,6%
0,7%
10.18010.20010.22010.24010.26010.28010.30010.32010.34010.360
0 2 4 6
ERROPO-kPa
TEMPO (DIA)
0%2%4%6%8%10%12%14%16%
42%43%44%45%46%47%48%49%50%51%
0 2 4 6
ERROSW
TEMPO (DIA)
0%1%2%3%4%5%6%7%8%9%10%
10%
10%
10%
11%
11%
11%
11%
0 2 4 6
ERROSG
TEMPO (DIA)FIM CMG IMEX Erro
0,0%
0,5%
1,0%
1,5%
2,0%
2,5%
10.200
10.250
10.300
10.350
10.400
10.450
10.500
0 2 4 6
ERROPO-kPa
TEMPO (DIA)
59
Figura 6.19. Zona de Γleo, comparação entre os resultados das propriedades, saturação de Γ‘gua (esq.), saturação de gΓ‘s (cen.) e pressΓ£o do Γ³leo (dir.).
Figura 6.20. Contato Γleo-Γgua, comparação entre os resultados das propriedades, saturação de Γ‘gua (esq.), saturação de gΓ‘s (cen.) e pressΓ£o do Γ³leo (dir.).
Figura 6.21. Zona de Γgua, comparação entre os resultados das propriedades, saturação de Γ‘gua (esq.), saturação de gΓ‘s (cen.) e pressΓ£o do Γ³leo (dir.).
0%2%4%6%8%10%12%14%16%
42%43%44%45%46%47%48%49%50%51%
0 2 4 6
ERROSW
TEMPO (DIA)
50%
53%
55%
58%
60%
63%
65%
0%2%4%6%8%
10%12%14%16%18%
0 2 4 6
ERROSG
TEMPO (DIA)FIM CMG IMEX Erro
0,0%
0,5%
1,0%
1,5%
2,0%
2,5%
3,0%
3,5%
10.25010.30010.35010.40010.45010.50010.55010.60010.650
0 2 4 6
ERROPO-kPa
TEMPO (DIA)
0%3%5%8%10%13%15%18%20%
49%50%51%52%53%54%55%56%57%58%
0 2 4 6
ERROSW
TEMPO (DIA)
0%1%2%3%4%5%6%7%8%9%10%
9%
9%
9%
9%
10%
10%
10%
10%
0 2 4 6
ERROSG
TEMPO (DIA)FIM CMG IMEX Erro
0,0%0,3%0,5%0,8%1,0%1,3%1,5%1,8%2,0%
10.62010.64010.66010.68010.70010.72010.74010.76010.78010.80010.820
0 2 4 6
ERROPO-kPa
TEMPO (DIA)
0%1%2%3%4%5%6%7%8%9%10%
49%
50%
51%
52%
53%
54%
55%
56%
0 2 4 6
ERROSW
TEMPO (DIA)
20%22%24%26%28%30%32%34%36%
5%
7%
9%
11%
13%
15%
17%
19%
0 2 4 6
ERROSG
TEMPO (DIA)FIM CMG IMEX Erro
-0,1%
0,1%
0,3%
0,5%
0,7%
0,9%
1,1%
1,3%
10.82010.84010.86010.88010.90010.92010.94010.96010.98011.000
0 2 4 6
ERROPO-kPa
TEMPO (DIA)
60
A pressΓ£o apresentou os melhores resultados com erros abaixo de 3% entre
as zonas, porém com variação muito acentuada durante o passo no tempo. Nas
zonas acima do contato gΓ‘s-Γ³leo teve um correto tratamento da pressΓ£o, jΓ‘ na zona
de Γ³leo e zonas subjacentes estava sendo tratado de forma errΓ΄nea, devido ao
aumento constante, e apresentou maiores erros em comparação a CMG IMEX.
Como pode ser observado nas figuras 6. 17. a 6. 21.
Nos resultados de saturação deste trabalho nota-se uma variação acentuada
durante o passo no tempo, jÑ do CMG IMEX tem uma variação linear pequena. A
saturação de gÑs teve as maiores variaçáes, devido ao tratamento errôneo da
pressΓ£o na zona do Γ³leo e zonas subjacentes, retornando consequentemente um
erro maior, durante o passo no tempo. O comportamento da saturação de Ñgua
apresentou um erro menor em comparação ao erro do gÑs, devido ser menos
afetada ao gradiente de pressΓ£o, mostrando um tratamento correto durante as
iteraçáes. Como pode ser observado nas figuras 6. 17. a 6. 21.
Ao realizarmos uma anΓ‘lise global, por meio da mΓ©dia simples das zonas dos
resultados obtemos a figura 6. 22., com o erro das propriedades πππ€π€, ππππ ππ ππππ, por
passo no tempo. Fazendo uma média global com relação ao passo no tempo,
chega-se a um erro de 1.25% na saturação de Ñgua, 31.14% na saturação de gÑs e
1.1% na pressΓ£o do Γ³leo, os resultados obtidos mostram-se satisfatΓ³rios, e que
deve-se ter um melhor tratamento das estimativas durante as iteraçáes, levando em
consideração a zona do VC e o fluido.
Figura 6.22. AnÑlise global das propriedades, saturação de Ñgua (esq.), saturação de gÑs (cen.) e pressão do óleo (dir.).
0,0%
0,5%
1,0%
1,5%
2,0%
2,5%
3,0%
48,4%48,6%48,8%49,0%49,2%49,4%49,6%49,8%50,0%50,2%
0 2 4 6
ERROSW
TEMPO (DIA)
20%22%24%26%28%30%32%34%36%
9,0%9,5%
10,0%10,5%11,0%11,5%12,0%12,5%13,0%13,5%14,0%
0 2 4 6
ERROSG
TEMPO (DIA)FIM CMG IMEX Erro
0,6%0,7%0,8%0,9%1,0%1,1%1,2%1,3%1,4%1,5%
10.46010.48010.50010.52010.54010.56010.58010.60010.62010.64010.660
0 2 4 6
ERROPO-kPa
TEMPO (DIA)
61
7 CONCLUSΓO
O desenvolvimento de um simulador de fluxo de fluidos em meios porosos,
demanda um extenso conhecimento do comportamento dos fluidos a nΓvel de
reservatório e poço, pois é o desenvolvedor que determina para qual direção as
iteraçáes do modelo devem seguir, devido ao modelo matemÑtico necessitar dessas
informaçáes para poder convergir na direção correta e gerar estimaçáes factΓveis.
Na aplicação da metodologia fully implicit black-oil, notou-se que as
saturaçáes tenderam a evoluir conforme a estimação de inicialização do modelo, jÑ
a pressΓ£o Γ© tambΓ©m influenciada pelo poΓ§o produtor. AlΓ©m da tendΓͺncia de
deslocamento das fases, devido ao gradiente de pressΓ£o ser outro fator primordial
que domina o deslocamento durante as iteraçáes. As observaçáes feitas na
validação dos resultados (seção 6. 3.), mostram a importÒncia da estimação inicial e
o controle durante as iteraçáes para evitar instabilidades e a incorreta convergΓͺncia.
A validação dos resultados mostrou um erro em comparação do CMG IMEX
de 1.25% na saturação de Ñgua, 31.14% na saturação de gÑs e 1.1% na pressão do
Γ³leo. A incorreta convergΓͺncia da pressΓ£o na zona de Γ³leo e zonas subjacentes, fez
a saturação de gΓ‘s obter um erro maior, devido ser mais sensΓvel ao gradiente de
pressão. Mostrando a extrema importÒncia da inicialização correta do modelo, além
de que o tratamento durante as iteraçáes deve levar em consideração o tamanho do
passo no tempo para variar as propriedades, assim gerando valores mais sensΓveis
e fazendo convergir corretamente a iteração.
Ao fim deste trabalho, pode-se concluir que os objetivos foram alcançados e
que os resultados obtidos no trabalho sΓ£o satisfatΓ³rios, devido Γ complexidade da
aplicação da metodologia fully implicit black-oil e o tempo escasso, além de
evidenciar que poucos ajustes no algoritmo podem retornar resultados aceitΓ‘veis.
O cΓ³digo fonte do programa desenvolvido encontra-se no site:
www.github.com/v67bruno/IMPSATBLACKOIL. Foi utilizado o C++ (GCC 7.2.0) e a
GNU Scientific Library 2.4 para compilar o programa.
62
PRΓXIMAS ETAPAS
Devido a tarefa de desenvolver um simulador de fluxo de fluidos em meios
porosos necessitar de um extenso conhecimento da engenharia de reservatΓ³rio,
apenas o tempo de um trabalho de conclusΓ£o de curso, nΓ£o Γ© capaz de realizar
essa tarefa efetivamente, porΓ©m Γ© possΓvel assimilar a teoria matemΓ‘tica que Γ©
empregada para essa tarefa.
Tendo em mente que este trabalho nΓ£o aplicou alguns conceitos para
otimização do modelo matemÑtico, pode-se listar alguns tópicos aplicÑveis para
trabalhos de conclusão de curso, e assim aperfeiçoar o algoritmo desenvolvido
neste trabalho.
Melhor controle dos parÒmetros durante as iteraçáes;
Modelagem de poços;
Permeabilidade e Porosidade heterogΓͺnea;
Variação do tempo automÑtico;
Organização da matriz jacobiana;
Resolução do sistema de equaçáes;
63
REFERΓNCIAIS BIBLIOGRΓFICAS
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Inactive Blocks In Reservoir Simulation. Petroleum Society of Canada. 1992.
ALVERNAZ, C. A gratidΓ£o Γ© um sentimento nobre. Palavra do Leitor. Ultimato. SΓ£o
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Implicit Difference Equations. Society of Petroleum Engineers. 1969.
CHEN, Z; HUAN, G; & MA, Y. Computational Methods for Multiphase Flows in Porous Media. Society for Industrial and Applied Mathematics. 2006.
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Equilibrium in Two-Dimensional Simulation of Three-Dimensional Reservoir
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Fully Implicit Black Oil Simulation. Society of Petroleum Engineers. 1984.
64
FUNG, L. S. K; COLLINS, D. A; & NGHIEM, L. X. An Adaptive-Implicit Switching
Criterion Based on Numerical Stability Analysis. Society of Petroleum Engineers. 1989.
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KRIEMANN, R. C++ for Scientific Computing. Max Planck Institute for
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ROSA, J; CARVALHO, R. D. S; & XAVIER, J. A. D. Engenharia de ReservatΓ³rios de PetrΓ³leo. 3Βͺ ed. InterciΓͺncia, Rio de Janeiro, BR. 2006.
SAAD, Y; & SCHULTZ, M. H. GMRES: A Generalized Minimal Residual Algorithm
for Solving Nonsymmetric Linear Systems. SIAM Journal on Scientific and Statistical Computing. 1986. 7:3, 856-869.
STONE, H. L. Estimation of Three-Phase Relative Permeability And Residual Oil
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Differential Equations. SIAM Journal on Numerical Analysis. 1968. Vol. 5,
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Implicit Method. Society of Petroleum Engineers. 1983.
VINSOME, P. K. W. Orthomin, an Iterative Method for Solving Sparse Sets of
Simultaneous Linear Equations. Society of Petroleum Engineers. 1976.
66
ANEXO A
Derivadas Parciais dos ResΓduos
οΏ½βπ π ππππ
βππππππ
οΏ½π£π£
= οΏ½ππππππ,πππ£π£ + οΏ½Ξππππππ
π£π£ β πΎπΎππππ,ππ
ππ ΞπππποΏ½οΏ½βππππππ,ππ
βππππππ
οΏ½π£π£
οΏ½ (π΄π΄. 1. )
οΏ½βπ π ππππ
βπππ€π€ππ
οΏ½π£π£
= οΏ½οΏ½Ξπππππππ£π£ β πΎπΎππππ,ππ
ππ ΞπππποΏ½οΏ½βππππππ,ππ
βπππ€π€ππ
οΏ½π£π£
οΏ½ (π΄π΄. 2. )
οΏ½βπ π ππππ
βππππππ
οΏ½π£π£
= οΏ½οΏ½Ξπππππππ£π£ β πΎπΎππππ,ππ
ππ ΞπππποΏ½οΏ½βππππππ,ππ
βππππππ
οΏ½π£π£
οΏ½ (π΄π΄. 3. )
οΏ½βπ π π€π€ππ
βππππππ
οΏ½π£π£
= οΏ½πππ€π€ππ,πππ£π£ + οΏ½Ξππππππ
π£π£ β Ξπππππππππ€π€π£π£ β πΎπΎπ€π€ππ,ππ
ππ ΞπππποΏ½οΏ½βπππ€π€ππ,ππ
βππππππ
οΏ½π£π£
οΏ½ (π΄π΄. 4. )
οΏ½βπ π π€π€ππ
βπππ€π€ππ
οΏ½π£π£
= οΏ½οΏ½Ξπππππππ£π£ β Ξπππππππππ€π€
π£π£ β πΎπΎπ€π€ππ,ππ
ππ ΞπππποΏ½οΏ½βπππ€π€ππ,ππ
βπππ€π€ππ
οΏ½π£π£
β πππ€π€ππ,πππ£π£ πππππππ€π€
β²π£π£ οΏ½ (π΄π΄. 5. )
οΏ½βπ π π€π€ππ
βππππππ
οΏ½π£π£
= {0} (π΄π΄. 6. )
67
οΏ½βπ π ππππ
βππππππ
οΏ½π£π£
= οΏ½ππππππ,πππ£π£ + οΏ½Ξππππππ
π£π£ β Ξπππππππππππ£π£ β πΎπΎππππ,ππ
ππ ΞπππποΏ½οΏ½βππππππ,ππ
βππππππ
οΏ½π£π£
+ (πππππ π π π )ππ,πππ£π£ + οΏ½Ξππππππ
π£π£ β πΎπΎππππ,ππ
ππ ΞπππποΏ½οΏ½β(πππππ π π π )ππ,ππ
βππππππ
οΏ½π£π£
οΏ½ (π΄π΄. 7. )
οΏ½βπ π ππππ
βπππ€π€ππ
οΏ½π£π£
= οΏ½οΏ½Ξπππππππ£π£ β πΎπΎππππ,ππ
ππ ΞπππποΏ½οΏ½β(πππππ π π π )ππ,ππ
βπππ€π€ππ
οΏ½π£π£
οΏ½ (π΄π΄. 8. )
οΏ½βπ π ππππ
βππππππ
οΏ½π£π£
= οΏ½οΏ½Ξπππππππ£π£ β Ξππππππππππ
π£π£ β πΎπΎππππ,ππ
ππ ΞπππποΏ½οΏ½βππππππ,ππ
βππππππ
οΏ½π£π£
+ ππππππ,πππ£π£ ππππππππππ
β²π£π£ + οΏ½Ξπππππππ£π£ β πΎπΎππππ,ππ
ππ ΞπππποΏ½οΏ½β(πππππ π π π )ππ,ππ
βππππππ
οΏ½π£π£
οΏ½ (π΄π΄. 9. )
οΏ½βπ π ππππ
βππππππ
οΏ½π£π£
= οΏ½οΏ½ οΏ½ οΏ½βππππππ,πππ£π£ + οΏ½Ξππππππ
π£π£ β πΎπΎππππ,ππ
ππ ΞπππποΏ½οΏ½βππππππ,ππ
βππππππ
οΏ½π£π£
οΏ½ππβππππ
οΏ½ β πΆπΆπππππππ£π£ + οΏ½
βπππππ€π€π€π€ππ
βππππππ
οΏ½π£π£
οΏ½ (π΄π΄. 10. )
οΏ½βπ π ππππ
βπππ€π€ππ
οΏ½π£π£
= οΏ½οΏ½ οΏ½ οΏ½οΏ½Ξπππππππ£π£ β πΎπΎππππ,ππ
ππ ΞπππποΏ½οΏ½βππππππ,ππ
βπππ€π€ππ
οΏ½π£π£
οΏ½ππβππππ
οΏ½ β πΆπΆπππ€π€πππ£π£ + οΏ½
βπππππ€π€π€π€ππ
βπππ€π€ππ
οΏ½π£π£
οΏ½ (π΄π΄. 11. )
οΏ½βπ π ππππ
βππππππ
οΏ½π£π£
= οΏ½οΏ½ οΏ½ οΏ½οΏ½Ξπππππππ£π£ β πΎπΎππππ,ππ
ππ ΞπππποΏ½οΏ½βππππππ,ππ
βππππππ
οΏ½π£π£
οΏ½ππβππππ
οΏ½ β πΆπΆπππππππ£π£ + οΏ½
βπππππ€π€π€π€ππ
βππππππ
οΏ½π£π£
οΏ½ (π΄π΄. 12. )
οΏ½βπ π π€π€ππ
βππππππ
οΏ½π£π£
= οΏ½οΏ½ οΏ½ οΏ½βπππ€π€ππ,πππ£π£ + οΏ½Ξππππππ
π£π£ β Ξπππππππππ€π€π£π£ β πΎπΎπ€π€ππ,ππ
ππ ΞπππποΏ½οΏ½βπππ€π€ππ,ππ
βππππππ
οΏ½π£π£
οΏ½ππβππππ
οΏ½ β πΆπΆπ€π€πππππ£π£ + οΏ½
βπππ€π€π€π€π€π€ππ
βππππππ
οΏ½π£π£
οΏ½ (π΄π΄. 13. )
οΏ½βπ π π€π€ππ
βπππ€π€ππ
οΏ½π£π£
=β£β’β‘οΏ½ οΏ½
βββοΏ½Ξππππππ
π£π£ β Ξπππππππππ€π€π£π£ β πΎπΎπ€π€ππ,ππ
ππ ΞπππποΏ½οΏ½βπππ€π€ππ,ππ
βπππ€π€ππ
οΏ½π£π£
+ οΏ½πππ€π€ππ,πππ£π£ πππππππ€π€ππ
β²π£π£ οΏ½β ββ
ππβππππ
οΏ½ β πΆπΆπ€π€π€π€πππ£π£ + οΏ½
βπππ€π€π€π€π€π€ππ
βπππ€π€ππ
οΏ½π£π£
β¦β₯β€ (π΄π΄. 14. )
68
οΏ½βπ π π€π€ππ
βππππππ
οΏ½π£π£
= οΏ½0 β πΆπΆπ€π€πππππ£π£ + οΏ½
βπππ€π€π€π€π€π€ππ
βππππππ
οΏ½π£π£
οΏ½ (π΄π΄. 15. )
οΏ½βπ π ππππ
βππππππ
οΏ½π£π£
=
β£β’β’β’β‘
β©οΏ½οΏ½β¨οΏ½οΏ½β§
οΏ½
βββββββββππππππ,ππ
π£π£ + οΏ½Ξπππππππ£π£ + Ξππππππππππ
π£π£ β πΎπΎππππ,ππ
ππ ΞπππποΏ½οΏ½βππππππ,ππ
βππππππ
οΏ½π£π£
β
(πππππ£π£π π π π )ππ,ππ + οΏ½Ξππππππ
π£π£ β πΎπΎππππ,ππ
ππ ΞπππποΏ½οΏ½β(ππππ
π£π£π π π π )ππ,ππ
βππππππ
οΏ½π£π£
β βββββββ
ππβππππ
βοΏ½οΏ½β¬οΏ½οΏ½β«
β πΆπΆπππππππ£π£ + οΏ½
βπππππ€π€π€π€ππ
βππππππ
οΏ½π£π£
β¦β₯β₯β₯β€
(π΄π΄. 16. )
οΏ½βπ π ππππ
βπππ€π€ππ
οΏ½π£π£
= οΏ½οΏ½ οΏ½ οΏ½οΏ½Ξπππππππ£π£ β πΎπΎππππ,ππ
ππ ΞπππποΏ½οΏ½β(ππππ
π£π£π π π π )ππ,ππ
βπππ€π€ππ
οΏ½π£π£
οΏ½ππβππππ
οΏ½ β πΆπΆπππ€π€πππ£π£ + οΏ½
βπππππ€π€π€π€ππ
βπππ€π€ππ
οΏ½π£π£
οΏ½ (π΄π΄. 17. )
οΏ½βπ π ππππ
βππππππ
οΏ½π£π£
=
β£β’β’β’β‘
β©οΏ½οΏ½β¨οΏ½οΏ½β§
οΏ½
ββββββββοΏ½Ξππππππ
π£π£ + Ξπππππππππππ£π£ β πΎπΎππππ,ππ
ππ ΞπππποΏ½οΏ½βππππππ,ππ
βππππππ
οΏ½π£π£
β οΏ½ππππππ,πππ£π£ ππππππππππ
β²π£π£ οΏ½ +
οΏ½Ξπππππππ£π£ β πΎπΎππππ,ππ
ππ ΞπππποΏ½οΏ½β(ππππ
π£π£π π π π )ππ,ππ
βππππππ
οΏ½π£π£
β βββββββ
ππβππππ
βοΏ½οΏ½β¬οΏ½οΏ½β«
β πΆπΆπππππππ£π£ + οΏ½
βπππππ€π€π€π€ππ
βππππππ
οΏ½π£π£
β¦β₯β₯β₯β€
(π΄π΄. 18. )
69
ANEXO B
Termos de Transporte e Acumulação
πΉπΉπ€π€ππ= οΏ½ οΏ½πππ€π€ππ,ππ
οΏ½Ξππππππ β Ξπππππππππ€π€ β πΎπΎ π€π€ππ,ππ
ππ ΞπππποΏ½οΏ½ππβππππ
(π΅π΅. 1. ) πΉπΉππππ= οΏ½ οΏ½ππππππ,ππ
οΏ½Ξππππππ β πΎπΎ ππππ,ππ
ππ ΞπππποΏ½οΏ½ππβππππ
(π΅π΅. 2. )
πΉπΉππππ= οΏ½ οΏ½ππππππ,ππ
οΏ½Ξππππππ + Ξππππππππππ β πΎπΎ ππππ,ππ
ππ ΞπππποΏ½ + (πππππ π π π )ππ,ππ οΏ½Ξππππππ β πΎπΎ ππππ,ππ
ππ ΞπππποΏ½οΏ½ππβππππ
(π΅π΅. 3. )
πΆπΆππππ = ππππΞπ‘π‘
οΏ½ ππβ²
π΅π΅ππππ + ππππ+1 οΏ½ 1
π΅π΅πποΏ½
β²οΏ½ οΏ½1 β πππ€π€
ππ β πππππποΏ½ (π΅π΅. 4. ) πΆπΆπππ€π€ = β ππππ
Ξπ‘π‘οΏ½ πππ΅π΅ππ
οΏ½ππ+1
(π΅π΅. 5. ) πΆπΆππππ = β ππππΞπ‘π‘
οΏ½ πππ΅π΅ππ
οΏ½ππ+1
(π΅π΅. 6. )
πΆπΆπ€π€ππ = ππππΞπ‘π‘
οΏ½ ππβ²
π΅π΅π€π€ππ + ππππ+1 οΏ½ 1
π΅π΅π€π€οΏ½
β²οΏ½πππ€π€
ππ (π΅π΅. 7. ) πΆπΆπ€π€π€π€ = ππππΞπ‘π‘
οΏ½ πππ΅π΅π€π€
οΏ½ππ+1
(π΅π΅. 8. ) πΆπΆπ€π€ππ = 0 (π΅π΅. 9. )
πΆπΆππππ = πππππ₯π₯π‘π‘
οΏ½οΏ½ ππβ²
π΅π΅ππππ + ππππ+1 οΏ½ 1
π΅π΅πποΏ½
β²οΏ½π π π π
ππ + οΏ½ πππ΅π΅ππ
οΏ½ππ+1
π π π π β² οΏ½1 β πππ€π€
ππ β πππππποΏ½ + οΏ½ ππβ²
π΅π΅ππππ + ππππ+1 οΏ½ 1
π΅π΅πποΏ½
β²
οΏ½πππππποΏ½ (π΅π΅. 10. )
πΆπΆπππ€π€ = β ππππΞπ‘π‘
οΏ½οΏ½ πππ΅π΅ππ
οΏ½ππ+1
π π π π ππ+1οΏ½ (π΅π΅. 11. ) πΆπΆππππ = ππππ
Ξπ‘π‘οΏ½οΏ½ ππ
π΅π΅πποΏ½
ππ+1
β οΏ½ πππ΅π΅ππ
οΏ½ππ+1
π π π π ππ+1οΏ½ (π΅π΅. 12. )
πΆπΆπ€π€ππ= ππππ
ΞοΏ½πππππ€π€
π΅π΅π€π€οΏ½ (π΅π΅. 13. ) πΊπΊππππ
= ππππΞπ‘π‘
οΏ½ππππππ
π΅π΅ππ+
πππ π π π οΏ½1 β πππ€π€ β πππποΏ½π΅π΅ππ
οΏ½ (π΅π΅. 14. ) πΆπΆππππ= ππππ
Ξπ‘π‘οΏ½πποΏ½1 β πππ€π€ β πππποΏ½
π΅π΅πποΏ½ (π΅π΅. 15. )
70
ANEXO C
Dados do Modelo
Tabela de Dados do Modelo I 10*100 m J 10*100 m K 5*20 m Porosidade - Ο 20 % Permeabilidade IJK 500 md Pres. Ref. 101.83 kPa Compressibilidade Ο 3.93E-07 1/kPa Densidade Γleo 823.1 kg/m3 Densidade GΓ‘s 1.03 kg/m3 Densidade Γgua 1000 kg/m3 Compressibilidade O. 1.06E-06 1/kPa FVF Γgua 1.005 m3/m3 Compressibilidade A. 7.38E-07 1/kPa PressΓ£o de Bolha 9570 kPa
Tabela PVT P Rs Bo Bg Vo Vg
101 0.0 1.02820 1.00000 2.15100 0.01050 2070 19.0 1.06350 0.05263 1.46750 0.01098 4150 27.0 1.08250 0.02601 1.23610 0.01180 6200 34.0 1.09600 0.01681 1.13050 0.01270 8270 41.5 1.10900 0.01198 1.07600 0.01380 9600 56.5 1.11950 0.00854 1.05350 0.01495 10500 60.5 1.12600 0.00608 1.04200 0.01625 14500 64.5 1.13600 0.00542 1.03200 0.01675
Tabela de Permeabilidade Relativa Sl Krg Krog Sw Krw Krow
0.25000 0.98000 0.00000 0.25000 0.00000 1.00000 0.30000 0.95000 0.00000 0.50000 0.80000 0.50000 0.40000 0.85000 0.00000 0.70000 1.00000 0.00000 0.50000 0.70000 0.00100 1.00000 1.00000 0.00000 0.55000 0.60000 0.01000 0.60000 0.40000 0.02200 0.70000 0.19000 0.09800 0.75000 0.12000 0.21000 0.80000 0.05000 0.48000 0.85000 0.00000 1.00000 1.00000 0.00000 1.00000