universidade federal de pelotas - repositório...
TRANSCRIPT
-
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
Programa de Ps-Graduao em Veterinria
Dissertao
Produo e quantificao de biofilme por Candida albicans em resinas acrlicas tratadas com extratos vegetais
Maria Elvira Sica Cruzeiro
Pelotas, 2013
-
Produo e quantificao de biofilme por Candida albicans em resinas
acrlicas tratadas com extratos vegetais.
Orientador: Mario Carlos Arajo Meireles
Co-Orientador: Marlete Brum Cleff
Pelotas, 2013
Dissertao apresentada ao Programa de Ps-Graduao em Veterinria da Universidade Federal de Pelotas, como requisito parcial obteno do ttulo de Mestre em Cincias (rea do conhecimento: Sanidade Animal Veterinria Preventiva).
-
Banca examinadora:
Prof. Dra. Luciana de Rezende Pinto
Prof. Dra. Ana Raquel Mano Meinerz
Prof.a Dra. Renata Osrio de Faria
Prof. Dr. Mario Carlos Arajo Meireles (orientador)
-
Ao meu marido Mario e aos nossos filhos
Ana Carolina, Ana Laura e Pedro dedico este trabalho com carinho.
-
Agradecimentos
Primeiramente Deus por ter permitido a realizao deste sonho, ter me
dado foras para transpor todas as barreiras que apareceram no caminho e,
coragem para continuar;
minha famlia que me apoiou nesta jornada com palavras de incentivo
entendendo minhas ausncias;
Aos que me orientaram, Prof. Dr. Mario Carlos de Araujo Meireles, Prof. Dra.
Marlete Brum Cleff e Prof. Dra. Luciana Rezense de Pinto por toda disponibilidade e
conhecimento transmitido durante este trabalho;
Aos meus colegas de Ps - graduao Angela Cabana, Angelita dos Reis
Gomes, Caroline Matos, Cludia Giordani, Fabiana Moreira, Flvia Arajo, Franklin
Vaz, Luiza Osrio, Isabel Madri, Rosema Santim, Eduardo Muller, Daniel Svio, por
todo auxlio prestado, pelas crticas construtivas, experincias compartilhadas e
alegre convivncia.
s estagirias Anna Luiza Silva, Camila Amaral Dvila, Dbora Reckziegel,
Emanoele Serra, Gisele Seberino, Jenifer Hauschildt Dias, Lais Foresti, Marcelle
Senhorinho Batista e Maryane Araujo da Silva, por todas as horas gastas com boa
vontade auxiliando no meu experimento;
Gabriela Hrnke Alves do Centro de Cincias Qumicas, Farmacuticas e
de Alimentos, por toda a parte qumica,
Tatiane Barbosa pela disposio em ajudar;
Carmem Figueiredo Alves pelo auxlio incondicional;
Aos meus colegas do Departamento de Fisiologia e Farmacologia que me
incentivaram;
Magali Midon da Faculdade de Odontologia pelo emprstimo da prensa
hidrulica;
Ao Departamento de Materiais Dentrios da Faculdade de Odontologia, pelo
emprstimo da politriz;
http://iqg.ufpel.edu.br/http://iqg.ufpel.edu.br/http://iqg.ufpel.edu.br/
-
Ao Centro Integrado de Pesquisas da Faculdade de Odontologia de Bauru
da Universidade de So Paulo pelas cepas de Candida albicans
Aos professores da Disciplina de Prtese Total da Faculdade de
Odontologia pelo uso de suas dependncias para realizao da parte prtica em
resinas;
Ao Professor Dr. Schuch pelo emprstimo do shaker;
Professora Carine Corcine pelo uso do espectrofotmetro;
Ao Professor Dr. Geferson Fischer pelo uso do freezer;
Lifemed na pessoa de seu Coordenador de produo Sr. Egberto Dutra
pela esterilizao dos corpos de prova,
Ao Prof. Dr. Willian Silva Barros, Vice-Diretor do Instituto de Fsica e
Matemtica / Departamento de Matemtica e Estatstica, pela estatstica.
MUITO OBRIGADA!
-
A longa caminhada faz-se mais ligeira,
Tudo volta mais valioso, quando um amigo vai ao nosso lado
alegre, a passos largos... Autor desconhecido
-
Resumo
CRUZEIRO, Maria Elvira Sica. Produo e quantificao do biofilme de Candida albicans em resinas acrlicas tratadas com extratos vegetais. 2013. 91f. Dissertao (Mestrado) - Programa de Ps-Graduao em Veterinria. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas. Os biofilmes so estruturas biolgicas organizadas, onde os microrganismos formam comunidades estruturadas, coordenadas e funcionais. Os biofilmes fngicos tem se destacado devido a capacidade patognica, com nfase nos biofilmes por Candida albicans, desta forma, o tratamento da estomatite prottica e eliminao do biofilme fngico tem sido intensificado devido a importncia deste para a sade bucal. Os microrganismos que constituem os biofilmes, em geral, apresentam caractersticas fenotpicas diferentes, tais como diferenas de sensibilidade aos antifngicos e maior resistncia frente s defesas do hospedeiro, sendo responsveis por diferentes quadros clnicos. Comercialmente tem-se disponvel vrios antifngicos, enxaguatrios bucais e desinfetantes, para o controle do biofilme, entretanto, tem havido interesse na busca por produtos vegetais, como plantas condimentares, a exemplo do Rosmarinus officinalis. Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar a ao de extratos vegetais de R. officinalis em biofilmes por C. albicans, formado sobre superfcie de acrlico. Os corpos de prova confeccionados em resina acrlica foram esterilizados e inoculados com C. albicans (1x107 clulas/ ml). A induo de biofilme foi realizada em corpos de prova, que foram tratados previamente no expermento 1 e ps-inoculao no experimento 2 conforme os grupos de tratamentos. Utilizaram-se seis tratamentos: nistatina, leo essencial de R. officinalis em carbopol, carbopol, extrato hidroalcolico de R. officinalis, loo 24% de R. officinalis, e o controle no tratados. Aps 48 horas da inoculao e aps 48 horas de tratamento foi realizada a quantificao do biofilme em espectrofotmetro com comprimento de ondas de 570nm. Os resultados dos trabalhos foram analisados estatsticamente, pelos testes ANOVA e TUKEY. Das diferentes formulaes dos extratos usados, a loo 24% de R. officinalis mostrou- se a mais eficaz tanto na inibio da formao do biofilme como no tratamento ps formao do biofilme. Conclui-se portanto, que, os extratos de R. officinalis foram eficientes no controle de biofilme e podem tornar-se uma alternativa na profilaxia e eliminao do biofilme por C. albicans. Palavras-chave: Biofilme, Candida albicans, Rosmarinus officinalis.
-
Abstract
CRUZEIRO, Maria Elvira Sica. Produo e quantificao de biofilme de Candida albicans em superfcies de resinas acrlicas tratadas com extratos vegetais. 2013. 91f. Dissertao (Mestrado) - Programa de Ps-Graduao em Veterinria. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas. Biofilms are organized biological structures, where microorganisms form structured, coordinated and functional communities. The fungal biofilms has emerged due to pathogenic capacity, with emphasis on biofilms by Candida albicans, thereby treating of prothetic stomatitis and eliminating of fungal biofilm has been intensified because of the importance of oral health. The microorganisms that form the biofilm, in general, have different phenotypic characteristics such as differences in sensitivity to antifungal agents and greater resistance against host defenses, being responsible for different clinical manifestations. Commercially there are several antifungals available, such as mouth rinses and sanitizers, aiming to control biofilm, however, there has been interest in the search for plant products, as in the case of herbs, such as the Rosmarinus officinalis. The objective of the study was to evaluate the extracts of Rosmarinus officinalis action in the biofilm formation of C. albicans on the surfaces of acrylic resins. The specimens made of acrylic resin were sterilized and inoculated with C. albicans (1x107 cells / ml). Induction of biofilm was performed on evidence blocks that were treated before in the first experiment and after inoculation in second experiment according to the experimental groups. Six treatments were used being them a control group,non treated (G1) nystatin 0,5%, (G2), lotion 24% of R. officinalis essential oil,(G3) , essential oil of R. officinalis 24% in carbopol,(G4), hydroalcoholic extract of R. officinalis 20% in carbopol,(G5) and carbopol 3%(G6). After 48 hours of inoculation and after 48 hours of treatment biofilm were quantified using spectrophotometer with wavelength of 570nm. The results of the studies were analyzed statistically by ANOVA and Tukey tests. From all the different formulations of extract used, the 24% essential oil lotion of Rosmarinus officinalis proved to be much more effective in inhibiting biofilm formation and in the elimination of post formed biofilm. It is therefore concluded that the extracts of R. officinalis were efficient in controlling biofilm and may become an alternative in the profilaxy and elimination of the C. albicans biofilm.
Key - words: Biofim. Candida albicans. Rosmarinus offcinalis.
-
Lista de Figuras
ARTIGO 2 Desenvolvimento e quantificao de biofilme fngico em resinas acrlicas de prteses dentrias pr-tratadas com Rosmarinus
officinalis
Figura 1 Demonstrao dos resultados dos tratamentos na preveno de
formao do biofilme por Candida albicans nos corpos de prova..........................................................................................52
ARTIGO 3 Aplicao de extratos vegetais na eliminao do biofilme por Candida albicans em resinas acrlicas
Figura 1 Representao grfica dos resultados dos diferentes tratamentos e
grupos controle, utilizados na eliminao do biofilme por Candida albicans em material de prtese..........................................................68
-
Lista de Tabelas
ARTIGO 2 Desenvolvimento e quantificao de biofilme fngico em resinas acrlicas de prteses dentrias pr-tratadas com Rosmarinus
officinalis
Tabela 1 Demonstrativo da distribuio dos grupos experimentais conforme tratamento utilizado para controle do biofilme nos corpos de prova..............................................................................................49
Tabela 2 Demonstrativo da mdia da leitura espectrofotomtrica da inibio da formao do biofilme por Candida albicans, de acordo com os diferentes grupos de tratamento...........................................................51
ARTIGO 3 Aplicao de extratos vegetais na eliminao do biofilme por Candida albicans em resinas acrlicas
Tabela 1 Demonstrativo da distribuio dos grupos experimentais conforme
tratamento utilizado para tratamento do biofilme nos corpos de prova.....................................................................................................65
Tabela 2 Leitura espectrofotomtrica da produo do biofilme por Candida albicans, aps a utilizao dos diferentes gupos de tratamento e percentual da reduo do biofilme..................................................................................................66
-
Sumrio
1 Introduo...............................................................................................13
2 Objetivos............................................................................................................15
3 Reviso Bibliogrfica.....................16
3.1 Biofilme...........................................................................................................16
3.2 Biofilme por Candida albicans e Candidose ..................................................18
3.3 Preveno e tratamento do biofilme por Candida albicans................................20
3.4 Uso de Plantas Medicinais em Biofilme e Candidose....................................24
3.5 Alecrim (Rosmarinus officinalis)................................................................................26
4 Artigos...............................................................................................................30
4.1 Artigo 1 - Controle de biofilme por Candida albicans em pacientes usurios
de prtese dentrias: reviso bibliogrfica...........................................................30
4.2 Artigo 2 Desenvolvimento e quantificao de biofilme fngico em resinas
acrlicas de prteses dentrias pr-tratadas com Rosmarinnus officinalis...........43
4.3 Artigo 3 - Aplicao de extratos vegetais na eliminao do biofilme por
Candida albicans em resinas dentrias................................................................58
5 Concluso geral.................................................................................................74
6 Referncias Bibliogrficas.................................................................................75
7 Anexos...............................................................................................................92
-
1 INTRODUO
Biofilmes so massas diferenciadas de microrganismos formadas em
superfcies circundadas por uma matriz extracelular que apresentam alto grau de
organizao (BLANKENSHIP, 2006). O biofilme dental apresenta relao com m
higiene oral e com a colonizao por leveduras do gnero Candida, apresentando
grande importncia na etiologia das doenas periodontais (PEREIRA, 1999; SILVA
et al., 2006; ALVES, 2009). Essas leveduras so componentes da microbiota de
humanos clinicamente sadios e so descritos como agentes oportunistas causadores
de micoses (LACAZ et al., 2002). As espcies de Candida esto amplamente
distribudas no ambiente e fazem parte da microbiota humana e de animais,
colonizando, frequentemente pele e mucosas como da cavidade oral, trato
gastrointestinal e genital de mamferos (LACAZ et al., 2002; CLEFF et al., 2005).
Segundo a literatura, a Candida albicans, que comensal da microbiana oral
humana, a principal espcie envolvida na formao do biofilme, devido, entre
outros fatores, capacidade de adeso s superfcies, sendo reconhecida como um
dos principais agentes envolvidos em micoses orais. Tal situao conduz a quadros
graves de estomatite, gengivites, periodontites, incluindo pacientes
imunocompetentes, usurios de prtese (ARENDORF; WALKER, 1980;
SAMARANAYAKE; MACFARLANE, 1980; WEBB et al., 1998; CHANDRA et al.,
2001; ALVES, 2009). O tipo de material utilizado nas prteses dentrias influencia
na adeso de Candida spp e na formao do biofilme, no entanto, mtodos qumicos e
mecnicos podem diminuir ou eliminar temporariamente a sua formao. (MIYAKE
et al.,1996; WATERS et al., 1997; PANAGODA; ELLEPOLA ; SAMARANAYKE,
1998; NEVZATOGLU, 2007; PEREIRA-CENCI et al., 2007; FERREIRA et al., 2009;
YOUNG et al, 2009).
Tem sido observado que os microrganismos que constituem os biofilmes, em
geral, apresentam caractersticas fenotpicas diferentes das clulas em suspenso,
-
14
tais como diferenas de sensibilidade aos antifngicos e maior resistncia frente s
defesas do hospedeiro. (CARDOSO, 2004).
O biofilme vem sendo tratado com os antifngicos tradicionais, sendo as
alilaminas e os azis os frmacos de eleio, apesar de, muitas vezes, ocorrer
resistncia a estes medicamentos (DONLAN, 2001; DONLAN; COSTERTON, 2002;
KUHN et al., 2003; CARDOSO, 2004; PERCIVAL et al.; 2011). Por outro lado,
tratamentos alternativos vm sendo estudados como; desinfeco por micro - ondas
(Silva et al., 2006), uso de substncias higenizadoras (Jardim et al.,1998; Vieira et
al., 2010), solues desinfetantes (Ferreira et al., 2009) e, mais modernamente, a
chamada terapia fotodinmica (BEVILACQUA; BRUGNERA; NICOLAU, 2007;
RIBEIRO et al., 2011). Todavia, segundo a literatura, no tem sido avaliada a
capacidade de extratos vegetais, como de Rosmarinnus officinalis, o alecrim, quanto
capacidade de impedir a formao do biofilme.
O Rosmarinnus officinalis, (alecrim) pertence famlia Lamiaceae; possui
propriedades como antissptico para as vias areas e cavidade bucal; cicatrizante,
antifngico e antibacteriano, agindo nos sistemas nervoso, circulatrio e digestrio
sendo que, grande parte dos trabalhos tem utilizado o leo essencial de alecrim
devido a atividade antimicrobiana demonstrada (PORTE; GODOY, 2001; LORENZI;
MATOS, 2002; ANGIONI et al., 2004; SANTOYO et al., 2005; CELIKTAS et al.,
2007; LUQMAN et al., 2007; BERNARDES et al., 2010; HUSSAIN et al., 2010).
Contudo, estudos utilizando outras formas de extratos so escassos, sendo
encontradas poucas informaes acerca da atividade anticandida dos extratos
aquosos e etanlicos. Assim como, em relao ao tratamento do biofilme, que no
foi encontrado na literatura nenhum trabalho avaliando extratos de alecrim no
biofilme prottico, sendo portanto o estudo pioneiro neste sentido.
Em sntese, a diminuio da colonizao por Candida spp. bem como a
inibio da formao do biofilme, continua sendo um desafio, sendo necessrio
intensificar as pesquisas atravs de substncias com capacidade de inibir ou impedir
a formao do biofilme, sem prejudicar a sade do paciente.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez?cmd=search&db=PubMed&term=%20Donlan%20RM%5Bauth%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez?cmd=search&db=PubMed&term=%20Costerton%20JW%5Bauth%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Percival%20SL%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=22985037http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Silva%20MM%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Vieira%20AP%22%5BAuthor%5D
-
2 Objetivos
2.1 Objetivo geral
Avaliar a ao de extratos vegetais de Rosmarinus officinalis em biofilmes por C.
albicans, formado sobre superfcie de acrlico.
2.2 Objetivos especficos
- Quantificar o biofilme por C. albicans em resina acrlica termopolimerizvel utilizada
para confeco de prteses dentrias;
- Avaliar a capacidade de extratos vegetais de R. officinallis em inibir a formao de
biofilme por C. albicans;.
- Avaliar a capacidade de extratos vegetais de R. officinallis na remoo do biofilme
por Candida albicans.
-
3 REVISO BIBLIOGRFICA
3.1 Biofilme
Antonie van Leeuwenhoekv descreveu pela primeira vez o biofilme no sculo
XVII, mas at 1978 a teoria que descreveria o processo de formao deste no
havia sido desenvolvida (DONLAN; COSTERTON, 2002). Atualmente, biofilmes so
definidos como uma comunidade sssil, caracterizada por clulas que formam
microcolnias, irreversivelmente aderidas a um substrato, a uma interface, ou ainda,
umas s outras, embebidas numa complexa matriz extracelular de substncias
polimricas, exibindo um fentipo alterado no que diz respeito taxa de crescimento
microbiano e transcrio gentica (DONLAN; COSTERTON, 2002; COSTERTON;
WILSON, 2003; BLANKENSHIP; MITCHELL, 2006; KIEDROWSKI; HORSWILL,
2011). Ainda, segundo Blankenship e Mitchell (2006), biofilmes so massas
diferenciadas de microrganismos formadas em superfcies circundadas por uma
matriz extracelular.
A formao do biofilme ocorre em trs distintas fases de desenvolvimento,
onde blastsporos transformam-se em comunidades aderentes embebidas numa
matriz polissacardica (CHANDRA et al., 2001). Sabe-se que os biofilmes
representam o tipo de crescimento microbiano predominante na natureza e so
cruciais no desenvolvimento de infeces, uma vez que servem de nicho aos
agentes patognicos (DONLAN, 2001; KUHN et al., 2003). Os microrganismos so
ubiquitrios, logo, virtualmente, os biofilmes podem se formar em qualquer superfcie
e qualquer ambiente. Observam-se biofilmes em condutas de gua, permutadores
de calor, sanitas, cascos de navio, pele e mucosas de animais, incluindo o homem,
nos dentes, em prteses e nas indstrias, desde a qumica e farmacutica
alimentar (ARAJO, 2007).
Recentemente, as caractersticas do biofilme esto sendo reconhecidas na
histria da medicina, tornando evidente que o desenvolvimento de algumas
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Kiedrowski%20MR%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=22191529http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Horswill%20AR%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=22191529
-
17
infeces bacterianas depende da formao do biofilme. As infeces relacionadas
com os dispositivos mdicos so um dos mais claros exemplos desse tipo de
infeco. Qualquer dispositivo mdico pode ser colonizado, porm os catteres
intravenosos o so mais comumente. (BROOKS; JEFFERSON, 2012).
Inmeros micro-organismos so capazes de provocar a formao de
biofilme, sendo que mais de 80% das infeces bacterianas humanas so
associadas biofilme por Staphylococcus epidermidis, Pseudomonas aeruginosa,
Staphylococcus aureus e Enterobacterias como a Escherichia coli. (GOMES;
OLIVEIRA, 1952; TEIXEIRA, 2010; RMLING; BALSALOBRE, 2012; BROOKS e
JEFFERSON, 2012).
Os biofilmes microbianos, tambm, esto implicados tanto em feridas de
pele, agudas como crnicas, comprometendo a cicatrizao e cura dessas feridas.
Estudos demonstram que o biofilme reside na ferida crnica e isto representa um
importante mecanismo, que retarda a cicatrizao e propicia a continuidade da
infeco, estando relacionado com a atividade protesica e supresso imunolgica
(PERCIVAL et al., 2011).
O biofilme dental, por outro lado, o fator de maior importncia na etiologia
das doenas periodontais, apresentando relao com a colonizao por leveduras
do gnero Candida (NEPPELENBROEK et al., 2008; ALVES, 2009; RIBEIRO et al.,
2011). Os biofilmes por C. albicans so causas de infeces hospitalares e vm
sendo associados colonizao de intrumentais e fmites utilizados na rea mdica,
servindo de nicho para o desenvolvimento dos agentes patognicos. So
particularmente muito preocupantes, em funo das clulas serem relativamente
resistentes a antifngicos (DONLAN, 2001; DONLAN; COSTERTON, 2002; KUHN
et al., 2002; PATEL, 2005). Fluorescncia e microscopia de varredura tem revelado
que o biofilme por Candida albicans possui uma arquitetura altamente heterognea
formada de elementos celulares e no celulares (CHANDRA et al., 2001).
A formao do biofilme ocorre de forma diferente sobre os diversos tipos de
materiais usados em odontologia (NEVZATOGLU, 2007). O biofilme de prteses
dentrias est intimamente relacionado processos inflamatrios do tipo estomatite,
causada principalmente pela presena de leveduras do gnero Candida, sendo que
sua presena no biofilme o principal fator para o aparecimento da doena, o que
ocorre devido ao seu poder de adeso s superfcies (CHANDRA et al., 2001;
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=R%C3%B6mling%20U%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=23025745http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Balsalobre%20C%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=23025745http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Percival%20SL%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=22985037http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Neppelenbroek%20KH%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Ribeiro%20DG%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez?cmd=search&db=PubMed&term=%20Donlan%20RM%5Bauth%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez?cmd=search&db=PubMed&term=%20Costerton%20JW%5Bauth%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Patel%20R%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=16056024
-
18
PIRES et al., 2002; BARBEAU et al., 2003; LYON e RESENDE, 2006, FIGUEIRAL
et al., 2007; SESMA e MORIMOTO, 2011 ).
3.2 Biofilme por Candida albicans e Candidose
Na classe dos fungos, o gnero Candida tem se apresentado como principal
causador de biofilme dentrio (BUDTZ JRGENSEN, 1970; OLSEN, 1974;
CEBALLOS et al.; 1990; PIRES et al., 2002; BARBEAU et al., 2003; LYON;
RESENDE, 2006; FIGUEIRAL et al., 2007; SESMA; MORIMOTO, 2011). Assim
como, Candida spp. reconhecida como um dos principais agentes envolvidos em
micoses orais, levando a quadros graves de estomatite, gengivites, periodontites,
tanto em humanos, incluindo pacientes imunocompetentes usurios de prtese,
como nos animais (BUDTZ-JORGENSEN, 1990; FETTER, 1993; NIKAWA et al.,
1998; RAMOS et al., 1999; AKPAN; MORGAN, 2002; JADHAV; MAHENDRA,
2006; ALVES, 2009; MARTINS et al., 2011).
Dentro do gnero Candida, h aproximadamente 150 espcies, mas somente
20 so consideradas patognicas, destacando-se a C. albicans como a mais
patognica das espcies, estando frequentemente envolvida em candidases em
animais (VELASCO, 2000; SELITRENNIKOF, 2001; CHANG et al.; 2003; KUHN et
al., 2003; MORETTI et al., 2004; JIN; LIN, 2005; JADHAV; PAL, 2006; BAGG et al.,
2006).
As espcies de Candida diferem na capacidade de formar biofilmes, que
variam na sua morfologia, composio das substncias polimricas extracelulares
(PEC) e resistncia antifngica (SENEVIRATNE et al., 2008; HASAN et al., 2009).
Entretanto alm da C.albicans, outras espcies do gnero tambm so relacionadas,
tais como C. tropicalis, C. glabrata, C. krusei, C. parapsilosis, C. guilliermondii, C
dubliniensis, C. lipolytica, C. famata, C. pulcherrima, C. sake e C. pseudotropicalis
(FIGUEIRAL et al., 2007; FERREIRA et al., 2009; ZOMORODIAN et al., 2011;
MARCOS - ARIAS et al., 2009; GASPAROTO et al., 2009). Segundo a literatura o
alto ndice e maior percentagem de produo de biofilme por leveduras no albicans,
ocorre nos pacientes portadores de prtese, que apresentavam leses na cavidade
oral (GASPARETTO, 2005; LYON ; RESENDE, 2006).
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Budtz-J%C3%B6rgensen%20E%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=4598186http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Ceballos%20A%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=2203365http://pmj.bmj.com/search?author1=A+Akpan&sortspec=date&submit=Submithttp://pmj.bmj.com/search?author1=R+Morgan&sortspec=date&submit=Submit
-
19
A habilidade da C. albicans de formar o biofilme, contrasta, nitidamente, com
o biofilme de Saccharomyces cerevisiae que tem capacidade de aderncia a
materiais, mas falha em formar o biofilme maduro (CHANDRA et al., 2001). No
processo de infeco a C. albicans, que encontra - se primeiramente na forma de
levedura, inicia a leso, mas variaes nutricionais e ambientais modulam com o
tempo sua converso para a fase de hifa, aumentando a capacidade de invaso e
assim, sua virulncia (UREA, 1995; BILHAN, 2009).
Fatores de patogenicidade fazem com que C. albicans desenvolva doenas
com maior frequncia do que outras espcies, sendo reconhecida a capacidade de
aderncia s membranas celulares do hospedeiro, secreo de enzimas hidrolticas
como fosfolipases e proteinases que degradam as membranas celulares, fator
importante para o processo de infeco e produo de manoprotenas extracelulares
que aumentam, significativamente, a capacidade de adeso a clulas epiteliais e ao
acrlico (SCHERER; MAGEE, 1990; ODDS, 1991; BEIGHTON et al., 1995; KULAK et
al., 1997; WEBB et al, 1998; SULLIVAN; COLEMAN, 1998; CANNON; CHAFFIN,
1999; SULLIVAN et al., 1999; FARAH et al., 2000; CALDERONE; FONZI, 2001;
HAYNES, 2001; ODDS et al., 2004; BAGG et al., 2006; HENRIQUES et al., 2006;
JAYATILAKE et al., 2006; KOGA-ITO et al., 2006; PARAHITIYAWA et al., 2006;
THEIN et al, 2006; URZA et al., 2007; BILHAN et al, 2009). C. albicans, alm de
possuir a habilidade de se aderir s clulas do hospedeiro, tambm apresenta a
habilidade em aderir-se s resinas de prteses, quer seja direta ou atravs de
camada intermediria formada por placa bacteriana (CALDERONE; BRAUN, 1991;
ATIQUE, 2006; RODRIGUES et al., 2007).
O biofilme tem sido relacionado e considerado como um dos fatores para
candidose, conhecida como estomatite por dentaduras ou estomatite prottica,em
portadores de prtese total, que outra forma de manifestao clnica da
colonizao por Candida spp. na cavidade oral. Esta infeco caracteriza - se por
ser superficial ou sistmica, primria ou secundria, oportunista, comum na
cavidade oral, decorrente da multiplicao de leveduras do gnero Candida.
Algumas espcies so comensais da cavidade oral e, geralmente no causam
problemas sade das pessoas, contudo podem levar ao desconforto local,
sensao de paladar alterado e disfagia esofagiana. No entanto, quando a
Candidose oral se manifesta, pode se apresentar na forma aguda
(pseudomembranosa e atrfica) ou crnica (atrfica, hipertrfica e ou hiperplsica)
-
20
(BUDTZ- JRGENSEN, 1974). Este tipo de infeco mais comum em indivduos
imunocomprometidos e sua incidncia tem sido crescente nos ltimos anos
(FETTER et al.,1993; RODRIGUES et al., 2007; COCO et al., 2008). Nestes
indivduos, a doena pode se dsseminar para outros rgos levando-os a uma
severa infeco com alta morbidade e mortalidade. A incidncia da candidose varia
de acordo com a idade e vrios outros fatores predisponentes como; funo da
glndula salivar comprometida, uso de drogas, de dentaduras, dieta rica em
carbohidratos, tabagismo, diabetes, Sndrome de Cushing, tumores malignos e
condies imunossupressivas ( AKPAN ; MORGAN, 2002).
A estomatite prottica por Candida, mesmo assintomtica deve ser tratada,
j que pode atuar como reservatrio para infeces mais extensas e propiciar a
reabsoro ssea alveolar. A estratgia teraputica ainda adotada inclui o uso de
antifngicos tpicos e sistmicos, nistatina, anfotericina B, miconazol e fluconazol,
desinfetantes, irradiao por microondas e remoo e controle da placa bacteriana
presente na dentadura e na mucosa oral. Tanto na terapia como na preveno, o
mais efetivo tratamento a erradicao e controle da placa microbiana (SALERNO
et al., 2011).
Os biofilmes fngicos, especialmente os de Candida albicans so causa de
infeces associadas a dispositivos mdicos. Um fator preocupante que estes se
comportam como nichos protegidos de microrganismos, no respondendo ao
tratamento com antibiticos e antifngicos, podendo criar uma fonte de infeco
persistente (CHANDRA et al., 2001). A formao de biofilme desencadeia resistncia
antifngica e proteo contra a defesa do hospedeiro levando a uma importante
repercusso clnica (TOBUDIC et al., 2012).
3.3 Preveno e tratamento do biofilme por Candida albicans
A preveno do biofilme por leveduras, pode ser realizada com uma higiene
efetiva da prtese (Arendorf e Walker, 1987; Cross et al., 1998), promovendo a
desinfeco de dentaduras. Alm disso, a remoo mecnica constitui o mtodo
mais aceito para o controle do biofilme dentrio por estas leveduras, entretanto o uso
de coadjuvantes qumicos bastante valioso. Jardim et al. (1998) e Vieira et al.
(2010), avaliaram a eficcia de substncias higienizadoras como perxido alcalino
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Budtz-J%C3%B6rgensen%20E%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=4598186http://pmj.bmj.com/search?author1=A+Akpan&sortspec=date&submit=Submithttp://pmj.bmj.com/search?author1=A+Akpan&sortspec=date&submit=Submithttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Vieira%20AP%22%5BAuthor%5D
-
21
contendo enzima, hipoclorito de sdio a 0.5% ou gua destilada, a fim de impedir a
recolonizao por Candida spp. em revestimentos de superfcies de dentaduras e
verificaram que no houve diferena significativa com relao s condies de
recolonizao das espcies de Candida, no entanto, o hipoclorito de sdio foi o nico
tratamento que removeu o biofilme de forma eficiente. Com relao ao tratamento
aps adaptao e formao do biofilme, o mesmo deve ser realizado utilizando-se
frmacos, antisspticos, antibacterianos ou antifngicos. O biofilme por leveduras
vem sendo tratado com os antifngicos tradicionais apesar de muitas vezes ocorrer
resistncia estes medicamentos (DONLAN; COSTERTON, 2002; DONLAN, 2001;
KUHN et al., 2002; PERCIVAL et al., 2011). Cross et al. (1998), avaliaram o uso de
fluconazol (50 mg dirias por 14 dias) e o itraconazol (100 mg dirias por 15 dias)
para tratar candidase prottica concluindo que os dois medicamentos tem eficcia
comparvel.
Boucherit - Atmani et al. (2011) testaram as propriedades antifngicas da
anfotericina B, demonstrando que as clulas ssseis de C. albicans foram mais
resistentes que as planquitnicas, principalmente quando a resistncia era
aumentada durante as diferentes fases de crescimento at o biofilme alcanar a
maturidade. De acordo com os trabalhos, a resistncia s drogas pode ser adquirida
no incio da formao e parece ser regida por diferentes mecanismos, tanto no
biofilme precoce como no tardio. (BOUCHERIT - ATMANI et al., 2011).
Combinaes de drogas antifngicas, como anfotericina B mais
caspofungina e anfotericina B mais posaconazol, tem sido testadas in vitro em
clulas planctnicas e biofilme por C. albicans, sendo demonstrado que a
combinao dos antifngicos mais eficaz do que o tratamento com uma nica
droga (TOBUDIC et al., 2010). A caspofungina foi avaliada no desenvolvimento do
biofilme ps 48hs, demonstrando-se que mesmo na presena de altas
concentraes de caspofungina no houve a inibio do biofilme (FERREIRA et al.,
2009). Por outro lado, outras alternativas vem sendo estudadas como, desinfeco
por microondas (Silva et al., 2006; Sanit, 2009); substncias higienizadoras,
(Jardim et al.,1998; Vieira et al., 2010,) solues desinfetantes (Ferreira et al.,
2009) das prteses e mais modernamente a chamada terapia fotodinmica
(BEVILACQUA; BRUGNERA ; NICOLAU, 2007; RIBEIRO et al., 2011).
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez?cmd=search&db=PubMed&term=%20Donlan%20RM%5Bauth%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez?cmd=search&db=PubMed&term=%20Costerton%20JW%5Bauth%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Percival%20SL%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=22985037http://jac.oxfordjournals.org/search?author1=Selma+Tobudic&sortspec=date&submit=Submithttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Silva%20MM%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Sanit%C3%A1%20PV%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Vieira%20AP%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Ribeiro%20DG%22%5BAuthor%5D
-
22
No tratamento para candidase oral, em pacientes usurios de prteses,
inicialmente preconizado que seja feita a retirada da prtese para o
restabelecimento da sade bucal (Chow et al., 1999), enquanto Cross et al.(1998)
recomendam como alternativas o uso de antisspticos entre eles a clorexidina, alm
da higiene efetiva da prtese e a remoo noturna. A clorexidina foi totalmente
efetiva na preveno da adeso e crescimento de Candida albicans em discos de
resina acrlica, assim como o pr-tratamento com nistatina mostrou-se protetor e
similar a ao da clorexidina (SPIECHOWICZ et al., 1990; EGUSA et al., 2000).
Ao avaliar a eficcia do fluconazol e nistatina no tratamento da candidase
oral, foi observado que nos dois grupos houve melhora da candidase, entretanto, o
grupo do fluconazol demonstrou melhores resultados na eliminao de leveduras e
na reduo dos sinais clnicos (BLOMGREN et al., 1998). Porm, 40 dias aps a
suspenso do tratamento, a colonizao por leveduras, e o aspecto edemaciado,
atingiram ndices semelhantes aos encontrados no incio da doena (BLOMGREN
et al., 1998).
Em vista dos efeitos colaterais que possam ocorrer, a medicao sistmica
somente indicada em infeces bucais quando no h resposta medicao
tpica (CHOW et al., 1999). De acordo com a literatura, o uso de fluconazol pode
estar associado hepatotoxicidade e nefrotoxicidade principalmente nos pacientes
com doenas pr - existentes, embora o mecanismo ainda seja desconhecido.
(CHOW et al., 1999; CROSS et al.,1998; SOMCHIT et al., 2006). Entretanto para
Rodriguez e Acosta Jr. (1995) o cetoconazol mais citotxico do que o fluconazol,
efeito dose e tempo de aplicao dependente em modelos experimentais.
Mais recentemente, tem sido descrito a ocorrerncia de resistncia natural
aos frmacos antifngicos (CANUTO; GUTIERREZ, 2002; SOMCHIT et al., 2012).
Existe tambm a preocupao do aumento da patogenicidade de espcies menos
virulentas que Candida albicans, mas que so resistentes ao fluconazol, como por
exemplo, Candida krusei (CROSS et al.,1998; SILVA, 2005). Novos antifngicos
tem sido avaliados no tratamento infeces por Candida fluconazol resistente.
Somchit et al. (2012), ao estudar o uso de voriconazol, demonstraram que o
antifngico no induz significantemente hepatotoxicidade e nefrotoxicidade at
mesmo em altas doses. Enquanto Coskun et al.(2012), detectaram em seu estudo
severa toxicidade com o ornidazol aps uso prolongado.
http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/0300483X9402911Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Coskun%20Y%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=22691836
-
23
Em relao ao biofilme, Brooks e Jefferson (2012) enfatizam a necessidade
de novas estratgias no tratamento uma vez que o biofilme se mostra tolerante aos
quimioterpicos e torna-se muito difcil o tratamento das infeces a ele
relacionadas, que podem ser muitas vezes crnicas e recorrentes (PERCIVAL et al.,
2011).
Alm dos frmacos, muitos produtos qumicos so apontados na literatura
para controlar a formao do biofilme nas bases de acrlico das prteses, sendo
preconizado o uso de solues higienizantes para diminuir a quantidade de micro-
organismos (GHALICHEBAF, GRASER; ZANDER, 1982; MOORE, SMITH, KENNY,
1984; MINAGI et al., 1987; CHAN et al., 1991; BASSON, QUICK; THOMAS,1992;
GORNITSKY et al., 2002; GLASS, 2004). Outros autores consideram suficiente o
uso de solues desinfetantes, para eliminar os micro-organismos que invadem o
interior do acrlico. (CHAU et al.,1995 e LI et al., 1999 ).
O diagnstico preciso de infeces associadas a biofilme frequentemente
dificultoso, sendo complicada a escolha apropriada do tratamento. Como estas
infeces contribuem, significantemente, com a morbidade de pacientes e altos
custos dos programas de sade, novas estratgias para trat-las devem ser
desenvolvidas de forma urgente ( ALVES, 2006).
Nesse sentido, estudos recentes tem tentado definir o controle gentico do
biofilme (BLANKENSHIP, 2006). A resistncia s drogas adquirida no incio e
parece ser regida por diferentes mecanismos em precoce e tardio biofilme. Segundo
Blankenship (2006), h emergncia de estratgias genmicas para descobrir os
eventos especficos relacionados, tais como a formao de hifas na definio da
fixao do biofilme. De acordo com Pinto (2010), a determinao do quanto certos
genes esto envolvidos na formao do biofilme, primordial para o
desenvolvimento de estratgias de controle da patogenicidade destes. Rouabhia et
al.(2012), demonstraram que um mutante (Caecm33) de Candida albicans, reduz a
formao do biofilme e causa menos danos na mucosa oral, propondo que seja um
novo objetivo para prevenir e tratar infeces por candida. Sugerindo ainda que o
gen ECM33 da Candida desempenha ativo papel na interao candida / hospedeiro
e responsvel pelos danos nos tecidos que leva candase. (ROUABHIA et al.,
2012).
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Moore%20TC%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=6381698http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Smith%20DE%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=6381698http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Smith%20DE%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=6381698http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Smith%20DE%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=6381698http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Smith%20DE%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=6381698http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Glass%20RT%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=15119677
-
24
Tendo-se em vista as dificuldades e os vrios fatores que interferem no
tratamento do biofilme e da candidose com agentes antifngicos polinicos ou azis
Donlan, (2001); Donlan; Costerton, (2002); Kuhn et al., (2002), faz-se necessrio
estudar outras terapias mais eficazes, e com menores efeitos colaterais ao paciente.
Nesse sentido, nas ltimas dcadas, tem-se aumentado o uso de produtos naturais
para a preveno de doenas bucais. Relatos na literatura tm demonstrado que
muitos extratos apresentam atividade antimicrobiana sobre patgenos bucais entre
eles, Candida albicans. (KOO et al., 2000a).
3.4 USO DE PLANTAS MEDICINAIS EM BIOFILME E CANDIDOSE
O Brasil um pas privilegiado em relao ao emprego da
fitoterapia, pois possui 25% da flora mundial e um patrimnio
gentico de grande potencial para o desenvolvimento de novos
medicamentos (FRANCISCO, 2010; CASTILHO, MURATA;
PARDIC, 2006).
A terapia atravs das plantas ou fitoterapia data de pocas remotas, sendo
que a mais antiga referncia conhecida existe h mais de sessenta mil anos. Desde
que o homem na sua marcha evolutiva, sentiu a primeira indisposio no organismo,
ele teve a intuio ou a inspirao de que nas plantas poderia encontrar os meios de
cura ou alvio (Lucas, 1937). Estudos arqueolgicos em runas do Ir foram
determinantes para as primeiras descobertas. Farmacopeias que compilavam as
ervas e suas indicaes teraputicas tambm existiam na China 3.000 a.C.
demonstrando que a utilizao das plantas medicinais sempre fez parte da histria
da humanidade, tendo grande importncia tanto no que se refere aos aspectos
medicinais, como culturais.
No Brasil, os ndios foram os responsveis pela medicina popular atravs
das plantas, assim como europeus e negros, ainda na poca que o pas era colnia
de Portugal. Os mdicos ficavam restritos s metrpoles e na zona rural e ou
suburbana, a populao recorria s ervas medicinais. Essa forma de terapia em
nosso pas surgiu de uma ao conjunta entre os conhecimentos de indgenas,
jesutas e fazendeiros, sobrevivendo at os dias de hoje. (ARAJO, 1979).
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez?cmd=search&db=PubMed&term=%20Donlan%20RM%5Bauth%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez?cmd=search&db=PubMed&term=%20Costerton%20JW%5Bauth%5D
-
25
Mais recentemente, tem havido movimentos mundiais favorveis ao uso de
plantas medicinais e fitoterpicos, entretanto h necessidade de regulamentao,
de produo, utilizao e comercializao (Brasil,1995). O Brasil tem sido pioneiro
neste sentido tendo lanado um Programa Nacional de Plantas Medicinais e
Fitoterpicos por meio do Decreto Presidencial N. 5.813, de 22 de junho de 2006,
que constituiu parte essencial das polticas pblicas de sade, meio ambiente,
desenvolvimento econmico e social, tornando-se, assim, elemento fundamental na
implementao de aes capazes de promover melhorias na qualidade de vida da
populao brasileira (2006). A nvel estadual tambm tem sido criadas comisses
com finalidade de implementar a Poltica Intersetorial de Plantas Medicinais,
Aromticas e Condimentares e de Medicamentos Fitoterpicos no estado do Rio
Grande do Sul, visando o desenvolvimento socioeconmico sustentvel do estado
(2011).
Com relao a microrganismos da cavidade oral, Francisco, (2010) ressalta
a importncia de novas alternativas para tratamento das afeces orais com
fitoterpicos. O autor chama a ateno para as atividades antisspticas,
antimicrobianas e anti-inflamatrias com menores efeitos colaterais de vrias
plantas como aroeira, prpolis e rom, pelo fato de possurem uso bastante
difundido na medicina popular para o tratamento de diversas afeces bucais.
Salienta-se a necessidade de desenvolver novas terapias contra fungos oportunistas
como Candida spp., que tem habilidade de adquirir resistncia aos antifngicos
durante tratamento prolongado, sendo promissor a pesquisa de novos agentes com
uso de plantas (ANIBAL et al., 2010; LIMA et al., 2006).
Nesta linha de pesquisa, Taweechaisupapong et al. (2006) avaliaram o
efeito do extrato etanlico das folhas de Streblus asper na aderncia de Candida
albicans em superfcies de resina acrlicas, demonstrando diminuio da habilidade
da levedura de aderir-se s resinas acrlicas possibilitando a preveno de
estomatite prottica.
Alves et al.(2009) obtiveram resultados promissores quando avaliaram in
vitro, a atividade antimicrobiana, antifngica e antiaderente da aroeira-do-serto,
malva e goiabeira sobre microrganismos do biofilme dental e candidose oral. Os
extratos mostraram-se eficazes, inibindo o crescimento das bactrias e fungos do
biofilme dental e da candidose oral, sugerindo a utilizao dessas plantas como
meio alternativo na teraputica odontolgica. Entretanto, Reis et al., (2011), testaram
-
26
as atividades inibitrias do extrato da folha de jabuticabeira (Myrciaria cauliflora) e da
folha de goiabeira (Psidium guajava L ) em Candida albicans, sendo que nenhum
destes inibiu a formao do biofilme nas concentraes utilizadas.
Com relao s bactrias cariognicas, Freires et al. (2010), avaliaram, in
vitro, as atividades antibacteriana e antiaderente das tinturas de Schinus
terebinthinfolius (Aroeira) e Solidago microglossa (Arnica) frente Streptococcus
mutans e Lactobacillus casei, concluindo que as tinturas apresentaram, in vitro,
atividades antibacteriana e antiaderente frente aos microrganismos testados.
Fosquiera et al. (2008), estudaram solues alcolica e aquosa de prpolis
marrom e verde e clorexidina, detectando ao antimicrobiana da prpolis sobre P.
aeruginosa e S. aureus semelhantes clorexidina. Com relao C. albicans, o
poder antifngico da prpolis, apesar de inferior ao da clorexidina, no deve ser
desconsiderado, sendo que a prpolis verde apresentou ao antimicrobiana maior
que a prpolis marrom, indicando que a prpolis pode ser usada como coadjuvante
no controle do biofilme dental em pacientes HIV-positivo, evitando se os efeitos
adversos da clorexidina. Enquanto Koo et al. (2000) estudaram a ao
antimicrobiana dos extratos de prpolis e arnica contra micro-organismos comuns na
cavidade oral inclusive a Candida albicans, demonstrando melhor atividade para os
extratos de prpolis comparado aos de arnica.
Diante dos benefcios da fitoterapia, fica evidente a necessidade da
avaliao e procura por meios alternativos e, economicamente viveis, sugerindo a
utilizao da mesma como um recurso de baixo custo dentro de programas
preventivos e curativos na odontologia (FRANCISCO, 2010).
3.5 Alecrim (Rosmarinus officinalis)
O alecrim pertence ao Reino Plantae , Filo Magnoliophyta, Classe
Magnoliopsida, Ordem Lamiales, Famlia Lamiaceae, Gnero Rosmarinus e Espcie:
officinalis. Apresenta como nomenclatura binominal Rosmarinus officinalis L.
(Labiatae) e sinonmia botnica de Rosmarinus latifolius Mill. (LORENZI ; MATOS,
2002.)
Rosmarinus officinalis L., conhecido popularmente como alecrim, originrio
do Mediterrneo, e cultivado em quase todos os pases de clima temperado, e na
indstria valorizado devido possibilidade de destilao de leo essencial. Al-
-
27
Sereitia et al.(1998), citam as propriedades farmacolgicas e aplicaes teraputicas
do alecrim. Na medicina popular usado como antiespasmdico em clicas renais,
dismenorria, e alvio dos sintomas nas doenas respiratrias; de acordo com a
literatura, os extratos de Rosmarinus officinalis relaxam msculo liso da traquia e
intestino. A planta tem potencial teraputico no tratamento ou preveno da asma
brnquica, doenas espasmognicas, lceras ppticas, inflamaes, arteriosclerose,
doenas isqumicas do corao, catarata, cncer (AL-SEREITIA; ABU-AMERB;
SENA, 1998; SILVA et al., 2007).
A composio dos extratos varivel, sendo o cido carnsico o
componente de maior concentrao na frao diterpenide do R. officinalis
(Okamura et al., (1994), alm de, tambm, exibir a mais alta atividade antioxidante
(ARUOMA et al., 1992; FRANKEL et al., 1996).
Outros constituintes importantes so o cido cafeico e rosmarnico que
tambm tm atividade antioxidante. O cido rosmarnico bem absorvido no trato
gastrointestinal e na pele; aumenta a produo de prostaglandina E2 e reduz a
produo de leucotrienos B4 em leuccitos polimorfonucleares (CHEN et al., 1992).
O cido carnsico propenso a degradao, particularmente em solventes polares
(OKAMURA et al., 1994; TERNES; SCHWARZ, 1995). Alm disso, sua estabilidade
fortemente afetada pelo ph e sua ao antioxidante expressivamente maior em
meio cido (FRANKEL et al., 1996).
Conforme alguns autores, os extratos aquosos do alecrim, macela, erva-
mate e malva apresentaram maior atividade antioxidante em torno de 97%, quando
comparado com outras plantas estudadas como: arruda (Ruta graveolens),
camomila (Matricaria chamomilla), macela (Achyrocline satureioides), alcachofra
(Cynara scolymus), erva-mate (Ilex paraguariensis), tanchagem (Plantago major),
malva (Malva silvestris), slvia (Salvia officinalis), capim-limo (Cymbopogon
citratus) e alecrim (Rosmarinus officinalis), alm do que os extratos alcolicos de
todos os chs apresentarem atividade antibacteriana contra Staphylococcus aureus.
(ASOLINI et al., 2006).
As partes utilizadas do alecrim so folhas e flores, sendo as folhas usadas
no preparo de xaropes, infuso, tintura, p e tambm na obteno do leo essencial.
Na medicina popular, os extratos do alecrim tm sido usados como estimulante
digestivo, para a falta de apetite, azia, problemas respiratrios e debilidade cardaca.
Por suas virtudes tnicas e estimulantes, atua sobre o sistema nervoso, contra
-
28
cansao mental e fsico. tambm considerado antissptico, colagogo, diurtico,
anti-espasmdico, cicatrizante, protetor heptico, antitumoral, antidepressivo natural,
carminativo e vasodilatador (RIDERS DIGEST,1999). Tem sido indicado para uso
tpico, como cicatrizante, antimicrobiano (Staphylococus e Monilia) e estimulante do
couro cabeludo. (LORENZI ; MATOS, 2006). Se utilizado em altas dosagens pode
ser txico, podendo causar aborto, sonolncia, espasmo, gastroenterite, irritao
nervosa e inclusive grandes doses podem ocasionar o bito (LORENZI ; MATOS,
2006).
Os efeitos teraputicos do Rosmarinus officinalis vm sendo comprovados
em vrios estudos, isso devido ao seu alto potencial antimicrobiano, tanto na forma
de extratos como de leo essencial, avaliados, principalmente, em bactrias e em
leveduras (CELIKTAS et al., 2007; LUQMAN et al., 2007; BERNARDES et al., 2010;
HUSSAIN et al., 2010; CAVALCANTI; ALMEIDA; PADILHA, 2011).
Pozzatti e colaboradores (2008), avaliaram o efeito antifngico de leos
essenciais de vrias plantas, inclusive Rosmarinus officinalis, em isolados de
Candida albicans e no albicans resistentes ao fluconazol, sendo que o leo de R.
officinalis no demonstrou atividade antifngica. Assim como, doses de 3200g/ml
do leo essencial de Rosmarinus officinalis foram ineficazes na inibio da formao
do tubo germinativo da Candida albicans e C. dubliniensis (Pozzatti et al. 2010). De
acordo com Sivamani et al., (2010) e Castro; Lima (2011), os leos essenciais de R.
officinalis em isolados de Candida albicans e C. tropicalis envolvidas em infeces
da cavidade oral tiveram fraca atividade antifngica. Diferente de Soliman et
al.(1994) que testaram duas amostras de leo essencial de R. officinalis de
diferentes locais no Egito; a amostra contendo Canfora (14.9%), -pinene (9.3%), e
1,8-cineole (9.0%) demonstrou uma boa atividade antimicrobiana contra Candida
albicans, Cryptococcus neoformans e Mycobacterium intracellularae.
Baseado no crescente aumento da resistncia de Candida spp aos
antimicrobianos, Hfling et al. (2010), avaliaram os extratos metanlico e
diclorometano de plantas dentre as quais Rosmarinus officinalis, e concluiram que, o
extrato metanlico foi eficiente contra essas leveduras. Cavalcanti, Almeida e
Padilha ( 2011) , avaliaram a atividade antiaderente do leo essencial de alecrim em
diferentes concentraes e constataram que esse em maior concentrao
(2,25mg/ml), apresentou atividade antiaderente num tempo de 24h. Enquanto Petran
& Socaciu (2007), testaram extratos hidroalcolicos de trs plantas inclusive R.
http://www.cabdirect.org/search.html?q=au%3A%22Petran%2C+M.%22http://www.cabdirect.org/search.html?q=au%3A%22Socaciu%2C+C.%22
-
29
officinalis na candidase farngea, concluindo que esses extratos tm ao inibitria
na candidase em 72 horas. Com relao a atividade antiproteinase de Candida
albicans proveniente da cavidade oral, usando diferentes extratos de R. officinalis,
esses demonstraram boa atividade vislumbrando uma terapia alternativa na
candidase (HFLING et al., 2011).
-
4 Artigos
4.1 Artigo 1
Controle da formao de biofilme por Candida albicans em pacientes usurios
de prteses dentrias: reviso bibliogrfica
Maria Elvira Sica Cruzeiro, Marlete Brum Cleff, Mrio Carlos Arajo Meireles
Submetido Revista Brasileira de Odontologia
-
31
CONTROLE DA FORMAO BIOFILME POR CANDIDA ALBICANS EM PACIENTES USURIOS
DE PRTESES DENTRIAS: REVISO BIBLIOGRFICA
BIOFIM CONTROL BY CANDIDA ALBICANS IN DENTAL PROTHESIS WEARS: LITERATURE
REVIEW
Maria Elvira Sica Cruzeiro1*
, Marlete Brum Cleff2, Mrio Carlos Arajo Meireles
3
1Cirurgi dentista, Programa de Ps-Graduao em Veterinria, UFPel;
2Professor Adjunto Depto. Clnicas Veterinria, Faculdade de Veterinria, UFPel;
4Professor Associado Depto. Veterinria Preventiva, Faculdade de Veterinria, UFPel;
RESUMO
Candida albicans possui habilidade direta ou indireta de aderir-se s superfcies
resinosas de prteses, iniciando a formao do biofilme. Porm, devido s respostas
inflamatrias na mucosa bucal, decorrente do contato com as prteses totais, o
biofilme fngico tornou-se alvo de interesse de pesquisadores. Biofilmes
representam o crescimento microbiano predominante na natureza, sendo cruciais no
desenvolvimento de infeces, estando associados a altos nveis de resistncia aos
antimicrobianos. Usurios de prteses dentrias comumente apresentam
estomatites protticas pela facilidade de formao de biofilme. O objetivo deste
trabalho foi reunir informaes sobre controle de candidase oral e biofilme por
Candida albicans em pacientes usurios de prtese dentrias. Concluindo que a
diminuio da colonizao por Candida spp. e o impedimento de formao do
biofilme, continua sendo um desafio na prtica clnica odontolgica, sendo
necessrio intensificar as pesquisas com substncias com capacidade de inibir ou
impedir a formao do biofilme, sem prejudicar a sade do paciente.
Palavras chave: biofilme, Candida albicans
mailto:*[email protected]
-
32
ABSTRACT
Candida albicans possesses direct or indirect ability to adhere to the surfaces of
resinous prosthesis, initiating the formation of biofilm. However, due to inflammatory
responses in the oral mucosa, resulting from the contact with denture, the fungal
biofilm has become the target of interest to researches. Biofilms represent the
predominant microbial growth in nature and are crucial in the development of
infections, associated with high levels of antimicrobial resistance. Prosthesis users
commonly have stomatitis by the facility of biofilm formation. The objective of this
study was to get information on controlling oral candidiasis and Candida albicans
biofilms in patients using dental prosthesis. Concluding that the reduction in
colonization by Candida spp. and the prevention of biofilm formation remains a
challenge in clinical practice dentistry. It is necessary to intensify research with
substances capable of preventing or inhibiting biofilm formation without impairing the
health of the patient.
Key words: biofilm, Candida albicans
INTRODUO
A Candidase oral uma infeco causada por leveduras do gnero Candida
que so microrganismos saprbios, e na dependncia de fatores predisponentes,
tornam-se patognicos (30). Este tipo de infeco mais comum em indivduos
imunocomprometidos e com crescente incidncia nos ltimos anos (1). Candida
albicans a espcie mais freqentemente identificada como sendo responsvel por
este tipo de infeco, no entanto, infeces provocadas por outras espcies do
gnero so cada vez mais freqentes, sendo citadas aproximadamente 150
espcies, muitas, isoladas da cavidade oral (2).
-
33
A infeco oral mais comum em pacientes portadores de prtese removvel
a estomatite prottica, associada a Candida spp., existindo porm outras
manifestaes de Candidase oral (2). A presena de prteses dentrias aumenta a
prevalncia e a incidncia de unidades formadoras de colnias (UFCs) de Candida,
o que leva a maior probabilidade de ocorrncia das formas de candidase oral,
destacando-se com grande prevalncia nos pacientes HIV- positivos e com AIDS (3,
16, 4, 33). Segundo Perezous e colaboradores a colonizao por Candida em
usurios de dentadura especialmente os imunodeprimidos, pode ser um empecilho
para o tratamento e uma barreira para a sade do paciente (28). A frequncia de
candidose eritematosa (EC), por C.albicans em pacientes com HIV e com AIDS
usurios de prteses completas, apresenta-se alta, embora outras espcies tambm
tenham sido encontradas e com altos nveis de produo de proteinase. As
manifestaes de EC podem estar relacionadas com a capacidade de produo
destas enzimas, sendo que terapias combinadas com inibidores de proteinases
desempenham um importante papel no controle da EC. (1).
O biofilme dental o fator de maior importncia na etiologia das doenas
periodontais, apresentando uma relao muito grande com a m higiene oral, e a
colonizao por Candida (27, 2, 37). Segundo Gasparetto, a produo de biofilme
ocorre com freqncia (64%) por espcies de Candida no albicans, sendo que a
maior porcentagem ocorreu nos pacientes portadores de prtese e com leses na
cavidade oral; segundo o autor isto est associado ao potencial patognico destes
isolados (15). A composio do biofilme afetada pelo tempo de formao e pelos
materiais usados na confeco de dentaduras em portadores de dentaduras
completas (26).
Com relao adeso de Candida spp. s superfcies de prteses dentrias,
-
34
vrios trabalhos tem sido desenvolvidos (7,25). Ao avaliar a influncia da rugosidade
superficial, bem como superfcie livres de energia e saliva na adeso das espcies
de Candida em prteses acrlicas, foi demonstrado que as superficies rugosas
propiciam maior adeso do que as lisas (7,25). Sendo que a adeso tambm
depende do tipo de material empregado (24, 20). O uso do revestimento de base de
prtese e um elastmero de silicone podem efetivamente reduzir adeso de Candida
albicans e com isso diminuir a incidncia de estomatite prottica por esta levedura
(42). Em seu trabalho Silva et al.(2010), avaliaram a capacidade de adsoro de C.
albicans em quatro materiais utilizados em bases de prteses removveis, sendo
observada maior reteno de C. albicans na resina de poliamida (37). Entretanto, ao
correlacionar a adeso de C. glabrata e C. albicans com a rugosidade superficial de
diferentes materiais, base de polimetilmetacrilato leve e pesado e base de silicone
leve, no foi demonstrado correlao entre a rugosidade superficial e a adeso das
leveduras (14).
A desinfeco por microondas em dentaduras completas tem sido
recomendada para tratar estomatites dentrias por Candida em pacientes
imunocompetentes (36). Diferentes tempos de exposio de irradiao por
microondas na desinfeco de resinas tem sido estudados sendo demonstrado que
irradiao por 3 minutos pode ser um tratamento eficaz na desinfeco e
esterilizao de dentaduras com biofilmes por alguns microrganismos, entre eles
Candida albicans (22,32,23,36) . Silva, et al., (2006), em seu estudo, constataram
que o uso de irradiao por microondas durante 6 min. 650W, produz esterilizao
das dentaduras completas contaminadas por Staphylococcus aureus e C. albicans,
alm de desinfeco daquelas contaminadas com Pseudomonas aeruginosa e
Bacterides subtilis (38).
-
35
Entretanto, a remoo mecnica constitui um dos mtodos mais aceitos para
o controle do biofilme dentrio por Candida spp., mas o uso de coadjuvantes
qumicos bastante valioso. Neste sentido, Jardim Jr., et al.,(1998) e Vieira et al.
(2010) avaliaram a eficcia de substncias higienizadoras como perxido alcalino
contendo enzima, hipoclorito de sdio (NaOCl) 0.5% ou gua destilada a fim de
impedir a recolonizao por Candida sp. em revestimentos de superfcies de
dentaduras a base de metilmetacrilato, e verificaram que no houve diferena
significativa com relao s condies de recolonizao das espcies de Candida,
no entanto, o hipoclorito de sdio foi o nico tratamento que removeu o biofilme de
forma eficiente (17,41) . Ferreira et al. (2009), realizaram estudos com trs solues
desinfetantes para higienizao das prteses totais, demonstrando alta adeso de
C. glabrata nessas, sendo que o NaOCl 0.5% foi mais eficiente no controle da
adeso das leveduras( 14 ).
A atividade antimicrobiana de enxaguatrios bucais a base de digluconato de
clorexidina 0,12%, fluoreto de sdio 0,05% (Ca) e digluconato de clorexidina 0,06%,
fluoreto de sodio 0,05% e acetato de zinco 0,34% (Or), foi comparada a
enxaguatrio com etanol, base de gluconato de clorexidina 0,12% em isolados de
Candida albicans demonstrando que o grupo Ca apresentou atividade fungicida
sobre C. albicans semelhante ao controle, mas menor ao fungisttica, enquanto
que o Or apresentou apenas ao fungisttica semelhante ao controle nos isolados
avaliados (21).
Com relao ao tratamento da estomatite prottica aps adaptao e
formao do biofilme, o mesmo deve ser realizado utilizando-se frmacos
antimicrobianos como antisspticos, antibacterianos ou antifngicos. Com vista dos
efeitos colaterais que possam ocorrer, a medicao sistmica somente indicada
-
36
em infeces bucais quando no h resposta medicao tpica (9).
Os tratamentos sistmicos tem sido realizados com antifngicos do grupo dos
azis, mas de acordo com a literatura, o uso de fluconazol pode estar associado
hepatotoxicidade e nefrotoxicidade principalmente nos pacientes hepatopatas e
nefropatas (9; 11; 40). Entretanto, tem sido demonstrado que o cetoconazol mais
citotxico do que o fluconazol, efeito dose e tempo de aplicao dependente (34).
Tem sido descrito a ocorrncia de resistncia natural aos frmacos
antifngicos (8). Existe tambm a preocupao do aumento da patogenicidade de
espcies menos virulentas que Candida albicans, mas que so resistentes ao
fluconazol, como por exemplo, Candida krusei (11). Assim, novos antifngicos tem
sido avaliados no tratamento infeces por Candida fluconazol resistente. Somchit et
al. (2012), estudaram o voriconazol, quanto a hepatotoxicidade e nefrotoxicidade em
potencial. Os resultados demonstraram que o voriconazol no induz
significantemente hepatotoxicidade e nefrotoxicidade at mesmo em altas doses.
Coskun et al, 2012, detectaram em seu estudo severa toxicidade com o ornidazol
aps uso prolongado.
Mais modernamente a terapia fotodinmica tem sido avaliada para remoo
de biofilme. Esta terapia consiste na utilizao de raio Lazer associados a
substncias fotossensibilizadoras, sendo que os estudos demonstraram a
efetividade deste procedimento para desinfeco de dentaduras (5, 31).
Neste sentido, estudos recentes tem tentado definir o controle gentico do
biofilme (6). A resistncia s drogas adquirida no incio e parece ser regida por
diferentes mecanismos em precoce e tardio biofilme. Segundo Blankenship (2006),
h emergncia de estratgias genmicas para descobrir os eventos especficos
relacionados, tais como a formao de hifas na definio da fixao do biofilme.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Coskun%20Y%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=22691836
-
37
Segundo Pinto (2010), a determinao do quanto certos genes esto envolvidos na
formao do biofilme, primordial para o desenvolvimento de estratgias de controle
da patogenicidade destes. Rouabhia et al. (2012) demonstraram que um mutante
Caecm33 de Candida albicans reduz a formao do biofilme e causa menos
danos na mucosa oral, propondo que seja um novo objetivo para prevenir e tratar
infeces por Candida. Sugerindo ainda, que o gen ECM33 da Candida
desempenha ativo papel na interao candida / hospedeiro e responsvel pelos
danos nos tecidos que leva candidase.
Tendo-se em vista as dificuldades e os vrios fatores que interferem no
tratamento da candidose e do biofilme com agentes antifngicos polinicos ou azis
(13, 12; 18), faz-se necessrio estudar outras terapias mais eficazes, e com menor
efeito colateral ao paciente. Nesse sentido, nas ltimas dcadas, tem-se aumentado
o uso de extratos vegetais no controle do biofilme e para a preveno de doenas
bucais.(FRANCISCO, 2010). Relatos na literatura tm demonstrado que muitos
extratos apresentam atividade antimicrobiana sobre patgenos bucais entre eles,
Candida albicans (19). Alves et al.(2009) obtiveram resultados promissores quando
avaliaram in vitro, a atividade antimicrobiana, antifngica e antiaderente da aroeira-
do-serto, malva e goiabeira sobre microrganismos do biofilme dental e candidose
oral. Os extratos mostraram-se eficazes, inibindo o crescimento das bactrias e
fungos do biofilme dental e da candidose oral, sugerindo a utilizao dessas plantas
como meio alternativo na teraputica odontolgica.
CONSIDERAES FINAIS
De acordo com o exposto, fica evidente a importncia de leveduras do gnero
Candida em diversas patologias ou enfermidades da cavidade oral, destacando-se
-
38
C. albicans por seu potencial patognico incluindo capacidade de adeso e
produo de proteinases entre outros. Os pacientes HIV positivos e portadores de
prtese removveis, apresentam-se como grupos de risco, com maior prevalncia e
incidncia destas infeces, sendo mais susceptveis a colonizao e manifestao
de estomatite fngica induzida por Candida spp.
O tipo de material utilizado nas prteses dentrias influencia na formao do
biofilme, entretanto mtodos qumicos e mecnicos podem diminuir ou eliminar
temporariamente a formao destes. Muitos fatores influenciam nestes resultados,
sendo importantes os tipos de microrganismos que constituem os biofilmes, pois em
geral apresentam caractersticas fenotpicas diferentes das clulas em suspenso,
tais como um aumento de resistncia aos antifngicos, e maior resistncia frente s
defesas do hospedeiro.
Em sntese a diminuio da colonizao por Candida spp. e o impedimento de
formao do biofilme, continua sendo um desafio na prtica clnica odontolgica,
sendo necessrio intensificar as pesquisas com substncias com capacidade de
inibir ou impedir a formao do biofilme, sem prejudicar a sade do paciente.
REFERNCIAS
1. Aleva NA, Birman EG, Afonso Jr W, Chavasco JK, Paula CR, Ribeiro A, Pereira LJ. Erythematous candidosis in patients with complete dentures and HIV+/AIDS. Mycoses. 2007 september; 50 (5): 407-11. 2. Alves DLN. Candida spp e Prtese Dentria Removvel. Monografia apresentada para obteno do grau Licenciado em Medicina Dentria. Fernando Pessoa: Faculdade de Cincias da Sade; 2009. 3. Alves PM, Queiroz LMG, Pereira JV, Pereira M do S V. Atividade antimicrobiana, antiaderente e antifngica in vitro de plantas medicinais brasileiras sobre microorganismos do biofilme dental e cepas do gnero Candida. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. 2009 mar-abr ; 42(2):222-224.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Aleva%20NA%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Birman%20EG%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Afonso%20W%20Jr%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Chavasco%20JK%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Paula%20CR%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Ribeiro%20A%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Pereira%20LJ%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Pereira%20LJ%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Pereira%20LJ%22%5BAuthor%5Djavascript:AL_get(this,%20'jour',%20'Mycoses.');
-
39
4. Atique TSC. Pesquisa das espcies e Sensibilidade antifngica de Candida sp. em indivduos soros positivos para HIV: Dissertao apresentada para a obteno do ttulo de Mestre. So Jos do Rio Preto: Faculdade de Medicina de So Jos do Rio Preto; 2006. 5. Bevilacqua IM, Brugnera Jr A, Nicolau RA. Ao do Laser de Baixa potncia associado substncias fotoativadoras na reduo de Candidas em meio bucal (Reviso Da Literatura). IX Encontro Latino Americano De Iniciao Cientfica e V Encontro Latino Americano De Ps-Graduao; 2007; Universidade Do Vale Do Paraba. 6. Blankenship JR, Mitchell AP. How to build a biofilm: a fungal perspective. Current Opinion in Microbiology. 2006; 9(6):588-94.
7. Busscher HJ, Rinastiti M, Siswomihardjo W, Van der Mei HC. Biofilm formation on dental restorative and implant materials. Journal of Dental Research. 2010 may; 89 (7): 657-65.
8. Canuto MM, Gutierrez R F. Antifungal drug resistance to azoles and polyenes. The Lancet Infectious Diseases. 2002; 2 (9): 550-63.
9. Chow CK, Matear DW, Lawrence HP. Efficacy of antifungal agents in tissue conditioners in treating candidiasis. Gerodontology. 1999 Dec;16(2):110-8.
10. Coskun Y, Erarslan E, Doan M, Ko H, Yigit SN, Yksel I. Severe hepatotoxicity as a result of extended use of ornidazole. Journal of Clinical Gastroenterology. Jul 2012;46(6):529-30.
11. Cross LJ, Bagg J, Wray D, AItchison T. A comparison of fluconazole and itraconazole in the management of denture stomatitis: a pilot study. Journal of Dental Research. 1998; 26 (8): 657-64.
12. Donlan RM. Biofilm formation: a clinically relevant microbiological process. Clin. Infect. Dis. 2001; 33(8): 1387-92.
13. Donlan RM & Costerton JW. Biofilms: Survival Mechanisms of Clinically Relevant Microorganisms.Clinical Microbiology. 2002;.15(2):167-193.
14. Ferreira MAF, Pereira-Cenci T, Vasconcelos LMR de, Cunha , Del Bel Cury AA. Efficacy of denture cleansers on denture liners contaminated with Candida species. Clinical Oral Investigations. 2009; 13 (2):237-242. 15. Gasparetto A, Negri MFN, Paula CR de, Svidzinski TIE. Produo de biofilme por leveduras isoladas de cavidade bucal de usurios de prtese dentria. Acta Science Health Science. 2005; 27(5): 37-40.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Blankenship%20JR%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=17055772http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Mitchell%20AP%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=17055772http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Bankenship%20-%20controle%20gen%C3%A9tico%20do%20biofilmehttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Bankenship%20-%20controle%20gen%C3%A9tico%20do%20biofilmehttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Bankenship%20-%20controle%20gen%C3%A9tico%20do%20biofilmehttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Busscher%20HJ%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Rinastiti%20M%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Siswomihardjo%20W%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22van%20der%20Mei%20HC%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20448246http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20448246http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20448246http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10825850http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10825850http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10825850http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Coskun%20Y%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=22691836http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Erarslan%20E%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=22691836http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Do%C4%9Fan%20M%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=22691836http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Ko%C3%A7%20H%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=22691836http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Yigit%20SN%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=22691836http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Y%C3%BCksel%20I%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=22691836http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22691836http://cmr.asm.org/search?author1=Rodney+M.+Donlan&sortspec=date&submit=Submithttp://cmr.asm.org/search?author1=J.+William+Costerton&sortspec=date&submit=Submithttp://www.springerlink.com/content/?Author=Maria+%c3%81urea+Feitosa+Ferreirahttp://www.springerlink.com/content/?Author=Tatiana+Pereira-Cencihttp://www.springerlink.com/content/?Author=Luc%c3%adola+Maria+Rodrigues+de+Vasconceloshttp://www.springerlink.com/content/?Author=Renata+Cunha+Matheus+Rodrigues-Garciahttp://www.springerlink.com/content/?Author=Altair+Antoninha+Del+Bel+Curyhttp://www.springerlink.com/content/1432-6981/13/2/
-
40
16. Glass RT, Conrad RS, Bullard JW, Goodson LB, Mehta N, Lech SJ, Loewy ZG. Evaluation of microbial flora found in previously worn prostheses from the Northeast and Southwest regions of the United States. The Journal of Prosthetic Dentistry. 2010 May; 103 (6): 384-9. 17. Jardim Jnior EG, Pedrini D, Xavier FA, Jardim OS. Eficcia do Listerine sobre a placa. Revista Gacha Odontolgica.1998; 46: 70-78. 18. Kuhn D.M, Balkis M, Chandra J, Mukherjee PK. e Ghannoum MA. Uses and limitations of the XTT assay in studies of Candida growth and metabolism. Journal of Clinical Microbiology. 2003; 41 (1): 506-508.
19. Koo H, Gomes BP, Rosalen PL, Ambrosano GM, Park YK, Cury JA. In vitro antimicrobial activity of propolis and Arnica montana against oral pathogens. Archives of oral biology. 2000a. Fev; 45(2):141-8.
20. Li L, Finnegan MB, zkan S, Kim Y, Lillehoj PB, Ho CM, Lux R, Mito R, Loewy Z, Shi W. In vitro study of biofilm formation and effectiveness of antimicrobial treatment on various dental material surfaces. 2010 Octuber; 25(6):384-90. 21. Maekawa Le, Brighenti Fl, Lamping R, Oliveira L de, Marcacci S, Koga-Ito Cy. Atividade antimicrobiana de enxaguatrios bucais sem lcool a base de clorexidina sobre Candida albicans. Revista Odontolgica UNESP, Araraquara. 2010 Jan Fev; 39 (1): 15-19. 22. Mima EG, Pavarina AC, Neppelenbroek KH, Vergani CE, Spolidorio DM, Machado AL. Effect of different exposure times on microwave irradiation on the disinfection of a hard chairside reline resin. Journal of Prosthodontics. 2008; June; 17(4): 312-7. 23. Neppelenbroek KH, Pavarina AC, Palomari Spolidorio DM, Sgavioli Massucato EM, Spolidorio LC, Vergani CE. Effectiveness of microwave disinfection of complete dentures on the treatment of Candida-related denture stomatitis. Journal of Oral Rehabilitation. 2008 November; 35(11): 836-46. 24. Nevzatolu EU, zcan M, Kulak-Ozkan Y, Kadir T. Adherence of Candida albicans to denture base acrylics and silicone-based resilient liner materials with different surface finishes. Clinical Oral Investigations. 2007 February; 11(3):231-236. 25. Pereira-Cenci T, Cury A A, Cenci MS, Rodrigues-Garcia RC. In vitro Candida colonization on acrylic resins and denture liners: influence of surface free energy, roughness, saliva and adhering bacteria. Int J Prosthodont. 2007 Jul-Aug; 20(4):308-10. 26. Pereira-Cenci T, Silva WJ da, Cenci MS, Cury AA. Temporal changes of denture plaque microbiologic composition evaluated in situ. Int J Prosthodont. 2010 May-Jun; 23(3):239-42.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Glass%20RT%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Conrad%20RS%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Bullard%20JW%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Goodson%20LB%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Mehta%20N%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Lech%20SJ%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Loewy%20ZG%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Loewy%20ZG%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20493328http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20493328http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20493328javascript:AL_get(this,%20'jour',%20'J%20Prosthet%20Dent.');javascript:AL_get(this,%20'jour',%20'J%20Prosthet%20Dent.');http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10716618http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Li%20L%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Finnegan%20MB%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22%C3%96zkan%20S%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Kim%20Y%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Lillehoj%20PB%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Ho%20CM%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Lux%20R%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Mito%20R%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Loewy%20Z%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Loewy%20Z%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Shi%20W%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21040512http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21040512http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21040512http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Mima%20EG%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Pavarina%20AC%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Neppelenbroek%20KH%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Vergani%20CE%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Spolidorio%20DM%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Machado%20AL%22%5BAuthor%5Djavascript:AL_get(this,%20'jour',%20'J%20Prosthodont.');http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Neppelenbroek%20KH%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Pavarina%20AC%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Palomari%20Spolidorio%20DM%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Sgavioli%20Massucato%20EM%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Sgavioli%20Massucato%20EM%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Spolidorio%20LC%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Vergani%20CE%22%5BAuthor%5Djavascript:AL_get(this,%20'jour',%20'J%20Oral%20Rehabil.');javascript:AL_get(this,%20'jour',%20'J%20Oral%20Rehabil.');javascript:AL_get(this,%20'jour',%20'J%20Oral%20Rehabil.');http://www.springerlink.com/content/?Author=Mutlu+%c3%96zcanhttp://www.springerlink.com/content/?Author=Yasemin+Kulak-Ozkanhttp://www.springerlink.com/content/?Author=Tanju+Kadirhttp://www.springerlink.com/content/1432-6981/http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Pereira-Cenci%20T%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Cury%20AA%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Cenci%20MS%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Rodrigues-Garcia%20RC%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Pereira-Cenci%20T%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22da%20Silva%20WJ%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Cenci%20MS%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Cury%20AA%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20552089http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20552089http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20552089http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20552089##
-
41
27. Pereira CV. Ao das amostras de Streptococcus mutans e Streptococcus sobrinus sobre diferentes carbohidratos com nfase dentria estudo in vitro. Revista Passo Fundo. 1999; 4: 33-39. 28. Perezous LF, Flaitz CM, Goldschmidt ME, Engelmeier RL. Colonization of Candida species in denture wearers with emphasis on HIV infection: a literature review. J.Prosth Dent. 2005 March; 93( 3): 288-93. 29. Pinto LR. Deteco da expresso dos genes HWP1, ALS1 e ALS3 de C.albicans, por meio de RT- PCR em tempo real, aps desinfeco qumica e por microonda de resina acrlica para confeco de dentaduras. Tese de doutorado. Bauru: Faculdade de Bauru da UNIFESP; 2010. 30. Ramos IC, Vasconcelos LS, Lima MC, Figueiredo R. Candidose Bucal em pacientes HIV- positivos. J. Bras. Odontol. cln. 1999 jan-fev; 3(13):59-61. 31. Ribeiro DG, Pavarina AC, Dovigo LN, Mima EG de Oliveira, Machado AL, Bagnato VS, Vergani CE. Photodynamic inactivation of microorganisms present on complete dentures. A clinical investigation : Photodynamic disinfection of complete dentures. Lasers in Medical Science. 2011; 26(2). 32. Ribeiro DG, Pavarina AC, Dovigo LN, Palomari SDM, Giampaolo ET, Vergani CE. Denture disinfection by microwave irradiation: a randomized clinical study. J.Dent. 2009 September; 37 (9): 666-72. 33. Rodrigues GMC, Capobianco TD, Atique TSC. Estudo de colonizao por Candida sp. na cavidade oral de indivduos soropositivos e soronegativos para HIV-1 no noroeste Paulista, Brasil. Rev Panam. 2007; 9(3): 26-31.
34. Rodriguez RJ, Acosta D Jr. Comparison of ketoconazole- and fluconazole-induced hepatotoxicity in a primary culture system of rat hepatocytes. Toxicology.
1995 Fev; 96(2,6): 8392.
35.Rouabhia Mahmoud, Semlali Abdelhabib, CHANDRA Jyotsna, Mukherjee Pranab, Chmielewski Witold e Mahmoud Ghannoum A. Disruption of the ECM33 Gene in Candida albicans Prevents Biofilm Formation, Engineered Human Oral Mucosa tissue Damage and Gingival Cell Necrosis/Apoptosis. Mediators of Inflammation. 2012; 9 pages.
36. Sanit PV, Vergani CE, Giampaolo ET, Pavarina AC, Machado AL. Growth of Candida species on complete dentures: effect of microwave disinfection. Mycoses. 2009 March; 52(2): 154-60. 37. Silva RFF da; Martins CHG, Souza MGM de, Marangoni S, Vinholi AHC, Casemiro LA. Adsoro de Candida Albicans em quatro materiais utilizados em bases de prteses removveis. 6 Encontro de Iniciao Cientfica e de Professores Pesquisadores. 2010.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Perezous%20LF%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Flaitz%20CM%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Goldschmidt%20ME%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Engelmeier%20RL%22%5BAuthor%5Dhttp://www.sciencedirect.com/science/journal/00223913http://www.sciencedirect.com/science?_ob=PublicationURL&_tockey=%23TOC%236917%232005%23999069996%23580933%23FLA%23&_cdi=6917&_pubType=J&view=c&_auth=y&_acct=C000228598&_version=1&_urlVersion=0&_userid=10&md5=cb856e2f7310ff58cd0b70d1ad72d20fhttp://portal.revistas.bvs.br/transf.php?xsl=xsl/titles.xsl&xml=http://catserver.bireme.br/cgi-bin/wxis1660.exe/?IsisScript=../cgi-bin/catrevistas/catrevistas.xis|database_name=TITLES|list_type=title|cat_name=ALL|from=1|count=50&lang=pt&comefrom=home&home=false&task=show_magazines&request_made_adv_search=false&lang=pt&show_adv_search=false&help_file=/help_pt.htm&connector=ET&search_exp=JBC%20j.%20bras.%20odontol.%20clnhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Ribeiro%20DG%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Pavarina%20AC%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Dovigo%20LN%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22de%20Oliveira%20Mima%20EG%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Machado%20AL%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Bagnato%20VS%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Vergani%20CE%22%5BAuthor%5Djavascript:AL_get(this,%20'jour',%20'Lasers%20Med%20Sci.');http://www.springerlink.com/content/0268-8921/26/http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Ribeiro%20DG%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Pavarina%20AC%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Dovigo%20LN%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Palomari%20Spolidorio%20DM%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Giampaolo%20ET%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Vergani%20CE%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Vergani%20CE%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Vergani%20CE%22%5BAuthor%5Djavascript:AL_get(this,%20'jour',%20'J%20Dent.');http://www.revista-api.com/3%20edicao%202007/pgs/art_5.htmlhttp://www.revista-api.com/3%20edicao%202007/pgs/art_5.htmlhttp://www.revista-api.com/3%20edicao%202007/pgs/art_5.htmlhttp://www.revista-api.com/3%20edicao%202007/pgs/art_5.htmlhttp://www.sciencedirect.com/science/article/pii/0300483X9402911Dhttp://www.sciencedirect.com/science/article/pii/0300483X9402911Dhttp://www.sciencedirect.com/science/journal/0300483X/96/2http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Sanit%C3%A1%20PV%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Vergani%20CE%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Giampaolo%20ET%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Pavarina%20AC%22%5BAuthor%5Dhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Machado%20AL%22%5BAuthor%5Djavascript:AL_get(this,%20'jour',%20'Mycoses.');
-
42
38. Silva MM, Vergani CE, Giampaolo ET, Neppelenbroek KH, Spolidorio DM, Machado AL. Effectiveness of microwave irradiation on the disinfection of complete dentures. Intern J Prosth. 2006 May-Jun;19(3) 288-93. 39.Somchit N, Chung JH, Yaacob A, Ahmad Z, Zakaria Z.A, Kadir A.A. Lack of hepato- and nephrotoxicity induced by antifungal drug voriconazole in laboratory rats. Drug Chemical and Toxicology. 2012 Jul; 35(3):304-9. 40. Somchit N, Wong C W, Zuraini A, Ahmad Bustamam A, Hasiah AH, Khairi HM, Sulaima