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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADA MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM GESTÃO PÚBLICA PARA O DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE O Papel da Escola de Governo no novo modelo de Gestão Pública de Pernambuco Walkiria Lucia Simões Ramos RECIFE 2006

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADA

MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM

GESTÃO PÚBLICA PARA O DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE

O Papel da Escola de Governo no novo modelo de Gestão Pública de Pernambuco

Walkiria Lucia Simões Ramos

RECIFE 2006

WALKIRIA LUCIA SIMÕES RAMOS

O papel da Escola de Governo no novo Modelo de Gestão Pública de Pernambuco

Trabalho de Conclusão de Mestrado submetido à aprovação, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Gestão Pública, sob

a orientação do Profº Dr. Georges Antônio Sebastião Pellerin da Silva.

Recife, dezembro de 2006

Trabalho de Conclusão de Mestrado apresentada por Walkiria Lúcia Simões Ramos ao

Curso de Mestrado Profissional em Gestão Pública para o Desenvolvimento do

Nordeste, da Universidade Federal de Pernambuco, sob o título: “O papel da Escola de

Governo no Novo Modelo de Gestão Pública de Pernambuco”, orientado pelo Professor

Doutor Georges Antônio Sebastião Pellerin da Silva e aprovado pela Banca

Examinadora formada pelos professores doutores:

Georges Antônio Sebastião Pellerin da Silva. Dr.

Presidente

Luiz Carlos Luiz Marques. Dr. Examinador Externo

Silvana Maria Brandão de Aguiar. Dra. Examinadora Interna

Recife, 14 de dezembro de 2006

Rezilda Rodrigues Oliveira. Dra. Coordenadora do Mestrado

As melhores organizações do futuro serão aquelas que descobrirem como despertar o empenho e a capacidade de aprender das pessoas, em todos os níveis.

Peter Senge

A Túlio Fernandes, pelo milagre da vida e pelas lições que nos trouxe com a sua tão esperada chegada.

A g r a d e c i m e n t o s

A Deus, por permitir e me fazer ver que seria possível essa conquista; Ao meu saudoso pai, por sua história e exemplos de vida que serviram de orientação para o meu crescimento pessoal e profissional; A minha mãe, pela compreensão e incentivo, quando das minhas ausências e isolamento; Aos meus irmãos, por acreditar na minha constância de propósitos; Ao Professor, Tutor e Orientador Georges Pellerin, pela sábia orientação e ensinamentos sobre as temáticas estudadas; À Secretaria de Administração e Reforma do Estado, na pessoa do Secretário Executivo Joaquim Castro, por ter compreendido a importância desse Mestrado para o aperfeiçoamento profissional dos instrutores da Escola de Governo; Aos meus chefes e dirigentes Acácio Carvalho e Gezsler West por viabilizarem e incentivarem a minha participação; Aos colegas de trabalho da Escola de Governo e do PROGESTÃO pelo incentivo e compreensão quando da minha necessidade de maior dedicação; A cada um dos servidores pesquisados, pela atenção recebida e pela contribuição dada, sem a qual não seria possível esse trabalho; A cada um dos dirigentes institucionais pesquisados neste trabalho, principalmente, pela autorização concedida para o uso dos seus relatos no texto da dissertação; A Karina Xavier Galache, que apesar da distância, foi solícita e generosa nos momentos que precisei da sua ajuda; A Hélio Cavalcanti pela inestimável ajuda na montagem deste trabalho, sem a qual eu não teria conseguido; A todas as pessoas, que de alguma forma contribuíram para a realização desse sonho e ajudaram a seguir na minha caminhada.

R e s u m o

O Estado de Pernambuco, ao aderir à tendência dominante de Reforma do Estado,

implementou o Programa de Reforma Administrativa dentre as principais ações, está a

Modernização da Gestão Pública introduzida em todas as organizações do Estado,

através do Programa Pernambucano de Modernização da Gestão Pública – PROGESTÃO, que leva as novas tecnologias de gestão às Instituições estaduais, assim como da Escola de Governo de Pernambuco – EGP que capacitando os

servidores, dá suporte ao cumprimento e a implementação das reformas

direcionadoras do Estado. O objetivo deste trabalho foi avaliar se o papel da EGP está

sendo cumprido, uma vez que ela atribui ao Gestor, o papel de Agente de Mudança,

aquele que vai implementar o novo modelo de Gestão Pública no Estado. O estudo

ficou restrito aos alunos egressos do Curso de Pós-Graduação em Gestão

Governamental, que compõem o quadro de gestores potenciais do Estado. Algumas

alterações observadas na gestão do Estado, como resultado da formação desses

gestores, também foram alvo de estudo, através de entrevistas com os Dirigentes

Institucionais. Foram distribuídos questionários para os 150 servidores participantes das

03 (três) primeiras turmas do Curso de Pós-Graduação e a análise foi realizada com os

questionários devolvidos, que representaram 26% deste universo. O total de dirigentes

pesquisados ficou em torno de 33% das Instituições onde se encontram lotados os

servidores. O resultado a que se chegou é que, na opinião dos servidores e dirigentes,

a Escola de Governo tem cumprido o seu papel de Agente Educador e Formador de

Gestores Públicos. O cumprimento desse papel tem contribuído para a otimização

institucional e proporcionado a melhoria na qualificação técnica e desenvolvimento

profissional dos servidores. Eles se sentem preparados para assumir o papel de Agente

de Mudança. Para os servidores e dirigentes, no entanto, o Governo não está

estimulando o aproveitamento desses servidores e eles não têm recebido, do Estado,

oportunidades de se transformarem em Agente de Mudança.

Palavras chaves: Agente de Mudança, Modernização da gestão, Agente educador e

formador de gestores públicos.

A b s t r a c By following the tendency of State Reform, the State of Pernambuco implemented the

Program for Administrative Reform (Programa de Reforma Administrativa), where,

included in its principle actions, is the Modernization of Public Administration introduced

in all State organizations through the Pernambucan Program of Modernization of Public

Administration (Programa Pernambucano de Modernização da Gestão Pública –

PROGESTÃO ), which brings new administrative techniques and technologies to State

Institutions. Also introduced was the School of the Government of Pernambuco (Escola

de Governo de Pernambuco – EGP), which, training its public servants, supports the

fulfillment and implementation of these technologies and state officials in charge of

implementing public policy of State. The objective of this study was to evaluate whether

the role of the School of Government (Escola de Governo) is being fulfilled, since it

attributes to the Manager the role of Agent of Change (Agente de Mudança) he who will

implement the new model of Public Administration (Gestão Pública) in the State. The

study was restricted to the alumni of the Post-Graduate Course in Governmental

Administration, who comprise the pool of potential administrators of State. Some

observed alterations in the Administration of State, as a result of the training of

managers, through the interviews with Institutional Directors, were also the target of

study. One hundred and fifty (150) questionnaires were distributed to all of the public

servants in the first 03 (three) post-graduate classes, and the analysis was carried out

with a universe of 26% of answered surveys. The total number of directors interviewed

was around 33%. We found that in the opinion of the public servants and directors, the

School of Government has fulfilled its role as Agent of Education and Trainer of Public

Administrators. The realization of this role has contributed to institutional optimization

and provided the improvement of technical qualifications and professional development

of the public servants. They feel prepared to assume the role of Agents of Change.

However, the public servants and directors feel the Government has not stimulated the

utilization of these public servants and the State has not afforded them opportunities to

convert themselves into Agents of Change.

Key words: Agent of Change, Modernization of public administration, Agent of education

and trainer of public administration.

Lista de Instituições Pesquisadas

ENA – Ecole Nationale d’Administration

Criada na França em 1945, nasceu de projetos que propunham a criação de uma

escola para uma função pública em plena reorganização e um estado em reconstrução.

EBAPE - Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas.

Criada em abril de 1952, pela Fundação Getúlio Vargas – EBAPE/FGV, tem

desempenhado importante papel na formação de quadros universitários e

governamentais no Brasil e em outros países da América Latina e África.

ENAP - Escola Nacional de Administração Pública

Nasceu em 1986, com o Programa de Formação de Especialista em Políticas Públicas,

a exemplo do INAP, foi criada como elemento estratégico para o processo da Reforma

Administrativa.

INAP - Instituto Nacional de Administração Pública

Criada na Argentina, desenvolveu em 1984 o Programa de Formação de

Administradores Governamentais, como fator condicionante para atingir o objetivo da

consolidação da democracia como forma de vida no país.

Escola de Governo Professor Paulo Neves de Carvalho

Da Fundação João Pinheiro, criada pela Lei Estadual nº 10.961 de 14.12.92 em Minas

Gerais é um instrumento permanente de modernização e profissionalização da

administração pública, especialmente a do Estado de Minas Gerais.

Escola de Governo do Estado de Goiás

Constituída pela Lei nº 3.999, de 14 de novembro de 1961, sob a égide dos princípios

autoritários e tecnocráticos da Ditadura Militar. Depois de um longo período, em um

contexto político mais democrático, foi transformada em Fundação Escola de Formação

e Aperfeiçoamento do Servidor Civil. Passou por mudanças, impostas pelas

transformações ocorridas na esfera social e produtiva nacional e internacional, em

decorrência das exigências da sociedade do conhecimento e das sucessivas inovações

provocadas pela revolução tecnológica.

Lista de Abreviaturas

APE Administração Pública Estadual ENA Ecole Nationale d’Administration CRE Comissão Diretora de Reforma do Estado EBAPE Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas EGP Escola de Governo de Pernambuco ENAP Escola Nacional de Administração Pública FCAP Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco FUNAPE Fundação de Aposentadorias e Pensões dos Servidores do Estado de

Pernambuco INAP Instituto Nacional de Administração Pública IRH Instituto de Recursos Humanos do Estado PROGESTÃO Programa Pernambucano de Modernização da Gestão Pública PROPEQ Programa Pernambucano da Qualidade PQSP Programa da Qualidade do Serviço Público PUC Pontifícia Universidade Católica TCM Trabalho de Conclusão de Mestrado

Lista de Gráficos

2 – A percepção do aluno egresso do Curso de Pós Graduação da Escola de Governo

Gráfico 2.1. A percepção do servidor sobre o Agente de Mudança 37

Gráfico 2.2. O sentimento do servidor sobre a sua capacidade 38

Gráfico 2.3. Como o servidor sente o Estado atualmente 40

Gráfico 2.4. Como o servidor identifica a sua melhor forma de desempenho 41

Gráfico 2.5. O aproveitamento dos servidores capacitados 43

3- A Percepção dos dirigentes institucionais Gráfico 3.1. Nível de conhecimento do trabalho da Escola de Governo 46

Gráfico 3.2. Avaliação dos dirigentes sobre a importância do curso 48

Gráfico 3.3. Nível de aplicabilidade, no trabalho, do conhecimento adquirido 51

Gráfico 3.4. Avanço institucional em função da capacitação dos servidores 53

Gráfico 3.5. Aproveitamento dos servidores capacitados. 55

Lista de Tabelas 2 - A percepção do aluno egresso do Curso de Pós - Graduação da Escola de Governo

Tabela 2.1 76

3 - A percepção dos dirigentes institucionais

Tabela 3.1 76

S u m á r i o

Introdução

16 • Capítulo 1 - Importância do papel da Escola de Governo de Pernambuco 28 • Capítulo 2 - A percepção do aluno egresso dos Cursos de Pós – Graduação

da Escola de Governo de Pernambuco.

35

• Capítulo 3 - A percepção dos dirigentes institucionais. 44 • Capítulo 4 - Considerações, conclusões e recomendações finais 58 Referências Bibliografia

66 67

Apêndices

70

A: Roteiro do questionário

B: Roteiro de entrevista

C: Tabelas

D: Lista de entrevistados e dirigentes

• Anexos Decreto nº 23.250 de 14.05.2001

80

Nada existe em caráter permanente, a não ser a mudança.

Heráclito (501aC)

I n t r o d u ç ã o

Segundo Carmem Cardoso e Francisco Carneiro da Cunha em Gerenciando Processos

de Mudança: a arte de enfrentar e administrar resistências nas organizações (1999) ao

se pensar processo de mudança é necessário ser estratégico. Isto é, pensar uma ação

estratégica, ou seja, construir o presente tendo em vista o futuro.

Esta ação estratégica está embasada em três condições básicas, sendo a primeira a

necessidade de um futuro desejado e não assegurado. Isto vai requerer a construção

desse desejo.

A segunda condição é o conteúdo desejado, o que não deverá depender apenas do

desejante, mas é importante “haver uma interdependência entre este e outros agentes.”

Estes irão facilitar ou dificultar a realização daquele futuro desejado.

A terceira condição, considera essencial, é a capacidade e poder de agir do sujeito

desejante, para influenciar o futuro desejado.

Os autores mencionados consideram, ainda, que a ação estratégica se caracteriza

como ação intencionada e direcionada para a construção de um determinado futuro

desejado, em interação com o ambiente onde este futuro vai acontecer.

Essa ação, segundo os autores supracitados é um ato de gestão estratégica,

caracterizada e coordenada com tempos e procedimentos clássicos. Procedimentos

clássicos, aqui entendidos como aqueles que definem o gerenciamento, ou seja, o

planejamento, a organização, a direção e o controle, exercidos de uma perspectiva

efetivamente estratégica.

Esses procedimentos clássicos que articulados com a prática sistemática de três

especializações: em gente - os sujeitos da ação; em resultado - o que se deseja

acontecer; e na própria mudança - transformações para construir o futuro desejado,

que vão resultar em outras especializações, quais sejam, aquelas que concretizam as

marcas de uma gestão estratégica.

São elas: a antecipação – capacidade de trabalhar no presente, olhando para o futuro,

a partir da análise de fatos e tendências que apontam nessa direção; a mobilização – capacidade de envolver as pessoas na construção de projetos coletivos e desenvolver

nelas compromisso e co-responsabilidade com essa construção; e por fim a realização

– capacidade de transformar as intenções em realidade, ou seja, fazer acontecer o

planejado.

Nessa perspectiva os sujeitos desejantes têm participação ativa na construção do

futuro, pois pode fazer ou influenciar, no que lhes cabe a construção da história

coletiva, que é o que se pretende estimular num processo de gestão estratégica.

O conceito de gestão estratégica está sintetizado pelos autores Carmem Cardoso e

Francisco Cunha como: “processo de gerenciar de modo sistematizado, a construção do futuro desejado,

assumindo, de partida, que este futuro nem está assegurado, nem é uma fatalidade que

ocorrerá à revelia do sujeito e adotando uma concepção dialética da vida e dos

processos organizacionais, exatamente porque humanos” (1999,22)

Em consonância com essa linha de raciocínio os autores vão mais além e definem,

ainda, o Agente de Mudança como: “qualquer dos atores internos ou externos, que

intervém na realidade organizacional, e cuja ação ou influência, agencia movimentos de

mudanças. (1999.35)

Por agenciamento de mudança, segundo eles, entende-se “um conjunto bem

diversificado de modos de relação que inclui estimular, induzir, catalisar, potencializar,

apoiar, reforçar, dar suporte, e criar condições para que as mudanças aconteçam ou

até mesmo, executar ações necessárias à produção das mudanças.” (1999,35)

Ainda segundo Carmem Cardoso e Francisco Cunha em Gerenciando Processos de

Mudança, o Agente de Mudança poderá assumir diferentes papeis, de acordo com o

nível de responsabilidade que lhe caiba em relação aos movimentos e ações

necessários para que as mudanças aconteçam.

Esses papéis, classificados em tipos de atuação, são:

• Patrocínio – o agente banca os custos e assume os riscos da mudança;

• Formulação de Projetos – o agente define os componentes essenciais do

projeto;

• Gerenciamento – o agente cuida diretamente da gestão do processo na

concepção ou na implantação;

• Execução – o agente tem responsabilidade direta na produção e operação dos

processos de mudança;

• Assessoria/consultoria – o agente apóia, com diferentes níveis de envolvimento,

do ponto de vista da ação técnica ou gerencial, os outros agentes no exercício

dos seus papéis.

Esses papéis não são exclusivos nem estanques, podem ser exercidos por vários

atores ao mesmo tempo ou por um só ator.

Há indicadores que marcam a ação de um Agente de Mudança e que definem a

qualidade da ação e o seu potencial de efetividade.

O primeiro deles é o equilíbrio entre envolvimento e distanciamento do processo ou com

os outros agentes. É preciso estar suficientemente envolvido para se sentir implicado e

co-responsável e ao mesmo tempo estar suficientemente distante, para ter condições

de analisar com isenção racional e efetiva.

O segundo indicador, compromisso com resultados, expressa a condição do Agente de

Mudança de orientar sua ação no sentido de produzir os resultados desejados.

Qualquer Agente de Mudança tem como foco e finalidade da sua atuação os resultados

a serem produzidos, sendo o que prevalece na escolha dos processos ou na

construção das condições de trabalho.

O terceiro indicador de qualidade é a sintonia simultânea com o ambiente interno e o

mundo externo. É uma condição obrigatória para ter capacidade de antecipação, o que

se supõe e exige um olhar permanente para o futuro e suas tendências.

Em paralelo, é necessário estar sintonizado com o ambiente interno, com a sua própria

ação, como condição de fazer ajustes e atuar mais preventivamente, pois os

comportamentos organizacionais e a leitura dos discursos permitem identificar fatos

portadores de futuro.

Os Processos de Mudanças, pois, são exigentes com todos aqueles que estão

envolvidos. Exigem ir além do discurso. Não basta dizer que se quer mudar. É

fundamental dar evidências dessa intenção, através de ações concretas. E são essas

ações concretas que vão gerar os resultados.

Os resultados possíveis das mudanças se constroem na negociação entre o ideal e a

realidade.

O ideal – está no campo das idéias, é uma projeção da realidade desejada; é da ordem

do sonho e se representa como uma realidade imaginária, sem limites frustantes, sem

falas inaceitáveis, sem pressões incômodas, sem características angustiantes.

A realidade – é o concretamente realizável. Estabelece os condicionantes, impõe os

limites e delimita o campo do possível.

Um outro autor, Paulo Roberto Mota, em seu livro, Gestão Contemporânea: a ciência e

a arte de ser dirigente (1999, Editora Record, 10ª edição) concebe de forma

semelhante essa questão, quando afirma:“a mudança - muito mais um processo

cultural, do que um processo tecnológico ou mecânico – exige atenção a significados,

símbolos e ritos que a organização atrela aos seus processos administrativos.

Por exemplo: todas as dimensões técnicas e organizacionais podem estar preparadas

para a mudança – produtos, serviços, protótipos, análises, estruturas, sistemas e

métodos – mas se os valores da mudança não estiverem contidos na perspectiva

gerencial e a cultura organizacional não estiver propensa à mudança, simplesmente

não acontecerá, ou a proposta de inovação resultará em grande fracasso.”

Essa tese, ainda, é reforçada por Luiz C. Agner em seu texto: “Usabilidade é fator de Mudança Organizacional, baseado na sua Dissertação de Mestrado, feito na Pontifícia

Universidade Católica do Rio de Janeiro, quando ele afirma:

“qualquer pessoa que está tentando introduzir práticas de usabilidade em uma organização

estabelecida deve olhar para si próprio, em primeiro lugar, como Agente de Mudança. Falhar na

adoção dessa visão maior, significa falhar em introduzir a usabilidade nas práticas de uma

organização de forma integrada.”

Todas as boas intenções do mundo, toda a competência técnica e todas as

argumentações lógicas a favor dos usuários reais não vão desencadear

necessariamente as mudanças organizacionais indispensáveis.

Na verdade, compreender o que realmente motiva e fazer com que as organizações

entrem em processo de mudança pode ser o mais importante.

Esse processo de mudança na Administração Pública, torna-se obrigatório e assume

grandes dimensões com a questão da Reforma do Estado.

A Reforma do Estado tornou-se tema central nos debates institucionais e políticos. Nos

países onde se observa elevado déficit público e pouca capacidade em atender as

demandas sociais, a discussão tem atingido patamares ainda mais elevados.

No escopo do movimento reformista está enfatizada a necessidade de expansão das

políticas públicas, para esses países. O Estado brasileiro, parte desse universo, ao

implantar a sua Reforma Administrativa de 1995, assimila essa tendência, aderindo a

lógica de implementação dessas políticas.

No Estado de Pernambuco a implementação dessas Reforma constitui prioridade no 1º

Governo Jarbas Vasconcelos, 1999-2002

Entre as principais ações, dessa Reforma está a Modernização da Gestão Pública,

introduzida em todas as organizações do Estado, através do Programa Pernambucano

de Modernização da Gestão Pública – PROGESTÃO, que leva as novas tecnologias de

gestão às Instituições e da Escola de Governo de Pernambuco – EGP que dá suporte a

Reforma do Estado capacitando os servidores para a sua implementação.

O estudo desse caso, realizado na Administração Pública do Estado de Pernambuco,

visou avaliar, a partir da percepção dos gestores egressos da Escola de Governo, do

Curso de Pós Graduação em Gestão Governamental, no período de 2002 a 2004, se o

Agente de Mudança, previsto no Plano Diretor da Reforma do Estado, está

conseguindo desempenhar o seu papel, promovendo a mudança do padrão da Gestão

Pública Estadual, de uma administração ainda patrimonialista e burocrática em uma

administração pública gerencial e se está conscientizando os servidores públicos do

seu papel de responsáveis pelos resultados obtidos.

Nessa busca de reinstitucionalização das relações do Estado com os servidores

públicos, dentro dos novos conceitos e da realidade da administração pública gerencial,

foram pensadas ações voltadas para o desenvolvimento da profissionalização e da

empregabilidade dos indivíduos vinculados aos serviços públicos.

Essas ações definem o papel da Escola de Governo, como principal indutor desse

processo.

Em consonância com as diretrizes da Reforma do Estado, a Escola de Governo enseja

a consolidação da gestão pública eficiente, eficaz e efetiva; através do servidor público

como agente de mudança qualitativa e o resgate do papel do Estado como fomentador

e coordenador da ação pública .

Problema:

O problema central da pesquisa está focado no papel desenvolvido pelos servidores

capacitados pela Escola de Governo, enquanto Agente de Mudança.

Perguntas:

• Até que ponto os egressos da Escola de Governo estão sendo aproveitados pela

estrutura do Estado, no desempenho do seu papel de Agente de Mudança?

• Qual o avanço institucional observado nas organizações públicas de Pernambuco, a

partir da qualificação de Gestores pela Escola de Governo?

Objetivos

1-Avaliar o papel desempenhado pela Escola de Governo no novo modelo de Gestão

Pública do Estado de Pernambuco:

2-Identificar se, na percepção do gestor capacitado pela Escola de Governo, ele tem

desempenhado o seu papel de Agente de Mudança;

3-Verificar se na percepção dos dirigentes institucionais, aos quais se encontram

vinculados os gestores formados pela Escola de Governo, tem havido mudanças na

organização:

4- Propor recomendações para um monitoramento efetivo do aproveitamento dos

servidores egressos da Escola de Governo.

Suposição

Em que pesem as dificuldades inerentes a um processo de mudança, os gestores

capacitados pela Escola de Governo têm tido papel fundamental, enquanto Agentes de

Mudança e tem contribuído de forma significativa para o bom desempenho do Governo.

Metodologia

Visando avaliar o papel desempenhado pela Escola de Governo, no novo modelo de

Gestão Pública do Estado de Pernambuco e propor melhoria da capacitação

proporcionada pela Escola, realizou-se a pesquisa, a luz dos seguintes critérios:

Tipo de Pesquisa

• Quanto aos fins:

Utilizou-se a Pesquisa Aplicada, que fundamenta-se na necessidade de resolver

problemas concretos, mais imediatos, ou não.

A finalidade prática da Pesquisa Aplicada é motivada basicamente pela curiosidade

intelectual do pesquisador e situada sobretudo no nível da especulação. (Vergara,2004

• Quanto aos meios:

Aplicou-se a Pesquisa de Campo, que é uma investigação empírica realizada com as

pessoas, com as quais ocorreu o fato e que dispõem de elementos para explicá-lo.

(Vergara, Atlas,2004)

Universo e Amostra

Enviou-se questionários aos 150 alunos egressos do Curso de Pós Graduação em

Gestão Governamental e considerou-se como amostragem os 26,66%, que

responderam ao questionário relativo ao papel de Agente de Mudança.

Foi feita, também, Pesquisa de Campo, através de entrevistas, com cerca de 33% dos

dirigentes das Instituições onde estão lotados os alunos pesquisados.

Seleção dos Sujeitos

Os sujeitos da pesquisa foram os servidores públicos estaduais, gestores ou ocupantes

de cargo na área de gestão e que participaram dos Cursos de Pós Graduação em

Gestão Governamental, de 2002 a 2004, na Escola de Governo de Pernambuco.

Esta condição foi essencial para o estudo, uma vez que um dos objetivos do Plano

Diretor da Reforma do Estado, no que se refere ao servidor, é “conscientiza-los do seu

papel de responsáveis pelos resultados obtidos.” Foi necessário, então, verificar se as

práticas e valores disseminados foram absorvidos por esses servidores.

À visão dos servidores, foi somada a visão dos dirigentes institucionais, onde aqueles

se encontram lotados. Foram utilizados como critérios de seleção a facilidade de

acesso e disponibilidade em realizar a entrevista nos prazos estabelecidos.

Coleta de Dados

Coletaram-se dados por meio de:

a) Pesquisa de Campo, com aplicação de questionário fechado estruturado, com

opção de escolha e alternativa, com gestores ou ocupantes de cargos na área de

gestão, já citados na seção Seleção de Sujeitos.

Para efeito de minimização de tempo, os questionários foram enviados por e-mail,

acompanhado de carta explicativa, aos respondentes

b) Entrevista por Pauta. Foram agendados pontos a serem explorados, respondidos

pessoalmente, tendo sido gravado o depoimento, para confirmação posterior e

alguns casos enviados e respondidos por meio digital.

c) Pesquisa Bibliográfica em livros, revistas especializadas, teses dissertações com

dados referentes ao assunto.

A pesquisa bibliográfica justificou-se à medida que contribui para a fundamentação

teórica e possibilita um levantamento de outras experiências.

Tratamento dos dados:

O tratamento de dados foi feito, basicamente, a partir de análise dos percentuais

estatísticos das respostas dos servidores, capacitados pela Escola de Governo, quanto

ao cumprimento do seu papel de Agente de Mudança.

De acordo com os objetivos estabelecidos para este estudo, foram registradas as

percepções dos respondentes, sobre estarem ou não, desempenhando o seu papel de

agente de mudança e elencadas as características do ambiente, identificando as

transformações que vêm ocorrendo nas organizações a partir da contribuição e

competências que estão sendo requeridas dos gestores.

Divisão por Capítulo

• Capítulo 1 –Avaliação da importância e efetividade do papel desempenhado pela

Escola de Governo, no novo modelo de Gestão Pública do Estado de

Pernambuco.

• Capítulo 2 – Apresentação da Pesquisa realizada com 26,66% de um universo

de 150 alunos, egressos do Curso de Pós Graduação em Gestão Governamental

da Escola de Governo de Pernambuco, no período de 2002 a 2004, visando

verificar se na percepção deles, os mesmos têm desempenhado o seu papel de

Agente de Mudança.

Capítulo 3 – Apresentação da Pesquisa realizada com 33% dos dirigentes das

instituições, onde se encontram lotados os alunos pesquisados.

• Capítulo 4 – Considerações, conclusões e Recomendações Finais a Escola de

Governo de acordo com os referenciais teóricos adotados, norteados pelas

melhores práticas das Escolas de Governo existentes.

O estudo ficou restrito aos alunos egressos do Curso de Pós- Graduação em Gestão

Governamental, que compõem o quadro de gestores potenciais do Estado.

Não foram objeto de estudo os alunos egressos dos cursos de extensão.

Foram pesquisados também 09 dirigentes institucionais, verificando os resultados

gerados pela formação dos gestores.

Algumas alterações observadas na Gestão do Estado, como resultado da formação dos

gestores, também foram alvo de estudo, através de entrevistas com os Dirigentes

Institucionais.

A luz das constatações obtidas, foi avaliada a Escola de Governo, como um dos

projetos resultantes da Política Pública que demanda a Modernização da Gestão

Pública do Estado de Pernambuco.

Capítulo 1

Importância do papel da Escola de Governo de Pernambuco

Num mundo de mudanças rápidas, em que conhecimentos e habilidades – necessários – já não são facilmente previsíveis, as organizações devem

criar mais condições para que as pessoas liberem seu potencial criativo e promovam as inovações requeridas pelas novas circunstâncias.

Paulo Roberto Motta

A Escola de Governo de Pernambuco, pensada como processo construtivista,

democrático e coletivo de uma Proposta Político Pedagógica, objetiva preparar o

servidor para assumir o papel de Agente de Mudança, aquele que vai implementar o

novo Modelo de Gestão Pública no Estado, mudando o seu padrão, segundo o Plano

Diretor da Reforma do Estado de Pernambuco – Comissão Diretora da Reforma do

Estado – CRE, 2000, de uma administração, ainda patrimonialista e burocrática, para

uma administração pública gerencial.

Neste exercício estão envolvidos os aprendentes, que segundo a concepção de Hugo

Assmann. (Assmann, 2003, p.86), compreende docentes e discentes, o conhecimento

produzido e a produzir e os gestores institucionais, aqueles que caracterizam as

Organizações que Aprendem, segundo a concepção de Peter Senge. (Senge, Peter. A

Quinta Disciplina).

A construção da Proposta Político Pedagógica, processo autônomo, que exige entre

tantos outros aspectos, respeito ao trabalho interdisciplinar e coletivo, fundamentado

em relações democráticas que propiciam a produção e a socialização do conhecimento,

busca assegurar a pluralidade de idéias respeitando a diferença e imprimindo uma

abrangência, sem esquecer a integração, que levará ao seu desenvolvimento em

sintonia com o bem comum.

Tomando por base que o seu papel é contribuir para a modernização do Estado de

Pernambuco através da capacitação profissional e da valorização do Servidor Público,

visando aumentar a efetividade dos serviços prestados ao cidadão, a Escola de

Governo de Pernambuco segue o princípio de Gadotti, quando afirma que alterar

práticas é tentar estabelecer nova cultura organizacional e, conseqüentemente,

vivenciar a instabilidade, pelo fato de “o novo”, “a proposta” consistir em uma ação

audaciosa e desafiadora que supõe “rupturas com o presente e promessas para o

futuro.” (Gadotti,1994,p.579).

Quando se dispõe a alterar práticas, para levar adiante algo consensualmente aceito,

não significa que os conflitos e as críticas serão abafados. Considera desvelar os

conflitos, aceitar as críticas e os argumentos construtivos quando das discussões

provocadas.

Neste sentido a Escola de Governo, utiliza a capacitação de Recursos Humanos como

forma de instrumentalizar as mudanças dessas práticas, através de um espaço

estruturado para aprendizagem e experimentação do novo modelo de gestão – a

administração gerencial, ora em implantação pelo Governo.

Na busca de reinstitucionalizar as relações do Estado com os servidores públicos,

dentro dos novos conceitos e da realidade da Administração Pública Gerencial, foram

pensadas ações voltadas para o desenvolvimento da profissionalização e da

empregabilidade dos indivíduos vinculados aos serviços públicos.

Essas ações definem o papel da Escola de Governo como principal indutor desse

processo quando atribui ao Gestor o papel de Agente de Mudança.

Histórico

O Governo do Estado e a Universidade de Pernambuco - UPE, criaram a Escola de

Governo de Pernambuco, estruturada sob a forma de coordenadoria integrante da

Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco – FCAP, através do Decreto

nº 23.250 de 14 de maio de 2001, com a finalidade de planejar, coordenar, programar,

organizar, executar e avaliar atividades relacionadas com a capacitação e o

desenvolvimento profissional dos servidores públicos estaduais, compreendendo, em

especial programa de formação, de aperfeiçoamento e de especialização.

Para o cumprimento desse papel a EGP constituiu parceiros:

Parcerias Estruturais •

Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco - FCAP

Instituto de Recursos Humanos do Estado - IRH

Programa Pernambucano de Modernização da Gestão Pública - PROGESTÃO

Esses parceiros colaboram nos aspectos acadêmicos e logísticos com a Escola de

Governo.

A EG desenvolve os seguintes macroprocessos:

- Ensino

- Consultoria organizacional

- Pesquisa e intercâmbio cultural

- Parcerias e novos negócios

- Suporte

Na área de ensino desenvolve cursos na área de Extensão e de Pós–Graduação;

Cursos de Extensão (40h)

Atualmente, tem os seguintes títulos de cursos oferecidos:

• Formulação e Implementação de Políticas Públicas;

• Modelo de excelência em Gestão Pública;

• Gestão de Equipes em Alta Performance;

• Gestão do Conhecimento e Aprendizagem Organizacional;

• Gestão em Planejamento Participativo;

• Gestão da Previdência Pública;

• Auto-avaliação pelo Modelo de Excelência na Gestão;

• Gestão Pública com Focos em Resultados:A importância do Monitoramento e

Avaliação;

• Gestão do Relacionamento com o Cidadão;

• Planejamento Organizacional;

• Gestão de Pessoas;

• Gestão de Ouvidoria;

• Gestão da Tecnologia da Informação;

• Gestão Financeira e Orçamentária;

• Gestão de Programas e Projetos;

• Gestão Ambiental;

• Empreendedorismo na Gestão Públicas;

• Sistema de Gestão da Qualidade/ISO 9000;

• Gestão Educacional;

• Gestão Hospitalar;

• Gestão da Segurança Pública;

• Planejamento e Execução Orçamentária;

• Mudança Organizacional;

• Documentação e Arquivo;

• Ética e Responsabilidade Social;

• Gestão do Terceiro Setor;

• Gestão da Controladoria;

• Gestão de Liderança no Serviço Público;

• Gestão por Competência.;

• Gestão de Contratos e Convênios;

• Capacitação de Analistas em Tecnologia de Gestão.

Os cursos de extensão seguem uma linha metodológica na qual estão contidos os

Critérios de Excelência na Gestão e são contempladas todas as áreas de importância

em uma moderna Gestão Organizacional, quais sejam, liderança, cidadãos/clientes,

pessoas, processos, informação e análise, resultados, estratégias e planos.

Até outubro de 2006 já foram capacitados mais de 9.000 servidores, ofertados 31 títulos

de cursos em gestão pública, com um total de 260 turmas concluídas, cujo índice de

satisfação dos servidores é de 97%.

A EGP possui 55 instrutores cadastrados, entre especialistas e mestres.

Curso de Pós-Graduação •

Em andamento a quinta turma do Curso de Pós-Graduação em Gestão Governamental.

Esse curso tem a carga horária total de 390h, com duração de 13 meses, com turma

média de 50 alunos.

Até hoje já foram capacitados 200 servidores e outros 50 se encontram compondo a

quinta turma.

Consultoria Organizacional

Em parceria com o Progestão, a Escola do Governo está atuando em diversas

organizações simultaneamente, onde é priorizada a formatação de um Plano

Estratégico Simplificado e a implantação dos Critérios de Excelência na Gestão.

Parcerias

Em relação às parcerias externas, está em sintonia com o Núcleo Regional do

Programa de Qualidade do Serviço Público – PQSP, vinculado ao Ministério do

Planejamento; com o Programa Pernambucano de Qualidade – PROPEQ, onde são

envolvidas todas as esferas públicas e a esfera privada, bem como outras

Organizações que apresentam interesse comum.

Cursos "In Company" •

Estes cursos ocorrem quando uma organização tem um número suficiente de

interessados, que justifique uma turma "fechada" apenas para ela. Já vem sendo

praticado desde o ano de 2002.

Curso à Distância

Prevista a primeira turma para 2007, através da tecnologia da WEB.

Fórum de Debates

Iniciado em 2002, esses eventos obedecem a uma periodicidade média de dois meses,

tendo como objetivo a discussão e troca de experiências entre os gestores da

administração pública estadual, sobre temas de relevante interesse público.

Capítulo 2

A percepção do aluno egresso do curso de pós–graduação da Escola de Governo

Sem sonhos, as perdas se tornam insuportáveis, as pedras do cominho se tornam montanhas, os fracassos se transformam em golpes fatais.

Mas, se você tiver grandes sonhos.... Seus erros produzirão crescimento, seus desafios produzirão

oportunidades, seus medos produzirão coragem.

Augusto Cury

Para atingir o objetivo desse trabalho, adotou-se 2 fontes diferentes de pesquisa, onde

se buscou a visão do aluno e a visão do dirigente e procurou-se uma relação entre elas.

Perguntas:

Na primeira questão, buscou-se verificar a percepção do servidor sobre o Agente de

Mudança:

Para você o que é ser um Agente de Mudança? Ordene, numa escala de 1 a 3, por

grau de importância, a sua percepção.

1) pessoa proativa, aberta a quebra de paradigmas que acredita e consegue induzir

os colegas a aprendizagem;

2) O servidor que contribui para a implementação do novo modelo de gestão

pública no Estado;

3) Aquele que é líder.

De acordo com o diagrama 2.1 obteve-se os seguintes percentuais;

66,66% dos servidores afirmaram ser um Agente de Mudança a pessoa

proativa, aberta a quebra de paradigmas, que acredita e consegue induzir os

colegas a aprendizagem organizacional;

Outros 22,22% definiram o Agente de Mudança, como o servidor que contribui

para a implementação do novo modelo de gestão pública no Estado,

transformando-o de uma administração patrimonialista e burocrática em uma

administração gerencial;

Os restantes 11,11% consideraram Agente de Mudança aquele que é líder.

Gráfico 2.1

A percepção do servidor sobre o Agente de Mudança

1º Questão

11,1122,22

66,66

010203040506070

1 2 3

Fonte: pesquisa desse trabalho

A segunda questão fez referência ao sentimento do servidor com relação a sua

capacidade:

Considerando a proposição da modernização da gestão pública, com base na Reforma

do Estado, você se sente capacitado para ser um Agente de Mudança?

a) Plenamente – com 90 a 100% de aptidão como agente de mudança

b) Razoavelmente – com 60 a 70% de aptidão como agente de mudança

c) Medianamente – com 40 a 50% de aptidão como agente de mudança

d) Insuficiente - abaixo de 40% de aptidão como agente de mudança

Como observado no digrama 2.2 os percentuais foram assim distribuídos:

66,88% dos servidores consideram-se plenamente capacitados, alcançando

entre 90 a 100% de aptidão como Agente de Mudança;

30,55% dos servidores encontram-se razoavelmente capacitados, situando-se

entre 60 a 70% de aptidão como Agente de Mudança;

1,77% colocam-se medianamente capacitados, incluindo-se na faixa de 40 a

50% de aptidão como Agente de Mudança;

E os restantes 0,77% classificam-se como insuficientemente capacitados,

localizando-se no nível abaixo de 40% de aptidão como Agente de Mudança.

Gráfico 2.2

O sentimento do servidor sobre a sua capacidade

2º Questão

66,88

30,55

0,771,770

1020304050607080

a b c d

Fonte: pesquisa desse trabalho

A terceira questão procurou averiguar como o servidor sente o Estado atualmente, com

relação à situação anterior:

Você considera que, em relação à situação anterior, o Estado está dando oportunidade

aos servidores capacitados pela Escola de Governo, para desempenharem o seu papel

de Agente de Mudança?

a) Plenamente – 90 a 100% estão como Agente de Mudança

b) Razoavelmente – 60 a 70% estão como Agente de Mudança

c) Medianamente – 40 a 50% estão como Agente de Mudança

d) Não está – abaixo de 40% estão como Agente de Mudança

De acordo com o diagrama 2.3 observou-se:

Apenas 2,77% dos servidores consideram que, em relação à situação anterior, o

Estado está dando oportunidade aos servidores capacitados pela Escola de

Governo, para desempenharem o seu papel, de forma plena, como Agente de

Mudança. Entre 90 a 100% desses servidores estariam tendo essa oportunidade;

Outros 19,44% dos servidores admitem que o Estado, de forma razoável, dá

oportunidade aos servidores de desempenharem o seu papel de Agente de

Mudança, pois apenas 60 a 70% desses servidores tem tido esta oportunidade;

30,55% dos servidores afirmam que medianamente, o Estado está dando

oportunidade aos servidores capacitados pela Escola de Governo, para

desempenharem o seu papel de Agente de Mudança numa proporção entre 40 a

50% desses servidores:

E a maioria, 47,22% dos servidores entende que o Estado não está dando esta

oportunidade para os servidores capacitados pela Escola de Governo,

desempenharem o seu papel de Agente de Mudança pois apenas um percentual

abaixo de 40% tem tido essa oportunidade.

Gráfico 2.3

Como o servidor sente o Estado atualmente

3º Questão

2,77

19,44

30,55

47,22

0

10

20

30

40

50

a b c d

Fonte: pesquisa desse trabalho

A quarta questão sugeriu aos servidores que identificassem a sua melhor forma de

desempenho:

Qual a melhor forma que você identifica para desempenhar o papel de Agente de

Mudança, na sua Instituição?

Numere de 1 a 3 ordenando por grau de importância as alternativas:

a) Fazendo parte das discussões institucionais e subsidiando as tomadas de

decisão da organização;

b) Estando capacitado e qualificado para exercer o novo modelo de gestão na

administração pública estadual;

c) Somente ocupando o cargo de gestor.

De acordo com o diagrama 2.4 observou-se:

47,22% dos servidores, reconhecem que somente estando capacitado e

qualificado para exercer o novo modelo de gestão na administração pública

estadual é que o servidor pode desempenhar o papel de Agente de Mudança

na sua instituição; (letra b)

44,44 dos servidores entendem que é fazendo parte das discussões

institucionais e subsidiando as tomadas de decisão da organização que o

servidor pode desempenhar o papel de Agente de Mudança; (letra a)

Os restantes 8,33 dos servidores consideram que somente ocupando cargo

de gestor os servidores podem desempenhar o papel de Agente de Mudança:

(letra c)

Gráfico 2.4

Como o servidor identifica a sua melhor forma de desempenho

4º Questão

44,44 47,22

8,33

0

10

20

30

40

50

a b c

Fonte: pesquisa desse trabalho

A quinta questão verificou o aproveitamento dos servidores capacitados:

Na avaliação do servidor, o Governo está estimulando o aproveitamento desses

servidores capacitados?

a) Ativamente – 90 a 100% de aproveitamento dos servidores

a) Razoavelmente – 60 a 70% de aproveitamento dos servidores

b) Medianamente – 40 a 50% de aproveitamento dos servidores

c) Não está estimulando – abaixo de 40% de aproveitamento dos servidores.

De acordo com o diagrama 2.5 os resultados foram os seguintes:

Apenas 2,77%dos servidores consideram que o Governo está estimulando

ativamente o aproveitamento desses servidores. Entre 90 a 100% desses

servidores estão sendo aproveitados.

Um pequeno grupo, 11,11% dos servidores afirmam que, o Governo tem

estimulado de forma razoável o aproveitamento desses servidores, entre

60 a 70% estão sendo aproveitados.

36,11% desses servidores entendem que medianamente o Governo tem

estimulado o aproveitamento desses servidores em torno de 40 a 50%

estão sendo aproveitados;

A maioria, 49% dos servidores considera que o Governo não está

estimulando o aproveitamento desses servidores. Abaixo de 40% dos

servidores são aproveitados.

Gráfico 2.5

O aproveitamento dos servidores capacitados.

5º Questão

2,7711,11

36,11

49,00

0

10

20

30

40

50

60

a b c d

Fonte: pesquisa desse trabalho

Como podemos observar ao longo desse capítulo destacou-se o ânimo dos servidores

ao afirmar, em sua maioria, que se consideram aptos para exercerem o papel de

Agente de Mudança - aquela pessoa proativa aberta à quebra de paradigmas, que

acredita e consegue induzir os colegas a aprendizagem organizacional e contribui para

um modelo de gestão que transforma a administração patrimonialista e burocrática em

Administração Gerencial.

Percebeu-se também um sentimento de frustração quando esses mesmos servidores

afirmam que o Estado não está lhes dando oportunidade para isto, embora possam

identificar forma de faze-lo, como participando das discussões institucionais e

subsidiando as tomadas de decisão.

Capítulo 3

A percepção dos dirigentes institucionais

A organização será melhor se seus dirigentes forem melhores.

Paulo Roberto Motta

Buscando-se uma maior consistência na interpretação dos dados e clareza da situação

estudada, além da percepção dos servidores, foi necessária, também, a percepção dos

dirigentes, aqueles que estão no comando das Instituições, onde os servidores se

encontram lotados.

Imaginou-se que uma visão seria parâmetro para a outra e contribuiria com a validação

dos resultados.

Os servidores egressos do Curso de Pós-Graduação em Gestão Governamental estão

lotados em 37 Instituições. Dessas instituições, foram selecionadas 9 dirigentes,

perfazendo um percentual de 33% que responderam a entrevista.

A primeira pergunta conferiu o nível de conhecimento do trabalho realizado pela

Escola de Governo:

Você conhece o trabalho da Escola de Governo?

a) Conheço bem

b) Em parte

b) Não conheço

De acordo com o digrama 3.1 observa-se:

66,66% desses dirigentes conhecem bem o trabalho da Escola de Governo;

22,22% dos dirigentes conhecem esse trabalho, apenas em parte:

11,11% dos dirigentes não conhecem o trabalho realizado pela Escola de

Governo.

Gráfico 3.1

Nível de conhecimento do trabalho da Escola de Governo

1º Questão66,66

22,22

11,11

0

10

20

30

40

50

60

70

a b c

Fonte: pesquisa desse trabalho

Com base neste conhecimento os dirigentes destacaram alguns “pontos no trabalho

realizado pela Escola de Governo:”

A conquista da credibilidade junto aos servidores, aos governantes e demais

autoridades constituídas;

O foco principal na formação do Gestor Público e formação de Gestores de

Recursos Humanos;

A iniciativa de “mesclar” o quadro de instrutores profissionais do Estado de

Pernambuco, com o setor público e privado além de outras unidades da

federação, como forma de intercâmbio;

A melhoria na qualidade da capacitação técnica dos servidores e o

desenvolvimento profissional;

A modernização do funcionamento da máquina do Estado, possibilitando a

apropriação de conceitos claros atinentes a essa modernização para os

servidores qualificando a sua participação nos espaços institucionais onde se

situam;

O Curso de Pós-Graduação em Gestão Governamental buscando a formação

de Gestores;

A possibilidade da Escola de Governo ultrapassar outras gestões, pois é um

projeto que deu resultado e precisa ser sustentado. Ela tem melhorado a

qualidade dos gestores e precisa se superar dentro do seu corpo;

A possibilidade de dar maiores oportunidades para os servidores do quadro e

não para quem está temporariamente no cargo;

A penetração no interior;

Divulgação das teorias que dão suporte à Administração Gerencial;

Oportunidade de capacitação dos servidores das diversas Secretarias;

Oportunidade de divulgação da Reforma do Estado;

Oportunidade de formação do Analista em Tecnologia de Gestão;

A segunda questão verifica a avaliação dos dirigentes sobre a importância do Curso:

Você considera importante a capacitação dos Gestores do Estado, no Curso de Pós-

Graduação, oferecido pela Escola de Governo?

a) Muito importante

b) Em parte

c) Não considero

Com base no diagrama 3.2 observa-se:

77,77% consideraram muito importante essa capacitação;

22,22% acharam importante, essa capacitação, apenas em parte.

Gráfico 3.2

Avaliação dos dirigentes sobre a importância do curso

2º Questão

77,77

22,22

0

20

40

60

80

100

a b

Fonte: pesquisa desse trabalho

Dentre os pontos relevantes destacados como resultados da capacitação dos Gestores

do Estado, foram citados:

Melhoria no nível de qualificação dos servidores;

Oportunidade de multiplicar o conhecimento introduzindo para os outros

servidores o que foi aprendido;

Visão geral do processo de modernização gerencial, institucionalizando uma

nova cultura, tanto de dentro do pais, como de outros países;

A aquisição de conceitos fundamentais;

O conhecimento dos Instrumentos de Gestão;

O conhecimento sobre o funcionamento do Setor Público;

O cumprimento pela Escola de Governo do seu papel na era do

conhecimento, que é a atualização permanente do Gestor Público;

A atualização dos temas abordados como Planejamento Estratégico,

Ouvidoria e Gestão Hospitalar, por exemplo;

A melhoria na qualidade da capacitação técnica dos servidores e o

desenvolvimento profissional;

A modernização do funcionamento da máquina do Estado, possibilitando a

apropriação de conceitos claros atinentes a essa modernização para os

servidores qualificando a sua participação nos espaços institucionais onde se

situam;

Adequação do horário da aula a vida funcional dos servidores;

O fato dos servidores serem capacitados por conhecedores da máquina

administrativa pública, tornando a aprendizagem um contato direto coma a

realidade;

Ao focar na capacitação de gestores, a Escola de Governo sinaliza para a

real necessidade de se formar Gestores Públicos que possam dar a qualquer

governante o respaldo técnico para bem gerir a máquina, independente de

mandato eletivo;

A formação de gestores não deve ser apenas teórica, mas, principalmente

prática. Os conceitos acadêmicos e de construção do assunto, são parte do

processo de mudança e de alavancagem. Tem que haver acompanhamento

das condições técnicas, perfil, habilidade, conhecimento e apoio gerencial.

Num processo educativo, não pode ter só uma das bases, mas todas. Com

isto o conhecimento acadêmico sofre um processo de internalização; A

Escola de Governo está buscando este saber organizado;

A visão macro da gestão pública, com conhecimento de outras áreas;

Não existe coerência entre a teoria e a prática vivida nas repartições públicas.

Não existe rebatimento nos planos de cargos e carreiras.

Na terceira questão buscou-se verificar o nível de aplicabilidade, no trabalho, do

conhecimento adquirido:

Os servidores, da sua instituição, capacitados no Curso de Pós-Graduação em Gestão

Governamental, pela Escola de Governo, tem tido oportunidade de aplicar, no seu

trabalho, o conhecimento adquirido na capacitação?

a) Sim

b) Em parte

c) Não tem:

De que forma?

De acordo com o diagrama 3.3 obteve-se:

44,44% responderam que sim. Os servidores tem tido oportunidade para isto:

33,33% consideram que, apenas, em parte isto tem acontecido;

22,22% afirmam que os servidores não tem tido esta oportunidade.

Gráfico 3.3

Nível de aplicabilidade, no trabalho, do conhecimento adquirido.

3º Questão

33,3322,22

44,44

01020304050

a b c

Fonte: Pesquisa desse trabalho

Aqueles dirigentes que admitem estarem os servidores aplicando, no seu trabalho, o

conhecimento adquirido na capacitação, entendem que eles o fazem de formas

diferentes:

Assumindo cargos de gestão e de direção na instituição;

Participando efetivamente do processo de administração institucional, uma

vez que não tiveram ainda oportunidade de serem testado em funções mais

estratégicas, embora participem da formulação do planejamento estratégico;

Tem sido observada a aplicação desse conhecimento nas pessoas que estão

mais próximas da direção;

Podemos observar na atuação das pessoas que trabalham especificamente

na área de planejamento, como também na de gestão de pessoas e

financeira;

Na disseminação do conhecimento adquirido dentro do ambiente de trabalho

e na própria instituição;

Apesar da falta de oportunidade do Estado as pessoas procuram repassar o

conhecimento;

Na quarta questão foi verificado o avanço institucional em função da capacitação dos

servidores:

Na sua visão, houve avanço institucional no desempenho da sua organização, a partir

da capacitação dos seus Gestores pela Escola de Governo?

a) Sim

b) Em parte

c) Não houve:

Mencione pontos desse avanço.

De acordo com o diagrama 3.4 obteve-se:

55,55% afirmaram que sim, que houve evolução;

44,44% disseram que não tem sido observada evolução.

Gráfico 3.4

Avanço institucional em função da capacitação dos servidores

4º Questão

44,44

55,55

0

10

2030

40

50

60

a c

Fonte: pesquisa desse trabalho

Novamente os dirigentes falaram de diferentes formas de avanço na instituição, a partir

da capacitação dos gestores:

Houve evolução na instituição como um todo e essas pessoas são parte desse

processo. Em termos de resultado, na missão institucional houve grandes avanços;

Passou a existir o intercâmbio do conhecimento com os colegas e com a alta

administração e clientes em geral, inclusive estimulando-os a conhecer a Escola de

Governo e participar dos cursos oferecidos;

A maior ou menor participação das pessoas está diretamente relacionada com a sua

localização na Instituição. Em qualquer lugar onde elas estiverem alocadas há uma

contribuição efetiva. De alguma forma elas contribuem com o avanço;

Os gestores capacitados passaram a ver a Reforma Administrativa de forma mais

avançada, mais moderna e isto reflete no avanço institucional;

Isto tem refletido maior integração, planejamento, monitoramento e avaliação das

atividades;

A quinta questão perguntou-se sobre o aproveitamento desses servidores:

Na sua avaliação o Governo está estimulando o aproveitamento desses servidores?

a) Ativamente – 90 a 100% de aproveitamento

b) Razoavelmente – 60 a 70% de aproveitamento

c) Medianamente – 40 a 50% de aproveitamento

d) Não está estimulando – abaixo de 40%.

De acordo com o diagrama 3.5 obteve-se:

33,33% entendem que o Governo estimula medianamente. Entre 40 e 50%

desses servidores estão sendo estimulados.

66,66% acham que o Estado não está estimulando, pois apenas um percentual

abaixo de 40% dos servidores é contemplado.

Gráfico 3.5

Aproveitamento dos servidores capacitados

5º Questão

66,66

33,33

010203040506070

c d

Fonte: pesquisa desse trabalho

Na sexta questão os dirigentes são perguntados sobre a forma de aproveitamento:

Qual a melhor forma que você identifica para aproveitar o potencial desses servidores?

Foi respondido:

Através da instituição do concurso para Gestor Público;

Através da profissionalização dos Gestores;

Através da valorização e do reconhecimento desses Gestores, deixando-os menos

vulneráveis a ingerências políticas;

Através do acompanhamento da Escola de Governo verificando se a instituição deu

condições ao servidor de desenvolver o que aprendeu no curso;

Envolvendo os servidores capacitados nos projetos institucionais, dando

oportunidade de avaliar seu potencial;

Estimulando o maior envolvimento do servidor capacitado para evitar a

descontinuidade dos projetos, quando houver mudança de gestores de outra

instituição;

Envolvendo todos os servidores da instituição, implantando melhorias contínuas,

oferecendo principalmente oportunidades de desenvolvimento humano e

profissional, para o servidor interno da instituição, tornando as ações de cada dia, de

grande contribuição para os resultados desejados junto ao cidadão.

Nomeando-os para cargos estratégicos na Administração Pública de Pernambuco,

dando-lhes assim oportunidade de praticar os conhecimentos adquiridos na Escola

de Governo e desenvolver sua capacidade de liderança.

Através do Plano de Cargos e Carreiras;

O próprio gestor identificando a contribuição que o servidor pode dar e colocando-o

em pontos estratégicos de desenvolvimento institucional;

Alocando servidores em áreas afins com as capacitações;

Instituindo concurso interno para aproveitar os servidores capacitados;

Propiciando remuneração adequada às atribuições;

Havendo decisão política, para implantar novos processos de organização;

Valorizando os profissionais através de incentivo para melhorar os resultados do

serviço público atrelado a uma política de melhoria salarial;

Primeiramente, identificando esses servidores e dando-lhes condições de mostrar

suas competências adequadas, dando acesso a informações e promovendo

reuniões de intercâmbio entre os mesmos;

O Governo pensou uma estratégia de aproveitamento dessas pessoas que não

aconteceu. Deverá haver uma política de aproveitamento interno a partir de uma

análise técnica, como por exemplo a FUNAPE que definiu critérios para a livre

concorrência entre as pessoas. O grande desafio é levar o servidor a se mobilizar na

cadeia do Estado sem prejuízo para ele nesta escolha.

Ao longo desse capítulo podemos observar que a maioria dos dirigentes conhece a

Escola de Governo e atribui a credibilidade conquistada junto aos servidores e

governantes à qualidade da capacitação técnica e o desenvolvimento profissional,

proporcionado por ela.

Destacam a importância no cumprimento do seu papel na era do conhecimento,

levando a modernização do funcionamento da máquina do Estado.

Ainda assim, para os dirigentes o Estado não tem estimulado o aproveitamento dos

servidores ou tem estimulado apenas de forma mediana.

Capítulo 4

Considerações, conclusões e recomendações finais

Para se chegar onde quer que seja, aprendi que não é preciso dominar a força, mas a razão.

É preciso, antes de mais nada, querer.

Amyr Klink

Considerações

Ao ser observado o desempenho da Reforma Administrativa do Estado de Pernambuco

evidenciou-se que apesar da disposição do Governo em instalar uma gestão

estratégica, como expoente dessa reforma, não houve, de sua parte, o devido cuidado

em preservar as especializações que concretizam as marcas desse tipo de gestão,

citados por Carmem Cardoso e Francisco Carneiro da Cunha no seu livro “Gerenciando

Processos de Mudança”.

Podemos observar fragilidades como, por exemplo, o processo de mobilização, uma

das especializações que concretizam a gestão estratégica, - a capacidade de envolver

as pessoas na construção do projeto coletivo e desenvolver nelas compromisso e co-

responsabilidade com essa construção - foi falho, uma vez que, aos gestores, aqueles

definidos como Agente de Mudança, no Projeto de Reforma Administrativa do Estado,

não foi dada a oportunidade de exercer este papel.

Uma outra especialização que marca esse tipo de gestão, da mesma forma, não foi valorizada – a realização, que é a capacidade de transformar as intenções em realidade

ou fazer acontecer.

Neste caso, o sujeito desejante, ou seja o Governo deixou de ter a participação ativa na

construção do futuro, pois não fez, nem influenciou a construção da história coletiva

estimulado em um processo de gestão estratégica, embora tenha exercido o papel de

formulação do projeto, definido os seus componentes essenciais e de gerenciamento

do processo na concepção e na implantação, não desenvolveu nos gestores

compromissos e co-responsabilidade com esse processo.

Observou-se pouco esforço neste sentido.

Os resultados, aos quais chegamos com o estudo realizado, nos remetem à

necessidade de um maior esforço do Governo do Estado, no sentido de oportunizar

aqueles servidores que valorizam a qualificação e capacitação profissional, acreditando

que essa estratégia lhe trará não somente o crescimento profissional, mas

principalmente vislumbrará a possibilidade de contribuir com a otimização do serviço

público, através do novo modelo de gestão, que institui novas práticas gerenciais

modernas.

O resultado dos questionários aplicados, demonstrou que em sua maioria, 66.66%, que

os servidores foram levados a definir o Agente de Mudança como pessoa proativa,

aberta a quebra de paradigmas, que acredita e consegue induzir os colegas a

aprendizagem organizacional.

Constatou-se, também, que esta mesma maioria, 66.88%, considera-se plenamente

capacitada, para desempenhar este papel de Agente de Mudança, alcançando entre 90

a 100% de aptidão neste sentido.

Isto, no entanto, não reflete euforia e não significa o pleno atendimento aos anseios dos

servidores, pois, paradoxalmente, em relação à situação anterior, o Estado não está

lhes dando oportunidade de forma plena.

Somente 2.77% dos servidores consideram que tem havido oportunidade de

desempenhar este papel, enquanto um outro percentual bem maior de, 47.22%,

entende que não está havendo esta preocupação por parte do Estado.

A posição dos dirigentes, nesta questão, não se distancia muito da posição do servidor,

pois, 33.33% entendem que o Governo estimula o aproveitamento dos servidores de

forma mediana, considerando que apenas entre 40 e 50% desses servidores estão

sendo aproveitados.

Essa visão se agrava quando um alto percentual, de 66.66%, de dirigentes, registra que

o Estado não está estimulando, pois observa-se que apenas um número de servidores,

abaixo de 40%, estão sendo aproveitados.

Ao abordar o ponto de vista dos servidores sobre o que é estar pronto para exercer o

papel de Agente de Mudança, ficou claro que a maioria, 47,22% considera que,

somente estando capacitado e qualificado para exercer o novo modelo de Gestão da

Administração Pública Estadual, é que o servidor poderá desempenhar o papel de

Agente de Mudança na sua instituição.

Entre os dirigentes institucionais, onde estão alocados os servidores, foi importante

checar o nível de conhecimento deles, sobre o trabalho realizado pela Escola de

Governo. Um significativo percentual, a maioria, conhece esse trabalho e considera

importante a capacitação dos gestores.

Essa maioria justifica essa importância enfatizando a conquista da credibilidade da

Escola, junto aos servidores, governantes e demais autoridades constituídas,

resultando na modernização do funcionamento da máquina do Estado.

A possibilidade de apropriação de conceitos claros atinentes a essa modernização,

juntamente com a divulgação das teorias que dão suporte à Administração Gerencial e

os seus instrumentos, são citados como destaques no trabalho realizado pela EGP.

Para os dirigentes, a preocupação da Escola de Governo de atualização permanente do

Gestor Público, a faz cumprir o seu papel, na era do conhecimento, o que acontece

através de um contato direto com a realidade, pois isto é feito por conhecedores da

máquina administrativa pública, não apenas de forma teórica, mas, principalmente

prática, uma vez que num processo educativo não se pode ter só uma das bases, mas

as duas.

Também, segundo os dirigentes, a EGP busca instituir o saber organizado, através da

internalização do conhecimento acadêmico, refletido na prática institucional. Grande

parte considera que a maioria dos servidores da sua instituição tem tido oportunidade

para faze-lo, seja assumindo cargos de gestão e de direção, seja participando

efetivamente do processo de administração institucional, mesmo não se tratando de

função estratégica.

Ainda segundo a maioria dos dirigentes esse processo tem resultado em avanço

institucional no desempenho da sua organização como um todo ou no cumprimento da

missão organizacional, a partir da visão avançada da Reforma Administrativa.

Apesar das considerações acima, a maioria desses dirigentes, em sintonia com os

servidores, entende que o Governo poderia estimular mais o aproveitamento desses

gestores, promovendo ações como, por exemplo, a instituição do Concurso Público,

deixando-os menos vulneráveis a ingerências políticas.

A nomeação para cargos estratégicos na Administração Pública Estadual, além da

implantação do Plano de Cargos e Carreiras ou Política Interna de Aproveitamento, a

partir de uma análise técnica institucional, são citados, pelos dirigentes, como

mecanismos de aproveitamento.

Em que pese à necessidade de capacitar os servidores para serem Agentes de

Mudança, necessidade evidente para servidores e dirigentes, e o alto custo em

investimentos que o Governo tem destinado a formação desses gestores, o Estado não

está priorizando o retorno desses investimentos, em termos do servidor.

Os servidores se sentem habilitados, capacitados para o cumprimento desse papel mas

não se sentem contemplados em termos de oportunidade.

Esta reflexão se aproxima da visão dos dirigentes que, também, não enxergam o

Estado oportunizando a maioria deles. Os efeitos da fragilidade, ou mesmo inexistência,

de uma política de aproveitamento mais eficaz, no avanço institucional, é citado pela

maioria dos dirigentes.

Podemos perceber, de forma clara uma sintonia entre as colocações dos servidores e

dos dirigentes, onde ambos identificam que o próprio Estado não está atento a

necessidade de aproveitamento do pessoal capacitado e habilitado para exercer o

papel de Agente de Mudança, mesmo que essa capacitação tenha um custo elevado.

Ou seja, para grande parte dos servidores e alguns dirigentes não existe coerência

entre a teoria e a prática vivida nas organizações. Os servidores ainda não estão sendo

oportunizados de se transformarem em Agente de Mudança, como previsto o Plano

Diretor da Reforma Administrativa.

Finalmente, no estudo realizado ficou evidente que, segundo os servidores e dirigentes,

a Escola de Governo tem cumprido o seu papel, enquanto Agente Educador e

Formador de Gestores Públicos, buscando executar as diretrizes do Plano Diretor da

Reforma do Estado.

Entendem alguns servidores que ela poderia e deveria ter um papel, mais ativo, qual

seja, o de acompanhar, não só o desempenho dos alunos capacitados, mas

principalmente, a política de aproveitamento do Estado desses servidores, no seu

regresso à Instituição.

Para os servidores e dirigentes o desempenho da Escola de Governo tem atingido o

seu objetivo, qual seja, proporcionar a melhoria na qualidade da capacitação técnica

dos servidores e do seu desenvolvimento profissional.

Isto habilita a Escola de Governo a ultrapassar outras gestões, dando suporte a

Administração Gerencial, pois é um projeto que tem gerado bons resultados e precisa

ser preservado.

Conclusões

Na análise dos dois universos pesquisados, servidores e dirigentes, observou-se uma

convergência de opinião na sua maioria.

Concluiu-se, então, que a Política Geral de Aproveitamento de Recursos Humanos não

é coerente com a Política de Capacitação da Escola de Governo. Há um descompasso

entre elas. Logo, carece de uma sintonia fina, que levará a maior eficácia de

aproveitamento do investimento feito.

A EGP tem cumprido o seu papel de Agente Educador e Formador de Gestores

Públicos;

Os servidores capacitados se sentem habilitados a exercerem o papel de Agente de

Mudança;

O Estado não está oportunizando, plenamente, esses servidores para o cumprimento

do seu papel.

Logo, a suposição de que os gestores capacitados pela Escola de Governo têm tido

papel fundamental, enquanto agentes de mudança e têm contribuído de forma

significativa para o bom desempenho do Governo, não se confirmou.

Recomendações finais

Sugere-se que a EGP promova uma análise, que possa identificar as razões do não

aproveitamento dos servidores, por parte do Estado e proponha alternativas que

possam sanar o problema;

Sugere-se, ainda, que a EGP institua mecanismos que possam monitorar o

aproveitamento dos servidores egressos dos seus Cursos de Pós-Graduação;

Recomenda-se, que a Escola de Governo realize estudo investigativo que possa

detectar se a origem do problema está na Escola de Governo ou na Administração

Pública Estadual - APE, visando:

• verificar se o que a EGP faz está coerente com a demanda da Administração

Pública Estadual.

• verificar as razões da falta de uma maior sintonia entre a Política Geral de

Recursos Humanos do Estado, em particular o aproveitamento do servidor

capacitado, e o resultado do esforço governamental na capacitação da Escola de

Governo.

Recomenda-se, ainda, a realização de Jornadas Periódicas de Avaliação, onde os

coordenadores da EGP, dirigentes institucionais e alunos egressos possam avaliar o

alinhamento do trabalho da EGP às necessidades do Estado.

R e f e r ê n c i a s

PLANO DIRETOR DA REFORMA DO ESTADO - Comissão Diretora da Reforma do

Estado, Recife:CEPE, 2000

A ESCOLA DE GOVERNO PROFESSOR PAULO NEVES DE CARVALHO, Fundação

João Pinheiro Leal. http://www.eg.fjp.mg.gov.br/apresentação/apresentação.php. MG

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LEI COMPLEMENTAR Nº 49/03 de 31.01.03, Governo do Estado de Pernambuco,

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A p ê n d i c e

CARTA EXPLICATIVA

Caro Servidor

Meu nome é Walkiria Lúcia Simões Ramos, servidora do Estado, originária da

Fundação da Criança e do Adolescente – FUNDAC, atualmente em exercício na

Secretaria de Administração e Reforma do Estado – SARE a disposição do Programa

Pernambucano de Modernização da Gestão Pública – PROGESTÃO e da Escola de

Governo de Pernambuco – EGP.

No momento, encontro-me em processo de execução do meu Projeto de Pesquisa para

conclusão do Mestrado em Gestão Governamental.

O meu trabalho constitui um estudo de caso que visa avaliar o papel desempenhado

pela Escola de Governo, no novo Modelo de Gestão Pública do Estado de

Pernambuco, a partir da percepção dos gestores egressos da Escola de Governo, no

período de 2002 a 2004, e verificar, ainda, se o papel de Agente de Mudança está

sendo desempenhado pelos mesmos.

Assim sendo, gostaria de contar com a sua participação no sentido de responder o

questionário anexo e devolve-lo por meio digital, no prazo de 5 dias.

O Questionário consta de perguntas que deverão ser respondidas com uma das três

alternativas, Sim, Não e Em Parte, percentuais assinalados e respostas descritivas.

Contando com a sua colaboração, antecipo os meus agradecimentos.

Walkiria Ramos

QUESTIONÁRIO PARA O SERVIDOR

Nome:_________________________________________________________

1- PARA VOCÊ O QUE É SER UM AGENTE DE MUDANÇA? ORDENE, NUMA ESCALA DE

1 A 3, POR GRAU DE IMPORTÂNCIA A SUA PERCEPÇÃO:

( ) Pessoa proativa, aberta a quebra de paradigmas que acredita e consegue induzir os

colegas a aprendizagem organizacional;

( ) O servidor que contribui para a implementação do novo modelo de gestão pública no

estado, transformando-o de uma administração patrimonialista e burocrática em uma

administração gerencial;

( ) Aquele que é líder.

2- CONSIDERANDO A PROPOSIÇÃO DA MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA, COM

BASE NA REFORMA DO ESTADO, VOCÊ SE SENTE CAPACITADO PARA SER UM

AGENTE DE MUDANÇA? ESCOLHA UMA DAS OPÇÕES:

A) Plenamente 90 a 100% de aptidão como agente de mudança

B) Razoavelmente 60 a 70 % de aptidão como agente de mudança

C) Medianamente 40 a 50 % de aptidão como agente de mudança

D) Insuficiente abaixo de 40% de aptidão como agente de mudança

3- VOCÊ CONSIDERA QUE, EM RELAÇÃO A SITUAÇÃO ANTERIOR, O ESTADO ESTÁ

DANDO OPORTUNIDADE AOS SERVIDORES CAPACITADOS PELA ESCOLA DE

GOVERNO PARA DESEMPENHAREM O SEU PAPEL DE AGENTE DE MUDANÇA?

A) Plenamente 90 a 100% estão como agente de mudança

B) Razoavelmente 60 a 70 % estão como agente de mudança

C) Medianamente 40 a 50 % estão como agente de mudança

D) Não está abaixo de 40% estão como agente de mudança

4- QUAL A MELHOR FORMA QUE VOCÊ IDENTIFICA PARA DESEMPENHAR O PAPEL DE

AGENTE DE MUDANÇA, NA SUA INSTITUIÇÃO?

NUMERE DE 1 A 3 ORDENANDO POR GRAU DE IMPORTÂNCIA AS ALTERNATIVAS:

( ) Fazendo parte da discussões institucionais e subsidiando astomadas de decisão da

organização;

( ) Estando capacitado e qualificado para exercer o novo modelo de gestão na

administração pública estadual;

( ) Somente ocupando o cargo de gestor.

5- NA SUA AVALIAÇÃO O GOVERNO ESTÁ ESTIMULANDO O APROVEITAMENTO

DESSES SERVIDORES CAPACITADOS?

A) Ativamente 90 a 100% de aproveitamento

B) Razoavelmente 60 a 70 % de aproveitamento

C) Medianamente 40 a 50 % de aproveitamento

D) Não está estimulando abaixo de 40% de aproveitamento

Recife, _/ _/

ENTREVISTA COM OS DIRIGENTES INSTITUCIONAIS

Dirigente:

Instituição:

Data:

e-mail:

Roteiro:

1- Você conhece o trabalho da Escola de Governo?

1º- Conheço bem 2º- Em parte 3º- Não conheço

No caso da 1ª opção, cite 3 destaques no trabalho feito pela EG:

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

2- Você considera importante a capacitação dos Gestores do Estado, no Curso de Pós

- Graduação, oferecido pela Escola de Governo?

1º Muito importante 2º Em parte 3º Não considero

Que pontos mais relevantes destacaria na capacitação dos gestores, oferecida pela

EG?

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

3- Os servidores da sua instituição, capacitados no Curso de Pós Graduação em Gestão

Governamental, pela Escola de Governo, tem tido oportunidade de aplicar no seu

trabalho, o conhecimento adquirido na sua capacitação?

1º Sim 2º Em parte 3º Não tem

De que forma?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

4- Na sua visão, houve avanço institucional no desempenho da sua organização, a

partir da capacitação dos seus Gestores, pela Escola de Governo?

1º Sim 2º Em parte 3º Não tem

Mencione pontos desse avanço:

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

5- Na sua avaliação o Governo está estimulando o aproveitamento desses servidores?

( ) Ativamente 90 a 100% de aproveitamento

( ) Razoavelmente 60 a 70% de aproveitamento

( ) Medianamente 40 a 50% de aproveitamento

( ) Não está estimulando abaixo de 40% de aproveitamento

6- Qual a melhor forma que você identifica para aproveitar o potencial desses

servidores?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

TABELAS

Tabela 2.1 – Percepção do aluno egresso do Curso de Pós-Graduação

1 2 3 1º Questão 66,6 22,2 11,1 a b c d 2º Questão 66,88 30,55 2,77 2,77 a b c d 3º Questão 2,77 19,44 30,55 47,22 a b c 4º Questão 47,22 44,44 8,33 a b c d 5º Questão 2,77 11,11 36,11 41,00

Fonte: pesquisa desse trabalho

Tabela 3.1 – Percepção dos Dirigentes Instiucionais

A b c

1º Questão 66,66 22,22 11,11

A b

2º Questão 77,77 22,22

A b c

3º Questão 44,44 33,33 22,22

A c

4º Questão 55,5 44,4

c d

5º Questão 33,3 66,6 Fonte: pesquisa desse trabalho

LISTA DE ENTREVISTADOS

Servidores

Ana Lúcia Ávila

Ângela helena Costa

Ana Líbia de Andrade Lyra

Ana Rosa L. Bezerra

Anita Campos Dornellas Câmara

Alzira Catarina

Carlos Eduardo Costa L´cio Bezerra

Cremilda Pereira da Silva Constantino

Cristina Bravo

Danielle Silva Gueiros

Dilma Tenório Araújo

Fátima Coelho Viana

Gilberto Abrantes Formiga

Gleide de Fátima Gonçalves Guerra

Ivanise Hosana do Espírito Santo

Ivete Maria Buril de Macedo

Jader Toscano Lins e Silva

João Anacleto Barbosa Custódio

José Serafim da Rocha

Karla Júlia Marcelino

Maria de Fátima Libonato de Azevedo

Maria do Carmo Martins

Maria Verônica Delmondes Bentinho

Marilúcia A. Assunção

Marineide da Silva Batista

Marta Suelene da Silva

Manoel Carneiro Soares Cardoso

Roberto Brayner Sampaio

Rosa Maria de Melo Bacelar

Roberta Alencar de Aquino

Rosana de Queiroz Lima

Sandra Magali da Silva Lisboa

Valéria Sales dos Santos e Silva

Velma Lucia Torres Belfort

Virginia Lúcia Cavalcanti Walmsley

Suzana Azoubel

Dirigentes

Dilma Oliveira dos Santos

Secretaria de Administração e Reforma do Esado

Irani do Carmo Silva

Fundação da Criança e do Adolescente

Leomar Couto Souza

Secretaria de Educação

Mara Annunciato

Instituto de Recursos Humanos

Nilo de Melo Lins

Funape

Norma Bandeira

Secretaria de Educação

Sheila Pincovsky

Agência Estadual de Planejamento e Pesquisa de Pernambuco

Suzana Azoubel

Secretaria de Saúde

William Guerra Clark

Secretaria de Defesa Social

A n e x o s

DECRETO Nº 23.250, DE 14 DE MAIO DE 2001

Cria a Escola de Governo do Estado de Pernambuco, e dá outras providências.

O VICE-GOVERNADOR NO EXERCÍCIO DO CARGO DE GOVERNADOR DO

ESTADO, no uso de suas atribuições conferidas pelo art. 37, incisos II e IV, da

Constituição Estadual,

CONSIDERANDO a necessidade da criação de escola de governo para a formação e

aperfeiçoamento dos servidores públicos estaduais, conforme prevê o artigo 99, § 2º,

da Constituição do Estado de Pernambuco, e o artigo 39, § 2º, da Constituição da

República Federativa do Brasil,

DECRETA:

Art. 1º Fica criada a Escola de Governo do Estado de Pernambuco, estruturada sob a

forma de coordenadoria, que passa a integrar a Faculdade de Ciências da

Administração de Pernambuco - FCAP, unidade de ensino superior da Universidade de

Pernambuco – UPE.

Art. 2º A Escola de Governo, que tem por finalidade planejar, coordenar, programar,

organizar, executar e avaliar atividades relacionadas com a capacitação e o

desenvolvimento profissional dos servidores públicos estaduais, compreendendo, em

especial, programas de formação, de aperfeiçoamento e de especialização, atuará de

forma articulada e integrada com as demais coordenadorias que integram a estrutura

organizacional da FCAP.

Art. 3º Para a consecução dos objetivos da Escola de Governo, a FCAP exercerá, em

articulação com outros órgãos ou entidades, as seguintes atribuições:

I - promoção de cursos de formação, aperfeiçoamento e especialização do pessoal do

quadro efetivo do Poder Executivo;

II - realização de cursos de formação político-administrativa para subsidiar a gestão

estadual;

III - promoção de cursos de mestrado profissional "stricto sensu", e de pós-graduação

"lato-sensu", em áreas de interesse do Estado, para servidores públicos;

IV - realização de estudos e pesquisas no âmbito de seus objetivos; e

V - participação nos procedimentos pertinentes ao processo de recrutamento e seleção

de pessoal, para cargos de nível superior.

§ 1º. Para efeito do disposto no "caput" deste artigo, poderão ser realizados programas

conjuntos com entidades congêneres de outras unidades da Federação e com outras

instituições públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, de ensino, treinamento,

desenvolvimento, extensão ou pesquisa.

§ 2º Caberá à Diretoria de Recursos Humanos do Estado, do Instituto de Recursos

Humanos de Pernambuco - IRH, definir, juntamente com a FCAP, critérios de

participação e seleção objetiva do servidor nos cursos que serão oferecidos, como

também sua divulgação.

Art. 4º Compete à Escola de Governo:

I - planejar, executar e avaliar atividades de ensino e pesquisa na área da gestão

pública;

II - propor soluções congruentes com as especificidades dos diversos órgãos e

entidades, assessorando-as;

III - manter, de forma atualizada, informações sobre as demandas e necessidades dos

órgãos do governo;

IV - permitir a transferência das tecnologias gerenciais aos diversos órgãos da

administração pública estadual;

V - criar um sistema baseado na cooperação entre universidades, fundações e

empresas, articulando parcerias e estimulando o intercâmbio com outros organismos

governamentais, inclusive internacionais;

VI - articular parcerias e cooperação interinstitucional, estimulando o intercâmbio com

outros organismos governamentais, inclusive internacionais, ou de interesse para

geração do conhecimento e práticas requeridos nas novas formas de gestão pública.

Art. 5º Fica a cargo da Escola de Governo oferecer cursos de extensão, com base em

educação continuada, para formação e desenvolvimento dos níveis intermediário e

básico da Administração Pública Estadual.

Art. 6º A movimentação na carreira dos grupos ocupacionais específicos do Poder

Executivo preferencialmente ocorrerá após programa de capacitação funcional a ser

viabilizado pela Escola de Governo e contemplado nos planos de cargos, mediante

regras que serão definidas em decreto governamental.

Art. 7º A Escola de Governo terá um Conselho Diretor, que integrará a estrutura

organizacional da FCAP como órgão consultivo e deliberativo nos assuntos que lhe

forem pertinentes, composto pelos titulares dos órgãos e entidades descritos nos ítens I

e II e por representantes nos demais casos a seguir discriminados:

I - Secretário de Administração e Reforma do Estado, que o presidirá;

II - Diretor da Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco - FCAP, como

Vice-Presidente;

III - um representante da Secretaria de Administração e Reforma do Estado - SARE;

IV - um representante do Instituto de Recursos Humanos do Estado de Pernambuco -

IRH;

V - dois representantes de órgãos de Recursos Humanos da Administração Pública

Estadual, indicados pelos referidos organismos;

VI - um representante do corpo docente da Universidade de Pernambuco - UPE;

VII - dois representantes da entidade de classe dos servidores públicos, indicados pelos

seus pares; e

VIII - um representante do corpo discente da Universidade de Pernambuco - UPE,

indicado pelo seu Diretório Central.

§ 1º. Os Conselheiros, mencionados nos incisos I e II, são membros natos.

§ 2º Os demais Conselheiros, indicados na forma anteriormente estabelecida e

designados pelo Secretário de Administração e Reforma do Estado, terão mandato de

01 (um) ano, permitida, uma única vez, a recondução por igual período.

§ 3º. Nos mesmos quantitativos e da mesma forma, serão indicados os conselheiros

suplentes.

§ 4º. As atribuições do Conselho Diretor serão definidas no Regimento Interno da

FCAP.

Art. 8º Observada a legislação pertinente referente à contratação para atender

necessidade temporária de excepcional interesse público, a UPE, através da FCAP,

poderá contratar, para a Escola de Governo, pessoal docente, de pesquisa e de

consultoria técnica, por prazo não superior a 02 (dois) anos, prorrogável uma única vez,

para atender a programações e projetos de natureza especial, que não possam ser

desenvolvidos pelos servidores de seu quadro permanente.

Art. 9º As despesas decorrentes da execução do presente Decreto correrão à conta de

recursos do Tesouro Estadual, de outras fontes federais, estaduais, municipais, e

internacionais, e de subvenção de entidades públicas ou particulares.

Parágrafo único. Em lei específica posterior, de iniciativa do Poder Executivo, nos

termos do artigo 19, II, da Constituição Estadual, serão criadas as funções gratificadas

de Coordenador e de Secretária da Escola de Governo, bem como serão indicados os

recursos orçamentários necessários para a sua instalação e funcionamento no exercício

financeiro de 2001.

Art. 10. O presente Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 11. Ficam revogadas as disposições em contrário.

PALÁCIO DO CAMPO DAS PRINCESAS, em 14 de maio de 2001.

JOSÉ MENDONÇA BEZERRA FILHO

Governador do Estado em exercício

LENIRA MAGALHÃES DA SILVA

SEBASTIÃO JORGE JATOBÁ BEZERRA DOS SANTOS

SÍLVIO PESSOA DE CARVALHO

JOSÉ ARLINDO SOARES

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CCSA. Administração, 2006.

1.

Ramos, Walkiria Lúcia Simões O papel da escola de governo no novo modelo de gestão pública de Pernambuco / Walkiria Lúcia Simões Ramos. – Recife : O Autor, 2006. 85 folhas : tab. e gráfico

Inclui bibliografia, apêndice e anexo.

Administração pública. 2. Reforma administrativa. 3. Desenvolvimento organizacional. I. Título. 658.1 CDU (1997) UFPE 658.4 CDD (22.ed.) CSA2007-017