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Universidade Federal de Santa Catarina Centro de Ciências Agrárias
Departamento de Engenharia Rural
MAPEAMENTO DAS CONDIÇÕES CLIMATOLÓGICAS DO ESTADO DE
SANTA CATARINA E AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE
BIODIESEL
Florianópolis / 2007
Francelle Antunes França
MAPEAMENTO DAS CONDIÇÕES CLIMATOLÓGICAS DO ESTADO DE
SANTA CATARINA E AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE
BIODIESEL
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Universidade Federal de
Santa Catarina, como requisito parcial para
obtenção do título de Engenheiro Agrônomo.
Orientador: Prof. Dr. Alberto Kazushi
Nagaoka
Florianópolis / 2007
Agradecimentos
Á Deus, pelo bem maior – a vida.
Aos meus pais, Gentil e Dilma, por terem batalhado tantos anos pelos meus
estudos, pelo amor e paciência sempre demonstrados, por terem me ensinado
tantas coisas importantes, que nenhuma academia jamais poderia ensinar!
Serei sempre grata a vocês por terem conquistado comigo este diploma.
Ao meu amado irmão e eterno amigo Jam, pela paciência em me ouvir falar
tanto das dificuldades e alegrias na realização deste trabalho, por me incentivar
sempre a não desistir, por me fazer rir em momentos de angústia e por sempre
estar de braços abertos quando precisei. Muito obrigada!
Ao Professor Alberto Kazushi Nagaoka pela orientação, pelo conhecimento
transmitido, pelas conversas e pela paciência e confiança demonstradas
durante o tempo em que trabalhamos juntos.
Ao meu supervisor, o Prof. Dr. Pedro Castro Neto, pelas orientações e
ensinamentos transmitidos, sem os quais não seria possível a realização deste
trabalho.
Ao Professor Antônio Carlos Fraga e aos integrantes do G-Óleo pelo total apoio
concedido durante a realização do estágio.
À Universidade Federal de Santa Catarina e todos os meus professores pelos
ensinamentos transmitidos.
Aos verdadeiros amigos por terem compreendido os momentos em que me fiz
ausente.
APRESENTAÇÃO O presente trabalho refere-se ao estágio supervisionado do Curso de
Agronomia da Universidade Federal de Santa Catarina, requisito para obtenção
do título de Engenheiro Agrônomo.
Nele serão abordadas as atividades desenvolvidas pela acadêmica
Francelle Antunes França, na Universidade Federal de Lavras, localizada no
estado de Minas Gerais.
O estágio foi realizado no período de 08 de agosto a 11 de outubro de
2007, totalizando 360 horas.
A acadêmica foi orientada pelo Professor Doutor Alberto Kazushi
Nagaoka, do Departamento de Engenharia Rural do Centro de Ciências
Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina. A supervisão do estagio
na Universidade Federal de Lavras ficou sob responsabilidade de Pedro Castro
Neto, Professor Titular da Universidade Federal de Lavras.
SUMÁRIO
Agradecimentos....................................................................................................i
Apresentação .................................................................................................... ii
Sumário ............................................................................................................. iii
1. Descrição do local de estágio .........................................................................1
2. Resumo ...........................................................................................................2
3. Introdução .......................................................................................................3
4. Objetivos .........................................................................................................4
4.1. Objetivo geral ..........................................................................................4
4.2. Objetivos específicos ..............................................................................4
5. Revisão Bibliográfica ......................................................................................5
5.1. O Estado de Santa Catarina ...................................................................5
5.2. O Balanço Hídrico Climatológico ............................................................6
5.2.1. Componentes do Balanço hídrico .................................................8
5.2.1.1. Precipitação ........................................................................8
5.2.1.2. Evapotranspiração ..............................................................8
5.2.1.3. Armazenamento ..................................................................9
5.1.2.4. Alteração .............................................................................9
5.2.1.5. Deficiência ........................................................................10
5.2.1.6. Excesso ............................................................................10
5.3. O potencial de produção de biodiesel no Estado .................................10
5.3.1. A cultura do Girassol ...................................................................12
5.3.2. A cultura da mamona ..................................................................15
6. Material e métodos .......................................................................................18
7. Resultados ...................................................................................................19
8.Discussão ......................................................................................................40
9.Conclusão ......................................................................................................46
10. Atividades realizadas durante o estágio .....................................................47
11. Referências Bibliográficas ..........................................................................49
12. Anexos .......................................................................................................53
13. Considerações finais ..................................................................................64
1. DESCRIÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO
O estágio foi realizado no Setor de Agrometeorologia e Climatologia, do
Departamento de Engenharia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), onde
está instalado também o Laboratório Piloto de extração e purificação de óleos e
biodiesel, contando com a orientação dos professores Pedro Castro Neto e
Antônio Carlos Fraga.
A Universidade Federal de Lavras foi fundada em 1908, inicialmente
chamada Escola Agrícola de Lavras, depois Escola Superior de Lavras (ESAL)
e atualmente Universidade Federal de Lavras (UFLA).
A UFLA conta com 16 departamentos didático-científicos em uma área
de 600 hectares, com mais de 160.000 m2 de área construída. Possui 359
professores e 345 técnico-administrativos, estando entre as principais
instituições de educação superior do País. Possui 14 cursos de graduação,
atendendo cerca de 3.000 estudantes. Em 2006, a UFLA ofereceu 60 cursos
de especialização e nos últimos 8 anos mais de 20.000 profissionais do
agronegócio procuraram a UFLA para sua especialização. Na pós-graduação
Stricto sensu são 19 cursos de mestrado e 15 cursos de doutorado. No total,
são cerca de 13.000 estudantes, sendo: Aproximadamente 13000 estudantes
sendo: 3.000 de graduação (cursos presenciais), 486 (a distância), 1.200 de
pós-graduação (mestrado e doutorado) e 9.500 de cursos de especialização.
A pesquisa científica e tecnológica na UFLA se organiza em grupos,
contando, atualmente com 65 grupos certificados pelo CNPq, os quais
desenvolvem 340 linhas de pesquisa e cerca de 1000 projetos em mais de 100
laboratórios. A produção científica hoje é de cerca de 2500 publicações
científicas por ano. Isso equivale a cerca de 8 publicações/docente/ano,
certamente, uma das mais elevadas do Brasil.
Além do seu papel histórico na extensão voltada ao agronegócio, a
UFLA tem se destacado na promoção de eventos e na transferência de
tecnologias, coordenando projetos de extensão que beneficiam anualmente
mais de 300.000 pessoas.
2. RESUMO
Este relatório apresenta as atividades desenvolvidas no estágio
curricular do Curso de Agronomia da Universidade Federal de Santa Catarina,
pela acadêmica Francelle Antunes França. O estágio foi realizado O estágio foi
realizado no Setor de Agrometeorologia e Climatologia, do Departamento de
Engenharia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), onde está instalado
também o Laboratório Piloto de extração e purificação de óleos e biodiesel.
O estágio incluiu o levantamento de dados climatológicos e de
produtividade agropecuária e agrícola de Santa Catarina na literatura e internet,
treinamento para uso do programa computacional Surfer na elaboração de
mapas dos parâmetros do balanço hídrico do Estado, participação de dia de
campo sobre girassol e mamona na cidade de Luminárias/MG, visita a usina de
biodiesel localizada em Varginha / MG bem como participação em uma palestra
no IV Seminário Mineiro de Suinocultura. O estágio foi realizado de agosto a
outubro de 2007 e teve como objetivo realizar um estudo do balanço hídrico
climatológico do estado de Santa Catarina e do potencial de produção de
biodiesel do Estado.
Todas as atividades foram realizadas com auxílio do supervisor do
estágio, o Professor Pedro Castro Neto, com o qual foram discutidos os pontos
de maior interesse na realização do trabalho.
3. INTRODUÇÃO
O Estado de Santa Catarina, pela sua localização na região Sul do Brasil
apresenta características climáticas bastante particulares. Contrario à maior
parte do território brasileiro, o Estado possui as quatro estações do ano bem
definidas. Segundo a classificação climática de Köeppen, o clima regional é
mesotérmico úmido sem estação seca definida, podendo ser dividido em dois
subtipos: Cfa, de verão quente, cuja média das temperaturas do mês mais
quente é superior a 22° C, e Cfb, de verão ameno, com a média das
temperaturas do mês mais quente inferior a 22° C (UBERTI, 2005). A amplitude
pluviométrica no Estado é de 1.154 mm.
O setor primário destacou-se no cenário nacional em 2000, como
primeiro produtor de cebola, maçã e carnes suínas, segundo produtor de carne
de frangos, alho, fumo e mel de abelha e terceiro de arroz e banana. A
vinculação com os complexos agroindustriais estabelecidos no Estado,
constitui-se no grande motor da economia local. A avicultura destaca-se no
cenário nacional e mundial, com aproximadamente 20% da produção nacional
(1,2 milhão de toneladas em 2000). O Estado possui pouco mais de 16% do
rebanho nacional de suínos (4,5 milhões de cabeças) e produz mais de um
terço dos abates totais (7,8 milhões de cabeças).
Santa Catarina está entre os seis principais Estados produtores de
alimentos e apresenta elevados índices de produtividade por área. O setor
agrícola representa 12,8% do PIB estadual (ICEPA, 2007).
O potencial de produtividade agrícola de uma região é determinado
principalmente pela disponibilidade de água e energia do local. A
disponibilidade de água depende do balanço entre chuva e evapotranspiração
e pode ser quantificada pelo balanço hídrico climatológico. Segundo a FAO
(1990), os estudos de balanço hídrico são úteis para caracterizar o clima de
uma região ou área e tornam-se fundamentais na etapa de planejamento e
definição de prioridades agrícolas e na formulação de projetos de pesquisa.
Com base nos estudos de produtividade agrícola e pecuária do Estado e
no estudo das suas condições climatológicas através do balanço hídrico, pode-
se afirmar que Santa Catarina possui potencial para se inserir no contexto
nacional de produção de biodiesel.
4. OBJETIVOS
4.1. OBJETIVO GERAL:
Estudo do balanço hídrico climatológico de Santa Catarina e avaliação
do potencial de produção de biodiesel do Estado.
4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
→ Gerar mapas de Santa Catarina dos parâmetros do balanço hídrico
climatológico segundo o método Thornthwait & Mather (1955).
→ Avaliar o potencial de produção de biodiesel do Estado através do plantio de
oleaginosas, citando como exemplos o girassol e a mamona.
→ Avaliar o potencial de produção de biodiesel do Estado através do
levantamento da quantidade de gordura animal gerada pelos abates de frangos
e suínos.
5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
5.1. O ESTADO DE SANTA CATARINA
O Estado de Santa Catarina está localizada na região Sul do Brasil. Sua
área é de 95.442,9 Km², o que corresponde a 1,12 % da área territorial
brasileira e a 16,54% da Região Sul. O Estado está localizado entre os
paralelos 25º57’18” e 29º21’07” de latitude sul e entre os meridianos 48º19’35”
e 53º50’12” de longitude oeste.
O litoral catarinense começa na foz do rio Saí-Guaçu, na divisa com o
Paraná e vai até a foz do rio Mampituba, na divisa com o Rio Grande do Sul,
com uma extensão de 561,4 km (RIBAS, 2001).
Segundo a classificação climática de Köeppen, o clima regional traz a
letra C, significando tipo climático mesotérmico úmido sem estação seca
definida. Quando à letra C são adicionadas as letras minúsculas f e a, tem-se o
tipo climático Cfa, indicando verão quente, cuja média das temperaturas do
mês mais quente é superior a 22° C. Quando à letra C unem-se as letras f e b,
o tipo climático é Cfb, indicando verão ameno, com a média das temperaturas
do mês mais quente inferior a 22° C. Assim, variações de temperatura dividiram
o tipo climático do Estado em dois subtipos: Cfa, de verão quente e Cfb, com
verão ameno (UBERTI, 2005).
A amplitude pluviométrica do Estado é de 1.154 mm. Em geral, a
pluviosidade no território catarinense esta bem distribuída devido às atuações
do relevo, da Massa Polar Atlântica e da Massa Tropical Atlântica que, por sua
constância, fazem com que não ocorra uma estação chuvosa e uma estação
seca.
Santa Catarina está entre os seis principais estados produtores de
alimentos. O setor agrícola representa 12,8% do PIB estadual e as atividades
do agronegócio contribuem com cerca de 20% do PIB estadual. De acordo com
o Instituto Cepa/SC (2007), o setor primário destacou-se no cenário nacional
em 2000 como primeiro produtor de cebola, maçã e carnes suínas; segundo
produtor de carne de frangos, alho, fumo e mel de abelha e terceiro de arroz e
banana. A avicultura catarinense produz 2,5% da produção mundial. A
suinocultura catarinense é competitiva internacionalmente, possuindo o melhor
nível de produtividade do País, tanto no campo como na indústria. O setor
participa com 75% das exportações Brasileiras.
Segundo o Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf), a
agricultura familiar em Santa Catarina constitui-se de aproximadamente180 mil
famílias, o que representa mais de 90% da população rural. Ocupando apenas
41% da área dos estabelecimentos agrícolas do estado, a agricultura familiar é
responsável por mais de 70% do valor da produção agrícola e pesqueira do
Estado, destacando-se na produção de 67% do feijão, 70% do milho, 80% dos
suínos e aves, 83% do leite e 91% da cebola (ICEPA, 2007)).
5.2. BALANÇO HÍDRICO
O potencial de produtividade agrícola de uma região é determinado
principalmente pela disponibilidade de água e energia do local. A
disponibilidade de água depende do balanço entre chuva e evapotranspiração
e pode ser quantificada pelo balanço hídrico climatológico.
O balanço hídrico pode ser definido como a somatória das
quantidades de água que entram e saem de certa porção do solo em um
determinado intervalo de tempo. O resultado é a quantidade líquida de água
que nele permanece disponível às plantas (OMETTO, 1981). A partir do
suprimento de água ao solo, via precipitação ou irrigação, da demanda
atmosférica e da capacidade de água disponível, o balanço hídrico fornece
estimativas da evapotranspiração real, da deficiência, do excedente hídrico e
do armazenamento de água no solo. Assim, o balanço hídrico calculado torna-
se um indicador climatológico da disponibilidade hídrica em uma região, o que
é fundamental no planejamento das atividades agrícolas (PEREIRA et al.,
1997).
A principal utilização do balanço hídrico tem sido identificar locais
onde uma determinada cultura pode ser explorada com maior eficácia
(PEREIRA et al., 2002). Os balanços hídricos têm sido utilizados também para
estimar parâmetros climáticos e, a partir deles, estabelecer comparações entre
as condições predominantes em locais diferentes. Se a mesma metodologia de
cálculo do balanço hídrico for adotada para todos os locais de uma mesma
região, é possível identificar os locais climaticamente favoráveis para a
exploração de uma determinada cultura a partir da comparação dos resultados
obtidos (INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS, 2005).
Segundo a FAO (1990), os estudos de balanço hídrico são úteis para
caracterizar o clima de uma região ou área e tornam-se fundamentais na etapa
de planejamento e definição de prioridades agrícolas e na formulação de
projetos de pesquisa.
De todos os elementos do clima, a precipitação é um dos que mais afeta
a produção agrícola (ALMEIDA, 1993) em face de sua grande variabilidade
tanto em duração como em tempo de ocorrência. Porém, para fornecer as
disponibilidades hídricas no solo, necessárias à agricultura, não basta
considerar somente os dados pluviométricos do período. Estes correspondem
apenas ao processo de suprimento de água no solo para uso das plantas. É
necessário considerar também o processo oposto, ou seja, a perda de água do
solo para a atmosfera devido à evapotranspiração, fazendo-se o balanço
hídrico da água no solo.
Existem diversos métodos para o cálculo do balanço hídrico, sendo que
cada um tem uma finalidade específica. Um dos modelos mais conhecidos foi
proposto por Charles Warren Thornthwaite (1948) e posteriormente modificado
por John Russ Mather, (1955) que ficou conhecido como Balanço Hídrico de
Thornthwaite e Mather. Este modelo tem sido amplamente utilizado por
possibilitar a previsão da variação temporal do armazenamento de água no
solo. Ele inclui estimativas da evapotranspiração real, déficit hídrico e
excedente hídrico. Esse método considera que a taxa de perda de água por
evapotranspiração varia linearmente com o armazenamento de água no solo
(INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS, 2005).
O balanço hídrico climatológico normalmente é calculado com base em
valores de normais climatológicas. Esses valores expressam as condições
médias de 30 anos do seqüenciamento de tempo em um local. Representam,
portanto, uma estimativa do comportamento médio do regime edafoclimático. O
período mínimo de 30 anos foi escolhido pela Organização Meteorológica
Mundial (OMM) com base em princípios estatísticos de tendência do valor
médio. Assim, inclui-se anos com desvios para mais e para menos em todos
os elementos do clima. Ao valor médio de 30 anos chama-se Normal
Climatológica.
5.2.1. COMPONENTES DO BALANÇO HÍDRICO
5.2.1.1. Precipitação
Precipitação é a água proveniente da atmosfera, depositada na
superfície terrestre de diversas formas: chuva, granizo, orvalho, neblina, neve e
geada (INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS, 2005). Nas
regiões tropicais, a chuva, ou precipitação pluvial, é a forma principal pela qual
a água retorna da atmosfera para a superfície terrestre após os processos de
evaporação e condensação (PEREIRA et al., 1997). A quantidade e a
distribuição de chuvas que ocorrem anualmente em uma região determinam o
tipo de vegetação natural, o tipo de exploração agrícola adequada e também a
necessidade de irrigação e abastecimento de água.
As características principais da precipitação são o seu total, duração e
distribuições temporal e espacial (BERTONI et al., 1993).
5.2.1.2. Evapotranspiração
Evapotranspiração é o termo utilizado para representar os processos
conjuntos de evaporação de água do solo e de transpiração pelas plantas, que
ocorrem naturalmente em uma superfície vegetada (OMETTO, 1981). Dentro
do conceito de evapotranspiração, é definida como evapotranspiração potencial
a máxima capacidade de água capaz de ser perdida como vapor em uma
dada condição climática, por um meio contínuo de uma superfície
totalmente coberta por vegetação baixa, uniforme e em fase de crescimento
ativo, que cobre toda superfície de solo, estando este na capacidade de
campo ou acima desta (ALFONSI et al., 1995). A evapotranspiração real é o
processo de transferência de vapor d’água quando falta uma ou mais das
condições para que a evapotranspiração ocorra no seu valor potencial onde
o solo não está totalmente coberto e nem na capacidade de campo, e
ocorre nas condições atuais dos parâmetros meteorológicos. Assim, ela
representa a perda de água que a planta esta sofrendo naquele instante,
independente do seu estágio vegetativo e do meio que a envolve,
expressando o real débito de água que houve.
A evapotranspiração real, ao contrário da potencial, é extremamente
variável, sendo afetada por inúmeras situações, tais como: tipo de cultura,
porcentagem de cobertura do solo e disponibilidade de água no solo.
5.2.1.3. Armazenamento
Representa o armazenamento de água do solo. O solo é o armazenador
e fornecedor de água e nutrientes às plantas. Por fenômenos de absorção e
capilaridade, ele retém a umidade das chuvas que as plantas necessitam.
Dependendo do conteúdo de água no solo, as plantas terão maior ou menor
facilidade em extrair água. À medida que o solo seca, torna-se mais difícil para
as plantas absorver a água. Isso porque vai aumentando a força de retenção.
Por isso, nem toda água que o solo consegue armazenar está disponível às
plantas.
No balanço hídrico considera-se que o armazenamento de água no solo
varia entre o ponto de murcha e a capacidade de campo, onde capacidade de
campo é o total de água retida no solo depois que o excesso (chuva ou
irrigação) tenha sido drenado naturalmente, e ponto de murcha é a quantidade
mínima de água, retida pelo perfil, a qual a planta pode utilizar (ALTHOFF,
1981; OMETTO, 1981).
5.2.1.4. Alteração
A alteração representa a variação de água no solo, ou seja, a alteração
no armazemanento. Ela pode ser positiva, quando o solo ganha água, e
negativa, quando o solo perde água (OMETTO, 1981).
5.2.1.5. Deficiência
Corresponde à insuficiência de evapotranspiração de água no solo. Em
outras palavras, é a água que deixa de ser evapotranspirada, no período seco,
sendo contabilizada pelo número de meses com deficiência. É dado pela
diferença entre a condição do meio ambiente que houve à disposição da
planta, expressa pela evapotranspiração real, com a condição de meio
ambiente ideal, expressa pela evapotranspiração potencial. Os valores de
deficiência representam os milímetros de altura d’água que faltaram à planta
para ter seu crescimento e desenvolvimento em condições ideais, sendo a
restrição à evapotranspiração dada pela deficiência de água no solo.
5.2.1.6. Excesso
O excedente hídrico é quantidade de água que sobra no período
chuvoso, sujeita à infiltração ou percolação e ou escoamento superficial. O
excedente é definido pelo número de meses em que este excesso permanece
no solo. O excesso representa a quantidade de água acima da capacidade de
campo do perfil de solo.
5.3. POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE BIODIESEL EM SANTA CATARINA
Santa Catarina se insere nacionalmente na produção de biodiesel a
partir da lei n. 11.097, de 13 de janeiro de 2005, que estabelece a
obrigatoriedade da adição de 2% de biodiesel ao óleo diesel de petróleo a partir
de 2008, com elevação para 5% em 2013. Esta lei demonstra a necessidade
de exploração de fontes alternativas de combustíveis, dado o esgotamento das
reservas mundiais de petróleo (ANP, 2005).
A obrigatoriedade da adição de 2% de biodiesel a 98% de óleo diesel a
partir de 2008 criará, a princípio, uma demanda de 782 milhões de litros de
biodiesel ao ano (ANP, 2005). Assim haverá uma necessidade fixa de
disponibilidade de oleaginosas para obtenção do biodiesel, ou seja, a cadeia
produtiva deverá garantir, de forma constante e uniforme, o fornecimento de
insumos básicos (oleaginosas).
A posição geográfica do Brasil, aliada a sua extensão territorial e
condições edafoclimáticas, fazem dele o país com maior aptidão natural para a
produção de energia a partir de biomassa de origem agrícola (MIRAGAYA,
2005). Neste contexto, o Estado de Santa Catarina possui características
especiais que podem contribuir para a produção energética nacional. Existem
várias oleaginosas que podem ser usadas na fabricação de biodiesel. As
principais são: mamona, babaçu, colza, dendê, nabo forrageiro, soja, algodão,
girassol, amendoim, canola, gergelim, palma, etc. Devido às condições
edafoclimáticas, algumas dessas oleaginosas podem ser cultivadas no Estado
de Santa Catarina com elevada produtividade (ABREU et al, 2006).
Além das oleaginosas, existem outras matérias-primas que podem ser
utilizadas, tais como: sebo, óleo de fritura, algas e esgoto. Dessas destaca-se o
sebo, por sua conversão em biodiesel ser total e o Brasil ter um dos maiores
rebanhos bovinos do mundo (MARTINS et al, 1983). Atualmente o sebo bovino
tem demonstrado ser uma matéria-prima barata para a produção de biodiesel.
Por esta razão, não apenas frigoríficos como também unidades industriais de
produção de biodiesel tem apresentado interesse crescente em utilizar esta
matéria-prima, inclusive em mistura com óleos vegetais (ABREU et al, 2006).
Também neste aspecto, Santa Catarina pode contribuir significativamente na
geração desta matéria prima, já que possui não só rebanhos bovinos, como
também suínos. Segundo o Instituto Cepa (2007), Santa Catarina é
responsável por mais de um terço dos abates totais de suínos do País, o que
representa 7,8 milhões de cabeças por ano. Em 2006, Santa Catarina foi
responsável ainda pelo abate de 642,9 milhões de frangos, o qual representa
mais uma fonte de gordura animal, que pode ser utilizada como matéria prima
na produção de biodiesel.
O Brasil vem desenvolvendo pesquisas com o biodiesel desde a década
de 1970. Nesta época, o engenheiro químico Expedito José de Sá Parente,
professor da Universidade Federal do Ceará, desenvolveu o processo de
produção de biodiesel através da transesterificação, rendendo ao Brasil a
primeira patente mundialmente registrada de um processo de produção
industrial de biodiesel (PIRES, 2004). Mais recentemente, em dezembro de
2004, o Governo Federal lançou o Programa Nacional para a Produção e Uso
do Biodiesel (PBPB), que tem por objetivo estimular a produção e uso do
biodiesel no País, de forma técnica e economicamente sustentável.
O Programa Nacional para a Produção e Uso do Biodiesel tem como
uma das metas aproveitar as potencialidades de cada região. Cada região do
país possui o que se pode chamar de cesta de opções, que deve ser
respeitada e aproveitada no estabelecimento da produção de matéria prima
para posterior transformação em biodiesel (TOLMASQUIM, 2003). O foco
principal do PNPB é estimular a agricultura familiar através da criação de novos
empregos no campo, pela produção e o cultivo de matérias-primas para a
fabricação de biodiesel. Assim, espera-se uma complementaridade entre o
agronegócio e a agricultura familiar, que fornecerá a matéria prima de acordo
com as vocações regionais (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS
DE ÓLEOS VEGETAIS).
Outro aspecto relevante na questão do uso do biodiesel é a crescente
preocupação com o meio ambiente. As constantes mudanças climáticas
globais colocam em xeque a própria sustentabilidade do atual padrão de
consumo energético. Segundo o Ministério de Minas e Energia, as
características do biodiesel indicam um potencial de redução nas emissões de
gases poluentes e de produtos carcinogênicos.
5.3.1. A CULTURA DO GIRASSOL
O girassol (Helianthus annuus L.) é uma cultura de ampla capacidade de
adaptação às diversas condições de latitude, longitude e fotoperíodo, podendo
ser cultivada desde o Rio Grande do Sul até o Estado de Roraima. Nos últimos
anos, vem se apresentando como opção de rotação e sucessão de culturas
nas regiões produtoras de grãos (CAVASIN, 2001). Apresenta melhor
tolerância à seca do que o milho ou o sorgo, baixa incidência de pragas e
doenças, além de benefícios às culturas subseqüentes (EMPRAPA, 2007).
Em áreas onde se faz rotação de culturas com o girassol, observa-se um
aumento de produtividade de 10% nas lavouras de soja e entre 15 e 20% nas
de milho. A massa resultante da extração do óleo rende uma torta altamente
protéica, usada na produção de ração. O girassol ainda é utilizado na silagem
para alimentação animal e seu cultivo também pode estar associado à
apicultura (EMPRAPA, 2007). De acordo com a Companhia Nacional de
Abastecimento (CONAB), a produtividade média da Região Sul é de 1070
kg/ha. No entanto, os a produtividade pode variar de 800 a 2400 Kg/ha,
dependendo da variedade e da época de plantio. O teor de óleo nas sementes
varia de 38 a 50% (EMBRAPA, 2007).
Entre as oleaginosas cultivadas no mundo, o girassol ocupa a quinta
posição em área plantada: são 23 milhões de hectares. O interesse do produtor
brasileiro pelo girassol cresce a cada ano. Na última safra foram plantados 82
mil hectares (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E
ABASTECIMENTO, 2007). Na Região Sul, os primeiros estudos sobre o
girassol foram realizados na década de 50. No entanto, devido a alta
suscetibilidade da cultura a doenças e ao baixo teor de óleo das variedades
existentes na época, os estudos foram deixados em segundo plano. No final da
década de 70, com o surgimento de cultivares com elevado teor de óleo e
maior resistência a doenças, ressurge o interesse pela cultura do girassol,
principalmente nos Estados do Paraná e do Rio Grande do Sul, apresentando
estes Estados uma enorme expansão das áreas cultivadas nos últimos anos
(SEAGLER, 1988).
O girassol apresenta características desejáveis sob o ponto de vista
agronômico, destacando-se o ciclo curto, elevada qualidade e bom rendimento
em óleo (SILVA & SANGOI, 1985). Sionit et al. (1973) salientam a importância
da umidade do solo no desenvolvimento da cultura do girassol e no seu
rendimento, ressaltando que a produção e a qualidade de grãos são
negativamente afetados, ainda que o déficit hídrico na zona radicular seja
pequeno, e que o rendimento máximo é alcançado quando o solo encontra-se
em capacidade de campo, evidenciando a importância da época de semeadura
sobre o rendimento das culturas.
Pode ser usado com sucesso na rotação de culturas, podendo ser
incorporado ao solo como adubação verde, pois decompõe-se rapidamente em
adubo orgânico e, como sufoca as ervas invasoras ou daninhas, favorece o
plantio direto. Como a semente é pouco afetada por fungos e carunchos, pode
ser armazenada para que o produtor a utilize ao longo do ano. Por ser uma
planta de porte alto e com raízes profundas, o solo para seu plantio deve ser
profundo e permeável, para que as raízes nele penetrem e possam suprir a
demanda de nutrientes.
O ciclo vegetativo varia entre 90 a 130 dias. O florescimento
ocorre, em média, 60 dias após a semeadura (CAVASIN, 2001). A baixa
sensibilidade fotoperiódica do girassol permite que, no Brasil, o seu cultivo
possa ser realizado durante o ano todo, em todas as regiões produtoras de
grãos. Porém, elevadas temperaturas do ar verificadas nos períodos de
florescimento, enchimento de aquênios e de colheita têm sido um dos maiores
determinantes do sucesso da exploração agrícola. Zaffaroni et al., (1994),
menciona que o girassol é uma planta originária de clima temperado e que é
ideal uma variação de 15 a 30ºC durante o crescimento e de 20 a 30º C do
florescimento á colheita.
Os tratos culturas são relativamente simples e consistem em capinas e
limpeza do terreno, nas primeiras semanas após o plantio. Depois disso, o
girassol compete com as invasoras, mantendo-as sobre controle. Em geral, são
feitas duas capinas superficiais, durante as duas primeiras semanas, após o
plantio (EMPRAPA, 2007).
Em Santa Catarina, o plantio ocorre principalmente nas regiões meio-
oeste, oeste e planalto norte do Estado. Têm mostrado ser uma boa alternativa
para o pequeno produtor no período de entressafra de lavouras como feijão,
fumo, cebola e milho. Segundo Schiocchet et al (1983) e Silveira et al (1990),
esta oleaginosa apresentou excelente comportamento agronômico na Região
Sul quando semeada no final do inverno e início da primavera, fornecendo ao
agricultor a possibilidade de obter uma renda a mais numa época do ano
(dezembro, janeiro) em que as culturas de verão ainda estão em
desenvolvimento vegetativo. O plantio de girassol pode ser feito também após
a colheita das culturas de verão, no chamado período de safrinha, nos meses
de janeiro a abril.
Estudos realizados por Luis Sangoi e Nelson D. Kruse (1993) mostraram
que a cultura do girassol pode apresentar amplas possibilidades para o
Planalto Catarinense. O ciclo curto apresentado pela maioria das cultivares
facilita a sua adaptação a regiões com inverno rigoroso. Além disso, as
temperaturas amenas registradas durante a primavera e o verão nas regiões
de maior altitude podem ser características positivas no sentido de controle das
doenças incidentes na cultura do girassol em determinadas regiões do País.
5.3.2. A CULTURA DA MAMONA
A mamona (Ricinus communis L.), também conhecida como rícino, é
uma espécie de origem tropical que ocorre naturalmente desde a longitude 40º
Norte até 40º Sul sendo cultivada comercialmente em mais de 15 países. No
Brasil, ocorre desde a Amazônia até o Rio Grande do Sul, com excelente
adaptação, havendo inúmeros híbridos formados naturalmente ao longo de
séculos. O gênero Ricinus pertence à família Euphorbiaceae (SAVY FILHO.
1999).
O principal produto da mamona é o óleo extraído das suas sementes. O
óleo de mamona, cujo principal componente é o ácido ricinoléico, apresenta
moléculas com propriedades bastante flexíveis e estrutura, de certa forma,
incomum entre os ácidos graxos existentes nos óleos vegetais. Estas
características conferem ao óleo da mamona propriedades especiais,
permitindo a sua utilização em mais de 400 processos industriais, inclusive
para a produção de biodiesel (AZEVEDO & LIMA 2001).
A mamona é considerada uma planta de dias longos, embora se adapte
bem às regiões com fotoperíodos curtos, desde que não inferiores a nove
horas. Seu melhor desenvolvimento ocorre em áreas com boa insolação, com
pelo menos 12 horas de sol por dia. Dias longos favorecem a formação de
flores femininas, enquanto que os curtos favorecem as masculinas (SILVA,
2005). O intervalo de temperatura ideal para o desenvolvimento deve ser de
20º a 35ºC, para produções de valor comercial e a temperatura ótima deve se
situar em torno de 23ºC. Temperaturas muito elevadas, superiores a 40ºC,
provocam a senescência das flores, prejudicando a produção de frutos. Podem,
ainda, provocar a reversão sexual das flores femininas em masculinas e
redução do teor de óleo nas sementes. A época de semeadura mais indicada
vai de setembro a novembro (EMBRAPA, 2007). Na região Sul do Brasil é
viável o cultivo da mamona, desde que a semeadura seja feita nos períodos
livres de geada. Não é recomendada sua semeadura em zonas com altitudes
maiores que 1000 metros, pois o risco de geadas é maior e não há tempo
suficiente para a espécie completar o ciclo, que é de, no mínimo, 120 dias. Nas
zonas com menos de 1000 metros, a mamona encontra condições ótimas para
o desenvolvimento no período do ano em que as temperaturas do ar são mais
elevadas, devendo-se, contudo, evitar as baixadas, onde se formam bolsões de
ar frio.
As melhores épocas de semeadura na Região Sul ocorrem quando o
risco de geada é menor, iniciando-se, no Rio Grande do Sul, em 11 de
setembro no Vale do Uruguai, indo até 21 de outubro nas regiões de maior
altitude. O final da época de semeadura também é limitado pelo risco de
geadas no final do ciclo, devendo ocorrer, no máximo, até 31 de dezembro.
Para algumas regiões (onde as primeiras geadas do ano ocorrem mais cedo), a
data final deve ser 20 de dezembro (EMBRAPA, 2007).
A mamona é uma planta tolerante à seca, provavelmente devido ao
sistema radicular bem desenvolvido. É cultivada, inclusive, em regiões semi-
áridas. Não é recomendado seu plantio em solos rasos, onde a produção pode
ser comprometida em anos mais secos. A necessidade mínima de água,
visando uma produção economicamente viável, é de 500 mm acumulados no
ano, quantidade de chuva disponível em qualquer parte da região Sul do Brasil.
A maior necessidade de água ocorre no inicio da fase vegetativa. Deve haver,
pelo menos, precipitação de 400 mm desde o período vegetativo até a fase de
florescimento. Nessa última fase, não deve haver falta de água, a qual pode
comprometer a formação de frutos. A EMBRAPA recomenda o plantio em
altitudes entre 300 e 1.500m sobre o nível do mar.
A produtividade média da mamoneira em kg.ha-1 no Brasil apresenta
faixas variáveis. A nível nacional a produtividade varia de 600 a 900 Kg/ha, na
Bahia 300 a 600 Kg/ha, no Mato Grosso 960 a 1560 Kg/ha e em São Paulo
1200 a 1800 Kg/ha. Estas produtividades e suas variações são devidas a
diferenças dos genótipos, modelos de produção adotados, manejo nutricional e
épocas de semeadura. O teor de óleo das sementes de mamona pode variar
de 35 a 55% (VIEIRA et al., 1998), mas a maior parte das cultivares plantadas
comercialmente no Brasil possuem teor de óleo variando entre 45% e 50%
(FREIRE et al., 2006).
A mamona pode atingir produtividade superior a 1500 Kg por hectare em
regiões com precipitação superior a 700 mm acumulados no ano. A escolha da
região e da época de semeadura deve considerar que haja pouca chuva na
fase de colheita, pois chuvas fortes podem provocar queda de frutos maduros.
No período subseqüente ao florescimento, até o amadurecimento dos frutos,
umidade elevada e temperaturas baixas, podem favorecer o desenvolvimento
de doenças, principalmente o mofo cinzento (Botrytis ricini).
A conservação do solo é aspecto essencial na exploração racional da
mamona (FORNAZIERI, 1986). Essa planta apresenta baixo índice de área
foliar; a arquitetura com estruturas planofilares, os espaçamentos amplos e
tratos culturais utilizados aumentam os riscos de ocorrência de processos
erosivos. Vários procedimentos podem ser adotados para minimizar o
problema de erosão do solo cultivado com a mamona: manutenção da
cobertura vegetal da superfície do solo com culturas de cobertura; preparo
mínimo do solo, preferencialmente sem uso de arados ou grade de discos,
dando preferência aos equipamentos de hastes; estabelecimento de um
sistema eficiente de contenção de enxurradas (terraços); consorciação;
calagem e adubação adequadas (SILVA, 2005). Recomenda-se também que o
cultivo da mamona seja consorciado, pois além de contribuir para o controle da
erosão, o produtor poderá garantir maior estabilidade de produção, melhor
aproveitamento dos recursos naturais, melhor controle de pragas e doenças,
além de otimização do uso de mão-de-obra.
Em 2003, visando atender disponibilizar informações e recomendações
de genótipos de mamona para a Região Sul do Brasil, a Embrapa Clima
Temperado iniciou um trabalho que objetiva avaliar o desempenho agronômico
de cultivares. Os resultados preliminares mostraram que a Região Sul
apresenta grande potencial para a cultura, considerando os elevados
rendimentos, quando comparados a outras regiões do Brasil (EMBRAPA,
2007).
6. MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado no setor de Agrometeorologia do Departamento
de Engenharia da Universidade Federal de Lavras, em Minas Gerais.
Os dados de temperatura média mensal normal foram obtidos para 199
municípios do Estado, por Braga et al (1986). A precipitação normal mensal
para 29 municípios catarinenses foi retirada do Zoneamento Agroclimático para
o estado de Santa Catarina (EMPASC, 1978).
Com os dados de precipitação dos 29 municípios realizou-se a
interpolação para os demais municípios do estado de Santa Catarina,
utilizando-se o processo de Krigagem para cada um dos doze meses do ano. A
krigagem é um método que permite estimar o valor desconhecido associado a
um ponto, a partir de um conjunto de n dados disponíveis. De posse dos mapas
de distribuição da chuva normal mensal, foram sobrepostos os locais referentes
aos 170 municípios que não possuíam os dados de chuva para, aí sim, obtê-
los.
Para o cálculo do balanço hídrico utilizou-se o método de Thornthwait &
Mather (1955), conforme descrito por Dantas et al. (2007). Para tanto, foi
elaborado um programa de computador em linguagem Clipper, para o fim
especial de efetuar o cálculo do balanço hídrico para cada um dos locais. Os
resultados dos cálculos foram gravados em um arquivo“.dbf”. Após o cálculo, o
programa gera arquivos para todos os parâmetros de cálculo de balanço
hídrico e para cada um dos meses em formato adequado para ser utilizado
pelo programa comercial de mapeamento Surfer (Golden Software, Inc).
Para a elaboração dos mapas foi gerado uma série de pontos de
longitude e latitude (x,y) que, plotados em mapas, representam o contorno do
Estado. A distribuição espacial de cada um dos parâmetros do balanço hídrico
em cada um dos meses foi elaborado utilizando-se o processo de Krigagem,
com “grid” a cada 0,01 graus de longitude, o que resultou em 361 linhas
verticais e 601 linhas horizontais. Assim, foram gerados mapas que
representam cada um dos parâmetros do balanço hídrico para cada um dos
doze meses do ano.
7. RESULTADOS
Mapas de TEMPERATURA
Mapas de temperatura (continuação)
Mapas de PRECIPITAÇÃO
Mapas de precipitação (continuação)
Mapas de EVAPOTRANSPIRAÇÃO POTENCIAL
Mapas de evapotranspiração potencial (continuação)
Mapas de P-ETp
Mapas de P-ETp (continuação)
Mapas de NEGATIVO ACUMULADO
Mapas de negativo acumulado (continuação)
Mapas de ARMAZENAMENTO
Mapas de armazenamento (continuação)
Mapas de ALTERAÇÃO
Mapas de alteração (continuação)
Mapas de EVAPOTRANSPIRAÇÃO REAL
Mapas de evapotranspiração real (continuação)
Mapas de DEFICIÊNCIA
Mapas de deficiência (continuação)
Mapas de EXCESSO
Mapas de excesso (continuação)
Mapa de ALTITUDE
Mapa de altitude, mostrando as regiões não recomendadas ao plantio de mamona (área
vermelha)
8. DISCUSSÃO
BALANÇO HÍDRICO
Temperatura média mensal normal:
Os dados analisados mostram que as temperaturas mais baixas ocorrem
nos meses de junho, julho e agosto e as mais elevadas nos meses de
dezembro, janeiro e fevereiro. A tabela abaixo registra os valores de
temperatura mínimos, médios e máximos que ocorrem no Estado:
Mês Mínimo
(T ºC)
Máximo
(T ºC)
Média
(T ºC)
Janeiro 17.1 25.0 21.05
Fevereiro 17.1 24.7 20.9
Março 16.1 23.9 20.0
Abril 13.2 21.1 17.15
Maio 10.9 19.0 14.95
Junho 9.4 16.6 13.0
Julho 9.5 15.7 12.6
Agosto 10.5 16.7 13.6
Setembro 11.6 18.2 14.9
Outubro 12.7 20.4 16.55
Novembro 14.5 22.6 18.55
Dezembro 16.1 24.4 20.25
Nota-se que o valor máximo de temperatura ocorrente no Estado é de
25ºC, ocorrendo no mês de janeiro, enquanto o valor mínimo é de 9.4 ºC,
registrado no mês de junho.
Precipitação total mensal normal:
As chuvas em Santa Catarina apresentaram grande variabilidade em
seus valores totais médios observados, variando desde 43,9 mm até 295,5mm.
No entanto, são bem distribuídas ao longo do ano. As maiores lâminas de
chuva concentraram-se nos meses de janeiro, fevereiro, agosto e outubro. A
tabela abaixo mostra os valores mínimos, médios e máximos de chuva
ocorrentes no Estado ao longo do ano:
Mês Mínima
(mm)
Máxima
(mm)
Média
(mm)
Janeiro 119,3 295,5 207,4
Fevereiro 75,3 288,2 181,75
Março 87,4 227,2 157,3
Abril 51,1 175,0 113,05
Maio 58,5 185,0 121,75
Junho 67,3 215,0 141,15
Julho 43,9 152,6 98,25
Agosto 77,6 298,0 187,8
Setembro 55,0 221,3 138,15
Outubro 96,4 249,7 173,05
Novembro 85,0 195,0 140,0
Dezembro 80,1 215,4 147,75
Evapotranspiração Potencial Normal Mensal:
A demanda evapotranspirativa, representada pelos valores médios de
evapotranspiração potencial (ETP) seguiu a tendência da intensidade da
radiação solar, apresentando seus valores máximos no verão e mínimos no
inverno. Os valores encontrados variaram de 28 mm no mês de junho, até 142
mm no mês de janeiro, que representam, respectivamente, o mês mais frio e
mais quente do ano no Estado.
P-ETP:
Estes valores indicam saldo positivo (P>ETP) ou negativo (P<ETP) entre
a disponibilidade e a demanda hídrica do Estado. Os valores de P-ETP
variaram de -84mm até 258mm. No entanto, os valores médios mostram que o
Estado não apresenta valores negativos de P-ETP, com exceção de poucos
municípios, que apresentam valores de P-ETP negativos, com maior freqüência
no mês de dezembro. Sendo assim, em média, a disponibilidade hídrica é
maior que a demanda hídrica do Estado ao longo do ano.
ARMAZENAMENTO:
Para este trabalho, foi utilizada uma capacidade de armazenamento de
água no solo de 100 mm. Desta forma, quando o armazenamento de um mês
for total, indica que o teor de água no solo está na capacidade de campo.
Valores menores que os de armazenamento indicam que houve utilização da
água armazenada no solo para o processo de evapotranspiração. Nos meses
de junho, julho, agosto e setembro o armazenamento foi total para todos os
municípios avaliados, em vista da elevada disponibilidade hídrica do Estado.
Assim, para estes meses não se produziu mapas de armazemento neste
trabalho, já que estes mapas são feitos em função dos diferentes valores de
armazenamento.
O mês de dezembro apresenta mais frequentemente alguns valores de
armazenamento menores que o total, já que este é o mês onde ocorrem
maiores taxas de evapotranspiração.
ALTERAÇÃO
Os valores de alteração no balanço hídrico de Thornthwaite e Mather
representam a variação do teor de água no solo dentro do mês, sendo
alteração negativa quando o solo cede água para o processo de
evapotranspiração e positiva quando existe reposição de água ao solo.
O Estado de Santa Catarina apresenta um regime hídrico relativamente
chuvoso, apresentando valores de alteração iguais a zero em praticamente
todos os meses do ano e todos os municípios, tendo em vista que, nestes
meses, o solo permanece na capacidade de campo. Nos meses de julho,
agosto e setembro, o balanço hídrico mostrou que não houve alteração no
Estado. Assim, não há mapas de alteração para esses meses.
EVAPOTRANSPIRAÇAO REAL
Sempre que o solo estiver na capacidade de campo ou quando a
precipitação for maior que a evapotranspiração potencial (P-EP>0), a
evapotranspiração real será igual a potencial. Isso indica que, quando
ETR=ETP, não existe qualquer restrição de água no solo para as plantas.
Pode-se notar que, para o Estado de Santa Catarina, existem poucos meses
em que ETR<ETP.
Apesar do aspecto positivo da ausência de restrição de água para as
plantas, poderão surgir problemas para culturas que necessitam de um período
seco para colheita e secagem.
DEFICIÊNCIA
Observou-se que os maiores valores de déficit hídrico ocorreram em
dezembro. Mesmo assim, os valores médios indicam que a deficiência fica
próxima de zero em todos os meses do ano. Os meses que não apresentaram
deficiência foram: março, maio, junho, julho, agosto, setembro e novembro, não
havendo, portanto, mapas de deficiência para esses meses. Assim,
praticamente não existe restrição à evapotranspiração no Estado.
EXCESSO
O saldo entre a disponibilidade e demanda de água (P-ETP), será
utilizado prioritariamente para a reposição de água no solo até que o
armazenamento complete a capacidade de armazenamento de água no solo,
valor considerado como 100mm para este trabalho.
Uma vez completada a capacidade de armazenamento de água existirá
um excesso que passará abaixo da profundidade efetiva do sistema radicular.
Neste trabalho, considerou-se que não exista escoamento superficial, ou seja,
que o sistema de conservação do solo e água aja o melhor possível.
Os valores de excesso encontrados confirmam a alta variabilidade das
chuvas em Santa Catarina e os resultados apresentados mostram alta
probabilidade de ocorrência de excesso hídrico com alta intensidade. A alta
freqüência de excesso hídrico demanda implementação de práticas de manejo
da água no solo visando um melhor aproveitamento deste recurso, bem como,
para a minimização de seus efeitos negativos, tais como erosão do solo,
lixiviação de nutrientes e reduzida aeração do solo. É importante envidar
todos os esforços para que o excesso de água seja infiltrado no solo tanto para
evitar os problemas citados como para preservação do nível do lençol freático.
POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE BIODIESEL NO ESTADO A PARTIR DE
ÓLEOS VEGETAIS
Com base no mapa de altitude pode-se observar que existe restrição
para o plantio de mamona basicamente na região litorânea e em uma pequena
área no sudoeste do Estado.
Os mapas de temperatura revelam que é possível o plantio de girassol
no período de safrinha, compreendido entre os meses de janeiro a abril, já que
nestes meses a temperatura média no Estado gira em torno de 17 a 23ºC.
Zaffaroni et al., (1994), verificaram que elevadas temperaturas do ar nos
períodos de florescimento, enchimento de aquênios e de colheita têm sido um
dos maiores determinantes do sucesso da exploração agrícola, estando a faixa
ideal de temperatura entre 15 e 30º C. No entanto, Schiocchet et al (1983) e
Silveira et al (1990) verificaram que esta oleaginosa apresentou excelente
comportamento agronômico na Região Sul quando semeada no final do
inverno e início da primavera. Os mapas de temperatura mostram que nestes
meses (agosto, setembro), a temperatura varia de 13 a 17º C, mostrando assim
as diversas possibilidades de plantio que o agricultor pode ter durante o ano,
desde que escolha a variedade adequada.
Os mapas de precipitação revelam que este parâmetro também favorece
o Estado no plantio do girassol. Sionit et al. (1973) observaram que a umidade
do solo é um fator importante no desenvolvimento da cultura do girassol e no
seu rendimento, ressaltando que a produção e a qualidade de grãos são
negativamente afetados, ainda que o déficit hídrico na zona radicular seja
pequeno, e que o rendimento máximo é alcançado quando o solo encontra-se
na capacidade de campo. Os mapas de alteração mostram que o Estado
possui um regime hídrico chuvoso e os mapas de deficiência revelam que esta
fica próxima de zero em todos os meses do ano.
Com base nos mapas de precipitação observa-se que as chuvas são
bem distribuídas ao longo do ano no Estado. Os meses de janeiro a abril
apresentam variação de precipitação de 110 a 220 mm, sendo que a redução
da precipitação se dá de janeiro para abril, o que favorece tanto a semeadura
como a colheita do girassol.
Assim, o Estado possui potencial para produzir tanto mamona como
girassol. No entanto, não se deve deixar de considerar outros fatores antes da
implantação de uma cultura em determinada região do Estado. Dentre estes,
pode-se destacar o solo, a escolha de cultivares adequadas à região, os
recursos hídricos, o escoamento da produção de grãos, etc, fatores estes
importantíssimos para um cultivo bem sucedido.
POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE BIODIESEL NO ESTADO A PARTIR DE
GORDURA ANIMAL
Em 2006 Santa Catarina foi responsável pelo abate de 642,9 milhões de
frangos. Considerando o peso médio das carcaças em torno de 2 Kg e que o
teor de gordura abdominal em frangos varia de 1,0 a 1,8%, cada frango possui
de 20 a 36g de gordura abdominal. Assim, a produção de gordura abdominal
de frangos em Santa Catarina variou de 12.800 a 23.000ton em 2006. No caso
de suínos, o total de abates no estado, em 2006, foi de 7,8 milhões de
cabeças. Se considerarmos que cada suíno pronto para abate possui de 5 a 6
Kg de gordura abdominal, a produção de gordura chegou a 39.000ton em
2006. Este material pode ser utilizado como matéria prima para a produção de
biodiesel.
9. CONCLUSÃO
● O balanço hídrico no Estado de Santa Catarina assume grande importância
no planejamento agrícola do Estado, podendo resultar em redução nos gastos
do preparo e manejo do solo e melhor aproveitamento dos recursos hídricos.
● O programa utilizado para o desenvolvimento deste trabalho (Surfer)
mostrou-se uma ferramenta útil e de grande aplicação para o estudo do
zoneamento da aptidão climática para culturas no Estado de Santa Catarina,
facilitando a interpretação de inúmeras informações contidas nos mapas
gerados.
● O Estado possui potencial para produzir biodiesel tanto pelo cultivo de
oleaginosas como pela utilização de gordura de origem animal.
10. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
1) Levantamento de dados na literatura:
A primeira etapa do trabalho foi buscar os dados climatológicos dos
municípios catarinenses disponíveis na literatura. Os dados mais
importantes obtidos nessa primeira etapa foram: temperatura, precipitação,
altitude, latitude e longitude. Buscou-se também os dados de produtividade
agropecuária no Estado.
2) Organização dos dados:
A segunda etapa foi organizar os dados climatológicos em planilhas do
Excel, de forma que pudessem ser utilizados para o cálculo do balanço
hídrico bem como a construção dos mapas.
3) Participação de um dia de campo:
No dia 22 de agosto realizou-se na cidade de Luminárias / MG um dia de
campo sobre girassol e nabo forrageiro. Neste dia discutiu-se não só o
plantio dessas culturas, como também questões relacionadas com o plantio
de milho no sul de Minas Gerais, plantio direto, pragas e doenças
decorrentes de plantios sucessivos da mesma cultura e outros assuntos de
interesse dos agricultores locais.
4) Visita à Ambra Energética e Ambiental:
A Ambra é a empresa que gerencia a usina de biodiesel localizada em
Varginha / MG. Nesta visita foi possível acompanhar os processos de
extração de óleos vegetais para a produção de biodiesel, bem como o
processamento de resíduos de óleos de fritura, também utilizados para a
produção de biodiesel.
5) Palestra no IV Seminário Mineiro de Suinocultura
Durante a realização do IV Seminário Mineiro de Suinocultura, o Prof. Dr.
Pedro Castro Neto proferiu uma palestra sobre a viabilidade do uso de
gordura animal para produção de biodiesel e as perspectivas do setor
quanto ao seu uso.
6) Cálculo do Balanço Hídrico e construção dos mapas:
De posse dos dados coletados na literatura e depois da tabulação destes
dados no formato adequado para uso do Surfer, iniciou-se o cálculo do
balanço hídrico e a construção dos mapas.
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Documentos, 63).
12. ANEXOS
Balanço Hídrico Climatológico de Thornthwaite e Mather (1955) para 199
municípios catarinenses, utilizando uma capacidade de retenção de água no
solo de 100 mm.
13. Considerações finais
A realização deste estágio possibilitou a ampliação dos conhecimentos
adquiridos durante o curso e permitiu avaliar o quanto as disciplinas
ministradas durante o curso foram pertinentes e suficientes para fundamentar
as ações do estagiário na realização deste trabalho. O estagio também
possibilitou colocar alguns conhecimentos em prática.
A realização do estágio em outro Estado pode ser descrita como uma
experiência ímpar, pois possibilitou o conhecimento de outra cultura, outra
maneira de ver o mundo e de lidar com os mesmos problemas enfrentados em
nosso Estado.
Assim, o estágio foi bastante significativo no sentido de obtenção de
novos conhecimentos, novas vivências, permitindo a atuação do estagiário em
situações até então apenas conhecidas em sala de aula.